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Sumário
Comorbidades .......................................................................................... 8
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NOSSA HISTÓRIA
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Transtorno do Espectro Autista
O TEA tem origem nos primeiros anos de vida, mas sua trajetória inicial não é
uniforme. Em algumas crianças, os sintomas são aparentes logo após o nascimento.
Na maioria dos casos, no entanto, os sintomas do TEA só são consistentemente
identificados entre os 12 e 24 meses de idade. Por exemplo, aos 6 meses de idade,
Ozonoff e colaboradores não encontraram diferenças entre bebês que mais tarde
receberam o diagnóstico de TEA e aqueles que continuaram a desenvolver-se
tipicamente no que diz respeito à frequência de
comportamentos sociais e comunicativos próprios
dessa idade (sorriso social, vocalizações dirigidas e
olhar para o rosto de outras pessoas).
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essa evidência, o diagnóstico do TEA ocorre, em média, aos 4 ou 5 anos de idade.
Essa situação é lamentável, tendo em vista que a intervenção precoce está associada
a ganhos significativos no funcionamento cognitivo e adaptativo da criança.
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A avaliação formal do Desenvolvimento Neuropsicomotor é fundamental e
indispensável e faz parte da consulta pediátrica. Nos últimos anos, as estimativas da
prevalência do autismo têm aumentado dramaticamente. Nos Estados Unidos da
América, por exemplo, de 1 para cada 150 crianças de 8 anos em 2000 e 2002, a
prevalência do TEA aumentou para 1 para cada 68 crianças em 2010 e 2012,
chegando à prevalência de 1 para cada 58 em 2014, mais que duplicando o número
de casos durante esse período. Esse aumento na prevalência do TEA é, em grande
parte, um resultado da ampliação dos critérios
diagnósticos e do desenvolvimento de instrumentos de
rastreamento e diagnóstico com propriedades
psicométricas adequadas.
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De fato, há evidência de que a arquitetura genética do TEA envolve centenas
ou milhares de genes, cujas variantes, herdadas ou de novo, e comuns ou raras na
população, compreendem múltiplos modelos de herança. Apesar de claramente
importantes, os fatores genéticos não atuam sozinhos, sendo sua ação influenciada
ou catalisada por fatores de risco ambiental, incluindo, entre outros, a idade avançada
dos pais no momento da concepção, a negligencia extrema dos cuidados da criança,
a exposição a certas medicações durante o período pré-natal, o nascimento
prematuro e baixo peso ao nascer.
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Anamnese
Deve-se identificar possíveis fatores de risco para TEA: idade dos pais (filhos
de pais mais idosos apresentam risco maior para o desenvolvimento do autismo),
gravidez espontânea ou induzida, uso de medicamentos, consumo de drogas ilícitas,
álcool e tabagismo durante a gestação.
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diminuição do contato visual, indiferença ou resposta reduzida de expressão a
diferentes emoções, redução do sorriso social, atraso no aparecimento da linguagem
como balbucio aos nove meses, nenhuma palavra pronunciada até os dezesseis
meses, não formar frases até os dois anos, ecolalia, pouco interesse em pessoas,
ausência de resposta ao chamamento pelo seu nome, não ter noção de perigo e não
apontar aos 12 meses.
Comorbidades
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comprometimento motor como Dispraxia, alterações de marcha ou
alterações motoras finas
Diagnóstico diferencial
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expressão, na sequência. A piora do quadro é progressiva e pode abarcar prejuízo
cognitivo e do comportamento global. Porém, além do início mais tardio, essa
síndrome não apresenta todas as características do TEA.
Síndrome de Rett. É um quadro genético caracterizado por prejuízos
cognitivo e físicos significativos, assim como regressão no desenvolvimento
psicomotor normal após os primeiros 6 meses. Há queda na curva do perímetro
cefálico, perdas de habilidades manuais, de linguagem, de marcha e presença de
estereotipias, além de comprometimento na comunicação e na interação social.
Contudo, ao contrário do TEA, passada a fase de regressão, nota-se inclusive as
habilidades de comunicação.
Exame Físico
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Testes padronizados de avaliação formal do DNPM são obrigatórios para
avaliar se o seu desenvolvimento da cognição, do comportamento e da linguagem
estão adequados para a sua idade cronológica. A avaliação audiológica deve
diferenciar os déficits auditivos, e o acompanhamento com uma fonoaudióloga pode
contribuir para um diagnóstico precoce e mais preciso.
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relação ao segmento em das recomendações já publicadas nos documentos
científicos da Sociedade Brasileira de Pediatria e a Academia Americana de Pediatria
sobre as rotinas saudáveis e brincadeiras.
Família: Investigar tempo qualitativo dos pais e familiares destinados ao
paciente; qualidade das relações envolvendo parentalidade e conjugalidade;
presença de fatores de risco para estresse tóxico; presença de doenças nos
cuidadores (depressão, transtornos psiquiátricos, traços autísticos e outros
problemas); quantidade, idade, estado de saúde e emocional de irmãos. Segundo
Araújo, o bem estar e envolvimento de todos os membros da família é imprescindível
para o melhor aproveitamento do potencial de neurodesenvolvimento dos pacientes
com TEA. O Pediatra tem um importante papel no acolhimento, instrumentalização,
capacitação e incentivo aos pais em relação às questões destacadas.
Escola: Adequações escolares em relação ao conteúdo e planejamento
pedagógico, inclusão escolar com possibilidade de monitor individual a fim de
potencializar a aprendizagem e socialização com seus pares segundo legislação
vigente.
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Entretanto, os sintomas do TEA podem ser confundidos ou estar sobrepostos
aos da surdez. Ausência de reação a sons, não reconhecimento de vozes ou palavras
familiares, além de pouca responsividade social, podem gerar esse tipo de dúvida
diagnóstica. Em geral, quando há concorrência de
autismo e surdez, um dos dois transtornos é
diagnosticado mais tardiamente.
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Novamente a intenção comunicativa é o elemento mais importante para o diagnóstico
diferencial.
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4. Sensibilidade auditiva/visual: não consegue trabalhar com barulho ao fundo;
tem dificuldades em terminar tarefas se o rádio/TV estão ligados; tampa os ouvidos
com as mãos; fica incomodado com luzes brilhantes; cobre os olhos para protegê-los
da luz.
O paciente com TEA pode apresentar uma ou mais alterações descritas acima,
e é importante que ela seja avaliada por um profissional, geralmente terapeuta
ocupacional, habilitado a avaliar e intervir nas disfunções de integração sensorial.
Instrumentos e Escalas
Existe uma variedade de testes que são utilizados para o diagnóstico, alguns
estão baseados em informação dos pais e ou cuidadores (The Autism Diagnostic
Interview™ Revised (ADI- -R), Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT-R)
para as crianças de 16 até 30 meses, Gilliam Autism Rating Scale (GARS) e outros
utilizados a partir da observação clínica em ambientes terapêuticos (Observation
Schedule (ADOS), Childhood Autism Rating Scale (CARS).
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As medidas utilizadas nas avaliações de TEA foram categorizadas em
diferentes dimensões, incluindo objetivo, triagem versus diagnóstico e nível de
treinamento necessário para a administração, considerando avaliadores profissionais
/ treinados versus avaliadores não treinados. Para a escolha do instrumento utilizado
para a triagem e o diagnóstico de TEA, é necessário que se conheçam os padrões
psicométricos e a validade de cada instrumento, principalmente o seu desempenho
em populações variadas, as taxas de sucesso na identificação dos transtornos e a
sustentabilidade da ferramenta ao longo do tempo.
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ADI-R (Autism Diagnostic Interview™ Revised)
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do DSM V. O tempo de administração é de dez minutos, o que facilita sua utilização.
A sensibilidade da última versão foi de 65% e a especificidade 81%.
A justificativa para sua utilização está no fato de que de é muito menos provável
perder um caso de autismo, comparado com a vigilância não estruturada do clínico.
Para complementar a avaliação, a entrevista de acompanhamento do M-CHAT deve
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ser administrada rotineiramente para qualquer resultado positivo ou limítrofe M-
CHAT.
Intervenção Precoce
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Dentre as modalidades terapêuticas estão:
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REFERÊNCIAS
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