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A. Quantidade:
2. Contínua:
Capítulo Primeiro
(59 As propriedades mais gerais dos corpos são, por um lado, a quantidade e tudo o
que se lhe relaciona, — e, por outro, as qualidades sensíveis.
Esta propriedade não acrescenta realmente nada ao ser. Significa apenas uma
negação, a saber, a negação da divisão; tudo o que e ser é indiviso. Donde o axioma: o
ser e o uno são convertíveis. Esta unidade transcendental é princípio da multiplicidade,
quer dizer, da coleção de seres indivisos em si mesmos, e distintos uns dos outros, e
considerados como distintos: um homem, um cavalo,, uma pedra, um vegetal formam
uma multiplicidade ou pluralidade de seres.
72 3. Efeitos formais da extensão. — Da extensão dos corpo» resultam o lugar
e o espaço.
Para o filósofo, o espaço real é o lugar universal dos corpos, a relação das
dimensões do universo com tudo o que elas envolvem. Esta definição precisa a
concepção imaginativa do senso comum e corrige a convenção matemática. Implica,
com efeito, na afirmação de que não existe espaço real sem corpo real: o espaço é, pois,
inseparável dos corpos, mas não se confunde com eles. Para encontrar o espaço real, é
necessário considerar o universo nas suas dimensões, e estas na sua relação com o que
contêm. O espaço é, assim, uma relação de dimensões.
B. O movimento.
C. O tempo.
a) O tempo concreto ou vivido. É aquele que resulta do -movimento vivido por
cada ser. O tempo pode ser mais ou menos vivido, conforme a rapidez ou a lentidão do
movimento vivido por este ser. Durante o sono, o tempo quase desaparece, em
conseqüência do relaxamento da atividade psíquica (ou movimento psíquico). De outras
vezes, desde que a atividade é intensa, o tempo parece, ao contrário, precipitar-se.
b) A duração concreta. A duração concreta, contudo, quer dizer, o próprio ser,
enquanto permanência do ser na sucessão, realiza de alguma forma a presença
simultânea do passado e do futuro no presente. O presente do ser, que dura, é, com
efeito, o passado acumulado, e ao mesmo tempo o futuro potencial, sob a forma das
virtualidades de que está carregado.
b) O tempo poderia não ter começo nem fim. Deus, com efeito, teria podido
criar um tal tempo. O tempo, assim concebido, não mudaria de natureza e não se
confundiria de forma alguma com a eternidade, uma vez que não deixaria de ser
sucessão e vir-a-ser, enquanto que a eternidade, sendo posse perfeita do ser, exclui
necessariamente toda sucessão e todo vir-a-ser.
A. Noção.
75bis 1. Natureza da qualidade. — A qualidade é uma maneira de ser que afeta as
coisas em si mesmas. Seu domínio é muito mais amplo que o da quantidade, uma vez
que a qualidade se aplica ao espírito tanto quanto ao corpo, ao contrário da
quantidade, que não tem realidade a não ser no domínio corporal.
2. A objetividade das qualidades sensíveis. — Não se trata aqui de negar a
realidade empírica (ou aparente) das qualidades sensíveis, que se impõe por si mesma.
Mas certos filósofos se perguntaram se as qualidades sensíveis têm, objetivamente
falando, toda a realidade que lhes atribuímos espontaneamente, quer dizer, se, por
exemplo, a cor, o calor, o peso etc. existem, como tais, fora de nós. Devemos aqui
apenas assinalar este problema e remetê-los para sua discussão à Psicologia, onde o
encontraremos, no estudo da sensação.
B. Divisão das qualidades.
A experiência nos mostra que as qualidades podem ter graus (a água é mais ou
menos quente; uma fazenda é mais ou menos vermelha; um sabor é mais ou menos
pronunciado etc.) Esta constatação nos leva a perguntar se não seria possível medir as
qualidades, quer dizer, reduzi-las de alguma forma ao número (e por conseguinte à
quantidade).
1. A medida indireta. — Os processos usados nas ciências para medir as
qualidades (ou fenômenos) já nos são mais familiares.
2. A medida analógica. — Era todos estes casos, a medida dun qualidades não
é evidentemente mais do que uma medida por analogia. A qualidade, como tal, não é
suscetível de medida; em outras palavras, não é redutível a um número. Daí se segue
que a diversidade qualitativa, como tal, escapa à ciência, que apenas nos pode dar uma
representação simbólica do real.
A origem e a ordem do mundo são, doravante, naturais. Aquilo que, no mito, eram
seres divinos — Urano, Gaia, Ponto — tornam-se realidades concretas e naturais:
céu, terra, mar.
Não são antropomórficas, mas são divinas, superiores à natureza gerada por eles e
superiores aos homens que os conhecem pela razão; divinas porque eternas ou
imortais, porque dotadas do poder absoluto de criação e porque reguladoras de
toda a Natureza.
- A teogonia narra, por meio das relações sexuais entre os deuses, o nascimento
de todos os deuses, heróis, homens, titãs, e coisas do mundo natural.