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S o cio lo g ia DA
G lobalização
Tradução
Ronaldo Cataldo Costa
1 2010
UNICAMP
Bih Hr.ffrna . ípnu
Sumário
Prefácio.............................................................................................. 7
1 Introdução....................................................... 9
Referências........................................ 199
índice........................................................................................................... 231
Acidade global
recuperando o lugar e as práticas sociais
AS LOCALIZAÇÕES DO GLOBAL
CONCLUSÃO
NOTAS
1. Teorizei sobre isso em termos da rede de cidades globais, na qual essas cida
des são, em parte, função da rede. Por exemplo, o crescimento dos centros
financeiros de Nova Iorque e Londres é alimentado por aquilo que flui através da
108 Saskia Sassen
12. Essa invisibilidade dos segmentos de baixa renda é ilustrada pelo seguinte
fato. Quando o mercado de ações teve uma queda aguda em 1987, depois de
anos de crescimento enorme, houve vários relatos na imprensa sobre uma crise
massiva e súbita de desemprego entre os profissionais bem-remunerados de
Wall Street. A outra crise de desemprego em Wall Street, que afetou secretárias
e trabalhadores comuns, nunca foi divulgada ou relatada. Ainda assim, a
queda do mercado de ações criou uma crise concentrada de desemprego, por
exemplo, na comunidade imigrante dominicana no norte de M anhattan, onde
residiam muitos dos faxineiros de Wall Street.
13. Atualmente, existe uma vasta literatura documentando um ou outro desses
aspectos da desigualdade. Ver Fainstein, Gordon e Harloe (1993) para o começo
desse processo; ver Sassen (2006b, Cap. 8) para evidências de vários países.
14. Se a multiplicação das transações entre cidades contribuiu ou não para a
formação de sistemas urbanos transnacionais é tema de debates (ver também o
Cap. 2, sobre as redes urbanas transffonteiriças). O crescimento dos mercados
globais para finanças e serviços especializados; a necessidade de redes de
serviços transnacionais em resposta ao súbito aumento no investimento inter
nacional; o papel reduzido do governo na regulamentação da atividade econô
mica internacional e a correspondente ascensão de outras àrenas institucionais,
notavelmente de mercados globais e matrizes corporativas - todos esses fatores
apontam para a existência de arranjos econômicos transnacionais com loca
lizações em mais de um país. Essas cidades não estão apenas competindo entre
si por uma fatia do mercado, como muitas vezes se afirma ou acredita; existe
uma divisão do trabalho que incorpora cidades de vários países e, nesse sentido,
podemos falar de um sistema global (por exemplo, nas finanças) em contraste
com um mero sistema internacional (ver Sassen 2001, Caps. 1-4, 7). Podemos
ver aqui a formação incipiente de um sistema urbano transnacional.
15. Além disso, a pronunciada orientação para. os mercados mundiais evidente
nessas cidades levanta questões sobre a articulação com seus Estados-Nações,
suas regiões e a estrutura econômica e social urbana mais ampla. As cidades,
tipicamente, estão inseridas nas economias de sua região, muitas vezes refle
tindo as características da mesma - e ainda refletem essas características. Po
rém, as cidades que são locais estratégicos da economia global tendem em
parte a se desconectar de sua região. Essa desconexão entra em conflito com
uma proposição fundamental dos estudos tradicionais sobre sistemas urbanos
- ou seja, que esses sistemas promovem a integração territorial de economias
regionais e nacionais.
16. De um modo mais geral, estamos assistindo à formação de novos tipos de
segmentação db mercado de trabalho. Duas características se destacam. Uma é
o enfraquecimento do papel da empresa em estruturar a relação de emprego:
fica mais a cargo do mercado. A outra é o que se pode descrever como a trans
ferência de funções do mercado de trabalho para a unidade doméstica ou a
Sociologia da globalização 111