Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bella Jewel
#2 Wild Child
Série sem nome (livros independentes)
Revisão: Sil
Leitura: Dani
Data: 06/2017
~2~
SINOPSE
Cansada de viver na cidade, Rachel finalmente aceita uma nova
proposta de trabalho dos seus sonhos, e se muda para começar uma
nova vida em Colorado Springs. Ela tinha desistido dos homens e não
fica muito feliz quando descobre que seu vizinho não é apenas um
homem muito bonito, mas um homem muito chocante e arrogante.
~3~
A Série
~4~
Prólogo
— Eu não posso acreditar que você está realmente fazendo isso,
você está saindo, — minha melhor amiga, Lara, diz, seus olhos nos
meus, sua expressão triste.
Lara ri, seus olhos se iluminando. — Tenho certeza que você vai
encontrar uma maneira de gerenciar tudo isso. Talvez você encontre um
homem legal em Colorado Springs. Um cara das montanhas talvez.
~5~
— Era a opção mais barata, — eu aponto, sentindo-me
desconfortável novamente.
— Você viveu em uma cidade toda a sua vida, — diz Lara, como se
estivesse lendo meus pensamentos. Em seguida, ela começa a morder o
lábio inferior para parar de rir. — Como diabos você vai lidar morar em
uma cabana?
Eu engulo, e cruzo meus braços. — Bem, não, mas não pode ser
tão difícil.
Lara dá-lhe um olhar e ele ri. — Você vai ficar bem, Rach. As
pessoas são acolhedoras em lugares menores como esse, você fará
amigos facilmente.
~6~
O lábio de Lara treme de novo. Tento evitar olhar para ela, porque
se eu fizer, vou começar a chorar novamente também. E isso não vai
ajudar ninguém.
~7~
Um
— Aqui estão suas chaves e todas as informações relativas ao seu
contrato de locatário estão na cabine. Eu coloquei instruções sobre
como chegar lá na parte de trás. Se você tiver alguma dúvida, há uma
lista de números de telefone lá. Ficamos sempre felizes em ajudar.
Espero que você goste.
~8~
Eu olho para o número da minha cabana e percebo que estou com
a mais distante para a esquerda, na borda da floresta. A cabana no
meio está há uns bons cinquenta metros, portanto, definitivamente não
muito próxima, mas próxima o suficiente para conseguir ajuda se eu
precisar. Isso é bom para mim. Eu precisava de alguma solidão e queria
ficar longe da vida agitada da cidade. Às vezes, parece que eu
simplesmente não consigo pensar e muito menos encontrar tempo para
mim mesma.
Mas por agora, não vou passar meus fins de semana na cidade,
isso é certo.
~9~
são todos de madeira, mas não parece demais de qualquer maneira.
Funciona, os diferentes tons se misturam perfeitamente. Tem uma
grande sala de estar, com cozinha, sala de estar e sala de jantar em um
grande espaço aberto. Ando mais adiante, deixando cair minha bolsa
para baixo, e continuo seguindo em frente.
Certo?
~ 10 ~
Melhor ainda, espero que eu goste deles.
***
— Rachel.
~ 11 ~
rapidamente que eu quase tropeço, em seguida, abro a minha boca para
falar com meu vizinho, mas em vez de quaisquer palavras, minha boca
apenas trava aberta quando eu olho para o homem enchendo a moldura
da porta.
Meu. Jesus.
Mas é o rosto dele. Coberto com uma barba robusta, não muito
longa, não muito curta, apenas o suficiente para dar-lhe um ar
masculino perigoso. O cabelo escuro, desarrumado, caindo sobre sua
testa complementa seu rosto masculino que segura um par de olhos
mais profundos, mais escuros e castanhos que já vi. Seu nariz é
ligeiramente torto, obviamente, por ter sido quebrado em algum
momento.
~ 12 ~
me, abro minha boca para falar com o gigante em pé na minha frente,
ainda não dizendo uma única palavra. Ele está apenas olhando para
mim, como se eu estivesse no seu espaço, incomodando seu tempo
sozinho e como ele gostaria de me ver em qualquer lugar, menos em
sua varanda da frente.
— Você é surda?
Uau.
— Como?
~ 13 ~
— Sei que você é minha vizinha.
— Slade.
— Sim.
Certo.
Ele se vira e entra na cabine, sem dizer boa noite, ou você é bem-
vinda, ou prazer em conhecê-la. A porta bate e eu salto pra trás.
Que idiota.
~ 14 ~
Dois
— Então, como foi a sua primeira noite? — Lara pergunta pelo
telefone enquanto eu cansadamente mexo meu café na manhã seguinte.
Ela ri. — Você vai se acostumar com isso, mas pode levar algum
tempo. Você já conheceu seus vizinhos?
Bebo meu café, mas parece não estar fazendo nada para me
aquecer.
— Então, ele vive bem ao lado seu lado? Certo, bem ao lado?
~ 15 ~
Eu bufo. — De qualquer forma, havia um garotinho lá, eu estava
falando com ele, e veio este gigante. Ele foi tão rude, que eu queria dar
um soco nele.
— Lara!
— Dois dias. Eu estou indo para a cidade hoje, ter uma ideia do
lugar, comprar algumas coisas para a cabana. Você sabe, o habitual.
Eu rolo meus olhos novamente, mesmo que ela não possa ver. —
Eu vou. Mais tarde.
Quando eu passo para fora, está claro, o sol está alto e a paisagem
é de tirar o fôlego. Paro e entro por um momento, apenas admirando a
beleza absoluta que me rodeia. Sim, vendo isso, vale a pena. Olho para
a casa de Slade, mas não o vejo, nem Ryder em lugar algum. Olho mais
para baixo, me perguntando como meu outro vizinho é. Espero que seja
amigável. Faço uma nota mental para dizer olá quando voltar.
~ 16 ~
Encontro uma mesa perto da janela e deslizo na cadeira, olhando
ao redor. Tudo o que estão cozinhando na cozinha tem cheiro incrível.
Há duas meninas trabalhando e um homem na cozinha. Uma das
meninas se aproxima logo que me sento, e já está tirando um bloco de
notas para pegar meu pedido.
É evidente que ela não gosta de ser reconhecida. Isso faz sentido, e
me sinto terrivelmente rude por dizer algo sem sequer perguntá-la como
está seu dia. Ela provavelmente entende isso. Não consigo imaginar
andando na rua depois disso, as pessoas teriam tantas perguntas. A
pobre menina provavelmente nunca tem paz.
Marlie olha para mim, seus olhos varrendo meu rosto, e então ela
sorri. Ela é linda. Verdadeiramente. — Bem-vinda à cidade. Há quanto
tempo está aqui?
— Você fez uma boa escolha, dê uma olhada no menu. Posso lhe
trazer um café enquanto espera?
~ 17 ~
Ela olha para mim. — Sim?
***
~ 18 ~
Eu aceno e passo através da porta e em sua cabana, que é
basicamente idêntica a minha, apenas seus móveis são modernos e
elegantes. Muito estranho para as cabanas rústicas em que vivemos.
Ela fecha a porta e se move para a cozinha, pegando a jarra de café.
— É superestimado.
— Nenhum namorado?
~ 19 ~
Pobre garota. Eu estive em algumas situações como essa antes e
realmente dói quando você gosta de alguém, e eles estão basicamente
usando você até que achem algo melhor. E você sabe, você sabe que
deve ir embora, mas parece quase impossível de fazer.
Ela revira os olhos. — Não. Vou até lá, durmo com ele e volto para
casa. Ele é tão difícil de abrir, mas eu estou determinada a conseguir
isso dele.
Eu rio alto. — Acho que gosto de você, Steph. Não é sempre que
você conhece garotas tão diretas.
Eu sorrio — Bem, eu estou feliz por ter uma boa vizinha, estava
começando a ficar preocupada depois de conhecer Slade.
— Sim, eu sei o que você quer dizer. Quando me mudei para cá,
era ele e um velho casal em sua cabana. Tentei por muito tempo fazer
amizade com ele, mas não conseguia tirar três palavras dele. Demorou
um tempo para me ajustar.
~ 20 ~
Ela sorri. — Foi há muito tempo. Eu já estou acostumada. Não
tenho irmãos, mas tenho muitos amigos.
Eu sorrio. Eu gosto muito dela. Ela é uma boa pessoa. Está escrito
nela.
— Eu vou.
Converso com Steph por mais uma hora antes de deixar sua
cabana. Ela promete passar por lá e me ver logo. Enquanto ando pela
cabana de Slade, vejo-o no quintal, sem camisa, cortando madeira. Eu
não posso evitar, paro no caminho e olho fixamente enquanto ele
levanta o machado sobre sua cabeça, músculos traseiros ondulando,
bíceps tensos. O homem é... Deus, ele é deslumbrante. Não posso
evitar, mas olhar como ele parte a madeira sem esforço, seu corpo
grande movendo-se quase graciosamente.
Talvez eu vá embora.
~ 21 ~
Grosso.
E eu giro e corro.
~ 22 ~
Três
— Olá Rachel, bem-vinda. Eu sou Sandra, vou mostrar-lhe todas
as engrenagens e ajudá-la no seu estágio.
— Não fique nervosa, você vai ficar bem. É para isso que eu estou
aqui.
— Bom saber.
~ 23 ~
— Então, como você está curtindo Colorado Springs até agora? —
Sandra pergunta quando paramos em um grande escritório com janelas
de vidro e uma porta de madeira.
— Então, você tem um novo laptop que você pode levar para casa
com você para estudar a qualquer momento que precisar. Você também
tem um telefone, fornecido pela empresa. Todos os seus artigos de
papelaria e tudo que você precisa devem estar aqui.
— Parece bom.
~ 24 ~
e eu estou excitada. Nada poderia dar errado, não quando me sinto
bem.
Meu dia voa, passa tão rápido que já é hora de ir para casa, parece
que eu não estive aqui tanto tempo. Pego minhas coisa, digo adeus a
todos, e volto para casa. Chego assim que o sol está começando a se
pôr. Foi um dia longo. Estou feliz por agora, estou aqui por apenas três
dias, talvez quatro, uma semana. Eu estaria exausta de outra forma,
pelo menos até me acostumar com isso.
Oh cara. Amantes tendo uma DR. Eu não posso dizer que a culpo
— ela está com raiva, frustrada, confusa, e lá está ele, braços cruzados,
olhando para ela como se não fosse nada mais do que um espinho ao
seu lado. Eu também ficaria frustrada. Deus, eu gostaria de chutá-lo
bem no...
~ 25 ~
Ele sorri para mim. — Você é muito bonita. Mais bonita que Steph.
Você deve conversar, ah, com Slade.
Interessante ele chamar seu pai de Slade. Talvez os dois não sejam
próximos? Curiosidade queima, mas eu não digo nada. Não é da minha
conta porque o garotinho não o chama de pai.
Ryder faz uma careta. — Ele nem sempre é assim. Steph está
sempre gritando com ele.
Ryder ri, e eu olho para ele. — Quando eles são amigos que
dormem e ela quer ser mais do que amigos?
Levanto as sobrancelhas.
***
~ 26 ~
— Eu pensei que você poderia ter escutado. — eu digo, segurando
um grande recipiente de muffins recém-assados que peguei no caminho
para casa do trabalho. Estava indo para sentar no sofá e comer alguns,
enquanto assistia meus programas de televisão favoritos, mas parecia
que Steph queria alguém para conversar — então eu vim aqui em vez
disso.
Steph olha para eles, depois para mim, e acena com a cabeça. —
Eu realmente poderia. Você ouviu essa briga mais cedo, hein?
~ 27 ~
Eu pondero sobre isso. — Então, talvez a melhor opção é fugir por
um tempo? Você nunca sabe, ele pode voltar correndo?
Idiota.
Ah! Queria salvá-lo. Ser a mulher que mudou tudo. O problema com
isso é que é uma grande coisa que foi construída por filmes e livros,
mas raramente é real. A mulher que vem e muda um homem, que o faz
perceber que pode amar e ser gentil. Não. Homens como Slade estão por
aí, e não há muita esperança que isso mude.
— Você... — Ela olha para longe, então olha para mim. — Você
acha que eu sou o suficiente?
Ela sorri, mas eu sei que ela está duvidando de si mesma, duvida
se ela é o suficiente. Isso é o que esses tipos de situações fazem para
uma pessoa, eles fazem-lhes perguntar por que eles não são bons o
suficiente. Faço uma nota mental para ter uma palavra com Slade. Ele
não pode passar o resto de sua vida fazendo isso com as mulheres. Se
ele quer dormir com elas, tudo bem, faça e faça uma vez, então acabe
com isso.
~ 28 ~
Pobre Steph.
Levanto uma mão e enfio meu dedo em seu peito. Eu nunca fui
tímida sobre deixar o povo saber o que penso deles. Meu pai costumava
dizer que era um problema, mas me trouxe respeito pela vida, porque
não costumo manter os perdedores por aí, é uma boa maneira de
eliminá-los e trazer apenas pessoas boas para dentro do meu mundo.
Na verdade, Não.
Oh cara.
~ 29 ~
— Bem, — eu digo, minha voz muito trêmula e ofegante. — no
segundo que você viu que ela queria mais, você deveria ter mandado ela
seguir seu caminho.
~ 30 ~
Quatro
— Você pode se mexer?
Eu forço um sorriso.
~ 31 ~
cuspir nele, e em vez disso coloco um grande sorriso no meu rosto e
ando para o seu escritório, bem no final do corredor.
Terrence Smith.
— Você espera.
Ele não pode estar falando sério? A raiva borbulha no meu peito,
mas eu a corto. Calma. Fique calma.
Não.
~ 32 ~
direção ao meu escritório, entrando na hora de ver Sandra sentada. Ela
olha para mim.
Ela sorri. — Ah, que bom que você o conheceu. Adorável, não é?
Então, o que diabos eu fiz para esse mega idiota, para fazê-lo me
detestar tanto? Considerando que ele nem me conhece, posso dizer com
segurança. E isso só me deixa com raiva.
O resto do dia parece que leva uma eternidade, e meu mau humor
piora. Quando saio do escritório à tarde, estou pronta para uma garrafa
de vinho e algum tempo sozinha. Terrence brinca com minha mente
toda a tarde e todo caminho para casa. Sério, qual diabos é o problema
dele? Será que ele é assim com todas as pessoas novas, para ver o quão
difícil ele pode testá-los? Se assim for, essa é uma maneira muito ruim
de conduzir os negócios. Ele precisa aprender alguma classe.
~ 33 ~
Um coiote na minha varanda, que esta remexendo um saco de lixo
que esqueci, levanta a cabeça e olha para mim. Oh. Deus. Eu li
histórias sobre essas coisas avançando selvagemente sobre as pessoas.
Agora está olhando para mim. E um pequeno rosnado escapa de sua
garganta. Eu não penso. Eu corro para fora, para trás. Eu aterro com
um baque no chão.
Eu odeio isso.
— Vamos.
Oh Deus.
~ 34 ~
— Matou aquele pobre coiote?
Ele pisca.
— Volte novamente?
— Oh, graças a Deus, graças a Deus. Ele pode voltar para sua
família agora.
~ 35 ~
Eu pisco, e aperto meus lábios. — Assim. É só... é só fazer o que
sabe melhor.
Vinho.
Graças a Deus.
Slade finge não notar, mas seu comentário me diz que ele
percebeu. — Sempre bebe como se você tivesse nascido um homem e
não uma mulher?
Ele usa uma gaze e limpa meu joelho. Eu bebo com gosto.
~ 36 ~
Ele não olha para cima quando ele faz a pergunta, ele
simplesmente limpa meu joelho.
Merda.
O vinho já subiu.
— De nada, Rachel.
~ 37 ~
— Ryder me contou.
— Palhaço. — eu murmuro.
Bem, então.
***
~ 38 ~
Eu rolo os olhos mesmo que ela não possa ouvir. — Bem, isso é
provavelmente verdade, mas ainda assim, eu estava com medo. Acabei
reagindo mal.
— Eu não acho que ele vai se sentir assim. Vocês dois ainda não
estão preocupados com isso, não é?
O inferno?
Branco é branco.
~ 39 ~
Acontece que não é. Ele gosta do branco opaco com a ligeira
coloração amarelada porque é reciclado. Não o papel branco — falso —
que ele não gosta de usar.
Tanto faz.
É lindo. E inteligente.
— Isso é super legal amigo. Eu não posso acreditar que você fez
isso por conta própria.
~ 40 ~
— Slade me ajudou.
Ainda acho interessante que ele chame seu pai de Slade. Talvez,
quando eu conhecer Slade melhor, vou perguntar por que isso.
— Bem, você fez um ótimo trabalho. Você não está preocupado que
algum animal venha fazer uma visita?
— Trouxe, camarada.
Paro e olho por cima do meu ombro. — Muito bem, obrigado pela
sua ajuda.
~ 41 ~
— Certo. — eu sussurro. — Bem, então é melhor eu ir.
Deus.
Por que todo encontro que eu tenho com esse homem é intenso?
~ 42 ~
Cinco
— Então, você não o viu novamente? — Eu pergunto a Steph,
tomando outro gole do meu vinho mais tarde naquela noite, enquanto
nos sentamos em sua varanda da frente.
Ela sacode a cabeça bonita e suspira. — Não. Ele não ligou. Nem
me reconheceu. Faz-me pensar como uma pessoa pode se tornar tão...
fria. Quando você para de se importar, sobre qualquer um ou qualquer
coisa, então algo saiu seriamente errado em sua vida.
Penso nisso e percebo que ela está certa. O que poderia ter
acontecido com ele para torná-lo tão amargo? Ninguém nasce com esse
tipo de atitude, certo? Quer dizer, alguma coisa tinha que acontecer
para deixa-lo dessa forma. É a mãe do Ryder? Algo aconteceu com ela?
Talvez ela tenha morrido? Isso explicaria por que ele está tão... vazio.
~ 43 ~
— Você acha que ela ainda está viva? — pergunto.
Steph exala lentamente. — Acho que sim. Seja o que for, isso o fez
tão amargo e fechado.
— Ele é super fofo. Seu nome é Tim. Devo admitir, ele parece um
cara muito bom.
— E?
Eu ri. — Não, acho que não. Basta ir até ele quando você voltar ao
trabalho e dizer-lhe que você adoraria. Tenho certeza que ele ficará feliz
em ouvir isso.
Ela sorri. — Sim, acho que sim. Estou feliz que você tenha se
mudado. Era horrível aqui.
~ 44 ~
Ela balança as sobrancelhas agora, e eu ri.
— Parece maravilhoso.
~ 45 ~
Slade está na cozinha, bebendo sua cerveja, apenas me observando. Ele
é tão intenso, é difícil saber que a maneira de olhar ou o que pensar
quando ele está apenas de pé ali... olhando.
Penso sobre isso. Parte de mim quer dizer para não fugir, porque a
forma como ele me faz sentir é... estranho. Mas sei que preciso estar de
bem com ele, porque, bem, ele é meu vizinho e eu não posso passar os
próximos meses brigando com ele. Então eu faço a coisa certa. Eu
sorrio e digo: — Sim, obrigada.
Eu realmente não posso discutir com ele sobre isso, pelo menos ele
é honesto, mesmo que ele deveria ter terminado com ela no momento
em que a viu se aproximando. Ainda assim, eu não estou aqui para
discutir com ele.
— E você? — ele pergunta, sua voz tão baixa e rouca, faz minha
pele sentir cócegas. — Qualquer namorado?
~ 46 ~
Ele grunhiu. — Por que isso?
— Idiotas?
Eu concordo.
— Justo.
— Sim.
Certo.
Embaraçoso.
O olhar que Slade me dá, faz minha boca fechar. É um olhar que
diz, não pergunte mais nada. Steph está certa, ele não gosta de falar
sobre isso, e do olhar penetrante que eu estou recebendo agora, não
está prestes a mudar.
~ 47 ~
Ele olha para a distância, mas a maneira como ele está segurando
o topo de sua garrafa de cerveja, a maneira como seus dedos estão
ficando brancos ao redor, me diz que eu o chateei. Isso não era o que
queria fazer, droga. Agora me sinto terrível.
— Boa noite.
Quero me afastar.
***
Café da manhã.
~ 48 ~
—Eu estava esperando que Slade voltasse para que pudéssemos
jogar bola, mas ele está atrasado.
Eu franzi o cenho.
— Eu queria dizer bom dia. Ele não se importa. Ele sabe que não
vou me meter em encrenca quando estiver fora.
Hmmm.
~ 49 ~
Dez minutos depois, ele volta pronto para ir. — Entre. — digo a ele,
e abro a porta do carro.
— Todo mundo conhece Marlie. Ela é famosa, você sabe. Ela fugiu
de um assassino!
~ 50 ~
Ryder pula do carro quando chegamos lá e eu sigo atrás. Estamos
a meio caminho da cabana de Slade quando ele vem para cima
ferozmente. No segundo que o vejo, eu sei, eu sei, mesmo antes de dele
abrir a boca que nós cometemos um erro enorme. A raiva em seu rosto
é aterrorizante. Mas há algo mais lá, também. Medo. Puro, cru, medo.
— Perdoe-me? — eu sussurro.
Eu pisco.
Oh Deus.
— Agora Ryder.
Ryder baixa a cabeça e entra. Sinto-me tão terrível. Não só ele está
em apuros, mas eu cometi um grande erro. Eu não devia tê-lo tirado de
casa. Eu não percebi que seria uma coisa tão grande. Do jeito que Slade
me olha, dói. Ele estava com medo. Ele estava com medo de que algo
tivesse acontecido com seu garotinho. A culpa é minha.
~ 51 ~
— Eu...
Ele se vira e entra em sua cabana, batendo a porta tão alto que
ecoa através das árvores. Meus joelhos tremem, e as lágrimas se
acumulam e caem sobre minhas bochechas enquanto eu permaneço ali,
sentindo e parecendo patética. Minhas mãos tremem e viro lentamente,
andando para minha cabana. No segundo em que a porta está fechada,
eu aperto minhas costas contra a porta e deslizo para baixo, chorando.
— Rachel?
É Steph.
— Sim, eu me sinto mal por ele. Mas ele ficará bem querida. Ele
vai.
~ 52 ~
— Se eu soubesse que ele ficaria tão chateado, nunca teria tirado
Ryder de casa. Honestamente não acho que seria um problema.
Ela aperta meu ombro. — Tudo ficará bem, quando ele acalmar
você poderá se explicar.
Mas isso fará algum bem? Eu vi várias pessoas ficarem com raiva
na minha vida, mas eu nunca, nunca vi alguém ficar tão chateado.
Nunca vi tanto medo no rosto de uma pessoa. Ele estava com medo, e
tinha medo por causa de mim.
Eu me sinto horrível.
Droga.
~ 53 ~
Seis
Eu ajusto o vestido apertado preto e olho para o espelho, está um
pouco curto, mas é exatamente como eu gosto. Eu não saio muito. Eu
costumava sair com Lara muitas vezes, mas depois que ela teve Bethy,
as coisas ficaram mais difíceis, o que é compreensível. Tem sido um
tempo desde que saí da última vez e deixei o meu cabelo solto. E depois
dos eventos de hoje, eu preciso disso.
— Slade?
~ 54 ~
Uma linda mulher, muito linda mesmo aparece atrás de Slade,
deslizando os braços ao redor de sua cintura, ela enfia a cabeça e olha
para mim. — Ela está aqui para a festa?
Festa.
Hã.
Ótimo.
Eu pisco.
Ele não pode estar falando sério. Demorou muito para eu vir aqui e
pedir desculpas pro seu traseiro arrogante, e ele ainda vai falar comigo
como se eu fosse um lixo.
Esse idiota não vai ser um idiota por mais tempo. A raiva borbulha
no meu peito e eu subo na ponta dos pés, sentindo a minha raiva
explodir, até que ela derrame e eu esmago um dedo em seu peito duro
como uma rocha, ficando tão perto de seu rosto quanto eu posso.
Então, eu deixo sair.
— Você sabe o que? Eu não sei quem diabos você acha que é, mas
quando alguém sinceramente se desculpa por perturbar você ou faz a
coisa errada, e você continua a falar com ela como elas fossem
estúpidas, ou muda, ou uma dor no seu rabo. Você aceita isso como um
ser humano decente.
~ 55 ~
descontar em outras pessoas. Especialmente pessoas que você não
conhece. O que eu lhe fiz para merecer esse tipo de tratamento? Oh,
isso mesmo, nada!
— Agora, vou sair. Eu vim aqui para fazer a coisa certa, mas
considerando que você não quer aceitar isso, então eu tenho duas
palavras para você, seu imbecil. Foda-se.
Ambas riem.
— Então vamos.
~ 56 ~
Eu não sinto muito. Nem um pouco.
***
Todas nós olhamos para o bar onde três homens estão olhando. O
que está no meio, um cara bonito, de cabelos louros, acena. Eu aceno
de volta sem pensar e ele me pisca um sorriso maravilhoso.
— Oh, vamos lá! — Chloe encoraja. — Você pelo menos tem que
agradecer a ele pelas bebidas.
— Por que você não agradece a ele? — eu digo, e ela sorri para
mim.
~ 57 ~
paro quando eu chego até eles, concentrando no loiro. Ele é melhor
olhando de perto, com olhos verdes deslumbrantes, características tipo
modelo e um corpo alto, musculoso e magro.
— Rachel, e o seu?
— Roy.
— O que traz uma garota bonita como você aqui hoje à noite? —
ele pergunta, tomando um longo e vagaroso gole de sua cerveja.
— Só isso?
— Eu estou por aqui por alguns anos, mas eu sei de alguns ótimos
lugares para comer e alguns ótimos pontos para ver, se você estiver
procurando um guia de turismo.
Eu hesito, não porque Roy não é lindo e doce, mas porque eu jurei
que não queria saber de homens, e depois desta noite, eu estou ainda
mais certa sobre isso, mas ele está sendo muito gentil e eu poderia fazer
um amigo... certo?
~ 58 ~
Ele abre um grande e largo sorriso. — Bem, você tem um telefone?
Vou dar-lhe o meu número.
Levanto meu telefone e me viro, voltando para Roy. Ele dita o seu
número para mim, e eu envio um texto para que ele tenha o meu. — Eu
adoraria continuar conversando, — eu digo — mas eu realmente deveria
voltar para minhas amigas.
~ 59 ~
— Ele o teria deixado com um de seus bons amigos de trabalho e
sua esposa, eles moram ao virar da esquina. — Steph me diz. — Eles
são como as únicas pessoas em quem ele confia.
Interessante.
Todas riem.
~ 60 ~
Sete
Boom Boom Boom.
Boom.
Boom.
Boom.
Não Slade.
Não.
Meu Deus.
O que é isso.
~ 61 ~
Eu puxo meu casaco em torno de mim e desço os degraus da
frente, passado o casal, e vou direito para a cabana de Slade. Há
pessoas em toda parte, a maioria das quais param e olhar para mim
quando eu passo tempestivamente entre eles, o cabelo uma bagunça,
shorts, e rosto selvagem com raiva. — Onde está Slade? — exijo para
uma jovem atraente.
— Dentro, na cozinha.
— Porra.
Slade olha para mim, eu seguro seus olhos e não recuo. Não vou
recuar. Não importa que haja cerca de trinta pessoas olhando para
mim, alguns deles sussurrando, alguns deles rindo, outros apenas
assistindo a ação se desdobrar.
— Se eu tiver que levar este maldito rádio e passar por cima dele
com o meu carro, acredite, eu vou.
Slade, que ainda não disse uma única palavra, coloca sua cerveja
para baixo e anda em volta do balcão da cozinha. Por um momento, eu
não sei o que ele vai fazer. Provavelmente gritar comigo, que é o cenário
mais provável. Ele anda em minha direção, seus olhos vidrados, o que
me diz que está bêbado, muito, muito bêbado. Eu engulo, mas não
coloco o fio de volta, nem rompo o contato visual.
~ 62 ~
Ele desce os degraus da frente, passando por todas as pessoas, e
para a minha cabine. Ele sobe meus degraus de dois em dois e empurra
minha porta da frente aberta. Ele caminha pelo corredor, para o meu
quarto e lá ele literalmente me joga na cama. Eu salto, minhas pernas
voam por toda parte, e eu empurro meus cotovelos, movendo-me até
que eu estou sentado na borda, olhando para ele.
Ele me beija.
Levo um segundo para registrar que ele fechou o espaço entre nós,
e seus lábios estão nos meus, mas lá estão eles. No meu. Sua boca
capta a minha em um beijo de fome, com fome que eu não posso evitar,
mas responder. Ele me atrai, arrastando um suspiro para fora de mim,
e então nossas bocas estão se movendo juntas, rapidamente, com raiva,
línguas e lábios chocando. Não é um beijo suave, é um beijo frustrado,
desesperado mesmo. E é tão incrível.
Santo Jesus.
Eu não sei o que aconteceu, mas agora estou ainda mais confusa
do que antes.
Ele me ouviu.
Ele me beijou.
~ 63 ~
***
Fui até a casa de Slade, no meio de uma festa, e gritei com ele. E
então ele...
Me beijou.
Ele me beijou.
Puta merda.
Roy.
~ 64 ~
Merda.
Não.
Não.
Tudo o que sei é que minha pele está formigando, meu coração
está batendo forte, e eu me sinto tão malditamente estúpida. Ele me
beijou, mas ele provavelmente nem se lembra. Ele provavelmente nem
sabe que me trouxe para casa ontem à noite. Deus. Que idiota. Ele
~ 65 ~
passou a noite com outra mulher, depois de me beijar. Isso me faz
sentir... tão incrivelmente muda.
Olho para minha caneca de café por tanto tempo que não ouço ele
se aproximar. É só quando ele limpa a garganta que minha cabeça
chicoteia para cima e eu olho para baixo para vê-lo de pé olhando para
mim, olhos intensos nos meus. Eu engulo o nó na garganta e tento não
me deixar capturar pelas profundidades marrons que sentem que
podem ler meus pensamentos.
— Bem, obrigada.
Posso sentir seu olhar escaneando sobre mim, mas não olho para
cima.
Eu ainda não olho para cima. Me sinto tão idiota. Se olhá-lo, ele
vai perceber e eu não vou dar-lhe essa satisfação. Não, absolutamente
não.
— Ele?
~ 66 ~
Engolindo o último gole de café e tentando parar o tremor de
minhas mãos, caminho até meu telefone e encontro o número de Roy,
respondendo ao texto dele.
Roy - Você vai estar bonita em qualquer coisa. O que faça você
se sentir confortável.
Seu cabelo loiro está bagunçado em sua cabeça, ele está vestindo
uma daquelas camisas de cowboy enfiadas em um par de jeans bem
ajustados e um par de botas. É diferente. Eu nunca fui muito para o
tipo cowboy, mas ele faz justiça em grande forma. Está quente.
Totalmente quente. Derrete minha calcinha. Ele sorri, mostrando-me
um conjunto de dentes brancos perfeitamente retos e duas covinhas
lindas, e eu me sinto melhor imediatamente.
Deus. Esse sotaque está ainda melhor hoje do que ontem à noite.
— Bem melhor agora. Você está bonita. Está pronta para ir?
Eu aceno. — Absolutamente.
~ 67 ~
Fecho a porta e o sigo até sua grande caminhonete preta. É
impressionante e combina com ele. Vou até a porta do passageiro e ele
já está lá, esperando com ela aberta. Um cavalheiro. Você não tem
muitos desses mais. — Obrigada. — eu sorrio entrando. Ele pisca para
mim, fechando a porta.
Ele pisca para mim. — Você vai ter que esperar para ver.
~ 68 ~
Oito
— Isso é incrível Roy. — eu respiro, olhando para as formações
rochosas que temos andado pelas últimas quatro horas.
— Não, eu não imagino que você veria muito disso na cidade. É por
isso que viver aqui vale a pena.
Eu olho para cima nas pedras e olho fixamente com medo do seu
tamanho. É de tirar o fôlego. Roy para um casal andando e pergunta se
eles podem tirar uma foto. Nós dois ficamos na frente da pedra e
sorrimos, a garota bonita tira a foto e nos entrega de volta o telefone.
Nós dois agradecemos e olho para a foto.
É fofo.
Nós dois estamos sorrindo, o sol está brilhando, e nós ficamos bem
juntos.
~ 69 ~
— Este lugar faz a melhor pizza da cidade. Você gosta de pizza?
Eu concordo.
~ 70 ~
— Eu trabalho e crio cavalos em uma fazenda ao sul daqui.
— Não, você tem razão sobre isso, eles nem sempre tem. Eu fui
criado direito, eu não posso negar isso. Eu sempre soube o que eu quis
ser, eu soube sempre que eu queria uma família e uma vida boa em um
rancho.
Ele sorri. — Então eu acho que foi seu dia de sorte quando se
aproximou de mim no bar.
~ 71 ~
— Parece incrível. Vamos atacar. — Roy diz, entregando-me um
prato e colocando um pedaço de pizza sobre ele para mim.
— É bom ver uma garota que não tem medo de comida. — Roy ri
quando eu dou uma mordida e gemo em voz alta.
— Adoro comida demais para fingir que não vivo para isso. — digo
depois de engolir. — Isso é tão bom.
— Claro.
Eu bufo e giro ao redor da voz atrás de mim para ver Slade de pé,
braços cruzados, assistindo a caminhonete de Roy desaparecer.
~ 72 ~
eu nunca fui uma delas, e eu não tenho a intenção de começar tão
cedo.
Ele estuda-me. — Não foi o que seu beijo disse. Você queria isso
tanto quanto eu, porra.
Idiota arrogante.
Aquele homem.
Gah!
***
Eu ainda estou tão cheia algumas horas depois, então decido fazer
uma caminhada. Realmente não explorei a área da floresta ao redor da
cabana e acho que é hora de ir dar uma olhada. Além disso, preciso
eliminar aquela pizza. Vai escurecer em pouco mais de uma hora, então
vou vagar pelo caminho de Ryder e verificar as coisas. Calço um par de
tênis, um jeans e uma jaqueta, e enrolo meu cabelo em um rabo de
cavalo.
~ 73 ~
e apenas desfrutando o que de tão maravilhoso é apresentado para
mim.
Será minha culpa se eu for comida por alguma criatura louca aqui.
Ninguém saberá até que eu não apareça no trabalho amanhã, e mesmo
assim, serão dias antes de encontrarem meus restos mastigados. Eu
sacudo a cabeça com meus pensamentos loucos e penso. Talvez eu
possa usar um pedaço de pau? Um que me deixa tirar o peso do meu
pé. Sim, isso parece uma ideia lógica.
~ 74 ~
Eu salto uma vez, usando as árvores perto de mim para me
estabilizar. Faço isso por uns dez minutos sólidos, mas ainda não
consigo encontrar uma vara. O sol está começando a se pôr ainda mais
rápido e está ficando frio. Congelante mesmo. Eu tremo enquanto tento
recuperar o fôlego. Tento não entrar em pânico, mas o fato é que estou
na floresta, está prestes a escurecer e estou machucada.
Meu peito está apertado com pânico, e eu preciso lidar com isso
para me acalmar. Mas não tira o sentimento horrível em meu peito,
espalhado até meu coração, meu estômago está girando. Eu li histórias
como esta, em que alguém desaparece e nunca mais é encontrado.
Acalme-se.
~ 75 ~
com medo. Não adianta negar isso. Estou com medo, estou congelando
e meu tornozelo está me matando.
Cada pulo está ficando cada vez mais difícil, todos meus músculos
doem e meu pé está latejando e inchado. Eu sei que tenho que me
sentar. Se eu não fizer isso, eu nunca vou fazer este último trecho. O
sol está caindo mais baixo no horizonte, e a cada minuto que passa, fica
mais e mais escuro. Abaixo a cabeça em minhas mãos, tentando
recuperar o fôlego.
Maldição, eu vim aqui para começar uma nova vida, para ser
melhor, e tudo está dando errado pra mim.
Outro soluço.
— Porra.
— Está tudo bem, estou aqui agora. Você está congelando. Vou te
aquecer querida.
Querida.
~ 76 ~
Fecho meus olhos e viro meu rosto em seu peito, respirando um
cheiro que me traz conforto.
~ 77 ~
Nove
— Não posso...
~ 78 ~
precisava de algo para tirar minha mente de tudo isso. Isso quase me
causou mais dor de cabeça do que eu já tinha.
— Eu tenho certeza que eles vão entender, não é culpa sua. Eles
não podem ficar zangados com você por isso. — ele murmura,
estendendo a mão e colocando suas mãos grandes e quentes em torno
do meu tornozelo. Ele levanta e eu tenho que segurar o ar enquanto ele
gentilmente rola de lado a lado, olhando para ele. — Agora, — ele
continua, ainda segurando meu tornozelo em suas mãos. — nós vamos
terminar de falar sobre por que você estava naquele bosque.
~ 79 ~
Eu exalo. — Eu só não sinto que estou me encaixando aqui. Estou
me divertindo, não me interprete mal, mas as coisas continuam
erradas.
Ele olha para mim. — Eu não estou sendo um idiota com você. Se
me lembro, foi você que veio e jogou seu jeito, disse o que queria...
Abro a boca, fecho-a, penso e depois digo: — Eu era nova aqui, não
tinha ideia, você viu que eu estava sozinha e honestamente falar com
você ou receber ajuda sua era como falar com uma parede de tijolo.
Você mal me dizia duas palavras.
— Ok, bem, talvez eu tenha sido, mas você tem que admitir que
você é uma pessoa difícil de conversar também. — eu digo.
— Nunca disse que não era. Eu não gosto muito das pessoas.
~ 80 ~
— Talvez devêssemos começar de novo, com você sendo menos
idiota e eu sendo menos uma dor na bunda. O que você acha?
***
~ 81 ~
terrível, eu honestamente não sei como ela está tão feliz agora. Ela não
parece ter dificuldade em tudo, ela e Noah realmente se recuperaram.
— Eu tive algumas boas conversas com ela. Ela é uma boa mulher.
Forte. Mais forte do que a maioria. Mas ela tem uma sombra atrás de
seus olhos. Não como sua amiga Lara. Marlie ainda carrega seus
demônios com ela.
Slade acena com a cabeça. — Eu pensei que ela tinha escrito, mas
ela me disse que sua mãe escreveu. Ela não disse muito mais, mas
tenho a impressão de que ela não concorda com isso.
Eu exalo e bebo meu chá novamente. — Bem, elas são ambas mais
fortes do que eu, posso te dizer. Eu não seria tão forte sobre algo assim.
— Eu acho que as pessoas acham uma força, mesmo que elas não
acreditem que tinham quando colocados em uma posição como essa.
~ 82 ~
Poucas pessoas pensam que poderiam passar por isso, mas quando
acontece, elas encontram forças.
— Sim, eu acho que você está certo. Ainda assim, é preciso muito
para reassumir a vida depois de algo assim.
Eu pisco.
— Ele não é?
Oh.
— Olha, não é algo que eu goste de falar. Mas vou explicar algumas
coisas para você, porque você precisa estar ciente. Especialmente
porque Ryder gosta de você, e ele vai querer passar mais tempo com
você. Eu só posso pedir que você entenda o quanto eu preciso dele
protegido.
~ 83 ~
— Ok. — eu digo, segurando seu olhar, esperançosamente
mostrando-lhe que estou ao seu lado e nunca faria nada para colocar
Ryder em perigo.
Oh Deus.
Eu aceno, para que ele saiba que estou ouvindo. Eu não quero
interrompê-lo agora, porque o fato de que ele está me dizendo isso,
quando ele realmente não me conhece, é uma coisa enorme. Ele nem
sequer contou a Steph e ele estava dormindo com ela.
— Ela ficou grávida de Ryder e tudo correu bem até que ela deu à
luz a ele. Depois de uma semana, algo mudou, ela começou a fazer
coisas estranhas como deixá-lo chorar até que o garoto mal conseguisse
respirar, ele ficava cansado, ou sentado em seu banho sozinho e ela
saía. Seu namorado, John, sabia que algo estava errado, e tentou falar
com ela, mas ela alegou que estava bem, apenas cansada.
~ 84 ~
qualquer um que o teve, porque é uma condição que não pode ser
ajudada. Como qualquer condição mental, eu acho.
Meu coração se divide em dois. Bem ali. Ele se abre. Não só esta
mulher sofria com seus próprios demônios, mas as complicações
mentais depois de ter um bebê que ela provavelmente não entendia, e
depois perder seu parceiro. Horrível. Absolutamente horrível.
— Oh Deus, isso é horrível. Sinto muito por você ter passado por
isso.
~ 85 ~
havia algo faltando em seus olhos, algo que me deixou desconfortável.
Ela queria que ele voltasse, mas ela não estava disposta a lutar por
isso. Ela se misturou com pessoas erradas e começou a usar drogas
novamente. Sua saúde mental afetada, ela me seguia em todos os
lugares, gritando que eu roubei seu filho. Ela tinha surtado
completamente.
— Isso é tão triste, pobre menina. Não pode ser fácil se perder
dessa forma.
Slade acena com a cabeça. — Ela tentou tirar Ryder de mim, mas
ela estava tão maluca com as drogas que nenhum tribunal a levaria a
sério. Começou a me perseguir, ameaçando-me, chegando mesmo a
vandalizar meu carro e minha casa. Já não era seguro para Ryder. O
tribunal me deu a guarda e eu o trouxe para cá.
Seus olhos piscam. — Eu não, mas agora não tenho tanta certeza.
Recentemente, eu recebo algumas mensagens aleatórias no meu
telefone, algumas coisas estranhas acontecendo, e eu tenho a sensação
de que ela está procurando por ele. Eu não acho que ela realmente
tenha parado, mas eu acho que por algum motivo, ela está desesperada.
Poderia ser dinheiro a razão, poderia ser que ela está limpa, embora eu
duvide. De qualquer maneira, ela é perigosa. Pode não ser inteiramente
sua culpa, mas não muda os fatos. Ryder é como meu filho, eu não vou
deixar ninguém machucá-lo.
De repente tudo faz sentido para mim. Por que ele ficou tão
assustado quando Ryder veio para o café da manhã comigo naquele dia.
Ele pensou que algo tinha acontecido com ele, pensou que ela tinha
voltado e o levado.
— É o meu maior medo. — ele me diz, sua voz baixa. — Que ela
pode levá-lo e eu não saiba para onde, e eu não seria capaz de
encontrá-lo, e de alguma forma ela vai arruinar com ele ou pior. Ela não
está apta para ser mãe. Se ela ficasse limpa, eu a deixaria vê-lo, mas
~ 86 ~
não há nenhuma maneira que eu deixe meu garoto nesse mundo
perigoso e sombrio.
Slade acena com a cabeça. — Está bem. Eu não deveria ter sido
tão rude. Ele é apenas...
— Boa noite.
Talvez me mudar pra cá não seja uma coisa tão ruim depois de
tudo.
~ 87 ~
Dez
— Só porque seu tornozelo está dolorido não significa que você
precisa ser tão lenta. Eu pedi a você para arquivar esses papéis, quanto
tempo leva? — Terrence exige quando eu deslizo os papéis para o
gabinete do arquivo, quando realmente, eu quero empurrá-los lá e então
dizer-lhe para enfia-los em sua bunda.
Cala a boca Rachel e faça teu trabalho. Faça seu trabalho e não
reclame. Não responda. Não discuta. Ele vai ficar entediado
eventualmente, e mesmo se ele não ficar, você apenas sorria, e continue
no seu trabalho.
~ 88 ~
termino os arquivos em tempo recorde, e então eu vou até o centro da
cidade para uma delicatessen local e encomendar o seu almoço. A fila é
bastante substancial quando entro, o que sem dúvida deixará ele ainda
mais irritado porque estou demorando muito, mas eu também sei que
este é o único lugar onde ele gosta de comer.
— Rachel.
Ouço uma voz familiar e me viro para ver Roy entrando. Eu sorrio e
lhe cumprimento, me sentindo terrível por realmente não ter pensado
muito nele desde o nosso encontro. Isso é terrível. Ele é um cara legal,
eu não tenho certeza se ele é o cara para mim, considerando a maneira
que Slade me faz sentir, é muito mais intenso. Isso não aconteceria se o
que Roy e eu estávamos criando fosse certo.
— Merda, isso é uma merda. Você não está com dor, está?
— Eu ia ligar para você esta tarde, pra saber se você queria sair e
jantar.
~ 89 ~
— Escute. — eu digo com cuidado, esperando que minha voz seja
amável. — Eu realmente aprecio seu convite, e eu tive um tempo
incrível com você no outro dia, mas eu tenho que ser honesta, eu não
estou realmente procurando nada agora E eu não quero desperdiçar
seu tempo.
— Sério?
— Absolutamente.
~ 90 ~
que eu mal conseguia trabalhar. Quando cheguei ao meu carro, eu não
aguentava mais. Lágrimas brotam e caem pelo meu rosto.
Não.
Não.
— Ei.
~ 91 ~
Eu simplesmente não entendo o porquê. Eu honestamente não sei. Ele
nem mesmo, nem mesmo, tentou me conhecer.
Meu lábio inferior treme, porque eu sei que ele está certo. Eu sei
que ele está, mas eu não quero admitir porque então isso significa que
eu tenho que fazer algo sobre isso e ao fazer isso, eu me coloco em risco
de deixar as coisas piores, como perder o meu trabalho, ou uma
pequena chance de torná-lo melhor. De qualquer maneira, não vai ser
fácil. Eu alcanço e esfrego minha testa, porque eu honestamente não
mereço isso.
— Não seja grosseira, mas você não pode deixá-lo fazer isso com
você.
~ 92 ~
Este trabalho é tudo que eu me esforcei para ter.
***
— Ótima, obrigada.
— Não parece que você está gostando muito. — diz Roy, entrando
em minha cozinha e abrindo os armários até encontrar dois copos de
vinho.
— Uma garota que sabe cozinhar. — diz ele. — Não restam muitas.
~ 93 ~
minhas próprias massas, e eu a amava tanto que eu nunca esqueci,
sabe?
— Sim. Não posso dizer que sou bom nisso, mas posso cozinhar o
suficiente para me manter feliz.
— Olá Rachel!
— Ei amigo. — eu aceno.
Ryder para quando vê Roy, e seus olhos ficam grandes. Ele é tão
adorável.
~ 94 ~
— Ryder, eu moro na porta ao lado.
— Para quem você está cozinhando? Aquele imbecil que você saiu o
outro dia?
~ 95 ~
— Desculpe. — digo, erguendo um dedo e acenando. — Não venha
aqui, com seu humor sujo e tire isso em mim. Você sabe muito bem que
eu nunca deixaria nada acontecer a Ryder. Roy apenas foi ver o forte
dele, eles estão ali mesmo se você estiver preocupado.
Ciumento.
~ 96 ~
Onze
Roy e eu temos um jantar incrível, e quando ele se vai, eu limpo e
depois despenco para baixo em meu sofá com o controle remoto e
sorvete, me sentindo melhor depois do dia que tive. A companhia de Roy
ajudou, ele é tão fácil e falar com ele não é um esforço. Acabei de
pressionar o filme que escolhi quando minha porta da frente se abre e
Slade entra.
Resisto ao desejo de rir dele, porque ele poderia ter vindo atrás do
jogo amanhã e nós dois sabemos disso. Em vez disso, eu olho em volta
da sala de estar, observando o jogo na minha mesa perto da porta. Eu
aceno na direção. — Está lá, e para sua informação, Roy não é meu
namorado, somos apenas amigos.
~ 97 ~
levantar, mas vale a pena o esforço, porque eu tenho que sentar ao lado
de Slade um pouco, e sentar ao lado dele me faz sentir bem por dentro,
um pouco engraçado, muito nervosa. Vou à cozinha e pego outra tigela,
e volto ao sofá para vê-lo já comendo a minha.
— No bar.
Ele bufou.
É isso aí.
Idiota.
Mega idiota
~ 98 ~
Seu grande braço se enrola em torno de minha cintura e ele me
arrasta de volta para o sofá e direto em seu colo.
Ele olha para mim olhando para ele, e aqueles olhos são tão
intensos que eu quero me jogar de volta para o seu colo e beijá-lo mais
forte, mais profundo, talvez enfiar a mão na sua camisa e correr minhas
mãos sobre o peito... Sem! Nenhum auto-maldito-controle, Rachel. Vá
para a cama.
Ele é bom.
***
~ 99 ~
— Eu só estou dizendo porque eu quero que você saiba que eu não
sou a menina que dá em cima do homem de outra garota e...
Droga.
Não posso prometer que vou ficar longe, mas vou ter cuidado.
— Estou feliz por ele ter encontrado alguém como você, se alguém
tem o poder de penetrar naquele forte concreto que ele construiu em
torno de si mesmo, é você. Eu só odiaria ver você se machucar no
processo. Você é boa demais.
~ 100 ~
— Sim, você tem isso, é óbvio.
— Espero que sim. E você, o que é esse cara novo por quem está
apaixonada?
Eu fico com ela. — Estou tão feliz por você, você merece. Você é
uma ótima garota.
— Obrigada.
— Ei! Desculpe eu não ter ligado, a vida tem sido agitada. Como
você está?
— Maior idiotice que você já viu, tipo enorme. Ele está sendo um
porco para mim sem nenhuma boa razão, ele não tinha sequer me
conhecido antes de decidir que ele não gostava de mim.
Eu digo a Lara sobre o que ele tem feito, e ela ouve, apenas
bufando ou soltando um palavrão aqui e ali.
— Rach, você não deveria aceitar isso. Você tem direitos, estagiária
ou não.
~ 101 ~
— Confronte o idiota.
Maldita seja.
Ela grita mais alto. — Oh, oh, oh, eu sabia que você se interessaria
por um homem das montanhas.
Eu rolo os olhos mesmo que ela não possa vê-lo. — Eu não tinha
absolutamente nenhum plano de me aproximar de qualquer homem das
montanhas, isso... apenas aconteceu.
— Não o deixe jogar pequenos jogos com você. Se ele quer te beijar,
faça com que ele ganhe.
~ 102 ~
Ela ri. — Sério, você é boa demais para brincar com ele.
Eu exalo.
— Desculpe, ele não está aqui, mas posso lhe dar seu cartão se
quiser?
~ 103 ~
— Desculpe incomodá-lo. — eu digo a ele, estendendo minha mão
e apresentando o cartão. — Uma mulher da imobiliária veio e estava
procurando por você. Ela estava interessada em alguma propriedade
que você tem para a venda.
— Como?
Temperamental.
— Ótimo.
Eu ignoro.
Porra.
~ 104 ~
Doze
Eu acordo com uma batida na minha porta.
Abro-a para ver Slade e Ryder de pé, olhando para mim. Ambos
estão vestidos e prontos para o dia.
— Não enquanto você achar que pode mandar em mim desse jeito,
— eu murmuro, olhos ainda turvos, corpo gritando por um café.
— Você disse que não andou muito por aqui, eu vou levar você
para ver coisas. — Slade diz, descendo os degraus da frente e abrindo a
porta do passageiro para mim.
~ 105 ~
Olho para Ryder, que me dá um polegar entusiasmado.
— Então podemos...
— Eu falei com você. — ele aponta. — E você disse que queria sair,
então é isso que eu estou fazendo, eu vou levar você.
~ 106 ~
posso evitar, nada pode sequer chegar perto do que meus olhos estão
vendo agora. Uma brisa suave escorre pelas montanhas e sopra meu
cabelo em volta do meu rosto. Fecho meus olhos e inalo, levando-o para
os meus pulmões e apenas saboreando o momento.
Ele sorri para mim, e eu olho para ele. — Eu também adoro isso
aqui. Slade costumava me trazer aqui quando eu era pequeno, e
conversávamos por muito, muito tempo. É uma espécie de nosso lugar.
— Foi bom você trazer Ryder aqui, é especial para ele agora.
Maldição!
~ 107 ~
— Podemos ir comer alguma coisa agora? — Ryder pergunta,
saltando.
***
~ 108 ~
Ela desaparece e Slade me dá um cardápio, eu o pego e olho para
baixo. — Então, qual frango é o melhor? — eu pergunto a Ryder,
olhando os diferentes pratos com frango.
— Nós costumávamos vir pelo menos uma vez por mês, hey amigo?
~ 109 ~
— Vamos para casa então, e descansamos, amigo, o que você diz?
— Slade pergunta a ele.
— Eu te devia, por ser tão idiota. Eu sinto muito. Eu não quero ser
assim, porra, às vezes eu nem sei que estou fazendo isso.
— Tudo bem. — eu digo, sentindo calor por dentro por ele mesmo
se desculpar. — Tudo está perdoado. Ou seja, se eu não ganhar dez
quilos depois de ter comido tanto.
Ele resmunga, mas seus olhos são claros com risadas. — Você
ainda seria linda querida. Não duvide disso.
Estou na merda.
Droga.
~ 110 ~
Treze
Eu atiro minha cabeça para trás e rio. — Você está brincando, isso
é tão fofo.
— Você fez um grande trabalho com ele, é tão bom ver um menino
com uma visão tão grande sobre a vida. É um prazer ter ele por perto.
— Vergonha, você daria uma ótima mãe. Você é boa com Ryder.
~ 111 ~
Eu tremo, e aperto minhas pernas juntas. Deus.
Deus.
Oh Deus.
Eu posso sentir seu pau rígido debaixo de mim, ficando cada vez
mais duro. O comprimento espesso esfrega-se contra o meu sexo, me
dando tesão em muito menos tempo do que eu gostaria de admitir.
Slade faz um gemido em sua garganta, e eu arquejo nele, desesperada
para me aproximar.
~ 112 ~
— Não posso continuar fazendo isso aqui. — ele murmura contra a
minha garganta.
Eu corro meus dedos por cima dele, não me cansando dele, não
importa o quão perto eu esteja. Eu aninho meu rosto em seu pescoço, e
respiro, amando seu cheiro, amando como ele é. O fogo estala em nós,
criando uma cena que eu não conseguia imaginar em minhas fantasias
mais loucas.
~ 113 ~
Eu suspiro e me contorço, suas mãos são grandes, seus dedos
igualmente. Leva alguns momentos para se ajustar ao redor dele, mas
ele rola seu dedo dentro de mim, e depois empurra para dentro e para
fora lentamente. Eu gemo e encontro seus lábios, beijando-o com uma
ferocidade que nunca senti antes. Ele me beija de volta com igual
paixão, até que seus dedos estão acendendo um fogo dentro de mim.
Muito bom.
~ 114 ~
Suas palavras me dão mais prazer até que eu estou com o corpo
inteiro dolorido de prazer, minhas costas arqueadas, minha boca deixa
escapar pequenos gemidos de prazer. Eu vou gozar, e não há nada que
possa parar a intensidade disso. Eu já sei que vai explodir minha
mente.
Deus.
***
~ 115 ~
No caminho de casa eu luto com minhas lágrimas, sabendo que
Slade vai perceber logo que eu passar por sua porta da frente para o
jantar mais tarde. Ele pode me ler de uma maneira que às vezes me
assusta, e outras vezes me lisonjeia. A menor mudança no meu humor
e ele percebe. As coisas entre nós nas últimas semanas foram incríveis.
Cada chance que ele tem, ele leva-me e a Ryder para explorar a área, e
sem hesitar, ele me fode até minha cabeça girar.
— Slade...
~ 116 ~
— Agora, me diga o que está acontecendo.
— Slade, honestamente...
— Silêncio querida.
Ele aperta meu peito, antes que sua mão caia entre minhas pernas
e ele comece a acariciar.
~ 117 ~
Então Slade deixa a cabeça cair.
***
Eu pisco.
O que?
Isto é um sonho.
~ 118 ~
Isto é...
Slade!
Oh Deus. Slade.
Posso.
Sem exigências.
Deus.
~ 119 ~
Este homem.
Deus.
Sim.
Este homem.
~ 120 ~
Catorze
— Você tem certeza? — Eu digo uma última vez a Slade enquanto
ele sobe no lado do motorista de sua caminhonete.
~ 121 ~
Claro, eu estou nervosa como o inferno, eu realmente não gasto muito
tempo com crianças, no entanto Ryder e eu nos damos muito bem,
então eu sei que vai ficar bem.
Ela se vira e me enfrenta, só que desta vez ela não está usando os
óculos escuros. Ela tem anéis escuros sob seus olhos, e seu rosto, sem
toda a maquiagem que usava pela última vez, parece esticado e magro.
Ela parece... terrível.
~ 122 ~
minha varanda, depois de horas, parecendo que ela acabou de ter uma
overdose de drogas. Seus olhos balançam para os meus e ela pergunta,
— Eu estava procurando por Slade, ele está em casa?
— Não, desculpe, ele não está. Ele estará fora por um tempo.
Uma mentira, é apenas uma noite, mas até que eu possa avisá-lo
dessa mulher depois... o quê? Sua propriedade? Ela quer comprá-la
tanto assim? De qualquer maneira, até que eu possa avisá-lo, vou fazer
o meu melhor para mantê-la afastada e, em seguida, ele pode lidar com
isso quando ele retornar.
Mamãe.
Oh.
Deus.
Não.
~ 123 ~
Eu congelo. Eu não posso me mover. Ela aponta para mim e em um
tom baixo, trêmula diz: — Deixe-me entrar, e ninguém se machuca.
Oh Deus.
— Não. — sua pequena voz vem atrás de mim. — Não. Quero ficar
aqui com Slade.
Eu suspiro, porque eu sei que tudo o que está passando por sua
pobre mente agora não é bom. Quanto mais cedo eu conseguir tirar
essa mulher daqui, melhor. O medo agarra meu coração, mas eu não
me entrego a ele. Eu disse a Slade que eu cuidaria de seu garoto e eu
vou, não importa o quê. Vou pegar uma bala antes de deixá-la sair
daqui com Ryder.
~ 124 ~
— Escute. — eu tento dizer para ela, mantendo a minha voz calma,
mas não muito calma para fazê-la pensar que estou falando com ela
como uma criança. — Talvez possamos tomar uma xícara de chá e
sentar, falar sobre isso...
— Então ele pode deixar meu filho com putas aleatórias, mas ele
não pode me deixar vê-lo? É isso que você está dizendo?
Sua mão está tremendo, uma contração errada e a bala vai sair,
diretamente em meu peito. Eu engulo, tentando manter a calma,
quando eu respondo: — Claro que não.
— Se você atirar em mim, ele nunca vai perdoá-la. Seu filho nunca
mais olhará para você de novo. Se você o quer de volta, então você
precisa se acalmar. Você não se importa com o que ele pensa de você?
Sua mão treme enquanto ela grita. — Não me diga como ser mãe.
Sente-se nesse sofá agora mesmo ou eu explodir seu joelho.
~ 125 ~
Ela está na nossa frente, apontando a arma na minha direção. E só
então eu percebo que estou sentada no meu telefone. Se eu puder tirá-
lo de baixo de mim e deslizar para Ryder de alguma forma, ele pode
ligar para o 911. Até lá, eu tenho que distrair a mulher.
— Agora!
— Cala a boca, sua cadela. Feche sua maldita boca. Você não sabe
nada sobre mim. Você não sabe nada sobre o que eu fiz para tentar
recuperar meu filho. Você não sabe nada sobre meu irmão que tem
mantido meu filho longe de mim.
— Ele o impediu te ver por essa mesma razão. Olhe para você, você
é uma bagunça! Você não está apta para ser mãe.
~ 126 ~
— Eu estou vendo se ele está ok. — eu digo, minha voz apertada,
sangue escorrendo pelo meu rosto, aquecendo um caminho em seu
rastro.
— Isso não é o que você quer fazer. Você é a mãe dele. Não o deixe
vê-la assim.
— Cala a boca! — ela grita. — Cala a boca, cale a boca, cala a boca!
Eu não posso...
~ 127 ~
***
Ryder.
Não.
~ 128 ~
— Ele está bem. — Slade murmura em meu ouvido. — Graças a
você, ele está bem. Você salvou meu garoto, você o protegeu.
— Ele está bem. Ele está com Steph no momento, dormindo. Ele
ficou abalado. Mas ele me disse o que você fez. Ele me contou como o
protegeu. Baby, eu não posso...
— Ela se foi.
~ 129 ~
Oh, aquele pobre, doce, lindo, garotinho. Mesmo se ele não viu
nada, levará algum tempo para ele se recuperar. Essa era sua mãe,
acima de tudo, e agora ela se foi. Isso vai afetá-lo, algum dia, de alguma
forma. Só estou feliz por ele ter Slade em sua vida para ter certeza de
que ele passe por isso da melhor forma.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto. — Você está certo. Eu vou.
Eu juro.
E eu vou.
~ 130 ~
Quinze
Seis meses depois
— Eu não vou abrir meus olhos amigo, mas você precisa me dizer o
que está acontecendo?
~ 131 ~
— É um forte! — eu choro, girando ao redor e olhando para Ryder.
— Você construiu um forte? Para mim?
~ 132 ~
A felicidade enche o meu peito enquanto desço do forte e me viro
imediatamente, jogando-me nos braços de Slade. Ele me pega e eu
enterro meu rosto em seu pescoço. Slade não diz muito, ele não
expressa como ele se sente, mas ele faz coisas assim, coisas que me
mostram o quanto ele se importa comigo.
— Sempre.
Deus.
Sim.
Este homem.
***
— Oh meu Deus, estou tão animada e tão, tão feliz por vocês dois.
Eu a abraço apertado, tão feliz que ela está finalmente tendo o que
ela merece. Ela e Noah, eles merecem toda a felicidade do mundo. Eu a
solto e vou abraçar Noah que está falando com Slade. Ele ri e me
abraça, apertando e forte. — Tia Rach novamente, hein?
~ 133 ~
Lara sorri, e nós duas nos sentamos no sofá. — Então me diga
todos os detalhes. Como está tudo?
Ela olha para os caras, que ainda estão falando sobre alguma
coisa. Caçando, eu acho.
Eu estendo a mão e aperto sua mão. — Estou tão feliz por você
estar aqui. Eu tenho saudades suas.
~ 134 ~
Depois de um banho, eu me arrasto na cama ao lado de Slade e
rolo em seu peito duro e quente. Ele puxa um braço em volta de mim e
puxa-me para perto, pressionando um beijo ao lado da minha cabeça.
Eu nunca pensei que ele era tão afetuoso, ou qualquer coisa menos
difícil. Eu estava errada. Ele é um bom homem. E quanto mais tempo
eu passo com ele, mais seus escudos se abaixam e ele me deixa entrar.
— Ryder ama você. Você mudou tudo para ele. Dá-lhe algo que
nunca teve em uma mulher.
— Eu também o amo.
— É certo.
~ 135 ~
Eu sorrio. Meu coração explode de felicidade. — Slade, eu não
sabia que você gostava tanto de mim. Quero dizer, eu pensei que este
era apenas uma empolgação casual...
Ele sorri para mim. Nunca me cansarei de ver aquele sorriso lindo,
e aquelas duas covinhas perfeitas. — Você não vai a lugar nenhum,
minha Criança Selvagem. Eu pretendo aguentar sua tortura por um
tempo muito, muito longo.
Eu rolo ele para suas costas e monto nele, olhando para baixo.
— Oh baby. Eu também.
Então eu o beijo.
FIM
~ 136 ~