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- O deserto ta uma brabeza essa noite e deve ficar assim por mais uns dias,

certeza que vai hoje?

Acenei que sim, aprecio a bondade da senhora me alertando e de certo, nao


faria a desfeita de ficar de estadia por mais uma noite, mas a culpa escorava em
minhas costas era maior que a vontade de agrada-la.

Ela insiste mais um pouco, sua voz era ansiosa e delicada, ainda mais resaltada
apenas pela preocupação pela minha segurança. Respondia quase que
instantaneamente suas contestações com gestos enquanto escondia minha cara
arrepiada pelo frio, se ela a visse, nem mesmo eu poderia impedi-la de me
tacar de volta pra cama. Ando ate o quarto de hospedes da senhora, o cheiro
de trajes limpos e roupas da cama macias me diziam que essa seria a minha
ultima oportunidade de aproveitar o que esse oases tem a oferecer.me
desperto do tranze e pego minha bolsa de viagem, vacilo ao carrega-la, talvez
eu tivesse pego coisas demais, bem, uma caçada preparada ja é metade do
caminha pra uma boa caçada, pelo menos nao vou estar brincando com a
chance de perder a vida. meu cinto corselet estava cheio, seu interior guardava
tubos de bolas de tinta e bombas de pó, pra cegar e camuflar respectivamente.

As roupas estao arenosas, isso que da não lavar roupa num deserto, ao menos
se for devorado, estarei temperado, um de nos vai ter uma experiência
maravilhosa. Tirando a areia, vestia um estranhamente garbo capuz, seu
interior se tornava branco enquanto o exterior era preto, camuflado tanto pra
areia branca quanto pra noite negra. O casaco e calças seguiriam a mesma
linha, porem mais fino e confortável. Os sapatos eram largos pra nao afundar na
areia, porem leves pra nao pesarem a viajem, guardavam detalhes luxuosos em
seu entorno, listras douradas que se revezavam com marrons.

Retorço as roupas pra ficarem escuras e as visto, pego na minha bolsa um


óculos contra a tempestade do deserto e encerro minha preparação. Me
despeço as penas da pobre senhora que me emprestará abrigo, Seu rosto
penoso se partia casa a dentro.

- Não acredito, Esse é o caçador que vai caçar o mazara? ouvia um leve sussurro
vindo dos arredores da vila, nao acredito que ja tenho admiradores que nao
sejam uma senhora e algumas crianças que deixei brincarem com a minha…
lamina? Onde ta minha lamina!? E MEU MARTELO?!?

Volto as pressas a casa da senhora, desenho num papel a minha lamina pra
indicar o que procurava, mal terminei minha caricatura e ela ja se encontrava
fora da bainha sendo usada como facão pela senhora pra cortar uma pedaco de
carne e o martelo esta apostos pra amacia-la, agradeço a mesma e me desculpo
pela intromissão, ela novamente pergunta se seria uma boa ideia sair agora, a
tranquilizo com um leve tapinha nas costas e agora me vou definitivamente.

- Não acredito, esse é o cacador que vai caçar o mazara?depois desse incidente, a
admiração se tornou preocupação, tal preocupação que apenas se tornara
branda de pouco em pouco ao pensar no agora e nos meus preparamentos.
Estudei a criatura antes de chegar, ela era velha e endemica a essa região,
conhecida por usar sua cauda longa como um leque pra atacar areia escaldante
nos seus inimigos, cauda essa enfeitada como a de qualquer ave que
conquistaria uma parceira apartir do seu encanto, porem, esse mazara era
solitario, agressivo demais pelo seu territorio, uma agressão que surpassava
seus instintos de criar uma familia, ja que ate outros de sua especie se negavam
a se adentrar pelo deserto.

Não estava despreparado em questao de equipamentos, longe disso na real,


minha roupa cobriria minha imagem a longas distancias, acrescentando um
elemento surpresa. é claro que a ave teria uma visao espetacular como a
maioria dos seres alados, mas pra isso sairia no deserto tempestuoso a noite e
pedia aos deuses que isso me dasse vantagem mais do que daria a penosa
criatura. as bombas de po e bolas de tinta ja diziam ao que vieram e por fim
minha lamina, novinha e confiável, adornada com uma pena de mazara dada
como brinde pelo ferreiro a um dos seus clientes mais assíduos, seu punho era
sinalizado por um dourado e marrom, combinando com meus sapatos, porem
cobertos por um laço esbranquiçado que amaciava o seu uso constante, o
martelo, seu gêmeo, tinha uma cabeca semelhante a chapa da espada, tao
prateado e reluzente quanto, porem com detalhes entalhados sobre medida, o
semblante da vila de malomar, onde meu berço esta e ficará ate minha morte.

Treinar com lamina e martelo era facil, se diante de um ataque surpresa, um


golpe num ponto fraco óbvio pra enfraquecer e desorientar e pronto, caçada
feita, treine suas esquivas, furtividade e a parte facil de uma luta quase indireta
ja esta garantida. as coisas destoam um pouco se eu ja estiver de olhos travados
com a criatura, o estilo de luta dessa arma é de poucos golpes efetivos e
sanguinarios. estaque o sabre, empurre com o martelo pra causar ainda mais
dano e puxe o martelo de volta, a corrente que conecta ambos trará o sabre de
volta, você se garante no ataque e pode se afastar rapidamente. Isso é
simplesmente uma arte, tanto que malomar detém o titulo de criar os melhores
artistas dessa tecnica, nao pra menos, ja que o aço de la é renomado por toda a
vizinhança como um dos melhores pelas cavernas humidas resaltarem sua
maleabilidade e resistência.

As vezes me sinto nervoso e acabo falando demais, talvez ja tenha ate notado
isso com a extensa explicação da minha estrategia e arma, mas isso acontece
desde sempre e por incrivel que pareça ate me ajuda, os nervos se desaceleram
e relembro o essencial do plano, atacar, nao morrer e matar, apenas o basico, o
que nao me salvaria completamente. Costumo comparar uma caçada com um
encontro, o que me garantiu olhares justificávelmente tortos de estranhos e
conhecidos, mas sempre que explico, as coisas ficam mais claras e eu deixo de
parecer um maníaco e de acordo com amigos, pareço apenas uma pessoa que
foi criada por animais, o que eu considero um elogio. Primeiro, você aprende
sobre o alvo, seus costumes, comportamentos e biologia, depois você se
prepara pro encontro, roupas apropriadas, presentes e armas se voce gostar de
estar preparado como eu, e entao deixe fluir, faça o que gosta, seja voce
mesmo, nao existem taticas especiais que funcionaram com todos. o momento
pede furtividade? Seja furtivo, Pede caos? Entregue, apenas entenda que as
vezes as coisas não dão certo e siga em frente, uma moral ruim nao ajuda numa
caçada e é essa moral que me garantiria um chapeu de penas avermelhadas
após esse inverno desertico.

Sinto saudades dos meus companheiros de caça, normalmente alguem diria “e


é por isso que voce esta solteiro” ou uma provocação do tipo. Caçadas solitarias
são pessimas e ter alguem pra dividir seus rastros e palavras é o meu ideal,
afinal, duas cabeças pensam melhor que uma e quatro olhos teriam visto o
rastro que eu acidentalmente seguia por alguns segundos.

Cabiam pelo menos quatros pés de altura e tres de largura, dedos finos e sem
sinal aparente de garras pro meu alivio. Garras de mazara costumam cair de
tempos em tempos pra darem lugar a garras mais afiadas, como se fossem
nossos dentes. Seu desgaste era tao pouco que se a mae natureza não as
deixasse cair, causariam dor ao passaro de tanto crescimento, se tais rastros
fossem mesmo de um mazara, tirei a sorte e azar, tanto pela grandeza de suas
maiores armas estarem inutilizaveis, quanto pelo comportamento evitativo e
preventivo que ele teria, se escondendo e evitando qualquer embate.

Os rastros se tornavam espassados e se eu se eu fosse louco, diria que o bicho


era inteligente o bastante pra cobrir suas pegadas com a areia, talvez deva dar
credito a criatura, mazaras não são conhecidos por sua inteligência, sao caças
de iniciantes que se formaram recentemente da associação, como uma boneca
dada a uma criança pra aprender a interagir com esse mundo novo que lhe foi
apresentado, nada mais, nada menos e sinceramente, apesar de levemente
ansioso, nao devo me preocupar tanto.

A noite se tornava mais e mais difícil, a areia acompanhava o vento do deserto


que parecia ter uma richa pessoal comigo, como se a mae natureza quisesse
que aquela besta continuasse por vaguear usando a noite como seu veu. Junto
a areia tempestuosa, a gelida qualidade do ar transmutava o pó num
equivalente frio do aquentado vidro, tão duro e quase tao cortante quanto. O
antes dito véu da noite estava agraciado por um céu tao brilhante quanto
vagalumes selvagens no auge da sua luminescência, o que constrastava
violentamente com o horizonte das dunas brancas. A lua havia de abençoar
seletos grãos de areia, como se aquela terra quase desabitada tivesse
diamantes granulados pelo chão, apenas eles eram visiveis, não causavam
brilho o bastante pra mudar alguma coisa, como se a lua sentiu-se sozinha por
apenas ela refletir a luz do sol e quisesse outros que refletissem a mesma.

Após alguns passos, minha vista encontrará uma sombra ou silhueta, era difícil
dizer, a escuridão e longeza trabalhavam juntas pra manter sua ambiguidade.
Era enorme, definitivamente maior que meu alvo e talvez tão feroz quanto. Sua
silhueta se aparentava com uma casa em altura e largura e era visivel pela
altura da duna da qual estava enquanto a via, sua forma se entrelaçava com a
areia, evitando a percepção de olhos desatentos, quase se mascarando pela
areia com seus brancos levemente azulados pelo luar.

Me aproximo tranquillizado, quase escorregando pela descida da duna, nao me


atacaria, a falta de movimento e respiração era um dos fatores da minha
despreocupação, outro deles era seu grande tamanho, uma das coisas que
normalmente me amedrontaria se tornou uma banalidade nas areias daqui.
Desertos não são conhecidos por monstros em tamanho, seja por falta de
recursos, sorte ou ate oportunidade, eventualmente os gigantes cairiam e tal
como esse espécime se tornariam um com o deserto, seja apodrecendo seu
chao ou compondo sua pintura.

Eram ossos, a minha visão era enganada pela semelhança em cor com a areia e
a distancia, mas de fato, eram apenas uma imensa carcaça. Me pergunto de
qual entidade eram, gibaros era uma otima opção. Seu tamanho comparavel a
baleias e ate a aparencia era semelhante, se traduziriam bem como cetaceos,
suas mandibulas eram enormes e causavam uma estranha sensação de
pequeneza, como se ela fosse um ataque ao ego de qualquer um que visse de
perto.

Enquanto tateava a mandibula da besta caida, me lembro vagamente de algum


conto que minha vó divagava nas noites mais frias e escuras, as que me
dificultavam de dormir e passava elas a fio em penumbra. A senhora grisalha
contará de criaturas aladas cobertas em pedras preciosas, divindades da riqueza
que se bordavam quase sozinhas por mãos crentes que se carregassem uma
imagem de tais entidades, estariam garantidos reinos de riqueza e gemas de
brilhar. rubis, esmeraldas, safiras e ametistas eram uns dos ditos espécimes que
brotavam nas pressas de gibaros. uma das partes de crescer é aprender as
origens de tais vagueantes contos, com a magia dos brotos de gemas indo
embora, algo alem disso tomou seu lugar, conhecimento substituindo a
fantasia, nao eram cultivadores de riquezas, muito pelo contrario na verdade,
devoravam as mesmas, tiravam suas energias de seus núcleos reluzivos. apesar
de não trazer riquezas, os espertos ainda resguardavam sua presença, gibaros
poderiam não ser arautos de valor, mas ainda podiam detecta-lo com seus
instintos naturais. Talvez isso tivesse a matado, um grupo de pessoas a seguiria
pelo deserto por horas, dias e semanas ate, com um impeto quase tao natural
quanto o instinto em busca de alimento do tirânico flagelo do deserto e quando
finalmente acharam, executaram a única barreira viva contra uma vida de
riquezas.

“Pra onde deuses vao quando morrem?” eu me pergunto enquanto os ossos da


besta se tornam mais um com o horizonte. Parece uma pergunta aleatoria, mas
a duvida vinha do meu encontro com os restos daquela criatura, sempre as
enxergava como deuses na terra que migravam pra demonstrar sua
resplandecencia em busca de mostrar a todos sua riqueza, não como
provocação, mas como inspiração. As pinturas da minha vó ressaltaram isso, a
coitada era fascinada por tal beemote e adornava seus quadros com pedras
pintadas pra simular as dixes da besta.

Ver sua carcaça agora me faz pensar onde foi a graciosidade dela, a esperança e
inspiração que a levava a elevar a beleza da terra. Talvez seja por isso que se
trouxe ao deserto, morrer sozinha, mantendo sua magia de forma teatral,
mostrando sua performance e mantendo a eterna na mente de todos, mas
mostrando a falsidade da mesma apenas quando só atras das cortinas do palco,
pra quando sua morte chegasse, apenas memorias de pedras reluzentes se
fizessem existentes na cabeça dos quais manteriam sua lenda.

“eles não vao a lugar nenhum e a todos ao mesmo tempo”. respondo minha
propria questão. Sua carcaça não se moverá, as cicatrizes marcadas pelo seu
corpo na areia não iriam a lugar nenhum, mas seu mito estaria gravado nos
lugares mais diversos dessa terra. mentes e livros de todo lugar estacados em
versões quase perfeitas dos seus contos. Talvez devesse morrer aqui, impedir
que vissem sua essência real se escondendo nas dunas. aprecio ser um dos
poucos que pode ver sua verdadeira forma por tras das lendas e ser um dos
mais poucos ainda que agradeceriam tal visao.

Talvez o cansaço estivesse me alcançando, me tornava um pensador a visao do


estresse e fadiga, seria bom parar por alguns momentos, mas a furia das areias
nao me daria um descanso por apenas por ser um convidado daquele lugar e
não me daria tal mordomia, infelizmente apenas as partes vivas naquele
deserto me permitiam tal desejo. Falando no diabo, parece que uma migração
esta passando pelo ceu arido, ou talvez eu esteja tao cansado que veja as
estrelas multiplicadas e as confunda. dou um gole d’água de uma bolsa de
couro que guardava ao lado do corselet e seu frescor desnuvia minha visao,
realmente era uma migração de pontos brancos esvoaçantes em conflito com o
ceu negro. Eles devem ter uma visao invertida minha, enquanto são pontos
claros na escuridão, minha roupa era contrastante contra a branquitude do
deserto. Os que chuto serem mais jovens faziam truques enquanto voavam
asas quase pequenas demais pra serem vistas, enquanto os mais velhos apenas
observavam um pouco ao longe com asas tão grandes e claras que nao sabiam
se davam sombra ou clareavam o territorio que estavam de passagem.

As vezes eles passavam pela lua, perdendo seu contraste e encontrando


harmonia, ficando quase invisíveis, era lindo. Um conhecimento quase comum
de não-cacadores era que nos nutriamos uma discordia entre a natureza, somos
ferramentas humanas em busca dos nossos interesses que desejavam procurar
uma ruptura e criação de uma relação de submissao entre nos, a fauna e flora,
o que não posso mentir, temos nossos proprios interesses, afinal, nao
trabalhamos de graça, mas uma coisa que costumam ignorar é o esforço e
dificuldade de estar aqui e aprender sobre tais criaturas apenas por dinheiro.
Lembro que durantes meus estudos pra realizar meus sonhos de trabalhar com
essas criaturas, tinha dificuldades de achar registros claros sobre elas, ate as
mais simples e comuns, seres que criavamos nas nossas casas, viamos no ceu e
na terra tinham apenas um livro curto sobre, estudá-las não era dificil, mas
achar quem queria tal trabalho era. me indigno que tantas pessoas achem que
aquele eu que procurava por horas qualquer informação sobre essas bestas
seria capaz de odiar as mesmas, ate antigos professores meus que sao
caçadores experientes que haviam cicatrizes e membros amputados ainda
guardavam um apreço por elas, não amor, mas não um rancor devasso e
mortal.

Isso se surpassava pela minha mente em contestação ao pensamento de que


pessoas como eu nao apreciariam essa visao, entrando em conflito com meu
foco, apenas hipnotizado pela lua enquanto um caos entrelaçando-se na minha
cabeca dum jeito quase fisico.

Uma sombra vermelha atravessa a lua, uma lança celestial coberta em penas
sangrentas, sua velocidade era tao grande e sua mira tão precisa que se
assemelhava a uma flecha de bico sombreado. O vulto carmesim dançava
enquanto sua sombra copiava seus movimentos pela terra, sua velocidade era
tremenda que mais compensava procurar sua forma pela areia que pelo ceu.
Parecia estar em conflito com os pontos brancos do ceu, um rugido estrondoso
avisava o resto do bando pra que fugissem, os mais jovens se recolhiam em
meio aos mais velhos, o maior dos pontos, que assumo que deu o rugido
entrará em embate contra a besta vermelha. a batalha do seculo se iniciava, o
alado vermelho afiava seu bico em direção ao seu oponente, enquanto o
mesmo graciosamente desviava e tentava um contra-ataque em forma de
investida, mas a cauda do rubro era imensa, ao ponto que para o desavisado
chefe da manada, contaria como um alvo facil, a investida do embaço claro no
ceu acertará, mas fizera pouco a nada de dano na cauda, pudera ser? O luar
que pouco iluminava a terra, dilacerava as bestas em embate com seu brilho
Dificultando sua visao, entao não podia ter certeza se era o tal mazara que
estava destinado a batalhar contra.

A luta perdurava, a cauda do mazara era seu maior trunfo defensivo, como se
fosse um imenso leque que cobria seu corpo, tornando ambíguo sua proxima
ofensiva. ja a criatura branca estava fazendo uso de seu tamanho e sua enorme
pelagem, investidas eram um ataque arriscado, mas com uma defesa quase
impenetravel como a dele seria facil se manter em pé de igualdade na batalha.

ambos estavam com certas desvantagens, o bando tentava sair de fininho pra
se encontrarem depois e não atrapalharem a batalha, mas os golpes eram tao
vorazes que o terror os paralisava. Mazara por outro lado teria uma vantagem
maior se lutasse na terra, seu bico afiado permitia golpes, mas abria sua defesa
e se não fosse rapido o bastante, cairia do ceu. se suas garras estivessem a
postos isso não seria problema, mas pelos rastros de antes, chuto que ele esteja
mais indefeso do que nunca, o que so dava credito a sua coragem ou furia por
tentar enfrentar uma criatura tres vezes o seu tamanho.

O embate cessa, nao por uma golpe sanguinário ou uma queda que tiraria
ambos da luz branca do luar, mas pela massa esbranquiçada se jogará com
tanta força na ave que conseguiu atordoa-la, não o bastante a fazer a mesma
cair, mas pra dar tempo de uma rapida evasão.

Mazara se recompõe e se prestigia por bicar suas penas, como se comemora-se


tal vitoria. A êxtase é paralisante, não sou acostumado a ver lutas selvagens,
poucos relatos conseguiram me atiçar essa curiosidade, era horroroso o
pensamento de criaturas tao majesticas se enfrentando pela vida, mas na ação
essa vontade primitiva se revitalizava ao ponto de me fazer esquecer por breves
momentos de que teria de matar aquela criatura.

A ave se pronuncia em um crocito, minha atenção sai de procura do meu pulso


pra saber se estou sonhando pra silhueta no céu que escapa o luar e se bate de
encontro com o ceu noturno.

Proximo capitulo.

Pode parecer que eu estou animado por finamente encontrar essa besta quase
mítica, ainda mais em menos de uma semana. Caças costumam durar semanas,
meses ate, ainda mais de uma criatura voadora num enorme deserto onde nem
mesmo é garantido que ate os cacadores mais bem preparados saim vivos do
lugar arido.

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