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GABRIEL MORTENSEN
MODELAGEM MATEMÁTICA
SANTO ANDRÉ
2011
GABRIEL MORTENSEN
MODELAGEM MATEMÁTICA
SANTO ANDRÉ
2011
RESUMO
SUMÁRIO
Introdução ____________________________________________________ 1
Conclusão ____________________________________________________ 15
INTRODUÇÃO
A área de ensino assim como as demais áreas do conhecimento sofre evolução, com o
passar do tempo os indivíduos fazem suas colaborações e escrevem a história, a partir de
novos objetivos deixa-se de fazer o que se fazia antes, ou com um mesmo objetivo é alterada
a maneira de fazer buscando melhores resultados e maior eficiência. A matemática é uma
ciência completa por si só, no entanto está diretamente relaciona às demais ciências, muitos
de seus conceitos foram criados com base na solução de problemas reais, desde quando a
única preocupação era em determinar fronteiras às propriedades, até que físicos careciam de
ferramentas para seus problemas. O ensino da matemática é um assunto importantíssimo para
o desenvolvimento de um país, a boa formação de seus futuros profissionais ligados às áreas
de exatas depende da maneira como a matemática foi ensinada aos mesmos. Este assunto tem
sido há muito tempo motivo de pesquisas, e destes é que são lançadas as Tendências na área
de Educação Matemática, que trata de como será o ensino da matemática para as novas
gerações. A Modelagem Matemática é um dos temas de pesquisa neste assunto e propõe
maneiras de ensinar matemática com o uso de modelos, assim como a aplicação da
matemática em outras áreas do conhecimento.
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1. Modelagem Matemática
1.1. O que é?
Modelagem Matemática pode ser vista como uma técnica de ensino de matemática, ou
um modo de aplicá-la em outras áreas, ou ainda, ensinar matemática através de seu uso em
situações práticas, interdisciplinares e agradáveis. Para a aplicação da modelagem matemática
como técnica de ensino de matemática, pode-se notar que esta é uma poderosa ferramenta,
servindo ainda para chamar a atenção, cria curiosidade e tornar a matemática e seu
aprendizado uma atividade prazerosa.
Texto e imagem elaborados com base na leitura de Jonei Cerqueira Barbosa e Rodney Carlos
Bassanezi.
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“O uso da matemática
representação como
da situação linguagem
problema simbólica
em termos conduz a uma
matemáticos. Um modelo
matemático pode ser entendido como um conjunto de símbolos e relações
matemáticas que representa uma situação, um fenômeno ou um objeto real a
ser estudado. Os modelos matemáticos podem ser expressos através de
gráficos, tabelas, equações, sistemas de equações, etc.”
((Ferruzzi ET all, 2004). Referenciando 2 e 4. Página 1.
A matemática pode ser estudada sem levar em conta outras áreas do conhecimento,
pois, por si só é completa. No entanto, levando-se em conta que ela serve de ferramenta para
outras áreas do conhecimento, as quais não existiriam de forma que conhecemos se não
existisse matemática, podemos então estudar seus princípios juntamente com situações de
outras áreas que necessitam de matemática. A técnica da modelagem matemática em sala de
aula serve para um novo modelo de educação, baseado na interdisciplinaridade e voltado para
a resolução de problemas reais.
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Com base nas informações expostas podemos perceber que a boa aplicação da
matemática por um profissional não matemático está diretamente relacionada com a maneira
que o mesmo a aprendeu.
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Com suas palavras Bassanezi nos mostra que a matemática aplicada é tão importante
quanto a matemática pura, e que é fundamental para o desenvolvimento de um novo modelo
de educação. Desse modo sua aplicação é tão fundamental que deve ser implantada visando a
formação dos futuros professores e pesquisadores.
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O ensino de formas geométricas planas a princípio é simples pelo fato de ser possível
a representação de figuras planas, no plano do livro, da lousa, ou do caderno. Já a
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Considerando que antes dos cálculos de áreas e volumes deve-se ensinar as figuras
planas, os sólidos, os conceitos de vértice, aresta e face, os professores podem levar à sala de
aula (ou ainda sugerir que os alunos levem, como uma forma de trazê-los ao assunto,
aumentando o comprometimento dos alunos) embalagens de formatos variados.
Para ensinar o conceito de face é ideal que mostre nas embalagens que esta pode estar
em várias formas, como quadrada, retangular, redonda, poligonal, ou mesmo em formatos
irregulares.
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Ao ensino do conceito de aresta é ideal que se faça vinculando ao cálculo de área das
faces, e ao volume do sólido. Os vértices devem ser utilizados como exemplos para ensinar
sobre o ângulo reto, ângulo agudo, obtuso, complementares, suplementares, etc. É interessante
dobrar um papel e movimentar a dobra fazendo com que o ângulo varie de forma a dar
exemplos sobre os ângulos anteriores. Na falta de embalagens, ou como complementação
pode-se usar a própria sala de aula para ensinar esses conceitos.
barbante e uma trena, por exemplo), e depois o diâmetro, desse modo podem perceber que o
valor não depende do tamanho, é constante. A própria medição do diâmetro, por exemplo, de
uma panela, serve para entender o que é diâmetro, percebendo ser este a maior corda da
circunferência, a que passa pelo centro.
complemento é interessante usar um copo (do mesmo volume das garrafas) como referência
do volume, caso a noção ainda não exista.
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A proposta da modelagem é interar as pessoas no assunto, de modo que possa ser feita
a síntese do mesmo e ser gerada a questão norteadora. Posteriormente, passa-se para a
matematização, com o propósito de formular e resolver o problema para chegar ao modelo,
que, por sua vez permite interpretar a solução e, possivelmente, valer para outras aplicações.
O importante é ter em mente o conteúdo curricular a ser ensinado e não perder o foco, já que a
modelagem matemática é uma complementação, e não um modo de ensinar menos. Também
é importante que durante as etapas se saliente quais os modelos matemáticos serviram de
instrumento para a questão norteadora.
Para criar a noção de que diferentes áreas podem ser obtidas através da mesma
quantidade de material, existe um exemplo baseado na Palestra do Professor Aguinaldo
Prandini Ricieri cujo objetivo é a criação de um cercado a partir de uma corda de
comprimento de 80 unidades de comprimento, e a idéia é fazê-lo de forma que um dos lados
do retângulo seja o próprio muro, assim o comprimento da corda será utilizado para os outros
três lados, conforme a figura a seguir, elaborada pelo autor:
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Observando a figura é possível notar nitidamente que a soma dos lados é sempre a da
proposta, o próprio comprimento da corda, já a área varia de zero até 800 unidades de área.
Este exemplo em nível de escola básica serve para dar a noção da possibilidade de variação,
assim como para despertar o interesse dos alunos em relação à matemática.
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Sabemos que a área (A) é o produto de “a” e “b”. Sabemos também que a soma de
ambos os lados de dimensão “a” com o lado de dimensão “b” resulta no tamanho da corda,
que é de 80 unidades. Dessa forma podemos organizar o seguinte:
Para que possamos gerar uma função para a área é interessante uma única variável
independente, portanto devemos escolher “a” ou “b”. Vamos escolher “a”. Fazendo uso da
equação 2, vamos obter “b” em relação a “a”, da seguinte forma:
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Neste caso podemos observar que o domínio da função é compreendido pelos valores
possíveis de se atribuir à variável “a”, sabemos que por tratar de uma dimensão seus valores
devem ser positivos, e dado o comprimento da corda de 80u, o domínio será o conjunto
fechado entre 0 e 40u. A imagem da função é representada pelos valores do conjunto fechado
entre 0 e 800 unidades de área.
Este exemplo serve para o início dos estudos de Cálculo, disciplina a ser estudada no
nível superior para as áreas de exatas, para o ensino de derivadas, onde é possível descobrir
pontos de máximo e mínimo de funções. O presente exemplo, dada sua simplicidade, permite,
apenas olhando para o gráfico, que se visualize o ponto ideal da função, neste caso o valor de
20 para a variável independente “a”, que resulta no maior valor possível para a área. Mesmo
com a existência dessa percepção podemos ilustrar como proceder para descobrir o ponto
ideal fazendo uso das derivadas.
Partindo da função que determina a relação entre duas variáveis, podemos uma em
relação à outra. A seguir é demonstrada a função obtida anteriormente e sua derivada.
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A derivada de uma função nos fornece o valor da tangente do ângulo formado entre o
eixo “x” (neste caso “a”) e a reta que a tangencia. Para que possamos obter o valor máximo da
função é necessário que a reta que tangencia a função esteja na horizontal (paralela ao eixo
“x”), dessa forma ela estará localizada no “topo” da função e a tocará em um único ponto,
fazendo jus à idéia de tangenciar. Se a reta está paralela ao eixo “x”, significa que o ângulo
formado é zero, neste caso o valor da tangente deste ângulo é também zero.
fornece o valor da tangente do ângulo formado, e que este valor é zero, devemos montar a
equação da derivada da função com o valor de zero, e dessa forma obtemos o valor de “a” que
se relaciona ao máximo da função. As passagens descritas estão representadas a seguir.
Com a obtenção do valor ideal de “a” de modo a obter a maior área, podemos
substituir “a” na função da área e descobrir qual é a maior área possível de obter com a corda
sugerida nesta situação.
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Nota-se neste caso que o valor obtido é o mesmo que visualizamos anteriormente no
gráfico da função, no entanto foi feita a descrição de como obter tal valor com o uso de
derivadas. Sabemos também que neste caso o mínimo da função é a área zero, como se pode
perceber na Figura 6, mas caso se queira confirmar se o ponto obtido representa o máximo da
função, pode-se obter a resposta através da segunda derivada.
O estudo de Cálculo nos mostra que se a derivada segunda de uma determinada função
for menor que zero, o ponto encontrado representa o máximo da função.
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CONCLUSÃO
Com base nas informações que serviram para a composição do presente texto, bem
como o seu desenvolvimento nos modelos apresentados podemos perceber que o ensino de
matemática pode ser muito amplo e não se limitar ao modo convencional e isolado. O uso de
Modelagem Matemática é de extrema serventia para o entendimento de seus conceitos, além
de permitir que o professor crie seus próprios modelos e torne sua aula mais interessante,
permite ao aluno perceber a ligação da matemática com a realidade, assim como sua
importância, ainda maior àqueles que se tornarão profissionais das exatas.
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Fontes Consultadas
Sugestão de Leitura:
Projeto de integração das disciplinas de Física, Matemática e Robótica num curso de
Tecnologia em Mecatrônica Industrial envolvendo noções de Cinemática, Dinâmica e
Modelamento de Robôs em 2D. Cezar Cavanha Babichak; Maria Eli Puga Beltrão; Viviane
Briccia do Nascimento e William Cezar Kruss. 2004
Disponível em:
http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvi/cd/resumos/T0543-1.pdf
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