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Ariane Roder Figueira & Renato Cotta de Mello
ISBN: 978-85-352-7930-6
ISBN (versão digital): 978-85-352-7931-3
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Inclui bibliograia
ISBN 978-85-352-7930-6
Ariane Roder Figueira é doutora e mestre em ciência política pela USP com
foco em relações internacionais e bacharel em ciências sociais pela Universida-
de Estadual Paulista (UNESP). Professora e pesquisadora na área de negócios
internacionais do Instituto COPPEAD de Administração da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Suas apresentações em congressos, artigos
publicados em periódicos cientíicos, livros e pesquisas desenvolvidas direcio-
nam-se para as áreas de relações internacionais, comércio exterior, política ex-
terna, instituições políticas, partidos políticos, processo decisório e negócios
internacionais.
João Alberto Alves Amorim é mestre e doutor em direito internacional pela Fa-
culdade de Direito da USP e professor de direito internacional da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP). É coordenador de Programas e Projetos In-
ternacionais da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UNIFESP, coor-
denador da Cátedra Sérgio Vieira de Melo do Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados (ACNUR) na UNIFESP e coordenador do Programa de
Alianças para a Educação e a Capacitação (PAEC), projeto da Organização dos
Estados Americanos (OEA) e do Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras
na UNIFESP. Membro da Fundação Andalusa de Direito, Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (Sevilha/Espanha).
Renato Cotta de Mello é pós-doutor pela Ohio University (2010), doutor em En-
genharia da Produção pela Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em
Engenharia (COPPE) da UFRJ (2009) e mestre em Administração pelo Institu-
to COPPEAD de Administração da UFRJ (1981). Atualmente é professor con-
cursado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lotado no Instituto Coppead
de Administração, onde coordena o Núcleo de Pesquisas em Internacionalização
de Empresas (NuPIn) desde 2009. Tem experiência na condução de projetos e
estudos nas áreas de planejamento estratégico e marketing, com ênfase em Negó-
cios Internacionais. É coautor dos livros: Internacionalização das micro e pequenas
empresas; O desaio das microinanças; Marketing para microinanças; Marketing de
serviços — casos brasileiros.
povos não eram coisa que dissesse respeito ao Brasil. E caso o país se envolvesse
em algum problema, lá deviam estar os diplomatas para resolver a situação.
O processo da globalização econômica e a ideologia da globalização irrompida
no início dos anos 1990, por um lado, e o progressivo engajamento internacional
do Estado brasileiro, como a participação na criação do Mercosul, por outro lado,
mexeram com esse quadro antes existente, determinando crescente curiosidade
da sociedade pelas relações internacionais. Desde então, acompanhando o ritmo
da nova inserção internacional do Brasil, essa curiosidade só tem feito aumentar.
Ela tanto se traduz na criação de cursos de graduação e pós-graduação destinados
aos que iniciam vida acadêmica, como também em cursos de mais curta duração
destinados a proissionais liberais, empresários e militares que objetivam ampliar
seu esclarecimento e também aumentar a eiciência e o rendimento de seu traba-
lho e de seus negócios.
Apesar de todo esse interesse em conhecer mais e melhor os vínculos do Brasil
com o exterior, ainda há, no entanto, muito caminho a percorrer. Muito se tem
feito para produzir conhecimento a respeito das diferentes dimensões da rea-
lidade internacional, porém ainda há muitas resistências a serem vencidas. São
vários os preconceitos que se acumularam ao longo dos anos. Consequentemente,
é necessário tempo e persistência da parte daqueles que trabalham para aumentar
o nível de esclarecimento dos brasileiros sobre a interação do Brasil com o am-
biente internacional.
A diplomacia brasileira goza de grande respeitabilidade. Uma das manifes-
tações disso é o fato de os países vizinhos enviarem sistematicamente seus es-
tudantes de diplomacia e diplomatas para completar sua formação proissional
no Instituto Rio Branco. As forças armadas brasileiras têm continuamente sido
louvadas nas missões de manutenção da paz das quais participam sob os auspícios
da ONU. O Brasil tem liderado o trabalho de promover a integração regional,
com vistas a compartilhar o processo de desenvolvimento econômico-social com
os vizinhos sul-americanos. O país passou à condição de importante cooperante,
fornecendo mais ajuda do que recebendo. E nessa nova condição, alguns impor-
tantes centros de pesquisa cientíica brasileiros têm contribuído signiicativamen-
te para melhorar as condições de vida de outros povos amigos, sobretudo daqueles
dos países menos desenvolvidos da América do Sul e da África. As universidades
brasileiras têm acolhido um número cada vez maior de estudantes estrangeiros,
que buscam novos conhecimentos e capacitação proissional. As empresas brasi-
leiras têm se internacionalizado, expandindo-se por todo o mundo, aumentando
com vistas a elevar o padrão de vida dos membros da sociedade, depende de uma
adequada ação política em todas as dimensões da vida internacional. O segun-
do equívoco em que incorrem os defensores da atuação externa apática é supor
que aqueles países que hoje são dominantes ou apenas muito atuantes, somente
passaram a atuar com mais contundência no meio internacional depois de terem
resolvidos todos os seus problemas domésticos, ou mesmo supor que eles sim-
plesmente conseguiram eliminar todas as suas questões internas. Por trás desse
segundo equívoco está a ideia que o elevado grau de desenvolvimento de alguns
países os dispensa de agir externamente, quando o que acontece é justamente
o contrário. Ou seja, para alcançar o elevado padrão de desenvolvimento que
hoje ostentam, esses países precisaram agir com muita intensidade para garantir
acesso a mercados, matérias-primas, recursos energéticos e para afastar ameaças
que viessem a pairar sobre seus aliados e seus próprios territórios. Se os países
em desenvolvimento lutam na arena externa para abrir caminho para patamares
mais elevados de desenvolvimento, os países desenvolvidos lutaram para atingir
tal situação e continuam lutando nessa mesma arena para manter seu status de
país desenvolvido.
A segunda forma de relutância a um maior ativismo internacional é mais sutil
que a primeira. Se a primeira apresenta-se como rejeição à atuação internacional,
por não considerar o país à altura das demais nações, a segunda apresenta-se na
forma de amesquinhamento teórico e cultural. Para melhor dizer, isso signiica
ver o mundo com as lentes teórico-conceituais dos centros de produção de co-
nhecimento dos países mais atuantes. Esse comportamento é muito visível na
mídia. Manifesta-se na falta de correspondentes brasileiros no exterior, com ca-
pacidade de observar e interpretar os fenômenos internacionais numa perspectiva
brasileira, para dar informações ao público do país em conformidade com os va-
lores culturais e com os interesses brasileiros. Como é sabido, entre nós acontece
justamente o inverso. A mídia do país não dispõe de correspondentes alocados
nos pontos de interesse, e todas as informações as quais o público tem acesso são
trabalhadas por estrangeiros que, por assim dizer, impõem seus pontos de vista
junto a esse público que deseja se informar. E o mesmo comportamento tam-
bém se manifesta no mundo acadêmico. Em não pouca medida, os estudantes
brasileiros que estudam para conhecer a realidade das relações internacionais são
tributários de enfoques teóricos elaborados por estudiosos inscritos em realidade
estranha à brasileira e que, tampouco, estão preocupados com a realidade e com os
interesses do Brasil. A utilização acrítica da literatura teórica internacional pode
Sobre os autores v
Prefácio xi
Williams Gonçalves
1.1 Introdução 1
1.2 Negócios internacionais: comércio, contratos e investimentos 5
1.3 Negócios internacionais e governos: a construção de uma agenda de
desenvolvimento 8
1.3.1 O sistema mercantil e as práticas mercantilistas: o primado dos negócios
internacionais como estratégia de crescimento 9
1.3.2 A crítica ao sistema mercantil e os ganhos provenientes do comércio:
as vantagens absolutas de Adam Smith 11
1.3.3 Do absoluto ao comparativo: as vantagens comparativas de
David Ricardo e os ganhos do comércio 16
2.1 Introdução 57
2.2 A função das negociações comerciais para o Brasil 58
2.3 Panorama do comércio exterior brasileiro 60
2.4 As negociações comerciais no século XXI 66
2.4.1 Negociações multilaterais na OMC 66
2.4.2 Acordos preferenciais de comércio 70
2.5 Considerações finais 74
Exercícios 75
Referências 75
3.1 Introdução 79
3.2 A mobilização no marco das grandes negociações 80
3.3 A estrutura da organização empresarial nas negociações: criação da CEB 82
3.4 Empresariado pós-impasse das grandes negociações 95
3.5 A agenda de confronto: principais críticas à diplomacia comercial 96
3.6 Considerações finais 100
Exercícios 101
Referências 101