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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – CFCH

CURSO BACHARELADO EM HISTÓRIA – CBH

EDIELMA RICARDO DE CARVALHO

ROCK BRASILEIRO: HISTÓRIAS, RESISTÊNCIAS E REPRESENTAÇÕES


(1975/1988)

RIO BRANCO – AC

2019
EDIELMA RICARDO DE CARVALHO

ROCK BRASILEIRO: HISTÓRIAS, RESISTÊNCIAS E REPRESENTAÇÕES


(1975/1988)

Pré-projeto de pesquisa para a elaboração de


monografia de conclusão de curso, apresentado a
professora Drª. Geórgia Pereira de Lima, como
requisito para aprovação na disciplina Seminário de
Pesquisa III e crédito para matrícula na disciplina
Seminário de Pesquisa IV, do curso de Bacharelado
em História da Ufac.

RIO BRANCO

2019
RESUMO: O presente projeto procura compreender as histórias e resistências articuladas
pelo rock brasileiro, entre o período de 1975 a 1988, no contexto da ditadura militar,
identificando nas letras musicais as representações sociais históricas, enquanto formas de
resistências, compreendendo as histórias manifestadas por este gênero musical. O rock
não somente foi uma fonte de protesto diante essas décadas, nem de inspiração dos jovens
da época, mas também de resistência em quesito de manter a crítica política em uma fase
em que a liberdade de expressão era limitada, onde para isso será feito análises das
músicas escritas diante o cenário dito, assim será observado as mudanças presidenciais,
verficando os atos institucionais, juntamente com a constituição de 1967 e a constituição
de 1988. O projeto em si busca contribuir com a sociedade através de suas informações
para com o atual cenário brasileiro, onde não será estabelecido apoio a nenhum
governante, mas a busca pelo conhecimento e a sua devida reflexão.

Palavras chave: Histórias; Resistências; Representações.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................., 03

2. JUSTIFICATIVA ........................................................., 00

3. PROBLEMATIZAÇÃO .............................................., 00

4. QUESTÕES DE ESTUDOS ........................................, 00

5. OBJETIVOS ................................................................., 00

5.1. GERAL ........................................................, 00

5.2. ESPECIFICOS.............................................., 00

6. REFERNCIAL TEÓRICO ............................................, 00

7. METODOLOGIA ........................................................., 00
8. CRONOGRAMA........................................................., 00

9. CUSTOS ......................................................................., 00

10. REFERÊNCIAS .........................................................., 00

1. INTRODUÇÃO

O projeto de pesquisa “Rock Brasileiro: Histórias, Resistências e Representações


(1975/1988)” está vinculado a Linha de pesquisa: História, Sociedade e Cultura do curso
de Bacharela do em História da Universidade Federal do Acre (Ufac). Tendo como objeto
de estudo a resistência sociocultural do rock brasileiro a ditadura militar após 1964;
visando compreender a partir representações do rock brasileiro as histórias de resistências
ao contexto histórico do Brasil nas décadas de 1970 e 1980.

A concepção da escolha desse tema traduz um “olhar” muito particular da


vivência familiar com as músicas de discos de vinil e a vitrola que em casa encantava as
melodias cantadas do tempo de criança. Esse envolvimento se configurou durante a
adolescência, nos espaços da igreja e da escola, em participações musicais e
apresentações de teatro. Isso implicou na academia reconhecer nesse passado de vida as
relações com a músicas e suas representações.

O rock nacional na maioria das vezes foi gatilho para debates diante suas letras
musicais e se formos parar para analisar, os dias atuais para o rock tem sido “calmos”,
por vontade própria ou não, outros gêneros como o RAP, está com o papel da crítica
construitiva diante a sociedade e a atual política. Moreira (2019) em seu artigo ao UOL
chama atenção “O rock nacional parece não se importar com a liberdade de expressão.”
O que parece ironia, já que o rock brasileiro em seu auge driblava o sistema para repassar
suas canções para o público, nesse caso também há generalizações diante da frase, pois
não deve ser tratado como totalidade, já que pode existir bandas que ainda retratam
críticas.

“Com o rock surge toda uma cultura de contestação juvenil usada para chocar os
padrões morais da sociedade” (MOURA, 2015) diante essa frase, o autor retrata sobre o
rock diante seu surgimento, o que podemos associar também ao que era o rock brasileiro
diante sua característica de confrontar o governo e de expressar suas insatisfações.

Quanto a originalidade do tema, podemos destacar que em relação ao contexto


tanto do rock quanto a ditatura-civil militar que, muitos trabalhos já foram realizados,
mas que a diferença deles a essa perspectiva temática além de suas categorias de conceitos
de história, resistência e representações, temos seus objetivos e a forma de enxergar o
assunto e o período de estudo, tornando assim, o projeto original de conteúdo, com uma
análise precisa.

Quanto a problemática, trata-se das resistências contra os governantes, mas


precisamente sobre suas formas de administrar o Brasil naquele período, como a
sociedade se via diante de todo o processo, buscando entender os reais acontecimentos
diante a ditadura militar, se foi algo crítico para os roqueiros da época e quais embates
eles estavam acirrados.

Para atingir o propósito do projeto, temos como ponto de partida a compreensão


de como o rock no período da ditatura militar conseguiu inserir seus descontentamentos
dentro da sociedade através de suas canções, dessa forma, burlando o sistema. Para isso,
serão identificadas as formas de representações dentro das letras musicais, analisando as
formas de resistência ao regime, buscando entender as histórias produzidas. Cazuza é a
prova de cantores que representaram a sociedade que sentia-se reprimida diante a ditatura-
cívil militar, as representações em letras sempre está associada a uma crítica política ou
social.

Em questão de fundamentação teórica, temos como base os conceitos de história,


resistência e representações, que irá estabelecer categorias analíticas e mesmo sendo
realizada uma gama de pesquisas sobre a temática, a originalidade do tema ocorre diante
a apresentação de tais conceitos.
Utilizando o conceito de Marc Bloch, temos a história como “a ciencia que estuda
os homens no tempo”, e que as interações do homem estabelece sentido a história dentro
da sua importância e relevância, onde “o passado é por definição um dado que nada mais
modificará. Mas o conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que
incessantemente se transforma e aperfeiçoa.” (BLOCH, 2002, p. 75)

Baseado em um artigo analisando as ideias de Michel De Certeau, entendemos


sobre Resistência o conceito de que ela rebela “contra a ordem a partir da própria ordem,
resistem a cálculos por meio de jogos e de dizeres esperançosos, enfrentam os
enquadramentos racionalizados da vida com uma estética da existência, uma poética do
cotidiano” (SILVA; SILVA, 2016, p.03).

Para desenvolver o conceito de Representações, temos os estudos de Roger


Chartier A história Cultural entre práticas e representações, onde o autor vai enfatizar
que as representações partem de grupos que unem interesses, e que a partir desses
interesses, justificam suas ações na forma de como enxergam o mundo, tentando por
muitas vezes impor ao outro as suas concepções, até porque Chartier atenta que as
representações não são leais a realidade, nessa concepção, é possível entender também
que nem tudo o que era representado nas letras de músicas poderia estar ocorrendo e que
isso era intencional para que a sociedade entrasse em descontentamento ao governo da
época.

Como documento apresentável da pesquisa, temos a música O tempo não para de


Agenor de Miranda Araújo Neto (Cazuza), que será analisada diante a letra, onde o autor
estabelece uma crítica do que vivenciava no período crítico da ditadura-civil militar,
igualmente a outra música que também será analisada, intitulada como Alvaroda Voraz,
a banda RPM deixa notório sua intenção de crítica, é importante ressaltar que as duas
músicas foram produzidas ou pelo menos lançadas pós 84, quando a ditadura-civil militar
chega ao fim e a sociedade caminha para mudanças e brevemente passados 4 anos chegam
a Constituição de 1988, que será analisado especificamente aos artigos sobre liberdade
de expressão que engloba todo o processo que o projeto percorre chegando assim ao
terceiro documento, será feita uma busca de entrevistas já realizadas para
complementação da temática.

2. JUSTIFICATIVA
A perspectiva da escolha desse tema traduz um “olhar” muito particular da
vivência familiar com as músicas de discos de vinil e a vitrola que em casa encantava as
melodias cantadas do tempo de criança. Esse envolvimento se configurou durante a
adolescencia, nos espaços da igreja e da escola, em participações musicais e
apresentações de teatro. Isso implicou na academia reconhecer nesse passado de vida as
relações com a música.

Analisando o rock diante a sociedade, temos o gênero como uma fonte que sempre
gerou debates diante suas letras musicais, tanto a insatisfação de governos, quanto aos
problemas que a sociedade se depara no decorrer do seu desenvolvimento. O que acontece
é que o rock brasileiro não tem a mesma intrepidez de 30 anos atrás, já não é mais o
mesmo em relação as suas críticas, como Marcelo Moreira cita em seu artigo no site UOL
Entretenimento “O Rock Nacional parece não se importar com a liberdade de expressão.”
o que parece ser contraditório das décadas de 70 e 80.

Nesse caso, não somente a importância de suas letras musicais, mas o tema em si
contribui para a compreensão do que o Brasil passava diante o governo militar,
principalmente diante as censuras que foram estabelecidas, onde obviamente o rock não
poderia se expressar abertamente com suas canções de protestos, o que muda totalmente
o contexto a partir de 1988 diante a Constituição e seus atributos, em suma, a liberdade
de expressão. E diante o cenário que o Brasil se encontra, é viável parar para atentar ao
que passou. Como dizia Cazuza: “Eu vejo um futuro repetir o passado.”

3. PROBLEMATIZAÇÃO

Que resistências expõem as histórias do Rock Brasileiro e suas representações?

4. QUESTÕES DE ESTUDOS

Quais representações do contexto nacional está presente em letras do Rock


Brasileiro?

Por que resistências do Rock Brasileiro?

Que histórias expõem o Rock Brasileiro?


5. OBJETIVOS

5.1. GERAL

Compreender a partir das representações do rock brasileiro as histórias de


resistências ao contexto histórico do Brasil nas décadas de 1970 e 1980.

5.2. ESPECÍFICOS

• Identificar em letras de músicas do Rock Brasileiro as representações sociais


históricas das décadas de 1970/1980;

• Analisar no Rock Brasileiro as diversas formas de resistências ao regime militar;

• Entender as histórias produzidas/manifestadas pelo Rock Brasileiro através das


letras das décadas de 1970/1980.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

Para enfoque nesse projeto e embasamento teórico, temos como referencial Roger
Chartier (Escola dos Analles) com o conceito de Representações, nas quais “são
entendidas como classificações e divisões que organizam a apreensão do mundo social
como categorias de percepção do real” (DE CARVALHO, 2005, p. 149), nesse caso, o
autor citado se apropria dos estudos de Chartier, onde o mesmo ajuda na perspectiva de
entender como as representações se insere dentro do contexto da sociedade, enfatizando
os “interesses de grupo” (CHARTIER, 1990, p.17) que buscam justificar suas ações
impondo suas concepções de mundo, gerando muitas vezes uma concorrência.

Entrando em contexto com os acontecimentos daquele período, entendia-se que o


rock e outros gêneros desde outros momentos utilizavam suas canções para ir contra ao
que os generais estabeleciam para sociedade seguir, ressaltando, pois, que de acordo com
Chartier, a fidelidade ao real não cabe dentro das perspectivas das representações, cuja
sua intenção é fazer acreditar no que a representação apresenta, sendo assim, as letras
cantadas não fazia parte apenas da liberdade de expressão, mas também como forma de
atrair simpatizantes dos seus ideais.

Palavras chave: Histórias; Resistências; Representações.

7. METODOLOGIA

A metodologia é a História Oral, a partir de entrevistas contidas em historória de


memória, visto que não é possível o contato com os cantores do rock brasileiro citados,
serão utilizadas também letras de músicas e fotografias do âmbito do virtual.

8. CRONOGRAMA

ANO/MÊS 2017 2018 2019/Jan marc maio julh setem nov 2020

Leituras X X

Revisão
Bibliográfica

Pesquisa de
campo

Aulas da X X X
graduação

Elaboração
da Escrita

OBS: Os meses apareceram apenas no ano atual do projeto e no espaço-tempo de (1) mês.

9. CUSTOS

Nenhum custo foi necessário para a viabilidade dos resultados que aqui constam.

10. REFERÊNCIAS

BLOCH, Marc. Apologia da história: ou o ofício de historiador. Zahar, 2002.


CHARTIER, R. (1990). A história cultural. Entre práticas e representações. Lisboa:
Difel, 1, 12.

DE CARVALHO, F. A. L. (2005). O conceito de representações coletivas segundo


Roger Chartier. Diálogos-Revista do Departamento de História e do Programa de Pós-
Graduação em História, 9(1), 143-165.

MOREIRA, Marcelo. O rock nacional parece não se importar com a liberdade de


expressão. Disponível em: https://combaterock.blogosfera.uol.com.br/2019/03/07/o-
rock-parece-nao-se-importar-com-a-liberdade-de-expressao/ Acesso em: 25 de Junho de
2019.

SILVA, Adilson Luiz da. SILVA, Divino José. Governo, Subjetividade e resistência:
Foucault e Certeau. Disponível em: https://www.franca.unesp.br/Home/Pos-
graduacao/-planejamentoeanalisedepoliticaspublicas/iisippedes2016/artigo_-
governo_subjetividade-e-resistencia_foucault.pdf Acesso em: 05 de Julho de 2019.

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