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Tema: Planejamento Financeiro

Consultor: Vinícius Souza


SUMÁRIO

Boas-Vindas: Que bom ter você por aqui! ................................................ 4


O planejamento Financeiro ...................................................................... 9
O foco patrimonial dos negócios: lucro ou rentabilidade? ...................... 12
Geração de caixa líquida e operacional ................................................. 13
Questões financeiras relevantes ............................................................ 13
O Desequilíbrio Financeiro ..................................................................... 14
Orçamento empresarial .......................................................................... 16
Fluxo de Caixa ....................................................................................... 21
Capital de Giro ....................................................................................... 23
DRE ........................................................................................................ 25
Gerenciando o patrimônio do negócio .................................................... 28
Principais Indicadores Financeiros ......................................................... 29
Situações e possibilidade: Devedor ou Investidor .................................. 32
Gestão de Investimentos ........................................................................ 34
Referências ............................................................................................ 40
Boas-Vindas: Que bom ter você por aqui!

Caro Participante,

Começa agora sua jornada em busca de aumento de performance e preparação de seu


negócio. Apesar de uma carga horária curta, esse curto visa, de forma didática e
expressa apoiar o desenvolvimento de poderosas análises financeiras para que seu
negócio consiga não só sobreviver, mas se desenvolver, independemente do segmento
de atuação, ou momento vivido por nossa economia (ou economia mundial).

Vivemos um momento de recessão iminente, que trazem incertezas em vários níveis


sobre o futuro, sobretudo nas questões econômicas e mercadológicas, que diferente
das recessões dos anos anteriores, afetou toda a economia global, sem precedentes
ou exceções. Inevitavelmente, todas as empresas, de alguma forma serão afetadas.
Digo todas as empresas, pois para começar, muitas das empresas que conhecemos
não irão existir em um curto espaço de tempo. Isso, pelo simples fato de que o
mercado não irá mudar, já mudou. Comportamento do cliente, busca por empresas,
negociações, propósito e valor de consumidores e colaboradores, serão outros quando
houver um panorama de normalização e movimentação econômica nos nossos
negócios. Outras, porém, se reinventando ou criando estratégias eficazes, surfarão a
nova onda mercadológica e serão as próximas empresas de sucesso.

E como discussão inicial, gostaria de que refletissem se todas as empresas devem


atuar da mesma forma, com as mesmas estratégias financeiras nesse momento? Há
uma receita pronta?

Definir um planejamento financeiro, requer primeiro, a consciência de que cada


empresa possui sua particularidade, cada empresa possui um modelo de gestão e uma
necessidade. Após entender e refletir sobre isso, a necessidade de informação é vital
para definição de uma estratégia financeira que faça sentido e que seja condizente com
essa realidade. Sem informações, infelizmente não há planejamento sustentável. Para
isso, nosso compromisso em lhe dar as melhores ferramentas para que você consiga
dimensionar qual situação é a do seu negócio, ou da realidade empresarial que você
vive ou irá vivenciar nos próximos dias.
Um fato de concordância geral, é que uma crise oportuniza uma reflexão interna sobre
como podemos ser melhores, fazer mais com menos, otimizar o que se parecia
impossível, mas pode descredibilizar o empreendedor também por questões que
muitas vezes não estão em seu domínio como uma recessão de crédito, diminuição do
fluxo de consumo, baixa liquidez imediata por não prever uma rápida crise.

E é com essas reflexões / provocações, que faço o convite a você, participante: Venha
com a “xícara” um pouco mais vazia, não somente para aprender, mas para
compartilhar, crescer junto, desenvolver. Realmente precisamos disso nesse momento
(não só na capacitação). No que tange à minha parte, responsabilidade e capacidade,
preparei o meu melhor conteúdo, já desenvolvido em organizações de pequeno, médio
e grande porte, no longo ao curtíssimo prazo passado, com reflexos e resultados de
melhoria direta, nas perspectivas financeiras, mercadológicas, processuais e de
aprendizagem geral da organização, inclusive durante na própria pandemia.

As mudanças físicas, como o home office, distanciamento social, já foram bastante


traumáticas para as pessoas, e não é diferente para as empresas. Além do convite à
abertura e compartilhamento, convido-o a elevarmos a energia, pois somente dessa
forma, acreditando em tempos melhores, ferramentas melhores, empreendedores
melhores, teremos sucesso em nossas empreitadas.

Como nossa estrutura de conteúdo é condensada e pensada para absorção prática das
ferramentas, irei elencar abaixo alguns acordos que acredito que serão importantes
para iniciarmos essa jornada de aprendizado. Antes dos acordos, conforme citado,
nosso ambiente de aprendizagem é todo digital e online, então, acredito que nada mais
coerente do que gerarmos aprendizagem em nível social entre os participantes.
Podemos formar uma comunidade, ou nos relacionar de forma individual, o que importa
é a troca para aprendizagem. A plataforma podemos discutir nos encontros online qual
a melhor para a maioria. Deixarei, também, minhas redes sociais profissionais no final
deste material, para podermos compartilhar.

#1. APROVEITE O CONTEÚDO ONLINE


Além da aula ao vivo, você terá acesso a todo o material complementar do curso, além
das ferramentas de aprendizagem e aplicação na empresa. Todo o material será
desenvolvido focando a aplicação das ferramentas em seu negócio. Esse material será
enviado diretamente para você, participante do curso.

#2. COMPARTILHE O MÁXIMO POSSÍVEL

Algumas das vantagens do ambiente à distância é a facilidade de contato durante e


pós capacitação. Aproveite essa oportunidade e compartilhe o máximo possível com
seus colegas e turma. Aprendizados, dores, histórias, são mais que bem-vindas para
discussões em sala, e também fora dela.

#3. SEU INSTRUTOR PODE TAMBÉM UM MENTOR PARA COMPLEMENTAR SUA


APRENDIZAGEM

Está planejado, além da aula online, e ambiente de aprendizagem, processos de tutoria


e mentoria para complementação da aprendizagem, além de apoio para aplicação
prática dentro do negócio (e tudo isso sem custo algum). Conte comigo para esse
processo!

#4. HÁ UMA METODOLOGIA PENSADA PARA VOCÊ

Todo processo de aprendizagem, presencial, a distância, ou híbrido, possui uma


metodologia por trás, para melhor absorção, inclusive, com uma hierarquia de
conteúdos. Caso você já tenha experiência em algum tema, reforce conceitos, e
principalmente, compartilhe as experiências em sala, pois podem ser de grande valia
para construção de um raciocínio junto à turma e até para você mesmo revisitar o
processo dentro do negócio que representa ou na sua vida. Lembre-se: a forma mais
eficaz de aprendizado é ensinando (cientificamente comprovada), então utilize o
espaço para se colocar!
#5. NÃO SAIA COM DÚVIDAS

Por mais clichê que possa parecer esse acordo, reforço em todas as turmas
ministradas. Tire sua dúvida sempre, individualmente, coletivamente, via e-mail, via
rede social, via canal oficial do curso, ou de qualquer outra forma que julgar melhor,
mas não saia com dúvida, pois ela pode ser vital para alguma falha no processo de
implantação das temáticas, ferramentas e soluções apresentadas.

#6. O MOMENTO É NOVO PARA TODOS. NÃO DEIXE DE DAR SUGESTÕES E


FEEDBACK’S

Toda sugestão, feedback é bem-vinda nesse momento. Assim como devemos escutar
nossos clientes, pois como citei, o comportamento e o mercado como um todo mudou,
o processo de aprendizagem, participação e interação também mudou. Aproveite esse
momento para nos ajudar a aprimorar constantemente nossas capacitações e
metodologias! Agradecemos imensamente por isso!

#7. RESPEITE SEMPRE A OPINIÃO, DÚVIDA E EVENTUAL DIFICULDADE DE SEU


COLEGA

O respeito é a base de toda relação humana. Por mais que estejamos em um ambiente
online, com aprendizagem à distância, devemos pautar-nos na ética, respeito e
reciprocidade para com cada participante. Dessa forma, atingiremos nossos objetivos
de forma integral junto à turma. Peço a gentileza de cada um de respeitar o espaço uns
dos outros, pois a capacitação é de vocês e para vocês!

#8. CONTE COMIGO PARA SEU APRENDIZADO E DESENVOLVIMENTO NO


NEGÓCIO
Preparei essa capacitação, contemplando o máximo de cases, inclusive de curtíssimo
prazo, com ferramentas de aplicação com metodologias de ponta, além de pensar e
repensar formas de facilitar o aprendizado em todos os níveis, com suporte remoto
para aplicação prática de todos, sem exceção. Contem comigo para o processo de
mudança em cada uma das organizações que representam. Acredito que cada
participante é um agente de transformação de milhares de outras vidas, e para cumprir
esse propósito, me comprometo a dar o máximo em conteúdo, temáticas, cases,
exemplos e ferramentas!

Após esses acordos, podemos “pôr a mão na massa”, afinal, como o título desse
documento de boas-vindas retrata: o momento é agora!

Vinícius Souza – Instrutor CIEMG

Instagram: @viniciussouzabh

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/viniciussouzabh/

Whatsapp: (31) 9 8317-2882

E-mail: vinicius@vosconsultoria.com.br
O planejamento Financeiro

O planejamento financeiro, item tão falado e discorrido nas organizações, é um


importante instrumento para garantir, principalmente a sobrevivência do negócio.
O planejamento contempla a adoção de ferramentas que permeiem a análise e
materialização da operação do negócio do ponto de vista das finaças, pois essa
disciplina nada mais é do que um reflexo das decisões opercaionais do negócio.
Ao mesmo tempo, é importante construir um planejamento que esteja condizente
à realidade do negócio, para que diante das expectativas geradas por ele,
tenhamos uma realização condizente.

O primeiro passo, é de fato definir ferramentais certos, e gerar a análise assertiva


dos mesmos, para se tomar corretas decisões em relação aos dados obtidos. É
muito comum que as empresas não consigam tomar decisões baseando-se em
seus números financeiros em virtude de não adotar a melhor análise por meio
da ferramenta correta. A partir disso, percebe-se que a miopia financeira não
está simplesmente em não utilizar a ferramenta, mas justamente não saber qual
ferramenta utilizar.

Após a definição das ferramentas a serem trabalhadas, deve-se preencher a


expectativa financeira levando em conta quais são as nuances operacionais que
impactarão as finanças do negócio. Elenco as principais ferramentas,
indispensáveis ao bom planejamento financeiro: Orçamento Empresarial, Fluxo
de Caixa Projetado e Realziado, DRE e balanço gerencial de ativos/patrimônio.
Outra questão, está direcionada à estrutura de grerenciamento do negócio a
partir do planejamento desenvolvido.

Para se gerenciar o planejamento financeiro, devemos criar indicadores


financeiros que mantenham definidas e unificadas as análsies relacionadas à
estrutura do capital, ao seu desenvolvimento e à materialização dos dados
inerentes ao planejamento desenvolvido.

Indicadores podem também ser utilizados para avaliar:

• Projetos;
• Atividades;
• Processos;
• Programas do PPA;
• Políticas públicas.

Projetos e atividades precisam ser avaliados durante e após sua execução.


Durante a execução é muito comum o uso de indicadores de progresso, como o
percentual do projeto executado. Já durante e após sua execução, pode-se
avaliar a eficácia de atividades e projetos, mediante indicadores tais como:
porcentagem de funcionalidades plenamente atendidas, porcentagem de ações
implementadas conforme previsto, ou porcentagem de recursos empenhados.

Projetos também podem ser avaliados por meio de informações quantitativas,


cuja escolha é específica para o projeto. Como exemplo, em um projeto de
desenvolvimento de um sistema com vários módulos, a quantidade de módulos
concluídos é frequentemente escolhida como indicador.

A principal característica dos indicadores, são para medição de desempenho e


performance de áreas específicas, que corroboram para o resultado gerencial
global. Um indicador de produção, por exemplo, alimenta informações para o
setor comercial, setor financeiro e gerencial. Um indicador isolado, não gera
informação gerencial, ou dá suporte à decisões de gestão, que serão perenes
dentro do crescimento. Um indicador está sempre relacionado à resultados,
através da quantificação de números ou qualidade, por meio de:

• Série histórica;
• Referencial de desempenho;
• Compromisso assumido (efetividade);
• Meta de desempenho.

A obtenção de dados, no entanto, tem características diferentes. E essas


características são importantes para gerar comparativos e cruzamento de dados.
Através do cruzamento de dados, as comparações são formas mais ricas para
análise e tomada de decisão.
O foco patrimonial dos negócios: lucro ou rentabilidade?

O bom planejamento financeiro visa, em primeiro momento o resultado positivo,


e sempre é consequência das premissas de natureza operacional previamente
traçadas, podendo ser em um instrumento financeiro ou em um instrumento de
planejamento estratégico do negócio. No contexto do planejamento
empresarial, devemos lembrar os objetivos a serem atingidos pela
administração, ou seja:

OBJETIVO ECONÔMICO: CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE SOBRAS OU


LUCROS

OBJETIVO FINANCEIRO: CAPACIDADE DE GERAÇÃO DE CAIXA

OBJETIVO PATRIMONIAL: MAXIMIZAÇÃO DO VALOR DO PATRIMÔNIO


(rentabilidade);

INVESTIMENTOS X FINANCIAMENTOS

Para projetarmos financeiramente a operação de uma empresa devemos


viabilizar, em termos de realização de caixa, os aspectos econômicos do
negócio. Assim, a partir da demonstração de resultados projetada para
determinado período, teremos condições de definir o fluxo operacional de
caixa, bem como o balanço patrimonial. O planejamento financeiro retrata, a
nível detalhado, a potencialidade de geração de caixa da atividade. Um
indicador de avaliação pode relacionar diretamente o enfoque financeiro com o
econômico, através de comparações para com o negócio como os tópicos a
seguir:
Geração de caixa líquida e operacional

A geração líquida de caixa de uma empresa é obtida através da otimização do


fluxo financeiro proveniente da movimentação dos recursos, sendo responsável
por uma maior ou menor contribuição para a atividade como um todo, visando
o objetivo de maximização de valor.

O objetivo da administração privada é o lucro, e, para atingi-lo, deve-se otimizar


os recursos e minimizar seus custos, além de maximizar ganhos e receitas,
independemente da atividade empresarial. O benchmarking nesse sentido se
faz bastante produtivo, pois ações sem precedentes são desenvolvidas todos
os dias em empresas de diversos segmentos e ramos, e podem ser
espelhadas em diversas organizações.

Temos o exemplo vivo da empresa brasileira Brahma, uma cervejaria que


passou por um processo de reengenharia de custos nas décadas de 80 e 90 e
atingiu excelente resultados mercadológicos e financeiros, vindo a se tornar o
maior grupo de bebidas ao se incorporar com várias outras marcas de cerveja
e outras bebidas (AMBEV e ABInveb).

Questões financeiras relevantes

Enfoque no curto e longo prazo

O objetivo de qualquer empresa é manter em crescimento o valor de seu


patrimônio. Normalmente, esse efeito é observado no contexto de períodos
mais longos, após o resultado das medidas que são implementadas no nível
corrente da operação. O enfoque financeiro de curto prazo abrange os
chamados orçamentos operacionais e seus reflexos de caráter financeiro e
patrimonial.

Em linhas gerais, relaciona-se à projeção da demonstração de resultados,


balanço patrimonial e fluxo de caixa para o período base de 1 ano, com
desdobramentos mensais e/ou trimestrais. O universo de longo prazo
relaciona-se, mais diretamente, com as projeções de investimento de capital,
com base em projetos de aumento da capacidade, desenvolvimento
tecnológico, pesquisa de novos produtos etc. São investimentos normalmente
relacionados às questões estratégicas da empresa.

Algumas questões devem ser observadas dentro da administração empresarial,


pois contemplam os aspectos de curto e longo prazo do negócio:

➢ COMO ESTÁ O CURTO PRAZO DA EMPRESA EM TERMOS


FINANCEIROS?

➢ HÁ FÔLEGO PARA A EMPRESA NO QUE TANGE A SEU CAIXA, E QUAL


A CAPACIDADE FINANCEIRA DE PASSAR MOMENTOS DE RECESSÃO
ECONÔMICA?

➢ COMO ESTÁ A EFICIÊNCIA OPERACIONAL DO NEGÓCIO, QUE


REVERBERA-SE NAS QUESTÕES FINANCEIRAS IMEDIATAS E DE LONGO
PRAZO?

O Desequilíbrio Financeiro

Os negócios mostram que os insucessos relacionados às finanças estão


ligados a problemas decorrentes da falta de liquidez, ou seja, devido a uma
deficiente administração do capital de giro. A empresa consegue sobreviver por
algum tempo com baixo nível de lucratividade, mas pode não suportar no curto
prazo caso não tenha liquidez, ou popularmente conhecido como caixa. Dessa
forma, é fundamental a identificação das causas básicas, consequências
diretas e as medidas de ajuste a serem tomadas para o alcance do equilíbrio
financeiro. Algumas formas de baixa liquidez e desequilíbrio financeiro:

- INVESTIMENTO INADEQUADO EM ESTOQUES;

- CICLOS OPERACIONAL E FINANCEIRO DESAJUSTADOS;

- NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO


CRESCENTE;

- IMOBILIZAÇÕES EM EXCESSO;

- ENDIVIDAMENTO DE CURTO PRAZO CRESCENTE;

- CONSEQUÊNCIAS DIRETAS

- REDUÇÃO DA LIQUIDEZ DA OPERAÇÃO;

- FRAGILIDADE ANTE ÀS FLUTUAÇÕES DO MERCADO;

- PERDA CRESCENTE DA CAPACIDADE DE INVESTIMENTO;

- REDUÇÃO DA CREDIBILIDADE COMO INSTITUIÇÃO;

MEDIDAS DE AJUSTE:

- DEFINIÇÃO DE UMA ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL, COM O OBJETIVO


DE REDUZIR O CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL;

- ESTABILIZAÇÃO DOS CICLOS OPERACIONAL E FINANCEIRO;

- VENDA DE ATIVOS OCIOSOS;

- PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIROS.


Orçamento empresarial

O que é e como funciona o Orçamento Empresarial?

Muito comum em grandes organizações, o orçamento empresarial é uma


importante ferramenta para trazer sobretudo previsibilidade e maior
gestão financeira. Essa prática de gestão, pode ser desenvolvida por
meio de diversas metodologias, e hoje, iremos passar por algumas, que
considero as mais práticas para o desenvolvimento seu negócio!
Principalmente nesse momento, com diversos impactos econômicos e
financeiros vividos pelas empresas, e ainda mais pelas micro e
pequenas, esse instrumento pode auxiliar na materialização da
estratégia sob a ótica de finanças.

Em termos práticos, irá te ajudar a colocar tudo de forma visível para


definição posterior do que é essencial, o que pode ser reduzido, além de
poder mensurar cenários e possibilidades da realidade financeira de seu
negócio.

Para consolidar o entendimento sobre o que é, abaixo alguns de seus


benefícios, objetivos e aplicabilidades:

• Aumentar a previsibilidade das receitas e ocorrência dos custos e


despesas;
• Aumentar a gestão sobre o capital e recursos atuais da empresa;
• Gerar planos de ação e estratégias de otimização de receitas,
corte de custos e despesas;
• Analisar os indicadores financeiros e realidades do negócio, para
apoiar a tomada de decisão;
• Construir estratégias e simular cenários e estudos de viabilidade
da estratégia (de forma prática e rápida);
Quais as metodologias posso utilizar?

São várias as metodologias possíveis para desenvolvimento do


Orçamento Empresarial. Eu, particularmente, trabalho com mais
recorrência com três delas: Base Zero, Matricial ou Histórico. Ambas
possuem pontos fortes e pontos fracos. As bases de controle e
ferramental, inclusive, para o Base Zero e Histórico, são muito similares,
e a maior diferença está na prática de gestão diária. Já no matricial, há
necessidade de elencar quais as áreas de forma específica para realizar
o controle.

Orçamento Base Zero

O Orçamento Base Zero (OBZ) é a metodologia de desenvolvimento


ideal para as organizações que ainda não trabalham ou desenvolveram
o orçamento empresarial como prática de gestão. Isso porque essa
metodologia não leva em conta o histórico realizado de receitas, custos
e despesas. O principal racional de desenvolvimento dessa metodologia,
está no pensamento futuro em relação aos números da empresa, e não
à uma projeção, seja linear ou não, baseada nos números passados do
negócio. É uma metodologia, ainda, que se integra diretamente com o
planejamento futuro do negócio.

Ainda que não leve em conta totalmente os dados históricos da


organização, toda informação para adequação à realidade do negócio é
importante, portanto, revisitar os controles e relatórios financeiros de
exercícios anteriores. O que se irá fazer, nesse caso, é analisar, para
aumentar a curva de aprendizado e assertividade no planejamento e
previsibilidade das receitas, custos, despesas, investimentos,
amortizações, etc.

Orçamento Matricial

O Orçamento Matricial, é uma metodologia de orçamento que visa


sobretudo o desenvolvimento de um orçamento por área, levando em
conta que cada unidade de negócio tenha uma autonomia orçamentária
para o desenvolvimento de seu planejamento. Na prática, cada
departamento ou unidade de negócio, possui um processo de
planejamento orçamentário, aprovado em instância final pelo nível
estratégico da organização:

É uma metodologia mais complexa, mas que em certa medida é mais


inteligente para direcionamento dos recursos para áreas fim, ou áreas de
maior impacto estratégico para a organização, porém, leva mais tempo e
energia para ser desenvolvido, além de ser necessária uma diretriz-
macro de orçamento e valores para a “divisão” entre departamentos ou
unidades.

Os passos de desenvolvimento dessa metodologia, levam:

1. Definição de itens e blocos comuns de orçamento (categorias).


Ex.: Salários, Impostos, Transporte, Despesas Fixas, Despesas
com Terceiros, Seguros, Materiais, etc;
2. Após definir os blocos comuns, deve-se definir qual a divisão será
feita: áreas, unidades, setores, projetos. Ex.: Setor Financeiro,
Gerência de Engenharia, Unidade de São Paulo e Minas Gerais,
etc;
3. A definição orçamento é delegada aos líderes dessas unidades
de negócios definida, que pode ser qualquer colaborador, ou
colaboradores de nível hierárquico com responsabilidades
específicas;

Cada área possuirá um orçamento específico de acordo com a


necessidade. No caso de uma unidade de engenharia, por exemplo,
custos com transporte para execução de projetos, ou salários, pode ser
maior que de uma unidade administrativa, sobretudo se a empresa
possuir como atividade-fim os serviços de engenharia. Isso irá variar de
acordo com a tipo de empresa, porte, e core business.

Após a definição do orçamento por área/departamento/unidade, entra a


tarefa do gestor do Orçamento Matricial, que gerencia os gastos por
rubrica, realizar a distribuição por meses conforme a sazonalidade e
movimento financeiro da empresa. Sugiro, nesse caso, analisar o
movimento financeiro dos anos anteriores para distribuir o valor das
rubricas e gastos harmonizando-o com o fluxo de caixa da empresa.

Orçamento Base Histórico


Se o Orçamento Base Zero (OBZ) não leva em conta os dados para
definição da estratégia orçamentária e do planejamento financeiro, a
metodologia do Orçamento Base Histórico (OBH) leva em conta o
realizado dos últimos exercícios para atribuição do planejamento
financeiro. Leva-se em conta normalmente as correções monetárias do
capital, além de alterações específicas da operação, como estratégias,
ações de redução ou incremento de renda, de acordo com a expectativa.

O Orçamento Base Histórico foi responsável pela atribuição e


categorização das contas por Centros de Custo, e historicamente foi a
primeira metodologia dessa prática de gestão que surgiu nas
organizações (pós II Guerra Mundial). Ainda que são aplicados
inicialmente correções e atualizações dos valores baseando-se nos
exercícios anteriores, deve-se da mesma forma que as demais
metodologias avaliar cada linha, questionar custos e despesas, realizar a
previsibilidade de receitas, direcionar investimentos e conseguir
gerenciar a ferramenta ao longo dos meses.
Fluxo de Caixa

Uma ferramenta tão divulgada no mundo empresarial, mas pouco utilizada se


analisarmos o contexto das empresas no mundo todo. Muitas pessoas e
empresas, ainda, utilizam-na sem saber. O fato é que o fluxo de caixa é um dos
mais importantes controles que uma empresa deve possuir e controlar
sistematicamente. Isso porque, por meio do fluxo de caixa, podemos
desenvolver uma análise precisa sobre para onde vão os recursos da empresa,
sejam recebimento ou pagamentos, bem como seus prazos agregados.
Reflete, ainda, como a empresa funciona no âmbito financeiro e operacional,
pois uma baixa ou alta disponibilidade, pode ser uma questão operacional e
produtiva, mas também pode ser fruto de e3xcelente estratégia ou mecanismos
financeiros para obtenção de resultados.

Em um exemplo básico, sua empresa ou negócio realizou R$10.000,00 de


vendas em abril de 2020, porém 20% desse valor foi à vista, 50% à prazo com
30 dias de faturamento e restante (30%) à prazo com 60 dias de faturamento.
Seu pagamento de fornecedores, no entanto, será de 30 dias a partir da
compra. Para essa situação, tem-se um prazo médio de recebimento superior
ao de pagamento de fornecedores. Exatamente para realizar esse encaixe
financeiro que o fluxo de caixa auxiliar os negócios. Quanto de capital devo ter
para “financiar” minha operação? Quanto tenho para receber de negócios feitos
que geraram recebíveis no mês passado e podem cobrir contas de
competência desse mês? Qual a perspectiva de caixa tenho para o fim do
mês/trimestre/semestre ou ano? Todas essas questões, podem ser
respondidas via fluxo de caixa, além da extração de diversos indicadores que
podem auxiliar o negócio, não somente em um momento de crise, mas em um
momento de crescimento, retomada econômica e até de economia aquecida,
pois por meio dele pode-se otimizar a obtenção de caixa e geração de
resultado financeiro para o negócio e seus acionista/stakeholders.
O fluxo de caixa tem 5 partes básicas:

Saldo inicial

É o dinheiro disponível em caixa e em todas as contas bancárias

Entradas de caixa

São vendas a vista e outros recebimentos do dia

Saídas de caixa

São todos os pagamentos feitos no dia

Saldo operacional

É o resultado das Entradas de caixa menos as Saídas de caixa


Saldo final de caixa

É a soma do Saldo inicial com o Saldo operacional

O fluxo de caixa caracteriza-se pela análise de Previsto e Realizado, onde se


faz a previsão do mês ou período de análise e se lança na medida do realizado
financeiro quais foram os dados realizados a operação, para por fim, realizar
uma análise comparativa financeira e tomar decisões para futuro, construir
indicadores e medir/projetar tendências financeiras, operacionais e
mercadológicas.

Capital de Giro

O patrimônio de uma empresa pode ser dividido em questões relacionadas aos


investimentos de curto e de longo prazo, de acordo com sua classificação e
aplicação operacional. A abordagem da parcela do investimento voltada para a
operação de dia-a-dia da empresa, ou seja, o capital de giro, é um importante
item, também muito falado , mas que muitas vezes não se dá a devida
importância para esse indicador dentro da organização. Os recursos aplicados
no giro da empresa estão diretamente relacionados com a operação corrente,
ou seja, o pagamento dos custos. O que se espera é uma operação financeira
que gere resultados positivos em termos de disponibilidade. Dessa forma, os
recebimentos correntes devem ser corretamente dimensionados para dar o
suporte necessário ao volume de operações da empresa.

Assim, é importante ressaltar que o investimento adequado em giro é


fundamental para que a empresa possa operar de maneira sustentada. Os
investimentos em giro diferem das aplicações em ativos permanentes, devido à
natureza e ao prazo de retorno.
DRE

A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração


originalmente contábil que se destina a evidenciar a formação do resultado
líquido em uma operação, normalmente fechando um exercício para gerar
indicadores interessantes para o negócio. Através do confronto das receitas,
custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de
competência. A DRE ainda, apresenta-se como um instrumento financeiro
capaz de gerar importantes informações para a tomada de decisão, além de
um diagnóstico e retrato preciso sobre as finanças do negócio.

Além de dar um panorama relacionado aos resultados finais, a demonstração


do resultado do exercício, oferece uma síntese financeira dos resultados
operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período. Embora
sejam elaboradas anualmente para fins de legais de divulgação, em geral são
feitas mensalmente para fins administrativos e trimestralmente para fins fiscais.

Abaixo, a estrutura-base da DRE Gerencial:


Estruturar uma DRE Gerencial, apesar de desafiador do ponto de vista de
identificar os números do negócio, requer disciplina e gerenciamento financeiro
do dia-a-dia do negócio. Isso porque, assim como a DRE Contábil, a Gerencial
também trabalha com a estrutura por competência, para demonstrar de gforma
gerencial qual a capaciade de geraçnao de lucro do negócio. Esse dado, aliado
ao fluxo de caixa se faz muito importante dentro do negócio, pois a partir dele,
realmente consegue-se visualizar quais as estruturas de lucro e caixa o
negócio, de fato tem. A DRE, ainda, é crucial para formatação do planejamento
orçamentário do negócio, que também funciona por uma metodologia de
competência, pois a projeção de caixa, já é contemplada no fluxo de caixa
projetado do negócio.
Gerenciando o patrimônio do negócio

O gerenciamento do ativo do negócio, isso é patrimônio gerado pela operação,


se configura de diversas formas. A primeira delas, é analisar contábil e
gerencialmente qual a evolução da mesma, pois em muitos casos, a evolução
patrimonial e de ativos “maqueia” a lucratividade do negócio, e empresários e
empreendedores acabam achando que seus negócios estão sem capacidade
de geração de lucro, quando na realidade, o lucro está gerando evolução do
ativo/patrimônio do mesmo.

A análise contábil, para empresas de pequeno a grande porte, já é


desenvolvida pela contabilidade do negócio, independemente da estrutura que
a mesma possua, por questões legais (legislação fiscal brasileira). Mas, ainda
que seja desenvolvida, é importante realizar o comparativo gerencial desse
patrimônio, mensurando toda a movimentação financeira para verificar a
conformidade em relação à gestão contábil do negócio.
Principais Indicadores Financeiros

Os indicadores financeiros são métricas de performance, oriundos dos


demonstrativos financeiros que abarcam um empreendimento.

Resumidamente, eles existem para transmitir informações necessárias para a


análise da performance organizacional e na tomada de decisão.

No ramo dos investimentos, os indicadores financeiros são essenciais. Eles


são úteis para a tomada de decisão sobre qual investimento é o melhor a
se fazer. Com os dados em mãos, por exemplo, você pode investir em algo
que te dê o maior lucro possível.

Dentro da análise financeira, estes indicadores podem estar em 4 categorias


diferentes:

• Indicadores de lucratividade: são responsáveis por relacionar algum dado


referente ao DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) com a receita
líquida da empresa. Este tipo de indicador mostra quanto que a empresa teve
de lucro em um certo período;
Margem bruta: relaciona o lucro bruto do empreendimento com os valores das
vendas;
Margem EBIT: mede apenas o lucro das operações do negócio.

• Indicadores de rentabilidade: detectam o lucro da empresa em relação às


receitas geradas pelas vendas, capital foi investido pela empresa e ativos;
Margem operacional: corresponde ao valor restante no orçamento após o
abatimento das despesas, menos o imposto de renda;
Margem líquida: determina o valor total ocioso no caixa depois do abatimento
de absolutamente todas as despesas, incluindo o imposto de renda;
Margem EBITDA: mede o lucro do negócio, mas não conta os juros, impostos,
amortização e depreciação.
• Indicadores de estrutura de capital: têm como principal função analisar o
índice de endividamento do negócio e identificar se o mesmo pode gerar
dinheiro para arcar com os juros;
Endividamento total: é utilizado para fazer a relação entre todos os valores
das dívidas do empreendimento com os valores que são investidos pela
compra de ações;
Cobertura de juros: aponta se há a chance de quitar as dívidas sem causar
impacto no orçamento da empresa.

• Indicadores de liquidez: avaliam a viabilidade do orçamento atual que será


utilizado para pagar todos os compromissos dentro de um prazo pequeno;
Liquidez corrente: faz um balanço entre as contas a pagar e receber do seu
negócio dentro de um certo prazo. Para obtê-la, divide-se o valor de ativo
circulante pelo passivo circulante;
Liquidez imediata: Para obter este indicador, é só dividir o total disponível em
caixa pelo passivo circulante.

• Indicadores de atividade: analisam o tempo que a empresa vai levar para


transformar as contas em vendas ou em caixa.
Giro de caixa: indica qual a parcela do valor oriundo das vendas é diretamente
utilizada para financiar as operações do negócio. É inversamente proporcional
ao índice de liquidez corrente, geralmente;
Fluxo de caixa: indicador mais simples de ser analisado e um dos mais
utilizados e conhecidos, tem a função de medir a diferença entre os valores das
receitas com as despesas do negócio
• Ponto de equilíbrio: é o zero a zero do negócio. A medição de quanto deve-se
faturar para pagamento de todas as contas do mês sem registrar lucro nem
prejuízo.
• ROI ou ROIC: retorno do investimento realizado para o negócio (investimento
inicial, investimento material, investimento em infraestrutura ou qualquer outro).
Situações e possibilidade: Devedor ou Investidor

Toda empresa, em algum momemento de sua vida, ou em alguma situação


específica, recorre a fontes de financiamento da operação ou de ativos para
sua operação. Por mais que muitos empresários orgulham-se de seus negócios
estarem pouco endividados, ou até sem nenhum injeção de capital, em algum
momento recorre-se a capital externo, por diversas fontes, para que o negócio
consiga crescer. Imagine o seguinte: sua empresa precisa de realizar um
grande renovação de parque industrial para atender a uma nova demanda. Se
você não possui todo o dinheiro em caixa, capaz de adquirir esse maquinário,
realizar reformas e benefeitorias, uma das alternativas é financiar esse
maquinário, para que seja viável atender ao cliente em questão. Nesse
momento, o negócio contrai e adquire uma dívida, que chamamos de passivo,
ou obrigacões financeiras.

Em alguns casos, não há condições de pagamento dessas dívidas contraídas


(por motivos diversos). Em geral, os maiores problemas de envididemaento
estão na falta de caixa das empresas para operarem. É fundamental, no
entanto, que o empresário trate o problema da falta de recursos para
pagamento das dívidas assim que ele apareça, impedindo que ganhe maiores
proporções. São três os passos de análise, reconhecimento e tratativa do caso
de endividamento do negócio:

1. Verifique a natureza da dívida;


2. Entenda qual fator está gerando a inadimplência;
3. Negocie a dívida em fluxos de pagamentos que sejam viáveis para
seu negócio (projete os pagamentos dentro de seu fluxo de caixa).

Caso não seja realmente possível a absorção da dívida em seu fluxod e caixa,
entram as situações de negociações com seus crededores. A boa fé de
negociar, para de fato pagar e não gerar calote na dívida, já é um grande
passo. Não fuja de seu credor, isso lhe dará menos credibilidade inclusive na
negociação. Na hora de negociar a dívida:

• não encare o credor como um adversário, massim como um parceiro na


busca de uma solução para o problema de ambos (o credor quer receber e o
devedor quer se livrar da dívida. Basta chegar em consenso sobre como isso
será feito);

• seja verdadeiro, é a melhor forma de transmitir credibilidade;


• conheça profundamente seu negócio, só assimo credor acreditará que você
pode gerar os recursos necessários;

• evite o envolvimento pessoal na discussão. Lembre-se que a conversa e


negociação está no campo e âmbito dos negócios;

• defina seus limites na negociação;

Toda instituição financeira, ou credor, normalmente, está aberto para uma


solução de crédito em relação à uma dívida não paga. A inadimplência é
natural do risco de negócio dos bancos, e de credores que atuam nesse
mercado. Porém, é importante levar em conta as situações e ações acima,
para que a negociação se concretize de forma positiva para ambos os lados.
Não adianta negociar por negociar. Uma negociação, que não cabe no fluxo de
caixa, não é sustentável. Por sua vez, uma negociação somente vantajosa ao
devedor, deixa de fazer sentido para o credor.
Gestão de Investimentos

A gestão de investimentos nas empresas, também são fruto de muita


discussão e estudo. Isso porque, diversos empresários, ainda tratam a matéria
de investimento das finanças da empresa, como algo similar ao caixa corrente
da empresa. O fato é que muitas empresas já se beneficiam de uma gestão de
investimentos inteligente que permeia ganhos financeiros e rentabilidade sobre
o ativo de forma considerável, trazendo inúmeros benefícios aos acionistas e
ao próprio negócio.

O caixa corrente da empresa, ou capital de giro, muitas vezes pode ser


investidor para render financeiramente mais do que renderia em conta corrente
ou em uma fonte conservadora de baixa rentabilidade como a poupança por
exemplo. Isso, sem comprometer ou gerar risco financeiro para o negócio.

É importante, assim como quando se fala de investimento para pessoas


físicas, analisar o perfil de investimento do gestor financeiro da organização.
Isso porque, a partir desse perfil dimensiona-se itens preponderantes como
apetite para o risco, garantias do investimentos, fluxo de rentabilidade
esperados, expectativa, prazos de investimentos, e a periodicidade com que os
investimentos serão feitos.

Antes de analisar os investimentos possíveis para seu negócio, vejamos dois


conceitos elementares da gestão de investimentos, para que vocês eteja ligado
e saiba qual a melhor fonte de investimento para seu negócio:

TAXA SELIC

A Selic, ou Taxa Selic, é a taxa básica de juros da economia. A cada 45 dias, a


Taxa Selic vira notícia em todo o Brasil – seja por ter aumentado, diminuído ou
se mantido estável após a reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária
do Banco Central.

Em fevereiro de 2021, por exemplo, ela se mantém definida em 2% ao ano –


quando em última reunião do Copom (20 de janeiro de 2021), foi estabelecida.

A SELIC é a taxa básica de juros da economia. É um instrumento que


tradicionalmente serve para controlar a inflação, pois, por ela, delimita-se a
oferta de crédito do mercado para estimular ou desestimular o consumo. Ela,
naturalmente, influencia todas as demais taxas de juros do país, relacionando
com empréstimos, financiamentos e demais operações. Na prática, ela é a taxa
apurada na relação de empréstimos de instituições financeiras que utilizam
títulos públicos federais como garantia. Então, antes de investir ou adquirir
crédito no mercado, fique de olho nesse índice.

CDI – Certificado de Depósito Interbancário

Em resumo, o Certificado de Depósito Interbancário trata-se de uma taxa que


lastreia as operações interbancárias (entre bancos). Um banco costuma
emprestar dinheiro ao outro com prazo para devolução de 24 horas. A taxa
cobrada entre eles regula o mercado de renda fixa e de fundos de
investimentos de renda fixa.

Eles precisam desses empréstimos para manterem seus caixas com saldo
positivo.

Ao contrário do que muita gente pensa, não é possível "investir no CDI". Para
os investimentos financeiro das pessoas jurídicas, o CDI é apenas referência
que as diversas modalidades de investimentos de renda fixa buscam igualar ou
superar. O CDI é aceito no mercado (junto com a SELIC) como a "rentabilidade
mínima" esperada de qualquer investimento. Modalidades "indexadas" ao CDI
sofrerão mudança em sua rentabilidade conforme a variação desse índice.

As rentabilidades atreladas ao CDI usam o índice como referência e entregam


percentuais relativos a ele. Assim, como falado antes, toda variação do CDI
impactará diretamente nesses investimentos.

Por exemplo: um CDB que rende 110% do CDI, tem rentabilidade 10% acima.
Supondo que o CDI hoje seja de 10%, esse CDB terá uma rentabilidade bruta
de 11% (antes do imposto de renda). Se o CDI cai para 9%, a sua rentabilidade
cai junto.

Abaixo, algumas modalidades comuns de investimento, que atendem aos


diversos perfis de investidores (empresas e pessoas físicas):

• CDB (Certificado de Depósito Bancário)


O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é uma ótima alternativa, pois oferece
diferentes prazos, liquidez e rentabilidades. É um dos mais populares
investimentos para pessoa jurídica. Na prática, essa aplicação é um
empréstimo feito ao banco, que oferece, como contrapartida, uma remuneração
predeterminada. Esse órgão, mantido pelas instituições financeiras do Brasil,
garante, em caso de quebra ou insolvência do banco, a reposição de até
R$250 mil por CNPJ e conglomerado financeiro, com limitação da garantia em
até R$1 milhão. Ou seja, trata-se de uma segurança importante para a
empresa.

Esse rendimento pode ser prefixado ou vinculado a um índice, como o CDI


(Certificado de Depósito Interbancário, uma taxa que segue de perto a Selic,
que são os juros básicos da economia).

Um CDB pode pagar 100% do CDI, por exemplo. Nesse caso, o rendimento vai
variar conforme essa taxa, calculada a partir dos juros definidos pelo Comitê de
Política Monetária do Banco Central.

• Fundos de Investimento

Os fundos de investimentos são reuniões de vários investidores (cotistas) com


objetivo e perfil comum, o que gera ganhos de escala. Segundo a Anbima, a
indústria de fundos iniciou 2019 com captação líquida de R$10,3 bilhões, com
destaque para a classe de renda fixa.

Há diferentes tipos de fundos, como renda fixa, multimercado e ações, de


acordo com a natureza das aplicações.

Nos fundos de investimento, também há a cobrança de IOF, que começa em


96% do rendimento no primeiro dia e cai para 0% no 30º dia após a aplicação.
Além do IOF, o Imposto de Renda também é cobrado em fundos de
investimento, em alíquotas de 22,5% a 15%, dependendo do prazo e do tipo do
fundo.

É importante, no entanto, avaliar caso a caso, pois há fundos de baixo, médio


ou alto risco atualmente.

• LCI/LCA
LCA e LCI são Letras de Crédito do Agronegócio e Letras de Crédito
Imobiliário. Assim como no CDB, a remuneração dessas aplicações pode ser
prefixada ou vinculada a um índice.

Uma LCI pode pagar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo,


considerado a inflação oficial no Brasil) + 4%, por exemplo. Nesse caso, o
investidor garante um rendimento 4% acima da inflação, o que traduz em um
ganho real de poder de compra.

Tanto LCI quanto LCA têm isenção de Imposto de Renda para pessoa física,
mas as empresas não contam com esse mesmo benefício. No fim, acabam
sendo tributados da mesma maneira que um CDB, dependendo do tempo de
aplicação. Por isso, não são tão utilizados em investimentos pessoa jurídica.
Ambos também contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos.

• Mercado de Renda Variável (Ações)

Por fim, as empresas também podem participar da Bolsa de Valores como


compradoras de ações, mas a rentabilidade variável envolve riscos moderados
a altos.

Nesse caso, cabe lembrar: investimento em ações para PJ pode ser uma
aplicação para o longo prazo. E longo prazo, aqui, significa que você não deve
precisar daquele dinheiro nos próximos cinco anos, o que deve estar vinculado
a um planejamento dos valores em caixa (capital de giro do negócio).

Incidência de impostos

CDB

Incide-se impostos de renda e IOF (ambos somente sobre o rendimento da


aplicação).
Fundos de Investimento

Também há IOF e Imposto de Renda nos fundos de investimento, com


exceção do IOF para os fundos de investimentos em ações O IOF é cobrado
da mesma maneira como no CDB. Já o Imposto de Renda depende do tipo de
fundo e do tempo de aplicação, podendo variar de 22,5% a 15%.

Ações

O Imposto de Renda sobre ações é de 15% em swing trade (quando há


operação de compra em um dia e venda em outro) e de 20% para Day Trade
(operação de compra e venda no mesmo dia).

Não há a isenção, como aquela para pessoas físicas que vendem até
R$20.000,00 em ações ao longo do mês. Também não há IOF.
Referências

• ADMINISTRA BRASIL CONTEÚDOS;


• ARAUJO, Luis César G. de. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2006.
• BLOG Rico;
• Blog Toro Investimentos;
• CAMARGO, Harion, Investimentos Financeiros, São Paulo.
• CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. São Paulo: 3a edição, 2009.

• FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos – PRH:


conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2007.
• SOUZA, Vera Lúcia de. Gestão do desempenho: julgamento ou diálogo. Rio
de Janeiro: Editora FGV, 2002.
• STOFFEL, Inácio. Administração do desempenho: metodologia gerencial de
excelência. Florianópolis: Perspectiva, 1997.
• CYPRIANO, José Ribamar, Gestão Financeira, SESCOOP GO,
• KAPLAN, Robert S. e NORTON, David P. A Estratégia em Ação: Balanced
Scorecard. 6ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
OLIVEIRA, Djalma Rebouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos,
metodologias e práticas. São Paulo: Atlas, 1991.
• GOMES, Angélica, UNICAP, Recife, 2001
• PORTO, Cláudio (org.). Introdução ao Planejamento Estratégico Corporativo
– Brasília : mimeo, Macroplan Prospectiva & Estratégia, 1998.
• PORTO, Cláudio. BELFORT, Andréa. Introdução ao Planejamento
Estratégico Institucional.
• Apostila para o curso de Formação para a Carreira de Analista de
Planejamento e Orçamento. Brasília: 2001.
• PORTER, Michael. Estratégia Competitiva, Técnicas para análise de
indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro : Campus, 1986.
• SITEWARE TREASY – Indicadores Financeiros;
• SOUZA, Vinícius. Premissas para um alinhamento de estratégia
corporativa de forma assertiva através do engajamento de pessoas. Belo
Horizonte, 2014.
• SEBRAE MG, 2014
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