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XIII - Seminário de Elementos Finitos e Encontro de Usuários ANSYS

“As Novas Tecnologias de Simulação Aplicadas


ao Desenvolvimento de Projetos”

Avaliação do Comportamento Estático de


uma Junta de Topo de Uso Aeronáutico

Autores:
Mestranda Hione de Aquino Spinelli
Prof. Dr. Fernando de Azevedo Silva
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Estrutura da apresentação

- Introdução
- Objetivos
- Definições
- Ensaio de fotoelasticidade
- Modelagem da junta de topo
- Resultados
- Conclusões
- Agradecimentos
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Introdução

O que são juntas e, por que estudá-las?

As juntas são as fontes mais comuns de falhas em


estruturas aeronáuticas, sendo, por isso
consideradas uns dos mais importantes
componentes de um projeto, que requer um grande
cuidado, para garantir uma máxima vida em fadiga,
durante o período de uso da aeronave.
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Objetivos

- Simular o comportamento da junta de topo em


condição de tração monotônica;
- Comparar os resultados numéricos de deformação
e tensão máxima de cisalhamento com os
resultados do ensaio de fotoelasticidade;
- Calcular o coeficiente de tensão (Kt).
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Definições
Junta de topo:

Junta de topo simples

Junta de topo simétrica


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Coeficiente de concentração de tensão (Kt):


σ max P
Kt = σn =
σn t * ( w − 5 *φ )
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Os principais métodos de obtenção de Kt são:

- Análise matemática (teoria da elasticidade) ⇒


geometrias simples;

- Métodos numéricos (MEF) ⇒ geometrias


complexas;

- Métodos experimentais (fotoelasticidade) ⇒


geometrias complexas.
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Fotoelasticidade
A fotoelasticidade é um método experimental de análise de
tensões e deformações para avaliação, validação e
desenvolvimento de peças estruturais submetidas a um
carregamento.

Em 1816, Brewster descobriu que substâncias


transparentes isotrópicas podiam se tornar anisotrópicas
através de esforços mecânicos que produzissem tensões.

A este fenômeno foi dado o nome de fotoelasticidade, que


também é conhecida como birrefringência ou birrefração
(característica óptica de dupla refração).
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A resposta da fotoelasticidade a um esforço mecânico é na forma


de gama de cores (franjas), que é produzida por uma luz
polarizada refletida numa placa fotoelástica, através de um
equipamento chamado polarioscópio.

Polarioscópio Fonte de luz polarizada


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As franjas são divididas em duas classes:

Franjas isóclinas ou isoclínicas: representam a região na qual


todas as tensões principais têm a mesma direção que o padrão da
tensão fotoelétrica do polarioscópio, isto é, as franjas isoclínicas
ocorrem sempre que qualquer direção das tensões principais do
componente coincide com o eixo de polarização do polarioscópio.

Franjas isocromáticas: representam a região na qual é possível


obter o ângulo entre as tensões principais, ou seja, representam
as linhas da diferença entre as deformações ou tensões
principais.

A diferença entre as deformações ou tensões principais está


relacionada com a cor da franja, que fornece a ordem de franja
(N) para a análise da fotoelasticidade.
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A ordem de franja (N) é dada pela seguinte escala de cores:


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A Teoria de Fotoelasticidade fornece a equação usada para o


cálculo da diferença das deformações principais:

λ
ε1 − ε 2 = N.
2.t c .K fs
Pelo círculo de Mohr, a máxima deformação de cisalhamento
corresponde à diferença das deformações principais:

λ
γ máx = ε 1 − ε 2 = N .
2.t c .K

Pela lei de Hooke, a máxima tensão de cisalhamento é dada por:

τ máx = G.γ máx


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Ensaio de fotoelasticidade - corpo de prova

Material:
3 Chapas: Al 2024-T3
30 Rebites: Ti B120(K)
Módulo de elasticidade:
EAl = 71.000 [MPa]
ETi = 116.525 [MPa]
Coeficiente de Poisson:
νAl = 0,33
Esquema do cdp da junta de topo
νTi = 0,31 (medidas em milímetros).
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Ensaio de fotoelasticidade

Placa de Características da placa


fotoelasticidade
fotoelástica:
ou
Placa fotoelástica Tipo da placa:
S-16

Fonte de luz Fator de sensibilidade Kfs:


polarizada
0,157
Filtro Espessura:
2,06 ± 0,03 [mm]
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Ensaio de fotoelasticidade - Procedimentos


Furar a placa fotoelástica nas respectivas posições dos
rebites da junta rebitada (evitar tensões residuais).
Colar a placa fotoelástica utilizando uma cola refletora
sobre a região dos rebites na junta e marcar os pontos de
leitura.

Tracionar a junta lentamente (tração monotônica).

Incidir a luz polarizada sobre a placa fotoelástica.

Toda deformação da junta é transmitida para a placa


fotoelástica.
Fazer as leituras nos pontos: Franjas Isoclínicas e
Isocromáticas.
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Ensaio de fotoelasticidade

Posição dos pontos de leitura das deformações para o


ensaio de fotoelasticidade:

Posição dos pontos na junta sobreposta.


* Os pontos 1,2, 3 e 4 são simétricos.
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Modelagem da junta de topo

-Chapas: elemento de casca


(SHELL93)
-Rebites: elemento de viga
(BEAM4) e de mola
(COMBIN14)
-Número total de elementos:
3.045
-Número total de nós: 9.733

Dimensões do modelo numérico da


junta de topo.
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Simulação do carregamento distribuído e


condições de contorno da junta de topo

Elemento
de Massa

Y Z RX RY RZ
CONDIÇÃO DE
TRAÇÃO
Y RX RZ
SIMETRIA EM Y

P
Y
CERIG – Equação do tipo rígida
X
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Conexão entre furos da chapa e rebite

Elemento
de Massa

Distribuição do fator de
interpolação para RBE3 –
Equação do tipo flexível.
Detalhe da região dos furos do rebite.
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Modelagem do rebite

Representação esquemática do rebite “misto”.


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Por que usar um Rebite “Misto”?
Comportamento da deformação de uma junta para vários níveis de carregamento.
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Por que usar um Rebite “Misto”?
Comportamento da deformação de uma junta para vários níveis de carregamento.
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Resultados
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Resultados experimentais e numéricos de deformação


máxima de cisalhamento (γmáx)

γmáx γmáx
Diferença
Experimental Numérico
Pontos percentual
[mm/mm] [mm/mm]
1,2 0,00148 0,00129 13,08
5 0,00175 0,00158 9,62
6 0,00079 0,00076 4,40
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Resultados experimentais e numéricos de tensão máxima


de cisalhamento (τmáx)

Com os resultados de deformação máxima de cisalhamento e pela equação


de Hooke, calcula-se as tensões máximas de cisalhamento

τ máx τ máx
Pontos Experimental Numérico
[MPa] [MPa]
1,2 39,50 34,34

5 46,71 42,22
6 21,09 20,16
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Resultado do cálculo de Kt:

σ max = 207,98 [ MPa]


σ n = 122,32 [ MPa]
K t = 1,7
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Conclusões:
A necessidade de implementação de uma solução que atendesse às
características da junta quanto à resistência ao cisalhamento e à
flexão foi conseguida através do rebite “misto” proposto e sendo
validado pela comparação das deformações observadas no modelo
numérico com as deformações medidas através do experimento.

A solução proposta do rebite “misto” é simples em termos de


implementação e adequada para modelagem de juntas em modelos
estruturais de conjuntos.
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Conclusões:
Observando os resultados da deformação e da tensão de
cisalhamento máxima experimental e numérica, tem-se que os
valores da simulação para o modelo com RBE3 em meio furo,
apresentaram um resultado satisfatório, com maior erro de 13,08%
para os pontos 1, 2.

Com auxílio do software ANSYS foi possível simular os campos de


tensões ao redor dos furos rebitados através de RBE3 e, obter o
valor da tensão máxima do furo mais carregado na junta de topo e,
calcular o valor de Kt.
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Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com o apoio do


Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico – CNPq – Brasil.

Ao Sílvio Sugimoto, da Embraer, pela contribuição no


trabalho experimental.

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