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1 O processo siderúrgico É notório o interesse dos arquitetos por estruturas de aço. Apesar de Professor doutor do Departamento de
ser um antigo material estrutural, no Brasil o aço ainda é considerado, Engenharia de Estruturas e Geotécnica
2 Produtos siderúrgicos
por muitos, inovador. No entanto, a experiência dos autores, que há da Escola Politécnica da Universidade
3 Propriedades mecânicas dos aços décadas colaboram com arquitetos ou graduandos de arquitetura na de São Paulo.
4 Soldagem concepção de projetos, mostra a pouca formação recebida nos bancos
Autor de 5 livros e de mais de 100 ar-
escolares sobre o assunto.
5 Proteção contra a corrosão tigos publicados.
Em tal contexto, este livro tem o objetivo de contribuir com a difusão do Coordenador do programa de pós-gra-
6 Proteção contra incêndio
conhecimento a respeito do tema, apresentando noções básicas sobre a
duação em engenharia civil da EPUSP
tecnologia do material e a concepção estrutural.
PARTE 2 (2003-2005).
O texto é dividido em duas partes. A primeira trata dos aspectos tecno- Membro de mais de uma dezena de
1 Elementos estruturais lógicos, de domínio dos engenheiros metalurgistas e químicos. Aborda
comissões de estudo da ABNT sobre
temas como fabricação do aço, produtos disponíveis no mercado bra-
2 Modelo para cálculo estruturas de aço.
sileiro e proteção contra a corrosão. Procura-se passar, de forma sim-
3 Equilíbrio ples, um conteúdo que permita a compreensão do que é o material aço, http://www.lmc.ep.usp.br/people/valdir
4 Deslocabilidade de pórticos sua aplicação e cuidados a serem tomados visando sua durabilidade.
5 Sistemas de travamento Dessa parte do livro consta, também, um item relativamente novo no
6 O caminho das forças Brasil, a proteção contra incêndio. Considerando o avanço da engenharia
de segurança contra incêndio, esse item futuramente terá intensa par- FABIO DOMINGOS PANNONI
7 Flambagem ticipação do engenheiro de estruturas, mas, por enquanto, os autores Doutor em Engenharia de Materiais
8 Pré-dimensionamento resolveram, a bem da simplicidade, manter a abordagem mais tradicio- pela Escola Politécnica da Universida-
9 Estruturas mistas nal, ou seja, do ponto de vista tecnológico. de de São Paulo. Consultor Técnico da
10 Concepção das conexões A segunda parte, sobre aspectos de concepção, de domínio dos enge- Gerdau S.A.
nheiros estruturistas, objetiva fornecer ao arquiteto informações bási- Professor do Programa de Educação
cas para a correta concepção de estruturas simples de edifícios. Essas Continuada em Engenharia (PECE) da
soluções, à medida que o arquiteto praticar, poderão ser estendidas
Escola Politécnica da USP.
para as estruturas mais complexas. Incluem-se, também, algumas fer-
Possui duas patentes de aços e mais
ramentas inéditas para o pré-dimensionamento de pilares e vigas. O
trabalho em conjunto com o engenheiro é sempre desejável, mas o ar- de sessenta artigos técnicos publica-
quiteto, desde o início de sua criação, deve direcionar a solução para dos no Brasil e no exterior.
algo viável do ponto de vista estrutural. É autor (ou co-autor) de três livros pu-
blicados.
Recebeu oito prêmios de reconheci-
mento, dentre os quais se destacam o
“Prêmio Jovem Cientista” (CNPq, Grupo
Gerdau e Fundação Roberto Marinho),
“Prêmio Governador do Estado” (Gover-
Material de apoio
ao professor no site. no do Estado de São Paulo) e “Prêmio
www.blucher.com.br Talento Brasileiro (FIESP)”.
ESTRUTURAS
DE AÇO PARA
EDIFÍCIOS
Aspectos tecnológicos e de concepção
ESTRUTURAS
DE AÇO PARA
EDIFÍCIOS
Aspectos tecnológicos e de concepção
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN 978-85-212-0538-8
Segundo Novo Acordo Ortográfico, conforme 5. ed.
do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa,
Academia Brasileira de Letras, março de 2009.
1. Edifícios 2. Estruturas de aço 3. Estruturas
metálicas I. Pannoni, Fabio Domingos. II. Título
Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda. Índices para catálogo sistemático:
1. Estruturas de aço: Edifícios: Aspectos tecnológicos
e de concepção: Engenharia civil 620.17
Conteúdo
2 Produtos siderúrgicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Classificação dos aços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2 Aços estruturais utilizados na construção civil. . . . . . . . . . . . 24
2.3 Produtos siderúrgicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3.1 Chapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3.2 Perfis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3.3 Conectores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4 Soldagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1 Tipos de solda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.2 Processos de soldagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2.1 Eletrodo revestido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2.2 Arco submerso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.3 Controle de qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.4 Soldagem de perfis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
PARTE 2 – ESTRUTURAS
1 Elementos estruturais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
1.1 Elementos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
1.2 Apoios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
1.3 Subestruturas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
3 Equilíbrio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
7 Flambagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
7.1 Flambagem de pilares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
7.2 Flambagem de vigas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
8 Pré-dimensionamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
8.1 Determinantes das forças atuantes na estrutura. . . . . . . . . . . 179
8.1.1 Carregamento vertical. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
8.1.2 Forças decorrentes do vento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
8.2 Verificação da segurança estrutural. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
8.3 Pré-dimensionamento de pilares sob força normal
centrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
8.4 Pré-dimensionamento de vigas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
8.4.1 Vigas continuamente travadas (sem flambagem
lateral). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
Parte 1
ASPECTOS
TECNOLÓGICOS
1. O processo siderúrgico
2. Produtos siderúrgicos
3. Propriedades mecânicas dos aços
4. Soldagem
5. Proteção contra a corrosão
6. Proteção contra incêndio
Capítulo 1
O Processo Siderúrgico
Mas, o que é o aço? O aço é uma liga de ferro e carbono, que contém
de 0,008% a 2,11%, em peso, de carbono. De modo geral, o teor de car-
bono não ultrapassa 1%. Contém, ainda, certos elementos químicos se-
cundários, como manganês, silício, enxofre e fósforo, que integravam as
matérias-primas utilizadas em sua fabricação ou foram deliberadamente
adicionados para lhe conferir determinadas propriedades.
Sucata
Carvão Coqueria
Alto-forno
Carro
torpedo Eletrodos
1.600 °C
ou
mais
LINGOTAMENTE CONTÍNUO LINGOTAMENTO CONVENCIONAL
Forno-
panela
Panela Panela
Distribuição
Lingoterias
Molde
Placas
Blocos Aço sólido
Tarugos 800 °C
Aço sólido Placas
800 °C Blocos
Tarugos
Estripador
Forno de
reaquecimento
Laminação a quente (800 °C a 1.200 °C) Laminação a quente (800 °C a 1.200 °C)
Figura 1.1
Ilustração representativa dos atuais caminhos de produção do aço: a siderurgia integrada e a siderurgia a
forno elétrico.
Figura 1.2
PROCESSO DE SINTERIZAÇÃO
Ilustração representativa do pro-
cesso de sinterização do minério
Matérias-primas de ferro.
Misturador
Caixa de vento
Exaustor
Resfriador
Minério de ferro Hematita (Fe2O3)
Magnetita (Fe3O4) Peneira
Outros Alto-forno
Pré-tratamento Sinterização
Pelotização Abaixo de 5 mm para reciclagem
Figura 1.3
COQUERIA
Ilustração representativa do pro-
Carregamento Queima de gases cesso de coqueificação.
Câmaras de queima Corte transversal de uma bate-
Porta do forno ria e vista das alterações sofri-
Forno
das pelo carvão durante a co-
queificação em um forno.
Regenerador
Válvulas
de controle
de queima
Duto de base
Gás rico
Saída de fumos
para chaminé
Saída dos fumos
Gás pobre para chaminé
Figura 1.4
Ilustração representativa do pro- Correia de carregamento
coque
cesso de produção do ferro- pelotas Carregamento
gusa em um alto-forno. sínter de minério Saída do gás
de ferro
minério de ferro Cone
Nível superior de carga
Goela
Coletor de pó
Regeneradores
Cuba
Baixa cuba
Ar quente
Anel de vento
Gás
Gás AF
de
Cadinho
alto-
forno
Furo de escória Escória
Gusa
Ventaneiras
Escória
Carro torpedo
Furo-gusa
CO2 + C → 2 CO
6 FeO + 6 CO → 6 Fe + 6 CO2
3 Fe + 2 CO → Fe3C + CO2
Gás limpo
Minério de ferro Transporte do minério Bleeder
(mina) de ferro Precipitador
eletrostático Depósito
Pátio dos de escória
Gá
minérios Manuseio
s
Calcário
do
Regenerador
(mina) r Lavador de gás
al t
do
o-
rta Granulação de escória
rio
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in te alc
po
Sínter
Ar
M sín e c
ns
Ferro-gusa sólido
a
Recebimento Alto-forno
do carvão
(mina) Máquina para
moldar gusa
Ventaneira Aciaria
Despoeirador
(conversor)
s
silo
sendo
vertido
nv
ee
no carro
torpedo
qu
Co
Aciaria
Figura 1.5
Fluxograma sintético de uma usina siderúrgica integrada, do recebimento
das matérias-primas até a aciaria. Não está em escala.
Figura 1.6
Carga do conversor (kg/t) Volume de gás liberado
Ilustração representativa de um 101 Nm3/t
conversor. Matérias-primas
Composição do gás (% vol.)
Gusa......................................1.033
Sucata ........................................28 CO CO2 N2 H2
Outros..........................................4
Cal..............................................23 70 10-15 13 1-2
Ferroligas ...................................11
Dolomita ......................................8
Escória produzida
50 kg/t
Composição do gusa
(após pré-tratamento) Composição do aço líquido
(% massa) (% massa)
C Si Mn P S C Si Mn P S
4,30 0,01 0,20 0,04 0,01 0,04 0,01 0,15 0,01 0,01
Oxigênio gasoso
puro 50 Nm3/t
Para o
refino
secundário
1,6 Nm3/t
Figura 1.7
Sucata
Ilustração esquemática de um
forno elétrico.
Panela com
aço líquido Forno elétrico
Figura 1.8
Esquema simplificado da lami- Passe n. 1
nação de placas.
Passe n. 2
Passe n. 3
Passe n. 4
Passe n. 5
Recipiente de distribuição
Molde
Molde
oscilatório
Agitador eletromagnético
Placa
Oxicorte
Laminador universal
Leito de resfriamento
Desempenadeira Produto
Cilindro V
Altura da mesa
Beam blank
Altura Desbastador
da alma
Laminador universal
Cilindro H Cilindro V
Figura 1.10
Ilustração representativa de uma linha para a produção de perfis estruturais.
Sinterização
Fornos de coque
Alto-forno Conversor
Laminador de perfis
Laminador primário
Figura 1.11
Algumas das etapas envolvidas na fabricação do aço.