Prezados professores, pais, familiares, colaboradores da instituição, dire
Toni e claro, aos glamorosos e encantadores formandos aqui presentes no palco do Teatro Marista Santa Maria, boa noite. Hoje é o início do fim de uma era, o encerramento de um ciclo, o começo de uma nova temporada da série de nossas vidas. Não a como resumir uma trajetória no Santa, foram tantos detalhes, tantos sentimentos e ocasiões que vivemos, que alguns minutos de fala não são o suficiente, porém temos tempo para relembrar diversas memórias que nos moldaram durante nossa jornada acadêmica. Nossa trajetória aqui no Santa foi como uma série televisiva, ou de uma plataforma de streaming. Durante cada episódio tivemos momentos épicos, complexos, ou até mesmo enigmáticos. Sendo assim, vamos recapitular a temporada inteira da nossa série "Ex-aluno sim, Ex-marista nunca!". Pela ordem cronológica vários de vocês ingressaram no Santa lá na Educação Infantil, o famoso coleginho, usando aquele uniforme memorável, seja o amarelinho ou o azulzinho claro. Naquela época, o dia do brinquedo era único e extraordinário assim como o nome de cada turma escolhido pela sala. As acolhidas nos ensinaram valores únicos e nos apresentaram São Marcelino Champagnat, que sempre esteve entre nós através do nosso querido Champito. Tenho certeza de que muitos aqui ofertaram ao Champito, uma estadia especial em sua casa, digna de 5 estrelas, desde brincadeiras incríveis a comidinhas feitas com muito carinho e amor, por cada mini versão de vocês. Não podemos esquecer dos duelos diários para usar o brinquedão da sala, das aulas dinâmicas do Girafa, do dia da mangueira, e de cada oportunidade que os mini maristas tinham de entrar no Colegião. Estar no pátio do Colegião era algo mágico, um sonho. A vontade de ser "adulto o bastante" para estar no Colegião era mil vezes maior do que o medo do Ensino Fundamental I. E em um piscar de olhos, novo uniforme, novas regras, um lugar que se chama SAA e muita gente em um prédio só. A partir deste grande salto, surgiram grandes aventuras, amizades e dificuldades. O início desta nova fase trouxe pessoas novas, como eu e muitos de vocês aqui presentes. Novos alunos chegaram ao Santa, e todo o medo e aflição que tínhamos de estar em uma nova escola foi substituído pelo sentimento acolhedor Marista e a sede de novas experiências. Dentre as experiências vividas, podemos começar com a Magic Week, em que uma música e apresentação poderia definir a nota de seu boletim de inglês. Para os extrovertidos uma verdadeira festa, mas para os introvertidos um pesadelo. A partir deste período nos apresentaram a proposta de trabalho em grupo, em que você pode colaborar com as pessoas durante a execução da atividade, fazendo a sua parte ,ou fazer em nome de todos e evitar a nota baixa, enfim um intenso dilema escolar, ainda enfrentado por muitos na faculdade, opa! spoiler da próxima temporada. Continuando... Várias novidades ocorreram no início da nossa caminhada no Colegião, primeiras recuperações, nossa Tarefa Para Casa, carinhosamente apelidada de TPC, o medo de não conseguir pegar uma quadra no ginásio na hora do recreio ou uma bola inflável no pátio interno, e a animação de jogar Mangahigh na informática em uma aula de matemática. Depois de longos anos, obstáculos superados e tombos na escada (antes, durante ou depois do recreio), chegamos são e salvos ao Ensino Fundamental II. A partir daí o negócio começou a ficar sério. A onde já se viu não ter hora do Lanche! Agora a gente tem uma coisa chamada de intervalo, em que você precisa lanchar, fazer o seu recreio e ainda brincar, é uma tarefa praticamente impossível, mas nós conseguimos. Logo fomos apresentados a novas matérias, professores, e a icônica Semana Champagnat. A proposta de gincana já era conhecida por nós, mas agora nós tínhamos que organizar times, fazer uma camiseta para nossa sala e escolher duas pessoas com o título de "representante", uma loucura total para nossas versões do sexto ano. Em seguida, no sétimo ano, fomos convidados para algo desconhecido, o chamadão da PJM, no começo era de se pensar que seria só mais um dia de brincadeiras entre alunos do mesmo ano, mas agora sabemos que foi mais além, foi o início da nossa trilha na Pastoral Juvenil Marista. Ao longo do tempo nos adaptamos com as novas informações, globalizantes e processuais, trabalhos em grupo, novas recuperações e espelhos de classe, mas ainda havia uma experiencia nova que não tínhamos nos acostumado, que muitos não se acostumaram até hoje, como lidar com os ciclos de amizade, como ter amigos? como preservar uma amizade de anos? nossas salas passaram a ter mais de 30 alunos, e os ciclos de amizade começaram a mudar, foram crescendo, esquecidos ou até mesmo deixados de lado. É preciso aceitar que a mudança traz coisas belas e maravilhosas, mas também traz novos desafios. No entanto, o espirito de amizade e irmandade não acabou por ai. Os estudos de meio nos uniram, especialmente aqueles em que o ônibus quebrou e passamos horas juntinhos no meio da estrada, são inúmeras as vezes em que viajamos de ônibus cantando quem roubou "pão na casa do João", ou quando fomos para Morretes de trem, ao Estância Betânia, Eco do Avencal, a São Paulo em museus e aquário, entre outros diversos lugares; Mas não para por ai não, viagens como Marístiade e Olimar nos apresentaram um mundo afora do Santa, convivemos com provinciais diferentes, com pessoas diferentes daquelas que convivemos no dia a dia. Outro espaço de convivência proporcionado pelo colégio foi o período ampliado, hoje conhecido como Integral que, para muitos formandos, foi nossa segunda casa e nos auxiliou a criar amizades verdadeiras e duradouras. Tivemos espetáculos de dança, teatro e diversos encontros de PJM que também nos apresentaram novas amizades e ideias. No oitavo ano, a novidade que veio com tudo foi a feirinha de empreendedorismo, passamos horas e horas focados em desenvolver um produto para ganhar um dinheirinho extra e uma ótima nota. O menu da feira era repleto de comes e bebes e algumas utilidades, desde pães de queijo até sodas italianas. O ano foi passando e nem tínhamos percebido o quanto crescemos, de um dia para o outro já podíamos sair da escola para ir na banquinha ou papelaria, paramos de fazer slime, de jogar cartinhas Pokémon ou de brincar de elástico no pátio. O tempo foi passando tão rápido que nem reparamos em nossa independência sendo desenvolvida. Nosso foco começou a mudar, estávamos bem pertinho de virarmos alunos do Ensino Médio. Então finalmente chegamos no ano de 2020, nono ano, vida nova, pessoas novas e ansiosas para um novo ano letivo. Começamos o ano com garra e determinação. Eu, que entrava pelas portas deste colégio pela primeira vez, fui alcançado por uma maré forte de acolhimento e amor. Quando me dei conta, era aqui que queria escrever minha história. Fui conquistado, por momentos, macetes com o Wish sobre biomas, como "tundra, taiga, floresta temperada", cartinhas para nossa versão futura da Simone, PROV com a professora Kátia. Era um mundo totalmente novo para mim. Todos estávamos ansiosos para a incrível viajem de formatura que estava por vir, mas ela não foi o único acontecimento que estava chegando, a pandemia também veio junto. Parece que foi ontem, era março e semana de prova, a primeira prova do ano seria a de ciências, que recebeu a fama de ser difícil pelos alunos que já tinham a realizado. De repente veio a notícia, duas semaninhas de folga em casa, a partir do dia 13 de março. Todos nós nos sentimos aliviados, sem prova, sem aula... Até que a realidade pandêmica começou a aparecer, um choque para todos, pois nem sabíamos direito o que era COVID - 19 ou se teríamos aula de novo. Os casos de coronavírus se tornavam cada vez mais graves e frequentes. Não havia outra saída, na classificação da pandemia, foi decretado o LOCKDOWN. Nunca havíamos presenciado uma calamidade tão grande quanto esta. Naquele momento, tudo era incerto. Não sabíamos se ficaríamos mais uma semana ou um mês confinados em casa. Quem dera um ano. O abraço, o toque, o carinho… tudo isso deixou de ser sinal de afeto e se tornou um medo global; atos a serem evitados. A conexão que existia dentro do ambiente escolar nunca foi a mesma através da Blackboard ou Teams. A perda e a distância de pessoas queridas nos trouxe por diversas vezes a vontade de desistir. Para muitos essa perda foi capaz de desenvolver gatilhos psicológicos que são enfrentados até hoje. De pouquinho a pouquinho, as medidas cautelares foram cessando. Em 2021, no primeiro ano do Ensino Médio, aquele tão sonhado, estávamos assustados, e tudo nos gerava tanta dúvida quanto no início. Mas mesmo assim, o Santa foi capaz de inovar, criando um sistema de rodízio de aulas, tivemos esperança de que tudo voltaria a ser como antes, mas infelizmente não foi. O ano foi cansativo, nem todos quiseram participar do rodízio. Depois de um ano com provas, tarefas e atividades online, nos vimos com uma deficiência naquilo que aprendemos no ano anterior, gerando inseguranças em relação ao nosso futuro acadêmico. Aos poucos, o medo foi passando. A sensação de estar numa carteira nunca foi tão boa quanto aquele retorno. Quando nos demos conta, já estávamos nos abraçando, dançando, brincando… sendo jovens novamente. Sendo a essência que Champagnat nos deixou. O que isso tudo nos ensinou? Nos tornamos mais fortes! Aprendemos a lidar com desafios extremamente complicados e desfavoráveis a todos nós, nos sobressaímos. Aprendemos a ser gratos, a valorizar cada momento ao lado de quem amamos e aproveitar cada dia como se realmente fosse o último. Aprendemos, por fim, a sermos mais empáticos. A primeira série estava acabando, mas a viagem de formatura estava chegando. Nossas versões pré-adolescentes estavam elétricas, ansiosas e felizes. Teríamos mais de três festas em menos de quatro dias. Estaríamos em um hotel com nossos amigos e interesses amorosos. Chegamos no hotel com uma energia apaixonante e, mesmo diante das eventuais restrições pós pandêmicas, não nos faltou ideia e maneiras dê confraternizarmos e tornar aquele momento inesquecível em nossas vidas. Conhecemos pessoas novas, que vários de nós levamos até os dias de hoje para nossas vidas. O que se esperar de quase 200 adolescentes viajando juntos? Vamos deixar em aberto. O resultado final desta bagunça à moda juvenil foi a exaustão! A mesma turma que pulou e gritou no ônibus enquanto chegava no hotel, voltou dominada pelo silêncio e cansaço. Por dentro, uma sensação de plenitude, fortalecimento e esperança. “Tenho em mim todos os sonhos do mundo”! Parafraseando Fernando Pessoa, trago nossos objetivos para a jogada. Chegamos em 2022. Segundo ano do ensino médio. Fomos vencedores. Na verdade, somos A GERAÇÃO de Vencedores! As coisas já estavam se encaixando, voltando a normalidade. As tão aterrorizantes avaliações presenciais nos desafiavam novamente. O medo constante de todo aluno que valoriza o seu tempo: a recuperação, também retornava. Mal sabíamos que aquelas provas nem se equiparavam com a jornada árdua que teríamos adiante. Na verdade, o questionamento que fica é: O quão determinado estou para ver a minha dificuldade como uma oportunidade de sucesso? Sempre ouvimos aquela frase “o seu futuro depende de você”, mas será que realmente sabemos o que isso quer dizer? No segundo ano, já estávamos a praticamente 500 metros da linha de chegada do Terceirão. Alguns decidiram fazer intercâmbio. Outros já tinham a sua profissão em mente. Com a feira de profissões, muitos decidiram o que lhes cabiam em paixão. Uma grande parte só queria sonhar. Estávamos fora de forma, começamos a estudar da estaca zero. O sentimento de novas amizades e sede de conversa guiaram nosso ano. Nada nos fará esquecer do Ângelo, milagrosamente, não queimando nosso churrasco. A semana Champagnat e Olimar retornavam firme e forte, assim como nosso espírito estudantil. Estamos perto de encerrar a temporada. Ano de 2023, último ano letivo, o famoso TERCEIRÃO. Em janeiro, tínhamos alunos que já estavam organizavam seu ano, metas e futuros vestibulares, outros tinhas sonhos e tempo para pensar. Dia 31 de janeiro de 2023 acordamos sendo futuros ex-alunos maristas, agora era oficial. Chegamos no teatro apreensivos e impactados com o nosso primeiro último dia de aula. Não sabíamos sobre nossas salas e futuros colegas de classe. Fomos acolhidos no teatro e apresentados ao nosso repertório do Terceirão. Logo o Batman subiu ao palco e conversou sobre metas e a federal. Um pequeno alvoroço foi iniciado ao entrarmos no portal, descobrimos qual era a nossa última turma do colégio marista santa mariae. Recebemos a camiseta e fomos presenteados com um admirável simulado surpresa. Ao chegarmos na sala, uma violeta preciosa nos esperava. Todos nós estávamos designados a cuidar e cultivar aquela plantinha e a essência do ser marista. Cultivando a “humildade”, “simplicidade” e “modéstia”. Os meses foram se passando. A tarefa dada em sala nem sempre era estudada em casa. No começo o tempo era nosso aliado, mas agora estava mais para inimigo. Escolhemos a comissão de formatura e possíveis ideias de micos. O mico de praia chegou, um frio junto com uma chuvinha. Ao longo do tempo o grupo de WhatsApp do Terceirão se tornou fórum de estudos, discussão, argumentação e coleção de links para forms. O tempo começou a voar. Encontros de PJM eram uma vez por mês, coordenadores da Pastoral se preparavam para o Luz na Floresta, Missionários estavam ansiosos para a Missão Solidária Marista, Atletas estavam agitados com suas últimas competições e apresentações. A Festa Junina chegou, temida entre os professores e esperada por alunoso . Começamos o dia com pouco movimento e nossa central de abastecimento estava organizada. A partir das onze horas o caos dominou o recinto. A sala começou a ficar inundada devido ao vazamento de coolers. Alunos, adeptos a academia, se tornaram ótimos ambulantes. O gelo começou a derreter. O calor surgiu e mais famílias maristas chegavam. Exageramos no sal a fim de manter o gelo, os clientes notaram e não gostaram. Não tínhamos pix e ganhamos gorjetas. Por volta das quatro horas nossa quadrilha começou, a folia e animação do Terceirão contagiou o pátio. Agora estamos em setembro e o relógio não parou, nossa última semana Champagnat está batendo na porta assim como nossos vestibulares. Anunciamos nossos nomes de turma, tivemos sequestro, contratação de jogador de futebol, serenata, pedido de casamento e tapete vermelho. A Semana Champagnat chegou. Vestimos nossos uniformes coloridos e chamativos, utilizamos adereços, tintas e glitter, para representar nossa turma. Desfilamos e fomos elogiados como o Terceirao mais animado do Santa. Afinal "somos o melhor Terceirão do Brasil e quem não gostar vai para a casa estudar". O espirito de competitividade e vontade de atingir a meta das doações tomou frente durante o evento. Dançamos e celebramos pela última vez. Estamos correndo contra o tempo, mas ele nos alcançou. Os vestibulares tomaram conta de nossos fim de semana. Nossa mente estava a mil, a aula estava acabando e caderno mais estava incompleto. Como será meu futuro? Será este meu sonho ou o de outra pessoa? eram perguntas frequentes em nosso cotidiano. Agora estamos aqui, somos experts em confeccionar fantasias de mico e futuros calouros. O tempo está acabando, estamos nos últimos minutos desta temporada. Ainda teremos diversas provas e desafios em nossos caminhos, mas somos capazes de enfrenta-los pois vencemos o Terceirão marista. Vencemos a montanha russa escolar mais radical, o Ensino Médio. Basta olhar para os seus colegas e nossa trajetória. Somos sobreviventes da pandemia e das provas do Brian e do Dário. Nem todos conseguiram pegar o trem Santa Maria em sua estação inicial. Alguns embarcaram depois, outros ficaram pelo caminho. Mas o fato é: estamos desembarcando juntos e mais determinados do que nunca. Durante nossa caminhada nós nos achamos e muitas vezesiso nos perdemos. Fomos motivados e motivamos, conquistamos e fomos conquistados. Cada um de nós foi responsável por ser uma luzinha no caminho de alguém. Todas as nossas vitórias e derrotas nos moldaram, resultando em formandos únicos, excepcionais e glamorosos. Como diria o Waldis, "Nada é por acaso", então não se arrependa do que não foi feito, tenha orgulho de cada passo da sua história. Viva seu presente e futuro, mas nunca esqueça seu passado. Nosso Ensino Médio não foi igual um filme de High School Musical, mas foi e sempre será uma doce e inédita memória. Um legado deixado por cada um de nós, pelo Terceirão 2023 do colégio marista Santa Maria.