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Talentos para inovação

Indústria 4.0 e futuro do trabalho

Realização: Colaboração:

agosto_2022
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO
DO RIO GRANDE DO SUL - FIERGS
Gilberto Porcello Petry
Presidente

INSTITUTO EUVALDO LODI


NÚCLEO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL - IEL-RS
Carlos Heitor Zuanazzi
Superintendente

CONSELHO REGIONAL DO IEL-RS - GESTÃO 2020/2024


Gilberto Porcello Petry
Presidente do Sistema FIERGS/CIERGS

Carlos Artur Trein


Diretor Regional do SENAI/RS

Juliano Colombo
Superintendente Regional do SESI/RS

Carlos Heitor Zuanazzi


Superintendente Interino do IEL/RS

Arildo Bennech Oliveira


Empresário Representante do CIERGS

CONSELHO FISCAL DO IEL-RS - GESTÃO 2020/2024


Gilberto Porcello Petry
Presidente do Sistema FIERGS/CIERGS

Carla Carnevali Gomes


Conselheira Titular

Gilberto Ribeiro
Conselheiro Titular

Maristela Cusin Longhi


Conselheira Titular

Aristides Inácio Vog


Conselheiro Suplente

André Meyer da Silva


Conselheiro Suplente

Walter Rudi Christmann


Conselheiro Suplente
© 2022. IEL-RS – Núcleo Regional
Qualquer parte desta obra poderá ser
reproduzida, desde que citada a fonte.

FICHA CATALOGRÁFICA

I59t Instituto Euvaldo Lodi. Núcleo Regional do Rio Grande do Sul


Talentos para Inovação: indústria 4.0 e futuro do trabalho. [recurso
eletrônico] / Instituto Euvaldo Lodi. Núcleo Regional do Rio Grande do Sul –
Dados Eletrônicos. – Porto Alegre: IEL/RS, 2022.
92 p.:il; PDF.
Modo de acesso: World Wide Web
https://conteudos.senairs.org.br/talentos-para-inovacao-iel

1. Indústria Gaúcha. 2. Indústria 4.0. 3. Mercado de Trabalho. 4. Relatório


de Pesquisa. I. Título.

CDU – 338.45(816.5)

Responsável pela Catalogação na Fonte: Cristiane Mesquita T. Luvizetto – CRB-10/1266

IEL-RS SEDE

Instituto Euvaldo Lodi – IEL Av. Assis Brasil, 8787 | Sarandi


Núcleo Regional 91140-001 – Porto Alegre – RS
Telefone: (51) 3347-8787

https://www.ielrs.org.br/

EQUIPE TÉCNICA APOIO TÉCNICO


Thaise Graziadio Paulo Bittencourt
Gerente de Operações Consultor

Dieneffer de Souza Bruna Remus


Analista Técnica Consultora

Paola Teixeira
Analista Técnica
AGRADECIMENTO:

O Instituto Euvaldo Lodi do Estado do Rio Grande do Sul


(IEL-RS) agradece ao Conselho de Inovação e Tecnologia
(CITEC) da Federação das Indústrias do Estado do Rio
Grande do Sul (FIERGS), seus coordenadores e
conselheiros, empresas, estudantes e especialistas,
pelas contribuições que originaram esta publicação.
_apresentação

O Instituto Euvaldo Lodi do Estado do Rio Grande do Sul (IEL/RS) e o


Conselho de Inovação e Tecnologia (CITEC) da Federação das Indústrias
do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) realizaram um estudo sobre os
desafios da indústria gaúcha para desenvolver, recrutar e reter talentos
para a inovação. 

A crescente implantação dos sistemas integrados de manufatura avançada,


associados à difusão das tecnologias habilitadoras (Indústria 4.0) tem
demandado das empresas novos padrões de desenvolvimento, de
competências técnicas e comportamentais, as quais ainda são pouco
exploradas no contexto industrial. 

A urgência dessa situação, por sua vez, provoca empresários, estudantes,


professores e pesquisadores a somarem esforços em um mesmo espaço
de tempo, para debater, questões como por exemplo:
Quais competências comportamentais e conhecimentos técnicos são necessários
para a formação de talentos? Que novos padrões de comportamento as
empresas e os estudantes precisam para colocar em prática a Indústria 4.0?
Como criar sinergia entre instituições de ensino e pesquisa com o setor
produtivo, garantido a construção conjunta de trilhas de aprendizagem
que assegure aos estudantes o acesso ao mercado de trabalho?

O papel do IEL-RS e do CITEC é gerar reflexões a partir destes questionamentos,


promover essa conexão, apoiar iniciativas que gerem soluções e difundir as
melhores práticas de forma ampla.

É por essa razão que apresentamos a seguir os principais resultados


e insights obtidos durante o trabalho.

Carlos Heitor Zuanazzi


Superintendente IEL-RS

Talentos para inovação: Indústria 4.0


5 e o futuro do trabalho
_explanação

A Indústria 4.0 promove processos gaúchas encontram para recrutar


mais inteligentes, automatizados, e reter talentos?
eficientes, autônomos e
customizáveis. Para responder a estas e outras
questões, realizamos a pesquisa
Quando conectados a sistemas Talentos para a Inovação na
inteligentes, orientados por dados Indústria 4.0.
cada vez mais sofisticados, temos
uma verdadeira revolução, que Entrevistamos gestores e executivos
impacta no aumento exponencial de empresas gaúchas que vivem na
da produtividade. prática estes desafios.
Conversamos com especialistas,
Nesse contexto, o ser humano educadores e estudantes.
desempenha um papel essencial: Vasculhamos estudos e artigos
é ele quem toma decisões a partir de sobre o tema.
um arsenal de informações geradas
em tempo real e por múltiplas fontes. O resultado vai além da exploração
dos perfis de talentos para inovação
Qual o perfil desse profissional? e traz provocações para a
Quais são suas aspirações? construção de caminhos rumo
Como ele é desenvolvido? à transformação digital das
Quais os desafios que as indústrias indústrias no Rio Grande do Sul.

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6 e o futuro do trabalho
_metodologia

PESQUISA
DESK FIELD
Levantamento de dados • Entrevistas em profundidade com
de fontes secundárias: líderes da Indústria do RS
• Mapa de Intérpretes: entrevistas
• pesquisas do setor em profundidade com experts de
• reports de tendências áreas relacionadas à pesquisa
• artigos e livros de temas afins • Grupo focal com alunos de cursos
técnicos e universitários

ANÁLISE E SÍNTESE INSIGHTS E DIRETRIZES


Cross fertilization: Este relatório de pesquisa
técnica de cruzamento de dados apresenta insights e diretrizes
e reconhecimento de padrões para acerca dos temas investigados,
construção de conhecimento uma compilação estendida
e insights dos resultados da pesquisa

Criação de frameworks:
proposição de frameworks que
apoiam a reflexão sobre os achados
do cruzamento de dados

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7 e o futuro do trabalho
_metodologia

Algumas empresas e instituições


de ensino que participaram
das entrevistas:

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8 e o futuro do trabalho
_index

01 04
mundo educação
Crises, mudanças e A formação de talentos
o futuro do trabalho para os novos tempos
página 10 página 65

02 05
indústria caminhos
Transformação digital, Direcionadores para
inovação e a indústria a inovação e a
gaúcha Indústria 4.0
página 21 página 88

03
pessoas
O perfil do profissional
para a Indústria 4.0
página 45

Talentos para inovação: Indústria 4.0


9 e o futuro do trabalho
01
mundo

Talentos para inovação: Indústria 4.0


10 e o futuro do trabalho
_mundo

De que mundo 2022


estamos falando? A novidade dos nossos dias é a
concomitância ou sobreposição de
Há cerca de 300 mil anos, o homo
várias crises de impacto global.
sapiens iniciou sua jornada no
planeta Terra.
Em especial com a pandemia da
Covid-19 e, mais recentemente, com
Nesse tempo todo, a capacidade
a invasão da Ucrânia pelos russos, as
de se adaptar aos desafios foi um
transformações sociais, econômicas
aspecto determinante para que
e tecnológicas que já vinham se
chegássemos até aqui, depois de
ensaiando nos últimos 10 anos
tantas pandemias e guerras.
se intensificaram e consolidaram
mudanças de comportamento
Quando analisamos a linha do tempo
em toda sociedade.
de algumas centenas de anos para
trás até os dias de hoje, percebemos
que passamos mais tempo em crises
(políticas, econômicas, sociais,
sanitárias e etc) do que fora delas.

Assim, é possível dizer que a


pandemia da COVID-19, a crise
econômica mundial ou a ameaça de
uma guerra mundial não se tratam
de desafios novos ou supreendentes.

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11 e o futuro do trabalho
_mundo
Boom tecnológico
• Investimento pesado em novas
tecnologias
• Remote-first: preferência pelo
trabalho à distância
• Transformação digital em
diferentes níveis e segmentos
• Metaverso
• Artemis I: a volta à Lua

Pessoas mais
conectadas
• Mais conectadas digitalmente e mais
conectadas consigo mesmas
• Mais conectadas com o que realmente
importa pra elas
• Consumo orientado por crenças e
valores (posicionamento e atitudes de
quem compra e/ou onde/com quem
trabalha são fatores decisivos)

Novo normal X
novo extraordinário
Qual a responsabilidade das marcas
em meio a crise? E com a sociedade?

Quem é responsável por construir


este futuro extraordinário?

A sociedade cobra diversidade,


transparência e posicionamento
das empresas.

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12 e o futuro do trabalho
_mundo

Abertos como
nunca antes

Mudanças
e trabalho
Um dos âmbitos nos quais as tendências,
crises e avanços tecnológicos geraram
impactos relevantes é o profissional,
foco desta pesquisa.

Se novos modelos de trabalho já vinham


sendo demandados e esboçados, hoje,
em 2022, são quase mandatórios para
que uma empresa prospere.

É neste contexto que emergem novas


profissões e a crescente valorização de
soft skills, atualmente, tidas como tão
importantes quanto as hard skills.

Homo sapiens digitalis


Em inúmeros artigos, já surge a denominação, homo sapiens
digitalis, devido às mudanças tecnológicas e digitais que
impactam a nossa vida. Ou seja, falar de futuro do trabalho
ou do futuro de qualquer ser humano sem considerar o fator
“digitalização” não faz o menor sentido.

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13 e o futuro do trabalho
_mundo

“É necessário visualizar
os fortes impactos no mercado
de trabalho além das visões
românticas do futuro.”

Destruição Criativa Tecnologia substituindo mão


de obra humana
Se olharmos pela teoria proposta
por Schumpeter, a destruição criativa A automação tende a substituir boa
é intrínseca ao mercado. parte da força de trabalho braçal
e valorizar os profissionais mais
Logo, pensar o futuro do trabalho qualificados.
por essa lente quer dizer que
entendemos que, assim como a Neste contexto, os investimentos
morte de um modelo de produção em educação são fundamentais
implica a emergência de um outro, para reduzir distorções sociais,
que dá conta de novas situações ainda que o maior impacto da
não previstas no momento anterior. educação ocorra dentro das
organizações.
Neste cenário, é importante
contemplar novos formatos de
aprendizagem e foco na
capacidade de resiliência
e reinvenção.

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14 e o futuro do trabalho
O futuro do trabalho
implica, antes de tudo,
mudanças profundas
na forma das pessoas
pensarem e de se
relacionarem, de
viver e trabalhar
em sociedade.

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15 e o futuro do trabalho
_mundo
Tendências que impactam
o futuro do trabalho

Hiperespecialistas
01 virando
multidisciplinares

Profissões
virando 02
habilidades

Carreiras
03 virando ciclos
de aprendizagem

Empresas
virando 04
API’s

Organizações
05 virando
escolas

Demanda
por social- 06
criatividade

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16 e o futuro do trabalho
_mundo

#hiperespecialistas
virando
multidisciplinares
No passado, o sucesso estava relacionado
ao nível de especialização profissional.
Hoje, quanto mais especializado, maior a
chance de ser substituído pela inteligência
artificial. Cada vez mais, surgem novas
atividades e modelos de trabalho que
misturam conhecimentos e saberes.

#profissões virando habilidades


Tradicionalmente, o roteiro profissional, dentro de uma empresa, era sempre
o mesmo: buscar o crescimento profissional, de aprendiz a expert, valorizando
a estabilidade. O universo digital gerou a necessidade de desenvolvimento
de novas habilidades para gestão, administração, vendas, mídias sociais
e outras tantas funções. Hoje, demandam-se profissionais com muitas
e diferentes habilidades.

#carreiras virando ciclos


de aprendizagem
Uma pessoa pode ser formada em engenharia, trabalhar durante algum tempo
na área, depois empreender em um outro setor e, no meio do caminho, ainda
escrever um livro de poesias. O aprendizado é contínuo, com novos desafios
que se apresentam em ciclos.

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17 e o futuro do trabalho
_mundo

#empresas virando API’s


Hoje, as empresas criam seus próprios ecossistemas de parceiros,
fornecedores e freelancers, assim como sistemas operacionais plugam API’s
na sua plataforma. Se antes trazer pessoas de fora para ter contato com planos
e estratégia da empresa era um tabu, agora, essa lógica pode representar um
dos fatores geradores de crescimento mais rápido e sustentável.
Assim, organizações enxutas com cultura aberta para plugar profissionais
e outras empresas, aproveitando a riqueza da diversidade e tornando-se
mais promissoras.

#organizações virando escolas


O futurista americano Thomas Frey aposta que, em 2030, a maior empresa do
mundo venderá aprendizagem online. Ele parte da ideia de que toda empresa,
independente do setor, possui um abundante conhecimento interno,
que pode ser monetizado se vendido externamente ou usado para formar
seus próprios profissionais. Quando isso acontecer, as empresas serão
também escolas.

#demanda por social-criativividade


HABILIDADE
SOCIAL-CRIATIVA

A demanda por criatividade


e sociabilidade ganha
espaço ao longo do tempo.
A escala oferecida pela
tecnologia aumenta ainda
mais a demanda por essas
habilidades.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


18 e o futuro do trabalho
Com tantas
mudanças
no horizonte,
surgem duas
perguntas:

Talentos para inovação: Indústria 4.0


19 e o futuro do trabalho
as indústrias
estão prontas?

as pessoas
estão prontas?

Talentos para inovação: Indústria 4.0


20 e o futuro do trabalho
02
indústria

Talentos para inovação: Indústria 4.0


21 e o futuro do trabalho
_indústria

Os desafios da indústria
Num mundo de transformações rápidas e marcantes,
a indústria brasileira precisa também transformar-se.

Nesse sentido, a Indústria 4.0 apresenta-se como


uma nova fronteira em termos de produtividade
e competitividade.

Algumas empresas já estão em marcha acelerada


nesta direção. Outras, ainda procuram seu caminho.

Aqui, vamos apresentar um panorama do setor, com


foco na indústria gaúcha e nas suas oportunidades
de desenvolvimento.

Distribuição
geográfica da
indústria no
Brasil

Segundo participação no PIB


da indústria (2019)

Fonte:
Portal da Indústria https://industriabrasileira.portaldaindustria.com.br/#/industria-total

Talentos para inovação: Indústria 4.0


22 e o futuro do trabalho
_indústria

22,2% 71,8% 68,6%


do PIB das exportações dos investimentos
A importância brasileiro de bens e serviços em P&D

do setor
industrial
brasileiro
32,9% 20,9% 1,5%
da arrecadação de do emprego da produção
tributos federais formal industrial mundial

Em busca de recuperação
Na última década, a indústria perdeu
espaço frente a outros países e a
outros setores econômicos no Brasil.
Alguns autores, como André Nassif
e Paulo Morceiro, afirmam que
estamos enfrentando um processo
de desindustrialização, como
ilustram os dados ao lado e abaixo.

Fonte: Portal da Indústria https://industriabrasileira.portaldaindustria.com.br/#/industria-total


Nasif, Abdré; Morceiro, Paulo. Industrial policy for prematurely deindustrialized economies after the Covid-19 pandemic crisis: Integrating economic, social and environ-
mental goals with policy proposals for Brazil. 2021 http://www.andrenassif.com.br/post/futuro-do-emprego-verde-esta-na-ciencia/71/

Talentos para inovação: Indústria 4.0


23 e o futuro do trabalho
_indústria

A indústria no
Rio Grande do Sul
O setor industrial gaúcho responde por 6,8% do PIB industrial nacional.

Fonte: Portal da Indústria https://perfildaindustria.portaldaindustria.com.br/

ÍNDICE DE DESEMPENHO
FATURAMENTO
INDUSTRIAL

A indústria +7,5 +11,4


no Rio Grande Var. % acum. Var. % acum.
do Sul em 12 meses em 12 meses

Desempenho do setor
industrial nos últimos
12 meses (março/2022) EMPREGO MASSA SALARIAL

Fonte: UEE/FIERGS
https://www.fiergs.org.br/desempenho-da-industria
+7,5 +6,2
Var. % acum. Var. % acum.
em 12 meses em 12 meses

Talentos para inovação: Indústria 4.0


24 e o futuro do trabalho
_indústria

Panorama da inovação
O Brasil não figura em rankings de países líderes em inovação ou de
concentração de talentos.

Fonte: Fórum Econômico Mundial


https://www.weforum.org/agenda/2022/02/innovative-global-cities-talent-property/

O Brasil não possui nenhuma cidade entre as mais inovadoras


do mundo nem entre as que mais concentram talentos.

O Índice Global de Inovação 2021,


promovido pela Organização
Mundial da Propriedade Intelectual
(OMPI - WIPO, na sigla em inglês),
mede o desempenho dos ecossistemas
da inovação de 132 economias e
identifica as tendências globais mais
recentes em matéria de inovação.

O Brasil está em 57º lugar,


10 colocações abaixo da obtida em
2011, quando chegou a sua melhor
marca, a 47ª posição. Na América
Latina, o país está atrás do Chile,
México e Costa Rica.
Fonte: Portal da Indústria
https://www.portaldaindustria.com.br/publicacoes/2021/9/global-innovation-index/#indice-global-de-inovacao-2020%20

Talentos para inovação: Indústria 4.0


25 e o futuro do trabalho
_indústria

Panorama da inovação

Fonte: Federação das Indústrias do Estado do Ceará


https://arquivos.sfiec.org.br/nucleoeconomia/files/files/Indice-FIEC-Inovacao_2021.pdf

No Brasil, o Rio Grande do Sul está bem posicionado, ficando


atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Capacidades de inovação do Rio Grande do Sul:

Fonte:
Federação das Indústrias do Estado do Ceará
https://arquivos.sfiec.org.br/nucleoeconomia/
files/files/Indice-FIEC-Inovacao_2021.pdf

O Rio Grande do Sul fica acima da média em quase todos os itens avaliados.
Pelo estudo, a melhor capacidade gaúcha é a cooperação.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


26 e o futuro do trabalho
O ecossistema
16
PARQUES
CIENTÍFICOS
E TECNOLÓGICOS
de inovação
gaúcho em
números 43 INCUBADORAS

27 POLOS
TECNOLÓGICOS

30
INSTITUIÇÕES
CIENTÍFICAS,
TECNOLÓGICAS
E DE INOVAÇÃO
(ICTS)

54
NÚCLEOS
DE INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA
(NITS)

141
INSTITUIÇÕES
DE ENSINO
SUPERIOR

08
INSTITUTOS
SENAI DE
INOVAÇÃO
E TECNOLOGIA

UNIDADES

06
DA EMPRESA
BRASILEIRA DE
PESQUISA E
INOVAÇÃO
Fonte: Inova RS
INDUSTRIAL
https://www.inova.rs.gov.br/mapeamento (EMBRAPII)

Talentos para inovação: Indústria 4.0


27 e o futuro do trabalho
O Brasil tem pouca
expressão quando se fala
de inovação no mundo.
No contexto nacional
o Rio Grande do Sul
aparece bem posicionado.
No entanto, há muito
a ser feito.
E é grande a expectativa
da indústria nesse sentido.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


28 e o futuro do trabalho
“Eu sinto necessidade de melhorarmos
o ambiente do Rio Grande do Sul e do
Brasil para termos capacidade de
desenvolver tecnologia.
Hoje, a gente vai comprar uma máquina
na Alemanha, nos Estados Unidos,
na Itália, na China.
Nós precisamos reforçar o sentimento
de que a gente consegue fazer aqui.
Seja o aplicativo, seja o sistema, seja
o equipamento, seja o que for”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


29 e o futuro do trabalho
_indústria

A Indústria 4.0
A inovação na indústria tem um nome: Indústria 4.0.
Frente a todas as mudanças e avanços tecnológicos das últimas décadas,
um projeto do governo alemão, em 2010/2011, chamou de Indústria 4.0 um
perfil de indústria mais conectado, descentralizado, ágil, aberto, tecnológico
e orientado por dados. Uma espécie de fábrica inteligente.
Na esteira da disseminação do termo, surgiram inúmeras publicações
e estudos que detalham as características das empresas e profissionais
capazes de prosperar neste novo contexto. Ainda assim, no Rio Grande do Sul,
como veremos, são poucas as indústrias que conseguem conjugar todas
essas características.

O que caracteriza a Indústria 4.0


A Indústria 4.0 se caracteriza por quatro tecnologias fundamentais aplicadas em
toda a cadeia de valor.

Fonte:

Talentos para inovação: Indústria 4.0


30 e o futuro do trabalho
_indústria

Mapeamento da
Indústria 4.0 no RS

Distribuição das
indústrias por
tecnologias da
Indústria 4.0

Distribuição
das indústrias
pelo porte

Distribuição
das indústrias
por setores
de atuação

Talentos para inovação: Indústria 4.0


31 e o futuro do trabalho
Tendências X Indústria 4.0

Talentos para inovação: Indústria 4.0


32 e o futuro do trabalho
_indústria
Tendências que
influenciam a Indústria 4.0

01 Trabalho
à distância

Transformação
de dados em 02
informação

Humanização
03 das relações
de trabalho

Ambidestria 04

05 Inclusão
e diversidade

Inovação
para as 06
pessoas

Talentos para inovação: Indústria 4.0


33 e o futuro do trabalho
Trabalho à distância
A pandemia da Covid-19 deixou evidente
para muitas empresas um movimento que já “Hoje, muitas das nossas vagas,
ganhava força em alguns setores isolados: o as que exigem competências e
trabalho a distância. conhecimentos mais específicos,
No caso das indústrias, dependendo da área, são abertas para pessoas de
os trabalhadores precisam estar qualquer lugar do Brasil, desde
presentes. No entanto, para determinadas que queiram se mudar para cá.
funções, a flexibilidade de tempo e espaço Percebo que, depois da pandemia,
passou a ser provada com maior frequência, as pessoas estão mais suscetíveis a
abrindo caminho para profissionais serem essas mudanças”.
contratados em qualquer lugar do mundo.
Para isso, a tecnologia é fundamental para “O home office é bom pra ti e pra
prover informações em tempo real sobre o mim. Mas se a gente tivesse no
que se passa no chão de fábrica. início da nossa profissão seria
Por outro lado, para quem está muito ruim. É importante para um
começando, é importante a convivência recém formado que ele esteja do
com profissionais mais experientes no lado de pessoas mais experientes
espaço de trabalho. A busca por esse para trocar informações”.
equilíbrio passa a ser uma realidade.

Transformação de dados em informação


Que a importância de automatizar
operações é premissa básica para otimizar
processos de trabalho na indústria, isso não
é novidade. No entanto, a busca agora é pela
“Nós precisamos de pessoas que
pela geração, organização e conexão de
entendam sobre fenômenos, que
dados antes dispersos nas linhas produtivas.
consigam associar informações e
A transformação de dados em informações
transformá-las em conhecimento.
torna possível a tomada de decisões muito
Esse conhecimento que vem dos
mais rápida e efetiva, aumentando a
dados é o mais fundamental
produtividade de uma indústria.
para a Indústria 4.0 e o que vai
Pode parecer um movimento simples,
impactar de verdade no negócio.”
mas exige, além de investimentos em
tecnologia, profissionais com capacidade
para ler e interpretar as informações e os
fenômenos que emergem do processo.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


34 e o futuro do trabalho
Humanização das relações de trabalho
A pandemia trouxe para o dia a dia das
“A pandemia mostrou uma coisa
empresas uma faceta das pessoas que,
muito importante que foi o protago-
até então, ficava distante dos ambientes
nismo da emoção dentro das orga-
corporativos. Com as câmeras ligadas,
nizações. Antes não tinha espaço.
foi aberta uma janela na casa dos colegas
Isso foi um aprendizado. (...)
de trabalho, e assuntos privados, como as
Quando a gente olha para
tarefas escolares dos filhos, passaram a ser
as competências do futuro,
compartilhados. Além disso, nesses dois
uma que não tem mais volta é a
anos, as pessoas tiveram que lidar com
gestão das emoções no mundo
perdas e restrições, aumentando
corporativo”.
a necessidade de solidariedade e troca
entre colegas.
“A pandemia intensificou o nosso
O resultado disso é que, mesmo à
trabalho de clima organizacional.
distância, houve uma aproximação
Acreditamos ter um clima tranquilo,
entre as pessoas.
não é a pressão do estilo antigo.
Em algumas empresas, esse movimento
Isso nos permitiu reter o pessoal
provocou maior abertura e humanização
mais jovem. Mais feedback, mais
das relações, que passam a ser incorporadas
espaço de expressão.”
pela cultura organizacional.

Ambidestria
“Acho que no Brasil tem uma ques-
A transformação digital não pode estar tão cultural que é o resultado no
sujeita somente ao curto prazo. É preciso curto prazo. O que tu vai fazer hoje
que seja iluminada por uma visão de futuro, para bater a meta. Olhar focado no
que, mesmo em situação de crises, aponte resultado, não no futuro, na visão,
para um norte. num propósito. Essa batalha pelo
Ser eficiente no curto e no longo prazo. dia a dia, faz com que as pessoas
O desafio é manter os times operando no invistam tempo no presente, mas
negócio atual, mas também estabelecer não no futuro. É isso que faz com
estratégias e ações que mantenham a que as empresas tornem-se obso-
empresa atualizada a longo prazo. letas. Não olham pra frente, não
desenvolvem o futuro”.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


35 e o futuro do trabalho
Inclusão e diversidade
A diversidade entrou na pauta das empresas
“A Dell tem um programa muito legal
do mundo todo nos últimos anos na busca de
para formar mulheres. Eles querem
práticas que valorizem aspectos relacionados
que as mulheres ocupem cargos
ao ESG. Passado esse momento inicial,
de destaque na empresa”.
muitas organizações perceberam que
ter uma equipe diversa aumenta sua
“Não tem mulheres dos cursos de
capacidade de inovação, pois experiências
engenharia. Tu vai numa escola aqui
diferentes trazem novos conhecimentos e
do lado, nem 10% são meninas.
competências.
A gente não dá oportunidade pra
No processo de aprendizagem de como fazer
mulher no brasil. Tem que conse-
a inclusão de pessoas até então distantes
guir levar mais educação para as
das empresas, várias ações têm sido tomadas,
meninas.”
como a identificação de metas para
contratação e promoção de colaboradores
“A diversidade é um tema emergente.
com marcadores sociais de diversidade,
Falta diversidade nas indústrias. As
a redefinição de habilidades e competências
empresas mais antenadas, mais
necessárias para determinadas vagas e o
inovadoras, mais ricas
apoio ao desenvolvimento (interno e externo)
culturalmente, são diversas.”
de talentos diversos.

Inovação para as pessoas


Se, no passado recente, a inovação
tecnológica estava associada a “A engenharia só existe por um fim:
equipamentos, softwares e sistemas, melhorar a sociedade.
agora parece estar mais voltada para as E a sociedade é feita de gente.
pessoas. Ainda mais num país com tantos Tu tens que pegar os Objetivos de
desafios sociais como o Brasil. As indústrias Desenvolvimento Sustentável da
mais antenadas perceberam que, para dar ONU. Toda vez que um cara vai
conta da transformação digital, é preciso desenvolver um novo produto,
desenvolver talentos capazes de lidar com tem que olhar para eles e ver
informações dispersas e mudanças a todo o onde vai impactar a sociedade’’.
momento. Além disso, começam a pensar no
impacto de tudo que é produzido por elas. “Antes de pensar na tecnologia,
Nesse sentido, o conceito de economia tem que pensar nas pessoas.
circular tem sido, cada vez mais, presente Quem vai usar aquela tecnologia,
nas estratégias empresariais, como forma para quem ela vai servir. Tem que
de minimizar os efeitos dos seus processos melhorar a vida das pessoas.”
produtivos para a sociedade e o ambiente.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


36 e o futuro do trabalho
As transformações no
contexto social impactam
e são impactadas por
tecnologias e outros
eventos, gerando adaptações
e mudanças de cultura.
Neste contexto, as empresas
vivenciam o conflito entre
os paradigmas da Cultura X
Tecnologia.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


37 e o futuro do trabalho
“Ainda há um sentimento na indústria
de que a transformação digital é ter
a melhor máquina, novos botões, que
faz isso, que faz sozinha.
Mas a transformação digital é, acima
de tudo, mentalidade digital.
E isso ainda não é uma preocupação
dentro da indústria.”

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


38 e o futuro do trabalho
_indústria

TRANSFORMAÇÃO
TECNOLÓGICA

SUSTENTA
BILIDADE

Muitas indústrias ainda operam no modelo “OU”. Nesse caso, a balança tende a
pesar mais para os investimentos em tecnologia. As indústrias que estão à frente
no modelo 4.0 equilibram os esforços na transformação tecnológica e cultural.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


39 e o futuro do trabalho
Que desafios surgem com estas mudanças
e são apontados por profissionais da indústria
do Rio Grande do Sul?

Talentos para inovação: Indústria 4.0


40 e o futuro do trabalho
_indústria
Qualificação de quem chega:
pouca experiência prática

“Hoje não achamos mais o cara que fez curso


técnico. E também faltam profissionais saindo
formados, temos poucos engenheiros.
Quando temos, falta base prática.
São profissionais com pouca bagagem”

Desafio “Eu vejo que a captação dessa mão de obra


qualificada, principalmente jovem, é escassa.
Qualificação A gente sente dificuldade quando vai fazer alguma

profissional
contratação assim para as áreas técnicas”.

Requalificação de quem já está dentro

“Temos pessoas que estão na empresa há 15, 20 anos,


que conhecem tudo de ponta a ponta.
Mas nem sempre estão conectados com os novos
conceitos. Aí entra a importância de resgatar o
mindset daqueles que já estão na indústria há 10,
15 anos…”

“Existe para os engenheiros muita disparidade de


remunerações. O sistema financeiro está levando
muita gente com salários que a indústria não

Desafio consegue bancar. Não perdemos colaboradores


por salário entre indústrias, mas para outros
Retenção segmentos.”

dos talentos “A questão não é apenas de salário, mas de


perspectiva, de ambiente de trabalho. As pessoas
querem ser reconhecidas e serem ouvidas.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


41 e o futuro do trabalho
_indústria

Desafio
Cultura
organizacional “Já sabemos o que é Indústria 4.0. Agora, para
fazer isso funcionar, preciso fazer uma mudança
Promover a mudança cultural cultural grande na empresa. Mais humanística
demandada pela Indústria 4.0 do que tecnológica. Novos formatos de
significa mudança de mindset, gestão, outro perfil de engenheiros.”
ressignificação de valores e
processos capazes de atrair
e acolher novas gerações e
novos modelos de trabalho
emergentes.

Desafio
Conhecimento
interno
pulverizado “As empresas têm um conjunto de conhecimen-
tos internos, pulverizados ou não, que não são
As empresas deixam de aproveitados, pois as estruturas não dão conta
aproveitar talentos e de usar isso no dia a dia.”
conhecimento interno por não
terem estruturas preparadas
para conectar e escalar boas
ideias, inovação e novas
culturas emergentes de
forma eficiente.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


42 e o futuro do trabalho
_indústria

Desafio
Inovação “É como se tivéssemos uma
empresa à parte, que preserva
restrita a essência, mas é diferente nas

a núcleos práticas, na agilidade, na flexibili-


dade, na colaboração, na aceitação
do erro como parte do processo”.
Setores ou estruturas separados dentro
da indústria constituem um núcleo de “Muitas vezes não somos entendidos
inovação que pulsa mais alinhado ao pelo resto da empresa. Outro dia, me
contexto da Indústria 4.0 e tem o desafio ligaram da portaria às 21h da noite
de contaminar com essa nova cultura e pra reclamar porque tinha gente da
atuar horizontalmente, ou seja, permear equipe ainda trabalhando…”
por estruturas verticais engessadas que
engatinham no mindset da Indústria 4.0
na prática.

Os desafios enfrentados pela indústria gaúcha


são conhecidos pelos entrevistados, mas nem
todos possuem um caminho claro a ser seguido.
Os núcleos de inovação, mesmo que apartados da
estrutura principal da organização, podem ser
uma semente rumo à Indústria 4.0.

Outro aspecto a ser observado, é que o


movimento de transformação digital ainda
está restrito a algumas indústrias.
Portanto, há uma distância grande entre
estas e as que ainda buscam encontrar
um caminho a ser trilhado.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


43 e o futuro do trabalho
Em resumo

As indústrias do RS precisam de transformação tecnológica e, ao mesmo tempo,


transformação cultural. A pesquisa evidenciou que o caminho da tecnologia está
mais consolidado e desenvolvido nas empresas, em detrimento do processo de
transformação cultural, que ainda carece de investimentos e clareza de como ser
executado. O gráfico abaixo, ilustra as quatro principais posições em que se
encontram as empresas gaúchas do setor e a necessidade de difusão das
transformações tecnológica e digital em direção à Indústria 4.0.

alta

Eficiência tecnológica DIFUSÃO


• Automatização dos Orientada para o futuro
processos produtivos • Equilíbrio entre hard
e soft skills
• Tecnologia de ponta
• Equipe multidisciplinar e
• Voltada para hard skills organizada por projetos
• Inteligência de dados
• Qualidade e produtividade

TRANSFORMAÇÃO
TECNOLÓGICA
Tradicional Mindset digital
• Estrutura hierárquica • Flexibilidade operacional
• Processos produtivos • Equipe multidisciplinar
lineares
• Processos manufaturados
• Busca de produtividade
• Voltada para soft skills
• Foco no presente

baixa
baixa TRANSFORMAÇÃO alta
CULTURAL

Talentos para inovação: Indústria 4.0


44 e o futuro do trabalho
03
pessoas

Talentos para inovação: Indústria 4.0


45 e o futuro do trabalho
_pessoas
Quem é o profissional capaz
de prosperar na Indústria 4.0?
A virada de chave para a Indústria 4.0 pode estar na transformação digital
baseada em pessoas, em mudança de cultura e mindset. Nesse cenário, é
preciso acolher e motivar os perfis mais aderentes às mudanças, ressignificar
a indústria para esses profissionais e estruturar um ambiente fértil para que
tudo isso aconteça. Neste capítulo, vamos olhar para as competências
profissionais que parecem ser mais relevantes na visão da indústria.

1 • Pensamento analítico e inovação


2 • Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
3 • Solução de problemas complexos
4 • Pensamento crítico e análise
5 • Criatividade, originalidade e iniciativa
Competências 6 • Liderança e influência social
7 • Uso de tecnologia, monitoramento e controle
do futuro 8 • Projeto e programação de tecnologia
Fonte: Future of Jobs Survey 2020,
9 • Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
World Economic Forum
https://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_ 10 • Raciocínio, resolução de problemas e ideação
Jobs_2020.pdf
11 • Inteligência emocional
12 • Solução de problemas e experiência do usuário
13 • Orientação para serviços
14 • Análise e avaliação de sistemas
15 • Persuasão e negociação

Barreiras percebidas para a adoção de novas tecnologias:

Talentos para inovação: Indústria 4.0


46 e o futuro do trabalho
_pessoas

Mais multidisciplinares
do que especialistas.

Mais soft skills do


que hard skills.
As pesquisas de
dados secundários Mais entendimento do problema
e entrevistas com do que soluções conhecidas.
especialistas apontam
para mudanças de
paradigma que Mais agilidade do que
permeiam os engrenagens lentas.
profissionais mais
preparados para o
Mais dados do que opiniões.
futuro do trabalho.

Mais horizontais
do que verticais.

Mais lideranças situacionais


do que organogramas rígidos.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


47 e o futuro do trabalho
Com todas essas mudanças,
algumas profissões podem
deixar de existir.
No entanto, por outro lado,
novas profissões podem
emergir para dar conta de
tecnologias e desafios não
previstos. O importante é
estar preparado para mudar
rápido e incorporar aquilo
que faz sentido para
o negócio.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


48 e o futuro do trabalho
_pessoas

20 profissões que mais vão


ganhar ou perder espaço nos
próximos anos.

Em crescimento Em queda

1 • Cientistas e analistas de dados 1 • Digitadores de dados


2 • Especialistas em AI and Machine Learning 2 • Secretárias Administrativas e Executivas
3 • Especialistas em Big Data 3 • Escriturários de Contabilidade
4 • Especialistas em Est. e Marketing Digital 4 • Contadores e Auditores
5 • Especialistas em Automação de Processos 5 • Trabalhadores de Montagem de Fábrica
6 • Profissionais de Des. de Negócios 6 • Gerentes de Serviços Emp. e Administrativos
7 • Especialistas em Transformação Digital 7 • Profissionais Atendimento ao Cliente
8 • Analistas em Segurança da Informação 8 • Gerentes Gerais e de Operações
9 • Desenvolvedores de softwares e aplicativos 9 • Mecânicos e Reparadores de Máquinas
10 • Especialistas em Internet das Coisas 10 • Esc. de Registro de Materiais e Estoque
11 • Gestores de Projetos 11 • Analistas Financeiros
12 • Gestores de Serviços 12 • Escriturários do Correio
13 • Profissionais de Redes e Banco de Dados 13 • Rep. de Vendas, Atacado e Manufatura
14 • Engenheiros de Robótica 14 • Gerentes de Relacionamento
15 • Consultores Estratégicos 15 • Caixas de Banco
16 • Analistas de Gestão e Organização 16 • Vendedores Porta a Porta e Ambulantes
17 • Engenheiros de FinTech 17 • Instaladores de Eletrônica e Telecom
18 • Mecânicos e Reparadores de Máquinas 18 • Especialistas em Recursos Humanos
19 • Especialistas em Des. Organizacional 19 • Esp. em Treinamento e Desenvolvimento
20 • Especialistas em Gestão de Risco 20 • Trabalhadores da Construção

Fonte: Future of Jobs Survey 2020, World Economic Forum


https://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs_2020.pdf

Talentos para inovação: Indústria 4.0


49 e o futuro do trabalho
Quem são os talentos
para a inovação?

“Um profissional que questiona os


paradigmas, a rotina, que busca as soluções,
que é espontâneo, que não tem medo de falar,
que tem abertura para compartilhar seus
pensamentos, que tem mentalidade disruptiva.”

“Sem julgamentos, aberto à relações diferentes,


à diversidade. Sabe que fazer parte da tribo
é bom, mas que fazer parte de diversas tribos
é melhor ainda. O cara que é inovador tem que
ser curioso, querer saber mais, ir em busca
de mais.”

[trechos de entrevistas em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


50 e o futuro do trabalho
_pessoas

Identificando
talentos potenciais:
mais soft skills do
que hard skills
No ranking das 30 habilidades mais
frequentes para a Indústria 4.0, verificou-se
que 17 delas são sociocomportamentais e
as demais de gestão e técnicas.

Fonte: “Skills 4.0: Habilidades para a Indústria” (2021), FIEP


https://longevidade.ind.br/publicacao/skills-4-0-habilidades-para-industria-livro-completo/

Hard Skills

Habilidades que podem ser facilmente


APTIDÕES TÉCNICAS
aprendidas (e ensinadas) por meio
DE UM PROFISSIONAL
de cursos, treinamentos, workshops etc.

Soft Skills
Habilidades sociocomportamentais,
ligadas às aptidões mentais e à APTIDÕES PESSOAIS
capacidade de lidar positivamente DE UM PROFISSIONAL
com fatores emocionais.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


51 e o futuro do trabalho
_pessoas

Hard Skills
Para Indústria 4.0
*apontadas pelos entrevistados

Talentos para inovação: Indústria 4.0


52 e o futuro do trabalho
“Todo mundo tem que programar hoje em dia.
Programação de baixo nível, né?
Saber estruturar códigos. Mas também não
adianta entender só de códigos.
É preciso compreender os fenômenos.
Qual o fenômeno físico, químico, biológico
que provoca outros fenômenos?”

“Todos precisam de uma base muito forte


de metrologia, a ciência que te faz entender
sobre incertezas. Todas as grandezas estão
variando o tempo todo.
Controlá-las é fundamental para garantir
a qualidade dos produtos numa fábrica,
por exemplo.”

[trechos de entrevistas em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


53 e o futuro do trabalho
_pessoas

Soft Skills
Para Indústria 4.0
*apontadas pelos entrevistados

Orientação por dados

Talentos para inovação: Indústria 4.0


54 e o futuro do trabalho
“O profissional da indústria sempre teve
dificuldade de comunicação, de expressar o que
sente, o que observa. Mas percebo que os mais
jovens estão se comunicando menos ainda.
É uma geração de telas, que nasceu com celular,
que brincou menos na rua. Só que agora não dá
mais. Para trabalhar por projetos, precisamos
que todos tenham capacidade de argumentação,
de defender o seu ponto de vista, de escutar,
de liderar equipes”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


55 e o futuro do trabalho
_pessoas

Características desejáveis
que se sobressaem nos dados
secundários e no discurso
dos entrevistados:

ORIENTAÇÃO POR DADOS


CRIATIVIDADE
Buscar, analisar, cruzar, interpretar
Uso de métodos e estratégias
e armazenar os dados de forma
não-convencionais para responder
organizada e digital para apoio
aos desafios que surgem.
na tomada de decisão.

COMUNICAÇÃO
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Interagir com e através de
Capacidade de entendimento
tecnologias digitais diversas, boa
do problema e de buscar
capacidade de relacionamento e
diferentes formas de resolvê-lo.
interação com diferentes players.

CAPACIDADE DE MUDANÇA
TOMADA DE DECISÃO ÁGIL
Estar atento aos movimentos
Utilizar informação baseada
que acontecem dentro e fora da
em dados para adquirir agilidade
indústria e ter flexibilidade para
ao reagir aos desafios.
se adaptar a novas demandas.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


56 e o futuro do trabalho
A premissa básica do
profissional da Indústria
4.0 é compreender que
estamos falando de
competências capazes
de integrar informações
de máquinas e sistemas
como fonte de melhores
resultados.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


57 e o futuro do trabalho
_pessoas

“Os trabalhadores cada vez mais terão um papel Crescimento da demanda


fundamental na indústria. Não mais como mão por profissionais que sejam
de obra braçal, mas como um trabalhador do criativos, com capacidade
conhecimento. de integrar informações de
Os trabalhos manuais e repetitivos já vêm máquinas e sistemas.
sendo automatizados. Por outro lado, as
demandas em pesquisa e desenvolvimento
oferecerão oportunidades para profissionais Menos demanda por
tecnicamente capacitados, com formação profissionais executores
multidisciplinar para compreender e trabalhar de atividades simples e
com a variedade de tecnologias que compõem repetitivas (realizadas
uma fábrica inteligente”. por máquinas e sistemas).

A tendência é que cada vez mais a automação


de processos substitua a necessidade de algumas hard skills,
enquanto profissionais qualificados com soft skills serão
cada vez mais relevantes para a superação de desafios
no futuro da indústria.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


58 e o futuro do trabalho
_pessoas
“Eu dou maior atenção para as soft skills, porque
O cenário da eu entendo que as habilidades técnicas podem
indústria gaúcha ser desenvolvidas na empresa. Para isso, temos
vai ao encontro recursos e podemos investir em formação”.
do movimento da
“De nada adianta termos profissionais
valorização das com habilidades técnicas que não saibam
soft skills. se relacionar.”

Há um desalinhamento entre o que os jovens


profissionais buscam e o que a indústria espera deles.

Estudantes X Indústrias
“Me sinto “Eu sou de Seberi. “Sei que não tenho “Hoje, eu faço
Estudantes

subaproveitado no Vim fazer a faculdade experiência, por isso ainda estágio, mas eu sei
meu estágio. Queria em Porto Alegre, não consigo trabalhar onde quero chegar:
trabalhar num lugar trabalho pra me na área (engenharia de quero ter a minha
que eu pudesse manter, é um corre produção). Agora, se não empresa. Não
aprender, mas que danado. Só que pro conseguir um lugar pra consigo me imaginar
também pudesse interior eu não volto. trabalhar, como vou ter trabalhando o resto
ser ouvido.” Daqui só pra frente!” experiência?” da vida lá.

“Fiz uma proposta para


“Estamos em “Cada processo
dois guris, de uma
Indústria

Canoas no fim do seletivo é uma novela...


startup. Ofereci um
Boqueirão… Não Eu abro a vaga,
“Somos uma bom salário, plano de
estamos num hub mas não consigo
indústria, não saúde… Eles riram de
de inovação. Quem ser atrativo, não tem
somos o Google.” mim e disseram que
tá atrás disso, nem como bancar os
moram em Floripa, não
vem ou na entrevista, salários de outros
precisam de plano de
desiste.” segmentos.”
saúde.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


59 e o futuro do trabalho
“A geração Y trouxe a emoção para dentro das
organizações, mas as gerações X não sabem
como conduzir. O jovem que quer crescer tem
ansiedade. Tem coisas que a geração anterior
não está acostumada a lidar. Diálogo,
provocação, abertura, confronto, transparência,
igualdade de posicionamentos. O jovem entra
numa organização hoje e se vê como o presidente
em espaços de fala”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


60 e o futuro do trabalho
_pessoas

Há também um desalinhamento entre os profissionais mais


jovens, com reação aos com mais tempo de experiência.

Conflito de gerações “A gente vivia num tempo em que a hierarquia


No processo de adaptação entre a funcionava. Tu dizia: vai lá e faz isso. A pessoa
maneira tradicional de lidar com fazia. Eu ia lá e fazia. Hoje, com as novas gerações,
pessoas e equipes e do que esperam quando a gente implementa algo na fábrica, precisa
os novos profissionais, é preciso que convencer as pessoas que é importante fazer.
líderes e gestores também tenham Se elas comprarem essa ideia a gente consegue fazer
uma mudança de mindset sobre como com que o projeto flua. Se não comprarem, adeus”.
serão as novas relações profissionais.

Jovens X Experientes
“Tem muita “O problema maior
“Às vezes a “Muitas vezes, eles
hierarquia e nem é o não saber
Jovens

resistência da acabam barrando


preconceito. fazer alguma coisa,
mudança não é por novas ideias do pessoal
Na maioria das mas o de não querer
ser uma tecnologia que, como eu, tá no meio
vezes, o tempo de aprender. Tem que
nova, mas é porque acadêmico, que tá vendo
trabalho vale mais mudar a mentalidade
‘eu sempre fiz assim’.” outras coisas.”
que o conhecimento.” se não não dá”.

“Muito Nutella
Experientes

e pouco raíz. “Cada ano fica mais


“Eles não sabem
Parece que vivem difícil ser professor. “Eles chegam aqui
se comunicar, não
num mundo boniti- Os alunos não têm num dia e no outro
gostam de conversar,
nho, fácil… A indústria paciência. Não tem a já querem ser
de discutir olho no
é trabalhosa… Tem mesma disciplina de diretores”.
olho”.
que ter resistência à outros tempos”.
frustração.”

Talentos para inovação: Indústria 4.0


61 e o futuro do trabalho
“Às vezes a gente tem um choque de realidade
quando pega um aprendiz. Essa geração já vem
mais preparada para aceitar tudo isso, muito
mais aberta, nasceu com computador. Mas tem o
pessoal que não é dessa geração. Por mais que
tu tenha ferramentas fantásticas, é difícil
desse cara entender como funciona. E depois de
dois anos, quando ele tá craque nisso, tu vai
lá e propõe outras coisas e ele não entende por
que tem que começar tudo de novo.
Esse é o nosso maior desafio”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


62 e o futuro do trabalho
_pessoas

Dupla frustração
“Muitas vezes as empresas contratam
Além da dificuldade de lidar com consultores para descobrir um problema
os profissionais mais jovens, que o cara que tá ali no chão de fábrica
a estrutura organizacional, baseada sabe a resposta. Só que ninguém pergunta
pra ele. Muitas vezes esse cara diz:
numa sólida relação hierárquica, olha isso aqui vai dar problema, mas
não aproveita o conhecimento dos ninguém escuta. E mais tarde dá
problema mesmo”.
mais antigos. Ambos sentem-se
frustrados.

Dupla frustração
Além da dificuldade de lidar com
“Nós temos aqui dois caras muito
os profissionais mais jovens, a
experientes, um deles aposentado.
estrutura organizacional, baseada
Isso é um negócio que eu me ressentia
numa sólida relação hierárquica,
muito, de ter pessoas mais seniores.
não aproveita o conhecimento,
Essas pessoas já passaram por muita coisa
inda que sejam resistentes há
na vida. Eu tô sempre aprendendo com eles.
iniciativas bem sucedidas de
E com a gurizada também.
convivência entre diferentes Esses choques de gerações são
gerações. Quando existe uma superinteressantes quando todos
cultura organizacional favorável se permitem aprender.”
e pessoas com perfis voltados à
colaboração e ao aprendizado,
a presença de jovens e de
profissionais mais experientes torna
o processo rico e efetivo para todos.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


63 e o futuro do trabalho
Em resumo
• Algumas indústrias não possuem estrutura, ambiente favorável nem práticas de
gestão consolidadas para captar, desenvolver e reter os jovens talentos quando
eles são encontrados.

• Este perfil de profissional raramente vem “pronto” do mercado: falta formação,


experiência e mindset.

• Os profissionais jovens que têm as características procuradas, nem sempre se


sentem atraídos pela indústria.

• Há necessidade de equalização entre as necessidades e expectativas dos jovens


profissionais, dos trabalhadores com experiência e da indústria.

Percebe-se que há uma


Universidades,
necessidade de equalização EDUCAÇÃO FORMAL Faculdades e Escolas
Técnicas
entre as necessidades e
expectativas dos jovens Cursos in
profissionais, dos trabalhadores company, programas
EDUCAÇÃO CORPORATIVA internos para
com experiência e da indústria. desenvolvimento
de skills específicas
Além dos fatores mencionados até
aqui, ressaltamos um componente
INSTITUIÇÕES DE APOIO
IEL, SESI, SENAI,
que pode ajudar a superar esses À INDÚSTRIA E FOMENTO
outros
À INOVAÇÃO
desafios: a educação.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


64 e o futuro do trabalho
04
educação

Talentos para inovação: Indústria 4.0


65 e o futuro do trabalho
_educação

Qual o papel da educação?


Para voltar a crescer e retomar o seu espaço no cenário global, a indústria
gaúcha precisará de talentos preparados para dar conta da Indústria 4.0.
Podemos sintetizar os desafios das empresas do setor em relação ao
desenvolvimento de pessoas em duas vertentes:
• Skilling: complementação da formação dos novos profissionais (Greenfield)
• Upskilling: atualização dos profissionais atuais (Brownfield)

Apagão de talentos
“Se continuar como está, não vamos ter
Executivos veem a indisponibilidade gente suficiente para a indústria.
de talentos e habilidades como a maior Hoje, já levamos meses para preencher
ameaça aos seus negócios, conclui vagas que exigem alguma qualificação mais
pesquisa com CEOs realizada pela PwC. específica ou perfis mais multidisciplinares
A competição é acirrada e, em tempos para gestão e liderança de projetos.
de incerteza, trazer as pessoas certas Imagina quando o mercado aquecer
de novo”.
para o seu negócio é mais importante
do que nunca.

Principais demandas das indústrias por educação, segundo perfis profissionais:

Fonte: “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde” (2021), SENAI
https://www.portaldaindustria.com.br/

Talentos para inovação: Indústria 4.0


66 e o futuro do trabalho
Greenfield
Na opinião dos entrevistados,
as Instituições de Ensino
não conseguem apoiar
integralmente as indústrias
na preparação de novos
profissionais para as demandas
da Indústria 4.0.
Falta quantidade e qualidade.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


67 e o futuro do trabalho
A Universidade passa por um
momento delicado no Brasil,
seja pela crise econômica
ou por questões estruturais
históricas.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


68 e o futuro do trabalho
_educação

Qual o papel da educação?


A taxa de evasão do Menos crédito para
ensino superior privado financiar estudantes
chegou a 36,6% em 2021. universitários.

É a segunda maior perda Diante do número de


de alunos de toda a série vagas ociosas, os recursos
histórica, ficando atrás destinados ao Fundo de
apenas do ano de 2020. Financiamento Estudantil
Quando separados apenas (Fies) serão 35% menores
os cursos de Ensino a em 2022 na comparação
Distância (EAD), a taxa de com o ano de 2021:
evasão é ainda maior em de 8,48 bilhões para
2021: 43%. R$ 5,53 bilhões.

Somente 23,8% dos jovens


brasileiros de 18 a 24 anos
estão na Universidade.

Fonte: Todos Pela Educação: https://todospelaeducacao.org.br/

Talentos para inovação: Indústria 4.0


69 e o futuro do trabalho
_educação

A base científica
+ experiência
prática “O diploma é isso: de acordo com o que a
A Universidade prepara profissionais gente preparou aqui, pelo nosso método,
com as notas que você tirou, está apto a
com vistas ao desenvolvimento de
exercer essa profissão. Daí, se você for para
competências do campo de estudo do
uma fábrica, vai ter que estudar um pouco
aluno. Algumas instituições de ensino
mais para desempenhar algum papel lá,
promovem a experiência prática em
além de adquirir experiência prática, tratar
laboratórios e estágios ao longo do curso. de problemas reais.”
Porém, o aprendizado técnico
precisa ser complementado quando
o estudante chega no mercado de
trabalho.

1 • Utilizar ciências básicas, aplicadas e computacionais na modelagem de fenômenos


2 • Empregar fundamentos de Engenharia na resolução de problemas e modelagem de soluções
3 • Aplicar conhecimentos avançados, métodos e ferramentas de Engenharia em processos e
sistemas, analisando resultados
4 • Desenvolver raciocínio analítico para resolução de problemas
Perfil e 5 • Investigar e realizar experimentos com vistas à produção de conhecimento
competências 6 • Desenvolver pensamento sistêmico em contextos diversos
esperadas do aluno
7 • Desenvolver pensamento crítico e criativo em diferentes contextos e situações
egresso dos cursos
de Engenharia 8 • Construir novas competências de forma autônoma ao longo da vida

(segundo SENAI-Cimatec) 9 • Administrar o tempo com eficiência e proatividade para o alcance de resultados
10 • Atuar com responsabilidade social no exercício profissional
“O Futuro da Formação em Engenharia:
uma articulação entre as demandas 11 • Liderar, integrar equipes com vista ao alcance de resultados.
empresariais e as boas práticas nas
universidades” (2021), CNI 12 • Comunicar-se eficazmente em suas diversas formas: oral, escrita, gráfica e digital
https://www.portaldaindustria.com.br
13 • Gerenciar projetos de engenharia nas dimensões PESTAL (político, econômico, social,
tecnológico, ambiental e legal)
14 • Conceber, projetar e simular produtos e sistemas de engenharia
15 • Implementar, operar e otimizar processos, produtos e sistemas de engenharia
16 • Empreender e inovar em soluções de engenharia

Talentos para inovação: Indústria 4.0


70 e o futuro do trabalho
“Nós temos um convênio com a Feevale para
o TCC. A empresa manda o problema e o aluno
pode fazer o TCC com case real.
Essas iniciativas ainda são fracas,
mas apontam para modelos de universidade
e empresas mais integradas, permitindo
ao aluno o contato com o mercado durante
o seu curso”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


71 e o futuro do trabalho
_educação

O desenvolvimento “A graduação pode ser mais horizontal.


Mas quando você vai para a pós-graduação
de hard skills aí eu acho que tem que ser cada vez mais
afunilado e você tem que ser hard, tem que
A expectativa é de que a universidade ir fundo.
prepare o aluno com o conhecimento Porque você só consegue ter times

específico da área. É esperado que o que vão desenvolver conhecimentos tec-


nológicos se você tem boa base
estudante não pare na graduação, mas
tecnológica.
complemente seus estudos com cursos
Quando monto times multidisciplinares,
de especialização, que vão lhe dar uma eu escolho pessoas com uma ótima base
formação mais vertical. tecnológica.”

O desenvolvimento “Eu sou a favor da universidade ensinar


de soft skills bem uma área específica, mas fortalecer
a convivência.
Espera-se da universidade que, Tem os ambientes de convivência, mas
precisa de métodos também para isso,
além do conhecimento técnico,
que envolvam a educação, o debate,
também desenvolva os alunos em
a troca…
competências relacionais, voltadas à Na faculdade, eu tinha uma disciplina cha-
capacidade de comunicação, colaboração, mada Engenharia e Sociedade.
trabalho em equipes diversas, etc. Era dado por psicólogo, por historiador, por
comunicador e por engenheiros também.
Assim, o aluno chegaria melhor
Esse é o papel da graduação.”
preparado no mercado.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


72 e o futuro do trabalho
_educação

Universidade
e indústria
precisam andar É uma geração que tem certa dificuldade
juntas para aceitar críticas. A gente vem trabalhan-
do isso para que eles consigam entender
Para o desenvolvimento integral do que não há segredo, que o aprendizado
aluno, é fundamental que a Universidade vem muito do que a gente ouve, do que a
e a indústria estejam próximas, gente lê. Se tu não fizeres isso não vai ter
fornecendo orientações e como comparar coisas para se desenvolver.
Eu não sei como isso é trabalhado
ensinamentos alinhados, voltados
quando eles estão na universidade”.
a ajudar os estudantes a superarem
suas dificuldades. No entanto, os
entrevistados entendem que há um gap
entre elas.

“Principalmente universidades privadas,


Segundo os
pois os horários dos cursos permitem
entrevistados, estágios. Algumas universidades tem
as instituições de problemas sérios de horários e professores
desconectados da realidade industrial”.
ensino que mais se
destacam são as que “Da Fundação Liberato, em Novo
também estimulam as Hamburgo, vêm ótimos técnicos.
É o que se destaca. Bota o aluno a fazer
atividades práticas. muita experiência prática, tem um evento
de fim de ano, Mostratec... Vamos pra lá
pegar algum técnico… O pessoal faz
trabalhos muito bons dentro do curso,
tecnologias atuais. É conexão com prática”.

“UFRGS e Unisinos têm bons cursos de


automação e TI. Não conheço muito PUCRS,
mas gosto muito”.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


73 e o futuro do trabalho
“Acho que essa relação universidade
e empresas têm muito que avançar.
A gente acaba acionando pouco as
universidades também. Muitas vezes a
empresa tem um perfil mais prático e
a universidade um perfil mais teórico,
e existe uma dificuldade de conduzir um
trabalho em conjunto”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


74 e o futuro do trabalho
Para muitos entrevistados,
as Instituições de Ensino
estão distantes da realidade
da indústria, valorizam
o conhecimento teórico em
detrimento do prático, não
são ágeis nem flexíveis em
relação às transformações
que estamos vivendo.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


75 e o futuro do trabalho
_educação

Distante da “Eu procurei uma Universidade para fazer


realidade uns testes de laboratório num material
com grande potencial de inovação. Depois
Quando se fala em inovação,
de muito tempo, recebi a resposta que eles
as universidades poderiam ser um
não poderiam fazer os testes porque eu não
espaço de encontro entre a academia,
sabia informar qual a finalidade dos testes.
pesquisadores, alunos e profissionais do
Como poderia fazer isso se o que estava
mercado. No entanto, é percebida como
querendo era justamente descobrir uma
distante das indústrias e da velocidade
finalidade para o material?”.
que os processos de transformação
digital exigem.

Outra característica importante de bons


profissionais é saber transitar entre os
domínios do problema e das soluções.
Uma grande parte das instituições de ensino
não dá a ênfase adequada aos métodos e
técnicas de solução de problemas. Via de regra,
tem-se o treinamento dos profissionais com
problemas já estabelecidos e para os quais se
deve aplicar uma abordagem já ensinada.
Isso tem uma grande relevância na formação
profissional, mas é preciso ir além.
Novos problemas surgem e demandarão
soluções inovadoras.
Portanto, o futuro profissional deve ser
capaz de identificar e definir claramente
o problema para que os demais envolvidos
possam contribuir com a análise e criação
Fonte: “O Futuro da Formação em Engenharia: uma articulação entre
as demandas empresariais e as boas práticas nas universidades”
de soluções.
(2021), CNI https://www.portaldaindustria.com.br

Talentos para inovação: Indústria 4.0


76 e o futuro do trabalho
“Nós tínhamos uma grande dificuldade de
encontrar profissionais com conhecimento
em robótica.
Fizemos, então, uma parceria com o SENAI
e montamos um centro educacional próprio
com um laboratório de robótica.
Os jovens vêm para dentro do nosso
ambiente para fazer o curso”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


77 e o futuro do trabalho
Segundo entrevistados de estudo
promovido pelo SENAI,os centros de formação
de profissionais não conseguem desenvolver
profissionais no nível e número necessários
para a indústria de software e TI porque as
demandas são cada vez mais especializadas.
Os centros de ensino fornecem a base geral
necessária, mas precisam de complementação
específica.

80% das empresas 20% das empresas


associadas possuem associadas usa cursos
academias próprias online do mercado para
para suprir o gap suprir o gap

17% dos estudantes Softskills são essenciais


universitários se nos greenfields para
interessam pelas áreas desenvolvimento de
Science, Technology, métodos ágeis em TI
Engineering, Arts and
Mathematics

Reskilling ágil é um dos


principais desafios dos
brownfields devido ao
dinamismo do mercado
Fonte: “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e
desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde”
(2021), SENAI
https://www.portaldaindustria.com.br/

Talentos para inovação: Indústria 4.0


78 e o futuro do trabalho
Brownfield
Os profissionais mais
experientes, que já estão
na empresa, necessitam de
atualização em relação a
novas tecnologias.
Mais do que isso, precisam
estar em sintonia com o
mindset exigido pela
Indústria 4.0.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


79 e o futuro do trabalho
_educação

Para se manterem no mercado,


os profissionais brownfield
precisam de um upskilling,
que varia dependendo do nível
de trabalho do funcionário

Supervisão e Gerentes e
Operadores coordenação Diretores

OPERADORES DIGITAIS SUPERVISÃO LÍDERES DIGITAIS


E COORDENAÇÃO
Menos necessários para Precisarão aprender a
atividades repetitivas. BASEADA EM DADOS tomar decisões
Precisam de upskilling Precisarão tomar sobre modelos de
para controlar linhas de decisões baseadas transformação digital
produção. Podem ser em dados e suportados a fim de tornar o
reposicionados para por outputs de investimento mais
atividades de instalação ferramentas analíticas e efetivo frente às novas
e manutenção de de inteligência artificial. demandas.
equipamentos.

Fonte: “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios


na qualificação profissional para uma recuperação verde” (2021),
SENAI https://www.portaldaindustria.com.br/

Talentos para inovação: Indústria 4.0


80 e o futuro do trabalho
“De engenharia temos qualificação e
formação suficiente.
Porém, tem conceitos novos, como ciência
de dados e comportamentos estatísticos,
por exemplo, que precisamos criar jornadas
de aprendizado. Além disso, o grande
problema é que o pessoal tem mindset da
2ª e da 3ª revolução industrial, não da 4ª.
São super bem formados quanto à parte
técnica mas sem o mindset adequado”.

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


81 e o futuro do trabalho
_educação

Diversas as
fontes de “Tenho uma lista de 3 ou 4 pessoas que
atualização quero desenvolver. Para esses, eu tento
montar um plano de carreira, pagar MBA”
Para o desenvolvimento dos
profissionais que já estão na “Nós não buscamos a universidade.
empresa, as indústrias buscam, Preferimos formações complementares,
além das instituições de ensino coach para alguns, licenças de cursos de
tradicionais, consultorias, coach, capacitação online, cursos de inovação e
programas internos de educação outros mais específicos, como banco de
corporativa, cursos rápidos dados não relacional.
presenciais e, mais recentemente,
formações por ensino à distância.

Nos últimos tempos, ganhou força


a estratégia de cursos rápidos,
“Preciso ensinar o cara a sair do Excel
in company, com objetivos
e ir para o BI. Precisa aprender a tomar
específicos e perfis aderentes. decisões a partir de dados. Isso não tem
pronto em nenhum lugar”.

“Via de regra, “Nós fizemos um levantamento de tudo que


o caminho é a equipe precisa aprender e contratamos
instrutores para ensinar aqui dentro”.
formar dentro
de casa.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


82 e o futuro do trabalho
Além do esforço para
desenvolvimento das pessoas,
algumas organizações (as mais
avançadas no processo de
transformação digital)
investem em parcerias com
universidades, centros de
pesquisa e start ups em busca
de inovação e de talentos.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


83 e o futuro do trabalho
_educação

Juntos pela “Fazemos muitas parcerias, com startups,

inovação universidades e centros de pesquisa.


Não temos a pretensão de ter todas as
As organizações industriais de soluções dentro de casa. Isso é uma quebra
de paradigma para a nossa empresa.”
excelência em inovação no RS estão
muito próximas de centros tecnológicos “Nós investimos em bolsas de mestrado
de pesquisa acadêmica para o e doutorado para pesquisas em materiais
desenvolvimento de projetos em conjunto. e processos que nos interessam”.

Uma das formas de parceria possível é “Nós temos 42 mestres e doutores na


o financiamento de bolsas de pesquisa. equipe. Isso faz toda a diferença”.

A força da “Para o tipo de inovação que buscamos

experiência e não podemos ter pessoas muito


inexperientes. Por isso, buscamos mestres
da formação e doutores. Contratamos muita gente das
acadêmica universidades, professores e pesquisadores”.

O perfil procurado para trabalhar


“Para trabalhar com conhecimento tu tem
em projetos de excelência em inovação
que ser muito forte, muito bom. Tem pouca
é de um profissional maduro, altamente
gente que tem uma capacidade
qualificado (mestre, doutor, pós
intelectual assim antes dos 40, de poder
doutorado) e com experiência técnica e
associar tanta coisa que não viveu e
de vida, capaz de associar informações
transformar aquilo em conhecimento.”
para solucionar problemas complexos.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


84 e o futuro do trabalho
Dois temas adicionais
sobre a educação surgiram nas
entrevistas: sustentabilidade
e diversidade. As pessoas
precisam estar preparadas para
pensar a Indústria 4.0 voltada
para o desenvolvimento
ambiental e social, além
do econômico.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


85 e o futuro do trabalho
“Precisamos discutir qual o papel da
ciência e da tecnologia para a sociedade.
Fazemos oficinas, treinamentos e bate
papos com a equipe sobre isso.Todos os
projetos tecnológicos que fizemos precisam
estar voltados para o desenvolvimento
humano e o desenvolvimento sustentável.”

[trecho de entrevista em profundidade]

Talentos para inovação: Indústria 4.0


86 e o futuro do trabalho
Em resumo
• Os novos profissionais (Greenfield) da indústria são formados nas instituições de
ensino formais.

• Já para a atualização dos seus profissionais (Brownfield), a indústria recorre,


prioritariamente, a (1) consultorias coach, (2) programas internos de educação
corporativa e (3) cursos rápidos presenciais ou à distância.

• As universidades são percebidas como distantes do mercado (prática X teoria),


mas importantes com um espaço de pesquisa e inovação, especialmente para os
núcleos de excelência da indústria gaúcha.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


87 e o futuro do trabalho
05
caminhos

Talentos para inovação: Indústria 4.0


88 e o futuro do trabalho
_caminhos

Caminhos para
a transformação digital
1. A Indústria 4.0
é multi stakeholder
A passagem para a Indústria 4.0 é um movimento que precisa ser realizado
por todos os públicos envolvidos com a corporação: acionistas, funcionários,
fornecedores, clientes e sociedade. É preciso que todos estejam alinhados
com o desafio, pois, como vimos, são muitas as barreiras a serem transpostas.

2.
De “cadeia de valor”
para “ecossistema de inovação”
A busca por inovação deve ser vista com uma perspectiva sistêmica, onde todos
os envolvidos impactam e são impactados por todos. Nesse sentido, a indústria
precisa integrar todos os agentes (universidades, escolas técnicas, centros
de pesquisa, startups, instituições representativas do setor, empresas
de consultoria, governos) que podem colaborar com o seu processo
de transformação.

3. Indústrias também
são escola
Em tese, ninguém conhece mais as necessidades de capacitação de talentos
de uma empresa do que ela própria. Logo, deve assumir o protagonismo pela
definição das estratégias de desenvolvimento da sua força de trabalho, criando
trilhas de aprendizagem específicas para seus profissionais e buscando as
melhores alternativas de implementação do processo.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


89 e o futuro do trabalho
_caminhos
4.
Além da universidade
Existe uma percepção muito forte de que a universidade não atende
plenamente o papel de formar os talentos que a indústria precisa, tanto em
quantidade como em qualidade. No entanto, a universidade pode ser uma
parceira estratégica para o desenvolvimento de pesquisa e inovação
tecnológica. Por isso, a indústria precisa estreitar os laços com as universidades,
firmando acordos de cooperação que, numa via de mão dupla, também vão
contribuir para as mudanças que as universidades precisam fazer.

5. Gestão do presente
e do futuro
Um processo de transformação implica desenvolver a ambidestria, ou seja,
a gestão eficiente e o crescimento do negócio atual e a prospecção de
oportunidades futuras que vão garantir a continuidade da empresa.
Para isso, é preciso contar com profissionais que tenham a capacidade de
gerenciar, ao mesmo tempo, o curto prazo (os resultados do presente)
e o longo prazo (os resultados futuros).

6. Núcleos (de proteção)


para a inovação
Uma estratégia comum aos centros de excelência em inovação das pessoas
pesquisadas, é a constituição de um núcleo, apartado da empresa que o
gerou. Em geral, pode ter a configuração de uma unidade de negócios, instituto
ou, mesmo, de uma nova empresa (spin-off). Trata-se de um espaço com uma
cultura particular e valores voltados para a inovação e a transformação digital.
A vantagem é que, por já nascer com um outro mindset, não enfrenta as
barreiras culturais tradicionais que, muitas vezes, impedem o processo de
mudança.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


90 e o futuro do trabalho
_caminhos
7. A emergência da transformação cultural
A pesquisa mostrou que a inovação e o conceito de Indústria 4.0 ainda estão muito
associados à transformação tecnológica (investimentos em hardware e software).
No entanto, é preciso incluir na pauta a necessidade de transformação cultural,
capaz de permitir um ambiente favorável para a implantação da Indústria 4.0
e o desenvolvimento dos talentos que vão levar esse movimento a cabo.

8. Desenvolvimento de Hard e,
principalmente, Soft skills
Ao longo da pesquisa, identificamos as necessidades de capacitação dos
profissionais da indústria em duas direções: atualização dos conhecimentos de
quem já está no mercado (Brownfield) e complemento da formação dos mais jovens
(Greenfield). Nesses dois sentidos, é necessário o desenvolvimento de hard e soft
skills. Para as competências do primeiro tipo, as indústrias estão preparadas ou,
pelo menos, sabem das suas necessidades. Agora, para as soft skills ainda há muitas
dúvidas sobre o que e como devem ser desenvolvidas.

9. Radar ligado para mudanças de contexto


A Indústria 4.0 não é um ponto de chegada: é um caminho para maior produtividade
industrial que está sempre em transformação, sendo impactada por toda a sorte de
transformações de contexto, sejam elas tecnológicas, sociais, ambientais ou culturais.
Por isso, é importante que as empresas possuam processos internos de identificação
de acontecimentos e tendências capazes de influenciar os seus negócios.

10.
Viva a diversidade
Algumas indústrias pesquisadas (as mais inovadoras) já estão organizadas em
equipes multidisplinares, que são constituídas a cada projeto (a lógica dos squads).
Para funcionar, cada participante tem que agregar conhecimentos verticais
especializados, complementares em relação aos outros, e a capacidade de
relacionamento interpessoal. Na busca pelas melhores soluções, é fundamental que
as equipes contem com diferentes perspectivas e visões de mundo.
Por isso, a diversidade de formações, idade, experiências, gênero e raça e culturas
é fundamental.

Talentos para inovação: Indústria 4.0


91 e o futuro do trabalho
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