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Philip K.

Dick
Philip K. Dick

Nome completo Philip Kindred Dick


Outros nomes PKD
• Richard Phillipps
Conhecido(a) por • Jack Dowland

16 de dezembro de 1928
Nascimento
Chicago, Illinois, EUA
2 de março de 1982 (53 anos)
Morte
Santa Ana, Califórnia
Nacionalidade norte-americano
• Jeanette Marlin (1948)
• Kleo Apostolides (1950-59)
• Anne Rubinstein (1959-65)
Cônjuge
• Nancy Hackett (1966-72)
• Leslie Busby (1973-77)

• Laura Dick
• Isolde Freya Dick
Filho(a)(s)
• Christopher Kenneth-Dick

Ocupação escritor
• Hugo Award
• John W. Campbell Memorial Award (1975)
Prêmios
• British Science Fiction Association Award

Gênero literário Ficção científica


Magnum opus O Homem do Castelo Alto
Assinatura

Página oficial
www.philipkdick.com/
Philip Kindred Dick ou Philip K. Dick (Chicago, 16 de dezembro de 1928 — Santa Ana, 2 de março
de 1982), também conhecido pelas iniciais PKD, foi um escritor norte-americano de ficção científica
que alterou profundamente este gênero literário, explorando temas políticos, filosóficos e sociais,
autoritarismo, realidades alternativas e estados alterados de consciência. Seus escritos refletiam seus
interesses em metafísica e teologia e em muitas vezes questionou a realidade e a ordem estabelecida,
identidade, uso e abuso de drogas, transtornos mentais e experiências transcendentais. Apesar de ter
tido pouco reconhecimento em vida, a adaptação de vários dos seus romances ao cinema acabou por
tornar a sua obra conhecida de um vasto público, sendo aclamado tanto por leitores como pela crítica.
Em 1993, Emmanuel Carrère reconstruiu a vida do escritor norte-americano em Eu Estou Vivo e Vocês
Estão Mortos, livro feito a partir de outra biografia, previamente publicada, e no trabalho de ficção de
Dick - além de um grupo pequeno de entrevistados. O livro foi lançado em 2016, no Brasil, pela
Editora Aleph.[1]
Nascido em Illinois e tendo se mudado para a Califórnia, começou a publicar ficção científica ainda
nos anos 1950. Inicialmente, seus contos e novelas não tiveram sucesso comercial.[2] Foi em 1962 que
seu livro O Homem do Castelo Alto foi aclamado pela crítica, ganhando inclusive o Prémio Hugo de
melhor livro.[3] Ao todo, Philip produziu 44 livros, cerca de 121 contos, a maioria deles publicados em
revistas especializadas ainda em vida.[4] Depois de uma experiência religiosa que o marcou
profundamente em fevereiro de 1974, Philip se aventurou em temas explicitamente teológicos, como
no caso do livro VALIS (1981).[5]
Vários de seus livros foram adaptados para o cinema e para a televisão, como Blade Runner (1982 e
2017), Total Recall (1990 e 2012), Minority Report (2002),[6] e The Man in the High Castle (2015).
Em 1982 foi criado o Philip K. Dick Award, que premia as melhores obras originais de ficção científica
publicadas em formato paperback.[7]

Biografia
Primeiros anos
Philip Kindred Dick e sua irmã gêmea Jane Charlotte Dick, nasceram prematuros, seis semanas antes
do prazo previsto, em 16 de dezembro de 1928, em Chicago, filhos de Dorothy Kindred (1900–1978) e
Joseph Edgar Dick (1899–1985), funcionário federal do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos.[8][9] Seus avós eram originalmente irlandeses. A morte de Jane, algumas semanas depois, em
26 de janeiro de 1929, afetou profundamente a vida de Philip e até virou tema de um de seus livros.[8]
Posteriormente, a família se mudou para a região da baía de San Francisco. Quando Philip tinha 5 anos,
seu pai foi transferido para Reno, Nevada, mas Dorothy se recusou a se mudar mais uma vez e o casal
acabou se divorciando. Os pais acabaram brigando pela custódia de Philip, que acabou ficando com a
mãe. Dorothy estava determinada a criar o filho sozinha e conseguiu um emprego em Washington,
D.C., para onde se mudou com ele. Philip estudou de 1936 a 1938 na Escola de Ensino Infantil John
Eaton, tendo pulado séries e tirado boas notas.[10] Em junho de 1938, Dorothy e o filho voltaram para
a Califórnia e foi por volta dessa época que ele começou a se interessar por ficção científica. De acordo
com Philip, em 1940, aos 12 anos, ele leu sua primeira ficção científica, na revista Stirring Science
Stories.[9]
Livros de sua autoria.
Philip se formou em 1947 na Escola Secundária de Berkeley, local onde ele e Ursula K. Le Guin,
também escritora norte-americana, eram da mesma classe, mas ainda não se conheciam. Depois da
formatura passou rapidamente pela Universidade da Califórnia em Berkeley, de setembro a novembro
de 1949, abandonando o curso para trabalhar como um DJ numa emissora de rádio, mantendo, ao
mesmo tempo, uma loja de discos. Lá estudou história, psicologia, filosofia e zoologia. Devido seus
estudos de filosofia, passou a acreditar na existência de uma base para a percepção humana, que não
necessariamente correspondia à realidade externa. Segundo suas crenças, o universo seria uma extensão
de Deus.[9][10]
Após ler os trabalhos de Platão e de ponderar sobre as possibilidades de realidades metafísicas, Philip
chegou à conclusão que, de certa maneira, o mundo não é inteiramente real e que não há maneira de
confirmar se o mundo existe de verdade. A questão acabou se tornando um ponto chave em diversos de
seus livros.[9] Philip acabou desenvolvendo crises de ansiedade de acordo com a biografia de sua ex-
esposa, Anne.[10]

Escrita

Philip K Dick (c. 1962).


Philip vendeu sua primeira história em 1951 e passou a se dedicar integralmente à escrita. Durante o
ano de 1952, várias de suas primeiras produções na ficção especulativa começaram a aparecer nas
edições de julho e setembro de Planet Stories, editado por Jack O'Sullivan, e nas revistas If e The
Magazine of Fantasy and Science Fiction. Seu livro de estreia foi Solar Lottery, publicado em 1955,
junto de The Big Jump, de Leigh Brackett. A década de 1950 em si não foi muito próspera para Philip,
tendo publicado muita ficção científica, mas sonhando com uma carreira popular e que lhe rendesse o
suficiente para viver.[11] Ele produziu muitas obras convencionais, mas que não tiveram muito êxito. O
sonho de se tornar um escritor de sucesso acabou morrendo em janeiro de 1963, quando o agente
literário Scott Meredith lhe devolveu todos os livros não vendidos. Somente um deles foi vendido e
publicado durante a vida de Philip.[8][10]
Em 1963, Philip ganhou o Prémio Hugo por O Homem do Castelo Alto, mas mesmo depois de ser
reconhecido como um dos grandes nomes da ficção científica, no meio literário que não apreciava a
FC, ele não era conhecido e acabou fazendo, nos anos seguintes, publicações de baixo custo em
editoras menores. Mesmo em seus últimos anos, ele continuava com problemas financeiros.[12]
Em sua coletânea de contos The Golden Man, de 1980, ele escreveu:
Há alguns anos, quando eu estava doente, Robert A. Heinlein ofereceu sua ajuda, qualquer coisa
que ele pudesse fazer, e nós nunca havíamos nos conhecido; ele me telefonava para me animar e ver
como eu estava. Ele queria me comprar uma máquina de escrever elétrica, Deus o abençoe - um dos
“ poucos verdadeiros cavalheiros deste mundo. Não concordo com as ideias que ele apresenta em seus
livros, mas isso não importa. Uma vez, quando eu devia ao Imposto de Renda muito dinheiro e não
tinha onde obter, Heinlein emprestou o dinheiro para mim. Eu penso muito nele e sua esposa;
dediquei um livro para eles em consideração. Robert Heinlein é um homem de boa aparência, muito
impressionante e de postura muito militar; você pode dizer que ele tem um passado militar, até no
corte de cabelo. Ele sabe que sou uma aberração e ainda assim ele ajudou a mim e à minha esposa
quando estávamos em apuros. Isso é o melhor da humanidade; isso é quem e o que eu amo.

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