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No que tange à qualidade de energia, no entanto, o uso dos inversores sempre significou a
injeção de correntes harmônicas no sistema supridor, uma vez que seu estágio de entrada é
conformado por um retificador que converte a tensão alternada em tensão contínua. Assim, a
aplicação de filtros harmônicos, passivos ou ativos, vem colaborando para o controle e redução
das distorções impostas por estes equipamentos à rede elétrica de suprimento.
Habitualmente, o isolamento do motor não falha imediatamente com os pulsos de tensão, mas
as consequências do mesmo são acumuladas com o tempo, é provável que descargas parciais
ocorram nas regiões próximas às extremidades do enrolamento, acelerando bastante a
degradação do isolamento.
No caso dos filtros senoidais, com características passa-baixa, eles são derivados de
configurações Butterwoth e/ou Chebyshev, muito usados em circuitos eletrônicos. Tais
configurações podem utilizar associações LC, RLC ou LCL para criar um circuito ressonante
que filtre as componentes de alta frequência do trem de pulso PWM, transformando a forma de
onda da tensão de saída do filtro numa senoide com baixa taxa de ruído, os quais são
eliminados pelo cabo ou mesmo pela impedância do motor. Fatores como o comprimento do
motor, potência do motor, frequência de comutação do PWM, tipo de controle PWM (VSI ou
CSI), o rise-time da tensão e até custos vão determinar a utilização da melhor configuração.
Por fim, deve-se comentar que este fenômeno de reflexão de onda estará cada vez mais
presente no dia-a-dia das áreas de projeto e manutenção industrial, especialmente aqueles
ligados a setores de saneamento, agrário e mineração, uma vez que a melhoria da tecnologia
de eletrônica de potência tem proporcionado um aumento na frequência de comutação e no
dV/dt dos inversores de frequência de ultima geração. Porém, estudos e correta aplicação de
filtros passivos podem colaborar muito para a redução dos possíveis impactos do fenômeno.
Lembrando sempre que, assim como para os fenômenos de distorção harmônicas observados
na entrada dos inversores, não existe solução pronta. Cada caso desse ser tratado de forma
impar.
Por: Mateus Duarte Teixeira é presidente da SBQEE, gerente de P&D da BREE e professor
do curso de Eng. Elétrica da UFPR.
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