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15/07/2015

MÓDULO 06
Flexão
Composta
Oblíqua
Prof.Dr. José Luiz P. Melges
Departamento de Engenharia Civil
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
UNESP

Julho / 2015 1.

Material desenvolvido a partir de trabalhos elaborados por:

 Prof.Dr. Libânio Miranda Pinheiro (orientador do trabalho da aluna Thais


Nina, na disciplina de Pós-Graduação SET 863, EESC-USP)

 Prof.Dr. Túlio Nogueira Bittencourt , orientador de diversos trabalhos


desenvolvidos no Laboratório de Mecânica Computacional – Poli – USP
(http://www.lmc.ep.usp.br/pesquisas/TecEdu/)

 Algumas figuras foram retiradas da página da internet


http://www.cesec.ufpr.br/ e da página do Facebook “Civil Engineering
Discoveries”.

 Outras figuras foram retiradas de de emails pessoais, não sendo possível


definir as suas respectivas origens. Agradeço se alguém puder colaborar
na sua identificação.

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1. Definições
 Solicitações Normais: são os esforços solicitantes que
produzem tensões normais (Força Normal e Momento Fletor)

 Flexão Simples: Momento Fletor (flexão pura)

 Flexão Composta Normal : Momento Fletor e Força


Normal

Nd Nd
Esforço normal SOBRE
x
os eixos de simetria da
seção.
3

 Flexão Composta Oblíqua


 Momento Fletor
 Força Normal

y
ex Nd

ey
Esforço normal FORA dos
eixos de simetria da seção
(excentricidade dos
x carregamentos).

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Outras situações onde ocorre F.C.O.:

 Falta de simetria  Falta de simetria do


da seção arranjo das armaduras

Nd

2. Ábacos
Convenção para os esforços solicitantes:

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 Arranjos de armadura disponíveis:


1 2 3 4 5

d'x
hx

hy
6 7 8 9

d'y
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 Procedimento de cálculo

 Entrada de dados:
 Tipo de aço (CA 50, classe A)

 Relação dx´/hx e dy´/hy

 Disposição da armadura

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Exemplo de Ábaco: A-65.

 Cálculos:

 Nd Nd
  
 A c f cd h x h y f cd
  ex
 Mxd
 x  
 A c h x f cd hx
 M yd  ey
 y  
 A c h y f cd hy

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 Obtenção da taxa de armadura:

  → define quadrante do Ábaco


 x, y → define ponto do Ábaco
  (taxa de armadura) → curva que
está mais próxima deste ponto
(interpolar)

y 

x
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 Detalhamento da armadura

Com o valor de  obtido, calcula-se a área de armadura total (As):

A s f yd  A c f cd
  As 
A c f cd f yd

Em função da disposição da armadura adotada, determina-


se o valor necessário para a área de uma barra.

Área de 1 barra =
= Área total / quantidade de barras referentes ao ábaco que foi usado

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Observações:

 Caso o ponto não esteja no interior da superfície (Si), deve-


se
– aumentar a seção transversal,
– alterar a disposição das barras,
– aumentar a resistência dos materiais
– ou proceder o cálculo exato da seção.

y 
 Critério Econômico: deve-se
optar pelo arranjo de
armadura que conduza ao
menor valor da área total
efetiva.

13 x

Software “Oblíqua”
 Programa computacional – Univ. Fed. do Paraná
 Disponível:
www.cesec.ufpr.br/concretoarmado

EXERCÍCIO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP


ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CA

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3. Exemplo de Cálculo - Ábaco


(Elaborado pela aluna Thais Nina e pelo Prof.Dr. Libânio
Miranda Pinheiro, da EESC-USP)
Dimensionar a
armadura do pilar.
 Disponível:
8,5
www.cesec.ufpr.br/concretoarmado
 Dados:

 Solicitação Normal
 678,5 kN
25

EXERCÍCIO
 Excentricidade
60

x  ex = 8,5 cm ey = 25 cm
 Resistência do Concreto
 Fck = 20 MPa
 Tipo de Aço
 CA – 50A
30

 Solicitação Normal de cálculo


Nd = 1,4 . N = 1,4 . 678,5 = 950 kN

 Posições relativas das barras (adotar d´ = 3 cm)

d'y 3 d'x  3  0,1


  0,05
h y 60 h x 30

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 Determinando o Ábaco (adotar dx´= dy´= 3 cm):

d'y 3 d'x  3  0,1


  0,05 h x 30
h y 60

Arranjo(disposição
das barras)

Aço CA 50 A

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 Cálculo dos Esforços Adimensionais


N 950
  d   0,37
Ac f 30 . 60 .1,428
cd

M xd e 0,37 .8,5
x   x  0,10
A c f cd h x h x 30

M yd  e y 0,37 . 25
y     0,15
A c f cd h y hy 60

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Valor da
taxa de
armad.:
De dentro
para fora!

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Para  = 0,2   = 0,36


Valor de  adotado: 0,343
Para  = 0,4   = 0,34

 Calculando a área de aço (total):


  A c  f cd 0,343 . 30 . 60 .1,428
As    20,3 cm2
f yd 43,47

 Calculando a área de aço para uma barra:

As,1barra = 20,3 / 10  2,0 cm2


Adotar 16 mm (As = 2 cm2)

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Detalhamento

10 16 mm (As,efetiva = 20 cm2)

20,0
= 0,99 OK!
20,3

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4. Cálculo Exato

 No Estado Limite Último:


 Esforços Resistentes devem equilibrar os
Esforços Solicitantes que atuam na seção
transversal
(Respeitar Condições de Equilíbrio)

 Esforços Resistentes → Tensões que atuam


nos materiais

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 Tensões nos materiais


calculadas com base nas deformações
que os materiais apresentam no Estado
Limite Último.
(Respeitar Condições de Compatibilidade)

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Y
ex Conheço: dimensões da seção transversal
Fd
disposição de armadura
X
materiais
ey esforço solicitante Fd
h dy

Y
dx c
Acc X
CG c
d cd
c
Asi Linh cod x
Neu a
tra cd 3h/7
ex de

co cd
Fl ano
ão
Pl

sdi d

Diag cod
Defo rama de
rma
ções
Dom
ínio
s 2,
3e4
Diag
r ama Dom
í nio
s de 5
24 Ten
sões

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Y Fd : esforço solicitante normal,


ex associado a excentricidades que
Fd
geram momentos fletores que
X atuam na seção transversal

ey
h dy

Y
dx c
Acc X
CG c
d cd
c
Asi Linh cod x
Neu a
tra cd 3h/7
ex de

cod cd
Fl ano
ão
Pl

sdi
Diag cod
Defo rama de
rma
ções
Dom
ínio
s 2,
3e4
Diag
ram Dom
a s de ínio
5
25 Ten
sões

Y
Esforços solicitantes – equilibrados
ex pelas tensões que surgem no material
Fd
(EQUILÌBRIO)
X

ey
h dy

Y
dx c
Acc X
CG c
d cd
c
Asi Linh cod x
Neu a
tra cd 3h/7
ex de

cod cd
Fl ano
ão
Pl

sdi
Diag cod
Defo rama de
rma
ções
Dom
ínio
s 2,
3e4
Diag
ram Dom
a s de ínio
5
26 Ten
sões

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 Equações de equilíbrio na seção

n
Nd = Fd   cd dx dy +  Asi sid
Acc i =1
n
M xd = Fd e x =  cd X dx dy +  Asi sid Xsi
Acc i =1
n
M yd = Fd e y =  cd Y dx dy +  Asi sid Ysi
Acc i =1

Esforços Solicitantes Esforços Resistentes


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Y Diagramas de tensões devem ser


ex compatíveis com as deformações
Fd
que o material pode ter no E.L.U.
X (COMPATIBILIDADE)
ey
h dy

Y
dx c
Acc X
CG c
d cd
c
Asi Linh cod x
Neu a
tra cd 3h/7
ex de

cod cd
Fl ano
ão
Pl

sdi
Diag cod
Defo rama de
rma
ções
Dom
ínio
s 2,
3e4
Diag
ram Dom
a s de ínio
5
28 Ten
sões

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4. Cálculo Exato - Compatibilidade


 Condições de Compatibilidade
 Hipótese: seção plana permanece plana

“Dada a posição da linha neutra e imposta a deformação

específica de um ponto particular da seção transversal, as

deformações específicas de todos os outros pontos da seção

transversal ficam determinadas e, conseqüentemente, as

respectivas tensões”

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Exemplo:
Para x = 15 cm,
d = 45 cm,
d´ = 3 cm
e c = 3,5 ‰,
quanto valem s e s´ ?

Resposta:
SEMELHANÇA DE
TRIÂNGULOS

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3,5 o / oo s o
Pergunta:
  s  7 / oo
15 45  15 Estas deformações são
compatíveis com as
deformações que podem
ocorrer quando o material
3,5 o / oo ´
 s  s´ 2,8 o / oo atinge o E.L.Último ?
15 15  3

Ou:
o material tem capacidade
ilimitada para se deformar?

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Relembrando:

As diversas possibilidades de uma seção atingir o E.L.U. são


representadas pelos Domínios de Deformações
(lembrar que a seção atinge a ruptura quando uma determinada
deformação é atingida)

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No exemplo:

OK: seção atinge o E.L.Ultimo no Domínio 3.

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 Conhecendo-se as deformações, obtém-se as tensões


(diagramas de tensões):

→ Aço → Concreto

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 Solução do problema
Adotando-se:

 uma determinada seção transversal,


(forma geométrica e dimensões)

 área de armadura e sua distribuição na


seção

 resistências de cálculo do concreto


e do aço

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4. Cálculo Exato - Solução

Adotando-se ainda:

 uma inclinação  da linha neutra,


 a profundidade (x) da linha neutra
 deformação no aço ou no concreto compatível com o domínio
adotado

sd = 10 o/oo no domínio 2 (p/ 0  x  0,2593 d )

cd = 3,5 o/oo nos domínios 3, 4 e 4a (p/ 0,2593 d  x  h )


cd (a 3h/7 da borda mais comprimida) = 2 o/oo no domínio 5 (p/ h  x  ∞ )
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4. Cálculo Exato
- Solução

 Obtém-se:
 Diagrama de deformações (baseado nos domínios) e
distribuição das tensões no concreto e no aço;

 Nd, Mxd, Myd (esforços resistentes)

(Posso representar estas informações por meio de um


gráfico)

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 Cálculo exato - desvantagens

 Para cada valor de x diversos ;


 Para cada x e  Nd, Mxd e Myd; (valores que
representam o quanto a seção resiste, mas que dificilmente “batem” com
os esforços que atuam)

 Muito trabalhoso;
 Requer uso de computador;
 Os dados não são os esforços solicitantes, mas
sim a posição e inclinação da linha neutra;
 As incógnitas são os esforços solicitantes.

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 Resumindo
 Conhecendo a seção, os materiais e a disposição
de armadura, consigo calcular o quanto ela
aguenta!

 Em termos de projeto, quero justamente o


inverso: com os esforços que atuam, quero
calcular qual a armadura que tenho que usar!

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Comparando: Método direto


 Fornece a capacidade de  Independente daquilo que
cada “arma” estou “caçando”

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5. Equações Adimensionais
Y
ex
Nd “generalizar os processos
X de cálculo”
ey
dy
Y dx

hy X c
x
cd
h

hx
 si

41

5. Eq. Adimensionais – cont.

 Sendo conhecidos:

 Seção transversal;

 Aço da armadura e a sua distribuição na


seção transversal;

 Resistência do concreto

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Trabalhar com Equações Adimensionais

  ex
N Mxd
  d x 
A f Ac fcd hx hx
c cd
A f
s yd
 ey
M yd
  y  
A f A c fcd hy hy
c cd

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6. Processos de Cálculo

 Aproximados

 Por tentativas

 Superfícies ou diagramas de interação

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6.1. Processos Aproximados

 Usados em seções retangulares;


 F. O. transformada em uma ou duas F. N.;
 Imprecisos.

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6.2. Processo por tentativas


 Por tentativas
 Forma da seção e disposição das barras
definidas;
 Fixa  e varia  e x;
 Calcula u, xu, yu;
 Compara com os esforços solicitantes , x, y:
 Menor  Insegura;
 Maior  Anti-econômica;

 Igual  Bom aproveitamento da seção.

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6.3. Processo usando superfícies de


interação
Trabalhar com Equações Adimensionais

A f
s yd 
 
A f
c cd
N P
  d
A f
c cd

  ex
Mxd
x  x
Ac fcd hx hx
M yd  ey
y   y
47 A c fcd hy hy

 Construção das superfícies


- Fixa-se um valor para uma determinada força normal (admens.): 
- Fixa-se o valor da armadura: 1
- Fixa-se um valor p/ a inclinação da LN: 1
-Procura-se a profundidade da LN (x) de modo a se ter a força normal resistente
igual à força normal previamente fixada (u = )
- Determinada a profundidade da LN (x), calculam-se os valores de (ux), (uy)
pelas eq. de equilíbrio, determinando-se o ponto P1 da figura abaixo

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- Fixando-se outros valores para : 2, 3, ... i, obtém-se outros pontos Pi, que
definem uma curva para 1

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Refazendo o mesmo procedimento para um novo valor de área de


armadura (2), mas com a mesma distribuição dessa armadura na
seção transversal  curva para 2

.Fixando-se novos
valores para i, obtém-se
uma série de curvas que
definem a superfície S1.

Portanto:
Variando : obtém-se a curva 
50 Variando : obtém-se a superfície S

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Agora, se variarmos o , obteremos uma superfície de interação

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Superfícies de interação

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Das superfícies de interação → construção dos ábacos

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Fim do módulo.

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