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USINAGEM II - FEMEC41064
(Eletroerosão – Electrical
Discharge Machining – EDM)
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Curso de Graduação em Engenharia Mecânica – Prof. Dr. Rosemar Batista da Silva
SOBRE DIREITOS AUTORAIS DESTA APRESENTAÇÃO E DESDOBRAMENTOS
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USINAGEM II – UFU - Prof. Rosemar B. Silva
TÓPICOS
1) Introdução
2) Definição
3) Princípio do processo
4) Equipamento, ferramenta e peça
5) Parâmetros do processo
6) Aplicações
7) Variações da EDM
8) Vantagens e desvantagens
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http://www.moldesinjecaoplasticos.c
http://moldesinjecaoplasticos.com.br/pro
om.br/usinagemporeletrorosao.asp
cessos/
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USINAGEM POR DESCARGAS ELÉTRICAS ▪ Remoção de material ocorre por faiscamento; a ferramenta é
usada para produzir uma cavidade na peça.
PRINCÍPIO DO PROCESSO ▪ Em pequena fração de tempo ocorre a abertura do arco
▪ Ciclo de descarga elétrica entre 2 elétrico, a formação do canal de plasma, o fechamento do arco e
a implosão de partículas retiradas principalmente da peça.
eletrodos
▪ O fechamento do arco é o responsável pela geração da
referida implosão, tão importante no processo EDM na retirada
de partículas do par ferramenta-peça (Cruz, 1999).
Tensão Elétrica
Tensão Elétrica
Tensão Elétrica
Tensão Elétrica
(Sodré e De Moraes, 2019
ferramenta
peça
▪A usinagem é realizada por meio da troca de centelhas elétricas entre dois eletrodos
submetidos a uma determinada tensão elétrica, ambos submersos em uma solução dielétrica.
Esta tensão aplicada deve ser suficiente para criar um campo elétrico que seja maior do que a
rigidez dielétrica do fluido.
▪ Como resultado desse campo elétrico, íons positivos e negativos se encontram, acelerados,
gerando um canal de descarga que se torna um condutor. É nesse ponto que ocorre o
centelhamento, um canal de plasma é criado e ao redor dele, uma bolha de gás começa a
crescer.
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SERVO MECANISMO
+
VOLTÍMETRO DE AVANÇO DA
FONTE DE FERRAMENTA
CORRENTE
CONTÍNUA -
AMPERÍMETRO
FERRAMENTA
DIELÉTRICO
PEÇA
CUBA
RESERVATÓRIO DE
DECANTAÇÃO
MANÔMETRO
BOMBA ROTÂMETRO
FILTRO
BOMBA DE
ALTA PRESSÃO
RESERVATÓRIO
Fonte:
http://www.moldesinjecaopla 9
sticos.com.br/usinagemporel
etrorosao.asp
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▪ As ferramentas devem ser produzidas a partir de materiais com alto ponto de fusão e que possuam
boa usinabilidade e baixo custo.
▪ O grafite é o material mais usado, seguida do cobre, latão, ligas Cu-W, Ag-W e Cu-grafite.
▪ Os aços são raramente empregados.
▪ As Tabelas 7.1 e 7.2 apresentam, respectivamente, os principais materiais dos grupos metálico e
grafite usados na fabricação de eletrodos para eletro-erosão, bem suas principais vantagens,
desvantagens e aplicações
▪ - Cobre: excelente condutor (ponto de fusão em torno de 1140 oC) e possibilita fabricação de
ferramentas de pequenas dimensões.
▪ - Grafite: alto ponto de fusão, pobre condutor em relação ao cobre. Há dificuldade para fabricação de
ferramentas (eletrodos) de pequenas dimensões por ser relativamente frágil.
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Cobre: para desbaste
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http://pt.grafito-tech.com/machined-graphite-parts/edm-graphite/edm-graphite-
electrodes.htmlar
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Obs. 1) O menor tamanho do grão do eletrodo melhora o acabamento, porém possui maior custo
2) Na ausência de material de grafita de menores tamanhos de grão, ou tungstênio, a regra é utilizar o cobre
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para desbaste e grafite para acabamento. Os parâmetros de corte devem ser ajustados conforme cada tipo
de eletrodo, peça e requisitos exigidos.
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(a) (b)
(c) (d)
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Eletrodo
Eletrodo
Eletrodo
Superfícies 16
usinadas
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Molde para matriz de injeção de plástico – controle remoto - geometria complexas obtida por meio de (EDM)
(CATÁLOGO TÉCNICO CHARMILLES). – vários canais, furos de geometria complexa
Fonte:
http://www.moldesinjecaopla
sticos.com.br/usinagemporel 18
etrorosao.asp
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▪ Nas peças usinadas por EDM é importante avaliar a resistência da superfície a mudanças
termomecânicas e microestruturais da peça.
▪ O aumento na temperatura da camada superficial do material influencia na: condição de
tensão mecânica; a microestrutura e a dureza
▪ As superfícies submetidas a desbaste por eletroerosão, ao serem seccionadas,
apresentam diversas áreas características:
- camada fundida e solidificada novamente ou “camada branca”;
- camada temperada;
- camada revenida
- material de base não afetado termicamente.
Fonte:
http://www.moldesinjecaoplasticos.com.br/usinagemporele 20
trorosao.asp
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▪ A presença de danos térmicos (camada fundida e zona termicamente afetada – ZTA com
significativas alterações micro-estruturais) é praticamente inevitável devido às elevadas
temperaturas e taxas de resfriamento.
▪ Em casos críticos as alterações sub-superficiais atingem 400 μm
https://www.ox16.com.br/moldes-injetora-plastico http://www.cotanet.com.br/moldes-plasticos/molde-copo-plastico
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eletrodo
https://www.gfms.com/country_BR/en/Products/Automation/toolin
g/die-sinking-edm.html
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http://moldesinjecaoplasticos.com.br/eletroerosao-tecnologia-
de-usinagem-por-descargas-eletricas-edm/
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- RD = desgaste da peça
desgaste ferramenta
Tensão e corrente durante os períodos de descarga (Ton: período de fato em que ocorre 25
usinagem) e de descanso ou pausa (Toff) (McGeough, 1988).
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I (corrente) Ra (rugosidade)
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Processos
não-
convencionais
Processos
convencionais
de usinagem
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1) Furação de aço com broca de Metal Duro de =10 mm; profundidade do furo 25 mm, Vc = 50 m/min,
f = 0,25 mm/rot. Resultado: tempo de usinagem = 7s,
- Broca helicoidal
2) Furação por EDM com eletrodo de cobre: =10 mm, profundidade do furo: 5mm, tempo: 5 min (300 s)
Caso fosse necessário um furo de 25 mm por EDM, por extrapolação,
seriam necessários pelo menos 25 min. Contudo a EDM tem limitações
para furos muito profundos
Comparação: da tabela no slide anterior observa-se que a
TRM (Taxa de remoção de material) dos dois processos
seria: - Furação = 50000 mm3/min
- EDM: 800 mm3/min
- TRM da furação / TRM da EDM = 62,5.
- Significa que a furação convencional é 62 vezes mais eficiente para
materiais de baixa/média dureza
- - Mas se o material possuir elevada dureza (66 HRc por exemplo) seria
Eletrodo de cobre 31
muito difícil produzir o mesmo furo pela furação convencional
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http://www.amt-machine.com/wire.html
https://erotek.com.br/
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https://www.klhindustries.com/services/edm-machining/small-
hole-edm-drilling
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▪ Eletro-erosão a fio;
▪ Retificação por eletro-erosão;
▪ Texturização.
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Y
fio
Eixos de
direção do
avanço X
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a) Caminho percorrido pelo fio durante a usinagem de liga de titânio por WEDM, b) Sobrecorte deixado em condição de
desbaste (rough) e de acabamento (finish) (Adaptado de
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▪ Material do eletrodo: cobre, latão, bronze, zinco ou tungstênio com diâmetros (Ø 0,05 – 0,25 mm), ou
ainda (0,076 mm a 0,30 mm)
▪ O fio vem enrolado em bobina
▪ A fenda ou gap em WEDM varia entre 0,025 and 0,075 mm (Chalisgaonkar e Kumar, 2016)
▪ Processo que necessita de máquinas CNC. Nas máquinas mais modernas, há várias opções de
combinação de parâmetros de corte disponíveis na biblioteca. Assim, em função da peça e condição
(desbaste/acabamento) e do diâmetro e material do fio, há um sugestão de parâmetros de corte.
▪ Uma curva de eficiência que relaciona vários parâmetros pode ser consultada, como também tabelas e
manuais do fabricante.
▪ TRM típicas da eletro-erosão a fio são:
- 300 mm²/min para um aço ferramenta D2 com 50 mm de espessura
- 750 mm²/min para um alumínio com 150 mm de espessura.
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:
▪ Acabamento superficial sugerido: Ra = 0,04-0,25 μm para condição de
acabamento, mas para debaste os valores de Ra podem ser bem superiores
▪ Pouca probabilidade de geração de rebarbas
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fio
peça
https://www.gfms.com/country_BR/en/Products/Automation/tooling/wire-cutting-edm.html
https://www.unicorte.com.br/imagens/corte-por-
eletroerosao/corte-por-eletroerosao-02.jpg 38
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https://www.nei.com.br/fio-p-corte-edm-cobracut-tipo-a-
debra/pg/JmZdaLR9v
https://www.indiamart.com/proddetail/ed
m-copper-wire-18789947148.html
https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fwww.trimaqusinagem.com.br%2Feletroerosao-a-fio%2Fimagens%2Fservico-de-eletroerosao-em-pecas-
automotivas-hyundai.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.trimaqusinagem.com.br%2Feletroerosao-a-fio%2Fservico-de-eletroerosao-a-fio-para-pecas- 39
automotivas&tbnid=0TiOwhMc6kCnpM&vet=12ahUKEwi706vt_JjtAhWNAbkGHXcwCXUQMyglegUIARDfAQ..i&docid=QbQyaQWQegsNRM&w=560&h=560&q=eletroers%C3
%A3o%20a%20fio%20para%20corte%20de%20barras&ved=2ahUKEwi706vt_JjtAhWNAbkGHXcwCXUQMyglegUIARDfAQ
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(Fiocchi, 2017)
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(Fiocchi, 2017)
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https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/met
ais-e-artefatos/prisma/produtos/servicos/corte-de-
precisao-por-eletroerosao-a-fio http://www.absolutewireedm.com/wire-
edm/works/
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peça
https://www.customtool.com/blog/benefits-wire-edm/
https://www.quora.com/Milling-Machine-How-does-a-Wire-edm-work
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Punção em aço submetido aos processos de: 1) Fresamento em máquina CNC 3 eixos
2) Retificação Plana e 3) Eletroerosão a fio (Adaptado de Machining Guide, 2020)
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Peça
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▪ Produz furos de pequenos diâmetros, inclusive cônicos, to 0,05 mm, com desvios dimensionais de
0,005 a 0,50 mm
▪ TRM típica entre 0,006 a 0,65 cm3/h.A.
▪ Acabamento: típico valor de Ra = 1,6 a 4,8 µm, mas Ra 0,05 µm é também possível
▪ Em condições severas de retificação o Ra pode ser elevado, 15 µm (Open Learn, 2021)
▪ Desvantagens: pode produzir camada refundida ou ZAC de 0,0025 (2,5 mm) a 0,15 mm (150 mm)
▪ Induz a tensão residual de tração
▪ Pode causar formação de trincas em alguns materiais quando há combinação dos parâmetros de corte
com fluido dielétrico à base de hidrocarbonetos, principalmente em aços, formando martensita não
revenida na superfície.
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Open Learn (2021) https://www.open.edu/openlearn/sites/www.open.edu.openlearn/files/ole_images/e01-2-800.jpg
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▪ Retenção de tinta
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- Desvantagens
▪ Limitado para usinagem de materiais condutores elétricos, independentemente de
sua dureza ou tenacidade.
▪ Pode gerar danos térmicos nas peças e deteriorar o acabamento em relação a
processos anteriores
▪ Custo de aquisição e de usinagem dos eletrodos é alto
▪ Maior tempo de usinagem que processos convencionais 48
Referências
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Benedict, G. F., Nontraditional Machining Processes, Marcel Dekker New York, 1987.
Chalisgaonkar, R. ; Kumar, J. 2016. Investigation of the machining parameters and integrity of the work and wire surfaces
after finish cut WEDM of commercially pure titanium, J Braz. Soc. Mech. Sci. Eng. Vol. 38. pp. 883–911 DOI
10.1007/s40430-015-0335-3
Cruz, C.; da Silva, E. M. e Fernandes, L. A, Introdução À Usinagem Não Tradicional, Um Texto para Cursos de Graduação
em Engenharia, Uberlândia, Maio de 1999.
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http://www.compositesworld.com/articles/airframers-vie-for-shares-in-growing-short-haul-market.
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Térmico, na usinagem por eletroerosão por penetração – PARTE 1. Revista do aço. Disponível
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termico-na-usinagem-por-eletroerosao-por-penetracao-parte-1/
Telecurso 2000, Processos de Fabricação – várias aulas. Editora Globo – Fundação Roberto Marinho 49
Vimac 2011. Erosão a fio penetração e furo rápido. Disponível em http://www.vimac.com.br/servicos.php. Acesso em 09-11-
2011