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Isabel Allende tem 80 anos, nascida no Peru mas criada no Chile.

Escreveu
Violeta em 2021 em meio a pandemia.
A personagem principal foi inspirada na mãe da autora que também nasceu em
1920 em meio a pandemia da gripe espanhola e morreu pouco antes da pandemia
do coronavírus, em 2018.
Sua carreira abrange ficção e não-ficção. Ela também criou a Fundação Isabel
Allende em homenagem à sua filha (falecida em 1992), que trabalha para
empoderar mulheres e meninas ao redor do mundo, fato que também deve ter
servido de inspiração para parte da vida de Violeta no livro, que também cria uma
fundação para ajudar mulheres.
Além disso, ao escrever sobre a morte de Nieves, filha de Violeta, a autora
também se inspirou na própria experiência de perder a filha Paula.
Importante mencionar que Nieves foi inspirada na enteada de Isabel, chamada
Jennifer, que morreu muito jovem por causa das drogas.
Seu novo romance, Violeta, abrange 100 anos e conta a vida e as épocas
turbulentas de sua heroína sul-americana, em meio a ditadura chilena, implantada
com o golpe militar que em 1973 derrubou o governo do primo de seu pai, o
presidente Salvador Allende (1908-1973).
O livro conta a história de Violeta, uma mulher independente, que nasce durante
uma pandemia e morre em outra (1920-2020). Ao longo do caminho, a
protagonista testemunha as inúmeras transformações sofridas por um país sul-
americano muito parecido com o Chile.
Isabel parte da narrativa que a avó conta para o neto Camilo e aproveita para
iluminar temas distintos, desde feminismo, violações contra os direitos humanos e
homossexualidade até aquecimento global e casos amorosos seguidos de
infidelidade.
Gostei da leitura, não seria um livro que eu buscaria para ler se não fosse o
desafio do clube de leitura, mas gostei, porém achei a história muito comprida,
apesar de que ela é bem enriquecida de detalhes.

“Há um tempo para viver e um tempo para morrer. Entre ambos há tempo para recordar.”
Ambientado em um país fictício da América Latina muito semelhante ao Chile - e ao próprio
Brasil -, o romance é narrado pela protagonista, Violeta, uma mulher centenária que resolve
escrever suas memórias para se despedir de uma figura de grande importância em sua vida.

Violeta divide sua narração em quatro partes, cada uma representando uma fase de sua vida.
Nascida em 1920, durante a pandemia da gripe espanhola, Violeta passa seus primeiros anos
de vida sob a proteção de uma família de classe média e de grande prestígio social, sendo
obrigada a se mudar para uma zona rural durante a Grande Depressão. É na fazenda dos
Riva, rodeada pela natureza, pelos membros remanescentes de sua família e por povos
indígenas que Violeta forma sua personalidade.

Até o ano de 2020, quando Violeta morre durante a pandemia do coronavírus - mas não em
decorrência dele -, a protagonista, uma mulher que passa a maior parte de sua vida solteira
para manter sua independência, conta a história de seu primeiro e autodestrutivo amor, da
perda de sua filha para as drogas, da ditadura militar que acossou seu país e resultou no
desaparecimento de seu filho e, já na terceira idade, de seu ativismo e suas aventuras
amorosas, tendo se mantido ativa até a última década de sua vida para se dedicar ao
combate da violência contra a mulher. Todo o romance é permeado por críticas aos
problemas enfrentados, principalmente, pelos países da América Latina: os preconceitos de
raça e classe, a concentração de renda, as consequências do imperialismo estadunidense e o
ódio ao comunismo, a perseguição aos povos indígenas e a desigualdade de gênero, entre
muitos outros.

Violeta foi minha primeira leitura de Isabel Allende e, não sabendo o que esperar, acabei me
deparando com o meu novo livro favorito, certeza que tive logo nas primeiras páginas.
Acompanhar a vida de um personagem do início ao fim, dos grandes acontecimentos até os
mais banais, e ainda poder se identificar com os contextos sociais e políticos como se essa
história tivesse sido ambientada em seu próprio país é emocionante e envolvente. A tristeza
que senti ao ver os personagens de Allende chegando ao fim de suas vidas foi compensada
pelo acolhimento que essa história me proporcionou.
Épico e arrebatador!
"Minha vida é digna de ser contada não tanto por suas virtudes quanto por meus pecados; de
muitos deles nem desconfias. Aqui os conto. Verás que minha vida é um romance."
(Violeta Dell Vale)

Este livro narra história de Violeta Dell Vale, uma mulher que nasceu no ano de 1920, em
plena pandemia da Gripe Espanhola e vive até os cem anos, quando morre no ano de 2020,
novamente em outra pandemia: a da Covid-19.

Inicialmente, a capa deste livro foi bastante decisiva em minha escolha por lê-lo. E a sinopse,
embora muito curta, também me aguçou a curiosidade porque, afinal, trata-se de um livro de
Isabel Allende.

Daí, ao iniciar minha leitura, fui totalmente fisgada e envolvida com a história de Violeta Dell
Vale desde as primeiras linhas. Historicamente falando, não há nada de muito extraordinário
na vida de Violeta, além da própria História Mundial que todos conhecemos: a Gripe
Espanhola, duas Grandes Guerras Mundiais, a Grande Depressão Econômica, a Guerra
Fria... Além de outros acontecimentos bem relevantes, como a ascensão e a queda de
governos ditatoriais, as revoltas estudantis, a luta pelos direitos das mulheres e dos
trabalhadores, a chegada das grandes tecnologias, a urbanização caótica de grandes áreas
do Planeta, algumas catástrofes naturais bem marcantes, entre outros fatos históricos.

Porém, o que se destaca na narrativa feita pela protagonista Violeta é justamente a forma
apaixonada, arrebatadora e épica em que ela constrói e vive sua própria história juntamente
com a História Mundial. Toda a narrativa é uma longa carta para a pessoa que ela mais ama
em sua muito bem vivida jornada centenária e a mistura perfeita entre prosa, poesia,
memórias e crônicas fez deste livro uma magnífica experiência de leitura para mim.

Realmente, a protagonista-narradora Violeta é uma mulher de personalidade muito forte e


bastante determinada. Ela enxerga a sua vida com a mesma paixão que a vive, narrando cada
caminho percorrido de sua existência com a mesma intensidade serena ou não de cada
momento. Sua vida tem momentos de pobreza e riqueza, saúde e doença, perdas terríveis e
imensas alegrias, grandes paixões e decepções amorosas, violências, reconstruções,
reencontros, filhos, família, amizades, inimigos... Tudo contado de uma forma envolvente
demais e cheia de emoções.

Claro que essa narrativa que nos envolve tanto é mérito da grande escritora que é Isabel
Allende, com sua incrível capacidade de criar personagens femininas tão intensas e tão
verdadeiras, cujas jornadas e trajetórias, sendo ficção ou não, tomam ares de verdadeiros e
cativantes romances épicos, mesmo podendo ser a narrativa da vida de qualquer mulher em
qualquer momento da História.

Eu gostei demais e recomendo muito a leitura!


Fique deveras apaixonada pelo romance da vida de Violeta Dell Vale.

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