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APONTAMENTOS DE ENTOMOLOGIA
Maputo. 2016
INTRODUÇÃO
Artrópodes
O filo Arthropoda (do grego, arthron = articulação + podos = patas) é o grupo mais
numeroso dos seres vivos na Terra. Contém cerca de 1.000.000 de espécies conhecidas,
o que é pelo menos quatro vezes o total de todos os outros grupos de animais juntos.
Inclui os insectos, as aranhas, escorpiões, miriápodes, centopéias, os crustáceos e outros
subgrupos menores. Estão largamente distribuídas pela terra, em quase todos os
ecossistemas. Há espécies marinhas, de água doce e terrestres, nos mais diversos pontos
do planeta. O Phylum Arthropoda é constituído por varias classes incluindo as Classes
Insecta, Arachnida, Chilopoda, Diplopoda, Crustacea.corpo dividido em 3 regioes (cabeça,
torax e abdomen), 3 pares de patas, 2 pares de asas, 1 pare de antenas, olhos compostos
e ocelos. Ex: insectos.
regiões (cefalotórax e abdómen), 4 pares de patas, dois pares de quelíceras e nao
possuem asas nem antenas. Ex: aranhas, escorpiões, ácaros.
Classe Chilopoda: quilópodos são animais com o corpo alongado e dividido em dezenas
de segmentos. Em cada segmento, encontram-se um par de patas. Os chilópodos
apresentam um par de patas em cada segmento, um par de antenas na cabeça e não
possuem asas. Ex: Centopeias.
Classe Diplopoda: os indivíduos desta classe são caracterizados por apresentar dois
pares de patas em cada segmento, um par de antenas, sem asas. Ex: milipés ou maria
café.
Classe Insecta
A Classe Insecta inclui todos os insectos são os mais numerosos e diversificados de todos
os artrópodes, com cerca de 850 000 espécies conhecidas e descritas.
Entomologia é a ciência que estuda os insectos sob todos os seus aspectos e relações
com o homem, as plantas e os animais. A Entomologia é proveniente da união de dois
termos gregos entomon = insecto e logos (logia) = estudo (ciência) e vem sendo usada
desde a milhares de anos.
Os segmentos nos insectos estão organizados em unidades funcionais, que dão origem às
regiões do corpo (cabeça, tórax e abdómen). Assim, o corpo dos insectos está dividido em
três partes ou regiões: cabeça, tórax e abdómen que são morfológica e funcionalmente
diferentes. Nessas duas últimas partes, pode-se notar uma segmentação mais evidente.
Na cabeça, encontram-se um par de antenas e um par de olhos compostos e em algumas
espécies um número variável de ocelos ou olhos simples. Esses olhos formam uma
imagem "em mosaico". Cada unidade visual chama-se omatídeo. Enquanto a cabeça
desempenha a função de percepção sensorial, e orientação do animal, o tórax tem a
função de locomoção do animal (devido a presença de patas e asas que são estruturas de
locomoção) e abdómen acomoda os órgãos internos e permite a troca de gases (entrada e
saída de ar).
O tegumento ou exoesqueleto
O grande sucesso dos insectos deve-se em parte ao seu exoesqueleto, que confere uma
mistura de flexibilidade e força permitindo que o insecto tenha liberdade de movimento e
ao mesmo tempo não perca em defesa e protecção. O tegumento (exoesqueleto) é
constituído de três partes: a mais externa é a cutícula, abaixo desta vem a epiderme e a
membrana basal.
Cabeça
Em cada lado da cabeça encontra-se um olho composto, assim chamado por estar
constituído de muitas e pequenas unidades em que cada uma constitui um olho, o
omatídio. Em alguns insectos ainda é possível encontrar ocelos ou olhos simples
A B
C
Fig. Olhos compostos e ocelos: A. Olho composto de uma mosca; B. Olho composto de
uma libelula; C. Ocelos numa cigarra
As antenas
Todos os insectos adultos possuem um par de antenas. As antenas são apêndices pares
que se localizam perto dos olhos na parte anterior da cabeça. As antenas são órgãos
estritamente sensoriais e possuem um grande número de sensilas. Tipicamente uma
antena apresenta a seguinte estrutura: escapo (a parte basal); pedicelo; flagelo
(constituído por um número variável de artículos ou antenômeros).
Tipos de antenas. As antenas podem ser de vários tipos consoante a modificação do seu
flagelo. As antenas são denominadas de acordo com o aspecto dos antenômeros do
flagelo
Para se adaptarem aos diversos tipos de alimentos que exploram, as peças bucais dos
insectos apresentam modificações, dando origem a diferentes tipos de aparelhos
bucais.
Os diferentes tipos de aparelho bucal podem ser dividido em dois grandes grupos:
A B
Enquanto a cabeça está ligada aos órgãos dos sentidos, o tórax está associado às
actividades de locomoção dos insectos (patas e asas). O tórax está composto de 3
segmentos: 1) Protórax (parte anterior do tórax), onde se inserem as patas anteriores ou
primeiro par de patas; 2) Mesotórax (parte mediana), onde estão inseridas as patas
médias ou segundo par de patas e primeiro par de asas (asas anteriores) e 3) Metatórax
(parte posterior), segmento do tórax onde estão inseridas as patas posteriores ou
metatorácicas ou terceiro par de patas e segundo par de asas (asas posteriores). Um par
de espiráculos está presente em cada um dos dois últimos segmentos do tórax (meso e
metatórax).
Em cada segmento do tórax existe um par de espiráculos (aberturas para trocas gasosas).
É no tórax onde estão inseridas as asas e patas (estruturas de locomoção).
Patas
Todos insectos adultos possuem 3 pares de patas localizadas nos 3 segmentos do tórax.
As patas são constituídas por seis segmentos: coxa, trocânter, fémur, tíbia, tarso e
tarsómeros. As patas são denominadas anteriores, medianas e posteriores de acordo com
a sua inserção (da cabeça para o abdómen). O tipo de pata é importante para caracterizar
os hábitos do insecto. Assim, consoante as suas adaptações, as patas podem ser
saltatórias (adaptadas para o salto), preensoras (para captura de presas), natatórias (para
nadar), escavatórias (para cavar), ambulatórias (sem adaptação especifica).
Tipos de patas: A. estrutura típica de uma pata; B. Pata preensora de um predador
(Louva-a Deus); C. Pata saltadora de um gafanhoto; D. ambulatória ou corredora de uma
barata; E. Pata natatória de um coleóptero de água; F. Pata escavadora de um orthoptero;
G. Órgão do tímpano na pata anterior de um gafanhoto; H. Pata colectora ou cesto de
pólen de uma abelha
Asas
As asas são invaginações da parede do corpo localizadas dorso lateralmente entre os terços
e as pleuras. As asas são denominadas anteriores e posteriores de acordo com a sua
inserção (da cabeça para o abdómen), e são desenvolvidas apenas nos adultos. Na fase
adulta, os insectos podem ter 1 ou 2 pares de asas desenvolvidas ou não possuir asas. Os
insectos desprovidos de asas, são chamados de ápteros e os que possuem asas são
denominados alados. Os insectos que apresentam um par de asas desenvolvidas são
dípteros, os que possuem 2 pares de asas são chamados tetrápteros. Nos dípteros, o par
posterior de asas é reduzido e serve como sistema de equilíbrio e direcção, durante o voo.
Essas asas são chamadas hálteres. Alguns insectos, como as formigas e termites,
apresentam asas apenas nos seus estágios sexualmente activos, enquanto os demais
membros das sociedades não as possuem. Os insectos que possuem asas são chamados
de alados e os que não possuem asas são ápteros.
De acordo com as modificações estruturais apresentadas, as asas podem ser agrupadas nos
seguintes tipos, que são importantes na identificação da ordem do insecto: membranosas,
tegminas, élitros e hemiélitro.
Nervuras
As nervuras são expansões que percorrem as asas, dando sustentação para as mesmas.
Têm grande importância na taxonomia dos insectos, sendo agrupadas, de acordo com sua
disposição em longitudinais e transversais.
hemiélitro tégmina
membranosa élitro
Abdómen
1. Oviparidade: tipo mais comum de reprodução. As fêmeas colocam ovos dos quais
as formas juvenis emergem mais tarde;
2. Viviparidade: Desenvolvimento embrionário é completado dentro do corpo da
fêmea que deposita larva ou ninfa em vez de ovos. Ex: Alguns dípteros (mosca tsé-
tsé);
3. Ovoviviparidade: o ovo ou é colocado em estado avançado de desenvolvimento ou
eclode dentro da fêmea e logo a larva é depositada (ex. Thysanoptera, Blatodea,
Diptera - Tachinidae);
4. Partenogênese: Ovos se desenvolvem completamente, sem nunca terem sido
fertilizados. Pode ser facultativa ou obrigatória. A partenogênese pode ser:
1. Arrenotoquia: o quando dos ovos colocados apenas há produção de
machos;
2. Telitoquia: ovos originam apenas fêmeas;
3. Deuterotoquia ou Anfitoquia: ovos originam machos e fêmeas (nas
abelhas, afídeos, trips);
4. Pedogênese: Produção de ovos ou de formas jovens por indivíduos
imaturos; partenogênese larval ou pupal.
5. Hermafroditismo: neste tipo de reprodução, as gónadas masculinas e femininas
desenvolvem-se no mesmo individuo (ex: na fêmea) e os ovos são autofertilizados
(ex. cochonilhas algodão, Icerya purchasi (Sternorrhyncha, Margarodidae).
A partir dos ovos eclodem as formas juvenis (larvas ou ninfas) consoante o tipo de
metamorfose. O crescimento dos jovens passa por varios estagios até chegar a fase
adulta. O crescimento dos insectos ocorre através das mudanças de pele (tegumento)
ou ecdyses, permitindo o aumento em tamanho do insecto, processo chamado de
muda.
A parede externa do corpo dos insectos é muito esclerosada e pouco elástica. Durante
o desenvolvimento juvenil, a parede externa não é suficientemente elástica para se
dilatar e conter ou acomodar o corpo do insecto (de tamanho maior). O insecto precisa
de uma cuticula maior. Assim, o insecto deve trocar o exoesqueleto, substituindo-o por
um novo tegumento. O insecto não troca toda a parede externa, mas somente a
cutícula. Dado que as traquéias, o estomodeu e o proctodeu são invaginações da
parede externa, o insecto troca também a cutícula destes órgãos.
Quando o insecto jovem eclode do ovo, no seu corpo há uma grande produção de
neotenina ou hormona juvenil (que mantem as características juvenis) e à medida que
o insecto vai crescendo, a quantidade de neotenina vai diminuindo enquanto aumenta a
produção de ecdysone ou hormona de muda. Até um certo nível de ecdysone, ocorre a
primeira muda e o processo vai continuando até que a neotenina acabe e o insecto se
transforma em adulto. As mudas terminam quando o insecto atinge o estado adulto (fim
do crescimento).
Hormona do
Hormona
cérebro
juvenil (HJ)
Glandula
protoráxica
Ecdisona (E)
Ecdysona
Hormona juvenil
t
Metamorfose
Tipos de metamorfose
As formas juvenis dos insectos que e desenvolvem por metamorfose completa são
chamadas larvas ou lagartas (larvas que apresentam falsas patas abdominais). Os
seguintes são os diferentes tipos larvas:
2. Larvas oligopoide: as larvas apresentam apenas patas torácicas e estas podem ser:
2.1. Larvas oligopoide compodeiforme, quando a larva é alongada, ágil, com patas
torácicas longas para locomoção rápida, sem falsas patas abdominais. Ex: alguns
Coleoptera, (Besouros – Coccinellidae) e Neuroptera);
3. Larvas ápoda: compreende larvas que não possuem patas torácicas nem falsas patas
abdominais e podem ser:
3.1. Larvas ápoda Eucéfala: larva curvada (em forma de C), sem patas torácicas e sem
falsas patas. Larvas com bem desenvolvida. Ex: Coleoptera Curculionidae, Hymenoptera;
3.2. Larvas ápoda acéfala, larvas que apresentam uma cabeça muito reduzida. Ex:
Diptera e em muitos Coleoptera (sobretudo as larvas que escavam galerias na madeira
das árvores).
E
G
F
D
C
A
B
Pupa é o estado de repouso prolongado e protegido por um casulo, num pupário, em que
o insecto não se move nem se alimenta. E os principais tipos de pupas são os seguintes:
1. Exarata ou livre: pupa com apêndices livres, ou seja, não colados ao corpo. Ex:
Coleoptera, Hymenoptera, Neuroptera;
2. Obtecta: os apêndices (antenas, asas, patas) estão colados ao corpo. Ex: Lepidoptera;
3. Coarctata, são pupas (exaratas) cobertas pelas exúvias endurecidas do último instar
larval as quais formam um invólucro chamado pupário. Ex: ordem Diptera, Brachycera.
Pupas de tipo Exarata ou livre
As gerações dos insectos (desde ovo até o adulto em reprodução) variam muito entre os
insectos. Os insectos podem ter uma, duas ou mais gerações por ano. Os que possuem
uma geração por ano, chamam-se univoltinos. Os insectos que desenvolvem duas
gerações por ano são chamados de bivoltinos e os que têm mais de duas gerações por
ano são chamados multivoltinos.
Diapausa
A diapausa facultativa pode ser provocada por vários factores externos tais como:
temperatura, humidade relativa do ar, luz, alimento, estações do ano e fotoperiodismo,
sendo a temperatura e o alimento os factores mais importantes.
Todas as outras categorias têm apenas um valor relativo, quer dizer elas foram inventadas
pelo homem para estabelecer uma certa ordem na classificação dos animais. Elas
portanto são categorias subjectivas, que podem variar em função das opiniões dos
cientistas.
Cada insecto tem uma denominação científica, que segue regras definidas pelo Código
Internacional de Nomenclatura Zoológica. Os nomes da espécie e género são sempre
escritos em itálico ou sublinhados. Os nomes dos géneros e categorias superiores
começam sempre com letra Maiúscula enquanto que os nomes das espécies e
subespécies escrevem-se com letra minúscula.
Reino Animalia
Phylum: Arthropoda
Sub Phylum: Uniramia
Classe: Insecta
Ordem: Orthoptera
Subordem: Caelifera
Superfamília: Acridoidea
Família: Acrididae
Subfamília: Acridinae
Género: Locusta
Espécie: migratoria
Subespécie: migratorioides
Nomenclatura Zoológica
Segundo as regras da nomenclatura binominal, o nome científico da espécie deve ser
escrito em Latim (itálico ou sublinhado) e sempre acompanhado com nome do seu
respectivo género (o primeiro é o nome do género, o segundo é o nome da espécie),
acompanhado com o nome do autor que descreveu a espécies e o ano em que a espécie
foi descrita. O nome do género começa com letra maiúscula e o nome da espécie começa
com minúscula.
Por exemplo, numa espécie que se chama Aphis craccivora Koch, Aphis é o nome do
género, enquanto craccivora é o nome da espécie e (Koch é o nome do autor que
descreveu a espécie.
Em alguns casos um insecto tem três nomes; neste caso o terceiro nome indica a
subespécie. Por exemplo, no caso da Locusta migratoria migratorioides, Locusta é o
género, migratoria é a espécie, migratorioides é a subespécie.
A subespécie (chamada também raça) existe quando numa espécie existem populações
diferentes que vivem em regiões geográficas separadas. Estas populações têm
características morfológicas diferentes, mas não constituem espécies diferentes, porque
podem-se cruzar e produzir uma prole fértil.
A espécies Pyralis nubilalis L. foi descrita por Linne no género Pyralis, mas actualmente,
esta espécie foi transferida para o género Ostrinia passando designar-se de Ostrinia
(=pyralis) nubilalis (L.) ou simplesmente Ostrinia nubilalis (L.).
Outras especificações foram igualmente estabelecidas. Por Ex: usa-se a sigla sp. quando
não se conhece o nome da espécie. Ex. Bagrada sp. E a sigla spp. é usada para indicar
várias espécies conhecidas ou identificadas. Ex. Calidea spp. indica que há varias
espécies do género Calidea conhecidas e que não se pretende escrever todos seus
nomes.
Podem ser reconhecidos agrupamentos inferiores à espécie: subespécies ou raças ou
variedades. Em certos casos criam-se agrupamentos adicionais em forma de prefixos:
Super e Sub. Ex: Super família Aphidoidea e sub família Aphidinae.
Uma outra regra da nomenclatura é que os nomes de superfamílias, famílias, subfamílias
e tribos terminam respectivamente em –oidea, -idae, -inae e -ini. Por exemplo
Curculionoidea é uma superfamília, Curculionidae é uma família, Curculioninae é uma
subfamília, Curculionini é uma tribo.
Os nomes das ordens, subordens, géneros, espécies e subespécies não têm uma
terminação constante.
Categorias mais elevadas do que a espécie têm apenas uma realidade histórica. Um
género contem um certo número de espécies com atributos em comum, que deixam
presumir um ancestral comum.
PRINCIPAIS ORDENS DA CLASSE INSECTA
Todos Insectos pertencem a classe Insecta, Phylum Arthropoda. A classe Insecta está
dividida em várias categorias sistemáticas chamadas ordens. Os insectos, segundo a
classificação seguida, estão agrupados em duas subclasses e distribuídos por 32 ordens:
2. Sub Classe Pterygota (insectos alados) a qual está dividida e dois grupo:
2.1. Exopterygota, fazem parte deste grupo os insectos de Metamorfose simples ou
incompleta em que as asas se desenvolvem externamente (na ninfa).
5. Anoplura
6. Archaeognatha
7. Blattodea (blatta=achatado)
8. Dermaptera (derma=pele; ptera=asas)
9. Embiidina (= Embioptera) (embios=vivaz; ptera=asas) – asas vivas
10. Ephemeroptera (ephemeros=de um dia)
11. Grylloblattodea (gryllo=grilo; blatta=achatado)
12. Hemiptera (hemi=metade; ptera=asas) – asas divididas a metade
13. Isoptera (iso=igual; ptera=asas)
14. Mallophaga
15. Mantodea (mantis=profeta)
16. Megaloptera
17. Odonata (odous=dente; gnathos=maxila)
18. Orthoptera (ortho=recto; ptera=asas)
19. Phasmatodea (= Phasmodea) (phasma=espectro)
20. Plecoptera (plecos=dobra; ptera=asas)
21. Psocoptera (= Corrodentia) (psocos= triturar; ptera=asas) – asas trituradas
22. Thysanoptera (thysanos=franja; ptera=asas) – asas com franjas
23. Zoraptera (zoros=puros; aptera=sem asas)
2.2. Endopterygota, pertencem a este grupo todos insectos que se desenvolvem por
Metamorfose completa cujas asas desenvolvem-se internamente (na pupa).
Esta ordem é constituída por insectos de tamanho pequeno, médio e grande comprimento.
A metamorfose é de tipo simples (Hemimetabolia) com os estádios de ovo, ninfa e adulto.
Os adultos têm as asas anteriores levemente esclerosadas (de tipo tegminas) e asas
posteriores membranosas e transparentes. Em muitas espécies, as asas são reduzidas ou
não existem. As antenas são geralmente de tipo filiformes, aparelho bucal de tipo
mastigador, os olhos são compostos e podem apresentar ocelos em número de 3.
Este fenómeno ocorre na subordem Caelifera que inclui algumas das espécies de insectos
mais importantes no Mundo como é o caso de gafanhoto do deserto (Schistocerca
gragaria Forsk) e o gafanhoto vermelho (Nomadacris septemfasciata (Serville)).
As áreas para onde se deslocam são chamadas áreas de invasão. A migração termina
quando o grupo chega a uma região onde a vegetação é pouca e as condições climáticas
não são favoráveis. Verifica-se um gradual regresso à fase solitária.
Subordem Ensifera
Grillidae (grilos)
Gryllus (=Acheta) bimaculatus De Geer
Brachytrupes membranaceus (Drury)
Tettigonidae (esperanças)
Homorocoryphus nitidulas Scopoli ssp. vicinus Walker
Gryllotalpidae (ralos)
Gryllotalpa africana (Beauvois)
Subordem Caelifera
Acrididae (gafanhotos):
Locusta migratoria (L.) ssp. migratorioides (R.F.)
Nomadacris septenfaciata (Serville)
Zonocerus elegans (Thum.)
Schistocerca gragaria Forsk
ORDEM ISOPTERA
(Térmites ou muchem ou formigas brancas)
a) A casta dos reprodutores formada pelo rei e a rainha, os únicos indivíduos férteis na
sociedade.
b) A casta das operárias (machos e fêmeas), estas cuidam dos ovos, da alimentação, do
cultivo de fungos, da construção e reparação do ninho;
c) A terceira casta é a dos soldados (machos e fêmeas), com cabeça muito grande e
mandíbulas ampliadas o que lhes permite desempenhar as funções de defesa do ninho
dos perigos externos (formigas).
Tanto os soldados como as operárias não possuem asas, apenas os reprodutores as têm
e essas são longas, membranosas e transparentes. Os soldados e operárias são estéreis
porque a rainha produz uma hormona de esterlidade que impede o desenvolvimento dos
órgãos sexuais nas ninfas, mas até um certo tamanho do ninho.
Esta hormona é transmitida através do alimento de indivíduo para indivíduo por meio de
contacto boca a boca (trafalaxia oral).
Em certa altura do ano, a rainha produz fêmeas e machos férteis e alados em igual
número que depois abandonam o ninho para a formação de novos (na época das chuvas).
Após a sua saida do ninho, realizam vôos nupciais e após a cópula, a fêmea e macho
movem violentamente as asas as quais se quebram e os indivíduos caem ao solo e
formam uma cámara conhecida por cámara nupcial. Posteriormente formam um novo
ninho (formação por enxamagem).
Outra maneira de formar um ninho novo é a chamada fundação por mergulhão, em que
algumas ninfas que não apnham a hormona de esterlidade (por estarem muito afastadas
da rainha) tornam-se reprodutores suplementares. Isto acontece em ninhos muito grandes.
E uma terceira forma é a fundação por separação (quando os que deveriam fazer o vôo
nupcial não o fazem, mas abandonam o ninho e formam um outro).
Principais famílias
ORDEM HEMIPTERA
(Percevejos, cigarras, afídeos, aleirodideos, cochonilhas, escamas)
Subordem Heteroptera
Lygaeidae
Oxycarenus spp.
Aphanus apicalis Dall.
Caenocoris nerii Germ.
Pyrrhocoridae
Dysdercus spp.
Coreidae
Clavigralla (=Acanthomia) tomentosicollis Stal
Clavigralla (=Acanthomia) horrida (Germar)
Anoplocnemis curvipes (Fabricius.)
Fabrictilis (=Leptoglossus) australis (Fabricius)
Veneza (=Leptoglossus) corculus (Say)
Pentatomidae
Bagrada hilaris (Burm.)
Calidea spp.
Nezara viridula (L.)
Diploxys fallax Stal
Miridae (=Capsidae)
Helopeltis anacardii Miller
Helopeltis schoutedeni Reuter
Reduvidae
Phonoctonus spp.
Subordem Homoptera
Superfamília Cercopoidea
Cercopidae
Locris spp.
Superfamília Jassoidea
Cicadelidae (=Jassidae)
Cicadulina mbila (Naudé)
Typhlocybidae
Empoasca fascialis (Jacobi)
Superfamília Fulgoroidea
Tettigometridae;
Hilda patruelis (Stål)
Psyllidae
Trioza erytreae (Del G.)
Aleyrodidae
Aleurocanthus woglumi Ashby
Bemisia tabaci (Genn.)
Aleyrodes proletella (L.) (=A. brassicae)
Superfamília Aphidoidea (afideos), possuem características semelhantes que as
superfamílias anteriores diferindo no número de artículos das antenas que são de 5 a 7
nos afidídeos e não saltam. Os afídeos ainda paresentam 2 cornículos ou sifões no
abdomen e podem ser ápteros ou alados.
Aphididae
Rhopalosiphum (=Aphis) maidis (Fitch)
Aphis craccivora Koch
Aphis gossipii Glover
Brevicoryne brassicae (L.)
Macrosiphum spp.
Mizus persicae (Sulz)
Lipaphis erysimi (Kalt)
Pentalonia nigronervosa Coq.
Toxoptera aurantii (B. de F.)
Toxoptera citricida (Kirkaldy)
Coccidae
Coccus hesperidum L.
Pulvinaria ribesiae Signoret
Ceroplastes sinensis Del Guercio
Ceroplastes (=Gascardia) destructor (Newstead)
Pseudococcidae;
Planococcus citri (Risso)
Planococcus kenyae (Le Pelley)
Dysmicoccus brevipes (Ckll.)
Phenacoccus manihoti Matile-Ferrero
Ferrisia virgata (Ckll.)
Saccharicoccus sacchari (Ckll.)
Monophlebidae
Icerya aegyptiaca (Dougl.)
Icerya purchasi Mask
Diaspididae (Escamas)
Mytilococcus (=Lepidosaphes) beckii (Newman)
Aspidiotus destructor Sigm.
Chrysomphalus aonidum (L.)
Aunidiella aurantii (Maskell)
Aonidomytilus albus (Ckll.)
Ordens de insectos de Metamorfose Completa
ORDEM COLEOPTERA
(Escaravelhos e besouros)
Subordem Adephaga
Subordem Polyphaga
Anobiidae
Lasioderma serricorne (F.)
Apionidae
Cylas puncticollis Boh.
Cylas formicarius (F.)
Cucujidae
Oryzaephilus surinamensis (L.)
Coccinelidae
Subfamília Epilachninae (fitófagos)
Epilachna chrysomelina F.
Epilachna dregei Muls.
Dermestidae
Trocoderma granarium Everts
Scarabeidae
Heteronychus licas (Klug)
Oryctes boas (F.)
Oryctes gigas Cast.
Oryctes monoceros Oliv.
Schizonycha spp.
Bostrychidae
Rhizopertha dominica (F.)
Trogositidae
Tenebrioide mauritanicus L.
Lophocateres pusillus Klug
Tenebrionidae
Tenebrio molitor L.
Tribolium castaneum (Herbst)
Tribolium confusum (Duw)
Gonocephalum simplex (F.)
Meloidae
Coryna (=Mylabris) spp.
Cerambycidae
Anthores leuconotus Pasc.
Bruchidae (=Lariidae)
Bruchus pisorum L.
Callosobruchus chinensis (L.)
Callosobruchus maculatus (F.)
Acanthoscelides obtectus Say
Chrysomelidae
Aspidomorpha areata (Klug)
Ootheca mutabilis (Saglb.)
Trichispa sericea (Guérin)
Curcurlionidae
Alcidodes dentipes (Oliv.)
Mecysolobus (=Alcidodes) spp.
Mecocorynus loripes Chevr.
Rhynchophorus phoenicis (F.)
Sitophilus (=Calandra) oryzae L.
Sternochetus (=Cryptorynchus) mangiferae (F.)
Cosmopolites sordidus (Germ.)
As larvas são ápodas e podem ser fitófagas ou zoófagas (que se alimentam de outros
animais). As peças bucais dos adultos podem ser de tipo sugador ou picador-sugadorr. Os
adultos alimentam-se de líquidos.
Subordem Nematocera
Cecidomyiidae (=Itomididae)
Contarinia sorghicola Coq.
Culicidae (mosquitos)
Anopholes sp.
Aedes aegypti
Culex sp.
Subordem Brachycera
Drosophilidae
Drosophila spp.
Agromyzidae
Ophiomyia (=Melanagromyza) phaseoli (Tryon)
Ophiomyia spencerella
Diopsidae
Diopsis thoracica Westw.
Anthomyiidae
Delia platura (Meig.)
Muscidae;
Musca domestica L.
Stomoxys calcitrans L.
Glossina spp.
Bombylidae
Hyperdlonia erebus Wlk.
As pupas são obtectas (apêndices colados ao corpo) e podem estar ou não protegidas por
um casulo de seda. As peças bucais das larvas são de tipo mastigador. Adultos possuem
peças bucais sugadoras e com um proboscide longo (espirotromba). As larvas na maioria
das espécies são fitófagas, enquanto os adultos sugam líquidos açucarados (sobretudo o
nectar das flores). As asas são membranosas e cobertas de escamas. Apenas na família
Aegeriidae as asas não têm escamas e são portanto transparentes.
Os adultos podem ser activos durante o dia ou só durante a noite; os adultos diurnos são
chamados borboletas (tamanho maior), os nocturnos mariposas (tamanho reduzido).
A maioria das espécies que causam prejuizos às plantas cultivadas têm adultos nocturnos.
Subordem Homoneura (As asas anteriores têm nervuras semelhantes às das asas
posteriores).
Phyllocnistidae
Phyllocnistis citrella Stnt.)
Plutelidae (=Yponomeutidae)
Plutella xylostella (L.)
Gelechiidae
Pectinophora (=Platyedra) gossypiella (Saunders)
Phthorimaea (=Gnorimoschema) operculella (Zeller)
Sitotroga cerealella (Ol.)
Tortricidae
Cryptophlebia (=Argiroploce) leucotreta (Meyrick)
Cydia (=Carpocapsa) pomella (L.)
Pyralidae
Antigasta catalounalis (Dup.)
Chilo partellus (Swinhoe)
Chilo sacchariphagus Bojer
Chilo suppressalis (Wlk.)
Chilo orichalcociliella (Strand)
Crocidolomia binotalis (Zell.)
Eldana saccharina Wlk.
Ephestia (=Cadra) cautella (Hb.)
Ephestia elutella (Hub.)
Etiella zinckenella (Treit.)
Hellula undalis (F.)
Maliarpha separatella Rag.
Marasmia trapezalis (Gm.)
Maruca testulalis (Geyer)
Nymphula depunctalis Gm.
Plodia interpunctella (Hub.)
Sylepta derogata (F.)
Noctuidae
Agrotis (=Euxoa; =Scotia) ipsilon (Hfn.)
Agrotis (=Euxoa) segetun (D. e S.)
Busseola fusca (Fuller)
Diparopsis castanea (Hamps.)
Earias biplaga Wlk.
Helicoverpa (=Heliothis) armigera (Hb.)
Sesamia calamistis Hampson
Spodoptera (=Laphygma) exempta Wlk.
Spodoptera exigua (Hb.)
Spodoptera litoralis (Boisd.)
Subfamília Plusiinae
Trichoplusia ni (Hb.)
Plusia limbirena Guen.
Bombycidae
Bombyx mori (L.)
Arctiidae
Diacrisia flava Wllm.
Diacrisia lutescens Wlk.
ORDEM HYMENOPTERA
(Vespas, Abelhas e formigas)
A maioria das espécies são entomofagas, parasitoides de outros insectos e têm larvas
diferentes. Os adultos alimentam-se de substâncias vegetais (líquidos açucarados, nectar,
polen, etc.) ou animais (líquidos vitais animais, presas, excrementos líquidos de
Hemiptera, etc.).
Subordem Symphyta
Tenthredinidae
Athalia flaca Konow
Subordem Apocrita
Secção Terebrantia
Ichneumonidae
Syzeuctus curvilineatus Cam.
Syzeuctus ruberrimus B.
Dentichasmias busseolae Heinrich
Pristomerus sp.
Braconidae
Cotesia (=Apanteles) sesamiae Cameron
Cotesia (=Apanteles) flavipes Cameron
Euvipio rufa
Chelonus curvimaculatus Cameron
Dolichogenidea fuscivora Walker
Eulophidae
Pediobius furvus Gahan
Pediobius anastati Gahan
Chalcididae
Psilochalcis soudanensis (Steffan)
Encyrtidae
Epidinocarsis lopezi (De Santis)
Secção Aculeata
Esta secção inclui os insectos que pertencem as superfamílias como Apoidea (as
abelhas), Formicoidea (formigas), Vespoidea (vespas).
Bibliografia