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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Eli de Lemos

A Energia
que Cura
e
Tudo Revela
A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Título: A Energia que Cura e Tudo Revela


Autora: Eli de Lemos
Concepção: Ex-Ricardo de Pinho Teixeira
Design: Bruno Gomes
Capa: Bruno Gomes

1ª Edição: Junho de 2016


ISBN:
Depósito Legal:
www.artelogy.com

2ª edição
Setembro de 2021
A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

ÍNDICE

Dedicatória ………………………………………………….. 7
Prefácio ……………………………………………………… 8
Introdução …………………………………………………… 9

Capítulo I: O Amor Universal ……………………………… 12


Dimensões de vida …………………………………. 14
O conceito de Amor Criador ………………………. 15
A Incondicionalidade do Amor ……………………. 17
A busca pelo Amor …………………………………. 18
A cor do amor NÃO é o vermelho ………………… 20
O Conhecimento no Sentir ………………………… 22
Comunicação, a essência da Vida ……………….. 23
Estímulos emocionais ……………………………… 25
Idade dos Porquês …………………………………. 28

Capítulo II: O Despertar ……………………………………. 30


Eu Sou ……………………………………………….. 32
Quem somos ………………………………………… 33
O Ego - Consciência Individual ……………………. 34
O que esconde o Julgar ……………………………. 35
O Perdão …………………………………………….. 36
A Perfeição do Imperfeito ………………………….. 37
A ilusão da cura instantânea ………………………. 38
Deixar ir - O Desapego …………………………….. 39
Mude-se a si, e mudará o Mundo ………………… 40
A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Capítulo III: A Cura pelo Amor e Conhecimento …………. 42


Conectando à Fonte …………………………………. 44
O Coração Singularidade …………………………… 45
Consciência – A Essência Universal ………………. 46
O Equilíbrio Universal ……………………………….. 47
O próximo grande passo ……………………………. 48
Empatia - A Ligação …………………………………. 49
Epigenética …………………………………………… 51
O Agora começou … ontem! ……………………….. 52
Cocriação Consciente ………………………………. 53

Posfácio - O meu “feliz para sempre” ……………………… 55


“Quando me amei de verdade”, Kim & Alison McMillen
………………………………………………….………………. 56
A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

DEDICATÓRIA

Dedico este e todos os meus trabalhos a todos os seres humanos e não


humanos que tive o privilégio de cruzar caminho e amar, que me inspiraram e
me ensinaram a sonhar, a acreditar que não há limites para a criação e a ver
com o Coração.

Este livro é de todos e para todos.

Eternamente grata!
Prefácio

Descascando a minha cebola

Há momentos em que não podemos deixar de refletir. Vaguear pelo


passado, sobrevoando aqueles momentos que ficaram cravados, mas que desta
vez se revelam e apaziguam.
É possível recordar sem magoar, quando se encontra a paz.
Compreender e aceitar sem julgar. Perdoar e retirar o espinho para deixar
finalmente sarar. Quando iniciamos o processo interior de auto-cura, permitimos
atonar todos os pesos mortos da nossa bagagem, e deixar cair à medida que os
perdoarmos os sacos de areia para voarmos mais alto.
Momento a momento, camada a camada, vamos nos descascando, nos
revelando e deixando brilhar a nossa mais primordial essência. Vamos nos
expondo a nós próprios sem tabus, numa prova de amor incomensurável de
entrega absoluta enquanto nos libertamos do que um dia julgámos ser. Não há
limites para a nossa grandeza.
Iniciei a minha auto-cura quando olhei ao espelho á minha procura e não
me encontrei. Durante anos, vi-me a transformar ao ponto de não me
reconhecer, mas nunca quis questionar. E entristecia-me, porque me perdia,
afogada em raiva e indiferença, enquanto perdia coragem e vontade de viver. E
foi assim durante muitos anos até ao dia do basta, quando batemos tão fundo
que não deixa outra caminho senão para cima. Não é fácil, não é agradável e
requer muita luta, a cada dia, todas as manhãs. Darmo-nos tempo para chorar e
desintoxicar dos padrões a que tão ferozmente nos atracamos durante “vidas”.
É prova de coragem. Escolhermos o bem-estar todos os dias, várias vezes ao
dia, e quantas vezes forem precisas. É nunca desistir de nós próprios.
Falo-vos de coração e experiência, de tudo o que passei e continuarei a
passar enquanto houver em mim alguma camada por trazer à luz do dia. Escolhi
a minha sanidade e até hoje não me arrependo. Nem da minha escolha em dar
a volta à minha vida e lutar por mim, como também do meu passado, erros e
todas as situações que aconteceram, alheias à minha vontade, porque hoje
compreendo, já passou.
A cura só fica completa quando olhamos para trás em paz, connosco e
com o mundo! Quando abrimos os olhos e só vemos amor e alegria de viver.
Hoje o meu sorriso interior é grande!

Amo-vos _/|\_

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Introdução

Algo nos une ao nível mais profundo do Ser. A nossa origem e essência,
o nosso passado, presente e futuro. É o Amor o autor da nossa odisseia dos
sentidos e perceções, o que nos une a nós próprios e a todos os seres, a energia
que cura e tudo revela.
Neste livro pretendo desvendar o lógico sobre o Amor energia, o Amor
criador, e confirmar o que sempre esteve escrito dentro dos nossos corações.
Esta força incomensurável e unificadora que nos interliga para além do físico e
da racionalidade. O Amor cura, harmoniza, e restaura a paz do Ser, se
simplesmente acreditarmos no seu poder regenerador. Mas para isso
precisamos reabrir a porta entreaberta do autoconhecimento e finalmente
honrarmos a nossa verdadeira natureza e todo o nosso potencial.
Caminhamos para um mundo novo, onde o respeito, a empatia, a
honestidade e a compaixão não necessitam de ser relembrados a cada passo,
nem ensinados por obrigação, simplesmente brota do Coração. É sem dúvida
importante ajudarmo-nos uns aos outros, ampararmos quem realmente precisa,
mas também é imperativo compreendermos que em essência não necessitamos
de mais ninguém para nos levantarmos. Esta é a verdadeira chave da nossa
cura, a salvação que transformará a humanidade, a verdade que nos libertará!

“Se a sua compaixão não inclui a si mesmo, ela é incompleta.” – Buda

Compreendermos o potencial do amor-próprio e da auto-cura é o elo que


nos faltava. Ao invés de desistirmos de nós próprios e dependermos
emocionalmente dos outros, se todos se lembrassem de como no fundo é tão
fácil cuidarmo-nos de nós mesmos, tudo seria muito diferente. É um ato de Amor,
o mais importante ato de Amor!
Se não nos amarmos nas mais pequenas coisas, no nosso dia-a-dia com
todas as suas trivialidades, então não sabemos amar. Se não nos sabemos
amar, também não saberemos amar mais ninguém. A aprendizagem do Amor
começa por nós, dentro de nós e para connosco próprios.
Se tudo o que nos acontece na vida são lições, então a cura é o nosso
exame final. Só aprenderemos a lição assim que a cura esteja completa. A nossa
cura individual é da nossa inteira responsabilidade, apenas. Se
compreendermos que cada desafio e bloqueio é parte fundamental da nossa
aprendizagem e recrescimento, então aceitamos a responsabilidade de auto-
cura como parte essencial de todo o processo. Só existe a auto-cura, não há
outra cura possível. E da mesma forma, por mais altruístas ou bem-
intencionados que sejamos não podemos curar ninguém, nem salvar ninguém.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Estaríamos a interferir no processo natural de alguém. Só podemos dar o


exemplo!
“Dê ao homem um peixe e ele se alimentará por um dia. Ensine um
homem a pescar e ele se alimentará por toda a vida.” - antigo provérbio chinês,
Lao-Tsé. Quando percebemos de que o desenrolar da nossa vida, assim como
a nossa harmonia interna e cura, apenas depende da nossa vontade e atitude,
e que o poder sempre esteve dentro de nós, reassumimos o caminho de uma
Consciência Universal de inteligência superior, a nossa essência, que nos corre
nas veias para nos relembrar de quem somos, todos os dias, a cada minuto.
Não seria agradável e mais saudável como sociedade, se todos
pudéssemos conviver sem o peso da dependência? Os nossos relacionamentos
tornar-se-iam mais sinceros, de pura troca de energia saudável, de intenção
pura, amor e amizade no seu melhor, sem segundas intenções, ganância ou
desonestidade. Poderíamos começar a confiar uns nos outros e aproveitar o
tempo e a nossa energia para construir momentos mais significativos e
evoluirmos enquanto entidade coletiva, em uma sentida humanidade, no
verdadeiro sentido da palavra.
Estes não são sonhos que não possam ser transformados em realidade.
E não depende dos outros, mas começa em cada um de nós, porque “o mundo
somos nós que o fazemos”. Queremos um mundo melhor? Esse mundo começa
agora, consigo! Façamos cada um a nossa parte, vamos dar o exemplo, e assim,
um por um, todo o mundo se transformará diante dos nossos olhos.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

CAPÍTULO I
O AMOR UNIVERSAL
A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA
Dimensões de vida

As espirais são a base de tudo, a Divina Proporção. É a forma estrutural


de energia e da matéria, é manifestação e empoderamento. Alguma vez
questionou porque a vida evolui em “círculos”, a partir de um ponto de partida,
passando por 360 graus para “finalizar” quase no mesmo ponto? Porque sempre
que achamos que fechamos um capítulo da vida, descobrimos novas
profundidades do mesmo?
A vida não decorre em círculos, como “a mesma água nunca passa duas
vezes por baixo da mesma ponte”. Em cada volta, adiciona novas experiências,
novas informações, novas memórias. Cada curva e volta é uma frequência
quântica, uma dimensão de perceção e Consciência.
Qual é o ponto de partida? O que é a singularidade? A Fonte, a mais
poderosa energia do universo. A energia que conecta tudo, a inquestionável
Energia de Amor. O Amor é o elemento central de todo o ato consciente, a
energia que dá vida.
A espiral não é apenas uma forma, uma vez que nada é criado
aleatoriamente, serve um propósito, para capacitar a própria vida. É o mais
significativo exemplo universal de sua magnificência e eternidade, em que por
cada vez volta cria força, adiciona energia e garante a sua próxima dinâmica.
Também não é por acaso que, quando a água é submetida a este movimento
estrutural, purifica a sua essência e força de vida - Vitalidade.
Desafiando o tempo e o espaço, a espiral reina em ambos os sentidos e
direções. Expande-se a partir da sua singularidade e cria, o tempo e o espaço,
a entropia, assim como se direciona para o interior, das camadas externas, em
espiral de volta ao centro Fonte, a sintropia. Criando o pulso do Universo, ligando
a Fonte com a manifestação, mais rápido do que a velocidade da luz, a constante
comunicação e troca de novas informações e possibilidades.
Como toda essa informação se relaciona connosco? Também nós
fazemos parte desta manifestação divina. Nós também podemos focar a nossa
atenção para fora, criar a nossa realidade, e fornecer novas informações à Fonte,
ou para dentro, para a Consciência do Coração, e ser UM com a Fonte.
Nós somos os olhos da singularidade. Somos os olhos do próprio Amor.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

O conceito de Amor Criador

O Amor tem sido desde todo o sempre o mistério mais bem guardado,
mas também o mais procurado por todos. Entende-se hoje que há muitos tipos
de Amor, e de facto há tantas maneiras de amar quantas facetas poderá ter o
Amor. Falo-vos do Amor individual, do Amor paternal e familiar, falo-vos da
amizade, da compaixão, do perdão, da generosidade, da compreensão e
empatia, de infinitas possibilidades de manifestações do Amor e da sua
verdadeira essência.
Mas a verdadeira essência do Amor é muito mais que tudo o que até agora
foi descrito e consagrado em meras palavras, o verdadeiro significado do Amor
está no sentir. Não nos breves momentos de euforia e de felicidade, porque
muito mais que uma emoção ou sentimento, o Amor é energia, mais
especificamente, o Amor é a Energia Original e criadora do Universo.
O Amor é o mais puro estado do Ser. Faz parte de todos nós, de tudo o
que existe, de tudo o que já existiu e tudo o que irá existir. Cada um de nós, cada
ser vivo é uma manifestação do Amor. E é exatamente essa essência do Ser
que tanto procuramos na nossa intemporal busca religiosa, espiritual, filosófica
e existencialista. Quem somos? Somos uma manifestação física do Amor. De
onde vimos e para onde vamos? Para o estado mais puro e neutro, na sua
frequência mais elevada: o Amor Universal. O que fazemos? Experienciar,
compreender e cocriar conscientemente o Amor nas suas infinitas formas e
manifestações possíveis e imagináveis.
A manifestação física do Amor Criador, tem duas facetas interdinâmicas,
um Yin e Yang, uma parte entrópica que se projeta de si própria e cria algo à sua
imagem, o Amor, e a sua fonte geradora, a base do Amor Criador, o seu yin, a
Gratidão! Sim, é a gratidão a fonte do Amor que tudo cria, que tudo revela e que
tudo cura, de dentro para fora de si e de volta a si mesma. O Amor e a Gratidão
podem transformar vidas, o universo e a própria Vida em si. Criamos a realidade
pelo nosso sentir, “a energia flui para onde vai a nossa atenção”.
A vida é um desafio, que só pode ser compreendido pela gratidão. Quando
somos gratos, percebemos quem realmente somos, o que nos mantém, a
constante magia nas nossas vidas. E todos nós temos algo por ser gratos,
mesmo que seja apenas por estarmos vivos, respirarmos, sentirmos o calor do
sol na nossa pele, pela capacidade de sonhar e a coragem para a realização dos
nossos objetivos. Quando somos gratos sentimos o Amor, porque gratidão é
amor, ser grato é um ato de amor. Quando somos gratos pelo que temos, a
nossa energia traz muito mais.
O maior segredo da gratidão, não é só sentirmo-nos abençoados pelas
coisas positivas que temos e recebemos da vida, mas também por cada
oportunidade de melhoria e evolução, por cada momento em que a vida nos faz
mover montanhas, sair da nossa zona de conforto e descobrirmos muito mais de

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

nós próprios, outras capacidades e forças que desconhecíamos ter.


Normalmente, essas bênçãos disfarçam-se de obstáculos. Também essas
devem ser agradecidas, e aceites pelo que são, evolução para melhor. Basta
confiar na Vida como força maior, ver o que há de positivo e aprendizagem em
cada momento, sempre em prol de uma vida melhor e mais harmonia interna.
Afinal, somos nós os criadores dessa vida, os criadores de cada momento.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

A Incondicionalidade do Amor

Quando escrevi sobre o “Amor Incondicional” para descrever a sua


essência, para que através do conhecimento começássemos a praticar e sentir
o Amor pelo que realmente é, aprendi uma grande lição. Num dos comentários
ao artigo, uma pessoa escreveu e muito bem, “porquê chamar-lhe de amor
incondicional?” Amor é amor puro e simples, denominar de incondicional implica
o conceito de um amor condicional, o “ama quem te ama, e esquece quem não
se lembra de ti”. Esse amor condicionado à nossa aprovação e conveniência
provavelmente nem se chama amor, chama-se “condicionalismo de um ego
aprisionado”.
A sua incondicionalidade significa literalmente amar-nos a nós próprios,
os nossos erros assim como os nossos sucessos, amar quem nos ama, amar a
natureza, animais e tudo o que nos rodeia, mas principalmente, e o estado mais
desafiante de todos, amar quem não nos ama, pela compreensão de que cada
Ser tem a sua natureza e o seu ritmo. Não podemos mudar ninguém, nem todos
temos de ser da mesma forma ou acreditar nas mesmas coisas. Amar é dar
liberdade de Ser, e respeitar as diferenças.
É por esta razão que atingir o estado de Amor pleno, implica na maioria
das vezes uma vida inteira, ou até várias vidas. Requere uma absoluta paz
interior, auto perdão porque somos humanos e aprendemos com os nossos erros
assim como os outros, muita maturidade emocional de compreender e não
resistir aos estímulos emocionais e emoções que se manifestam, aprender a
“ouvi-las” como professores internos, e uma compreensão de Unidade, que só
conseguimos com empatia e com vista no bem-estar de todos, porque somos o
Todo, como uma verdadeira comunidade. O meu bem-estar e o teu bem-estar
são o nosso bem estar! Porque cada um de nós é uma célula neste
Universo/corpo, não amarmos alguém é não amarmos uma parte de nós
próprios, e trabalhamos todos para o mesmo bem comum do Todo
(corpo/Universo).

Eternamente grata á pessoa que me despertou para esta lição, e pela


oportunidade de a partilhar convosco!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

A busca pelo Amor

Somos criaturas de amor, em busca de amor! Toda a nossa vida é


orientada por esta incessante procura. Desde o nascimento, procuramos a
ligação de amor com os nossos pais e familiares mais próximos. Mais tarde nas
amizades, parceiros românticos, nos nossos próprios filhos…assim é o ciclo.
Prosperamos neste laço de confiança e cumplicidade. Começamos a
aceitar a importância da unidade, interdependência, e como juntos somos mais
fortes e mais felizes.
Como nos ensinou Buda, a nossa capacidade de amar não é completa se
não nos incluir. Na verdade, é muito comum ao longo das nossas vidas darmos
toda a nossa atenção e amor para o bem-estar e o conforto dos outros, à custa
do nosso próprio. A lição é clara, o amor inclui amor-próprio em primeiro lugar.
Se nos negligenciarmos, o quão beneficiário é o que temos para oferecer aos
outros? Se não nos amarmos a nós mesmos, o único amor que conhecemos é
apenas uma ilusão.
Quando procuramos um amor romântico, por aquela cara-metade que nos
irá “completar”, não estamos conscientes do que procuramos, ou do que
realmente nos falta no momento. Se procuramos amor pelo desejo de sermos
amados, então certamente não nos amamos a nós próprios e nem conhecemos
o amor de todo. Como podemos encontrar algo que não conhecemos? Não
podemos, encontramos por sua vez projeções dos nossos medos, o que
verdadeiramente sentimos, o oposto do Amor. Porque na mais pura das
verdades, o Amor na forma de outro Ser nem se procura!
Encontrar o amor de alguém nunca pode ser baseado na necessidade,
medo ou vazio interior. Encontramos ou atraímos aquilo que emocionalmente
emitimos e, por conseguinte, necessidade atrai necessidade, medo atrai mais
medo. Para atrair o amor real devemos ser amor, o amor por nós próprios, pela
vida em geral, mas principalmente pela nossa vida, relembrando que a nossa
vida é um espelho e projeção do nosso estado energético interior, porque afinal
tudo é sempre uma questão de frequências, tudo é energia.
Podemos eventualmente cruzar caminho com a nossa alma gémea em
alguma altura da nossa vida, mas só podemos reconhecê-la, ou ser reconhecido,
se estivermos corretamente sintonizados na frequência de Amor. O medo usa-
nos como uma máscara, e nos torna irreconhecíveis, para nós mesmos e para
os outros. Enquanto "vestirmos" os nossos medos, os nossos mecanismos de
defesa, e limitações meramente ilusórias, o verdadeiro amor não nos irá
encontrar, ou melhor dizendo, nunca nos encontraremos. O verdadeiro amor
reside na nossa essência, no que somos de raiz.
Por esse motivo, a maior parte das vezes que nos sentimos apaixonados
por alguém, na verdade estamos apaixonados pela ideia do amor, por um conto
de nossa criação, que com o tempo vai se dissolvendo e voltando à realidade.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Vemos o que queremos e ansiamos por ver, para servir as nossas necessidades,
as nossas armadilhas mentais e escapadelas das nossas necessidades mais
íntimas.
Não há nada de errado em ficar sozinho por algum tempo. É um dos
momentos mais benéficos e gratificantes que podemos ter. Aprendemos a
concentrarmo-nos em nós próprios, amarmo-nos e aceitarmo-nos como somos.
A escolha de estar sozinho por um tempo, não significa que estaremos solitários,
ou que ficaremos sozinhos para o resto de nossas vidas. Significa apenas que é
hora de descansar, a fim de aprender e aceitar a mais bela e importante relação
de todas, connosco próprios. Assim que conseguirmos compreender, saberemos
amar de verdade e seremos capazes de embarcar em um relacionamento para
o resto da vida com outra pessoa. Não haverá mais necessidade, desespero ou
medo. Só então, vamos compreender verdadeiramente que o amor nunca foi
perdido, apenas desfocado, para fins de aprendizagem.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

A cor do amor NÃO é o vermelho

No espectro visível de cores o vermelho é a mais baixa manifestação


vibracional. É assim que consideramos o nosso amor?
As cores são energia, frequências específicas, cada uma correspondente
a um nível vibracional. Se incluirmos às já conhecidas fisicamente visíveis sete
cores eletromagnéticas ou espectro de luz visível, as cores do arco-íris, o preto,
a ausência de cor, e o branco, a soma de todas as cores, no total existem nove.
O Preto e branco não são cores, uma vez que não possuem qualquer
comprimento de onda, mas ainda assim são partes do todo.
O vermelho é a cor da paixão, do desejo, da luxúria e sexualidade. A cor
do deus romano da guerra, um símbolo de energia masculina, força, ira e ação.
O vermelho é a cor do sangue. Energeticamente a luz vermelha visível tem um
comprimento de onda de cerca de 650 nm, o maior e mais lento dos
comprimentos de onda, e, por conseguinte, também o mais baixo nível de
energia vibracional das cores, entre 405 e 480 THz, ou 405 000 000 000 000 a
480 000 000 000 000 Hz.
Sob uma perspetiva espiritual, o vermelho é a cor do chakra básico, da
Raiz, da vitalidade, estabilidade, ligação com a Terra (enraizamento) e a mais
primitiva sobrevivência física e emocional. Se entendermos o amor como uma
necessidade de sobrevivência física, sustentado pela sexualidade, o amor como
um produto de desejo e necessidade física (básica), então o vermelho é a cor
correspondente. Um amor baseado na superficialidade, na satisfação imediata,
mas desprovida de profundidade, ou ligação duradoura. Num sentido
altivamente espiritual, o verdadeiro amor não é necessidade nem luxúria, mas
uma projeção da nossa essência natural, um estado puro de equilíbrio, de paz e
a ligação com a origem e a própria Fonte.
Uma cor mais adequada para o amor universal, seria o branco. A "cor" de
tudo o que existe, a soma de todas as cores visíveis, a pureza e o infinito, porque
o amor é tudo o que há. Porém, na perspetiva de cura, o complemento de
vermelho é o verde, cuja combinação acalma as paixões enfurecidas e
reequilibra as emoções. O Verde é a cor do equilíbrio e da harmonia, o equilíbrio
entre o coração e o espetro de emoções, a mente racional e a consciência
intuitiva do Coração.
Desde sempre, o verde tem sido sinónimo de crescimento, renovação e
fertilidade. No paganismo, o "Homem Verde" é um símbolo de fertilidade. Para
os muçulmanos é considerado uma cor sagrada. Na Irlanda, a cor da sorte. Na
dinastia Ming era a cor do céu. Verde é também a cor da vida, da Primavera e
da natureza. É uma cor positiva emocionalmente, que estimula o amor-próprio,
bem como o amor pelos outros. É a cor do chakra do Coração, a ponte entre o
físico e o espiritual, a ligação à fonte de Amor Criador, a empatia e a verdadeira
compaixão.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

A cor verde possui poderes curativos inacreditáveis sendo a cor mais


tranquila e relaxante aos olhos humanos. Estimula a visão, a estabilidade e a
perseverança. É pacificadora e relaxadora por natureza. Alivia a ansiedade, a
depressão física e emocional e agitação interior. Traz-nos um sentimento de
esperança, de saúde e de renovação. Simboliza o Mestre Curador e a força de
vida. A cor do Amor Universal é sem dúvida o verde!
Não há cores "boas" ou cores "más". Cada cor serve uma finalidade
vibracional, uma determinada frequência funcional. É importante
compreendermos o significado por trás de cada cor, porque informação e
conhecimento é a base para um viver mais consciente.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

O Conhecimento no Sentir

O Conhecimento é algo de verdadeiramente extraordinário. Sabemos


porque sentimos, mas até encontrarmos as palavras corretas não o sabemos
explicar.
O Universo comunica através de sensações, através de sentidos extra
físicos, ou não fosse a sua essência, o verdadeiro Viver, o Sentir. O universo não
comunica por palavras, pois palavras limitam um potencial que num universo
infinitamente criativo, muda e evolui a cada momento.
Como pontes de ligação entre o saber e o sentir, as palavras
simplesmente abrem a porta do Conhecimento Sentido, o verdadeiro Saber. Por
exemplo, sabemos o que é o Amor, não pela palavra em si, mas pelo que
sentimos da palavra, a sua energia, vida.
Como seres universais comunicamos mais por energia pura do que com
verbalizações. A cada sorriso sincero, a cada agradecimento genuíno, em cada
frequência emitida pelo Coração. Um olhar diz mais do que mil palavras, um
abraço, um beijo…
O Sentir conhece a Verdade, a intenção pura!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Comunicação, a essência da Vida

O maior vínculo entre todas as “partículas”, a nossa ligação mais íntima,


o que nos une a todos é a Comunicação! Numa “realidade” de desconexão e
separação, aprender a comunicar a partir de níveis mais profundos, com todo o
nosso Ser e utilizar de maneira sábia (conscienciosamente), é de importância
vital.
Consideramos a comunicação como uma simples troca de “palavras”, que
começou apenas com sons, ou desenhos, e logo desenvolveu-se em estruturas
mais complexas: em frases, mensagens… com fins mais amplos. Não meus
queridos, a comunicação mais básica e significativa é a Energia!
Já sabemos como a nossa energia precede sempre a nossa presença
física. É realmente a nossa “aura”, o nosso campo eletromagnético que
projetamos. Mas não só! Também comunicamos pelo pensamento e
principalmente pela Intenção. A comunicação mais harmoniosa e eficaz, exige
escolhas muito conscientes, tais como a Honestidade e uma completa
transparência na nossa Intenção e energia interna. Ninguém disse que era fácil!
A Honestidade, juntamente com um conhecimento prático de Empatia,
Amabilidade e Compaixão, é uma peça importante do processo, um elemento
vital. Portanto, a primeira coisa nas nossas agendas é: parar de mentir a nós
próprios! Envolvemo-nos de tal maneira no jogo das “mentiras brancas”, que
esquecemos a honestidade e a sua valiosa lição. Ela começa por nós, do nosso
interior, e somente nós próprios podemos quebrar esse ciclo. Em seguida,
naturalmente vamos parar de sentir a necessidade de mentir aos outros, para
nos protegermos. É um círculo vicioso.
Para permitir a metamorfose, devemos abraçar os nossos receios,
“agarrar o touro pelos cornos” suavemente, pois também eles, os nossos receios,
trazem uma mensagem do interior (do nosso estado emocional mais profundo).
Falam-nos sobre os nossos bloqueios, as nossas resistências subconscientes,
e ajudam-nos a avançar e a crescer, mas com cuidado!
Para a energia, não há certo ou errado, bom ou mau, existe apenas um
propósito (neutro), uma Intenção! Esta é a mensagem que enviamos ao mundo
exterior, aos “outros”, à realidade que criamos, ao multiverso, o nosso “feed-
forward” (o que emitimos). Mais uma vez, porque começa dentro de nós, é da
nossa responsabilidade garantir uma Intenção pura. Nós criamos o ciclo. As
palavras e expressões padrão mais frequentes e pensamentos compulsivos
enviam energia também, e por isso devemos estar sempre em alerta e
conscientes da frequência que emitimos. Pensamentos ou programas
derrotistas, como “ninguém gosta de ti” ou “eu não tenho sorte nenhuma”, “só a
mim” entre muitíssimas outras são extremamente prejudiciais e fonte de um
desalinhamento persistente entre o que “gostaríamos” e o que obtemos.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Toda a comunicação tem um emissor e um recetor, embora


frequentemente os papéis sejam dinamicamente invertidos, para uma conversa
frutífera e boa troca de conhecimento. A nossa conversação universal, ou a
nossa ligação com a Fonte, também tem um emissor (a nossa intenção) e um
recetor (a nossa intuição). A intuição é, portanto, a linguagem da Fonte e a
mensagem vinda da Fonte (do mundo exterior, dos “outros”, do multiverso) para
nós, o “feedback” (o que recebemos)! É assim que nos fortalecemos, a nossa
comunicação mais íntima, o nosso amor próprio.
O ciclo natural da Criação e do Amor, o feed-forward e o feedback, a
expansão e a contração, a entropia e a sintropia, são preservados diariamente
da nossa capacidade de comunicar interiormente, enquanto compartilhamos o
conhecimento com os “outros”. Assim é o processo para potencializar os outros
e a nós próprios, como uma Consciência Coletiva.
Dar e Receber é um ciclo natural de energização. Outro elemento principal
para a nossa evolução como espécie, como parte de uma “Humanidade” mais
evoluída e consciente. Mas, primeiro, há que compreender uma base essencial,
que tão frequentemente tem escapado, é que para dar temos de ter o “copo a
transbordar”, e para que isso seja possível, primeiro temos de receber, não uns
dos outros, mas diretamente da Fonte, da Singularidade Individual de cada um,
o Coração! Sem esta pequena, mas importantíssima correção continuamos a
drenar energia uns dos outros, como vampiros energéticos inconscientes.
Devemos receber em dobro, uma para nos manter sãos e em equilíbrio,
e outra para partilhar, e darmos uma vez, de cada vez! Tudo tem o seu correto
equilíbrio, até para “dar & receber”.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Estímulos emocionais

As emoções são frequências energéticas sobretudo mentais,


manifestações ou indicadores de energia, que como qualquer outra frequência
originam de uma fonte. Há emoções e “emoções”, como as cores do arco-íris,
umas primárias, outras intermédias e derivadas, e “emoções” que representam
o Todo e o nada, como o branco e preto.
Somos indiscutivelmente seres emocionais, com altos e baixos, pintando
a realidade com as “cores” do momento, do que vamos sentindo e oscilando,
como filtros que nos condicionam o viver. As emoções não são inimigos, mas
podem ser toxicas, quando não as soubermos interpretar e redirecionar a sua
energia. Sim, são a base do nosso equilíbrio mental, que por sua vez se traduz
num equilíbrio físico, que determina a nossa saúde em geral ou propensão ao
desequilíbrio, mais conhecido como “doença”.
Elas subdividem-se por frequências, umas mais baixas e também as mais
comuns como o medo, o oposto do Amor no espetro eletromagnético e também
a onda mais comprida contendo uma reflexão invertida do Todo, a indiferença
ou ausência de Amor resultado de uma sobrecarga de emoções e necessidade
de fuga para sobrevivência, e uma vastidão de emoções intermédias
interligadas, a raiva, o desespero, a tristeza que leva à depressão, a frustração,
a impotência, carência, entre muitas outras. São o yang emocional, que nos
fazem colocar para fora, projetar o que sentimos, um mecanismo que nos
proporciona a oportunidade de olhar de fora para dentro, de limparmos a alma
para sentir melhor o coração, como as lágrimas. Por isso choramos, para nos
aliviar a carga, para nos sentirmos mais leves. Tudo são oportunidades de
equilíbrio.
Estas emoções não são isoladas, são sobrepostas e aglomeradas, como
camadas de evolução decrescente. Cada vez que compreendemos uma camada
e a trazemos ao “consciente”, pela consciência do Coração, revelamos a
próxima, e assim sucessivamente até descermos toda a escadaria de emoções
que reprimimos. E quanto mais tempo levarmos a iniciar o processo de auto-
cura, quanto mais adiarmos para amanhã, maior será a escada!
Enquanto forem estas as frequências que nos governam, poderemos ter
a certeza de que estamos a viver da fonte Mental. É nela que se alojam os
estímulos emocionais, como molas condicionantes, ou correntes amarradas ao
pescoço que nos impedem de ser livres e voar. Impedem-nos de nos libertarmos
porque assim o permitimos. Somos nós que criamos e perpetuamos essas
“programações”, um malware mental que se repete enquanto lhe dermos energia
para agir, enquanto vivermos com base na fonte Mental.
Os estímulos emocionais são espelhos que falam connosco, mas que em
vez de nos dizer o que queremos ouvir, nos mostram a realidade, nua e crua,
sem véus ou escapatória, “o que vês é o que recebes”, ou neste caso, o que

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

ainda nos condiciona, mas que não faz parte da nossa essência. São os
estímulos emocionais externos. Normalmente, culpamos pessoas toxicas,
relacionamentos abusivos, situações passadas, ambientes, que nos fazem
ressentir o que queríamos manter escondido e silenciado, como vulcões
adormecidos. Mas nem a causa nem a resolução estão no exterior. Podemos
evitar, e por algum tempo ganhar a ilusão de harmonia emocional, como uma
bolha que rebenta a cada contato com o que não pode controlar. Isso não é cura,
é adiamento!
Podemos considerar, numa perspetiva mais essencialista, pela Fonte
Coração, em que cada manifestação/frequência contém também uma
mensagem, de nós para nós, do ser “futuro” para o ser “passado”, do ser
“consciente” para o ser “amnesiado”. Cada estímulo assim inclui a sua própria
resolução ou pista na caça ao tesouro da auto-cura, escrita em forma de código,
espelhada ou inversa, como fazia Leonardo Da Vinci.
Estímulos como a ansiedade que nos faz procurar hábitos e
comportamentos que nos são prejudiciais, dizem-nos para buscar a calma,
respirar fundo e meditar, reavaliarmos as nossas prioridades, os nossos
objetivos e sobretudo sermos fortes, porque não há transformação sem sacrifico,
sem autodisciplina, sem uma força amazona (guerreira) de vontade. “Importante
não é quantas vezes caímos, mas em quantas nos levantamos” e o erro
persistirá só enquanto for mais forte do que a nossa força de vontade.
Eventualmente, ganhamos e saímos mais fortes do que nunca, mais saudáveis
e com a alma mais lavada!
Ou estímulos como o medo de ser feliz e ser amado, medo de rejeição,
porque a certa altura da nossa vida deixamos de acreditar que somos seres
merecedores, como todos, que somos seres magníficos de essência divina, e o
que o amor está em todos, é de todos e para todos! Para quem busca pelo amor
complementar á sua autoestima por uma vida inteira e foge ou entra em pânico
quando o amor se vislumbra, porque não sabe amar. Então, tem de reaprender
a se ver, apaixonar-se por si próprio, reconquistar-se, cuidar do seu coração,
para que o amor lhe inunde a vida, como um raio de sol que entra pela janela de
manhã!
Do outro lado do espetro das emoções temos as “positivas”, que nos
recarregam de energia, que descendem do Amor Criador e o refletem em cada
probabilidade de existência, da Gratidão, como a compaixão por todos os seres
e por toda e qualquer manifestação física, a empatia, a união interna entre todos
os seres que funcionem a partir da Fonte Coração, a alegria, o bom humor, a
felicidade, a paz interior, a calma e equilíbrio, o sorriso interno! São as emoções
de um ser feliz, estável e em equilibrado. Um ser que vive, alimenta-se e transpira
amor por cada poro.
Haverá sempre altos e baixos, não se iludam de que um dia será tudo
“perfeito”, no sentido de estável e sem surpresas. Como o dia precisa da noite
para recuperar forças, também nós necessitamos de dias com menor energia,
para descansar, recarregar e compensar aqueles dias em que nos

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

entusiasmamos até quase à exaustão. A própria pulsação da Vida é uma onda,


com as suas cristas assim como as suas depressões, faz parte da natureza do
Todo. Tudo e cada momento tem a sua funcionalidade, a entropia e a sintropia.
Dias em que damos tudo e dias em que nos retraímos para recalibrar.
Os obstáculos deixam de ser problemas quando paramos de resistir.
Cada desafio é um finalizar de ciclo, uma limpeza final de algo estagnada que
nos impede de evoluir para o próximo degrau. Aceitem as dificuldades, com
amor, e perguntem: “O que me podes ensinar ou relembrar para o meu bem-
estar?” Não se “agarra o touro pelos cornos”, mas conversa-se, ouve-se e trava-
se amizade.
E o medo, também não desaparece como por magia. Haverá sempre a
sua lembrança quando nos aventuramos por novos caminhos nunca antes
trilhados, porque é inevitável quando assumimos a nossa autenticidade e
unicidade. Mas dura pouco, e só nos relembra de que estamos vivos, transforma-
se em adrenalina e combustível para continuarmos, para nos dar força, porque
o que é verdadeiramente importante, não é o destino, é a viagem!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Idade dos Porquês

Deveríamos viver para sempre na idade dos Porquês. Dar espaço à nossa
criança interior curiosa, querer saber mais, pretender alcançar outros patamares
e, talvez descobrir as respostas nunca antes encontradas, honrando assim a
nossa unicidade! Só aprendemos quando queremos saber. Quando a
curiosidade incentiva a nossa ação e nos move em direção à aventura. E a
curiosidade é vitalidade, que dá vida a quem por ela se guia.
Questionar talvez seja uma forma de terapia, uma auto-psicanálise, que
nos devolve o poder e a responsabilidade da nossa própria estabilidade geral,
emocional e física por respetiva ordem de manifestação. “Porque me sinto
triste?” E porque a tristeza é apenas uma frequência, um estado (temporário)
emocional, um indicador de frequência emocional, “o que esta tristeza me está
a tentar dizer?” Aí reside a verdadeira questão e o mistério de sua
funcionalidade, a solução para o momentum e a ação (ato consciente e não
puramente reativo) entrópica, de um caos ilusório que na realidade só busca a
homeostasia, o equilíbrio do seu Todo, que restabelecerá a condição original.
Mas há que ter coragem para perguntar, porque na sua maioria as
respostas não serão do nosso agrado. Não se trata de agradar o ego, mas de
sair do casulo e evoluir em consciência. Há que estar preparado para crescer,
experienciar novas perspetivas, explorar novos horizontes e criar novos mundos.
Mais importante, há que saber estar errado, admitir a humildade do nada saber
para poder crescer! Toda a criança gosta de aprender, toda a criança saudável
que possui aquela pureza de alma de querer “acrescentar” algo de muito seu ao
mundo. E não é ingenuidade, é o princípio da Vida!
E não é por acaso, que só assim podemos mergulhar em nós próprios e
desenterrar os nossos mais profundos bloqueios. Na maioria das vezes,
descobriremos que esses sentimentos que associamos ao negativo, que
reprimimos por medo de lidar com o “problema” já nem se aplica à nossa
realidade do agora, mas só fizeram parte de mecanismos de defesa numa certa
altura passada. Mecanismos e muros que vamos construindo para autoproteção
e que depois esquecemos de derrubar para deixar entrar energia nova. Se nos
fecharmos ao exterior, e vivermos numa bolha escondidos na interior, nunca
teremos a oportunidade de prosperar, de evoluir, de sermos o que nos é natural,
expandir!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

CAPÍTULO II
O DESPERTAR
A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA
Eu Sou

Define-se em duas palavras: "Eu sou!" Eu sou humano; eu sou físico. Eu


sou energia, eu sou uma alma e coração em forma pura. O que hoje sou, não é
o que era ontem, e amanhã poderei não ser.
Quem somos não nos define. Somos qualquer coisa e tudo o que
quisermos ser. Sem separação ou limitações, somos pura manifestação de
poder, intemporal, infinita e em constante mudança. Somos acima de tudo:
energia!
A autodefinição e rotulagem nada mais é do que uma pena de prisão
racional. Diminui a nossa verdadeira natureza e só permite refletir uma pequena
verdade do ser, a ponta do icebergue, se não menos. Somos muito mais do que
um nome, um corpo ou uma personalidade.
A nossa natureza é a transformação. O que e como era quando começou
a ler este livro não será o mesmo que quando o terminar. A Informação, o
conhecimento, a orientação interior, transforma-nos e somos constantemente
bombardeados a cada segundo da nossa existência consciente. Aprendemos,
absorvemos, e expandimos interiormente.
O que é esta necessidade de definição? Por que razão nos sentimos
obrigados a limitarmo-nos, justificarmo-nos a cada atitude? Por que razão nos
sentimos tão perdidos sem uma definição concreta? E por que não ao invés
aceitar a “nenhuma forma”, ou “todas as formas”, tudo o que fomos, somos e
poderemos vir a ser? É porque ainda deixamos que seja o nosso raciocínio
mental a controlar o pensamento, de sua lógica limitada e característica falta de
imaginação, o medo do desconhecido. É porque ainda não nos habituamos a
apenas sentir a partir da consciência do coração, aceitar a nossa eternidade, e
preencher o espaço do nosso ser espiritual!
O que somos é sempre por escolha. Escolhemos restringir-nos, da
mesma forma que podemos escolher a nossa liberdade. Somos o nosso próprio
Criador!
" A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento
é limitado. A imaginação envolve o mundo, estimulando o progresso e dando
origem à evolução.” - Albert Einstein

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Quem somos

Quantas vezes esquecemo-nos de onde viemos e como verdadeiramente


surpreendente e poderosa é a nossa essência. A Criação não parou por aí.
Todos os dias, como seres humanos, criamos algo novo, podemos ser tudo o
que quisermos ser. Há realmente algum limite para a criação? A verdadeira
liberdade começa com o reconhecimento, honrar o nosso potencial. Nós somos
energia, nós somos eternos e infinitos, é quem somos!
Para experienciar estas múltiplas e infinitas possibilidades, e para
compreendermos o verdadeiro significado da individualidade, temos de aprender
como cada um de nós é único. Não existem duas mentes completamente iguais,
cada um de nós adiciona algo completamente novo ao mundo, as nossas
perspetivas. Esta é a razão pela qual todos e cada um de nós experimentamos
o mundo de tantas formas, por meio de situações, de crenças, origens culturais
e éticas. Encontrar o sentido da nossa existência individual é encontrar e seguir
as nossas paixões, que é a nossa missão, a nossa contributiva autenticidade,
quem somos e o que viemos para ser.
Temos sempre uma inclinação em procurar um mestre, um guia, que nos
facilite o caminho, que nos ajude a ver as coisas como são e como podem ser
resolvidas, como se deve viver a Vida, o que acreditar e o que excluir, e nos
ajude a não cometer erros, porque diz-nos a “sociedade” que temos de ser
perfeitos. Esta tendência não é nada mais que uma busca pela aceitação
exterior, pela auto validação. Uma manifestação de toda a nossa insegurança
interior, falta de confiança nos nossos próprios “instintos” e mais gravemente
uma desresponsabilização pelo rumo da nossas vidas e das nossas escolhas.
Esquecemos que cada um de nós é uma peça distinta de um puzzle. Que
só juntando todas as peças, cada uma das nossas perspetivas, conseguiremos
compreender o Todo. O que é um mestre senão uma vida consciente, uma
frequência do conhecimento inato em cada um de nós? A verdade ressoa com
a nossa alma, o nosso coração e isso podemos sentir claramente. No seu sentido
mais espiritual, um mestre é um professor, alguém, ou algo, que nos aponta a
direção do conhecimento, mas não o nosso caminho individual. O que tanto
procuramos está dentro de nós, em cada um de nós! Quando se diz que todos
nós somos um microcosmos, está subentendido que todas as respostas às
nossas perguntas e dúvidas também estão dentro de cada um. Basta aprender
a ouvir a voz interior, a intuição.
Confie em si, sem exceção! Aprenda a ouvir-se! Use a sua intuição, siga
os seus sonhos e verdadeiros interesses, a sua visão própria, única e preciosa
ao mundo! O mundo precisa do seu verdadeiro EU. Encontre a sua paixão e irá
encontrar a sua missão pessoal. Deixe a vida fluir naturalmente e verá como de
repente tudo começa a fazer sentido, como se estivesse destinada à partida!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

O Ego - Consciência Individual

A Consciência é a base de toda a existência e perceção. É o que criou o


espaço-tempo, a evolução e a transcendência. A inteligência por trás de todas
as cenas e cenários possíveis, a guardiã e o Criador do equilíbrio divino.
A fim de se expandir para além de si mesma, e experienciar uma
perspetiva externa, criou o espaço, o tempo, as muitas frequências, a
multidimensionalidade, uma tela infinita. Como lentes dimensionais de perceção,
a consciência adaptou-se em diferentes frequências, de compreensão. Diremos
que há uma Consciência Universal, o Todo, uma Consciência Coletiva, que é
para onde caminhamos, a mentalidade da Unidade como estado interior, e por
último, mas não menos importante, uma Consciência Individual, a consciência
do ser individual, … nós.
Dentro do corpo físico, mas não material por natureza, a nossa
consciência individual pensa e compreende a logica pela mente, ou assim
pensávamos. Agora, incluímos a importância da Inteligência do Coração como
contato primário com a consciência da Fonte, universal. Categorizamos o Ego
exclusivo da mente, a lógica racional dentro de uma mentalidade baseada em
medo. Mas agora sabemos melhor. Sabemos que é, de facto, a Inteligência do
Coração, de Amor Supremo e Unidade, expressando-se em uma única
manifestação de si própria. Porque o que somos vem do Coração, que por sua
vez é “filtrado” pela Mente na forma como nos expressamos, o dito Ego.
Poderá o Ego ser útil? Qual é a sua finalidade de existência? Tudo tem
uma função, e o Ego não é exceção. Na mentalidade do medo, tudo é baseado
na clássica, mas incorreta dualidade: o Bem versus o Mal. O Ego foi rotulado
como um mau elemento, a razão de todas as ilusões, e de todas as nossas ações
“erradas” por conveniência. Mas sabendo que as nossas emoções e reações
podem ser transformadas em ações conscientes de Amor e Unidade, também o
Ego pode ser uma “entidade” positiva. Não é o Ego, a fonte das ilusões, mas a
frequência emitida por detrás! Um Ego sem medo abre as portas para o seu
verdadeiro potencial: a nossa perspetiva única da Verdade Universal, a nossa
missão pessoal e objetivo na vida.
O Ego é a nossa consciência pessoal, o que nos torna únicos. Cada um
de nós existe para adicionar a nossa perspetiva pessoal e individual, para
conectar e completar o "quadro principal". Á medida que caminhamos para a
Fonte, torna-se cada vez mais evidente que na verdade somos todos Um, uma
entidade coletiva. No entanto, para chegar a esse nível, é preciso abraçar a
nossa individualidade em primeiro lugar, como um oceano é feita de infinitas
gotas, assim é o Todo. Cada gota conhece a sua parte, a sua finalidade: servir
e ser uma parte do oceano! Como cada célula para um corpo. A matriz repete-
se, porque a manifestação universal é fractal, de geometria ou padrão que se
repete em cada nível de existência.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

O que esconde o Julgar

O julgamento não é mais do que um vício mental. E como todos os vícios,


esconde as nossas fragilidades e inseguranças. Mais uma evidência do Medo
pela diferença, das capacidades dos outros e até de nós próprios.
É de vital importância questionar tudo, cada atitude, cada pensamento,
pois é na sua origem que se esconde a Verdade, o que nos move interiormente.
Julgarmos os outros, nada tem a ver com o comportamento alheio, mas sim com
o nosso estado interior. Julgamos porque pensamos com a mente racional e não
com o Coração. Julgamos porque temos medo, por nos sentirmos confrontados,
porque não nos aceitamos como somos, porque não temos a coragem de ser
melhor. O facto de não admitirmos as nossas “falhas” torna-nos na maioria das
vezes o carrasco dos outros.
Como se diz popularmente “a mentira tem perna curta”. Podemos brincar
às escondidas com a realidade de como somos, mas eis que verdade não
perdoa, e reflete-se em todos com quem nos cruzamos. Por isso julgamos.
Julgamos os outros sem compreender que estamos apenas a julgar um reflexo
de nós próprios.
Cada qual é como é! Cada pessoa comete os seus erros e aprende por si
mesma, pelas consequências das suas ações e pensamentos. E é única e
exclusivamente responsabilidade de cada ser, a sua mudança e evolução.
Chama-se Livre Arbítrio. Não há outra realidade.
A Paciência, a Humildade, a Compaixão, são as maiores lições dos seres
mais sábios, que aceitam, e compreendem a origem das “falhas” humanas, como
aprendizagens em benefício do melhoramento do Ser.
“De sábios e loucos, todos nós temos um pouco”, resta-nos explorar
ambas as virtudes.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

O Perdão

O Perdão é o primeiro passo para o Amor. A mudança de atitude e


frequência começa pela libertação de “bloqueios” do passado e subconsciente.
Sendo mais fácil perdoar os outros do que a nos perdoarmos a nós
próprios, pela ilusão de controlo, pela busca irreal da perfeição, que
subconscientemente mantemos ou por simples resistência à aceitação de como
éramos, face ao que gostaríamos de ter sido.
O primeiro passo para o auto-perdão é a Aceitação, aceitar o que foi e
como aconteceu. O passado não pode ser alterado, já passou, mas pode e deve
ser aceite. A sua não-aceitação faz-nos não só reviver todos os acontecimentos
passados mais significativos, e normalmente pelo medo, como também
viajarmos constantemente por realidades paralelas, no mundo do “e se…”; “se
eu soubesse”, “se tivesse dito assim”, “se tivesse feito desta forma” … Ao
compreendermos e relembrarmos a nossa base, de que somos seres espirituais,
de Amor, e que viemos para reaprender e experienciar a nossa essência, e que
errar faz parte desse processo de aprendizagem, aceitamos que se realmente
soubéssemos melhor, o teríamos feito de outra forma. Cada momento, cada
situação foi cuidadosa e graciosamente proporcionada para a lição necessária,
por indivíduo e no seu tempo específico. Cada situação e lição é um curso
intensivo e diretamente relacionado com a nossa missão pessoal, nada é ao
acaso, tudo tem a sua funcionalidade! Ao revivermos subconscientemente
situações alternativas do passado, perdemos completamente a oportunidade
certa de o retificar e de agir, no Presente, no Agora, no momento real.
Ao admitirmos a nossa humanidade, as nossas imperfeições
humildemente, podemos também mais facilmente compreender e observar a
humanidade dos outros. Ninguém é perfeito, todos erramos, tentamos,
aprendemos, e todos temos direito a uma segunda oportunidade e quantas mais
forem necessárias. Afinal, errar é humano! A nossa relação com os outros, a
nossa compreensão, tolerância, capacidade de perdão, começa por nós
mesmos, dentro de nós e para connosco próprios. Se não nos soubermos amar
e respeitar, nunca poderemos verdadeiramente amar os outros nem aceitar
amor. Ao contrário do senso comum, não há limites para o perdão, podemos é
optar por não nos expor a situações recorrentes. Uma lição aprendida é mais um
degrau atingido, novas lições e situações virão, assim é a Vida.
É pelo auto-perdão que iniciamos a mudança do mundo, em cada ser e
nas suas manifestações. A nossa responsabilidade é a evolução interior, a
elevação de Consciência, o encontrar o Amor na sua Fonte, dentro de nós no
Coração Singularidade, não somos responsáveis pelos outros, pelas suas ações
a pensamentos ou violaríamos a Lei do Livre arbítrio. Cada ser é livre de fazer
as suas escolhas. A nós cabe-nos as nossas escolhas, a nossa consciência.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

A Perfeição do Imperfeito

A perfeição parece ser o objetivo mais comum, o corpo perfeito, a vida


perfeita, o mundo perfeito. Quanto mais a tentamos atingir, mais insatisfeitos e
infelizes nos tornamos, connosco próprios e com o mundo á nossa volta. E se
esta "perfeição" por que tanto ansiamos não fosse nada mais do que um desejo
inatingível e irrealista? Será que a perfeição realmente existe? Se sim, poderia
esta coexistir com a contante e fluente evolução? Se a perfeição, segundo a
interpretação corrente da nossa humanidade, é o exponente máximo de
harmonia e a finalidade da existência, então este seria alcançável e a evolução
deixaria de existir. Num universo (multiverso) infinito, isso simplesmente não faria
qualquer sentido. Provavelmente será o nosso conceito de perfeição que é
incorreto e mal interpretado.
O conceito básico de que precisamos de melhorar-nos constantemente,
sermos mais do que somos, é a principal causa de toda a insatisfação humana
e sofrimento mental e emocional. Se temos de melhorar é porque obviamente
não somos bons o suficiente. Quando mudamos a nossa perceção da mente
racional para a consciência e inteligência do Coração, é como renascermos num
mundo paralelo. Uma dimensão diferente da vida em harmonia, em que o
objetivo da existência não é tornarmo-nos algo mais, nem alcançar nada, mas
simplesmente e apenas SER, quem somos desde o princípio.
Neste universo, dentro do nosso multiverso, a perfeição não é um objetivo,
é o que já somos, exatamente como “viemos”. Chegamos à vida como seres
perfeitos e únicos, manifestações da consciência universal. As plantas, as
árvores, flores, e rochas são todos diferentes uns dos outros e brilhem pela sua
autenticidade, sem se preocuparem ou desejarem ser como os outros. Há beleza
em todos e em cada um. Como o fluxo de água, todos os possíveis obstáculos
são superados pela aceitação e não pela resistência da essência.
A verdadeira perfeição reside no imperfeito. A Imperfeição por outras
palavras é singularidade, originalidade e o infinito em ação. A partir de uma
consciência e perceção mais elevada, ser imperfeito é ser diferente, ser real e
uma possibilidade única de compreender o mundo. Para além do certo ou errado,
bom ou mau, nenhuma imperfeição se repete duas vezes. Todos nós somos
espécimes perfeitos de imperfeição, probabilidades de manifestações infinitas e
únicas por natureza.
Assim, a Evolução ganha uma nova e mais poderosa perspetiva. Não se
trata de transformação ou transcendência física, a menos que sejamos lagartas
e a transformação esteja na nossa natureza, mas sim de abraçar a nossa
essência interior e aceitar a nossa forma de existência, a nossa natureza original.
A verdadeira transformação do ser humano não é física, mas sim
fundamentalmente energética. Não precisamos de melhor, apenas olhar
interiormente e encontrar a perfeição no que já existe, sempre presente pela
Fonte que há em nós.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

A ilusão da cura instantânea

O tempo, ou a falta dele, parece ser a regra nos dias de hoje. Queremos
alívio, e queremos agora! E, mais uma vez, esquecemos a natureza das coisas,
a simples complexidade do universo materializado. Tudo vem em camadas.
Como o universo é multidimensional, assim como o conhecimento, o
nosso corpo humano não é apenas isso, um corpo físico. Temos camadas, um
corpo etéreo o qual chamamos de aura ou campo eletromagnético emitido pelo
órgão elétrico principal, o coração, um corpo emocional, mental, etc.
dependendo da interpretação do leitor.
Quando se trata de cura, é como descascar uma cebola. Só podemos
curar uma camada de cada vez, até conseguirmos chegar à causa raiz do
desequilíbrio. Chama-se a este processo Cura Consciente, a maneira mais
eficaz a longo prazo. A Consciência é imperativa. Se não estivermos conscientes
do que nos está a causar dano, certamente continuaremos a fazer o mesmo, e
o "problema" nunca poderá ser resolvido. Dar consciência ao desequilíbrio é
desmarcara-lo, expô-lo, tomar-se consciência da sua presença, a sua causa
emocional.
Como tudo é energia na sua base, também os nossos "problemas"
começam a nível energético, na sua maioria causados por emoções de medo, a
depressão, o stress, a raiva, a falta de aceitação e de perdão, e sobretudo por
falta de amor-próprio. Estas vibrações enviam sinais eletromagnéticos, que
baixam a vibração do resto dos “nossos corpos”, até ao nosso corpo físico,
causando desequilíbrios, que nos alertam com sintomas físicos. Quando um
paciente pede ajuda, a principal causa já faz parte da sua vida desde há muitos
anos, incorporada a todos os níveis. Logicamente, não pode ser resolvida e
curada no instante.
De qualquer forma, é sempre uma questão de escolha, escolha essa que
devemos fazer de uma forma consciente. Ou assumimos o compromisso e
damos-lhe o tempo devido, para o nosso próprio benefício e bem-estar, ou
escolhemos as soluções rápidas, instantâneas, mas ilusórias, como os
analgésicos convencionais, que apenas mascaram os sintomas, os nossos
aliados, por um determinado período, mas não resolvem a causa raiz, permitindo
a sua reincidência, assim como a nossa dependência. É um ciclo mortal e o
começo de um fim mais próximo.
Todas as coisas boas da vida exigem tempo, paciência e compromisso. A
nossa saúde e bem-estar só dependem de nós, das nossas escolhas, do nosso
compromisso para connosco próprios, da nossa vontade de melhorar.

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Deixar ir - O Desapego

“Deixar ir” para que possamos encontrar novamente pode parecer um


paradoxo, mas, de facto, é muito real! Ao longo da vida, construímos sonhos e
esperanças, metas, que incentivam as nossas ações e dão significado às nossas
vidas. Esses sonhos e esperanças originam no pensamento e domínio
emocional, e é esta a forma como criamos a nossa realidade e cocriamos o
mundo.
Segundo a Lei da Atração, assim que estabelecemos as nossas regras, a
próxima fase é a sua manifestação no mundo físico. É neste ponto que "as
coisas" começam a ficar um pouco confusas! Porque manifestamos mais
facilmente as situações de que temos medo, do que as quais mais ansiamos
positivamente? A resposta reside no desapego. As coisas que mais tememos
ficam normalmente registadas no nosso subconsciente. Embora, esteja sempre
presente no pensamento compulsivo, sob a forma de preocupação, na realidade,
não as relembramos conscientemente, como um mecanismo natural de defesa.
"Evitar pensar sobre a possibilidade, não vá o pensamento atrair as situações!"
Quando se trata de resultados positivos, temos a tendência de fazer exatamente
o oposto! Agarramo-nos aos pensamentos positivos o mais que podemos, com
toda a nossa força de pensamento, para nos garantir a constante motivação.
Como um lembrete, ou "a cenoura na frente dos olhos". Ao fazê-lo, mantemos a
intenção retida na realidade mental e no plano emocional, e não a libertamos
para a sua manifestação. É preciso deixar ir!
É claro que não é assim tão simples. Como anteriormente mencionado, o
nosso subconsciente tem sempre a "última palavra" na manifestação. “Deixar ir”
aplica-se a tudo, às nossas esperanças, aos nossos objetivos, assim como
também aos nossos medos e angústias. E como fazemos isso? Através da
confiança e aceitação. Confiar no universo, e aceitar o que vier, porque só assim
podemos começar a perceber que, tudo o que temos é exatamente o que
precisamos para alcançar aquilo que sempre quisemos.
Só deixando ir, damos o "espaço" e "tempo" necessários para a
manifestação. Que é exatamente o momento em que vamos encontrá-lo
novamente! Deixar ir não significa desistir! Significa apenas dar-lhe liberdade de
ação, liberdade de SER e existir!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Mude-se a si, e mudará o Mundo

É tão simples mudar o mundo, se apenas, todos soubéssemos! Podemos


mudar o mundo de alguém, tão rapidamente como um sorriso, dando esperança
ou sentir o que sentem. O desafio é mudar a si mesmo, mudar todo o mundo a
partir de dentro e é essa a mudança que devemos particularmente abraçar. Está
ao nosso alcance, pois nós somos o Mundo.
Estamos satisfeitos com o que nos tornámos? Se não, então é preciso
mudar. O que nos impede de mudar? Simples, nós mesmos! Nada nos impede,
nada mais tem esse poder, a não ser se permitirmos. O nosso medo impede-
nos, a nossa falta de fé nas nossas capacidades, nos nossos próprios sonhos.
Mudar não significa reinventarmo-nos, mas desprogramarmo-nos do que
nunca foi parte de nós. Do medo, da insatisfação, do julgamento e tudo o mais
que nos baixe em frequência interior e nos distancie do que somos em natureza,
do Amor.
Se o nosso mundo é um reflexo do nosso estado interior, então lógico que
a mudança deve vir de dentro. Podemos mudar de perspetiva, encontrar o nosso
elemento, a nossa maior motivação interior, a nossa paixão! Acreditarmos,
confiarmos, visualizarmos e dar o derradeiro salto de fé. Nós sentimos a
mudança, sentimos a sua energia, seja qual for a frequência que queremos
manifestar. Uma vez que sabemos o que queremos é muito simples, permanecer
focados, porque mais ninguém pode fazer isso por nós. Só nós próprios sabemos
o que queremos, os nossos sonhos e desejos mais íntimos, e o que nos faz
prosperar. Mas temos de acreditar em nós próprios. Temos de abrir o nosso
coração, ouvir o que ele nos diz, e permitir que ele nos guie.
É impossível saber todo o caminho, vamos aprendendo à medida que se
vai desenrolando, que vamos precisando de ver, o próximo passo.
Constantemente os nossos caminhos se cruzam com outros, pois somos todos
manifestações de UM. Para que possamos crescer juntos, nós inspiramos uns
aos outros, e tudo começa em cada um de nós. E cada vez que nos sentirmos
menos motivados, encontramos alguém que nos dá força, com um sorriso, uma
palavra de conforto e esperança, e o ciclo recomeça.
Há tantas maneiras de mudar o mundo, se nós realmente acreditarmos!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Capítulo III
A Cura pelo Amor e Conhecimento
A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA
Conectando à Fonte

Os nossos corpos físicos são naturalmente máquinas biológicas. Como


qualquer outro aparelho, precisam de energia para funcionar. O que acontece
quando desligamos da corrente? Não funcionamos, enferrujamos. Alguns
aparelhos vêm com pilhas. Na dimensão biológica, é o que chamamos de
energia vital, a nossa bateria individual, também conhecido como Chi em chinês,
Ki em japonês, uma manifestação de Prana, o nosso campo eletromagnético a
Aura ou Tórus.
Aprendemos como as nossas frequências emocionais, e aquilo que
comemos por exemplo, pode capacitar ou drenar a nossa energia vital. É uma
parte muito importante da nossa manutenção energética. Mas há muito mais que
devemos fazer para respeitar a vida que representamos. Somos mais do que as
máquinas, somos organismos vivos. A nossa anatomia energética assemelha-
se à estrutura de uma árvore. Temos raízes tal como as árvores, raízes
energéticas que nos conectam com a vida que é a Mãe Terra, para receber a
sua constante cura, para recuperar a nossa energia vital, e para nos manter
funcionando em plena potência.
A Mãe Terra, a natureza e o Sol (vitamina D) são fontes externas, para
manter-nos equilibrados, quando falhamos em ligar diretamente a partir de
dentro, a partir da Consciência do Coração. A derradeira Fonte é o Coração, a
nossa singularidade da vida, o nosso canal direto para a Consciência Universal
de Amor. A ligação interior é primária. Mas "como em cima, assim abaixo; como
dentro, assim fora", o verdadeiro equilíbrio é quando estamos conectados a
todos os níveis, ligados uns aos outros, porque nós também somos ligados por
raízes enérgicas, tal como as plantas. É o Todo, a unidade de todas as entidades
vivas que completam e compõem o Universo.
A sabedoria está na simplicidade e humildade. É como tirar os sapatos e
sentir a relva, caminhando entre iguais, dando e recebendo. Abrimos os braços
e o coração para a bênção do sol, todos os dias. Bebermos e tratarmos a água
com gratidão, porque também é vida. Estes são os pequenos truques de
equilíbrio interior, praticar a meditação de enraizamento todos os dias, várias
vezes ao dia, se necessário. Sentir o sol, o seu calor, a sua vitalidade, pelo
menos 15 minutos por dia. As árvores não podem sobreviver sem as suas raízes
e o sol, e nem nós. Tudo o que precisamos são de alguns minutos por dia, para
caminhar na natureza, para ligar o nosso amor interior com todas as
manifestações físicas da Terra e dos céus.

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O Coração Singularidade

Cada criação tem um ponto de partida, e o nosso é o coração! É o Coração


e não a Mente, a verdadeira fonte da inteligência e do conhecimento. O nosso
portal para a Fonte e o infinito. É através do coração que nós comunicamos
principalmente, enviando as nossas vibrações eletromagnéticas, as nossas
frequências emocionais.
O nosso órgão mais vital, é muito mais relevante do que lhe demos crédito
no passado. Se todo o universo se baseia e se comunica em vibrações, então,
o nosso coração é a nossa peça central, a “personagem principal” da nossa
existência.
A sua pulsação relembra-nos, em cada batida, como preciosa é a vida,
como feitos da energia primordial que somos. Pulsamos como a energia.
Alimentamo-nos da sua capacidade de amar. Só amamos através da sua ligação
direta ao Amor.
A inteligência do Coração é a manifestação física do puro ser, o viver em
estado de Amor Primordial, a nossa sintropia diária, o retorno à Fonte.
Imagine o que poderíamos alcançar se os nossos corações batessem em
uníssono, a partir da frequência mais pura de amor? Como poderíamos mudar o
mundo, reavivar o nosso mundo natural, gerar mais vida, e prosperar por todos
os seres na Terra? É exatamente para este ponto que caminhamos, a cada ser
que desperta para o Amor e a harmonia, para um sonho coletivo e o objetivo de
fazer da Terra o paraíso.
O nosso coração é a chave, para a harmonia interior, para uma boa
ligação com os outros, para a Unicidade, que só o nosso coração realmente
entende o que significa.

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Consciência – A Essência Universal

Por existirmos, somos Consciência. Tudo o que existe foi concebido pela
Consciência. O que é a Consciência? O que é o Criador? Estas são uma e a
mesma pergunta. Cada vez que uma nova definição de Consciência aparece,
apenas complementa todas as outras. O universo é a Consciência, o "físico", o
etérico, o imaginário, o espaço, o tempo, a Vida, tudo. Há tantas definições
quantas manifestações, infinito! É a experiência, a aprendizagem, a interação, o
conhecimento de si e de outros. É auto inteligente, reinventa-se a si própria e
cria todo o resto. É a energia, a Singularidade e o Vazio que precede e a envolve.
É a Fonte.
Dizemos que crescemos em consciência, mas é a consciência que nos
faz crescer a nós. Á medida que se transforma e reaprende-se, expande-se,
evolui, e contrai-se em si mesma. Da Fonte para a manifestação, e de volta para
a Fonte. De si própria para fora de si, e de volta para dentro, interminavelmente.
Entropia – Sintropia que conhecemos como vibração.
A natureza da consciência é "A Energia" o seu espaço de manobra é a
criatividade. Só há uma energia tão poderosa, e criativa, que move o universo
além de suas ilusórias fronteiras, ao mesmo tempo que gravitacionalmente atrai
tudo a si mesmo. É o que chamamos Amor Criador. A natureza da Consciência
é o Amor. Amar é estar "aberto", recetivo à Vida e a novas experiências,
diferentes perspetivas e facetas de si mesmo. Quando "recusamos" amor,
quando temos medo, fechamo-nos em um ciclo de baixas vibrações, e negamo-
nos as novas experiências.
Permanecemos fechados em uma única realidade, como um "sistema
fechado". Desligamo-nos da essência, desligamo-nos da Fonte. Estar consciente
ou tomar consciência é aprender algo mais, algo diferente, além das limitações
do nosso entendimento, … é amar! Estar recetivo a todas as experiências que
recebemos, de coração aberto e com entusiasmo em aprender algo novo.

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O Equilíbrio Universal

Nada no universo, ou multiverso, é criado aleatoriamente. Existe um


equilíbrio sempre presente unificando todas as coisas num só campo de
consciência superior e auto manifestação.
Tudo está interligado. Não existem sistemas isolados na realidade. Assim
sendo, a nossa perceção de separação da matéria é apenas uma ilusão. Se
interpretarmos as coisas a partir da sua forma, acreditamos que há um fim, um
limite, uma separação entre todas as coisas. Como o corpo humano e a sua pele,
a linha de fronteira onde termina o corpo e começa o espaço exterior. Quando
se trata de energia, e energia é tudo o que existe, apenas variações são medidas
em termos de frequências, o que nos dá a ilusão de formas, cores e estados da
matéria (sólido, líquido), mas, no entanto, é sempre apenas energia.
“Se quiséssemos encontrar algo que ligue todas as coisas, o que seria?
O Espaço. Até o chamado mundo “material” em que vivemos é 99,99999…%
constituído por espaço.” - The Resonance Project.
O nosso conceito de equilíbrio é baseado na imagem de uma balança,
consistindo em dois pratos separados, de significados opostos. Poderá aplicar-
se sob uma micro perspetiva da consciência, mas é totalmente desatualizada
sob um ponto de vista mais global, a partir de um nível superior de consciência.
Para cada matéria existente (+), há uma correspondente antimatéria (-),
para cada positivo, existe um negativo. Para cada manifestação de energia
feminina (v), um correspondente masculino (^), para cada entropia, uma
sintropia. É assim que o Todo se mantém em equilíbrio, sem separação, mas em
complemento e eternamente interligados e dependentes a cada variação.
“Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o
desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são
meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados “– Princípio
universal da Polaridade, O Caibalion.

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O próximo grande passo

O nosso caminho espiritual nunca termina. Há sempre um novo passo à


frente, um novo desafio. Qual é o próximo passo?
Parabéns a todos os que estão a ler este livro. Percorreram um longo
caminho, superando enormes resistências, questionando a vossa fé e crenças
inúmeras vezes. Sobreviveram, mais fortes do que nunca. Este é o caminho da
consciência e evolução, para além das palavras, limitações racionais, além da
imaginação.
Conseguimos algo de verdadeiramente notável e extraordinário, somos
agora uma consciência coletiva, uma humanidade mais unida. Para a maioria de
nós, os nossos principais objetivos não são mais os sucessos individuais, mas
uma sociedade pacífica e compassiva, direitos iguais e melhores para todos os
seres vivos. Podemos não o "ver" ainda em cada esquina, mas podemos sentir
nos nossos corações! Está a acontecer!
Aprendemos a importância da Unidade. Podemos comtemplar o seu
conhecimento, cada um de nós adicionando e partilhando as nossas perspetivas
únicas para alcançar tal estado globalmente, juntos, como UM só. Ainda há
trabalho a ser feito. Individualmente, ainda não estamos plenamente conscientes
de todas as implicações e condições básicas, ainda estamos inconscientemente
agarrados ao medo, ao que "ainda está errado neste mundo". Enquanto algo ou
alguém nos incomodar ou quebrar os nossos corações esperançosos, enquanto
sentirmos as situações em termos de certo ou errado, luz ou escuridão, não
estamos totalmente comprometidos com a dimensão da Unidade.
A próxima etapa é o maior salto de fé. Confiar no universo, confiar
plenamente na Consciência Universal, na Vida. Confiar que não há dualidade,
nenhum julgamento, ou batalhas interiores e exteriores a serem combatidas.
Temos de nos elevarmos, "corresponder a frequência " à experiência e realidade
que queremos manifestar. Lembrem-se de como cada desafio é uma lição, uma
frequência transitória para alcançar um resultado superior. Fazemos a paz pela
paz, amamos por amor, e não chegaremos lá obrigando os outros a escolher
lados…não há lados, não há separação!
Entrar na Consciência de Unidade, significa aceitar tudo, sem fazer
perguntas, sem nenhum julgamento de qualquer espécie. Entender como tudo
serve um objetivo maior. Não há exceções, só equilíbrio.
Somos ondas de energia em constante transformação, não somos linhas
retas! Nada é permanente a não ser a própria impermanência. Oscilamos em
frequência, contraímos e expandimos, é o nosso estado natural. Se
compreender isto, estamos prontos para o próximo passo.

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Empatia - A Ligação

A Empatia não é um dom só para pessoas especiais. É uma parte de


todos nós, um dos nossos mais preciosos sentidos do coração e da alma, uma
comunicação de energia, unindo todos os seres universalmente, interiormente,
a ligação de alma entre os seres. Não podemos evitar sentir cada Ser tão
profundamente. Estamos sempre ligados.
Durante muito tempo, a capacidade de sentir os outros interiormente, as
suas emoções e frequências, a sua dor e alegria, também conhecido como
empatia, foi assumida como um dom especial, uma extraordinária capacidade
reservada apenas para alguns seres sortudos e iluminados, os "extra sensitivos",
os PES (de "Perceção Extrassensorial”), os paranormais e médiuns, mas não
uma característica comum. O que terão essas pessoas que a maioria
desconhece? Um sentido de conexão, um vínculo espiritual com a Fonte e com
o mundo ao seu redor! Uma sensibilidade espiritual que vem do Coração.
A palavra empatia deriva do antigo grego – empatheia- que significa "afeto
físico ou paixão". Oficialmente, "empatia é a capacidade de compreender ou
sentir o que o “outro” (humano, não humano ou planta, o Todo) sentir dentro de
nós, i.e., a capacidade de colocar-se a si mesmo na posição de outro. A não ser
confundido com o conceito de simpatia, “a perceção, o entendimento e a reação
à angústia ou necessidade de outro ser humano."
A empatia e a simpatia são frequentemente confundidas. Simpatia é o
reconhecimento da dor e sofrimento de alguém, de uma perspetiva separada
(física e emocionalmente), enquanto a empatia é literalmente sentir na sua
própria "pele". A empatia é como os votos de casamento: "prometo ser-te fiel,
amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os
dias da nossa vida...”. Não podemos evitar sentir a dor que paira à volta, e por
esse motivo, para muitos a empatia é compreendida como uma forma não tão
positiva.
Assim que nos entregamos ao caminho espiritual, muitas mudanças
começam a acontecer dentro de nós. Começamos por reconectarmo-nos
interiormente, a energia do nosso corpo físico, as nossas emoções, a nossa alma
e o nosso propósito de vida. Quanto mais nos ligarmos à nossa alma, mais nos
reconectamos com o Uni-multiverso e a Fonte. Quanto mais praticarmos, maior
será a nossa comunhão com o eterno fluxo da Energia Universal.
A primeira fase de ligação com a Fonte é a desintoxicação física, o que
comemos, bebemos, e mais importante, emocionalmente, para libertar o nosso
Ser espiritual de vibrações densas que nos atrasem na cadeia evolutiva. A cura
começa sempre quando os bloqueios são libertados com o nosso Amor-Gratidão
e compreensão. Só após esta fase, o equilíbrio interior e espiritual ressurge.

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Com a empatia, uma vez que começarmos a abrir os nossos corações,


reconectamo-nos com toda a vida à nossa volta. Começamos a sentir a energia
de outras pessoas tão profundamente quanto a nossa própria.
Existe um grande motivo pelo qual devemos sentir a dor dos outros. A
empatia é a união dos seres. “Eu sinto-te porque somos UM!” Para alcançarmos
a próxima fase da evolução da humanidade, da Consciência Individual (Ego)
para a Consciência Coletiva (Unidade), precisamos conectar-nos. A melhor
maneira de os seres humanos se entenderem uns aos outros é sentindo as suas
dores. Embora possa parecer tresloucado, a história tem-no provado vezes sem
conta, como os momentos dolorosos são também aqueles que mais nos unem.
Coletivamente, unimo-nos em um objetivo comum. Individualmente, ensina-nos
como tratar os outros com respeito e compaixão, Amor. Se podermos sentir o
quanto magoamos as outras pessoas e como, ao mesmo tempo, nos magoamos
no processo, iremos parar, nem que seja em modo automático de mecanismo
de autodefesa. " Não faças aos outros o que não queres que façam a ti.” -
Confúcio
Não sentimos a dor de outras pessoas para as podermos curar. A empatia
é a primeira pedra para a construção de uma sociedade em Amor e com
compaixão para com os outros, assim como a auto-cura é para nós próprios.

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Epigenética

"No coração desse novo campo (da epigenética) está uma ideia simples,
mas controversa - que os genes têm uma “memória”. Que a vida de seus avós -
o ar que respiravam, a comida que comiam e até as coisas que viam - pode
afetá-lo diretamente, décadas mais tarde, apesar de você nunca ter
experimentado essas coisas. " - BBC, Ghost in Your Genes, 2007
“À semelhança de milhares e milhares de pequenos interruptores, alguns
estão a ligar-se e outros a desligar-se, tudo como resposta ao que você está a
fazer, a ver e a sentir.” – Dr. Sharon Moalem, O Gene Inteligente, 2015.
O termo Epi-genética advém da preposição helénica epi, “sobre” (“em
cima”, “por cima”), expressando que a “epigenética” é aquilo que está “por cima
da genética”, sugerindo talvez que a genética não está escrita em pedra,
estática, e que pode ser reescrita a qualquer momento, com cada uma das
nossas ações/reações, comportamentos, hábitos e emoções.
A epigenética é a área da biologia que estuda as mudanças genéticas que
são herdadas, mas que não alteram a sequência do ADN do indivíduo.
Representa as variações não-genéticas que são transmitidas de geração em
geração, através das divisões celulares (meiose e mitose).
Em consequência dos nossos hábitos de vida e ambiente social
(alimentação, exposição à poluição, stress, a prática de exercício físico, etc.),
podem ocorrer alterações químicas no nosso código genético, afetando as
funções de alguns gene, que determinam o nosso equilíbrio e saúde geral. Desta
forma, acontecem alterações epigenéticas que podem ser transmitidas para os
nossos descendentes, podendo mesmo afetar até aproximadamente 20
gerações futuras. Tudo o que fazemos agora, as nossas escolhas refletem às
nossas próximas gerações, que pagam pelo preço das nossas escolhas, tal é a
nossa responsabilidade, literalmente!
A boa noticia é que esses processos são muito dinâmicos, e que
dependem de nós. Estamos sempre a um passo de melhores escolhas que
podem mudar o rumo da nossa vida e a de muita gente (filhos, netos,
bisnetos…).
A herança epigenética traz implicações profundas para o estudo da
evolução e reforça os argumentos naturalistas de Lamarck que defendia a
evolução orientada pela herança de características adquiridas durante a vida e
pela vivencia do ser. Se hoje somos um resultado dos hábitos e emoções das
gerações antepassadas, que herança genética deixaremos para os nossos filhos
e gerações futuras? Pensem com consciência e responsabilidade! Ainda há
tempo de mudar para melhor.

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O Agora começou … ontem!

Carpe diem (“aproveite o dia”); “Vive o momento”; “Esteja presente no


Agora”; “O único momento que existe é o Agora” – Tudo certo e absolutamente
verdadeiro, mas… pergunto-me, em que momento é que começa o presente?
Todo o momento presente é uma manifestação. Uma manifestação
“física” de energia suficientemente densa para ser visualizada e criar uma
“realidade” 3D, 4D … e por aí fora. Uma manifestação de algo que começa por
uma intenção, sendo a intenção uma pré-manifestação, o instante da criação do
Momento (Presente).
Na realidade, o presente começou no passado, um prolongamento do
ontem e uma pré-intenção do amanhã. Não existe separação do tempo. “O
tempo não é linear.” O mais provável é que sejam apenas fases de criação e
manifestação em constante alternância, de uma fase puramente etérica – a
intenção, e a sua respetiva resposta / consequência – a manifestação “física”,
i.e. visível ao olho nu, temporal ou simplesmente holográfica. E o futuro? Apenas
mais uma intenção, um novo ciclo.

“A diferença entre passado, presente e futuro é apenas uma persistente ilusão.”


- Albert Einstein

Se tudo o que “existe” é o Presente, só o é por ser no presente em que


podemos experienciar com os nossos sentidos físicos, os nossos mais vulgares
instrumentos de perceção, de consciência de viver, porque no mais profundo
sentido do sentir incluem-se todas as fases, todos os níveis e suas intenções
(pré-manifestações), toda a dinâmica energética do Todo, o que tão vagamente
chamados destino, o fluxo natural da vida.
A vida não se cria por acaso, nem o acaso é sinónimo de destino, sorte
ou azar. Tudo o que vivemos agora, a certo ponto intencionámos, provavelmente
alheios às consequências dos nossos pensamentos ou atos padrão
inconscientes.
Hoje e agora, prestem atenção ao que estão criando (pensando, atraindo),
para onde vai a vossa atenção, a vossa energia, porque será esse o vosso
amanhã! É um espreitar o futuro, ainda a tempo de mudança e correção. Temos
esse Poder!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Cocriação Consciente

A ilusão de que somos meras “vítimas” do destino ou do que nos acontece


está finalmente a desfazer-se. Nós não somos vítimas impotentes, somos
criadores! Os únicos culpados pelas nossas “frustrações” e consequentes
manifestações. Até “agora” fizemos tudo errado, inconscientemente, cegamente,
e meio impotentes!
Como funciona a Criação? Não é que tudo o que pensamos se torne
realidade. O pensamento positivo nada mais é do que uma auto-hipnose,
tentando convencer a nossa mente de algo em que "queremos" acreditar, mas
na verdade não “acreditamos”, uma auto-programação imposta por padrões
racionais. Quando “queremos” muito algo e entregamos tudo à “lei da atração”;
visualizamos, praticamos afirmações, ficamos obcecados com um resultado
esperado. Vamos só analisar por um segundo todos os detalhes do que acabei
de dizer e a maneira como o expressei: ... queremos ... obcecados ... não parece
nada positivo, pois não?
Mas não é só isso que está errado com o processo. Todas essas são
diretrizes mentais que servem a uma causa emocional, por exemplo, medo, ou
falta de algo. Em vez de nos concentrarmos na causa raiz da emoção,
rapidamente a encobrimos e a compensamos com distrações externas.
A criação responde ao que sentimos! Isso não é surpresa. Temos medo,
então criamos medo. Falta-nos algo, então criamos mais falta (necessidade).
Devemos dedicar um tempo para entender por que tememos ou “carecemos”, e
finalmente quebramos o ciclo. Tornamo-nos um Cocriador Consciente. Uma
planta doente e moribunda não floresce nem dá bons frutos. Primeiro, curamo-
nos, reservamos um tempo para nos conhecer. Analisamos em relação ao que
projetamos, o que há de “errado” (desequilibrado) na nossa vida e o que precisa
de atenção (consciência).
Hoje em dia, parar ou “demorar para” não é uma opção. O “sistema” diz:
“Quem pára, morre”, e nós obedecemos com medo. Esquecemos que somos
parte do sistema. Somos nós, as pessoas, que realmente lhe damos vida, as
nossas vidas mais especificamente. Não é o sistema que nos molda, somos nós
que moldamos o sistema e o adaptamos.
Como coletivo, como sociedade, devemos realmente parar e reavaliar as
nossas prioridades. Não estamos apenas a nos matar, estamos matando a
Terra, todos os animais, plantas, todas as formas de vida e garantindo o mesmo
para a próxima geração. A ignorância e teimosia estão custando vidas a cada
segundo. Está no que comemos, bebemos e respiramos. Este é o resultado de
uma criação inconsciente.
Nós temos escolha. Escolha a vida. Escolha a sua auto-cura. Escolha uma
Criação consciente!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Uma Criação Consciente transcende a dualidade ou polaridade. Não se


trata de estar certo ou de ter controle total sobre nós mesmos e tudo. Uma
criação consciente é estar em equilíbrio com todas as “coisas”, sentir os dois
lados e não pertencer a nenhum. É ser Neutro, o terceiro estado de existência!
Pois quem tem Coração, e não tem medo de usá-lo, entende que existe
“prazer na dor” como existe “dor no prazer”. A vida é um paradoxo, somos
paradoxos por natureza. É isso que nos torna tão especiais e imprevisíveis.
Podemos fazer grandes coisas e coisas terríveis, podemos criar, como podemos
destruir, podemos amar, mas também ferir. É assim que é. Nós aceitamos isso,
nós aceitamos a nossa natureza e tentamos o nosso melhor dia a dia.
Também sabemos que há um tempo para amar, mas que há uma lição na
dor. Sábio é aquele que entende quando é hora de deixar ir e destruir o que
criou, apenas para criar novamente uma versão melhor. O mesmo acontece com
o ciclo de vida e evolução! Confiamos no fluxo da vida. Aceitamos cada momento
de cura, sempre indo um pouco mais fundo. Mantemos nosso foco no nosso
crescimento interior!
Também há benefícios em “números”. Ninguém cria o mundo sozinho.
Como vivemos em um coletivo, somos todos cocriadores e, quando em
sincronia, podemos fazer coisas incríveis!
Nada realmente morre, apenas se transforma. Nós nos manifestamos
para experimentar e cometemos erros para aprender. Não se trata de deixarmos
de cometer erros, esse não é o propósito. Trata-se de acordar de um longo e
hipnótico sono profundo e restaurar o verdadeiro equilíbrio das coisas. Este é o
beijo do meu verdadeiro amor para cada um de vós!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Posfácio

O meu “feliz para sempre”

Como crente no Amor, e romântica que sou passei a vida à procura do


Amor, do seu significado, do seu sentir, da aventura de porto seguro, da
segurança de encontrar-me a mim própria nos braços de um outro alguém que
me devolveria a segurança e o querer viver, de pertencer a algo maior do que
eu, que me sentia tão pequena e perdida. O que realmente encontrei foi o meu
próprio Ser, a minha essência/inocência perdida pelo caminho, por quem me
apaixonei perdidamente e para todo o sempre. Esse Amor Maior e eterno é o
Amor-próprio, que é tão grande que se alastra em todas as direções, e ama tudo,
tudo o que lhe passa pela frente, tudo com que contacta, longe ou perto, porque
no Amor não há limites, não há tempo nem espaço!
De repente, já não me faltava nada, não havia vazio, tudo estava perfeito
exatamente assim, preenchido de amor e gratidão, de Vida! Eu já tinha o meu
“feliz para sempre”, que esteve sempre lá. Porque não é um ponto inatingível no
tempo como nos contos de fadas, é um estado de ser, do presente, um ato de
gratidão de todos os dias. O “feliz para sempre” é a estória e não o seu objetivo
ou conclusão. Tão simples e no entanto tão difícil de se entender sentindo!

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

Quando me amei de verdade

Quando me amei de verdade,


pude compreender
que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo,
na hora certa.
Então pude relaxar.

Quando me amei de verdade,


pude perceber que o
sofrimento emocional é um sinal
de que estou indo contra a minha verdade.

Quando me amei de verdade,


parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver
que tudo o que acontece contribui
para o meu crescimento.

Quando me amei de verdade,


comecei a perceber como
é ofensivo tentar forçar alguma coisa
ou alguém que ainda não está preparado
- inclusive eu mesma.

Quando me amei de verdade,


comecei a me livrar de tudo
que não fosse saudável.
Isso quer dizer: pessoas, tarefas,
crenças e - qualquer coisa que
me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoísmo.
Mas hoje eu sei que é amor-próprio.

Quando me amei de verdade,


deixei de temer meu tempo livre
e desisti de fazer planos.
Hoje faço o que acho certo
e no meu próprio ritmo.
Como isso é bom!

Quando me amei de verdade,

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A ENERGIA QUE CURA E TUDO REVELA

desisti de querer ter sempre razão,


e com isso errei muito menos vezes.

Quando me amei de verdade,


desisti de ficar revivendo o passado
e de me preocupar com o futuro.
Isso me mantém no presente,
que é onde a vida acontece.

Quando me amei de verdade,


percebi que a minha mente
pode me atormentar e me dececionar.
Mas quando eu a coloco
a serviço do meu coração,
ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Do livro “Quando me amei de verdade”, de Kim McMillen & Alison


McMillen, erroneamente atribuído a Charles Chaplin.

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