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TEXTO - ORADORES 2023 (Ana Naína e Eliseu)

Prezados professores, pais, familiares, colaboradores da instituição, dire


Toni e claro, aos glamorosos e encantadores formandos aqui presentes no
palco do Teatro Marista Santa Maria, boa noite.
Hoje é o início do fim de uma era, o encerramento de um ciclo, o começo
de uma nova temporada da série de nossas vidas. Não a como resumir uma
trajetória no Santa, foram tantos detalhes, tantos sentimentos e ocasiões que
vivemos, que alguns minutos de fala não são o suficiente, porém temos
tempo para relembrar diversas memórias que nos moldaram durante nossa
jornada acadêmica. Nossa trajetória aqui no Santa foi como uma série
televisiva, ou de uma plataforma de streaming. Durante cada episódio
tivemos momentos épicos, complexos, ou até mesmo enigmáticos. Sendo
assim, vamos recapitular a temporada inteira da nossa série "Ex-aluno sim,
Ex-marista nunca!".
Pela ordem cronológica vários de vocês ingressaram no Santa lá na
Educação Infantil, o famoso coleginho, usando aquele uniforme
memorável, seja o amarelinho ou o azulzinho claro. Naquela época, o dia
do brinquedo era único e extraordinário assim como o nome de cada turma
escolhido pela sala. As acolhidas nos ensinaram valores únicos e nos
apresentaram São Marcelino Champagnat, que sempre esteve entre nós
através do nosso querido Champito. Tenho certeza de que muitos aqui
ofertaram ao Champito, uma estadia especial em sua casa, digna de 5
estrelas, desde brincadeiras incríveis a comidinhas feitas com muito
carinho e amor, por cada mini versão de vocês. Não podemos esquecer dos
duelos diários para usar o brinquedão da sala, das aulas dinâmicas do
Girafa, do dia da mangueira, e de cada oportunidade que os mini maristas
tinham de entrar no Colegião. Estar no pátio do Colegião era algo mágico,
um sonho. A vontade de ser "adulto o bastante" para estar no Colegião era
mil vezes maior do que o medo do Ensino Fundamental I. E em um piscar
de olhos, novo uniforme, novas regras, um lugar que se chama SAA e
muita gente em um prédio só. A partir deste grande salto, surgiram grandes
aventuras, amizades e dificuldades. O início desta nova fase trouxe pessoas
novas, como eu e muitos de vocês aqui presentes. Novos alunos chegaram
ao Santa, e todo o medo e aflição que tínhamos de estar em uma nova
escola foi substituído pelo sentimento acolhedor Marista e a sede de novas
experiências. Dentre as experiências vividas, podemos começar com a
Magic Week, em que uma música e apresentação poderia definir a nota de
seu boletim de inglês. Para os extrovertidos uma verdadeira festa, mas para
os introvertidos um pesadelo. A partir deste período nos apresentaram a
proposta de trabalho em grupo, em que você pode colaborar com as pessoas
durante a execução da atividade, fazendo a sua parte ,ou fazer em nome de
todos e evitar a nota baixa, enfim um intenso dilema escolar, ainda
enfrentado por muitos na faculdade, opa! spoiler da próxima temporada.
Continuando... Várias novidades ocorreram no início da nossa caminhada
no Colegião, primeiras recuperações, nossa Tarefa Para Casa,
carinhosamente apelidada de TPC, o medo de não conseguir pegar uma
quadra no ginásio na hora do recreio ou uma bola inflável no pátio interno,
e a animação de jogar Mangahigh na informática em uma aula de
matemática.
Depois de longos anos, obstáculos superados e tombos na escada
(antes, durante ou depois do recreio), chegamos são e salvos ao Ensino
Fundamental II. A partir daí o negócio começou a ficar sério. A onde já se
viu não ter hora do Lanche! Agora a gente tem uma coisa chamada de
intervalo, em que você precisa lanchar, fazer o seu recreio e ainda brincar, é
uma tarefa praticamente impossível, mas nós conseguimos. Logo fomos
apresentados a novas matérias, professores, e a icônica Semana
Champagnat. A proposta de gincana já era conhecida por nós, mas agora
nós tínhamos que organizar times, fazer uma camiseta para nossa sala e
escolher duas pessoas com o título de "representante", uma loucura total
para nossas versões do sexto ano. Em seguida, no sétimo ano, fomos
convidados para algo desconhecido, o chamadão da PJM, no começo era de
se pensar que seria só mais um dia de brincadeiras entre alunos do mesmo
ano, mas agora sabemos que foi mais além, foi o início da nossa trilha na
Pastoral Juvenil Marista. Ao longo do tempo nos adaptamos com as novas
informações, globalizantes e processuais, trabalhos em grupo, novas
recuperações e espelhos de classe, mas ainda havia uma experiencia nova
que não tínhamos nos acostumado, que muitos não se acostumaram até
hoje, como lidar com os ciclos de amizade, como ter amigos? como
preservar uma amizade de anos? nossas salas passaram a ter mais de 30
alunos, e os ciclos de amizade começaram a mudar, foram crescendo,
esquecidos ou até mesmo deixados de lado. É preciso aceitar que a
mudança traz coisas belas e maravilhosas, mas também traz novos desafios.
No entanto, o espirito de amizade e irmandade não acabou por ai. Os
estudos de meio nos uniram, especialmente aqueles em que o ônibus
quebrou e passamos horas juntinhos no meio da estrada, são inúmeras as
vezes em que viajamos de ônibus cantando quem roubou "pão na casa do
João", ou quando fomos para Morretes de trem, ao Estância Betânia, Eco
do Avencal, a São Paulo em museus e aquário, entre outros diversos
lugares; Mas não para por ai não, viagens como Marístiade e Olimar nos
apresentaram um mundo afora do Santa, convivemos com provinciais
diferentes, com pessoas diferentes daquelas que convivemos no dia a dia.
Outro espaço de convivência proporcionado pelo colégio foi o período
ampliado, hoje conhecido como Integral que, para muitos formandos, foi
nossa segunda casa e nos auxiliou a criar amizades verdadeiras e
duradouras. Tivemos espetáculos de dança, teatro e diversos encontros de
PJM que também nos apresentaram novas amizades e ideias. No oitavo
ano, a novidade que veio com tudo foi a feirinha de empreendedorismo,
passamos horas e horas focados em desenvolver um produto para ganhar
um dinheirinho extra e uma ótima nota. O menu da feira era repleto de
comes e bebes e algumas utilidades, desde pães de queijo até sodas
italianas. O ano foi passando e nem tínhamos percebido o quanto
crescemos, de um dia para o outro já podíamos sair da escola para ir na
banquinha ou papelaria, paramos de fazer slime, de jogar cartinhas
Pokémon ou de brincar de elástico no pátio.
O tempo foi passando tão rápido que nem reparamos em nossa
independência sendo desenvolvida. Nosso foco começou a mudar,
estávamos bem pertinho de virarmos alunos do Ensino Médio. Então
finalmente chegamos no ano de 2020, nono ano, vida nova, pessoas novas e
ansiosas para um novo ano letivo. Começamos o ano com garra e
determinação. Eu, que entrava pelas portas deste colégio pela primeira vez,
fui alcançado por uma maré forte de acolhimento e amor. Quando me dei
conta, era aqui que queria escrever minha história. Fui conquistado, por
momentos, macetes com o Wish sobre biomas, como "tundra, taiga, floresta
temperada", cartinhas para nossa versão futura da Simone, PROV com a
professora Kátia. Era um mundo totalmente novo para mim. Todos
estávamos ansiosos para a incrível viajem de formatura que estava por vir,
mas ela não foi o único acontecimento que estava chegando, a pandemia
também veio junto. Parece que foi ontem, era março e semana de prova, a
primeira prova do ano seria a de ciências, que recebeu a fama de ser difícil
pelos alunos que já tinham a realizado. De repente veio a notícia, duas
semaninhas de folga em casa, a partir do dia 13 de março. Todos nós nos
sentimos aliviados, sem prova, sem aula... Até que a realidade pandêmica
começou a aparecer, um choque para todos, pois nem sabíamos direito o
que era COVID - 19 ou se teríamos aula de novo. Os casos de coronavírus
se tornavam cada vez mais graves e frequentes. Não havia outra saída, na
classificação da pandemia, foi decretado o LOCKDOWN. Nunca havíamos
presenciado uma calamidade tão grande quanto esta. Naquele momento,
tudo era incerto. Não sabíamos se ficaríamos mais uma semana ou um mês
confinados em casa. Quem dera um ano. O abraço, o toque, o carinho…
tudo isso deixou de ser sinal de afeto e se tornou um medo global; atos a
serem evitados. A conexão que existia dentro do ambiente escolar nunca foi
a mesma através da Blackboard ou Teams. A perda e a distância de pessoas
queridas nos trouxe por diversas vezes a vontade de desistir. Para muitos
essa perda foi capaz de desenvolver gatilhos psicológicos que são
enfrentados até hoje.
De pouquinho a pouquinho, as medidas cautelares foram cessando. Em
2021, no primeiro ano do Ensino Médio, aquele tão sonhado, estávamos
assustados, e tudo nos gerava tanta dúvida quanto no início. Mas mesmo
assim, o Santa foi capaz de inovar, criando um sistema de rodízio de aulas,
tivemos esperança de que tudo voltaria a ser como antes, mas infelizmente
não foi. O ano foi cansativo, nem todos quiseram participar do rodízio.
Depois de um ano com provas, tarefas e atividades online, nos
vimos com uma deficiência naquilo que aprendemos no ano anterior,
gerando inseguranças em relação ao nosso futuro acadêmico. Aos poucos, o
medo foi passando. A sensação de estar numa carteira nunca foi tão boa
quanto aquele retorno. Quando nos demos conta, já estávamos nos
abraçando, dançando, brincando… sendo jovens novamente. Sendo a
essência que Champagnat nos deixou. O que isso tudo nos ensinou? Nos
tornamos mais fortes! Aprendemos a lidar com desafios extremamente
complicados e desfavoráveis a todos nós, nos sobressaímos. Aprendemos a
ser gratos, a valorizar cada momento ao lado de quem amamos e aproveitar
cada dia como se realmente fosse o último. Aprendemos, por fim, a sermos
mais empáticos. A primeira série estava acabando, mas a viagem de
formatura estava chegando. Nossas versões pré-adolescentes estavam
elétricas, ansiosas e felizes. Teríamos mais de três festas em menos de
quatro dias. Estaríamos em um hotel com nossos amigos e interesses
amorosos. Chegamos no hotel com uma energia apaixonante e, mesmo
diante das eventuais restrições pós pandêmicas, não nos faltou ideia e
maneiras dê confraternizarmos e tornar aquele momento inesquecível em
nossas vidas. Conhecemos pessoas novas, que vários de nós levamos até os
dias de hoje para nossas vidas. O que se esperar de quase 200 adolescentes
viajando juntos? Vamos deixar em aberto. O resultado final desta bagunça à
moda juvenil foi a exaustão! A mesma turma que pulou e gritou no ônibus
enquanto chegava no hotel, voltou dominada pelo silêncio e cansaço. Por
dentro, uma sensação de plenitude, fortalecimento e esperança.
“Tenho em mim todos os sonhos do mundo”! Parafraseando Fernando
Pessoa, trago nossos objetivos para a jogada. Chegamos em 2022. Segundo
ano do ensino médio. Fomos vencedores. Na verdade, somos A GERAÇÃO
de Vencedores! As coisas já estavam se encaixando, voltando a
normalidade. As tão aterrorizantes avaliações presenciais nos desafiavam
novamente. O medo constante de todo aluno que valoriza o seu tempo: a
recuperação, também retornava. Mal sabíamos que aquelas provas nem se
equiparavam com a jornada árdua que teríamos adiante. Na verdade, o
questionamento que fica é: O quão determinado estou para ver a minha
dificuldade como uma oportunidade de sucesso? Sempre ouvimos aquela
frase “o seu futuro depende de você”, mas será que realmente sabemos o
que isso quer dizer? No segundo ano, já estávamos a praticamente 500
metros da linha de chegada do Terceirão. Alguns decidiram fazer
intercâmbio. Outros já tinham a sua profissão em mente. Com a feira de
profissões, muitos decidiram o que lhes cabiam em paixão. Uma grande
parte só queria sonhar. Estávamos fora de forma, começamos a estudar da
estaca zero. O sentimento de novas amizades e sede de conversa guiaram
nosso ano. Nada nos fará esquecer do Ângelo, milagrosamente, não
queimando nosso churrasco. A semana Champagnat e Olimar retornavam
firme e forte, assim como nosso espírito estudantil. Estamos perto de
encerrar a temporada.
Ano de 2023, último ano letivo, o famoso TERCEIRÃO. Em
janeiro, tínhamos alunos que já estavam organizavam seu ano, metas e
futuros vestibulares, outros tinhas sonhos e tempo para pensar. Dia 31 de
janeiro de 2023 acordamos sendo futuros ex-alunos maristas, agora era
oficial. Chegamos no teatro apreensivos e impactados com o nosso
primeiro último dia de aula. Não sabíamos sobre nossas salas e futuros
colegas de classe. Fomos acolhidos no teatro e apresentados ao nosso
repertório do Terceirão. Logo o Batman subiu ao palco e conversou sobre
metas e a federal. Um pequeno alvoroço foi iniciado ao entrarmos no
portal, descobrimos qual era a nossa última turma do colégio marista santa
mariae. Recebemos a camiseta e fomos presenteados com um admirável
simulado surpresa. Ao chegarmos na sala, uma violeta preciosa nos
esperava. Todos nós estávamos designados a cuidar e cultivar aquela
plantinha e a essência do ser marista. Cultivando a “humildade”,
“simplicidade” e “modéstia”. Os meses foram se passando. A tarefa dada
em sala nem sempre era estudada em casa. No começo o tempo era nosso
aliado, mas agora estava mais para inimigo. Escolhemos a comissão de
formatura e possíveis ideias de micos. O mico de praia chegou, um frio
junto com uma chuvinha. Ao longo do tempo o grupo de WhatsApp do
Terceirão se tornou fórum de estudos, discussão, argumentação e coleção
de links para forms. O tempo começou a voar. Encontros de PJM eram uma
vez por mês, coordenadores da Pastoral se preparavam para o Luz na
Floresta, Missionários estavam ansiosos para a Missão Solidária Marista,
Atletas estavam agitados com suas últimas competições e apresentações. A
Festa Junina chegou, temida entre os professores e esperada por alunoso .
Começamos o dia com pouco movimento e nossa central de abastecimento
estava organizada. A partir das onze horas o caos dominou o recinto. A sala
começou a ficar inundada devido ao vazamento de coolers. Alunos, adeptos
a academia, se tornaram ótimos ambulantes. O gelo começou a derreter. O
calor surgiu e mais famílias maristas chegavam. Exageramos no sal a fim
de manter o gelo, os clientes notaram e não gostaram. Não tínhamos pix e
ganhamos gorjetas. Por volta das quatro horas nossa quadrilha começou, a
folia e animação do Terceirão contagiou o pátio. Agora estamos em
setembro e o relógio não parou, nossa última semana Champagnat está
batendo na porta assim como nossos vestibulares. Anunciamos nossos
nomes de turma, tivemos sequestro, contratação de jogador de futebol,
serenata, pedido de casamento e tapete vermelho. A Semana Champagnat
chegou. Vestimos nossos uniformes coloridos e chamativos, utilizamos
adereços, tintas e glitter, para representar nossa turma. Desfilamos e fomos
elogiados como o Terceirao mais animado do Santa. Afinal "somos o
melhor Terceirão do Brasil e quem não gostar vai para a casa estudar". O
espirito de competitividade e vontade de atingir a meta das doações tomou
frente durante o evento. Dançamos e celebramos pela última vez. Estamos
correndo contra o tempo, mas ele nos alcançou. Os vestibulares tomaram
conta de nossos fim de semana. Nossa mente estava a mil, a aula estava
acabando e caderno mais estava incompleto. Como será meu futuro? Será
este meu sonho ou o de outra pessoa? eram perguntas frequentes em nosso
cotidiano. Agora estamos aqui, somos experts em confeccionar fantasias de
mico e futuros calouros.
O tempo está acabando, estamos nos últimos minutos desta
temporada. Ainda teremos diversas provas e desafios em nossos caminhos,
mas somos capazes de enfrenta-los pois vencemos o Terceirão marista.
Vencemos a montanha russa escolar mais radical, o Ensino Médio. Basta
olhar para os seus colegas e nossa trajetória. Somos sobreviventes da
pandemia e das provas do Brian e do Dário. Nem todos conseguiram pegar
o trem Santa Maria em sua estação inicial. Alguns embarcaram depois,
outros ficaram pelo caminho. Mas o fato é: estamos desembarcando juntos
e mais determinados do que nunca. Durante nossa caminhada nós nos
achamos e muitas vezesiso nos perdemos. Fomos motivados e motivamos,
conquistamos e fomos conquistados. Cada um de nós foi responsável por
ser uma luzinha no caminho de alguém. Todas as nossas vitórias e derrotas
nos moldaram, resultando em formandos únicos, excepcionais e
glamorosos. Como diria o Waldis, "Nada é por acaso", então não se
arrependa do que não foi feito, tenha orgulho de cada passo da sua história.
Viva seu presente e futuro, mas nunca esqueça seu passado. Nosso Ensino
Médio não foi igual um filme de High School Musical, mas foi e sempre
será uma doce e inédita memória. Um legado deixado por cada um de nós,
pelo Terceirão 2023 do colégio marista Santa Maria.

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