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É

ESTADO DE GOIÁS
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

DIRETORIA DE DEFESA CIVIL


Gerência de Segurança Contra Incêndio e Pânico

NORMA TÉCNICA n. 15/2007


_____________________________________________________________________

Controle de Fumaça
Parte 1 – Regras Gerais

SUMÁRIO ANEXO
1 Objetivo Tabela 2 – Determinação dos locais onde deve
2 Aplicação haver controle por ocupação
3 Referências normativas e bibliográficas
4 Procedimentos
Norma Técnica nº 07/2006 – Separação entre Edificações (Isolamento de Risco)

1 OBJETIVO fermeture résistant au feu et de désenfumage –


Journa Officiel, 4 mai 1982 – França.
O objetivo desta Norma é fornecer parâmetros téc-
nicos para implementação de sistema de controle Instruction Tecnique n. 263 – Relative à la
de fumaça, atendendo ao previsto no Código Esta- construction et au désenfumage des volumes libres
dual de Proteção Contra Incêndio, Explosão, Pâni- intérieurs dans les établisssements recevant du
co e Desastres (Lei n. 15802, de 11 de setembro public – Journa Officiel, 7 février 1995, et rectificatif
de 2006). au Journal Officiel, 11 novembre 1995 – França.

Règles relatives a la conception et a l’installation


2 APLICAÇÃO d’exutores de fumeé et de chaleur – edition mai
1980 – França.
2.1 Esta Norma Técnica se aplica ao controle de fu-
maça dos átrios, malls, subsolos, espaços amplos Decreto-lei n. 410/98, de 23 de dezembro de 1998
e rotas horizontais, visando: – Regulamento de segurança contra incêndio em
a) À manutenção de um ambiente seguro nas edificações do tipo administrativo – Ministério do
edificações, durante o tempo necessário Equipamento, do Planejamento e da Administração
para abandono do local sinistrado, evitando do Território – Portugal.
os perigos da intoxicação e falta de visibili-
dade pela fumaça; Decreto-lei n. 414/98, de 31 de dezembro de 1998
b) Ao controle e redução da propagação de – Regulamento de segurança contra incêndio em
gases quentes e fumaça entre a área edificações escolares – Ministério do Equipamento,
incendiada e áreas adjacentes, baixando a do Planejamento e da Administração do Território –
temperatura interna e limitando a Portugal.
propagação do incêndio;
c) A prever condições dentro e fora da área Decreto-lei n. 368/99, de 18 de setembro de 1998 –
incendiada, que irão auxiliar nas operações Regulamento de segurança contra incêndio em es-
de busca e resgate de pessoas, localização tabelecimentos comerciais – Ministério do Equipa-
e controle do incêndio. mento, do Planejamento e da Administração do
Território – Portugal.
2.2 Conforme a aplicação a que se destina o siste-
ma de controle de fumaça, haverá implicações nas Ventilation Of Smoke Association (Hevac –
características dos materiais empregados, tempo Inglaterra). Guia de projeto de sistemas de ventila-
de autonomia e vazões de extração. ção de fumaça para edificações industriais de an-
dar único, incluindo aqueles com mezaninos e de-
2.3 As escadas e rotas de fuga verticais devem pósitos com estantes altas.
atender às Normas Técnicas n. 11, 12 e 13, deven-
do ser observado que diferentes sistemas de con- DIN V 18232-5 Rauch und Wärmefreihaltung – Teil
trole de fumaça (em rotas de fuga horizontais e ver- 5: Maschinelle Rauchabzugsanlagen (MRA) –
ticais) devem ser compatíveis entre si. Alemanha.

BOCA – Building Official & Code Administrators


Internacional, Country Club Hills, Edição 1999 –
3 REFERÊNCIAS NORMATIVAS E National Building Code – Illinois – Estados Unidos).
BIBLIOGRÁFICAS
Para mais esclarecimentos, consultar as seguintes 4 PROCEDIMENTOS
referências bibliográficas:
4.1 Condições gerais
Instrução Técnica n. 15/2004 – CBPMESP.
4.1.2 As edificações devem ser dotadas de meios
NFPA 92B – Guide for Smoke Management de controle de fumaça que promovam a extração
Systems in Malls, Atria, and Large Areas – 1995 (mecânica ou natural) dos gases e da fumaça do
edition – Estados Unidos. local de origem do incêndio, controlando a entrada
de ar (ventilação) e prevenindo a migração de fu-
Instruction Tecnique n. 246 – Relative au maça e gases quentes para as áreas adjacentes
désenfumage dans les établissements recevant du não-sinistradas.
public – Journal Officiel, 4 mai 1982 – França.
4.1.3 Para obter um controle de fumaça eficiente,
Instruction Tecnique n. 247 – Relative aux as seguintes condições devem ser estabelecidas:
mécanismes de déclenchement des dispositifis de
Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

a) divisão dos volumes de fumaça a extrair de extração de fumaça dos acantonamentos


por meio da compartimentação de área ou adjacentes á área incendiada.
pela previsão de área de acantonamento
(Figura 1);

Figura 3 – Diferencial de pressão

4.1.4 O controle de fumaça é obtido pela introdu-


Figura 1 – Acantonamento
ção de ar limpo e pela extração de fumaça através
dos seguintes tipos de sistemas:
b) extração adequada da fumaça, proibindo a
criação de zonas mortas em que a fumaça Introdução de ar limpo Extração de fumaça
possa vir a ficar acumulada após o sistema
Natural Natural
entrar em funcionamento (Figura 2);
Natural Mecânica
Mecânica Natural
Extração 2 2
Mecânica Mecânica
natural
Tabela 1 – Sistemas de introdução e extração de fumaça

Extração mecânica 4.1.4.1 A escolha do sistema a ser adotado fica a


2 (não-posicionada critério do projetista, desde que atenda as condi-
na rota de fuga) ções descritas em 4.1.2, salvo as exceções conti-
Entrada Zona morta Entrada das nesta NT.
de ar de ar
2 2 4.1.5 Cuidados especiais devem ser observados no
projeto e execução do sistema de controle de fu-
maça, prevendo sua entrada em operação no início
1 1
da formação da fumaça pelo incêndio, ou projetan-
do a camada de fumaça em determinada altura, de
Legenda: 1 - Entrada de ar não-operado
2 - Extração de fumaça não-operado forma a se evitar condições perigosas, como a ex-
plosão ambiental (backdraft) ou a propagação do
Figura 2 – Zonas mortas incêndio decorrente do aumento de temperatura do
local incendiado.
c) permitir um diferencial de pressão através do
controle das aberturas de extração de fumaça 4.1.5.1 Para evitar as condições perigosas citadas
da zona sinistrada, e fechamento das aberturas no item anterior, deve ser previsto o acionamento
de extração de fumaça das demais área em conjunto da abertura de extração de fumaça da
adjacentes à zona sinistrada, conduzindo a área sinistrada, com a introdução de ar no menor
fumaça para as saídas externas ao edifício tempo possível, para que não ocorra a explosão
(Figura 3). ambiental.

4.1.6 De forma genérica, o controle de fumaça


Obs: Para edifícios horizontais de um único deve ser previsto isoladamente ou de forma
pavimento, com sistema de controle de fumaça conjunta para:
natural, com impossibilidade técnica de prever 1) Espaços amplos (grandes volumes);
entrada de ar no acantonamento, esta poderá
ser prevista ou complementada pelas aberturas 2) Átrios, malls e corredores;

3
Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

3) Rotas de fuga horizontais;


4) Subsolos.

4.1.7 A Tabela 2 constante no Anexo A indica por


ocupação as partes da edificação que devem
possuir controle de fumaça.

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Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

Anexo A

Tabela 2 – Determinação dos locais em que deve haver controle de fumaça

CARACTERÍSTICA DE EDIFICAÇÃO
ATRITO OU QUEBRA DE
H > 60 m (sem atrito) Subsolos EXIGÊNCIA DE OUTRAS NTs
ISOLAMENTO VERTICAL
Ocupação Partes da Partes da Partes da Partes da
Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a
consultar consultar consultar consultar

(edifícios sem janelas)NT 11 sem janelas)(edifíciosNT 11 NT 11 (edifícios sem janelas)


Com corredores
1, 2, 6 e 8
definidos

Todos os locais com


Átrio;
Residencial – – ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 1, 2, 7 e 8
corredores
estacionamento2 3
Sem corredores 1, 2, 5 e 8
Hotéis-residenciais apart-hotel

Com corredores
1, 2, 6 e 8
definidos

Átrio; corredores;
Todos os locais com áreas adjacentes a
SERVIÇOS DE HOSPEDAGEM

– – ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 corredores, destinadas 1, 2, 7 e 8


estacionamento2 3 à concentração Sem corredores 1, 2, 5 e 8
de pessoas;

Com corredores
Corredores1 1, 2, 6 e 8 1, 2, 6 e 8
definidos
Demais ocupações

Átrio; corredores;
Áreas adjacentes
Todos os locais com áreas adjacentes a
a corredores, destinadas
ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 corredores, destinadas 1, 2, 7 e 8
a concentração de
1, 2, 4 estacionamento2 3 à concentração
pessoas e comércio4 Sem corredores 1, 2, 5 e 8
ou 5 e 8 de pessoas;
(exemplos: restaurante,
lojas auditórios e
salões de convenções)
Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

NT 09 (aumento de 1, 2, 3 ou 5
Corredores1 1, 2, 6 e 8
área de compartimentação) e8
Átrio; corredores;
Áreas adjacentes Todos os locais com áreas adjacentes a Com corredores
Comercial a corredores, destinadas ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 corredores, destinadas 1, 2, 7 e 8 1, 2, 6 e 8
definidos
a concentração de estacionamento2 3 à concentração
1, 2, 4
pessoas e comércio4 de pessoas;
ou 5 e 8
(exemplos: restaurante,
lojas auditórios e Sem corredores 1, 2, 5 e 8
salões de convenções)

6
Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

Anexo A

Tabela 2 – Determinação dos locais em que deve haver controle de fumaça

CARACTERÍSTICA DE EDIFICAÇÃO
ATRITO ou QUEBRA DE
H > 60m (sem atrito) Subsolos EXIGÊNCIA DE OUTRAS NT’s
ISOLAMENTO VERTICAL
Ocupação Partes da Partes da Partes da Partes da
Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a
consultar consultar consultar consultar
NT 09 (aumento de 1, 2, 3
Corredores1 1, 2, 6 e 8
área de compartimentação) ou 5 e 8

NT11 (edifícios sem janelas)NT11 (edifícios


Com corredores
1, 2, 6 e 8
definidos
Áreas adjacentes a
corredores, destinadas Todos os locais com
Serviços Átrio;
a concentração de ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 1, 2, 7 e 8
Profissionais 1, 2, 4 corredores
pessoas e comércio4 estacionamento2 3
ou 5 e 8
(exemplos: restaurante, Sem corredores 1, 2, 5 e 8
lojas, auditórios e
salões de convenções

Com corredores
Corredores1 1, 2, 6 e 8 1, 2, 6 e 8
definidos
Átrio;
Áreas adjacentes a corredores;
corredores, destinadas Todos os locais com
Educacional áreas adjacentes a
a concentração de ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 1, 2, 7 e 8
(Grupo E) 1, 2, 4 corredores, destinadas

sem janelas)NT11 (edifícios sem janelas)


pessoas e comércio4 estacionamento2 3 Sem corredores 1, 2, 5 e 8
ou 5 e 8 à concentração de
(exemplos: restaurante, pessoas
lojas auditórios e
salões de convenções

Com corredores
Corredores1 1, 2, 6 e 8 1, 2, 6 e 8
definidos
Átrio;
Áreas adjacentes a corredores;
corredores, destinadas a Todos os locais com
Local de áreas adjacentes a
concentração de pessoas ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 1, 2, 7 e 8
reunião de público 1, 2, 4 corredores, destinadas
e comércio4 estacionamento2 3 Sem corredores 1, 2, 5 e 8
ou 5 e 8 à concentração de
(exemplos: restaurante, pessoas
lojas auditórios e
salões de convenções

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Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

Anexo A
Tabela 2 – Determinação dos locais em que deve haver controle de fumaça (continuação)

CARACTERÍSTICA DE EDIFICAÇÃO
ATRITO OU QUEBRA DE
H > 60m (sem atrito) Subsolos EXIGÊNCIA DE OUTRAS NT’s
ISOLAMENTO VERTICAL
Ocupação Partes da Partes da Partes da Partes da
Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a Locais a Proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a
consultar consultar consultar consultar

NT 11
Com corredores
Corredores1 1, 2, 6 e 8 1, 2, 6 e 8
definidos
Átrio;

sem janelas)NT 11 (edifícios (edifícios sem janelas)


Áreas adjacentes corredores;
Serviços a corredores, destinadas Todos os locais com áreas adjacentes
automotivos e a concentração de ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 a corredores, 1, 2, 7 e 8
1, 2, 4
assemelhados pessoas e comércio4 estacionamento2 3 destinadas à Sem corredores 1, 2, 5 e 8
ou 5 e 8 concentração
(exemplos: restaurante,
lojas auditórios e de pessoas
salões de convenções)

Com corredores
Corredores1 1, 2, 6 e 8 1, 2, 6 e 8
definidos
Átrio;
Áreas adjacentes corredores;
a corredores, destinadas Todos os locais com áreas adjacentes
Serviço de saúde a concentração de ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 a corredores, 1, 2, 7 e 8
1, 2, 4 estacionamento2 3 destinadas à
pessoas e comércio4 Sem corredores 1, 2, 5 e 8
ou 5 e 8 concentração
(exemplos: restaurante,
lojas auditórios e de pessoas
salões de convenções)

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Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

Anexo A

Tabela 2 – Determinação dos locais em que deve haver controle de fumaça (final e notas)

CARACTERÍSTICA DE EDIFICAÇÃO
ATRITO ou QUEBRA DE
H > 60m (sem atrito) Subsolos EXIGÊNCIA DE OUTRAS NT’s
ISOLAMENTO VERTICAL
Ocupação Partes da Partes da Partes da Partes da
Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a Locais a proteger NT 15 a
consultar consultar consultar consultar
NT 09 (aumento de 1, 2, 3
Corredores(1) 1, 2, 6 e 8
área de compartimentação) ou 5 e 8

(edifícios sem janelasNT 11


Com corredores
1, 2, 6 e 8
definidos
Áreas adjacentes
a corredores, destinadas Todas os locais com
Átrio;
Indústria a concentração de ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 1, 2, 7 e 8
1, 2, 4 ou 5 corredores
pessoas e comércio4 estacionamento2 3
e8
(exemplos: restaurante, Sem corredores 1, 2, 5 e 8
lojas auditórios e
salões de convenções)

NT 09 (aumento de 1, 2, 3
Corredores(1) 1, 2, 6 e 8
área de compartimentação) ou 5 e 8

NT 11
Com corredores
1, 2, 6 e 8
definidos
Áreas adjacentes

(edifícios sem janelas


a corredores, destinadas Todas os locais com
Átrio;
Depósito a concentração de ocupação distinta de 1, 2, 6 e 8 1, 2, 7 e 8
1, 2, 4 ou 5 corredores
pessoas e comércio4 estacionamento2 3
e8
(exemplos: restaurante, Sem corredores 1, 2, 5 e 8
lojas auditórios e
salões de convenções)

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Norma Técnica n. 15/2007 – Controle de Fumaça – Parte 1

Notas específicas:
1. Dispensa-se da proteção de sistema de controle de fumaça para corredores cujo caminhamento entre a porta de saída das unidades autônomas e uma escada protegida, seja
igual ou inferior a 10m;
2. Todos os subsolos destinados a estacionamento devem atender ao item 11.7 da Parte 6 desta NT;
3. Dispesa-se da previsão de sistema de controle de fumaça os subsolos ocupados, quando tratar-se de edificações de grupo A, B, C, D, E, G, H, I e J, desde que estes subsolos
não estejam interligados a átrios, não ultrapassem dois níveis e possuam: área compartimentada de até 500 m², sistema de detecção de fumaça, controle de material de
acabamento e revestimento do tipo I ou II-A (NT 10) e no mínimo duas saídas de emergência conforme NT 11, sem extremidades opostas do subsolo (permitindo sempre
alternativa de escape de pessoas). Fica obrigatório a ventilação e exaustão natural ou mecânica do ambiente, conforme item 11.7 da Parte 6 desta NT.
Obs.: Para as ocupações citadas no item acima, dispensa-se da previsão de sistema de controle de fumaça os subsolos:
⇒ De ocupações do tipo B, quando destinados a áreas de serviços com pacientes, internação e atendimento (consulta);
⇒ De ocupações dos tipos C, D, G, I e J, quando com lotação atendendo a NT 11 – Saídas de Emergência;
⇒ De ocupações do tipo H, quando destinados a áreas de serviço com pacientes, com internação e atendimento (consulta);

4. Dispensa-se da proteção se a área adjacente for subdividida em compartimento inferior a 300 m².

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