Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo
2008
FERNANDO DURANTE BANCI
São Paulo
2008
FICHA CATALOGRÁFICA
Aos meus pais Nadir e Luiz, por terem me ensinado o valor dos estudos, por sempre
terem me acompanhado e dado força nas etapas da minha vida e nos momentos em que mais
precisei durante todos esses anos, sempre com carinho e amor. Agradeço também por terem
me dado a oportunidade de estudar sempre nas melhores escolas.
À Suelem pelo apoio, carinho e por ter sido mais que uma companheira durante todos
esses anos.
Aos meus colegas de faculdade que tanto me ajudaram durante os anos de faculdade e
em especial durante a execução deste trabalho.
4 AVALIAÇÃO DA AQUISIÇÃO.............................................................................................. 89
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO
Primeiramente é feita uma revisão bibliográfica com toda a teoria necessária para a
compreensão do modelo, assim como uma discussão das visões dos principais autores.
Posteriormente, é realizada uma análise profunda das cinco forças de Porter para o
setor em que a empresa está inserida, assim como uma análise das forças e fraquezas da
empresa analisada. As análises qualitativas são válidas para posteriormente validar as
premissas do modelo quantitativo. Tal modelo é desenvolvido com o objetivo de se avaliar
financeiramente a empresa, sendo realizado de duas formas diferentes (o método do fluxo de
caixa descontado e o método dos fluxos de EBITDA).
Vale lembrar que paralelamente a esta avaliação foi feita uma auditoria da
contabilidade da Peixes, atividade indispensável em um processo de aquisição. Sendo esse
trabalho apenas focado no potencial de crescimento de mercado da empresa, assumindo
corretas as informações contábeis fornecidas pela empresa.
22
O quarto capítulo mostra possíveis estratégias que a empresa compradora pode tomar
para a entrada no mercado brasileiro.
1.3 Estágio
Entre 2007 e 2008 o estágio foi realizado na A.T. Kearney, uma consultoria
internacional de gestão estratégica, que atua em projetos com grandes empresas nacionais e
multinacionais. Um dos diferenciais da A.T. Kearney é a sua atuação nos diferentes níveis da
organização: estratégico, tático e operacional.
23
A A.T. Kearney, foi fundada em Chicago em 1926, e atua no Brasil desde 1990,
contando atualmente com 3.500 profissionais distribuídos em escritórios em mais de 30
países.
Elaboração do
Avaliação da
Plano de
Aquisição da
Negócios para
Empresa
a Empresa
Avaliação do Avaliação do
Análise da Análise do Análise do
Potencial de Potencial de
Sinergia após a Posicionamento Mercado e da
Crescimento do Crescimento da
Aquisição Estratégico Cadeia de Valor
Mercado Empresa
Projeção de
Evolução Histórica Fluxos de Caixa Análise SWOT
dos dados Definição de
financeiros das estratégias
empresas Análise das alternativas
envolvidas Tendências
Futuras do Análise das 5
Mercado forças de Porter
2 REVISÃO TEÓRICA
Ameaça de Produtos
Substitutos
O poder dos atuais competidores pode ser entendido como o grau de rivalidade entre
os principais players do mercado. Tal rivalidade, pode ter diversas formas, dentre elas a
guerra de preços, uma estratégia agressiva de introdução no mercado de novos produtos ou
ainda uma campanha publicitária agressiva. Em qualquer uma das formas, mercados que
possuem uma rivalidade elevada tendem a possuir uma rentabilidade menor.
Barreiras de saída elevadas: quanto mais custoso é para uma empresa deixar
determinado mercado mais provável é que ela permaneça competindo mesmo
obtendo retornos negativos, o que prejudica as empresas saudáveis. Alguns
exemplos de barreiras de saída podem ser: elevado investimento em ativos
27
Produtos com ciclo de vida muito curto: levam as empresas a diminuir suas
margens para vender produtos que se encontram no fim do seu ciclo de vida, o
que também pressiona os preços do mercado.
Quanto maior for o poder de negociação dos fornecedores, mais fácil será para que
esses negociem preços maiores com seus clientes e conseqüentemente diminua a rentabilidade
do mercado.
Segundo Porter (1979) os fatores que levam a um maior poder de negociação dos
fornecedores:
Empresas que produzem produtos que podem ser facilmente trocados por substitutos
tendem a estarem mais pressionadas por preços ou por buscarem produtos mais diferenciados.
Segundo Porter (1979), alguns fatores podem determinar o grau de ameaça dos
produtos substitutos:
29
As empresas tendem a ser atraídas para mercados com taxas de rentabilidade maiores,
portanto, se determinado mercado não possui barreiras à entrada de novas empresas a
atratividade do mesmo é menor.
Segundo Porter (1979), as principais barreiras de entrada que empresas que já atuam
no mercado podem ter em relação aos novos entrantes:
Alto custo de mudança (switching cost) por parte dos clientes: a empresa
entrante deverá oferecer uma vantagem muito superior às empresas já atuantes
no mercado para que os clientes considerem trocar de fornecedor;
Competência
Essencial
Existente Novo
Mercado
A tabela 1 apresenta alguns fatores que podem ser enquadrados em cada uma das
categorias.
32
Custos menores que os dos concorrentes Custos mais elevados que os dos
concorrentes
Produto diferenciado
Escala menor
O Oportunidades T Ameaças
Complementarmente à análise das cinco forças de Porter, pode-se fazer uma análise
mais profunda sobre duas forças extremamente relevantes na análise de um mercado:
fornecedores e compradores. A figura 4 apresenta a matriz do poder proposta por Cox et al.
(2001), para análise dessas duas forças.
33
Alto
Dominância do Interdependência
Comprador
Baixo
Independência Dominância do
Fornecedor
Baixo Alto
Independência: nenhuma das duas forças exerce um poder significativo sobre a outra;
O cálculo do fluxo de caixa livre da empresa através dos seus dados contábeis será
realizado conforme a figura 5.
= Receita Líquida
-Custos e Despesas
= EBITDA
-Provisão para Imposto de Renda
Δ Capital de Giro
-Investimentos
i n
FCLt FCLt 1
Valor da Empresa
t 1 (1 WACC )t WACC g
Figura 6: Método de cálculo do valor da empresa (DAMODARAN, 2002).
Na figura 6:
Vale lembrar que a dívida líquida da empresa deve ser subtraída do valor da empresa
para se chegar ao seu valor de mercado, que é o valor justo a ser pago aos acionistas da
empresa no momento de uma aquisição, como pode ser visto na figura 7.
E D
WACC = RE RD (1 TC )
V V
Figura 8: Método de cálculo do WACC (DAMODARAN, 2002).
Onde:
V: E+D
A estimativa para o custo do capital próprio da empresa (RE) será realizada utilizando-
se o CAPM (capital asset pricing model), metodologia muito utilizada para esse tipo de
análise. O CAPM relaciona os retornos médios do mercado e o risco da empresa analisada. A
fórmula do custo do capital próprio é apresentada na figura 9.
RE RF ( E ( RM ) RF )
Figura 9: Método de cálculo do custo de capital próprio (DAMODARAN, 2002).
Onde:
RF: taxa de retorno livre de risco, sendo comumente utilizados os retornos dos
títulos do tesouro americano ajustados pelo risco país de cada país. São
utilizados os títulos americanos por se tratar, apesar das turbulências recentes,
de um país com economia mais estável. Além disso, por se tratar de títulos de
longo prazo, o seu retorno tende a não ser tão afetado por crises.
bolsa nos seguintes setores: editorial e impressão. Por não necessitar a realização de
projeções, o método de valoração utilizando múltiplos é mais simples que os outros métodos,
já que todas as informações necessárias para o seu cálculo são prontamente disponíveis.
3 AVALIAÇÃO DA EMPRESA
Figura 11: Máquina de encadernação “lombada quadrada” (On demand, conference &
exposition, 2008).
41
Vale notar que os clientes da Peixes nesse segmento podem ser divididos em dois
principais clientes: Governo e setor privado.
Governo
Mercado
Livreiro
Setor
Privado
Peixes
Gráficas
Figura 15: Divisão das unidades de negócio da Peixes (elaborado pelo autor).
A figura 16 apresenta a divisão das receitas da Peixes nas suas três unidades de
negócio.
Gráficas 50%
31%
Livros Setor Privado
Figura 16: Distribuição da receita da empresa entre as linhas de negócio (elaborado pelo autor).
Pelo fato de a Peixes não possuir uma gráfica própria, o material impresso deve ser
transportado da gráfica à empresa e posteriormente ao cliente, o que gera um custo logístico
para a empresa de acabamento e representa uma desvantagem dessa empresa em relação aos
seus concorrentes, fato que será melhor explorado na análise do posicionamento estratégico
da empresa.
A unidade que atende o mercado livreiro tem como principal produto os livros
didáticos, o que gera uma sazonalidade, com um forte aumento da demanda no final do ano
44
devido às compras para o ano letivo seguinte. Por esse motivo, as máquinas de encadernação
costumam operar ociosas quase o ano inteiro, aumentando a sua utilização no final do ano,
como ilustrado na figura 17. A gerência da empresa alega que não haverá restrição de
capacidade produtiva até 2012, se mantidas as atuais taxas de crescimento.
100%
80%
60%
40%
20%
0%
J F M A M J J A S O N D
Figura 17: Evolução da utilização das máquinas de encadernação em 2007 (estimado pela
gerência da Peixes).
100%
80%
60%
40%
20%
0%
J F M A M J J A S O N D
Figura 18: Evolução da utilização das máquinas de beneficiamento em 2007 (estimado pela
gerência da Peixes).
45
O brasileiro é um povo que não possui em sua cultura o hábito da leitura, fazendo com
que o mercado brasileiro de livros seja ainda muito pequeno se comparado com países
desenvolvidos. Dados de um estudo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), ilustrado na figura
19 mostram que o consumo anual per capta de livros no Brasil é de apenas 1,8 se comparado
com 11 livros per capta do Japão.
11
9
7
6
5 5
1.8
O mercado brasileiro ainda apresenta uma estrutura muito fragmentada, com várias
empresas fazendo uma etapa muito pequena do processo, as figura 20 e 21 ilustram a cadeia
do livro para o setor privado e para o setor público. Tendo em vista esse cenário, uma empresa
46
que consegue fazer uma integração vertical na cadeia adquire uma vantagem competitiva
importante em relação às outras.
Escreve o
AUTOR livro
Recebe o livro
EDITORA Compra os direitos Contrata uma
pronto e o vende
autorais do autor gráfica
para a livraria
Contrata uma
GRÁFICA Imprime o livro empresa de
acabamento
Acaba o livro e o
ACABAMENTO devolve para a
editora
Compra o
ALUNO livro na
livraria
Figura 20: Cadeia de fabricação de um livro didático para o setor privado (elaborado pelo autor).
Escreve o
AUTOR livro
Contrata uma
GRÁFICA Imprime o livro empresa de
acabamento
Acaba o livro e o
ACABAMENTO devolve para a
editora
Figura 21: Cadeia de produção do livro didático para o governo (elaborado pelo autor).
Através das figuras 20 e 21, pode-se identificar quais são os principais agentes que
atuam em cada mercado, do ponto de vista de uma empresa de acabamentos gráficos:
47
A figura 22 apresenta a evolução das vendas dos diferentes tipos de livros, pode-se
notar que os livros didáticos representam mais da metade dos livros vendidos, apresentando
um crescimento anual médio de 6% desde 2000 até 2006.
48
1.488 6%
1.079 1.155 1.093 1.267 1.254 1.323
O mercado de livros didáticos pode ser dividido em dois principais clientes finais:
Setor Privado: são as compras feitas por crianças que estudam em escolas
particulares, da primeira série do ensino fundamental à terceira série do
ensino médio, costumam evoluir segundo o número de crianças matriculadas
em escolas particulares. Os livros vendidos ao setor privado costumam ser
melhor acabados e proporcionam às empresas da cadeia produtiva uma
margem melhor.
Governo: são as compras feita pelo governo destinada aos alunos de ensino
fundamental e médio da rede pública, evoluem de acordo com os programas
de compras de livros do governo. Os livros vendidos ao governo são muitas
vezes os mesmos que são comprados pelo setor privado, entretanto possuem
um acabamento de pior qualidade, o que barateia o livro. Além disso, devido
ao seu alto volume de compras, o governo consegue preços ainda melhores,
o que diminui a margem das empresas do setor. A figura 23 ilustra esse fato,
já que apesar de o governo ser o maior comprador em termos de unidades
vendidas, ele não é o maior comprador em faturamento.
49
41% 41%
59% 59%
Vale ressaltar que os livros comprados pelo governo não são de propriedade dos
estudantes, o que possibilita a utilização do livro por três anos, passando de estudante para
estudante.
A figura 25 mostra o histórico das compras do governo divididas por cada programa.
Desde 2002, as compras do governo cresceram a uma taxa muito elevada, de 31% ao ano.
Vale notar que a unidade de medida usada no gráfico é cadernos tipográficos, que é a unidade
de medida mais usada no setor.
51
31%
2.302
1.634
563 PNLEM
1.532
1.267
84 938 283
605
1.739
1.267 1.448 408 1.351
605 PNLD
530
Figura 25: Evolução das compras do governo em milhões de cadernos tipográficos (FNDE,2008).
1%
Figura 26: Compras do setor privado em milhões de cadernos tipográficos (FIPE, 2002-2008).
52
+6%
Vale notar que a queda na receita do setor em 2006 se deve principalmente à lei
“Cidade Limpa” na cidade de São Paulo, que reduziu o material publicitário que veiculava em
São Paulo.
O mercado gráfico apresenta uma dinâmica diferente do mercado de livros, já que esse
é mais constante ao longo do ano, somente apresentando um leve aumento nos últimos meses.
Além disso, para as empresas do setor, o mercado de produtos gráficos não apresenta a
mesma previsibilidade do mercado de livros didáticos, já que a demanda oscila mais ou
menos em conjunto com a economia. A figura 28 apresenta a cadeia de produção típica desse
setor.
53
Contrata uma
EMPRESA agência de
publicidade
Faz a
AGÊNCIA DE Define mix Contrata uma distribuição do
PUBLICIDADE publicitário gráfica material
Contrata uma
GRÁFICA Imprime o material empresa de
acabamento
ACABAMENTO Realiza o
acabamento
Figura 28: Exemplo da cadeia de produção de produtos gráficos em geral (elaborado pelo autor).
Para a unidade de negócio que fabrica os demais produtos gráficos, através da figura
28 pode-se identificar os principais agentes:
Uma vez realizada uma descrição das principais características da empresa analisada e
do seu mercado de atuação é possível se proceder à análise dos pontos fortes e fracos da
empresa, assim como uma análise mais profunda a respeito da atratividade do mercado. As
análises dos pontos fortes e fracos e da atratividade do mercado servirão posteriormente para
balizar as premissas adotadas no plano de negócios. Conforme explicitado anteriormente, a
atuação da Peixes pode ser dividida em três unidades de negócios distintas (figura 15): a que
atende ao mercado livreiro privado e público e a que atende às gráficas, que por possuírem
características distintas, serão tratadas de forma diferenciada nas análises.
54
A análise SWOT para a empresa analisada será útil para posteriormente se conseguir
assumir premissas mais próximas da realidade da empresa, levando em consideração os seus
pontos fortes e fracos, assim como as oportunidades e ameaças futuras.
Pontos Fortes
Pontos Fracos
Saraiva 19%
Moderna 9%
Figura 29: Participação relativa das vendas da Peixes para as editoras (fornecido pela gerência da
Peixes).
Outro ponto que vale ser acrescentado é a preferência das editoras por players
integrados (que possuam tanto serviços gráficos como de acabamento), isso ocorre devido ao
fato de empresas desse tipo facilitarem a gestão de fornecedores das editoras, já que essas
necessitam contratar apenas uma empresa.
O principal ponto fraco da Peixes nesse mercado é o fato de a empresa não fornecer
diretamente ao cliente final, no caso às empresas, e sim fornecer às gráficas, o que faz com
que as gráficas possuam um poder de barganha maior na negociação com as empresas de
acabamento, já que essas tem contato com o cliente final.
56
Oportunidades
Além disso, a diversificação dos seus clientes pode trazer à empresa um melhor
posicionamento para negociar com as editoras, para isso, a empresa precisa criar
relacionamento com outras editoras.
Ameaças
Assim como a empresa analisada pode realizar uma integração vertical comprando
máquinas de impressão, as gráficas também pode se integrar comprando máquinas de
acabamento, o que reduziria significativamente o mercado da empresa.
Uma ameaça importante a ser considerada pela Peixes nesse mercado, é a mudança no
mix publicitário das empresas, ou seja, a diminuição de divulgação através de panfletos, o que
faria com que o mercado da Peixes diminuísse.
A análise da atratividade do mercado será realizada com base nas cinco forças de
Porter, o que dará uma noção de como se espera que o mercado evolua e quais podem ser os
movimentos estratégicos relevantes para o futuro. Como dito anteriormente, a análise das
forças de Porter compreende cinco forças básicas: clientes, fornecedores, produtos
substitutos, ameaça de novos entrantes e grau de rivalidade das empresas que já atuam no
mercado.
Vale ressaltar, que para algumas dimensões, a análise será segmentada nas três
unidades de negócio da empresa (conforme figura 15): mercado de livros privado, mercado de
livros para o governo e mercado de produtos gráficos em geral. Nas dimensões em que não
houver a segmentação, pode-se considerar que as três unidades de negócio se comportam de
forma semelhante.
Clientes
Alguns fatores indicam que o poder das editoras e gráficas sobre as empresas do setor
gráfico são uma força relevante, ou seja, esse alto poder reduz a atratividade do setor. Dentre
esse fatores pode-se citar:
É muito mais fácil para uma editora adquirir capacidade de impressão do que
uma gráfica (ou empresa de acabamento) se tornar uma editora, ou seja, nesse
mercado é mais provável uma integração vertical da cadeia a montante do que
59
a jusante. Um fato que comprova essa constatação é a editora FTD, que possui
uma gráfica própria.
São as editoras que possuem os direitos autorais dos livros ou das revistas, o
que aumenta o seu poder de negociação, já que elas podem escolher quais
empresas gráficas utilizar.
O governo não é considerado um cliente das empresas gráficas já que ele não as
contrata diretamente, e sim através das editoras. Entretanto vale ressaltar que no caso dos
livros vendidos para o governo, o poder de negociação do governo perante as editoras é muito
grande, fazendo com que a margem dos livros vendidos ao governo seja menor,
conseqüentemente as editoras procuram repassar a margem menor para as gráficas, reduzindo
ainda mais a atratividade do mercado.
se especializando e não atendendo aos outros clientes, portanto esse tipo de cliente não
pertence ao escopo dessa análise.
Alguns fatores indicam que o poder das gráficas sobre as empresas de acabamento é
uma força relevante, ou seja, esse alto poder reduz a atratividade do setor. Dentre esse fatores
pode-se citar:
São as gráficas que em geral possuem o contato com o cliente final, ficando
elas responsáveis pela terceirização do serviço de acabamento.
É mais fácil para uma gráfica adquirir capacidade de acabamento do que uma
empresa de acabamento adquirir capacidade de impressão.
Fornecedores
Produtos Substitutos
Livros e revistas digitais: ainda muito pouco difundidas e caras, fazendo com
que atinjam um público muito restrito, não apresentando portanto um risco
muito elevado no curto ou médio prazos.
Após uma análise detalhada das forças que atuam no mercado de produtos gráficos, é
possível se ter uma noção completa do seu funcionamento. A figura 30 apresenta um resumo
da intensidade das forças que atuam no mercado.
62
Força Intensidade
Atuais Competidores
Clientes
Fornecedores
Produtos Substitutos
Novos Entrantes
Figura 30: Intensidade das forças que atuam no setor gráfico (elaborado pelo autor).
Nota-se, pela figura 30, que a atratividade do mercado gráfico é média, apresentando
duas forças prejudiciais ao mercado, atuais competidores e clientes, portanto, essas serão as
forças que terão maior relevância no desenvolvimento do plano de negócios para a empresa.
Entrega dos produtos no prazo: competência que é muito valorizada por parte
dos clientes, se enquadrando no quadrante de “preenchimento de espaços” da
figura 3.
1. Mercado livreiro
Dentro do mercado livreiro a Peixes atua como fornecedora para as editoras, que por
sua vez fornecem os livros prontos para as livrarias ou para o governo. No caso dos livros
fornecidos para as livrarias, pode-se enquadrar o mercado como dominado pelas editoras, ou
seja, quadrante “dominância do comprador” da figura 4. Isso ocorre devido ao fato de as
editoras possuírem os direitos autorias sobre o livro, fazendo com que as mesmas possam
optar quais gráficas utilizar.
2. Gráficas em geral
Mais uma vez constata-se que a Peixes encontra-se numa posição desfavorável na
cadeia produtiva, já que é constantemente pressionada pelos compradores. A figura 31
apresenta um resumo da análise da matriz de poder.
Figura 31: Matriz do poder para o mercado de acabamentos gráficos (elaborado pelo autor).
Como dito inicialmente, o plano de negócios da empresa será realizado de duas formas
distintas, primeiro será feita uma projeção de fluxos de caixas e posteriormente será realizada
a avaliação da empresa através de múltiplos de EBITDA. Para ambos os casos será necessária
uma projeção de EBITDAs da empresa, para tanto, será utilizada uma abordagem top down,
ou seja, se partirá de uma projeção para o mercado, e posteriormente assumindo-se premissas
de market share se chegará à receita da empresa. A figura 32 representa a metodologia de
trabalho utilizada.
65
Divisão do
faturamento da Mercado Didáticos - Didáticos -
empresa em linhas Gráfico Governo Privado
de negócio
Projeção do
crescimento do
mercado para cada
linha de negócio 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010
Premissas de
ganho de market
share
2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010
Faturamento por
linha de negócio Faturamento A Faturamento B Faturamento C
Divisão entre
custos fixos e
variáveis
2007 2007 2007
Projeção de
Custos
2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010
Projeção de
EBITDA’s
2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010
Pelas características bastante diversas entre os dois principais clientes desse mercado,
a análise será dividida entre as compras realizadas pelo governo e as compras realizadas pelo
setor privado.
Como demonstrado no figura 25, as compras do governo seguem uma lógica trienal,
no primeiro ano ocorrendo a seleção dos livros das editoras e a compra completa para todos
os alunos da rede pública, posteriormente, no segundo e terceiro anos ocorre a reposição dos
livros que não podem mais ser aproveitados para os anos seguintes. Atualmente as compras
são feitas da seguinte forma:
Ensino médio: três livros (biologia, física, geografia) não consumíveis, ou seja,
podem ser utilizados por outros alunos nos próximos dois anos e dois livros
consumíveis (português, matemática);
Como era de se esperar, o grande driver do número de livros comprados pelo governo
é o número de crianças matriculadas em escolas públicas. Pode ser observado pela figura 33
que o número das matrículas tem caído a uma média de 3% ao ano desde 2000, apresentando
aumento apenas nos alunos do ensino médio.
-3%
46.05 45.89 45.92 45.40 44.88
7.93 7.84
7.96 Ensino Médio 2%
15.08 15.34 15.69
15.55 15.30
13.50 13.38
13.12 5a a 8a série -2%
12.34 12.32
11.53 2a a 4a série -6%
5.55 5.46 5.31 5.08 4.54 4.31 4.11 3.91 1a série -5%
Figura 33: Evolução dos alunos matriculados em escolas públicas (valores em milhões) (INEP,
2000-2007).
A projeção das compras realizadas pelo governo serão divididas nos seus dois
programas, PNLD e PNLEM.
1,738,870,073
110,241,724
Figura 34: Número médio de cadernos tipográficos por livro para no PNLD 2007 (FNDE, 2008).
A projeção de livros comprados em 2008 será feita com base nos valores já
negociados pelo governo com as editoras;
o 2008:
o 2009:
o 2010:
o 2011:
o 2012:
Figura 35: Estrutura da projeção de compra de livros do governo (elaborado pelo autor).
956 828
324
224
PNLD
235 251
2a a 4a Série
1.388 1.170
370 358 287 341
5a a 8a Série
Figura 36: Projeção de livros do PNLD em milhões de cadernos tipográficos (elaborado pelo
autor).
Pode-ser perceber pela figura 36 que em geral o número de livros a serem adquiridos
cai no decorrer dos anos, esse fato de deve ao número de crianças matriculadas em escolas
públicas também estar diminuindo no decorrer dos anos.
563,485,270
18,248,846
Figura 37: Número médio de cadernos tipográficos por livro do PNLEM 2007 (FNDE,20008).
71
A projeção de livros comprados em 2008 será feita com base nos valores já
negociados pelo governo com as editoras;
Figura 38: Projeção de livros do PNLEM em milhões de cadernos tipográficos (elaborado pelo
autor).
2.979,6
2.889,5
2.389,4
2.302,4 2.286,0
1.537,2 1.605,9
739,8
1.826,9
955,0
1.738,9
1.361,4 PNLD
1.649,6
1.331,1 1.352,2 1.373,7
Figura 39: Projeção da compra de livros pelo governo em milhões de cadernos tipográficos
(elaborado pelo autor).
As compras de livros do setor privado seguem uma lógica mais estável, já que não há
revezamento de livros, ou seja, todos os anos todos os alunos compram os livros didáticos que
usarão ao longo do ano. Portanto pode-se esperar que o número de livros vendidos acompanhe
o número de alunos matriculados no ensino particular. A figura 40 apresenta a evolução do
número de matrículas no ensino fundamental particular, pode-se observar que o número de
matrículas cresceu muito pouco desde 2000 (crescimento médio anual de 1%).
73
+1%
+1%
1.388 1.396 1.404 1.412 1.420 1.428
+4%
15,4 16,1
14,1 14,7
12,9 13,5
Figura 43: Projeção de receitas do setor gráfico em R$ bilhões (elaborado pelo autor).
Projeção de Receitas
Vale ressaltar que as projeções são realizadas a preços constantes, não tendo portanto
influência da inflação.
76
+2%
120.919 118.813
117.316 117.070
106.964 109.538
58.645 61.284
64.042
56.227 66.923 Setor Gráfico
53.703
33.915 34.107
33.535 33.725 34.300
34.494 Livros - Setor Privado
Figura 45: Divisão entre custos fixos e variáveis (elaborado pelo autor).
Para a projeção dos custos, devido ao curto tempo de projeção (cinco anos), não serão
assumidas mudanças nos custos fixos e os custos variáveis manterão a mesma proporção das
receitas. As projeções de custo podem ser vistas na figura 46. Pode-se perceber que os custos
crescem a uma taxa inferior à taxa de crescimento das receitas, isso se deve ao fato de parte
dos custos terem sido considerados fixos. Após a projeção de receitas e de custos é possível
apresentar a projeção de EBITDAs, que é mostrada na figura 47.
78
+1%
98.345 97.112
96.230 96.090
90.546 91.638
Despesas Gerais
9.794 9.854 9.820 9.791
10.041 9.657 Logística
3.941 4.193 4.308 4.241 4.185 Mão de Obra Indireta
3.858
3.638 3.656 3.708 3.730 3.717 3.706 Horas extras
2.935 3.005 3.219 3.318 3.260 3.212
2.751 3.018 3.110 3.056 3.011
2.817
Serviços Terceirizados
9.518 9.651 10.053 10.237 10.130 10.040
Outros
Figura 46: Projeção dos custos da Peixes em R$ mil (elaborado pelo autor).
+5%
22.574
21.701
21.086 20.980
17.900
16.418
EBITDA
= Receita Líquida
-Custos e Despesas
= EBITDA
-Provisão para Imposto de Renda
Δ Capital de Giro
-Investimentos
Estimativa do WACC
E D
WACC = RE RD (1 TC )
V V
RE RF ( E ( RM ) RF )
Pelo fato de a Peixes não possuir dívida, ou seja, ela é financiada totalmente com
capital próprio, para o cálculo do WACC é apenas necessário calcular o custo do capital
próprio (RE), a metodologia de cálculo de cada variável será:
80
RF: para efeito deste trabalho, a taxa de retorno livre de risco será estimada
como sendo a média aritmética do retorno da metade 2007 até a metade de
2008 do título T-Bond de cinco anos (para ser coerente com o horizonte de
projeção) do tesouro americano acrescida do spread adicional pago pelo risco
Brasil. O spread adicional será estimado como sendo o retorno adicional de
acordo com o rating do Brasil ajustado pela volatilidade média do mercado, os
valores para o cálculo são apresentados na figura 48.
Figura 48: Cálculo da taxa livre de risco para o Brasil (BLOOMBERG, DAMODARAN
ONLINE).
β (beta): o beta da Peixes será estimado como sendo uma média do setor em
que ela está inserida. A média do beta para o setor Editorial segundo
Damodaran, é de 1,58. (DAMODARAN ONLINE).
E(RM)-RF: o prêmio pelo investimento em ações foi obtido por uma média
geométrica de 1928 a 2007 da diferença do retorno de investimento em ações
(S&P 500) para o retorno dos títulos do governo americano (T-Bond). O
prêmio de mercado será portanto de 4,79% (DAMODARAN ONLINE).
Portanto, para a obtenção dos fluxos de caixa serão assumidas as seguintes premissas:
81
(-) Investimentos - - - - -
WACC=15,01%
Cenário Alternativo
Todas as demais premissas são mantidas tal qual o cenário base, a projeção de fluxos
de caixa é apresentada na figura 51.
83
(-) Investimentos - - - - -
WACC=15,01%
Figura 51: Projeção de fluxos de caixa para o cenário alternativo (elaborado pelo autor).
Com os dados da figura 51, chega-se ao valor de R$ 77,197 milhões para o período de
projeção explícita e R$ 173,563 milhões para o valor da perpetuidade, chegando-se ao valor
total da empresa de R$ 250,760 milhões. A figura 52 apresenta um resumo do valor da Peixes
nos dois cenários analisados.
Figura 52: Valor da Peixes nos dois cenários analisados (elaborado pelo autor).
Figura 53: Múltiplos de EBITDA obtidos pelos dois cenários (elaborado pelo autor).
Nome da Empresa País Setor de Múltipo de Nome da Empresa País Setor de Atuação Múltipo de EBITDA
Atuação EBITDA
CAXTON AND CTP P Af rica do sul Editorial 8,93 PRM Israel Editorial 7,61
KAGISO MEDIA LTD Af rica do sul Editorial 6,94 GLEANER CO LTD Jamaica Editorial 27,46
SAUDI RESEARCH A Arabia saudita Editorial 14,99 BUNKEIDO CO LTD Japão Editorial 7,33
FAIRFAX MEDIA LT Australia Editorial 15,79 CHINTAI CORP Japão Editorial 2,12
SAI GLOBAL LTD Australia Editorial 12,41 GAKKEN CO LTD Japão Editorial 92,60
WEST AUST NEWSPA Australia Editorial 13,79 GENTOSHA INC Japão Editorial 3,75
SARAIVA LIVREIRO Brasil Editorial 12,15 IMPRESS HOLDINGS Japão Editorial 3,61
GLACIER VENTURES Canada Editorial 13,13 KADOKAWA GROUP H Japão Editorial 5,18
MCGRAW-HILL RYER Canada Editorial 3,70 SHOBUNSHA PUBLIC Japão Editorial 4,41
TORSTAR CORP -B Canada Editorial 13,30 JORDAN PRESS FOU Jordania Editorial 35,61
BEIJING CCID-A China Editorial 185,03 MDP Malasia Editorial 8,82
CHENGDU B-RAY-A China Editorial 33,99 NEW STRAITS TIME Malasia Editorial 3,09
DLX China Editorial 6,60 NEXNEWS BHD Malasia Editorial 66,85
LIAONING PUBLI-A China Editorial 143,22 SCHL Malasia Editorial 6,35
IAR Cingapura Editorial 7,65 SIN CHEW MEDIA Malasia Editorial 8,04
POPULAR HLDGS Cingapura Editorial 3,62 STAR PUBLICATION Malasia Editorial 11,20
RRD Cingapura Editorial 5,52 ADRESSEAVISEN Noruega Editorial 8,26
SINGAP PRESS HGS Cingapura Editorial 14,68 ASKER OG BAERUMS Noruega Editorial 20,84
VPRT Cingapura Editorial 31,40 BNE Peru Editorial 5,88
YELLOW PAGES (S) Cingapura Editorial 12,36 EDITORA EL COM-I Peru Editorial 6,36
DAEKYO CO LTD Corea Editorial 7,45 AGORA Polonia Editorial 20,49
DAILY SPORTS INC Corea Editorial 162,26 PPWK Polonia Editorial 100,52
PEDH Corea Editorial 23,23 WSIP Polonia Editorial 12,49
WOONGJIN HOLDING Corea Editorial 13,35 NATION MEDIA GRP Quenia Editorial 19,68
WOONGJIN THINKBI Corea Editorial 7,84 EDUC Russia Editorial 5,46
DZS REDNE Eslovenia Editorial 16,63 AMARIN PRINTING Tailandia Editorial 5,29
EKSPRESS GRUPP A Estonia Editorial 2,48 MATICHON PUB CO Tailandia Editorial 6,10
Bowne & Co. EUA Editorial 5,88 POST PUBLISH PCL Tailandia Editorial 15,89
Consolidated Graphics EUA Editorial 3,81 SE-EDUCATION PCL Tailandia Editorial 8,46
Courier Corp. EUA Editorial 6,14 DM Taiwan Editorial 24,48
Deluxe Corp. EUA Editorial 6,60 IQW Taiwan Editorial 2,59
Dolan Media EUA Editorial 24,48 DOGAN GAZETECILI Turquia Editorial 153,18
Donnelley (R.R) & Sons EUA Editorial 5,52 HURRIYET Turquia Editorial 10,99
Educational Devel. EUA Editorial 5,46 SORC Ucrania Editorial 4,20
Idearc Inc. EUA Editorial 7,65 ZIMBABWE NEWPAP Zimbabue Editorial 200,00
Laser Master International Inc EUA Editorial 7,00 SAUDI PRINTING & Arabia saudita Impressão 19,91
McGraw-Hill EUA Editorial 8,42 BOLDT SA Argentina Impressão 2,47
McGraw-Hill Ryerson Ltd. EUA Editorial 4,21 WELLCOM GRP LTD Australia Impressão 7,67
Meredith Corp. EUA Editorial 8,82 AMERICAN BANKNOT Brasil Impressão 6,70
Peoples Educational Holdings EUA Editorial 23,23 QUEBECOR INC-A Canada Impressão 5,56
Playboy Enterprises 'B' EUA Editorial 4,05 TRANSCONTINENT-A Canada Impressão 4,47
Presstek Inc. EUA Editorial 8,83 SHANG JIELONG-A China Impressão 49,74
PRIMEDIA Inc EUA Editorial 7,61 FUNG CHOI MEDIA Cingapura Impressão 1,76
PUBLISHING EUA Editorial 9,01 SHANGHAI ASIA HO Cingapura Impressão 1,41
Quebecor World EUA Editorial 2,59 SNP CORP LTD Cingapura Impressão 8,65
Reuters ADR EUA Editorial 31,30 SHOROUK PRINTING Egito Impressão 10,61
Scholastic Corp. EUA Editorial 6,35 AMVIG HOLDINGS Hong kong Impressão 32,88
Source Interlink Cos EUA Editorial 4,20 CHUNG TAI PRINT Hong kong Impressão 24,85
VistaPrint Limited EUA Editorial 31,40 MIDAS INTL HOLDI Hong kong Impressão 6,81
Wiley (John) & Sons EUA Editorial 14,37 ALLAMI NYOMDA Hungria Impressão 9,81
MANILA BULLETIN Filipinas Editorial 5,13 INFOMEDIA INDIA India Impressão 33,55
PLA Filipinas Editorial 4,05 NAVNEET PUBL India Impressão 16,90
ALMA MEDIA CORP Finlandia Editorial 14,97 DAI NIPPON PRINT Japão Impressão 5,04
ATTICA PUBLISH Grecia Editorial 63,65 KOSAIDO CO LTD Japão Impressão 7,88
HK ECONOMIC TIME Hong kong Editorial 12,14 KYODO PRINTING Japão Impressão 5,13
JADE DYNASTY GRO Hong kong Editorial 51,65 KYORITSU PRINTIN Japão Impressão 4,56
MING PAO ENTERPR Hong kong Editorial 9,66 MITSUMURA PRINTI Japão Impressão 6,46
NEXT MEDIA LTD Hong kong Editorial 11,58 MIURA PRINTING Japão Impressão 27,91
ORIENTAL PRESS G Hong kong Editorial 12,06 NISSHA PRINTING Japão Impressão 9,32
SCMP GROUP LTD Hong kong Editorial 8,79 PRONEXUS INC Japão Impressão 6,14
CGX India Editorial 3,81 SANKO SANGYO CO Japão Impressão 6,81
CRRC India Editorial 6,14 SEKI CO LTD Japão Impressão 6,01
DECCAN CHRONICLE India Editorial 21,10 SUN MESSE CO LTD Japão Impressão 6,34
HT MEDIA LTD India Editorial 26,44 TAKARA PRINTING Japão Impressão 6,01
JAGRAN PRAKASHAN India Editorial 40,99 TAKEDA PRINTING Japão Impressão 3,95
JW/A India Editorial 14,37 TOPPAN FORMS CO Japão Impressão 4,07
LMTI India Editorial 7,00 TOPPAN PRINTING Japão Impressão 6,37
MACMILLAN INDIA India Editorial 10,36 TOSHO PRINTING Japão Impressão 4,60
MHP India Editorial 8,42 VIA HOLDINGS INC Japão Impressão 12,92
MHR.TO India Editorial 4,21 ZENRIN CO LTD Japão Impressão 15,51
PRST India Editorial 8,83 FIMA CORP BHD Malasia Impressão 4,42
RTRSY India Editorial 31,30 KOZA DAVETIYELER Turquia Impressão 5,78
BLOOMSBURY PUBL Inglaterra Editorial 22,05 HUNYANI HOLDINGS Zimbabue Impressão 200,00
MAARIV HOLDINGS Israel Editorial 193,07
A partir dos dados da figura 54 é possível se fazer algumas análises de acordo com o
setor de atuação. As figuras 55 e 56 apresentam o histograma do múltiplo de EBITDA para o
setor de editorial e impressão respectivamente.
86
40
20
19
18
Figura 55: Histograma dos múltiplos de EBITDA para o setor editorial. (DAMODARAN
ONLINE).
18
Número de Empresas: 38
Média: 15,76
Máximo: 200,00
Mínimo: 1,41
Frequência
3
2
1
Figura 56: Histograma dos múltiplos de EBITDA para o setor de impressão. (DAMODARAN
ONLINE).
87
Como pode ser visto nas figuras 55 e 56 o setor editorial apresenta uma média de
múltiplos melhor que o setor de impressão, fato que corrobora a análise qualitativa feita
anteriormente, já que o setor editorial apresenta uma posição mais favorável na cadeia
produtiva. Os múltiplos de EBITDA da Peixes ficaram entre 13,01 e 15,27, muito próximos
da média de mercado do setor de impressão.
88
89
4 AVALIAÇÃO DA AQUISIÇÃO
Devido a todos esses fatores, pode-se traçar três diferentes estratégias para a empresa
compradora, cada estratégia tento os seus riscos e retornos inerentes:
Figura 57: Resumo das alternativas de investimento para entrada no mercado (elaborado pelo
autor).
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de se avaliar uma empresa do setor
gráfico dando um parecer a respeito da aquisição da mesma, sendo primeiramente realizada
uma avaliação do posicionamento estratégico da empresa e posteriormente uma avaliação do
seu potencial de crescimento.
A avaliação financeira foi realizada conforme uma abordagem top down, ou seja,
primeiramente se construiu o crescimento esperado do mercado e posteriormente, assumindo
premissas de market share, se chegou à projeção de receitas da empresa. Os custos da
empresa foram divididos entre variáveis e fixos e também projetados, chegando-se assim na
projeção de fluxos de caixa para a empresa.
A avaliação financeira não serviu apenas para se chegar ao valor da Peixes, mas
também para se conhecer melhor a empresa estudada e identificar as alavancas de valor no
mercado em que ela atua. Além disso, a avaliação da empresa possibilitou a formulação de
estratégias diferentes de entrada no mercado para a empresa estrangeira, sendo a compra de
uma empresa integrada a melhor alternativa.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COX, A; SANDERSON, J; WATSON, G.. Supply chain and power regimes:…. The
journal of Supply Chain Management, v.37, 2001.
DAMODARAN, A.; Investment Valuation: tools and techniques for determining the
value of any asset. Wiley Finance, 1997.
GRAFOSALE. Foto ilustrativa de uma máquina que realiza encadernação tipo costura.
Disponível em <
http://www.grafosale.cz/index.php?page=main/show.php&id=54&A=&B=&str=1&top=top>
. Acesso em: 10 ago. 2008.
PORTER, E. M.. How competitive forces shape strategy. Massachussets: Harvard Business
Review, 1979. Version 1.