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SUMÁRIO

Direito Urbanístico
Lei n. 948, de 16 de Janeiro de 2019....................................................3
Lei n. 6.138, de 26 de Abril de 2018................................................... 50
Decreto n. 43.056, de 03 de Março de 2022....................................... 111
Lei n. 353, de 18 de Novembro de 1992............................................ 182
Decreto n. 14.932 de 12 de Agosto de 1993....................................... 210
Lei n. 1.007, de 28 de Abril de 2022................................................. 212
Lei n. 803, de 25 de Abril de 2009.................................................... 236
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

LEI COMPLEMENTAR N. 948, DE 16 DE JANEIRO DE 2019


(Autoria do Projeto: Poder Executivo)

Aprova a Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal - LUOS


nos termos dos arts. 316 e 318 da Lei Orgânica do Distrito Federal e
dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INTRODUTÓRIAS

Art. 1º Esta Lei Complementar, denominada Lei de Uso e Ocupação do


Solo do Distrito Federal - LUOS, estabelece os critérios e os parâmetros de
uso e ocupação do solo para lotes e projeções localizados na Macrozona
Urbana do Distrito Federal nos parcelamentos urbanos:
I – registrados em cartório de registro de imóveis competente;
II – implantados e aprovados pelo poder público.
§ 1º A LUOS é o instrumento complementar das políticas de ordenamento
territorial e de expansão e desenvolvimento urbano do Distrito Federal.
§ 2º Excluem-se das disposições desta Lei Complementar:
I – a Macrozona Rural;
II – a Macrozona de Proteção Integral.
§ 3º As áreas abrangidas pela Zona Urbana do Conjunto Tombado têm
critérios e parâmetros de uso e ocupação do solo estabelecidos pelo Plano de
Preservação do Conjunto Urbano - PPCUB.
§ 4º O disposto no caput abrange o Setor Tradicional de Planaltina.

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Art. 2º Integram a LUOS:


I – Anexo I - Tabela de Usos e Atividades da LUOS;
II – Anexo II - mapas de uso do solo por localidade urbana:
a) Mapa 1A - Águas Claras;
b) Mapa 2A - Brazlândia;
c) Mapa 3A - Ceilândia;
d) Mapa 4A - Gama;
e) Mapa 5A - Guará;
f) Mapa 6A - Jardim Botânico;
g) Mapa 7A - Lago Norte;
h) Mapa 8A - Lago Sul;
i) Mapa 9A - Núcleo Bandeirante;
j) Mapa 10A - Paranoá;
k) Mapa 11A - Park Way;
l) Mapa 12A - Planaltina;
m) Mapa 13A - Recanto das Emas;
n) Mapa 14A - Riacho Fundo;
o) Mapa 15A - Riacho Fundo II;
p) Mapa 16A - Samambaia;
q) Mapa 17A - Santa Maria;
r) Mapa 18A - São Sebastião;
s) Mapa 19A - Setor Complementar de Indústria e Abastecimento - SCIA;
t) Mapa 20A - Setor de Indústria e Abastecimento - SIA;
u) Mapa 21A - Sobradinho;
v) Mapa 22A - Sobradinho II;
w) Mapa 23A - Taguatinga;
x) Mapa 24A - Varjão;
III – Anexo III - quadros de parâmetros de ocupação do solo por localida-
de urbana:
a) Quadro 1A - Águas Claras;
b) Quadro 2A - Brazlândia;

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c) Quadro 3A - Ceilândia;
d) Quadro 4A - Gama;
e) Quadro 5A - Guará;
f) Quadro 6A - Jardim Botânico;
g) Quadro 7A - Lago Norte;
h) Quadro 8A - Lago Sul;
i) Quadro 9A - Núcleo Bandeirante;
j) Quadro 10A - Paranoá;
k) Quadro 11A - Park Way;
l) Quadro 12A - Planaltina;
m) Quadro 13A - Recanto das Emas;
n) Quadro 14A - Riacho Fundo;
o) Quadro 15A - Riacho Fundo II;
p) Quadro 16A - Samambaia;
q) Quadro 17A - Santa Maria;
r) Quadro 18A - São Sebastião;
s) Quadro 19A - Setor Complementar de Indústria e Abastecimento - SCIA;
t) Quadro 20A - Setor de Indústria e Abastecimento - SIA;
u) Quadro 21A - Sobradinho;
v) Quadro 22A - Sobradinho II;
w) Quadro 23A - Taguatinga;
x) Quadro 24A - Varjão;
IV – Anexo IV - quadro de afastamentos mínimos laterais e de fundos;
V – Anexo V - quadro de exigência de vagas de veículos;
VI – Anexo VI - mapa da rede de transporte para exigência de vagas;
VII – Anexo VII - mapas de remembramento entre UOS diferentes por
localidade urbana:
a) Mapa 1 - Ceilândia;
b) Mapa 2 - Paranoá;
c) Mapa 3 - Riacho Fundo;

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d) Mapa 4 - Samambaia;
e) Mapa 5 - Taguatinga;
f) Mapa 6 - Setor Complementar de Indústria e Abastecimento - SCIA;
VIII – Anexo VIII - quadro de coeficiente de ajuste da Odir;
IX – Anexo IX - quadro de atividades agregadas para Onalt;
X – Anexo X - siglário;
XI – Anexo XI - glossário.
§ 1º O Poder Executivo deve disponibilizar, em sistema de informação ge-
ográfica, integrados ao Sistema de Informação Territorial e Urbana do Distrito
Federal - Siturb, as informações e os parâmetros de uso e ocupação do solo
relativos a lotes e projeções na área de abrangência desta LUOS constantes do:
I – Anexo II - mapas de uso do solo;
II – Anexo III - quadros de parâmetros de ocupação do solo;
III – Anexo VI - mapa da rede de transporte para exigência de vagas;
IV – Anexo VII - mapas de remembramento entre UOS diferentes por
localidade.
§ 2º A disponibilização no Siturb prevista no § 1º se aplica também aos
projetos urbanísticos de parcelamentos urbanos do solo registrados em car-
tório de registros de imóveis do Distrito Federal após a publicação desta Lei
Complementar ou não incorporados nesta LUOS.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS

Art. 3º São princípios estruturadores da LUOS:


I – a garantia da função social da propriedade urbana;
II – a justa distribuição de benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização;
III – a recuperação para a coletividade da valorização imobiliária decor-
rente das ações do poder público;

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IV – o desenvolvimento urbano sustentável, a partir da convergência das


dimensões social, econômica e ambiental, com reconhecimento do direito à
cidade para todos;
V – a garantia da boa relação entre os espaços públicos e privados;
VI – a transparência e a equidade no tratamento do solo urbano;
VII – o respeito às características urbanas e morfológicas que conferem
identidade a cada núcleo urbano do Distrito Federal;
VIII – a otimização do aproveitamento da infraestrutura urbana, conside-
rada a infraestrutura ecológica como parte integrante dela;
IX – o controle eficaz do uso e da ocupação do solo urbano;
X – a prevalência do interesse coletivo sobre o individual;
XI – a gestão democrática da cidade com inclusão e participação social.

CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS

Art. 4º São objetivos da LUOS:


I – propiciar a descentralização da oferta de emprego e serviços, de habi-
tação e dos equipamentos de educação, saúde e lazer;
II – aumentar a diversidade de usos e atividades para promover a dinâmi-
ca urbana e a redução de deslocamentos;
III – proporcionar melhor integração do espaço público com o privado;
IV – propiciar a implementação das estratégias de ordenamento territorial
expressas no Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal -
PDOT pertinentes a esta Lei Complementar;
V – promover a manutenção de áreas vegetadas internas às propriedades
públicas e privadas, com prioridade para a arborização;
VI – preservar os aspectos da paisagem urbana, do Conjunto Urbanístico
de Brasília e do entorno dos bens tombados individualmente;
VII – estimular a utilização do transporte coletivo e dos modos não moto-
rizados e não poluentes de deslocamento;

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VIII – estabelecer metodologia e critérios para definição de parâmetros de


uso e ocupação do solo de projetos de novos parcelamentos do solo compa-
tíveis com a LUOS.

TÍTULO II
DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO

CAPÍTULO I
DAS UNIDADES DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO - UOS

Art. 5º O uso do solo nos lotes e nas projeções abrangidos por esta Lei
Complementar é indicado por unidades de uso e ocupação do solo - UOS no
Anexo II.
§ 1º São categorias de UOS:
I – UOS RE - Residencial Exclusivo, onde é permitido o uso exclusivamente
residencial e que apresenta 3 subcategorias:
a) RE 1 - onde é permitido exclusivamente o uso residencial, na categoria
habitação unifamiliar;
b) RE 2 - onde é permitido exclusivamente o uso residencial, na categoria
habitação unifamiliar ou habitação multifamiliar em tipologia de casas;
c) RE 3 - onde é permitido exclusivamente o uso residencial, na categoria
habitação multifamiliar em tipologia de apartamentos ou habitação multifami-
liar em tipologia de casas combinada ou não com a tipologia de apartamentos;
II – UOS RO - Residencial Obrigatório, onde o uso residencial é obriga-
tório, sendo facultado o uso não residencial simultâneo, e que apresenta 2
subcategorias:
a) RO 1 - onde é obrigatório o uso residencial, na categoria habitação
unifamiliar, sendo facultado, simultaneamente, o uso não residencial com ati-
vidade econômica realizada no âmbito doméstico, não sendo autorizado o
acesso independente;

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b) RO 2 - localiza-se ao longo de vias de conexão entre conjuntos e


quadras, onde é obrigatório o uso residencial, na categoria habitação uni-
familiar, sendo facultado, simultaneamente, o uso não residencial exclusi-
vamente no pavimento diretamente aberto para logradouro público e inde-
pendente da habitação;
III – UOS CSIIR - Comercial, Prestação de Serviços, Institucional, Indus-
trial e Residencial, onde são obrigatórios os usos comercial, prestação de
serviços, institucional e industrial, simultaneamente ou não, e admitido o uso
residencial desde que este não ocorra voltado para o logradouro público no
nível de circulação de pedestres, e que apresenta 3 subcategorias:
a) CSIIR 1 - localiza-se nas áreas internas dos núcleos urbanos, próxima
a áreas habitacionais, e possui abrangência local;
b) CSIIR 2 - localiza-se em áreas de maior acessibilidade dos núcleos ur-
banos, em vias de atividades, centros e subcentros;
c) CSIIR 3 - localiza-se, principalmente, nas bordas dos núcleos urbanos ou
próxima a áreas industriais e ocorre em articulação com rodovias que definem
a malha rodoviária principal do Distrito Federal, sendo de abrangência regional;
IV – UOS CSIIR NO - Comercial, Prestação de Serviços, Institucional, Indus-
trial e Residencial Não Obrigatório, onde são permitidos, simultaneamente ou
não, os usos comercial, prestação de serviços, institucional, industrial e residen-
cial, nas categorias habitação unifamiliar ou habitação multifamiliar em tipologia
de casas ou habitação multifamiliar em tipologia de apartamentos, não havendo
obrigatoriedade para qualquer um dos usos, e que apresenta 2 subcategorias:
a) CSIIR 1 NO - localiza-se nas áreas internas dos núcleos urbanos, pró-
xima a áreas habitacionais, e possui abrangência local;
b) CSIIR 2 NO - localiza-se em áreas de maior acessibilidade dos núcleos
urbanos, em vias de atividades, centros e subcentros;
V – UOS CSII - Comercial, Prestação de Serviços, Institucional e Indus-
trial, onde são permitidos, simultaneamente ou não, os usos comercial, pres-
tação de serviços, institucional e industrial, sendo proibido o uso residencial,
e que apresenta 3 subcategorias:

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a) CSII 1 - localiza-se em áreas internas aos núcleos urbanos, próxima a


áreas habitacionais, com características de abrangência local;
b) CSII 2 - localiza-se em áreas de maior acessibilidade dos núcleos urba-
nos, em vias de atividades, centros e subcentros;
c) CSII 3 - localiza-se, principalmente, nas bordas dos núcleos urbanos ou
próxima a áreas industriais, situada em articulação com rodovias que definem
a malha rodoviária do Distrito Federal, sendo de abrangência regional;
VI – UOS CSIInd - Comercial, Prestação de Serviços, Institucional e Indus-
trial, onde são permitidos, simultaneamente ou não, os usos comercial, pres-
tação de serviços, institucional e industrial, localizada nas áreas industriais
e de oficinas, sendo proibido o uso residencial, e apresenta 3 subcategorias:
a) CSIInd 1 - localiza-se, principalmente, nas bordas dos núcleos urba-
nos, em articulação com rodovias que definem a malha rodoviária do Distrito
Federal, separada das áreas habitacionais, e abriga atividades com menor
incomodidade ao uso residencial;
b) CSIInd 2 - localiza-se, principalmente, nas bordas dos núcleos urbanos,
em articulação com rodovias que definem a malha rodoviária do Distrito Fe-
deral, separada das áreas habitacionais, e abriga atividades com maior inco-
modidade ao uso residencial;
c) CSIInd 3 - localiza-se em áreas segregadas dos núcleos urbanos e
abriga atividades de abrangência regional, de maior risco e incomodidade
ao uso residencial;
VII – UOS CSIIndR - Comercial, Prestação de Serviços, Institucional, In-
dustrial, Residencial, onde são permitidos, simultaneamente ou não, os usos
comercial, prestação de serviços, institucional e industrial, localizada nas
áreas industriais e de oficinas, em lotes de menor porte, sendo facultado o
uso residencial, exclusivamente nos pavimentes superiores, e condicionado à
existência de uso não residencial;
VIII – UOS Inst - Institucional, onde é permitido exclusivamente o uso
institucional público ou privado;

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IX – UOS Inst EP - Institucional Equipamento Público, onde são desen-


volvidas atividades inerentes às políticas públicas setoriais, constituindo lote
de propriedade do poder público que abrigue, de forma simultânea ou não,
equipamentos urbanos ou comunitários;
X – UOS PAC - Posto de Abastecimento de Combustíveis, onde são obri-
gatórias as atividades de comércio varejista de combustíveis e lubrificantes
e são permitidas outras atividades comerciais e de prestação de serviços na
forma de 3 subcategorias:
a) PAC 1 - onde são obrigatórias atividades de comércio varejista de com-
bustíveis e lubrificantes, facultada a atividade de comércio varejista de mer-
cadorias em loja de conveniências;
b) PAC 2 - onde são obrigatórias atividades de comércio varejista de com-
bustíveis e lubrificantes, facultada a atividade de comércio varejista de mer-
cadorias em loja de conveniências e de prestação de serviço de restaurantes
e lanchonetes;
c) PAC 3 - onde são obrigatórias atividades de comércio varejista de com-
bustíveis e lubrificantes, facultado o uso de prestação de serviço e comércio.
§ 2º É vedada a veiculação de publicidade e propaganda nas fachadas ou
limites do lote da UOS RO 1.
Art. 6º As atividades permitidas para cada UOS estão definidas no Anexo
I e especificadas por usos comercial, prestação de serviços, institucional, in-
dustrial e residencial.
§ 1º Na tabela referida no caput, as atividades são detalhadas até o nível
de subclasse, em conformidade com a hierarquia estabelecida na Classifica-
ção Nacional de Atividades Econômicas - CNAE.
§ 2º Quando se trata de alteração ou criação de subclasse na CNAE, a ta-
bela referida no caput é atualizada pelo órgão gestor do planejamento terri-
torial e urbano, aprovada pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano
do Distrito Federal - Conplan e submetida à apreciação da Câmara Legislativa
do Distrito Federal - CLDF.

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§ 3º A atualização de que trata o § 2º deve considerar a similaridade das


atividades alteradas ou incluídas pela CNAE com as definidas no Anexo I.
§ 4º Para a utilização do Anexo I, aplicam-se subsidiariamente as Notas
Explicativas da CNAE Subclasses - versão 2.2, oficialmente editadas pela Co-
missão Nacional de Classificação - CONCLA, do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística - IBGE ou versão superveniente, no caso de atualização.
§ 5º O disposto no caput não se aplica à UOS Inst EP, na qual são desen-
volvidas atividades do poder público inerentes ao desenvolvimento de suas
políticas públicas setoriais, à exceção da política habitacional.
§ 6º Podem ser instalados consulados e embaixadas, bem como escritó-
rios de advocacia e de representação de Estados, do Distrito Federal e dos
municípios nas UOS RE 1, e são admitidos nas UOS RE 2, desde que previa-
mente autorizado pelo respectivo condomínio, quando houver.
Art. 7º As atividades econômicas permitidas nas UOS RO 1 e RO 2 estão
sujeitas à anuência prévia e escrita da vizinhança, e seu licenciamento é con-
cedido em caráter precário.
§ 1º Considera-se vizinhança, para efeitos deste artigo, o conjunto dos
moradores cujas residências possam ser afetadas pelo incômodo das ativida-
des econômicas, relacionadas com:
I – segurança;
II – logística da atividade;
III – poluição ambiental, atmosférica, sonora ou visual;
IV – sistema viário;
V – afluxo de pessoas ou veículos.
§ 2º Antes de expedir a licença de funcionamento para as atividades econô-
micas de que trata este artigo, o órgão ou a entidade pública competente deve:
I – disponibilizar o processo para consulta pública;
II – definir o conjunto de residências que possam ser afetadas pelo incô-
modo, que não pode ser inferior às residências do conjunto ou quadra, con-
forme o caso;

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III – comunicar, por escrito, todos os moradores das residências que pos-
sam ser afetadas.
§ 3º Qualquer morador do conjunto ou da quadra, conforme o caso, que se
sinta afetado pelos incômodos das atividades licenciadas pode solicitar, a qual-
quer tempo, a revogação da licença de funcionamento, mediante manifestação
expressa e motivada ao órgão ou à entidade responsável pelo licenciamento.
§ 4º No ato de revogação do licenciamento das atividades econômicas de
que trata este artigo, deve ser assinalado prazo:
I – não superior a 10 dias para encerramento das atividades;
II – não superior a 30 dias para remoção de todos os equipamentos rela-
cionados com as atividades econômicas e visíveis dos logradouros públicos.
Art. 8º Em lotes ou projeções definidos como UOS Inst e UOS Inst EP,
são permitidas como atividades complementares aquelas do uso industrial,
comercial e prestação de serviço previstas na UOS CSIIR 1, desde que a ati-
vidade do uso institucional seja a principal.
§ 1º As atividades complementares devem integrar o projeto arquitetôni-
co da atividade principal.
§ 2º O licenciamento das atividades complementares fica condicionado ao
licenciamento da atividade principal.
§ 3º A atividade complementar prevista neste artigo é aquela de caráter
secundário exercida no mesmo lote ou projeção da atividade principal e deve
demonstrar vínculo, compatibilidade ou apoio à atividade principal.
§ 4º Em caso de campus universitário, as atividades complementares de
que trata o § 3º são aquelas do uso industrial, comercial e prestação de ser-
viço previstas na UOS CSIIR 2.
Art. 9º É permitida a construção de casa de zeladoria, desde que vin-
culada aos usos industrial, institucional ou residencial na categoria de ha-
bitação multifamiliar.
Parágrafo único. A casa de zeladoria não constitui unidade residencial au-
tônoma e deve ter área máxima de 60,00 metros quadrados.

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CAPÍTULO II
DOS PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO

Seção I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 10. Os critérios de implantação da edificação em lote ou projeção são


estabelecidos pelos seguintes parâmetros de ocupação do solo:
I – coeficiente de aproveitamento básico;
II – coeficiente de aproveitamento máximo;
III – altura máxima;
IV – taxa de permeabilidade mínima;
V – taxa de ocupação máxima;
VI – afastamento mínimo de frente, de fundo e lateral;
VII – subsolo;
VIII – marquise;
IX – galeria;
X – vaga para veículo;
XI – tratamento das divisas.
§ 1º Os parâmetros de ocupação do solo previstos nos incisos I a IX são
estabelecidos no Anexo III por Código, UOS e faixas de área.
§ 2º Excetuam-se do § 1º os lotes da UOS Inst EP.
Art. 11. Os parâmetros de ocupação dos lotes da UOS Inst EP são:
I – afastamento mínimo previsto no Anexo IV;
II – coeficiente de aproveitamento máximo estabelecido pelo PDOT para a
zona urbana onde se localiza;
III – altura máxima igual à maior altura estabelecida no Anexo III para a
respectiva localidade urbana;
IV – taxa de permeabilidade mínima de 20% para lotes com área superior
a 2.000 metros quadrados.
Parágrafo único. Os lotes de UOS Inst EP podem ser compartilhados por 2
ou mais equipamentos urbanos ou comunitários.

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Art. 12. A utilização dos parâmetros de ocupação do solo está condiciona-


da ao atendimento de restrições estabelecidas:
I – nas normas federais que estabelecem os planos básicos de zona de pro-
teção de aeródromos, de heliportos, de auxílios a navegação aérea, de proce-
dimentos de navegação aérea, bem como do gerenciamento de risco aviário;
II – nas normas distritais e federais para a área de entorno do Conjunto
Urbanístico de Brasília;
III – na legislação de bens tombados individualmente;
IV – na legislação ambiental.

Seção II
Dos Coeficientes de Aproveitamento

Art. 13. O coeficiente de aproveitamento é o índice de construção que,


multiplicado pela área do lote ou da projeção, define o seu potencial constru-
tivo, definido como básico e máximo.
Art. 14. São computadas no coeficiente de aproveitamento as áreas de
construção cobertas e situadas no interior do lote ou da projeção.
§ 1º Excetuam-se do cômputo no coeficiente de aproveitamento as áreas
destinadas:
I – exclusivamente para vagas, circulação e manobra de veículos no limite
estabelecido no art. 31;
II – a galeria de construção obrigatória voltada para logradouro público;
III – a elementos de proteção de fachadas e instalações técnicas previstas
no Código de Obras e Edificações do Distrito Federal - COE;
IV – ao piloti de projeção, quando obrigatório.
§ 2º A exceção prevista no § 1º, I, não se aplica a edifício-garagem e a
habitações unifamiliares e multifamiliares em tipologia de casas.
§ 3º As áreas previstas no § 1º, I, devem estar localizadas abaixo da cota
de soleira.

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§ 4º É facultada a utilização de até 12,00 metros acima da cota de soleira


para as áreas previstas no § 1º, I, desde que:
I – utilizem a fachada ativa para as UOS CSIIR 2 e CSIIR 2 NO, nos termos
do art. 34, § 2º;
II – a fachada tenha percentual de permeabilidade física ou visual de no
mínimo 50% no pavimento localizado no nível da circulação de pedestres nas
UOS RE 3, CSIIR 1, CSIIR 1 NO, CSII 1, CSII 2 e CSIIR 3.
§ 5º É vedada a oferta de vagas acima da cota de soleira em projeção com
exigência de piloti.

Seção III
Da Altura Máxima

Art. 15. A altura máxima é a medida vertical entre a cota de soleira e o


ponto mais alto da edificação, excluídos os seguintes elementos:
I – caixa d’água e barrilete;
II – castelo d’água;
III – casa de máquina destinada a infraestrutura predial;
IV – antena para televisão;
V – para-raios;
VI – infraestrutura para redes de telecomunicações;
VII – chaminé;
VIII – campanário;
IX – silo;
X – exaustor e condensadora de ar-condicionado;
XI – placa solar.
§ 1º Para aplicação do disposto no inciso I, o limite superior da caixa
d’água não pode exceder 4,50 metros em relação à face superior da laje de
cobertura do último pavimento.
§ 2º A altura máxima da infraestrutura para redes de telecomunicações é
definida em legislação específica.

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§ 3º As edificações de uso industrial nas UOS CSIInd 1, CSIInd 2 e CSII-


nd 3 podem ultrapassar o limite máximo de altura estabelecido no Anexo III,
desde que comprovada pelo autor do projeto a necessidade técnica para o
funcionamento da atividade.
§ 4º O disposto no § 3º deve ser devidamente aprovado no âmbito do
processo de licenciamento do projeto de edificação.
Art. 16. Os critérios para definição da cota de soleira de lotes e projeções
são estabelecidos no Anexo III, como:
I – ponto médio da edificação, correspondente à cota altimétrica do perfil
natural do terreno medida no ponto médio da edificação;
II – cota altimétrica média do lote, resultante do somatório das cotas altimé-
tricas dos vértices ou pontos notáveis do lote ou da projeção, dividido pelo nú-
mero de vértices, sendo que, nos casos em que não existam vértices, utiliza-se
a média das cotas altimétricas mais alta e mais baixa do lote ou da projeção;
III – ponto médio da testada frontal, correspondente à cota altimétrica
medida no meio da testada frontal do lote ou da projeção.
Parágrafo único. O órgão responsável pela aprovação de projeto de arqui-
tetura deve fornecer a cota altimétrica do ponto definido como cota de soleira
para cada lote ou projeção.

Seção IV
Da Taxa de Permeabilidade Mínima

Art. 17. A taxa de permeabilidade mínima é o percentual da área do lote


que deve ser mantido obrigatoriamente permeável à água e com cobertura
vegetal de estratos arbóreo, arbustivo e forração.
Parágrafo único. A taxa de permeabilidade definida para o lote pode ser
atendida parcialmente por meio da instalação de sistema de infiltração artifi-
cial de águas pluviais, conforme lei específica.

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Seção V
Da Taxa de Ocupação Máxima

Art. 18. A taxa de ocupação é o percentual máximo da área do lote regis-


trada em cartório que pode ser ocupado pela projeção horizontal da edifica-
ção ao nível do solo.
Parágrafo único. Os elementos de composição e proteção de fachadas com
largura máxima de 1,50 metro não são computados na taxa de ocupação.

Seção VI
Dos Afastamentos Mínimos

Art. 19. Os afastamentos mínimos para o lote são as distâncias perpendi-


culares entre a edificação e as divisas de frente, fundo e laterais.
§ 1º Os afastamentos mínimos estabelecidos no Anexo III devem ser apli-
cados cumulativamente com o Anexo IV para edificação com:
I – abertura de vãos de iluminação e aeração ou só de aeração nas edifi-
cações voltadas para as divisas de lotes vizinhos;
II – altura superior a 12,00 metros em lotes com área superior a 600,00
metros quadrados.
§ 2º O afastamento de que trata o § 1º, I, deve permitir, ao longo de toda
a extensão das aberturas, a inscrição de um círculo com o diâmetro de di-
mensão definida no Anexo IV.
§ 3º O Anexo IV não se aplica aos lotes das UOS RE 1, RE 2, RO 1 e RO
2, onde se deve garantir o afastamento mínimo de 1,50 metro em relação à
divisa do lote, quando há abertura.
§ 4º Não se aplica o afastamento mínimo definido no Anexo IV aos lotes
isolados.
§ 5º Quando há diferença entre o afastamento mínimo estabelecido no
Anexo III e no Anexo IV, deve ser adotado o afastamento de maior valor.

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Art. 20. Na área dos afastamentos mínimos, podem ser construídos ape-
nas os seguintes elementos:
I – 2 guaritas de no máximo 12,00 metros quadrados cada;
II – castelo d’água;
III – piscina descoberta;
IV – instalação técnica enterrada;
V – elemento de composição e proteção de fachadas conforme definido no COE;
VI – área pavimentada descoberta;
VII – central de gás liquefeito de petróleo - GLP, respeitadas as normas
definidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal - CBMDF;
VIII – relógio e medidor de serviços públicos das respectivas conces-
sionárias.

Seção VII
Dos Subsolos

Art. 21. É considerado como subsolo qualquer pavimento da edificação


situado abaixo do pavimento térreo.
Art. 22. O uso e a ocupação do subsolo em lotes ou projeções é definido como:
I – proibido;
II – permitido - tipo 1;
III – permitido - tipo 2.
§ 1º No subsolo permitido - tipo 1, devem ser obedecidos os parâmetros
de uso e ocupação do lote ou da projeção.
§ 2º No subsolo permitido - tipo 2, devem ser obedecidos os parâmetros
de uso e ocupação do lote ou da projeção, excetuado o atendimento da taxa
de ocupação e os afastamentos mínimos nos trechos de subsolo situados
abaixo do perfil natural do terreno.
§ 3º A construção de subsolo, quando permitida, pode ocorrer em mais
de 1 pavimento. § 4º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III, a taxa de
permeabilidade pode ser atendida parcialmente por meio da instalação de
sistema de infiltração artificial de águas pluviais, conforme lei específica.

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Seção VIII
Das Galerias e Marquises

Art. 23. A galeria é o espaço destinado à livre circulação de pedestres


com acesso voltado e ligado diretamente ao logradouro público, situado den-
tro dos limites de lote ou projeção.
§ 1º A construção de galeria é definida como:
I – obrigatória;
II – não exigida.
§ 2º A galeria obrigatória deve ser construída nas dimensões e nas locali-
zações definidas nas notas do Anexo III.
Art. 24. A marquise é a estrutura em balanço com função arquitetônica
de cobertura a ser implantada junto às divisas do lote, em logradouro público,
para proteção da fachada e abrigo de pedestres.
§ 1º A construção de marquise é definida como:
I – proibida;
II – obrigatória;
III – não exigida.
§ 2º As dimensões da marquise definida como obrigatória estão estabele-
cidas no Anexo III.
§ 3º A marquise definida como não exigida pode ser construída com lar-
gura máxima de 3,00 metros.
§ 4º A marquise prevista nos §§ 2º e 3º deve respeitar a distância mínima
de 0,70 metro do meio-fio e o pédireito de no mínimo 2,50 metros.
§ 5º Nos lotes em que é obrigatória a construção de marquise, esta deve
ser construída de forma contínua ao longo do alinhamento das divisas do lote.

Seção IX
Das Vagas para Veículos

Art. 25. O parâmetro de vagas de veículos no interior do lote ou da pro-


jeção define:
I – a quantidade mínima de vagas;

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II – o limite de área destinada para vagas, não computável no coeficiente


de aproveitamento.
Art. 26. O parâmetro de vagas de veículos no interior de lote ou pro-
jeção é estabelecido em função do uso e da atividade, do porte do empre-
endimento e do grau de acessibilidade em relação ao transporte público de
média e alta capacidade.
§ 1º O transporte público de média e alta capacidade é composto pelos
modais e infraestruturas do tipo trem, metrô, veículos leves sobre trilhos -
VLT, veículos leves sobre pneus - VLP, corredores de ônibus e vias servidas
com alta densidade de viagens de transporte público coletivo por ônibus.
§ 2º São classificados com alto grau de acessibilidade lotes e projeções:
I – inteiramente contidos a uma distância de 150,00 metros paralelos ao
eixo da linha de transporte público de média e alta capacidade;
II – parcialmente contidos na área definida no inciso I, desde que não
ultrapassem a distância de 300,00 metros medida paralelamente ao eixo da
linha de transporte público de média e alta capacidade;
III – inteiramente contidos numa circunferência de raio de 400,00 me-
tros do centro de estações e terminais de transporte público de média e alta
capacidade;
IV – parcialmente contidos na área definida no inciso III, desde que não
ultrapassem uma circunferência de raio de 600,00 metros do centro de esta-
ções e terminais de transporte público de média e alta capacidade.
§ 3º Excetuam-se do disposto no § 2º, I e II, os trechos da linha de trans-
porte de VLP, corredores de ônibus ou vias servidas com alta frequência de
ônibus que estejam em rodovias fora dos núcleos urbanos.
§ 4º Para fins de aplicação deste artigo, são consideradas vias servidas
com alta frequência de ônibus as que possuem densidade de viagens igual ou
superior a 255 no horário de entrepico diurno, das 9h às 17h30.
§ 5º O eixo das linhas e o centro de estações e terminais de transporte
público de média e alta capacidade estão representados no Anexo VI.

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§ 6º O mapa de que trata o § 5º deve ser atualizado pelo órgão gestor de


planejamento territorial e urbano e submetido à apreciação da Câmara Legis-
lativa, por meio de alteração desta Lei Complementar.
Art. 27. A quantidade mínima de vagas de veículos que deve ser ofertada
no interior de lotes ou projeções é definida na fórmula: QV = AC x PV, onde:
I – QV corresponde à quantidade mínima de vagas de veículos;
II – AC corresponde à área computável da edificação;
III – PV corresponde ao parâmetro de exigência de vagas no Anexo V por
uso e atividade.
§ 1º Para a aplicação da fórmula do caput em projetos arquitetônicos
de modificação com acréscimo de área, AC corresponde à área computável
acrescida.
§ 2º Quando a edificação tiver mais de 1 uso ou atividade, o QV deve ser
o somatório do quantitativo exigido para cada uso ou atividade.
§ 3º A quantidade mínima de vagas de bicicleta deve estar localizada em
pavimento com acesso direto à edificação.
§ 4º No mínimo 10% da quantidade mínima de vagas de bicicleta deve
ser provida em paraciclos localizados no pavimento de acesso principal
de pedestres.
§ 5º Para atendimento da quantidade mínima de vagas de automóveis, é
permitida a oferta de no máximo 1 vaga de motocicleta para cada 20 vagas
destinadas a automóvel.
Art. 28. O vestiário para usuários de bicicletas é obrigatório para os em-
preendimentos cujos usos e atividades estejam indicados no Anexo V.
Parágrafo único. O disposto no caput pode ser atendido com vestiários de
acesso público.
Art. 29. É permitido o cumprimento parcial ou integral da quantidade
mínima de vagas de automóveis prevista no art. 27, mediante averbação de
vagas constituídas como unidades autônomas em edifício-garagem contido
em um raio de 400,00 metros do entorno da edificação.

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Parágrafo único. Excetua-se do caput a oferta de vagas reservadas a pes-


soas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos.
Art. 30. Não é exigida a oferta de vagas para automóvel prevista no art.
27 em lotes ou projeções:
I – classificados com alto grau de acessibilidade;
II – com testada inferior ou igual a 16,00 metros ou com área menor ou
igual a 400,00 metros quadrados, incluindo os casos de remembramento;
III – com edificações tombadas quando comprovada a impossibilidade de
criação de vagas sem descaracterizar a edificação ou o seu entorno;
IV – da Política Habitacional de Interesse Social do Distrito Federal.
Art. 31. O limite de área destinada para vagas de veículos, não computá-
vel no coeficiente de aproveitamento, é estabelecido na fórmula: AV = AL x
CFA M x I, onde:
I – AV corresponde ao limite de área exclusiva para vagas, circulação e
manobra de veículos, não computável no coeficiente de aproveitamento;
II – AL corresponde à área do lote ou da projeção;
III – CFA M corresponde ao coeficiente de aproveitamento máximo do lote
ou da projeção;
IV – I corresponde ao índice de vagas definido da seguinte forma:
a) 0,4 para lotes ou projeções com alto grau de acessibilidade;
b) 0,6 para lotes ou projeções não classificados como alto grau de aces-
sibilidade.
§ 1º A área para vagas de veículos ofertada acima do limite estabelecido
no caput deve ser computada no coeficiente de aproveitamento.
§ 2º O cômputo no coeficiente de aproveitamento que trata o § 1º pode
ser substituído por pagamento de contrapartida de vagas:
I – em lotes ou projeções não classificados com alto grau de acessibilidade;
II – para vagas destinadas a estacionamento rotativo localizadas inteira-
mente numa circunferência de raio de 400,00 metros do centro de estações e
terminais de transporte público de média e alta capacidade.

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§ 3º O estacionamento rotativo previsto no § 2º, II, deve ser gravado no


memorial de incorporação do empreendimento, vedada a sua utilização para
qualquer outro uso e a sua vinculação a unidade imobiliária.
§ 4º É dispensado o pagamento da contrapartida de vagas quando a área
necessária para o atendimento do QV constante no art. 27 exceder o AV de
que trata o caput, demonstrada a inviabilidade técnica de atendimento dentro
dos parâmetros.
§ 5º Para aplicação do § 4º, as dimensões, as circulações e os tipos de
vagas e de rampas devem ter as dimensões mínimas estabelecidas no COE.
Art. 32. A contrapartida de vagas é calculada pela fórmula CV = AE *
CUB-DF/3, onde:
I – CV é o valor da contrapartida de vagas;
II – AE corresponde à área acima do limite estabelecido no art. 31;
III – CUB-DF corresponde ao custo unitário básico de construção do Dis-
trito Federal por metro quadrado.
§ 1º É aplicado o redutor de 50% sobre o valor da contrapartida de vagas
na situação prevista no art. 31, § 2º, II.
§ 2º Os recursos decorrentes da contrapartida de vagas devem ser des-
tinados ao Fundo de Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal - Fundurb.

Seção X
Do Tratamento das Divisas dos Lotes

Art. 33. O tratamento das divisas dos lotes com logradouros públicos de-
fine formas de interação entre o espaço privado e público, mediante:
I – permeabilidade de fachada da edificação;
II – cercamento.
Art. 34. A fachada da edificação na divisa com logradouro público no pa-
vimento localizado no nível da circulação de pedestres deve ter o seguinte
tratamento:

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I – fachada com percentual de permeabilidade física ou visual de no míni-


mo 50% nas UOS:
a) CSIIR 2 NO e CSII 2;
b) CSIIR 2, quando ocorra uso não residencial;
c) RE 3, CSIIR 1, CSIIR 1 NO, CSII 1 e CSIIR 3, quando o pavimento aci-
ma da cota de soleira é utilizado para ofertar vagas de veículos;
II – fachada ativa nas UOS:
a) CSIIR 2, quando ocorre uso residencial;
b) CSIIR 2 e CSIIR 2 NO, quando para ofertar vagas de veículos acima da
cota de soleira.
§ 1º É dispensado o atendimento do inciso I quando o afastamento entre
a fachada e o logradouro público é maior que 5,00 metros.
§ 2º Considera-se fachada ativa aquela localizada no pavimento do nível
da circulação de pedestres voltada para o logradouro público com permeabi-
lidade física e visual, atendidos os seguintes requisitos:
I – permeabilidade visual de no mínimo 50%;
II – ocupação mínima de 40% com uso não residencial, garantido o acesso
direto de pedestres ao logradouro público.
§ 3º É permitido o recuo entre a fachada ativa e o logradouro público,
condicionado a:
I – integração física da fachada com o passeio público;
II – acessibilidade irrestrita de pedestres;
III – manutenção de toda a sua extensão livre de cercas, muros ou grades;
IV – não implantação de vagas para veículos motorizados ao longo de toda
a sua extensão.
§ 4º É permitida a utilização do recuo de que trata o § 3º para manobra e
acesso de veículos, carga e descarga, embarque e desembarque de passageiros.
§ 5º A porção da fachada ocupada por saída de emergência, acessos a
depósitos e estacionamento de veículos motorizados não é considerada para
fins do cálculo permeabilidade física e visual.

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Art. 35. É permitido o cercamento das divisas dos lotes, desde que, nas

divisas voltadas para logradouros públicos, seja obedecido:

I – altura máxima de 2,70 metros;

II – no mínimo 70% de transparência visual.

§ 1º Os lotes destinados ao uso institucional estão dispensados do aten-

dimento das condicionantes previstas nos incisos I e II do caput, desde que

justificado pela característica da atividade ou por exigência em norma especí-

fica das secretarias de estado do Distrito Federal competentes.

§ 2º Os lotes de UOS RE 1, RE 2, RO 1 e RO 2 estão dispensados do aten-

dimento da condicionante prevista no inciso II nas divisas de fundo e laterais

voltadas para logradouros públicos desde que o cercamento seja com ele-

mento vegetal. § 3º É proibido o cercamento da:

I – projeção;

II – galeria obrigatória;

III – fachada ativa.

Seção XI

Dos Pilotis Obrigatórios

Art. 36. Piloti é o espaço de uso público das projeções que objetiva a pas-

sagem livre de pedestres, a visibilidade e a permeabilidade urbana situado no

pavimento da cota de soleira.

Art. 37. É obrigatória a construção de edificação sobre piloti quando exi-

gido no Anexo III.

Parágrafo único. O piloti deve ser situado no nível da cota de soleira e pode

ter ocupação com compartimentos fechados de no máximo 40% de sua área,

vedado o uso residencial.

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CAPÍTULO III
DAS UNIDADES ESPECIAIS

Art. 38. Ficam estabelecidas Unidades Especiais - UE, aplicadas a situ-


ações específicas, nos lotes que não se enquadram nas definições das UOS
descritas no art. 5º, assim designadas:
I – UE 1 - mobiliário urbano;
II – UE 2 - praça e parque infantil;
III – UE 3 - aeroporto, polo ou parque tecnológico, e campus universitário;
IV – UE 4 - Polo 1 da Região Administrativa do Lago Norte e Polo 11 da
Região Administrativa do Lago Sul;
V – UE 5 - cemitério e crematório;
VI – UE 6 - Setor Militar Complementar e Parque Ferroviário de Brasília;
VII – UE 7 - presídio ou penitenciária;
VIII – UE 8 - centrais elétricas Furnas e unidades de triagem, tratamento,
transbordo e destinação final de resíduos;
IX – UE 9 - ponto de atração da Região Administrativa do Lago Norte;
X – UE 10 - estação do metrô. § 1º As UE constam no Anexo II.
§ 2º Para a implantação de novos mobiliários urbanos, praças e parques
infantis, não é exigida a constituição de unidades imobiliárias.
Art. 39. As UE do art. 38, III e V a X, denominadas área de gestão espe-
cífica, têm sua forma de ocupação e distribuição de atividades definidas em
plano de ocupação.
§ 1º Os planos de ocupação previstos no caput devem ser elaborados pelo
responsável da respectiva UE de acordo com o estabelecido no termo de refe-
rência emitido pelo órgão gestor do planejamento territorial e urbano.
§ 2º A forma de ocupação e distribuição de atividades prevista no plano de
ocupação deve ser compatível com o desenvolvimento de sua função precípua.
§ 3º Nas UE 10 é obrigatória a atividade de estação do sistema de trans-
porte metroviário do Distrito Federal e são admitidos os usos e as atividades
previstas para a UOS CSII 2.

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§ 4º Os planos de ocupação previstos no caput devem ser submetidos à


aprovação do Conplan.
Art. 40. Os parâmetros de uso e ocupação do Polo 11 da Região Admi-
nistrativa do Lago Sul são os estabelecidos no contrato de concessão de uso
firmado com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal - Terracap,
passível de revisão, motivada por interesse público.

CAPÍTULO IV
DOS POSTOS DE ABASTECIMENTO DE COMBUSTÍVEL

Art. 41. É admitida a implantação da atividade de comércio varejista de


combustíveis e lubrificantes em lote das UOS CSII 2, CSII 3, CSIInd 1, CSIInd
2 e CSIInd 3, desde que em funcionamento simultâneo com:
I – supermercados;
II – hipermercados;
III – shopping centers,
IV – uso industrial;
V – concessionária de veículos;
VI – terminal de transporte;
VII – garagem de ônibus;
VIII – clubes sociais e esportivos;
IX – armazenamento.
§ 1º A implantação de atividade de comércio varejista de combustíveis e
lubrificantes prevista no caput é condicionada à aplicação:
I – da Outorga Onerosa de Alteração de Uso - Onalt;
II – de outros instrumentos urbanísticos, ambientais, de trânsito e de se-
gurança, exigidos em legislação específica.
§ 2º Na situação admitida no caput, devem ser obedecidos os parâmetros
de ocupação estabelecidos para a UOS referente ao lote.

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Art. 42. Nos lotes das UOS CSII 2, CSII 3, CSIInd 1, CSIInd 2 e CSIInd 3, é
admitido o desenvolvimento exclusivo das atividades da UOS PAC 2, desde que:
I – utilizados os seguintes parâmetros de ocupação:
a) coeficiente de aproveitamento básico de 0,50;
b) coeficiente de aproveitamento máximo de 0,50;
c) altura máxima de 8,50 metros, incluída a cobertura;
d) cota de soleira no ponto médio da testada frontal;
e) taxa de ocupação máxima de 50%;
f) afastamentos obrigatórios de 1,50 metros em todas as divisas;
g) subsolo permitido - tipo 1;
II – submetido à aplicação da Onalt e de outros instrumentos urbanísticos
e ambientais exigidos em legislação específica.

CAPÍTULO V
DO USO E DA OCUPAÇÃO NOS NOVOS PROJETOS DE PARCELA-
MENTOS URBANOS DO SOLO E NOS DECORRENTES DE PROJETO
DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 43. A elaboração e a aprovação de novos projetos de parcelamento


urbano do solo e de projetos de regularização fundiária devem obedecer aos
critérios estabelecidos nesta Lei Complementar.
§ 1º Os parâmetros de uso devem ser classificados em conformidade com
as categorias de UOS previstas no art. 5º, parágrafo único, e indicados em
mapa de uso do solo.
§ 2º Os parâmetros de ocupação devem ser definidos em quadro de parâ-
metros de ocupação do solo:
I – com base nas faixas de áreas previstas no Anexo III;
II – mediante criação de nova faixa de área com agrupamento de lotes ou
projeções com características semelhantes quanto a dimensões, localizações
e tipologias.

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§ 3º A possibilidade de remembramento de lotes de UOS diferentes deve


ser prevista em mapa de remembramento de UOS diferentes e condicionado
aos critérios estabelecidos no art. 49.
§ 4º Os mapas de uso do solo, os quadros de parâmetros de ocupação do
solo e os mapas de remembramento de UOS diferentes previstos neste artigo
devem ser disponibilizados em sistema de informação geográfica integrados
ao Siturb, nos termos definidos no art. 2º, § 1º.
§ 5º As áreas definidas como a parcelar ou de parcelamento futuro nos
projetos urbanísticos registrados em cartório de registro de imóveis enqua-
dram-se neste artigo.
Art. 44. As alterações de parcelamento do solo promovidas pelo poder
público em projetos urbanísticos registrados em cartório de registro de imó-
veis localizados nas áreas abrangidas por esta Lei Complementar que não se
enquadrem em remembramento devem:
I – observar as diretrizes urbanísticas emitidas pelo órgão gestor do pla-
nejamento territorial e urbano do Distrito Federal para a área;
II – observar os mesmos critérios para definição de parâmetros de uso e
ocupação aplicados aos novos parcelamentos urbanos do solo;
III – ser precedidas de estudo urbanístico que inclua avaliação da viabili-
dade da alteração;
IV – ser precedidas de participação popular;
V – ser aprovadas pelo Conplan, ouvidos os respectivos conselhos locais
de planejamento - CLP, quando instalados;
VI – ser incorporadas à LUOS por meio de alteração desta Lei Complementar.
Art. 45. Os dispositivos desta Lei Complementar aplicam-se a lotes e pro-
jeções de projetos de parcelamento urbano do solo e de projetos de regulari-
zação fundiária aprovados e registrados após a sua publicação.

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CAPÍTULO VI
DO REMEMBRAMENTO DE LOTES

Art. 46. O remembramento é a unificação de 2 ou mais lotes contíguos


para a formação de um único lote.
Art. 47. É permitido o remembramento de lotes:
I – de mesma UOS;
II – de UOS diferentes, quando previsto no Anexo VII.
Art. 48. O remembramento de lotes de mesma UOS deve observar as
seguintes regras:
I – de uma mesma faixa de área, permanecem os parâmetros de ocupa-
ção desta faixa indicada no Anexo III;
II – de faixas de área distintas, seguem-se os parâmetros de ocupação do
lote que tem maior área;
III – é proibido o uso residencial em lotes da UOS CSIIndR.
Parágrafo único. O aumento do potencial construtivo em lote resultante
de remembramento é sujeito a aplicação de Outorga Onerosa do Direito de
Construir - Odir.
Art. 49. O remembramento entre UOS diferentes é condicionado aos se-
guintes critérios:
I – os parâmetros de uso e ocupação para o lote remembrado são os da
UOS que admite mais atividades econômicas;
II – é obrigatório o uso não residencial voltado para acesso do lote da UOS
que admite mais atividades econômicas.
Parágrafo único. A alteração ou a extensão de uso ou atividades e o au-
mento do potencial construtivo em lote resultante de remembramento é su-
jeito a aplicação de Onalt e Odir.
Art. 50. No caso de reversão do remembramento, os lotes ou as pro-
jeções devem retornar às características anteriores ao ato, conforme pro-
jeto urbanístico do parcelamento registrado no cartório de registro de
imóveis competente.
Parágrafo único. Os parâmetros de uso e ocupação dos lotes previstos no
caput retornam aos definidos nesta Lei Complementar.

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TÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 51. A aplicação dos instrumentos jurídicos previstos nesta Lei Com-
plementar rege-se por lei específica e pelas disposições previstas neste título.
Art. 52. (VETADO).
Art. 53. (VETADO).

CAPÍTULO II
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 54. A utilização do potencial construtivo exercido acima do coefi-


ciente de aproveitamento básico até o limiteestabelecido pelo coeficiente de
aproveitamento máximo para a unidade imobiliária no Anexo III é autorizada
mediante contrapartida definida no instrumento jurídico de Outorga Onerosa
do Direito de Construir - Odir.
Parágrafo único. O Coeficiente de Ajuste Y da fórmula de cálculo da con-
trapartida financeira prevista na lei específica é definido no Anexo VIII.

CAPÍTULO III
DA OUTORGA ONEROSA DE ALTERAÇÃO DE USO

Art. 55. A utilização dos usos e das atividades permitidos nesta Lei Com-
plementar para unidades imobiliárias não previstos na norma original de-
pende de prévia aplicação da Outorga Onerosa de Alteração de Uso - Onalt,
mediante contrapartida.
§ 1º Considera-se norma original, para fins de aplicação da Onalt:
I – a norma vigente para a unidade imobiliária em 29 de janeiro de 1997,
data da publicação da Lei Complementar n. 17, de 28 de janeiro de 1997, que
instituiu a Onalt no Distrito Federal;

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II – a primeira norma estabelecida para a unidade imobiliária, quando pu-


blicada após 29 de janeiro de 1997.
§ 2º Nos casos onde já haja sido paga a Onalt, o novo cálculo toma por
referência o uso ou a atividade objeto do último pagamento efetivado.
Art. 56. Não configuram alteração ou extensão de usos ou atividades para
aplicação da Onalt as seguintes situações:
I – mudança de grupo, classe ou subclasse em uma mesma atividade per-
mitida para a respectiva UOS no Anexo I;
II – mudança entre as atividades agregadas no mesmo conjunto vinculado
ao mesmo uso, nos termos do Anexo IX.
§ 1º Excetuam-se do caput as mudanças:
I – do grupo habitação unifamiliar para a habitação multifamiliar;
II – de qualquer grupo da atividade comércio varejista para o grupo co-
mércio varejista de combustível;
III – de qualquer grupo da atividade de alojamento para o grupo hotéis e
similares.
§ 2º Quando o arranjo resultante dos usos ou das atividades configurar
shopping center, é devida a Onalt.
Art. 57. Não é aplicada a cobrança de contrapartida de Onalt à utilização
dos usos e das atividades permitidos no Anexo I para a respectiva UOS nas
unidades imobiliárias:
I – localizadas nas UOS RO 1 e RO 2;
II – localizadas nas UOS CSII 1, CSIIR 1 e CSIIR 1 NO, quando houver
alteração ou extensão de uso original para uso comercial, prestação de servi-
ços, institucional ou industrial;
III – localizadas nas UOS não contempladas nos incisos I e II, quando
houver alteração ou extensão de uso ou atividade original para uso institucio-
nal das seguintes atividades:
a) de educação constantes nos grupos 85.1 e 85.9;
b) de atenção à saúde humana, constantes nos grupos 86.5 e 86.9;

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c) de atenção à saúde humana integradas com assistência social, prestadas


em residências coletivas e particulares constantes nos grupos 87.1 e 87.3;
d) ligadas ao patrimônio cultural e ambiental constantes no grupo 91.0;
IV – localizadas nas UOS CSIInd e UOS CSIIndR para as atividades do uso
industrial;
V – localizadas nas UOS Inst EP;
VI – de imóvel de propriedade do poder público para o desenvolvimento
de atividades inerentes às políticas públicas setoriais;
VII – destinadas à produção de habitação de interesse social no âmbito da
política habitacional do Distrito Federal.

CAPÍTULO IV
A CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO

Art. 58. Na área de abrangência desta Lei Complementar, aplica-se a lei


específica da concessão de direito real de uso para ocupação das áreas pú-
blicas vinculadas a edificações em projeções ou em lotes isolados com taxa
de ocupação de 100% e afastados no mínimo 10,00 metros dos lotes ou das
projeções vizinhos.
Parágrafo único. É vedada a aplicação do instrumento previsto no caput
para os lotes da UOS RO 1 e RO 2.

TÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES

Art. 59. Aplica-se o disposto neste capítulo ao descumprimento dos pa-


râmetros de uso e ocupação do solo e dos instrumentos de política urbana
previstos nesta Lei Complementar, ressalvadas as infrações e as sanções dis-
ciplinadas no COE e na lei específica de licenciamento de atividades econômi-
cas e auxiliares.

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Art. 60. Considera-se infração toda conduta omissiva ou comissiva a que


a lei comine uma sanção.
Art. 61. Considera-se infrator a pessoa física ou jurídica de direito público
ou privado que comete uma infração.
Parágrafo único. Diante de indícios de infração penal, o órgão de fiscaliza-
ção deve comunicar o fato à autoridade competente.
Art. 62. Sem prejuízo das sanções penais cabíveis, o infrator se sujeita às
seguintes sanções aplicáveis:
I – advertência;
II – multa.
Art. 63. A advertência é a sanção pela qual o infrator é advertido pelo
cometimento de infração verificada, em que se estabelece prazo para sanar
a irregularidade.
§ 1º O prazo a ser estabelecido em advertência para sanar a irregularidade
é de até 30 dias, prorrogáveis por iguais períodos, desde que justificadamente.
§ 2º Aplica-se a advertência nos casos passíveis de regularização.
Art. 64. As infrações classificam-se, para efeitos de multa, como leves,
médias, graves e gravíssimas.
§ 1º É infração leve manter uso residencial nas UOS onde ele não é per-
mitido.
§ 2º É infração média:
I – utilizar uso ou atividade sem autorização por meio do instrumento ur-
banístico Onalt, quando aplicável;
II – manter uso ou atividade não residencial incompatível com o disposto
nesta Lei Complementar para a respectiva UOS;
III – exceder o número de unidades residenciais permitidos nesta Lei Com-
plementar para a respectiva UOS.
§ 3º É infração grave:
I – utilizar potencial construtivo acima do coeficiente de aproveitamento
básico sem autorização por meio do instrumento urbanístico Odir;

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II – descumprir os parâmetros de ocupação estabelecidos nesta Lei Com-


plementar.
§ 4º É infração gravíssima: apresentar documentos sabidamente falsos.
Art. 65. As infrações estabelecidas no art. 64 são sujeitas à sanção de
advertência.
Art. 66. As multas são aplicadas com base nos seguintes valores de refe-
rência:
I – infração leve: R$300,00;
II – infração média: R$1.000,00;
III – infração grave: R$2.000,00;
IV – infração gravíssima: R$5.000,00.
Parágrafo único. O valor da multa é reduzido em 50% quando se trate de
habitação unifamiliar, desde que a multa seja paga no prazo legal.
Art. 67. As multas devem ser aplicadas tomando-se por base os valores
estabelecidos no art. 66, multiplicados pelo índice k relativo à área objeto da
infração, de acordo com o seguinte:
I – k = 1, quando a área da irregularidade for de até 500 metros quadrados;
II – k = 3, quando a área da irregularidade for superior a 500 metros qua-
drados e de até 1.000 metros quadrados;
III – k = 5, quando a área da irregularidade for superior a 1.000 metros
quadrados e de até 5.000 metros quadrados;
IV – k = 10, quando a área da irregularidade for superior a 5.000 metros
quadrados.
Parágrafo único. No caso de infração de uso, considera-se área objeto de
infração a efetivamente utilizada de forma irregular.
Art. 68. No caso de reincidência ou de infração continuada, as multas
são aplicadas de forma cumulativa e calculadas pelo dobro do valor da última
multa aplicada.
§ 1º Verifica-se a reincidência quando o infrator comete a mesma infração
nos 12 meses seguintes após a decisão definitiva sobre a sanção aplicada.

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§ 2º Verifica-se infração continuada quando o infrator descumpre os ter-


mos da advertência.
§ 3º Persistindo a infração continuada após a aplicação da primeira multa,
aplica-se nova multa a cada 30 dias.
Art. 69. O pagamento da multa não isenta o infrator de cumprir as obriga-
ções necessárias à correção das irregularidades que deram origem à sanção.
Art. 70. Nas edificações tombadas individualmente, as multas são aplica-
das em dobro.
Art. 71. O valor das multas é reduzido pela metade e os prazos previstos
neste capítulo são computados em dobro nos casos de:
I – edificações cujo infrator seja o poder público;
II – habitações que integrem programas habitacionais de interesse social.
Art. 72. Ao processo administrativo referente a infrações e aplicação de
sanções previstas nesta Lei Complementar é assegurado recurso com efeito
suspensivo, contraditório e ampla defesa, observados, de forma estrita, os
princípios e as regras da lei geral do processo administrativo adotado pelo
Distrito Federal.
Art. 73. Os valores previstos neste capítulo devem ser atualizados anual-
mente pelo mesmo índice que atualize os valores expressos em moeda cor-
rente na legislação do Distrito Federal.
Parágrafo único. O não pagamento dos valores referentes às multas é ins-
crito em dívida ativa.

TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 74. Para os efeitos desta Lei Complementar, ficam estabelecidas as


definições constantes do Anexo XI.
Art. 75. Os lotes ou as projeções que estejam comprovadamente sobre-
postos a unidades de conservação, parques ecológicos ou urbanos, sistema
viário ou infraestrutura estão vedados de utilização dos critérios e dos parâ-
metros de uso e ocupação desta LUOS.

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Parágrafo único. O Poder Executivo deve realizar estudo específico para


realocação ou supressão de lotes ou projeções que se enquadrem no caput.
Art. 76. Os usos e as atividades de lotes ou projeções objeto de doação
ou concessão de uso pelo poder público são os permitidos na respectiva UOS,
respeitada a restrição definida no contrato ou na averbação da matrícula do
imóvel em cartório de imóveis.
Art. 77. O indicativo de cobrança de Odir e Onalt deve constar dos editais
de licitação para alienação de imóveis da administração pública.
Art. 78. As restrições previstas na legislação específica que trata de pro-
teção de aeródromos e heliportos, de auxílios a navegação aérea, de proce-
dimentos de navegação aérea, bem como do gerenciamento de risco aviário,
de meio ambiente, de preservação do entorno do Conjunto Urbano de Brasília
e de bens tombados individualmente prevalecem sobre os parâmetros de uso
e ocupação desta Lei Complementar.
Art. 79. Fica criada, no âmbito do Conplan, a Câmara Técnica de Uso e
Ocupação do Solo, de caráter permanente, para acompanhamento da aplica-
ção desta Lei Complementar.
Art. 80. No caso de divergências entre a representação gráfica de lotes e
projeções indicados no Anexo II e no projeto de parcelamento urbano regis-
trado em cartório, prevalece o registrado.
Art. 81. Na área de abrangência desta Lei Complementar, não se aplicam
os dispositivos definidos nos arts. 145 e 146 da Lei n. 6.138, de 26 de abril
de 2018, que instituiu o COE.
Art. 82. Nos lotes das UOS RE 1 e RE 2, é permitida, de forma excepcio-
nal, a continuidade do funcionamento de atividade econômica, no mesmo en-
dereço, desde que comprovadamente instalada e em funcionamento contínuo
pelo prazo mínimo de 2 anos na data de publicação desta Lei Complementar,
e desde que atenda, de forma cumulativa, as seguintes condicionantes:

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I – não executar nova construção ou ampliação da área utilizada para o


funcionamento da atividade existente, exceto para implementar adequações
exigidas pelas autoridades competentes no que se refere à segurança da edi-
ficação e à saúde pública;
II – estar instalado em edificação com licenciamento edilício para o uso
residencial;
III – obter anuência dos moradores dos lotes confrontantes e do lote em
frente;
IV – não instalar elemento de publicidade, propaganda ou engenho publi-
citário no local voltado para logradouro público;
V – não desenvolver a atividade em área pública.
§ 1º A autorização para o exercício da excepcionalidade prevista no caput
deve ser requerida no prazo máximo de 1 ano a contar da publicação desta
Lei Complementar e respeitar a legislação específica de licenciamento de ati-
vidade econômica e auxiliares.
§ 2º Os condicionantes previstos nos incisos I, IV e V podem ser atendidos
mediante declaração do responsável pelas atividades econômicas e auxiliares.
§ 3º A excepcionalidade prevista neste artigo não caracteriza alteração de
uso do lote e é admitida exclusivamente para a atividade exercida na data de
publicação desta Lei Complementar.
§ 4º É vedada a transferência da autorização a terceiros.
§ 5º Para o exercício das atividades econômicas e auxiliares previstas no
caput, aplica-se alíquota de Imposto sobre a Propriedade Predial Territorial
Urbana - IPTU estabelecida para imóvel comercial.
§ 6º No ato do requerimento da licença de funcionamento, o proprietário
do imóvel deve protocolar declaração de que o imóvel é utilizado para desen-
volvimento de atividade econômica e que opta pela alíquota de IPTU estabe-
lecida para imóvel comercial.

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Art. 83. É admitida, de forma excepcional, a continuidade do funciona-


mento de estabelecimento de ensino da atividade de educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio em todas as UOS, desde que comprovadamente
instalado, em funcionamento e credenciado pela Secretaria de Educação do
Distrito Federal na data de publicação desta Lei Complementar.
§ 1º Para usufruir a excepcionalidade prevista neste artigo, a edificação
deve respeitar os parâmetros de ocupação previstos para o lote, proibida a
ampliação do estabelecimento em lotes vizinhos após a publicação desta Lei
Complementar.
§ 2º Nos casos previstos no caput, é admitida, nos lotes das UOS RO 1 e RO 2:
I – a dispensa do uso residencial obrigatório;
II – a veiculação de identificação do estabelecimento educacional na fa-
chada, no interior ou nos limites do lote.
Art. 84. As atividades econômicas e auxiliares excepcionadas nos arts. 82
e 83 estão sujeitas ao controle da vizinhança previsto no art. 7º.
Parágrafo único. O descumprimento das condicionantes pode acarretar a
revogação do licenciamento.
Art. 85. É garantida a renovação do licenciamento de atividades econômi-
cas que tenham licença válida na data da publicação desta Lei Complementar
cujo uso ou atividade tenham se tornado não permitidos.
Art. 86. É garantida a instalação e o funcionamento de uso ou atividade
que tenham sido permitidos para o lote ou a projeção com base em legislação
anterior à publicação desta Lei Complementar e que tenham se tornado não
permitidos, nos casos de solicitação de:
I – licenciamento de atividade econômica protocolada anteriormente à
publicação desta Lei Complementar;
II – novo licenciamento de atividades econômicas para edificação que te-
nha obtido licença de obra até a data de publicação desta Lei Complementar
ou nos termos do art. 88 para o uso ou a atividade requerida.

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Art. 87. Em caso de edificação licenciada antes da publicação desta Lei


Complementar, é permitido o licenciamento de modificação de edificação:
I – sem acréscimo de área, respeitados os parâmetros de ocupação já
licenciados;
II – com acréscimo de área, respeitados os parâmetros de ocupação desta
Lei Complementar, permitida, na área acrescida, a manutenção do uso ou da
atividade com licença vigente, mesmo que tenham se tornado não permitidos.
Art. 88. No processo de licenciamento de edificações, é facultado ao pro-
prietário ou ao titular do direito de construir, no prazo máximo de 2 anos a
contar da data de publicação desta Lei Complementar, optar:
I – pelas regras e pelos parâmetros de uso e ocupação do solo estabeleci-
dos na legislação vigente até a data de publicação desta Lei Complementar;
II – pelos coeficientes de aproveitamento básico e máximo definidos na
legislação de uso e ocupação do solo vigente até a data de publicação desta
Lei Complementar.
§ 1º O licenciamento de edificações com base na opção prevista no
inciso II deve respeitar os demais parâmetros estabelecidos por esta Lei
Complementar.
§ 2º Manifestada a opção de que trata este artigo, o proprietário ou o ti-
tular do direito de construir deve apresentar projeto para licenciamento no
prazo máximo de até 3 anos após o prazo previsto no caput.
§ 3º Para os efeitos do disposto no inciso II, compreende-se como legisla-
ção vigente, até a data de publicação desta Lei Complementar:
I – o Anexo V da Lei Complementar n. 803, de 25 de abril de 2009, que
aprova o PDOT;
II – as normas específicas para lotes ou projeções não contemplados no
inciso I deste parágrafo e para aqueles situados em parcelamentos do solo
urbano aprovados após a publicação do PDOT.
§ 4º Aplicam-se integralmente os parâmetros de uso e ocupação do solo
desta Lei Complementar aos processos de licenciamento de edificação reque-
ridos após o prazo previsto no caput.

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Art. 89. Devem ser compatibilizados aos critérios e à metodologia desta


LUOS os parâmetros de uso e ocupação do solo constantes dos projetos de
parcelamento urbano do solo e dos decorrentes de regularização fundiária
que, até a data de publicação desta Lei Complementar, estejam:
I – em processo de licenciamento em tramitação;
II – aprovados por ato do Poder Executivo e não registrados em cartório
de registro de imóveis;
III – registrados em cartório de registro de imóveis e não integrantes des-
ta Lei Complementar.
Art. 90. Os parâmetros de uso e ocupação do solo constantes dos projetos
de parcelamento urbano do solo e dos decorrentes de regularização fundiária
que não estejam integrados nesta Lei Complementar devem ser compatibili-
zados aos critérios e à metodologia desta LUOS.
§ 1º É facultativa a compatibilização do caput para os projetos aprovados
por ato do Poder Executivo e não registrados em cartório de registro de imó-
veis até a data de publicação desta Lei Complementar.
§ 2º À compatibilização a que se refere o caput é aplicado o procedimento
estabelecido no art. 43.
§ 3º Até a compatibilização prevista neste artigo, permanecem em vigor
os parâmetros de uso e ocupação do solo definidos nas normas urbanísticas
dos parcelamentos aprovados e registrados que não constam dos anexos des-
ta Lei Complementar.
Art. 91. Para aplicação da Onalt, o órgão gestor do planejamento terri-
torial e urbano deve elaborar, no prazo de 1 ano contado da data de publi-
cação desta Lei Complementar, tabela de correspondência do Anexo I desta
Lei Complementar com as tabelas de classificação de usos e atividades do
Distrito Federal aprovadas pelo Decreto n. 12.008, de 27 de novembro de
1989, pelo Decreto n. 16.241, de 28 de dezembro de 1994, e pelo Decreto n.
19.071, de 6 de março de 1998.

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§ 1º As correspondências devem ser realizadas caso a caso até que seja


elaborada a tabela prevista no caput ou quando as normas de uso e ocupação
do solo tenham sido elaboradas sem utilizar tabela de classificação de usos e
atividades do Distrito Federal.
§ 2º Em caso de dúvida na correspondência prevista no § 1º, o órgão
gestor do planejamento territorial e urbano deve se manifestar quanto ao
enquadramento da atividade pretendida.
Art. 92. (VETADO).
Art. 93. Fica permitida atividade religiosa nos usos CSIIndR, CSIInd1.
Art. 94. As entidades religiosas, de assistência social e de povos e comu-
nidades tradicionais regularizados nos termos da Lei Complementar n. 806,
de 12 de junho de 2009, têm a continuidade de seu funcionamento admitido
em lotes das UOS RE e RO sem alteração dos usos e das atividades permitidos
nas respectivas UOS.
Parágrafo único. A aplicação do caput está condicionada aos requisitos,
aos critérios e à comprovação de viabilidade urbanística estabelecidos na Lei
Complementar n. 806, de 2009.
Art. 95. Até a regularização fundiária prevista na Lei Complementar n.
875, de 24 de dezembro de 2013, é admitida a edificação de 2 habitações
unifamiliares nos respectivos lotes.
Parágrafo único. Os parâmetros urbanísticos aplicáveis para as 2 edifica-
ções são os definidos para o lote no Anexo III.
Art. 96. São considerados de interesse público, para fins de aplicação da
compensação urbanística, os empreendimentos que atendam os critérios da
lei específica e ainda:
I – que não comprometam a capacidade de atendimento da infraestrutura
urbana;
II – cujo coeficiente de aproveitamento correspondente à edificação cons-
truída não ultrapasse mais de 50% do coeficiente de aproveitamento máximo
definido para o lote ou a projeção;

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III – cuja altura da edificação ou o número de pavimentos, para edifica-


ções construídas com mais de 5 pavimentos, não ultrapassem mais de 50%
da altura ou o número de pavimentos definidos para o lote ou a projeção.
Art. 97. Para os lotes de equipamento público - EP na QL 20 e na QL
20/22, lindeiros ao Lago Paranoá, ambos na Região Administrativa do Lago
Sul - RA XVI, somente é permitido o uso 91.03-1 - atividades de jardins
botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de
proteção ambiental.
Art. 98. Os parâmetros de uso e ocupação do solo referentes ao Lote 1
(cinema) da Praça 1 do Setor Leste da Região Administrativa do Gama - RA II
devem observar o que dispõe a Lei n. 5.616, de 26 de fevereiro de 2016, que
declara o Centro Cultural Itapuã patrimônio cultural material do Distrito Federal.
Art. 99. Os conteúdos relativos a parcelamentos aprovados após a entra-
da em vigor desta Lei Complementar devem ser incorporados ao texto e aos
anexos da LUOS por meio de alteração desta Lei Complementar.
Art. 100. (VETADO).
Art. 101. É concedido o prazo de até 180 dias para o início da aplicação
das sanções previstas nesta Lei Complementar, contados a partir da data de
sua publicação
Art. 102. A Lei n. 1.170, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar acresci-
da do seguinte art. 8º-C:
Art. 8º-C São isentas de outorga onerosa do direito de construir as uni-
dades imobiliárias:
I – destinadas à produção de habitação de interesse social, no âmbito da
política habitacional do Distrito Federal;
II – de propriedade do poder público para o desenvolvimento de ativida-
des inerentes às políticas públicas setoriais, constituindo lote de propriedade
do poder público.
Art. 103. A Lei Complementar n. 755, de 28 de janeiro de 2008, passa a
vigorar com as seguintes alterações:

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I – o art. 3º é acrescido do seguinte § 2º, com a consequente renumera-


ção do parágrafo único para § 1º:
§ 2º Na área de abrangência da Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS, a
ocupação de área pública disposta no caput é admitida apenas nas situações
previstas no inciso I, a, e inciso III, b.
II – o art. 4º é acrescido dos seguintes §§ 1º e 2º:
§ 1º Na área de abrangência da Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS:
I – é vedada a expansão de compartimento prevista no inciso III, b;
II – a aplicação do inciso III, a, é restrita à hipótese de adequação de
edificações existentes às normas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal - CBMDF.
§ 2º A compensação de área prevista inciso III, a, é a permuta entre
avanços e reentrâncias situados nas fachadas externas da edificação acima
do pavimento térreo, mantida a equivalência de área do pavimento.
III – é acrescido o art. 4º-A com a seguinte redação:
Art. 4º-A É admitida a ocupação por concessão de direito real de uso não
onerosa, com finalidade urbanística, nos termos e nas condições definidos nes-
ta Lei Complementar e em sua regulamentação, nas áreas públicas do Distrito
Federal para a instalação de poço inglês vinculada às edificações de uso resi-
dencial com atividade de habitação multifamiliar e aos usos comerciais, pres-
tação de serviços, institucionais e industrial, atendidos os seguintes requisitos:
I – largura máxima de 1,00 metro, medido a partir dos limites do lote ou
da projeção;
II – finalidade única de iluminação e ventilação do subsolo.
IV – o art. 8º, § 3º, é acrescido do seguinte inciso V:
V – laje de cobertura deve estar situada a no mínimo 0,60 metro abaixo
da cota de soleira da edificação, permitindo a continuidade dessa área verde
e das calçadas e atendendo às normas de acessibilidade.
V – o art. 8º é acrescido do seguinte § 6º:

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§ 6º Na área de abrangência da LUOS, a ocupação prevista no caput deve


obedecer à fórmula Lc = (Dep/2) x 0,8, onde:
I – Lc é a largura da área de concessão de área pública no subsolo;
II – Dep é a distância entre o lote ou a projeção e os lotes ou as projeções
vizinhos.
VI – o art. 10 é acrescido do seguinte § 6º:
§ 6º Na área de abrangência da LUOS, a varanda deve ter largura máxima
de 1,50 metro, medida a partir dos limites do lote ou da projeção, vedada a
expansão de compartimentos.
VII – o art. 11 é acrescido do seguinte § 3º:
§ 3º Na área de abrangência da LUOS, a ocupação total do espaço aéreo
estabelecido no § 2º é de no máximo 1,50 metro medido da projeção regis-
trada em cartório.
VIII – o art. 12 é acrescido dos seguintes §§ 6º e 7º:
§ 6º Não se aplica o § 1º na área de abrangência da LUOS.
§ 7º A ocupação de área pública prevista no caput aplica-se, na área de
abrangência da LUOS, a projeções ou lotes isolados com taxa de ocupação de
100%:
I – nas formas admitidas nos incisos I e III do caput, respeitadas as se-
guintes condições:
a) a escada de emergência prevista no art. 4º, II, a, é restrita à hipótese
de adequação de edificações existentes às normas do Corpo de Bombeiro Mi-
litar do Distrito Federal - CBMDF;
b) é proibida a expansão de compartimento prevista no art. 3º, III, a, e
no art. 4º, III, b;
c) é proibida a ocupação no nível do solo e subsolo com passagem de pe-
destres e veículos prevista no art. 3º, I, b, e II, b;
d) torre de circulação vertical é permitida apenas para projeções;
II – na forma admitida no inciso IV do caput, respeitadas as seguintes
condições:

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a) é proibida a ocupação no nível do solo e subsolo com passagem de pe-


destres e veículos previstas no art. 3º, I, b, e II, b;
b) a escada de emergência prevista no art. 4º, II, a, é restrita à hipótese
de adequação de edificações existentes às normas do CBMDF;
c) é proibida a ocupação com varanda e a expansão de compartimento
prevista no art. 3º, III, a;
d) é proibida a compensação de área prevista no art. 4º, III, a;
III – na forma admitida no inciso II, d, e V, d, do caput para instalações
técnicas, em subsolo e ao nível do solo, por motivo de segurança ou por exi-
gência de condições de funcionamento dos equipamentos.
Art. 104. O art. 102 da Lei n. 6.138, de 2018, passa a vigorar acrescido
do seguinte § 4º:
§ 4º A aplicação do inciso VII deve respeitar os limites e as condições da
Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS para o não cômputo de áreas de gara-
gem no coeficiente de aproveitamento.
Art. 105. O Poder Executivo deve regulamentar esta Lei Complementar
no prazo máximo de 90 dias.
Art. 106. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 107. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial os
parâmetros de uso e ocupação do solo nas áreas abrangidas por esta Lei
Complementar definidos:
I – na Lei Complementar n. 56, de 30 de dezembro de 1997, que dispõe
sobre o Plano Diretor Local de Região Administrativa de Sobradinho - RA V, e
as respectivas Planilhas de Parâmetros Urbanísticos - PUR;
II – na Lei Complementar n. 90, de 11 de março de 1998, que aprova o
Plano Diretor Local da Região Administrativa de Taguatinga - RA III, e as res-
pectivas PUR;
III – na Lei Complementar n. 314, de 1º de setembro de 2000, que apro-
va o Plano Diretor Local da Região Administrativa de Ceilândia - RA IX, e as
respectivas PUR;

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IV – na Lei Complementar n. 370, de 2 de março de 2001, que aprova o


Plano Diretor Local da Região Administrativa de Samambaia - RA XII, e as
respectivas PUR;
V – na Lei Complementar n. 733, de 13 de dezembro de 2006, que dispõe
sobre o Plano Diretor Local da Região Administrativa do Guará - RA X, e as
respectivas PUR;
VI – na Lei Complementar n. 728, de 18 de agosto de 2006, que aprova
o Plano Diretor Local da Região Administrativa do Gama - RA II, e as respec-
tivas PUR;
VII – em NGB, GB, PR, MDE-RP, MDE-PH, MDE e demais normas urbanísticas;
VIII – no Decreto N n. 596, de 8 de março de 1967, que aprova o Código
de Edificações de Brasília;
IX – no Decreto n. 944, de 14 de fevereiro de 1969, que aprova o Código
de Edificações das Cidades Satélites;
X – no Decreto n. 13.059, de 8 de março de 1991, que aprova o Código
de Edificações de Brasília;
XI – no Decreto n. 16.677, de 24 de julho de 1996, ratificando o Decreto
n. 13.059, de 8 de março de 1991;
XII – no Anexo V - Coeficientes de Aproveitamento Básico e Máximo da Lei
Complementar n. 803, de 2009, que aprova o PDOT.
§ 1º Excetuam-se do caput as diretrizes e os procedimentos relativos à
instituição de condomínio permitida para a UOS RE 2 das seguintes normas:
I – MDE/NGB 161/98, CH - Chácaras do Setor de Habitações Individuais
Sul e SML - Setor de Mansões do Lago - Normas para lotes habitacionais sob
o regime de condomínio;
II – MDE/NGB 119/97, SMPW - Setor de Mansões Park Way e SMDB - Se-
tor de Mansões Dom Bosco - Normas para lotes habitacionais sob o regime
de condomínio;
III – NGB 98/2000, SHIN - Setor de Habitações Individuais Norte, Centro
de Atividades CA-06, conjunto A, B, C e D;

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IV – NGB 26/2008, Região Administrativa de Santa Maria, RA XIII - Setor


Meireles - Residencial Porto Pilar;
V – MDE/NGB 83/2010, Região Administrativa de São Sebastião - RA XIV
- BR 251, Km 8, Complexo Urbanístico Aldeias do Cerrado, apenas para as
quadras residenciais;
VI – PUR 154/98, CST - Cidade de Taguatinga - RA III - Condomínios Ur-
banísticos e a coluna que define o número de domicílios, do Anexo VII da Lei
Complementar n. 90, de 1998, que aprova o Plano Diretor Local de Taguatin-
ga, no que se refere ao Setor de Mansões de Taguatinga;
VII – PUR 071/10, Região Administrativa de Águas Claras - RA XX - Rua
Carnaúbas - lote 12;
VIII – Nota 14 e coluna que define o número de domicílios do Setor de
Mansões Sudeste Samambaia - SMSE, do Anexo VI da Lei Complementar n.
370, de 2001, que aprova o Plano Diretor Local de Samambaia - RA XII;
IX – MDE - PH 015/09, Região Administrativa São Sebastião - RA XIV -
SHMA - Setor Habitacional Mangueiral.
§ 2º Excetuam-se do caput os parâmetros de uso e ocupação do solo defi-
nidos nas normas urbanísticas dos parcelamentos urbanos do solo e dos decor-
rentes de regularização fundiária que não estejam integrados nesta Lei Comple-
mentar, que permanecem vigentes até a compatibilização prevista no art. 90.

Brasília, 16 de janeiro de 2019


131º da República e 59º de Brasília
IBANEIS ROCHA

Este texto não substitui o publicado no DODF n. 12 A, Suplemento A de


17/01/2019

49
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

LEI N. 6.138, DE 26 DE ABRIL DE 2018


(regulamentado pelo(a) Decreto n. 39272 de 02/08/2018)
(Regulamentado(a) pelo(a) Decreto n. 43056 de 03/03/2022
(Autoria do Projeto: Poder Executivo)

Institui o Código de Obras e Edificações do Distrito Federal - COE.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Seção I
Dos Princípios, dos Objetivos e das Diretrizes

Art. 1º O Código de Obras e Edificações - COE é o instrumento fundamen-


tal e básico que regula obras e edificações públicas e particulares em todo o
território do Distrito Federal e disciplina procedimentos de controle urbano,
licenciamento e fiscalização.
Art. 2º As obras e as edificações devem propiciar o bem-estar da coletivi-
dade e do indivíduo, garantir a função social da propriedade e a sustentabili-
dade do meio ambiente natural e antrópico.
Art. 3º O COE é parte integrante da política urbana e tem como princípios:
I – articulação com os demais instrumentos de política urbana;
II – qualificação dos espaços público e privado;
III – vinculação às normas técnicas brasileiras e locais;
IV – fomento de práticas sustentáveis na construção civil.
Art. 4º O COE tem por objetivos:
I – fortalecer as ações do Poder Público e da sociedade no controle urbano,
na garantia do cumprimento dos parâmetros urbanísticos e na implantação e
efetivação da política urbana;

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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

II – assegurar, nas edificações públicas e privadas e na interface dessas


com os espaços livres de uso público, as condições de acessibilidade, segu-
rança, conforto, higiene e salubridade do espaço construído.
Art. 5º O COE tem por diretrizes:
I – assegurar a constante melhoria dos espaços urbanos e rurais, públicos
e privados, por meio de construções que propiciem o desenvolvimento huma-
no digno, sustentável e próspero;
II – incentivar o uso de novas tecnologias e técnicas construtivas que
propiciem a economia de recursos naturais, o gerenciamento de resíduos, o
manejo adequado das águas pluviais e a preservação do solo;
III – estabelecer condições para o permanente monitoramento dos pro-
cessos de licenciamento e fiscalização.
Art. 6º Os projetos necessários à edificação são elaborados de acordo
com a legislação vigente e com as normas técnicas brasileiras e locais.
Parágrafo único. As normas técnicas devem ser incorporadas à legislação
edilícia por regulamento, prevalecendo o disposto nesta Lei em relação ao
disposto nas normas técnicas.
Art. 7º As definições adotadas nesta Lei são as constantes do Anexo Único
- Glossário e compete ao Poder Executivo proceder à sua complementação.

Seção II
Da Comissão Permanente de Monitoramento do
Código de Obras e Edificações

Art. 8º Fica criada a Comissão Permanente de Monitoramento do Código


de Obras e Edificações - CPCOE.
Art. 9º A CPCOE é formada por 17 membros titulares e seus respectivos
suplentes, representantes do Poder Executivo e da sociedade civil, com direi-
to a voz e voto, assim composta:
I – 10 representantes, servidores do Poder Executivo, com direito a voz e
voto, sendo:

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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

a) o titular do órgão gestor de planejamento urbano e territorial, com a


função de coordenador da comissão;
b) 3 representantes indicados pelo órgão gestor de planejamento urbano
e territorial;
c) 2 representantes indicados pelo órgão de fiscalização de atividades urbanas;
d) 1 representante indicado pelo órgão responsável pela gestão administrativa;
e) 3 representantes indicados pelos demais órgãos ou entidades do Poder
Executivo afetos à matéria;
II – 4 representantes do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano
do Distrito Federal - CONPLAN, indicados por meio de eleição entre os seus
membros oriundos das entidades da sociedade civil que o compõem, desde
que afetas ao tema do COE;
III – 1 representante indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil do
Distrito Federal - OAB/DF;
IV – 1 representante indicado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo
do Distrito Federal - CAU/DF;
V – 1 representante indicado pelo Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia do Distrito Federal - CREA/DF.
§ 1º O coordenador da CPCOE pode delegar a participação na comissão a
servidor que componha o corpo técnico do órgão.
§ 2º O coordenador profere voto somente em casos de empate.
§ 3º A composição da comissão é renovada a cada 2 anos, permitida uma
única recondução.
§ 4º Compete ao coordenador a designação dos representantes da CPCOE.
§ 5º Os representantes da CPCOE devem ter formação superior na área
de engenharia, arquitetura ou direito, nos termos do seu Regimento Interno.
§ 6º Os representantes a que se refere o inciso I podem ser substituídos
por nova indicação a qualquer tempo.
§ 7º A condição de representante da CPCOE oriundo da sociedade civil
não impede a atuação profissional perante o órgão gestor de planejamento
urbano e territorial.
§ 8º Em deliberação em que haja conflito de interesse pessoal ou profis-

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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

sional, fica vedado a qualquer representante o direito a voz e voto.


§ 9º A atividade na CPCOE:
I – é considerada serviço público relevante;
II – não é remunerada.
Art. 10. Compete à CPCOE:
I – orientar e deliberar sobre a interpretação de normas edilícias referen-
tes ao licenciamento;
II – deliberar sobre a anulação ou a convalidação de atos administrativos e,
como instância recursal, quanto ao indeferimento da habilitação do projeto arqui-
tetônico, da licença de obras, da carta de habite-se ou do atestado de conclusão;
III – encaminhar ao CONPLAN, como instância recursal terminativa, os
recursos administrativos contra as deliberações da CPCOE que abranjam a
regularização edilícia, a anulação ou a convalidação de atos administrativos;
IV – sugerir ao Poder Executivo alterações no COE e na legislação correlata;
V – atuar como órgão auxiliar do CONPLAN, no que se refere à sua área
de atuação e competências.
§ 1º A CPCOE pode, por intermédio do titular do órgão gestor de plane-
jamento urbano e territorial, nos processos de sua competência, formular
consulta à Procuradoria-Geral do Distrito Federal, nos assuntos inerentes à
interpretação jurídico-normativa.
§ 2º A competência recursal de que trata o inciso II obedece a juízo de
admissibilidade a ser exercido pelo coordenador, observados o cabimento da
análise pela CPCOE, a relevância e a repercussão geral do tema, nos termos
a serem estabelecidos em seu Regimento Interno.
§ 3º É assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório, inclusive
mediante sustentação oral perante a CPCOE, a ser feita pelo proprietário.
§ 4º Os processos de competência da CPCOE devem ser distribuídos pelo
coordenador a um relator, entre seus componentes, não podendo, no caso de
recurso, recair sobre o representante do Poder Executivo oriundo da mesma
unidade que proferiu a decisão recorrida.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

§ 5º Cabe ao Governador aprovar o Regimento Interno da CPCOE.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS E DAS RESPONSABILIDADES

Seção I
Das Atribuições dos Órgãos Públicos

Art. 11. Cabe aos órgãos ou às entidades do Poder Executivo, no âmbito


de sua competência e no exercício das atividades reguladas por esta Lei:
I – dar anuência ao projeto arquitetônico, quando exigível nos procedi-
mentos de habilitação;
II – acionar o órgão de coordenação do sistema de defesa civil quando
tome conhecimento de manifestação de fenômeno natural ou induzido que
coloque em risco a vida ou o patrimônio;
III – comunicar formalmente aos respectivos conselhos profissionais dos
responsáveis técnicos pelos projetos arquitetônicos e pela execução das obras
civis as irregularidades ou os indícios de infração ética constatados no desem-
penho de suas atividades;
IV – elaborar o Plano de Manutenção da Edificação no âmbito de cada ór-
gão ou unidade administrativa.
Parágrafo único. Nas obras públicas de urbanização e infraestrutura, o
órgão responsável pela sua execução deve providenciar a reconstituição do
espaço público, de forma a garantir a acessibilidade da área.
Art. 12. Compete ao órgão gestor de planejamento urbano e territorial
como órgão responsável pelo licenciamento de obras:
I – formalizar e dar publicidade ao entendimento a ser adotado das regras
expressas nesta Lei;
II – analisar documentos técnicos e habilitar projetos arquitetônicos;
III – emitir licenças de obras e certificar a sua conclusão;
IV – emitir extrato informativo a cada etapa da habilitação de projeto;

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V – disponibilizar e fornecer a planta cartográfica cadastral oficial;


VI – calcular áreas de projeto, áreas objetos de outorgas e concessões e
emitir termos de compromisso e demais instrumentos de controle urbano;
VII – informar e esclarecer sobre o processo de licenciamento de obras e
edificações o interessado ou o responsável técnico, quando solicitado;
VIII – manter banco de dados que contenha as informações de todas as
fases do licenciamento de obras e edificações e dar-lhe publicidade;
IX – realizar o monitoramento e o controle do licenciamento de obras.
§ 1º Nos projetos arquitetônicos de obra inicial, a análise fica restrita aos
parâmetros urbanísticos e de acessibilidade.
§ 2º Nos projetos arquitetônicos de modificação, a análise fica restrita à
área alterada.
Art. 13. Compete ao órgão de fiscalização de atividades urbanas no exer-
cício do seu poder de polícia administrativa:
I – fiscalizar:
a) as obras, mesmo as que estejam paralisadas ou abandonadas;
b) as edificações não licenciadas;
c) as edificações abandonadas ou que apresentem risco iminente;
II – solicitar a documentação do licenciamento de obras;
III – realizar vistorias ou auditorias;
IV – comparecer à obra ou à edificação quando solicitado pelo proprietário;
V – verificar o cumprimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil;
VI – solicitar a realização de perícias técnicas em obras e edificações em
caso de suspeita de risco iminente;
VII – acionar o órgão de coordenação do sistema de defesa civil quando
tome conhecimento da manifestação de fenômeno natural ou induzido que
coloque em risco a vida ou o patrimônio;
VIII – monitorar o cumprimento do embargo ou da interdição;

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IX – comunicar à autoridade policial o descumprimento do embargo e da


interdição;
X – aplicar as sanções relativas às infrações especificadas nesta Lei.
Parágrafo único. Cabe ao órgão de fiscalização requisitar apoio policial,
quando necessário.

Seção II
Do Proprietário

Art. 14. Cabe ao proprietário dar início ao processo de licenciamento.


§ 1º Os documentos de habilitação do projeto arquitetônico, as licenças
de obras e as cartas de habite-se ou os atestados de conclusão devem ser
concedidos ao proprietário após o cumprimento das condições estabelecidas
por esta Lei.
§ 2º Em caso de transferência de propriedade durante a execução da obra,
é obrigatória a substituição do nome do proprietário na licença de obras e nos
eventuais contratos de concessão, acompanhada de documentação compro-
batória da alteração da propriedade.
Art. 15. Constitui responsabilidade do proprietário do lote, projeção
ou unidade imobiliária autônoma: (Legislação correlata - Portaria 134 de
02/09/2019)
I – responder pela veracidade dos documentos apresentados;
II – apresentar o registro de responsabilidade técnica para todos os proje-
tos e os estudos apresentados nas fases de licenciamento;
III – iniciar as obras somente após a emissão da licença de obras;
IV – instalar e manter atualizada placa informativa de dados técnicos do
projeto e da obra, de forma visível;
V – apoiar os atos necessários à fiscalização;
VI – manter no local da obra e apresentar, quando solicitado, documenta-
ção de ordem técnica relativa ao processo de licenciamento;

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VII – apoiar as providências de manutenção, integridade e preservação


das condições de acessibilidade, estabilidade, segurança e salubridade da
obra e das edificações;
VIII – executar ou reconstruir, no final da obra, as calçadas contíguas à proje-
ção ou à testada do lote, de forma a permitir a acessibilidade do espaço urbano;
IX – comunicar à coordenação do sistema de defesa civil as ocorrências que:
a) apresentem situação de risco;
b) comprometam a segurança e a saúde dos usuários e de terceiros ou a
estabilidade da própria obra ou edificação;
c) impliquem dano ao patrimônio público ou particular;
X – adotar providências para prevenir ou sanar as ocorrências definidas
no inciso IX;
XI – solicitar a retificação da licença de obras quando haja alteração da
responsabilidade técnica da obra;
XII – apresentar o contrato de concessão de direito real de uso averbado na
matrícula do imóvel para obtenção da carta de habite-se, quando for o caso;
XIII – manter sob sua guarda ou disponibilizar ao seu sucessor ou admi-
nistrador, a documentação do imóvel relativa a projeto, construção, manuten-
ção e segurança da edificação;
XIV – obter a carta de habite-se ou o atestado de conclusão das obras
após seu término;
XV – apresentar a comprovação de pagamentos de taxas e preços públicos
vinculados ao licenciamento;
XVI – responder administrativamente pelo funcionamento e pela segu-
rança da obra ou da edificação, observados a acessibilidade e o desempenho
exigido pelas normas técnicas brasileiras listadas no regulamento;
XVII – manter os usos licenciados para o imóvel;
XVIII – providenciar o plano de manutenção da edificação.

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Seção III
Dos Responsáveis Técnicos

Art. 16. Responsáveis técnicos são os profissionais legalmente habilitados


a projetar, construir, calcular, executar serviços técnicos, orientar e se res-
ponsabilizar tecnicamente por obras e edificações.
Art. 17. Compete aos responsáveis técnicos pela elaboração dos projetos:
(Legislação correlata - Portaria 134 de 02/09/2019)
I – registrar a documentação de responsabilidade técnica no conselho pro-
fissional respectivo;
II – elaborar e entregar documentação de responsabilidade técnica para o
licenciamento de obras e edificações;
III – informar ao proprietário a necessidade de nova análise, em caso de even-
tual alteração de parâmetros analisados no processo de licenciamento de obras;
IV – responder pelas informações técnicas fornecidas;
V – observar a legislação pertinente, as normas técnicas brasileiras lista-
das no regulamento e as normas locais.
Art. 18. Cabe ao responsável técnico pela execução da obra:
I – adotar medidas de segurança para resguardar a integridade dos bens
públicos e privados que possam ser afetados pela obra até sua conclusão;
II – adotar providências para prevenir ou sanar as ocorrências definidas
no inciso I;
III – cuidar da manutenção, da integridade e das condições de acessibili-
dade, estabilidade, segurança e salubridade da obra e das edificações;
IV – comunicar ao órgão de fiscalização de atividades urbanas a paralisa-
ção da obra;
V – assegurar a fiel execução da obra de acordo com o projeto arquitetô-
nico habilitado e com a licença de obras;
VI – atender à legislação que trata da gestão integrada dos resíduos da cons-
trução civil quanto ao despejo de resíduos de obras, inclusive de demolições;

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VII – manter no local da obra e apresentar quando solicitado, documenta-


ção referente ao processo de licenciamento;
VIII – atender às condições de segurança e uso de equipamentos apro-
priados por todo aquele que esteja presente no canteiro de obras, conforme
legislação de segurança do trabalho;
IX – garantir a estabilidade do solo no canteiro de obras;
X – providenciar condições de armazenamento adequadas para os mate-
riais estocados na obra;
XI – elaborar o plano de manutenção da edificação.
Parágrafo único. O responsável técnico pela execução da obra é solidaria-
mente responsável pela comunicação à coordenação do sistema de defesa
civil, pela prevenção ou pela cessação das ocorrências definidas no inciso II,
sendo que a ação ou a omissão do proprietário do lote, da projeção ou da
unidade imobiliária autônoma não o isenta de responsabilidade.

CAPÍTULO III
DAS OBRAS

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 19. Para cada projeção, lote ou fração em condomínio, exceto nos
casos discriminados no regulamento, deve ser constituído um processo in-
dividual com todos os requerimentos relativos ao imóvel, acompanhados da
documentação pertinente.
Art. 20. Qualquer cidadão pode requerer ao órgão responsável pelo licen-
ciamento de obras e edificações a certidão de parâmetros urbanísticos que
indique as normas de uso e ocupação relativas a lote ou projeção.
Art. 21. O licenciamento de obras é instrumento de controle urbano com-
posto das seguintes fases:
I – habilitação de projeto arquitetônico;

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II – emissão de licença de obras;


III – certificação da conclusão de obras.
§ 1º O licenciamento de obras deve observar a legislação de uso e ocupa-
ção do solo, recursos hídricos, saneamento básico, segurança, salubridade,
conforto, higiene e acessibilidade.
§ 2º O licenciamento está condicionado à anuência de outros órgãos ou
entidades afetas ao processo de licenciamento de obras, quando indicada na
etapa de viabilidade legal.
Art. 22. Toda obra só pode ser iniciada após a obtenção da licença de
obras, exceto nos casos de dispensa expressos nesta Lei.
Art. 23. São dispensados do processo de licenciamento as seguintes obras
e os seguintes elementos da edificação realizados dentro dos limites do lote
ou da projeção:
I – cercamento de lotes e muros, inclusive os de arrimo;
II – guarita com área máxima de construção de 15 metros quadrados,
contendo área fechada máxima de 6 metros quadrados;
III – coberturas independentes e pergolados com área máxima de cons-
trução de 15 metros quadrados;
IV – abrigo para animais domésticos com área máxima de construção de
6 metros quadrados;
V – obra de urbanização sem alteração do sistema viário ou de redes de
infraestrutura;
VI – reparos e substituições de instalações prediais;
VII – pintura e revestimento interno ou externo;
VIII – substituição de brises, elementos decorativos, esquadrias e elemen-
tos de cobertura;
IX – grades e telas de proteção;
X – adaptação para acessibilidade;
XI – reparos que impliquem manutenção e conservação das áreas exter-
nas e internas da edificação;

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XII – demolição parcial ou modificação interna de habitação unifamiliar;


XIII – implantação de agricultura urbana.
Art. 24. São dispensados da habilitação os projetos de modificação sem
alteração de área, desde que mantidos:
I – o perímetro externo da edificação;
II – o uso ou atividade licenciados;
III – o quantitativo de unidades imobiliárias;
IV – a estrutura da edificação;
V – as áreas de uso comum.
Parágrafo único. Nesses casos, é exigível a licença de obras.
Art. 25. Os bens tombados não são dispensados do processo de licencia-
mento em nenhuma de suas fases e devem seguir rito próprio.
Art. 26. As fases do licenciamento estão condicionadas ao pagamento de taxa
e não desobrigam o proprietário do pagamento do preço público, quando cabível.
Art. 27. É objeto de rito especial o licenciamento das seguintes obras:
I – de interesse público; (Legislação correlata - Decreto n. 40303 de
05/12/2019)
II – destinadas a atendimento de programas habitacionais de interesse social.
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso I, são considerados de in-
teresse público:
I – Equipamentos Públicos Comunitários - EPC;
II – Equipamentos Públicos Urbanos - EPU;
III – obras e edificações integrantes de programas governamentais;
IV – obras e edificações em áreas de gestão específica.
Art. 28. A certificação da conclusão da obra pode ser expedida sem a
execução de pintura, revestimentos internos, portas internas e colocação de
peças fixas em banheiro, cozinha e área de serviço na unidade imobiliária
autônoma da edificação, desde que:
I – os itens não executados ou não instalados estejam especificados no
projeto habilitado;

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II – haja a concordância formal do proprietário da unidade autônoma.


Art. 29. As atividades referentes ao licenciamento são privativas dos ser-
vidores da Carreira de Planejamento e Gestão Urbana e Regional, com forma-
ção superior em Arquitetura e Urbanismo ou Engenharia Civil.
§ 1º Para atender à necessidade temporária de excepcional interesse pú-
blico, pode ser contratado pessoal por tempo determinado, observada a for-
mação prevista neste artigo e a legislação pertinente à matéria.
§ 2º As atividades de apoio à habilitação de projetos arquitetônicos podem
ser exercidas por técnicos em edificações.

Seção II
Da Habilitação de Projeto Arquitetônico

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 30. A habilitação de projeto arquitetônico é composta por 3 etapas


subsequentes:
I – viabilidade legal;
II – estudo prévio;
III – análise complementar.
§ 1º As etapas citadas neste artigo podem ser analisadas concomitante-
mente para obras com até 2.000 metros quadrados de área de construção.
§ 2º Em todas as etapas, devem ser apresentados os respectivos docu-
mentos de responsabilidade técnica.
Art. 31. O projeto arquitetônico está sujeito ao atendimento das condi-
ções de proteção contra incêndio e pânico.
Art. 32. O projeto arquitetônico de modificação, sujeito à habilitação, é
objeto de análise apenas na parte alterada.

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Subseção II
Da Viabilidade Legal

Art. 33. A viabilidade legal objetiva verificar a possibilidade de habilita-


ção do projeto arquitetônico segundo características gerais, sendo necessário
apresentar:
I – memorial descritivo;
II – documento público de titularidade.
Art. 34. O memorial descritivo deve conter o endereço e, no mínimo e quan-
do aplicável, a previsão dos parâmetros urbanísticos pretendidos relativos a:
I – usos e atividades por pavimento;
II – área de cada atividade por pavimento;
III – área total por pavimento;
IV – área total de construção;
V – coeficiente de aproveitamento;
VI – número de unidades imobiliárias;
VII – número de vagas para veículos;
VIII – número de pavimentos;
IX – altura da edificação;
X – taxa de ocupação;
XI – taxa de permeabilidade ou de área verde;
XII – afastamentos.
§ 1º O memorial descritivo deve conter também a previsão dos parâme-
tros pretendidos sobre a possibilidade de ocupação de área pública nos casos
e nas condições autorizados na legislação.
§ 2º É permitida a solicitação de retificação do memorial descritivo.
Art. 35. O atestado de viabilidade legal emitido pelo órgão responsável
pelo licenciamento de obras e edificações constitui o aceite do memorial des-
critivo e deve conter:
I – as normas urbanísticas aplicáveis;
II – os critérios para a cota de soleira;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

III – a indicação dos instrumentos de política urbana cabíveis;


IV – a indicação da necessidade de anuência de outros órgãos ou entidades;
V – a indicação da necessidade de elaboração de estudos específicos, nos
termos da análise complementar.
Art. 36. Estão dispensadas da etapa de viabilidade legal as habitações
unifamiliares de uso exclusivo.

Subseção III
Do Estudo Prévio

Art. 37. No estudo prévio, são verificados:


I – a compatibilidade da volumetria dos parâmetros urbanísticos indica-
dos na norma específica dos lotes ou das projeções ou na legislação de uso e
ocupação do solo;
II – os parâmetros de acessibilidade das áreas de uso comum;
III – as anuências de outros órgãos e entidades.
Parágrafo único. O estudo prévio é composto pelo estudo preliminar e pelo
estudo de acessibilidade.
Art. 38. O estudo preliminar é representado graficamente pelos desenhos
esquemáticos relacionados a seguir:
I – planta de situação;
II – planta de implantação;
III – planta de cobertura;
IV – planta baixa dos pavimentos;
V – cortes longitudinal e transversal;
VI – fachadas ou perspectivas volumétricas ou maquetes virtuais volumétricas.
§ 1º Os desenhos previstos nos incisos IV e V devem indicar o esquema
de fluxos horizontais e verticais;
§ 2º Em caso de movimentação de terra, é necessária a representação de
cortes e aterros para verificação dos pavimentos da edificação em relação ao
perfil natural do terreno.

64
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 39. O estudo de acessibilidade deve conter pelo menos:


I – a rota acessível;
II – o leiaute com dimensões de banheiros e sanitários acessíveis abertos
ao público ou localizados em áreas de uso comum da edificação.
Art. 40. O estudo de acessibilidade deve indicar a rota acessível a partir
do acesso à edificação, contemplando seu entorno imediato.
Parágrafo único. A rota acessível é composta pelos percursos horizontais
e verticais em áreas de uso comum, pelo acesso aos compartimentos e aos
ambientes abertos ao público, pelo acesso às unidades imobiliárias e pela in-
dicação de equipamentos necessários.
Art. 41. O estudo preliminar e o estudo de acessibilidade podem ser apre-
sentados em um único desenho.
Art. 42. Do deferimento do estudo prévio decorre, conforme o caso:
I – a habilitação do projeto arquitetônico encerrada nesta etapa, condicio-
nada ao depósito do anteprojeto para arquivamento, e o prosseguimento do
processo para a licença de obras;
II – o prosseguimento para a etapa de análise complementar, condiciona-
do à entrega do anteprojeto para análise.
Art. 43. O anteprojeto deve conter no mínimo:
I – planta de situação;
II – planta de implantação;
III – planta de cobertura;
IV – planta baixa dos pavimentos;
V – cortes longitudinal e transversal;
VI – fachadas;
VII – indicação e relação de portas, janelas e mobiliário fixo de áreas molhadas.

65
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Subseção IV
Da Análise Complementar

Art. 44. Na análise complementar, é verificada a compatibilidade entre os


instrumentos urbanísticos e a proposta apresentada na viabilidade legal e no
estudo prévio.
Parágrafo único. Quando a aplicação de instrumento urbanístico implicar
alteração do projeto arquitetônico deferido no estudo prévio, somente o as-
pecto alterado é reanalisado.
Art. 45. São habilitados os projetos arquitetônicos que cumpram todos os
parâmetros avaliados nesta etapa e na etapa de estudo prévio.
Parágrafo único. A habilitação do projeto arquitetônico permite o prosse-
guimento do processo para a emissão da licença de obras.

Subseção V
Da Habilitação de Projeto Arquitetônico em Bens Tombados

Art. 46. Toda intervenção ou modificação em bem tombado, protegido por


instrumento de tombamento específico, está sujeita às normas estabelecidas
pelo órgão distrital ou federal responsável pelo tombamento.
Parágrafo único. Os bens tombados individualmente por mais de um órgão
devem obter a anuência de cada um deles, segundo a legislação específica.
Art. 47. O projeto arquitetônico em bem tombado individualmente está
sujeito aos seguintes procedimentos:
I – anuência do órgão responsável pelo tombamento;
II – análise pelo órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações;
III – anuência do CONPLAN.

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Subseção VI
Do Projeto Arquitetônico em Imóvel Rural

Art. 48. As obras e as edificações destinadas a atividades rurais são dis-


pensadas do licenciamento.
Parágrafo único. A dispensa de licenciamento em imóvel rural não implica
dispensa da anuência de órgãos ou entidades competentes, quando exigido
por legislação específica.
Art. 49. (Artigo Revogado(a) pelo(a) Lei n. 6740 de 03/12/2020)
... (Parágrafo Revogado(a) pelo(a) Lei n. 6740 de 03/12/2020)

Seção III
Do Licenciamento

Subseção I
Da Licença de Obras

Art. 50. A licença de obras é emitida na forma de:


I – alvará de construção;
II – licença específica.
Parágrafo único. A licença de obras é obrigatória para o início da execução
de todas as obras sujeitas ao processo de licenciamento.
Art. 51. A licença de obras permite a implantação do canteiro de obras
e do estande de vendas dentro dos limites do lote, a instalação de todos os
equipamentos e a execução dos serviços de apoio necessários.
Parágrafo único. A documentação exigida para autorização de canteiro
de obras em lote vizinho pode ser entregue juntamente com a solicitação da
licença de obras.

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Subseção II
Do Alvará de Construção

Art. 52. O alvará de construção é expedido para a execução de obras ini-


ciais e de modificação não dispensadas da habilitação.
Art. 53. A expedição do alvará de construção está vinculada a um único
projeto arquitetônico.
§ 1º O alvará de construção é revogado nos seguintes casos:
I – a pedido do autor do projeto habilitado;
II – substituição de projeto arquitetônico habilitado.
§ 2º Nova habilitação de projeto de modificação não invalida o alvará de
construção emitido, desde que sejam mantidos:
I – a área total de construção;
II – a área computável;
III – o perímetro externo;
IV – o número de unidades imobiliárias.
§ 3º Na hipótese do § 2º, deve ser feita retificação do alvará de construção
válido, mantida sua numeração.
Art. 53-A. O alvará de construção para habitação unifamiliar de uso ex-
clusivo é expedido após a apresentação do projeto arquitetônico e demais
documentos indicados no regulamento. (Artigo acrescido(a) pelo(a) Lei n.
6412 de 28/11/2019)

Subseção III
Da Licença Específica

Art. 54. A licença específica é expedida para obras de:


I – estande de vendas;
II – demolições;
III – urbanização ou edificação em área pública;
IV – canteiros de obras em área pública;

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V – modificação de projeto arquitetônico sem alteração de área desde que


atendidos os requisitos de dispensa de habilitação;
VI – obras de intervenção em bens tombados;
VII – obras e edificações em áreas de gestão específica.
Art. 55. A licença específica é expedida por tempo determinado, após
anuência dos órgãos públicos competentes.
Parágrafo único. A licença específica em área pública implica:
I – o pagamento das taxas devidas;
II – a garantia dos parâmetros de acessibilidade e da livre circulação de
pedestres no espaço urbano;
III – a manutenção das condições de salubridade e urbanidade do espaço
público;
IV – a verificação da existência de redes de infraestrutura urbana no local;
V – a remoção completa da ocupação, com o término da obra;
VI – o ressarcimento integral de danos e prejuízos causados ao patrimônio
público ou particular;
VII – o restabelecimento da área ao estado anterior em que se encontrava.
Art. 56. O estande de vendas é condicionado à habilitação do projeto ar-
quitetônico, à disponibilidade de área e às limitações urbanísticas e ambien-
tais, podendo ser implantado:
I – em lotes ou projeções vizinhos, mediante expressa autorização do
proprietário;
II – dentro do lote a ser edificado, se vinculado à obra;
III – em área pública, condicionado ao pagamento de preço público.
Parágrafo único. A licença específica para estande de vendas em área
pública não implica responsabilidade do Poder Executivo por indenização de
qualquer espécie.
Art. 57. A licença específica para demolição permite a demolição total de
edificação existente.

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Parágrafo único. A licença específica não é exigida quando a demolição par-


cial for parte de projeto de modificação que possua a devida licença de obras.
Art. 58. A licença específica para obras de urbanização ou de edificações
em área pública objetiva a conformidade do espaço urbano com o planeja-
mento e não implica responsabilidade do órgão de licenciamento pelos danos
causados em razão da execução da obra.
Art. 59. A licença específica para canteiro de obras em área pública é ex-
pedida juntamente com a licença de obras.
Art. 60. A licença específica para modificação de projeto arquitetônico
dispensado da habilitação é emitida com o depósito para arquivo dos seguin-
tes documentos:
I – projeto arquitetônico;
II – projetos complementares pertinentes;
III – demais documentos especificados no regulamento.

Seção IV
Da Conclusão da Obra

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 61. A conclusão da obra é caracterizada pela de emissão dos seguin-


tes documentos:
I – carta de habite-se;
II – atestado de conclusão.
§ 1º Esta fase é obrigatória para as obras e as edificações sujeitas ao pro-
cesso de licenciamento.
§ 2º A certificação da conclusão das obras não implica responsabilidade do
Poder Público pelos parâmetros técnicos utilizados no projeto arquitetônico.
Art. 62. Para a emissão da carta de habite-se e do atestado de conclusão,
são aceitas divergências de até 5% nas medidas lineares horizontais e verti-

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cais e nas dimensões mínimas e máximas entre o projeto habilitado e a obra


construída, observadas as seguintes condições:
I – a área útil do compartimento apresente divergência máxima de 5%;
II – a área da edificação não exceda a 1% da área total de construção
constante do alvará, limitada a 5 metros quadrados;
III – a edificação não extrapole os limites do lote ou da projeção;
IV – a edificação não avance mais do que 5% sobre os afastamentos ha-
bilitados, limitado a 20 centímetros;
V – o nível da soleira não varie mais de que 20 centímetros em relação à
cota de soleira definida pelo órgão gestor de planejamento urbano e territorial;
VI – a divergência entre a altura do projeto habilitado e aquela verificada
em obra, incluindo a variação constatada na cota de soleira, não ultrapasse:
a) 50 centímetros para edificações com altura habilitada de até 25 metros;
b) 2%, limitado a 1,2 metro, para edificações com altura habilitada acima
de 25 metros.
§ 1º Em caso de concessão de direito real de uso, são permitidas as di-
vergências dispostas neste artigo, desde que estejam atendidas as normas
técnicas de acessibilidade e não afetem a faixa non aedificandi, se for o caso.
§ 2º Não são permitidas divergências entre a altura máxima ou a cota de
coroamento verificada na edificação construída e o valor estabelecido no pro-
jeto, quando:
I – a altura habilitada for resultante de cones de aproximação de aeronaves;
II – a altura habilitada for parâmetro estabelecido para edificações geminadas;
III – tratar-se de bens tombados.
§ 3º São permitidas divergências entre o estudo de acessibilidade e a obra
limitadas a 2%;
§ 4º São permitidas divergências entre o leiaute do estudo de acessibilida-
de e a obra, desde que atendidas as normas de acessibilidade.

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Subseção II
Da Carta de Habite-se

Art. 63. A carta de habite-se é expedida para obras autorizadas por meio
do alvará de construção e sua emissão é condicionada ao cumprimento dos
seguintes requisitos:
I – conformidade da obra executada com os parâmetros urbanísticos e de
acessibilidade das áreas comuns, conforme projeto habilitado;
II – apresentação do relatório de vistoria do imóvel, sem exigências, en-
caminhado pelo órgão de fiscalização de atividades urbanas;
III – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas;
IV – apresentação de declaração de aceite de órgãos e entidades envolvi-
dos no processo de licenciamento;
V – entrega de projeto arquitetônico, de fundações, de estruturas e com-
plementares, conforme construídos.
Art. 64. A carta de habite-se parcial aplica-se a uma mesma obra e é con-
cedida mediante solicitação do interessado para etapa ou pavimento integral-
mente concluído que possa ser utilizado de forma independente do restante
da obra, asseguradas a acessibilidade e a segurança.
Art. 65. A carta de habite-se em separado é concedida mediante solicita-
ção do interessado para cada uma das edificações de um conjunto arquitetôni-
co, desde que constituam unidades independentes e estejam em condições de
serem utilizadas separadamente, asseguradas a acessibilidade e a segurança.
Art. 66. Para a carta de habite-se final, são vistoriadas apenas as novas
obras que não foram vistoriadas nas fases da emissão das cartas de habite-se
parciais ou em separado e sua integração com todas as partes do edifício ou
do conjunto arquitetônico.
§ 1º Para a emissão de carta de habite-se parcial ou em separado, a vis-
toria é restrita à área objeto da solicitação e à sua integração com as partes
já habitáveis, se houve r.

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§ 2º Em habitações unifamiliares de uso exclusivo, admite-se a emissão


da carta de habite-se para obras em que:
I – a parte externa da edificação esteja concluída, mesmo que sem o re-
vestimento final, e atenda aos parâmetros urbanísticos, conforme o projeto
habilitado;
II – os itens não executados ou não instalados estejam especificados no
projeto habilitado;
III – a parte interna apresente, pelo menos:
a) um ponto de energia elétrica;
b) um ponto de iluminação;
c) um ponto de instalação de água e esgoto.

Subseção III
Do Atestado de Conclusão

Art. 67. O atestado de conclusão certifica a conformidade da execução da


obra com a licença expedida.
§ 1º O atestado de conclusão é expedido para as seguintes obras autori-
zadas por meio da licença específica:
I – urbanização ou edificação em área pública;
II – modificação de projeto arquitetônico dispensado de habilitação;
III – em áreas de gestão específica;
IV – bens tombados individualmente.
§ 2º O atestado de conclusão é expedido para as obras de infraestrutura
que obtenham, previamente, o aceite das empresas concessionárias de ser-
viços públicos competentes.
§ 3º A emissão do atestado de conclusão é condicionada ao cumprimento
dos seguintes requisitos:
I – conformidade da obra executada com os parâmetros urbanísticos e de
acessibilidade das áreas comuns;

73
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

II – apresentação do relatório de vistoria do imóvel, sem exigências, en-


caminhado pelo órgão de fiscalização de atividades urbanas;
III – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas;
IV – apresentação de declaração de aceite de órgãos e entidades envolvi-
dos no processo de licenciamento;
V – entrega do projeto arquitetônico, de fundações, de estruturas e com-
plementares conforme construídos.
§ 4º Estande de vendas, obras de urbanização em área pública, canteiro
de obras e demolição total estão dispensados do atestado de conclusão.

Seção V
Dos Prazos e da Validade do Licenciamento de Obras e Edificações

Art. 68. Os prazos para resposta às solicitações e aos requerimentos rela-


tivos aos procedimentos de licenciamento de obras e edificações são:
I – viabilidade legal: 10 dias;
II – estudo prévio: 30 dias;
III – análise complementar: 30 dias;
IV – fornecimento de cota de soleira: 30 dias;
V – demarcação do lote: 8 dias;
- licença de obras: 7 dias para habitação unifamiliar de uso exclusivo e
30 dias para os demais casos; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei n. 6412 de
28/11/2019)
I – verificação dos serviços de topografia: 8 dias;
II – vistoria do imóvel para expedição da carta de habite-se e do atestado
de conclusão: 8 dias;
IX – emissão de carta de habite-se, após vistoria: 8 dias;
X – atestado de conclusão, após vistoria: 8 dias.
§ 1º Os prazos indicados neste artigo podem ser prorrogados por igual
período, mediante justificativa e aviso ao interessado.

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§ 2º No caso de exigências, o interessado tem o prazo de 30 dias, após


ciência, para seu cumprimento, prorrogável por igual período, a pedido, sob
pena de arquivamento.
§ 3º No caso de análise das exigências, reinicia-se a contagem do prazo
correspondente à etapa do processo a partir da data de entrega da nova do-
cumentação.
§ 4º No caso de tramitação concomitante, o prazo de análise da documen-
tação é de 30 dias.
Art. 69. A habilitação do projeto arquitetônico é válida por 5 anos se não
houver alteração do projeto arquitetônico ou de legislação específica.
Parágrafo único. O atestado de viabilidade legal tem validade de 1 ano.
Art. 70. O alvará de construção tem prazo de validade de 5 anos.
Parágrafo único. Após a conclusão das fundações, o prazo de validade do
alvará de construção é indeterminado.
Art. 71. As licenças específicas têm os seguintes prazos de validade:
I – estande de vendas: 1 ano;
II – demolições: 1 ano;
III – obras de urbanização e de edificação em área pública: 5 anos;
IV – canteiros de obras em área pública: 2 anos;
V – obras de intervenção em bens tombados: 5 anos;
VI – modificação de projetos sem alteração de área: 3 anos;
VII – obras e edificações em áreas de gestão específica: 5 anos.
§ 1º As licenças específicas para canteiro de obras em área pública e para
estande de vendas perdem a validade em caso de obras não iniciadas ou pa-
ralisadas por período igual ou superior a 6 meses.
§ 2º Todas as licenças específicas podem ser renovadas, resguardado o
interesse público.
§ 3º Para as obras públicas, o prazo de validade da licença específica é o
prazo da licença de obras.

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Seção VI
Da Anulação e da Convalidação dos Atos Administrativos

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 72. Os atos administrativos realizados no processo de licenciamento


de obras e edificações, caso constatada a ilegalidade na sua emissão, podem
ser anulados ou convalidados.
Art. 73. No caso de indícios de ilegalidade dos atos administrativos, deve
ser instaurado processo específico para esclarecimento dos fatos, apuração
das responsabilidades e indicação da necessidade de aplicação da anulação
ou convalidação.
§ 1º A apuração deve obedecer ao devido processo legal, assegurado o
direito à ampla defesa e ao contraditório, garantida a instância recursal.
§ 2º O interessado deve ser formalmente notificado e a autoridade com-
petente pode:
I – sustar a expedição dos atos subsequentes ao ato questionado pelo
prazo máximo de 60 dias;
II – determinar a paralização da obra pelo prazo máximo de 30 dias.
§ 3º Fundamentadamente, os prazos estabelecidos no § 2º são prorroga-
dos por igual período, com o objetivo de concluir o processo.
§ 4º Após o decurso dos prazos sem a conclusão do processo, os atos indi-
cados no § 2º perdem seus efeitos, sem prejuízo da continuidade da apuração
e da posterior aplicação de sanções.
§ 5º Na avaliação do ato administrativo, deve ser considerada a interpre-
tação da norma utilizada na data da habilitação, ficando vedada a aplicação
retroativa de nova interpretação.
Art. 74. A aplicação da anulação ou da convalidação do ato administrati-
vo, após a apuração realizada em processo específico, deve ser realizada pela
CPCOE, cabendo recurso ao CONPLAN.

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Parágrafo único. Comprovada a participação fraudulenta do interessado na


prática do ato administrativo, não se aplica o prazo decadencial.

Subseção II
Da Anulação dos Atos Administrativos

Art. 75. A habilitação de projeto arquitetônico, a licença de obras e o


atestado de conclusão são atos administrativos vinculados, sendo passíveis
de anulação quando haja vício insanável.
Art. 76. O direito da Administração Pública de anular os atos administra-
tivos de que decorram efeitos favoráveis para o interessado decai em 5 anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé do in-
teressado.

Subseção III
Da Convalidação dos Atos Administrativos

Art. 77. A convalidação é aplicável aos vícios sanáveis da licença de obras,


da carta de habite-se ou do atestado de conclusão de obras ou edificações, assim
compreendidos os que, cumulativamente, atendam aos seguintes requisitos:
I – não seja comprovada participação fraudulenta;
II – não acarretem lesão ao patrimônio ou ao interesse público;
III – não impliquem grave dano urbanístico;
IV – não extrapolem, além de 30%, os seguintes parâmetros urbanísticos
definidos para o lote ou projeção:
a) coeficiente de aproveitamento máximo;
b) altura máxima;
c) número máximo de pavimentos para edificações com 5 pavimentos ou mais.
§ 1º Os casos em que ocorram algumas das situações relacionadas no
caput devem ser avaliados pela CPCOE e, se for o caso, pelo CONPLAN.
§ 2º (VETADO).

77
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CAPÍTULO IV
DA EXECUÇÃO E DO DESEMPENHO DAS OBRAS
E DAS EDIFICAÇÕES

Seção I
Do Início das Obras

Art. 78. No início dos procedimentos de execução de obras civis, nos ter-
mos autorizados pela respectiva licença, é obrigatória a instalação de canteiro
de obras, onde deve constar placa informativa de dados técnicos do projeto e
da obra, em posição visível a partir do logradouro público.
Art. 79. O canteiro de obras deve ser cercado e pode ser instalado:
I – dentro dos limites do lote;
II – em lotes ou projeções vizinhas, mediante expressa autorização do
proprietário;
III – em área pública, mediante autorização onerosa.
§ 1º O canteiro de obras deve ser removido com o término da obra, à ex-
ceção dos casos de carta de habite-se parcial ou em separado, hipóteses em
que pode permanecer até a conclusão total das obras.
§ 2º O canteiro de obras deve contar com sistema de drenagem das águas
pluviais, com o objetivo de prevenir o alagamento ou a erosão de quaisquer
vias, logradouros públicos ou terrenos a jusante, bem como o transporte ou o
carreamento de solo, outros resíduos ou materiais de construção.
§ 3º A licença específica para o canteiro de obras em área pública é one-
rosa e sua instalação deve:
I – verificar a existência de infraestrutura e outros elementos para evitar
seu comprometimento;
II – garantir a acessibilidade do espaço urbano lindeiro ao lote ou à proje-
ção e a livre e segura circulação de pedestres e veículos;
III – permitir a manutenção das condições de salubridade e urbanidade do
espaço público.

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§ 4º A faixa de segurança em área pública associada ao canteiro de obras


não é ocupação onerosa.
Art. 80. Fica vedada a ocupação de logradouros públicos por materiais e
equipamentos utilizados em obras.
Art. 81. O canteiro de obras em área pública deve ser retirado imediata-
mente após a finalização das obras e a área deve ser recuperada em até 30
dias após a remoção do canteiro de obras.
Parágrafo único. Caso o prazo da advertência não seja cumprido, o Poder
Executivo deve providenciar a desobstrução e recuperação da área, com ônus
para o proprietário.
Art. 82. O movimento de terra deve ser executado mediante:
I – adoção de medidas técnicas de segurança que garantam a estabilidade
e a integridade das edificações, das propriedades vizinhas, das áreas públicas
e das redes de infraestrutura urbana;
II – armazenamento e proteção para o material retirado, de modo a evitar
sua dispersão e o comprometimento das redes de saneamento básico.
§ 1º O eventual afloramento do subsolo em relação ao perfil natural do
terreno decorrente de movimento de terra é objeto do regulamento desta Lei.
§ 2º É vedado o espalhamento de terra para logradouros públicos e áreas
internas ou externas desprotegidas.
Art. 83. A gestão dos resíduos, assim também considerados os solos e as
terras provenientes de escavações, desaterros e terraplenagens, deve obede-
cer ao Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
Art. 84. A poluição e o assoreamento de talvegues, cursos e espelhos
d’água e sistemas de drenagem urbana e de drenagem de rodovias devem
ser prevenidos com a utilização de:
I – estocagem de solos e agregados, de modo a prevenir o arraste por
chuva e vento de materiais para vias e demais logradouros públicos ou dire-
tamente para o sistema de drenagem de águas pluviais;
II – manejo e depósito adequados para a remoção de vegetação;

79
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III – normas aplicáveis para o armazenamento de materiais tóxicos, resí-


duos perigosos e todo material potencialmente poluidor, de modo a prevenir
carreamentos ou vazamentos.

Seção II
Das Obras de Infraestrutura e das Intervenções em Área Pública

Art. 85. As obras de infraestrutura em área pública devem ser previamen-


te licenciadas.
§ 1º As intervenções promovidas por concessionárias ou permissionárias
de serviços públicos para reparo emergencial ficam dispensadas de licença.
§ 2º As intervenções no meio urbano devem garantir a segurança, a aces-
sibilidade e a integridade dos operários, da população, dos veículos, do pa-
trimônio público, dos recursos hídricos, do saneamento básico e do meio
ambiente.
Art. 86. Além do cumprimento da legislação específica, as intervenções
em área pública devem:
I – demarcar e proteger o perímetro da intervenção com material seguro
ao trânsito de pessoas e veículos;
II – instalar percurso alternativo para veículos e pedestres, desimpedido,
limpo e acessível;
III – manter material de obra organizado e estocado;
IV – remover o material remanescente das obras e limpar o local imedia-
tamente após a conclusão;
V – recompor o logradouro público ao estado original em até 30 dias.

80
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Seção III
Da Implantação do Edifício no Terreno e seus Acessos

Art. 87. A localização dos acessos de veículos ou de pedestres a lotes ou


projeções deve respeitar os projetos de urbanismo e de paisagismo previstos
pelo órgão gestor de planejamento urbano e territorial.
§ 1º Na hipótese de inexistência dos projetos, o acesso é feito a partir da
via de acesso.
§ 2º Na hipótese de apresentação pelo interessado de acessos diferentes
dos previstos, o órgão responsável pelo licenciamento deve dar anuência às
soluções propostas.
§ 3º O acesso de veículos deve ocorrer conforme previsto na legislação de
uso e ocupação do solo ou na legislação específica.
Art. 88. Os padrões de projetos de calçadas estabelecidos pelo Poder Execu-
tivo para as áreas públicas lindeiras ao lote ou à projeção a ser edificada, devem:
I – criar e consolidar um sistema de rotas acessíveis na cidade;
II – garantir conforto e segurança a pedestres e ciclistas.
Art. 89. Os acessos à edificação são definidos de acordo com as carac-
terísticas do terreno e podem se dar em mais de um pavimento, desde que:
I – atendam às condições de acessibilidade;
II – seja assegurada a concordância entre as calçadas de acesso à edifica-
ção e o passeio adjacente de modo a garantir a acessibilidade;
III – o uso residencial multifamiliar tenha acesso de pedestres exclusivo e
isolado dos demais.
Parágrafo único. Todos os acessos à edificação devem ser resolvidos den-
tro do lote, ressalvados os casos relacionados a seguir, garantida a livre cir-
culação de pedestres no espaço público:
I – edificações em projeções ou em lotes com 100% de ocupação;
II – modificação de projeto em situações urbanas consolidadas.

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Art. 90. A cota de soleira, a ser fornecida pelo órgão gestor de planeja-
mento urbano e territorial, pode ser determinada com uma variação de 50
centímetros, caso solicitado pelo interessado.
§ 1º Para o início das obras, é necessário requerer ao Poder Executivo o
certificado de demarcação do lote ou projeção, a certidão de alinhamento e
de cota de soleira.
§ 2º A altura máxima ou cota de coroamento da edificação é medida a
partir da cota de soleira indicada no projeto arquitetônico.

Seção IV
Da Qualidade do Ambiente Construído

Art. 91. Os projetos de edificações podem ser objeto de programa de


incentivo à qualidade do ambiente construído estabelecido em legislação es-
pecífica.
Art. 92. As obras iniciais de reforma ou requalificação das edificações
públicas devem atender aos requisitos de sustentabilidade e eficiência ener-
gética, de acordo com a legislação específica.
§ 1º Aplica-se o disposto no caput à utilização de agricultura urbana e te-
lhados verdes.
§ 2º Excetuam-se do disposto no caput os edifícios tombados individualmente.
Art. 93. Os projetos de instalações hidrossanitárias devem prever sistema
de duplo acionamento nos vasos sanitários localizados nas dependências das
edificações públicas ou particulares, residenciais ou não.

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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Seção V
Dos Parâmetros Edilícios Gerais e dos Usos da Edificação

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 94. Os projetos arquitetônicos e urbanísticos e sua implantação de-


vem atender aos princípios do desenho universal.
§ 1º As unidades imobiliárias devem ser adaptáveis ao desenho universal
em todos os seus ambientes.
§ 2º A quantidade de sanitários e banheiros deve atender ao disposto no
regulamento desta Lei e os parâmetros de sua construção devem atender à
acessibilidade.
Art. 95. Os locais de armazenamento de resíduos sólidos para permanên-
cia até o momento da coleta devem estar previstos no projeto arquitetônico
habilitado.
Art. 96. As fundações e as estruturas devem ficar inteiramente dentro
dos limites do lote ou da projeção, exceto em casos previstos na legislação
específica.
Art. 97. Fica vedado o escoamento de águas pluviais de coberturas dire-
tamente para área pública ou para lotes e projeções vizinhas.
Art. 98. Os ambientes obrigatórios para cada uso, os ambientes consi-
derados de permanência prolongada ou transitória, o mobiliário e os equipa-
mentos mínimos para cada ambiente devem obedecer ao disposto nesta Lei
e nas normas técnicas brasileiras e locais.
Parágrafo único. Os compartimentos ou os ambientes de uso comum das
edificações devem obedecer aos parâmetros de dimensionamento, ventilação
e iluminação naturais relacionados às funções neles desempenhadas.
Art. 99. A altura de piso a piso superior a 4,5 metros é computada como um
novo pavimento, com acréscimo de 100% na área do compartimento ou do am-
biente, no cálculo da área total de construção e do coeficiente de aproveitamento.

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§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, desde que atendida a legisla-


ção de uso e ocupação do solo:
I – área de uso comum;
II – unidade residencial unifamiliar;
III – edificações destinadas a:
a) arte;
b) cultura;
c) esporte;
d) recreação;
e) templo religioso;
f) terminais de transporte;
g) supermercado;
h) hipermercado;
i) armazéns;
j) comércio atacadista;
k) shopping centers;
IV – áreas de garagem em subsolo.
§ 2º A unidade autônoma cuja atividade demande uma distância de piso
a piso acima do disposto no caput fica isenta do acréscimo de área previsto,
mediante apresentação de memorial técnico que justifique essa necessidade.
§ 3º Nas edificações relacionadas no inciso III, é vedada a utilização de
mezanino sem o licenciamento correspondente.

Subseção II
Das Áreas de Construção

Art. 100. A área total de construção abrange o somatório de todas as


áreas cobertas contidas pelo perímetro externo de cada pavimento.
Art. 101. A área computável é calculada a partir da subtração do valor
correspondente ao total das áreas dedutíveis da área total de construção e
deve ter valor igual ou inferior ao permitido pelo coeficiente de aproveitamen-
to ou pela taxa máxima de construção.

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Art. 102. Para efeito de cálculo da área computável, são consideradas


áreas dedutíveis:
I – áreas de projeção de brises;
II – áreas de beirais, marquises ou coberturas em balanço;
III – áreas de reservatórios de água ou tratamento de esgotos, para qual-
quer tipo de uso;
IV – áreas de subestação de energia elétrica;
V – áreas de central de gás subterrânea;
VI – 5% da área permitida pela taxa de construção ou pelo coeficiente de apro-
veitamento máximo determinado para o lote ou a projeção para as áreas técnicas;
VII – áreas utilizadas exclusivamente para garagem;
VIII – áreas decorrentes de concessão de direito real de uso;
IX – áreas de mezanino localizadas em shopping centers. (Inciso vetado
pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
§ 1º Os elementos citados nos incisos I e II do caput podem avançar até
metade do afastamento mínimo obrigatório, limitado a 1,5 metro, e garantida
a altura livre de 2,5 metros.
§ 2º Os elementos citados nos incisos III, IV e V do caput podem situar-
-se no subsolo das áreas de afastamento mínimo obrigatório, garantidas as
exigências de segurança, desde que as normas de uso e ocupação do solo
definidas para o lote não disponham em contrário.
§ 3º O elemento citado no inciso IX do caput não pode ser superior a 50%
da área do piso inferior. (Parágrafo vetado pelo Governador, mas mantido
pela Câmara Legislativa do Distrito Federal)
§ 4º A aplicação do inciso VII deve respeitar os limites e as condições da
Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS para o não cômputo de áreas de ga-
ragem no coeficiente de aproveitamento. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 948 de 16/01/2019)

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Subseção III
Da Segurança da Edificação e da Proteção Contra Incêndio e Pânico

Art. 103. A segurança da edificação e a proteção contra incêndio e pânico


devem ser asseguradas pelo correto emprego, dimensionamento e aplicação
de materiais e elementos construtivos, em atendimento à seguinte legislação:
I – (VETADO);
II – regulamento de segurança contra incêndio e pânico do Distrito Federal;
III – normas técnicas expedidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Dis-
trito Federal - CBMDF;
IV – normas técnicas expedidas pela Defesa Civil do Distrito Federal.

Subseção IV
Do Uso Residencial

Art. 104. As edificações destinadas ao uso residencial devem atender aos


requisitos e aos critérios das normas de desempenho e acessibilidade nas
áreas de uso comum e aos parâmetros urbanísticos e edilícios estabelecidos
na legislação local.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 105. As áreas privativas mínimas para as unidades residenciais mul-
tifamiliares, excluídas as áreas de garagens, são:
I – 24 metros quadrados, quando os ambientes são conjugados;
II – 32 metros quadrados, quando possuam 1 dormitório;
III – 45 metros quadrados, quando possuam 2 dormitórios;
IV – 60 metros quadrados, quando possuam 3 dormitórios;
V – 90 metros quadrados, quando possuam 4 dormitórios ou mais.
Art. 106. As unidades residenciais devem ser compostas de, no mínimo,
dormitório, sala de estar, cozinha, área de serviço e banheiro.

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§ 1º A área de serviço é facultativa quando haja fornecimento de serviços


coletivos de lavagem e limpeza no mesmo lote ou projeção, desde que a uni-
dade imobiliária possua, no mínimo, um tanque de lavar roupa.
§ 2º É permitida a conjugação de dormitório, sala de estar, cozinha e área
de serviço em ambiente único ou parcialmente compartimentado.
§ 3º Todos os ambientes residenciais devem possibilitar a adaptação ao
desenho universal, inclusive a área de serviço, quando existente.
§ 4º Nas unidades residenciais que possuam mais de um banheiro, ape-
nas um está obrigado a atender às dimensões mínimas para a adaptação ao
desenho universal.
§ 5º No caso de habitações unifamiliares, não se aplicam as obrigações
expressas no caput.
§ 6º É dispensado o leiaute com possibilidade de desenho universal para
unidade residencial unifamiliar, exceto para aquela incluída em programa ha-
bitacional de interesse social.

Subseção V
Do Uso Comercial e do Uso para Prestação de Serviços

Art. 107. As unidades imobiliárias para uso comercial e prestação de ser-


viços ficam desobrigadas da exigência de banheiro, quando haja banheiros
coletivos no pavimento respectivo, conforme parâmetros estabelecidos no
regulamento desta Lei.
Art. 108. As áreas privativas mínimas para as unidades imobiliárias des-
tinadas ao uso comercial ou para prestação de serviços, excluídas as áreas
destinadas a garagens, são:
I – 16 metros quadrados, para unidades imobiliárias com banheiro ou sanitário;
II – 12 metros quadrados, para unidades imobiliárias sem banheiro ou
sanitário.

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Art. 109. As unidades imobiliárias destinadas a serviços de hospedagem


e alojamento não se submetem às áreas previstas nos arts. 105 e 108 e as
áreas privativas mínimas para esses usos são as definidas no regulamento.

Subseção VI
Dos Demais Usos

Art. 110. As áreas privativas mínimas das edificações destinadas aos de-
mais usos, relacionados na Tabela de Classificação de Atividades - CNAE, são
determinadas por condicionantes técnicas específicas da atividade.

Subseção VII
Das Garagens e dos Estacionamentos

Art. 111. O local destinado a acesso, guarda e circulação de veículos, in-


dependente do pavimento em que se encontra, denomina-se:
I – garagem, quando coberto;
II – estacionamento, quando descoberto.
Art. 112. Os ambientes destinados à garagem devem ter altura livre mí-
nima de 2,25 metros e condições de iluminação e ventilação que garantam
segurança, higiene e salubridade, e suas dimensões, circulação, tipos de va-
gas e rampas de acesso são definidas em regulamento.
§ 1º É permitido o uso de vagas presas que, no caso de edificações resi-
denciais multifamiliares, devem estar vinculadas à mesma unidade imobiliária.
§ 2º É permitido o uso de tecnologias que permitam otimizar o uso de
garagens e estacionamentos, como pallets, elevadores para automóveis ou
outras, desde que haja comprovação, por meio de laudo técnico, do atendi-
mento ao número mínimo de vagas exigido.
Art. 113. O patamar de acomodação e as rampas de acesso a garagens ou
estacionamentos devem situar-se no interior do lote, permitida a sua localização
em áreas de afastamento obrigatório, salvo exceções previstas na legislação de
uso e ocupação do solo, desde que garantida a livre circulação de pedestres.

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Parágrafo único. É admitida a localização em área pública da rampa e do


patamar de acomodação para projeção ou lote com ocupação obrigatória de
100%, desde que adequados ao sistema viário e à livre circulação de pedestres.

Subseção VIII
Da Manutenção das Edificações

Art. 114. Os responsáveis pela execução da obra são obrigados a entre-


gar ao proprietário, à época da entrega do imóvel concluído, os seguintes
documentos:
I – cópia de todos os projetos entregues para arquivo na Administração
Pública, acompanhados de uma via dos registros de responsabilidade técnica
dos profissionais que atuaram no projeto e na execução da obra;
II – manual do proprietário e, quando for o caso, manual das partes co-
muns do edifício com as informações sobre o desempenho da edificação;
III – plano de manutenção da edificação, contendo as indicações das pro-
videncias necessárias para a manutenção corretiva e preventiva da edificação.
Parágrafo único. Quando se trate de condomínio edilício, os documentos
relacionados são entregues ao síndico ou ao responsável pela administração
do condomínio.
Art. 115. Salvo nas edificações destinadas à habitação unifamiliar, é obri-
gatória a implementação do plano de manutenção da edificação que deve
incluir vistoria obrigatórias periódicas para verificação das condições de de-
sempenho da edificação.
Parágrafo único. Os laudos das vistorias devem ser enviados para arqui-
vo da administração do edifício juntamente com os projetos arquitetônicos e
complementares da edificação.

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CAPÍTULO V
DA FISCALIZAÇÃO, DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES

Seção I
Da Fiscalização

Art. 116. O órgão de fiscalização de atividades urbanas, no exercício do


poder de polícia administrativa previsto no art. 13, deve fiscalizar obras e
edificações por meio de vistorias e auditorias.
Parágrafo único. O responsável pela fiscalização, no exercício das funções
do órgão de fiscalização, tem acesso, na forma da lei, a onde haja obras ou
edificações.
Art. 117. Na vistoria, o órgão de fiscalização deve atestar:
I – se a obra ou a edificação, em área pública ou privada, obteve o licen-
ciamento previsto em lei;
II – a conformidade da obra com os parâmetros urbanísticos e de acessibi-
lidade das áreas comuns e do espaço público contíguo ao lote ou à projeção,
analisados no projeto habilitado;
III – o número de unidades imobiliárias.
Art. 118. Na auditoria, sem prejuízo dos aspectos da vistoria, o órgão de
fiscalização deve atestar:
I – a conformidade entre a obra executada e o projeto habilitado;
II – o cumprimento dos parâmetros urbanísticos, edilícios e de acessibili-
dade de acordo com a legislação vigente na data da habilitação.
Parágrafo único. A auditoria deve ser amostral, na forma do regulamento.
Art. 119. No caso de obras de modificação, com ou sem alteração de
área, a atuação da fiscalização limita-se à área alterada e à sua conformidade
com o projeto habilitado.
Art. 120. As vistorias e auditorias são realizadas nas fases especificadas
a seguir:
I – durante a execução das obras, a qualquer momento;

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II – para a emissão de documento que certifique a conclusão da obra;


III – em edificações, desde que constatada a execução de obras sem o
devido licenciamento.

Seção II
Das Infrações e das Sanções

Art. 121. Considera-se infração toda conduta omissiva ou comissiva a que


a lei comine uma sanção.
Art. 122. Considera-se infrator a pessoa física ou jurídica, de direito pú-
blico ou privado, que comete uma infração.
Parágrafo único. Diante de indícios de infração penal, o órgão de fiscaliza-
ção deve comunicar à autoridade competente.
Art. 123. As infrações classificam-se, para efeitos de multa, em leves,
médias, graves e gravíssimas.
§ 1º São infrações leves:
I – executar obra de habitação unifamiliar sem o acompanhamento e o
registro profissional;
II – depositar materiais de construção e equipamentos em área pública,
sem autorização;
III – deixar de manter, no canteiro de obras, placa informativa de dados
técnicos do projeto e da obra;
IV – deixar de comunicar à fiscalização a paralisação da obra;
V – descumprir os termos do licenciamento de canteiro de obras e estande
de vendas.
§ 2º São infrações médias:
I – executar obras ou manter edificações passíveis de regularização, locali-
zadas em área privada, sem licença ou em desacordo com o projeto habilitado;
II – causar impedimento ou embaraço à atividade de fiscalização;
III – manter obra ou edificação abandonada;
IV – deixar de reparar os danos causados na pavimentação ou na urbanização;

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V – deixar de alterar os documentos de licenciamento, no caso de transfe-


rência de propriedade ou alteração do responsável técnico;
VI – deixar de apresentar, quando solicitado pela fiscalização, a documen-
tação de licenciamento;
VII – deixar de garantir a acessibilidade à área pública no entorno da pro-
jeção ou do lote, durante a execução da obra;
VIII – deixar de observar o correto direcionamento das águas pluviais para
a rede pública.
§ 3º São infrações graves:
I – executar obras ou manter edificações passíveis de regularização, locali-
zadas em área pública, sem licença ou em desacordo com o projeto habilitado;
II – executar obras ou manter edificações não passíveis de regularização
em área privada;
III – deixar de reparar os danos causados às redes de infraestrutura pú-
blica durante a obra;
IV – negligenciar a conservação e a segurança da obra ou da edificação;
V – deixar de garantir a estabilidade do solo no canteiro de obras;
VI – colocar em risco a estabilidade e a integridade das propriedades vizi-
nhas e das áreas públicas;
VII – deixar de desocupar ou recuperar a área pública após o término da obra;
VIII – deixar de providenciar os cuidados obrigatórios impostos para a in-
tervenção em áreas públicas;
IX – deixar de respeitar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Cons-
trução Civil;
X – poluir ou assorear cursos d’água e sistemas de drenagem públicos;
XI – erodir logradouros e terrenos vizinhos por falta de rede de drenagem
no canteiro de obras;
XII – deixar de garantir a acessibilidade universal em todos os acessos à
edificação;

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XIII – deixar que materiais de construção e resíduos provenientes de es-


cavação ou movimentação de terra escorram para logradouros públicos ou
rede de infraestrutura.
§ 4º São infrações gravíssimas:
I – deixar de adotar as providências determinadas pelo órgão competente
em obras e edificações com risco iminente ou abandonada;
II – executar obras ou manter edificações não passíveis de regularização,
localizadas em área pública;
III – executar obra sem acompanhamento e registro do profissional habi-
litado, exceto em habitações unifamiliares;
IV – descumprir auto de embargo, intimação demolitória e interdição;
V – apresentar documentos sabidamente falsos;
VI – deixar de providenciar o atestado de conclusão da obra.
Art. 124. Sem prejuízo das sanções penais cabíveis, o infrator se sujeita
às seguintes sanções, aplicáveis de forma isolada ou cumulativa:
I – advertência;
II – multa;
III – embargo parcial ou total da obra;
IV – interdição parcial ou total da obra;
V – intimação demolitória;
VI – apreensão de materiais, equipamentos e documentos.
Art. 125. A advertência é a sanção pela qual o infrator é advertido pelo
cometimento de infração verificada em obra ou edificação e em que se esta-
belece prazo para sanar a irregularidade.
§ 1º O prazo a ser estabelecido em advertência para sanar a irregularidade
é de até 30 dias, prorrogável por iguais períodos, desde que justificadamente.
§ 2º Aplica-se a prévia advertência somente nos casos em que a irregula-
ridade é passível de regularização.
Art. 126. As multas são aplicadas com base nos seguintes valores de re-
ferência:

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I - infração leve: R$ 374,87; (Inciso Alterado(a) pelo(a) Ato Declaratório


65 de 03/01/2022)
II - infração média: R$ 1.249,59; (Inciso Alterado(a) pelo(a) Ato Declara-
tório 65 de 03/01/2022)
III – infração grave: R$ 2.499,18; (Inciso Alterado(a) pelo(a) Ato Decla-
ratório 65 de 03/01/2022)
IV – infração gravíssima: R$ 6.247,96. (Inciso Alterado(a) pelo(a) Ato De-
claratório 65 de 03/01/2022)
Parágrafo único. O valor da multa é reduzido em 50% quando se tratar de
habitação unifamiliar, desde que a multa seja paga no prazo legal.
Art. 127. As multas devem ser aplicadas tomando-se por base os valores
estabelecidos no art. 126, multiplicados pelo índice k relativo à área objeto da
infração, de acordo com o seguinte:
I – k = 1, quando a área da irregularidade for de até 500 metros quadrados;
II – k = 3, quando a área da irregularidade for de 500 metros quadrados
até 1.000 metros quadrados;
III – k = 5, quando a área da irregularidade for de 1.000 metros quadra-
dos até 5.000 metros quadrados;
IV – k = 10, quando a área da irregularidade for acima de 5.000 metros
quadrados.
Art. 128. No caso de reincidência ou de infração continuada, as multas
são aplicadas de forma cumulativa e calculadas pelo dobro do valor da última
multa aplicada.
§ 1º Verifica-se a reincidência quando o infrator comete a mesma infração
nos 12 meses seguintes após a decisão definitiva sobre a sanção aplicada.
§ 2º Verifica-se infração continuada quando o infrator descumpre os ter-
mos da advertência, do embargo, da intimação demolitória ou da interdição.
§ 3º Persistindo a infração continuada após a aplicação da primeira multa,
aplica-se nova multa:

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I – mensalmente, nos casos de descumprimento dos termos da advertên-


cia ou da intimação demolitória;
II – diariamente, nos casos de descumprimento do embargo ou da interdição.
Art. 129. Nas obras ou nas edificações tombadas individualmente em
todo o Distrito Federal, as multas são aplicadas em dobro.
Art. 130. O pagamento da multa não isenta o infrator de cumprir as obri-
gações necessárias à correção das irregularidades que deram origem à sanção.
Art. 131. O embargo da obra ou da edificação é aplicado:
I – no descumprimento da advertência, após expirado o prazo consignado
para correção das irregularidades;
II – imediatamente, quando não for passível de regularização.
Parágrafo único. Admite-se o embargo parcial, quando não acarretar ris-
cos a operários e terceiros.
Art. 132. A interdição da obra ou da edificação é aplicada:
I – em casos de descumprimento de embargo;
II – imediatamente, sempre que a obra ou a edificação apresente situação
de risco iminente a operários ou terceiros.
§ 1º Admite-se a interdição parcial quando não acarrete riscos a operários
ou terceiros.
§ 2º Em obra ou edificação interditada, total ou parcialmente, o infrator
deve ser notificado a apresentar, no prazo de até 30 dias, laudo técnico que
avalie a estabilidade da obra ou edificação.
Art. 133. A intimação demolitória é imposta quando se trate de obra ou
edificação não passível de regularização.
§ 1º O infrator é intimado a efetuar a demolição no prazo de até 30 dias.
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO).
§ 4º Em obras iniciais ou em desenvolvimento em área pública, cabe ação
de demolição imediata pelo órgão de fiscalização de atividades urbanas.

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Art. 134. A apreensão de materiais, equipamentos ou documentos pro-


venientes de construções irregulares é efetuada pela fiscalização, que deve
providenciar a respectiva remoção.
§ 1º As despesas realizadas com remoção, transporte e permanência em
depósito de materiais e equipamentos apreendidos devem ser ressarcidas ao
órgão de fiscalização.
§ 2º O infrator deve efetuar o pagamento das despesas no prazo de até 10
dias, podendo ser apresentada impugnação administrativa no mesmo prazo.
§ 3º A apresentação tempestiva de impugnação suspende o prazo para
pagamento das despesas.
§ 4º O julgamento administrativo referente à cobrança das despesas das
operações ocorre em primeira e segunda instâncias.
§ 5º A devolução de documentos, materiais e equipamentos apreendidos
condiciona-se:
I – ao pagamento das despesas de apreensão, constituídas pelos gastos
efetivamente realizados com remoção, transporte e custódia dos documen-
tos, bens e mercadorias, os quais são calculados respeitados os critérios de
proporcionalidade e individualização quando haja mais de 1 infrator;
II – à apresentação de certidão negativa emitida pelo órgão de fiscalização;
III – à comprovação de propriedade.
§ 6º A solicitação para devolução de documentos, materiais, equipamentos,
bens ou mercadorias apreendidas é feita no prazo de 30 dias, contados a partir
do primeiro dia útil subsequente à data da lavratura do auto de apreensão.
§ 7º Documentos, materiais e equipamentos apreendidos e removidos
para o depósito público não reclamados no prazo estabelecido são declarados
abandonados por ato do órgão de fiscalização a ser publicado no Diário Oficial
do Distrito Federal com especificação do tipo e da quantidade de materiais e
equipamentos.
§ 8º Os bens declarados abandonados podem ser doados, reformados,
incorporados ao patrimônio do Poder Público, alienados em leilão público,
destruídos ou inutilizados.

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§ 9º O proprietário deve arcar com o ônus decorrente do eventual pere-


cimento natural, danificação ou perda de valor de materiais e equipamentos
apreendidos, não sendo devido por parte do órgão de fiscalização nenhum
ressarcimento em razão de tais ocorrências.
Art. 135. As despesas referentes aos serviços de demolição e apreensão
são cobradas do infrator conforme tabela de preço unitário, formalizada em ato
administrativo do órgão responsável pela fiscalização, à qual se dá publicidade.
Art. 136. No caso de recusa do infrator em receber ou assinar o docu-
mento referente às sanções previstas nesta Lei, o responsável pela fiscaliza-
ção deve fazer constar a ocorrência no próprio documento.
§ 1º O responsável pela fiscalização pode requisitar às concessionárias de
serviços públicos ou aos órgãos da Administração Pública dados para a iden-
tificação do infrator.
§ 2º Estando o infrator em local incerto e não sabido, a ciência da aplica-
ção da sanção é feita por edital publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.
Art. 137. O processo administrativo referente às infrações e à aplicação
de sanções previstas nesta Lei deve ser definido no regulamento, observados,
de forma estrita, os princípios e as regras da lei geral do processo administra-
tivo adotada pelo Distrito Federal e o seguinte:
I – motivação de todos os atos administrativos;
II – comunicação formal ao infrator ou ao interessado:
a) dos autos de infração;
b) das decisões em recursos, pedidos de reconsideração e demais petições
dirigidas a órgãos e entidades públicas;
III – acesso a todas as peças dos autos, observadas as regras de sigilo;
IV – garantia do contraditório e da ampla defesa;
V – prazo razoável para impugnação, defesa, apresentação de provas e
contraprovas, bem como para a prática dos demais atos processuais;
VI – (VETADO);
VII – dever de decidir nos prazos legais;

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VIII – (VETADO).
Art. 138. O valor das multas é reduzido pela metade e os prazos previstos
neste capítulo são computados em dobro nos casos de:
I – obras e edificações cujo infrator seja o Poder Público;
II – habitações que integrem programas habitacionais de interesse social;
III – templos religiosos;
IV – edificações que abriguem associações civis desportivas;
V – estabelecimento de ensino mantido por instituição sem fins lucrativos.

CAPÍTULO VI
DAS TAXAS

Art. 139. Ficam criadas as seguintes taxas para o licenciamento de obras


iniciais ou de modificação:
I – taxa de viabilidade legal:
a) projetos com área de construção de até 70 metros quadrados: isentos;
b) projetos com área de construção entre 70 metros quadrados e 300 me-
tros quadrados: R$ 100,00;
c) projetos com área de construção maior do que 300 metros quadrados:
R$ 100,00, acrescida de R$ 0,10 por metro quadrado que exceda esse limite;
II – taxa de habilitação de projeto arquitetônico:
a) projetos com área de construção de até 70 metros quadrados: isentos;
b) projetos com área construída entre 70 metros quadrados e 300 metros
quadrados: R$ 150,00;
c) projetos com área construída maior do que 300 metros quadrados: R$
150,00, acrescida de R$ 0,15 por metro quadrado que exceda esse limite;
III – taxa de emissão de alvará de construção ou de licença específica:
a) projetos com área de construção de até 70 metros quadrados: isentos;
b) projetos com área construída entre 70 metros quadrados e 300 metros
quadrados: R$ 200,00;

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c) projetos com área construída maior do que 300 metros quadrados: R$


200,00, acrescida de R$ 0,20 por metro quadrado que exceda esse limite;
IV – taxa de retificação da licença para execução de obra, seja alvará de
construção ou licença específica, e do atestado de conclusão:
a) projetos com área de construção de até 70 metros quadrados: isentos;
b) projetos com área de construção entre 70 metros quadrados e 300 me-
tros quadrados: R$ 100,00;
c) projetos com área de construção maior do que 300 metros quadrados:
R$ 100,00, acrescida de R$ 0,10 por metro quadrado que exceda esse limite;
V – taxa de emissão de carta de habite-se ou do atestado de conclusão:
R$ 250,00;
VI – taxa de certidão de demarcação, verificação de alinhamento e cota
de soleira da edificação:
a) projetos com área de construção de até 70 metros quadrados: isentos;
b) projetos com área de construção entre 70 metros quadrados e 300 me-
tros quadrados: R$ 100,00;
c) projetos com área de construção maior do que 300 metros quadrados:
R$ 250,00.
§ 1º Ficam isentas da taxa de licenciamento de obras e edificações as habi-
tações unifamiliares localizadas em Áreas de Regularização de Interesse Social
- ARIS ou que sejam oriundas de programas habitacionais de interesse social.
§ 2º No caso da habilitação de projetos em etapas concomitantes, é dis-
pensada a taxa de viabilidade legal.
§ 3º O pagamento das taxas citadas neste artigo não dispensa o paga-
mento das demais taxas existentes.
§ 4º Os órgãos e as entidades do Governo do Distrito Federal são isentos
das taxas previstas neste artigo.
§ 5º Fica isento das taxas referidas neste artigo o licenciamento de obras
e edificações das unidades residenciais unifamiliares cuja área construída não
ultrapasse 120 metros quadrados ou cuja área objeto de reforma não ultra-
passe 50 metros quadrados.

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CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 140. Os prazos relativos aos procedimentos de licenciamento de


obras e edificações são contados em dias úteis a partir do primeiro dia útil
subsequente à data do respectivo protocolo.
Art. 141. Os profissionais que incorram nas infrações previstas nesta Lei
são sujeitos à representação junto aos respectivos conselhos profissionais,
sem prejuízo das sanções administrativas, civis e penais cabíveis.
Art. 142. Os valores previstos nesta Lei devem ser atualizados anualmen-
te pelo mesmo índice que atualize os valores expressos em moeda corrente
na legislação do Distrito Federal.
Parágrafo único. O não pagamento dos valores referentes a taxas, multas
e serviços é inscrito em dívida ativa.
Art. 143. As áreas de gestão específica são as listadas no regulamento.
Art. 144. As disposições deste capítulo relativas à Lei de Uso e Ocupação
do Solo - LUOS e ao Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília
- PPCUB, perdem a validade a partir da vigência dessas leis.
Art. 145. Para fins do cálculo da área computável e do número de vagas
de veículos exigido, aplica-se o disposto nesta Lei e no seu regulamento, em
detrimento de qualquer outra previsão legislativa. (Legislação correlata - Lei
Complementar n. 948 de 16/01/2019)
Art. 146. Instalações técnicas, reservatórios de água e casas de máqui-
nas podem situar-se acima da cota de coroamento ou da altura máxima per-
mitida para a edificação, quando a legislação de uso e ocupação do solo seja
omissa. (Legislação correlata - Lei Complementar n. 948 de 16/01/2019)
Parágrafo único. É permitida altura de até 3,5 metros em relação à face
superior da laje de cobertura do último pavimento para os elementos de que
trata o caput.

100
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Art. 147. O número de pavimentes deve ser contabilizado a partir do pa-


vimento térreo, salvo quando a legislação de uso e ocupação do solo disponha
em contrário.
Art. 148. As galerias obrigatórias voltadas para logradouro público pre-
vistas na legislação de uso e ocupação do solo não são computadas para fins
do cálculo do coeficiente de aproveitamento ou taxa máxima de construção.
Art. 149. Os pilotis de habitações multifamiliares em projeções localiza-
das no Conjunto Urbanístico de Brasília - CUB não podem ser cercados, salvo
nos trechos onde a diferença de nível entre a soleira do edifício e o logradouro
público seja maior ou igual a 60 centímetros.
Parágrafo único. O elemento de proteção deve apresentar, no mínimo,
75% de permeabilidade ou transparência visual e ter altura máxima de 110
centímetros, garantida a acessibilidade e a circulação de pedestres.
Art. 150. Os projetos arquitetônicos de obra inicial, de modificação com
acréscimo de área ou de alteração de fachada dos edifícios e monumentos
que integram a Zona Cívico-Administrativa do CUB devem ser apreciados pe-
los órgãos de proteção ao patrimônio e pelo CONPLAN.
§ 1º A Zona Cívico-Administrativa do CUB compreende:
I – Setor Palácio Presidencial - SPP;
II – Área Verde de Proteção e Reserva - AVPR;
III – Praça dos Três Poderes - PTP;
IV – Esplanada dos Ministérios - EMI;
V – Setor Cultural Norte e Setor Cultural Sul - SCTN e SCTS;
VI – Plataforma da Rodoviária - PFR;
VII – Esplanada da Torre - ETO;
VIII – Setor de Divulgação Cultural - SDC;
IX – Praça Municipal - PMU;
X – Eixo Monumental - EMO, inclusive o trecho compreendido entre a Pra-
ça Municipal - PMU e a Estrada Parque Indústria e Abastecimento - EPIA.

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§ 2º O órgão gestor de planejamento urbano e territorial deve proceder à


análise do projeto arquitetônico no que se refere às questões urbanísticas, de
acessibilidade e de segurança estabelecidas nesta Lei.
§ 3º Após análise, o projeto deve ser encaminhado para anuência dos órgãos
de proteção ao patrimônio e, posteriormente, ao CONPLAN para aprovação.
Art. 151. As edificações ou as partes de edificações sem licenciamen-
to são passíveis de regularização edilícia mediante procedimento específico,
desde que:
I – atendam aos parâmetros urbanísticos vigentes;
II – o parcelamento do solo esteja registrado em cartório;
III – apresentem documento de propriedade reconhecido pelo Poder Público.
§ 1º O procedimento específico de regularização edilícia dispensa a fase
de licença de obras e é iniciado conforme regulamento.
§ 2º As edificações situadas em áreas regulares não contempladas por
esta Lei são passíveis de regularização por meio do instrumento de compen-
sação urbanística.
Art. 152. Para a regularização edilícia de habitações unifamiliares situa-
das em ARIS é suficiente a apresentação de laudo técnico que comprove a
estabilidade da edificação e a inexistência de risco, dispensada a apresenta-
ção do projeto arquitetônico, desde que possuam documento de propriedade
reconhecido pelo Poder Público.
Parágrafo único. O laudo técnico pode ser elaborado por responsável téc-
nico ou pelo órgão executor da política habitacional, na forma prevista em
programas habitacionais.
Art. 153. A regularização das edificações concluídas e ocupadas até a
publicação desta Lei, em unidades imobiliárias para as quais não havia norma
de uso e ocupação do solo à época da construção, ocorre por meio de carta
de habite-se de regularização, condicionada à entrega de:
I – título ou documento que comprove a propriedade do imóvel;
II – comprovante de uso e ocupação do imóvel;

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III – projeto arquitetônico, conforme construído, acompanhado do respec-


tivo documento de responsabilidade técnica;
IV – laudo técnico que confirme a segurança e a estabilidade da edifica-
ção, acompanhado do respectivo documento de responsabilidade técnica;
V – laudo técnico que ateste a conformidade da edificação com as con-
dições de segurança e proteção contra incêndio e pânico, acompanhado do
respectivo documento de responsabilidade técnica.
§ 1º (VETADO).
§ 2º Imóveis sem a devida regularização fundiária são objeto de legislação
específica.
Art. 154. Os projetos aprovados e as obras com licenciamento válido até
a publicação desta Lei regem-se pela legislação em vigor à época do respec-
tivo ato administrativo.
Art. 155. O requerimento protocolado até a data do início da vigência
desta Lei deve ser analisado de acordo com os requisitos técnicos da legisla-
ção anterior.
Parágrafo único. No interesse do proprietário, o processo de licenciamento
pode ocorrer nos termos desta Lei, caso em que o interessado deve desistir
da solicitação em aberto, protocolar novo pedido e recolher as taxas devidas.
Art. 156. Os projetos protocolados em até 120 dias, contados a partir da
publicação do regulamento desta Lei, podem ser analisados com base no Có-
digo de Edificações anterior, a pedido do proprietário.
Parágrafo único. O requerimento específico para a formalização da opção
tratada no caput deve ser anexado ao respectivo processo administrativo e
assinado pelo interessado.
Art. 157. Os alvarás de construção e as licenças de obras emitidos na
vigência da lei anterior continuam válidos pelo prazo indicado no respectivo
instrumento e renováveis, a pedido do interessado, uma única vez, pelo perí-
odo de 4 anos, mantidos os parâmetros da época de sua emissão.

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Art. 158. Vistorias ou auditorias feitas para a certificação da conclusão


das obras são efetuadas nos termos previstos nesta Lei, a partir de sua vi-
gência, independentemente do rito adotado nos processos de habilitação e de
licenciamento de obras.
Art. 159. Os temas objeto desta Lei prevalecem sobre os dispositivos
constantes em legislação específica anterior à vigência desta Lei.
Art. 160. O Poder Executivo deve regulamentar esta Lei no prazo máximo
de 60 dias.
Art. 161. Esta Lei entra em vigor 60 dias após a sua publicação, observado,
no que se refere às taxas, o art. 128, III, da Lei Orgânica do Distrito Federal.
Art. 162. Revogam-se as disposições em contrário, em especial:
I - a Lei n. 1.172, de 24 de julho de 1996;
II - a Lei n. 1.861, de 15 de janeiro de 1998;
III – a Lei n. 2.105, de 8 de outubro de 1998;
IV – a Lei n. 2.516, de 31 de dezembro de 1999;
V – a Lei n. 3.419, de 4 de agosto de 2004;
VI – a Lei n. 3.919, de 19 de dezembro de 2006;
VII – a Lei n. 4.115, de 7 de abril de 2008;
VIII - o art. 35 da Lei n. 4.704, de 20 de dezembro de 2011; (Inciso alte-
rado(a) pelo(a) Lei n. 6145 de 12/06/2018)
IX - a Lei n. 5.646, de 22 de março de 2016;
X – a Lei n. 6.088, de 1º de fevereiro de 2018;
XI – a Lei n. 6.107, de 2 de fevereiro de 2018.

Brasília, 26 de abril de 2018 130º da República e 59º de Brasília

RODRIGO ROLLEMBERG

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ANEXO ÚNICO GLOSSÁRIO


Acessibilidade - Condição para utilização dos espaços públicos, do mobili-
ário e dos equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte
e dos dispositivos, dos sistemas e dos meios de comunicação e informação,
por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, de forma segura e
com autonomia total ou assistida.
Acesso - Chegada, entrada, aproximação, trânsito ou passagem. Em edi-
ficações, significa o modo pelo qual se chega a um lugar ou se passa de um
local a outro, ou seja, do exterior para o interior ou de um pavimento para
outro. Em espaços urbanos, é uma via de comunicação.
Afastamento - Distância mínima, determinada pela legislação em vigor,
entre duas edificações ou entre a edificação e os limites da frente, laterais ou
de fundos, do lote ou do terreno sobre o qual foi ou está sendo edificada.
Agricultura urbana - Agricultura praticada em cidade ou metrópole, culti-
vando, produzindo, criando, processando e distribuindo diversidade de pro-
dutos alimentares e não alimentares, utilizando os recursos humanos e ma-
teriais, produtos e serviços encontrados dentro ou em redor da área urbana.
Alinhamento - Linha imaginária que define a delimitação do conjunto ou
da sequência de terrenos e divide o espaço ocupado pela área privativa e o
logradouro público, em geral situada na divisa da frente ou de acesso ao in-
terior do lote ou da projeção.
Altura máxima - Altura medida entre a cota de soleira e o ponto mais alto
do telhado ou da platibanda quando a norma urbanística permitir a exclusão
das áreas técnicas em cobertura, ou até o último elemento edificado quando
a norma urbanística assim determinar.
Ambiente - Espaço arquitetônico relacionado a uma ou mais funções.
Anteprojeto - Etapa do projeto arquitetônico representada com os elemen-
tos edilícios definidores dos espaços internos e externos, com leiautes, indica-
ção dos cômodos, cotas dos elementos bastantes para determinar tamanho e
altura dos cômodos, aberturas de portas e esquadrias em suas paredes, com

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definição dos equipamentos ou elementos de circulação horizontal e vertical,


nomenclaturas, definições básicas de sistemas e elementos construtivos, no-
tas técnicas, comumente representado em escala 1:50 a 1:200 a depender
da relação entre edificação e tamanho máximo da prancha de desenho.
Área útil - Área efetivamente utilizada. Nos compartimentos, é a resultan-
te do cálculo da área do piso interno.
Áreas de gestão específica - Aquelas sujeitas a regramentos específicos
de uso e ocupação do solo, conforme aprovado pelo órgão gestor de plane-
jamento urbano e territorial e indicadas na Lei de Uso e Ocupação do Solo -
LUOS e no Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília - PPCUB.
Áreas de uso comum - Áreas de acesso e uso coletivo no interior do lote,
da projeção ou da edificação.
Atestado de viabilidade legal - Documento que atesta a possibilidade da
habilitação dentro dos parâmetros definidos no memorial descritivo e que
indica as demais fases necessárias para habilitação de projeto arquitetônico.
Brise - Quebra-sol. Elemento de proteção de fachadas, utilizado para im-
pedir a incidência direta da radiação solar no interior do edifício, sem impedir
a ventilação.
Calçadas - Largura entre os limites de lote ou projeção e a via pública mais
próxima, incluindo passeios, áreas verdes e de paisagismo, mobiliário urbano
e redes de infraestrutura.
Carta de Habite-se de Regularização - Documento equivalente à Carta de
Habite-se, utilizado somente nos casos especificados nesta Lei.
Certidão de parâmetros urbanísticos - Documento que relaciona as nor-
mas de uso, de ocupação e edilícias relativas a unidade imobiliária, como di-
retriz de orientação para a elaboração de projetos arquitetônicos.
Compartimentos - Locais utilizados para pelo menos 1 das seguintes fun-
ções: repouso, estar ou lazer, preparo ou consumo de alimentos, trabalho,
ensino ou estudo, reunião ou recreação, prática de esporte ou exercício físico,
tratamento ou recuperação de saúde, serviços de lavagem e limpeza.
Controle urbano - Monitoramento do cumprimento dos requisitos legais
de ordenamento, uso, parcelamento e ocupação do solo, bem como atos e

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procedimentos administrativos de licenciamento de obras e edificações e ati-


vidades econômicas.
Cota de coroamento - Ponto mais alto da edificação definido pela legisla-
ção de uso e ocupação do solo específica para o lote ou a projeção.
Cota de soleira - Referência altimétrica a partir da qual se mede a altura
máxima da edificação. Demolição - Processo utilizado na construção civil que
visa à derrubada controlada de obra ou edificação.
Desenho universal - Concepção de produtos, ambientes, programas e ser-
viços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação
ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistida.
Documento público de titularidade - Escritura pública, concessões públicas
ou equivalente que tenha fé pública e permita a comprovação do direito de
posse, de concessão pública ou de propriedade.
Edificação - Construção destinada a abrigar qualquer atividade humana,
materiais ou equipamentos.
Edificação abandonada - Aquela sem sinal de uso, sem manutenção das
condições de salubridade e segurança, cujo proprietário não esteja contatável
por mais de 180 dias.
Estande de venda - Construção não residencial licenciada por tempo de-
terminado que utiliza materiais construtivos adequados à finalidade proposta,
com características transitórias e de fácil remoção; é vinculado a pelo menos
uma obra em execução.
Estudo de acessibilidade - Estudo contendo as rotas acessíveis da edifica-
ção, o detalhamento dos banheiros e dos sanitários acessíveis localizados em
áreas abertas ao público ou em áreas de uso comum da edificação e o leiaute
da unidade imobiliária que demonstre a possibilidade da adequação ao dese-
nho universal.
Estudo preliminar - Etapa do projeto destinada à concepção e à represen-
tação das informações técnicas iniciais e aproximadas, necessário à compre-
ensão da configuração da edificação, podendo incluir soluções alternativas.

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Faixa de segurança - Espaço situado em área pública, associado ao can-


teiro de obras ou a obras de urbanização, com sinalização e equipamentos
adequados para viabilizar o trânsito de pedestres em condições adequadas
de segurança.
Habilitação de projeto - Ato administrativo do Poder Executivo que consi-
dera o projeto apto para licenciamento de execução da obra pretendida com
as devidas anuências e documentos necessários e suficientes, após análise e
eventual cumprimento de exigências ou alterações.
Habitação - Uso residencial permitido para o lote, assim caracterizado pela
legislação de uso e ocupação do solo.
Instrumento urbanístico - Conjunto de ações legalmente autorizadas ao Po-
der Executivo para intervir nos processos e na produção do espaço urbano, por
meio de regulação, controle e direcionamento do uso e da ocupação do solo.
Marquise - Pequena cobertura, apoiada ou em balanço, que tem por obje-
tivo proteger o acesso a edifícios. Em geral, se projeta na fachada do prédio
por sobre a área pública.
Mezanino - Piso intermediário encaixado entre o piso e o teto de um com-
partimento, em ambientes com pé- direito duplo, aberto, com acesso interno
e vinculado ao ambiente principal, com área máxima de 50% da área do am-
biente ao qual se vincula.
Movimento de terra - Conjunto de operações de escavações, nivelamento,
carga, transporte, descarga, compactação e acabamento executados a fim de
passar-se de um terreno em seu estado natural para nova configuração desejada.
Normas técnicas brasileiras - Aquelas exaradas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas - ABNT em documento estabelecido por consenso em
processo técnico participativo, que fornece regras, diretrizes ou característi-
cas mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de
grau ótimo de ordenação em dado contexto.
Numeração predial - Definição da sequência numérica lógica e compre-
ensível das unidades imobiliárias seguindo parâmetros gerais exarados pelo
órgão gestor de planejamento urbano e territorial.

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Obras - Edifício em construção, reparação ou remodelação.


Obra abandonada - Obra paralisada sem conservação ou sem a devida comu-
nicação pelo responsável técnico ou pelo proprietário ao órgão de fiscalização.
Obra ou edificação passíveis de regularização - Aquela executada sem li-
cenciamento ou em desacordo com ele, que tenha condições de se adequar à
legislação edilícia, ambiental e de uso e ocupação do solo ou aos parâmetros
de regularização fundiária estabelecidos pelo poder público.
Pallet - Plataforma móvel de veículos para otimização de espaço destinado
a vaga de garagem, no sentido horizontal ou vertical.
Parcelamento - Divisão de uma área de terreno em porções autônomas,
sob a forma de desmembramento ou loteamento.
Pavimento - Espaço da edificação, fechado ou vazado, compreendido entre
os planos de 2 pisos sucessivos ou entre o piso e a cobertura respectiva.
Pavimento térreo - Aquele definido pelo projeto arquitetônico.
Pé-direito - Medida vertical de um pavimento da edificação, do piso ao teto
acabado ou do piso ao forro.
Pilotis - Pavimento livre situado no nível do solo que sustenta o edifício por
meio de pilares, permitindo maior integração entre os espaços público e privativo.
Platibanda - Moldura contínua, mais larga do que saliente, que contorna
uma construção acima da laje, formando proteção ou camuflagem do telhado.
Projeção - Unidade imobiliária peculiar do Distrito Federal que constitui
parcela autônoma de parcelamento caracterizada por possuir, no mínimo, 3
divisas voltadas para área pública e taxa de ocupação de 100% de sua área.
Projeto aprovado - Projeto arquitetônico analisado pelo Poder Executivo,
nos moldes previstos pela legislação anterior, considerado apto ao licencia-
mento de obras. Equivale ao projeto habilitado.
Projeto arquitetônico ou projeto de arquitetura - Representação gráfica de
uma atividade técnica de criação, pela qual é concebida uma edificação. Tem
características autorais e autonomia disciplinar. Necessariamente precede a
execução de uma obra civil.

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Projeto arquitetônico de modificação - Define a alteração de uma edifica-


ção já existente. Pode ser aplicado apenas ao ambiente interno da edificação
ou prever o acréscimo ou o decréscimo da área construída.
Projetos complementares - Projetos elaborados a partir do projeto de ar-
quitetura que viabilizam a execução das obras e a segurança da edificação.
Projeto habilitado - Projeto arquitetônico analisado pelo Poder Executivo nos
moldes previstos por esta Lei, considerado apto ao licenciamento da obra civil.
Proprietário - Todo aquele que possua propriedade, título de posse, cessão
ou procuração ou exerça mandato eletivo diretivo de organizações coletivas
de gestão de imóveis condominiais ou de entidades proprietárias de bem imó-
vel. Também considerado como o titular do direito de construir.
Requalificação - Remodelação, modernização ou atualização da edificação,
por meio da incorporação de novas tecnologias e conceitos, normalmente
visando a valorização do imóvel, mudança de uso, aumento da vida útil, sus-
tentabilidade ambiental e eficiência operacional ou energética.
Salubridade - Condição que uma obra ou edificação deve proporcionar a
fim de garantir a saúde de seus ocupantes, por meios adequados de ventila-
ção, iluminação, conforto higrotérmico, manutenção e segurança.
Subsolo - Qualquer pavimento da edificação situado abaixo do pavimento térreo.
Unidade autônoma - Parte da edificação vinculada a uma fração ideal de
terreno e áreas de uso comum, sujeita às limitações da lei, constituída de
dependências e instalações de uso privativo e de parcela das dependências e
instalações de uso comum da edificação.
Unidade residencial - Conjunto de compartimentos ou ambientes desti-
nados a estar, repouso, preparo de alimentos, higiene pessoal e serviços de
lavagem e limpeza, de uso privativo em habitação unifamiliar ou multifamiliar.

Este texto não substitui o publicado no DODF n. 81 de 27/04/2018 p. 1, col. 1

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DECRETO N. 43.056, DE 03 DE MARÇO DE 2022


Regulamenta a Lei n. 6.138, de 26 de abril de 2018, que dispõe sobre o Código
de Edificações do Distrito Federal - COE/DF, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe


são conferidas pelos incisos VII e XXVI, do art. 100 da Lei Orgânica do Distrito
Federal, as disposições contidas na Lei Distrital n. 6.138, de 26 de abril de
2018 e considerando o que consta do processo n. 00390-00008638/2021-67,
DECRETA:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei n. 6.138, de 26 de abril de 2018,


que dispõe sobre o Código de Obras e Edificações do Distrito Federal - COE.
Art. 2º As definições constantes neste Decreto estão listadas no Anexo
I - Glossário e complementam aquelas dispostas na Lei n. 6.138, de 2018.
Art. 3º As Normas Técnicas Brasileiras da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT NBR que devem ser aplicadas são as constantes no Anexo II.
§ 1º Os projetos de arquitetura em trâmite nos órgãos e entidades do Dis-
trito Federal devem ser analisados tendo por fundamento a versão da norma
técnica brasileira da ABNT vigente à época do protocolo do requerimento de
aprovação ou habilitação.
§ 2º A vistoria da obra que afere os parâmetros de acessibilidade para fins
da emissão do certificado de conclusão de obras deve ser feita com base na
versão da norma técnica brasileira da ABNT constante do projeto aprovado
ou habilitado.
§ 3º Na hipótese de alteração das normas técnicas da ABNT, fica faculta-
do ao autor do projeto de arquitetura em trâmite nos órgãos e entidades do
Distrito Federal optar formalmente pela aplicação da nova norma, no prazo de
até 120 dias contados da alteração.

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CAPÍTULO II
DA COMISSÃO PERMANENTE DE MONITORAMENTO DO CÓDIGO
DE OBRAS E EDIFICAÇÕES

Art. 4º A Comissão Permanente de Monitoramento do Código de Obras


e Edificações - CPCOE pode emitir súmulas administrativas, a fim de dirimir
dúvidas acerca da aplicação das normas edilícias e dos procedimentos rela-
cionados à Lei n. 6.138, de 2018 e a este Decreto regulamentador.
§ 1º As súmulas podem ter caráter vinculante.
§ 2º As súmulas devem ser publicadas no Diário Oficial do Distrito Federal
e no sítio oficial do órgão gestor de planejamento urbano e territorial.
§ 3º As súmulas podem ser revisadas mediante processo administrativo,
vedada a aplicação retroativa do novo entendimento.
§ 4º São legitimados para propor revisão das súmulas:
I – o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal -
CONPLAN;
II – o órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações; e/ou
III – o coordenador ou qualquer membro da CPCOE.
Art. 5º A apresentação de recurso à CPCOE enseja a imediata remessa
do processo ao Coordenador, para o exercício do juízo de admissibilidade na
forma do Regimento Interno.

CAPÍTULO III
DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

Art. 6º Constatados indícios de irregularidades no processo de licencia-


mento de obras e edificações, cabe aos titulares dos órgãos ou das entidades
do Poder Executivo comunicar ao respectivo conselho profissional dos respon-
sáveis técnicos.
Art. 7º O Plano de Manutenção da Edificação de órgãos públicos deve ser ela-
borado por cada órgão ou entidade e publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.

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Art. 8º As edificações não licenciadas a que se referem a alínea b, inciso


I, do art. 13, da Lei n. 6.138, de 2018 são aquelas que não obtiveram licen-
ciamento no todo ou na parte.
§ 1º São consideradas não licenciadas no todo as obras:
I – iniciadas sem o devido licenciamento de obras e edificações; ou
II – em processo de licenciamento e que não tenham obtido carta de ha-
bite-se ou atestado de conclusão.
§ 2º São consideradas não licenciadas na parte as edificações com carta
de habite-se ou atestado de conclusão que contenha modificação sem o devi-
do licenciamento de obras e edificações.
Art. 9º O responsável pela fiscalização tem o poder de polícia administra-
tiva para fiscalizar, vistoriar, auditar, advertir, autuar, embargar, interditar e
demolir obras e edificações, e apreender materiais, equipamentos, documen-
tos, ferramentas e quaisquer meios de produção utilizados em construções
irregulares, ou que constituam prova material de irregularidade.
Art. 10. Cabe ao responsável pela fiscalização, sem prejuízo de outras
atribuições específicas:
I – exercer o poder de polícia administrativa para o cumprimento do dis-
posto na Lei n. 6.138, de 2018 e neste Decreto, observadas as suas atribui-
ções legais;
II – realizar vistorias em obras;
III – realizar vistorias em edificações não licenciadas;
IV – realizar vistorias em edificações paralisadas, abandonadas ou que
apresentem risco iminente;
V – solicitar a documentação do licenciamento de obras e de edificações
públicas ou privadas;
VI – verificar se a obra está sendo executada conforme o projeto habili-
tado ou depositado, no que tange aos parâmetros urbanísticos e de acessibi-
lidade das áreas comuns e do espaço público contíguo ao lote ou à projeção
analisados no referido projeto;

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VII – realizar vistoria para emissão de certificação de conclusão de obras;


VIII – realizar auditoria em obras e edificações;
IX – solicitar, para efeito de esclarecimento técnico, em qualquer etapa da
execução da obra, a apresentação dos projetos habilitados e/ou depositados,
complementares e suas alterações, bem como convocar o autor do projeto e
o responsável técnico;
X – atender a solicitação de vistoria da obra, desde que previamente agen-
dada pelo proprietário, junto ao órgão de fiscalização de atividades urbanas;
XI – exigir o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e
verificar seu atendimento;
XII – solicitar ao proprietário perícia técnica elaborada por profissional ha-
bilitado, caso sejam verificados indícios de risco iminente ou de necessidade
de prevenção de sinistros em obras ou em edificações;
XIII – acionar o órgão de coordenação do Sistema de Defesa Civil do Dis-
trito Federal quando constatar situação de risco à vida ou ao patrimônio;
XIV – aplicar sanções referentes às infrações especificadas na Lei n. 6.138,
de 2018; e XV - monitorar o cumprimento das sanções aplicadas.
Parágrafo único. O responsável pela fiscalização, no exercício de suas fun-
ções, tem acesso a qualquer obra ou edificação no Distrito Federal, na forma
da Lei n. 6.138, de 2018.

CAPÍTULO IV
DOS RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

Art. 11. Os documentos de responsabilidade técnica são:


I – o Registro de Responsabilidade Técnica - RRT, para profissionais regis-
trados no Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU;
II – a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, para profissionais re-
gistrados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - Crea; e
III – o Termo de Responsabilidade Técnica – TRT, para profissionais regis-
trados no Conselho Federal ou Regional dos Técnicos Agrícolas ou Conselho
Federal ou Regional dos Técnicos Industriais.

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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

§ 1º Caso haja mais de um responsável técnico, todos devem apresentar


o documento de responsabilidade técnica.
§ 2º O responsável técnico pela obra deve comunicar ao órgão de fiscaliza-
ção de atividades urbanas qualquer paralisação da obra que ultrapasse 30 dias.

CAPÍTULO V
DAS OBRAS

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 12. Toda solicitação ao órgão responsável pelo licenciamento de obras


e edificações deve ser feita por meio de requerimento, enviado juntamente
com a documentação exigida para as respectivas fases ou etapas.
Parágrafo único. O prosseguimento do processo está condicionado à en-
trega de toda a documentação exigida.
Art. 13. O licenciamento de obras e edificações é iniciado com a fase de
habilitação de projeto arquitetônico e finalizado com a certificação da conclu-
são de obras, à exceção das hipóteses de rito simplificado previstos na Lei n.
6.138, de 2018 e neste Decreto regulamentador.
§ 1º São dispensadas de licenciamento as obras citadas no art. 23 da Lei
n. 6.138, de 2018.
§ 2º São dispensados da fase de habilitação os projetos de modificação
sem alteração de área citados no art. 24 da Lei n. 6.138, de 2018.
§ 3º A dispensa do processo de licenciamento prevista no, inciso XII, do
art. 23, do Código de Obras, aplica-se às modificações em unidades residen-
ciais privativas das edificações multifamiliares.
Art. 14. Para fins de licenciamento de obras e edificações, a fração de
condomínio resultante de plano de ocupação aprovado conforme previsto na
legislação de uso e ocupação do solo que seja destinada à habitação unifa-
miliar e que se constitua como unidade autônoma é considerada como lote.

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Parágrafo único. Deve ser constituído processo individual para o projeto de


plano de ocupação ou para Projeto Urbanístico com Diretrizes Especiais para
Unidades Autônomas - PDEU, que deve ser aprovado anteriormente à abertu-
ra dos processos individuais das unidades autônomas.
Art. 15. Para projeto arquitetônico que se desenvolva em mais de um lote
ou projeção contíguos, deve constituir- se um processo individual.
Art. 16. Em caso de lote, ou projeção, para o qual já exista processo
constituído, todas as solicitações devem ser incluídas no processo existente.
Art. 17. Para projeto arquitetônico padronizado ou para aquele que a
norma específica permitir a junção de trechos de pavimentos, pode ser cons-
tituído um único processo.
§ 1º As licenças específicas e os certificados de conclusão podem ser ex-
pedidos individualmente.
§ 2º A modificação de projeto oriunda de projeto de que trata o caput im-
plica abertura de processo individual.
§ 3º Nos casos de projetos que contemplem lotes com dimensões distin-
tas, todas as locações diferentes devem ser apresentadas, abrangendo todos
os lotes contidos na proposta.

Seção II
Da Certidão de Parâmetros Urbanísticos

Art. 18. A certidão de parâmetros urbanísticos é emitida pelo órgão ges-


tor de planejamento urbano e territorial.
§ 1º A certidão de que trata o caput deste artigo não faz parte do processo
de licenciamento de obras e edificações e possui caráter meramente informativo.
§ 2º As informações contidas na certidão de que trata o caput deste artigo
são provenientes da base de dados do Sistema de Informações Territoriais e
Urbanas do Distrito Federal - SITURB.

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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Seção III
Do Rito Especial de Licenciamento

Art. 19. O rito especial para licenciamento das obras previstas no art. 27
da Lei n. 6.138, de 2018, é aplicado nas seguintes hipóteses:
I – de interesse público, quais sejam:
a) Equipamentos Públicos Comunitários – EPC;
b) Equipamentos Públicos Urbanos – EPU;
c) obras e edificações integrantes de programas governamentais, assim
consideradas aquelas resultantes de ações afirmativas do Distrito Federal com
vistas ao atendimento direto da população e comunidades locais; e
d) obras e edificações em áreas de gestão específica.
II – destinadas a atendimento de programas habitacionais de interesse social.
Art. 20. O rito especial de que trata esta Seção é caracterizado pela:
I – dispensa de habilitação de projeto arquitetônico para as obras de inte-
resse público dispostas no inciso I do art. 19 deste Decreto; e
II – análise conjunta das etapas de estudo prévio e análise complementar,
dispensada a etapa de viabilidade legal para as obras dispostas no inciso II
do art. 19 deste Decreto.
§ 1º O projeto arquitetônico, objeto da dispensa de habilitação que trata o
inciso I deste artigo, a ser depositado para emissão da licença de obras, deve
conter a aprovação prévia pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
§ 2º No caso das obras tratadas no inciso I deste artigo, o atendimento
dos parâmetros urbanísticos e de acessibilidade vigentes é de responsabilida-
de do órgão ou entidade interessada.
§ 3º As obras objeto do rito especial referidas no caput são emitidas na
forma de alvará de construção ou licença específica, conforme o caso.
§4º O licenciamento em área de gestão específica deve seguir o disposto
no art. 76 deste Decreto.
Art. 21. Nos casos previstos no inciso I do art. 19 deste Decreto, o órgão
ou entidade interessada pode declarar a área construída de edificação com-

117
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provadamente concluída até a data da publicação da Lei n. 6.138, de 2018,


responsabilizando-se pela exatidão dos dados informados.
Art. 22. Caso a obra a ser licenciada se enquadre no inciso I do art. 19
deste Decreto seja prevista ou esteja instalada em área sem parcelamento
registrado, o licenciamento das obras deve ser precedido de manifestação fa-
vorável do órgão de planejamento urbano, a quem cabe classificar o referido
equipamento e indicar os parâmetros urbanísticos aplicáveis ao projeto.
Art. 23. O licenciamento tratado nesta Seção deve ser impulsionado pelo
órgão ou entidade que detenha título reconhecido pelo Poder Público que lhe
garanta sobre a área propriedade, posse, cessão ou concessão.
Parágrafo único. As obras previstas ou edificações instaladas em bens de
uso comum do povo constituídos como espaços livres de uso público ou áre-
as públicas são passíveis de licenciamento edilício quando em processo de
criação de unidade imobiliária para destinação específica, considerando-se a
propriedade do Distrito Federal para efeitos deste Decreto.
Art. 24. Em todos os casos previstos nesta Seção, deve ser apresentado
Termo de Responsabilidade preenchido pelo órgão solicitante com as informa-
ções constantes do modelo definido pelo órgão de licenciamento.

Seção IV
Da Habilitação de Projeto Arquitetônico

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 25. A habilitação de projeto arquitetônico de obra inicial deve ser


efetuada para lote ou projeção nas seguintes hipóteses:
I – não haja licença de obras ou certificado de conclusão válidos;
II – o interessado apresente declaração de que as obras anteriormente
licenciadas não tenham sido construídas; ou

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III – seja indicada a demolição total de obra licenciada de forma concomi-


tante à habilitação de novo projeto arquitetônico.
§ 1º A habilitação de projeto de obra inicial permanece válida até o seu
vencimento, independente da habilitação e/ou aprovação de novo projeto.
§ 2º No caso tratado no inciso III, a emissão da licença de obra inicial terá
o efeito da licença específica da demolição total da obra anterior.
Art. 26. A habilitação de projeto de modificação ocorre apenas para pro-
jetos com licença de obras ou com certificado de conclusão válidos.
Art. 27. Em caso de projeto de modificação a apresentação gráfica deve
adotar as seguintes convenções:
I – paredes a construir - hachuradas com linhas paralelas a 45º;
II – paredes a demolir - linhas tracejadas; e/ou
III – paredes a serem conservadas - linha contínua.
Parágrafo único. São dispensadas as convenções de que trata este artigo me-
diante a apresentação de croqui indicativo das demolições a serem efetuadas,
quando o número de paredes a demolir prejudique a compreensão do projeto.
Art. 28. O projeto arquitetônico de modificação sujeito à habilitação deve ser
analisado apenas na parte alterada em relação ao último projeto licenciado válido.
§ 1º O número de vagas a ser acrescido deve ser calculado em relação à
área objeto da modificação.
§ 2º Caso a modificação de que trata este artigo transforme a edificação
em Polo Gerador de Viagem - PGV ou demande a elaboração de Estudo de
Impacto de Vizinhança - EIV, a análise deve ser efetuada na totalidade.
Art. 29. Para a habilitação, é obrigatória a apresentação da seguinte do-
cumentação:
I – consulta ao órgão responsável pelo controle do espaço aéreo, quando
cabível;
II – anuência do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal - CBMDF,
exceto para habitação unifamiliar;
III – anuência do órgão gestor de planejamento urbano e territorial, para
casos de permissão e concessão em área pública; e

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IV – consulta às entidades gestoras de serviços públicos de água, esgoto e


eletricidade e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital - Novacap, quanto
às interferências de redes de infraestrutura para casos de permissão e con-
cessão em área pública.
Parágrafo único. Nos casos do inciso IV, quando houver interferência de
redes de infraestrutura, o interessado deverá fornecer, para a emissão da
licença de obras, documento da respectiva entidade gestora e/ou Novacap
que indique a possibilidade de remanejamento destas, responsabilizando-se
o proprietário pela efetiva execução das obras, se necessárias.
Art. 30. São obrigatórias, para a habilitação, conforme a destinação da
edificação, as anuências prévias das Secretarias de Estado responsáveis por:
I – saúde: para edificações que abriguem, no todo ou em parte, estabele-
cimentos Assistenciais de Saúde - EAS;
II – educação: para atividades de educação infantil e fundamental, média
de formação geral, profissionalizante ou técnica;
III – segurança pública: para penitenciárias; ou
IV – serviço social: para atividades de instituições de acolhimento de
crianças e adolescentes, centros de assistência social, instituições de longa
permanência para idosos, para pessoas com deficiência e centros de reabili-
tação de qualquer natureza.
§ 1º Para indústrias poluentes e postos de combustíveis, é exigida a anu-
ência do Instituto Brasília Ambiental - Ibram.
§ 2º Para PGV, é exigida a anuência do órgão de trânsito, conforme legis-
lação específica.
§ 3º Caso legislação específica estabeleça a necessidade de outras anuên-
cias, estas devem ser exigidas para a habilitação.
Art. 31. A solicitação de habilitação de projeto de modificação para área de
uso comum em edificação multifamiliar ou em lote sob regime de condomínio
deve ser acompanhada dos seguintes documentos registrados em cartório:
I – convenção de condomínio;

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II – ata vigente da assembleia que elegeu o síndico; e


III – ata vigente da assembleia que deliberou pela execução da obra ou
serviço.
Parágrafo único. No caso de edificação sem regime de condomínio ou ain-
da sem condomínio instituído, a solicitação deve ser acompanhada da anu-
ência de todos os proprietários ou, quando houver administração única, da
autorização da administração para a execução da obra.
Art. 32. Nos casos em que o responsável técnico seja o mesmo para todas
as etapas, fica facultada a entrega de um único documento de responsabili-
dade técnica.
Art. 33. O atendimento aos parâmetros estabelecidos nas normas técni-
cas brasileiras e nas normas técnicas locais vigentes à época do protocolo é
de responsabilidade exclusiva do autor do projeto e não é objeto de análise
na habilitação, exceto no que diz respeito à acessibilidade.
Parágrafo único. Deve ser garantida a acessibilidade para a utilização das
áreas de uso comum.
Art. 34. A habilitação de projeto arquitetônico deve ser formalizada por
meio de atestado de habilitação, conforme modelo definido pelo órgão res-
ponsável pelo licenciamento de obras e edificações.

Subseção II
Da Análise Concomitante

Art. 35. Para obras com até 2.000 metros quadrados de área total de
construção, pode ser realizada análise concomitante das etapas de viabilida-
de legal, estudo prévio e análise complementar, hipótese em que devem ser
entregues, no ato da solicitação:
I – a documentação exigida para as etapas de habilitação que o projeto
está sujeito;
II – o memorial descritivo; e
III – o anteprojeto, contendo estudo de acessibilidade.

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§ 1º A análise, ainda que concomitante, deve seguir a sequência das eta-


pas de habilitação.
§ 2º Caso as informações constantes do memorial descritivo não atendam
aos parâmetros urbanísticos, o projeto de arquitetura deve ser indeferido.
§ 3º Excetuam-se da emissão do atestado de viabilidade legal os projetos
de que trata o caput deste artigo.
§ 4º Para os projetos que são habilitados na etapa de análise complemen-
tar, não é emitido documento de formalização do deferimento da etapa de
estudo prévio.
§ 5º A análise concomitante não se aplica:
I – ao rito próprio para bens tombados; e
II - à habilitação em imóvel rural.
§ 6º Para fins da análise de que trata o caput, em caso de pendências, são
admitidas até duas notificações de exigências, sendo a primeira destinada ao
memorial descritivo.

Subseção III
Da Viabilidade Legal

Art. 36. A viabilidade legal é solicitada por meio de requerimento acom-


panhado de:
I – memorial descritivo;
II – documento público de titularidade;
III – documento de responsabilidade técnica; e
IV – comprovante de pagamento da taxa de viabilidade legal.
Art. 37. O memorial descritivo deve seguir os modelos definidos por ato pró-
prio do titular do órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações.
§ 1º No preenchimento do memorial descritivo, é obrigatório apresentar
croqui de locação, contendo a indicação dos acessos de pedestres e de veícu-
los, para subsidiar a definição da cota de soleira.

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§ 2º Quando o afastamento mínimo for definido por fórmula na legislação


de uso e ocupação do solo, devem ser incluídas a representação gráfica e a
aplicação da fórmula.
Art. 38. O memorial descritivo de obra de modificação de projeto sujeito
à habilitação deve:
I – conter o número do último alvará de construção e da última carta de
habite-se de edificações licenciadas no lote ou projeção; e
II – indicar os parâmetros anteriormente licenciados e os parâmetros pro-
postos. Parágrafo único. Apenas os parâmetros alterados são analisados.
Art. 39. O memorial deferido deve ser retificado quando:
I – as alterações não se enquadrarem em dispensa de retificação, prevista
no art. 41 deste Decreto; e/ou
II – as alterações não implicarem a necessidade de nova viabilidade.
§ 1º A retificação do memorial deve ocorrer até o final da etapa de estudo
prévio e pode ser solicitada uma única vez.
§ 2º A retificação do memorial implica nova análise deste.
§ 3º Deve ser emitido atestado de viabilidade legal de retificação, sem
pagamento de nova taxa.
Art. 40. O memorial descritivo está dispensado de retificação quando:
I – houver alteração de perímetro do projeto, desde que não extrapole o
previsto no croqui de locação do memorial;
II – a altura do projeto for inferior à informada no memorial;
III – a área total de construção e a área computável do projeto forem in-
feriores às informadas no memorial; e/ou IV - a taxa de permeabilidade ou
de área verde for superior à informada no memorial.
Art. 41. Em caso de divergência entre o estudo prévio e o memorial de-
ferido, o autor deve informar, para o prosseguimento da habilitação, a ocor-
rência de:
I – dispensa de retificação do memorial descritivo;
II – necessidade de nova viabilidade legal; ou

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III – retificação do memorial descritivo, observado o disposto no art. 39


deste Decreto.
Art. 42. Sempre que houver proposição de uso ou atividade diversa da-
quela indicada no memorial descritivo, deve haver nova viabilidade legal.
Parágrafo único. A solicitação de nova viabilidade legal implica o paga-
mento de nova taxa.
Art. 43. A conclusão desta etapa ocorre com a emissão do atestado de
viabilidade legal.

Subseção IV
Do Estudo Prévio

Art. 44. O estudo prévio é solicitado por meio de requerimento acompa-


nhado de:
I – estudo preliminar;
II – estudo de acessibilidade;
III – documento de responsabilidade técnica;
IV – comprovante de pagamento da taxa de habilitação; e V - anuências e
consultas exigidas para a habilitação.
§ 1º O documento público de titularidade deve ser entregue nesta etapa
para aqueles projetos dispensados da viabilidade legal.
§ 2º Para lotes habitacionais unifamiliares em regime de condomínio, em
que as unidades sejam resultantes de fracionamento, devem ser entregues a
convenção e a instituição de condomínio registradas em cartório e o plano de
ocupação aprovado.
§ 3º Nos casos de projetos e obras de interesse público, a propriedade será
comprovada mediante apresentação de documento que ateste a titularidade
em nome de qualquer órgão ou entidade integrante da Administração Pública
Direta ou Indireta do Distrito Federal e, quando for o caso, de qualquer docu-
mento que ateste a cessão do imóvel, a qualquer título, ao órgão ou entidade
interessada, ressalvada a hipótese prevista no art. 23, parágrafo único.

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Art. 45. Na etapa de estudo prévio, são verificadas a adequação do estudo


preliminar ao memorial descritivo deferido, a adequação do estudo de aces-
sibilidade às normas técnicas de acessibilidade e a documentação entregue.
Parágrafo único. Para os projetos dispensados da etapa de viabilidade le-
gal, são verificados os parâmetros propostos em relação à norma de uso e
ocupação do solo.
Art. 46. Nos casos em que a legislação de uso e ocupação do solo permita
elaborar plano de ocupação para habitação unifamiliar em regime de condo-
mínio, este deve ser aprovado pelo órgão responsável pelo licenciamento de
obras anteriormente à habilitação dos projetos.
Art. 47. O estudo preliminar, representação gráfica simplificada do proje-
to, deve ser apresentado em escala que permita a leitura e conter, no mínimo:
I – planta de situação com a representação:
II – do lote ou projeção hachurados;
III – das vias e lotes ou projeções confrontantes, devidamente identifica-
dos com as respectivas nomenclaturas;
IV – do entorno imediato;
V – planta de implantação com a representação:
a) dos limites do lote ou projeção com as curvas de nível com a represen-
tação da movimentação de terra, quando for o caso;
b) das vias e das calçadas lindeiras ao lote ou projeção;
c) dos lotes ou projeções vizinhos;
d) do perímetro externo da edificação a partir do logradouro público, no
que tange às calçadas e acessos;
e) da ocupação de área pública, quando houver;
f) das áreas permeáveis ou áreas verdes, quando não representadas em
plantas baixas;
g) das vagas de estacionamento numeradas internas ao lote;
h) do tratamento das divisas;
i) da urbanização do lote.

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VI – planta baixa de cada pavimento com a representação:


a) das unidades imobiliárias com ou sem indicação de paredes internas, a
critério do autor do projeto;
b) de ambientes e compartimentos localizados nas áreas de uso comum;
c) das áreas dedutíveis da área computável;
VII – planta de cobertura da edificação;
VIII – cortes longitudinal e transversal que identifiquem todos os pavi-
mentos, com a representação:
a) do perfil natural do terreno;
b) da movimentação de terra com representação de cortes e aterros,
quando houver;
c) do limite do lote;
IX – fachadas, com exceção das empenas cegas.
§ 1º O projeto deve conter, pelo menos:
I – especificação dos usos e atividades;
II – cotas gerais, parciais, de nível e de soleira;
III – marcação dos cortes gerais;
IV – indicação do norte;
V – identificação e numeração dos edifícios, das unidades imobiliárias e
das vagas;
VI – identificação dos ambientes e compartimentos da área de uso comum;
VII – indicação das áreas dedutíveis e da área computável; e VIII - repre-
sentação das áreas descobertas.
§ 2º Em caso de divergência, as cotas do projeto prevalecem sobre as
medidas do desenho em escala.
§ 3º Em caso de ausência do cadastro de topografia oficial, o interessado
deve apresentar o levantamento topográfico do terreno.
§ 4º Quando a legislação de uso e ocupação do solo tratar de especifici-
dades de projeto arquitetônico, estas devem ser apresentadas nesta etapa.

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§ 5º Nas plantas de situação e de implantação, a representação do entorno


imediato deve seguir o projeto de urbanismo ou as recomendações do órgão
competente, caso haja divergência entre a planta oficial e a situação existente.
§ 6º Em caso de divergência entre dimensões do lote constantes no proje-
to de urbanismo e registro em cartório, o projeto de arquitetura deve seguir
o disposto no registro cartorial, mediante manifestação favorável prévia do
órgão gestor de planejamento urbano e territorial.
Art. 48. Os pavimentos devem receber a nomenclatura a partir do pavi-
mento térreo da seguinte forma:
I – o pavimento abaixo do térreo é denominado subsolo;
II – o pavimento acima do térreo é denominado pavimento superior.
§ 1º Caso haja mais de um pavimento superior, a numeração deve ser
crescente, a partir do pavimento mais próximo do térreo até o mais distante.
§ 2º Caso haja mais de um subsolo, a numeração deve ser crescente, a
partir do pavimento mais próximo do térreo até o mais distante.
§ 3º Apenas um pavimento deve ser nomeado como térreo.
§ 4º O mezanino é considerado pavimento.
Art. 49. O estudo de acessibilidade deve ser apresentado em escala que
permita a leitura e conter, no mínimo:
I – a rota acessível; e
II – o leiaute de banheiros e sanitários acessíveis abertos ao público ou
localizados em áreas de uso comum da edificação.
§ 1º A rota acessível, indicada no inciso I do caput deste artigo, constitui o
trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado que conecta os ambientes internos
e externos das edificações e garante a utilização das áreas de uso comum.
§ 2º O leiaute dos banheiros e sanitários acessíveis deve conter as dimen-
sões que garantam o posicionamento das peças sanitárias e os parâmetros de
acessibilidade previstos nas normas técnicas de acessibilidade.
§ 3º O detalhamento dos banheiros e sanitários de acordo com a normas
técnicas de acessibilidade e o leiaute das unidades imobiliárias com atendi-
mento ao desenho universal devem ser entregues para depósito e não são
objeto de análise.

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Art. 50. A representação da rota acessível deve conter:


I – percursos horizontais e verticais em todos os pavimentos;
II – acesso às áreas de uso comum, às áreas abertas ao público e às uni-
dades imobiliárias;
III – interligação entre os percursos horizontais e verticais;
IV – cotas de níveis; e
V – escadas, rampas, elevadores e demais equipamentos de circulação
vertical.
§ 1º A rota acessível deve ocorrer desde as calçadas externas à projeção
ou às divisas do lote voltadas para logradouro público.
§ 2º Os deslocamentos de pedestres devem incluir, na rota acessível, ga-
ragens e estacionamentos.
§ 3º O percurso horizontal deve ser representado na planta de implanta-
ção e na planta baixa de cada pavimento.
§ 4º O percurso vertical deve ser representado nos cortes.
§ 5º Os parâmetros de acessibilidade devem estar representados nas áre-
as de uso comum.
Art. 51. A conclusão da etapa de estudo prévio ocorre por meio do defe-
rimento do estudo preliminar e do estudo de acessibilidade.
§ 1º Nos casos em que os projetos não demandem a aplicação de instru-
mentos urbanísticos, a conclusão da etapa decorre na emissão de atestado de
habilitação, condicionada ao depósito do anteprojeto.
§ 2º O anteprojeto depositado constitui documento legal, sendo de res-
ponsabilidade do autor do projeto a correspondência deste com o estudo
prévio habilitado.
§ 3º Constatada a necessidade de aplicação de Estudo Prévio de Impacto de
Vizinhança – EIV, o anteprojeto seguirá para a etapa de análise complementar.

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Subseção V
Da Análise Complementar

Art. 52. A etapa de análise complementar é obrigatória para os projetos


que sejam objeto de Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança – EIV, devendo
ser verificados os parâmetros, tanto edilícios quanto urbanísticos.
Parágrafo único. A conclusão desta etapa ocorre por meio do deferimento
do anteprojeto e da emissão do atestado de habilitação.

Subseção VI
Da Habilitação de Projeto Arquitetônico em Bens Tombados

Art. 53. Todo projeto de arquitetura em bem tombado está sujeito à ha-
bilitação.
§ 1º O autor do projeto deve indicar na etapa de viabilidade legal a con-
dição de bem tombado.
§ 2º As anuências prévias dos órgãos de proteção do patrimônio, federal e
distrital, e do CBMDF podem ser entregues no final da etapa de estudo prévio.
§ 3º A acessibilidade pode atender aos parâmetros e aos requisitos defini-
dos pelos órgãos de proteção do patrimônio.
§ 4º Quando estiver em condições de ser habilitado, o anteprojeto deve
ser encaminhado para anuência do Conselho de Planejamento Territorial e
Urbano do Distrito Federal - CONPLAN, antes da habilitação pelo órgão res-
ponsável pelo licenciamento de obras e edificações.

Subseção VII
Do Projeto Arquitetônico em Imóvel Rural

Art. 54. As obras e as edificações destinadas a atividades rurais dispen-


sadas do licenciamento são aquelas:
I – classificadas como de uso rural, pela Tabela de Classificação de Usos e
Atividades Urbanas e Rurais do Distrito Federal;

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II – de apoio às atividades listadas no inciso I; e/ou


III – destinadas à habitação unifamiliar com, no máximo, três domicílios.
§ 1º As atividades de apoio são aquelas necessárias ao desenvolvimento
da atividade principal.
§ 2º As atividades de apoio devem ocorrer no mesmo imóvel onde é de-
senvolvida a atividade de que trata o inciso I.
Art. 55. Os projetos de edificações destinadas a atividades urbanas em
imóveis rurais estão sujeitos à habilitação.
§ 1º Para os casos de habilitação de atividades urbanas em imóveis rurais,
após a emissão do atestado de habilitação, deve ser efetuado o desmem-
bramento da gleba nos termos do inciso II do art. 2º do Decreto Federal n.
62.504, de 8 de abril de 1968.
§ 2º A área rural resultante da gleba, subtraída a área desmembrada para
a atividade urbana, deve ser igual ou superior a 2 hectares.
Art. 56. O atestado de viabilidade legal corresponde à declaração que au-
toriza o desmembramento de imóvel rural de que trata a alínea “d” do art. 4º
do Decreto Federal n. 62.504, de 1968.
Art. 57. A viabilidade legal é requerida nos termos dos arts. 36 a 42 deste
Decreto, acompanhado dos seguintes documentos:
I – carta consulta ao Instituto do Meio Ambiente, acerca da necessidade
de licenciamento ambiental;
II – autorização da Secretaria de Patrimônio da União - SPU, quanto à
atividade pretendida, quando se tratar de contrato de concessão firmado em
terras da União;
III – memorial descritivo, contendo:
a) a descrição do uso;
b) as atividades a serem desenvolvidas na edificação objeto de habilitação;
c) a descrição do sistema de saneamento ambiental e do sistema de coleta
e destinação de resíduos sólidos;
d) a área total a ser construída;

130
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e) a área total a ser impermeabilizada; e


f) a via de acesso;
g) a altura da edificação;
h) o afastamento da edificação em relação ao limite da área a ser des-
membrada.
IV – planta de caracterização da área a ser desmembrada, que indique,
quando for o caso:
a) a incidência de faixa de domínio de rodovias;
b) a existência de faixa de servidão de infraestrutura de serviços públicos;
c) a edificação a ser construída;
d) as demais edificações habilitadas;
e) a área de reserva legal; e
f) as Áreas de Preservação Permanente - APP;
V – documentos que tratem da caracterização geral da gleba:
a) a retificação da poligonal do imóvel rural ou o quadro de caminhamen-
to do perímetro da poligonal da gleba, em coordenadas UTM, SICAD, datum
SIRGAS 2000, acompanhado de documento de responsabilidade técnica;
b) o quadro de caminhamento do perímetro da poligonal da gleba a ser
desmembrada, nos termos do inciso II do art. 2º do Decreto Federal n. 62.504,
de 1968, em coordenadas UTM, SICAD, datum SIRGAS 2000, acompanhado
de documento de responsabilidade técnica; e
c) a planta de situação que indique a poligonal da gleba e a poligonal da
área a ser desmembrada, relativa à construção da edificação e implementa-
ção da atividade pretendida.
Art. 58. Quando se tratar de contrato de concessão de uso firmado pelo
Distrito Federal ou pela Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap, o Plano
de Utilização da Unidade de Produção - PU, devidamente aprovado pelo órgão
competente, substitui o memorial descritivo previsto no inciso III do art. 57 e
corresponde à etapa da viabilidade legal.

131
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Parágrafo único. A documentação prevista nos demais incisos deverá ser


apresentada na etapa de estudo prévio.
Art. 59. O atestado de viabilidade legal substitui a certidão de conformi-
dade de uso e ocupação do solo previstas nas Resoluções CONAMA 237/1997
e 273/2000.
Art. 60. O estudo prévio é solicitado por meio de requerimento, acom-
panhado dos documentos exigidos no art. 44 deste Decreto e da certidão de
ônus da gleba rural, na qual conste a averbação da destinação da parcela do
imóvel rural, nos termos do Decreto n. 62.504, de 1968.
Art. 61. O estudo prévio caracteriza-se pela apresentação do anteprojeto
arquitetônico que deve observar, no que couber, os arts. 44 a 51 deste De-
creto e:
I – os critérios definidos no memorial descritivo ou no PU; e II - o estudo
de acessibilidade.
Parágrafo único. Devem ser entregues nesta etapa:
I – anuência da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do
DF - ADASA;
II – licença ambiental, caso necessária, acompanhada da cópia de sua
respectiva publicação no Diário Oficial do Distrito Federal - DODF; e
III – anuências previstas nos arts. 29 e 30 deste Decreto.
Art. 62. Os casos sujeitos à análise complementar seguem o rito definido
nos art. 52 deste Decreto.
Art. 63. A habilitação de equipamentos públicos em imóvel rural segue o
rito especial previsto no art. 20 deste Decreto.
Parágrafo único. A análise do projeto fica restrita à anuência dos órgãos
envolvidos e ao estudo de acessibilidade.

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Subseção VIII
Da Notificação de Exigência e do Indeferimento

Art. 64. O projeto arquitetônico que não atenda aos parâmetros exigidos
é objeto de emissão de:
I – notificação de exigência; ou
II – comunicado de indeferimento.
Art. 65. A notificação de exigência pode ser emitida em todas as etapas
da habilitação e deve informar os itens não atendidos no projeto em relação
à legislação pertinente.
§ 1º A notificação deve incluir a necessidade de complementação ou cor-
reção do projeto arquitetônico e/ou dos documentos.
§ 2º Após a emissão da notificação, é facultado ao interessado agendar
atendimento para dirimir dúvidas, pelos canais e formatos definidos pelo ór-
gão responsável pelo licenciamento de obras.
§ 3º Havendo necessidade, poderá haver complementação na segunda
notificação de exigências pelo órgão responsável pelo licenciamento de obras,
hipótese em que o interessado deve ser novamente comunicado.
Art. 66. O indeferimento pode ocorrer:
I – na etapa de viabilidade legal, após uma notificação de exigências, nos
casos de inadequação do memorial;
II – na etapa de estudo prévio:
a) quando o projeto não atender aos parâmetros urbanísticos indicados no
memorial;
b) nos casos dispensados da viabilidade legal, após duas notificações de
exigência, quando o projeto não atender aos parâmetros urbanísticos defini-
dos na legislação;
c) após duas notificações de exigência, caso não sejam sanadas todas as
irregularidades, exceto aquelas que dependam de consultas prévias ou anu-
ência de outros órgãos;
III – na etapa de análise complementar:

133
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a) após uma notificação, quando o projeto não corresponder ao estudo


prévio deferido;
b) após uma notificação, quando o projeto não atender aos requisitos dos
instrumentos urbanísticos;
IV – quando for verificada falsidade nas informações prestadas ou nos do-
cumentos entregues; ou
V – por inadequação da documentação.
§ 1º Na etapa de viabilidade legal poderá ser emitida uma única notifica-
ção de exigências.
§ 2º O indeferimento deve ser fundamentado pelo agente público.
§ 3º O interessado tem o prazo de 10 dias, contados da ciência do inde-
ferimento, para recorrer.
§ 4º A manutenção do indeferimento ou a ausência de recurso tempestivo
do interessado implicam arquivamento sumário do processo.
§ 5º Após o indeferimento, é facultado ao interessado agendar atendimen-
to com o analista, pelos canais e formatos definidos pelo órgão responsável
pelo licenciamento de obras.

Seção V
Do Licenciamento

Subseção I
Da Licença de Obras

Art. 67. A licença de obras é emitida na forma de:


I – alvará de construção; ou II - licença específica.
Parágrafo único. As licenças para execução de obra devem seguir o mode-
lo definido pelo órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações.

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Subseção II
Do Alvará de Construção

Art. 68. O alvará de construção é solicitado por meio de requerimento e


sua emissão está condicionada à apresentação dos seguintes documentos:
I – documento de titularidade do imóvel;
II – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas;
III – comprovante de pagamento de taxas relativas aos serviços requeridos;
IV – comprovante de pagamento de preço público previsto em legislação;
V – certificado de demarcação do lote ou projeção, para obra inicial;
VI – documento de responsabilidade técnica dos responsáveis técnicos
pela execução da obra e pelos projetos de fundações, de estruturas e com-
plementares;
VII – termo de compromisso do proprietário e do responsável pela obra de
que a área pública deve ser recuperada de acordo com o projeto de urbanis-
mo respectivo ou com as recomendações do órgão competente, nos casos de
concessão de área pública;
VIII – projeto de fundações;
IX – Termo de Responsabilidade e Cumprimento de Normas - TRCN, subs-
crito pelo proprietário e autor do projeto quando da apresentação de projeto
destinado a habitação unifamiliar de uso exclusivo, no qual declaram:
a) a inexistência de edificação não licenciada no lote; e
b) o cumprimento dos parâmetros urbanísticos e de acessibilidade das
áreas públicas lindeiras ao lote.
X – anuência do órgão responsável pelo controle do espaço aéreo, quando
cabível, nos casos de habitação unifamiliar enquadrados no art. 53-A da Lei
n. 6.138, de 2018.
§ 1º Cabe ao responsável técnico pela execução da obra verificar a ne-
cessidade de apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Cons-
trução Civil – PGRCC e, caso exigido, apresentá-lo junto ao requerimento de
licença de obra.

135
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§ 2º O alvará de construção é solicitado após a habilitação, exceto na hi-


pótese de habitação unifamiliar de uso exclusivo prevista no art. 53-A da Lei
n. 6.138, de 2018.
§ 3º O prazo para a emissão da licença de obras para habitação unifamiliar
de uso exclusivo previsto no artigo 68, VI, da Lei n. 6.138, de 2018, tem início
após a apresentação integral da documentação exigida em regulamento.
§ 4º Na hipótese de habitação unifamiliar prevista no art. 53-A da Lei
n. 6.138, de 2018, caso o lote em regime de condomínio seja resultante
de fracionamento, são exigidos, além dos documentos previstos no caput, a
convenção e a instituição de condomínio registradas em cartório e o plano de
ocupação aprovado.
§ 5º Quando da apresentação de projeto destinado a habitação unifamiliar
de uso exclusivo, o autor do projeto pode indicar a cota de soleira conforme
legislação de uso e ocupação do solo, aferida a partir da altimetria da base
cartográfica/2016 disponibilizada pelo órgão gestor do planejamento urbano
e territorial ou, a seu critério, solicitar previamente a definição da cota de
soleira pelo órgão gestor do planejamento urbano e territorial, hipótese em
que será respeitado o prazo previsto no art. 68, IV, da Lei n. 6.138, de 2018.
§ 6º Não se aplica o disposto no art. 53-A da Lei n. 6.138, de 2018, às
habitações unifamiliares de uso exclusivo nos seguintes casos:
I – edificações passíveis de habite-se de regularização, nos termos do art.
153 da Lei n. 6.138, de 2018;
II – projetos sujeitos à análise complementar;
III – projetos que visem remembramento, desmembramento ou desdo-
bro; e/ou IV - enquadrados em ritos especiais.
§ 7º Constatada falsidade ou inexatidão dos dados constantes no Termo
de Responsabilidade e Cumprimento de Normas - TRCN, proprietário, autor
do projeto e responsável pela execução da obra estarão sujeitos à responsa-
bilização pessoal, administrativa, disciplinar, civil e penal, além de multa, nos
termos do art. 123, § 2º, I, da Lei n. 6.138, de 2018.

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§ 8º O Termo de Responsabilidade e Cumprimento de Normas - TRCN


deve seguir o modelo definido pelo órgão responsável pelo licenciamento de
obras e edificações.
§ 9º Caso o órgão responsável pelo licenciamento verifique divergência
entre a área informada no requerimento e a constante no projeto arquitetô-
nico já depositado, o alvará de construção deve ser retificado:
I – de ofício, assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório, caso
a área aferida em projeto seja superior à área informada no requerimento,
sem prejuízo da complementação das taxas cabíveis; ou
II – facultativamente, a pedido do interessado, caso a área aferida em
projeto seja inferior à área informada no requerimento.
§ 10 No caso de projeto destinado a habitação unifamiliar de uso exclusi-
vo, cabe ao interessado verificar a necessidade de anuência do órgão distrital
ou federal responsável pelo tombamento.
§ 11 Caso haja documento de demarcação do lote presente no processo,
este pode ser considerado para emissão do alvará de construção, desde que
o parcelamento urbano não tenha sido alterado.

Subseção III
Da Licença Específica

Art. 69. A implantação do canteiro de obras ou do estande de vendas den-


tro dos limites do lote ou do lote vizinho, caso anuída pelo seu proprietário,
é autorizada com a emissão da licença de obras, dispensada a emissão de
licença específica.
Art. 70. A emissão de licença específica para implantação do canteiro de
obras ou do estande de vendas em área pública está condicionada à:
I – habilitação e emissão da licença de obras do projeto arquitetônico da
obra a que se vincula; e
II – anuência do órgão responsável pelo licenciamento de obras e edifica-
ções mediante a apresentação da proposta de implantação.

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§ 1º A proposta de implantação deve observar:


I – a mínima interferência nas vias, nos espaços e nos equipamentos públicos;
II – a circulação de veículos e de pedestres, conforme critérios e parâme-
tros de acessibilidade definidos nas normas técnicas brasileiras;
III – a disponibilidade de área;
IV – as limitações urbanísticas, de preservação e ambientais;
V – a segurança da edificação;
VI – o direito de vizinhança; e
VII – a integridade das redes de serviços e dos equipamentos públicos.
§ 2º Quando houver interferência de redes, as entidades gestoras de ser-
viços públicos e a Novacap devem fornecer documento que indique a dispen-
sa ou a possibilidade de remanejamento.
§ 3º A área pública deve ser recuperada de acordo com o respectivo pro-
jeto de urbanismo ou com as recomendações do órgão competente.
§ 4º Caso o canteiro de obras interfira em via pública, deve ser apresen-
tada anuência do órgão de trânsito, segundo a circunscrição da via.
§ 5º É vedada a implantação de estande de vendas que interfira em via pública.
§ 6º O estande de vendas em área pública deve estar vinculado a uma
obra situada na mesma Região Administrativa em que este se encontra.
§ 7º É dispensado de habilitação o projeto de estande de vendas ou de
canteiro de obras.
Art. 71. A licença específica para canteiro de obras ou para estande de
vendas em área pública é emitida mediante a apresentação dos seguintes
documentos:
I – anuência da implantação;
II – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas;
III – comprovante de pagamento de taxas relativas à obra vinculada;
IV – comprovante de pagamento de preço público previsto em legislação;

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V – documento de responsabilidade técnica pela obra do canteiro ou es-


tande de vendas, objeto da licença;
VI – documento de responsabilidade técnica para utilização de equipa-
mentos pesados; e
VII – termo de compromisso firmado pelo interessado, no qual conste a
obrigação de recuperar a área pública utilizada.
Parágrafo único. A licença específica de que trata o caput pode ser cance-
lada pela administração pública, mediante a devida justificativa, caso deixe
de atender ao interesse público, não cabendo qualquer indenização por parte
do Poder Público.
Art. 72. A solicitação para obter licença para demolição total ocorre me-
diante a apresentação dos seguintes documentos:
I – documento público de titularidade do imóvel;
II – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas;
III – documento de responsabilidade técnica pela demolição; e
IV – projeto do canteiro de obras, quando for o caso.
§ 1º O proprietário deve apresentar declaração contendo a área e as ca-
racterísticas da obra ou da edificação a ser demolida, quando esta não for
originalmente licenciada.
§ 2º Quando se tratar de edificação licenciada, a declaração apresentada
pelo proprietário deve indicar o objeto a demolir, que pode abranger a totali-
dade de edificações do lote ou apenas edificação independente.
§ 3º Os casos de demolição decorrentes de sanção são dispensados de
licença específica.
Art. 73. A demolição parcial que implique alteração de perímetro previa-
mente licenciado exige novo processo de licenciamento de obras e edifica-
ções, para as edificações remanescentes, que deverão atender aos respecti-
vos parâmetros urbanísticos.

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Art. 74. A obtenção de licença específica para obras de urbanização em


área pública ocorre após aprovação do projeto de urbanismo, mediante a
apresentação dos seguintes documentos:
I – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas;
II – comprovante de pagamento de preço público previsto em legislação;
III – documento de responsabilidade técnica pela execução da obra;
IV – contrato e autorização de serviço ou nota de empenho quando se
tratar de obra ou serviço contratado por órgão da administração pública; e
V – depósito dos projetos complementares para arquivamento.
§ 1º Em caso de licença para reparos em área pública, voltados para a
execução e manutenção de obras em área pública e pequenas alterações no
sistema viário, será necessária a apresentação de memorial descritivo que
contenha as descrições básicas referentes ao projeto de arquitetura e do-
cumento de responsabilidade técnica de projeto, sendo dispensada a prévia
aprovação de projeto de urbanismo.
§ 2º Caso a obra objeto da licença a que se refere o caput englobe edifi-
cação, o órgão responsável pelo planejamento urbano deverá se manifestar.
§ 3º O cumprimento das normas de acessibilidade da obra objeto da licen-
ça a que se refere o caput é de responsabilidade do autor do projeto, inclusive
quando estas englobarem edificações.
§ 4º Compete ao autor do projeto a verificação da necessidade de projeto
de urbanismo prévio para a obra de urbanização em área pública a ser licen-
ciada e, havendo projeto aprovado, pela indicação do ato de aprovação, res-
ponsabilizando-se por eventuais divergências entre a obra objeto da licença
e o projeto aprovado.
§ 5º Caso a obra a ser licenciada não dependa de projeto de urbanismo,
o seu licenciamento ocorre por meio de ordem de serviço emitida pela Admi-
nistração Regional competente.

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Art. 75. A emissão da licença específica para modificação de projeto ar-


quitetônico dispensado de habilitação, conforme art. 24 da Lei n. 6.138, de
2018, ocorre mediante a apresentação dos seguintes documentos:
I – documento público de titularidade do imóvel;
II – comprovante de pagamento de taxas relativas aos serviços requeri-
dos; e III - documento de responsabilidade técnica pela execução da obra.
§ 1º Para efeito da dispensa de que trata o caput, considera-se área cons-
truída a área constante na licença anterior.
§ 2º Em caso de obras de interesse público, o órgão ou entidade interessa-
da pode declarar a área construída de edificação comprovadamente concluída
até a data da publicação da Lei n. 6.138, de 2018, responsabilizando-se pela
exatidão dos dados informados.
§ 3º É de responsabilidade do autor do projeto o cumprimento das normas
de acessibilidade e demais dispositivos aplicáveis, assim como a obtenção e
apresentação das anuências que possam incidir sobre modificações propostas.
Art. 76. A emissão da licença específica para projeto arquitetônico em
área de gestão específica ocorre mediante a apresentação dos seguintes do-
cumentos:
I – plano de ocupação aprovado pelo órgão gestor de planejamento urba-
no e territorial;
II – anteprojeto para depósito;
III – documento de responsabilidade técnica pelo projeto e execução da obra; e
IV – declaração do autor do projeto e do gestor da área pelo cumprimento
integral dos parâmetros do plano de ocupação aprovado.

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Subseção IV
Da Regularização das Edificações

Art. 77. A solicitação de que trata o art. 151 da Lei n. 6.138, de 26 de


abril de 2018, para licenciamento de edificação ou parte desta, atendidos os
parâmetros urbanísticos, seguirá o rito de habilitação e certificação de con-
clusão de obras, sendo a primeira fase admitida mediante apresentação de:
I – escritura pública, concessões públicas ou equivalente que permita a
comprovação do direito de posse, de concessão pública ou de propriedade ou
documento de propriedade reconhecido pelo Poder Público;
II – memorial descritivo de projeto, independentemente do uso e ativida-
de pleiteados, conforme disposições constantes no art. 34 da Lei n. 6.138, de
2018, exceto para habitação unifamiliar de uso exclusivo;
III – croquis de locação para fins de habite-se da obra executada, nos
termos do art. 86, III, deste decreto ou laudo topográfico contendo, dentre
outras informações pertinentes, a cota de soleira com indicação dos critérios
para sua aferição fornecido pelo Poder Executivo ou por profissional habilitado
contratado pelo proprietário, em concordância aos critérios estabelecidos pelo
regulamento específico;
IV – documento de responsabilidade técnica de projeto;
V – anteprojeto, contendo estudo de acessibilidade;
VI – anuências e consultas aplicáveis para a fase de habilitação, quando
exigido na legislação específica;
VII – comprovante de pagamento de taxas relativas aos serviços requeridos; e
VIII – laudo técnico que ateste a segurança e estabilidade da edificação.
§ 1º A formalização da opção tratada no artigo é cabível para os casos em
que o proprietário não tenha obtido o respectivo licenciamento da edificação
ou parte desta, situada em área regular do Distrito Federal, dotada de norma-
tivos e regramentos próprios anteriores à execução da obra.
§ 2º A edificação ou parte, passível de regularização edilícia, terá seu proje-
to arquitetônico habilitado, desde que cumpra todos os parâmetros avaliados

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na fase respectiva, estando apto ao prosseguimento do rito de licenciamento


específico condicionado ao depósito do anteprojeto, para arquivamento.
§ 3º O projeto de regularização edilícia sobre o qual incida instrumentos
urbanísticos é sujeito à verificação conforme rito estabelecido para a Análise
Complementar.
§ 4º Quando da apresentação de projeto destinado à habitação unifamiliar
de uso exclusivo, o autor do projeto pode indicar a cota de soleira, conforme
legislação de uso e ocupação do solo, aferida a partir da altimetria da base
cartográfica/2016 disponibilizada pelo órgão gestor do planejamento urbano
e territorial ou, a seu critério, solicitar previamente a definição da cota de so-
leira pelo órgão gestor do planejamento urbano e territorial, hipótese em que
será respeitado o prazo previsto no art. 68, inciso IV da Lei n. 6.138, de 2018.
§ 5º Nos casos de habitação unifamiliar, o estudo de acessibilidade de que
trata o inciso V deste artigo contemplará somente as áreas do entorno ime-
diato ao lote.
Art. 78. Caso seja necessária alteração da obra executada para adequa-
ção e atendimento ao inciso I do art. 151 ou ao inciso III do art. 153, da Lei
n. 6.138, de 2018, caberá, optativamente, ao responsável técnico pela inter-
venção solicitar, anteriormente ao pedido de habilitação, o respectivo alvará
de obra de regularização condicionado à entrega de:
I – escritura pública, concessões públicas ou equivalente que permita a
comprovação do direito de posse, de concessão pública ou de propriedade;
II – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas;
III – comprovante de pagamento de taxas inerentes aos serviços reque-
ridos, em virtude da área de intervenção declarada pelo responsável técnico,
conforme disposição no inciso III do art. 139 da Lei n. 6.138, de 2018; e
IV – documento de responsabilidade técnica do responsável técnico pela
execução da obra objeto da intervenção;

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§ 1º O Alvará de Obra de Regularização tem validade de 1 (um) ano, conta-


do a partir da data de sua expedição, podendo ser renovado por igual período.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo para conclusão de obras iniciadas
sem licenciamento, hipótese em que a legalização se dará por meio do Alvará
de Obra de Regularização.
Art. 79. Aplica-se a regularização edilícia de habitações unifamiliares si-
tuadas em áreas oriundas de regularização de interesse social nos casos em
que a edificação não tenha obtido o respectivo licenciamento individual.
Parágrafo único. Para a expedição do Atestado de Habilitação de Regulari-
zação, para habitação unifamiliar situada em ARIS, é suficiente a apresenta-
ção de laudo técnico que comprove a estabilidade da edificação e a inexistên-
cia de risco, dispensada a apresentação do projeto arquitetônico, desde que
possuam documento de propriedade reconhecido pelo Poder Público.
Art. 80. A formalização da opção para licenciamento de edificação com-
provadamente construída e ocupada até 26 de abril de 2018, de que trata o
art. 153 da Lei n. 6.138, de 2018, passível de regularização edilícia, somente
será admitida após concluída a regularização fundiária respectiva.
§ 1º A data de uso e ocupação do imóvel é comprovada com a apresenta-
ção de documento público ou particular, relatório fotográfico ou similar, que
ateste a conclusão e ocupação da edificação em período anterior à publicação
da Lei n. 6.138, de 2018, e o início da obra antes do respectivo registro do
lote ou projeção em cartório de imóveis.
§ 2º O projeto arquitetônico, conforme construído, deverá conter, no mí-
nimo, representação gráfica dos elementos definidores necessários à elabora-
ção de anteprojeto, contemplando a acessibilidade de áreas comuns e áreas
públicas lindeiras ao lote ou projeção, estando apto ao prosseguimento do
rito de licenciamento específico condicionado ao depósito para arquivamento.
Art. 81. Para comprovação de segurança, estabilidade, inexistência de
risco aos moradores da circunvizinhança, transeuntes, trabalhadores e ocu-
pantes, os laudos técnicos atinentes às edificações deverão considerar as

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características técnicas construtivas, manutenção e operação existentes, bem


como indicar necessidade de formação de equipe multidisciplinar para execu-
ção dos trabalhos, abrangendo, minimamente e quando aplicável, os seguin-
tes sistemas construtivos e seus elementos:
I – estrutura, impermeabilização, instalações hidráulicas e elétricas, re-
vestimentos externos em geral, esquadrias, revestimentos internos, cobertu-
ras e telhados;
II – elevadores, climatização, exaustão mecânica, ventilação;
III – medidas de segurança contra incêndio e pânico; e
IV – medidas de prevenção às situações de risco de vida ou patrimonial.
§ 1º Compete ao responsável técnico pela elaboração dos laudos classi-
ficar eventuais anomalias e falhas existentes conforme seu grau de risco, a
partir dos elementos categorizados como aplicáveis à edificação, concluindo
pela sua conformidade.
§ 2º Os laudos técnicos de que tratam o caput e o art. 77, VIII são exi-
gidos para a regularização de edificação fundamentada no art. 151 ou 153
da Lei n. 6.138, de 2018 e devem ser elaborados conforme normas técnicas
aplicáveis.
§ 3º É dever do responsável técnico depositar os laudos técnicos de que
tratam o caput deste artigo e o laudo indicado no inciso VIII do art. 77 deste
Decreto no órgão de coordenação do Sistema de Defesa Civil e no Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal - CBMDF, exceto nos casos de habitações
unifamiliares de uso exclusivo.
§ 4º A responsabilidade pela segurança e estabilidade da execução dos proje-
tos complementares deve ser indicada nos laudos a que se referem este artigo.
Art. 82. A fase de habilitação do projeto arquitetônico de edificações ou
parte destas, para fins de regularização edilícia, será concluída quando da
emissão do respectivo Atestado de Habilitação de Regularização.
Parágrafo único. O Atestado de Habilitação de Regularização perde a vali-
dade pelo decurso do prazo de um ano, contado a partir da data de sua expe-

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dição, sem que tenha sido protocolado requerimento para emissão da Carta
de Habite-se de Regularização com a devida documentação.
Art. 83. O projeto arquitetônico de modificação, sujeito à nova habilita-
ção, que tenha obtido o licenciamento anterior a partir dos ritos de regulari-
zação edilícia deverá ser analisado exclusivamente em conformidade ao rito
de habilitação de projetos de arquitetura convencional, observados os parâ-
metros urbanísticos vigentes, sendo vedada a extensão ou alteração de usos,
aumento de altura, aumento do potencial construtivo, redução de áreas per-
meáveis e demais parâmetros urbanísticos não atendidos no projeto original,
objeto do Atestado de Habilitação de Regularização.
Art. 84. No ato da comprovação de propriedade, para qualquer moda-
lidade de regularização edilícia, caberá apresentação do registro do lote ou
projeção no cartório de imóveis respectivo, sendo obrigatória anexação de
declaração do responsável técnico e do proprietário afirmando que a edifi-
cação não está localizada em área com restrição ambiental e que não ocupa
área pública.
Parágrafo único. É exigida apresentação de autorização prévia do órgão
ambiental competente para edificação localizada em área com restrição am-
biental e autorização prévia do órgão gestor do planejamento urbano e terri-
torial para utilização de áreas públicas permitidas por regulamento específico.

Seção VI
Da Conclusão da Obra

Art. 85. A conclusão da obra é caracterizada pela emissão do certificado


de conclusão de obra, que pode se dar pela carta de habite-se ou pelo ates-
tado de conclusão.

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Subseção I
Da Carta de Habite-se

Art. 86. A carta de habite-se deve ser solicitada por meio de requerimen-
to no órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações mediante
a entrega da seguinte documentação:
I – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas.
II – entrega de projeto arquitetônico, de fundações, de estruturas e com-
plementares, conforme construídos; e
III – croquis de locação para fins de habite-se da obra executada, nos
casos de habitação unifamiliar de uso exclusivo, contendo as informações
requisitadas em modelo definido pelo órgão responsável pelo licenciamento
de obras.
§ 1º A expedição de nova carta de habite-se revoga a carta de habite-se
anterior.
§ 2º A carta de habite-se deve seguir o modelo definido pelo órgão res-
ponsável pelo licenciamento de obras e edificações.
§ 3º A carta de habite-se é emitida após a entrega da declaração de aceite
dos órgãos e entidades envolvidos no processo de licenciamento de obras e
edificações.
Art. 87. Para emissão da carta de habite-se:
I – a obra deve estar executada de acordo com o projeto arquitetônico
habilitado;
II – a edificação deve estar devidamente numerada;
III – devem ser retirados canteiro de obras, entulhos e estande de vendas
que estejam dentro do lote, em área pública ou em lote vizinho;
IV – a área pública circundante deve estar recuperada de acordo com o
projeto habilitado;
V – a calçada deve estar construída de forma a permitir a acessibilidade
do espaço urbano;

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VI – a edificação deve estar devidamente sinalizada em relação à acessi-


bilidade nas áreas comuns;
VII – os banheiros acessíveis devem estar executados de acordo com as
normas técnicas;
VIII - a edificação deve conter obra de arte instalada, nos casos previstos
na Lei n. 2.365, de 4 de maio de 1999; e
IX – deve-se manter na área de uso comum da edificação, em local visível,
placa de identificação dos responsáveis técnicos pela elaboração do projeto
arquitetônico e pela execução da obra, dispensada em habitação unifamiliar.
§ 1º Para emissão da carta de habite-se, é necessário comprovar a quita-
ção dos preços públicos devidos, de acordo com a legislação específica.
§ 2º Para emissão da carta de habite-se parcial ou em separado, o dispos-
to neste artigo restringe-se à área objeto do habite-se.
§ 3º É facultado o depósito de projeto arquitetônico com correções visan-
do ao cumprimento de exigência indicada no relatório de vistoria do órgão
responsável pela fiscalização, desde que acompanhado de declaração subscri-
ta pelo autor do projeto e pelo proprietário ratificando que:
I – há necessidade de compatibilização entre o projeto arquitetônico de-
positado e a obra executada;
II – não há prejuízo à compreensão do projeto arquitetônico;
III – não há modificação da área total construída constante no alvará de
construção vigente;
IV – estão atendidos os parâmetros urbanísticos e de acessibilidade pre-
vistos na legislação e;
V – as alterações limitam-se ao cumprimento das exigências dos itens
constantes em relatório de vistoria para habite-se.
§ 4º A ocupação irregular de área pública não relacionada diretamente
com a obra licenciada não impede a concessão do certificado de conclusão de
obra, resguardada a aplicação das demais sanções administrativas.

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§ 5º Na hipótese do §3º do art. 53 da Lei n. 6.138, de 2018, caso as in-


formações retificadas no alvará impliquem em alterações no certificado de
conclusão, este também deverá ser retificado após a conclusão da obra.
Art. 88. Os projetos de arquitetura, de estrutura e complementares con-
forme construídos entregues para fins de habite-se devem manter os parâ-
metros habilitados e atender às normas técnicas brasileiras.

Subseção II
Do Atestado de Conclusão

Art. 89. O atestado de conclusão deve ser solicitado por meio de reque-
rimento no órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações me-
diante a entrega da seguinte documentação:
I – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas; e
II – entrega de projeto arquitetônico, de fundações, de estruturas e com-
plementares, conforme construídos.
Art. 90. Para emissão do atestado de conclusão:
I – a obra deve estar executada de acordo com o projeto arquitetônico
habilitado; e
II – devem ser retirados canteiro de obras, entulhos e estande de vendas que
estejam dentro do lote, em área pública ou em lote vizinho, quando for o caso.
Parágrafo único. O atestado de conclusão é emitido após a entrega da
declaração de aceite dos órgãos e entidades envolvidos no processo de licen-
ciamento de obras e edificações.
Art. 91. O atestado de conclusão para obras de infraestrutura urbana, li-
citadas pela administração pública, ocorre por meio do termo de recebimento
definitivo da obra ou serviço, emitido pelo órgão específico.
Art. 92. Para a emissão do atestado de conclusão em áreas de gestão es-
pecífica, as obras devem estar de acordo com o respectivo plano de ocupação.

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Art. 93. Para emissão do atestado de conclusão em bens tombados indi-


vidualmente, as obras devem estar de acordo com o projeto habilitado.
Art. 94. O responsável técnico pela execução da obra deve entregar laudo
técnico para comprovar a conclusão das fundações.
Art. 95. A certificação da conclusão da obra pode ser expedida sem a
execução de pintura, revestimentos internos, portas internas e colocação de
peças fixas em banheiro, cozinha e área de serviço na unidade imobiliária au-
tônoma da edificação, desde que seja apresentado documento de concordân-
cia do proprietário da unidade autônoma, cuja existência deve ser verificada
pelo órgão de fiscalização de atividades urbanas.

Subseção III
Da Carta de Habite-se de Regularização

Art. 96. Em caso de regularização das edificações, a Carta de Habite-se


de Regularização é autorizada pelo titular do órgão gestor de planejamento
urbano e territorial.
Art. 97. A solicitação para Carta de Habite-se de Regularização deverá ser
acompanhada da apresentação dos seguintes documentos:
I – projeto de arquitetura depositado, conforme rito exclusivo aos casos
admitidos na regularização edilícia, acompanhado do Atestado de Habilitação
de Regularização;
II – relatório de Vistoria para Regularização, sem exigências, do órgão de
fiscalização de atividades urbanas, atestando o cumprimento dos incisos II,
III, IV, do art. 163 deste Decreto, bem como conformidade da obra executada
com o projeto de arquitetura habilitado ou depositado e com os parâmetros de
acessibilidade das áreas comuns e áreas públicas lindeiras ao lote ou projeção;
III – comprovante de nada consta do órgão de fiscalização de atividades
urbanas; e
IV - apresentação do Termo de Admissibilidade de Regularização – TAR,
previsto na Lei Complementar n. 940, de 12 de janeiro de 2018, quando para

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edificações habilitadas a partir do instrumento da Compensação Urbanística,


equivalendo ao Atestado de Habilitação de Regularização.
§ 1º São dispensadas da apresentação de projeto de arquitetura, dos
projetos complementares e do Relatório de Vistoria para Regularização as
habitações unifamiliares situadas em ARIS que estejam aptas à solicitação da
Carta de Habite-se de Regularização.
§ 2º A taxa aplicável à solicitação para Carta de Habite-se de Regulari-
zação é aquela estabelecida na taxa de emissão de carta de habite-se, ex-
cetuadas habitações unifamiliares localizadas em Áreas de Regularização de
Interesse Social - ARIS ou que sejam oriundas de programas habitacionais de
interesse social.
§ 3º Os prazos estabelecidos para respostas às solicitações e aos reque-
rimentos relativos aos procedimentos de regularização edilícia equivalem aos
determinados no art. 68 da Lei n. 6.138, de 2018.
§ 4º Para emissão da Carta de Habite-se de Regularização, exceto nos
casos relacionados aos parâmetros de acessibilidade, não são admitidas di-
vergências entre o projeto de arquitetura depositado e a obra executada.
§ 5º Para qualquer modalidade de regularização edilícia, a conclusão do
rito ocorre com a emissão da Carta de Habite-se de Regularização, e o licen-
ciamento previsto dar-se-á sem prejuízo das sanções administrativas, civis e
penais cabíveis.
§ 6º São dispensadas da apresentação de anuência da NOVACAP as ha-
bitações unifamiliares de uso exclusivo em lotes acima de 600 metros qua-
drados, desde que apresentem a justificativa de impossibilidade técnica nos
moldes do art. 13 da Lei Complementar n. 929, de 28 de julho de 2017.
§ 7º Nos casos de compensação urbanística, o aceite para fins de habite-
-se das concessionárias de serviços públicos equivale à anuência de capaci-
dade de pronto atendimento à edificação, prevista no art. 12, inciso XIII, da
Lei Complementar n. 940, de 12 de janeiro de 2018.

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§ 8º Os casos de regularização edilícia e de compensação urbanística são


dispensados de apresentação os projetos complementares, cabendo integral-
mente ao responsável técnico a responsabilidade pelo pleno funcionamento e
segurança.
§ 9º Excetuam-se da dispensa tratada no §8º deste artigo os projetos de
prevenção e combate a incêndio, quando necessários.
Art. 98. Para a regularização edilícia, é facultado o depósito de projeto
arquitetônico com correções visando ao cumprimento de exigência indicada
no relatório de vistoria do órgão responsável pela fiscalização, desde que
acompanhado de declaração subscrita pelo autor do projeto e pelo proprietá-
rio ratificando que:
I – há necessidade de compatibilização entre o projeto arquitetônico de-
positado e a obra executada;
II – não há prejuízo à compreensão do projeto arquitetônico;
III – não há modificação da área total construída constante no projeto
considerado na vistoria;
IV – estão atendidos os parâmetros urbanísticos e de acessibilidade pre-
vistos na legislação, para os casos de regularização com base no art. 151 da
Lei n. 6.138, de 2018;
V – as alterações limitam-se ao cumprimento das exigências dos itens
constantes em relatório de vistoria para habite-se; e
VI – as alterações não implicam em mudança de rito de regularização edilícia.

Seção VII
Dos Prazos e da Validade do Licenciamento de Obras e Edificações

Art. 99. A alteração de legislação específica prevista no art. 69 da Lei n.


6.138, de 2018, para efeito de perda de validade do atestado de habilitação
ou do atestado de viabilidade legal, refere-se àquela que interfere diretamen-
te no projeto arquitetônico.

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Parágrafo único. Nos casos descritos no art. 154 da Lei n. 6.138, de 2018,
no prazo de até 8 anos, a contar da aprovação ou visto de projeto, é permitida
a revalidação dos projetos visados ou aprovados, uma única vez, por mais 5
anos, desde que o uso originalmente aprovado ou visado seja permitido em
legislação de uso e ocupação do solo vigente no ato da revalidação.
Art. 100. O projeto habilitado tem validade de 5 anos, contados da emis-
são do atestado de habilitação.
§ 1º O atestado de habilitação do projeto perde a validade pelo decurso do
prazo de 5 anos sem que tenha sido protocolado o requerimento para emis-
são de licença de obras com a devida documentação, podendo ser revalidado
uma única vez, no prazo de 5 anos a partir de seu vencimento, por igual pe-
ríodo, desde que o uso originalmente habilitado seja permitido em legislação
de uso e ocupação vigente no ato da revalidação.
§ 2º O requerimento para emissão da licença de obras deve ocorrer duran-
te o prazo de validade do atestado de habilitação do projeto.
§ 3º O atestado de habilitação não perderá a validade caso, após proto-
colado o requerimento para emissão da licença de obras, o decurso do prazo
de 5 anos ocorrer durante o eventual cumprimento de exigências pelo inte-
ressado, exceto se o cumprimento depender exclusivamente do interessado.
Art. 101. O prazo de 1 ano para a validade do atestado de viabilidade
legal é contado a partir da data de sua expedição.
§ 1º O requerimento para estudo prévio deve ocorrer durante o prazo de
validade do atestado de viabilidade legal.
§ 2º A alteração de legislação específica, que afete o projeto cuja habili-
tação já tenha sido requerida, antes da emissão do atestado de viabilidade
legal, implica a necessidade de apresentação de projeto que atenda a nova
legislação.

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Seção VIII
Da Anulação e da Convalidação dos Atos Administrativos

Art. 102. Quando for identificado indício de ilegalidade, devidamente fun-


damentado, o processo deve ser submetido a uma comissão formada por 3
servidores do órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações, a
quem cabe verificar:
I – a existência de indícios de atividade ilegal;
II – a existência de indícios de lesão ao interesse público ou prejuízo a
terceiros; e III - a necessidade de anulação ou convalidação.
§ 1º A análise da comissão deve considerar o disposto no Decreto-Lei n.
4.657, de 4 de setembro de 1942, com as alterações introduzidas pela Lei
Federal n. 13.655, de 25 de abril de 2018.
§ 2º A comissão deve elaborar, no prazo de 60 dias, relatório circunstan-
ciado a ser encaminhado ao interessado para manifestação.
§ 3º O interessado tem o prazo de 30 dias para manifestação, podendo ser
prorrogado por igual período mediante pedido justificado.
§ 4º Após a manifestação do interessado, a comissão deve emitir parecer
no prazo de 30 dias.
§ 5º Após a emissão do parecer, a comissão:
I – pode recomendar ao titular do órgão responsável pelo licenciamento
de obras e edificações as providências contidas no §2º do art. 73 da Lei n.
6.138, de 2018; e/ou
II – deve encaminhar o processo à CPCOE para deliberação quanto à con-
validação ou anulação dos atos administrativos, caso o parecer não afaste os
indícios de irregularidade.
§ 6º Em projeto de modificação, cabe a análise integral do processo, se
for o caso.
§ 7º É facultado ao interessado apresentar projeto de modificação no qual
sejam sanadas as irregularidades existentes, observado o disposto no art.
28 deste Decreto, sem prejuízo do procedimento previsto neste artigo e da
observância do art. 103.

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Art. 103. Em caso de constatação de ilícito civil, penal ou administrativo,


o processo deve ser encaminhado à autoridade competente para apuração e
eventual sanção.

Seção IX
Do Monitoramento e Controle do Licenciamento
de Obras e Edificações

Art. 104. O órgão responsável pelo licenciamento de obras e edificações é


responsável pelo monitoramento e controle dos projetos habilitados ou licen-
ciados, a ser realizado conforme plano de monitoramento.
§ 1º A realização do disposto no caput se dá pela análise amostral de até
20% dos projetos habilitados ou licenciados mensalmente.
§ 2º O plano de monitoramento de que trata o caput deve ser formalizado
e publicado, estabelecendo os critérios de periodicidade e seleção dos pro-
cessos a serem submetidos à análise, podendo ser revisado semestralmente.
Art. 105. O monitoramento e controle dos projetos habilitados seleciona-
dos deve:
I – verificar a conformidade à legislação urbanística e edilícia, excetuados
os projetos de habitação unifamiliar de uso exclusivo, para os quais a verifi-
cação deve se ater à legislação urbanística;
II – verificar a conformidade com as normas de acessibilidade;
III – identificar pontos críticos do processo de licenciamento de obras e
edificações; e
IV – sugerir ao titular do órgão responsável pelo licenciamento de obras e
edificações alterações relacionadas à legislação edilícia e à legislação de uso
e ocupação do solo.
§ 1º O monitoramento e controle de que trata o caput deve observar a
legislação aplicável ao projeto no momento da habilitação ou licenciamento.

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§ 2º Caso seja identificada alguma inconformidade prevista nos incisos I


e II deste artigo, o interessado deve ser notificado imediatamente acerca do
processo de monitoramento e controle.
§ 3º O interessado tem o prazo de 30 dias para manifestação, a contar do
recebimento da notificação, podendo ser prorrogado por igual período me-
diante pedido justificado, sob pena de anulação da habilitação e/ou da licença
de obras.
§4º É facultado ao interessado, no prazo de manifestação, apresentar pro-
jeto arquitetônico ou documentação faltante visando sanar as irregularidades
existentes.
Art. 106. Em caso de desconformidade insanável de parâmetro urbanís-
tico ou de acessibilidade e obedecidos o contraditório e a ampla defesa, deve
ser procedida à anulação da habilitação ou da licença de obras, conforme o
caso, sendo necessária nova habilitação.
§ 1º A anulação do alvará de construção para habitação unifamiliar de uso
exclusivo emitido com base no artigo 53-A da Lei n. 6.138, de 2018, não im-
pede a emissão de nova licença de obras, a qual, no entanto, deve seguir as
fases previstas no art. 21 da Lei n. 6.138, de 2018.
§ 2º Caso o órgão responsável pelo licenciamento verifique divergência
entre a área informada no requerimento e a constante no projeto arquitetôni-
co destinado a habitação unifamiliar de uso exclusivo já depositado, o alvará
de construção deve ser retificado nos termos do art. 68, §9º, deste Decreto.
§ 3º Em qualquer dos casos de anulação previstos nesta Seção, deve ser
encaminhada comunicação formal ao respectivo conselho profissional.
Art. 107. O monitoramento e controle previstos nesta Seção não prejudi-
cam o exercício da autotutela administrativa, que pode ser exercida nos casos
não enquadrados no rito específico estabelecido nos artigos anteriores.

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CAPÍTULO VI
DA EXECUÇÃO E DO DESEMPENHO DAS OBRAS
E DAS EDIFICAÇÕES

Seção I
Do Início das Obras

Art. 108. É obrigatória a fixação de placa, no canteiro de obras, legível e


visível desde o logradouro público, que identifique:
I – nome dos responsáveis técnicos pela elaboração dos projetos, título
profissional e número dos respectivos registros;
II – nome dos responsáveis técnicos pela obra, título profissional e núme-
ro dos respectivos registros;
III – número e data da licença de obras e do contrato da concessão de
direito real de uso;
IV – nome do proprietário;
V – uso licenciado; e
VI – área total de construção.
Parágrafo único. Após a retirada da placa de identificação de obra, deve
ser fixada placa com o endereçamento, na fachada da edificação em local vi-
sível a partir do logradouro público.
Art. 109. O canteiro de obras e o estande de vendas devem ter, no má-
ximo, 2 pavimentos.
Art. 110. O estande de vendas pode ter ocupação máxima de área pública
de 500 metros quadrados, incluída a área das unidades decoradas.
Art. 111. O cercamento do canteiro de obras deve ser executado em ma-
terial resistente e que não ofereça risco à integridade física das pessoas, ter
altura mínima de 1,8 metro.
Art. 112. Devem ser garantidos o acesso, a integridade e a manutenção
de redes aéreas, subterrâneas, caixas de passagem e medidores das con-
cessionárias de serviços públicos e da Novacap, quando o canteiro de obras
abranger estes elementos.

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Art. 113. Deve ser garantida a circulação de pedestres com largura mínima
de 1,2 metro nas calçadas em área pública no entorno imediato do canteiro.
§ 1º É permitida a solução de passagem coberta de pedestres.
§ 2º Caso o canteiro de obras reduza a largura do passeio para medida
inferior a 1,2 metro, a circulação de pedestres pode ser desviada para o leito
da via, desde que se obtenha a anuência do órgão de trânsito segundo a cir-
cunscrição da via.
Art. 114. Deve ser prevista, no canteiro de obras em área pública, área de
proteção situada no entorno imediato da construção, nos seguintes termos:
I – até 3 metros, para edificação sem subsolo, em que a construção atinja
o limite do lote;
II – até 5 metros, para edificação com subsolo, medidos a partir do limite deste.
Parágrafo único. A área de proteção não é considerada para o cálculo da
área total do canteiro de obras.
Art. 115. A estocagem de materiais e os entulhos devem ocorrer dentro
dos limites do canteiro de obras.
Art. 116. Os equipamentos pesados como guindastes, gruas e pontes ro-
lantes devem ser indicados no projeto de canteiro de obras, com o respectivo
raio de giro.
Art. 117. A atividade ou serviço da obra que interfira diretamente no
trânsito de veículos ou de pedestres deve ter permissão prévia do órgão de
trânsito segundo a circunscrição da via.
Art. 118. O canteiro de obras em área pública deve ser retirado, e o cer-
camento deve ser recuado para os limites do lote, em caso de obras não ini-
ciadas ou paralisadas por período igual ou superior a 6 meses, garantindo-se
a integridade da obra e a segurança de terceiros.
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo implica a
adoção de providências por parte da administração pública, com ônus para o
proprietário, sem prejuízo das sanções cabíveis.

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Art. 119. O canteiro de obras e o estande de vendas devem ser removi-


dos, e a área pública deve ser desobstruída e recuperada pelo proprietário
para a emissão do certificado de conclusão da obra vinculada.
Art. 120. O canteiro de obras e o estande de vendas devem ser removi-
dos, e a área pública deve ser desobstruída e recuperada pelo proprietário em
até 30 dias, quando a desocupação for solicitada pela administração pública.
§ 1º Expirado o prazo definido no caput sem que a notificação de desocu-
pação de área pública tenha sido cumprida, cabe ao Poder Público providen-
ciar a desobstrução e recuperação da área, arcando o proprietário com o ônus
decorrente da medida.
§ 2º O não pagamento das despesas decorrentes da desocupação realiza-
da pelo Poder Público de que trata o parágrafo anterior deste artigo enseja a
inscrição do proprietário na dívida ativa.
Art. 121. Nos casos em que o movimento de terra ocasionar o afloramen-
to do subsolo dentro do lote, devem ser adotadas soluções arquitetônicas de
modo a evitar empenas cegas, decorrentes de movimento de terra, nas divi-
sas voltadas para logradouro público.
Art. 122. Ao término da obra, o desnível resultante do movimento de terra
deve receber tratamento paisagístico com o uso de vegetação e respeitar os
critérios e parâmetros de acessibilidade à edificação e no logradouro público.

Seção II
Dos Parâmetros Edilícios Gerais e dos Usos da Edificação

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 123. As edificações devem obedecer aos parâmetros, requisitos e


critérios estabelecidos na Lei n. 6.138, de 2018 e neste Decreto, inclusive
aqueles constantes nos Anexos II, III, IV, V e VI.

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Parágrafo único. Os parâmetros edilícios constantes nos Anexos II, III e IV


não são objeto de análise, exceto os parâmetros de acessibilidade.
Art. 124. As unidades imobiliárias autônomas são consideradas adaptá-
veis ao desenho universal nos casos em que as características construtivas
atendam aos seguintes elementos:
I – a circulação horizontal tenha no mínimo de noventa centímetros de
largura;
II – vãos livres de acesso de oitenta centímetros a todos os ambientes e a
um banheiro, admitindo-se portas de oitenta centímetros;
III – os ambientes de permanência prolongada possuam áreas de mano-
bra com amplitude mínima de cento e oitenta graus;
IV – um dos banheiros possua vãos de acesso de oitenta centímetros,
área de manobra, livre das peças, de cento e vinte centímetros de diâmetro,
vão de oitenta centímetros em frente à bacia sanitária e box de chuveiro com
dimensões horizontais mínimas de noventa centímetros por noventa e cinco
centímetros; e
V – tratamento de desníveis no acesso à unidade autônoma e em seu in-
terior, incluídos terraços e varandas.
§ 1º As unidades imobiliárias autônomas adaptáveis dotadas de mais de um
pavimento devem prever espaço ou prever instalação de equipamento de trans-
posição vertical para acesso a todos os pavimentos da mesma unidade autônoma.
§ 2º É facultado ao interessado depositar variadas opções de plantas do
projeto de arquitetura, desde que:
I – todas as unidades imobiliárias sejam adaptáveis;
II – não sejam afetadas a estrutura da edificação e as prumadas de ins-
talações prediais;
III – não seja acrescido o número de dormitórios; e
IV – não sejam alterados os elementos e as características construtivas de
unidades imobiliárias autônomas adaptáveis ao desenho universal previstos
no caput.

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Art. 125. As unidades imobiliárias autônomas são consideradas adapta-


das ao desenho universal nos casos em que as características construtivas
atendam ao disposto no artigo 124 deste Decreto, bem como às normas téc-
nicas de acessibilidade em relação aos seguintes elementos:
I – acessos e circulações horizontais;
II – revestimentos e desníveis de piso;
III – vãos livres de acesso de, no mínimo, oitenta centímetros, aos am-
bientes e a um banheiro;
IV – altura para alcance e manuseio de dispositivos, tais como, comando
de janelas, maçanetas de portas, campainhas, interfones, tomadas, interrup-
tores, quadros de luz, registros de pressão;
V – áreas de manobra com amplitude mínima de cento e oitenta graus,
para entrar e sair de frente em todos os compartimentos ou ambientes e em
um banheiro; e
VI – posicionamento de instalações e materiais construtivos capazes de
suportar a fixação de barras e de banco articulado em paredes.
§ 1º Para as unidades imobiliárias autônomas adaptadas ao desenho uni-
versal, a área de aproximação e transferência é equivalente ao módulo de
referência das normas técnicas de acessibilidade, e:
I – para garantir a área de aproximação frontal, é permitido o avanço da
área de aproximação e transferência de, no máximo, trinta centímetros sob
lavatório, pia de cozinha e tanque;
II – para garantir a área de transferência frontal à bacia sanitária, é permi-
tido avanço do módulo de referência de, no máximo, dez centímetros sob esta;
III – para garantir a área de transferência diagonal e lateral à bacia sani-
tária, não é permitido avanço do módulo de referência sob esta; e
IV – os boxes de chuveiro devem ter dimensões horizontais mínimas de
noventa centímetros por noventa e cinco centímetros e área de transferência
lateral externa.

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§ 2º As unidades imobiliárias autônomas adaptadas dotadas de mais de


um pavimento devem conter equipamento de transposição vertical instalado
ou rampa para acesso a todos os pavimentos da mesma unidade autônoma.
Art. 126. As unidades autônomas adaptáveis deverão ser convertidas em
unidades autônomas adaptadas quando solicitado pelo adquirente, por es-
crito, até a conclusão da estrutura ou nas etapas subsequentes a critério da
construtora.
Parágrafo único. É vedada a cobrança de valores adicionais para a conversão.
Art. 127. É admitida ligação predial única de água, bem como reservató-
rio único para conjunto de edificações de um ou mais pavimentos, construído
sob a forma de unidades autônomas de uso privativo e áreas comuns desti-
nadas a fins residenciais, desde que constituam um condomínio.
Art. 128. Os empreendimentos que adotarem sistema construtivo que
não permita alterações posteriores, tais como a alvenaria estrutural, paredes
de concreto, impressão 3D ou outros equivalentes, devem garantir o percen-
tual mínimo de três por cento de unidades adaptados, atendendo aos termos
do art. 125, extensivas as obrigações a todos os pavimentos da mesma uni-
dade autônoma.
§ 1º Na hipótese de o percentual previsto no caput resultar em número
menor do que um, os empreendimentos deverão garantir, no mínimo, uma
unidade adaptada.
§ 2º Ressalvado o disposto no § 1º, na hipótese de a aplicação do percen-
tual previsto no caput resultar em número fracionado, este será arredondado
para o número inteiro subsequentemente superior.
§ 3º O adquirente do imóvel poderá solicitar, por escrito, a adaptação de sua
unidade até a data do início da obra, para informar à construtora ou à incor-
poradora sobre os itens de sua escolha para instalação na unidade adquirida.
§ 4º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição de unida-
des adaptadas ou a adaptação da unidade autônoma, observado o percentual
previsto no caput.

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Art. 129. A quantidade de sanitários e banheiros é definida pelo autor do


projeto considerando o uso e a atividade e a população, segundo o disposto
no Anexo III.
Parágrafo único. Os banheiros e sanitários acessíveis abertos ao público,
ou localizados em áreas de uso comum da edificação, não necessitam de
chuveiros e devem atender integralmente ao previsto nas normas técnicas de
acessibilidade.
Art. 130. É obrigatória a previsão de compartimento para permanência
de resíduos sólidos, nas áreas de uso comum, até o momento da coleta.
§ 1º Excetuam-se, do disposto no caput deste artigo, as edificações des-
tinadas a habitações unifamiliares.
§ 2º Para edificação com até 4 pavimentos ou com área total de constru-
ção superior a 300 metros quadrados, excluída a área do subsolo, deve ser
previsto um depósito para recipientes de lixo no pavimento de acesso.
§ 3º Para edificação com 5 ou mais pavimentos, deve ser previsto um de-
pósito para recipientes de lixo em cada pavimento, com exceção do subsolo
quando destinado a depósito ou garagem.
§ 4º No caso do §3º deste artigo, deve ser previsto um depósito para re-
cipientes de lixo em cada conjunto isolado de circulação vertical.
Art. 131. Os vãos e os prismas destinados à iluminação e ventilação e os
prismas apenas de ventilação devem seguir o disposto no Anexo IV.
Art. 132. As unidades imobiliárias residenciais devem possuir, no mínimo,
um ambiente de permanência prolongada com vão de iluminação e ventilação
voltado para o exterior.
Parágrafo único. As demais unidades imobiliárias podem utilizar meios me-
cânicos e artificiais desde que atendidos os parâmetros das normas técnicas.
Art. 133. A varanda e o terraço devem manter afastamento mínimo de
1,5 metro em relação aos limites do lote vizinho, obedecida a legislação de
uso e ocupação do solo.

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Parágrafo único. Admite-se que lateral de varanda e terraço seja localiza-


da a menos de 1,5 metro em relação ao limite do lote, desde que obedecida
a legislação de uso e ocupação do solo e garantida a privacidade visual em
relação ao lote vizinho.
Art. 134. O memorial técnico que justifique a isenção do acréscimo de
100% na área do compartimento ou do ambiente, quando a distância de piso
a piso for superior a 4,5 metros, deve conter a descrição dos equipamentos
utilizados para viabilizar a atividade fim, na unidade autônoma.
Parágrafo único. O memorial técnico deve ser acompanhado de documen-
to de responsabilidade técnica específica.
Art. 135. O mezanino é considerado pavimento, e para o cálculo da área
construída e computável é considerada a área efetivamente ocupada por este.
Parágrafo único. A área do mezanino deve ser de, no mínimo, 30% e, no
máximo, de 50%, em relação à área do ambiente imediatamente inferior ao
qual se vincula.
Art. 136. Quando a legislação de uso e ocupação do solo determinar nú-
mero máximo de pavimentos, considera- se um pavimento até 4,5 metros e,
acima disso, novo pavimento a cada 3 metros ou distância inferior a esse valor.
Art. 137. As dimensões de vagas e de circulação de veículos devem obe-
decer ao disposto no Anexo V.
Art. 138. Fica obrigatória a instalação de, no mínimo, um elevador que
sirva às unidades imobiliárias e aos subsolos, em toda edificação com mais
de 4 pavimentos.
Art. 139. Nos trechos em que haja diferença de nível entre a soleira do
edifício e o logradouro público deve ser implantada margem lateral plana
com, no mínimo, 60 centímetros de largura antes do início do trecho inclina-
do, com piso diferenciado ou vegetação.

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Subseção II
Das Áreas de Construção

Art. 140. A área construída de cada pavimento deve ser calculada con-
siderando a superfície coberta limitada pelo perímetro externo da edificação,
excluídos os vazios.
§ 1º O perímetro externo de cada pavimento é delimitado pela vedação ou
elementos estruturais mais externos à edificação, excluídos:
I – brises;
II – beirais e marquises de até 1,5 metro; e
III – suporte para equipamentos técnicos, desde que não caracterize ele-
mento estrutural.
§ 2º Suportes para equipamentos técnicos, desde que não caracterizem
elemento estrutural, brises, beirais e marquises situadas em área pública não
entram no cálculo da área total construída.
§ 3º A área de poço de elevador deve ser considerada em apenas um dos
pavimentos da edificação.
§ 4º A área de pavimento em pilotis situado em lote deve ser igual à área
do pavimento imediatamente superior.
§ 5º A área de pavimento em pilotis situado em projeção deve ser igual à
área da projeção registrada em cartório.
§ 6º As áreas dedutíveis devem estar discriminadas e indicadas por pavimento.
§ 7º Apenas áreas que tenham sido incluídas no cálculo da área total de
construção são passíveis de dedução para fins do cálculo da área computável.
§ 8º No caso de edifício-garagem, não há dedução da área de garagem
para fins de cálculo de área computável.
Art. 141. Para aplicação do inciso VI do art. 102 da Lei n. 6.138, de 2018,
o autor do projeto deve informar a porcentagem utilizada no projeto para as
áreas técnicas.

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§ 1º Para efeito de cálculo da área computável, a dedução descrita no inciso


VI do art. 102 da Lei n. 6.138, de 2018, deve ser aplicada sobre o valor resul-
tante após a dedução dos demais incisos até o limite de 5% para áreas técnicas.
§ 2º As áreas técnicas devem estar discriminadas e justificadas no memo-
rial descritivo apresentado pelo autor do projeto.
§ 3º São consideradas áreas técnicas aquelas indispensáveis e necessá-
rias ao correto funcionamento e operação da atividade da edificação.
§ 4º Para os projetos dispensados da etapa de viabilidade legal, as áreas
técnicas devem estar discriminadas e justificadas no estudo prévio.
Art. 142. A aferição da área mínima da unidade imobiliária ocorre pelo
perímetro externo da parede.
Parágrafo único. Em caso de parede compartilhada com outra unidade
imobiliária, a aferição ocorre pelo eixo da parede.
Art. 143. O cálculo da área total de construção e da área computável
deve ser efetuado pelo órgão responsável pelo licenciamento de obras e edi-
ficações.
Parágrafo único. O atestado de habilitação do projeto arquitetônico deve
conter cálculo de áreas com a discriminação das áreas de construção, com-
putável e dedutível por pavimento e totais.
Art. 144. A taxa de ocupação é o percentual da área do lote ou projeção
ocupada pela projeção horizontal da edificação ao nível do solo.
§ 1º No caso de afloramento de subsolo, o perímetro aflorado deve ser
considerado no cômputo da taxa de ocupação do lote ou projeção.
§ 2º Quando a norma de uso e ocupação do solo estabelecer taxa espe-
cífica de ocupação para o subsolo, esta deve ser calculada considerando a
superfície ocupada por este em relação à área do lote ou projeção.

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Subseção III
Do Uso Residencial

Art. 145. É obrigatória a existência de uma dependência para funcioná-


rios, composta de compartimentos para estar e higiene pessoal em áreas
comuns de habitações multifamiliares com mais de 20 unidades residenciais,
em lotes e projeções.

Subseção IV
Do Uso Comercial e do Uso para Prestação de Serviços

Art. 146. As edificações utilizadas para serviços de hospedagem do tipo


hotel e aparthotel são aquelas que possuem as seguintes características:
I – Hotel: edificação cujas unidades de hospedagem não possuam am-
bientes ou compartimentos destinados a preparo de alimentos e serviços de
lavagem e limpeza; ou
II – Apart-hotel: edificação constituída de unidades de hospedagem com
ambiente destinado a preparo de alimentos e sem área destinada a lavagem
e limpeza, também denominado de hotel residência, flat-service ou residence
service.
Art. 147. Para hotel e apart-hotel, a unidade de hospedagem deve ter
área privativa mínima de 9 metros quadrados, excluído o banheiro.
Parágrafo único. É vedada a vinculação das vagas de garagem ou de esta-
cionamento às unidades de hospedagem.

Subseção V
Dos Demais Usos

Art. 148. As edificações de uso institucional e de uso industrial devem


obedecer a parâmetros edilícios previstos na legislação específica dos órgãos
competentes.

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Subseção VI
Das Garagens e dos Estacionamentos

Art. 149. São consideradas áreas de garagem:


I – áreas de vagas para veículos motorizados;
II – áreas de guarda coletiva para veículos não motorizados;
III – circulações para veículos e pedestres; e/ou
IV – rampas.
Art. 150. As dimensões, as circulações e os tipos de vagas e de rampas
devem seguir o estabelecido no Anexo V.
Art. 151. É obrigatório instalar sinal sonoro-luminoso em rampa de saída
de garagem que desemboque diretamente em calçada ou galeria de circula-
ção de pedestres.
§ 1º A largura da rampa e da circulação de veículos definidas para sentido
único podem ser utilizadas para sentido duplo, conforme anexo V deste decreto.
§ 2º Para os casos previstos no caput, a emissão de certificação de conclu-
são é condicionada à instalação de sinal sonoro-luminoso e espelhos.
Art. 152. Nas garagens e nos estacionamentos onde não haja vinculação
de vagas a unidades imobiliárias específicas, são permitidas vagas presas,
desde que garantida a sua operacionalização.
Parágrafo único. As vagas destinadas às pessoas com deficiência não po-
dem ser vagas presas.
Art. 153. As áreas exclusivas destinadas a carga e descarga, a embarque
e desembarque, a estacionamento de táxis e a viaturas de socorro do CBMDF
devem atender ao disposto no Anexo V.
Parágrafo único. A vaga destinada a viaturas de socorro do CBMDF poderá
ser prevista em área pública desde que seja tecnicamente justificada, com
anuência do órgão de trânsito responsável pela via e manifestação favorável
do órgão de planejamento urbano.
Art. 154. O estacionamento e a garagem explorados comercialmente, in-
clusive edifício garagem, devem ter área de acumulação de automóveis com

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acesso direto pelo logradouro público, situada entre o alinhamento do lote e


o local de controle, que permita a espera de, no mínimo, 2% da capacidade
total de vagas acessadas pelo local, não inferior a duas vagas.
Art. 155. A utilização de equipamento mecânico nas garagens e nos esta-
cionamentos que resulte em áreas e dimensões mínimas diferentes daquelas
definidas no Anexo V fica condicionada à apresentação de especificação técni-
ca emitida pelo fabricante, em consonância com o estudo prévio apresentado
para habilitação.
Art. 156. Nas garagens e nos estacionamentos, deve ser prevista rota
para a circulação de pedestres com largura mínima de 1,20 metro, devida-
mente sinalizada, excetuando-se edificação de uso residencial unifamiliar.
§ 1º A rota acessível nas garagens e nos estacionamentos deve atender
aos critérios e parâmetros definidos nas normas técnicas de acessibilidade e
suas atualizações.
§ 2º As rotas acessíveis e para a circulação de pedestres podem sobrepor-
-se à via de circulação de veículos que dá acesso às vagas.

Subseção VII
Das Vagas

Art. 157. Devem ser ofertadas vagas, no interior do lote, no mínimo, na


quantidade estabelecida no Anexo VI.
§ 1º A analise quanto à exigência de vagas deve observar o disposto no
Código de Obras do Distrito Federal e as disposições desta regulamentação.
§ 2º Nos casos de omissão relativa aos parâmetros de exigência de vagas
na legislação de uso e ocupação do solo, não são exigidas vagas, à exceção do
uso residencial multifamiliar, caso em que prevalece o disposto no Anexo VI.
§ 3º Alteração em projeto de arquitetura que resulte em requalificação da
edificação para habitação de interesse social está dispensada da obrigatorie-
dade de vagas para veículos.

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§ 4º Excetuam-se do caput os lotes, únicos ou remembrados, em que


nenhuma divisa voltada para logradouro público seja superior a 16 metros e
com área até 400 metros quadrados, cumulativamente.
§ 5º A área utilizada para o cálculo do número de vagas deve ser a área
computável.
§ 6º A áreapara manobra de motocicletas e bicicletas pode coincidir com
a área de manobra e circulação de automóveis.
§ 7º As vagas para bicicleta podem ser ofertadas em bicicletário ou paraciclo.
Art. 158. Para os equipamentos públicos comunitários localizados até 100
metros de estacionamento público implantado e constante de planta registra-
da em cartório, o número de vagas exigido pela atividade pode ser comple-
mentado em até 50% pelas vagas do estacionamento público.
Parágrafo único. A utilização das vagas de estacionamento público de que
trata este artigo é de, no máximo, metade da capacidade deste estacionamento.
Art. 159. Os estacionamentos públicos contíguos a lotes de uso institucio-
nal, previstos em projetos de urbanismo aprovados e com configuração para
atendimento exclusivo a esses lotes, não localizados no Conjunto Urbanístico de
Brasília, previsto no Decreto n. 10.829, de 14 de outubro de 1987, podem ser
utilizados em sua totalidade para o cumprimento do número de vagas exigido.

CAPÍTULO VII
DA FISCALIZAÇÃO, DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES

Seção I
Da Fiscalização

Art. 160. São instrumentos que integram o exercício da ação fiscal de ativi-
dades urbanas no processo de fiscalização de execução de obras e edificações:
I – vistoria; e
II – auditoria.

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Art. 161. Nas vistorias em obras e edificações, o órgão de fiscalização de


atividades urbanas deve verificar:
I – se a obra ou a edificação, em área pública ou privada, obteve o licen-
ciamento previsto em lei;
II – a conformidade da obra com os parâmetros urbanísticos, inclusive a
correspondência da certidão de alinhamento e de cota de soleira e do laudo
topográfico ou croquis de locação para fins de habite-se, conforme o caso,
com o projeto habilitado ou depositado;
III – a conformidade da obra com os parâmetros de acessibilidade das
áreas comuns e do espaço público contíguo ao lote ou à projeção, analisados
no projeto habilitado;
IV – a conformidade da implantação do canteiro de obras com a licença
de obras;
V – o cumprimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil; e VI - o número de unidades imobiliárias.
Art. 162. A vistoria solicitada pelo proprietário é agendada segundo a
disponibilidade do órgão de fiscalização de atividades urbanas e o grau de
complexidade da obra.
Art. 163. Na vistoria para subsidiar a emissão da carta de habite-se ou do
atestado de conclusão, deve-se verificar:
I – a conformidade da obra com o projeto habilitado ou depositado, no que
se refere aos parâmetros urbanísticos e de acessibilidade das áreas de uso
comum e do espaço público contíguo ao lote ou à projeção;
II – a instalação de placa de endereçamento legível, quando exigível;
III – se o canteiro de obras e os entulhos foram removidos, com exceção
dos casos de carta de habite-se parcial ou em separado, hipóteses em que
podem permanecer até a conclusão total das obras; e
IV – se a área pública circundante está recuperada de acordo com o pro-
jeto habilitado ou depositado.

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§ 1º Os parâmetros urbanísticos do projeto habilitado ou depositado a


serem observados são:
I – cota de soleira;
II – usos e atividades por pavimento;
III – área de cada atividade por pavimento;
IV – área total por pavimento;
V – área total de construção;
VI – coeficiente de aproveitamento;
VII – número de unidades imobiliárias;
VIII – número de vagas para veículos;
IX – número de pavimentos;
X – altura da edificação;
XI – taxa de ocupação;
XII – taxa de permeabilidade ou de área verde;
XIII – afastamentos; e
XIV – tratamento das divisas do lote.
§ 2º Para atestar a correspondência da obra com os parâmetros urbanís-
ticos, é facultado ao interessado dispensar a topografia oficial e apresentar
laudo topográfico elaborado por profissional habilitado, ou, no caso de habi-
tação unifamiliar de uso exclusivo, croquis de locação para fins de habite-se,
nos termos do art. 85 deste regulamento.
§ 3º Não é obrigatória a construção das paredes entre as unidades imobi-
liárias de uso comercial ou prestação de serviço, o que não implica alteração
do número de unidades imobiliárias.
§ 4º Caso o fiscal identifique a ausência das paredes prevista pelo §3º, esta
deverá constar no relatório, sem prejuízo para emissão da carta de habite-se.
Art. 164. A auditoria realizada pelo órgão de fiscalização de atividades ur-
banas é o instrumento administrativo de controle urbano cuja função é avaliar,
a qualquer tempo, a conformidade da execução da obra ou da edificação com:

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I – as informações técnicas que constam no licenciamento de obras e edi-


ficações;
II – o projeto arquitetônico habilitado ou depositado;
III – os parâmetros edilícios especificados em ato próprio do órgão de
fiscalização de atividades urbanas; e IV - os parâmetros urbanísticos e de
acessibilidade previstos na data da habilitação.
Art. 165. A auditoria deve ser amostral, observando a quantidade máxi-
ma anual estabelecida segundo a capacidade operacional do órgão de fiscali-
zação de atividades urbanas, bem como a proporcionalidade da incidência de
cada tipo de uso e área construída em relação às licenças de obras emitidas
no ano anterior.
Parágrafo único. O órgão de fiscalização de atividades urbanas deve esta-
belecer critérios complementares para seleção das obras objeto de auditoria.
Art. 166. Caso haja irregularidade na obra, a fiscalização deve aplicar as
sanções previstas na Lei n. 6.138, de 2018.

Seção II
Das Infrações e das Sanções

Art. 167. O responsável pela fiscalização, no exercício de suas atividades,


de acordo com suas atribuições fiscalizadoras, deve emitir autos e aplicar
sanções ao infrator, para punição e correção de irregularidades.
Art. 168. Sem prejuízo das sanções penais cabíveis, o infrator sujeita-se
às seguintes sanções, aplicáveis de forma isolada ou cumulativa:
I – advertência;
II – multa;
III – embargo parcial ou total da obra;
IV – interdição parcial ou total ou da edificação;
V – intimação demolitória; e/ou
VI – apreensão de materiais, equipamentos e documentos.

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Art. 169. A advertência é a sanção, aplicada por meio de auto de notifica-


ção, pela qual o infrator é advertido pelo cometimento de infração verificada em
obra ou edificação e em que se estabelece prazo para sanar a irregularidade.
Art. 170. A advertência é aplicada somente quando se tratar de irregula-
ridade em obra ou edificação passível de regularização.
Art. 171. O prazo a ser estabelecido em advertência para sanar a irregu-
laridade é de até 30 dias, prorrogável por iguais períodos, desde que justifi-
cadamente.
§ 1º No caso em que o requerimento de prorrogação for deferido antes do
fim do prazo estabelecido na advertência, o novo prazo inicia-se no primeiro
dia útil subsequente ao do vencimento daquele.
§ 2º No caso em que o requerimento de prorrogação não for analisado
até o vencimento do prazo, a prorrogação é concedida automaticamente até
a análise do pedido.
§ 3º Em caso de indeferimento do pedido, a prorrogação automática do
parágrafo anterior cessa no ato da ciência da decisão pelo autuado.
§ 4º Denegada a prorrogação de prazo, será indeferido novo pedido.
Art. 172. Multa é a sanção pecuniária, aplicada por meio do auto de in-
fração, em decorrência do cometimento de infração relacionada no art. 123
da Lei n. 6.138, de 2018.
Art. 173. É considerada infração leve, executar obra de habitação unifa-
miliar sem o acompanhamento de profissional com o devido documento de
responsabilidade técnica da respectiva obra, conforme artigo 123. §1º, inciso
I da Lei n. 6138, de 2018.
Art. 174. As multas devem ser aplicadas tomando-se por base os valores
estabelecidos no art. 126 da Lei n. 6.138, de 2018, multiplicados pelo índice
k relativo à área objeto da infração, de acordo com o seguinte:
I – k = 1, quando a área da irregularidade for de até 500 metros quadrados;
II – k = 3, quando a área da irregularidade for acima de 500 metros qua-
drados até 1.000 metros quadrados;

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III – k = 5, quando a área da irregularidade for acima de 1.000 metros


quadrados até 5.000 metros quadrados; ou
IV – k = 10, quando a área da irregularidade for acima de 5.000 metros
quadrados.
Art. 175. No caso de infração continuada, a multa deve ser aplicada em
dobro, independentemente da decisão de impugnação ou recurso.
§ 1º O descumprimento dos termos da advertência ou da intimação demo-
litória sujeita o infrator a multas mensais.
§ 2º O descumprimento dos termos do embargo ou da interdição sujeita o
infrator a multas diárias.
Art. 176. O auto de infração pode ser aplicado de forma cumulativa com
os autos de notificação, de apreensão, de embargo, de interdição e de inti-
mação demolitória.
§ 1º É emitido um auto de infração distinto, para:
I – cada infração cometida; e/ou
II – o proprietário e o responsável técnico pela obra, quando infringidas
responsabilidades solidárias.
Art. 177. O auto de embargo é ato administrativo que determina a inter-
rupção imediata da execução da obra e sua manutenção no estágio em que
foi embargada.
§ 1º O embargo da obra ou da edificação é aplicado:
I – no descumprimento da advertência, após expirado o prazo consignado
para correção das irregularidades ou;
II – imediatamente, quando não for passível de regularização.
§ 2º Se o embargo for descumprido, o infrator fica, automaticamente,
obrigado a desfazer a parcela da obra realizada após a ordem de paralisação.
§ 3º Admite-se embargo parcial quando não acarretar riscos a operários
ou terceiros.
§ 4º O saneamento da irregularidade cessa os efeitos do embargo.

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§ 5º As ações fiscais em decorrência do descumprimento do embargo so-


mente cessam quando o infrator retornar o estágio da obra à situação inicial
da lavratura do auto de embargo.
Art. 178. Auto de interdição é o ato pelo qual o responsável pela fiscali-
zação determina o impedimento de acesso a obra ou edificação por descum-
primento de embargo ou em situações de risco iminente, que pode se dar de
forma parcial ou total.
Art. 179. Nos casos de interdição de obra ou edificação em situação de
risco iminente, o infrator deve ser notificado a apresentar laudo técnico, no
prazo de até 30 dias.
§ 1º A interdição é suspensa, de ofício ou por meio de requerimento do
proprietário, mediante comprovação do saneamento da irregularidade.
§ 2º Admite-se interdição parcial quando não acarretar riscos a operários
ou terceiros.
Art. 180. Intimação demolitória é o ato pelo qual o responsável pela fis-
calização determina a demolição total ou parcial de uma obra ou edificação
não passível de regularização.
§ 1º O prazo para o cumprimento da intimação demolitória pelo infrator é
de até 30 dias.
§ 2º Após o prazo estabelecido na intimação demolitória, caso o proprie-
tário não tenha promovido a demolição, esta deve ser executada pelo órgão
de fiscalização de atividades urbanas, às custas do infrator.
Art. 181. Em obras iniciais ou em desenvolvimento em área pública, cabe
ação de demolição imediata pelo órgão de fiscalização de atividades urbanas.
Parágrafo único. Considera-se em desenvolvimento a obra que, ainda que
habitada:
I – tenha características de construção precária, ou seja, de construção
sem estabilidade ou confeccionada com material improvisado;
II – tenha características de construção provisória, ou seja, de construção
não duradoura nem permanente e/ou;

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III – não tenha concluído qualquer das seguintes fases:


a) fundação;
b) estrutura;
c) alvenaria;
d) revestimento;
e) cobertura;
f) instalação elétrica;
g) instalação hidráulica;
h) instalação sanitária;
i) pintura; e/ou
j) acabamento.
Art. 182. O auto de apreensão deve ser lavrado quando forem encontrados
bens, mercadorias ou documentos que constituam prova material de infração.
Art. 183. Os autos devem ser lavrados pelo responsável pela fiscalização
e conter:
I – identificação do autuado, com CPF ou CNPJ;
II – local, data e hora de sua lavratura;
III – descrição do fato;
IV – disposição infringida e fundamentação legal da sanção aplicável;
V – ciência do interessado;
VI – assinatura manuscrita ou eletrônica e qualificação do autuante;
VII – prazo de 10 dias para apresentar impugnação; e
VIII – informação de que o processo deve continuar até o final do julga-
mento, ainda que não haja impugnação.
§ 1º O auto de embargo e o auto de interdição devem conter também a
descrição das etapas concluídas e os detalhes da obra embargada ou interdi-
tada para produção de provas documentais.
§ 2º Os autos de intimação demolitória e de notificação devem conter
também o prazo para a correção da irregularidade constatada.

177
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§ 3º O auto de infração deve conter também o valor do crédito arbitrado,


a memória de cálculo e o prazo para pagamento.
§ 4º O auto de apreensão deve conter também a relação detalhada dos bens,
mercadorias e documentos apreendidos, com quantidade de itens, sua respecti-
va unidade de medida, seu estado de conservação e local de seu depósito.
Art. 184. A assinatura do infrator não constitui formalidade essencial à va-
lidade dos autos, desde que o motivo de sua ausência conste no próprio termo.
Art. 185. As omissões ou incorreções não geram a nulidade do auto quan-
do no processo constarem elementos suficientes para identificação da ação
fiscal, da infração e do infrator.
Art. 186. Nos casos de impossibilidade de qualificação do autuado, esta
pode ser realizada posteriormente.
Art. 187. O valor dos serviços do poder público com as operações de de-
molição, remoção e transporte dos materiais e equipamentos deve ser cobrado
do infrator e, na hipótese de não pagamento, deve ser inscrito na dívida ativa.
Art. 188. Os recursos não têm efeito suspensivo, salvo se a autoridade
administrativa concedê-lo, de ofício ou a requerimento, nos termos da Lei n.
6.138, de 2018.
Art. 189. As multas só devem ser inscritas em dívida ativa se não houver
impugnação ou após seu julgamento definitivo.
Art. 190. Os autos devem ter efeito imediato, de natureza cautelar, quan-
do, mediante decisão motivada, o órgão de fiscalização de atividades urbanas
reconhecêlo necessário para evitar perigo de dano iminente.
§ 1º Quando a infração for continuada ou permanente, a notificação para
corrigir irregularidade, ao determinar que cesse a ação ou a omissão ilícita,
tem, automática e cautelarmente, efeito imediato, dispensada qualquer outra
motivação.
§ 2º A apreensão, o embargo e a interdição são, por natureza, também
cautelares e surtem efeito imediato e automático, para impedir a continuida-
de da infração.

178
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Art. 191. Na hipótese de não ser cumprido ou impugnado o auto no prazo


fixado e ser verificada sua consistência material e formal:
I – para o auto de infração, a autoridade competente declara a revelia, em
termo próprio; e/ou
II – para as demais sanções, o órgão de fiscalização de atividades urbanas
dá continuidade às ações fiscais.
Art. 192. Da decisão de primeira instância contrária ao autuado, cabe re-
curso voluntário, no prazo de 10 dias contados da ciência da decisão.
§ 1º Enquanto não julgado o recurso de que trata este artigo, a decisão
não produz efeito.
§ 2º O prazo estabelecido no caput deste artigo deve ser contado em dobro
para os casos previstos nos incisos I a V do art. 138 da Lei n. 6.138, de 2018.
Art. 193. Sempre que, no julgamento de impugnação, a autoridade deci-
dir por exonerar o sujeito passivo de pagamento de multa de valor superior
ao estabelecido em ato declaratório próprio, publicado anualmente pelo órgão
de fiscalização de atividades urbanas, deve submeter a decisão ao Tribunal de
Julgamento Administrativo do órgão, para mantê-la ou reformá-la, no prazo
de 20 dias.

CAPÍTULO VIII
DAS TAXAS

Art. 194. Para fins de pagamento das taxas do licenciamento de obras e


edificações, deve ser considerada a área total de construção.
Parágrafo único. Em caso de projeto de modificação, deve ser considerada
a área de construção acrescida em relação ao último projeto habilitado ou à
licença de obras válidos.
Art. 195. As taxas relativas aos serviços para regularização edilícia são
aquelas estabelecidas para viabilidade legal, quando aplicável, e para habi-
litação de projeto arquitetônico, considerada a área total da edificação a ser
regularizada.

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CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 196. A expedição de documentos pelo órgão responsável pelo licen-


ciamento de obras e edificações e pelo órgão de fiscalização de atividades
urbanas fica condicionada à quitação de multas ou outros débitos do reque-
rente, já consolidados ou com crédito definitivamente constituído.
Art. 197. Os prazos mencionados neste Decreto são contados em dias
úteis a partir do primeiro dia útil subsequente à data do respectivo protocolo
ou emissão de documento.
Art. 198. Para os efeitos do art. 9º, §3º, da Lei n. 6.138, de 2018, o pri-
meiro mandato dos atuais membros da CPCOE considera-se iniciado na data
da publicação deste decreto.
Parágrafo único. As disposições contidas neste artigo não se aplicam aos
representantes do Poder Executivo, constantes do inciso I, alíneas “a” a “e”,
do art. 9º da Lei n. 6.138, de 2018.
Art. 199. Até que entre em vigor o Plano de Preservação do Conjunto Ur-
banístico de Brasília - PPCUB, o uso coletivo definido em legislação de uso e
ocupação do solo equivale ao uso institucional.
Art. 200. As Áreas de Gestão Específica são:
I – Universidade de Brasília - UnB;
II – Setor Militar Urbano - SMU;
III – Cemitério Campo da Esperança - CeS;
IV – Hospital das Forças Armadas - HFA;
V – Lote 5 do Setor Policial - SPO;
VI – Parque Estação Biológica;
VII – estações e demais unidades imobiliárias da Companhia do Metropo-
litano do Distrito Federal – METRÔ/DF. VIII - aeroporto, polo ou parque tec-
nológico e campus universitário;
IX – necrópole;
X – ponto de atração da Região Administrativa do Lago Norte;

180
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XI – estações e demais unidades imobiliárias da Companhia do Metro-


politano do Distrito Federal – METRÔ/DF; e XII - demais áreas previstas na
legislação de uso e ocupação do solo.
Art. 201. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 202. Revogam-se as disposições em contrário, em especial o Decreto
n. 39.272, de 2 de agosto de 2018.

Brasília, 03 de março de 2022

181
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LEI N. 353, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1992


(Regulamentado(a) pelo(a) Decreto n. 14932 de 12/08/1993

Aprova o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, institui o Siste-


ma de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal, e dá outras providências

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E CONTEÚDO DO PLANO DIRETOR DE
ORDENAMENTO TERRITORIAL DO DISTRITO FEDERAL - PDOT

Art. 1º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal é o


instrumento básico de ordenamento territorial, da política de desenvolvimen-
to urbano do Distrito Federal e de orientação dos agentes públicos e privados
que atuam na produção e gestão das cidades e do território.
§ 1º O Plano Diretor de ordenamento Territorial do Distrito Federal tem por
finalidade realizar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana e rural e o uso socialmente justo e ecologicamente equili-
brado de seu território, de forma a assegurar o bem estar de seus habitantes.
§ 2º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal abran-
ge todo o Distrito Federal e tem os seguintes objetivos, nos termos do que
define a Lei n. 208, de 18 de dezembro de 1991, no que a ele concerne, e
ainda a Lei n. 212, de 20 de dezembro de 1991;
I – promover a localização dos assentamentos humanos, das atividades
econômicas e sociais da população, bem como o desenvolvimento físico es-
pacial a nível interurbano, observado o processo de equilíbrio dinâmico entre
o território, população e economia;

182
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II – possibilitar a compatibilização das ações governamentais, em todos os


seus níveis,com base nas diretrizes de planejamento territorial;
III – permitir o estabelecimento de programas integrados, de uso e ocu-
pação do solo e de provimento de equipamentos públicos, por parte das enti-
dades Governamentais do Distrito Federal e dos municípios do entorno;
III - compatibilizar as diretrizes gerais de desenvolvimento e de expansão
urbana do Distrito Federal com a concepção urbanística de Brasília, Capital
da República, Patrimônio cultural da Humanidade, e tombada com base no
Decreto Lei n. 25, de 30 de novembro de 1937;
IV – estabelecer diretrizes de ocupação do solo, consubstanciadas no ma-
crozoneamento, a serem detalhadas pelos Planos Diretores Locais;
V – estabelecer diretrizes de preservação, conservação e recuperação do
meio ambiente;
VI – definir as áreas a serem mantidas ou destinadas à produção rural,
bem como as correspondentes às áreas urbanas, de expansão urbana e de
interesse ambiental;
VII – preservar os locais de valor histórico, cultural e paisagístico do Dis-
trito Federal, assim como os recursos naturais e, em especial, os mananciais
e cursos de água utilizáveis para consumo humano;
VIII – estabelecer políticas de integração urbana-rural no espaço territorial,
mediante criação de núcleos de apoio e agrovilas para fortalecer o setor rural
tendo em vista a distribuição da população, da economia e da força de trabalho.
Art. 2º O Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal
contém relatório e documentos gráficos anexos, que integram esta Lei.

183
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CAPÍTULO II
DO PLANO DIRETOR DE ORDENAMENTO TERRITORIAL
DO DISTRITO FEDERAL

Seção I
Diretrizes Gerais De Ordenamento Territorial

Art. 3º O ordenamento territorial do Distrito Federal deverá obedecer às


seguintes diretrizes:
I – consolidação das demandas advindas do processo de desenvolvimento
econômico e social do Distrito Federal;
II – explicitação do Distrito Federal como polo irradiador e indutor, e não
concentrador, de desenvolvimento regional;
III – articulação com a Região Geoeconômica de Brasília e, principalmen-
te, com os municípios do entorno do Distrito Federal;
IV – preservação do papel de Brasília com suas funções cultural, políticas
e econômica;
V – harmonizar a contradição urbana advinda da condição de Brasília Ca-
pital Federal CIVITAS - e das aspirações comunitárias emergentes - URBS;
VI – garantir que a propriedade urbana e rural cumpra sua função social
nos termos da Constituição Federal;
VII – intervenção do Poder Público, objetivando o ordenamento Territorial
do Distrito Federal, condicionando o exercício do direito da propriedade urba-
na ao interesse coletivo;
VIII – a justa distribuição dos ônus e benefícios das obras e serviços de
infraestrutura e a recuperação, para a coletividade, da valorização imobiliária
resultante da ação do Poder Público;
IX – redução dos deslocamentos entre a habitação e o trabalho;
X – explicitação do papel das cidades e de suas Regiões Administrativas no
contexto do Distrito Federal, organizando seus espaços para fortalecimento
das respectivas estruturas econômicas e sociais;

184
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XI – promoção do desenvolvimento sustentado como vetor da condição


desejável a ser alcançada através do ordenamento do território, em conso-
nância com a preservação ambiental;
XII – consolidação da política do meio ambiente, preservando e conser-
vando os recursos renováveis e promovendo o manejo de forma equilibrada,
econômica, racional e criteriosa, daqueles não renováveis;
XIII – contabilização do patrimônio natural, para que o mesmo se inscreva
nas contas do Distrito Federal, de forma que sejam estabelecidos custos de
degradação e uso em recursos naturais;
XIV – consolidação das diversas vocações das diferentes áreas territoriais
resultantes das condições geológicas, geomorfológicas, pedológicas, dentre
outras, de modo a preservar os seus atributos materiais nas ocupações com
os usos rurais e urbanos;
XV – tratamento dos ecossistemas naturais representativos e consolida-
dos, de modo a constituir sistemas contínuos;
XVI – definição dos usos e ocupações rurais e urbanas, de modo a possi-
bilitar a preservação e recuperação de meio ambiente;
XVII – consolidação de um conjunto de áreas vocacionadas à produção
rural, principalmente dirigidas para o abastecimento do Distrito Federal e a
produção de insumos agrícolas;
XVIII – manutenção das áreas rurais de propriedade da Companhia Imo-
biliária de Brasília TERRACAP como núcleos rurais ou similares;
XIX – aumento da densidade demográfica de ocupação do solo, com ob-
jetivo de melhor aproveitar os equipamentos urbanos existentes, atender a
demanda habitacional e dar condições de aperfeiçoar a operação do sistema
de transporte público, sem prejuízo do inciso XII deste artigo;
XX – adequação do dimensionamento das áreas dos terrenos públicos
para evitar custos excessivos de manutenção e impropriedades de utilização,
respeitado o disposto no inciso IV do § 2º artigo 1º;

185
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XXI – evitar a segregação acentuada de usos, estimulando a complemen-


taridade das atividades humanas, de forma a reduzir a intensidade do fluxo
pendular de passageiros e viabilizar um modelo de transporte público racional
e econômico;
XXII – redução das grandes descontinuidades espaciais que caracterizam
a forma de ocupação urbana do território do Distrito Federal, principalmente
no eixo Brasília Taguatinga-Gama;
XXIII – localização de áreas habitacionais e de atividades produtivas, ten-
do em vista a possibilidade de implantação de equipamentos urbanos e sis-
tema viário, bem como dos equipamentos comunitários, de modo a atender
às melhores condições de viabilidade econômica, ao impacto sobre o meio
ambiente, e à acessibilidade;
XXIV - reforçar o centro de Brasília, definido no artigo 7º do Decreto n.
10.829, de 14 de outubro de 1987, como núcleo central da metrópole em for-
mação, de modo a vir atender, inclusive ao seu papel continental;
XXIV – definição de um aglomerado urbano com características metro-
politanas, no eixo Brasília-Taguatinga-Gama, que terá as atribuições de polo
dinamizador das atividades produtoras da região, e virá a constituir um novo
núcleo central complementar ao do centro de Brasília;
XXV – indicação de um conjunto de áreas para atender à demanda por
chácaras de lazer e recreio, particularmente em áreas sem vocação para uso
agrícola, respeitadas as condicionantes ecológicas;
XXVI – criação de áreas de baixa densidade, ladeando o corredor definido
pelo eixo Brasília-Taguatinga, para proteção das características de Brasília;
XXVII – preservação dos recursos naturais;
XXVIII – contenção do crescimento das áreas urbanas sujeitas às restri-
ções ambientais;
XXIX – aprimoramento do modelo fundiário quanto a propriedade pública
calcado no seu arrendamento ou concessão de uso a trabalhadores e produ-
tores rurais, de forma que venha garantir a função social da propriedade;

186
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XXX – compatibilização da densidade populacional com a correspondente


e adequada utilização urbana;
XXXII - promover o adequado aproveitamento dos terrenos urbanos não
edificados, subutilizados, ou não utilizados, reprimindo a sua retenção espe-
culativa, nos termos do § 4º do artigo 182 da Constituição Federal;
XXXI – condicionar a utilização do solo aos princípios de preservação e
proteção do meio ambiente e da paisagem urbana e de valorização do patri-
mônio cultural;
XXXII – adoção da microbacia hidrográfica como unidade básica do plane-
jamento territorial.

Seção II
Do Macrozoneamento

Art. 4º Para fins de implementação do Plano Diretor de Ordenamento


Territorial do Distrito Federal, fica instituído o macrozoneamento do Distrito
Federal, cujo território subdivide-se nas seguinte zonas:
a) Zonas Urbanas - ZUR
b) Zonas de Expansão Urbana - ZEU
c) Zonas Rurais - ZRU
d) Zonas de Interesse Ambiental - ZIA

Subseção I
Das Zonas Urbanas

Art. 5º Zonas Urbanas são aquelas já parceladas regularmente ou que


ainda o serão nos termos da legislação pertinente, desde que contidas em
perímetro urbano.
§ 1º As Zonas Urbanas definidas neste artigo denominam-se:
a) Zona Urbana 1 de Brasília - 1 ZUR 1
b) Zona Urbana 2 de Brasilia - 1 ZUR 2

187
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c) Zona Urbana 3 de Brasília - 1 ZUR 3


d) Zona Urbana 4 de Brasília - 1 ZUR 4
e) Zona Urbana 5 de Brasília - 1 ZUR 5 f ) Zona Urbana 1 do Gama - 2 ZUR 1
g) Zona Urbana 2 do Gama - 2 ZUR 2
h) Zona Urbana 1 de Taguatinga - 3 ZUR 1
i) Zona Urbana 2 de Taguatinga - 3 ZUR 2
j) Zona Urbana 1 de Brazlândia - 4 ZUR 1
k) Zona Urbana 1 de Sobradinho - 5 ZUR 1
l) Zona Urbana 2 de Sobradinho - 5 ZUR 2
m) Zona Urbana 1 de Planaltina - 6 ZUR 1
n) Zona Urbana 2 de Planaltina - 6 ZUR 2
o) Zona Urbana 1 do Paranoá - 7 ZUR 1
p) Zona Urbana 1 do N.Bandeirante - 8 ZUR 1
q) Zona Urbana 2 do N.Bandeirante - 8 ZUR 2
r) Zona Urbana 3 do N.Bandeirante - 8 ZUR 3
s) Zona Urbana 4 do N.Bandeirante - 8 ZUR 4
t) Zona Urbana 1 de Ceilândia - 9 ZUR 1
u) Zona Urbana 1 do Guará -10 ZUR 1
v) Zona Urbana 1 do Cruzeiro -11 ZUR 1
x) Zona Urbana 1 de Samambaia -12 ZUR 1
§ 2º As Zonas Urbanas 8 ZUR 3 e 8 ZUR 4 são caracterizadas por baixa
densidade demográfica bruta.
§ 3º As Zonas Urbanas 1 ZUR 3, 1 ZUR 4, 1 ZUR 5, 4 ZUR 1, 5 ZUR 2, 6
ZUR 2, 7 ZUR 1 e 8 ZUR 2 devem respeitar os parâmetros de ocupação terri-
torial estabelecidos para Áreas de Proteção Ambiental onde elas se inserem.
§ 4º As Zonas Urbanas 4 ZUR 1, 5 ZUR 2 e 6 ZUR 2 somente serão confir-
madas após a concordância da alteração do zoneamento pelas entidades su-
pervisoras das respectivas Áreas de Proteção Ambiental onde elas se inserem.
§ 5º As Zonas Urbanas terão seus perímetros urbanos definidos por poli-
gonais topográficas.

188
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Subseção II
Das Zonas de Expansão Urbana

Art. 6º Zonas de Expansão Urbana são aquelas destinadas às futuras ocu-


pações para fins urbanos.
§1º As Zonas de Expansão Urbana definidas neste artigo denominam-se:
a) Zona de Expansão Urbana 1 do Gama - 2 ZEU 1
b) Zona de EXpansão Urbana 2 do Gama - 2 ZEU 2
c) Zona de Expansão Urbana 3 do Gama - 2 ZEU 3
d) Zona de Expansão Urbana 4 do Gama - 2 ZEU 4
e) Zona de Expansão Urbana 5 do Gama - 2 ZEU 5
f) Zona de Expansão Urbana 6 do Gama - 2 ZEU 6
g) Zona de Expansão Urbana 1 de Taguatinga- 3 ZEU 1
h) Zona de Expansão Urbana 2 de Taguatinga- 3 ZEU 2
i) Zona de Expansão Urbana 1 de Brazlândia- 4 ZEU 1
j) Zona de Expansão Urbana 1 de Sobradinho- 5 ZEU 1
k) Zona de Expansão Urbana 1 do Paranoá- 7 ZEU 1
l) Zona de Expansão Urbana do Núcleo Bandeirante - 8 ZEU 1
m) Zona de Expansão Urbana de Samambaia -12 ZEU 1
§ 2º A Zona de Expansão Urbana 8 ZEU 1 é caracterizada por baixa den-
sidade demográfica bruta.
§ 3º As Zonas de Expansão urbana 2 ZEU 1, 2 ZEU 5 e 12 ZEU 1 são ca-
racterizadas por predominância de áreas de empregos e serviços.
§ 4º As Zonas de Expansão Urbana 2 ZEU 3, 4 ZEU 1 e 7 ZEU 1, devem
respeitar os parâmetros de ocupação territorial estabelecidos para as Áreas
de Proteção Ambiental onde elas se inserem.
§ 5º A Zona de Expansão Urbana 4 ZEU 1, somente será confirmada após
a concordância da alteração do zoneamento pelas entidades supervisoras da
Área de Proteção Ambiental onde ela se insere.

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§ 6º Nas Zonas de Expansão Urbana 3 ZEU 1 E 3 ZEU 2, as áreas cujos


arrendatários, nos termos do plano de utilização, tenham na agropecuária
atividade econômica, terão estas áreas mantidas sob esta forma contratual
enquanto este uso não contrarie os interesses da administração.
§ 7º Nas Zonas de Expansão Urbana 3 ZEU 1 e 3 ZEU 2 as áreas confron-
tantes com córregos e nascentes ficam mantidas com uso rural, excluídas as
áreas de preservação permanente, nos termos da legislação ambiental vigente.
§ 8º As Zonas de Expansão Urbana 3 ZEU 1 e 3 ZEU 2 terão baixa den-
sidade demográfica e serão parceladas nos termos da Lei Federal 6766 de
dezembro de 1979, para uso residencial unifamiliar.
§ 9º As Zonas de Expansão Urbana serão delimitadas por poligonais to-
pográficas.

Subseção III
Das Zonas Rurais

Art. 7º Zonas Rurais são aquelas destina das às atividades agrícola, pecu-
ária, extrativa vegetal e mineral, ou outros usos complementares compatíveis
com estas atividades.
§ 1º Nestas Zonas são permitidas atividades agroindustriais e industriais.
§ 2º As Zonas Rurais definidas neste artigo denominam-se:
a) Zona Rural 1 do Gama – 2 ZRU 1
b) Zona Rural 1 de Taguatinga – 3 ZRU 1
c) Zona Rural 1 de Brazlândia – 4 ZRU 1
d) Zona Rural 2 de Brazlândia - 4 ZRU 2
e) Zona Rural 1 de Sobradinho – 5 ZRU 1
f) Zona Rural 2 de Sobradinho – 5 ZRU 2
g) Zona Rural 3 de Sobradinho – 5 ZRU 3
h) Zona Rural 1 de Planaltina – 6 ZRU 1
i) Zona Rural 2 de Planaltina – 6 ZRU 2
j) Zona Rural 3 de Planaltina – 6 ZRU 3

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k) Zona Rural 4 de Planaltina – 6 ZRU 4


l) Zona Rural 1 do Paranoá – 7 ZRU 1
m) Zona Rural 2 do Paranoá – 7 ZRU 2
n) Zona Rural 1 do N. Bandeirante – 8 ZRU 1
o) Zona Rural 1 de Ceilândia – 9 ZRU 1
p) Zona Rural 2 de Ceilândia – 9 ZRU 2
q) Zona Rural 1 de Samambaia – 12 ZRU 1
§ 3º As Zonas Rurais 5 ZRU 2, 6 ZRU 2, e 7 ZRU 1, que compõem a área de
Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu, serão objeto de estudos
específicos quanto ao abastecimento de água para o Distrito Federal, tendo em
vista o uso do solo e a regularização, ou desconstituição, dos parcelamentos ali
localizados, ouvidos os supervisores desta Área de Proteção Ambiental.
§ 4º As Zonas Rurais 4 ZRU 2 e 5 ZRU 3, que compõem a Área de Proteção
Ambiental do Cafuringa, serão objeto de estudos específicos quanto ao uso do
solo, tendo em vista a regularização ou desconstituição dos parcelamentos ali
localizados, ouvidos os supervisores desta Área de Proteção Ambiental.
§ 5º As Zonas Rurais serão delimitadas por poligonais topográficas.
Art. 8º Nas Zonas Rurais, à exceção dos projetos agropecuários, de ini-
ciativa do Governo, todos os demais projetos serão necessariamente subme-
tidos à aprovação dos órgãos competentes do Distrito Federal, sem prejuízo
da observância da legislação agrária e ambiental. Quando se tratar de projeto
que envolva o parcelamento do solo com finalidade rural, o Órgão Ambiental
competente do Distrito Federal examinará o projeto podendo dispensar a re-
alização de Estudos de Impacto Ambiental - EIA e o respectivo Relatório de
Impacto Ambiental - RIMA. (Artigo Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n.
3 de 22/11/1994)
Art. 9º Não é permitido o parcelamento do solo para fins urbanos nas zo-
nas rurais, nos termos de que dispõe a legislação pertinente.

191
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Subseção IV
Das Zonas de Interesse Ambiental.

Art. 10. As Zonas de Interesse Ambiental são aquelas que, devido às


características físico-ambientais, à sua fauna e flora ou aos demais atributos
especiais, mereçam tratamento específico visando a sua preservação, conser-
vação ou recuperação.
§ 1º As Zonas de Interesse Ambiental definidas neste artigo denominam-se:
a) Zona de Interesse Ambiental 1 - 1 ZIA 1 de Brasília (Parque Nacional
de Brasília)
b) Zona de Interesse Ambiental 2 de Brasília - 1 ZIA 2 (Jardim Botânico de
Brasília, Reserva Ecológica Roncador, Campo Experimental da UnB)
c) Zona de Interesse Ambiental 1 do Gama - 2 ZIA 1 (Reserva Ecológi-
ca do Gama)
d) Zona de Interesse Ambiental de Taguatinga 3 ZIA 1
e) Zona de Interesse Ambiental 1 de Planaltina 6 ZIA 1 (Estação Ecológica
de Águas Emendadas)
f) Zona de Interesse Ambiental 1 do Guará 10 ZIA 1 (Reserva Ecológi-
ca do Guará)
§ 2º Os limites das Zonas de Interesse Ambiental são aqueles estabeleci-
dos na legislação pertinente.

Seção III
Diretrizes Básicas da Política de Desenvolvimento Urbano
e Ordenamento Territorial.

Art. 11. A política de desenvolvimento urbano, incluindo a habitação, sa-


neamento básico, os transportes urbanos, e o ordenamento territorial obser-
varão as seguintes diretrizes básicas:
I – preservação das características básicas de concepção urbanística de
Brasília, como Capital Federal e como Patrimônio Cultural da Humanidade;

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II – disciplinamento e consolidação do processo de conurbação em desen-


volvimento no Distrito Federal, no eixo Brasília-Taguatinga-Gama;
III – combate à segregação espacial que caracteriza a ocupação urbana do
Distrito Federal, respeitado o contido no inciso I deste artigo;
IV – estímulo à ocupação dos vazios urbanos, para racionalizar o uso dos
equipamentos públicos existentes;
V – destinação de novas áreas para a realiza ção de programas habitacio-
nais, sobretudo para população de baixa renda, bem como para a localização
das atividades econômicas e sociais;
VI – manutenção do patrimônio público de terras já desapropriadas, como
base de sustentação para a ordenação do uso do solo do Distrito Federal;
VII – integração das ações dos vários órgãos governamentais no gerencia-
mento das tenras públicas do Distrito Federal;
VIII – promoção da edificação das unidades imobiliárias subutilizadas ou
não utilizadas de Brasilia e o adensamento das cidades satélites no limite da
capacidade dos equipamentos públicos;
IX – promoção de oferta regular de imóveis pela TERRACAP, de modo a
atender às necessidades habitacionais da população;
X – recuperação da valorização dos imóveis urbanos e rurais decorrente
dos investimentos públicos à propriedade particular;
XI – geração de recursos para o atendimento da demanda de equipamen-
tos urbanos e de serviços provocados por adensamentos urbanos;
XII – adoção de padrões urbanos compatíveis com a realidade técnico-e-
conômico-social quanto aos equipamentos públicos urbanos, sistema viário e
edificações;
XIII – definição de áreas de revitalização através de alteração de uso, ga-
baritos e tipologias;
XIV – as áreas de expansão urbana de propriedade pública não poderão
ser alienadas enquanto não parceladas.

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Subseção I
Dos Transportes Urbanos

Art. 12. São diretrizes quanto aos transportes:


I – implantação de novas alternativas tecnológicas de transportes de mas-
sa que assegurem o atendimento adequado a atuais e futuras demandas por
transportes públicos;
II – compatibilização dos projetos de transportes com o uso do solo, ade-
quando-se a o desenvolvimento urbano e à preservação do meio ambiente;
III – compatibilização da operação dos sistemas de transportes do Distrito
Federal, com aqueles que atendem demandas originadas no entorno do Dis-
trito Federal para a máxima racionalidade na prestação dos serviços e redu-
ção dos custos;

Subseção II
Do Saneamento Básico

Art. 13. São diretrizes quanto ao saneamento básico:


I – melhoria dos padrões de atendimento à população quanto ao abaste-
cimento de água. drenagem e esgotamento e tratamento sanitário, notada-
mente em áreas mais carentes;
II – adoção de medidas de controle e despoluição dos corpos de água;
III – implantação e desenvolvimento de programas conjuntos com o Go-
verno Federal e com os Estados e Municípios vizinhos, objetivando a preser-
vação, recuperação e utilização dos recursos hídricos do Distrito Federal e de
sua região de influência;
IV – definição de novos mananciais para abastecimento de água, para
atender às populações que existirão a médio e longo prazos, nos termos do
que dispõe o Plano Diretor de Ordenamento Territorial;

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Subseção III
Dos Assentamentos Urbanos e da Habitação

Art. 14. A política habitacional do Distrito Federal visa assegurar o direito


social da moradia e reduzir a carência habitacional, pela realização dos se-
guintes objetivos:
I – utilização racional do espaço na adoção de novos padrões urbanos re-
primindo a ação especulativa sobre a terra, para garantir o acesso à moradia
com equipamentos urbanos, comunitários e transportes;
II – relocalização das populações assentadas em áreas de risco com sua
recuperação e utilização imediata e adequada;
III – incentivo à participação da iniciativa privada no desenvolvimento dos
programas habitacionais destinados à populações de média e baixa renda;
IV – urbanização e regularização das áreas de “invasão” de baixa renda,
já consolidadas, localizadas em Zonas Urbanas ou de Expansão Urbana, ex-
ceto em situação de risco de vida, prejuízo à saúdo, ao meio ambiente e em
áreas tombadas;
V – criação de mecanismos para a participação de cooperativas habita-
cionais de trabalhadores nos programas habitacionais promovidos pelo Po-
der Público;
VI – criação de programas especiais de financiamento para construção de
habitações de interesse social;
VII – estímulo a implantação de sistemas construtivos de tecnologia de
produção em massa de habitações de interesse social;
Art. 15. São diretrizes quanto aos assentamentos urbanos:
I – localização de áreas para expansão habitacional em harmonia com a
estrutura urbana existente;
II – estabelecimento de áreas de renovação urbana, com a preocupação
de se estudar adensamentos através de mudanças de usos, gabaritos e tipo-
logias, sem prejuízo do contido no inciso IV do § 2º do artigo 1º.

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Art. 16. As Zonas Urbanas e de Expansão Urbana, guando urbanizadas,


deverão possuir todos os equipamentos urbanos e comunitários, compatíveis
com a densidade demográfica e com os demais índices urbanísticos relativos
ao uso, ocupação e aproveitamento do solo.
§ 1º Na inexistência de equipamentos urbanos, estes serão projetados e
executados respeitando a densidade e os demais índices urbanísticos a serem
fixados de acordo com os recursos hídricos disponíveis, as possibilidades de
disposição dos esgotos sanitários e pluviais, e também com as limitações e
condicionantes ecológicas, ambientais e urbanísticas.
§ 2º Na hipótese da urbanização de que trata este artigo ser em área de
propriedade privada, o provimento dos equipamentos urbanos e do sistema
viário é de responsabilidade do empreendedor ou loteador.
Art. 17. A pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, interessada
em parcelar o solo deverá elaborar carta de intenções, estudo preliminar e pro-
jeto, os quais deverão obedecer às normas técnicas e de apresentação a serem
definidas pelo órgão central do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano.
Parágrafo único. A carta de intenções, o estudo preliminar e respectivo
projeto de parcelamento deverão ser analisados pelo órgão central do Siste-
ma de Planejamento Territorial e Urbano.
Art. 18. Os parcelamentos do solo serão objeto de exame pelo Órgão
Ambiental competente do Distrito Federal que, de acordo com a legislação
vigente, poderá dispensar a realização do Estudo de Impacto Ambiental - EIA
e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. (Artigo Alterado(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 3 de 22/11/1994)
Art. 19 Nos setores de Mansão Park Way - SMPW; de Mansões Dom Bosco
- SMDB; de Mansões do Lago - SML; de Mansões Isoladas - SMI; e nas Chá-
caras (CH) do Setor de Habitações Individuais Sul, será admitida a instituição
de condomínios por unidades autônomas, na forma da alínea “a” do artigo 82
da Lei Federal n. 4591, de 16 de dezembro de 1964, tendo todos área comum
com a zeladoria, circulação, equipamentos de lazer e serviços. (Artigo Altera-
do(a) pelo(a) Lei n. 495 de 20/07/1993)

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§ 1º Os lotes com 20.000 (vinte mil) m2 po derão ter até 8 (oito) habitações.
§ 2º os lotes com áreas menores que as do § 1º terão menos de oito ha-
bitações, mantida a proporcionalidade com a área.
§ 3º o Poder Executivo regulamentará o presente artigo no que couber.
Art. 20. As definições dos conceitos de equipamentos públicos, urbanos e
comunitários de que trata esta Lei, bem como do parcelamento, loteamentos
e desmembramentos, são aquelas constantes na Lei Federal n. 6.766, de 11
de dezembro de 1979.
Art. 21 Os parcelamentos urbanos deverão seguir a legislação vigente no
que se refere aos aspectos urbanísticos e ambientais.
Art. 22. Nos parcelamentos a serem efetiva dos em Áreas de Proteção
Ambiental deverão ser previamente consultados os órgãos supervisores, am-
biental e superior de planejamento.
Art. 23 Todos os projetos de parcelamento do solo estarão sujeitos a li-
cenciamento ambiental, nos termos da legislação pertinente.
Art. 24. A aprovação dos projetos de parcelamento urbano são de com-
petência do Governador do Distrito Federal, após ter sido ouvido o Órgão
Superior do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano.
Art. 25 O parcelamento urbano só poderá ser realizado após ter sido apro-
vado o projeto correspondente, feito o seu registro imobiliário, concedidas a
sua respectiva licença ambiental, bem como a sua licença para execução das
obras dos equipamentos urbanos e sistema viário.
Parágrafo único. A licença para execução de obras dos equipamentos ur-
banos e sistema viário é de competência da Secretaria de Obras e Servi-
ços Públicos.
Art. 26. Após a execução das obras de que trata o artigo anterior, de con-
formidade com o projeto, o Poder Executivo declarará o parcelamento passí-
vel de ocupação.

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CAPÍTULO III
DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL E URBANO
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 27. Fica instituído o Sistema de Plane jamento Territorial e Urbano do


Distrito Federal.
Art. 28 - São objetivos do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano
do Distrito Federal:
I – compatibilizar as ações, sobre o território, do Poder Público, da inicia-
tiva privada e da comunidade como um todo;
II – acompanhar a implementação e propor a atualização das diretrizes
dos planos responsáveis pelo ordenamento territorial aos níveis interurbano
e intra-urbano;
III – promover a integração, analisar a compatibilidade e acompanhar a
implementação de planos e programas setoriais relativos ao ordenamento
territorial e ao desenvolvimento urbano;
IV – estabelecer os procedimentos para a elaboração, revisão e implemen-
tação de planos e projetos urbanísticos e de ordenamento territorial;
V – propiciar a participação da população na formulação, revisão e fiscali-
zação dos planos e normas de ordenamento territorial e urbano;
VI – assegurar a compatibilidade entre as diretrizes do Plano Diretor de
Ordenamento Territorial do Distrito Federal e dos Planos Diretores Locais e a
programação orçamentária expressa no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes
Orçamentárias e no Orçamento Anual;
VII – aperfeiçoar o instrumental técnico e legal e modernizar as estruturas
e procedimentos administrativos com vistas a maior eficácia na execução do
Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal e Planos Direto-
res Locais;
VIII – manter a comunidade informada sobre as diretrizes e normas cons-
tantes da legislação urbanística e de ordenamento territorial.

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Art. 29. O Conselho de Arquitetura, Urbanismo e Meio Ambiente passa a


denominar-se Conselho de Planejamento Territorial e Urbano - CONPLAN.
Art. 30 Fica criado o Instituto de Planejamento Territorial e Urbano do
Distrito Federal - IPDF, como entidade autárquica vinculada à Secretaria de
Obras e Serviços Públicos.
Parágrafo único. Compete ao Instituto de Planejamento Territorial e Urba-
no do Distrito Federal - IPDF:
I – coordenar, revisar e acompanhar a implementação do Plano Diretor de
Ordenamento Territorial do Distrito Federal;
II – coordenar, elaborar, revisar e acompanhar a implementação dos Pla-
nos Diretores Locais;
III – coordenar e articular as ações de planejamento setorial dos órgãos da
administração do Governo do Distrito Federal, com vistas a consolidação das
diretrizes de ordenamento territorial e urbanas expressas no Plano Diretor de
Ordenamento Territorial do Distrito Federal e nos Planos Diretores Locais;
IV – analisar e emitir parecer técnico sobre a localização e programação
de investimentos dos equipamentos urbanos;
V – executar e fazer executar a política e as diretrizes territoriais e urbanas;
Art. 31. O Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Fede-
ral tem como órgão superior o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano
- CONPLAN, como órgão central a Secretaria de Obras e Serviços públicos,
como órgão executivo o Instituto de Planejamento Territorial e Urbano do
Distrito Federal - IPDF e como órgãos setoriais as entidades integrantes da
Administração do Governo do Distrito Federal, que direta ou indiretamente
estejam associadas ao ordenamento territorial e urbano.
Art. 32 O Conselho de Planejamento Territorial e Urbano - CONPLAN,
de natureza consultiva, é o órgão auxiliar da Administração na formulação,
acompanhamento e atualização das diretrizes e dos instrumentos de imple-
mentação da política de ordenamento territorial e urbano.

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Parágrafo único. O Conselho de Planejamento Territorial e Urbano será


assessorado pelo Instituto de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito
Federal - IPDF, como sua secretaria executiva.
Art. 33. Compete ao Conselho de Planejamento Territorial e Urbano
- CONPLAN:
I – acompanhar a implementação do Plano Diretor de Ordenamento Ter-
ritorial do Distrito Federal e dos Planos Diretores Locais e propor alterações
que julgar necessárias;
II – examinar a compatibilidade entre planos e programas setoriais de
responsabilidade da administração direta, indireta ou fundacional, de qual-
quer nível de Governo, e as diretrizes dos planos territoriais e urbanos, assim
como propor medidas necessárias para ajustar ações incompatíveis com os
referidos Planos;
III – examinar a compatibilidade entre o Plano Plurianual e as diretrizes
dos planos territorial e urbano;
IV - opinar sobre Projetos de Lei a serem encaminhados à Câmara Legis-
lativa, nos termos da Lei n. 245/92;
V – opinar sobre normas e padrões urbanísticos de competência do Poder
Executivo;
VI – elaborar seu Regimento Interno, para homologação pelo Chefe do
Executivo;
VII – acompanhar e analisar a aplicação dos recursos destinados ao de-
senvolvimento urbano.
Art. 34. Ficam criados os Conselhos Locais de Planejamento Territorial
e Urbano, em cada Região Administrativa do Distrito Federal, composto por
representantes do Poder Executivo e por membros indicados pelas entidades
representativas da respectiva Região, com o objetivo de discutir, analisar, e
acompanhar as questões envolvendo o planejamento territorial e urbano.

200
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Art. 35 O Conselho do Planejamento Territorial e Urbano, será composto


pelo Governador do Distrito Federal como Presidente, 10 (dez) conselheiros
natos, 10 (dez) indicados, dos quais 6 (seis) dentre os representantes dos
Conselhos Locais de Planejamento.
§ 1º são Conselheiros natos:
a) o autor do Plano Urbanístico de Brasília;
b) o autor do Plano Arquitetônico de Brasília;
c) o Secretário de Obras e Serviços Públicos;
d) o Secretário de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia;
e) o Secretário de Transportes;
f) o Secretário de Cultura, Esporte e Comunicação Social;
g) o Secretário de Agricultura;
h) o Secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal
e Entorno;
i) o Procurador-Geral do Distrito Federal;
j) o Presidente do Instituto de Planejamento Territorial e Urbano.
§ 2º São Conselheiros indicados:
a) um representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Seção Distri-
to Federal;
b) um representante da Universidade de Brasília UNB;
c) um representante da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Distri-
to Federal;
d) um representante do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia - CREA/DF.
e) um representante de cada Conselho Local de Planejamento.
§ 3º Os Conselheiros indicados serão nomeados pelo Governador do Dis-
trito Federal e terão mandato de até 2 (dois) anos, não renováveis.
§ 4º Cada Conselho de Planejamento Local elegerá um de seus Conselhei-
ros como seu representante junto ao CONPLAN.

201
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§ 5º Seis entre os Conselheiros dos Conselhos de Planejamento Locais


serão titulares e os demais, suplentes.
§ 6º Será obrigatória a participação dos representantes dos Conselhos Lo-
cais de Planejamento nas reuniões do CONPLAN que tratam de matérias das
Regiões Administrativas respectivas.
Art. 36. A Secretaria de Obras e Serviços Públicos, órgão central do Siste-
ma de Planejamento Territorial e Urbano, além de suas competências legais,
é responsável pelo planejamento, coordenação e supervisão da política terri-
torial e urbana.
Art. 37 Os órgãos da administração direta e indireta do Governo do Dis-
trito Federal, que de qualquer forma intervêm na ordenação do território, são
responsáveis, como órgãos setoriais do Sistema de Planejamento Territorial e
Urbano, pela execução de programas e projetos correspondentes à sua área
de situação.
Art. 38. O Poder Executivo fica autorizado a criar, no âmbito das Admi-
nistrações Regionais, as Assessorias de Planejamento, órgãos de assessora-
mento e articulação das políticas locais ao planejamento territorial e urbano
do Distrito Federal.
Art. 39. Compete às Assessorias de Planejamento das Administrações
Regionais:
I – propor as prioridades, os projetos e as metas dos planos de desenvol-
vimento urbano, considerando as necessidades locais;
II – acompanhar a realização das ações interurbanas e a execução dos
planos e projetos locais;
III – subsidiar o órgão central de planejamento na definição das priorida-
des para implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
IV – elaborar e encaminhar ao órgão central de planejamento as propos-
tas de alteração na legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo, de
acordo com as especificidades locais do processo de urbanização;

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V – assegurar a participação na formulação gestão e revisão do processo


de planejamento territorial e urbano;
VI – exercer as atividades de secretaria executiva dos Conselhos Locais de
Planejamento.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES TERRITORIAIS E URBANAS
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 40. Fica criado o Sistema de Informações Territoriais e Urbanas - SI-


TURB, parte integrante do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do
Distrito Federal.
Parágrafo único. O Sistema de Informações Territoriais e Urbanas do Dis-
trito Federal - SITURB tem como órgão central a Companhia do Desenvolvi-
mento do Planalto Central - CODEPLAN - tendo como órgãos setoriais as en-
tidades integrantes da Administração do Governo do Distrito Federal e outras
públicas ou privadas que produzam informações de interesse do ordenamen-
to territorial e urbano.
Art. 41. O Sistema de Informações Territoriais e Urbanas do Distrito Fe-
deral tem por objetivos:
I – coletar, organizar, produzir e disseminar informações sobre o território
e sua população;
II – colocar à disposição de todos os cidadãos as informações de seu inte-
resse ou de interesse coletivo, assim como a consulta de documento, relatório
técnico, e demais estudos for mulados pelos órgãos do sistema de Planeja-
mento Territorial e Urbano do Distrito Federal;
III – oferecer subsídios e apoio ao processo de decisão das ações territo-
riais e urbanas;
IV – oferecer subsídios e apoio ao Sistema de Planejamento Territorial e
Urbano do Distrito Federal.

203
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Art. 42. O Sistema de Informações Territoriais e Urbanas do Distrito Fe-


deral tratará, entre outras, de informações sobre o uso e ocupação do solo,
e dos aspectos sociais e econômicos da população do Distrito Federal e dos
municípios do seu entorno.
Art. 43 As despesas decorrentes da implantação e operação do Sistema
de Informações Territoriais e Urbanas serão suportadas por dotação orça-
mentária específica a ser alocada nos seus órgãos integrantes.
Art. 44. O Sistema Cartográfico do Distrito Federal - SICAD - integra o
Sistema de Informações Territoriais e Urbanas do Distrito Federal.
Art. 45 Às bases de dados físico-espaciais, demográficos e socio-econô-
micos existentes no Distrito Federal integram o Sistema de Informações Ter-
ritoriais e Urbanas do Distrito Federal.
Art. 46. Os agentes públicos e privados, incluindo os Cartórios de Regis-
tro de Imóveis, ficam obrigados a fornecer ao órgão central do Sistema de
Informações Territoriais e Urbanas do Distrito Federal os dados e informações
necessários ao Sistema.
Parágrafo único. O Sistema de Informações Territoriais e Urbanas do Distrito
Federal deve publicar, periodicamente, as informações analisadas, bem como
colocá-las permanentemente à disposição dos órgãos informadores e usuários.

CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS

Art. 47. São instrumentos da política de desenvolvimento urbano e de


ordenamento territorial as diversas disposições jurídicas, tributárias, finan-
ceiras, institucionais, de planejamento, necessários à sua execução.
Art. 48 Os diferentes instrumentos serão acionados pelos agentes do Sis-
tema de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal em função de
cada ação específica.

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Art. 49. Consideram-se, entre outros, instrumentos da política de desen-


volvimento urbano e de ordenamento territorial, além do plano Diretor de Or-
denamento Territorial do Distrito Federal e dos Planos Diretores Locais o macro-
zoneamento, o zoneamento, o parcelamento, o parcelamento compulsório, a
edificação compulsória, o imposto predial e territorial urbano, o imposto predial
e Territorial urbano progressivo, o direito de preempção, a retrovenda, o tom-
bamento, a outorga onerosa do direito de construir, a operação consorciada.
Art. 50 A regulamentação dos instrumentos proporcionados pela Consti-
tuição, pela legislação federal e aqueles de competência locais serão objeto
de leis específicas.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 51. O Poder Público terá 180 (cento e oitenta) dias para elaborar Pro-
jeto de Lei regulamentando os instrumentos de política de desenvolvimento
urbano e ordenamento territorial, aplicáveis ao Distrito Federal.
Art. 52 O Poder Executivo terá um prazo de 120 (cento e vinte) dias, a
partir da data da publicação desta Lei, para elaborar as poligonais de que tra-
tam os artigos 5º, 6º, 7º e 10 desta Lei.
Art. 53. Fica o Poder Executivo autorizado a estruturar os Sistemas de
Planejamento Territorial e Urbano e de Informações Territoriais e Urbanas do
Distrito Federal.
Art. 54 Os parcelamentos sob forma de condomínios ou loteamentos com
finalidade urbana localizados em zonas urbanas, rurais, de expansão urbana
ou de interesse ambiental, realizados sem autorização e cadastro competen-
tes, deverão ser objeto de regularização ou desconstituição mediante análise
por bacias e suas respectivas divisões, nos termos da Lei Federal n. 6.766, de
19 de dezembro de 1979, e no que couber, atendendo as disposições cons-
tantes da Lei n. 54, de 23 de novembro de 1989, e da Lei n. 41, de 13 de
setembro de 1989, e das demais normas ambientais em vigor.

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Parágrafo único. Os órgãos e grupos de trabalho responsáveis pelo exame


dos processos referentes à regularização dos parcelamentos ou desconstituição
dos parcelamentos afixarão quinzenalmente, em local público e de fácil acesso,
as seguintes informações: (Acrescido(a) pelo(a) Lei n. 637 de 04/01/1994)
I - roteiro utilizado na análise dos processos, indicando em que fase se
encontra cada um, e as exigências a serem cumpridas para que tramitação
tenha continuidade; (Acrescido(a) pelo(a) Lei n. 637 de 04/01/1994)
II - relação dos documentos exigidos para a análise dos processos. (Acres-
cido(a) pelo(a) Lei n. 637 de 04/01/1994)
Art. 59. Cabe à Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e à
Secretaria de Obras e Serviços Públicos, em conjunto, controlar a ocupação
e usos dos espaços territoriais, de acordo com as limitações e condicionantes
urbanísticas, ecológicas e ambientais.
Art. 60 A Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia assessorará
as Administrações Regionais quanto aos aspectos ambientais e de controle
de poluição.
Art. 61. A Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia licenciará e
fiscalizará a implantação de distritos, setores e instalações para fins indus-
triais e parcelamentos de qualquer natureza, bem como quaisquer atividades
que utilizem recursos ambientais renováveis e não renováveis.
Art. 62 Os projetos de parcelamento do solo de verão estar aprovados
nos termos do artigo 24 desta Lei, para efeito de instalação de equipamentos
urbanos, bem como para o respectivo registro imobiliário.
Parágrafo único. A aprovação do projeto, caso haja recursos interpostos
contra decisões da Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, só será
feita após serem definitivamente julgados pelo Conselho de Política Ambiental
no prazo máximo de noventa dias a partir da data de sua interposição.
Art. 63. Às unidades de conservação do Distrito Federal a seguir referi-
das, inseridas nas Zonas indicadas, aplicam- se, além do disposto nesta Lei a
legislação de proteção ambiental e as limitações administrativas respectivas:

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a) Estação Ecológica de Águas Emendadas - 6 ZIA 1;


b) Reserva Ecológica do Guará - 10 ZIA 1;
c) Reserva Ecológica do Gama - 2 ZIA 1;
d) Reserva Ecológica do Roncador - 1 ZIA 2;
e) Área de Proteção Ambiental de Cafuringa - 4 ZRU 2 e 5 ZRU 3
f) Áreas de Proteção Ambiental das Bacias do Gama e Cabeça de Veado - 1
ZUR 5, 1 ZIA 2; 2 ZEU 3, 8 ZUR 2; 8 ZUR 3;
g) Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto - 3 ZRU 1, 4
ZUR 1, 4 ZEU 1, 4 ZRU 1 e 9 ZRU 2;
h) Àrea de Proteção Ambiental da Bacia São Bartolomeu - 1 ZUR 4; 5 ZUR
2; 5 ZRU 2; 6 ZRU 2 6 ZRU 3; 6 ZRU 4; 7 ZRU 1;
i) Área de Proteção Ambiental do lago Paranoá 1 ZUR 3; 7 ZUR 1; 7 ZEU 1;
j) Área de Relevante Interesse Ecológico Capetinga-Taquara - 1 ZIA 2;
k) Área de Relevante Interesse Ecológico Taguatinga e Cortado - 3 ZUR
1; 12 ZUR 1;
l) Área de Relevante Interesse Ecológico do Paranoá Sul - 1 ZUR 3;
m) Área de Relevante Interesse Ecológico do Santuário de Vida Silvestre
de Riacho Fundo - 1 ZUR 5; 8 ZUR 3;
n) Parque Boca da Mata - 12 ZUR 1;
o) Parque Ecológico Norte - 1 ZUR 1;
p) Parque do Guará - 10 ZUR 1;
q) Parque Nacional de Brasília - 1 ZIA 1;
r) Parque Zoobotânico/ Jardim Zoobotânico - 8 ZUR 2; 1 ZIA 2;
s) Jardim Botânico - 8 ZUR 2; 1 ZIA 2.
Art. 64. Todas as transformações de uso rural para urbano, contidas no
Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, dependerão de
concordância do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
- nos termos do artigo 53 da Lei Federal n. 6.766/79.
Art. 65 Os limites das Regiões Administrativas deverão respeitar os se-
tores censitários, de forma a manter a série histórica dos dados estatísticos.

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Art. 66. O Poder Executivo editará no prazo de 90 (noventa) dias após


a publicação desta Lei, nova versão do documento denominado Plano Dire-
tor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, com as correções per-
tinentes introduzidas nesta Lei pela Câmara Legislativa, com reflexos nos
textos e mapas.
Art. 67 O Plano Diretor de Ordenamento Territo rial do Distrito Federal -
PDOT, deverá se adequar ao que dispuser a Lei Orgânica, sem interrupção do
processo de planejamento, nos termos do Sistema de Planejamento Territo-
rial e Urbano do Distrito Federal.
Art. 68. O Poder Executivo, no prazo de 60 (sessenta) dias, após a publi-
cação desta Lei, enviará à câmara Legislativa do Distrito Federal, Projeto de
Lei dispondo sobre a estrutura e organização do Instituto de Planejamento
Territorial e Urbano do Distrito Federal - IPDF.
Parágrafo único. Após a promulgação da Lei a que se refere o caput deste
artigo, ficam extintos os Departamentos de Urbanismo e de Arquitetura da
Secretaria de Obras e Serviços Públicos, passando suas atribuições ao Insti-
tuto de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal.
Art. 69. Os Planos Diretores Locais serão objeto de audiências públicas,
convocadas no mínimo com 30 (trinta) dias de antecedência, através de edi-
tal, pelos órgãos público e privado de comunicação, e após a informação ade-
quada da comunidade envolvida.
Art. 70. O Poder Executivo definirá através de lei específica a composição
e as atribuições dos Conselhos Locais de Planejamento, no prazo de 90 (no-
venta) dias após a publicação desta Lei.
Art. 71 O Poder Executivo terá um prazo de 90 (noventa) dias, a partir da
data da publicação desta Lei, para encaminhar à câmara Legislativa o Plano
Diretor de Água e Esgoto do Distrito Federal e o Plano Diretor de Transportes
do Distrito Federal, documentos básicos.
Art. 72. O Poder Executivo, através da Companhia Imobiliária de Brasília - TER-
RACAP - encaminhará à câmara Legislativa, em cada início de exercício, um pla-
nejamento da política de alienação de projetos e lotes a ser adotada no exercício.

208
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 73 O Distrito Federal, com vistas à proteção do meio ambiente e


defesa do solo, observadas as peculiaridades locais, estabelecerá o tamanho
mínimo de áreas para o parcelamento com fins rurais, nunca inferior ao mó-
dulo de propriedade rural a que se refere a Lei n. 4.504 de 30 de novembro
de 1964, em especial o artigo 65.
Art. 74. O Distrito Federal deverá contar com Zoneamento Ecológico-
-Econômico.
Parágrafo único. O Poder Executivo terá um prazo de 180 (cento e oitenta)
dias para elaborar o Zoneamento a que se refere o caput deste artigo.
Art. 75. O Distrito Federal usará o poder de polícia, naquilo que couber,
contra aqueles que descumprirem as determinações desta Lei, sob pena de
responsabilidade por omissão.
Art. 76 O Poder Executivo terá 120 (cento e vinte) dias a partir da publi-
cação desta Lei, para encaminhar à Câmara Legislativa, Projeto de Lei que
estabeleça critérios de alienação, cessão, concessão ou doação de unidades
imobiliárias urbanas de propriedade do Governo do Distrito Federal.
Art. 77. Fica assegurado ao produtor rural localizado em terras públicas,
sob contrato de arrendamento ou concessão de uso, o direito de preferência na
aquisição de propriedade, no mesmo local ou em outro equivalente, a título de
indenização, quando do parcelamento, para fins urbanos, da área que ocupa.
Art. 78 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 79 - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 18 de novembro de 1992


104º da República e 33º de Brasília
JOAQUIM DOMINGOS RORIZ

Este texto não substitui o publicado no DODF n. 235 de 19/11/1992


p. 1, col. 1

209
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

DECRETO N. 14.932 DE 12 DE AGOSTO DE 1993

Aprova a regulamentação do Art. 19 da Lei n. 353 de 18/11/92, que insti-


tui condomínios por unidades autônomas, na forma da alínea “a”, do artigo
8º da Lei Federal n. 4591 de 16 de dezembro de 1964, para o Setor de
Mansões Park Way - SMPW e Setor de Mansões Dom Bosco - SMDB.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribui coes que


lhe confere o artigo 100, inciso VII, da Lei Orgânica do Distrito Federal, de
08 de Junho de 1993, e o § 3º do Artigo 19 da Lei n. 353, de 18 de novem-
bro de 1992,
Considerando as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor de Ordenamen-
to Territorial;
Considerando a necessidade premente da regulamentação do artigo 19 da
Lei n. 353 de 18 de novembro de 1992;
E, finalmente, considerando que os parâmetros deverão obedecer à pro-
porcionalidade do lote de 20.000 n. para até 8 residências, conforme § 1º e
2º do artigo 19 da Lei n. 353, de 18 de novembro de 1992,
DECRETA:
Art. 1º Fica aprovada a regulamentação da instituição de condomínios, no
Setor de Mansões Park Way-SMPW e no Setor de Mansões Dom Bosco-SMDB,
constante nos Memoriais Descritivos MDE -77/93 e 86/93 e nas Normas de
Edificação e Gabarito NGB-77/93 e 86/93
§ 1º O MDE-77/93 e a NGB-77/93 correspondem ao Setor de Mansões
Park Way-SMPW - Anexo I.
§ 2º O MDE-86/93 e a NGB-86/93 correspondem ao Setor de Mansões
Dom Bosco-SMDB - Anexo II.
§ 3º Os MDE’s e NGB’s citados no caput deste artigo, são partes integran-
tes deste Decreto na forma de Anexos I e II.

210
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 2º Esta regulamentação não se aplica ao Setor de Mansões do Lago


Sul-SML, também citado no artigo 19 da Lei n. 353, de 18 de novembro de
1992, pela inexistência do mesmo.
Art. 3º A instituição de condomínios no SMPW e SMDB, é optativa e só
será admitida nestes dois setores nos lotes constantes do parcelamento ori-
ginariamente registrado em cartório pela TERRACAP.
Art. 4º Os parcelamentos registrados do SMPW e SMDB, não serão
alterados.
§ 1º Os lotes do SMPW e SMDB são indivisíveis, forme parágrafo único do
Artigo 4º da Lei n. 5.861, de 12 dezembro de 1972.
§ 2º Não será permitido o parcelamento na forma Lei n. 6.766, de 11 de
dezembro de 1979.
§ 3º Será permitido o remembramento desde que mantidos os parâmetros
estabelecidos nos MDE’s 77/93 e 86/93 e NGB’s 77 /93 e 86/93 e admitido o
acréscimo do número de habitações proporcionalmente ao tamanho, do lote.
§ 4º No caso de remembramento de mais de dois lotes, a Administração
Regional deverá encaminhar o Plano de Ocupação, ao Instituto de Planeja-
mento Territorial e Urbano - IPDF, para aprecia cão Urbanística.
Art. 5º A ocupação dos lotes do SMPW e SMDB, com con domínios deverá
estar de acordo com a legislação ambiental vigente.
Art. 6º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 12 de agosto de 1993


105º da República e 33º de BrasíliaJOAQUIM DOMINGOS RORIZ

* Republicado por haver saído com incorreções técnicas no DODF n. 165,


de 16 de agosto de 1993.
Os anexos constam no DODF
Este texto não substitui o publicado no DODF n. 92 de 12/05/1994
p. 1, col. 1

211
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

LEI COMPLEMENTAR N. 1.007, DE 28 DE ABRIL DE 2022


(Autoria do Projeto: Poder Executivo)

Altera a Lei Complementar n. 948, de 16 de janeiro de 2019, que


aprova a Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal - LUOS
nos termos dos arts. 316 e 318 da Lei Orgânica do Distrito Federal e
dá outras providências, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
Art. 1º A Lei Complementar n. 948, de 16 de janeiro de 2019, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
I – o art. 1º, caput e § 4º, caput, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 1º Esta Lei Complementar, denominada Lei de Uso e Ocupação do
Solo do Distrito Federal – LUOS, estabelece os critérios e os parâmetros de
uso e ocupação do solo para lotes e projeções localizados na Macrozona Ur-
bana do Distrito Federal nos parcelamentos urbanos registrados em cartório
de registro de imóveis competente.
(...)
§ 4º O disposto no caput abrange os seguintes parcelamentos consolida-
dos ou já aprovados pelo poder público:
I – Região Administrativa do Gama: Aris Vila Roriz do Gama;
II – Região Administrativa de Taguatinga: parte da QNN 12 de Ceilândia,
QNM 14 Lote A, centro esportivo do Centro Metropolitano de Taguatinga, par-
te das Quadras 1, 2 e 3, Área Especial 2, Quadra 04 Lote 24 da QNB, Lote 8
da CNG 8, escola do Setor D Sul;
III – Região Administrativa de Brazlândia: Lote 01 Quadra 29 do Setor
Tradicional;
IV – Região Administrativa de Planaltina: Setor Tradicional de Planaltina;
V – Região Administrativa do Paranoá: todo o Paranoá, exceto o Para-
noá Parque;

212
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

VI – Região Administrativa de Ceilândia: QNP 22 e 24;


VII – Região Administrativa de Samambaia: Lote 03 Conjunto 12 QR 413
e Lote 13 Conjunto 7 QR 603;
VIII – Região Administrativa de Santa Maria: AC 300, QR 301, CL 301, AC
401, QR 402, CL 303, CL 304, QR 303,
AC 407, CL 308, CL 408, QR 310, CL 310, CL 410, QR 302, QR 304, EQ
304/307, CL 307, CL 307, CL 407, QR
309, CL 309, CL 409 e parte da AC 200, QR 201, QR 202, QR 203, QR
307, QR 308;
IX – Região Administrativa do Riacho Fundo II: conjuntos 1, 5 e 6 da QN
4A, conjuntos 1, 4, 5, 8 e 9 e conjuntos
1 e 10 da QN 14E.
II – o art. 2º, II, III e IV, passa a vigorar com a seguinte redação:
II – Anexo II – Mapas de uso do solo por região administrativa:
a) Mapa 1A – Região Administrativa do Gama – RA II;
b) Mapa 2A – Região Administrativa de Taguatinga – RA III;
c) Mapa 3A – Região Administrativa de Brazlândia – RA IV;
d) Mapa 4A – Região Administrativa de Sobradinho – RA V;
e) Mapa 5A – Região Administrativa de Planaltina – RA VI;
f) Mapa 6A – Região Administrativa do Paranoá – RA VII;
g) Mapa 7A – Região Administrativa do Núcleo Bandeirante – RA VIII;
h) Mapa 8A – Região Administrativa de Ceilândia – RA IX;
i) Mapa 9A – Região Administrativa do Guará – RA X;
j) Mapa 10A – Região Administrativa de Samambaia – RA XII;
k) Mapa 11A – Região Administrativa de Santa Maria – RA XIII;
l) Mapa 12A – Região Administrativa de São Sebastião – RA XIV;
m) Mapa 13A – Região Administrativa de Recanto das Emas – RA XV;
n) Mapa 14A – Região Administrativa do Lago Sul – RA XVI;
o) Mapa 15A – Região Administrativa do Riacho Fundo – RA XVII;
p) Mapa 16A – Região Administrativa do Lago Norte – RA XVIII;

213
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

q) Mapa 17A – Região Administrativa de Águas Claras – RA XX;


r) Mapa 18A – Região Administrativa do Riacho Fundo II – RA XXI;
s) Mapa 19A – Região Administrativa do Varjão – RA XXIII;
t) Mapa 20A – Região Administrativa do Park Way – RA XXIV;
u) Mapa 21A – Região Administrativa do SCIA – RA XXV;
v) Mapa 22A – Região Administrativa de Sobradinho II – RA XXVI;
w) Mapa 23A – Região Administrativa do Jardim Botânico – RA XXVII;
x) Mapa 24A – Região Administrativa do Itapoã – RA XXVIII;
y) Mapa 25A – Região Administrativa do SIA – RA XXIX;
z) Mapa 26A – Região Administrativa de Vicente Pires – RA XXX; aa) Mapa
27A – Região Administrativa da Fercal – RA XXXI;
ab) Mapa 28A – Região Administrativa de Sol Nascente/ Pôr do Sol – RA
XXXII; ac) Mapa 29A – Região Administrativa de Arniqueira – RA XXXIII;
III – Anexo III – Quadros de parâmetros de ocupação do solo por região
administrativa:
a) Quadro 1A – Região Administrativa do Gama – RA II;
b) Quadro 2A – Região Administrativa de Taguatinga – RA III;
c) Quadro 3A – Região Administrativa de Brazlândia – RA IV;
d) Quadro 4A – Região Administrativa de Sobradinho – RA V;
e) Quadro 5A – Região Administrativa de Planaltina – RA VI;
f) Quadro 6A – Região Administrativa do Paranoá – RA VII;
g) Quadro 7A – Região Administrativa do Núcleo Bandeirante – RA VIII;
h) Quadro 8A – Região Administrativa de Ceilândia – RA IX;
i) Quadro 9A – Região Administrativa do Guará – RA X;
j) Quadro 10A – Região Administrativa de Samambaia – RA XII;
k) Quadro 11A – Região Administrativa de Santa Maria – RA XIII;
l) Quadro 12A – Região Administrativa de São Sebastião – RA XIV
m) Quadro 13A – Região Administrativa de Recanto das Emas – RA XV;
n) Quadro 14A – Região Administrativa do Lago Sul – RA XVI;
o) Quadro 15A – Região Administrativa do Riacho Fundo – RA XVII;

214
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

p) Quadro 16A – Região Administrativa do Lago Norte – RA XVIII;


q) Quadro 17A – Região Administrativa de Águas Claras – RA XX;
r) Quadro 18A – Região Administrativa do Riacho Fundo II – RA XXI;
s) Quadro 19A – Região Administrativa do Varjão – RA XXIII;
t) Quadro 20A – Região Administrativa do Park Way – RA XXIV;
u) Quadro 21A – Região Administrativa do SCIA – RA XXV;
v) Quadro 22A – Região Administrativa de Sobradinho II – RA XXVI;
w) Quadro 23A – Região Administrativa do Jardim Botânico – RA XXVII;
x) Quadro 24A – Região Administrativa do Itapoã – RA XXVIII;
y) Quadro 25A – Região Administrativa do SIA – RA XXIX;
z) Quadro 26A – Região Administrativa de Vicente Pires – RA XXX; aa)
Quadro 27A – Região Administrativa da Fercal – RA XXXI;
ab) Quadro 28A – Região Administrativa de Sol Nascente/Pôr do Sol – RA
XXXII; ac) Quadro 29A – Região Administrativa de Arniqueira – RA XXXIII;
IV – Anexo IV – Quadro de afastamentos mínimos laterais e de fundos
para lotes adjacentes;
III – o art. 5º, § 1º, é alterado como segue:
a) o caput do inciso II passa a vigorar com a seguinte redação:
II – UOS RO – Residencial Obrigatório, onde o uso residencial é obriga-
tório, sendo facultado o uso não residencial simultâneo, e que apresenta 3
subcategorias:
b) o inciso X, a, b e c, passa a vigorar com a seguinte redação:
a) PAC 1 – onde são obrigatórias atividades de comércio varejista de com-
bustíveis e lubrificantes, facultada a atividade de comércio varejista de mer-
cadorias em loja de conveniência e lanchonete;
b) PAC 2 – onde são obrigatórias atividades de comércio varejista de com-
bustíveis e lubrificantes, facultada a atividade de comércio varejista de mer-
cadorias e de prestação de serviço;

215
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

c) PAC 3 – onde são obrigatórias atividades de comércio varejista de com-


bustíveis e lubrificantes, facultada a atividade de comércio varejista de mer-
cadorias e de prestação de serviço, e que se localiza, principalmente, nas
bordas dos núcleos urbanos ou próximo a áreas industriais e ocorre em ar-
ticulação com rodovias que definem a malha rodoviária principal do Distrito
Federal, sendo de abrangência regional;
IV – o art. 6º, caput e §§ 1º, 2º e 3º, passa a vigorar com a seguin-
te redação:
Art. 6º As atividades permitidas para cada UOS estão definidas na tabela
do Anexo I e especificadas por usos comercial, prestação de serviços, institu-
cional, industrial, residencial e residencial-rural.
§ 1º Na tabela do Anexo I, os usos foram estabelecidos em conformidade
com a Tabela de Classificação de Usos e Atividades Urbanas e Rurais do Dis-
trito Federal.
§ 2º Quando se trata de alteração ou criação de atividade ou grupo na
CNAE, a tabela referida no caput é atualizada pelo órgão gestor do planeja-
mento territorial e urbano, aprovada pelo Conselho de Planejamento Terri-
torial e Urbano do Distrito Federal – Conplan e submetida à apreciação da
Câmara Legislativa do Distrito Federal – CLDF.
§ 3º São definidos em regulamento:
I – o detalhamento de classes e subclasses;
II – as restrições ambientais e de incomodidade à aplicação de:
a) atividades;
b) grupos;
c) classes;
d) subclasses.
V – o art. 8º, § 4º, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 4º Em caso de câmpus universitário, as atividades complementares re-
feridas no caput são aquelas do uso industrial, comercial e prestação de ser-
viço previstas na UOS CSIIR 2.
VI – o art. 9º, caput, passa a vigorar com a seguinte redação:

216
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 9º É permitida a construção de casa de zeladoria, desde que vincula-


da aos usos industrial, institucional ou residencial na categoria de habitação
multifamiliar, com mais de 20 unidades residenciais.
VII – o art. 11, III, passa a vigorar com a seguinte redação:
III – altura máxima igual à maior altura estabelecida no Anexo III para a
respectiva região administrativa;
VIII – o art. 13 passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 13. O coeficiente de aproveitamento é o índice de construção que,
multiplicado pela área do lote ou da projeção, estabelece o seu potencial
construtivo e é definido como básico e máximo.
IX – o art. 14, § 1º, I e III, passa a vigorar com a seguinte redação:
I – à guarda de veículos, circulação e manobra de veículos e circulação de
pedestres, no limite estabelecido no art. 31;
(...)
III – a elementos de proteção ou composição de fachadas e instalações
técnicas previstas no Código de Obras e Edificações do Distrito Federal – COE;
X – o art. 16, parágrafo único, passa a vigorar com a seguinte redação:
Parágrafo único. O órgão gestor de planejamento territorial e urbano deve
indicar a cota altimétrica do ponto definido como cota de soleira para cada lote
ou projeção, conforme o caso, ressalvadas as hipóteses previstas na legislação.
XI – o art. 18, parágrafo único, passa a vigorar com a seguinte redação:
Parágrafo único. Os elementos de proteção de fachadas com largura má-
xima de 1,50 metro não são computados na taxa de ocupação.
XII – o art. 19, § 1º, caput, e §§ 3º e 4º, passa a vigorar com a seguin-
te redação:
§ 1º No caso de abertura de vãos de iluminação e aeração ou só de aera-
ção nas edificações voltadas para as divisas de lotes vizinhos, os afastamen-
tos mínimos estabelecidos no Anexo IV devem ser aplicados cumulativamente
com o Anexo III e são definidos para edificações com:
(...)

217
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

§ 3º O Anexo IV não se aplica aos lotes das UOS RE 1, RE 2, RO 1, RO 2 e


RO 3, onde se deve garantir o afastamento mínimo de 1,50 metro em relação
às divisas com lotes vizinhos, quando há abertura.
§ 4º Não se aplica o afastamento mínimo definido no Anexo IV às divisas
com logradouro público, aos lotes isolados e às projeções.
XIII – o art. 20, I, passa a vigorar com a seguinte redação:
I – guarita com área máxima de construção de 15 metros quadrados, con-
tendo área fechada máxima de 6 metros quadrados;
XIV – o art. 23, § 1º, II, passa a vigorar com a seguinte redação:
II – facultativa.
XV – o art. 24 é alterado como segue:
a) o § 1º, III, passa a vigorar com a seguinte redação:
III – facultativa.
b) os §§ 3º e 4º passam a vigorar com a seguinte redação:
§ 3º A marquise definida como facultativa pode ser construída com largura
máxima de 3,00 metros.
§ 4º A marquise prevista no § 1º, II e III, deve respeitar a distância mí-
nima de 0,70 metro do meio-fio e o pé- direito de no mínimo 2,50 metros.
XVI – o art. 27, §§ 3º e 5º, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 3º A quantidade mínima de vagas de bicicleta, conforme estabelecido no
Anexo V, deve estar localizada em pavimento com acesso direto à edificação
ou em pavimento destinado a garagem com fácil acesso e adequada sinaliza-
ção indicativa a partir do logradouro público.
(...)
§ 5º Para atendimento da quantidade mínima de vagas de automóveis, a
cada 20 vagas destinadas a automóvel é permitida a substituição de 1 vaga
de automóvel por 1 vaga de motocicleta.
XVII – o art. 30, II e IV, passa a vigorar com a seguinte redação:

218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
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II – únicos ou remembrados, em que nenhuma divisa voltada para logra-


douro público seja superior a 16 metros e com área de até 400 metros qua-
drados, cumulativamente;
(...)
IV – destinadas às unidades habitacionais de interesse social no âmbito da
política habitacional do Distrito Federal.
XVIII – o art. 31, I, passa a vigorar com a seguinte redação:
I – AV corresponde ao limite de área exclusiva para vagas, circulação e
manobra de veículos e circulação de pedestres junto a vagas, não computável
no coeficiente de aproveitamento;
XIX – o art. 33, I, passa a vigorar com a seguinte redação:
I – fachada da edificação;
XX – o art. 34 é alterado como segue:
a) o caput do inciso II passa a vigorar com a seguinte redação:
II – fachada ativa obrigatória, nas seguintes UOS e condições:
b) o § 1º passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 1º Caso o lote possua mais de 1 fachada para logradouro público, o em-
preendedor deve identificar qual fachada será considerada fachada ativa de
sua edificação quando da habilitação do projeto arquitetônico, obedecendo à
seguinte ordem de prioridade:
c) o § 2º, II, passa a vigorar com a seguinte redação:
II – ocupação mínima de 40% de sua dimensão linear, com uso não resi-
dencial, garantido o acesso direto de pedestres ao logradouro público.
d) o § 5º passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 5º A porção da fachada ocupada por saída de emergência, acessos a
depósitos e guarda e permanência de veículos motorizados não é considerada
para fins do cálculo da permeabilidade física e visual.
XXI – (VETADO)
XXII – o art. 38, caput, passa a vigorar com a seguinte redação:

219
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Art. 38. Ficam estabelecidas Unidades Especiais – UE, aplicadas a situa-


ções específicas, nos lotes ou áreas públicas que não se enquadram nas defi-
nições das UOS descritas no art. 5º, assim designadas:
XXIII – o art. 39 passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 39. As UE do art. 38, III, IV, VI, VII, IX e XI a XIV, denominadas área
de gestão específica, têm sua forma de ocupação e distribuição de atividades
definidas em plano de ocupação.
XXIV – o art. 40 passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 40. Os parâmetros de uso e ocupação do Polo 11 da Região Admi-
nistrativa do Lago Sul são os estabelecidos no plano de ocupação e contrato
de concessão de uso firmado com a Agência de Desenvolvimento do Distrito
Federal – Terracap, passível de revisão.
XXV – o art. 42, caput e II, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 42. Nos lotes com área superior a 1.000 metros quadrados das UOS
CSII 2, CSII 3, CSIInd 1, CSIInd 2 e CSIInd 3, é admitido o desenvolvimento
exclusivo das atividades da UOS PAC 2, desde que:
(...)
II – submetido à aplicação da Onalt e de outros instrumentos urbanísticos,
ambientais, de trânsito e de segurança exigidos em legislação específica.
XXVI – o art. 48, caput e II, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 48. O remembramento de lotes deve observar as seguintes regras:
(...)
II – de faixas de área distintas e coeficientes de aproveitamento diferen-
tes, o coeficiente de aproveitamento resultante é correspondente à média
ponderada entre os coeficientes de aproveitamento e as áreas de cada lote,
aplicando-se a seguinte fórmula: caR = (ca1 x A1) (ca2 x A2)... (can x An) /
(A1 A2 An), em que:
a) caR = coeficiente de aproveitamento resultante;
b) can = coeficiente de aproveitamento de cada lote a ser remembrado;
c) An = área de cada lote a ser remembrado;

220
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
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XXVII – o art. 49, parágrafo único, passa a vigorar com a seguinte redação:
Parágrafo único. A alteração ou a extensão de uso ou atividades em lote
resultante de remembramento é sujeita a aplicação de Onalt de forma pro-
porcional à parte cujo uso tenha sido alterado ou estendido.
XXVIII – o art. 54 passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 54. A utilização do potencial construtivo exercido acima do coefi-
ciente de aproveitamento básico até o limite estabelecido pelo coeficiente de
aproveitamento máximo para a unidade imobiliária no Anexo III é autorizada
mediante contrapartida definida na legislação específica que dispõe sobre o
instrumento jurídico de Outorga Onerosa do Direito de Construir – Odir.
XXIX – o art. 55, § 2º, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 2º A forma de cálculo da contrapartida financeira e os procedimentos
administrativos para a aplicação e cobrança da Onalt são os estabelecidos na
legislação vigente, em especial na Lei Complementar n. 294, de 27 de junho
de 2000, e suas regulamentações.
XXX – o art. 56 é alterado como segue:
a) o caput passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 56. Não é devida Onalt nos casos de mudança de grupo em uma
mesma atividade dentre os permitidos para a respectiva UOS no Anexo I.
b) o § 1º, I e II, passa a vigorar com a seguinte redação:
I – do grupo multifamiliar em tipologia de casas para o grupo multifamiliar
em tipologia de apartamentos;
II – do uso comercial ou prestação de serviços para o uso residencial mul-
tifamiliar ou grupo comércio varejista de combustível;
XXXI – o art. 57, I, passa a vigorar com a seguinte redação:
I – localizadas nas UOS RO 1, RO 2 e RO 3;
XXXII – o art. 58, parágrafo único, passa a vigorar com a seguinte redação:
Parágrafo único. É vedada a aplicação do instrumento previsto no caput
para os lotes da UOS RO 1, RO 2 e RO 3.
XXXIII – o art. 68, § 2º, passa a vigorar com a seguinte redação:

221
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§ 2º Verifica-se infração continuada quando o infrator descumpre os ter-


mos da advertência, do embargo, da intimação demolitória ou da interdição.
XXXIV – o art. 82, caput, I e § 1º, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 82. Nos lotes das UOS RE 1 e RE 2, é permitida, de forma excep-
cional, a continuidade do funcionamento de atividade econômica, no mesmo
endereço, desde que comprovadamente instalada e em funcionamento até a
data de publicação desta Lei Complementar e desde que atenda, de forma
cumulativa, as seguintes condicionantes:
I – não executar ampliação da área utilizada para o funcionamento da ativi-
dade existente, exceto para implementar adequações exigidas pelas autoridades
competentes no que se refere à segurança da edificação e à saúde pública;
(...)
§ 1º A autorização para o exercício da excepcionalidade prevista no caput
deve ser requerida no prazo máximo de 1 ano a contar da publicação desta
Lei Complementar e respeitar a legislação específica de licenciamento de ati-
vidade econômica e auxiliares.
XXXV – o art. 83 passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 83. É admitida, de forma excepcional, a continuidade do funciona-
mento, em todas as UOS, de:
I – estabelecimentos de ensino de educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio, desde que comprovadamente instalados, em funcionamento e
credenciados ou que já tenham sido credenciados pela Secretaria de Educação
do Distrito Federal em data anterior à publicação desta Lei Complementar;
II – lojas maçônicas;
III – clubes de serviço.
§ 1º Para usufruir da excepcionalidade prevista neste artigo, o estabeleci-
mento educacional deve estar instalado em edificação com licenciamento edi-
lício para o uso residencial, proibida a ampliação do estabelecimento em lotes
vizinhos após a publicação desta Lei Complementar, não sendo vedada, no
entanto, a transferência, cessão ou venda do estabelecimento ou da empresa.

222
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XXXVI – (VETADO)
XXXVII – o art. 107, XI e § 1º, caput, passa a vigorar com a seguin-
te redação:
XI – no Decreto n. 16.677, de 11 de agosto de 1995, ratificando o Decreto
n. 13.059, de 8 de março de 1991; (...)
§ 1º Excetuam-se do caput as diretrizes e os procedimentos relativos
à instituição de condomínio permitida para a UOS RE 2 e RE 3 das seguin-
tes normas:
Art. 2º A Lei Complementar n. 948, de 2019, passa a vigorar com os se-
guintes acréscimos:
I – o art. 1º passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 5º e 6º:
§ 5º Os parâmetros definidos para os lotes constantes das áreas mencio-
nadas no § 4º constam desta Lei Complementar para fins de licenciamento
de atividades econômicas, conforme lei específica e licenciamento de edifica-
ções, na forma do art. 52 do Decreto n. 40.254, de 11 de novembro de 2019.
§ 6º Os demais projetos aprovados e consolidados devem ser incorpora-
dos a esta LUOS e compatibilizados aos seus critérios e à sua metodologia.
II – o art. 5º, § 1º, II, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea c:
c) RO 3 – onde é obrigatório o uso residencial, na categoria habitação mul-
tifamiliar de casas ou bifamiliar na tipologia de casas sobrepostas, em lotes
criados por programas habitacionais ou projetos de urbanismo de regulariza-
ção de Aris, Arine ou PUI, sendo facultado, simultaneamente, o uso não resi-
dencial com atividade econômica realizada no âmbito doméstico, não sendo
autorizado o acesso independente para a atividade comercial;
III – o art. 5º, § 1º, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XI:
XI – UOS RRur – Residencial e Rural, onde são obrigatórios os usos resi-
dencial unifamiliar e rural em lotes urbanos, considerada a situação fática da
ocupação em casos de projeto de regularização fundiária.
IV – o art. 5º passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:

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§ 3º A UOS RRur é permitida apenas em projeto de regularização fundiária


no qual haja atividade rural remanescente, consideradas as especificidades
ambientais e sociais.
V – o art. 6º passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 7º a 10:
§ 7º É permitida a construção de até 3 unidades residenciais unifamilia-
res na UOS RE 2, para os lotes originais inseridos no Setor de Mansões Dom
Bosco, Setor de Mansões Park Way, Setor de Mansões do Lago Norte e Setor
de Chácaras do Setor de Habitação Individuais Sul, conforme previsto no De-
creto N, de 8 de março de 1967, permanecendo os demais parâmetros esta-
belecidos nesta Lei Complementar.
§ 8º Podem ser licenciadas atividades auxiliares e complementares junta-
mente com as atividades principais em um mesmo lote.
§ 9º Consideram-se atividades auxiliares as atividades de apoio, exercidas
dentro da empresa, voltadas à criação de condições necessárias para a execu-
ção de suas atividades principal e complementares, desde que desenvolvidas
exclusivamente para insumo ou uso interno da própria atividade econômica.
§ 10 Consideram-se atividades complementares ou secundárias aquelas exer-
cidas no mesmo lote ou projeção da atividade principal, cuja produção é destina-
da a terceiros, mas cujo valor adicionado é menor do que o da atividade principal
e deve demonstrar vínculo, compatibilidade ou apoio à atividade principal.
VI – o art. 8º passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º:
§ 5º Em lotes definidos como UOS RRur, são permitidas as atividades com-
plementares referidas no caput, desde que inseridas em empresas caracteri-
zadas como Microempreendedor Individual – MEI, conforme regulamentação.
VII – o art. 10 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 3º a 5º:
§ 3º É permitida a construção de 2 domicílios nos lotes de uso residencial
obrigatório UOS RO 1 e 2, desde que atendidos os parâmetros de ocupação
do solo previstos nesta Lei Complementar, para os casos previstos nos planos
diretores locais.

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§ 4º O projeto urbanístico pode incluir parâmetros urbanísticos específicos


além dos estipulados por esta Lei Complementar, desde que não contrariem
o estabelecido no PDOT.
§ 5º Os parâmetros urbanísticos a que se refere o § 4º devem constar do
Memorial Descritivo do respectivo projeto urbanístico e ser aprovados pelo
órgão de planejamento urbano do Distrito Federal.
VIII – o art. 11 passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos V e VI, bem
como dos seguintes §§ 2º, 3º e 4º:
V – para os lotes com área inferior a 2.000 metros quadrados, a taxa de
permeabilidade mínima é de 20%;
VI – os demais parâmetros são definidos pelo órgão público destinatário
do lote, quando da elaboração do projeto arquitetônico.
§ 2º Os lotes de UOS Inst EP podem ser compartilhados por 2 ou mais
equipamentos urbanos ou comunitários.
§ 3º Em caso de desafetação de lote na UOS Inst EP, a norma estabelece
os parâmetros urbanísticos do referido lote, de acordo com as faixas de área
estabelecidas nesta Lei Complementar.
§ 4º Quando se trata de regularização edilícia, a taxa de permeabilidade
prevista no inciso IV pode ser reduzida de forma a contemplar a ocupação
existente pelo lote de equipamento público.
IX – o art. 14, § 1º, passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos V e VI:
V – a subestações de energia elétrica;
VI – a centrais de gás.
X – o art. 19 passa a vigorar acrescido do seguinte § 6º:
§ 6º As alturas das fachadas definidas no Anexo IV podem ser utilizadas
de forma escalonada e correspondem ao segmento vertical medido a partir
da cota de soleira e uma linha horizontal passando pela parte mais alta da
mesma fachada.
XI – o art. 20 passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos IX a XII:
IX – áreas de reservatórios de água ou tratamento de esgotos;

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X – piscina descoberta;
XI – instalação técnica enterrada ou em solo, esta última quando possuir
justificativa técnica;
XII – centrais de ar-condicionado e torres de resfriamento de água, su-
bestações elétricas, grupos geradores, bombas, casas de máquinas, lixeiras,
tanques de gases.
XII – o art. 24 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 6º e 7º:
§ 6º As dimensões estabelecidas no § 2º podem ser alteradas caso seja
verificada interferência com redes de serviços públicos.
§ 7º Em lotes isolados, a marquise, quando obrigatória, deve ser implan-
tada na divisa em que conste o local do acesso de pedestres, salvo se sua
taxa de ocupação é 100%, quando a marquise deve ser implantada em todas
as divisas.
XIII – o art. 26 passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º:
§ 7º Os lotes situados no Setor Central – Centro Hoteleiro da Região Ad-
ministrativa do Gama – RA II, com edificações consolidadas, ficam isentos da
obrigatoriedade de número de vagas de estacionamento.
XIV – o art. 27 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 6º e 7º:
§ 6º Os lotes caracterizados na UOS Inst EP devem ofertar vagas no inte-
rior do lote, conforme a atividade exercida e na quantidade definida no Anexo
V desta Lei Complementar, exceto na hipótese de regularização de equipa-
mentos públicos consolidados.
§ 7º Para novos estacionamentos e garagens privados com mais de 200
vagas, deve ser previsto 0,5% do total de vagas com ponto de recarga ex-
clusivo para automóveis elétricos, ficando facultada aos empreendimentos
consolidados e aprovados a adesão a essa reserva.
XV – o art. 30 passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V:
V – quando todas as divisas possuem galeria obrigatória, excetuando-se
os casos de subsolo aflorado. XVI – o art. 34, § 1º, passa a vigorar acrescido
dos seguintes incisos I e II:

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I – fachada voltada para via de atividades, conforme MDE do projeto


urbanístico;
II – fachada de maior dimensão.
XVII – o art. 34, § 2º, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso III:
III – para o cálculo da ocupação mínima, é considerado o somatório das
divisas em metro linear voltadas para logradouro público.
XVIII – o art. 34 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 6º e 7º:
§ 6º Caso o percentual de 40% do somatório das divisas seja superior à
dimensão da divisa identificada no § 1º, o excedente deve ser aplicado na
outra fachada.
§ 7º Caso o lote possua mais de 2 fachadas voltadas para logradouro pú-
blico, devem ser garantidas no mínimo 2 fachadas ativas.
XIX – o art. 38 passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos XI a XV,
bem como dos seguintes §§ 3º a 6º:
XI – UE 11 – Ceasa;
XII – UE 12 – parques urbanos;
XIII – UE 13 – estádios, instalações esportivas e vilas olímpicas;
XIV – UE 14 – Parque de Exposição Granja do Torto;
XV – UE 15 – viveiros. (...)
§ 3º As poligonais das unidades especiais constantes do Anexo II podem
ser alteradas quando da elaboração de seus respectivos planos de ocupação,
devendo as alterações ser incorporadas à LUOS.
§ 4º Os parâmetros para mobiliários urbanos e praças criados como unida-
des imobiliárias devem seguir os parâmetros urbanísticos definidos em Memo-
rial Descritivo ou Normas de Edificação, Uso e Gabarito do Projeto Urbanístico.
§ 5º Cabe ao órgão gestor do planejamento territorial e urbano a emissão
das diretrizes de uso e ocupação do solo para cada UE.
§ 6º Quando se trata de UE 12 – parques urbanos, a alteração de poligonal
deve ocorrer mediante justificativa de interesse público, estudo técnico prévio
e consulta pública.

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XX – o art. 39 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 5º a 7º:


§ 5º O órgão gestor do planejamento territorial e urbano pode dispensar a
necessidade de elaboração de planos de ocupação para as UE 12.
§ 6º Os planos de ocupação das UE 12 devem definir suas poligonais e as
parcelas dos parques urbanos a serem utilizadas para o desenvolvimento de
atividades recreativas, culturais, esportivas, educacionais, artísticas e comer-
ciais, a fim de subsidiar a elaboração do projeto de paisagismo, nos termos
da Lei Complementar n. 961, de 26 de dezembro de 2019.
§ 7º A aprovação das edificações previstas nos planos de ocupação pode
ensejar a aplicação dos instrumentos urbanísticos vigentes.
XXI – o art. 41 passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:
§ 3º Não é devida a outorga onerosa de alteração de uso no caso de a ati-
vidade de armazenamento e suprimento de combustíveis caracterizar-se como
atividade auxiliar exclusiva à atividade principal licenciada, nos termos defini-
dos nesta Lei Complementar, exclusivamente para as atividades IV, V, VI, VII,
VIII e IX listadas no caput, quando, vedada a comercialização de tais produtos,
o abastecimento se der para equipamentos móveis, veículos automotores ter-
restres, aeronaves, embarcações ou locomotivas do detentor das instalações.
XXII – o art. 43 passa a vigorar acrescido do seguinte § 6º:
§ 6º As novas faixas de área mencionadas no § 2º, II, devem ser incorpo-
radas aos quadros de parâmetros definidos no Anexo III, por meio de altera-
ção desta Lei Complementar.
XXIII – o art. 48 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 2º a 5º:
§ 2º Os demais parâmetros de ocupação do solo permanecem os estabe-
lecidos para o lote de maior área.
§ 3º Os casos omissos são definidos pelo órgão de planejamento urbano.
§ 4º É cobrada Odir referente à área de construção acrescida ao somatório
da área de construção dos lotes anterior ao remembramento.
§ 5º No caso de remembramento de lotes da UOS CSIIndR, é proibido o
uso residencial. XXIV – é acrescido o seguinte art. 50-A:

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Art. 50-A. É admitido o desdobro de lotes registrados nos termos do art.


3º da Lei Complementar n. 950, de 7 de março de 2019.
§ 1º Considera-se desdobro ou desdobramento a subdivisão de lote oriun-
do de parcelamento matriculado em cartório de registro de imóveis que não
implique abertura de novas vias.
§ 2º É vedado o desdobro nos casos de lote destinado a UOS RE 1, RE 2,
RO 1, RO 2, RO 3 e RRur.
§ 3º Nos casos de desdobro, devem ser mantidos os parâmetros urbanís-
ticos do lote original, definidos no Anexo III.
§ 4º Quando a área do lote resultante não se enquadrar na faixa de área
definida para o lote original, deve ser criada faixa de área mantendo os pa-
râmetros do lote original que serão incorporados ao Anexo III por meio de
alteração desta Lei Complementar.
XXV – o art. 54 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 2º a 5º:
§ 2º Os critérios de cálculo e o Coeficiente de Ajuste Y da fórmula de cál-
culo da contrapartida financeira são definidos em lei específica.
§ 3º Até a revisão da lei específica, o valor do Coeficiente de Ajuste Y é
igual a 0,2.
§ 4º O indicativo de cobrança de Odir deve constar dos editais de licitação
para alienação de imóveis da administração pública.
§ 5º Para as solicitações de outorgas anteriores a esta Lei, é facultada ao
solicitante a permanência no critério de cálculo anteriormente vigente.
XXVI – o art. 55 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 3º a 5º:
§ 3º Há incidência de Onalt nos casos descritos no caput quando o inte-
ressado licenciar a edificação, uso ou atividade permitida nesta Lei Comple-
mentar e que não tenha sido objeto de pagamento quando da vigência da
norma anterior.
§ 4º Nos casos em que já tenha sido paga a Onalt, conforme disposto no
§ 3º, o novo cálculo deve adotar como referência o uso ou a atividade objeto
do último pagamento efetivado.

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§ 5º Os casos previstos nos arts. 82 a 86 e no art. 107, § 1º, não caracteri-


zam alteração de uso da unidade imobiliária, para fins de incidência da Onalt.
XXVII – o art. 56, § 1º, passa a vigorar acrescido dos seguintes inci-
sos IV a VI:
IV – da UOS RRur para qualquer grupo de atividade;
V – do uso residencial para o uso institucional, industrial, comercial e de
prestação de serviços;
VI – do uso institucional, incluindo-se as unidades imobiliárias destinadas
à UOS Inst EP, para industrial, comercial e de prestação de serviços e uso re-
sidencial do grupo habitação multifamiliar.
XXVIII – o art. 60 passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
Parágrafo único. Cabe ao órgão de fiscalização do Distrito Federal a apli-
cação das sanções previstas nesta Lei Complementar.
XXIX – o art. 85 passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 1º a 3º:
§ 1º A renovação do licenciamento prevista no caput pode ser realizada
mesmo após a transferência da autorização a terceiros, desde que para o
mesmo lote ou projeção.
§ 2º A renovação prevista no § 1º aplica-se exclusivamente em relação
aos parâmetros urbanísticos estabelecidos nesta Lei Complementar, sem pre-
juízo do disposto na legislação de licenciamento de atividades econômicas.
§ 3º É permitida a renovação ou emissão de novo licenciamento no caso
de transferência concedida para a instalação de posto de abastecimento de
combustível, com base em legislação anterior à publicação desta Lei Com-
plementar, nos casos que tenham se tornado não permitidos, desde que não
ocorra concomitantemente com uso residencial e que seja compatível com as
UOS PAC definidas nesta Lei Complementar.
XXX – é acrescido o seguinte art. 104-A:

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Art. 104-A. Até a publicação da Lei de Parcelamento do Solo, as altera-


ções de parcelamento do solo promovidas pelo poder público em projetos
urbanísticos registrados em cartório de registro de imóveis localizados nas
áreas abrangidas por esta Lei Complementar devem ser precedidas de:
I – justificado interesse público;
II – emissão de diretrizes urbanísticas pelo órgão gestor do planejamento
territorial e urbano do Distrito Federal para a área;
III – levantamento topográfico planialtimétrico cadastral;
IV – consulta às concessionárias de serviços públicos e órgãos de governo;
V – participação popular;
VI – aprovação do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Dis-
trito Federal – Conplan, ouvidos os respectivos conselhos locais de planeja-
mento – CLPs, quando instalados;
VII – aprovação do parcelamento do solo por decreto do governador do
Distrito Federal.
Parágrafo único. As alterações de parcelamento do solo são incorporadas
à LUOS por meio de alteração desta Lei Complementar.
XXXI – é acrescido o seguinte art. 104-B:
Art. 104-B. Para os lotes destinados ao uso residencial multifamiliar na ti-
pologia de casas inseridos em novos parcelamentos do solo, os parâmetros de
ocupação devem estar definidos em seus respectivos memoriais descritivos.
XXXII – o art. 107, § 1º, passa a vigorar acrescido dos seguintes inci-
sos X a XIII:
X – NGB 66/2017, Tororó Oeste, Região Administrativa de Santa Maria
– RA XIII;
XI – NGB 14/2006, Jardins Genebra, Região Administrativa do Para-
noá – RA VII;
XII – NGB 57/2013, Itapoã Parque, Região Administrativa do Itapoã –
RA XXVIII;
XIII – NGB 19/2014, Crixá, Região Administrativa de São Sebastião – RA XIV.

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Art. 3º Fica prorrogado por 1 ano o prazo máximo estabelecido no art.


88, caput, da Lei Complementar n. 948, de 2019, a contar do dia 17 de ja-
neiro de 2021.
Parágrafo único. Para os proprietários ou titulares do direito de construir
de imóveis que tiveram seus usos ou parâmetros alterados por esta Lei Com-
plementar ou de projetos urbanísticos aprovados após a publicação da Lei
Complementar n. 948, de 2019, o prazo máximo mencionado no art. 88 da
Lei Complementar n. 948, de 2019, é de 2 anos, a contar da publicação desta
Lei Complementar.
Art. 4º São objeto de estudos urbanísticos específicos, considerando o
desenho de cada núcleo urbano, com vistas à sua regularização, as ocupa-
ções de áreas públicas contíguas a habitação unifamiliar e a habitação mul-
tifamiliar (RE e RO), localizadas nas regiões administrativas abrangidas por
esta Lei Complementar.
§ 1º Os estudos devem comprovar que as intervenções promovem me-
lhorias no meio ambiente urbano, em relação à situação atual de ocupação
informal, em especial no que tange a segurança, mobilidade e acessibilidade.
§ 2º Caso sejam exigidas contrapartidas onerosas pelas ocupações, os
recursos devem ser revertidos, preferencialmente, na melhoria ambiental e
urbanística das próprias áreas de regularização.
§ 3º No processo de elaboração do projeto de regularização e na fiscalização
de sua implementação, é garantida a promoção de audiências públicas e debates
com a participação da comunidade abrangida e de associações representativas.
Art. 5º Será objeto de estudo urbanístico específico a alteração dos pa-
râmetros de uso e ocupação do solo dos Lotes 02 a 25 da QSE 14, da Região
Administrativa de Taguatinga – RA III.
Art. 6º Os anexos da Lei Complementar n. 948, de 2019, passam a vigo-
rar na forma dos anexos desta Lei Complementar, que são os seguintes:
I – Anexo I – Tabela de Usos e Atividades da LUOS;
II – Anexo II – Mapas de uso do solo por região administrativa:

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a) Mapa 1A – Região Administrativa do Gama – RA II;


b) Mapa 2A – Região Administrativa de Taguatinga – RA III;
c) Mapa 3A – Região Administrativa de Brazlândia – RA IV;
d) Mapa 4A – Região Administrativa de Sobradinho – RA V;
e) Mapa 5A – Região Administrativa de Planaltina – RA VI;
f) Mapa 6A – Região Administrativa do Paranoá – RA VII;
g) Mapa 7A – Região Administrativa do Núcleo Bandeirante – RA VIII;
h) Mapa 8A – Região Administrativa de Ceilândia – RA IX;
i) Mapa 9A – Região Administrativa do Guará – RA X;
j) Mapa 10A – Região Administrativa de Samambaia – RA XII;
k) Mapa 11A – Região Administrativa de Santa Maria – RA XIII;
l) Mapa 12A – Região Administrativa de São Sebastião – RA XIV;
m) Mapa 13A – Região Administrativa de Recanto das Emas – RA XV;
n) Mapa 14A – Região Administrativa do Lago Sul – RA XVI;
o) Mapa 15A – Região Administrativa do Riacho Fundo – RA XVII;
p) Mapa 16A – Região Administrativa do Lago Norte – RA XVIII;
q) Mapa 17A – Região Administrativa de Águas Claras – RA XX;
r) Mapa 18A – Região Administrativa do Riacho Fundo II – RA XXI;
s) Mapa 19A – Região Administrativa do Varjão – RA XXIII;
t) Mapa 20A – Região Administrativa do Park Way – RA XXIV;
u) Mapa 21A – Região Administrativa do SCIA – RA XXV;
v) Mapa 22A – Região Administrativa de Sobradinho II – RA XXVI;
w) Mapa 23A – Região Administrativa do Jardim Botânico – RA XXVII;
x) Mapa 24A – Região Administrativa do Itapoã – RA XXVIII;
y) Mapa 25A – Região Administrativa do SIA – RA XXIX;
z) Mapa 26A – Região Administrativa de Vicente Pires – RA XXX; aa) Mapa
27A – Região Administrativa da Fercal – RA XXXI;
ab) Mapa 28A – Região Administrativa de Pôr do Sol/Sol Nascente – RA
XXXII; ac) Mapa 29A – Região Administrativa de Arniqueira – RA XXXIII;

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III – Anexo III – Quadros de parâmetros de ocupação do solo por região


administrativa:
a) Quadro 1A – Região Administrativa do Gama – RA II;
b) Quadro 2A – Região Administrativa de Taguatinga – RA III;
c) Quadro 3A – Região Administrativa de Brazlândia – RA IV;
d) Quadro 4A – Região Administrativa de Sobradinho – RA V;
e) Quadro 5A – Região Administrativa de Planaltina – RA VI;
f) Quadro 6A – Região Administrativa do Paranoá – RA VII;
g) Quadro 7A – Região Administrativa do Núcleo Bandeirante – RA VIII;
h) Quadro 8A – Região Administrativa de Ceilândia – RA IX;
i) Quadro 9A – Região Administrativa do Guará – RA X;
j) Quadro 10A – Região Administrativa de Samambaia – RA XII;
k) Quadro 11A – Região Administrativa de Santa Maria – RA XIII;
l) Quadro 12A – Região Administrativa de São Sebastião – RA XIV;
m) Quadro 13A – Região Administrativa de Recanto das Emas – RA XV;
n) Quadro 14A – Região Administrativa do Lago Sul – RA XVI;
o) Quadro 15A – Região Administrativa do Riacho Fundo – RA XVII;
p) Quadro 16A – Região Administrativa do Lago Norte – RA XVIII;
q) Quadro 17A – Região Administrativa de Águas Claras – RA XX;
r) Quadro 18A – Região Administrativa do Riacho Fundo II – RA XXI;
s) Quadro 19A – Região Administrativa do Varjão – RA XXIII;
t) Quadro 20A – Região Administrativa do Park Way – RA XXIV;
u) Quadro 21A – Região Administrativa do SCIA – RA XXV;
v) Quadro 22A – Região Administrativa de Sobradinho II – RA XXVI;
w) Quadro 23A – Região Administrativa do Jardim Botânico – RA XXVII;
x) Quadro 24A – Região Administrativa do Itapoã – RA XXVIII;
y) Quadro 25A – Região Administrativa do SIA – RA XXIX;
z) Quadro 26A – Região Administrativa de Vicente Pires – RA XXX; aa)
Quadro 27A – Região Administrativa da Fercal – RA XXXI;

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ab) Quadro 28A – Região Administrativa de Sol Nascente/Pôr do Sol – RA


XXXII; ac) Quadro 29A – Região Administrativa de Arniqueira – RA XXXIII;
IV – Anexo IV – Quadro de afastamentos mínimos laterais e de fundos
para lotes adjacentes;
V – Anexo V – Quadro de exigência de vagas de veículos;
VI – Anexo XI – Glossário.
Art. 7º Fica suprimido o art. 47 da Lei Complementar n. 948, de 2019.
Art. 8º Fica vedada a implantação de novos estabelecimentos de ensino
nas UOS RE 1 e RE 2, a partir da data de publicação desta Lei Complementar.
Art. 9º Os termos SGCV, SOF SUL e SMAS nos anexos, mapas e textos da
LUOS ficam substituídos por Superquadra Park Sul – SQPS.
Art. 10. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 11. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial:
I – o art. 1º, I e II; o art. 2º, VII, VIII, IX e § 1º, IV; o art. 6º, § 4º; o
art. 7º; o art. 8º, § 3º; o art. 11, parágrafo único; o art. 43, § 3º; o art. 44;
o art. 48, III e parágrafo único; o art. 54, parágrafo único; o art. 56, I e II; o
art. 103; e o art. 107, § 1º, III, todos da Lei Complementar n. 948, de 2019;
II – os arts. 4º, II e parágrafo único, e 6º da Lei Complementar n. 950, de
7 de março de 2019;
III – os parâmetros urbanísticos a serem utilizados para a elaboração dos
projetos especiais integradores PEI 17 e PEI 18 estabelecidos na Lei Comple-
mentar n. 733, de 13 de dezembro de 2006.

Brasília, 28 de abril de 2022


133º da República e 63º de Brasília
IBANEIS ROCHA

Os anexos constam no DODF.


Este texto não substitui o publicado no DODF n. 79, Suplemento de
29/04/2022 p. 1, col. 1

235
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

LEI COMPLEMENTAR N. 803, DE 25 DE ABRIL DE 2009


(Autoria do Projeto: Poder Executivo)

Aprova a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Dis-


trito Federal — PDOT e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMA-


RA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SE-
GUINTE LEI:

TÍTULO I
DA POLÍTICA TERRITORIAL

CAPÍTULO I
DA REVISÃO DO PLANO DIRETOR DE ORDENAMENTO
TERRITORIAL DO DISTRITO FEDERAL

Art. 1º Esta Lei Complementar dispõe sobre a revisão do Plano Diretor de


Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT e sua adequação às dire-
trizes e aos instrumentos constantes da Lei Federal n. 10.257, de 10 de julho
de 2001 – Estatuto da Cidade, incorporando as políticas e diretrizes ambien-
tais e setoriais implantadas no Distrito Federal.
Art. 2º O PDOT tem por finalidade propiciar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da propriedade urbana e rural e o uso socialmente justo e
ecologicamente equilibrado de seu território, de forma a assegurar o bem-es-
tar de seus habitantes.
Art. 3º O PDOT é o instrumento básico da política urbana e da orientação
dos agentes públicos e privados que atuam no território do Distrito Federal.
Parágrafo único. O PDOT abrange a totalidade do território do Distrito Fe-
deral e atende ao disposto na Constituição Federal, na Lei Federal n. 10.257,
de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade e aos princípios da política urba-
na e rural contidos no Título VII da Lei Orgânica do Distrito Federal.

236
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 4º Os instrumentos legais que integram o Sistema Legislativo de De-


senvolvimento Urbano e Territorial do Distrito Federal serão desenvolvidos em
consonância com este Plano Diretor, constituindo parte do processo contínuo
e integrado de planejamento territorial.
Art. 5º Os instrumentos que compõem o planejamento governamental –
o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento Anual, o
Plano de Desenvolvimento Econômico e Social e o PDOT – deverão guardar
compatibilidade entre si.
§ 1º Os planos setoriais do Governo do Distrito Federal, na sua elaboração
ou revisão, deverão adequar-se ao disposto no PDOT.
§ 2º O PDOT compatibilizará, em suas revisões e atualizações, as condi-
cionantes ecológicas e ambientais para o uso e a ocupação dos espaços terri-
toriais definidos nesta Lei Complementar e na Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Art. 6º São partes integrantes do PDOT:
I – Anexo I – Zoneamento e Unidades de Planejamento Territorial:
a) Mapa 1 – Macrozoneamento do Distrito Federal;
b) Mapa 1A – Zoneamento do Distrito Federal;
c) Mapa 1B – Detalhamento da Zona Rural de Uso Controlado;
d) Mapa 1C – Unidades de Planejamento Territorial;
II – Anexo II – Estratégias de Ordenamento Territorial:
a) Mapa 2 – Estratégias de Regularização Fundiária e de Oferta de Áreas
Habitacionais;
b) Tabela 2A – Setores Habitacionais de Regularização;
c) Tabela 2B – Áreas de Regularização;
d) Tabela 2C – Parcelamentos Urbanos Isolados;
e) Tabela 2D – Oferta de Áreas Habitacionais;
f) Mapa 3 – Estratégias de Estruturação Viária, Implantação de Polos Mul-
tifuncionais, Dinamização de Espaços Urbanos e Revitalização de Conjun-
tos Urbanos;
g) Tabela 3A – Rede Estrutural de Transporte Coletivo do Distrito Federal;

237
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

h) Tabela 3B – Polos Multifuncionais;


i) Tabela 3C – Áreas de Dinamização de Espaços Urbanos;
j) Tabela 3D – Áreas de Revitalização de Conjuntos Urbanos;
k) Mapa 4 – Estratégia de Integração Ambiental do Território;
l) Tabela 4A – Configuração de Conectores Ambientais;
III – Anexo III: Mapa 5 – Densidades Demográficas;
IV – Anexo IV – Áreas Econômicas:
a) Mapa 6 – Áreas Econômicas;
b) Tabela 6A – Áreas Econômicas Consolidadas;
c) Tabela 6B – Áreas Econômicas Não Consolidadas;
d) Tabela 6C – Áreas Econômicas a Implantar;
V – Anexo V – Coeficientes de Aproveitamento Básico e Máximo;
VI – Anexo VI – Parâmetros Urbanísticos das Áreas de Regularização;
Parágrafo único. O Documento Técnico do PDOT constitui parte integrante
deste Plano Diretor.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS DO PLANO

Art. 7º O PDOT rege-se pelos seguintes princípios:


I – reconhecimento dos atributos fundamentais de Brasília como capital
federal, centro regional e área metropolitana em formação;
II – fortalecimento do Conjunto Urbanístico do Plano Piloto de Brasília
como Patrimônio Cultural da Humanidade;
III – garantia do cumprimento da função social e ambiental da proprieda-
de urbana e rural;
IV – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
desenvolvimento urbano e rural;
V – promoção da sustentabilidade do território, a partir da convergência
das dimensões social, econômica e ambiental, com reconhecimento do direito
de todos à cidade sustentável;

238
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

VI – distribuição justa e equilibrada das oportunidades de emprego e ren-


da no Distrito Federal;
VII – visão sistêmica e integrada do processo de desenvolvimento urbano
e rural, considerando as dimensões social, econômica, ambiental, cultural
e espacial;
VIII – participação da sociedade no planejamento, gestão e controle do
território;
IX – reconhecimento da necessidade de gestão compartilhada entre os
setores públicos, privados e a sociedade civil, envolvendo os municípios limí-
trofes ao Distrito Federal.
Art. 8º São objetivos gerais do PDOT:

CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS GERAIS

I – melhoria da qualidade de vida da população e redução das desigualda-


des socioespaciais;
II – consolidação, resguardo e valorização do Conjunto Urbanístico do
Plano Piloto de Brasília como sítio urbano tombado e Patrimônio Cultural da
Humanidade;
III – proteção, recuperação, valorização e aproveitamento das potenciali-
dades do patrimônio cultural do Distrito Federal;
IV – proteção, preservação e recuperação do patrimônio ambiental do
Distrito Federal;
V – ampliação das oportunidades de trabalho, equilibrando-se sua locali-
zação em relação à distribuição da população urbana e rural no território do
Distrito Federal;
VI – promoção da participação da sociedade no planejamento, gestão e
controle das políticas de ordenamento territorial;
VII – distribuição equilibrada de áreas destinadas a equipamentos urbanos
e comunitários;

239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

VIII – promoção da mobilidade urbana e rural, de modo a garantir a circu-


lação da população por todo o território do Distrito Federal;
IX – otimização e priorização da ocupação urbana em áreas com infraes-
trutura implantada e em vazios urbanos das áreas consolidadas, respeitada a
capacidade de suporte socioeconômica e ambiental do território;
X – integração da política de ordenamento territorial com as demais polí-
ticas setoriais que tenham reflexo no processo de planejamento e gestão do
território do Distrito Federal e dos municípios limítrofes;
XI – diversificação da oferta de imóveis residenciais compatíveis com as
demandas da sociedade;
XII – promoção do desenvolvimento de novas centralidades no território
do Distrito Federal;
XIII – promoção do desenvolvimento territorial e econômico do Distrito
Federal, articulado ao desenvolvimento metropolitano e regional;
XIV – garantia da implantação de infraestrutura e equipamentos públicos
adequados para atendimento da população;
XV – valorização da ordem urbanística como função pública, promovendo
a integração dos assentamentos informais passíveis de regularização à ci-
dade legal;
XVI – valorização da ordem fundiária como função pública, promovendo-
-se a regularização fundiária das terras urbanas e rurais, públicas e privadas,
e integrando-as à cidade legal.

240
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

TÍTULO II
DAS DIRETRIZES SETORIAIS PARA O TERRITÓRIO

CAPÍTULO I
DO PATRIMÔNIO CULTURAL

Art. 9º Integram o patrimônio cultural do Distrito Federal os bens de na-


tureza material e imaterial, considerados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes
grupos da sociedade.
Art. 10. Para efeito desta Lei Complementar, entendem-se por:
I – patrimônio material: todas as expressões e transformações de cunho
histórico, artístico, arquitetônico, arqueológico, paisagístico, urbanístico,
científico e ecológico, incluídas as obras, objetos, documentos, edificações e
demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais, bem como os
conjuntos urbanos que representam esse patrimônio;
II – patrimônio imaterial: as expressões e modos de criar, fazer e viver,
tais como festas, danças, entretenimento, manifestações literário-musicais,
plásticas, cênicas, lúdicas, religiosas e outras práticas da vida social.
Parágrafo único. Constituem bens de interesse cultural de natureza material
e imaterial os que são ou vierem a ser tombados ou registrados pelos órgãos
competentes no âmbito federal e distrital ou indicados por legislação específica.
Art. 11. São diretrizes para a preservação do patrimônio cultural do Dis-
trito Federal:
I – proteger o patrimônio cultural do Distrito Federal, com a participação
da comunidade, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento,
desapropriação, planos de preservação e outras formas de acautelamento e
preservação, com estímulo à educação patrimonial;
II – instituir instrumentos econômicos e incentivos fiscais destinados à
promoção, preservação, conservação, recuperação e revitalização do patri-
mônio cultural;

241
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III – avaliar interferências nas áreas de vizinhança de imóveis, sítios e


conjuntos urbanos preservados, de maneira a evitar aquelas que influenciem
negativamente na sua ambiência e visibilidade;
IV – revitalizar áreas degradadas de interesse cultural;
V – associar o desenvolvimento de projetos turísticos, de lazer, cultura e
educação à preservação do patrimônio cultural;
VI – consolidar as potencialidades do patrimônio cultural do Distrito Fede-
ral como fator de desenvolvimento econômico e social e de geração de traba-
lho, emprego e renda;
VII – elaborar estudos e fixar normas para a preservação do patrimônio
cultural do Distrito Federal e as áreas de entorno dos bens tombados;
VIII – unificar os acervos relativos à memória do planejamento e constru-
ção de Brasília e das demais cidades do Distrito Federal.

CAPÍTULO II
DO MEIO AMBIENTE

Art. 12. O meio ambiente, que abrange tanto o ambiente natural, que é
bem de uso comum do povo, como o antropizado, deve ser necessariamente
protegido pelo Poder Público e pela coletividade.
Art. 13. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por:
I – unidade de conservação: espaço territorial, com seus recursos ambien-
tais, incluídas as águas jurisdicionais, com características naturais relevan-
tes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivo de conservação e
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam
garantias adequadas de proteção;
II – (VETADO);
III – corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou semina-
turais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo
de genes e a mobilidade da biota, facilitando a dispersão de espécies e a reco-

242
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lonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que


demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela
das unidades individuais;
IV – conectores ambientais: porções de ecossistemas naturais, parques e
equipamentos urbanos como vias públicas, calçadas, canteiros centrais, pra-
ças e playgrounds, providos de arborização e áreas verdes, utilizados como
elementos de conexão entre espaços naturais preservados e demais unidades
de conservação e áreas protegidas, possibilitando maior fluxo genético entre
as espécies vegetais e o trânsito da fauna local.
Art. 14. São diretrizes setoriais para o meio ambiente:
I – promover o uso racional dos recursos naturais;
II – manter maciços vegetais representativos do bioma Cerrado, na forma
da legislação em vigor, para assegurar a preservação do patrimônio natural;
III – proteger mananciais, bordas de chapadas, encostas, fundos de va-
les e outras áreas de fragilidade ambiental, para sustentação da qualida-
de de vida;
IV – promover o diagnóstico e o zoneamento ambiental do território, de-
finindo suas limitações e condicionantes ecológicos e ambientais, para a ocu-
pação e o uso do território;
V – recuperar áreas degradadas e promover a recomposição de vegetação
em áreas de preservação permanente, restabelecendo as funções ecológicas
de porções do território;
VI – adotar medidas de educação e de controle ambiental, evitando-se
todas as formas de poluição e degradação ambiental no território;
VII – interligar fragmentos de vegetação natural com a promoção de pro-
jetos de recomposição vegetal, que favoreçam a constituição de corredores
ecológicos;
VIII – incentivar a arborização como elemento integrador e de conforto
ambiental na composição da paisagem territorial, urbana e rural, observan-
do-se, na escolha das espécies, critérios ambientais e de saúde pública;

243
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IX – instituir instrumentos econômicos e incentivos fiscais destinados à


promoção, conservação, preservação, recuperação e gestão do patrimônio
ambiental do Distrito Federal;
X – garantir a demarcação, a averbação e a conservação das reservas
legais das propriedades e posses rurais de domínio privado, na forma da le-
gislação vigente;
XI – estabelecer procedimentos simplificados de licenciamento ambiental
para atividades de pequeno potencial poluidor e outras que justifiquem tal
procedimento;
XII – fomentar a implantação de escolas técnicas voltadas para o
meio ambiente.
Art. 15. São diretrizes setoriais para as Unidades de Conservação e os
Parques Ecológicos:
I – criar, implantar e consolidar unidades de conservação para a prote-
ção de amostras representativas de ecossistemas locais e a manutenção
dos recursos genéticos e processos ecológicos, necessários ao equilíbrio do
território;
II – criar, implantar e consolidar os Parques Ecológicos, dotando-os de
equipamentos comunitários e de lazer;
III – dotar as unidades de conservação de planos de manejo e, se cabível,
definir as respectivas zonas de amortecimento e, quando conveniente, os cor-
redores ecológicos, de forma compatível com os objetivos gerais da unidade,
observada a legislação ambiental vigente;
IV – incentivar a gestão integrada do conjunto de unidades de conservação.
Art. 16. São diretrizes setoriais para os recursos hídricos, compreendidos
pelas águas superficiais e subterrâneas:
I – promover o uso racional, a proteção e a recuperação dos recursos hí-
dricos, mantendo sua disponibilidade em quantidade e qualidade suficientes
para as atuais e futuras gerações;

244
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II – assegurar o uso múltiplo das águas, sendo priorizada, nos casos de


escassez, a sua utilização para o abastecimento humano e a dessedenta-
ção animal;
III – respeitar a capacidade de suporte dos corpos hídricos superficiais na
explotação de água e como receptores de efluentes, em especial a do lago Pa-
ranoá e a dos mananciais destinados ao abastecimento da população e suas
bacias de drenagem;
IV – respeitar a capacidade de suporte dos aquíferos, especialmente nas
regiões sem rede pública de abastecimento de água;
V – controlar a impermeabilização do solo, de forma a manter a capacida-
de de infiltração e de recarga dos aquíferos;
VI – realizar monitoramento da qualidade e da quantidade da água de
mananciais superficiais e subterrâneos;
VII – promover o enquadramento dos corpos hídricos do Distrito Federal
em classes, segundo os usos predominantes;
VIII – instituir instrumentos econômicos e incentivos fiscais destinados à
promoção, conservação, preservação, recuperação e gestão dos recursos hí-
dricos do Distrito Federal.

CAPÍTULO III
DO SISTEMA DE TRANSPORTE, DO SISTEMA VIÁRIO E DE
CIRCULAÇÃO E DA MOBILIDADE

Art. 17. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por:


I – sistema de transporte: conjunto de elementos com a função de per-
mitir que pessoas e bens se movimentem, subordinando-se aos princípios da
preservação da vida, da segurança e do conforto das pessoas, bem como aos
da defesa do meio ambiente, do patrimônio arquitetônico e do paisagismo;
II – sistema viário e de circulação: infraestrutura física que compõe uma
malha definida e hierarquizada, necessária à estruturação e operação do sis-
tema de transporte;

245
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III – acessibilidade: possibilidade e condição de acesso amplo e democrá-


tico ao espaço urbano e ao sistema de transporte;
IV – mobilidade: resultado de um conjunto de políticas públicas que visa
proporcionar o acesso amplo e democrático aos espaços urbanos e rurais, por
meio da priorização dos modos não motorizados e coletivos de transporte,
evitando a segregação espacial e promovendo a inclusão social.
Art. 18. São diretrizes setoriais para o transporte do Distrito Federal:
I – garantir a acessibilidade universal dos usuários ao sistema de trans-
porte coletivo;
II – promover a prioridade para o transporte coletivo e para o transporte
não motorizado em relação ao motorizado individual, especialmente na circu-
lação urbana;
III – universalizar o atendimento, respeitando os direitos e divulgando os
deveres dos usuários do sistema de transporte;
IV – promover a implementação da integração multimodal dos serviços do
sistema de transporte coletivo;
V – instituir um processo de planejamento de transporte integrado ao pla-
nejamento do desenvolvimento urbano e rural;
VI – promover a qualidade ambiental, efetivada pelo controle dos níveis de
poluição e pela proteção do patrimônio histórico e arquitetônico;
VII – assegurar que os usuários dos serviços de transporte coletivo sejam
tratados com urbanidade;
VIII – promover a modernização e a adequação tecnológica dos equipa-
mentos de controle, de gestão e de operação dos serviços de transporte;
IX – reconhecer, para fins de planejamento integrado, a Rede Estrutural
de Transporte Coletivo, indicada no Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3A, desta Lei
Complementar.

246
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Art. 19. A Rede Estrutural de Transporte Coletivo tem como função propi-
ciar os deslocamentos da população entre as principais localidades do territó-
rio, considerando diferentes modalidades e capacidades, segundo a seguinte
macro- -hierarquia:
I – primária: vias utilizadas para o transporte coletivo de alta capacidade,
destinadas à articulação de grandes núcleos urbanos e do entorno imediato,
com prioridade desta categoria sobre as demais, incluindo-se nesta classifi-
cação o sistema metroviário, conforme Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3A, desta
Lei Complementar;
II – secundária: vias utilizadas para o transporte coletivo de alta e mé-
dia capacidade, destinadas à integração dos núcleos urbanos no território,
interligando-se à rede viária primária, com prioridade desta categoria sobre
as de menor capacidade, conforme Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3A, desta Lei
Complementar;
III – terciária: vias utilizadas para o transporte coletivo de média capaci-
dade, destinadas à integração de localidades internas aos núcleos urbanos,
interligando-se à rede secundária, com prioridade desta categoria sobre as
de menor capacidade, conforme Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3A, desta Lei
Complementar.
Art. 20. São diretrizes setoriais para o sistema viário e de circulação:
(Artigo regulamentado(a) pelo(a) Decreto n. 33741 de 28/06/2012) (Artigo
regulamentado(a) pelo(a) Decreto n. 38047 de 09/03/2017)
I – garantir a segurança, a fluidez e o conforto na circulação de todos os
modos de transporte;
II – destinar vias ou faixas, preferenciais ou exclusivas, priorizando os
modos não motorizados e coletivos de transporte;
III – destinar espaços urbanos no sistema viário para a implantação de
infraestrutura de apoio a todos os modos de transporte;
IV – compatibilizar a classificação hierárquica do sistema viário com o
uso do solo;

247
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V – promover a acessibilidade de pedestres e ciclistas ao sistema de


transporte;
VI – promover a implantação do sistema viário de forma ambientalmente
sustentável;
VII – promover medidas reguladoras para o transporte de cargas pesadas
e cargas perigosas na rede viária do Distrito Federal.
Art. 21. São diretrizes setoriais para a mobilidade:
I – promover um conjunto de ações integradas provenientes das políticas
de transporte, circulação, acessibilidade, trânsito e de desenvolvimento urba-
no e rural que priorize o cidadão na efetivação de seus anseios e necessidades
de deslocamento;
II – proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, de for-
ma segura, socialmente inclusiva e ambientalmente sustentável;
III – promover formas de racionalização e complementaridade de ações
entre os órgãos responsáveis pela organização dos espaços urbanos e rurais
e do sistema de transporte.
Art. 22. O Plano Diretor de Transporte, instrumento de planejamento que
consolida as diretrizes para o transporte e a mobilidade no Distrito Federal,
deverá conter, no mínimo:
I – a política de transporte para o Distrito Federal, considerando os prin-
cípios de sustentabilidade e promovendo a mobilidade da população do Dis-
trito Federal;
II – a identificação da Rede Estrutural de Transporte Coletivo, mediante
revisões e adequações no sistema viário, considerando a prioridade dessa mo-
dalidade e deslocamentos seguros e confortáveis de pedestres e de ciclistas;
III – a descrição de ações que garantam a acessibilidade universal ao sis-
tema de transporte;
IV – a previsão de participação popular no processo de planejamento,
operação e gestão do sistema de transporte;

248
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V – a definição das formas de integração entre as instituições de plane-


jamento, gerenciamento e operação do sistema de transporte e de planeja-
mento urbano;
VI – o estabelecimento no Plano Diretor de Transportes do Distrito Federal
do atendimento às necessidades básicas de transporte escolar e coletivo das
comunidades das zonas rurais.

CAPÍTULO IV
DO SANEAMENTO AMBIENTAL E DA ENERGIA

Art. 23. Deverão ser promovidos a compatibilização, a integração e, quan-


do couber, o compartilhamento entre a iluminação pública, a arborização e as
redes de água, de esgotamento sanitário, de drenagem pluvial, de energia e
de comunicação de dados nas fases de planejamento, projeto, implantação,
operação e manutenção dos sistemas.
Parágrafo único. As concessionárias de serviços públicos deverão consul-
tar o órgão gestor do desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Federal
para o traçado de novas redes.

Seção I
Do Saneamento Ambiental

Art. 24. O saneamento ambiental visa garantir à população níveis cres-


centes de salubridade ambiental, mediante a promoção de programas e ações
voltadas ao provimento universal e equânime dos serviços públicos essenciais.
§ 1º Entende-se por saneamento ambiental o conjunto de ações que com-
preende o abastecimento de água; a coleta, o tratamento e a disposição
dos esgotos e dos resíduos sólidos e gasosos e os demais serviços de lim-
peza urbana; o manejo das águas pluviais urbanas; e o controle de vetores
de doenças.

249
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§ 2º Entende-se por salubridade ambiental a qualidade das condições em


que vivem populações urbanas e rurais, no que diz respeito à sua capacidade
de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de doenças ocasionadas por fatores
ambientais, visando favorecer o pleno gozo da saúde e do bem-estar.
Art. 25. São diretrizes setoriais para o abastecimento de água, que com-
preende a proteção dos mananciais, a captação, a adução de água bruta, o
tratamento, a adução de água tratada, a reservação e a distribuição de água:
I – assegurar à população do Distrito Federal a oferta domiciliar de água
para consumo residencial e outros usos, com regularidade, em quantidade
suficiente para atender às necessidades básicas e com qualidade compatível
com padrões de potabilidade;
II – promover e incentivar a proteção e a recuperação das bacias hidro-
gráficas dos mananciais;
III – promover o uso racional da água, com redução das perdas no sis-
tema de captação, tratamento e distribuição, bem como a minimização dos
desperdícios;
IV – definir, a partir do Sistema de Gerenciamento Integrado de Recur-
sos Hídricos, novos mananciais para abastecimento de água que atendam ao
acréscimo populacional a médio e longo prazos, considerando a eficiência,
a salubridade e a sustentabilidade ambientais das bacias hidrográficas, as
fragilidades e potencialidades do território indicadas no Zoneamento Ecoló-
gico-econômico do Distrito Federal e as formas de uso e ocupação do solo
indicados nesta Lei Complementar.
Art. 26. São diretrizes setoriais para o esgotamento sanitário, que com-
preende a coleta, a interceptação, o transporte, o tratamento e a disposição
final de esgotos sanitários, incluídos os efluentes industriais e hospitalares
compatíveis, bem como a disposição final de lodo e de outros resíduos do
processo de tratamento:

250
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

I – assegurar à população sistema de coleta, tratamento e disposição ade-


quado dos esgotos sanitários, como forma de promover a saúde e a qualidade
ambiental;
II – priorizar os investimentos para a implantação de sistema de esgo-
tamento sanitário nas áreas desprovidas de redes, especialmente naquelas
servidas por fossas rudimentares ou cujos esgotos sejam lançados na rede
pluvial, ou quando as características hidrogeológicas favorecerem a contami-
nação das águas subterrâneas;
III – ampliar, a partir das alternativas vinculadas ao Sistema de Geren-
ciamento Integrado de Recursos Hídricos, os sistemas de coleta, transporte,
tratamento e disposição final de esgotos sanitários e industriais compatíveis,
de forma a atender às necessidades presentes e à demanda crescente, con-
siderando a eficiência, a salubridade ambiental, a sustentabilidade ambiental
das bacias hidrográficas e as formas de uso e ocupação do solo indicadas
nesta Lei Complementar.
Art. 27. São diretrizes setoriais para a gestão dos resíduos sólidos, que
compreende a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final de resí-
duos sólidos urbanos:
I – proteger a saúde pública e a qualidade do meio ambiente;
II – reduzir a geração de resíduos sólidos e incentivar o consumo
sustentável;
III – minimizar os impactos ambientais e sociais causados pela disposição
inadequada de resíduos sólidos;
IV – garantir a adequada disposição mediante utilização de técnicas am-
bientalmente sustentáveis;
V – aprimorar os mecanismos de recuperação de custos dos serviços;
VI – implementar a formalização, a profissionalização e a integração com-
pleta do setor informal de manejo de resíduos;
VII – adotar medidas para o fortalecimento institucional e normativo.

251
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§ 1º Não se enquadram entre os serviços pertinentes à limpeza urba-


na aqueles referentes aos resíduos cujo manejo seja de responsabilidade
do gerador.
§ 2º Fica o órgão gestor dos serviços públicos de limpeza urbana incum-
bido da elaboração do Plano Diretor de Resíduos Sólidos do Distrito Federal.
Art. 28. O Plano Diretor de Resíduos Sólidos do Distrito Federal deverá
abordar, no mínimo, os seguintes aspectos:
I – disposição quanto ao manejo planejado, integrado e diferenciado dos
resíduos sólidos urbanos, com ênfase na utilização de tecnologias limpas;
II – medidas de estímulo à reciclagem e ao reuso de resíduos;
III – medidas que promovam o reaproveitamento de resíduos inertes da
construção civil;
IV – definição de áreas para transbordo, tratamento e disposição final de
resíduos sólidos urbanos, considerados, entre outros, os seguintes critérios:
a) racionalização do sistema em base descentralizada, buscando-se a ar-
ticulação necessária entre as diferentes áreas e as fontes geradoras de resí-
duos, dentro de um sistema descentralizado que opere de forma articulada e
integrada;
b) princípio da eficiência e economicidade, diminuindo-se as distâncias
entre tais áreas e as fontes geradoras de resíduos, dentro de um sistema
descentralizado que opere de forma articulada e integrada;
c) promoção da salubridade ambiental, com o uso de tecnologias e medi-
das que não causem prejuízo à saúde da população e que diminuam os fato-
res de incomodidade.
Art. 29. São diretrizes setoriais para o manejo das águas pluviais urbanas,
que compreende a captação ou a retenção para infiltração ou aproveitamen-
to, a coleta, o transporte, a reservação ou a contenção para amortecimento
de vazões de cheias, o tratamento e o lançamento das águas pluviais:

252
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I – garantir infraestrutura básica adequada à população e promover o ma-


nejo das águas pluviais externas, com vistas a garantir segurança da vida,
saúde, segurança do patrimônio, bem como evitar e reduzir prejuízos ambien-
tais e econômicos decorrentes de processos erosivos e de retenção de água;
II – elaborar o Plano Diretor de Drenagem do Distrito Federal, instrumento
que visa ao manejo integrado e planejado das águas pluviais do território;
III – incentivar o aproveitamento das águas pluviais, condicionado ao aten-
dimento dos requisitos de saúde pública e de proteção ambiental pertinentes;
IV – garantir o equilíbrio entre absorção, retenção e escoamento de águas
pluviais a partir das características do solo e da capacidade de suporte das
bacias hidrográficas, observando-se a obrigatoriedade de previsão de áreas
para execução das estruturas de infiltração, detenção ou retenção das águas
pluviais nos parcelamentos.
Art. 30. O Plano Diretor de Drenagem do Distrito Federal deverá ser pau-
tado no incentivo à valorização e ao uso adequado dos corpos d’água urbanos
e rurais, sua preservação e recuperação, abordando, no mínimo, os seguin-
tes aspectos:
I – indicação de intervenções estruturais;
II – medidas de controle e monitoramento da macrodrenagem, conside-
rando-se as bacias hidrográficas;
III – alternativas de utilização da declividade natural dos terrenos e de
fundos de vales para drenagem, que proporcionem menor impacto ao meio
ambiente, mediante tratamento urbanístico e ambiental;
IV – medidas que visem à eliminação dos lançamentos clandestinos de
efluentes líquidos e dos resíduos sólidos de qualquer natureza nos sistemas
de drenagem pluvial;
V – previsão de medidas que, em médio prazo, inibam que o acréscimo de
escoamento superficial gerado no interior dos lotes seja encaminhado para o
sistema público de drenagem urbana, mediante sistema de incentivos e ônus
vinculado ao uso adequado do serviço;

253
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VI – definição de parâmetros de compensação relativos à impermeabiliza-


ção do solo em áreas urbanas, em conjunto com o órgão gestor do desenvol-
vimento territorial e urbano do Distrito Federal;
VII – criação de cadastro de rede e de instalações da drenagem em siste-
mas georreferenciados;
VIII – estudos e medidas que previnam e evitem danos às zonas e áreas
de preservação ambiental urbanas e rurais do Distrito Federal.

Seção II
Da Energia

Art. 31. São diretrizes setoriais do fornecimento de energia elétrica e


gás natural:
I – assegurar a todo habitante do Distrito Federal o acesso ao uso de ener-
gia elétrica em continuidade e qualidade de fornecimento;
II – promover o uso racional e eficiente da energia elétrica e do gás na-
tural para os segmentos residencial, comercial, industrial, automotivo e ins-
titucional;
III – estimular a introdução permanente de tecnologias eficientes, tanto
para a oferta quanto para a demanda de energia, com a finalidade de reduzir
a necessidade de investimentos;
IV – viabilizar a expansão ou a implantação de serviços de distribuição de
gás natural canalizado, objetivando-se o fomento do desenvolvimento indus-
trial e do benefício social.
Parágrafo único. Deverá ser incentivado o uso de fontes alternativas de
energia renováveis e pouco poluentes, buscando-se a alteração da composi-
ção da matriz energética do Distrito Federal.

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CAPÍTULO V
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Art. 32. O desenvolvimento econômico corresponde ao processo de mu-


dança estrutural de uma região em que a utilização dos recursos e das po-
tencialidades se articula com a organização eficiente e dinâmica de sistemas
produtivos no território, conduzindo ao aumento da produtividade, à elevação
das condições de vida da população e à redução das desigualdades sociais.
Art. 33. São diretrizes setoriais para o desenvolvimento econômico:
I – delimitar as Áreas Econômicas para promoção do desenvolvimento e
implementação da política de desenvolvimento econômico do Distrito Federal;
II – promover ações integradas mediante articulação técnica, política e
financeira entre agentes públicos e privados;
III – fomentar a implantação de centros de negócios e polos de atividades
econômicas que fortaleçam a posição do Distrito Federal no cenário econômi-
co regional e nacional;
IV – promover a diversificação de atividades econômicas em áreas já ins-
tituídas, como forma de ampliar a geração de trabalho e renda;
V – ampliar a cooperação e as parcerias entre as esferas públicas, associa-
ções empresariais locais, associações nacionais e organismos multilaterais;
VI – apoiar o desenvolvimento de práticas de atividades produtivas solidá-
rias e associativas e o desenvolvimento da agricultura urbana;
VII – incentivar a produção industrial não poluente, com ênfase nas ativi-
dades intensivas do conhecimento e de inovação tecnológica;
VIII – promover a instalação de empreendimentos de grande porte nos
eixos de articulação e de integração com os municípios limítrofes do Distri-
to Federal;
IX – revitalizar e renovar as áreas comerciais e industriais em processo de
decadência ou de degradação, prevendo-se, onde couber, a flexibilização de
usos e atividades;

255
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X – qualificar as áreas que exercem o papel de centralidades urbanas


como polos de geração de trabalho e renda;
XI – adotar o uso misto, à exceção dos lotes destinados aos programas de
estímulo ao emprego e renda do Governo do Distrito Federal, como forma de
consolidação e potencialização do desenvolvimento econômico e melhoria da
escala de aproveitamento da infraestrutura instalada e da relação entre oferta
de empregos e moradia.
Art. 34. As Áreas Econômicas são áreas onde será incentivada a insta-
lação de atividades geradoras de trabalho e renda por meio de programas
governamentais de desenvolvimento econômico, com o objetivo de oferta de
empregos, de qualificação urbana, de articulação institucional e de formação
de parcerias público-privadas.
§ 1º As Áreas Econômicas englobam as Áreas de Desenvolvimento Econô-
mico, os polos de desenvolvimento econômico, os polos tecnológicos e outras
áreas instituídas por programas governamentais de desenvolvimento, sendo
classificadas de acordo com o seu nível de consolidação.
§ 2º As Áreas Econômicas consolidadas, indicadas no Anexo IV, Mapa 6 e Ta-
bela 6A, desta Lei Complementar, correspondem às áreas que apresentam infra-
estrutura urbana implantada, devendo ser adotadas ações objetivando o melhor
aproveitamento das condições locacionais, edilícias e de acessibilidade disponíveis.
§ 3 º As Áreas Econômicas não consolidadas, indicadas no Anexo IV, Mapa 6
e Tabela 6B, desta Lei Complementar, correspondem às áreas parcialmente im-
plantadas e que apresentam deficiências quanto a infraestrutura urbana, comér-
cio e serviços, devendo ser adotadas ações que possibilitem sua consolidação.
§ 4 º As Áreas Econômicas a serem implantadas, indicadas no Anexo IV,
Mapa 6 e Tabela 6C, desta Lei Complementar, correspondem às áreas já defi-
nidas para instalação de atividades econômicas por meio de programas seto-
riais de desenvolvimento, devendo ser adotadas ações que possibilitem o seu
desenvolvimento e implementação.

256
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Art. 35. Nas Áreas Econômicas, serão implementadas ações que busquem:
I – urbanizar e qualificar os espaços públicos por meio da reestruturação,
complementação ou implantação da infraestrutura urbana, dos equipamentos
públicos e do sistema de transporte público coletivo;
II – possibilitar a implementação do uso misto e a revisão das atividades,
de modo a melhorar a escala de aproveitamento da infraestrutura instalada e
a relação entre oferta de empregos e moradia;
III – estimular a geração de empregos por meio de atração de investimen-
tos privados;
IV – instituir programas de qualificação de mão de obra e capacitação
gerencial;
V – incentivar a renovação de edificações e promover a integração urba-
nística das Áreas Econômicas aos núcleos urbanos e rurais;
VI – incentivar a oferta de serviços;
VII – promover incentivos e parcerias com os beneficiários de programas
institucionais de desenvolvimento econômico, a fim de viabilizar a implemen-
tação de projetos e programas de desenvolvimento urbano e rural.
Art. 36. Os incentivos para o desenvolvimento econômico adotados pelo
Governo do Distrito Federal deverão ser aplicados, prioritariamente, nas Áre-
as de Dinamização, constantes do Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3C, e nas Áreas
Econômicas, constantes do Anexo IV, Mapa 6 e Tabelas 6A, 6B e 6C, desta
Lei Complementar, buscando-se, sempre que possível, formas de articulação
institucional e parcerias com a iniciativa privada.

CAPÍTULO VI
DA URBANIZAÇÃO, DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 37. São diretrizes da urbanização, do uso e da ocupação do solo:


I – o estabelecimento de áreas urbanizadas mais compactas no território;
II – a urbanização estruturada ao longo das principais infraestruturas de
conexão, com o aumento das densidades demográficas ao longo da rede vi-
ária estrutural;

257
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III – a expansão do solo urbano em continuidade com os núcleos urbanos


existentes e na transição com as áreas rurais que sofrem pressão urbana,
observada a capacidade de suporte socioeconômica e ambiental do território;
IV – evitar a segregação de usos, promovendo-se a sua flexibilização, de
modo a reduzir os deslocamentos e equilibrar a distribuição dos locais de em-
prego e trabalho no Distrito Federal;
V – promover a integração dos parcelamentos residenciais distribuídos de
forma dispersa e fragmentada no território entre si e com os núcleos urbanos
consolidados vizinhos;
VI – estimular a ocupação dos vazios residuais das áreas urbanizadas do-
tadas de serviços, infraestrutura e equipamentos, preferencialmente à criação
de novas áreas urbanas, de forma a otimizar a capacidade da infraestrutura
instalada e reduzir os custos de urbanização, observadas as condicionantes
ambientais do território;
VII – propor e admitir novas formas de urbanização;
VIII – possibilitar a ocorrência de tipologias arquitetônicas diferenciadas e
facilitar a adaptação das edificações para novos usos;
IX – reduzir progressivamente o déficit social urbano representado pela
carência de infraestrutura urbana, de serviços sociais e de moradia, por meio
de investimentos e da aplicação dos instrumentos jurídicos, tributários e fi-
nanceiros previstos nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. Somente será permitida a ocupação de áreas que não
possuam restrições ambientais, observada a legislação específica para licen-
ciamento ambiental.
Art. 38. Ficam definidos, na forma do art. 4º da Lei Federal n. 6.766, de
19 de dezembro de 1979, e do art. 28 da Lei Federal n. 10.257, de 10 de julho
de 2001, como parâmetros básicos da ocupação do solo urbano:
I – densidade demográfica;
II – coeficiente de aproveitamento;

258
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III – percentual mínimo de equipamentos urbanos e comunitários e espa-


ços livres de uso público para novos parcelamentos;
IV – (VETADO).
V – área máxima e mínima de lotes. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Com-
plementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 39. Considera-se como densidade demográfica ou populacional o va-
lor resultante da divisão entre o número de habitantes e a área total das
porções territoriais indicadas no Anexo III, Mapa 5, desta Lei Complementar,
ficando definidos os seguintes valores de referência:
I – densidade muito baixa: valores até 15 (quinze) habitantes por hectare;
II – densidade baixa: valores superiores a 15 (quinze) e até 50 (cinquen-
ta) habitantes por hectare;
III – densidade média: valores superiores a 50 (cinquenta) e até 150
(cento e cinquenta) habitantes por hectare;
IV – densidade alta: valores superiores a 150 (cento e cinquenta) habitan-
tes por hectare.
Parágrafo único. A densidade demográfica definida para cada porção terri-
torial poderá variar dentro de uma mesma porção, de acordo com as diretrizes
urbanísticas estabelecidas pelo órgão gestor do desenvolvimento territorial e
urbano do Distrito Federal, desde que seja preservado, como média, o valor
de referência estipulado neste artigo e que sejam observadas as condicionan-
tes ambientais. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
Art. 40. O coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área edificá-
vel e a área do terreno, conforme segue:
I – coeficiente de aproveitamento básico;
II – coeficiente de aproveitamento máximo.
§ 1º O coeficiente de aproveitamento básico corresponde ao potencial
construtivo definido para o lote, outorgado gratuitamente, a ser aplicado con-
forme indicado nos Anexos V e VI desta Lei Complementar.

259
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§ 2º O coeficiente de aproveitamento máximo representa o limite máximo


edificável dos lotes ou projeções, podendo a diferença entre os coeficientes
máximo e básico ser outorgada onerosamente, e será aplicado conforme in-
dicado nos Anexos V e VI desta Lei Complementar.
§ 3º A definição do coeficiente de aproveitamento máximo considera a
hierarquia viária, a infraestrutura urbana disponível, a localização dos centros
e subcentros locais, praças e áreas econômicas, além dos condicionantes am-
bientais e a política de desenvolvimento urbano.
§ 5º Na Zona Urbana do Conjunto Tombado, a área edificável dos lo-
tes continua a ser indicada pela taxa máxima de construção ou coeficiente
de aproveitamento, definidos pela legislação urbanística vigente, até que o
Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília defina a regra a
ser adotada.
§ 6º (VETADO).
Art. 41. O impacto da aplicação do coeficiente de aproveitamento máximo
na infraestrutura urbana e no meio ambiente deverá ser monitorado de forma
permanente pelo Poder Executivo.
Parágrafo único. Caso seja constatada a tendência de saturação da infra-
estrutura urbana, o Poder Executivo poderá suspender a concessão do poten-
cial construtivo, por meio de projeto de lei encaminhado à Câmara Legislativa
do Distrito Federal.
Art. 42. Os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de apro-
veitamento na macrozona urbana, nos termos do que determinam o art. 28,
§ 3º, da Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001, e o art. 317, § 2º, V, da Lei
Orgânica do Distrito Federal, com a redação da Emenda n. 49, de 2007, ficam
assim definidos:
I – na Zona Urbana do Conjunto Tombado, o limite máximo a ser atingido
pelos coeficientes de aproveitamento será definido no Plano de Preservação
do Conjunto Urbanístico de Brasília, observado o disposto no art. 40, § 5º;

260
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II – na Zona Urbana de Uso Controlado I, o limite máximo a ser atingido


pelos coeficientes de aproveitamento é 4,5 (quatro inteiros e cinco décimos);
III – na Zona Urbana de Uso Controlado II, o limite máximo a ser atingido
pelos coeficientes de aproveitamento é 4 (quatro);
IV – na Zona Urbana Consolidada, o limite máximo a ser atingido pelos
coeficientes de aproveitamento é 9 (nove);
V – na Zona Urbana de Expansão e Qualificação, o limite máximo a ser
atingido pelos coeficientes de aproveitamento é 6 (seis);
– na Zona de Contenção Urbana, o limite máximo a ser atingido pelos co-
eficientes de aproveitamento é 1 (um), aplicado sobre o percentual de área
passível de ocupação, conforme disposto no art. 78. (Inciso alterado(a) pe-
lo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 1º Os coeficientes de aproveitamento máximos indicados nos incisos I a
V deste artigo representam o maior coeficiente encontrado em cada uma das
zonas urbanas.
§ 2º Para obtenção das licenças de edificação, deverão ser obedecidos os
coeficientes máximos específicos indicados nos Anexos V e VI e na Tabela 2D
dos Anexos II e VI desta Lei Complementar.
§ 3º (VETADO).
§ 4º Os valores dos coeficientes de aproveitamento para os núcleos urba-
nos implantados, para as áreas integrantes das Estratégias de Regularização
Fundiária e de Oferta de Áreas Habitacionais, estão indicados nos Anexos V e
VI e na Tabela 2D do Anexo II desta Lei Complementar.
§ 5º Os valores dos coeficientes de aproveitamento para novos projetos
urbanísticos serão definidos de acordo com as diretrizes urbanísticas estabele-
cidas pelo órgão gestor do desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Fe-
deral, podendo ficar abaixo do limite máximo para a zona em que se inserem.
§ 6º A Lei de Uso e Ocupação do Solo deverá rever os coeficientes de
aproveitamento previstos neste Plano Diretor garantindo coerência entre os
critérios de uso e ocupação do solo estabelecidos nos instrumentos de plane-

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jamento territorial e urbano do Distrito Federal, observados os coeficientes


máximos, por zona urbana, estabelecidos no caput. (Parágrafo acrescido(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 43. Para novos parcelamentos urbanos, fica estabelecido:
I – percentual mínimo de 15% (quinze por cento) da área da gleba para
equipamentos urbanos e comunitários e espaços livres de uso público, à ex-
ceção da Zona de Contenção Urbana, das Zonas Especiais de Interesse Social
– ZEIS e de parcelamentos de características industriais, que terão parâmetros
próprios estabelecidos pelo órgão de planejamento urbano do Distrito Federal;
(Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
III – (VETADO);
IV – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
§ 1º (Parágrafo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
§ 2º (Parágrafo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
§ 3º Novas ZEIS poderão ser estabelecidas mediante lei específica.
§ 4º A aprovação de projetos urbanísticos de novos parcelamentos, em
decorrência do contido no § 2º, será realizada mediante decreto do Poder
Executivo, acompanhado de documentação que defina as respectivas normas
de uso e ocupação do solo. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar
n. 854 de 15/10/2012)
Art. 44. Para novos parcelamentos urbanos, ficam estabelecidos os se-
guintes usos:
I – residencial;
II – comercial de bens e prestação de serviços;
III – institucional ou comunitário;
IV – industrial; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)

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V – misto (combinações a partir dos usos estabelecidos nos incisos II a IV


com o uso habitacional). (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
Art. 45. O condomínio urbanístico será admitido como forma de ocupação
do solo urbano com base no art. 8º da Lei Federal n. 4.591, de 16 de dezem-
bro de 1964, sendo composto por unidades autônomas de uso privativo e
áreas comuns condominiais.
§ 1º A aprovação de projetos e o licenciamento para construção em con-
domínios urbanísticos obedecerá à legislação em vigor no Distrito Federal.
§ 2º A área mínima da unidade autônoma será de 125m2 (cento e vinte
e cinco metros quadrados) e a frente mínima será de 5m (cinco metros), à
exceção daquelas inseridas em ZEIS, que poderão ter dimensão inferior. (Pa-
rágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 46. O Poder Executivo publicará a Tabela de Usos e Atividades, a ser
utilizada como referência para a Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Parágrafo único. A Tabela de Usos e Atividades poderá ser alterada caso os
estudos da elaboração da Lei de Uso e Ocupação do Solo indiquem necessidade.

CAPÍTULO VII
DA HABITAÇÃO

Art. 47. A política de habitação do Distrito Federal deve orientar as ações


do Poder Público e da iniciativa privada a fim de facilitar o acesso da população
a melhores condições habitacionais, que se concretizam tanto na unidade ha-
bitacional, quanto no fornecimento da infraestrutura física e social adequada.
Art. 48. O Sistema de Habitação do Distrito Federal tem como objetivo
gerenciar a política habitacional, tanto de interesse social como de mercado.
§ 1º O órgão gestor do Sistema de Habitação do Distrito Federal é a Se-
cretaria de Estado de Habitação.
§ 2º O Conselho de Habitação do Distrito Federal é o órgão colegiado do
Sistema de Habitação do Distrito Federal, referido neste artigo.

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Art. 49. Constituem diretrizes setoriais para a política de habitação do


Distrito Federal:
I – facilitar e promover formas alternativas de acesso à moradia digna,
compatibilizando-se a demanda por faixas de renda com os projetos urbanís-
ticos e habitacionais existentes e futuros;
II – incentivar pesquisas e desenvolver técnicas de produção e recupera-
ção para oferta de moradias à população urbana e rural;
III – implementar meios adequados de acompanhamento e de controle do
desempenho e de avaliação das ações governamentais, mantendo-se atuali-
zadas, em sistema georreferenciado, as informações de cadastro dos benefi-
ciados e dos inscritos em programas habitacionais;
IV – priorizar as ações que racionalizem meios e recursos, de forma a am-
pliar a população a ser beneficiada;
V – viabilizar o aumento de áreas destinadas a programas e projetos ha-
bitacionais, preferencialmente em áreas urbanas já consolidadas e em con-
solidação, observada a capacidade de suporte socioeconômica e ambiental
do território, evitando-se a criação de novos núcleos urbanos dissociados da
trama urbana existente;
VI – articular a política habitacional com as demais políticas setoriais, em
especial com a política social;
VII – estabelecer programas que promovam a ocupação do território de
forma equilibrada, com setores socialmente diversificados e áreas integradas
ao meio ambiente natural, respeitadas as áreas de risco à saúde e a capaci-
dade de suporte socioambiental;
VIII – estimular a participação da iniciativa privada na produção de mora-
dias para todas as faixas de renda;
IX – promover a regularização fundiária dos assentamentos habitacionais
não registrados em cartório, criados pelo Governo do Distrito Federal;
X – (VETADO).

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Art. 50. Será elaborado e publicado, em ato próprio do órgão gestor do


sistema de habitação, o Plano de Desenvolvimento Habitacional do Distrito
Federal, no prazo de 12 (doze) meses, a contar da publicação desta Lei Com-
plementar, com o objetivo de orientar a implantação de programas e projetos
habitacionais.
Art. 51. A política de habitação adotará normas especiais de acesso a
moradias de habitação social, adequando o atendimento às características
das famílias, admitida a concessão de subsídios direcionados e adequados à
carência da família atendida.
Parágrafo único. No caso de execução de programas de habitação de in-
teresse social que impliquem transferência da população, esta será instalada
em áreas disponíveis, observada a capacidade de suporte socioeconômica e
ambiental do território.

CAPÍTULO VIII
DOS EQUIPAMENTOS REGIONAIS

Art. 52. Consideram-se equipamentos regionais os estabelecimentos em


que são prestados os serviços das áreas temáticas de educação, segurança
pública, saúde, transporte, abastecimento e cultura.
§ 1º Os equipamentos tratados neste capítulo foram definidos em função
de sua abrangência regional, caracterizados pelo porte e especialidade e por
suas implicações na definição da estrutura do território.
§ 2º Reconhecem-se como equipamentos regionais, no mínimo, os se-
guintes estabelecimentos, conforme área temática:
I – educação: faculdades, universidades, escolas públicas e privadas, bi-
bliotecas, conforme o porte;
II – segurança pública: unidades da Polícia Militar do Distrito Federal e do
Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal;

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III – saúde: hospitais regionais, hospitais especializados em saúde mental


e unidades de vigilância sanitária; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
IV – transporte: terminais de integração, estações de transferências e
aeroportos;
V – abastecimento: centrais de abastecimento, shopping centers, hiper-
mercados e feiras;
VI – hospedagem: campings urbanos;
VII – cultura: teatros, centros culturais, casas de cultura, bibliotecas, mu-
seus e cinemas.
Art. 53. São diretrizes setoriais para o provimento de equipamentos re-
gionais no território do Distrito Federal:
I – garantir a distribuição equânime dos equipamentos no Distrito Federal,
observadas as densidades demográficas e as condicionantes socioeconômicas
da região em que se inserem;
II – prever prioritariamente equipamentos regionais nas áreas em proces-
so de consolidação urbana;
III – otimizar a utilização dos equipamentos regionais, promovendo-se
melhor dinâmica urbana e otimização da infraestrutura urbana instalada;
IV – garantir a localização dos equipamentos regionais prioritariamente
nas proximidades das vias integrantes da Rede Estrutural de Transporte Co-
letivo e das áreas integrantes das Estratégias de Dinamização de Áreas Urba-
nas, de Estruturação Viária e de Implantação de Polos Multifuncionais;
(Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
VI – destinar área para implantação de plataforma logísitica multimodal;
VIII – ampliar as condições de acessibilidade aos equipamentos regionais
já instalados;
IX – promover a revitalização ou a recuperação de equipamentos regio-
nais degradados ou subutilizados, avaliando-se a possibilidade de alteração
de uso quando de interesse público;

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X – promover parcerias público-privadas na implantação, recuperação,


revitalização, otimização, manutenção e gestão dos equipamentos regionais;
XI – reavaliar os parâmetros urbanísticos de áreas propostas para equipa-
mentos regionais, considerando-se os níveis de saturação de equipamentos
nas áreas do Distrito Federal;
XII – reavaliar áreas destinadas a equipamentos ainda não implantados,
considerando-se os níveis de saturação de equipamentos nas áreas do Distri-
to Federal.

CAPÍTULO IX
DO DESENVOLVIMENTO RURAL

Art. 54. O desenvolvimento do espaço rural, considerada a sua multifun-


cionalidade, deve ser um processo articulado e integrado de atuação interse-
torial que busca a sustentabilidade da atividade rural e a qualidade de vida
da população.
Parágrafo único. O processo referido no caput deve envolver parcerias
entre as entidades representativas dos produtores, as comunidades rurais, a
iniciativa privada e os órgãos do Governo.
Art. 55. São diretrizes setoriais para o desenvolvimento rural:
I – implantar políticas agrícolas e sociais para a promoção da permanência
do homem no campo e a melhoria na qualidade de vida da população;
II – atuar em parceria com órgãos públicos e entidades privadas para a
instalação de unidades didáticas de difusão de tecnologia e aprendizagem,
visando melhorar a qualidade, a produtividade e a lucratividade das ativida-
des rurais;
III – incentivar ações de educação, pesquisa, extensão rural, capacitação
e inovação tecnológica, para aperfeiçoar os diversos sistemas de produção
rural no Distrito Federal;

267
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

IV – incentivar o estudo e o desenvolvimento de cadeias produtivas e o


fortalecimento das organizações sociais, com o objetivo de viabilizar as ativi-
dades no espaço rural;
V – apoiar e incentivar a implantação e a expansão de agroindústrias visan-
do aumentar a participação do agronegócio na economia do Distrito Federal;
VI – incentivar a criação de alternativas de trabalho nas comunidades rurais;
VIII – promover a melhoria dos canais de comercialização da produção;
IX – apoiar o turismo rural como alternativa de agronegócio, geração de
emprego e melhoria da renda familiar;
X – planejar, implantar e executar a política de regularização de terras
públicas rurais no Distrito Federal;
XI – promover a preservação, a conservação e a recuperação, por meio do
manejo racional dos recursos naturais nas bacias hidrográficas;
XII – promover o direcionamento de investimentos visando viabilizar eco-
nomicamente a pequena propriedade familiar por meio da capacitação profis-
sional dos produtores e trabalhadores rurais;
XIII – incentivar ações destinadas à preservação do Cerrado, preservação
de mananciais e recuperação de áreas degradadas;
XIV – fiscalizar a fim de evitar o desvio de atividades rurais para ativida-
des urbanas;
XV – elaborar plano de desenvolvimento rural no prazo de dois anos, a
partir da aprovação desta Lei Complementar;
XVI – instituir instrumentos econômicos e fiscais que promovam e apoiem
a implantação de caminhos e trilhas rurais nas zonas e áreas que compõem a
Macrozona Rural do Distrito Federal;
XVII – intensificar as ações do Poder Público relacionadas ao planejamen-
to, implantação e conservação de estradas vicinais nas zonas e áreas que
compõem a Macrozona Rural do Distrito Federal.

268
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Parágrafo único. As centralidades de desenvolvimento econômico rural


serão definidas pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento, pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito
Federal – EMATER/DF, pelos conselhos regionais de desenvolvimento rural
sustentável e pela Federação de Agricultura e Pecuária do Distrito Federal.
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).

CAPÍTULO X
DA INTEGRAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES

Art. 57. O desenvolvimento integrado com os municípios limítrofes de-


penderá do desenvolvimento de planos, programas e projetos conjuntos, fir-
mados entre o Governo do Distrito Federal e as prefeituras, a partir de con-
sórcios públicos.
§ 1º Os consórcios atuarão na prestação de serviços, compra de bens,
produtos e equipamentos, instalação de infraestrutura e serviços para pro-
mover o saneamento ambiental para os municípios consorciados, agilizando
o funcionamento das parcerias entre as cidades.
§ 2º Será prioritária a ação sobre as cidades de Águas Lindas de Goiás,
Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama, Valparaíso de Goiás, Cidade Oci-
dental e Planaltina de Goiás e sobre a bacia do ribeirão Alagado, contribuinte
do reservatório de Corumbá IV.

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO

Art. 58. A organização do território tem como função orientar a ocupação


equilibrada e adequada do solo, consoante as diretrizes setoriais desta Lei
Complementar, a partir do Macrozoneamento, do Zoneamento e das Estraté-
gias de Ordenamento Territorial.

269
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

§ 1º O Macrozoneamento e o Zoneamento são os elementos normativos


do Plano Diretor que expressam a destinação do solo e suas diretrizes gerais
de uso e ocupação.
§ 2º As Estratégias de Ordenamento Territorial orientam políticas públi-
cas, projetos e investimentos futuros, a partir da definição de ações em áreas
identificadas neste Plano Diretor.

CAPÍTULO I
DO MACROZONEAMENTO

Art. 59. O Macrozoneamento divide o território do Distrito Federal, de


acordo com as vocações intrínsecas às áreas e aos objetivos deste Plano
Diretor, em:
I – Macrozona Urbana, destinada predominantemente às atividades dos
setores secundário e terciário, não excluída a presença de atividades do se-
tor primário;
II – Macrozona Rural, destinada predominantemente às atividades do se-
tor primário, não excluída a presença de atividades dos setores secundário e
terciário;
III – Macrozona de Proteção Integral, destinada à preservação da nature-
za, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais.
Parágrafo único. O Macrozoneamento está configurado no Anexo I, Mapa
1, desta Lei Complementar.
Art. 60. A Macrozona Urbana se divide nas seguintes zonas:
I – Zona Urbana do Conjunto Tombado;
II – Zona Urbana de Uso Controlado I;
III – Zona Urbana de Uso Controlado II;
IV – Zona Urbana Consolidada;
V – Zona Urbana de Expansão e Qualificação;
VI – Zona de Contenção Urbana.

270
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Art. 61. A Macrozona Rural é dividida nas seguintes zonas:


I – Zona Rural de Uso Diversificado;
II – Zona Rural de Uso Controlado.
Art. 62. As Macrozonas Urbana e Rural devem respeitar, entre outras, a
legislação ambiental e de recursos hídricos, bem como as fragilidades e po-
tencialidades do território estabelecidas em planos de manejo e zoneamento
das unidades de conservação que as integram.
Art. 63. Nas zonas onde incidem sítios e conjuntos urbanos tombados,
deverão ser respeitados os critérios específicos estabelecidos pela respectiva
legislação.
Art. 64. Sobrepõem-se às zonas objeto do Macrozoneamento as Áreas de
Proteção de Manancial e as Áreas de Interesse Ambiental.
Parágrafo único. As Áreas de Proteção de Manancial e as Áreas de Interes-
se Ambiental são as porções do território que exigem parâmetros e diretrizes
de uso e ocupação do solo diferenciados e preponderantes sobre aqueles das
zonas em que se inserem.

CAPÍTULO II
DO ZONEAMENTO

Seção I
Da Macrozona Urbana

Art. 65. As ações na Macrozona Urbana deverão contribuir para o desen-


volvimento sustentável do território a partir das atividades dos setores se-
cundário e terciário, não excluída a presença de atividades do setor primário.
§ 1º A ocupação e os adensamentos na bacia do Lago Paranoá devem
considerar a capacidade de suporte do lago como receptor de efluentes. (Pa-
rágrafo renumerado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

271
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Subseção I
Da Zona Urbana do Conjunto Tombado

Art. 66. A Zona Urbana do Conjunto Tombado é composta por áreas pre-
dominantemente habitacionais de média densidade demográfica, conforme
Anexo III, Mapa 5, desta Lei Complementar, correspondendo à área do con-
junto urbano construído em decorrência do Plano Piloto de Brasília e às de-
mais áreas incorporadas em função de complementações ao núcleo original.
§ 1º Esta zona compreende o lago Paranoá e a poligonal da área tombada
em âmbito federal e distrital, delimitada a leste pela orla do lago Paranoá,
incluído seu espelho d’água, a oeste pela Estrada Parque de Indústria e Abas-
tecimento – EPIA, ao sul pelo curso d’água Riacho Fundo e ao norte pelo cór-
rego Bananal, e integrada pelo Plano Piloto de Brasília, Vila Planalto, Cruzeiro,
Octogonal, Sudoeste e Candangolândia, conforme Anexo I, Mapa 1A.
§ 2º Nesta zona, o uso e a ocupação do solo devem respeitar as normas
que tratam das definições, critérios e restrições estabelecidos para preserva-
ção do Conjunto Urbanístico de Brasília, tombado como Patrimônio Histórico
Nacional e reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Orga-
nização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO.
§ 3º Os índices urbanísticos adotados para os setores a serem edificados
na área objeto do tombamento como Patrimônio Histórico Nacional que façam
parte da escala residencial de que tratam a Portaria 314, de 8 de outubro de
1992, do Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural e o Decreto n. 10.829, de
14 de outubro de 1987, consideradas as complementações e expansões inclu-
ídas pelo Anexo do referido Decreto sob a denominação “Brasília Revisitada”,
serão aqueles constantes dos referidos documentos de tombamento.
Art. 67. São diretrizes para a Zona Urbana do Conjunto Tombado:
I – zelar pelo Conjunto Urbanístico de Brasília, bem tombado em âmbito
federal e distrital;

272
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II – harmonizar as demandas do desenvolvimento econômico e social


e as necessidades da população com a preservação da concepção urbana
de Brasília;
III – consolidar a vocação de cultura, lazer, esporte e turismo do lago Pa-
ranoá, mediante criação e promoção de espaços adequados para o cumpri-
mento de suas funções;
IV – promover e consolidar a ocupação urbana, respeitando-se as restri-
ções ambientais, de saneamento e de preservação da área tombada;
V – preservar as características essenciais das quatro escalas urbanísticas
em que se traduz a concepção urbana do conjunto tombado, a monumental,
a residencial, a gregária e a bucólica;
VI – manter o conjunto urbanístico da área tombada como elemento de
identificação na paisagem, assegurando-se a permeabilidade visual com
seu entorno.
Parágrafo único. O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Bra-
sília é o instrumento de planejamento e gestão do Conjunto Urbano Tombado
e deverá considerar a legislação federal e distrital competente, observando a
especificidade do sítio urbano e a singularidade de sua concepção urbanística
e de sua expressão arquitetônica.

Subseção II
Da Zona Urbana de Uso Controlado I

Art. 68. A Zona Urbana de Uso Controlado I é composta por áreas pre-
dominantemente habitacionais de muito baixa densidade demográfica, com
enclaves de baixa, média e alta densidades, conforme Anexo III, Mapa 5,
desta Lei Complementar, inseridas em sua maior parte nas Áreas de Proteção
Ambiental – APA do lago Paranoá e na Área de Proteção Ambiental das bacias
do Gama e Cabeça de Veado.
Parágrafo único. Integram esta Zona, conforme Anexo I, Mapa 1A:
I – Lago Norte;

273
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II – Varjão;
III – Setor Habitacional Taquari; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
IV – Lago Sul; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
VI – Setor de Mansões Dom Bosco; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Com-
plementar n. 854 de 15/10/2012)
VII – Quadras 6 a 29 do Setor de Mansões Park Way – SMPW; (Inciso al-
terado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
VII – Agrovila de Vargem Bonita; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
VIII – núcleo urbano do Paranoá.
Art. 69. Na Zona Urbana de Uso Controlado I, o uso urbano deve ser com-
patível com as restrições relativas à sensibilidade ambiental da área e à proxi-
midade com o Conjunto Urbano Tombado, observadas as seguintes diretrizes:
I – manter o uso predominantemente habitacional de baixa densidade
demográfica, com comércio, prestação de serviços, atividades institucionais e
equipamentos públicos e comunitários inerentes à ocupação;
II – respeitar o plano de manejo ou zoneamento referente às unidades de
conservação englobadas por essa zona e demais legislação pertinente;
III – proteger os recursos hídricos com a manutenção e a recuperação da
vegetação das áreas de preservação permanente;
IV – adotar medidas de controle ambiental voltadas para áreas limítrofes
às Unidades de Conservação de Proteção Integral e às Áreas de Relevante
Interesse Ecológico inseridas nessa zona, visando à manutenção de sua inte-
gridade ecológica;
V – preservar e valorizar os atributos urbanísticos e paisagísticos que ca-
racterizam essa área como envoltório da paisagem do Conjunto Urbano Tom-
bado, em limite compatível com a visibilidade e a ambiência do bem protegido.

274
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Parágrafo único. A aprovação de projetos de fracionamento para institui-


ção de condomínios por unidades autônomas do Setor de Mansões Park Way
– SMPW, do Setor de Mansões Dom Bosco – SMDB, das chácaras do Setor
de Habitações Individuais Sul – SHIS e do Setor de Mansões do Lago Norte
– SMLN fica condicionada à consulta prévia ao órgão ambiental distrital, que
estabelecerá as diretrizes ambientais para a ocupação, quando incidentes
sobre Áreas de Preservação Permanente e Zonas de Vida Silvestre das APAs.

Subseção III
Da Zona Urbana de Uso Controlado II

Art. 70. A Zona Urbana de Uso Controlado II é composta por áreas pre-
dominantemente habitacionais de baixa e média densidade demográfica, com
enclaves de alta densidade, conforme Anexo III, Mapa 5, desta Lei Comple-
mentar, sujeitas a restrições impostas pela sua sensibilidade ambiental e pela
proteção dos mananciais destinados ao abastecimento de água.
Parágrafo único. Integram esta Zona, conforme Anexo I, Mapa 1A:
I – núcleo urbano de Brazlândia;
II – Vila São José, em Brazlândia;
III – núcleo urbano de São Sebastião;
IV – parte do núcleo urbano de Planaltina, composta por loteamentos
irregulares;
– Região da Fercal; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
VI – áreas urbanas situadas no entorno do Parque Nacional de Brasília;
VII – áreas urbanas situadas no entorno da Reserva Biológica da Conta-
gem (na região do Colorado);
VIII – áreas urbanas em parte da Área de Proteção Ambiental da Bacia do
Rio São Bartolomeu;
IX – áreas urbanas em parte da Área de Relevante Interesse Ecológico JK;
X – Setor Habitacional Tororó;

275
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XII – áreas urbanas situadas no interior de Áreas de Proteção de Manancial.


– Setor Habitacional Ponte de Terra; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Com-
plementar n. 854 de 15/10/2012)
– parte dos Núcleos Urbanos de Taguatinga e Ceilândia ao sul da BR-070,
lindeira à APM do córrego Currais; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
– Área de Regularização Privê Ceilândia; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
– Área de Regularização Pôr do Sol, na Ceilândia; (Inciso acrescido(a) pe-
lo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
– faixa de terra ao sul da DF-001 lindeira à Área de Proteção Integral da
APA Cabeça de Veado, até o limite da área de propriedade da Companhia
Imobiliária de Brasília – TERRACAP. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 71. A Zona Urbana de Uso Controlado II deverá compatibilizar o uso ur-
bano com a conservação dos recursos naturais, por meio da recuperação ambien-
tal e da proteção dos recursos hídricos, de acordo com as seguintes diretrizes:
I – permitir o uso predominantemente habitacional de baixa e média den-
sidade demográfica, com comércio, prestação de serviços, atividades institu-
cionais e equipamentos públicos e comunitários inerentes à ocupação urbana,
respeitadas as restrições de uso determinadas para o Setor Militar Comple-
mentar e o Setor de Múltiplas Atividades Norte;
II – respeitar o plano de manejo ou zoneamento referente às Unidades de
Conservação englobadas por essa zona e demais legislação pertinente;
III – regularizar o uso e a ocupação do solo dos assentamentos informais
inseridos nessa zona, conforme estabelecido na Estratégia de Regularização
Fundiária, no Título III, Capítulo IV, Seção IV, considerando-se a questão ur-
banística, ambiental, de salubridade ambiental, edilícia e fundiária; (Inciso
alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

276
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III – qualificar e recuperar áreas degradadas ocupadas por assentamentos


informais de modo a minimizar danos ambientais;
IV – adotar medidas de controle ambiental voltadas para o entorno ime-
diato das Unidades de Conservação de Proteção Integral e as Áreas de Rele-
vante Interesse Ecológico inseridas nessa zona, visando à manutenção de sua
integridade ecológica;
V – adotar medidas de controle da propagação de doenças de veiculação
por fatores ambientais.

Subseção IV
Da Zona Urbana Consolidada

Art. 72. A Zona Urbana Consolidada é composta por áreas predominan-


temente urbanizadas ou em processo de urbanização, de baixa, média e alta
densidade demográfica, conforme Anexo III, Mapa 5, desta Lei Complemen-
tar, servidas de infraestrutura e equipamentos comunitários.
Parágrafo único. Integram esta Zona, conforme Anexo I, Mapa 1A:
I – áreas urbanas de Sobradinho I;
II – áreas urbanas de Sobradinho II;
III – parte da área urbana de Planaltina;
IV – áreas urbanas de Santa Maria, incluído o Polo JK;
V – áreas urbanas do Gama;
VI – áreas urbanas do Recanto das Emas;
VII – áreas urbanas do Riacho Fundo I;
VIII – áreas urbanas do Riacho Fundo II;
IX – áreas urbanas do Guará;
X – Setor de Indústria e Abastecimento – SIA;
XI – áreas urbanas do Núcleo Bandeirante;
XII – áreas urbanas de Taguatinga;
XIII – áreas urbanas de Águas Claras;
XIV – áreas urbanas de Ceilândia;

277
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XV – áreas urbanas de Samambaia;


XVI – Quadras 1 a 5 do Setor de Mansões Park Way – SMPW.
XVII – Área de Regularização de Interesse Específico Primavera. (Inciso
acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 73. Na Zona Urbana Consolidada, devem ser desenvolvidas as po-
tencialidades dos núcleos urbanos, incrementando-se a dinâmica interna e
melhorando-se sua integração com áreas vizinhas, respeitadas as seguintes
diretrizes:
I – promover o uso diversificado, de forma a otimizar o transporte público
e a oferta de empregos;
II – otimizar a utilização da infraestrutura urbana e dos equipamen-
tos públicos;
III – manter as características atuais das Quadras 1 a 5 do SMPW median-
te a manutenção de sua paisagem urbana e dos seus parâmetros de ocupa-
ção, notadamente a densidade demográfica existente na data de publicação
desta Lei Complementar, sem prejuízo da implantação de vias prevista na
Estratégia de Estruturação Viária e dos fracionamentos de lotes previstos no
MDE – 119/97 e NGB – 119/97, aprovados pelo Decreto n. 18.910, de 15 de
dezembro de 1997. (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)

Subseção V
Da Zona Urbana de Expansão e Qualificação

Art. 74. A Zona Urbana de Expansão e Qualificação é composta por áreas


propensas à ocupação urbana, predominantemente habitacional, e que pos-
suem relação direta com áreas já implantadas, com densidades demográfi-
cas indicadas no Anexo III, Mapa 5, desta Lei Complementar, sendo também
integrada por assentamentos informais que necessitam de intervenções vi-
sando a sua qualificação.
§ 1º Integram esta Zona:

278
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I – Setor Habitacional Vicente Pires; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Com-


plementar n. 854 de 15/10/2012)
II – Setor Habitacional Arniqueira; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
III – Setor Habitacional Bernardo Sayão; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
IV – Setor de Múltiplas Atividades do Gama; (Inciso alterado(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
V – Vila Cauhy; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
VI – setores habitacionais e áreas de regularização do entorno de
Sobradinho;
VII – Setor Habitacional Sol Nascente;
IX – Setor Habitacional Água Quente;
X – áreas situadas ao longo da BR-060 (trecho entre a DF-180 e a DF-
280); (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
XI – DF-001 (trecho entre Recanto das Emas e a DF-065); (Inciso altera-
do(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
XII – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
XIII – BR-040 (trecho próximo a Santa Maria);
(Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XVI – região situada a leste da DF-140, exceto a área de proprieda-
de da TERRACAP; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
XVII – região situada a oeste da DF-140.
§ 2º (VETADO).
Art. 75. Esta Zona deve ser planejada e ordenada para o desenvolvimento
equilibrado das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, de acordo
com as seguintes diretrizes:

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I – estruturar e articular a malha urbana de forma a integrar e conectar


as localidades existentes;
II – aplicar o conjunto de instrumentos de política urbana adequado para
qualificação, ocupação e regularização do solo;
III – qualificar as áreas ocupadas para reversão dos danos ambientais e
recuperação das áreas degradadas;
IV – constituir áreas para atender às demandas habitacionais;
VII – planejar previamente a infraestrutura de saneamento ambiental
para a ocupação, considerando-se a capacidade de suporte socioambiental da
bacia hidrográfica de contribuição do lago Paranoá.

Subseção VI
Da Zona de Contenção Urbana

Art. 76. A Zona de Contenção Urbana é composta por áreas urbanas loca-
lizadas nas fronteiras com as áreas rurais, sendo caracterizada por ocupação
habitacional de densidade demográfica muito baixa, de modo a criar uma
zona de amortecimento entre o uso urbano mais intenso e a Zona Rural de
Uso Controlado, conforme Anexo III, Mapa 5, desta Lei Complementar.
§ 1º (Expressão declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
§ 2º Excetua-se do disposto no parágrafo anterior o trecho no Altiplano
Leste, na Região Administrativa do Paranoá – RA VII, compreendido pelo Sítio
Santos Dumont, Sítio Forquilha Encravada, Sítios das Oliveiras, Chácara Mor-
ro Alto, Chácara Fazendas Paranoá I, II e III e o Setor de Chácaras Interlagos,
que integram a Zona Rural de Uso Controlado.
Art. 77. A Zona de Contenção Urbana tem por objetivo assegurar a pre-
servação e a manutenção das suas características naturais por meio do esta-
belecimento de parâmetros de uso e ocupação do solo restritivos.
§ 1º Fica proibido o parcelamento urbano em glebas menores que 10ha
(dez hectares).

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§ 2º O monitoramento deverá ser realizado pelo órgão responsável pelo


planejamento urbano, mediante vistorias e utilização de tecnologias de geo-
processamento e sensoriamento remoto.
§ 3º Fica assegurada a manutenção das ocupações rurais, desde que aten-
dam ao módulo rural mínimo de 2ha (dois hectares) e o número máximo de
3 (três) unidades habitacionais por gleba. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 78. A Zona de Contenção Urbana deverá compatibilizar o uso urbano
com a conservação dos recursos naturais, por meio da recuperação ambiental
e da proteção dos recursos hídricos, além de conciliar o uso habitacional com
o uso agrícola, de acordo com as seguintes diretrizes:
I - (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
(Alínea declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
(Alínea declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
(Alínea declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
e) (Alínea declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
II – regularizar o uso e a ocupação do solo dos assentamentos informais
inseridos nessa zona, considerando-se a questão urbanística, ambiental, de
salubridade ambiental, edilícia e fundiária; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
III – qualificar e recuperar áreas degradadas ocupadas por assentamentos
informais de modo a minimizar danos ambientais;
IV – adotar medidas de controle da propagação de doenças de veiculação
por fatores ambientais.
Parágrafo único. Nas terras públicas situadas na Zona de Contenção Ur-
bana, poderão ser concedidos contratos de Concessão do Direito Real de Uso
– CDRU a partir da aprovação de projeto urbanístico elaborado de acordo com
os critérios listados no caput. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)

281
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Art. 79. Na Zona de Contenção Urbana, deverá ser estabelecida alíquota


do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU diferencia-
da, de forma a incentivar a permanência de áreas naturais ou de uso agrícola
no interior das glebas e lotes.
Art. 80. Na Zona de Contenção Urbana, serão exigidos do empreendedor
projetos de drenagem e de sistema de esgotamento sanitário, a serem elabora-
dos e aprovados a partir de diretrizes estabelecidas pelos órgãos competentes.

Seção II
Da Macrozona Rural

Art. 81. O desenvolvimento de atividades na Macrozona Rural deverá


contribuir para a dinâmica dos espaços rurais multifuncionais voltada para o
desenvolvimento de atividades primárias, não excluídas atividades dos seto-
res secundário e terciário. (Regulamentado(a) pelo(a) Decreto n. 41654 de
28/12/2020)
§ 1º Nesta macrozona, deve ser observada a capacidade de suporte socio-
econômico e ambiental das sub-bacias e microbacias hidrográficas no desen-
volvimento das atividades, e deve ser promovida a regularização da ocupação
das terras públicas rurais do Distrito Federal. (Parágrafo alterado(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012) (Regulamentado(a) pelo(a) Decre-
to n. 41654 de 28/12/2020)
Art. 82. É permitida a implantação de equipamentos comunitários e ativi-
dades de apoio à população residente nesta macrozona. (Regulamentado(a)
pelo(a) Decreto n. 41654 de 28/12/2020)
Parágrafo único. A autorização de implantação de equipamentos e ativi-
dades de que trata o presente artigo é de responsabilidade da administração
regional em que a macrozona estiver localizada, respeitada a legislação vi-
gente. (Regulamentado(a) pelo(a) Decreto n. 41654 de 28/12/2020)

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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 83. Na Macrozona Rural, é proibido o parcelamento do solo que resul-


te em lotes inferiores a 2 (dois) hectares e inferiores às dimensões dos lotes
determinadas por zoneamento ambiental ou plano de manejo das unidades
de conservação em que estiver inserido, devendo ser averbadas as respecti-
vas reservas legais.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput os desmembramen-
tos para fins de instalação de estabelecimentos comerciais e equipamentos
comunitários destinados ao apoio à população da área rural em que se en-
contrarem inseridos, conforme indicado no artigo 2º do Decreto Federal n.
62.504, de 8 de abril de 1968.
Art. 84. As glebas rurais que são objeto de contrato específico de conces-
são de uso ou de concessão de direito real de uso pelo Poder Público devem
dispor de Plano de Utilização da Unidade de Produção – PU, do qual constarão
as atividades a serem desenvolvidas na gleba. (Legislação correlata - Portaria
5 de 25/03/2010)
§ 1º O Plano de Utilização da Unidade de Produção – PU será acompa-
nhado pelo órgão gestor da política agrícola do Distrito Federal e reavaliado a
cada cinco anos, com base no relatório técnico da EMATER/DF.
§ 2º Verificado o não cumprimento dos termos estabelecidos no Plano de
Utilização, com alteração de finalidade que descaracterize a gleba como rural,
o contrato será rescindido de pleno direito.
§ 3º (VETADO).

Subseção I
Da Zona Rural de Uso Diversificado

Art. 85. A Zona Rural de Uso Diversificado é aquela com atividade agrope-
cuária consolidada, onde predomina a agricultura comercial. Parágrafo único.
Essa zona corresponde, em sua maior parte, à bacia do rio Preto e à bacia do
rio São Marcos, conforme Anexo I, Mapa 1A.

283
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Art. 86. Na Zona Rural de Uso Diversificado, deve ser reforçada sua voca-
ção rural e incentivada a verticalização da produção, respeitadas as seguintes
diretrizes:
I – consolidar o uso rural produtivo, por meio de atividades agrossilvopas-
toris, agroindustriais e de turismo rural, de forma compatível com a conser-
vação dos recursos naturais;
II – respeitar a capacidade de suporte dos corpos hídricos no lançamento
de efluentes e na captação de águas superficiais e subterrâneas, conforme
disposto no Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos – PGIRH;
III – adotar medidas de controle ambiental e de conservação do solo e
de estradas;
IV – estimular a adoção de novas tecnologias de irrigação em substituição
ao uso de pivôs centrais.

Subseção II
Da Zona Rural de Uso Controlado

Art. 87. (Expressão declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de


04/12/2009)
Parágrafo único. Essa zona se subdivide nas porções do território referen-
tes às bacias hidrográficas nela inseridas, constantes do Anexo I, Mapa 1B,
na forma que segue:
I – Zona Rural de Uso Controlado I: compreende as áreas rurais inseridas
na bacia do rio São Bartolomeu;
II – Zona Rural de Uso Controlado II: compreende as áreas rurais inseri-
das na bacia do rio Maranhão;
III – Zona Rural de Uso Controlado III: compreende as áreas rurais inse-
ridas na bacia do Alto Rio Descoberto;
IV – Zona Rural de Uso Controlado IV: compreende as áreas rurais in-
seridas nas bacias do Baixo Rio Descoberto, do rio Alagado e do ribeirão
Santa Maria;

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V – Zona Rural de Uso Controlado V: compreende as áreas rurais inseridas


na bacia do lago Paranoá.
Art. 88. A Zona Rural de Uso Controlado deve compatibilizar as atividades
nela desenvolvidas com a conservação dos recursos naturais, a recuperação
ambiental, a proteção dos recursos hídricos e a valorização de seus atributos
naturais, de acordo com as seguintes diretrizes:
I – garantir o uso agrossilvopastoril e agroindustrial, desde que compatível
com a conservação dos recursos naturais e com a manutenção da qualidade
dos mananciais destinados ao abastecimento público;
II – incentivar o turismo rural;
III – incentivar sistemas de produção orgânica;
IV – respeitar as diretrizes quanto às fragilidades e potencialidades ter-
ritoriais estabelecidas pela legislação referente às Unidades de Conservação
nela inseridas, especialmente quanto aos respectivos zoneamentos ambien-
tais e planos de manejo;
V – coibir o parcelamento irregular de glebas rurais;
VI – adotar medidas de controle ambiental, de preservação dos recursos
hídricos, de conservação do solo e de estradas e de controle de erosões;
VII – exigir que os Planos de Utilização das glebas rurais localizadas em
Unidades de Conservação contemplem medidas de controle ambiental com-
patíveis com as diretrizes específicas dessas unidades;
VIII – respeitar a capacidade de suporte dos corpos hídricos no lança-
mento de efluentes e na captação de águas, conforme disposto no Plano de
Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos – PGIRH;
IX – incentivar a implantação de Reservas Particulares do Patrimônio Na-
tural como forma de ampliar a preservação das diferentes fitofisionomias e
da fauna associada;
X – preservar e revitalizar a cultura popular tradicional, presente nas fes-
tas, folguedos e folclore regional;
XI – controlar o emprego de fertilizantes e agrotóxicos;

285
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XII – incentivar a implantação de sistemas agroflorestais como alternativa


de produção e recuperação de áreas degradadas;
XIII – fortalecer a região como polo de experimentação e disseminação de
tecnologias associadas a atividades rurais.
Art. 89. Na Zona Rural de Uso Controlado I, considerada a sensibilidade
da região às alterações das suas condições ecológicas e a previsão de futura
captação de água para abastecimento no rio São Bartolomeu, devem ser ado-
tadas medidas de monitoramento e controle do uso e ocupação do solo para
coibir parcelamento irregular de glebas rurais para fins urbanos.
Art. 90. Na Zona Rural de Uso Controlado II, onde, além das atividades
agrossilvopastoris comerciais e de subsistência, são desenvolvidas atividades
de lazer, esportes de aventura e ecoturismo, devem ser observadas as se-
guintes diretrizes específicas:
I – incentivar a implementação de empreendimentos de lazer ecológico,
como forma de desenvolver o ecoturismo na região, devido ao potencial de
uso e visitação dos diversos locais de beleza cênica, cachoeiras, cavernas e
matas mesofíticas;
II – limitar a impermeabilização do solo a 5% (cinco por cento) da área
das glebas rurais em áreas de recarga de aquíferos, especialmente as situa-
das na Chapada da Contagem.
Art. 91. Na Zona Rural de Uso Controlado III, deve ser observada a con-
dição especial do lago do Descoberto, como maior manancial destinado ao
abastecimento no Distrito Federal, e as correspondentes restrições de uso
e ocupação compatíveis com a manutenção de suas águas em quantidade e
qualidade adequadas, de acordo com as seguintes diretrizes:
I – proibir o parcelamento das glebas rurais em lotes de dimensão inferior
ao permitido em zoneamento ambiental da Área de Proteção Ambiental do rio
Descoberto, inclusive para chácaras de recreio;
II – proibir o desenvolvimento de culturas extensivas de ciclo curto em
áreas de declividade superior a 30% (trinta por cento);

286
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III – exigir das edificações, quando permitidas pela legislação vigente, a


implantação de sistema adequado de coleta, tratamento e disposição de es-
gotos sanitários;
IV – proibir a disposição final de resíduos sólidos urbanos.
Art. 92. Na Zona Rural de Uso Controlado IV, que compreende áreas de
sensibilidade ambiental como bordas de chapada, encostas e mananciais des-
tinados ao abastecimento público, será incentivado o uso rural e atividades
relacionadas, bem como a promoção da proteção das bordas de chapada e
encostas com florestamento e recomposição da vegetação nativa para con-
trole de processos erosivos.
Art. 93. A Zona Rural de Uso Controlado V é constituída por parcelas de
solo rural na bacia do lago Paranoá, que desempenham importante papel
na manutenção de suas condições ecológicas, onde deve ser estimulada a
preservação e a conservação da vegetação nativa das áreas institucionais e
particulares.

Seção III
Da Macrozona de Proteção Integral

Art. 94. A Macrozona de Proteção Integral é composta pelas seguintes


unidades de conservação:
I – Parque Nacional de Brasília;
II – Estação Ecológica de Águas Emendadas;
III – Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília;
IV – Reserva Ecológica do IBGE;
V – Reserva Biológica do Gama; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
VI – Reserva Ecológica do Guará;
VII – Reserva Biológica da Contagem;
VIII – Reserva Biológica do Descoberto;
IX – Reserva Ecológica do lago Paranoá;

287
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X – Estação Ecológica da UnB – Áreas de Relevante Interesse Ecológico


dos córregos Capetinga e Taquara.
XI – Reserva Biológica do Cerradão. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Com-
plementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 1º As unidades de conservação que integram esta macrozona são regidas
por legislação específica, observadas as disposições estabelecidas nos respecti-
vos planos de manejo em relação às fragilidades e potencialidades territoriais.
§ 2º Deverão ser estabelecidos corredores ecológicos ou outras conexões
entre as unidades de conservação de que trata este artigo, por meio de pro-
gramas e projetos que incentivem a manutenção de áreas remanescentes de
Cerrado, em especial no vale do rio São Bartolomeu, no lago Paranoá e nas
bacias do Alto Descoberto e do rio Maranhão.

Seção IV
Da Área de Proteção de Manancial

Art. 95. Ficam definidas as Áreas de Proteção de Manancial – APM como


porções do território que apresentam situações diversas de proteção em fun-
ção da captação de água destinada ao abastecimento público.
Parágrafo único. A APM é aquela destinada à recuperação ambiental e à
promoção do uso sustentável nas bacias hidrográficas a montante dos pontos
de captação de água destinada ao abastecimento público, sem prejuízo das
atividades e ações inerentes à competência da concessionária de serviço pú-
blico autorizada a captar e distribuir água de boa qualidade e em quantidade
suficiente para o atendimento da população.
Art. 96. São as seguintes as APMs definidas na presente Lei Comple-
mentar: do Alagado, do Bananal, do Barrocão (Brazlândia), do Brejinho, do
Cabeça de Veado, do Cachoeirinha, do Capão da Onça, do ribeirão do Gama
(Catetinho), do Contagem, do Corguinho, do Crispim, do Currais, do Engenho

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das Lages, do Fumal, do Mestre d’Armas, do Olho d’Água, do Paranoazinho,


do Pedras, do Pipiripau, do Ponte de Terra, do Quinze, do Santa Maria, do São
Bartolomeu (partes Norte e Sul), do Taquari e do Torto.
§ 1º As APMs encontram-se configuradas no Anexo I, Mapa 1A, desta Lei
Complementar.
§ 2º Poderão ser definidas novas APMs mediante lei complementar es-
pecífica, para proteção de novas captações implantadas por concessionária
autorizada, devendo o sistema de abastecimento ser aprovado previamente
pelos órgãos outorgantes e licenciadores.
§ 3º As APMs definidas por poligonal nesta Lei Complementar poderão ser
extintas após a desativação da captação por parte da concessionária de ser-
viço público autorizada, mediante lei específica.
§ 4º Nas APMs extintas, serão aplicadas as diretrizes de uso definidas para
as respectivas zonas em que se inserem, podendo ser estabelecidas diretrizes
mais restritivas para sua ocupação mediante estudos ambientais específicos.
Art. 97. São diretrizes para as APMs definidas nesta Lei Complementar:
I – manter preservadas as áreas com remanescentes de vegetação na-
tiva, admitida a supressão mediante estudo prévio a ser avaliado pelo ór-
gão gestor;
II – recuperar, prioritariamente, as áreas degradadas localizadas em Áreas
de Preservação Permanente e em áreas destinadas à reserva legal;
III – incentivar a implantação de sistemas agroflorestais e a ampliação da
área de vegetação nativa, cujo manejo favoreça a conservação do solo e a
proteção dos corpos hídricos;
IV – proibir o parcelamento do solo urbano e rural, exceto os parcelamen-
tos com projetos já registrados em cartório, aqueles incluídos na Estratégia
de Regularização Fundiária de que trata o Título III, Capítulo IV, Seção IV,
aqueles em que haja necessidade de adequação em parcelamentos regulares
já existentes e parcelamentos ou assentamentos rurais consolidados penden-
tes de regularização até a data de publicação desta Lei Complementar; (Inci-
so alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

289
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IV – implantar obras de saneamento básico e drenagem de águas pluviais,


de coleta e varrição de lixo e atividades mitigadoras dos impactos causados
pelo processo de urbanização;
V – proibir o lançamento de sistemas de drenagem de águas pluviais a
montante do ponto de captação de água do manancial, à exceção das APMs
do São Bartolomeu e do Engenho das Lages;
VI – exigir, nas áreas com atividades agropecuárias, a utilização de tecno-
logias de controle ambiental para a conservação do solo e para a construção
de estradas;
VII – proibir a instalação de indústrias poluentes e postos de combustíveis,
sendo que os postos de combustíveis já instalados e devidamente licenciados
devem adotar tecnologias para controle de poluição;
VIII – proibir as atividades de forte impacto sobre os recursos hídricos,
tais como suinocultura em escala comercial, matadouros e abatedouros, à
exceção das APMs do Pipiripau e do Engenho das Lages, onde tais empreendi-
mentos podem ser aprovados mediante processo de licenciamento ambiental;
IX – proibir a exploração de minerais;
X – proibir, nos corpos hídricos, práticas potencialmente poluidoras ou ge-
radoras de risco à captação;
XII – promover programas específicos de educação ambiental.
Art. 98. As Áreas de Regularização e os Parcelamentos Urbanos Isolados,
conforme definido no Título III, Capítulo IV, Seção IV, relacionadas no pará-
grafo único deste artigo, situadas nas APMs nele indicadas, terão os critérios
específicos de regularização definidos por grupo de trabalho coordenado pelo
órgão gestor do desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Federal, com
participação do órgão gestor da política rural do Distrito Federal e da conces-
sionária de serviço público autorizada e responsável pela captação, o qual
será instalado em prazo máximo de noventa dias a contar da data de publi-
cação desta Lei Complementar. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar
n. 854 de 15/10/2012)

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Parágrafo único. As Áreas de Regularização e Parcelamentos Urbanos Iso-


lados sujeitas aos critérios a serem definidos conforme este artigo são:
I – na APM Mestre d’Armas: ARIS Mestre d’Armas I;
II – na APM Cachoeirinha: ARINE La Font, ARIS Itapoã e ARINE Itapoã;
III – na APM Brazlândia: ARIS Expansão da Vila São José;
IV – nas APMs Olho d’Água e Ponte de Terra: ARINE Ponte de Terra;
V – na APM São Bartolomeu: ARIS Aprodarmas III e ARIS Vale do
Amanhecer.
Art. 99. A gestão e o monitoramento das APMs competem ao órgão gestor
do desenvolvimento territorial e urbano e ao órgão gestor da política ambien-
tal do Distrito Federal. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
§ 1º Deverão cooperar com os órgãos gestores os órgãos responsáveis
pela política rural do Distrito Federal e o órgão gestor da fiscalização, bem
como a Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal –
ADASA/DF e a concessionária de serviço público autorizada e responsável
pela captação.
§ 2º Os órgãos gestores estabelecerão o programa anual de gestão das
APMs, incluindo ações de monitoramento e de educação ambiental, com a
participação dos órgãos citados no
§ 1º deste artigo e de entidades representativas das comunidades nelas
residentes.
§ 3º A gestão das APMs deverá estar integrada com o processo de gestão
de bacias hidrográficas.

Seção V
Da Área de Interesse Ambiental

Art. 100. As Áreas de Interesse Ambiental são aquelas que correspondem


a determinadas unidades de conservação de uso sustentável constituídas no
Distrito Federal e aos equipamentos públicos do Jardim Botânico e do Jardim

291
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Zoológico relacionados à conservação, manejo e pesquisa da fauna e flora,


cujas características justificam a indicação de diretrizes especiais quanto ao
seu uso e ocupação.
Art. 101. São Áreas de Interesse Ambiental:
I – Área de Relevante Interesse Ecológico da Granja do Ipê;
II – Área de Relevante Interesse Ecológico JK;
III – Área de Relevante Interesse Ecológico do Bosque;
V – Área de Relevante Interesse Ecológico do Santuário de Vida Silvestre
do Riacho Fundo;
VI – Área de Relevante Interesse Ecológico do Paranoá Sul;
VII – Área de Relevante Interesse Ecológico do Torto;
VIII – Área de Relevante Interesse Ecológico Mato Grande;
IX – Área de Relevante Interesse Ecológico da Zona de Vida Silvestre da
APA do Gama e Cabeça de Veado;
X – Área de Relevante Interesse Ecológico do Setor Habitacional Dom Bosco;
XI – Área de Relevante Interesse Ecológico da Vila Estrutural;
XII – Área de Relevante Interesse Ecológico do Córrego Cana do Reino;
XIII – Área de Relevante Interesse Ecológico do Córrego Cabeceira do Valo;
XIV – Florestas Nacionais;
XV – Reserva Particular do Patrimônio Natural do Córrego de Aurora;
XVI – Reserva Particular do Patrimônio Natural do Sonhém;
XVII – Reserva Particular do Patrimônio Natural do Chakra Grissu;
XVIII – Reserva Particular do Patrimônio Natural de Maria Velha;
XIX – Jardim Botânico de Brasília;
XX – Jardim Zoológico de Brasília.
§ 1º As Áreas de Interesse Ambiental encontram-se configuradas no Ane-
xo I, Mapa 1A, desta Lei Complementar.
§ 2º As Áreas de Interesse Ambiental são regidas por legislação especí-
fica, relativa à respectiva unidade de conservação ou equipamento público.

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§ 3º Desde que garantido nos Planos de Manejo, as ocupações existentes


nas Áreas de Relevante Interesse Ecológico deverão ser regularizadas por
meio dos instrumentos aplicáveis às áreas rurais.
Art. 102. As Áreas de Interesse Ambiental destinam-se à conservação dos
recursos naturais, à manutenção de suas condições ecológicas e ao manejo
e pesquisa de fauna e flora, devendo ser atendidas as seguintes diretrizes:
I – respeitar a legislação específica aplicada à área, especialmente quanto
ao plano de manejo ou zoneamento referente às unidades de conservação;
II – recuperar as áreas degradadas, priorizada a recomposição da vegeta-
ção em Áreas de Preservação Permanente;
III – garantir atividades rurais compatíveis com as diretrizes do plano
de manejo;
IV – garantir atividades de pesquisa, conservação e manejo de espécies
da fauna e flora, bem como de visitação e de educação ambiental, próprias
dos equipamentos públicos do Jardim Botânico de Brasília e do Jardim Zooló-
gico de Brasília.

CAPÍTULO III
DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL

Art. 103. Ficam instituídas, para fins de ordenamento e gestão do territó-


rio, as Unidades de Planejamento Territorial indicadas no Anexo I, Mapa 1C,
desta Lei Complementar, obedecendo-se à seguinte composição:
I – Unidade de Planejamento Territorial Central:
a) Brasília – RA I;
b) Cruzeiro – RA XI;
c) Candangolândia – RA XIX;
d) Sudoeste/Octogonal – RA XXII;
II – Unidade de Planejamento Territorial Central-Adjacente 1:
a) Lago Sul – RA XVI;
b) Lago Norte – RA XVIII;

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c) Varjão – RA XXIII;
Park Way – RA XXIV; (Alínea alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
III – Unidade de Planejamento Territorial Central-Adjacente 2:
a) SIA – RA XXIX;
b) SCIA – RA XXV;
c) Núcleo Bandeirante – RA VIII;
d) Riacho Fundo – RA XVII;
e) Guará – RA X;
f) Águas Claras – RA XX;
g) Vicente Pires – RA XXX;
IV – Unidade de Planejamento Territorial Oeste:
a) Taguatinga – RA III;
b) Ceilândia – RA IX;
c) Samambaia – RA XII;
d) Brazlândia – RA IV;
V – Unidade de Planejamento Territorial Norte:
a) Sobradinho – RA V;
b) Sobradinho II – RA XXVI;
c) Planaltina – RA VI;
VI – Unidade de Planejamento Territorial Leste:
a) Paranoá – RA VII;
b) São Sebastião – RA XIV;
c) Jardim Botânico – RA XXVII;
d) Itapoã – RA XXVIII;
VII – Unidade de Planejamento Territorial Sul:
a) Recanto das Emas – RA XV;
b) Riacho Fundo II – RA XXI;
c) Gama – RA II;
d) Santa Maria – RA XIII.

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Parágrafo único. A criação ou a extinção de Regiões Administrativas de-


verá respeitar, obrigatoriamente, os limites das Unidades de Planejamento
Territorial e os setores censitários, de forma a manter a série histórica dos
dados estatísticos.

CAPÍTULO IV
DAS ESTRATÉGIAS DE ORDENAMENTO TERRITORIAL

Art. 104. O Plano Diretor propõe um conjunto de intervenções de estru-


turação do território baseado nos seguintes elementos:
I – na rede estrutural de transporte coletivo como elemento articulador
dos núcleos urbanos e indutor do desenvolvimento de atividades econômicas;
II – na consolidação de novas centralidades de forma a reduzir a segrega-
ção socioespacial e a estabelecer relações com os municípios limítrofes;
III – na revalorização dos conjuntos urbanos que compõem o patrimônio
cultural do Distrito Federal;
IV – na construção do sistema de espaços livres que articulam as unidades
de conservação;
V – na articulação dos parcelamentos residenciais por meio da visão con-
junta do processo de regularização;
VI – na articulação das novas áreas residenciais com os núcleos urbanos
consolidados.
Art. 105. As intervenções estão materializadas nas seguintes estratégias
de ordenamento territorial:
I – a dinamização de espaços urbanos;
II – a revitalização de conjuntos urbanos;
III – a estruturação viária;
IV – a regularização fundiária;
V – a oferta de áreas habitacionais;
VI – a implantação de polos multifuncionais;
VII – a integração ambiental do território.

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Seção I
Da Estratégia de Dinamização de Espaços Urbanos

Art. 106. A estratégia de dinamização está voltada à configuração de


novas centralidades, promovendo o desenvolvimento urbano, econômico e
social e a indução do crescimento local e regional, mediante a diversificação
do uso do solo, a implantação de centros de trabalho e renda e a melhoria dos
padrões de mobilidade e acessibilidade, observada a capacidade de suporte
socioeconômica e ambiental do território.
§ 1º A dinamizaçãodeverá ser promovida por intervenções prioritárias nas
Áreas de Dinamização, indicadas no Anexo II, Mapa 3, Tabela 3C, desta Lei
Complementar.
§ 2º As Áreas de Dinamização foram estruturadas com base no conceito
de polos urbanos, abarcando áreas em que se aglomeram atividades urbanas,
e de eixos, abrangendo áreas de intervenção situadas ao longo dos grandes
corredores de circulação da produção e dos fluxos.
§ 3º As Áreas de Dinamização foram delimitadas em espaços onde estão
estabelecidas ou pretendem-se estabelecer atividades econômicas e fluxos re-
gionais e metropolitanos com importância estratégica para o Distrito Federal.
§ 4º As Áreas de Dinamização exigem tratamento urbanístico específico,
condicionado aos objetivos estratégicos a serem alcançados e às suas pecu-
liaridades no que se refere às características locacionais, às formas de ocupa-
ção do solo e aos valores ambientais e culturais do território.
§ 5º Consideram-se integrantes das Áreas de Dinamização os denominados
Projetos Especiais indicados nos Planos Diretores Locais existentes na data de
publicação desta Lei Complementar, durante o prazo de transitoriedade estabe-
lecido no art. 267 das Disposições Gerais e Transitórias desta Lei Complementar.
Art. 107. As Áreas de Dinamização comportam ações de:
I – organização e estruturação da malha urbana e dos espaços públicos
associada à rede viária estrutural e à rede estrutural de transporte coletivo,
resguardado o equilíbrio ambiental;

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II – integração e reorganização da infraestrutura de transporte urbano,


público e individual;
III – estímulo à multifuncionalidade dos espaços, possibilitando-se o in-
cremento das atividades de comércio e de habitação;
IV – recuperação de áreas degradadas, por meio de intervenções integra-
das no espaço público e privado;
V – incentivo à parceria entre o Governo, a comunidade e a iniciativa pri-
vada para o desenvolvimento urbano.
Art. 108. Deverá ser elaborada proposta de intervenção para cada Área
de Dinamização instituída, contendo no mínimo:
I – delimitação do perímetro da área de abrangência;
II – programa básico;
III – estudo de viabilidade econômica e ambiental;
IV – definição de mecanismos e critérios de monitoramento e avaliação;
V – projeto urbanístico.
§ 1º A proposta de intervenção será previamente submetida à anuência do
Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal – CONPLAN.
§ 2º Os projetos específicos de cada Área de Dinamização deverão ser
submetidos a Estudos de Impacto de Vizinhança para obtenção do licencia-
mento e aprovação.
§ 3º As Áreas de Dinamização que apresentarem propostas de aplicação
de instrumentos ou de alteração de índices urbanísticos serão instituídas por
lei específica de iniciativa do Poder Executivo.
Art. 109. A estratégia de dinamização, conforme indicado no Anexo II,
Mapa 3, Tabela 3C, desta Lei Complementar, deverá ser adotada prioritaria-
mente nas seguintes áreas:
I – Eixo Ceilândia, que compreende o Setor de Indústrias da Ceilândia, o
Setor de Materiais de Construção da Ceilândia e a Área de Desenvolvimento
Econômico do Descoberto, e as quadras situadas entre a Via MN 2 e Via N5,
ao longo do eixo do metrô;

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II – Eixo Taguatinga, que corresponde à via de ligação Taguatinga-Ceilân-


dia e a área lindeira à Estrada Parque Contorno – EPCT, na Região Adminis-
trativa de Taguatinga;
III – Eixo EPIA, que compreende o trecho da Estrada Parque de Indústria e
Abastecimento, agregando, nas margens da via, os Setores de Oficinas Sul e
Norte – SOF/S e SOF/N, o Setor de Indústria e Abastecimento – SIA, o Setor
de Áreas Públicas – SAP, o Setor de Clubes e Estádios Esportivos Sul – SCEES,
o Setor de Garagens e Concessionárias de Veículos – SGCV, o Setor de Múltiplas
Atividades Sul – SMAS, a Rodoferroviária e o Pátio Ferroviário de Brasília – PFB;
IV – Eixo Interbairros, compreendendo as áreas lindeiras à via Interbairros;
V – Polo JK, que compreende o Polo de Desenvolvimento Juscelino Kubits-
chek, a Estação Aduaneira Interior – EAD, a Área de Desenvolvimento Econô-
mico de Santa Maria e o Setor Meirelles;
VI – Polo Capital Digital, que compreende o Parque Tecnológico Capital
Digital, na Região Administrativa do Plano Piloto;
VII – Polo de Agronegócios área 1, próximo ao entroncamento das rodo-
vias DF-230 e BR-020, na Região Administrativa de Planaltina;
VIII – Polo de Agronegócios área 2, próximo ao entroncamento das rodo-
vias DF-230 e BR-405, na Região Administrativa de Planaltina.
§ 2º (Parágrafo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
§ 4º (Parágrafo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)

Seção II
Da Estratégia de Revitalização de Conjuntos Urbanos

Art. 110. A estratégia de revitalização está voltada à preservação do pa-


trimônio cultural e ao fomento de investimentos para a sustentabilidade de
sítios urbanos de interesse patrimonial, com vistas à adequação da dinâmica
urbana à estrutura físico-espacial do objeto de preservação, com ênfase no
combate às causas da degradação crônica do patrimônio ambiental urbano.

298
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§ 1º A revitalização deverá ser promovida por meio de intervenções, prio-


ritárias nas Áreas de Revitalização indicadas no Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3D,
desta Lei Complementar.
§ 2º As Áreas de Revitalização exigem normas urbanísticas específicas,
respeitadas as disposições da legislação de proteção do patrimônio cultural.
Art. 111. A proposta de intervenção das Áreas de Revitalização deverá
conter, no mínimo:
I – delimitação do perímetro da área de abrangência;
II – programa básico;
III – projeto urbanístico e arquitetônico, onde couber.
§ 1º A proposta de intervenção será previamente submetida à anuência
do CONPLAN.
§ 2º Na revitalização dos Setores Hospitalares Locais Sul e Norte, os coefi-
cientes de aproveitamento a serem aplicados corresponderão aos das edifica-
ções existentes na data de publicação desta Lei Complementar, utilizando-se,
quando cabível, o instrumento da outorga onerosa do direito de construir.
(Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 3º As Áreas de Revitalização que apresentarem propostas de aplicação
de instrumentos ou de alteração de índices urbanísticos não previstas nesta
Lei Complementar serão implementadas por lei específica de iniciativa do Po-
der Executivo.
Art. 112. As Áreas de Revitalização comportam ações de:
I – revitalização, regularização e renovação de edifícios;
II – intervenções e melhorias na circulação de veículos e pedestres;
III – recuperação de áreas degradadas, por meio de intervenções integra-
das no espaço público e privado;
IV – incentivo às atividades tradicionais das áreas;
V – introdução de novas atividades compatíveis com as tradicionais da área;
VI – estímulo à permanência da população residente, no caso de áreas
residenciais;

299
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VII – incentivo à parceria entre o Governo, a comunidade e a iniciativa


privada para o desenvolvimento urbano;
VIII – incentivos fiscais e tributários.
Art. 113. A estratégia de revitalização, conforme indicado no Anexo II,
Mapa 3 e Tabela 3D, desta Lei Complementar deverá ser adotada prioritaria-
mente nas seguintes áreas:
I – setores centrais do Plano Piloto, compreendendo os setores Comercial,
Bancário, de Autarquias, Hoteleiro, de Diversões, de Rádio e Televisão Sul e
Norte e de Recreação Pública Norte, na Região Administrativa do Plano Piloto;
II – vias W3 Sul e Norte, compreendendo os setores: SEPN, SCLRN, SHLS,
SHLN, SHIGS (Quadra 703 a 707 lindeiras à via W3 Sul), EQS 500, SHCS,
SCRS e SCRN, na Região Administrativa do Plano Piloto;
III – Setor de Indústrias Gráficas, na Região Administrativa do Plano Piloto;
IV – Setor de Garagens Oficiais e Setor de Administração Municipal, na
Região Administrativa do Plano Piloto;
V – Setor de Indústria e Abastecimento, na Região Administrativa do SIA;
VI – Vila Planalto, compreendendo a poligonal de tombamento e de tutela,
nos termos do Decreto n. 11.079, de 21 de abril de 1988, que dispõe sobre o
tombamento da Vila Planalto, na Região Administrativa do Plano Piloto;
VII – Eixo Histórico de Planaltina, situado no Setor Tradicional, compreen-
dendo o espaço urbano e as edificações adjacentes à praça São Sebastião de
Mestre d’Armas, à Praça Coronel Salviano Monteiro Guimarães e à Praça An-
tônio Marcigaglia, passando pela Avenida Goiás até a Avenida Independência,
na Região Administrativa de Planaltina;
VIII – Complexo de Lazer de Brazlândia, compreendendo o Parque Vere-
dinhas, o Balneário, a Orla e o espelho d’água do lago Veredinhas, o Museu
Artístico e Histórico de Brazlândia e áreas de lazer adjacentes, na Região Ad-
ministrativa de Brazlândia;
IX – Setor Central da Região Administrativa do Gama – RA II.

300
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§ 1º No SRPN, poderá ser admitido o uso comercial, desde que o respec-


tivo plano urbanístico e o Estudo de Impacto de Vizinhança sejam aprovados
pelo CONPLAN e pelo órgão gestor do planejamento urbano e territorial do
Distrito Federal.
§ 2º A revitalização do Setor Hoteleiro Norte abrangerá a Quadra 901 do
Setor de Grandes Áreas Norte.
IV – T = tempo de duração da curva pluviométrica igual a uma hora.

Seção III
Da Estratégia de Estruturação Viária

Art. 114. A estratégia de estruturação viária destina-se à melhoria da


acessibilidade das áreas urbanas consolidadas do Distrito Federal, em con-
formidade com o Título II, Capítulo III, desta Lei Complementar, de forma a
melhor aproveitar a infraestrutura instalada, mediante as seguintes ações:
I – revisão do desenho viário;
II – execução de novos trechos viários;
III – execução de melhorias nas vias existentes;
IV – modificações na hierarquia viária;
V – articulação entre as áreas urbanas em ambos os lados da via;
VI – otimização da ocupação na faixa de até 100m das vias, nos anéis de
atividades.
Art. 115. A estratégia de estruturação viária, respeitadas as condicionan-
tes ambientais, conforme indicado no Anexo II, Mapa 3, desta Lei Comple-
mentar, deverá ser adotada:
I – na configuração do Anel de Atividades de Ceilândia-Taguatinga-
-Samambaia;
II – na configuração do Anel de Atividades de Samambaia-Recanto das
Emas-Riacho Fundo II;
III – na configuração do Anel de Atividades de Sobradinho-Sobradinho II-
-Grande Colorado;

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IV – na configuração do Anel de Atividades Gama-Santa Maria;


V – na configuração do Anel de Atividades Jardim Botânico-São Sebastião;
VI – na estruturação da DF-230, em Planaltina;
VII – na estruturação das vias internas às Colônias Agrícolas Arniquei-
ra, Vereda Grande, Vereda da Cruz e Vicente Pires e da Estrada Parque Vi-
cente Pires;
VIII – na estruturação da via de acesso aos condomínios residenciais do
Grande Colorado;
IX – na implementação da Via Interbairros.
Art. 116. Os projetos de estruturação viária constantes no art. 115 serão
elaborados em conjunto pelos órgãos responsáveis pelo planejamento urba-
no, meio ambiente, transportes e obras do Distrito Federal e submetidos à
anuência do CONPLAN. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
Parágrafo único. Os estudos e os projetos para a constituição do anel ro-
doviário do Distrito Federal serão elaborados nos termos do caput. (Parágrafo
acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

Seção IV
Da Estratégia de Regularização Fundiária Urbana (alterado(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

Art. 117. A Estratégia de Regularização Fundiária Urbana, nos termos da


legislação vigente, visa à adequação dos Núcleos Urbanos Informais – NUI,
por meio de ações prioritárias nas Áreas de Regularização indicadas no art.
125 desta Lei Complementar, de modo a garantir o direito à moradia, o pleno
desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado. (Artigo Alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 986 de 30/06/2021)
... (Parágrafo Revogado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)

302
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§ 1º A regularização fundiária urbana compreende as medidas jurídicas,


urbanísticas, ambientais e sociais promovidas por razões de interesse social
ou de interesse específico. (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)
§ 2º Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por NUI aquele com-
provadamente ocupado, com porte e compacidade que caracterize ocupação
urbana, clandestina, irregular ou na qual não foi possível realizar, por qual-
quer modo, a titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a legislação
vigente à época de sua implantação, predominantemente utilizada para fins
de moradia, localizadas em áreas urbanas públicas ou privadas. (Acrescido(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
Art. 118. Para os fins de regularização previstos nesta Lei Complementar,
ficam estabelecidas 3 categorias de núcleos urbanos, para os quais deve ser
elaborado projeto de regularização fundiária nos termos da legislação espe-
cífica: (Artigo Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
I – Áreas de Regularização: correspondem a unidades territoriais que re-
únem assentamentos irregulares ocupados com características urbanas, a
partir de critérios como proximidade, faixa de renda dos moradores e simila-
ridade das características urbanas e ambientais, com o objetivo de promover
o tratamento integrado no processo de regularização, conforme o Anexo II,
Mapa 2, e os parâmetros urbanísticos descritos no Anexo VI desta Lei Comple-
mentar; (Inciso Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
II – Setores Habitacionais de Regularização: correspondem à agregação
de Áreas de Regularização e áreas não parceladas, com o objetivo de auxiliar
a promoção do ordenamento territorial e o processo de regularização a partir
da definição de diretrizes mais abrangentes e parâmetros urbanísticos, de
estruturação viária e de endereçamento; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Com-
plementar n. 854 de 15/10/2012)

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III – Parcelamento Urbano Isolado: aquele com características urbanas


implantado originalmente em zona rural, classificado como Zona de Urba-
nização Específica, nos termos do art. 3º da Lei federal n. 6.766, de 19 de
dezembro de 1979. (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
Art. 120. (VETADO).
Art. 121. (VETADO).
Art. 122. São metas, princípios, critérios e ações para a regularização
fundiária:
I – promover a regularização fundiária por meio do agrupamento dos as-
sentamentos informais, sempre que possível, em áreas com características
urbanas e ambientais semelhantes, observada a capacidade de suporte socio-
econômico e ambiental;
II – elaborar projetos integrados de regularização fundiária para os Se-
tores Habitacionais, as Áreas de Regularização e os Parcelamentos Urba-
nos Isolados;
III – assegurar nível adequado de habitabilidade e melhoria das condições
de sustentabilidade urbanística, social, ambiental e de salubridade ambiental
da área ocupada;
IV – realizar a regularização fundiária em etapas, de acordo com as pe-
culiaridades dos empreendimentos, viabilizando soluções concomitantes, se-
quenciais ou alternadas para questões urbanísticas, ambientais, fundiárias e
cartorárias;
V – viabilizar diferentes formas de parceria entre o Poder Público e os
interessados, favorecendo maior integração dos órgãos do Distrito Federal e
tornando mais ágil e eficaz o processo de regularização fundiária;
VI – priorizar a regularização fundiária de assentamentos informais de
baixa renda consolidados;

304
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VII – adotar medidas de compensação por eventuais danos ambientais


e prejuízos à ordem urbanística, diante da irreversibilidade das ocupações e
constatada a possibilidade de sua permanência;
VIII – promover a divisão das terras desapropriadas que estejam em co-
mum com terceiros, por meio de ações divisórias;
IX – promover a intervenção do Poder Público no processo de regulari-
zação fundiária sempre que os responsáveis não atenderem às exigências e
restrições estabelecidas;
X – adotar medidas de fiscalização, prevenção, combate e repressão à
implantação de novos parcelamentos irregulares do solo;
XI – viabilizar a regularização fundiária dos assentamentos informais con-
solidados na forma de loteamento fechado ou projetos urbanísticos com di-
retrizes especiais para unidades autônomas, ora denominados condomínios
urbanísticos, de acordo com legislação específica;
XII – promover articulação do processo de regularização dos assentamen-
tos informais com a política habitacional;
XIII – aprimorar os instrumentos e medidas jurídicas, urbanísticas e am-
bientais voltadas à regularização de assentamentos informais, visando au-
mentar a agilidade do processo e facilitar as eventuais intervenções do Po-
der Público;
XIV – ajuizar ações discriminatórias e demarcatórias, objetivando a regu-
larização fundiária das terras do Distrito Federal;
Art. 124. A implantação de infraestrutura e de equipamentos públicos
comunitários pode ser realizada, desde que esteja instaurado o processo
de regularização fundiária urbana, após manifestação do órgão de planeja-
mento territorial. (Artigo Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)
Art. 125. Para fins de regularização fundiária e ordenamento territorial
no Distrito Federal, são reconhecidas como Áreas de Regularização: (Artigo
Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)

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I – as áreas indicadas no Anexo II, Mapa 2 e Tabelas 2A, 2B e 2C, des-


ta Lei Complementar; (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)
II – as áreas indicadas no art. 127 desta Lei Complementar; (Acrescido(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
III – as áreas parceladas para fins urbanos anteriormente a 19 de dezem-
bro de 1979 que não possuam registro, identificadas como passivo histórico,
as quais podem ter a sua situação jurídica regularizada mediante o registro
do parcelamento, desde que esteja implantado e integrado à cidade; (Acres-
cido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
IV – as ocupações informais de interesse social situadas em lotes des-
tinados a Equipamentos Públicos Comunitários – EPC ou em Equipamentos
Públicos Urbanos – EPU, reconhecidas como Núcleo Urbano Informal – NUI
pelo órgão gestor do desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Federal;
(Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
V – os núcleos urbanos informais localizados em Zona de Contenção Ur-
bana, observado o art. 78 desta Lei Complementar. (Acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 986 de 30/06/2021)
§ 1º As Áreas de Regularização são classificadas em Áreas de Regulariza-
ção de Interesse Social – ARIS e Áreas de Regularização de Interesse Espe-
cífico – ARINE.
§ 2º Os polígonos das Áreas de Regularização e dos Setores Habitacionais
indicados no Anexo II, Mapa 2 e Tabelas 2A, 2B e 2C, desta Lei Complemen-
tar podem ser ajustados quando da elaboração do projeto de regularização
fundiária urbana, visando garantir a melhor qualificação do projeto e a obser-
vância das restrições socioambientais do território, sendo respeitado o limite
de: (Parágrafo Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
VII – 20% em relação ao polígono original, quando localizados em ARIS e
Parcelamentos Urbanos Isolados – PUI-S; (Acrescido(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 986 de 30/06/2021)

306
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VIII – 10% em relação ao polígono original, quando localizados em ARINE


e Parcelamentos Urbanos Isolados – PUI-E. (Acrescido(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 986 de 30/06/2021)
§ 3º O ajuste de polígono indicado no § 2º está condicionado à anuência
da unidade de planejamento do órgão gestor do desenvolvimento territorial e
urbano do Distrito Federal. (Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)
§ 4º A regularização das áreas indicadas no caput, III, deve obedecer ao
rito estabelecido na legislação vigente e a regulamento específico a ser emi-
tido pelo Poder Executivo. (Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)
§ 5º A ampliação de poligonal de que trata o caput também pode ser apli-
cada aos Setores Habitacionais indicados nesta Lei Complementar, de forma
a adequá-la aos ajustes realizados pelos processos de regularização. (Altera-
do(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
§ 6º O reconhecimento de ocupações informais de interesse social previs-
to no caput, IV, fica condicionado ao atendimento cumulativo dos seguintes
critérios: (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
I – serem elas constituídas por no mínimo 80% do total de terrenos para
fins de moradia, com no mínimo 5 anos de ocupação; (Acrescido(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
II – serem elas constituídas por terrenos com área predominante de até
250 metros quadrados, limitado à área máxima de 500 metros quadrados;
(Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
III – ser comprovada por estudo técnico realizado pelo órgão gestor do
desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Federal a possibilidade de
dispensa ou de oferta desses equipamentos em área adequada, considerado
no mínimo o público-alvo, os deslocamentos necessários, as dimensões dos
lotes disponíveis e seus acessos. (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n.
986 de 30/06/2021)

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§ 7º Os parcelamentos irregulares de interesse específico em terras particula-


res ficam obrigados a promover sua regularização nos termos deste Plano Diretor,
devendo apresentar a documentação requerida no prazo máximo de 180 dias, a
partir de notificação emitida pelo órgão responsável pela regularização fundiária
no Distrito Federal, após o que ficam sujeitos à aplicação de IPTU progressivo no
tempo. (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
§ 8º As ARIS situadas na Macrozona Rural são consideradas como Zona de
Urbanização Específica, nos termos do art. 3º da Lei federal n. 6.766, de 19
de dezembro de 1979, e apresentam média densidade demográfica. (Acres-
cido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
Art. 126. São consideradas Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS,
nos termos da Lei federal n. 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da
Cidade, e têm como objetivo a regularização fundiária de assentamentos ir-
regulares ocupados predominantemente por população de baixa renda as:
(Artigo Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
I – ARIS indicadas no Anexo II, Mapa 2 e na Tabela 2B, desta Lei Comple-
mentar; (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
II – ARIS listadas no art. 127, parágrafo único, desta Lei Complementar;
(Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
III – ocupações informais identificadas como passivo histórico previsto no
art. 125, III, desta Lei Complementar, que possuam caracterização urbanísti-
ca compatível com o interesse social; (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complemen-
tar n. 986 de 30/06/2021)
IV – ocupações informais de interesse social previstas no art. 125, IV,
desta Lei Complementar. (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)
Art. 127. As Áreas de Regularização de Interesse Social terão prioridade
na regularização fundi- ária promovida pelo Poder Público.

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Parágrafo único. São considerados Áreas de Regularização de Interesse


Social os assentamentos a seguir, além dos descritos no Anexo II, Mapa 2,
Tabelas 2A, 2B e 2C:
I – Núcleo Urbano do Paranoá, na Região Administrativa do Paranoá;
II – (Expressão declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
III – Núcleo Urbano de Santa Maria, na Região Administrativa de Santa
Maria; (Inciso Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
IV – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
V – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
VI – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
VII – Núcleo Urbano do Riacho Fundo II;
VIII – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
IX – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
Art. 129. A regularização dos assentamentos irregulares com caracterís-
ticas urbanas declarados de interesse social alcançará a população residente
até a data de aprovação do Programa Habitacional de Regularização Fundiária
de Interesse Social, elaborado para a área de estudo, prevalecendo este dis-
positivo sobre quaisquer outros constantes de legislação específica. (Artigo
alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012) (Legislação
correlata - Decreto n. 30456 de 08/06/2009)
Art. 130. As Áreas de Regularização de Interesse Específico, indicadas no
Anexo II, Mapa 2 e Tabela 2B, desta Lei Complementar, têm como objetivo a
regularização fundiária de assentamentos irregulares ocupados predominan-
temente por população de média ou alta renda. (Artigo alterado(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 131. Na fixação dos índices urbanísticos das Áreas de Regularização,
é considerada a situação fática da ocupação, assim como suas especificidades
urbanísticas, ambientais e sociais, devendo ser considerado o seguinte:

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I – os usos permitidos, tamanho máximo e mínimo dos lotes residenciais,


assim como os coeficientes de aproveitamento básico e máximo dos lotes de
cada Área de Regularização, fixados no Anexo VI desta Lei Complementar;
II – o percentual mínimo de áreas destinadas à implantação de equipamen-
tos urbanos e comunitários, bem como de espaços livres de uso público, inclu-
ídas as áreas verdes, e a densidade demográfica calculados para os Setores
Habitacionais de Regularização e fixados no Anexo VI desta Lei Complementar;
III – os parâmetros urbanísticos para as Áreas de Regularização não inse-
ridas em Setor Habitacional, definidos no Anexo VI desta Lei Complementar;
IV – o dimensionamento do sistema viário deverá considerar a configura-
ção das vias e edificações existentes, de modo a minimizar as realocações,
desde que garantida a acessibilidade aos serviços públicos indispensáveis à
qualidade de vida da população;
§ 1º Considerando a realidade consolidada, os índices urbanísticos para as
áreas de regularização definidos nesta Lei Complementar podem ser ajusta-
dos, mediante estudos ambientais e urbanísticos específicos, desde que apro-
vados pelos órgãos legalmente competentes. (Parágrafo Alterado(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
§ 2º O projeto de urbanismo no âmbito da Regularização Fundiária Ur-
bana pode admitir o uso misto de atividades, de acordo com as diretrizes
urbanísticas estabelecidas pela unidade de planejamento do órgão gestor do
desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Federal, desde que mantida a
predominância do uso habitacional. (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar
n. 986 de 30/06/2021)
Art. 132. São considerados Parcelamentos Urbanos Isolados aqueles
identificados no Anexo II, Tabela 2C, desta Lei Complementar, devendo ser
observado o seguinte:
I – para início do processo de regularização, a poligonal do parcelamento
deverá ser demarcada definindo-se seus limites, área, localização e confron-
tantes, com a finalidade de identificar seus ocupantes e qualificar a natureza

310
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e o tempo das respectivas posses, e não poderá ser expandida, sendo apro-
vada em conjunto com o projeto urbanístico; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
II – são classificados como Parcelamentos Urbanos Isolados: (Inciso Alte-
rado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de 30/06/2021)
de interesse social: aqueles ocupados predominantemente por população
com renda familiar não superior ao quíntuplo do salário mínimo vigente no
País e que possuam caracterização urbanística e outros parâmetros defini-
dos em regulamento compatíveis com o interesse social, considerados como
ZEIS, nos termos da Lei federal n. 10.257, de 2001; (Acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 986 de 30/06/2021)
de interesse específico: aqueles não caracterizados como parcelamento
urbano isolado de interesse social; (Acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar
n. 986 de 30/06/2021)
I – para os Parcelamentos Urbanos Isolados de Interesse Específico, de
acordo com a classificação constante no Anexo II, Tabela 2C, serão admitidos
os seguintes parâmetros urbanísticos:
a) densidade demográfica baixa;
b) percentual mínimo destinado à implantação de equipamentos comuni-
tários e espaços livres de uso público de 5% (cinco por cento);
c) os usos residencial, comercial, misto e coletivo (institucional);
d) para os lotes ou unidades autônomas destinados ao uso residencial,
coeficiente de aproveitamento máximo igual a 1 (um);
e) para os lotes destinados ao uso comercial, coeficiente máximo
igual a 1 (um);
f) para os lotes destinados ao uso misto, coeficiente máximo igual a 1,5
(um inteiro e cinco décimos);
g) para os lotes destinados ao uso coletivo (institucional), coeficiente má-
ximo igual a 1,2 (um inteiro e dois décimos);

311
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

II – para os Parcelamentos Urbanos Isolados de Interesse Social, de acor-


do com a classificação constante no Anexo II, Tabela 2C, serão admitidos os
seguintes parâmetros urbanísticos:
a) densidade demográfica média;
b) percentual mínimo destinado à implantação de equipamentos comuni-
tários e espaços livres de uso público de 5% (cinco por cento);
c) os usos residencial, comercial, misto e coletivo (institucional);
d) para os lotes destinados ao uso residencial, coeficiente de aproveita-
mento máximo igual a 1,2 (um inteiro e dois décimos);
e) para os lotes destinados ao uso comercial, coeficiente máximo igual a
1,5 (um inteiro e cinco décimos);
f) para os lotes destinados ao uso misto, coeficiente máximo igual a 1,5
(um inteiro e cinco décimos);
g) para os lotes destinados ao uso coletivo (institucional), coeficiente má-
ximo igual a 1,2 (um inteiro e dois décimos).
V – pode ser empregado o instrumento da Reurb da Demarcação Urba-
nística, nos termos da legislação vigente, nos Parcelamentos Urbanos Iso-
lados de Interesse Social; (Alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 986 de
30/06/2021)
VI – as áreas de agrovilas em processo de urbanização deverão ser iden-
tificadas para fins de regularização e serão consideradas Parcelamentos Ur-
banos Isolados de Interesse Social, devendo: (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
a) ter sua poligonal demarcada por Grupo de Trabalho composto por re-
presentantes da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural – SEAGRI,
da EMATER/DF, da TERRACAP e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Urbano e Habitação – SEDHAB, em prazo de cento e oitenta dias a contar da
data de publicação desta Lei Complementar; (Alínea acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)

312
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

b) ser objeto de contrato de concessão de uso. (Alínea acrescido(a) pe-


lo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Parágrafo único. Em situações especiais, considerando-se a realidade con-
solidada até a data de publicação desta Lei Complementar, os índices urba-
nísticos definidos nas alíneas dos incisos III e IV deste artigo poderão ser
ajustados, mediante estudos ambientais e urbanísticos específicos existentes
ou a serem definidos pelos órgãos afins, desde que aprovados pelos órgãos
legalmente competentes.
Art. 133. (VETADO).

Seção V
Da Estratégia de Oferta de Áreas Habitacionais

Art. 134. A estratégia de oferta de áreas habitacionais tem o objetivo de


atender à demanda habitacional a partir de projetos e programas de iniciativa
pública voltados a diferentes faixas de renda, buscando:
I – a oferta de áreas em diferentes partes do território;
II – a proximidade com núcleos urbanos consolidados onde haja oferta de
serviços, comércios e equipamentos comunitários;
III – a proximidade com os principais corredores de transporte;
IV – o respeito à capacidade de suporte do território, no que se refere ao
abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem de águas pluviais.
Parágrafo único. A oferta de áreas habitacionais deverá ser promovida
mediante a urbanização de novos núcleos ou mediante a otimização de loca-
lidades urbanas com infraestrutura subutilizada, com vazios residuais ou com
áreas obsoletas.
Art. 135. Constituem áreas integrantes desta estratégia, conforme o Ane-
xo II, Mapa 2 e Tabela 2D:
I – Setor Habitacional Noroeste, na Região Administrativa do Plano Piloto;

313
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

II – Etapa I, trechos 2 e 3, e Etapa II do Setor Habitacional Taquari, na


Região Administrativa do Lago Norte; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
III – áreas livres no Setor Habitacional Dom Bosco, na Região Adminis-
trativa do Lago Sul; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
IV – Setor Jóquei Clube, na Região Administrativa do Guará;
V – QE 48 a 58, na Região Administrativa do Guará;
VI – área adjacente ao Bairro Águas Claras, na Região Administrativa de
Águas Claras;
VII – Etapa 2 do Riacho Fundo II, na Região Administrativa do Ria-
cho Fundo II;
VIII – Etapas 3 e 4 do Riacho Fundo II, na Região Administrativa do Ria-
cho Fundo II;
IX – Subcentro Leste (Complexo de Furnas), na Região Administrativa de
Samambaia;
X – Quadras 100 (QR 103 a 115 e 121 a 127), na Região Administrativa de
Samambaia; (Legislação correlata - Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
XI – Subcentro Oeste, na Região Administrativa de Samambaia;
XII – ADE Oeste, na Região Administrativa de Samambaia;
XIII – áreas livres nas extremidades e entre os conjuntos das Quadras
QNJ, na Região Administrativa de Taguatinga;
XIV – as laterais da Avenida MN3, na Região Administrativa de Ceilândia;
XVII – Setor Residencial Leste, quadras 21A e 22A, na Região Administra-
tiva de Planaltina;
XVIII – Setor Residencial Oeste, Quadras I, J, K, na Região Administrativa
de Planaltina;
XIX – Expansão do Paranoá, na Região Administrativa do Paranoá;
XX – Etapa 3 do Jardim Botânico, na Região Administrativa de São
Sebastião;

314
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

XXI – Setor Mangueiral, na Região Administrativa de São Sebastião;


(Expressão declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
XXIII – Setor Crixá, na Região Administrativa de São Sebastião;
XXIV – Setor Meireles, na Região Administrativa de Santa Maria;
XXVI – Expansão do Setor Mangueiral, na Região Administrativa de São
Sebastião;
XXVII – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
XXVIII – adensamento da área urbana de Sobradinho, na Região Admi-
nistrativa de Sobradinho; (alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
XXIX – adensamento da área urbana do Gama, na Região Administrati-
va do Gama;
XXX – Quadra QE 60 do Guará II (antiga área da TASA), na Região Admi-
nistrativa do Guará;
XXXI – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XXXII – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XXXIII – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XXXIV – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XXXV – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XXXVI – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XXXVII – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XXXVIII – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de 04/12/2009)
XLVI – Quadras QNL 1, 3, 5, 9, 11, 13 e 15, na Região Administrati-
va de Taguatinga; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de
25/03/2019)
XLVII – Quadras 18, 19 e 20, na Região Administrativa de Sobradinho;
(Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
XLVIII – Residencial Sobradinho, na Região Administrativa de Sobradinho;
(Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)

315
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

XLIX – Residencial Grotão, na Região Administrativa de Planaltina; (Inciso


acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
L – Residencial Pipiripau, na Região Administrativa de Planaltina; (Inciso
acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
LI – Residencial Bonsucesso, na Região Administrativa de São Sebastião;
(Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
LII – Centro Urbano, na Região Administrativa do Recanto das Emas; (In-
ciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
LIII – Subcentro Urbano 400/600, na Região Administrativa do Recanto das
Emas; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
LIV – Residencial Tamanduá, na Região Administrativa do Recanto das
Emas. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 951 de 25/03/2019)
§ 1º (Parágrafo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
§ 2º Nas áreas elencadas neste artigo, poderão ser definidas outras áreas
especiais de interesse social, correspondendo a Zonas Especiais de Interesse
Social – ZEIS.
Art. 136. O uso e a ocupação do solo das áreas habitacionais citadas no
art. 135 desta Lei Complementar deverão pautar-se nas seguintes premissas:
I – mescla de tipologias residenciais, com ênfase na habitação coletiva e
no uso misto;
II – oferta de unidades imobiliárias voltadas a diferentes faixas de renda;
III – articulação com áreas consolidadas;
IV – estruturação de sistema de espaços livres no que se refere à vegeta-
ção, ao mobiliário urbano, aos espaços de circulação de pedestres e ciclistas,
ao sistema viário e aos equipamentos comunitários;
V – adoção de parâmetros urbanísticos compatíveis com a oferta de siste-
ma de transporte coletivo eficiente.
Art. 137. Ficam definidas, no Anexo II, Tabela 2D, as densidades demo-
gráficas brutas e os coeficientes máximos para as novas áreas habitacionais.

316
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Seção VI
Da Estratégia de Implantação de Polos Multifuncionais

Art. 138. A estratégia de implantação de Polos Multifuncionais tem o ob-


jetivo de fomentar o desenvolvimento de subcentralidades no território vincu-
ladas à acessibilidade decorrente da Rede Estrutural de Transporte Coletivo.
§ 1º Os Polos Multifuncionais serão implantados em um raio de 600m
(seiscentos metros) dos terminais de integração da Rede Estrutural de
Transporte Coletivo, conforme indicado no Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3B,
desta Lei Complementar.
§ 2º Os Polos Multifuncionais deverão abrigar espaços para oferta de em-
prego, comércio e serviços, lazer, esporte, cultura e moradia para diferentes
faixas de renda.
§ 3º A implantação dos Polos Multifuncionais está condicionada à implan-
tação prévia da Rede Estrutural de Transporte Coletivo.
Art. 139. Deverá ser elaborada proposta de intervenção para cada Polo
Multifuncional instituído, contendo no mínimo:
I – delimitação do perímetro do Polo;
II – finalidade da intervenção;
III – programa básico;
IV – estudo de viabilidade econômica e ambiental;
V – projeto urbanístico.
§ 1º A proposta de intervenção será previamente submetida à anuência
do CONPLAN.
§ 2º Os projetos específicos de cada Polo Multifuncional deverão ser sub-
metidos a Estudos de Impacto de Vizinhança para obtenção do licenciamento
e aprovação.
§ 3º Deverão ser incentivadas parcerias público-privadas para a viabiliza-
ção da implantação dos Polos Multifuncionais no território.
Art. 140. A implantação de Polos Multifuncionais deverá ser adotada nas
seguintes áreas:
I – Polo Multifuncional Catetinho (PM 1);

317
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II – Polo Multifuncional Taguatinga (PM 2);


III – Polo Multifuncional Grande Colorado (PM 3);
IV – Polo Multifuncional Metropolitana (PM 4);
V – Polo Multifuncional Planaltina (PM 5);
VI – Polo Multifuncional Samambaia (PM 6);
VII – Polo Multifuncional São Sebastião (PM 7);
VIII – Polo Multifuncional Sul (PM 8);
IX – Polo Multifuncional Torto (PM 9).
Parágrafo único. Todos os Polos Multifuncionais poderão ser objeto de
implantação de equipamentos regionais conforme ações definidas nesta Lei
Complementar.

Seção VII
Da Estratégia de Integração Ambiental do Território

Art. 141. A estratégia de integração ambiental visa promover maior in-


tegração e articulação entre os espaços naturais e construídos, favorecendo
o fluxo biótico e a manutenção dos aspectos funcionais dos ecossistemas
naturais e construídos, de forma a assegurar a biodiversidade local, para a
contínua melhoria da qualidade de vida.
Art. 142. A integração ambiental será reforçada pela configuração e im-
plantação de conectores ambientais e de corredores ecológicos.
Art. 143. A definição e a implantação de corredores ecológicos serão re-
alizadas pelo órgão gestor da política ambiental com base no Zoneamento
Ecológico-econômico – ZEE-DF.
Art. 144. Ficam identificados, nesta Lei Complementar, conectores am-
bientais, que consistem em um conjunto de espaços lineares que, por seus
atributos naturais, tais como vales fluviais e fragmentos de vegetação nativa,
favorecem a interligação de sistemas naturais.
Art. 145. A presente estratégia comporta ações ao longo dos conectores
ambientais de:

318
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

I – integração e articulação da gestão das unidades de conservação e de-


mais áreas protegidas;
II – criação de parques lineares com a finalidade de interligar unidades e
áreas protegidas já constituídas e de estabelecer espaços contínuos que re-
forcem a vocação de conexão;
III – recuperação e manutenção das Áreas de Preservação Permanente ao
longo dos cursos d’água compreendidos em conectores localizados em ambi-
ência rural ou urbana;
IV – demarcação das reservas legais de propriedades rurais em áreas que
estabeleçam, sempre que possível, espaços contínuos e compatíveis com a
função de conexão entre ecossistemas;
V – articulação com as instituições federais responsáveis por áreas vo-
cacionadas para a função de conexão de ecossistemas, com a finalidade de
proteção e manutenção desses espaços;
VI – incentivo ao desenvolvimento de atividades compatíveis com a prote-
ção do meio ambiente, tais como ecoturismo e agroecologia;
VII – realização de pesquisas e estudos acerca da biota local e do fluxo gê-
nico, para melhor compreensão dos processos bióticos em curso e orientação
de medidas necessárias à manutenção e recuperação da qualidade ambiental
desses espaços;
VIII – integração e articulação de equipamentos e parques urbanos e eco-
lógicos com os demais espaços naturais protegidos, por meio da valorização
e ampliação da arborização urbana de áreas públicas e particulares;
IX – conscientização da população, com vistas à criação e à manutenção
de áreas verdes e espaços arborizados em lotes urbanos residenciais, co-
merciais, industriais e de prestação de serviços, bem como à manutenção de
vegetação nativa em sítios e chácaras situadas em áreas urbanas;
X – incentivo à arborização urbana por meio da ampliação da arborização
de vias e espaços públicos e da venda orientada e apoio técnico para o plantio
de mudas de espécies nativas.

319
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Parágrafo único. Compete ao órgão gestor da política ambiental o detalha-


mento das ações e a proposição de projetos voltados para a implementação
da presente estratégia ambiental.
Art. 146. Ficam indicados os seguintes conectores ambientais, conforme
consta no Anexo II, Mapa 4 e Tabela 4A, desta Lei Complementar, com vistas
à aplicação das ações da presente estratégia:
I – Embrapa: abarca a área da Embrapa entre as localidades urbanas de
Sobradinho e Planaltina, ao longo do curso do córrego Atoleiro até sua junção
ao rio São Bartolomeu;
II – Torto: ao longo do curso do ribeirão do Torto e sua foz no lago Paranoá;
III – Bananal: ao longo do curso do córrego Bananal e sua foz no
lago Pananoá;
IV – Paranoá: ao longo do curso do rio Paranoá, sendo incorporado o
lago Paranoá;
V – São Bartolomeu: segue da Estação Ecológica de Águas Emendadas
pela bacia do Pipiripau e ao longo do curso do rio São Bartolomeu;
VI – Taguatinga/Ipê: segue da ARIE JK à ARIE do Ipê;
VII – Reserva do Guará/Riacho Fundo: segue da Reserva do Guará, ao
longo dos cursos dos córregos do Guará e Riacho Fundo até a sua foz no
lago Paranoá;
VIII – Ribeirão do Gama: ao longo do curso do ribeirão do Gama e sua foz
no lago Paranoá;
IX – Jardim Botânico/São Sebastião: segue da Estação Ecológica do Jar-
dim Botânico e ao longo do curso do ribeirão Santo Antônio, da Papuda até
sua foz no rio São Bartolomeu;
X – Alagado: segue da Estação Ecológica da UnB e ao longo do curso do
ribeirão Alagado;
XI – Saia Velha: segue da Estação Ecológica da UnB e ao longo do curso
do ribeirão Saia Velha;

320
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

XII – ribeirão Santana/Tororó: segue pelo curso do ribeirão Santana, den-


tro dos limites do Distrito Federal;
XIII – ribeirão Cachoeirinha/Nova Betânia: segue pelo curso do ribeirão
Cachoeirinha até sua foz no rio São Bartolomeu;
XIV – ribeirão Sobradinho/córrego Paranoazinho: segue pelo curso do cór-
rego Paranoazinho e ribeirão Sobradinho até sua foz no rio São Bartolomeu.
§ 1º Fica indicada, para a criação de parque linear, área no conector eco-
lógico do Paranoá, conforme consta do Anexo II, Mapa 4 e Tabela 4A, a partir
de estudos específicos realizados pelo órgão gestor da política ambiental.
§ 2º Ficam indicadas, para articulação institucional com vistas à proteção
de espaços que mantêm remanescentes do Cerrado, três áreas nos conecto-
res ecológicos do ribeirão do Gama, do Saia Velha e da Embrapa, conforme
consta do Anexo II, Mapa 4 e Tabela 4A, que são administradas pela Aeronáu-
tica, Marinha e Embrapa, respectivamente, órgãos da esfera federal.

TÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS DE ORDENAMENTO TERRITORIAL E
DE DESENVOLVIMENTO URBANO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 147. São instrumentos de ordenamento territorial e de desenvol-


vimento urbano no Distrito Federal os diversos institutos de planejamento
territorial e ambiental, institutos jurídicos, tributários, financeiros e de parti-
cipação popular necessários a sua execução, conforme previsto na Lei Orgâ-
nica do Distrito Federal – LODF e na Lei Federal n. 10.257, de 10 de julho de
2001 – Estatuto da Cidade.

321
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 148. Para o planejamento, controle, gestão e promoção do desen-


volvimento territorial e urbano, o Distrito Federal poderá adotar os instru-
mentos de política urbana que forem necessários e admitidos pela legislação,
tais como:
I – de planejamento territorial e urbano:
a) Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal;
b) Lei de Uso e Ocupação do Solo;
c) Planos de Desenvolvimento Locais;
d) Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília;
e) legislação sobre parcelamento do solo;
f) legislação edilícia e de posturas;
g) Plano Diretor de Transporte Urbano do Distrito Federal;
h) Plano de Desenvolvimento Habitacional e demais programas e planos
de habitação e de regularização;
i) planos de desenvolvimento econômico e social;
j) planos de desenvolvimento territorial para integração das atividades ru-
rais ou Plano Distrital de Desenvolvimento Rural Sustentável;
k) planos, programas e projetos setoriais;
l) estudos urbanísticos e ambientais;
m) zoneamento ecológico-econômico, zoneamento ambiental, planos de
manejo de unidades de conservação e estudos de impacto ambiental;
n) estudo de impacto de vizinhança;
II – tributários e financeiros, em especial:
a) imposto predial e territorial urbano progressivo;
b) contribuição de melhoria decorrente de obras públicas;
c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
III – jurídicos:
a) desapropriação, desafetação ou doação;
b) servidão administrativa;
c) limitações administrativas;

322
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

d) tombamento de bens ou de conjuntos urbanos;


e) instituição de zonas especiais de interesse social referidas, nesta Lei
Complementar, como Áreas de Regularização de Interesse Social, no caso de
regularização fundiária, e como Área Especial de Interesse Social, no caso de
novas áreas urbanas;
f) concessão de uso;
g) concessão de direito real de uso;
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
i) arrendamento;
j) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
k) usucapião especial de imóvel urbano;
l) direito de superfície;
m) retrovenda;
n) locação;
o) direito de preempção;
p) alienação;
q) outorga onerosa do direito de construir;
r) outorga onerosa de alteração de uso;
s) transferência do direito de construir;
t) operações urbanas consorciadas;
u) consórcio imobiliário;
v) compensação urbanística;
x) (VETADO).
IV – de participação popular:
a) debates;
b) consulta pública;
c) audiência pública;
d) outros instrumentos jurídicos.

323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

§ 1º Os instrumentos previstos no Estatuto da Cidade e em leis específi-


cas regem-se pela legislação que lhes é própria, observado o disposto neste
Plano Diretor.
§ 2º Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social,
desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública, a concessão
de direito real de uso de imóveis públicos poderá ser contratada coletivamente.
§ 3º Os instrumentos de política urbana que demandem dispêndio de
recursos por parte do Poder Público do Distrito Federal devem ser objeto de
controle social, garantida a participação da comunidade, movimentos e enti-
dades da sociedade civil.
§ 5º (VETADO).

CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
TERRITORIAL E URBANO

Seção I
Da Lei de Uso e Ocupação do Solo

Art. 149. A Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal comple-


mentará os princípios estabelecidos nesta Lei Complementar, devendo indi-
car, para os parcelamentos consolidados ou já aprovados pelo Poder Público,
no mínimo: (Legislação correlata - Lei Complementar n. 950 de 07/03/2019)
I – os usos dos lotes de acordo com a Tabela de Classificação de Usos e
Atividades do Distrito Federal, assegurando a localização adequada para as
diferentes funções e atividades urbanas no Distrito Federal;
II – as alturas máximas das edificações;
III – taxas de permeabilidade, quando couber;
IV – os afastamentos mínimos laterais, frontais e de fundos dos lotes,
quando couber;
V – os cones de iluminação e ventilação, quando couber;

324
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VI – a utilização dos subsolos, quando couber;


VII – o tratamento das divisas do lote;
VIII – parâmetros para definição do número mínimo de vagas de estacio-
namento interno das unidades imobiliárias;
IX – as penalidades correspondentes às infrações decorrentes da inobser-
vância dos preceitos estabelecidos.
Parágrafo único. Os parâmetros de uso e ocupação do solo a serem defini-
dos no âmbito da Lei de Uso e Ocupação do Solo deverão observar as densi-
dades demográficas indicadas no Anexo III, Mapa 5, desta Lei Complementar.

Seção II
Dos Planos de Desenvolvimento Locais

Art. 150. Os Planos de Desenvolvimento Locais subordinam-se aos prin-


cípios estabelecidos neste Plano Diretor, devendo ser elaborados, por Unidade
de Planejamento Territorial, de acordo com as peculiaridades das diferentes
localidades urbanas integrantes de tais unidades. (Legislação correlata - Lei
Complementar n. 950 de 07/03/2019)
§ 1º Os Planos de Desenvolvimento Locais serão aprovados por leis com-
plementares.
§ 2º As bases de discussão, elaboração, alteração e implementação dos Pla-
nos de Desenvolvimento Locais serão conduzidas pelo órgão gestor do desenvol-
vimento territorial e urbano do Distrito Federal, em articulação com os demais
órgãos setoriais e Administrações Regionais, com a participação da sociedade.
Art. 151. Os Planos de Desenvolvimento Locais serão desenvolvidos para
permitir a definição e a planificação de obras públicas, resultando em estra-
tégias de ação, diretrizes e projetos.
Art. 152. Os Planos de Desenvolvimento Locais deverão conter, no mínimo:
I – adequações de desenho urbano, considerando a necessidade de com-
patibilização com o sistema de transporte público coletivo, com vistas à inte-
gração da rede viária local com a rede viária estrutural;

325
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

II – identificação das carências e indicação da necessidade de elaboração


de projetos de infraestrutura básica;
III – identificação de carências e definição da localização de equipamentos
comunitários e áreas verdes;
IV – localização e articulação de atividades geradoras de tráfego;
V – melhoria das condições de acessibilidade dos pedestres, dos ciclistas,
dos portadores de necessidades especiais e dos veículos automotores;
VI – localização e padronização de mobiliário urbano;
VII – qualificação dos diferentes espaços públicos;
VIII – projetos especiais de intervenção urbana;
IX – indicação de prioridades e metas de execução das ações;
X – propostas orçamentárias relativas aos serviços e obras a serem
realizados;
XI – sistema de gerenciamento, controle, acompanhamento e avalia-
ção do plano.

Seção III
Do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília

Art. 153. O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília é


um instrumento de consolidação do regulamento de ordenação urbanística, de
preservação do conjunto tombado e das diretrizes de planejamento, de con-
trole de sua evolução espacial e de promoção do desenvolvimento econômico
e social. (Legislação correlata - Lei Complementar n. 950 de 07/03/2019)
Parágrafo único. O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Bra-
sília corresponde, simultaneamente, à legislação de uso e ocupação do solo
e ao Plano de Desenvolvimento Local da Unidade de Planejamento Territo-
rial Central.

326
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Art. 154. O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília será


elaborado em conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes desta Lei
Complementar e da legislação específica relacionada à proteção de bens do
patrimônio cultural, histórico e paisagístico, e incluirá, além do indicado no
art. 152, os seguintes itens:
I – os parâmetros de uso e ocupação do solo e as diretrizes de preserva-
ção e revitalização do sítio histórico urbano, que observarão a singularidade
de sua concepção urbanística e arquitetônica;
II – os instrumentos urbanísticos, edilícios e de gestão, inclusive programa
de atuação para a área tombada;
III – o sistema de gerenciamento, controle, acompanhamento e avalia-
ção do plano.

Seção IV
Da Lei de Parcelamento do Solo Urbano

Art. 155. A Lei de Parcelamento do Solo Urbano do Distrito Federal comple-


mentará os princípios estabelecidos nesta Lei Complementar, devendo conter,
no mínimo: (Legislação correlata - Lei Complementar n. 950 de 07/03/2019)
I – as modalidades de parcelamento do solo urbano a serem adotadas,
com definição dos critérios e padrões diferenciados para o atendimento das
respectivas peculiaridades;
II – as normas gerais, de natureza urbana e ambiental, para o parcela-
mento do solo urbano no Distrito Federal;
III – os procedimentos para aprovação, licenciamento e registro dos par-
celamentos do solo urbano do Distrito Federal;
IV – as responsabilidades dos empreendedores e do Poder Público;
V – as penalidades correspondentes às infrações decorrentes da inobser-
vância dos preceitos estabelecidos.

327
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CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS JURÍDICOS

Seção I
Do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios

Art. 156. O Poder Executivo, nos termos fixados em lei específica, po-
derá exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de aplicar os
mecanismos previstos no Estatuto da Cidade referentes:
I – ao parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
II – ao imposto predial e territorial urbano progressivo no tempo;
III – à desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública.
Art. 157. O parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios pode-
rão ser aplicados nos imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados
localizados na Zona Urbana, excetuando-se:
I – os imóveis que necessitem de áreas construídas menores para o de-
senvolvimento de atividades econômicas e os imóveis com exploração de
produtos hortifrutigranjeiros vinculados a programas de abastecimento ali-
mentar, devidamente registrados nos órgãos competentes;
II – os imóveis que incluam em seu perímetro Áreas de Preservação Per-
manente, conforme o Código Florestal Brasileiro;
III – os imóveis com vegetação nativa relevante;
IV – as áreas de parques ecológicos e de uso múltiplo;
V – a Zona de Contenção Urbana.
§ 1º A aplicação dos mecanismos previstos no caput se dará em áreas em
que haja predominância de condições favoráveis de infraestrutura, topografia
e qualidade ambiental para sua otimização.
§ 2º Considera-se solo urbano não edificado o lote, a projeção ou a gle-
ba em que a relação entre a área edificada e a área do terreno seja equiva-
lente a zero.

328
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§ 3º Considera-se solo urbano subutilizado o lote, a projeção ou a gleba


edificados nas seguintes condições:
I – destinados exclusivamente ao uso residencial unifamiliar que conte-
nham edificação cuja área seja inferior a 5% (cinco por cento) do potencial
construtivo previsto na legislação urbanística;
II – destinados aos demais usos que contenham edificação cuja área seja
inferior a 20% (vinte por cento) do potencial construtivo previsto na legisla-
ção urbanística;
III – áreas ocupadas por estacionamentos ou atividades em lotes, proje-
ções ou glebas com uso ou atividade diferente do estabelecido na legislação
urbanística, com ou sem edificações precárias, desde que o uso não seja jus-
tificado por estudo de demanda.
§ 4º Considera-se solo urbano não utilizado o lote, a projeção ou a gleba
edificados nas seguintes condições:
I – com edificação em ruínas ou desocupada há mais de cinco anos;
II – com obras paralisadas há mais de cinco anos.
§ 5º No caso de operações urbanas consorciadas, as respectivas leis de
criação poderão determinar regras e prazos específicos para a aplicação do
parcelamento, da edificação e da utilização compulsórios.
§ 6º Os parcelamentos irregulares em áreas privadas que não se regu-
larizarem, nem derem entrada e andamento no processo de regularização
estarão sujeitos ao disposto no art. 156.
Art. 158. Os proprietários dos imóveis objeto da aplicação de parcela-
mento, edificação ou utilização compulsórios serão notificados pelo Poder
Executivo, a fim de que deem melhor aproveitamento aos seus imóveis em
prazo determinado, devendo a notificação ser averbada no Ofício de Registro
de Imóveis competente.
§ 1º No prazo máximo de 1 (um) ano a partir do recebimento da notifica-
ção, os proprietários deverão protocolar pedido de aprovação e execução de
parcelamento ou projeto de edificação.

329
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§ 2º Os demais prazos e condições para parcelamento, construção ou uti-


lização dos imóveis em que se aplique o instrumento serão determinados na
lei específica.
§ 3º Fica facultado ao proprietário atingido pela obrigação de que trata
este artigo propor ao Poder Executivo o estabelecimento de consórcio imo-
biliário como forma de viabilização financeira do aproveitamento do imóvel,
conforme disposições do art. 46 do Estatuto da Cidade e do art. 180 desta Lei
Complementar.
Art. 159. No caso de descumprimento das etapas e dos prazos estabe-
lecidos na lei específica, o Poder Público aplicará alíquotas progressivas de
IPTU, majoradas anualmente, pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos, até
que o proprietário cumpra com a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar,
conforme o caso.
§ 1º A aplicação de alíquotas progressivas do IPTU, conforme o art. 156,
§ 1º, e art. 182,
§ 4º, da Constituição Federal, será definida de acordo com a Planta Ge-
nérica de Valores atualizada da Secretaria de Estado de Fazenda do Distri-
to Federal.
§ 2º A gradação anual das alíquotas progressivas e a aplicação desse ins-
tituto serão estabelecidas na lei específica e baseadas no art. 7º do Estatuto
da Cidade.
§ 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação
progressiva de que trata este artigo.
§ 4º Os recursos auferidos pelo instituto serão destinados ao Fundo de
Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal – FUNDURB.
Art. 160. Decorridos 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU progressivo no
tempo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento,
edificação e utilização compulsórios, o Distrito Federal poderá proceder à de-
sapropriação do imóvel com pagamento em títulos da dívida pública, mediante
condições definidas na lei específica e baseadas no art. 8º do Estatuto da Cidade.

330
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Seção II
Do Direito de Superfície

Art. 161. Para promover a viabilidade da implementação de diretrizes


constantes nesta Lei Complementar, o Distrito Federal, desde que autorizado
por lei específica, poderá:
I – adquirir o direito de superfície, inclusive a utilização do espaço aéreo
e subterrâneo;
II – conceder, de forma onerosa, o direito de superfície de imóveis inte-
grantes do seu patrimônio, inclusive do espaço aéreo e subterrâneo.
Art. 162. A concessão e a extinção do direito de superfície, contratadas
entre particulares ou entre estes e o Poder Público, se dará mediante escritu-
ra pública e será averbada no Ofício de Registro de Imóveis competente.

Seção III
Do Direito de Preempção

Art. 163. O Poder Público poderá exercer o direito de preempção para


aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares si-
tuado na Zona Urbana do Conjunto Tombado, nas vias principais, nas vias de
atividades, nos Centros e Subcentros da Zona Urbana Consolidada, na Zona
Urbana de Expansão e Qualificação e na Zona Urbana de Uso Controlado II,
conforme disposto nos arts. 25, 26 e 27 do Estatuto da Cidade, desde que o
necessite para:
I – regularização fundiária;
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
III – constituição de reserva fundiária;
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;

331
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VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de


interesse ambiental;
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;
IX – terminais rodoviários e de integração.
Art. 164. Os imóveis colocados à venda nas áreas de incidência do direito
de preempção deverão ser necessariamente oferecidos ao Distrito Federal,
que terá preferência para aquisição pelo prazo máximo de 5 (cinco) anos,
renovável a partir de 1 (um) ano após o decurso do prazo inicial de vigência.
Parágrafo único. O direito de preempção fica assegurado durante o prazo
de vigência fixado neste artigo, independentemente do número de alienações
referentes ao mesmo imóvel.
Art. 165. Para exercício do direito de preempção, lei específica estabe-
lecerá normas sobre os procedimentos da notificação, inclusive a forma de
comunicação do notificante e do notificado, as condições de pagamento, de
publicação, os órgãos responsáveis e outras medidas necessárias para dar
execução ao instituto, inclusive possibilidade de desistência do Poder Público,
indicando a finalidade da área objeto do direito de preempção.
Art. 166. O proprietário do imóvel submetido ao regime de preferência
será notificado pelo Poder Executivo no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
publicação da lei específica delimitadora da área de incidência do direito de
preempção.
Art. 167. O proprietário deverá notificar ao Poder Público sua intenção de
alienar o imóvel para que ele, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, manifes-
te por escrito seu interesse em comprá-lo, obedecidas as demais condições
fixadas no art. 27 do Estatuto da Cidade.
§ 1º O proprietário anexará à notificação de que trata este artigo proposta
de compra assinada por terceiro interessado, da qual constarão preço, condi-
ções de pagamento e prazo de validade.

332
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§ 2º Concretizada a venda a terceiros em condições de valores inferiores


à proposta apresentada, a alienação é nula de pleno direito, podendo o Poder
Público adquirir o imóvel pelo valor base de cálculo do IPTU ou pelo valor in-
dicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele.

Seção IV
Da Outorga Onerosa do Direito de Construir e de Alteração de Uso

Art. 168. O Distrito Federal poderá conceder onerosamente a outorga do


direito de construir acima do coeficiente de aproveitamento básico determi-
nado nas áreas indicadas neste Plano Diretor e a outorga de alteração do uso
nas áreas indicadas na Lei de Uso e Ocupação do Solo, mediante contraparti-
da prestada pelo beneficiário, conforme disposições dos arts. 28, 29, 30 e 31
do Estatuto da Cidade e de acordo com os critérios e procedimentos definidos
nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. Cabe ao Poder Executivo assegurar a transparência, a
publicidade e o controle social da destinação dos recursos auferidos, por meio
da divulgação periódica no Diário Oficial do Distrito Federal e na internet das
seguintes informações: (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n.
854 de 15/10/2012)
I – endereço do imóvel urbano beneficiado pela outorga; (Inciso acresci-
do(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
II – beneficiário da outorga, pessoa física ou jurídica; (Inciso acrescido(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
– valor despendido pelo beneficiário para pagamento da outorga; (Inciso
acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
– aplicação dos recursos auferidos pelas outorgas. (Inciso acrescido(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 169. Lei específica de iniciativa do Poder Executivo estabelecerá as
normas e procedimentos gerais a serem observados para a outorga onerosa
do direito de construir e de alteração de uso, determinando:

333
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I – a fórmula de cálculo para a cobrança do valor de contrapartida;


II – o coeficiente de ajuste a ser inserido na forma de cálculo da con-
trapartida;
III – os casos passíveis de isenção do pagamento da outorga;
IV – procedimento para solicitação do direito de construir até o coeficiente
de aproveitamento máximo;
V – o tipo de contrapartida do beneficiário que melhor satisfaça o interesse
público, desde que vinculada às finalidades de que trata o art. 170 desta Lei
Complementar.

Subseção I
Das Contrapartidas

Art. 170. A contrapartida exigida dos beneficiários em função da utiliza-


ção dos institutos da outorga onerosa do direito de construir e de alteração
de uso, atendidos os requisitos da lei específica, poderá ser feita mediante:
I – pecúnia, como regra;
II – custeio de obras, edificações e aquisição de imóveis, como exceção,
desde que seja imperativa tal forma de pagamento para alcançar a função
social vinculada ao benefício auferido pela intervenção;
III – custeio de planos, projetos, estudos técnicos de viabilidade econômi-
co- -financeira e de viabilidade ambiental, bem como serviços, como exceção,
desde que seja imperativa tal forma de pagamento para alcançar a função
social vinculada ao benefício auferido pela intervenção;
IV – custeio de equipamentos urbanos e comunitários necessários, ade-
quados aos interesses e necessidades da população beneficiária ou usuária e
às características locais;
V – doação de unidades habitacionais de interesse social;
VI – urbanização de áreas públicas;
VII – outros meios definidos em lei específica.

334
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§ 1º Nos casos previstos nos incisos II a VI, as compensações deverão ter


valor correspondente ao da contrapartida em pecúnia.
§ 2º A escolha da contrapartida deverá estar de acordo com os princípios
e objetivos deste Plano Diretor.
Art. 171. Para todos os efeitos legais, os recursos provenientes da con-
trapartida resultante da adoção dos institutos jurídicos da outorga onerosa do
direito de construir e de alteração de uso serão aplicados para fins de:
I – regularização fundiária;
II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
III – constituição de reserva fundiária;
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI – criação e urbanização de espaços públicos e áreas verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de
interesse ambiental;
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico;
IX – promoção de ações e melhoria nos planos e programas de acessibili-
dade e mobilidade.
Art. 172. Os índices denominados coeficiente de aproveitamento ou taxa
máxima de construção, utilizados no cálculo da contrapartida exigida dos
beneficiários em função da aplicação da outorga onerosa do direito de cons-
truir, fixados pela legislação urbanística do Distrito Federal anterior a esta
Lei Complementar serão considerados válidos pelo período de 2 (dois) anos,
contados da publicação deste Plano Diretor, desde que o pedido de aprovação
do projeto de construção seja protocolado nesse período.
Art. 173. A contrapartida arrecadada em pecúnia deverá ser destinada
ao FUNDURB.

335
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Subseção II
Da Outorga Onerosa do Direito de Construir

Art. 174. A outorga onerosa do direito de construir será aplicada nos


lotes onde o direito de construir possa ser exercido acima do coeficiente de
aproveitamento básico adotado até o limite estabelecido pelo coeficiente de
aproveitamento máximo, mediante contrapartida.
Art. 175. A outorga onerosa do direito de construir poderá ser aplicada:
I – na Zona Urbana do Conjunto Tombado;
II – nas áreas indicadas nos anexos V e VI onde o coeficiente de aprovei-
tamento máximo é superior ao básico;
III – nas Áreas de Dinamização referidas no Anexo II, Mapa 3 e Tabela 3C,
desta Lei Complementar;
IV – nas áreas objeto de operações urbanas consorciadas;
V – nas Áreas de Regularização de Interesse Específico.
Parágrafo único. Na Zona Urbana do Conjunto Tombado, o Plano de Pre-
servação do Conjunto Urbanístico de Brasília definirá as áreas onde poderá
ser aplicada a outorga onerosa do direito de construir.

Subseção III
Da Outorga Onerosa de Alteração de Uso

Art. 176. A outorga onerosa de alteração de uso configura contrapartida


pela alteração dos usos e dos diversos tipos de atividade que venha a acarre-
tar a valorização de unidades imobiliárias.
§ 1º Considera-se alteração de uso:
I – a mudança do uso ou do tipo de atividade para outro diferente da-
quele originalmente indicado nas normas vigentes para a respectiva unidade
imobiliária;
II – a mudança da proporção do uso ou do tipo de atividade para outra
diferente daquela originalmente indicada nas normas vigentes para a respec-
tiva unidade imobiliária;

336
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III – a inclusão ao uso original indicado de novo tipo de uso ou atividade


não previstos nas normas vigentes para a respectiva unidade imobiliária.
IV – transformação de uso rural em urbano, efetivada no momento da
aprovação do projeto de parcelamento do solo. (Inciso acrescido(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 2º No caso do § 1º, IV, regulamentação específica estabelecerá critérios
de cobrança, respeitados os princípios estabelecidos no art. 2º, IX e X, da Lei
federal n. 10.257, de 10 de julho de 2001, considerando: (Parágrafo altera-
do(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
I – cobrança diferenciada para os parcelamentos destinados à política ha-
bitacional de interesse social e de baixa renda; (Inciso acrescido(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
II – possibilidade de ser efetuada garantia para o pagamento da outorga
por meio do caucionamento de lotes; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
III – prazo máximo de quatro anos para pagamento. (Inciso acrescido(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 177. A outorga onerosa de alteração de uso poderá ser aplicada na
Macrozona Urbana, nos locais a serem pormenorizados na Lei de Uso e Ocu-
pação do Solo.
Parágrafo único. Na Zona Urbana do Conjunto Tombado, o Plano de Pre-
servação do Conjunto Urbanístico de Brasília definirá as áreas onde poderá
ser aplicada a outorga onerosa de alteração de uso.

Seção V
Da Transferência do Direito de Construir

Art. 178. A transferência do direito de construir consiste na faculdade de


o Poder Público, mediante lei, autorizar o proprietário de imóvel urbano a:
I – exercer totalmente ou em parte o seu direito de construir, limitado pelo
coeficiente de aproveitamento máximo do lote, em outro local passível de re-
ceber o potencial construtivo adicional;

337
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II – alienar, total ou parcialmente, seu direito de construir, que poderá ser apli-
cado em locais onde o coeficiente de aproveitamento máximo do lote o permita.
§ 1º A transferência do direito de construir somente poderá ser realizada
mediante prévia autorização do órgão gestor do desenvolvimento territorial e
urbano do Distrito Federal, quando o imóvel submetido à limitação do uso do
coeficiente de aproveitamento máximo for considerado necessário para fins de:
I – preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico,
ambiental, paisagístico, social ou cultural;
II – programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas
por população de baixa renda e habitação de interesse social;
III – implantação de equipamentos urbanos e comunitários.
§ 2º Entende-se por potencial construtivo adicional, para efeito desta Lei
Complementar, o acréscimo de área edificável acima do coeficiente de apro-
veitamento básico permitido, tendo como limite o coeficiente de aproveita-
mento máximo da área em que o terreno está inserido.
§ 3º Lei específica definirá os procedimentos necessários à aplicação do
instrumento referido no caput.
§ 4º A transferência do potencial construtivo deverá ser averbada na ma-
trícula do imóvel cujo direito de construir foi transferido e junto à matrícula
do imóvel cujo direito de construir foi ampliado.
Art. 179. A transferência do direito de construir poderá ser exercida em
áreas urbanas:
I – para efeito de aquisição do potencial construtivo:
a) na Zona Urbana do Conjunto Tombado;
b) na Zona Urbana Consolidada;
c) na Zona Urbana de Uso Controlado II;
d) nas Áreas de Regularização de Interesse Social e Específico;
e) nas áreas objeto de operações urbanas consorciadas;
f) nas Áreas de Proteção de Manancial – APM e Áreas de Preservação Per-
manente – APP;

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II – para efeito de recebimento do potencial construtivo advindo das áreas


citadas no inciso I:
a) na Zona Urbana Consolidada;
b) na Zona Urbana de Expansão e Qualificação;
c) nas Áreas de Dinamização;
d) nas áreas objeto de operações urbanas consorciadas;
e) nas Áreas de Regularização de Interesse Social e Específico;
f) nas áreas destinadas a Polos Multifuncionais.

Seção VI
Do Consórcio Imobiliário

Art. 180. Consórcio Imobiliário é a forma de viabilizar planos de urbani-


zação ou edificação por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público
o seu imóvel.
§ 1º O Distrito Federal poderá promover o aproveitamento do imóvel que
receber por transferência nos termos deste artigo, direta ou indiretamente,
mediante concessão ou outra forma de contratação.
§ 2º O proprietário que transferir seu imóvel para o Distrito Federal nos
termos deste artigo receberá, como pagamento, unidades imobiliárias devi-
damente urbanizadas ou edificadas.
§ 3º O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário
será correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.
§ 4º O valor referido no parágrafo anterior deverá:
I – refletir o valor da base de cálculo do IPTU à época da transferência do
imóvel ao Poder Público;
II – excluir do seu cálculo expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros
compensatórios.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se tanto aos imóveis sujeitos à obri-
gação legal de parcelar, edificar ou utilizar compulsoriamente nos termos
desta Lei Complementar, quanto àqueles necessários à realização de inter-
venções urbanísticas.

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Seção VII
Da Operação Urbana Consorciada

Art. 181. A operação urbana consorciada é o conjunto de intervenções


e medidas coordenadas pelo Distrito Federal, com a participação dos pro-
prietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o
objetivo de alcançar, em uma área, transformações urbanísticas estruturais,
melhorias sociais e valorização ambiental.
§ 1º Cada operação urbana consorciada será criada por lei específica, de
acordo com as disposições dos arts. 32 a 34 da Lei Federal n. 10.257, de 10
de julho de 2001 – Estatuto da Cidade e o previsto neste Plano Diretor.
§ 2º Caberá ao órgão gestor do desenvolvimento territorial e urbano do
Distrito Federal a iniciativa, a coordenação, o acompanhamento e o monitora-
mento de todo o projeto da operação urbana consorciada.
Art. 182. As operações urbanas consorciadas têm como objetivos:
I – implantação de espaços e equipamentos públicos estratégicos para o
desenvolvimento urbano;
II – otimização de áreas envolvidas em intervenções urbanísticas de
grande porte;
III – implantação de programas de habitação de interesse social;
IV – ampliação, melhoria e priorização da rede de transporte públi-
co coletivo;
V – implantação, manutenção e conservação de parques e unidades de
conservação;
VI – cumprimento dos demais princípios e objetivos deste Plano Diretor.
Art. 183. Nas operações urbanas consorciadas, podem-se prever:
I – modificações de índices e de características de parcelamento, uso e
ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas edilícias, con-
siderando-se o impacto ambiental e de vizinhança delas decorrentes;

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II – regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em


desconformidade com a legislação vigente, devendo-se observar o disposto
nesta Lei Complementar.
Art. 184. A lei específica que instituirá a operação urbana consorciada
deverá conter, no mínimo:
I – justificativa, objetivos e metas da operação;
II – definição da área de abrangência e do perímetro da operação;
III – programa básico de ocupação e de intervenções previstas para a área;
IV – programa de atendimento econômico, social e ambiental para a po-
pulação diretamente afetada pela operação;
V – estudo prévio de impacto de vizinhança ou de impacto ambiental em
função do porte e da abrangência da operação, conforme legislação vigente;
VI – contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes
e investidores privados, em razão dos benefícios previstos;
VII – forma de controle da operação, que deverá ser compartilhado com
representação da sociedade civil;
VIII – estoque do potencial construtivo adicional;
IX – prazo de vigência da operação;
X – indicação de fundo específico que deverá receber os recursos das con-
trapartidas financeiras decorrentes dos benefícios urbanísticos concedidos;
XI – solução habitacional dentro do seu perímetro ou área de abrangência
caso seja necessária a remoção de moradores em áreas de risco;
XII – preservação dos imóveis e espaços urbanos de especial valor histó-
rico, cultural, arquitetônico, paisagístico e ambiental;
XIII – previsão de parâmetros, índices e instrumentos urbanísticos previs-
tos para a operação;
XIV – previsão de incentivos fiscais e mecanismos compensatórios para os
participantes dos projetos.
§ 1º Os recursos obtidos e captados pelo Poder Público deverão ser apli-
cados no programa básico de ocupação e de intervenções.

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§ 2º Para as áreas objeto de operação urbana consorciada, poderão ser


adotados coeficientes de aproveitamento máximo superiores aos determina-
dos nos Anexos V e VI.
Art. 185. A lei específica da operação urbana consorciada poderá prever
a emissão, pelo Distrito Federal, de quantidade determinada de Certificados
de Potencial Adicional de Construção – CEPACs.
§ 1º Os CEPACs poderão ser alienados em leilão ou empregados direta-
mente no pagamento das obras e serviços necessários à própria operação,
podendo também ser ofertados como garantia para obtenção de financiamen-
tos para implementação da operação.
§ 2º O direito de construir será convertido em CEPACs nas áreas objeto
da operação, podendo ser livremente negociados apenas nas referidas áreas.
§ 3º A lei deverá, igualmente, estabelecer:
I – a quantidade de CEPACs a ser emitida, obrigatoriamente proporcional
ao estoque de potencial construtivo adicional previsto para a operação;
II – o valor mínimo do CEPAC;
III – o método do cálculo das contrapartidas;
IV – as formas de conversão e equivalência dos CEPACs em metros qua-
drados de potencial construtivo adicional e em metros quadrados de altera-
ção de uso.
§ 4º O Poder Executivo, no prazo de 1 (um) ano, regulamentará todas as
operações relativas aos CEPACs.
Art. 186. A operação urbana consorciada poderá ser aplicada:
I – nas áreas constantes da Estratégia de Dinamização de Espaços Urbanos;
II – nas áreas constantes da Estratégia de Revitalização de Conjun-
tos Urbanos;
III – nas áreas constantes da Estratégia de Implantação de Polos Multi-
funcionais.

342
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Seção VIII
Da Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia

Art. 187. A concessão de uso especial para fins de moradia é a forma de


garantir posse e moradia à população de baixa renda que reside em imóvel
público urbano, por meio da via administrativa, perante o órgão competente
da Administração Pública.
Parágrafo único. Em caso de omissão ou recusa da Administração Pública,
a concessão será obtida por meio de sentença judicial.
Art. 188. São requisitos essenciais e simultâneos para a concessão de uso
especial para fins de moradia individual:
I – o imóvel público a ser adquirido não pode exceder 250m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados);
II – o imóvel deve estar situado em área urbana;
III – o imóvel público deve ter sido ocupado para fins de moradia, sem
oposição, pelo prazo ininterrupto de 5 (cinco) anos, até 30 de junho de 2001;
IV – o ocupante não pode possuir outro imóvel urbano ou rural.
Art. 189. São requisitos essenciais e simultâneos para a concessão de uso
especial para fins de moradia coletiva:
I – o imóvel público a ser adquirido coletivamente deve ser maior que
250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados);
II – o imóvel deve estar situado em área urbana;
III – o imóvel público deve ter sido ocupado para fins de moradia por po-
pulação de baixa renda, que o tenha utilizado para sua moradia ou de sua
família, sem oposição, pelo prazo ininterrupto de 5 (cinco) anos, até 30 de
junho de 2001;
IV – os ocupantes não podem possuir outro imóvel urbano ou rural.
Art. 190. A concessão de uso especial para fins de moradia individual ou
coletiva não será reconhecida ao mesmo concessionário mais de uma vez.

343
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Parágrafo único. No caso da emissão da concessão de uso especial para


fins de moradia na modalidade coletiva, cada morador da área ocupada rece-
berá uma fração ideal, ou seja, uma parcela da área de dimensões semelhan-
tes às da parcela dos demais ocupantes.
Art. 191. Não serão passíveis de concessão de uso especial para fins de
moradia as áreas que apresentem risco para a segurança da população ou
risco ambiental. Parágrafo único. São consideradas áreas de risco para fins
desta Lei Complementar:
I – áreas cujas características geológicas e topográficas apresentem risco
para o morador, como instabilidade geotécnica relacionada a deslizamento,
ruptura de maciço e erosão, ou risco de incêndio, impactos pós-incêndio e
risco de inundação;
II – áreas cuja degradação possa comprometer os recursos e a qualidade
ambiental da região, representando risco para a coletividade, e não possa ser
equacionada por meio de obras.
Art. 192. A concessão urbanística a que se refere esta seção se regerá,
no que couber, pela Medida Provisória n. 2.220, de 4 de setembro de 2001,
ou por lei federal que a suceder e pelo disposto em lei específica.

Seção IX
Da Concessão de Direito Real de Uso

Art. 193. A concessão de direito real de uso é um instrumento aplicável


a terrenos públicos ou particulares, para fins de regularização fundiária de
interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra,
aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tra-
dicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse
social, e permite ao Poder Público legalizar esses usos nos espaços públicos.
Art. 194. A concessão de direito real de uso constituirá título de aceitação
obrigatória em garantia de contratos de financiamentos habitacionais, nos
termos do que determina o art. 48, II, do Estatuto da Cidade.

344
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Parágrafo único. No caso de programas e projetos habitacionais de inte-


resse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública
com atuação específica nessa área, a concessão de direito real de uso de
imóveis públicos poderá ser contratada coletivamente.
Art. 195. Os recursos arrecadados deverão ser destinados ao FUNDURB.

Seção X
Do Usucapião Urbano Individual ou Coletivo

Art. 196. O usucapião urbano individual ou coletivo é o instrumento pre-


visto para a regularização fundiária de áreas urbanas particulares ocupadas
para fins de moradia, por meio de ações judiciais.
Parágrafo único. O reconhecimento da propriedade, nos termos desse ins-
tituto, será realizado apenas uma vez ao mesmo possuidor e depende de
sentença judicial.
Art. 197. São requisitos essenciais e simultâneos para o usucapião
individual:
I – a área ou a edificação a ser adquirida não pode exceder 250m² (du-
zentos e cinquenta metros quadrados);
II – a área deve estar ocupada para fins de moradia, sem oposição e pelo
prazo ininterrupto de 5 (cinco) anos;
III – o ocupante não pode possuir outro imóvel urbano ou rural.
Art. 198. São requisitos essenciais e simultâneos para o usucapião coletivo:
I – a área a ser adquirida coletivamente deve ser maior que 250m² (du-
zentos e cinquenta metros quadrados);
II – a área deve estar ocupada por população de baixa renda, que a utilize
para sua moradia ou de sua família, pelo prazo ininterrupto de 5 (cinco) anos
e sem oposição;
III – os ocupantes não podem possuir outro imóvel urbano ou rural.

345
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Seção XI
Da Compensação Urbanística

Art. 199. Compensação urbanística é o instrumento que possibilita a re-


gularização e o licenciamento de empreendimentos executados em desacordo
com os índices e parâmetros urbanísticos estabelecidos na legislação median-
te indenização pecuniária ao Estado. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)
§ 1º A compensação urbanística será objeto de lei específica. (Parágrafo
renumerado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

Seção XII
Do Urbanizador Social

Seção XIII
Do Estudo de Impacto de Vizinhança (Legislação correlata - Lei n. 5022
de 04/02/2013) (Legislação Correlata - Lei n. 6744 de 07/12/2020)

Art. 204. O Distrito Federal se valerá do Estudo de Impacto de Vizinhan-


ça – EIV como instrumento de subsídio à análise de pedidos de aprovação de
projetos públicos ou privados dependentes de autorização ou licença urbanís-
tica e ambiental no seu território, em área urbana ou rural.
Parágrafo único. O EIV contemplará os efeitos positivos e negativos do
projeto quanto à qualidade de vida da população residente na área e em suas
proximidades, incluindo, no mínimo, a análise das seguintes questões:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

346
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Art. 205. Caberá a lei distrital específica definir os tipos de empreendi-


mento e atividade que impliquem avaliação dos projetos por meio de EIV
para fins de obtenção de autorização ou licença de construção, ampliação ou
funcionamento.
Parágrafo único. A lei de que trata o caput estabelecerá os demais casos
em que o EIV poderá ser utilizado como instrumento de avaliação de impacto
de projetos para fins de autorização ou licenciamento de natureza urbanísti-
ca, ambiental ou edilícia, entre eles:
I – parcelamentos de solo, condomínios urbanísticos e projetos urbanísti-
cos com diretrizes especiais;
II – hipóteses de alteração de uso e de potencial construtivo;
III – operação urbana consorciada;
IV – outros projetos ou situações em que haja interesse público em verifi-
car ocorrência de impactos significativos sobre a qualidade de vida da popu-
lação e sua compatibilidade com o meio.
Art. 206. A lei específica disporá sobre as bases de aplicação do EIV, dis-
ciplinando sobre:
I – condições de exigibilidade, observados critérios de porte, natureza e
localização;
II – conteúdo, forma de execução e responsabilidade pela elaboração do
instrumento, bem como os procedimentos administrativos e os órgãos res-
ponsáveis pela sua análise e aprovação;
III – casos e formas de realização de audiência pública obrigatória ou de
consulta à população que reside, trabalha ou detém propriedade na área de
influência do projeto;
IV – possibilidades, critérios e parâmetros para tratamento das transfor-
mações urbanísticas e ambientais induzidas pelo projeto, como medidas de
mitigação, compensação dos impactos gerados e contrapartidas;
V – outras disposições necessárias para dar efetividade à aplicação do
instrumento.

347
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Art. 207. O EIV não substitui nem dispensa a elaboração e a aprovação do


EIA/RIMA, requeridas nos termos da legislação ambiental aplicável.
Parágrafo único. O EIA/RIMA substitui a exigência de EIV, incorporando os
aspectos urbanísticos deste, conforme dispuser a lei específica de que trata o
art. 206 desta Lei Complementar.
Art. 208. Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV,
que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente, por qualquer
interessado.

CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA

Art. 209. A gestão democrática do Distrito Federal se dará mediante os


seguintes instrumentos:
I – debates;
II – consultas públicas;
III – audiência pública;
IV – Conferência Distrital das Cidades;
V – plebiscito;
VI – referendo;
VII – órgãos colegiados;
VIII – programas e projetos de desenvolvimento territorial e urbano de
iniciativa popular.
Art. 210. Poderão ser realizados debates e consultas públicas durante o
processo de elaboração de estudos e projetos urbanísticos, como forma de
garantir a gestão democrática do território do Distrito Federal.
Art. 211. O Distrito Federal, para efeito desta Lei Complementar, realizará
audiências públicas nos seguintes casos:
I – elaboração e revisão do PDOT, dos Planos de Desenvolvimento Locais
e do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília;

348
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II – elaboração e revisão do Plano Diretor de Transporte Urbano do Distri-


to Federal;
III – desafetação de áreas públicas;
IV – apreciação de Estudos de Impacto de Vizinhança;
V – os especificados nos Planos de Desenvolvimento Locais e no Plano de
Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília;
VI – naqueles estabelecidos nos arts. 289 e 362 da Lei Orgânica do Dis-
trito Federal.
§ 1º A audiência pública será convocada com antecedência mínima de
trinta dias, por meio de edital publicado por três dias consecutivos em órgão
de comunicação oficial e em pelo menos dois jornais de circulação em todo o
território do Distrito Federal.
§ 2º Todos os documentos relativos ao tema da audiência pública, tais
como estudos, mapas, planilhas e projetos, serão disponibilizados à consulta
pública com antecedência mínima de trinta dias da realização da respectiva
audiência pública.
Art. 212. O plebiscito e o referendo serão convocados nos casos previstos
na legislação federal e na Lei Orgânica do Distrito Federal.

TÍTULO V
DA GESTÃO DO PLANEJAMENTO TERRITORIAL E URBANO

CAPÍTULO I
DA CONCEITUAÇÃO, FINALIDADE E ABRANGÊNCIA

Art. 213. O processo de planejamento e gestão do desenvolvimento ter-


ritorial se dará por meio do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do
Distrito Federal – SISPLAN, estruturado em órgãos e colegiados institucionais.

349
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Art. 214. O SISPLAN, em consonância com o disposto na Lei Orgânica do


Distrito Federal, tem por finalidade básica a promoção do desenvolvimento do
território com vistas à melhoria da qualidade de vida da população e ao equilí-
brio ecológico do Distrito Federal, mediante a promoção de ações voltadas para:
I – elaboração, acompanhamento permanente e fiscalização do PDOT, da
Lei de Uso e Ocupação do Solo, do Plano de Preservação do Conjunto Urba-
nístico de Brasília e dos Planos de Desenvolvimento Locais;
II – permanente articulação e compatibilização entre as diversas políticas
setoriais e o ordenamento territorial;
III – garantia da compatibilidade entre os instrumentos que compõem
o planejamento governamental – o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Or-
çamentárias, o Orçamento Anual, o Plano de Desenvolvimento Econômico e
Social — e as diretrizes fixadas pelo PDOT, pelos Planos de Desenvolvimento
Locais e pelo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília;
IV – cooperação e articulação das ações públicas e privadas no território
do Distrito Federal e seus municípios limítrofes;
V – aperfeiçoamento e modernização do instrumental técnico e legal e dos
procedimentos administrativos, objetivando-se maior eficácia na execução da
política de ordenamento territorial, urbano e ambiental;
VI – articulação e cooperação entre o Distrito Federal e os Estados de
Goiás e Minas Gerais para o encaminhamento de ações integradas com os
municípios limítrofes do Distrito Federal, no que se refere às questões de or-
denamento territorial;
VII – fiscalização e acompanhamento da ocupação territorial e da gestão
no Distrito Federal, de forma permanente, contínua e integrada;
VIII – garantia da aplicação dos instrumentos de política urbana;
IX – promoção da participação da sociedade por meio de organizações
representativas no ordenamento e na gestão territorial.
Art. 215. O SISPLAN atuará nos seguintes níveis:
I – formulação de políticas, estratégias, programas e ações coordenadas;
II – gerenciamento e atualização dos instrumentos que o compõem;

350
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III – fiscalização, controle e monitoramento do uso e da ocupação do par-


celamento do solo e da aplicação da legislação urbanística no território do
Distrito Federal;
IV – promoção do controle, monitoramento, avaliação e aperfeiçoamento
da gestão urbana, realizada por meio do licenciamento urbanístico e ambien-
tal e da fiscalização exercida pelos órgãos competentes.
Art. 216. Compõem o SISPLAN:
I – como órgãos colegiados superiores:

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA E DAS ATRIBUIÇÕES DOS SEUS COMPONENTES

a) o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal


– Conplan;
b) o Conselho de Meio Ambiente do Distrito Federal – CONAM;
c) o Conselho de Recursos Hídricos do Distrito Federal – CRH;
d) o Conselho de Desenvolvimento Rural do Distrito Federal – CDR;
e) o Conselho de Habitação;
f) o Conselho de Transporte Público Coletivo do Distrito Federal – CTPC;
II – como órgãos colegiados regionais e locais:
a) os Conselhos das Unidades de Planejamento Territorial – CUP;
b) os Conselhos Locais de Planejamento Territorial e Urbano – CLP;
c) as Comissões de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA;
d) os Conselhos Gestores das Unidades de Conservação;
e) os Comitês de Bacias Hidrográficas;
f) os Conselhos Locais de Desenvolvimento Rural;
III – como órgãos executivos centrais:
a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação – SE-
DHAB; (Alínea alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
a) o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal
– Brasília Ambiental;

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b) a Secretaria de Estado de Agricultura;


a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH;
(Alínea alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
c) a Secretaria de Estado de Transportes;
IV – como órgãos executivos setoriais, as entidades da Administração Dire-
ta e Indireta do Distrito Federal que colaboram com o ordenamento territorial;
V – como órgãos executivos locais, as Administrações Regionais.
§ 1º Ato próprio do Poder Executivo regulamentará as competências, a au-
tonomia de participação e a forma de articular os órgãos colegiados no SIS-
PLAN, incluídos composição e processo de escolha de seus representantes.
§ 2º O Poder Executivo promoverá a adequação de sua estrutura adminis-
trativa para garantir o funcionamento do SISPLAN.
§ 3º Fica garantida a participação dos órgãos colegiados superiores do
SISPLAN no CONPLAN.
Art. 217. Integram o SISPLAN o Sistema de Informação Territorial e Ur-
bana do Distrito Federal – SITURB, o Sistema Cartográfico do Distrito Federal
– SICAD e o Sistema de Informações sobre os Recursos Hídricos do Distri-
to Federal.

Seção I
Do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano
do Distrito Federal

Art. 218. O CONPLAN é o órgão colegiado superior do SISPLAN, com


função consultiva e deliberativa de auxiliar a Administração na formulação,
análise, acompanhamento e atualização das diretrizes e dos instrumentos de
implementação da política territorial e urbana.
§ 1º A SEDHAB exercerá a função de Secretaria Executiva do CONPLAN.
(Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 2º O CONPLAN poderá ser assistido por câmaras temáticas para o trata-
mento de assuntos específicos.

352
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§ 3º O CONPLAN será presidido pelo Governador do Distrito Federal.


§ 4º Ato próprio do Poder Executivo regulamentará a composição e a for-
ma de escolha dos representantes do Poder Público e da sociedade civil para
o CONPLAN.
Art. 219. Compete ao CONPLAN:
I – aprovar a proposta da política de ordenamento territorial e urbano do
Distrito Federal;
II – aprovar a proposta de revisão ou alterações do PDOT;
III – aprovar a proposta da Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Fe-
deral e suas respectivas alterações;
IV – aprovar as propostas dos Planos de Desenvolvimento Locais das Uni-
dades de Planejamento Territorial e do Plano de Preservação do Conjunto
Urbanístico de Brasília e suas respectivas revisões e alterações;
V – (VETADO);
VI – acompanhar a implementação do PDOT, dos Planos de Desenvolvi-
mento Locais das Unidades de Planejamento Territorial e do Plano de Preser-
vação do Conjunto Urbanístico de Brasília;
VII – deliberar sobre questões relacionadas ao uso e à ocupação do solo,
inclusive quando solicitado pelos Conselhos das Unidades de Planejamento
Territorial;
VIII – deliberar sobre proposta de parcelamento do solo urbano;
IX – analisar e deliberar, no âmbito da competência do Poder Executivo,
sobre os casos omissos no PDOT, nos Planos de Desenvolvimento Locais, no
Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, na Lei de Uso e
Ocupação do Solo, no Código de Edificações, no Código de Posturas e na Lei
de Parcelamento do Solo Urbano;
X – analisar e manifestar-se sobre propostas de alteração dos limites ou
criação de novas Regiões Administrativas;

353
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XI – supervisionar a ação de fiscalização e acompanhamento da ocupa-


ção territorial do Distrito Federal, bem como a aplicação e o cumprimento
das políticas, planos, objetivos e diretrizes de ordenação do território dispos-
tos na legislação pertinente, em regulamentação e em normas derivadas ou
correlatas;
XII – apreciar os projetos de arquitetura e de reforma dos edifícios e mo-
numentos tombados isoladamente e dos localizados no Eixo Monumental,
previamente à sua aprovação pelas Administrações Regionais;
XIII – (VETADO);
XIV – analisar e deliberar sobre ações, intervenções e outras iniciativas
que direta ou indiretamente estejam relacionadas ao uso e à ocupação do
solo na área do Conjunto Urbanístico Tombado de Brasília;
XV – analisar e deliberar sobre casos omissos na legislação de preservação
do Conjunto Urbanístico Tombado de Brasília;
XVI – criar e dissolver câmaras temáticas;
XVII – elaborar e aprovar seu regimento interno.

Seção II
Dos Conselhos das Unidades de Planejamento Territorial
do Distrito Federal

Art. 220. Os Conselhos das Unidades de Planejamento Territorial do Dis-


trito Federal – CUP são os órgãos colegiados auxiliares do SISPLAN nas dis-
cussões, análises e acompanhamento das questões relativas ao ordenamento
e à gestão territorial, constituídos para cada Unidade de Planejamento Terri-
torial definida nesta Lei Complementar.
§ 1º A Coordenadoria das Cidades da Secretaria de Estado de Governo
assistirá os CUPs na qualidade de secretaria executiva.
§ 2º Ato próprio do Poder Executivo regulamentará a composição e a
forma de escolha dos representantes do Poder Público e da sociedade civil
para os CUPs.

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§ 3º Cada CUP será presidido por um dos administradores regionais das


Regiões Administrativas que compõem a Unidade de Planejamento Territorial.
Art. 221. Compete aos CUPs:
I – promover a participação da sociedade na gestão e no ordenamento
territorial da sua respectiva Unidade de Planejamento Territorial;
II – subsidiar a elaboração, a revisão e a implementação dos respectivos
Planos de Desenvolvimento Locais e, no caso do Conselho da Unidade de
Planejamento Territorial Central, do Plano de Preservação do Conjunto Urba-
nístico de Brasília;
III – indicar, para o órgão central do SISPLAN, as prioridades quanto aos
projetos e metas da respectiva Unidade de Planejamento Territorial, para
inserção no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei do
Orçamento Anual;
IV – acompanhar a aplicação dos instrumentos de política urbana utiliza-
dos na área de sua respectiva Unidade de Planejamento Territorial;
V – apreciar as proposições encaminhadas pelos Conselhos Locais de Pla-
nejamento Territorial e Urbano das Administrações Regionais sobre as ques-
tões relativas à gestão territorial de suas respectivas Regiões Administrativas;
– comunicar à SEDHAB, na qualidade de órgão central do SISPLAN, quais-
quer irregularidades detectadas quanto ao uso e à ocupação do solo na res-
pectiva Unidade de Planejamento Territorial; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
VI – elaborar e aprovar seu regimento interno.
Art. 222. Os Conselhos de Unidades de Planejamento Territorial devem
manter articulação com o CONPLAN, comunicando-lhe as proposições elabo-
radas no âmbito de suas competências.

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Seção III
Dos Conselhos Locais de Planejamento Territorial e Urbano

Art. 223. Os Conselhos Locais de Planejamento Territorial e Urbano – CLP,


de cada Região Administrativa, têm por objetivo auxiliar as respectivas Ad-
ministrações Regionais emdiscussões, análises e acompanhamento das ques-
tões relativas ao ordenamento e à gestão territorial.
§ 1º Ato próprio do Poder Executivo regulamentará a composição e a
forma de escolha dos representantes do Poder Público e da sociedade civil
para os CLPs.
§ 2º Cada CLP será assistido pelo setor de planejamento da Administração
Regional, funcionando como sua Secretaria Executiva.
Art. 224. Compete aos CLPs das Regiões Administrativas:
I – subsidiar a elaboração, a revisão e o monitoramento do Plano de De-
senvolvimento Local;
II – atuar na identificação das necessidades de alterações no Código de
Edificações, na legislação de uso e ocupação do solo, nos índices urbanísticos e
em outros instrumentos complementares à execução da política urbana local;
III – apontar as prioridades da Região Administrativa na aplicação de re-
cursos quanto a projetos e metas a serem submetidos ao respectivo Conselho
da Unidade de Planejamento Territorial;
IV – elaborar e aprovar seu regimento interno.
Art. 225. Os CLPs manterão articulação com o Conselho da respectiva
Unidade de Planejamento Territorial, devendo comunicar-lhe todas as propo-
sições no âmbito de suas competências.

Seção IV
Dos Demais Componentes do SISPLAN

Art. 226. Compete à SEDHAB, como órgão central do SISPLAN: (Artigo


alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

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I – propor a política de ordenamento territorial e urbano do Distrito Federal;


II – coordenar a elaboração e as revisões do PDOT, do Plano de Preserva-
ção do Conjunto Urbanístico de Brasília, da Lei de Uso e Ocupação do Solo,
dos Planos de Desenvolvimento Locais e demais legislação urbanística;
III – articular as políticas dos órgãos governamentais responsáveis pelo
planejamento e pela gestão territorial do Distrito Federal;
IV – estruturar, promover e implantar o controle, o monitoramento e a
avaliação da gestão urbana, realizados por meio do licenciamento urbanísti-
co e edilício e da fiscalização, sem prejuízo do exercício do controle inerente
aos respectivos órgãos competentes, de modo a evitar riscos de distorção do
planejamento e subsidiar novas ações para cumprimento de suas finalidades;
V – sugerir a adequação das políticas dos órgãos e entidades integrantes
da estrutura administrativa do Distrito Federal, inclusive concessionárias de
serviços públicos, ao estabelecido por este Plano Diretor;
VI – monitorar e fiscalizar o cumprimento das normas referentes ao orde-
namento territorial e urbano do Distrito Federal, comunicando o órgão com-
petente para adoção das medidas necessárias;
VII – coordenar as atividades dos órgãos membros do SISPLAN, no que se
refere às questões de ordenamento territorial e urbano;
VIII – assessorar o CONPLAN, apoiando-o técnica e administrativamente;
IX – assegurar a compatibilidade entre os instrumentos que compõem
o planejamento governamental – Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orça-
mentárias, Orçamento Anual, Plano de Desenvolvimento Econômico e Social,
zoneamentos e planos de manejo das Unidades de Conservação e Plano Di-
retor de Transporte Urbano do Distrito Federal – e as diretrizes fixadas pelo
PDOT, pelos Planos de Desenvolvimento Locais e pelo Plano de Preservação
do Conjunto Urbanístico de Brasília, fazendo as necessárias comunicações aos
órgãos executivos, superiores e auxiliares do SISPLAN.
Art. 227. Compete à SEDHAB, como órgão executivo do SISPLAN: (Artigo
alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

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I – participar da elaboração da política de ordenamento territorial e urba-


no do Distrito Federal;
II – elaborar e propor as revisões do PDOT e dos Planos de Desenvolvi-
mento Locais;
III – elaborar e propor as revisões do Plano de Preservação do Conjunto
Urbanístico de Brasília e da Lei de Uso e Ocupação do Solo;
IV – executar, em conjunto com os demais órgãos, a política e as diretrizes
de desenvolvimento territorial e urbano;
V – executar, acompanhar e avaliar o controle e o monitoramento da gestão
urbana concernentes ao licenciamento urbanístico e edilício e à fiscalização
correspondente, mediante a realização de levantamentos, acompanhamen-
tos, vistorias, inspeções, auditoria urbanística e outras formas de atuação
para alcance dos objetivos definidos em plano específico;
VI – elaborar, apreciar e encaminhar propostas de alteração da legis-
lação urbanística e edilícia, inclusive do código de edificações e do código
de posturas;
VII – acompanhar a elaboração do orçamento anual do Distrito Federal,
do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes Orçamentárias, objetivando a com-
patibilidade com o PDOT, com os Planos de Desenvolvimento Locais e com o
Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília;
VIII – adotar medidas que assegurem a preservação do Conjunto Urbanís-
tico de Brasília;
IX – propor a adoção de mecanismos de cooperação entre o Distrito Fede-
ral, a União, Estados e Municípios, para o desenvolvimento territorial urbano;
X – promover o processo de captação de recursos para o financiamento
das políticas de ordenamento territorial e de desenvolvimento urbano.
Art. 228. Compete aos órgãos setoriais do SISPLAN:
I – propor políticas referentes a sua área de competência articuladas com
as diretrizes de ordenamento territorial e urbano do Distrito Federal definidas
nesta Lei Complementar;

358
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

II – cooperar na elaboração de políticas, programas e projetos de ordena-


mento territorial e gestão urbana referentes a sua área de atuação.
Art. 229. Compete a cada Administração Regional, como órgão local
do SISPLAN:
I – participar da elaboração e das revisões dos Planos de Desenvolvimen-
to Locais e do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, em
conjunto com o órgão executivo do SISPLAN, observada a Unidade de Plane-
jamento Territorial a que pertença;
II – sugerir ao órgão central do SISPLAN propostas de alteração da legis-
lação urbanística e edilícia;
III – monitorar e fiscalizar, sem prejuízo da atuação de outros órgãos, o
uso e a ocupação do solo estabelecidos neste Plano Diretor, nos Planos de
Desenvolvimento Locais, no Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de
Brasília e demais legislação pertinente;
IV – inserir no orçamento anual da respectiva Região Administrativa previ-
são de recursos necessários à implementação deste Plano Diretor, dos Planos
de Desenvolvimento Locais e do Plano de Preservação do Conjunto Urbanís-
tico de Brasília, bem como do Sistema de Informação Territorial e Urbana do
Distrito Federal – SITURB;
V – atualizar, periodicamente, as informações relativas aos imóveis, es-
pecialmente no que se refere aos lotes, glebas e projeções não utilizados,
não edificados e subutilizados inseridos na Macrozona Urbana, isoladamente
ou em conjunto com outros órgãos públicos; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
VI – encaminhar ao SITURB as informações de que trata o inciso V, as
quais serão incorporadas em cadastro imobiliário, base do Cadastro Territorial
Multifinalitário do Distrito Federal; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Comple-
mentar n. 854 de 15/10/2012)

359
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

VII – fornecer à SEDHAB, independentemente da periodicidade que vier


a ser estabelecida em norma própria, cópia dos instrumentos de controle ur-
banístico e dos atos administrativos de gestão relacionados ao licenciamento
urbanístico e edilício, bem como vista dos processos administrativos solici-
tados, entre outros documentos, dados e informações necessárias para dar
efetividade à alimentação e execução do controle e monitoramento da gestão
urbana. (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

CAPÍTULO III
DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO TERRITORIAL E URBANA
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 230. O Sistema de Informação Territorial e Urbana do Distrito Federal


– SITURB integra o SISPLAN.
Art. 231. O SITURB tratará das informações referentes aos aspectos re-
gionais, microrregionais, físico-naturais, socioeconômicos e ao uso e à ocupa-
ção do solo, conforme o disposto na Lei Orgânica do Distrito Federal.
Art. 232. O SITURB tem como órgão central a SEDHAB e como órgãos
setoriais os órgãos e as entidades integrantes da Administração do Distrito
Federal e outras entidades públicas ou privadas que produzam informações
de interesse para planejamento, ordenamento e gestão territorial e urbana.
(Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 233. O SITURB tem por objetivos:
I – produzir, coletar, organizar e disseminar informações sobre o território
e sua população;
II – colocar à disposição dos órgãos setoriais e de todos os cidadãos as
informações de interesse público, possibilitando consultas a documentos, re-
latórios técnicos e demais estudos formulados pelos órgãos do SISPLAN; (In-
ciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
III – oferecer subsídios e apoio ao SISPLAN e ao processo de decisão das
ações governamentais;

360
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

IV – manter controle permanente dos imóveis não utilizados, não edifica-


dos ou subutilizados nas zonas urbanas do Distrito Federal.
Art. 234. Compete à SEDHAB, como órgão central do SITURB: (Artigo
alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
I – coordenar as ações, visando à implantação e à implementação
do Sistema;
II – propor normas e definir padrões que garantam o fluxo e a compatibi-
lidade das informações entre os integrantes do Sistema;
III – incorporar ao Sistema as informações produzidas pelos órgãos
setoriais;
IV – disponibilizar para a sociedade e para os órgãos setoriais as informa-
ções constantes do Sistema.
V – manter e coordenar ações para a implementação do Cadastro Territo-
rial Multifinalitário – CTM do Distrito Federal, sendo que: (Inciso acrescido(a)
pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
a) o CTM do Distrito Federal será implementado observando-se as dire-
trizes estabelecidas pela Portaria do Ministério das Cidades n. 511, de 7 de
dezembro de 2009, e é instrumento de responsabilidade do órgão de plane-
jamento territorial; (Alínea acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
b) o cadastro imobiliário base do CTM do Distrito Federal é aquele utiliza-
do para a geração dos impostos territoriais; (Alínea acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
c) o CTM do Distrito Federal será regulamentado no prazo de cento e vinte
dias após a publicação desta Lei Complementar. (Alínea acrescido(a) pelo(a)
Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 235. As despesas decorrentes da implantação e da operação do SI-
TURB serão suportadas por dotação orçamentária específica a ser alocada em
seu órgão central.

361
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Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

§ 1º As despesas de cada órgão setorial com captação e atualização de in-


formações serão suportadas por dotação orçamentária específica. (Parágrafo
renumerado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 236. As bases de dados físico-espaciais, demográficas e socioeconô-
micas existentes no Distrito Federal integram o SlTURB.
Art. 237. Os agentes públicos e privados ficam obrigados a fornecer os
dados e as informações necessários ao SITURB.
Art. 238. As informações consideradas de relevante interesse para a co-
letividade constantes do SITURB serão disponibilizadas na Internet.
Art. 239. Os agentes públicos do âmbito federal e estadual e os agentes
privados poderão participar do SITURB, mediante acordos ou convênios ope-
racionais, como usuários e fornecedores de informação.
Art. 240. Os demais sistemas de informação existentes ou a serem cria-
dos no Distrito Federal deverão ser compatíveis com os padrões adotados
pelo SITURB.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA CARTOGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL

Art. 241. O Sistema Cartográfico do Distrito Federal – SICAD é a base


cartográfica única para os projetos físico-territoriais, constituindo a referência
oficial obrigatória para os trabalhos de topografia, cartografia, demarcação,
estudos, projetos urbanísticos, controle e monitoramento do uso e da ocupa-
ção do solo do Distrito Federal.
Parágrafo único. O SICAD será permanentemente atualizado e será mantido
pela SEDHAB, com a cooperação dos órgãos setoriais integrantes do SITURB.
(Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 242. Quaisquer órgãos ou entidades públicas pertencentes à Admi-
nistração do Distrito Federal, inclusive concessionárias de serviços públicos,
que realizarem levantamentos aerofotogramétricos no território do Distrito

362
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Federal ficam obrigados a disponibilizá-los para o SITURB, podendo os demais


órgãos e entidades públicas ou privadas, caso assim o desejem, fornecer ao
órgão central do SITURB os estudos ou levantamentos que realizarem.
Art. 243. Deverá ser prevista dotação orçamentária específica para ga-
rantir a atualização periódica do SICAD.

CAPÍTULO V
DO CONTROLE E MONITORAMENTO DO PARCELAMENTO, DO USO,
DA OCUPAÇÃO E DA GESTÃO URBANA E TERRITORIAL

Art. 244. A SEDHAB é responsável pelo controle e pelo monitoramento


do uso e da ocupação do solo e da gestão urbana no Distrito Federal, bem
como pela sistematização e divulgação dos dados e das informações recebi-
das dos órgãos setoriais. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
Art. 245. A fiscalização, o controle, o monitoramento e a avaliação do
território do Distrito Federal se darão mediante planos, programas, mecanis-
mos e ações destinados a avaliar instrumentos de planejamento, de controle
e de gestão urbanos, visando a aferições que levem ao aperfeiçoamento e à
melhoria contínua da ação do Poder Público na formulação e na execução das
políticas destinadas à ordenação do território e à realização do desenvolvi-
mento socioespacial na forma planejada.
Parágrafo único. Na realização das atividades de que trata o caput, a SE-
DHAB atuará, no que couber, em regime de cooperação e parceria com os
demais órgãos e entidades integrantes do SISPLAN, bem assim com as uni-
dades de governo responsáveis pelas áreas de planejamento, meio ambiente
e fiscalização. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)

363
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Art. 246. Constituem temas de fiscalização, controle, monitoramento e


avaliação relacionados à execução dos instrumentos de planejamento, con-
trole e gestão previstos neste Plano Diretor para acompanhamento, entre
outros que vierem a ser estabelecidos em normas legais dele derivadas ou a
ele relacionadas:
I – uso, ocupação e parcelamento do solo e aplicação da legislação urba-
nística em todo o território;
II – acompanhamento permanente da ocupação e das tendências de cres-
cimento do Distrito Federal;
III – monitoramento e avaliação da aplicação dos instrumentos de política
urbana previstos nas áreas discriminadas nesta Lei Complementar, principal-
mente os referentes a densidades e coeficientes de aproveitamento, e tam-
bém dos instrumentos jurídicos, tributários e financeiros, sobretudo:
a) imposto predial e territorial urbano, inclusive progressivo no tempo;
b) desapropriação, desafetação ou doação;
c) tombamento de bens ou de conjuntos urbanos;
d) concessão de uso e concessão de direito real de uso;
e) concessão de uso especial para fins de moradia;
f) outorga onerosa do direito de construir e outorga onerosa de altera-
ção de uso;
g) transferência do direito de construir;
IV – controle técnico, monitoramento e avaliação dos instrumentos de con-
trole urbanístico e dos respectivos atos administrativos da gestão urbana relacio-
nados ao licenciamento, à autorização do Poder Público e aos atos de fiscalização
competente, bem como da aplicação e do cumprimento das leis, regulamentos,
normas e instruções relacionados ao ordenamento territorial e urbano.
Art. 247. O monitoramento integrado do território do Distrito Federal será
implementado por meio do acompanhamento permanente das tendências de
crescimento e ocupação pelos órgãos do Distrito Federal integrantes do SIS-
PLAN, bem como pelos demais órgãos responsáveis pelas áreas de planeja-
mento, meio ambiente e fiscalização.

364
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Art. 248. As informações referentes ao monitoramento territorial deverão


ser periodicamente encaminhadas à SEDHAB pelos órgãos setoriais, auxilia-
res e locais integrantes do SISPLAN, com vistas à alimentação do SITURB e às
demais providências cabíveis. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar
n. 854 de 15/10/2012)
§ 1º As Administrações Regionais deverão fornecer informações relativas
à aplicação dos instrumentos de política urbana em sua área de jurisdição.
§ 2º As Administrações Regionais deverão encaminhar semestralmente ao
SITURB as informações referentes ao controle permanente dos imóveis não
utilizados, não edificados ou subutilizados inseridos nas zonas urbanas de sua
área de jurisdição.
Art. 249. A fiscalização, o controle e o monitoramento estabelecidos na
forma desta Lei Complementar são de natureza estritamente técnica, urba-
nística e de essência preventiva, visando criar e favorecer condições para
a plena correspondência da atividade construtiva com o planejamento do
espaço territorial, e não eliminam, substituem ou prejudicam os modos de
controle e de fiscalização próprios dos órgãos, entidades e agentes públicos
especialmente competentes para exercer o licenciamento e a fiscalização de
atividades urbanas em suas diferentes áreas de especialização.

TÍTULO VI
DAS PENALIDADES

Art. 250. Toda ação ou omissão que viole as normas previstas neste Plano
Diretor, praticadas por pessoas físicas ou jurídicas, serão punidas com a apli-
cação das seguintes penalidades administrativas, sem prejuízo das sanções
penais previstas na legislação federal:
I – multas;
II – embargo;
III – interdição;
IV – suspensão parcial ou total de atividades;
V – demolição.

365
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Parágrafo único. Também deverá ser punida a autoridade distrital que:


(Parágrafo vetado pelo Governador, mas mantido pela Câmara Legislativa do
Distrito Federal)
I – autorizar ocupações do solo ou exercício de atividades sem a obser-
vância das exigências legais ou em desacordo com as recomendações técni-
cas pertinentes, especialmente sem atendimento aos dispositivos deste Pla-
no Diretor;
II – deixar de aplicar as sanções previstas nesta Lei Complementar;
III – deixar de adotar as providências cabíveis previstas na legislação;
IV – não promover a interdição do empreendimento, quando constatada
a irregularidade;
V – dificultar, impedir, retardar ou inibir, por qualquer meio, a ação fiscali-
zatória dos agentes públicos competentes;
VI – relevar sanção aplicável por descumprimento aos preceitos desta Lei
Complementar.
Art. 251. Todo parcelamento, obra ou edificação, a qualquer tempo, po-
derá ser vistoriado pelo Poder Público, e para esse fim o encarregado da
fiscalização terá imediato ingresso no local, mediante apresentação de sua
identificação funcional.
Art. 252. Verificada qualquer infração às disposições desta Lei Comple-
mentar, será lavrado o competente Auto de Infração e Multa para, no prazo
de 10 (dez) dias corridos, o infrator pagar ou apresentar defesa, sob pena de
confirmação da penalidade imposta.
Parágrafo único. Simultaneamente à imposição de multa, serão lavrados:
I – auto de embargo da obra, atividade ou parcelamento do solo, se
for o caso;
II – intimação para regularização da situação, nos termos da legislação
específica.

366
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Art. 253. Aplicada a multa, não fica o infrator desobrigado do cumpri-


mento das exigências que a houverem determinado, nem estará isento das
obrigações de reparar o dano resultante da infração.
Art. 254. As multas não pagas nos prazos fixados serão inscritas em dívi-
da ativa e cobradas judicialmente.
Art. 255. O embargo, sem prejuízo das multas e outras penalidades,
determina a paralisação imediata de uma obra ou atividade, quando consta-
tada desobediência às disposições desta Lei Complementar ou aos projetos
aprovados.
Parágrafo único. O embargo será retirado somente quando regularizada a
situação que o motivou.
Art. 256. O parcelamento do solo, o empreendimento ou a atividade po-
derão ser interditados, no todo ou em parte, bem como a edificação correlata
a eles, acarretando- se o impedimento da ocupação ou do funcionamento da
atividade instalada, quando:
I – não tiverem sido objeto de aprovação pelo Poder Público;
II – houver utilização para fim diverso do considerado no projeto e neste
Plano Diretor;
III – houver utilização para fim proibido, em razão do que estabelecem as
normas de uso e ocupação para a zona em que se encontram.
Art. 257. Quando não atendidos o embargo ou a interdição realizados:
I – a obra ou a edificação será demolida, total ou parcialmente;
II – o parcelamento do solo será desconstituído.
Art. 258. São autoridades competentes para lavrar auto de infração e
instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos de fiscalização do
Distrito Federal ou de órgãos ambientais do Distrito Federal designados para
as atividades de fiscalização.
§ 1º Qualquer pessoa, constatando infração às normas deste Plano Di-
retor, poderá dirigir representação às autoridades relacionadas neste artigo,
para efeito do exercício do seu poder de polícia.

367
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§ 2º A autoridade que tiver conhecimento de infração é obrigada a promo-


ver a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob
pena de corresponsabilidade.
§ 3º As infrações são apuradas em processo administrativo próprio, asse-
gurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições
desta Lei Complementar e de sua regulamentação.
Art. 259. Constituem infrações administrativas, independentemente da
aplicação de sanções penais ou cíveis:
I – iniciar, dar continuidade a ou efetuar ocupação ou atividade no solo do
Distrito Federal em desacordo com o determinado por este Plano Diretor;
II – promover construção em solo não edificável ou no seu entorno, assim
considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico,
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida;
III – executar obras em desacordo com as licenças e projetos aprovados.
§ 1º Fica o infrator sujeito a multa de 3% (três por cento) a 10% (dez por
cento) do valor do imóvel, considerado com base na planta de valores imobi-
liários utilizada para cálculo do IPTU.
§ 2º Incidem na mesma sanção administrativa os corresponsáveis, o agri-
mensor, o corretor, o eventual comprador, o vendedor, bem como todo aquele
que de qualquer modo contribuir para a concretização do empreendimento
no Distrito Federal sem autorização do Poder Público ou em desacordo com
as licenças emitidas.
§ 3º Em caso de reincidência, será cominada ao infrator multa de 10%
(dez por cento) a 15% (quinze por cento) do valor do imóvel.
§ 4º Além da pena de multa, os infratores ficarão impedidos de participar
de licitações públicas e de transacionar com entes da Administração Pública
Direta e Indireta do Distrito Federal pelo prazo de 2 (dois) anos.
Art. 260. O valor da arrecadação das multas aplicadas será recolhido
ao FUNDURB.

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Art. 261. Este Capítulo será objeto de regulamentação, que estabelecerá


as normas referentes ao processo administrativo decorrente da aplicação do
auto de infração.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 262. Serão constituídas, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após
a publicação desta Lei Complementar, comissões compostas por representan-
tes do órgão responsável pelo planejamento territorial e urbano do Distrito
Federal, das Administrações Regionais, da Coordenadoria das Cidades, da
Companhia Imobiliária de Brasília
– TERRACAP e do órgão gestor da fiscalização, com as seguintes atribuições:
I – realizar o levantamento dos imóveis que se enquadrarem nas condi-
ções de não edificação, subutilização e não utilização;
II – realizar o levantamento dos imóveis em que deverá ser aplicada a
outorga onerosa do direito de construir;
III – realizar o levantamento dos imóveis em que deverá ser aplicada a
outorga onerosa de alteração de uso;
IV – realizar o levantamento dos imóveis em que deverá ser aplicada a
transferência do direito de construir.
Art. 263. O Plano Diretor de Transporte Urbano do Distrito Federal será
aprovado por lei ordinária, de iniciativa do Governador do Distrito Federal, em
um prazo máximo de 2 (dois) anos após a publicação desta Lei Complementar.
§ 1º O Plano Diretor de Transporte Urbano do Distrito Federal e seu Entor-
no será elaborado pela Secretaria de Estado de Transportes.
§ 2º Este Plano deverá ser revisto no prazo de 5 (cinco) anos.

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Art. 264. O Plano Diretor de Água e Esgotos do Distrito Federal, o Plano


Diretor de Drenagem do Distrito Federal e o Plano Diretor de Resíduos Sólidos
do Distrito Federal, fundamentados neste PDTO e na evolução da ocupação
urbana, deverão ser elaborados no prazo máximo de 2 (dois) anos, contados
da publicação desta Lei Complementar, e atenderão ao seguinte:
I – o Plano Diretor de Água e Esgotos do Distrito Federal será aprovado
pela Agência Reguladora de Águas e Saneamento Ambiental do Distrito Fede-
ral – ADASA/DF;
II – o Plano Diretor de Drenagem do Distrito Federal será aprovado
pela ADASA/DF;
III – o Plano Diretor de Resíduos Sólidos do Distrito Federal será atualiza-
do pelo Serviço de Limpeza Urbana – SLU e aprovado pelo órgão gestor do
desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Federal.
§ 1º Os Planos indicados neste artigo deverão ser revistos a cada 5 (cinco)
anos, para adequação das diretrizes e das soluções neles indicadas.
§ 2º Deverá ser dada a devida publicidade aos Planos Diretores referidos
neste artigo.
§ 3º Os Planos indicados neste artigo deverão ser compatibilizados no Pla-
no de Saneamento do Distrito Federal, a ser aprovado por lei nos termos do
art. 332 da Lei Orgânica do Distrito Federal.
Art. 265. Os Planos de Desenvolvimento Locais e o Plano de Preserva-
ção do Conjunto Urbanístico de Brasília serão elaborados e encaminhados à
Câmara Legislativa do Distrito Federal no prazo de 2 (dois) anos contados
da data de publicação desta Lei Complementar, sendo passíveis de revisão a
cada 5 (cinco) anos.
§ 1º Os Planos Diretores Locais, naquilo que não estiver em desacordo
com este Plano Diretor, terão vigência até a edição dos respectivos Planos de
Desenvolvimento Locais e da Lei de Uso e Ocupação do Solo.
§ 2º Caso os planos previstos no caput não sejam aprovados no prazo es-
tabelecido, prevalece a legislação urbanística em vigor.

370
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Art. 265-A. Nos casos de parcelamento do solo para fins urbanos, de


projetos de regularização, de requalificação urbana e de infraestrutura, o
órgão de planejamento territorial e urbano do Distrito Federal emitirá licen-
ciamento urbanístico. (Artigo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
Parágrafo único. O licenciamento urbanístico de que trata este artigo será
regulamentado por decreto. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complemen-
tar n. 854 de 15/10/2012)
Art. 266. As leis específicas que regulamentarão a outorga onerosa do
direito de construir, a outorga onerosa de alteração de uso e o parcelamento,
a edificação e a utilização compulsórios serão elaboradas pelo Poder Executi-
vo, sob coordenação do órgão gestor do planejamento urbano e territorial do
Distrito Federal, no prazo máximo de 1 (um) ano após a aprovação desta Lei
Complementar.
Parágrafo único. Até a aprovação das leis específicas indicadas no caput,
prevalece a legislação em vigor.
Art. 267. Até a elaboração da Lei de Uso e Ocupação do Solo ou do Plano
de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, poderá ser concedida a
alteração de uso por legislação específica, nos termos do art. 57, parágrafo
único, das Disposições Transitórias da Lei Orgânica do Distrito Federal, com a
redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n. 49, de 2007.
Art. 268. Serão avaliadas as situações vigentes dos estabelecimentos
de ensino para adequação, na forma da lei, das ocupações, dos parâmetros
urbanísticos e do uso do solo para aqueles que sejam considerados passíveis
de regularização pelo órgão gestor do desenvolvimento territorial e urbano
do Distrito Federal.
Art. 269. (Artigo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)

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Art. 270. Serão criados, no prazo máximo de 150 (cento e cinquenta)


dias contados da data de publicação desta Lei Complementar, os Conselhos
das Unidades de Planejamento Territorial, para cada Unidade de Planejamen-
to Territorial, e os Conselhos Locais de Planejamento, para cada Região Admi-
nistrativa do Distrito Federal.
Parágrafo único. Até que se instalem os Conselhos a que se refere este
artigo, caberá ao CONPLAN o exercício das competências atribuídas aos Con-
selhos das demais Unidades e Regiões Administrativas.
Art. 271. O Poder Executivo, no prazo máximo de 90 (noventa) dias da
publicação desta Lei Complementar, encaminhará projeto de lei à Câmara Le-
gislativa, adaptando as normas do FUNDURB ao contido neste Plano Diretor.
Art. 272. Os projetos de lei derivados deste Plano Diretor serão de inicia-
tiva privativa do Poder Executivo, propiciando-se o necessário encadeamento
e coesão indispensáveis ao desenvolvimento do SISPLAN.
Art. 273. Deverá ser celebrado convênio de cooperação técnica com a
União para a preservação dos bens culturais de interesse comum.
Art. 274. As diretrizes orçamentárias, o orçamento anual e o Plano Plu-
rianual deverão incorporar as diretrizes e as prioridades constantes desta Lei
Complementar, nos termos do que determina o art. 40,
§ 1º, da Lei Federal n. 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.
Art. 275. A Tabela de Usos e Atividades do Distrito Federal deverá ser
aprovada, por ato próprio do Poder Executivo, no prazo de 180 (cento e oiten-
ta) dias contados a partir da aprovação desta Lei Complementar.
Parágrafo único. Até a efetivação do disposto no caput, permanece a Ta-
bela de Usos e Atividades vigente.
Art. 276. A Norma Técnica para a implantação de equipamentos públicos
comunitários, a ser aprovada por decreto, deverá ser elaborada no prazo máxi-
mo de 1 (um) ano, contado a partir da publicação desta Lei Complementar, por
equipe multissetorial, coordenada pelo órgão gestor de planejamento urbano e
ambiental do Distrito Federal, devendo ser revisada a cada quatro anos.

372
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a VISA - Vigilância Sanitária
Conhecimentos Específicos Por Especialidade - Obras Edificações E Urbanismo

Art. 277. Fica garantida a continuidade dos projetos de urbanismo apro-


vados pelo Poder Público, até 31 de dezembro de 2005, localizados em Zona
Rural de Uso Controlado I desta Lei Complementar, não sendo a área dos res-
pectivos projetos considerada imóvel rural, nos termos definidos pelo art. 4º,
I, da Lei Federal n. 4.504, de 30 de novembro de 1964 – Estatuto da Terra.
Parágrafo único. Estão contemplados pela disposição do caput os projetos
urbanísticos aprovados localizados nas Chácaras Rurais Euler Paranhos e par-
te do Altiplano Leste, que poderão ter uso urbano.
Art. 278. As glebas com características rurais inseridas em zona urba-
na poderão ser objeto de contrato específico. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012) (Legislação correlata - Decreto n.
31086 de 26/11/2009)
§ 1º Fica assegurada a prioridade na regularização das poligonais defi-
nidas no Decreto n. 32.379, de 26 de outubro de 2010, e na Zona de Con-
tenção Urbana. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
§ 2º As áreas sujeitas ao contrato específico a que se refere o caput não
precisam obedecer ao módulo rural mínimo de 2ha (dois hectares). (Parágra-
fo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 3º O contrato específico a que se refere o caput será permitido na Zona
de Contenção Urbana e, no caso do Conjunto Tombado de Brasília, somente
com a aprovação dos organismos de proteção ao patrimônio arquitetônico,
cultural e histórico. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854
de 15/10/2012)
§ 4º O contrato específico dependerá de prévia anuência do órgão respon-
sável pela política de desenvolvimento territorial e urbano do Distrito Federal
quanto à interferência com projetos urbanísticos e de regularização fundiária.
(Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)

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§ 5º A TERRACAP deverá manter atualizado o cadastro georreferenciado


das áreas objeto de contrato específico e informar à SEDHAB para atualiza-
ção do SITURB. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
§ 6º A Agência de Fiscalização do Distrito Federal – AGEFIS deverá fis-
calizar o uso e a ocupação do solo nas áreas objeto de contrato específico,
sem prejuízo do estabelecido no art. 282. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 7º Na hipótese de o Poder Público vir a alienar as áreas públicas com
características rurais previstas neste artigo que possuam contrato específico,
será garantido o direito de compra diretamente àqueles que sejam ocupantes
e atendam aos critérios estabelecidos no art. 18 da Lei federal n. 12.024, de
27 de agosto de 2009. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n.
854 de 15/10/2012)
Art. 279. Para alcançar os objetivos previstos no art. 278 desta Lei Com-
plementar, a ocupação das glebas deve obedecer às seguintes diretrizes
especiais:
I – consolidar formas de ocupação que promovam a preservação e a recu-
peração ambiental;
II – desenvolver laços comunitários e estimular o interesse comum de
preservação ambiental;
III – preservar ativamente a dimensão bucólica do patrimônio paisagístico
da região;
IV – adotar sistemas agroecológicos para acelerar os processos de recu-
peração ambiental;
V – promover a formação de corredores ecológicos entre as glebas e as
áreas protegidas com o objetivo de constituir e manter habitats e permitir a
movimentação da fauna e o fluxo gênico.

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Art. 280. Para ter direito ao contrato específico, as glebas citadas no


caput do art. 278 devem atender aos seguintes critérios: (Legislação corre-
lata - Decreto n. 31086 de 26/11/2009) (Legislação correlata - Decreto n.
31086 de 26/11/2009)
I – manutenção de suas dimensões originais desde o ano de 1997, em
que foi aprovada a Lei Complementar n. 17, de 28 de janeiro de 1997, com-
provadas mediante análise comparativa da ortofoto referente ao voo de 1997
com a situação atual da ocupação, admitidas provas constantes de processos
administrativos ou judiciais preexistentes e histórico da ocupação;
– ter utilização rural ou ambiental, comprovada por parecer técnico apro-
vado pela Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural – SEAGRI, Se-
cretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH ou enti-
dades públicas autorizadas, respectivamente; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei
Complementar n. 854 de 15/10/2012)
II – (VETADO).
Parágrafo único. O Grupo de Trabalho referido no art. 281 poderá admitir
exceções à exigência contida no inciso I deste artigo, desde que devidamente
justificada por meio de relatório subscrito por pelo menos dois terços de seus
componentes. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
Art. 281. A identificação das glebas que atendam aos critérios definidos
no art. 280 será feita por Grupo de Trabalho a ser instituído pelo Poder Exe-
cutivo, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias.
§ 1º O Grupo de Trabalho referido no caput será composto por represen-
tantes dos órgãos e entidades abaixo:
I – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAPA;
– SEDHAB; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
III – Secretaria de Estado da Fazenda – SEFAZ;
IV – EMATER/DF;

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V – TERRACAP;
VI – Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Distrito Federal;
VII – Federação dos Pequenos Produtores Rurais do Distrito Federal
e Entorno;
VIII – Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal – FAPE/DF;
– representante de Conselhos de Desenvolvimento Rural Sustentável; (In-
ciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
– Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Semarh;
(Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
XI – Secretaria de Estado da Ordem Pública e Social – SEOPS; (Inciso
acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
XII – Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Fe-
deral – IBRAM; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de
15/10/2012)
XIII – Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB.
(Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 2º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
nováveis – IBAMA e a Secretaria do Patrimônio da União – SPU serão convi-
dados a indicar um representante para integrar o Grupo de Trabalho.
§ 3º O Grupo de Trabalho poderá contar ainda com o apoio de represen-
tante de entidades representativas dos produtores locais.
§ 4º A coordenação do Grupo de Trabalho caberá à SEAPA.
§ 5º Conforme cláusula contratual, respaldada em legislação tributária
própria, as glebas farão jus aos benefícios fiscais e tributários equivalentes
aos das zonas rurais.
Art. 282. O contrato mencionado no art. 278 deve ser integrado por Plano
de Utilização da Unidade de Produção – PU, no qual constarão as atividades a
serem desenvolvidas na gleba.

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§ 1º O Plano de Utilização referente a cada gleba será proposto pelo ocu-


pante, elaborado por profissional registrado no respectivo conselho profissio-
nal e apreciado pela SEAGRI, que se manifestará quanto à sua aprovação,
exceto no caso de agricultores familiares em que o Plano de Utilização será
elaborado gratuitamente pela EMATER/DF e aprovado pela SEAGRI. (Parágra-
fo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n. 854 de 15/10/2012)
§ 2º Compete à SEAPA o gerenciamento e a fiscalização das unidades ob-
jeto dos contratos especiais, com reavaliação a cada dois anos, baseada em
relatório técnico da EMATER/DF.
§ 3º Verificado o não cumprimento dos termos estabelecidos no Plano de
Utilização, com alteração de finalidade que descaracterize a gleba como rural,
o contrato será rescindido de pleno direito.
§ 4º As glebas que forem enquadradas na determinação do
§ 3º serão repassadas a outros produtores, por meio de novo contrato,
respeitado o disposto na legislação específica, mantendo-se a utilização rural.
Art. 283. As glebas com características rurais, nos termos do art. 280
desta Lei Complementar, as quais, submetidas ao grupo de trabalho, não
forem identificadas como passíveis de obtenção do contrato específico ficam
sujeitas às diretrizes de baixa densidade e à manutenção e recuperação de
Áreas de Preservação Permanente, respeitadas as demais diretrizes para a
zona em que se inserem. (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar n.
854 de 15/10/2012)
Art. 284. (declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 20110020048609 de
22/03/2011)
Art. 287. Os índices urbanísticos adotados para as áreas a serem edifica-
das na área objeto de tombamento do Conjunto Urbanístico de Brasília que
façam parte da escala residencial de que trata a Portaria n. 314, de 14 de
outubro de 1987, consideradas as complementações e expansões incluídas
pelo anexo do referido Decreto sob a denominação “Brasília Revisitada”, serão
aqueles constantes dos referidos documento de tombamento.

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Art. 288. No Setor de Inflamáveis – SIN, na Região Administrativa do


SIA, não será permitido o uso residencial.
Art. 289. Prevalece a legislação vigente em relação aos condomínios ur-
banísticos estabelecidos para o Setor de Mansões do Park Way, Setor de Man-
sões Dom Bosco, Setor de Mansões do Lago Norte e chácaras do SHIS.
Art. 290. (VETADO).
Art. 291. (VETADO).
Art. 293. (VETADO).
Art. 294. (VETADO).
Art. 295. (VETADO).
Art. 297. (Artigo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
... (Parágrafo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
Art. 298. (VETADO).
Art. 299. Os Planos de Desenvolvimento Locais deverão destinar áreas
públicas para instalação do Centro de Assistência Judiciária do Distrito Federal
– CEAJUR/Defensoria Pública, preferencialmente ao lado dos fóruns do Tribu-
nal de Justiça e das sedes do Ministério Público.
Art. 300. (VETADO).
Art. 303. (VETADO).
Art. 304. (Artigo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 175529 de
04/12/2009)
Art. 306. (VETADO).
Art. 308. (VETADO).
Art. 309. (VETADO).
Art. 311. (VETADO).
Art. 312. (VETADO).
Art. 314. (VETADO).
Art. 316. (VETADO).

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Art. 318. (VETADO).


Art. 319. (VETADO).
Art. 329. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 330. Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei
Complementar n. 17, de 28 de janeiro de 1997, e os dispositivos constantes
de Planos Diretores Locais que contrariem o disposto nesta Lei Complemen-
tar, e o art. 59, VIII, XI e XII, da Lei n. 3.035, de 18 de julho de 2002.

Brasília, 25 de abril de 2009


121º da República e 50º de Brasília
JOSÉ ROBERTO ARRUDA

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