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Departamento de Matemática Universidade Estadual de Campinas

3 Prova
MA-311 — Cálculo III

1 Semestre de 2008

Nome: RA: Prof.:

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MA-311—Cálculo III 3 Prova 2

1. (2.0 pontos)

X 2n (x + 1)n
(a) Encontre o intervalo de convergência da série (teste os extremos):
n=1 n2

(b) Encontre uma representação em série de potências em torno de a = 0 da função


1
f (x) =
3 − x2

2. (2.0 pontos)

(a) (0.5) Mostre que x = 0 é um ponto ordinário para a equação

(1 − x2 )y 00 − xy 0 + y = 0 (∗)

(b) (1.5) Dado que a fórmula de recorrência da solução em série da equação (*) é

(n − 1)an
an+2 =
(n + 2)
para n ≥ 0; encontre os cinco primeiros termos não nulos da solução com dados
iniciais y(0) = 2 e y 0 (0) = 3.

3. (2.0 pontos) Considere a equação diferencial 2xy 00 + y 0 + xy = 0. Encontre uma solução


em séries de potências em torno do ponto x = 0 correspondente a MENOR raiz.
Determine a forma geral dos coeficientes dessa solução em série.

4. (2.0 pontos)

(a) (0.3) Apresente a extensão ı́mpar da função f (x) = 1 onde 0 < x < 1 e esboce o
gráfico no intervalo −1 < x < 1.
(b) (1.7) Encontre a série de Fourier da função acima e esboce o gráfico da série de
Fourier no intervalo −3 < x < 3. (Sugestão: Use o Teorema de Convergência de
Fourier)

5. (2.0 pontos) Usando o método de separação de variáveis encontrar a solução da seguinte


equação da onda. Explique detalhadamente como se resolve o problema

 ytt = 4yxx ,
 0 < x < π, t > 0
y(0, t) = 0, y(π, t) = 0,


y(x, 0) = 7sen 2x, yt (x, 0) = 0
2n (x+1)n
Questão 1) Item a) Seja an = n2
. Aplicando o teste da razão:
¯ a ¯ ¯ 2n+1 (x + 1)n+1 n2 ¯ ¯ 2n+1 (x + 1)n+1 n2 ¯¯
¯ n+1 ¯ ¯ ¯ ¯
¯ ¯=¯ · n ¯=¯ n · · ¯=
an (n + 1)2 2 (x + 1)n 2 (x + 1)n (n + 1)2
³ n ´2 ¡ 1 ¢2 1
= 2|x + 1| = 2|x + 1| 1 −→ 2|x + 1| < 1 ⇔ |x + 1| < .
n+1 1+ n 2
1 1 1 1 1 3 1
|x + 1| < ⇔ − < x + 1 < ⇔ −1 − < x < −1 + ⇔ − < x < − .(0,4)
2 2 2 2 2 2 2
Extremos do intervalo são: − 32 e − 12 .
P 2n (−3/2+1)n P 2n P (−1)n
(0,2) Analisar x = − 32 : n 2 = n 2 (−1/2)n
= n2
que é convergente pelo Teste

da Série Alternada, já que a sequência (bn ) = ( n12 )n∈N é positiva, decrescente e tende a zero quando

n → ∞.
P 2n (−1/2+1)n P 2n P
(0,2) Analisar x = − 12 : n2
= n2
(1/2)n = 1
n2
que é convergente.

Intervalo de convergência: [− 23 , − 12 ]. (0,2)

1
P
Questão 1) Item b) Série Geométrica: 1−x
= xn , −1 < x < 1 (0,2). Agora:

1 X ³³ x ´2 ´n X x2n
∞ ∞
1 1 1 1 1
(0,8) f (x) = = · = · √ = √ = ,
3 − x2 3 1 − x2 /3 3 1 − (x/ 3)2 3 n=0 3 n=1
3 n+1

que é a Série de Potências em torno de a = 0 de f (x).

Questão 2) Item a) (0,5) Sendo P (x) = 1 − x2 temos que P (0) = 1 − 0 = 1 6= 0, logo x = 0 é

um ponto ordinário.

Questão 2) Item b) Como y(0) = 2 e y 0 (0) = 3 segue que a0 = 2 e a1 = 3.


(−1)a0 −2
a2 = 2
= 2
= −1. (0,3)
(1−1)a1
a3 = 3
= 0. (0,3)
(2−1)a2 a2
a4 = 4
= 4
= − 14 . (0,3)
(3−1)a3 2·0
a5 = 5
= 5
= 0. (0,3)
(4−1)a4
a6 = 6
= 3(−1)
4 6
1
= − 18 . (0,3)
P
Portanto y = an xn = a0 + a1 x + a2 x2 + a3 x3 + a4 x4 + a5 x5 + a6 x6 + · · · = 2 + 3x + (−1)x2 +
x4 x6
0x3 + (−1/4)x4 + 0x5 + (−1/8)x6 + · · · = 2 + 3x − x2 − 4
− 8
+ ··· .

1
Questão 3) Temos que P (x) = 2x, Q(x) = 1 e R(x) = x. Como P (0) = 0, temos que x = 0 é

ponto singular da equação.

x·1 1 1 x2 · x x2
lim = lim = = p0 e lim = lim = 0 = q0 .
x→0 2x x→0 2 2 x→0 2x x→0 2

Portanto x = 0 é ponto singular regular.(0,3)


r 1
Equação Indicial: r2 + (1/2 − 1)r + 0 = 0 ⇔ r2 − 2
= 0 ⇔ r1 = 2
e r2 = 0 (0,2). Como
1
r1 − r2 = 2

/ Z, temos que existem duas soluções linearmente independentes da equação:

X ∞
X
r1 n r2
y1 = x an (r1 )x e y2 = x an (r2 )xn .(0,3)
n=0 n=0

Como o exercı́cio pede a solução com relação à MENOR raiz, que é r2 = 0, temos que encontrar y2 .

Neste caso, temos que



X ∞
X ∞
X
n 0 n−1 00
y2 = an x , y = nan x , y = n(n − 1)an xn−2 .(0,2)
n=0 n=1 n=2

Substituindo na equação, temos:


P∞ n−1
P∞ n−1
P∞ n+1
P∞ n−1
P∞ n−1
n=2 2(n − 1)na n x + n=1 na n x + n=0 an x = n=2 2(n − 1)na n x + n=1 nan x +
P∞ P © ª
n=2 an−2 x
n−1
= a1 + ∞ n=2 (2(n − 1)nan + nan + an−2 x
n−1
= 0.

Logo a1 = 0 e (2n − 2)nan + nan + an−2 = 0, para todo n ≥ 0.

an−2
an = − (Relação de Recorrência)(0,6)
n(2n − 1)

Então temos:
a0 1
a0 = 1, a1 = 0, a2 = − 2·3 = − 2·3 .
a1 a2 1
a3 = − 3·5 = 0, a4 = − 4·7 = 2·3·4·7
, a5 = 0.
a4 1
a6 = − 6·11 = − 2·3·4·7·6·11 (Calculou alguns an ’s (0,2))

Portanto


 0 se n é impar
a0 = 1 e an = , para todo n ≥ 1.(0,2)

 (−1)n/2
2·3···n(2n−1)
se n é par

2
Questão 4) Item a) Extensão ı́mpar de f (x):


 −1 −1 < x < 0



h(x) = 0 x = 0, −1, 1 (0,3 - com gráfico)




 1 0<x<1

Questão 4) Item b) Como h(x) é uma função ı́mpar, sua série de Fourier é uma Série em Senos
P∞
n=1 bn sen(nπx) (0,2).
R1 R1 2
R nπ 2
¤nπ 2
Agora bn = 2 f (x)sen(nπx)dx
0  = 2 0
sen(nπx)dx = nπ 0
senudu = nπ
(−cosu) 0 = nπ
(−cos(nπ)+

 0 se n é par
2 n+1
1) = nπ ((−1) + 1) = .(0,5)

 4

se n é ı́mpar
Portanto a série de Fourier de h(x) é

X∞ X 4 X∞
2 n+1 4
((−1) + 1)sen(nπx) = sen(nπx) = sen((2n − 1)πx).(0,3)
n=1
nπ n ı́mpar
nπ n=1
(2n − 1)π

O Teorema de Convergência de Fourier afirma que



∞ 

X 4 h(x) se h é contı́nua em x
sen((2n − 1)πx) = .
(2n − 1)π 
 h(x+)+h(x−)
n=1
2
se h não é contı́nua em x

h(x+)+h(x−)
Os pontos de descontinuidade de h são {±n : n ∈ Z}. Nestes pontos, vale que 2
= 0.(0,3)

Gráfico vale (0,4.)

Questão 5) Método de separação de variáveis: vamos supor que a função y é da forma y(x, t) =

X(x) · T (t), onde X é uma função que depende só da variável x, e T é uma função que depende só

da variável t. Derivando e substituindo na equação dada, temos:

X 00 (x) 1 T 00 (t)
4X 00 (x) · T (t) = X(x) · T 00 (t) e assim = · = −λ,
X(x) 4 T (t)

uma vez que as variávies xe t são independentes.(0,4)



 X 00 (x) + λX(x) = 0
Assim temos duas e.d.o’s .

 T 00 (t) + 4λT (t) = 0

3


 y(0, t) = X(0) · T (t) = 0
Das condições de contorno segue que X(0) = X(π) = 0, pois T 6= 0.

 y(π, t) = X(π) · T (t) = 0
n2 π 2
Neste caso sabemos que λ = λn = π2
= n2 e que as soluções são Xn (x) = cn sen(nx).(0,4)

Para cada λ = λn = n2 , temos T 00 + (2n)2 T = 0. A solução geral desta equação é T (t) =


¯
c1 cos(2nt) + c2 sen(2nt). Da condição inicial yt (x, 0) = X(x) · T 0 (t)¯t=0 = X(x) · T 0 (0) = 0, segue que

T 0 (0) = 0, pois X 6= 0.

T 0 (t) = −c1 2nsen(2nt) + c2 2ncos(2nt) ⇒ T 0 (0) = c2 = 0. Logo T (t) = Tn (t) = cos(2nt).(0,4)


P∞
Portanto yn (x, t) = Xn (t) · Tn (t) = cn sen(nx)cos(2nt) e assim u(x, t) = n=1 Xn (t) · Tn (t) =
P∞
n=1 cn sen(nx)cos(2nt).(0,2)
P Rπ
Agora y(x, 0) = ∞ n=1 cn sen(nx) = 7sen(2x), o que nos dá cn =
2
π 0
7sen(2x)sen(nx)dx =

= 14
π 0
sen(2x)sen(nx)dx = 7 = c2 . Os outros cn ’s são zero.(0,3)

Resposta y(x, t) = 7sen(2x)cos(4t).(0,3)

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