Você está na página 1de 154

Título original:

Gruff Ass in Love: A grumpy sunshine billionaire romance


Copyright © 2019 Sasha Burke
Copyright da tradução © 2023 por Cherish Books Ltda
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada
ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito
das editoras.
Publicado mediante acordo com a autora.

Tradução: AJ Ventura
Revisão: Elimar Souza
Diagramação: AJ Ventura
Capa: One Minute Design
Marketing e Comunicação: Elimar Souza

Sasha, Burke
O cowboy apaixonado / Sasha Burke; tradução de AJ Ventura. Rio de
Janeiro: Cherish Books, 2023.
Tradução de:
ASIN

1. Ficção americana I. Burke, Sasha. II. Título.

Todos os direitos reservados, no Brasil, por


Cherish Books
Rua Auristela, nº244 - Santa Cruz
E-mail: cherishbooksbr@gmail.com
O Cowboy apaixonado

Série
FORTE, RÁPIDO E PARA SEMPRE

LIVRO TRÊS

SASHA BURKE
DESCRIÇÃO DO LIVRO

Ela é a invasora irritante e ridiculamente fofa que se esgueira pela


minha propriedade para brincar com minhas pedras (ela realmente só quer
olha para as pedras).

Ele é o fazendeiro mal-humorado e incrivelmente bonito que tem as


melhores pedras para estudar na área.

Depois de meses resistindo ao desejo, eu finalmente a coloco sobre


meu ombro para escoltá-la para fora de minhas terras.
Realmente, por que eu não fiz isso antes é algo que não saberia
responder.

Depois de meses, finalmente percebo que sua terra não é a única


coisa dura ao meu redor.
Realmente, como isso escapou da minha atenção até agora é algo
que eu não saberia responder.

Ela é tão receptiva.

Ele é tão forte e musculoso.


Da próxima vez que ela entrar sorrateiramente, estarei pronto para
ela.

Da próxima vez que eu entrar furtivamente, ele ficará surpreso.

Para ser justo, a mulher é totalmente propensa a acidentes.

Para ser clara, o homem aparentemente perdeu a cabeça.

Eu só quero que ela fique segura e afastada de problemas, para


variar. Por algumas horas, no máximo, enquanto cuido de algumas coisas
do rancho que não podem esperar.
Então... eu a algemo na cama.
E agora estou me perguntando o que diabos vai acontecer a seguir.

Sua constante proteção de macho alfa é, sim, muito fofa, mas sério?
Eu deveria estar mais indignada com isso.
Realmente, eu deveria estar.
Mas... agora estou curiosa para saber o que vai acontecer a seguir.
CAPÍTULO 1

| CADE |

Lá vai ela, invadindo minhas terras. De novo.


Katelyn Carr, também conhecida como a inegavelmente linda dor de
cabeça que me persegue, está se esgueirando pela minha propriedade há
vários meses e, embora sempre pareça arrependida quando eu a pego, ela já
deixou perfeitamente claro que não tem a mais remota intenção de parar tão
cedo.
O que diabos eu vou fazer com essa mulher?
Destemida como sempre, ela escala o terreno rochoso ao redor da
encosta para chegar ao pequeno e tranquilo desfiladeiro escondido logo
atrás das árvores. Embora não seja muito longe da parte principal do meu
rancho — se você é uma pessoa normal e sã que segue as trilhas em vez de
seguir o caminho elaboradamente complicado que Katelyn insiste em seguir
para evitar ser detectada — a área parece um mundo totalmente diferente.
Praticamente um Jardim do Éden intocado.
Verdade seja dita, se não fosse por ter que fazer isso toda semana, eu
não sairia aqui com tanta frequência. É uma vergonha, eu sei. Mas, eu não
gostaria que fosse de outra maneira. Há uma razão pela qual deixei a vida
da cidade para trás para me tornar um fazendeiro. É uma vida extenuante,
dia após dia. E eu adoro tudo isso. Mesmo que isso signifique que não
posso mais passar tanto tempo parando para admirar as coisas bonitas da
vida.
Falando nisso.
Quando começo a enfrentar minha pequena intrusa em série,
abordo-a como sempre faço. Tentando evitar olhar diretamente para ela.
Isso dura dois segundos inteiros até que, inevitavelmente, eu desisto
dessa missão estúpida e começo a observá-la completamente.
Cristo, mesmo quando ela está me frustrando até a raiz dos cabelos,
ela é um colírio para os olhos. E, como sempre, ela está em seu próprio
mundinho agora, completamente alheia a mim e enquanto a observo tirar
fotos do chão ao seu redor.
Por que alguém iria querer gastar tanto tempo olhando para rochas
me surpreende, mas parece excitá-la mais do que qualquer outra coisa. Sem
exagero, nunca a vi sorrir para outra criatura viva do jeito que ela sorri para
suas pedras. Eu mesmo incluído.
Realmente não sei por que isso está começando a me incomodar
tanto, mas é a verdade.
Eu ando atrás dela assim que sua língua espreita para fazer contato
com uma pequena pedra porosa que ela pegou. Pelo menos espero que seja
uma pedra.
Até agora, minha pesquisa no Google não apoiou meu argumento de
que ela poderia desistir de fazer esse tipo de coisa aqui, mas meus
funcionários estão definitivamente do meu lado nisso. Deus sabe que meus
homens e eu não somos exatamente loucos por limpeza — comemos
comida que caiu no chão o tempo todo. De alguma forma, lamber pedras
parece um pouco menos higiênico.
— Quantas vezes eu disse para você parar de lamber as pedras aqui?
Ela salta extremamente assustada, olhando para mim por um
segundo como se estivesse surpresa por encontrar uma nova forma de vida
em seu planeta de rochas.
— Eu não lambo as que estão perto de rastros de animais — ela me
informa antes de se virar e inclinar a cabeça, com olhos arregalados e fixos
em algo.
Embora eu saiba que seguir o olhar dela será inútil, não consigo
evitar.
Sim. Exatamente como eu suspeitava.
Na verdade, é para uma parede de pedra que ela está sorrindo.
Coisinha estranha, estranha.
— Está vendo isso aqui? — Ela traça um dedo sobre uma linha
brilhante que atravessa a superfície escarpada da face da montanha antes de
me mostrar o pedaço de pedra que ela segura delicadamente na outra mão.
— É quartzo — eu digo, me perguntando aonde ela quer chegar com
isso.
— Talvez. Mas também pode ser calcita ou gesso, ou halita. Se for
salgado, é halita.
Ela rabisca algo em suas anotações e coloca a pedra de volta em sua
fenda exatamente como a encontrou antes de acariciar — ou melhor,
acariciar afetuosamente — alguns de seus amiguinhos rochosos.
— Tinha? — eu pergunto.
— Hmmm? — ela responde distraidamente, totalmente focada em
um aglomerado de rochas que, na minha opinião, não parece diferente dos
outros inúmeros aglomerados de rochas aqui.
— Tinha gosto de sal?
Sério, só estou perguntando para chamar a atenção dela de volta
para mim.
Ela balança a cabeça.
— Não, você estava certo; é quartzo.
Eu a estudo por um momento enquanto ela olha maravilhada para a
parede, seu olhar fixo continua a seguir as diferentes faixas de cores tecidas
na terra.
Enquanto ficamos ali em um silêncio surpreendentemente
confortável, eu olhando para ela, ela olhando para a parede, o vento
aumenta, fazendo com que sua longa cascata de cabelos escuros, sedosos e
dignos de comerciais de xampu rodopiassem ao seu redor. E ao meu. Até
que ela franze a testa e o amarra para tirá-lo do rosto.
Há meses me pergunto se o cabelo dela é tão macio quanto parece.
E é.
Caramba.
Honestamente, não é que eu me importe com a presença dela em si.
Só não gosto dela vagando por aqui sem supervisão. Nenhum dos meus
funcionários vem a esta metade da minha terra porque, ao contrário de
Katelyn, eles tentam evitar fazer qualquer coisa que possa me irritar. Eles
sabem que eu gosto que os Mustangs que chamam meu rancho de lar
tenham esta área só para eles. Então, eles ficam longe.
Quando mencionei isso para Katelyn no começo, ela simplesmente
sorriu e me disse que era exatamente disso que ela mais gostava em estar
aqui também.
Ainda não consigo pensar nessa conversa sem rir. É muito estranha
essa bichinha.
— Você sabe que vou ter que pedir para você sair logo, não é? — eu
digo a ela o mais gentilmente que consigo, achando cada vez mais difícil
fazer a única coisa que me permitirá parar de me preocupar com ela e ser
capaz de voltar ao trabalho. A única coisa que faz o olhar dolorosamente
triste aparecer em seu rosto.
Após o período de negociação, claro.
— Não posso parar agora, Cade. Eu finalmente encontrei algumas
crisocolas e algumas rochas vulcânicas incomuns aqui — ela diz, suas
feições animadas enquanto ela dá uma explicação que realmente parece
interessante simplesmente porque ela está falando sobre isso. — Está vendo
essa aqui? — ela puxa uma pedra cor de areia daquele aglomerado com o
qual ela ficou encantada antes e a coloca na minha cara. — Lambe.
Eu fecho minha carranca ainda mais forte para manter aquela coisa
longe da minha boca, e dou a ela um olhar que a faz responder com um dar
de ombros, como se eu fosse o esquisito e eu que tivesse algo a perder.
Com uma desafiadora elevação do queixo, ela se inclina e desliza a
ponta de sua língua rosada por um dos planos ásperos da rocha, os olhos
nos meus o tempo todo.
Maldição. Eu sei que ela não fez isso para ser deliberadamente (ou
mesmo acidentalmente) provocante, mas agora, tudo o que posso fazer é
imaginá-la olhando para mim da mesma maneira enquanto ela desliza
aquela pequena língua rebelde dela ao longo do meu pau agora duro como
pedra.
— É uma pedra parecida com argila que gruda na língua — ela
conclui, totalmente alheia ao seu efeito sobre mim. — Você pode aprender
muito lambendo.
Ok, chega da conversa de pedras inocentemente sexy dela.
— Katelyn, eu tenho um dia agitado hoje. Preciso que você junte
suas coisas e vá embora.
É óbvio que ela me ignorou, pois sua atenção está agora em um
aglomerado próximo de rochas de seis metros de altura bem na água. Ela
não está me ignorando de propósito, tanto assim, eu sei. Como descobri, a
mulher fica totalmente perdida em seu próprio mundo.
Se não fosse pelo fato de que a vida selvagem aqui parece pensar
nela como um deles, mal se assustando quando ela aparece, eu não seria tão
tolerante quanto sou com suas visitas.
Sim, tolerante.
Eu sempre espero pelo menos algumas horas antes de expulsá-la.
Isso é mais do que generoso, se quiser saber. Naturalmente, espero me
qualificar para a santidade a qualquer momento.
Tudo isso dito, a ideia de ela se machucar aqui sozinha um dia está
constantemente mexendo comigo. E é exatamente por isso que a sigo assim
que fico sabendo que ela voltou a entrar.
Não porque eu a ache muito fofa.
Ou qualquer que seja a descrição adequada para uma mulher que
parece tão natural quanto uma cabra escalando a encosta de uma montanha,
que é basicamente o que ela está fazendo atualmente.
— Você sabia que há muito arenito aqui em cima? — ela exclama
animadamente, quase se enrolando com um galho de árvore pendurado que
se projeta entre uma das pedras.
— Uau. — Ela se abaixa para evitá-lo no último segundo, caindo de
quatro do outro lado do riacho, inexplicavelmente sem ferimentos.
— Nossa, veio do nada. De qualquer forma, como eu estava
dizendo...
— Katelyn — eu falo, pulando algumas pedras no estilo guerreiro
ninja americano para atravessar a água. Eu a puxo para o meu peito no
momento em que ela tropeça e quase cai de cabeça no riacho. A
profundidade é só até a altura da cintura, mas ainda assim. Conhecendo-a,
ela encontraria uma maneira de exigir atenção médica de alguma forma.
— Qual o problema? — ela pergunta, parecendo tão afetada quanto
eu me sinto quando ela olha para mim com aqueles grandes olhos castanhos
dela. Quanto mais eu a mantenho apertada contra mim, maiores ficam
aqueles olhos expressivos, e mais difícil é para mim pensar direito.
Já é ruim o suficiente ela ser macia, curvilínea e cheia de carne para
acariciar, mas ela realmente tem que cheirar tão bem também? Doce. Como
as árvores do pomar ficam no verão depois que chove.
Jesus, agora ela me fez soar como uma música country idiota.
Para piorar, vê-la agora com batimentos cardíacos acelerados
batendo na base de sua garganta enquanto suas bochechas lentamente ficam
rosadas está ferrando de verdade com minha cabeça. Não me lembro da
última vez que vi uma mulher corar. Inferno, se eu não a deixar ir logo, vai
demorar um pouco até que eu seja capaz de soltá-la.
— Você abriu um botão — ela diz do nada quando eu finalmente
solto meus braços de sua cintura. — Eu posso cuidar disso mais tarde, se
você estiver interessado. Já que provavelmente é minha culpa no fim das
contas.
Atordoado, levo alguns segundos para descobrir que o botão que ela
está falando — e a situação que ela está oferecendo para cuidar — está no
meu colarinho, não mais ao sul.
Olha só, é exatamente por isso que eu não monto mais meu cavalo
para rastreá-la. Aprendi minha lição da maneira mais dura. Literalmente. A
mulher simplesmente não consegue deixar de ser doce, e minha sela
aparentemente não foi projetada para acomodar um cavaleiro com uma
grande ereção.
Neste ponto, meus molares estão praticamente reduzidos a pó pelo
esforço que estou fazendo para me forçar a me afastar dela mais um passo.
— É hora de você ir, Katelyn. Agora.
Seus lábios se curvam nos cantos enquanto ela olha ansiosamente
para a grande pedra.
— Mas…
Não sei se ainda estou chateado porque ela quase deu uma espiada
sem ver para onde estava indo, ou se estou apenas frustrado por não
conseguir fazer com que ela cumpra minhas ordens quando homens com o
dobro do tamanho dela tendem a perguntar quão alto quando eu digo para
eles pularem.
Ou se é porque estou com ciúmes por ela estar dando à pedra um
olhar que me deixaria enterrado profundamente dentro dela, se alguma vez
fosse direcionado a mim.
Seja qual for o motivo, não vou dar a ela outra chance de discutir.
Quando seus olhos começam a voltar para aquela maldita pedra
novamente, eu faço o que deveria ter feito quando ela começou a invadir
meses atrás.
Eu a levanto e a jogo sobre meu ombro.
CAPÍTULO 2

| KATELYN |

Ele basicamente me jogou no ar com uma mão como se eu não


pesasse nada, e não estou surpresa. O homem é positivamente musculoso.
Corpulento. Tudo isso. Com um físico tão definido, que um escultor
morreria para esculpir em pedra. Santo Deus. Sentindo a flexão de seus
músculos enquanto me seguro, praticamente tenho apoios para segurar, de
tão definido que ele é.
— Pelo amor de Deus, você parece uma parede de pedra. — As
palavras saem com filtragem zero entre meu cérebro e boca.
— Você está pensando em me lamber também, doçura? — ele rosna,
parecendo igualmente não filtrado. — Porque haveria consequências para
isso.
Bom Deus. Não, eu não estava pensando nisso (Sério, não estava).
Mas eu com certeza estou agora. Além disso, é impossível não ficar um
pouco curiosa sobre o que ele quis dizer com consequências…
Enquanto penso nisso muito mais do que provavelmente deveria,
começamos a subir uma ligeira inclinação no terreno e sinto sua mão áspera
e calejada passar por minhas coxas para me manter firme.
Oh meu Deus. Mais alguns centímetros e ele estará apalpando meu
traseiro.
E envolta em suas costas, estou bem em posição para espalmá-lo
também.
Realmente, este é apenas o primeiro de uma série de pensamentos
totalmente inapropriados que seguem como um pequeno trem desgovernado
que não tenho esperança de controlar. Destino: um monte de problemas.
Felizmente, sou distraída por um brilho colorido de um grande
monte rochoso que se projeta do chão a alguns metros de distância. Demora
um pouco, mas a realidade do que estou vendo acaba sendo registrada, e
uma onda de emoções inunda minha garganta, mal permitindo-me ser capaz
de gritar a tempo:
— Pare!
Cade chega a um impasse. Eu desço de seu ombro um instante
depois, transferida rapidamente para um colo ferozmente gentil em seus
braços enquanto ele olha para mim preocupado.
— O que há de errado?
Com seu olhar intenso brilhando assim, é difícil para mim entender
palavras coerentes, então concentro meus esforços em tentar me livrar de
seu aperto firme.
É como se eu estivesse tentando sair de uma camisa de força
ridiculamente sexy.
A massa de músculos sólidos empilhados que me cercam do
pescoço aos joelhos fica mais impressionante e mais inflexível quanto mais
eu me mexo.
— Eu te machuquei quando te levantei? — ele exige quando não
explico minha explosão.
Eu quase rio disso. O homem não machucaria um único fio de
cabelo na minha cabeça.
— Claro que não. Agora me solte. Há um aglomerado de rochas
avermelhadas incrustadas ali que quero te mostrar.
Ele não solta. Em vez disso, ele quase me faz um raio-x da cabeça
aos pés com seu olhar fixo uma última vez antes de simplesmente me
aconchegar e examinar o cascalho e a sujeira ao nosso redor para ver do que
estou falando.
— Katelyn, há rochas de cor vermelha por toda parte.
— Não como aquelas. — Eu aponto para uma formação rochosa
escarpada do outro lado do riacho que na verdade é um enorme toco de
árvore petrificado e espero que ele me carregue antes de explicar: — Isso é
madeira fossilizada, basicamente uma árvore velha que foi preservada ao
longo dos séculos com depósitos de sedimentos.
— Isso é um toco de árvore morta? — ele pergunta, surpreso.
— Sim. A petrificação interrompe a decomposição e preenche os
poros com minerais inorgânicos ao longo do tempo. Neste caso é a sílica.
Você pode ver diferentes anéis de cor onde a ágata substituiu o material
orgânico, tornando esta parte da árvore essencialmente mais rocha do que
madeira agora.
— Hum — ele diz, estudando a impressionante exibição de cores
artísticas, medindo pelo menos um metro de diâmetro. — Nunca teria
notado isso. É realmente muito legal.
Eu sorrio. Meu avô sempre achou essas coisas muito legais.
— Não acredito que finalmente estou vendo isso pessoalmente; As
fotos antigas não lhe fazem justiça. O que é realmente legal é como é
completamente silicificado, o que é raro. — Eu dou um tapinha na beleza
gigante. — Há muita história guardada aqui.
— É esse o tipo de coisa que você está aprendendo em suas aulas da
faculdade? — Cade olha de mim para a madeira petrificada, soando
genuinamente curioso. — Coisas do tipo história da terra?
— Mais ou menos — respondo distraidamente enquanto aciono a
câmera do meu telefone. — Embora eu não esteja mais exatamente tendo
aulas, pois estou na fase de pesquisa.
Antes mesmo que eu pergunte, ele me joga para trás por cima do
ombro para que eu possa tirar a foto aérea perfeita das camadas de cores
silicificadas. Uma vantagem definitiva em ser transportada como um saco
de ração.
— Então, você está no segundo ano? — ele continua depois que eu
capturo uma foto particularmente incrível diretamente de cima.
Maravilhosa. Mal posso esperar para compará-la com as do meu álbum.
— Quarto — respondo tardiamente, apreciando o fato de ele circular
o toco lentamente enquanto tiro fotos com minha câmera, novamente, sem
que eu precise pedir.
— Quatro anos? Sério? — Ele não se incomoda em esconder sua
surpresa. — Pesquisa difícil?
— Não particularmente. — Eu dou de ombros, colocando o telefone
no bolso novamente. — Estou apenas indo com calma.
Ele ri enquanto me deixa cair de volta em seu colo.
— Ah. Uma estudante profissional. Eu tinha alguns amigos de MBA
que seguiram o caminho dos seis anos; eles definitivamente aproveitaram
mais do que eu.
— Não é assim. — Realmente não é. Não sou um desses alunos de
pós-graduação que ficam na faculdade para evitar o próximo passo na vida.
Pelo menos, não da mesma forma. Minhas razões para permanecer na
faculdade estão bem aqui ao nosso redor. Se eu me formar, não terei mais
motivos plausíveis para voltar aqui.
Então estarei realmente sozinha neste mundo.
Cade me observa em silêncio enquanto continuo olhando para o
local que memorizei da foto que meu avô tirou tempos atrás. Uma das
poucas coisas que me resta dele.
— Então, explique para mim — ele diz baixinho enquanto começa a
nos levar de volta pelo caminho que viemos.
Nunca contei a Cade que nasci neste rancho vinte e seis anos atrás,
ou que meu bisavô cavou o poço que ainda está sendo usado pelos
funcionários quando estão cuidando dos cavalos. Tudo o que Cade sabe
sobre mim é que sou uma louca por geologia que gosta de entrar
sorrateiramente em suas terras para estudar rochas.
Ele não sabe que eu amo seu rancho tanto quanto ele. Talvez mais.
— Ainda não terminei de aprender, só isso — respondo finalmente,
com sinceridade. — Quer dizer, olhe para este lugar. As rochas são os
historiadores definitivos com uma vida inteira de histórias para me contar,
tudo bem aqui sob nossos pés.
Um raro sorriso enfeita seus lábios.
— Você realmente não se cansa, não é? De estar aqui?
Eu inclino minha cabeça para trás contra seu ombro e respiro fundo
o ar fresco do desfiladeiro, o estalo nítido me energizando, me aterrando,
estabelecendo e acalmando algo profundo em mim, em minha alma.
— Não — eu respiro. Há tanta coisa nesta terra; é realmente incrível
como ela é semelhante a Cade. Todas as características visivelmente duras e
camadas ocultas andam de mãos dadas com sua simplicidade e gentileza,
seu jeito rude e elementar de ser. — Não pense que um dia vou me cansar
daqui.
Ele franze a testa com a minha resposta.
— Você me odeia por fazer você sair o tempo todo?
Assustada com seu tom sério, eu encontro seu olhar e digo a ele
suavemente:
— Claro que não.
O silêncio se estende entre nós então, puxando-me como a
gravidade para fora dos meus pensamentos e de volta à terra. É quando
percebo.
Estou nos braços de Cade.
Cade. O fazendeiro insanamente bonito que se parece com um
daqueles caubóis clássicos ainda mais bonitos em HD. O homem sinônimo
de trabalho duro, que de alguma forma torna o cheiro de couro e corda
incrivelmente atraente.
É preciso tudo o que tenho para evitar que meus cinco sentidos
enlouqueçam.
— Se você me colocar no chão, eu vou andando — eu digo,
conseguindo soar perfeitamente composta.
— Sim, não vou cair nessa de novo — ele responde secamente.
Eu sinto um sorriso esgueirar-se sobre mim.
— Eu fujo uma vez e você usa isso contra mim para sempre.
Uma tosse incrédula sai dele.
— Uma vez?
— As outras três vezes não contaram — raciocinei.
Ele levanta uma sobrancelha divertida.
— Quer dizer as três vezes que você parou e se arrastou todo o
caminho de volta para buscar a bolsa que deixou para trás?
— Sim. Naquelas vezes, você não precisou vir atrás de mim.
— Eu estava me perguntando por que você trocou sua bolsa de
confiança por esta mochila no mês passado.
— Essa é melhor para fugir de você.
Balançando a cabeça, ele solta uma risada silenciosa.
Eu gosto quando ele ri. Ainda mais quando ele ri de algo que eu
disse ou fiz. Sei que as pessoas pensam que sou estranha, e tenho certeza
que ele também pensa, mas pelo menos ele parece mais entretido do que
irritado com minhas excentricidades.
Ele então me levanta e me empoleira na cerca do perímetro que
separa sua propriedade do resto do mundo. Eu me viro e com certeza vejo
que ele conseguiu encontrar onde eu estacionei, mais uma vez.
Como Cade sempre consegue saber onde parei o carro, nunca vou
saber. O homem não pode ter câmeras de vigilância abrangendo seus quinze
mil acres, mas de alguma forma, ele sempre sabe onde parei. E, como de
costume, no segundo em que ele põe os olhos em meu pequeno SUV
reconstruído — um cavalo de batalha incrível de peças incompatíveis — ele
simplesmente faz uma careta e pressiona a mandíbula com força total.
Eu comprei o SUV “similar ao jipe” sem frescuras de um gênio do
ferro-velho alguns anos atrás, e nunca tive um único problema mecânico.
Independentemente disso, Cade está convencido de que vai se soltar nas
emendas enquanto dirijo. Era de se pensar que depois que ele pedisse ao seu
próprio mecânico residente que basicamente desmontasse a coisa toda para
verificar de pára-choque a pára-choque (aprovado com louvor, muito
obrigado), ele pararia de se preocupar tanto comigo nele, mas não. Nem um
pouco.
— Seu carro lhe deu algum problema esta semana? — ele pergunta
secamente.
— Além do pequeno incêndio no motor outro dia, quando fui ao
campo e voltei? — eu provoco, sorrindo quando aquela veia reveladora
começa a latejar em sua têmpora. Mesmo sabendo que estou brincando, ele
ainda dá uma olhada suspeita em todo o veículo, como se esperasse
encontrar novas crateras abertas na carroceria ou uma fonte de óleo
jorrando dele.
Eu simplesmente suspiro e o deixo fazer o que quer, sua leitura
pétrea logo enrijece suas feições esculpidas em proporções de mármore.
Eu juro, eu vejo isso acontecer toda semana. E toda semana eu me
sinto tentada a passar minhas mãos sobre todos aqueles músculos firmes
dele. Não me pergunte por quê. Eu não posso explicar. Não é como se ele
fosse o único homem que eu já conheci com um maxilar capaz de quebrar
nozes, mas, por alguma razão, ele é o primeiro que me afeta de forma tão
inexplicável.
De alguma forma, eu consigo manter minhas mãos quietas,
deslocando-as sob minha bunda enquanto balanço minhas pernas para pular
da cerca. Infelizmente, eu erro na descida ao calcular mal a distância até o
chão e caio graciosamente de joelhos. Adorável.
Ele pula a cerca em um instante, praguejando e se agachando ao
meu lado como se estivesse com medo de que eu tivesse sofrido uma
concussão prematura.
— Querida, olhe para mim. Você está bem? Alguma coisa dói?
— Apenas meu orgulho — eu suspiro, me levantando e tirando a
poeira de mim.
Ele limpa o cascalho das minhas pernas, parecendo totalmente
lívido quando vê os arranhões recentes em meus joelhos.
— Posso levá-la ao Pronto Socorro se achar que torceu ou quebrou
alguma coisa.
Ah, esse homem.
— Estou bem, Cade. Sério.
Ele não parece convencido, embora eu esteja sendo completamente
honesta sobre meus ferimentos mal poderem ser considerados ferimentos.
Especialmente tendo em conta as coisas mais urgentes para me concentrar
no momento.
Como a forma como seu rosto está atualmente nivelado com a frente
do meu short.
Tento não reagir ao fato de que sua bochecha áspera acabou de me
cutucar em uma área que não tinha contato externo há muito tempo. Mas
meus mamilos supersensíveis aparentemente não receberam o memorando.
E a julgar pela maldição silenciosa que ele acabou de lançar, esse
novo desenvolvimento não escapou exatamente de sua atenção.
CAPÍTULO 3
| CADE |

Droga, se ela está tentando ver se consegue abrir telepaticamente


meu zíper bem aqui na frente dela, esses mamilos duros são uma maneira
espetacular de me levar até o meio do caminho.
Já é ruim o tempo estar esquentando ultimamente, o que significa
que não posso mais contar que ela vai cobrir aquele corpinho curvilíneo
com jeans e jaquetas largas. Mas vestindo shorts cáqui esfarrapados,
atualmente exibindo um quilômetro ou dois de pernas bem torneadas, e uma
camiseta bem gasta abraçando a abundância de outras curvas suaves que ela
possui, a mulher é sexy demais.
Não que ela pareça se importar com essa realidade indiscutível de
uma forma ou de outra. Desde que a conheço, ela nunca fez caso de sua
aparência. É óbvio que ela se veste para conforto acima de qualquer outra
coisa. Bem, conforto e eficácia para a invasão, é claro. Além disso, ela é
quem ela é e, francamente, essa é a coisa mais sexy a respeito dela, sem
dúvida.
Embora seja preciso uma concentração extrema e uma supressão
profunda da testosterona, consigo manter meus olhos fixos acima de seu
pescoço enquanto me levanto.
Eu sei, é preciso ser firme. É como passar pelas sete maravilhas do
mundo sem ao menos parar para admirar sua grandeza. É quase sobre-
humano da minha parte.
Então, realmente, dado o controle impressionante que já estou
mostrando, quem pode me culpar por roçar um polegar sobre sua bochecha
macia como uma pétala para sentir o lindo rubor que ela não consegue
conter?
Eu me pergunto então se ela tem alguém, tipo, um cara da faculdade
em casa que tem o direito de tocá-la assim sempre que quiser. A julgar por
sua reação, mordendo os lábios para mim, estou supondo que se tal idiota
existe, ele está fazendo tudo errado.
E se eu não parar de pensar com meu pau, logo estarei me
oferecendo para mostrar a ela o quão certo seria ficar comigo e só comigo.
O que diabos há nessa mulher que está me deixando tão louco?
Relutantemente, puxo a mão para trás e tento desviar meu olhar
dela, mas antes de fazer isso, vejo algo que torce minhas entranhas.
Um corte longo e com crosta de sangue perto da clavícula.
Não espero permissão antes de puxar a gola solta de sua camisa para
ver a extensão do ferimento. O corte tem pelo menos alguns centímetros de
comprimento. Não sei dizer o quão fundo é porque está manchado de lama
e Deus sabe o que mais. Se ela pegar uma infecção por andar por aqui,
nunca vou me perdoar.
— Como você arranjou isso? — eu exijo saber.
Ela olha para a ferida como se estivesse surpresa por ainda estar lá.
— A cerca oeste e eu tivemos um pequeno desentendimento.
— Isto veio de um arame farpado? — eu quase grito. — Você está
em dia com sua vacina antitetânica?
— Minha última dose foi há alguns anos, então estou bem. Sério,
não é grande coisa, Cade. Vou limpar o corte quando chegar em casa e
colocar um Band-Aid nele.
Não é bom o suficiente.
Pego a mão dela e a levo para um banheiro próximo. O proprietário
anterior colocou um monte deles ao redor da propriedade quando
administrou o local como uma área turística em meio a Mustangs selvagens.
Em vez de derrubá-los todos quando acabei com o negócio ofensivo, apenas
os mantive para meus funcionários do rancho e me certifiquei de estocar
cada um com kits de primeiros socorros e outras necessidades de
emergência.
Ela me segue sem dizer nada, o tempo todo olhando para mim como
se eu fosse uma bomba-relógio.
Eu paro abruptamente.
— Você tem medo de mim? Prefere que um dos meus homens limpe
essa ferida? Sei que você se tornou amiga de alguns deles.
Estou bem ciente de que cada palavra que acabei de pronunciar saiu
mais tempestuosa e grosseira do que a anterior. Então, processe-me. O
pensamento de entregá-la a outra pessoa e vê-lo cuidar dela está me
irritando por algum motivo. Mas eu vou fazer isso, se for o que ela
realmente quer.
Ela me encara sem acreditar.
— Claro que não tenho medo de você. Por que pensaria algo assim?
— Você parece assustada pra caralho agora.
O olhar em seu rosto que registrei como medo está de volta, mas
agora que seu ferimento não está fresco em minha mente, percebo que a
expressão é mais vigilante do que cautelosa.
— Achei que você fosse me dar um sermão — ela me diz devagar,
hesitante, como se relutasse em me dar alguma ideia.
Ela deveria ter confiado em seus instintos.
Convencido de que ela não tem medo de mim, dou início a uma
palestra épica que poderia descascar a tinta da madeira enquanto retomo
nossa caminhada apressada até o antigo banheiro externo.
O tempo todo, estou chutando minha própria bunda silenciosamente
também por não proteger melhor meu rancho de Katelyn. Pelo fato de a
área em que ela se machucou estar tão longe do caminho de terra batida,
nunca reformei a cerca mais antiga que separava os limites de minha
propriedade do resto da montanha e das florestas. Em parte porque eu não
queria atrapalhar a vida selvagem, mas também porque não queria que meu
rancho ficasse no radar de algum intrometido. A última coisa que eu queria
era que surgisse interesse na minha situação financeira.
A maioria das pessoas não sabe que é possível pedir para ser
mantido fora das várias listas de “pessoas mais ricas.” É possível e eu peço.
Sim, qualquer um pode encontrar a identidade dos mais de quinhentos
bilionários da América fazendo uma pesquisa online, mas, a menos que
você esteja procurando essa informação, meu nome geralmente não é
associado ao meu dinheiro. E aqui, isso é ainda mais comum do que na
cidade. Tudo o que meus vizinhos e funcionários sabem é que comprei uma
atração turística de porteira fechada e a transformei em um rancho fora dos
limites do público. Ponto. E é exatamente assim que eu gosto das coisas.
Dito isso, agora, não me importa quanto custa, ou que tipo de
questões isso pode levantar, vou me livrar de cada centímetro de arame
farpado da minha propriedade. O mais cedo possível.
Abro a porta do banheiro externo e pego o kit de primeiros socorros.
Quando ela passa por mim para se sentar no assento de madeira do vaso
sanitário, eu a arrasto de volta para mim e a encaro como se ela tivesse
enlouquecido. Não vou deixar aquela bela bunda dela chegar perto de um
desses.
Em vez disso, eu a levo de volta para fora e a sento em um pedaço
de grama na sombra.
— Você sente alguma dor nos músculos ao redor do corte? — eu
pergunto. Quando ela balança a cabeça, eu abro um lenço embebido em
álcool e faço uma careta de simpatia para ela. — Isso vai doer.
Ela inclina a cabeça para me dar melhor acesso ao seu corte e não
posso deixar de notar novamente o quão linda essa mulher é. Por mais mal-
humorada e desconexa que ela tenha provado ser, muito sobre Katelyn
também é suave e delicado. Mesmo coberta de sujeira e poeira, ela é a
coisinha mais bonita.
Depois de limpar todo o sangue seco e me certificar de que a ferida
está tão limpa quanto possível, inclino-me e sopro suavemente.
Eu percebo imediatamente que o próximo pequeno arrepio que
atinge seu pequeno corpo é diferente dos que ela estava tendo antes. Mas,
pelo bem da minha sanidade, evito mover meus olhos de volta para seus
mamilos para comprovar que estou certo. O que significa que tenho que
decidir entre olhar para suas pernas nuas separadas a apenas alguns
centímetros da minha boca ou olhar para aqueles olhos castanhos suaves.
Inferno, simplesmente não há lugar seguro para procurar quando se
trata dela.
Impiedosamente, eu ignoro a necessidade enorme que de repente
sinto de beijar seus ferimentos... assim como eu deixo de lado a necessidade
igualmente potente (que atualmente está tornando sua presença conhecida
sob a fivela do meu cinto) de fazer mais do que apenas beijar seus
ferimentos.
Logo, percebo sua camisa fina esticada, moldando-se cada vez mais
aos seios fartos, à medida que sua respiração fica mais ofegante. E embora
eu goste de saber que ela está tão afetada quanto eu agora, só me permito
suportar a visão por mais alguns segundos antes de recuar para pegar alguns
curativos. Do jeito que estou me sentindo no momento, não confio em
minhas mãos perto dela por pelo menos um minuto inteiro.
— Obrigada — ela diz baixinho quando eu volto para terminar de
espalhar a pomada antibiótica e colocar um pouco de gaze estéril sobre o
corte.
— Resumindo, Katelyn, você precisa começar a levar sua segurança
mais a sério — eu a repreendo, falando com ela mais firme do que nunca.
— Desta vez, é um corte. Da próxima vez, pode ser uma concussão de um
coice de um Mustang. Ou pior. Tem que haver lugares mais seguros para
você procurar pedras. Não há parques perto da universidade? Qualquer
lugar com muitas pessoas por perto, caso você se machuque?
Ela parece totalmente perplexa com o meu nível de preocupação.
— Cade, é só um arranhãozinho. Não é grande coisa. Acredite em
mim, já me machuquei muito mais no passado.
Grande erro me dizer isso.
Eu olho para ela.
— Aqui na minha propriedade?
A julgar por seus olhos arregalados, ela está bem ciente de que não
deveria ter revelado essa informação.
— Você acha que seu rancho é o único que invadi para estudar
rochas? — ela foge suavemente.
Realmente, ouvir que ela pode realmente estar indo para outras
fazendas não deveria me deixar com ciúmes, mas irracionalmente, isso
acontece.
— Onde mais você vai? — pergunto, querendo saber em parte
porque sou um filho da puta pervertido e quero ter certeza de que qualquer
outra propriedade em que ela esteja entrando sorrateiramente por aqui não
tenha um dono do sexo masculino com menos de sessenta anos. Mas
também quero que ela me diga para saber por onde começar a procurá-la se
descobrir que ela desapareceu.
Ela olha de volta para minha terra com uma inclinação de cabeça
afetuosa.
— Em nenhum lugar — ela admite calmamente.
Hum. Não posso dizer que já fiquei louco o suficiente por uma
mulher para ter um relacionamento exclusivo antes, mas parece certo ouvir
que Katelyn é minha pequena e intrusiva dor de cabeça e só minha.
Voltando ao argumento em questão.
— Katelyn, existem fossos e ravinas, cavalos selvagens perigosos
que não foram domados, tantas coisas podem acontecer com você aqui.
— Eu posso cuidar de mim mesma — diz ela com naturalidade. —
Venho fazendo isso há anos.
— Não duvido disso. Mas nós dois sabemos como você fica perdida
quando está com suas pedras. Quando cheguei até você hoje, parecia que eu
era um fantasma se materializando do nada. E se houvesse um garanhão
territorial por perto? Ou um leão da montanha vendo você como uma
ameaça?
— Você tem razão. Não vou preocupar você aqui de novo, prometo.
— Ela se levanta e estende a mão para me ajudar.
Pelo amor de Cristo, a mulher é adorável pra caralho.
Eu me levanto sem a ajuda dela — sério, ela tem metade do meu
tamanho — e caminho ao seu lado em um silêncio confortável enquanto
voltamos para a cerca.
Desta vez, fico de olho nela até que ela aterrisse em segurança do
outro lado.
— Não pense que não ouvi a maneira como você expressou essa
promessa agora. Você não tem intenção de ficar longe, não é?
— Ambos sabemos que você não vai gostar da minha resposta,
Cade.
Eu expiro cansadamente, sabendo que há uma chance de zero por
cento de ser capaz de mantê-la fora de minhas terras indefinidamente. A
mulher é como uma agente secreta treinada, nunca usando o mesmo
caminho para se esgueirar.
É realmente impressionante.
Não que eu vá dizer isso a ela e encorajar esse comportamento.
— Olha, eu entendo que você gosta de estar aqui — eu digo. — Mas
as coisas estão agitadas aqui para mim agora. Tenho uma égua ferida pronta
para parir, além de mil outras coisas, e sei como você gosta de vir duas
vezes na mesma semana, às vezes, quando o tempo está bom...
— Não se preocupe — ela interrompe com um sorriso inocente. —
Eu tenho trabalho nos próximos dias, então garanto que você não vai me
ver novamente em nenhum dia desta semana.
Então, com um olhar de perfeita inocência colado em seu rosto, ela
pula em seu pequeno SUV e grita:
— Não trabalhe demais! — Antes de dirigir para a estrada principal.
Não quero nem pensar por que ela está indo na direção oposta à que
costuma ir para casa.
CAPÍTULO 4

| KATELYN |

Hora da verdade.
Assobiando para mim mesma, eu me abaixo para prender meu saco
de dormir à minha mochila de caminhada nova — uma monstruosidade
incrível que comprei outro dia em uma loja de artigos militares usados.
Colocando-a nas costas, mantenho minha posição... e consigo ficar de pé
sem cair.
Perfeito.
Tirar metade dos meus livros de minerais certamente ajudou a
aliviar a carga, assim como eliminar os óculos de visão noturna
surpreendentemente pesados. No entanto, mantive a lanterna de cabeça de
alto alcance que comprei no Craigslist. Vai ficar escuro como breu lá fora
com a lua nova e minhas lanternas de chão só vão até certo ponto. A
mochila ainda está pesada o suficiente para que eu provavelmente suba a
colina bufando e arfando, mas pelo menos não está mais me fazendo tombar
para trás como uma barata se debatendo de costas.
Feito isso, verifico a hora. Ainda falta uma hora. Meu Deus, mal
posso esperar.
Para ser justa, fui perfeitamente honesta quando disse a Cade que
ele não me veria no rancho novamente nos próximos dias.
Eu não disse nada sobre as noites.
Esgueirar-me por volta do pôr-do-sol quando todos estão tomando
banho para jantar e passar a noite toda lá fora é simplesmente brilhante, não
sei por que nunca pensei nisso antes.
Com o mesmo sorriso pateta que tem feito minhas bochechas
doerem a manhã toda, estendo a mão para espremer as meias grossas e fofas
de lã que terminei de tricotar ontem nos bolsos laterais, o único espaço
aberto restante na mochila super lotada. Ole Winston provavelmente se
oporia à cor vermelha brilhante, mas foi de longe o fio de lã mais macio que
pude encontrar. Imagino que até um cara tão rabugento quanto o vizinho de
oitenta anos de Cade pode apreciar coisas macias. O homem nunca me
cumprimentou com nada além de uma carranca feroz e sua espingarda por
cima do ombro, mas ele sempre faz questão de tirar seu chapéu empoeirado
para mim toda vez que eu olho para ele do outro lado da cerca de Cade.
Ele não sabe, mas está na minha versão pessoal do programa Big
Brother/Big Sister[i]. A única diferença é que, em vez de ter um garotinho
como mentor, tenho um velho rabugento e resmungão para tentar fazer
sorrir.
Ainda não aconteceu, mas estou perto. Eu consigo sentir.
Até lá, continuo cumprindo minhas obrigações auto-atribuídas, ou
seja, garantir que ele tenha comida para comer e algumas coisas aqui e ali
para tornar seu dia melhor.
Na semana passada, notei alguns buracos nas pontas de suas meias e
isso simplesmente não está certo. Os homens de Cade me contaram o
quanto Winston sofreu com a morte de sua esposa alguns anos atrás. Eu sei
melhor do que ninguém como a vida pode ficar solitária quando sua família
é tirada de você. Eu sei que não vou mudar o mundo ou qualquer coisa
tricotando meias para o homem, mas espero que isso apenas mostre a ele
que alguém ainda está aqui se preocupando com ele e com a sua qualidade
de vida.
As meias são as últimas da montanha de não perecíveis que carrego
em meu SUV esta noite antes de me concentrar em todas as coisas
perecíveis nas quais tenho trabalhado o dia todo. O pão de milho que tenho
assando no forno de cima é uma das minhas especialidades, uma receita de
família que já fiz vezes suficientes para saber exatamente quando está
pronta só pelo cheiro.
Eu cheiro o ar. Mais uns dois minutos. Vovó ficaria orgulhosa.
Depois que ela faleceu e a memória do vovô começou a definhar,
esse pão de milho era uma das únicas maneiras de mantê-lo ancorado
conosco. E mais tarde, depois que mamãe ficou doente, embora não
pudesse comer o pão de milho, ela sempre dizia que o cheiro quando eu
cozinhava poderia fazer nosso pequeno apartamento parecer tão caseiro
quanto o rancho.
Deus, eu sinto tanta falta de todos eles.
Uma amiga minha na graduação uma vez me contou como sua
família segue o costume japonês de fazer uma pequena porção de comida
para seus ancestrais falecidos sempre que eles fazem um banquete. Eu me
apaixonei pela ideia na hora e fiz grandes planos para fazer exatamente isso
para mamãe, vovô e vovó a partir de então. Até comprei três pratinhos
especiais para a ocasião.
Os anos se passaram e os pratos apenas acumularam poeira,
principalmente porque fazer um banquete envolve ter vários amigos,
familiares e móveis reais para todas essas pessoas hipotéticas se sentarem.
Eu não tinha nada disso.
O dia em que decidi fazer uma fornada gigante de pão de milho para
os funcionários de Cade foi o primeiro dia em que pude finalmente começar
o ritual com os pratos. E tem sido minha pequena tradição desde então.
Agora, como faço todas as semanas, assim que o pão de milho está
frio o suficiente para cortar, abro espaço para os três pratos da minha
família no pedacinho de sobra que tenho na minha mesa de jantar em meio
a todas as pedras que mantenho em exibição antes de me agachar e comer
também.
Eu posso sentar no chão. As rochas precisam de espaço.
Depois que termino, corto o resto e faço saquinhos com etiquetas
individuais, a única maneira de garantir que os caras não comecem com a
batalha do pão de milho novamente. Claro, eles usavam apenas bastões de
justa acolchoados e os pedestais em que se equilibravam eram apenas
grandes baldes de metal. Ainda assim. Segurança em primeiro lugar.
Eu tenho feito isso para eles semanalmente nos últimos meses,
faltando apenas uma semana por causa da minha ausência devido a um
resfriado realmente feio.
Essa foi a semana em que me apaixonei por todos eles.
Ainda não acredito que todos eles se revezaram para cuidar de mim
por quatro noites seguidas, com o primeiro grupo aparecendo com um
pouco de tudo, desde o corredor inteiro de comprimidos para gripes e
resfriados da farmácia, junto com todos os ingredientes para todos os
remédios malucos que se diziam imbatíveis no combate ao resfriado de que
já ouviram falar. Desde esfregar Vick Vaporub em meus pés, até me deixar
praticamente bêbada com uma potente receita de Hot Toddy[ii] que um deles
ligou para a mãe para pegar a receita, esses caras fizeram de tudo a cada
noite. Eles me alimentaram com sopa à força, ficaram acordados para
assistir DVDs comigo e deixaram flores na minha mesa de cabeceira para
eu encontrar ao acordar todas as manhãs.
No que depender de mim, eles vão ganhar uma fornada de pão de
milho por semana para o resto da vida.
Estou quase terminando de empacotar e rotular tudo quando o
alarme que ajustei no meu telefone dispara. Não posso evitar, estou
praticamente quicando nas paredes agora. Correndo para fora, começo a
carregar meu SUV, começando com a caixa de saquinhos de pão de milho e
a grande forma de bolo de carne que fiz antes.
Segundo os rapazes, Cade quase nunca come com eles, geralmente
apenas pegando uma lata de chili e uma colher antes de dormir e chamando
aquilo de jantar enquanto o resto deles se reveza na cozinha. Já que o
homem definitivamente não me parece do tipo que quer comida com muito
barulho, pensei que um bolo de carne que ele pudesse congelar e aquecer
seria uma boa mudança de ritmo em seus hábitos alimentares.
E porque eu sei que pedir aos caras para entregar o referido bolo de
carne para Cade pode muito bem acabar com eles deixando-o cair
“acidentalmente” (eu mencionei a batalha do milho?) Entrar e sair sem ser
detectada não deve ser um problema; embora eu nunca tenha ido à casa
principal antes, ao contrário do alojamento dos rapazes, ouvi dizer que Cade
deixa as portas destrancadas o tempo todo.
Depois de encher meu SUV até o topo, finalmente estou pronta para
partir em minha pequena aventura noturna, com um grande sorriso bobo já
permanentemente no lugar.
CAPÍTULO 5

| KATELYN |

Saindo da longa estrada de terra que leva ao rancho pouco mais de


uma hora depois, paro primeiro na casa de Winston, como sempre faço para
deixar as meias e os biscoitos que trouxe para ele. Já que ele deixou claro
que prefere biscoitos a pão de milho — algo que levou semanas para
decifrar na sua linguagem especial de rabugice — é claro que assei um
tabuleiro enorme de biscoitos de nata, que são os que ele mais gosta, na
noite passada.
Assim que paro para estacionar do lado de fora da casa de Winston,
alguns caras de Cade galopam até a cerca que separa seu terreno do de Cade
para vir dizer oi.
— Começou atrasada hoje. — Jacob cavalga na frente, tirando o
chapéu para mim. — Vai ser uma noite fria. Você precisa que eu vá e
acenda uma fogueira para você?
Mikey coloca seu cavalo entre nós e me dá uma piscadela
brincalhona.
— Que nada, ela não vai precisar de uma fogueira. Estarei lá em seu
saco de dormir, mantendo-a aquecida a noite toda. Não é, querida?
Eu balanço minha cabeça e rio. Muitos funcionários de Cade me
convidaram para sair nos últimos meses. Nunca a sério. E não estou apenas
sendo modesta ou algo assim. Eu sei que nenhum deles realmente fala sério
quando flerta comigo porque todos eles deixaram bem claro que acreditam
que o universo me escolheu a dedo para ser do seu chefe.
Ideia doida, eu sei. Eles me conhecem? Dificilmente sou a mulher
dos sonhos de qualquer homem são, muito menos de alguém como Cade,
que prefere o controle sobre o caos, o conhecido sobre o desconhecido.
Ainda assim, todos eles têm na cabeça que Cade tem algumas coisas
predestinadas (e totalmente sem o conhecimento dele) sobre mim.
Realmente, para um bando de cowboys durões, todos eles são
surpreendentemente românticos.
Só então, o clique distinto de um cano de espingarda próximo
interrompe nosso bate-papo.
Quando eu sorrio e me viro para acenar alegremente para o velho
Winston, armado e olhando com cara feia, os caras apenas riem e
rapidamente se despedem antes de nos deixarem em paz.
— Hey Winston — eu chamo, pegando as meias vermelhas que
tricotei na minha mochila e indo até ele.
— O que há de errado com Sam Hill, garota? — ele reclama, soando
ainda mais mal-humorado do que o normal. — Você teria que ser um
homem cego para não ver essas coisas vermelhas brilhantes que você trouxe
na bolsa hoje.
Eu inclino a cabeça para ele afetuosamente. Entre ele e os caras, não
sei quem está mais empenhado em garantir que eu seja a melhor invasora
possível.
Desde o início, os caras acharam minha invasão completamente
hilária. Na verdade, na minha terceira invasão, eles até começaram a me
ajudar a melhorar o processo. Desde me fornecer informações sobre o
paradeiro de Cade quando eu chegava lá, me mostrar diferentes pontos de
entrada, até ser meu vigia quando estou pulando a cerca e indo para a
montanha, eles são simplesmente a melhor equipe secreta que uma garota
poderia pedir. O fato é que eu não seria uma intrusa tão boa se não fosse por
todos eles.
Agora Winston, ele adota uma abordagem mais consultiva, completa
com críticas construtivas (também conhecidas como abrasivas como ácido)
de minhas invasões, principalmente após o fato, quando ele me chama para
obter um resumo completo. É tão fofo. Às vezes, deixo de fora detalhes
importantes apenas para ver como ele fica excitado. Quanto mais irritado
ele fica, mais eu sei que ele se importa. Por mais que tente esconder, aquele
velho urso rabugento é apenas um bicho de pelúcia mole por dentro. E não
para me gabar, mas me tornei especialista em desenhar seu ursinho de
pelúcia interior.
Normalmente, cutucando o grande urso com um pedaço de pau
primeiro.
Enrolo o par de meias comicamente brilhantes e jogo para ele.
— Gosta delas?
Pegando-as no ar, ele se joga em sua cadeira de balanço e sacode o
tecido vermelho bombeiro para mim como se espantasse um inseto!
— Pensei que você deveria ser esperta com toda essa faculdade
extra que está fazendo. É esse o tipo de roupa que você usa para ir às aulas?
Você não está festejando com os meninos todas as noites, está? Você foi
reprovada em alguma disciplina?
— Ainda solteira. Sem festas. E estou indo muito bem nas aulas,
Winston. Obrigada por perguntar. — Sério, você só tinha que saber como
traduzir seus comentários irritados. — E eu pensei que você fosse o mestre
da observação. Você notou que as meias não são do meu tamanho? Entre
nós dois, quem tem pés de palhaço?
Ele olha para as meias em silêncio atordoado por um instante, antes
de dizer com uma voz um pouco mais rouca:
— Por que você as fez tão fofas? Acho que nem cabem dentro das
minhas botas.
— Talvez você pudesse usá-las apenas em casa então — eu sugiro
casualmente, não deixando transparecer que eu sei sobre os buracos nas que
ele está usando agora.
Ele me dá um grunhido grave que soa muito como um obrigado em
linguagem de urso pardo antes de enfiar rapidamente as meias nos bolsos.
— Acho que tudo bem.
Eu sorrio.
— Enquanto isso, vou começar a fazer outro par que não seja tão
fofo.
— Suponho que você precise de prática — ele diz graciosamente.
Eu sufoco um sorriso.
— Eu realmente preciso.
— Nada muito colorido desta vez. Não posso usar cores berrantes
sob meu traje de igreja.
Enganchando meu braço no dele, eu sutilmente o ajudo sob o
pretexto de arrastá-lo de volta para sua casa.
— Bem, então eu acho que talvez você devesse me mostrar seu
terno da igreja para que eu possa ver com quais cores eu tenho que
trabalhar.
As maravilhas nunca cessarão. Eu acredito que é o fantasma de um
sorriso vacilante ameaçando se tornar conhecido por trás de sua carranca de
barba gelada.
Eu tiro uma foto mental.
Meia hora mais tarde, depois de preparar um café forte como
alcatrão para Winston e vê-lo devorar os biscoitos que assei para ele durante
a semana, cobertos com o que sobrou da geleia caseira que enlatei no fim de
semana passado, dou um beijo em sua bochecha envelhecida e prometo ir
colher frutas frescas no norte para fazer geleia para ele na próxima semana.
Então dou uma última olhada ao redor para fazer um inventário de
qualquer outra coisa que ele possa precisar antes de sair para passar algum
tempo com minhas pedras.
CAPÍTULO 6

| CADE |

Ela está vestida da cabeça aos pés como um gatuno, só que em vez
de toda preta, ela está toda camuflada.
Ela realmente tem que parar de ser tão adorável.
Pelo menos ela não usa óculos de visão noturna nem nada. A mulher
tem bastante dificuldade em ficar livre de ferimentos em plena luz do dia.
Não precisa que ela adicione nenhum ponto de dificuldade que
provavelmente a levará a dar de cara em uma árvore.
Aproximo-me da clareira que ela escolheu para seu pequeno
acampamento. É um bom lugar. Plana e seca com muitas pedras para ela
brincar. Pelo que parece, ela está se divertindo muito ajoelhada em uma
cama de argila de grão fino que encontrou, peneirando as lascas de quartzo
e os flocos de xisto ao seu redor como uma criança no Natal. Eu quase
odeio interrompê-la, em transe enquanto ela olha passando os dedos pelas
peças de cascalho como se fosse água de algum rio místico.
Mas, o sol já se pôs quase totalmente agora e preciso ficar perto do
celeiro esta noite. Eu simplesmente não posso deixar Katelyn aqui sem
supervisão.
Sim, dois dos meus rapazes se ofereceram para fazer companhia a
ela aqui durante a noite, mas no dia em que eu aprovar uma ideia como
essa, demitirei os dois na hora. E eu disse isso a eles.
Eu dou a ela mais alguns minutos, esperando até que o sol se ponha
completamente no horizonte antes de finalmente ir até ela. Eu odeio essa
parte, eu realmente odeio. Mas isso precisa ser feito. Eu me preocupo com
ela o suficiente em plena luz do dia. Ela aqui à noite está fora de questão.
Com a escuridão oficialmente se estabelecendo, ela caminha até
uma mochila absurdamente grande que é quase tão alta quanto ela e puxa
duas pequenas lanternas de chão e um pequeno gerador para ligá-las.
Tenho que admitir, estou impressionado com o quão bem ela
planejou tudo isso.
Antes de terminar de arrumar as lâmpadas, no entanto, ela para,
distraída agora por algo que vê por perto no chão. Eu rio. Esta mulher e
suas rochas. Ela está olhando para ela com tanta atenção que não posso
deixar de gritar preventivamente:
— Nem pense em lamber o que quer que seja.
Ela congela ao som da minha voz.
Isso é... uma reação estranha.
— Fique aí, Cade. Eu irei até você.
Isso é ainda mais estranho. Durante todo o tempo em que Katelyn
vem aqui, ela nunca escondeu suas descobertas.
Quando ela então começa a recuar em minha direção devagar,
cautelosamente, cada passo silencioso e calculado, eu rapidamente reavalio
o que está acontecendo na minha frente. Eu não tinha visto antes por estar
tão escuro lá fora, mas é bem óbvio agora o que ela estava olhando tão
atentamente ao lado de sua bolsa.
Uma maldita cascavel realmente grande.
Eu não movo um músculo. Ao longo dos anos, eu ouvi o chocalho
de alerta revelador de uma cobra pronta para atacar a qualquer momento,
mas ouvi-la mirando em Katelyn em vez de mim agora é aterrorizante pra
caralho. Juro por Deus, estou usando todo o controle que possuo para evitar
me mover. Se ela for atacada porque não consigo me controlar, nunca vou
me perdoar.
Ela leva um minuto (que parece uma vida inteira) para fechar a
distância entre nós, mas no segundo em que ela o faz, estende a mão para
encontrar a minha para fugirmos juntos, e diabos se eu não sinto uma
pontada forte em meu peito. Posso dizer com absoluta certeza que todas as
outras mulheres que conheço estariam correndo para casa sem olhar para
trás ou para mim se estivessem no lugar dela agora. Mas não Katelyn. Ela é
tão doce quanto estranha. E tão durona quando se pode ser, mesmo quando
está com medo.
Eu envolvo um braço em volta da cintura dela para manter seu
corpo trêmulo firme enquanto recuamos mais alguns metros para dar à
cascavel bem mais do que a distância total de seis metros necessária antes
que possamos finalmente baixar a guarda. Assim que estamos livres, ela
inclina a cabeça para trás para inspirar profundamente, informando-me com
uma voz trêmula:
— E-eu acho que e-era uma Western Diamondback.
Julgando pelo seu tamanho, eu teria que concordar.
— Essas filhas da puta podem crescer até quase um metro e oitenta
aqui.
Ela respira de modo irregular de novo.
— Eu nem a vi lá até que ela levantou a cabeça e o rabo e sibilou
para mim depois que eu praticamente derrubei minha lanterna de chão bem
em cima dela.
Jesus Cristo. Os caras e eu vimos essas malditas atacarem com
muito menos provocação do que isso. Se ela tivesse sido mordida aqui sem
ninguém por perto...
Meus braços se fecham em torno dela como tiras de aço antes que
eu possa me conter.
O grande volume de veneno que a Western Diamondback pode
soltar em uma única mordida é o que a torna tão perigosa. Não vou mentir,
essa coisa toda agora me assustou pra caralho, e estou me descobrindo
fisicamente incapaz de soltá-la.
— Estou bem — ela sussurra em meu peito. — Eu tenho acampado
toda a minha vida; normalmente, eu observo melhor as cobras. Mas eu
estava tão animada por estar aqui. Erro de novata.
Nós dois olhamos para a cobra, ainda enrolada no mesmo lugar ao
lado da mochila dela.
Vejo seu olhar mudar da cobra para a mochila. E então de volta para
a cobra.
Ela só pode estar brincando comigo.
— Você não vai voltar lá para pegar sua bolsa — eu digo, movendo-
me para bloquear sua visão completamente.
Afundando um pouco mais no meu abraço apertado, ela dá de
ombros.
— Não estava planejando fazer isso.
Eu expiro irregularmente com alívio. Pelo menos ela está sendo
racional sobre isso.
Com uma breve olhada no relógio, ela acrescenta:
— Volto em uma hora. Talvez duas.
Esta mulher vai ser a minha morte.
Já que ela claramente não é confiável para tomar decisões sensatas
sobre sua própria segurança, eu a jogo por cima do ombro como fiz outro
dia.
— Você não vai voltar para aquele lugar esta noite — eu rosno
enquanto nos levo para a minha caminhonete. — Vou pegar sua bolsa para
você amanhã.
Surpreendentemente, ela não discute comigo. Quando abro a porta
do passageiro e a jogo no banco, ela encontra meu olhar e diz
simplesmente:
— Tudo bem.
Você pensaria que essas palavras me fariam sentir melhor, mas na
verdade não. Ela concordando sem qualquer negociação mal-humorada?
Não é bom.
Vendo que ela não está apenas quieta, mas pálida e ainda tremendo,
coloco o cinto de segurança nela e começo a pegar o caminho mais curto de
volta para minha casa, evitando completamente a estrada que passa pelo
barracão.
A última coisa que quero é que todos os peões saiam e comecem a
se preocupar com ela. A própria ideia de mais alguém cuidando dela agora
— ou em qualquer outro momento, se for honesto comigo mesmo — é
simplesmente inaceitável.
Não, é mais do que isso. É intolerável.
Acalme-se, idiota.
Agarro o volante e me forço a parar de pensar em todos os “e se”
que poderiam ter acontecido com ela esta noite.
Mais fácil falar do que fazer.
Totalmente inconsciente de que estou perdendo a cabeça aqui,
Katelyn apenas se aconchega no assento até que seus olhos lentamente se
fechem. Assim que ela sai, eu estendo a mão e gentilmente seguro a sua.
Eu não solto durante toda a volta para casa.
CAPÍTULO 7

| CADE |

Sempre me considerei um cara relativamente (ou pelo menos


razoavelmente) sensato. Mas quando se trata de Katelyn se machucar ou se
colocar em perigo, esqueço de tentar manter a calma, eu apenas pretendo
manter a sanidade.
Demoro um pouco — como em toda a viagem — mas na hora que
eu paro na parte de trás da minha casa, felizmente, meu cérebro não está
mais uma bagunça e não estou mais a dois parafusos de ficar
desequilibrado.
Passo meus lábios nas costas da mão de Katelyn enquanto termino
de estacionar a caminhonete.
— Acorde, querida. Chegamos.
— Já? — Ela pisca e olha ao redor surpresa, parecendo um pouco
grogue ainda por causa de sua queda de adrenalina. — Mas não passamos
pelo barracão.
— Não. — Não ofereço mais explicações enquanto bato a porta e
dou a volta para abrir a dela.
Ela chega antes de mim e salta sozinha, bem menos cambaleante e
com muito mais cor no rosto. Só assim, o aperto no meu peito diminui um
pouco.
Ela franze a testa enquanto olha para a clareira do barracão.
— Mas eu preciso do Mikey.
Caramba. Apenas quando eu pensei que estava quase de volta no
controle.
— Para que diabos?
Por alguma razão, ela vira os bolsos do avesso. Quando esse recurso
visual não me dá uma pista, ela mexe nos bolsos abertos.
— Quando eu disse que tudo está na minha bolsa, eu quis dizer
tudo. Até as chaves do meu carro. Posso entrar muito bem desde que deixei
as portas destrancadas, mas não posso dirigir. Mikey mencionou uma vez
que ele já ligou um carro antes, então eu ia pedir a ele para ligar o meu para
que eu pudesse levá-lo para casa. Meu senhorio cobra para abrir para quem
fica preso fora do apartamento, mas pelo menos ele está disponível 24 horas
por dia, 7 dias por semana.
Ouvir que outro homem tem a chave do apartamento dela 24 horas
por dia, 7 dias por semana, não está ajudando nem um pouco meu humor.
— Tenho certeza que Mikey saiu para beber com alguns dos caras
da cidade esta noite. Não importa, porque é tarde; você não precisa dirigir
para casa.
São quase 60 quilômetros que não quero entre nós agora. E,
francamente, ainda não tenho certeza se acredito que ela não voltará para
pegar sua bolsa, a menos que eu esteja de olho nela.
— Você pode simplesmente ficar aqui esta noite. Tenho um quarto
vago.
Ela para e olha para mim como se eu tivesse crescido uma cabeça
extra. Devo dizer que estou um pouco insultado com o nível de surpresa
dela.
— Você realmente pensou que eu iria te expulsar hoje à noite?
Com isso, ela estende a mão.
— Oi, eu sou Katelyn. Talvez você não me reconheça por causa da
escuridão, mas sou eu quem você chuta para fora de sua propriedade uma
ou duas vezes por semana.
— Espertinha. Isso é diferente. Eu não mandaria você fazer sair
apenas com as roupas do corpo. Merda, quão babaca você acha que eu sou?
Ainda mais filtros de surpresa cobrem suas feições.
— Eu não acho que você seja um babaca. Longe disso, na verdade.
— Se isso for verdade, pare de falar em ir embora. Você pode passar
a noite aqui e eu irei com você pegar sua mochila pela manhã.
Ela me estuda por um instante e depois pergunta com a maior
seriedade:
— Quando você diz manhã, por acaso quer dizer amanhecer?
Porque eu acordo muito cedo.
Eu sufoco minha diversão. É bom ouvir a velha Katelyn de novo.
— Sim. Começo ao nascer do sol. Isso funciona para você?
Ela recebe o aperto de mão que eu nunca dei a ela quando bancou a
espertinha.
— Temos um acordo. Se você me deixar alimentá-lo com o jantar
em troca de seu sofá esta noite.
Honestamente, nunca conheci ninguém como essa mulher antes.
— Não há necessidade. Tenho uma noite movimentada pela frente,
então acho que nem vou ter tempo para comer. Mas talvez o café da manhã.
Vamos decidir depois.
Com isso resolvido, eu nos guio para dentro e observo enquanto
Katelyn faz um giro lento em um círculo, olhando ao redor da minha casa
com olhos suaves e apreciativos.
— É tão bonito aqui.
Isso não é nada parecido com a reação que recebi das outras poucas
mulheres que trouxe aqui no passado. Mas, novamente, de alguma forma,
eu sabia que seria diferente com Katelyn. Não me pergunte como eu sabia,
mas eu sabia. Assim como eu sabia que deveria começar a limpar a merda
que havia guardado no quarto de hóspedes depois do discurso nada suspeito
que ela fez sobre não voltar nenhum “dia” esta semana.
Apenas como precaução.
Ao vê-la em minha casa agora, admirando uma das velhas pinturas
penduradas que vieram com a casa, não posso deixar de sentir que ela
pertence a este lugar.
Antes que eu possa avaliar bem isso, no entanto, vejo Katelyn tirar o
moletom que está usando sobre a camiseta, levantando a bainha da camisa
até a metade do torso no processo.
No rápido vislumbre que tenho de sua barriga nua, não tenho
palavras. Não só porque ela é tão bonita quanto eu sabia que seria...
Mas por causa das cicatrizes.
Longas e dilaceradas, cruzando quase todo o lado direito dela das
costelas até a cintura, elas estão desbotadas, como se ela as tivesse há anos,
bem antes de eu conhecê-la. Ainda assim, vê-las agora, descobrir que eu
não sabia que ela passou por algo que a marcou tanto, me deixa tão
chateado que não consigo pensar direito.
Tudo o que sei é que uma raiva pura e profana está bombeando em
minhas veias agora e não sei a quem diabos direcioná-la. Quem eu preciso
esmagar até virar uma polpa sangrenta.
Quando ela termina de pendurar o moletom, ela se vira para mim,
seu sorriso desaparecendo quando ela encontra meu olhar preocupado.
Imediatamente, ela puxa a bainha da camisa para baixo e envolve os braços
em volta da cintura como um escudo.
Eu sinto outro golpe instantâneo no meu estômago, desta vez,
direcionado ao meu próprio traseiro idiota por colocar esse olhar defensivo
em seu rosto.
Colocando todos os planos para acabar com cada pessoa responsável
por seus ferimentos em segundo plano por enquanto, eu rapidamente vou
até ela e a puxo em meus braços.
— Diga-me o que aconteceu com você, querida.
CAPÍTULO 8

| KATELYN |

Expirando lentamente, faço o possível para acalmar meus nervos e


organizar meus pensamentos.
Posso contar nos dedos de uma mão o número de pessoas não
médicas que viram minhas cicatrizes. Ter uma vida social ativa nunca foi
uma grande prioridade para mim — sério, o fato de eu ter namorado é meio
milagroso. Felizmente, eles eram todos caras legais; nenhum deles me fez
sentir constrangida por metade do meu torso estar mutilado. E os três com
quem dormi eram os mais legais de todos.
O primeiro cara fingiu que não as via por quase um mês. Até que
um dia, ele iniciou uma conversa aleatória sobre “feridas de batalha”, que
ele acompanhou com uma sessão estranha de mostrar e contar (na verdade,
foi terrivelmente cativante). Ele não parecia chateado com as cicatrizes nem
nada, mas, quando finalmente dormimos juntos, ele não tentou tirar minha
blusa nem uma vez.
O encontro às cegas que marquei um ano depois dele estava do
outro lado do espectro. Aquele cara me fez uma tonelada de perguntas na
manhã depois que fizemos sexo antes de começar a me contar meia dúzia
de histórias sobre seus amigos com várias cicatrizes e todos os acidentes
mortais em que haviam se envolvido.
O terceiro foi um relacionamento quase sério com um cara que
sempre me disse que eu era bonita para ele, não importava quantas
cicatrizes eu tivesse desde o início, certificando-se de estudar seus traços e
me encher de carinho sempre que as via. Na verdade, eu gostava muito dele
e nos demos muito bem, mas as coisas simplesmente não deram certo.
Ainda somos amigos do Facebook. E se eu postar uma foto minha, ele ainda
é muito gentil com os elogios.
Como eu disse, eles eram todos homens incrivelmente legais que
foram todos muito respeitosos sobre minhas cicatrizes.
Cade, por outro lado?
“Legal” nem começa a descrever a aparência dele agora.
— Eu nem as noto mais em mim — digo a ele com sinceridade,
decidindo que é melhor manter a história curta e os detalhes vagos. —
Aconteceu há oito anos. Eu estava voltando para casa depois de uma aula
tarde no primeiro semestre da graduação quando um motorista bêbado
pulou a calçada e me atropelou.
Cade sibila em uma respiração afiada, seu corpo volumoso vibrando
com uma fúria absoluta e sombria.
— O idiota sobreviveu? — ele ferve com os dentes cerrados.
— Hum, sim. — Sabendo, sem dúvida, que essa não é a resposta
que ele queria ouvir, acrescento: — Mas ele também se machucou bastante.
Acredito que ele teve que fazer quase tantas cirurgias quanto eu.
Uma expressão muito mais volátil do que a dor instantaneamente
toma conta de suas feições.
— Quantas cirurgias você teve que fazer, querida?
Aperto sua mão e escolho não lhe dar o número de dois dígitos.
— Não muitas. Os médicos ficaram realmente surpresos com a
rapidez com que me curei.
— Não faça isso — diz ele baixinho, acariciando suavemente meus
lados através da minha camisa.
— Fazer o que?
— Não minimize. — Seus olhos percorrem meu rosto. — Você faz
isso o tempo todo; você tenta me fazer sentir melhor sobre as sues
machucados quando eu deveria estar te confortando. Me deixa
completamente louco.
Como não tive ninguém para me consolar durante aquele acidente,
não sei o que dizer.
— Não estou minimizando. Eu realmente estou bem. Sério, eu
nunca fui do tipo que precisa de alguém para dar beijinho para os meus
machucados melhorarem. O que, dado o meu histórico de lesões, é uma
coisa boa — eu brinco.
— Nunca disse que meu conforto é apenas para o seu bem — ele me
informa claramente.
Oh.
Pelo amor de Deus, o homem pode ser tão fofo.
— Droga, Katelyn. Eu quero matar o filho da puta que fez isso com
você.
Ok, então ele não é convencionalmente fofo. Isso é o que o torna
ainda mais fofo.
Ele cai de joelhos e levanta a bainha da minha camisa para
pressionar seus lábios ao longo de cada uma das minhas cicatrizes
irregulares, efetivamente diluindo o ar em meus pulmões e entupindo minha
garganta com emoções.
— Já passou, Cade. O motorista era apenas um universitário que
havia bebido demais em uma festa. Acontece que eu estava no lugar errado
na hora errada.
— Motoristas bêbados não merecem uma gota de misericórdia desse
seu coração.
Suspirando, eu concedo a ele esse ponto.
— Você provavelmente está certo. Mas perdoá-lo me ajudou a
seguir em frente. Não sei se teria sido capaz de aceitar tudo o que passei de
outra forma.
Ele descansa a testa na minha barriga, sussurrando contra a minha
pele:
— Eu odeio não ter conseguido te salvar disso. — Quando ele olha
de volta para mim, seus olhos estão tão torturados quanto parece.
Estendo a mão e seguro sua mandíbula tensa.
— Você não pode me salvar de tudo, Cade.
Ele franze a testa, parecendo totalmente irritado com o fato de que
não pode me manter segura indefinidamente.
Deus, esse homem. Seu olhar se fixa no meu carregado de ondas
pulsantes de macho alfa (não se pode esperar que eu seja um mago das
palavras inteligentes quando ele está assim) e parece sugar todo o oxigênio
do ar ao nosso redor.
— Talvez eu não consiga salvá-la — ele resmunga em um tom baixo
e sexy —, mas você está errada sobre eu não ser capaz de beijar seus
machucados para eles melhorarem.
Vindo dele, essa frase inócua soa incrivelmente sexy. Totalmente.
Sem mais aviso do que isso, ele flexiona as mãos contra meus
quadris e começa a beijar meu tronco novamente. Só que desta vez, não há
conforto envolvido. Cada toque de sua língua contra minha carne agora
superaquecida parece uma lambida de fogo, e quando sua boca viaja pelo
meu corpo e roça a lateral do meu pescoço, estou tremendo, meu coração
batendo tão forte que me sinto fraca.
— Diga-me que você quer isso, baby — ele murmura contra a
minha pele, sua voz grave quase rouca agora, tempestuosa e intensa. —
Diga-me que você quer que eu beije seus machucados para fazer você
melhorar.
Com meu cérebro (e calcinha) agora bem além do ponto de fusão,
basicamente não tenho ideia de que parte de mim estamos falando, mas é
dele para beijar até melhorar ou o quanto ele quiser.
Eu juro, ele é capaz de ler meus pensamentos de alguma forma,
porque um segundo depois, ele me prende em um beijo profundo e rosnado.
Eu nunca fui beijada assim antes.
Sério, todas as atividades relacionadas aos lábios em que me envolvi
antes agora parecem terrivelmente inocentes em comparação. Na verdade,
acho que nem consigo classificar as coisas totalmente pecaminosas que ele
está fazendo com a boca na mesma categoria. Bom Deus.
Eu o sinto encaixar seu pau grosso e duro contra o meu monte, então
ele murmura:
— Jesus, você está me queimando vivo. Se essa boceta gostosa for
tão sensível quanto o resto do seu corpo... — Ele marca meu lábio inferior
com os dentes, manuseando habilmente meus mamilos duros e roçando o
corpo contra mim ao mesmo tempo. — Você e eu vamos nos divertir muito.
Oh meu Deus. Eu quase gozo ali mesmo.
— Não tão rápido, linda. — Ele recua. — Só tem uma coisa que
preciso fazer primeiro.
Carregando-me, ele abre a porta de um quarto e gentilmente me joga
na cama. No momento em que minha cabeça toca o travesseiro, ele está me
beijando de novo, tomando tudo o que tenho para lhe dar e ainda exigindo
mais.
É loucura que eu o queira da mesma maneira? Tão
incontrolavelmente? Tão implacavelmente?
Um longo tempo se passa antes de qualquer um de nós deixar o
outro parar para respirar.
Quando finalmente paramos um pouco para reabastecer nosso
suprimento de oxigênio, meus sentidos sobrecarregados estão tão nebulosos
e flutuantes que quase não ouço...
O pequeno e inconfundível estalido de metal batendo em metal
acima de mim.
Eu suspiro, sabendo imediatamente que um dos meus pulsos acabou
de ser algemado na cabeceira da cama.
Ele se levanta da cama, lentamente, com relutância, e eu olho para
ele em total descrença. Ele não faria isso.
— Você pode não precisar de mim para mantê-la segura, querida,
mas eu preciso disso. Esta é a única maneira de conseguir fazer qualquer
trabalho hoje à noite. Eu simplesmente não posso funcionar sem saber que
você está segura.
Quando ele fala assim, é difícil não ficar muito indignada com ele.
Mas eu consigo.
— Cade, se você me deixar assim, é melhor encontrar uma
armadura de corpo inteiro antes de voltar — eu o aviso.
Obviamente, ele não poderia ter previsto ou planejado tudo o que
aconteceu antes das algemas. Essa não é a parte que me incomoda tanto. É
mais o fato de ele ter parado.
O fato de ele ter parado por causa desse plano insano torna tudo dez
vezes pior. Eu dou a ele um olhar vaporizador.
Meu temperamento vacila um pouco depois, porém, quando ouço a
respiração profunda e irregular que ele dá antes de dizer grosseiramente:
— Caramba, sair por esta porta é mais difícil do que eu pensei que
seria.
De repente, não estou me importando tanto com as algemas.
Francamente, ele parece mais algemado do que eu me sinto no momento.
— Se você não quer, então por que está indo embora?
Ele xinga baixinho.
— Eu tenho que ir. Tenho uma égua parindo gravemente ferida na
qual preciso ficar de olho a noite toda. E a única maneira de fazer isso é me
certificar de que não preciso me preocupar com você também.
— Cade, eu juro, não vou voltar para pegar minha bolsa.
— Essa é apenas uma das centenas de maneiras pelas quais você
pode se meter em problemas aqui; Não vou correr nenhum risco. — Ele se
dirige para a porta e me dá um último olhar penetrante, que é interrompido
pelo toque do telefone. — Voltarei assim que puder, querida. Algumas
horas, no máximo.
E com isso, ele fecha a porta atrás de si.
Inacreditável. Assim que ele sai, começo a bisbilhotar o criado-
mudo e encontro a segunda gaveta vazia, exceto por uma coisa. As chaves
das minhas algemas.
Huh. Então talvez eu não tenha que mutilar o homem no fim das
coisas.
Eu me liberto e coloco as algemas e a chave no bolso sem pensar
duas vezes. Não costumo pensar que a vingança é o caminho certo a seguir
na vida, mas, neste caso, não tem para onde correr.
Minha próxima parada é, obviamente, a porta, que descubro que está
trancada por fora.
Jogando minha cabeça para trás com exasperação, vejo o bilhete que
ele deixou para mim no teto:
Você vai ficar com torcicolo se fizer isso demais.
Embora eu tente lutar contra, não posso deixar de abrir um sorriso.
Depois disso, saio em busca de mais bilhetes espalhados pelo quarto
do lunático.
O homem foi meticuloso, eu admito. Alimentos e bebidas. Mesmo
revistas no banheiro anexo. Ele se esforçou para garantir que eu estivesse
bem cuidada.
Na outra mesinha de cabeceira, encontro um tablet e outro bilhete:
Sei o quanto você gosta de ler, então carreguei a biblioteca de e-
books.
Isso é um eufemismo. Eu folheio as dezenas de e-books de geologia
que ele baixou, vendo que ele definitivamente fez a lição de casa sobre
quais eram os mais importantes.
Mas é o último livro, totalmente deslocado do grupo que me faz
derreter.
Rochas para leigos.
E já foi lido até a metade.
Saber que ele está estudando rochas me deixa completamente
desequilibrada. Então, volto para a cama reconhecidamente confortável.
Precisando fazer algo para acalmar meu cérebro agitado, pego o controle
remoto e encontro um bilhete final colado atrás dele:
Caso você esteja dormindo antes que eu possa subir para dizer boa
noite, não se preocupe, você pode chutar minha bunda no café da manhã.
Meu Deus, como o homem consegue ser totalmente louco e
inesperadamente charmoso ao mesmo tempo está além da minha
compreensão.
CAPÍTULO 9

| CADE |

É quase meia-noite e estou pronto para uma pausa.


A égua ferida da qual falei para Katelyn teve uma das semanas mais
difíceis que eu poderia imaginar. O veterinário não tinha certeza de como
ela conseguiu sobreviver, muito menos manter o potro estável em sua
barriga após o confronto que ela teve com o motorista impiedoso que a
deixou para morrer na beira da estrada depois que a atingiu de frente.
Felizmente, meu pessoal a encontrou antes que ela sangrasse. Ela
passou por muitas cirurgias e alguns retoques durante toda a semana,
principalmente nas últimas 24 horas, mas sobreviveu. Agora, ela só precisa
ficar forte o suficiente para passar pelo parto, que deve ser a qualquer
momento.
Eu pedi a um dos caras para ficar de olho nela por algumas horas
para que eu pudesse ver Katelyn. Ela não ligou para o meu celular e não vi
nada jogado pela janela do andar de cima da última vez que chequei, então
tomei tudo isso como um bom sinal e me concentrei no trabalho.
Não vou mentir, assistir o veterinário cuidar dos ferimentos da égua
depois de ouvir a história de Katelyn sobre seu próprio acidente de carro foi
difícil. Tudo em que eu conseguia pensar era como a égua pelo menos tinha
a nós, enquanto Katelyn não tinha ninguém. Essa triste verdade tem me
estripado a noite toda.
Mal chego à porta da frente quando meu celular começa a tocar. Já
que o walkie-talkie bidirecional é como os caras me contatam para
emergências, sei que nenhuma mensagem no meu celular é importante, mas
verifico de qualquer maneira. É uma mensagem do capataz do meu rancho,
Jonah.
Esperando companhia esta noite?
Por um segundo, penso que ele está se referindo a Katelyn, então
olho para a escada para ver se a porta do quarto de hóspedes ainda está
fechada. Está. Embora eu não fosse ficar surpreso se não estivesse. Se
alguém pudesse encontrar uma maneira sair da minha pequena prisão, seria
ela. E eu apostaria dinheiro que meus próprios homens seriam responsáveis
por ajudá-la a escapar. Cada um deles abriria mão de um órgão
sobressalente, até mesmo de seu testículo favorito, para ser seu cavaleiro de
armadura brilhante.
Antes que eu possa perguntar de quem Jonah está falando, ele envia
uma nova mensagem.
“Estou com uma ruiva em um conversível na porteira dizendo que
você a quer aqui.”
Caralho, não.
Eu não adoço minha resposta.
“Livre-se dela.”
Mais ou menos da mesma forma que as girafas desenvolveram
aqueles pescoços longos por causa da evolução, eu também tive que evoluir
nos últimos anos para me adaptar à minha nova vida longe da cidade.
Aqui, eu me tornei um homem de pleno direito, sem expectativas,
sem exceções, de uma noite.
Agora, antes que alguém me julgue, para esclarecer, isso não
significa que eu sou o tipo de cara que foge da cama de uma mulher antes
do nascer do sol porque é um idiota, mas sim, porque eu sou o tipo de cara
que levanta a bunda de madrugada para administrar um rancho. Simples
assim. A vida no rancho é difícil. E é exatamente por isso que deixo claro o
que vai acontecer para cada mulher com quem durmo.
Uma noite. Apenas sexo. E nos separamos em termos amigáveis.
Normalmente, funciona muito bem. Nenhum dano, sem estresse.
Sem lágrimas, sem drama.
Isto é, a menos que a mulher saiba que sou aquele Cade Walker.
Não sei por que essas mulheres insistem em colocar na cabeça que,
se dormirem comigo, vou desistir de ser fazendeiro para voltar à minha vida
anterior como CEO de alguns dos sistemas de segurança de tecnologia
inteligente de nível mais avançado criados na última década. Mas deixe-me
dizer a você, elas ficam muito irritadas quando acordam na manhã seguinte
e descobrem que eu estava falando sério quando lhes disse que teriam que
ajudar a limpar o barracão se insistirem em demorar demais.
No caso da ruiva com quem Jonah está lidando agora, ela não
aceitou bem. Ela não só deu o maior ataque de birra de todos os tempos
antes mesmo de eu ter a chance de tomar meu café da manhã, como chamou
minha vida atual de desperdício e minha equipe de bando de perdedores
falidos.
Parece que a “senhorita dedo de ouro” só dorme com homens de
certo patrimônio líquido, já que ela “tem padrões” e eu tinha que “tratá-la
do jeito que ela merecia” se quisesse vê-la nua novamente.
Depois desse discurso, perguntei se ela queria ir a algum lugar legal
para o café da manhã, por minha conta.
Ela, é claro, se iluminou toda presunçosa e ficou toda derretida de
novo. Até que joguei uma nota de vinte para ela e mostrei a porta, dando-
lhe instruções sobre como chegar a uma lanchonete que serve a melhor
comida da redondeza para que ela tivesse um excelente café da manhã.
Quando ela então começou a ficar ainda mais desagradável com
seus insultos estridentes, eu apenas joguei suas coisas na entrada da
garagem e continuei meu dia.
Chame-me de idiota o quanto quiser sobre como eu lidei com isso,
mas foi ela quem colocou um preço em seu tempo; Eu simplesmente
respondi com minha própria avaliação, fazendo os ajustes apropriados
levando em conta fatores como a personalidade dela. No que me diz
respeito, os vinte dólares — que ela pegou quando saiu furiosa, devo
acrescentar — foram mais do que justos.
Estou no meio da escada quando recebo outra mensagem de Jonah.
Boas notícias, desta vez.
“A garota era um pouco doida, mas ela já foi. Tudo limpo.”
Aleluia.
Em momentos como esse, não posso deixar de comparar Katelyn
com as outras mulheres que conheci em minha vida. Sim, ela é excêntrica
quando se trata de suas rochas, mas ela é doce. E genuína. E a primeira
mulher que conheci que parece apreciar meu rancho como eu.
Ou pelo menos as rochas do meu rancho. O que ainda é alguma
coisa.
O fato é que não tenho nada que começar a me envolver com
alguém como ela. Por essas e muitas outras razões. Mas, francamente, acho
que não tenho mais nada a dizer sobre o assunto.
Tenho feito o possível para resistir à química maluca que tivemos
desde o início, de verdade. Há meses. Mas depois do que aconteceu entre
nós mais cedo, terei sorte se conseguir manter as mãos longe dela por
tempo suficiente para fazer meu discurso habitual de “apenas uma noite.”
Sinceramente, não tenho ideia de como ela responderá quando eu
sugerir algo casual e temporário. Na verdade, nem sei o que me espera do
outro lado desta porta trancada.
Eu recebo minha resposta, surpreendentemente, mais rápido do que
esperava.
Uma ficha pautada desliza por baixo da porta do quarto, derrapando
até os meus pés.
A égua está bem?
Eu sabia que ela faria uso daquela ficha de alguma forma. Ela
sempre tem uma pilha de fichas e cadernos na bolsa para fazer anotações
quando sai para estudar as rochas. Foi por isso que fiz questão de comprar
um monte de ambos em tamanhos diferentes, caso ela encontrasse algo
interessante que quisesse anotar nos e-books que baixei para ela.
— A égua está bem agora — eu respondo enquanto pego a chave do
armário próximo para destrancar a porta. — Um dos rapazes vai observá-la
pelas próximas horas.
Outra ficha desliza para se juntar à primeira.
Você comeu alguma coisa esta noite?
Viu? Tão doce. O tipo de doce em que um homem poderia se viciar.
— Ainda não — respondo, franzindo a testa quando a porta não
abre. Eu balanço mais a maçaneta. Com certeza está destrancada. Só que...
emperrada.
Sua próxima ficha lança um pouco de luz sobre a situação.
Poupe sua força. Coloquei uma cadeira travando a porta.
Eu encaro o bilhete surpreso por um instante antes de cair na
gargalhada. Esta mulher é cheia de surpresas.
— O que é preciso para você desobstruir a porta? — eu pergunto.
Uma nova ficha é disparada antes mesmo de eu terminar a minha
pergunta.
Eu tenho uma lista de exigências.
Quem diria que brincar de refém poderia ser tão divertido?
— Diga.
Você me deixa ficar aqui com acesso diário total às suas rochas por
uma semana (junto com mais alguns sacos dessa pipoca que você
encontrou) para compensar o sofrimento emocional que sofri com toda essa
provação.
Eu rio baixinho. Ao ouvir a TV ao fundo e ela mastigando o que
parece ser batata frita do outro lado da porta, fica claro que sua angústia é
significativa.
Apesar de tudo, é um pedido razoável. Mas não ganhei meus bilhões
sendo um negociador fácil.
— Que tal um fim de semana em vez disso? Eu mesmo serei seu
guia — eu contesto.
UMA. SEMANA. INTEIRA
Letras grandes, todas sublinhadas.
E obrigada, mas eu posso me virar sozinha.
Mulher teimosa. Ainda bem que ela não pode me ouvir sorrindo.
— Um fim de semana mais um dia de semana.
Enquanto ela resmunga para si mesma do outro lado da porta, cruzo
os braços e espero ansiosamente pela próxima ficha.
Sete dias seguidos, e direi onde escondi o bolo de carne que fiz para
você.
Espere, ela fez comida para mim? Bem, isso muda as coisas
completamente. Os rapazes estão sempre falando sobre como Katelyn é
uma ótima cozinheira, mas nunca provei nada do que ela fez.
Claro, se você não estiver com fome, tenho certeza que os caras
podem tirar o bolo de carne de suas mãos…
Mulher má. Meu estômago está quase me ordenando a me render.
Ok, se ela quer jogar duro, eu também posso.
— Cinco dias. Totalmente supervisionada, é claro. E se você
encerrar as negociações agora, podemos continuar de onde paramos antes
de eu algemá-la... e garantir o orgasmo pelo qual você estava implorando.
Não sei dizer se foi um suspiro de indignação que acabei de ouvir ou
um tipo totalmente diferente de som, mas ouço alguns rabiscos furiosos do
outro lado da porta. Inferno, ela é divertida.
A próxima ficha escrita pela refém me derruba.
Só por isso, são DUAS semanas agora. Sem babás! Ou então deixo
os caras comerem o bolo de carne inteiro bem na sua frente. E por falar
nisso, o que te faz pensar que eu não “continuei” sozinha aqui nesta cama
depois que você foi embora?
Puta. Merda.
Minha imaginação viaja.
E agora estou tão duro, que estou seriamente tonto.
— Você não joga limpo de jeito nenhum — eu reclamo em resposta,
com nada menos do que a maior admiração que ela merece.
Eu a ouço rir baixinho do outro lado.
Diz o homem que pensou que ISSO aqui era uma boa ideia.
O desenho de uma algema enfeita o fim da frase com alguns pontos
de exclamação.
Sorrindo, eu guardo essa ficha como lembrança.
— Tudo bem, temos um acordo. Duas semanas. Semi-
supervisionada com check-ins. Essa parte é inegociável. Agora você vai sair
daí e comer um bolo de carne comigo?
Inferno, eu me contentaria se ela me deixasse entrar e falasse
comigo cara a cara. Essa negociação por meio de uma placa de madeira não
está funcionando para mim.
Ela abre a porta com um sorriso de orelha a orelha.
— A comida está no meu SUV. Podemos comer em sua
caminhonete a caminho da minha casa. Eu pago a gasolina de volta. Vai ser
rápido; Só preciso pegar mais roupas e ferramentas.
Ela passa correndo por mim descendo as escadas, praticamente
zumbindo de excitação.
— Ah, e se você ainda não adivinhou, quero que minhas duas
semanas comecem imediatamente.
CAPÍTULO 10

| KATELYN |

Durante toda a viagem até o meu apartamento, estou nas nuvens.


Duas semanas inteiras no rancho. Ainda não acredito que ele concordou
com isso.
Só então, ouço Cade gemer alto do banco do motorista. De novo.
Ok, talvez eu possa acreditar que ele concordou com isso. Rapaz,
aquele homem adora bolo de carne.
— Sério, o que você colocou aqui? — pergunta Cade antes de dar
outra grande mordida para terminar sua segunda porção de bolo de carne.
Não estou brincando, tive que esconder o resto do tabuleiro no banco de
trás para impedi-lo de ficar olhando para o meu colo entre mordidas e
acabar desviando da estrada.
— Um dos meus segredos é recheá-lo com bolinhas de bacon
crocante de maçã e cheddar defumado — respondo depois que saímos com
segurança da estrada principal e entramos em meu prédio, longe de outros
carros e pedestres. — Além disso, cubro o tabuleiro com uma tábua de
nogueira embebida em cidra de maçã em vez de papel alumínio quando
asso e adiciono um pouco de bourbon ao molho para dar ainda mais sabor.
Não sei se um cara tão corpulento e brusco como Cade é capaz de
suspirar de prazer, mas se fosse, imagino que soaria como o som profundo e
áspero do ronronar de um animal selvagem que ele acabou de soltar.
— Em breve farei outro para você — ofereço, satisfeita por ele ter
gostado tanto. — Na verdade, por que não cozinho para todos vocês nas
duas semanas que vou ficar lá? Posso pagar pela estada.
— Jesus, não deixe os caras ouvirem você dizer isso. Eles se dão
bem fazendo alimentos para o café da manhã e sanduíches para cada
refeição, junto com alguns experimentos culinários comestíveis de vez em
quando. Se você começar a cozinhar para eles regularmente, tenho certeza
de que eles vão querer mantê-la como refém para sempre.
Estou prestes a fazer uma piada sobre algemas (estou dizendo,
nunca vou deixá-lo esquecer isso) quando ele ri e acrescenta:
— Você vai partir o coração deles quando for embora.
De repente, sou atingida pela ideia fantasiosa de nunca ter que fazer
isso — deixar o rancho, quero dizer.
Uma garota pode sonhar.
Diante do meu silêncio, ele estende a mão para apertar meu ombro
gentilmente.
— Ei, só estou brincando. Se você quiser cozinhar, vá em frente. Eu
só não quero que você sinta que precisa. Você seria nossa convidada.
Eu sorrio, determinada a aproveitar ao máximo esse presente
incrível, e não me concentrar no aspecto temporário dele.
— Que tal os dois cedermos? Vou cozinhar, mas apenas algumas
noites por semana. E vou me certificar de fazer alguns pratos extras com os
ingredientes ou pelo menos porções extras para que vocês possam congelar
e aquecer nas noites em que eu fizer uma pausa.
O riso incrédulo é sua resposta imediata.
— Isso é tão fofo. Você realmente acha que eles vão deixar restos de
comida na geladeira? Esses caras têm estômagos sem fundo e zero
autocontrole. Ainda me lembro da vez em que encontraram um pote de
linimento de ervas que o veterinário me mandou fazer para um dos cavalos.
Aparentemente, todos eles pensaram que eu tinha me transformado na
maldita Martha Stewart e feito algum molho para eles ou algo assim. Era
verão; claramente o calor os estava deixando malucos. De qualquer forma,
eles comeram a maldita coisa toda e todos tiveram diarreia por uma semana.
Sim, isso soa como algo que eles fariam. Deus os abençoe. Pelo que
eles me disseram, eles precisam de algumas caminhonetes para trazer de
volta a comida de suas compras bimensais, período durante o qual Cade
lhes dá liberdade para comprar o que quiserem, desde que possam colocar
no carrinho de compras em meia hora. Evidentemente, todos os caixas do
mercado mais próximo tentam fazer suas pausas no segundo em que veem
os caras entrarem no estacionamento. E a grande loja que eles frequentam
insiste que eles venham uma hora antes de abrir para não assustar os outros
clientes.
Um dia, eu realmente quero ver uma dessas infames viagens de
compras acontecer.
— Com diarréia ou não — ele continua, parecendo igualmente
exasperado e divertido —, se eu colocasse outro frasco sem identificação lá,
não duvido que eles tentariam a sorte novamente.
Rindo da lembrança, ele segura a porta do saguão aberta para mim e
então faz aquele gesto masculino inconsciente, onde ele coloca a mão
gentilmente nas minhas costas enquanto eu passo. Não posso falar por
outras mulheres, mas para mim, aquele toque me diz tudo. Se eu sentir uma
pequena sacudida desse breve contato, sei que há alguma química
envolvida.
Eu não sinto uma sacudida.
Sinto um verdadeiro raio.
Totalmente alheio ao seu efeito sobre mim, ele termina com um
sorriso:
— Então, meu voto é sim para o plano de cozinhar de vez em
quando. Posso pegar uma cerveja e me manter entretido assistindo aos
Jogos Vorazes com a comida extra todas as noites.
Talvez seja por causa de como ele me beijou, me deixando a poucos
centímetros de um orgasmo antes, ou talvez eu esteja simplesmente
perdendo a cabeça, mas agora não consigo parar de pensar em como
exatamente vou “me manter entretida” todas as noites enquanto estiver
hospedada no rancho, a apenas um quarto de distância dele.
Ver seu olhar cair abruptamente para meus lábios entreabertos por
um instante enquanto entramos no elevador não está ajudando muito. Nem
sua mão indo para as minhas costas novamente.
— Droga, mulher — ele murmura sombriamente, os olhos dilatando
quando minha respiração falseia para uma breve parada. — É melhor você
começar a pensar em coisas diferentes agora mesmo, se não quiser que eu
pare este elevador e faça algo a respeito.
Oh Deus, eu sou tão transparente?
Acorda, Katelyn. Deixe o cowboy gostoso em paz. Tudo o que você
pediu a ele foi um tempo de qualidade com suas rochas. É isso. A parte
sobre você ficar com ele por duas semanas não teve nada a ver com o quão
perto ele te deixou de ter um orgasmo.
Realmente, não.
OK, bom. Agora, talvez se eu repetir isso para mim mesma o
suficiente, eu comece realmente a acreditar.
Felizmente, o barulho da porta do elevador se abrindo no meu andar
me salva da missão fadada ao fracasso.
— Ei, Glenn.
Meu sonolento senhorio mal nos dá uma olhada antes de usar sua
chave reserva para abrir minha porta e, em seguida, arrastar os pés para o
elevador atrás de nós antes de fechar, murmurando instruções para eu
colocar o valor da taxa em um envelope e passá-lo por baixo da sua porta
mais tarde.
Eu corajosamente ignoro a tentativa do universo de me lembrar de
tudo o que aconteceu com minhas fichas debaixo da porta mais cedo,
sabendo que isso inevitavelmente me fará pensar em algemas e beijos
insanamente sexy e todo tipo de outras coisas nas quais eu não deveria estar
pensando.
Desta vez, evito totalmente fazer contato visual com Cade.
— Entre. Ignore a bagunça. Eu não estava esperando companhia.
Apenas me dê um pouco de tempo para pegar tudo o que preciso.
Eu rapidamente jogo algumas roupas em uma mochila junto com
algumas ferramentas e livros e volto para a sala minutos depois para
encontrá-lo estudando as diferentes rochas na minha mesa de jantar.
— Você tem uma coleção de rochas — ele diz, parecendo confuso.
— Você parece surpreso.
— Só não pensei que fosse uma colecionadora. Você está sempre
devolvendo as pedras que encontra em minhas terras exatamente como as
encontra.
Eu dou de ombros.
— Porque elas não estão ao meu dispor — Acenando para a mesa,
acrescento suavemente: — Você está certo. não sou colecionadora. Essa é a
coleção do meu avô. O que resta dela, pelo menos.
Ele está ao meu lado um instante depois, todo o corpo contraído pela
tensão.
— Algumas foram roubadas?
— Meu pai levou algumas com ele quando deixou a mim e a minha
mãe. Junto com a maior parte de nossas economias, muitas das heranças de
família da minha mãe, algumas das joias da minha bisavó e todos os
eletrônicos da casa que ele poderia penhorar.
Vou até a coleção e observo todos os lugares vazios onde antes havia
rochas preciosas e geodos de cristal, quando eram exibidos em toda a minha
casa de infância. Tudo o que resta são a fichas onde as peças perdidas
costumavam ficar, escritas com a caligrafia precisa do meu avô, as palavras
catalogando detalhes sobre a rocha e o local em que foi encontrada.
— Ele só pegou as coisas que considerava valiosas — explico. —
Ele não se importava com coisas sentimentais — digo como se não tivesse
me devastado na época, pintando a Cade uma imagem ainda mais clara. —
No dia em que ele foi embora, encontrei a carteira de vinil transparente que
minha mãe deu a ele no Dia dos Pais com fotos minhas quando bebê e de
nossa família jogada na lata de lixo.
Cade rapidamente me puxa para um abraço, mas não diz uma
palavra.
— Estou bem — insisto, mesmo enquanto me enterro em seu peito
um pouco antes de soltá-lo. — Mesmo aos doze anos, eu sabia que
ficaríamos muito melhor sem ele. Ele costumava brigar com minha mãe o
tempo todo. E comigo, ele era apenas... apático. Na melhor das hipóteses.
Em parte porque eu era o produto não planejado de uma relação sem
compromisso iniciada em um bar que resultou em ele “fazer a coisa certa”
com um casamento no cartório. Mas também em parte porque ele colocou a
culpa da maioria de seus fracassos subsequentes na vida no meu
nascimento.
Além de um breve aperto de mandíbula e uma flexão de punhos,
Cade permanece em silêncio, então eu continuo:
— Ele costumava falar sobre seus dias de glória na publicidade o
tempo todo. Segundo ele, estava no auge, indo para empregos melhores, até
que estragou algumas grandes campanhas para empresas importantes logo
depois que eu nasci. Alegou que tinha sido privado de sono porque eu fazia
aquela coisa toda infantil de chorar à noite.
Faço uma pausa para me reagrupar, descartando questões paternas
há muito enterradas que pensei ter superado há muito tempo.
— De qualquer forma, depois que esses projetos fracassaram,
ninguém mais quis contratá-lo. Mas ele apenas continuou, desesperado para
voltar para o meio. É tudo com que me lembro dele realmente se importar.
Escolho minhas próximas palavras com cuidado, não querendo dizer
mais do que preciso sobre esse segmento da minha vida.
— Até eles se divorciarem, morávamos com a família da minha mãe
no interior. Pelo que entendi, meu pai concordou em morar com meus avós
temporariamente, sem pagar aluguel com refeições incluídas, devo
acrescentar, para que eles pudessem me criar até que eu tivesse idade
suficiente para ir à escola. Seu objetivo era mudar nós três para a cidade
depois disso, mas isso nunca aconteceu. Para ser justa, não era como se ele
tivesse planejado ficar desempregado por quase uma década; sua intenção
original era ser o provedor e deixar minha mãe ficar com os cuidados
domésticos. Dito isso, ele levou muito mal suas contínuas falhas na carreira.
Com o passar dos anos, ele se tornou... um cara nada legal. E quanto mais
sua vida profissional desmoronava, mais ele descontava em minha mãe. E
em mim.
— Eu vou matá-lo se ele colocar a mão em você.
O juramento solene escapa dos lábios de Cade tão suavemente que
quase não o ouço.
Assim que percebo sua expressão áspera e processo completamente
seu voto de violência, no entanto, rapidamente esclareço:
— Não, não. Ele não abusou de nós ou algo assim. Ele só reclamava
de, bem, de tudo. Sem parar. Ele era um esnobe sobre a vida fora da cidade
e menosprezava meus avós e seu estilo de vida no campo pelas costas
sempre que podia.
Um olhar carregado cruza o rosto de Cade.
— Eu sei como é.
Eu franzo a testa com simpatia.
— Seu pai também era assim?
— Pai e mãe, na verdade. Meu pai cresceu em um rancho em
Washington e detestou sua infância. Durante toda a minha vida, ele chamou
todo mundo com quem cresceu de caipiras e tacanhos, e quanto mais bem-
sucedido ele se tornava, mais envergonhado ficava dos seus parentes, de
suas raízes.
Então, a decepção profunda se infiltra em sua voz.
— Ainda me lembro de como ele costumava fazer esses
comentários idiotas sobre o quão longe ele chegou, apesar de seus pais
serem “apenas” fazendeiros e coisas assim, com minha mãe sendo sua
maior defensora. Não me interprete mal, eu a amava, mas minha mãe era
uma garota rica e mimada da cidade que praticamente tinha urticárias ao ar
livre. Para ela, a educação rural de meu pai foi nada menos que trágica. E
do jeito que ela e suas amigas presunçosos costumavam contar, ele ter
terminado com ela era a versão dele de Cinderela.
Olhando para suas botas de trabalho desgastadas, ele me dá um
sorriso irônico.
— Talvez pule uma geração, ou talvez o universo apenas tenha
vontade de foder com eles porque me apaixonei por aquele rancho em
Washington no segundo em que o vi. Na verdade, eu costumava implorar
para passar todos os verões lá até meus avós falecerem. Costumava
confundir meus pais, o quanto eu amava tudo sobre a vida no rancho, mas
eles permitiram porque significava que eles poderiam enviar a mim e meu
irmão para lá no início do verão e ficar totalmente livres dos filhos por
alguns meses a cada ano.
Eu me surpreendo.
— Eu não sabia que você tinha um irmão. — Os rapazes nunca
mencionaram isso.
Ele fica completamente em silêncio então, e posso dizer que ele não
queria que chegássemos aqui.
É óbvio que ele não quer falar sobre a história de sua família, e eu
não insisto. Afinal, também estou escondendo dele certos detalhes do meu
passado. Algumas coisas são apenas privadas. Entendo.
Então, em vez de deixar o silêncio ficar mais constrangedor, eu me
levanto e mudo de assunto.
— Ei, posso levar sua caminhonete de volta para o rancho? — eu
pergunto, não dando a ele a chance de responder antes de pegar as chaves e
sair pela porta. — Sempre quis tentar pilotá-lo.
Ele está me seguindo em um instante.
— Você já dirigiu algo tão grande antes? Ou até mesmo operou um
carro com marcha, por falar nisso?
— Não ao primeiro. E sim para o segundo. Quanto mais difícil pode
ser o seu?
— O meu é maior do que a maioria. Sem ofensa, mas não tenho
certeza se você será capaz de lidar com ele.
Ignoro o rumo nitidamente pornô que nossa conversa tomou apresso
o passo para tentar chegar antes dele ao banco do motorista. Meu Deus, o
homem tem passos largos.
Mesmo comigo praticamente correndo neste ponto, ele ainda chega
ao caminhão antes, rapidamente me prendendo contra a porta com seu
corpo alto e musculoso.
— Isso é uma prévia de como serão as próximas duas semanas? —
ele exige. — Você me deixando louco sempre que pode?
Eu apenas dou a ele um sorriso perfeitamente angelical. Junto com
algumas piscadelas de olhos inocentes.
Seus lábios se contorcem de humor antes de ele recuar e abrir a
porta.
— Não destrua minha embreagem.
Eu entro, surpresa por ele ter desistido tão facilmente. Até que o
vejo revirando o banco de trás assim que se senta.
— Você vai acabar com o resto do bolo de carne enquanto eu dirijo,
não é?
— Se Deus quiser, sim — ele responde com reverência.
Ele realmente tem que parar de ser tão fofo.
— Você não está preocupado que isso vá me distrair?
Sinto meu rosto ficar quente quando ele para e olha para mim com
curiosidade.
— P-porque — eu gaguejo. — Quando você come, os sons que você
faz são... hum... quer dizer, você soa como se estivesse comendo... err... —
Puta merda, não tem como eu terminar essa frase.
Ele inclina a cabeça e espera que eu tente. Bastardo maldito.
— Querida, você está tentando me dizer que eu faço barulhos
sexuais enquanto como? — Ele se inclina para girar a chave na ignição,
lábios roçando minha orelha enquanto pergunta curiosamente: — É assim
que você imagina que eu soaria se eu comesse... digamos, essa sua boceta
escorregadia?
Pelo amor de Deus, o homem deveria vir com uma etiqueta de
advertência.
Eu mantenho silêncio.
E quase acerto um inocente poste telefônico ao virar a esquina.
— Eu disse que é muito para com uma coisa pequena como você
lidar. — Seu tom rouco vai de provocador a totalmente perverso. — Se
você quiser, pode sentar no meu colo e mexer na marcha enquanto eu aperto
a embreagem.
Oh. Meu. Deus.
— Você não tem um bolo de carne para devorar? — eu sugiro,
descaradamente esperançosa.
— Não, eu não quero “distrair” você. — (Sim, eu ouço as aspas no
ar).
E com isso, ele se acomoda em seu assento, optando por “não me
distrair”, mantendo um braço grande e musculoso pendurado atrás do meu
assento e os dois olhos fixos em mim... todo o restante do caminho.
É um milagre que eu consiga nos levar de volta ao rancho, inteiros.
CAPÍTULO 11

| CADE |

A mulher é uma maldita milagreira.


Nos últimos dias, como uma linda sargento de treinamento, Katelyn
conseguiu que meus homens arrumassem e limpassem a mesa em cada
refeição (sim, eles se sentam para comer juntos, todos civilizados agora) e
até mesmo lavam a louça sem encher o saco ou fazer apostas malucas para
conseguir outra pessoa para o trabalho.
O segredo dela? Pelo que ouvi, ela encontrou uma maneira de
incentivar as tarefas com uma combinação inteligente de sobremesas
noturnas, seus pratos favoritos e uma porção saudável de seus doces
sorrisos.
Como resultado, trajes de proteção não são mais necessários para
entrar no barracão dos rapazes, e eles finalmente parecem ter dominado a
quantidade máxima de roupa a acumular antes de colocar na máquina de
lavar.
Eu sei que deveria estar feliz com esses novos desenvolvimentos,
mas desde que ela nos fez o melhor ensopado da minha vida em sua
primeira noite aqui, meu pessoal está ainda mais apaixonado por ela do que
nunca. E eles não são os únicos. Entre eles e meus cachorros, não sei quem
está pior.
Antes de Katelyn aparecer, eu costumava caracterizar meus dois
cães de guarda como os vira-latas mais malvados, capazes de literalmente
fazer homens adultos mijarem nas calças. Francamente, eu não achava que
eles possuíam um comportamento diferente, muito menos um que abanava
o rabo e fazia travessuras que envolvia ficarem deitados de costas e
implorando descaradamente ao seu agora humano favorito para esfregar a
barriga.
O comportamento dos meus rapazes não está tão longe disso.
Já que estou muito ocupado com as coisas para guiá-la, fui forçado a
designar alguns deles para escoltá-la pelas minhas terras. Até agora, dos
sortudos que puderam passar um tempo com ela, quatro (que eu saiba) a
pediram em casamento e dois agora estão totalmente fascinados por pedras.
Sem chance.
Não estou dizendo que esses dois vão escolher rochas em vez de
cavalos em breve, mas não ficaria surpreso se um deles começasse a se
interessar por mineralogia ou engenharia geológica um dia.
Para ser claro, nunca afirmei ser um chefe típico; Não consigo
imaginar que existam muitos proprietários de fazendas que administrem
suas fazendas da maneira que eu faço. Mas, imagino, qual é o sentido de ter
alguns bilhões de dólares no banco se não posso usar alguns dólares para
ajudar meus homens a perseguir seus interesses externos? Se eles quiserem
aprender sobre pedras, que se dane, eu pago para que eles possam fazer
alguns cursos na mesma faculdade que Katelyn frequenta. Já estou fazendo
isso por Jonah, que está tendo aulas de administração de ranchos e
fazendas, e tenho conversado com Jacob sobre procurar programas de
tecnologia veterinária de meio período para ver se ele quer colocar suas
habilidades naturais com animais à prova em um curso no futuro.
Só porque quero administrar um rancho pelo resto da minha vida,
não significa que espero isso de todos os meus homens. Se um deles quiser
estudar rochas como Katelyn, bom para ele. Fico feliz em ajudar.
Dito isso, eu ser um chefe generoso não significa que não tenha
meus momentos de estresse.
E quando se trata de Katelyn passar mais tempo com os caras do que
comigo, estou descobrindo que não apenas me sinto egoísta, mas também
totalmente ranzinza. No limite do irracional. Eu não sei o que diabos há de
errado comigo. Ser possessivo com uma mulher é um sentimento sem
precedentes e totalmente antinatural para mim, e tenho sérias dúvidas sobre
ser capaz de controlar tão cedo.
— Ei. Você chegou cedo em casa.
Afasto-me dos meus pensamentos e olho para encontrar a mulher
que nos deixa loucos acenando para mim da cozinha.
— Só fazendo uma pausa — eu respondo, atravessando a sala para
me juntar a ela.
Entre expandir nossa operação de resgate de cavalos, construir os
novos estábulos, lidar com um aumento da caça ilegal acontecendo na área
e espalhar a notícia de que meu treinador principal está treinando não
apenas os melhores cavalos do estado, mas os melhores aprendizes também,
tenho vivido com um cobertor curto supervisionando tudo.
— Mulher, quantas vezes eu tenho que dizer para você parar de
limpar minha casa?
A coisinha teimosa continua sorrindo e esfregando até terminar o
último trecho de piso de ladrilhos. Este é de longe o lugar mais limpo que já
existiu e, admito, é legal, mas não quero que ela pense que precisa fazer
esse tipo de coisa só para ficar aqui.
— Posso contratar uma empregada se a casa estiver muito suja para
você. Basta parar com todo esse trabalho doméstico.
Ela simplesmente ri.
— Você se lembra que eu sou a mulher que gosta de rolar na terra,
certo? Acredite em mim, não sou viciada em limpeza. — Apontando para o
balcão da cozinha coberto de farinha, ela explica: — Os gêmeos
apareceram, então assamos alguns biscoitos. Estou apenas limpando o “pó
mágico de fada” com o qual eles ficaram animados, para que ninguém
escorregue e caia.
— Os netos de Winston de novo? Sério?
Huh. Isso é o dobro que seus pais os trouxeram para vê-lo esta
semana. O que elevaria o total geral para quatro visitas inteiras nos últimos
quatro anos.
Seus lábios mergulham nos cantos.
— Acontece que o filho de Winston está vendendo a propriedade; é
por isso que eles estão por aí consertando as coisas. — Ela suspira
pesadamente. — Eu conversei com a mãe dos gêmeos e ela disse que eles
vão mudar Winston para um centro de vida assistida assim que receberem
uma oferta.
Isso é novidade para mim.
— Eles não sabem que ele tentará escapar de lá na primeira chance
que tiver?
E se ele for tão bom em se esgueirar para fora dos lugares quanto
em esgueirar, digamos, invasores fofos amantes de pedras para dentro de
minha propriedade, aquele asilo não terá chance.
— Eu disse isso a ela também. Mas ele está se recusando a se mudar
para o Leste com eles, e eles não estão exatamente tentando fazê-lo mudar
de ideia. — Ela balança a cabeça tristemente. — Eles simplesmente não
veem o quão doce ele é.
Katelyn ficando com o coração partido pelo fato do meu vizinho
mal-humorado ir para um lar de idosos me fez colocar mais uma marca na
coluna “não é o tipo de garota de uma noite”. Desnecessário dizer que há
muitas marcas nessa coluna. Precisamente por isso que decidi manter
distância e deixá-la se concentrar apenas em suas rochas desde o início de
suas duas semanas sob meu teto.
Isso mesmo, mantive as coisas estritamente platônicas entre nós o
tempo todo. Estou falando sério. Nada de beijos sexy (não desde aquela
primeira noite). Nenhum flerte obsceno e obstinado (esse tem sido difícil,
mas tenho conseguido). E definitivamente sem algemas (que eu não consigo
encontrar, então tudo bem).
Eu tenho sido um cavalheiro completo (Sério, tenho mesmo).
No lado positivo, consegui economizar litros de água quente, já que
banhos frios são tudo o que tomo. Mas, pelo negativo, minha concentração
tem sido uma merda total.
— Desculpe, o quê?
— Eu perguntei se você vai sentir falta de tê-lo como vizinho.
Eu dou a ela a verdade contundente.
— Aquele rabugento mal-humorado tem me incomodado desde o
dia em que fiz uma oferta por este rancho, e ele me enche desde então,
oferecendo suas ideias sobre como devo administrar as coisas quase todos
os dias. Chame-me de bastardo sentimental, mas não gosto de saber que ele
vai estar em algum lugar sendo um pé no saco de outra pessoa de agora em
diante.
Com os olhos marejados pela minha franqueza, ela sorri.
— Acho que ele também vai sentir sua falta.
Inferno. Não sou muito dessas conversas melindrosas, então eu puxo
a pequena pedra com aparência de couve-flor que eu tenho no bolso o dia
todo e sigo de maneira nada suave:
— Antes que eu esqueça, encontrei isso. Acho que é um geodo, mas
não tenho certeza. Achei que você poderia querer lambê-lo ou algo assim.
Seus olhos se arregalam e ela passa correndo por mim para pegar
sua mochila, guinchando quando começa a aquaplanar no chão molhado e
bate direto na parede como um personagem de desenho animado que se
achata contra a parede.
— Acho que soltei uma obturação depois dessa — ela murmura,
descolando-se da parede de gesso.
Antes que ela desmaie por acidente, ou algo pior, eu gentilmente a
empurro para uma cadeira de jantar e vou pegar sua mochila para ela
enquanto ela estuda a rocha, olhando para ela como se fosse a própria lua.
Então, pelos próximos minutos, eu a observo usar um monte de
pequenas ferramentas para ouvir — sim, ouvir — a pedra, após o que ela
vasculha animadamente sua bolsa aparentemente sem fundo em busca de
alguns grampos, pinos e (sem brincadeira) uma serra rotativa portátil.
— Por cima do meu cadáver — eu grito, pegando a tomada antes
que ela possa ligar a serra. Pode parecer um drama grande demais, mas
estamos falando de Katelyn, e a lâmina é grande o suficiente para cortar
ossos. — Você está louca se você acha que vou te deixar operar isso.
Suas sobrancelhas se juntam em confusão.
— Por que não? É perfeitamente seguro. Eu a uso o tempo todo.
E ela ainda tem todos os dedos?
— Pensei que você usasse martelos e cinzéis para abrir essas coisas.
— Pego um minimartelo de seu bolso lateral. — Aqui. Se joga.
— Se não for um geodo oco, o que não parece ser, esse método irá
esmagá-lo em pedaços. — Dando de ombros, ela me devolve a ferramenta e
se levanta. — Eu mantenho uma serra de mesa no meu SUV. Não costumo
carregá-la para qualquer espécime menor que uma bola de baseball, mas se
isso faz você se sentir melhor...
Acho que estou ficando com enxaqueca.
— Que tal você me ensinar como, e eu corto? — Eu ofereço.
O rosto dela se ilumina.
— Você realmente quer aprender sobre essas coisas?
— Com você ensinando? Sim — eu respondo honestamente. E se
isso nos poupar uma visita ao pronto-socorro, melhor ainda.
— Ei, chefe — estala Jonah pelo rádio bidirecional em meu bolso de
trás, enchendo abruptamente a sala com sons de caos crescente acontecendo
do lado de fora. — Desculpe incomodar, mas precisamos de você aqui. O
sistema de irrigação está nos causando problemas maiores do que eu
pensava.
Pelo amor de Deus, quatro anos depois e ainda estou tendo
problemas com o trabalho de merda que o dono antes de mim fez no
rancho. Lanço a Katelyn um pedido de desculpas silencioso.
— Droga, eu tenho que verificar isso.
Ela me interrompe com um movimento de enxotar em direção à
porta.
— Eu já ouvi que os caras estavam tendo alguns problemas com a
drenagem dos pastos quando eu estava levando os gêmeos para casa. —
Desamarrando o avental, ela pega minhas chaves na parede e calça as botas
de borracha. — Não tenho muito conhecimento de geologia agrícola e
nunca entrei nas áreas de estudo de gerenciamento de água em meu
programa, mas conheço a terra, então por que não te acompanho e vejo se
posso ajudar de alguma forma?
Com isso, ela vai e sobe no banco do motorista da minha
caminhonete.
— Eu dirijo para que você possa comer — ela grita, colocando um
sanduíche que ela já havia embalado em filme plástico para mim no painel
antes de começar a bagunçar meus retrovisores e meu assento, como da
última vez.
Com o estômago roncando e a boca quase babando, desembrulho o
que parece ser um jantar de Ação de Graças entre duas fatias de pão caseiro.
Bom Deus. Minha culpa por ceder à curiosidade.
Embora me doa fazer isso (realmente dói), embrulho o banquete de
volta e o devolvo ao painel, intocado por enquanto.
— O que foi? — ela pergunta interrogativamente enquanto dá ré na
caminhonete. — Você não está com fome?
— Entre cozinhar, limpar, entreter os netos de Winston e Deus sabe
o que mais, você teve a chance de comer hoje? — Depois do seu
levantamento de ombro negligente, eu faço uma careta. — Você está
fazendo muito por nós por aqui e não se cuidando. Estacione. Vou levar
você de volta para casa para que possa comer e descansar um pouco antes
que todos cheguem para jantar.
Surpreendentemente, ela faz exatamente o que eu peço e para a
caminhonete ali mesmo. Mas, em vez de trocar de lugar comigo, ela fica
parada e rapidamente pega meu sanduíche. Com os olhos fixos nos meus o
tempo todo, ela o desembrulha e o leva até os lábios agora entreabertos.
Instantaneamente, meu pau está duro como uma estaca.
Ouvir o pequeno suspiro que ela dá enquanto mastiga a mordida que
deu não deveria estar me excitando tanto, mas por algum motivo bizarro,
está.
— Pronto, melhor? — Ela limpa as migalhas perdidas de seus lábios
e me entrega o resto do sanduíche antes de colocar a caminhonete de volta
em movimento. — Agora eu comi hoje. Sua vez.
Jesus Cristo, acabei de ficar de pau duro vendo a mulher roubar um
pouco da minha comida.
Bem, isso resolve tudo.
Eu definitivamente estou mais caído por ela do que meus cães e
homens juntos.
CAPÍTULO 12

| KATELYN |

Eu sei o que eu disse sobre não ter nenhum interesse nas áreas de
geologia para as quais os fazendeiros e pecuaristas costumam contratar
especialistas, mas tenho que admitir, trabalhar com os rapazes e ajudar a
resolver seus problemas de irrigação ontem à noite foi muito interessante.
Tanto é que, depois que voltamos para cá, nem subi para trocar a roupa suja
antes de pegar meu laptop e pesquisar o assunto online, lendo artigo após
artigo até adormecer no sofá.
Claro, pela manhã, acordei aquecida e confortável no quarto do
andar de cima.
Honestamente, não tenho certeza de qual versão do Cade me afeta
mais. O mandão homem das cavernas que me joga por cima do ombro e me
algema ou o cavalheiro teimoso que tira as roupas que eu usava no campo
— mas não minha calcinha — antes de me colocar para dormir com o
bilhete mais doce de todos os tempos.
Para sua informação, eu mereço uma maldita medalha por manter
meus olhos desviados o tempo todo.
Ainda mais perverso do que eu sentir uma pequena emoção ao ler a
mensagem é saber que se as posições fossem invertidas, meus olhos não
teriam obedecido tão bem.
E é por isso que estou de volta ao mesmo sofá lendo novamente
depois de uma longa manhã trabalhando na loja de tecidos e uma fabulosa
maratona de busca de rochas a tarde toda. Só que desta vez estou
determinada a ficar acordada até que ele volte para casa.
— Ei. Está esperando por mim?
Ao som da voz profunda e masculina de Cade enchendo a sala de
estar, eu rapidamente me sento e imediatamente me viro para cumprimentá-
lo, o capítulo em que eu estava focada em um dos meus livros de minerais
agora completamente esquecido. Junto com o meu entorno.
E pequenas coisas incômodas como a gravidade.
Pelo que parece um segundo inteiro, fico como aqueles personagens
de desenhos animados suspensos no ar para um efeito dramático antes de
cair, caindo da beirada do sofá no chão.
Cade chega até mim com alguns passos rápidos, e acena com a
cabeça antes de suspirar desanimado.
— Vou ter que te algemar no sofá agora também?
Ele soa como se estivesse apenas meio brincando. E isso faz minha
imaginação ir além.
Rindo acaloradamente como se estivesse lendo meus pensamentos,
ele me pega e me coloca de volta no sofá, seus lábios quentes contra a
minha pele enquanto ele beija minha bochecha em saudação. Apenas...
perfeito.
Então, por que não posso fazer coisas assim? Tudo o que Cade faz é
tão sexy sem esforço. Eu quero ser capaz de fazer isso, de afetá-lo do jeito
que ele me afeta.
Inspirada agora, eu rapidamente me arrumo para ficar ajoelhada no
sofá de frente para ele.
O plano? Uma resposta sugestiva envolvendo o uso de seu cinto
como algema improvisada, seguido por uma sedução que vá literalmente
tirar as calças dele. Eu tenho tudo planejado.
Mas antes mesmo que eu tenha a chance de lançar meu plano genial
de sedução, de alguma forma, meu pé fica preso entre as almofadas do sofá
no momento em que a boa e velha gravidade começa a mexer comigo
novamente.
Eu me desequilibro descontroladamente — sério, estou começando
a pensar que este sofá pode não estar nivelado — e antes que eu perceba,
estou me lançando para frente, em uma colisão frontal direta com as joias
de família dele.
Milagrosamente, ele consegue me pegar pelos ombros antes que eu
possa causar qualquer dano físico permanente e compremeter suas futuras
gerações.
O universo, porém, decide que minha dignidade ainda aguenta mais
alguns golpes. Então, ele escolhe esse exato momento para prender meu
cabelo na braguilha de sua calça jeans, me amarrando como uma corda
elástica e fazendo minha cabeça ir para a frente mais uma vez.
Tenho sorte de não ter ficado com um olho roxo da fivela dele no
processo.
Desta vez, ele mantém as mãos firmemente em meus ombros
enquanto tento me desembaraçar de sua virilha. Não quero nem pensar na
imagem que devemos fazer agora.
Preciso de duas tentativas, mas finalmente consigo soltar meu
cabelo. Claro, sendo o homem atencioso que é, ele tem se esforçado para
ajudar todo esse tempo. Que significa…
O estalo de osso batendo em osso ecoa na sala silenciosa quando
meu crânio bate em seu queixo.
Eu suspiro, mortificada.
— Sinto muito! — Eu seguro seu rosto com as duas mãos,
verificando se há possíveis danos semelhantes a afundamentos em sua
estrutura facial porque, vamos combinar, sou definitivamente mais cabeça-
dura do que a média de mulheres.
Preocupada como estou com seus ferimentos, é impossível não me
distrair com a beleza áspera e máscula de Cade de perto. O homem é todo
esculpido, suas feições duras como granito. E no segundo em que meus
dedos roçam sua mandíbula, por algum motivo, ele fica imóvel como uma
pedra.
— Deixe-me pegar um pouco de gelo — eu ofereço, encontrando
uma maneira de finalmente sair do meu transe.
Arrastando-me para fora do sofá, começo a ir para a cozinha. Mas
ele me agarra suavemente pela cintura antes que eu possa ir longe demais.
— Acho que não, doçura. De jeito nenhum vou deixar você fugir
depois que eu finalmente fizer você olhar para mim do jeito que você olha
para suas rochas.
Com esse decreto estrondoso, ele me traz para perto. Tenta pelo
menos.
No meio do caminho, tropeço em meu livro caído e me embolo em
meus próprios pés antes de bater com a cabeça no sofá e cair em uma pilha
desajeitada no tapete.
Neste ponto, eu apenas fico no chão. Faço questão de colocar o
braço sobre os olhos para que Cade não pense que perdi a consciência nem
nada, mas, fora isso, não tento me levantar. Ou abrir os olhos. Claramente,
este é um daqueles momentos em que só tenho que esperar o amanhã
chegar para deixar toda essa noite embaraçosa para trás. Então, fico
confortável ali mesmo no chão e começo a contar as horas até o sol nascer.
A última coisa que espero é que Cade caia no chão bem ao meu
lado.
Eu o sinto se acomodar de lado, seu peito duro encostado no meu
braço. E ele não diz uma palavra.
Demoro um pouco para superar minha surpresa, mas quando o faço,
percebo que seu peito não é a única coisa dura contra mim.
Agora, isso não é jogar limpo.
De alguma forma, encontro forças para ficar perfeitamente imóvel...
ignorando o impulso raivoso que tenho de esfregar contra seu comprimento
longo e duro como uma gata no cio.
Chame-me de louca, mas acho que posso ouvi-lo sorrindo em
silêncio.
Ele fica assim por vários minutos. Me esperando.
— Por que você é tão paciente comigo? — eu pergunto finalmente,
desistindo primeiro.
— Não faço ideia — ele responde.
Ok, isso é definitivamente um sorriso que ouço em sua voz.
Sentindo o taco de beisebol ainda estacionado firmemente contra
meu quadril, eu jogo outro golpe nele.
— E por que diabos você está tão duro agora?
— Essa é fácil. Porque eu te acho sexy pra caramba, mulher.
Ha!
— Eu estava como o Diabo da Tasmânia agora. Sério. Pior.
Sedução. Da. História.
Todo o seu corpo ainda está contra mim enquanto ele pergunta em
um tom perigosamente sexy:
— Você estava tentando me seduzir ainda agora?
Caramba, o que uma garota tem que fazer para acelerar o nascer do
sol por aqui? Eu fecho minha boca e reassumo minha pose de ioga original
de gambá virado para cima.
Seus lábios divertidos roçam meu ombro suavemente.
— Tudo bem. Voltaremos a essa questão mais tarde. Por enquanto,
pelo menos abra os olhos para que eu possa ter certeza de que você não
sofreu um ferimento na cabeça.
Eu apenas meio que obedeço, espiando por uma pálpebra mal
levantada para ver se ele está rindo de mim.
Ele está. Mas não de uma forma debochada. É mais de forma
afetuosa. O que ele continua fazendo enquanto desce sua boca na minha.
Deus, esse homem sabe beijar. Em segundos, ele me deixa sem
fôlego, me sentindo sem ossos e totalmente embalada em seus braços
enquanto me levanta do chão.
— Como está sua cabeça? Ainda ferida?
— Hmmm? — Eu consigo dizer, me perguntando por que ele está
perguntando sobre minha cabeça quando a parte de mim que está doendo é
outra.
— Use suas palavras, Katelyn. Ou vou levar você para o pronto-
socorro em vez de subir.
— Estou bem — eu o tranquilizo rapidamente. — Foi só na
almofada que eu bati. Sem arestas Não bati em nenhuma quina.
Ele me estuda por um instante antes de acenar com a cabeça e se
afastar da porta da frente e ir para a escada.
— Eu soube — ele diz em tom casual enquanto sobe os degraus de
dois em dois — que é importante garantir que você fique acordada após um
ferimento na cabeça.
Eu li isso também. E pensar que realmente eu achei que isso nunca
mais aconteceria novamente.
Ele me encara atentamente enquanto me deita em sua cama, suas
mãos gentis como sempre, um doce contraste com seu olhar perscrutador
que é o mais sexy que eu já vi. Aquele calor acumulado lentamente me
queimando de dentro para fora está começando a se tornar comum quando
ele olha para mim.
Eu não me canso disso.
— Você vai me deixar cuidar de você, baby? — ele pergunta, seus
lábios sussurrando contra o meu pescoço. Lábios que vão para a parte
interna do meu pulso antes de descer para o trecho de pele exposta acima do
elástico da calça do meu pijama.
— Porque se você deixar — ele continua, lábios quentes contra
minha carne aquecida enquanto seus braços se encaixam sob meus joelhos
—, vou me certificar de que você realmente fique acordada a noite toda.
CAPÍTULO 13

| KATELYN |

Com esse aviso não tão sutil, ele começa a circular meu clitóris com
o polegar, deliberadamente mantendo minha calcinha exatamente onde está,
até que eu encharque o tecido. Eu percebo que ele não quer me fazer tirá-la
imediatamente. Não, ele está me provocando, me torturando. Ele está
usando a fina barreira propositadamente para me impedir de sentir seu
toque completamente, deixando-me ainda mais louca de propósito no
processo.
— Mantenha esses lindos olhos castanhos em mim, baby — ele
ordena com a voz rouca quando finalmente empurra minha calcinha para o
lado. — Quero ter certeza de que eles ficam uniformemente dilatados
enquanto faço você gozar.
Nunca pensei que primeiros socorros pudessem ser tão sexy antes.
Ao primeiro mergulho de sua língua quente dentro de mim, estou
perdida. Esqueço de manter meus olhos abertos. Ele parece não se importar
com isso, já que manter minhas pernas abertas parece ser uma prioridade
maior agora. Prendendo-me contra o colchão com suas mãos calejadas na
parte interna das minhas coxas, Cade começa a usar seu ritmo próprio para
me levar à beira do abismo com sua língua. Determinadamente. Com
maestria.
Então, quando eu acho que ele vai fazer isso, me fazer esquecer de
tudo, ele para.
— Eu não me canso de você — ele murmura, soando quase tão
atordoado quanto eu.
Ele enfia dois dedos grossos em mim então, gentilmente a princípio,
até que eu praticamente encharco sua mão.
— Puta merda.
O zumbido de suas palavras envia um raio para o meu núcleo e
estou tão perto de me afogar em prazer enquanto ele chupa meu clitóris com
força, exigindo nada menos que minha total devastação.
Todo o meu corpo se transforma em uma massa trêmula de
sensações, mas de alguma forma meu cérebro ainda funciona. Mesmo
agora, mesmo quando ele está desencadeando estragos pré-orgásmicos em
meu corpo, posso ver o quão cuidadoso ele está sendo comigo. É doce. Mas
agora, não quero o doce e teimoso cavalheiro.
Eu quero o homem das cavernas brusco e impetuoso.
— E-espere.
Ele congela.
Com uma ousadia que nunca soube que tinha, explico:
— Quero você dentro de mim quando eu gozar.
Uma imprecação trêmula sai de sua garganta.
— Jesus Cristo, Katelyn.
E com isso, ele dobra seus esforços, sua língua começando um
padrão severo no meu clitóris que desencadeia instantaneamente uma
explosão para a qual não estou nem perto de estar pronta.
Rapidamente, estou gozando com mais força do que nunca na minha
vida. Tudo bate em mim em ondas intermináveis que ele parece capaz de
controlar como uma espécie de feiticeiro do sexo inflexível. Ele não desiste,
e eu não paro de gozar até que ele decida que está pronto para recuar.
Com toda a justiça, não parece fácil para ele parar. Seus ombros
largos estão contraídos com a tensão, sua respiração curta e pesada quando
ele deixa cair a testa no meu estômago por alguns longos momentos antes
de levantar a cabeça e me atingir com o olhar.
Sua expressão quando ele trava os olhos comigo?
Positivamente primitiva.
Eu nunca conheci um prazer digno de ser registrado na escala
Richter antes, mas com Cade, é assim. Realmente, a única coisa que me
mantém semiconsciente agora é a crescente percepção de que ele recuou
porque não tem intenção de ir mais longe.
— Você não quer...
— Baby, pelo bem da minha sanidade, não termine essa frase. —
Com a voz rouca além de atormentada, ele se levanta, mas me impede de
fazer o mesmo. Com uma mão segurando uma ereção verdadeiramente
impressionante — e tragicamente ainda presa pelo jeans —, ele arrasta a
outra mão pelo meu torso lentamente, deslizando entre meus seios e minha
barriga, queimando um caminho de posse sobre cada centímetro de mim
que ele ainda não reivindicou, como se simplesmente não pudesse se conter.
— Vou gozar na minha maldita calça jeans se você respirar perto de
mim agora — ele murmura com dificuldade.
Eu tenho que ser honesta, se aquela confissão corajosa não tivesse
acabado com todo o ar em meus pulmões, a minha safada interior estaria
absolutamente tentando fazer isso acontecer.
Ele também sabe disso. Rindo sombriamente, ele se levanta sobre
mim, prendendo-me contra o colchão com seus antebraços flexionados
enquanto ele acaricia o lado do meu pescoço.
— Comporte-se, mulher.
Pelo amor de Deus, cada coisa que esse homem diz e faz é tão
excitante. Ele estabelece um nível alto para eu alcançar, mas estou pronta
para o desafio. Empurrando sua camisa para os lados, eu me deleito com a
sensação de sua pele nua contra a minha por um instante antes de arquear e
sussurrar em seu ouvido:
— Me obrigue.
Com um grunhido baixo e selvagem, ele me pega em seus braços e
bate seus lábios nos meus, acariciando minha bunda com uma reverência
selvagem quase áspera, apertando, sentindo enquanto ele invade minha
boca, levantando meus quadris até que meu clitóris esteja montando os
cumes de seu tanquinho definido e eu estou mais do que próxima do meu
próximo orgasmo. Mantendo minhas pernas mais abertas do que eu poderia
conseguir sozinha, ele aperta seu comprimento duro contra o meu núcleo,
mantendo-me presa a ele com um antebraço musculoso envolvendo minha
cintura, enquanto estende a mão livre para deslizar os dedos dentro de mim
por trás.
— Boceta molhada e perfeita — ele murmura, seus dentes marcando
aquele ponto entre meu pescoço e ombro que ele descobriu que poderia me
fazer quase gozar instantaneamente da última vez.
Imediatamente, começo a pulsar em torno do triângulo grosso de
seus dedos calejados me esticando.
Isso só o provoca ainda mais. Ele não está segurando nada agora
enquanto mergulha mais fundo em mim, o ângulo tão intenso como se ele
estivesse me pegando por trás. Com o som de sua palma aquecendo meu
traseiro a cada estocada, ele geme e aperta sua boca em meu mamilo.
E eu derreto. Sem dizer nada, ele me ordena a gozar por ele.
Eu obedeço.
De alguma forma, é ainda mais cataclísmico nesta segunda vez
porque, pela primeira vez, ele não está me tratando como se eu fosse feita
de vidro. Melhor ainda, ele quase, quase perde o controle completamente no
processo, e esse conhecimento por si só é uma adrenalina que não consigo
descrever.
Minutos, talvez horas depois, quando a tempestade finalmente
passa, ainda estou tremendo e apenas fazendo o que posso para lembrar
como fazer meus membros funcionarem.
Definitivamente, há um brilho de satisfação em seus olhos quando
ele se afasta e pergunta rispidamente:
— Quer me desafiar de novo, doçura?
Santo Deus, eu realmente quero.
Balançando a cabeça com um estrondo faminto, ele coleta um beijo
de mim para me impedir de possivelmente matar nós dois.
— Chega, querida. Eu não aguento tanta tentação.
Ele está de volta ao controle, posso ouvir em sua voz. E pelo olhar
solene em seu rosto, sei o que ele está prestes a dizer a seguir. Os caras me
contaram tudo sobre as regras do Cade com as mulheres. Não para me
avisar, mas por causa da ideia maluca de que eu seria a exceção à regra.
Não preciso ser a única exceção de ninguém. Se o universo me
ensinou alguma coisa, foi tirar o melhor proveito de cada situação, em vez
de tentar mudá-la. O coração partido faz parte da vida. Simples assim. Não
podemos controlar isso. Mas o que podemos controlar é se teremos
momentos de felicidade — por mais breves que sejam — ao longo do
caminho. Porque sem esses momentos, tudo o que teríamos é desgosto. Foi
assim entre mim e meu pai. Desgosto sem qualquer felicidade. E a vida é
muito curta para eu repetir essa experiência.
É exatamente por isso que brinco com pedras tanto quanto faço, por
que comecei minhas invasões aqui no rancho para começar... e por que
realmente quero ter esse caso casual e temporário com Cade, não importa o
quanto ele tente me dissuadir.
— Você não tem que fazer o discurso — eu digo a ele gentilmente.
— Eu sei que você só se relaciona por uma noite.
Eu sei o que ele pensa. Que eu não sou “esse tipo de garota”. E ele
está certo, eu realmente não sou. Mas o fato é que tenho toda a minha vida
para ser boazinha.
Uma noite sendo tudo menos isso soa muito bem, se você me
perguntar.
Ele me dá um olhar semicerrado.
— Quer dizer que está tudo bem para você? Apenas uma noite?
— Sim. — Mas como não sou muito sincera, acrescento: — Estaria
mentindo se dissesse que estou acostumada com esse tipo de arranjo. A
coisa toda de amigos com benefícios, quero dizer. Uma noite e acabou. Isso
não é realmente a minha praia. O que sei com certeza é que não quero
arruinar nossa amizade.
— Então, você não está bem com o lance de uma noite?
Eu claramente não estou explicando isso muito bem.
— O que não me agrada é a ideia de não mantermos termos
amigáveis por qualquer motivo. Gosto de você. Bastante. Não sei explicar
como ou por que isso faz sentido, mas quando estamos juntos, tudo
funciona, sabe? É divertido e apenas... simples. E me chame de louca, mas
se você me algemar na cabeceira da cama não me fez querer terminar nossa
amizade, não sei o que fará. Então, eu realmente não me vejo querendo
deixar de ser sua amiga por qualquer motivo. Muito menos por um motivo
como... o que prevejo ser... uma noite de sexo alucinante.
Sua boca levanta no canto.
— Já que tenho tolerado seu comportamento criminoso há meses,
devo dizer que estamos na mesma página sobre a questão de permanecer
amigos.
Eu sorrio de volta.
— Então acho que o que estou dizendo é que, com ou sem sexo,
nossa amizade parece sólida, muito difícil de estragar se você quer saber.
Posso não ter a experiência que você tem com esse negócio casual de só por
uma noite, mas disso eu sei. Então, novamente, nenhum discurso é
necessário. Está tudo bem, sério.
— Entendi.
Então, temos um de nossos momentos, em que apenas o silêncio se
estende entre nós, que não é estranho nem desconfortável. Apenas um dos
mistérios da nossa amizade nascente.
Eventualmente, ele estende a mão para segurar minha bochecha.
— Tudo bem. Nada de discurso. Ainda assim, não decida ainda. Vou
lhe dar alguns dias. Se você mudar de ideia, nunca mais aparece. Mas, se
você decidir que ainda quer, bem, digamos que eu posso te deixar nua em
menos de um minuto. Provavelmente muito menos.
Meu Deus, essa boca dele é simplesmente letal.
E, considerando o quão sério ele soa sobre essa previsão, estou
chocada por ele não querer ir mais longe esta noite, e intencionalmente
baixo meus olhos abaixo de seu cinto para o grande motivo.
Ele olha para baixo e encolhe os ombros como se não fosse grande
coisa.
— Eu tenho estado assim praticamente desde o primeiro dia em que
te vi invadindo.
Ok, o que é mais forte que o choque? Porque é onde estou agora.
— Tanto tempo?
Com os olhos dançando, ele responde:
— Não tenho certeza, não fiquei anotando.
Eu realmente adoro isso.
Ele solta uma maldição silenciosa.
— Inferno, você e esse jeito de corar por tudo, baby. Faz um cara
querer fazer algumas coisas verdadeiramente pecaminosas para continuar
recebendo mais esse efeito.
Instantaneamente, minha mente entra em ação imaginando todas as
coisas que Cade consideraria pecaminosas. Santo Deus. Chego ao modo
crítico de excitação em segundos.
Ok, mais uma vez, por que não vamos mais longe esta noite?
Sorrindo como se pudesse ouvir meus pensamentos, ele me puxa
para um beijo lento e profundo. Desta vez, um beijo suave, de enrolar os
dedos e enevoar o cérebro, que pode muito bem ser o meu favorito até
agora.
Abaixando-me no travesseiro, ele repete:
— Pense no assunto, querida. Leve o tempo que precisar.
Antes que eu possa dispersar meus sentidos o suficiente para abrir
meus olhos e dizer a ele que eu realmente não preciso de tempo para pensar,
ele se foi.
CAPÍTULO 14

| CADE |

Foi um longo dia e não há uma alma à vista em casa.


A última vez que ouvi, minha querida hóspede ainda estava na casa
de Winston cuidando dos netos dele enquanto seus pais tentavam salvar os
reparos que haviam começado no celeiro antes da chuva começar. Enviei os
funcionários que eu poderia dispensar para ajudar e, no último relatório,
eles conseguiram cobrir o telhado e estavam terminando de remendar
algumas outras áreas.
Com a tempestade bizarra que tivemos nas últimas 24 horas, eu
fiquei fora nas últimas 12 horas e estou coberto de lama da cabeça aos pés.
E como sei que Katelyn vai insistir em limpar imediatamente qualquer lama
que eu levar para casa, pego uma toalha e algumas roupas sobressalentes no
lavabo e vou até o estábulo para tomar banho. Todos nós sabemos que a
água no chuveiro do celeiro fica quente por talvez trinta segundos se
tivermos sorte, então vou apenas enxaguar o que puder antes de começar a
congelar minha bunda e depois terminar em casa.
Entrar e sair, esse é o plano.
…Até que eu entro no celeiro e vejo Katelyn parada a menos de seis
metros de mim, brilhando molhada e completamente nua, olhando para sua
toalha e muda de roupa, todas as quais estão no chão absorvendo água
barrenta.
Deve ter caído do banco enquanto ela tomava banho. Isso não me
surpreende.
A mulher vai me causar um derrame um dia desses.
Eu juro, não sou um desses caras que pensa com o pau vinte e
quatro horas por dia. Mas depois de vê-la gozar na outra noite e agora isso?
Um homem só pode aguentar até certo ponto.
Com seu corpo quente e úmido em exibição total, e seus olhos
arregalados agora fixos nos meus, meus pés começam a se mover antes que
meu cérebro possa processar minha intenção.
— Você é tão linda.
Eu mal reconheço minha própria voz enquanto diminuo a distância
entre nós em alguns passos rápidos. E no instante em que meus lábios selam
os dela, estou perdido.
Assim, o sussurro maçante de cada pensamento racional que tenho
quando se trata de Katelyn para. É como se alguém ligasse um botão no
meu cérebro e agora tudo em que consigo me concentrar, tudo que consigo
entender, é como ela se encaixa perfeitamente em meus braços.
O que notei com Katelyn é que ela trata meu corpo da mesma forma
que trata suas paredes de pedra. Ela passa as mãos sobre mim em
movimentos longos e lentos e traça cada músculo com os dedos. Como se
ela apenas gostasse de me tocar e não quisesse parar.
Isso me deixa louco.
Com todo o seu corpo agora alinhado com o meu, e minhas roupas
molhadas grudadas em mim como uma segunda pele, posso sentir como
seus mamilos estão duros enquanto se esfregam contra meu peito, como
aquelas curvas sensuais de sua bunda estão se encaixando em mim como se
cada centímetro de seu corpo macio e exuberante tivesse sido feito apenas
para mim.
Descendo minha testa contra a dela, passo os dedos por seu cabelo e
apenas agarro a massa sedosa como uma tábua de salvação quando sinto
seus dedinhos ousados começarem a desabotoar meu jeans.
Jesus Cristo.
Eu me forço a dar um passo para trás, mas não olho para baixo.
Inferno, eu vou estar com meu pau dentro dela em segundos se eu tiver um
vislumbre de qualquer coisa ao sul de sua clavícula.
— Aqui, pegue minha toalha — eu falo asperamente, entregando a
ela e certificando-me de que ela a segure bem antes de soltá-la. — Cubra-
se, querida. Antes que eu perca o controle.
Graças a Deus, ela não discute.
Lentamente, sinto a névoa vermelha sobre minha visão começar a se
dissipar enquanto ela enrola a toalha em volta do corpo.
— Eu não me importaria se você perdesse — ela diz suavemente
quando termina de enfiar a ponta solta em seu decote. — O controle, quero
dizer.
Droga, a mulher simplesmente não tem ideia do que ela faz comigo.
— Katelyn, se você continuar me tentando, não vou conseguir me
impedir de foder você aqui mesmo no celeiro. Forte e rápido.
E para sempre.
Não tenho ideia de onde veio esse pensamento rebelde, mas está
ecoando em meu cérebro e de alguma forma me deixando ainda mais duro.
— Apenas espere aqui enquanto eu tomo banho, querida. Terminarei
em um minuto e depois acompanho você de volta para casa. Então
podemos... conversar. Sobre nós.
Posso dizer honestamente que nunca disse essas palavras a uma
mulher antes. Era estranho, mas parecia certo, se é que isso faz algum
sentido.
Mas é claro que Katelyn, sendo Katelyn, se vira e segue direto para
a entrada.
— Você não tem que me levar de volta. Vou pegar uma toalha limpa
e um guarda-chuva. Estarei de volta antes que você termine o s...
— Você não vai sair com nada além de uma toalha — eu rosno.
Eu entrego a ela a camisa que eu trouxe com meu jeans
sobressalente.
— Na verdade, coloque isso sobre a toalha. Apenas no caso de um
dos caras aparecer, não quero que nenhum deles te veja assim. — Eu aceno
para uma das cabines vazias do outro lado dos chuveiros. — Vá se aquecer
no feno e espere por mim. Serei rápido.
Eu nem espero que ela faça o que eu pedi antes de ir para o chuveiro
para começar a me despir e me lavar.
Que se dane a água quente. Estou tão duro agora que vou precisar de
um banho de água gelada só para poder fazer meu cérebro começar a
funcionar direito.
Mas, ao que parece, nem mesmo a água fria pode apagar a imagem
do corpo nu e molhado de Katelyn, agora permanentemente gravado em
meu cérebro.
Fecho os olhos e tento controlar meus pensamentos fugitivos, mas a
única coisa que consigo controlar é meu pau duro como pedra.
Mandíbula cerrada, eu tento não fazer isso, tento não bombear meu
pau em meu punho enquanto o jato de água gelada do chuveiro se
transforma em vapor contra a minha pele.
Não adianta. A água não está ajudando. E, francamente, se eu não
encontrar algum alívio logo, sei que não vou conseguir tirar minhas mãos
dela quando terminar aqui.
Eu ensaboo meu pau e bombeio o eixo grosso algumas vezes apenas
para liberar um pouco da pressão. Mas quando começo, não consigo parar.
Eu aperto meu eixo com mais força e começo a acariciar movendo o punho
para cima e para baixo da base à ponta, o tempo todo tentando não me
concentrar no fato de que ela está bem do outro lado desta baia de madeira.
Inferno. Esse último pensamento foi um erro.
Porque agora não consigo parar de imaginá-la. Gemendo quando
vejo seus mamilos rosados perfeitos e sua boceta bem depilada em minha
mente, começo a bombear meu pau com mais força.
— Cade? — Eu a ouço chamar, mas não paro nem diminuo a
velocidade.
Estou perto. Tão perto. Mas é como se meu corpo não estivesse
disposto a se contentar com apenas uma gozada rápida. Tudo o que está
disposto a focar é nela.
— Você está bem? — ela pergunta. — Parece que você está com
dor. Você está ferido?
— Estou bem. Só... me dê um segundo... Caralho.
Eu vejo sua sombra se aproximar do espaço sob a baia. Ela está bem
ali. Se essa madeira não estivesse entre nós, eu estaria jogando meu
esperma em toda a barriga dela agora, de tão perto que ela está.
Eu gemo de novo e, desta vez, sinto dor. Porque o pior caso de tesão
acumulado está me atingindo, e nenhuma quantidade de punheta vai me dar
qualquer alívio.
— Você está com dor.
Eu ouço pânico em sua voz e vejo sua sombra vindo em direção ao
chuveiro.
— Merda. Não entre aqui, querida. — Eu chego perigosamente
perto do limite ao pensar nela entrando aqui.
Seus passos hesitam e depois param.
— Mas eu ouvi você gemer. Você precisa de ajuda?
Cristo, não sei o que está me deixando mais louco, sua doçura ou as
respostas sujas que tenho para sua pergunta inocente.
— Isso não foi um gemido ruim, querida. Apenas... me dê alguns
minutos para... cuidar de uma coisa.
Sua respiração falha.
— Oh. Você está…
Me masturbando aqui? Sim. Depois de ver você nua aqui, não tenho
escolha. Não se eu quiser manter a sanidade.
Silêncio.
Então:
— Posso... me juntar a você?
Puta que pariu.
— Você quer me assistir? — eu exijo rispidamente, meu pau de
alguma forma ficando ainda mais duro quando repito o que ela disse.
— Isso também — diz ela suavemente. — Mas eu realmente quis
dizer…
Eu tento parar o rugido do sangue em meus ouvidos por tempo
suficiente para que eu possa ouvir o que ela tem a dizer.
— O que, querida? O que você quis dizer?
— Eu quis dizer juntar-me a você para fazer... isso.
Estou praticamente estrangulando meu pau agora para me acalmar.
Não ajuda nem um pouco quando ela aparece na porta um segundo
depois apenas com minha camisa de botão aberta.
E os dedos entre as pernas.
Minha última gota de contenção desaparece quando vejo como seus
dedos já estão molhados.
— Você estava se tocando — eu rosno, pouco me importando com
tudo. — Pendure minha camisa naquele gancho — eu ordeno, a voz quase
selvagem com a necessidade agora —, mas não se aproxime.
Depois que faz exatamente isso, ela fica onde está, as mãos em
punhos ao lado do corpo, as coxas cerradas juntas, seu corpo inteiro
tremendo. Mas não porque ela está com frio.
— Se eu vou fazer um show para você, você precisa fazer o mesmo
por mim, querida. — Pego meu pau de volta na mão e começo a vazar pré-
sêmen como um louco quando ela desliza uma mão para baixo para esfregar
seu clitóris enquanto a outra sobe para beliscar seu mamilo.
Será um milagre se eu durar alguns segundos dessa tortura.
— Você sabe o quanto eu quero chupar seu clitóris agora, baby? O
quanto eu quero provar seu doce sabor de novo? — Eu gemo com minhas
próprias palavras, mas continuo falando, sabendo como ela fica excitada
quando eu conto a ela todos os meus pensamentos mais sujos. — Jesus, mal
posso esperar para sentir essa boceta apertada e escorregadia no meu pau,
querida. Provavelmente vou gozar no segundo em que entrar.
— Oh Deus — ela sussurra, respirando de maneira entrecortada. —
P-por que não podemos? E-estou tomando pílula. Não precisamos de
preservativo.
Jesus Cristo. Eu imediatamente solto meu pau e bato minhas mãos
contra a parede atrás de mim. Estou tão perto de agarrá-la e enfiar meu pau
dentro dela. Inferno, que vontade de gozar dentro dela.
Ela dá um passo em minha direção e eu praticamente grito para ela
parar.
— Apenas venha até mim, Katelyn. Fique ali. Mostre-me como
você fica quando está brincando consigo mesma e pensando em mim.
Ela choraminga quando começa a esfregar seu clitóris novamente
para mim.
Eu observo, mas não ouso tocar meu pau. Vou explodir se fizer isso.
Com as mãos ainda segurando a parede atrás de mim, murmuro cada
pensamento sujo que passa pela minha cabeça. Diga a ela tudo o que quero
fazer para fazê-la gozar.
Ela começa a falar então, me contando seus próprios pensamentos
extasiados sem nenhuma aparência de filtro.
— Não preciso de mais tempo para pensar, Cade. Quero você.
Mesmo que seja apenas por uma noite. Eu estou bem com isso. Juro.
— Tenho certeza que não — eu praticamente rosno.
Seus olhos se abrem.
Com ela olhando para mim em estado de choque, explico em termos
inequívocos:
— Depois que eu tiver você, acho que o conceito de suficiente não
se aplicará. Então pare de me dizer que você ficará bem com apenas uma
noite comigo, Katelyn. Porque eu não estou bem com isso. Eu não quero
apenas uma maldita noite com você.
Antes que ela possa responder, antes que qualquer um de nós tenha
tempo de processar totalmente a bomba que acabei de lançar, ouço alguns
dos meus caras entrarem no celeiro.
Instantaneamente, fecho a água e tiro minha camisa do gancho para
cobri-la.
Roçando um beijo sobre seus lábios entreabertos e ainda atordoados,
eu digo a ela baixinho:
— Como eu disse, baby. Conversamos depois. Por enquanto, espere
aqui enquanto vou buscar um cobertor sobressalente e minha capa de chuva
para garantir que aqueles idiotas não vejam um centímetro de você.
Honestamente, não tenho ideia do que diabos vou dizer quando
finalmente tivermos essa conversa. Mas o que sei é que falei sério.
Não vou ficar bem com apenas uma noite com Katelyn. Nem agora
nem nunca.
CAPÍTULO 15

| KATELYN |

Acabamos não tendo essa conversa porque os caras precisavam da


ajuda dele na casa de Winston, o que o manteve preso por horas. Mas, ele
me deixou um pequeno e doce post-it na minha mesa de cabeceira para se
desculpar antes de começar o dia de madrugada como de costume.
Como resultado, não consegui tirá-lo da cabeça o dia todo. Mas
realmente, quem poderia me culpar?
Eu não quero apenas uma maldita noite com você.
Tenho repetido essa parte na minha cabeça desde então... enquanto
me lembro brutalmente dos fatos frios e duros com que Cade e eu devemos
nos preocupar.
Fato número um: não temos nada em comum. Sou estranha. Ele não
é. E no contexto de nossa visão do mundo, eu sou mole, ele é duro.
Depois, há o fato número dois: tenho certeza de que ele está
extremamente bem de vida. Enquanto eu estou... extremamente não.
Ainda assim. Quando um cara veementemente não quer ter uma
noite com você, é difícil não fantasiar sobre aqueles fatos que simplesmente
não importam.
É uma bela fantasia. Uma fantasia perturbadora.
Uma que está fazendo com que até Shawn, meu guia designado por
Cade para passar o dia comigo, perceba.
— Você parece feliz hoje. — Ele sorri e puxa minha mochila para
me impedir de tropeçar no riacho pela terceira vez esta manhã. — significa
que tudo está indo bem com você e o chefe? Você está tratando ele bem?
Porque ele é um cara legal, sabe. O melhor chefe que a maioria de nós já
teve.
Eu levanto uma sobrancelha brincalhona para ele.
— Não são sempre os amigos perguntando se o cara está tratando
bem a garota, e não o contrário?
Shawn apenas zomba.
— Por favor. Todos nós sabemos que Cade vai tratá-la bem. Não
apenas porque esse é o tipo de homem que ele é, mas porque ele gosta de
você há muito tempo.
Huh, a excursão guiada de hoje ficou muito mais interessante.
— Por “muito”, de quanto tempo estamos falando, exatamente?
Um profundo estrondo de pigarro vindo de trás de nós termina
efetivamente aquela útil linha de questionamento.
Shawn olha para cima.
— Oh. Ei, chefe. Não se preocupe, estávamos nos preparando para
voltar em breve.
Cade dá a ele um breve aceno.
— Vou assumir a partir daqui. Pode entrar. Jonah precisa de ajuda
com um dos novos cavalos que acabamos de comprar.
— Certo. — Shawn se vira para acenar para mim antes de sair. —
Te vejo por aí, gatinha.
Por mais maligno que seja, sou inundada por uma pequena onda de
calor quando um som rápido de desagrado possessivo sai de Cade.
— Desde quando meus homens te chamam por apelidos? — ele
reclama assim que Shawn está fora do alcance da voz.
— Só Shawn — eu esclareço. — Embora eu seja mais velha do que
ele, ele diz que eu o lembro de sua irmã mais nova.
Com isso, Cade relaxa visivelmente.
— A pequena Jenna? — Ele inclina a cabeça pensativamente. —
Suponho que sim, um pouco. Ela é teimosa como você. Inteligente como
você também. Puxou a mãe.
Não estou surpreso que Cade conheça os membros da família de
Shawn tão bem. Pelo que tenho aprendido sobre ele através do pessoal, ele
reserva um tempo para conhecer cada um de seus funcionários. E na
maioria dos casos, ele se esforçou para ajudar a família de uma forma ou de
outra. No que diz respeito à família de Shawn, essa ajuda foi e ainda é em
forma de terapia para a pequena Jenna.
— Ouvi dizer que ela estava aqui quando aquele visitante morreu
por causa de um dos cavalos. Antes de você assumir o controle do rancho.
— Sim — sua voz fica envolta em simpatia e... algo mais que não
consigo identificar. — A pobre garota viu tudo. Ela ficou muito
traumatizada com tudo aquilo.
Não menciono que sei que ele está pagando as contas do psicólogo
dela; pelo que os caras me disseram, ele é bastante reservado sobre, bem,
tudo. Mas estou curiosa sobre uma coisa.
— Estou surpresa que você tenha comprado o rancho depois de toda
aquela controvérsia em torno do lugar.
— Eu não me importei com nada disso — ele responde. — O último
dono era um idiota só querendo ganhar dinheiro explorando os cavalos
selvagens daqui, e um bom homem acabou pagando o preço tentando
protegê-los dele.
Certo. A mídia se deliciou com isso.
— Ele era um ativista animal ou algo assim, não era? Estava aqui
protestando contra a comercialização dos Mustangs?
— Sim. Algo parecido.
História comovente. Pelos noticiários, não era um dos cavalos
selvagens; era um cavalo que um dos hóspedes do rancho estava montando.
Algo sobre o cavaleiro ficar chateado com o tal ativista e começar uma
grande briga. De alguma forma, no caos que se seguiu, alguns cavalos se
assustaram e derrubaram algumas pessoas, incluindo o cavaleiro que iniciou
a briga. O ativista estava no lugar errado na hora errada quando foi ajudar o
cavaleiro caído. Ele levou um golpe na cabeça que o colocou em um coma
do qual nunca mais acordou.
— O que aconteceu com o cavalo que deu o coice nele?
— Eu o mantive. O reabilitei.
Claro que sim. Shawn está certo; esse é o tipo de homem que ele é.
— Isso foi gentil da sua parte. Considerando tudo...
— Olha — ele interrompe abruptamente. — Eu realmente não gosto
de falar sobre tudo isso. Então, se não importa para você, podemos mudar
de assunto?
Dou um passo para trás, surpresa com a dureza em seu tom. É a
primeira vez que o ouço soar assim.
— Desculpe. Eu não queria me intrometer.
Querendo dar-lhe algum espaço, viro-me para recolher minhas
coisas.
— Katelyn...
Vendo sua expressão de desculpas, eu rapidamente o tranquilizo:
— Cade, eu não estava tentando ser passivo-agressiva e culpar você
ou algo assim. Eu realmente sinto muito por ser tão intrometida. Se você
não percebeu, não sou muito boa em ver as linhas de fronteira quando se
trata deste lugar.
Isso faz com que o canto de sua boca se contorça.
Bom. Com isso esclarecido, retomo minha mochila, com a qual ele
vem ajudar.
Trabalhamos em silêncio por alguns minutos antes de ele me dizer
baixinho:
— O cara que morreu aqui naquele dia… — Sua voz falha com a
emoção, a dor audível quase esmagadora quando ele diz a última coisa que
eu esperava ouvir. — Ele era meu irmão mais novo.
Não sei como responder, então, pela primeira vez, apenas
permaneço em silêncio e espero que minha presença aqui para ouvir seja
suficiente.
— Por meses depois que ele morreu, as pessoas continuaram vindo
para fazer vídeos dos Mustangs soltos. Na verdade, eles tiveram ainda mais
tráfego de pedestres, por mais doentio que pareça. Mas com os
aborrecimentos do seguro e as ações judiciais de todos os hóspedes que se
machucaram naquele dia, o proprietário precisava vender. Então eu comprei
todo o lugar dele antes que fosse fechado. Eu não queria arriscar que fosse
para outra pessoa.
Com um aceno de cabeça enojado, Cade examina os hectares de sua
propriedade.
— Aquele cara não tinha nada que comprar este rancho para
começar. Ele não sabia nada sobre cavalos ou sobre como cuidar desta terra.
Inferno, ele nem morava na propriedade. Ouvi dizer que ele simplesmente
apareceu quando os proprietários anteriores estavam lutando para pagar as
contas e fez uma oferta que mal chegava a ser decente.
Sim. Algo parecido.
De alguma forma, não acho que seja a hora de dizer a Cade que eles
já haviam desligado nossa energia antes de aceitarmos a oferta do homem
responsável pela morte de seu irmão.
E, verdade seja dita, não sei se algum dia haverá um momento certo.
Pesar, vergonha e cerca de uma centena de outras variedades de
tormento piscam em sua expressão enquanto ele continua:
— Depois que nossos pais morreram, eu me certifiquei de que meu
irmão tivesse tudo de que precisava financeiramente. Ele era só um cara
muito legal, sabe? Um homem melhor do que eu. Sempre querendo salvar o
planeta. E embora eu nunca tenha hesitado em ajudar a financiar seus
diferentes projetos, nos últimos anos antes de sua morte, eu estava
trabalhado muito para passar algum tempo real com ele. Muito ocupado
para dizer a ele todos os dias o quão orgulhoso eu era do homem que ele se
tornou.
— Você não pode se culpar por isso — raciocinei gentilmente,
finalmente falando. Porque se há uma coisa que eu sei é sobre sobreviver a
entes queridos mortos. — Você apoiou ele e as coisas que eram importantes
para ele. Na ausência de palavras, as ações importam, Cade. Suas ações
importaram.
— Ainda não é desculpa para eu não estar mais por perto.
Eu estudo sua expressão torturada e vejo claramente agora como a
morte de seu irmão está pesando em seus ombros largos.
— Foi por isso que você abandonou sua vida na cidade para se
tornar um fazendeiro, não foi?
Ele olha para mim surpreso.
— Os rapazes mencionaram isso uma vez. Eles disseram que você
costumava ser um homem de negócios antes.
Por alguma razão, essa descrição parece aliviar um pouco sua
expressão tensa.
— Sim. Algo parecido.
— Você sente falta?
— Não me arrependo de ter saído. Mas, vou passar minha vida
inteira me arrependendo de não ter feito isso antes. Se eu tivesse, se tivesse
desistido dessa vida mais cedo e não tivesse rido da sugestão do meu irmão
de administrarmos um rancho juntos, como sempre dissemos que faríamos
quando crianças, talvez ele ainda estivesse vivo.
Não consigo nem começar a imaginar o que ele passou, o que
obviamente ainda está passando todos os dias. Eu sei que nada do que eu
digo pode lhe dar conforto. Então, faço o que sempre faço quando a vida
parece maior do que posso entender.
— Você quer cortar aquele geodo que encontrou agora? — Enfio a
mão na mochila e a puxo, junto com minha serra portátil. — Não há nada
como abrir seu primeiro geodo sem cortar acidentalmente a ponta de um
dedo.
Ele olha para mim com o início de um sorriso.
— Você é uma criatura tão estranha e divertida.
— Obrigada. — Eu sorrio e entrego a ele o geodo. Enquanto arrumo
uma área para ele usar a serra, pergunto curiosamente: — Então, onde você
disse que encontrou isso?
— No quadrante nordeste, logo depois de um riacho além das
árvores. Na base da colina mais distante da minha propriedade.
— Faz sentido. Se houvesse alguma área que pudesse ser um
potencial leito de geodos, provavelmente seria lá. — Meu avô costumava
encontrar muitos minerais diferentes por lá. — Na verdade, nunca estive
naquele quadrante para ver por mim mesma.
Ele franze a testa.
— Por que não? Essas coisas não valem algum dinheiro?
— Porque essa área fica do outro lado da clareira que os Mustangs
percorrem — eu digo suavemente. — E eu sei como você se sente sobre
pessoas os perturbando.
— Inferno, Katelyn. Posso levar você lá um dia desses, se quiser...
Eu balanço minha cabeça.
— Não. Não é isso que estou procurando aqui. — É importante para
mim que ele saiba disso. Se ele vai acreditar, já é com ele.
Fazendo uma linha de giz para ele seguir com a serra, dou um passo
para trás e deixo que ele faça a partir daí.
Quando a rocha despretensiosa se divide ao meio, até eu fico
surpresa ao ver o interior.
— Olha só pra isso! — Cade assobia.
A maioria dos geodos que cortei antes pareciam rochas ocas com
pedaços de cristal revestindo suas paredes. Mas isso... é como arte. A rocha
inteira parece ter sido preenchida com resina, com fitas coloridas, laranjas e
azuis vívidas, em camadas de anéis concêntricos até o centro.
— É um Thunderegg — eu digo suavemente, traçando cada anel de
cor com meu dedo indicador. — Eles são como um geodo preenchido. As
diferentes camadas de cores mostram que tipo de minerais estiveram no
solo e na água ao longo dos anos. É por isso que meu avô sempre chamava
os geodos de os mais belos livros de história da terra ao nosso redor.
Eu sorrio para Cade.
— Com certeza é uma peça de coleção. Tenho algumas caixas de
exibição extras que cabem na sua lareira, se estiver interessado.
Os olhos de Cade estão grudados nos meus quando ele me entrega
as duas metades do ovo trovejante.
— Fique com eles. Eles significam mais para você.
— O que? Não. Estes são muito valiosos; Eu não posso aceitar.
— Sem ofensa, mas são apenas pedras para mim. Eu quero que você
fique com eles. Na verdade, chega de tirar fotos de pedras aqui. Se houver
uma pedra que você desejar para sua coleção, basta levá-la. É sua. Não me
importo se você encontrar pedras preciosas ou fragmentos de meteoros. O
que você encontrar, é seu.
Eu não posso deixá-lo fazer isso. E eu começo a dizer isso a ele,
mas o alarme do meu telefone toca antes que eu consiga.
Ele imediatamente começa a me ajudar a juntar as coisas.
— Você vai se atrasar para o trabalho? Posso te deixar lá se precisar.
A biblioteca e a loja de tecidos ficam no caminho para a loja de ração, que é
para onde irei mais tarde.
Eu e meus gloriosos trabalhos de meio período.
— Na verdade, não trabalho há alguns dias. Esse alarme é para uma
reunião que tenho com meu orientador do programa de pós-graduação hoje.
Sabendo que ele simplesmente dirá não se eu tentar devolver as duas
metades do thunderegg novamente, eu cedo e devolvo uma a ele.
— Você fica com um e eu fico com outro. Fechado?
Antes que ele possa argumentar, enfio a metade dele no bolso do
paletó e rapidamente redireciono a conversa.
— Ei, o que você e seu irmão gostavam de comer quando iam
visitar a fazenda de seus avós? Sem dúvida, a refeição favorita.
Um pequeno e silencioso sorriso inclina sua boca.
— Empadão de frango. Definitivamente.
Mentalmente, faço um inventário da geladeira e da despensa para ter
certeza de que tenho todos os ingredientes necessários. Felizmente, tenho.
— Então é isso que teremos esta noite quando eu voltar.
Ele me encara por um longo segundo.
— Você me pega de surpresa o tempo todo, sabia? Normalmente
não gosto de surpresas.
— Mas você gosta das minhas surpresas? — eu pergunto, minha voz
não mais alta que um sussurro.
— Mais e mais a cada dia, querida. Embora, para ser honesto,
suspeito que tenha mais a ver com você do que com as surpresas em si.
As sensações calorosas que me atingem como resultado
praticamente me fazem flutuar até a universidade.
***

Estar na fase final de pesquisa do meu mestrado significa que tenho


muito mais controle sobre minha agenda, o que, no meu caso, significa que
quase não vou mais ao campus. Mesmo a maior parte do trabalho que faço
como assistente de pesquisa para manter minha bolsa parcial, posso fazer
remotamente. Então, realmente, as únicas vezes que percorro os corredores
do departamento de geologia agora são para ver meu orientador.
— Ei, professor Cooper. Desculpe, estou atrasada. — Sentada no
escritório do meu mentor, que se tornou como um segundo pai para mim
nos últimos seis anos, começo esta reunião como faço em todas as nossas
reuniões.
— Então, ainda não estou totalmente pronta para que leia a minha
tese...
Ele nem finge mais estar surpreso.
— Katelyn, aquela bolsa de pesquisa no Norte não vai durar para
sempre.
— Eu sei. — A pesquisa de campo do pós-mestrado no Norte da
Califórnia definitivamente parece uma experiência incrível com a qual, sem
dúvida, aprenderei muito, mas…
Ele suspira, lendo a expressão no meu rosto com uma precisão
incrível.
— A parte fora do trabalho de campo não é tão ruim quanto você
imagina que vai ser.
Então ele continua me falando.
O problema é que, embora adore estudar rochas, realmente não
quero “pesquisá-las” em si. Ou escrever sobre elas. Ou dar um tempo delas
para fazer as outras coisas normais, que os geólogos contribuintes da
sociedade fazem.
— Sinto muito — digo a ele, sendo cem por cento honesta. Ele tem
sido tão paciente comigo, embora eu nunca tenha me encaixado no molde
tradicional de estudante de pós-graduação.
Ele sorri, balançando a cabeça.
— Não sinta. Honestamente, se eu amasse rochas do jeito que você
ama, provavelmente também ficaria feliz como um molusco sendo
estudante profissional.
Abrindo espaço em sua mesa, ele bate na superfície com
expectativa.
— Ok, vamos ver. Se você não está aqui para finalmente se formar e
mostrar ao mundo como sou um mentor brilhante, o mínimo que pode fazer
é me mostrar o espécime que tem em sua bolsa.
Sento-me e abro o zíper da minha mochila.
— Como sabia?
— Porque você continua acariciando sua bolsa como fazem aquelas
mulheres que carregam aqueles cachorros minúsculos. Imagino que no seu
caso, tem que ser uma rocha.
Ele me conhece bem.
O professor Cooper coloca minha metade do thunderegg sob uma
luz para examinar cada anel de cor.
— Não posso dizer com certeza sem uma leitura de especificação de
massa, mas normalmente só vejo essa coloração em camadas minerais do
Oregon, o que torna esse espécime ainda mais fascinante. Posso conseguir
um relatório mineral completo, se quiser. E um amigo meu deve ser capaz
de obter registros históricos de terras mais detalhados para você.
Eu olho para ele com surpresa antes de entregar rapidamente a ele o
thunderegg para fazer seus testes.
— Isso seria incrível. Por que o senhor nunca se ofereceu para me
dar os registros da terra antes? — Ele é literalmente a única pessoa ainda
viva com quem já conversei sobre ter morado nas terras de Cade quando eu
era criança.
Eu odeio pensar que a única razão pela qual ele está se oferecendo
para ajudar agora é porque ele acha que pode haver algo de valor para
encontrar.
Pelo olhar essencialmente paternal que ele lança sobre mim, é óbvio
que não é esse o caso.
— Katelyn, a única razão pela qual não me ofereci para fazer mais
para apoiar seus hábitos de invasão é porque, francamente, estou
preocupado que você esteja se congelando no passado e não vivendo a vida
no presente.
Suponho que seja uma avaliação justa.
— Então por que você está me ajudando agora?
— Porque não estou mais preocupado com você. O dono do rancho
e todos os seus peões, aquele velho vizinho ao lado deles, até mesmo os
animais selvagens que você visita durante as invasões. Você tem falado
sobre eles sem parar nos últimos dois meses. Algo que nunca fez em todos
os anos que te conheço. Eles fazem parte da sua vida agora, todos estão
preenchendo sua vida agora.
Ele sorri e me dá um aceno de aprovação.
— Você não está mais apenas existindo sozinha neste mundo, e é
por isso que não estou preocupado com você cavando mais em seu passado.
Porque você tem algumas âncoras fortes agora aqui no seu presente que
muito provavelmente se tornarão parte do seu futuro.
Uau. Eu não tinha ideia de como ele me via. E o fato é que ele não
está errado. Sobre nada.
Ao som de uma batida educada em sua porta, eu reúno minhas
coisas para limpar.
— Obrigado por se encontrar comigo hoje, professor.
— O prazer é meu. Mesmo que não tenhamos conseguido nada em
sua agenda acadêmica, como de costume.
O melhor tipo de reunião, na minha opinião.
Quando saio de seu escritório, ele diz baixinho:
— Com uma nova vida ou não, espero que você se forme algum
tempo antes de eu me aposentar, Katelyn.
Eu apenas rio em resposta.
O homem não vai se aposentar por pelo menos uma década.
CAPÍTULO 16

| CADE |

Eu lhe digo, ver um potro nascer nunca fica chato.


Tivemos algumas complicações, mas, felizmente, estávamos
preparados para os piores cenários. A baia de parto está toda preparada há
semanas e, embora meu veterinário não more tão longe, construí um pseudo
loft dentro do celeiro de parto há dois anos, quando perdemos o potro e a
égua durante o trabalho de parto. Então, agora, pago o veterinário a mais
para passar a noite aqui, se possível, quando estivermos dentro de 24 horas
após o parto, apenas por precaução.
Eu estava muito preocupado porque a égua começou a apresentar
sintomas de parto em seu comportamento e na sua musculatura duas
semanas antes do esperado. E quando ela começou o trabalho de parto, a
maior preocupação foi mais ortopédica do que qualquer outra coisa, devido
aos ferimentos ainda não curados. Mas ele fez sua mágica e conseguiu tirar
o potro com segurança, sem nenhum trauma para a égua. E agora o bebê e a
mamãe estão bem.
Com essa boa notícia oficial, finalmente vou para casa, certificando-
me de parar no barracão no caminho para atualizar quem estiver acordado.
Todos os meus homens estão tão preocupados quanto eu, então imagino que
pelo menos alguns deles estarão acordados.
A última coisa que espero encontrar são todas as luzes acesas no
barracão e todos os homens do lugar bem acordados.
É óbvio que há algum tipo de comoção acontecendo lá dentro, então
deixo minha caminhonete na entrada e saio correndo.
Sem exagero, quando reconheço a jaqueta no chão do lado de fora
da entrada da frente como sendo de Katelyn, e então vejo seu jeans jogado
sobre um arbusto a alguns metros de distância, estou pronto para matar até
o último homem que trabalha para mim a sangue frio.
— O que diabos está acontecendo aqui?! — eu berro para dentro do
barracão agora silencioso.
Todos os homens lá se espalham como baratas com medo.
…Mas não antes de ir, cada um deles aponta para a porta leste.
Eu saio correndo, apenas para encontrar Katelyn jogando sua
camiseta para o ar perto dos estábulos enquanto murmura para si mesma
sobre estar com febre, com a qual ela está agora aparentemente lidando
pulando para um banho frio no tanque de estoque de água dos cavalos.
Ela dura cerca de dois segundos na água gelada antes de pular e
anunciar que sua febre passou.
E enquanto ela fica lá verificando sua temperatura com a mão na
testa, aparentemente alheia ao fato de que sua calcinha é quase transparente,
de repente, todos os caras voltam de onde quer que tenham fugido. Só para
que eles possam olhar para a linda criatura.
Minha linda criatura.
Eu grito para todos eles sumirem enquanto pego algumas toalhas
para secá-la e cobri-la do nariz aos pés.
Ela não está ferida, graças ao inferno. Mas ela está completamente
bêbada. O que significa que é possível que eu ainda mate alguém esta noite.
Deixando-a enrolada no sofá, eu grito no corredor para todos os
meus caras pararem aqui.
— Uh, chefe — grita Harvey, um dos meus ajudantes mais velhos.
— Acho que você não quer fazer isso.
— Fazer o que?
— Virar as costas para ela.
Eu giro de volta para o sofá e descubro que ela desapareceu no ar.
— Peguei ela! — grita Clint dos fundos.
Um Jonah abatido e de aparência bastante aterrorizada aparece na
porta com seu rádio, com dois caras atrás dele escoltando Katelyn de volta
para a sala comunal.
— Temos todas as saídas cobertas desta vez — diz Jonah, parecendo
exausto como o inferno. — E curiosidade, você sabia que sua garota tem
um gancho de direita pesado? Porque ela tem.
Eu examino meus caras que estão todos aqui agora e vejo que Chris,
o mais gentil do grupo, está com um olho roxo. Cara legal ou não, eu
estreito meus olhos e vou até ele.
Jonah se interpõe entre nós.
— Calma, chefe. Nada aconteceu. Katelyn veio enquanto estávamos
assistindo a um filme. Depois de uma cena de luta, ela nos pediu para
ensiná-la a dar um soco, e foi o que fizemos.
Agora estou avançando em Jonah.
Ele levanta as mãos em defesa.
— Nós não colocamos a mão nela, eu juro. Nós apenas demos dicas
a ela. Ela se revezou nos socando depois disso.
Eu olho para Chris.
— Foi assim que você ganhou isso?"
Chris ri.
— Na verdade não. Eu estava dormindo. Acordei para pegar algo
para beber e ela me pregou na porta. Aparentemente, ela estava lutando
boxe… com sua própria sombra, e eu apareci do nada e a assustei.
Ela estava o que?
— Ela ouviu um dos caras do filme mencionar o boxe das sombras
— explica Harvey. — Então ela foi procurar sua sombra para tentar.
Estou me perguntando se todos os meus homens estão bêbados.
Pego uma cadeira próxima e oriento todos os meus homens a se
sentarem também.
— Comecem pelo começo. Todos vocês. E não deixem nada de fora.
— Então — começa Mikey —, tudo começou com Winston ficando
chateado porque alguns compradores em potencial foram ver sua casa hoje.
Ele ficou quieto a tarde toda, então é claro que os caras e eu fomos tentar
animá-lo.
Sim, ok. Um Winston quieto é tão desconcertante quanto uma
Katelyn quieta, então eu definitivamente podia ver por que os caras estavam
preocupados.
— Katelyn apareceu pouco antes do pôr do sol — continua Clint. —
Quando explicamos que você não viria para o jantar, ela preparou sopa e
sanduíches para todos nós na casa de Winston antes de juntar-se a nós para
animá-lo.
Levo dois segundos para ligar os pontos.
— Significa que todos vocês deixaram ela tomar um pouco do
whiskey caseiro de Winston?! — eu grito incrédulo.
— A mulher só tomou um copo, patrão! Nós juramos!
Santo inferno? Sério? Quero dizer, sei que o whiskey de Winston é
potente, mas não o suficiente para justificar a exibição bêbada da qual
acabei de pegar o final.
— Certo. O que aconteceu depois que vocês a deixaram chapada?
— eu reclamo, deixando claro que estou chateado com cada um deles por
qualquer envolvimento que eles tiveram em Katelyn bebendo até mesmo
uma gota daquela coisa.
Com todos olhando para mim com um pouco de cautela, Jonah se
prepara para continuar a história.
— No começo, pensamos que ela era apenas um peso leve, então
tentamos fazê-la comer coisas, mas de alguma forma, ela continuou ficando
mais bêbada à medida que a noite avançava. Estou falando sério, chefe,
estávamos todos perdendo a cabeça perseguindo-a. Piorou ainda mais
quando ela começou a passar pelas fases, sabe?
Ryan acrescenta:
— Ela estava na fase três quando me acordou.
— Fase quatro para mim — grita outra pessoa.
Normalmente, não deixo meus rapazes passarem dos dois primeiros
estágios de embriaguez quando estão no rancho. O fato de ela ter ido longe
o suficiente para alcançar a fase quatro não está ajudando a me acalmar.
Para ser claro, esses não são os estágios clínicos oficiais da
intoxicação. Não, esses são os cenários usuais que se vê em bares e boates.
E como eu disse, costumo tirar a bebida do meu pessoal antes que
vão longe demais. O que significa que ameaço atirar em seus traseiros se
eles passarem do estágio em que não apenas pensam que são os caras mais
inteligentes do planeta, mas também os caras mais bonitos do universo.
Eu me viro para Ryan,
— Você realmente viu Katelyn no Estágio três? — Essa fase,
quando acontece para o meu pessoal, é quando eles começam a comprar
rodadas para o bar inteiro como se tivessem dinheiro para gastar. É um
estágio inofensivo, na verdade, a menos que você não tenha dinheiro para
gastar. O que eu sei que é o caso de Katelyn.
— Sim — responde Ryan. — Ela começou a comprar para todos
nós online, colocando todo tipo de coisa maluca em seu carrinho de
compras. Nós mal conseguimos tirar o telefone dela antes que ela pudesse
terminar de encomendar algumas centenas de dólares de chinelos de coelho
combinando, por causa de sua preocupação com o quão frio o chão pode
ficar para nós aqui à noite.
A mulher tem sorte de ser tão ridiculamente bonita, porque tenho
uma leve suspeita de que vou concordar em pagar os chinelos para todos os
meus homens antes que esta história termine.
— Tudo bem, o que mais? Como seria o Estágio quatro? — Para a
maioria dos caras, é quando eles começam a brigar com caras aleatórios
sem um bom motivo. De jeito nenhum minha doce Katelyn arrumou uma
briga com alguém. — Foi quando ela começou a coisa de boxe?
— Que nada! Isso foi muito antes — esclarece Jonah. — Ela não
ficou agressiva no estágio quatro, mas começou a pensar que era super
forte. Ela continuou tentando levantar coisas pesadas e, a certa altura, pegou
a grande marreta que usamos para os postes de madeira da cerca e começou
a fazer sua própria versão daquele jogo de homem forte de parque de
diversões.
Pelo amor de Deus.
— E vocês deixaram? — Eu olho em volta para eles como se todos
tivessem perdido a cabeça. — Ela poderia ter quebrado o pé! — Eles não
conheciam a mulher?
— Relaxe, quando descobrimos o que ela estava tentando fazer,
acabamos de pegar um daqueles macarrões de espuma de piscina que o
terapeuta usa para marcar seus percursos de caminhada para os cavalos
feridos. Nós trocamos isso pela marreta e deixamos Katelyn começar a
bater em tudo.
— Eu soei o gongo para ela — diz Mikey.
Pelo amor de Deus, esses malditos caras.
— Por que diabos vocês a estavam encorajando?
— Porque ela parecia triste quando pensou que não estava ganhando
o jogo do parque — argumenta Clint. — Que foi quando trouxemos um
balde de pipoca para ela porque ela começou a ficar com fome.
Meu Deus, ela está com todos eles na palma da mão.
— Continue. O que aconteceu depois?
Mikey dá de ombros.
— Então, de repente, ela disse que estava queimando e começou a
tirar algumas de suas roupas. Que foi quando você apareceu parecendo
pronto para cometer um assassinato.
Quando vejo Mikey sorrindo com adoração em sua direção, olho
para trás e a vejo agachada atrás de um dos sofás, levantando a cabeça
como um esquilo.
— O que diabos ela está fazendo agora?
— Toda vez que olhamos para ela, ela congela e fica parada como
uma estátua.
— Ela pensa que é invisível — sussurra Chris atrás de sua mão,
sorrindo.
Bem, essa é uma nova variação literal do último estágio.
Normalmente, este é quando os caras começam a agir como se ninguém ao
seu redor pudesse vê-los.
— Cuidamos bem dela a noite toda, chefe, juro — diz Jonah.
Sim. Claramente sim.
— Obrigado rapazes. Eu assumo daqui.
Eu a persigo quando ela tenta fugir novamente e a carrego até minha
caminhonete, passando toda a viagem para casa tentando encontrar uma
explicação que ela aceitará sobre como eu consegui vê-la enquanto todos os
meus homens, sendo o bando de facilitadores que são, fingiam que não
conseguiam.
Isso dura claro até que eu a coloco na cama, após o que ela
finalmente decide aceitar a explicação idiota que tirei da minha bunda e
virar o assunto da conversa para mim.
— Você sabia que fica mais bonito toda vez que te vejo? — ela me
pergunta confusa. — Não parece muito justo com todos os outros homens
do mundo, se você pensar bem.
— É? Bem, você fica ainda mais linda toda vez que te vejo, então
acho que isso nos deixa quites. E o mesmo vale para qualquer mulher
infeliz que tenha que ficar ao seu lado, no que me diz respeito.
Ela suspira baixinho com isso e depois sussurra:
— Quer saber um segredo?
Eu olho para sua expressão fofa e bêbada.
— Claro. Pode mandar.
— Eu escondi suas algemas — ela diz em um tom abafado.
Deus ama os verdadeiros efeitos séricos do álcool.
— Onde você as escondeu?
Ela imediatamente cai de cabeça para o lado da cama e começa a
remexer na mochila que ela colocou ao lado da cama, sua bunda tentadora
balançando no ar para eu admirar o tempo todo.
— Encontrei! — ela grita triunfantemente, segurando-as como um
troféu. Então ela olha em volta furtivamente. — Eu ia usar isso em você
para me vingar por aquela vez que você me algemou.
Interessante. E eu pensando que ela tinha escondido porque estava
chateada.
— É mesmo?
— Sim. — Ela leva um dedo aos lábios. — Mas shhhh, não conte.
Esse é outro segredo.
De repente, ela se levanta como se tivesse pegado um segundo
fôlego.
— Onde está minha marreta? Tenho que mostrar como ganhei o
maior bichinho de pelúcia do... Ei, onde foi meu unicórnio? Ele estava
comigo mais cedo.
Presumo que ela esteja se referindo ao travesseiro com o qual
andava no barracão, então entrego a ela. Agora o moletom em que o
travesseiro foi colocado faz sentido. Aqueles caras amorosos tentaram
realmente fazer um unicórnio de pelúcia para ela.
Inferno, eu definitivamente vou dar aumentos para todos eles pela
manhã.
Com seu “unicórnio” agarrado firmemente a ela, ela está na metade
do caminho para fora da porta antes de eu pegá-la pela cintura.
— Ok, chega disso, querida. — Pego as algemas e prendo um de
seus pulsos na cabeceira da cama, como da última vez.
Em vez de lutar comigo ou até mesmo discutir comigo como da
última vez, porém, seus olhos apenas ficam famintos quando ela olha de seu
pulso algemado para mim. De volta às algemas e de volta para mim.
Porra.
Antes que eu perceba, ela está suspirando meu nome e acariciando
sua mão livre em cima de mim, me acariciando como se eu fosse uma de
suas malditas rochas. E tomo cada pedacinho dessa tortura sem retribuir da
mesma forma, não querendo que ela esteja nada além de cem por cento
sóbria quando a tocar novamente.
Depois de mais ou menos um minuto me levando cada vez mais
perto do limite da minha sanidade, do nada ela para.
E adormece.
Exausto, eu rolo de costas e a coloco contra meu peito. Porra, ela
fica bem em meus braços. Digo a mim mesmo que só vou segurá-la até
saber que ela está pronta para dormir.
Estou apagado como uma luz um segundo depois.
CAPÍTULO 17

| KATELYN |

Acordo completamente desorientada. Não sei se é dia ou noite, ou


como fui para a cama.
A última coisa de que me lembro é de beber um pouco do whiskey
de Winston, o culpado mais provável pelas lacunas em minha memória.
Depois de descobrir esse mistério, catalogo rapidamente algumas
outras descobertas importantes que me atingem ao mesmo tempo.
Primeiro, estou aconchegada na cama, de conchinha com Cade,
apenas de cueca.
Dois, ele tem uma ereção gigante cravada nas minhas costas.
E três, meu pulso está algemado à cama novamente.
Sério, o que diabos aconteceu ontem à noite?
Silenciosamente para não acordar Cade, eu rolo para verificar a
chave na segunda gaveta e a encontro exatamente onde ele a deixou da
última vez.
Não levo muito tempo para me soltar das algemas e cerca de metade
desse tempo para pensar em fazer o impensável.
Então, eu realmente faço.
Eu algemo Cade à cabeceira da cama.
Santo Deus.
Eu me pergunto qual é a limitação, segundo o estatuto para culpar a
bebida pelas minhas ações? Eu quase não me importo. Porque agora tenho
mais de um metro e oitenta de puro músculo alfa para explorar.
Danem-se as consequências.
Todas as outras vezes em que estivemos remotamente íntimos, Cade
sempre esteve no controle, então nunca tive a chance de dar a todos os seus
traços de granito a verdadeira apreciação que eles merecem, o que é uma
pena. O homem realmente é lindo. Ele é másculo e seus músculos firmes.
Duros.
E quanto mais eu o toco, mais duro ele fica.
Em todos os lugares.
Espalmando seu pau grosso e duro em ambas as mãos, porque eu
preciso de ambas as mãos para realizar essa façanha, eu dou a seu eixo uma
bombeada lenta. E depois outra.
Até que ele se vira, totalmente acordado agora, e rosna:
— Puta merda, mulher.
Seus olhos atordoados voam para cima para ver a algema em seu
pulso e eu juro, o olhar escuro e pecaminosamente sexy que ele me dá um
instante depois me deixa praticamente em chamas. Porque aquele olhar
perverso apenas me prometia retribuição pura e sexual do melhor tipo.
Que eu pretendo totalmente ganhar.
Mantendo meus olhos nos dele, lentamente corro minha língua ao
longo de todo o seu comprimento, deleitando-me com a forma como ele
geme e joga a cabeça para trás quando começo a chupar suavemente a
cabeça de seu pênis.
Suas pupilas dilatam e cada músculo de seu corpo se contrai
enquanto eu tomo meu tempo e começo a trabalhá-lo cada vez mais fundo
até que ele está cutucando a parte de trás da minha garganta.
E então eu o levo ainda mais fundo, até que o engula inteiro.
— Katelyn — ele murmura. — Querida, se você não parar, vou
acabar gozando na sua garganta.
Eu amo como ele parece fora de si, como ele não consegue parar de
empurrar em minha boca toda vez que eu gemo quando ele puxa meu
cabelo.
Quando começo a engoli-lo mais uma vez, com toda a intenção
perversa de fazê-lo perder o controle e gozar na minha boca, enlevada,
anestesiada, é quando uma percepção me atinge.
Ele está com as duas mãos em mim.
Eu olho para cima e vejo a algema pendurada na cabeceira da cama
cerca de uma fração de segundo antes de Cade me virar e abrir minhas
pernas. Seus olhos percorrem todo o meu corpo e eu estremeço com a posse
que vejo envolvendo seu olhar.
— Minha vez agora, querida.
Deslizando dois dedos grossos dentro de mim, ele me provoca e me
tortura fazendo apenas mergulhos lentos e rasos. Nunca profundo o
suficiente, nunca forte o suficiente.
— Esfregue seu clitóris para mim, querida. Como aquela vez no
celeiro. Eu queria te provar pra caralho naquela noite enquanto assistia você
brincar consigo mesma. Então faça isso por mim agora enquanto eu lambo
sua boceta açucarada.
Oh Deus. Meus dedos fazem o de sempre, circulando meu clitóris
enquanto ele me lambe com fome.
Eu juro, tocar a mim mesma nunca foi tão bom, mas por algum
motivo, não consigo chegar lá. Eu preciso de mais. Eu preciso dele. E eu
digo isso a ele.
Imediatamente, seus dedos assumem o lugar dos meus, deslizando
profundamente em minha boceta até que ele está provocando aquele ponto
mágico dentro de mim que logo me deixa pronta para explodir.
Ele para antes que eu consiga.
Eu assisto com os olhos semicerrados, meu corpo inteiro tremendo
de estar tão perto do orgasmo enquanto ele coloca uma camisinha e corre
seu olhar faminto sobre cada centímetro de mim.
— Maldição, você é linda. — Curvando-se sobre mim para me dar
um beijo forte e profundo, ele pega seu pau na mão e esfrega a cabeça
contra meu clitóris em círculos lentos e sensuais, trazendo-me de volta à
beira do orgasmo em segundos.
Estou sem fôlego e tremendo quando ele envolve seus braços em
volta de mim e vira de costas, levando-me com ele, então estou
escarranchada em seu colo.
— Monte-me — ele ronca, em uma voz profunda e grave que mexe
com o meu equilíbrio.
Enquanto coloco minhas mãos em seu peito, propositalmente
mantenho meus mamilos apenas um centímetro longe de sua boca, em parte
para recuperar algum controle, mas principalmente para provocá-lo do jeito
que ele estava me provocando. O fogo contido em seus olhos arde ainda
mais quando eu me afasto e deslizo minha boceta molhada ao longo da
frente de seu eixo, em vez de deslizá-lo para dentro de mim imediatamente.
— Você sabe que vou me vingar por me torturar — ele diz.
— Promessas, promessas.
Ele geme com minhas palavras e se joga em mim como se
simplesmente não pudesse se conter.
Levantando meus quadris, eu lentamente me encaixo sobre a cabeça
larga de seu pau e depois afundo lentamente. Centímetro por centímetro de
espessura.
Quando finalmente o tenho até o fim, a onda de prazer que corre
sobre mim é quase avassaladora. Ele nunca esteve tão dentro de mim antes.
E isso está afetando ele também.
Ele está todo tenso, com os músculos contraídos lutando por
controle. Seu bíceps tensiona quando ele desliza a mão livre por trás do
meu couro cabeludo para me puxar para um beijo áspero e exigente.
— Porra. — Ele interrompe o beijo e me perfura com um olhar
selvagem e indomável. — Você tem que se mover, bebê. Se você não fizer
isso, eu vou.
Todo o meu corpo enrijece, mesmo quando meu núcleo
praticamente encharca seu pau. Cada nervo do meu corpo começa a entrar
em combustão, calor derramando em meu núcleo quando eu o sinto se
mover dentro de mim, mais forte, mais profundo.
É quando deixo minhas inibições para trás e começo a cavalgá-lo.
Agarrando meus quadris, ele começa a empurrar para cima para me
encontrar golpe por golpe. Com cada impulso brusco, ele atinge algum
ponto dentro de mim que está fazendo a terra se inclinar em seu eixo. Meu
coração começa a bater vertiginosamente no meu peito enquanto eu olho
para baixo para vê-lo olhando para mim com um olhar de pura e selvagem
posse e prazer.
Fechando meus olhos, eu luto para controlar as emoções intensas
que surgem e rasgam através de mim.
— Abra os olhos — ele ordena rispidamente.
Oh Deus, se ele está tentando me destruir para todos os outros
homens, ele está conseguindo. Essa conexão que a gente tem, é
desenfreada. Devoradora. E assim, estou girando fora de controle, a poucos
segundos de gozar.
Como se soubesse que estou tão perto, ele estende a mão entre nós
para beliscar meu clitóris, assim como sua boca se fecha em meu mamilo
tenso.
Um tremor sai de mim enquanto tudo ao meu redor simplesmente se
desfaz.
Seu braço livre aperta em torno de mim, segurando-me a ele
enquanto tento não deixar meu orgasmo me estilhaçar em um milhão de
pedaços.
E enquanto continuo a pulsar ao redor dele, sinto seus membros
começarem a tremer, sua luta pelo controle começar a diminuir.
Quando finalmente paro de gozar, como um animal enjaulado
finalmente se libertando, ele me vira e enfia seu pau de volta dentro de mim
em um movimento rápido.
Mãos ásperas prendem minhas pernas na cama para me manter
aberta e ele começa um ritmo punitivo, enfiando seu pau dentro e fora de
mim, mais e mais, mais forte e mais profundo, até que logo o prazer está
quase violentamente fora de controle, cada impulso selvagem e implacável
preenchendo partes de mim que nunca pensei estar vazias antes.
E antes que eu perceba, meu mundo parece que está desmoronando.
O prazer grita através de cada terminação nervosa que possuo e me
entrego às sensações, meus músculos se apertando em torno dele antes de
ondular com tanta força que todo o meu corpo estremece.
Assim como eu, eu o vejo arrastar os olhos abertos e travar seu olhar
no meu quando ele goza. Com um estremecimento profundo, ele endurece,
emoções cruas e nuas preenchendo suas feições até que ele se espreme e cai
ao meu lado.
Mesmo assim, ele não recua.
Seus braços permanecem em volta de mim, me puxando para mais
perto para que eu possa descansar minha cabeça contra seu peito.
Embora os orgasmos — sim, no plural — fossem, é claro, incríveis,
sei que esta aqui é minha parte favorita da noite. Ele me segurando forte
como se não pretendesse me soltar.
A batida de seu coração sob o meu ouvido soa como estar em casa
enquanto o tempo parece nos alcançar e desacelerar ao mesmo tempo.
— Eu nunca vou me cansar de você — ele murmura densamente,
sonolento enquanto cai em um sono profundo e instantâneo.
Parece um pensamento rebelde mais do que qualquer outra coisa,
mas parece algo mais...
CAPÍTULO 18
| CADE |

Eu acordo como sempre faço ao raiar do dia e é quase chocante o


quanto eu quero Katelyn de novo.
Só de vê-la na minha cama agora, tendo-a em meus braços, uma
onda de emoções intensas e desconhecidas que nunca senti antes me atinge
por todos os lados. E parece que a única maneira de fazer tudo se acalmar é
estar dentro dela novamente.
Eu não consigo explicar. A sensação é quase selvagem. E para ser
sincero, não sei se poderei controlar isso amanhã ou na manhã seguinte.
E, curiosamente, me sinto bem com isso, que é, novamente,
simplesmente intenso.
Em vez de desistir e acordá-la lentamente com meu pau em sua
boceta, eu me levanto e a deixo dormir enquanto começo minha rotina
matinal lá fora, o tempo todo pensando no que eu disse a ela antes de
apagar na noite passada.
Eu falei sério. Cada palavra. Eu realmente não acho que vou ter o
suficiente dela. E não falo apenas no contexto do quarto.
Ultimamente, sinto-me... ando inquieto quando Katelyn está de
folga em um de seus empregos de meio período. Tenho feito o possível para
não analisar demais, já que refletir sobre minhas emoções não é exatamente
algo em que me destaque. Mas isso, do jeito que tenho me sentido
ultimamente, parece bem claro.
— Inferno, filho, continue andando por aí com a cabeça na lua
assim e você vai bater com esse seu lindo rosto de menino em um galho de
árvore.
Rindo, vou até a cerca que separa minha propriedade da de Winston.
— Foi isso que aconteceu com a sua carranca, velho? — digo isso
com bom humor, é claro, já que ouvi que algumas senhoras na igreja o
chamam — com sua carranca desgrenhada e tudo — de uma cópia perfeita
de James Bond de cabelos grisalhos.
Mas ele não precisa de mim para inflar seu ego.
Além disso, por mais estranho que pareça, quanto mais nos
insultamos, mais perto o homem chega de realmente sorrir. Ainda não
aconteceu, mas ainda tenho muitos insultos guardados. Estou bastante
confiante de que ele vai sorrir antes de eu acabar.
— Katelyn ainda fica naquele quarto de hóspedes todas as noites?
— ele pergunta enquanto limpa seu rifle até que brilhe.
— Sem ofensa, mas isso não é da sua conta. Por que diabos me sinto
como um adolescente sendo interrogado pelo pai de uma garota na noite do
baile?
Ele solta um grunhido descontente.
— Então isso é um não. — Encarando-me com olhos estreitos, ele
diz claramente: — Essa garota não é como as outras mulheres que passaram
por aqui.
— Merda, Winston. Eu sei que não. Não sou idiota.
— É? Bem... Tudo bem. Ela é especial. E ela vem de boa linhagem.
Deus os guarde, todos eles.
Isso me tira completamente do prumo.
— Espere um minuto, você conheceu a família de Katelyn?
— Só o avô e a avó dela. Eu não tive a chance de conhecer seus
pais. Embora eu tenha ouvido histórias suficientes sobre aquele pedaço de
lixo que a gerou para saber que foi melhor para ela crescer sem ele, jovem
como era quando ele as deixou.
— Como é que você nunca me disse que conhecia os parentes dela?
Ele dá de ombros e lança minhas próprias palavras de volta para
mim.
— Não era da sua conta.
Justo.
— Então você a conhece desde antes de ela começar a se esgueirar
para o meu rancho?
— Não. Nunca a conheci antes daquele primeiro dia em que ela caiu
de cabeça na sua cerca sul.
Santo Deus, eu me lembro daquele dia. Eu pensei que o lindo imã de
acidente tinha ficado inconsciente com certeza.
Quanto mais eu processo o que Winston está me dizendo, mais eu
sinto que estou perdendo peças importantes desse quebra-cabeça.
— Você disse que não achava que o passado de Katelyn era da
minha conta. Você ainda acha isso? Você ainda acha que ela não é da minha
conta? — pergunto a Winston, à queima-roupa.
Ele levanta uma sobrancelha cheia de julgamento para mim.
— Depende. Você já disse a ela que é cheio da grana?
Claramente, venho subestimando o velho.
— O quê? Só porque estou velho, você acha que não sei o quê é o
quê? Eu sei o quanto os valores das propriedades por aqui subiram, ainda
mais para fazendas como a sua. Eu saquei a sua há muito tempo. — Ele me
dá um aceno de aprovação. — Você nunca agiu como um idiota rico,
preciso admitir.
Eu o estudo por um instante.
— Você vai contar a ela?
Ele se recosta na cadeira de balanço.
— Não é da minha conta. Tenho certeza de que ela descobrirá em
algum momento. A única questão é se você vai ser tolo o suficiente para
não ser quem conta a ela sobre isso.
Eu expiro pesadamente.
— Só não quero que as coisas mudem; Eu gosto de como as coisas
estão conosco.
Winston me lança um olhar assassino.
— Rapaz, se você acha que aquela garota é algum tipo de golpista,
você é um idiota. E você não a merece.
— Não é isso. Eu sei que ela não é uma dessas mulheres. Descobri
isso no dia em que a conheci. — Ao dizer isso, sinto dentro de mim o
quanto é verdade. — O que eu quis dizer é que acho que meu dinheiro vai
trabalhar contra mim, não a meu favor neste caso. E eu não queria arriscar.
Não com ela.
Ele me olha por alguns longos segundos antes de me dar um aceno
de cabeça.
Não posso deixar de sorrir por causa de sua proteção. Todo mundo
sabe que, além de mexer com suas galinhas, dizer qualquer coisa
remotamente desagradável ou censurável sobre Katelyn é a maneira mais
rápida de se encontrar no lado do cano da espingarda de Winston.
— Aceite meu conselho — ele me diz, soando mais sério do que eu
já o ouvi. — Não adie mais. Você e eu sabemos que nunca vai encontrar
uma mulher melhor para você do que ela. E se estragar tudo, outra pessoa
vai aparecer e roubá-la de você.
Merda. Só de pensar nisso, em Katelyn terminando com algum
outro idiota, meu peito se rasga como se tivesse sido atingido por uma
motosserra, me deixando tão cego de ciúme que não consigo pensar direito.
— Eu vou contar a ela — eu digo, tentando me acalmar. — Logo.
Mas o problema é que, quando estamos juntos, minha antiga vida é a última
coisa em que penso. É como se eu tivesse esquecido tudo sobre o meu
passado.
— Porque você está pensando no futuro com ela.
Bastardo intrometido.
Ele sorri.
— Isso responde tudo. Ok, agora que eu sei que você não é um
idiota total, eu te digo uma coisa, garoto — Winston continua com um olhar
furioso. — Aquela doce menina é a coisa mais próxima da filha que sempre
quis. Eu não me importo se o lar de idosos para o qual estou sendo enviado
me trancar e me encher de remédios para dormir, vou encontrar uma
maneira de escapar e te arrebentar se você não me deixar levá-la até o altar.
Inferno, eu realmente vou sentir falta do filho da puta rabugento
quando ele for embora. Continuar a irritá-lo todos os dias para impedi-lo de
chutar o balde ou ficar solitário e senil não vai ser tão divertido à longa
distância, mas, eu mantenho nosso jogo.
— Ah, está pensando em largar a bengala para me chutar, velho? —
eu falo, voltando para o meu cavalo o mais rápido que posso.
Estou rindo quando o ouço se virar e invadir sua casa para pegar sua
espingarda, então me apresso para dar o fora de lá.

***

Katelyn volta de um dia inteiro brincando com minhas rochas um


pouco depois do pôr do sol e vem ao celeiro para me ajudar a cuidar dos
cavalos.
— Ei. — Ela me dá um olhar completamente perplexo. — Alguma
razão para Winston estar sentado em sua varanda olhando para cá? Ele mal
tirou os olhos de sua casa por tempo suficiente para me dizer oi até agora.
Eu rio.
— Você sabe o quão temperamental o velho rabugento pode ser. —
Sem mudar de assunto tão sutilmente, eu a puxo para um abraço. — Eu
queria perguntar outro dia, mas não tive a chance por causa do parto da
égua, mas como foi a reunião com seu professor?
— Boa. — Ela me dá um sorriso torto. — Desde que eu continue
fazendo as coisas exatamente como estou agora, estarei no caminho certo
para o quinto ano do programa.
Desisti de tentar entender por que uma mulher inteligente como ela
iria querer prolongar o mestrado por tanto tempo. Mas agora, estou
gostando que os planos dela a mantenham por perto.
— Então você está dizendo que posso esperar vê-la entrando
sorrateiramente em meu rancho por mais um ano?
— Pelo menos — ela responde imediatamente, os olhos brilhando
com humor.
Sou atingido por um alívio repentino e intenso ao ouvir a resposta
dela, e percebo que foi por isso que toquei nesse assunto todos esses dias
depois. A sensação inquietante que eu tinha no peito quando acordei não foi
embora, mesmo com o passar do dia.
Entre minha conversa com Winston e o fato real demais de que a
estada de duas semanas de Katelyn aqui chegará ao fim em breve, tenho
muitas perguntas na cabeça e poucas respostas suficientes para me manter
são.
Como se sentisse meu humor estranho, pela próxima meia hora ou
algo assim, Katelyn não diz nada. Ela apenas me ajuda silenciosamente no
celeiro e, juntos, terminamos algumas tarefas.
Na verdade, tudo está indo tão bem que, na maior parte do tempo,
não consigo reconhecer como ela está realizando todas as tarefas do rancho
comigo como um trabalhador experiente. Ela está à vontade aqui. Ela se
encaixa aqui. Como diabos eu deixei de ver isso antes?
Não apenas isso, mas ela até sabe alguns truques que muitos dos
meus caras não conhecem, como usar a velha e meticulosa bomba do poço
nos fundos.
Essa pequena descoberta faz com que mais algumas peças do
quebra-cabeça da minha conversa com Winston se encaixem.
Então, depois de mais meia hora e algumas pesquisas no Google em
meu telefone que eu provavelmente deveria ter feito sobre ela meses atrás, o
resto finalmente faz sentido.
— Então você já pensou em me dizer que cresceu aqui? — eu
pergunto, não me incomodando com rodeios. Não digo isso como uma
acusação porque realmente não quero que seja uma. Estou genuinamente
curioso.
Ela para de trabalhar e se vira lentamente.
— Você sabia o tempo todo?
— Pelo contrário. Acabei de descobrir esta noite. Agradeço em
parte ao meu vizinho pouco prestativo. Que está muito orgulhoso do que
você se tornou, a propósito.
Olhando na direção da fazenda de Winston, seus olhos suavizam.
— Eu nunca tive a chance de conhecê-lo naquela época. Minha vida
estava meio em frangalhos com tudo que acontecia. Eu estava sempre
querendo perguntar a ele se ele se lembrava de nós...
— Ele lembra. Ele tinha coisas boas a dizer sobre seus avós. — Eu
deixo a parte sobre o pai dela de fora. Principalmente porque eu ficaria
tentado a dizer coisas muito piores sobre o idiota.
Um pequeno sorriso surge em seus lábios.
— Isso é bom. Estou feliz que ele se lembrou deles do jeito que eu
me lembro. — Respirando fundo, ela encontra meu olhar. — Você está
chateado por eu não ter te contado?
Eu tenho me perguntado isso nos últimos minutos também.
— Sinceramente, não. A gente gosta de manter partes do nosso
passado privadas. Eu faço a mesma coisa. Portanto, não seria justo da
minha parte julgar qualquer outra pessoa por fazer o mesmo.
— Eu não estava tentando esconder isso de você ou algo assim. Não
diretamente. Quer dizer, sim, depois que descobri o que aconteceu com seu
irmão aqui, não sabia quando ou como tocar no assunto. Mas, sinceramente,
o principal motivo era que eu simplesmente não queria que você fizesse um
julgamento precipitado sobre mim, pensando que eu era algum tipo de
golpista.
Huh. Não é o que eu esperava ouvir. Especialmente porque tenho
quase certeza de que ela também nunca fez uma pesquisa no Google sobre
mim.
— O que você quer dizer?
— Sabe aquela área que você não gosta que ninguém visite? Onde
os Mustangs correm?
— Sim.
— Meu avô costumava dizer que as montanhas de lá poderiam ser
minas de pegmatito.
Huh. Pelo que tenho lido em meu livro de rochas, esse tipo pode ser
muito valioso.
— Então, ele pensou que havia cristais e pedras preciosas lá atrás?
Ela dá de ombros.
— Ele nunca especulou de uma forma ou de outra. Ele não era um
garimpeiro e não queria que ninguém pensasse que havia algo que valesse a
pena minerar por aí, então deixou tudo intocado.
Eu estudo sua expressão e não vejo nada além da verdade.
— É por isso que você nunca vai nessa área quando vem aqui?
— Eu acho que talvez inconscientemente em parte. Mas, como eu
disse antes, é mais o fato de saber como você se sente sobre as pessoas se
aproximarem demais dos Mustangs.
— Você não fica nem um pouco curiosa?
— Não. — Ela me estuda em silêncio. — Você fica?
— Nem um pouco.
Ela me dá um sorriso que ilumina todo o lugar, e eu sinto que acabei
de passar em algum tipo de teste com ela.
Uma coisa é conhecer uma mulher que não se importa que eu seja
rico. É uma coisa totalmente diferente encontrar alguém que me respeite
por ter os mesmos valores que ela.
De todas as coisas que acho incrivelmente atraentes nela, esta está
subindo nas paradas. Definitivamente, é hora de confessar a ela.
— Ouça, Katelyn, há algo que eu deveria ter lhe contado há um
tempo.
— Eu já sei que você é tipo um milionário, Cade. E está tudo bem.
Eu entendo porque não me contou. Se as posições fossem invertidas, eu
provavelmente teria mantido segredo também.
Não tenho certeza do que me surpreende mais, o fato de ela estar
falando sobre isso com tanta franqueza ou a parte sobre ela estar com um
zero a menos e ainda parecer um pouco enjoada com a coisa toda.
— É bilionário com b, querida.
Seus olhos ficam comicamente grandes com a correção e preciso me
controlar ´para não beijar a criatura fascinante enquanto ela se atrapalha
com uma resposta, claramente vasculhando seu cérebro para encontrar algo
educado para dizer.
— Um... uau. Isso é... uh... quer dizer... parabéns?
Eu sufoco uma risada.
Vê-la tão desconfortável com o meu dinheiro é um pouco estranho.
Mas inferno, tudo sobre a mulher é um pouco estranho e muito sexy.
— Como você descobriu sobre o meu dinheiro? Só estou curioso.
— Descobri a partir de algumas coisas que os caras me contaram
nos últimos meses. Desde bolsas de estudo até ajudar pais doentes,
afastando cobradores de dívidas e consertando danos às casas de seus
irmãos, você ajudou todos e cada um deles financeiramente.
Bem, merda. Muito bem aquele aperto de mão rígido e sigiloso me
fez.
Ao meu lado, olhando pela janela na direção do barracão dos
rapazes, ela rapidamente esclarece:
— Oh, não se preocupe, eles não contaram nada um ao outro. Mas
todos eles mencionaram individualmente para mim, me jurando segredo dos
outros, é claro. Depois da primeira meia dúzia de histórias, comecei a fazer
as contas. Eu sei que poderia ter procurado você online para ter certeza, mas
eu realmente não queria. Foi o suficiente ouvir as coisas boas que você está
fazendo com seu dinheiro.
Dando de ombros, ela acrescenta como se tivesse acabado de pensar
nisso:
— E para dizer a verdade, depois de um tempo, meio que esqueci
tudo sobre isso. É como quando os caras falam sobre Mikey ser um fora da
lei antigamente. Eu simplesmente não o vejo dessa maneira. O mesmo
acontece com você. Eu só conheço você como você é agora, e como eu
gosto de você como você é agora, simplesmente não importa muito para
mim quem você costumava ser.
Eu sei que ela não queria me excitar com esse discurso, mas puta
que pariu. Uma mulher que só me quer como sou? Ela é como a porra de
um unicórnio. Meus lábios precisam estar nos dela agora. Eu a puxo em
meus braços.
— Chega de falar agora — eu sussurro em seu ouvido.
CAPÍTULO 19

| CADE |

Sua cabeça cai para trás e eu beijo sua garganta, sinto seu pulso
acelerado contra meus lábios, junto com o pequeno gemido que ela não
consegue conter.
— Espere — diz ela recuando um passo. — Antes que você me
deixe completamente sem sentido com esses seus beijos letais, eu quero
fazer algo. E este é o lugar perfeito para isso.
Não sei se é a falta de sangue indo para o meu cérebro, mas tudo o
que ela está dizendo agora parece positivamente sexy.
Ela dá mais um passo para trás e, de alguma forma, consegue se
enrolar nos próprios pés. Tropeçando para se recuperar, ela acaba pisando
em um ancinho próximo e acertando o cabo na têmpora.
Jesus. É desconcertante para mim quantas vezes essa mulher
consegue se machucar em minha propriedade. Pego o ancinho antes que ela
possa pisar nele pela segunda vez.
Ligeiramente cambaleante, ela se firma e diz rindo:
— Ok, certo. Onde eu estava? — Voltando na direção que estava
indo antes, ela quase bate de cara em um poste de madeira.
Ela para com apenas alguns centímetros de sobra e olha para o poste
como se ele tentasse atacá-la sem um bom motivo.
Mas então, quando ela dá uma boa olhada no largo poste de
madeira, ela inclina a cabeça para cima e sorri para ele. Como se fosse uma
de suas paredes de pedra.
Puxando-a para trás e embalando-a gentilmente contra mim, digo a
ela suavemente:
— Querida, acho que você bateu a cabeça com força com aquele
ancinho. Por que não nos sentamos um pouco?
— Oh! Certo. Uma cadeira. — Ela concorda com a cabeça. —
Precisamos de uma cadeira para isso.
Coisinha maluca. Agora tenho certeza de que ela sofreu pelo menos
uma pequena concussão.
Eu a levo até um banquinho próximo, mas em vez de sentar, ela se
vira e volta para o poste de madeira.
— Sente-se — ela diz. — Vou fazer um strip-tease primeiro e depois
voltar e fazer uma lap dance para você. Parece um bom plano?
Fico imóvel e repasso tudo isso na minha cabeça para ter certeza de
que ouvi certo.
Quando apenas a encaro em silêncio, ela sorri e dá um tapinha no
poste de madeira com uma das mãos e faz sinal para que eu me sente no
banquinho com a outra.
Sim. Tenho certeza de que ouvi certo.
Instantaneamente, meu pau fica duro como pedra.
Ela percebe e estremece, mordendo o lábio como se estivesse
imaginando coisas que não poderia expressar em voz alta.
Cada músculo do meu corpo está travado agora com uma luxúria
mal controlada, mas ainda assim, de alguma forma consigo ser o mocinho
por mais alguns segundos.
— Querida, você tem certeza de que está pensando com clareza?
Porque você bateu a cabeça e está dizendo um monte de coisas que...
— São exatamente o que quero dizer — finaliza ela. — Minha
cabeça está bem. A coisa do strip tease, eu queria fazer há um tempo. Olha,
eu tenho um vídeo de exercício em casa, Cardio-Stripping. E às vezes,
quando pratico os movimentos em casa, imagino que estou fazendo para
você…
Inferno, estou convencido. Sem outra palavra, eu sento minha bunda
no banquinho e deixo ela continuar.
Os próximos minutos são, bem, indescritíveis para dizer o mínimo.
Ela começa devagar, movendo-se ao redor do poste de madeira com
uma quantidade surpreendente de graça, considerando o que sei de sua falta
de jeito. Então ela levanta a barra de sua camisa para me mostrar aquela
barriga suavemente curvada que eu tanto amo enquanto desliza sua coluna
por aquele poste de madeira, para o qual nunca mais poderei olhar da
mesma maneira depois disso.
É verdade que não tenho muita experiência em clubes de strip-tease,
mas posso dizer com bastante autoridade que não há uma stripper neste
planeta que possa parecer tão sexy para mim quanto Katelyn parece agora.
Não porque ela está dando um show sexy, mas porque ela está sendo
vulnerável e se expondo para mim.
E isso está realmente me excitando. Sério, meu pau está quase
latejando agora, de tão excitado que estou.
Então, ela ergue a camiseta e expõe seus belos seios rechonchudos
enquanto lentamente os levanta mais alto.
Mas quando ela está prestes a tirar a camisa, de alguma forma, ela
fica presa no grande gancho acima dela, onde geralmente penduramos
nossas pás. E agora ela está enrolada no tecido com a cabeça ainda presa lá
dentro.
Enquanto ela consegue mexer o rosto com bastante facilidade, seus
braços ainda estão presos. Então lá está ela agora, com os pulsos algemados
presos acima da cabeça, e aqui estou eu com minha visão começando a ficar
um pouco turva enquanto começo a imaginar todas as coisas que
poderíamos fazer naquela posição.
Enquanto isso, Katelyn passa a rolar seu corpo para ficar de frente
para o poste, efetivamente conseguindo deixar a camisa e ela mesma ainda
mais emaranhadas no momento em que a alcanço para dar uma mão.
Determinada como ela é, ela abre mão da minha ajuda para agora pular para
cima e para baixo na esperança de desenganchar sua camisa do gancho
curvo. E a cada pulo, seu bumbum redondo esfrega para cima e para baixo
na virilha da minha calça jeans, transformando tudo isso em uma lap dance
vertical que está começando a me deixar cego de desejo.
Mesmo nessa situação maluca, ela ainda é tão sexy que chega a ser
ridículo.
Finalmente, ela consegue tirar a camisa do gancho, mas um de seus
pulsos ainda está emaranhado na camisa, graças ao relógio de pulso que
prende o tecido amontoado.
— Só me dê um minuto — diz ela enquanto começa a torcer e virar
tenazmente sua camisa arruinada para um lado e para o outro, como se
estivesse em algum tipo de concurso de cubo mágico de topless.
Inferno, mesmo que ela fique livre, estou muito excitado agora para
poder deixá-la terminar seu strip-tease.
Respirando com dificuldade, e com minha ereção ficando mais dura
a cada momento, eu a coloco contra o poste e simultaneamente libero suas
mãos da camisa enquanto as prendo acima de sua cabeça.
— Eu preciso desesperadamente estar dentro de você, baby — eu
falo, praticamente ofegante agora.
— Espere — ela sussurra. — Pelo menos deixe-me fazer uma
última coisa.
Sem aviso, ela cai de joelhos na minha frente, seus dedos finos
fazendo um trabalho rápido no meu jeans antes de estender a mão para
circular minha ereção em um aperto firme e perfeito.
Jesus Cristo.
Nos próximos minutos eu apoio minhas mãos contra o poste de
madeira atrás dela e quase gozo meia dúzia de vezes enquanto ela me
trabalha com suas mãos e boca, língua e dentes.
A única vez que cometi o erro de olhar para baixo para observá-la,
eu a vi lambendo o pré-sêmen que se acumulava na ponta enquanto suas
mãos deslizavam para cima e para baixo em meu eixo, punho funcionando e
a boca aberta como se estivesse sedenta por mim.
Eu quase explodo ali mesmo.
Desde então, apenas mantenho meus olhos firmes nas vigas
enquanto aguento firme.
Finalmente, quem sabe quanto tempo depois, ela para e fica de pé,
com o rosto corado e sem fôlego, as mãos segurando meus ombros como se
eu fosse a única coisa que a mantinha de pé.
— Agora eu preciso desesperadamente que você entre em mim —
ela diz, devolvendo minhas palavras anteriores para mim enquanto lambe os
lábios e me ajuda a arrancar minha camisa pela cabeça.
O mais gentilmente que consigo, tiro sua calça jeans e a calcinha
enquanto ela se encosta no poste, antes de não tão gentilmente arrancar o
resto das minhas roupas e colocar uma camisinha em tempo recorde.
Pegando-a e envolvendo suas pernas em volta da minha cintura, eu
cutuco a cabeça do meu pau para ter certeza que ela está molhada o
suficiente para me receber.
Ela está. Sentindo como ela está encharcada para mim, preciso estar
nela mais do que preciso respirar agora.
Selando minha boca sobre a dela, eu dirijo meu pau para dentro dela
em um impulso longo e firme, mergulhando profundamente, até chegar ao
fundo de seu colo do útero. Jesus, ela é apertada nesta posição, de costas
contra o poste de madeira, ambas as pernas enganchadas sobre meus braços,
a boceta completamente aberta para mim.
— Oh Deus — ela geme, com os olhos vidrados enquanto aperta
meu pau em pequenos espasmos musculares.
Nesta posição, nós dois podemos me ver deslizar para dentro e para
fora de sua boceta molhada, e isso está afetando seriamente o meu controle.
Chupando seus mamilos duros e rosados, agarro seus quadris com força e
empurro para dentro de novo e de novo até que ela gema meu nome
suavemente a cada respiração, o poste de madeira em suas costas
fornecendo apenas a resistência que preciso para tomá-la mais fundo e mais
forte do que nunca.
Quando estou no limite de minhas forças, estico seus braços para
cima para que ela possa alcançar o gancho anterior com as mãos,
silenciosamente dizendo a ela para segurar antes que eu mude o ângulo e
comece a empurrar contra seu ponto G a cada estocada forte.
Um grito silencioso sai de seus lábios quando sua boceta começa a
ter espasmos ao meu redor.
A maciez dela, o jeito que ela está me ordenhando, mas acima de
tudo, o jeito que ela está olhando para mim agora enquanto goza é demais.
Eu esmago seu corpo contra o meu enquanto encho a camisinha
entre nós com meu esperma, minhas pernas quase se dobrando sob mim
quando termino.
Porra, isso foi intenso.
Roçando meus lábios sobre os dela, eu apenas a seguro um pouco,
espantado com o quão ancorado eu me sinto apenas por tê-la em meus
braços.
Embora cada músculo esgotado do meu corpo esteja me dizendo
que eu terminei esta noite, como sempre, quando se trata de Katelyn, não
importa quanto tempo eu a tome, o quanto eu goze, uma vez só não é
suficiente.
Ainda estou duro.
O que ela definitivamente percebe.
— Podemos fazer isso sentados no banquinho depois? Depois que
eu te der uma lap dance? — ela pergunta timidamente.
Essa mulher vai me arruinar.
— Eu não tenho mais preservativos, querida. — digo a ela enquanto
descarto o único que tinha na carteira.
Olhando para mim com seus grandes olhos de corça, deixando-me
ver dentro de sua alma, ela diz suavemente.
— Tudo bem para mim, se estiver tudo bem para v...
Eu a penetro com tanta força que vejo estrelas.
Não pelo impacto, mas por estar em sua boceta apertada e lisa sem
camisinha.
Inferno, eu nunca perdi o controle assim antes.
— Cristo, você está bem, querida?
Com os olhos vidrados e cheios de prazer nebuloso, ela envolve as
pernas em volta da minha cintura e me dá uma resposta de uma palavra que
tira todo o controle que eu estava mantendo.
— Mais.

***

Depois de batizar o celeiro mais uma vez, acabamos voltando para a


casa principal, mas não passamos por toda a sala de estar antes de eu tê-la
nua novamente.
Para ser justo, faço um esforço concentrado para levá-la para cima.
Ela é quem tropeça e cai no meu pau antes de chegarmos lá.
Eu mencionei o quanto eu amo sua falta de jeito?
Claro, cavalheiro que sou, certifico-me de que seu próximo orgasmo
aconteça em uma cama adequada. Claro, ela pode dizer que eu a torturei
deixando-a no limite meia dúzia de vezes, mas nenhum júri (pelo menos
não um júri de homens) me culparia por não ser capaz de manter minha
boca longe de sua boceta quando ela estava acenando na minha frente por
todo o caminho até a escada.
Jesus, sou insaciável quando se trata de Katelyn.
Mesmo agora, estou ficando duro só de olhar para ela meio
adormecida na minha cama. Ela se encaixa bem lá.
Ela parece que pertence ao lugar.
Pedir a uma mulher para ficar comigo até de manhã é algo que
nunca fiz, então, sério, ainda bem que nem vou tentar com Katelyn.
Inferno não, eu não vou perguntar a ela.
Ela vai ficar na minha cama até de manhã e pronto.
Ainda bem que ela gosta da minha cama.
— Eu juro, nunca senti lençóis tão macios antes — ela murmura
satisfeita. — Estou avisando, posso roubar alguns desses travesseiros de
você. Desculpe, não sinto muito.
Eu rio.
— Eu não a culpo. Esta cama e todas as roupas de cama são
literalmente as únicas coisas que guardei do meu loft na cobertura.
À menção da minha antiga cobertura, ela fica com o mesmo olhar
ligeiramente estranho e nauseado de sempre. Eu realmente nunca conheci
outra mulher tão desconfortável com meu dinheiro.
Eu adoro isso.
Mas estou curioso sobre uma coisa.
— Se tivéssemos nos conhecido quando eu ainda morava na cidade
e usava terno todos os dias, você teria saído comigo?
— Hum... — ela para.
Ela parece tão atingida pela situação hipotética que estou dividido
entre rir e beijá-la até a morte.
— Para ser honesta... — Ela me dá um sorriso triste. — Eu
provavelmente teria tornado impossível para você me convidar para sair.
Estamos falando que eu correria na direção oposta se eu te visse na minha
direção.
Ok, agora estou rindo.
— Tão drástico?
— Me chame de exigente, mas prefiro botas de cowboy a
abotoaduras.
— Mas é mais do que isso, não é?
Ela me dá um pequeno aceno de cabeça.
— Eu só quero viver uma vida simples. E ser feliz. Meu pai nunca
estava satisfeito com o primeiro e, como resultado, passava todos os dias
sem conseguir o segundo. É por isso que eu o teria evitado se o conhecesse
antes de se tornar fazendeiro. Teria sido um julgamento precipitado, eu sei,
e isso é terrível da minha parte, mas é a verdade.
Penso em como minha vida tinha sido diferente naquela época, em
como me afastei do homem que me arrependi de ter me tornado, o homem
que jurei no túmulo do meu irmão nunca mais ser.
— Na verdade, isso teria sido uma avaliação justa de mim na época.
Não estou dizendo que era remotamente parecido com seu pai, mas apenas
fazer parte daquele mundo ao qual eu costumava responder antes tornava
minha vida tudo, menos simples. E você está certa, eu não era feliz. Não
como eu sou agora.
— Então você não teria ficado chateado se eu tivesse fugido de
você?
Eu sorrio.
— Eu teria entendido. Mas você está se enganando se pensa que eu
não teria perseguido você... e, eventualmente, conseguido te pegar.
— Sinto muito, você disse “me pegar” ou “me algemar”? Porque o
último realmente não conta — ela brinca, correndo para fora da cama antes
que eu possa convencê-la a retirar isso.
Eu deixo escapar um rosnado quando começo a persegui-la ao redor
da sala.
— Você não acha que eu poderia ter pego você sem ter que recorrer
a algemas?
— Não — ela canta, os olhos brilhando de diversão.
Inverdades mais escandalosas.
Eu me atiro para frente e rapidamente ganho o cabo de guerra sobre
o lençol que ela pegou para se cobrir... apenas para me pegar gemendo
apreciativamente enquanto a vejo correr de volta para a cama nua para
pegar um travesseiro em seguida, abrindo mão da modéstia desta vez em
favor de ter uma arma cheia de penas para me bater, levantando-a bem
acima de sua cabeça.
Isso é sexy como o pecado.
E agora decido que é hora de combater fogo com fogo. Com ela
olhando com o lábio inferior preso entre os dentes, coloco a mão no meu
pau agora duro como pedra.
— Você está tentando sugerir... — Eu dou a ela uma única e lenta
bombeada ao longo do meu eixo para ter certeza de que tenho sua atenção
total. — Que sem as algemas, eu não teria a chance de fazer perversidades
com você?
Ela levanta os olhos para encontrar os meus e balança a cabeça um
pouco, como se estivesse tentando se orientar.
— Uhm... sim? — ela responde, soando como se não tivesse mais
ideia do que estamos falando.
— Entendo.
Honestamente, não tenho ideia de por que diabos não fazemos jogos
nus como este antes de hoje; Estou tão excitado agora que é insano.
Com Katelyn dando um passo inconsciente em minha direção
enquanto continuo a deslizar um punho apertado para cima e para baixo em
meu pau, começo a canalizar minha própria versão pornô do Flautista de
Hamelin até que ela esteja fora da cama, e eu esteja perto o suficiente para
abrir a gaveta da mesa de cabeceira para as algemas em questão.
Eu as balanço pelo meu dedo indicador por exatamente meio
segundo antes que minha pequena e sexy deusa guerreira jogue o
travesseiro de lado.
Mas não em derrota.
Em vez disso, para que ela possa me atacar e fazer o que quiser
comigo.
Inferno, Winston está certo. Tenho certeza que quero me casar com
essa mulher.
CAPÍTULO 20

| KATELYN |

Estou terminando o turno na loja de tecidos quando meu telefone


toca.
— Professor Cooper? — Estranho. Ele quase nunca me liga à noite.
— Algum problema com a análise de dados que enviei ontem?
— Claro que não. Seu trabalho foi exemplar como sempre. Na
verdade, estou ligando com algumas notícias dos relatórios de história da
terra que fizeram no rancho do Sr. Walker, que tenho quase certeza de que
nem você nem o Sr. Walker estão cientes.
— Parece ameaçador.
— Na verdade, é bem o contrário. Você sabia que quando seu avô
vendeu a fazenda para o dono anterior a Cade, ele ficou com os direitos
minerários?
Eu tenho uma sensação estranha.
— Não. Eu não fazia ideia.
— Como eu pensei. Bem, com a morte de seu avô, os direitos
naturalmente foram passados para sua mãe. E então, quando sua mãe
morreu...
Eu fico boquiaberta no telefone.
— Você está dizendo que os direitos minerários da propriedade de
Cade ainda pertencem à minha família?
— Não apenas à sua família, mas a você especificamente, Katelyn.
Eles pertencem a você.
— Mas Cade nunca disse nada. Eu tenho entrado sorrateiramente
em seu rancho por meses. Ele sabe meu nome. Por que ele não teria me
confrontado sobre isso? Ser direto é o tipo de coisa que ele faria.
— Por mais estranho que seja, é possível que ele não saiba.
Pesquisei um pouco mais e parece que ele pagou em dinheiro pelo rancho,
sem fazer perguntas. Na maioria das vendas de terras, os direitos minerais
seguem os direitos da terra, salvo indicação em contrário. Dada a venda
rápida em dinheiro e, francamente, o vendedor não tão respeitável com
quem estava negociando, ele pode não saber que os direitos minerários
haviam sido destacados em uma venda anterior. Pelo contrato em si, que
parece básico demais para uma venda desse tamanho, para ser sincero, nem
tenho certeza se os advogados dele fizeram a devida diligência, o que é
bastante alarmante, considerando o patrimônio líquido do Sr. Walker.
Não está totalmente fora das possibilidades, dada a rapidez com que
Cade abandonou sua antiga vida.
— É possível que ele não tenha executado o negócio por seus
advogados. — Seu irmão morreu protegendo os animais daquela
propriedade. Depois disso, Cade simplesmente abandonou a vida na cidade
e comprou o rancho.
— Entendo. Bem, isso certamente explica a compra acelerada. E
considerando o que li sobre o proprietário anterior, ele provavelmente não
se manifestou sobre os direitos minerais que ainda pertencem à sua família,
o que ele deveria ter divulgado.
Jesus, toda vez que ele diz isso, sinto uma pontada confusa no
estômago. O fato de ainda ter algo me conectando com minha família é
simplesmente... mais do que jamais pensei ser possível.
Depois que mamãe e eu tivemos que deixar o rancho para mudar
para a cidade, não havia uma noite que eu não sonhasse em voltar para lá.
Enquanto crescia, lembro-me da maioria dos meus amigos querendo barbies
e bicicletas, enquanto eu queria kits de rochas e um saco de dormir. E
embora eu não fale mais com ninguém com quem cresci, imagino que a
maioria deles ainda tenha pelo menos alguma família. Não tenho ninguém,
nada a que me agarrar.
Mas agora eu tenho isso. Os direitos minerais de mais de quinze mil
acres que meu avô amou o suficiente para manter e passar para minha mãe
e para mim.
Minha mente está girando.
Porque a verdade é que, se o dono atual fosse qualquer outra pessoa
que não Cade, tenho certeza de que não me sentiria em conflito com tudo
isso. Mas estou. É muito conflituoso.
No meu silêncio prolongado, o professor Cooper pergunta
gentilmente:
— O que há de errado? Diga-me o que está te incomodando sobre
tudo isso. Achei que ficaria feliz.
— Se fosse qualquer outra pessoa, menos Cade, eu reivindicaria os
direitos minerais da minha família em um piscar de olhos.
— Por que isso deveria impedi-la? Você não me disse outro dia que
o próprio Cade disse que você poderia ficar com qualquer pedra que
encontrasse na propriedade dele? Eu sei que não é exatamente a mesma
coisa, mas de tudo que me contou sobre o homem, eu realmente não acho
que ele se importaria de uma forma ou de outra sobre qual de vocês possui
os direitos. Essencialmente, nada mudaria entre vocês dois. A menos que...
— Ele para antes de dizer o que eu sei que ele está pensando.
— Não, eu não cavaria toda a terra dele. E o senhor está certo.
Nada mudaria. Cade provavelmente não se importará nem um pouco com
quem possui os direitos minerais.
— Então qual é o problema?
Eu suspiro.
— O problema é que a Califórnia é um estado de propriedade
comunitária.
Um silvo de compreensão ecoa pela linha telefônica.
— Você realmente acha que seu pai voltaria a entrar em sua vida
apenas para lutar contra você por esses direitos?
Por quinze mil acres de direitos minerais? Gostaria de poder dizer
que conhecia meu pai bem o suficiente para dizer definitivamente de uma
forma ou de outra. Mas a verdade é que eu realmente não sei. Se formos
pelo seu histórico, eu teria que presumir que ele o faria.
— Como ele e minha mãe só se divorciaram oficialmente depois
que meus avós faleceram, e não posso provar que ela não sabia que era a
proprietária dos direitos minerais antes de os advogados de divórcio
dividirem tudo, tenho certeza que ele vai dizer que merece metade.
A verdadeira questão é o que ele poderia fazer com sua metade dos
direitos.
— Se meu pai decidir que quer que um juiz o deixe cavar a terra de
Cade só para ver se há algo de valor para escavar completamente, eu teria
que lutar contra ele no tribunal. Mal tenho dinheiro para pagar minhas
contas; Não tenho fundos para uma batalha legal prolongada. O senhor e eu
sabemos quanto tempo os processos de direitos minerais são em
julgamentos, e como eles podem ficar feios.
— Nenhum juiz razoável permitiria que ele se empolgasse demais.
Especialmente se Cade fornecer os advogados dele para defender seus
direitos à terra.
— Não, a menos que meu pai encontre algo pelo que valha a pena
fazer uma escavação completa.
— Você acha que há algo a ser encontrado?
Quando não respondo de imediato, ele suspira audivelmente:
— Katelyn, se você já acredita que existe algo de valor, um juiz
decidirá a favor de seu pai para pelo menos fazer uma avaliação para
determinar os recursos externos. Sim, eles serão restritos quanto à
destruição que pode causar à terra, mas...
— Qualquer intervenção seria demais — eu respondo
resolutamente. — Mesmo para uma avaliação preliminar, eles ainda
conseguem cavar a área que qualquer geólogo treinado verificaria
logicamente primeiro. E essa é a área que Cade mais protege. Onde correm
os cavalos selvagens. Os mesmos cavalos selvagens que seu irmão morreu
tentando proteger. E quando eles encontrarem minerais que valem a pena
minerar, o que meu instinto, e o instinto de meu avô, dizem que
encontrarão, não haverá nada que impeça meu pai de escavar até que ele
tenha saqueado a terra até o fim.
E no processo, destruindo tudo de valor para Cade e para mim.
— Santo Deus, que confusão. E eu pensando que ia dar boas
notícias para você esta noite. Sinto muito, Katelyn. Se eu… soubesse...
— Não, não se desculpe. Que bom que o senhor descobriu
primeiro. Estou feliz por saber. Porque agora posso bolar um plano.
Só de imaginar toda aquela bela terra destruída praticamente me
deixa louca.
— Eu só tenho que fazer meu pai ceder sua metade dos direitos para
mim — eu anuncio. Simples assim.
Claro que não sou ingênua o suficiente para pensar que ele fará isso
pela bondade do seu coração.
— Ele vai querer dinheiro em troca. Quanto puder conseguir. Essa é
a parte menos complexa. — É por isso que não posso envolver Cade em
nada disso.
Essa é a parte mais complexa.
— Katelyn, você realmente acha que é uma boa ideia tentar fazer
isso sozinha? Cade tem muito recurso à sua disposição. Inferno, ele
provavelmente poderia acabar com seu pai no tribunal.
— É provável. Mas quem sabe o que meu pai fará quando descobrir
que tem metade dos direitos minerais da terra de um bilionário? Quando se
trata do homem que literalmente deixou a mim e minha mãe como um
ladrão no meio da noite, tudo é possível.
Preciso resolver isso sem que Cade se envolva. Ele já sofreu perdas
suficientes sem alguém como meu pai profanar tudo o que ele ama. Não
posso colocar isso sobre Cade. E não vou. Ele já se tortura bastante com
seus demônios.
O meu eu posso matar com um telefonema.

***

— Então deixe-me ver se entendi.


Eu mordo o interior da boca para manter a bile baixa quando ouço a
ganância audível já evidente na voz do meu pai.
— Você me liga do nada para me dizer que acabou de descobrir que
você e eu possuímos os direitos minerais do velho depósito de lixo nas
terras que seus avós costumavam possuir. E você quer me dar o
apartamento em que mora agora pela minha metade desses direitos?
— Sim. Meu apartamento vale entre cento e cinquenta e duzentos
mil no mercado atual, caso esteja com pressa.
Pronto, isso deve ajudar a fechar o negócio.
— Qual é a pegadinha? — ele pergunta desconfiado.
— Sem pegadinhas. Eu sou dona do apartamento livre e
desimpedido; terminei de pagar a hipoteca no ano passado.
— E você só quer trocar seu condomínio livre e limpo por uma
pilha de rochas? Você realmente espera que eu acredite nisso?
Quão pouco ele me conhece.
— É verdade. Eu faria mais por menos pedras.
— O que você acha que eu sou? Idiota? O que há de errado com seu
apartamento? É um poço de dinheiro? Um lugar de merda como aquele
lixão em que tínhamos que morar com seus avós?
— Não! Meu apartamento está em ótimas condições.
Sério, o que diabos minha mãe viu neste homem?
— É pequeno — porque foi tudo que a minha mãe pôde pagar
depois do divórcio —, mas fica em um ótimo bairro. E o prédio é muito
legal. Você mesmo pode conferir as especificações.
Talvez tenha sido minha menção ao divórcio, mas sua voz soa muito
mais aceitável quando ele diz:
— Vou ter que enviar um avaliador para dar uma olhada.
— Claro. Estarei em casa a semana toda.
— Qual é a pressa? — Agora ele voltou a soar duvidoso
novamente.
De improviso, digo a primeira coisa que me vem à mente.
— Vou me formar em breve. No mestrado. E eu tenho uma bolsa de
pós-mestrado no Norte, então vou me mudar de qualquer maneira.
— Oh. Bem, parabéns por isso. Parece que você saiu muito bem
sozinha.
Uau, tão estranho.
— Bem... obrigada. De qualquer forma, é por isso que quero
resolver isso o mais rápido possível.
— Eu ainda não acho que você está me contando tudo. Por que
você está querendo me dar seu apartamento pela minha metade desses
direitos minerais? Há petróleo nesta terra ou algo assim? Você está tentando
enganar seu velho?
— Não. Sem petróleo. — Eu escolho minhas palavras com
sabedoria. — Também não há ouro. Mas o vovô manteve esses direitos e os
passou para a mamãe. Isso é tudo que me resta deles. E embora possa ser
apenas uma pilha de rochras para você, para mim significa algo.
— Oh sim, você estava sempre às voltas com todas essas coisas de
geologia científica como seu avô.
— Eu ainda estou. É isso que consiste o meu mestrado.
Se é possível ouvir uma pessoa revirar os olhos ao telefone, estou
ouvindo agora.
— Então é só isso? — ele pergunta novamente, soando cada vez
menos cético. — Você só quer esses direitos pelo valor sentimental e
porque gosta de estudar rochas? Porque eu prometo a você, se estiver
escondendo algo de mim, eu vou descobrir. Se estiver planejando escavar
uma grande fortuna depois que eu assinar meus direitos, enviarei meus
advogados atrás de você, acredite em mim. Não só vou conseguir o que é
meu, mas vou conseguir que um juiz te ferre com danos adicionais por reter
informações de mim. Então, última chance de confessar se você está apenas
fazendo tudo isso para tentar me enganar.
Bem, ele apenas tornou tudo cem por cento mais fácil.
— Posso garantir que não tenho intenção de escavar aquela terra —
digo com total honestidade. — Posso até mesmo colocar essa promessa por
escrito para seus advogados, se isso o fizer se sentir melhor.
Um grunhido em silêncio é sua única resposta a isso.
Depois de um minuto, finalmente, ele diz:
— Sim, tudo bem. Temos um acordo. Dou a minha metade da sua
herança de pedras, e você me dá o seu apartamento. Vou ligar para o meu
advogado agora mesmo.
Eu vou me preparar para desocupar a única outra casa que já
conheci.
CAPÍTULO 21

| CADE |

Na semana passada, Katelyn esteve distante.


O fim de suas duas semanas no rancho chegou e passou no início da
semana. E, verdade seja dita, uma parte de mim realmente não esperava que
ela fosse embora.
Mas ela foi. E não voltou desde então.
Claro, antes, quando ela estava invadindo, ela só vinha uma ou duas
vezes por semana, então não é como se ela estivesse muito atrasada para
uma visita ou algo assim. E nas poucas vezes que conversamos ao telefone,
ela disse que tinha muito trabalho e coisas da faculdade para resolver. Ainda
assim, não consigo me livrar da sensação de que algo está errado. Odeio
não saber se ela está passando por algo e não quer me contar.
Mais do que isso, eu realmente odeio que ela não esteja aqui. Não
apenas no rancho, mas na minha vida como um todo.
Durante as semanas em que ficou no rancho, ela fez da casa um lar,
um lugar para o qual valia a pena voltar. Agora, tudo está muito quieto,
muito vazio.
Pendurando minha jaqueta, vou para a cozinha, morrendo de fome
porque trabalhei durante o jantar novamente. Quarta vez esta semana. Mas
sem Katelyn aqui, não há muito motivo para eu voltar para casa, então
geralmente fico fora e trabalho até ficar cansado demais para continuar.
E desde que tenho dormido como uma merda sem Katelyn na minha
cama comigo todas as noites, basicamente estou exausto a ponto de ser um
idiota total para meus funcionários. Não que eles tenham dito alguma coisa.
Eles sabem que eu sinto muita falta dela. Eles também sentem.
Quando ela estava aqui, todos nós costumávamos comer juntos
como uma família grande e felizes pelo menos algumas noites por semana.
Agora que os caras voltaram a comer sozinhos na hora das refeições,
ninguém se senta para comer juntos desde então.
Nenhum de nós está feliz sem ela aqui.
Abro a geladeira mesmo sabendo que está praticamente vazia, mas
dou uma segunda olhada quando vejo todas as prateleiras cheias de comida
até a borda, todos os recipientes com post-its fofos e perversos endereçados
aos meus rapazes, avisando a todos que se eles roubarem alguma comida de
mim, ela cortará o pão de milho por um mês.
Porra, eu senti falta dela.
— Você quer que eu aqueça algo para você?
Eu empurro minha cabeça até o topo da escada e a vejo parada lá
como a porra de um sonho. Batendo a porta da geladeira, subo dois degraus
de cada vez para chegar até ela.
— Você trabalhou até tarde esta noite — diz ela com uma careta.
— Deve estar com muita fome.
Eu bato minha boca na dela e a carrego, envolvendo suas pernas em
volta da minha cintura enquanto a levo direto para o meu quarto. Quando
chegamos lá, a única razão pela qual paro de beijá-la é para poder dar um
passo para trás e olhar para ela para ter certeza de que está realmente aqui.
— Você deveria ter me dito que estava vindo. — Passo os olhos
pelo rosto dela, observando os sinais de estresse e tristeza que não existiam
antes. — Eu teria voltado para casa mais cedo.
— Eu queria te surpreender. E como esqueci de devolver a chave
quando saí...
— É sua — eu interrompo. — Fique com ela.
Ela pisca para mim, mas não diz nada.
Katelyn ficar quieta por qualquer motivo é a última prova de que
preciso para saber que meu instinto está certo.
— O que há, querida? Fale comigo. Eu sei que há algo errado.
— Estou apenas trabalhando em algumas coisas agora. Eu cuidei de
tudo. Não se preocupe. Tudo vai acabar logo.
Eu entendo que ela é forte e independente. E eu amo isso nela,
respeito muito ela por isso. Independentemente disso, ser incapaz de ajudá-
la está me matando.
Eu estudo sua expressão tensa por um longo tempo e apenas deixo
cada cenário pior passar pela minha cabeça, preocupado agora que seja algo
com que eu literalmente não posso ajudá-la.
— Querida, você está doente de novo? Porque se estiver, não
deveria ficar sozinha em seu apartamento. Daquela vez que você ficou de
cama, eu não conseguia mandar meus caras nem a metade do que eu queria.
Mas se você ficar aqui, todos nós podemos nos revezar e ficar de olho em
você 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Ela lamenta surpresa.
— Você ficou com ciúme naquela época?
— Claro. Você estava doente. Mas todos ficaram felizes em ir; não
é como se eu os tivesse forçado nem nada. Você sabe o quanto todos eles te
adoram.
Ela suspira e se inclina para frente para envolver os braços em volta
da minha cintura e colocar a cabeça no meu peito.
— Senti saudades de vocês. De todos vocês.
Em seu tom quieto e melancólico, estou oficialmente perdendo a
cabeça.
— Amor, me diga o que está te deixando tão triste. Eu posso ouvir
em sua voz.
— Prometo que contarei tudo em alguns dias. Apenas deixe-me
lidar com isso.
— Mais um dia — eu respondo rispidamente. — Vou esperar mais
um dia. E mesmo esperar tanto tempo vai ser quase impossível para mim,
mas faremos do seu jeito por enquanto. Depois disso, você tem que me
dizer alguma coisa. Qualquer coisa. Fechado?
Ela suspira.
— OK. Mas, por enquanto, podemos não falar sobre isso? Pode ser
apenas sobre nós agora? Porque eu realmente senti sua falta na semana
passada.
— Jesus, eu também senti sua falta, querida. Tenho sido um idiota
miserável sem você. Pensei em seqüestrá-la e arrastá-la de volta para cá
para poder acorrentá-la à minha cama pelo menos uma dúzia de vezes desde
que você partiu.
Balançando a cabeça, ela apenas ri baixinho.
— Sempre com as algemas.
— Você gosta das minhas algemas.
— Nós dois gostamos.
Inferno, esta mulher.
Ela me dá um olhar questionador então.
— Sabe, nunca tivemos a chance de ter aquela conversa que você
queria. E agora, com minhas duas semanas acabadas, eu não tinha certeza
de onde estávamos. Se nossa coisa temporária poderia continuar ou...
— Tire a roupa.
Seu corpo inteiro treme e sua voz fica rouca quando ela pergunta:
— Tem certeza de que não quer definir algumas regras básicas
primeiro?
— Katelyn, eu preciso sentir você gozando no meu pau. Preciso.
Não quero apenas mais do que oxigênio. Preciso. Agora. Ouvir você ainda
chamar essa coisa entre nós de temporário está me deixando louco pra
caralho. Então tire a roupa, querida. Agora.
Ela estremece e parece entrar em um pequeno transe sexy por um
tempo, então eu ajudo removendo todas as suas roupas para ela, provando
cada centímetro do seu corpo enquanto a despojo.
Cristo, eu senti falta disso. Não sei como diabos passei tantos dias
sem ela.
Engolindo em seco, eu luto contra o desejo de apenas meter meu
pau nela e foder ela na cama até que ambos gozemos com tanta força que
acordamos todo o maldito rancho.
Inferno, eu quero. E Katelyn definitivamente não está tornando as
coisas mais fáceis para mim ao deslizar a mão entre as pernas antes mesmo
de eu estar totalmente dentro dela.
Estou quase bêbado de desejo agora vendo-a esfregar seu pequeno
clitóris só porque ela sabe o quanto isso me deixa louco. Cerrando os dentes
enquanto luto para manter o controle, me forço a ir devagar e deslizo para
dentro dela centímetro por centímetro. Apenas golpes longos e profundos.
Não vou estragar sua primeira noite em meus braços colocando minhas
necessidades acima das dela.
Trazendo meus lábios para baixo nos dela, sinto um arrepio correr
por seu corpo quando atinjo aquele ângulo perfeito que a deixa ainda mais
úmida. Ela já está perto de gozar e me puxa até o limite junto com ela. Suas
costas arqueiam para mim e eu sinto seus músculos se contraindo, sua
boceta apertando. Porra, eu amo como ela é receptiva.
— Cade? — ela diz sem fôlego, segurando meu rosto nas mãos e
olhando para mim suavemente.
— Sim, querida?
— Eu também preciso. Eu preciso sentir você em mim. Sentir você
gozando só para mim. Forte e rápido.
E para sempre, porra.
Eu ouço na minha cabeça e sinto isso em cada célula do meu corpo.
Katelyn é para mim.
Eu começo a penetrá-la com mais força então, lutando contra o
desejo de gozar enquanto extraio seu prazer, beliscando seu clitóris até que
sua boceta está praticamente estrangulando meu pau quando ela começa a
gozar. Meu nome deixa seus lábios em um gemido e sei que estou a
segundos de perder o controle completamente. Realmente, como eu
aguentei por tanto tempo é um milagre.
Quando ela finalmente grita meu nome uma última vez e começa a
ordenhar meu pau com aquela boceta apertada e perfeita dela, eu sei que
estou perdido.
Eu explodo dentro dela, gozando mais forte do que nunca, indo tão
longe que quase desmaio antes mesmo de terminar de gozar.
Quando consigo recuperar o fôlego, ela está dormindo
profundamente em meus braços. E já sei que vou apagar e ter a melhor
noite de sono desde que ela foi embora.
Amanhã, digo a mim mesmo quando começar a investigar. Vamos
conversar e falar sobre tudo amanhã. Porque o lugar dela é aqui, droga.
Neste rancho, na minha cama. Comigo, ponto.
Esse é o último pensamento que tenho quando desmaio, segurando-a
com força.
Algumas horas depois, ainda está escuro quando sinto Katelyn
deslizar cuidadosamente para fora da cama. Silenciosamente, ela coloca
suas roupas antes de olhar para mim por um longo tempo.
Eu não digo uma palavra.
Embora vá contra cada fibra do meu ser, quando ela sai do meu
quarto alguns minutos depois, eu a deixo ir.
CAPÍTULO 22

| KATELYN |

Eu prendo a última das minhas caixas de mudança e as empilho na


porta.
Com todas as minhas rochas já fora do apartamento, descubro que a
soma restante da minha vida preenche apenas quatro caixas. Embora a
minimalista em mim seja orgulhosa desse fato, não posso deixar de pensar
no que o professor Cooper disse sobre eu não estar tão presente, bem, no
presente.
Embora ser forçada a sair de casa não seja o ímpeto ideal para eu
reavaliar minha vida, certamente é eficaz.
É hora de eu fazer algumas mudanças. Começando hoje. É por isso
que, logo depois de terminar aqui, vou até a casa de Cade e contarei tudo a
ele, como prometido.
Uma hora depois, com tudo o que possuo agora enfiado no meu
SUV, fico tentada a não atender ou telefone quando vejo o número do meu
pai no identificador de chamadas. Mas, eu quero terminar em paz. Nossos
advogados terminaram a papelada ontem. Espero que hoje seja a última vez
que terei que falar com o homem.
— Olá?
— Você me ferrou! — ele rosna como forma de saudação. — De
todas as coisas estúpidas que você poderia ter feito, nunca pensei que seria
tão burra.
Definitivamente um fim em paz depois de hoje.
— O que você está falando?
— Seu namorado bilionário mandou um monte de merda legal hoje.
Você tem alguma ideia de quanto meus advogados vão me cobrar para lidar
com toda essa porcaria?
— Espera, Cade fez o quê?
— Não se faça de inocente, de jeito nenhum um cara como ele faz
tudo isso por causa de uma pilha de rochas. Isso tem a sua cara.
— Eu realmente não tenho ideia do que Cade e seus advogados
fizeram ou deixaram de fazer.
— Você cedeu os direitos minerais a ele assim que eu os entreguei
a você — ele ataca como se eu tivesse cometido algum pecado mortal.
— Sim, eu cedi. — Informei Cade disso por meio de carta
certificada esta manhã. O fato de ele já ter mobilizado seus advogados
contra meu pai apenas algumas horas depois não me surpreende.
— Vocês dois jogaram comigo. Você sabe que há algo naquela
terra, então o acordo de direitos minerais que você fez comigo foi de má fé.
Vou ter um juiz do meu lado nisso. Se o seu namorado acha que pode me
assustar, ele claramente não sabe com quem está lidando. Eu não vou
simplesmente sair em silêncio.
No final de seu discurso raivoso, finalmente me ocorre o que o
deixou tão excitado.
— Você ainda vai tentar escavar a terra, não é? Mesmo depois de te
dar o apartamento. Você ia tentar fazer com que um juiz o deixasse avaliar a
terra para ter certeza de que não havia algo que valesse a pena minerar.
Quaisquer sentimentos familiares que eu ainda possa ter em relação
a este homem agora estão completamente mortos e enterrados.
— Deus, é sempre o mesmo com você. Você nunca está feliz com o
que tem; você está sempre procurando por algo mais, algo mais. Bem,
desculpe, eu arruinei seu grande plano de ganhar a todo custo, mas eu
estava dentro dos meus direitos de assinar esses direitos minerais para
Cade.
A exasperação enojada passa pela linha telefônica.
— Você é tão ingênua, como sua mãe. O cara é bilionário, Katelyn.
Você não acha que ele vai testar a terra? Você pode ser estúpida o suficiente
para acreditar no contrário, mas eu não sou. E acredite em mim, no segundo
em que ele encontrar algo, trarei meus advogados para receber minha parte.
Eu não estou preocupada. Nem mesmo uma pequena parte de mim
acredita que Cade faria isso. Ele teria direito, é claro. E não tenho a grande
suposição de que ele está protegendo a terra apenas por minha causa. Essa é
a parte que mais aprecio sobre a situação.
Antes que eu possa dizer a meu pai onde ele pode enfiar suas
suposições sobre Cade, meu celular é arrancado da minha mão.
Eu me viro e vejo Cade olhando calmamente para a tela do meu
telefone, a raiva silenciosa em sua expressão em desacordo com o quão
gentilmente ele está acariciando minhas costas com a mão livre. Por seu
olhar sombrio e mortal, qualquer um com dois olhos ativos pode ver quanta
raiva ele tem reprimido. E pelas nuvens turbulentas de tempestade
chegando, ele está se preparando para chover retribuição.
— Senhor Carr — ele resmunga em um tom pouco civilizado. —
Como você bem sabe, uma das principais estipulações na papelada que meu
advogado enviou era que você nunca mais entraria em contato com
Katelyn. Vendo como você já está violando esse acordo, você vai ouvir meu
advogado em cerca de cinco malditos segundos. A vida como você a
conhece agora acabou, seu pedaço de merda.
Clique.
Só depois disso, ele me devolve meu telefone.
— Ele vai pagar pra ver e aumentar a aposta — eu digo a ele,
tentando prepará-lo para que ele não perca o controle.
— Eu nunca blefo com idiotas. Liguei para meus advogados assim
que ouvi sua voz enquanto você falava com ele. Eu sabia que era ele ao
telefone. Meus advogados estão lidando com ele enquanto falamos.
Acredite em mim, ele terá sorte se tiver dois centavos para esfregar um no
outro quando eu terminar com ele.
Eu balanço minha cabeça.
— Não. Eu não quero isso. Eu não quero que ele sofra. Tudo o que
eu quero é que ele não possa tocar na sua terra. Só isso. Além disso, eu
simplesmente não quero nada com ele. Negativo ou não. Então, por favor,
ligue para seus advogados.
Ele exala um suspiro pesado e nada surpreso.
— Você e seu maldito coração. Tudo bem. Direi aos meus
advogados para pegarem leve com ele. Mas ainda vou dizer a eles para
fazerem o que for preciso para garantir que ele nunca chegue perto de você
em sua vida de novo.
— Isso é... libertador. Obrigada, Cade. — Respiro fundo pela
primeira vez em dias e me jogo contra o para-choque dianteiro.
Toda a tensão em seu corpo que começou a se dissipar assim que ele
desligou na cara do meu pai voltou com força total quando ele espiou o
interior do meu SUV lotado.
— Então, você está se mudando.
Mesmo que as chances de ele ainda não saber sobre meu acordo
com meu pai sejam quase nulas, eu ainda evito tocar no assunto.
— Decidi alugar um lugar mais perto do campus.
Era completamente verdade.
— Contrato de longo prazo? — ele pergunta depois de uma pausa
medida.
Uau, pergunta importante.
— Mês a mês.
Sua mandíbula aperta.
— Vamos voltar a isso. Primeiras coisas primeiro. Por que você não
me contou sobre estar com os direitos minerais junto com seu pai antes da
carta desta manhã? Você deveria ter vindo até mim. Você não tinha que dar
seu apartamento para aquele bastardo. Na verdade, se você me der alguns
dias, posso recuperá-lo para você.
Sorrindo, eu balanço a cabeça.
— Não. Honestamente, está realmente tudo bem. Minha mãe e eu
não passávamos muito tempo no apartamento. Era só onde dormíamos
depois do trabalho e da escola. Passamos quase todo fim de semana em
miniviagens em nossa perua surrada. Quando terminei o ensino médio, ela e
eu estávamos acampadas em todos os acampamentos da Costa Oeste.
Sua expressão suaviza.
— Isso parece incrível.
— Era. Quer dizer, eu estaria mentindo se dissesse que não vou
sentir falta do apartamento. Porque eu vou. Por ser um imóvel de um
quarto, mamãe e eu éramos colegas de quarto. Foi assim que experimentei
como era ter melhores amigos durante toda a minha adolescência esquisita.
Olho para o condomínio amarelo ensolarado em que passei mais da
metade da minha vida.
— Mas não é tão difícil quanto pensei que seria deixá-lo ir. —
Assentindo resolutamente, dou uma tapinha no capô do meu pequeno SUV
de confiança. — É hora de seguir em frente. E eu estou bem com isso.
— É o que isso tudo é? Você está seguindo em frente?
Assustada com sua voz, eu olho para cima e o vejo olhando para
mim com uma expressão séria enquanto ele diz rigidamente:
— Seu orientador de pós-graduação me disse que você finalmente
vai entregar aquela tese finalizada em que você está trabalhando nos dois
últimos anos e se formar oficialmente neste semestre.
— Você falou com o professor Cooper?
— Depois que recebi sua carta certificada, pedi à minha antiga
assistente pessoal que fazia qualquer mágica para desenterrar informações
sobre as pessoas e obter uma lista de todas as pessoas em sua vida que eu
poderia contatar para descobrir o que mais você está escondendo de mim.
— Entendi. Deve ter sido uma lista curta. Então ela colocou você
em contato com o professor Cooper?
— Na verdade, ele me ligou primeiro.
Huh. Isso, eu não esperava.
— Seu professor ligou para me dizer que ele e a esposa iriam
alugar um quarto extra para você até se formar. E então ele continuou me
dizendo que se eu não me apressasse e tomasse uma atitude, você iria para
sua a faculdade no Norte e sairia da minha vida.
Nossa, quem diria que mentores acadêmicos poderiam ser tão
intrometidos?
Cade cruza os braços e me perfura com um olhar.
— Eu informei ao seu professor que se eu soubesse que você estava
pensando em se afastar de mim, eu teria algemado sua bunda na minha
cama antes que terminasse de se explicar.
Sério, como diabos ele consegue fazer declarações insanas como
essa serem tão adoravelmente sexy é algo que jamais entenderei.
— Eu ia te contar. Mas queria ter certeza de lidar com meu pai
primeiro. Porque...
— Porque você estava tentando me proteger dele — ele diz com
partes iguais de agradecimento e incômodo.
— Sim.
— Droga, Katelyn. — Ele me puxa para seus braços e enterra o
rosto no meu cabelo. — Como diabos você pode pensar que eu ficaria bem
com você simplesmente indo para o Norte? — Ele se afasta e me suga mais
fundo em seu vórtice com aquele olhar intenso dele. — E não me venha
com mais conversa de relacionamento temporário. Você e eu sabemos que
essa coisa entre nós nunca foi temporária. Não desde o primeiro dia em que
você invadiu minha propriedade.
Ok, realmente começando a derreter agora.
— Eu esperava que não fosse.
— Não é. Então, você ainda está levando tudo isso para alugar
aquele quarto vago ou vai trazer de volta para o rancho ao qual pertence?
— Cade...
— Não tente negociar comigo agora, Katelyn. Porque só de pensar
em você me deixa tão fodido que não vou ser nem de longe razoável.
Apenas me diga que você vai voltar direto para o rancho com suas coisas.
Vamos descobrir toda a parte da distância mais tarde. Não gosto da ideia de
ficar longe do rancho por muitos dias, mas absolutamente odeio a ideia de
ficar longe de você por mais do que alguns dias. Então, vou elaborar um
plano com Jonah cuidando das coisas enquanto eu estiver fora, que
funcionará com sua agenda de escavações e...
Eu selo meus lábios sobre os dele para detê-lo antes que eu seja
reduzida a uma pilha de gosma.
Claro, Cade sendo Cade, imediatamente assume o controle do beijo,
me deixando praticamente sem sentido e desossada em meros segundos.
— Isso é um sim, querida? — ele pergunta rispidamente, a
respiração tão irregular quanto a minha.
Demoro um pouco para focar meu cérebro o suficiente para
responder:
— Cade, o professor Cooper mencionou a parte sobre eu só ter
necessidade de estar no local de escavação durante o verão? Depois disso,
tenho toda a intenção de voltar para cá como minha base para cumprir o
restante dos aspectos do pós-mestrado e apenas dirigir até lá a cada duas
semanas, conforme necessário.
Ele franze a testa.
— Não. Ele não explicou essa parte. Mas, para ser justo, fiquei
louco assim que o ouvi mencionar que você se mudaria para o Norte, então
não acho que tenha sido uma omissão deliberada da parte dele.
Eu sorrio para ele.
— Então, essa informação adicional ajuda a acalmá-lo?
Desta vez, sua carranca está totalmente confusa.
— Por que diabos a duração do seu tempo no Norte importaria? Já
disse, não gosto da ideia de ficar longe de você nem que seja por alguns
dias.
Ele enfia a mão no bolso para pegar uma pequena bolsa de veludo e
uma caixa de veludo ainda menor.
— O que me lembra que vou precisar que você coloque algo para
mim nos dias em que estivermos separados. Não quero nenhum idiota da
geologia pensando que você está livre enquanto estiver lá em cima.
— Cade, pare. — Meus joelhos estão tão perto falhar. — Você não
pode simplesmente propor porque meu professor te assustou esta manhã.
Ele olha para baixo por um instante antes de balançar a cabeça
maravilhado.
— Jesus, mulher. É por isso que você acha que estou propondo? —
Ele gentilmente tira minhas mãos de seus ombros e as abre com a palma
para cima entre nós. — Estou com isso há mais de uma semana. — Ele
coloca um anel sem pedra em sua mão esquerda e, em seguida, despeja
cerca de uma dúzia de lindas pedras preciosas na minha direita.
Eu suspiro.
— Querida, eu admito, seu professor me fez perder a cabeça no
caminho para cá, mas eu já estava quase desequilibrado quando vi que você
deixou todas as pedras do seu avô em uma pilha na colina com vista para a
área dos Mustangs. Eu estava tentando descobrir o significado por trás disso
quando a ligação do seu professor me interrompeu e confirmou todos os
meus piores medos.
Desta vez, meu suspiro é ainda mais incrédulo.
— Como você sabia que eu entrei em sua propriedade esta manhã?
Foi a minha melhor invasão até hoje. Eu até estacionei a meia milha de
distância desta vez para evitar qualquer chance de detecção.
— Minha vigilância pegou você.
— Então você realmente tem câmeras cercando sua propriedade?
Eu sempre me perguntei isso...
Ele dá de ombros.
— Claro. Mas não é dessa vigilância que eu estava falando. — ele
continua. — Winston me ligou no nascer do sol para me dizer que você
pulou a cerca e se dirigiu para a colina perto da área de cavalos selvagens.
Meu queixo cai em descrença.
— Winston ligou para você?
— Sim. Aquele velho rabugento intrometido me ligava toda vez que
pegava você entrando sorrateiramente na minha propriedade desde o início.
Foi menos divertido depois que você começou a visitá-lo antes de invadir, é
claro, mas ainda acho que um dos pontos altos de suas semanas era me ligar
para me dizer que você estava rondando minhas terras.
Bem, eu estava surpresa. Não fazia ideia disso.
Cade acrescenta casualmente:
— Na minha opinião, se não fosse por ele, eu não teria conseguido
pegá-la todas as vezes que invadiu.
Lágrimas imediatamente inundam meus olhos.
— Sério?
— Sim. — Ele puxa um pacote de viagem de Kleenex do bolso. —
Aqui. Achei que você ficaria toda entusiasmada com isso, então vim
preparado.
Sem uma mão livre para pegar os lenços, Cade resolve rapidamente
o problema de colocar o anel no meu dedo anelar da mão esquerda.
Adoração instantânea e posse total lavam sua expressão.
— Agora é só escolher qual pedra você quer usar, querida, e eu vou
colocá-la no anel.
— Mas eu ainda nem disse sim.
Ele captura meus lábios em um beijo forte e rápido.
— Esse “ainda” vai me satisfazer por enquanto. Avise-me se você
não gostar de algumas dessas pedras. Acho que, já que pedras são a sua
praia, essa deve ser a sua escolha.
É quando dou uma boa olhada nas pedras preciosas que ele quer que
eu escolha.
— Cade, deve ter mais de um milhão de dólares na minha mão
agora.
— Aproximadamente. O suspense está me matando, querida. Que
pedra você escolhe? Tenho um palpite que sei qual.
Embora cada pedra seja positivamente impressionante, apenas uma
delas está fazendo meu coração disparar e derreter ao mesmo tempo.
E é exatamente essa que ele pega para que eu possa olhar mais de
perto.
— Eu sabia que ia ser essa. É um diamante bruto e não lapidado.
— É lindo.
— É seu. — Ele reembala o resto das pedras e as enfia de volta no
bolso como se fossem moedas.
Sério, vou levar um tempo para ,e acostumar com todo esse negócio
de bilionário.
Com a pedra linda e não polida na mão, Cade se ajoelha.
— Apesar do que você pensa, não estou triste porque estou
preocupado que você vá fugir e me deixar. Estou pedindo que você se case
comigo porque não consigo imaginar minha vida completa sem você.
Porque eu quero preencher a sua vida da mesma forma que você preenche a
minha. Porque eu nunca quero que sinta que está sozinha neste mundo, ou
que não tem um lugar neste mundo. Porque eu quero uma família grande e
feliz com você. E por inúmeras outras razões que eu vou passar uma vida
inteira te lembrando. Então, apenas diga que vai se casar comigo, Katelyn.
E me faz o maldito homem mais feliz deste planeta.
No segundo em que ele coloca o diamante bruto e não lapidado em
minha mão, um coro ensurdecedor de assobios, berros e buzinadas do outro
lado da rua engole meu sim. Mas pelo beijo de tirar o fôlego que Cade
planta em meus lábios, claramente, ele me ouviu muito bem.
Quando finalmente recupero o fôlego e me lembro de que temos
uma audiência, me viro para ver todos os caras do rancho e Winston,
ocupando as caçambas de três caminhonetes do outro lado da rua.
Winston acena para nós com seu rifle e grita com a testa franzida:
— Vocês dois não estão planejando um daqueles longos noivados,
estão? Porque eu não estou ficando mais jovem. Quero levar Katelyn até o
altar antes de morrer.
Sem perder o ritmo, Cade late de volta com um sorriso bem
disfarçado:
— Todos nós sabemos que você vai viver até os cem anos e, sem
dúvida, nos deixar malucos o tempo todo, então pare com o teatro, seu
velhote.
Enquanto a dupla continua a brigar, os caras riem e eu também.
Nos últimos dois meses, sempre que meu professor perguntava o
que exatamente eu estava procurando quando me esgueirava pelas terras de
Cade semana após semana, eu realmente não tinha uma resposta para ele.
Na verdade, acho que nem eu sabia.
A verdade é que posso ter começado apenas procurando por algo
que me conectasse ao meu passado. E considerando tudo o que aconteceu
com meu pai, talvez eu tenha encontrado mais do que inicialmente
esperava.
Mas também queria encontrar minha futura família louca e
maravilhosa.
E perfeita.
EPÍLOGO

| CADE |

= Sete meses depois =

Já se passaram sete meses desde que Katelyn aceitou se casar


comigo e eu juro, cada maldito dia é melhor que o anterior.
Na minha opinião, ela é basicamente minha esposa desde o
momento em que propus a ela, mas de acordo com o estado da Califórnia,
hoje é a data oficial em que ela se tornou minha e eu me tornei dela.
Durante todo o verão que ela passou no Norte, sempre que eu ia
visitá-la, simplesmente me referia a ela como minha esposa quando estava
fora de casa. E toda vez que ela me corrigia e dizia que ainda não era minha
esposa, apenas minha noiva, eu simplesmente rosnava e fervia e esperava
até colocar sua linda bunda nua na cama para mostrar a ela o que pensava
sobre aquele termo temporário sendo aplicado ao que ela era para mim.
Na verdade, meio que se tornou uma coisa. Eu até sugeri que ela e
eu conseguíssemos que um juiz nos declarasse oficialmente marido e
mulher meses atrás, argumentando que ainda faria a cerimônia e a recepção
como uma grande festa para celebrar esse vínculo quando fosse legal.
Winston e seu rifle tinham opiniões bastante fortes sobre essa ideia,
no entanto. E se há uma pessoa viva neste mundo que tem quase tanto
controle sobre o coração de Katelyn quanto eu, é aquele velho rei do drama
mesquinho.
Tudo isso dito, no segundo em que a vi caminhando pela igreja em
minha direção esta manhã em seu vestido branco e véu, todas as discussões
obstinadas que tivemos sobre o assunto ao longo dos meses desapareceram
no ar.
Trocar votos com Katelyn e deslizar aquela aliança de casamento
em seu dedo foi realmente um daqueles momentos profundos e decisivos da
minha vida. Tanto que fui até Winston logo após a cerimônia para agradecê-
lo por não ter me deixado apressar aquele momento, e todos os outros
momentos a partir de hoje.
O velho bastardo, é claro, está pairando sobre mim o dia todo.
Inferno, eu realmente espero que ele seja ainda mais insuportável sobre isso
na mesa do café amanhã de manhã.
E sim, estou ansioso por isso.
Todos nós começamos a jantar juntos novamente desde a primeira
noite em que ela se mudou para o rancho para sempre. Então, cedo na
manhã seguinte, todos os meus funcionários simplesmente apareceram em
nossa sala de jantar para o café da manhã com pratos vazios e expressões de
cachorrinho sem vergonha para Katelyn, o que, sem surpresa, apenas
agradou a ela e seu coração alegre infinitamente.
Desde então, todos nós tomamos café da manhã e jantamos juntos
como uma família grande e disfuncional praticamente sem falta. Mesmo
nos meses em que ela estava morando no Norte, todos nós fazíamos questão
de tomar nosso café da manhã com cereais e de jantar nossas latas de chili
todas as noites à mesa.
Falando em tradições gastronômicas…
Winston acabou se mudando apenas alguns dias depois de Katelyn,
e pouco antes da primeira refeição para a qual ele se sentou conosco, ele
pediu para ficar sempre na cadeira oposta a mim na outra cabeceira da mesa
de jantar. Tem sido a cadeira dele desde então, o que é bom para mim,
porque Katelyn sempre se senta ao meu lado em todas as refeições, e eu
poderia dar a mínima para o que a etiqueta de jantar formal dita sobre isso.
De certa forma, acho que também foi um pouco simbólico que ele
reivindicou aquele assento como seu, porque todos nós meio que o
adotamos como o segundo patriarca do rancho daquele dia em diante.
Tirando todas as reclamações provocativas, estou feliz por ele estar
aqui. Ele é o companheiro permanente de Katelyn agora, quando ela está
fazendo sua exploração diária de rochas, que é a única razão pela qual não
me preocupo com ela saindo para suas pequenas aventuras como eu
costumava fazer. Porque eu sei que ele lutará contra uma cascavel ou atirará
em qualquer outra ameaça que possa aparecer sem hesitar.
E quanto à vida além do quarto e da sala de jantar, para mim, tudo
tem sido felizmente o mesmo em termos de rancho, mas Katelyn teve
alguns novos desenvolvimentos de carreira. O maior deles é que ela
começou a ensinar algumas disciplinas do curso de Introdução à Geologia
para calouros na universidade. E ela tem sido incrível nisso.
Seu mentor conseguiu uma permissão especial do departamento
para que suas aulas fossem ministradas completamente ao ar livre em
caráter experimental. Claro, este é apenas o primeiro semestre dela, mas a
julgar pelo fato de que havia listas de espera para entrar em todas as suas
aulas, e uma série de iniciantes em geologia agora implorando a Katelyn
para ministrar mais cursos de graduação na universidade, eu diria que suas
aulas de teste se tornarão permanentes muito em breve.
Além disso, Katelyn também começou a acolher algumas visitas de
ciências da escola primária no local, o que significa que hoje em dia
estamos vendo um fluxo regular de alunos, desde crianças até
universitários, vagando pelo rancho e olhando para as rochas do jeito que
minha esposa faz.
Eles praticamente têm liberdade para explorar, com a seção única de
propriedade fora dos limites para eles sendo a área onde os Mustangs
correm, é claro. Porque, assim como ela prometeu ao colocar cada uma das
pedras de seu avô lá em cima como um memorial para meu irmão, Katelyn
tem protegido aqueles cavalos selvagens e a área que eles chamam de lar
para honrar a vida e o sacrifício de meu irmão.
Quando uma vez perguntei a ela por que ela nunca sai dessa maneira
para explorar rochas por conta própria, ela me disse que simplesmente não
havia nada lá fora que ela quisesse descobrir. Porque a pedra mais
importante e significativa que ela poderia encontrar naquelas cavernas
escondidas é a que eu já encontrei e coloquei em seu dedo anelar.
Embora, se a companhia de seguros perguntar, a pedra é de origem
desconhecida.
— Então — eu digo enquanto puxo Katelyn para o meu colo para
comer um pedaço do bolo de casamento. — Tive uma conversa interessante
com o professor Cooper agora há pouco.
— Oh? — ela responde inocentemente.
— Ele mencionou que você finalmente poderia fazer seu
doutorado.
— Eu sei. — Ela sorri, os olhos brilhando. — E eu já sei que vou
aprender muito nos próximos oito a dez anos.
Eu solto uma risada com isso.
— Já está planejando a rota panorâmica de novo, hein?
— Sim. O professor Cooper está definitivamente um pouco
preocupado com a possibilidade de precisar se aposentar mais tarde do que
o planejado agora. — Ela sorri. — Mas quando expliquei exatamente por
que iria querer demorar ainda mais do que demorei para terminar meu
mestrado, ele não fez objeções.
— É? E que motivo deu a ele?
Ela se inclina para sussurrar o motivo em meu ouvido e preciso me
controlar para resistir à vontade de gritar a notícia para todos os nossos
convidados.
Melhor presente de casamento que ela poderia ter me dado.
E ao contrário do longo prazo louco que tínhamos que esperar para
receber todos os sapatos de coelhinho encomendados para os rapazes depois
que ela e Winston, sem o conhecimento do resto de nós, brindaram nosso
noivado com um pouco de seu infame whiskey caseiro, eu diria que o prazo
de entrega de nove meses para este presente parece muito perfeito.

FIM
SOBRE A AUTORA

www.sashaburke.com

Sasha Burke lê romances desde que descobriu que sua biblioteca


local a emprestava qualquer tipo de livro que ela quisesse... provavelmente
muito mais jovem do que deveria ter começado.

Os heróis alfa possessivos e protetores sempre foram a maior


fraqueza de Sasha. Ler e escrever sobre eles, especialmente quando há uma
heroína mal-humorada envolvida, fez com que ela ficasse acordada muitas
noites ao longo dos anos.

Você geralmente encontrará Sasha por aí mimando seus muitos


cachorros, ou tentando aperfeiçoar a melhor receita de macarrão com queijo
do mundo (e incansavelmente praticando testes de sabor nessa busca), ou
hospedando noites de fajita ao ar livre para seus amigos sempre que puder.

www.sashaburke.com

[i]
Programa de mentoria americano e canadense em que jovens adultos voluntários cuidam de
menores de 5 a 16 anos por alguns períodos do dia criando um relacionamento familiar e ajudando a
manter os jovens longe de problemas.
[ii]
Bebida irlandesa servida quente com Whisky, mel, limão, ervas e especiarias.

Você também pode gostar