UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE HISTÓRIA

VERBETE: ISABEL ALLENDE

Verbete apresentando para a obtenção de aprovação na disciplina de

Gênero e Cidadania no Brasil República, ministrado na Universidade
Federal Fluminense pela docente Lívia Magalhães.

Aluna: Samantha Bezerra da Silva

NITERÓI
2021
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ALLENDE, Isabel.
*Escritora e Jornalista

Isabel Allende Llona nasceu em Lima, Peru, no dia 02 de agosto de 1942, tendo no
entanto a nacionalidade Chilena. Seu pai, Thomás Allende, era um diplomata chileno e sua
mãe, Francisca Llona, era dona de casa.

Após o divorcio de seus pais, a sua mãe retorna para Santiago, capital do Chile,
levando consigo seus três filhos, onde a pequena Isabel passa grande parte de sua infância e
juventude. Em 1953, sua mãe se casa novamente com outro diplomata e a família passa então
a morar em La Paz, na Bolívia, onde Isabel estudou em uma escola americana.
Posteriormente, eles se mudam para Beirute, no Líbano, onde ela ingressou em uma escola
inglesa. Cinco anos depois, em 1958, Isabel Allende retorna para Santiago e inicia no curso
de jornalismo. Nesse período, começou a escrever contos infantis e peças teatrais.

Nos anos seguintes, entre 1960 a 1962, Isabel Allende entra para a seleção chilena
das Organização das Nações Unidas (FAO) e se casa com Miguel Frias, com quem teve dois
filhos, Paula e Nicolás. Trabalhou como jornalista e escritora incansavelmente desde os 17
anos. Publicou o seu primeiro romance “A Casa dos Espíritos", em 1982, que se tornou um
sucesso mundial, adaptado para o cinema em 1993, pelo diretor sueco Bille August com a
participação de atores consagrados do cinema norte-americano como: Meryl Streep, Jeremy
Irons, Glenn Close, Antônio Banderas, Vanessa Redgrave e Winona Ryder.

Antes do sucesso do primeiro livro, Isabel Allende escreveu, em 1967, para uma
revista feminina intitulada Paula, e também para uma revista infantil. Em 1970, passou a
trabalhar na televisão, apresentando um programa de entrevistas. Sua peça teatral “O
Embaixador" estreou em 1972.

No ano seguinte, ocorreu o golpe militar no Chile encabeçado pelo general Pinochet,
que depôs o presidente Salvador Allende, tio da escritora. Com a ditadura militar no Chile e a
morte de Salvador Allende, Isabel deixa o país e junto com sua família, refugia-se em
Caracas, na Venezuela. Exilada na Venezuela, ela trabalhou em um jornal e em uma escola.
Durante os anos em que viveu no país, ela recebeu notícias de que seu avô estava em estado
grave de saúde. Por não poder regressar ao Chile, ela passa a escrever cartas que acabariam se
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transformando em um grande sucesso literário sem precedentes para uma mulher

latino-americana: A Casa dos Espíritos.

A obra de estreia da escritora/jornalista retratada através da família Trueba o cenário

que ela mesma vivenciou devido à ditadura militar no Chile. Mesclando a fantasia com a
realidade, Isabel transporta o leitor para os dramáticos períodos de perseguição e horror da
ditadura militar. O livro, publicado em 1982, tornou-se um best-seller, foi traduzido para
diversos países da América do Sul e da Europa, consagrando Isabel Allende como uma das
maiores escritoras do Chile e da América Latina.

Posteriormente ao sucesso do primeiro livro, Isabel Allende publica mais dois grandes
romances de sucesso: “De Amor e de Sombra'' (1984) e “Contos de Eva Luna”. Em “De amor
e de Sombra”a autora traz uma história de amor entre dois jovens jornalistas que são forçados
a fugir depois de investigarem o desaparecimento de uma mulher durante a ditadura militar.
Esta obra, assim como “A Casa dos Espiritos", está próximo do intitulado “realismo mágico”
por mesclar acontecimentos fantásticos com reais em uma crítica social aberta.

O segundo romance de Allende recebeu diversas críticas positivas, o que veio a selar
o êxito internacional da escritora. Em 1994, Isabel Allende escreveu a sua primeira obra
intimista intitulada: Paula.

Em 1987, ela se divorciou do marido. Casando-se posteriormente, com o advogado

norte-ameircano, William Gordon, ambos se mudam para os Estados Unidos, onde mora
desde 1988. Em seguida a sua mudança, Allende descobre que sua filha Paula havia sofrido
um grave acidente neurológico devido a complicações por causa da porfiria que a deixou em
coma. Em 1991, um erro na medicação de Paula resultou em um grave dano cerebral
deixando-a em um estado vegetativo permanente. Isabel transfere a filha para um hospital na
Califórnia e mais tarde para a sua casa, onde ela faleceu em 06 de dezembro de 1992.

Durante todo o período em que a filha, aos 29 anos, permaneceu em coma, Isabel
começou a escrever a obra Paula. O luto e a depressão levaram a autora a relatar todos os
acontecimentos durante o período em que a filha estava doente. Publicada dois anos após o
falecimento de Paula, em 1994, o livro é considerado a sua primeira obra de não ficção. Um
tributo de amor para a filha que se consolidou como um best-seller. Para muitos críticos
literários, "Paula" é considerada a melhor obra escrita por Isabel Allende. Após a publicação
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da obra e vivenciando o luto pela morte precoce de Paula, Isabel passou por um grande
bloqueio criativo.

Buscando renovar-se, ela aceitou o convite de uma amiga para viajar para a Índia na
tentativa de sair da depressão pela perda da filha. Na Índia, Isabel viveu diversos momentos
que mudaram a sua vida, um deles foi quando uma mulher entregou uma bebê recém-nascida.
Oferecendo-lhe o bebê porque havia nascido uma menina e que naquela sociedade ela não
seria bem aceita. O choque causado pela ação deixou na escritora uma marca que a fez criar a
“Fundação Isabel Allende”, para auxiliar mulheres e crianças em situação de risco.

Vivendo nos Estados Unidos, ela volta a escrever suas obras que renomadas, estão
sempre na lista dos mais vendidos nas Américas e na Europa. Alguns dos personagens da
célebre obra “A Casa dos Espíritos” aparecem nos romances “Filha da Fortuna” (1998) e
“Retrato a Sépia” (2000), o que resulta em uma trilogia não oficial. Na Obra de 2017,
intitulada “Para Lá do Inverno”, Isabel Allende escreveu sobre os flagelos da imigração ilegal
e dos refugiados. Em “A Ilha Sobre o Mar” (2009) a autora descreve a vida de uma mulher
escrava que vivendo no Haiti sofre com os abusos da colonização no país.

Em “Longa Pétala de Mar” (2019), a autora se inspirou na história dos refugiados

espanhóis. Ambientada no século XX a obra se inicia na Guerra Civil Espanhola e vai até a
ascensão e queda do general Pinochet. Vencedora da Medalha Nacional de Literatura Chile
(2010) e da Medalha Presidencial da Liberdade (EUA, 2014), concedida pelo até então
presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Autora de 23 obras publicadas, Isabel Allende
é considerada a autora mais lida em língua espanhola. E já recebeu mais de 15 títulos
honoríficos (incluindo um de Harvard).

Após 28 anos de casamento, em 2015, Isabel anunciou seu divorcio com Willie
Gordon. A escritora nunca mais retornou ao Chile após sua saída em 1973, devido à ditadura
militar, aos 79 anos, Isabel Allende vive na Califórnia.
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FONTES

FRAZÃO, Dilva. Biografia de Isabel Allende, Site Ebiografia. Disponível em:

<https://www.ebiografia.com/isabel_allende> acesso em: 12 de Setembro de 2021

Isabel Allende: Biografia de uma escritora sublime. A Mente é Maravilhosa, 2020.

<https://amenteemaravilhosa.com.br/isabel-allende-biografia-escritora-sublime> acesso em:
12 de Setembro de 2021.

SILVA, Luana Mirelly de Souza. Vida e Obra de Isabel Allende: Uma breve exposição.
História Geral. Site Brasil Escola Uol. Disponível em:
<https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia-geral/vida-e-obra-de-isabel-allende-uma-b
reve-exposicao.htm> acesso em 10 de setembro de 2021.