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Pode parar por aí. Quando for pra valer, você não pode dizer isso.

As pessoas não aceitam


mães que bebem vinho demais, que gritam com seus filhos e chamam eles de merdinhas.
Eu também faço isso.
Dá até para aceitar um pai imperfeito, mas, fala sério, a ideia de um bom pai só foi
inventada há 30 anos atrás.
Porque, antes disso, era esperado que os pais fossem quietos, frios, ausentes e egoístas e
a gente até podia dizer que queria que fosse diferente, mas, no fundo no fundo, a gente
aceita eles. A gente ama eles pelas imperfeições. Mas as pessoas não aceitam essas
imperfeições nas mães. Não aceitam estruturalmente e não aceitam espiritualmente.
Porque a base de todo esse negócio judaico-cristão é Maria, a mãe de Jesus e ela é
perfeita! Ela é uma virgem que deu à luz e apoia o filho incondicionalmente e abraça o
cadáver dele depois que ele morre.
E o pai? Ele não tá lá! Ele nem trepou com ela! Deus está no céu. Deus é o pai e Deus não
deu as caras.
Então você tem que ser perfeita e o Charlie pode ser um fodido e isso não importa. Contigo
o buraco é muito mais embaixo. E isso é muito foda, mas é assim que funciona. É assim
que a banda toca.

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