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Berthe Morisot
Vida pessoal
Berthe nasceu em Bourges, no seio de uma influente família. Seu pai, Edmé Tiburce Morisot, era o
administrador da região de Cher e formado em arquitetura pela École des Beaux-Arts.[2] Sua mãe era
Marie-Joséphine-Cornélie Thomas, sobrinha-neta de Jean-Honoré Fragonard, um dos mais prolíficos
pintores do Rococó. Berthe tinha duas irmãs, Yves (1838–1893) e Edma (1839–1921), e um irmão mais
novo, Tiburce, nascido em 1848. A família mudou-se para Paris em 1852, quando Berthe ainda era
criança.[3]
Era prática comum das famílias bourgeois em educar as filhas nas artes, então Berthe e suas irmãs
tiveram aulas particulares com Geoffroy-Alphonse Chocarne e Joseph Guichard. Inicialmente, elas
começaram a produzir desenhos de parentes, como quando desenhou seu pai em seu aniversário.[2]
Em 1857 Guichard, que tinha uma escola para meninas na Rue des Moulins, apresentou Berthe e Edma
ao Museu do Louvre, onde elas aprenderam a observar as obras dos grandes mestres e em 1858
aprenderam a copiar os quadros. Por volta dessa época, elas também conheceram o trabalho de Paul
Gavarni.[4] Mais tarde, Guichard se tornaria o diretor da École des Beaux-Arts, onde seu pai estudou.
[2]
Marie-Joséphine & Edma, 1869/70
Como estudantes de arte, as irmãs trabalharam muito próximas, até Edma se casar com Adolphe
Pontillon, um oficial naval e se mudara para Cherbourg, onde teve filhos, assumiu a vida do lar e tinha
pouco tempo disponível para pintar. Cartas entre as duas irmãs mostram o carinho que tinham uma pela
outra, porém Berthe comumente se queixava da distância entre as duas e do afastamento de Edma das
artes. Edma sempre apoiou o trabalho da irmã e tentou manter contato e proximidade entre as famílias
o máximo que pode. Edma assim escreveu:
Tenho sempre você em meus pensamentos, querida Berthe. Estar em seu estúdio e de poder
“ escapar, nem que por meros 15 minutos, respirar a atmosfera que dividimos por tantos anos.[5] ”
[6]
Sua irmã Yves casou-se com Theodore Gobillard, inspetor tributário, em 1866 e foi musa de Edgar
Degas em Mrs Theodore Gobillard, obra que está hoje no Metropolitan Museum of Art, em Nova
Iorque.[4][5][6][4]
Berthe estava registrada como copista no Museu do Louvre e lá ficou amiga de artistas e professores,
como Camille Corot, um pintor de paisagens da Escola Barbizon. Em 1860, sob a influência de Corot,
ela começou a experimentar o método de pintura ao ar livre. Em 1863, estava estudando com Achille
Oudinot, outro pintor de Barbizon. No inverno de 1863-64, Berthe estudou escultura com Aimé Millet,
mas nenhuma de suas obras sobreviveu aos dias de hoje.[3]
Berthe se casou com Eugène Manet, irmão de seu amigo e colega pintor, Édouard Manet, em 1874.
Eugène faleceu em 1892. Em 1878, ela daria à luz à única filha do casal, Julie Manet, que foi musa
frequente nos quadros da mãe e de outros artistas impressionistas, como Renoir.[3]
Impressionismo
A primeira vez que um quadro de Berthe foi exposto ao grande público foi no Salão de Paris, em 1864,
quando a artista tinha 23 anos, com dois quadros retratando paisagens. A partir daí, ela expôs com
regularidade no salão, com crítica positivas, até 1873, um ano da grande exposição impressionista. Ela
expôs trabalhos na exposição de 1874, perdendo apenas a de 1878 quando sua filha nasceu.[7]
Sua carreira tida como um período mais maduro começou em 1872. Sua audiência começou a crescer
com o patrocínio de Durand-Ruel, comerciante de arte, que comprou de Berthe cerca de 22 quadros.
Em 1877, ela foi descrita por um crítico do Le Temps, como a "verdadeira impressionista do grupo".[8]
Berthe preferiu expôr e assinar suas obras com seu nome de solteira, sem usar um pseudônimo ou seu
nome de casada.[9] Na exposição de 1880, muitos críticos de arte consideraram os trabalhos de Berthe
como os melhores, incluindo o famoso crítico do Le Figaro, Albert Wolff.[3]
Manet
Em 1868, Berthe ficou amiga de Édouard Manet, que pintou vários retratos dela, incluindo um estudo
com véu preto, enquanto ela de luto pela morte do pai. A correspondência entre os dois mostra grande
afeição, mas Berthe se ressentia de suas críticas e correções que queria fazer em seus quadros.[3] Assim
Manet escreveu:
As jovens Morisots são adoráveis. É perturbador que elas não sejam homens. Porém, como
“ mulheres, poderiam servir a causa da pintura, cada um casando com um membro da Academia ”
Francesa e semeando discórdia entre esses senis.[10]
Apesar de Manet ser considerado o mestre e Berthe sua pupila, já evidências de que a admiração era
recíproca. Registros mostram a apreciação de Manet por seu estilo original e pelas decisões tomadas na
composição dos quadros, algumas que ele mesmo adotou em suas obras. Foi Berthe quem persuadiu
Manet a pintar ao ar livre, algo que ela vinha praticando havia muito tempo.[11] Foi ela também quem
o introduziu ao grupo de pintores que viria a ser conhecido como os impressionistas. Em 1874, ela
casou-se com o irmão de Édouard, Eugène.[3]