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Marionete da Sociedade
Jantares de família supostamente são feitos para os parentes se
aproximarem, não? Então por que ela não sente isso? Por que sua família não
a entende? Por que eles simplesmente não param? A cada comentário sobre
seu corpo, suas atitudes, seus erros, suas falhas, suas opiniões e roupas, ela
entra cada vez mais em sua bolha de desespero e ansiedade, não sabendo
para onde correr no final.
Ela começa a mudar, ser como dizem para ela ser, andar como falam
que é mais atraente, fazer o que outra pessoa diz para fazer sem nem
questionar, porque, afinal, ela é somente uma boneca da sociedade fazendo e
mudando o único nela mesma para ter a aceitação de todos, não entendendo
que está matando a si mesma. “Tudo bem não comer agora, eu preciso ser
magra”, disse a menina sem comer a quarta refeição seguida. Logo depois que
colocasse algo na boca, ia direto ao banheiro vomitar, se xingando que não
conseguia ser forte o suficiente por não conseguir ficar mais uma hora sem
comer.
“Olha todas essas pessoas se exercitando, você ia ficar muito melhor se
segue o exemplo delas”, disse a mãe da menina enquanto andavam de carro
pela cidade. A menina se afundada em pensamentos sombrios e perigosos
enquanto sua progenitora continuava atacando a garota. Ficou fraca e teve de
ir ao Hospital, seu peso sendo o assunto principal sem nem ter feito exames
para confirmar qualquer suspeita falada por aquele médico; os pais não dando
qualquer tipo de reforço e só tirando cada vez mais chão dos pés da garota,
que agora caía em episódios de pânico e ansiedade, não conseguindo dormir à
noite por conta das inúmeras lágrimas e pensamentos que dominavam sua
mente.
Os episódios de desmaio, a fraqueza, as dores pelo corpo e hematomas
demoravam para desaparecer, foram essas as coisas que foram necessárias
para todos, menos para a jovem. Perceberem que ela estava no limite, seu
corpo estava no limite. Sua mãe se perguntava o que tinha feito para aquilo
acontecer, ao mesmo tempo apontava o dedo e falava em boa voz o quão
ridículo e absurdo era isso, não a levava a sério, olhava a menina com
desgosto e falava que estava fazendo drama, dizia que o novo corpo era muito
melhor que o de antes. A marionete já não diferenciava o real e os
pensamentos. A mente não aguentando mais o sofrimento e a tortura que ela
se colocava, queria acabar com aquele sofrimento.
A notícia retumbava na mente dos parentes, sua filha em outro plano de
existência, não entendiam o que tinha acontecido, o porquê a menina tirou a
própria vida, sabiam por muito tempo que algo aconteceria, mesmo que
inconscientemente, mas agora que aconteceu não acreditavam que aquilo
poderia ter acontecido. Pessoas falando e refletindo sobre a vida da menina,
tentando adivinhar como e por que ela fez aquilo, a realização de pessoas mais
próximas sobre como as palavras afetaram a jovem logo foram jogadas de lado
e implantaram novamente a ideia que a garota virou uma mulher e não
conseguiu lidar com isso. Afinal, ela era somente uma marionete da sociedade.

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