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É imprescindível que a metodologia seja aplicada por toda a empresa,

que seja elaborada, utilizada, discutida e avaliada por todos, tanto


desenvolvedores quanto usuários, visando ao alinhamento das ações e das
atividades e à harmonia entre as partes envolvidas no desenvolvimento.

Para o desenvolvimento de SI, existem inúmeras metodologias


aplicáveis, sendo três delas as mais difundidas e amplamente aplicadas: (1)
ciclo de vida tradicional; (2) desenvolvimento rápido por intermédio de
protótipos; e (3) desenvolvimento em espiral. Na sequência, apresenta-se
breve discussão acerca de cada uma delas.

A metodologia do ciclo de vida tradicional foi a mais difundida e


praticada nas últimas décadas e apresenta etapas bem definidas, nas quais os
produtos são transferidos de uma etapa para outra. Também chamada
waterfall, a versão de algo – como um produto – não permite retorno para a
fase anterior, já encerrada, e, assim, o projeto não tem retrocesso. Essa
metodologia – waterfall – faz menção à direção única das águas em uma
cascata, onde não há retorno das águas.

No início, existe a etapa de definição do projeto, a qual tem como


objetivo realizar o planejamento do projeto de desenvolvimento do novo SI.
Nesta etapa estão a declaração e consenso acerca dos objetivos e resultados
almejados, a definição dos recursos que serão necessários, cronograma de
trabalho e normas para execução do projeto.

Na etapa de análise do sistema é definido o projeto lógico do novo SI,


definindo e delimitando o que deve ser entregue. Essa etapa compreende a
análise e definição do problema ou oportunidade que se quer tratar com o novo
SI: eventos e negócios a serem considerados; atividades a serem executadas;
produtos a serem gerados; interesses a serem monitorados etc., e deve
informar quem necessidade de cada informação, quais informações, quando,
onde e como a informação será disponibilizada.

A próxima etapa é do projeto do sistema, o qual se refere ao


desenvolvimento do projeto físico e busca-se definir como deverá ser
construído o novo SI. Nessa etapa, definem-se as partes que farão parte do
novo SI: os programas; interfaces homem-máquina; e pontos para
armazenamento de dados. É nessa etapa que se fornece a diretriz sobre como
as partes se inter-relacionarão.

Fazendo-se uma analogia das etapas de análise do sistema e projeto do


sistema com a arquitetura, podemos dizer que, na arquitetura, primeiramente
são realizados os cálculos estruturais, os aspectos lógicos, objetivos do cliente
etc. – essa etapa é equivalente a análise do sistema, na qual há cálculos a
serem realizados, eventos a serem monitorados, informações a serem geradas
etc. A segunda etapa, na arquitetura, é a construção física do prédio e pensa-
se como ele deve ser construído – onde colocar as vigas, paredes, fundações
etc., o que na SI diz respeito a integração e a montagem entre diferentes
programas, tabelas e interfaces.

A etapa seguinte é a programação. Nessa fase, os inúmeros


componentes técnicos do novo SI são construídos, como: estrutura de dados (a
base de dados e suas tabelas); telas de interação homem-máquina; e
algoritmos, os quais são codificados em linguagem que podem ser
interpretados por computadores.

Essa etapa é bastante técnica e demanda profissionais de diferentes


áreas, com diferentes habilidades, como programadores, web designers,
administradores de bancos de dados, analistas de softwares, entre outros, os
quais terão a função de trabalhar alinhados para concretização do SI.

A etapa seguinte, de implementação, abrange o processo go live, ou


seja, o processo de ativação da operação do novo sistema. A implementação
envolve diversas subetapas, tais como depurar e converter dados para a base
de dados do novo SI, treinar todos os usuários finais, realizar o treinamento de
toda equipe, preparar todos os recursos que serão necessários para execução
do processo, desativar os antigos SI que serão substituídos, configurar e testar
o ambiente computacional no qual o novo SI será executado, entre outras
atividades.

A pós-implementação tem como objetivo principal avaliar o


desempenho e utilização do novo SI. Nessa etapa são identificadas as ações
necessárias para que aconteça o melhor uso do sistema e há
acompanhamento para mensurar seu desempenho técnico com a finalidade de
manter os níveis de serviço exigidos. Um fato interessante é o de que a maioria
das chamadas de suporte técnico dos primeiros dias de uso no novo SI são de
usuários que esqueceram senhas de acesso, dificuldade em recordar como se
realizam algumas operações, de acessos incorretos que impedem a realização
de alguma atividade etc.

Recomenda-se que, durante cada uma das etapas da metodologia do


ciclo de vida tradicional, sejam realizados os testes, tais como os testes na fase
de programação: testes de abrangência, teste unitário (para experimentar os
programas separadamente), teste de sistema (para avaliar funcionamento) etc.

As principais críticas à metodologia do ciclo de vida tradicional são:

(a) É relativamente complexo seguir um fluxo de trabalho muito rígido para


execução de diferentes etapas em um projeto de construção de software,
dado que há necessidade de interações em diferentes ordens;
(b) O tempo de desenvolvimento muito longo pode acarretar em defasagem do
SI implementado, considerando as necessidades de momento dos usuários
finais.

Com o objetivo de desenvolver mais rapidamente os novos SI, evitando


a defasagem funcional entre o que foi solicitado e o que foi entregue, propôs-se
a metodologia de desenvolvimento de SI por intermédio de protótipos ou
Rapid Application Development (RAD). Essa metodologia parte da premissa de
que é necessário realizar uma construção rápida e barata de um sistema
experimental, para os indivíduos que forem usá-lo possam testar, avaliar e
propor melhorias.

Nesta metodologia, os protótipos são desenvolvidos por especialistas


em informática e, pela interação com o protótipo, os usuários finais podem ter
maior compreensão dos requerimentos de informação e processamento do
novo SI. Após a construção do primeiro protótipo, ele será disponibilizado para
os usuários finais, os quais poderão fazer uma avaliação e dar seus pareceres.
A cada processo de ‘construção-entrega-avaliação’, o protótipo vai sendo
refinado até estar em conformidade com o desejo do usuário.

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