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MíCSEers^^^»-—«;ü—
Publica-se aos domingas.
ANNO I MARANHÃO^È^EMBRÕ^tElSsa
———_ NUMERO 8

1 da e da PT^uiçà com 'noites


7eja de luar, yá! Má, que uaa vol
0l"
, itAIUKILlo; 19 DE DEZEATBBO 1880. que se sobiwawegaram ¦ * 4Q , q
S<udm. ^ da pândega se disperte
uma po-
O Malho relativo ao mez No entanto na
de no- pontinha dos pfo P^ação inteira depois de 11 horas
Vcmbro ó uill folheto de 71 Jhe apresentamos os nossos *1 •

com- da noite, á toques de tambor e dè


- i

paginas;
que a gente recebe na rua, entra em primsntos e pedimos desculpa |de o cornefâ, eis o que competia aos Brs.
tratar-mos por tú, nós,-ania
qualquer parte, senta-se em uma cri- conductores dos bonds impedir,

cadeira ou encosta-se a um balcão, anca; que a nossa policia nem nás noites
abre a piineira folha, lê o smnma- dte lua ápparecô;
no, pede emprestado um canive- §| ^° fento, uma/ sociedade
te, uma espátula; se não, encontra, derapases de bom gosto, teve a fe- A companhia dramática do ar-
vü3 rasgando as folhas com o lis lembrança de fundar um
dedo thea- tistà Eodrigues Sampaio, tem dado
e devo) a da primeira a ultima trinho particular, destinado a repre- no
pagina Ceará 12 recitas com os drama*
sem esforço, sem contar as sentado de comedias,;draLs e ope- teeguintes
folhas :.
que faltam, sem tomar vapéydeixan. rela^.
O Pirata Antônio.
do apagar o cigarro entre os dedos, Aos habitantes d&quella locais O Filho Bastardo.
quasi ™ a respiraçã) suspensa. dade apresentamos os nossos O Medico das crianças.
para-
Joã o AfFonso escre ve^O Malho bens paio melhoramento com OMartyrdalVictoria.
que os
ew csfcylo fluente,' conciso,
lógico, dotaram os prouloto/es de tão útil Os Milagres da Virgem.
«em incidentes inúteis
que tornem idéia, e a estes um longo aperto de A Morgadinha de Val-flor.
fastidiosa esta
publica çãV que é re- mão por não se terem esquecido do
almente uma
pena ser feita aquii que á mocidade deve ao íheatro> a São duas as pragas da actualidã-
no Maranhão, onde, infelizmente,'0 melhor escola
para os que entendem de: fogos e ladrões. Quando não M
numero dos que ¦ não ciemos— a este'
prestam attenção e que ™™ mundo
m, só* incêndio ha roubos,,.e quando não ha
dão valor ao que fazem os
que estu- m3nte V™ comer e dormir, roubos ha incêndios;
dam e trabalham, é tão diminuto
que quasi passa desapercebido. Falleceu hontem Antônio
As Coíiê>
A-Paeotilha-se tivesse quatros príncipàes cidade? de de Aguiar ávô dos Srs.
edade Luiz de
aeoijselhavaa João Afonso .Portugal tem a seguinte população: AguiàrMagalhães
anmaiS e João de Aguiar'
teimosa perseveiançajno]
caminho Lisboa......265,346 habitantes. Almeida.
que vae trilhando com pé lâo firme' Porto.....:. 108,606 » ' Permitia Deus
que a -Pacoti-
q«e o hade levará^vmaeminen-, -._.,., Funchal..-. 20,606 lha-- tenha uma^existencia
docom>
aa de onde descortine os ^ »
que anni R,. primento da sua vida.
i> Nojenta eseisannos-! .
''¦" '¦'-''''•'-'¦'^.^íSsSfwá
:''¦¦'"¦'¦¦

í^iMf^áãm
***** *¦**•'*•*<*¦(¦«¦***«•'-
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PAC0T1LIL\.

dizia: Tende cuidado dos soldos, quando saia, um destes volumes, de


O EMPREGO GO TEMPO cuidado de si sorte que quando tinha a passar um
porque os Juizes terão
M. Easiphe .~-Que fazes abi Eu- mesmo.—Assim eu te digo: Apro- tempo muito curto para começar
zebio ? Euzebio —Eu, papaé l Es- veita 03 quartos de hora porque ha uma leitura longa, recorria aos seus
pero que sejam trez lioias. leínpre oçcupação para os dias, diccionariòs; — fossem dois niinu-
M. Easiphe.—Sem impaciência, Eusebio.—Mas, papae, nãosepo- tos, era o bastante para ler um ar»
ao que parece;—e porque esperas de trabalhar sempre. tigò,que marcava. ¦
que sejam trèz horas'? M.¦ Easiphe.—Quem te falia de Por isso, ouvi-lhe varias vezes di-
Euzebio.—Porque o meu mestre trabalhar?Para seguira minha com zer:_ Aprendi completamente a
de dansa vem as três e um quarto. paração dé; ainda agora, vale mais geograpíra durante o tempo que se
' . M. Easiphe.—Muito bem ! -com- òs.
jogara rolha ou a conca com passava emquanto
b criado vinha
comprehendo agora; —ásperas prc- soldos, vale mais, em rigor, ffizer ánnunciar-me uma visita, voltava a
trez • honis, deljes, riçpiitógs na xibeira, do,que dizer que eu/astava visivel e condiu
' sentemente ,qup sejam
as tresr holas IspiiSjfe que se|aè| deixal-os cair a^naticamente pelo siao visitante até o meu gabinete ;
três horas e iim quarto. bo^o roto;—e ainda, o dinheiro foi nestes intervallos somente que
-
Eusebio.----Não ó precisamente que tu percas desta maneira acha- aprendi a geographia. ¦¦¦¦
islo, e sim que as ires terei tempo, o alguém que tlelle se aproveita ;— Li o Dicciõnarió de Trevoux, se-
• em um
quarto de hora, de calçar os não succede o mesmo com o tempo. te grandes volumes in.fqljio, e o Dic-
sapatosde dansa e preparar me para Brinca, se queres, rareia, mas çionário de Historia uatuial de Vai-
a lição. uao esperes que o tempo passe.— mònt de Bemire, cinco volumes
'
y M. Easiphe.—E cV.aqni ás três Pessoas ha que, não só em frac- em quanto grande, emquanto o cria-
lioras não imaginaste outra ocícnpa- ções de ura quarto de ||fe; mas do procurava-rine a bengala e o cha-
mo-
ção «e não ver passar o tempo como ainda emfracções msnores, perdem péo e passava-me a escova, no
outros menos basbaques que tu \ ê im assim duas ou três horas por dia.— mento de sair—Li todos os lyricos
correr o rio? Se te viessem dizer : — A natu latinos no banho, e os gregos em-
Euzebio.—Admitto, meu caro pa- reza tem-lhe; destinado cincoenta air quanto andava a carro.
nos de existência, o que ültrapasa
pae, que me chame lasbaqne, po- No theatro, de que sou apaixona-
rem não comprehendo porque o muito o proporção media da vida do, emquanto r ão começava a repre
seja mnis do que os que \êem|humana,—dava-me grande prazer sentação e durante os intervallos,
correr a agpa. se consentisse em morrer aos qujv
aprendi o hespanhoh Consegui tudo
[. Easiphe,—E' que esses obser- jenta annos,— tu achariam a pro isso empregando os meus quartos
vam ao menos uma cousa visivel, posta'indiscreta e redicala1—Pois de hora e os meus cinco minutos,
uma cousa que deleita a vista e bem, descontando o tempo que dor- esta migalha de tempo e de vida
entretem a imaginação,—a agoa mes, três horas por. dia perdidas é perdida por quasi todos, e
esperar que sejam três hoias, que
que corre é um espectaculo interes- em..,, de que eufis uma fortuna, como as
sante, de que pode resultar toda a é precisamente o quinto de tua vi-
que 05 jornaes referem algumas ve-
sorte de reflexões, ou pelo menos de da que desperdiçai Eepito que eu ¦sesque.se encontrou no enxergão
sonhos; mas esperar que o tempo não exijo que ti abalhes sempre, po- de um cego mendigo: fortuna de
sem nada fazer, só ao arga- rem estimaria mais vtr-te saltar em
pajsse
se- soldos e centimos.
xiaz, que aguarda a primavera dor- uma corda do que esperar que
—agora Alph. Kaee.
jam três horas; se queres
mindo; se pode permittir
de
Eusebio.—Mas, papae, que quer empregar utilmente estes quartos
"faça
que eu em um quarto de ho- hora, e estes minutos mesmo que Para a capital
ra? ' . quasi todo mundo perde, dar-te-hei
'" ;¦;•/;¦/';;''
exemplo de um homem extre- Por três mezes r 2$000
M; Easiphe.—Um quarto de lio- 200
mente sábio conheci de Numero avulso...... .•.
ro! mas isso é muita vez uma éter- que per-
Para o interior
nidade. ¦—¦*! Quando a mulher do to:—elle tinha sempre em casa,
Barba Azul obtém um pequeno sobre utoa estante de leitura um Por seis mezes 5$00Ó
diccionario aberto,— diccionario de Pagamento adiantado.
quarto de hora para resar, dá tem-
chronologia, de geographia ou de
po a que seus irmãos cheguem, a
livrem do tyrano e salvem-lhe a vi- qualquer outra sciencia, cujas ma- Tabeliã de ànnuncios
da. Um quarto de hora !— mas o terias são divididas eih capitulos Ànnuncios simples no, corpo do
curtos e independentes uns dos ou-
que é a vida se não um certo nu. jornal, por cada linha 50 reis.
mero de segundos?—Se um ho- tros. Possuía igualmente as mes- Os assignantes nada pagam.
inem rico me dissesse: Que quereis mas obras em edições pequeninas, Ànnuncios em letras de phantasia
que eu faça de um schilng ? pro« destas'chamadas— edições diaman na ultima pagina, mediante ajuste
phetisava-lhe a ruina. Um sábio tés, e levava sempre na algibeira, 1 prévio.
?&¦
PAC0T1LHA.
l*-r- — ;

SüjjflBBBOfSSs—~ *^--*j ^—--

."No theatro Phenix do Rio $e A companhia de seguros Espe- A cidade de Lisboa capital de
Janeiro, foi á scena pela 58 vês íança estabelecida nesta
capital % Portugal tem 380 ruas, 220 traves-
A princesa dos cajueiros, popular em novembro ultimo todas as suas ea*,
164 becos, l38pateos, 118 lar-
opei a cômica em 3 aetos, do nosso transações nos valores seguinte :
gos, 55 calçadas, 15 praças, 10 es-
comprovinciano Arthur Asevedo. Bendimento.... 7,132,350 cadinhas, e 8 cães.
'
Prejuisos 5,932,149 O Terreiro do paça, e oBocio são
Em Glasgow foi lançado ao mar Resseguros.../.li5,000,000 as mais esplendidas
um grande hiate a vapor pai a. o . Legumes. praças do-mim-
,.\ .. .948,182,926 do. ;
imperador da Kussia Denomina-se M/ir/ :¦:¦¦ ;''V';, 'y':. U'- :í':'^'':
Livadia, tem de comprimento 260 Durante o tempo Bendimento da alfândega do Pará
em que a ma-
pés, e a sua marcha é de 14 milhas' yambomba, que paite nos meses de Novembro desde 1877.
o
para Cutim
por hora. ás doa=J horas da tarde, estaciona no Em, 1877..:. 282,608,835
largo de Palácio, os senhores em « 1878..'.. 416,442,397 •
Em uma casa da rua do Sol es- « 1879.../ 382,520,640
pregados da secretaria do governo
conde-se* misteriosa mente a todas «1880..... 485,315,013
edathesouja-ia de fazenda gosam
as vistas a celebre Filcmena Bata-
á saciedade de um aprasivel e cie O maior foco de infecção que esta
fita. •
leitavel concerto de esialos de chi
A policia Lao se deve descuidar cidade ,p;os3Uè são as refinações de
cote, graciosamente executado por assacar. .Exhalam
de vigiar-lhe os passos. tão nanseabundo
alguns esperançosos aspirantes ao I feüdo
|| os f%aeg § ilIastrissima
importante cargo de cocheiro de nã3 se arriscam
aproxima-se dellas.
Estatística, dos mendigos presos bond, e expresnmente dedicado aos
referidos senhores empregados, Foi publicado em Paris o novo
em Berlim, (agitai de Allemãnha. que,
'. em extremo tal poema de Victor Hugo denominado
Em 1876.... 8,738 mendigos. penhorado por deli
cadesa, suspendem, d tratalho L'ane.
.., (( 1877... .22,142 » e] ta
os ouvidos. E' uma eatyia completa e termina
V \« 1878.... 23,200 » i pam
« 1879.... 26,048 A guarda de Pa acio devia, por uma soberba afirmação da
d I ]?or
sciencia e da verdade.
E' admirável este progressivo amor do publico serviço, faser re
augmento! verterem beiiifício dos distinetos No semestre de Janeiro a Ju-
executa ates o resultado dos esforços- nho deste anno emigraram—da
Alie*
Na rua do Sol n. 77 ensina-se por elles empregados em soltar ao manha 50,442.
pessoas.
primeiras letras a meninas e meninos vento o que mereciam receber nas Infelismente nenhum destes imí-
de tenra idade. costas, ;- :
grados chegou ao Maranhão.
FOLHETIM. de bruços a água dos- charcos, por convidal-a a dançar, Pagou-lhe ei-
uni nada era batida, e finalmente dra, café, bolos, um foulard, e, sup-
(2
m CGHÂCÂG simples foi expulsa por um furto de dinheiro pondo que ella advinhava-o, of- "::'
. V

que não cometteia. Dçahi foi para fereceu-se para acompanhai-a. At


POR outro ca ai como guarda dos galli- beira de um campo de areia elle der-
nheiros, e eomo agradava aos pa- ribou-a lentamente. Ella teve medo
8ÜSTAV0 FLAÜBEBT, trões, as suas camaradas invejai am- e poz-se a gritar.' Elle afastou-se.
Coutiniiȍ!t^.
nça. Uma outra noite, na estrada de
Uma noite do mez de agosto ti* Beaumont, ella quiz passar um-
II ilha ella então 18 armos—arrasta-
grande carro de ferro que avança*
ram-n'a á reunião de Collevile. Ella va lentamente e roçando pelas ro~
Ella tinha tido, como qualquer fo.i subitamente atordoada pela gri- das reconheu Theodòro.
outra, a sua historia de amor. -tariados menestreis,. as luses nas Elle chegou-se-lhe com um ar
Seu pae, um pedreiro, morrera arvores, as cores das roupas, asren- tranquillo, disendo que era preciso
de uma queda de um andai-me. De~ daa, as cruzes de ouro, esta massa de perdoar tudo porque era « culpa da
pois, a mãe morreu, as irmães des- gente saltando junta. Picou de par- bebida. 3
persaram-se, um rendeiro reco- te, modestamente, quando uni rapaz Ella não soube o que responder e
lheu-a, e mandou-a, ainda pequeni» de apparencia ricassa e que fumava teve desejos de fugir.
na, guardar as vaccas no campo. o seu cachimbo com os cotovellos Em seguida elle» fallou-lhe das W%y^?'AMWí
EUa tintava sob os andrajos, bebia firmado na lança de um carro veio colheitas e dos figurões da com-
PAOQTILHA.
Hwnwm i—im nu.

*.
a. .... .
. ¦« ¦

* Um quarto de estudante pequeno e atravancado,


no chão roupa dispersa e leite derramado.
j Lino Marques Valente, e Joa-
Cadeiras em desordem, à mesa nada igual: ; • v •í quim Pedro Marques Yalente,
tem vidro, colher, billa, thesoura, castiçal, (ausente) tendo recebido pelo
vela, faca, cachimbo, prego, latas, tinteiro, vapor « Braganza y a infausta
chave, livras, relógio.,. .E nada de-dinheiro
'¦' ' ''! noticia do fallecimento em Por.
/" ?! ) tngalde sua idolatrada Mãe, D.
A estante aberta e as portas com restos, da vidraça Mareeilina Roza cie Jesus Va-
sustenta e guarda tudo: espelho, chapeo, traça, lente, mandão celebrar uma mis-
espanador, gazeta, camisa pendurada/; sa pelo eterno clescanço de sua
musica e a livraria de todo revirada. alma, quarta-feira 22 do corren-
te, na capelia do,Senhor Bom
O çabide carrega a carga d'um elephante, Jesus cios Passos, no convento
e em cima, paraornato, livro e papel bastante. do Carmo pelas 6 e meias da
manhã.
A um canto enorme trouxa bem* apertada e dura Para este ac-to de piedade
e um bahú que ha muito reclama fechadura; christa pedem a assistência de
atraz, ja bolorentas botinas e sapatos, todos os seus amigos, e desde já
que ainda se conservào por compaixão dos ratos. lhe tribuião seu eterno agradeci-
mento.-
Postado em frente á porta estende-se um sophá Maranhã), 18—12—1880.
e a alma deste cahos doente nçelle está;
um'outra em vão procura do somno o paroxismo:
depois de haver fumado, boceja de cynismo. Os nossos paiabens ao Sr. AíTo;i-
so Mendes pelo seu brilhante exa-
Junto a mesa um calouro folheia um livro a esmo, mede historia. De nada vale a díg-
não estuda, mata o tempo, o que vem dar no mesma. tincçào da Ia a um filho cie lente, de
i •
examinaclor, oii algum ngürao
qual*
E eu cynico também sentado ao
pé da mesa, quer j porem a distineção obtida por
traçar-vos este quadro tomei por minha empresa.
um simples estudante,
que apenas
;*
Recife—1880. pussue os livros; em que estudou, é
B. DE CODOIS. por demais honrosa.
muna, porque seu pae tinha aban- sem, .dobraram a direita. Elle abra- compraram lhe um substituto no
donado Collerille pelo casal dos çou-a ainda uma vez. Ella desapp?,- exercito; mas d'nm momento|paia
JEcots, de modo que agora ellea receu n assombra. outro podiam tornar a ehamal-o; a
eram visinhos.—«Ah h fez ellà. EL Theodoro, ni semana seguinte, idéa de servir amedrontava.o. Esta
le acrescentou que queriam estabe- obteve entrevistas. covardia foi paia Felicidade uma
lecel.o. De resto, não tinha pressa, Encontravam-se no fundo dos
esperava unia mulher de seu gosto. pa- prova^le .ternura; a cPella redobrou.
teos,. por detrás de um muro, datai- Fugia de noite e, chegada ao
EUa abaixou a cabeça. Então elle xo de uma arvoie isolada. EUa não ponto,
Theocloro torturava-a com as suas
perguntou-lhe se pensava era. seu ei a innoeeilte a maneira das meni- inquietações e as^snas instâncias.
casamento. EUa replicou, sorrindo, nas;—os animaes a tinhão instruido Por fim, elle commúnicou
que era maldade escarnecer.—«Ju- —mais a razão e o instineto que iria
da hon- em pessea á Preíeituj a tomar míor-
ro.lhe.quenão!— e com o Jbraço ra impediram-n'a de fraquear. Esta inações e que voltaria no domingo
esquerdo enlaçou-lhe a cintura; ella resistência exasperou o amor de
caminhava sustida por este abraço; próximo, entre onze horas.e meia-
Theocloro, a ponto que,
diminuíram o passo. O vento era para o sati.s- noite.
fazer—ou talvez ingenuamente — A hora combinada, ella correu
brando, as estrellas brilhavam, a
propozJhe casarem. EUa hesitou
enorme carrada de feno oscilava em acreditar.. Elle fez para p namorado. r
diante d^elles;; e os quatro cavallos, grandes jura- Em vez d'elle, ashou um de sem
mentos.
arrastando o- passo, levantavam a amigos.
Breve elle confessou uma cousa
poeira, Depois sem que os mandas- massante: os pães, no anno
passado, Typ, cla-iPACOTILIU--»rwa.do^gypto
a.

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:M .\V(X.

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Gravura chimica IW do MoTnho de Vírtn fiO

t©icáo i{x¥popifí8fíi& ©iisieasa a ©i^ix.día


^>IA.3SriSTA. PABA-BNSB
;#

Bíblia itai

S. LUIZ—MARANHÃO, 24 DE DEZEMBRO DE 4880.

E' certo que o progresso não é uma palavra vã, negada Por vezes surgem contrariedades que transtornam ir um
pelos pessimistas sentimentaos, nem um termo sonoro eoco ponto ou n'outro a regularidade d'estes trabalhos: um vul-
éstãfato pelos gongoristas entre o —Away!— de Byron e cão engole n'um momento o monte que crescia polegada a ~\

uma epigraphe de Castro Alves. E' o destino fatal e iníallivel polegada desde tempos a que a memória não atlinge; um
das òousas. Tudo caminha no mundo. Do átomo mais im- agoaceiro submerge e dissolve como um torrão de nssucar a
perceptivel ao monumento mais grandioso,cada creaçãoéuma planície cultivada e fértil; um sopro da atmosphera arranca
molécula que se vae ag- as arvores seculares—
gregar a este corpo—o mas isso não altera a
progresso. Desde o infi- ¦ harmonia geral: a se-
mo infusorio, insignifi- mente lançada pelo fu-
cante como um grão de . ração vae germinar n'ou-
areia, que consome se- Ira superfície e a Grande- 9iÁ'
culos na sua elaboração Mãe prosegue impassi-
lenta e pacienle de con- vel, imperturbável, te-
struir montanhas que naz, paciente no seu Ira-
desviam os mares e des- balho. '
pedaçam as nàos, até a Assim a sociedade. Co-
expansão instantânea do mo a natureza, tem o
pensamento humano,que seu caminho traçado, tem
n'uma palavra opera uma o seu dever estatuído—
revolução—nada escapa o aperfeiçoamento, ba-
à tarefa que lhe foi im- seado solidamente na—
posta: trabalhar para a Razão— na —Justiça—
perfectibilidade e ser útil e no —Direito.— Tal co-
às funcçôes orgânicas do mo aquella, os obstacu-
meio em que foi produsi- los perturbam-lhe a via-
do. A massa informe e ¦ ¦ ¦¦mÊ^^mW/^WJ^jf ¦•>- MmW* •< 'Jí^-- • \* ¦ •-• gem, mas nem por isso
dura do granito toma aos ella deixa de proseguir
golpes do escôprodo es- fatalmente ao seu desti-
tatuario as formas bran- no. Podem os annos im-
das e elegantes de uma pellir para os sorvedou-
creação artistica; o te- ros do nada civilisações
nue veio de ferro perdi- inteiras, pode uma epi-
do na superposição das demia ceifar milhares de
camadas geológicas é ma- intelligencias, pode a
guerra desviar as nações
/
nuseado em mil artefac-
tos diversos; o homem da agricultura e da in- %
mais egoista tem de ne- dustria, pode o capricho
cessariamente concorrer estúpido de Nero en^re-
com o seu quinhão de uti- gar ao fogo as preciosi-
lidado,porque a natureza dades romanas, podem
que o produsio retoma-o - os conventos da idade
para decompol-o, para média monopolisar a ins-
transformal-o em princi- trucção, pode Bonaparte
pios renovadores da inex- firmar o reinado do mi-
gotavel fonte da vitali- litarismo, pode a Com- V
dade. muna derribar a colurn-

(S$~**S»H<« •A
PACOTILHA

na Vendòme, poda a Prússia derreter os milhôas francczes A sociedade brasileira no Maranhão reune-sc hoje não
nas forjas de Krupp— não obsta! a vida social prosogue, ro- para applaudir um filho do palco nascido c creado na des
forma-se, aperfeiçoa-se. O indivíduo que dcsappareco deixa moralisação , que desgraçadamente è o elcmenio da vida do
em circulação o frueto da sua iutcllmencia e de família cm
«i rO
tlieat.ro nacional, com a benevolência de quem com o di-
família, de ffcracâo cm ècracào, de sceulo cm século, a idea nheiro de seu bilhete comprou o direito de ser exigente
progride, augmçnta, avoluma-so, desenvolve-se. E esta civi- mas pára admirar, para animar com as suas ovaçòes uma
lisação toma o que aquclla começou, melhora, cinzclla, o porção de si mesma, destacada de uma província irmã um-
passa-a à sua suecessora. 0 motor da csphera girante de uma creança—artista que tomou a resolução heróica e su-
Kérou de Alexandria desenvolvido por Salomão de Caus, por blime de arcar contra velhos prejuisos filhos da nossa falsa or-
Denis Rapin, por James Watt, por Victor Regnault, por Cug- ganisação política, e vem, simples, boa, sympathica, confiada
not, por Crampton,-acelera' o trabalho nas oíficinas, vence nas suas mãos brancas e macias como Jyrios, adquirir com
as raivas do oceano, impolle a locomotiva sobre os trilhos; o sen trabalho, com a contribuição das suas beílas faciílda-
Thalés, assignalando a propriedade electrica do âmbar, Irans- des musicaes, o preço de alguns dias de estada n*pm
local
mitte a Franldin a inspiração do para-raios, a volta a pilhar onde a sua educação artística encontre um
guia seguro c um
galvanica, a Faraday a theoria da inducção, a Samuel Morse methodo bom, onde a sua consciência possa ser a
primeira a
o fio telegraphico, a Sir 0'Shanghuessy o cabo transatlântico, dizer que é—uma artista !
a Edison o telephone; o globo- de papel solto em Annonay Eis um facto mais significativo, mais importante mais in-
pelas irmãos Montgolfier pairou sereno e gigantesco sobre Pa- fluente do que a primeira vista se suppòe. •
ris, suspendendo uma cesta de homens que viam a seus pès o
Acceitandp da illustre redacção da Pacotiliía o honroso
formigueiro da exposição de 1878; da câmara escura de João en-
cargo de emoldurar com estas linhas toscas o
Baptista Porta saem hoje as photographias de Nadar, de Viciai gentil retrato
de Idalia França, com que aquelle interessante
e de Monckhovcn; da ingênua observação dos pastores Ghal- periódico ora
na lioje a sua edição especial, dedicada à
deus, quantos séculos decorreram até Lcverrier, Flammarion jovem pianista pa-
raense, não temos em vista fazer a critica das suas
e o padre Secchi! qualida-
des como executante das difficeis composições de Listz,
de
de Thalberg e de Gottschalk, porque falta-nos inteiramente
Nas reformas que a sociedade vae operando na sua marcha a competência na matéria; não viemos dar-lhe um
bravo en
atravez dos tempos, a verdade vae pouco a pouco escapando thusiastico qorque a nossa voz fraca
perder-se-hia nas salvas"
cias prisões que a manietavam, tende a sobrenadar, livre e de palmas que coroam as ultimas notas do seu
piano- não
independente como a cortiça longo tempo comprimida no queremos significar-lhe de publico a emoção agradável
se apodera de nós quando a ouvimos, que
fundo de um liquido. porque jà tivemos o
Assim é que os erros plantados pela impostura, enorme prazer e a honra inapreciavel de o fazer em
pela-igno-. cular; não pretendemos te cer um-bwquet parti,
rancia e pela ambição, verberados pelas conquistas da scien- para atirar aos pés
cia e pelas tendências da actualidade, abrem porque isso seria uma n odea escura entre as delicadas tíomê
passagem aos nagens que lhe são prestadas.
verdadeiros dominadores da humanidade—os V; -
que se elevam
pela intelligencia e inscrevem a usua'heráldica nos annaes do O nosso fim, como soldado humilde e obscuro domingoa
trabalho. do pelotão que n'este paiz combate cotíi a
penna e com a
Felizmente para a epocha em
que vivemos, as gerações palavra em prol das idéas sans, praticas e úteis e contra os
nos precederam bastante destocaram o terreno, Hoje as que deffeitos numerosos e enraizados
ar- que nos estragam como
tes e a sciencia diímndem-se, inoculam-se, fundamentam uma moléstia feia, è agradecer a Idalia França
a o serviço im-
sua influencia; o. musico jà não é o menestrel faminto rabe- inenso e impagável que elle
presta a essas idéas; agradecer a
cando de castello em castelló, de Idalia França o ter dado com o seu frágil braço
povoação em povoacão; o de mulher
pintor deixou de ser o artesão lisongeado nobres vai do- apertado n'um braceletede ouro, com o seu sorriso
pelos ingênuo
sos afim de encherem as suas a encovar-lhe a face pallida, com um clarão de intelligencia
galerias de antepassados pin- no
tados a óleo em posição olhar límpido e azul, com a cabecinha loura
picaresca; jà se comprehende que o a um
poeta possa rima consoantes para ganhar a vida; e os sa lado, um golpe enérgico a profundo nos nossos pendida
so-
bios que devassam os segredos do systema ciaes, na nessa educação envenenadora toleirona prejuízos
a planetário ou ap" tal; agradecer a Idalia França o exemplo, a lição
e sentimen-
phcam chimica c a phisica às necessidades humanas não ella-
sao mais os alchimistas os astrologos misanthropos, uma creança!-dà à velha sociedade emphatica que
olhados e pedantesca
como feiticeiros amigos do diabo. A republica do que é a força de vontada, a energia de caracter,
não é uma o culto da
utopia; -os reis despem as cuecas bordadas jà arte e o amor do trabalho.
e vão de simples
pahtot aprender nas conferência publicas; o sangue azul E desempenhamos a nossa tarefa dando àpromettedora
lis-
gou-se nas artérias que cada dia se despedaçam, separando nista um aperto de mão, inglez, cordial, alegre-de pia
a fidalgma do Bois de Boulogne dos criados ''' '. amigo
da Palestinae o dedicado e de admirador sincero
^ é Um b°jUd° ratã0 de mãos ¦»*•
Wo e
pingo 11T
de tabaco no monco, espetado no
lápis de Gavarni o João Affonso.
Um P0li«° » - ^ uma
ES- gargalhada7e <i»-iKt> >_

Feliz a epocha IDALIA FRANÇA-


que opera estas reformas, feliz o futuro une
a ampliar e completar 4 A arte é a solução d'uma equação de
a ler da. actividade que a idèas;
conduz:
o verbo transformado em plástica epopéas:
Um facto comprovativo destes symptomas
benéficos é o es o eu se transmiítindo em grandes
criações de luz
pectaculo que n'este momento presenciamos. UH I quem se não sentira feliz "em toda
vencendo as leis da esthetica nas parte
equações da arte!
m. . .
PACOTILHA
Um dia adormecer, nocollo da familia? reclinados o horisonte
criança idealista cia quadra juvenil; e a estrella quase a teus
e despertar depois ao fresco odor da tilia, pés;
e co'o alvo brilhar dos astros
à sombra de loureiro prophetico e senil; ver tua fronte de alabastro
é ter alma de gênio como os artistas grandes; cheia de luz e laureis.
passar de borboleta paracondor cios Andes!
E'. sublime o ánhelo d'alma
E' ler a bíblia nova do mágico progresso p'ra se elevar e subir !
no templo do trabalho da nova geração; '* Sempre se cobre de palmas
vagar pelas artérias latentes do universo,, \ quem procura progredir !
chegando aos pensamentos, voltar ao coração; Como que o mundo enlevado
è se esquecer de si, pensar na humanidade; relumbá do Eterno um brado
calcar os preconceitos aos pés da utilidade. nas almas cia multidão;
e esta—embora um povo inteiro-
Pois bem. Vós que buscais a porta do futuro se prende n'um captiveiro
por invia caminhada de espinhos e de fel; como este povo—à tua mão.
que tendes indauin nqme pequeno e obscuro,
mas doce como as notas chrystàleas de Pleyel; Ha dous phanaes rutilantes
vós dormireis um.dia à paz de um agasalho, da gloria nos ceos azues:
c'roadadelaureis, na tenda do trabalho.' um da Sciencia a luz brilhante,
outro d'Arteaetherealuz:
Quando a mulher se aberra da clássica doutrina As duas grandes realezas
vastas, eternas grandezas,
que a fez um instrumento, a serva de um senhor
e dà tão nobre exemplo, fazendo-se heroina, que nada pode apagar.
a pleitear comnosco as glorias do labor; Tudo mais tênue arclentia....
A vida tem a luz d'um dia,
quem é que neste tempo"cie límpida igualdade
humilha Jeanne d'Are ao pé de Garibaldi ? pode um sepulchro abafar!

É caminhar, criança ! E da arte nos mysterios Vês? A esses astros surgirão


ide aprender o bello nas plagas d'alem-mar. osseclos que longe vão,c
Coragem ! A tempestade nos mürmuros etíicreos e ainda nelle se mirão
Talvez vos amedronte no longo caminhar. almas desta geração !
Mas nada de ceder à covardia atroz: Dardcjão um"olhar profnndo
A gloria é o velo d'oiro, roubai-o para vós! talvez buscão o fim do mundo
p'ra Ia se apagar...talvez !
Passar Mina ainda um momento
Desembro, —1880 Attio Pereira e aclarando o pensamento
morrer do nada atravez,

E quando crusãoos fuigores


ÍBAUA FÜáHCA se juntão n'um grande sol!
Não podem tantos ardores
produzir fraco arrebol,
Tu, que sabes tecer com mago encanto ,E' Dante—o poeta exilado,
A mais fina cadeia, cie harmonias; que seu seclo retratado
Que conheces a lei das melodias, deixou n'uin poema immortal;
Atributo cio gênio augusto e santo; .Gcethe—a anciã, a dor enorme
do Fausto, o sábio que dorme
Tu, que podes com mágicos efteitos sempre abraçado ao ideal!
Atear o calor das ovações;
Que sabes commover os corações, E quando o turba o applaudia
Que ao teu talento rendem-se sujeitos; ; neste ardor pelo saber,
vinha àVestalcla Harmonia
Recebe os parabéns d'um povo amigo, mais uma c'rôa tecer...
Que, não tencío p'ra dar-te outros penhores, Era a musica! Era o bello í .
Apenas a teus' pés desfolha flores A Arte—o ridente anhelo
E teu nome immortal guarda comsigo. de tu'alma. juvenil;
ella—a divina princeza %
18 de dezembro cie 1880. que tem do bello a realeza,
Enclydes Faria. que colhia applausos mil.

Tu, creança, que procuras


KlMUk FRHCá. ¦; '-'ÍH'S encher tu'alma de luz,
e no teclado murmuras
notas clivinas a flux,
Dieu soit en aide au pieux pèlerin. possa um dia a luz de prata
que a gloria do ceo desata
Boachard, e com que sellã os lauréis,
là no bello ceo da Itália
Ave que agitas as plumas cingir a tua fronte, Idalia,
p'r'alem.....nos cerros pousar, e um povo morrer-te aos pés-!
onde o ceo condensa as brumas
que rolam do ethereo mar.... 1~ dezembro -1880.
Vaes ver no espelho do monte
c.
PACOTILHA
mi í Abanam Iodos a cabeça duvidando; não creiem que ncs
Semilhantc aos marcos, que de espaço a espaço parecei ^ 1 ^ h
.
alg,iem—uma menina—bastante altiva, sufi
os gemos que
ligar nus. estradas o cansaço do viajor, assim - cientemente' corajosa e requintadarnente moderna para rom-
adoção os so
de tempos a tempos surgem do seio do infinito per de uma vez com todas
as absurdas caturrices, que o nos-
frimciitos da humanidade ! soproverbial atrazo antolha na .frente dos que se querem
das revoluções,
Sim. No revolver dos séculos, ao embate os emancipar das desdentadas convenções
de nossa sociedade
no meio desse porfiado combate de opiniões divergentes.mui
negado ouiio. piegas. *•
ha que tem hesitado sobre uns e absolutamente Pois é verdade !
verdade !
pontos cia mais irrefragavel e indefectível Uma menina de desaseis annos, bella, digna, finamente
sustentado que
É assim que ha quem tenha obstinadamente um educada, com todas as delicadezas, do coração e do espirito,
chegara a das ins-
a humanidade, incapaz de perfectibüilidade, vem nos' dar o exemplo—0' bolorentos sustentaculos
a
termo, do qual não é dado passar. E condemnando-a |po tituições caducas,- que a arte-esse manancial mais puro da
os factos, como
condição de passiva e estacionaria, negam — dà força a que se despedacem os grilhões com que o
gloria
fariam com relação à claridade da luz meridiana. sua bafiò de vossas idéias pretende cingir a mociclade o o talento.
de negar
Não desprezemos esses scepticos, capazes
existência; mas apontemo-lhes o grande facto da ac- "idalia
própria
commettido aos pessi- França é um acontecimento—é urna revolução—
tualidade, lancemo-lhes aos olhos esse
humana.perteo 0 seu procedimento actual será o futuro programma da edu-
mistas, esse protesto à grosseira negação da
Idalia França e interro- cação feminina entre nós. Breve conhecerão todas o direito
tibilidade, apreséntemo-lhos emfim também por se tornarem ,
que lhes assiste de trabalharem
guemo-1'os:
a crença ? dignas do respeito que devemos a todos os que prescindem
Negareis a realidade que vos impõe
^ _? de favores alheios.
Negareis a verdade que vos determina a convicção
Que melhor aspiração para uma mulher do que poder por
Não; não è possível! t si só—por meio de seu trabalho honrado—aceudir as neces-
em cujo
Essa creança, em cujo cérebro se oceulta o gênio,
estrella desprendida do sidades da vida, sem dependência do homem ?
coração o sentimento mora, è uma vezes a mulher suffoca sentimentos c abdica di-
de sua Quantas
Armamento para illuminar de mais perto o solo pa-
ao logar on- rcitos para acolher-se à sombra de um homem que a proteja,
tria ! E semilhantc àquclla que aos magos guiara
a estrella porque não confia de suas forças a subsistência honesta e in-
de nascera o Redemptor dos homens, assim pa-
dependente.
raense guiará sua ao termo da immortalidade Instou- •
pátria
ca ! Dizer que Idalia França ó urna pianista perfeita, seria, so-
como a seus irmãos mais pedio amparo, bre faltar a verdade—exagerando-a—, prejudicar-lhe o futu-
Assim próximos
incutindo-lhe no espirito enganadoras lisonjas, que na-
assim vem hoje a nós esta gentil menina implorar protec- ro—,
turalmente iriam aninhar-se no seu amor próprio de artista.
ção.
Dar opinião contraria, isto è, não distinguir as aptidões
Os filhos desta Província heróica, os maranhenses, que
revela, a elegância da posição, a nitidez o vigor da exc-
nunca desmentiram o santo amor da pátria, que incessante lhes que
só a um doudo, ou a quem nunca tivesse ouvido tocar
arde n'alma, não poderão ser indiüerentes ao apello que a cução,
arte em nome do patriotismo lhes faz. piano se poderia permiltir.
Saberão erguer bem alto o altar, onde o gênio recebera a
a civilisação e a liberdade Dispõe de uma memória prodigiosa para a musica, que
justa homenagem que presta que
abençoa. decora cm tão grande numero, que admira.
* • *
Maranhão 7 de Dezembro do 4880.
Dotou-a a natureza de graciosa e sympáthica figura, manei-
Depois de Angelina Bottine que aqui esteve ha um bom par, ras simples e distinetas, sem ostentações de pose.
./ Conversa animadamente, atrahindo pelo espirito da observa-
de annos, Idalia França é a segunda pianista cuja visita o Ma-
ranhão tem a honra de receber. ção sensata nas apreciações-que faz. Agradável em extremo para
Não ficou bem averiguado si Angelina Bottine pertencia ao com todos, não se faz rogar por executar ao piano um va-
!3v. sexo de nossa mãe Eva, por isso que varias pessoas afíirma- riadissimo repertório que traz de cór. Encanta o vigor de
raín que ella vestia calças tão bem como qualquer um de nós seus dedos:—vimo-la de uma vez tocar mais de três horas
sem o mínimo esforço e com a melhor boa vontade.
que as vista. Não questionamos esse ponto.
Sabemos com toda certeza que ella apresentava-se com uma * . •

menina de doze annos que tocava piano. Sem o menor espalhafato—naturalmente—apresenta-se


Assistimos o seu concerto no S. Luiz e demos-lhe palmas Idalia França aqui, pedindo a protecçào do publico para con-
como lhe dariamos uma boneca, porque realmente era uma seguir o seu intento...
'criança interessante. Deu o seu primeiro concerto—e felizmente o Maranhão não
se esqueceu de corresponder a delicadeza da corajosa herói,
Agora Idalia França, vem loura como uma miss: olhos na, cm escolhel-o depositário das
primissas* de seus trium-
ames como uma allemã, alva c corada como qualquer habi- phos na aventurosa crusada,
- tante dos paizes em que o sol é morno e o vento frio, e diz: Hoje realisa-se que emprehendeu.
o seu segundo concerto e a Pacotilha-—que,
—Eu sou brazileira—sou paraense;o meu nome não tem duas na opinião
dos supramencionados representantes do tempo
consoantes juntas, meus pães são também brasileiros; nunca que jà làvae, não
passa de um jornaleco inútil, vem pressir
sahi de meu paiz, tenho desaseis annos e dou concertos para rosa apresentar-lhe as manifestações de seu enlhusiasmo pela
adquirir os meios de ir à Itália aprender os segredos da arte sua coragem,
"a. pelo seu talento c pelo seu mérito.
que me dediquei com alma e por vocação. Ajudai-me,
T-ST^OGKRA.IPIEli.A. ID.A. PACOTILHA...BUA DO EO-YPTÜ 3NT-
portanto. IMPRESSO POtR HOEACIO :F-A.:RI.A.-

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