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Musca

domestica
Classificação A) Vista dorsal com a parte anterior (ap) à esquerda e a
parte posterior (pr) à direita , e a área mediana
B) Extremidade posterior da área mediana (ma) com a
Reino: Animalia linha de ruptura ( seta)
Filo: Arthropoda C) Padrão poligonal encontrado na área mediana
Classe: Insecta (D) detalhe das ilhas na área mediana com a linha de
Ordem: Diptera bordo da estrutura poligonal (bl), anastomose (asterisco)
Subordem: Brachycera e orifícios (seta);
Família: Muscidae (E) vista ventral do ovo mostrando a modificação das
Gênero: Musca células do córion em uma estrutura respiratória (seta);
Espécie: M. domestica (F) visão mais próxima da estrutura respiratória no
córion, apresentando o mesmo padrão das ilhas de área
Histórico mediana, e o padrão poligonal das células coriônicas
A sua área de origem é desconhecida, mas de (cc);
acordo com a sua biologia e distribuição aponta para (G) região anterior mostrando a micrópila (m) com uma
áreas subtropicais e tropicais do Mundo Antigo, ornamentação muito lisa e um único orifício no meio;
África Oriental por exemplo. (H) a região posterior com dois orifícios respiratórios
Essas moscas parecem ter seguido o homem desde (seta).
o seu primeiro desenvolvimento, já que apresentam
um comportamento sinantrópico, ou seja, o seu
ciclo de vida acontece em ambientes modificados
pelo homem.
Possivelmente sendo transportadas para o ocidente
durante épocas pré-colombianas

Morfologia e Ciclo Biológico


Ovo

Coloração: Creme / branco opaco


Tamanho: 1,2 mm de comprimento
É colocado individualmente, mas os ovos são
empilhados em pequenos grupos
São depositados pelas fêmeas em matéria orgânica
em decomposição, fermentação ou petrufação que
irá fornecar aos ovos um ambiente úmido
Ovoposição: A postura é feita em lotes de até 150
ovos durante até 4 dias durante toda a vida
A superfície dorsal dos ovos apresenta dois
espessamentos curvos semelhantes a costelas.
Em temperatura ótima, os ovos eclodem em 12 a 24
h

Figura 1 . Grupo de ovos de Musca


domestica

Disponível em: H.&H.-J.Koch/animal-


affairs.com Figura 2 - Microscopia Eletrônica de Varredura dos ovos da

Musca domestica.

FONTE: CORTINHAS, LUCAS BARBOSA et. al. (2020)


Musca
domestica

Larva

Coloração: Branco
Cilíndrica
Possui espiráculos posteriores elípticos, próximos
um do outro em posição central
Os espiráculos possuem 3 fendas distintamente
sinuosas e cercadas por um anel fortemente
esclerotizado
Tamanho: Larva madura tem 8 a 12 mm de
comprimento
A eclosão das larvas L1 ocorre entre 12 e 24 horas,
podendo se desenvolver em uma grande variedade
de substratos.
As larvas L1, L2 e L3 nutrem-se de matéria orgânica
em decomposição por 3 a 7 dias
L3 procura local mais seco para empupar, processo
onde ocorre a contração do tegumento, ficando este
rígido e adquirindo coloração amarelo claro até
castanho-escuro com o passar dos dias.

Larva de 2° estádio

(A) Corpo larval com a região cefálica (cr), três


segmentos torácicos (tI–tIII) e oito segmentos
abdominais (aI–aVIII);
(B) detalhe da região cefálica com as antenas (a) palpos
maxilares (mp), as cristas orais (ou), os cirros (c), a
Larva de 1° estádio abertura oral (oo) e o órgão ventral (seta);
(C) detalhe do primeiro segmento torácico destacando o
(A) Corpo larval, inicia-se à esquerda com a região espiráculo anterior (as);
cefálica (cr), três segmentos torácicos (tI–tIII) e oito (D)Vista ventral do quinto e sexto segmentos
segmentos abdominais (aI–aVIII); abdominais, mostrando os vergões rastejantes ventrais
(B) vista ventrolateral do pseudocéfalo com os palpos (vcw) com espinhos em toda a sua superfície, os vergões
maxilares (mp), antenas (a), cirros (c), as cristas orais rastejantes laterais (lcw) e a fenda transversal (setas);
(seta), a abertura oral (oo) e os espinhos do colar (E) região posterior (pr) das larvas, mostrando as duas
cefálico (cc); placas espiraculares (setas) no oitavo segmento
(C) detalhe dos espinhos do colar cefálico; abdominal;
(D) primeiro segmento torácico destacando os Órgãos (F) detalhe da parte anal destacando a abertura anal (ao)
de Keilin (KO); e as papilas anais (setas);
(E) região posterior das larvas, mostrando o vergão (G) detalhe das placas espiraculares, mostrando as duas
rastejante ventral (vcw) entre o seis e o aberturas espiraculares (setas), a cicatrizes espiraculares
sétimo segmentos abdominais e coxim anal (ap); (ss) e os tufos peristigmáticos (pt).
(F) detalhe do espiráculo posterior mostrando duas
aberturas espiraculares (seta) e os tufos peristigmáticos
(pt)
Musca
domestica

Pupa
Larva de 3° estádio
Coloração: Varia em cor de amarelo, vermelho,
(A) Detalhe da região cefálica, mostrando as antenas marrom e preto à medida que a pupa envelhece.
(a), os palpos maxilares (mp), as cristas orais (or), a Tamanho: 8 mm de comprimento
abertura oral (oo) e os espinhos do colar cefálico (cc); Possui um formado arredondado nas duas
(B) detalhes dos espinhos do colar cefálico extremidades
(cc) e os espinhos (s) da parte anterior do primeiro A mosca emergente escapa da caixa pupal através
segmento torácico (tI); do ptilinum, que é corpo presente na cabeça da
(C) detalhe do primeiro segmento torácico, com mosca, que apos a ruptura do pupário se envagina
destaque para o espiráculo anterior (as); inteiramente dentro da cabeça do inseto.
(D) detalhe Completa o seu desenvolvimento entre 2- 6 dias em
dos espinhos da parte ventral entre o quarto e quinto condições ideais
segmentos abdominais;
(E) região posterior das larvas, mostrando os vergões Fígura 7 . Pupa com diferente cores de
rastejantes laterais (lcw) e acordo com a idade.

os vergões rastejantes ventrais (vcw); Fonte: Jim Kalisch, University of Nebraska-


Lincoln.
(F) detalhe do espiráculo posterior, mostrando três

aberturas espiraculares (seta), cicatrizes espiraculares


(ss), tufos peristigmáticos (ps) e
os tubérculos não desenvolvidos ao redor da placa
espiracular (asterisco).
Musca
domestica
Adulto

Tamanho: 5 a 8 mm de comprimento, sendo as


fêmeas ligeiramente maiores que os machos
Apresentam dimorfismo sexual claro,
Fêmea dicóptica (olhos separados) e o macho
holóptico (olhos juntos)
Apresenta coloração acinzentada no tórax
4 linhas longitudinais no dorso
Parte inferior do abdôme tem coloração amarelada
Apresenta olhos avermelhados que são segregados
em cerca de 4.000 facetas hexagonais
Tem o corpo escassamente coberto de pelos
Possuem 2 pares de asas que são cobertas com
pelos microscópicos
Um par de asas funcionais e outro par evoluídos
para balancins (ou alteres) que ajudam na
estabilização no momento do voo.
Possuem antenas tri-segmentadas com uma arista
dorsal plumosa
Possui peças bucais esponjosas

Pêlos microscópicos
na antena Facetas hexagonais

nos olhos

Corpo

coberto de
Antena
pêlos


Arista
(A) Corpo de pupa com a região anterior (ar), cornos
respiratórios (seta) e a região posterior (pr);
(B) detalhe da região anterior do pupário, mostrando o
espiráculo anterior;
(C) detalhe do primeiro segmento abdominal
Peça bucal esponjosa
(aI) com a presença do corno respiratório de 24h (rh);
( probóscide)
(D) detalhe do primeiro segmento abdominal (aI) com a
Fígura 4 . Morfologia Musca domestica adulto*
presença do corno respiratório de 36h (rh);

(E) detalhe do primeiro segmento abdominal (aI) com a

Disponível em: <https://wiki.nus.edu.sg/display/TAX/Musca+domestica+-


presença do corno respiratório de 48h (rh); +Common+Housefly>
(F) detalhe das aberturas respiratórias (setas) nos

*Tradução das fotos compiladas por Chin Zhen Yue


cornos respiratórios;

(G) detalhe da traqueia (t) dentro dos cornos

respiratórios (rh);

(H) detalhe do espiráculo posterior (ps), com destaque


para as três aberturas espiraculares e o espiráculo
cicatriz (ss).
Musca
domestica
Seus hábitos são diurnos, gostam de locais
iluminados e quentes, tem grande capacidade de
vôo (10 a 20 km), o que lhe confere grande poder
Pupa de dispersão.
Ovo
Adulto
Epidemiologia
A espécie tem distribuição cosmopolita
Presente em todas as regiões do globo com exceção
dos polos
Apresentando maior abundância nas regiões
tropicais.
Larva de 1º estágio Alto grau de sinantropismo
Larva de 3º estágio
Comportamento endofílico (intra-domiciliar)

Boletim epidemiológico

Tracoma
Larva de 2º estágio Principal causa de cegueira infecciosa
Fígura 5 . Ciclo Biológico da Musca domestica
Agente etiológico: Bactéria gram-negativa Chlamydia

trachomatis, dos sorotipos A, B, Ba e C
Fonte: Compilação de fotos
Vetores: Alguns insetos, como a mosca doméstica
Biologia

(Musca domestica), e/ou a lambe-olhos (Hippelates


sp e Liohippelates spp.), podem atuar como vetores
A mosca adulta consegue se alimentar através da mecânicos da bactéria.
peça bucal do tipo lambedor,-sugador, adaptado Prejuízos visuais : 1,9 milhões de pessoas
para a absorção de alimentos líquidos ou Cegueira irreversível: 450 mil pessoas
liquefeitos, sendo incapaz de ingerir alimentos Países: África, Ásia, América Central e do Sul e
sólidos Oriente Médio
Durante sua alimentação, a saliva é lançada sobre os
materiais sólidos para dissolvê-los e permitir que
sejam aspirados. Os alimentos recém-digeridos
Importância Médica
acumulam-se no divertículo esofagiano para depois Movimentação de moscas nas fezes humanas e de
serem lentamente regurgitados e convergidos para animais, lixo em decomposição e então em
o estômago. alimentos
As moscas também possuem o hábito de Quando consumidos por moscas, alguns patógenos
regurgitar uma gotícula sobre os lugares onde podem ser alojados no aparelho bucal ou canal
estão pousadas, o que contribui com a alimentar para vários dias, e então ser transmitida
disseminação de microrganismos adquiridos em quando as moscas defecam ou regurgitar
materiais fecais, secreções purulentas, lixo e Entre os patógenos comumente transmitidos por
outros substratos moscas domésticas estão Salmonella, Shigella,
Seu desenvolvimento está relacionado às condições Campylobacter, Escherichia, Enterococcus,
ambientais e quando em temperatura e umidade Chlamydia e muitas outras
ideais, o ciclo biológico da M. domestica é Essas moscas são mais comumente associada a
relativamente rápido, durando aproximadamente 15 surtos de diarreia e shigelose, mas implicam na
dias transmissão de várias doenças
Musca
domestica

Foi investigada a causa das epidemias de febre


tifóide nos acampamentos do Exército dos EUA e
Profilaxia
concluiu-se que, depois do contato humano, a
mosca doméstica (Musca domestica) era a mais ativa Medidas de Prevenção
agente na propagação da doença.
Oficiais médicos britânicos na África do Sul, Não deixar comida exposta
enfrentando até piores epidemias de febre tifóide, Melhoramento o saneamento e a higiene ambiental
chegaram à mesma conclusão. Instala banheiros e sistemas de esgoto adequados
Falta de saneamento nos campos Descarte correto de resíduos biodegradáveis ​

Diagnóstico Instalação de armadilhas para moscas

Xenodiagnóstico
Controle químico
Amostras fecais individuais (60 g) foram coletadas
por via retal dos cavalos.
Uso de inseticidas químicos que possam afetar
30g dessas fezes foram colocadas em um recipiente
Sistema nervoso
plástico e 60 ml foi colocado na caixa onde as
Capacidade de produzir energia
moscas estavam
Produção de cutícula
Após 24–48 h quando apareceram os ovos ou as
Regulador de crescimento em um inseto
larvas de 1° estádio, a amostra foi transferida para

um recipiente plástico de 1,5 L e mantida a 26 C.
Balanço hídrico

Três dias depois, mais 30 g de fezes foram


Isso pode ser feito através do uso de inseticidas
adicionados.
contendo produtos químicos como diazinon,
As larvas de moscas em crescimento foram
carbosulfan, fosfamidon, malation, cipermetrina e
posteriormente alimentadas com uma mistura de
diclorvós
farelo de trigo e farinha de alfafa (9:1).
No entanto, o uso prolongado e repetido pode fazer
Pupação começou no dia 10 e as moscas
com que as moscas domésticas desenvolvam
começaram a eclodir no dia 14.
resistência aos pesticidas, tornando-os ineficazes no
As moscas eclodidas foram mortas expondo-as por 5

a 10 minutos a temperaturas de -18 C.
futuro.
Além disso, os inseticidas não são específicos para
Insetos individuais foram cortados em partes e cada
moscas domésticas, então outros insetos também
cabeça, tórax e abdome foram colocados em uma
são mortos durante processos como fumigação.
gota de soro fisiológico em uma lâmina de
microscópio, dissecada, e examinado para achar
Controle Biológico
larvas de n

Usar predadores naturais das M. domesticas


Ou usar extratos de plantas ( óleo de eucalipto ,
óleo de limão , entre outros)
Musca
domestica

Artigo
A dependência indiscriminada de inseticidas
sintéticos levou ao desenvolvimento de resistência a
inseticidas e efeitos nocivos para humanos e animais
não-alvo.
Isso exige uma opção de controle de pragas
alternativa e mais segura.
O estudo avalia o efeito biológico do óleo essencial
Piper betle L e seus constituintes eugenol, acetato de
eugenol e β - cariofileno sobre a mosca doméstica.
óleo esencial de Piper betle e seu constituinte
eugenol causaram efeito biológico em M. domestica.
O eugenol teve um melhor efeito ovicida do que o
óleo essencial
Acetato de eugenol e eugenol foram mais tóxicos
para adultos de M. domestica.
O óleo essencial e o eugenol induziram as enzimas
desintoxicantes em M. domestica.
Entre os estágios a suscetibilidade ao OE e seus
constituintes foram maior em adultos do que em
larvas.
Os estágios larvais de M. domestica são menos
suscetível a compostos devido à sua cutícula espessa

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