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UNIVERSIDADE FEDERAL DE Laboratório de Ensino e Pesquisa em Usinagem

UBERLÂNDIA Laboratório de Usinagem Convencional

USINAGEM II - FEMEC41064

CAPÍTULO 4 – Processos Não


Tradicionais de Usinagem

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Curso de Graduação em Engenharia Mecânica – Prof. Dr. Rosemar Batista da Silva
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USINAGEM II – UFU - Prof. Rosemar B. Silva

Processos Não Tradicionais de Usinagem

TÓPICOS

1) Introdução
2) Peculiaridades e fatores que levaram ao surgimento destes
processos
3) Desafios da indústria que levaram ao emprego de Processos
Não Tradicionais de Usinagem
4) Classificação
5) Abreviações para designar os vários processos NÃO
TRADICIONAIS
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INTRODUÇÃO/PECULIARIDADES

▪ Fabricar: construir, transformar matérias-primas em produtos acabados, por uma variedade de


processos.
▪ Sabe-se que durante a 2ª. Guerra Mundial (1939 – 1945): em função das novas e incomuns
necessidades de usinagem que não poderiam ser satisfeitas pelos métodos convencionais
▪ O desenvolvimento novos materiais/ligas mais resistentes, e consequentemente mais DIFÍCEIS DE
USINAR, inviabilizaram o uso da usinagem convencional (por cisalhamento) tanto do ponto de vista
técnico quanto econômico.
▪ Os novos materiais à época apresentavam propriedades especiais (por exemplo: alta resistência
mecânica, elevada dureza e fragilidade, pobres propriedades térmicas (ligas de níquel e de titânio),
alta refratariedade, reatividade química, microestrutura não-homogênea, dentre outros.
▪ Os componentes apresentavam baixo módulo de elasticidade ou com pequena espessura (chapas
e outros), ou seja delicados, para resistir as forças de usinagem, ou as peças eram de difícil fixação
nas mesas das máquinas ferramentas de usinagem com ferramenta de geometria definida.
▪ A necessidade de se usinar peças com geometria complexa que não podem ser fabricadas pelos
processos tradicionais;
▪ Havia demanda por peças com melhor acabamento superficial combinados com tolerância
dimensional mais estreitas, e ainda com geometria considerada complexa
▪ A necessidade de se usinar superfícies livre de defeitos (por exemplo, tensões residuais e zona
afetada pelo calor).
▪ Muitos dos requisitos associam-se com a aplicação dos produtos nas indústrias automobilística,
aeroespacial e eletrônica, que tem se tornado cada vez mais importantes nas últimas décadas
▪ Vale ressaltar que existem vários processos de usinagem não convencionais e que a maioria dos4
quais são ÚNICOS em sua gama de aplicações.
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INTRODUÇÃO

▪ Contudo, nem todo processo de usinagem possui ferramenta de corte convencional (fresa, broca,
rebolo) – aqueles que a aresta é afiada e remove cavaco por meio de deformação mecânica que
conduz ao cisalhamento
▪ Além destes processos convencionais, existe um grupo de processos que empregam outros
mecanismos para remover material. Eles são chamados de processos não convencionais ou não
tradicionais de usinagem.
• Neste grupo estão envolvidas as energias:
- Mecânica
- térmica,
- elétrica ou química,
- ou combinações destas energias (processos híbridos) para remover material em excesso (sobre-
material) de uma peça bruta ou semiacabada.
▪ DETALHE: A remoção de material ocorre sem a predominância de deformação plástica por
cisalhamento
▪ O nome não convencional se refere ao fato de que a energia é aplicada em sua forma mais direta,
sem a necessidade, na grande maioria das vezes, de uma ferramenta de corte.
▪ Entretanto, o emprego do CNC tem permitido uma maior flexibilização destes processos, com
destaque para a usinagem a laser e por eletroerosão.

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DESAFIOS DA INDÚSTRIA QUE LEVARAM AO EMPREGO DE PROCESSOS NÃO TRADICIONAIS


DE USINAGEM
1: Como fabricar microcomponentes da área biomédica??
Ex: Stent feito em aço inoxidável ou uma liga de cobalto ou polímero colocado dentro do
vaso sanguíneo

- é um aparelho minúsculo, que é introduzido pela virilha


até uma artéria coronária, para evitar a sua obstrução

https://www.jeroenboschziekenhuis.nl/we
bsite/patientenfolders/CHI/CHI-
142%20Dotterbehandeling%20en%20ste
http://payro.sejose.com/angioplastia-e-implante-de-
ntplaatsing.pdf
stent
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DESAFIOS DA INDÚSTRIA QUE LEVARAM AO EMPREGO DE PROCESSOS NÃO TRADICIONAIS


DE USINAGEM
2: Como fabricar furos e cavidades não circulares em moldes de materiais de pobre/difícil
usinabilidade e de geometria complexa ou ainda em peças finas (furos que não são
circulares)?

Peças com geometrias complexas


http://moldesinjecaoplasticos.com.br/processos/ Molde de pentes
https://fs-projeto.webnode.com.br/projeto-de-ferramentas/

Molde de garrafas pet Ferramentas de corte, dobra.


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DESAFIOS DA INDÚSTRIA QUE LEVARAM AO EMPREGO DE PROCESSOS NÃO TRADICIONAIS


DE USINAGEM
3: Como cortar uma barra de Inconel 718 para preparar amostras ?
Poderia se empregar uma serra de fita mesmo com lâmina de metal duro, mas seria inviável
economicamente, pois se desgasta rápido e gera desvios dimensionais elevados, distorções e corte
não homogêneo

Lamina de serra de fita para cortar aço inoxidável, metal


duro e superligas CB-PRO
http://www.directindustry.com/pt/prod/bichamp-cutting-
technology-hunan-co-ltd/product-161381-1687730.html

http://www.directindustry.com/pt/prod/bichamp-
cutting-technology-hunan-co-ltd/product-
https://portuguese.alibaba.co 161381-1912789.html
m/product-detail/best-price-
high-quality-nickel-alloy- http://www.directindustry.com/pt/prod/bichamp-
annealing-inconel-718-round- cutting-technology-hunan-co-ltd/product-161381-
bar-for-sale-1268318790.html 1687730.html
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CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

Eletroerosão, Química,
NÃO- Eetroquímica, Laser, Plasma,
TRADICIONAL Ultrassom, Jato d´água (com o
sem abrasivo etc)

(Fiocchi, 2017)
USINAGEM II – UFU - Prof. Rosemar B. Silva Fluxo Abrasivo
(AFM)

CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

Resumo sobre surgimento dos Processos


Não Convencionais de Usinagem
FORMAS
COMPLEXAS
ECM
Jato EDM para
Abrasivo cavidade

PROCESSOS NÃO SUPERFÍCIES DE


NOVOS TRADICIONAIS DE
MATERIAIS QUALIDADE
USINAGEM

EDM: Microchip
bocais (CHM)
para
injeção MINIATURIZAÇÃO

Necessidades que motivaram a criação e evolução dos Processos Não


Tradicionais de Usinagem (Adaptação de Cruz et al, 1999)
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CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

• A classificação é feita conforme A FORMA DE ENERGIA empregada

• Mecânica
• Elétrica
• Térmica
• Química

- Outra classificação dos processos Não-CONVENCIONAIS conforme Abrão, (2007)


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Abreviações para designar os vários processos NÃO TRADICIONAIS

AJM: Usinagem por Jato Abrasivo


WJM: Usinagem por Jato de Água
USM: Usinagem por Ultrassom
ECM: Usinagem Eletroquímica
CHM: Usinagem Química
EBM: Usinagem por elétrons
LBM: Usinagem a Laser
PBM: Usinagem a Plasma
IBM: Usinagem por íons
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Abreviações para designar os vários processos NÃO TRADICIONAIS DE USINAGEM

- Principais processos de Usinagem discriminados pela natureza de energia empregada, mecanismos


de ação e aplicações (Cruz et al, 1999)
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Abreviações para designar os vários processos NÃO TRADICIONAIS DE USINAGEM

PROCESSOS HÍBRIDOS: QUANDO O PROCESSO EMPREGA A


UNIÃO ENTRE MAIS DE UM PROCESSO (um convencional + um
não convencional)

• AWJM - Abrasive Water Jet Machining (JATO DE ÁGUA ABRASIVO);

• ECG - Electrochemical Grinding (Retificação Eletroquímica);

• EDG - Electrodischarge Grinding (Retificação por EDM);

• LAU - Laser Assisted Grinding (Retificação Auxiliada com Laser).


Referências
Abrão, A.M., Processos Não Convencionais de Usinagem, Apostila, Universidade Federal de Minas Gerais, 2007, 77p.
Benedict, G. F., Nontraditional Machining Processes, Marcel Dekker New York, 1987.
Black, S. Nacelle manufacturers optimize hand layup and consider closed molding methods. High Performance
Composites, Gardner Business Media, Inc. 2014. Disponível em: http://www.compositesworld.com/articles/nacelle-
manufacturers-optimize-hand-layup-and-consider-closed-molding-methods
Cruz, C.; da Silva, E. M. e Fernandes, L. A, Introdução À Usinagem Não Tradicional, Um Texto para Cursos de Graduação
em Engenharia, Uberlândia, Maio de 1999.
Dawson, D., 2014. High-Performance Composites. Airframers vie for shares in growing short-haul market OEMs of aircraft
with 150 or fewer seats exploit composites’ appeal to fuel efficiency-conscious regional air carriers. Available at:
http://www.compositesworld.com/articles/airframers-vie-for-shares-in-growing-short-haul-market.
Diniz, A.E., Marcondes, F.C., Coppini, N.L., 2006, “Tecnologia da Usinagem dos Materiais, 5ª. Edição, Editora Artliber, São
Paulo, SP, 255 P.
FIOCCHI, A.A., 2017. Notas de aula de Usinagem II, Faculdade de Engenharia Mecânica. Universidade Federal de
Uberlândia. Uberlândia, MG. 586 p.
Lumatec 2011. Máquinas de jato de água. Disponível em: http://www.lumatech.com.br/category/maquinas/. Acesso em 09-
11-2011
Kalpakjian, S. and Schmid, S. R., Manufacturing Engineering and Technology, 4th ed., 2001, ISBN 0-201-36131-0, pp.
791-792.
Mediligence, 2009. Disponível em: http://blog.mediligence.com/2009/06/11/materials-used-in-stent-construction/. Acesso
em 24 de julho de 2014.
Mundo da Usinagem, 2013, Colhedoras Case IH, montadas em Piracicaba, já recebem componentes fabricados na
unidade de Sorocaba – Produtividade ampliada com corte a laser
Porto, J.V., Usinagem de Ultraprecisão, FAPESP, Rima Editora, 2004, 276 p.
STI Laser Industries, 2011. Disponível em: http://www.sti-laser.com/products/stents. Acesso em 23 de Julho de 2014.
STI Laser Cutting, - Drilling. 2011. Disponível em: http://sti-laser.com/technology/laser-cutting/
Telecurso 2000, Processos de Fabricação – várias aulas. Editora Globo – Fundação Roberto Marinho
Vasconcelos, I. 2010 . Agora feito no Brasil. revistapesquisa.fapesp.br/2010/07/23/agora-feito-no-brasil
Vimac 2011. Erosão a fio penetração e furo rápido. Disponível em http://www.vimac.com.br/servicos.php. Acesso em 09-
11-2011

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