[1] O discurso celebra a conclusão do ensino médio de uma turma na Escola Sesc Zilda Arns, agradecendo aos professores, funcionários, familiares e amigos pela educação e apoio recebidos. [2] Relata as dificuldades do ensino remoto durante a pandemia, mas também momentos especiais e laços de amizade formados entre os colegas de turma. [3] Encerra desejando sucesso a todos os formandos neste novo capítulo de suas vidas.
[1] O discurso celebra a conclusão do ensino médio de uma turma na Escola Sesc Zilda Arns, agradecendo aos professores, funcionários, familiares e amigos pela educação e apoio recebidos. [2] Relata as dificuldades do ensino remoto durante a pandemia, mas também momentos especiais e laços de amizade formados entre os colegas de turma. [3] Encerra desejando sucesso a todos os formandos neste novo capítulo de suas vidas.
[1] O discurso celebra a conclusão do ensino médio de uma turma na Escola Sesc Zilda Arns, agradecendo aos professores, funcionários, familiares e amigos pela educação e apoio recebidos. [2] Relata as dificuldades do ensino remoto durante a pandemia, mas também momentos especiais e laços de amizade formados entre os colegas de turma. [3] Encerra desejando sucesso a todos os formandos neste novo capítulo de suas vidas.
A princípio, boa noite à todos os presentes, sobretudo ao Presidente
da Fecomércio, Dr. Kelsor Fernandes, ao diretor regional Sesc Bahia Dr. Marconi Silva Souza, à nossa Diretora Professora Suzana Almeida, à Vice-diretora Professora Fabiane Gonzaga, à supervisora Professora Maxilene Coutinho, aos nossos professores, e demais funcionários da Escola Sesc Zilda Arns!
Boa noite especial aos nossos familiares e amigos presentes nesta
solenidade. Nesta noite, gostaríamos de agradecer a todos pelo privilégio de estarmos na posição de oradoras da primeira turma de concluintes do Ensino Médio da Escola Zilda Arns. Em nome dos formandos, gostaria de agradecer a presença de todos que se disponibilizaram a participar desta ocasião tão especial e tão importante nas nossas vidas. Passamos por tantas coisas nesses anos, que é difícil conseguir resumir tudo que vivemos nesse discurso. Hoje encerraremos mais uma etapa de nossas vidas, e esta, sem dúvidas, é apenas uma das tantas vitórias que estão por vir. Nesta noite, vamos celebrar o término de um ciclo de muito estudo, foco, responsabilidade, dificuldade, determinação, amizade e amor. Aos nossos familiares, temos muito a dizer. Nos faltam palavras para descrever o tamanho da importância de vocês nessa caminhada, somos extremamente gratos. Vocês abdicaram de tanto: abdicaram de tempo, deixaram planos e sonhos um pouco de lado para que tivéssemos a oportunidades de termos acesso a uma educação de qualidade e uma formação. A vós, devemos tudo que somos, e só podemos sentir orgulho de nós mesmos e de onde chegamos, com a vossa ajuda, segurando a nossa mão a cada passo. Devemos esse diploma a vocês. Sem vocês, nada disso seria possível. Durante o ensino médio, passamos por muitas dificuldades, no decorrer do 1° e 2° ano, infelizmente não foi possível estudarmos de modo presencial por conta da pandemia da Covid-19, se tivéssemos na sala de aula valeria a pena cada segundo, cada momento. Já que isso não foi possível, conseguimos, mesmo durante o ensino remoto, aprender muito com as aulas, com as pessoas e com a vida. E, mesmo diante das adversidades, coisas inusitadas aconteceram e que deixaram nosso caminhar mais leve:
Como esquecer o seminário que tivemos que fingir que éramos
jornalistas; entrevistamos nossos familiares para saber um pouco mais da cultura de onde vivemos;
E o que falar das apresentações que, na maioria das vezes, deram
errado por causa da internet, em diversas ocasiões a instabilidade do acesso foi um desafio para alunos e professores;
Recordamo-nos bem da queda do professor Denisson, de inglês;
durante a aula remota; E a Campanha de doação de alimentos perecíveis juntamente com a coordenadora Fabiane Gonzaga, na qual, inclusive, Vitória foi a que mais se dedicou;
Queremos ressaltar a nossa dedicação em muitos trabalhos que
apresentamos sobre diversos assuntos que englobam a nossa cultura e historicidade de uma forma ampla e dinâmica;
Nas aulas remotas, os professores também protagonizaram
momentos engraçados como o vídeo que fica bem explícito o medo do professor de geografia Herbert pela baleia; Os momentos culturais do nosso antigo professor de Química, Leonardo, nos quais ele mostrava como, na química, nós poderíamos aprender de outras formas, assistindo filmes e lendo livros;
A saga do Professor Fred para conseguir dar a melhor aula,
contratando a internet mais cara e comprando um celular novo.
A Professora Elisia e o seu bordão inesquecível “e por hoje, é só”.
Thais e o planetabio com frases motivacionais: que começavam em
briófitas e terminavam em conselhos amorosos e sobre a vida;
Enfim, apesar dos impasses que enfrentamos pelo EAD (método de
ensino a distância), conhecemos novos colegas de classe, entraram e saíram professores que de certa forma contribuíram para o nosso aprendizado e que estarão sempre presentes nos nossos corações. Formaram-se novas amizades, amores, intrigas, e problemas, felizmente estes problemas foram solucionados. Confesso que quando retornamos houve uma separação, criando grupos específicos onde não havia a menor interação que nos permitissem curtir de fato o nosso último ano. Porém, ao decorrer do tempo, fomos “desfazendo” estas panelas e passamos a fofocar, brincar e conversar uns com os outros sem que houvesse problemas. Tornamo-nos uma família, com nossos altos e baixos. Agradecemos pelo apoio, pois só nós sabemos o quão é e foi difícil estar nessa fase da vida. Agora nos separamos para encarar algo maior, mas, com a certeza, as memórias que criamos aqui irão se perpetuar em nossa mente. Mesmo que agora, o nosso coração esteja apertado. Afinal, foi aqui que passamos a maior parte dos nossos dias. Fomos felizes aqui. De fato, não seríamos o primeiro terceirão do Sesc Bahia se não houvesse algum problema. Não é à toa que na física existe, num campo de estudo, a Teoria do Caos, ela fala sobre como acontecimentos aparentemente irrelevantes podem vir a ter consequências gigantescas no futuro. É a base do “efeito borboleta” como se diz nas palavras de Edward Lorenz: “O bater de asas de uma borboleta no Brasil seria capaz de causar um furacão no Texas”. Parece um tanto absurdo, mas foi exatamente o que nos ocorreu, os sussurros do passado e atuais que diziam “corra atrás, estude, siga em frente, você é capaz” tornaram-se furacões e mudaram nossas vidas. E todos esses acontecimentos fizeram com que estivéssemos aqui hoje. A escola foi o nosso primeiro desafio, local de nossas primeiras interações sociais, também foi o local onde começamos a ter responsabilidades, mas, acima de tudo, foi onde nos tornamos quem somos. A vista disso, sabemos que passamos por diversas situações no EAD, e finalmente chegou a hora de voltarmos a rotina normalmente nos lugares públicos, mas com o cuidado essencial, sempre nos protegendo e respeitando os protocolos.
Em nome de todos os colegas, declaro que somos extremamente
gratos pela equipe do Sesc, que nos deram apoio para findar essa jornada. Agradecemos a Maxilene que nos acolheu de maneira ímpar diante das nossas angústias nesse último ano, agradecemos à Professora Fabiane por nos acompanhar em todo o ensino médio, nos orientando sempre que necessário, agradecemos à Professora Suzana por todo o suporte para que tivéssemos a melhor experiência do ensino médio no Sesc. Agradecemos carinhosamente as conversas com Noeli, as idas à biblioteca com Joelito e todos os funcionários que fazem o Sesc acontecer.
Agora, neste momento, agradecemos aos colegas uns aos outros,
pelas nossas aventuras juntos nesses anos de Ensino Médio: Sempre demos um show de organização e empenho em tudo que fizemos, os trotes não poderiam ser diferentes; esses famosos trotes, conhecidos como um ritual de passagem, que tornaram nossos dias mais divertidos e descontraídos, inclusive temos de parabenizar Camile e Otaviano por sempre entrarem a fundo no personagem. É impossível falar dos trotes sem falar do São João, que fizemos até uma quadrilha, peça e decoração da sala com menos de uma semana. As cansativas idas à lapa e a rua do paraíso, que mobilizavam metade da sala. O cinema para assistir a orfã, o boliche, a visita incrível ao mam (inclusive os pedidos, mal sucedidos, feitos a max para tomar um banho de mar na Gamboa), a flica; as brigas pelo tal número na camisa; a “comissãozinha”, os debates que todo mundo aguardava ansiosamente (principalmente sobre aborto), brigas por cadeiras, mas como dizem uma verdadeira amizade não se acaba em tempos de adversidades. Muito pelo contrário, se fortalece. Essa turma inclui pessoas cheias de opinião, qualidades e personalidade. Foi surreal ensinar e aprender com todos vocês, com isso, vamos falar um pouco sobre todos que compõe essa turma maravilhosa. Os nossos turistas frequentes Otaviano Gonzaga sempre de bem com a vida e Paulo Santana e toda sua elegância e formalidade;
Camille Reis e o seu celular;
A intelectualidade introspectiva de Guilherme São Bernardo;
Nosso colega de classe João Correia que é o primeiro de nossa
turma a entrar na universidade;
A narradora Clarice Nolasco;
Allana Caroline e Lavínia bispo amigas e irmãs que entregavam tudo nas festas;
A famosa casa de Júlia Zuza Reis point dos ensaios e das melhores resenhas;
Gabriel Cardoso e seus talento inestimável com o violão;
A Maria Eduarda Nery e suas leituras;
Pâmela os olhos que tudo vê;
Nosso eterno marombeiro Mário César;
Os pacotes de lanche sempre compartilhados pela insaciável
Vitória Marques que está sempre na larica;
O Mateus Belisio o eterno “mininu” de Elísia
Felipe Ramos o mais galanteador
Keila Lisboa mãe \ idosa da sala;
O menino ney do vôlei Ìtalo Rosário;
O João Assis o mais atrasado
A mente brilhante de Davi Brito;
A que está sempre pronta pra ajudar qualquer professor só pra sair da sala, Mª Eduarda Lucena;
A pessoa que está sempre com um som na sala, mas é apenas o
celular enorme de Wilson Balogun;
E por último, mas não menos importante, a briga por romildo, o
melhor da sala;
É engraçado como durante anos nós contávamos os dias para as
férias, mas, desta vez, foi um pouco diferente, quando íamos pedir por férias, nós tivemos uma epifania, não haverá férias, não haverá matrícula na escola, não haverá compras de materiais novos. Para ser férias é necessária uma data para voltar, e, desta vez, infelizmente, não voltaremos.
A noite de hoje deixará uma marca na nossa vida, o encerramento
de um ciclo, que vivemos por 17 anos, cada um da sua forma. Apesar disso, foram muitas horas juntos, dividindo emoções, trabalhos, cansaço, o desespero nas provas, cercados por medos. Mas nesses últimos meses, a turma se uniu, como uma forma de dizer adeus à tudo que vivemos juntos, compartilhando a mesma angústia do que vinha pela frente e se agarrando ao pouco e irrevogável tempo que ainda tínhamos. Confesso que sonhei com esse dia por anos, o cansaço tomava conta, mas hoje, me sinto triste. Triste por deixar essa fase, que nem se quer tivemos oportunidade de viver de fato, dois anos nos foi roubado e é assustador pensar que quando passarmos por essa porta, nos despediremos da nossa adolescência e iniciaremos uma nova jornada, com novos desafios e aventuras à serem vividas. - quem imaginou que sair da escola seria tão assustador? Que as melhores risadas aconteceram aqui? Que os melhores conselhos também? Em um lapso de resignação, aquieto meu peito e cedo a minha própria dormência, tem sol lá fora, tem gente correndo, há vida. Mas, aqui dentro, dentro de nós, uma calmaria e um desconforto de tentar qualquer passo. O que senti hoje foi algo próximo a paralisar por completo. Era como se soubesse, por antecipação que a vida queimaria de maneira tão bruta que esforço algum seria possível, viver é uma ferida incurável.
Que vocês sejam grandes arquitetos, jornalistas, advogados,
psicólogos, veterinários, biólogos, escritores, designers, administradores e professores, o que quiserem ser, sobretudo profissionais de excelência!
Segundo o educador e filósofo brasileiro Paulo freire, “Num país
como o Brasil, manter a esperança viva é em si um ato revolucionário”, no presente momento que vivemos, no qual a educação é cada vez mais desvalorizada, bem como a saúde, o desemprego atinge milhões de pessoas, e volta o aumento da pobreza, manter a esperança é a nossa melhor saída. Dito isso, suplicamos por um país que se importe com a população, que se posicione, e entenda a importância que a educação tem como instrumento para o sucesso e como garantia do exercício da cidadania. Faremos nossa parte!
Conhecer a família de alguém é conhecer a história daquela
pessoa, ver de perto de que lugar ela veio, de onde que partiu.
Um ponto de partida inicia a perda, a perda é nossa principal
origem, começamos a vida com um fio de cordão que é cortado e no papel se diz família. Isso nos demonstra que nascemos partidos, inteiros e partidos ao mesmo tempo, e tem uma parte de nós que é sempre um local de volta para nós mesmos, um lugar onde a gente se consulta e ali sabemos quem somos, sabemos no que acreditamos e nós não abrimos mão, porque existiram pessoas que nos encontraram e nos tiveram. Entende-se porque nos teve, aqueles a quem nosso coração diz sim o tempo todo, a quem acompanhou o nosso caminho às vezes tão torto, às vezes tão sem saber para onde ir, mas houve quem confiou na nossa possibilidade de andar, de ir além de nós, nossos parentes nos criam ao mesmo tempo que vamos nos criando juntos, sem rascunho, viver é inaugural, não temos como ensaiar antes, mas é só por isso que é tão vivo, tão esquisito e tão arrebatador. Como quando a gente se encontra com a arte e não sabe como ou porque, mas sabe que uma luz se acendeu dentro de nós. Costumam dizer que a partir desse tipo de coisa nos não somos mais os mesmos, mas eu particularmente discordo, eu acho que quando a vida clica na gente somos mais nos mesmos, somos mais próximos de existir. Sei que saímos formados e mais conscientes que se o mundo é cão, a gente aprende a mostrar os dentes, seja para morder a vida com força, seja para rir quando der para dispersar e olhar para trás, lá na origem de quem fomos. Fica aqui um agradecimento a quem esteve diante da nossa história, das nossas angústias e das nossas vontades mais urgentes, por estarem aqui, por não terem se partido e fazer parte disso, obrigada. Devo deixar à vcs, meus colegas de turma, um pedido; tenham coragem, não deixem de acreditar, o nosso sucesso será fruto de pequenos esforços feitos todos os dias, nós somos grandes, continuem, sejamos a mudança que almejamos ver. A noticia assustadora: “estamos por conta própria agora”, mas a noticia inspiradora é “estamos por conta própria agora”. Eu não poderia deixar de citar uma grande pensadora brasileira Júlia Zuza reis, que nos ensinou o seguinte, “isso tudo aqui, um dia, vai ser memória”, na verdade, já é. Obrigado terceirão. Vocês são inesquecíveis.