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Amoramon
ÍNDICE
PRIMEIRA PARTE
Introdução......................................................................................1
Um preâmbulo para o contato 1.........................................................2
A abertura do cientista ateu................................................................3
As palavras escolhidas por Deus.........................................................6
A fé não é subjetiva..........................................................................7
Espaço e tempo................................................................................8
Perguntas profundas, o estado caótico primordial.................................9
O universo respira?...........................................................................10
O fechamento do discurso do Dr. Amoramon......................................12
Um preâmbulo ao Contato 2..............................................................13
O que dizer a um rabino judeu?.........................................................14
O Contato 2 ....................................................................................15
Efetivamente Jesus é Jeová...............................................................16
O Shabat é um mandamento perpétuo................................................17
A missão dos servos e a missão do Servo...........................................18
O Contato 3 (A Testemunha de Jeová) .............................................19
A questão em Levítico 17: 11............................................................20
Deus, o Pai, Jeová e o Senhor...........................................................21
Sopro e espírito são coisas diversas....................................................22
A questão do sangue e da alma..........................................................23
Extratos do livro A verdade ao Alcance do Homem.............................24
:
A verdadeira mensagem em Eclesiastes..............................................25
SEGUNDA PARTE
Preparação para o contato com o kardecista ......................................26
O Contato 4 ....................................................................................51
Uma Manifestação Celestial ..............................................................64
Preparação para o contato com o presbiteriano ...................................72
Extratos do Discurso de Parley P. Pratt em Toronto ...........................75
O Contato 5 ....................................................................................80
O Contato 6 (O agnóstico) ................................................................93
A Matéria enviada pelo Dr. Amoramon ao agnóstico .........................102
O Contato 7 - Nota do elder Smith.. ................................................110
A Carta de um Dissidente ...............................................................111
A Resposta ................................................................................... 113
O Contato 8 (O padre católico)........................................................119
O Contato 9 (O livre-pensador)........................................................137
INTRODUÇÃO
Este trabalho é uma compilação de um livro de recordações organizado pelo
elder Smith durante a missão de tempo integral cumprida no Rio de Janeiro,
Brasil, entre os anos de 1989 e 1990.
Fizemos um extrato dos mais significativos CONTATOS, acontecidos nos três
últimos meses de sua missão, na Ala Jardim Botânico, rua Zara, 17, no bairro
do mesmo nome.
Uma interessante coincidência sucedeu nesses três meses - o companheiro do
elder Smith, filho de um fazendeiro em Oklahoma City, passou a ser o elder
José, também filho de fazendeiro do Pantanal de Mato Grosso.
Estava então formada a dupla José e Smith, coincidindo com o nome do
profeta Joseph Smith, e com o fato dele ter sido filho de um homem do campo
também.
Esses contatos foram todos produto de apresentação das pessoas aos
missionários, através de membros da ala.
Antes de cada contato, os missionários faziam uma pequena avaliação da
pessoa que iriam encontrar, de acordo com as impressões transmitidas pelos
seus apresentadores; conscientes de que o objetivo desse primeiro contato era
mais uma tomada de posição, do que o início das palestras propriamente ditas.
Ao descrevermos os diálogos, a não ser a conversa entre os missionários,
preferimos usar os nomes de cada crença ou filosofia, em lugar do nome
pessoal dos contatados; os élderes estão simplesmente denominados
:
missionários. Excepcionalmente usamos nomes, porém fictícios.
O elder Smith fez grande amizade com nosso irmão Xavier autor de vários
livros sobre a doutrina d’ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
A citar: os primeiro e segundo volumes de A Verdade ao Alcance do Homem
(AVAH), editados respectivamente em 1975 e 1983, e ultimamente uma
tradução adaptada do "The Day of Defense", editada em 1990.
Tendo ele lido os dois primeiros dos livros acima citados, achou por bem usar
algumas partes em cada primeiro contato, antes de iniciar as palestras
regulares.
Ao lermos o livro de recordações do elder Smith, achamos interessantes
abordagens das oposições levantadas pelos visitados. Pensamos que este
nosso trabalho irá trazer uma valiosa contribuição para o trabalho missionário,
dever individual de cada membro da Igreja.
Naturalmente, algumas pessoas gostariam de comunicar-se com os élderes
José e Smith, talvez para mais esclarecimentos sobre certos assuntos. Isso
não será difícil, pois eles deixaram nosso irmão Xavier como encarregado de
intermediar os CONTATOS. Basta escrever para : Rua Zara, 17, Jardim
Botânico, RJ, CEP 22460.
Outras pessoas poderão duvidar da existência real desses élderes. Mas
podemos garantir que eles são tão reais quanto é real nosso irmão Xavier, o
qual entrosa-se de corpo e espírito com eles, de forma integral. Quem vê a
este, vê aqueles.
O bom observador notará que até mesmo o estilo de linguagem e de
expressão dos élderes são idênticos aos do irmão Xavier. Isso é outra prova
de que os três falam através do mesmo Espírito e que, ao ouvi-los, é como se
estivéssemos ouvindo a mesma pessoa.
Como se dá com a Trindade Divina, que são três, mas falam por um só
Espírito.
A bem da verdade o autor não pode ser mais claro do que isso.
AMORAMON
______________
UM PREÂMBULO AO CONTATO 1
PREPAÇÃO PARA O CONTATO, COM O CIENTISTA ATEU. CONVERSA DOS
MISSIONÁRIOS
- De acordo com nosso irmão Dirceu, que nos apresentou ao Dr. Coutinho,
este primeiro encontro vai ser o de maior importância. É preciso quebrarmos o
gelo do Dr., um cientista ateu.
Veja, o Dr. Amoramon pretende usar como referência o livro de recordações
que você está fazendo, para publicar um livro sobre os mais importantes
:
CONTATOS registrados. Talvez ele aceite nosso convite para comparecer a
este nosso primeiro encontro com o Dr. Coutinho.
- Acho uma boa idéia, eles se entenderão muito bem. Sinto perfeitamente que
ele tem sérios preconceitos contra religiões de um modo geral. É preciso que
nos veja com outros olhos, antes de nos oferecermos para dar as nossas
palestras.
- É muito provável que ele leve a conversa para os temas desenvolvidos no
livro de que nos falou, ao sermos apresentados. Não estamos preparados para
abordar esses assuntos. Teremos mesmo que pedir auxílio a quem tenha
habilidade para transpor a barreira.
- Você sabe qual a técnica que o Dr. Amoramon desenvolveu para falar do
evangelho a pessoas como o Dr. Coutinho?
Veja só a subtilidade que ele aprendeu a usar: Em primeiro lugar, toma
conhecimento dos assuntos científicos que mais agradam a pessoa a quem vai
abordar; depois procura as partes que se harmonizem com as revelações de
Deus, antigas e modernas, especialmente com as contidas no livro Doutrina &
Convênios; então, durante a conversação, conduz o assunto de forma a poder
discorrer sobre aquelas partes concordantes; para poder colocar as
mensagens do evangelho em seguida. Sempre em ambiente de edificação e
evitando polêmicas. Quando a posição das pessoas tende a alguma
controvérsia, o Dr. Amoramon procura apresentar perguntas bem colocadas,
que dirijam os interlocutores a concluir por eles mesmos as respostas certas.
Quando a pessoa sente, então, que a conclusão foi sua, torna-se mais
acessível.
UM PREÂMBULO AO CONTATO 2
PREPARAÇÃO PARA O CONTATO COM O RABINO. CONVERSA DOS
MISSIONÁRIOS
- Teremos hoje aquela palestra com o rabino Weiner. Seria importante que
você desse uma lida nesta matéria que tenho em mãos, publicada no O Globo,
em 9/8/76. Isso dará uma boa idéia do pensamento dos rabinos, e de que
forma reagirão à nossa mensagem.
De antemão, deveremos estar prevenidos de que de nada servirá citarmos
quaisquer escrituras do Novo Testamento. Proponho que neste contato
usemos o profeta Isaías. É um livro completo para nosso encontro de hoje.
- É meu irmão, a tremenda dificuldade é mesmo aqueles judeus estavam de tal
modo humilhados pelas sucessivas servidões, sob babilônios, macedônios e
romanos, que sua ânsia por um Messias conduzia a um libertador físico
temporal, com exércitos e aparatos. A idéia de um libertador espiritual, de um
redentor da morte física, por ressurreição futura, era inaceitável, inteiramente
incompreensível a eles. Usando um pouco de empatia, posso compreendê-los
muito bem. Quando tudo aconteceu de maneira tão diversa daquela que eles
tão ardentemente esperavam, orientados pelos líderes eclesiásticos judeus da
época, fecharam suas mentes para a primeira vinda do Messias nos seus
gigantescos objetivos espirituais.
- Você resumiu bem a questão. Dentro daquele contexto, quão especiais
deveriam ser os judeus que se converteram a Cristo! Sabemos que, no
princípio; a Igreja era constituída só de judeus, até o ministério de Paulo.
Diante da clareza das palavras dos profetas precursores da primeira vinda de
Cristo, os rabinos judeus devem ter tido algumas dificuldades para explicá-las,
especialmente as que dão testemunho da vinda do Servo, nos capítulos 42,
49, 50, 52 e 53 de Isaías. Mas a sofisticaria deles acabou por vencer, no seio
do seu povo, o testemunho de Cristo que aqueles heróicos judeus convertidos
deram ao mundo. A malignidade da classe sacerdotal judaica, fez cair esse
véu mental sobre todo o povo judeu das gerações seguintes. Véu, o qual, está
reservado a Cristo para rasgar, quando descer no Monte das Oliveiras para
:
salvar os poucos judeus que restarão do cerco final de Jerusalém, na batalha
do Armagedom.
- Sinto que o momento para chamar os judeus está chegando, embora tenha
consciência de que conseguiremos apenas poucas conversões entre esse
povo inicialmente, pois a escritura não falha.
Dessa forma, não falhou até agora a conspiração dos sacerdotes judeus
descrita em Mateus 28:11-14, para fechar o coração da raça judaica ao
verdadeiro Messias.., mas Ele derrubará a conspiração no tempo que
determinou-se a fazê-lo.
O QUE DIZER A UM RABINO JUDEU ?
- Façamos agora nossa oração, pedindo as palavras certas para dizer ao
rabino Weiner.
- Sim, mas antes gostaria de sugerir que estudemos especialmente a escritura
em Daniel 9: 24-26 antes de visitar o rabino. Veja irmão, as notas que tenho
comigo, tiradas de um estudo que fiz com o irmão Xavier:
O Édito de Ciro foi no ano 538 a.C.; da unção até ao Édito de Ciro decorreram
sete semanas proféticas de sete anos (ele deve ter sido ungido, portanto, no
ano 587 A.C.); mais sessenta e duas semanas proféticas de sete anos ou 434
anos, e estaria reconstruída a cidade de Jerusalém com suas praças e
muralhas. Depois dessas semanas, nos tempos de aflição de um Ungido ( o
Messias), "ele será morto, sem que ninguém interceda por ele."
E de fato, nem o Pai intercedeu por ele, pois estava preordenada a sua morte.
O fim de Jerusalém chegaria com uma invasão.
"O Ungido fará com muitos uma sólida aliança e fará cessar a lei do sacrifício e
a oblação." (a lei de Moisés).
Podemos usar essas escrituras, no caso do rabino demonstrar boa disposição
para nossas palavras.
- Realmente é um trecho muito forte esse. Não o conhecia ainda, naturalmente
porque as nossas palestras não têm sido dirigidas aos judeus especificamente,
por enquanto. Mas a partir de agora, teremos que nos familiarizar melhor com
um novo grupo de escrituras do velho Testamento para falar a esse povo.
Agora sim eu entendo melhor Isaias 44: 28 e 45:1, 6, 13 no seu
relacionamento com Daniel 9: 24-26, pois Ciro foi ungido rei da Pérsia no ano
587 A.C., exatamente sete semanas proféticas (correspondendo cada uma a
sete anos) antes do nosso conhecido Édito de Ciro, que liberou os judeus do
cativeiro, e autorizou a reconstrução do Templo e da cidade de Jerusalém, com
suas praças e muralhas. Essa reconstrução durou 434 anos (sessenta e duas
semanas proféticas), o que nos leva ao ano104 a.C. se começarmos a
contagem desde a unção de Ciro, em 587.
:
Algum tempo depois desse período, no tempo de aflição, o Ungido seria
suprimido, e a cidade juntamente com seu templo seriam destruídos.
Efetivamente, no ano 33 da nossa era o Messias foi morto; para no ano 70,
Jerusalém ser destruída pelo general romano Tito.
Quando colhemos tal luz do Velho Testamento, sentimos lástima pelas
pessoas que nos criticam por darmos muita importância ao estudo dessas
velhas escrituras. Como se qualquer testamento, seja o Novo seja o velho,
pudesse ser mais importante que o outro, quando na verdade eles se
completam, valorizam-se mutuamente, complementam-se e formam um só
corpo. Assim deverá ser em relação a qualquer outro testamento que Deus
houver por bem revelar, como o Livro de Mórmon e outras escrituras que
certamente serão dadas a conhecer no futuro.
Quem deixar de reconhecer qualquer delas, ficará com o entendimento
obliterado pela descrença.
Agora façamos nossa oração, companheiro.
__________________
O CONTATO 2
O RABINO JUDEU: Caros jovens, muito aprecio a dedicação que vejo em
vocês. Sei que deixam seus lares e sua terra natal, e viajam muitas vezes para
países distantes; que falam línguas muito diferentes das de vocês. Entretanto,
vejo que pregam sua mensagem no idioma daqueles que visitam.
Mas quanto a mim, um rabino judeu, que mensagem vocês poderiam trazer
que eu pudesse aceitar? Sei que pregam Jesus Cristo, como sendo o Messias
esperado pelos judeus. Acontece que nossa escola, nossos mestres, nossa
tradição; tudo nos ensina que ele não foi o Messias que nosso povo esperava
e continua esperando. Ele não libertou o povo judeu do tacão dos gentios.
Vejam a história secular, e tudo o que ocorreu ao nosso povo depois daquilo
que vocês chamam o ministério de Jesus. Tudo isso nos dá provas de que
nosso Libertador ainda não veio.
MISSIONÁRIO: Podemos concordar plenamente com o Sr., quando diz que
não houve libertação para o povo judeu, e que ele sofreu enormemente em
todos os lugares por onde foi dispersado.
Mas isso não pode ser usado apenas para concluir que o Libertador não tenha
vindo. Há outra possível conclusão que tem o mesmo peso: - A de que o
Messias tenha de fato vindo, mas que tenha sido rejeitado por seu povo, e que
o resultado dessa rejeição tenha sido a dispersão e a escravidão.
Essa rejeição está consubstanciada nos profetas do Velho Testamento.
Profecias indisputáveis dão testemunho de que o povo judeu não reconheceria
o Messias quando nascesse entre eles; que o prenderia e num iníquo
:
julgamento condená-lo-ia e crucificaria.
Não vemos razão para deixarmos de dar o mesmo peso às duas conclusões, e
examinar com isenção de ânimo as duas possibilidades. As tradições
simplesmente não têm peso, se não forem capazes de enfrentar a justiça e a
verdade. Ademais, por que será tão difícil aos mestres judeus aceitar que seus
antepassados tenham rejeitado o Messias?
Não foram os antecessores desses mesmos antepassados que continuamente
rejeitaram a Jeová, enquanto a eles manifestava-se dos céus?
Se fizeram isso com seu Deus enquanto Ele Se lhes manifestava desde os
céus, quão mais fácil seria rejeitá-lo quando lhes aparecesse na carne, no
cotidiano, falando-lhes como um homem fala a outro homem!
EFETIVAMENTE JESUS É JEOVÁ!
O RABINO: Até que vocês se estavam saindo muito bem. Honestamente devo
admitir que as duas conclusões poderiam ter o mesmo peso. Mas vejam só o
que acabam agora de dizer! É ofensivo à dignidade de Jeová dizer que Ele
desceu à carne na pessoa de Jesus. Para mim isto é blasfêmia, torna nossos
pontos de vista irreconciliáveis.
MISSIONÁRIO: Senhor, podemos provar pelo Velho Testamento que não
somos os primeiros a declarar essas coisas. Pessoas muito mais importantes
já o fizeram, e com palavras mais poderosas do que as nossas. Elas eram da
vossa própria raça e comungavam da confiança de Jeová - seus profetas ao
povo de Israel. Veja as palavras de um dos seus grandes:
"Que aqueles dentre vós que temem o Senhor ouçam a voz do seu Servo"
(Isaias 50:10) "0 Justo, meu Servo, justificará a muitos homens, e tomará
sobre si suas iniqüidades." ( Isaias 53:11)
"Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que escolhi: para
que vós possais saber e crer em mim, e compreender que Eu sou ele:"
"...Eu sou o Senhor, além de mim não há outro salvador."
(Isaias 43:10,11)
Perguntamos agora ao Sr., quem eram os servos aqui referidos por Isaias, e
também quem era o Servo? Quem falou estas palavras pela boca do profeta?
- Foi o Senhor Jeová quem falou-as por meio de Isaías, não há outra resposta!
Quem Ele disse que era o Servo?
- Ele disse que era Ele mesmo, e que além Dele não haveria outro salvador.
Quem eram os servos que Ele escolheu para suas testemunhas entre as
nações?
- Eram vocês caro rabino, era o povo de Israel.
O que aconteceu com o Servo de Jeová? (agora sabemos Quem era assim
referido)
:
O que aconteceu com os servos de Jeová? (os israelitas) .
- Em Isaías 65, o Senhor diz o que aconteceu com os servos, e em 48:18-20
diz o que teria acontecido a eles se houvessem sido obedientes.
Quanto ao Servo, a luz das nações, esse sim, foi na terra o que já era nos
céus. Seu propósito é erguer um povo justo e que, com Ele, possa ser
reconhecido como a luz das nações. Certamente Ele o conseguirá no devido
tempo, porque é Deus, e disso dá testemunho em Isaías 49.
Os servos, podem, desde agora ou desde antes, ser considerados a luz das
nações?
- Como poderiam sê-lo, antes de se arrependerem do que fizeram ao Servo de
Jeová?
O RABINO: Vejo que vocês são muito hábeis na manipulação de palavras, e
pressinto que conhecem muito bem nossa posição a respeito desse assunto
em particular.
Sabem que nossa escola nos ensinou que tanto a palavra Servo quanto a
palavra servos referem-se ao povo de Israel; que toda a descrição dos
sofrimentos do Servo aplica-se ao povo israelita de forma metafórica ou
simbólica?
MISSIONÁRIO: Tão hábeis quanto nós na manipulação de palavras foram os
mestres judeus que formaram essa escola de interpretação, ou melhor
dizendo, de deturpação das palavras de Isaias sobre o papel verdadeiro do
Servo no Plano de Salvação.
Mas acontece que o Senhor é infinitamente mais hábil e cauteloso ao colocar
suas palavras. Ele sabe que é preciso cercar a oposição de todos os lados,
pela causa dos justos entre todos nós.
Veja, caro rabino, o que Ele diz em Isaías 40: 5,6:
Ele diz que preparou o Servo para trazer de volta Jacó e reunir para Ele Israel.
E mais: Que não era suficiente que o Servo fosse enviado para restaurar as
tribos de Jacó e reconduzir os fugitivos de Israel, mas para Dele (o Servo)
fazer a luz das nações, para propagar a salvação até aos confins do mundo.
E mais caro Rabino: Em Isaías 42:18,25, Jeová diz que o povo de Israel é
surdo e cego, a não ser o Servo. Como vê, estão aí discriminadas as palavras
e seu objetivo referencial, de maneira indisputável. É apenas uma questão de
escolher entre duas escolas "manipuladoras" de palavras, a vossa e a nossa.
Mas nunca esquecendo de consultar ao Senhor Jeová qual a Sua própria
colocação.
O RABINO: Afinal, o que vocês pretendem? Converter os rabinos, fazer uma
revolução entre nosso povo? E nossa história, e nossa tradição; nossas lutas e
sofrimentos seculares no exílio e na diáspora? Pretendem vocês que
:
esqueçamos a fidelidade a nossos ancestrais? Quererá um grupo de jovens
como vocês quebrar o sistema milenar do judaísmo?
MISSIONÁRIO: Prezado Sr., se tivéssemos a pretensão de converter os
rabinos, teríamos antes a de converter o povo judeu.
Aliás, a boa palavra não é converter, mas sim convencer; porque o poder de
converter é tarefa do Espírito de Deus, quando o coração humano o consente.
É o Senhor Jeová quem diz, e nós acreditamos, que o judeu é um povo de
dura cerviz (orgulhoso) e rebelde desde o nascimento, Isaías, 48: 4,8. Não
obstante, por razões preexistentes, o Senhor os assumiu como seu primeiro
povo do convênio.
É tanto dos antigos quanto dos modernos israelitas que Ele fala em Isaías 5: 7:
"A vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são
a planta de sua predileção. Esperei deles a prática da justiça, e eis o sangue
derramado, esperei a retidão, e eis os gritos de socorro."
Ora, caro Sr., essa decepção do Senhor não é só com Judá - hoje,
gradualmente sendo reunida no Estado de Israel. É também com Israel, o
Reino das onze tribos, iniciado sob Jeroboão, o qual, depois do cativeiro e
dispersão, miscigenou-se e veio a constituir as nações da cristandade
moderna ocidental e os povos asiáticos em geral; enfim, podemos considerar,
excetuado entre os povos pagãos, Israel está em todo o mundo moderno.
Com essa visão abrangente, podemos agora ler o primeiro capítulo do Livro de
Isaías, e examinar como o Senhor nos vê na atualidade. Quem sabe talvez,
ainda tenhamos que ler os capítulos dois e três, para vermos quão longe estão
Judá e Israel da conversão? Falando coletivamente e não individualmente.
Porque algumas conversões individuais são esperadas pelo Senhor, pois, é
Ele quem diz que vai recolher suas jóias entre esse povo.
Prezado Senhor, é atras dessas jóias que o Senhor nos mandou esquadrinhar
o mundo, pela última vez, antes de sua segunda vinda.
Não temos nada contra, se o Sr. for uma delas. Mas temos plena consciência
de que apenas uns poucos aceitarão nossa missão, como sendo a única
verdadeiramente autorizada pelo Senhor, para reunir o povo de Israel (aqui,
incluindo também Judá). Afinal, por que seria o mundo devastado nos últimos
dias, senão pela rejeição do seu Deus?
Se o Sr. tiver alguma dúvida quanto a isso, leia o capítulo 24 de Isaías para
certificar-se de que novamente Judá e Israel estão rejeitando seu Deus ou não
haveria razão para tão terrível juízo universal.
O SHABAT É UM MANDAMENTO PERPÉTUO
O RABINO: Meus caros jovens, afinal quem é o rabino, eu ou vocês? Nós
aprendemos de Jeová os rituais da lei mosaica e os praticamos com o melhor
:
de nosso entendimento, nós praticamos sim, a verdadeira religião herdada de
nossos pais. Portanto, por que nosso Deus nos desaprovaria?
MISSIONÁRIO: Admitimos que, até determinado tempo, isso foi requerido.
Vossos pais praticaram a religião dos rituais que Deus deu a Moisés, e nisso
estavam certos. Mas Deus estabelecera um tempo para esses rituais serem
dados como cumpridos, e substituídos por uma Lei Maior. Jeová revelou ser
Ele mesmo o Servo, que viria entre os homens, para trazer as nações a
verdadeira religião, veja o capítulo 42 de Isaías até o versículo 4.
É possível praticar a religião verdadeira, se rejeitarmos Aquele enviado para
ensiná-1a? Seria correto da parte de Deus, derramar sobre o mundo um
castigo universal sem haver antes dado aos homens a oportunidade para
aceitá-1a ou rejeitá-1a? Por que o castigo universal é dado como certo pela
revelação de Deus?
A resposta é óbvia: Ele será rejeitado, quando enviar seus servos autorizados
pela última vez. E não é a cristandade moderna que tem autoridade para
avisar aos judeus; pois eles são a semente do reino de Israel disperso e
miscigenado entre as nações dos gentios. Portanto, o chamado tem que vir do
alto, por nova revelação de Deus, dirigida aos descendentes dos dois reinos,
Judá e Israel, pois ambos continuam em falta diante do Senhor. A dura cerviz,
declarada por Isaias, não é só com referência a Judá, refere-se aos gentios
também, os quais contêm a semente de Israel e, por isso, são chamados ao
convênio eterno da mesma forma que os judeus. Os que aceitarem o
chamado, serão um só rebanho, conduzidos por um só pastor.
O RABINO: O cristianismo que conheço revela-se como uma religião
romântica e nada prática. O contrário do judaísmo, que obedece a rituais
estritos. Além de caracterizar-se dentre os povos da diáspora, pela
observância do Sabat no sétimo dia, como ordenou Jeová para observância
perpétua. Como poderíamos aceitar qualquer religião que venha a contrariar
um mandamento tão claro como esse?
MISSIONÁRIO: Devemos admitir que esta é uma questão difícil, o foi no
passado e é mais ainda no presente. Mas tentaremos demonstrar ao caro
rabino, que nossas razões não são tão fúteis quanto podem parecer aos
judeus. Naturalmente, temos consciência de que só deveremos usar o velho
Testamento, o que nos dificultará um pouco a tarefa.
Vamos começar por Êxodo 12: 14,16. Nesses versículos, o Senhor ordena que
os judeus tenham uma santa assembléia, tanto no primeiro quanto no sétimo
dia, e que durante esses dias não se fará trabalho algum. O primeiro dia é o
domingo e o sétimo o sábado. Ele disse aos Israelitas que naquele dia tiraria o
povo do Egito, seria a festa dos ázimos, Eles deveriam guardar aquele dia de
:
geração em geração, como instituição perpétua.
Observa o caro rabino, o caráter sagrado que Deus deu a ambos os dias?
Agora, vejamos o significado hebraico da palavra shabbath: dia de descanso.
Ora, qualquer dia da semana poderia ser designado para ser o shabbath. A
palavra, embora seja parecida, não significa o nosso sétimo dia da semana. O
shabbath é uma instituição perpétua, porque comemora os grandes feitos de
Jeová em beneficio dos homens: de Adão ao Êxodo, o shabbath foi
comemorado no sétimo dia, para marcar que Jeová descansou dos seus
trabalhos da Criação no sétimo dia; do Êxodo até a ressurreição de Jeová, (o
Servo, o Messias ou o Cristo), o shabbath permaneceu sendo comemorado no
sétimo dia.
Jeová, porém, já tinha em mente mudá-lo para o primeiro dia, e deu sinal disso
de duas maneiras. A primeira, quando em Êxodo 12 deu, juntamente com o
sétimo, o mandamento de ter uma santa assembléia tanto no primeiro dia
quanto no sétimo. Ambos os dias eram um símbolo, nas suas comemorações
do Êxodo, dos dias da semana que seriam determinados para o shabbath. O
segundo sinal foi dado pela palavra de Oséias, quando declarou que o Senhor
faria cessar (para os judeus) suas festas, suas luas novas, seus sábados e
todas as suas solenidades, (Oséias 2:13)
As luas novas continuariam a aparecer no céu para sempre, o que deveria
cessar, portanto, era a contagem dos meses pela lua nova, os meses lunares,
ordenados aos judeus no Êxodo. Da mesma forma, os sábados (os sétimos
dias das semanas) continuariam a se suceder para sempre; o que o Senhor
disse que faria e fez, foi cessar a comemoração do shabbath no sábado; para
passá-lo ao primeiro dia, comemorando o êxodo da escravidão da morte (física
e espiritual) para toda a humanidade. Êxodo esse, muito maior e significativo
do que simplesmente aquele êxodo menor de libertação física do cativeiro
egípcio, para um povo restrito. O Sabat continuou e continuará a ser
perpetuamente observado ... só o que mudou foi o dia da semana de sua
observação, agora, para comemoração da Salvação perpetuada por Jeová, na
figura do Servo - Jesus Cristo!
Prezado rabino, diante do verdadeiro cristianismo, é o judaísmo que nos
parece ser uma religião romântica, tão romântica quanto parece ao judaísmo o
falso cristianismo dos povos gentios modernos, vossos irmãos inconscientes
da antiga Israel dispersa.
O RABINO: Decididamente, vocês querem destruir a minha fé, onde
aprenderam essa dialética tão envolvente e capaz de confundir nossa crença e
nossa tradição? Vocês têm noção do espírito a que se estão entregando?
Aliás, não é só a fé do judaísmo que querem destruir, é também a fé no
:
cristianismo, segundo o entendo. Vocês colocaram-se numa posição contra o
mundo todo, pode o que pregam ser de Deus? Deus quer esclarecer as
pessoas, não confundi-las na sinceridade de sua fé. A obra de vocês parece-
me diabólica, já consideraram isso? Não é o que pensam de vocês várias
denominações protestantes?
A MISSÃO DOS SERVOS E A MISSÃO DO SERVO
MISSIONÁRIO: Grandes oportunidades o Sr, nos deu com essas perguntas e
afirmações tão pertinentes. Agradecemos por sua franqueza, isso é essencial,
para sabermos o que dizer a cada pessoa.
Examine o Sr. a saga dos profetas do Velho Testamento enviados ao povo de
Israel, os servos, os quais, foram os primeiros a serem chamados para
ensinar as leis de Deus ao mundo por preceito e exemplo. Cite um só entre
aqueles profetas, que tenha vindo para elogiá-los, ajude-nos a encontrar um
pelo menos.
Vieram eles para destruir o que? A justiça acreditada e praticada por eles, ou
para denunciar a idolatria e o mal praticado pelo povo e pelo mundo em geral?
Por que, então, o Servo haveria de ser enviado para ensinar aos servos a
VERDADEIRA religião, se eles já a conhecessem?
Veja o que diz o Senhor Jeová hoje aos judeus e aos "israelitas-gentios" no
mundo todo, no capítulo 58 de Isaías. Por favor, leia todo o capítulo.
Deus esteve e está hoje contra essas práticas do mundo; de que lado acha o
Sr. que deveríamos estar?
Deus sempre enviou seus profetas para lutar contra o mundo (o espírito do
mundo) mas a favor da edificação, do crescimento de tudo que é bom na fé de
Seus filhos, e da superação de tudo aquilo que não serve ou que serviu mas
passou e hoje não tem mais valia alguma.
Estamos nos entregando ao Espírito de Deus, é por isso que estamos a favor
das pessoas e contra o espírito do mundo; embora a injustiça desse mesmo
espírito qualifique-nos como citou.
Seguimos a um profeta moderno em Israel, chamado para reunir um povo
justo ao Senhor nos últimos dias.,Deus julgará o mundo pela injustiça que fizer
a nós; pois, foi Ele quem nos enviou. Veja Isaías 5: 20, 24.
Penso que respondemos plenamente a suas perguntas anteriores e que
contestamos com justiça suas afirmações acusatórias contra nós.
O RABINO: Achei meio fantasiosa sua afirmação de que os gentios de hoje,
confundem-se com a semente da Israel dispersa. Ao que me consta, as tribos
que constituíram o Reino de Israel, foram perdidas em região desconhecida do
Norte da Terra, após o cativeiro assírio. Delas não temos notícia alguma.
MISSIONÁRIO: Em parte o Sr. está certo. Porque, verdadeiramente, uma parte
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das onze tribos desapareceu em direção ao Norte da terra, e dela está
profetizado que voltará do Norte no devido tempo do Senhor.
Mas, com o grosso dessas tribos aconteceu o que já dissemos, para que Deus
pudesse vir a cumprir as promessas feitas a Abraão, de que através de sua
semente corporal e do seu sacerdócio, Ele abençoaria todas as famílias da
terra (todas as nações).
Essas mesmas bênçãos foram confirmadas sobre a cabeça de Isaque e Jacó,
com detalhes impressionantes. Leia no Velho Testamento as bênçãos dadas
por Deus a esses patriarcas, e verá a correção de nossa palavra.
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