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do que sua conservação, já que lhes era vedado qualquer exploração legal das
reservas. A comparação da destruição das florestas no Brasil com o ocorrido
em outros locais, como a Nova Inglaterra, contrapõe-se às afirmações de
Warren Dean de que os colonos luso-brasileiros teriam demolido a floresta
em níveis e dimensões sem paralelos em toda a história. O autor mostra ainda
como inúmeras recomendações, representações e ensaios, alguns deles anô-
nimos, denunciaram os danos causados pelo monopólio das madeiras pela
Coroa Portuguesa e propuseram outras práticas onde a destruição inútil das
madeiras seria evitada. Através da crítica ao determinismo e ao anacronismo
das interpretações obcecadas pela denúncia da destruição, Miller abre um
novo caminho para as análises sobre a natureza e a sociedade no Brasil, ressal-
tando que “a História, como a experiência, é uma professora refinada, mas
apenas se mantivermos em mente como o passado é diferente do presente.”21
O trabalho de Abreu Castro sobre o Brasil Colonial também demonstrou
como as atitudes em relação ao meio natural eram heterogêneas, pois alguns
portugueses e colonos luso-brasileiros, críticos das práticas imprevidentes de
muitos de seus contemporâneos, criaram formas de manejo de algumas es-
pécies arbóreas, em muitos pontos do território da então colônia do Brasil. O
autor conclui que o desmatamento em larga escala de algumas áreas da Mata
Atlântica, como no caso de uma extensa área no sul da Bahia, é muito recente
em nossa história, datando principalmente da década de 1940.22
José Augusto Pádua realizou um importante resgate de uma tradição
reflexiva—e certamente, bastante heterogênea—sobre a natureza do Brasil,
em textos publicados, entre 1786 e 1888, por naturalistas, médicos, artistas,
políticos e abolicionistas. O autor argumenta que o ambientalismo moderno
se constituiu na intensidade dos contatos entre a Europa e o mundo tropical,
evidenciando a singularidade da experiência histórica brasileira na constitui-
ção de novas sensibilidades. A condição periférica colonial e pós-colonial do
Brasil não impediu ou “atrasou” a emergência de uma nova postura em rela-
ção ao meio natural, mas antes se mostrou essencial para sua gênese no
mundo moderno. A visibilidade dos efeitos da devastação aliada aos saberes
científicos dos intelectuais formados na Universidade de Coimbra fez desses
atores sociais, habitantes do mundo tropical, observadores privilegiados das
mudanças no solo, nos rios e no clima, assim como do desaparecimento dos
espécimes. Nessa perspectiva, o autor afasta-se das matrizes explicativas em
que a história do Brasil é contada a partir da lógica européia . Conclui, tam-
bém, como a destruição da natureza foi considerada, por muitos atores his-
tóricos, como o preço do atraso, e só o período do pós-guerra, em fins dos
anos 1940, traria a vitória completa da idéia de que a destruição da natureza
seria o “preço do progresso.”23
José Luiz de Andrade Franco realizou ainda uma cuidadosa releitura das
práticas científicas de biólogos de instituições de pesquisas brasileiras, entre
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os anos 1920 e 1940, mostrando sua atuação como grupo relativamente coeso
e organizado em torno de ações pela proteção da natureza. Afinando-se ao
discurso nacionalista então predominante, estes cientistas obtiveram alguma
penetração na sociedade civil através de ações educativas no Museu Nacional
e atividades de várias associações então fundadas, como a Sociedade dos
Amigos das Árvores, a Sociedade dos Amigos da Flora Brasílica, a Sociedade
dos Amigos de Alberto Torres, dentre outras. Sua pressão obteve alguns re-
sultados, como as primeiras leis de proteção ambiental e a realização da Pri-
meira Conferência de Proteção à Natureza, assim como algum espaço junto
às instâncias decisórias do governo. Encontraram, entretanto, fortes limites
quando da instalação da ditadura do Estado Novo, em 1937.24
Essas pesquisas acabam por assumir um importante papel na reflexão so-
bre a nossa história, já que trazem à luz muitos acontecimentos e discursos
perdidos, mostrando a multiplicidade de possibilidades em nosso passado, a
heterogeneidade do que era apresentado como único e, principalmente, per-
mitindo a consideração de afrontamentos entre várias tendências no devir
histórico. A cada momento do passado, o futuro apresentava-se indetermi-
nado e era algo a ser construído.25 Por outro lado, tais análises evidenciam o
importante fato de que a história ambiental—renovada pela busca da com-
preensão de como os humanos foram afetados pelo meio ambiente ao longo
do tempo e, simultaneamente, como os humanos afetaram o meio ambiente
e os resultados disso—deve ser revigorada pela premissa de que as relações
dos homens com a natureza são indissociáveis das relações que os homens
mantém entre si ao longo do tempo.
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implica, “sem muita reflexão, que a natureza é Uma Coisa com Um Nome,
um monólito que pode ser descrito holisticamente da mesma maneira como
Deus o é” na cultura ocidental cristã.26
Alguém poderia ainda apontar a existência de um fator biológico trans-
cendente ao tempo histórico no fato de o homem sempre ter modificado a
natureza, retirando dela o seu sustento. Entretanto, o rol das necessidades
biológicas não é partilhado apenas pelas sociedades humanas, mas são co-
muns a todos os seres vivos. Nisso os homens não diferem das focas, dos pás-
saros, ou das árvores. O essencial das sociedades humanas e o que elas com-
partilham, diferenciando-se dos outros seres vivos, é o fato de se instituírem
criando cultura, significando o mundo a seu redor e agindo em sua transfor-
mação. Ao fazer isso, os homens extrapolam suas necessidades biológicas, in-
ventando inúmeras outras.27
A obsessão pelas origens, tão comum como indesejável entre os que se
dedicam à história, acaba por ser a busca de um começo que explica o pre-
sente, justificando-o ou condenando-o, sendo o “demônio das origens ape-
nas um avatar daquele outro satânico inimigo da verdadeira história: a
mania de julgar.”28 Aqui se delineia, portanto, uma segunda questão episte-
mológica essencial para a constituição da história ambiental brasileira, para
que, constituindo-se em um diálogo com nossa contemporaneidade, não se
constitua como a busca da origem das nossas percepções ambientais atuais,
nem se erija como base para julgamentos morais—positivos ou negativos—
das práticas dos vários atores, ao longo dos quinhentos e poucos anos de
nossa história, em relação ao meio natural.
Ao comparar diversas sociedades, deparamos com inúmeros exemplos de
práticas que resultaram em destruição ou conservação da natureza. Esses as-
pectos não podem, entretanto, servir como um fio condutor de uma narrativa
histórica linear. Na busca de origens da consciência ecológica, construiu-se a
imagem das populações indígenas como possuidoras de uma relação originá-
ria e idealizada com o meio ambiente, numa verdadeira naturalização desses
povos com sua “absolvição ecológica,” como se sua cultura não representasse
o consumo de recursos naturais e provocasse mudanças (esse discurso, para-
doxalmente, ao tentar “defender” os índios, acaba por negar-lhe a própria
condição humana). Por outro lado, não podemos nos esquecer que muitas so-
ciedades indígenas construíram relações sociais baseadas em esquemas de re-
ciprocidade com o seu entorno, absolutamente diversas da lógica capitalista,
na qual a produção envolve a subordinação de tudo ao desígnio humano.29
Outras vezes, a análise de vertentes críticas na sociedade brasileira se deu
pela busca das origens do pensamento ecológico atual e das políticas am-
bientais contemporâneas. Sob esse prisma, são interpretadas como etapas,
ainda que limitadas e mesmo frustradas, de um processo que só o presente
tornou visível, surgindo como tentativas embrionárias de implantação de
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3. Natureza e devir
Chegamos assim ao terceiro ponto e último ponto desse debate. O conheci-
mento histórico evidencia a importância de uma reflexão ontológica que ori-
ente o estudo do passado. Definido como “ciência dos homens no tempo,”
constitui-se como um saber sobre a duração e, principalmente, sobre a cons-
tante mudança.31 A história ambiental tem discutido amplamente a necessi-
dade do abandono do dualismo entre a sociedade e a natureza, buscando
uma nova compreensão de uma relação entendida para além de uma mera
influência do meio sobre os homens ou vice-versa. Se considerarmos a socie-
dade e a natureza em seu devir histórico, percebemos que as significações e os
simbolismos construídos acerca da natureza são tão dinâmicos e mutáveis
como as identidades que as sociedades constroem para si. Não existe a natu-
reza, objeto fixo e imutável, estável e estabelecido, entidade de sentido trans-
histórico.32 Para o historiador, importa o que as diferentes sociedades insti-
tuíram e significaram como sendo a natureza, a forma como representaram a
paisagem, as florestas, a fauna, a proximidade dos rios ou a escassez da água,
as doenças que as atingiram, as catástrofes naturais. Mas também interessa
como as sociedades deram respostas diferentes às condições do meio natural
e como dele se apropriaram, modificando-o.33
A consideração da natureza como uma idéia humana não deve implicar,
como alerta Cronon, , em um relativismo segundo o qual o mundo não hu-
mano seria irreal ou mero reflexo de nossa imaginação. Poderia se concluir
ainda que, sendo tudo uma interpretação, qualquer visão seria tão válida ou
aceitável como qualquer outra. A natureza é uma realidade inegável, mas é
também um “terreno de debate” (contested terrain) no qual se enfrentam
concepções diversas, cada uma delas se apresentando como universal e mais
verdadeira. Apresentar a idéia de natureza como um conceito historicamente
construído não implica em concluir que a natureza seja apenas uma idéia.
Não se trata de substituir uma perspectiva objetivista por outra subjetivista,
mas sim de pensar nas relações humanas em que se constituem formas de
pensar e agir sobre o mundo natural. Tais práticas pertencem ao nosso
tempo, nosso espaço e nossa cultura.34
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Notas
fatores exógenos e endógenos. In- Hector R. Leis. Ecologia e política mundial, Rio de
Janeiro: Vozes, 1991, 135 –161.
6. Ilse Sherer-Warren, ONGs na América latina: trajetória e perfil, In- Meio am-
biente, desenvolvimento e cidadania: desafios para as ciências sociais, 2. ed, São Paulo:
Cortez, 1998, 161–180; Guillermo Castro Herrera, Historia ambiental (feita) na Amé-
rica Latina, Varia Historia, 26, janeiro 2002, 33 –45; Enrique Leff, Ignacy Sachs y el
ecodesarrollo, In- Desenvolvimento e meio ambiente no Brasil, Porto Alegre: Pallotti/
APED, 1998, 165 –172.
7. Ramachandra Guha, O biólogo autoritário e a arrogância do anti-humanismo,
In- Antônio Carlos Diegues (org), Etnoconservação, novos rumos para a conservação
da natureza, São Paulo: Hucitec/Nupaub, 2000, 81–100; Antônio Carlos Diégues, O
mito moderno da natureza intocada, 3. ed, São Paulo: Hucitec, 2001.
8. José Drummond, A legislação ambiental brasileira de 1934 –1988, comentários
de um cientista ambiental simpático ao conservacionismo. Ambiente e Sociedade, II
(3/4), 1998, 127 –149.
9. Em julho de 1992, o Rio de Janeiro abrigou três conferências simultâneas: a
UNCED, o Fórum global e a reunião do Business Council for Sustainable Develop-
ment. Sobre as repercussões dos eventos na sociedade brasileira, ver: Eduardo Viola e
Héctor Leis. O ambientalismo multissetorial no Brasil para além da Rio-92: o desafio
de uma estratégia globalista viável. In- Meio Ambiente, desenvolvimento e cidadania,
desafios para as Ciências Sociais. 2. ed. Florianópolis: Cortez, 1998, 134 –160. O termo
“era da ecologia” é de Donald Worster, Transformaciones de la tierra, Panamá: Im-
prenta Universitária, 2001, 7 –21. Sobre a expressão internacional da ecologia, ver:
José Augusto Pádua, O nascimento da política verde no Brasil. . . , 135 –142. 161.
10. Sobre a racionalidade ecológica no sentido amplo de como cada sociedade
humana constrói diferentes modelos produtivos e idéias de natureza, ver Manuel
Gonzáles de Molina, La crisis de la modernidad historiográfica y el surgimiento de la
historia ecológica In- Historia e meio ambiente, o impacto da invasão européia.
Coimbra: Centro de Estudos de Historia do Atlântico, 1999, p. 39; Sobre a necessidade
de descentrar o ambientalismo dos movimentos sociais, ver Andréa Zhouri, Am-
bientalismo e antropologia: descentrando a categoria de movimentos sociais. Teoria
e Sociedade, 8, dez. 2001, 10–29.
11. Sobre o surgimento da História ambiental e sua relação com a crise contempo-
rânea e com a ascensão dos movimentos ambientalistas, ver Donald Worster. Para fa-
zer história ambiental. Estudos Históricos. Rio de Janeiro. 4(8), 1991, 198 –215; Manuel
González de Molina. La crisis de la modernidad historiografica y el surgimiento de la
historia ecológica, 17 –51; Stefania Gallini, Invitación a la historia ambiental. Cuader-
nos Digitales: publicación electrónica en historia, archivística y estudios sociales.
V.6(18), octubre 2002.
12. Sobre esses dilemas da historiografia contemporânea, ver o editorial Histoire
et sciences sociales. Um tournant critique? Annales ESC, mars/avril 1988, 2, 291–293.
13. Milton Santos, Território e sociedade, São Paulo: Perseu Abramo, 2000, Azib
Nacib Ab’Saber, Os domínios da natureza no Brasil, são Paulo: Ateliê Editorial, 2003;
Ricardo Arnt & Stephan Schwartzman, Um artifício orgânico, transição na Amazônia
e ambientalismo. Rio de Janeiro: Rocco, 1992; Antônio Carlos Diegues, O mito mo-
derno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec, 1996; Mauro Leonel, A morte social
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dos rios. São Paulo: Perspectiva, 1988; Tereza Urban, Saudade do matão – relembrando
a história da conservação da natureza no Brasil. Curitiba: Ed. Da UFPR; Fundação O
Boticário de Proteção à Natureza; Fundação Mac Arthur, 1998; Eduardo Viola et al.
Meio ambiente, desenvolvimento e cidadania. São Paulo: Cortes/UFSC, 1995; Zanoni
Neves, Navegantes da integração, os remeiros do rio São Francisco, Belo Horizonte:
Ed. UFMG, 1998; Andréa Zhouri, Árvores e gente no ativismso transnacional, as di-
mensões social e ambiental na perspectiva dos campaigners britânicos pela floresta
amazônica. Revista de Antropologia, São Paulo, 44(1),2001, 9 –52; Lúcia da Costa Fer-
reira et al. Conflitos sociais em áreas protegidas no Brasil: moradores, instituições e
ONGs no Vale do Ribeira e litoral sul, SP. Idéias, 8(2001), 115 –149; Fábio Olmos et al.
Correção política e biodiversidade: a crescente ameaça das “populações tradicionais”
à Mata Atlântica. In- Ornitologia e conservação – da ciência às estratégias. Jorge L.B.
Albuquerque et al (orgs). Tubarão: Editora Unisul, 2001, 279 –311; Manuela Carneiro
da Cunha et al. Enciclopédia da Floresta. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
14. Como quer evitar Stefania Gallini, Invitacíon a la historia ambiental, 6 –7.
15. Euclides da Cunha, Os Sertões, São Paulo: Ediouro, 2003.
16. Edgar Roquette Pinto, Euclides da Cunha naturalista, In- Seixos Rolados, estu-
dos brasileiros. Rio de Janeiro:s/e, 1927, 276. Sobre a influência de Euclides da Cunha
sobre os intelectuais brasileiros, ver: Nísia Trindade Lima, Um sertão chamado Brasil,
Rio de Janeiro: Editora Revan, 1998; Candice Vidal e Souza, A pátria geográfica, sertão
e litoral no pensamento social brasileiro, Goiânia: Editora UFG, 1997; Regina Horta
Duarte, “Em todos os lares, o conforto moral da ciência e da arte . . .”: a Revista
Nacional de Educação e a divulgação científica no Brasil (1932–1934), Revista Man-
guinhos, História,Ciência e Saúde, 11(1), jan/abr 2004; Roberto Ventura, Euclides da
Cunha, esboço bibliográfico, São Paulo: Cia das Letras, 2003; Nancy Leys Stepan. Pic-
turing tropical nature. New York: Cornell University Press, 2001, 27,120–148, 216.
17. Sobre uma abordagem crítica dessa perpectiva, ver: Ciro Flammarion Car-
doso, As concepções acerca do “sistema econômico mundial” e do “antigo sistema
colonial,” Modos de produção e realidade brasileira, org. José Roberto Lapa Petrópolis:
Vozes, 1980, Carla Anastasia, Vassalos rebeldes: violência coletiva nas Minas na pri-
meira metade do século XVIII, Belo Horizonte: Autêntica, 1998, 9 –27; Luciano Mar-
tins, Politique et développement economique, structures de pouvoir et système de deci-
sions au Brésil , PHd diss., Université René Descartes, 1973.
18. Manuel Gonçalvez de Molina, La crisis de la modernidad historiográfica, 38.
19. Eduardo Viveiros de Castro. Prefácio. In- Ricardo Arnt. Um artifício orgânico,
p. 13 –23; Mauro Leonel, A morte social dos rios, 15; Antônio Carlos Diegues, Etnocon-
servação da natureza: enfoques alternativos. In- Etnoconservação, novos rumos para a
proteção da natureza nos trópicos. São Paulo: Hucitec, 2002, 1–46. Para Dean, “A flo-
resta tropical é um lugar inóspito para o homem.(. . .) Podemos visitar a floresta tro-
pical e até especializarmo-nos na extração das mil e uma raridades que ela oferece,
mas não moramos nela, exceto em desespero. O ‘morador’brasileiro da floresta vive
em suas margens, perto de cursos de água ou campos (. . .) para viver no meio da flo-
resta, os moradores da floresta necessariamente a derrubam.” Warren Dean, A ferro e
fogo. . . , 28 –30.
20. Marshal Sahlins, Folk dialectics of nature and culture. In- The use and abuse of
biology. The University of Michigan Press, 2000, 93 –107.
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21. Shawn William Miller, Fruitless Trees – Portuguese conservation and Brazil’s
colonial timber. California: Stanford University Press, 2000, 231, 259, 128/129.
22. Carlos Ferreira de Abreu Castro, Gestão florestal no Brasil Colônia. PhD, Pro-
grama em Desenvolvimento Sustentável, UNB, 2002.
23. José Augusto Pádua, Um sopro de destruição – pensamento político e crítica am-
biental no Brasil escravista (1786–1888). Rio de janeiro, Jorge Zahar Editor, 2002.
24. José Luiz de Andrade Franco. Proteção à natureza e identidade nacional, 1930–
1940. PhD, Programa de Pós-Graduação em História, UnB, 2002.
25. Michel Foucault, Nietzche, a genealogia e a história. Microfísica do Poder. Rio
de Janeiro: Graal, 1984, 26; Mauro Leonel, A morte social dos rios. . . , xxvii; G.G. Escu-
ret. Les sociétés et leurs natures. Paris: Armand Colin, 1989.
26. William Cronon, Uncommon Ground, rethinking the human place in nature.
New York: Norton & Company, 1996, 34 –36.
27. “A humanidade tem fome, é certo. Mas ela tem fome de que e como?” Corne-
lius Castoriadis, A instituição imaginária da sociedade . . . 164.
28. Marc Bloch, Introdução à história. Lisboa: Publicações Europa-América, 31–36.
29. Para a crítica ao mito do bom selvagem na história das relações dos índios com
a natureza no Brasil, ver: Warren Dean, A ferro e fogo, 38 –58; José Augusto Drum-
mond, Devastação e preservação ambiental no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Editora
da Universidade Federal Fluminense, 1997., 31–49; Fábio Olmos, Correção política e
biodiversidade . . . Para a diferente lógica presente nas relações entre sociedades indí-
genas e o entorno, ver: Eduardo Viveiros de Castro, Prefácio. . . , 22; Keith Brown Jr &
André Victor L. Freitas. Diversidade biológica no Alto Juruá: avaliação, causas e ma-
nutenção. In- Enciclopédia da floresta:. ., 31–43.
30. José Augusto Drummond, A legislação ambiental brasileira. . . ., 130; /Shawn
William Miller. Fruitless Trees. . . . 43 –70.
31. Marc Bloch. Uma introdução à história. . . , 30.
32. “Nature is always culture before it is nature.(. . .) Our view of the natural
world is always historically constituted by human material and perceptual interac-
tions, so that our understanding of it is always a form of social knowledge.” Nancy
Leys Stepan. Picturing tropical nature. New York: Cornell University Press, 2001, 15.
33. Como exemplo, as transformações da sociedade moderna podem ser reladas à
constituição de diferentes concepções sobre o ambiente, considerando-se o impacto
persuasivo e criativo da experiência colonialista, entre os séculos XVII e XIX. A expe-
riência vivida em áreas tropicais, especialmente ilhas, e o encontro com as suas popu-
lações e seus saberes sobre a natureza foram elementos decisivos na formação de con-
cepções científicas nas quais mesclaram-se práticas de preservação, crítica social e a
percepções imperialistas diferenciadas. Richard Grove, Green Imperialism, colonial
expansion, tropical island edens and the origins of environtalism, 1600–1860, Cam-
bridge University Pres, 1995.
34. Willian Cronon, Uncommon Ground. . . , 20–56.
35. Sérgio Buarque de Holanda, Visão do Paraíso. 6.ed. São Paulo: Brasiliense,
1984; Claúdia Heynemann, Floresta da Tijuca, natureza e civilização. Rio de Janeiro:
Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1995.
36. Maria Alice Prestes, A investigação da natureza no Brasil Colônia, São Paulo,
AnnaBlume, 2000.
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