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Poema: "A virada do ano", de Anna Louise Strong

Série Especial Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

 
Anna Louise Strong (1885 - 1970) foi militante do Partido Comunista dos Estados Unidos,
jornalista revolucionária e firme anti-revisionista. Poema traduzido de God and the Millionaires
(1951), coletânea de poemas escritos sob o pseudônimo Anise, entre 1918-1921, para a publicação
sindical Seattle Union Record.
 
I
Agora
É a virada do ano
Tempo de Natal.
Esses são os dias mais escuros
Quando as folhas mortas do outono,
Abatidas pela chuva,
Agitadas pelo vento,
Finalmente apodrecem
Num novo solo
Para fazer crescer o que será.
Agora é o tempo no qual o sol
Vira-se ao norte novamente
Trazendo a tão ansiada primavera.
Oh, existem muitos dias
Do inverno vindouro,
O mais frio do ano,
O mais ventoso do ano,
Quando o gelo aperta profundamente os rios
E a promessa da primavera
Parece morta.
Mas de cada montanha tempestuosa
À cada vale congelado
A virada do ano chegou.
E isso o homem toma
Como sinal:
Que, minuto por minuto contado,
As horas do sol estão passando.
E dia após dia
A escuridão esvaece,
E dia após dia
A luz cresce mais.
  
II
Agora
É a virada da era,
O Natal da Terra.
Esses são os dias mais escuros
Quando os velhos sistemas,
Velhos costumes,
Velhas maneiras de pensar
Estão abatidos e apodrecidos,
Solo para a era que será.
Agora é o tempo no qual a esperança
Vira-se ao norte enfim,
Dirigindo a marcha da primavera.
Oh, existem muitas tempestades
Do inverno vindouro,
O mais gélido,
O mais feroz,
O mais sinistro, -
Pois homens morrerão
Nessas nevascas,
Onde o gelo aperta profundamente as correntes.
Mas para cada montanha tempestuosa,
Em cada vale congelado,
A virada da era chegou.
E isso os homens tomarão
Como sinal:
Que o juízo
Do Poder Popular
Cintila de nação à nação.
E dia após dia
A escuridão esvaece,
E dia após dia
A luz cresce mais.

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