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Diana (Linda) Fletcher

Cirurgiã bucomaxilo
Ocultista conduíte
27 anos
Aniversário: 16/09/1995

Originalmente carioca, me mudei pra São Paulo pra fazer faculdade na USP, mas
assim que ela acabou voltei para o Rio. Me formei com 23 anos (2018), e comecei
a trabalhar no consultório da minha tia-avó, tia Linda. Enquanto trabalhava para
me sustentar, também comecei a fazer um curso de Medicina Legal, que sempre
foi um interesse meu trabalhar com os mortos. Só que gastava uma nota no
curso, então sobrava pouco dinheiro.

De aniversário de 26 anos (2021), faltando pouco menos de 1 ano para terminar


meu curso, minha tia me presenteia com sua aposentadoria, deixando o
consultório inteiro pra mim, o que não considerei exatamente como um presente,
já que precisei admistrar tudo sozinha. O consultório fica em Ipanema, em frente
à praça Nossa Senhora da Paz, no prédio Quartier.

Estava com algumas dívidas que não conseguia fechar, principalmente por conta
do curso, quando um dos pacientes mais recorrentes que tinha, Luís Florentin,
me oferece comprar alguns dos dentes que extraía dos meus clientes. Tentei tirar
alguma informação de porque alguém iria querer dentes de pessoas
desconhecidas, mas não consegui nada.

Continuamos com esse comércio por 8 meses, até Junho de 2022, com ele
passando toda sexta-feira, coincidindo com as consultas de ajuste do seu
aparelho, e aproveitando pra coletar os dentes, mesmo sem eu ter uma mínima
ideia de pra que estavam sendo usados. Incrivelmanete curiosa, decidi que ia
seguir ele. E se os dentes estivessem sendo usados pra alguma coisa ruim, tipo
teste de DNA e depois roubavam os dados das pessoas ou algo parecido? Talvez
a polícia depois seguisse a trilha e acabaria em mim, me prendendo por venda
ilegal de artigo médico. Então, era isso, ia seguir o Luís. Fechei a agenda de sexta-
feira, deixando aberta só os horários de antes de me encontrar com Luís.

Ele veio, fiz o exame normal, entreguei o saquinho com os dentes, e, assim que
ele se foi, esperei alguns segundos e parti pra escolta. Como já estava analisando
o comportamento dele há algumas semanas, tinha percebido que sempre pegava
um táxi no mesmo lugar, que seguia sempre para o mesmo caminho, o que me
dava tempo de pegar meu carro e seguir o táxi. Como já tinha comentado com
ele sobre meu carro (ele era um colecionador, em alguma das consultas puxou o
tema), tive que alugar um carro, pra que ele não suspeitasse de mim. Segui ele
até Laranjeiras, onde ele saltou do táxi e entrou em um bar. Consegui estacionar
não muito longe, e corri pra dentro.

A porta fechou atrás de mim, fazendo um barulho suave, ele ouviu e


imediatamente tirou uma pistola do bolso e apontou pra mim, do outro lado do
bar. Ele estava mexendo em uma geladeira, e me perguntou porque estava
seguindo ele. Expliquei toda a situação. Ele pediu para eu esperar alguns
minutos fora do bar que ia checar se poderia fazer algo por mim. Obedeci.
Depois do tempo, entrei, e ele estava segurando a porta da geladeira pra eu
entrar, como uma passagem para o subterrâneo. Gelei, mas decidi seguir.

Entrando, ele me mostrou a base da Ordo Veritatis, uma empresa secreta que
cuidava de assuntos paranormais. Enquanto descíamos, explicou seu trabalho, e
que havia feito comércio comigo porque existia um tipo de ritual que eles
realizavam que necessitava de partes humanas, e se aproveitando dos dentes
cedidos por mim, ninguém precisava se machucar.

Chegando lá, todos pareciam um pouco aflitos. Pelo o que entendi, uma missão,
de 3 pessoas, que era pra ser curta, tinha saído 6 horas antes pra um prédio
abandonado no Aterro do Flamengo, que tinha um caso parnanormal, mas fraco,
e desde então não tinham dado nenhum sinal. Luís estava me explicando como
funcionava a organização e o paranormal, quando um homem de uns 25 anos
aparece e vem falar com a gente. Sua expressão era de nervosismo. Veio pedir
para que Luís participasse de uma missão de averiguação, para checar se todos
estavam bem. Ele me pede um segundo e se afasta com o homem, para conversar
algo importante. Fico esperando. Quando ele volta, me explica que a maior parte
dos investigadores forenses que trabalhavam com eles saiu da Ordem,
principalmente por conta do estresse pós-traumático do Covid ou de outras
sequelas da doença, então estão defasados nessa área. Me falou que se eu
quisesse, teria uma vaga na missão, e dependendo como me saísse, poderia ser
efetivada. A missão seria liderada por aquele homem, que se chamava Rafael
Lima, composta por nós 3. E, como era uma missão de nível Recruta, não teria
problema eu acompanhar, principalmente pra fazer a investigação forense do
caso. Aceitei, afinal, pagariam bem mais do que recebia no consultório, então
conseguiria completar tranquilamente meu curso, e depois poderia voltar a
trabalhar no consultório por prazer mesmo.
Por conta do meu curso, que fazia pela polícia, tinha licença para portar e usar
uma arma, além de treinamento para isso. Recebi uma pistola e fomos direto pro
local. No carro, foram me explicando o que eu talvez encontrasse no lugar, além
de como deveria me portar em cada ocasião.

Chegando lá, o cansaço subitamente substituiu minha empolgação. Algumas


garrafas de plástico e de vidro espalhadas pela entrada. Entramos no prédio com
cautela, eu atrás dos outros dois, já empunhando as armas. Todas as luzes do
prédio estavam piscando incessantemente. As portas do térreo estavam todas
trancadas, então subimos pela escada. Assim que chegamos no primeiro piso,
todas as luzes se apagaram, então Luís e Rafael pegaram suas lanternas, tentei
ligar a lanterna do meu celular mas ele estava sem bateria, e foram iluminando o
caminho.

Tinham 3 portas no piso, sendo levadas por um corredor, uma de cada lado e
uma no final. Primeiro fomos na da esquerda, que estava trancada. Ouvimos um
barulho esquisito e fomos na do meio direto. A porta estava meio entreaberta,
mas não dava pra perceber de longe. Os dois entraram na frente, eu fiquei mais
recuada. Abriram a porta e tinha uma criatura muito medonha em um canto do
quarto, agachada, se alimentando de algo que parecia um corpo no chão, com
mais 3 espalhados no chão, além de muitas garrafas e lixo espalhado pelo chão.
Luís abriu mais um pouco a porta, que acabou empurrando uma garrafa de
vidro e fazendo barulho, o que chamou atenção do bicho. O monstro vira pra
gente, com o rosto todo cheio de sangue, e vem na nossa direção, bem
lentamente, quando começou a brilhar com uma cor roxa, exalando angústia. Me
sinto muito mal só de estar perto daquela coisa, e não consigo nem me mexer de
medo. Estou completamente paralisada. Luís não hesita e dá dois tiros na cabeça
do bicho, que cai duro no chão. Pergunto se ele está morto e ele confirma.

Chego perto dos corpos pra analisar, mas os rostos estão completamente
destruídos. Estudando um pouco as roupas e os corpos, descubro que os 4 eram
adolescentes, e estavam ali há pouco mais de 2 dias (pelos menos mortos há esse
tempo). Explico isso pro Luís e pro Rafael, que falam que não eram os agentes
enviados pra aquela missão.

Fomos ver as outras duas portas. Como a da esquera estava trancada, fomos na
da direita. A porta não estava trancada, então entramos com tranquilidade. O
quarto estava vazio, com nada de inesperado ou inusitado dentro. Fomos para a
última porta fechada. Luís estava na frente. Logo quando ele aproximou da
maçaneta, ouviu-se um clique, da chave virando.

Dentro do quarto estavam os 3 integrantes da missão original, que consistiam de


3 recrutas. Dois deles estavam desmaiados no chão e o outro estava nos olhando
assustado por trás da porta. Era um garoto, de uns 20 e pouquinhos anos, de
cabelos escuros. Nos explicou que o monstro pegou os 3 de surpresa. O primeiro
desmaiou vendo o corpo dos adolescentes, então os dois carregaram ele pra um
quarto seguro e fecharam a porta. Tentaram ligar pra Ordem mas todos os
telefones estavam sem sinal dentro do prédio, talvez por interferência do bicho.
Decidiram então atacar. Deram um tiro, mas erraram. Só que um dos recrutas
saiu correndo da sala e deitou do lado do que estava demaiado. Com isso, o que
restou decidiu se isolar junto com eles no quarto, trancar a porta, e esperar pelo
resgate, pois não faria nada sozinho. Estavam esperando há 7 horas, quando
ouviram um barulho na porta principal do prédio. Não abriram a porta,
esperaram ter certeza de que estariam seguros.

Eu e Rafael ficamos tomando conta deles e de suas feridas enquanto Luís foi
tentar contatar a Ordem. Depois disso voltaram os 5 para a base, e veio um
grupo de perícia para analisar os adolescentes. Liderei a equipe, já que estava
mais inteirado da situação. Parecia que os adolescentes tinham entrado no prédio
abandonado para dar uma festa, mas sem saber de que havia algo tão horroroso
ali, quando foram pegos de surpresa. O álcool no sangue e as feridas, além da
idade óssea, comprovava todas as prerrogativas. Não só isso, mas também
coletamos as arcadas dentárias, para fazer um estudo detalhado em seguida,
para determinar quem eram as vítimas, de acordo com o banco de dados da
policia.

Voltando pra base de Laranjeiras, contei tudo o que fiz ao Rafael, já que o Luís
não estava por ali. Ele gostou tanto do meu trabalho que me efetivou na hora,
mas disse eu que precisaria de algum treinamento ainda. Concordei.

Minha data de efetivação foi 17 de Junho de 2022. Comemoramos indo beber nós
3 naquela noite mesmo. De lá pra cá, se passaram cerca de 5 meses, com a gente
se falando quase todo dia e bebendo toda sexta-feira pra comemorar. Acho que
fiz alguma coisa errado, porque há mais ou menos um mês o Rafael parou de
falar comigo e com o Luís, e não fomos beber desde então, não com essa
preocupação constante, já que ele não responde a gente também.

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