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1
Mestrando em Ciência Animal – UNIPAR – Umuarama – PR
2
Médica Veterinária – UNIPAR – Umuarama – PR
3
Docente da Pós graduação (Mestrado em Biotecnologia Aplicada a Agricultura) –
UNIPAR – Umuarama – PR
4
Docente do Curso de Medicina Veterinária e Pós Graduação (Mestrado em Ciência
Animal) – UNIPAR – Umuarama – PR.
RESUMO
ainda revelou que o óleo de Copaíba tem potencial para ser avaliado como uma
alternativa ou até complemento aos antibióticos para o tratamento da mastite nos
bovinos.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 293 2013
BACTERIAL ACTIVITY OF Copaifera sp. FROM Staphylococcus spp. ISOLATED
FROM BOVINE MASTITIS
ABSTRACT
To improve the health status of the mammary gland, is essential to the control of
clinical or subclinical mastitis. The use of antibiotics is one of the measures taken to
treat pathogenesis, but studies show a high percentage of resistant strains, with
selection of micro-organisms due to inappropriate use of antibiotics and not
monitoring, thus becoming a risk to public health . The oil-copal resin is a natural
product and antimicrobial activity has been reported by several researchers.
Considering the treatment of mastitis as segment of a sanitary control aimed to
evaluate the potential of in vitro antimicrobial activity of extracts of copaiba oil against
Staphylococcus spp isolated from bovine mastitis using it for oil extracted from
Copaíba in concentrations of 50% , 25%, 12.5%, 6.25%, 3.125% and 1.56%, tested
against three different sets of Staphylococcus which were coagulase-negative
Staphylococcus (STAPHCN), Staphylococcus aureus (STAPHA) and coagulase-
positive staphylococci (STACP), which can be observed satisfactory results in
respect to its front inhibition of the microorganisms tested, highlighting in particular
the results obtained with STACP where approximately 50% of the strains were
susceptible to the growth inhibitory effect at concentrations copaiba oil greater than
25%, so emphasizing a possible bactericidal action of copaiba oil. The study also
revealed that copaiba oil has the potential to be evaluated as an alternative or
supplement to antibiotics for the treatment of mastitis in cattle.
INTRODUÇÃO
Assim como demais segmentos da atual sociedade, a produção de leite tem
se mostrado cada vez mais competitiva. Portanto, é de suma importância qualificar e
quantificar os fatores que possam influenciá-la, visando ganhos efetivos na
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(Leguminosae-Caesalpinoideae), através de perfurações realizadas em seus
troncos. Além das inúmeras aplicações do óleo em cosméticos e outras indústrias,
ainda há uma série de indicações para seu uso terapêutico.Existem hoje descritas
algumas dezenas de propriedades medicinais diferentes, que vem sendo em alguns
casos comprovadas cientificamente, como atividade antimicrobiana, antiinflamatória,
anti-neoplásica, entre outras. Estudos recentes têm demonstrado também grande
potencial de uso do óleo de copaíba na odontologia, na composição de cimentos
endodônticos e na prevenção e combate da doença periodontal (PIERRE et al.,
2009).
Segundo ALENCAR (1982), o óleo é o produto da desintoxicação do
organismo vegetal, e que funciona como defesa da planta contra animais, fungos e
bactérias.
A utilização do óleo de copaíba originou-se da utilização empírica, pela
observação do comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-
se nos troncos das copaifeiras (MACIEL et al., 2002) e atualmente possui
comprovada ação anti-inflamatória, antibacteriana, antifúngica e antiedêmica
realizada em diversos estudos (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002; OLIVEIRA et al.,
2006; RAMOS, 2006).
Quanto às características físico-químicas do óleo-resina da Copaifera
multijuga Hayne, podemos afirmar que trata-se de um líquido transparente, viscoso e
fluido, com cheiro forte e odor de cumarina, sabor acre e amargo. Pode ser
armazenado por até dois anos sem alterar as suas propriedades, podendo
transformar-se em resina, se exposto ao ar e à luz (MENDONÇA & ONOFRE, 2009).
Este período longo de armazenamento torna-se favorável, em se tratando da
utilização nas mastites, visto que há necessidade de estocagem nas propriedades
leiteiras.
Considerando todas estas atividades e benefícios já relatados por diferentes
pesquisadores quanto à utilização do óleo de Copaíba, este trabalho teve o objetivo
de analisar a atividade bactericida do óleo de Copaíba e verificar o mecanismo de
inibição do crescimento em Staphylococcus coagulase negativa, Staphylococcus
coagulase positiva e Staphylococcus aureus para estabelecer tratamentos
alternativos para a mastite bovina.
Material botânico
Micro-organismos
Alves
Faria
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Experimentação Animal (CEPEEA/UNIPAR), com o número de registro 22559/2011,
foram utilizados Staphylococcus spp. isolados de animais com mastite clínica ou
subclínica, animais esses pertencentes a várias propriedades da região noroeste do
Paraná. Todas as amostras foram repicadas e padronizadas de acordo com o tubo
0,5 da escala McFarland correspondendo à concentração de aproximadamente 108
Unidades Formadoras de Colônias - (UFC/mL), compreendendo um total de 122
amostras analisadas, sendo 27 de Staphylococcus aureus, 23 de Staphylococcus
coagulase positiva e 72 de Staphyloccus coagulase negativa.
Atividade bactericida
Análise Estatística
RESULTADOS
Alves
possível verificar que houve atividade bactericida nas diferentes diluições frente
Fabiane
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aos três grupos de Staphylococcus testados, os quais consistiram em
Staphylococcus coagulase negativa (STAPHCN) (43,1% a 4,2%), Staphylococcus
aureus (STAPHA) (40,7% a 3,7%) e Staphylococcus coagulase positiva (STACP)
(47,8%), em diferentes diluições, como demonstra a Tabela 01.
Tabela 01. Frequência absoluta (N) e relativa (%) de amostras sem crescimento
(SC) segundo o micro-organismo e a diluição de óleo de copaíba
testados, Umuarama, PR, 2012.
STAPHCN (n=72) STAPHA (n=27) STACP (n=23)
Diluição
SC SC SC
(%)
N % N % N %
47,8A
50,0
31 43,1Aa 11 40,7Aa 11 a
47,8A
25,0
31 43,1Aa 11 40,7Aa 11 a
não foram encontrados nas amostras de STACP, onde só foi possível encontrar
Fabiane
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efeitos inibitórios a partir da concentração de 12,5% do óleo de copaíba.
Podemos destacar ainda que, em todas as subespécies de Staphylococcus
testadas não houve variação de crescimento, quando comparadas às concentrações
do óleo de 25% e 50%, obtendo resultado igual em ambas às concentrações de
acordo com cada grupo de bactéria.
Ao comparar os resultados encontrados no presente experimento com os
relatos da literatura sobre a atividade antimicrobiana do óleo essencial de Copaíba,
pude-se encontrar resultados semelhantes, como os de PACHECO et al. (2006) que
relatam que o óleo resina de Copaifera spp. resulta em diferentes níveis de inibição
contra as bactérias Gram-positivas, mostrando atividade significativa contra Bacillus
subtilis e S. aureus, quando comparado com cloranfenicol usado como controle.
Vários trabalhos da literatura, também relatam resultados confirmando o
efeito bactericida do óleo essencial de Copaíba, quando testado com outros micro-
organismos (BASKARAN et al., 2009; LIMA, 2012; MENDONÇA & ONOFRE, 2009).
De acordo com PIERRI et al. (2012), o óleo de copaíba apresentou ação
antimicrobiana contra a estirpe bacteriana de Streptococcus mutans na
concentração de 10% e foram encontrados resultados favoráveis em concentrações
ainda mais baixas do óleo de Copaíba, quando comparado com o presente trabalho,
mas que são facilmente justificadas pelo fato de se tratarem de micro-oganismos
diferentes, porém deve ser salientado que ambos os micro-organismos
pertencentem ao grupo das bactérias Gram positivas.
Em estudo in vitro, realizado com objetivo de investigar o efeito
antimicrobiano de derivados de plantas, como moléculas de cinamaldeído, eugenol,
carvacrol, timol, contra S. agalactiae, S. dysgalactiae, S. uberis, S. aureus e E. coli,
ou seja, principais patógenos da mastite, obtiveram-se concentrações baixas e
eficazes contra estes patógenos, com Concentração inibitória Mínima (MIC) de
0,05%, 0,4%, 0,45%, 0,45%e 0,1%, respectivamente (BASKARAN et al., 2009). Já
no presente estudo, observa-se uma inibição do crescimento, porém em
concentrações bem mais elevadas, acima de 12,5%. Esta variação deve-se
provavelmente ao fato do presente trabalho testar a atividade bactericida total dos
princípios ativos do óleo da copaíba.
Apesar de existir um grande número de trabalhos relatando na literatura a
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casos extremos, ao fato da mastite bovina ser fatal acarretando assim grandes
perdas no setor. A mastite bovina também é um problema de saúde pública, visto
que o principal micro-organismo causador da patologia são os do grupo de
Staphylococcus spp. que tem a capacidade de produzir toxinas extracelulares, ainda
no processo de mastite pré-clínica. Estas toxinas ao serem consumidas pelo ser
humano através do leite contaminado podem causar severa intoxicação alimentar,
acarretando quadro de náuseas, vômitos, diarréia, dores abdominais, entre outros
(AGOSTINIS et al., 2012; MARQUES et al., 2013).
As infecções intramamárias causadas por Staphylococcus aureus apresentam
implicações importantes em Saúde Pública, tendo em vista que as toxinas podem
ser excretadas no leite e permanecer estáveis nos produtos oferecidos ao consumo.
A simples presença de cepas toxigênicas de Staphylococcus aureus no leite não
implica, necessariamente, a ocorrência de intoxicações em seres humanos, porém o
risco existe e é maior para crianças, principalmente de tenra idade (FAGUNDES &
LIVEIRA, 2004).
A dificuldade no controle e tratamento da mastite, aliada à existência de
estudos prévios que relatam a presença de substâncias em plantas nativas com
atividade antimicrobiana, torna promissora a pesquisa com extratos e compostos de
origem vegetal (RIOS & RECCIO, 2005), considerando que estes princípios
controlam a multiplicação de micro-organismos ou permite até sua eliminação total
do leite, sem a necessidade de desprezar o leite durante o tratamento, que tem um
aspecto vinculado à saúde pública muito relevante.
Ainda são necessários mais estudos para entender as causas da variação nos
resultados entre os diferentes grupos de Staphylococcus, e determinar a sua relativa
importância para estudos futuros, principalmente no que se refere à atividade
bactericida de cada um dos componentes do óleo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
- sueli.faria@gmail.com
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 299 2013
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PICOLI, T.; ZANI, J.L.; PONZILACQUA, B.; ROBEIRO, M.E.R.; FISCHER, G. Taxa de
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pluviométrica. Science and Animal Health, v.1, n. 1, p. 11-23, 2013.
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Fabiane
Licensed to Sueli Alves
Faria
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 301 2013