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Biologia e Geologia – 11.

º ano de escolaridade
Domínio: Sistemática dos seres vivos

Nome N.º Turma Data / /

1. A domesticação dos coelhos iniciou-se no Sul de França há cerca de 1400 anos. Nessa altura, os
coelhos selvagens estavam praticamente restritos à Península Ibérica, onde existiam duas sub-espécies –
Oryctolagus cuniculus cuniculus e Oryctolagus cuniculus algirus –, e à França, que tinha sido colonizada pelo
O. c. cuniculus (figura 1B).
A domesticação dos animais resulta de mudanças significativas no comportamento, morfologia, psicologia e
modo de reprodução. Uma equipa de investigadores procurou desvendar os mecanismos que permitem
explicar a domesticação do coelho selvagem, comparando os genomas de populações de coelhos domésticos
e selvagens. Neste estudo foram utilizadas amostras de seis populações de coelhos domésticos (figura 3A),
amostras de três populações de coelhos franceses selvagens (FRW1, FRW2, FRW3) e amostras de onze
populações de coelhos selvagens ibéricos (IW1 a IW11) (figura 3C).
A investigação concluiu que a evolução dos coelhos selvagens para coelhos domésticos resultou da
modificação de uma diversidade de genes ao nível do cérebro e do sistema nervoso que conduziu a mudanças
comportamentais e fenotípicas significativas, permitindo aos coelhos ficarem mais tolerantes e adaptados aos
ambientes fornecidos pelos seres humanos.

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B C

Figura 1. Coelhos domésticos utilizados no estudo (A). Mapa da Península Ibérica e Sul de França com a
localização dos habitats dos coelhos utilizados no estudo (B). Diversidade nucleotídica de genes analisados nos
coelhos domésticos e selvagens (uma maior diversidade nucleotídica corresponde a uma maior variabilidade
genética) (C).

Baseado em Carneiro, M. et al. (2014). Rabbit genome analysis reveals a polygenic basis for phenotypic
change during domestication. Science, 345 (6200), 1074-1079. Doi:10.1126/science.1253714

1.1. A análise da figura 1C mostra que há _______ da variabilidade genética desde os coelhos selvagens mais
antigos até aos coelhos domésticos. Assim, podemos concluir que o surgimento de coelhos domésticos é
comparável a um processo de evolução por _______.
(A) uma diminuição … deriva genética associada ao efeito gargalo
(B) um aumento … cruzamentos ao acaso entre os indivíduos da população
(C) uma diminuição … cruzamentos ao acaso entre os indivíduos da população
(D) um aumento … deriva genética associada ao efeito gargalo

1.2. As relações filogenéticas entre os coelhos selvagens e domésticos foram determinadas através de análises
(A) citológicas.
(B) bioquímicas.
(C) biogeográficas.
(D) paleontológicas.

1.3. A domesticação dos coelhos implicou


(A) a extinção das espécies de coelhos ibéricos.
(B) a extinção dos coelhos franceses.
(C) um mecanismo de evolução convergente em relação aos coelhos selvagens franceses.
(D) um mecanismo de evolução divergente em relação aos coelhos selvagens franceses.

1.4. De acordo com as regras de nomenclatura, o termo cuniculus


(A) deve ser antecedido por outro termo em maiúsculas e em itálico para designar a subespécie.
(B) designa a espécie e deve aparecer sempre com a inicial minúscula.
(C) é um restritivo específico e não designa nenhuma categoria taxonómica, quando usado isoladamente.
(D) designa a espécie e, quando usado isoladamente, a inicial pode aparecer em maiúscula.

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1.5. Quanto ao modo de obtenção de energia e quanto à fonte de carbono, os coelhos são classificados de
(A) fotoautotróficos.
(B) foto-heterotróficos.
(C) quimioautotróficos.
(D) quimio-heterotróficos.

1.6. Faça corresponder a cada uma das afirmações da coluna A a designação expressa na coluna B. Utilize
cada letra e cada número apenas uma vez.

Coluna A Coluna B
(a) Sistema de classificação pré-evolucionista que organiza os seres vivos (1) Tipo de nutrição
de acordo com um número reduzido de características. (2) Horizontal
(b) Qualquer sistema de classificação que não considere o fator tempo. (3) Prático
(c) Critério de classificação que distingue os macroconsumidores dos (4) Interação nos
microconsumidores. ecossistemas
(5) Fenético

1.7. Explique, à luz do neodarwinismo, a evolução dos coelhos domésticos a partir dos coelhos selvagens.

1.8. Caracterize, justificando, o sistema de classificação utilizado na figura 1B.

2. O grupo dos Amphisbaenia inclui répteis que perderam os seus membros posteriores e anteriores ao
longo da evolução. Para além disso, desenvolveram um corpo alongado, fazendo com que fossem
classificados frequentemente como cobras. Contudo, apresentam um crânio mais volumoso do que as
cobras, com placas ósseas reforçadas. A ausência de fósseis não permitiu aos zoólogos e paleontólogos
perceber como se processou a evolução destes organismos. No entanto, o estudo detalhado de um fóssil
completo, encontrado recentemente na Alemanha, e com 45 Ma de idade (Muller et al., 2011), permitiu
descobrir um possível ancestral dos Amphisbaenia. Este fóssil, pertencente à espécie Cryptolacerta
hassiaca, possuía um crânio com placas ósseas muito espessas (figura 2), tal como os Amphisbaenia atuais.
Porém, o C. hassiaca ainda retinha os membros e o seu corpo não era tão alongado como os membros
atuais do grupo Amphisbaenia.

Estes dados sugerem que as espécies ancestrais dos atuais Amphisbaenia desenvolveram primeiro a
capacidade de se enterrar usando o crânio, tendo perdido os seus membros e alongado o seu corpo durante
a evolução.

Figura 2. O Anguis fragilis, de nome comum licranço, é um

Amphisbaenia comum em Portugal e frequentemente confundido com uma cobra.

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Figura 3. (A) Árvore filogenética de algumas famílias de répteis baseada em dados moleculares e
morfológicos.
Os Amphisbaenia estão identificados pela caixa de cor. (B) Reconstrução da vista dorsal e lateral do crânio
de C. hassiaca.
2.1. A classificação dos Amphisbaenia como cobras baseia-se em argumentos , em resultado de
uma evolução entre estes dois grupos de organismos.
(A) anatómicos (…) convergente
(B) moleculares (…) convergente
(C) anatómicos (…) divergente
(D) moleculares (…) divergente

2.2. O Cryptolacerta é filogeneticamente mais próximo dos e terá divergido no do


Paleogénico.
(A) Lacertiniae (…) início
(B) Rhineuridae (…) fim
(C) Lacertiniae (…) fim
(D) Rhineuridae (…) início

2.3. Os resultados da investigação de Muller indicam que os répteis analisados descendem de ,


tendo o divergido há mais tempo.
(A) dois ancestrais primitivos (…) Meyasaurus
(B) dois ancestrais primitivos (…) Rhynchocephalia
(C) um ancestral primitivo (…) Meyasaurus
(D) um ancestral primitivo (…) Rhynchocephalia

2.4. O Cryptolacerta hassiaca pode ser considerado um verdadeiro lagarto, pois…


(A) possui um corpo alongado como os restantes lagartos.
(B) possui um ancestral comum aos restantes lagartos.
(C) está na origem evolutiva dos restantes lagartos.
(D) é morfologicamente semelhante a todos os lagartos atuais.
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2.5. Tratando-se de animais, os lagartos possuem um ciclo de vida , cujas células contêm a
maioria do material genético num núcleo e possuem a capacidade de obter alimento de forma .
(A) diplonte (…) heterotrófica, por absorção
(B) haplonte (…) heterotrófica, por absorção
(C) diplonte (…) heterotrófica, por ingestão
(D) haplonte (…) heterotrófica, por ingestão

2.6. Para estudar o processo de meiose nos Amphisbaenia seria necessário observar células precursoras
e para estudar a divisão celular que mantém constante o número de cromossomas seria
necessário, por exemplo, observar células ao longo do desenvolvimento .
(A) dos gâmetas (…) embrionário
(B) do embrião (…) embrionário
(C) dos gâmetas (…) do gametófito
(D) do embrião (…) do gametófito

2.7. Faça corresponder a cada uma das afirmações acerca da evolução dos Amphisbaenia expressas na
coluna A a respetiva corrente científica que as formulou, que consta da coluna B. Utilize cada letra apenas
uma vez.
Chave
I. Fixismo
II. Lamarckismo
III. Darwinismo
IV. Neodarwinismo
Afirmações:
(A) Os relógios moleculares indicam que o aparecimento dos Amphisbaenia ocorreu no Cretácico Superior.
(B) Os organismos com crânios resistentes eram capazes de se enterrar mais facilmente nas folhas e no
solo e assim escapar aos predadores, o que fez com que ocorresse uma reprodução seletiva que resultou
na transmissão à descendência destas características morfológicas.
(C) Ao longo do tempo não é possível constatar modificações nas diferentes espécies de répteis.
(D) No Cretácico Superior e no início do Paleozoico, a Europa, que na altura era uma ilha, funcionou como
refúgio para diversas populações de répteis, que evoluíram isoladas dos continentes, originando diferente
espécies de acordo com as pressões seletivas que atuaram no fundo genético populacional.
(E) A não utilização dos membros levou a que estes ficassem reduzidos a órgãos vestigiais, tendo estas
modificações adquiridas sido transmitidas à descendência.
(F) As alterações genéticas levaram, em primeiro lugar, ao aparecimento de organismos contendo crânios
resistentes e só depois de indivíduos com membros atrofiados ou mesmo inexistentes.

2.8. A origem evolutiva dos Amphisbaenia é controversa, com os dados moleculares a incluí-los num grupo
dos lagartos terrestres.
Explique em que medida os dados moleculares são mais fidedignos do que os dados anatómicos na
classificação dos organismos.

3. Os recifes de coral, em todo o mundo, têm vindo a constituir-se como laboratórios naturais no estudo da
dinâmica dos ecossistemas quando sujeitos a alterações.
Uma associação extremamente importante para os recifes é a simbiose que ocorre entre as espécies de
corais e as algas unicelulares conhecidas como zooxantelas, o que acontece em condições ambientais
estáveis. Estas algas vivem no interior dos tecidos dos corais construtores dos recifes, libertando para os
corais compostos orgânicos nutritivos e oxigénio (O2). Também estão envolvidas na secreção do cálcio que
os corais captam ativamente da água, contribuindo para a calcificação dos exosqueletos carbonatados das
espécies de corais construtoras de recifes. Por sua vez, as zooxantelas sobrevivem e crescem utilizando os
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produtos formados no metabolismo do coral, como dióxido de carbono (CO2), compostos azotados e fósforo.
Nos últimos trinta anos, tem-se verificado um branqueamento dos corais, resultante da redução acentuada
de zooxantelas ou da redução da concentração dos pigmentos fotossintéticos nos cloroplastos das mesmas,
ficando exposta a coloração branca dos exosqueletos carbonatados dos corais. Várias hipóteses, todas
baseadas no aumento da temperatura da água do mar, têm sido avançadas para explicar o processo celular
de branqueamento. Temperaturas elevadas da água do mar parecem afetar os processos celulares que
conferem às zooxantelas proteção contra a toxicidade do oxigénio. Por outro lado, a fotossíntese aumenta a
temperaturas da água superiores a 30 ºC.
Em 2000 e em 2002, os recifes das ilhas Fiji suportaram fortes aumentos da temperatura da água, o que
provocou um branqueamento generalizado, embora tenham sido encontradas diferenças de local para local.
Verificou-se que algumas espécies de corais são mais resistentes do que outras, já que suportam, sem sofrer
branqueamento, temperaturas elevadas da água do mar durante mais tempo. Como consequência do
branqueamento, os corais tornam-se quebradiços e acabam por morrer, o que conduz à desestruturação
dos recifes.

3.1. As zooxantelas pertencem, segundo a classificação de Whittaker modificada, ao Reino


(A) Fungi.
(B) Plantae.
(C) Protista.
(D) Monera.
3.2. Num recife de coral, a associação entre corais e algas estabelece-se porque
(A) as condições de sobrevivência e de reprodução melhoram.
(B) os corais e as algas são filogeneticamente próximos.
(C) os corais sofrem mutações genéticas.
(D) as condições ambientais a que estão sujeitos são pouco estáveis.

3.3. Os corais, quanto à fonte de carbono, e as zooxantelas, quanto ao modo de obtenção de energia,
classificam-se, respetivamente, como seres
(A) quimiossintéticos e autotróficos.
(B) autotróficos e quimiossintéticos.
(C) fotossintéticos e heterotróficos.
(D) heterotróficos e fotossintéticos.

3.4. Os corais, e as zooxantelas, quanto à posição que ocupam nos ecossistemas são respetivamente:
(A) Microconsumidores e produtores.
(B) Macroconsumidores e produtores.
(C) Produtores e macroconsumidores.
(D) Produtores e microconsumidores.

3.5. A exposição dos corais a uma temperatura de água superior a 30 ºC provoca um branqueamento
generalizado e uma alta mortalidade, porque
(A) os corais expulsam as algas consumidoras de grandes quantidades de CO2.
(B) as algas aumentam a taxa respiratória, o que diminui a disponibilidade de O2 para os corais.
(C) os corais aumentam a taxa metabólica, produzindo grandes quantidades de CO2.
(D) as algas sofrem com o efeito tóxico resultante do incremento da taxa fotossintética.

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3.6. Relativamente à taxonomia de Corallium rubrum, Millepora alcicornis e Millepora camplanata, corais que
pertencem ao filo Cnidaria, pode afirmar-se que
(A) Millepora alcicornis e Millepora camplanata pertencem à mesma classe.
(B) Corallium rubrum e Millepora camplanata pertencem ao mesmo género.
(C) Corallium rubrum e Millepora alcicornis partilham maior número de características do que Millepora
alcicornis e Millepora camplanata.
(D) Corallium rubrum e Millepora alcicornis têm maior número de taxa em comum do que Millepora alcicornis
e Millepora camplanata.

3.7. Explique, segundo a perspetiva neodarwinista, o desenvolvimento de corais resistentes aos fenómenos
de branqueamento, a partir de uma população ancestral.

4. A partir de 1970, as propostas de classificação dos seres vivos passaram a estar mais relacionadas com
os avanços da biologia molecular, com o desenvolvimento dos estudos em microscopia eletrónica e com a
maior aceitação e desenvolvimento da sistemática filogenética.

Lynn Margulis, com base em dados moleculares e ultraestruturais, e apoiando-se na teoria endossimbiótica,
propôs algumas mudanças no sistema de cinco reinos de Whittaker.
A árvore filogenética proposta por L. Margulis, em parceria com Karlene Schwartz, foi publicada pela primeira
vez em 1982. Nessa proposta, as autoras resgataram o termo protoctista para agrupar as algas unicelulares
e multicelulares, além de eucariontes unicelulares heterotróficos. Mantiveram o Reino Monera, subdividindo-
o em dois sub-reinos: Eubacteria e Archaea.
A figura 4 ilustra a classificação elaborada, em 1977, por Carl Woese, que propõe uma nova categoria
taxonómica superior ao reino, o domínio. Com base em dados obtidos de comparações entre as moléculas
de RNA que formam os ribossomas, sugeriu a inclusão de todos os eucariontes no domínio Eucarya e a
distribuição dos procariontes por dois domínios, Archaea e Bacteria.
Baseado em S. Lopes e F. Ho, Panorama histórico da classificação dos seres vivos e os grandes grupos dentro da proposta atual de classificação.

Figura 4. Representação simplificada do sistema de classificação proposto por Carl Woese

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4.1.Considere as seguintes afirmações, relativas aos sistemas de classificação referidos no texto.
I. No domínio Eucarya são incluídos todos os seres vivos cujo material genético está envolvido por um
invólucro nuclear.
II. O sistema de classificação de Woese é prático e natural.
III. Ambas as classificações são artificiais e verticais, refletindo a evolução dos grupos ao longo do tempo.
(A) III é verdadeira; I e II são falsas.
(B) I é verdadeira; II e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

4.2. Todos os organismos incluídos no Reino apresentam meiose .


(A) Plantae (…) pós-zigótica
(B) Protoctista (…) pré-espórica
(C) Plantae (…) pré-espórica
(D) Protoctista (…) pós-zigótica

4.3. As Proteobacteria encontram-se filogeneticamente mais das do que das Planctomyces.


(A) próximas (…) Spirochetes
(B) distantes (…) Cyanobacteria
(C) próximas (…) Cyanobacteria
(D) distantes (…) Spirochetes

4.4. Margulis inclui no Reino Protoctista


(A) apenas seres vivos unicelulares e autotróficos.
(B) maioritariamente eucariontes unicelulares e heterotróficos por absorção.
(C) todos os eucariontes multicelulares com nutrição autotrófica.
(D) seres vivos com nutrição autotrófica e heterotrófica por ingestão ou absorção.

4.5. A sequência espécie – género – família – ordem – classe traduz, da diversidade e de


abrangência.
(A) um aumento (…) uma diminuição
(B) um aumento (…) um aumento
(C) uma diminuição (…) um aumento
(D) uma diminuição (…) uma diminuição

4.6. A é o taxon que integra organismos que, cruzados entre si, poderão originar descendência fértil,
o que reflete um grau de parentesco entre eles.
(A) espécie (…) menor
(B) família (…) maior
(C) família (…) menor
(D) espécie (…) maior

4.7. Na designação Ursus maritimus, o termo maritimus corresponde ao associado Ursus.


(A) restritivo específico (…) à espécie
(B) restritivo específico (…) ao género
(C) restritivo genérico (…) à espécie
(D) restritivo genérico (…) ao género

4.8. Explique, de acordo com o modelo endossimbiótico, a origem dos flagelos nas células eucarióticas

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