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Unidade II
3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Quando de seu desenvolvimento, acredita-se que todo sistema de informação será para sempre.
Entretanto, todo e qualquer sistema pode sofrer intervenções do mercado, mudanças de legislação,
alterações estruturais da organização, impactos etc. Se o sistema não passar por avaliações e por uma
melhoria contínua, ele terá seu fim decretado rapidamente.
Um sistema de informação tem seu fim anunciado quando entra em desuso, desatualização ou
quando uma nova tecnologia é adquirida pela organização.
Quando mal estruturados ou mal desenvolvidos, os sistemas de gestão empresarial tentem a ter uma
vida curta e um fim natural por descrédito. Durante seu período ativo, todo sistema deve passar por:
• manutenção;
• melhorias;
• implementações;
• manutenção para atender à legislação;
• correção de eventuais erros.
Comparado ao ser humano, um sistema de informação tem um ciclo de vida com início, meio e fim,
como podemos observar na figura a seguir:
Maturidade
Implantação
Implantação Manutenção
Construção
Declínio
Concepção
Declínio
Morte
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Unidade II
Observação
• implementação: essa fase tem o sentido de otimizar processos, agregar valor, adaptar funções
ou realizar melhorias no sistema. Mesmo sendo uma fase executada com grande proximidade em
relação à primeira entrega, ela é uma etapa importante, pois garante que a real necessidade do
cliente e a transparência das informações sejam mantidas;
• maturidade: essa é a etapa de utilização total do sistema, ou seja, do atendimento completo dos
requisitos funcionais e da sedimentação do sistema. Esse é o momento de medir a satisfação do
cliente;
• declínio: ocorre quando o sistema de informação não atende mais o que se espera dele, o que
gera a impossibilidade de agregações e a insatisfação do cliente;
Observação
3.2 A metodologia
Podemos dizer que essa forma organizada permite o uso de uma ou de diversas técnicas para o
desenvolvimento do sistema de informação, permitindo, assim, a utilização da técnica que melhor
atende à necessidade de desenvolvimento.
Além disso, ela deve ser utilizada por toda a organização e não só para a área de desenvolvimento
de sistemas, pois, assim, toda a organização obterá ganhos e retorno em suas metas estimadas. A
metodologia deve ser discutida, detalhada e sempre revisitada, revisada, atualizada e complementada
na medida do desenvolvimento solicitado.
Como premissa de metodologia, temos a modularidade, que se divide num sistema complexo de
módulos menores gerenciáveis individualmente, já que, dessa forma, o sistema tem o poder de ser
decomposto em um conjunto de módulos coesos e fortemente ligados, o que facilita sua compreensão.
É importante saber que não se desenvolve um sistema de forma metodológica sem a modularidade.
Todo desenvolvimento precisa de uma ordem e de um padrão a serem seguidos. Por isso, a metodologia
também é uma premissa importante no desenvolvimento de sistemas.
A resposta é que todo e qualquer projeto ou sistema deve ser arquitetado segundo uma metodologia
estruturada, moderna e que ofereça principalmente uma documentação completa e de qualidade.
Observando o ciclo de vida de um sistema de informação, podemos dizer que as fases da metodologia
de desenvolvimento seguem as etapas do ciclo de vida humano. No entanto, essas etapas não funcionam
necessariamente como ciclo de vida porque na metodologia de desenvolvimento o processo possui um
dinamismo muito maior.
Observação
• estudo preliminar;
• projeto lógico;
• projeto físico;
• projeto de implantação.
Projeto de Estudo
implantação preliminar
Projeto
lógico
Figura 23
Dentro de cada fase da metodologia de desenvolvimento, existem atividades que funcionam como
um guia de utilização. Essas fases são denominadas subfases do desenvolvimento de sistemas e são
ajustadas conforme o valor, o tipo, a estrutura e a realidade da organização.
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Ao discorrermos sobre cada uma das fases, descreveremos também suas subfases e os produtos
gerados por elas.
O estudo preliminar tem por objetivo compreender a necessidade e a estrutura do sistema a partir de
suas origens e envolvidos, valendo-se de uma visão global e genérica e concebendo um protótipo com a
primeira definição dos requisitos funcionais desejados, objetivos, abrangências, integrações, limitações,
impactos e áreas englobadas.
• Equipe:
• Diretrizes e necessidades:
— planejar as atividades das subfases; rever a metodologia; se necessário, elaborar uma forma de
trabalho para o projeto; reunir os formulários do projeto; definir as datas previstas e os recursos
necessários para atendê-la; definir as atribuições de cada pessoa na equipe, ou seja, o papel e
as responsabilidades de cada um; e, caso necessário, realizar o treinamento aos envolvidos;
— realizar o levantamento das necessidades que o projeto pretende atender para satisfazer o
cliente e também elencar os requisitos de forma preliminar;
• Requisitos funcionais:
— delimitar a abrangência do projeto, ou seja, especificar suas fronteiras, pois isso permite que o
projeto seja atendido de forma correta sem que haja perda de tempo e de dinheiro e desgaste
da equipe. Nessa delimitação, para se ter um escopo bem definido, devem-se observar também
os sistemas interligados ou que terão comunicação no futuro e as áreas da organização que
serão envolvidas;
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Unidade II
— elencar as possíveis limitações do projeto, tais como fatores ambientais, de mercado, financeiros,
culturais, de recursos humanos, materiais e tecnológicos;
— para melhor compreensão dos envolvidos, deve-se criar um dicionário de dados ou um glossário
com todos os termos utilizados, pois podemos adicionar a ele termos técnicos e conceitos
do negócio da organização, fazendo com que, assim, todos os envolvidos entendam qual o
assunto em questão;
Observação
• Estratégia de análise:
— rever a metodologia utilizada, definir papéis e responsabilidades e elaborar uma forma única de
trabalho para cada projeto, o que é uma maneira de personalizar e garantir qualidade. Vale a seguinte
observação nesse ponto: mesmo o projeto sendo único, é interessante ter uma base de dados com
as lições aprendidas durante sua execução, pois são essas lições que servirão de base para projetos
futuros. Esse é o momento também de analisar o sistema atual e, com isso, encontrar seus pontos
fracos, que merecem atenção, e seus pontos fortes, que podem ser reutilizados;
— rever o cronograma proposto e concluir sua elaboração com o envolvimento de toda a equipe.
• Estudo preliminar:
Essa fase é útil para o conhecimento do ambiente e do produto a partir da utilização de uma
visão global do atual sistema, relatando os requisitos funcionais atuais e observando suas vantagens e
desvantagens por meio do levantamento de dados e organização das informações.
• Estudo do ambiente:
— levantar os sistemas existentes na organização e suas ligações com o sistema pretendido por ela;
— procurar saber quais departamentos farão parte do projeto e qual o envolvimento dessas áreas
com o novo sistema e com os sistemas atuais;
— determinar a abrangência do novo sistema, ou seja, quais as fronteiras que ele pode atingir,
contando sempre com a ajuda dos envolvidos e deixando claro ao cliente que essa abrangência
não envolve atualizações no sistema atual;
Observação
— entender os pontos fortes e fracos, pois desse modo poderemos identificar fatores positivos do
sistema atual e, com isso, otimizar o desenvolvimento do novo projeto;
— anotar todas as sugestões do cliente, pois elas poderão ter utilidade no futuro.
— por meio da identificação das rotinas e dos processos existentes na organização, é possível
estabelecer quais serão as prioridades do novo projeto e, com isso, se ele terá divisões;
— fazer uma análise de viabilidade para a elaboração do projeto lógico, contendo custo total do
projeto e seus benefícios, sejam eles viáveis ou inviáveis;
— rever a metodologia a ser adotada, a equipe e como os recursos serão utilizados, lembrando
dos treinamentos e da capacitação para que toda a equipe atenda à necessidade do cliente de
forma clara, concisa e, principalmente, com qualidade;
— elaborar um documento com o parecer do cliente contendo a avaliação deste e da equipe sobre
a produtividade, a qualidade e o foco nos objetivos do projeto;
— arquivar de forma segura toda a documentação do projeto juntamente com papéis de trabalho
e estudos de caso e viabilidade na pasta eletrônica e física do projeto;
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
— realizar mais uma revisão da fase anterior para verificar a necessidade de ajustes, correções e
melhorias;
Nessa fase, define-se o que o sistema fará. É nela que uma macroproposta de solução é confeccionada,
os requisitos funcionais reais são definidos e o detalhamento da lógica ideal do projeto é desenhado.
Além disso, é nesse ponto que se conhecem o ambiente e o produto existentes.
— revisitar novamente a análise do sistema atual, incluindo o estudo preliminar, com o objetivo
de constatar que não há nenhum ajuste a ser realizado e, caso exista, implementá-lo.
Lembrete
Para que tantas revisões? Em cada nova fase se fala de uma revisão, e
isso parece cansativo para o projeto. Entretanto, é uma etapa importante
dentro das fases, pois, se conseguirmos constatar falhas e corrigi-las antes
da conclusão do projeto, poderemos apresentá-lo com qualidade e em
conformidade com as necessidades do cliente.
• Definir a macroproposta:
— elencar as alternativas a serem propostas ao cliente. Essas alternativas devem abranger desde o
desenvolvimento interno até a proposta de desenvolvimento externo (terceirização, compra de
pacotes, entre outros). Para cada alternativa, devem-se sempre apresentar dados importantes
de custo-benefício, como valor, prazo, qualidade e o que a organização terá de melhorias com
a utilização dessa ferramenta ou software;
— adotar a solução que acredita-se ser a mais correta, com base no estudo de viabilidade realizado
sobre as macropropostas apresentadas e demais estudos.
Observação
Quando se realiza um estudo de viabilidade, devem ser levados em
conta fatores econômicos, técnicos, mercadológicos, de segurança,
comportamentais, legais e operacionais, além do prazo e do custo.
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Unidade II
• Descrever a lógica:
— desenhar os documentos que serão utilizados pela organização. Esses documentos são
chamados de documentos de entrada e documentos de saída e são formados por layouts
de telas, formulários e relatórios, contemplando tamanho, formato, estilo de letra e outros
detalhes;
— analisar e detalhar a forma de integração com outros sistemas e/ou projetos, se houver.
— ainda estamos dentro do projeto lógico, mas não podemos deixar passar o momento para
realizar o planejamento do projeto físico, pois, na maioria das vezes, as fases de um projeto se
misturam para que todas sejam cumpridas dentro do prazo;
— realizar um estudo e definir qual tecnologia o novo sistema utilizará, sendo elas hardware,
sistema operacional, software e aplicativos, entre outros que se fizerem necessários;
— rever os impactos que o novo sistema causará na organização, como os impactos cultural,
financeiro, filosófico, político, administrativo, ambiental, comportamental, de recursos
humanos, de processos operacionais etc.;
— realizar uma análise dos requisitos logísticos para o desenvolvimento do projeto e verificar as
instalações e a infraestrutura necessárias a ele. Com base nessas informações, montar o plano
logístico para atender a essas necessidades;
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
— elaborar um documento que será apresentado à equipe para que haja concordância no que está
sendo realizado. Esse documento deve ser datado e nele deve haver as assinaturas de todos os
envolvidos da equipe para validar e ratificar o projeto. Além disso, esse documento pode ser
chamado de termo de compromisso, termo de concordância ou termo de formalização;
— após a elaboração e a assinatura do documento, ele deve ser apresentado em reunião formal
ao patrocinador do projeto, ao gestor da empresa e aos demais envolvidos para a aprovação
formal.
No projeto físico, define-se como o sistema fará o que se propõe a fazer, como será sua execução,
como se dará a confecção de seus respectivos subsistemas e como será a configuração do layout de
entrada e saída. Essa etapa é elaborada para que se obtenha uma visão sistêmica do ponto de vista físico
e de segurança dos resultados.
Observação
No início de cada nova fase, é importante fazer a revisão da fase anterior,
pois, com esse procedimento, pode-se encontrar algum ponto que precisa
ser melhorado e, com isso, a fase em questão terá um rendimento melhor.
— realizar uma nova revisão no projeto lógico, incluindo nela um estudo preliminar e a análise do
sistema atual, visando a ajustes ou correções.
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Unidade II
— finalizar o dicionário de dados já iniciado em fases anteriores, fazendo um refino nas informações
e ajustando-o e complementando-o quando necessário;
— elaborar o modelo de dados com desenhos e diagramas, visando ajustar o banco de dados e
eliminar os procedimentos do sistema que não serão mais utilizados;
• Padronizar a arquitetura:
— definir os arquivos de depósito de dados e transformá-los em arquivos físicos que possam ser
acessados por outros sistemas;
— a segurança também faz parte do projeto e ela é muito importante. Assim, esse é o momento
de definir o plano de segurança das informações, controle de acesso, sistema de backup, cópias
de segurança e um plano de recuperação.
• Desenvolver o sistema:
— concluir a definição do layout das telas de entrada e saída de dados, sempre seguindo a
linguagem que foi previamente definida e a tecnologia escolhida;
• Conclusão do sistema:
— a fase de teste, muitas vezes considerada desimportante pelas empresas por poder fazer
com que o projeto tenha retrabalho devido a falhas e possíveis correções, é uma fase que
evita o desgaste com o cliente e garante que o projeto seja entregue com qualidade. Nessa
fase, elabora-se o plano de teste contendo todas as telas que serão testadas e cada teste que
será executado, com tempo de execução e formato, entre outros. Os módulos, programas e
componentes devem ser testados de forma isolada e integrada para garantir as funcionalidade
e a integração entre todo o sistema;
— complementar a documentação que vinha sendo gerada desde o início do projeto e organizá-
la na pasta do projeto. Nessa documentação devem constar os manuais do sistema para o
usuário final, o manual de negócio e o manual técnico.
— montar um plano de conversão de dados para que não se percam informações importantes
existentes em outros sistemas na hora da migração. Elaborar também um plano de recuperação
e armazenamento dos dados.
— elaborar um documento que será apresentado à equipe para a concordância do que está sendo
realizado. Esse documento deve ser datado e ter as assinaturas de todos os envolvidos da equipe,
validando e concordando com o projeto. Ele pode ser chamado de termo de compromisso,
termo de concordância ou termo de formalização;
— após a elaboração e assinatura do documento, ele deve ser apresentado em reunião formal ao
patrocinador do projeto, ao gestor da empresa e aos demais envolvidos para aprovação formal.
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Unidade II
— revisitar novamente o projeto físico, incluindo o estudo preliminar, a análise do sistema atual
e o projeto lógico, com o objetivo de constar que não há nenhum ajuste a ser realizado e, caso
exista, implementá-lo.
— para que toda a implantação funcione como esperado, é necessário que toda a equipe saiba
usar o novo sistema. Para isso, é necessária a especialização ou o treinamento dos usuários no
sistema que irão utilizar. Essa é a fase em que essa capacitação deve ser concluída, para que a
implantação possa ser finalizada e a entrega do sistema ao cliente, concluída.
• Concluir o sistema:
— fase muitas vezes crítica no projeto, pois precisamos praticar o desapego (brincadeira). No
entanto, sempre existe a rotina de se ter aquele projeto, trabalhar nele e, quando ele acaba, o
que fazer? Falei em tom de brincadeira que devemos nos desapegar do projeto, mas isso ocorre
exatamente em razão de as pessoas não quererem terminar o projeto para que possam ficar
junto dele, que é tratado como um filho por alguns;
— momento de melhorar a massa de dados e refinar os testes, que devem ser realizados com
intensidade para que os erros encontrados possam ser corrigidos;
• Pós-implantação:
• Finalizar o projeto:
— realizar a avaliação final do projeto, se ele está em conformidade com todos os requisitos
funcionais solicitados e se a qualidade implantada atende ao acordado;
— realizar a última reunião do projeto com todos os stakeholders (envolvidos), sendo eles
patrocinador, cliente, responsável por parte do cliente, responsável pela equipe do projeto,
gestor do projeto, gerente do projeto e toda a equipe envolvida. Nessa reunião, deve ser
apresentado um parecer de como foi o projeto. É interessante apresentar os pontos fortes e
fracos do projeto, sempre indicando que o projeto foi bem-sucedido e que houve o ganho em
aprendizado com os pontos fracos encontrados;
— após essa apresentação, o parecer final do projeto deve ser assinado por todos de maneira
formal, pois esse documento completa e conclui a pasta do projeto em questão.
Artefatos são produtos gerados nas fases de desenvolvimento. Esses produtos podem ser desde
protótipos de tela, o sistema em si, a documentação do projeto etc.
• atas de reunião;
• levantamento preliminar;
• dicionário de dados;
• análise de custos;
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• termos utilizados;
• plano do projeto.
• funções do sistema;
• documentos de análise;
• desenhos;
• descrições narrativas;
• desenho do processo;
• programas;
• procedimentos;
• arquivos físicos;
• modelos de dados;
• resultado de testes;
Hora de elaborar o plano real entre usuário com características reais de qualidade, produtividade e
continuidade:
• plano de implantação;
• manual técnico;
• manual operacional;
• manual de negócios;
Vale lembrar que para cada subfase foram gerados ainda cronogramas, termos de aceite e diversos
documentos que não foram citados, pois não são considerados documentos de entrega e sim documentos
de trabalho. Mesmo assim, todos os documentos têm igual importância ao projeto.
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Unidade II
Os modelos descritos a seguir são exemplos que podem ser utilizados em diversos projetos como
documentação complementar ou principal. Vale lembrar que, por serem modelos, podem ser modificados
de acordo com a necessidade de cada projeto. Utilize-os como base de apoio.
Em todos eles deve haver um cabeçalho contendo o título ou nome do projeto, a data de seu início
e os nomes dos responsáveis por ele nos cargos/atribuições de gerente, patrocinador e cliente.
Observe a seguir um modelo de termo de abertura com os itens que devem constar no projeto:
• demanda: descrever por que o projeto está sendo realizado e qual é sua justificativa e alinhamento
estratégico;
• escopo: apontar o que é e o que não é escopo do projeto e descrever sucintamente os subprodutos
que serão e que não serão entregues;
• interfaces com projetos existentes: mencionar outros projetos que possam interferir de alguma
forma no desenvolvimento do projeto em questão;
• prazo estimado para a conclusão do projeto: definir uma estimativa de prazo para a entrega
do trabalho;
• orçamento estimado para a conclusão do projeto: definir uma estimativa de custo para a
entrega do trabalho;
• premissas: mencionar os fatores que, para fins de planejamento, serão considerados verdadeiros;
• gerente do projeto: indicar o gerente do projeto, suas principais atribuições e seu nível de
autoridade.
Esse documento deve ser datado e concluído com as assinaturas da alta direção e do patrocinador.
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Figura 24
Observação
• Aspectos gerais:
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Unidade II
— inserir o procedimento para coletar requisitos (reuniões com clientes, avaliação de documentos
e informações, contratação de consultoria, investigação e visitas in loco) e definir e detalhar os
requisitos (reuniões com cliente, usuários etc.);
— descrever o processo a ser seguido para definir, detalhar e controlar o escopo (fluxograma);
— descrever como será feito o controle dos itens, relacionando a forma de armazenamento, o
acesso, o registro de alterações e a identificação das versões.
— relacionar os itens passíveis de mudanças, que serão controlados, e indicar os responsáveis por
sua atualização. O documento deve ser datado e concluído com as assinaturas do gerente de
projetos, do cliente e do patrocinador.
• Resumo do projeto:
— descrever a situação que gerou a necessidade do projeto, o motivo pelo qual ele foi iniciado, as
expectativas frente a seus resultados e possíveis soluções;
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
• Metas do projeto: as metas do projeto são atividades que devem ser concluídas para que os
objetivos do projeto sejam atingidos. Ao descrever uma meta, certifique-se de que ela seja clara e
bem definida. A seguir, um modelo de metas smart:
— específica: é clara e concisa, para que as pessoas entendam exatamente o que você pretende atingir;
— mensurável: as metas precisam ser medidas e verificadas, ou seja, deve ser possível determinar
se a meta foi atingida ou não;
— acordada: as metas devem ser acordadas entre os stakeholders de modo a garantir que todos
estão trabalhando na mesma direção;
— realista: obviamente, as metas devem ser realistas, elas não podem ser inatingíveis;
— tempo limitado: toda meta deve ter um prazo para ser atingida/concluída.
• Exclusões de escopo:
— é importante que seja definido e registrado no documento o que não faz parte do projeto.
• Funções e responsabilidades:
Esse documento deve ser datado e concluído com as assinaturas do gerente do projeto, do cliente e
do patrocinador.
• montagem do plano: descrever como serão feitas as estimativas de recursos e de tempo das
atividades para se chegar ao cronograma (opinião de especialistas, informações históricas etc.),
descrever como será controlado o cronograma, quais atividades poderão ser adiantadas ou
atrasadas, quais as restrições de tempo, como será o gerenciamento do caminho crítico etc.;
O documento deve ser datado e concluído com as assinaturas do gerente do projeto, do cliente e do
patrocinador.
• estimativa de custos: elaborar uma planilha de estimativa dos custos dos materiais, recursos e
pessoas, entre outros;
O documento deve ser datado e concluído com as assinaturas do gerente do projeto, do cliente e do
patrocinador.
Um plano para recursos humanos visa descrever de forma clara e objetiva a quantidade de recursos
humanos necessários em cada especialidade para que o projeto seja realizado.
Ele deve conter informações que justifiquem a necessidade de contratação e informações sobre o
tipo de contratação (CLT, temporários ou PJ). Além disso, esse plano deve descrever a quantidade de
profissionais e as qualificações exigidas e incluir o tempo estimado de trabalho a ser realizado.
O modelo de plano para gerenciamento de riscos descreve os aspectos gerais do gerenciamento dos
riscos, ou seja, como estes serão identificados, qualificados e quantificados. Além disso, esse modelo
permite planejar uma resposta aos riscos.
Nesse plano, devem constar os aspectos gerais do gerenciamento das aquisições, com a descrição
detalhada dos itens que deverão ser comprados e de que forma a compra será realizada.
Observação
As lições aprendidas são importantes para o projeto, pois é a partir desse histórico que os novos
projetos ganham agilidade e menos problemas ou até mesmo ganham uma solução mais rápida nos
casos em que o problema foi inevitável.
Como base, há algumas perguntas que podem ser utilizadas para o levantamento das lições
aprendidas. Essas perguntas são apenas sugestões, pois em cada organização e projeto elas podem ser
melhoradas e acrescidas de informações pertinentes ao negócio.
Assim, no final do projeto, em uma reunião com todos os envolvidos, é possível fazer os seguintes
apontamentos:
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Unidade II
• Cite três itens que, em sua opinião, mais contribuíram para que o projeto obtenha sucesso.
• Em sua opinião, quais os três itens que contribuíram para que o projeto falhasse e o que pode ser
feito para evitar isso nos projetos futuros?
• Baseado em sua experiência no projeto, quais seriam as três recomendações que você faria para
o próximo time de projeto?
3.7.1 Questionário
O questionário é um instrumento que pode ser utilizado em uma entrevista presencial ou ser
entregue para ser recolhido posteriormente. Com base em suas informações, pode-se tabular e gerar
um relatório completo com as informações coletadas.
• a uniformidade na mensuração;
3.7.2 Entrevista
Considerada por muitos a melhor técnica para o levantamento de dados, a entrevista é uma forma
organizada e de qualidade que contempla alguns subitens:
• Planejamento da entrevista: para que haja aproveitamento de uma entrevista, ela deve ser
previamente planejada, evitando principalmente o desperdício de tempo e de recursos. Seguem
alguns pontos importantes a serem analisados e executados quando desse planejamento:
— preparar um checklist;
— adequar a entrevista para o nível intelectual, para a formação e para a experiência do entrevistado;
— planejar um roteiro de entrevistas que seja flexível, para que seja possível haver alterações em
sua ordem;
• Técnica: algumas informações são importantes para se realizar uma entrevista produtiva e de
qualidade:
— entrevistar primeiramente o titular (diretor, gerente, chefe) para que se obtenha a confiança do
entrevistado;
— falar pouco e não emitir opinião própria sobre o assunto para não confundir o entrevistado;
• poder alterar a forma das perguntas para obter informações mais precisas ou detalhadas;
• alterar a ordem das perguntas quando essa alteração ajudar com informações precisas e valiosas;
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Unidade II
• motivar o entrevistado;
Observação
3.7.3 Seminário
O seminário pode também ser chamado de workshop ou dinâmica de grupo. Ele é uma reunião
planejada de pessoas importantes para o desenvolvimento de um sistema e/ou projeto, pessoas essas
que podem ou não ser de diversas áreas. O seminário tem por fim obter informações gerais ou específicas
sobre a empresa.
Como no caso da entrevista, o seminário deve ser previamente preparado, tendo em foco desde
a postura do mediador ou condutor até a convocação (data, horário, local) e os assuntos a serem
abordados e discutidos.
3.7.4 Pesquisa
Uma forma de verificar o que já ocorre é fazer uma averiguação física de uma atividade e/ou
processo, pois assim é possível identificar prazos, volumes, ocorrências etc. Com a pesquisa, permite-se:
3.7.5 Documentação
Todas as informações levantadas devem ser registradas, pois, dessa forma, garantimos um sistema
sustentável. Para isso, podemos utilizar as seguintes formas ou ferramentas de documentação:
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
• diagrama de objeto;
• diagramas de UML;
• fluxograma;
• organograma;
• descrição narrativa;
Lembrete
Saiba mais
Para saber mais sobre banco de dados, baixe os artigos do site Oracle
em:
ORACLE. Oracle and Big Data: transform your business with Big Data.
Acesso em: <http://www.oracle.com/us/technologies/big-data/index.
html>. Acesso em: 15 out. 2013.
Em razão da grande quantidade de informações que trafegam nas corporações, precisamos cada vez
mais de softwares rápidos e bem desenvolvidos para que, por meio deles, seja viável converter essa gama
enorme de informações desencontradas em informações úteis à organização.
Com a constante mudança no mercado e no dia a dia das organizações, é quase impossível obter um
conjunto correto e completo de requisitos de um sistema organizacional.
Uma validação disso é que, como o software demora para ser desenvolvido devido à complexidade
do processo, quando ele é entregue já está desatualizado e não atende completamente à necessidade
69
Unidade II
do cliente. Obviamente que isso não ocorre com todos os projetos, porém, se não houver uma
metodologia e uma organização cuidando dessa estrutura, esse tipo de problema pode virar uma
regra na organização.
Isso não significa que tudo o que vimos até aqui está errado. A metodologia padrão é bem desenvolvida
e é uma forma tradicional que vem sendo aplicada e melhorada constantemente. Entretanto, ela não
atende a alguns casos e, por esse motivo, existem outras formas de se realizar o mesmo processo de
levantamento e implantação de um sistema de informação. Uma dessas outras formas é a metodologia
ágil.
A metodologia ágil, por mais que tenha essa denominação, não está livre de ter regras, procedimentos
e boas práticas, pois somente assim se chega ao sucesso e a uma entrega bem-sucedida.
A cada versão, os stakeholders podem propor novos requisitos e sugerir melhorias que serão
concretizadas na próxima versão.
Dessa forma, há a possibilidade da criação de uma interação com o usuário por meio de uma tela
rápida de criação, podendo essa comunicação ser feita por figura, desenho e ícones, o que facilita a
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
conversa com o usuário final. Essa interface geralmente é desenvolvida baseada em web para navegar,
pois é um ambiente mais familiar ao usuário.
Observação
A metodologia ágil foi desenvolvida por grandes equipes que tinham dificuldades semelhantes, já
que passavam longos períodos trabalhando em um mesmo sistema. Um exemplo foi o projeto de um
sistema de controle de uma aeronave que durou mais de dez anos desde sua especificação inicial até sua
implantação. As equipes perdiam muito tempo em um projeto e muitas vezes não conseguiam atender
à necessidade do cliente devido às alterações constantes no mercado e seus reflexos do dia a dia, como
já mencionado anteriormente.
Com todo esse processo na década de 1990, um grupo de desenvolvedores insatisfeitos com as
abordagens pesadas de engenharia de software propôs uma metodologia chamada metodologia ágil.
Um dos pontos dessa metodologia é eliminar a documentação criada e não usada, já que muitos
documentos são criados e nunca usados no projeto.
A metodologia ágil tem sua existência baseada em um manifesto, que aponta as seguintes
constatações:
Com base nas afirmações do Manifesto Ágil, foram criadas formas de trabalho como o Scrum, RUP,
extreme programming e outros métodos até então não considerados.
Esses métodos são baseados em desenvolvimento e entrega incremental, porém eles propõem uma
forma diferenciada de alcançar os objetivos esperados no projeto.
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Unidade II
Nos métodos mais utilizados, ou seja, no Scrum e no extreme programming, temos fortemente
definidos os princípios da metodologia ágil, princípios esses focados no cliente, em pessoas, em
mudanças, na entrega e na simplicidade.
• cliente: o cliente tem papel fundamental no processo e deve estar totalmente envolvido nele. Ele
tem como responsabilidade fornecer e priorizar os requisitos do sistema e realizar a avaliação da
existência de suas interações;
• pessoas: cada pessoa na equipe deve encontrar e desenvolver sua maneira de trabalhar/sua
própria metodologia sem a existência de processos definidos de modo padronizado para todos.
As habilidades da equipe devem ser vistas, reconhecidas e principalmente exploradas a fim de
agregar valor aos demais membros da equipe;
• entrega: realizada em comum acordo com o cliente, funciona de forma incremental e é realizada
a cada requisito incluído;
• simplicidade: é fundamental que a simplicidade seja mantida. Sempre que possível, é realizada
uma análise da complexidade das informações para que elas possam ser simplificadas. O trabalho
é focado sempre na simplicidade do desenvolvimento do sistema e do processo de trabalho de
cada pessoa nele envolvida.
Esse modelo é sempre muito atraente aos desenvolvedores e à equipe, que podem trabalhar de
forma não tão metódica. Entretanto, existem pontos fracos e riscos na metodologia ágil. São eles:
• a ideia de envolver o cliente e fazer com que ele faça parte do projeto diretamente é
genial em qualquer metodologia de grande valia, afinal, ter por perto quem entende do
negócio trabalhando e ajudando com informações valiosas ao projeto é muito bom. Ter uma
metodologia dependente desse item é arriscado, pois se fica dependente da disposição do
cliente, que esta lá para atender à equipe do projeto sempre que pode, pois sua rotina é
conturbada e cheia de compromissos;
• muitas pessoas estão acostumadas a trabalhar sob cobranças, ou seja, elas não estão habituadas a
definir sua própria forma de trabalho e ajudar o parceiro de equipe quando este tiver dificuldades.
Por isso, deve-se atentar para esse ponto frente ao envolvimento da equipe, já que a interação
entre o grupo pode vir a ser um problema, pois somente se todos trabalharem em equipe o projeto
será bem-sucedido;
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
• se houver a existência de muitos stakeholders e cada um tiver sua prioridade, o trabalho sofrerá
com as dificuldades em definir as mudanças prioritárias de forma a não gerar conflito entre os
stakeholders e atender ao máximo todas as mudanças;
• além das pressões, prazos e cronogramas, na metodologia ágil existe ainda o fator simplificação,
o que demanda a adequação da documentação a esse fator;
• em organizações nas quais já existe um processo definido e implementado, será difícil convencer
sobre a implantação de uma metodologia ágil, na qual os processos são definidos por cada
integrante da equipe. A implantação de uma metodologia leva anos e gera um trabalho árduo de
mudança cultural de equipe em equipe da empresa, daí a resistência em aceitar um novo modelo.
Uma forma recomendada para a utilização da metodologia ágil é o cliente pagar não pelos requisitos
solicitados, mas pelo tempo de desenvolvimento. O problema desse modelo é definir um cronograma
passível de ser cumprido.
No modelo ágil, a documentação formal não existe como em outras metodologias, o que existe é
outra forma de documentar, de forma mais simples, ou seja, a forma de documentação simplificada do
método ágil não pode atrapalhar ou gerar problemas em uma manutenção a ser realizada, ela é uma
documentação e deve ser útil para tal.
Um ponto de atenção na metodologia ágil é em relação à equipe. Como não há uma consulta à
documentação e o sucesso do desenvolvimento depende do entendimento de cada pessoa da equipe
envolvida, isso poderá acarretar problemas caso haja alteração em pessoas da equipe, pois assim perde-
se perde também conhecimento.
73
Unidade II
Saiba mais
74
MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Na metodologia ágil, o projeto e a implementação são considerados foco central. Todas as outras
atividades, como levantamento de requisitos, teste e implementação, estão inseridas dentro desses
processos. Em uma abordagem comum, existe o levantamento de requisitos e sua especificação e, depois
do projeto e da implementação no modelo comum, os requisitos passam por uma série de processos
para amadurecimento antes de serem concluídos. Já na metodologia ágil, isso é feito internamente no
processo. Para exemplificar melhor, vamos elencar uma série de fatores que precisam ser revistos nas
questões técnicas, pessoais (humanas) e organizacionais para se encontrar um equilíbrio na utilização
de uma metodologia.
Observação
• Sistemas que demandam uma análise profunda anterior à implementação, como sistemas com
requisitos complexos, muito detalhados e com diversas análises, pedem a utilização de uma
metodologia comum que visa atender à demanda.
• Qual o tamanho do sistema que está sendo desenvolvido? Se o sistema tiver uma equipe pequena
e com capacidade de comunicação informal, pode ser utilizada a metodologia ágil.
• Existe tecnologia como apoio ao sistema que está sendo desenvolvido? Se o sistema de
desenvolvimento é o IDE (Integrated Development Environment), que não possui grandes
ferramentas para analise, é importante que se tenha uma documentação mais detalhada e, por
esse motivo, se utilize a metodologia comum. Entretanto, se o projeto possui boas ferramentas de
apoio, pode-se utilizar a metodologia ágil.
Solicitação de mudança
Metodologia comum
Figura 25
Engenharia Projeto e
de requisitos implementação
Metodologia ágil
Figura 26
A metodologia extreme programming (XP) é uma das mais utilizadas no método ágil de
desenvolvimento. Essa ideia surgiu com o objetivo de se ter um sistema testado ao extremo – daí a
nomenclatura XP – e, ao mesmo tempo, testado por diversos desenvolvedores com opiniões diferenciadas.
Nesse modelo, os requisitos viram cenários, que são trabalhados pelos desenvolvedores em pares. Eles
escrevem casos de teste para os códigos que serão desenvolvidos. Esse padrão tem suas características
próprias, o que difere das metodologias tradicionais, que trabalham de uma determinada forma
padronizada.
Essa metodologia envolve alguns princípios fundamentais e as boas práticas de toda a metodologia.
São princípios do extreme programming (XP):
76
MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
• existe um envolvimento contínuo da equipe para que, dessa forma, também haja envolvimento
do cliente;
• tem que haver a participação de um responsável por parte do cliente durante todo o processo de
desenvolvimento;
• toda metodologia é sustentada por pessoas e não por processos. Utilizando o desenvolvimento
em pares, os casos serão solucionados em menos tempo, pois duas cabeças pensam em mais
possibilidades;
• como se preza pela simplicidade, a manutenção é realizada pela refeitura constante, o que gera
melhoria de qualidade no código fonte.
Desenvolver
Testar
Liberar o sistema
Avaliar o sistema
Além dos princípios, o método extreme programming (XP) também utiliza suas melhores práticas.
São elas:
77
Unidade II
• projeto: como a metodologia prega a simplicidade, o projeto deve se ater a trabalhar sobre a
necessidade em contrato. Não é interessante ficar agregando necessidades ao projeto, pois isso o
torna muito mais longo e possivelmente sem fim;
• teste: com a existência de um framework para testes, é possível que os desenvolvedores escrevam
os testes antes mesmo do desenvolvimento ou codificação do sistema;
• refatoração: por meio de uma refeitura, os desenvolvedores conseguem deixar o código simples
e aplicar as melhorias contínuas que devem existir em qualquer boa prática de uma metodologia;
• integração: como o sistema está sendo desenvolvido em partes, na conclusão de cada tarefa o
código no sistema é acrescido de pedaços e pode ser enviado para análises e testes de sistemas;
• cliente presente: nessa metodologia, o cliente não é apenas um observador, ele é parte integrante
e importante durante todo o projeto, ou seja, ele está presente full time e em todas as fases,
opinando em todas elas.
O teste dentro da metodologia extreme programming (XP) funciona de maneira informal, pois não
há especificação de sistemas em seu desenvolvimento, que é todo incremental. Por essa razão, a previsão
do que deve ser testado é escrita antes mesmo dos códigos, pois ela está baseada no atendimento às
necessidades solicitadas. Não que os testes não sejam bem feitos, mas existe sempre uma preocupação
com a qualidade em todos os projetos pelo fato de os testes serem executados de maneira informal. Desse
modo, o extreme programming (XP) elaborou uma abordagem específica para testes com a intenção de
reduzir os possíveis erros: desenvolvimento test-first, desenvolvimento de teste incremental a partir do
cenário, envolvimento dos usuários e frameworks de teste automatizado.
O test-first é uma inovação do extreme programming (XP), pois funciona de forma invertida à
tradicional: em vez de se escreverem o código e, posteriormente, o teste, nesse modelo se escreve o
plano de teste e depois se desenvolve o código, gerando a possibilidade de se testar e codificar o sistema
ao mesmo tempo ou pelo menos quase simultaneamente.
78
MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
No teste utilizando cenários, há uma série de características que fazem parte e precisam ser testadas,
tais como:
• programação;
• avisos do sistema.
Observação
A grande dificuldade encontrada no extreme programming (XP) é o cliente, integrante full time
do projeto e muito provavelmente alguém envolvido em diversas atividades e áreas da organização.
Esse cliente se coloca apenas como um provedor de requisitos, não como o responsável por testes,
desenvolvimento, entrega e outros itens do trabalho. Uma maneira de reduzir esse impacto é discutir
todos esses pontos com o cliente e com seu superior direto no início do projeto.
A automação dos testes ocorre para que sua execução seja mais rápida e deixe mais simples a
maneira de se escreverem os testes. Com a automação, os componentes executam a simulação de uma
entrada de dados no sistema e verificam se o resultado atende ao que consta no plano de testes pré-
elaborado pelos desenvolvedores.
No modelo de teste automatizado, há sempre um conjunto de testes que podem ser executados
rapidamente e com simplicidade.
79
Unidade II
Deve-se ter atenção aos riscos nesse tipo de test-first, pois, como são escritos pelos próprios
desenvolvedores, os testes podem se valer de redução de informações para simplificar o trabalho. Mas
simplificar não significa reduzir a qualidade nem a validade das execuções. A redução pode se dar no caso
de testes reduzidos, ou seja, testes incompletos que não abrangem todas as exceções que poderiam ocorrer.
Pode haver dificuldade também na escrita de testes unitários para uma interface complexa com o
usuário. No caso de um workflow, também poderia haver problemas na geração dos planos de testes de
forma incremental.
Existe ainda a dificuldade de completude dos testes, já que muitos podem ser realizados e existe a
dificuldade em se mensurar se todos os necessários foram executados. Por exemplo, pode acontecer de
alguma parte importante e funcional do sistema não ter sido executada e, por esse motivo, não ter sido
testada, o que irá gerar um ponto falho na realização de testes.
Como são executados constantemente, passa-se a impressão de que todos os testes estão sendo
realizados. A verdade é que essa simultaneidade pode não ocorrer por uma série de motivos. Deve-se
ter atenção à área de testes para que não haja entregas de releases sem que sejam esgotadas todas as
possibilidades.
Entrada
1. Um número em ml representado em uma cota única.
2. Um número que representa o número de cotas únicas por dia.
Testes
1. Teste para entradas em que a cota única é correta, mas a frequência é muito alta.
2. Teste para entradas em que a única cota é muito alta e muito baixa.
3. Teste para entradas em que a cota única x frequência é muito alta e muita baixa.
4. Teste para entradas em que a única cota x frequência é permitida.
Saída
Mensagem de Ok ou erro indicando que a dose está fora da faixa de qualidade para a
planta.
Figura 28
A utilização dessa forma de trabalho traz vantagens ao projeto, pois dá a ideia de liberdade coletiva
e consultada por diversas fontes de pensamento, já que a equipe tem pessoas com pensamentos
diversificados que podem dar suas opiniões e agregar valor ao projeto.
80
MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
No desenvolvimento em pares, são formadas duplas que se sentam na mesma estação de trabalho
e desenvolvem em conjunto. No entanto, para que esse trabalho se torne dinâmico, é importante a
rotatividade dentre as duplas, ou seja, hoje um desenvolvedor 1 está com o desenvolvedor 3 e amanhã
estará com o desenvolvedor 2 e assim por diante.
Como tudo é feito de forma coletiva, se reduz a valorização do ego de cada programador, que não
poderá pensar que seu código é melhor que o do outro.
Isso se configura como uma forma indireta e informal de revisão paralela do código em pares.
Por serem de muita importância, as revisões de código são demoradas, pois é por meio delas que
um grande número de problemas é encontrado. Mesmo que não seja um processo de validação
formal, essa forma de trabalho reduz os erros porque é feita constantemente e tem a vantagem de
ter um custo menor.
4.4 Gerenciamento
O foco principal de um gerente de projetos dentro da metodologia ágil é garantir que o projeto
seja entregue no prazo e dentro do orçamento estimado. Essa abordagem é muito diferente do
gerenciamento de projetos em outras metodologias, pois no gerenciamento comum há a elaboração
de planos com responsabilidade, entregáveis e a partir de uma visão estática. No modelo ágil, os
gerentes também supervisionam as atividades que estão sendo realizadas conforme o cronograma
estipulado, porém, o fazem de forma que se faça o melhor uso do tempo e dos recursos disponíveis
para a equipe.
O método scrum é ágil e tem como foco o gerenciamento do desenvolvimento de forma interativa
no lugar das técnicas ditas para a metodologia ágil. Esse método tem foco principal no planejamento
de sistemas.
Dentro da metodologia scrum, há etapas ou ciclos a serem cumpridos para a entrega do produto
final. Ela também é portadora de uma nomenclatura própria que conta com os seguintes termos: sprint,
product backlog, sprint planning, product owner, sprint backlog, daily scrum, sprint retrospective, review
meeting e scrum team. Detalharemos cada um desses tópicos e o funcionamento de todos eles juntos
no processo.
81
Unidade II
Product Backlog
Sprint Backlog
Product
Figura 29
Product owner é a pessoa da equipe que definirá os itens que comporão o product backlog e sua
prioridade nas reuniões, ou seja, nos scrum sprint planning meetings.
Observação
Esses são termos-padrão utilizados na metodologia scrum. Mesmo que
os nomes desses itens em inglês soem estranhos, não é usual que eles sejam
traduzidos no momento de sua utilização.
Fazendo uma comparação com a metodologia tradicional, podemos dizer que o product owner tem
o papel de gerente, pois é ele que define os papéis e os itens que serão realizados durante o projeto.
O scrum team é formado pelos integrantes da equipe que irá desenvolver o projeto proposto com
base na lista de tarefas apresentada ao sprint.
A equipe tem uma regra a ser cumprida durante seu trabalho: quando recebe um sprint, ela deve
executá-lo até o final, ou seja, novos sprint ou requisitos não devem ser aceitos durante a realização do
sprint inicial. Dessa maneira, a equipe terá foco integral em seu objetivo.
O product owner faz parte integral da equipe e se compromete com ela a não apresentar novos
sprints até que os sprints iniciais estejam concluídos.
O scrum time realiza a entrega dos produtos no final de uma interação, sempre visando às
prioridades.
O product backlog é uma lista de funcionalidades levantadas com base na necessidade do cliente. Os
itens dessa lista devem passar por um processo de categorização no qual serão atribuídas prioridades
para cada um deles.
O product backlog não precisa estar completo já no início do projeto, ele pode ser preenchido
conforme este for sendo desenvolvido. Inicialmente, coloca-se nessa lista tudo o que parece pertencer
ao projeto, inclusive os itens óbvios, pois com o conhecimento do negócio e o entendimento melhor da
expectativa e da necessidade do cliente, uma lista mais coerente pode ser montada.
A priorização dos itens do product backlog ocorre durante a reunião (sprint planning meeting) com a
equipe, que é capaz de determinar o que consegue ou não produzir durante uma interação ou um sprint.
Um product backlog pode ser composto de tarefas técnicas ou atividades diretamente relacionadas às
funcionalidades solicitadas pelo cliente.
O sprint planning meeting é uma reunião realizada com todas as pessoas envolvidas no projeto e/ou
qualquer pessoa da parte do cliente que queira participar dela. Nessa reunião, é obrigatória a presença
do product owner, do scrum master e de todo o scrum team.
Durante o sprint planning meeting, a prioridade das funcionalidades é definida em conjunto e não
pode haver a possibilidade de quebrar as funcionalidades levantadas em tarefas técnicas, pois são essas
tarefas que darão origem ao sprint backlog.
Não é necessário descrever no product owner todos os itens do product backlog. Essa descrição
depende da agilidade da equipe e de seu tamanho, ou seja, pode ser suficiente descrever apenas os itens
de maior prioridade, deixando a discussão dos itens de menor prioridade para a próxima reunião – sprint
planning meeting.
Com o objetivo traçado para o sprint, ele será avaliado no sprint review meeting.
Depois do sprint planning meeting, a equipe do projeto se reúne para discutir sobre tudo o que
foi dito e tomar a decisão sobre seu comprometimento e o que o que irão realizar naquele sprint.
Em alguns casos, poderá haver negociação com o product owner sobre o que será feito, porém
sempre é responsabilidade da equipe determinar o quanto ela será capaz de se comprometer a
fazer.
83
Unidade II
O sprint backlog é uma lista de tarefas que a equipe – scrum team – se compromete a fazer em um
sprint.
Os itens do sprint backlog são gerados por meio do product backlog e pela equipe, baseando-se
nas prioridades definidas por esta e pelo product owner e levando em consideração o tempo que será
necessário para completar todas as funcionalidades.
É de responsabilidade da equipe definir a quantidade de itens do product backlog que serão colocados
no sprint backlog, uma vez que ela se comprometerá a implementá-los.
Enquanto ocorre o sprint, o scrum master mantém o sprint backlog atualizado para expor quais
tarefas são completadas e quanto tempo será necessário para completar as demais, como se fosse um
cronograma.
O sprint burndown chart, por sua vez, reflete diariamente o que ainda falta para ser entregue no
sprint.
Após a conclusão de cada sprint, um sprint review meeting deve ser realizado. O sprint review
meeting é uma nova reunião na qual a equipe – scrum team – apresenta o que foi alcançado durante
o sprint.
Como no modelo scrum, o sprint review meeting tem um formato diferenciado de demonstração
das novas funcionalidades. Nessa etapa, é interessante envolver o product owner, o scrum team, o
scrum master, a gerência, os clientes e os engenheiros de outros projetos.
No sprint review meeting, o projeto é avaliado em relação aos objetivos do sprint, determinados
durante o sprint planning meeting. A avaliação se detém sobre a concretização ou não desses objetivos.
Nessa reunião, seria interessante que a equipe tenha completado cada um dos itens do product backlog
trazidos para fazer parte do sprint, ou seja, o importante é que a equipe atinja o objetivo geral do sprint.
Como citado anteriormente, o projeto é dividido por fases (sprints) e, no início de cada uma delas,
realiza-se um sprint planning meeting, uma reunião de planejamento na qual o product owner define as
prioridades dos itens do product backlog e a equipe define quais atividades será capaz de implementar
durante o sprint. As tarefas definidas em um sprint são transferidas do product backlog para o sprint
backlog.
84
MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Dentro de um sprint, a equipe faz uma breve reunião diariamente. É recomendado que essa reunião,
denominada daily scrum, ocorra pela manhã. Seu objetivo é disseminar o conhecimento sobre o que
foi feito no dia anterior, identificar eventuais impedimentos e priorizar o trabalho do dia que se inicia.
Para finalizar o funcionamento do scrum, realiza-se um sprint retrospective e a equipe parte para o
planejamento do próximo sprint.
Estudo de caso
Dando continuidade ao estudo de caso da Pizza One que vimos na primeira unidade, nesta vamos
abordar os itens estudados sobre metodologia e desenvolvimento de sistemas de informação e
metodologia de desenvolvimento ágil de sistemas de informação.
Em estudo preliminar, definimos que a equipe será formada por um analista de negócio, um gerente
do cliente, um analista de requisitos, um analista técnico, um desenvolvedor e um gerente de projeto,
além de contar com todos os usuários do cliente (ou seja, todas as pessoas que estão por trás do site de
pizzas on-line), pois são essas pessoas que podem transmitir alguns pontos importantes para o sistema.
Na divisão da esquerda, devem aparecer os ícones intitulados Logar, Pizzas, Bebidas, Visualizar
pedido, Pedidos anteriores, Concluir pedido e Opinar.
Na divisão da direita deve carregar o modulo escolhido pelo usuário quando selecionar os itens já
descritos anteriormente. Por padrão deve também carregar o módulo Escolha das pizzas, que poderá
ser chamado também por meio do botão Pizzas.
Essa divisão contém ainda um ícone Adicionar pizza escolhida ao pedido, permitindo que o cliente
escolha outros itens após.
85
Unidade II
RF3 – o item Logar deverá permitir que o cliente se autentique no sistema, o que é necessário para
que ele possa concluir seu pedido.
Este módulo solicita ao cliente que informa seu nome_login e sua senha para logá-lo. Caso o
cliente não esteja cadastrado, esse módulo deverá permitir que o cliente solicite a execução do módulo
Autorregistrar, em que poderá se cadastrar.
RF4 – o item Bebidas deverá apresentar uma divisão horizontal em que, na parte superior, deverão
ser apresentados os tipos de bebidas oferecidas (suco, refrigerante e cerveja) e, após a escolha do tipo
desejado, o sistema deverá apresentar na segunda divisão todas as bebidas do tipo escolhido disponíveis,
permitindo ao usuário selecionar e adicionar aos pedidos quantas bebidas desejar.
RF5 – o item Visualizar Pedido deverá apresentar todos os itens escolhidos pelo cliente (pizzas e
bebidas) até o momento, bem como o valor total do pedido, permitindo que o cliente exclua algum item,
se assim o desejar.
RF6 – o item Fechar Pedido deverá permitir que o cliente conclua o pedido.
Neste processo, o cliente dever obrigatoriamente se logar, caso ainda não o tenha feito, podendo
alterar seus dados, se desejar, ou se cadastrar no sistema, caso seja a primeira vez que o cliente realiza
um pedido no site de pizzas. Após essa verificação, o sistema deverá executar o módulo Visualizar
pedido para apresentar os itens escolhidos pelo cliente. Em seguida o módulo deverá apresentar o
endereço de entrega (que pode ser modificado), tempo de preparo (levando em consideração os itens
mais demorados) e o tempo médio de entrega, solicitando a seguir a confirmação. Caso o cliente confirme
o pedido, o sistema marcará como concluído e “dará baixa” no estoque de todos os itens necessários
para a execução do pedido, incluindo os ingredientes necessários para a produção de cada pizza.
RF7 – o item Pedidos anteriores deverá apresentar uma lista de todos os pedidos já solicitados pelo
cliente, permitindo que este solicite novamente um pedido já realizado, podendo realizar modificações
no pedido, se assim desejar.
RF8 – o item Opinar só poderá ser utilizado caso o cliente tenha se autenticado. Essa opção deverá
permitir que o cliente dê sua opinião sobre o atendimento da Pizza One, se referindo tanto à qualidade
dos produtos como da entrega. Dessa forma, é necessário manter informações referentes a qual
funcionário fez a pizza e qual fez a entrega.
Já com o projeto aprovado, vamos definir agora o custo do nosso projeto e o prazo para a sua
execução.
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
• 1 mês para levantamento (ajustes e outros pontos que foram esquecidos, detalhes);
• 1 mês de análise;
• 3 meses de desenvolvimento;
• 1 mês de testes;
• 2 meses de implantação.
Já no projeto físico, vamos definir o que o banco de dados deve conter e o que será necessário para
a implantação desse sistema para que seja entregue perfeito e com qualidade ao cliente final, ou seja,
como o sistema fará o que se propôs a fazer.
• Opinião: armazena as opiniões registradas pelos clientes relativas ao seu nível de satisfação sobre
os pedidos realizados.
• Compra: armazena informações sobre os pedidos de compras feitos pela pizzaria a fornecedores.
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Unidade II
Observação
Para a implantação desse sistema foi levantada a necessidade de um servidor web, dois servidores
de aplicação, um servidor de segurança e um SGBD – servidor de gerenciamento de banco de dados.
Servidor de web:
Hardware necessário para suportar o software que deverá gerenciar os múltiplos acessos de clientes
da Pizza One.
Servidor de aplicação:
Servidor de segurança:
Representa uma máquina que irá rodar um sistema de segurança denominado Firewall, que procura
impedir que pessoas não autorizadas acessem indevidamente o sistema da pizzaria.
Resumo
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MODELAGEM DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Composta por vários ciclos de vida, a metodologia XP, por sua vez, tem
como meta a existência de um sistema testado ao extremo.
Exercícios
Questão 1. Quando de seu desenvolvimento, acredita-se que todo sistema de informação será
para sempre. Entretanto, todo e qualquer sistema pode sofrer intervenções do mercado, mudanças de
legislação, alterações estruturais da organização, impactos etc. Se o sistema não passar por avaliações e
por uma melhoria contínua, ele terá seu fim decretado rapidamente. Portanto, os sistemas de informação
possuem um ciclo de vida.
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Unidade II
Sabendo disso, qual das alternativas a seguir se refere à fase de construção dos sistemas de
informação?
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa correta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. Parte importante de qualquer projeto é o termo de abertura. Esse documento deve ser
datado e concluído com as assinaturas da alta direção e do patrocinador. Marque a seguir os itens que
devem obrigatoriamente constar no termo.
B) Objetivo, demanda, escopo, stakeholders, prazo, orçamento, equipe, restrições, premissas, gerente
do projeto.
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