Você está na página 1de 292
ACT. CODIGO DO TRABALHO Aprovado pela Lei n.° 7/2009, de 12 de fevereiro, com as alteragées introduzidas pelas Leis n.°* 105/2009, de 14 de setembro, 53/2011, de 14 de outubro, 23/2012, de 25 de junho, 47/2012, de 29 de agosto, 69/2013, de 30 de agosto, 27/2014, de 8 de maio, 28/2015, de 14 de abril, 120/2015, de 1 de setembro, 8/2016, de 1 de abril, 28/2016, de 23 de agosto, 42/2016, de 28 de dezembro, 73/2017, de 16 de agosto, 14/2018, de 19 de marco, 90/2019, de 4 de setembro, 93/2019, de 4 de setembro Livro 1 Parte geral TiTuLor ago do direito do trabalho cAPETULO IT Fontes do direito do trabalho Artigo 1.° Fontes especificas O contrato de trabalho esté sujeito, em especial, aos instrumentos de regulamentacio coletiva de trabalho, assim como aos usos laborais que ndo contrariem o principio da boa-fé Artigo 2.° Instrumentos de regulamentacio coletiva de trabalho 1 ~ Os instrumentos de regulamentacdo coletiva de trabalho podem ser negociais ou nao negociais, 2 ~ Os instrumentos de regulamentacao coletiva de trabalho negociais so a convengao coletiva, 0 acordo de adesao e a decisio arbitral em proceso de arbitragem voluntaria. 3 ~ As convengées coletivas podem ser: 2) Contrato coletivo, a convengao celebrada entre associacdo sindical e associagéo de empregadores; ACT. b) Acordo coletivo, a convencdo celebrada entre associacio sindical e uma pluralidade de empregadores para diferentes empresas; ©) Acordo de empresa, a convengdo celebrada entre associagdo sindical e um empregador para uma ‘empresa ou estabelecimento. 4 ~ Os instrumentos de regulamentagéo coletiva de trabalho ndo negociais so a portaria de extensio, a portaria de condigdes de trabalho e a decisao arbitral em processo de arbitragem obrigatéria ou necessaria. Artigo 3.° Relacées entre fontes de regulagio 1 ~ As normas legals reguladoras de contrato de trabalho podem ser afastadas por instrumento de regulamentacao coletiva de trabalho, salvo quando delas resultar o contrario. 2 ~ As normas legais reguladoras de contrato de trabalho no podem ser afastadas por portaria de condigdes de trabalho. 3 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho sé podem ser afastadas por instrumento de Tegulamentacao coletiva de trabalho que, sem oposicgo daquelas normas, disponha em sentido mais favordvel aos trabalhadores quando respeitem as seguintes matérias: 2) Direitos de personalidade, igualdade ¢ no discriminacso; b) Protecdo na parentalidade; ¢) Trabalho de menores; 4d) Trabalhador com capacidade de trabalho reduzida, com deficiéncia ou doenga crénica; €) Trabalhador-estudante; f) Dever de informacao do empregador; 4g) Limites & duragao dos periodos normais de trabalho didrio e semanal; h) Duragdo minima dos periodos de repouso, incluindo a duracdo minima do periodo anual de férias; 1) Duracdo maxima do trabalho dos trabalhadores noturnos; 3) Forma de cumprimento e garantias da retribuico, bem como pagamento de trabalho suplementar; * 1) Capitulo sobre prevencdo e reparacdo de acidentes de trabalho e doencas profissionals e legislacdo que © regulamenta; m) Transmissao de empresa ou estabelecimento; 1) Direitos dos representantes eleitos dos trabalhacores. ACT. 4 ~ As normas legals reguladoras de contrato de trabalho sé podem ser afastadas por contrato individual que estabeleca condigdes mais favordveis para o trabalhador, se delas no resultar 0 contrario. 5 - Sempre que uma norma legal reguladora de contrato de trabalho determine que a mesma pode ser afastada por instrumento de regulamentacao coletiva de trabalho entende-se que 0 ndo pode ser por contrato de trabalho. 1 Redacio dada pela Lei n.© 93/2019, de 4 de setembro Jurisprudénci 1 ~ Sobre relagées entre fontes de regulacdo ver Acérdaos do ST) de 12/04/2012 e de 20/06/2012 e Acérdao do TC de 22/09/2010. capiTuLo IT Aplicacao do direito do trabalho Artigo 4.° Igualdade de tratamento de trabalhador estrangeiro ou apatrida Sem prejuizo do estabelecido quanto a lei aplicével ao destacamento de trabalhadores e do disposto no artigo seguinte, o trabalhador estrangeiro ou apatrida que esteja autorizado a exercer uma atividade profissional subordinada em territério portugués goza dos mesmos direitos e est sujeito aos mesmos deveres do trabalhador com nacionalidade portuguesa Notas: 1 ~ Sobre utilizaao da atividade de cidadao estrangeiro em situacdo ilegal ver artigos 185.°A e 198.°A da Lei n.° 23/2007, de 4 de julho, republicada pela Lei n.° 29/2012, de 9 de agosto, bem como Decreto Regulamentar n.° 84/2007, de 5 de novembro, alterado e republicado pelo Decreto Reaulamentar n.° 2/2013, de 18 de marco. 2 - Ver Modelo de declaragao prévia & deslocacao de prestador de servigos a territério nacional em livre prestacio de servigos publicada em anexo a Portaria n.©° 325/2012, de 16 de outubro, Artigo 5.° Forma e contedide de contrato com trabalhadorestrangeiro ou apatrida 1 ~ O contrato de trabalho celebrado com trabalhador estrangeiro ou apatrida esta sujeito a forma escrita e deve conter, sem prejuizo de outras exigivels no caso de ser a termo, as seguintes indicacées: ACT. a) Identificacao, assinaturas e domicilio ou sede das partes; b) Referéncia ao visto de trabalho ou ao titulo de autorizacéo de residéncia ou permanéncia do trabalhador em territério portugués; ) Atividade do empregador; d) Atividade contratada e retribuigdo do trabalhador; €) Local ¢ periodo normal de trabalho; ‘) Valor, periodicidade e forma de pagamento da retribuicéo; 49) Datas da celebragdo do contrato e do Inicio da prestagao de atividade. 2 - 0 trabalhador deve ainda anexar ao contrato a identificago e domicilio da pessoa ou pessoas beneficidrias de pensdo em caso de morte resultante de acidente de trabalho ou doenca profissional. 3 - 0 contrato de trabalho deve ser elaborado em duplicado, entregando o empregador um exemplar a0 trabalhador. 4 ~ 0 exemplar do contrato que ficar com o empregador deve ter apensos documentos comprovativos do cumprimento das obrigacées legais relativas @ entrada e & permanéncia ou residéncia do cidadéo estrangeiro ou apétrida em Portugal, sendo apensas cépias dos mesmos documentos aos restantes exemplares. 5 - 0 empregador deve comunicar ao servigo com competéncia inspetiva do ministério responsével pela rea laboral, mediante formulério eletrénico: a) A celebragdo de contrato de trabalho com trabalhador estrangeiro ou apatrida, antes do inicio da sua execucéo; b) A cessago de contrato, nos 15 dias posteriores. 6 - O disposto neste artigo nao é aplicavel a contrato de trabalho de cidado nacional de pais membro do Espago Econémico Europeu ou de outro Estado que consagre a igualdade de tratamento com cidadao nacional em matéria de livre exercicio de atividade profissional 7 ~ Constitui contraordenacdo grave a violacao do disposto nos n.°* 1, 3, 4 ou S. Notas: 1 ~ Sobre a igualdade de tratamento em relacdo aos cidadaos nacionais dos cidadaos da Unido Europeia dos membros das suas familias no territério nacional ver artigo 20.° da Lei n.©° 37/2006, de 9 de agosto. 2 ~ Sobre a aplicabilidade do artigo 5.°, n.° 6, a trabalhadores estrangeiros em territério portugués ver 0 aviso publicado no Boletim de Trabalho e Emprego, 12 série, n.° 17, de 8/05/1999. ACT. Artigo 6.° Destacamento em territério portugués 1 ~ Consideram-se submetidas a0 regime de destacamento as seguintes situacdes, nas quais 0 trabalhador, contratado por empregador estabelecido noutro Estado, presta a sua atividade em territério portugués: a) Em execugio de contrato entre o empregador ¢ 0 beneficiério que exerce a atividade, desde que 0 trabalhador permaneca sob a autoridade e direcdo daquele; b) Em estabelecimento do mesmo empregador, ou empresa de outro empregador com o qual exista uma relacdo societaria de participacdes reciprocas, de dominio ou de grupo; ) Ao servico de um utilizador, & disposicéo do qual foi colocado por empresa de trabalho tempordrio ou outra empresa, 2 - O regime é também aplicavel ao destacamento efetuado nas situagbes referidas nas alineas a) e b) do mero anterior por um utilizador estabelecido noutro Estado, ao abrigo da respetiva legislacdo nacional, desde que o contrato de trabalho subsista durante o destacamento. 3 - O regime de destacamento em territério portugués ndo é aplicdvel ao pessoal navegante da marinha mercante, 1 - Sobre destacamento de trabalhadores no mbito de uma prestagao de servicos ver Lei n.© 29/2017, de 30 de maio. Artigo 7.° Condicées de trabalho de trabalhador destacado 1 - Sem prejuizo de regime mais favordvel constante de lei ou contrato de trabalho, o trabalhador destacado tem direito as condiges de trabalho previstas na lel e em regulamentagdo coletiva de trabalho de eficdcia geral aplicavel que respeitem a: a) Seguranca no emprego; b) Duragdo maxima do tempo de trabalho; ) Periodos minimos de descanso; d) Férias; €) RetribuigSo minima e pagamento de trabalho suplementar; ) Cedancia de trabalhadores por parte de empresa de trabalho tempordrio; 9) Cedéncia ocasional de trabalhadores; h) Seguranga e satide no trabalho; ACT. i) Protecdo na parentalidade; J) Protegao do trabalho de menores; 1) Igualdade de tratamento e nao discriminagio. 2 ~ Para efeito do disposto no nimero anterior: a) A retribuigSo minima integra os subsidios ou abonos atribufdos 20 trabalhador por causa do destacamento que no constituam reembolso de despesas efetuadas, nomeadamente com viagens, alojamento e alimentacao; b) As férias, a retribuicdo minima e © pagamento de trabalho suplementar nao sao aplicaveis ao destacamento de trabalhador qualificado por parte de empresa fornecedora de um bem, para efetuar a montagem ou a instalacao inicial indispensdvel ao seu funcionamento, desde que a mesma esteja integrada no contrato de fornecimento e a sua duracdo nao seja superior a oito dias no periodo de um ano. 3 - 0 disposto na alinea b) do ntimero anterior nao abrange 0 destacamento em atividades de construcso que visem a realizacdo, reparacao, manutencao, alteragdo ou eliminacao de construgées, nomeadamente escavacées, aterros, construcdo, montagem e desmontagem de elementos prefabricados, arranjo ou instalagdo ‘de equipamentos, transformacdo, renovagéo, reparacdo, conservagéo ou manutencao, designacamente pintura e limpeza, desmantelamento, demolicao e saneamento. Notas: 1 - Sobre destacamento de trabalhadores no Ambito de uma prestacio de servicos ver Lei n.© 29/2017, de 30 de maio. Artigo 8.° Destacamento para outro Estado 1.- 0 trabalhador contratado por uma empresa estabelecida em Portugal, que preste atividade no territério de outro Estado em situacdo a que se refere 0 artigo 6.°, tem direito 8s condigdes de trabalho previstas no artigo anterior, sem prejuizo de regime mais favoravel constante da lei aplicdvel ou do contrato. 2 - O empregador deve comunicar, com cinco dias de antecedéncia, ao servico com competéncia inspetiva do ministério responsavel pela area laboral a identidade dos trabalhadores a destacar para o estrangeiro, © utilizador, o local de trabalho, o inicio e o termo previsiveis da deslocagso. 3 ~ Constitui contraordenacdo grave @ violaco do disposto no numero anterior ACT. Notas: 1 - Sobre destacamento de trabalhadores no Ambito de uma prestacio de servicos ver Lei n.© 29/2017, de 30 de maio. Artigo 9.° Contrato de trabalho com regime especial ‘Ao contrato de trabalho com regime especial aplicam-se as regras gerais deste Cédigo que sejam compativeis com a sua especificidade, Notas: 1 ~ Sobre trabalho no domicilio ver Lei n.© 101/2009, de 8 de setembro. 2 - Sobre regime dos contratos de trabalho dos profissionais de espetéculos ver Lei n.° 4/2008, de 7 de fevereiro, republicada pela Lei n.° 28/2011, de 16 de junho. 3 ~ Sobre regime juridico do contrato de trabalho do praticante desportivo e do contrato de formagéo desportiva ver Lei a,° 28/98, de 26 de junho. 4 ~ Sobre regime juridico do trabalho aéreo ver Decreto-Lei n.° 44/2013, de 2 de abril. Artigo 10.° Situagées equiparadas ‘As normas legais respeitantes a direitos de personalidade, igualdade e no discriminacéo e seguranga e satide no trabalho sao aplicaveis a situacbes em que ocorra prestacdo de trabalho por uma pessoa a outra, sem subordinacao juridica, sempre que o prestador de trabalho deva considerar-se na dependéncia ‘econémica do beneficiério da atividade. ACT. TiTULO 11 Contrato de trabatho CAPETULO I Disposicées gerais SECCAO T Contrato de trabalho Artigo 11.° Nogo de contrato de trabalho Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante retribuico, a prestar a sua atividade 2 outra ou outras pessoas, no Ambito de organizago e sob a autoridade destas. Artigo 12.° Presungo de contrato de trabalho 1 - Presume-se a existéncia de contrato de trabalho quando, na relacdo entre a pessoa que presta uma atividade e outra ou outras que dela beneficiam, se verifiquem algumas das seguintes caracteristicas: 2) A atividade seja realizada em local pertencente ao seu beneficlario ou por ele determinado; b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertengam ao beneficiario da atividade; ) O prestador de atividade observe horas de inicio e de termo da prestacio, determinadas pelo beneficiario da mesma; ) Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de atividade, como contrapartida da mesma; ) 0 prestador de atividade desempenhe fungfes de direcfio ou chefia na estrutura organica da empresa 2 ~ Constitui contraordenacao muito grave imputavel ao empregador a prestagio de atividade, por forma aparentemente auténoma, em condicdes caracteristicas de contrato de trabalho, que possa causar prejuizo a0 trabalhador ou ao Estado. 3 - Em caso de reincidéncia, é aplicada a sangéo acesséria de privacio do direito a subsidio ou beneficio outorgado por entidade ou servico piblico, por periodo até dois anos. ACT. 4 ~ Pelo pagamento da coima, sao solidariamente responsaveis o empregador, as sociedades que com este se encontrem em relacées de participacées reciprocas, de dominio ou de grupo, bem come 0 gerente, administrador ou diretor, nas condigées @ que se referem o artigo 334.° ¢ 0 n.° 2 do artigo 335.9. 1 - Sobre presuncéo de contrato de trabalho no &mbito de estdgios profissionais ver artigo 13.° do Decreto- Lei 66/2011, de 1 de junho. Jurisprudénci 1 - Sobre distingdo entre contrato de trabalho e contrato de prestagdo de servicos ver Acérdaos do ST) de 27/11/2007, de 16/01/2008, de 21/01/2009, de 9/12/2010 e de 12/09/2012, SECCAO 1 Sujeitos SUBSECGAO I Capacidade Artigo 13.° Principio geral sobre capacidade A capacidade para celebrar contrato de trabalho regula-se nos termos gerais do direito e pelo disposto neste Cédigo. SUBSECGAO II itos de personalidade Artigo 14.° Liberdade de expresso e de opiniao E reconhecida, no ambito da empresa, a liberdade de expressao e de divulgag3o do pensamento e opiniéo, ‘com respeito dos direitos de personalidade do trabalhador e do empregador, incluindo as pessoas singulares que o representam, e do normal funcionamento da empresa ACT. Artigo 15.° Integridade fi ica e moral © empregador, incluindo as pessoas singulares que 0 representam, ¢ 0 trabalhador gozam do dircito & respetiva integridade fisica e moral Artigo 16.° Reserva da idade da vida privada 1 - 0 empregador e o trabalhador devem respeltar os direitos de personalidade da contraparte, cabendo- Ihes, designadamente, guardar reserva quanto a intimidade da vida privada: 2 - O direito 8 reserva da intimidade da vida privada abrange quer 0 acesso, quer a divulgagdo de aspetos atinentes a esfera intima e pessoal das partes, nomeadamente relacionados com a vida familiar, afetiva e sexual, com 0 estado de satide e com as convicsdes politicas e religiosas. Artigo 17.° Protecao de dados pessoais 1 - 0 empregador n3o pode exigir a candidato a emprego ou @ trabalhador que preste informagies relativas: 2) A sua vida privada, salvo quando estas sejam estritamente necessérias e relevantes para avaliar da respetiva aptiddo no que respeita a execucdo do contrato de trabalho e seja fornecida por escrito a respetiva fundamentacao; b) A sua satide ou estado de gravidez, salvo quando particulares exigéncias inerentes & natureza da atividade profissional o justifiquem e seja fornecida por escrito a respetiva fundamentacéo, 2 ~ As informagées previstas na alinea b) do ntimero anterior so prestadas a médico, que sé pode ‘comunicar ao empregador se o trabalhador est ou ndo apto a desempenhar a atividade, 3 - 0 candidato a emprego ou o trabalhador que haja fornecido informagées de indole pessoal goza do direito ao controlo dos respetivos dados pessoais, podendo tomar conhecimento do seu teor e dos fins @ que se destinam, bem como exigir a sua retificagdo e atualizacao. 4 ~ 0s ficheiros e acessos informéticos utilizados pelo empregador para tratamento de dados pessoais do candidato 2 emprego ou trabalhador ficam sujeitos a legislac#o em vigor relativa @ protecdo de dados pessoas. 5 ~ Constitui contraordenacao muito grave 2 violacdo do disposto nos n.* 1 ou 2, ACT. Artigo 18.° Dados biométricos 1 ~ 0 empregador sé pode tratar dados biométricos do trabalhador apés notificacao @ Comiss&io Nacional de Protecdo de Dados. 2 - O tratamento de dados biométricos sé & permitido se os dados a utilizar forem necessérios, adequados € proporcionais aos objetivos a atingir. 3 - Os dados biométricos so conservados durante o periodo necessario para a prossecugao das finalidades do tratamento a que se destinam, devendo ser destrufdos no momento da transferéncia do trabalhador para outro local de trabalho ou da cessago do contrato de trabalho. 4 ~ A notificacdo a que se refere 0 n.9 1 deve ser acompanhada de parecer da comissao de trabalhadores ou, nao estando este disponivel 10 dias apés a consulta, de comprovativo do pedido de parecer, 5 ~ Constitui contraordenacao grave a violacdo do disposto no n.° 3. Artigo 19. Testes e exames mé os 1 - Para além das situages previstas em legislacdo relativa a seguranca e sade no trabalho, o empregador no pode, para efeitos de admissdo ou permanéncia no emprego, exigir a candidato a emprego ou a trabalhador @ realizacdo ou apresentacdo de testes ou exames médicos, de qualquer natureza, para comprovago das condicées fisicas ou psiquicas, salvo quando estes tenham por finalidade a protecio e seguranca do trabalhador ou de terceiras, ou quando particulares exigéncias inerentes @ atividade o Justifiquem, devendo em qualquer caso ser fornecida por escrito ao candidato a emprego ou trabalhador respetiva fundamentacdo. 2 - 0 empregador ndo pode, em circunstancia alguma, exigir a candidata a emprego ou a trabalhadora a realizacdo ou apresentacdo de testes ou exames de gravidez, 3 - © médico responsdvel pelos testes e exames médicos sé pode comunicar ao empregador se 0 trabalhador esta ou nao apto para desempenhar a atividade. 4 ~ Constitui contraordenagao muito grave a violacéo do disposto nos n.** 1 ou 2. Artigo 20.° Meios de vigilancia a distancia 1-0 empregador nao pode utilizar meios de vigilancia a distdncia no local de trabalho, mediante o emprego de equipamento tecnolégico, com a finalidade de controlar o desempenho profissional do trabalhador. 2 - A utilizacdo de equipamento referido no nimero anterior é licita sempre que tenha por finalidade a protecdo e seguranca de pessoas e bens ou quando particulares exigéncias inerentes & natureza da atividade o justifiquem ACT. 3 ~ Nos casos previstos no nimero anterior, 0 empregador informa o trabalhador sobre a existéncia ¢ finalidade dos meios de vigildncia utilizados, devendo nomeadamente afixar nos locais sujeitos os seguintes dizeres, consoante os casos: «ste local encontra-se sob vigilancia de um circuit fechado de televisdo» ou «Este local encontra-se sob vigilancia de um circuito fechado de televisdo, procedendo-se 8 gravacao de imagem e som», seguido de simbolo identificativo. 4~ Constitui contraordenacée muito grave a violacdo do disposto no n.° 1 ¢ constitui contraordenaco leve a violagao do disposto no n.° 3. Jurisprudéncia: 1 ~ Sobre videovigilncia nos locais de trabalho ver Acérdao do STJ de 8/03/2006, Artigo 21.° Utilizagdo de meios de vigilancia a distancia 1 - A utilizago de meios de vigiancia a disténcia no local de trabalho esté sujeita a autorizagao da Comissio Nacional de Pratecdo de Dados. 2 ~ Aautorizacéo sé pode ser concedida se a utilizacéo dos meios for necessérie, adequada e proporcional 0s objetivos a atingir. 3 - Os dados pessoais recolhidos através dos meios de visilancia a distancia so conservados durante o periodo necessério para @ prossecucéo das finalidades da utllizagfo a que se destinam, devendo ser destrufdos no momento da transferéncia do trabalhador para outro local de trabalho ou da cessacao do contrato de trabalho. 4 - 0 pedido de autorizacdo a que se refere 0 n.° 1 deve ser acompanhado de parecer da comissio de trabalhadores ou, ndo estando este disponivel 10 dias apés @ consulta, de comprovativo do pedido de parecer, 5 ~ Constitui contraordenacdo grave a violacdo do disposto no n.° 3. Artigo 22.° Confidencialidade de mensagens e de acesso a informacao 1- 0 trabalhador goza do direito de reserva e confidencialidade relativamente 20 contetido das mensagens de natureza pessoal e acesso a informacao de cardcter ndo profissional que envie, receba ou consulte, nomeadamente através do correio eletrénico, 2 - 0 disposto no nimero anterior ndo prejudica o poder de o empregador estabelecer regras de utilizaco dos meios de comunicacao na empresa, nomeadamente do correio eletrénico. ‘SUBSECCAO III ACT. Igualdade e nao discriminacao DIVvIsAo I Disposicées gerais sobre igualdade e nao discriminacao Artigo 23.° Conceitos em matéria de igualdade e no discriminac3o 1 ~ Para efeitos do presente Cédigo, considera-se: a) Discriminagio direta, sempre que, em razdo de um fator de discriminacdo, uma pessoa seja sujeita a tratamento menos favorével do que aquele que é, tenha sido ou venha a ser dado a outra pessoa em situagao comparavel; b) Discriminagao indireta, sempre que uma disposicao, critério ou pratica aparentemente neutro seja suscetivel de colocar uma pessoa, por motivo de um fator de discriminacao, numa posicio de desvantagem ‘comparativamente com outras, a no ser que essa disposicéo, critério ou pratica seja objetivamente Justificado por um fim legitimo ¢ que os meios para o alcancar sejam adequados e necessarios; ) Trabalho igual, aquele em que as funcdes desempenhadas ao serviso do mesmo empregador so iguais ou objetivamente semelhantes em natureza, qualidade e quantidade; 4d) Trabalho de valor igual, aquele em que as fungies desempenhadas ao servigo do mesmo empregador 830 equivalentes, atendendo nomeadamente 4 qualificacao ou experiéncia exigida, 4s responsabilidades atribuldas, ao esforso fisico e psiquico e as condigées em que o trabalho é efetuado. 2 = Constitui discriminaco a mera ordem ou instrugéo que tenha por finalidade prejudicar alguém em razdo de um fator de discriminacdo. Notas: 1 - Ver Manual_de Capacitacio_em Inspecio do Trabalho e Iqualdade de Género da Organizacio internacional do Trabalho, de 2012 Artigo 24.° Direito a igualdade no acesso a emprego e no trabalho 1 — 0 trabalhador ou candidato a emprego tem direito a igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego, a formacao e promocao ou carreira profissionais e as condicées de trabalho, ndo podendo ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razio, nomeadamente, de ascendéncia, idade, sexo, orientacdo sexual, identidade de género, estado civil, situacdo familiar, situago econémica, instrugdo, origem ou condicdo social, patriménio ‘genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiéncia, doenca crénica, nacionalidade, origem étnica ou ACT. raca, territério de origem, lingua, religido, convicgdes politicas ou ideolégicas ¢ filiacdo sindical, devendo 0 Estado promover a igualdade de acesso a tais direitos. * 2 ~ 0 direito referido no numero anterior respeita, designadamente a) Accritérios de selegio e a condicées de contratacio, em qualquer sector de atividade e a todos os niveis, hierérquicos; b) A acesso a todos os tipos de orientaco, formagéo e reconversdo profissionais de qualquer nivel, incluindo a aquisicdo de experiéncia prética; ) A retribuicao e outras prestacdes patrimoniais, promoco a todos os nivels hierdrquicos e critérios para selecdo de trabalhadores a despedir; d) A filiagdo ou participagdo em estruturas de representacdo coletiva, ou em qualquer outra organizacao ‘cujos membros exercem uma determinada profissao, incluindo os beneficios por elas atribuides. 3 ~ 0 disposto nos ntimeros anteriores nao prejudica a aplicacdo: a) De disposigées legais relativas 20 exercicio de uma atividade profissional por estrangeiro ou apatrida; b) De disposigées relativas 8 especial protecao de patriménio genético, gravidez, parentalidade, adogao outras situagées respeitantes & conciliaco da ativicade profissional com a vida familiar. 4 ~ O empregador deve afixar na empresa, em local apropriado, a informacdo relativa aos direitos e deveres do trabalhador em matéria de igualdade ¢ nao discriminagéo 5 ~ Constitui contraordenaco muito grave a violaggo do disposto no n.° 1 € constitu contraordenagio leve a violago do disposto no n.° 4, * Redacdo dada pela Lei n.9 28/2015, de 14 de abril, Artigo 25.° de discriminagao 1 ~ 0 empregador nao pode praticar qualquer discriminaco, direta ou indireta, em razdo nomeadamente dos fatores referidos no n.® 1 do artigo anterior. 2 N&o constitu discriminag3o o comportamento baseado em fator de discriminago que constitua um requisito justificdvel e determinante para o exercicio da atividade profissional, em virtude da natureza da atividade em causa ou do contexto da sua execucdo, devendo objetivo ser legitimo e 0 requisito proporcional. 3 - So nomeadamente permitidas diferencas de tratamento baseadas na idade que sejam necessdrias € apropriadas a realizac3o de um objetivo legitimo, designadamente de politica de emprego, mercado de trabalho ou formacao profissional. ACT. 4 ~ As disposigées legais ou de instrumentos de regulamentacao coletiva de trabalho que justifiquem os comportamentos referidos no numero anterior devem ser avaliadas periodicamente e revistas se deixarem de se justificar. 5 - Cabe 2 quem alega discriminagdo indicar 0 trabalhador ou trabalhadores em relagdo a quem se considera discriminado, incumbindo ao empregador provar que a diferenga de tratamento ndo assenta em qualquer fator de discriminacao. 6 ~ 0 disposto no nimero anterior é designadamente aplicavel em caso de invocago de qualquer pratica discriminatéria no acesso ao trabalho ou formagéo profissional ou nas condigdes de trabalho, nomeadamente por motivo de dispensa para consulta pré-natal, protecdo da seguranga e salde de trabalhadora gravida, puérpera ou lactante, licengas por parentalidade ou faltas para assisténcia a 7 ~ E invélido o ato de retaliagdo que prejudique o trabalhador em consequéncia de rejel¢ao ou submisso a ato discriminatério, 8 ~ Constitui contraordenagao muito grave a violaggo do disposto nos n.** 1 ou 7. Artigo 26.° Regras contrarias ao principio da igualdade e nao discriminagao 1 ~ A disposigo de instrumento de regulamentago coletiva de trabalho ou de regulamento interno de ‘empresa que estabeleca profissdo ou categoria profissional que respeite especificamente a trabalhadores de um dos sexos considera-se aplicavel a trabalhadores de ambos 0s sexos. 2 ~ A disposigio de instrumento de regulamentagao coletiva de trabalho ou de regulamento interno de ‘empresa que estabeleca condicdes de trabalho, designadamente retribuicSo, aplicdveis exclusivamente a trabalhadores de um dos sexos para categoria profissional correspondente a trabalho igual ou a trabalho de valor igual considera-se substituida pela disposicao mais favoravel aplicdvel a trabalhadores de ambos 3 - 0 disposto nos niimeros anteriores € aplicdvel a disposi¢&o contréria ao principio da igualdade em funcao de outro fator de discriminagao, 4 ~ A disposicao de estatuto de organizacdo representativa de empregadores ou de trabalhadores que restrinja 0 acesso a emprego, atividade profissional, formacdo profissional, condicdes de trabalho ou carreira profissional exclusivamente a trabalhadores de um dos sexos, fora dos casos previstos no n.° 2 do artigo 25.° e dos previstos em lei especifica decorrentes da protecdo do patriménio genético do trabalhador ou dos seus descendentes, considera-se aplicdvel a trabalhadores de ambos os sexos. Artigo 27.° Medida de ago positiva Para os efeitos deste Cédigo, ndo se considera discriminago a medida legislativa de duragéo limitada que beneficia certo grupo, desfavoreciéo em fungo de fator de discriminacao, com o objetivo de garantir 0 exercicio, em condicées de igualdade, dos cireitos previstos na lei ou corrigir situacao de desigualdade que persista na vida social ACT. Artigo 28.° Indemnizagao por ato discriminatério A pratica de ato discriminatério lesivo de trabalhador ou candidato a emprego confere-ihe o direito a indemnizacgo por danos patrimoniais e no patrimoniais, nos termos gerais de direito. DivisAo Ir ico de assédio Artigo 29.02 Assédio 1 ~ proibida a prética de asséio. 2. Entende-se por assédio 0 comportamento indesejado, nomeadamente o baseado em fator de discriminago, praticado aquando do acesso ao emprego ou no préprio emprego, trabalho ou formagio profissional, com o abjetivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa, afetar a sua dignidade, ou de Ihe criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador. 3 - Constitui assédio sexual o comportamento indesejado de caréter sexual, sob a forma verbal, nao verbal, ou fisica, com 0 objetivo ou o efeito referido no némero anterior, 4 ~ A pratica de assédio confere & vitima o direito de indemnizagdo, aplicando-se 0 disposto no artigo anterior. 5 - A pratica de assédio constitui contraordenacdo muito grave, sem prejuizo de eventual responsabilidade penal prevista nos termos da lei 6 - O denunciante e as testemunhas por si indicadas nao podem ser sancionadas disciplinarmente, a menos que atuem com doo, com base em deciaracées ou factos constantes dos autos de processo, judicial ou contraordenacional, desencadeado por assédio até decisio final, transitada em julgado, sem prejulzo do exercicio do direito ao contraditério, 1 Redacdo dada pela Lei n.° 73/2017, de 16 de agosto. Jurisprudénci 1 ~ Sobre assédio moral ver Acérdao do STJ de 29/03/2012. ACT. DIVISAO 111 Igualdade e no discriminagdo em fun¢ao do sexo Artigo 30.° Acesso ao emprego, atividade profissional ou formagao 1 - A exclusdo ou restric de acesso de candidato a emprego ou trabalhador em razdo do sexo a determinada atividade ou 4 formaco profissional exigida para ter acesso a essa atividade constitui discriminagdo em funcao do sexo. 2 - O antincio de oferta de emprego e outra forma de publicidade ligada a pré-selecdo ou ao recrutamento nao pode conter, direta ou indiretamente, qualquer restricdo, especificacdo ou preferéncia baseada no Sexo. 3 ~ Em ago de formagao profissional dirigida a profisso exercida predominantemente por trabalhadores de um dos sexos deve ser dada, sempre que se justifique, preferéncia a trabalhadores do sexo com menor Tepresentagéo, bem como, sendo apropriado, a trabalhador com escolaridade reduzida, sem qualificacao ou responsdvel por familia monoparental ou no caso de licenca parental ou adocao. 4 ~ Constitui contraordenagao muito grave a violago do disposto nos n.°* 1 ou 2. Artigo 31.° Igualdade de condicées de trabalho 1 ~ Os trabalhadores tém direito a igualdade de condicées de trabalho, em particular quanto & retribuicao, devendo os elementos que a determinam nao conter qualquer discriminago fundada no sexo. 2 ~ A igualdade de retribuicao implica que, para trabalho igual ou de valor igual: 2) Qualquer modalidade de retribuicéo variavel, nomeadamente a paga & tarefa, seja estabelecida na base da mesma unidade de medida; b) A retribuicao calculada em funcao do tempo de trabalho seja a mesma. 3 - As diferengas de retribuigéo no constituem discriminac&o quando assentes em critérios objetivos, comuns a homens e mulheres, nomeadamente, baseados em mérito, produtividade, assiduidade ou antiguidade. 4 ~ Sem prejulzo do disposto no numero anterior, as licencas, faltas ou dispensas relativas & protecdo na parentalidade ndo podem fundamentar diferengas na retribuicao dos trabalhadores. 5 ~ Os sistemas de descricao de tarefas e de avaliacdo de funcdes deve assentar em critérios objetivos comuns a homens e mulheres, de forma a excluir qualquer discriminago baseada no sexo. 6 - Constitul contraordenagéo muito grave a violagdo do disposto no n.° 1 e constitul contraordenagdo grave a violacdo do disposto no n.° 5. ACT. Artigo 32.° Registo de processos de recrutamento 1 - Todas as entidades devem manter durante cinco anos o registo dos processos de recrutamento efetuados, devendo constar do mesmo, com desagregacao por sexo, os seguintes elementos: a) Convites para o preenchimento de lugares; b) Andncios de oferta de emprego; c) Numero de candidaturas para apreciacao curricular; 4) Numero de candidatos presentes em entrevistas de pré-selecdo; ) Nimero de candidatos aguardando ingresso; f) Resultados de testes ou provas de admissio ou selegio; 4g) Balancos sociais relatives a dados, que permitam analisar a existéncia de eventual discriminacao de pessoas de um dos sexos no acesso ao emprego, formacao e promogao profissionais e condigées de trabalho. 2 ~ Constitui contraordenacao leve a violago do disposto neste artigo ‘SUBSECCAO IV Parentalidade Artigo 33.° Parentalidade 1 ~ A maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminentes. 2 - Os trabalhadores tém direito & protecio da sociedade e do Estado na realizacdo da sua insubstituivel ‘aco em relaco ao exercicio da parentalidade. Artigo 33.°-A* Referéncias 1 - Todas as referéncias feitas na presente subseccdo a mae e ao pai consideram -se efetuadas aos titulares do direito de parentalidade, salvo as que resultem da condicdo biolégica daqueles. ACT. 2 O titular do direito de parentalidade que se enquadre no disposto nas alineas a) ou b) do n.° 1 do artigo 36.9 goza da licenca parental exclusiva da mae, gozando o outro titular do direito de parentalidade da licenca exclusiva do pai 3 — As situagdes de adogao por casais do mesmo sexo aplica -se 0 disposto nos artigos 44.° e 64.°. 1 Aditado pela Lei n.© 90/2019, de 4 de setembro. Artigo 34.° Articulacao com regime de protegdo social 1 ~ A protegdo social nas situagées previstas na presente subseccdo, designadamente os regimes de concessao de prestacées sociais para os diferentes periodos de licenca por parentalidade, consta de legislagao especifica 2 - Para efeitos do disposto na presente subseccao, consideram-se equivalentes a periodos de licenca parental os perfodes de concessio das prestacées sociais correspondentes, atribuidas a um dos progenitores no 4mbito do subsistema de solidariedade e do sistema previdencial da seguranca social ou outro regime de protecdo social de enquadramento obrigatério. 1 ~ Ver Decreto-Lei n.2 91/2009, de 9 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.° 133/2012, de 27 de junho, que estabelece o regime juridico de protecao social na parentalidade no ambito do sistema previdencial e no subsistema de solidariedade. 2 - Ver Guia Prético de Subsidio Parental do Instituto da Seguranca Social, IP. Artigo 35.° Protecao na parentalidade 1 ~ A protegdo na parentalidade concretiza-se através da atribuicéo dos seguintes direitos: a) Licenga em situago de risco clinico durante a gravidez, b) Licenga por interrupgio de gravidez; ) Licenga parental, em qualquer das modalidades; 4) Licenga por adocao; ) Licenga parental complementar em qualquer das modalidades; ACT. f) Dispensa da prestagao de trabalho por parte de trabalhadora gravida, puérpera ou lactante, por motivo de protecdo da sua seguranca e satide; 49) Dispensa para consulta pré-natal; h) Dispensa para avaliagdo para adocio; 1) Dispensa para amamentagio ou aleitaclo; 4) Faltas para assisténcia a filho; 1) Faltas para assisténcia a neto; m) Licenca para assisténcia a filho; 1) Licenga para assisténcia a filho com deficiéncia ou doenga erénica; 0) Trabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares; p) Horério flexivel de trabalhador com responsabilidades familiares; 4) Dispensa de prestagdo de trabalho em regime de adaptabilidade; 1) Dispensa de prestaco de trabalho suplementar; ) Dispensa de prestaco de trabalho no periodo noturno, 2- Os direitos previstos no nimero anterior apenas se aplicam, apés nascimento do filho, a trabalhadores progenitores que ndo estejam impedidos ou inibidos totalmente do exercicio do poder paternal, com excegio do direito de a m&e gozar 14 semanas de licenga parental inicial e dos referentes a protec3o durante a amamentagio, Artigo 35.°-A * Proibiao de discriminacao pelo exercicio dos direitos de materi jade e paternidade 1 = E proibida qualquer forma de ciscriminacéo em fungio do exercicio pelos trabalhadores dos seus direitos dde maternidade e paternidade. 2 = Incluem -se na proibicéo do n.° 1, nomeadamente, discriminacées remuneratérias relacionadas com a atribuicdo de prémios de assiduidade e produtividade, bem como afetagies desfavordveis em termos da progressdo na carreira + aditado pela Lei n.© 90/2019, de 4 de setembro. ACT. Artigo 36.° Conceitos em matéria de protecdo da parentalidade 1 ~ No émbito do regime de protesio da parentalidade, entende-se por: a) Trabalhadora gravida, a trabalhadora em estado de gestacao que informe o empregador do seu estado, por escrito, com apresentagio de atestado médico; b) Trabalhadora puérpera, a trabalhadora parturiente e durante um periodo de 120 dias subsequentes ao parto que informe o empregador do seu estado, por escrito, com apresentaco de atestado médico ou certiddo de nascimento do filho; ) Trabalhadora lactante, a trabalhadora que amamenta 0 filho € informe o empregador do seu estado, por escrito, com apresentacao de atestado médico. 2 - O regime de protegao da parentalidade é ainda aplicdvel desde que o empregador tenha conhecimento da situacdo ou do facto relevante. Artigo 37.° Licenga em situagao de risco clinico durante a gravidez 1 ~ Em situagdo de risco clinico para a trabalhadora gravida ou pare o nascituro, impeditivo do exercicio de fungées, independentemente do motivo que determine esse impedimento e esteja este ou ndo relacionado com as condigdes de prestac3o do trabalho, caso o empregador nao lhe proporcione o exercicio de atividade compativel com o seu estado e categoria profissional, a trabalhadora tem direito a licenca, pelo periado de tempo que por prescrico médica for considerado necessério para prevenir o risco, sem prejuizo da licenga parental inicial 2 ~ Para o efeito previsto no niéimero anterior, a trabalhadora informa 0 empregador e apresenta atestado médico que indique a duracao previsivel da licenca, prestando essa informacSo com a antecedéncia de 10 dias ou, em caso de urgéncia comprovada pelo médico, logo que possivel. 3 ~ Constitui contraordenacao muito grave a violacao do disposto no n.° 1 Artigo 38.° Licenga por interrupcao da gravidez 1 - Em caso de interrupsio da gravidez, a trabalhadora tem direito a licenga com duraco entre 14 e 30 dias. 2 - Para o efeito previsto no nmero anterior, a trabalhadora informa o empregador e apresenta, logo que possivel, atestado médico com indicacdo do periodo da licenca 3 ~ Constitui contraordenacao muito grave 2 violaco do disposto no n.° 1 ACT. Artigo 39.° Modalidades de licenca parental A licenga parental compreende as seguintes modalidades: a) Licenga parental inicial; b) Licenga parental inicial exclusiva da mae; ) Licenga parental inicial a gozar pelo pai por impossibilidade da mae; 4) Licenca parental exclusiva do pai. Artigo 40.° Licenga parental inicial 1 - A mie e 0 pai trabalhadores tém direito, por nascimento de filho, a licenga parental inicial de 120 ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar apés 0 parto, sem prejuizo dos direitos da mae a que se refere o artigo seguinte. 2 = 0 gozo da licenga referida no némero anterior pode ser usufruido em simult&neo pelos progenitores entre os 120 € os 150 dias. 3 - A licenca referida no n.° 1 é acrescida em 30 dias, no caso de cada um dos progenitores gozar, em exclusivo, Um periodo de 30 dias consecutivos, ou dois periodos de 15 dias consecutivos, apés o periodo de gozo obrigatério pela mae a que se refere o'n.° 2 do artigo seguinte. 4 - No caso de nascimentos milltiplos, 0 periodo de licenca previsto nos nimeros anteriores é acrescido de 30 dias por cada gémeo além do primeiro. 5 - Em caso de partilha do gozo da licenga, a mie e 0 pal informam os respetivos empregadores, até sete dias apés o parto, do inicio e termo dos periodos a gozar por cada um, entregando para o efeito, declaragao ‘conjunta. + 6 - 0 gozo da licenga parental inicial em simultaneo, de mae e pai que trabalhem na mesma empresa, sendo esta uma microempresa, depende de acordo com o empregador.* 7 ~ Caso a licenga parental néo seja partilhada pela mae e pelo pai, e sem prejuizo dos direitos da mae a que se refere o artigo sequinte, o progenitor que gozar a licenca informa o respetivo empregador, até sete dias apés o parto, da duracdo da licenca e do inicio do respetivo periodo, juntando declaracdo do outro progenitor da qual conste que o mesmo exerce atividade profissional e que no goza a licenca parental inicial. 1 8 - Na falta da declaragio referida nos n.°s 4 € 5 a licenga é gozada pela me. 9 - Em caso de internamento hospitalar da crianga ou do progenitor que estiver 2 gozar a licenca prevista nos n.°s 1, 2 ou 3 durante 0 periodo apés o parto, o periodo de licenca suspende-se, a pedido do progenitor, pelo tempo de duraco do internamento. * ACT. 10 - A suspensdo da licenga no caso previsto no ntimero anterior é feita mediante comunicaco a0 ‘empregador, acompanhada de declaracéo emitida pelo estabelecimento hospitalar.? 11 ~ Constitui contraordenacao muito grave a violagao do disposto nos n.°s 1, 2, 3, 7 ou 8.2 1 Redagio dada pela Lei n.© 120/2015, de 1 de setembro, 2 Aditado pela Lei n.© 120/2015, de 1 de setembro, Artigo 41.° ada mae Periodos de licenca parental exclu: 1 - A mée pode gozar até 30 dias da licenca parental inicial antes do parto. 2-~ E obrigatério 0 goz0, por parte ds mie, de seis semanas de licenca a seguir ao parto 3 - A trabalhadora que pretends gozar parte da licenca antes do parto deve informar desse propésito 0 empregador e apresentar atestado médico que indique data previsivel do parto, prestando essa informacdo com a antecedéncia de 10 dias ou, em caso de urgéncia comprovada pelo médico, logo que possivel 4 ~ Constitui contraordenaglo muito grave a violago do disposto nos n.°* 1 ou 2. Artigo 42.° Licenca parental inicial a gozar por um progenitor em caso de impossibilidade do outro 1 - O pai ou a mae tem direito a licenca, com a duracao referida nos n.%* 1, 2 ou 3 do artigo 40.°, ou do periodo remanescente da licenca, nos casos sequintes: a) Incapacidade fisica ou psiquica do progenitor que estiver a gozar a licenca, enquanto esta se mantiver; b) Morte do progenitor que estiver a gozar a licenga 2 - Apenas ha lugar & durago total da licenga referida no n.° 2 do artigo 40.° caso se verifiquem as condicdes ai previstas, 8 data dos factos referidos no nimero anterior. 3 ~ Em caso de morte ou incapacidade fisica ou psiquica da mae, a licenca parental inicial a gozar pelo pai tem a duragdo minima de 30 dias. 4 ~ Em caso de morte ou incapacidade fisica ou psiquica de mae néo trabalhadora nos 120 dias a seguir a0 parto, 0 pai tem direito a licenca nos termos do n.° 1, com a necesséria adaptacio, ou do nimero anterior, 5 ~ Para efeito do disposto nos niimeros anteriores, 0 pai informa 0 empregador, logo que possivel e, consoante a situacdo, apresenta atestado médico comprovativo ou certidao de dbito e, sendo caso disso, declara 0 periodo de licenca jé gozado pela mae. ACT. 6 ~ Constitui contraordenacao muito grave a violacao do disposto nos n.%* 1 a 4, Artigo 43.° Licenga parental exclusiva do pai 1 ~ £ obrigatério o gozo pelo pai de uma licenca parental de 15 dias Uteis, seguidos ou interpolados, nos 30 dias sequintes ao nascimento do filho, cinco dos quais gozados de modo consecutivo imediatamente a seguir a este,’ 2 ~ Apés 0 gozo da licenga prevista no numero anterior, o pai tem ainda direito a 10 dias uteis de licenga, seguidos ou interpolados, desde que gozados em simulténeo com o gozo da licenca parental inicial por parte da mae, 3 - No caso de nascimentos miltiplos, & licenca prevista nos nmeros anteriores acrescem dois dias por cada gémeo além do primeiro, 4 ~ Para efeitos do disposto nos numeros anteriores, o trabalhador deve avisar o empregador com a antecedéncia possivel que, no caso previsto no n.° 2, nao deve ser inferior a cinco dias. 5 ~ Constitui contraordenacao muito grave @ violagdo do disposto nos n.%* 1, 2 ou 3. 1 Redagio dada pela Lei n.© 120/2015, de 1 de setembro, Artigo 44.° Licenca por adogso 1 ~ Em caso de adocdo de menor de 15 anos, 0 candidato a adotante tem direito a licenca referida nos n.°* 1a 3 do artigo 40.0, * 2 ~ No caso de adogdes miltiplas, 0 periodo de licenga referido no numero anterior é acrescide de 30 dias por cada adocao além da primeira. 3 - Havendo dois candidatos a adotantes, a licenca deve ser gozada nos termos dos n.°* 1 a 3 do artigo 40.2.1 4 - 0 candidato a adotante nao tem direito a licenga em caso de adocdo de filho do cénjuge ou de pessoa ‘com quem viva em unio de facto. 5 - Em caso de incapacidade ou falecimento do candidato a adotante durante a licenca, o cénjuge sobrevivo, que no seja candidato a adotante e com quem o adotando viva em comunhdo de mesa e habitac0, tem direito a licenca correspondente ao periodo nao gozado ou a um minimo de 14 dias. 6 ~ A licenga tem inicio a partir da confianca judicial ou administrativa, nos termos do regime juridico da adocao. ACT. 7 ~ Quando a confianga administrativa consistir na confirmacao da permanéncia do menor a cargo do adotante, este tem direito a licenca, pelo periodo remanescente, desde que a data em que o menor ficou de facto a seu cargo tenha ocorrido antes do termo da licenga parental inicial 8 - Em caso de internamento hospitalar do candidato a adotante ou do adotando, o periode de licenga & suspenso pelo tempo de duracdo do internamento, devendo aquele comunicar esse facto ao empregador, ‘apresentando declaracéo comprovativa passada pelo estabelecimento hospitalar. 9 — Em caso de partilha do gozo da licenga, os candidates a adotantes informam os respetivos ‘empregadores, com a antecedéncia de 10 dias ou, em caso de urgéncia comprovada, logo que possivel, fazendo prova da confianca judicial ou administrativa do adotando e da idade deste, do inicio e termo dos periados a gozar por cada um, entregando para o efeito declaraco conjunta 10 ~ Caso a licenca por adocao no seja partilhada, 0 candidato a adotante que gozar a licenca informa o respetivo empregador, nos prazos referidos no nimero anterior, da duracdo da licenca e do inicio do respetivo periodo, L1 ~ Constitui contraordenacao muito grave a violagdo do disposto nos n.% 1 a 3, 5, 7 ou 8. 1 Redacdo dada pela Lei n.° 90/2019, de 4 de setembro. Artigo 45.° Dispensa para avaliagao para a adocéo Para efeitos de realizado de avaliagdo para a adocdo, os trabalhadores tém direito a trés dispensas de trabalho para deslocagéo aos servicos da seguranca social ou receggo dos técnicos em seu domicilio, devendo apresentar a devida justificag3o a0 empregador. Artigo 46.° Dispensa para consulta pré-natal 1 - A trabalhadora gravida tem direito a dispensa do trabalho para consultas pré-natais, pelo tempo nimero de vezes necessérios. 2~ Atrabalhadora deve, sempre que possivel, comparecer a consulta pré-natal fora do hordrio de trabalho. 3 - Sempre que a consulta pré-natal sé seja possivel durante 0 horério de trabalho, 0 empregador pode exigir & trabalhadora a apresentacdo de prova desta circunst&ncia e da realizacdo da consulta ou declaracdo dos mesmos factos. 4 ~ Para efeito dos ntimeros anteriores, a preparaco para o parto é equiparada a consulta pré-natal. 5 - O pai tem direito a trés dispensas do trabalho para acompanhar a grévida as consultas pré-natais. * 6 ~ Constitui contraordenacao grave a violaco do disposto neste artigo. ACT. 1 Redacdo dada pela Lei n.° 90/2019, de 4 de setembro. Artigo 46.°-A 1 Dispensa para consulta de procriacéo medicamente assistida 1 - 0 trabalhador tem direito a trés dispensas do trabalho para consultas no ambito de cada ciclo de tratamentos de procriacdo medicamente assistida (PMA), 2 - 0 empregador pode exigir ao trabalhador a apresentacdo de prova desta circunstancia e da realizaco da consulta ou declaracao dos mesmes factos, 3 - Constitui contraordenacao grave a violacao do disposto neste artigo. Artigo 47.° Dispensa para amamentagao ou aleitacao 1 - A me que amamenta o filho tem direito a dispensa de trabalho pare o efeito, durante o tempo que durar a amamentacéo, 2 No caso de nao haver amamentaco, desde que ambos os progenitores exercam atividade profissional, qualquer deles ou ambos, consoante deciséo conjunta, tém direlto a dispensa para aleitacdo, até o filho perfazer um ano. 3 - A dispensa diaria para amamentacio ou aleitacSo é gozada em dois periodos distintos, com a duracdo maxima de uma hore cada, salvo se outro regime for acordado com 0 empregador. 4 ~ No caso de nascimentos miltiplos, a dispensa referida no ntimero anterior é acrescida de mais 30 minutos por cada gémeo além do primeiro. 5 - Se qualquer dos progenitores trabalhar a tempo parcial, a dispensa didria para amamentacao ou aleitagdo é reduzida na proporcdo do respetivo periodo normal de trabalho, ndo podendo ser inferior a 30 minutos. 6 - Na situago referida no nUmero anterior, a dispensa didria é gozada em periodo néo superior a uma hora e, sendo caso disso, num segundo periode com a duracdo remanescente, salvo se outro regime for acordado com o empregador. 7 ~ Constitui contraordenacdo grave a violaco do disposto neste artigo. ACT. Artigo 48.° Procedimento de dispensa para amamentacao ou aleitacéo 1 Para efeito de dispensa para amamentacdo, a trabalhadora comunica ao empregador, com a antecedéncia de 10 dias relativamente ao inicio da dispensa, que amamenta o filho, devendo apresentar atestado médico se a dispensa se prolongar para além do primeiro ano de vida do filho. 2 ~ Para efeito de dispensa para aleitago, o progenitor: a) Comunica a0 empregador que aleita o filho, com @ antecedancia de 10 dias relativamente ao inicio da dispensa; b) Apresenta documento de que conste a deciséo conjunta; ©) Declara qual o periodo de dispensa gozado pelo outro progenitor, sendo caso disso; ) Prova que o outro progenitor exerce atividade profissional e, caso seja trabalhador por conta de outrem, que Informou 0 respetivo empregador da deciséo conjunta. Artigo 49.° Falta para assisténcia a filho 1 ~ 0 trabalhador pode faltar ao trabalho para prestar assisténcia inadidvel e imprescindivel, em caso de doenga ou acidente, a filho menor de 12 anos ou, independentemente da idade, a filho com deficiéncia ou doenga crénica, até 30 dias por ano ou durante todo o periodo de eventual hospitalizagio, 2 - 0 trabalhador pode faltar a0 trabalho até 15 dias por ano para prestar assisténcia inadidvel imprescindivel em caso de doenca ou acidente a filho com 12 ou mais anos de idade que, no caso de ser maior, faca parte do seu agregado familiar, 3 - Aos periodos de auséncia previstos nos nuimeros anteriores acresce um dia por cada filho além do primeiro. 4 ~ A possibilidade de faltar prevista nos ntimeros anteriores nao pode ser exercida simultaneamente pelo pai e pela mae. 5 ~ Para efeitos de justificagao da falta, o empregador pode exigir ao trabalhador: 2) Prova do cardcter inadiavel e imprescindivel da assisténcia; b) Declarago de que o outro progenitor tem atividade profissional e néo falta pelo mesmo motivo ou esté impossibilitado de prestar a assisténcia; ) Em caso de hospitalizaco, declaraco comprovativa passada pelo estabelecimento hospitalar. 6 ~ No caso referido no n.2 3 do artigo seguinte, o pai ou a mée informa o respetivo empregador da prestacio de assisténcia em causa, sendo o seu direito referido nos n.** 1 ou 2 reduzido em conformidade. 7 ~ Constitul contraordenagao grave a violaco do disposto nos n.** 1, 2 ou 3. ACT. Artigo 50.° Falta para assisténcia a neto 1 ~ 0 trabalhador pode faltar até 30 dias consecutivos, a seguir ao nascimento de neto que consigo viva ‘em comunhao de mesa € habitac3o e que seje filho de adolescente com idade inferior a 16 anos. 2 - Se houver dois titulares do direito, ha apenas lugar a um periodo de faltas, a gozar por um deles, ou por ambos em tempo parcial ou em periodos sucessivos, conforme decisdo conjunta 3 - 0 trabalhador pode também faltar, em substituig&o dos progenitores, para prestar assisténcia inadiével imprescindivel, em caso de doenga ou acidente, a neto menor ou, independentemente da idade, com deficléncia ou doenca crénica. 4 ~ Para efeitos dos n.** 1 e 2, 0 trabalhador informa 0 empregador com a antecedéncia de cinco dias, declarando que: 2) O neto vive consigo em comunhao de mesa e habitacdo; b) O neto é filho de adolescente com idade inferior a 16 anos; ) © cénjuge do trabalhador exerce atividade profissional ou se encontra fisica ou psiquicamente impossibilitado de cuidar do neto ou néo vive em comunhao de mesa e habitaco com este. 5 ~ O disposto neste artigo é aplicavel a tutor do adolescente, a trabalhador 2 quem tenha sido deferida a confianca judicial ou administrativa do mesmo, bem como ao seu cénjuge ou pessoa em unido de facto 6 — No caso referido no n.° 3, 0 trabalhador informa o empregador, no prazo previsto nos n.°* 1 ou 2 do artigo 253.2, declarando: 2) O cardcter inadiavel ¢ imprescindivel da assisténcia; b) Que os progenitores séo trabalhadores e ndo faltam pelo mesmo motivo ou esto impossibilitados de prestar a assisténcia, bem como que nenhum outro familiar do mesmo grau falta pelo mesmo motivo. 7 ~ Constitul contraordenacao grave a violacdo do disposto nos n.°* 1, 2 ou 3. Artigo 51.° Licenga parental complementar 1 - 0 pai ea mae tém direito, para assisténcia a filho ou adotado com idade no superior a seis anos, 2 licenca parental complementar, em qualquer das seguintes modalidades: a) Licenga parental alargada, por trés meses; b) Trabalho a tempo parcial durante 12 meses, com um perfodo normal de trabalho igual a metade do tempo completo; ) Periodos intercalados de licenca parental alargada e de trabalho a tempo parcial em que a duracéo total da auséncia e da reducao do tempo de trabalho seja igual aos periados normais de trabalho de trés meses; ACT. 4) Auséncias interpoladas ao trabalho com duracao igual aos periodos normais de trabalho de trés meses, desde que previstas em instrumento de regulamentacao coletiva de trabalho. 2 - 0 pai e a mae podem gozar qualquer das modalidades referidas no niimero anterior de modo consecutivo ou até trés periocos interpolados, nao sendo permitida @ cumulagao por um dos progenitores do direito do outro. 3 - Se ambos os progenitores pretenderem gozar simultaneamente a licenca e estiverem ao servigo do mesmo empregador, este pode adiar a licenga de um deles com fundamento em exigéncias imperiosas ligadas ao funcionamento da empresa ou servico, desde que seja fornecida por escrito a respetiva fundamentacéo, 4 ~ Durante o periodo de licenga parental complementar em qualquer das modalidades, o trabalhador n3o pode exercer outra atividade incompativel com a respetiva finalidade, nomeadamente trabalho subordinado ou prestacdo continuada de servicos fora da sua residéncia habitua 5 - O exercicio dos direitos referidos nos niimeros anteriores depende de informaco sobre a modalidade pretendida ¢ o inicio e o termo de cada periedo, dirigida por escrito ao empregador com antecedéncia de 30 dias relativamente ao seu inicio, 6 ~ Constitul contraordenagao grave a violaco do disposto nos n.** 1, 2 ou 3. Artigo 52.° Licenga para assisténcia a filho 1 ~ Depois de esgotado o direito referido no artigo anterior, os progenitores tém direito a licenga para assisténcia a filho, de modo consecutivo ou interpolado, até ao limite de dois anos. 2 ~ No caso de terceiro filho ou mais, a licenga prevista no nimero anterior tem o limite de trés anos. 3 - 0 trabalhador tem direito a licenca se o outro progenitor exercer atividade profissional ou estiver impedido ou inibido totalmente de exercer 0 poder paternal. 4 ~ Se houver dois titulares, a licenca pode ser gozada por qualquer deles ou por ambos em periodos sucessivos. 5 ~ Durante o perfodo de licenca para assisténcia a filho, o trabalhador nao pode exercer outra atividade incompativel com a respetiva finalidade, nomeadamente trabalho subordinado ou prestacao continuada de servicos fora da sua residéncia habitual 6 - Para exercicio do direito, o trabalhador informa o empregador, por escrito e com a antecedéncia de 30, dias: 2) Do inicio e do termo do perfodo em que pretende gozar a licenga; b) Que o outro progenitor tem atividade profissional e no se encontra 20 mesmo tempo em situacdo de licenca, ou que esta impedido ou inibido totalmente de exercer o poder paternal; ) Que o menor vive com ele em comunhao de mesa e habitacio; d) Que nao esta esgotado o periodo maximo de duracdo da licenca. ACT. 7 ~ Na falta de indicacdo em contrario por parte do trabalhador, a licenca tem a duracéo de seis meses. 8 ~ A prorrogagao do periodo de licenga pelo trabalhador, dentro dos limites previstos nos n." 1 € 2, é aplicavel 0 disposto no n.° 6. 9 ~ Constitui contraordenagio grave a violaco do disposto nos n.°* 1 ou 2. Artigo 53.° Iho com det Licenga para assisténcia a j@ncia ou doenga crénica 1 ~ Os progenitores tém direito a licenca por periodo até seis meses, prorrogavel até quatro anos, para assistncia de filho com deficiéncia ou doenga crénica. 2 - Caso 0 filho com deficiéncia ou doenga crénica tenha 12 ou mais anos de idade a necessidade de assisténcia é confirmada por atestado médico. 3 ~ € aplicdvel a licenga prevista no n.© 1 0 regime constante dos n.** 3 a 8 do artigo anterior. 4 Constitui contraordenagio grave a violaco do disposto no n.° 1 Artigo 54.° Reduc&o do tempo de trabalho para assisténcia a filho menor com det crénica ncia ou doenca 1 ~ Os progenitores de menor com deficiéncia ou doenca crénica, com idade no superior a um ano, tém direito a reducdo de cinco horas do periodo normal de trabalho semanal, ou outras condigées de trabalho especiais, para assisténcia ao filho. 2 - Nao hé lugar ao exercicio do direito referido no ntimero anterior quando um dos progenitores nao exerca atividade profissional e nao esteja impedido ou inibido totalmente de exercer 0 poder paternal. 3 - Se ambos os progenitores forem titulares do direito, a redugdo do periodo normal de trabalho pode ser utilizada por qualquer deles ou por ambos em periodos sucessivos. 4 ~ 0 empregador deve adequar o horério de trabalho resultante da reducio do periodo normal de trabalho tendo em conta a preferéncia do trabalhador, sem prejuizo de exigéncias imperiosas do funcionamento da ‘empresa. 5 - A redugo do periodo normal de trabalho semanal ndo implica diminuicao de direitos consagrados na lei, salvo quanto & retribuicéo, que sé é devida na medida em que a reducdo, em cada ano, exceda o ndmero de faltas substituiveis por perda de gozo de dias de férias. 6 ~ Para redugio do periodo normal de trabalho semanal, o trabalhador deve comunicar ao empregador a sua intengo com a antecedéncia de 10 dias, bem como: a) Apresentar atestado médico comprovative da deficiéncia ou da doenca crénica; ACT. b) Declarar que 0 outro progenitor tem atividade profissional ou que esta impedido ou inibido totalmente de exercer o poder paternal e, sendo caso disso, que nao exerce ao mesmo tempo este direito. 7 ~ Constitui contraordenagéo grave a violacdo do disposto nos n.° 1, 3, 4 ou S. Artigo 55.° Trabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares 1 - 0 trabalhador com filho menor de 12 anos ou, independentemente da idade, filho com deficiéncia ou doenca crénica que com ele viva em comunhao de mesa e habitacdo tem direito a trabalhar a tempo parcial 2-0 direito pode ser exercido por qualquer dos progenitores ou por ambos em periodos sucessivos, depois da licenca parental complementar, em qualquer das suas modalidades. 3 ~ Salvo acordo em contrério, 0 periodo normal de trabalho a tempo parcial corresponde a metade do praticado a tempo completo numa situagdo comparavel e, conforme o pedido do trabalhador, é prestado diariamente, de manhd ou de tarde, ou em trés dias por semana. 4 - A prestaco de trabalho a tempo parcial pode ser prorragada até dois anos ou, no caso de terceiro filho ou mais, trés anos, ou ainda, no caso de filho com deficiéncia ou doenga crénica, quatro anos. 5 - Durente 0 periodo de trabalho em regime de tempo parcial, o trabalhador no pode exercer outra atividade incompativel com a respetiva finalidade, nomeadamente trabalho subordinado ou prestagso continuada de servicos fora da sua residéncia habitual. 6 - A prestacdo de trabalho a tempo parcial cessa no termo do perfodo para que foi concedida ou no da sua prorragacao, retomando o trabalhador a prestacgo de trabalho a tempo completo, 7 ~ O trabalhador que opte pelo trabalho em regime de tempo parcial nos termos do presente artigo ndo pode ser penalizado em matéria de avaliagéo e de progressao na carreira.* 8 - Constitui contraordenacdo grave a violacao do disposto neste artigo. + Redagio dada pela Lei n.© 120/2015, de 1 de setembro, 2 Aditado pela Lei n.° 12/2015, de 1 de setembro. Artigo 56.° Horério flexivel de trabalhador com responsabilidades familiares 1 - 0 trabalhador com filho menor de 12 anos ou, independentemente da idade, filho com deficiéncia ou doenca crénica que com ele viva em comunhao de mesa e habitacao tem direito a trabalhar em regime de hordrio de trabalho flexivel, podendo o direito ser exercido por qualquer dos progenitores ou por ambos. 2 - Entende-se por horério flexivel aquele em que o trabalhador pode escolher, dentro de certos limites, as horas de inicio e termo do periodo normal de trabalho diario. ACT. 3 - O hordrio flexivel, a elaborar pelo empregador, deve a) Conter um ou dois periodos de presenga obrigatéria, com durago igual a metade de perfodo normal de trabalho diario; b) Indicar os periodos para inicio e termo do trabalho normal didrio, cada um com durago no inferior a um terso do periodo normal de trabalho didrio, podendo esta duragéo ser reduzida na medida do necessario pare que 0 hordrio se contenha dentro do perfodo de funcionamento do estabelecimento; ) Estabelecer um periodo para intervalo de descanso no superior a duas horas. 4 0 trabalhador que trabalhe em regime de horério flexivel pode efetuar até seis horas consecutivas de trabalho e até dez horas de trabalho em cada dia e deve cumprir o correspondente periodo normal de trabalho semanal, em média de cada periodo de quatro semanas. 5 ~ 0 trabalhador que opte pelo trabalho em regime de horério flexivel, nos termos do presente artigo, no pode ser penalizado em matéria de avaliagio e de progressdo na carreira.? 6 + Constitui contraordenacao grave a violacao do disposto no n.° 1.7 1 Redacio daca pela Lei n.© 120/2015, de 1 de setembro. 2 aditado pela Lei n.° 120/2015, de 1 de setembro. Artigo 57.° AutorizacSo de trabalho a tempo parcial ‘ou em regime de hordrio flexivel 1 - 0 trabalhador que pretenda trabalhar @ tempo parcial ou em regime de hordrio de trabalho flexivel deve solicité-lo ao empregador, por escrito, com a antecedéncia de 30 dias, com os seguintes elementos a) Indicagao do prazo previsto, dentro do limite aplicdvel; b) Declaragéo da qual conste i) Que © menor vive com ele em comunhdo de mesa e habitacéo; li) No regime de trabalho a tempo parcial, que no esté esgotado o periode maximo de duracio; ili) No regime de trabalho a tempo parcial, que o outro progenitor tem atividade profissional e nfo se encontra ao mesmo tempo em situagio de trabalho a tempo parcial ou que esté impedico ou inibido totalmente de exercer o poder paternal; ) A modalidade pretendida de organizaco do trabalho a tempo parcial. 2 - © empregador apenas pode recusar o pedido com fundamento em exigéncias imperiosas do funcionamento da empresa, ou na impossibilidade de substituir o trabalhador se este for indispensavel. ACT. 3 ~ No prazo de 20 dias contados a partir da recegao do pedido, o empregador comunica ao trabalhador, Por escrito, a sua decisao, 4 ~ No caso de pretender recusar 0 pedido, na comunicacao 0 empregador indica o fundamento da intengao de recusa, podendo o trabalhador apresentar, por escrito, uma apreciagao no prazo de cinco dias a partir da recesao. 5 ~ Nos cinco dias subsequentes ao fim do prazo para apreciacdo pelo trabalhador, o empregador envia o processo para apreciac3o pela entidade competente na rea da igualdade de oportunidades entre homens @ mulheres, com cépia do pedido, do fundamento da intencdo de o recusar e da apreciacdo do trabalhador. 6 - A entidade referida no niimero anterior, no prazo de 30 dias, notifica o empregador e o trabalhador do seu parecer, o qual se considera favordvel & intencao do empregador se no for emitido naquele prazo. 7 ~ Se o parecer referido no nimero anterior for desfavordvel, o empregador s6 pode recusar o pedido apés decisao judicial que reconhega a existéncia de motivo justificativo. 8 ~ Considera-se que 0 empregador aceita 0 pedido do trabalhador nos seus precisos termos a) Se no comunicar a intengao de recusa no prazo de 20 dias apés a rececéo do pedido; b) Se, tendo comunicado a intengao de recusar 0 pedido, ndo informar o trabalhador da decisao sobre 0 mesmo nos cinco dias subsequentes & notificagao referida no n.° 6 ou, consoante o caso, aa fim do prazo estabelecido nesse numero; ) Se no submeter o processo & apreciacao da entidade competente na drea da iqualdade de oportunidades entre homens e mulheres dentro do prazo previsto no n.° 5. 9 ~ Ao pedido de prorrogaso ¢ aplicavel o disposto para o pedido inicial 10 ~ Constitui contraordenacdo grave a violac&o do disposto nos n.* 2, 3, 5 ou 7. Artigo 58.° Dispensa de algumas formas de organizacéo do tempo de trabalho 1 - A trabalhadora gravida, puérpera ou lactante tem direito a ser dispensada de prestar trabalho em horario de trabalho organizado de acordo com regime de adaptabilidade, de banco de horas ou de horario concentrado. 2 ~ 0 direito referido no nmero anterior aplica-se a qualquer dos progenitores em caso de aleitacao, quando a prestagao de trabalho nos regimes nele referidos afete a sua regularidade. 3 ~ Constitui contraordenacdo grave a violaco do disposto neste artigo. ACT. Artigo 59.° Dispensa de prestacao de trabalho suplementar 1 - A trabalhadora gravida, bem como o trabalhador ou trabalhadora com filho de idade inferior a 12 meses, no esta obrigada a prestar trabalho suplementar. 2 - Atrabalhadora nao esté obrigada a prestar trabalho suplementar durante todo o tempo que durar a amamentaggo se for necessério para a sua satide ou para a da crianca. 3 ~ Constitui contraordenacao grave a violaco do disposto neste artigo. Artigo 60.° Dispensa de prestacao de trabalho no periodo noturno 1 - A trabalhadora tem direito a ser dispensada de prestar trabalho entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte: a) Durante um periodo de 112 dias antes e depois do parto, dos quais pelo menos metade antes da data previsivel do mesmo; b) Durante o restante periodo de gravidez, se for necessério para a sua satide ou pare a do nascituro; ) Durante todo 0 tempo que durar a amamentago, se for necessério para a sua saiide ou para 2 da crianga. 2 - Attrabalhadora dispensada da prestacdo de trabalho noturno deve ser atribuido, sempre que possivel, um hordrio de trabalho diurno compativel. 3 - Atrabalhadora é dispensada do trabalho sempre que nao seja possivel aplicar © disposto no nimero anterior, 4 ~ A trabalhadora que pretenda ser dispensada de prestar trabalho noturno deve informar o empregador € apresentar atestado médico, no caso da alinea b) ou c) do n.? 1, com a antecedéncia de 10 dias. 5 ~ Em situacdo de urgéncia comprovada pelo médico, a informacao referida no numero anterior pode ser feita independentemente do prazo. 6 - Sem prejuizo do disposto nos nimeros anteriores, a dispensa da prestacao de trabalho noturno deve ser determinada por médico do trabalho sempre que este, no ambito da vigilancia da saide dos trabalhadores, identificar qualquer risco para a trabalhadora gravida, puérpera ou lactante. 7 ~ Constitui contraordenacdo grave a violaco do disposto nos n.°* 1, 2 ou 3. ACT. Artigo 61.° Formago para reinsercao profissional (© empregador deve facultar ao trabalhador, apés a licenga para assisténcia a filho ou para assisténcia a pessoa com deficiéncia ou doenca crénica, a participado em aces de formacao e atualizaco profissional, de modo a promover a sua plena reinsercao profissional. Artigo 62.° Protecdo da seguranca e satide de trabalhadora gravida, puérpera ou lactante 1 - A trabalhadora gravida, puérpera ou lactante tem direito a especiais condi¢ées de seguranca e sade Nos locais de trabalho, de modo a evitar a exposigao a riscos para a sua seguranca e sade, nos termos dos nmeros seguintes. 2 - Sem prejuizo de outras obrigacées previstas em legislacao especial, em atividade suscetivel de apresentar um risco especifico de exposigéo a agentes, processos ou condicdes de trabalho, o empregador deve proceder & avaliacdo da natureza, grau e duracao da exposico de trabalhadora gravida, puérpere ou lactante, de modo a determinar qualquer risco para a sua seguranca e satide e as repercussdes sobre a gravidez ou a amamentacao, bem como as medidas a tomar. 3 ~ Nos casos referidos no niimero anterior, 0 empregador deve tomar a medida necesséria para evitar a exposicgo da trabalhadora a esses riscos, nomeadamente: a) Proceder & adaptacio das condicdes de trabalho; b) Se a adaptacgo referida na alinea anterior for impossivel, excessivamente demorada ou demasiado onerosa, atribuir & trabalhadora outras tarefas compativeis com o seu estado e categoria profissional; ) Se as medidas referidas nas alineas anteriores nao forem vidvels, dispensar a trabalhadora de prestar trabalho durante o periodo necessario. 4 ~ Sem prejuizo dos direitos de informagao e consulta previstos em legislacao especial, a trabalhadora gravida, puérpera ou lactante tem direito a ser informada, por escrito, dos resultados da avaliacao referida No n.° 2 e das medidas de protecdo adotadas. 5 - E vedado o exercicio por trabalhadora gravida, puérpera ou lactante de atividades cuja avaliagio tenha Tevelado riscos de exposico a agentes ou condicdes de trabalho que ponham em perigo a sua seguranca ‘ou satide ou 0 desenvolvimento do nascituro. 6 - As atividades suscetivels de apresentarem um risco especifico de exposi¢ao a agentes, processos ou ccondigées de trabalho referidos no n.° 2, bem como os agentes ¢ condicées de trabalho referidos no nimero anterior, so determinados em legislacao especifica 7 ~ Atrabalhadora gravida, puérpera ou lactante, ou os seus representantes, tém direito de requerer 20 servico com competéncia inspetiva do ministério responsavel pela area laboral uma aco de fiscalizacao, a realizar com prioridade e urgéncia, se 0 empregador néio cumprir as obrigagBes decorrentes deste artigo. 8 ~ Constitui contraordenacgo muito grave a violacdo do disposto nos n.°° 1, 2, 3 ou 5 ¢ constitu contraordenacao grave a violagio do disposto no n.° 4. ACT. Artigo 63.° Protecao em caso de despedimento 1 - 0 despedimento de trabalhadora gravida, puérpera ou lactante ou de trabalhador no gozo de licenca parental carece de parecer prévio da entidade competente na area da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. 2- 0 despedimento por facto imputavel a trabalhador que se encontre em qualquer das situagies referidas no némero anterior presume-se feito sem justa causa. 3 - Para efeitos do n.° 1, o empregador deve remeter cépla do processo & entidade competente na area da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres: * a) Depois das diligéncias probatérias referidas no n.° 1 do artigo 356.9, no despedimento por facto imputavel ao trabalhador; * b) Depois da fase de informagées e negociacao prevista no artigo 361.°, no despedimento coletivo; ©) Depois das consultas referidas no n.° 1 do artigo 370.9, no despedimento por extingdo de posto de trabalho; 4d) Depois das consultas referidas no artigo 377.9, no despedimento por inadaptacio. 4 ~ A entidade competente deve comunicar o parecer referido no .° 1 ao empregador € 20 trabalhador, nos 30 dias subsequentes & rececdo do processo, considerando-se em sentido favordvel ao despedimento quando no for emitido dentro do referido prazo. 5 - Cabe ao empregador provar que solicitou o parecer a que se refere on. 1, 6 - Se o parecer for desfavoravel ao despedimento, o empregador sé o pode efetuar apés deciséo judicial que reconheca a existéncia de motivo justificativo, devendo a aco ser intentada nos 30 dias subsequentes & notificacdo do parecer. 7 ~ Asuspensao judicial do despedimento 6 nao decretada se o parecer for favordvel ao despedimento 0 tribunal considerar que existe probabilidade séria de verificagao da justa causa 8 - Se 0 despedimento for declarads ilicito, 0 empregador no se pode opor & reintegrago do trabalhador nos termos do n.° 1 do artigo 392.9 e 0 trabalhador tem direito, em alternativa a reintegracao, a Indemnizacao calculada nos termos do n.° 3 do referide artigo. 9 ~ Constitui contraordenago grave a violagdo do disposto nos n.°* 1 ou 6. 1 Redacdo dada pela Lei n.° 23/2012, de 25 de junho. 2 Redaco dada pela Lei n.° 93/2019, de 4 de setembro, ACT. Artigo 64.° Extensio de direitos atribuides a progenitores 1- O adotante, o tutor, a pessoa a quem for deferida a confianca judicial ou administrativa do menor, bem como 0 cénjuge ou a pessoa em unido de facto com qualquer daqueles ou com o progenitor, desde que viva em comunhdo de mesa e habitacdo com o menor, beneficia dos seguintes direitos: 2) Dispensa para aleitacgo; b) Licenga parental complementar em qualquer das modalidades, licenca para assisténcia a filho e licenca para assisténcia a filho com deficiéncia ou doenca crénica; ) Falta para assisténcia a filho ou a neto; ) Reducdo do tempo de trabalho para assisténcia a filho menor com deficiéncia ou doenca crénica; €) Trabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares; ) Horério flexivel de trabalhador com responsabilidades familiares 2- Sempre que o exercicio dos direitos referides nas nimeros anteriores dependa de uma relacio de tutela ‘ou confianca judicial ou administrativa do menor, o respetivo titular deve, para que 0 possa exercer, mencionar essa qualidade ao empregador. Artigo 65.° Regime de licencas, faltas e dispensas 1 ~ Nao determinam perda de quaisquer direitos, salvo quanto a retribuicdo, e s8o consideradas como prestagao efetiva de trabalho as auséncias ao trabalho resultantes de: a) Licenca em situagio de risco clinico durante a gravidez; b) Licenga por interrupgao de gravidez; ) Licenga parental, em qualquer das modalidades; d) Licenga por adocao; e) Licenca parental complementar em qualquer das modalidades; ‘) Falta para assisténcia a filho; 4) Falta para assisténcia a neto; h) Dispensa de prestaco de trabalho no periodo noturno; i) Dispensa da prestacdo de trabalho por parte de trabalhadora gravida, puérpera ou lactante, por motivo de protecao da sua seguranca e satide; ACT. J) Dispensa para avaliagao para adocao. 2 ~ A dispensa para consulta pré-natal, amamentacao ou aleitagao no determina perda de quaisquer direitos ¢ é considerada como prestagdo efetiva de trabalho. 3 ~ As licencas por situagio de risco clinico durante a gravidez, por interrupco de gravidez, por adogio € licenca parental em qualquer modalidade: a) Suspendem 0 gozo das férias, devendo os dias remanescentes ser gozados apés o seu termo, mesmo que tal se verifique no ano seguinte; b) Nao prejudicam o tempo jé decorrido de estagio ou aco ou curso de formaco, devendo o trabalhador ‘cumprir apenas o periodo em falta para o completar; ©) Adiam a prestacdo de prova para progressdo na carreira profissional, a qual deve ter lugar apés 0 termo da licenca. 4~ Alicenga parental e a licenca parental complementar, em quaisquer das suas modalidades, por adocdo, para assisténcia a filho e para assisténcia a filho com deficiéncia ou doenca crénica a) Suspendem-se por doenca do trabalhador, se este informar 0 empregador e apresentar atestado médico comprovativo, e prosseguem logo apés a cessacao desse impediment; b) N3o podem ser suspensas por conveniéncia do empregador; ) Nao prejudicam o direito do trabalhador a aceder 3 informago periédica emitida pelo empregador para © conjunto dos trabalhadores; d) Terminam com a cessago da situagSo que originou a respetiva licenca que deve ser comunicada 20 ‘empregador no prazo de cinco dias. 5 ~ No termo de qualquer situagio de licenca, faltas, dispensa ou regime de trabalho especial, o trabalhador tem direito a retomar a atividade contratada, devendo, no caso previsto na alinea d) do némero anterior, retomé-la na primeira vaga que ocorrer na empresa ou, se esta entretanto se ndo verificar, no termo do perfodo previsto para a licenca, 6 - Alicenga para assisténcia a filho ou para assist€ncia a filho com deficiéncia ou doenca crénica suspende 0 direitos, deveres e garantias das partes na medida em que pressuponham a efetiva prestacdo de trabalho, designadamente a retribuicéo, mas nao prejudica os beneficios complementares de assisténcia médica e medicamentosa a que o trabalhador tenha direito. 7 ~ Constitui contraordenacao grave a violacdo do disposto nos n.°* 1, 2, 3 ou 4. 1 - Ver Guia prético do subsidio de doenca do Instituto da Seguranca Social (ISS) ACT. SUBSECCAO V Trabalho de menores Artigo 66.° Pi \cipios gerais relativos ao trabalho de menor 1 - © empregador deve proporcionar ao menor condigées de trabalho adequadas idade e ao desenvolvimento do mesmo e que protejam a seguranca, a satide, 0 desenvolvimento fisico, psiquico e moral, a educagéo e a formacdo, prevenindo em especial qualquer risco resultante da sua falta de experiéncia ou da inconsciéncia dos riscos existentes ou potenciais, 2 - 0 empregador deve, em especial, avaliar os riscos relacionados com 0 trabalho, antes de o menor 0 iniciar ou antes de qualquer alteracdo importante das condicées de trabalho, incidindo nomeadamente sobre 2) Equipamento e organizacao do local e do posto de trabalho; b) Natureza, grau e duragao da exposigao a agentes fisicos, bialégicos e quimicos; 6) Escola, adaptagSo eutiizagéo de equipamento de trabalho, incuindo agentes, méquinas¢ aparelhos ¢ 2 respetiva utilizacao; ) Adaptaggo da organizagao do trabalho, dos processos de trabalho ou da sua execuséo; ) Grau de conhecimento do menor no que se refere & execugo do trabalho, aos riscos para @ seguranga @ a sade e as medidas de prevencao. 3 - O empregador deve informar o menor e os seus representantes legais dos riscos identificados e das medidas tomadas para a sua prevencéo. 4 — A emancipagéo no prejudica a aplicacdo das normas relativas 4 protecdo da satide, educacdo e formagao do trabalhador menor. 5 ~ Constitui contraordenacao muito grave a violacgo do disposto nos n.%* 1, 2 ou 3. Artigo 67.° Formacao profissional de menor 1 ~ 0 Estado deve proporcionar a menor que tenha concluido a escolaridade obrigatéria @ formacao profissional adequada sua preparacdo para @ vida ativa. 2 - 0 empregador deve assegurar a formacdo profissional de menor ao seu servico, solicitando a colaboracao dos organismos competentes sempre que nao disponha de meios para o efeito. 3 - E, em especial, assegurado ao menor o direito a licenga sem retribuicdo para a frequéncia de curso Profissional que confira habilitagdo escolar ou curso de educacao e formagdo para jovens, salvo quando a ACT. mesma for suscetivel de causar prejuizo grave & empresa, e sem prejuizo dos direitos do trabalhador- estudante, 4~ O menor que se encontre na situagio do n.° 1 do artigo 69.° tem direito a passar ao regime de trabalho a tempo parcial, fixando-se, na falta de acordo, a duracao semanal do trabalho num numero de horas que, somado 4 duracao escolar au de formacdo, perfaca quarenta horas semanais. Artigo 68.° Admissao de menor ao trabalho 1 - Sé pode ser admitido a prestar trabalho o menor que tenha completado a idade minima de admissao, tenha concluido a escolaridade obrigatéria ou esteja matriculado e a frequentar o nivel secundirio de ‘educagao e disponha de capacidades fisicas e psiquicas adequadas ao posto de trabalho. * 2 ~ Aidade minima de admissao para prestar trabalho é de 16 anos, 3 - 0 menor com idade inferior a 16 anos que tenha concluido a escolaridade obrigatéria ou esteja Matriculado e a frequentar o nivel secundadrio de educacao pode prestar trabalhos leves que consistam em tarefas simples ¢ definidas que, pela sua natureza, pelos esforcos fisicos ou mentais exigidos ou pelas condigies especificas em que séo realizadas, ndo Sejam suscetivels de o prejudicar no que respeita integridade fisica, seguranca e satide, assiduidade escolar, participagao em programas de orientacao ou de formacio, capacidade para beneficiar da instruco ministrada, ou ainda ao seu desenvolvimento fisico, psiquico, moral, intelectual e cultural. ! 4 — Em empresa familiar, 0 menor com idade inferior a 16 anos deve trabalhar sob a vigilancia e direcéo de um membro do seu agregado familiar, maior de idade. 5 - 0 empregador comunica ao servigo com competéncia inspetiva do ministério responsdvel pela drea laboral a admisséo de menor efetuada ao abrigo do n.° 3, nos ito dias subsequentes. 6 ~ Constitui contraordenaco grave a violacdo do disposto nos n. 3 ou 4 e constitui contraordenagéo leve a violago do disposto no nimero anterior, + Redacdo dada pela Lel n.° 47/2012, de 29 de agosto. Artigo 69.° Admissao de menor sem escolaridade obrigatéria, frequancia do nivel secundario de educago ‘ou sem qualificagao profissional 1 - © menor com idade inferior a 16 anos que tenha concluido a escolaridade obrigatéria ou esteja matriculado e a frequentar o nivel secundério de educacéo mas no possua qualificacdo profissional, ou 0 menor com pelo menos 16 anos de idade mas que no tenha conclui do a escolaridade obrigatéria, no esteja matriculado e a frequentar o nivel secundério de educagio ou no possua qualificacao profissional sé pode ser admitido a prestar trabalho desde que frequente modalidade de educaco ou formago que confira, consoante 0 caso, a escolaridade obrigatéria, qualificago profissional, ou ambas. ACT. 2 - 0 disposto no niimero anterior nao é aplicdvel a menor que apenas preste trabalho durante as férias escolares, 3 ~ Na situaco a que se refere o n.° 1, 0 menor beneficia do estatuto de trabalhador-estudante, tendo 2 dispensa de trabalho para frequéncia de aulas com duragdo em dobro da prevista no n.° 3 do artigo 90.°. 4 ~ 0 empregador comunica ao servico com competéncia inspetiva do ministério responsavel pela rea laboral a admissdo de menor efetuada nos termos dos n.°* 1 € 2, nos oito dias subsequentes. 5 - Constitui contraordenagéo muito grave a violacio do disposto no n.® 1, contraordenacdo grave @ violagao do disposto no n.° 3 contraordenagao leve a falta de comunicacao prevista no numero anterior. 6 - Em caso de admissdo de menor com idade inferior a 16 anos e sem que tenha concluido a escolaridade obrigatéria ou esteja matriculado e a frequentar o nivel secundario de educacdo, é aplicada a sancio acesséria de privacdo do direito a subsidio ou beneficio outorgado por entidade ou servico publico, por perfodo até dois anos. © + Redacdo dada pela Lei n,° 47/2012, de 29 de agosto. Artigo 70.° Capacidade do menor para celebrar contrato de trabalho e receber a retribuicso 1 ~ E valido o contrato de trabalho celebrado por menor que tenha completado 16 anos de idade e tenha concluido a escolaridade obrigatéria ou esteja matriculado e a frequentar o nivel secundério de educagdo, salvo oposigo escrita dos seus representantes legais. ' 2 - 0 contrato celebrado por menor que ndo tenha completado 16 anos de idade, no tenha concluldo a escolaridade obrigatéria ou ndo esteja matriculado e a frequentar o nivel secundario de educacdo s6 & valido mediante autorizaco escrita dos seus representantes legais. * 3 - O menor tem capacidade para receber 2 retribuicdo, salvo oposicao escrita dos seus representantes legais, 4 - Os representantes legais podem a todo o tempo declarar a oposicao ou revogar a autorizagéo referida no n.° 2, sendo o ato eficaz decorridos 30 dias sobre a sua comunicacao ao empregador. 5 ~ No caso previsto nos n.* 1 ou 2, os representantes legals podem reduzir até metade o prazo previsto no niimero anterior, com fundamento em que tal é necessdrio para a frequéncia de estabelecimento de ensino ou de ago de formacdo profissional. 6 ~ Constitui contraordenacdo grave o pagamento de retribuigo 20 menor caso haja oposigio escrita dos seus representantes legais. * Redacdo dada pela Lei n.0 47/2012, de 29 de agosto. ACT. Artigo 71.° Denincia de contrato por menor 1 - O menor na situagao referida no artigo 69.° que denuncie o contrato de trabalho sem termo durante a formacio, ou num periodo imediatamente subsequente de duracdo igual aquela, deve compensar 0 ‘empregador do custo direto com 2 formaco que este tenha suportado 2 ~ 0 disposto no niimero anterior & igualmente aplicavel caso 0 menor denuncie o contrato de trabalho a termo depois de 0 empregador Ihe haver proposto por escrito a converséo do mesmo em contrato sem termo, Artigo 72.° Protecao da seguranca e saiide de menor 1 ~ Sem prejuizo das obrigagées estabelecidas em disposigbes especiais, o empregador deve submeter 0 menor a exames de satide, nomeadamente: a) Exame de satide que certifique a adequaco da sua capacidade fisica e ps{quica ao exercicio das funsées, a realizar antes do inicio da prestaco do trabalho, ou nos 15 dias subsequentes admissao se esta for urgente e com o consentimento dos representantes legais do menor; b) Exame de satide anual, para que do exercicio da atividade profissional ndo resulte prejuizo para @ sua satide e para o seu desenvolvimento fisico e psiquico. 2 - Os trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condigées em que so prestados, sejam prejudiciais ao desenvolvimento fisico, psiquico e moral dos menores séo proibidos ou condicionados por legislag3o, especifica. 3 ~ Constitui contraordenacao grave a violacdo do disposto no n.° 1. Artigo 73.° Limites maximos do periodo normal de trabalho de menor 1 ~ 0 periodo normal de trabalho de menor nao pode ser superior a oito horas em cada dia e a quarenta horas em cada semana. 2- Os instrumentos de regulamentacao coletiva de trabalho devem reduzir, sempre que possivel, 0s limites maximos do periodo normal de trabalho de menor. 3 - No caso de trabalhos leves efetuados por menor com idade inferior @ 16 anos, o periodo normal de trabalho no pode ser superior a sete horas em cada dia e trinta e cinco horas em cada semana 4 ~ Constitui contraordenagao grave a violagSo do disposto nos n.°* 1 ou 3. ACT. Artigo 74.2 Dispensa de algumas formas de organizacao do tempo de trabalho de menor 1 - © menor é dispensado de prestar trabalho em hordrio organizado de acordo com o regime de adaptabilidade, banco de horas ou hordrio concentrado quando o mesmo puder prejudicar a sua salide ou seguranca no trabalho. 2 ~ Para efeito do niimero anterior, 0 menor deve ser submetido a exame de satide previamente ao inicio da aplicacao do horério em causa 3 ~ Constitui contraordenaco grave 2 violaco do disposto neste artigo. Artigo 75.° Trabalho suplementar de menor 1 ~ 0 trabalhador menor nao pode prestar trabalho suplementar. 2 - 0 disposto no nimero anterior nao é aplicavel se a prestaco de trabalho suplementar por parte de menor com idade igual ou superior a 16 anos for indispensavel para prevenir ou reparar prejuizo grave para a empresa, devido a facto anormal e imprevisivel ou a circunstancia excecional ainda que previsivel, cujas consequéncias no podiam ser evitadas, desde que no haja outro trabalhador disponivel e por um periodo no superior a cinco dias tteis. 3 ~ Na situago referida no némero anterior, 0 menor tem direito a perfodo equivalente de descanso compensatério, a gozar nas trés semanas seguintes, 4 ~ Constitui contraordenagio grave a violaco do disposto neste artigo. Artigo 76.° Trabalho de menor no period noturno 1 ~ € proibido o trabalho de menor com idade inferior a 16 anos entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte, 2 - © menor com idade igual ou superior a 16 anos no pode prestar trabalho entre as 22 horas de um dia as 7 horas do dia sequinte, sem prejuizo do disposto nos niimeros seguintes. 3 - O menor com idade igual ou superior a 16 anos pode prestar trabalho noturno: 1) Em atividade prevista em instrumento de regulamentaco coletiva de trabalho, exceto no periodo compreendido entre as 0 ¢ as 5 horas; b) Que se justifique por motivos objetivos, em atividade de natureza cultural, artistica, desportiva ou Publicitéria, desde que tenha um periodo equivalente de descanso compensatério no dia seguinte ou no mals préximo possivel. ACT. 4 ~ No caso do niimero anterior, a prestagio de trabalho noturno por menor deve ser vigiada por um adulto, se for necessério para protegao da sua seguranca ou satide. 5 ~ 0 disposto nos n.°* 2 e 3 ndo ¢ aplicavel se a prestago de trabalho noturno ocorrer em circunstancia referida no n.® 2 do artigo anterior, sendo devido 0 descanso previsto no n.° 3 do mesmo artigo. 6 ~ Constitui contraordenacdo grave a violaco do disposto nos n.* 1, 2 ou 4 Artigo 77.° Intervalo de descanso de menor 1 - 0 periodo de trabalho diario de menor deve ser interrompido por intervalo de duragdo entre uma e duas horas, por forma a nao prestar mais de quatro horas de trabalho consecutivo se tiver idade inferior a 16 anos, ou quatro horas e trinta minutos se tiver idade igual ou superior a 16 anos. 2 - 0 instrumento de regulamentaco coletiva de trabalho pode estabelecer duracdo do intervalo de descanso superior a duas horas, bem como a frequéncia e a duragao de outros intervalos de descanso no perfodo de trabalho disrio ou, no caso de menor com idade igual ou superior a 16 anos, redugdo do intervalo até trinta minutos. 3 ~ Constitui contraordenacao grave a violacao do disposto no n.° 1 Artigo 78.° Descanso di de menor 1 - O menor tem direito a descanso didrio, entre os periodos de trabalho de dois dias sucessivos, com a durago minima de catorze horas consecutivas se tiver idade inferior 2 16 anos, ou doze horas consecutivas se tiver idade igual ou superior a 16 anos. 2 - Em relaco a menor com idade igual ou superior a 16 anos, 0 descanso didrio previsto no nimero anterior pode ser reduzido por instrumento de regulamentacdo coletiva de trabalho se for justificado por motivo objetivo, desde que no afete a sua seguranca ou satide e a redugao seja compensada nos trés dias seguintes, no sector da agricultura, turismo, hotelaria ou restaurag3o, em embarcacdo da marinha do comércio, hospital ou outro estabelecimento de saiide ou em atividade caracterizada por periodos de trabalho fracionados ao longo do dia, 3 ~ 0 disposto no n.° 1 nao se aplica a menor com idade igual ou superior a 16 anos que preste trabalho ‘cuja duracao normal nao seja superior a vinte horas por semana, ou trabalho ocasional por periodo nao superior a um més: a) Em servigo doméstico realizado em agregado familiar; b) Em empresa familiar, desde que no seja nocivo, prejudicial ou perigoso para o menor. 4 ~ Constitui contraordenagio grave a violaco do disposto nos n.** 1 ou 2 deste artigo, ACT. Artigo 79.° Descanso semanal de menor 1 - O descanso semanal de menor tem a duraco de dois dias, se possivel, consecutivos, em cada periodo de sete dias, salvo havendo razdes técnicas ou de organizacao do trabalho, a definir por instrumento de regulamentacdo coletiva de trabalho, que justifiquem que o descanso semanal de menor com idace igual ou superior a 16 anos tenha a duracdo de trinta e seis horas consecutivas. 2 - O descanso semanal de menor com idade igual ou superior 2 16 anos pode ser de um dia em situacdo a que se referem os n.°* 2 ou 3 do artigo anterior, desde que a reducSo se justifique por motivo objetivo @, no primeiro caso, seja estabelecida em instrumiento de regulamentacSo coletiva de trabalho, devendo em qualquer caso ser assegurado descanso adequado. 3 ~ Constitui contraordenacao grave a violacdo do disposto neste artigo. Artigo 80.° Descanso semanal e periodos de trabalho de menor em caso de pluriemprego 1 - Se o menor trabalhar para varios empregadores, os descansos semanais devem ser coincidentes ¢ soma dos periodos de trabalho ndo deve exceder os limites maximos do periodo normal de trabalho. 2 ~ Para efeitos do disposto no némero anterior, o menor ou, se este tiver idade inferior 2 16 anos, os seus representantes legais devem informar por escrito: 2) Antes da admissio, 0 novo empregador, sobre a existéncia de outro emprego € a duracéo do trabalho @ 0s descansos semanais correspondentes; b) Aquando de uma admissdo ou sempre que haja alteracdo das condicdes de trabalho em causa, os outros ‘empregadores, sobre a duragdo do trabalho e os descansos semanais correspondentes, 3 - 0 empregador que, sendo informado nos termos do numero anterior, celebre contrato de trabalho com ‘© menor ou altere a duracao do trabalho ou dos descansos semanais é responsavel pelo cumprimento do disposto no n.° 1. 4 ~ Constitui contraordenacdo grave a violacao do disposto no n.° 1, pela qual é responsavel o empregador que se encontre na situagio referida no nimero anterior. Artigo 81.° Participagao de menor em espetaculo ou outra atividade A participacao de menor em espetéculo ou outra atividade de natureza cultural, artistica ou public regulada em legislaco especifica. ACT. Artigo 82.° Crime por u izagdo indevida de trabalho de menor 1 - A utilizacdo de trabalho de menor em violacdo do disposto no n.° 1 do artigo 68.° ou no n.° 2 do artigo 72.9 & punida com pena de pristio até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias, se pena mais grave ndo couber por forca de outra disposicao legal 2 - No caso de o menor no ter completado a idade minima de admisso, no ter concluido a escolaridade obrigatéria ou nao estar matriculado e a frequentar o nivel secundério de educagao, os limites das penas 0 elevados para o dobro. ? 3 ~ Em caso de reincidéncia, os limites minimos das penas previstas nos nlimeros anteriores séo elevados para o triplo, + Redacdo dada pela Lei n.° 47/2012, de 29 de agosto. Artigo 83.° Crime de desobediéncia por nao cessacao da atividade de menor Quando o servigo com competincia inspetiva do ministério responsavel pela drea laboral verificar a violago do disposto no n.° 1 do artigo 68.° ou das narmas relativas a trabalhos proibidos a que se refere 0 n.° 2 do artigo 72.°, notifica por escrito o infrator para que faca cessar de imediato a atividade do menor, com ‘a cominagdo de que, se 0 no fizer, incorre em crime de desobediéncia qualificada, SUBSECCAO VI Trabalhador com capacidade de trabalho reduzida Artigo 84.° Principios gerais quanto ao emprego de trabalhador com capacidade de trabalho reduzida 1 - © empregador deve facilitar © emprego a trabalhador com capacidade de trabalho reduzida, proporcionando-Ihe adequadas condigdes de trabalho, nomeadamente a adaptacao do posto de trabalho, Fetribuic&o e promovendo ou auxiliando acdes de formacao e aperfeigoamento profissional apropriadas. 2 - 0 Estado deve estimular e apolar, pelos meios convenientes, a acdo das empresas na realizacdo dos objetivos definidos no némero anterior. 3 - Independentemente do disposto nos niimeros anteriores, podem ser estabelecidas, por lei ou instrumento de regulamentacao coletiva de trabalho, especiais medidas de protecdo de trabalhador com capacidade de trabalho reduzida, particularmente no que respelta a sua admissio e condicées de prestacdo da atividade, tendo sempre em conta os interesses do trabalhador e do empregador. ACT. 4 - 0 regime do presente artigo consta de legislacao especifica, 5 ~ Constitui contraordenacao muito grave 2 violagao do disposto no n.° 1 SUBSECCAO VII ‘Trabalhador com deficiéncia ou doenga cré Artigo 85.° Principios gerais quanto ao emprego de trabalhador com deficiéncia ou doenga crénica ou doenca oncolégica * 1-0 trabalhador com deficiéncia, doenca crénica ou doenga oncolégica ¢ titular dos mesmos direitos esté adstrito aos mesmos deveres dos demais trabalhadores no acesso ao emprego, a formagdo, promosao ou carreira profissionais e 8s condigées de trabalho, sem prejuizo das especificidades inerentes & sua situacdo. © 2-0 Estado deve estimular e apoiar a aco do empregador na contratacdo de trabalhador com deficiéncia, doenga crénica ou doenca oncolégica e na sua readaptacéo profissional. 1 3 ~ Constitui contraordenacdo muito grave @ violaco do disposto no n.° 1 * Redagio dada pela Lei n.© 93/2019, de 4 de setembro, Artigo 86.° Medidas de aco positiva em favor de trabalhador com deficiéncia ou doenga crénica 1 ~ 0 empregador deve adotar medidas adequadas para que a pessoa com deficiéncia ou doenca crénica, nomeadamente doenca oncolégica ativa em fase de tratamento, tenha acesso a um emprego, o possa exercer nele progredir, ou para que tenha formaco profissional, exceto se tals medidas Implicarem encargos desproporcionados. 2 - 0 Estado deve estimular e apolar, pelos meios convenientes, a aco do empregador na realizacdo dos objetivos referidos no nimero anterior. 3 ~ Os encargos referides no n.° 1 nfo séo considerados desproporcionados quando forem compensados por apoios do Estado, nos termos previstos em legislac3o especifica. 4 ~ Podem ser estabelecidas por lel ou instrumento de regulamentacfo coletiva de trabalho medidas de protecao especificas de trabalhador com deficiéncia ou doenca crénica, nomeadamente doenga oncolégica ativa em fase de tratamento, e incentivos a este ou ao empregador, particularmente no que respeita admissao, condicées de prestacdo da atividade e adaptacao de posto de trabalho, tendo em conta os respetivos interesses, * ACT. 1 Redagio daca pela Lei n.© 93/2019, de 4 de setembro, Artigo 87.° Dispensa de algumas formas de organizacéo do tempo de trabalho de trabalhador com deficiéncia ou doenca crénica 1 - 0 trabalhador com deficiéncia ou doenga crénica, nomeadamente doenca oncolégica ativa em fase de tratamento, é dispensado da prestacdo de trabalho se esta puder prejudicar a sua salide ou seguranga no trabalho: * a) Em horério organizado de acorde com o regime de adaptabilidade, de banco de horas ou horério concentrado; b) Entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia sequinte 2 ~ Para efeito do disposto no numero anterior, 0 trabalhador deve ser submetide a exame de satide previamente ao inicio da aplicacdo do hordrio em causa 3 ~ Constitui contraardenacdo grave a violaco do disposto neste artigo. 1 Redagio dada pela Lei n.© 93/2019, de 4 de setembro, Artigo 88.° Trabalho suplementar de trabalhador com deficiéncia ou doenca crénica 1 - 0 trabalhador com deficiéncia ou doenca crénica nao ¢ obrigado a prestar trabalho suplementar. 2 ~ Constitui contraordenacéo grave a violacao do disposto neste artigo SUBSECCAO VIII ‘Trabalhador estudante Artigo 89.° Nogao de trabalhador-estudante 1 ~ Considera-se trabalhador-estudante o trabalhador que frequenta qualquer nivel de educagao escolar, bem como curso de pés-graduacao, mestrado ou doutoramento em instituigéo de ensino, ou ainda curso ACT. de formagao profissional ou programa de ocupacao temporaria de jovens com duraco igual ou superior a seis meses, 2 - Amanutengio do estatuto de trabalhador-estudante depende de aproveitamento escolar no ano letivo anterior. Artigo 90.° Organizacao do tempo de trabalho de trabalhador-estudante 1 - 0 hordrio de trabalho de trabalhador-estudante deve, sempre que possivel, ser ajustado de modo a permitir a frequéncia das aulas e a deslocacdo para o estabelecimento de ensino. 2 - Quando nao seja possivel a aplicacdo do disposto no nimero anterior, 0 trabalhador-estudante tem direito a dispensa de trabalho para frequéncia de aulas, se assim o exigir 0 hordrio escolar, sem perda de direitos e que conta como prestacdo efetiva de trabalho. 3 ~ A dispensa de trabalho para frequéncia de aulas pode ser utilizada de uma sé vez ou fracionadamente, A escolha do trabalhador-estudante, e tem a seguinte duracéo maxima, dependendo do periodo normal de trabalho semanal: 2) Trés horas semanais para periode igual ou superior a vinte horas ¢ inferior a trinta horas; b) Quatro horas semanais para perfodo igual ou superior a trinta horas e inferior a trinta e quatro horas; ) Cinco horas semanais para periodo igual ou superior a trinta e quatro horas ¢ inferior a trinta oito horas; d) Seis horas semanais pare periodo igual ou superior a trinta e cite horas. 4 ~ 0 trabalhador-estudante cujo periodo de trabalho seja impossivel ajustar, de acordo com os nuimeros anteriores, ao regime de turnos a que esté afeto tem preferéncia na ocupagao de posto de trabalho ‘compativel com a sua qualificaco profissional e com a frequéncia de aulas. 5 ~ Caso 0 horério de trabalho ajustado ou a dispensa de trabalho para frequéncia de aulas comprometa Manifestamente o funcionamento da empresa, nomeadamente por causa do nimero de trabalhadores- estudantes existente, o empregador promove um acordo com o trabalhador interessado e a comissao de trabalhadores ou, na sua falta, a comissdo intersindical, comissdes sindicais ou delegados sindicais, sobre a medida em ‘que o interesse daguele pode ser satisfeito ou, na falta de acordo, decide fundamentadamente, informando o trabalhador por escrito. 6 - 0 trabalhador-estudante nao é obrigado a prestar trabalho suplementar, exceto por motivo de forca maior, nem trabalho em regime de adaptabilidade, banco de horas ou hordrio concentrade quando o mesmo coincida com 0 horario escolar ou com prova de avaliacao. 7 ~ Ao trabalhador-estudante que preste trabalho em regime de adaptabilidade, banco de horas ou horario concentrado é assegurado um dia por més de dispensa, sem perda de direitos, contando como prestacéo efetiva de trabalho 8 - 0 trabalhador estudante que preste trabalho suplementar tem direito a descanso compensatério com duragio de metade do nimero de horas prestadas. * 9 ~ Constitui contraordenagio grave a violago do disposto nos n.* 1a 4e6 a8.

Você também pode gostar