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“Nayana”

do sânscrito: olhar.
Guilherme Caricatti
Ilustrações: Luciana Guerra

Nayana
sob o céu que nos protege

Americana/SP
2022
Copyright © 2022
Guilherme Caricatti

Projeto editorial
Maria Amélia Moscom

Projeto gráfico
Marcela Comelato

Revisão ortográfica
Maria Amélia Moscom

Ilustrações
Luciana Guerra

para minha querida esposa Ivani,


com amor e gratidão

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


______________________________________________
CARICATTI, Guilherme.
/ Guilherme Caricatti. - 2022.
48 p.
ISBN 978-65-84584-00-0
Assunto.
1. I.Título.
____________________________________________

Todos os direitos reservados à Paladar Cultural


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contato@paladarcultural.com.br
SOBRE OLHARES E JANELAS

Que me perdoem alguns, mas para apresentar Nayana, trago Jules


Supervielle quando diz:

Tudo o que forma os bosques, os rios ou o ar


Tem lugar entre as paredes que creem fechar um quarto.
Vinde, cavaleiros que atravessais os mares,
Só tenho o teto do céu, há lugar para vós.

É nesse universo de “casa” expandida que Nayana se encontra e se


relaciona com seu saber / não saber. É nesse universo que Nayana com-
preende e respeita a natureza que está dentro e fora dela. É da acolhida
dessa “casa” expandida que ela compreende que o que se vê da “janela”
pertence à casa. Afinal, valendo-me, mais uma vez de Jules Supervielle:

O corpo da montanha hesita em minha janela:


“Como havemos de entrar se somos a montanha,
Se estamos nas alturas, com rochas, calhaus,
Um pedaço da Terra alterado pelo Céu?

Somos a montanha, somos o rio, somos a floresta, somos o bem e o mal,


somos... por hora, ainda somos...

MARIA AMÉLIA MOSCOM


Aqui da minha “janela”
Na pureza do existir
Restam simples detalhes
Minúcias de um olhar
Incerto
Que une fragmentos
Para construir o mundo.

...
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N ayana aproximou-se da janela. Era noite
fria, a aragem penetrava e circundava
sua face, como se tentasse dispersá-la ou
levá-la consigo. Sua atenção adejava pelo
firmamento, o espaço de todos os paradoxos,
princípio de todas as incertezas.

Num certo momento em que o mundo cabia


Parte I
dentro de seus olhos e o tempo era menor
travessias e
que um grão de sua alma. Pouco importa o
contemplações
tempo diante de si, quando se é capaz de
compartilhar a própria consciência com o
tecido da infinitude sideral.

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Certo dia, Nayana voltou ao sábio e lhe
perguntou:
Nayana aprendera que não era necessário — Você foi aonde quer que eu vá, então por
caber em si. Em sua tribo havia um sábio que voltou?
ancião que lhe dissera um dia que deveria
aprender a ser não apenas Nayana. Ser Ao que ele respondeu:
Nayana era apenas o início do caminho, mas
— Voltei para que pudesse lhe ensinar o
não o fim. Portanto, deveria ir além, seguir
caminho Nayana. Agora vá você. Depois volte
pelo caminho o mais distante que lhe fosse
e ensine.
possível. Nayana guardou o ensinamento,
ainda que, naquele momento, não o tivesse Nayana costumava acompanhar os pescado-
compreendido. res. Caminhava longas distâncias, dormia ao
redor da fogueira. Ao que ela respondeu:
Nayana se perguntava: qual o caminho para
se distanciar tanto assim? E se perdesse o fio — Fui muito longe, estou dolorida.
que lhe traria de volta?
— Mas não saiu de dentro de você. Respondeu
o sábio.

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O tempo passou. Nayana aprendera a Nayana cantarolava enquanto trabalhava.
trabalhar. Ajudava as mulheres a cuidar dos Ao final do dia era derrotada pela exaustão.
alimentos. Caminhava pela mata para ajudar Conhecia as formas da lua, mas queria
na coleta. saber mais.

Certo dia, perguntou ao sábio: — Me ensine como é, pediu Nayana ao sábio.

— Devo mudar meu nome? Ao que ele respondeu:

— Não Nayana, apenas aprenda a caminhar — Você já enxergou minhas palavras alguma
sem ele. vez?

Nayana mal compreendia. — Claro que não, não se enxergam palavras!


Respondeu Nayana.
— Mas todos têm um nome, retrucou.
— Então deixe as palavras para trás, elas
— E têm sandálias também, escutou.
pouco importam.

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N ayana deitou-se no chão, paralisada, aten-
ta aos ruídos desordenados de tanta água
que caía sobre a tribo noite adentro. Observou
seu irmão, no chão ao seu lado, ainda dormindo,
aparentemente sereno, indiferente à tormenta.
Parte II Naquela noite não havia qualquer fogueira na
brisas e tribo. Permaneciam na escuridão. A água que
ventanias nascia e escorria do firmamento parecia desfilar
vaidosa e desconhecer o significado da piedade.

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— Obedeça à floresta, lhe dissera o ancião.
Não a desacate.

— A água não escolhe seus caminhos, lhe dissera Seus movimentos eram bruscos. Um ninho
o sábio ancião, mais uma vez, a lhe confundir. endemoninhado, que ousava assoviar com
Não a repreenda, ela segue o caminho que lhe tamanha dissonância. Todos permaneciam em
é possível. silêncio na tribo. Não era possível falar.

Através de uma pequena fresta, vislumbrou a Nayana tocou a mão de seu irmão, ele ainda
dança caótica da floresta. Tudo ali se mexia, dormia. Ele está bem, pensou consigo. A tem-
sem qualquer ordem, qualquer sincronia. Como pestade não lhe incomoda. Imaginava quantos
se toda a natureza planejasse momentos de tra- cântaros repletos de água existiriam no firma-
vessura, de rebeldia, de desafio. mento. Chegariam ao fim algum dia?

— Aceite a tormenta, lhe dissera o ancião. Quan-


do ela se for aceite novamente.

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A água parecia traspassar o mundo, o céu, a
terra, a mata e as ocas. Naquele momento a
água traspassava seu corpo. Nenhum senti-
mento permanecia impune. Todos os movimen-
tos da alma lhe eram suavemente arrebatados. Os olhos de seu irmão permaneciam fechados.
Onde estaria seu mundo? A torrente insistia.
Até o tempo parecia paralisado.
Nayana aproximou-se do irmão. Deitou-se no
— O mundo todo cabe dentro dos seus olhos, já chão. Escutou seu silêncio. Seguiu seu conselho.
lhe dissera o ancião, mais uma vez sem fazer-se Fechou os olhos, guardou seu mundo longe da
compreender diante da pequena menina. tempestade. Dormiu.

— Meus olhos não são tão grandes, lhe res-


pondeu.

— São grandes o suficiente, escutou.

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Nayana afastou-se da tribo por um instante,
aproximou-se do rio, olhou para si mesma.

A água refletia o pôr-do-sol e anunciava o fim


do dia. O rio refletia seu fascínio. A água ca-
minhava lentamente, mas não levava consigo
Parte III sua imagem. Apenas a transformava, distor-
mergulhos e cia, mas ali permanecia.
flutuações
De onde vem a água, de onde vêm os dias,
para onde vai a água, para onde vão os dias?

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Diariamente ali permanecia olhando para O sábio, continuou:
aquela imagem. Vez por outra carregava po-
— As folhas são suas respostas, você terá al-
tes de água para a tribo.
gumas, não terá todas e muitas cairão de suas
— Pegue algumas folhas em suas mãos, lhe mãos. E quando preferir, poderá deixar suas
disse o sábio ancião. mãos vazias.

Nayana correu e voltou com suas mãos repletas. Mais uma vez não o compreendeu. Por que
deixar as mãos vazias?
— Agora deixe-as cair, pediu o sábio.
Nayana observava que tudo ao seu redor era
A pequena menina assim o fez.
capaz de parar, de aquietar-se, menos a água
do rio, que nunca descansava, por um mo-
mento sequer.

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Observava os animais dela aproximarem-se. Quando a luz se foi caminhou de volta e apro-
Também eram capazes de ficar paralisados e ximou-se do fogo no centro da tribo. Os olha-
tratavam a água como sua presa. Apenas ali res estavam se retirando. A noite era suave, o
conseguia olhar para os próprios olhos, que céu repleto. Mas sua atenção permanecia no
oscilavam num pequeno vai e vem até que o barulho distante do rio. O rio não descansava,
sol cedesse a vez às estrelas. não dormia, não silenciava um instante sequer.
Seu movimento era incessante, pura tradução
Desejava um dia talvez seguir por aquele rio,
de tudo que nunca saberia.
mas temia não encontrar outro que lhe trou-
xesse de volta. Desejou saber por que a água
do rio segue apenas em um sentido. Desejou
saber se a água que passa retornaria um dia.
Desejou saber se a água um dia terminaria.

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J á era noite avançada quando Nayana decidiu
não continuar. Estava distante da tribo. Sabia
que era melhor aguardar a luz para prosseguir e
encontrar o caminho de volta.

Era noite de inverno, pouco via ao seu redor. A


floresta repleta de sons, alguns familiares, ou-
Parte IV tros desconhecidos. Uma infinidade de dizeres a
névoas e serem decifrados. Por alguns instantes perma-
luminescências neceu fortemente abraçada a uma árvore. Sa-
bia que devia ficar atenta a todos os ruídos. Não
existe silêncio ali dentro.

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Uma brisa suave, periodicamente, movimentava Fique em silêncio, não faça qualquer movimento,
as copas inquietas e caudalosas. Uma a uma, apenas respire.
folhas desciam lentamente formando um manto
— Silencie sua alma – lhe dissera, uma ocasião,
que recobria o solo úmido.
o sábio ancião da tribo. A floresta que existe
Procurava um emaranhado alto de galhos dentro de você em nada difere daquela que
fortes onde pudesse recostar-se. Não deveria está diante de seus olhos.
ficar no chão. As árvores são sua mãe dentro
Novamente não havia compreendido suas
da floresta, é nelas que deve buscar proteção,
palavras. Mas sabia que deveria obedecê-lo.
aprendera na tribo. Subiu assim que encontrou.
Encontrou uma fresta em que pudesse olhar
Encolheu-se. Ficaria ali, recoberta pelas folhas,
para o céu.
até a chegada do sol. Seu coração batia forte.

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Nayana aprendera o nome das estrelas. Sabia Só lhe restava aguardar. Trilhar o caminho do
se guiar por elas, companheiras silentes, porém tempo e abandonar todos os outros. Para isso
capazes de dissipar a solidão e sempre dispo- movimentos são desnecessários. Apenas per-
níveis para apontar o caminho. Mas, naquele maneça atenta, nada mais.
momento seu único caminho era o do tempo.
Simplesmente respirava quando adormeceu. E
— Quando conseguir se desvencilhar de to- ali estava quando a luz do sol começou a se
dos os caminhos, compreenderá o caminho do misturar com sua própria ausência.
tempo, lhe dissera o ancião.

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N ayana aguardava diante do fogo. Costu-
mava observá-lo sempre que presente no
cerne da tribo.

Não compreendia como aquilo era possível.


Imaginava que o lume dançante tivesse vida,
como os animais. Que enxergasse mesmo sem
ter olhos. Que estivesse lhe vendo e a todos
Parte V ao seu redor. Uma vida intermitente, que vai e
fagulhas e vem. Que tivesse algo a dizer. Desejava tradu-
cinzas zir seus estalidos.

Lhe ensinaram, na tribo, que o fogo era a con-


junção do bem e do mal. Por isso não deveria
aproximar-se dele. Ele pune quem lhe toca.

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— O bem e o mal não lhe pertencem Nayana, Nayana não compreendeu. Em noites quentes e
lhe dissera o sábio ancião. Quando se abraçam secas muitas vezes aguardou pacienciosa pelo
surge o fogo. Talvez, por isso seja tão poderoso. seu destino. Não se entregava ao sono antes
de assistir seu último lampejo. O bem e o mal
Tantos olhares sentiam-se atraídos e reuniam-
caminham juntos para o instante derradeiro. E
-se ao seu redor, para simplesmente contem-
depois ressurgem.
plá-lo. Quiçá para receber seu calor ou aque-
cer o alimento. Pequenos olhares corriam ao seu redor, canta-
rolando. Os animais não ousavam se aproximar,
— Mas, por que não posso tocá-lo, quis saber
sentiam medo. Talvez nada saibam sobre o bem
a menina.
e o mal, pensou consigo. Quis saber para onde
— Seus olhos bastam, lhe dissera o ancião. Não vão ambos quando o fogo se apaga.
é preciso caminhar além deles.

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— Nada do que posso lhe dizer é maior do que
seus olhos, lhe dissera o ancião. Nayana lembrava-se de suas palavras. Ajo-
elhou-se e pôs-se a espreitá-lo. Aguardou
— Onde estão seus olhos quando você dorme? atenta pela última centelha. Foi quando se per-
Perguntou o sábio. cebeu só. Todos já estavam em silêncio. No
horizonte pairava a lua iluminada. Talvez fosse
Nayana não soube responder.
ali seu esconderijo. O esconderijo distante do
O sábio continuou: fogo. O esconderijo distante do bem e do mal.
Foi olhando para ela que deixou-se deitar. Foi
— Nada do que posso lhe dizer é maior do que olhando para ela que deixou o mundo adorme-
a verdade. A verdade se apaga e ressurge aos cer. E quando ressurgiu ela não estava lá.
seus olhos.

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N ayana abriu os olhos e percebeu seu co-
ração veloz. Escutara palavras de sua
mãe, vindas de algum lugar. Respirava ofegan-
te, assustada.
Parte VI

assombros e — Por que minha mãe deseja falar comigo? –


milagres perguntou-se. Onde ela está?

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Tentou levantar-se, mas não tinha forças. Vas-
culhava por algum olhar dissoluto na textura
da noite. — Lá está sua mãe, lhe dissera o sábio ancião.
Permaneça atenta, até que consiga vê-la.
Próximo, um pequeno cão lhe estava atento.
O sábio ancião da tribo lhe dissera na véspera Assim fazia sempre que tinha chance.
que permanecesse imóvel, não tentasse cami- — O céu é feito de tempo, Nayana.
nhar, até que cedesse o calor de seu corpo.
Nayana não compreendia suas palavras. Tem-
Com esforço, ergueu um pote de água que po é algo que se enxerga, mas não se alcança
aguardava ao seu lado e derrubou um pou- com as mãos.
co em sua face. Por uma pequena fresta tinha
acesso a um pedaço do céu.

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— O calor do corpo será passageiro, lhe disse-
Arrastou seu corpo em direção ao pequeno ra o ancião.
cão. Ele realmente estava ali, não era um desa-
certo de seus olhos. Por um instante duvidou — De onde veio? Ela lhe perguntou.
da realidade de tudo que estava ao seu redor.
Ele permaneceu em silêncio e depositou a mão
Sua pele estava úmida. Suas pálpebras trêmu- sobre seu coração. Lhe estendeu o pote para
las. Pequenas brisas de tremor escorriam pelo que bebesse água. Lhe pediu que ali ficasse,
seu corpo. As pernas doloridas. não tentasse sair.

O cão lhe lambia, como a lhe dar forças. Tinha, O calor turvava a realidade. Nunca o céu tivera
assim, certeza de que ele estava ali. tantas estrelas. Nunca o vento soprou tão for-
te. Nunca a voz de sua mãe fora tão nítida.

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— O céu nunca será o mesmo a cada olhar teu,
lhe dissera o sábio ancião. Serão tantos os céus
Nayana aguardava silente, com olhos semia-
quanto tantas vezes dirigir-se a ele.
bertos. Que viesse o dia. Que abrandasse o
Mais uma vez a pequena menina não compre- calor de seu corpo. Que os olhos de sua mãe
endeu. dessem forma às suas palavras. Que pudesse
compreender tudo que estava ao seu redor. Es-
Naquela noite, a tribo ocupava uma passagem
tendeu sua mão sobre o pequeno cão. Fechou
estreita entre a terra e o céu. A noite principia-
os olhos e deixou-se sonhar...
va a se dissipar, tingida a cada instante pela luz
que tenta a cada dia dar cores à realidade.

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Coração do Mundo

Dizem que o rio


É o caminho
Do coração selvagem
Do coração do mundo
Do coração da vida

Sonhou com uma prece, um pequeno amuleto O coração mora


que a voz tênue do mestre ancião lhe deixou Na ponta do rio
em suas mãos, como um último ensinamento... Onde nascem as palavras
Que transbordam a razão
Do existir

Se queres ir ao coração
Caminha rio acima
Ultrapassa todos os dizeres
E molha a alma
De silêncio

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E u por mim mesmo: sou paulistano! Moro em Sapucaí Mirim,
pequena cidade no sul de Minas Gerais, banhada por um
céu repleto de estrelas. Mas, nasci na Vila Sônia, onde vivi a
primeira infância. Cresci no asfalto paulistano, nos ruídos mil,
na balbúrdia das grandes avenidas. Mas, crianças precisam
explorar o mundo. Lembro-me, como se fosse hoje, de uma
das minhas primeiras travessuras: no jardim da infância, ao
final da aula, enquanto as crianças esperavam por suas mães,
escapuli sem ser notado. Saí pela calçada, decidido a voltar
a pé para casa. Caminhei até a esquina, onde pretendia, aos
4 anos de idade, atravessar sozinho, uma das avenidas mais
movimentadas da cidade. Nesse momento, uma “boa alma”
notou que havia algo errado; pegou-me pelas mãos e me
levou de volta para a escola. Na minha infância, a “selva” era
de pedras, e os barulhos eram dos automóveis. Mas, ainda
queria explorar o mundo e fui encontrando minha liberdade
nas letras, nas páginas coloridas, nos livros. Agradeço aos
meus pais, por sempre terem me incentivado a leitura, o que
me levou à literatura. Hoje, sou médico, profissão que ocupa
quase todo o meu tempo. Mas, trago comigo a esperança
de deixar, neste mundo, uma pequena contribuição literária,
em retribuição ao que a literatura me trouxe e, com gratidão,
chego ao meu segundo livro – Nayana: sob o céu que nos
protege. Não se trata de uma história com começo, meio e
fim. NAYANA desafia o tempo e a cronologia. NAYANA é
uma busca poética e espiritual da fusão indissolúvel entre a
vida humana e a natureza. Quem por aqui enveredar, que olhe
para o texto como um poema e uma prece. É disso que se
trata... Simplesmente isso!

O autor: Guilherme Caricatti, 2022.


M eu nome é Luciana Guerra, sou arquiteta, ilustrado-
ra. Sempre fui apaixonada por lápis, cores e papéis.
Uma folha em branco é tudo o que preciso para imagi-
nar o mundo. Também sou mãe de três seres humanos in-
críveis. Com cada um, aprendo e ensino cotidianamente.
As ilustrações são outros “filhos” que nascem a partir da
compreensão de cada história que me chega. Ao ilustrar
desenvolvo novas técnicas, com base na amada arquitetu-
ra, e nascem, então, novas formas, cores, traços. Com as
ilustrações há, também, um ensinar-aprender. Dando for-
ma e cor ao Nayana: sob o céu que nos protege, apren-
di a ouvir Nayana e, assim fui entendendo-a e perceben-
do suas formas, conhecendo seu lugar e suas passagens.
Sou grata ao meu amigo Guilherme Caricatti, “pai” de Nayana
que a criou com profunda sabedoria. Sabedoria que transbor-
da e que, espero, possa embelezar ainda mais o mundo de cada
um e de todo nós.

Luciana Guerra

A ilustradora: Luciana Guerra, 2022.


Este livro foi publicado pela Paladar Cultural.
Composto em Butler, sobre papel pólen bold, advindo
de Manejo Florestal Sustentável e impresso por:

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