Você está na página 1de 10

MEMORIAL DESCRITIVO

SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

1. OBJETO

O presente memorial refere-se à construção do sistema de esgotamento


sanitário do empreendimento residencial constando de 03 (três) casas residenciais e
área de lazer a serem implantadas em terreno próprio, no lote 24 da quadra 07 com
2.025,00 m2, no Loteamento Quintas do Castelo da Torre em Mata de São João –
Bahia.

2. NORMAS CONSULTADAS

Para elaboração deste projeto foram consultadas as seguintes normas:

NBR8160/99 - Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. Estabelece


as exigências e recomendações relativas ao projeto, execução, ensaio e manutenção
dos sistemas prediais de esgoto sanitário, para atenderem às exigências mínimas
quanto à higiene, segurança e conforto dos usuários, tendo em vista a qualidade destes
sistemas. 

NBR7229/92 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Esta


Norma fixa as condições exigíveis para projeto, construção e operação de sistemas de
tanques sépticos, incluindo tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado.
Tem por objetivo preservar a saúde pública e ambiental, a higiene, o conforto e a
segurança dos habitantes de áreas servidas por estes sistemas. 

NBR13969/97 - Esta Norma complementa a parte referente ao tratamento e


disposição dos efluentes de tanques sépticos da NBR 7229:1993, que contemplava
transitoriamente este assunto em seu anexo B, até a edição da presente Norma.

3. SISTEMA DE COLETA DE ESGOTO

O sistema de coleta do sistema de esgotamento sanitário será realizado com a


utilização de caixas de gordura para esgoto de cozinha e caixas de passagem
interligadas por tubulação em PVC e direcionadas para um sistema compacto de
tratamento de esgoto doméstico. O esgoto é conduzido até o equipamento onde se
processa a biodigestão anaeróbia (ausência de oxigênio), que transforma o efluente
em esgoto tratado, lodo estabilizado e biogás. O resultado de todo este processo é um
efluente não agressivo, que é devolvido ao meio ambiente, evitando a contaminação
de lagos próximos, águas subterrâneas e solo.
O sistema será constituído de duas estações compactas de tratamento de
esgoto doméstico, cada uma composta por um reator e filtro anaeróbio unificados de
fluxo ascendente com vazão de operação de 1.500L/ dia (uma para atender a casa 01 e
área gourmet e outra para as casas 02 e 03 (futura)

1
4. CAIXAS DE INSPEÇÃO, GORDURA

Serão utilizadas caixas de inspeção, gordura e sabão, conforme a NBR -8160, com as
seguintes características:

 Diâmetro interno = 60 cm, para as caixas de inspeção e de areia.


 Profundidade máxima de 1,00 m

Para as caixas de gordura e sabão serão utilizadas as caixas do tipo dupla:


 Diâmetro interno = 60 cm
 Parte submersa do septo =35cm
 Capacidade de retenção = 120 litros
 Diâmetro nominal da tubulação = 100mm

A caixa de gordura simples com cesto de limpeza será da marca Tigre.

5. BIODIGESTOR

O Biodigestor é uma Estação Compacta de Tratamento de Esgoto doméstico


composto por um Reator e Filtro anaeróbio unificados de fluxo ascendente. Possui
vazão de operação de 1.500L/ dia, atendendo variadas situação de acordo com o tipo
de aplicação (verificar a tabela 01).

Tabela 01 - Quantidade de pessoas atendidas pelos Biodigestores

2
O funcionamento do BIODIGESTOR é procedido das seguintes etapas:

1. O esgoto gerado na residência ou em outras aplicações, proveniente de


banheiros, área de serviço e cozinha, é conduzido pelo sistema predial de
esgoto sanitário até a tubulação de entrada Biodigestor.

2. O esgoto proveniente da cozinha deve primeiramente passar por uma caixa de


gordura antes de ser despejado no equipamento;

3. Ao chegar no Biodigestor, o esgoto é direcionado para o fundo do produto,


onde o tratamento acontecerá em fluxo ascendente (de baixo para cima).

4. As bactérias do processo anaeróbio ficam aderidas ao meio filtrante e digerem


a matéria orgânica presente no esgoto. O meio filtrante é formado por pedaços
de eletrodutos. Para o início do tratamento do esgoto no Biodigestor é
necessário apenas o esgoto. Não jogue nenhum outro produto químico ou
biológico dentro do Biodigestor.

5. O esgoto tratado chega a superfície e é recolhido pela calha vertedora e


conduzido para tubulação de saída.

6. Durante o processo de biodigestão da matéria orgânica do esgoto, são


liberados dois subprodutos do tratamento: O Lodo e o Biogás. a. O lodo será
depositado no fundo falso do Biodigestor e deve ser descartado a cada 6 meses
por meio de dispositivo hidrostático e depositado em um leito de secagem. b.
O biogás deve ser continuamente liberado pela instalação de uma tubulação na
saída coletora de gases. Essa tubulação deve conduzir o biogás até um ponto
superior do telhado ou em área afastada do fluxo de pessoas.

7. O descarte ou aproveitamento do efluente tratado deverá seguir os padrões


exigidos pela legislação local vigente. É de responsabilidade do consumidor
final do produto, buscar e seguir os padrões de lançamentos pertinentes.
Portanto, é necessário a orientação do responsável técnico da obra.

6. SUMIDOURO

O sumidouro é um poço sem laje de fundo que permite a penetração do efluente do


conjunto séptico no solo. Os sumidouros podem ser construídos de anéis pré-
moldados de concreto.

O diâmetro e a profundidade dos sumidouros dependem da quantidade de efluentes e


do tipo de solo. Mas não devem ter menos de 1 m de diâmetro e nem mais de 3m de
profundidade, para simplificar a construção.

Previamente deverá ser realizado teste de percolação atendendo aos critérios


estabelecidos na norma 7229/97 ABTN, para conhecer a capacidade de absorção do
terreno. A construção de um sumidouro começa pela escavação de buraco, a cerca de

3
3 m da fossa séptica e em nível um pouco mais baixo, para facilitar o escoamento dos
efluentes por gravidade.

A profundidade do buraco deve ser de 70 cm maior que a altura final do sumidouro.


Isso permite a colocação de uma camada de brita, no fundo do sumidouro, para
infiltração mais rápida no solo e de uma camada de terra, de 20cm, sobre a tampa do
sumidouro. Será construído em anéis pré-moldados de concreto.

O sumidouro deverá ser locado com afastamento de 3 vezes o diâmetro, ou no


mínimo a 3,00m do conjunto séptico, distante a 1,50m de quaisquer obstáculos, tais
como paredes, árvores, ou divisa de terreno, de acordo com o espaço ou tamanho do
terreno. O sumidouro deverá ser construído em uma escavação cilíndrica, na
profundidade e diâmetro, observando sempre a capacidade de infiltração do solo
daquela região e o número de pessoas residentes naquele domicílio.

As paredes do sumidouro deverão ser executadas com os furos dispostos radialmente,


de tal maneira que permita a infiltração do efluente da fossa séptica no terreno sem
que haja o desmoronamento das paredes do sumidouro. No caso de terrenos onde o
lençol freático estiver a uma profundidade menor que 1,50 m abaixo da cota de fundo
do sumidouro, deverão ser adotadas variações deste, seja em profundidade, diâmetros
e/ou outras soluções para infiltração de efluentes líquidos, previstas na Norma
7229/97 da ABNT.

Considerando a profundidade do nível do lençol freático com altura superior a 30m,


foi considerado a implantação do sistema digestor com disposição via sumidouro.

7. EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS

Os serviços deverão ser executados de acordo com os desenhos do projeto, relação


de materiais e as indicações e especificações do presente memorial. O executor
deverá, se necessário, manter contato com as repartições competentes, a fim de obter
as necessárias aprovações dos serviços a serem executados, bem como fazer os
pedidos de ligações e inspeções. Os serviços deverão ser executados de acordo com o
andamento da obra, devendo ser observadas as seguintes disposições:

 Os serviços deverão ser executados por operários especializados;

 Deverão ser empregadas nos serviços somente ferramentas apropriadas a cada tipo
de trabalho;

 Quando conveniente, as tubulações embutidas deverão ser montadas antes do


assentamento de alvenaria;

 As tubulações verticais, quando não embutidas, deverão ser fixadas por braçadeiras
galvanizadas, com espaçamento tal que garanta uma boa fixação;

 As interligações entre materiais diferentes deverão ser feitas usando-se somente


peças especiais para este fim;

4
 Não serão aceitas curvas forçadas nas tubulações sendo que nas mudanças de
direções serão usadas somente peças apropriadas do mesmo material, de forma a se
conseguir ângulos perfeitos;

 Durante a construção, as extremidades livres das canalizações serão vedadas


evitando-se futuras obstruções;

8. LOCAÇÃO DA OBRA

Locação da obra O sumidouro deverá ser locado dentro do terreno da casa e de forma
que a sua posição seja a mais conveniente, tendo em vista as condições de execução, a
funcionalidade da obra e o conforto do usuário.

A locação também deve levar em consideração a interação da melhoria com as demais


construções existentes, seja do usuário ou dos seus vizinhos.

O sumidouro deverá ser locado em cota inferior ao do filtro biológico, conforme o


projeto técnico e em terreno com taxa de percolação mínima de 400 min/m. Em casos
de solos de mais baixa porosidade ou terrenos com o lençol freático próximo à
superfície, principalmente naqueles locais aonde a água subterrânea é explorada para
consumo humano, consultar o corpo técnico da FUNASA.

O sumidouro não deverá ser construído caso o domicílio se encontre em logradouro


que já conte com rede de esgoto sanitário. Neste caso o ramal de esgoto do conjunto
sanitário deverá ser lançado diretamente na rede pública coletora de esgoto.

9. ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Os materiais de construção deverão ser apreciados e aprovados pela convenente antes


da sua utilização, sem prejuízo de outras fiscalizações que poderão ser efetuadas pela
FUNASA. De maneira geral os materiais deverão ser de boa qualidade e atender às
seguintes normas brasileiras da ABNT:  Blocos cerâmicos: NBR 7171, NBR 15270-
1, NBR15270-2 e NBR15270-3  Tijolo maciço cerâmico: NBR 6460, NBR 7170 e
NBR 8041  Argamassas: NBR 7214, NBR 7215, NBRNM67 e NBR 8522  Tubos e
conexões de PVC para esgoto sanitário predial: NBR 10570, NBR 7367  Cimento
Portland : NBR 5732  Agregados para concreto : NBR 7211  Fator água/cimento :
NBR 6118.

A Tubulação Deverá ser em PVC rígido, para instalações prediais de esgoto, tipo
ponta bolsa com virola para juntas elásticas. A fabricação deverá atender a norma
NBR-5688/99 da ABNT.

As Conexões Deverão obedecer as mesmas especificações dos tubos. Para a execução


das juntas elásticas de canalizações de PVC rígido, dever-se-á: 5  Limpar a bolsa do
tubo e a ponta do outro tubo das superfícies a serem encaixadas, com auxílio de
estopa comum;  Introduzir o anel de borracha no sulco da bolsa do tubo;  Aplicar

5
pasta lubrificante adequada na parte visível do anel;  Introduzir a ponta do tubo até o
fundo do anel e depois recuar aproximadamente 1 cm.

10. ESPECIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS PRÉ MOLDADAS

O modelo utilizado para a execução do sumidouro será em estrutura tubular


prémoldada em concreto. A estrutura deverá ser executada em prumo perfeito. A
estrutura será composta de no mínimo 3 anéis em concreto, sendo dois perfurados
para promover a filtração das águas no solo.

Os elementos pré-moldados deverão apresentar dimensões padronizadas, sem desvios


visíveis na forma ou dimensões. O fundo do sumidouro deverá ser de terra e sua
superfície deverá ser regularizada. Visualmente os elementos pré-moldados não
deverão apresentar trincas, quebras, superfícies irregulares, deformações e falta de
uniformidade de cor.

A qualidade final da estrutura do sumidouro dependerá substancialmente dos cuidados


a serem observados na sua execução, os quais deverão ser iniciados pela correta
locação dos anéis de concreto e do assentamento do primeiro anel.

A estrutura deverá ser executada com todo cuidado possível (nivelamento,


perpendicularidade, prumo, encaixe das juntas. A verificação do prumo deve ser
efetuada continuadamente ao longo da parede, de preferência na sua face externa. A
laje ou tampa do sumidouro pode ser feita com uma ou mais placas pré-moldadas de
concreto, ou executada no próprio local, tendo o cuidado de armar em forma de tela.

6
INSERIR MEMORIA DE CÁLCULO DE
INTERLIGAÇÃO

7
INSERIR MEMÓRIA DE CÁLCULO DA FOSSA
E SUMIDOURO

8
INSERIR MATERIAL TÉCNICO DO
BIODIGESTOR

9
INSERIR PLANTA DE INTERLIGAÇÃO DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

10

Você também pode gostar