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LEI Nº 9.

490, DE 14 DE JANEIRO DE 2008

Cria os empregos públicos efetivos de Agente Comunitário


de Saúde e de Agente de Combate a Endemias I e II e dá
outras providências.

O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

Art. 1º - Em atendimento ao disposto nos parágrafos 4º e 5º do art. 198 da Constituição da República,


combinado com o disposto na Lei Federal nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, ficam criados na
estrutura funcional da administração direta do Executivo, vinculados à Área de Atividades de Saúde
instituída pela Lei Municipal nº 7.238, de 30 de dezembro de 1996, os empregos públicos de Agente
Comunitário de Saúde e de Agente de Combate de Endemias I e II, destinados ao cumprimento das
atribuições definidas nesta Lei, exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

§ 1º - Os ocupantes dos empregos públicos de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de


Combate a Endemias I e II submetem-se ao regime jurídico estabelecido pela Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT - e ao Regime Geral de Previdência disciplinado pelas leis federais nºs 8.212 e
8.213, ambas de 24 de julho de 1991, sendo-lhes vedada a aplicação da legislação pertinente aos
servidores públicos efetivos integrantes da estrutura funcional da administração direta do Executivo,
especialmente o disposto na Lei nº 7.169, de 30 de agosto de 1996, exceto em relação, ao que
couber, nos termos do regulamento desta Lei, à matéria disciplinar.

§ 2º - Os ocupantes dos empregos públicos de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de


Combate a Endemias I, cujo nível de escolaridade é o ensino fundamental completo até a 8ª série, e
de Agente de Combate a Endemias II, cujo nível de escolaridade é o ensino médio completo, serão
contratados mediante processo seletivo público de provas ou de provas e títulos, conforme dispuser o
regulamento desta Lei.

§ 2º - Os ocupantes dos empregos públicos de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de


Combate a Endemias I, cujo nível de escolaridade é o ensino fundamental completo até a 8ª (oitava)
série, e de Agente de Combate a Endemias II, cujo nível de escolaridade é o ensino médio completo,
serão contratados mediante processo seletivo público de provas ou de provas e títulos, podendo ser
exigido, ainda, no caso do Agente de Combate a Endemias, teste de capacidade física, conforme
dispuser o regulamento desta lei.
§ 2º com redação dada pela Lei nº 10.764, de 2/10/2014 (Art. 10)
§2º revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

§ 3º - A jornada de trabalho diária dos ocupantes dos empregos públicos de Agente Comunitário de
Saúde e de Agente de Combate a Endemias I e II é de 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta horas)
semanais, e os seus salários mensais são os seguintes:

EMPREGO PÚBLICO SALÁRIO MENSAL


(EM R$)
Agente Comunitário de Saúde 504,00
Agente de Combate a Endemias 600,00
I 693,00
Valor do salário com
redação dada pela Lei
nº 9.783, de 9/12/2009, a
partir de 2/1/2009 (Art.
1º)
Agente de Combate a Endemias 726,00
II 819,00
Valor do salário com
redação dada pela Lei
nº 9.783, de 9/12/2009, a
partir de 2/1/2009 (Art.
1º)
§ 3º - A jornada de trabalho diária dos ocupantes dos empregos públicos de Agente Comunitário de
Saúde e de Agente de Combate a Endemias I e II é de 8 (oito) horas diárias e 40 (quarenta) horas
semanais, e, a partir de 1º de julho de 2013, serão posicionados no nível 1 da seguinte tabela de
salários-base:

TABELA DE SALÁRIOS-BASE (valores em R$ a partir de 1/7/13)


EMPREGO PÚBLICO
NÍVEL Agente Comunitário de Agente de Combate a Agente de Combate
Saúde Endemias I a Endemias II
1 700,00 898,13 1.061,42
2 735,00 943,03 1.114,50
3 771,75 990,19 1.170,22
4 810,34 1.039,70 1.228,73
5 850,85 1.091,68 1.290,17
6 893,40 1.146,26 1.354,68
7 938,07 1.203,58 1.422,41
8 984,97 1.263,76 1.493,53
9 1.034,22 1.326,94 1.568,21
10 1.085,93 1.393,29 1.646,62
11 1.140,23 1.462,96 1.728,95
12 1.197,24 1.536,10 1.815,40
13 1.257,10 1.612,91 1.906,17
14 1.319,95 1.693,55 2.001,47
15 1.385,95 1.778,23 2.101,55
§ 3º com redação dada pela Lei nº 10.671, de 25/10/2013 (Art. 6º)
§3º revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

§ 4º - O quantitativo dos empregos públicos de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de


Combate a Endemias I e II é o seguinte:

EMPREGO PÚBLICO QUANTITATIVO


Agente Comunitário de Saúde 2.700
Agente de Combate a Endemias I 1.500
1.574
Número de cargos com
redação dada pela Lei nº
10.695, de 9/1/2014 (Art.
1º)
Agente de Combate a Endemias II 170
§4º revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

Art. 1º-A - Os ocupantes dos empregos públicos de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de
Combate a Endemias I e II evoluirão na tabela de salários-base prevista no § 3º do art. 1º desta lei
por meio da progressão profissional, que se constitui na promoção do empregado ao nível de salário-
base imediatamente superior ao que estiver posicionado na referida tabela, após o cumprimento das
seguintes condições:
I - encontrar-se no exercício das atribuições do seu emprego público efetivo;
II - ter 1.095 (um mil e noventa e cinco) dias de exercício no emprego público, sem haver faltado ao
serviço, injustificadamente, por mais de 5 (cinco) dias a cada ano ou por mais de 15 (quinze) dias no
período de apuração;
III - ter sido avaliado e aprovado segundo critérios de assiduidade, pontualidade e eficiência, além de
outros definidos no regulamento desta lei.
§ 1º - A título da progressão profissional, o empregado público somente poderá ascender a 1 (um)
nível na tabela de salários-base prevista no § 3º do art. 1º desta lei caso aprovado em cada uma das
avaliações de desempenho a que se submeter.

§ 2º - O empregado público reprovado na avaliação de desempenho prevista no inciso III do caput


deste artigo será submetido a nova avaliação de desempenho após 12 (doze) meses contados da sua
reprovação.

§ 3º - O empregado público aprovado na avaliação prevista no § 2º deste artigo terá reiniciada a


contagem do prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo imediatamente após a sua
aprovação.

§ 4º - O empregado público fará jus à classificação automática no nível imediato ao que estiver
posicionado em sua tabela de salários-base na hipótese de o poder público não promover a avaliação
de desempenho em até 6 (seis) meses após o cumprimento do prazo de que trata o inciso II do caput
deste artigo.

§ 5º - O empregado público terá computado, para os fins da progressão profissional a que se refere o
caput deste artigo, exclusivamente os períodos trabalhados em cumprimento das atribuições de seu
emprego público, admitidos nesse cômputo, unicamente, os tempos de afastamentos referentes a
licenças para frequentar cursos, congressos e seminários de interesse da municipalidade, os de
efetivo exercício de cargo ou emprego de provimento em comissão pertencentes à estrutura da
administração municipal, os de licença-maternidade e os de exercício de mandato sindical.
Art. 1º-A acrescentado pela Lei nº 10.671, de 25/10/213 (Art. 6º, § 1º)
Art.1º-A revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

Art. 1º-B - Além da progressão profissional prevista no art. 1ºA desta lei, os ocupantes dos empregos
públicos de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de Combate a Endemias I e II poderão
ascender até 4 (quatro) níveis em sua tabela de salários-base, caso comprovem título de
escolaridade superior àquele exigido para o seu ingresso no serviço público municipal, e desde que
sejam aprovados na avaliação de desempenho a que se refere o inciso III do caput do mencionado
artigo, conforme os seguintes limites:
I - ao Agente Comunitário de Saúde e ao Agente de Combate a Endemias I será conferido 1 (um)
nível na tabela de salários-base por conclusão do ensino médio;
II - ao Agente Comunitário de Saúde e ao Agente de Combate a Endemias I e II serão conferidos:
a) 1 (um) nível nas tabelas de salários-base por conclusão de cursos de aperfeiçoamento profissional,
qualificação e requalificação, cujo somatório seja igual ou superior a 360 (trezentas e sessenta)
horas, relacionados diretamente com as atribuições de seus empregos públicos, que sejam de
interesse da administração pública municipal, e que tenham sido concluídos após a publicação desta
lei, observado o intervalo máximo de 5 (cinco) anos entre a conclusão do primeiro e a do último curso
que compõem o somatório de 360 (trezentas e sessenta) horas;
b) 2 (dois) níveis por conclusão de curso superior relacionados diretamente com as atribuições de
seus empregos públicos, conforme dispuser o regulamento desta lei.
Art. 1º-B acrescentado pela Lei nº 10.671, de 25/10/213 (Art. 6º, § 1º)
Art. 1º-B revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

Art. 2º - Além das exigências previstas no art. 1º desta Lei, o candidato ao emprego público de Agente
Comunitário de Saúde deverá preencher os seguintes requisitos:
I - residir na área da comunidade em que atuar, desde a data da publicação do edital do processo
seletivo público;
I - residir na área da comunidade distrital em que atuar, desde a data da publicação do edital do
processo seletivo público, salvo nos casos em que adquirir imóvel residencial, até que surja vaga em
sua área de residência, ou nas hipóteses de haver conflitos com a comunidade na área de sua
atuação que possa colocar em risco sua vida e/ou incolumidade física.
Inciso I com redação dada pela Lei nº 10.671, de 25/10/2013 (Art. 7º)
II - haver concluído, com aproveitamento, curso introdutório de formação inicial e continuada.

Parágrafo único - O candidato ao emprego público de Agente de Combate a Endemias I e II deverá


haver concluído, com aproveitamento, curso introdutório de formação inicial e continuada.
Art. 2º revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

Art. 3º - As atribuições do ocupante do emprego público de Agente Comunitário de Saúde, sem


prejuízo de outras a serem definidas no regulamento desta Lei, desenvolvidas em conformidade com
as normas técnicas de saúde e de segurança pertinentes, com as diretrizes do SUS e sob a
supervisão da Secretaria Municipal de Saúde, consistem em:
I - utilização de instrumentos para diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade;
II - promoção de ações de educação para a saúde individual e coletiva;
III - registro, para fins exclusivos de controle e planejamento das ações de saúde, de nascimentos,
óbitos, doenças e outros agravos à saúde;
IV - estímulo à participação da comunidade nas políticas públicas voltadas para a área da saúde;
V - realização de visitas domiciliares periódicas para monitoramento de situações de risco à família;
VI - participação em ações que fortaleçam os elos entre o setor saúde e outras políticas que
promovam a qualidade de vida.
Art. 3º revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

Art. 4º - As atribuições do ocupante do emprego público de Agente de Combate a Endemias I, sem


prejuízo de outras a serem definidas no regulamento desta Lei, desenvolvidas em conformidade com
as normas técnicas de saúde e de segurança pertinentes, com as diretrizes do SUS e sob a
supervisão da Secretaria Municipal de Saúde, consistem em:
I - atividades de vigilância, prevenção e controle de doenças e promoção da saúde;
II - discernimento e execução das atividades dos programas de controle de zoonoses;
III - pesquisa e coleta de vetores causadores de infecções e infestações;
IV - vistoria de imóveis e logradouros para eliminação de vetores causadores de infecções e
infestações;
V - remoção e/ou eliminação de recipientes com focos ou focos potenciais de vetores causadores de
infecções e infestações;
VI - manuseio e operação de equipamentos para aplicação de larvicidas e inseticidas;
VII - aplicação de produtos químicos para controle e/ou combate de vetores causadores de infecções
e infestações;
VIII - execução de guarda, alimentação, captura, remoção, vacinação, coleta de sangue e eutanásia
de animais;
IX - orientação aos cidadãos quanto à prevenção e tratamento de doenças transmitidas por vetores;
X - participação em reuniões, capacitações técnicas e eventos de mobilização social;
XI - participação em ações de desenvolvimento das políticas de promoção da qualidade de vida.
Art. 4º revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

Art. 5º - As atribuições do ocupante do emprego público de Agente de Combate a Endemias II, sem
prejuízo de outras a serem definidas no regulamento desta Lei, desenvolvidas em conformidade com
as normas técnicas de saúde e de segurança pertinentes, com as diretrizes do SUS e sob a
supervisão da Secretaria Municipal de Saúde, consistem em:
I - atividades de vigilância, de prevenção e controle de doenças e de promoção da saúde;
II - discernimento e execução das atividades dos programas de controle de zoonoses;
III - acompanhamento, monitoramento, capacitação e avaliação das atividades desenvolvidas pelas
equipes de Agentes de Combate às Endemias I, organizando e distribuindo essas equipes em suas
áreas de atuação respectivas;
IV - cooperação no implemento das atividades do Agente de Combate às Endemias I;
V - orientação aos cidadãos quanto à prevenção e ao tratamento de doenças transmitidas por
vetores;
VI - participação em reuniões, capacitações técnicas e eventos de mobilização social;
VII - participação em ações de desenvolvimento das políticas de promoção da qualidade de vida.
Art. 5º revogado pela Lei nº 11.136, de 18/10/2018 (Art. 24)

Art. 6º - Compete à Secretaria Municipal de Saúde a definição da área geográfica de atuação dos
ocupantes dos empregos públicos de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de Combate a
Endemias I e II, observados os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Art. 7º - O contrato de trabalho mantido entre o Município e os ocupantes dos empregos públicos de
Agente Comunitário de Saúde e de Agente de Combate a Endemias I e II poderá ser rescindido
unilateralmente pela Administração nas seguintes hipóteses:
I - prática de falta grave, entre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho;
II - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
III - necessidade de redução de quadro de pessoal por excesso de despesa, nos termos da Lei
Federal nº 9.801, de 14 de junho de 1999;
IV - insuficiência de desempenho, conforme dispuser o regulamento desta Lei.
§ 1º - No caso do Agente Comunitário de Saúde, o contrato também poderá ser rescindido
unilateralmente, na hipótese de não-atendimento ao disposto no inciso I do art. 2º desta Lei ou em
função de apresentação de declaração falsa de residência.

§ 2º - O Agente Comunitário de Saúde deverá comprovar, periodicamente, conforme dispuser o


regulamento desta Lei, a sua residência na sua área de atuação.

Art. 8º - Os profissionais que, na data de publicação desta Lei, exerçam atividades próprias de Agente
Comunitário de Saúde e Agente de Combate a Endemias I e II, prestando serviços sob a
coordenação da Secretaria Municipal de Saúde, não investidos em cargo ou emprego público,
poderão permanecer no exercício dessas atividades, até que seja concluída a realização do processo
seletivo público previsto nesta Lei, no prazo de até 12 (doze) meses contados da publicação desta
Lei.

§ 1º - Excetuam-se da regra do caput deste artigo os profissionais em exercício das atividades


próprias de Agente Comunitário de Saúde que se submeteram a processo seletivo autorizado e
supervisionado pela administração direta do Executivo até a data da edição da Emenda
Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, conforme rol a ser publicado no Diário Oficial do
Município.

§ 2º - Os profissionais referidos no § 1º deste artigo serão investidos nos empregos públicos de


Agente Comunitário de Saúde criados nesta Lei até o dia 31 de dezembro de 2007, e lotados na
estrutura funcional da administração direta do Executivo.

§ 3º - Não se aplica a exigência de escolaridade a que se refere o § 2º do art. 1º desta Lei aos que,
na data de publicação desta Lei, estejam exercendo atividades próprias de Agente Comunitário de
Saúde e de Agente de Combate a Endemias I e II.

§ 4º - Para os profissionais a que se refere o caput deste artigo, será assegurada, no processo
seletivo público previsto no § 2º do art. 1º desta Lei, a contagem de 0,5 (meio) ponto por ano de
serviço prestado à Administração Pública do Município, até o limite máximo de 3 (três) pontos.

Art. 9º - Para atender ao disposto nesta Lei, fica o Executivo autorizado a abrir crédito adicional no
orçamento vigente, no valor de R$17.382.849,49 (dezessete milhões, trezentos e oitenta e dois mil
oitocentos e quarenta e nove reais e quarenta e nove centavos), podendo este crédito ser reaberto
pelo seu saldo no exercício seguinte, conforme o disposto nos arts. 40 a 46 da Lei nº 4.320, de 17 de
março de 1964.

Art. 10 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 14 de janeiro de 2008

Fernando Damata Pimentel


Prefeito de Belo Horizonte

(Originária do Projeto de Lei n° 1.449/07, de autoria do Executivo)

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