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Gestão de
pessoas
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Gestão de
pessoas
© 2014 by Unopar
ISBN 978-85-87686-49-7
CDD-658.3
8
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Sumário
vi GESTÃO DE PESSOAS
Carta ao aluno
Apresentação
Na faculdade, quando ainda era aluna, ouvi do meu professor de Gestão que
as pessoas são o único recurso de uma organização capaz de gerar outros recursos.
Concordei com ele no ato e despertei para o assunto.
Por isso estamos aqui! Para aprender sobre como a Gestão de Pessoas acontece
e para entendermos qual a sua importância para o sucesso das empresas.
As organizações não são mais como as da época de Taylor e Fayol. Os pro-
cessos desenvolvidos e aplicados por eles nortearam durante anos o modo de
agir dentro das empresas, mas, quando o ambiente externo delas se alterou, as
mudanças internas foram inevitáveis. O aumento da concorrência, a globalização
e as novas tecnologias trouxeram novos desafios que as atingiram como um todo.
Para sobreviver no mercado, praticamente tudo dentro delas teve de ser repensado,
inclusive a forma de agir com os seus funcionários e o que esperar deles.
Aquela ideia de que as pessoas trabalham para ganhar dinheiro está fora de
moda! Pois, além do dinheiro, a satisfação, a qualidade de vida e a realização
profissional devem ser constantes preocupações da Gestão de Pessoas.
Esta disciplina foi organizada para apresentar a vocês os conceitos básicos
relacionados ao tema, suas tendências mais atuais, bem como as práticas e os
procedimentos para que a Gestão de Pessoas aconteça.
O material está dividido em cinco unidades; a primeira proporciona ao leitor
uma viagem ao passado para conhecer as bases que deram origem à Gestão de
Pessoas tal qual a conhecemos hoje. O texto aborda os principais aspectos que
marcaram o período industrial, a industrialização neoclássica e a era da informação.
Traz também as tendências no modelo de Gestão de Pessoas, incluindo a gestão do
capital intelectual e o Desenvolvimento Organizacional, bem como o novo papel
da área de Gestão de Pessoas e todo o contexto que a envolve.
A segunda unidade contempla o processo que envolve o recrutamento interno
e externo, apontando as suas respectivas vantagens e desvantagens. A seleção de
pessoal é outro assunto contemplado no texto da unidade, o qual procura trazer
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x GESTÃO DE PESSOAS
Unidade 1
A gestão de pessoas e
o capital intelectual
Elisete Alice Zanpronio de Oliveira
Introdução ao estudo
Nós administradores estamos sempre em busca de novas formas de aumen-
tar a solvência das organizações, mas como atingir esse patamar desejado em
uma sociedade em constantes mudanças? Qual o diferencial de sucesso das
organizações no mundo globalizado, onde a tecnologia e as informações são
acessíveis a todos? O que fortalece a marca de uma empresa no mercado?
A resposta está na adaptação das organizações às mudanças, na valorização
e desenvolvimento contínuos do capital humano, na criação e disseminação
do conhecimento, na utilização do conceito clássico de recursos humanos, ou
seja, “o homem certo no lugar certo”, que considera o talento, a criatividade e
a aptidão individual e grupal fundamentais para a criação do diferencial com-
petitivo nas organizações.
Nas últimas décadas, as organizações passaram a conscientizar-se da im-
portância da quebra de paradigmas, bem como da necessidade de rever os seus
modelos de gestão, preparando-se para as mudanças do cotidiano organizacio-
nal, sejam elas internas ou externas. Nesse contexto, surgiu o Desenvolvimento
Organizacional (DO), que auxilia as organizações a enfrentarem as mudanças
influenciando as organizações a empenharem-se na aprendizagem contínua,
adaptando-se às mudanças e mobilizando todo o conhecimento e a experiência
de seus componentes para a melhoria dos processos decisórios, muitas vezes
“desaprendendo para reaprender”, gerando resultados positivos, imprescindíveis
para o alcance da missão, dos objetivos e estratégias definidas pelas diretrizes
organizacionais que, durante a década de 1990, consolidou-se como Gestão
do Conhecimento.
Shakespeare enfatizava que “a aprendizagem é um simples apêndice de nós
mesmos; onde quer que estejamos, está também nossa aprendizagem”. Quando
as organizações decidem que o capital intelectual existente será uma vantagem
competitiva, devem administrá-lo com primazia, pois, segundo Stewart (1998,
p. 6), “o capital intelectual é conhecimento que vai para casa depois do expe-
diente” e, para transformá-lo em capital estrutural e mantê-lo como propriedade
da empresa, é necessário sua disseminação e apropriação pela organização.
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Esta frase
de Cora Coralina (1983, p. 136) traduz a importância da disseminação do co-
nhecimento para a transformação do capital intelectual em capital estrutural da
organização, que fará com que seus ativos intangíveis tragam para a organização
um valor de mercado incalculável em relação ao ativo tangível da empresa.
Portanto, o grande desafio da atualidade é exatamente fazer com que os
ativos tangíveis representem o mínimo de valor em relação ao valor da marca
da empresa. Diante desse contexto, você já parou para analisar qual o valor da
marca de sua empresa em relação ao seu capital?
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4 GESTÃO DE PESSOAS
Henry Ford afirmava que as duas coisas mais importantes de uma empresa não
aparecem nos seus demonstrativos financeiros: sua reputação e suas pessoas. Ele tinha
razão, o maior capital de uma organização são as pessoas que nela trabalham, pois
elas fazem a reputação da empresa, que será traduzida na imagem que a sociedade
tem dela.
Assim, a área de Gestão de Pessoas de uma organização deve ter como foco
não apenas desenvolver ou manter os talentos da organização, mas também fazer
com que as pessoas orgulhem-se do trabalho que realizam, aumentando, assim, a
satisfação no trabalho.
6 GESTÃO DE PESSOAS
A Era Neoclássica teve início com o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945,
durou até 1990 e foi o grande “divisor de águas”, haja vista que sua característica prin-
cipal foram as mudanças, sobretudo na sua estrutura organizacional, criando a estrutura
matricial, reconfigurando e reavaliando a velha e tradicional estrutura mecanística,
promovendo a melhoria na arquitetura organizacional, mas não o suficiente, pois não
conseguia remover a rigidez da velha estrutura funcional e burocrática da Era Clássica.
Apesar do desenho híbrido, cuja estrutural funcional era acoplada à estrutura de P/S
(produtos e serviços), com uma coordenação descentralizada sob dupla subordinação:
autoridade funcional e autoridade de projetos (produto/serviço).
Essa mudança na estrutura organizacional era imprescindível para enfrentar o am-
biente instável e mutável com uma rapidez antes nunca vista. Assim, a nova estrutura
apresenta razoável capacidade para mudança e inovação. Segundo Chiavenato (2002),
a Teoria Neoclássica coloca grande ênfase nos objetivos e nos resultados, pois para ela
as organizações existem para alcançar objetivos e produzir resultados, e é em função
dos objetivos e resultados que a organização deve
ser dimensionada, estruturada e orientada. Consi-
dera os meios na busca da eficiência, mas enfatiza
Para saber mais fortemente os fins e resultados, na busca da
A diferença entre eficiência e eficá- eficiência.
cia pode ser explicada de forma Esse foi um período de grandes transformações
simplificada: eficiência é fazer as mundiais, como, por exemplo, a queda do Muro
coisas certas. Já eficácia é fazer as de Berlim em 1989, que pôs fim à Guerra Fria. A
coisas certas apresentando resulta- queda do muro também simbolizou a quebra das
dos positivos para a organização. barreiras mundiais, iniciando a “globalização”.
Vou contextualizar a explicação: A velha concepção de Relações Industriais foi
substituída por uma nova maneira de administrar as
Caso 1: Você vai a uma loja de
pessoas, a qual recebeu o nome de Administração
roupas para comprar uma calça, a
de Recursos Humanos (ARH). Segundo Chiavenato
vendedora é gentil, mostra o mo-
(2002), os Departamentos de Recurso Humanos
delo de calça solicitado e você ex-
(DRH) visualizavam as pessoas como recursos vivos
perimenta, paga e vai embora. A
e inteligentes, e não mais como fatores inertes de
vendedora foi eficiente.
produção, sendo o RH fator determinante do sucesso
Caso 2: Você vai a uma loja de empresarial, afinal é entendido que o homem, além
roupas para comprar uma calça, a de realizar atividades mecânicas, é dotado de inte-
vendedora é gentil e traz para você ligência e criatividade. Ainda sob a visão de Chia-
vários os modelos de calça; en- venato (2004), a Teoria Neoclássica coloca grande
quanto você experimenta, ela traz ênfase nos objetivos e nos resultados, pois para ela
camisas e blusas para você experi- as organizações existem para alcançar objetivos e
mentar e compor o look. Você não produzir resultados, e é em função dos objetivos e
resiste e, além das calças, leva tam- resultados que a organização deve ser dimensionada,
bém camisas e blusas. A vendedora estruturada e orientada. Considera os meios na busca
foi eficaz. da eficiência, mas enfatiza fortemente os fins e re-
sultados, na busca da eficiência.
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Com tantas mudanças, a Era Neoclássica trouxe uma nova dimensão para as áreas
de Recursos Humanos das organizações, uma vez que passou da função tradicional de
controlar e vigiar para atrair e manter os melhores funcionários, tendo como principais
atividades: recrutar, selecionar, implementar a administração de salários, o plano de
benefícios sociais, o programa de higiene e segurança dos funcionários, bem como
atuar nas relações sindicais, pois se o mundo mudou, as pessoas mudaram e passaram
a se qualificar para enfrentar o mundo globalizado.
Chegamos à Era da Informação (que teve início em 1990); como seu próprio
nome diz, uma era em que o ambiente organizacional é mutável e imprevisível e as
turbulências são uma constante, exigindo que a estrutura organizacional seja fluida,
ágil e flexível para enfrentar os desafios da vida on-line.
Diferentemente das demais eras, as empresas visionárias que quebraram seus pa-
radigmas e aderiram à Era da Informação entenderam, finalmente, que as pessoas são
seu diferencial de sucesso e devem ser tratadas com respeito e dignidade, pois são seres
proativos e inteligentes que devem ser impulsionados a atingir seus objetivos, enfatizando
a liberdade do pensar, valorizando sua criatividade e seu potencial.
A missão da área é criar a melhor empresa e a melhor qualidade de trabalho,
nascendo a Gestão de Pessoas, afinal não se administram mais as pessoas, mas, sim,
com as pessoas.
continua
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8 GESTÃO DE PESSOAS
continuação
Estático, previsível,
Intensificação e ace- Mutável imprevisível,
Ambiente organi- poucas e gradativas
leração das mudan- turbulento, com grandes
zacional mudanças. Poucos
ças ambientais. e intensas mudanças.
desafios ambientais.
Vigilância, coerção,
Atrair e manter os Criar a melhor empresa
coação, punições,
Missão da Área melhores funcioná- e a melhor qualidade de
confinamento social
rios. trabalho.
das pessoas.
Administração de Administração de
Relações Industriais Gestão de Pessoas
Pessoas Recursos Humanos
Para entender melhor a divisão realizada por Tose (apud MARRAS, 2000), veja
como ela separou e explicou cada fase:
A primeira fase é a Fase Contábil (antes de 1930), que se caracterizava pela
preocupação existente com os custos da organização. Os trabalhadores eram vistos
exclusivamente sob o enfoque contábil: comprava-se a mão de obra e, portanto, as
entradas e saídas provenientes dessa conta deveriam ser registradas contabilmente.
A segunda fase é a Fase Legal (1930 a 1950), que registra o aparecimento da
função de chefe de pessoal, profissional cuja preocupação estava centrada no acom-
panhamento e na manutenção das recém-criadas leis trabalhistas da Era Getulista.
Outro dado importante é destacar que neste momento o poder deixa de estar na mão
dos feitores e passa para as mãos do chefe de pessoal pelo domínio exercido sobre
as regras e normas jurídicas impostas pela CLT.
A terceira fase é Fase Tecnicista (1950 a 1965), quando o Brasil implantou o mo-
delo americano de gestão de pessoa e alavancou a função de RH ao status orgânico
de gerência.
A quarta fase é a Fase Administrativa (1965 a 1985), que criou um marco histórico
nas relações entre capital e trabalho, na medida em que é berço de uma verdadeira
revolução que, movida pelas bases trabalhadoras, implementou o movimento sindical
denominado “novo sindicalismo”.
Já a quinta e última fase, a Fase Estratégica (1985 até a atualidade), foi marcada
pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico alinhados ao
planejamento estratégico central das organizações.
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10 GESTÃO DE PESSOAS
A dificuldade está em atingir tais objetivos, pois cada empresa é única, assim
como as pessoas que nela trabalham.
Segundo Chiavenato (2002), a Administração de Recursos Humanos (ARH) produz
profundos impactos nas pessoas e nas organizações. A maneira de lidar com as pes-
soas, de buscá-las no mercado, de integrá-las e orientá-las, de fazê-las trabalhar, de
desenvolvê-las, de recompensá-las ou monitorá-las e controlá-las, ou seja, a qualidade
na forma de como as pessoas são geridas na organização é um aspecto crucial na
competitividade organizacional. Para ele, existem cinco processos básicos na Gestão
de Pessoas, conforme quadro a seguir:
12 GESTÃO DE PESSOAS
Para entendermos melhor o assunto, vamos ver como alguns autores definem Desen-
volvimento Organizacional (DO)?
Desenvolvimento Organizacional (DO) é o processo estudado
para consolidar a mudança planejada dos aspectos estruturais e
comportamentais nas organizações, com a finalidade de otimizar
o processo de resolução de problemas e os resultados anterior-
mente estabelecidos nos planejamentos elaborados, sempre com
adequado relacionamento interpessoal (OLIVEIRA, 2008, p. 195).
14 GESTÃO DE PESSOAS
Dentre tantas mudanças que podem ocorrer, Silva (2008) aponta algumas necessi-
dades reais ou condições organizacionais para a mudança, as quais foram destacadas
no quadro anterior. Segundo ele, cada uma dessas condições organizacionais pode
causar outras, que também devem ser ponderadas.
16 GESTÃO DE PESSOAS
Coleta de dados
Ação de
intervenção
Diagnóstico
organizacional
explicava sobre a gestão de mudanças, e vou compartilhar com vocês esse “causo”:
um casal recém-casado mudou-se para um apartamento e, durante o café da manhã
do seu primeiro dia na nova casa, viram a vizinha na sacada do outro apartamento
estendendo a roupa. A jovem esposa comentou com o marido que se tivesse intimidade
com a nova vizinha iria ensiná-la a lavar roupas pois suas roupas brancas estavam
amareladas. O jovem esposo sorriu e sentiu-se feliz por ter ao seu lado alguém tão
prestativo e eficiente.
Na semana seguinte, durante o café da manhã, por coincidência, a vizinha estava
novamente a estender as roupas no varal e a esposa novamente comentou com o
esposo que se tivesse intimidade com a vizinha iria dar dicas para que ela trocasse
de sabão para que lavasse as roupas e elas ficassem brancas como as suas, apontando
toda orgulhosa para as camisas “alvas” do esposo no varal. Novamente o esposo
sorriu, beijou a esposa e saiu para o trabalho.
Nas semanas seguintes o fato se repetia e a esposa não perdia a oportunidade
de tecer o comentário. Quatro meses depois, a esposa desce para tomar café e en-
contra o marido quase terminado seu desjejum, beija-o e senta-se para tomar café
e, espantada, vê a vizinha estendendo a roupa no varal e comenta eufórica com o
marido que “até que enfim alguém ensinou a vizinha a lavar a roupa, pois ela está
branca!”. Então o marido pacientemente olha para ela e diz:
— A roupa dela está como sempre esteve, alva. Eu é que levantei mais cedo e
limpei a nossa janela!
Assim como nessa história, as empresas devem estar cientes dos problemas exis-
tentes, para posteriormente buscar alternativas para saná-los.
O processo de Desenvolvimento Organizacional (DO) de uma empresa, acom-
panhando a linha de raciocínio de Marras (2000), deve estar embasado na análise
dos seguintes fatores:
interação de interesses (indivíduos/organização);
saúde organizacional (no sentido macro);
momento organizacional;
análise e o gerenciamento das mudanças.
A interação de propósitos influi indiretamente no cenário do Desenvolvimento
Organizacional, podendo destacar o capital e o trabalho, os objetivos organizacio-
nais, os interesses individuais do empregado, o contrato social e psicológico estabe-
lecido entre empresa e empregado, a constatação do “rompimento tácito” contratual
gerando aumento de controle de supervisão e punições, provocando o aumento de
rotatividade, absenteísmo, desmotivação e a baixa produtividade.
A saúde organizacional traduz a “saúde” da empresa e, assim, há de se supor
que uma empresa com “boa saúde” possui necessariamente melhor desempenho que
outra cuja “saúde” está prejudicada, pois as disfunções e anomalias obrigatoriamente
prejudicam seu desempenho geral. Uma organização “doente” tende a definhar com
o tempo se as ações corretivas não forem implementadas a tempo.
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“Sociedade do conhecimento”
Peter Drucker 1993
“Trabalhador do conhecimento”
20 GESTÃO DE PESSOAS
O conhecimento é composto por três fatores distintos, que precisam ser elucidados:
Dado: é o conjunto de registros sobre eventos, passíveis de serem classificados,
analisados e estudados para se chegar a conclusões.
Informação: são dados organizados e ordenados e analisados de maneira lógica
e expressiva visando fornecer base de compreensão e análise para a tomada
de decisão.
Comunicação: é o processo de troca de informações pelos indivíduos, por meio
de gestos, sinais, sons, imagens ou símbolos, denominados mensagem.
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22 GESTÃO DE PESSOAS
Experiências
A
A EN
Crenças
N
IZ M
Informações
N CI
C
Valores
G HE
Associações
O ON
Percepção
A
C
Ideias
R
Modelos mentais
24 GESTÃO DE PESSOAS
26 GESTÃO DE PESSOAS
Dessa forma, o capital humano é traduzido pela seiva que escorre da casca da árvore
produzindo a inovação e crescimento e tornar-se-á madeira maciça, parte da estrutura da
árvore. Por isso, as lideranças necessitam reter o conhecimento para que ele se transforme
em propriedade da organização. Isso é capital estrutural, que em resumo, é o conheci-
mento que não vai para casa com o empregado após o expediente.
Os autores acima afirmam que para que o capital intelectual exista e seja produ-
zido necessita-se de três fatores ocultos que os autores relatam como capital humano,
capital estrutural e capital de clientes:
Capital humano: composto por conhecimento, expertise, poder
de inovação e habilidade dos empregados, além dos valores,
cultura e a filosofia da empresa.
Capital estrutural: inclui equipamentos de informática, softwa-
res, banco de dados patentes, marcas registradas e tudo o mais
que apoia a produtividade dos empregados.
Capital de clientes: envolve o relacionamento com clientes e
tudo o mais que agregue valor para os clientes da organização
(EDVINSSON; MALONE, 1998, p. 9, grifo do autor).
28 GESTÃO DE PESSOAS
Stewart (1998 apud ALVARENGA NETO, 2008, p. 129) traduz com propriedade
a importância do capital de clientes:
[...] o valor dos relacionamentos de uma empresa com as pessoas
com as quais faz negócio. É a probabilidade de que seus clientes
continuem fazendo negócio com a sua empresa e é aqui que o capital
intelectual se transforma em dinheiro.
30 GESTÃO DE PESSOAS
4.1.2 Mensuração do CI
Atualmente encontramos vários modelos de mensuração do capital intelectual,
dentre os quais podemos destacar:
O modelo “q” de Tobin descreve e compara diferenças entre o valor de mercado
e o valor contábil.
Valor Intangível Calculado (VIC): compara o resultado da empresa com a média
de empresas similares.
Market to book: compara o valor de mercado e o valor contábil da organização.
O modelo Market to Book provavelmente é o modelo mais utilizado pelas orga-
nizações, graças à facilidade em efetuar os cálculos, ou seja, a razão entre o valor de
mercado e o valor contábil da organização. Veja a fórmula utilizada para o cálculo:
No entanto, essa forma de medição não é muito adequada para períodos de queda
na bolsa de valores devido à influência do ambiente externo.
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Resumo
O conceito de Desenvolvimento Organizacional (DO) está intimamente
ligado aos conceitos de mudança e de capacidade adaptativa da organização
à mudança. As organizações, independentemente de tamanho, ramo de ati-
vidade ou localização geográfica, possuem uma cultura própria. Essa cultura
é denominada “cultura organizacional”, envolvendo um sistema de crenças
e valores, hábitos e tradições, que engloba as interações e relacionamentos
sociais de cada organização.
O processo de Desenvolvimento Organizacional é composto basicamente
por três etapas: colheita de dados, diagnóstico organizacional e ação de inter-
venção. Ele deve estar embasado na interação de propósitos dos indivíduos da
organização, ponderando o momento organizacional, prezando pela saúde orga-
nizacional (no sentido macro) e pelo gerenciamento do processo das mudanças.
Já a Gestão do Conhecimento pode ser entendida como o conjunto de
processos que rege a criação, a disseminação e a utilização do conhecimento,
para alcançar os objetivos das organizações.
O conhecimento é composto por três fatores distintos: dado (conjunto de
registros sobre eventos, passíveis de serem classificados, analisados e estudados
para se chegar a conclusões); informação (dados organizados, ordenados e ana-
lisados de maneira lógica e expressiva visando fornecer base de compreensão e
análise para a tomada de decisão); e a comunicação, que é o processo de troca
de informações pelos indivíduos.
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32 GESTÃO DE PESSOAS
Atividades de aprendizagem
1. Explique a origem do Desenvolvimento Organizacional (DO).
2. Cite e explique as cinco fases evolutivas da Administração de Recursos Humanos
no Brasil.
3. Vivemos em uma era em que o conhecimento está disponível a todos e a Gestão
do Conhecimento transforma-se em um recurso valioso para as organizações.
Mas o que é Gestão do Conhecimento?
4. O conhecimento existente nas organizações deve ser utilizado para gerar
vantagem competitiva, pois compreende a soma de “tudo” o que “todos” da
organização conhecem. Explique a diferença entre o conhecimento tácito e o
explícito.
5. O que é capital intelectual e como ele é composto?
6. Qual a importância do capital intelectual para as organizações?
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Unidade 2
Recrutamento, seleção,
administração de cargos
e salários: um desafio
para as empresas
contemporâneas
Samara Silva Headley
Seção 1:
3: Logística
Recrutamento
de distribuição
de pessoal
A Seção
Nesta seção1 apresenta
você conhecerá
informações
mais a fundo
a respeito
o processo
dos
de logística
diversos conceitos
de distribuição
de recrutamento
e sua interface
de pessoal.
com as
O
demais áreas
assunto abordado
da organização
destaca as evantagens
analisará eosdesvan-
canais
de distribuição.
tagens do recrutamento interno e externo. O texto
também traz informações relacionadas às técnicas
mais utilizadas no processo de recrutamento de
pessoal por parte das organizações.
36 GESTÃO DE PESSOAS
Introdução ao estudo
O processo que envolve o recrutamento e seleção de pessoas é de grande impor-
tância para a organização, pois é por meio dele que a organização consegue atrair
talentos que irão ajudar na construção da vantagem competitiva organizacional, bem
como a importância do processo de seleção dos principais passos e técnicas envolvi-
das na seleção de pessoal, para garantir que a organização fez a melhor escolha dentre
os candidatos recrutados na fase anterior. Nos dias atuais sabe-se que os cargos são
parte integrante do formato estrutural da organização. Esse formato organizacional
condiciona e determina a distribuição, a configuração e o grau de especialização
dos cargos. Também é preciso considerar que o desenho organizacional representa a
arquitetura da organização: como os seus órgãos e cargos estão estruturados e distri-
buídos, bem como quais as relações de comunicação entre eles, como o poder está
definido e como as coisas deverão funcionar no âmbito corporativo.
1.1 Recrutamento
O recrutamento de pessoal será mais efetivo se for determinado anteriormente o
conteúdo da função ou do cargo. “Assim, são necessárias informações claras e re-
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gistradas do que se faz nesse cargo e de quais são os requisitos pessoais necessários
para seu bom desempenho”, explica Ribeiro (2006, p. 53).
O recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização
atrai candidatos no mercado de recursos humanos (MRH) para
abastecer seu processo seletivo. Na verdade, o recrutamento fun-
ciona como um processo de comunicação: a organização divulga e
oferece oportunidades de trabalho ao MRH. O recrutamento — tal
como ocorre como o processo de comunicação — é um processo de
duas mãos: ele comunica e divulga oportunidade de emprego, ao
mesmo tempo em que atrai os candidatos para o processo seletivo
(CHIAVENATO, 2010, p. 114, grifo do autor).
38 GESTÃO DE PESSOAS
40 GESTÃO DE PESSOAS
42 GESTÃO DE PESSOAS
44 GESTÃO DE PESSOAS
Convém ressaltar que “anúncios em jornais costumam ser boas opções para o
recrutamento, dependendo do tipo de cargo a ser preenchido” explica Chiavenato
(2010, p. 121). O autor ainda deixa claro que gerentes, supervisores e funcionários
de escritórios se relacionam bem com jornais locais e regionais. Para profissionais
especializados, jornais mais populares são mais indicados. Quando os cargos forem
muito específicos, pode-se lançar mão de revistas especializadas.
O recrutamento intensivo: quase sempre a organização utiliza
conjuntamente todas essas técnicas de recrutamento externo. E
o recrutamento é intensivo e permanente, mesmo quando não há
oportunidade a oferecer. Os empregados são incentivados a convi-
dar candidatos que consideram importantes para a organização. A
fundação Inepar, por exemplo, utiliza todos os meios existentes para
encontrar talentos, programas de estágios, headhunters (para cargos
executivos), anúncios em jornais e contatos com universidades e
escolas (CHIAVENATO, 2010, p. 123, grifo nosso).
46 GESTÃO DE PESSOAS
48 GESTÃO DE PESSOAS
Marras (2011, p. 65) explica que “todo o processo de seleção de pessoal baseia-se
fundamentalmente na análise comparativa de dois campos”, como a mostra o Quadro 2.1.
50 GESTÃO DE PESSOAS
a respeito dos candidatos que se apresentam. Em seguida, vem a escolha das técnicas
de seleção para conhecer, comparar e escolher os candidatos adequados. As técnicas
de seleção são agrupadas em cinco categorias, como aponta Chiavenato (2010, p.
143): “entrevista, prova de conhecimento, ou capacidade, testes psicológicos, testes
de personalidades e técnicas de simulação”.
Sobre as técnicas de seleção, é importante ressaltar que elas permitem a percep-
ção das características pessoais do candidato por meio de amostras pessoais do seu
comportamento. Observa-se que a técnica de seleção deve obedecer aos requisitos
de tempo, proporcionar rapidez, ser confiável e minimizar os erros potenciais.
Convém salientar que, além deste aspecto, as técnicas de seleção precisam pro-
porcionar um prognóstico sobre o desempenho do candidato no cargo futuro. Desta
forma, a boa técnica de seleção é capaz de antecipar o comportamento do candidato
e esboçar a sua atuação no cargo a ser ocupado. Essas informações podem ser obti-
das por meio dos resultados que o candidato obteve quando submetido ao processo
seletivo. A validade do método é determinada aplicando-o a determinada amostra
de candidatos que, depois de admitidos, são avaliados quanto ao seu desempenho
no cargo, explica (CHIAVENATO, 2010).
Fechamento e
Planejamento Preparação Processamento
avaliação da
da entrevista do ambiente da entrevista
entrevista
52 GESTÃO DE PESSOAS
54 GESTÃO DE PESSOAS
Ao utilizar esse modelo de entrevista o cuidado deverá ser maior, pois o entre-
vistador corre o risco de esquecer ou omitir informações que podem ser importantes
para a tomada de decisão futura. O fato de não se basear em um roteiro ou itinerário
previamente estabelecido torna este tipo de entrevista mais criativa e espontânea.
Araújo e Garcia (2009, p. 46) lembram que algo que não pode ser esquecido
quando o assunto é “recrutar e selecionar pessoas consiste na contribuição do advento
da tecnologia da informação”. Entretanto, continuam Araújo e Garcia (2009, p. 46),
“[...] apesar deste fato ter contribuído para a diminuição do dispêndio de recursos,
ainda representa uma limitação ao se adotar R & S externo, pois requer maiores in-
vestimentos a fim de atrair o público-alvo”.
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56 GESTÃO DE PESSOAS
2. Escala de importância
1. Escala e importância — Escala de
É uma escala que classifica a importância
avaliação
de algum atributo. Exemplo: o refeitório
É uma escala que avalia algum atributo.
em uma empresa é: A — extremamente
Exemplo: o refeitório da empresa Alfa S/A é:
importante; B — muito importante; C —
A — excelente; B — ótimo; C — bom; D —
um pouco importante; D — não muito
regular; E — sofrível.
importante; E — sem importância.
3. Escala de concordância/discordância
Uma declaração na qual o candidato mostra o seu grau de con-
cordância ou discordância. As pequenas empresas são melhores
do que as grandes empresas para se trabalhar: A — discordo total-
mente; B — discordo; C — indiferente; D — concordo; E — con-
cordo totalmente.
58 GESTÃO DE PESSOAS
Devido a esses fatores, os testes psicológicos detêm três características que outras
técnicas, como as entrevistas e provas tradicionais ou objetivas, não possuem e que
estão relacionadas no quadro a seguir (CHIAVENATO, 2010).
Validade: Significa a capacidade do teste de aferir exatamente aquela variável humana que
se pretende medir. Validade representa a seleção entre um esquema de seleção com algum
critério relevante. Um teste sem validade não funciona, pois mede coisas que não se preten-
dem medir.
60 GESTÃO DE PESSOAS
2.1.2.4.1 Dramatização
“Diferentemente dos modelos de dinâmicas anteriores, nas dramatizações os
candidatos desempenham papéis que não necessariamente refletem o seu eu pessoal,
profissional” (ARAÚJO; GARCIA, 2009, p. 27).
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62 GESTÃO DE PESSOAS
Cabe ressaltar “que não podemos recrutar ou selecionar pessoas sem a determi-
nação do conteúdo do cargo. Assim, são necessárias informações claras e registradas
”do que faz nesse cargo” e ”de quais requisitos pessoais necessários para o seu bom
desempenho” (RIBEIRO, 2006, p. 53).
3.1 Cargo
Lacombe e Masset (2004) afirmam que cargo é um conjunto de atribuições
de natureza e requisitos semelhantes e que o seu ocupante tem responsabilidades
específica.
Gil (2001, p. 171) explica que “somente quando as pessoas passam a desempenhar
papéis específicos é que a organização começa a funcionar”. Por isso elas procuram
selecionar os seus empregados de modo a cumprir o seu papel com eficiência e
agregar valor à organização.
Chiavenato (2010, p. 199, grifo do autor) explica que “cargo é uma compo-
sição de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa ocupante do cargo,
e que ainda podem ser englobadas em um todo unificado e que figura em certa
posição formal do organograma [da empresa]”. Dessa forma, para o desempenho
de suas atividades, o ocupante de um cargo precisa ter uma posição estabelecida
no organograma.
É importante considerar que a posição do cargo no organograma define o seu nível
hierárquico, estabelece a relação de subordinação (a quem presta responsabilidade),
os subordinados (sobre quem exerce autoridade) e o departamento ou divisão onde
está localizado. Por essa razão, os cargos são representados no organograma por re-
tângulos, em que cada qual se comunica entre si com dois terminais de comunicação:
o superior, que o liga aos cargo acima e define sua subordinação, e o inferior, que o
liga aos cargos abaixo e define seus subordinados (CHIAVENATO, 2010).
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Gil (2001, p. 172) afirma que, dessa forma, fica claro que:
[...] todas as atividades desenvolvidas pelas organizações para o
alcance de seus objetivos gravitam em torno dos cargos. Daí por
que se torna importante em qualquer organização proceder-se ao
desempenho de seus cargos, ou seja, definir as tarefas a serem
desempenhadas por seus ocupantes, suas responsabilidades, bem
como seu relacionamento como a organização.
Sob o prisma horizontal, cada cargo está emparelhado a outros cargos do mesmo
nível hierárquico, (CHIAVENATO, 2010) que, em geral, recebem uma titulação equi-
valente: diretores, gerentes, chefes, operadores etc. Sob o prisma vertical, Chiavenato
(2010) fala que cada cargo está incluído em algum departamento, divisão ou área
da empresa.
Essas proposições sobre os cargos mostram ser uma forma mais efetiva para a or-
ganização promover a cooperação e compartilhar a responsabilidade pela realização
do trabalho como um todo.
Área de responsabilidade
Níveis hierárquicos
Autoridade
64 GESTÃO DE PESSOAS
66 GESTÃO DE PESSOAS
Periodicidade:
diária
Quando faz semanal
mensal
anual
esporádica
Através de:
Conteúdo Como faz pessoas
do cargo máquinas e equipamentos
materiais
dados e informações
O quadro a seguir aborda alguns exemplos para nortear a avaliação dos fatores
que o ocupante deve possuir para desempenhar o cargo.
68 GESTÃO DE PESSOAS
!Instrução necessária
Requisitos !Experiência anterior
mentais !Iniciativa
!Aptidões
!Esforço físico
Requisitos !Concentração visual ou mental
físicos !Destrezas ou habilidades
Fatores de
!Compleição física
especificações
na análise de
cargos !Supervisão das pessoas
Responsa-
!Meterial, equipamento ou ferramental
bilidades
!Dinheiro, títulos ou documentos
por
!Contatos internos ou externos
Condições
!Ambiente físico de trabalho
de
!Riscos de acidentes
trabalho
70 GESTÃO DE PESSOAS
Planejamento de RH Preparar as
Desenho de cargos especificações
Recrutamento e seleção de cargos
Treinamento
Avaliação de desempenho
Remuneração e benefícios
Avaliação dos resultados
Ribeiro (2006, p. 17) deixa claro que os “cargos-chaves são aqueles que são
utilizados com o propósito de construir ou validar uma escala de avaliação”. Os
cargos-chaves devem representar as diversas linhas de atividades da empresa, bem
como diferentes níveis de exigências de requisitos. É preciso que seu conteúdo te-
nha conceito universal “e seja basicamente o mesmo em outros tipos de empresa”,
finaliza o autor.
A classificação e a avaliação dos cargos é um conjunto de técnicas
que objetivam reunir as diferentes funções e cargos, principal-
mente, com base na natureza de suas atribuições. Já a avaliação,
por sua vez, consiste no conjunto de técnicas que permitem hie-
rarquizar os cargos segundo os respectivos níveis de dificuldades
e de responsabilidade (RIBEIRO, 2006, p. 17).
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72 GESTÃO DE PESSOAS
74 GESTÃO DE PESSOAS
Segurança X 1
Motorista X 1
Almoxarife X 1
Nesse caso, comenta Ribeiro (2006, p. 280) que “a definição desses níveis exige
profundos conhecimentos da empresa e dos cargos a avaliar. O confronto dos car-
gos com a escala é que constitui propriamente a sua avaliação”. Chiavenato (2010)
complementa que cada categoria predeterminada apresenta o seu limite superior,
mas é bom lembrar que pode haver uma superposição entre elas. Essa superposição
faz com que os salários dos limites inferiores da categoria que está mais avançada
sejam menores do que os salários dos limites superiores da categoria anterior. Ao se
deparar com tal situação, algumas organizações preferem trabalhar com cargos de
referência (benchmarks jobs) em cada uma das categorias predeterminadas, pois,
segundo elas, esse procedimento tem a possibilidade de facilitar o processo de com-
paração e classificação dos cargos.
76 GESTÃO DE PESSOAS
O quadro abaixo mostra que se o menor salário por hora pago na organização
for de R$ 1,00, os avaliadores podem distribuir esse salário da seguinte maneira:
78 GESTÃO DE PESSOAS
Para ser eficaz, uma política salarial deve atender simultaneamente a sete critérios,
segundo a visão de Chiavenato (2010, p. 306, grifo do autor):
Adequada: A compensação deve distanciar-se dos padrões
mínimos estabelecidos pelo governo ou pelo acordo sindical.
Equitativa: Cada pessoa deve ser paga proporcionalmente de
acordo com seu esforço, habilidades e capacitação profissional.
Balanceada: Salário, benefícios e outras recompensas devem
proporcionar um pacote total de recompensas que seja razoável.
Eficácia quanto a custos: Os salários não podem ser excessivos,
em função do que a organização pode pagar.
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80 GESTÃO DE PESSOAS
e o sal, quando se estuda a origem da palavra ”salário”, que vem do latim salarium.
Tal sistema de pagamento era utilizado na Antiguidade.
No sistema econômico moderno o salário é visto como o instrumento utilizado
para vender o trabalho. Com o salário adquirido podemos, em primeiro lugar, satis-
fazer as necessidades básicas, que são ligadas à sobrevivência. Portanto, o salário
recebido deve atender a necessidades básicas das pessoas, caso contrário acaba
perdendo sua principal função social.
Vamos conhecer algumas terminologias importantes para o bom entendimento
do nosso estudo (ARAÚJO; GARCIA, 2009, p. 50, grifo do autor):
Salário nominal ou bruto: é o salário que consta na ficha de
registro, na carreira profissional e em todos os documento le-
gais. Note que este poderá se expresso em horas, dias, semanas
ou meses.
Salário efetivo ou líquido: é o salário bruto descontadas as
obrigações legais e impostos.
Salário complessivo: é o salário bruto complementado pe-
las parcelas adicionais, tais como horas extras e adicionais
noturnos.
Salário profissional: é o salário expresso na lei destinado a
algumas profissões, tais como médicos e engenheiros.
Ribeiro (2006, p. 270) destaca que “a importância do salário é o tema mais explo-
sivo nas relações entre funcionários e empresas”, pois o salário tem um peso muito
grande nos custos totais das organizações, as quais, por sua vez, empregam esforços
para manter os custos baixos.
82 GESTÃO DE PESSOAS
84 GESTÃO DE PESSOAS
Competência
Saber fazer
Saber Saber fazer Saber analizar
acontecer
86 GESTÃO DE PESSOAS
88 GESTÃO DE PESSOAS
sive motorista), casa, escola para filhos, clube para toda família, passagens e estadas
no período de férias, cartões de crédito e planos especiais de saúde e seguro de vida.
Na prática verifica-se que, os benefícios vão além do seu aspecto pecuniário finan-
ceiro, servem em muitos casos para isentar os funcionários de uma série de aborreci-
mentos, com: uso de meios de transporte até a companhia ou a procura de restaurantes
onde se alimentar.
Outra questão que convém ressaltar é que os programas de benefícios sociais
estão intimamente relacionados, com os aspectos da responsabilidade social que
envolve da organização. Pois, ser uma empresa responsável socialmente, significa
antes de qualquer coisa, que ela se preocupa verdadeiramente com o seu grupo de
empregados em primeiro, então responsabilidade social começa dentro de casa.
90 GESTÃO DE PESSOAS
Marras (2009) comenta que alguns autores veem os benefícios sociais de forma
paradoxal, e enquanto alguns autores sugerem que é uma forma de os trabalhadores
terem acesso a serviços que vão garantir a sua dignidade humana, outros o têm como
forma de paternalismo.
Chiavenato (2010, p. 341), estabelece que “cada organização define o seu plano
de benefícios para atender às necessidades dos seus funcionários”. Nesse caso, ge-
ralmente o plano de benefícios é composto de um pacote de benefícios adequado
ao perfil dos funcionários e das atividades por ele realizada.
mente a um ou mais deste serviço, cada organização desenha e planeja o seu plano
específico de benefícios.
De modo geral, os planos de benefícios sociais são planejados e desenhados para
ajudar o funcionário em três diferentes áreas de sua vida, aponta Chiavenato (2010,
p. 345, grifo do autor):
No cargo: envolvendo gratificações, prêmios de produção,
seguro de vida etc.
Fora do cargo, mas dentro da organização: envolvendo refei-
tório, cantina, lazer, transporte etc.
Fora da organização, na comunidade: envolvendo recreação,
atividades esportivas e comunitárias etc. Enquanto o salário
está relacionado com o cargo os benefícios estão relacionados
com o fato da pessoa ser funcionária da organização.
92 GESTÃO DE PESSOAS
ou, ainda, por convenção coletiva entre sindicatos. Marras (2011, p. 129) relaciona
os seguintes benefícios legais:
férias;
13 o salário;
aposentadoria;
seguro de acidentes do trabalho;
auxílio-doença;
salário-família;
salário-maternidade;
etc.
Na tentativa de oferecer maior segurança e conforto, algumas empresas têm in-
corporado à sua cesta de benefícios que são típicos do governo, como é o caso da
aposentadoria complementar para que os colabores possam ter uma renda extra e
garantir o mesmo padrão de vida quando se aposentarem.
Benefícios espontâneos
Este tipo de benefício é caracterizado por ser oferecido pela empresa de forma
espontânea, pois eles não são exigidos por lei nem por negociação coletiva. Marras
(2011, p. 129) explica que “geralmente, estes tipos de benefícios são propostos com
o intuito de mudar o perfil da remuneração ou de parecer mais atraente e competitivo
para o mercado de trabalho”. São também chamados benefícios marginais (fringe
benefits) ou benefícios voluntários. Incluem:
gratificações;
refeições subsidiadas;
transporte subsidiado;
seguro de vida em grupo;
empréstimos aos funcionários;
assistência médico-hospitalar diferenciada mediante convênio;
complementação de aposentadoria ou planos de seguridade social;
outros.
94 GESTÃO DE PESSOAS
nos dias atuais é de R$ 835,00 para cada morador da casa, enquanto o Estado gasta R$
645,00 por pessoa. Trata-se de uma diferença da ordem de 30%. Já no sistema público
de saúde, o governo gasta, anualmente, cerca de US$ 90 por habitante (IBGE, 2012).
Contudo, entregar os empregados ao sistema público, que é financiado por eles
próprios e pelas empresas, significa entregá-los a corredores de hospitais que não
respeitam a dignidade humana, diz o vice-presidente executivo da Voith brasileira,
que se tornou uma das maiores corporações mundiais e líder mundial em processos
de fabricação de papel, acionamentos mecânicos e também lidera o ranking de equi-
pamentos para usinas hidrelétricas e ainda serviços industriais.
No que se refere à gestão de pessoal, a Voith tem o seu custo de pessoal aumen-
tado em 16,2% em função dos gastos que faz com planos de assistência médica e
de assistência odontológica.
96 GESTÃO DE PESSOAS
Araújo e Garcia (2009, p. 177) alertam para o fato de que “de acordo com a
legislação, quando as pessoas têm determinados benefícios por um certo período
de tempo, a organização não pode retirá-lo, sem um motivo plausível, pois, ao ofe-
recerem o benefício [...]”, as organizações precisam fazer um cuidadoso estudo de
implantação e manutenção para se precaver contra futuras demandas judiciais.
98 GESTÃO DE PESSOAS
Resumo
O processo de recrutamento e seleção de pessoas faz parte da provisão re-
cursos humanos, cujo intuito é prover a organização com pessoas que possam ter
a qualificação e a competência desejadas para preencher os cargos disponíveis
na organização e ajudá-la a cumprir a missão a qual se propôs. O processo de
seleção deve ser eficiente e eficaz. A eficiência fica a cargo de realizar as ati-
vidades corretamente, ou seja, saber entrevistar, aplicar teste de conhecimento
etc. Já a eficácia se refere ao fato de alcançar resultados e atingir os objetivos:
saber trazer os melhores talentos para a organização para que possa tornar as
organizações cada vez melhor e, dessa forma, contribuir para melhorar o seu
desempenho.
A Administração de Cargos faz parte do subsistema de aplicação de Re-
cursos Humanos, tendo como objetivo conhecer profundamente cada função
ou atividade existente na organização. O estudo de cargos e salários de uma
organização deve ser um fator de suma importância, pois definirá o perfil dos
ocupantes dos cargos e sua remuneração em relação ao mercado, podendo ser
uma forma de retenção de talentos.
Atualmente, busca-se uma relação cada vez mais justa e equilibrada tanto
para a empresa como para seus funcionários. O sistema de remuneração de
uma empresa visa a atrair, manter e reter os talentos na organização e, por isso,
deve estar atrelada ao perfil dos empregados e a sociedade onde está inserida.
As empresas contemporâneas estão optando por novos modelos de remune-
ração, que não estão apenas atrelados aos cargos, mas também ao desempenho
individual do seu ocupante, sendo esta a principal vantagem da remuneração
estratégica.
O cenário mundial é de mudanças, necessitando que processos sejam dis-
cutidos, repensados e amadurecidos nas relações profissionais.
O ambiente, organizacional deve ser desenhado para uma gestão de em-
presa inovativa, em que exista real investimento sobre as potencialidades do
ser humano e na qual, a partir do acionista, haja um convencimento de que o
homem é realmente o fator diferenciador na expectativa de atingir os objetivos
maiores da empresa.
Sem essas premissas e valores culturais, verdadeiramente enraizados na
mente de todos os executivos, qualquer plano de remuneração estratégica está
fadado ao insucesso.
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Atividades de aprendizagem
1. Explique como deve ser estruturado um sistema de remuneração.
2. Qual é o papel dos benefícios na remuneração total das pessoas?
3. Qual a importância da pesquisa salarial?
4. Qual é o método mais moderno para remunerar a força de trabalho?
5. Como podem ser classificados os benefícios sociais?
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Unidade 3
Treinamento e
desenvolvimento
de pessoas
Larissa Zamarian Ducci
Thais Accioly Baccaro
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 103
Introdução ao estudo
As organizações estão sendo cada vez mais desafiadas a ser flexíveis, ágeis, cria-
tivas, inovadoras, enxutas, de baixos custos e socialmente responsáveis. Essas são as
condições para sobreviverem no cenário atual, envolto em mudanças contínuas, em
rápida e ampla disseminação da informação, com consumidores mais conscientes
e exigentes, em uma relação política, social, econômica e comercial globalizada.
Algumas empresas já compreenderam que são as pessoas que fazem a diferença
nos seus negócios e adotam o treinamento e o desenvolvimento como uma estratégia
para formar equipes competentes e de alta performance, outras estão tomando cons-
ciência agora e também começam a se mobilizar nesse sentido, porém há um grande
número de empresas que ainda não acordaram para essa realidade.
Treinar e desenvolver pessoas são conceitos muito próximos, pois seus métodos
de aprendizagem são muito similares, o que diferencia um do outro é a questão do
tempo, pois o treinamento é orientado para o presente, foca o cargo atual, busca
preparar o funcionário para resultados imediatos de desempenho, enquanto o de-
senvolvimento é um processo mais longo, prepara o indivíduo para ocupar cargos
futuros na empresa ou para adquirir novas competências necessárias para os desafios
e estratégias da empresa (CHIAVENATO, 2008).
Mergulhar nesse tema irá possibilitar-lhe não só compreender o que as empresas
estão fazendo para se tornarem bem-sucedidas, como também permitir que você possa
influenciar as empresas por onde passar e que ainda não perceberam a importância
de se investir no desenvolvimento de equipes eficientes.
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 105
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 107
Fica claro que o treinamento tem um sentindo mais restrito determinando o “sa-
ber fazer” dentro das organizações, e o desenvolvimento tem uma abrangência mais
ampla, mostrando o “saber ser” dos indivíduos
(BERGAMINI, 1990). Quanto mais bem-sucedida
for uma organização, mais preocupados se mos-
tram os executivos com o contínuo autodesen-
Para saber mais
volvimento e mais abertos para os programas de Treinamento é o processo de pre-
desenvolvimento de pessoal. parar as pessoas para ocupar de-
Sendo assim, os programas de desenvolvi- terminado cargo.
mento de pessoal visam ao aprimoramento do O Desenvolvimento é utilizado
relacionamento dentro das organizações, bus- para ampliar as habilidades dos
cando a construção de um ambiente propício funcionários e está relacionado
para a manifestação das individualidades. Sem, com o crescimento individual sem
no entanto, a preocupação de “mudar” as pessoas, uma relação específica com o tra-
mas sim com a orientação de promover as carac-
balho desempenhado.
terísticas individuais e inatas de cada indivíduo
(BERGAMINI, 1990).
Resumindo, percebe-se que os termos treinamento e desenvolvimento caminham
juntos, sendo impossível a realização de um deles sem a realização do outro. Trei-
namento é visto como ações educacionais de curta e média duração, enquanto o
desenvolvimento se foca nas ações educacionais que apoiam os programas de qua-
lidade de vida, orientação profissional, gestão de carreira, entre outros (VARGAS;
ABBAD, 2006).
Na visão de Borges-Andrade et al (2006) o termo Treinamento e Desenvolvimento
(T&D) deve ser alterado para Treinamento, Desenvolvimento e Educação (TD&E), como
ações que auxiliam a empresa a ocupar uma posição estratégica no mercado. Além
disso, Dalpozzo e Barbosa (2006) afirmam que nas novas organizações a tendência
é a extinção da tradicional área de Treinamento e Desenvolvimento, ressurgindo o
Desenvolvimento Organizacional por meio de uma abordagem ampla e estratégica
e, ao mesmo tempo, educacional e existencial.
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 109
Desenho: é a elaboração do
programa de treinamento.
Avaliação: é verificar
os resultados.
Implementação: é colocar em prática o
programa de treinamento.
Vamos discutir agora cada uma dessas etapas individualmente, para nos apro-
fundarmos no assunto.
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 111
No entanto,
[...] como o ambiente organizacional muda constantemente, Milko-
vich e Boudreau (2000) alertam para a importância sobre a análise
de longo prazo, por exemplo, o que os funcionários precisarão
fazer com as novas tecnologias que serão implementadas? Com
essa visão de futuro, as empresas podem se prevenir e se prepa-
rar para enfrentar ambientes incertos e de concorrência acirrada
(BACCARO, GALÃO, AZEVEDO, 2009, p. 1).
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Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 113
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 115
Título do treinamento
Liderança em Foco
Objetivo
Sensibilizar os participantes para o papel da liderança, levando-os a refletir sobre quais são os
fatores importantes para condução e desenvolvimento de equipes de alto desempenho.
Público-alvo
Líderes recém-promovidos.
Programa do curso
Papel do líder
Liderança nos tempos atuais
Processos da comunicação e a sua importância
Relações interpessoais
Liderando e motivando as equipes de trabalho
Avaliando o desempenho e dando feedback
Data e horário
Metodologia
Exposições dialogadas, com a abordagem de aspectos práticos. Dinâmica de Grupo, análise e
discussão de casos de sucessos e filmes sobre o tema.
Local do curso
Instrutor
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 117
Além disso, na concepção do treinamento devemos nos atentar para quatro as-
pectos importantes, que são os objetivos instrucionais, a prontidão e a motivação
dos treinandos, os princípios de aprendizagem e as características dos instrutores
(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003). Vamos comentar cada um desses itens.
*Objetivos instrucionais: esses objetivos são os resultados esperados com o treina-
mento. Devem descrever as habilidades ou conhecimentos que deverão ser adquiridos
e as atitudes que deverão ser modificadas. Borges-Andrade et al (2006) alertam para
a importância da definição dos objetivos do programa de treinamento, afirmando que
é mais grave não expor os objetivos, que estar sujeito às críticas que ele pode sofrer.
*Prontidão e motivação dos treinandos: para garantir a prontidão e a motivação
dos treinandos, é preciso evidenciar os objetivos que se pretende alcançar com o
treinamento. Assim, os funcionários podem reconhecer com maior facilidade a ne-
cessidade do treinamento despertando o desejo de aprendizado (BOHLANDER;
SNELL; SHERMAN, 2003).
*Princípios de aprendizagem: a aprendizagem é um processo que se realiza nos
indivíduos, e seus efeitos são propagados para a equipe, grupos e para a organiza-
ção (ABBAD, 2006). Sabe-se que houve aprendizado quando o funcionário muda o
seu comportamento, de acordo com o que foi passado no treinamento. Portanto, é
fundamental entender como ocorre o aprendizado na organização, para determinar
quais serão os melhores métodos e técnicas utilizados no treinamento.
*Características dos instrutores: qualquer
treinamento depende em grande parte das habi-
lidades da pessoa que o conduz. No momento Para saber mais
de definir quem será o instrutor do treinamento,
A aprendizagem é um processo que
deve-se levar em consideração: o conhecimento
se realiza nos indivíduos, e seus efei-
pelo assunto, a adaptabilidade, a sinceridade, o
tos são propagados para a equipe,
senso de humor, o interesse, a clareza nas infor-
grupos e para a organização.
mações, a assistência individual e o entusiasmo
(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).
Após o planejamento do programa de treinamento, devemos implementá-lo, ou
seja, colocá-lo em prática, e esta é a terceira etapa do treinamento, que será discu-
tida a seguir.
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 119
próprias para o treinamento ou pode precisar alugar uma sala, e isso deve ser
feito com antecedência para as devidas preparações. Essa sala deve abrigar
confortavelmente o número de participantes do treinamento, ser climatizada,
ter uma boa iluminação, instalações sanitárias adequadas nas proximidades,
e local para alimentação caso necessário.
Programar e/ou prover os equipamentos necessários: dependendo do programa
de treinamento podem ser necessários equipamentos que a empresa não possui,
assim, é importante fazer a locação antecipada, e caso a empresa possua os
equipamentos deve-se fazer a reserva antecipadamente também.
Controlar e avaliar os programas de auto estudo e treinamento prático: caso
o programa contemple autoestudo e treinamento prático, o próprio funcionário
poderá fazer sua avaliação e depois encaminhá-la para o responsável.
Controlar a execução dos cursos presenciais: na realização do treinamento
presencial tudo que foi mencionado deve estar devidamente organizado para
garantir o sucesso do programa, assim, deve ser feito um checklist para não
faltar nada na realização do treinamento.
As pessoas são diferentes, e em virtude dessa individualidade é que se deve
prever a forma como elas processam, internalizam e memorizam coisas novas, não
sendo necessariamente igual para todas. Essas diferenças precisam ser consideradas
na implementação do programa de treinamento.
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 121
Dê uma nota de 1 a 5, sendo 1 a pior nota e 5 a maior nota, para cada um dos critérios abaixo:
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 123
Sabendo que uma das maiores preocupações das empresas que investem em
treinamento é saber se a mudança de comportamento dos funcionários acarreta em
benefícios sociais e financeiros para a empresa, Bohlander, Snell e Sherman (2003)
afirmam que uma maneira de verificar esse impacto é por meio da avaliação dos
índices de produtividade e lucratividade da empresa, análise das queixas dos funcio-
nários e verificação da redução dos custos e dos desperdícios. No entanto, muitas
organizações não fazem essa avaliação por não conseguir mensurar esses indicadores,
que são dados numéricos, antes e depois da aplicação dos programas de treinamento.
Palmeira (2006, p. 41, grifo do autor) alerta que:
A partir desses números, será verificado se os custos foram redu-
zidos; se houve aumento de vendas ou produção; se o turnover
(rodízio de pessoal) diminuiu; se o índice de satisfação do cliente
melhorou; se o número de reclamações reduziu; se houve melhoria
da qualidade da produção, com diminuição de produtos rejeitados
ou retrabalhados; se os lucros foram mais altos; se houve melhoria
do moral do pessoal, entre outros indicadores de resultado e —
aquilo que muitos profissionais de T&D sonham provar e muitas
vezes se frustram por não conseguir — se houve retorno do inves-
timento em treinamento.
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 125
Outro ponto que merece ser destacado é que nem todos os programas de Treina-
mento e Desenvolvimento visam a melhorias no desempenho da organização como
um todo, eles podem buscar melhorias nos desempenhos individuais, e por isso fica
difícil avaliar o resultado desse investimento.
Outra dificuldade encontrada no dia a dia das empresas é a mensuração de resul-
tados nos treinamentos comportamentais, tais como: desenvolvimento de lideranças,
equipes, relacionamento interpessoal, administração de conflitos, ética, dentre outros.
Por serem treinamentos comportamentais, não se obtêm resultados duradouros em
um único treinamento, sendo necessário um programa contínuo de desenvolvimento
e aprendizagem, que envolve conhecimentos teóricos, vivências, reflexões, práticas e
avaliações. A mudança de comportamento é um processo longo e que só ocorre par-
tindo do desejo interno do treinando. Assim, para medir resultados de treinamentos
comportamentais, levaria tempo e não se poderia afirmar que o treinamento “X” ou
“Y” deu resultado, pois a mudança seria o resultado do querer sincero do treinando e
do conjunto de ações de desenvolvimento implementadas.
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Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 127
Oliveira (1999 apud WILBERT, 2002) desenvolveu alguns princípios que ex-
pressam a essência da andragogia, dentre eles pode-se mencionar: para o adulto,
compartilhar experiência é fundamental tanto para reforçar suas crenças, como para
influenciar as atitudes dos outros; a relação educacional do adulto se estabelece na
interação entre o facilitador e aprendiz, onde há a troca de conhecimento entre si;
ele aprende aquilo pelo qual tem interesse, sua motivação está na escolha sobre o
que quer aprender; ele é o agente de sua aprendizagem, portanto é quem decide o
que aprender; aprender significa adquirir conhecimento, habilidade e atitude, o que
se torna condição imprescindível para o processo de aprendizagem; o processo de
aprendizagem do adulto se desenvolve iniciando pela motivação, e sequencialmente
pela pesquisa (estudo), discussão (esclarecimento), experimentação (prática), conclu-
são (convergência) e por último o compartilhamento (sedimentação); dentre outros.
Com o desenvolvimento tecnológico presente atualmente no processo ensino-
-aprendizagem, a interatividade tornou-se um fator essencial ao oportunizar que
diferentes mídias fossem acessadas no computador, possibilitando ao usuário o
controle sobre a aprendizagem. Essa nova forma de aprender está alinhada com a
aprendizagem do adulto.
3.1.2 E-learning
Segundo Chiavenato (2008), o e-learning refere-se ao uso de tecnologias da Inter-
net, que pela sua ampla variedade de soluções contribui no aumento do desempenho
e no conhecimento das pessoas. Para ele a tecnologia da informação vem possibi-
litando a expansão de ações de treinamento, quebrando barreiras, custos, horários
e limites de sala de aula, possibilitando assim o ensino à distância — e-learning. O
que é e-learning?
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Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 129
3.1.2.2 Coaching
Após tudo o que já estudamos sobre as transformações das organizações e as novas
necessidades que surgiram decorrentes das constantes pressões do ambiente externo,
o contínuo desenvolvimento dos profissionais passou a ser uma das principais preo-
cupações dos líderes, surgindo uma nova metodologia de treinamento, o coaching.
O termo é muito utilizado no mundo esportivo (vem de coach, que significa treina-
dor, nos últimos anos, contudo, tornou-se possível aplicar a palavra coaching a qual-
quer área, nos negócios e em todos os aspectos da vida. Agora, é bastante normal que
alguém procure um coach para ajudá-lo a alcançar suas metas, na vida e no trabalho.
As definições sobre o assunto são muitas, mas a essência do coaching é ajudar
uma pessoa a ir à direção que deseja, apoiar para que ela se torne aquilo que deseja,
ajudá-la a revelar seu potencial e melhorar seu desempenho.
Tem sido utilizado no mundo organizacional como alternativa para o desenvol-
vimento de executivos e outros profissionais.
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Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 131
O profissional que atuar como coach pode trabalhar especificamente uma das
atribuições acima, conforme ele entenda que a empresa necessite mais urgentemente,
ou trabalhar de forma geral orientando as organizações a criarem em longo prazo
um ambiente de aprendizagem continuada.
Você se recordam do filme Karatê Kid? O Sr. Miyagi é um bom exemplo de co-
aching. Ele não só ensinou as técnicas do karatê para Daniel San, mas lhe ensinou
valores, condutas e atitudes que fariam com que ele tivesse seu melhor desempenho.
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 133
Tr e i n a m e n t o e d e s e n v o l v i m e n t o d e p e s s o a s 135
Resumo
Nesta unidade vimos que o treinamento pode ser definido como meio para
alavancar o desempenho no cargo (CHIAVENATO, 2008). Por meio dele é que
o funcionário é preparado para desempenhar seu trabalho da melhor forma
possível.
Vimos que treinamento e desenvolvimento são conceitos muito próximos
que, se aplicados corretamente, fazem a diferença na formação de equipes
de alta performance, e também pudemos compreender o passo a passo para
desenvolver um programa destes dentro de uma empresa.
A primeira decisão a ser tomada por uma empresa deve ser diagnosticar
as necessidades de treinamento; a segunda, planejar como o programa será
implementado e só então efetivamente colocá-lo em prática. Não se esqueçam
de que a avaliação dos resultados alcançados com o programa de treinamento
também é essencial.
Atividades de aprendizagem
1. Para a realização de um bom programa de Treinamento e Desenvolvimento,
quais atividades devemos desenvolver?
2. O que o profissional de Recursos Humanos precisa fazer no Levantamento das
Necessidades de Treinamento?
3. Se um Programa de Treinamento for realizado por uma empresa que não desen-
volveu o levantamento das necessidades de treinamento anteriormente, quais
são os riscos que ela pode correr?
4. O planejamento dos programas de treinamento envolve uma série de decisões
que devem ser tomadas garantindo que as lacunas existentes no desenvolvi-
mento do trabalho sejam supridas. Que decisões são essas?
5. Por que é comum escutarmos no ambiente empresarial frases do tipo: “É muito
difícil avaliar os resultados em T&D”?
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Unidade 4
Relações de trabalho,
higiene, saúde, segurança
e qualidade de vida no
ambiente de trabalho
Larissa Zamarian Ducci
Introdução ao estudo
Quando duas ou mais pessoas se unem para exercer uma atividade com deter-
minados objetivos econômicos ou sociais chamamos de “organização”. Para o bom
funcionamento de uma organização, é preciso que um conjunto de recursos seja
eficiente. As pessoas são os recursos mais valiosos de uma organização, portanto,
geri-las é fundamental e envolve influenciar seus comportamentos para que os obje-
tivos organizacionais sejam alcançados.
Para um melhor resultado a área de Recursos Humanos deve buscar o alinha-
mento entre os objetivos individuais de cada funcionário e os da organização, mas
nem sempre isso foi visto dessa forma. Antes das leis trabalhistas, as organizações
não garantiam direitos mínimos aos seus funcionários. Não havia preocupação com
a segurança do ambiente de trabalho e menos ainda com a saúde e qualidade de
vida dos trabalhadores, por parte dos empresários.
Além do que, um dia de trabalho perdido traz prejuízos e por isso os adminis-
tradores devem se esforçar para construírem ambientes saudáveis e seguros, onde
haja preocupação com a prevenção de acidentes e afastamentos dos funcionários.
As Normas Reguladoras (NR), a Segurança e a Medicina do Trabalho são hoje de
observância obrigatória para organizações privadas e públicas e pelos órgãos públicos
da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos poderes legislativos
e judiciários.
Os investimentos em segurança, saúde e qualidade de vida crescem de forma
gradativa porque as empresas já perceberem que a melhoria constante das condições
de trabalho pode trazer maior satisfação, aumento da produtividade e, consequente-
mente, maior competitividade e lucros, além de evitar inúmeros prejuízos.
Estados Unidos
1877 — lei que obrigava os empregadores a instalarem dispositivos de segu-
rança em máquinas.
1892 — primeira empresa a organizar um departamento de segurança.
1913 — criação de National Safety Concil.
Brasil
Decreto-Lei no 5.452 — Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1 o de maio
de 1943.
Decreto-Lei n o 7. 036, de 1944.
Decreto-Lei n o 34715, de 1953.
Normas Regulamentadoras aprovadas pela Portaria no 6.514/77, de junho de 1978.
Normas Regulamentadoras rurais aprovadas pela Portaria n o 3.067, de abril de
1988.
mais favorável. Logo, aplica-se a norma mais favorável tanto no caso de interpretação quanto
na escolha desta regra, independentemente de sua posição hierárquica.
t artigo 620 da CLT que estampa em seu texto o princípio da aplicação da norma mais favo-
rável ao empregado, independentemente de sua posição hierárquica.
Por outro lado, segundo afirma Saraiva (2008, p. 37), “não se pode esquecer
que o empregador possui o poder de gestão, de mando e de comando na direção da
empresa”, podendo realizar algumas alterações unilaterais no contrato de trabalho,
desde que não sejam lesivas (prejudiciais) ao empregado ou para preservar a relação
empregatícia.
Por fim, o princípio da intangibilidade salarial defende o salário do trabalhador,
diante do seu caráter alimentar. Deste princípio surgiram vários preceitos legais que
tutelam o salário do trabalhador contra o atraso, a retenção e descontos indevidos.
Somando-se a isso, emanaram regras também sobre a impenhorabilidade do
salário e a impossibilidade de redução salarial, entre outros direitos, com o objetivo
de salvaguardar o salário que é o que prove o sustento do trabalhador e de sua
família.
Importante destacar aqui que há princípios
comuns ao direito e ao direito do trabalho, e que
há também valores que pertencem a todos os Para saber mais
ramos de direito, como o princípio da dignidade
O princípio da boa-fé expõe que as
da pessoa humana e da boa-fé contratual.
partes devem agir sempre com ho-
De todo o aqui exposto, conclui-se que os
nestidade, sinceridade, fidelidade e
princípios trabalhistas, os quais servem de base
de acordo com a lei, ou seja, agir
para a confecção e interpretação das normas
sempre sem a intenção de prejudi-
aplicáveis às relações de trabalho, têm como
car a outra pessoa.
objetivo principal a proteção do empregado.
Por sua vez, os tablets, os smartphones, o crescimento das redes sociais e até
mesmo a medicina, que depende cada vez mais da precisão e de atingir os locais
mais remotos e minúsculos do corpo humano, fizeram com que novas profissões
também surgissem.
Hoje há empresas especializadas em criar jogos e aplicativos para essas inovações
tecnológicas. Há profissionais que desenvolvem estratégias nas redes sociais para po-
sicionar a marca de um produto. E também há aqueles profissionais que desenvolvem
instrumentos de alta precisão para a realização de cirurgias médicas.
Há que se levar em consideração, ainda, que hoje os novos profissionais procuram
trabalhar em empresas com princípios de sustentabilidade. Os profissionais da nova
geração buscam emprego em organizações que possuem os mesmos valores que os
seus, por isso está atento às empresas que têm ações voltadas para a sustentabilidade.
Assim, devido às inovações tecnológicas, a busca por inovação, a preocupação
com a sustentabilidade e valorização da qualidade de vida é que o mercado de
trabalho se modificou e abriu caminhos para novas formas de trabalho e profissões.
Todavia, temos que ficar atentos sobre como regulamentar essas novas relações de
trabalho, pois a Consolidação das Leis do Trabalho foi promulgada em 1943 (BRASIL,
1943), e sendo assim, encontra-se defasada, pois foi feita para outros tempos e não
para reger a sociedade atual.
Não obstante a CLT ter reconhecido recentemente o trabalho realizado a distância,
já que hoje existem meios tecnológicos de se controlar a jornada do trabalhador —
com o bloqueio de celular e computadores após determinado horário — esta legislação
trabalhista foi feita quando sequer existia o computador, por isso é preciso renovar
tal norma trabalhista, tirando o excesso de regras rígidas e preenchendo as lacunas
desta lei com base no mercado de trabalho atual.
Importante lembrar também que muitas situações que ocorrem no ambiente de
trabalho, como assédio moral ou sexual, invasão de privacidade, e ofensa à honra
do empregado não são regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho, porém, há
leis de outras áreas que as normatizam e são utilizadas para resolver essas situações
desastrosas ocorridas no ambiente de trabalho.
Por tudo isso, conclui-se que a CLT precisa se renovar e se adaptar aos novos
tempos.
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dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao meio ambiente físico onde são
executadas.
As condições de higiene no ambiente de trabalho devem ser administradas de
forma a garantir a saúde individual e coletiva e seus principais objetivos estão lista-
dos a seguir:
eliminar as causas das doenças profissionais;
reduzir os efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes;
prevenir o agravamento de doenças e de lesões;
manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio
de controle do ambiente de trabalho.
E o que é segurança do trabalho?
Sob a visão de Chiavenato (2002) podemos explicar que segurança do trabalho
é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas
para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente que-
rem instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas.
Dessa forma, promover um ambiente de trabalho seguro é uma obrigação legal
das empresas, mas este não é o único motivo que as levam a se preocupar com
isto. Como mencionado anteriormente, as organizações dependem das pessoas
para atingir seus objetivos econômicos e se elas não estiverem (ou se sentirem)
seguras certamente encontrarão maiores dificuldade de desempenhar suas funções
adequadamente.
O acidente de trabalho ocorre quando no desenvolvimento de suas atividades
profissionais, o funcionário sofre uma lesão corporal ou psicológica que pode afastá-
-lo de forma permanente ou temporária de suas atribuições. Infelizmente não são
incomuns os acidentes de trabalho fatais.
Além da situação indesejada de uma tragédia, os acidentes nos locais de trabalho
acarretam gastos e despesas com afastamentos de pessoal e indenizações, que também
pesam na decisão dos administradores, empresários e gerentes sobre investir ou não
em um ambiente seguro para os trabalhadores.
Certamente a prevenção torna-se a melhor estratégia!
Segundo Chiavenato (2008), o conceito de segurança no trabalho está associado
a metodologias e técnicas desenvolvidas para se anteceder às possíveis causas de
acidentes do trabalho, objetivando a prevenção de suas consequências, com foco
na eliminação das condições inseguras do ambiente, na instrução das pessoas e na
implantação de práticas preventivas. Em suma, segurança do trabalho está relacionada
a condições de trabalho seguras e saudáveis para as pessoas.
Os objetivos de se administrar os elementos que garantem a segurança no tra-
balho são:
prevenir acidentes;
eliminar de condições inseguras do meio.
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GESTÃO DE PESSOAS
Motivo
Total Geral
MESES Típico Trajeto Doença do Trabalho
2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010 2008 2009 2010
TOTAL 441.925 424.498 414.824 88.742 90.180 94.789 20.356 19.570 15.593 551.023 534.248 525.206
Janeiro 34.732 33.564 32.427 6.260 6.873 6.916 1.629 1.521 1.327 42.621 41.958 40.670
Fevereiro 34.025 31.594 31.397 6.297 6.619 6.761 1.546 1.481 1.193 41.868 39.694 39.351
Março 36.114 38.940 38.198 7.166 7.958 8.468 1.835 2.095 1.613 45.115 48.993 48.279
Abril 36.534 33.511 33.134 7.061 7.294 7.751 1.862 1.616 1.433 45.457 42.421 42.318
Maio 34.838 35.558 35.665 7.468 7.862 8.501 1.686 1.841 1.406 43.992 45.261 45.572
Junho 36.735 34.042 33.472 7.824 7.664 8.142 1.862 1.695 1.321 46.421 43.401 42.935
Julho 39.179 37.393 35.656 8.013 7.734 8.215 1.896 1.748 1.318 49.088 46.875 45.189
Agosto 39.923 37.119 37.827 8.287 8.006 8.765 1.880 1.749 1.406 50.090 46.874 47.998
Setembro 40.169 37.160 35.423 8.508 7.760 8.175 1.763 1.633 1.254 50.440 46.553 44.852
Outubro 42.287 37.783 35.339 8.095 7.889 7.872 1.778 1.498 1.200 52.160 47.170 44.411
Novembro 36.780 36.580 34.482 7.127 7.681 7.697 1.528 1.557 1.130 45.435 45.818 43.309
Dezembro 30.609 31.254 31.804 6.636 6.840 7.526 1.091 1.136 992 38.336 39.230 40.322
Fonte: Brasil (2010).
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Conceitos e práticas
Em primeiro lugar, é preciso entender que as pessoas são fundamentais para as
organizações admitirem que qualidade de vida no trabalho é importante. É preciso
que haja a compreensão de que os resultados organizacionais são fruto dos esforços
pessoais de cada funcionário, e somente assim uma organização terá condições de
desenvolver e gerir com projetos adequados de gestão de QVT.
Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto das ações de
uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações
gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da
qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que
se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos
de enfoque biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial
representa o fator diferencial para a realização de diagnóstico,
campanhas, criação de serviços e implantação de projetos volta-
dos para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o
trabalho na empresa (FRANÇA, 2009, p. 80, grifo do autor).
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século, o estresse, tem forte relação com este tema e deve ser pensada pelos gestores,
afinal nenhum deles deseja seus empregados improdutivos ou afastados.
As ações praticadas pelas empresas devem ser consistentes, contínuas, e devem
ser pensadas no médio e longo prazos, e não somente no curto prazo, por isso é ne-
cessário que haja o comprometimento dos gestores com esse assunto, caso contrário
os programas de QVT serão apenas pontuais e não serão capazes de promover uma
cultura voltada para a qualidade.
Há muitas críticas sobre o que fala a teoria em QVT e o que as empresas praticam.
Ocorre que muitas organizações não possuem essa cultura voltada para a qualidade e
essa visão sobre a importância das pessoas para os resultados, então, nesse ambiente
organizacional dificilmente se desenvolverão bons projetos de Qualidade de Vida
no Trabalho, e certamente outros projetos, como de redução de custos e corte de
pessoal, parecerão mais atraentes.
Resumo
As relações de trabalho se modificaram drasticamente, dando um salto
com o final da escravidão, uma das primeiras formas de trabalho de que se
tem conhecimento na história, e em seguida, com a Revolução Industrial e a
Consolidação das Leis do Trabalho.
Muitos fatores foram determinantes para chegarmos ao que conhecemos hoje
como relação saudável de trabalho, e que não para de se modificar e moder-
nizar. Fatores externos como o aumento da concorrência entre as empresas, as
inovações tecnológicas, e o aumento do fluxo de informações foram essenciais
para influenciar os processos de mudanças necessárias.
Atualmente, as empresas investem em seus empregados com a intenção
de se tronarem mais competitivas, e assumem que são as pessoas as grandes
responsáveis pelos resultados alcançados. Dessa forma, as preocupações vão
desde a saúde e segurança até qualidade de vida e níveis de estresse no am-
biente de trabalho.
Em relação aos temas de saúde e segurança no ambiente de trabalho, ficou claro
que a prevenção é a melhor solução e que há obrigações tanto para os empresários,
quanto para os empregados. Os empregadores devem estar atentos à legislação
e cumprir o que é determinado, pois não poderão alegar ignorância às regras, e
estarão sujeitos a multas e sanções, e os funcionários podem ser responsabilizados
e convocados a responder judicialmente pelo comportamento inadequado de não
utilizar um determinado equipamento, por exemplo, ou por trabalhar alcoolizado.
Por ano, no Brasil são gastos milhões de reais com os benefícios pagos aos
que sofreram algum tipo de acidente no trabalho, isso quando é possível reparar
algum dano causado e o pior não aconteceu.
Além dos impactos físicos, um ambiente de trabalho inseguro e inadequado
pode causar impactos psicológicos, que são prejudiciais ao resultado das or-
ganizações, afinal, este é o resultado da soma dos esforços de cada um dos
empregados.
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Atividades de aprendizagem
Unidade 5
Avaliação de desempenho
e os temas emergentes
de RH
Mônica Maria Silva
Larissa Zamarian Ducci
Av a l i a ç ã o d e d e s e m p e n h o e o s t e m a s e m e r g e n t e s d e R H 175
Introdução ao estudo
A palavra avaliação, por si só, pode levar à ideia de uma comparação. Quando
pensamos nos funcionários de uma organização, a tendência é encarar a avaliação
como um julgamento do desempenho de um funcionário em comparação aos demais.
Nesse sentido, Rocha-Pinto aponta que:
Tradicionalmente, a avaliação de pessoas está associada à ideia
de classificação da superioridade de uma pessoa em relação
às demais, mediante a análise de seu desempenho profissional
(ROCHA-PINTO, 2006, p. 78).
Ainda de acordo com o autor é necessário ter o cuidado de não tomar a avaliação
de desempenho como um instrumento que tenha como único objetivo classificar as
pessoas com base em critérios que definam quem é o melhor ou pior. No contexto
atual, onde as empresas precisam inovar constantemente e manter padrões que as
diferenciem de seus concorrentes gerando vantagem competitiva sustentável, o sistema
de avaliação de desempenho deve contribuir para o desenvolvimento individual e
da organização.
Estamos vivendo na era da informação e do conhecimento, aceitando que cada
indivíduo possui múltiplas capacidades e diversas formas de contribuir para o resul-
tado das empresas, ou seja, atribuindo valor maior ao ser humano e à sua capacidade
produtiva do que ao seu cargo ou aos processos formais.
Vocês poderão notar após a leitura desta seção que as organizações têm valorizado
muito mais as atitudes e o comportamento dos empregados do que seu conhecimento
técnico. Não porque este tenha deixado de ser importante, mas porque somente ele
não é suficiente para tornar uma pessoa competente.
O livro está quase no final, mas não perca o fôlego. A leitura a seguir será interes-
sante, agradável e polêmica, afinal, não será possível deixar de comparar tendências e
novidades da Gestão de Pessoas, com uma realidade distante de muitas organizações
com as quais nos relacionamos, e que ainda não admitem que seus empregados são
os recursos mais valiosos que possuem.
Av a l i a ç ã o d e d e s e m p e n h o e o s t e m a s e m e r g e n t e s d e R H 177
Av a l i a ç ã o d e d e s e m p e n h o e o s t e m a s e m e r g e n t e s d e R H 179
tos que possam tanto ser positivos, que gerem resultados positivos para a empresa e
para os clientes, quanto aqueles que dificultam o trabalho e afastem a empresa de
seus objetivos. Esse procedimento tem como objetivo incentivar os comportamentos
positivos e atuar no sentido de orientar e corrigir os comportamentos negativos.
1.1.1.9 Autoavaliação
Como o nome sugere, neste método o próprio funcionário irá realizar a sua ava-
liação, podendo ser feito através de um formulário previamente estruturado. Chiave-
nato (2009) e França (2009) afirmam que esse método é eficiente quando utilizado
em conjunto com outros métodos de avaliação. Nesse sentido podemos concordar
também com essa afirmação, pois de que adiantaria o funcionário se autoavaliar e
não receber nenhum retorno a respeito da percepção de seu gestor? Se assim aconte-
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Av a l i a ç ã o d e d e s e m p e n h o e o s t e m a s e m e r g e n t e s d e R H 181
Av a l i a ç ã o d e d e s e m p e n h o e o s t e m a s e m e r g e n t e s d e R H 183
1.1.3 Feedback
A dificuldade em dar e receber feedback pode-se tornar um entrave importante
no processo de avaliação de desempenho, pois é nesse momento que as informações
levantadas com o instrumento de avaliação irão se transformar em planos de desen-
volvimento. Toda gestão é feita com base em informação, mas não se faz gestão sem
tomada de decisão. A decisão gera movimento, novas ações, mudanças. Muitas vezes
é por ter dificuldade em enfrentar as mudanças que os indivíduos temem a hora do
feedback, e tudo que é temido é evitado.
Novo, Chernicharo e Barradas (2008, p. 92) descrevem o feedback da seguinte
forma:
Podemos defini-lo como a comunicação a uma pessoa ou grupo no
sentido de fornecer informações sobre como seu comportamento
ou desempenho está afetando outras pessoas. É um processo de
ajuda para manutenção, melhoria ou mudança de comportamento
e, quando eficaz, nos auxilia no desenvolvimento da competência
interpessoal.
E por falar em sentimento, esse é um outro obstáculo apontado por Novo, Cher-
nicharo e Barradas (2008). Por sentimentos incluímos aquilo que está associado di-
retamente às nossas emoções, essas são bem particulares, ou seja, cada indivíduo é
único e assim a forma como às nossas emoções serão ativadas e exprimidas também
é única e está relacionada com a nossa história de vida. Esse é um fator subjetivo
que irá influenciar o mecanismo de feedback.
Portanto, a atuação da Gestão de Pessoas dentro da organização ocorre de uma
forma sistêmica. Ou seja, a administração de pessoas dentro da organização irá
influenciar as demais áreas da empresa e, ao mesmo tempo, também será influen-
ciada por essas áreas. Internamente os processos de Gestão de Pessoas se estruturam
como subsistemas, e a avaliação de desempenho será nesse sentido um importante
instrumento de retroalimentação do sistema, permitindo analisar quanto dos resul-
tados esperados foram realmente alcançados dentro de um processo de gestão do
desempenho.
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Av a l i a ç ã o d e d e s e m p e n h o e o s t e m a s e m e r g e n t e s d e R H 185
Chiavenato (1999, p. 11) deixa claro que “cada administrador, seja ele um di-
retor, gerente, chefe, supervisor” ou líder de grupo, desempenha as quatro funções
administrativas que está presente nas tarefas corporativas: planejar, organizar, dirigir
e controlar. Nesse caso, ao realizar a Gestão de Pessoas todas essas tarefas adminis-
trativas estão presentes, pois gerir o trabalho das pessoas envolve o estabelecimento
de um planejamento bem definido, organização dos recursos, estabelecimento de
políticas e acompanhamento e controle das diretrizes que irão nortear as práticas
necessárias para administrar as pessoas.
A seguir estão relacionados as principais atividades desenvolvidas pela área de
Gestão de Pessoas:
recrutamento e seleção de pessoal;
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2.1.2.1 Absentismo
Um dos fatores que provocam interferências significativas no planejamento de
Gestão de Pessoas é o absentismo, pois, apesar de o funcionário ter contrato para
desenvolver determinada função, nem sempre isso significa tê-lo trabalhando durante
t odos os momentos do horário de trabalho.
Chiavenato (2010, p. 88) explica que “as ausências dos empregados ao trabalho
provocam certas distorções quando se refere ao volume de disponibilidade da força
de trabalho”. Ausências são faltas ou atrasos e tem no absenteísmo o seu principal
reflexo.
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Este modelo de gestão tem como foco desenvolver os recursos humanos de acordo
com o que as organizações definiram estrategicamente, tentando assim aumentar o
desempenho global da empresa através da melhora do desempenho individual de
seus empregados.
O modelo de gestão por competência é um modelo que deve ser fortemente
integrado com os processos chaves das organizações, principalmente com o plane-
jamento estratégico, porque é através das definições sobre a estratégia a ser seguida
que o comportamento dos funcionários será orientado.
A adoção desse modelo de Gestão de Pessoas traz consigo algumas alterações
indispensáveis para as práticas de recursos humanos das empresas. Como se passa a
exigir um nível superior de qualificação do trabalhador, não só no que diz respeito
à sua escolaridade, mas principalmente para que ele assuma responsabilidades maio-
res, tenha múltiplas capacidades e iniciativa, as práticas de recrutamento, seleção e
remuneração também precisaram ser modificadas para acompanharem estas novas
exigências.
As técnicas de recrutamento e seleção precisaram ser repensadas para que conseguissem
extrair dos candidatos as novas competências dese-
jadas pelas empresas. E as técnicas de remuneração
porque não pode exigir mais de um funcionário e
não recompensá-lo por isso. Para saber mais
Os treinamentos deverão ser pensados de Não se pode obrigar uma pessoa a
forma a proporcionar o autodesenvolvimento do ser competente. O que a empresa
funcionário e para produzir conhecimento no deve fazer é motivá-la a desenvol-
ambiente de trabalho. ver habilidades novas e adquirir
A política de treinamento que visa à aprendi- novos conhecimentos, desenvol-
zagem continuada pode contribuir mais quando vendo assim competência e contri-
o modelo de Gestão de Pessoas é o modelo de buindo para o resultado.
gestão por competência.
Empregabilidade
Já foi possível notar que muitos fatores contribuíram para a transformação do tra-
balho, e da relação entre empregadores e empregados. Na década atual, a tecnologia
tem seu papel importante, e assim como as organizações evoluíram para se adaptar,
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Com o mundo
Com o desenvolvi-
Com os países Filhos do pós- relativamente
mento das tecno-
arrasados pelas -guerra, romperam estável, cresceram
logias, tentaram
guerras e pela padrões e lutaram com valorização
equilibrar vida
Grande Depres- pela paz. Já pu- intensa na infân-
Contexto pessoal e trabalho.
são, precisavam deram pensar em cia, Internet e
Mas enfrentaram
reconstruir o valores pessoais e educação mais
crises violentas,
mundo e sobre- na educação dos sofisticada que as
como a do desem-
viver filhos. gerações anterio-
prego.
res.
continua
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continuação
De elevada au-
Céticos e super-
São práticos, Mais otimistas e toestima, são
protetores, têm
dedicados, res- automotivados, esperançosos e
desinteresse diante
peitam hierar- têm relações de decididos. Têm
Principais da autoridade.
quias, objetivam amor e ódio com postura cortês
caracterís- São equilibrados e
emprego estável os superiores. diante da auto-
ticas competentes, mas
e sacrificam-se São focados e ridade, lideram
possuem espírito
para alcançar preferem agir em pelo coletivismo e
de anticompro-
suas metas. consenso. possuem espírito
misso.
de inclusão
Para Veloso, Dutra e Nakata (2008), cada geração é distinguida por expectativas
e pretensões diferentes em relação ao seu vínculo com as organizações e conhecê-
-las é importante para gestão.
No momento em que vivemos, de incessante procura de desafios pelos talentos,
Jebaili (2002) cita a opinião de conhecedor de que altos índices de turnover estão
vinculados à falta de reconhecimento, de transparência nos objetivos e de ética.
Para conservá-los motivados, conseguindo o melhor aproveitamento enquanto durar
sua passagem pela organização, estes profissionais assinalam que é preciso propor-
cionar oportunidades de desenvolvimento profissional, comunicação transparente e
valorização dos indivíduos.
Como pode ver até aqui, o cenário empresarial tem se alterado rapidamente nos
últimos anos, obrigando as organizações a se reposicionarem e a constituírem novas
formas de interação com os seus mais diferentes públicos. Baseado no que foi apre-
sentado, pode-se supor que o conflito de gerações no ambiente de trabalho passe
a ser inevitável visto que cada geração traz em sua história, vivências e exposições
marcadas pela situação no qual estão inseridos e, apresentam por consequência,
expectativas distintas em relação aos vínculos que constituem.
Hoje, é indispensável que as organizações adaptem o seu padrão de gestão para
atender à demanda de valorização e reconhecimento dos profissionais, de uma gestão
participativa e transparente. Um dos principais agentes dessa mudança, no ambiente
organizacional, é o profissional da geração Y, que chegou para agregar velocidade,
criatividade, inovação e expertise à organização. Entretanto, traz consigo amplos
desafios à Gestão de Pessoas, como saber acompanhar a suas expectativas na relação
de trabalho e aproveitar o seu espírito arrojado em benefício a do desenvolvimento do
negócio da empresa; além de saber conduzir os conflitos possíveis das três gerações
que possuímos hoje nas organizações.
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Resumo
Nesta unidade vocês puderam conhecer algumas ferramentas importan-
tes para a realização da avaliação de desempenho dentro das organizações.
Lembrando sempre que os resultados obtidos a partir dessa ferramenta serão
eficientes na medida em que a empresa conseguir transformar esse momento
em um espaço para diálogo e crescimento mútuo.
Entenderam também a importância das gerações no contexto organizacional,
sendo traçado o perfil de cada geração.
O modelo de gestão por competências, com foco na aprendizagem e desen-
volvimento do conhecimento é apresentado como tendência, e como modelo
de gestão estratégico de pessoas capaz de garantir a produtividade frente as
mudanças no ambiente em que as organizações competem atualmente.
Atividades de aprendizagem
1. Para a organização, quais são as vantagens de se realizar a avaliação de de-
sempenho? E para os funcionários, quais são as vantagens de participar de um
processo de avaliação de desempenho?
2. Qual a importância do processo de feedback na avaliação de desempenho?
3. Defina o que é gestão por competências e por que este modelo é apresentado
como ideal para os tempos atuais de concorrência, avanços tecnológicos e
grande fluxo de informações.
4. Você entende que as empresas devem se preocupar com a classificação das pes-
soas conforme as gerações apresentadas nesta unidade? Justifique sua resposta.
5. Acesse o link <http://www.youtube.com/watch?v=s-dXLZezmF8>. Faça uma
análise de como a empresa lida com a avaliação de desempenho e como, em
sua opinião, ela se enquadra nas teorias estudadas até agora.
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