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Discurso Oradora Sara Melo

Boa tarde a todos e todas.


Eu sou Sara Melo, oradora da turma.
É com imensa satisfação e orgulho que estamos aqui hoje para a realização da
nossa colação de grau do 3º ano do ensino médio.
Primeiramente, gostaria de cumprimentar a todos que se fazem presentes.
Srª Diretora, Luciana Duarte, nosso querido orientador, Edimilson Santos, aos
professores que têm nos acompanhado durante esse ano: Alinane, Debora,
Edimilson (agora como professor), Haila, Haroldo, Leonardo, Marjory, Nayane,
Verena e, por último mas não menos importante, Zé Luis. (Eu botei em ordem
alfabética).
*Além dos demais participantes do corpo docente da instituição.
A secretária, os responsáveis pela limpeza e os demais setores do colégio,
ainda que ausentes.
Quero cumprimentar também os familiares e convidados e, claro, meus colegas
de turma.
Em nome do 3º ano do presente ano eu agradeço a todos pela presença e
devo dizer que me sinto imensamente honrada por estar presente aqui hoje
exercendo esse papel de suma importância.
Enfim 17 de Dezembro de 2022, hoje estamos vivendo o que é e será um dos
dias mais marcantes de nossas vidas, a formatura do ensino médio. Mas por
que resumir a significância dessa data apenas a isso? Se pararmos para ver
sob um outro ponto de vista, é o fim de um grande ciclo, o qual vivemos
durante, em média, 14 anos e o qual pedimos, muitas vezes, para que
chegasse ao fim. Então, o tão aguardado fim chegou, e assim como ansiamos
tanto por isso, eu sei e muitos aqui sabem, que futuramente sentiremos a
grande angústia causada pela saudade, porém, agora, sem haver mais volta.
Durante alguns poucos anos, assim como todos aqui, eu tenho ouvido a
história do meu primeiro dia de aula, e vou contar ela aqui para vocês.
Pasmem, eu fui trazida pelo meu tio juntamente com minha prima no meu
primeiro dia, não chorei e nem esperneei, me despedi dos meus pais no portão
de casa e o mesmo foi feito com o tio no portão do cevn. Ali se dava o início de
tudo, e de forma natural, eu segui o meu caminho, até o presente momento aos
18 anos de idade. E como toda boa história, a minha tem uma moral. Mas eu
só vou dizer qual é ela em alguns instantes.
A medida que cresci, construí amizades e relações que ficaram pra vida,
alguns se despediram do cevn e outros se encontram aqui ainda hoje, como
Kayk, Christian e Ana Victória. E após essa caminhada, de junções e
separações entre tarde e manhã no fundamental 1, saídas e chegadas no
fundamental 2, o fim do mesmo com dois nono anos marcantes, para até que
enfim a junção deles no 1º ano do ensino médio. E temos que concordar que
foi ai que o bixo começou a pegar. 1 mês de segundo grau, como costumam
dizer os mais velhos, e nos deparamos com uma pandemia. Essa parte da
história vocês já conhecem. Foram dois anos de sufoco, mas não dá para
negar que o quanto crescemos nesses dois anos é imensurável. E para a
nossa alegria, nos foi dada a oportunidade de um último ano presencial,
oportunidade que alguns não tiveram, então ainda que totalmente
desamparados, acredito que devemos ser gratos por essa dádiva. Foi um
último ano caótico, eu não posso mentir, porém concluído com o sentimento de
missão cumprida. Eu não vou me prolongar nas nossas vivencias porque eu
estaria tomando o papel da minha amiga Malu, mas garanto que faço das
palavras dela, as minhas.
Bom, Como já dizia Edi “eu tava com medo, mas eu fui mesmo assim”. Como
já dizia Haila “Você precisa fazer sacrifícios na vida”. Como já dizia meu pai “a
vida não é fácil, mas viva minha filha”. E hoje eu me sinto na obrigação de citar
esses 3 para vocês. Porque eles foram essenciais para minha moral da
história.
E até que enfim, chegou a hora de contar essa tal moral. Viva e seja resiliente.
Respeite o processo. Respeite o seu processo. Corra atrás, se você não o fizer
ninguém o fará por você A minha mãe costuma me dizer uma coisa “passa
rapidinho, você vai ver”. E de fato, aqueles 14 anos citados incialmente, se
esvaíram em um piscar de olhos. Hoje somos jovens iniciando oficialmente a
vida adulta. Pra valer dessa vez. E do que adianta você viver os seus longos
anos de vida e no final olhar para trás sem as memórias boas e ruins? Olhar
para trás e não estar satisfeito com suas vivências? Nossos pais construíram
isso, é o momento de construir nossas lembranças. É isso que compõem cada
ser humano. Nossa história. Viver intensamente não se trata de ser
inconsequente, se trata de se permitir sentir, vivenciar, estar aberto para o que
a vida te traz e para as possibilidades e novos ciclos que surgem. Se trata
também dos arrependimentos, dos aprendizados, dos corações partidos,
porque não apenas de coisas boas é feita a vida. E aprendemos a lidar com
esse fator na marra. Então dentro do que te é possível, se permita estar e ser
feliz.
Eu digo-lhes uma coisa. Eu sei de muito, mas na real não sei de nada. Falar da
vida e de ser feliz pode ser algo um pouco clichê do ponto de vista dos maiores
de 30, e eu entendo e sei a razão disso. Mas o que te resta quando não se têm
mais esperanças? Eu garanto que se você tiver uma conversa comigo em um
dia comum, eu sou a pessoa mais realista que você vai conhecer, muitas vezes
já fui vista como pessimista. Mas por que chegar aqui, discursas diversas
linhas para falar sobre a realidade nua e crua que vivemos todos os dias? Eu
digo duas coisas. Primeira: os clichês são as maiores verdades, quando você
para pra pensar. Segunda: a maior prova disso é que se você está aqui hoje,
vivo, é porque ao menos uma coisa te faz ser e estar feliz, então é sim
possível.
Como eu disse, não vim aqui falar sobre todos os fatores que nos desmotivam
todos os dias. Ainda que eles existam, e não os renego, mas eu espero do
fundo da minha alma que eu tenha conseguido passar o mínimo de esperança
para vocês hoje, de que no final, tudo dá certo. E eu garanto isso pois depois
de tanto perrengue, estamos aqui hoje, sendo felizes, nos formando e
formando nossos filhos e alunos.
Apenas para concretizar minhas palavras, cito o que foi dito pelo musicista
brasileiro Almir Sater “Cada um de nós compõe a sua história, cada ser carrega
em si o dom de ser capaz e ser feliz”.
Dessa maneira, me despeço hoje do cevn após longos 15 anos compartilhando
histórias. Aos meus colegas, como assinei na camisa de alguns, tenham uma
boa vida e muito sucesso. Aos meus amigos, ainda temos muito pela frente. E
por fim, aos meus pais, apenas agradecimentos. Encerro aqui minha
participação com nosso bordão: chora cevn, chora, chora que o terceiro já foi
embora.

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