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FRANCISCO QUIRINO DOS SANTOS
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3.a EDIÇ.
1905
Tyr- ii Tapor LIVRO AZn. - A B. de Castro Mendes
CAMPISAS
r. rancjscô $uirinQ òos jactes
JPEVE aqui ser explicadoo apparecimentoda
' terceira edição das Estreitas Errantes,
. a excellente collecção de versos do sau-
doso poeta campineiro, Dr. Francisco Quirino
dos Santos.
Dezoito annos após a morte do inolvidavel
homem de letras e jurisconsulto distineto, nos
centros cultos do Estado de São Paulo, em
muitos do Brasil, e em alguns de Portugal, ainda
se fazem referencias aos trabalhos poéticos do
Dr. Quirino, um dos mais illustres filhos desta
abençoada terra.
A mocidade intcllectual do nosso tempo
ouvia ou lia taes referencias, mas o livro se
tornara a pouco e pouco rarissimo; um ou outro
colleccionador o possuía, guardado como se
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Tjenedicto Õctavio.
Seopoldo yírrjaral.
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raio
....urendo claresc
TÁCITO.
Tu és o extranho laço,
A grande e rubra teia
Que une á vida a idéia,
E a vista ao verme escasso!
Tu és a ampla cortina
A' face do Universo,
Que envolve em áureo berço,
A creação divina!
10
Tu és a enorme lente
Da alma e do sentido,
Que o átomo perdido
A Deus torna patente!
dCoras âe luz
jVfenina e moça
Amor de salvação
No constante voltear,
Vai deital-as mansamente
Pelas águas da corrente,
Que ao meio corta o pomar
De esmeralda verdes bolhas
Num fio d'alvo collar!
*
Uma vez, era ao sol-posto,
E vinha como apressada
Aquella visão serena!
A voz tenra, frouxa, amena,
O collo todo a tremer...
Pairava então no seu rosto
Um como sorriso aéreo,
— Raio, esperança, mysterio ! —
Essa aureola do prazer,
Que vem d'alma incendiada
Morrer nos lábios a custo,
Quando a graça, o pejo, o susto
Vestem no anjo a mulher!
E fui !
Ao languido anceio
Arfava naquelle seio
Um certo occulto rumor,
Como si a alma estivesse
Resumida numa prece,
E fosse o altar peregrino
Aquelle corpo divino,
E fosse Deus o pudor!
Jgnis Soror /
Suzanna. a oèaíisca
ORIENTAL
De custosa architectura
Na moldura
Se entrelaçam os festões;
Do tecto as luzes que pendem
Se desprendem
Dos mil accesos brandões.
No desgrenhado cabello,
Farto e bello,
Que pelo rosto lhe cae,
Resvala o pranto aljofrado.
Derramado
Sem desprender um só ai!
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51 —
{7\ feros
Ha de voltar esplendida
A quadra florescida!
Ha de voltar a vida
Ao bosque, ao campo, á flor;
Hão de soar dulcissimos
No lar que a nevoa alveja
Da humilde sertaneja
Seus cânticos de amor.
Julho de 1862.
55
Jíunca rrjais
24 de Junho de 1862.
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— 59
Qanio inaugural
11 de Agosto de 1872.
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— 63
Hymno do ftiachuelo
Na indomável fortaleza
Lá o déspota ficou,
E sorrinho aguarda a presa
Que a buscar os seus mandou.
Lá fica. De lá seguro,
Com suas hostes a flux,
Onde firme em cada muro
A confiança reluz ;
Preparando horrenda festa
Ao triumpho que antevê,
Mostra ao mundo, ao mundo attesta,
Quem foi outfora e quem é...
Sejam rabidos
Canhões,
Frágoas horridas,
Vulcões !
E' nos céus,
Pelos nossos fados — Deus !
No ar tremulo bordou !
Um e outro... e outro logo,
Encontra, bate, quebrou '
Sejam rabidos
Canhões,
Frágoas horridas,
Vulcões!
E' nos céus,
Pelos nossos fados — Deus !
Abril de 1863.
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— 73
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o/noras e rajos
O olhar
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— 77
c#o partir
Õ filho da lavcndeira
Janeiro de 1861.
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©ois detembes
A A. CARLOS GOMES
Novembro de 1870.
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esperar
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— 95
Pudor e amor
(RIMAS)
—1863 —
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c# (Bar/os cFerreira
A CALUMNIA
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101
Supplica
Outubro de 1862.
105
A DOLfeA
II
No meio da multidão,
Passa a coitada sosinha!
Na fronte se lhe adivinha
O signal da maldição.
Todos sorriem-se, todos i
E dão-lhe insultos e apodos !
Ninguém estende-lhe a mão!
Hoje aponta-se a desgraça,
Com vil escarneo na praça,
No meio da multidão.
III
Setembro de 1862.
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yfjinfie/õs
1860.
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\Daus tampos
<!. LEOPARDI.
[Duvidas
Novembro de 1862.
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'{òõnhõs
Abril de 1863.
— 127 —
Todo y nada
gflojfe àe es/Jo
Não te lembras
•as vezes que beijaste-me esta fronte
fuando eu, calado, extatico, te olhava
ão cheio de esperanças e de anhelos ?
luando eu interrogava-te, si acaso
. tinhas visto, — e pallida passávas
leixando-me a sonhar fitando o espaço ?
)h ! epochas bemditas de ventura
oram essas talvez: amava e cria!
, quem ama e quem crê, quanto é ditoso!
Astro saudoso
O tempo da innocencia vae tão longe,
As noites em que aos raios teus fulgentes
Meus seios se expandiam de prazeres.
Nesse tempo eu queria-te, adorava-te,
Hoje não, que não posso mais fitar-te
Sem perder-me nas ancias da saudade.
1860.
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— 133
Quinze annos
Poesia... real
Eh I déjate de ilusiones,
pues como disse Ia copia,
los doblones son doblones
aqui y en Constantinopla.
A. DE TRUEBA.
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141 —
c?fo Baile
Afoga-se em dilúvios
De raios e de sonhos,
E vai morrer num beijo!
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— 143
O trabalho
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sjvração
II
III
Setembro de 1862.
155
dl ultima luz
^ morta
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— 161
J^enovare
desalento
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173
(JSaêpôra
dl uma noiva
1860.
— 183 —
O ramo se ha de quebrar,
E ha de, infeliz, seccar!...
* *
^ partida
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ascjnaçao
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dKurmurio
A matta
Fremente,
Cadente,
Desata
Vão rogo
De um hynino,
Sem tino,
Si o fogo
Sentio!
Mas breve
Surgindo,
De leve,
Florindo
— 196 —
Baunilhas
Vem moitas,
Afoitas
Como ilhas
De um rio!
O' seio,
Tal gemes
E tremes
De enleio,
Fugace
Lampejo,
Si o pejo
Na face
Vai pôr:
E o gosto
Si occulta
No rosto,
Se avulta
A chamma
Perdida
Que a vida
Derrama
No amor!
Ai pobre!
Teu sonho
Tristonho
Descobre
— wr
Miragem
De ignota
• Paragem,
Que enflora
Nas cores
D'uma hora
Fulgores
Dos céus !...
Sabias ?
Tens medo?
Segredo!
Não rias,
Por Deus!...
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N.*/1
199
O £e/jo
Sorriso de amor
Setembro de 1861.
203
M emorsõs
II
Tu caminhavas ao templo;
Eu, seguindo o teu exemplo,
Também quiz lá penetrar.
Vi que, ao fulgido clarão
Dos cirios do santuário,
Mais e mais o teu olhar
Do albor celeste brilhava!...
Vi que toda se engolphava
A tua vista no altar!
E um júbilo infinito
Me dizia ao coração
Que este affecto era bemdito
No ardor da tua oração!
111
IV
Um dia tu me disseste:
« Porque teu rosto celeste
« Tão severo se tornou,
« Quando estás ao pé de mim ?.
« Si é preciso um sacrifício
« Com que te prove este amor,
« Vê si inventas um supplicio
« Que me faça eterna a dor;
« Mas não me trates assim !... »
Eu de ti me desprendendo,
Eu, sem ouvir-te, parti-me!...
— 207
VI
VII
VIII
Recordando a vida
Que a voar passou,
Vendo-a — dor ou riso
Tua alma não chorou ?
Vão-se da innocencia
Os laureis risonhos :
Vão-se os bellos raios!
Vão-se os meigos sonhos l
* *
213
Abre-as! da ventura
Restos caros são I
Vem, do irmão, do amigo.
Vem lembrar-te então.
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— 215
Saudades
jálNA
*
*
E passaram-se assim longos annos;
Nunca o terno a palmeira deixou :
Na collina, no vai e nos planos,
Sempre, sempre o seu canto echoou.
1860.
221 —
® Sacy
LENDA
E quando o redomoinho
Levantar-se ao pé de ti,
Atira-o nelle mansinho
E prenderás o Sacy !
E depois, ó Mariquinhas,
Vae-se a tua pallidez ;
Tristeza que nunca tinhas,
Ha de acabar-se de vez. »
Mariquinhas maguada
Não responde á velha, não!
Ai pobre ! de envergonhada
Cravou os olhos no chão!
fl memória do Cibertador
(A F. RANGEL PESTANA)
Já no cairei da voragem
Vacilla a sombra fatal,
Vacilla ao sopro da aragem,
Vacilla ao som festival
Dessa harmonia divina,
Que as próprias trevas domina
Firmando a escada ao porvir;
A escada que abre ao infinito
Os mil degraus de granito
E que o povo ha de subir!
III
IV
7 de Setembro de 1861.
239
esperança
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c)
Jjgloria
A CARLOS FERREIRA
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Ò
— 243
2Kymne
Csperança c morte
^ecoràação
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253
Â'
jft saudade
fi canção do escravo
II
III
Mas em paga
Que me deram ?
Me fizeram
Castigar.
E meus filhos
Que choravam
Só mandavam
Arredar.
Liberdade e alma nascidas
Foram no seio de Deus!
A' terra descem unidas,
Unidas sobem aos céus!
IV
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— 265 —
rosa e a nut/e/n
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S^r^mmm^^mm^mmmrSfm^^-ml^
271 —
Ai l tudo emmudece !
Tudo é solidão.
Nem reapparece
Pallido clarão.
No teu coração
Puro e innocente
Não desmaie ai, não!
Essa chamma ardente.
De crestar-te a frente
Deus ai, te resguarde I
Meu soffrer te alente,
Meu amor te guarde.
Queixa saudosa
(cf coração
S. Paulo —Abril—1862.
— 281 —
vo/orjòa
(ROMANCE)
O tronco secco
A segunda — a da .conquista
E' a primavera gentil,
E' a quadra dos beijinhos
Que nos leva aos céus... de anil!
Do circulo immenso
Do enorme espaço a arder,
O olhar vago propenso
Ao fogo, á luz vae ter!
1863.
291
já^EDDA
E poderei encontral-a,
Eu que em má hora a perdi l
Poderei ainda amal-a,
Por entre as sombras aqui!
Pura como ella fulgia,
Fulgente como eu a via!
— 29T —
3{ymrL0
1870 — Campinas.
297
'•a;Ue
1876.
f—•—1
— 299
BADLtADÀ
1876.
— 301 —
Soli et semper
Dezembro — 1876.
*
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— 303
)/a
j esmola
2 — Janeiro — 7577.
— 305
Ttedempção
Abril— 1877.
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Qin/wt ..já
307
Poema da lagrima
21 — Fevereiro 78.
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— 309 —
15 de Maio — 1880.
311
1880— Setembro.
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315
II
29—Abril—1881.
f^ir^^^^-^S^f^^
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— 317
(CAMPOAMOR)
Da alma na transparência
Puz-me a contemplar-me então,
E tal me vi na consciência
Que esmaguei o coração.
«-i-^V**-*
— 319
Agosto — 1881.
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9
* ' V V » " » 4 / H - * - * Mig^jf
^
Excelsior!
Recitada no theatro S. Carlos
por occasião do 3,° anniversario da
Sociedade Luiz de Camões.
II
© trabalho
Este soneto, ultima producção li-
terária do poeta, foi escripto a pe-
dido do ir, A. B. de Castro Mendes
e figurou impresso na secção de
trabalhos typographicos na expo-
sição regional; em Campinas.
Dezembro — 1885.
NOTAS DO AUTOR
NOTAS DO AUTOR
NOTA — A
NOTA — B
NOTA — c
NOTA — D
NOTA — E
Já no choque da abordagem
Contra um vaso se erguem três - pag. 66.
Histórico: — três navios paraguayos envolveram, ao
mesmo tempo, um dos nossos para abordal-o e foram
heroicamente repellidos.
NOTA — F
NOTA — G
Ai, não! que dos pretos as almas não morrem I - pag. 82.
E' crença entre muitos pretos africanos, que hão
de voltar depois da morte ao seu paiz e viver com sua
gente. Isto tem dado causa a não poucos suicídios de
escravos.
NOTA — I
NOTA — J
NOTA — K
NOTA -L
NOTA — M
NOTA — N
A morta -157.
NOTA
NOTA — P
NOTA — Q
NOTA — R
NOTA — s
i
*
337
ÍNDICE
1'e.o.
Prefacio I
A vida 1
O raio 7
Quicn ama no vive 11
Horas de luz V>
Menina c moça 11»
Amor de salvnçAo "JJ
Ignis Soror! •_".»
Suzanna, a odalisca . 33
Ncssun maggior dolore ! :>'.i
Duas creanças q u e a tremer se olhavam 41
A volta 4'!
Anjo d o inferno ou d o céu 47
Hyems •"> 1
Nunca mais. 55
Canto inaugural ~>-*
Hymno do Riachuelo 63
340 —
PAC
"Fascinação 193
Murmúrio p»5
O Beijo vxi
Sorriso de amor 201
Remorsos 203
A meu irm3o J. Quirino do Nascimento 211
Saudades. 21.">
Sina 217
H y m n o da Loja Independência. 221
O Sacy L>_>;,
A' memória do Libertador 2:!1
A' esperança •_»:v,i
A gloria 241
Hymno 24:>
Quando o crcpusc'lo desenvolve o manto 24.~>
Esperança c morte 247
Recordação _»i:i
A' 2:>:i
A saudade 2"i.'>
•Quem filtra por nossas almas 2"»*
A canção d o escravo .- 2.V.»
A rosa c a nuvem 265
Hontem, hoje, amanha I 267
Triste d e quem sentio na fronte altiva 271
VCs, ó bella, a tarde 27.5
•Queixa saudosa 273
O coração 27:,'
Dolorida. 281
O tronco secca "28•'!
-Quatro estações no amor 2*7
'Quando ao peito é noite . 289
.Stella. 291
342 —
PAG.
Hymno 295
Mãe .. 297
Bailada 299
Soli et semper. 301
A esmola 303
Redempção 305
Poema da lagrima 307
Das nossas frontes serenas 309
Carlos Gomes. 311
1 — Que fizeram de ti, victima imbelle. 313
II — Si foi mais negra a dor quando subiste 315
Os dois espelhos. 317
Si cahires no lodo ou na miséria 319
Excelsior! 321
O trabalho 323
Notas do autor 327
Nota da terceira edição 337
Typ. a vapor LIVRO AZUL — Campinas — A. B. de Castro Mendes
r
7
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BRASILIANA DIGITAL
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