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APRESENTAÇÃO 2
A OLIMPÍADA DE MAIO 22
Introdução
ARTIGOS
NÚMEROS MÁGICOS E CONTAS DE DIVIDIR 38
Carlos Gustavo Tamm de Araújo Moreira
PROBLEMAS PROPOSTOS 58
AGENDA OLÍMPICA 60
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS 61
APRESENTAÇÃO
EUREKA!, a revista da Olimpíada Brasileira de Matemática faz
parte de um grande projeto que tem como objetivo principal contribuir
decisivamente para a melhoria de ensino de Matemática em nosso país.
O que planejamos realizar é descrito (de forma resumida), nesta
apresentação.
DOS OBJETIVOS
DO PROJETO
EUREKA! N 1, 1998
2
Sociedade Brasileira de Matemática
que, com esta atividade, pode-se fazer muito mais. Com parceria do IMPA
(Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e com a SBM (Sociedade
Brasileira de Matemática), foi submetido ao CNPq um projeto que
pretende contribuir para a melhoria do ensino de Matemática no Brasil
utilizando as Olimpíadas de Matemática como mecanismo propagador.
Este projeto teve boa acolhida e neste momento estamos iniciando um
trabalho de grandes dimensões que, para ter seus objetivos cumpridos,
necessitará também (e principalmente) do apoio e da ajuda de diversos
segmentos da sociedade: alunos, professores, escolas, universidades,
secretarias de educação etc.
DA REVISTA
EUREKA! N 1, 1998
3
Sociedade Brasileira de Matemática
DOS CARTAZES
EUREKA! N 1, 1998
4
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
5
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
6
Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro nível
a) 32 b) 20 c) 64 d) 18 e) 12
EUREKA! N 1, 1998
7
Sociedade Brasileira de Matemática
a) 15 b) 32 c) 28 d) 31 e) 30
4) Seu Pedro possui três lotes quadrados: um deles tem lado de 10
metros, e os outros dois têm lados de 20 metros cada. Seu Pedro
quer trocar os três lotes por um outro lote quadrado, cuja área seja
a soma das áreas daqueles três lotes. O novo lote deverá ter lado de
medida:
a) 37 b) 13 c) 12 d) 14 e) 17
Segundo nível
a) 29 b) 89 c) 17 d) 13 e) 53
EUREKA! N 1, 1998
8
Sociedade Brasileira de Matemática
a) 1 b) 3 c) 5 d) 7 e) 9
a) 20 b) 16 c) 8 d) 32 e) 68
EUREKA! N 1, 1998
9
Sociedade Brasileira de Matemática
e){91,92,..., 99}
Terceiro nível
x – 1 se x é ímpar
f(x) = e
x + 1 se x é par,
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 0
a) k2 b)k c)2k d) 0 e) k
EUREKA! N 1, 1998
10
Sociedade Brasileira de Matemática
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 ou mais
a) 10 b) 16 c) 20 d) 14 e) 21
EUREKA! N 1, 1998
11
Sociedade Brasileira de Matemática
OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
Provas Júnior e Sênior 1997
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
A fortuna de João foi dividida da seguinte forma: um quinto para seu irmão
mais velho, um sexto do restante para seu irmão mais novo e partes iguais
do restante para cada um de seus 12 filhos. Que fração da fortuna cada
filho recebeu?
1 1 1 1 1
a) b) c) d) e)
20 18 16 15 14
PROBLEMA 3
No alvo abaixo, uma certa pontuação é dada para a flecha que cai na região
A e outra para a flecha que cai na região B. Alberto lançou 3 flechas: uma
caiu em B e duas em A, e obteve 17 pontos. Carlos também lançou 3
flechas: uma caiu em A e duas em B, e obteve 22 pontos. Quantos pontos
são atribuídos para uma flecha que cai na região A?
EUREKA! N 1, 1998
12
Sociedade Brasileira de Matemática
A
B
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5 e) 6
PROBLEMA 4
f(3) = 2
f(x + 3) = f(x) f(3)
Então, f(–3) vale:
1
a)–6 b)0 c) d)2 e)–1
2
PROBLEMA 5
Quatro carros, de cores amarela, verde, azul e preta, estão em fila. Sabe-se
que o carro que está imediatamente antes do carro azul é menor do que o
que está imediatamente depois do carro azul; que o carro verde é o menor
de todos; que o carro verde está depois do carro azul; e que o carro amarelo
está depois do preto. O primeiro carro da fila:
PROBLEMA 6
EUREKA! N 1, 1998
13
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 7
x 2 xy y 2 1 0
3 2 2 é igual a:
x x y xy x y 2 0
a)0 b)1 c)2 d)3 e)4
PROBLEMA 8
PROBLEMA 9
PROBLEMA 10
7 p 11
Se p e q são inteiros positivos tais que , o menor valor que q
10 q 15
pode ter é:
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 11
A equação x 10 2 x 3 1 3x :
PROBLEMA 12
PROBLEMA 13
PROBLEMA 14
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 15
A B
a) 25%
b) 30%
c) 32%
d) 36%
e) 40%
PROBLEMA 16
11 5 7 13
a) b) 1 c) 2 d) 2 e)
12 12 15 60
43
2
60
PROBLEMA 17
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 18
PROBLEMA 19
PROBLEMA 20
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
PROBLEMA 3
1 1
O conjunto-solução da inequação é o conjunto:
x x 1
a) dos reais diferentes de 0 e de 1.
b) dos reais positivos diferentes de 1.
c) dos reais diferentes de zero e menores que 1.
d) dos reais entre 0 e 1.
e) vazio.
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
PROBLEMA 8
k
Sendo k inteiro, o número de valores distintos de sen é igual a:
9
a)5 b)8 c)9 d)10 e)18
PROBLEMA 9
PROBLEMA 10
Se seu salário sobe 26% e os preços sobem 20%, de quanto aumenta o seu
poder aquisitivo?
a)5% b)6% c)7% d)8% e)9%
PROBLEMA 11
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 12
PROBLEMA 13
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Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro nível
1) a 2) c 3) b 4) e 5) b
Segundo nível
1) a 2) c 3) d 4) e 5) b
Terceiro nível
1) d 2) a 3) b 4) c 5) b 6) e
1) d 8) a 15) c
2) b 9) a 16) d
3) c 10) b 17) e
4) c 11) e 18) d
5) c 12) c 19) d
6) e 13) b 20) c
7) c 14) e
1) b 6) a 11) a
2) e 7) e 12) b
3) d 8) c 13) d
4) c 9) b
5) c 10) a
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
A OLIMPÍADA DE MAIO
Introdução
Prova: 09 de maio,
14h
Limite da chegada dos listados e provas
para cada país: 13 de junho
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
2)
A M B
No retângulo ABCD, M, N, P e Q
são os pontos médios dos lados.
Q N Se a área do triângulo sombreado
é 1, calcular a área do retângulo
ABCD.
D P C
EUREKA! N 1, 1998
24
Sociedade Brasileira de Matemática
4) Joaquín e seu irmão Andrés vão todos os dias para a aula no ônibus
da linha 62. Joaquín paga sempre as passagens.
Andrés pergunta para ele se a soma dos dígitos de algum dos boletos é 35
e, ao saber a resposta, pôde dizer corretamente o número de cada boleto.
As velas são colocadas de modo que entre velas e vértices nunca há três
alinhados (três velas quaisquer não estão alinhadas, nem duas velas
quaisquer com um vértice do polígono, nem dois vértices quaisquer do
polígono com uma vela).
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES
45 9 45 3
6 E no segundo: 7
6 6
015 024
236 , e, por simetria, se L = {0,2,4} e C = {0,1,5}, temos 138
1 1
487 567
a) Se L1 {0,1,5} e C1 = {1,2,3} ou L1 = {1,2,3} e C1 = {0,1,5},
temos
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Sociedade Brasileira de Matemática
105 123
246 ou 048
387 567
b) Se L1 = {0,2,4} e C1 = {1,2,3} ou L1 = {1,2,3} e C1 = {0,1,5},
temos
204 213
156 ou 057
378 468
No segundo caso, as possibilidades para L1 (ou C1) são {0,1,6}, {0,2,5} e
{1,2,4} (não pode aparecer o 3).
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
01625 14205
248,19570,16e8
5976847 895
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
2)
3)
Cada ficha soma 1 em cada uma das casas vizinhas que estão livres de
ficha. Uma casa tem como máximo 8 vizinhas ( perde vizinhas se está
numa borda do tabuleiro). Vejamos que é impossível colocar as 10 fichas
em 10 casas isoladas, tais que nenhuma fique na borda do tabuleiro.
Podemos pensar que temos um tabuleiro de 6 por 6 –pois as casas das
bordas não interessam– ou dividimos em 9 setores 2 por 2, mediante
paralelas aos lados. Se queremos selecionar casas isoladas, em cada setor
podemos escolher ao máximo 1. São, em total, no máximo 9 casas isoladas.
1 1 2 1 2 1 1 0
1 * 2 * 2 * 1 0
2 2 4 2 4 2 2 0
1 * 2 * 2 * 1 0
2 2 4 2 4 2 2 0
1 * 2 * 2 * 2 1
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 2 1 2 2 * 1
0 0 0 0 0 1 1 1
0 1 1 2 1 2 1 1
0 1 * 2 * 2 * 1
1 2 3 3 3 3 2 1
1 * 2 * 2 * 1 0
1 2 3 3 3 3 2 1
1 2 * 2 * 2 * 1
1 * 2 2 1 2 1 1
1 1 1 0 0 0 0 0
No primeiro caso, o outro número será abc(d + 1)0, e a soma dos dez
dígitos 2( a + b + c + d) + 10 = 62, ou seja, a + b + c + d = 26, e os
dígitos do número menor somam a + b + c + d +9 = 35. Haveria mais de
um número de cinco dígitos nessas condições 85859, 77669, etc.,) pelo que
a resposta que deu Joaquín à pergunta do seu irmão foi "não". Assim, os
números serão:
ab999 e a(b + 1)000, a soma dos dez dígitos é 2(a + b) + 28 = 62; assim:
a + b = 17, e como b não é 9, a = 9 e b = 8.
EUREKA! N 1, 1998
30
Sociedade Brasileira de Matemática
(1) 180 n
(2) 360 × 15 + 180 (15 – 2)
Cada ponto interior (vela) contribui com 360, e a soma dos ângulos
interiores de um polígono convexo de L lados, é 180 (L – 2).
Portanto: 180 n = 360 × 15 + 180 × 13, onde n = 43.
Também pode utilizar-se a relação de Euler de um mapa plano:
R + V = L + 1 ( R = regiões, V = vértices e L = lados).
Então V = 30, 3R = 2L – 15 ( Todos os lados são comuns a duas regiões,
exceto os 15 lados do contorno do polígono). Assim, pois:
2 L 15
30 L 1 Portanto: L = 72 e R = 43
3
Você sabi@
que a página web da Olimpíada Brasileira de Matemática é
http://www.obm.org.br
III OLIMPÍADA DE MAIO
Segundo nível
2)
D Q C 31
Sociedade Brasileira de Matemática
4 7 6
Veja um exemplo de 11 5 1
distribuição elegante: 9 1
11 2 8
2 7
0 10 9
12 3
12
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Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES
1)
Solução A
Solução B
O menor múltiplo de 388 que tem sete cifras é 388 2578, e o maior é 388
25773.
Entre 2578 e 25773 temos:
São em total: 23 + 23 + 23 + 24 = 93
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Sociedade Brasileira de Matemática
http://www.mersenne.org/prime.htm
3)
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Sociedade Brasileira de Matemática
100
Busca-se o maior n tais que 6n2 10000 n 40
6
6 4
2
3
Área do hexágono: x y z 2 x 2 v 2 z 2
4
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Seja x = 1, temos w + x + v = y + x + z
w + x + v = v + u + z (pois o triângulo de fora é
equilátero)
Donde temos
w+v = y+z
w+x = u+z
Se v – x = 4, temos v = 5, y = 6, u = 2.
De w + 6 = z + 7, resulta, além disso, w = 4, z = 3.
3 3
Os possíveis valores da área são: 100 1 25 9 65
4 4
3 3
81 1 4 9 67
4 4
Os hexágonos são:
3
5
3
6
2 4
1
1
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4 5 36
2 6
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro dia.
Tempo: três horas.
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
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Sociedade Brasileira de Matemática
Segundo dia.
Tempo: três horas.
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
PROBLEMA 6
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Sociedade Brasileira de Matemática
142857 × 2 = 285714
142857 × 3 = 428571
142857 × 4 = 571428
142857 × 5 = 714285
142857 × 6 = 857142
Por que razão acontece essa repetição dos dígitos de 142857 ao multiplicá-
lo por 2, 3, 4, 5 e 6, sempre com a mesma ordem circular? Será mera
coincidência? Será possível obter outros exemplos desse tipo?
A resposta tem a ver com o resultado de 142857 × 7, que é 999999. Isso
quer dizer que o período da representação decimal de 1/7 é exatamente
142857. Vamos examinar com cuidado a conta de divisão de 1 por 7:
10 7
30 0,142857
20
60
40
50
1
EUREKA! N 1, 1998
40
Sociedade Brasileira de Matemática
1 =0×7+1
10 =1×7+3
30 =4×7+2
20 =2×7+6
60 =8×7+4
40 =5×7+5
50 = 7 × 7 + 1. Daí temos:
10 – 7 × 1 = 3, e portanto 100-7 × 10 = 30, e como 30 – 7 × 4 = 2 temos:
100 – 7 (10 + 4) = 2, e analogamente obtemos:
1000 – 7 (100 + 40 + 2) = 6
10000 – 7 (1000 + 400 + 20 +8) = 4
100000 – 7 (10000 + 4000 + 200 + 80 + 5) = 5
1000000 – 7 (100000 + 40000 + 2000 + 800 + 50 + 7 ) = 1
EUREKA! N 1, 1998
41
Sociedade Brasileira de Matemática
Observe que, para que isso aconteça, n deve ser um número primo, pois se
n = p × b, com b maior que 1 e p um número primo diferente de 2 e 5,
então p nunca aparecerá como resto na divisão de 1 por n, pois em geral
um fator primo comum de n e de um resto que aparece na divisão de 1 por
n só pode ser 2 ou 5 ( de fato, um resto que aparece na divisão de 1 por n
é resto da divisão de alguma potência de 10 por n ). Por outro lado, se os
únicos fatores primos de n são 2 e 5, então 1/n tem representação decimal
finita.
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Referências:
[L] Lima, Elon L., Meu Professor de Matemática e outras histórias, pp. 158-170 –
SBM, 1991.
[T] Tahan, Malba, O homen que calculava, Ed. Record.
[V] Voloch, José Felipe, Raizes Primitivas e a Conjectura de Artin, Revista
Matemática Universitária Nº9/10, dezembro de 1989, pp. 153-158.
COMO PERDER AMIGOS E ENGANAR PESSOAS
Nicolau C. Saldanha
Nível Avançado.
ENUNCIADOS
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
pela outra porta fechada. Que estratégia deve o convidado adotar? Com
uma boa estratégia, que probabilidade tem o convidado de ganhar o carro?
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
DESENVOLVIMENTOS
EUREKA! N 1, 1998
45
Sociedade Brasileira de Matemática
O erro comum aqui é achar que, após a eliminação de uma porta (que foi
aberta pelo apresentador, revelando um bode), há uma simetria entre as
duas outras portas e a probabilidade de cada uma esconder o carro é 1/2.
Não existe, entretanto, tal simetria, pois a porta escolhida pelo convidado
não poderia, pelas regras, ser trocada pelo apresentador, enquanto a outra
poderia ter sido aberta, mas não foi.
EUREKA! N 1, 1998
46
Sociedade Brasileira de Matemática
temos certeza de passar no teste: uma bola escolhida ao acaso nesta gaveta
será sempre branca. Por outro lado, se pré-escolhermos a gaveta com uma
bola de cada cor, ainda temos probabilidade 1/2 de sacarmos uma bola
preta, o que estaria em contradição com o enunciado. Assim, a
probabilidade de termos escolhido cada uma destas duas gavetas é 2/3 e
1/3, respectivamente. Podemos, a partir deste ponto facilmente deduzir a
resposta correta de 2/3.
Tabela 1
EUREKA! N 1, 1998
47
Sociedade Brasileira de Matemática
cc cck
c
ck ckc
Diagrama 2
O erro mais natural aqui é achar que todas as seqüências são igualmente
boas: isto não é verdade, pois os dois últimos lances em geral serviram,
EUREKA! N 1, 1998
48
Sociedade Brasileira de Matemática
sem sucesso, para tentar finalizar as seqüências e servirão agora para tentar
iniciá-las. Mais surpreendente ainda é o fato de que o segundo jogador
sempre tem uma boa resposta: este jogo é um pouco como jogar par-ou-
ímpar ou pedra-papel-tesoura com um dos jogadores tendo o direito de
escolher sua jogada só depois de ver a jogada do adversário.
EUREKA! N 1, 1998
49
Sociedade Brasileira de Matemática
0, vale sempre a pena trocar. Eugênio fica feliz com sua conclusão e pensa
como seu curso de Probabilidade foi útil.
Mas um pouco mais tarde Eugênio começa a ter dúvidas quanto a suas
conclusões: Se vale a pena trocar de envelope sempre, então não é
necessário abrir o envelope e ler o valor do cheque para tomar a decisão
de trocar. Neste caso, eu poderia ter trocado de envelope um minuto antes
e ter evitado a multa. Eugênio fica irritado, pensando que poderia ter
ganhado 5 reais a mais se apenas tivesse pensado mais rápido. Mas ele
continua pensando: Ei, espere, há algo errado! Um minuto antes os dois
envelopes estavam lacrados e pareciam iguais para mim: trocar
significaria apenas escolher o outro. Mas, então, cada vez que eu penso
em um envelope tenho que trocar e nunca posso escolher nada!
Assim, ao invés de aproveitar seu prêmio, Eugênio passa a noite
angustiado com seu paradoxo. Na manhã seguinte, Eugênio procura seus
colegas do curso de Probabilidade com a pergunta: o que exatamente há de
errado com este raciocínio?
O erro de Eugênio está logo no início, quando aceita, sem aliás sequer
questionar, que a probabilidade do segundo cheque ser maior é 1/2. O leitor
deve estar muito surpreso: é quase como se de repente disséssemos que
cara e coroa têm probabilidades diferentes. Por isso daremos uma
explicação relativamente longa para tentar convencer.
EUREKA! N 1, 1998
50
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
51
Sociedade Brasileira de Matemática
X2
300
200 (100,200)
100
(100,50)
Figura 3
An
P
0 n N ,1
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
(An Bn )
P
N n N 0
para todo N, o que também é um absurdo, pois, quando N cresce, este
conjunto também cresce, tendendo no limite para , donde teríamos
P()= 0, contradizendo P() = 1. Assim, em qualquer caso, temos um
absurdo.
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Nicolau C. Saldanha
Departamento de Matemática, PUC-RIO
Gávea, Rio de Janeiro, RJ 22453-900, BRASIL
nicolau@mat.puc-rio.br, http://www.mat.puc-rio.br/~nicolau/
DOIS PROBLEMAS SOBRE GRAFOS
Paulo Cezar Pinto Carvalho
IMPA
Nível Intermediario.
INTRODUÇÃO
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
CIRCUITOS EULERIANOS
EUREKA! N 1, 1998
56
Sociedade Brasileira de Matemática
vértices) e cada vértice tem grau par (ou seja, o número de arcos que nele
incidem é par).
O argumento acima mostra a necessidade de se ter grau em cada
vértice para existir um circuito euleriano. É também óbvio que o grafo
precisa ser conexo. A prova de que essas duas condições implicam na
existência de um circuito euleriano pode ser feita por indução finita no
número de arcos do grafo e é deixada como um exercício para o leitor.
CIRCUITOS HAMILTONIANOS
EUREKA! N 1, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
58
Sociedade Brasileira de Matemática
O leitor poderá estar pensando assim: mas será que esta história de
algoritmos eficientes tem relevância, numa era de computadores cada vez
mais velozes? Afinal de contas, existe um algoritmo extremamente simples
para verificar se um grafo possui um circuito hamiltoniano. Se existir um
tal circuito, ele corresponderá a uma permutação (circular) dos vértices
com a propriedade de que vértices consecutivos sejam ligados por um arco
do grafo. Ora, para verificar a existência de circuito hamiltoniano basta
gerar todas as permutações circulares dos vértices e testar se uma delas
corresponde a um percurso no grafo.
É claro que este algoritmo funciona para grafos de tamanho
moderado (ele poderia ser o recurso usado pelo nosso vendedor: como são
apenas 9 cidades, ele teria que testar “apenas” 8! = 40.320 caminhos, o que
seria feito com rapidez em um computador). Mas o que ocorre com grafos
maiores? Vejamos, por exemplo, uma situação em que o número de
cidades cresce para 50 (o que representaria um tamanho ainda bastante
razoável para uma situação real). Neste caso, o computador deveria
examinar 49! circuitos potenciais. Tentemos estimar a magnitude deste
número. A forma mais simples é usar a fórmula de Stirling, que fornece a
n
n
estimativa n! 2n . Mas, neste caso, podemos usar estimativas
e
mais elementares. Por exemplo, podemos usar apenas potências de 2.
Temos:
EUREKA! N 1, 1998
59
Sociedade Brasileira de Matemática
Suponhamos que você seja cliente de um banco. Para ter acesso aos
serviços, você usa o número de sua conta (que é público) e uma senha, que
em princípio deve ser conhecida apenas por você. O procedimento mais
simples seria ter a sua senha armazenada no sistema do banco. Mas aí
você correria o risco de que ela fosse descoberta, por exemplo, por um
funcionário desonesto. Em lugar disto, o sistema do banco armazena uma
versão codificada da senha, que não precisa ficar em segredo. Esta
codificação deve ser feita de tal forma que seja simples verificar se sua
senha está correta (para que você seja autorizado a retirar dinheiro do caixa
EUREKA! N 1, 1998
60
Sociedade Brasileira de Matemática
PALAVRAS FINAIS
EUREKA! N 1, 1998
61
Sociedade Brasileira de Matemática
3) Prove que existe n N tal que os últimos 1000 dígitos de n1998 são
iguais a 1.
EUREKA! N 1, 1998
62
Sociedade Brasileira de Matemática
9) Prove que todo número racional positivo pode ser escrito como
soma de um certo número de frações distintas de numerador 1.
cos
2
5
5 1
4
e
2 1 17 34 2 17 2 17 3 17 34 2 17 2 34 2 17
cos
17 16
EUREKA! N 1, 1998
63
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
IV OLIMPÍADA DE MAIO
09 de maio, 14 h
EUREKA! N 1, 1998
64
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
EUREKA! N 1, 1998
65
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 1, 1998
66
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
IV OLIMPÍADA DE MAIO 16
Resultados
IV OLIMPÍADA DE MAIO 17
Prova
ARTIGOS
PARIDADE 32
Eduardo Wagner
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
EUREKA! N 2, 1998
2
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Comitê Editorial.
EUREKA! N 2, 1998
3
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Primeiro Nível
Segundo Nível
EUREKA! N 2, 1998
4
Sociedade Brasileira de Matemática
Terceiro Nível
EUREKA! N 2, 1998
5
Sociedade Brasileira de Matemática
1)
333...333
É claro que d = 100 três =3 111 ...111
100 uns = 3n . Portanto, o número
111 ...111
procurado N = k uns deve ser divisível por n e por 3 (n não é
divisível por 3 porque a soma dos seus algarismos é igual a 100 que não é
divisível por 3). Se k é um número da forma k = 100q + r onde 0 r < 100
111 ...111 000...00 111 ...11 M R
então obviamente N = 100q uns r zeros r uns . Como
M é divisível por n então, N é divisível por n se, e somente se, R = 0 ou
seja, se r = 0 e conseqüentemente se, e somente se, k for divisível por 100.
Se k = 100q então a soma dos algarismos de N é igual a 100q e esta soma
será divisível por 3 (e consequentemente também o número N)se, e
somente se, q for divisivel por 3. Portanto, o menor número
N 111 ...111 divisível por d consiste em 300 uns.
k uns
2)
3)
EUREKA! N 2, 1998
6
Sociedade Brasileira de Matemática
1)
2)
3)
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
1)
Se n p1 1 p 2 2 ... p k k é a fatoração em primos de n, os divisores positivos
de n são todos os números da forma p1 1 p 2 2 ... p k k com 0 1 1, 0 2
2, …, 0 k k, i N, i. Assim , o número de divisores positivos
de n é (1 + 1) (1 + 2)…(1 + k ). Para que este número seja ímpar é
necessário e suficiente que todos os i sejam pares, ou seja, que n seja
quadrado perfeito. Como 442 = 1936 < 1998 < 2025 = 45 2, há 44 quadrados
perfeitos entre 1 e 1998, portanto há 44 naturais menores que 1998 com um
número ímpar de divisores positivos.
2)
3)
EUREKA! N 2, 1998
8
Sociedade Brasileira de Matemática
2fisdufiows
uhf Você sabia… que há tantos números racionais
quanto números naturais, mas há estritamente mais
números reais que racionais (isto é, existe uma bijeção
f : N Q mas não existe nenhuma bijeção g : Q R) ?
E que é impossível decidir se existe algum conjunto
com estritamente mais elementos que os naturais mas
estritamente menos elementos que os reais ??
EUREKA! N 2, 1998
9
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
SOLUÇÕES
EUREKA! N 2, 1998
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1)
a + 12 ( a – 1 ) + b = 2164,
b = 2176 – 13a
1 2176 – 13a 12
a = 167, b = 5
2)
3)
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12
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A E B
P
M
N D C
4)
n2 x2 y2 ,
n 2 ( y x )( y x ),
EUREKA! N 2, 1998
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1 n2
x d
2 d
y x d
n 2
y x 1 n2
d y d
2 d
Estas soluções são inteiras e positivas, pois n é ímpar (logo d também), e
d n . Portanto, o número de triângulos retângulos é o número de
divisores de n2 menor que n. Mas para cada divisor de n2 menor que n,
corresponde um divisor maior que n. Lembrando que n é também um
divisor, concluímos que o número procurado é 1/2 (d(n2) – 1), onde d(n) é
o número de divisores positivos de n. Portanto, é necessário e suficiente
que n2 seja um número ímpar com d(n2) = 2 1997 + 1 = 3995 divisores.
Uma das várias possibilidades para n2 ter 3995 divisores é ser da forma
p4q798, com p e q primos distintos. Neste caso, n = p2q399, possui
d(n) = (2 +1) (399 +1) = 1200 divisores.
5)
Vamos representar por 1 uma lâmpada acesa, e por 0 uma lâmpada apagada
e interpretar o número obtido na base 2.
Veja que se, em algum passo, o último dígito for 0, ele será o único dígito
alterado no próximo passo. Isto significa que o número aumentará 1
unidade.
Caso contrário, o número terminará com um bloco de 1's antecipado por
um 0:…011…1. No próximo passo, o número será …100…0. Mas observe
que (…011…1) + 1 = …100…0. Portanto, em qualquer caso, o número k é
sucedido pelo número k + 1.
EUREKA! N 2, 1998
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EUREKA! N 2, 1998
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IV OLIMPÍADA DE MAIO
Resultados
Primeiro nível
Segundo nível
EUREKA! N 2, 1998
16
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IV OLIMPÍADA DE MAIO
Primeiro nível
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Existem quatro botes numa margem de um rio; seus nomes são Oito,
Quatro, Dois e Um, porque essas são as quantidades de horas que cada um
EUREKA! N 2, 1998
17
Sociedade Brasileira de Matemática
deles demora para cruzar o rio. Pode-se atar um bote a outro, porém não
mais de um, e então o tempo que demoram em cruzar é igual ao do mais
lento dos botes. Um só marinheiro deve levar todos os botes até à outra
margem do rio. Qual é o menor tempo necessário para completar o
translado?
PROBLEMA 4
A B
PROBLEMA 5
Segundo nível
PROBLEMA 1
EUREKA! N 2, 1998
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PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Obs. Os pedaços em que se divide o tabuleiro devem ser peças inteiras; não
devem ser desconectados pelo corte.
PROBLEMA 4
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
O planeta X31 tem só dois tipos de notas, mas o sistema não é tão mau já
que só há quinze preços inteiros para os quais o pagamento não pode ser
feito de forma exata (nesses casos deve-se pagar a mais e receber o troco).
Se 18 é um dos preços para os quais não se pode fazer pagamento exato,
encontre o valor de cada tipo de nota.
RESPOSTAS
PROBLEMA 1: 16 formas.
PROBLEMA 2 : 9
PROBLEMA 3: 15h
PROBLEMA 4 : As áreas são iguais.
PROBLEMA 5 : Há muitas soluções.
PROBLEMA 1 : 5, 7, 8, e 9
PROBLEMA 2 : 6/49
PROBLEMA 3: 70 maneiras.
PROBLEMA 4 : 4 pedras.
PROBLEMA 5: 4 e 11
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EUREKA! N 2, 1998
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Primeiro dia.
Tempo: 4 horas 30 min.
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Prove que, pelo menos para 30% dos naturais n entre 1 e 1.000.000, o
primeiro dígito de 2n é 1.
Segundo dia.
Tempo: 4 horas 30 minutos.
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
Todos os dias, a partir do dia 1, cada duende sai da casa onde está e chega à
casa vizinha. Uma lenda de Terra Brasilis diz que, quando todos os
duendes regressarem à posição original, o mundo acabará.
PROBLEMA 6
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SOLUÇÕES
1)
Seja k um número natural. Encontrar todas as permutações a1, a2, …a2k dos
números 1, 2, …, 2k que verificam ai a i 1 k para todo i = 1, 2, …,
2k –1.
Solução
Em primeiro lugar observamos que, se dois números entre 1, 2, …, 2k
diferem de pelo menos k, então o maior dos números está entre k + 1, k + 2,
… 2k e o menor, entre 1, 2, …, k . Chamemos simplesmente os números
destes dois conjuntos de "grandes" e "pequenos", respectivamente.
Suponhamos que a1, a2, …a2k é uma permutação com a propriedade em
questão. Pelo que dissemos acima, seus termos com índice ímpar (par)
devem ser todos grandes ou todos pequenos. Sejam, por exemplo, a1, a3, …
a2k – 1 pequenos e a2, a4, …a2k grandes. Consideremos a soma
S a1 a 2 a 2 a 3 ... a 2 k 2 a 2 k 1 a 2 k 1 a 2 k
S (a 2 a1 ) (a 2 a3 ) ... (a 2 k 2 a 2 k 1) (a 2 k a 2 k 1 )
2(a 2 a 4 ... a 2 k ) 2(a1 a3 ...a 2 k 1 ) a 2 k a1
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a 3 2k ( k 1) k 1
a 4 ( k 1) k 2k 1
a 5 ( 2k 1) ( k 1) k 2
k, 2k, k – 1, 2k – 1, k – 2, …, 2, k + 2, 1, k + 1
Por simetria, existe exatamente uma solução além desta: a que obtemos
tomando a solução acima na ordem inversa.
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
2)
3)
Vamos provar que para cada inteiro positivo k existe uma potência de 2
com exatamente k dígitos (na base 10) e cujo primeiro dígito é 1. De fato,
se considerarmos a menor potência de 2 maior que 10 k + 1, devemos ter
2 n < 10 k + 1 2n + 1,
ou 10 k + 1 2n + 1 < 2 10 k + 1 .
6
Portanto basta calcular quantos dígitos possui 210 . Mas, de 103 < 210,
5 6 6
obtemos 10 310 210 , donde segue que 210 tem mais de 300.000
algarismos e segue que no mínimo 300.000/1.000.000 = 30% de tais
potências começam com o algarismo 1.
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Observações:
f (n)
lim log 2 0,301029995664.
n n
4)
Fazendo x = y temos
f (2x) f (0)= 2x + 1
5)
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
6)
Um exemplo de tal sistema é aquele que tem uma só linha com exatamente
3 pontos. Para o que segue, suponhamos que haja pelo menos 4 pontos 1, 2,
3, 4 e que uma das linhas é R1 = 123 (aqui, e no que segue, R = abc
significa que a linha R passa pelos pontos a, b, c, não importando a ordem.
Assim, por exemplo, R = bca é a mesma linha.)
Por (iii), devem existir linhas R2, R3 e R4 que passam pelos pares de pontos
{1, 4}, {2, 4} e {3, 4}, respectivamente. Notemos que R2 , R3 e R4 devem
ser distintas. De fato, se, digamos, os pares {2, 4} e {3, 4} estão na mesma
linha R2 , então R2 = 234, logo R1 e R2 têm duas paradas em comum e isto é
impossível por (ii). Novamente por (ii), cada uma das linhas R2 , R3 e R4
tem exatamente um ponto em comum com R1 = 123. Como não podem
haver dois pontos entre 1, 2, 3, que estão em R2 , R3 e R4 (novamente por
(ii)), devemos ter R2 =14a, R3 = 24b, R4 = 34c para pontos distintos a, b, c
que são por sua vez distintos de 1, 2, 3, 4. Para manter uma notação
consistente, sejam a = 5, b = 6 e c = 7. Logo R2 = 145, R3 = 246 e R4 = 347.
Com isso, provamos que há pelo menos 7 pontos.
Agora, suponhamos que exista pelo menos um ponto a mais, digamos 8.
Por (iii), existe uma linha S que passa por 1 e 8. Como S tem uma parada
em comum com R3 = 246, concluímos que S = 128, S = 148 ou S = 168.
Nenhuma destas é possível, pois
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Observação:
EUREKA! N 2, 1998
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Resultados e problemas
Primeiro dia
Duração da Prova: 4 horas 30 min.
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
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PROBLEMA 3
Segundo dia
Duração da Prova: 4 horas 30 min.
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
PROBLEMA 6
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Nível Iniciante.
PROBLEMA 1
Em um quartel existem 100 soldados e, todas as noites, três deles são
escolhidos para trabalhar de sentinela. É possível que após certo tempo um
dos soldados tenha trabalhado com cada um dos outros exatamente uma
vez?
RESPOSTA : Não.
Escolha um soldado. Em cada noite em que trabalha, ele está em
companhia de dois outros. Como 99 é um número ímpar, não podemos
formar pares de soldados sempre diferentes para trabalhar com o escolhido.
PROBLEMA 2
Um jogo consiste de 9 botões luminosos (de cor verde ou vermelha)
dispostos da seguinte forma:
EUREKA! N 2, 1998
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1 2 3
4 5 6
7 8 9
Exemplos:
PROBLEMA 3
Escrevemos abaixo os números naturais de 1 a 10.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10.
Antes de cada um deles, coloque sinais “+” ou “–” de forma que a soma de
todos seja zero.
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3A:
Escrevemos abaixo os números naturais de 1 a 11.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Antes de cada um deles, coloque sinais “+” ou “–” de forma que a soma de
todos seja zero.
SOLUÇÃO:
A soma dos números naturais de 1 a 11 é 66. Como podemos separá-los em
dois grupos de soma 33? Começando pelos maiores observe que 11 + 10 +
9 = 30. Logo, 11 + 10 + 9 + 3 = 33. O problema 3A tem como uma solução
possível:
+1 + 2 – 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 – 9 – 10 – 11 = 0
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34
Sociedade Brasileira de Matemática
Você pode propor aos seus amigos os problemas 3 ou 3A com uma lista
grande de números naturais consecutivos. O problema terá ou não solução
caso a soma desses números seja par ou ímpar, respectivamente.
Entretanto, é possível encontrar o resultado desta soma rapidamente, sem
precisar somar todas as parcelas. A soma de todos os naturais de 1 até n é
(1 n ) n
igual a . Por exemplo, a soma de todos os naturais de 1 até 10 é
2
(1 10)10 11 10
55 . Procure demonstrar este fato e, se não
2 2
conseguir, pergunte ao seu professor ou escreva para a EUREKA!
PROBLEMA 4
Mostre que se a, b e c são inteiros ímpares, a equação ax 2 bx c 0 não
tem raiz racional.
Comentários:
EUREKA! N 2, 1998
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Solução do problema 4
p
Imaginemos que o número racional seja raiz da equação
q
ax 2 bx c 0 onde a, b e c são inteiros ímpares. Logo, fazendo a
substituição, devemos ter,
2
p p
a b c 0
q q
p2 p
a 2
b c 0
q q
ap 2 bpq cq 2 0
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
2 2
a) p e q são ímpares: neste caso, ap é ímpar, bpq é ímpar e cq é
ímpar. Como a soma de três números ímpares é ímpar, o resultado não
pode ser zero.
2 2
b) p é par e q é ímpar: neste caso, ap é par, bpq é par e cq é ímpar.
Como a soma de dois números pares e um ímpar é ímpar, o resultado não
pode ser zero.
PROBLEMA 5
Um tabuleiro 6 6 está coberto com dominós 2 1. Mostre que existe uma
reta que separa as peças do tabuleiro sem cortar nenhum dominó.
SOLUÇÃO:
Cada dominó é formado por dois quadrados e portanto, se o tabuleiro está
inteiramente coberto, 18 dominós foram utilizados. Imagine agora uma reta
(horizontal, por exemplo) que separe o tabuleiro em duas partes. Se ela não
corta nenhum dominó, está resolvido o problema. Suponha então que ela
corte ao meio um dominó. Neste caso, acima desta reta teremos n dominós
inteiros mais meio dominó, ou seja, teremos acima desta reta 2n + 1
quadrados, que é um número ímpar. Mas isto é impossível porque se o
tabuleiro tem 6 unidades de largura, qualquer reta o dividirá em partes que
contém números pares de quadrados acima e abaixo dela. Assim, se uma
reta corta um dominó, deverá cortar um outro dominó. Para a divisão do
tabuleiro, existem 10 retas possíveis e, se cada uma delas cortar dois
dominós, deveríamos ter 20 dominós no tabuleiro. Como eles são apenas
18 então existe uma reta (pelo menos) que não corta nenhum dominó.
PROBLEMA 6
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 7
Em uma ilha plana existem 11 cidades numeradas de 1 a 11. Estradas retas
ligam 1 a 2, 2 a 3, 3 a 4, ..., 10 a 11 e 11 a 1. É possível que uma reta corte
todas as estradas?
EUREKA! N 2, 1998
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EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Nível Avançado
INTRODUÇÃO
EUREKA! N 2, 1998
40
Sociedade Brasileira de Matemática
que pode tornar a leitura mais difícil, mas não desanime! Procure entender
os enunciados das proposições e os problemas resolvidos e buscar sua
propria solução para eles, além de pensar nos problemas propostos e
enviar-nos suas soluções. Em caso de qualquer dúvida não deixe de
escrever-nos.
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Seção 2: Congruências
Definição: Sejam a, b, n Z, n > 0. Dizemos que a é congruente a b
(módulo n) (denota-se a b (módulo n)) se n(b – a)
Obs: a a (módulo n), a b (módulo n) b a (módulo n),
a b (módulo n), b c (módulo n) a c (módulo n), ou seja,
congruência (módulo n) é uma relação de equivalência.
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Exercício resolvido: Exiba n N tal que 2n tenha mais de duas mil casas
decimais e tenha entre suas 2000 últimas casas decimais 1000 zeros
consecutivos.
2000 2000
Solução: 2 ( 5 )
1 (módulo 5 ), pelo teorema de Euler. Portanto,
2000
+ 22000, e portanto os 2000 últimos dígitos de 2 2000 ( 5 ) coincidem com
a representação decimal de 22000, que tem no máximo 667 dígitos, pois
2000
23 < 10 22000 < 23.667 < 10667. Desta forma , 2 2000 ( 5 ) tem pelo menos
2000 – 667 = 1333 zeros consecutivos dentre as 2000 últimas casas
decimais, de modo que n = 451999 + 2000 satisfaz as condições do
enunciado (pois (52000) = 45 1999)
EUREKA! N 2, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 2, 1998
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Além disso,
EUREKA! N 2, 1998
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K X rX
x c(1 m ) (1 m X ) (1 mBK B ) rB 1 ,
KB
X B 'U {c}
B
X A
X ,B
que é uma potência pB-ésima, pois rX é múltiplo de pB para X B e rB + 1
é múltiplo de pB
EUREKA! N 2, 1998
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são distintos (módulo n) pois ai = aj (módulo n), com 0 i < j < (n) aj–i
1 (módulo n) com 0 < j – i < (n), absurdo {at, t N} = (Z/nZ)*.
Por outro lado, #{a t, t N} ord n a (o argumento acima mostra que de
fato vale a igualdade), e portanto
{a t, t N} = (Z/nZ)* ord n a = (n)
Prova: Pelo corolário anterior, basta provar que não existe raiz primitiva
módulo 8, e isso segue do fato que se a é ímpar,
a = 2r + 1, r Z a2 = 4r ( r + 1) + 1 1 (módulo 8)
2
(a + p) p–1 = a p–1 + (p – 1) pa p–2 + C p 1 ap–3. p2 +… 1 + (p – 1) pa p–2
(módulo p2), portanto (a + p) p–1 não é congruente a 1(módulo p2), pois p2
não divide (p – 1) pa p –2, donde ord p (a + p) p – 1
2
EUREKA! N 2, 1998
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ord p k 1 a = p k –1
(p – 1) ou ord p k 1 a = pk (p – 1) = (pk+1), mas o primeiro
k1
caso é impossível, pois a p ( p 1)
1 bk p k ,que não é congruente a 1
módulo pk+1, pois p não divide bk. Portanto ord p k 1 a = (pk+1) e a é raiz
Exercício resolvido: Mostre que existe n natural tal que os mil últimos
dígitos de 2n pertencem a {1, 2}.
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SOLUÇÃO
Primeira Hipótese: há apenas uma única pessoa sem amigos; logo entre as
n – 1 pessoas restantes, cada pessoa é amiga de no mínimo uma pessoa e
no máximo n – 2 pessoas. Seja f : P Q onde P = conjunto das pessoas
restantes e Q = conjunto dos possíveis números de amigos de uma
determinada pessoa em P, ou seja:
P = { p1, p2, …, pn–1}
Q = { 1, 2, 3, …, n – 2}
Observe que há n – 2 valores no conjunto Q para n – 1 valores em P ; isto
quer dizer que n1, n2 P tais que f ( n1 ) = f ( n2 ).
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SOLUÇÃO
Observe inicialmente que, dado n N,
n n
(i) se n (n > 4) é par, temos n
2 2
n 1 n 1
(ii) se n (n > 3) é ímpar, temos n
2 2
Sejam 1998 = n1 + n2 + n3 + … nk e
P = n1 n 2 n 3 … n k
Com as observações (i) e (ii) devemos ter ni { 1, 2, 3, 4} e como 4 = 2 2
podemos substituir 4 por "2 + 2" e teremos ni { 1, 2, 3}; logo P = 1 2
3 . É evidente que = 0; pois se = 1, "1 + 2" pode ser substituído por
um 3 e "1 + 3" pode ser substituído por "2 + 2". Também 2, pois
"2 + 2 + 2" pode ser substituído por "3 +3" ( 3 3 > 2 2 2) e
conseqüentemente P = 2 3 com ( = 1 ou 2 ). Como 1998 = 3 666 + 0,
P = 3666 e S = 3 33 ... 3
666 vezes
SOLUÇÃO
Definamos a função : N – {0} Z tal que
(1) = 2
(n + 1) = (n)2 – n, n 1
EUREKA! N 2, 1998
54
Sociedade Brasileira de Matemática
Mostraremos que agora por indução que n < (n) para todo n 3
como 0 < n < (n), segue que n2 < (n)2 isto é, n2 < (n +1) + n. Dai,
n2 – n < (n +1)
Mas n + 1 < n2 – n se e somente se 0 < n2 – 2n – 1 se e somente se
0 < n2 – 2n + 1 – 2 se e somente se 0 < (n – 1)2 – 2. Esta última
desigualdade é verdadeira se n 3
Portanto, se n 3, n +1 < n2 – n < (n + 1) e dai n +1 < (n + 1). Pelo
princípio de indução, segue que n < (n) para todo n 3 como n n
para todo n N –{0} e daí, n (n) para todo n N –{0}
Portanto, 1998 < (1998)
1998 < (1997)2 – 1997
1997 + 1998 < (1997)2
1997 1998 < (1997) pois 0 < 1997 < (1997).
SOLUÇÃO
Sejam k o número de brasileiros e n o número de argentinos no torneio.
Cada jogador brasileiro jogou k – 1 partidas contra brasileiros. Observe que
EUREKA! N 2, 1998
55
Sociedade Brasileira de Matemática
E E'
(iii) Sejam P = s + e P' = s + , os totais de pontos obtidos
2 2
nos itens (i) e (ii) entre brasileiros e entre argentinos, respectivamente.
EUREKA! N 2, 1998
56
Sociedade Brasileira de Matemática
E q
P s p 2s E 2 p q
2 2
(v)
P' s ' E ' p' q' 2 s'E 2 p'q'
2 2
Somando (v) teremos:
2
sE 2
s'E ' 2 p q 2 p 'q '
k(k–1) + n(n –1) = nk + nk
9) Prove que todo número racional positivo pode ser escrito como
soma de um certo número de frações distintas de numerador 1.
SOLUÇÃO
p
(i) Seja inicialmente a fração 1, logo n N tal que
q
1 p 1 p 1 np q
n
q
n 1
, observe que para n 2, temos: q
n
nq
.
np q
Nós podemos repetir o processo inicial para a fração nq
até
encontrarmos a fração inicial como uma soma de frações com
numeradores iguais a 1; observe também que np – q < p, ou seja o
np q
numerador da fração é menor do que o numerador da
nq
fração original e já que os numeradores dessas frações não podem
decrescer indefinidamente, este procedimento deverá terminar com
EUREKA! N 2, 1998
57
Sociedade Brasileira de Matemática
np q p 1 1 1 1 1
(n 2);
nq q n n 1 n n(n 1) n
np q
então quando nq
é escrita como uma soma de frações de
numeradores iguais a 1, todos os denominadores dessas frações são
maiores do que n, mostrando portanto que essas frações são todas
distintas.
p
(ii) Seja 1 , então n N tal que:
q
1 1 1 p 1 1 1
1 ... 1 ...
2 3 n q 2 3 n 1
p 1 1 1 1 1
logo: 1 , ... com 1,
q 2 3 4 n n 1
usando o ítem (i) podemos expandir como uma soma finita de
frações unitárias cujos denominadores são maiores que "n + 1".
Soluções dos problemas 1, 4, 8 e 9 enviadas por Carlos Alberto da Silva Victor, Nilópolis,
Rio de Janeiro-RJ. Solução do problema 7 enviada por Manuel João de Jesus Almeida,
Rio de Janeiro-RJ. Agradecemos também a participação de Carlos Eduardo Cardoso
Borges, Wayne L. Silva de Paula, Marco Rogério Vieira e Vicente Wilson Moura Gaeta.
Continuamos esperando as soluções dos problema 2, 3, 5 e 6.
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar
soluções dos problemas propostos
e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
EUREKA! N 2, 1998
58
Sociedade Brasileira de Matemática
10) Suponha que temos k moedas, todas iguais exceto por uma que tem
peso ligeiramente diferente das anteriores (não se sabe se maior ou
menor), e uma balança de dois pratos.
3n 3
a) Mostre que se k é possível determinar com n pesagens
2
qual é a moeda diferente, e se ela é mais leve ou mais pesada que
as outras.
3n 1
b) Mostre que se k é possível determinar com n pesagens
2
qual é a moeda diferente, mas nem sempre é possível dizer se ela é
mais leve ou mais pesada que as outras.
3n 1
c) Mostre que se k não é sempre possível determinar qual é a
2
moeda diferente.
i) A1 B1 A1C1 1
ii) Bn + 1 = Bn e An + 1 = Cn para todo n N.
EUREKA! N 2, 1998
59
Sociedade Brasileira de Matemática
Você sabia…
Que há 6 poliedros regulares no espaço euclidiano
de 4 dimensões mas apenas 3 em 5 ou mais
dimensões ??
Em dimensão n há o simplexo, com n + 1 "faces"
(que são simplexos) de dimensão n – 1, o hipercubo,
com 2n "faces" ( que são hipercubos) de dimensão n
– 1 e o hiperoctaedro, dual do hipercubo, com 2n
"faces" (que são simplexos) de dimensão n – 1. Em
dimensão 4, além desses há o C24, que tem 24
"faces" octaédricas, o C120, que tem 120
"faces"dodecaédricas e o C600, que tem 600 "faces"
tetraédricas.
Lembre-se que em 3 dimensões há 5 poliedros
regulares: o tetraedro (caso particular do simplexo),
o cubo (caso particular do hipercubo), o octaedro
(caso particular do hiperoctaedro), o dodecaedro,
que tem 12 faces pentagonais, e o icosaedro, que
tem 20 faces triangulares.
AGENDA OLÍMPICA
EUREKA! N 2, 1998
60
Sociedade Brasileira de Matemática
13 a 20 de setembro de 1998
República Dominicana.
COORDENADORES REGIONAIS
EUREKA! N 2, 1998
61
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 2, 1998
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
O PRINCÍPIO DA INDUÇÃO 26
Elon Lages Lima
PROBLEMAS PROPOSTOS 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
EUREKA! N 3, 1998
2
Sociedade Brasileira de Matemática
Comitê Editorial.
OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
Problemas de treinamento para a terceira fase
2) Prove que existe uma seqüência a0, a1, …, ak, …, onde cada ai é um
algarismo (ou seja, ai {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}) com a0 = 6, tal
que para cada inteiro positivo n o número xn = a0 + 10a1 + 100a2 +
… + 10n–1 an–1 (cuja representação decimal é an–1 an–2 …a1a0) é tal que
x n2 x n é divisível por 10n.
1
xn , se xn1 0
todo n N, x n 2 xn1
0, se x 0.
n1
Prove que existe n N tal que xn = 0 e encontre o menor n com
essa propriedade.
EUREKA! N 3, 1998
3
Sociedade Brasileira de Matemática
Soluções
1)
Sejam AB = x, BD = y; marcamos D' tal que D'C = y. Então D'D = x por ser
D ponto médio de AC e resulta DD' // BC. Se K' é o pé da perpendicular a
BC por D', então temos
AB = DD' = KK' e BK = K'C
AB + BK = KK'+ K'C = KC.
2)
O primeiro termo é a0 = 6; então x1 = 6 e x12 x1 36 6 30 , que é
divisível por 101.
Seja n 1. Suponhamos que existem a0, a1,…,an–1 tais que
x n a 0 10a1 10 2 a 2 ... 10 n 1 a n 1
verifica que x n2 x n é divisível por 10n (ou seja
x n2 n
x n 10 r , com r N)
Temos que encontrar an tal que
x n 1 a 0 10a1 10 2 a 2 ... 10 n 1 a n 1 10 n a n x n 10 n a n
EUREKA! N 3, 1998
4
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema extra:
Prove que a seqüência (an) obtida não é periódica nem pré-periódica.
3)
Suponhamos que o enunciado é falso, ou seja que existe k tal que
xk > 2k – 1, 1 k n.
Então os conjuntos
são disjuntos dois a dois e seus elementos são menores que xk.
Além disso, para cada j, 1 j k, j A ou xk – j A, pois no caso
contrario, ou seja, se j A e xk – j A, teríamos que xk = j + (xk – j) A.
Portanto, para cada j, 1 j k, A Bj , donde A tem pelo menos k
elementos menores que xk , absurdo.
4)
Se xn+1 0, temos xn+2 xn+1 = xn+1 xn –1. Definindo yn = xn xn+1 temos
EUREKA! N 3, 1998
5
Sociedade Brasileira de Matemática
5)
AN c BM c ab
Pelo teorema das bissetrizes, e MC , e como
NC a MC d bc
MA AN c
MN é bissetriz de ˆ C devemos
AM ter , donde
MC CN a
bc ab
MA (pois MC pela lei dos senos aplicada aos triângulos
bc b 1
ac
senA BMa sen( A / 2)
ABC e ABM temos bc , e portanto sen
senB b bc MA senB
bc
A 1 A 2
(A/2) = sen A = 2 sen (A/2) cos (A/2) cos A .
2 2 2 3 3
6)
x
é sempre inteiro. Seja x0 a solução de x 1998 x 1998,
1998 x
ou seja x0 = 999 (3 – 5 ) 763,1... e
1998x 0 1998 x 0 999( 5 1) 1234,8... Temos
x
0
1998 x
0
1997. A função f ( x ) x
aumenta de uma 1998 x
unidade quando x ou torna-se inteiro. Os próximos valores de x
1998 x
maiores que x0 para os quais x e 1998 x são inteiros são respectivamente
764 e 12352 / 1998 < 764.
Assim, f (12352 /1998) = 763 + 1235 = 1998 e f (764) = 764 + 1235 = 1999
(de fato 1998 764 1236). Como f (x) é não-decrescente, o conjunto das
soluções é o intervalo
1235 2
763,3758758758...,764 .
,764
1998
EUREKA! N 3, 1998
6
Sociedade Brasileira de Matemática
7)
O número referido no enunciado é o quadrado do produto de todos os 2 99
números da forma 1 2 3 ... 100 (no produto do enunciado cada
um desses números aparece uma vez, assim como seu simétrico). Neste
último produto, obtemos uma soma de termos do tipo
( , a , )( a )...( a ), com m 2 99 , a , a ,...a {2,3,...,100} e
1 2 2 m m 1 2 m
j {-1,1}, j.
Fixamos 2 , 3 ,..., 100 N com 2 3 ... 100 2 99 , e
consideramos todos os termos como acima que têm exatamente k valores
de a j k , para 2 k 100 . Se todos os j são pares esses termos são
todos inteiros. Se algum deles (digamos r ) é ímpar, podemos associar de
forma bijetiva a cada termo desses o termo obtido trocando os sinais de
todos os j para os quais a j r. Assim, a cada termo associamos o seu
simétrico, e portanto, nesse caso a soma dos termos considerados é 0. Assim,
o produto de todos os números da forma 1 2 3 ... 100 é um
inteiro, e portanto o produto do enunciado é um quadrado perfeito.
casa binária de ?
Consulte a home-page
http://www.cecm.sfu.ca/pi
EUREKA! N 3, 1998
7
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
(Se o seu tempo de prova não estiver esgotado, tente melhorar esta
estimativa. Por exemplo, tente mostrar que f (p) < 2p2, para todo número
primo p.)
PROBLEMA 3
PROBLEMA 4
EUREKA! N 3, 1998
8
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
PROBLEMA 6
SOLUÇÕES
1)
Considere a circunferência de raio R fixa, cujo centro O está sobre uma reta
s. O problema se resume a determinar a posição de O' em s que minimiza a
soma d das distâncias de O e O' a . Claramente, é perpendicular a s.
Seja I o ponto de intersecção de s com . Temos dois casos a considerar:
2)
Dado um conjunto finito A N , denotaremos por d(A) o diâmetro de A.
Temos duas desigualdades a provar:
EUREKA! N 3, 1998
9
Sociedade Brasileira de Matemática
n2
(i) f (n) , para todo n 2.
4
Vamos supor, por absurdo, que exista um conjunto A = {a1, a2, …,an}, n 2,
n2
tal que A satisfaz P(n), a1 < a2 < …< an e d(A) < . Como A satisfaz P(n),
4
n( n 1)
A + A = {a1 + a2, a1 + a2, …,an + an} tem elementos. Como
2
a1 + a1 < a1 + a2 < … < an + an, temos que (an + an) – (a1 + a1) + 1
n ( n 1) n2 n 2 n2 n2
an – a1 d ( A) , o que é uma
2 4 4 4 4
contradição. Isto demonstra (i).
EUREKA! N 3, 1998
10
Sociedade Brasileira de Matemática
Temos d ( A) p 1 2 p ( p 1) = 2 p 2 p 1 2 p 2 e se tivéssemos
i 2 pg (i ) j 2 pg (i ) r 2 pg ( r ) s 2 pg ( s ), então
i j 2 p ( g (i ) g (i )) r s 2 p ( g (r ) g ( s )) i j
r s, g (i ) g ( j ) g ( r ) g ( s )
3)
( I ) g ( f ( x )) x 3 e
( II ) f ( g ( x )) x 2
portanto,
{ f (0), f (1), f (–1)} tem 3 elementos).
EUREKA! N 3, 1998
11
Sociedade Brasileira de Matemática
(b) Vamos supor, por enquanto, que existam funções f , g : (1,) (1,)
tais que g ( f ( x )) x 3 e f ( g ( x)) x 2 , para todo x (1, ). Agora,
considere as funções
x
( x) log 2 (log 2 g (2 2 ))
x
( x) log 2 (log 2 f (2 2 ))
Temos
x
log 2 (log2 f ( 2 2 )) x
( x) log 2 (log 2 g (2 2 )) log 2 (log 2 g ( f (2 2 )))
x
log 2 (log 2 (2 2 ) 3 ) log 2 3 2 x x log 2 3
x
log 2 (log2 g ( 2 2 )) x
( x) log 2 (log 2 f (2 2 )) log 2 (log 2 f ( g (2 2 )))
x
log 2 (log 2 (2 2 ) 2 ) log 2 2 x 1 x 1
e de (B)
( x) 1log2 log2 x . log3 2
x (log2 (log2 x )) log3 2
f (22 ) 2 2 f ( x) 2 2 22 22 log2 x
É fácil verificar que as funções acima estão definidas em (1, ) e
satisfazem as condições do enunciado. Elas fornecem, portanto, uma
possível solução para o item b).
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12
Sociedade Brasileira de Matemática
4)
2 n 1
Primeiramente, notemos que, para n 0, Fn Fn 2 Fn 1 ( 1) . De
2 2 2
fato, F1 F3 F2 1 2 1 ( 1) e por indução supondo que
Fn Fn 2 Fn21 ( 1) n 1 temos que
Fn 1 Fn 3 Fn2 2 Fn 1 ( Fn 2 Fn 1 ) Fn22 Fn21 Fn 2 ( Fn 2 Fn 1 )
( Fn Fn 2 Fn21 ) ( 1) n 1 ( 1) n 2 .
Dividimos o problema em dois casos; indicados pelas seguintes figuras:
(i)
Fn Vn
Vn+2
Fn+2
Fn+1
Vn+1
Fn+2 Fn+3
Fn+4
1 Fn 2 Fn 4 1 Fn Fn 2 Fn 1 Fn 3
A Fn 1 Fn 2
2 2 2 2 2
Fn 2 Fn 4 1 Fn 2 ( Fn 2 Fn 1 ) Fn 1 Fn 3 1 Fn 2 ( Fn 2 Fn 1 ) Fn 1 Fn 3
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Sociedade Brasileira de Matemática
Vn
Fn
Vn+1
Fn+2
Vn+2
Fn+1
Fn+2 Fn+3
Fn+4
1 F F 1 FF F F
A n 2 n 4 n n 2 Fn 1 Fn 2 n 1 n 3
2 2 2 2 2
2
Fn 2 Fn 4 Fn 3 1, o que ocorre sempre que n é ímpar.
Em qualquer dos casos, temos que a área do triângulo de lados V n, Vn+1 e
1
Vn+2 é .
2
5)
Se x c 1, então
2
x 2 x x ( x 1) c e, portanto,
c c x 2 c x 2 c x
f n 1
( x) f n
( x) c 1 para todo n 0. Logo, se x é pré-períodico,
então x c 1 (*).
r p
Agora, sejam c , onde ( r , s ) 1, e x
q
, onde ( p , q ) 1,
s
com p, q, r , s Z e q, s 0. Temos
sp 2
s( x 2 c) r
q2
u
Se x 2 c , u , v Z, v 0, então
v
su sp 2 q2
2 r svp 2 q 2 ( su rv) q 2 svp 2 q 2 sv sv q 2 v .
v q s
EUREKA! N 3, 1998
14
Sociedade Brasileira de Matemática
q2
Se q > s, o denominador v de x 2 c é maior ou igual a q, que é o
s
denominador de x isto é, o denominador de f n1 ( x ) é maior que o
denominador de f n ( x), n 0, e, portanto, se x é pré-periódico, então seu
denominador é no máximo s (**).
De (*) e (**), segue que há apenas um número finito de pontos pré-
periódicos racionais.
6)
B 1 C
1 1
A
n
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AB n 2 n 1
AC n 2 n 1
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EUREKA! N 3, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro dia
Duração da Prova: 4 h e 30 minutos.
PROBLEMA 1
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Segundo dia
Duração da Prova: 4 h e 30 minutos.
PROBLEMA 4
EUREKA! N 3, 1998
18
Sociedade Brasileira de Matemática
Encontrar o maior valor possível n para que existam pontos distintos P1, P2,
P3, … , Pn no plano, e números reais r1, r2, … , rn de modo que a distância
entre quaisquer dois pontos diferentes Pi e Pj seja ri rj.
PROBLEMA 6
xo 1
xn1 xn , para n 0,1,2,...
Encontrar o resto da divisão de x1998 por 1998.
Nota: [x] indica a parte inteira de x, ou seja, [x] é o único inteiro k tal que
k x k + 1.
RESULTADOS
EUREKA! N 3, 1998
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Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
No quadrilátero convexo ABCD, as diagonais AC e BD são perpendiculares
e os lados opostos AB e DC não são paralelos. Sabemos que o ponto P,
onde se intersectam as mediatrizes de AB e DC, está no interior de ABCD.
Prove que ABCD é um quadrilátero inscritível se, e somente se, os triângulos
ABP e CDP têm áreas iguais.
SOLUÇÃO
Suponha primeiro que ABCD seja inscritivel. Como AC BD temos
AB CD . Claramente o centro O do círculo circunscrito pertence às
mediatrizes de AB e DC, logo P = O, e como área de
1 1
OAB r 2 sen AB r 2 sen CD área de OCD (onde r é o raio do
2 2
círculo), vale a primeira implicação.
Suponha agora que ABCD não seja inscritível. Suponha sem perda de
generalidade que PC < PA. Seja Q o ponto de interseção de AC e BD.
Prolongamos QC e QD até intersectarmos o círculo de centro p e raio PA =
PB em novos pontos C’ e D’ . Como AC’ e BD’ são perpendiculares, pela
primeira implicação sabemos que área de PAB = área de PC’D’, mas
C’D’ > CD ( C’D’ é hipotenusa do triângulo retângulo QC’D’, de catetos
maiores que o triângulo retângulo QCD, do qual CD é hipotenusa), e
d(P, C’D’) > d (P, CD) (de fato, C’ e D’ estão no mesmo semiplano
determinado pela reta CD , distinto do semiplano ao qual pertence P,
e
d (P, C’D’) = d(P, M), onde M é o ponto médio de C’D’, e portanto pertence
ao mesmo semiplano que C’ e D’ , logo d(P, CD) < d(P, M) =
= d (P, C‘D’ )). Portanto área de PC’D’ > área de PCD, absurdo, pois
estamos supondo que área de PAB = área de PCD.
PROBLEMA 2
Numa competição, existem a concorrentes e b juízes, onde b 3 é um inteiro
ímpar. Cada juiz avalia cada um dos concorrentes, classificando-o como
"aprovado" ou "reprovado". Suponha que k é um número tal que as
EUREKA! N 3, 1998
20
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO
Para cada um dos candidatos, se j é o número de juizes que o aprovam, o
número de pares de juízes que tem julgamentos coincidentes em relação a
2 2 2 2 (b 1) 2
C
ele é j C b j C b 1 C b 1 , de modo que o número total de
2 2
4
a (b 1) 2
pares de julgamentos coincidentes é no máximo , que, por outro
4
2 b(b 1)
lado, por hipótese, deve ser no máximo k C b k . Assim,
2
(b 1) a (b 1) 2 k b 1
devemos ter kb .
2 4 a 2b
PROBLEMA 3
Para qualquer inteiro positivo n, seja d(n) o número de divisores positivos de
n (incluindo 1 e n).
d (n 2 )
Determine todos os inteiros positivos k tais que k para algum n.
d (n)
SOLUÇÃO
Obsevemos inicialmente que se n p1 1 p 2 2 ... p k k ( pi primos distintos)
então d (n) (1 1 )(1 2 )...(1 k ).
2 (1 2 1 )(1 2 2 )...(1 2 k )
Assim, d ( n ) / d ( n) . Como o numerador é
(1 1 )(1 2 )...(1 k )
ímpar, se o resultado for inteiro deve ser ímpar (e todos os i devem ser
pares).
Vamos mostrar que qualquer número natural ímpar é da forma desejada. Para
isso, devemos mostrar que todo número ímpar pode ser escrito como produto
2r 1
de frações da forma , r N, não necessariamente distintas. Faremos
r 1
isso por indução. Seja m um número ímpar, e seja 2 s a maior potência de 2
que divide m + 1. Temos portanto m 2 s 1 q 2 s 1 para algum q N,
donde
EUREKA! N 3, 1998
21
Sociedade Brasileira de Matemática
m( 2 s 1) 2 2 s (2q 1) 2 s 1 ( q 1) 1 2 2 s ( 2q 1) 2 s 1 ( q 1) 1
m 2s 1
2s 1 2s 1 2 ( 2q 1) 2 s ( q 1) 1
2 2 s 1 (2q 1) 2 s (q 1) 1 2 2 s 1 (2q 1) 4( q 1) 1
( 2q 1).
2 2 s 2 (2q 1) 2 s 1 (q 1) 1 2 s (2q 1) (2q 1)
Como 2q + 1 < 2s + 1 q + 2s – 1 = m, por hipótese de indução, 2q + 1 se
2r 1
escreve como produto de frações da forma , e portanto m também.
r 1
PROBLEMA 4
Determine todos os pares (a, b) de inteiros positivos tais que ab2 + b + 7
divide a2b + a + b.
SOLUÇÃO
a 2b a b
Se é inteiro então
ab 2 b 7
b(a 2 b a b) a (ab 2 b 7) b 2 7a
é inteiro. Como
ab 2 b 7 ab 2 b 7
b 2 7a b 2 7a
b 2 7 a b 2 ab 2 b 7 temos que 1 . Se 0
ab 2 b 7 ab 2 b 7
teremos b2 = 7a, donde b é múltiplo de 7 (digamos
b = 7t ), e (7t)2 = 7a nos dá a = 7t2. É fácil ver que (a, b) = (7t2, 7t) satisfaz as
condições do enunciado para todo t inteiro positivo (temos nesse caso
a 2b a b
t ).
ab 2 b 7
b 2 7a 2 b 2 7a
Se 0 devemos ter b < 7a e 1 (pois é inteiro), e
ab 2 b 7 ab 2 b 7
portanto 7a 7a b 2 ab2 b 7 7a ab2 b2 7 b 1 ou b = 2.
b 2 7a 1 7a 57
Se b 1, 2 7 , e devemos ter que a + 8 divide
ab b 7 a 8 a 8
57, com a inteiro positivo a + 8 = 19 ou a + 8 = 57 a = 11 ou
a 2 b a b 133
a = 49. Para a = 11 e b = 1 temos 7, e para a = 49 e
ab 2 b 7 19
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22
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a 2 b a b 2451
b = 1 temos 43.
ab 2 b 7 57
b 2 7a 4 7a
Se b = 2, 2
. Como 4 – 7a > – 18 – 8a = – 2 (4a + 9), se
ab b 7 4a 9
4 7a
é inteiro negativo, devemos ter
4a 9
4 7a 13
1 4 7 a 4a 9 a N.
4a 9 3
Assim, as soluções são dadas por
( a, b) (7t ,7t ), t N; ( a, b) ( 11,1 ) e (a, b) = (49,1).
2
PROBLEMA 5
Seja I o incentro do triângulo ABC. A circunferência inscrita no triângulo
ABC é tangente aos lados BC, CA e AB nos pontos K, L e M,
respectivamente. A reta que passa por B, paralela ao segmento MK,
intersecta as retas LM e LK nos pontos R e S, respectivamente. Prove que o
ângulo RIS é agudo.
SOLUÇÃO
__ __ __
Como BM BK ˆ K temos BI MK , e
e BI é bissetriz de MB
__ __
portanto BI RS . Queremos mostrar que RIˆS é agudo, o que é
2 2 2
equivalente a RI SI RS , o que equivale a
2 2 2 2 2 2
BR BI BS BI ( BR BS ) 2 BR 2 BR BS BS , e
2
portanto devemos provar que BI BR BS .
ˆ BA
ˆ C , B AB ˆ A, temos KBˆ S MBˆ R
ˆ C e C BC Bˆ
Se A ,
2
ˆ
A Cˆ Cˆ
KSˆB (e portanto SKˆ B ) e MRˆ B (e portanto
2 2 2
ˆ
ˆ R A ). Assim, os triângulos MBR e SBK são semelhantes e
BM
2
BR BK
, donde (pois BI é
2 2
BR BS BM BK BM BI
BM BS
hipotenusa do triângulo retângulo BMI ).
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23
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PROBLEMA 6
Considere todas as funções f definidas no conjunto N dos inteiros positivos,
2 2
com valores no mesmo conjunto, que satisfazem f (t f ( s )) s ( f (t )) ,
para todos s e t em N. Determine o menor valor possível de f(1998)
SOLUÇÃO
Dizemos que h : N N é estritamente multiplicativa se h(xy) = h(x) h(y),
para quaisquer x, y N, e dizemos que h é uma involução se h(h(x)) = x para
todo x N. É facil ver que se f satisfaz a involução estritamente
multiplicativa então f satisfaz a condição do enunciado: f (t2 f (s)) = (f (t)2
f (f (s)) = s (f (t))2. Podemos definir f : N N estritamente multiplicativa por
f ( p11 p 2 2 ... p k k ) f ( p1 )1 ... f ( p k ) k ( pi primos distintos), onde f (2) =
3,
f (3) = 2, f (37) = 5, f (5) = 37 e f (p) = p, para todo p primo não pertencente a
{2, 3, 5, 37}, e teremos f (1998) = f ( 2 33 37 ) = f (2) f (3)3 f (37) = 3 23
5 = 120. Vamos provar que 120 é menor valor possível para f (1998).
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O PRINCÍPIO DA INDUÇÃO
Elon Lages Lima
Nível Avançado.
INTRODUÇÃO
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3. O AXIOMA DA INDUÇÃO
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5. ORDEM
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6. BOA ORDENAÇÃO
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P2
P1
Observações:
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8. NÚMEROS CARDINAIS
Vamos agora mostrar como se usam os números naturais para contar
os elementos de um conjunto finito. O Princípio da Indução será essencial.
Lembremos que, dado n N, escrevemos In = {p N; p n}, portanto
In = {1, 2, …, n}.
Uma contagem dos elementos de um conjunto não-vazio X é uma bijeção
f : In X. Podemos pôr x1 = f(1), x2 = f(2),…, xn = f(n) e escrever
X = {x1, x2,…xn}. Diz-se então que X possui n elementos. O conjunto X
chama-se um conjunto finito quando existe n N tal que X possui n
elementos.
Um exemplo óbvio de conjunto finito é In. Evidentemente, a função
identidade f: In In é uma contagem dos elementos de In.
Um exemplo de conjunto infinito é o proprio conjunto N dos
números naturais, pois nenhuma função f : In N pode ser sobrejetiva, não
importa qual n se tome. De fato, dada f, tomamos k = f(1) + f(2) +…+ f(n) e
vemos que k > f(x) para todo x In, logo k f(In), e f não é sobrejetiva.
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Exercícios:
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n
( n 1) 2
9. Para todo n N, ponha x n e prove, por indução que se
n( n 2)
n2
tem x n . Conclua, a partir daí, que a seqüência de termo geral
n 1
n
n 1
é crescente.
n
3
n 2 n
Sugestão: observe que x n 1 x n .
n 1 n 3
12. Demonstre que a soma dos n primeiros números ímpares é n2, ou seja,
que 1 + 3 + 5 +…+ (2n – 1) = n2.
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1 2
16. Determine An se A =
2 4
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1 3 7 p
18. Considere a seqüência , , ,..., n ,..., onde
1 2 5 qn
p n 1 p n 2q n e q n 1 p n q n . Demonstre que
a) m.d.c (pn, qn) = 1;
(1 2 ) n
b) pn é o inteiro mais próximo de e qn é o inteiro mais próximo
2
2
de (1 2 ) n .
4
FRAÇÕES CONTÍNUAS,
REPRESENTAÇÕES DE NÚMEROS E APROXIMAÇÕES
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INTRODUÇÃO
p p 1
Dado qualquer x R e q natural não nulo existe p Z tal que q x q
p 1 p 1 1
, e portanto x
q
q
e x
q
q
. Em particular há aproximações
1
de x por racionais com denominador q com erro menor que . A
q
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45
Sociedade Brasileira de Matemática
Dado x R definimos [x] como o único inteiro tal que [x] x < [x] + 1).
Definimos recursivamente
1
0 x, a n [ n ], e, se n Z , n 1 , para todo n N .
n an
Se, para algum n, n = an temos
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1
x 0 a 0 : [a ; a1 , a 2 ..., a n ].
1 0
a1
1
a 2 ...
an
Se não denotamos
1
x a0 : [ a 0 ; a1 , a 2 ...].
1
a1
a 2 ...
pn
n x
2
converge a e / 6 ln 2
0,093187822954...
qn
Observação: Os n (como funções de x) são funções distintas do tipo
ax b
com a, b, c, d inteiros. Se a fração contínua de x é periódica, ou seja,
cx d
se n + k = n, n N, k N*, então x será raiz de uma equação do segundo
grau com coeficientes inteiros, ou seja, será um irracional da forma
r + s , r , s Q. A recíproca é verdadeira (de fato já foi enunciada no
artigo de José Paulo Carneiro na RPM, ver referências), mas sua prova é
mais difícil, e será apresentada no Apêndice.
Se x Q, sua representação será finita, e seus coeficientes an vêm do
algoritmo de Euclides:
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p
x , q 0 p a 0 q r0 0 r0 q
q
q a1 r0 r1 0 r1 r0
r0 a 2 r1 r2 0 r2 r1
rn 2 a n rn 1
Seja x = [a0; a1, a2, …]. Sejam pn Z, qn N* primos entre si tais que
pn
= [a0; a1, a2, …, an], n 0. O seguinte resultado será fundamental no
qn
que seguirá.
xk
[t0; t1, t2, …, tk] = onde as seqüências (xm) e (ym) são definidas por
yk
x0 = t0, y0 = 1, x1 = t0t1 + 1, y1 = t0, xn+2 = tn+2 xn+1 + xn, yn+2 = tn+2 yn+1 + yn, n.
Suponha que a afirmação seja válida para k = n. Para k = n+1 temos
1
[t0; t1, t2, …, tn, tn+1] = [t0; t1, t2, …, tn + t ]=
n 1
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1
(t n ) x n 1 x n 2
t n 1 t (t x x n 2 ) x n 1 t n 1 x n x n 1
n 1 n n 1 .
1 t n 1 (t n y n 1 y n 2 ) y n 1 t n 1 y n y n 1
(t n ) y n 1 y n 2
t n 1
n p n 1 p n 2 p n 2 q
Corolário: x e n n 2
, n N.
n q n 1 q n 2 q n 1 p n 1
pn 1 1
Teorema 1: x 2 , n N.
qn qn qn1 qn
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pn 1 pn1 1
Além disso,
x 2 ou x 2 ,n N.
n
pn1 pn ( 1) 1 pn 1 1
x 2 .
qn1 qn qnqn1 qnqn1 qn qnqn1 qn
Além disso, se
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pn 1 pn1 1 1 pn pn1
x 2 xe 2 então x x
1
2q n2
1
2q n2 1
q n 1 q n ,
pn 1 1
Observação: De fato x 2 . Quanto maior for
qn qn qn1 an1qn
pn
an+1 melhor será a aproximação de x. O próximo resultado nos dá
qn
pn
explicitamente o erro da aproximação de x por .
qn
pn ( 1) n
Proposição: x , onde
q n ( n 1 n 1 )q n2
q n 1
n 1 [0; a n , a n 1 , a n 2 ,..., a1 ].
qn
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p n 1 q n 1 x
Demonstração: Temos n 1 . Portanto,
qn x pn
pn 1 qn 1 x qn 1 p q pn qn 1 ( 1) n p
n 1 n 1 n 1 n x n
qn x pn qn qn (qn x pn ) qn (qn x pn ) qn
q n (q n x p n ) ( 1) n
q n2 ( n 1 n 1 )q n2
p pn1 pn pn1
p
q
1
5q 2
para pelo menos um racional , , . Em
q qn1 qn qn1
p 1
particular tem infinitas soluções racionais p/q.
q 5q 2
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1 1 1 1 5
x 5 1 y e portanto
x 1 4 5 1 y 1 4 (1 y )( 5 1 y )
51 51
(1 4)( 5 1 y ) 1 y , e portanto devemos ter y , o
2 2
qn 1
que é absurdo pois y n 1 Q.
qn
p 1
Obs: em particular provamos que tem infinitas soluções
q 5q 2
p
racionais q , para todo irracional. 5 é o maior número com essa
propriedade, De fato, se
1 5 p 1
> 0, e q , temos
2 ( 5 )q 2
1 5 p
1 5 1 1 5 2 q
q p q p q 1 5 p ,
2 ( 5 )q 2 2 5
2 2 1 5 p
ou seja , p pq q 2
q
5 ( 5 ). Se q é grande, 1/q2
1 5 p
é pequeno, e é muito próximo de 0, donde
2 q
1 5 p 5
5 ( 5 ) é muito próximo de 1, absurdo, pois
2 q 5
p2 pq q 2 1 (de fato p2 – pq – q2 é um inteiro não nulo, pois se
2
p p p 1 5 1 5
p2 – pq – q2 = 0 teríamos 1 0 , ,
q q q 2 2
p
absurdo, pois Q .)
q
1 5 p 1
Outra maneira de ver que, para todo > 0, 2
q
tem
( 5 )q 2
p
apenas um número finito de soluções q Q é observar que as melhores
p
1 5 n
aproximações racionais de são as reduzidas q de sua fração
2 n
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1 5 pn 1
,
2 com
n 1
n 1 se aproximando cada
2 q ( ) q
n n 1 n 1 n
vez mais de
1 5 5 1
[1;1,1,1...] [0;1,1,1,...] 5.
2 2
Exemplos:
1 1 1
2 1 1 1 ...
2 1 1 1
2 2
2 1 1
2
2 1
1 5 1 1
1 1 ...
1 5 2 1 5 1
[1;1,1,1,...] pois 1
2 2 1 5
2
1 5
Isso prova em particular que 2 e são irracionais, pois sua fração
2
contínua é infinita.
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p pn
Teorema 2: q n x p n qx p , p, q Z,0 q q n , .
q qn
Além disso, q n x p n qx p , p, q Z,0 q q n 1 .
p pn 1 1 p
Prova: se q < qn+1, e assim está fora do
q qn qq n q n q n 1 q
p n p n 1
intervalo , . Portanto,
q n q n 1
p p p p p 1 1
x min n , n 1 qx p qn x pn .
q q q n q q n 1 qq n 1 q n 1
p n 1
Além disso, se vale a igualdade, então x , donde an+1 2, e qn+1 >
q n 1
2qn, pois numa fração contínua finita, como no algaritmo de Euclides, o
último coeficiente an é sempre maior que 1. Nesse caso, se q qn , teremos
p p p p 1 1 q q 1 1
x x n n 1 n n 1 qx p qn x pn .
q qn qn 1 qn qqn qn qn 1 qqn qn 1 qqn 1 qn 1
pn p
Corolário 1: x x , q q n .
qn q
p q'
Corolário 2: Se qx p q ' x p ' , q ' q, q q ' então p/q é uma
reduzida da fração contínua de x.
p 1 p
Teorema 3: Se x então é uma reduzida da fração contínua de
q 2q 2 q
x.
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Sociedade Brasileira de Matemática
p p n 1
Prova: Seja n tal que qn < q qn+1. Suponha que . Então, temos
q q n 1
duas possibilidades:
q p 1 1
a) q n 1 x 2.
2 q qq n 1 2q
b)
qn 1 p p p p p 1 1
q qn 1 2qn x n nm n
2 q qn q qnm qn qqn qn qn 1
qn 1 q 1 1
2.
qqn qn 1 2qqn 2q
Nesta seção provaremos que os números reais com fração contínua periódica
são exatamente as raízes de equações do segundo grau com coeficientes
inteiros.
Lembramos que na representação de x por fração contínua, an, n são
definidos por recursão por
1
0 x, a n [ n ], n 1 .
n an
e temos
pn 2 q n 2 x
n , n N .
q n 1 x p n 1
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p n 2 q n 2 x p n k 2 q n k 2 x
q n 1 x p n 1 q n k 1 x p n k 1
(q n 1 q n k 2 q n 2 q n k 1 ) x 2 ( p n k 1 q n 2 p n 2 q n k 1 p n k 2 q n 1 p n 1 q n k 2 )
x p n 1 p n k 2 p n 2 p n k 1 0.
qn 1
Note que o coeficiente de x2 é não-nulo, pois é uma fração irredutível
q n 2
q n k 1
(de fato p n 1 q n 2 p n 2 q n 1 ( 1) n ) de denominador qn–2 e é
q n k 2
uma fração irredutível de denominador qn+k–2 > qn–2 , donde
qn 1 q n k 1
q n 1 q n k 2 q n 2 q n k 1 0.
qn 2 q n k 2
Vamos provar agora um resultado devido a Lagrange segundo o qual se x é
uma irracionalidade quadrática, isto é, se x é um irracional do tipo r +
s , r , s Q, s 0 então a fração contínua de x é periódica, i. e,
existem
n N, k N* com n + k = n . Neste caso, existem a, b, c inteiros tais que
ax 2 bx c 0 , com b 2 4ac 0 e b 2 4ac irracional. Como vimos
na seção 1,
p pn 2
x n 1 n , e portanto
q n 1 n q n 2
2
2 p p n 2 p p n 2
ax bx c 0 a n 1 n b n 1 n c 0
q q
q n 1 n q n 2 n 1 n n 2
An n2 Bn n C n 0,
onde
Note que Cn = An–1. Vamos provar que existe M > 0 tal que 0 < A n M
para todo n N, e portanto 0 C n M , n N :
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p p
An ap n2 1 bp n 1 q n 1 cq n2 1 aq n2 1 x n 1 x n 1 ,
q n 1 q n 1
onde x e x são as raízes de a, X2 + bX + c = 0, mas
p n 1 1 p p n 1 p
x 2 1 An aq n2 1 x n 1 x a x x x n 1
q n 1 qn 1 q n 1 q n 1 q
n 1
a x x 1 : M .
Notemos agora que B n2 4 An C n b 2 4ac, n N. De fato,
Bn2 4 An C n ( p n 1 q n 2 p n 2 q n 1 ) 2 (b 2 4ac) b 2 4ac. Portanto,
Bn2 4 AnCn b 2 4ac 4M 2 b 2 4ac Bn M ' 4M 2 b 2 4ac,n N.
Provamos assim que An, Bn e Cn estão uniformemente limitados, donde há
apenas um número finito de possíveis equações An X2 + BnX + Cn = 0, e
portanto de possíveis valores de n. Assim, necessariamente n+k = n para
alguma escolha de n N, k N*.
Referências:
N. Beskin - Frações contínuas - Iniciação à Matemática - Editora Mir.
José Paulo Q. Carneiro - Um processo finito para a raiz quadrada – Revista do
Professor de Matemática 34, 1997, pp. 36-44.
C.D. Olds - Continued Fractions - New Mathematical Library - Random House.
A. M. Rockett, P. Szüsz - Continued Fractions - World Scientific.
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Sociedade Brasileira de Matemática
Solução
não existe tal k podemos dar a volta começando em P1). Tome k0 com 1 k0
k0
n tal que (l
i 1
i c i ) seja o menor possível. Afirmamos que podemos dar a
(l
i 1
i c i ) 0).
3) Prove que existe n N tal que os 1000 primeiros dígitos de n1998 são
iguais a 1.
Solução
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Sociedade Brasileira de Matemática
Solução
Traçe a paralela a P3P2 passando por P1. O ponto P7 pertencerá a essa reta e
teremos P1 P7 P3 P2 . O ponto P6 pertencerá à paralela a P3P4 passando
a
por P5 e satisfará P5 P6 = a, ou seja, P5 P6 P3 P4 .
P3 P4
Rodando o heptágono H = P1P2P3P4P5P6P7 de 180 em torno do ponto médio
de P1P2 obtemos o heptágono H' = P1'P2'P3'P4'P5'P6'P7' com
P1' = P2 , P2' = P1 , P3' = P7 , P7' = P3. Transladando infinitas vezes os
heptágonos H e H' por k . P3 P6 , k Z, cobrimos uma faixa dentada, que,
transladada infinitas vezes por m . P4 ' P5 , m Z, nos permite cobrir o
plano.
Desta forma, cobrimos o plano com os heptágonos
H K . P3 P6 m . P4 ' P5 e H' + k . P3 P6 m . P4 ' P5 , k Z, de
interiores disjuntos e todos congruentes a H.
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Sociedade Brasileira de Matemática
Solução
Solução
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61
Sociedade Brasileira de Matemática
Seja n = 2n + 1, logo n = 2 2 p 1 2 2
k
k p k
1, fazendo 2 2 x p 1.
Se p é im ímpar maior do que 1, teremos:
x p 1 ( 1)( p 1 p 2 p 3 ... 1) e, como x é primo, ele não
poderá ser fatorável em um produto de fatores diferentes de 1. Basta então
observar que o segundo fator da multiplicação acima não é igual a 1 com p
ímpar maior do que 1, mas isso segue de p p 1 1. Logo
k
devemos ter necessariamente x 2 2 1, ou seja n = 2k.
( k 2 1)
y 2 k1 k2 1 (2 k1 ) k2 1 (2 k1 1) (2 k1 2 k1 ( k2 2) ... 2 k1 1), obser-ve
que 2 k1 1 3 e 2 k1 ( k 2 1) ... 2 k1 1 3 e conseqüentemente não
teremos y primo, logo n não pode ser escrito como acima; donde n é primo.
1 1 1
14) Determine o número de soluções de com x e y inteiros
x y 1998
positivos.
Solução
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62
Sociedade Brasileira de Matemática
x 1998 a
y 1998 b
2
ab 1998
com a observação de que os pares (x, y) solução devam ser inteiros e
positivos, devemos ter
a 19 80 a 19 8
b 19 80 b 19 8
logo, só servem a e b positivos, já que se –1998< a < 0 e –1998 < b < 0
implica ab < 19982. O número de soluções é, portanto, o número de divisores
positivos de 19982 = 22. 36. 372, que é dado por
(2 + 1) (6 + 1) (2 + 1) = 63.
EUREKA! N 3, 1998
63
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução do problema 14 enviada por Vicente Wilson Moura Gaete e André Luiz
Arruda Marques. Continuamos esperando as soluções dos problemas 10, 11,
12, 13 e 15.
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
2
16) Seja l a reta {( x, y ) R y 0}, C1 o círculo centrado em
1 1 1 1
(0, ) de raio e C 2 o círculo centrado em (1, ) de raio .
2 2 2 2
Seja F o conjunto de círculos em R2 com as seguintes propriedades:
i) {C1, C2} F
ii) Se C e C’ pertencem a F, são tangentes entre si e tangentes a l então
~
todo círculo C tangente aos dois círculos C e C’ e à reta l pertence
a F.
~
iii) Se F é um conjunto de círculos satisfazendo as propriedades i) e ii)
~
então F F . Determine o conjunto dos pontos de tangência dos
círculos C F com a reta l.
EUREKA! N 3, 1998
64
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 3, 1998
65
Sociedade Brasileira de Matemática
EUREKA! N 3, 1998
66
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
PROBLEMAS ANTIGOS 37
Eduardo Wagner
PROBLEMAS PROPOSTOS 56
ERRATA 57
AGENDA OLÍMPICA 60
COORDENADORES REGIONAIS 61
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Comitê Editorial.
02. Um menino joga três dados e soma os números que aparecem nas faces
voltadas para cima. O número dos diferentes resultados dessa adição é:
A)12 B) 18 C) 216 D) 16 E) 15
07. João é mais velho que Pedro, que é mais novo que Carlos; Antônio é
mais velho do que Carlos, que é mais novo do que João. Antônio não é mais
novo do que João e todos os quatro meninos têm idades diferentes. O mais
jovem deles é:
A) João B) Antônio C) Pedro D) Carlos
E) impossível de ser identificado a partir dos dados apresentados
08. Escreva um número em cada círculo da fila abaixo, de modo que a soma
de três números quaisquer vizinhos (consecutivos) seja 12.
3 5
17. João quer desfazer-se de sua coleção de 1.000 bolinhas. Para tanto
escolhe dez garotos da rua onde mora. Dá ao primeiro garoto x bolinhas, ao
segundo x + 1 bolinhas. Assim faz até chegar ao décimo garoto. Sempre dá
uma bolinha a mais para o próximo garoto. No final, João ainda fica com um
resto de bolinhas. Sendo x o número que deixa João com o menor resto
possível, x é igual a:
A) 94 B) 95 C) 96 D) 97 E) 98
Nível 2
03. Anulada.
04. Um pai tem 33 anos e seu filho, 7 anos. Depois de quantos anos a idade
do pai será o triplo da idade do filho?
A) 3 B) 7 C) 6 D) 9 E) 13
D M C
A) 5 B) 7,5 C) 10 D) 12,5 E) 5 3
10. No quadrado mágico abaixo, a soma dos números em cada linha, coluna
e diagonal é sempre a mesma. Por isso, no lugar do X devemos colocar o
número:
A)30 B) 20 C) 35 D) 45 E) 40
12. Pelo menos quantos metros de barbante são necessários para amarrar 15
pacotes, conforme a figura, sabendo que cada pacote mede 10cm 20cm
40cm, sendo reservados 20cm para o laço?
A) 39 B) 36 C) 48 D) 56 E) 42
13. Para assistir ao filme Central do Brasil, cada um dos x alunos de uma
turma deveria pagar y reais pelo frete do ônibus. Como faltaram 3 alunos,
cada um dos alunos presentes teve que pagar 2 reais a mais para cobrir o
preço do frete. Qual foi esse preço?
A) (x + 3)(y – 2) B) (x – 3) y + 2 C) x(y + 2) – 3
D) xy – 6 E) (x – 3)(y + 2)
bolas. Num certo dia foram embaladas 198 bolas e usadas mais de 10 caixas.
Quantas caixas foram feitas nesse dia?
A)14 B) 16 C) 15 D) 17 E) 11
18. Você vai pintar a bandeira abaixo utilizando 4 cores: azul, verde, amarelo
e vermelho, uma em cada região.
•Rafael: Eu não sou culpado. •João: Eduardo mente quando diz que eu
sou culpado.
Sabendo que apenas um dos quatro disse a verdade, quem é o culpado?
A) André. B) Eduardo. C) Rafael. D) João.
E) Não se pode saber.
20. Anulada.
Nível 3
06.- 0,4444...
A) 0,2222… B) 0,3333… C) 0,4444… D) 0,5555… E) 0,6666…
15.- Você entra em um restaurante para comer pizza e espera pagar uma
quantia proporcional à quantidade de comida pedida. Se uma pizza com 20
cm de diâmetro custa R$ 3,60, quanto você espera pagar por uma outra do
mesmo sabor com 30cm de diâmetro?
A) R$ 5,40 B) R$ 5,80 C) R$ 6,60 D) R$ 7,50 E) R$ 8,10
17.- Vendi dois rádios por preços iguais. Em um deles tive lucro de 25%
sobre o preço de compra e no outro tive prejuízo de 25%. Em relação ao
capital investido:
A) não tive lucro nem prejuízo B) lucrei 6,25%
C) lucrei 16% D) tive prejuízo de 6,25%
E) tive prejuízo de 16%
1
19.- Os valores reais de x que satisfazem a inequação x 2 são:
x
A) –1 x 1 B) x = 1 C) x 1 D) x 1
E) x 2
20.- De quantos modos se pode colocar na tabela abaixo duas letras A, duas
letras B e duas letras C, uma em cada casa, de modo que não haja duas letras
iguais na mesma coluna?
A) 12 B) 24 C) 36 D) 48 E) 64
21.- Um viajante deveria caminhar durante uma hora num sentido entre o
norte e o leste, fazendo 30 0 com o norte. Atrapalhou-se e caminhou uma hora
num sentido entre o norte e o oeste, formando 30 0 com o norte. Para chegar
ao seu destino, ele deve agora tomar um rumo que faça com o norte um
ângulo de:
A) 00 B) 300 C) 450 D) 600 E) 900
Respostas Nível 1:
01.- E 06.- C 11.- B 16.- D
02.- D 07.- C 12.- B 17.- B
03.- A 08.- A 13.- D 18.- D
04.- E 09.- D 14.- C 19.- C
05.- E 10.- A 15.- A 20.- B
Respostas Nível 2:
01.- D 06.- E 11.- B 16.- B
02.- C 07.- D 12.- B 17.- A
03.- Anulada 08.- D 13.- E 18.- A
04.- C 09.- A 14.- A 19.- C
05.- B 10.- B 15.- D 20.- Anulada
Respostas Nível 3:
01.- D 06.- E 11.- A 16.- D 21.- E
02.- C 07.- D 12.- C 17.- D 22.- B
03.- B 08.- D 13.- C 18.- D 23.- A
04.- E 09.- E 14.- B 19.- B 24.- D
05.- D 10.- C 15.- E 20.- D 25.- A
Você sabi@…
Que a Olimpíada Brasileira de Matemática tem uma lista eletrônica de
discussão de problemas de Matemática, aberta a todos os alunos e
professores interessados? Entre em contato conosco!!!
e-mail:obm@impa.br
PROBLEMA 1
João comprou um livro e reparou que ele tinha 200 páginas. Seu irmão mais
novo arrancou ao acaso 25 folhas e somou os números das 50 páginas.
Explique porque o resultado desta soma não pode ser igual a 1998.
Atenção: cada folha tem duas páginas. A primeira folha tem as páginas 1 e 2,
a segunda folha tem as páginas 3 e 4, e assim por diante.
Solução
Como cada folha contém duas páginas tais que a soma dos seus respectivos
números é ímpar, ao adicionarmos todos esses 25 números, obteremos
necessariamente uma soma ímpar que, portanto, não pode ser igual a 1998.
PROBLEMA 2
1 1 1 1 1 1
Que frações devem ser retiradas da soma para que a
2 4 6 8 10 12
soma das restantes seja igual a 1?
Solução
1 1 1 1 1 1 60 30 20 15 12 10
(*)
2 4 6 8 10 12 120 120 120 120 120 120
PROBLEMA 3
Encontre dois números de três algarismos cada um, usando cada um dos
dígitos 1, 2, 3, 4, 5, 6 exatamente uma vez, de forma que a diferença entre
eles (o maior menos o menor) seja a menor possível.
Solução
Para que a diferença seja a menor possível, os números devem ser os mais
próximos possíveis. Assim, os algarismos das centenas devem ser
PROBLEMA 4
Existem casas em volta de uma praça. João e Pedro dão uma volta na praça,
caminhando no mesmo sentido e contando as casas. Como não começaram a
contar da mesma casa, a 5ª. casa de João é a 12ª. de Pedro e a 5ª. casa de
Pedro é a 30ª. de João. Quantas casas existem em volta da praça?
Solução
Sejam Jn e Pn respectivamente as n-ésimas casas de João e Pedro. De J5 a J30
exclusive, existem 30 – 5 – 1 = 24 casas. De P5 a P12 exclusive existem 12 –
5 – 1 = 6. Logo, no total existem 24 + 6 + 2 = 32 casas.
PROBLEMA 5
Existem 20 balas sobre uma mesa e duas crianças começam a comê-las, uma
criança de cada vez. Em cada vez, cada criança deve comer pelo menos uma
bala e está proibida de comer mais que a metade das balas que existem sobre
a mesa. Nesta brincadeira, ganha a criança que deixar apenas uma bala sobre
a mesa. Qual das duas crianças pode sempre ganhar na brincadeira: a
primeira ou a segunda a jogar? Como deve fazer para ganhar?
Solução
Ganha a primeira criança. No início ele deve comer 5 balas, deixando 15
balas sobre a mesa. A segunda criança deve comer no mínimo uma e no
máximo 7 balas, sobrando entre 8 e 14 balas sobre a mesa. Em qualquer caso
a primeira criança pode comer algumas balas, deixando exatamente 7 sobre a
mesa. A segunda criança agora deve comer entre uma e três balas, deixando
de 4 a 6 balas sobre a mesa. A primeira criança agora come algumas delas,
deixando exatamente 3 balas, forçando a segunda criança a comer uma.
Comendo mais uma após isso, a primeira criança acaba deixando apenas
uma bala no final e ganhando o jogo. De um modo mais geral, a estratégia
ganhadora consiste em deixar o adversário com 2 k – 1 balas, para algum k
N. O adversário é obrigado a comer de 1 a ( 2 k 1 1) balas, deixando sobre
a mesa um número de balas que está sempre entre 2 k–1 e 2k – 2. O primeiro
jogador pode, então, jogar novamente de modo a deixar o adversário com
PROBLEMA 6
Pintam-se de preto todas as faces de um cubo de madeira cujas arestas
medem 10 centímetros. Por cortes paralelos às faces, o cubo é dividido em
1.000 cubos pequenos, cada um com arestas medindo 1 centímetro.
Determine:
a) O número de cubos que não possuem nenhuma face pintada de preto.
b) O número de cubos que possuem uma única face pintada de preto.
c) O número de cubos que possuem exatamente duas faces pintadas de preto.
d) O número de cubos que possuem três faces pintadas de preto.
Solução
Estão sem nenhuma face pintada, os cubos interiores ao cubo maior. Portanto
devem ser retiradas uma fila de cima e uma fila de baixo, uma da frente e
outra de trás, e uma de cada lado, ficando assim com um cubo de aresta 8
que contém 83 = 512 cubos pequenos.
a) Estão com uma face pintada aqueles que pertencem a uma face mas
não possuem lado comum com a aresta do cubo maior, isto é, 8 2 = 64
em cada face. Como são seis faces, temos 6 64 = 384 cubos
pequenos.
b) Estão com duas faces pintadas aqueles que estão ao longo de uma
aresta mas não no vértice do cubo maior, isto é, 8 cubos em cada
aresta. Como são 12 arestas, temos 8 12 = 96 cubos pequenos.
c) Estão com 3 faces pintadas aqueles que estão nos vértices do cubo
maior, ou seja, 8 cubos pequenos.
Nível 2
PROBLEMA 1
1 1 1 1 1 1 1
Que frações devem ser retiradas da soma para
2 3 4 6 8 10 12
que a soma das restantes seja igual a 1? Dê todas as soluções.
Solução
1 1 1 1 1 1 1 60 40 30 20 15 12 10
(*)
2 3 4 6 8 10 12 120 120 120 120 120 120 120
Devemos escrever 120 como soma de algumas parcelas 60, 40, 30, 20, 15,
12, 10. As soluções possíveis são 60 + 40 + 20 = 120
60 + 30 + 20 + 10 = 120.
1 1 1 1 1 1 1
Assim, podemos remover , , e ou , e .
4 8 10 12 3 8 10
Evidentemente 15 e 12 não podem aparecer, pois a soma não seria múltipla
de 10 nesse caso.
PROBLEMA 2
Veja Problema 3 do Nível 1.
PROBLEMA 3
Cinco cartões numerados com 3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente, são colocados
em uma caixa. Os cartões são retirados da caixa, um de cada vez e colocados
sobre a mesa. Se o número de um cartão retirado é menor do que o número
do cartão imediatamente anterior, então este cartão imediatamente anterior é
colocado de volta na caixa. O procedimento continua até que todos os
cartões estejam sobre a mesa. Qual é o número máximo de vezes que
retiramos cartões da caixa?
Solução
O número máximo de vezes que retiramos cartões da caixa é 15, o que
corresponde à seqüência de cartões retirados 7, 6, 5, 4, 3, 7, 6, 5, 4, 7, 6, 5, 7,
6, 7. De fato, dentre os primeiros 5 cartões há necessariamente um que é
menor que o cartão seguinte, e que portanto não voltará mais para a caixa, o
mesmo acontecendo para pelo menos um cartão dentre os 4 seguintes, depois
para pelo menos um dentre os 3 seguintes, depois para pelo menos um dentre
os dois seguintes, sobrando no máximo um cartão, que será o último a ser
retirado da caixa.
PROBLEMA 4
Em um triângulo acutângulo ABC o ângulo interno de vértice A mede 300.
Os pontos B1 e C1 são os pés das alturas traçadas por B e C, respectivamente
e os pontos B2 e C2 são médios dos lados AC e AB, respectivamente. Mostre
que os segmentos B1C2 e B2C1 são perpendiculares.
Solução
B C
PROBLEMA 5
Veja Problema 5 do Nível 1.
PROBLEMA 6
Pintam-se de preto todas as faces de um cubo de madeira cujas arestas
medem n centímetros onde n 3. Por cortes paralelos às faces, o cubo é
dividido em n3 cubos pequenos, cada um com arestas medindo 1 centímetro.
Sabendo que o número total de cubos pequenos com exatamente uma face
pintada de preto é igual ao número de cubos pequenos apresentando todas as
faces sem pintura, determine o valor de n.
Solução
Um cubo pequeno que não possui qualquer face pintada provém do interior
do cubo grande. Isto significa que esse cubo pequeno é parte de um cubo de
lado n – 2, obtido quando retiramos uma unidade de cada face do cubo
original. Assim, existem (n – 2)3 cubos pequenos não pintados. Por outro
lado, um cubo pequeno com uma face pintada provém da face do cubo
original, mas não tendo qualquer parte da aresta deste cubo. Assim, existem
6(n – 2)2 cubos pequenos com face pintada. Portanto, (n – 2)3 = 6(n – 2)2,
com n > 2. Logo, n – 2 = 6, ou seja, n = 8.
Nível 3
PROBLEMA 1
Veja Problema 3 do Nível 2.
PROBLEMA 2
Veja problema 5 do Nível 1.
PROBLEMA 3
Uma reta que passa pelos pontos médios de dois lados opostos de um
quadrilátero convexo forma ângulos iguais com ambas as diagonais. Mostre
que as duas diagonais têm o mesmo comprimento.
Solução
Sejam ABCD o quadrilátero, M,N,P e Q os pontos médios dos lados AB,
BC, CD e DA, respectivamente. MN e PQ são paralelos à diagonal AC e
medem a metade de seu comprimento, enquanto NP e QM são paralelos à
diagonal BD e medem a metade de seu comprimento. Assim, MNPQ é um
paralelogramo. As condições do problema dizem que a reta que passa pelos
pontos médios de dois lados opostos de ABCD (digamos MP , sem perda de
generalidade) formam ângulos iguais com AC e BD , portanto com PQ e
NP , donde MP é bissetriz de NP ˆ Q . Logo MNPQ deve ser um losango,
PROBLEMA 4
Sobre os lados AB e AC de um triângulo acutângulo ABC são construídos,
exteriormente ao triângulo, semicírculos tendo estes lados como diâmetros.
As retas contendo as alturas relativas aos lados AB e AC cortam esses
semicírculos nos pontos P e Q. Prove que AP = AQ.
Solução
Sejam M o pé da altura relativa ao lado AB. Como o triângulo APB é
retângulo em P, e PM é a altura de P em relação a AB temos
2
ˆ C.
AP AB AM AB AC cos BA Analogamente mostra-se que
2
ˆ C.
AQ AC AB cos BA Portanto, AP AQ.
PROBLEMA 5
Seja f : N R uma função tal que
f(1) = 999 e f(1) + f(2) + ... + f(n) = n2f(n) para todo n inteiro positivo.
Determine o valor de f(1998).
Solução
Calculemos alguns valores de f(n):
2
f (1) 999; f (1) f ( 2) 2 f ( 2) 3 f ( 2) 999 f ( 2) 333
2 333
f (1) f ( 2) f (3) 3 f (3) 8 f (3) 999 333 f (3)
2
2 333 999
f (1) f ( 2) f (3) f ( 4) 4 f ( 4) 15 f ( 4) 999 333 f ( 4) Assi
2 10
999 999 999 999
m, temos f (1) , f ( 2) , f (3) , f ( 4) , e é razoável
1 3 6 10
999 1998
conjecturar que f (n)
1 2 ... n
n( n 1)
Para todo n N. Vamos provar
esse fato: Para n 2 temos
f (1) f (2) ... f ( n) n 2 f ( n) ( n 2 1) f ( n) f (1) f ( 2) ... f (n 1)
f (1) f ( 2) ... f ( n 1) Por
f ( n) .
n2 1
hipótese de indução,
1998 1998 1998
f (k )
k ( k 1)
k
k 1
, para k = 1, 2, …, n – 1, e portanto
1998
1998 1998 1998 1998 1998 1998
f (1) f ( 2) ... f ( n 1) ...
2 2 1 3 n 1 n 1
1998 1998( n 1) 1998( n 1) 1998
f (n) pois n 2 1 ( n 1)( n 1)),
n n 2
n ( n 1) n ( n 1)
como queríamos demonstrar.
1998 1
Fazendo n = 1998 temos f(1998) = .
1998 1999 1999
PROBLEMA 6
O menor múltiplo de 1998 que possui apenas os algarismos 0 e 9 é 9990.
Qual é o menor múltiplo de 1998 que possui apenas os algarismos 0 e 3?
Solução
1998 = 2 999 = 2 33 37. Um número formado apenas pelos algarismos
0 e 3 é múltiplo de 33 se e somente se o número de algarismos 3 é múltiplo
de 9 (pois ao dividi-lo por 3 obtemos um número que possui apenas os
algarismos 0 e 1 que deve ser múltiplo de 9, o que ocorre se e só se o número
de algarismos 1 é múltiplo de 9 ). Assim, o número desejado deve ter pelo
menos 9 algarismos 3, e deve terminar por 0, por ser par. O menor número
com essas propriedades é 3333333330, que é múltiplo de 1998 pois é par, é
múltiplo de 33 e é múltiplo de 37 por ser múltiplo de 111 (é igual a 111
30030030)).
Você sabia…
Que é possível (teoricamente) dividir uma bolinha de gude num
número finito de pedaços, remontá-los com movimentos rígidos e
obter uma bola (sem buracos) do tamanho da terra com uma
manada de elefantes em
cima ? Isso é conseqüência do chamado Paradoxo de Banach-
Tarski.
Você sabia…
Que o conjunto de valores positivos assumidos pelo polinômio
(k + 2){1– ( [wz + h + j – q]2 + [ (gk + 2g + k + 1) (h + j) + h – z]2 +
[16(k + 1)3 (k + 2) (n + 1)2 + 1 – f 2]2 + [2n + p + q + z – e]2 +
[e3 (e + 2) (a + 1)2 + 1 – o2]2 + [(a2 – 1) y2 + 1 – x2]2 +
[16r2y4 (a2– 1) + 1 – u2]2 + [((a + u2 (u2 – a))2 – 1) (n + 4dy)2 +
1 – (x + cu)2]2 + [(a2 – 1)l 2 + 1 – m2]2 +[ai + k + 1 – l – i]2 + [n + l + v – y]2 +
[p + l (a – n – 1) + b (2an +2a – n2 – 2n – 2) – m]2 + [q + y (a – p – 1) +
s (2ap + 2a – p2 – 2p – 2) – x]2 + [z +pl (a – p) + t (2ap – p2 – 1) – pm]2)}
quando as variáveis a, b, c, …, z assumem valores naturais é o conjunto
dos números primos ?
Nível 1
PROBLEMA 1
Considere a tabela 3 3 abaixo, onde todas as casas, inicialmente, contém
zeros:
0 0 0
0 0 0
0 0 0
15 25 12
8 18 10
19 36
14
1 3
1 1,3B 3
1 3
1,2A 3,4C
2 4
2 2,4D 4
4
2
Como a cada utilização da operação permitida, se for utilizada uma das sub-
tabelas escritas em um dos quadrados laterais, o quadradinho lateral
aumentará em um, concluímos que o valor do quadradinho lateral é igual à
soma dos dois quadradinhos da ponta adjacentes. O quadradinho central,
como é afetado por todos os quatro quadrados, é fácil deduzir que ele nada
mais é que o número de operações aplicados na tabela.
G E I
C H D
14 22 8
19 36 17
5 14 9
PROBLEMA 2
Encontre uma maneira de se escrever os algarismos de 1 a 9 em seqüência,
de forma que os números determinados por quaisquer dois algarismos
consecutivos sejam divisíveis ou por 7 ou por 13.
5*
3
9 – 1*
6
5* 5 – 6*
2
1–3
7–8–4 9*
2–6
9–1–3–5
6*
Nota do editor: * significa que não dá para continuar sem repetir um número já
usado.
PROBLEMA 3
Em um jogo existem 20 buracos vazios em fila e o jogador deve colocar um
pino em cada buraco de acordo com as seguintes regras:
PROBLEMA 4
Sete números naturais são escritos em círculo. Sabe-se que, em cada par de
números vizinhos, um deles divide o outro. Mostre que há dois números não
vizinhos com a mesma propriedade (isto é: um deles divide o outro).
a
b
g
c
f
d
e
Nível 2
PROBLEMA 1
Prove que em qualquer pentágono convexo existem dois ângulos internos
consecutivos cuja soma é maior ou igual a 216.
Somando membro a membro: A B B C C D D E A 5216
2 ( A B C D E ) 1080 A B C D E 540 , mas a soma dos
ângulos internos de um pentágono é 540*. Logo A B C D E 540
é absurdo. Então pelo menos 2 ângulos consecutivos tem soma maior ou
igual a 216.
*Lema: A soma dos ângulos de um pentágono é 540.
Prova: Seja P um ponto interior a ABCDE, logo P vai formar 5 triângulos no
pentágono, a soma de todos os ângulos P dos triângulos é 360. E a soma
dos ângulos que restam é justamente a soma dos ângulos de ABCDE. A soma
dos ângulos do pentágono é 5180 – 360 = 540.
PROBLEMA 2
No triângulo ABC, D é o ponto médio de AB e E o ponto do lado BC tal que
BE = 2 EC. Dado que os ângulos ADC e BAE são iguais, encontre o
ângulo BAC .
Solução de Daniel Pinheiro Sobreira.
B
x
y P
x
D
W E
O
x
y 2
W W
90 – 90 –
A C
PROBLEMA 3
Veja problema 3 do Nível 1.
PROBLEMA 4
São dados 15 números naturais maiores que 1 e menores que 1998 tais que
dois quaisquer são primos entre si. Mostre que pelo menos um desses 15
números é primo.
Resposta: Dado 1 < n < 1998, se ele não for primo, ele tem que ter um fator
primo menor que 1998 , ou seja, um fator primo, menor que 45. Como só
existem 14 primos menores que 45, e são 15 números, então um desses não
terá fator primo menor que 45, logo será primo. (Pelo Corolário do teorema
anterior.)
Nível 3
Primeira Prova.
PROBLEMA 1
Veja Problema 4 do Nível 2.
PROBLEMA 2
No triângulo ABC, D é o ponto médio de AB e E o ponto do lado BC tal que
BE = 2 EC. Dado que os ângulos AD ˆ C e BA ˆ E são iguais, encontre o
ˆ
ângulo BAC .
A
y
D
F
y
A 2x E x C
PROBLEMA 3
Duas pessoas disputam um jogo da maneira descrita a seguir.
Inicialmente escolhem dois números naturais: n 2 (o número de rodadas) e
t 1 (o incremento máximo).
Na primeira rodada o jogador A escolhe um natural m1 0 e, posteriormente,
o jogador B escolhe um natural positivo n1 m1.
Para 2 k n, na rodada k o jogador A escolhe um natural mk com mk – 1 mk
mk – 1 t e posteriormente o jogador B escolhe um natural nk com nk – 1 nk
nk – 1 t. Após essas escolhas, nessa k-ésima rodada, o jogador A ganha
mdc (mk , nk – 1) pontos e o jogador B ganha mdc (mk , nk) pontos. Ganha o
jogo o jogador com maior pontuação total ao fim das n rodadas. Em caso de
pontuações totais iguais, o jogador A é considerado vencedor.
Para cada escolha de n e t, determine qual dos jogadores possui estratégia
vencedora.
Como
m S m S
k k
ganha mais pontos que A, e portanto B ganha o jogo.
Obs. mk – 1 < mk mk – 1 + t S + mk – 1 < S + mk S + mk – 1 + t
nk –1 < nk nk – 1 + t
Resposta: B sempre ganha (se for esperto)!!!
Nível 3
Segunda Prova.
PROBLEMA 4
Dois meninos jogam o seguinte jogo. O primeiro escolhe dois números
inteiros diferentes de zero e o segundo monta uma equação do segundo grau
usando como coeficientes os dois números escolhidos pelo primeiro jogador
e 1998, na ordem que quiser (ou seja, se o primeiro jogador escolhe a e b o
segundo jogador pode montar a equação 1998x2 + ax + b = 0, ou
bx2 + 1998x + a = 0, etc.) O primeiro jogador é considerado vencedor se a
equação tiver duas raízes racionais diferentes.
Mostre que o primeiro jogador pode ganhar sempre.
PROBLEMA 5
Determine todas as funções f : N N que satisfazem
f (2 f ( x)) x 1998 para todo x N {0,1,2,...}.
1° Passo. f é injetiva.
Prova: Suponha que exista k N tal que f (x) = f (y) = k para x, y N e
x y. Daí f(x) = f(y) 2f(x) = 2 f(y) f(2f(x)) = f (2f(y)) x + 1998 =
y + 1998 x = y. Absurdo! Logo f é injetiva.
PROBLEMA 6
Dois matemáticos, perdidos em Berlim, chegam à esquina da rua Barbarossa
com a rua Martin Luther, e precisam chegar à esquina da rua Meininger com
a rua Martin Luther. Infelizmente eles não sabem para que lado fica a rua
Meininger, nem a que distância ela está, logo são obrigados a ir e voltar ao
longo da rua Martin Luther até chegaram à esquina desejada.
Qual é o menor valor para o número positivo K tal que eles podem ter
certeza de que se há N quarteirões (ou quadras) entre as ruas Barbarossa e
Meininger então eles conseguem chegar ao destino andando no máximo KN
quarteirões (ou quadras)?
( n 3) c (c 4)
V n V3 para todo n 4, absurdo, pois o lado direito é
4V3
2
4V3
negativo para n > 3 +
c (4 c)
XX OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
Resultado - Primeiro Nível (5a. e 6a. Séries)
PROBLEMAS ANTIGOS
Eduardo Wagner
Nível Intermediário.
A C B
Prove que
1 1 1
AM BN CP
1
ab bc ca 1
2
SOLUÇÕES
PROBLEMA 1
Observe que 4(2x + 3y) + (9x + 5y) = 17(x + y). Portanto, se 2x + 3y for
múltiplo de 17, então 9x + 5y também será, e vice versa.
OBS: Esta aparente “mágica” não é a única forma de resolver este problema.
Os leitores que conseguirem outra solução (para este ou para qualquer
problema deste artigo) podem enviar suas descobertas para publicação nos
próximos números da EUREKA!
PROBLEMA 2
A solução mais natural para este problema utiliza congruências. Observe que
2 (–1) mód.3. Logo, 2n (–1)n mód.3 e, portanto, 2n + 1 (–1)n + 1 mód.3.
Concluimos então que , 2n + 1 0 mód.3 se, e somente se, n é ímpar.
PROBLEMA 3
N
M
P
A C B
CP CB
AM AB
CP AC
BN AB
Somando temos:
CP CP AC CB
1
AM BN AB
Daí,
1 1 1
AM BN CP
PROBLEMA 4
O produto (a1 – 1)(a2 – 2)(a3 – 3) … (an – n) possui um número ímpar de
termos porque n é ímpar. Mas, a soma desses termos é zero, que é par. Como
a soma de uma quantidade ímpar de números ímpares não pode ser par,
concluímos que um dos termos é par e, conseqüentemente, o produto é um
número par.
PROBLEMA 5
Primeira parte:
a b c 2 0
2 2 2
a b c 2ab 2bc 2ac 0
1 2ab bc ca 0
1
ab bc ca
2
Segunda parte:
a b 2 b c 2 c a 2 0
2 a 2 b 2 c 2 2 ab bc ca 0
1 ab bc ca 0
ab bc ca 1
PROBLEMA 6
A expressão do lado esquerdo da desigualdade pode ser escrita assim:
Logo, como n é maior que 2, o produto do lado esquerdo é maior que n.n.n.
… .n = nn.
PROBLEMA 7
Considere a circunferência circunscrita ao triângulo ABC.
A
D
B C
E
A bissetriz AD encontra a circunferência em E, ponto médio do arco BC.
Como os ângulos ABC e AEC são iguais (cada um deles vale a metade do
arco AC) e como os ângulos BAE e EAC são também iguais (porque AD é
uma bissetriz), concluimos que os triângulos ABD e AEC são semelhantes.
Daí,
AB AD
AE AC
ou seja,
AD AE AB AC
Como AD é menor que AE temos que
AD AD AB AC
ou seja,
AD AB AC
PROBLEMA 8
Vamos tentar dividir 1, 2, 3, 4, 5, em dois conjuntos tais que nenhum deles
contém a diferença de dois de seus elementos. O 2 não pode estar no mesmo
conjunto que o 1 ou o 4 porque 2 – 1 = 1 e 4 – 2 = 2. Portanto, vamos
colocar o 2 em um conjunto e o 1 e o 4 no outro. O 3 não pode ficar no
segundo conjunto porque 4 – 3 = 1. Logo, o 3 deve ficar no primeiro
conjunto, junto com o 2. Agora, o 5 não pode ficar no primeiro conjunto
porque 5 – 3 = 2, e nem pode ficar no segundo porque 5 – 4 = 1.
Q'
Q
P P'
O
R R'
Fig. 3 - Inversão
P P'
Q
O
A O
Rr
No triângulo retângulo OAM , a hipotenusa OA mede eo
2
R r
cateto AM mede e é oposto a um ângulo igual a 180°/n. Assim:
2
R r Rr
sen(180 / n)
2 2
ou, desenvolvendo:
R 1 sen(180 / n)
r 1 sen(180 / n)
No nosso caso, em que n = 5, devemos ter
R 1 sen( 36 )
r 1 sen(36 )
Quando os raios R e r estão nessa proporção, é possível encaixar cinco
círculos iguais entre os dois círculos concêntricos.
Para terminar de formar o logotipo, tomamos o conjunto formado
pelos dois círculos concêntricos e pelos cinco círculos de raios iguais
encaixados entre eles e aplicamos uma transformação de inversão.
Conclusão:
1 q q 1
x
q
Para x y, teremos: q
1 q
y
q
onde q é um inteiro maior do que ou igual a 1. É fácil verificar que tais x e y
são racionais e são soluções do problema, para todo q 1 natural.
i) A1B1 = A1C1 = 1;
ii) Bn+1 = Bn e An+1 = Cn para todo n N;
iii) An+1Cn+1 é congruente à altura de An em relação a BnCn.
1
p n 1 p n , p1 2.
pn
Vamos mostrar por indução que sempre temos Pn n 1. De fato,
1 1 n2
P1 2 2 , e Pn n 1 implica Pn 1 Pn n 1 n 2.
Pn n 1 n 1
Assim, Pn (e portanto an) é ilimitada. Vamos agora provar que (Sn) é
bn 2 1
ilimitada. Temos n sen n bn bn 1 bn 1 (pois bn decresce
an cn
quando n cresce). Como
bn21 a n21 a n2 , 1 2 ... n (a 22 a12 ) (a32 a 22 ) ... (a n21 a n2 )
n
a n21 a12 n 2 2, e portanto S n
k 1
k é ilimitado.
P( ) n 3 n 1 n 30
n n 1 n 3
P( ) 3 0
n n 1 n 3
P() 3 0
S(n) = 3. S (n –1) – S (n – 3) (n 3)
(IV) Sendo S(0), S(1) e S(2) inteiros por (I), podemos concluir, através da
relação de recorrência acima e indução sobre n, que S(n) será um
inteiro para qualquer natural n.
Assim,
S(2004) = 2004 + 2004 + 2004 é um inteiro.
Como 0 < 2 < 1 e 0 < 2 < 1 ....... por (II), segue-se que
0 < 2004 + 2004 = ( 2) 1002 + (2 )1002 < 2 + 2 < 1.
Logo, S(2004) – 1 < 2004 < S(2004), ou seja,
2004 = S(2004) – 1.
(VI) Note que S(16) S(0) (mod 17), S(17) S(1) (mod 17) e
S(18) S(2) (mod 17). Isso permite mostrar que S(n +16) S(n)
(mod 17) para todo n N. De fato, por indução, S(n + 16) =
3S(n + 15) – S (n + 13) 3S(n – 1) – S(n – 3) (mod 17) =
S(n)( mod 17), se n 3 (usamos como base de indução os casos
n = 0, n = 1 e n = 2). Como conseqüência, concluimos que
S(n) S(n + 16p) (mod 17), para todo p N.
(VII) Como 2004 = 4 + 16.p , com p = 125, temos de (IV), (V) e (VI):
S(2004) S(4) 1 (mod 17).
Portanto,
2004 = S(2004) – 1 é divisível por 17.
b) Observe que:
n( n 1)(2n 1)
Sabendo que 12 2 2 3 2 ... n 2 , temos um total de
6
n 3 5n 6
regiões (no máximo).
6
Obs: Se os planos estão em posição geral todas as desigualdades acima são
igualdades.
Solução:
A maior soma possível dos números de um casal é 18 + 17, que é menor que
62. Assim, os valores das somas dos números de cada casal devem valer 4, 9,
16 ou 25, de modo que os pares de 18, 17 e 16 devem ser 7, 8 e 9,
respectivamente. Portanto o par de 2 deve ser 14 (pois não pode ser o próprio
2 e o 7 já é par do 18), o do 11 deve ser 5 (pois 14 já é par de 2), o de 4 deve
deve ser 12 (pois 5 já é par de 11), o de 13 deve ser 3 (pois 12 já é par de 4),
o de 1 deve ser 15 (pois 3 já é par de 13 e 8 já é par de 17) e o de 10 deve ser
6 (pois 15 já é par de 1). Assim, os pares são 18 e 7, 17 e 8, 16 e 9, 15 e 1, 14
e 2, 13 e 3, 12 e 4, 11 e 5, 10 e 6.
Nível Intermediário
AD é a bissetriz interna do ângulo A do triângulo ABC, com D sobre o lado
BC. As bissetrizes dos ângulos ADB e ACB concorrem em E, com E sobre o
lado AB. Determine a medida do ângulo BAC.
Nível Avançado
São dadas 13 moedas, das quais 12 têm o mesmo peso. Não se sabe se a
décima terceira moeda é mais leve ou mais pesada que as demais. Mostre
que é possível determinar a moeda diferente empregando três pesagens em
uma balança de braços. Isto ainda seria possível com 14 moedas?
Solução:
Das 13 moedas selecionaremos dois grupos de 4 moedas A1, A2, A3, A4 e
B1, B2, B3, B4 e as pesamos. Sobram 5 moedas, C1, C2, C3, C4 e C5. Temos
duas possibilidades:
uma dessas moedas pode ser a diferente, e não concluímos nossa tarefa. Se
usamos uma ou nemhuma e houver equilíbrio sobram pelo menos duas de
situação desconhecida, e em qualquer caso não é sempre possível determinar
a moeda diferente.
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
25) Durante o ano de 1998, uma pequena livraria, que abria nos sete dias
da semana, vendeu no mínimo um livro por dia e um total de 600
livros no ano todo. Diga, justificando, se existiu, obrigatóriamente,
um período de dias consecutivos onde foram vendidos exatamente
129 livros.
PROBLEMA 2:
Sejam H o ortocentro (interseção das alturas) do triângulo acutângulo ABC e
M o ponto médio do lado BC. Seja X o ponto em que a reta HM intersecta o
arco BC (que não contém A) da circunsferência circunscrita a ABC. Seja Y o
ponto de interseção da reta BH com a circunsferência, distinto de B.
Demonstre que XY = BC.
Solução:
Você sabia…
Que o livro 10 Olimpíadas Iberoamericanas de
Matemática (em espanhol) já pode ser adquirido na
Secretaria da Olimpíada Brasileira de Matemática ?
Entre em contato conosco.
AGENDA OLÍMPICA
5a. OLIMPÍADA DE MAIO
8 de maio (sábado)
COORDENADORES REGIONAIS
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
ADEDANHA OU "DE COMO OS DEUSES MATEMÁTICOS
TROUXERAM A PAZ AO MUNDO" 17
Pablo Emanuel
QUADRILÁTEROS E TRIÂNGULOS 23
Marcelo Mendes
DESIGUALDADES ELEMENTARES 34
Antonio Caminha Muniz Neto
PROBLEMAS PROPOSTOS 57
AGENDA OLÍMPICA 60
COORDENADORES REGIONAIS 61
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Comitê Editorial.
PROBLEMA 1
São escolhidos 2 números inteiros entre 1 e 100 inclusive, tais que a diferença é 7
e o produto é múltiplo de 5. De quantas maneiras pode ser feita a escolha?
PROBLEMA 2
Num paralelogramo ABCD, BD é a diagonal maior.
Ao fazer coincidir B com D, mediante uma dobra, se forma um pentágono
regular.
Calcular as medidas dos ângulos que a diagonal BD forma com cada um dos
lados do paralelogramo.
PROBLEMA 3
Em cada um dos 10 degraus de uma escada existe uma rã.
Cada rã pode, de um pulo, colocar-se em outro degrau, mas quando uma rã faz
isso, ao mesmo tempo, uma outra rã pula a mesma quantidade de degraus em
sentido contrário: uma sobe e outra desce.
Conseguirão as rãs colocar-se todas juntas num mesmo degrau?
PROBLEMA 4
2 1
Dez cartões quadrados de 3 centímetros de lado são
3 cortados por uma línha, como mostra a figura.
Depois dos cortes tem-se 20 peças: 10 triângulos e
10 trapézios. Forme um quadrado que utilize as 20
peças sem superposições nem espaços.
PROBLEMA 5
Ana, Beatriz, Carlos, Diego e Emilia jogam um torneio de xadrez.
Cada jogador enfrenta uma vez só cada um dos outros quatro jogadores.
Cada jogador consegue 2 pontos se ganha a partida, 1 ponto se empata e 0 pontos
se perde a partida.
Ao finalizar o torneio, as pontuações dos 5 jogadores são todas diferentes.
Encontre o máximo número de empates que pode ter tido o torneio e justifique
por que não pode ter havido um número maior de empates.
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Um número natural de três algarismos é chamado de tricúbico se é igual à soma
dos cubos dos seus dígitos. Encontre todos os pares de números consecutivos tais
que ambos sejam tricúbicos.
PROBLEMA 2
A figura representa a quarta parte de um círculo de B
PROBLEMA 3
A primeira fileira da tabela ao lado é preenchida com
os números de 1 a 10, em ordem crescente. A segunda
fileira é preenchida com os números de 1 a 10, em
qualquer ordem.
Em cada casa da terceira fileira se escreve a soma dos
dois números escritos nas casas acima. Existe alguma
maneira de preencher a segunda fileira de modo que os
algarismos das unidades dos números da terceira fileira
sejam todos distintos?
PROBLEMA 4
Seja ABC um triângulo equilátero. M é o ponto médio do segmento AB e N é o
ponto médio do segmento BC. Seja P o ponto exterior a ABC tal que o triângulo
ACP é isósceles e retângulo em P. PM e AN cortam-se em I. Prove que CI é a
bissetriz do ângulo MCA.
PROBLEMA 5
São dados 12 pontos que são os vértices de um polígono regular de 12 lados.
Rafael deve traçar segmentos que tenham seus dois extremos em dois dos pontos
desenhados.
É permitido que cada ponto seja extremo de mais de um segmento e que os
segmentos se cruzem, mas é proibido traçar três segmentos que sejam os três
lados de um triângulo em que cada vértice é um dos 12 pontos iniciais.
Encontre o número máximo de segmentos que pode traçar Rafael e justifique por
que não é possivel traçar um número maior de segmentos.
Primeiro Nível
Segundo Nível
!!!!
Primeiro Dia
Duração da prova: 4 horas
PROBLEMA 1
Achar o menor inteiro positivo n tal que as 73 frações
19 20 21 91
, , ,.........,
n 21 n 22 n 23 n 93
SOLUÇÃO
a a
A fração é irredutível se e só se é irredutível ( se a e b tem um fator
b b a
comum, então a e b – a têm um fator comum, e reciprocamente).
O problema se transforma em achar o menor valor de n tais que as frações
19 20 91
, ,...,
n2 n2 n2
sejam todas irredutíveis.
Se n + 2 é primo, maior que 91, todas as frações são irredutíveis. Assim, um valor
possível de n é 95. Verifiquemos que é o menor possível.
20
Se n + 2 < 97 e n + 2 é par (n é par) há frações redutíveis, por exemplo .
n2
Se 19 n + 2 91, obviamente há uma fração redutível.
Se n + 2 < 19, então n + 2 tem um múltiplo entre 19 e 91, e portanto, há uma
fração redutível.
31
Se n + 2 = 93 = 3 . 31, então é redutível.
n2
19
Se n + 2 = 95 = 5 . 19, então é redutível.
n2
Então, o valor mínimo de n + 2 é 97, que corresponde a n = 95.
PROBLEMA 2
Seja ABC um triângulo retângulo em A. Construir o ponto P sobre a hipotenusa
BC, tal que se Q for o pé da perpendicular traçada desde P ao cateto AC, então a
área do quadrado de lado PQ é igual à área do retângulo de lados iguais a PB e
PC. Mostrar os passos da construção.
SOLUÇÃO
B
H
A Q C
____ ____
PC BC 2 ____
de (*) que ____
____
. Sendo H o pé da altura relativa a BC , temos
PB AB 2
____ ____
PC BC
____ .
____
PB BH
B'
B
P
H' H
A C
r
i) Traçe, por C, a reta r tal que r r AC .
____ ____
ii) Marque em r o ponto B' tal que B ' C BC e B, B' estejam num mesmo
semi-plano dos determinados por BC .
iii) Trace a altura AH relativa à hipotenusa BC.
iv) Marque H' AB tal que BH' = BH.
v) BC B'H' = {P}
PROBLEMA 3
Há 1999 bolinhas em uma reta; algumas são vermelhas e as demais azuis
(poderiam ser todas vermelhas ou todas azuis). Debaixo de cada bolinha
escrevemos o número igual à soma da quantidade de bolinhas vermelhas à direita
dela mais a quantidade de bolinhas azuis à esquerda dela. Se, na sequência de
números assim obtida, houver exatamente três números que aparecem uma
quantidade ímpar de vezes, quais podem ser estes três números?
SOLUÇÃO
Segundo Dia
Duração da prova 4 horas.
PROBLEMA 4
Seja A um número de seis algarismos, três dos quais estão coloridos e são iguais a
1, 2 e 4.
Demonstrar que é sempre possível obter um número que é múltiplo de 7,
efetuando uma só das seguintes operações: ou suprimir os três algarismos
coloridos, ou escrever todos os algarismos de A em alguma ordem.
SOLUÇÃO
i) B = 7 : tome C = 2471
7......7 : C 7
...
72471
. Analogamente tratamos o caso
ii) B = tome
k 1 k1
em que só há algarismos 0 e 7 em B.
Suponhamos, de agora em diante, que nem todos os algarismos de B
sejam iguais a 7 ou zero.
iii) B não é equivalente a 0 (mod 7):
Como {0, 124, 142, 214, 241, 412, 421} é um sistema completo de
restos, módulo 7, (isto é, esses números, quando divididos por 7 deixam
todos os restos possíveis: 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6) obtemos C justapondo, à
direita de B, uma permutação conveniente de 124.
iv) B 0 (mod. 7):
Se a1 7,0 então B' = (ak…a2 0 a1)10 não é múltiplo de 7, pois 10B –B' =
9a1. Como {0, 1024, 1042, 2014, 2041, 4012, 4021} também é um
sistema completo de restos, módulo 7, obtemos C como em (iii) (isto é,
somando 100B' a um dos seis números 1024,…,4021).
PROBLEMA 5
SOLUÇÃO
PROBLEMA 6
Uma formiga caminha pelo piso de um pátio circular de raio r e avança em linha
reta, mas às vezes se detém. Cada vez que se detém, antes de continuar a
caminhar, gira 60o alternando o sentido (se da última vez ela girou 60 o para a
direita da próxima vez gira 60o para a esquerda, e vice-versa). Achar o maior
comprimento possível do caminho percorrido pela formiga. Demonstrar que o
comprimento assim obtido é efetivamente, o máximo possível.
60o
Podemos supor que a formiga só se detém uma vez, pois, caso se detenha mais
vezes podemos substituir seu caminho por outro de mesmo comprimento onde ela
só se detém uma vez, como na figura abaixo
1a. demonstração
a 2 b 2 ab 4r 2 ( a b) 2 ab 4r 2
C
( a b) 2
120 a ( a b) 2 ( a b) 2 ab 4r 2
b
4
4r
B a b , com igualdade se e só se a b.
2r 3
A
2a. demonstração
Seja C ' ' sobre AC tal que C ' ' C CB e C ' ' A.
C'' Temos AC ' ' AC CB e AC ' ' B 60 .
C
120
A B
A B
4r
Assim, a resposta do problema é .
3
A prova deste ano foi considerada difícil. Pela primeira vez em muitos
anos nenhum participante obteve a pontuação máxima (42 pontos). A maior
pontuação obtida este ano foi de 39 pontos.
Primeiro Dia
Duração da prova: 4 horas e 30 minutos
PROBLEMA 1
Determine todos os conjuntos finitos S de pontos do plano com pelo menos três
elementos que satisfazem a seguinte condição:
PROBLEMA 2
Seja n 2 um inteiro fixo.
a) Determinar a menor constante C para a qual a desigualdade
1i j n
x i x j ( x i2 x 2j ) C ( x
1i n
i )4
Segundo Dia
Duração da prova: 4 horas e 30 minutos
PROBLEMA 4
Determine todos os pares (n, p) de inteiros estritamente positivos tais que
p é primo,
n 2p, e
(p – 1)n + 1 é divisível por np–1.
PROBLEMA 5
Duas circunferências 1 e 2 estão contidas no interior de uma circunferência
e são tangentes a em pontos distintos M e N, respectivamente. A
circunferência 1 passa pelo centro de 2 . A reta que passa pelos dois pontos
PROBLEMA 6
Determine todas as funções f : R R tais que
f ( x f ( y )) f ( f ( y )) x f ( y ) f ( x ) 1
para quaisquer x, y R.
utilizar o jogo divino do par-ou-ímpar, mas o rei que sabia mais matemática entre
os três se levantou e disse:
- Caros colegas, nós todos sabemos que um número só pode ser par ou
ímpar, não existindo uma terceira opção. Como somos três, algum de nós não vai
ter opção alguma.
Este era realmente um problema muito sério. Para resolvê-lo, foi
chamado o melhor matemático da Terra na época, chamado Zerinhoum. Ele
pensou durante várias semanas em como resolver o problema dos reis, e
finalmente chegou a uma solução:
Esta é a forma que os deuses jogam. Mas vós da Terra sois muito
desorganizados para poder escolher tantos números de forma tranqüila. Portanto,
eu vos ensinarei uma forma alternativa de jogar este jogo. Vós vos arrumareis em
um círculo. Uma pessoa será designada a contar. Então vós gritareis a palavra
mágica “Adedanha” e todos mostrarão as mãos. Os resultados serão somados, e
aquele que havia sido designado fará o seguinte procedimento: Em primeiro lugar
falará “Um”, e apontará para o céu, para que nunca vos esqueçais de que foram os
deuses que vos ensinaram este jogo. Então apontará para si mesmo e falará
“Dois”. Depois apontará para o jogador à sua esquerda e falará “Três”, e depois
seguirá apontando para o jogador à esquerda deste e assim por diante, sempre
acrescentando um ao número que havia falado anteriormente, até chegar à soma
que havia sido calculada. O jogador que estiver sendo apontado neste momento
será o vencedor. Se a soma for 1, o jogador que estiver à direita do que estiver
contando será declarado vencedor. Se for 0, será o que estiver à direita deste.
- A pessoa que está contando vai apontar para si mesma quando estiver
falando “2”. Depois vai dar uma volta completa no círculo e vai apontar para si
mesma novamente quando estiver no “2 + n”, e novamente no “2 + 2n”. Ou seja,
ela vai estar apontando para si mesma se e somente se estiver falando um número
cujo resto na divisão por n seja 2. Da mesma forma, vai estar apontando para o
jogador à sua esquerda se e somente se estiver falando um número que deixa
resto 3 ao ser dividido por n. E assim por diante, de forma que cada jogador terá
associado a si um número entre 0 e n – 1 tal que ele é o vencedor se e somente se
o resultado da soma deixa aquele resto quando dividido por n.
- Tens toda a razão, sábio homem. Mas em verdade vos digo que é tolice
que um jogador exiba uma quantidade de dedos maior ou igual à quantidade de
jogadores. Com efeito, suponde que um jogador coloque um número maior ou
igual a n. Os primeiros n dedos só vão ter o efeito de fazer com que a contagem
dê uma volta completa no círculo, sem alterar em nada quem será o vencedor.
Portanto, ele pode subtrair n da sua quantidade sem que isto altere o resultado. Se
o número persistir maior ou igual a n, basta voltar a subtrair, até que o número
fique entre 0 e n – 1.
E foi assim que a lenda me foi contada pela minha avó, que ouviu de sua
avó, que ouviu de sua própria avó, e assim por diante, até o princípio dos tempos.
Você deve estar achando meio esquisita a maneira de somar que foi
ensinada pelos deuses. No entanto, eles a usaram em várias outras coisas que nos
são muito familiares. Se você não acredita, responda rápido a estas perguntas:
pensou várias vezes coisas como “5 horas depois das 21 horas são 2 horas da
manhã”, ou seja, fez a conta 21 + 5 = 2 ! E, por incrível que pareça, esta conta
está certa!!! Está certa, porque você está pensando a menos de múltiplos de 24
(ou, como preferem os matemáticos, módulo 24) , ou seja:
21 + 5 = 2 ( + um múltiplo de 24 ) ,
21 + 5 = 2 (mod 24) .
2 + 2 = 1 (mod __ )
2 +__ = 0 (mod 17)
26 = 3 (mod __ )
3 3 = 1 (mod 4)
1 = – 1 (mod 2)
2 2 2 2 = 1 (mod 5)
3 3 3 3 = 1 (mod 5)
(esta talvez você não saiba, mas n n n n = 1 (mod 5), sempre que n
não é múltiplo de 5. Você pode ver isto e muito mais no artigo do professor
Carlos Gustavo Moreira, na EUREKA! No. 2. Pergunta: se n é múltiplo de 5,
quanto é n n n n (mod 5)? )
Agora que você já sabe o segredo dos deuses matemáticos, já pode jogar
adedanha da forma original, como os deuses a conceberam, e manter a paz no
mundo sem fazer esforço.
QUADRILÁTEROS E TRIÂNGULOS
Marcelo Mendes
Nível Intermediário
QUADRILÁTEROS INSCRITÍVEIS
A B
Além disso, se ocorrer uma situação onde dois ângulos iguais “olham” para um mesmo
segmento, então os extremos desse segmento e os vértices dos dois ângulos formam um
quadrilátero inscritível.
D
C
A B
TEOREMA DE PTOLOMEU
A
d D
a
c
E
B b C
Há também uma extensão para esse teorema que vale para quadriláteros não
inscritíveis: AB CD + AD BC > AC BD, isto é, numa situação geral vale
AB CD + AD BC AC BD.
1 1 1
.
AB AC AD
A
Y
N
H O
B X M C
PROBLEMAS
2. Prove que um trapézio é inscritível se, e somente se, ele for isósceles
(lados não paralelos iguais).
Exemplo 1. Qual é o número mínimo de pessoas que devemos reunir para que
tenhamos certeza de que entre elas há duas que fazem aniversário no mesmo
mês?
Exemplo 3. Em uma reuniao há n pessoas. Mostre que existem duas pessoas que
conhecem exatamente o mesmo número de outros participantes (admitimos que
“conhecer”seja uma relação simétrica, ou seja, se a conhece b, então b conhece
a).
Nos casos anteriores, foi bastante simples identificar as gavetas. Nem sempre
é assim. Os exemplos a seguir ilustram situações em que é necessário “construir”
as gavetas a serem usadas.
Solução: Neste caso, está claro que os objetos são os 5 pontos. O ponto chave da
resolução está na identificação das gavetas. Devemos subdividir o quadrado dado
em 4 partes de modo tal que a distância entre dois pontos situados em uma destas
partes nunca seja maior que 2 . A Fig. 1 mostra como fazê-lo: basta dividi-lo
nos quatro quadrados determinados pelas retas que unem os pontos médios dos
lados opostos. Em cada uma destas quatro “gavetas”, a distância máxima entre
dois pontos é igual à sua diagonal, que mede 2 . Portanto, dados 5 pontos, pelo
menos 2 estarão em uma mesma “gaveta” e, assim, determinam um segmento de
comprimento menor ou igual a 2 .
1 1
1 2
Figura 1
Solução: Antes de mais nada, observe que podemos escolher 100 números do
conjunto sem que exista um par onde um número divide o outro: basta tomar os
números 101, 102, …, 200. É claro que se acrescentamos mais um número p
(obrigatoriamente menor ou igual a 100) a essa coleção, um múltiplo seu já estará
lá. Na verdade, podemos garantir que esse múltiplo é da forma 2 rp (basta tomar p
e multiplicá-lo sucessivamente por 2 até que ele se torne maior do que 100).
Mostraremos que isso ocorre para qualquer conjunto de 101 elementos. Ou seja,
todo subconjunto com 101 dos números de 1 a 200 sempre contém um número e
um múltiplo seu obtido através de multiplicação por uma potência de 2. Note
que esta afirmativa é mais forte do que a dada do enunciado, mas, como veremos,
nos permite estruturar uma demonstração. Isto ocorre com frequência nos
problemas envolvendo o Princípio das Gavetas: parte do sucesso nas soluções
depende da habilidade em perceber o que deve ser demonstrado. Voltando à
solução, observemos que todo inteiro n se escreve, de modo único, na forma n =
2rb, onde r é um inteiro não negativo e b é um número ímpar. Por exemplo, 18 =
21.9 , 36 = 22.9 e 125 = 20.125. Para os números de 1 a 200, os valores possíveis
de b são os ímpares de 1 a 199, que são 100. Aqui estão nossas gavetas! Já que
há 100 valores possíveis de b, qualquer coleção de 101 números de 1 a 200 possui
dois números x = 2rb e y = 2sb com o mesmo b (isto é, temos dois objetos que
serão colocados na mesma gaveta). Se r < s, então x divide y; senão, y divide x, o
que conclui a demonstração.
Figura 2
Consideremos os segmentos que incidem em um dos vértices p1. Como eles são
5, há pelo menos 3 deles que são contínuos ou pelo menos 3 que são tracejados.
Admitamos que haja 3 contínuos (o argumento seria análogo no outro caso).
Denotemos por p2, p3 e p4 vértices ligados a p1 por segmentos contínuos (veja a
Fig. 3). Se algum dos segmentos p2p3, p2p4 ou p3p4 é contínuo, este segmento,
juntamente com os que ligam seus extremos a p1, formam um triângulo contínuo.
Por outro lado, se nenhum deles é contínuo, eles formam um triângulo tracejado,
o que completa a demonstração.
p2
p1 p3
p4
Figura 3
Terminamos com uma lista de problemas que podem ser resolvidos com as
técnicas aqui ilustradas. As soluções serão publicadas nos próximos números da
EUREKA!.
PROBLEMAS
a) N(a, 2) = a;
b) N(a, b) = N (b, a);
c) N(a, b) N (a – 1, b) + N (a, b – 1); observe que, em consequência,
N(a, b) existe para todo par (a, b).
13) Uma fábrica produz pelo menos uma unidade de um produto X por dia e no
máximo 10 unidades deste produto por semana. Mostre que dado qualquer
inteiro positivo n existe um conjunto de dias consecutivos em que a produção
total é igual a n [ Sugestão: mostre que existe um número k (dependente de n)
suficientemente grande para o qual os conjuntos {S1, S2,…Sk} e {S1 + n, S2 +
14) Mostre que toda sequência com n2 + 1 elementos possui uma subsequência
crescente com n + 1 elementos ou uma subsequência decrescente com n + 1
elementos.
15) Sejam mn + 1 elementos tais que a1 < a2 < …< amn + 1. Mostre que ou existem
m + 1 destes números tais que nenhum é divisor de um outro ou existem n + 1
deles tais que cada um é divisor do seguinte.
a) Mostre que é possível conectar estes pontos com n2 segmentos de reta sem
que um triângulo de vértices nos pontos dados seja formado.
b) Mostre que se os pontos são conectados por n2 + 1 segmentos de reta, então
pelo menos um triângulo é formado.
19) São dados n pontos azuis e n pontos vermelhos no plano. Mostre que é
possível formar n pares de pontos (um azul e um vermelho em cada par) de
modo que os n segmentos de reta definidos por estes pares não se cruzem.
20) Mostre que dados 5 pontos do plano em posição geral há 4 que formam um
quadrilátero convexo.
DESIGUALDADES ELEMENTARES
Antonio Caminha Muniz Neto
Nível Avançado.
1
1 ... 1k 1 1 1
k k ... k 12
2 k 1 1 2 k 1 2 2 2 2
2
2 k 1 vezes
Portanto, sendo 2 k a maior potência de 2 menor ou igual a n, temos
n 2k k k
1 1
2 1
j 1 1
2 1j 1 12 2 j 1
1
1
... 1
2j 1 1
2 12 1 k
2
j 3 j 3 j 2 j 2
Mas 2 k n 2 k 1 k log 2 n k 1 1 k2 12 log 2 n 1 , e a desigualdade do
enunciado é imediata.
O exemplo acima foi colocado de propósito. Ele chama atenção para o fato de
que nem sempre precisamos de algo mais que raciocínio para resolver problemas
envolvendo desigualdades. A proposição abaixo mostra um pouco mais sobre
como podemos derivar desigualdades interessantes com muito pouca matemática.
a a ...a n
i. A média aritmética de a1 , a 2 ,..., a n como o número 1 2 .
n
ii. A média geométrica de a1 , a 2 ,..., a n como o número n a1a 2 ... a n .
( a1 ... a n ) ( a n 1 ... a 2 n ) a1 ... a n a n 1 ... a 2 n n a1 ...a n n a n 1 ...a 2 n
2n 12 n n 2
n a1... a n n a n 1... a2 n 2 n a1... a n a n 1... a2 n
Para haver igualdade, devemos ter igualdade em todas as passagens. Então, deve
ser
a1 ... a n a n 1 ...a 2 n
n n a1... a n , n
n a n 1... a2 n e
n a1 ...a n n a n 1 ...a 2 n
2 2 n a1... a n a n 1... a 2 n
Para as duas primeiras igualdades, segue da hipóteses de indução que deve
ser
a1 ... a n e a n 1 ... a2 n
A última igualdade ocorre se e só se n a1... a n n a n 1... a 2 n . Estas duas
condições juntas implicam que devemos ter a1 ... a n a n 1 ... a 2 n . É
também evidente que se os números forem todos iguais a igualdade ocorre.
a1 ...a n a ... a k k 2k k 2k k
k 2 a1... a n a 2 n
a na 2 n
a 2 a ,
2
a1 ...a n
e daí a1 ...a n ( 2 k n )a 2 k a , ou ainda a n a1 ... a n , que era a
n
desigualdade desejada.
Para haver igualdade, segue do item i que deve ser a1 ... a n a ... a . Em
particular, todos os números a1 , a 2 ,..., a n devem ser iguais. É fácil ver que se
esses números forem todos iguais então há igualdade.
Corolário 2.1 : Dados n > 1 reais positivos a1 , a 2 ,..., a n , temos
( a1 a2 ...a n ) 1
a1 a1 ... a1 n 2 ,
2 n
com igualdade se e só se a1 , a 2 ,..., a n forem todos iguais.
Exemplo 2 : (Olimpíada Israelense) Sejam k e n inteiros positivos, n > 1. Prove
que
1
kn 1
kn 1 ... kn 1n 1 n n k 1
k 1
Prova : Basta ver que
n 1 n 1 n 1 n 1
1 n
j 0
kn j
j 0
1
kn j
1
j 0
kn j 1
kn j nn
j 0
kn j 1
kn j n n k 1
k ,
a1
b1
a
... bn a1b1 ... a n bn a1 ... a n
n
2
,
a
Prova : Faça x i bi , y i ai bi e aplique a desigualdade de Cauchy para os
i
x1 ( x n 1 x1 ) ... x n ( x n 1 x n ) x n 1 ( x n 1 x1 ) ... x n 1 ( x n 1 x n )
Prova : Para 1 j n , seja y j x n 1 x j . Pela desigualdade de Cauchy
temos
x n 1 ( x n 1 x1 ) ... ( x n 1 x n )
a1 a 2 ... a n
n b1 b2 ... bn
n a1b1 a 2 b2 ... a n bn
n
,
Prova :
a1b1 a 2 b2 ...a n bn
n a1 a 2 ...a n
n b1 b2 ...bn
n
1
n2
n a1b1 a2b2 ...an bn a1 a2 ...an b1 b2 ...bn
n
1
= n2
( ai a j )( bi b j ) 0 ,
i , j 1
Note que a condição do enunciado é suficiente para haver igualdade. Por outro
lado, suponha que tenhamos a igualdade. Como ( a i a j )( bi b j ) 0 para todos
i, j, devemos ter ( a i a j )( bi b j ) 0 para todos os i, j. Suponha que existisse
um índice k com bk bk 1 . Então b1 ... bk bk 1 ... bn , e de
( ai a k 1 )( bi bk 1 ) 0 segue que a i a k 1 para i k. Portanto
a1 a2 ... a k a k 1 . De ( a i a k )( bi bk ) 0 e i k concluímos que
a k 1 ... a n . Logo, todos os a i devem ser iguais.
Corolário 4.1 : Sejam a1 , a 2 ,..., a n reais positivos e k um natural. Então
a1 a 2 ... a n k
a1k a 2k ... a nk
n n ,
f (z)
x z = ( 1 – t ) x + ty y
x y f f y
x y f x f y
f x 3 y
4 f 2 y
2
2
2
2
2
f y
14 f x 3
4
f y Trocando x
Por indução sobre k inteiro positivo podemos concluir de maneira análoga que (*)
m
continua válida para todo t da forma , onde 0 m 2 k é inteiro. Como todo
2k
real em [0,1] é limite de uma seqüência de números dessa forma, segue que (*)
continua válida para todo t em [0, 1].
As afirmações a seguir são agora bastante evidentes, e vão ser nosso principal
guia quando quisermos decidir se uma dada função é ou não convexa ou côncava.
y = f(x)
e (c, e)
d (c, d)
a c b x
Prova : Façamos a prova, por indução sobre n > 1, para o caso em que f é
convexa, sendo o outro caso análogo. O caso n = 2 é nossa hipótese. Suponha
agora que para um certo n > 1 e todos x1 ,..., x n I e t1 ,..., t n [0,1] , com
t1 ... t n 1 , tenhamos
t1 x1 ... t n x n I e f t1 x1 ... t n x n t1 f x1 ... t n f x n
Considere agora x1 ,..., x n 1 I e t1 ,..., t n 1 [0,1] , com t1 ... t n 1 1 .
Se t n 1 1 então t1 ... t n 0 e nada há a fazer. Senão, defina
t x1 ... t n x n
y1 1 t n 1
s1 x1 ... sn x n ,
j t
onde s j 1 t . Como s1 ... sn 1 , segue da hipótese de indução que
n 1
y I . Daí,
f 1 t n 1 y t n 1 x n 1 1 t n 1 f ( y ) t n 1 f ( x n 1 ) ,
t t
f y f s1x1 ... sn x n s1 f x1 ...sn f x n 1 t1 f x1 ... 1 tn f xn
n 1 n 1
Juntando essas duas desigualdades, obtemos a desigualdade de Jensen.
Vejamos agora um exemplo de como aplicar a desigualdade de Jensen.
a1 a a
1 b1 1 2b ... 1 bn 2 nn 1 .
2 n
a1 a a
2 a1
2 2a ... 2 na 2 nn 1
2 n
y f
2 x
n n
f a j n f 1n
a j nf 1n
2 nn 1
j 1 j 1
Prova : Sejam a1 ,..., a n reais positivos. Existem reais x1 ,..., x n tais que
a j ln x j para todo j. Como f x ln x é uma função côncava, vem que
f x1 ... f x n
n
f x1 ... x n
n
,
ou seja,
ln n x1 ... x n ln x1 ... x n
n
Como f é crescente, chegamos ao resultado desejado.
Vale notar, para quem tem familiaridade com derivadas, que é possível provar
que, se f ' ' existe, então f é convexa se e só se f ' ' ( x ) 0 para todo x em I e f é
côncava se e só se f ' ' ( x ) 0 para todo x em I.
3 a1 b1 a2 b2 a3 b3 3 a1a 2 a3 3 b1b2 b3
10. Sejam n > 1 e x1 , x 2 ,..., x n reais positivos cuja soma é 1. Prove que
x1 xn n x1 ... x n
... n 1
1 x1 1 x n n 1
1 a
1 a
1 x 1 x
1 x1 1 x 2 ... 1 x n
1 2
1 x
n
nn aa n
Outras Desigualdades
1 1
a1 a 2 ... a n a1 a 2 ... a n ,
n
n
com igualdade se e só se a1 , a 2 ,..., a n forem todos iguais.
n
( x1 x 2 ... x n ) ( x1 x 2 x 2 x3 ... x n 1 x n x n x1 ) 2
16. Os três itens a seguir visam derivar uma desigualdade difícil.
1 1
i. (Desigualdade de Young): Sejam p e q reais positivos tais que p q 1 . Prove
que
p yq
xy xp q
, x , y 0
ii. (Desigualdade de Holder): Sejam a1 , a2 ,..., a n , b1 , b2 ,..., bn reais
1 1
positivos e p, q reais positivos tais que p q 1 . Prove que
n n 1/ p n 1/ q
i 1
a i bi
i 1
a ip
i 1
biq
p
a1 b1
p
... a n bn
p
p a1p ... a np p b1p ... bnp
Sugestão: Faça ci = ( a i bi ) p 1 e use o ítem anterior para (ai) e (ci) e para (bi) e
(ci).
Referências:
PROBLEMA 2
Sejam a, b, c, d números reais tais que
a 4 5 a ,b 4 5 b ,c 4 5c e d 4 5d. Calcule
abcd.
PROBLEMA 3
Considere um triângulo ABC e BD e CE as bissetrizes dos ângulos B e C,
respectivamente ( D AC e E AB). A circunferência circunscrita a ABC tem
centro O e a circunferência ex-inscrita tangente ao lado BC tem centro Ia. Estas
duas circunferências intersectam-se nos pontos P e Q.
(i) Mostre que PQ é paralelo a DE.
(ii) Prove que IaO é perpendicular a DE.
PROBLEMA 4
Sejam Q+ e Z o conjunto dos racionais extritamente positivos e o conjunto dos
inteiros. Determine todas as funções f : Q+ Z satisfazendo as seguintes
condições:
(1) f (1999) = 1
(2) f(ab) = f (a) + f(b), para quaisquer a, b Q+.
(3) f(a + b) min{f(a), f(b)}, para quaisquer a, b Q+.
A notação min{x, y} denota o menor dentre os inteiros x e y. Por exemplo,
min{3, 4} = 4 e min{3, 3} = 3.
PROBLEMA 5
(i) Se m, n são inteiros positivos tais que 2 n – 1 divide m2 + 9, prove que n é
uma potência de 2.
(ii) Se n é uma potência de 2, prove que existe um inteiro positivo m tal que
2n – 1 divide m2 + 9.
ii) Suponha que a não seja um quadrado perfeito. Neste caso, a pode ser
escrito na forma a = k2s, onde s é um produto de primos distintos. Como
c a b 2 ab , devemos ter b = t2 . s (t N) já que ab deverá ser um
quadrado perfeito (observe que se tomarmos s com exponente ímpar
diferente de 1, podemos incluí-lo em t2); Daí:
c a b 2 ab k 2 s t 2 s 2kts
c s (k 2 t 2 2kt )
c s. ( k t ) 2 e neste caso ( k 2 s, t 2 s , s ( k t ) 2 ) é solução da
equação onde k , s, t , N.
Nota: observe que o ítem (ii) representa a situação genérica e inclui as soluções
de (i), fazendo s = 1.
3
b) a 3 b 3 c , logo c a b 3(3 a 2 b 3 ab 2 ). Vamos separar também
em 3 etapas:
i) Tomando a = k3; b = t3 teremos c = (k + t)3 com k, t N e
consequentemente (k 3 , t 3 , ( k t ) 3 ) é solução da equação.
ii) Suponha que a não seja um cubo perfeito. Observe que a pode ser escrito
na forma: a t 3 . . 2 onde e são produtos de primos distintos. Já
que c a b 3 (3 a 2 b 3 ab 2 ), devemos tomar
D
B
BCD BAD 360
Sabe-se que :
BCD 2 2 2 360 2 ( )1
BAD 2
ABC ADC 360
ABC 2
2 2 360 2 (2)
ADC 2
de (1) e (2) ( )( ) 2 2 (c.q.d)
Têm-se a relação: 2
Fatorando vem: ( )( ) 2
Sabe-se que: 360 2
xy 2
Seja: x e y x y
x y 2
EUREKA! N°5, 1999
54
Sociedade Brasileira de Matemática
Logo:
o quadrilátero é inscritível (c.q.d.).
23) Seja ABC um triângulo qualquer de ortocentro H e sejam ha, hb, hc os
comprimentos das alturas relativas a A, B, C respectivamente. Prove que
____ ____ ____
1
ha . AH hb . BH hc CH ( a 2 b 2 c 2 ).
2
z
O
y
N
H
M
C x B
____
____ ____
ha AM CM x AB c
____ ____ ____
Notações: h BN BO y BC a
b
____ ____ ____
hc CO AN z AC b
___ ____
Temos que : CMH é retângulo (CH ) 2 ( h AH ) 2 x 2
a
I
ACM é retângulo b 2 ha2 x 2 x 2 b 2 ha2 II
___ ____ ____
substituindo II em I, temos (CH ) 2 h 2 2h AH ( AH ) 2 b 2 h 2
a a a
___ ____ ____
( CH ) 2 b 2 ( AH ) 2 2ha AH (1)
25) Durante o ano de 1998, uma pequena livraria, que abria nos sete dias da
semana, vendeu no mínimo um livro por dia e um total de 600 livros no
ano todo. Diga, justificando, se existiu, obrigatoriamente, um período de
dias consecutivos onde foram vendidos exatamente 129 livros.
Aqui está uma solução, que usa apenas a noção de limite e o fato que
1 1
lim(1 ) n .
n e
Vamos discretizar o problema, supondo que primeiro deixamos passar uma fração
1
de um vaso para o outro, a água e o vinho se misturam, e depois retiramos
n
1
do novo volume do segundo vaso. Após n passos o primeiro vaso estará vazio.
n
PROBLEMAS PROPOSTOS
B C
4((n 1)! 1) n
somente se é inteiro.
n( n 2)
29) Seja n > 1 um número inteiro. Existem n lâmpadas L0, L1, ... , Ln–1
colocadas em um círculo. Cada lâmpada está ACESA ou APAGADA.
Uma seqüência de passos S0, S1, ... , Si, ... é executada. O passo Sj afeta
apenas o estado da lâmpada Lj (deixando o estado de todas as outras
inalterado) da seguinte forma:
a. Existe um inteiro positivo M(n) tal que depois de M(n) passos todas as
lâmpadas estão ACESAS de novo;
PROBLEMA "CUÁTICO":
Prove que para qualquer conjunto de inteiros positivos A e para todo inteiro
positivo k existe um conjunto infinito de números primos S tal que o produto de k
elementos distintos de S está sempre em A ou o produto de k elementos distintos
de S nunca pertence a A.
do depósito e faça referência aos números desejados. Não esqueça de colocar seu
nome e endereço completos e nós remeteremos a(s) revista(s) pelo correio.
Pedidos podem ser feitos também por e-mail e comprovantes de depósito poderão
ser enviados pelo fax.
R e v is t a d o
P ro fe s s o r d e
M a te m á tic a
A RPM é uma publicação da SBM
destinada aos professores de Matemática
do ensino médio, que pretende ser um
veículo de circulação e intercâmbio de
idéias através de seus artigos e seções.
Estamos comemorando o número 40
Revista do Professor de Matemática da RPM e 17 anos de publicação sem
Caixa Postal 66281
CEP 05315-970 São Paulo – SP
interrupção, com capa nova e com
e-mail: rpm@ime.usp.br renovado estímulo para continuar
Fone/Fax: (11) 818-6124 auxiliando o professor de Matemática.
AGENDA OLÍMPICA
Você sabia…
Que se an + 1 é primo (com a e n naturais) então n = 2k para algum k
natural? Tente provar isso!, (primos desta forma são conhecidos como
primos de
Fermat generalizados.) E que se a = 2 só se conhecem 5 primos
desta forma (3, 5, 17, 257 e 65537), os chamados primos de Fermat?
E que, por outro lado, se conhecem muitos primos de Fermat
generalizados grandes (como 10183016384 + 1 e 6723416384 + 1,
respectivamente o 16o e
18o. maiores primos conhecidos em 27/7/99)?
COORDENADORES REGIONAIS
ARTIGOS
O TEOREMA DE RAMSEY 23
Carlos Gustavo T. de A. Moreira - IMPA
PROBLEMAS PROPOSTOS 57
COORDENADORES REGIONAIS 61
Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro Dia
Duração da prova: 4 horas e 30 minutos
PROBLEMA 1
Determine todos os conjuntos finitos S de pontos do plano com pelo menos três
elementos que satisfazem a seguinte condição:
Pn Pn'
P3' P3
P1 P2
______
Afirmação 1) P3 é o simétrico de Pn em relação à mediatriz de P P que
1 2
______
denotaremos por md( P P ).
1 2
______
Prova: Suponha o contrário. Seja Pn' o simétrico de Pn a md( P P ). Pn' deve
1 2
P ,
estar no interior do polígono 1 2P ,..., Pn , pois este é o fecho convexo.
______
Daí, P1 P2 Pn ' < P1 P2 P3 , e se P3 ' é o simétrico de P3 à md( P P )
1 2
teremos P1 P2 P3 ' > P2 P1 Pn (pela simetria), aí P3 ' pertenceria a S e estaria
fora do fecho convexo. Absurdo. Se Pn' está sobre o segmento P2P3, teremos
______ ______
Pn P1 P2 P1 P2 P3 P3 ' P1 Pn e P1 P3 ' P1 Pn P3 ' está fora do fecho
convexo (Absurdo).
Se Pn' está sobre o prolongamento de P2P3, já temos um absurdo pois Pn' estaria
fora do fecho convexo.
Logo, P3 é realmente o simétrico de Pn.
______
Assim P3 é o simétrico de Pn em relação à md( P P ), donde
1 2
______ _____
P1 Pn P 2 P 3 ( e Pn P1 P2 P1 P2 P3 ).
______ ______
Analogamente, se olharmos para a mediatriz de P P concluimos que P P =
2 3 1 2
______
P3 P4 ( e P1 P2 P3 P2 P3 P4 ).
Se continuarmos a olhar para as mediatrizes de Pi Pi 1 , i 1,..., n 1, é facil
concluir que: todos os ângulos internos de P1 , P2 ,..., Pn são iguais e:
______ _____ _____ ______ _____ _____
P1 P2 P 3 P 4 P5 P6 ... P2 k 1 P2( k 1) e P2 P3 P 4 P 5 P6 P7 ... P2 q P2 q 1
(ver indices módulo n.)
i) n é ímpar n = 2k + 1, teremos:
______ _____ ________ ______ _____ ________
P1 P2 P 3 P 4 ... P2 k 1 P1 P2 P3 P 4 P5 ... P2 k P2 k 1 ; ou
seja o fecho convexo é um polígono regular
______ ______
Nesse caso P P = P P , donde novamente o fecho convexo forma
1 2 2 3
um polígono regular.
Conclusão:
Um conjunto finito de pontos S satisfaz o problema somente se e só se é o
conjunto dos vértices de um dado polígono regular.
PROBLEMA 2
Seja n 2 um inteiro fixo.
a) Determinar a menor constante C para a qual a desigualdade
1i j n
x i x j ( x i2 x 2j ) C ( x
1i n
i )4
Solução:
1i n
xi
1i n
xi ,
1i j n
x i x j ( x i2 x 2j ) x
1i j n
i x j ( xi2 x 2j ) e o número de
~
termos x 0 com 1 i n é m 1.
i
y
1i j n
i y 2
j ( yi y 2j ) y r y s ( y r2 y s2 ) ( y r3 y s3 )
k{r , s}
yk ( yr ys ) y
k{ r , s}
3
k,
donde
~ ~ ~ ~
x
1i j n
i x j ( x 2
i x 2j ) x x
1i j n
i j ( x i2 x 2j ) x r x s ( x r2 x s2 ) (( x r x s ) 3 ( x r3 x s3 )) x
k{r , s}
k
x r x s (3( x r x s ) x
k{r , s}
k ( x r2 x s2 )),
mas como xr e xs são os dois menores
termos não nulos dentre os xi (e há pelo menos 3), temos
x xs 3
k{r , s}
xk r
2
3( x r x s )
k{r , s} 2
x k ( x r x s ) 2 x r2 x s2 .
PROBLEMA 3
Considere um tabuleiro quadrado n n, onde n é um inteiro positivo par fixo. O
tabuleiro está dividido em n2 quadrados unitários. Dizemos que dois quadrados
distintos do tabuleiro são adjacentes se eles têm um lado comum.
Marcam-se N quadrados unitários do tabuleiro de tal forma que qualquer
quadrado (marcado ou não) é adjacente a pelo menos um quadrado marcado.
Determine o menor valor possível para N.
n2 n
Essa construção mostra por indução que é possível marcar quadrados e
4 2
obter uma solução.
Para provar que esse número de quadrados marcados é o menor possível
associamos a cada quadrado coordenadas (x, y) com 1 x n e 1 y n. Se
considerarmos os quadrados {(x, y) (x e y são ímpares e x + y 2 (mod 4)) ou (x
é ímpar, y é par e x + y n + 1 (mod 4))} verificamos que nenhuma peça é
adjacente a mais de um dos quadrados deste conjunto. Como este conjunto tem
n2 n
elementos, necessitamos no mínimo esta quantidade de peças
4 2
Segundo Dia
Duração da prova: 4 horas e 30 minutos
PROBLEMA 4
Determine todos os pares (n, p) de inteiros estritamente positivos tais que
p é primo,
n 2p, e
(p – 1)n + 1 é divisível por np–1.
Analiçando os casos:
p = 2: temos que as únicas soluções são para n = 1 e n = 2.
p = 3: temos que as únicas soluções são para n = 1 e n = 3.
p >3: se n < p – 1, temos: (Caso trivial n = 1 p é divisível por 1).
n é ímpar, pois, (p – 1)n + 1 é ímpar, logo n não pode ser par.
Lema:
Seja a > b 3, então: ab < ba
b a
Prova: Basta provar que: b ln a a ln b , mas isto é obvio para a,
ln b ln a
x ln x 1
b 3, pois a função t ( x ) é crescente a partir de e. (t'(x) = 0
ln x (ln x) 2
para
x e.)
Afirmação: Se p –1 > n 3 ( pois n é ímpar), então:
( p 1) n n p 1 ( p 1) n 1 n p 1 ou ( p 1) n 1 n p 1 . Como
( p 1) n 1 n p 1 (pois ( p 1) n 1 é múltiplo de p e n p – 1 não é, temos
( p 1) n 1 n p 1 . Portanto n não pode ser menor que p – 1.
Afirmação: Se n > p, então n não é primo:
PROBLEMA 5
Duas circunferências 1 e 2 estão contidas no interior de uma circunferência
e são tangentes a em pontos distintos M e N, respectivamente. A
circunferência 1 passa pelo centro de 2 . A reta que passa pelos dois pontos
1
M
O
D
2
2
C
W
Z
N''
O2 A
N'
N
X 2
Temos DW
= ZC, e como
DWC DZC que DCZW é um
trapézio isósceles
D C AB // CD CD OO2 .
______
Basta-nos provar agora que O D é
2
bissetriz de
W Z
N'' O2 N" D C
N' pois aí, O2 será o incentro do triângulo
formado por D, C e o encontro de
e
DN "
CN ' .
Prova:
N " D O2 D O1
.
Logo
N " O O2 C D O2
é bissetriz 2 é o incírculo 2 é tangente a CD
PROBLEMA 6
Determine todas as funções f : R R tais que
f ( x f ( y )) f ( f ( y )) x f ( y ) f ( x ) 1
para quaisquer x, y R.
Solução:
Fazendo x f (z ), obtemos
f ( f ( z ) f ( y )) f ( f ( z )) f ( f ( y )) f ( z ) f ( y ) 1.
Fazendo x f ( y ), obtemos f (0) 2 f ( f ( y )) f ( y ) 2 1, donde
1 f (0) f ( y ) 2
f ( f ( y )) . Portanto,
2
1 f (0) f ( z ) 2 1 f (0) f ( y ) 2
f ( f ( z ) f ( y )) f ( f ( z )) f ( f ( y )) f ( z ) f ( y ) 1
2 2
( f ( z ) f ( y ))2
f ( z ) f ( y ) 1 f (0) . Provamos assim que
2
w2
f ( w) f (0) sempre que w puder ser escrito como f ( z ) f ( y ). Vamos
2
ver que qualquer
w R pode ser escrito desta forma:
f ( x f (0)) f ( x ) f ( f (0)) xf (0) 1. Se tivéssemos f (0) 0 o lado
esquerdo seria sempre 0 e o lado direito seria igual a – 1, absurdo, portanto
f (0) 0 e f ( f (0)) xf (0) 1 pode assumir qualquer valor real w (basta
1 w f ( f (0))
tomar x ) , mas então w f ( z ) f ( y )
f (0)
com z x f (0) e y = x.
w2
Mostramos assim que f ( w) f (0) para todo w R.
2
Em particular f ( f ( y )) f (0) f ( y ) 2 / 2. Por outro lado
1 f (0 ) f ( y ) 2 1 f (0)
f ( f ( y )) , donde f (0) f (0) 1, e
2 2
w2
f ( w) 1 para todo w R. É fácil verificar que f satisfaz a condição do
2
enunciado
Primeiro Dia
PROBLEMA 1:
Encontre todos os inteiros positivos que são menores que 1000 e cumprem
a seguinte condição: o cubo da soma dos seus dígitos é igual ao quadrado
do referido inteiro.
PROBLEMA 2:
Dadas duas circunferências M e N, dizemos que M bissecta N se a corda
comum é um diâmetro de N.
Considere duas circunferências fixas C1 e C2 não-concêntricas.
a) Prove que existem infinitas circunferências B tais que B bissecta C1 e B
bissecta C2.
b) Determine o lugar geométrico dos centros das circunferências B.
PROBLEMA 3:
Sejam P1, P2,…, Pn n pontos distintos sobre uma reta do plano (n 2).
_____
Consideram-se as circunferências de diâmetro Pi Pj (1 i < j n) e
colorimos cada circunferência com uma cor escolhida entre k cores dadas.
Chamamos (n, k)-nuvem a esta configuração.
Para cada inteiro positivo k, determine todos os n para os quais se verifica
que qualquer (n,k)-nuvem contém duas circunferências tangentes
exteriormente da mesma cor.
PROBLEMA 4:
Seja B um inteiro maior que 10 tal que cada um dos seus dígitos pertence
ao conjunto {1, 3, 7, 9}. Demonstre que B tem fator primo maior ou igual
a 11.
PROBLEMA 5:
Um triângulo acutângulo ABC está inscrito numa circunferência de centro
O. As alturas do triângulo são AD, BE, e CF. A reta EF intersecta a
circunferência em P e Q.
a) Prove que OA é perpendicular a PQ.
b) Se M é o ponto médio de BC, prove que AP 2 2 . AD. OM .
PROBLEMA 6:
Sejam A e B pontos do plano e C um ponto da mediatriz de AB.Constrói-se
uma sucessão C1, C2,…, Cn ,…., da seguinte maneira:
C1 = C e, para n 1, se Cn não pertence ao segmento AB, Cn+1 é o
circuncentro do triângulo ABCn.
Determine todos os pontos C tais que a sucessão C1, C2,…, Cn,…está
definida para todo n e é periódica a partir de um certo ponto.
Nível Intermediário
1. O seguinte problema é muito conhecido: quantas partidas há em um
campeonato de futebol de um só turno com n times?
Uma maneira de raciocinar é: cada time vai jogar n 1 partidas (com os outros
n 1 times). Portanto, o número de partidas parece ser n( n 1) . Mas nessa
contagem, cada partida foi contada duas vezes (por exemplo, o jogo Vasco
Flamengo foi contado entre os jogos do Vasco e também entre os jogos do
n( n 1)
Flamengo). Logo, o número correto é: .
2
Por outro lado, pode-se raciocinar também de outra maneira: O time T1 vai
jogar n 1 partidas. Colocando essas partidas de fora, o time T2 vai jogar
n 2 partidas contra os clubes restantes (agora já estamos evitando a repetição
desde o início!). Além das que já jogou nessa enumeração, o time T3 vai jogar
n 3 partidas, e assim por diante. Então o número total de partidas é:
( n 1) (n 2) 1 .
( n 1) n
Comparando as duas contagens, conclui-se que: 1 2 ( n 1) ,
2
que é a célebre fórmula da soma dos n 1 primeiros inteiros positivos. O
interessante é que, ao resolver um problema de contagem por dois métodos
diferentes, chegamos a uma fórmula de caráter geral.
Deve ser notado também que esta fórmula é básica para deduzir a fórmula geral
da soma dos termos de uma progressão aritmética, pois:
a1 (a1 r ) (a1 2r ) (a1 (n 1)r ) na1 (1 2 (n 1))r
(n 1)n n(a a1 (n 1)r ) n(a1 a n )
na1 r 1 .
2 2 2
2. Vamos agora pensar no número de partidas de um torneio usual de tênis,
onde todos os jogos são eliminatórios. Observe primeiramente o torneio do fim
para o início. A final é jogada pelos 2 vencedores das 2 semifinais (jogadas por 4
jogadores), que vieram de 4 quartas de final (jogadas por 8 jogadores), e assim
por diante. De um modo geral, um torneio desse tipo começa com 2 n jogadores,
que jogam 2 n 1 partidas entre si de forma eliminatória. Na fase seguinte,
sobram 2 n 1 jogadores, que jogam 2 n 2 partidas, e assim sucessivamente, até
a final. O número total de partidas é, portanto: 2 n 1 2 n 2 2 1 .
Vamos agora contar o número de partidas de outra forma. Cada partida tem um
perdedor (não há empate em tênis). Por outro lado, como o torneio é eliminatório,
todos os 2 n jogadores iniciais, exceto o vencedor final, perdem exatamente uma
partida. Logo, o número total de partidas do torneio é 2 n 1 .
Comparando os resultados, conclui-se que 1 2 2 n 2 2 n 1 2 n 1 .
até que se atinge um único grupo de q jogadores, e desse grupo sai o vencedor do
torneio.
O número total de partidas é q 1 q n 1 q 1 q n 2 (q 1) . Por outro
lado, por ser o torneio eliminatório, pelo mesmo princípio anterior, o número total
de partidas é também igual ao número inicial de jogadores menos um, isto é:
q n 1.
Comparando as duas contagens, conclui-se que:
( q 1)(1 q q 2 q n 1 ) q n 1 , que é a fórmula procurada.
Deve-se notar que esta dedução só vale para q natural 1 . Mas a fórmula obtida
serve também como uma sugestão para qualquer q real (ou complexo!). Para
comprovar a sugestão, basta multiplicar os dois fatores do lado esquerdo e
simplificar, obtendo o lado direito (ou observer que dois polinômios cujos valores
coincidem em infinitos pontos são necessariamente iguais).
n n n n n n
. Daí se deduz, portanto, a interessante
0 p 1 p 1 p 0
p
n n 2n
fórmula: k p k p .
k 0
360
condição de que é um número inteiro positivo, onde In é o ângulo interno
In
de um polígono regular.
360 360 2n 2n 4 4 4
2
Podemos escrever In n 2 180 n 2 ( n 2) ( n 2)
n
que é um inteiro positivo se e só se n – 2 é um divisor de 4, logo devemos ter n =
3,
n = 4 ou n = 6 como mostra a figura acima.
Como mostra a figura acima, as abelhas fecham uma das bases do prisma
com três losangos congruentes cujo ângulo agudo do losango, , mede
aproximadamente 7032', o que dá origem ao problema do ângulo de fechamento
da cobertura rômbica, que é o seguinte:
E
D A
C B
B E
____
BB' h r
B
D A
B' r r
r C
A figura também ajuda a obtermos as relações métricas necessárias para
deduzir o volume V e a área lateral total S em função do raio r da base hexagonal
e do ângulo , com vértice no ponto D, e os itens seguintes são facilmente
comprovados:
____ ____
1) O trapézio ACDE é retângulo com bases CD e AE perpendiculares ao
____
plano que contém o triângulo equilátero ABC, de lado AB medindo r .
____ ____
2) EA 2 DC
____ 2
____ 2 ____ 2
3) 2 EA
BD DE r
4
____ 2 ____ 2
___ 2
BE 2 2 EA
4) BD sen r sen 2
4 2 4 2
5)
____ 2 ___ 2 ___ 2 1/ 2
___ 2 2 ___ 2
BE EA r 2 (4r 2 EA ) sen 2 EA r EA r 3tg 2 1
2 2
6) A área lateral total S do prisma é dada por:
1/ 2
3 r2 2
S 6 r 2 tg 3tg 1 rh
4 2 4 2
BD DE sen
Usamos aqui que a área de BDE é
2
___ 2
2tg
1 2 EA 3 2 3 2 ).
(r ) sen r (1 tg 2 ) sen r 2 tg (pois sen
2 4 8 2 4 2 2
1 tg
2
7) O volume V do prisma é dado por:
1/ 2
3 3 2 r 2
V r 3tg 1 h
2 2 2
Fixe V, e obtemos a seguinte expressão para S em função de .
1/ 2
3 4V
S r 2 3tg 3tg 2 1
2 2 2 3r
Observando a expressão acima, vemos que ela torna-se mínima se
1/ 2
2
3tg 3tg 1 for mínimo para valores de com a condição
2 2
3
tg . A seguinte desigualdade trigonométrica, que provaremos a seguir,
2 3
garante o resultado do problema do ângulo (agudo) de fechamento da cobertura
do prisma:
1/ 2
3
Se S tg então 3tg 3tg 2 1 2 , valendo a igualdade se e
2 3 2 2
2
só se tg .
2 2
Referência:
- Malba Tahan, As Maravilhas da Matemática, Bloch Editores.
O TEOREMA DE RAMSEY
Carlos Gustavo T. de A. Moreira - IMPA
Nível Avançado
1. O teorema de Ramsey para grafos.
Vamos começar este artigo lembrando do exemplo 6 do artigo "O Princípio das
Gavetas", de Paulo Cezar Pinto Carvalho, publicado na EUREKA! No. 5: se há 6
pessoas numa reunião então há necessariamente 3 pessoas que se conhecem
mutuamente ou 3 pessoas que não se conhecem mutuamente na reunião (onde
admitimos que, se a conhece b, então b conhece a). Este exemplo equivale ao
seguinte: se tomamos 6 pontos, e pintamos cada segmento que une dois desses
pontos de preto ou vermelho então necessariamente existe um triângulo cujos
vértices são três desses pontos e cujos 3 lados são da mesma cor.
segmentos que unem dois desses pontos são da k-ésima cor. Chamamos de
R (a1 , a 2 ,...a k ) o menor número com essa propriedade.
( a b 2)!
i) R( a, b) C aa b1 2 , para a, b 2
( a 1)!(b 1)!
De fato vale a igualdade para b = 2 (temos os dois lados iguais a a), e se
a, b > 2 temos, por indução,
R ( a, b) R( a 1, b) R ( a, b 1) C aa b2 3 C aa b1 3 C aa b1 2
ii)
(a1 ... a k 2k 2)!
R(a1 ,..., a k ) : C aa11 ...1,a2ak 1,2a3k 22,...ak 2
(a1 1)!(a 2 1)!(a 3 2)!(a 4 2)!...(a k 2)!
De fato, isso vale quando todos os ai exceto dois são iguais a 2, e o caso
geral segue, por indução da identidade
b1 ,..., bk 1,bk 1
C bb11,..., bk b1 1,b2 ,..., bk b1 ,b2 1,..., bk
b2 ...bk C b1 ...bk 1 C b1 ...bk 1 ... C b1 ...bk 1
definimos Ao A \ {xo } e g : [ A ]
o
m 1
I k por g (C ) : f (C {x o }), onde C é
um subconjunto de m –1 elementos de Ao . Pela hipótese de indução existe um
conjunto infinito Bo Ao e j o I k tal que g o ([ Bo ] m 1 ) { j o }. A partir daí
repetimos o processo recursivamente: dado n 0 fixamos x n 1 Bn e definimos
Referências:
-[R]- Ramsey, F.P., On a Problem of Formal Logic, Proc. London Math. Soc. 30
(1930) P P. 264-286.
-[PC]- Paulo Cezar Pinto Carvalho, Princípio das Gavetas – Eureka! 5 PP.27-33.
-[GRS]- R.L. Graham, , B.L. Rothscild, e J.H. Spencer, Ramsey Theory. Wiley.
Interscience, 1990.
-[ES]- Erdös e G. Szekeres – A Combinatorial Problem in Geometry – Compositio
Math.2 (1935), PP-464-470.
-[Rad]- Stanislaw P. Radziszowski – “Smal “Ramsey Numbers – Dinamic Surveys-
Electronic Journal of Combinatorics. http://www.combinatorics.org
-[Er]- Pál Erdös, Some Remarks on The Theory Of Graphs, Bull. Amer. Math. Soc. 53
(1947), PP.292-294.
APLICAÇÕES DOS NÚMEROS COMPLEXOS À GEOMETRIA
Edmilson Motta - Colégio Etapa
Nível Avançado
É importante ter em mente que os números complexos não são apenas
vetores; eles podem ser multiplicados. Nas aplicações à Geometria, nós faremos
uso extensivo desta propriedade. Números Complexos são particularmente
eficientes para certos tipos de problemas, mas podem gerar dificuldades artificiais
em problemas que admitem soluções mais diretas utilizando outros métodos.
Na Geometria Elementar, os triângulos são as peças básicas e a
congruência e a semelhança de triângulos, os conceitos fundamentais. Nós
começaremos caraterizando a semelhança de triângulos em termos de números
complexos. Inicialmente, vamos estabelecer algumas convenções. Sejam z1, z2, z3,
w1, w2, w3 números complexos. Nós dizemos que z1z2z3 e w1w2w3 são
semelhantes, e escrevemos z1 z2 z3 ~ w1w2w3, se e somente se, o ângulo em zk
é igual ao ângulo em wk , k = 1, 2, 3, e têm mesma orientação, isto é, ambos anti-
horários ou ambos horários (Veja figura a seguir.)
z1
w2
w3
z3
w1
z2
arg arg ( ) arg ( ) medida do ângulo orientado
entre e , então , , são colineares a medida do ângulo orientado
entre e é múltipla de
___________ __ __
R .
__ __
Exercício 1:
__ __
Mostre que é imaginário puro 0.
__ __
Generalizando, para quatro pontos distintos , , , C,
__ __
|| R ,
__ __
além disso, e tem a mesma direção se, e somente se, é um real
__ __
positivo; é imaginário puro 0.
__ __
Exercício 2:
Mostre que, se 0, então 0.
z1 w1 1
z2 z1 w2 w1
Teorema: z1 z2 z3 ~ w1w2w3 z2 w2 1 .0
z3 z1 w3 w1
z 3 w2 1
Demonstração: Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, (caso LAL) as
razões entre as medidas de dois pares de lados correspondentes são iguais e os
ângulos entre estes lados são iguais (incluindo a orientação).
Assim,
z 2 z1 w2 w1 z z1 w w1
z1 z2 z3 ~ w1w2w3 e arg 2 arg 2
z 3 z1 w3 w1 z 3 z1 w3 w1
z1 w1 1
z2 z1 w2 w1
z2 w2 1 .0
z3 z1 w3 w1
z3 w3 1
Corolário:
__
z1 w 1 1
__ __
z2 z1 w2 w1 __
z z z ~ w w w (reverso)
1 2 3 1 2 3 __ __ z2 w2 1 0.
z 3 z1
w3 w1 __
z3 w 3 1
__ __ __
Demonstração: Temos que w w w ~ w1 w2 w3 (reverso). Logo
1 2 3
__ __ __
z1 z2 z3 ~ w1w2w3 (reverso) z1 z2 z3 ~ w w w
1 2 3
Exercício 3:
__ __ __
Complete a demonstração acima, verificando que w w w ~ w1w2w3
1 2 3
(reverso).
z1 z 3 1
z1 z2 z3 é equilátero z1 z2 z3 ~ z3 z1 z2 z 2 z1 1 0
z3 z 2 1
z12 z 22 z 32 z 2 z 3 z 3 z1 z1 z 2 0
( z1 z 2 2 z 3 ) ( z1 2 z 2 z 3 ) 0
( z1 z 2 2 z 3 ) 0 ou ( z1 2 z 2 z 3 ) 0
z1 1 1 z1 1 1
2
z2 10 ou z2 10
z3 1 z3 1
2
z1 z2 z3 ~ 1 2 ou z1 z2 z3 ~12
(geometricamente, esta última caracterização é bastante intuitiva).
x
0 1
2
O TEOREMA DE NAPOLEÃO.
Sobre cada lado de um triângulo arbitrário, desenhe um triângulo equilátero
(no exterior). Temos então que os baricentros desses três triângulos
equiláteros são os vértices de um quarto triângulo equilátero.
w3 w2
z1
2
3
z3
z2
1
w1
Demonstração:
Sejam z1z2z3 o triângulo dado; w1z3z2, z3w2z1, z2z1w3 triângulos equiláteros
com a mesma orientação que 12, digamos; e 1, 2, 3, os baricentros desses
triângulos. Então
w1 z 3 2 z 2 0
z 3 w2 2 z1 0
z 2 z1 2 w3 0
Para provarmos que 123 é equilátero, calculamos
1 2
1 2 2 3 ( w1 z 3 z 2 ) ( z 3 w2 z1 ) ( z 2 z1 w3 )
3 3 3
=
1
(( w1 z 3 2 z 2 ) ( z 3 w 2 2 z1 ) ( z 2 z1 2 w3 )) 0.
3
Portanto123 é um triângulo equilátero.
Exercício 4:
Sendo , , , números complexos, temos que
( ).( ) ( ) ( ) ( ) ( )
(a) A partir da identidade acima, mostre que
.
(b) Demonstre o teorema de Ptolomeu-Euler:
Exercício 5:
(a) Sejam a, b, c, d, e, f números complexos. Prove que
a b c d e f b c a e f d
. 1 1.
c b e d a f a c f e b d
(b) Utilizando o item anterior, resolva o seguinte problema do banco da IMO 98:
Seja ABCDEF um hexágono convexo tal que
AB CD EF
B D F 360 e 1.
BC DE FA
BC AE FD
Prove que 1.
CA EF DB
MAIS EXEMPLOS
PROBLEMA (BANCO / IMO 98)
Seja ABC um triângulo, H o seu ortocentro, O o seu circuncentro e R o seu
circunraio. Seja D o simétrico de A com relação a BC, E o simétrico de B com
relação a AC e F o simétrico de C com relação a AB.
Prove que D, E e F são colineares se, e somente se, OH = 2R.
RESOLUÇÃO:
_
dd1 2
(b a)(k 2ab) R (a b)(h c)2
__
_ e d e d
ab a b c
ee 1 _ _ 2
_ f d f d ( c a )( k 2 ca ) R ( a c )( h b )2
ff 1 ca abc
2
R (c-a)(a b) (ck-2abc) (h 2c)
222
a b c (bk 2abc) (h 2b)
R 2 (b c)(c a )(a b)(hk 4abc)
a 2b 2c 2
__
e h R 2 k / abc, segue que D, E e F são colineares
0
hk 4abc 0
__
h h 4R 2
OH 2 R.
RESOLUÇÃO:
Sejam a, b, c, e 0 as coordenadas complexas de A, B, C e D, respectivamente.
Temos, então que DA DB AB + DB DC BC + DC DA CA = AB BC CA
a b (b a ) b c (c b) c a (a c) (b a )(c b)( a c ) (*)
Como
ab(b a ) bc(c b) ca(a c) (b a )(c b)(a c) , sendo
w1 ab(b a),
w2 bc(c b), w3 ca (a c), (*) w1 w2 w3 w1 w2 w3 e
portanto, w1, w2, w3 estão alinhados.
Assim, existem reais positivos e tais que
RESOLUÇÃO:
Considere a circunferência centrada na origem e sejam z1, z2, …, zn os números
complexos que representam os pontos. Podemos assumir que
( 1) n z1 z 2 ...z n 1 (verifique! ).
Considere ainda o seguinte polinômio
p ( w) ( w z1 )( w z 2 )...(w z n )
w n a1 w n 1 ... a n 1 w 1 w n Q ( w) 1
Então p(z) é o produto das distâncias do ponto representado pelo número
complexo z aos pontos dados .
Logo, se z é um número complexo de módulo 1, então p(z)| 2.
Sejam w1, w2,… wn as raízes n-ésimas da unidade.
Sabe-se que w1k w2k ... wnk 0 para todo k = 1, 2,…,n – 1. Portanto
Q( w1 ) Q ( w2 ) ... Q( wn ) 0. Se Q(w) não é identicamente nulo, então,
para algum j, Q (wj) é diferente de zero e tem parte real não negativa, pois Q(0) =
0 e Q tem no máximo n – 1 raízes. Consequentemente,
p ( w j ) 2 Q ( w j ) 2 , uma contradição.
Desta forma o polinômio Q é identicamente nulo e p(z) = zn + 1. As raízes z1, z2,
…, zn do polinômio p(z) formam um n-ágono regular.
PROBLEMA 10
Dados um ponto P sobre uma circunferência unitária e os vértices
A1 , A2 ,... An de um n-ágono regular inscrito, prove que
PA 12 PA 22 ... PA n2 e PA 14 PA 24 ... PA n4
são constantes.
Bibliografia:
PROBLEMA 2
Considere ABC inscrito em uma circunferência fixa. Sejam D, E e F pontos
____ ____ ___
arbitrários distintos dos vértices, pertencentes aos lados BC , CA e AB,
respectivamente. Sejam P, Q e R os pontos de intersecção das retas AD, BE e CF
com a circunferência, respectivamente. Mostre que
AD BE CF
9.
PD QE RF
Determine também as condições sobre o ABC e os pontos D, E e F para que a
igualdade ocorra.
PROBLEMA 3
Para n natural, seja (n) a quantidade de números naturais que são primos com n
e (n) o número de fatores primos de n. Mostre que se (n) é um divisor de n – 1
e (n) 3, então n é primo.
PROBLEMA 4
Para reais positivos satisfazendo a + b + c = abc, mostre que
1 1 1 3
, e determine quando a igualdade ocorre.
1 a2 1 b2 1 c2 2
PROBLEMA 5
Seja I o incentro de ABC, O1 uma circunferência passando por B e tangente à
reta CI e O2 uma circunferência passando por C e tangente à reta BI. Mostre que a
circunferência circunscrita ao ABC e as circunferências O1 e O2 interceptam-se
em um único ponto.
PROBLEMA 6
Seja Fn o conjunto de todas as bijeções f de {1, …, n} em {1, …, n} satisfazendo
(i) f ( k ) k 1 para k = 1, 2, …n e (ii) f (k ) k para k = 2, …,
n.
Determine a probabilidade de que f (1) 1 para um f arbitrário em Fn
10a. OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
Primeiro teste de Seleção
PROBLEMA 1
Em um tabuleiro 1999 1999 encontra-se um certo número de torres (torre é uma
peça que se move horizontalmente ou verticalmente). Prove que é possível colorir
as torres utilizando três cores de modo que nenhuma torre ataque outra de mesma
cor (uma torre ataca outra quando ambas estão na mesma linha ou coluna sem
peças intermediárias).
PROBLEMA 2
Encontre todas as soluções reais de x [ x [ x [ x ]]] 88 , onde [x] é o inteiro
satisfazendo [ x] x x 1 (por exemplo, [3, 7] = 3, [4] = 4 e [–] = – 4.
PROBLEMA 3
A bissetriz do ângulo B em um triângulo ABC intercepta o lado AC no ponto D.
Seja E um ponto sobre o lado BC tal que 3C A E 2 B A E. Os segmentos BD
e AE interceptam-se no ponto P. Se ED = AD = AP, determine os ângulos do
triângulo.
PROBLEMA 4
Mostre que há infinitos naturais n tais que n 21 divide n!, onde
n! n ( n 1)...2 1 por exemplo, 4! 4 3 2 1 24).
PROBLEMA 5
Considere um polígono convexo com 2000 lados no plano. Prove que é possível
escolher 1998 pontos no plano tais que qualquer triângulo formado por vértices do
polígono tenha exatamente um dos pontos escolhidos em seu interior.
PROBLEMA 1
Sejam p, q, r, s inteiros não negativos tais que
( p q ) 2 q ( r s ) 2 s
Prove que p = r e q = s.
PROBLEMA 2
PROBLEMA 3
Seja ABCD um paralelogramo, H o ortocentro do triângulo ABD e O o
circuncentro do triângulo BCD. Prove que os pontos H, O e C são colineares.
PROBLEMA 4
Determine todos os ternos (a, b, c) de inteiros positivos tais que a e b são pares e
a b b a 2c.
Você sabia…
Que o record de maior primo de Fermat
n
generalizado (i. e., da forma a 2 1 ) conhecido
foi batido em 2/11/1999?
Este primo é 11402416384 + 1, tem 82854 dígitos
e foi descoberto por Kimmo Herranen, usando
um programa desenvolvido por Yves Gallot
(veja
http://perso.wanadoo.fr/yves.gallot/primes/gfn.html)
10) Suponha que temos k moedas, todas iguais exceto por uma que tem peso
ligeiramente diferente das anteriores (não se sabe se maior ou menor), e uma
balança de dois pratos.
3n 3
a) Mostre que se k é possível determinar com n pesagens qual
2
é a moeda diferente, e se ela é mais leve ou mais pesada que as
outras.
3n 1
b) Mostre que se k é possível determinar com n pesagens qual
2
é a moeda diferente, mas nem sempre é possível dizer se ela é mais
leve ou mais pesada que as outras.
3n 1
c) Mostre que se k não é sempre possível determinar qual é a
2
moeda diferente.
Solução do Editor:
Fato 1: Se tivermos 3n ou menos moedas com apenas uma diferente, e que seja
sabido se a moeda diferente é mais leve ou mais pesada então é possível
determinar a moeda diferente com apenas n pesagens.
Prova : Se n = 0 a afirmação é óbvia. Vamos provar o fato por indução. Se
tivermos 3 n 1 ou menos moedas de modo que uma delas é, digamos,
mais pesada que as outras, dividimos as moedas em três grupos, A, B e C,
de 3 n ou menos moedas cada, de modo que A e B tenham o mesmo
número de moedas. Pesamos o grupo A com o grupo B. Se os pesos
forem diferentes, o grupo mais pesado tem 3 n ou menos moedas e
contém a moeda diferente, e portanto podemos , com mais n pesagens
(por hipótese de indução), determiná-la. Se os pesos forem iguais a
moeda mais pesada estará no grupo C, e , como antes, podemos
determiná-la em mais n pesagens.
Corolário 1:
3n 1
Se tivermos k moedas das quais uma é diferente, e tivermos um
2
2k 1 n 1
grupo de pelo menos 3 moedas padrão então é possível
3
determinar a moeda diferente e se ela é mais leve ou mais pesada com n
pesagens.
2k 1
3 n 1 moedas dentre as
3n 1
Prova: Separamos um grupo A de ,e
3 2
2k 1 n 1
pesamos com um grupo de
3 3 moedas padrão. Se der
diferente saberemos que a moeda diferente está no grupo A e se ela é
mais leve ou mais pesada, e, usando o Fato 1, podemos determiná-la com
mais n – 1 pesagens.
Se der igual a moeda diferente está no grupo das
n
2k 1 3 1 n 1 3 n 1
k 3 moedas restantes, o que prova o
3 2 2
corolário por indução, dado que temos uma quantidade suficiente de
moedas padrão e, para n = 1, se tivermos uma moeda padrão é só pesá-la
com a moeda diferente para descobrir se esta é mais leve ou mais pesada.
Corolário 2:
3n 1
Se tivermos k moedas das quais uma é diferente e tivermos pelo
2
2k 1
menos 3 n 1 moedas padrão então é possível determinar com
3
n pesagens a moeda diferente.
Prova: Para n = 1 temos 2 moedas. Pesamos uma delas com uma moeda padrão.
Se der diferente é ela a diferente, se der igual é a outra. O resto da prova
(por indução) é igual à do corolário 1.
3n 1
Fato 2: Se tivermos dois grupos A e B de k moedas cada uma das quais
2
é diferente tais que o peso total de A é maior que o peso total de B e pelo
2k 1
menos 2 9 2 3 n 2 moedas padrão então é possível determinar
com n pesagens a moeda diferente e se ela é mais leve ou mais pesada.
2k 1 n 2
Prova: Seja r 3 . Pesamos de um lado 2r moedas do grupo A, r
9
do grupo B e do outro r moedas do grupo A, r do grupo B e 2r moedas
padrão. Se o primeiro lado tiver peso maior dividimos suas 2r moedas do
grupo A em dois grupos de r e os pesamos. Se der igual a moeda
diferente será mais leve e estará entre as r 3 n 2 moedas do grupo B
que estavam do outro lado. Se der diferente a moeda diferente será mais
pesada e estará no lado mais pesado nessa última pesagem. Nesses casos
o Fato 1 implica o resultado pois com mais n – 2 pesagens descobrimos a
moeda diferente. Se o primeiro lado tiver peso menor a análise é análoga,
trocando os papeis dos grupos A e B.
Finalmente, se der igual a moeda diferente estará nos grupos A' A ou
n 1
2k 1 3 1
B ' B de k 3 moedas que não foram pesadas, e
9 2
o resultado segue por indução ( O caso n = 1 é trivial)
3n 1 3n 1 1
b) Se temos k pesamos dois grupos de moedas cada. Se
2 2
der diferente usamos o Fato 2, e se der igual usamos o Corolário 2 para as
3n 1 1
moedas restantes.
2
Para ver que não é possível descobrir a moeda diferente e se ela é mais
leve ou mais pesada com n pesagens, observamos que se na primeira
3n 1 1
pesagem pesamos mais que moedas em cada prato e der
2
3n 1 1
2 3n 1 1 3n 1
diferente, teremos no mínimo 2 possibilidades
para a moeda diferente, e não podemos distingui-las com
n – 1 pesagens (que dão no máximo 3 n 1 possíveis resultados finais).
3n 1 1
Assim, devemos ter no máximo moedas em cada prato na
2
3n 1 1
primeira pesagem, e se der igual sobram pelo menos moedas.
2
O resultado seguirá do
3k 1
Lema: Se temos moedas das quais sabemos apenas que uma é diferente,
2
e algumas moedas padrão não podemos distinguir a moeda diferente e se
ela é mais leve ou mais pesada com k pesagens.
i) {C1, C2} F
ii) Se C e C’ pertencem a F, são tangentes entre si e tangentes a l
~
então todo círculo C tangente aos dois círculos C e C’ e à reta l
pertence a F.
~
iii) Se F é um conjunto de círculos satisfazendo as propriedades i) e
~
ii) então F F . Determine o conjunto dos pontos de tangência
dos círculos C F com a reta l.
r1 r2
2( q s ) y 1 1
donde y e
qs 2 qs 2( q s) 2
1 p p(q s) 1
d' x d'
q(q s) q q(q s)
pr ~ pr
= q s (pois ps = qr – 1). Assim, C é tangente em ,0 e tem raio
qs
1
.
2(q s ) 2
Como q ( p r ) p( q s ) qr ps 1 e (q s )r ( p r ) s qr ps 1
~
vemos que C satisfaz i) e ii).
Esses fatos implicam que todos os círculos criados terão centro em pontos
p p
racionais. Basta provar agora que para todo racional q [0,1], o ponto , 0
q
é ponto de tangência de algum dos círculos. Faremos isto por indução em q (para
q = 1 o resultado é óbvio): basta mostrar se mdc(p, q) = 1 e q 2 que e possível
escrever p = p' + p" e q = q' + q" com p', p", q', q" inteiros, q', p" 0 e
q'p"– p'q" = 1.
Estas equações podem ser escritas como q ' ( p p ' ) p ' ( q q ' ) 1, ou seja,
q ' p p ' q 1, onde 0 q ' q e 0 p ' p. Como mdc(p, q) = 1 existem x, y
Z com px qy 1, e teremos para todo k Z, p ( x kq) q ( y kp) 1.
Certamente podemos escolher k de modo que 0 x kq q (note que x não é
múltiplo de q, senão 1 px qy também seria), e então tomamos q ' x kq e
pq ' 1
p ' kp y (temos p ' , mas 1 q ' q, donde 0 p ' p ).
q
Considere a função f ( x, y ) x 2 ( xy 1) 2
Obs. Se o bilhete sorteado for o 423 então 123 é um bilhete ganhador, mas
243 não é.
a a a 1 a a 2
(x 1) x a x x . . (isto será muito usado na demonstração).
2
Agora temos f 0 ( x) x n e f i 1 ( x) f i ( x 1) f i ( x)
n n n 1 n n 2 f 1 ( x)
f1(x) f0 (x 1) f0 (x) (x 1) x n x x . .
2 n
x n 1 a1 x n 2 a 2 x n 3 ..., onde a1, a2, …, etc são coeficientes racionais (que
não nos interessam).
f 2 ( x ) f 1 ( x 1) f 1 ( x)
f 2 ( x ) f 1 ( x 1) f 1 ( x )
n
n
n
( x 1) n 1 a1 ( x 1) n 2 ...
f ( x)
x n 1 a1 x n 2
... ( x 1) n 1 x n 1 a1 ( x 1) n 2 x n 2 ... 2
n
n 2 n 1 n 3 n 2 n 4
(n 1) x x ... a1 (n 2) x n 3 x ... ...
2 2
f 2 ( x)
x n 2 b1 x n 3 b2 x n 4 ..., onde b1, b2, …, etc, são coeficientes
n(n 1)
racionais (cuja determinação não nos interessa).
Continuando com esses procedimentos, podemos chegar a expressões análogas
para f3(x), f4(x), etc.
A semelhança entre essas expressões nos leva a "desconfiar"que
f b ( x)
x n b 1 x n b 1 2 x n b 2 ..., onde
An,b
Vamos provar isto por indução. Suponha que a fórmula valha para f1(x), …,
fb–1(x). Teremos:
f ( x) f b 1 ( x 1) f b 1 ( x)
f b ( x) f b 1 ( x 1) f b 1 ( x) b e por
An ,b 1 An,b 1 An ,b 1
hipótese de indução,
f b ( x)
An ,b 1
( x 1) n b 1 1 ( x 1) n b ... x n b 1 1 x n b ... ( x 1) n b 1 x n b 1
fb ( x) f ( x)
x n b 1 x n b 1 2 x n b 2 ... b x n b 1 x n b 1 2 x n b 2 ...,
n! An,b
( n b)!
confirmando o que foi "desconfiado".
f n ( x)
Agora vamos usar a fórmula para x n n 1 f n ( x) An , n n !
An , n
27) O triângulo equilátero ABC possui um ponto interno P tal que em P chegam
três segmentos de reta (PA, PB, PC) onde PA = 6, PB = 8 e PC = 7. Com
esses dados descubra qual é a área do triângulo.
B C
P
8 7
B C
8 6
D
___ ___
PB BD 8
___ ___
AP CD 6
___ ___
AB BC x
2. Temos que A B C P B D 60 . Então, o PBD é equilátero com
___
PD 8.
3. Seja C P D
4. (PDC ) Lei dos cossenos
11 135
6 2 7 2 8 2 2 7 8 cos cos daqui, sen
16 16
5. (BPC ) Lei dos cossenos
149 63 5
x 2 8 2 7 2 2 8 7 cos( 60 ) x 2
2
2
x 3
6. Área ( ABC ) S
4
3 149 63 5
Então, S
4 2
3
Portanto, a área do ( ABC ) (149 63 5 ).
8
4((n 1)! 1) n
somente se é inteiro.
n( n 2)
2o Teorema:
“Uma condição necessária e suficiente para que um número natural p > 1 seja
primo é que o número (p – 1)! + 1 seja divisível por p.”
Prova: Suponhamos que p não seja primo. Então existe um divisor q de p tal que
1 < q < p. O número (p – 1)! + 1 sendo divisível por p, também deve ser divisível
por q. Desde que q < p, então q p – 1, implicando que q divide algum inteiro
positivo entre 2 e p – 1. Assim q divide (p – 1)!. Como q divide (p – 1)! + 1 então
q também divide 1, que é uma contradição, pois 1 < q < p.
1a parte (ida)
I) Suponhamos que n e n + 2 são números primos.
De acordo com o Teorema de Wilson nós temos que (n – 1)! + 1 é divisível por n
e (n + 1)! + 1 é divisível por n + 2.
Como n divide 4((n – 1)! + 1) e, evidentemente, n também divide n, então divide
a sua soma, ou seja, 4((n – 1)! + 1) + n é divisível por n.
Basta analisar agora se 4((n – 1)! + 1) + n também é divisível por n + 2.
x = 4((n – 1)! + 1) + n = 4((n – 1)! + 1) + n + 2.(n + 1)! – 2.(n + 1)!
x = 2.(n + 1)! + n + 4 – 2[(n + 1)! – 2.(n – 1)!]
2a parte (volta)
II) Suponhamos agora que para um número natural n > 1, o valor
4((n – 1)! + 1) + n é divisível pelo produto n(n + 2).
Se n for par, isto é, se n = 2k, onde k é um número natural, então n – 1 k.
Isto implica que (n – 1)! é divisível por k e também que 4.(n – 1)! é divisível por
2k.
Consequentemente 4.(n – 1)! é divisível por n, e como
4((n – 1)! + 1) + n = 4.(n – 1)! + n + 4 é divisível por n, então 4 é divisível por n.
Como n é par então n = 2 ou n = 4.
Entretanto é fácil verificar que 4((n – 1)! + 1) + n não é divisível por n(n + 2)
caso n = 2 ou n = 4.
Assim, o fato de que 4((n – 1)! + 1) + n é divisível por n implica que
(n – 1)! + 1 é divisível por n. Pelo 2o Teorema temos que n é um número primo.
Fazendo as mesmas operações da 1a parte da solução:
4((n – 1)! + 1) + n = 2[(n + 1)! + 1] + (n + 2) + (n – 1)!(n + 2)(n – 1)
Como 4((n – 1)! + 1) + n, n + 2 e (n – 1)!(n + 2)(n – 1) são todos termos
divisíveis por n + 2, então (n + 1)! + 1 também é divisível por n + 2.
Pelo 2o Teorema temos que n + 2 também é um número primo.
Agradecemos também o envio das soluções a: Carlos Alberto da Silva Victor (Rio
de Janeiro - RJ), Tertuliano Franco (Salvador - BA), Manuel João de Jesus Almeida -
Rio de Janeiro - RJ) e Daniel Pessôa Martins Cunha (Fortaleza - CE). Seguimos
esperando a solução do problema 29.
O prazo para recebimento das soluções do problema "Cuático" publicado na revista
EUREKA! No. 5 (que concorre a prêmio!) foi prorrogado até dia 15 de fevereiro.
Problema "Cuático"
Prove que para qualquer conjunto de inteiros positivos A e para todo inteiro
positivo k existe um conjunto infinito de números primos S tal que o produto de k
Errata:
No primeiro teste de seleção para a 40a. IMO e a 14a. OIM, publicado na
EUREKA! No. 5, pág 50, no problema 4, onde diz:
"Por exemplo, min{3, 4} = 4…" deve dizer "Por exemplo, min {3, 4} = 3…"
PROBLEMAS PROPOSTOS
32) a) Prove que todo número inteiro não nulo m admite uma única representação
n 1
da forma m
k 0
k 3 k , onde n é um inteiro positivo e k { 1,0,1} para
Prove que não existe nenhum triângulo cujos vértices pertençam a V com
o mesmo número escrito em seus três lados.
33) Na parede interna de um vaso cilíndrico de cristal existe uma gota de mel
num ponto B situado a três centímetros do seu bordo superior. Na parede
externa, num ponto A diametralmente oposto ao da gota, está uma formiga.
Sabendo que a altura do vaso é de 20cm e o seu diâmetro é 10 cm. Indicar o
caminho mais curto para que a formiga atinja a gota de mel.
35) Sabendo que num triângulo ABC a altura relativa ao vértice A mede 12cm. e a
altura relativa ao vértice B mede 20cm., determine todos os valores possíveis
para a altura relativa ao vértice C.
Problemas 30 e 31 propostos por Marcelo Rufino de Oliveira (São José dos Campos
- SP), problema 33 proposto por Gleydson Chaves Ricarte (Fortaleza - CE),
problema 34 proposto por Paulo Jacob (Lista de discussão de problemas),
problema 35 proposto por Carlos Alexandre Gomes da Silva (Natal - RN).
Você sabia…
Que ninguém sabe se existem infinitos primos p tais que
p + 2 também seja primo (mas todo mundo acredita nisso)?
Um para de primos p, p + 2 é chamado um par de primos
gêmeos.
Os maiores primos gêmeos conhecidos são
361700055 239020 1, que têm 11755 dígitos e foram
descobertos este ano por Henri Lifchitz.
Também não se sabe se todo número par maior ou igual a 4
pode ser escrito como soma de dois primos
(esta é a conjectura de Golbach).
LISTA DE DISCUSSÃO DE
PROBLEMAS
DE MATEMÁTICA OLÍMPICA
Está aberta uma lista de discussão de
problemas de Matemática Olímpica.
Nome:
Endereço:
Bairro:
Cidade: Estado:
Cep:
Telefone: ( )
Fax: ( )
e-mail:
Números 1, 2 e 3 R$10,00
Números 4, 5 e 6 R$10,00
Números por separado R$4,00 (cada)
n / 2, se n é par
ak 1 (n) ?
3n 1, se n é ímpar
(Isto é conhecido como o problema
3 x 1, e a resposta é afirmativa para
todo n 2 40 )
COORDENADORES REGIONAIS
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
EQUAÇÕES DIOFANTINAS 39
Antonio Caminha Muniz Neto
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Realizamos durante 1999 a XXI Olimpíada Brasileira de Matemática em
mais de 2.500 colégios de nosso país, atingindo na realização da primeira etapa
cerca de 60.000 alunos. Este ano a Olimpíada se realizará nas seguintes datas:
02. A calculadora de Juliana é bem diferente. Ela tem uma tecla D, que duplica o
número escrito no visor e a tecla T, que apaga o algarismo das unidades do
número escrito no visor.Assim, por exemplo, se estiver escrito 123 no visor e
apertarmos D, teremos 246; depois, apertando T, teremos 24. Suponha que esteja
escrito 1999. Se apertamos D depois T, em seguida D, depois T, teremos o
número:
A) 96 B) 98 C) 123 D) 79 E) 99
2 ,0
1 ,5
1 ,0
D J F M A M J
4. Numa certa cidade, o metrô tem todas suas 12 estações em linha reta. A
distância entre duas estações vizinhas é sempre a mesma. Sabe-se que a distância
entre a terceira e a sexta estações é igual a 3 300 metros. Qual é o comprimento
dessa linha?
07. Quantas vezes num dia (24 horas) os ponteiros de um relógio formam ângulo
reto ?
A) 48 B) 44 C) 24 D) 22 E) 23
8. Dona Zizi comprou 2 balas para cada aluno de uma 5 a série. Mas como os
meninos andavam meio barulhentos, ela resolveu redistribuir essas balas, dando 5
para cada menina e apenas 1 para cada menino. Podemos concluir que na 5 a série
A) 20% são meninos B) 30% são meninas C) 75% são meninos
D) 50% são meninas E) 66,6...% são meninos
A) 1 B) 2 C) 3 D) 5 E) 9
13. Letícia vendeu todos seus CDs de videogames para três amigos, que lhe
pagaram, respectivamente, R$ 240,00, R$ 180,00 e R$ 320,00. Todos os CDs
tinham o mesmo preço. Quantos CDs tinha Letícia no mínimo?
A) 20 B) 37 C) 28 D) 21 E) 25
2
15. Rafael tem da idade de Roberto e é 2 anos mais jovem que Reinaldo.
3
A
4
idade de Roberto representa da idade de Reinaldo. Em anos, a soma das
3
idades dos três é:
A) 48 B) 72 C) 58 D) 60 E) 34
A) 88 cm B) 100 cm C) 60 cm
D) 96 cm E) 80 cm
18. Numa certa cidade, foi adotado o seguinte sistema de rodízio de carros: duas
vezes por semana, de segunda a sexta, cada carro fica proibido de circular, de
acordo com o final de sua placa (algarismo das unidades). O número médio de
finais de placa proibidos diferentes para cada dia de proibição é:
A) 4 B) 1 C) 3 D) 2 E) indefinido
3. Uma folha quadrada foi dobrada duas vezes ao longo de suas diagonais
conforme ilustração abaixo, obtendo-se um triângulo isósceles. Foi feito um corte
na folha dobrada, paralelo à base desse triângulo, pelos pontos médios dos outros
lados. A área do buraco na folha corresponde a que fração da área da folha
original ?
1 1 3 3 1
A) B) C) D) E)
2 6 8 4 4
16
12 27
B C
A) 80 B) 84 C) 86 D) 88 E) 91
10. Em um aquário há peixes amarelos e vermelhos: 90% são amarelos e 10% são
vermelhos. Uma misteriosa doença matou muitos peixes amarelos, mas nenhum
vermelho. Depois que a doença foi controlada verificou-se que no aquário, 75%
dos peixes vivos eram amarelos. Aproximadamente, que porcentagem dos peixes
amarelos morreram?
A) 15% B) 37% C) 50% D) 67% E) 84%
11. Pedro saiu de casa e fez compras em quatro lojas, cada uma num bairro
diferente. Em cada uma gastou a metade do que possuía e a seguir, ainda pagou
R$ 2,00 de estacionamento. Se no final ainda tinha R$ 8,00, que quantia tinha
Pedro ao sair de casa?
A) R$ 220,00 B) R$ 204,00 C) R$ 196,00 D) R$ 188,00
E) R$ 180,00
x 99
12. Quantos são os possíveis valores inteiros de x para que seja um
x 19
número inteiro?
A) 5 B) 10 C) 20 D) 30 E) 40
14. Uma bola de futebol é feita com 32 peças de couro. 12 delas são pentágonos
regulares e as outras 20 são hexágonos também regulares. Os lados dos
pentágonos são iguais aos dos hexágonos de forma que possam ser costurados.
Cada costura une dois lados de duas dessas peças.
Quantas são as costuras feitas na fabricação de uma bola de futebol?
A) 60 B) 64 C) 90 D) 120 E) 180
15. Hoje, 12/6/1999, Pedro e Maria fazem aniversário. No mesmo dia em 1996, a
idade de Pedro era 3/4 da idade de Maria. No mesmo dia em 2002, a idade de
Pedro será igual à de Maria quando ele tinha 20 anos. Quantos anos Maria está
fazendo hoje?
A) 30 B) 31 C) 32 D) 33 E) 34
16. Uma caixa contém 100 bolas de cores distintas. Destas, 30 são vermelhas, 30
são verdes, 30 são azuis e entre as 10 restantes, algumas são brancas e outras são
pretas. O menor número de bolas que devemos tirar da caixa, sem lhes ver a cor,
para termos a certeza de haver pelo menos 10 bolas da mesma cor é:
A) 31 B) 33 C) 35 D) 37 E) 38
17. Quantos são os triângulos que possuem medidas dos seus lados expressas por
números inteiros e tais que a medida do maior lado seja igual a 11 ?
A) 10 B) 11 C) 12 D) 24 E) 36
03. Um gafanhoto pula exatamente 1 metro. Ele está em um ponto A de uma reta,
só pula sobre ela, e deseja atingir um ponto B dessa mesma reta que está a 5
metros de distância de A com exatamente 9 pulos. De quantas maneiras ele pode
fazer isso?
A) 16 B) 18 C) 24 D) 36 E) 48
1
09. Se 00 < x < 900 e cos x então x está entre:
4
A) 00 e 300 B) 300 e 450 C) 450 e 600 D) 600 e 750 E) 750 e 900
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 E) 6
C
A
17. A reta r contém os pontos (0, 4) e (7, 7). Dos pontos abaixo, qual é o mais
próximo da reta r?
A) (1999, 858) B) (1999, 859) C) (1999, 860)
D) (1999, 861) E) (1999, 862)
18. Quantos são os pares (x, y) de inteiros positivos que satisfazem a equação
2x +3y = 101 ?
A) 13 B) 14 C) 15 D) 16 E) 17
19. Quantos números inteiros entre 10 e 1000 possuem seus dígitos em ordem
estritamente crescente? (Por exemplo, 47 e 126 são números deste tipo; 52 e 566
não).
A) 90 B) 98 C) 112 D) 118 E) 120
M N
A C
24. As representações decimais dos números 21999 e 51999 são escritas lado a
lado. O número de algarismos escritos é igual a :
A) 1999 B) 2000 C) 2001 D) 3998 E) 3999
GABARITO
PROBLEMA 1
Corte 10 algarismos do número 1234512345123451234512345, para que
o número restante seja o maior possível.
PROBLEMA 2
Sabe-se que três meses consecutivos de um determinado ano, não bissexto,
possuem cada um exatamente quatro domingos.
a) Estes meses podem ser janeiro, fevereiro e março?
b) Podem ser agosto, setembro e outubro?
PROBLEMA 3
Na figura, os triângulos ABC e EGF são equiláteros. O perímetro do triângulo
ABC é 132cm e, além disso,
AE = EC B
BD = DC
EF = FC
DG = GE D
a) Qual o perímetro da área sombreada?
G
b) Que fração da área do triângulo ABC
representa a área sombreada?
A C
E F
PROBLEMA 4
Pedro distribuiu 127 moedas de 1 real em sete caixas e colocou em cada uma
delas uma etiqueta dizendo o número de moedas da caixa. Essa distribuição foi
feita de forma que qualquer quantia de R$1,00 a R$127,00 pudesse ser paga
entregando-se apenas caixas fechadas. De que maneira Pedro fez essa
distribuição?
PROBLEMA 5
Um edifício muito alto possui 1000 andares, excluindo-se o térreo. Do andar
térreo partem 5 elevadores:
O elevador A pára em todos os andares.
PROBLEMA 6
Encontre o menor tabuleiro quadrado que pode ser ladrilhado usando peças com o
seguinte formato:
SOLUÇÃO PROBLEMA 1
O maior número restante é 553451234512345. Para ver isto, podemos supor que
os cortes são feitos da esquerda para a direita. Se deixarmos de cortar todos os
quatro primeiros algarismos, o número que resta começará por 1, 2, 3 ou 4. Logo,
menor que o número acima. Feito isto, se deixarmos de cortar a segunda
seqüência 1234, o número que resta terá na primeira ou segunda casa, da
esquerda para a direita, 1, 2, 3 ou 4. Ainda menor que o número acima. Os dois
primeiros 5 devem permanecer, pois retirando-se um deles, completamos 9
retiradas e aí algum algarismo da terceira seqüência 1234 aparecerá na 1 a ou na 2a
casa. Finalmente devemos cortar a seqüência 12, que ocupa a 11 a e 12a posição.
SOLUÇÃO PROBLEMA 2
Se o dia primeiro de janeiro for Segunda-feira, e o ano não for bissexto, então os
meses de janeiro, fevereiro e março terão 4 domingos cada.
SOLUÇÃO PROBLEMA 4
SOLUÇÃO PROBLEMA 5
a) O elevador B pára nos múltiplos de 5.
O elevador C pára nos múltiplos de 7.
O elevador D pára nos múltiplos de 17.
O elevador E pára nos múltiplos de 23.
Como 5, 7, 17 e 23 são números primos, para que todos parem num mesmo
andar, este tem que ser múltiplo de 5 7 17 23 = 13685 e o prédio só tem
1000 andares.
b) Para que num andar parem exatamente quatro elevadores, devem parar A,
que pára em todos, e três dos restantes.
B, C e D param nos múltiplos de 5 7 17 = 595
B, C e E param nos múltiplos de 5 7 23 = 805
B, D e E param nos múltiplos de 5 17 23 = 1955
C, D e E param nos múltiplos de 7 17 23 = 2737
Logo, os andares onde param 4 elevadores são o 595 e o 805.
SOLUÇÃO PROBLEMA 6
O menor tabuleiro é do tipo 10 10 coberto com 20 peças, como mostrado, por
exemplo, pela figura abaixo, à esquerda.
Com efeito, o número de casas do
tabuleiro é um quadrado perfeito
múltiplo de 5. Logo é 25, 100, 225
ou ... etc. Mas um tabuleiro 5 5 não
pode ser coberto com peças deste tipo,
pois ao tentarmos completar uma
lateral do tabuleiro, seremos
conduzidos a uma das duas figuras à
direita, as quais não se deixam
PROBLEMA 1
Três meses consecutivos de um determinado ano, não bissexto, possuem
exatamente quatro domingos cada um. Prove que um destes meses é fevereiro.
PROBLEMA 2
Num quadro-negro são escritos três inteiros. Começa-se, então, uma sequência de
movimentos onde, em cada passo, apaga-se um deles e escreve-se em seu lugar a
soma dos outros dois diminuída de uma unidade. Após vários movimentos, estão
escritos no quadro os números 17, 75 e 91. É possível que no início estejam
escritos no quadro :
a) 2, 2, 2 ?
b) 3, 3, 3 ?
PROBLEMA 3
Seja ABCD um quadrado. Escolhemos pontos M, N, P, Q respectivamente sobre
AB, BC, CD e DA, de modo que as circunferências circunscritas aos triângulos
MBN e PDQ sejam tangentes exteriormente. Mostre que MN +PQ AC.
PROBLEMA 4
Determine o maior natural n para o qual existe uma reordenação (a, b, c, d) de (3,
6, 9, 12) (isto é, {a, b, c, d} = {3, 6, 9, 12}) tal que o número n 3a 6 b9 c12 d seja
inteiro. Justifique sua resposta.
PROBLEMA 5
A C
Um professor de matemática passou aos seus alunos a adição onde A, B,
B D
C e D são inteiros positivos, as frações estão simplificadas ao máximo e os
denominadores são números primos entre si. Os alunos adicionaram as frações
tirando o mínimo múltiplo comum dos denominadores das parcelas e escrevendo
este como o denominador do resultado. Mostre que a fração que os alunos
encontraram como resultado está simplificada.
PROBLEMA 6
Determine todos os inteiros positivos n para os quais é possível montarmos
um retângulo 9 10 usando peças 1 n.
SOLUÇÃO PROBLEMA 1
Se nenhum destes meses for fevereiro, o número total de dias não pode ser
menor que 91 = 7. 13 e portanto o número total de domingos não poderia ser
menor do que 13.
SOLUÇÃO PROBLEMA 2
SOLUÇÃO PROBLEMA 3
A figura abaixo representa a situação, onde X e Y são os pontos médios dos
segmentos MN e PQ e Z é o ponto de tangência das circunferências. Então, como
MBN PDQ 90 , segue que BX = MX = NX = XZ e DY = QY = YP =
YZ. Assim, MN + PQ = BX + XZ + ZY + YD BD = AC .
A Q D
M P
Z
X
B N C
SOLUÇÃO PROBLEMA 4
Temos 3 a 6 b 9 c 12 d 2 b 2 d 3 a b 2 c d . Para (a, b, c, d) dados, o maior n
possível é mdc{b 2d , a b 2c d } b 2d . Note que b + 2d é máximo
(com b e d elementos distintos de {3, 6, 9, 12}) quando d = 12 e b = 9. Neste
caso, b + 2d = 33, e a + b + 2c + d = 21 + a + 2c. Tomando a = 6 e c = 3, temos
também a + b + 2c + d = 33, que é obviamente o maior valor possível para n,
obtido para (a, b, c, d) = (6, 9, 3, 12).
SOLUÇÃO PROBLEMA 5
Como os denominadores das frações são primos entre si, seu MMC é BD e assim,
AD CB
a fração resultante é . Suponhamos que esta fração não seja irredutível
BD
isto é, que exista algum número primo p que divida o numerador e o denominador
desta fração. Como o produto BD é divisível por p, um dos seus termos, digamos
B sem perda de generalidade o seja. Entretanto, uma das parcelas da soma AD +
CB é divisível por p e como a soma, por hipótese, é divisível por p a parcela AD
é também divisível por p. Portanto A ou D é divisível por p. No primeiro caso
A
temos uma contradição com o fato da fração ser irredutível, no outro casos a
B
contradição está no fato de que os denominadores das frações iniciais sempre são
primos entre si.
SOLUÇÃO PROBLEMA 6
É claro que n deve ser no máximo 10 e dividir 90. Assim, restam para n as
possibilidades 1, 2, 3, 5, 6, 9, 10. Fora n = 6, é imediato que n pode assumir
qualquer um dos outros valores acima. Começando a tentar montar o retângulo
com peças 1 6 a partir de um canto, concluímos prontamente que a tarefa não é
possível.
PROBLEMA 1
Nos extremos de um diâmetro de um círculo, escreve-se o número 1 (primeiro
passo) . A seguir, cada semicírculo é dividido ao meio e em cada um dos seus
pontos médios escreve-se a soma dos números que estão nos extremos do
semicírculo (segundo passo) . A seguir, cada quarto de círculo é dividido ao meio
e em cada um dos seus pontos médios coloca-se a soma dos números que estão
nos extremos de cada arco (terceiro passo). Procede-se, assim, sucessivamente:
sempre cada arco é dividido ao meio e em seu ponto médio é escrita a soma dos
números que estão em seus extremos. Determinar a soma de todos os números
escritos após 1999 passos.
PROBLEMA 4
Determine todos os inteiros positivos n para os quais é possível montarmos um
retângulo 9 10 usando peças 1 n.
PROBLEMA 5
José tem três pares de óculos, um magenta, um amarelo e um ciano. Todo dia de
manhã ele escolhe um ao acaso, tendo apenas o cuidado de nunca usar o mesmo
que usou no dia anterior. Se dia primeiro de agosto ele usou o magenta, qual a
probabilidade de que dia 31 de agosto ele volte a usar o magenta?
PROBLEMA 6
Encontre as soluções inteiras de x 3 y 3 999 .
SOLUÇÃO PROBLEMA 1
Seja S(n) a soma dos termos em cada passo em um dos semicírculos. Observemos
que S(1) = 2, S(2) = 4, e S(3) = 10. Deste modo, nos parece razoável conjecturar
que S(n) = 3n 1 +1. Claramente, S(1) = 31 1 + 1. Os novos termos adicionados
para formar Ln +1 representam somas de dois termos consecutivos de L n e cada
termo de Ln, excetuando-se o primeiro e o último, aparece em exatamente duas
destas somas. Daí, S(n +1) = S(n) + 2(S(n) 1) = 3S(n) – 2 = 3(3n 1 + 1) – 2 =
3(n + 1) 1 + 1. Levando em consideração o outro semicírculo, temos que a
soma após os 1999 passos é igual a 2.(31999 1 + 1) 2 = 2. 31998
SOLUÇÃO PROBLEMA 2 Veja solução do problema 3 do nível 2.
SOLUÇÃO PROBLEMA 3 Veja solução do problema 4 do nível 2.
SOLUÇÃO PROBLEMA 4
É claro que n deve ser no máximo 10 e dividir 90. Assim, restam para n as
possibilidades 1, 2, 3, 5, 6, 9, 10. Fora n = 6, é imediato que n pode assumir
qualquer um dos outros valores acima. Começando a tentar montar o retângulo
com peças 1 6 a partir de um canto, concluímos prontamente que a tarefa não é
possível.
SOLUÇÃO PROBLEMA 5
Sejam mn , an e cn as probabilidades de que no dia n ele use óculos magenta,
an cn
amarelo e ciano, respectivamente. Temos m1 = 1, a1 = c1 = 0 e mn 1 ,
2
mn cn mn an
a n1 , e c n1 Como an + cn + mn = 1, temos
2 2
1 mn 1 ( 2) 2 n
m n 1 . Assim, m n , e em 31 de agosto a probabilidade
2 3
1 2 29
de que ele volte a usar o magenta é m31 .
3
SOLUÇÃO PROBLEMA 6
Temos ( x y ) ( x 2 xy y 2 ) 33 37 . Suponhamos x > y. Assim, os possíveis
valores de a = x – y são 1, 3, 9, 27, 37, 3 37, 9 37, 27 37 e cada valor permite
fazer y = x – a e precisamos apenas verificar se as raízes de
999
x 2 x( x a) ( x a) 2 são inteiras. Na verdade, alguns destes valores
a
são obviamente inapropriados: a x y x 3 y 3 0 (mod 3) , donde os
valores 1 e 37 podem ser descartados. Por outro lado, se x y 3b temos
( x 3 y 3 ) 3b 3 , donde podemos descartar a 27. Os dois valores restantes, 3 e
9, são de fato possíveis e dão as quatro soluções:
(10,1), ( 1, 10), (12,9) e ( 9, 12).
XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
Terceira Fase - Nível 1
PROBLEMA 1
Diga como dividir um cubo em 1999 cubinhos. A figura mostra uma maneira de dividir
um cubo em 15 cubinhos.
PROBLEMA 2
Emanuela, Marta e Isabel são três nadadoras que gostam de competir e por isso
resolveram organizar um desafio de natação entre elas. Ficou combinado o total
de pontos para o primeiro, o segundo e o terceiro lugares em cada prova. A
pontuação para primeiro lugar é maior que a para o segundo e esta é maior que a
pontuação para o terceiro. As pontuações são números inteiros positivos. O
desafio consistiu de várias provas e ao final observou-se que Emanuela fez 20
pontos, Marta 9 pontos e Isabel 10. A primeira prova foi vencida por Isabel.
PROBLEMA 3
Um reino é formado por dez cidades. Um cidadão muito chato foi exilado da
cidade A para cidade B, que é a cidade do reino mais longe de A. Após um
tempo, ele foi expulso da cidade B para a cidade C do reino mais longe de B.
Sabe-se que a cidade C não é a mesma cidade A. Se ele continuar sendo exilado
dessa maneira, é possível que ele retorne à cidade A?
PROBLEMA 4
Adriano, Bruno e Carlos disputaram uma série de partidas de tênis de mesa. Cada
vez que um jogador perdia, era substituído pelo que estava a esperar. A primeira
partida foi disputada por Adriano e Bruno. Sabe-se que Adriano venceu 12
partidas e Bruno 21. Quantas vezes Adriano e Bruno se enfrentaram?
SOLUÇÕES TERCEIRA FASE - NÍVEL 1
PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE MARIANA DE MORAES SILVEIRA (Belo Horizonte - MG)
O cubo deve ser dividido em 1000 cubinhos, ou seja 10 10 10, depois, deve-
se pegar um deles e dividí-lo novamente em 1000 cubinhos para que obtenhamos
1999 cubinhos. Assim teremos 1000 – 1 (que será dividido) + 1000 = 1999
cubinhos.
PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE DIOGO DOS SANTOS SUYAMA (Belo Horizonte - MG)
a) Foram disputadas 3 provas. Como 20 + 10 + 9 = 39, o número de pontos
distribuidos por prova só poderia ser 3 ou 13, pois estes são os únicos
divisores de 39, a não ser o mesmo e o 1. Em consequências, o número de
provas também será um desses números. Porém, se forem disputadas 13
provas, só há uma maneira de se distribuir os pontos: 2 para o primeiro, 1
para o segundo e 0 para o terceiro. Entretanto, 0 não é positivo, sendo assim
descartada essa hipótese.
b) Já sabendo que são 3 provas, é impossível que a vencedora ganhe menos que
8 pontos, pois assim, Emanuela só conseguiria os 20 pontos fazendo 7, 7 e 6
pontos em cada prova. Para isso, seria preciso que a vencedora fizesse 7
pontos, a segunda colocada 6 e a última 0, mas como vimos, 0 não é positivo.
É impossível, também que a vencedora faça mais de 10 pontos, pois não seria
possível que a segunda fizesse mais pontos que a última, ou que esta não
fizesse 0 pontos. Então, as únicas possibilidades são: 1 a. 10, 2a. 2, 3a.
1; 1a. 9, 2a. 3, 3a. 1; 1a. 8, 2a. 4, 3a. 1; e 1a. 8, 2a. 3, 3a.
2. A primeira opção é incorreta, pois Isabel, que venceu uma das provas,
não poderia ter feito pontos nas outras. A segunda opção também não é
correta, pois Isabel teria que marcar apenas um ponto em duas provas. A
última opção é incorreta também, pois Isabel teria que marcar 2 pontos em
duas provas. Terceira opção: 1a. 8, 2a. 4, 3a. 1 é a correta. Veja o
quadro abaixo:
PROBLEMA 1
Seja ABCDE um pentágono regular tal que a estrela ACEBD tem área 1. Sejam P
interseção entre AC e BE e Q a interseção entre BD e CE. Determine a área de
APQD.
D
Q
E C
A B
PROBLEMA 2
Um reino é formado por dez cidades. Um cidadão muito chato foi exilado da
cidade A para a cidade B, que é a cidade do reino mais longe de A. Após um
tempo, ele foi expulso da cidade B para a cidade C do reino mais longe de B.
Sabe-se que a cidade C não é a mesma cidade A. Se ele continuar sendo exilado
dessa maneira, é possível que ele retorne à cidade A?
PROBLEMA 3
Adriano, Bruno e Carlos disputaram uma série de partidas de tênis de mesa. Cada
vez que um jogador perdia, era substituído pelo que estava a esperar. A primeira
partida foi disputada por Adriano e Bruno. Sabe-se que Adriano venceu 12
partidas e Bruno 21. Quantas vezes Adriano e Bruno se enfrentaram?
PROBLEMA 4
Prove que há pelo menos um algarismo diferente de zero entre a 1.000.000 a. e a
3.000.000a. casa decimal de 2 após a vírgula.
PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE EINSTEIN DO NASCIMENTO JÚNIOR ( Fortaleza - CE )
Há dez cidades A, B, C, D, E, F, G, H, I, J.
Um chato da cidade A foi exilado para a cidade mais longe de A, a cidade B.
Como B é a cidade mais longe de A, pode-se dizer que se tomarmos A como
sendo o centro de uma circunferência de raio AB, todas as cidades estarão dentro
dos limites da circunferência, exceto a cidade B que estará em cima dela.
A B
E D
Como as distâncias entre as cidades não são iguais e o chato foi exilado para a
cidade C que é a mais longe de B então BC > AB.
Da cidade C ele será exilado para a cidade D que é a mais longe de C e assim
sucessivamente até chegar na cidade J onde teremos a seguinte verdade:
AB < BC < CD < . . . < HI < IJ.
Ao chegar nesse ponto vemos que A com certeza não é a cidade mais longe de J
pois
AB = raio
AJ < raio
AJ < AB
AB < IJ
AJ < IJ
Logo ele irá para uma cidade diferente de A, e nunca retornará à cidade A.
PROBLEMA 3
SOLUÇÃO DE FÁBIO DIAS MOREIRA (Rio de Janeiro - RJ)
Quando começa a série, já ocorre um encontro entre Adriano (A) e Bruno (B).
Vamos chamar de VA, VB e VC o número de vitórias de Adriano, Bruno e Carlos,
respectivamente. Então ao final da série VA + VB = 33 e depois do 1o. jogo VA + VB
= 1. Suponhamos que o segundo jogo seja x C. Chamemos de E o número de
jogos A B.
Então no 2o. jogo E = 1. Enquanto C ganhar, VA + VB e E permanecem constantes.
Quando C perder, VA + VB aumenta uma unidade. O próximo jogo será A B,
aumentando VA + VB e E em uma unidade. Após este jogo, o próximo será x C.
Ou seja, para que E aumente uma unidade, VA + VB aumenta duas, e o aumento de
um em E. Como no 2o. jogo E = 1 e falta que VA + VB aumente 32 unidades,
ocorrem 1 + 16 = 17 jogos A B.
PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE HENRIQUE CHOCIAY (Pinhais - PR)
Para começar a desenvolver 2 , utilizei o processo de extração que não utiliza
tentativas (processo prático por aproximação).
2
– 1 1,414
1 .0 0
–96 1 2 = 24 4 100
4 .0 0 96
281
1 .1 9 0 0 14 2 = 281 1 400
1 .1 2 9 6
0060400 141 2 = 2824 4 11900
11296
Deste lado, o número de casas sempre aumenta em 1 casa,
nunca mais. (mesmo se houvesse um caso de 99999 9 =
899991 (só aumenta 1 casa) (entre 1.000.000 e 3.000.000)
PROBLEMA 3
Temos um tabuleiro quadrado 10 10.
Desejamos colocar n peças em casas do tabuleiro de tal forma que não existam 4
peças formando em retângulo de lados paralelos aos lados do tabuleiro.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
O planeta Zork é esférico e tem várias cidades. Dada qualquer cidade existe uma
cidade antípoda (i.e., simétrica em relação ao centro do planeta).
Existem em Zork estradas ligando pares de cidades. Se existe uma estrada
ligando as cidades P e Q então também existe uma estrada ligando as cidades P'
e Q', onde P' é a antípoda de P e Q' é a antípoda de Q. Além disso, estradas não
se cruzam e dadas duas cidades P e Q sempre é possível viajar de P a Q usando
alguma seqüência de estradas.
O preço da Kriptonita em Urghs (a moeda planetária) em duas cidades ligadas
por uma estrada difere por no máximo 100 Urghs. Prove que existem duas
cidades antípodas onde o preço da Kriptonita difere por no máximo 100 Urghs.
PROBLEMA 5
Em Tumbólia existem n times de futebol .
Deseja-se organizar um campeonato em que cada time joga exatamente uma vez
com cada um dos outros. Todos os jogos ocorrem aos domingos, e um time não
pode jogar mais de uma vez no mesmo dia.
Determine o menor inteiro positivo m para o qual é possível realizar um tal
campeonato em m domingos.
PROBLEMA 6
Dado triângulo ABC mostre como construir com régua e compasso um triângulo
A’B’C’de área mínima com C ' AC , A' AB e B ' BC tal que
B ' A' C ' B A C e A' C ' B ' A C B.
C' B'
A B
A'
PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE HUGO PINTO IWATA (São José do Rio Preto - SP)
R Q
E C
S
P
A B
PROBLEMA 2
Suponhamos, por absurdo, que todos os algarismos das casas decimais entre a
1.000.000a. casa decimal e a 3.000.000a. casa decimal de 2 fossem zero, então:
6 6 6
10 210 1010 2 10 310 2 (onde x Z e x x x 1)
6 6 6 6 6 6
210 310
10 K 10 2 (onde K 1010 2 ) 10 210 K 10 310 2 10 210 K 1,
6 6 6
mas como 10 210 K 10 310 2 , (pois se não fosse teríamos 2 K / 1010 ,
um absurdo, pois 2 é irracional!) então:
K K 1
6
10 210 K 10 310
6
2 10 210 K 1
6
6
106
2 10 6
10 310 10 10
K2 K2 2K 1 2 2106 2K 1
2106
2 210 6
4106
6106
K 2 10 K 2 2106 4106 ,
10 10 10 10 10 10
mas como K 10 2 Z, temos (pela definição de x ):
6
10
K K 2 1 2K 1
6
K 1010 2 K 1 10 2 210 10 210 6
,
10 10
6
10 4 10 2 6 6
logo:
6 2K 1 1 1
K 2 2 10 210 K 2 210 6
4106
K 2 4106 K 2 1
10 10 2 10
K 2 1, um absurdo, pois não existe
6
2 2106 2 210
K 2 10 K 1 0 2 10
nenhum inteiro maior que 0 e menor que 1, disto concluímos que há um
algarismo diferente de 0 nestas casas decimais. (Poderíamos ter uma aproximação
6
melhor pois 2K é bem menor que 10 210 ).
Obs: x denota a função do "maior inteiro": é o único inteiro tal que
x x x 1.
PROBLEMA 3
SOLUÇÃO DA BANCA
O problema é equivalente a encontrar subconjuntos A1, A2, …, A10 do conjunto {1,
2, 3, …, 10} cuja soma do número de elementos seja a maior possível tais que a
interseção de dois quaisquer deles tenha no máximo um elemento (Ai é o
conjunto das posições das peças na i-ésima linha do tabuleiro). Se Ai tem ki
k (k 1)
elementos então há C k2i i i subconjuntos de 2 elementos não pode
2
2
pertencer a dois dos conjuntos Ai, e há no total C10 45 subconjuntos
de 2 elementos de
10
k i ( k i 1)
{1, 2,…,10}. Assim, devemos ter
i 1 2
45.
i 1 2
45 então k i 1
i 5 4 5 3 35, valendo a igualdade se e só
k
i 1
i 34, como abaixo:
PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE GILBERTO SANTOS DO NASCIMENTO (São Paulo - SP)
Seja C1' o antípoda de C1 .
Vamos ligar C1 a C1' e vice-versa, formando uma linha fechada. Abaixo
C 'j é o antípoda de C j para todo j.
C3 …
Cn
C2
C'1
C1
C'n
… C'2
C'3
Agora, supondo que a diferença da Kriptonita de C1' para C1 seja maior que
100. Então, vamos supor que (C2 – C1) + (C3 – C2) +…+ (C1' – Cn) > 100. Como
ao percorrer o caminho, temos de ter uma diferença zero ao chegarmos em C1
novamente, somando (C2' – C1') + (C3' – C2') +…+ (C1 – Cn') < – 100.
Agora, supondo que o Superman trace uma linha de C1 a C1' (esta linha não
poderia ser uma estrada, pois | C1' – C1| > 100) a soma das diferenças na parte de cima
da linha deve ser maior que 100 e embaixo menor que –100.
> 100
…
Parte de cima (p.c.)
C1 C'1
Parte de baixo (p.b.)
…
Agora, supondo que esta linha percorra a figura, ligando todas as cidades antípodas, na
parte de cima, a soma deve continuar sendo maior que 100 e embaixo menor que 100. Em
p.c. (parte de cima), a soma não pode passar bruscamente de > 100 para < –100, pois são
somadas apenas duas diferenças de cada vez (menores que 200 no total!). Assim, para que
p.c. fique negativo < –100 e p.b. fique positivo > 100, teríamos de ter duas cidades
antípodas com diferença > 100 em módulo.
> 100 Ck
…
…
…
p.c. C1'
C1
p.b. < –100 p.b. p.c. > 100 C1'
… C2'
< –100 … …
Ck'
PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE HUMBERTO SILVA NAVES (Goiânia - GO)
Suponhamos, por absurdo, que os preços diferem por mais de 100 Urghs em
todas as cidades antípodas, então:
| x0 – y0| > 100 M0 – m0 > 100 (onde xn e yn são antípodas e representam o preço
da Kriptonita).
| x1 – y1| > 100 M1 – m1 > 100
| xn – yn| > 100 Mn – mn > 100 (Onde Mn = máx (xn, yn) e mn = min (xn, yn))
Como sabemos que existe um caminho de estradas que leva de M0 até m0, então
deve existir uma estrada que liga (para certo i, j N; i, j n) Mi mj.
Como existe uma estrada ligando Mi mj, também existe uma estrada ligando
mj Mi (antípodas). Pode acontecer i = j, caso em que se conclui facilmente
que Mi – mi > 100, um absurdo pois mi e Mi são "vizinhas", logo o preço da
Kriptonita difere por no máximo 100 Urghs.
Se i j, então:
| Mj – mi | 100 (são "vizinhas")
| Mi – mj | 100, mas como
Mi – mi > 100 e Mj – mj > 100, então:
Mi + Mj – mi – mj > 200
Mi – mj + Mj – mi > 200 | Mi – mj + Mj – mi| > 200 | Mi – mj| + | Mj – mi| >
200 200 | Mi – mj| + | Mj – mi| > 200, um absurdo, logo existem cidades
antípodas cujo preço difere no máximo em 100 Urghs.
PROBLEMA 5
SOLUÇÃO DE FABRÍCIO SIQUEIRA BENEVIDES (Fortaleza - CE)
i) n par.
Cada time tem que jogar com cada um dos outros. Se os times são: T1, T2, …, Tn;
temos que um time Ti tem que jogar (n – 1) vezes e para isso precisará de pelo
menos (n – 1) domingos. (pois só pode jogar 1 vez por domingo). Mostraremos
que é possível realizar o campeonato em (n – 1) domingos. Para isso basta que o
jogo entre Ti e Tj (i j) ocorra no seguinte domingo.
dij T1 T2 T3 T4 T5 T6
T1 3 4 5 1 2
T2 3 5 1 2 4
T3 4 5 2 3 1
T4 5 1 2 4 3
T5 1 2 3 4 5
T6 2 3 4 5 1
O campeonato organizado assim satisfaz o problema pois: é fácil ver que um time
i joga com cada um dos outros times (no domingo dij, j i). E cada time só joga
uma vez num mesmo dia, caso contrário teríamos: um time Ti que joga contra Tj e
Tk no mesmo domingo, ou seja dij = dki
2) Se i n.
Agora se n for ímpar, como cada time tem que jogar com todos os outros seria
necessário pelo menos (n – 1) domingos.
Só que (n – 1) domingos não são suficientes pois em cada dia há um time que fica
sem jogar. Assim, se no primeiro dia Ti foi o time que não jogou, ele ainda
precisará de mais ( n – 1) domingos para jogar contra os outros. De modo que são
necessários pelo menos n domingos.
Para ver que n domingos são suficientes, basta que o campeonato se organize
assim: Sejam T1, T2, …, Tn os times. Criamos um time virtual chamado Tn + 1 onde
jogar contra Tn + 1 um certo dia, significa não jogar naquele dia.
Temos então n + 1 = x times, organizamos então como no caso anterior o
campeonato. Como x é par isso pode ser feito em x – 1 = n dias.
Obs: O exemplo para (2k – 1) times é obtido do de (2k) times esquecendo-se um
dos times.
Resposta: Se n é par m = n – 1.
Se n é ímpar m = n.
PROBLEMA 6
SOLUÇÃO DA BANCA
c
B'
C'
c
D
a a
A A' B
Sejam A, B, C os ângulos internos do triângulo ABC, sejam A', B', C'
os ângulos internos do triângulo A'B'C' e consideremos A' = A e C' = C.
Seja D o ponto de interseção das circunferências circuscritas aos triângulos AA'C'
e CC'B'. Nos quadriláteros inscritíveis AA'DC' e CC'DB' temos A'DC' = π – A
e C'DB' = π – C. Logo, A'DB' = 2π – (π – A) – (π – C) = π – B, e
portanto, a circunferência circunscrita ao triângulo BB'A' passa por D.
e portanto não depende da posição de A', B' e C'. O ponto D é fixo e sua
construção será mostrada no final da solução.
Como os ângulos A'DB', B'DC' e C'DA' são constantes, a menor área possível do
triângulo A'B'C' é obtida quando os segmentos DA', DB' e DC' forem os menores
possíveis. Logo, DA', DB' e DC' são respectivamente perpendiculares aos lados
AB, BC e CA.
Construção do ponto D
O ponto D, interseção desses dois arcos é tal que DAB = DBC = DCA.
(Note que qualquer ponto D com esta propriedade deve pertencer a cada um dos
lugares geométricos descritos acima, o que nos dá a unicidade).
EQUAÇÕES DIOFANTINAS
Antonio Caminha Muniz Neto
Nível Intermediário
Ternos Pitagóricos
Queremos estudar as soluções (x, y, z) da equação x 2 y 2 z 2 , com x, y, z
inteiros não nulos. Após determinar tais soluções, vamos ver como podemos
utilizar as informações obtidas para resolver outras equações em números
inteiros. O resultado fundamental é o seguinte
z
x
y
Vejamos em que a equação acima pode ajudar na solução de outros problemas.
Consideremos a tarefa de determinar as soluções inteiras não nulas da equação
x 2 y 2 2 z 2 , com x y. Em uma qualquer dessas soluções, devemos ter x e y
com a mesma paridade, pois caso contrário x 2 y 2 seria um número ímpar.
Assim, existem inteiros a e b tais que
x a b, y a b
Basta tomarmos a 12 ( x
y ) e b 12 ( x y ) , notando que x + y e x – y são
números pares. Substituindo as expressões acima para x e y na equação original,
concluímos que
x 2 y 2 2 z 2 a 2 b 2 z 2
Mas essa última equação é a nossa já conhecida equação de Pitágoras. Então, de
acordo com o teorema acima, podemos escrever
( a, b, z ) ( 2uvd , ( u 2 v 2 )d , ( u 2 v 2 ) d ) ou
( a , b, z ) (( u 2 v 2 )d , 2uvd , ( u 2 v 2 )d )
onde d, u, v são inteiros não nulos, com u v, mdc(u, v) = 1 e u e v de paridades
distintas.
Segue daí que as soluções (x, y, z) de nossa equação são de um dos tipos abaixo,
onde d, u, v satisfazem as mesmas condições do teorema acima.
( x, y , z ) ( 2uvd ( u 2 v 2 )d , 2uvd ( u 2 v 2 )d , ( u 2 v 2 )d )
ou
( x, y, z ) ((u 2 v 2 )d 2uvd ,(u 2 v 2 )d 2uvd ,(u 2 v 2 )d )
Vamos usar o seguinte fato, que você pode provar facilmente: se um inteiro u não
for múltiplo de 3, então u 2 deixa resto 1, quando dividido por 3. Então, se b não
for múltiplo de 3, teremos de 3a 2 b 2 2c 2 que c também não será múltiplo de
3. Olhando os restos de cada termo da equação por 3, teremos que 3a 2 b 2
deixa resto 1 e 2c 2 deixa resto 2.1 = 2. Logo, não poderia ser 3a 2 b 2 2c 2 .
Assim, b deve ser múltiplo de 3, digamos b 3b1 . Daí vem que
3a 2 9b12 2c 2 , e c também é múltiplo de 3, digamos c 3c1 . Substituindo
na equação, chegamos a 3b12 a 2 6c12 .
Então, a também é múltiplo de 3. Sendo a 3a1 , a equação acima nos dá
b12 3a12 2c12 , e ( b1 , a1 , c1 ) é uma outra solução de nossa equação original,
com c1 c3 c . Mas isso é uma contradição, pois partimos de uma solução na
qual o valor de z era c, mínimo possível. Logo, nossa equação não possui
soluções não nulas.
i. Supor que uma dada equação possui uma solução em inteiros não nulos.
ii. Concluir daí que ela possui uma solução em inteiros positivos que seja, em
algum sentido, mínima.
iii. Deduzir a existência de uma solução positiva menor que a mínima,
chegando a uma contradição.
Teorema 2: Se n for múltiplo de 4 então não existem inteiros não nulos x, y, z tais
que x n y n z n .
A Equação de Pell
Portanto, se (a, b) for uma solução, a 2 2b 2 ,2ab será outra solução. Sendo
a e b positivos, temos a a 2 2b 2 , e desse modo determinamos uma infinidade
de soluções da equação (contanto que tenhamos uma solução não nula). Veja que
(3, 2) é uma solução não nula de nossa equação.
É fácil ver que o método acima utilizado também garante que, quando d for um
2 2
inteiro tal que d é irracional, a equação x dy 1 admite infinitas
soluções não nulas, desde que admita uma solução não nula. Também, com
poucas modificações podemos tratar a equação x 2 dy 2 1 (veja o exercício
6).
Observe que, apesar de determinarmos facilmente infinitas soluções da equação
acima, não sabemos se há outras. Vamos agora começar a responder essa
pergunta, para uma classe mais ampla de equações.
j k
j k ( j 1k ) n 1
( j k )2
x1 x1
y1 ny
1
1
x
y e y1 ny11 y12 ,
1
Lema 2: Seja d um inteiro positivo que não seja um quadrado. Existe um inteiro
m para o qual a equação x 2 dy 2 m admite infinitas soluções inteiras.
x 2 dy 2 x dy x d y 1y x d y 2 d y 1y 1
y 2
d y 2
Segue que algum inteiro não nulo m entre ( 2 d 1) e 2 d 1 se repete um
número infinito de vezes entre os valores de x 2 dy 2 , com (x, y) em S. Mas isto
2 2
é o mesmo que dizer que a equação x dy m admite infinitas soluções.
Prova: Admitamos por enquanto que nossa equação tenha uma solução em
inteiros positivos x, y. Dentre todas essas soluções, escolha aquela x1 , y1 tal que
x1 y1 d seja o menor possível.
Dado um natural qualquer n, sabemos que existem inteiros positivos x n , y n tais
que ( x1 y1 d ) n x n y n d . Daí, sabemos que
( x1 y1 d ) n x n y n d , e assim
1 ( x12 dy12 ) n ( x1 y1 d ) n ( x1 y1 d ) n
( x n y n d )( x n y n d ) x n2 dy n2
Então todos os pares ( x n , y n ) são soluções da equação.
Seja agora (x, y) uma solução qualquer em inteiros positivos. Para terminar, basta
mostrarmos que existe um natural n tal que x y d n . Suponha o contrário.
Então existe um natural n tal que n x y d n1 . Daí, vem que
1 n ( x y d ) . Mas
n ( x y d ) ( x1 y1 d ) n ( x y d ) ( x n y n d ) 1 ( x y d )
( x n y n d )( x y d ) ( xx n dyy n ) ( x n y y n x ) d
e ocorre que
( xx n dyy n ) 2 d ( x n y y n x )2 x n2 ( x 2 dy 2 ) y n2 ( dy 2 x 2 ) x n2 dy n2 1 ,
de modo que n ( x y d ) ( xx n dyy n , x n y y n x ) também é solução.
Como 1 n ( x y d ) , basta mostrarmos que xx n dyy n , x n y y n x 0
para chegarmos numa contradição. Sejam a xx n dyy n , b x n y y n x .
Temos a b d 0 e a 2 db 2 1 , donde a b d ( a b d ) 1 0 .
Então, 2a ( a b d ) ( a b d ) 0 . Por outro lado, a b d 1 implica
a b d ( a b d ) 1 1 , e daí b d a 1 0 . Logo, b > 0.
Para terminar, basta mostrarmos que a equação x 2 dy 2 1 admite uma
solução. Tome, de acordo com o lema 2, um inteiro (não nulo) m tal que
x 2 dy 2 m admita uma infinidade de soluções. Podemos escolher duas dessas
soluções, ( x1 , y1 ), ( x 2 , y 2 ) digamos, tais que | x1 | | x 2 | mas x1 x 2 e y1 y2
, módulo m. Então
( x1 y1 d )( x 2 y 2 d ) ( x1 x 2 dy1 y 2 ) ( x 2 y1 x1 y 2 ) d (*)
Mas x1 x 2 dy1 y 2 x12 dy12 0 (mod m) e x 2 y1 x1 y 2 (mod m) , donde
existem inteiros u e v tais que x1 x 2 dy1 y 2 mu, x 2 y1 x1 y 2 mv
Segue de (*) que ( x1 y1 d )( x 2 y 2 d ) m( u v d ) , e daí
( x1 y1 d )( x 2 y 2 d ) m( u v d ) .
Multiplicando ordenadamente essas duas igualdades, chegamos a
m2 ( x12 dy12 )( x22 dy 22 ) m2 ( u 2 dv 2 ) ,
ou seja, u 2 dv 2 1 . Resta mostrarmos que u e v são não nulos. Se u = 0
teríamos dv 2 1 , um absurdo. Se v = 0, viria u = 1 ou –1. De (*) seguiria que
( x1 y1 d )( x 2 y 2 d ) m , e assim ( x1 y1 d ) ( x 2 y 2 d ) , donde
por fim | x1 | | x 2 | , o que é um absurdo.
Exercícios:
1. Seguindo os passos da prova do teorema 1, mostre que as soluções em
inteiros não nulos da equação x2 2 y2 z2 são da forma
2 2 2 2
x ( u 2 v )d , y 2uvd , z ( u 2 v )d , onde d, u, v são inteiros
não nulos, com u e 2v primos entre si.
2. Mostre que as equações a seguir não possuem soluções inteiras não nulas:
i. x 4 4 y 4 z 2
ii. x 4 2 y 4 z 2
iii. x 2 y 2 3z 2
O item i do exercício a seguir tem a ver com o exemplo 1 do texto.
3. i. Mostre que não existem racionais x e y tais que x 2 xy y 2 2 .
ii. Determine todas as soluções racionais da equação x 2 xy y 2 1 .
Para resolver os próximos dois exercícios utilizamos o teorema 1. Eles são mais
difíceis que os anteriores, e no primeiro deles você pode achar útil o seguinte
resultado, conhecido como Teorema de Ptolomeu: dado um quadrilátero convexo
inscritível ABCD, tem-se
D
B
C
Para uma prova do Teorema de Ptolomeu, você pode consultar a referência [4].
4. Temos no plano uma circunferência de raio 1. Mostre que podemos
escolher em tal circunferência 2000 pontos A1 , A2 ,..., A2000 tais que Ai A j é
racional, quaisquer que sejam 1 i j 2000 .
5. Seja r um inteiro positivo dado. Queremos determinar o número de
triângulos ABC, dois a dois não congruentes, satisfazendo as seguintes condições:
i. O raio da circunferência inscrita em ABC mede r.
ii. Os comprimentos dos lados de ABC são números inteiros, primos entre si.
Mostre que o número de tais triângulos é 2 k , onde k é o número de fatores
primos distintos de r.
6. Prove, sem apelar para o teorema 2, que a equação x 2 2 y 2 1
admite uma infinidade de soluções inteiras.
7. Prove que as soluções positivas ( x n , y n ) da equação do exemplo 2 são
dadas pelas seqüências ( x1 , y1 ) (3, 2) e x n 1 3x n 4 y n ,
y n1 2 x n 3 y n
8. Prove que há infinitos inteiros n tais que n 2 ( n 1) 2 seja quadrado.
Bibliografia
[1] Introdução à Teoria dos Números. Plínio O. dos Santos. Coleção Matemática Universitária.
IMPA. 1999.
[2] An Introduction to the Theory of Numbers. I. Niven, H. Zuckermann. John Wiley & Sons.
New York. 1980.
[3] A Classical Introduction to Modern Number Theory. K. Ireland & M. Rosen. Springer-Verlag.
a) Existe um inteiro positivo M(n) tal que depois de M(n) passos todas as
lâmpadas estão ACESAS de novo;
b) Se n é da forma 2k então todas as lâmpadas estão ACESAS depois de
n2 –1 passos;
a) Vamos inicialmente representar o estado das lâmpadas L0, L1, L2, ..., Ln–1 por
uma n-upla u = (u0, u1, u2, ..., un–1), onde ui = 0 se Li está apagada e ui = 1 se Li
está acesa.
Evidentemente o estado inicial das lâmpadas é dado pela n-upla e = (1, 1, 1, ...,1).
Nessas condições a operação Sj tranforma a n-upla (u0, u1, u2, ..., un–1) na nova
n-upla (u0, u1,..., uj–1, uj–1 + uj,..., uj+1,..., un–1), onde a soma uj–1 + uj é tomada
módulo 2 ( e j é tomada módulo n).
Assim sendo, nosso problema consiste em determinar um valor natural r, tal que:
S r ( S r 1 (...( S1 ( S 0 (e)))...)) e
Para tanto, denotemos por Rj a operação que transforma a n-upla (u0, u1,..., uj–1, uj,
uj+1,..., un–1) na n-upla (u j mod n , u ( j 1) mod n ,...u ( j n 1) mod n ). Observe que R–j é a
operação inversa de Rj e R0 deixa a n-upla inalterada.
Nesses termos temos para uma n-upla qualquer S j R j ( S 0 ( R j )) .
__
Agora para uma n-upla qualquer u podemos escrever:
__ __
S r ( S r 1 ...( S1 ( S 0 ( u )))...) S r S r 1 ...S1 S 0 ( u ) ( R r S 0 Rr )( R r 1 S 0 Rr 1 )...
__ __ __
...( R 1 S 0 R1 ) S 0 ( u ) R r S 0 ( RS 0 ) r ( u ) R r 1 ( RS 0 ) r 1 ( u ) onde R R1 .
Consequentemente, S r S r 1 ...S1 S 0 (e) e ( RS 0 ) r 1 (e) Rr 1 (e) e como
existe apenas um número finito de estados das lâmpadas (2 n precisamente) que
equivale ao número total de n-uplas, em algum estágio a seqüência
e, ( RS 0 )1 (e), ( RS 0 ) 2 (e),... deve repetir algum de seus elementos. Nessas
condições para algum m e n ( m < n ) teremos : ( RS 0 ) m (e) ( RS 0 ) n (e). Sendo
RS 0 uma bijeção (verifique!) temos ( RS 0 ) n m (e) e, o que conclui o ítem a.
b) Primeiramente associaremos à n-upla u = (u0, u1, u2, ..., un–1) o polinômio P(x)
2 n 2 n 1
da forma : P( x) u n 2 u n 3 x u n 4 x ... u 0 x u n 1 x , onde os
coeficientes serão olhados módulo 2 (isto é, P(x) Z / 2Z [ x ]).
Chamemos tal polinômio de polinômio de posição. Observe agora que para a
n-upla ( RS 0 )1 (u ) temos:
( RS 0 )1 (u ) R1 ( S 0 (u )) R1 (u n 1 u 0 , u1 , u 2 ,..., u n 1 ) (u1 , u 2 ,..., u n 1 , u n 1 u 0 )
e seu polinômio de posição é dado por
Q( x) u n 1 u n 2 x u n 3 x 2 ... u1 x n 2 (u n 1 u 0 ) x n 1 Não se esqueça
que a adição u n 1 u0 é tomada módulo 2. Assim,
Q ( x) x P ( x) mod( x n x n 1 1). Assim sendo, queremos encontrar r tal
que x r 1 mod( x n x n 1 1). Note que quando x r 1 mod( x n x n 1 1).
o polinômio de posição associado a ( RS 0 ) r será congruente a P(x) que
representará a n-upla e = (1, 1, 1,...1) no estado inicial das lâmpadas. Suponha
agora n = 2k.
2
Então x n ( x n ) n ( x n 1 1) n x n( n 1) 1 mod( x n x n 1 1) pois se n é uma
potência de 2, todos os coeficientes, exceto o primeiro e o último da expansão
binomial ( x n 1 1) n são pares, logo congruentes a zero módulo 2.
Finalmente temos:
2 2 2
x n x n ( n 1) 1 mod( x n x n 1 1) x n x n n
1 mod( x n x n 1 1)
2 2
xn n
( x n 1) 1 mod( x n x n 1 1) x n 1
1 mod( x n x n 1 1)
(pois x n 1 x n 1 (mod x n x n 1 1)).
Assim, após ( n 2 1) etapas todas as lâmpadas estarão acesas novamente.
c) Suponha n 2 k 1
2
Assim x n 1 ( x n 1 ) n 1 ( x n x) n 1 x n( n 1) x n 1 onde todas as congruências
foram tomadas mod( x n x n 1 1). Como no ítem anterior n – 1 é potência de
2, logo todos os coeficientes, exceto o primeiro e o último da expansão binômial
( x n x ) n 1 são pares, consequentemente congruentes a zero módulo 2.
Finalmente temos:
2 2
x n 1 x n( n 1) x n 1 mod( x n x n 1 1) x n n ( x n 1 1) x n 1 mod( x n x n 1 1)
2 2
(*) x n n
( x n ) x n 1 mod( x n x n 1 1) x n x n 1 mod( x n x n 1 1)
2
xn n 1
1 mod( x n x n 1 1). Observe que, como estamos trabalhando
módulo 2, x n x n 1 1 x n 1 1 mod(x n x n 1 1), e isso justifica a
congruência (*). Assim sendo, após n 2 n 1 etapas, todas as lâmpadas estarão
acesas novamente.
1 ( x 1) 2 1
2
f ( x ) 2
f 1 1
x x x 1
1 ( x 1) 2 1
2
f ( x ) 2 1 2
f ( x 1) 1
x x ( x 1)
1 ( x 1) 2 1
f ( x ) 2 f ( x 1) 1
x2 x2 x
f ( x) ( x 1) 2 f ( x 1) x 2 f ( x) f ( x 1) 2 x 1
f (x) f (1 x) 1
donde:
f ( x) x
f (x) f (1 x) 2x 1
para x 0 f (1) f (0) 1
f (1) f (0) 1
x 1 f (0) f ( 1) 1 f (1) 1 f (1) 1 e f (0) 0.
f (0) f (1) 1
Conclusão: x R, teremos f(x) = x como sendo a única solução.
31) Seja x1, x2, x3, … uma seqüência de números reais não negativos satisfazendo
x x
x n n 2 n 1 para n = 3, 4, 5, … Estabeleça condições necessárias e
2 x n 2 x n 1
suficientes em x1 e x2 para xn ser inteiro para infinitos valores de n.
Afirmação: x1 x 2 , x1 e x 2 inteiros.
xn 2 xn 1
Prova: Se, x n teremos,
2 xn 2 xn 1
1 2 x xn 1 1 2 1
xn (2 x n 2 xn 1 ) xn 2 xn 1 n 2
xn xn 2 xn 1 xn xn 1 xn 2
1 1 1 1 1
tome y n logo, a seqüência y1, y2, …, é uma
xn x n 1 x n 1 x n 2 xn
x1 x 2
P.A., de razão r desse modo,
x1 x 2
yn y1 (n 1)r x1 xn (n 1)rx1 xn
x1
x1 xn (1 (n 1)rx1 ) x1 xn . Suponha r 0.
1 (n 1) x1r
x1 x 2 x1 x 2
Como r , temos x n fazendo x1 – x2 = a,
x1 x 2 x 2 (n 1)( x1 x 2 )
teremos
x1 x 2
xn . Porém, para algum k, tal que x1 x 2 x 2 (k 1) a
x 2 (n 1)a
teremos x n 1 , para todo n k. Logo, devemos ter r = 0, o que conclui a
demonstração.
32) a) Prove que todo número inteiro não nulo m admite uma única representação
n 1
da forma m
k 0
k 3 k , onde n é um inteiro positivo e k { 1,0,1} para
~ ~
k , p { 1,0,1}; n 1 1 e t-1 1.
Vamos também fazer a hipótese de que para as arestas Pi Pj e Pi Ps ,
~
tenhamos o
número min{k 0 / k 1} min{ p 0 / p 1} onde
0 n 1 e 0 t 1. Podemos então escrever:
1 n 1
k k
j i
k 0
k .3
k 1
k . 3 1. 3
(1)
1 t 1
s i .3 p 3 p 1.3 (2)
p0 p p 1 pk.
Cobrindo o vaso com papel por dentro e por fora, e marcando nele a localização da
formiga, da gota de mel e da borda, poderemos ver que ao desamassar o papel ficarão as
seguintes impressões, com as seguintes medidas:
B Gota
Parte de dentro
3 cm
r = 5
3 cm
A Formiga
t
H
s
G
s
t
P
I F
y x
w z z
w
y
B
D E C
Como as retas traçadas são paralelas aos lados então os quadriláteros PFCE,
PIBD, PHAG são paralelogramos, e com isso concluímos que seus lados opostos
são congruentes. Daí temos:
BC = a, AC = b, AB = c, IF = x + y = a' , GD = t + w = c', HE = s + z = b'
___ ____
Os triângulos ABC e AIF são semelhantes pois IF // BC , de onde temos:
xy c w x y b z
e
a c a b
a' w a' z
1 1
a c a b
___ ____
Os triângulos ACB e GCD são semelhantes pois AB// GD , de donde temos:
t w b s t w a y
e
c b c a
c' s c' y
1 1
c b c a
___ ____
Os triângulos ACB e HEB são semelhantes pois AC// HE , de onde temos:
sz a x sz c t
e
b a b c
b' x b' t
1 1
b a b c
35) Sabendo que num triângulo ABC a altura relativa ao vértice A mede 12cm. e a
altura relativa ao vértice B mede 20cm, determine todos os valores possíveis para
a altura relativa ao vértice C.
Vem que:
1 1 1 1 1 1
, assim hc = 30. Agora, sabemos que: a + b > c
hc hb ha 20 12 30
2 S 2 S 2 S
a ,b e c . Substituindo temos:
ha hb hc
1 1 1 1 1 1
hc 7,5
ha hb hc 12 20 hc
Resposta: 7,5cm < hc < 30 cm.
Você sabia…
Que há novos records de primos grandes descobertos em
2000?
PROBLEMAS PROPOSTOS
36) Na figura abaixo o triângulo DEF tem área de medida S. Sabendo-se que o
triângulo DEF está inscrito num triângulo arbitrário ABC, mostre que as
medidas Si ( i = 1, 2, 3) das áreas dos outros triângulos formados satisfazem a
3
S
desigualdade 1 1 1 e que a igualdade ocorre se e só se os pontos
S1 S 2 S 3
DEF são os pontos médios dos lados do triângulo, ABC.
A
S1
F
E
S
S2
S3
B C
D
ii) os lados de qualquer triângulo com vértices entre os vértices do polígono são
coloridos usando no máximo 2 cores.
Prove que k 2.
Errata:
Problema 4: Mostre que há infinitos naturais n tais que n 2 1 divide n!, onde
n! = n (n–1)..21 (por exemplo, 4! = 4 3 2 1 = 24).
Eureka! No. 6, pág 27: o segundo parágrafo está truncado. A versão correta é:
Determinar exatamente os valores de números de Ramsey clássicos R(a, b) é, em
geral, um problema computacionalmente muito difícil.
Os únicos valores de R(a, b) com 3 a b que são conhecidos são: R(3, 3) = 6,
R(3, 4) = 9, R(3, 5) = 14, R (3, 6) = 18, R(3, 7) = 23, R(3, 8) = 28, R (3, 9) = 36,
R(4, 4) = 18, e R(4, 5) = 25.
O único número Ramsey com mais de duas cores cujo valor é conhecido é
R(3, 3, 3) = 17.
AGENDA OLÍMPICA
VI OLIMPÍADA DE MAIO
13 de maio de 2000
COORDENADORES REGIONAIS
AOS LEITORES 2
VI OLIMPÍADA DE MAIO 11
Problemas
VI OLIMPÍADA DE MAIO 13
Resultados
ARTIGOS
PROBLEMAS PROPOSTOS 60
AGENDA OLÍMPICA 61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS 62
AOS LEITORES
Comitê Editorial
PROBLEMA 1
Dizemos que um número é descendente se cada um de seus dígitos é menor do
que ou igual ao dígito anterior, da esquerda para a direita. Por exemplo, 4221 e
751 são números descendentes, enquanto 476 e 455 não são descendentes.
Determine se existem inteiros positivos n para os quais 16n é descendente.
PROBLEMA 2
Em um tabuleiro 8 8 distribuímos os inteiros de 1 a 64, um em cada casa.
A seguir, colocam-se sobre o tabuleiro fichas quadradas 22, que cobrem
exatamente quatro casas (sem superposição) e de modo que os quatro números
cobertos por cada ficha determinem uma soma menor que 100.
Mostrar uma distribuição desses inteiros que permita colocar o maior número de
fichas, e demonstrar que não é possível obter uma distribuição que permita
colocar mais fichas.
(64 1)64
1 2 3 ... 64 2 32 65
100 100 100 130 100. Absurdo!
16 16 16
Então a cada ficha a menos que colocamos devemos tirar o maior somatório de
números sem estar preenchidos, pois assim a razão anterior vai ser mínima.
A cada ficha que retiramos tiraremos 64, 63, 62, 61, depois 60, 59, 58, 57... até a
razão do somatório dos números preenchidos dividido pelo número de fichas ser
menor que 100. Disso temos:
Dado: o somatório inicial é 2080 e o número inicial de fichas é 16 e sendo n o
número de fichas retiradas que deve ser mínimo
2 79 49 n116
4 n 79 n 240 0 n n 3,75
8 2
+ +
3,75 16
–
1 24 2 23 3 22 4 21
25 45 26 47 27 46 28 45
Faremos isso com todos os grupos, sobrando ainda um espaço 2 8, que não
terão ficha, onde colocaremos aleatóriamente os números {49, 50,...,64}.
Sendo essa uma solução com cada ficha sob um grupo daqueles citados.
Exemplo completo:
1 24 2 23 3 22 4 21
25 48 26 47 27 46 28 45
5 20 6 19 7 18 8 17
29 44 30 43 31 42 32 41
9 16 10 15 11 14 12 13
33 40 34 39 35 38 36 37
49 50 51 52 53 54 55 56
57 58 59 60 61 62 63 64
PROBLEMA 3
Um quadrado de lado 2 é dividido em retângulos mediante várias retas paralelas
aos lados (algumas horizontais e outras verticais). Os retângulos são coloridos
alternadamente de preto e branco, como se fosse um tabuleiro de xadrez. Se deste
modo a área branca resultou igual a área preta, demonstrar que ao recortar os
retângulos pretos ao longo de seus bordos, é possível formar com estes (sem
superposição) um retângulo preto 1 2.
xi yj xi yj xi yj
Área sombreada = i e j de i e j pares i e j ímpares
mesma
paridade
Logo, área sombreada =
2 xi y j xi y j xi yi x j y j
i e j pares i e j
ímpares
i par i par j ímpar j ímpar
e denotamos:
A xi e B yi
"i" par "i "par
mas xi "i
" par
xi x j 2
" j " ímpar
xj
" j " ímpar
2 A,
e de mesmo modo
concluímos que: yj 2 B.
" j " ímpar
A 1 0
Logo devemos ter
ou
1 B 0
A 1 ou B 1 Agora o problema fica fácil, pois se A 1 (por simetria),
temos: xi x j , logo basta juntar os "quadradinhos" de cada linha, aí
i par j ímpar
PROBLEMA 4
Sejam ABCD um quadrado (sentido horário) e P um ponto qualquer pertencente
ao interior do segmento BC. Constrói-se o quadrado APRS (sentido horário).
Demonstrar que a reta CR é tangente a circunferência circunscrita ao triângulo
ABC.
A
B O ABC é retângulo, portanto o
centro da circunferência circunscrita
45 –
está no ponto médio de sua
hipotenusa: AC centro da
P
M
circunferência é o ponto M
45 +
*ABCD é um quadrado as
diagonais se cortam ao meio, e as
S diagonais são iguais AM = BM =
D C
MC = MD
45
Seja BA ˆ P e ˆ A
BP ; 90 ( retângulo ABP);
90 180
Note que RPˆ C 180 90 RPˆ C
ˆ C 45 ( ABC é retângulo é isósceles)
* BA
PA ˆ C BA ˆ C BA
ˆ P 45
AP PR ˆ
* APR é isósceles e retângulo PAR PRˆA 45
APˆR 90
RAˆ C PAˆ R PAˆ C 45 ( 45 ) 45 45
RAˆ C RPˆ C APCR é um quadrilátero inscritível
APˆ R ACˆ R 90
CR é perpendicular a AC e que é o diâmetro da circunferência circunscrita a
ABC CR é tangente.
PROBLEMA 5
No plano cartesiano, considere os pontos de coordenadas inteiras. Uma operação
consiste em:
Escolher um destes pontos e realizar uma rotação de 90 o. no sentido anti-horário,
com centro neste ponto.
É possível, através de uma seqüência dessas operações, levar o triângulo de
vértices (0, 0), (1, 0), e (0, 1) no triângulo de vértices (0, 0), (1, 0) e (1, 1)?
A (0,0) B A B A B A X
Considere duas cores A e B. Pinte o ponto (0,0) de A. A partir daí, pinte todos os
outros pontos (coordenadas inteiras) do plano com as cores A e B,
alternadamente. Isto é, pintamos (a, b) de A se a + b é par, e de B se a + b é
ímpar. Vamos provar que um ponto e sua imagem possuem a mesma cor.
De fato, se P = (x, y), a imagem de (a, b) pela rotação de 90o no sentido
antihorário com centro em P e (x + y – b, x + y + a), cuja soma das coordenadas é
2x + 2y + a – b a + b (mod 2).
Como o primero triângulo tem um ponto da cor A e dois da cor B e o segundo tem
dois pontos da cor A e um da cor B não é possível tal coisa.
PROBLEMA 6
Existe um inteiro positivo divisível pelo produto de seus algarismos e tal que esse
produto é maior que 102000?
y n
n1
a 10 (mod 7 ) x y n
a 10(mod 7 ) x n a a (mod 7 ) x y(mod (7n )
y
Você sabia…
Que foi novamente batido o record de maior primo de Fermat
generalizado conhecido?
É o número 4859465536 + 1 descoberto este ano por Scott e
Gallot, que é o 6o. maior primo conhecido (e o único primo
conhecido com mais de um milhão de bits que não é de
Mersenne). Com isso, os
9 maiores primos conhecidos são de Mersenne ou de Fermat
generalizados. São eles: 26972593 – 1, 23021377 – 1, 22976221 – 1,
21398269 – 1, 21257787 – 1, 4859465536 + 1, 2859433 – 1, 2756839 – 1 e
16717632768 + 1, os quais têm, respectivamente, 2098960,
909526, 895932, 420921, 378632, 307140, 258716, 227832 e
171153 dígitos.
VI OLIMPÍADA DE MAIO
13 de maio de 2000
PRIMEIRO NÍVEL
Duração da prova: 3 horas
PROBLEMA 1
Encontre todos os números naturais de quatro algarismos formados por dois
dígitos pares e dois dígitos ímpares tais que, ao multiplicá-los por 2, se obtém
números de quatro algarismos com todos os seus dígitos pares e, ao dividí-los por
2, se obtém números naturais de quatro algarismos com todos os seus dígitos
ímpares.
PROBLEMA 2
Seja ABC um triângulo retângulo em A, cujo cateto AC mede 1cm. A bissetriz do
ângulo BA ˆ C corta a hipotenusa em R; a perpendicular a AR traçada por R corta
o lado AB em seu ponto médio. Encontre a medida do lado AB.
PROBLEMA 3
Para escrever todos os números naturais consecutivos desde 1ab até ab2 inclusive
foram utilizados 1ab1 algarismos. Determine quantos algarismos a mais
precisam-se para escrever os números naturais até o aab inclusive. Diga todas as
possibilidades. (a e b representam dígitos).
PROBLEMA 4
Temos peças com forma de triângulo equilátero de lados 1; 2; 3; 4; 5 e 6 (50
peças de cada medida).
Precisa-se armar um triângulo equilátero de lado 7 utilizando algumas destas
peças, sem buracos nem superposições. Qual é o menor número de peças
necessárias?
PROBLEMA 5
Numa fileira temos 12 cartas que podem ser de três tipos: com as duas faces
brancas, com as duas faces pretas ou com uma face branca e a outra preta.
Inicialmente temos 9 cartas com a face preta voltada para cima.
Viram-se as seis primeiras cartas da esquerda e ficam 9 cartas com a face preta
voltada para cima.
Continuando, viram-se as seis cartas centrais, ficando 8 cartas com a face preta
voltada para cima.
Finalmente, viram-se seis cartas: as três primeiras da esquerda e as três últimas da
direita, ficando 3 cartas com a face preta voltada para cima.
Diga se com esta informação se pode saber com certeza quantas cartas de cada
tipo existem na fileira.
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
O conjunto {1, 2, 3, 4} pode ser dividido em dois subconjuntos A = {1, 4} e B =
{3, 2} sem elementos comuns e tais que a soma dos elementos de A seja igual a
soma dos elementos de B. Essa divisão é impossível para o conjunto {1, 2, 3, 4,
5} e também para o conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
Determine todos os valores de n para os quais o conjunto dos primeiros n
números naturais pode ser dividido em dois subconjuntos sem elementos comuns
tais que a soma dos elementos de cada subconjunto seja a mesma.
PROBLEMA 2
Num paralelogramo de área 1 são traçadas retas que unem cada vértice com o
ponto médio de cada lado não adjacente a ele. As oito retas traçadas determinam
um octógono no interior do paralelogramo. Calcule a área do octógono.
PROBLEMA 3
PROBLEMA 4
Temos um cubo de 3 3 3 formado pela união de 27 cubinhos 1 1 1.
Retiramos alguns cubinhos de tal modo que os que permanecem seguem
formando um sólido constituído por cubinhos que estão unidos pelo menos por
uma face ao resto do sólido. Quando um cubinho é retirado, os que permanecem
ficam no mesmo lugar em que estavam inicialmente.
Qual é o máximo número de cubinhos que podem ser retirados de modo que a
área do sólido que resulte seja igual à área do cubo original?
PROBLEMA 5
Um retângulo pode ser dividido em n quadrados iguais e também pode ser
dividido em n + 98 quadrados iguais. Se a área do retângulo é n, com n inteiro,
encontre os lados do retângulo. Diga todas as possibilidades.
VI OLIMPÍADA DE MAIO
Resultados
PRIMEIRO NÍVEL
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Duas circunferências 1 e 2 intersectam-se em M e N.
PROBLEMA 2
Sejam a, b, c números reais positivos tais que abc = 1. Prove que
1 1 1
a 1 b 1 c 1 1.
b c a
PROBLEMA 3
Seja n 2 um número inteiro positivo. No início existem n pulgas numa reta
horizontal, nem todas no mesmo ponto.
Para um número real positivo , define-se um salto da seguinte maneira:
Escolhem-se duas pulgas quaisquer nos pontos A e B com o ponto A à esquerda
do ponto B;
A pulga que está em A salta até o ponto C da reta, à direita de B, tal que
BC
.
AB
Determine todos os valores de para os quais, para qualquer ponto M na reta e
quaisquer posições iniciais das n pulgas, existe uma sucessão finita de saltos que
levam todas as pulgas para pontos à direita de M.
PROBLEMA 4
Um mágico tem cem cartões numerados de 1 a 100. Coloca-os em três caixas,
uma vermelha, uma branca e uma azul, de modo que cada caixa contém pelo
menos um cartão.
Uma pessoa da platéia escolhe duas das três caixas, seleciona um cartão de cada
caixa e anuncia a soma dos números dos dois cartões que escolheu. Ao saber esta
soma, o mágico identifica a caixa da qual não se retirou nenhum cartão.
De quantas maneiras podem ser colocados todos os cartões nas caixas de modo de
que este truque sempre funcione? (Duas maneiras consideram-se diferentes se
pelo menos um cartão é colocado numa caixa diferente).
PROBLEMA 5
Verifique se existe um inteiro positivo n tal que n é divisível por exatamente 2000
números primos diferentes e 2 n 1 é divisível por n.
PROBLEMA 6
Sejam AH 1 , BH 2 , CH 3 as alturas de um triângulo acutângulo ABC. A
circunferência inscrita no triângulo ABC é tangente aos lados BC, CA, AB em
T1 , T2 , T3, respectivamente. Seja l1 a reta simétrica da reta H 2 H 3
relativamente à reta T2 T3 , l 2 a reta simétrica da reta H 3 H 1 relativamente à
reta T3T1 e l 3 a reta simétrica da reta H 1 H 2 relativamente à reta T1T2 .
Prove que l1 , l 2 , l 3 determinam um triângulo cujos vértices pertencem à
circunferência inscrita no triângulo ABC.
Nível Avançado
Problema Inicial:
1. POLARIDADE
a
R
O A A'
A transformação do plano que leva cada ponto em sua polar e cada reta em seu
pólo é chamada de polaridade. Para simplificar a notação, usaremos a mesma
letra para designar um ponto (maiúscula) e sua polar (minúscula).
a Considere um ponto B a.
Seja B' OB tal que AB ' OB. Os
b triângulos OAB' e OBA' são retângulos e têm
um ângulo comum ( AÔB' BÔA' ), logo
são semelhantes. Assim,
OA OB'
A A' OB OB' OA OA' R 2 .
OB OA'
O Logo B' é o inverso de B, de onde AB ' b e
B' A b.
Este resultado nos permite desenvolver a seguinte construção para a reta polar de
um ponto A exterior à circunferência:
Solução:
B Como A pertence às polares de B e C, então
B e C pertencem à polar de A. Logo a BC
2. O PLANO PROJETIVO
Por exemplo, vamos identificar o pólo de uma reta r que passa por O.
Sejam A e B os pontos de contato de r com a circunferência. Como A e B estão
sobre a reta r, suas retas polares a e b passam pelo pólo R. Logo R é o ponto de
encontro das duas retas a e b, que no plano Euclidiano seriam paralelas. De fato,
a reta polar de qualquer ponto de r será perpendicular a r no plano euclidiano.
Estas retas passam a ser, no plano projetivo, um feixe de retas concorrentes (no
ponto do infinito R).
A a ...
O ... R
...
B b
3. O PRINCÍPIO DA DUALIDADE
Dada uma reta, sempre existe um Dado um ponto, sempre existe uma reta
ponto não incidente a ela. não incidente a ele.
Cada reta é incidente a pelo menos Cada ponto é incidente a pelo menos três
três pontos distintos. retas distintas.
Observação:
Apesar de termos definido o plano projetivo como uma extensão do plano
euclidiano, isto não é necessário. O plano projetivo existe de forma independente,
podendo ser caracterizado a partir de um conjunto de axiomas, entre os quais
estão as propriedades duais citadas anteriormente.
4. QUÁDRUPLAS HARMÔNICAS
G
Figura 1
a1
H
b1
c
b2
a2
A C B D
AD BG EF
1. (1)
BD EG AF
AC AD
De (1) e (2) temos .
BC BD
*Ver apêndice.
6. FEIXES HARMÔNICOS
A2
Figura 2
B1
C
d
A1 B2 D
a c
b
Exercício 3:
Escreva o dual doTeorema anterior.
7. O TEOREMA DE PASCAL
Sem dúvida, é um dos mais belos teoremas da Geometria Projetiva. É válido para
qualquer cônica, apesar de que aqui só veremos a demonstração para a
circunferência, no plano euclidiano. É importante mencionar, no entanto, que no
Plano Projetivo não há qualquer diferença entre uma circunferência e qualquer
outra cônica não-degenerada.
A B
Q P
A
R
D E
C
Figura 3
Exercício 4:
Na figura anterior, verifique que o ponto comum às tangentes em C e F também
pertence à reta PQR.
8. MAIS POLARIDADES
Agora estamos prontos para retomar nosso estudo das polaridade. Aproveitando
tudo o que vimos até aqui, vamos deduzir algumas propriedades mais avançadas.
P Demonstração:
Demonstração: Exercício 5
(Dica: na figura anterior, use o quadrilátero PBQC para encontrar o conjugado
harmônico de A em relação a ED ).
A'
P
O C
C'
S
B'
B
s
c
d
D
APÊNDICE:
TEOREMA DE CEVA:
A
Suponha que as cevianas AM, BN e
CP de um triângulo ABC se
encontrem em um ponto Q. Então
P N AN CM BP
1.
Q CN BM AP
B C
M
Prova:
Suponha que Q t1 A t 2 B t 3 C com t1 t 2 t 3 1.
t 2 B t 3C t1 A t 3 C t1 A t 2 B
Então teremos M , N e P .
t 2 t3 t1 t 3 t1 t 2
AN CM BP t 3 t 2 t1
Assim, 1
CN BM AP t1 t 3 t 2
TEOREMA DE MENELAUS:
A
Suponha que X AB, Y BC e Z AC
sejam colineares. Então
X
AX BY CZ
1.
BX CY AZ
Prova:
Suponha que X tA (1 t ) B e
C
B
Y
Y sB (1 s )C.
Então Z uX (1 u )Y , onde u é tal que
(1 t )u s (1 u ) 0, ou seja,
Z st (1 s )(1 t )
Z A C. Assim,
s t 1 s t 1
AX BY CZ 1 t 1 s st
1
BX CY AZ t s (1 s )(1 t )
Nível Avançado
( 2) 2 2 2
1. A fórmula que dá diretamente a soma dos quadrados S n 1 2 n
dos n primeiros inteiros positivos pode ser deduzida de várias maneiras (por
exemplo, [3]). Uma das mais comuns é partir da identidade:
k 1 3 k 3 3k 2 3k 1 , escrevê-la para k variando de 1 até n:
23 13 3 12 3 1 1
33 23 3 22 3 2 1
.........................................
n 1 3 n3 3n 2 3n 1
e somar termo a termo estas n igualdades, obtendo:
n 1 3 13 3Sn( 2) 3Sn(1) n
(1) n(n 1)
onde S n 1 2 n , como é bem conhecido (ver [1]).
2
Substituindo este valor e fazendo as contas, chega-se a :
n(n 1)(2n 1)
S n( 2 ) 12 22 n 2
6
Esta dedução é bastante eficiente e rápida, mas, quando apresentada pela primeira
vez a um estudante, costuma deixar aquela sensação de “coelho tirado da
cartola”, devido ao aparecimento súbito de uma identidade cuja motivação não se
sabe de onde veio. Este tipo de sensação desperta admiração em uns, mas em
outros inspira uma frustração, proveniente da reflexão: “eu nunca vou conseguir
bolar um artifício destes!”. Coloca-se, portanto, a questão: há algum problema
onde a soma dos quadrados apareça naturalmente? E, para este problema, há
alguma outra maneira de resolvê-lo, por meio da qual possamos deduzir a
fórmula da soma dos quadrados?
p
2. Tradicionalmente, em problemas de contagem, o símbolo Cn ( “combinação
de n, p a p”) representa o número de subconjuntos de p elementos contidos em
2
um conjunto de n elementos. Se, por exemplo, fizermos p 2 , então Cn é o
número de pares (não ordenados) que se pode extrair de um conjunto com n
elementos. Exemplos: o número de apertos de mão dados por n pessoas quando
cada uma cumprimenta todas as outras somente uma vez, ou ainda o número de
partidas de futebol em um campeonato com um só turno e n equipes. Em [1], um
T1 1 T2 1 2 3 T3 1 2 3 6 T4 1 2 3 4 10
2
Deste modo: Cn Tn 1 , para n 1 .
Além dos números triangulares, os pitagóricos consideravam também os
números quadrados Q1 12 1 , Q2 22 4 , etc., que podem ser
visualizados como quadrados (daí seu nome).
2 2 1 3 32 3 6 42 6 10
4. A observação precedente pode ser usada para calcular a soma dos quadrados
dos n primeiros números naturais. De fato:
Q1 T1
Q2 T1 T2
Q3 T2 T3
...................
Qn Tn 1 Tn
( 2)
Somando termo a termo, temos: S n Q1 Qn 2(T1 Tn 1 ) Tn . Só
resta agora calcular T1 Tn 1 , isto é, a soma dos n 1 primeiros números
2 2 2
triangulares. Para isto, lembremos que esta soma é o mesmo que C2 C3 Cn
, a qual vamos calcular pelo artifício de resolver um mesmo problema por duas
contagens diferentes (ver [1]).
2
subconjuntos de A {a; b; c} com 2 elementos, isto é: Cn 2 . E assim por
diante, até que cheguemos ao antepenúltimo elemento, quando já teremos
3
contado todos os subconjuntos A com 3 elementos. Logo: Cn 1
Cn2 Cn2 1 C22 .
Podemos, como antes, escrever n k como uma combinação linear dos polinômios
Pj ( n),0 j k , e usar a fórmula acima para obter uma fórmula para
S n( k ) 1k 2 k ... n k (essa fórmula será a combinação correspondente dos
j 1
termos C n j , com 0 j k ).
Tal fórmula também pode ser obtida recursivamente como no início do artigo,
k
k 1 k 1
somando as identidades ( j 1) j C kr 1 j r , desde j = 1 até j = n,
r 0
ficando o lado esquerdo igual a ( n 1) k 1 1 e o direito igual a
k1
(k 1) S n( k ) C kr 1 S n( r ) , o que dá
r 0
k 1
1
S n( k ) (n 1) k 1 1 C kr1 S n(r ) .
k 1 r 0
Referências Bibliográficas:
[1] Carneiro, J.P., Contar duas vezes para generalizar, Eureka!, nº6, pp.15-17, 1999.
[2] Eves, H., Introdução à História da Matemática, Editora da UNICAMP, 1995
[3] Valadares, E.C., e Wagner, E., Usando geometria para somar, Revista do Professor de
Matemática, nº39, pp.1-8, 1999.
O PRINCÍPIO DO ELEMENTO EXTREMO
José Rosales Ortega
Escola de Matemática, Instituto Tecnológico de Costa Rica
Nível Avançado
Resumo
1.- Introdução.
Muitos matemáticos profissionais desejam contribuir para tornar a Matemática
mais atrativa aos estudantes com talento. Uma forma de seguir este objetivo é criar
problemas que requeiram uma grande dose de sentido comum, imaginação, e
muitas vezes, uma estratégia específica de resolução de problemas. Este artigo
introduz uma dessas estratégias, o "princípio do elemento extremo". Ainda que este
nome não seja amplamente usado, este princípio pode lhe ajudar a resolver
problemas matemáticos que aparecem freqüentemente em olimpíadas. O material é
baseado na experiência pessoal ganha ao trabalhar com estudantes com talento em
matemática e na minha participação como organizador de várias competições
olímpicas.
a b
Exemplo 4. Seis pontos em um plano são tais que quaisquer três deles não são
colineares. Prove que três desses seis pontos formam um triângulo que possui um
2
ângulo interno maior ou igual a .
3
Solução: Denote os pontos por A1 . A2 ,..., A6 , e seja M seu fecho convexo.
Podem ocorrer dois casos:
Ai
Al
Aj Ak
Aplicando o resultado do exemplo 2 aos raios AlAi, AlAj, e AlAk, segue-se que o
maior dos ângulos satisfaz a desigualdade 2 / 3. Então o triângulo
Al A j Ak possui a propriedade requerida.
Problema 1.- Em certo país existem 100 cidades. As distâncias entre cada par de
cidades estão especificadas, e todas são diferentes.
Uma estrada conecta duas cidades A e B se, e somente se, B é a cidade mais
próxima de A ou A é a cidade mais próxima de B.
A B
Segue-se que AB é o maior lado do triângulo ABX . Isto é verdade, pois, se (por
exemplo) AX for o maior lado do triângulo ABX , então nem A é a cidade mais
próxima para X, nem X é a cidade mais próxima para A e portanto a estrada X não
deveria existir. Portanto, o ângulo AX ˆB é o maior ângulo no triângulo ABX .
ˆ
Segue-se (exemplo 1) que AXB 60 porque ABX é escaleno.
Suponha que exista uma cidade X e que seis estradas vão desde X até outras
cidades. Então a soma dos seis ângulos em volta de X deveria ser maior que
6 60 360 , o que é impossível.
Mostremos a segunda parte. Para isto suponhamos que existam estradas que
formam um polígono.
A estrada AB foi construída por um dos seguintes motivos:
A B
AD
y Ax Ay
cos( / 2)
B
/2
A x C
AD AD 2
AB .
cos 30 3
cos
2
h l
Denotemos por c e c a altura e a bissetriz do vértice C do triângulo ABC,
respectivamente. Então, a área do triângulo é:
1 1 1
( ABC ) hc AB l c AB .
2 2 3
Problema 3.- Sejam n( n 3) pontos num plano tais que a área de qualquer
triângulo com três desses pontos como vértices não seja maior que 1. Prove que
todos os pontos estão contidos num triângulo, cuja área é menor ou igual a 4.
Solução: Este problema tem o aspecto de ser muito difícil. A idéia para resolvê-lo
está baseada no seguinte: se você tem um triângulo de área 4, como poderia
relacioná-lo com um triângulo de área 1? Uma boa idéia é conectar os pontos
médios dos lados do triângulo de área 4. A área do triângulo obtido é 1.
Raciocinando inversamente, se temos um triângulo de área 1 e se traçarmos
paralelas m, n, p aos lados AB, BC e CA (de modo que C m, A n e B p ),
respectivamente, obteremos um triângulo de área 4.
Agora não é difícil completar a solução. Considere todos os triângulos cujos
vértices são três quaisquer dos n pontos dados. Seja ABC o triângulo de maior área.
Trace as retas m, n, p como foi descrito anteriormente. Se o ponto A e o ponto X
onde X é um dos n pontos dados estão em diferentes lados de m, então
( ABX ) ( ABC ). Os outros casos são análogos. Segue-se que nenhum dos pontos
dados está fora do triângulo MNP triângulo formado pelas interseçcões de m, n, p.
Como ( ABC ) 1, então o triângulo MNP contém os pontos, e ( MNP ) 4.
Solução: Há duas coisas diferentes. Primeiro, alguns quadrados tem menos que
quatro quadrados vizinhos. O leitor pode adaptar facilmente a situação ao
raciocínio da solução do exemplo 4. Segundo, a existência do número menor se
baseia em uma razão diferente: cada conjunto finito de números possui um
elemento menor. Este é um assunto importante. Se estamos tratando com elementos
extremos, devemos estar certos de que existem, qualquer que seja a razão.
Problema 6.- Prove que não existem inteiros positivos x, y, z e t tais que
x 2 y 2 3( z 2 t 2 ).
Solução: Algumas vezes não é fácil imaginar como introduzir um elemento
extremo. Uma boa ideia nestes casos é assumir a negação da proposição, e ver onde
se pode encontrar uma contradição.
Problema 7.- Existirá uma função f : N* N*; onde N* é o conjunto dos inteiros
positivos tais que se cumpra a seguinte igualdade para cada número natural n > 1:
f (n) f ( f (n 1)) f ( f ( n 1)) ?
Solução: A resposta é NÃO. Para ver isto observe que entre os valores
f ( 2), f (3),..., f ( n),...,
deve haver um elemento mínimo, digamos que seja f(n0), onde n0 > 1.
Observe que
f (n0 1) f (n0 ) f ( f (n0 1)) f ( f (n0 1)) 1 1 1.
Como
f ( n0 1) 1, então f ( f (n 0 1)) { f ( 2), f (3),...}
Solução: Considere a soma dos números em cada fileira e em cada coluna. Escolha
a menor destas somas. Suponha que tal soma corresponda à fileira L. Denote por k
o número de números 1 que aparecem em L. Podem ocorrer os seguintes casos:
Problema 9.- A soma de 17 inteiros positivos distintos é igual a 1000. Prove que
podem ser escolhidos 8 destes inteiros de tal forma que a sua soma é maior ou
igual a 500.
Segue que a10 + a11 +...+ a17 1000 – 477 > 500.
6.- Exercícios.
Nesta seção voce encontrará alguns problemas que são resolvidos por meio do
princípio do extremo, estando claro que pode haver outras soluções que não usem
este princípio. Mas pede-se ao leitor que faça todo o esforço possível para
resolver os seguintes exercícios usando unicamente o princípio do extremo.
2. Seis círculos iguais num mesmo plano possuem um ponto em comum. Prove
que um dos círculos contém o centro de outro dos círculos.
3. Oito pontos são escolhidos dentro de um círculo de raio um. Prove que existem
dois pontos cuja distância é menor que 1.
Referências
Nível Avançado
e simplifique cada uma delas: obtemos assim, para cada d|n, (d) frações com
denominador d, donde segue a identidade do enunciado.
é bastante comum em teoria dos números Um fato interessante sobre este tipo de
construção é ligado à noção de funções multiplicativas. Dizemos que f : N C
é multiplicativa se mdc(m, n) 1 f (mn) f (m) f (n). A função de Euler,
por exemplo, é multiplicativa (ver o corolário da página 47 de [2]). Se f é uma
função multiplicativa e n p11 p 2 1 ... p k k é a fatoração prima de n, então
* Adaptado do livro Primos de Mersenne (e outros primos muito grandes), dos mesmos
autores([1]).
k
f ( n) f ( p ). Além disso, vale a seguinte
i 1
i
i
Note que esta proposição fornece uma nova prova do Teorema 1: pela
multiplicidade de ( d ) , basta provar que (d ) n se n é potência de
d |n d |n
1, se n ,1
(d) ,0 se n .1
d |n
então
g (n) ( n / d ) g ( d ).
d |n
(n / d ) f (d ' )
( d ' ' ) f (n / m) f ( n)
d |n d '|d m|n d ''|m
(d )
Corolário: Para todo natural n, (n) ( n / d ) d n .
d |n d |n d
Teorema 1.22: (Segunda fórmula de inversão de Möbius) Sejam f e g funções
reais com domínio (0, +) tais que f(t) = g(t) = 0 para todo t < 1. Se
x
x x
g ( x) f f
k 1 k k 1 k
Apesar de não estar relacionada com o resto da nossa discussão, não podemos
deixar de mencionar a seguinte conjectura.
1 1
18. (Armênia-1999) Resolva a equação x 2 1
4 3x 2
36) Na figura abaixo o triângulo DEF tem área de medida S. Sabendo-se que o
triângulo DEF está inscrito num triângulo arbitrário ABC, mostre que as
medidas Si ( i = 1, 2, 3) das áreas dos outros triângulos formados satisfazem a
3
S
desigualdade 1 1 1 e que a igualdade ocorre se e só se os pontos
S1 S 2 S 3
DEF são os pontos médios dos lados do triângulo, ABC.
A
S2
F
E
S
S3
S1
B C
D
A ACb
z ABc
b–x BCa
F S2
E
c–z S x
S3 S1
C
B y
a–y D
3
S S S S
Provar que 1 1 1 é idêntico a mostrar que 3.
S1 S 2 S 3
S1 S 2 S 3
k x y k z (b x) k (c z ) (a y )
S1 ; S2 ; S3 e
a b b c a c
S k S1 S 2 S 3 .
Façamos também:
x z y
m1 ; m 2 e m3 e evidentemente teremos 0 m1 1 ; 0 m 2 1 ;
b c a
0 m3 1 ; e consequentemente: S1 k m1 m3 ; S 2 km 2 (1 m1 ) e
1 1 1
S 3 k (1 m 2 ) (1 m3 ). Seja ( k S1 S 2 S 3 ) .
S1 S 2 S 3
ou seja:
m m 1 m2 m1 1 m3 1 m1
2 3 3
m3 m 2 m1 1 m 2 1 m1 1 m3
1 2 3
como a soma de qualquer número positivo x com o seu inverso é sempre maior
do que 2 ou igual a 2, valendo a igualdade se e só se x = 1 ( de fato,
2
1 1
x 2 x 0), teremos: 2 2 2 3 3. observe também
x x
que só temos 1 2 quando m 2 m3 ; 2 2 quando m1 1 m 2 e que
1
3 2 quando 1 m3 1 m1 ; ou seja m1 m 2 m3 , o que garante que
2
os pontos D, E e F são médios dos lados correspondentes e como consequência
teremos o mínimo de 3.
Conclusão: 3 e a igualdade ocorre para os pontos médios.
S2 e
d
e
d a
b
b–a
a
c b
c S1
a b a b
Prove : S1 = S2 S1 = c2 e a 2 b 2 c 2 (Pitágoras)
dh d
S2 h e sen( ) S 2 e sen( )
2 2
d
S 2 e ( sen cos sen cos ) ; d 2 b 2 4a 2 e e 2 a 2 4b 2 .
2
b a
sen d ; sen e d 2b2 2a2
S2 e
cos 2a ;cos 2b 2 de de
d e
S 2 a 2 b 2 c 2 .
ii) os lados de qualquer triângulo com vértices entre os vértices do polígono são
coloridos usando no máximo 2 cores.
Prove que k 2.
Solução:
Suponha que haja pelo menos 3 cores a, b e c. Vamos construir um subconjunto
infinito de vértices de X, o que é uma contradição.
Fixemos um vértice Z X. Existe um vértice A1 tal que A1 Z tem a cor a, e um
vértice B1 tal que a cor de B1 A1 e de B1 Z é b. Existe um vértice C tal que as cores
de C1 Z e C1B1 são C. Considerando os triângulos C1 A1 Z e C1 A1 B1, e usando a
condição ii), concluímos que a cor de C1A1 tem que ser C.
Vamos construir por indução vértices An , B n , C n para cada inteiro positivo n,
todos distintos tais que, para todo i < n, as cores de ZAn , Ai An , Bi An e C i An
são a, as cores de ZBn , Ai Bn , Bi Bn , C i Bn e An Bn são b e as cores de
ZC n , Ai C n , Bi C n , C i C n , An C n e B n C n são c.
Suponhamos contruídos A j , B j , C j para 1 j n.
Por i), existe An 1 tal que as cores de An 1 B n e An 1C n são a.
Considerando os triângulos An 1 B n P e An1C n P, (e usando a condição ii),
concluímos que a cor de An 1 B n P tem que ser a, para cada ponto P criado
anteriormente. Do mesmo modo, existe B n 1 tal que as cores de B n 1 An 1 e
B n 1C n são b. Considerando os triângulos B n 1 An 1 P e B n1C n P, para
cada ponto P criado anteriormente, concluímos que a cor de B n 1 P tem que ser
b. Por fim, existe C n 1 tal que as cores de C n 1 B n 1 e C n 1 An 1 são c, e,
considerando os triângulos C n 1 B n 1 P e C n 1 An 1 P, para cada ponto P
criado anteriormente, concluímos que a cor de C n 1 P tem que ser c. É fácil ver
que os pontos criados são todos distintos. Por exemplo: como a cor de An Z é a,
temos An Bk e An C k para todo k. Como a cor de An Bn 1 é a, An Z ,
e como a cor de An C n 1 é a, An A j , para todo j n.
Solução:
c b
y a z
1 n 1 p n n 1 1
... p1a1 p 2a2 ... p nan 11
p 1 (soma da P.G.)
a1 0 an 1 n
p n n 1 1 1 n 1 n 1
... p1a1 ... p nan 11 . (pois p n 1 é constante em relação
p 1 a 0 pn 1
n 1 an 1
às variáveis a1 , a2 ,..., an 1 ).
Procedendo de maneira análoga, agora para o termo p n 1 , e assim por diante
obtemos:
p11 1 1 p 2 2 1 1 p n n 1
S (k ) ...
p 1 p 1 p 1 , que é o que queríamos.
1 2 n
S (k )
b) Vamos analisar a razão para k p11 ... p n n
k
Temos que
1
S (k ) 1 p1 1 1 p n n 1 1 (1 p1 p12 ... p11 ) (1 p n ... p n n )
... ...
k k p1 1 p 1 p11 p n n
n
1 1 1 1 1
1 2 ... ... 1 ... .
p1 p 2 p1 1 pn p n n
Agora se multiplicarmos k por m q1k1 q 2k 2 ... q sk s , duas coisas podem
acontecer:
i) Para cada primo p i que aparece na fatoração de k e de m , o fator
S ( kn) 1 1
referente a ele no produtório aumenta, pois, i 1 0,..., i r 0
kn pi pi
1 1 1 1
e portanto, 1 ... 1 ... r .
pi pi
i
pi pi i
ii) Para cada primo q j que só aparece na fatoração de k, vemos que ao
S ( km) 1 1
calcularmos , aparecerá um novo fator 1 ... k j 1, de modo
km qj qj
que
S ( km) S ( k )
.
km k
S ( km) S ( k )
Em qualquer caso portanto, vale , m N * . Em particular, k
km k
S (k ) S (km)
abundante 2 2.
k km
S ( km) S ( k )
c) Note que na letra b), vale a desigualdade estrita para
km k
todo m 2.
S (6) 1 1 3 4
Em particular, como 1 1 2,
6 2 3 2 3
vemos que todo múltiplo de 6, maior do que 6 é abundante. (pois
S (n) S (6t ) S (6)
n 6t ; t 1 2)
n 6t 6
Logo, se para um natural N, existe N1 abundante tal que
N N1 mod 6, e N N1 6, então
N N1 6t ; t N N N1 6t;t 1 N pode ser escrito como soma de dois
números abundantes.
N 1 5 mod 6.
Obs: todo primo p > 3 é congruente a 1 ou –1 mod 6, pois do contrário teríamos:
p 2,4,0(mod 6) p é par ou p 3(mod 6) p é múltiplo de 3.
O problema então fica sendo o de encontrar um número da forma
N 5 7 7 ... p p abundante.
5
Errata:
O problema No. 4 (Olimpíada Romênia 92) publicado Na Eureka! N o. 6, pág 37,
deveria dizer: Sejam p, q C, q 0. Se as raízes da equação x 2 px q 0 têm
p2
o mesmo módulo, mostre que é um número real.
q
O problema No. 8 (Olimpíada Hungria 1899) publicado Na Eureka! N o. 6, pág 38,
deveria dizer: A0 , A1 , A2 , A3 , A4 dividem a circunferência unitária em cinco
partes iguais. Prove que ( A0 A1 A2 A4 ) 2 5.
Você sabia…
Que foram recentemente batidos os recordes de maior par de
primos gêmeos (p, p +2) conhecido? São eles 4648619711505·
260000 ± 1, descobertos este ano por Wassing, Jarai e Indlekofer, e
têm 18075 dígitos cada. Também tem 18075 dígitos o maior
primo conhecido p tal que 2p + 1 também é primo (tais primos
são conhecidos como primos de Sophie Germain). É o número
3714089895285 · 260000 – 1, descoberto pelos mesmos Wassing,
Jarai e Indlekofer. Este é o maior primo conhecido p tal que o
número de Mersenne 2p – 1 é composto (de fato é divisível por
2p +1; veja o problema 43 proposto na página 60).
PROBLEMAS PROPOSTOS
42) Suponha que a, b e c são as medidas dos lados de um triângulo ABC, com
semi-perímetro p e área S, verifique que
1 1 1 3 p
a b c 2 s
e mais ainda: verifique que a igualdade acima ocorre apenas se o triângulo
for equilátero.
44) O produto de dois inteiros positivos consecutivos pode ser igual ao produto
de dois inteiros positivos consecutivos pares?
ii) Prove que em cada tal par (A, B), ou A ou B contém apenas múltiplos de
algum inteiro k > 1.
Problemas 41 e 42 propostos por Carlos Alexandre Gomes da Silva (Natal - RN), problemas
44 e 45 obtidos do 21o. Torneio das Cidades - Primaveira 2000.
AGENDA OLÍMPICA
Montevidéu – Uruguai
VI OLIMPÍADA DE MAIO
13 de maio de 2000
COORDENADORES REGIONAIS
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
EQUAÇÕES DE RECORRÊNCIA 33
Héctor Soza Pollman
EQUAÇÕES FUNCIONAIS 41
Eduardo Tengan
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
COORDENADORES REGIONAIS 60
AOS LEITORES
Países de grande tradição nas olimpíadas de Matemática têm o seu
excelente rendimento em muito baseado na existência de revistas de divulgação
para estudantes pré-universitários. Apenas citando alguns exemplos, a húngara
KöMaL, a russa (agora também americana) Kvant (Quantum), a romena Gazeta
Matematica e a canadense (lida por alguns, poucos, brasileiros) Crux
Mathematicorum desenvolvem em seus países o ambiente ideal para o
aparecimento e desenvolvimento de jovens talentosos. Nós queremos que a
Eureka! tenha o mesmo sucesso que essas revistas.
Para isso estamos tentando trazer artigos cada vez mais interessantes e
elucidativos, e problemas cada vez mais bonitos e desafiantes para todos os
leitores da Eureka! (inclusive os dos Níveis 1 e 2), porém tal sucesso não depende
exclusivamente de nós. É fundamental a participação (muito) ativa de todos os
leitores. Ficamos bastante contentes com a repercussão da seção "Olimpíadas ao
Redor do Mundo", com vários leitores enviando resoluções dos problemas
propostos. Mas queremos que todas as outras seções e artigos tenham a mesma
repercussão. Por exemplo, vários artigos trazem problemas propostos porém
raramente recebemos resolução desses problemas. Ficaremos contentes em
recebê-las e poderemos saber se o público-alvo os entendeu.
Assim, faça-nos saber todo o estudo(!) e a diversão(!!) que cada uma das
Eureka! proporcionou (não se esqueça dos números antigos).
Os Editores.
XV OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
16 a 24 de setembro, Caracas - Venezuela
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Constrói-se um polígono regular de n lados ( n 3 ) e enumeram-se os vértices de
1 a n. Traçam-se todas as diagonais do polígono. Demonstrar que se n é ímpar, é
possível associar a cada lado e a cada diagonal um número inteiro de 1 a n, tal
que se verifiquem simultaneamente as seguintes condições:
1. O número associado a cada lado ou diagonal seja diferente dos números dos
seus vértices.
2. Para cada vértice, todos os lados e diagonais que nele se intersectem tenham
números diferentes.
i Pi
x1 i x1'
O
x2 i x2'
Fig. 1
2) Para cada vértice, todos os lados e todas as diagonais que incidem neste
vértice tem números diferentes, pois se existissem dois segmentos de
mesmo número, teríamos:
Pj
O ponto Pw (que deve estar na
mediatriz de Pi P j e na mediatriz de
w Pi Pt ) é o próprio O, um absurdo.
Pw= O Pi
Logo vale a propriedade 2 e isso acaba
w
o problema.
Pt
PROBLEMA 2
Sejam S1 e S2 duas circunferências de centros O1 e O2, respectivamente, secantes
em M e N. A reta t é a tangente comum a S1 e S2, mais próxima de M. Os pontos
A e B são os pontos de tangência de t com S1 e S2, respectivamente, C é o ponto
diametralmente oposto a B e D é o ponto de interseção da reta O1O2 com a reta
perpendicular à reta AM que passa por B. Demonstrar que M, D e C são
colineares.
B
A 90 –
M
2
1
O1 D O2
1
M
1
A m0 n B
= (–m, 0) = (n, 0)
1
AM : y ( x m)
m
BD : AM
y
BD : y m( x n) x n
m
y 2 y1
O1O2 : y y 2 ( x n)
mn
BD O1O2 {D}
y 2 y1 y
y y2
mn m
y y1
y 1 2 y2
( m n)m
m( m n)
y D y 2
m( m n) y 2 y 1
y 2 ( m n)
x 0 n
m( m n ) y 2 y 1
y 2 m(m n) m( m n) y 2 y1
y D 1 m(m n) y 2 y1
coef. angular de DM :
xD mn(m n) n( y 2 y1 ) y 2 (m n)
m(m n) y 2 y1
n2 2 m 2 mn n2 m2 n m n
2
m mn
2 2
2
m mn
2
2
n (m 2 mn)
2
2 2
n( n m) n 2 1 mn 1
m n mn ( m n)
2 2 2 2
n
mn(m n) (m n) n(m n)(mn 1)
2 n
mn 1 ( m n)(mn 1)
( m n)
2
1
coef. ang. de BM :
n
1
n 1 , logo
n
BM DM .
PROBLEMA 3
Encontrar todas as soluções da equação
x 1 y x z 1
para x, y, z inteiros maiores que 1.
SOLUÇÃO
Considerando a equação módulo x 1 , obtemos
1 z 1(mod x 1),
o que implica que z é ímpar. Logo
(1)
x 1 y x z 1 ( x 1) y x z 1 ( x 1) y ( x 1)( x z 1 x z 2 ... x 1)
(2) x 1 y 1 x z 1 x z 2 ... x 1 e, então, x é par pois, caso contrário, os
dois lados de (2) seriam de paridade oposta.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
De uma progressão aritmética infinita 1, a1 , a 2 , de números reais,
eliminam-se termos, obtendo-se uma progressão geométrica infinita
1, a n1 , a n2 , de razão q. Determinar os possíveis valores de q.
Supondo
m2
2
2 m2 m1
r 0; m 2 m1 r 2m1 m 2 m1 (m1 r 2) m1 r 2 r
m1 m1
a
Como m1 ; m2 Z , então r é racional; Seja r ; onde a; b Z ; b 0, a
b
e b primos entre si.
Daí: q 1 m1 r .
m1 r Q q Q.
c
Seja q ; c; d Z; d 0 c e d primos entre si.
d
Daí teremos
a ki a b
PA : 1 k i
b b
j
c cj
PG: j
d d
Análise do denominador:
ki a b
PA: ; k i a b Z o máximo do denominador é b.
b
cj
PG: como mdc(c; d) = 1 o denominador é d j .
j
d
Podemos pegar um j suficientemente grande tal que d j b
Logo, a PG não pode ser infinita para d 1.
Logo; como d Z d 1 ou d = –1.
Se d 1 q c razão inteira, e para isso, é só pegar r = 1 e tirar os termos
desnecessários.
A PA será sempre crescente ou sempre decrescente p r 0 se d = –1.
PROBLEMA 5
Dois jogadores, alternadamente, retiram pedras de um conjunto de 2000 pedras,
de acordo com as seguintes regras:
2. Em cada jogada, um jogador não pode retirar o mesmo número de pedras que
o seu adversário retirou na jogada anterior.
O jogador que, na sua vez, não puder jogar de maneira válida, perde. Determinar
que jogador tem uma estratégia que lhe garanta a vitória e encontrar essa
estratégia.
n\ m 1 2 3 4 5 n\ m 1 2 3 4 5
0 0 0 0 0 0 24 1 1 1 0 1
1 0 1 1 1 1 25 1 1 1 1 0
2 1 1 1 1 1 26 0 0 0 0 0
3 1 1 0 1 1 27 0 1 1 1 1
4 1 1 1 0 1 28 1 1 1 1 1
5 1 1 1 1 0 29 1 1 0 1 1
6 1 1 0 1 1 30 1 1 1 1 1
7 0 0 0 0 0 31 1 1 1 1 0
8 1 1 1 1 1 32 1 1 0 1 1
9 1 1 1 1 1 33 0 0 0 0 0
10 1 1 1 1 1 34 0 1 1 1 1
11 1 1 1 0 1 35 1 1 1 1 1
12 1 1 1 1 0 36 1 1 1 1 1
13 0 0 0 0 0 37 1 1 1 0 1
14 0 1 1 1 1 38 1 1 1 1 0
15 1 1 1 1 1 39 0 0 0 0 0
16 1 1 0 1 1 40 0 1 1 1 1
17 1 1 1 1 1 41 1 1 1 1 1
18 1 1 1 1 0 42 1 1 0 1 1
19 1 1 0 1 1 43 1 1 1 1 1
20 0 0 0 0 0 44 1 1 1 1 0
21 0 1 1 1 1 45 1 1 0 1 1
22 1 1 1 1 1 46 0 0 0 0 0
23 1 1 1 1 1
0 se quem vai jogar agora perde (com ambos jogando o melhor possível).
G(n, m)
1 se ganha.
n = atual
m = movimento anterior
G (1, 1) = 0
A fórmula recursiva é
Visualizando:
Como preencher a linha n: veja os quadrados com (*)
(*)
(*)
(*)
(*)
(*)
n
Sempre perde:
7, 13, 20, 26, 33, 39, 46
Tirando i pedras, se você está com G(n, m), o adversário vai ficar com G(n – i, i).
Se algum deles for 0, o adversário vai perder e você ganha. Se todos forem 1, o
adversário sempre ganha.
Note que você não pode tirar m pedras, então não pode deixar o adversário com
G(n – m, m).
Na tabela, o bloco que se repete é 13 n 17, igual a 26 n 30.
Então o primeiro jogador ganha, pois se ele tirar 4 pedras na primeira jogada, vai
deixar o outro com 1996 pedras.
1996 7(mod 13) o segundo perde.
PROBLEMA 6
Um hexágono convexo é bonito se tem quatro diagonais de comprimento 1 cujos
extremos contêm todos os vértices do hexágono.
SOLUÇÃO
A B A' A B
F C F C' C
E D E' E D
(a) (b)
A
M N
X
B C
O
C
No desenho à esquerda, AB < 2 pelo
B
A lema 1. Logo, a área do hexágono é
menor ou igual que
1 1 3
( AB PC PQ BD) (2 1)
P Q 2 2 2
D
Se a diagonal que os conecta é central, as outras diagonais principais que saem de
P e Q devem estar em lados distintos de PQ , pois caso contrário, se utilizarão já
três diagonais sem haver unido dois vértices consecutivos que ficam a um lado de
PQ e estes não podem ser conectados pela diagonal que falta. Então, só há uma
configuração possível:
P
Aqui a área é menor ou igual que
1 1
( PX QY ) (2) 1, pelos lemas 2 Y
2 2
e 1 respectivamente.
X
Q
Você sabia…
Que existe um algoritmo que, dada uma soma envolvendo uma
função hipergeométrica (por exemplo: binomiais, exponenciais,
logarítmicas, trigonométricas), expressa-a como uma soma
telescópica. Com isso, podemos encontrar uma recursão
satisfeita por tal soma ou mesmo, quando possível, obter uma
fórmula fechada. O mais impressionante é que o algoritmo só
não obtém uma fórmula fechada se esta não existir (mais
precisamente, quando a soma não puder ser escrita como uma
função hipergeométrica).
Os autores deste algoritmo - Marko Petkovsek, Herbert Wilf e
Doron Zeilberger - publicaram um livro descrevendo sua
descoberta, com o inusitado título "A =B ".
Este livro encontra-se disponível na rede. Veja :
http://www.cis.upenn.edu/~wilf/AeqB.html
PROBLEMA 1
Duas circunferências 1 e 2 intersectam-se em M e N.
Seja l a tangente comum a 1 e 2 que está mais próxima de M do que de N.
A reta l é tangente a 1 em A e a 2 em B. A reta paralela a l que passa por M
intersecta novamente a circunferência 1 em C e novamente a circunferência
2 em D.
As retas CA e DB intersectam-se em E; as retas AN e CD intersectam-se em P; as
retas BN e CD intersectam-se em Q.
Mostre que EP = EQ.
E l
B
D
A M
Q
P
C
1 N
2
Daí, é imediato que os triângulos EAB e MAB são congruentes (caso ALA), de
modo que
AE = AM e BE = BM.
Além disso, segue da congruência que EM AB, e portanto, EM CD. Agora,
basta mostrarmos que PM = MQ, porque dessa forma EM será mediatriz de PQ,
tal que EP = EQ. Para isto, note que o prolongamento de MN passa pelo ponto
médio de AB, pois MN é o eixo radical das duas circunferências e AB é tangente
comum. Assim, como PQ || AB, concluímos que MN também passa pelo ponto
médio de PQ. Logo, EM PQ e EM passa pelo ponto médio de PQ, de modo que
EM é mediatriz de PQ e EP = EQ.
E
B Y
D e
A +
X M Q 2
+
P
C
1
[ XABY ]
Temos CA ˆ N CM ˆ N e NB ˆ D NM ˆ D . Como CM ˆ N NM ˆ D
EAˆ N EB ˆ N CA ˆ N NBˆ D ; temos que AEBN é cíclico.
ˆ ˆ
Seja EAB ECD ANˆ M ; XA ˆ C CN ˆ A .
Seja EBA , analogamente, BDM BNM YBD DNˆ B
ˆ ˆ ˆ ˆ
Como AEBN é cíclico, EA ˆ B ENˆ B ; EB ˆ A EN ˆ A
ˆ ˆ ˆ
ECQ ENQ ECNQ é cíclico EQC ENC ˆ
PROBLEMA 2
Sejam a, b, c números reais positivos tais que abc = 1. Prove que
1 1 1
a 1 b 1 c 1 1.
b c a
SOLUÇÃO
x y z
Fazendo a y , b z , c x
1
(podemos tomar, por exemplo, y 1, x a, z ac) , a desigualdade é
b
equivalente a ( x z y )( x y z )( y z x) xyz. Fazendo u x z y,
v x y z e w y z x, temos u v 2 x, u w 2 z e v w 2 y,
donde a desigualdade é equivalente a 8uvw (u v)(u w)(v w). Como
u v, u w e v w são todos positivos, no máximo um dentre os números u, v
e w não é positivo. Se houver um tal número, 8uvw será negativo ou nulo,
enquanto (u v)(u w)(v w) é positivo, e a desigualdade acima é trivial. Se
u, v e w são positivos, a desigualdade acima é conseqüência direta da
desigualdade entre as médias aritmética e geométrica, pois
(u v )(u w)(v w) u 2 v uv 2 u 2 w uw 2 v 2 w vw 2 2uvw , donde
a desigualdade é equivalente a u 2 v uv 2 u 2 w uw 2 v 2 w vw 2 6uvw, que
segue das desigualdades u 2 v vw 2 2uvw, uv 2 uw 2 2uvw e
u 2 w v 2 w 2uvw.
PROBLEMA 3
Seja n 2 um número inteiro positivo. No início existem n pulgas numa reta
horizontal, nem todas no mesmo ponto.
Para um número real positivo , define-se um salto da seguinte maneira:
Escolhem-se duas pulgas quaisquer nos pontos A e B com o ponto A à esquerda
do ponto B;
A pulga que está em A salta até o ponto C da reta, à direita de B, tal que
BC
.
AB
Determine todos os valores de para os quais, para qualquer ponto M na reta e
quaisquer posições iniciais das n pulgas, existe uma sucessão finita de saltos que
levam todas as pulgas para pontos à direita de M.
SOLUÇÃO:
1
A resposta é para l
( n 1)
Devemos demonstrar duas coisas:
1
a) que, para l , existe uma seqüência infinita de movimentos que vai
( n 1)
levando as pulgas cada vez mais para a direita, ultrapassando qualquer ponto
prefixado M;
1
b) que, para l e para qualquer posição inicial dada as pulgas, existe um
( n 1)
ponto M tal que as pulgas em um número finito de movimentos jamais alcançam
ou ultrapassam M.
1 n 1 P
x n x1
n 1 j 1
( x n x j ) P x n ' x n ( x n x1 )
n 1
, donde o ponto
P
mais à direita caminha pelo menos para a direita a cada passo, logo tende a
n 1
infinito. Como o ponto mais a direita, após n – 1 passos será o ponto mais à
esquerda, todos os pontos tendem a infinito (para a direita).
PROBLEMA 4
Um mágico tem cem cartões numerados de 1 a 100. Coloca-os em três caixas,
uma vermelha, uma branca e uma azul, de modo que cada caixa contém pelo
menos um cartão.
Uma pessoa da platéia escolhe duas das três caixas, seleciona um cartão de cada
caixa e anuncia a soma dos números dos dois cartões que escolheu. Ao saber esta
soma, o mágico identifica a caixa da qual não se retirou nenhum cartão.
De quantas maneiras podem ser colocados todos os cartões nas caixas de modo de
que este truque sempre funcione? (Duas maneiras consideram-se diferentes se
pelo menos um cartão é colocado numa caixa diferente).
1, 4 1
2 e 2, 3
3 4
Vamos provar por indução que f (n 1) f (n) 2 para n 4, e que as únicas
maneiras são das formas:
A) 1, 4, 7,... B) 1
2, 5,... e 2, 3, ..., n – 1
3, 6,... n
PROBLEMA 5
Verifique se existe um inteiro positivo n tal que n é divisível por exatamente 2000
números primos diferentes e 2 n 1 é divisível por n.
Suponha que seja válido, também, para um certo "p" ( p 2), Vamos provar que
também é verdadeiro para " p 1":
p p p p
* 3 p | 2 3 1 k Z | 2 3 1 k 3 p 2 3 1 k 3 p (2 3 ) 3
p 1 p 1
( 1 k 3 p ) 3 2 3 1 k 3 p 1 k 2 3 2 p 1 k 3 3 3 p 2 3 1
p 1
(k k 2 3 p k 3 3 2 p 1 ) 3 p 1 3 p 1 | 2 3 1.
3 p 1 3p 3 3 3p 3p p
* *2 1 ( 2 ) 1 (2 1)[(2 ) ( 2 3 ) 1], pois
2
2000
p1 p 2 p 3 ... p1999 | 2 3 1
2000
Basta escolhermos o inteiro ímpar n 3 p1 ... p1999 , pois:
2000
3 2000 | n 2 3 1 | 2 n 1 e como
2000
n | 23 1 n | 2n 1
Logo existe um "n" de 2000 fatores primos, tal que n | 2 n 1 .
PROBLEMA 6
Sejam AH 1 , BH 2 , CH 3 as alturas de um triângulo acutângulo ABC. A
circunferência inscrita no triângulo ABC é tangente aos lados BC, CA, AB em
T1 , T2 , T3, respectivamente. Seja l1 a reta simétrica da reta H 2 H 3
relativamente à reta T2 T3 , l 2 a reta simétrica da reta H 3 H 1 relativamente à
reta T3T1 e l 3 a reta simétrica da reta H 1 H 2 relativamente à reta T1T2 .
Prove que l1 , l 2 , l 3 determinam um triângulo cujos vértices pertencem à
circunferência inscrita no triângulo ABC.
T2
H3
T3
N
P L M l1
B T1 C
fig. 01
Inicialmente, vamos mostrar que as retas l1, l2 e l3 são paralelas aos lados
BC, CA e AB, respectivamente.
B C
AT 3T2 AT 2T3 ,
2
de modo que
B C
H 3 PT3 e H3PM = 2.H3PT3 = B – C,
2
e, portanto,
H3LM = H3PM + LH3P = (B – C) + C = B.
d(T2, PH2) = d(T2, l1) e d(l1, BC) = d(T2, BC) – d(T2, PH2) (1)
Mas,
d(T2, BC) = (p – c).sen C
Também,
H2T2 = CH2 – CT2 = a.cos C – (p – c).
Em (2), obtemos:
d(T2, PH2) = (a.cos C – (p – c))sen B. (3)
a2 b2 c2 b c
Usando que a. cos C , sen B , sen C , obtemos:
2b 2R 2R
T3
M E N
P r l1
I
r
B T1 V C
fig. 02
I) T2T3 = AI.sen A;
II) T2T3.AI = 2r.AT2 = 2r.(p – a) (pelo teorema de Ptolomeu).
De (I) e (II), obtemos T2T32 = 2r.(p – a).sen A. Portanto, em (i) e (ii) ficamos
com T1V 2 T3U 2 T1V T3U , e como BT1 = BT3, por último segue que
T2
T3
r
r
I
B C
fig. 03
De (**), ainda podemos concluir que ABT2 = CBN, e como ABI = CBI,
temos T2BI = NBI.
Nível Intermediário
1. A FÓRMULA DE HERON
S p ( p a )( p b)( p c)
1
onde p ( a b c) é o semi-perimetro do ABC .
2
a c
h
C b A
________________________________________________________________________________
O autor agradece o apoio à pesquisa da Universidade Estadual de Maranhão (UEMA) e o saudável
ambiente de trabalho do DEMATI-CECEN
1 ˆ (*)
S ab senC
2
É também muito conhecida a Lei dos co-senos para um triângulo. E, pela figura
acima, esta pode ser escrita como:
no qual podemos completar quadrados e adequar os fatores para o uso da Lei dos
co-senos (**) temos:
16S 2
[ a 2
b 2
2ab a 2
b 2
2ab ˆ ][a
cos C 2
b 2
2 2 2 2 2 2
[ ( a b) c ][(a b) c ] [c (a b) ][(a
Portanto:
1 1 1 1
S 2 ( a b c) ( a b c )
a (a b c ) b ( a b c) c
2 2 2 2
1
substituindo o semi-perímetro p ( a b c), concluímos que:
2
2. A FÓRMULA DE BRAHMAGUPTA
1
D onde p ( a b c d )
2
1
d ( p a) ( a b c d )
c 2
1
A x ( p b) ( a b c d )
2
a C 1
( p c) (a b c d )
b 2
1
B ( p d ) (a b c d )
2
ˆ ) 2abcd (1 cos B
4 K 2 a 2 b 2 (1 cos 2 B ˆ cos D
ˆ ) c 2 d 2 (1 cos 2 D
ˆ)
ou melhor,
2 2 2 2 ˆ ˆ cos D
ˆ ) abcd (1 cos B ˆ ) c 2 d 2 (1 cos 2 D
ˆ cos D ˆ)
4K a b (1 cos B ) abcd (1 cos B
4 K 2 a 2 b 2 (1 cos B
ˆ )(1 cos B
ˆ ) ab(1 cos D ˆ ) c 2 d 2 (1 cos D
ˆ )cd (1 cos B ˆ )(1 c
16 K 2 [ 2ab cos Bˆ 2ab 2cd cos D ˆ 2cd ][ 2ab cos B ˆ 2ab 2cd cos D ˆ 2cd co
Substituindo a relação III. obtemos:
Como observação final, a fórmula acima demonstrada não pode ser mais geral do
que foi provado por BRAHMAGUPTA. De fato, a fórmula vale exatamente para
os quadriláteros cíclicos. Em geral, se o quadrilátero não for cíclico, sua área é
estritamente menor que ( p a )( p b)( p c )( p d ) , pois nesse caso
ˆ senD
senB ˆ 1 cos B
ˆ cosD
ˆ , o que pode ser usado como na
prova acima para provar nossa afirmação.
REFERÊNCIA
E.W. Hobson, A Treatise on Plane Trigonometry (NY); Macmillan Company, 4a ed.,
(1902), pg. 204.
EQUAÇÕES DE RECORRÊNCIA
Héctor Soza Pollman - Universidade Católica do Norte - Antofagasta, Chile
Nível Avançado
Observa-se que a equação anterior se reduz a uma de primeiro tipo, e que sua
solução é:
n
1
xn ( S 0 a 0 x 0 S i ci ), n 0
S n an i 1
Considere a equação:
a k x n k a k 1 x n k 1 ... a 0 x n 0, n 0 (2)
em que a 0 ,..., a k são sucessões independentes de n, e os valores de x i são
conhecidos para i = 0, ..., k – 1 (correspondem aos valores de bordo). Supondo
Por iii), para ver que, para todo polinômio Q( x) de grau menor que m,
X n Q (n) n satisfaz Rec (( x ) m ), basta ver que (Yn ) Q ( n) satisfaz
Rec (( x 1) m ), o que faremos por indução. Isso é claro se m = 1, e em geral, se
~
Z n Yn 1 Yn Q ( n 1) Q( n), como Q ( x ) Q ( x 1) Q ( x ) tem grau
menor que m – 1, ( Z n ) satisfaz Rec (( x 1) m 1 ) (por hipótese de indução), e
logo, por (iv), (Yn ) satisfaz Rec (( x 1) m ). Essa observação, combinada com
ii), mostra que se ( P ( x) ( x 1 ) 1 ( x 2 ) 2 ...( x r ) r , e grau (Qi ) i
r
n
para 1 i r então x n Qi (n) i satisfaz Rec ( P ( x )) .
i 1
Para ver que se ( x n ) satisfaz Rec ( P ( x )) então x n é da forma acima,
usaremos indução novamente.
Para provar essa afirmação observamos inicialmente que, se a soma dos graus de
Pi é –1, então Yn 1 Yn 0, n, e logo, Yn é constante e, em geral,
consideramos 2 casos:
e in e in 1 1 i n 1 1
xn (e i ) n (e ) (cos isen ) n (cos isen ) n
2i 2i 2i 2i 2i
Obs. Se ( x n ) satisfaz Rec (( x 1) P ( x )) , onde
P ( x) a n x k a k 1 x k 1 ... a 0 , então, se definirmos
Yn a k x n k a k 1 x n k 1 ... a 0 x n , teremos Yn 1 Yn , n N , ou seja,
Yn é constante. Assim, a k x n k ... a 0 x n é um invariante da seqüência x n , o
que é uma observação útil para muitos problemas olímpicos. Veja o problema 3
da IMO.
Observa-se que os valores associados a esta sucessão são todos inteiros. Por
exemplo: f 3 2, f 4 3, etc. Podemos comprovar que, se n converge a infinito
então 2 converge a zero, portanto, f n é da ordem de 1n , e a fração f n 1 f n
converge a 1 .
f ( n) 2 f ( n ) log 2 log 2 n, n 3
f (2) 1
Neste caso aplicamos uma troca de variável para ir desta equação a uma equação
linear, e poder resolvê-la, o qual significa que haverá solução só para os valores
de n que tome com este cambio. Este é:
k k1
n 2 2 , n 2 2 , log 2 log 2 n k
EQUAÇÕES FUNCIONAIS
Eduardo Tengan - Colégio Etapa
Nível Avançado
Assim, basta construir a função para os inteiros positivos. Mais ainda, basta
defini-la para os primos. Devemos ter f ( f ( p)) f (1) p 1 p . Pensando um
pouco, sendo p1 , p 2 , p 3 ,... todos os primos, podemos tomar
pn 1 se n é par
f ( pn )
1 pn1 se n é ímpar
e verificar que a condição inicial é satisfeita.
EXERCÍCIO 1
(IMO) Determine o menor valor possível de f(1998), onde f é uma função do
conjunto N dos inteiros positivos nele mesmo, tal que, para todo m, n N :
f ( n 2 f ( m)) m( f ( n)) 2 .
EXERCÍCIO 2
(IMO) Encontre todas as funções f : R R tais que f ( x 2 f ( y )) y f ( x) 2 .
Dica: Prove que f ( x 2 ) ( f ( x)) 2 e que f ( x y ) f ( x ) f ( y ), para x 0 e
y R , então conclua. Se voce não conseguir concluir, puxa!! Você passou muito
perto da resolução.
EUREKA! N°9, 2000
44
Sociedade Brasileira de Matemática
EXERCÍCIO 3
(IMO) Encontre todas as funções f, definidas no conjunto dos reais não negativos
e assumindo valores reais não negativos, tais que:
i) f ( xf ( y )) f ( y ) f ( x y ) para todo x, y 0
ii) f (2) 0
iii) f ( x ) 0 para 0 x 2
Dica: x 2 y x 2 f ( y ). Incrível, não?
PONTO FIXO
Muitas vezes, é útil considerarmos os pontos fixos de uma função, isto é, pontos
x tais que f ( x ) x. Para mostrar que esta simples consideração leva, muitas
vezes, à solução do problema, observe abaixo o seguinte exemplo:
(IMO) Seja S o conjunto dos reais maiores que –1. Encontre todas as funções
f : S S satisfazendo as condições
i) f ( x f ( y ) xf ( y )) y f ( x ) yf ( x), x, y S
ii) f ( x) x é estritamente crescente para – 1 < x < 0 e x > 0.
Para x = 0, temos f ( f ( y )) y (1 f (0)) f (0), donde concluímos que f é
injetora. De f ( f (0)) f (0) e da injetividade de f, concluímos que f (0) 0.
Seja x 0 um ponto fixo de f. Sabemos da condição ii) que há no máximo um
ponto em cada um dos intervalos (–1; 0) e (0; + ). Substituindo x y x 0 em
i), encontramos f x 02 2 x 0 x 02 2 x 0 .
Se x 0 ( 1;0), x 02 2 x 0 ( 1;0), logo x 02 2 x 0 x 0 , absurdo.
Analogamente, não há pontos fixos em ( 0; ).
Assim, 0 é o único ponto fixo de f. Substituindo x = y em i), temos
f ( x f ( x) xf ( x)) x f ( x) xf ( x), ou seja xf (x ) é ponto fixo e,
portanto, igual a 0, logo f ( x) x (1 x), que satisfaz i) e ii).
EXERCÍCIO 4
(IMO) Encontre todas as funções f definidas no conjunto dos reais positivos e
assumindo valores neste conjunto e que satisfaz as condições:
i) f ( xf ( y )) yf ( x) para todo x, y R * ;
ii) f ( x) 0 quando x .
EXERCÍCIO 5
(Torneio das Cidades) Mostre que não existem funções f : R R tais
f ( f ( x)) x 2 1996. Dica: utilize pontos fixos, mas utilize mesmo!
EXERCÍCIO 6
(IMO) Seja N 0 o conjunto dos inteiros não negativos. Encontre todas as funções
f : N 0 N 0 tais que f ( m f ( n)) f ( f (m)) f ( n), m, n N 0 .
Dica: considere o menor ponto fixo da função.
OLIMPÍADAS AO REDOR DO MUNDO
O comitê editorial da EUREKA! sente-se gratificado pela acolhida desta
nova seção por parte dos seus leitores.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer aqueles que nos enviaram
sugestões, opiniões, críticas e principalmente soluções para os problemas.
Cumpre informar, aos leitores, que por uma questão de espaço físico as soluções
de todos os problemas propostos, em um exemplar de EUREKA!, não poderão ser
apresentadas no número posterior ao daquele em que foram publicados visto que
a revista possui outras seções de grande interesse do público em geral.
Entretanto, as mesmas serão divulgadas nos números posteriores à
medida que os leitores as enviarem. Se houver interesse “mais urgente” na
solução de algum problema específico, solicitamos contactar a OBM, seção
OLIMPÍADAS AO REDOR DO MUNDO, através de carta ou e-mail.
36. (China-1999) Seja PQRS um quadrilátero inscrito num círculo e cuja medida do
ângulo PSR seja igual a 90 o . Se H e K são os pés das perpendiculares
baixadas de Q sobre PR e PS respectivamente (convenientemente
prolongados se necessário). Mostre que HK divide QS ao meio.
44. (Bulgária-1999) Determine o menor número natural n tal que a soma dos
quadrados de seus divisores (incluindo 1 e n ) é igual a n 3 2 .
49. (Repúblicas Tcheca e Eslovaca-1999) Determine o menor número natural que pode
ser obtido colocando-se parêntesis na expressão
15 : 14 : 13 : 12 : 11 : 10 : 9 : 8 : 7 : 6 : 5 : 4 : 3 : 2
51. (Repúblicas Tcheca e Eslovaca-1999) Mostre que para todo número natural n o
produto
2 2 2 2
4 4 4 4
1 2 3 n
é um inteiro.
Agora vamos aos comentários e soluções dos leitores para alguns dos
problemas apresentados no número anterior de EUREKA!. O critério por nós
adotado para este número foi apresentar as soluções dos problemas que foram,
até o presente momento, resolvidos pelo maior número de leitores.
M |N M
K N absurdo!
par ímpar
f 12 f 7 f 5 f 12 2 f 2 f 3 f 2 f 3 6 2 f 3 f 3 3 .
Finalmente,
9999999 1999000 10 7 1 2 10 3 1 10 3
6 6 3 3
9 10 10 1 2 10 10 3 10 3 10 3 1 3 10 6 10 3 3 10 3 1
6
3 10 3 3 10 3 1 3 10 3 10 3 1 10 3 1 3 10 3 3 10 3 1 3 10 3 1 10 3 1
3
3 3
3 10 1 3 10 10 1 2999 4001
Seja ABD ADK então tem-se que os triângulos ADK e ABD são
semelhantes logo,
AD a b 2
AD a a b AD a a b
a AD
1 1 1 1
22. (Eslovênia-1999) Inicialmente os números 1, , , ..., , são
2 3 1998 1999
escritos em um quadro negro. Em cada passo, escolhemos dois destes números,
digamos a e b, e os substituímos pelo número a b ab . Continuamos
desta maneira até que reste um único número no quadro negro. É possível que
este número seja 2000 ? Justifique sua resposta.
Sejam x = a + c – b y = a + b – c z = b + c – a
Pela Desigualdade Triangular temos que x > 0, y > 0 e z > 0.
Assim, isoloando a, b e c: a = x + y b = y + z c = z + x
Pela Desigualdade entre as Médias Aritmética e Geométrica temos:
x y 2 xy , y z 2 yz e z x 2 zx (1)
2
1 1 1
Vamos desenvolver agora o valor de em função de x, y e z, usando
a b c
para isso o resultado (1):
2 2 2
2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
a b c x y y z z x 2 xy 2 yz 2 zx
4 xy yz zx
Pela Desigualdade de Cauchy podemos afirmar que
(a1 a 2 a3 ) 2 3(a12 a 22 a 32 ) .
1 1 1
Fazendo então a1 , a2 e a3 concluímos que:
xy yz zx
2
1 1 1 3 1 1 1
(2)
a b c 4 xy yz zx
p
Calculando em função de x, y e z obtemos:
s
p xyz xyz 1 1 1
s ( x y z ) xyz xyz xy yz zx
2
1 1 1 3 1 1 1 3 p2 1 1 1 3 p
(3)
a b c 4 xy yz zx 4 s 2 a b c 2 s
Primeira parte:
Segunda parte:
44) O produto de dois inteiros positivos consecutivos pode ser igual ao produto
de dois inteiros positivos consecutivos pares?
Logo conclui-se que não é possível que o produto de dois inteiros positivos seja
igual ao produto de dois inteiros positivos consecutivos pares.
ii) Prove que em cada tal par (A, B), ou A ou B contém apenas múltiplos de
algum inteiro k > 1.
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
47) Dada uma circunferência , trace as tangentes a ela por um ponto exterior,
A, tocando-a em M e N. Trace a reta r passando por A e tocando em B e C. Se
D é o ponto médio de MN , prove que MN é a bissetriz de BDC .
48) Doze pintores vivem em doze casas construídas ao longo de uma rua circular
e são pintadas ou de branco ou de azul. Cada mês um dos pintores, pegando
consigo bastante tinta branca e azul, deixa sua casa e caminha ao longo da rua no
sentido anti-horário. Desta forma, ele repinta cada casa (iniciando na sua) com a
cor oposta. Finaliza o trabalho tão longo repinte alguma casa branca de azul. Em
um ano, cada casa estará pintada com a sua cor original sabendo que, no começo
do ano, ao menos uma casa estava pintada de azul.
51) Três feirantes foram vender melancias. Um levou 10; outro 16; o terceiro,
26. Todos venderam algumas melancias pelo mesmo preço até o meio dia. Depois
disso, os três baixaram o preço, mas continuaram vendendo por preços iguais.
Quando voltaram para casa, após venderem todas as melancias, cada um tinha a
mesma quantia de dinheiro; 35 mil cruzeiros. Por quanto foi vendida cada
melancia antes e após o meio-dia?
Problema 47 proposto por Carlos Lucas de Melo Pontes e Silva (Fortaleza - CE), problemas
48 e 51 propostos por Jorge Luis Rodrigues Costa (Fortaleza - CE) e problemas 49 e 50
propostos por Carlos A. Gomes (Natal - RN).
COORDENADORES REGIONAIS
CADASTRAMENTO 2001
Colégios
(Preencher com letra de forma)
Instituição:
Pública Privada
Diretor:
Endereço:
Bairro:
Cidade: Estado:
Cep:
Telefone: ( )
Fax: ( )
e-mail:
Professor Responsável:
Endereço:
Bairro:
Cidade: Estado:
Cep:
Telefone: ( )
Fax: ( )
e-mail:
Para seguir participando Olimpíada Brasileira de Matemática, uma cópia desta ficha
deve ser preenchida e enviada para a Secretaria da Olimpíada Brasileira de Matemática
pelos colégios ainda não recadastrados.
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
OS NÚMEROS IRRACIONAIS 37
Hermano Frid
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 60
COORDENADORES REGIONAIS 61
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
NÍVEIS 1, 2 e 3
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Por fim, queremos agradecer aos alunos que têm nos ajudado com a
revisão da revista EUREKA!
Os editores.
XXII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
Problemas e soluções da primeira fase – nível 1
Para obter 999 999 999 devemos multiplicar 12 345 679 por:
A) 29 B) 99 C) 72 D) 41 E) 81
3. Num relógio digital, que marca de 0:00 até 23:59, quantas vezes por dia
o mostrador apresenta todos os algarismos iguais?
A) 10 B) 8 C) 6 D) 7 E) 9
4. A prefeitura de uma certa cidade fez uma campanha que permite trocar 4
garrafas de 1 litro vazias por uma garrafa de 1 litro cheia de leite. Até quantos
litros de leite pode obter uma pessoa que possua 43 dessas garrafas vazias?
A) 11 B) 12 C) 13 D) 14 E) 15
A) 3 B) 4 C) 5 D) 6 E) 8
7. O número 10 pode ser escrito de duas formas como soma de dois números
primos: 10 = 5 + 5 e 10 = 7 + 3. De quantas maneiras podemos expressar o
número 25 como uma soma de dois números primos?
A) 4 B) 1 C) 2 D) 3 E) nenhuma
10. Juliano colou uma bandeirinha cinza em cada engrenagem, como mostra a
figura abaixo:
A) B) C) D) E)
12. Há 18 anos Hélio tinha precisamente três vezes a idade de seu filho. Agora
tem o dobro da idade desse filho. Quantos anos têm Hélio e seu filho?
A) 72 anos e 36 anos. B) 36 anos e 18 anos. C) 40 anos e 20 anos.
D) 50 anos e 25 anos. E) 38 anos e 19 anos.
A) F B) B C) C D) I E) A
14. O emir Abdel Azir ficou famoso por vários motivos. Ele teve mais
de 39 filhos, incluindo muitos gêmeos. De fato, o historiador Ahmed Aab afirma
num dos seus escritos que todos os filhos do emir eram gêmeos duplos, exceto
39; todos eram gêmeos triplos, exceto 39; todos eram gêmeos quádruplos, exceto
39. O numero de filhos do emir é:
A) 111 B) 48 C) 51 D) 78 E) 75
15. Quatro amigos vão visitar um museu e um deles resolve entrar sem pagar.
Aparece um fiscal que quer saber qual deles entrou sem pagar.
A) C) D) E)
B)
GABARITO
NÍVEL 1
1) E 6) D 11) A 16) D
2) C 7) B 12) A 17) D
3) B 8) A 13) C 18) C
4) D 9) D 14) C 19) E
5) E 10) A 15) B 20) B
XXII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
Problemas e soluções da primeira fase – nível 2
12. Uma caixa contém 900 cartões, numerados de 100 a 999. Retiram-se
ao acaso (sem reposição) cartões da caixa e anotamos a soma dos seus
algarismos. Qual é a menor quantidade de cartões que devem ser retirados da
caixa, para garantirmos que pelo menos três destas somas sejam iguais?
A) 51 B) 52 C) 53 D) 54 E) 55
13. Se x e y são números reais positivos, qual dos números a seguir é o maior?
x3 y3
A) xy B) x2 + y2 C) (x + y)2 D) x2 + y(x + y) E)
x y
14. Na figura, as distâncias entre dois pontos horizontais consecutivos e as
distâncias entre dois pontos verticais consecutivos são iguais a 1. A região comum ao
triângulo e ao quadrado tem área:
9 15 8 1114
A) B) C) D) E)
10 16 9 1215
a a 1
15. Sejam a e b números reais positivos tais que < 1. Então
b b 1
a a a
A) é igual a + 1. B) é igual a . C) é menor que .
b b b
a
D) é maior que mas menor que 1. E) pode ser maior que 1.
b
16. Veja o problema 16 do nível 1.
A) 3 B) 4 C) 7 D) 2 E) 5
1
2 3 4
5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
… … … … … … … … …
GABARITO
NÍVEL 2
1) D 6) D 11) E 16) D
2) A 7) D 12) C 17) E
3) A 8) B 13) C 18) C
4) B 9) A 14) D 19) A
7. Há três cartas viradas sobre uma mesa. Sabe-se que em cada uma delas está
escrito um número inteiro positivo. São dadas a Carlos, Samuel e Tomás as
seguintes informações:
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5
10. A notação x significa o maior inteiro que não supera x. Por exemplo,
3,5 = 3 e 5 = 5. O número de inteiros positivos x para os quais
x x 10 é:
1 1
2 3
A) 11 B) 12 C) 13 D) 14 E) 15
A) 2 2 + 3 B) 2 +2 C) 4 2 + 1 D) 3 2 E) 2 +1
17. A soma de dois números naturais é 29. O mínimo valor para a soma de seus
quadrados é:
A) 785 B) 733 C) 647 D) 421 E) 334
21. Na figura temos que os triângulos ABC e A’B’C’ são equiláteros e a região
destacada é um hexágono regular. A razão entre a área da região destacada e a
área do triângulo ABC é igual a:
A
C ’
B ’
O
C
A’
2 4 2 3
A) 1 B) C) D) E)
3 5 2 2
22. Veja o problema 14 do nível 1.
23. Veja o problema 19 do nível 2.
24. Seja P(x) = a2000x2000 + a1999x1999 + a1998x1998 + … + a1x + a0. Então a2000 + a1998 +
a1996 +
… + a0 é igual a
P (1) P ( 1) P (1) P ( 1)
A) B) C) P(2000) + P(1998) +
2 2
… + P(0)
D) P(0) P(1) E) P(–1) P(1)
25. Quantos números de três algarismos (que não começam com 0) possuem um
algarismo que é a média aritmética dos outros dois?
A) 121 B) 117 C) 112 D) 115 E) 105
GABARITO
NÍVEL 3
PROBLEMA 1:
De quantas maneiras diferentes podemos construir um paralelepípedo usando
exatamente 24 blocos cúbicos de medidas 1 1 1?
Obs: Blocos de dimensões 2 3 4 e 2 4 3 devem ser considerados iguais.
PROBLEMA 2:
O retângulo ao lado está dividido em 9
D
quadrados, A, B, C, D, E, F, G, H e I. O I
PROBLEMA 3:
Pintamos de vermelho ou azul 100 pontos em uma reta. Se dois pontos vizinhos
são vermelhos, pintamos o segmento que os une de vermelho. Se dois pontos
vizinhos são azuis, pintamos o segmento de azul. Finalmente, se dois pontos
vizinhos têm cores distintas, pintamos o segmento de verde. Feito isto, existem
exatamente 20 segmentos verdes. O ponto na ponta esquerda é vermelho.
É possível determinar com estes dados a cor do ponto na ponta direita?
Em caso afirmativo, qual a cor deste ponto?
PROBLEMA 4:
Desejamos escrever os inteiros de 1 a 10 nas casas do
desenho ao lado de tal forma que quaisquer quatro números
alinhados aparecem em ordem crescente ou decrescente.
a) Mostre uma maneira de dispor os números respeitando
estas condições.
b) Quais números podem aparecer nas pontas da estrela?
c) Quais números podem aparecer nas outras cinco posições?
PROBLEMA 5:
PROBLEMA 6:
Qual é o maior inteiro positivo n tal que os restos das divisões de 154, 238 e 334
por n são iguais?
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Sejam a b c as dimensões do paralelepípedo. Temos que a, b, c Ν * e
abc 24. Como abc a.a.a a 3 24, temos a 2, ou seja
a 1 ou a 2 .
Se a 1, bc 24. As possibilidades para b e c são
b 1 e c 24; b 2 e c 12; b 3 e c 8; b 4 e c 6. Se
a 2, bc 12. As possibilidades para b e c com b 2 são b 2 e c 6;
b 3 e c 4. Assim, há 6 maneiras de construirmos o paralelepípedo.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
O quadrado A medida de lado 1cm enquanto que o quadrado B tem medida de
lado 9cm. Daí que as longitudes dos lados dos quadrados restantes são:
C = 10cm E = 8cm.
F = 7cm G = 4cm.
D = 14cm. I = 18cm.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Temos que os segmentos verdes dividem os pontos da reta em conjuntos de
pontos com cores iguais, sendo que o primeiro conjunto à esquerda contém
pontos vermelhos, o segundo conjunto contém pontos azuis, o terceiro conjunto
contém pontos vermelhos, e assim por diante. Como há 20 segmentos verdes,
temos 21 conjuntos de pontos.
Assim, como o 21º conjunto contém pontos vermelhos, o ponto na ponta direita é
vermelho.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
6 5
1 4 7 10 1 4 7 10
3 8 3 8
5 6
2 9 2 9
Respostas:
a) Ver figuras
b) 1, 2, 9 e 10 obrigatórios mais 5 ou 6.
c) 3, 4, 7, 8 obrigatórios mais 5 ou 6.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Decomponha N em primos = 2 a2 3 a3 ...
Dobro de um cubo quer dizer que todos os ai são múltiplos de 3 exceto a2 que
deixa resto 1 na divisão por 3.
Quíntuplo de um quadrado quer dizer que todos são pares exceto a5.
Os menores expoentes possíveis são então a2 = 4; a5 = 3 e os outros a3 = a7 =...=
0.
Resposta: N = 24 53 = 2000.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Dois números deixam o mesmo resto quando divididos por n se e só se sua
diferença é múltipla de n. Logo, as diferenças 238 – 154 = 84 e 334 – 238 = 96
são ambas múltiplas de n. Como n é o maior possível, concluímos que n deve ser
o maior divisor comum de 84 e 96, que é 12.
PROBLEMA 2:
De quantas maneiras diferentes podemos construir um paralelepípedo usando
exatamente 216 blocos cúbicos de medidas 1 1 1? Obs: Blocos de dimensões
2 3 36 e 2 36 3 devem ser considerados iguais.
PROBLEMA 3: D
F
C
No retângulo ABCD, E é o ponto médio do lado
BC e F é o ponto médio do lado CD. A interseção G
E
de DE com FB é G. O ângulo EAF mede 20o.
Quanto vale o ângulo EGB ?
A B
PROBLEMA 4:
O retângulo ao lado está dividido em 9
D
quadrados, A, B, C, D, E, F, G, H e I. O quadrado I
A tem lado 1.
G
Qual é o lado do quadrado I? C
F
H
A
B E
PROBLEMA 5:
PROBLEMA 6:
O campeonato Venusiano de futebol é disputado por 10 times, em dois turnos. Em
cada turno cada equipe joga uma vez contra cada uma das outras. Suponha que o
Vulcano FC vença todas as partidas do 1 o. turno. Caso não vença o 2 o. turno, o
Vulcano FC jogará uma final contra o vencedor do 2 o. turno, na qual terá
vantagem caso faça mais pontos que o adversário durante todo o campeonato
(vitória vale 3 pontos, empate vale 1 ponto e derrota 0 pontos).
a) Determine o menor n tal que, se o Vulcano FC fizer exatamente n pontos no
segundo turno, garantirá pelo menos a vantagem na final (independente de contra
quem e com que placares conquiste os n pontos).
b) Determine o menor n tal que, se o Vulcano FC fizer pelo menos n pontos no
segundo turno, garantirá pelo menos a vantagem na final (independente de contra
quem e com que placares conquiste os n pontos).
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
D y
F C
^ ^
G
1) F A D F B C x
E
x x
^ ^
2) E A B E D C y
o
20
y
A B
x y 70
^
D E C 90 y x
90 ( x y ) 20
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Seja x o lado de B. O lado de C = x – 1, D = x + 5, E = x – 1, F = x – 2,
G = 4, H = 2x – 3, I = x + 9 (=D + G) mas também é 3x – 9 (=F + H – G). Assim
x + 9 = 3x – 9 e x = 9. Assim, o lado de I é 18.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
A média aritmética dos inteiros de 1 a n é (n + 1)/2. Quando se apaga um destes
números, a menor média possível é a dos números de 1 a (n – 1), que é n / 2, e a
maior é a dos números de 2 a n, que é n/2 +1. Logo, deve-se ter
n 2 n 4 4
12 1 o que fornece 22 n 24 e, portanto, n é igual a 23 ou
2 11 2 11 11
24. Mas a média dos números restantes é uma fração de denominador 11. Logo,
a quantidade de números que restam no quadro deve ser múltipla de 11. Portanto,
n só pode ser igual a 23. Finalmente, a soma dos números que restam é 22 x 12
2/11 = 268.A soma dos números de 1 a 23 é 23 x 12 = 276. Logo, o número
apagado foi m = 276 – 268 = 8.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
No pior caso, o 2o. colocado do 1o. turno faz 24 pontos no 1 o. turno. Se o Vulcano
FC fizer 23 pontos no 2 o. turno, ele ganhará 7 jogos e empatará 2, e o 2 o.
colocado no 1o. turno chegará a um máximo de 25 pontos (pois no máximo
empatará com o Vulcano FC) no segundo turno. Assim, o Vulcano FC terá
vantagem na decisão, nesse caso. Note que se o Vulcano FC fizer 24 pontos no 2o.
turno perdendo para o 2o. colocado do 1o. turno, este pode fazer 27 pontos no 2 o.
turno e ganhar a vantagem para a decisão. Se o Vulcano FC fizer 22 pontos ou
menos e o Klingon FC tiver feito 24 pontos no 1o. turno poderá fazer 27 pontos
no 2o. turno, somando 51 pontos, mais que os 49 (ou menos) pontos do Vulcano
FC. Assim, a resposta da segunda pergunta é n = 25, enquanto a resposta da 1a.
pergunta é n = 23.
PROBLEMA 3:
O trapézio ABCD tem bases AB e CD. O lado DA mede x e o lado BC mede 2x. A
soma dos ângulos DAB e ABC é 120o. Determine o ângulo DAB .
PROBLEMA 5:
1 1 1 1 1 1
O número 1 2
2 1 2 2 ... 1 2
é racional;
1 2 2 3 2000 20012
p
escreva-o na forma q , p e q inteiros.
PROBLEMA 6:
Para efetuar um sorteio entre os n alunos de uma escola (n > 1) se adota o
seguinte procedimento. Os alunos são colocados em roda e inicia-se uma
contagem da forma "um, DOIS, um, DOIS,...". Cada vez que se diz DOIS o aluno
correspondente é eliminado e sai da roda. A contagem prossegue até que sobre
um único aluno, que é o escolhido.
a) Para que valores de n o aluno escolhido é aquele por quem começou o
sorteio?
b) Se há 192 alunos na roda inicial, qual é a posição na roda do aluno
escolhido?
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Tracemos DM // BC (vide figura abaixo). Como AMD = ABC e DAM
+ AMD = DAM + ABC = 120 tem-se que ADM = 60. Como
AD = x e BC = 2x, sendo P o ponto médio de DM, então, AD = DP =
x e ADP é um triângulo equilátero, isto é, AP = x. Portanto APM é
um triângulo isósceles com PAM = AMP e como DPA é um
ângulo externo do triângulo APM temos 60 = DPA = PAM +
AMP = 2. AMP = 2. ABC. Portanto, ABC =30 e DAB
=120 – ABC = 90.
D C
A M B
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
2000
1 1 2000
a 4 2a 3 3a 2 2a 1
S 1
a 1 a 2 a 1 2 a 1 a 2 a 1
2
2000
a 2 a 1 2000 1
2
1 2
a 1 a a a 1 a a
2000
1 1 1 1 1 1 1
2000 2000 1 ...
a 1 a a 1 2 2 3 2000 2001
1 2000
2000 1 2000
2001 2001
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
a) Para que o primeiro da fila seja o escolhido é preciso, antes de mais nada, que
haja um número par de alunos (caso contrário, ele será eliminado quando
começar a segunda rodada). Mais precisamente, o primeiro da fila é o escolhido
se e só se, a cada rodada, a fila tem um número par de alunos. Portanto, o
primeiro da fila é escolhido se e só se o número de alunos é uma potência de 2.
PROBLEMA 1:
Paulo tem três dados comuns idênticos nos quais a soma dos números em duas faces
opostas é sempre igual a 7. Ele cola os dados, de modo que cada par de faces coladas
tenha o mesmo número, e depois os coloca sobre uma mesa não transparente, conforme
indica a figura. A soma dos números em todas as onze faces visíveis é 36. Qual é a soma
dos números das três faces que estão em contato com a mesa?
PROBLEMA 2:
Um triângulo equilátero pode ser recortado em triângulos equiláteros menores. A
figura abaixo mostra como recortar um triângulo equilátero em 7 triângulos
PROBLEMA 3:
Isabel tem dois baralhos, cada um com 50 cartas. Em cada um dos baralhos estão
escritos os números de 1 a 100 (em cada carta estão escritos dois números, um em
cada face da carta). Por um defeito de fabricação, a distribuição dos números nas
cartas não é a mesma nos dois baralhos (por exemplo, em um dos baralhos o 1
aparece na mesma carta do 2; no outro, o 1 aparece com o 76).
Mostre como Isabel deve fazer para que, ao colocar as 100 cartas sobre uma
mesa, as faces voltadas para cima mostrem todos os números de 1 a 100.
PROBLEMA 4:
Considere a seguinte tabela 5 5, preenchida com os números de 1 a 25.
1 2 3 4 5
6 7 8 9 10
11 12 13 14 15
16 17 18 19 20
21 22 23 24 25
2 maiores e 18 menores.
PROBLEMA 2:
Isabel tem dois baralhos, cada um com 50 cartas. Em cada um dos baralhos estão
escritos os números de 1 a 100 (em cada carta estão escritos dois números, um em
cada face da carta). Por um defeito de fabricação, a distribuição dos números nas
cartas não é a mesma nos dois baralhos (por exemplo, em um dos baralhos o 1
aparece na mesma carta do 2; no outro, o 1 aparece com o 76).
Mostre como Isabel deve fazer para que, ao colocar as 100 cartas sobre uma
mesa, as faces voltadas para cima mostrem todos os números de 1 a 100.
PROBLEMA 3:
Em uma folha de papel a reta r passa pelo canto A da folha e forma um ângulo
com a borda horizontal, como na figura 1. Para dividir este ângulo em três
partes iguais, executaremos as seguintes construções:
r r r
C’
C C B’
s A’
B B
A A A
PROBLEMA 4:
É possível encontrar duas potências de 2, distintas e com o mesmo número de
algarismos, tais que uma possa ser obtida através de uma reordenação dos dígitos
da outra?
SOLUÇÕES DA TERCEIRA FASE – NÍVEL 2
PROBLEMA 1: SOLUÇÃO DE ALEX CORRÊA ABREU (NITERÓI - RJ)
Sejam a e b os números das faces coladas. Como a é o número da face oposta à
face de b, no dado central, temos que a + b = 7.
A soma dos números das faces de cada dado é 21, então a soma dos números das
faces de todos os dados é 63, mas a soma das faces coladas é 2 (a + b) = 14, e a
soma das faces visíveis é 36, temos, então, que a soma de números das faces em
contato com a mesa é: 63 – 36 – 14 = 13. Resposta: a soma é 13.
baralho: 1 2 1 2
x y z w Ciclo fechado.
verso: y z w x
Quando um ciclo for fechado pega-se outra carta e começa um novo ciclo.
Fazendo isso até o final das cartas as faces voltadas para cima mostrarão todos os
números de 1 a 100.
PROBLEMA 2:
Seja (n) a soma de todos os divisores positivos de n, onde n é um inteiro
positivo (por exemplo, (6) 12 e (11) 12). Dizemos que n é quase
perfeito se ( n) 2n 1 (por exemplo, 4 é quase perfeito, pois ( 4) 7).
n
Sejam n mod k o resto da divisão de n por k e s (n) n mod k (por
k 1
exemplo: s(6) = 0 + 0 + 0 + 2 + 1 + 0 = 3 e s(11) = 0 + 1 + 2 + 3 + 1 + 5 + 4 + 3 +
2 + 1 + 0 = 22).
Prove que n é quase perfeito se, e somente se, s (n) s (n 1).
PROBLEMA 3:
PROBLEMA 4:
A avenida Providência tem infinitos semáforos igualmente espaçados e
sincronizados.
A distância entre dois semáforos consecutivos é de 1.500m. Os semáforos ficam
abertos por 1 min 30s, depois fechados por 1 min, depois abertos por 1 min 30s e
assim sucessivamente.
Suponha que um carro trafegue com velocidade constante igual a v, em m/s, pela
avenida Providência.
Para quais valores de v é possível que o carro passe por uma quantidade
arbitrariamente grande de semáforos sem parar em qualquer um deles?
PROBLEMA 5:
Seja X o conjunto de todas as seqüências a ( a1 , a 2 ,..., a 2000 ) tais que
a i {0,1,2} se 1 i 1000 e a i {0,1} se 1001 i 2000. Dados a e b
em X, definimos a distância d ( a, b) entre a e b como sendo o número de
valores de i, 1 i 2000, tais que a i bi . Determine o número de funções
f : X X que preservam distância, isto é, tais que d ( f ( a ), f (b)) d ( a, b),
para quaisquer a e b em X.
PROBLEMA 6:
Seja C um cubo de madeira. Para cada um dos 28 pares de vértices de C cortamos
o cubo C pelo plano mediador dos dois vértices do par. Em quantos pedaços fica
dividido o cubo?
C’
B’
B A’
X
A P K
ˆ A' então
Veja que AP A' P , então AA' P é isósceles. Seja PA
ˆ ' B ( BA' // AP ).
AA
Note que APX A' PX ,
Daí:
XAˆ P XA ˆ' P
ˆ
XAA' 2
XA ˆ A'
Agora observe que:
BA ˆ X 90 2 BXˆA 2
ˆ
BAX 90 2 B ' XˆA' 2
Donde segue que os pontos A, X, B' são colineares. Como
CB C ' B ' , AB A' B ' e CB AB, temos que C ' B ' A' B ' .
Então AB' é mediana e altura do C ' AA' , sendo, conseqüentemente, bissetriz
do C ' AA'. Daí: C ' A ˆ B ' B ' A
ˆ A' PAˆ A' .
Sendo assim:
n n 1
s(n) s(n 1) ai bi ad at an bd bt (bd ad ) (a b ) (d 1) 1
t t
t | n d |n t | n
i 1 i 1 d |n t \ n d |n t \ n d|n d n
d n d n d n
Seja f(n) o número de divisores de n. Temos:
(d 1)1d 11((n)n nf )(() 1)n nf )( (n) n (nf )1 n f (n) (n) 2n 1.
d|n t|n d|n d|n t|n
dn dn dn
Seja g (n) f (1) f (2) ... f (n), provaremos que g (n) a i S i , onde
i 1
n (...a j ...a 5 a 4 a 3 a 2 a1 a 0 ).
j j 1 0
Seja j o maior possível tal que a j 1. n 2 a j 1 2 ... a1 2 a 0 2
g (n) ( f (1) f (2) ... f (2 j )) ( f (2 j 1) f (2 j 2) ... f (2 j a j 1 2 j 1 ...a 0 ))
g (n) ( S j ) f (1) f (2) ... f ( a j 1 2 j 1 ... a 0 ))
De modo análogo, tomamos o maior j 0 , tal que j j 0 e a j0 1.
g (n) S j ( f (1) f (2) f (3) ... f (2 j0 )) ( f (2 j0 1) ... f (2 j0 a j0 1 2 j0 1 ... a0 ))
g (n) S j ( S j0 ) ( f (1) f (2) ... f (a j0 1 2 j0 1 ... a 0 ))
De maneira análoga, fazemos (vamos baixando) para todos os ai's = 1.
Como a i 1 ou a i 0, podemos escrever g (n) a i S i
i 1
t0 10 3
r seja igual a um inteiro mais um número entre 0 e para todo r
150 v 5
10
inteiro. Isso é claramente possível se é inteiro (com qualquer t 0 entre 0 e
v
10
90) e se é a metade de um inteiro ímpar (com qualquer t 0 entre 0 e 15).
v
Vamos mostrar que esses são os únicos casos possíveis.
10r
Primeiro mostraremos que é igual a um inteiro mais um número
v
2 10
pertencente a 0, para algum r0: seja j , com j inteiro e 0,1).
5 v
2
Se 0 , tomamos r0 1.
5
1 3 1
Se ,2 1 , com 0 , e tomamos r0 2.
2 5 5
3
Se 1, tomamos 1 e k inteiro tal que k 1 (k 1) . Como
5
2 3
, temos k , e podemos tomar r0 k .
5 5
2 1 3 4
Se , temos 2 1, e podemos proceder como no caso
5 2 5 5
anterior, tomando 1 2 e r0 2k .
Para finalizar, vamos mostrar que, nesses casos, existe k inteiro positivo tal que
t0 10 3
k é igual a um inteiro mais um elemento de ,1.
150 v 5
10 2
De fato, existe m inteiro tal que r0 m , com 0 , e existem e j
v 5
t0 t
inteiros com j 0 ( 1) , donde
150 150
t 0 10 t0 3
r0 lm (m j 1) , onde 1 1.
150 v 150 5
20
Assim as possíveis velocidades são v m / s, para cada inteiro positivo k.
k
Teorema 1: Seja
At f (0,0,...,0,0,...) ( a1 , a 2 ,..., a 2000 )
Bt f (0,0,...,1,0,...) (b1 , b2 ,..., b2000 )
C t f (0,0,...,2,0,...,0) (c1 , c 2 ,..., c 2000 )
onde t 1000 : e alteramos apenas o t-ésimo termo no domínio.
Então se x ' f ( x1 ,..., x 2000 ) ( y1 , y 2 ,..., y 2000 )
y it a it se x t 0 (onde it é posição que muda de At para Bt)
y it bit se xt 1
y it cit se xt 2
Repare que todos os planos mediadores juntos determina em cada face a seguinte
figura:
OS NÚMEROS IRRACIONAIS
Hermano Frid
Instituto de Matemática Pura e Aplicada - IMPA
Nível Intermediário.
peles de carneiro por sacos de milho numa razão de 3 peles de carneiro para cada
grupo de 7 sacos de milho. Por outro lado, a idéia de um “número” que não seja
nem inteiro nem fração é, em princípio, muito menos natural que a daqueles e
surge num estágio muito mais avançado da civilização com a necessidade da
prática da medição. Por exemplo, medir as dimensões ou a área de um terreno,
comparar as distâncias entre pares de pontos distintos, etc. Procuraremos, a
seguir, mostrar as propriedades básicas destes números “estranhos” em contraste
com as propriedades, na maior parte já bem conhecidas, daqueles mais intuitivos,
os inteiros e as frações.
Os números reais positivos podem ser representados no sistema decimal por uma
seqüência de algarismos – elementos do conjunto {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} –
Separados por uma vírgula. Assim, se a N , a N 1 ,..., a 0 , a 1 , a 2 , a 3 ,..., são
algarismos quaisquer, um número real positivo representado no sistema decimal
tem a forma a N a N 1 a N 2 ...a1 a 0 , a 1 a 2 a 3 ..., (1)
onde a N 0. Nessa representação, à esquerda da vírgula temos sempre um
número finito de algarismos, porém à direita podemos ter uma infinidade de
algarismos. Por exemplo, 783,5231 representa o número obtido como resultado
da expressão
7 10 2 8 101 3 10 0 5 10 1 2 10 2 3 10 3 1 10 4.
(2)
154
Por outro lado, a fração tem representação decimal 0, 1545454… com uma
999
infinidade de algarismos à direita. Essa representação se traduz como resultado de
uma expressão com infinitas parcelas
1 10 1 5 10 2 4 10 3 5 10 4 4 10 5 5 10 6 ...
(3)
154
Essa expressão significa exatamente que se quisermos aproximar no
999
sistema decimal com “precisão de 8 casas decimais, por exemplo, devemos tomar
como aproximação o número 0,15454545 que é resultado da expressão
1 10 1 5 10 2 4 10 3 5 10 4 4 10 5 5 10 6
4 10 7 5 10 8.
(4)
( 2k ) 2 2q 2 2 k 2 q 2 (7)
Pela mesma razão que acabamos de expor, concluímos que q também deve ser
par. Mas isto nos leva a uma contradição pois p e q são primos entre si por
p
hipótese! Assim, a suposição de que x nos leva a uma contradição e,
q
portanto, deve ser descartada, considerada falsa.
Chegamos à conclusão que 2 , que é como representamos o número positivo
cujo quadrado é 2, é um número irracional!!
3. COMO OBTER APROXIMAÇÕES RACIONAIS PARA 2
Podemos obter aproximações cada vez melhores de 2 (o número x que satisfaz
(5)) através do seguinte procedimento que é um caso particular de um esquema
inventado por Newton conhecido como método de Newton. (Com base nesse
Agora se você pegar uma máquina de calcular e pedir (através dos devidos
comandos) que ela calcule 2 , você obterá, se sua máquina puder exibir 33
dígitos (incluindo a vírgula ou ponto), a expressão decimal
1,4142135623730950488016887242097.
Horrível, não é? Você obterá uma expressão ainda maior se sua máquina puder
exibir mais dígitos. Repare como nossas aproximações x1 , x 2 e x3 estão cada
vez mais próximas desse número!
Isto significa que podemos dispor os números racionais numa sucessão da forma
r1 , r2 , r3 ,..., com uma infinidade de elementos. Podemos interpretar este fato
como significando que a quantidade de números racionais, embora sendo infinita,
é de uma “ordem de infinitude” equivalente a dos números naturais 1, 2, 3…. O
argumento para a demonstração desse fato é devido a Georg Cantor.
p
Como todo racional tem uma representação única como fração com p e q
q
inteiros positivos primos entre si, basta que saibamos enumerar os pares
ordenados (p, q) de naturais primos entre si. A forma de obter essa enumeração
está descrita pela figura abaixo:
1 1 2 3 1
r1 1, r2 , r3 2, r4 3, r5 , etc.
1 2 1 1 3
Há pouco dissemos que não era possível pôr uma dízima não periódica em forma
p
de fração com p e q naturais primos entre si. Vamos dar uma explicação para
q
este fato. Fixemos um natural q. Quando dividimos um número qualquer N > q
pelo número q. Obtemos como resto da divisão um elemento do conjunto (finito)
{0, 1, 2,…, q – 1}. Tomemos como exemplo q = 7 e N = 17; nesse caso os restos
possíveis pertencem ao conjunto {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Agora vamos recordar o
algoritmo da divisão com esse exemplo específico:
17 7
1 4 2, 4 2 8 5 7 1 4 2 8 5 7 1…
30
28
20
14
60
56
40
35
50
49
10
7
3 0
Todo número irracional positivo possui uma representação decimal única por
meio de uma dízima não periódica. Para simplificar vamos nos restringir aos
números entre 0 e 1. Já sabemos que um número cuja representação decimal
possui uma quantidade finita de casas decimais pertence ao conjunto dos
racionais. Da mesma forma aprendemos que um número cuja representação
decimal é uma dízima periódica é também um número racional. Por outro lado,
vimos no item anterior que as representações decimais de um racional são
necessariamente de um dos dois tipos: ou possuem uma quantidade finita de casas
decimais, ou “terminam” em uma dízima periódica. Logo, uma representação
decimal para um número irracional tem necessariamente que ser uma dízima não-
periódica. Afirmamos que essa representação é única. Repare que isso não ocorre
em geral com os racionais. Por exemplo, 0, 21 e 0, 20999… representam o
21
mesmo racional . Suponhamos que um irracional x entre 0 e 1 possua duas
100
representações decimais distintas:
x 0, a 1 a 2 a 3 ..., (10)
x 0, b 1b 2 b 3 ..., (11)
Se essas representações são distintas certamente existe um p N tal que
a k b k , para k 0,..., p 1, e a p b p . Para fixar idéias vamos assumir
então que a p b p 1 e por (10) e (11)
x 0, a 1 a 2 ...a p , (12)
x 0, a 1 a 2 ...b p 999... 0, a 1 a 2 ...(b p 1), (13)
já que b k a k se k 0 ,..., p 1 e b k é sempre menor ou igual a 9. Mas
(12) e (13) implicam que p a b p 1 e x 0, a 1 a 2 ...a p .
Porém nesse caso x é racional e chegamos a uma contradição! Chegaríamos a
uma contradição semelhante também se tivéssemos assumido b p a p ,
Isto significa que não podemos dispor os números irracionais numa sucessão
s1 , s 2 , s 3 ,..., mesmo admitindo uma infinidade de elementos. Quer dizer,
diferentemente dos racionais, a “ordem de infinitude” da quantidade dos números
irracionais é maior que a dos números naturais. Concluímos daí que existem
muito mais números irracionais do que racionais!
Vamos tentar justificar nossa afirmação sobre a não-enumerabilidade dos
irracionais. O argumento é uma adaptação de uma idéia também devida a G.
Cantor. Suponhamos que fosse possível dispor os irracionais numa sucessão
s1 , s 2 , s 3 ,..., . Basta considerarmos apenas os irracionais entre 0 e 1. Criamos
um número irracional x, também entre 0 e 1, através de uma representação
decimal (portanto, uma dízima não periódica) da seguinte forma. O número x tem
representação decimal dada por x 0, x 1 x 2 x 3 ... onde x p é escolhido
dentro do conjunto {0, 1, …, 9} de modo que x p é diferente de ( s p ) p onde
este último é o algarismo que aparece na casa decimal de ordem p do irracional
s p (p-ésima elemento da sucessão s1 , s 2 ,...s p ,...). A escolha de cada x p
também deve atender a condição de não permitir que nenhum grupo de
algarismos dentre os já escolhidos x 1 , x 2 ,..., x ( p 1) possa se tornar o
gerador de uma dízima periódica. Desta forma obtemos uma dízima não periódica
representando um único irracional que, no entanto, não pode constar na lista
s1 , s 2 , s 3 ,..., . De fato, se x s r , para algum r N, então como
x r ( s r ) r teríamos um absurdo (uma contradição)!.
O número é definido como sendo a área limitada por um círculo de raio 1. Ele é
certamente o irracional transcendente mais conhecido. A expressão transcendente
significa, neste contexto, um número irracional que não é raiz de nenhuma
equação polinomial com coeficientes inteiros. Por exemplo, os irracionais
2 ,1 3 não são transcendentes pois são raízes das equações polinomiais
l3 2 2,
l4 2 2 2,
l5 2 2 2 2,
l6 2 2 2 2 2 ,
l7 2 2 2 2 2 2 ,
l8 2 2 2 2 2 2 2 ,
~ 3.14151380114430107632851505945682
o que fornece uma aproximação com erro menor que 0, 0001 já que é sabido que
Considerações finais: Exceto pelas duas últimas seções, o texto acima foi
elaborado a partir de um “pedido” de minha filha, Marina, atualmente na 8a. série
do primeiro grau, urgida por um trabalho de casa em grupo passado por sua
professora. O referido trabalho, felizmente, resultou bastante diferente do que foi
exposto acima, que acabou servindo apenas como uma entre várias referências
usadas pelo grupo. No entanto, as 7 primeiras seções foram bem compreendidas
por ela e seu grupo; as duas últimas foram escritas depois que o prazo para a
entrega do trabalho havia esgotado e, portanto, não chegaram a ser “testadas”.
Para concluir gostaria de deixar aqui meus agradecimentos ao estimado professor
e colega Elon Lages Lima pelas sugestões sobre uma versão preliminar destas
notas.
EXERCÍCIOS:
2 3
1 2 2 2 21000
62. (Rússia-2000) Determine a soma
3 3 3 3 3
onde, como usual, x é o maior inteiro que não supera x.
63. (Rússia-2000) Sejam a e b números reais não nulos que satisfazem à
equação
a 2 b 2 a 2 b 2 4 2 a 6 b 6
Mostre que pelo menos um deles não é racional.
75. (Moldávia-2000) Dado o número 2000 , calcule a soma das décimas potências
dos algarismos deste número e continue fazendo o mesmo com o número
obtido e assim sucessivamente. Mostre que entre os números obtidos existem
pelo menos dois números iguais.
77. (Hungria-2000) Se
A 1000 1000 2 1 1000
, determine o 2000–ésimo
algarismo após a vírgula da sua representação decimal.
81. (Irã-2000) Dois círculos se intersectam nos pontos A e B . Uma reta l que
passa por A , intersecta estes círculos nos pontos C e D . Se M e N
são os pontos médios dos arcos BC e BD que não contém A e K é o
ponto médio de CD , mostre que MKN 90º .
84. (Iugoslávia-2000) Mostre que todo número racional positivo pode ser
representado sob a forma
a3 b3
r
c3 d 3
onde a, b, c e d são inteiros positivos.
88. (Inglaterra-2000) Sejam x, y , z números reais positivos tais que xyz 32 .
Determine o valor mínimo de
x 2 4 xy 4 y 2 2 z 2
89. (Balcânica-2000) Determine todas as funções f : R R que possuem a
propriedade :
f xf x f y f x y
2
Você sabia…
Que para calcular as raízes quadradas de 100, 121, 144,
169, 400, 441, 484, 900, 961, basta calcular as raízes dos
algarísmos situados nos extremos?
Há outros números de 3 dígitos com essa propriedade?
1
f (u ) 1 bu (1 u ) b f ' (u ) b b(1 u ) b 1 b 1 1 b
0.
(1 u )
Como f é crescente no intervalo (0,1) f (u ) f (0) 0 e portanto segue
imediatamente a demonstração.
47) Dada uma circunferência , trace as tangentes a ela por um ponto exterior,
A, tocando-a em M e N. Trace a reta r passando por A e tocando em B e C.
Se D é o ponto médio de MN , prove que MN é a bissetriz de BDC .
O’
N
r
P C
B
A
D O
Solução de Márcio A. Assad Cohen e Fábio de Oliveira Costa (Rio de Janeiro – RJ)
Convenção: det (n) é igual ao determinante desejado quando este tem n linhas e
colunas.
Inicialmente escreveremos o determinante com uma quantidade de linhas
suficiente para percebermos como o problema se comporta ao mudarmos o valor
de n.
1 1 1 1 1 1 1 1
1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 3 1 1 3 1 1
1 2 1 4 1 2 1 4
Determinante quando n = 8
1 1 1 1 5 1 1 1
1 2 3 2 1 6 1 2
1 1 1 1 1 1 7 1
1 2 1 4 1 2 1 8
Pode-se perceber que em cada linha k 1 k n do determinante, os elementos
dessa linha considerada repetem-se com período k, pois mdc(x,k) = mdc(x + k, k)
Como mdc(1,n) = 1 n N , a primeira linha é 1 1 1 ... 1
Além disso, para todo p primo, mdc(n, p) = 1 se n < p, logo a p-ésima linha é da
forma 1 1 1 ... 1 p, e a p-ésima coluna idem quando tomamos n = p
Logo, fazendo Lp = Lp – L1 vemos que det(p) = (p-1) det(p-1), sendo det(p) o
determinante desejado quando o número de linhas é primo.
Obs: Fazer Lp = Lp – L1 significa trocar a linha p do determinante pela
combinação linear (linha p – linha 1). Essa notação será usada outras vezes no
decorrer dessa resolução.
Calculemos então o determinante para alguns valores pequenos de n:
det(2) = 1.det(1) = 1;
det(3) = 2.det(2) = 2;
Para calcular det(4), note que podemos fazer L4 = L4 – L2 para concluir que det(4)
= 2.det(3) = 4, e portanto det(5) = 4.det(4) = 16; det(6) é um pouco mais difícil de
calcular, mas notando a similaridade da L6 com L2 e L3, pode-se perceber que
fazendo L6 = L6 – L3 + L1 – L2 reduzimos a ordem do determinante de forma que
det(6) = 2.det(5) ( pois a6,6 vira 6 – 3 + 1 – 2 = 2 e para i < 6, a6,i = 0). Daí, det(7)
= 6.det(6) também fica determinado.
Para det(8) é fácil ver que a combinação linear a ser utilizada é L8 = L8 – L4 e para
det(9), a combinação linear é L9 = L9 – L3.
É razoável supor que sempre é possível encontrar uma combinação linear que
reduza de 1 a ordem do determinante. Note que os números das linhas utilizadas
nas combinações lineares sempre foram divisores do número de linhas do
determinante correspondente ( por exemplo, no caso n = 6 usamos as linhas 1, 2,
3 e 6 ).
Mais do que isso, os sinais que antecedem as linhas nas combinações lineares
parecem estar ligados à função de Möbius!
De fato, no caso do 6, temos: L6 = (6) L6 + (3)L3 + (2)L2 + (1)L1.
Entretanto, essa combinação linear falha para L8. No caso, entre os divisores de 8,
apenas 1 e 2 têm não nulo. Mas estamos usando exatamente L4 e L8. Uma
maneira de satisfazer esse caso e o do 6 é fazer:
8 8
L8 = L8 + L4 = L8 – L4. Note que para n = 6 temos:
8 4
6 6 6 6
L6 = L6 + L3 + L2 + L1 = L6 – L3 – L2 + L1, como
6 3 2 1
desejávamos.
n
Tentaremos então provar que fazer a substituição Ln = Ld é suficiente
d |n d
para reduzir a ordem ( note que para d = n isso dá Ln).
Temos então que as entradas da última linha zeram, com exceção daquele que
também está na última coluna do determinante.
n
problema termina porque aí f ( n ) .g d .
d |n d
f d 0 se d não divide x
Tomando então f : N N, , sendo a função de Euler
f d d se d divide x
temos:
d =
f d
d |n d |n
d
d |mdc ( x ,n )
(***)
mdc(x, n) = g(n) n .
d |x
E se x < n, temos que n não divide x, e portanto f n 0 . Logo,
n
.mdc( x , d ) f n 0 para x < n. Se, entretanto, x = n, então
d |n d
n
f n n ( pois n divide x = n ) e d .mdc( n , d ) n
d |n
portanto,
51) Três feirantes foram vender melancias. Um levou 10; outro 16; o terceiro,
26. Todos venderam algumas melancias pelo mesmo preço até o meio dia. Depois
disso, os três baixaram o preço, mas continuaram vendendo por preços iguais.
Quando voltaram para casa, após venderem todas as melancias, cada um tinha a
mesma quantia de dinheiro; 35 mil cruzeiros. Por quanto foi vendida cada
melancia antes e após o meio-dia?
algumas melancias antes e após o meio dia temos que 1 x1 9 e 1 x3 25
mas w3 x1 x3 8 x3 1 e x1 9 x 2 6.
Lembrando que y w1 (6 w1 ) y1 y 3 y1 e assim substituindo em I)
3 y1 x1 (10 9) y1 35000 28 y1 35000 y1 1250 cruzeiros e
y 3750 cruzeiros.
F
C
B
53) Prove que num círculo convexo dado e para o mesmo número de lados. O
polígono regular inscrito é aquele cuja superfície é máxima.
x
54) Sejam ( x n ) a seqüência definida por x1 2, x n 1 2 n , n 1, e ( y n ) a
2001
seqüência definida por y1 2001, y n 1 2001( yn )
, n 1. Prove que
existe c natural tal que y n x n c para todo n N e determine o menor c
com essa propriedade.
Problema 52 proposto por Carlos Alexandre Gomes da Silva (Natal – RN), problema 53
proposto por Luis Farias Maia (Fortaleza – CE)
AGENDA OLÍMPICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 9 de junho
Segunda Fase – Sábado, 1 de setembro
Terceira Fase – Sábado, 20 de outubro (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 21 de outubro (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 1 de setembro
Segunda Fase – Sábado, 20 e Domingo, 21 de outubro
VII OLIMPÍADA DE MAIO
Sábado, 12 de maio
XLII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
1 a 14 de julho
Washington, Estados Unidos
IV OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
Sábado, 6 de outubro
Errata: O leitor Diego Alvarez Araújo Correia, de Fortaleza – CE, notou um erro
tipográfico na página 45 da revista Eureka N o. 8. O enunciado correto do Teorema
2 (Fórmula de inversão de Möbius) é o seguinte:
Se para todo n > 0 temos g ( n) f ( d ) então, para todo n,
d |n
f ( n) ( n / d ) g (d ).
d |n
COORDENADORES REGIONAIS
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Sociedade Brasileira de Matemática
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http://imo.wolfram.com/
Isso só nos estimula ainda mais a fazer uma Eureka cada vez melhor e
que atinja um público cada vez maior. Gostaríamos de agradecer mais uma vez o
envio de grande número de problemas e soluções pelos leitores, o que é
importante para a Eureka!, e nos anima a continuar o trabalho de proporcionar
diversão e material de treinamento à nossa comunidade olímpica. Gostaríamos
ainda de dizer que continuamos contando com o envio de artigos pelos leitores.
Artigos para iniciantes são prioritários. São também prioritários artigos sobre
temas olímpicos que até hoje não apareceram na Eureka!, como Contagem,
Grafos (nível avançado), Funções (nível intermediário), Trigonometria aplicada à
Geometria (pode ser uma compilação de problemas). Traduções (devidamente
autorizadas, é claro) de artigos de boas revistas (com o mesmo perfil, é claro)
serão muito bem recebidas.
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2
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_r!
Sara escreveu no quadro negro um número inteiro de menos de trinta algarismos
e que termina em 2.
Célia apaga o 2 do fim e escreve-o no início.
O número que fica é igual ao dobro do número que tinha escrito Sara.
Qual é o número que Sara escreveu?
_r!
Vamos pegar um retângulo ABCD de papel; o lado AB mede 5 cm e o lado BC
mede 9 cm.
Fazemos três dobras:
1- Levamos o lado AB sobre o lado BC e chamamos de P o ponto do lado BC
que coincide com A. Forma-se então um trapézio retângulo BCDQ.
2- Dobramos de forma que B e Q coincidam. Forma-se um polígono de 5 lados
RPCDQ.
3- Dobramos de novo fazendo coincidir D com C e Q com P. Forma-se um
novo trapézio retângulo RPCS.
Após fazer estas dobras, fazemos um corte perpendicular a SC pelo seu ponto
médio T, obtendo o trapézio retângulo RUTS.
Calcule a área da figura que aparece ao desdobrarmos o último trapézio RUTS.
_r!
Temos três caixas, uma azul, uma branca e uma vermelha, e 8 bolinhas. Cada
bolinha tem um número de 1 a 8, sem repetições. Distribuímos as 8 bolinhas nas
caixas, de maneira que há pelo menos duas bolinhas em cada caixa. Logo, em
cada caixa, somam-se todos os números escritos nas bolinhas contidas na caixa.
Os três resultados denominam-se soma azul, soma branca e soma vermelha,
segundo a cor da caixa correspondente. Encontre todas as possíveis distribuições
das bolinhas tais que a soma vermelha seja igual ao dobro da soma azul, e a soma
vermelha menos a soma branca seja igual à soma branca menos a soma azul.
_r!
Utilizando exclusivamente números primos forma-se um conjunto com as
seguintes condições:
1- Qualquer número primo de um algarismo pode estar no conjunto.
2- Para que um número primo de mais de um algarismo esteja no conjunto,
devem estar no conjunto o número que se obtém ao suprimir-lhe só o
3
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Determine, entre conjuntos que cumpram estas condições, aquele que tem maior
quantidade de elementos. Justifique por que não pode haver um com mais
elementos.
Lembre-se de que o número 1 não é primo.
_r!
Num tabuleiro de 8 casas, como na figura abaixo, há inicialmente uma ficha em
cada casa.
Uma jogada consiste em escolher duas fichas e mover uma delas uma casa à
direita e a outra, uma casa à esquerda.
Se depois de 4 jogadas as 8 fichas estão distribuídas somente em 2 casas,
determine quais podem ser estas casas e quantas fichas há em cada uma delas.
4
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_r!
No quadro negro estão escritos os números naturais desde 1 até 2001, inclusive.
Temos que apagar alguns números de modo que entre os que ficam sem apagar
seja impossível escolher dois números distintos tais que o resultado de sua
multiplicação seja igual a algum dos números que ficam sem apagar.
Qual é a quantidade mínima de números que devem ser apagados? Para esta
quantidade, apresente um exemplo que mostre quais números são apagados.
Justifique por que não obtemos a propriedade desejada se apagarmos menos
números.
5
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6
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Enunciados e Resultado Brasileiro
Obs. O enunciado deste problema está incorreto, pois na verdade não existe tal
sequência (tente demonstrar isto!). Entretanto, se suprimirmos a condição i) é
possível resolver o problema (tente fazer isto também!).
7
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_r!
Três triângulos acutângulos estão inscritos em uma mesma circunferência, de
modo que seus vértices são nove pontos distintos. Demonstre que se pode
escolher um vértice de cada triângulo de maneira que os três pontos escolhidos
determinem um triângulo cujos ângulos sejam menores que ou iguais a 90o.
_r!
Um polígono de área S está contido no interior de um quadrado de lado a.
Demonstre que há pelo menos dois pontos do polígono que estão separados por
uma distância maior que ou igual a Sa .
_r!
Ache todos os números inteiros positivos m tais que m + 2001⋅S(m) = 2m onde
S(m) representa a soma dos algarismos de m.
_r!
&%
Seja g uma função definida para todo inteiro positivo n, que satisfaz
i) g(1) = 1
ii) g(n + 1) = g(n) + 1 ou g(n + 1) = g(n) – 1 para todo n ≥ 1
iii) g(3n) = g(n) para todo n ≥ 1
iv) g(k) = 2001 para algum inteiro positivo k.
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>Fp('$ # `_!
Antes de procurarmos uma maneira de preencher um tabuleiro 2000 × 2000,
vamos preencher um tabuleiro menor, digamos, 2 × 2.
Uma maneira de preenchê-lo é:
1 –1 → 1 soma: 0
1 0 → 1 soma: 1
↓ ↓
soma: soma:
2 –1
1 0 1 – 1 → soma: 1
1 1
–1 –1
↓ ↓
soma: soma:
2 –1
1 0 1 – 1 → soma: 1
1 1 1 0 → soma: 3
1 –1 → soma: –2
–1 –1
↓ ↓ ↓ ↓
soma: soma: soma: soma:
2 –1 4 –3
9
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↓ ↓
(B) soma soma
2k + 2 –(2k + 1)
10
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a 4 = a 3⋅1+1 = 2a1 + 1 = 2 ⋅ 1 + 1 = 3
a13 = a 3⋅4 +1 = 2a 3 + 1 = 2 ⋅ 3 + 1 = 7
a 40 = a 3⋅13+1 = 2a13 + 1 = 2 ⋅ 7 + 1 = 15
a121 = a 3⋅40 +1 = 2a 40 + 1 = 2 ⋅ 15 + 1 = 31
a 364 = a 3⋅121+1 = 2a121 + 1 = 2 ⋅ 31 + 1 = 63
a1093 = a 3⋅364 +1 = 2a 364 + 1 = 2 ⋅ 63 + 1 = 127
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C1
B1
A1 A
O
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y
a x
*
n −1 zeros
Esta última desigualdade só é válida para n ≤ 6. Assim, S(m) ≤ 9 ⋅ 6.
Como S(m) é divisível por 9, temos S(m) = 9, 18, 27, 36, 45 ou 54. Temos
S(m) = 9 ⇒ m = 9⋅2001 = 18009, o que não é possível pois 1+8+0+0+9 = 18.
S(m) = 18 ⇒ n = 18⋅2001 = 36018.
S(m) = 27 ⇒ m = 27⋅2001 = 54027, o que não é possível pois 5+ 4+0+2+7 = 18
S(m) = 36 ⇒ m = 36⋅2001 = 72036, o que não é possível pois 7+2+0+3+6=18
S(m) = 45 ⇒ m = 45⋅2001 = 90045, o que não é possível pois 9+0+0+0+4+5=18
S(m) = 54 ⇒ m = 54⋅2001 = 108054, o que não é possível pois 1+0+8+0+5+4=18
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>Fp('$ # `_!
&%
Queremos encontrar o menor valor de k tal que g(k) = 2001. Assim, seja ak o
menor valor tal que g(ak) = n. Desta forma, devemos calcular a2001.
Temos g(1) = 1, logo a1 = 1. Podemos tomar g(2) = 2, logo a2 = 2. Observe que
nesse caso g(3) = g(1) = 1 e g(6) = g(2) = 2. Podemos tomar g(4) = 2 e g(5) = 3,
logo a3 = 5.
Considere g(k) e g(k + 1). Temos g(3k) = g(k) e g(3k + 3 ) = g(k + 1). Assim,
g(3k + 3) = g(3k) + 1 ou g(3k + 3) = g(3k) – 1. Desta forma, g(3k +1) e g(3k + 2)
são no máximo iguais a g(k) + 1 ou g(k + 1) + 1. Por exemplo, se g(4) = 2 e
g(5) = 3, temos g(12) = 2 e g(15) = 3. Tomando g(13) = 3 e g(14) = 4, temos que
a4 = 14.
Note que, como g(k) ≤ 2 para k ≤ 4, temos g(k) ≤ 3 para k ≤ 12.
Assim, podemos encontrar an + 1 em função de an. Temos que g(an – 1) = n – 1
pois g(an – 1 ) < n (se g(an – 1) > n, existiria k < an tal que g(k) = n, o que
contradiz a hipótese de an ser mínimo. Assim, g(3(an – 1) = n – 1 e g(3an) = n.
Para k ≤ an – 1, temos g(k) ≤ n – 1, logo g(k) ≤ n para k ≤ 3(an – 1). Podemos
tomar g(3an – 2) = n e g(3an – 1) = n + 1. Logo an + 1 = 3an – 1.
Note que temos "quase" uma progressão geométrica. Se somarmos um número x
x −1
de cada lado da igual dado, temos a n +1 + x = 3a n −1 + x = 3 a n + . Se
3
x −1 1 1 1 1
fizermos x = ⇔ x = − , temos a n +1 − = 3 a n − . Sendo bn = a n − ,
3 2 2 2 2
temos bn+1 = 3bn, ou seja , bn é uma progressão geométrica de razão 3. Logo bn =
1 1
b1 ⋅ 3n – 1. Como b1 = a1 − = , temos
2 2
n −1 n−1
3 1 3 3n−1 + 1 3 2000 + 1
bn = ⇔ an − = ⇔ an = . Para n = 2001, temos a n = .
2 2 2 2 2
Obs. A função g que construímos é tal que g(k) é o maior possível, para todo k, e
é obtida da seguinte forma: Primeiro observamos que todo natural n pode ser
escrito de maneira única como n = 3 k + ε 1 3 k −1 + ε 2 3 k − 2 + ... + ε k −1 ⋅ 3 + ε k , com
3k + 1 3 k +1 + 1
ε j ∈{−1,0,1} para 0 ≤ j < k (onde k é tal que ≤n< ) . Temos então
2 2
k −1
g (n) = 1 + ∑ε
j =0
i ,ou seja, g(n) é o número de termos não nulos na representação
acima.
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Enunciados e Resultado Brasileiro
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_r!
Seja ABC um triângulo acutângulo com circuncentro O. Seja PA uma altura do
triângulo com P no lado BC.
Considere que BCˆ A ≥ ABˆ C + 30° .
Prove que CAˆ B + COˆ P < 90° .
_r!
Prove que
a b c
+ + ≥1
a + 8bc
2
b + 8ca
2
c + 8ab
2
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_r!
Vinte e uma meninas e vinte e um meninos participaram numa competição
matemática.
• Cada participante resolveu no máximo seis problemas.
• Para cada menina e cada menino, existe pelo menos um problema que foi
resolvido por ambos.
Prove que existe um problema que foi resolvido por pelo menos três meninas e
pelo menos três meninos.
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ìÔ°r×!"¿$# a ¾*¶´:³*Ç·%Ñ!·*± ³é
_r!
Seja n um inteiro ímpar maior do que 1 e sejam k1 , k 2 ,..., k n inteiros dados. Para
cada uma das n! permutações a = (a1 , a 2 ,..., a n ) de {1,2,..., n}, defina
n
S (a) = ∑k a .
i =1
i i
_r!
Num triângulo ABC, seja AP a bissectriz de BAˆ C com P no lado BC, e seja BQ a
bissectriz de ABˆ C com Q no lado CA.
Sabemos que BAˆ C = 60° e que AB + BP = AQ + QB.
Quais são os possíveis valores dos ângulos do triângulo ABC?
_r!
&%
Sejam a, b, c, d inteiros com a > b > c > d > 0. Considere que
ac + bd = (b + d + a − c)(b + d − a + c).
16
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Devemos transferir toda a torre para um dos outros pinos de modo que cada
movimento é feito somente com um disco, nunca havendo um disco maior sobre
um disco menor.
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Queremos saber qual é o menor número de movimentos necessários para resolver
uma torre de Hanói com n discos.
Há uma história (imaginada pelo próprio Edouard Lucas) sobre a torre de Hanói:
No começo dos tempos, Deus criou a Torre de Brahma, que contém três pinos de
diamante e colocou no primeiro pino 64 discos de ouro maciço. Deus então
chamou seus saserdotes e ordenou-lhes que transferissem todos os discos para o
terceiro pino, seguindo as regras acima. Os sacerdotes então obedeceram e
começaram o seu trabalho, dia e noite. Quando eles terminarem, a Torre de
Brahma irá ruir e o mundo acabará.
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0 ö }¡÷
Para resolver um problema (não só este, mas vários outros problemas na
matemática) que envolve n coisas, ajuda ver o que acontece para valores
pequenos de n. Vejamos alguns casos.
• n = 1. Fazemos
• n = 2. Fazemos
3 movimentos deram.
• n = 3. Fazemos
7 movimentos deram.
Mas é claro que não podemos fazer só isso. Não podemos ficar observando o que
acontece para todos os valores de n! Então temos que começar a tirar algumas
conclusões.
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Sociedade Brasileira de Matemática
2 ` ÿ¡û}>|ö}$¡ù
0 ö }÷ i ~||j
Vamos olhar o caso n = 3 mais perto. Observe os três primeiros movimentos:
Note que o que fizemos foi mesmo para resolver o caso n = 2. O próximo
movimento foi
Novamente fizemos o mesmo que foi feito para o caso n = 2, só que transferindo
agora a "subtorre" para o pino onde estava o disco maior.
Agora, imaginemos uma torre com n discos. Imagine também que sabemos
resolver o problema com n – 1 discos.
k n discos
n–1
k discos
k
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Sociedade Brasileira de Matemática
vários movimentos
n–1
discos m
m
Assim, podemos resolver o problema com n discos. Por exemplo, para resolver o
problema com 4 discos, transferimos os 4 – 1 = 3 discos de cima para um pino
vazio (já sabemos fazer isso!), depois passamos o disco maior para o outro pino
vazio e por fim colocamos os 3 discos sobre o disco maior. Para resolver o
problema com 5 discos, transferimos os 5 – 1 = 4 discos de cima para um pino
vazio (acabamos de aprender a fazer isso!), e assim por diante.
4 `÷þ~¡þ¡}÷>| 0 ] |
Voltemos à pergunta que será calada: queremos saber o número mínimo de
movimentos necessários para resolver uma torre de Hanói com n discos. Vamos
dar um nome para este número, digamos Tn. Assim, o número mínimo de
movimentos necessários para resolver um problema com 1 disco é T1, com 2
discos é T2, com 2001 discos é T2001, com ♥ discos é T♥, e, em especial,
com n – 1 discos é Tn – 1.
n $ö÷>þ~ÿ÷>ÿù
0 ö }÷
Já vimos que podemos resolver o problema da seguinte forma:
vários movimentos
n–1
o discos
o
20
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vários movimentos
n–1
discos p
p
21
Sociedade Brasileira de Matemática
Tn ≥ 2Tn −1 + 1 (II)
Assim, de (I) e (II),
Tn = 2Tn −1 + 1 (*)
Assim, como T1 = 1 (é só ver o caso n = 1), podemos, fazendo n = 2, concluir que
T2 = 2T1 + 1 = 2 ⋅ 1 + 1 = 3 (exatamente como achamos antes!!) e, fazendo n = 3,
descobriríamos que T3 = 2T2 + 1 = 2 ⋅ 3 + 1 = 7 (que coisa!). Para n = 4, acharíamos
T4 = 2T3 + 1 = 2 ⋅ 7 + 1 = 15. Se quiséssemos então Tn para um valor qualquer de
n, devemos ter todos os valores de Tk para k = 1, 2, …, n – 1, mas com certeza é
possível calcular. Uma seqüência deste tipo (isto é, tal que para calcular um dos
valores usamos os valores anteriores) é chamada recorrente e a equação que
relaciona os termos da seqüência é chamada de relação de recorrência (no caso,
temos que (*) é uma equação de recorrência).1
Poderíamos parar por aqui (pois já sabemos como calcular os valores de Tn ), mas
encontraremos uma fórmula para Tn que não depende de seus valores anteriores
(tal fórmula é costumeiramente chamada fórmula fechada). Nem sempre se pode
(e quando se pode, pode ser bem difícil) fazer isso com uma relação de
recorrência, mas com esta em particular pode ser feita.
Observe que temos "quase" Tn = 2Tn −1 . Vamos ver se podemos acertar isso. Se
somarmos um número x aos dois lados da equação (*), temos
1+ x
Tn + x = 2Tn −1 + 1 + x ⇔ Tn + x = 2 ⋅ Tn −1 +
2
Se fizermos x = (1 + x) / 2 ⇔ x = 1 e sendo An = Tn + 1, temos
An = 2 An −1 = 2 ⋅ 2 An − 2 = 2 2 An − 2 = 2 2 ⋅ 2 An −3 = 2 3 An −3 = ... = 2 n −1 A1
Como A1 = T1 + 1 = 1 + 1 = 2, temos An = 2 n . Assim,
An = Tn + 1 ⇔ 2 n = Tn + 1 ⇔ Tn = 2 n − 1
Assim, precisamos de 2 n − 1 movimentos para resolver o problema da torre de
Hanói com n discos. Ou seja, os sacerdotes precisarão de 2 64 − 1 movimentos.
Mesmo se eles fizessem um movimento por segundo, eles precisariam de mais de
500 bilhões de anos!! Podemos ficar tranqüilos por enquanto.
1
Para outros comentários e resultados sobre recorrência veja o artigo "Equações de Recorrência",
de Héctor Soza Pollman, publicado na revista Eureka! No. 9
22
Sociedade Brasileira de Matemática
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Os alunos mais observadores devem ter notado de antemão que Tn = 2 n − 1
bem antes, quando calculamos Tn para valores pequenos de n. Ter essa percepção
é bom, mas só perceber que Tn = 2 n − 1 não é suficiente.
É preciso provar que esta relação realmente é verdadeira. As aparências podem
enganar!! Por exemplo, considere a seqüência
03. Na torre de Hanói, suponha que em vez de transferir a torre para um dos
pinos, você tenha que transferir a torre para cada um dos outros pinos uma
vez. Encontre o número mínimo de movimentos para resolver esse problema.
23
Sociedade Brasileira de Matemática
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A idéia básica para resolver esse problema é fazer uso da transformação de um
número real em tangente de outro. Isso vem do simples fato de que qualquer
número real a pode ser representado pela tangente de outro número real α
pertencente ao intervalo (–π/2, π/2), sendo tal α único – isso é explicado pelo fato
da função tangente, nesse intervalo, ser bijetora e ter como imagem todo o
conjunto dos números reais. E sendo ainda a um real positivo, podemos fazer
a = tg α, α ∈ (0, π/2).
Agora, podemos perguntar: por que essa transformação nos seria útil? Isso é
respondido se percebermos que a partir da conhecida identidade trigonométrica
1+ tg²α = sec²α, obtemos o seguinte resultado: 1 / 1 + tg 2α = cos α , ∀α ∈ ,
π
α≠ + kπ , com o qual podemos simplificar a desigualdade a ser provada. É
2
claro que se o estudante não tem o devido costume com essas fórmulas, ele,
provavelmente, não as reconheceria e nem pensaria em utilizar a transformação
24
Sociedade Brasileira de Matemática
\F
#$
$F$p'
• A transformação de um número real em tangente de outro e o uso da fórmula
1+ tg²α =sec²α .
• Uso da propriedade dada no enunciado, para encontrar outra de melhor
proveito.
• Uso de uma forma especial da desigualdade de Jensen.
25
Sociedade Brasileira de Matemática
Algo nesse problema já nos insinua a usar a trigonometria, você percebe? O fato
dele relacionar raio de circunferência circunscrita com lado (que tem a ver com o
perímetro) faz-nos lembrar da conhecida lei dos senos, que afirma: dado um
BC AC AB
triângulo ABC, temos que = = = 2 R , onde R é o raio da
senA senB senC
circunferência circunscrita ao triângulo dado (como exercício, prove-a). Daí,
portanto, podemos agora não mais trabalhar com os raios dos triângulos citados,
mas sim com algumas diagonais do hexágono. Isso porque, pela lei dos senos,
26
Sociedade Brasileira de Matemática
∧ ∧ ∧
obtemos que BF = 2RA.sen F A B , BD = 2RC.sen B C D , FD = 2RE.sen D E F (ou
seja, encontramos uma relação entre os raios citados no problema e algumas
diagonais do hexágono, o que facilitará o nosso trabalho).
A próxima parte da resolução do problema é a que exige uma maior dose de
criatividade por parte do estudante. Vejamos. Prolonguemos os lados paralelos
BC e EF do hexágono (vide figura 1). Por A e D tracemos perpendiculares aos
lados prolongados, obtendo o retângulo de vértices M, N, P e Q, ilustrados na
figura 1. Como MN e PQ são as menores distâncias entre pontos das retas
paralelas BC e EF (pois esses segmentos são perpendiculares às mesmas), temos
que BF ≥ MN e BF ≥ PQ ⇒ 2BF ≥ MN + PQ ⇒ 2BF ≥ AM + NA + DP + DQ ⇒
A D
N F E Q
figura 1
Pela lei dos senos, nós já sabemos que BF/senA = 2RA . Então dividindo ambos os
lados da desigualdade (1) por senA, obtemos:
27
Sociedade Brasileira de Matemática
Agora observe que como os lados opostos do hexágono convexo são paralelos,
nós temos que os ângulos opostos do mesmo são congruentes. Assim, nós
obtemos: senA = senD; senB = senE; senC = senF.
Por conseguinte, nós temos que os fatores que estão multiplicando os lados do
hexágono na última desigualdade acima são da forma (z + 1/z), sendo z positivo
(pois o seno de um ângulo maior que 0º e menor que 180º é sempre positivo). E é
fácil verificar que z + 1/z ≥ 2, para todo z positivo. Assim nós obtemos:
4( RA + RC + RE ) ≥ 2( AB + BC + CD + DE + EF + FA) ⇒ 4( RA + RC + RE ) ≥ 2 p ⇒
p
⇒ RA + RC + RE ≥ , concluindo a demonstração.
$ &W
W~~W 2
d$~~
(IMO 91) Seja ABC um triângulo e X um ponto interior do mesmo.
Prove que pelo menos um dos ângulos ∠XAB, ∠XBC, ∠XCA é menor ou igual a
30º.
28
Sociedade Brasileira de Matemática
~$(W
Geralmente, em questões que envolvem um ponto num interior de um triângulo, é
útil traçarmos perpendiculares a partir desse ponto aos lados do triângulo. Vamos
utilizar isso.
Sejam P, Q, R os pés das perpendiculares traçadas por X aos lados BC, CA e AB,
respectivamente. Para facilitar, denotaremos por α , β , γ os ângulos do triângulo
(∠BAC, ∠CBA, ∠ACB) e por α’ , β ’ , γ’ os ângulos ∠XAB, ∠XBC, ∠XCA.
R Q
X
B C
P
figura 2
sen( A − x)
Agora observe que a função f ( x) =
= senA. cot x − cos A é
senx
estritamente decrescente no intervalo (0, π), visto que a função cotangente é
estritamente decrescente nesse intervalo. Assim, se α’ , β ’ , γ’ forem todos
maiores que 30º, teremos que:
sen(α − α ' ) sen( β − β ' ) sen(γ − γ ' ) sen(α − 30º ) sen( β − 30º ) sen(γ − 30º )
1= < ⇔
senα ' senβ senγ ' sen30º sen30º sen30º
1
sen(α − 30º ) sen( β − 30º ) sen(γ − 30º ) > sen30º sen30º sen30º = (1)
8
29
Sociedade Brasileira de Matemática
Observe que essa última igualdade decorre do fato de (γ – 30º) ser complementar
a (α + β – 60º). Continuando, nós temos que:
Mas esta última desigualdade obtida contradiz (1), logo α’ , β ’ , γ’ não podem ser
todos maiores do que 30º, o que encerra a nossa demonstração.
d$~~¢¡d
Prove que, dentre quaisquer cinco reais y1 , y2 , y3 , y4 , y5 , existem
dois, que satisfazem:
yi − y j
0≤ ≤ 1.
1 + yi y j
30
Sociedade Brasileira de Matemática
~$(W
Olhando para o termo do meio da desigualdade acima, o que ele nos faz lembrar?
Sem muita dificuldade, associamo-lo logo à formula da tangente da diferença.
Então mais uma vez façamos uso da transformação para tangente. Isto é, façamos
yi = tg xi, i = 1, 2, 3, 4, 5 , xi ∈ (–π/2, π/2).
Como tg 0 = 0 e tg π/4 = 1, devemos ter agora:
tgx i − tgx j π π
tg 0 ≤ ≤ tg ⇔ tg 0 ≤ tg (x i − x j ) ≤ tg .
1 + tgx i .tgx j 4 4
Finalizamos esse texto com alguns problemas para o leitor exercitar o que foi
mostrado. É lógico que existe mais de uma solução para cada problema, mas
pede-se que o leitor tente resolvê-los utilizando a trigonometria e as
desigualdades mostradas ou outras conhecidas.
d$~£¤¥£( ~
¦ §
. (IMO 61) Prove que, para qualquer triângulo de lados a, b, c e área A, temos
que: a 2 + b 2 + c 2 ≥ 4 3 A .
31
Sociedade Brasileira de Matemática
¦ ¨d©
Prove que, dentre 13 números reais, existem dois, x e y, tais que:
( )
x − y ≤ 2 − 3 .1 + xy .
¦ ©
(OBM – 85) Um quadrilátero convexo está inscrito em uma circunferência de
raio unitário. Demonstre que a diferença entre seu perímetro e a soma de suas
diagonais é maior do que zero e menor do que 2.
¦ ¡ ©
(Ibero-Americana 88) As medidas dos ângulos de um triângulo estão em
progressão aritmética e as medidas das alturas do mesmo também. Prove que o
triângulo é equilátero.
¦ ªd©
(Putnam 78) Encontre a área de um octógono convexo que está inscrito em
uma circunferência e que tem que quatro lados consecutivos medindo 3 unidades
e os lados restantes medindo 2 unidades. Dê a resposta na forma r + s t , com r,
s e t inteiros positivos.
¦ «d©
(Grã-Bretanha 84) O quadrilátero ABCD tem uma circunferência inscrita.
∧
Para o lado AB nós associamos a expressão f(AB) = p1.(sen D A B ) + p2.
∧
(sen A B C ), onde p1 e p2 são as medidas das perpendiculares traçadas de A e B,
respectivamente, até o lado oposto CD. Definimos f(BC), f(CD) e f(DA)
similarmente, usando para cada um as perpendiculares ao lado oposto. Mostre
que f(AB) = f(BC) = f(CD) = f(DA).
¦ ¬d©
(IMO 91) Em um triângulo ABC, as bissetrizes AD, BE, CF encontram-se no
ponto I. Mostre que:
1 IA IB IC 8
≤ . . ≤ .
4 AD BE CF 27
¦ d©
Mostre que se um quadrilátero de lados a, b, c, e d é inscritível e
circunscritível então sua área é abcd .
32
Sociedade Brasileira de Matemática
¦ ®d©
Uma função d(x, y) de dois reais x, y é chamada distância se d(x, y) = d(y, x);
d(x, x) = 0 ; e d(x, y) + d(y, z) ≥ d(x, z), para quaisquer reais x, y, z. Prove que a
seguinte função é uma distância:
x− y
d ( x, y ) = .
1+ x2 1+ y2
¯ §d¦ ©
Sejam x, y, z reais positivos tais que xy + yz + zx = 1. Prove que:
( )
2x 1 − x 2
+
(
2y 1− y2
+
) (
2z 1 − z 2
≤
x )+
y
+
z
(1 + x )
2 2
(1 + y )
2 2
(1 + z )
2 2
1+ x 2
1+ y 2
1+ z2
Rafael Tajra Fonteles cursa a 2ª. Série do Ensino Médio no Instituto Dom
Barreto de Teresina – PI.
O Prof. José Nazareno Cardeal Fonteles da Universidade Federal do Piauí e
coordenador de matemática do Instituto Dom Barreto colaborou com o artigo,
fazendo a revisão do mesmo.
33
Sociedade Brasileira de Matemática
²O³O´&µz¶O²¸·º¹ ´M»½¼¾µy²
¿AÀ(Á=ÂÃÀÄMÅÇÆÈPÉÂÈMÊ5Ë5ÄÌ ÍÉÎ Ä?¿WÏ ÂÐÂ
♦ ÑZÒ Ó]ÔÕ ÖWÓd×PØÙ ×ÚPÛ(Ü
34
Sociedade Brasileira de Matemática
a b x (a + b) − (3a + 2b) x x
+ = ⇔ =
1 − 2 x 1 − 3x 1 − 5 x + 6 x 2
(1 − 2 x)(1 − 3 x) 1 − 5x + 6 x 2
a + b = 0
⇔ ⇔ a = −1 e b = 1
3a + 2b = −1
Logo
x 1 1
f (x) = = − = (1 + 3x + 32 x2 + 33 x3 + ...)− (1 + 2x + 22 x2 + 23 x3 + ...)
1 − 5x + 6x 1 − 3x 1 − 2x
2
= (3 0 − 2 0 ) + (31 − 21 ) x + (3 2 − 2 2 ) x 2 + (3 3 − 2 3 ) x 3 + ...
Assim, o coeficiente de x n em f(x) (denotado por x n f (x)) é 3 n − 2 n . Mas [ ]
[x ]f ( x) = a
n
n , pela definição de f(x), logo a n = 3 − 2 . n n
~ ° A~ §
Utilizando séries formais, encontre "formulas fechadas" para as seguintes
seqüências:
Outra aplicação das séries formais é ajudar a contar. Neste contexto, as séries
formais recebem o nome de funções geratrizes. O esquema geral é o seguinte: o
exponente de x quantifica alguma propriedade em que estamos interessados,
35
Sociedade Brasileira de Matemática
[ ]
O problema agora é encontrar x n f ( x ), o que pode ser feito utilizando-se as
técnicas já vistas.
~ ° A~&
Mostre que o número de partições não ordenadas de n com exatamente k termos
distintos é
xn yk [ ]∏
1 + x j ( y − 1)
1− x j
j ≥1
36
Sociedade Brasileira de Matemática
~ ° A~&¡
a) Encontre constantes a, b, c, d, e, f tais que
1 1 1 a b c d e f
f ( x) = = + + + + +
1− x 1− x 1− x
2 3
(1 − x ) 3
(1 − x ) 2
1 − x 1 + x 1 − ωx 1 − ω 2 x
em que ω = ( − 1 + i 3 ) / 2 .
[ ]
b) Mostre que x n f ( x) =
(n + 3) 2
−
7 (−1) n ω n + ω 2 n (n + 3) 2 1
+ + = +
12 72 8 9 12 2
em que x denota o maior inteiro menor ou igual a x.
~ ° A~ ª
a) Determine a função geratriz do número de soluções da equação
x1 + x 2 + ... + x k = n , em que x i são inteiros positivos, 1 ≤ x i ≤ k .
b) Determine a função geratriz do número de partições ordenadas de n. (por
exemplo, 4 = 1 + 3 = 3 + 1 = 2 + 2 = 2 + 1 + 1 = 1 + 2 + 1 = 1 + 1 + 2 = 1 + 1
+ 1 + 1, de modo que há 8 partições ordenadas de 4)
c) Determine o número de partições ordenadas de n.
~ ° A~ «
37
Sociedade Brasileira de Matemática
~ ° A~ ¬
Prove que
n n n n
F0 + F1 + F 2 + ... + Fn = F2 n
n n − 1 n − 2 0
~ ° A~
a) Mostre que o número de triangulações Tn (por diagonais que não se
interceptam fora dos vértices) de um polígono convexo de n vértices satisfaz
T n +1 = T 2 T n + T3 T n −1 + ... + T n T 2
em que T2 = 1.
1 − (1 − 4 x ) 1 / 2
b) Prove que T ( x ) = T 2 + T3 x + T 4 x 2 + ... =
2x
1 2n − 2
c) Mostre que T n = .
n − 1 n − 1
r r r ( r − 1)( r − 2 )...( r − k + 1) Þ Ý
(1 + x ) r = ∑ k x
k ≥0
k
, =
k k!
,k ∈ e r∈
38
Sociedade Brasileira de Matemática
Observe que as expressões acima são iguais! De fato, para se convencer disto,
basta multiplicar as igualdades
1− x2 1− x4 1 − x6
= 1 + x, = 1 + x 2
, = 1 + x 3 ,...
1− x 1− x 2
1− x 3
~ ° A~ ®
a) Escreva a função geratriz do número de maneiras de escrever um número n
como soma de potências distintas de 2.
b) Verifique que a função acima é igual a 1/(1 – x).
c) Utilizando os resultados acima, mostre que todo número pode ser escrito de
maneira única em base 2.
~ ° A~ § ¦
Prove que o número de partições de n em que apenas as partes ímpares podem ser
repetidas é igual ao número de partições de n em que nenhuma parte aparece mais
do que três vezes.
~ ° A~ § §
Prove que o número de partições de n com uma única parte menor (ela ocorre
uma única vez) e parte maior no máximo duas vezes a parte menor é igual ao
número de partições de n em que a maior parte é ímpar e a menor parte é maior
do que metade da parte maior.
~ ° A~ § ¨
Mostre que o número total de 1's nas partições de n é igual à soma dos números
de partes distintas em cada partição de n.
39
Sociedade Brasileira de Matemática
¹ ßàµá»âO㥼¾ä¼ ²å¼¾¹æ´M¶OäM¹ ´çäM¹æ»èMé&äM¹
ëê
O comitê editorial de ìAíZîìAï Ö ! agradece aos admiradores da seção
Olimpíadas ao redor do Mundo o envio de críticas, soluções e possíveis erros nos
enunciados dos problemas. Diversos leitores apontaram um possível erro no
enunciado de:
© ñò óôöõ`÷ ødù §d® ®d®dú
ð Seja n um número natural tal que 2n 2 possui 28 divisores
distintos e o número 3n 2 possui 30 divisores distintos. Qual o número de
divisores do número 6n 2 ?
De fato, se 2n2 tem 28 divisores, 3n2 só pode ter 24, 42 ou 54 divisores (prove!).
O problema é parecido com a 29ª. questão da ûPüýþ7ÿ
onde os
números que possuíam 28 e 30 divisores eram respectivamente 2n e 3n, e pede-
se o número de divisores de 6n (Esse tem solução!).
40
Sociedade Brasileira de Matemática
® ¡ © ¨ ¦d¦d¦%*
!#"
$%$'& (%)
O círculo inscrito no triângulo ABC possui centro O e tangencia
o lado AC no ponto K. Um segundo círculo S com centro no mesmo ponto O
intersecta todos os lados do triângulo ABC. Sejam E e F os pontos de
interseção de S com os lados AB e BC que estão mais próximos do vértice B;
B1 e B2 são os pontos de interseção de S com o lado AC com B1 mais
próximo de A. Se P é o ponto de interseção dos segmentos B 2 E e B1 F ,
mostre que os pontos B, K e P são colineares.
® ªd© ¨ ¦d¦d¦%*
+!,#-
.%. & (%) A seqüência de números reais (a1 , a 2 ,..., a 2000 ) satisfaz a
+ + ⋅ ⋅ ⋅ + = (a1 + a 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + a n ) para todo n , 1 ≤ n ≤ 2000 .
2
condição: a13 a 23 a n3
Mostre que todo elemento da seqüência é um número inteiro.
® «d© ¨ ¦d¦d¦%*
+!,#-
.%. & (%)
Cada um dos números 1, 2, 3, ..., N é preto ou branco. É
permitido mudar simultaneamente as cores de quaisquer três dos números se
um deles é a média aritmética dos outros dois. Determine os valores de N
para os quais é possível fazer com que todos os números fiquem brancos.
® ¬d© ¨d¦d¦ ¦'*
+!/0.21435 & (')
Determine todos os restos possíveis da divisão do quadrado de
um número primo com 120 por 120.
® d© ¨d¦d¦ ¦'*
+!/0.21435 & (')
Em um inteiro positivo M, de três algarismos, o algarismo das
centenas é menor do que o algarismo das dezenas e o algarismo das dezenas é
menor que o algarismo da unidades simples. A média aritmética de M com
todos os números de três algarismos obtidos pela reordenação dos algarismos
de M termina em 5. Determine tais números M.
® ®d© ¨d¦d¦ ¦'*
+!/0.21435 & (')
Gustavo convidou um número ímpar de pessoas para a festa de
seu aniversário e os dispôs em torno de uma mesa circular de modo que os
vizinhos de cada menina fossem meninos, os vizinhos de cada menino,
exceto Gustavo cujos vizinhos eram ambas meninas, fossem uma menina e
um menino. Mostre que :
a) o número de meninos convidados para a festa é divisível por 4.
b) na direção diametralmente oposta a Gustavo está sentada uma menina .
§ ¦d¦d© ¨ ¦d¦d¦%*
+!/0.'6 7980:%5 & (%)
Seja H o ortocentro de um triângulo acutângulo ABC com
AC ≠ BC . A reta que passa pelos pontos médios de AB e HC intersecta a
bissetriz do ângulo ∠ACB no ponto D. A reta HD passa pelo circuncentro do
triângulo ABC. Determine a medida do ângulo ∠ACB .
41
Sociedade Brasileira de Matemática
§ ¦d§d© ¨ ¦d¦d¦%*
+!/0.'6 7980:%5 & (%)
Sobre uma mesa existem pilhas de moedas. Um movimento
consiste em escolher uma das pilhas com pelo menos três moedas, pegar uma
moeda desta pilha, retirá-la da mesa e finalmente dividir as moedas restantes
desta pilha em duas outras pilhas (não necessariamente do mesmo tamanho).
É possível obtermos somente pilhas com três moedas após vários
movimentos se começarmos com uma única pilha com 2000 moedas?
§ ¦d¨d© ¨ ¦d¦d¦%*
+!/0.'6 7980:%5 & (%)
Determine todas as funções f : ; → ; que satisfazem a
condição f (x − f ( y )) = 1 − x − y para todos x, y ∈ ; .
§ ¦ © ¨ ¦d¦d¦%*
+!/0.'6 7980:%5 & (%)
Sobre uma mesa estão três caixas com pelo menos uma bola
em cada uma delas. Um movimento consiste em duplicar o número de bolas
de uma das caixas de modo que o número de bolas necessário para tal seja
retirado de uma das outras duas caixas. É possível que após vários
movimentos uma das caixas esteja vazia?
§ ¦ ¡ © ° ¨ ¦d¦ ¦'*
+ & < 6 7
=>-.'. & (')
Determine todos os pares de números inteiros (x, y) que
( ) ( )
satisfazem a equação: y x 2 + 36 + x y 2 − 36 + y 2 ( y − 12 ) = 0
§ ¦dªd© ° ¨ ¦d¦ ¦'*
+ & < 6 7
=>-.'. & (')
Seja M o ponto de interseção das diagonais AC e BD de um
quadrilátero convexo ABCD. Seja K o ponto de interseção do prolongamento
do lado AB, no sentido de B para A, com a bissetriz do ângulo ∠ACD .
Sabendo que MA ⋅ MC + MA ⋅ CD = MB ⋅ MD , prove que ∠BKC = ∠CDB .
§ ¦d«d© ¨ ¦d¦ ¦'*
+ 76 ?@28 & (')Para cada subconjunto não vazio X do conjunto
M = {1,2,...,2000}, seja a X a soma do menor com o maior elemento de X.
Determine a média aritmética de todos tais números a X assim obtidos.
§ ¦d¬d© ¨ ¦d¦ ¦'*
+ 76 ?@28 & (')
Determine o valor máximo do produto xy se os números reais x
e y satisfazem a relação: y (1 + x 2 ) = x 1 − 4 y 2 − 1 .
§ ¦dd© ¨ ¦d¦ ¦'*
+ 76 ?@28 & (')
Dois círculos se intersectam nos pontos M e N. A reta que
passa por M intersecta os círculos nos pontos A e B de modo que M ∈ (AB ) .
Os pontos C e D são os pontos médios dos arcos AN e BN respectivamente e
que não contém o ponto M e os pontos K e L são os pontos médios dos
segmentos AB e CD respectivamente. Prove que CL = KL.
42
Sociedade Brasileira de Matemática
§ ¦d®d© ¨d¦d¦ ¦'*
+!A0B
C D (')
Seja q(n) a soma dos algarismos de n. Qual o valor de
(((
q q q 2000 ? 2000
)))
§ §d¦d© ¨d¦d¦ ¦'*
+!EF>G'H & (')
Determine o número primo p para o qual o número
1 + p + p + p 3 + p 4 é um quadrado perfeito.
2
§ §d§d© ¨ ¦d¦ ¦'*
Sejam P (x ) e Q(x ) dois trinômios
+!,#I'J-
K6 & H ( .MLNH'OI'H ( IP/0.%6 7Q8 ( H (')
quadráticos tais que três das raízes da equação P (Q (x )) = 0 são os números
− 22 , 7 e 13 . Determine a quarta raiz desta equação.
§ §d¨d© ¨ ¦d¦ ¦'*
+!,#I'J-
K6 & H ( .RLNH'OI'H ( IS/0.%6 7Q8 ( H (')
Sabendo que a , b e c são números reais
positivos, resolva o sistema no conjunto dos números reais positivos :
xy + xz − x = a
yz + yx − y = b
zx + zy − z = c
§ § © ¨d¦d¦ ¦'*
( 7
6 35 & (') Uma seqüência ( p1 , p 2 ,..., p n ) de números primos satisfaz à
seguinte condição: para n ≥ 3 , p n é o maior divisor primo de
p n −1 + p n − 2 + 2000. Mostre que a seqüência ( p n ) é limitada.
§ § ¡ © ¨ ¦d¦ ¦'*
+!T .'F ( I%6 )
ABC é um triângulo do Plano Cartesiano cujos vértices são pontos
de coordenadas inteiras. As medidas de dois dos lados AB, BC e CA
{
pertencem ao conjunto 17 , 1999 , 2000 . Qual o valor máximo possível }
da área de ABC ?
§ §dªd© ¨d¦ ¦d¦'*
+!T 5
U6 ( 14I'F>F (')
Sejam P e Q os pontos de tangência da tangente comum a dois
círculos C1 e C 2 que se intersectam nos pontos M e N sendo N mais próximo
de PQ do que M. Mostre que os triângulos MNP e MNQ possuem áreas
iguais.
§ §d«d© ¨d¦ ¦d¦'*
+!T 5
U6 ( 14I'F>F (') Quais os inteiros positivos a e b tais que
( a+
3 3
) 2
b − 1 = 49 + 203 6 .
§ §d¬d© ¨d¦d¦ ¦'*
+!V#6 I'W ( 5
O (') Determine os números reais x tais que:
x 2 − x − 1 − 3 − 5 − 7 − 9 − 11 − 13 = x 2 − 2 x − 48
43
Sociedade Brasileira de Matemática
§ §dd© ¨d¦d¦ ¦'*
+!V#6 I'W ( 5
O (')
Um quadrilátero convexo ABCD está inscrito em um
semicírculo de diâmetro AB. Sejam S o ponto de interseção de AC e BD e T o
pé da perpendicular baixada de S a AB. Mostre que ST divide o ângulo
∠CTD ao meio.
§ §d®d© §d® ¬d¦'*
+!T 5
U6 ( 14I'F>F (')
As medidas dos ângulos ∠B e ∠C de um triângulo isósceles
ABC são iguais a 50º . Sejam D e E pontos sobre os lados BC e AC
respectivamente de modo que ∠BAD = 50º e ∠ABE = 30º . Determine a
medida do ângulo ∠BED .
§ ¨d¦d© ¨d¦d¦ ¦
+ 7
6 35 & (')
) Seja X o conjunto de todos os inteiros positivos. Prove ou
disprove a seguinte afirmação :
“Existe uma função f : X → X tal que a igualdade f ( f (n )) = 2n é
verdadeira para todo n ∈ Y ”.
Z[Z\Z
Agora vamos aos comentários e soluções dos leitores para alguns dos
problemas apresentados em nossa seção nos números anteriores da ]^_]a`cbed f
§ © ° § ®d® '*
Seja f (x ) = x 3 − 3 x + 1 . Determine o número de soluções reais
+ B
6 U
g%F & (')
e distintas da equação f ( f (x )) = 0 .
hijkl
minoqports
jnivuo
rtjwxiy{zxwicr|hmivus
kji}hu~2
A resposta é 7. Utilizando cálculo, a derivada de f (x ) é 3x 2 − 3 , e então seus
pontos críticos ocorrem em (− 1,3) e (1,−1) , respectivamente máximo e mínimo.
Mas f (− 2 ) = −1 , f (0) = 1 e f (2 ) = 3 assim, as raízes de f pertencem aos
intervalos (− 2,−1) , (0,1) e (1,2) . Se contarmos o número de vezes que f atravessa
completamente cada intervalo obteremos a nossa resposta. Com efeito, f atravessa
(− 2,−1) uma vez (quando x < −2 ), atravessa o intervalo (0,1) três vezes (quando
− 2 < x < −1 , 0 < x < 1 e 1 < x < 2 ); atravessa o intervalo (1,2) três vezes
também e portanto a equação f ( f (x )) = 0 possui 7 raízes.
44
Sociedade Brasileira de Matemática
¨ © §d®d®
+!,#I'J-
K6 & H ( .L#H%O
I%H ( IR/0.%6 798 ( H (') ) Determine todos os números reais x tais que
x x x x = 88 .
t{
t
ct
tt
'2
22
A resposta é . Com efeito,
7
88 88
x x x = ⇒ x é da forma com k ≤ x .
3
x k
1) Se x ≥ 0 então x ≥ 3 pois, se x < 3 teríamos
x x x x < 3 4 = 81
88 1
Como = 29 tem-se que 29 ≥ x x x ≥ 27 e daí :
3 3
88
x x x = 27 ⇒ x = 27 (não serve)
88 22
x x x = 28 ⇒ x = =
28 7
88
x x x = 29 ⇒ x = (não serve)
29
2) Se x ≤ 0 então
x < −3 ⇒ x ≤ −4 ⇒ x x x x ≥ 3 3 ⋅ 4 > 88
por outro lado,
x ≥ −3 ⇒ x ≥ −3 ⇒ x x x x ≤ 3 4 = 81
e portanto, não há soluções negativas.
¨ ¬d© ¨d¦d¦ ¦
+!07
6 35 & (') ) Prove ou disprove a seguinte afirmativa :
a 2 + b3
Todo número racional positivo pode ser escrito sob a forma onde a , b ,
c5 + d 7
c e d são inteiros positivos.
t vt0
t¡¢v¤£
c¥2
A afirmativa é verdadeira.
Fazendo a = x 3 y 2 , b = x 5 y 2 , c = xy e d = x 2 y para quaisquer inteiros positivos
x e y , temos:
45
Sociedade Brasileira de Matemática
a 2 + b3
=
( ) ( )
2
x3 y 2 + x5 y 2
3
=
x 6 y 4 + x 15 y 6 x
=
c5 + d 7 ( )
(xy )5 + x 2 y
7
x 5 y 5 + x 14 y 7 y
Como todo número racional pode ser obtido pelo quociente de dois números
inteiros positivos, a afirmação está provada.
¦%§ ¦
¨!©#ª
«%«'¬ %®°¯%±'±
) Um número de 10 algarismos é dito interessante se todos os
seus algarismos são distintos e ele é um múltiplo de 11111. Quantos números
interessantes existem ?
t ²vt{ct¡
¢v£ct
qc¥2
A resposta é 3456 . Seja I um número interessante então
I ≡ 0 + 1 + 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + 9 ≡ 0(mod 9 )
( )
Logo, I = 99999 ⋅ N = 10 5 − 1 ⋅ N para algum número natural N de 5 algarismos.
Digamos, N = a1 a 2 a 3 a 4 a 5 logo,
I = 10 9 a1 + ⋅ ⋅ ⋅ + 10 5 a5 − 10 4 a1 − ⋅ ⋅ ⋅ − 10a 4 − a5
I = 10 9 a1 + ⋅ ⋅ ⋅ + 10 6 a 4 + 10 5 (a 5 − 1) + 10 4 (9 − a1 ) + ⋅ ⋅ ⋅ + 10(9 − a 4 ) + 10 − a 5 .
Sejam d1 , d 2 ,..., d 9 , d10 os dígitos de I, nesta ordem, então d1 + d 6 = 9 ,
d 2 + d 7 = 9 , d 3 + d 8 = 9 , d 4 + d 9 = 9 e d 5 + d10 = 9 . Como os únicos pares de
dígitos cuja soma é 9 são (0,9), (1,8), (2,7), (3,6) e (4,5) o número de
possibilidades para d1 , d 2 ,..., d 9 , d10 é 9 ⋅ 8 ⋅ 6 ⋅ 4 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = 3456
¦'§ 1 1
¯ ¨!³#´>µ·¶'¸¬ '®!¯'±'±%±'¹ Resolva a equação + =1
x 2
(
4 − 3x ) 2
º»¼½¾
¿»ÀÁqÂÁÃtÄ
¼À»v¥Á
Ãt¼ÅƻǺ¿»v¥#Ä
½¼»vÈcº¥É2Ê
46
Sociedade Brasileira de Matemática
2− y
Com efeito fazendo-se 4 − 3 x = y + 2 temos que x = para x ≠ 0 e
3
4
x≠ . Fazendo as devidas substituições e simplificando chegamos a
3
( )
y y 3 − 12 y − 8 = 0 o que implica em y = 0 ⇒ x =
2 3
3
e y 3 − 12 y − 8 = 0 .
Aplicando-se a fórmula da equação do terceiro grau nesta última temos:
2 3 2 3
−8 − 8 − 12 −8 − 8 − 12
y=3 − + + +3 − − +
2 2 3 2 2 3
ou
θ θ
y = 3 4 3 1 + 3i + 3 1 − 3i = 3 4 3 2cis + 3 2cis −
3 3
π π (1 + 6k )
onde θ = 2kπ + . Daí, y = 4 cos para k = 0,1,2 e assim obtemos as
3 9
outras raízes.
2 3 1 2 3 1 1
= , (1 + 2 cos 40°) = = ,
3 cos 30° 3 cos 290° cos 70°
2 3 1 1 2 3 1
(1 − 2 cos 20°) = =− e (1 + 2 cos 80°) = ).
3 cos170° cos10° 3 cos 50°
47
Sociedade Brasileira de Matemática
Ë%Ì'§ Ë'Ì%Ì'Ì
¨!Í0«'Î'¸Ï
%® ¹ Mostre que existe uma seqüência de inteiros positivos
(a 1 , a 2 ,..., a n ,...) tal que a12 + a 22 + ... + a n2 é um quadrado perfeito para todo
inteiro positivo n .
º»¼½¾
¿»ÀÁÐÄÃtѲ¼Å»vÐÅÃtÄ{ÆÀcÄÀÁÒÄÃtÓÄ
¼Ô»vÇÕcÁÃtÁÖ
ÅÆÄqÈc×ØÉ2Ê
Consideremos a seguinte seqüência:
n −1
∑ (a ) k
2
−1
a1 = 3 e a n = k =1
, ∀n ∈ {2,3,4,...}
2
Desta forma teremos :
n
n −1 2
∑ (a )
k =1
k
2
∑
= (a k ) + (a n ) = (2a n + 1) + (a n ) = (a n + 1)
k =1
2 2 2
Ë%Ù'§ Ë'Ì%Ì'Ì
¨!Í0«'Î'¸Ï
%® ¹ Determine o maior número inteiro N que satisfaz as seguintes
condições :
N
(a) possui seus três algarismos iguais.
3
N
(b) é igual à soma de n números naturais consecutivos a partir de 1.
3
º»¼½¾
¿»ÀÁÚÛļ¼Ä
ÑÁÜ»cÀÃtÅݽÁ
ÖqÀÁÞ»¼ÄÆcÀÄqÐÅÃtÄÆÀcÄÇÕ0Á
ÃÁ
ÖÅÆcÄÈ×ØÉ2Ê
− 1 + 1 + 8·111·k
n=
2
48
Sociedade Brasileira de Matemática
Ù%Ù'§
¨!Í0«'à á9â0¶%¸
¬ %®°¯%±'±'±%¹ Determine todos os inteiros x e y que satisfazem à equação
x 3 + 9 xy + 127 = y 3 .
º»¼½¾
¿»ÀÁãÄ
ÆÅÁ¼×ÅÆÔÁ
ÅÃt»vº»äÃtÁ
ÅÃtÄÇå»cÃæÄ
¼Á{ç'ÄÈcÒèÉ2Ê
ééé
49
Sociedade Brasileira de Matemática
50
Sociedade Brasileira de Matemática
èÈéiêìëÓíÓîiïÈèñðïóòÈôÌéiõêìï÷ö©ø¢èóòÈôÓéiò÷éièQùúéiè
û
üLýþÿ
ýÿ ý
Hÿ
48) Doze pintores vivem em doze casas construídas ao longo de uma rua circular
e são pintadas ou de branco ou de azul. Cada mês um dos pintores, pegando
consigo bastante tinta branca e azul, deixa sua casa e caminha ao longo da rua
no sentido anti-horário. Desta forma, ele repinta cada casa (iniciando na sua)
com a cor oposta. Finaliza o trabalho tão longo repinte alguma casa branca de
azul. Em um ano, cada casa estará pintada com a sua cor original sabendo
que, no começo do ano, ao menos uma casa estava pintada de azul.
º»¼½¾
¿»ÀÁ c »Ãt»ÄÖ
æû"!ç Ä#ä½%$Ä'&Áæ»ÇÜÅ» ÀÁ'(ÄÆcÁ{ÅÃt»vÈÜ)(
É2Ê
Dizemos que uma pintura de uma casa é induzida se não é feita pelo dono
da casa. Isso só acontece quando o pintor acabou de mudar a cor da casa
imediatamente anterior de azul para branca.
Vamos mostrar que cada casa muda de cor exatamente duas vezes, sendo
uma induzida e outra não, o que claramente implica o resultado.
Primeiro vamos ver que uma casa não pode mudar de cor três vezes. Para
isso, supomos por absurdo que alguma casa muda de cor pelo menos 3 vezes, e
consideramos o primeiro momento em que uma casa muda de cor pela terceira
vez. Nesse caso, pelo menos duas das 3 pinturas são induzidas, e portanto a casa
imediatamente anterior muda duas vezes de azul para branca antes disso, e
portanto muda de cor pelo menos 3 vezes antes desse momento, o que é uma
contradição.
Para terminar, vamos agora ver que cada casa muda de cor duas vezes, o
que equivale a dizer que muda (pelo menos) uma vez de forma induzida. Para
isso, basta ver que toda casa muda alguma vez de azul para branca (pois uma casa
muda de forma induzida quando a casa anterior muda de azul para branca ela
muda de forma induzida). Isso é obvio para casas azuis. Vamos provar isso por
indução no número de casas imediatamente anteriores que são inicialmente
brancas. Para a casa imediatamente anterior esse número é menor (lembre que há
pelo menos uma casa azul no início), e portanto em algum momento ela muda de
azul para branca, e nossa casa muda de forma induzida, donde muda de cor pelo
menos duas vezes, e portanto em algum momento muda de azul para branca ❏
51
Sociedade Brasileira de Matemática
Obs. Note que essa solução não depende da ordem em que os pintores executam
seu trabalho (depois de um pintor acabar de pintar, o próximo não precisa ser seu
vizinho, mas é importante que cada pintor faça o processo uma vez).
F B C
P
D
F C
B
Seja P o outro ponto de interseção dos circuncírculos aos triângulos AED e FEB.
Temos que #FBEP é inscritível (# denota quadrilátero nesta solução), logo
EFˆB = BPˆ E . Da mesma forma EPˆ D ≡ Aˆ
52
Sociedade Brasileira de Matemática
P
O2
O1 I1
D
I2
O3
E
F B C
O4
Sejam:
O1: Centro do circuncírculo a ∆BEF ;
O2: centro do circuncírculo a ∆ADE ;
O3: centro do circuncírculo a ∆ABC ;
O4: centro do circuncírculo a ∆CDF ;
C1 C2
53
Sociedade Brasileira de Matemática
∆C1 MC 2 ≡ ∆C1 NC 2 (L.L.L), logo MCˆ 2 C1 ≡ NCˆ 2 C1 o que significa que C1C 2 é
bissetriz de ∆MC 2 N , mas como este triângulo é isósceles então C1C 2 também é
altura e C1C 2 ⊥ MN (c.q.d).
∧ ∧
Do lema acima temos PB ⊥ O1O3 e PE ⊥ O1O2 , e portanto B P E = O2 O1 O3 e
BPˆ E ≡ BFˆE (subentendem o mesmo arco BE no círculo de centro O1).
Analogamente DPˆ C ≡ O Oˆ O , mas DPˆ C ≡ DFˆC (subtendem o mesmo arco
2 4 3
53) Prove que num círculo convexo dado e para o mesmo número de lados, o
polígono regular inscrito é aquele cuja superfície é máxima.
º»¼½¾
¿»ÀÁÒÄ
ü»Ö * ¼äcÁÃtæ»vÀĺżÓ
Ä 1 ÅÑ
æ»ÃÇ32Å5456%7/8%4ÅÖÈÜ)9É2Ê
O
Bn A4
An
: ;
54
Sociedade Brasileira de Matemática
B1 B3
θ1 θ2
θn θ3
O
Bn
B4
< =
R2
A área S do polígono é dado por S = (senθ 1 + senθ 2 + ... + senθ n )
2
n n
onde ∑θ i = 2π . S será máximo quando
i =1
∑ senθ
i =1
i for máximo.
Para este problema, vamos utilizar a "desigualdade de Jensen" que diz: suponha
que f com concavidade para baixo (côncava) no intervalo I; então para todo
x1 , x 2 ,..., x n ∈ I teremos:
f ( x1 ) + f ( x 2 ) + ... + f ( x n ) x + x 2 + ... + x n
≤ f 1
n n
e a igualdade ocorrerá se e somente se x1 = x 2 = ... = x n . Para o nosso problema
temos f ( x) = senx e I = ]0, π [ onde θ 1 ,θ 2 ,...,θ n ∈ I ; portanto
55
Sociedade Brasileira de Matemática
( y n2001 )
seqüência definida por y1 = 2001, y n +1 = 2001 , ∀n ≥ 1. Prove que
existe c natural tal que y n ≤ x n + c para todo n ∈ > e determine o menor c
com essa propriedade.
?@8%45A%BDC8"E%F *)45FD0Ò)8%GHGHIJ'*ä%GHFA"K32Læ3FGH6%LMcÜ9DNPO
pois é fácil ver que só com o fato xn + c ≥ yn não se pode fazer indução.
Escolheremos c de tal modo que x1+ c ≥ 22 ⋅ 2001 ⋅ y12001 . Suponha válida a
desigualdade para um certo k então
xk +c ≥ 22 ⋅ 2001 ⋅ yk2001 ⇒ xk +1+c = 2 xk +c > 2 22⋅2001⋅ yk ,
2001
1 = yk2001
+1 ⋅ yk +1 ,
2001
?@8%45A%BDC8"E%FRQSA%L54UT%FGH,+F'V%AXW5LUYZJDGHJ K3?@CD8\[@JA%4U8+M%?@[@NPO
56
Sociedade Brasileira de Matemática
d ( A; O) = d ( B; O), d ( A; B ) = 2 − ε , ε → 0, ε > 0.
∧
Agora note que d ( f ( A); f ( B)) ≥ 2 − ε ⇒ ∠f ( A) C f ( B ) → 0, analogamente
∧
d ( f ( P ); f (Q)) ≥ 2 − ε ⇒ ∠f ( P ) C f (Q) → 0.
ε
Como d ( A; P ) = d ( B; P) = 2 1 − então
2
ε ∧
d ( f ( A); f ( P)), d ( f ( B ); f ( P )) ≥ 2 1 − ⇒ f ( P) C f ( A) → 90°.
2
Agora vamos tomar P' e Q' do mesmo modo que tomamos P e Q, porém em um
plano perpendicular ao plano de A, B e P. Temos que
ε
d ( P ' ; P) = d ( P' ; Q) = 2 1 − .
2
∧ ∧
Mas como vimos antes, f ( P ' ) C f (Q' ) → 0 e f ( P ' ) C f ( A) → 90°,
logo f ( P ' ) → f ( P ) ou f ( P ' ) → f (Q) ⇒ d ( f ( P ' ); f ( P )) → 0 ou
d ( f ( P' ); f (Q)) → 0, o que é um absurdo, pois
ε
d ( f ( P ' ); f ( P )), d ( f ( P ' ); f (Q)) ≥ 2 1 − → 2 ❏
2
57
Sociedade Brasileira de Matemática
òÈôéiõêìï÷ö©ø¢èóòÈôÓéiò÷éièQùúéiè
y ¡¢£¤"¦¥ § ¨ ©ª¢¦§X ¢©ª¤¥ «¬§¤"¡¤¯®X©°¥ §£¢¤®©P®¤¨ ¤+§±¤«²§¤¨ §¤³¡§´X¤
®©°¥ §£¢¤%®X¢©¢¤\®©µ·¶¸ £¤¹£§©¤ .
56) Para cada número n, seja f(n) a quantidade de maneiras que se pode expressar
n como a soma de números iguais a 1, 3 ou 4.
Por exemplo, f(4) = 4, pois todas as maneiras possíveis são 4 = 1 + 1 + 1 + 1,
4 = 1 + 3, 4 = 3 + 1, 4 = 4. Demonstrar que se n é par, f(n) é um quadrado
perfeito.
59) Um pedestal de altura a sustenta uma coluna de altura b (b > a). A que
distância do monumento se deve colocar um observador para ver o pedestal e
a coluna sob ângulos iguais?
c
d
58
Sociedade Brasileira de Matemática
γ c
d
d1
A α σ C
a
b
v ztDs u }\º»\u\º¼\½vz½zD}·wz}+½zv¾~y¿ uvzÁÀp{r z s {DÂu}+ÃÄzv-w s u ~yXÅÆ ½vzDts u ºÇ
½vzD½zD}·wz±½Dzv vus z Èr |Dz±Du"És r Xur v à us ÊË y
ÅÆ)½DvztDs u }̺ÍÌuÌ»Î̽Dvz½Dz}wz}̽Dzv
É }P s z us s z ½Dz|DÏ© r ¸zÐÃÉs ¿ ½r X ÅƯ½DvztDs u }Ñ»ÒÑuÑ»ÓѽDvz½Dz}PwHzD}ѽ¸zv'~ vs zD}Ñ
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59
Sociedade Brasileira de Matemática
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60
Sociedade Brasileira de Matemática
ÚÓéiéiôðï×Ö÷øiðÓéiôïÈèóôï ÔÑÙéÑÖ÷øÕÙ7è
61
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
COMO FERMAT E BÉZOUT PODEM SALVAR O DIA 25
Antonio Caminha Muniz Neto
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 60
COORDENADORES REGIONAIS 61
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Por falar na comunidade olímpica, lembramos que neste ano foi criado o nível
universitário da OBM, cujas provas e soluções serão publicadas no próximo
número da Eureka!. Aproveitamos para saudar os novos (e antigos) olímpicos
universitários.
Os editores.
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Seja ABC um triângulo acutângulo com circuncentro O. Seja PA uma altura do
triângulo com P no lado BC.
Considere que BCˆ A ≥ ABˆ C + 30° .
Prove que CAˆ B + COˆ P < 90° .
90 – Ĉ 90 – B
O
α A–α
Ĉ
B̂
B
C P M
3
Sociedade Brasileira de Matemática
a a a
PM = − CP = − b cos Cˆ e CM = e, pela lei dos senos no triângulo
2 2 2
ABC ⇒ b = 2 RsenBˆ e a = 2RsenAˆ ⇒
2R 2 senBˆ cos Cˆ cos Aˆ 2senBˆ cos Cˆ cos Aˆ
⇒ tgα = 2 = , mas
R cos 2 Aˆ + R 2 sen 2 Aˆ − 2 R 2 senAˆ senBˆ cos Cˆ 1 − 2senAˆ senBˆ cos Cˆ
2senBˆ cos Cˆ cos Aˆ senAˆ
como tgα > 0 ⇒ 1 − 2senAˆ senBˆ cos Cˆ > 0 ⇒ tgα ⋅ tgAˆ = ⋅ =
1 − 2senAˆ senBˆ cos Cˆ cos Aˆ
2 senBˆ senAˆ cos Cˆ 1
= e como 2x 2 − x −1 < 0, ∀x ∈ − ,1 ⇒ 2 sen 2 Aˆ − sen Aˆ < 1
1 − 2 senBˆ senAˆ cos Cˆ 2
∀Aˆ ∈ (0,90°), mas sen Cˆ − Bˆ ≥ ( 1
2
)
pois 90° > Cˆ − Bˆ ≥ 30° e a função seno é
( )
ˆ
crescente no intervalo (0,90°) ⇒ senAˆ ⋅ sen Cˆ − Bˆ ≥ senA ⇒
2
( ˆ ) ˆ ˆ( )
⇒ − senA ≥ −2 senAsen C − B ⇒ 2 senA − 2senAsen C − B ≤ 2 sen A − senA < 1 ⇒
ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ 2 ˆ ˆ
PROBLEMA 2
Prove que
a b c
+ + ≥1
a 2 + 8bc b 2 + 8ca c 2 + 8ab
4
Sociedade Brasileira de Matemática
(I)
2 513a 2 b 2 c 2 + 8(a 3 b 3 + a 3 c 3 + c 3 b 3 ) + 64abc(a 3 + b 3 + c 3 ) ⋅
⋅ (ab c 2 + 8ab + ac b 2 + 8ac + bc a 2 + 8bc ) ≥ 510a 2 b 2 c 2 − 8(a 3 b 3 + a 3 c 3 + b 3 c 3 )
mas pela desigualdade das médias vale:
(II) 8(a 3b3 + a 3c 3 + c 3b3 ) ≥ 24a 2b 2c 2 e 64 abc ( a 3 + b 3 + c 3 ) ≥ 192 a 2 b 2 c 2
donde:
(III) 2 513a 2 b 2 c 2 + 8( a 3 b 3 + a 3 c 3 + c 3 b 3 ) + 64abc(a 3 + b 3 + c 3 ) ≥ 27abc
portanto basta mostrar que:
(IV) (ab c 2 + 8ab + ac b 2 + 8ac + bc a 2 + 8bc ) ≥ 9abc . É fácil ver que (II),
(III) e (IV) implicam (I).
Dividindo (IV) por abc, obtemos 8 ab2 + 1 + 8 ac2 + 1 + 8 bc2 + 1 ≥ 9 , e fazendo
c b a
ab ac bc
2
= u , 2 = v, 2 = w temos que provar que: 8u + 1 + 8v + 1 + 8 w + 1 ≥ 9 ,
c b a
dado que uvw = 1.
Usando várias vezes a desigualdade entre as médias aritmética e geométrica,
obtemos
8u + 1 + 8v + 1 + 8w + 1 ≥ 3 ⋅ 6 512uvw + 64(uv + uw + vw) + 8(u + v + w) + 1 ≥
PROBLEMA 3
Vinte e uma meninas e vinte e um meninos participaram numa competição
matemática.
Prove que existe um problema que foi resolvido por pelo menos três meninas e
pelo menos três meninos.
5
Sociedade Brasileira de Matemática
. .
. .
. .
Lema: em cada linha i da tabela temos pelo menos 11 Xi,k's com a propriedade (I):
esse Xi,k aparece pelo menos 3 vezes nesta linha (contando ele mesmo).
Prova: Se por absurdo há menos de 11, então há pelo menos 11 que não têm essa
propriedade (são 21 no total). Então cada um desses se refere a uma questão que
aparece no máximo 2 vezes na linha.
Mas se há pelo menos 11 Xi,k’s e para cada questão no máximo dois Xi,k’s se
referem a ela, então há no mínimo 6 questões referidas nesse grupo.
Mas uma linha só tem no máximo 6 questões referidas, pois a menina i fez no
máximo 6 questões. Assim todas 6 questões feitas pela menina aparecem no
máximo 2 vezes. Absurdo, pois 6 × 2 = 12, mas na linha aparecem 21 (21 > 12)
questões. Assim o lema é verdadeiro.
Há o lema análogo de que em cada coluna j há pelo menos 11 Xkj’s com a
propriedade (II): cada um se refere a uma questão que aparece pelo menos 3
vezes na coluna. A prova é análoga.
Contando os Xi,j’s com a propriedade (I) temos pelo menos 11 × 21 (21 linhas).
Analogamente pelo menos 11 × 21 com a propriedade (II).
Se não houvesse nenhum Xi,j que tem ambas propriedades, teríamos pelo menos
11 × 21 com propriedade (I), outros 11 × 21 com propriedade (II), somando
22 × 21 Xi,j’s, absurdo, pois há só 21 × 21 Xi,j’s. Assim há um Xi,j que tem ambas
propriedades. Assim ele se refere a uma questão y que aparece 3 vezes em sua
coluna e 3 vezes em sua linha. Como aparece 3 vezes em sua coluna (em 3 linhas
distintas), as 3 meninas relativas a essas 3 linhas fizeram a questão y (pois tem ela
em comum).
6
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 4
Seja n um inteiro ímpar maior do que 1 e sejam k1 , k 2 ,..., k n inteiros dados. Para
cada uma das n! permutações a = (a1 , a 2 ,..., a n ) de {1,2,..., n}, defina
n
S (a) = ∑k a .
i =1
i i
Cálculo de ∑ S ( a ) : i
n!(n! + 1)
∑ S (a ) ≡ 1 + 2 + ... + n!≡
i
2
(mod n!).
Como n > 1, 2 n! , e
n!(n!+1) n!
∑ S (a ) ≡
n! n!
** i ≡ ⋅ n! + ≡ (mod n!) .
2 2 2 2
n!
De * e ** temos que 0 ≡ (mod n!) , absurdo.
2
7
Sociedade Brasileira de Matemática
Logo há S(b) e S(c) tais que S(b) ≡ S(c) (mod n!) ⇒ n! S (b) − S (c).
PROBLEMA 5
Num triângulo ABC, seja AP a bissectriz de BAˆ C com P no lado BC, e seja BQ a
bissectriz de ABˆ C com Q no lado CA.
Sabemos que BAˆ C = 60° e que AB + BP = AQ + QB.
Quais são os possíveis valores dos ângulos do triângulo ABC?
Q
c
b
α
α
B P c
Nomenclatura:
a = BC
b = AC
c = AB
α = ABˆ Q = CBˆ Q
2ac cos α
Lema 1: BQ =
(a + c)
Prova: note que a área do triângulo ABC é igual a soma das áreas dos triângulos
ABQ e BQC. Logo
a ⋅ c ⋅ sen2α c ⋅ BQ ⋅ senα a ⋅ BQ ⋅ senα
= + ⇒
2 2 2
a ⋅ c ⋅ 2 senα ⋅ cos α = (a + c )BQ ⋅ senα ⇒
2ac cos α
BQ =
(a + c)
8
Sociedade Brasileira de Matemática
bc
Lema 2: AQ =
(a + c)
ac
Lema 3: BP =
(b + c )
Resolvendo a equação:
1 b
cos α = ou cos α = .
2 2c
1
Se cos α = , o único valor que ele poderia assumir era 60°, nesse caso
2
ABC = 2α = 120° = 180° − 60° = 180° = BAˆ C , absurdo.
ˆ
b
Então cos α = . Pela lei dos senos no triângulo
2c
9
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
Sejam a, b, c, d inteiros com a > b > c > d > 0. Considere que
ac + bd = (b + d + a − c)(b + d − a + c).
de modo que mdc(2a – c, b + 2d) divide 2p. Para mdc(2a – c, b + 2d) ser par,
deveríamos ter b e c pares, donde p = ab + cd seria par, o que é um absurdo.
Logo,
mdc(2a – c, b + 2d) = 1 ou p
Suponha que mdc(2a – c, b + 2d) = p. Então (*) nos daria que p23(b2 –
c ), e daí p2(b2 – c2), uma vez que p ≠ 3. Porém, p = ab + cd > b, de modo que
2
10
Sociedade Brasileira de Matemática
ii. b ≡ c (mod 2): Nesse caso b e c devem ser ímpares, pois do contrário 2
dividiria ab + cd = p. Assim, nas notações acima, temos x e y também ímpares.
Segue que
mdc(b + c, b – c) = mdc(x + y, x – y) = 2
11
Sociedade Brasileira de Matemática
Nem β nem γ são iguais a p, pois do contrário teríamos b > p, o que contradiz ab
+ cd = p. Logo β = γ = 1 e daí c = d, um novo absurdo.
12
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 1
Dizemos que um número natural n é "charrua" se satisfaz simultaneamente as
seguintes condições:
Demonstrar que para cada número natural k existe um número "charrua" com
mais de k algarismos.
13
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2
A circunferência inscrita no triângulo ABC tem o centro O e é tangente aos lados
BC, AC e AB nos pontos X, Y e Z, respectivamente. As rectas BO e CO
intersectam a recta YZ nos pontos P e Q, respectivamente.
Y
βQ
Z
O
.
α σ’
α σ
B X C
14
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Sejam S um conjunto de n elementos e S1, S2,…,Sk subconjuntos de S (k ≥ 2),
cada um deles com pelo menos r elementos.
subconjuntos Si.
x + k x x + k − 1 x + 1
Temos que, para k ≥ 1, + ≥ + , pois:
2 2 2 2
( )( ) ( )( )
x 2 + 2xk + k 2 − k − x + x 2 − x ≥ x 2 + k 2 +1+ 2kx − 2x − 2k − x − k +1 + x 2 + x ⇔ k ≥ 1.
15
Sociedade Brasileira de Matemática
n
ai
Logo em ∑ 2 você pode ir reduzindo a diferença entre os a ’s que a soma só
i =1
i
diminui até que você tenha número com diferença máxima, dois a dois, de um.
Seja kr = yn + q, 0 ≤ q ≤ n − 1. Assim teremos no fim q ai’s sendo (y + 1) e
n
ai
(n – q) ai’s sendo y ( para minimizar ∑ 2 ).
i =1
ai y + 1 y y
Temos então: ∑ 2 ≥ q 2
+ (n − q ) = qy + n .
2 2
Vamos mostrar que
kr
kr − 1 (yn + q ) y + q − 1
y ⇔ 2qy + ny − ny ≥
2
qy + n ≥
n n
⇔
2 2 2 2
q2 q2
⇔ 2qy + ny 2 − ny ≥ ny 2 + + 2 yq − ny − q ⇔ q ≥ , o que segue de n ≥ q.
n n
Logo temos:
kr
kr − 1
n
ai .
∑
n
≥
i =1 2 2
ai
Note agora que ∑ 2 conta com multiplicidade o número de subconjuntos S i
k k (k − 1)
com algum elemento em comum. Dividindo por = , que é o número
2 2
de pares de subconjuntos Si , obtemos o tamanho médio das interseções de dois
kr
kr − 1
desses subconjuntos, que é portanto maior ou igual a ⋅2⋅ 1 ⋅ 1 .
n
2 k k −1
Basta mostrar que esse mínimo para esse certo subconjunto é maior ou igual a
nk
r− e acaba o problema.Para isso,note que
4(k − 1)
kr
r − 1
n ≥ r − nk ⇔
k −1 4(k − 1)
16
Sociedade Brasileira de Matemática
kr
r − 1
n ≥ 4r (k − 1) − nk ⇔
k −1 4(k − 1)
4r 2 k − 4n ≥ 4nrk − 4rn − n 2 k ⇔
4r 2 k ≥ 4nrk − n 2 k ⇔ 4r 2 ≥ 4nr − n 2 ⇔ n 2 − 4nr + 4r 2 ≥ 0 ⇔
⇔ (n − 2r ) ≥ 0 (sempre verdade).
2
SEGUNDO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 4
Determinar o número máximo de progressões aritméticas crescente de três termos
que pode ter uma sucessão a1 < a 2 < ... < a n de n ≥ 3 números reais.
Nota: três termos a i , a j , a k de uma sucessão de números reais formam uma
progressão aritmética crescente se a i < a j < a k e a j − a i = a k − a j .
Lema: Se em uma seqüência temos um termo ak, e temos x números menores que
ak e y números maiores que ak , vamos ver que ak é termo central de no máximo
min{x, y} P.A.’s.
Para cada P.A. onde ak é o termo central, um dos outros termos é maior e o outro
menor, logo devo ter a mesma quantidade de termos maiores e menores que ak
que participam das P.A.’s de que ak é termo central.
Então se ak for termo central de j > min{x, y} P.A.’s teríamos que ter no mínimo j
números menores que ak e no mínimo j números maiores que ak, ou seja, x _ j e y
_ j, logo min{x, y}_ j. Então o número de P.A.’s com ak como termo central é no
máximo min{x, y}.
17
Sociedade Brasileira de Matemática
n +1
Mas para 2 ≤ j < temos j − 1 < n − j ⇒ 2 j < n + 1.
2
n +1 n +1
Para j = temos j − 1 = n − j e para < j ≤ n − 1 temos j − 1 > n − j.
2 2
Portanto, o número de P.A.’s é menor ou igual a
n −1
2
n −1 n −1
∑
j =2
( j − 1) +
2
+ ∑ (n − j ) =
n +3
j=
2
n −3 n −3
2
n −1 2
n − 3 n −1
= ∑i + + ∑ i = 21 + 2 + ... + + =
i =1 2 i =1 2 2
n − 3 n − 3
1 +
2 2 n − 1 2 + n − 3 n − 3 n − 1
= 2 + 2 = + =
2 2 2 2
n − 1 n − 3 n − 1 n − 1 n − 3 n − 1 n − 1 n − 1
2
18
Sociedade Brasileira de Matemática
∑ min{ j − 1, n − j} = ∑ ( j − 1) +
j =2 j =2
∑ (n − j ) =
n
j = +1
2
n n
−1 −1
2 2
n
= ∑ i + ∑ (i ) = 21 + 2 + ... + − 1 =
i =1 i =1 2
n n
− 1 + 1 − 1
= 2
2 2 = n n − 1 = n(n − 2) .
2 2 2 4
n(n − 2 )
Mas é fácil ver que a seqüência (1, 2, ..., n) tem P.A.’s, porque ela
4
satisfaz todas as igualdades.
Logo o número máximo de P.A.’s é:
2
n −1
Para n ímpar:
2
n(n − 2)
Para n par: .
4
PROBLEMA 5
Num tabuleiro de 2000 × 2001 as casas têm coordenadas (x, y) com x, y inteiros,
0 ≤ x ≤ 1999 e 0 ≤ y ≤ 2000. Uma nave no tabuleiro move-se da seguinte
maneira:
antes de cada movimento, a nave está numa posição (x, y) e tem uma velocidade
(h, v) onde h e v são inteiros. A nave escolhe uma nova velocidade (h', v') de
forma que h' – h seja igual a –1, 0 ou 1 e v'– v seja igual a –1, 0 ou 1. A nova
posição da nave será (x', y') onde x' é o resto da divisão de x + h' por 2000 e y' é o
resto da divisão de y + v' por 2001.
19
Sociedade Brasileira de Matemática
x1m x1t
( ) ( ( ))
x m2 − xt2 ≡ x m' + n m2 − xt' + n m2 + 1 ≡ x m' − xt' − 1 ≡ ( p − 1) − 1 ≡ p − 2,
Assim por indução finita: ( se x mk −1 − xtk −1 ≡ p − (k − 1) )
x −x ≡ x
k
m
k
t ( k −1
m +h k
m )− (x k −1
t + h +1 ≡ x
k
m ) ( k −1
m −x k −1
t )− 1 ≡ p − k.
EUREKA! N°12, 2001
20
Sociedade Brasileira de Matemática
jogadas a diferença será. q − k ' (mod 2001), logo, para k y = 2001b + q, estarão no
mesmo y.
Então a terrestre capturará a marciana quando está no mesmo x e no mesmo y, o
que acontece quando o número de rodadas k satisfaz k x e k y :
k = k x = k y ⇒ 2000a + p = 2001b + q, a, b ∈ 1 ⇒ 2001b − 2000a = p − q.
Achar solução para isso é fácil: é só adotar a = b = p – q, que é obviamente
solução da equação e se p – q < 0, é só pegar b = p – q + 2000 ≥ 0 e
a = p − q + 2001 ≥ 0, que também são soluções e agora positivas. Logo na jogada
terrestre de número k = 2001 p − 2000q + 2000 ⋅ 2001, ela terá o mesmo x e y da
marciana, capturando-a.
PROBLEMA 6
Demonstrar que é impossível cobrir um quadrado de lado 1 com cinco quadrados
1
iguais de lado menor que .
2
SOLUÇÃO OFICIAL:
D C
v
A u B
21
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E F
O
A B
22
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( ) ( ) ( ) (
ka 1 − 2 + a 1 + 4 2 ≤ 2a 1 − 2 + a 1 + 4 2 = a 3 + 2 2 <) ( )3+ 2 2
2
<3
o que contradiz que AB, CD e EF estão cobertos.
M
h1
l
m
h2
K
1
Falta demonstrar o lema. Se o quadrado KLMN de lado a < intersecta as retas
2
1
paralelas l e m que estão a distância, então dois vértices de KLMN devem estar
2
em lados distintos da banda determinada por l e m (também podem estar em l e
1
m). A condição a < implica que esses dois vértices de KLMN são opostos,
2
digamos K e M.
Então, pela mesma condição, os restantes dois vértices do quadrado devem estar
contidos na faixa comprendida entre l e m. Sejam h1 e h2 as alturas
23
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24
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado.
A definição acima certamente faz sentido, uma vez que a e b têm divisores
comuns (1, por exemplo) e qualquer inteiro que divida a e b deve ser, em
particular, menor ou igual a a. Assim, realmente existe um maior inteiro que
divide a e b. Caso esse maior inteiro seja igual a 1, dizemos que a e b são primos
entre si, ou ainda relativamente primos. Para nossos propósitos, o seguinte
resultado sobre o mdc de dois inteiros será suficiente:
Teorema 1 (Bézout): Sejam a e b inteiros não nulos dados e d seu mdc. Então
existem inteiros x e y tais que d = ax0 + by0. Mais ainda, se a e b são positivos,
podemos escolher x0 > 0 e y0 < 0, ou vice-versa.
Desde que d está em S, devem existir inteiros x0 e y0 tais que d = ax0 + by0. Para
provar que d divide a, dividamos a por d: a = dq + r, com 0 ≤ r < d.
r = a – dq = a – (ax0 + by0)q = a(1 – x0q) + b(– y0q),
que por definição está em S. O fato de ser d o menor inteiro positivo em S,
juntamente com 0 ≤ r < d, implica que r = 0, e assim d divide a. Analogamente
mostramos que d divide b. Por outro lado, se d’ for qualquer outro divisor comum
de a e b, segue que d’ divide ax + by, quaisquer que sejam os inteiros x e y. Em
25
Sociedade Brasileira de Matemática
particular, d’ divide d = ax0 + by0, de modo que d’ ≤ d. Isso prova ser d o mdc de
a e b.
Para o que falta, analisemos somente o caso em que a, b > 0 (a análise dos demais
casos é totalmente análoga). Como d = ax0 + by0 = a(x0 + tb) + b(y0 – ta),
x0 y 0
escolhendo t > − , obtemos x0 + tb > 0 > y0 – ta.
b a
Corolário 1.1: Dois inteiros não nulos a e b são primos entre si se e só se existirem
inteiros x e y tais que ax + by = 1.
Prova: Se a for múltiplo de p nada há a fazer. Senão, como p é primo temos que a
e p são primos entre si.
Considere agora os números a, 2a, 3a, ...., (p – 1)a. Dados 1 ≤ i < j ≤ p – 1, como
ja – ia = (j – i)a é um produto de dois números não divisíveis por p, temos que ja
– ia não é divisível por p. Em linguagem de congruências isso é o mesmo que
ja ≡/ ia (mod p ) . Também, nenhum dos números ja é múltiplo de p, e portanto
os restos dos números a, 2a, 3a, ...., (p – 1)a na divisão por p formam uma
permutação de 1, 2, 3, ..., p – 1. Voltando às congruências, isso implica que
a×2a×3a× .... ×(p – 1)a ≡ 1×2×3× .... ×(p – 1) (mod p),
ou ainda
(p – 1)!ap – 1 ≡ (p – 1)! (mod p)
Mas (p – 1)! é relativamente primo com p, e portanto pode ser cancelado em
ambos os membros da última congruência acima, dando o resultado desejado.
PROBLEMAS RESOLVIDOS
Problema 1: Sejam a e b inteiros positivos primos entre si. Então todo inteiro c
maior ou igual que o número (a – 1)(b – 1) pode ser escrito da forma c = ar + bs,
com r, s ≥ 0. Mais ainda, o menor inteiro com essa propriedade é (a – 1)(b – 1).
Solução: Dado c inteiro, o fato de serem a e b primos entre si garante que existem
inteiros x e y tais que c = ax + by (você entendeu por quê?). Seja agora y = da +
26
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 2: (Seleção da Romênia para IMO) Prove que não existe um inteiro n >
1 tal que n divida 3n – 2n.
n n
Prova: Suponha o contrário, isto é, que para algum inteiro n > 1 tenhamos 3 – 2
≡ 0 (mod n). Obviamente 2 e 3 não dividem n. Seja agora p o menor fator primo
de n e n = pm (aqui é que usamos ser n > 1, para garantir que n tem fator primo).
Nossa hipótese, juntamente com o pequeno teorema de Fermat, nos dão:
3n ≡ 2n (mod n) ⇒ 3mp ≡ 2mp (mod p) ⇒ 3m ≡ 2m (mod p) (*)
Se d = mdc(m, p – 1), temos em particular que d divide n. Portanto, o fato de ser p
o menor divisor primo de n implica que d = 1. Tome então inteiros positivos x e y
satisfazendo mx = (p – 1)y + 1. O pequeno teorema de Fermat de novo,
juntamente com (*), nos dão
3 ≡ 3(p – 1)y + 1 = 3mx ≡ 2mx = 2(p – 1)y + 1 ≡ 2 (mod p),
o que é um absurdo.
27
Sociedade Brasileira de Matemática
i. f (1999) = 1.
ii. f (ab) = f (a) + f (b), para todos os racionais positivos a, b.
iii. f (a + b) ≥ min {f (a), f (b)}, para todos os racionais positivos a, b.
Solução: Fazendo a = b = 1 em ii. Vem que f (1) = 2f (1), donde f (1) = 0. Daí,
dados inteiros positivos m e n, temos
m 1 1
f = f (m) + f e f + f (n) = f (1) = 0,
n n n
donde
28
Sociedade Brasileira de Matemática
m
f = f (m) – f (n)
n
Assim, basta calcularmos os valores de f (n), com n inteiro positivo. Seja n =
a a
p1 1 .... p k k a decomposição de n em fatores primos. Usando ii. várias vezes, vem
que f (n) = a1 f (p1) + .... + ak f (pk), de modo que basta calcularmos f (p), com p
primo. Afirmamos que f (n) ≥ 0 para todo inteiro positivo n. Para provar esse fato,
façamos indução sobre n. Já vimos que f (1) = 0. Suponhamos agora que f (n) ≥ 0
para algum inteiro positivo n. Então f (n + 1) ≥ min {f (n), f (1)} ≥ 0, e isso
termina nossa indução. Afirmamos agora que f (2) = 0 ou f (3) = 0. De fato, como
1999 = 3×9 + 493×4, temos que
1 = f (1999) ≥ min {f (3) + f (9), f (493) + f (4)} ≥
Como f (1999) + f (y) ≥ 1, segue que f (p) = 0. Então, sendo n = 1999am, com
1999 e m primos entre si, segue que f (n) = a. Mas é imediato verificar que tal
função satisfaz as condições impostas no enunciado.
PROBLEMAS PROPOSTOS
i. Existem inteiros x1, x2, ...., xn tais que a1x1 + a2x2 + .... + anxn = d.
ii. Se d = 1, mostre que existe um inteiro positivo m0 tal que todo inteiro m ≥ m0
pode ser escrito da forma a1y1 + a2y2 + .... + anyn, com y1, y2, ...., yn ≥ 0.
(sugestão: para o item i. imite a prova do texto acima. Para ii., que tal usar
indução sobre n > 1? Para uma cota mais precisa para m0, veja [2]).
29
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 8: (The William Lowell Putnam Competition) Prove que não existe
inteiro n > 1 tal que n divida 2n – 1.
REFERÊNCIAS
[1] Introdução à Teoria dos Números. Antônio Plínio dos Santos. IMPA. Rio de Janeiro,
1998.
30
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Intermediário.
1. GRAFOS
Mas o mais importante é que os grafos podem representar inúmeras situações. Por
exemplo, quando você brinca de ligar os pontos, no fundo você está traçando
arestas em um grafo onde os vértices são dados (em vez de “ligue os pontos”,
poderíamos escrever “areste o grafo”...).
Embora pareçam simples, os grafos têm muito mais utilidades, como veremos.
Na verdade, a Teoria dos Grafos é uma das partes mais importantes da
Matemática, e é muito utilizada principalmente em computação.
Exemplo 1.1
Podemos construir um grafo que represente pessoas apertando mãos. Os vértices
seriam as pessoas. Ligamos dois vértices (formando assim uma aresta) se duas
pessoas se cumprimentaram.
Edmilson
Gustavo
Carlos Eduardo
Onofre Paulo
Emanuel
31
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Exemplo 1.2
É possível que os cavalos do tabuleiro (I) fiquem na posição do tabuleiro (II) ?
(I) (II)
Observação: um cavalo, no xadrez, se movimenta da seguinte forma: ele se move
duas casas na vertical ou horizontal e depois se move uma casa na direção
perpendicular à direção em que havia se movimentado antes.
Resolução
Vamos numerar as casas do tabuleiro da seguinte forma:
1 2 3
4 5 6
7 8 9
32
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1
6 8
5 3
7
2 4
5 3 5 3
7 7
2 4 2 4
9 9
Inicial Final
Observe que não podemos ter dois cavalos na mesma casa, assim os cavalos
devem sempre estar na mesma ordem no ciclo. Logo não é possível chegar na
posição final.
Exercícios
01. (IMO) Considere um inteiro positivo r e um retângulo de dimensões
AB = 20, BC = 12. O retângulo é dividido em uma grade de 20 × 12 quadrados
unitarios. Uma moeda pode ser movida de um quadrado a outro se, e somente se,
a distância entre os centros dos quadrados é r . A tarefa é encontrar uma
seqüência de movimentos que levem uma moeda do quadrado que tem A como
vértice ao quadrado que tem B como vértice.
Dicas: Para o item a), use o fato de que um quadrado perfeiro pode deixar
somente os restos 0 ou 1 quando divididos por 3 ou 4. Para os itens b) e c),
33
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Exemplo 1.3.
Na cidade de Micrópolis, há 7 telefones. Um candidato a prefeito prometeu que
ampliaria a rede de telefonia de modo que cada um dos 7 telefones esteja
conectado diretamente a exatamente 5 outros telefones. É possível que ele
cumpra sua promessa?
Resolução
Se imaginarmos um grafo onde os vértices são os telefones e as arestas, as
conexões, teríamos que o grau de cada vértice seria 5.
Vamos contar o número de conexões entre dois telefones (ou seja, o número de
arestas do grafo). Como de cada telefone sairiam 5 conexões, teríamos a princípio
5.7 = 35 conexões; mas contamos cada conexão duas vezes, uma vez em cada um
dos dois telefones a que ele está conectado. Assim, deveríamos ter na verdade
35/2 conexões, o que seria um absurdo. Assim, o candidato a prefeito não pode
cumprir sua promessa (não votem nele!!).
Demonstração
De cada vértice v saem d(v) arestas. Assim, se somarmos os graus de todos os
vértices, obtemos o número de arestas multiplicado por dois, pois contamos cada
aresta duas vezes (lembre-se de que cada aresta está associada a dois vértices).
34
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2. Contagem Dupla
O que acabamos de fazer foi contar algo de duas maneiras diferentes, no caso o
número de arestas (na verdade, o seu dobro). Esta idéia de contar duas vezes é às
vezes muito útil para demonstrar algumas relações.
Exemplo 2.1.
(Combinações) De quantos modos podemos escolher k elementos dentre n
disponíveis?
Importante: Tal número é representado por n – lê-se n escolhe k ou
k
combinação de n k a k.
Resolução
Vamos contar de duas maneiras o número de filas com os k elementos escolhidos.
Podemos (i) primeiro escolher os k elementos e colocá-los em filas ou (ii)
escolher diretamente os elementos e irmos colocando na fila.
Exemplo 2.2.
(Lema de Sperner) Dividimos um triângulo grande 123 em triângulos menores de
modo que quaisquer dois dentre os triângulos menores ou não têm ponto em
comum, ou têm um vértice em comum ou tem um lado (completo) em comum.
35
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1 1 3
1
1 2 1
1
2
2 2 2 3 3
Resolução
Contaremos o número de segmentos 12 (com algumas repetições). Eles
aparecem nos triângulos
1 1 1
3
2 1 2
2 2
Mostraremos um fato mais forte que o lema: provaremos que x é ímpar e portanto
não pode ser zero.
Observando a equação acima, vemos que basta provarmos que o número de
segmentos 12 sobre os lados do triângulo grande é ímpar.
Como não podemos ter pontos 1 no lado 23 nem pontos 2 no lado 13 , todos os
segmentos 12 estão sobre o lado 12 do triângulo grande. Provemos que o número
de segmentos sobre o lado é ímpar. Para isso, vamos “colocar” vértices 1 ou 2 no
lado 12 . Assim, no começo, temos somente o lado 12 :
36
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1 2
Exemplo 2.3.
Na terra de Oz há n castelos e várias estradas, sendo que cada uma liga dois
castelos e não há mais do que uma estrada ligando diretamente dois castelos. Diz
a lenda que se houver quatro castelos ligados em ciclo (ou seja, se existirem
quatro castelos A, B, C e D tais que A e B, B e C, C e D e D e A estão ligados), um
dragão aparecerá do centro dos castelos e destruirá a Terra de Oz. Mostre que
para esta desgraça não acontecer o número de estradas deve ser menor ou igual a
( )
1 + 4n − 3 n / 4.
37
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Resolução
Considere um castelo ligado a outros dois.
d (v)
Para cada castelo v do conjunto V dos castelos temos pares de estradas.
2
Para a desgraça não ocorrer, observemos que devemos Ter no máximo um par de
estradas asociado a um mesmo par de castelos. Assim, a quantidade de pares de
estradas é menor ou igual à quantidade de pares de castelos. Logo
d (v ) n
∑
v∈V 2
= pares de estradas ≤ pares de castelos =
2
⇒ ∑ ((d (v ))
v∈V
2
)
− d (v ) ≤ n 2 − n
⇔ ∑ (d (v )) − ∑ d (v ) ≤ n 2 − n
2
(*)
v∈V v∈V
∑ (d (v))
v∈V
2
≥ v∈V
n
=
n
Assim
2
(*) ⇒
n
4A 2
− 2 A ≤ n 2 − n ⇔ 4 A − 2n A − n n 2 − n ≤ 0 (**) ( )
Resolvendo (**) em A , obtemos
n − n 4n − 3
4
≤ A≤
n + n 4n − 3
4
n
⇒ A ≤ 1 + 4n − 3 .
4
( )
38
Sociedade Brasileira de Matemática
Exercícios
02. Dizemos que dois poliedros P e Q são equidecomponíveis se é possível cortar
o poliedro P em vários poliedros menores e montar, sem deixar espaços vazios e
sem sobrar poliedros, o poliedro Q. Sejam α 1 , α 2 ,..., α m os ângulos diédricos
(ângulos entre faces adjacentes) de P e β 1 , β 2 ,..., β m os ângulos diédricos de Q.
Mostre que se P e Q são equidecomponíveis então existem números inteiros
positivos a1 , a 2 ,..., a m , b1 , b2 ,..., bn e um número inteiro k tais que
a1α 1 + a 2α 2 + ... + a mα m − (b1 β 1 + b2 β 2 + ... + bn β m ) = kπ
A partir desta relação podemos mostrar (isto é um pouco mais difícil!!) que um
cubo e um tetraedro de mesmo volume não são equidecomponíveis.
03. Dado n inteiro, seja d(n) o número de divisores de n. Seja d (n) o número
médio de divisores dos números entre 1 e n, ou seja,
1 n
∑ d (n) =
n j =1
d ( j)
Mostre que
n n
∑ ∑i
1 1
≤ d ( n) ≤
i=2 i i =1
Referências Bibliográficas
A parte de grafos foi baseada em um dos capítulos do livro Mathematical Circles – A
Russian Experience, que aborda o treinamento russo para as olimpíadas.
Muitos dos exercícios de contagem dupla foram extraídos do livro Proofs From The
Book, que contém as demonstrações consideradas pelos autores (e também por muitos
leitores!) as mais elegantes.
39
Sociedade Brasileira de Matemática
122. (Rússia-2001) Determine todos os números inteiros positivos que podem ser
x2 + y
representados de maneira única sob a forma onde x e y são
xy + 1
inteiros positivos.
40
Sociedade Brasileira de Matemática
128. (Estônia-2001) Em um triângulo ABC , as medidas dos seus lados são inteiros
consecutivos e a mediana relativa ao lado BC é perpendicular à bissetriz
interna do ângulo ∠ABC . Determine as medidas dos lados do triângulo
ABC .
41
Sociedade Brasileira de Matemática
42
Sociedade Brasileira de Matemática
(i) determine todos os pares de soluções (x, y) tais que x seja um número
primo e y um inteiro positivo.
(ii) determine todos os pares de soluções (x, y) tais que x e y são inteiros
positivos.
146. (Israel-2001) Dados 2001 números reais x1 , x 2 ,..., x 2001 tais que 0 ≤ x n ≤ 1
para cada n = 1,2,...,2001 determine o valor máximo de
2
1 2001 2 1 2001
2001 ∑
x n − ∑ x n
n =1 2001 n =1
e onde este máximo é atingido.
43
Sociedade Brasileira de Matemática
ÞÞÞ
Agora vamos aos comentários e soluções dos leitores para alguns dos
problemas apresentados em nossa seção nos números anteriores de EUREKA!.
44
Sociedade Brasileira de Matemática
CD EA BX sen40º⋅sen40º⋅sen60º⋅sen10º BX
⋅ ⋅ =1⇒ ⋅ = 1 ou
DA EB XC sen20º⋅sen80º⋅sen70º⋅sen40º XC
45
Sociedade Brasileira de Matemática
AH AH tg 60º HC
tg 60º = e tg 80º = logo =
HB HC tg 80º HB
HC XC HC + HB XC + XB
Logo = ⇒ = e como ∠BAC é agudo então H está
HB XB HB XB
entre B e C e portanto,
BC BC
= ⇒ XB = HB ⇒ X coincide com H.
HB XB
46
Sociedade Brasileira de Matemática
47
Sociedade Brasileira de Matemática
Anderson Torres São Paulo – SP Prob.16, 52, 67, 69, 70, 76, 102, 105, 118, 120.
Geraldo Perlino Itapec. da Serra – SP Prob. 115.
Ioziel Matos Corrêa Júnior Rio de Janeiro – RJ Prob. 52, 62, 71, 74, 76, 78.
Jorge Silva Júnior Cachoeiro do Itapemirim – ES Prob. 96, 98, 99, 101, 103, 110.
Marcelo R. De Souza Rio de Janeiro – RJ Prob. 95, 115.
Marcelo Rufino de Oliveira Belém – PA Prob. 91, 92, 93, 95, 97, 98, 99, 101, 102, 104,
107, 109, 110, 111, 112, 114, 115, 118.
Mauro Félix de Souza Cordovil – RJ Prob. 98.
Osvaldo Mello Sponquiado Olímpia – SP Prob. 29, 30, 38, 56, 57, 59, 63, 66, 67, 69, 74, 98,
107, 114, 118.
Paulo Alexandre Araújo Sousa Teresina – PI Prob. 62, 78, 82, 88, 76, 70.
Renato Francisco Lopes Mello Jaboatão dos Guararapes – PE Prob. 98, 99, 101, 109, 117.
Wallace Rodrigues de Holanda Miranda Teresina – PI Prob. 97, 98, 99, 101, 102, 104, 106, 109, 112,
114, 116, 117, 120.
Wilson Carlos de Silva Ramos Belém – PA Prob. 43, 68, 74, 82.
9RFrVDELD«
4XH IRL GHVFREHUWR XP QRYR SULPR GH 0HUVHQQH HP
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GH DQRV p XP SDUWLFLSDQWH GR *,036 XP SURMHWR
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&RQVXOWH QD LQWHUQHW D SiJLQD
KWWSZZZPHUVHQQHRUJSULPHKWP
48
Sociedade Brasileira de Matemática
∞
g ( x) = ∑ (x + x
k =0
3
+ x4 )k .
1 1 x+2 1 x+3
g ( x) = = ⋅ + ⋅
(1 + x )(1 − x − x ) 5 1 + x
2 2 2
5 1− x − x2
[x ]g ( x ) = 2 ⋅ ( − 1) + F2 t −1 + 3 F2 t
t
n
5
49
Sociedade Brasileira de Matemática
1+ 5 1− 5
Utilizando que Fn =
1
(α n +1
)
− β n +1 , onde α =
2
,β =
2
:
5
2 ⋅ (−1) + F2t −1 + 3F2t =
t
2 ⋅ (−1) t +
1
(α 2t + 3
− β 2t +3 + ) 1
(α 2 t +1
)
− β 2t +1 =
5 5
2 ⋅ (−1) t +
1
[(α + α )α −1 2t + 2
(
− β + β −1 β 2t + 2 ) ]
5
Notando que α ⋅ β = −1 :
1+ 5 1− 5
α + α −1 = − = 5
2 2
β + β −1 = −α −1 − α = − 5
Juntando tudo:
[x ]g ( x ) = 15 [2 ⋅ ( − 1)
n t
+ α 2t + 2 + β 2t + 2 = ]
2
α 2 t + 2 + β 2 t + 2 − 2 ⋅ (α ⋅ β ) t +1 α t +1 − β t +1
= = Ft 2
5 5
2 p −1 − 1
58) Determine todos os primos p para os quais o número é o quadrado
p
de um inteiro.
Resposta: p = 3 ou p = 7.
50
Sociedade Brasileira de Matemática
2 p −1 − 1
Primeiramente, note que é inteiro, para p > 2 (pelo pequeno Teorema de
p
Fermat), e p = 2 não serve. Daí, como p é ímpar, 2 p −1 − 1 ≡ 0(mod 3). Se p = 3,
2 3−1 − 1 2p−1 −1
= 1 que é quadrado. Se p = 3, como é quadrado,
3 p
9 2 p −1 − 1 ⇔ 2 p −1 ≡ 1(mod 9) ⇔ ord 9 2 = 6 p − 1 ⇒ p ≡ 1(mod 6).
2 p −1 − 1 2 6 k − 1 ( 2 3 k − 1)( 2 3 k + 1)
∴ ∃ k ∈ ; p = 1 + 6k ⇒ = =
p p p
mdc{2 3 k − 1, 2 3 k + 1} = mdc{2, 2 3 k + 1} = 1 como p é primo ( p > 3), p 2 3 k − 1
ou p 2 3 k + 1.
(i) p 2 3 k − 1.
Daí, como 2 3 k − 1 e 2 3 k + 1 não tem fatores em comum, 2 3 k + 1 é quadrado
∴ ∃ q ∈ N ;2 3 k + 1 = q 2 ⇔ 2 3 k = ( q − 1)( q + 1) ⇒ q = 3 e k = 1 (de fato, q-1
e q+1 devem ser potências de 2,o que só é possível se forem 2 e 4). Nesse caso,
2 7 −1 − 1
= 9 que é quadrado.
7
51
Sociedade Brasileira de Matemática
2k −1
•d =3⇒ é quadrado.
3
2k − 1
Como é ímpar,
3
2k −1
≡ 1(mod 8) ⇒ 2 k ≡ 4 mod 8 ⇒ k = 2 ⇒ p = 13 , que não é solução.
3
59) Um pedestal de altura a sustenta uma coluna de altura b (b > a). A que
distância do monumento se deve colocar um observador para ver o pedestal
e a coluna sob ângulos iguais?
b (b > a)
a
θ
θ
x
a a+b
tgθ = ; tg 2θ =
x x
2tgθ a+b 2.a/x a + b
= ∴ = ⇒
1 − tg θ
2
x a2 x
1− 2
x
2
a+b
⇒ 2ax 2 = (a + b )x 2 − a 2 (a + b) ⇒ (b − a )x 2 = a 2 (a + b ),
2a.x
⇒ =
x(a − a )
2 2
x
logo
a+b
x = a. .
b−a
52
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2x
c b
x
B a C
Pela lei dos senos, temos:
senx sen2 x
I) =
b a
senx 2 senx ⋅ cos x
= , obviamente x ≠ kπ , k ∈ =
b a
a = 2b ⋅ cos x (1)
53
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c
d
Lema: A área de um triângulo cujos vértices no plano complexo são z1, z2, z3
w+iv
w+v
w–v
w–iv
-1 -i
54
Sociedade Brasileira de Matemática
{
a + c = Im (1 + i)(1 − iv)(1 + v) }
Da mesma forma, obtemos:
1
{ }
b + d = Im (w + v + i)(1 + i) + (−i − w − v)v(−i − 1) + (w − v − i)(−1 − i) + (1 − w + v)v(1 + i) =
2
1
2
{ [
Im (1 − i) (w + v + i) + (i + w + v)v + (−w + v + i) + (−w + v + i)v = ]}
{
Im (1 − i)(i + v)(v + 1) }
Fatorando, obtemos
{ } { }
b + d = Im − i(i + 1)(i + v)(v + 1) = Im (i + 1)(1 − iv)(v + 1) = a + c .
55
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γ c
d
d1
A α σ C
a
b
56
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57
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58
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
63) Prove que existem infinitos números naturais múltiplos de 51000 sem
nenhum 0 na representação decimal.
65) Determine todos os inteiros N tais que, em base 10, os dígitos de 9N são os
mesmos dígitos de N na ordem inversa, e N possui no máximo um dígito
igual a 0.
67) Seja ABCD um quadrilátero tal que os círculos circunscritos aos triângulos
ABC e BCD são ortogonais.Prove que os círculos circunscritos aos
triângulos BCD e DAB também são ortogonais.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 8 de junho de 2002
Segunda Fase – Sábado, 14 de setembro de 2002
Terceira Fase – Sábado, 19 de outubro de 2002 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 20 de outubro de 2002 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 14 de setembro de 2002
Segunda Fase – Sábado, 19 e Domingo, 20 de outubro de 2002
♦
VIII OLIMPÍADA DE MAIO
maio de 2002
♦
XIII OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
junho de 2002
Fortaleza – CE, Brasil
♦
XLIII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
julho de 2002
Glasgow, Reino Unido
♦
XVII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
setembro de 2002
El Salvador
♦
V OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
outubro de 2002
♦♦♦
60
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Angela Camargo (Centro de Educação de Adultos – CEA) Blumenau – SC
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claudio Arconcher (Colégio Leonardo da Vinci) Jundiaí – SP
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Rosângela Souza (Colégio Singular) Santo André – SP
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Gisele de Araújo Prateado Gusmão (UFGO) Goiânia – GO
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Fabiola Rojas Arancibia (UFPB) João Pessoa – PB
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Irene Nakaoka (UEM) Maringá – PR
José Carlos Pinto Leivas (UFRG) Rio Grande – RS
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos – SP
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
Marcelo Rufino de Oliveira (Sistema Titular de Ensino) Belém – PA
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcondes Cavalcante França (UFC) Fortaleza – CE
Pablo Rodrigo Ganassim (Liceu Terras do Engenho) Piracicaba – SP
Paulo Henrique Cruz Neiva de Lima Jr. (Escola Técnica Everardo Passos) SJ dos Campos – SP
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (INPE) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Roberto Vizeu Barros (Colégio Acae) Volta Redonda – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Silvio de Barros Melo (UFPE) Recife – PE
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Wagner Pereira Lopes (Escola Técnica Federal de Goiás) Jataí – GO
61
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
1. Considere dois números naturais, cada um deles com três algarismos diferentes.
O maior deles só tem algarismos pares e o menor só tem algarismos ímpares. O
menor valor possível para a diferença entre eles é:
A) 111 B) 49 C) 29 D) 69 E) 5
A) 4 B) 14 C) 60 D) 120 E) 24
5. No conjunto {101, 1 001, 10 001,..., 1 000 000 000 001} cada elemento é um
número formado pelo algarismo 1 nas extremidades e por algarismos 0 entre
eles. Alguns desses elementos são números primos e outros são compostos.
Sobre a quantidade de números compostos podemos afirmar que:
A) é igual 11
B) é igual a 4
C) é menor do que 3
D) é maior do que 4 e menor do que 11
E) é 3
2
Sociedade Brasileira de Matemática
6. Uma pêra tem cerca de 90% de água e 10% de matéria sólida. Um produtor
coloca 100 quilogramas de pêra para desidratar até o ponto em que a água
represente 60% da massa total. Quantos litros de água serão evaporados?
(lembre-se: 1 litro de água tem massa de 1 quilograma).
A) 15 litros B) 45 litros C) 75 litros D) 80 litros
E) 30 litros
Ele quer fazer uma única corrente de 30 elos. Para abrir e depois soldar um elo o
serralheiro leva 5 minutos. Quantos minutos no mínimo ele levará para fazer a
corrente?
A) 30 B) 35 C) 40 D) 45 E) 50
2 4 6 8
Assinale a figura correta:
3
Sociedade Brasileira de Matemática
2 00 1 2 00 1 2 00 0
a)A) B)
b) C)c)
2 00 0 2 00 0 2 00 1
d) 2 00 1 e) 2 00 1
D) E)
2 00 0 2 00 0
11. 2 melancias custam o mesmo que 9 laranjas mais 6 bananas; além disso, meia
dúzia de bananas custa a metade de uma melancia. Portanto, o preço pago por
uma dúzia de laranjas e uma dúzia de bananas é igual ao preço de:
A) 3 melancias B) 4 melancias C) 6 melancias D) 5 melancias
E) 2 melancias
4
Sociedade Brasileira de Matemática
18. São escritos todos os números de 1 a 999 nos quais o algarismo 1 aparece
exatamente 2 vezes (tais como, 11, 121, 411, etc). A soma de todos estes
números é:
A) 6882 B) 5994 C) 4668 D) 7224 E) 3448
19. Cinco animais A, B, C, D, e E, são cães ou são lobos. Cães sempre contam a
verdade e lobos sempre mentem. A diz que B é um cão. B diz que C é um lobo. C
diz que D é um lobo. D diz que B e E são animais de espécies diferentes. E diz
que A é um cão. Quantos lobos há entre os cinco animais?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
20. Com azulejos quadrados brancos e pretos todos do mesmo tamanho, construímos
os seguintes mosaicos.
PROBLEMAS – NÍVEL 2
1. Veja o problema 4 do Nível 1.
5
Sociedade Brasileira de Matemática
2. O triângulo CDE pode ser obtido pela rotação do triângulo ABC de 90o no
sentido anti-horário ao redor de C, conforme mostrado no desenho abaixo.
Podemos afirmar que α é igual a:
B
α
A C
D 60
O
O
40
E
A) 75o B) 65o C) 70o D) 45o E) 55o
11. Os pontos P1, P2, P3, … estão nesta ordem sobre uma circunferência e são tais
que o arco que une cada ponto ao seguinte mede 35°. O menor valor de n > 1 tal
que Pn coincide com P1 é:
A) 37 B) 73 C) 109 D) 141 E) 361
16. Paulo e Cezar têm algum dinheiro. Paulo dá a Cezar R$5,00 e, em seguida,
1
Cezar dá a Paulo do que possui. Assim, ambos ficam com R$18,00. A
3
diferença entre as quantias que cada um tinha inicialmente é:
A) R$7,00 B) R$8,00 C) R$9,00 D) R$10,00 E) R$11,00
6
Sociedade Brasileira de Matemática
17. Um fazendeiro tinha 24 vacas e ração para alimentá-las por 60 dias. Entretanto,
10 dias depois, ele comprou mais 6 vacas e 10 dias depois dessa compra ele
vendeu 20 vacas. Por mais quantos dias após esta última compra ele pode
alimentar o gado com a ração restante?
A) 50 B) 60 C) 70 D) 80 E) 90
19. Uma mesa retangular, cujos pés têm rodas, deve ser empurrada por um corredor
de largura constante, que forma um ângulo reto.
b
Se as dimensões da mesa são a e b (com 2a < b), qual deve ser a largura mínima
do corredor para que a mesa possa ser empurrada através dele?
2 2 2 2
A) a + b B) (a + b) C) (a + b) D) (2a + b) E) (a + 2b)
2 4 4 4
20. Somente uma das figuras a seguir representa a planificação de um cubo na qual
está destacada a sua interseção com um plano. Qual?
A) B) C) D) E)
21. Quantos dígitos tem o menor quadrado perfeito cujos quatro últimos dígitos são
2001?
A) 9 B) 5 C) 6 D) 7 E) 8
22. Papa-Léguas participou de uma corrida (junto com o Ligeirinho e o Flash), que
consistia em dar 100 voltas em um circuito. Como sempre, o Coiote queria pegar
o Papa-Léguas e colocou um monte de alpiste no meio da pista. É claro que o
Coiote não conseguiu pegar o Papa-Léguas, mas ele fez com que a velocidade
média dele na primeira volta fosse de apenas 200 km/h. Sabendo disso, a
velocidade média do Papa-Léguas na corrida:
A) Não ultrapassa 200 km/h.
B) Não ultrapassa 250 km/h, mas pode ultrapassar 200km/h.
7
Sociedade Brasileira de Matemática
3 ?
D F
4 5
E
A) 1 B) 3 C) 15/8 D) 6 E) 9
PROBLEMAS – NÍVEL 3
A) 0 B) 1 C) 2 D) 3 E) 4
13. Uma rifa foi organizada entre os 30 alunos da turma do Pedro. Para tal, 30
bolinhas numeradas de 1 a 30 foram colocadas em uma urna. Uma delas foi,
então, retirada da urna. No entanto, a bola caiu no chão e se perdeu e uma
segunda bola teve que ser sorteada entre as 29 restantes. Qual a probabilidade de
que o número de Pedro tenha sido o sorteado desta segunda vez?
A) 1/29 B) 1/30 C) 1/31 D) 1/60 E) 2/31
14. Cinco animais A, B, C, D, e E, são cães ou são lobos. Cães sempre contam a
verdade e lobos sempre mentem. A diz que B é um cão. B diz que C é um lobo. C
8
Sociedade Brasileira de Matemática
diz que D é um lobo. D diz que B e E são animais de espécies diferentes. E diz
que A é um cão. Quantos lobos há entre os cinco animais?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
15. São escritos todos os números de 1 a 999 nos quais o algarismo 1 aparece
exatamente 2 vezes (tais como, 11, 121, 411, etc). A soma de todos estes
números é:
A) 6882 B) 5994 C) 4668 D) 7224 E) 3448
20. Seja ABCD um trapézio retângulo cujos únicos ângulos retos são  e B̂ . M e N
são os pontos médios de AB e CD, respectivamente. A respeito dos
ângulos α = ANˆ B e β = CMˆ D , podemos dizer que:
A) α < β
B) α > β
C) α = β
D) pode ocorrer qualquer uma das situações das alternativas A), B) e C).
E) o ângulo α é reto
22. Para cada ponto pertencente ao interior e aos lados de um triângulo acutângulo
ABC, considere a soma de suas distâncias aos três lados do triângulo. O valor
máximo desta soma é igual
A) à média aritmética das 3 alturas do triângulo.
B) ao maior lado do triângulo.
C) à maior altura do triângulo
D) ao triplo do raio do círculo inscrito no triângulo.
E) ao diâmetro do círculo circunscrito ao triângulo.
9
Sociedade Brasileira de Matemática
10
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
PROBLEMA 1
O jogo de dominó é formado por 28 peças retangulares distintas, cada uma com duas
partes, com cada parte contendo de 0 a 6 pontinhos. Por exemplo, veja três dessas
peças:
PROBLEMA 2
As peças de um jogo chamado Tangram são construídas cortando-se um quadrado
em sete partes, como mostra o desenho: dois triângulos retângulos grandes, um
triângulo retângulo médio, dois triângulos retângulos pequenos, um quadrado e um
paralelogramo. Se a área do quadrado grande é 1, qual é a área do paralelogramo?
PROBLEMA 3
Carlinhos faz um furo numa folha de papel retangular. Dobra a folha ao meio e fura
o papel dobrado; em seguida, dobra e fura novamente o papel dobrado. Ele pode
repetir esse procedimento quantas vezes quiser, evitando furar onde já havia furos.
Ao desdobrar a folha, ele conta o número total de furos feitos. No mínimo, quantas
dobras deverá fazer para obter mais de 100 furos na folha?
PROBLEMA 4
Os pontos da rede quadriculada abaixo são numerados a partir do vértice inferior
esquerdo seguindo o caminho poligonal sugerido no desenho. Considere o ponto
correspondente ao número 2001. Quais são os números dos pontos situados
imediatamente abaixo e imediatamente à esquerda dele?
11
Sociedade Brasileira de Matemática
13
5 6 7 12
4 3 8 11
1 2 9 10
PROBLEMA 5
Apresente todos os números inteiros positivos menores do que 1000 que têm
exatamente três divisores positivos. Por exemplo: o número 4 tem exatamente três
divisores positivos: 1, 2 e 4.
PROBLEMA 6
Seja N o número inteiro positivo dado por N = 12 + 22 + 32 + 42 +…+ (196883)2 .
Qual é o algarismo das unidades de N ?
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 3
Se a n-ésima OBM é realizada em um ano que é divisível por n, dizemos que esse
ano é super-olímpico. Por exemplo, o ano 2001, em que está sendo realizada a 23a
OBM, é super-olímpico pois 2001 = 87 ⋅ 23 é divisível por 23. Determine todos os
anos super-olímpicos, sabendo que a OBM nunca deixou de ser realizada desde sua
primeira edição, em 1979, e supondo que continuará sendo realizada todo ano.
PROBLEMA 4
As medidas dos ângulos do triângulo ABC são tais que Aˆ < Bˆ < 90 , < Cˆ . As
bissetrizes externas dos ângulos  e Ĉ cortam os prolongamentos dos lados
opostos BC e AB nos pontos P e Q, respectivamente. Sabendo que
AP = CQ = AC , determine os ângulos de ABC.
PROBLEMA 5
Dizemos que um conjunto A formado por 4 algarismos distintos e não nulos é
intercambiável se podemos formar dois pares de números, cada um com 2
EUREKA! N°13, 2002
12
Sociedade Brasileira de Matemática
algarismos de A, de modo que o produto dos números de cada par seja o mesmo e
que, em cada par, todos os dígitos de A sejam utilizados.
Por exemplo, o conjunto {1;2;3;6} é intercambiável pois 21 ⋅ 36 = 12 ⋅ 63.
Determine todos os conjuntos intercambiáveis.
PROBLEMA 6
O matemático excêntrico Jones, especialista em Teoria dos Nós, tem uma bota com 5
pares de furos pelos quais o cadarço deve passar. Para não se aborrecer, ele gosta de
diversificar as maneiras de passar o cadarço pelos furos, obedecendo sempre às
seguintes regras:
• o cadarço deve formar um padrão simétrico em relação ao eixo vertical;
• o cadarço deve passar exatamente uma vez por cada furo, sendo indiferente se
ele o faz por cima ou por baixo;
• o cadarço deve começar e terminar nos dois furos superiores e deve ligar
diretamente (isto é, sem passar por outros furos) os dois furos inferiores.
Representamos a seguir algumas possibilidades.
Qual é o número total de possibilidades que o matemático tem para amarrar seu
cadarço, obedecendo às regras acima?
Observação: Maneiras como as exibidas a seguir devem ser consideradas iguais (isto
é, deve ser levada em conta apenas a ordem na qual o cadarço passa pelos furos).
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 2
No triângulo ABC, a mediana e a altura relativas ao vértice A dividem o ângulo BÂC
em três ângulos de mesma medida. Determine as medidas dos ângulos do triângulo
ABC.
13
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Determine todas as funções f: 5 → 5 tais que f(x) = f(–x) e f(x + y) = f(x) + f(y) + 8xy
+ 115 para todos os reais x e y.
PROBLEMA 5
O matemático excêntrico Jones, especialista em Teoria dos Nós, tem uma bota com n
pares de furos pelos quais o cadarço deve passar. Para não se aborrecer, ele gosta de
diversificar as maneiras de passar o cadarço pelos furos, obedecendo sempre às
seguintes regras:
• o cadarço deve formar um padrão simétrico em relação ao eixo vertical;
• o cadarço deve passar exatamente uma vez por cada furo, sendo indiferente se
ele o faz por cima ou por baixo;
• o cadarço deve começar e terminar nos dois furos superiores e deve ligar
diretamente (isto é, sem passar por outros furos) os dois furos inferiores.
Por exemplo, para n = 4, representamos a seguir algumas possibilidades.
PROBLEMA 6
x2
Seja f(x) = . Calcule
1+ x2
1 2 3 n
f + f + f + ... + f
1 1 1 1
1 2 3 n
+ f + f + f + ... + f
2 2 2 2
14
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Cada tipo de pontuação aparece 8 vezes dentre as 28 peças do dominó. Portanto o
número total de pontos é: 8.(0 + 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6) = 168.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Traçando a menor diagonal do paralelogramo, observamos que metade do mesmo
equivale a um triângulo retângulo pequeno, cuja área é ¼ da área do triângulo
retângulo grande, que, por sua vez, é ¼ da área do quadrado. Logo a área do
paralelogramo é igual a 2 × 1/16 = 1/8.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Ao furar após a primeira dobra, Carlinhos faz 2 furos; após a segunda dobra, faz 4
furos, após a terceira dobra, faz 8 furos, etc. Assim, ao desdobrar a folha, ele irá
contar 1 + 2 + 4 + 8 + furos. Notando que:
1 + 2 = 22 − 1 (após a primeira dobra)
1+2+4=2 −1 3
(após a segunda dobra)
1 + 2 + 4 + 8 = 24 − 1 (após a terceira dobra), etc
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Os pontos correspondentes aos quadrados perfeitos pares e ímpares estão sobre os
lados vertical e horizontal do quadriculado, respectivamente. Os quadrados perfeitos
mais próximos de 2001 são 1936 = 442 e 2025 = 452. Como 2001 está mais
próximo de 2025, o ponto correspondente está no segmento vertical descendente que
termina em 2025. Logo o ponto imediatamente abaixo dele corresponde ao número
2002. Para achar o número do ponto imediatamente à esquerda, consideramos o
15
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quadrado perfeito ímpar anterior, que é 432 = 1849. O ponto desejado está no
segmento ascendente que começa em 1850 e situado à mesma distância que o ponto
2001 está de 2025. Logo o número correspondente é: 1850 + (2025–2001) = 1850 +
24 = 1874.
1874 2001
24 24
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Sabemos que todos os números inteiros maiores do que 1 admitem pelo menos um
divisor (ou fator) primo. Dessa forma,
• se n tem dois divisores primos p e q então 1, p, q e pq são divisores de n; logo n
tem mais que três divisores;
• se n é primo, então tem somente dois divisores: 1 e n;
• se n é uma potência de um primo p, ou seja, é da forma ps, então 1, p, p2, ..., ps
são os divisores positivos de n. Para que n tenha três divisores s deverá ser igual
a 2, isto é, n = p2. Assim, os inteiros menores que 1000 com três divisores são:
4, 9, 25, 49, 121, 169, 289, 361, 529, 841, 961.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Os algarismos das unidades dos quadrados dos números de 1 a 10 são,
respectivamente, 1, 4, 9, 6, 5, 6, 9, 4, 1 e 0. Ora, a soma dos números formados por
esses algarismos é 45. Portanto, a soma 12 + 22 + 32 + 42 + …+ 102 tem como
algarismo das unidades o número 5. De 11 a 20, os algarismos das unidades dos
números se repetem na mesma ordem; portanto, o algarismo das unidades da soma
de seus quadrados também é 5. Conseqüentemente, a soma dos quadrados dos
números de 1 a 20 tem 0 como algarismo das unidades. Logo a soma 12 + 22 + 32 +
42 + ... + n2 tem zero como algarismo das unidades se N é múltiplo de 20. Como N =
12 + 22 + 32 + 42 + ... + 1968832 = 12 + 22 + 32 + 42 + … + 1968802 + 1968812 +
1968822 + 1968832, concluímos que o algarismo das unidades de N é o mesmo do
número 0 + 1 + 4 + 9 = 14, ou seja, 4.
16
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SOLUÇÕES – NÍVEL 2
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Observando que no ano n é realizada a (n – 1978)-ésima OBM, temos que o ano n é
super-olímpico se, e somente se, n – 1978 divide n. Assim, n – 1978 divide n – (n –
1978) = 1978. Como os divisores positivos de 1978 são 1, 2, 23, 43, 46, 86, 989 e
1978, os anos super-olímpicos são 1979, 1980, 2001, 2021, 2024, 2064, 2967 e
3956.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Os triângulos ACQ e PAC são isósceles. No triângulo ACQ, temos: CAˆ Q = AQˆ C = Aˆ
A Ĉ Q = Ĉ + (180° – Ĉ )/2 = 90° + Ĉ /2
Logo 2Aˆ + (90° + Ĉ /2) = 180° (1)
No triângulo PAC, temos:
C Â P = (180° – Â )/2
A Ĉ P = A P̂ C = 180° – Ĉ
Logo (180° – Â )/2 + 2(180° – Ĉ ) = 180° (2)
Resolvendo o sistema formado pelas equações (1) e (2), obtemos  = 12° e Ĉ = 132°;
daí, B̂ = 180° – 12° – 132° = 36°.
Q
Cˆ
90 , +
2
Â
A 180 , − Aˆ C
180 , − Ĉ
2
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Seja A = {x ;y ;t ;z} um conjunto intercambiável. Então podemos supor, sem perda
de generalidade, que
(10x + y)(10t + z) = (10y + x)(10z + t) ⇔ xt = yz (1)
Por (1), temos que 5 e 7 não podem aparecer em A. Se o maior dos elementos de A
fosse menor ou igual a 4, teríamos A = {1;2;3;4}, que não é intercambiável. Logo A
possui pelo menos um dos dígitos 6, 8 ou 9.
Se o maior elemento de A é 9, temos por (1) que 3 e 6 também pertencem a A. Neste
caso temos o conjunto intercambiável A = {2;3;6;9}.
Se o maior elemento de A é 8, temos que 4 e outro algarismo par estão em A. Assim,
temos A = {1;2;4;8} ou A = {3;4;6;8}.
Se o maior elemento de A é 6, temos que 3 e outro algarismo par estão em A. Desta
forma, A = {1;2;3;6} ou A = {2;3;4;6}.
Assim, temos no total 5 conjuntos intercambiáveis: {2;3;6;9}, {1;2;4;8}, {3;4;6;8},
{1;2;3;6} e {2;3;4;6}.
Obs. O enunciado não deixaria claro que as outras possibilidades, por exemplo:
(10 x + y ) ⋅ (10t + z ) = (10 x + z ) ⋅ (10 y + t ) , não deveriam ser consideradas. A análise
dessas possibilidades torna o problema bem mais complicado, porém não acrescenta
novos conjuntos intercambiáveis aos listados acima.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Como o padrão deve ser simétrico, basta decidir os primeiros 5 furos pelos quais o
cadarço deve passar. A partir daí, os furos ficam determinados pela simetria. Por
exemplo, o 7° furo deve ser o outro furo da mesma linha visitada no 4° furo. Note,
ainda, que a simetria implica em que as linhas visitadas nos 5 primeiros furos são
todas distintas. Além disso, a primeira destas linhas é obrigatoriamente a de cima e a
5ª é obrigatoriamente a de baixo, já que os furos da linha de baixo são visitados
consecutivamente.
Assim, para obter um padrão para o cadarço, podemos iniciar pelo furo da esquerda
da linha superior e devemos decidir:
• em que ordem as 3 linhas intermediárias são visitadas
• de que lado queremos passar nestas 3 linhas e na linha de baixo.
Para escolher a ordem das 3 linhas, observamos que a primeira pode ser escolhida de
3 modos; a seguir, a segunda pode ser escolhida de 2 modos, ficando a terceira
determinada. Logo há 6 possibilidades de escolha para a ordem das linhas.
Para escolher o lado por onde passar nas 4 linhas, temos duas opções para cada uma
delas, para um total de
2 × 2 × 2 × 2 = 16 possibilidades. Logo o número total de modos de amarrar o
cadarço é 6 × 16 = 96.
18
Sociedade Brasileira de Matemática
Outra solução:
Começando do lado esquerdo da linha superior, o segundo furo pode ser escolhido
de 6 modos (qualquer um das linhas intermediárias); o terceiro de 4 modos (nas duas
intermediárias restantes) e o quarto e quinto de 2 modos cada (suas linhas estão
determinadas, bastando escolher o lado). Logo há um total de 6 × 4 × 2 × 2 = 96
possibilidades.
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
B H M C
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Fazendo y = –x, temos f(x + (–x)) = f(x) + f(–x) + 8x(–x) + 115 ⇔ f(0) = 2f(x) – 8x2 +
115 ⇔ f(x) = 4x2 + (f(0) – 115)/2. Fazendo x = 0 nesta última igualdade, temos f(0) =
4 ⋅ 02 + (f(0) – 115)/2 ⇔ f(0) = –115. Logo f(x) = 4x2 + (f(0) – 115)/2 ⇔ f(x) = 4x2 –
115 e verificamos de fato que esta função satisfaz as condições do enunciado: f(–x) =
4(–x)2 – 115 = 4x2 – 115 = f(x) e f(x) + f(y) + 8xy + 115 = 4x2 – 115 + 4y2 – 115 +
8xy + 115 = 4(x + y)2 – 115 = f(x + y). Assim, f(x) = 4x2 – 115 é a única função que
satisfaz todas as condições do enunciado.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Numere os furos superiores com o número 1, os furos imediatamente abaixo com o
número 2 e assim por diante, até os furos inferiores, que recebem o número n.
EUREKA! N°13, 2002
19
Sociedade Brasileira de Matemática
Observe que basta estabelecermos os primeiros n furos onde o cadarço irá passar (o
padrão é simétrico). Uma maneira pode ser definida por uma seqüência indicando os
números dos primeiros n furos onde o laço passa (observe que tal seqüência tem
todos os números de 1 a n, começa com 1 e termina com n) e por uma outra
seqüência de comprimento n – 1 cujo k-ésimo termo indica se o cadarço muda de
lado ao passarmos do k-ésimo para o (k + 1)-ésimo termo da primeira seqüência. Por
exemplo, (1, 3, 2, 4) e (muda, não muda, muda) representa
1 1
2 2
3 3
4 4
Assim, como há (n – 2)! seqüências com os números de 1 a n começando com 1 e
terminando com n e 2n – 1 seqüências indicando se o cadarço muda de lado ou não, há
(n – 2)! ⋅ 2n – 1 maneiras.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
x2 (1 / x) 2
Seja S a soma pedida. Como f(x) + f(1/x) = + = 1, podemos
1 + x 2 1 + (1 / x) 2
escrever
1 2 3
2S = f + f + f +
1 1 1
+ f 1n
1 2
+ f + f + f +
2 2
3
2
+ f n2
+
1 2 3 n
+ f + f + f + + f
n n n n
1
2
3 n
+ f + f + f + + f
1
1
1 1
1 2 3 n
+ f + f + f + + f
2 2 2 2
+
1 2 3
+ f + f + f + + f
n n n
n
n
1 1 1 2 3 1
⇔ 2 S = f + f + f + f + f + f
1 1 2 1 1 3
⇔ 2S = n 2
n2
⇔ S=
2
20
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
PROBLEMA 1:
Numa famosa joalheria estão armazenadas várias pedras preciosas dos seguintes
tipos: esmeraldas; safiras e rubis. Todas as pedras do mesmo tipo têm o mesmo
valor. Além disso, 24 esmeraldas valem tanto quanto 12 rubis e também valem tanto
quanto 8 safiras.
Com R$350.000,00 um príncipe comprou um conjunto com 4 esmeraldas, 6 rubis e 4
safiras. Quanto custa cada tipo de pedra?
PROBLEMA 2:
Um cubinho foi colocado no canto de uma sala, conforme a Figura 1.
Empilharam-se outros cubinhos iguais ao primeiro, de forma a cobrir as faces
visíveis do mesmo, usando-se o menor número possível de peças. Como se pode ver
na Figura 2, após a colocação dos novos cubinhos, restam 9 faces visíveis desses
cubinhos.
Figura 1 Figura 2
a) Quantos cubinhos iguais a esses, no mínimo, seria necessário empilhar, de forma
a cobrir aquelas 9 faces visíveis?
b) Continua-se a fazer essa pilha, repetindo-se o procedimento descrito. Quando a
pilha tiver um total de 56 cubinhos, quantas faces poderão ser vistas?
PROBLEMA 3:
No triângulo ABC tem-se que M é o ponto médio do lado AB (isto é, os segmentos
AM e MB têm o mesmo comprimento). N é o ponto médio de MC e R é o ponto
médio de NA.
O triângulo ABC tem área 2000. Determine a área do triângulo AMR.
C
N
R
A M B
21
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4:
Dizemos que um número natural é legal quando for soma de dois naturais
consecutivos e também for soma de três naturais consecutivos.
a) Mostre que 2001 é legal, mas 1999 e 2002 não são legais.
b) Mostre que 20012001 é legal.
PROBLEMA 5:
As 42 crianças de uma escola infantil deram as mãos formando uma fila e cada uma
delas recebeu um número da seguinte maneira: a primeira delas ficou com o número
1, a segunda ficou com o número 2 e, assim sucessivamente, até a última, que ficou
com o número 42. Continuando de mãos dadas, foram para um pátio, onde cada uma
delas ficou sobre uma lajota quadrada; duas crianças com números consecutivos
ficaram em lajotas vizinhas com um lado comum (ou seja, do lado esquerdo, do lado
direito, na frente ou atrás, mas nunca em diagonal).
Ao relatar esse fato para a diretora, a inspetora Maria fez o desenho à esquerda,
mostrando a posição de três crianças sobre o retângulo formado pelas 42 lajotas,
sobre as quais estavam as crianças. Num outro comunicado, a inspetora Célia fez
outro desenho, mostrado à direita, com a posição das mesmas crianças sobre o
mesmo retângulo. Ao receber os dois desenhos a diretora disse a uma das inspetoras:
"O seu desenho está errado".
i) Com qual das duas inspetoras a diretora falou? Qual foi o raciocínio da
diretora?
11 20 11 20
31
31
22
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1:
Uma folha de papel retangular ABCD, de área 1, é dobrada em sua diagonal AC e,
em seguida, desdobrada; depois é dobrada de forma que o vértice A coincida com o
vértice C e, em seguida, desdobrada, deixando o vinco MN, conforme desenho
abaixo.
A M B
D N C
a) Mostre que o quadrilátero AMCN é um losango.
b) Se a diagonal AC é o dobro da largura AD, qual é a área do losango AMCN?
PROBLEMA 3:
Dado um inteiro positivo h demonstre que existe um número finito de triângulos de
lados inteiros a, b, c e altura relativa ao lado c igual a h .
a b
h
.
c
PROBLEMA 4:
Mostre que não existem dois números inteiros a e b tais que (a + b) (a2 + b2) = 2001.
PROBLEMA 5:
Sejam a, b e c números reais não nulos tais que a + b + c = 0.
(a 3 + b 3 + c 3 ) 2 (a 4 + b 4 + c 4 )
Calcule os possíveis valores de .
(a 5 + b 5 + c 5 ) 2
PROBLEMA 6:
Em um quadrilátero convexo, a altura em relação a um lado é definida como a
perpendicular a esse lado passando pelo ponto médio do lado oposto. Prove que as
quatro alturas têm um ponto comum se e somente se o quadrilátero é inscritível, isto
é, se e somente se existe uma circunferência que contém seus quatro vértices.
23
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1:
Prove que (a + b)(a + c) ≥ 2 abc (a + b + c) para quaisquer números reais positivos
a, b e c.
PROBLEMA 2:
Dado um inteiro a 0 > 1 definimos uma seqüência (a n ) n ≥0 da seguinte forma; para
cada k ≥ 0 , a k +1 é o menor inteiro a k +1 > a k tal que mdc (a k +1 , a 0 ⋅ a1 ⋅ ... ⋅ a k ) = 1.
Diga para quais valores de a 0 temos que todos os termos ak da seqüência são
primos ou potências de primos.
PROBLEMA 3:
E e F são pontos do lado AB, do triângulo ABC, tais que AE = EF = FB. D é ponto
da reta BC tal que BC é perpendicular a ED. AD é perpendicular a CF. Os ângulos
BDF e CFA medem x e 3x, respectivamente. Calcule a razão (DB) / (DC).
PROBLEMA 4:
Uma calculadora tem o número 1 na tela. Devemos efetuar 2001 operações, cada
uma das quais consistindo em pressionar a tecla sen ou a tecla cos. Essas operações
calculam respectivamente o seno e o cosseno com argumentos em radianos. Qual é o
maior resultado possível depois das 2001 operações?
PROBLEMA 6:
Temos uma fileira longa de copos e n pedras no copo central (copo 0). Os seguintes
movimentos são permitidos:
Movimento tipo A
⇒
i–1 i i+1 i+2 i–1 i i+1 i+2
Se há pelo menos uma pedra no copo i e pelo menos uma no copo i + 1 podemos
fazer uma pedra que está no copo i + 1 pular para o copo i – 1 eliminando uma pedra
do copo i.
Movimento tipo B.
24
Sociedade Brasileira de Matemática
⇒
i–1 i i+1 i+2 i–1 i i+1 i+2
Se há pelo menos duas pedras no copo i podemos pular uma para o copo i + 2 e uma
outra para o copo i – 1.
Demonstre o seguinte fato: fazendo os movimentos tipo A ou B durante um tempo
suficientemente longo sempre chegaremos a uma configuração a partir da qual não é
mais possível fazer nenhum desses dois tipos de movimento. Além disso essa
configuração final não depende da escolha de movimentos durante o processo.
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
PROBLEMA 1: SOLUÇÃO DE RAPHAEL RODRIGUES MATA (SALVADOR – BA)
Se 24 esmeraldas equivalem a 12 rubis, significa que 1 rubi equivale a duas
esmeraldas, e se 24 esmeraldas equivalem a 8 safiras, uma safira equivale a 3
esmeraldas. Assim, se o príncipe comprar 6 rubis, é o mesmo que ele comprar 12
esmeraldas, e se ele comprar 4 safiras, é o mesmo que ele comprar 12 esmeraldas.
Assim, o conjunto comprado pelo príncipe tem o mesmo valor de 28 esmeraldas (4 +
12 + 12 = 28).
350000
Para se descobrir o valor de cada esmeralda, basta efetuar = 12500.
28
Sabemos que o rubi vale o dobro da esmeralda, assim, temos 12500 × 2 = 25000.
Por fim, sendo a safira o triplo do valor da esmeralda, temos 12500 × 3 = 37500.
Finalmente, descobrimos que a esmeralda custa R$12500,00; o rubi custa
R$25000,00; e cada safira tem o valor de R$37500,00.
25
Sociedade Brasileira de Matemática
Se um triângulo for cortado por um segmento de reta que parte do ponto médio de
um dos segmentos que o compõem até o vértice formado pelas outras duas retas,
obter-se-ão 2 novos triângulos, de mesma área, correspondente a metade da área do
primeiro triângulo.
Isto é o que ocorre com o triângulo ABC que forma os triângulos ACM e CMB, cada
um com área 1000 (= 2000:2).
Ocorre isto também com ACM, cortado pelo segmento AN, ele forma AMN e ACN,
ambos com área 500 (= 1000:2).
Acontece o mesmo com AMN que é cortado por RM, originando AMR e RMN, cada
qual com área 250(= 500:2).
Resposta: A área de AMR é de 250.
26
Sociedade Brasileira de Matemática
b) Já que 2001 é múltiplo de 3, 20012001 terá 32001 como um de seus fatores primos e
será ímpar pois um número ímpar multiplicado por outro número ímpar é igual a
número ímpar.
Portanto 20012001 é legal, já que respeita as condições para um número ser legal.
SOLUÇÕES – NÍVEL 2
C
A M
D N
D N C
27
Sociedade Brasileira de Matemática
31
31
Desenho da Maria
ii) Para completar o desenho, vejamos que o 10 e o 12 devem estar no quadrado à
esquerda e no abaixo do 11 pois este não tem mais vizinhos. Igualmente o 19 e o 21
estão à direita ou abaixo do 20.
O número 12 deve estar abaixo do 11 pois, se não o 9 teria que ficar no lugar
marcado com um círculo, e não haveria lugar para o 8 (pois o único modo de
conectar o 12 com o 20 seria como na figura).
12 11 20
Logo o 12 está abaixo do 11.
13 10 19
14 9 18
15 16 17
28
Sociedade Brasileira de Matemática
10 11 20 21
9 12 19
1) O 9 tem que estar abaixo do 10.
2) O 13 abaixo do 12.
8 13
3) O 8 abaixo do 9.
7
4) O 7 abaixo do 8.
31
9 12 19 24
Daria pouco espaço para 11 espaços (14 → 18 e 1
8 13 25
→ 6) (O 30 deve ficar na direita do 31 neste caso
pois abaixo e à esquerda ocorreria o espaço sem
7 6 26
alcance), 8 no máximo.
31 30 29 28 27
29
Sociedade Brasileira de Matemática
8 13 14 15 16 25 40
7 30 29 28 27 26 39
6 31 32 33 34 35 38
5 4 3 2 1 36 37
Obs. Estendendo-se esse raciocínio é possível demonstrar que esta é a única maneira
de se completar o desenho.
h b
a
m . n α
c
a2 = h2 + m2
Temos
b2 = h2 + n2
Para uma equação Pitagórica:
x2 = y2 + z2, resolvida em inteiros positivos, temos:
z 2 ≥ 2 y + 1 (pois senão y 2 < x 2 < ( y + 1) 2 )
y 2 ≥ 2 z + 1 (análoga a de cima)
z2 ≥ 2y + 1 z2 ≥ 2y +1 2
y2 −1
⇔ y2 −1 ⇔ y 2 −12 ⇔ ≥ z2 ≥ 2y +1
≥z ≥z 2
2
2 2
Mas se substituirmos y por h e z por m ou n, teremos que estes estarão limitados a
certos valores, logo a, b, e c estão limitados a certos valores e, portanto acabou!!!
Mas supomos que m e n são inteiros positivos e eles poderiam ser irracionais e a
soma de dois irracionais dar um inteiro.
Para isto podemos aplicar a lei dos cossenos.
30
Sociedade Brasileira de Matemática
n
cos α = ; n = (b 2 − h 2 )
b
a 2 = b 2 + c 2 − 2bc cos α ⇔ a 2 = b 2 + c 2 − 2c ⋅ b 2 − h 2 . Assim, se n é irracional,
a2 também será, absurdo. Portanto m e n são inteiros.
31
Sociedade Brasileira de Matemática
9b c (b + c) (2b + 2c + 4b c + 4bc 3 + 6c 2 b 2 )
2 2 2 4 4 3
=
25b 2 c 2 (b 3 + c 3 + 2b 2 c + 2bc 2 ) 2
9 2(b 6 + c 6 + 8b 2 c 4 + 4b 5 c + 10b 3 c 3 + 8b 4 c 2 + 4bc 5 ) 18
⋅ = .
( )
25 b 6 + c 6 + 8b 2 c 4 + 4b 5 c + 10b 3 c 3 + 8b 4 c 2 + 4bc 5 25
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
32
Sociedade Brasileira de Matemática
x
y
33
Sociedade Brasileira de Matemática
3n0 −1 = 2α
2m +1 = 32n0 ⇒ 2m = (3n0 −1)(3n0 +1) ⇒ n ⇒ 2 = 2β − 2α ⇒ 2 = 2α (2β −α −1) ⇒α = 1
3 0 +1 = 2β
e β = α + 1 = 2 ⇒ m = 3 e n = 2 ⇒ a 0 = 8 a1 = 9 (II)
Agora observemos:
(I) a 0 = 2 a1 = 3
Então, a 2 = 5 , a 3 = 7 , a 4 = 11. Provaremos por indução:
ai = (i + 1)-ésimo primo
Supondo a hipótese válida para j, olhemos o passo indutivo j → j + 1:
a j +1 > a j ; (a j +1 , a 0 a1 ...a j ) = 1 . Seja p o (j + 2)-ésimo primo.
Por hipótese, ai = (i + 1)-ésimo primo. Seja x ∈{a j + 1, a j + 2,..., p − 1} ⇒ x > a j
porém, ( x, a 0 a1 ...a j ) ≠ 1 pois os fatores primos de x pertencem ao produto a 0 a1 ...a j
logo, a j +1 = p pois p é o menor inteiro tal que p > aj e (p, a0…aj) = 1 e o resultado
segue.
(II): a0 = 8 a1 = 9 ⇒ a2 = 11, a3 = 13, a4 = 17, a5 = 19, a6 = 23, a7 = 25 = 52, a8 = 29,
a9 = 31, a10 = 37, a11 = 41, a12 = 43, a13 = 47, a14 = 49 = 72, a15 = 53.
Prova analogamente por indução ("mesmo" passo indutivo anterior) que a partir de
i ≥ 15, ai = (i + 1)-ésimo primo (indução feita no anexo).
Sendo assim, suponha a0 = 2m com m par (m > 0). Temos:
a0 = 2m ⇒ a1 = 2m + 1 ⇒ a2 = 2m + 3 (pois, (a2, a1) = (a2, a0) = 1) ⇒ a3 = 2m + 5.
Porém, como m é par, a3 ≡ 2m + 5 ≡ (–1)m + 5 ≡ 0 (mod 3) ⇒ 2m + 5 = 3n
Resolvamos então 2m + 5 = 3n.
Como 2m = a0 > 1 ⇒ m > 0. Mas como estamos supondo m par ⇒ m ≥ 2 ⇒ 4 | 2 m .
Logo,
2m + 5 = 3n ⇒ 2m + 5 ≡ 3n (mod 4) ⇒ 3n ≡ 1 (mod 4) ⇒ n par, digamos n = 2n0.
Logo,
22m0 + 5 = 32n0 ⇒ 32n0 − 22m0 = 5 ⇒ (3n0 − 2 m0 )(3n0 + 2 m0 ) = 5 ⇒
3n0 − 2 m0 = 1
⇒ n (pois 3n0 − 2m0 < 3n0 + 2m0 )
3 0 + 2m0 = 5
⇒ 2 m0 +1 = 4 ⇒ m0 = 1 ⇒ m = n = 2 ⇒a 0 = 4
⇒ a1 = 5, a 2 = 7, a 3 = 9
Prova-se novamente por indução (mesmo passo indutivo da anterior) que para todo
i ≥ 4, ai = (i + 1)-ésimo primo.
34
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Anexo:
Para um j > 1, suponha a0, a1, …, aj definidos como disse e a hipótese valendo.
Basta ver que no conjunto {a0, a1,…,aj} aparecem todos os j + 1 primeiros fatores
primos. Chame p = (j + 2)-ésimo primo. Os candidatos a aj + 1 antes de p seriam
aj + 1, aj + 2,…, p – 1. Porém, os fatores primos de qualquer um desses caras
aparecem no produto a0 a1,…, aj ⇒ se x ∈ { aj + 1,…, p – 1},
mdc (x, a0 a1,…, aj) ≠ 1. Logo, x = p (veja que p >aj e mdc (p, a0 a1,… ,aj) = 1).
Os outros passos de indução são totalmente análogos.
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36
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x 2001 = cos y 2000 = cos seny1999 = cos sensen...seny1 = cos sensen...sen cos 1 já que
1999 vezes
π π
cos 1 < sen 1, pois <1< .
4 2
Tome agora um quadrilátero convexo ABCD, com lados opostos não paralelos.
37
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⇒
p–1 p p+1 p–1 p p+1
p p +1 p −1 p
3 3 3 3 5
E' = E − − + = E ⋅ − < E
4 4 4 4 12
Movimento tipo B:
⇒
p–1 p p+1 p+2 p–1 p p+1 p+2
38
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p p −1 p+2 p
3 3 3 3 5
E ' = E − 2 + + =E − ⋅ < E
4 4 4 4 48
3
Obs. O número não foi escolhido ao acaso, foi escolhido um número q tal que:
4
1 < q + q 2 e 1 + q 3 < 2q
Considere um copo de posição p, onde p é tal que
p
3
> E 0 , onde E0 é a energia inicial do sistema.
4
Como a energia, a cada movimento, sempre diminui, qualquer que sejam os
movimentos que se faça, nenhuma pedra ficará numa posição menor ou igual a p. Ou
seja, existe uma "barreira" à esquerda para as pedras.
Estamos agora capazes de resolver o problema (a primeira parte):
* Dada uma configuração inicial das "n" pedras, é impossível realizar uma seqüência
infinita de movimentos.
Demonstração: Vamos demonstrar (*) por indução:
Base: Para n = 1 é verdadeiro!
Passo indutivo: Suponha, por absurdo, que seja possível realizar uma seqüência
infinita de movimentos. Sabemos que a posição da pedra mais à esquerda não
aumenta a cada movimento e como existe uma barreira à esquerda, então a partir de
um certo ponto a pedra mais a esquerda não mais será movimentada, e só com os
restantes (o número de pedras restantes é no máximo n – 1) é impossível realizar
uma seqüência infinita de movimentos, o que é um absurdo!
Logo por indução, (*) é verdadeiro para todo n ∈ 1*.
Vamos resolver a segunda parte do problema:
Sabemos que dada uma configuração inicial, independente das escolhas dos
movimentos sempre chegamos a uma configuração onde é impossível mover
(configuração parada). Suponha por absurdo que a partir de uma configuração inicial
se chegue a duas configurações paradas distintas A e B.
Seja k' a posição da pedra mais à direita das configurações A e B e k = k' + 2.
Considere o seguinte invariante: (não varia a cada movimento)
I= ∑
Fk − pos ( x ) , onde Fn é o n-ésimo número de Fibonacci.
x
Lembramos que F1 = 1, F2 = 1 e Fn + 2 = Fn + 1 + Fn, para todo n ≥ 1)
Sabemos que I A = I B , pois I é invariante, isto é, permanece o mesmo depois de cada
movimento.
De fato, Fk – (p – 1) = Fk – p + 1 = Fk – p + Fk – p – 1 = Fk – p + Fk – (p + 1), donde I não muda
após um movimento do tipo A, e Fk − ( p −1) + Fk − ( p + 2) = Fk − p + Fk − p −1 + Fk − p − 2 =
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40
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D E F
PROBLEMA 5
Seja A uma matriz n × n com a1, j = ai, 1 = 1 (para quaisquer i e j, 1 ≤ i, j ≤ n) e
a i +1, j +1 = a i , j + a i +1, j + a i , j +1 (para quaisquer i e j, 1 ≤ i, j < n). Assim,
1
1 1 1
1 . Calcule det(A).
3 5 7
A = 1
5 13 25
1
7 25 63
PROBLEMA 6
xn
Seja xn uma seqüência de números reais definida por x n +1 = x n2 − , n ≥ 0.
2
Para quais valores de x0 a seqüência converge? Para que valor?
41
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1
π
f ' ( x) = −e − x ( senx − cos x) = − 2e − x sen x −
4
Em geral, se u = x + a, onde a é uma constante, a derivada de e − x sen u é igual
π
a − 2e − x sen u − .
4
π π π
Logo f ' ' ( x) = (− 2 ) 2 e − x sen x − − = 2e − x sen x − .
4 4 2
kπ
Se f ( k ) ( x) = (− 2 ) k e − x sen x − , para k ∈ 1, teremos
4
kπ π (k + 1)π
f ( k +1) = (− 2 ) k ⋅ − 2e − x sen x − − = (− 2 ) k +1 e − x sen x − .
4 4 4
nπ
Logo, por indução, f ( n ) ( x) = (− 2 ) n e − x sen x − (n ∈ 1) e
4
2001π π
f ( x) = (− 2 ) 2001 e − x sen x −
( 2001) 1000 − x
= − 2 2 e sen x −
4 4
1000 − x
= 2 e (cos x − sen x).
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2
Existem muitos inteiros n com as propriedades pedidas. A menor solução é
1101111211. Algumas outras são 10111111111, 11011111111, 200220000202 e
9
n= ∑10
j =0
2j
.
A única condição necessária é que, ao calcular n2 pelo algoritmo usual não deve
ocorrer nenhum 'vai um'. Mais precisamente, se a expansão decimal de n é
n = p (10), p ( x) = a k x k + ... + a 0 com 0 ≤ a i < 10 então temos p(1) = s (n) = 10.
Temos q ( x) = ( p( x)) 2 = b2 k x 2 k + ... + b0 com
b j = a j a 0 + a j −1 a1 + ... + a 0 a j , q (10) = n 2 e q (1) = 100.
Para que s (n 2 ) = q (1) precisamos apenas que cada bj seja menor do que 10.
Exemplos de soluções podem ser facilmente obtidos tomando os algarismos de n
pequenos e espalhados.
42
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3
Se há fração λ de refrigerante na lata, λ ∈ [0,1] , a massa total de refrigerante será
λ
λM e o centro de massa do refrigerante (sem contar a lata) tem altura h , onde h é
2
h
a altura total da lata. Como o centro de massa da lata vazia tem altura , a altura do
2
λh h
centro de massa é f (λ ) = λM ⋅ + m ⋅ / (λM + m ).
2 2
Temos
h
f ' (λ ) = ((λM + m) ⋅ 2λM − (λ 2 M + m) M )
2(λM + m) 2
h
= (λ 2 M 2 + 2λMm − mM ).
2(λM + m) 2
− Mm − M 2 m 2 + M 3 m
As raízes de λ 2 M 2 + 2λMm − mM são λ1 = <0 e
M2
− Mm + M 2 m 2 + M 3 m m 2 + Mm − m m
λ2 = 2
= = < 1. Assim,
M M m + m 2 + Mm
f ' (λ ) < 0 para 0 ≤ λ < λ 2 e f ' (λ ) > 0 para λ 2 < λ ≤ 1, e portanto f (λ ) é mínimo
m 2 + Mm − m
para λ = λ 2 = .
M
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
Seja an a probabilidade de que após n apitos o ratinho esteja na coluna central (B ou
E). Temos a0 = 0 (o ratinho não começa na coluna central). Claramente após o apito
soar um número par de vezes o ratinho estará em A, C ou E e após um número ímpar
de vezes em B, D ou F. Assim, queremos calcular a23.
Se, antes de soar o alarme, o ratinho está na coluna central ele tem 1/3 de
probabilidade de permanecer lá (independentemente da gaiola onde o ratinho estava
ser B ou E). Por outro lado, se ele não está na coluna central ele tem probabilidade
1/2 de ir para lá (novamente independentemente da gaiola onde o ratinho começou).
Assim,
1 1 1 1 3 1 3
a n +1 = a n + (1 − a n ) = − a n ou a n +1 − = − (a n − ).
3 2 2 6 7 6 7
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3 1
A seqüência bn = a n − é portanto uma progressão geométrica de razão − com
7 6
3 3 3 3 3(6 + 1)
23
b0 = − . Assim b23 = e a 23 = + = .
7 7⋅6 23
7 7⋅6 23
7 ⋅ 6 23
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5
Fazendo operações em linhas (subtraindo a primeira linha da segunda, a segunda da
terceira e assim por diante) temos
1 1 1 1
0 2 4 6
det(A) = det 0 2 8 18
0 2 12 38
Fazendo agora operações em colunas (subtraindo a primeira coluna da segunda, a
segunda da terceira e assim por diante) temos
1 0 0 0
2 2 2
1 1 1
0
det( A) = det 02 6 10 = 2
1 3 5 .
n −1
det
2 10 26
1 5 13
0
Esta última matriz é a versão (n – 1) × (n – 1) de A. De fato, sua entrada (i, j) é
1
((a i +1, j +1 − a i +1, j ) − (a i , j +1 − a i , j )) = a i , j .
2
Chamando o valor de det(A) para matrizes n × n de bn temos portanto
n ( n −1)
b1 = 1, bn +1 = 2 bn donde bn =
n
2 2 .
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6
x 3 3
Seja f ( x) = x 2 − . Temos f ( x) = x ⇔ x = 0 ou x = . Para x > temos
2 2 2
3 3
f ( x) > x. Assim, se x 0 > temos x n ≥ x 0 > para todo n e, por indução,
2 2
x n +1 = f ( x n ) > x n para todo n. Assim, nesse caso, (xn) é crescente, e portanto
lim n →∞ x n = L para algum L ∈ # ou lim n →∞ x n = +∞. No primeiro caso, teríamos
44
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3
L = lim n →∞ x n +1 = lim n →∞ f ( x n ) = f (lim n →∞ x n ) = f ( L), mas L = lim x n ≥ x 0 > ,
2
3
donde f ( L) > L , absurdo. Assim, se x 0 > , lim n→∞ x n = +∞.
2
3
Se x 0 < −1, x1 = f ( x 0 ) > , donde também temos lim n →∞ x n = +∞.
2
< x < , com x ≠ 0, temos f (x ) < x . Por outro lado, para todo
1 3
Se −
2 2
1 1 1 1
n ≥ 1, x n = f ( x n −1 ) = ( x n −1 − ) 2 − ≥ − > − . Assim, se
4 16 16 2
3
− 1 < x 0 < , x n +1 = f ( x n ) ≤ x n para todo n ≥ 1. Portanto, existe
2
3
c = lim n →∞ x n < . Temos portanto
2
0 ≤ c = lim n→∞ x n +1 = lim n →∞ f ( x n ) ∈{ f (c) , f (−c) }. Temos que f (−c) = c, com
1 1 1
c > 0, implica c = , e, como x n ≥ − para todo n ≥ 1, se lim n →∞ x n = teríamos
2 16 2
1 1 1
lim n →∞ x n = , donde = lim n →∞ x n +1 = lim n→∞ f ( x n ) = f = 0, absurdo. Como
2 2 2
3
f (c) < c se 0 < c < , temos necessariamente c = 0, o portanto lim n →∞ x n = 0.
2
3 3 3
Se x 0 = −1 ou x 0 = temos x n = para todo n ≥ 1, donde lim n →∞ x n = .
2 2 2
3 3
Assim, xn converge se − 1 < x 0 < , quando lim n →∞ x n = 0 e se x 0 ∈ − 1, ,
2 2
3
quando lim n →∞ x n = . Em qualquer outro caso, lim n →∞ x n = +∞.
2
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A B
1
PROBLEMA 5:
π
∫
Para todo real u, seja I (u ) = ln (1 − 2u cos x + u 2 )dx.
0
46
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Lema: Seja δ um número irracional. Dado ε > 0 arbitrário, existe a ∈ =* tal que
{aδ } < ε , onde {x}= x – [x] indica a parte fracionária de x.
Prova: Seja n ∈ = tal que nε < 1 ≤ (n + 1)ε . Divida o intervalo [0, 1) em (n + 1)
intervalos do tipo [iε , (i + 1)ε ), 0 ≤ i ≤ n; o último intervalo é [nε, 1).
…
0 ε 2ε nε 1 (n + 1) ε
Observe agora os números δ, 2δ, 3δ,…;(n + 2)δ . Como a função parte fracionária
vai dos reais em [0,1), pelo princípio da casa dos pombos, dois dentre os (n + 2)
números {δ }, {2δ }, {3δ },…,{(n +2) δ }, cairão num mesmo intervalo [iε, (i + 1)ε).
47
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Obs: Não podemos ter {kδ} = 0, k ∈ =*, pois isso implicaria kδ = n ∈ = ⇒ δ = n/k
∈ 4, absurdo!
Vamos agora resolver o problema.
Seja dado ε > 0. Uma reta passando pela origem tem a forma y = mx
Primeiro caso: Se m ∈ 4, nesse caso a reta passa por infinitos "Lattice points" (pontos
de coordenadas inteiras), pois se m = p/q os pontos da forma (x, y) = (kq, kq . p/q) =
(kq, kp), k = 1, 2, 3… estão todos na reta, então ela interceptará todos os círculos que
têm centros nesses pontos.
Suponha que ela intersecte somente uma quantidade finita de círculos, digamos C1,
C2,…, Cn de centros P1, P2, …, Pn
Observe que para qualquer outro ponto no "Lattice" P (fora os centros) teremos:
d(P, r) > ε.
Seja d a menor das distâncias, d1(P1, r), d2(P2, r),…, dn(Pn , r)
onde di(Pi, r) é a distância do centro Pi à reta r.
(Note que di (Pi, r) > 0 ⇒ d > 0).
Logo teríamos dentro todos os pontos de coordenadas inteiras no plano, um deles Pi
que minimizaria a distância à reta r, com d(Pi, r) = d > 0.
Isso contradiz o lema, vejamos:
Pelo lema existe um inteiro a, de modo que {am} < d/2.
Seja b = [am] , o ponto Q = (a, am) ∈ r e sua distância a (a, b) é menor ou igual que
a distância de (a, b) a r.
48
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λk 0
D k = 1 .
k
0 λ2
Assim, Am = I ⇔ PDmP–1 = I ⇔ Dm = I ⇔ λ1m = λ2m = 1, ou seja, λ1 e λ2 são raízes
m-ésimas da unidade. Assim, como a + d = λ1 + λ2, –1 ≤ a + d ≤ 1. Como a + d é
inteiro, temos os seguintes casos:
49
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0 − 1 yw + xz + yz − x 2 − y 2 − xy
Caso (i) Tomamos W = . Assim A = ± 2 .
1 − 1 z + w + zw − yw − xz − xw
2
50
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0 − 1 yw + xz − x 2 − y 2
Caso (ii) Agora tomamos W = , com A = ± 2 .
1 0 z + w 2
− yw − xz
Novamente, é óbvio que a condição a + d = 0 é satisfeita. A condição det A = 1 é
equivalente a ad – bc = 1 ⇔ bc = –(a2 + 1). O sistema correspondente agora é
a = ±( yw + xz )
b = ±(− x 2 − y 2 ) (III)
c = ±( z 2 + w 2 )
Agora usamos inteiros de Gauss! Considere a fatoração a2 + 1 = (a + i)(a – i) e sejam
x + yi e z + wi fatores de a + i com (x + yi)(z + wi) = a + i. Note que (x – yi)(z – wi) =
a – i. Então existem sempre x, y, z e w tais que |b| = x2 + y2 e |c| = z2 + w2.
Novamente, substituindo o valor de a de (III) na equação original vemos que de fato
bc = – (a2 + 1). A outra raiz é oposta ao valor de a de (III), mas é só trocar o sinal.
0 − 1
Caso (iii) Tomamos dessa vez W = . Temos nesse caso
1 1
yw + xz − yz − x 2 − y 2 + xy
A = ± 2 . Mas esse caso é análogo ao caso (i)!
z + w − zw − yw − xz + xw
2
Logo existe sempre uma matriz X tal que A = XWX–1, onde W é uma das matrizes
dadas no enunciado.
A (6) C (6)
0=A B = 10
2 4 6 8
B (6)
51
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Note que não há mais caminhos relevantes para o problema além destes: Qualquer
caminho indo a 6 vindo de 8, passou obrigatoriamente por 6 ou 7 ou ambos. Se
passou por 6, este caminho não pode porque passaria por 6 duas vezes. Mesmo se
não passou por 6, este caminho não pode: 7 e 8 já foram usados, então este caminho
não pode chegar até B.
Então F(n) = A(n) + B(n) + C(n).
B(n) = F (n – 2), porque nenhum caminho chegando a n – 2 passou por n, como no
exemplo descrito anteriormente. Então
B(n) = A(n – 2) + B(n – 2) + C(n – 2).
A(n) = B(n – 1) + A(n – 1):
A (2) C(2)
0 B(2) 2 4
Ou seja A(2) = B(2) = C(2) = 1.
A(3) = A(2) + B(2) = 2 A(5) = A(4) + B(4) = 7
B(3) = A(1) + B(1) + C(1) = 2 B(5) = A(3) + B(3) + C(3) = 6
C(3) = A(2) + B(2) = 2 C(5) = A(4) + B(4) = 7
52
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0 ∫
ln(1 + 2u cos t + u 2 )dt +
0 ∫
(II)
π 0
Agora, note que ∫
π /2
ln(1 + 2u cos t + u 2 )dt =
x = t- ∫-π/2
ln(1 − 2u cos x + u 2 )dx =
0 π /2
= −
t =− x ∫
π /2
ln(1 − 2u cos x + u 2 )dx = ∫0
ln(1 − 2u cos x + u 2 )dx (III)
De (II) e (III) vem
π /2 π
I (u 2 ) = 2
0 ∫
ln(1 + 2u cos x + u 2 )dx + ∫ π /2
ln(1 + 2u cos x + u 2 )dx = 2 I (u )
1
Logo, I(u) = I(u2).
2
53
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1 k
b) Fazendo u = 1, vem I(1) = 2I(1) ∴ I(1) = 0. Em geral, I(u) = k
⋅ I (u 2 ), ∀x :
2
1 1 1 1 1
I(u) = I (u 2 ) = ⋅ I (u 4 ) = ⋅ I (u 8 )... (é uma indução simples).
2 2 2 4 2
Supondo 0 ≤ u ≤ 1 inicialmente:
π π
cos x ≤ 1 ⇒ I (u ) = ∫0
ln(1 − 2u cos x + u 2 )dx ≤ ∫
0
ln(1 + u ) 2 dx = 2π ln(1 + u )
k
2π ln(1 + u 2 ) 1 k 1 k
Logo, I (u ) ≤ k k
I (u 2 ) ≤ k ⋅ 2π ln(1 + u 2 ) .
, ∀x pois
2 2 2
2π ln(1 + u t )
Fazendo k → ∞ e substituindo t = 2 , deve-se ter I (u ) ≤ lim
k
= 0.
t →∞ t
Logo, I(u) = 0 se u ∈ [ –1, 1] (lembrando já que I(u) = I(– u)).
1
Se |u| > 1, faço a substituição u = : Então ( ω < 1) :
ω
1 π 2 cos x 1 π ω 2 − 2ω cos x + 1
ω 0
∫
I = ln1 −
ω
+ 2 dx = ln
ω 0
∫ ω2
dx =
1 π π
∫ ∫
I = ln(1 − 2ω cos x + ω 2 )dx − ln(ω 2 )dx = I (ω ) − 2π ln ω = −2π ln ω .
ω 0 0
1
Logo, se u > 1, temos: I(u) = − 2π ln ∴ I (u ) = 2π ln u
u
zero, se u ≤ 1
Concluindo: I (u ) =
2π ln u , se u > 1.
54
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[ ]
Prova: p ∈ Br ∈ Br ⇔ p − 0 < r [≤ r ]. Mas f ( p) − f (0) = f ( p) − 0 ≤ p − 0 < r[≤ r ].
Logo f ( p ) ∈ B r (∈ B r ).
Fato 3: Se f(p) está no bordo de D ( | f (p) – 0| = 1) então p está no bordo de D.
Prova: f(p) e – f(p) são diametralmente opostos, logo f ( p) − (− f ( p )) = 2. Se p não
estivesse no bordo de D, ∀q ∈ D, p − q < 2, absurdo pois deveríamos ter
f ( p ) − f (q ) ≤ p − q , ∀p, q ∈ D.
Fato 4: Se f(p) e f(q) são diametralmente opostos, então p e q também são.
Prova: Se p e q não fossem diametralmente opostos, p − q < 2 = f ( p) − f (q ) ,
absurdo.
Fato 5: Se p e q são opostos tais que f(p) e f(q) são diametralmente opostos, e se x está
entre p e q então f(x) está entre f(p) e f(q). Além disso, nesse caso
f ( x) f ( q) = xq, f ( x) f ( p ) = xp e f ( x) f (0) = x0
Se A, B, C são pontos distintos, dizemos que B está entre A e C (e denotamos
A → B → C) se AB + BC = AC ) ( onde AB = A − B ).
Prova: Sabemos, pelo fato 4, que p e q são diametralmente opostos. Se x = 0, f(x) = 0
e o lema fica trivial. Suponhamos, sem perda de generalidade, x ≠ 0 e p → x → 0.
Então px + x0 = p 0. Como f ( p ) f ( x) ≤ px e f ( x) f (0) ≤ x0,
f ( p ) f ( x) + f ( x) f (0) ≤ px + x0 = 1 , por outro lado, pela desigualdade triangular,
f ( p ) f ( x) + f ( x) f (0) ≥ f ( p ) f (0) = 1. Logo f(x) está entre f(p) e 0 e portanto está
entre f(p) e f(q), e temos f ( p ) f ( x) = px, f (0) f ( x) = 0 x e f (q) f ( x) = qx.
Fato 6: Se p está no bordo de D ( |p – 0| = 1) então f(p) está no bordo de D (o bordo
de D é B̂ , só para facilitar a notação). Além disso, a restrição de f a B̂ (que tem
imagem B̂ ) é uma composição de rotação com espelhamento.
Prova: Seja p ∈ D tal que f(p) = (1, 0). Pelo fato 3, p ∈ B̂ . A imagem inversa de
(–1, 0), pelo fato 4, é – p, isto é, f(– p) = (–1, 0). (– p ∈ B ). Sejam q e – q as imagens
inversas de (0, 1) e (– 1, 0).
Então q e – q ∈ B̂ e é bem fácil ver que p, q, – p e – q formam um quadrado (ou não
teríamos f (m) − f (n) ≤ m − n , ∀m, n ∈ D).
~
Seja f : D → D a composição de rotação com espelhamento que coincide com f nos
~
pontos p, q, – p e – q. Vamos mostrar que f ( x) = f ( x), ∀x ∈ Dˆ .
~ ~
Note que f é uma bijeção, e que f −1 : Dˆ → Dˆ também é uma composição de
rotação com espelhamento.
55
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60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 8 de junho de 2002
Segunda Fase – Sábado, 14 de setembro de 2002
Terceira Fase – Sábado, 19 de outubro de 2002 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 20 de outubro de 2002 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 14 de setembro de 2002
Segunda Fase – Sábado, 19 e Domingo, 20 de outubro de 2002
♦
VIII OLIMPÍADA DE MAIO
maio de 2002
♦
XIII OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
22 a 28 de junho de 2002
Fortaleza – CE, Brasil
♦
XLIII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
18 a 31 de julho de 2002
Glasgow, Reino Unido
♦
XVII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
30 de setembro a 5 de outubro de 2002
El Salvador
♦
V OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
outubro de 2002
♦♦♦
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claudio Arconcher (Colégio Leonardo da Vinci) Jundiaí – SP
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Rosângela Souza (Colégio Singular) Santo André – SP
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Gisele de Araújo Prateado Gusmão (UFGO) Goiânia – GO
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Fabiola Rojas Arancibia (UFPB) João Pessoa – PB
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Irene Nakaoka (UEM) Maringá – PR
José Carlos Pinto Leivas (UFRG) Rio Grande – RS
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos – SP
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcondes Cavalcante França (UFC) Fortaleza – CE
Pablo Rodrigo Ganassim (Liceu Terras do Engenho) Piracicaba – SP
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (INPE) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Roberto Vizeu Barros (Colégio Acae) Volta Redonda – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Silvio de Barros Melo (UFPE) Recife – PE
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Wagner Pereira Lopes (Escola Técnica Federal de Goiás) Jataí – GO
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
MUROS, PRÉDIOS E ESCADAS 19
Cícero de Oliveira Holmer
SEQÜÊNCIAS ARITMÉTICO-GEOMÉTRICAS 32
José Paulo Carneiro & Carlos Gustavo Moreira
O PRINCÍPIO DA INVARIÂNCIA 35
Marcelo Rufino de Oliveira
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
É com grande alegria que anunciamos que, mais uma vez, os 6 estudantes da
equipe brasileira obtiveram medalhas na IMO. Isto mostra a nossa grande evolução
com a nova OBM e as atividades extras que apareceram com ela: a Eureka, a
Semana Olímpica, as semanas de treinamento antes das competições internacionais.
Mas o que nos traz maior satisfação é saber que esses 6 jovens são a ponta de um
iceberg. Basta observar o número de pessoas que resolvem os vários problemas que
trazemos a cada nova edição da Eureka. São estudantes, professores, profissionais
liberais, enfim, amantes da Matemática que provam que no nosso país há muitas
pessoas de boa vontade e de grande competência.
Os editores.
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO NÍVEL
PROBLEMA 1
Um grupo de homens, alguns dos quais acompanhados pelas esposas, gastaram 1000
dólares num hotel. Cada homem gastou 19 dólares e cada mulher, 13 dólares.
Determine quantas mulheres e quantos homens estavam no hotel.
PROBLEMA 2
Uma folha de papel retangular (branca de um lado e cinza do outro) foi dobrada três
vezes, como mostra a figura abaixo:
2 3
1
O retângulo 1, que ficou da cor branca após a primeira dobra, tem 20cm a mais de
perímetro que o retângulo 2, que ficou branco após a segunda dobra, e este por sua
vez tem 16cm a mais de perímetro que o retângulo 3, que ficou branco após a
terceira dobra. Determine a área da folha.
PROBLEMA 3
Mustafá comprou um tapete. O vendedor mediu o tapete com uma régua que
supostamente media um metro. Como o resultado foi que o tapete tinha 30 metros de
largura e 20 metros de comprimento, o vendedor cobrou 120000 rupias. Quando
Mustafá chegou a sua casa mediu novamente o tapete e percebeu que o vendedor
tinha cobrado 9408 rupias a mais. Quantos centímetros mede a régua usada pelo
vendedor?
PROBLEMA 4
Num banco só o diretor conhece o segredo do cofre, que é um número de cinco
dígitos. Para proteger este segredo são dados a cada um dos dez empregados do
banco um número de cinco dígitos. Cada um destes números tem numa das cinco
posições o mesmo dígito que o segredo e nas outras quatro posições um dígito
diferente do que tem o segredo nesse lugar. Os números de proteção são:
07344, 14098, 27356, 36429, 45374, 52207, 63822, 70558, 85237, 97665.
3
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PROBLEMA 5
Encontre o máximo número de caixinhas de 3 × 5 × 7 que podem ser colocadas
dentro de uma caixa de 11 × 35 × 39. Para o número encontrado, indique como
colocar essa quantidade de caixinhas dentro da caixa.
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Utilizando cubinhos brancos de lado 1 foi montado um prisma (sem buracos).
As faces do prisma foram pintadas de preto. Sabe-se que os cubinhos que ficaram
com exatamente 4 faces brancas são 20 no total. Determine quais podem ser as
dimensões do prisma. Encontre todas as possibilidades.
PROBLEMA 2
Seja k um número inteiro positivo fixo, k ≤ 10.
Dada uma lista de dez números, a operação permitida é: escolher k números da lista,
e somar 1 a cada um deles. Obtém-se assim uma nova lista de dez números.
Se inicialmente temos a lista 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, determine os valores de k
para os quais é possível, mediante uma seqüência de operações permitidas, obter
uma lista que tenha os dez números iguais. Indique a seqüência para cada caso.
PROBLEMA 3
Num triângulo ABC, retângulo em A e isósceles, seja D um ponto do lado AC (D ≠ A
e D ≠ C) e seja E o ponto do prolongamento do lado BA tal que o triângulo ADE é
isósceles. Se P é o ponto médio do segmento BD, R é o ponto médio do segmento
CE e Q o ponto onde se cortam as retas ED e BC, demonstre que o quadrilátero
ARQP é um quadrado.
PROBLEMA 4
Os vértices de um polígono regular de 2002 lados estão numerados de 1 a 2002, no
sentido horário. Dado um inteiro n, 1 ≤ n ≤ 2002, pinta-se de azul o vértice n, logo,
seguindo o sentido horário, contam-se n vértices começando no seguinte de n, e
pinta-se de azul o número n. E assim sucessivamente, a partir do vértice que segue
ao último vértice que há sido pintado, contam-se n vértices, pintados ou sem pintar, e
o número n é pintado de azul. Quando o vértice que tem que ser pintado já é azul, o
processo pára. Denotamos P(n) ao conjunto de vértices azuis que se obtém com este
procedimento quando se começa pelo vértice n. Por exemplo, P(364) está formado
pelos vértices 364, 728, 1092, 1456, 1820, 182, 546, 910, 1274, 1638 e 2002.
Determine todos os inteiros n, 1 ≤ n ≤ 2002, tais que P(n) tem exatamente 14
vértices.
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PROBLEMA 5
Dados x e y inteiros positivos, consideramos um quadriculado de x × y, que tem
pintados de vermelho os (x + 1) ⋅ (y + 1) pontos que são vértices de quadradinhos.
Inicialmente há uma formiga em cada um dos pontos vermelhos. Num instante dado,
todas as formigas começam a caminhar pelas linhas do quadriculado, todas com a
mesma velocidade. Cada vez que chegam num ponto vermelho, giram 90° em
alguma direção.
Determine todos os valores de x e y para os quais é possível que as formigas
continuem movendo-se indefinidamente de maneira que em nenhum momento há
duas ou mais formigas num mesmo ponto vermelho. (Não interessam as possíveis
coincidências em pontos das linhas do quadriculado que não são vermelhos.)
RESULTADO BRASILEIRO
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PRIMEIRO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 1:
Os alunos da turma de Pedro praticam a soma e a multiplicação de números inteiros.
A professora escreve os números de 1 a 9 em nove fichas, uma para cada número, e
as coloca em uma urna. Pedro retira três fichas e deve calcular a soma e o produto
dos três números correspondentes. Ana e Julián fazem o mesmo, esvaziando a urna.
Pedro informa à professora que retirou três números consecutivos cujo produto é 5
vezes a soma. Ana informa que não tem nenhum número primo, mas sim dois
consecutivos e que o produto desses três números é 4 vezes a soma dos mesmos.
Quais números retirou Julián?
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Como Ana escolheu 3 números que não são primos ⇒ os possíveis números
retirados por Ana são 1, 6, 8 e 9. (pois 2 e 7 são números primos e 3, 4 e 5 são
números que já foram retirados por Pedro.)
Mas temos também que Ana retirou dois números consecutivos e dentre (1, 6, 8 e 9)
os únicos dois números consecutivos são 8 e 9 ⇒ Ana escolheu os números 8 e 9.
Assim: A2 = 8, A3 = 9 e A1 ⋅ 8 ⋅ 9 = 4 ⋅ (A1 + 8 + 9) ⇒ A1 ⋅ 18 = A1 + 17 ⇒ 17A1 = 17
⇒ A1 = 1. Logo, Ana escolheu os números 1, 8 e 9.
Portanto, Julián retirou os números restantes: 2, 6 e 7.
PROBLEMA 2:
De um triângulo ABC, retângulo em A, conhecemos: o ponto T de tangência da
circunferência inscrita em ABC com a hipotenusa BC, o ponto D de interseção da
bissetriz interna do ângulo B̂ com o lado AC e o ponto E de interseção da bissetriz
interna do ângulo Ĉ com o lado AB. Descreva uma construção com régua e
compasso para obter os pontos A, B e C. Justifique.
AE = EY
⇒
AC = CY = b
BD comum
* ∆DWB ≡ ∆ADB BWˆ D = BAˆ D = 90°
ˆ
ABD = DBW ( DB bissetriz)
ˆ
DW = AD
⇒
AB = WB = c
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* WT = WB – TB = c – (p – b) = (c + b + a) – a – p = 2p – p – a = p – a
* YT = YC – CT = b – (p – c) = c + b – p = p – a
(
⇒ T é ponto médio de WY. *DEYW é um trapézio retângulo DWˆ Y = WYˆE = 90° . )
Construção do ∆ ABC.
Dados D e E, é fácil obter com régua e compasso o ponto N, ponto médio de DE.
Sabemos que os pontos D, E, Y e W do ∆ABC formam um trapézio retângulo, sendo
T o ponto médio de YW ⇒ NT será base média e NT//EY//DW ⇒
NTˆY = 90° ⇒ NT⊥BC ⇒ Conhecemos já a reta NT, com compasso, marcamos
N '∈ NT ; N ' T = TN .
A mediatriz de NN'é perpendicular a NN' em T, portanto coincide com a reta BC ⇒
conhecemos agora a reta BC .
* EYˆT = 90° ⇒ para encontrar Y, encontramos M1, ponto médio de ET e contruímos
com compasso a circunferência Γ1 de centro M1 passando por E e T. Onde Γ1
encontrar a reta BC será o ponto Y (note que será no segundo ponto de encontro
com BC , o primeiro é T). Analogamente, encontramos o ponto W no encontro da
circunfrência Γ2 de diâmetro DT e da reta BC .
Dessa maneira, encontramos EY e DW . Com o compasso, encontramos Γ3 de raio
EY e centro E, e Γ4 de raio DW e centro D. Γ3 ∩ Γ4 = { A, A' } A será o ponto que está
"acima"de DE ( supondo o ponto T "abaixo"de DE).
Encontramos então as retas AE e AD .
B = AE ∩ BC e C = AD ∩ BC
∴Encontramos então ∆ABC
obs: Se Y coincidir com T, temos que W coincidirá com T e p – a = 0 ou seja,
a+b+c
− a = 0 ⇔ a + b + c − 2a = 0 ⇔ b + c = a Absurdo!
2
⇒ Y ≠ T e W ≠ T.
PROBLEMA 3:
Arnaldo e Bernardo jogam uma Super Batalha Naval. Cada um tem um tabuleiro n x
n. Arnaldo coloca barcos em seu tabuleiro (pelo menos um mas não se sabe
quantos). Cada barco ocupa as n casas de uma linha ou de uma coluna e os barcos
não podem se superpor nem ter um lado comum. Bernardo marca m casas
(representando tiros) em seu tabuleiro. Depois que Bernardo marcou as m casas,
Arnaldo diz quais dentre elas correspondem a posições ocupadas por barcos.
Bernardo ganha se, a seguir, descobre quais são as posições de todos os barcos de
8
Sociedade Brasileira de Matemática
Arnaldo. Determine o menor valor de m para o qual Bernardo pode garantir sua
vitória.
(II) Agora suponha que uma casa está marcada, se na linha e na coluna dessa casa
não tiver mais nenhuma outra casa marcada, pode vir a calhar de arnaldo ter
colocado apenas um barco no tabuleiro e ser exatamente nessa linha, portanto
Bernardo não sabe se o barco está na vertical ou na horizontal pois só vai ter uma
casa onde sabe que o barco está. Então para cada casa marcada existe outra na linha
ou na coluna.
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m(3k ) = km(3) = 4k
m(3k + 1) = (k − 1)m(3) + m(4) = 4k − 4 + 6 = 4k + 2
m(3k + 2) = 4(k − 1) + m(5) = 4k + 3
é fácil ver que m(3) = 4 pois 3 obviamente não é e m(4) = 6, m (5) = 7 como ao lado.
SEGUNDO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 4:
Seja ABCD um quadrilátero convexo tal que suas diagonais AC e BD são
perpendiculares. Seja P a interseção de AC e BD e seja M o ponto médio de AB.
Mostre que o quadrilátero ABCD é inscritível se, e somente se, as retas PM e CD são
perpendiculares.
90° – θ θ
P
90° – θ
D .. θ
K C
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B
M θ
A
90° – θ
90° – θ
P
90° – θ
D θ
K C
PROBLEMA 5:
Considere o conjunto A = {1, 2,…, n}. Para cada inteiro k, seja rk a maior quantidade
de elementos distintos de A que podemos escolher de maneira que a diferença entre
dois números escolhidos seja sempre diferente de k. Determine o maior valor
n
possível de rk, onde 1 ≤ k ≤ .
2
11
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1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
k = 1 rk = 5
k = 2 rk = 6
k = 3 rk = 6
k = 4 rk = 6
k = 5 rk = 5
Isso me deu idéia para um lema!
m + 1
Lema: Para n = m ⋅ k (m inteiro positivo maior que 1) temos que rk = k ⋅
2
Prova: Podemos dividir os números em casas de congruências módulo k. Por
exemplo o 0.
Seus componentes serão k, 2k, 3k,...,mk. Como a diferença entre dois deles deve ser
diferente de k, não podemos escolher dois números consecutivos nessa seqüência.
Sempre deve haver um "ausente" ou mais entre dois "presentes". Para m par temos
m m
que só poderemos ter escolhidos pois caso tenhamos + 1 escolhidos teremos
2 2
m
− 1 não escolhidos, mas para separar os escolhidos (para não serem consecutivos)
2
m
deveríamos ter pelo menos não escolhidos. Absurdo.
2
m +1 m +1
Para m ímpar teremos escolhidos que podem ser espaçados pelos − 1 não
2 2
m +1 m +1
escolhidos. Do mesmo modo, para + 1 deveríamos ter espaços mas só
2 2
m +1 m − 3
teriam sobrado m − + 1 = não escolhidos que não são suficientes.
2 2
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13
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n
Divide-se n por 3 e arredonda-o para cima. Esse é o nosso k. k = . É obvio que
3
n
para n ≥ 2, k ≤ . ( se n =1 k não existe)
2
2
Se n = 3k então rk = n e é máximo
3
Se n = 3k – 1
n + 1 = 3k então teríamos, em relação ao caso acima a perda de um termo, a
2(n + 1) 2 1 2
escolher. O 3k rk máximo é rk = − 1 = n − = n
3 3 3 3
Se n = 3k – 2
n + 2 = 3k do mesmo modo perdemos 2 em relação ao primeiro caso
2(n + 2) 2 2 2
rk = − 2 = n − = n .
3 3 3 3
Portanto ao montar o caso n = 3k escolhe-se:
2
1, 2, 3,..., k, 2k, 2k + 1,..., 3k totalizando 2k termos n
3
O caso n = 3k – 1 e n = 3k – 2 retira-se o 3k; e o 3k e o 3k – 1 respectivamente.
1
n = 1 → não podemos ter k 1 ≤ k ≤ 2
Resposta:
n ≠ 1 2n
rk máximo é
3
Obs: x maior inteiro menor ou igual a x
x −1 < x ≤ x
x inteiro
x menor inteiro maior ou igual a x
x ≤ x < x + 1
x inteiro.
PROBLEMA 6:
Dizemos que um inteiro n, n, > 1, é ensolarado se ele é divisível pela soma dos seus
fatores primos. Por exemplo, 90 é ensolarado pois 90 = 2 ⋅ 3 2 ⋅ 5 e 2 + 3 + 5 = 10
divide 90. Mostre que existe um número ensolarado com pelo menos 10 2002 fatores
primos distintos.
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∴ pi ⋅ p j > n ⋅ p n
Logo em x só pode haver um fator primo diferente dos 2, 3, 5,..., pn. Usaremos pi e
do mesmo modo vemos que x não é divisível duas vezes por pi (é só fazer j = i)
2 + 3 + 5 +...+pn = m ⋅ pi ≤ n ⋅ pn
n ⋅ pn
m≤
pi
pn
Olhe só, como < 1 porque pn < pi porque n < i, m < n só que n < pn ⇒ m < pn
pi
Como m e pn são inteiros m + 1 ≤ pn
Agora pronto:
2 + 3 + 5 +...+ pn = m ⋅ pi
2 + 3 + 5 +...+ pn + pi = (m + 1) ⋅ pi
mas como m + 1 ≤ pn , m + 1 pode ser escrito como produto dos primos 2, 3, 5,..., pn,
ou seja 2 + 3 + 5 + ... + p n + pi = 2α1 3α 2 ... p nα n pi .
α α α
Como 2 + 3 + 5 + ... + p n + pi = 2 1 3 2 ... p n n pi
αn
mmc (2α1 3α 2 ... p nα n pi ,2 ⋅ 3 ⋅ 5 ⋅ ... ⋅ pn ⋅ pi ) = 2 max(α1 ,1) ⋅ 3max(α 2 ,1)... ⋅ p n ⋅ pi aliás,
max( ,1)
m < p102002.
Com isso 2 + 3 + ... + p10 2002 + pi = (m + 1) ⋅ pi , que é fatorável em 2,3,5,..., p102002 , pi ,
já que m + 1 ≤ p102002 .
α β
Logo pelo menos um entre 2α1 3α 2 ⋅ ... ⋅ p10102002 ou 2 β1 3 β 2 ⋅ ... ⋅ p10102002 ⋅ pi , com
2002 2002
número ensolarado com 102002 ou 102002 + 1(ou ambos) fatores primos distintos
Alias, esse método prova que para todo t inteiro positivo existe pelo menos um
número ensolarado com t fatores primos ou pelo menos um número ensolarado com t
+ 1 fatores primos (ou ambos).
x, se x ≥ y
Obs. max( x, y ) =
y, se y ≥ x
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PRIMEIRO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 1
Seja n um inteiro positivo. Seja T o conjunto de pontos (x; y) no plano onde x e y são
inteiros não negativos e x + y < n. Cada ponto de T é pintado de vermelho ou azul.
Se um ponto (x; y) é vermelho, então todos os pontos (x'; y') com x' ≤ x e y' ≤ y
também são. Um conjunto X é um conjunto de n pontos azuis com abcissas todas
distintas, e um conjunto Y é um conjunto de n pontos azuis com ordenadas todas
distintas. Prove que o número de conjuntos X é igual ao número de conjuntos Y.
PROBLEMA 2
Seja BC um diâmetro do círculo Γ de centro O. Seja A um ponto de Γ tal que
0 0 < ∠AOB < 120 0 . Seja D o ponto médio do arco AB que não contém C. A reta que
passa por O e é paralela a DA encontra a reta AC em J. A mediatriz de OA corta Γ
em E e F. Prove que J é o incentro do triângulo CEF.
PROBLEMA 3
Encontre todos os pares de inteiros m, n ≥ 3 tais que há infinitos inteiros positivos a
am + a −1
para os quais n é inteiro.
a + a2 −1
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SEGUNDO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 4
Seja n inteiro maior que 1. Os divisores positivos de n são d1, d2,…,dk , onde
PROBLEMA 5
Encontre todas as funções f de 5 em 5 tais que
( f ( x) + f ( z ))( f ( y ) + f (t )) = f ( xy − zt ) + f ( xt + yz )
para todo x, y, z, t ∈ 5.
PROBLEMA 6
Sejam Γ1 , Γ2 ,..., Γn círculos de raio 1 no plano, onde n ≥ 3. Seus centros são O1,
O2,…,On, respectivamente.
Suponha que não exista reta que intercepte mais que dois dos círculos. Prove que
(n − 1)π
∑
1
≤ .
1≤i < j ≤ n Oi O j 4
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♦ Nível Avançado.
Q R
θ
B
P A
Sendo PQ = a, QR = b e m( ABˆ C ) = θ , temos:
a b a. cos θ b ⋅ senθ
BC = BQ + QC = + . Assim, BC = f (θ ) e f ' (θ ) = − +
senθ cos θ sen 2θ cos 2 θ
a ⋅ cos θ b ⋅ senθ
Para termos BC mínimo, é preciso que f ' (θ ) = 0, isto é, − + =0
sen 2θ cos 2 θ
b ⋅ senθ a ⋅ cos θ sen 3θ a a
⇔ = ⇔ = ⇔ tgθ = 3 (I).
cos θ
2
sen θ2
cos θ b
3
b
Pelo teorema de Pitágoras, BC 2 = BA2 + AC 2 ⇔ BC 2 = (BP + PA) 2 + ( AR + RC) 2 =
19
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2
a
= + b + (a + b ⋅ tgθ ) 2 . Como BC deve ser mínimo, de (I), temos:
tgθ
2
2
2 2
+ b + a + b ⋅ 3 = 3 a 2 ⋅ b + b + a + 3 a ⋅ b 2 =
a a
BC =
2
b
3 a
b
= a ⋅ 3 a ⋅ b2 + 2 ⋅ b ⋅ 3 a2 ⋅ b + b2 + a2 + 2 ⋅ a ⋅ 3 a ⋅ b2 + b ⋅ 3 a2 ⋅ b =
3 3
= a 2 + 3 ⋅ a ⋅ 3 a ⋅ b 2 + 3 ⋅ b ⋅ 3 a 2 ⋅ b + b 2 = 3 a 2 + 3 b 2 ⇔ BC = 3 a 2 + 3 b 2 .
3
Portanto, o comprimento mínimo da escada deve ser 3 h 2 + 3 d 2 .
Vamos agora considerar uma situação com valores numéricos (talvez você possa
aproveitar melhor o que vem a seguir tendo em mãos papel, caneta e, se possível,
uma boa calculadora).
A partir de um triângulo retângulo bem conhecido, de lados 3, 4 e 5, e outro
triângulo semelhante, por exemplo o de lados 9, 12 e 15, podemos montar a figura:
C
10 m
9m
Q
5m
3m
B 4m P 8m A
20
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Vejamos:
metros.
15
B X P 8 A
x+8
Aplicando-se o algoritmo de Briot-Ruffini, obtemos:
21
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− 1567
arccos
4 154 154 − (ver por exemplo [3] para um método de
154 ⋅ cos 5
3 3
resolução de equações do terceiro e quarto graus).
Referências Bibliográficas
[1] Piskunov N., Cálculo Diferencial e Integral, Tomos I e II, Ed. Mir 1977
[2] Demidovitch B., Problemas e Exercícios de Análise Matemática, Ed. Mir 1978
[3] Moreira, C.G., Uma solução das equações do terceiro e quarto graus, RPM 25,
pp. 23-28.
22
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♦ Nível Avançado.
1. INTEIROS DE GAUSS
Definimos o conjunto =[i] dos inteiros de Gauss como =[i] = {a + bi | a, b ∈ =},
onde (i2 = –1). A seguir veremos as duas coisas mais importantes de sua aritmética, o
teorema da fatoração única e os primos.
1.1 Norma
Vamos definir uma função N: =[i] → =+ chamada norma, tal que ∀z ∈ =[i], N(z) = z
⋅ z sendo z o conjugado complexo de z. Observe que como ab = a ⋅ b, então
N (a ) ⋅ N (b) = a a ⋅ bb = a ⋅ b ⋅ a ⋅ b = ab ⋅ ab = N (ab) , ou seja, a norma é
multiplicativa.
1.2. Unidades
As unidades em =[i], analogamente a =, são todos os elementos z ∈ =[i] que
possuem inverso, ou seja, que ∃z '∈ =[i ] tal que z ⋅ z ' = 1. Segue que se z = a + bi é
uma unidade, então 1 = N ( z ⋅ z ' ) = N ( z ) ⋅ N ( z ' ) ⇒ N ( z ) = 1 ⇔ a 2 + b 2 = 1 ⇔
⇔ a = ±1, b = 0 ou a = 0, b = ±1 ⇔ = = ±1 ou = = ±i , e como esses quatro tem
inverso, todas as unidades são ± 1 e ± i. Observe então que x ∈ =[i] é unidade
⇔ N ( x) = 1.
1.3. Divisibilidade
Dizemos que para a, b ∈ =[i], a|b (lê-se a divide b) se ∃c ∈ =[i ] tal que b = ac.
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xz + yw yz − xw
Tomamos m e n como os inteiros mais próximos de e 2 ,
z +w
2 2
z + w2
xz + yw yz − xw 1
respectivamente. Note que m − ,n− ≤ Se q = (m + ni), então:
z +w 2 2
z +w 2 2
2
a yz − xw yz − xw
r = a − bq = b − q = b 2 −m+ 2 − n i ⇒
z +w z +w
2 2
b
1 2
1 N (b)
2
⇒ N (r ) ≤ N (b) + = < N (b)
2 2 2
Observe que como a k ≠ 0 ⇒ N (a k +1 ) < N (a k ) , podemos tomar n tal que N(an +1) =
0, ou seja, an + 1 = 0.
Logo an|an – 1. Observe que a n | a k +1 e a n | a k ⇒ a n | a k −1 . Logo a n | a n e a n | a n −1 ,
então indutivamente, a n | a k , ∀k 0 ≤ k ≤ n, particularmente an | a0 = a e
a n | a1 = p. Tomando as j + 1 primeiras equações e realizando substituições
adequadas, temos que aj = xj a1 + yj a0 = xj p +yj a; particularmente a n = x n p + y n a.
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Voltando ao lema, veja que se p|a então o lema está certo. Se p não divide a, então,
como a n | p, an|a e an = xnp + yna, então an ∈ {1; – 1; i; – i} e temos:
a n = x n p + y n a ⇔ b = a n−1 ( px n b + aby n ) ⇒ p | b, pois p | ab, o que conclui a
demonstração.
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Veja então que a' e b' são primos entre si se e só se x e y são primos entre si. Logo as
soluções são a = (x2 – y2) ⋅ d, b = 2xy ⋅ d, ou vice-versa, e conseqüentemente c = (x2 +
y2) ⋅ d, para x, y, d ∈ =, sendo x e y primos entre si.
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1.10. Problemas
Problema 3. Prove que existem duas seqüências inteiras (an) e (bn) infinitas e
estritamente crescentes tais que ak(ak + 1) divide bk2 + 1 para todo natural k.
2. INTEIROS DE EISENSTEIN
Vamos agora ver os Inteiros de Eisenstein. Definimos o conjunto =[ω] dos inteiros
2.1. Unidades
As unidades em =[ω] são definidas como os seus elementos que possuem inverso,
ou seja u, tal que ∃u – 1 tal que u ⋅ u – 1 = 1 ⇒ N(u) = 1 ⇔ u = ±1, ±ω, ±(1 + ω), e
verificamos que esses quatro números tem inverso, portanto u é unidade se, e só se
N(u) = 1.
Obs. Note que ± (1 + ω ) = ± ω .
2
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2.4. Primos
Tudo é muito parecido com os inteiros de Gauss: N(π) é primo em = ⇒ π é primo
em =[ω]; todo primo π em =[ω] divide exatamente um primo inteiro positivo. A
demonstração desses dois fatos é exatamente igual que foi dada na seção de inteiros
de Gauss. Seja p o inteiro positivo primo que o primo, π em Z[ω] divide. Temos três
casos:
• Se p é da forma 3k, então p = 3, e obtemos π = ±(1 – ω) ou ±(2 + ω).
• Se p é da forma 3k + 2, como a2 – ab + b2 só é da forma 3k ou 3k + 1 (verifique
você mesmo), então p é um primo de em Z[ω] tal que N(π) = p2.
• Se p é da forma 3k + 1, pela lei da reprocidade quadrática*:
p −1 −3−1
p − 3 ⋅ − 3
= (−1) = 1 ⇒ = 1
2 2
3 p p
Portanto existe x inteiro tal que p | ( x − 1) 2 + 3 = x 2 − 2 x + 2 2 = ( x − 2ω )(x − 2ω 2 ) , e
como p não divide 2, então p não é primo em Z[ω] e existem π e ψ tal que πψ = p.
Como p é um primo inteiro, então ψ = π , logo π e π = ψ são primos em =[ω] e
π ⋅π = p .
Portanto os primos em =[ω] são:
(1) O primo 1 – ω e suas multiplicações por unidades.
(2) Os primos inteiros da forma 3k + 2 e seus produtos pelas unidades, que também
são primos em =[ω].
(3) Para todo primo inteiro p da forma 3k + 1, os primos π e π tal que π π = p e seus
produtos pelas unidades são primos em =[ω].
*A lei de reciprocidade quadrática de Gauss diz o seguinte: dados a ∈ = e p ∈ = primo que não divide
a, definimos a = 1, se a é resíduo quadrático mod.p. Para p, q ∈ = primos ímpares com p > 0
p 0, caso contrário.
p −1 q −1
vale sempre p q = ( −1)
2 2
q p .
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2.5. Exemplo
Ache todos os a, b, c ∈ = + lados de um triângulo com um ângulo de 60o.
*
Vamos supor, sem perda de generalidade, que o ângulo de 60o é entre os lados de
medidas a e b. Pela lei dos co-senos, temos:
c 2 = a 2 + b 2 − 2ab cos(60°) = a 2 + b 2 − ab = (a + bω )(a − bω )
Observe a semelhança deste problema com o das ternas pitagóricas.
Seja m = mdc(a; b), a = a'm, b = b'm. Segue que m 2 c 2 ⇔ m c , e teremos c = c'm.
Logo c 2 = a 2 + b 2 − ab ⇔ c' 2 = a' 2 +b' 2 − a' b ', e temos mdc(a'; b'; c') = 1. Seja d tal
que d a '+b' ω e d a '−b' ω . Segue que d 2a ' e d 2b' , logo d 2 . Se d não divide 1,
então 2 d ⇒ 2 a' 2 −a ' b'+b' 2 ⇒ 2 a ' e 2 b' , absurdo, logo d 1 , e portanto:
a' = x 2 − y 2
a '+b' ω = ( x + yω ) 2 = x 2 − y 2 + (2 xy − y 2 )ω ⇔
b' = 2 xy − y 2
Portanto as soluções são a = ( x 2 − y 2 )m, b = (2 xy − y 2 )m e c = ( x 2 − xy + y 2 )m ,
para todo x, y, m ∈ =+ com x > y, e as permutações de a, b e c.
30
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Seja π um primo em =[ω ] tal que π b − dω . Vamos provar que π não divide
a + cω ⇔ π não divide a + cω , e segue que b − dω a + cω . Suponha então que
2
2.6. Problemas
Deixamos aqui mais alguns problemas para o leitor:
Problema 1.
(a) Prove que, para cada inteiro n, o número de soluções inteiras de x2 – xy + y2 = n é
finito e divisível por 6.
(b) Determine todas as soluções inteiras de x2 – xy + y2 = 727.
Problema 2.
Mostre que a equação diofantina x3 + y3 + z3 = 0 só tem soluções triviais, ou seja, tais
que xyz = 0.
Problema 3.
Prove que se n é um inteiro positivo tal que a equação x3 – 3xy2 + y3 = n tem soluções
em inteiros (x; y), então ela tem pelo menos três soluções.
31
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SEQÜÊNCIAS ARITMÉTICO-GEOMÉTRICAS
José Paulo Carneiro & Carlos Gustavo Moreira
♦ Nível Intermediário.
32
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Uma pergunta interessante é: uma SAG pode ser uma seqüência constante? É claro
que, se c for este valor constante, isto ocorrerá se e só se: c = qc + r, ou seja:
r
c= .
1− q
Vamos agora determinar uma expressão explícita para o termo geral de uma SAG
em função de n. Para isto, consideremos duas SAGs quaisquer, de termos gerais,
respectivamente, an e bn, que tenham a mesma razão aritmética r e a mesma razão
geométrica q, e consideremos a sua diferença dn = an – bn . Como an = q an – 1 + r e
bn = q bn – 1 + r, então dn = an – bn = q (an – 1 – bn – 1) = q dn – 1. Mas isto mostra que
(dn) é uma PG de razão q e, portanto: dn = d1 qn – 1, ou seja: an – bn = (a1 – b1)qn – 1 , ou
ainda: an = bn + (a1 – b1)qn – 1. Como an e bn eram SAGs quaisquer, esta fórmula
indica como qualquer SAG pode ser obtida de outra que tenha a mesma razão
aritmética e a mesma razão geométrica q, podemos tomar bn constante e igual a
r r r n −1
, obtendo: a n = + a1 − q ,
1− q 1− q 1 − q
que é a expressão que se procurava para an.
Por exemplo, no caso da Torre de Hanói, an = 2an – 1 + 1, com a1 = 1. Portanto:
1 1 n −1
+ 1 − 2 = 2 − 1.
n
1− 2 1− 2
Vale a pena acrescentar que, se a SAG tiver uma infinidade de termos e |q| < 1, então
r
qn – 1 tende a zero, quando n tende a infinito. Portanto, an tende a .
1− q
2 + a n −1
Por exemplo: a seqüência infinita definida por: a n = , com a1 = 1 tem
5
3 13 63
termos: 1; ; ; ;..., ou, em decimais: 1,000; 0,600; 0,520; 0,504;….
5 25 125
1 2 2 1
Como a n = a n −1 + , esta seqüência é uma SAG com r = e q = , de modo
5 5 5 5
1 1 1 1
que seu termo geral é a n = + , e o seu limite é = 0,5.
2 2 5 n −1 2
33
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∑ "
n−2 n− 2
( q n −1 − 1)
= ∑
=0
rq +
=0
(a + r )q = r
q −1
+ s n − (a + (n − 1)r )q n −1 e, portanto,
q −1
sn = (a + (n −1)r )q n−1 − − r
a q n−1 −1(⇒ sn =
)q
(a + (n −1)r −
r a
)q n−1 − +
r
=
q q q −1 q −1 q −1 q q −1
q qr n −1 (r − a )q + a
= a + nr − q + .
q −1 q − 1 (q − 1) 2
aq n a ⋅ (1 − q ) a (q n − 1)
Note que se r = 0 a expressão acima se reduz a + = , que é a
q − 1 (q − 1) 2 q −1
fórmula da soma dos n primeiros termos de uma PG.
Notemos finalmente que SAG's e PAG's satisfazem recorrências lineares
homogêneas (ver [1]): Para SAG's, temos a n + 2 − qa n +1 = r = a n +1 − qa n , logo
a n + 2 = (q + 1) a n +1 − qa n , e para PAG's, notamos que se bn = a n / q n , temos bn =
a n+ 2 2a n −1 an
a + nr, e bn + 2 − bn +1 = r = bn +1 − bn ⇒ bn + 2 = 2bn +1 − bn ⇒ n+2
= n +1
− ⇒ a n+ 2 =
q q qn
= 2qa n +1 − q 2 a n . Os polinômios característicos dessas recorrências são
respectivamente x 2 − (q + 1) x + q = ( x − q )( x − 1) e x2 – 2qx + q2 = (x – q)2.
Referência:
[1] Héctor Soza Pollman, Equações de Recorrência, Eureka! No. 9, pp. 33-40.
[2] Carlos Yuzo Shine, A torre de Hanói, Eureka! No. 11, pp. 17-23.
34
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O PRINCÍPIO DA INVARIÂNCIA
Marcelo Rufino de Oliveira, Belém – PA
♦ Nível Intermediário.
Exemplo 1.1: Começando com o conjunto {3, 4, 12}, é permitido apagar dois números
a e b e escrever em seus lugares 0,6.a – 0,8.b e 0,8.a + 0,6.b. É possível chegar ao
conjunto {4, 6, 12}?
Resolução:
Repare que (0,6.a – 0,8.b)2 + (0,8.a + 0,6.b)2 = a2 + b2, implicando que a soma dos
quadrados dos números dos conjuntos obtidos é invariante. Como 32 + 42 + 122 = 132
e 42 + 62 + 122 = 142 então não é possível chegar ao conjunto {4, 6, 12}.
Exemplo 1.2: (Maio-99) Em cada um dos 10 degraus de uma escada existe uma rã.
Cada rã pode, de um pulo, colocar-se em outro degrau, mas quando uma rã faz isso,
ao mesmo tempo, uma outra rã pulará a mesma quantidade de degraus em sentido
contrário: uma sobe e outra desce. Conseguirão as rãs colocar-se todas juntas num
mesmo degrau?
Resolução:
Numeremos os degraus de 1 a 10 e associemos a cada rã o número do degrau que
ocupam. O somatório inicial destes valores é S = 1 + 2 + … + 10 = 55.
Perceba agora que este somatório é invariante, pois quando uma rã sobe uma certa
quantidade x de degraus, temos outra rã que desce x, fazendo com que a soma das
numerações destas duas rãs não se altere. Caso todas as rãs ocupem um mesmo
degrau (digamos y), então todas as suas numerações são iguais a deste degrau, ou
seja, teremos 10y = 55, que não possui solução inteira. Deste modo, é impossível que
todas as rãs ocupem um mesmo degrau.
35
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Resolução:
Mostraremos que é invariante o valor do discriminante de todas as equações obtidas
pela aplicação das operações permitidas.
Inicialmente temos ∆0 = b2 – 4ac.
Aplicando a primeira operação: ax2 + bx + c → cx2 + bx + a (1)
Para esta equação temos ∆1 = b2 – 4ca = ∆0
Aplicando a segunda operação:
ax2 + bx + c → a(x + t)2 + b(x + t) + c = ax2 + (b + 2at)x + at2 + bt + c (2)
∆2 = (b + 2at)2 – 4a(at2 + bt + c) = b2 + 4abt + 4a2t2 – 4a2t2 – 4abt – 4ac ⇒
∆2 = b2 – 4ac = ∆0 = ∆1
Como o discriminante de x2 – x – 2 é 9 e o discriminante de x2 – x – 1 é 5, a
transformação é impossível.
Exemplo 2.1: (Torneio das Cidades-85) Todo membro de uma seqüência, iniciando do
segundo, é igual a soma entre o termo precedente e a soma dos seus dígitos. O
primeiro número é 1. É possível que 123456 pertença à seqüência?
Resolução:
Perceba que: a2 = 2 = 3.0 + 2 a3 = 4 = 3.1 + 1 a4 = 8 = 3.2 + 2
a5 = 16 = 3.5 + 1 a6 = 23 = 3.7 + 2 a7 = 28 = 3.9 + 1 ...
Aparentemente os restos da divisão por 3 dos termos são alternadamente 1 e 2.
Vamos demonstrar isto. Seja S(n) a soma dos dígitos de n. Sabemos que n e S(n)
deixam o mesmo resto na divisão por 3:
i) Se an = 3k1 + 1 ⇒ an + 1 = an + S(an) = 3k1 + 1 + 3k2 + 1 = 3k3 + 2.
ii) Se an = 3k1 + 2 ⇒ an + 1 = an + S(an) = 3k1 + 2 + 3k2 + 2 = 3k3 + 1.
Deste modo, se n é par então an = 3k + 2 e se n é ímpar então an = 3k + 1
(invariante). Como 123456 é divisível por 3 então não pertence à seqüência.
Exemplo 2.2: (Leningrado-85) Três cangurus estão alinhados em uma estrada. A cada
segundo um dos cangurus salta. É permitido que um canguru salte por cima de um
outro canguru, mas não de dois cangurus de uma só vez. Prove que depois de 1985
segundos, os cangurus não podem voltar a ocupar a posição relativa inicial.
36
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Resolução:
Existem seis posições para os cangurus: 123 132 312 321 231 213
Note que as posições sublinhadas somente podem ser alcançadas através de um
posição anterior em negrito e vice-versa (invariante). Assim, depois de um número
ímpar de pulos somente as posições sublinhadas (132, 321 e 213) podem ser
alcançadas, fazendo com que depois de 1985 pulos não seja possível que os cangurus
voltem a ocupar a posição inicial (123).
Resolução:
Distribuimos as letras a, b e c no tabuleiro da seguinte forma:
a b c a
c a b c
b c a b
a b c a
Note que as letras estão alternadas tanto nas linhas quanto nas colunas. Esta
alternância faz com que toda vez que um retângulo com 3 casas seja selecionado,
então exatamente uma letra a, uma letra b e uma letra c são selecionadas.
Sejam: A a quantidade de casas brancas com a letra a, B a quantidade de casas
brancas com a letra b e C a quantidade de casas brancas com a letra c. No início
temos: A = 6 B = 5 C = 5. Toda vez que selecionamos um retângulo formado de
três casas, estamos somando a cada valor de A, B e C os valores + 1 ou – 1. Perceba
que se todas casas ficarem pretas, então teremos A = 0, B = 0 e C = 0. Entretanto,
note que iniciando de A = 6, B = 5 e C = 5, e alterando simultaneamente por + 1 ou –
1 estes valores, sempre teremos entre os valores de A, B e C dois números ímpares e
um par ou dois pares e um ímpar (invariante), fazendo com que a situação A = 0, B
= 0 e C = 0 seja impossível.
Exemplo 2.4: (OBM Jr.-95) Temos um tabuleiro 1995 × 1995. A cada uma de suas
19952 casas associamos um dos números + 1 ou – 1. Em seguida, associamos a cada
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linha o produto dos números das casas desta linha, e a cada coluna o produto dos
números das casas de cada coluna.
i) Se T é a soma dos números associados às linhas, colunas e casas, prove que T é
diferente de 0.
ii) Se S é a soma dos números associados às linhas e às colunas, prove que S é
diferente de 0.
Resolução:
i) Como temos 1995 colunas e 1995 linhas, então as somas dos números associados
às linhas e colunas são números ímpares, pois são soma ou subtração de 1995
números ímpares. Em relação às casas temos o mesmo raciocínio, pois são ao todo
19952 casas, cujo valor de cada casa pode ser igual a 1 ou – 1. Somando todos estes
valores teremos também um valor ímpar. Assim, T é a soma de três valores ímpares,
sendo também ímpar, nunca podendo assumir o valor zero.
ii) Inicialmente notemos que qualquer disposição no tabuleiro pode ser alcançada
partindo de uma configuração inicial na qual todas as casas possuem valor 1 e
alterando-se os sinais desejados. Com o tabuleiro contendo somente 1's, temos que
as somas das linhas e colunas é 1995, fazendo uma soma total de 3990, que
obviamente é o maior valor possível. Quando trocamos um 1 por um – 1, notamos
que as somas das linhas e colunas passam a ser 1993, fazendo S = 3986. Assim, fica
evidente que uma alteração de um sinal em uma casa do tabuleiro altera o valor da
soma da linha e da coluna a qual pertence esta casa em ± 2, e por conseqüência altera
a soma total em 0 ou ± 4 (invariante).
Deste modo, a soma total pode ser escrita da forma S = 3990 – 4k.
Caso S = 0, teríamos 4k = 3990, que não possui solução inteira, absurdo.
Resolução:
Não é possível. Note que no início existe somente um número divisível por 3 e no
final existem quatro números divisíveis por 3. Observemos o que acontece com os
restos da divisão por 3 dos números no quadro quando fazemos uma operação:
i) se a = 3x e b = 3y ⇒ a + b = 3z e ab = 3w
ii) se a = 3x + 1 e b = 3y ⇒ a + b = 3z + 1 e ab = 3w
iii) se a = 3x + 2 e b = 3y ⇒ a + b = 3z + 2 e ab = 3w
iv) se a = 3x + 1 e b = 3y + 1 ⇒ a + b = 3z + 2 e ab = 3w + 1
38
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v) se a = 3x + 1 e b = 3y + 2 ⇒ a + b = 3z e ab = 3w + 2
vi) se a = 3x + 2 e b = 3y + 2 ⇒ a + b = 3z + 1 e ab = 3w + 1
Portanto, a única forma de aumentar os divisíveis por 3 é escolher a = 3x + 1 e b =
3y + 2. Consequentemente também acrescentamos um número da forma 3k + 2. Por
outro lado, na situação final o único número que não é divisível por 3 é 64, que é da
forma 3k + 1, contradição, pois este número deveria ser da forma 3k + 2 (O caso iii)
mostra que sempre haverá um número da forma 3k + 2 após termos 4 deles da forma
3k).
Exemplo 3.1: Um total de 2000 pessoas estão divididas entre os 115 quartos de uma
mansão. A cada minuto, até que todas não estejam em um mesmo quarto, uma
pessoa anda para um quarto com um número igual ou maior de pessoas do que o
quarto que ocupava. Prove que eventualmente todas as pessoas vão estar em um
mesmo quarto.
Resolução:
Seja ai a quantidade de pessoas no quarto i, 1 ≤ i ≤ 115.
Considere a expressão I = a12 + a22 + ... + a115
2
.
Digamos que uma pessoa sai de um quarto que possui n pessoas e vai para um quarto
que possui m pessoas (m ≥ n). A variação de I é:
∆I = ((m + 1)2 + (n – 1)2) – (m2 + n2) = 2(m – n + 1) > 0
Assim, toda vez que uma pessoa troca de quarto o valor de I cresce (tendência de
crescimento invariante). Entretanto note que o valor de I não pode crescer
indefinidamente, uma vez que o número total de pessoas é finito, implicando que
uma hora todas as pessoas estarão em um mesmo quarto.
a
Exemplo 3.2: (2 Lista de Preparação para a Cone Sul-2001) Existem inicialmente n
números 1 em um quadro negro. Em cada passo é permitido apagar quaisquer dois
números a e b e escrever o número ab 2 . Esta operação é feita n – 1 vezes. Prove
a+b
que o último número não é menor que 1 .
n
Resolução:
Suponha que depois de k operações temos os seguintes números escritos no quadro:
a1, a2, ..., an – k. Considere a expressão Ik = 12 + 12 + ... + 21 .
a1 a2 an − k
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Exemplo 3.3: (St. Petersburg-96) Vários inteiros positivos distintos estão escritos em
um quadro negro. Uma operação permitida é apagar dois inteiros distintos e escrever
em seus lugares o máximo divisor comum e o mínimo múltiplo comum destes
números. Prove que, depois da aplicação de operações permitidas várias vezes, os
números eventualmente vão parar de mudar.
Resolução:
Suponha que a e b (a > b) são dois números escritos no quadro. Sejam
D = mdc (a, b) e L = mmc (a, b). Consequentemente: D < a, D ≤ b, L ≥ a, L > b.
Como ab = DL ⇒ ab + b2 = DL + b2 (1)
Como (L – b)(D – b) ≤ 0 ⇒ DL – Lb – bD + b2 ≤ 0 ⇒
DL + b2 ≤ bL + bD (2)
Aplicando (2) em (1): ab + b2 ≤ bL + bD ⇒ a + b ≤ D + L (3)
Assim, a soma S dos números escritos no quadro nunca decresce. Repare também
que a igualdade em (3) implica (L – b)(D – b) = 0, ou seja, D = b ⇒ L = a.
Por outro lado, como mdc (x1, x2, ..., xm) ≤ mmc (x1, x2, ..., xm) ≤ x1x2...xm, então,
depois de um número qualquer de operações realizadas, cada número no quadro é
menor ou igual que o produto de todos os números inicialmente escritos. Portanto, S
é menor ou igual a n vezes o produto dos números inicialmente escritos. Como pode-
se fazer um número infinito de operações e S possui ao mesmo tempo as
propriedades de ser limitada e nunca decrescer, então a partir de um certo momento
S fica constante, fazendo com que D = b e L = a, implicando que eventualmente os
números vão parar de mudar.
40
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Exercícios:
03. (Rio Grande do Norte-99) A professora desafia André e Thiago com o seguinte
jogo, em que eles jogam alternadamente. Ela escreve no quadro-negro os inteiros de
1 a 50. Uma jogada consiste em escolher dois dos números escritos, apagar esses
números, substituindo-os pela soma (Por exemplo, se André escolheu 8 e 23, apaga-
os e escreve 31). Depois de algum tempo, vai restar no quadro negro um único
número. Se esse número é par, o ganhador é André, caso contrário, o ganhador é
Thiago. Quem vence o jogo: André ou Thiago?
04. (Torneio das Cidades-93) Três pilhas de caroços são dadas sobre uma mesa. É
permitido adicionar ou remover de uma pilha um número de caroços que é igual a
soma do número de caroços das outras duas pilhas. Por exemplo [12, 3, 5] pode
tornar-se [12, 20, 5] pela adição de 17 = 12 + 5 para a pilha de 3 ou tornar-se [4, 3, 5]
pela remoção de 8 = 3 + 5 caroços da pilha com 12. É possível, iniciando com pilhas
possuindo 1993, 199 e 19 caroços, conseguir uma pilha vazia depois de uma
seqüência de operações permitidas?
06. (Rússia-78) São dadas 3 máquinas que produzem cartões com pares de números
naturais. A primeira, sendo dado o cartão com (a, b), produz um novo cartão com
(a + 1, b + 1); a segunda, sendo dado o cartão com (a, b), produz novo cartão
com (a/2, b/2), se ambos a e b são pares e nada no caso oposto e a terceira máquina,
sendo dados os cartões (a, b) e (b, c), produz um novo cartão com (a, c). Todas as
máquinas retornam também os cartões iniciais. Suponha que foi dado o cartão inicial
(5, 19). É possível obter:
a) (1, 50)?
41
Sociedade Brasileira de Matemática
b) (1, 100)?
c) Suponha que foi dado o cartão inicial (a, b) (a < b). Nós queremos obter o cartão
(1, n). Para quais n isto é possível?
07. Em um quadro negro estão escritos n números. A cada minuto apaga-se dois
números a e b e escreve-se o número (a + b)/4. Repetindo esta operação n – 1 vezes,
existirá somente um número no final. Prove que se inicialmente existirem n 1's no
quadro, então o último número não é menor que 1/n.
08. (Leningrado-89) Vários (mas não menos que 2) números não nulos são escritos
em um quadro negro. É possível apagar dois dos números, A e B, e então escrever
nos seus lugares os números A + B/2 e B – A/2. Prove que o conjunto de números
no quadro negro, depois de um número qualquer de operações, não pode coincidir
com o conjunto inicial.
a
09. (2 Lista de Preparação para a Cone Sul-96) 119 anões vivem em uma aldeia com
120 pequenas casas. Uma casa é dita super-habitada se 15 anões ou mais vivem lá.
Todo dia, os anões de uma casa super-habitada têm uma discussão e se mudam para
outras (distintas) casas da aldeia. Algum dia, necessariamente, esse processo se
encerrará?
Bibliografia:
42
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
O número natural n pode ser trocado por ab se a + b = n, onde a e b também são
números naturais. O número 2001 pode ser obtido a partir de 22 através destas
trocas?
PROBLEMA 2
Um dos segmentos que liga os pontos médios dos lados de um triângulo é maior que
uma das medianas do triângulo. Prove que o triângulo é obtusângulo.
PROBLEMA 3
Vinte quilogramas de queijo estão à venda em uma mercearia e os fregueses estão
em fila para comprar esse queijo. Após algum tempo, tendo acabado de atender um
dos fregueses, a vendedora calcula (corretamente) a quantidade total de queijo já
vendida e anuncia o número de fregueses para os quais há queijo, na quantia exata,
se cada freguês comprar uma porção cuja massa é exatamente igual a quantidade
média comprada pelos anteriores.
Pode ocorrer de a vendedora poder declarar, após cada um dos 10 primeiros
fregueses ter feito sua compra, que há queijo na quantia exata para os próximos 10?
Se isso puder ocorrer, quanto queijo haverá ainda na mercearia após os primeiros 10
fregueses terem feito suas compras?
(A quantidade média de uma seqüência de compras é a massa total de queijo vendida
dividida pelo número de vendas.)
PROBLEMA 4
a) Há 5 triângulos de papel idênticos sobre uma mesa. Cada um pode ser transladado
em qualquer direção. É verdade, então, que qualquer um deles pode ser coberto pelos
outros 4?
b) Há 5 triângulos equiláteros de papel idênticos sobre uma mesa. Cada um pode ser
transladado em qualquer direção. Prove que, então, qualquer um deles pode ser
coberto pelos outros 4.
PROBLEMA 5
Sobre um tabuleiro 15 × 15 são colocados quinze cavalos de modo que em cada
fileira (linha ou coluna) do tabuleiro haja exatamente um cavalo. Então,
simultaneamente, cada cavalo faz um movimento segundo as regras do xadrez.
Prove que após os movimentos haverá dois cavalos em uma mesma fileira do
tabuleiro.
43
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Um ônibus que percorre um trajeto de 100 km é equipado com um computador, que
prevê quanto tempo falta para chegar ao destino final. Esta previsão é feita
assumindo que a velocidade média do ônibus na parte restante do trajeto será a
mesma da parte já percorrida. Quarenta minutos após a partida do ônibus, o
computador previu que o tempo restante de viagem seria de uma hora. E este tempo
previsto permaneceu inalterado pelas próximas 5 horas.
Isso pode de fato ocorrer? Caso possa, quantos quilômetros o ônibus percorreu
nestas 5 horas?
(A velocidade média do ônibus é o número de quilômetros percorridos dividido pelo
tempo gasto para percorrê-los.)
PROBLEMA 2
A representação decimal do número natural a consiste de n dígitos, enquanto que a
representação decimal de a3 consiste de m dígitos. Pode n + m ser igual a 2001?
PROBLEMA 3
No triângulo ABC o ponto X está sobre o lado AB, enquanto o ponto Y está sobre o
lado BC. Os segmentos AY e CX interceptam-se no ponto Z. Sabe-se que AY = YC e
AB = ZC. Prove que os pontos B, X, Z e Y estão sobre uma circunferência.
PROBLEMA 4
Duas pessoas jogam sobre um tabuleiro 3 × 100. Elas jogam alternadamente: a
primeira coloca dominós 1 × 2 sobre o tabuleiro, a segunda coloca dominós 2 × 1. A
perdedora é aquela que, na sua vez, não puder colocar dominó.
Qual dos dois jogadores têm estratégia vencedora? Descreva-a.
PROBLEMA 5
Nove pontos são desenhados sobre a superfície de um tetraedro regular de aresta 1
cm. Prove que entre estes pontos existem dois cuja distância (no espaço) é menor ou
igual a 0.5 cm.
44
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
É dado um número suficientemente grande de cartões retangulares a cm × b cm,
onde a e b são inteiros positivos e a é menor do que b. Sabe-se que com esses cartões
podemos montar (sem sobrepor cartões e sem buracos) um retângulo 49 cm × 51 cm
e um 99 cm × 101 cm.
Os valores de a e b estão determinados unicamente a partir desses dados?
PROBLEMA 2
Dado um triângulo qualquer, é possível cortá-lo em quatro conjuntos convexos: um
triângulo, um quadrilátero, um pentágono e um hexágono?
PROBLEMA 3
O número x 2 + xy + y 2 , no qual x e y são inteiros positivos, escrito na notação
decimal termina em zero. Prove que ele termina em pelo menos dois zeros.
PROBLEMA 4
Os lados AB, BC, CD e DA do quadrilátero ABCD são tangentes a uma
circunferência nos pontos K, L, M e N, respectivamente; S é o ponto de intersecção
dos segmentos KM e LN. Sabe-se que o quadrilátero SKLB é inscritível.
Prove que o quadrilátero SNDM também é inscritível.
PROBLEMA 5
a) São dadas 128 moedas de duas massas distintas, 64 de cada tipo. Como obter duas
moedas de massas distintas fazendo não mais de 7 pesagens um uma balança com
dois braços (e sem pesos auxiliares)?
b) São dadas oito moedas de duas massas distintas, 4 de cada tipo. Como obter duas
moedas de massas distintas fazendo não mais de duas pesagens em uma balança com
dois braços (e sem pesos auxiliares)?
45
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Sejam a, b, e c as medidas dos lados de um triângulo. Prove a desigualdade
a 3 + b 3 + 3abc >c 3
PROBLEMA 2
Quatro peças (duas brancas e duas pretas) são colocadas em um tabuleiro
quadriculado 23 × 23: as peças brancas são colocadas no canto superior esquerdo e
no canto inferior direito; as peças pretas são colocadas no canto inferior esquerdo e
no canto superior direito. As brancas e pretas se movem alternadamente, sendo que
as brancas começam. Em cada movimento, uma peça é movida para qualquer casa
vizinha (isto é, que tem uma lado em comum) que não tenha peça. O objetivo das
peças brancas é ocupar duas casas vizinhas. As pretas podem evitar que isso
aconteça?
PROBLEMA 3
Sejam E e F os pontos médios dos lados BC e CD, respectivamente, do quadrilátero
convexo ABCD. Os segmentos AE, AF e EF dividem o quadrilátero em 4 triângulos
cujas áreas (em alguma ordem) são inteiros positivos consecutivos.
Qual é a maior área que o triângulo ABC pode ter?
PROBLEMA 4
N lâmpadas estão enfileiradas. Inicialmente, algumas delas estão acesas. A cada
minuto, todas as lâmpadas acesas são apagadas e acendemos cada lâmpada apagada
que for vizinha a exatamente uma lâmpada que estava acesa. Para que valores de n é
possível escolher uma configuração inicial de lâmpadas de modo que em qualquer
momento pelo menos uma lâmpada esteja acessa?
PROBLEMA 5
Um triângulo acutângulo é cortado por uma reta em dois pedaços (não
necessariamente triangulares). Em seguida, um dos pedaços é cortado por uma reta
em dois pedaços, e assim por diante: a cada passo um dos pedaços obtido em
qualquer passo anterior é escolhido e cortado por uma reta em dois novos pedaços.
Após um certo número de passos, todos os pedaços são triangulares. É possível que
todos tenham um ângulo obtuso?
46
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
Em uma seqüência crescente de inteiros positivos, cada termo, a partir do 2002-
ésimo, divide a soma de todos os termos anteriores. Prove que cada termo da
seqüência, a partir de um certo ponto, é igual à soma de todos os anteriores.
PROBLEMA 7
Dada uma cadeia de dominós, montada de acordo com as regras usuais, é permitida a
seguinte operação: escolha uma subcadeia contida nela cujas extremidades são iguais
(têm o mesmo número de pontos marcados), retire-a, inverta sua ordem e recoloque.
Mostre que, dadas duas cadeias montadas a partir de um mesmo conjunto de
dominós e com extremidades respectivamente iguais (isto é, os inícios são iguais
entre si, bem como os finais), é possível transformar, através de uma seqüência de
operações como a descrita, uma das cadeias na outra.
47
Sociedade Brasileira de Matemática
151. (Irlanda-2001) Seja ABC um triângulo de lados BC , CA, AB cujas medidas são
respectivamente iguais a a, b, c. Se D e E são os pontos médios de AC e AB
respectivamente, mostre que a mediana BD é perpendicular a CE se, e somente
se, b 2 + c 2 = 5a 2 .
152. (Irlanda-2001) Mostre que se um número primo ímpar p pode ser colocado sob a
forma x 5 − y 5 para alguns inteiros x e y então
4 p + 1 v2 + 1
=
5 2
para algum inteiro ímpar v.
48
Sociedade Brasileira de Matemática
49
Sociedade Brasileira de Matemática
164. (Croácia-2001) A partir dos pontos médios dos lados de um triângulo acutângulo
são traçadas perpendiculares aos outros dois lados. Mostre que a área do
hexágono definido por esses segmentos é igual à metade da área do triângulo.
166. (Croácia-2001) Quatro esferas de raios iguais a R são mutuamente tangentes entre
si. Determine o raio r da maior esfera que pode ser inserida entre elas.
50
Sociedade Brasileira de Matemática
175. (Torneio das Cidades-2001) Diga se existem inteiros positivos a1 < a2 < ... < a100 tais
que para todo k , 2 ≤ k < 100 , o mínimo múltiplo comum de ak −1 e ak é maior
que o mínimo múltiplo comum de ak e ak +1 .
51
Sociedade Brasileira de Matemática
177. (Torneio das Cidades-2001) Sejam a e d inteiros positivos tais que, para qualquer
inteiro positivo n , a expansão decimal de a + nd contém um bloco de
algarismos consecutivos igual à expansão decimal de n. Prove que d é uma
potência de 10.
180. (Estônia-2000) Mostre que para todo inteiro a > 1 , existe um número primo p tal
que 1 + a + a 2 + ⋅ ⋅ ⋅ + a p −1 é composto.
ÞÞÞ
Acusamos o recebimento de soluções de problemas anteriores dos seguintes leitores
de EUREKA!:. No próximo número publicaremos algumas delas.
52
Sociedade Brasileira de Matemática
∑ ∑x
k
Assim, xi2 ≥ ou 2
j ≥ . Supomos sem perda de generalidade que
i =1 n j = k +1 n
k
n−k
∑x
i =1
2
i ≥
n
(o outro caso é análogo). Assim, se xi ≤ ε para 1 ≤ i ≤ k , temos
k
n−k k k n k
∑
i =1
xi ≥
εn
, pois ∑
i =1
xi2 ≤ ε ∑
i =1
xi . Como ∑
j = k +1
(− x j ) = ∑x ,
i =1
i temos
n
n−k
∑ (− x
1
)≥ , donde existe k + 1 ≤ j 0 ≤ n com − x j0 ≥ . Tomando
εn εn
j
j = k +1
1
ε = max x i , temos que existe i0 ≤ k com xi0 = ε , donde − x i0 x j0 = ε (− x j0 ) ≥ ,e
1≤ i ≤ k n
1
logo xi0 x j0 ≤ − .
n
63) Prove que existem infinitos números naturais múltiplos de 51000 sem nenhum 0
na representação decimal.
53
Sociedade Brasileira de Matemática
a k a k −1 ...a 2 a1 a k 10 k −1 + a k −1 ...a 2 a1 n
Temos k −1
= k −1
= a k 2 k −1 + k −1
. É preciso que
5 5 5
n
a k 2 k −1 + k −1
≡ 0 módulo 5 para que ak ak – 1…a2a1 seja múltiplo de 5k. A equação é
5
n
equivalente a a k ≡ a k 2 k −13 k −1 ≡ − k −1
3 k −1 módulo 5.
5
Podemos escolher um tal ak no conjunto {1, 2, 3, 4, 5}, pois aí temos um conjunto de
restos da divisão por 5. Para concluir, basta tomar k = 1000, 1001, 1002,…
65) Determine todos os inteiros N tais que, em base 10, os dígitos de 9N são os
mesmos dígitos de N na ordem inversa, e N possui no máximo um dígito igual
a 0.
54
Sociedade Brasileira de Matemática
Porém com k'' = 1 não será possível que 9N seja da forma 97…11. Portanto o caso N
= 11…9 não satisfaz.
Para o caso k = 8 [k = 8 ⇒ k' = 0 pois 9k' + 8 ≡ 8 (mod 10) ∴ k' ≡ 0(mod 10)]
8 8 8 8
1 0 8 ... .0 8 9 Neste caso o número N possuiria mais de um dígito
×9 0, não condizendo com a situação proposta.
⇒
9 8 0....8 0 1
Para o caso k = 9:
55
Sociedade Brasileira de Matemática
8 8 8
1 0 9... .k ' 8 9 9k '+8 ≡ 9(mod 10)
×9 k ' ≡ 9(mod 10) ⇒ k ' = 9
⇒
9 8 k '....9 0 1
Para o caso k = 8.
8 8 8
1 0 9 8... k ' 9 8 9
9k' + 8 ≡ 8(mod 10)
×9
⇒ k ' ≡ 0(mod 10) ⇒ k ' = 0
9 8 9 k '....8 9 0 1
Para o caso k = 9.
8 8 8 8 8
1 0 9 9... k ' 9 8 9
9k' + 8 ≡ 9(mod 10)
×9
⇒ k ' ≡ 9(mod 10) ⇒ k ' = 9
9 8 9 k '....9 9 0 1
56
Sociedade Brasileira de Matemática
67) Este problema saiu com o enunciado errado, devido a um erro tipográfico,
como observaram Rodrigo Villard Milet, Anderson Torres e Carlos da Silva
Victor, que enviaram versões corrigidas, com soluções. Pedimos desculpas
aos leitores pelo erro e publicamos as versões corrigidas a seguir:
SOLUÇÃO:
Vamos denotar por (XYZ) o círculo que passa por X, Y e Z e por ϑ(w1, w2) e ângulo
entre as curvas w1 e w2.
Considere uma inversão ψ com centro em B e de razão k. Como (ABC) e (BCD)
passam por B, ψ((ABC)) = A' C' e ψ((BCD)) = C'D'. Como ϑ((ABC), (BCD)) = 90º,
segue que ∠A'C'D' = 90º.
Temos ψ (( ACD)) = ( A' C ' D' ). Daí, A'D' é diâmetro de (A'C'D'), pois ∠A'C'D' =
90º. E assim, ϑ((A'C'D'), A'D') = 90º, logo ϑ(ψ ((A'C'D')), ψ (A'D')) = ϑ((ACD),
(ABD)) = 90º, pois ψ (A'D') = (ABD)(A'D' não passa por B). Então os círculos (ACD)
e (ABD) são ortogonais.
SOLUÇÃO:
Sejam O1, O2, O3 e O4 os centros dos círculos circunscritos aos triângulos ABC,
ADC, ADB e BDC respectivamente.
Sejam: ∠O1CB = a ; ∠O2 CD = b ; ∠O1CA = θ ; ∠DBC = e ; ∠DBA = d ;
∠BDA = c e ∠BDC = f . Note que, pela hipótese do problema,
∠O2 AC = ∠O2 CA = 90° − θ . Podemos concluir que
Cˆ = ∠O1CB + ∠O1CA + ∠O2 CA + O2 CD = a + θ + 90° − θ 1b = a + b + 90° .
Além disso, é fácil ver que ∠O1 AB = 90° − a ⋅ θ e ∠O2 AD = θ − b, portanto
∠O1 AB + ∠O1 AC + ∠O2 AC + ∠O2 AD = (90° − a − θ ) + θ + (90° − θ ) + θ − b =
= 180° − a − b. Veja também que ∠DO4 O3 = e + f e ∠DO3 O 4 = c + d . Observe
agora no triângulo DO3 O4 em que e + f + c + d = 180° – ∠O3 DO4 e, pelo
57
Sociedade Brasileira de Matemática
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58
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
68) Seja ABC um triângulo de lados inteiros e área racional. Prove que existem
pontos X, Y, Z com coordenadas inteiras no plano #2 tais que o triângulo XYZ
é congruente ao triângulo ABC.
69) Sejam a e b inteiros positivos tais que an – 1 divide bn – 1 para todo inteiro
positivo n.
Prove que existe k ∈ tal que b = ak.
70)
P1
X1
X5
P5 P2
Q5 Q1
Q4 Q2
X4 X2
Q3
X3
P4 P3
Na figura acima, para 1 ≤ j ≤ 5, X j é o ponto de interseção dos círculos
circunscritos aos triângulos Qj –1 PjQj e Qj Pj + 1 Qj + 1 distintos de Qj (os índices
são tomados módulo 5). Prove que o pentágono X1X2X3 X4X5 é inscritível.
Obs: O pentâgono P1P2P3P4P5 não é necessariamente regular.
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Sociedade Brasileira de Matemática
71) Considere três circunferências, tangentes duas a duas. Prove que há apenas
duas circunferências tangentes às três simultaneamente, e mostre como
construí-las.
73) Prove que, dado um inteiro positivo n, existe uma progressão aritmética
crescente formada por n inteiros positivos cujas somas dos dígitos também
formam uma progressão aritmética crescente, mas não existe uma progressão
aritmética infinita de inteiros positivos cujas somas dos dígitos formem uma
progressão aritmética crescente.
Problema 70 proposto por Jiang Zemin, presidente da China, a membros da direção da União
Internacional de Matemática, durante uma reunião preparatória do Congresso Internacional de
Matemática (ICM), realizado em agosto de 2002, em Beijing, China; Problema 71 proposto por
Marcelo Ribeiro de Souza (Rio de Janeiro – RJ); Problema 72 adaptado da 14a. Asian Pacific
Mathematical Olympiad; Problema 73 adaptado do 17o.Torneio das Cidades, 1995.
60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 8 de junho de 2002
Segunda Fase – Sábado, 14 de setembro de 2002
Terceira Fase – Sábado, 19 de outubro de 2002 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 20 de outubro de 2002 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 14 de setembro de 2002
Segunda Fase – Sábado, 19 e Domingo, 20 de outubro de 2002
♦
VIII OLIMPÍADA DE MAIO
11 de maio de 2002
♦
XIII OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
22 a 28 de junho de 2002
Fortaleza – CE, Brasil
♦
XLIII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
18 a 31 de julho de 2002
Glasgow, Reino Unido
♦
XVII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
30 de setembro a 5 de outubro de 2002
El Salvador
♦
V OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
9 de novembro de 2002
♦♦♦
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
RECIPROCIDADE QUADRÁTICA 27
Carlos Gustavo T. de A. Moreira & Nicolau Corção Saldanha, Rio de Janeiro - RJ
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
COORDENADORES REGIONAIS 61
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores.
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 1
Seja n um inteiro positivo. Seja T o conjunto de pontos (x; y) no plano onde x e y são
inteiros não negativos e x + y < n. Cada ponto de T é pintado de vermelho ou azul.
Se um ponto (x; y) é vermelho, então todos os pontos (x'; y') com x' ≤ x e y' ≤ y
também são. Um conjunto X é um conjunto de n pontos azuis com abcissas todas
distintas, e um conjunto Y é um conjunto de n pontos azuis com ordenadas todas
distintas. Prove que o número de conjuntos X é igual ao número de conjuntos Y.
3
Sociedade Brasileira de Matemática
T que não estão na última diagonal. Temos que o lema vale para os x'(i) e y'(i) de T',
e como x(i) = x'(i) + 1 e y(i) = y'(i) + 1, então x'(a) = y'(b) ⇔ x(a) = y(b), e além
disso x(k – 1) = y(k – 1) = 1, portanto o lema vale para T (vide fig. 1).
Y (ordenada) Fig. 1
X (abscissa)
Só pontos azuis na reta y + x = k – 1
Se nela houver algum ponto vermelho, digamos (a; k – 1 – a), então aplicamos a
hipótese de indução nos dois conjuntos T' formados acima e à direita de T, que são
menores que T, e assim demonstramos o lema para T (vide fig. 2).
Provamos então o nosso lema e, como já foi visto anteriormente, segue o que é
pedido no enunciado.
Y (ordenada) Fig. 2
X (abscissa)
PROBLEMA 2
4
Sociedade Brasileira de Matemática
OBS: é necessário ∠AOB < 120°, pois caso contrário teríamos ∠AOC ≤ 60° e
∠BOD ≥ 60°, o que implicaria J = l ∩ AC fora de Γ, não podendo então ser este o
incentro de CEF.
PROBLEMA 3
Encontre todos os pares de inteiros m, n ≥ 3 tais que há infinitos inteiros positivos a
am + a −1
para os quais n é inteiro.
a + a2 −1
5
Sociedade Brasileira de Matemática
(pois Q ( x ) | P( x)) mas mdc (Q( x), x n ) = mdc( x 2 −1, x n ) = 1 ⇒ Q( x) x m−n +1 + x m−n −1 ⇒
por raciocínio análogo ao anterior, m − n + 1 ≥ n ⇒ 2n ≤ m + 1( I ).
Agora, como Q (0) = −1 , Q (1) = 1 ⇒ ∃0 < α < 1 tq Q (α ) = 0 ⇒ P (α ) = T (α )Q (α ) = 0
⇒ α n + α 2 − 1 = 0 = α m + α − 1( II ) ⇒
de (I), α 2 n ≥ α m+1 ( III ) ⇒ por (II), (1 − α 2 ) 2 ≥ α ⋅ α m = α (1 − α ) ⇒
(1 − α ) 2 (1 + α ) 2 ≥ α (1 − α ) ⇒ (1 − α )(1 + α ) 2 ≥ α pois α < 1 ⇒
α 3 + α 2 − 1 ≤ 0 ⇒ α 3 ≤ 1 − α 2 = α n ⇒ n ≤ 3 mas n ≥ 3 ⇒ n = 3 e a desigualdade só
não é estrita em (III) se m + 1 = 2n ⇒ m = 5 logo se existir uma solução será (5, 3),
que de fato é uma solução, pois obviamente
( )( )
x 5 + x − 1 = x 2 − x + 1 x 3 + x 2 − 1 ⇒ P ( x ) = ( x 2 − x + 1) ⋅ Q ( x ).
SEGUNDO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 4
Seja n inteiro maior que 1. Os divisores positivos de n são d1, d2,…,dk , onde
n
Corolário: d i ≤
k +1− i
6
Sociedade Brasileira de Matemática
Prova:
De fato, sendo d k +1−i o (k + 1 – i)-ésimo divisor de n, temos d k +1−i ≥ k + 1 − i , e
segue o resultado pelo lema.
Pelo corolário,
k −1
∑
n n n n nn 1 1
D = d1 d 2 + d 2 d 3 + + d k −1 d k ≤ + + = n2 =
k k −1 k −1 k − 2 21 j =1 j j + 1
k −1
1 1 2 1
=n 2
∑ j − j + 1 = n
j =1
1 − < n
k
2
n
D = d1 d 2 + d 2 d 3 + + d k −1 d k = 1 × p + + × n >
p
n2
p
n2 n2
Veja então que < D < n 2 , e como é o maior divisor de n 2 menor que n 2 ,
p p
concluímos que D /| n 2
PROBLEMA 5
Encontre todas as funções f de # em # tais que
( f ( x ) + f ( z ))( f ( y ) + f (t )) = f ( xy − zt ) + f ( xt + yz )
para todo x, y, z, t ∈ #.
7
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1
⇒ Se f (0) ≠ 0, então f (0) = e f ( x) = , ∀x ∈ 5 (o que é uma solução).
2 2
Suponha então f (0) = 0
z ← y; t ← x ⇒ [ f ( x ) + f ( y ) ] = f ( xy − xy ) + f ( x 2 + y 2 )
2
⇒ [ f ( x ) + f ( y )]2 = f ( x 2 + y 2 ) = f ( x) 2 + 2 f ( x ) f ( y ) + f ( y ) 2
z ← x; t ← y ⇒ ( 2 ⋅ f ( x))( 2 ⋅ f ( y )) = f ( xy − xy ) + f ( xy + xy )
⇒ 4 f ( x ) ⋅ f ( y ) = f ( 2 xy )
t , z ← 0 ⇒ ( f ( x) + f (0))( f ( y ) + f (0)) = f ( xy − 0) + f (0 + 0)
⇒ f ( x ) ⋅ f ( y ) = f ( xy ) f é multiplicativa.
⇒ 4 ⋅ f ( xy ) = f (2 xy )
y ← t; t ← y ⇒ ( f ( x ) + f ( z ))( f (t ) + f ( y )) = f ( xt − zy ) + f ( xy + tz )
⇒ f ( xt − zy ) + f ( xy + tz ) = f ( xt + zy ) + f ( xy − zt )
Suponhamos que f não seja identicamente nula (note que f(x) ≡ 0 é uma solução).
Suponha f (a ) < 0 e que ∃x, y : x 2 + y 2 = a
⇒ f (a ) = f ( x 2 + y 2 ) = [ f ( x ) + f ( y ) ]2 ≥ 0 , contradição!
Assim, f (a ) ≥ 0, ∀a ≥ 0.
z ← − z ⇒ ( f ( x ) + f (− z ))( f ( y ) + f (t )) = f ( xy + zt ) + f ( xt − zy )
= ( f ( x) + f ( z ))( f (t ) + f ( y ))
⇒ f ( x ) + f (− z ) = f ( x ) + f ( z )
f (− z ) = f ( z )
f (− z ) = f ( −1) ⋅ f ( z ) ⇒ f ( −1) = 1 = f (1).
z, y , t ← 1 : ( f ( x ) + 1) ⋅ 2 = f ( x − 1) + f ( x + 1)
⇒ 2 f ( x ) + 2 = f ( x − 1) + f ( x + 1) .
* 4 ⋅ f ( xy ) = f ( 2 xy ) = f ( 2) ⋅ f ( xy ) ⇒ f (2) = 4.
* conjectura: f ( x) = x 2
( x 2 + z 2 )( y 2 + t 2 ) = ( xy − zt ) 2 + ( xt + yz ) 2
⇔ x 2 y 2 + x 2 t 2 + z 2 y 2 + z 2 t 2 = x 2 y 2 + z 2 t 2 − 2 xyzt + x 2 t 2 + 2 xtyz + y 2 z 2
Ok!! A função f ( x) = x 2 funciona!!!
2 f ( x ) + 2 = f ( x − 1) + f ( x + 1) ( f (1) = 1; f (2) = 4)
f (m) = m 2 ∀m ≤ n, m ∈ 1.
2 ⋅ f (n) + 2 = f (n − 1) + f (n + 1)
⇒ f (n + 1) = 2 ⋅ n 2 + 2 − (n − 1) 2 = n 2 + 2n + 1 = ( n + 1) 2
8
Sociedade Brasileira de Matemática
⇒ f (n) = n 2 , ∀n ∈ 1 .
como f (− n) = f (n); temos f ( z ) = z 2 , ∀z ∈ = .
p
Tome r ∈ 4 ; r = , mdc( p, q) = 1; p, q ∈ =, q ≠ 0
q
p 1 f (1) f ( p) p 2
f (r ) = f = f ( p) ⋅ f = f ( p) ⋅ = = 2 = (r) 2
q q f (q ) f (q ) q
⇒ f (r ) = r 2 , ∀r ∈ 4 .
( f ( x ) + f ( r ))2 ⋅ f ( r ) = f ( x ⋅ r + r 2 ) + f ( x ⋅ r − r 2 )
2 f ( x ) f ( r ) + 2 f ( r ) 2 = f ( x ⋅ r + r 2 ) + f ( xr − r 2 )
2 f ( xr ) + 2r 4 = f ( xr + r 2 ) + f ( xr − r 2 ) ∀x ∈ 5 ,
r ∈ 4 ⇒ 2 f ( y ) + 2r 4 = f ( y + r 2 ) + f ( y − r 2 ), ∀y ∈ 5, r ∈ 4.
Suponha que ∃y, r tais que y ≥ 0 , r > 0 e
f ( y + r 2 ) < f ( y)
[ ( y ) + f (r ) ] < f ( y )
⇒ f
2 2
≥0
,
⇒ f ( y ) + 2 f ( y )⋅ f ( r ) + f ( r ) < f ( y ) , Absurdo!!!
>0 >0
2 2
Vamos mostrar que f é contínua em #+: note que se y, r ≥ 0, f(y +r2) – f(y) =
⇒ f ( y ) 2 + 2 f ( y ) f (r ) + f (r ) 2 − f ( y ) = f ( r )(2 f ( y ) + f ( r )) = r 2 ( 2 f ( y ) + r 2 ),
se r ∈ 4 . Assim, dado ε > 0 , para r0 ∈ 4 suficientemente pequeno, temos
f ( y + r02 ) − f ( y ) < ε .
e se r < r0 , temos f ( y + r 2 ) − f ( y ) < f ( y + r02 ) − f ( y ) < ε
⇒ se x − y < r02 temos f ( x ) − f ( y ) < ε ( x > y ) .
* f ( y ) − f ( y − r02 ) = f ( y + r02 ) − f ( y ) − 2r04 < ε − 2r04 < ε
Se r < r0 então y − r 2 > y − r02 ⇒ f ( y − r 2 ) > f ( y − r02 )
⇒ f ( y ) − f ( y − r 2 ) < f ( y ) − f ( y − r02 ) < ε
⇒ para x − y < r02 temos f ( x ) − f ( y ) < ε
portanto f é contínua.
Suponha f ( w) = w 2 + θ ,θ ≠ 0
9
Sociedade Brasileira de Matemática
1) θ > 0
Temos que ∃r0 > 0 tal que
x − w < r02 ⇒ f ( x ) − f ( w) < θ
ou seja x 2 − w 2 − θ < θ caso x ∈ 4
mas se x < w temos x 2 < w 2 e portanto w 2 − x 2 > 0
( )
⇒ x 2 − w 2 − θ = w 2 + θ − x 2 = w 2 − x 2 + θ > θ , contradição!!
(existe x ∈ 4 tal que 0 < w − x < r02 ).
2) θ < 0 ⇒ f ( w) = w 2 − θ
temos que ∃r0 > 0 tal que
x − w < r02 ⇒ f ( x) − f ( w) < θ
ou seja x 2 − w 2 + θ < θ caso x ∈ 4
Note que ∃x ∈ 4 tal que 0 < x − w < r02
⇒ x > w ⇒ x 2 > w 2 ⇒ x 2 − w 2 + θ = x 2 − w 2 + θ > θ contradição!!
⇒ f ( x ) = x 2 , ∀x ∈ 5 .
As únicas funções são:
1
f ( x ) ≡ ; f ( x) ≡ 0 ou f ( x) = x 2 , ∀x ∈ 5 .
2
PROBLEMA 6
Sejam Γ1 , Γ2 ,..., Γn círculos de raio 1 no plano, onde n ≥ 3. Seus centros são O1,
O2,…,On, respectivamente.
Suponha que não exista reta que intercepte mais que dois dos círculos. Prove que
(n − 1)π
∑
1
≤ .
1≤ i < j ≤ n Oi O j 4
10
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(n − 1)π
É suficiente, portanto, provar que ∑α
1≤ i < j ≤ n
ij ≤
4
, o que parece menos assustador
∑ 4α
1≤ j ≤ n
ij ≤ 2π . (1)
j ≠i
Γ2
Γ1
2 α i2
2 α i1
2 α ij
Oi
Γj
11
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Intuitivamente, o que acabamos de fazer foi “girar” uma reta 180o em torno de cada
ponto Oi, sabendo que neste percurso ela cortará todas as outras circunferências, mas
nunca duas ao mesmo tempo. Para melhorar a estimativa, precisamos encontrar uma
forma de girar menos que 180o e, ainda assim, encontrar todas as demais
circunferências. Isto não é possível para todos os Oi, mas podemos fazê-lo com os
“mais afastados”.
Mais precisamente, nossa idéia é trabalhar com o fecho convexo do conjunto {O1,
O2, ..., On}, ou seja, o menor conjunto convexo que contém {O1, O2, ..., On}. Sem
perda de generalidade, podemos supor que esse fecho convexo é o polígono
O1O2O3... Om (m ≤ n) . Desta forma, os pontos Om+1, Om+2, ..., On são interiores ao
polígono.
Vamos separar a soma ∑α
1≤i < j ≤ n
ij em quatro partes:
L= ∑α
1≤ i ≤ m −1
i ,i +1 + α 1m (soma dos αij tais que OiOj é lado do polígono);
D= ∑α
1≤i < j ≤ m
ij − L (soma dos αij tais que OiOj é diagonal do polígono);
T= ∑α
1≤ i ≤ m
ij (soma dos αij tais que Oi é vértice do polígono e Oj é interior);
m< j ≤n
I= ∑α
m<i< j ≤ n
ij (soma dos αij tais que Oi e Oj são interiores ao polígono).
Observe que L + D + T + I = ∑α
1≤ i < j ≤ n
ij .
12
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P1
r
O2
α
12
O1 O3
∑
ei
2L < ⇔ 2L < π. (2)
1≤ i ≤ m 2
Agora utilizaremos os ângulos internos do polígono em um procedimento parecido
ao que fizemos para descobrir a desigualdade (1). Salvo Γ1, Γ2 e Γ3, todas as demais
circunferências estão completamente contidas no ângulo interno Ô2 = ∠O1O2O3.
Para cada j ≠ 2, considere o conjunto união das semi-retas com origem O2, interiores
a Ô2, que cortam a circunferência Γj. Este conjunto forma um ângulo de medida α2j,
para j = 1 e j = 3, e um ângulo de medida 2α2j para os demais valores de j. Como
cada semi-reta pode cortar apenas uma circunferência além de Γ2, os conjuntos
correspondentes a distintos valores de j são disjuntos. Assim,
∑
α 12 + α 23 + 2 α 2 j ≤ a 2 .
4≤ i ≤ n
Procedendo de forma análoga com os demais vértices do polígono e somando as
desigualdades obtidas concluímos que
2 L + 4 D + 2T ≤ ∑
ai = ( m − 2)π .
1≤ i ≤ m
(3)
13
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14
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PRIMEIRO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 1
Os números inteiros desde 1 até 2002, ambos incluídos, escrevem-se num quadro por
ordem crescente 1, 2,..., 2001, 2002. Em seguida apagam-se os que ocupam o
primeiro lugar, quarto lugar, sétimo lugar, etc, ou seja, os que ocupam os lugares da
forma 3k + 1.
Na nova lista apagam-se os números que estão nos lugares da forma 3k + 1. Repete-
se este processo até que se apagam todos os números da lista. Qual foi o último
número que se apagou?
15
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É fácil ver que o n-ésimo termo da sequência que sobra após a primeira série de
3
apagamentos será o ⋅ n (basta ver os dois casos de paridade de n), logo temos
2
3
que R(k +1) = ⋅ R( k ) .
2
Fazendo as contas, temos então R(6) = 12, R(7) = 18, R(8) = 27, R(9) = 41, R(10) =
62, R(11) = 93, R(12) = 140, R(13) = 210, R(14) = 315, R(15) = 473, R(16) = 710,
R(17) = 1065, R(18) = 1598 e finalmente R(19) = 2397.
Como R(18) = 1598 e 2002 < R(19) = 2397, então o último número apagado foi
1598.
PROBLEMA 2
Dado qualquer conjunto de 9 pontos no plano entre os quais não existem três
colineares, demonstre que para cada ponto P do conjunto, o número de triângulos
que têm como vértices três dos oito pontos restantes e P no seu interior é par.
B' C'
P
γ β
C
A' B
16
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PROBLEMA 3
Um ponto P é interior ao triângulo equilátero ABC e é tal que ∠APC = 120° . Sejam
M a intersecção de CP com AB e N a intersecção de AP com BC. Encontrar o lugar
geométrico do circuncentro do triângulo MBN quando P varia.
B
Ω
Γ
X Y
O1 N
M
O
P
A C
Vamos mostrar que tal L.G. está contido na reta mediatriz do raio BO , onde O é o
centro de ABC. Para isso, seja O1 o circuncentro de BMN. Daí, como APˆ C = 120° ,
17
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SEGUNDO DIA
DURAÇÃO: 4 horas e meia.
PROBLEMA 4
Num triângulo escaleno ABC traça-se a bissectriz interna BD, com D sobre AC.
Sejam E e F, respectivamente, os pés das perpendiculares traçadas desde A e C até à
recta BD, e seja M o ponto sobre o lado BC tal que DM é perpendicular a BC.
Demonstre que ∠EMD = ∠DMF .
18
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M
A'
E
A D C
PROBLEMA 5
A sucessão de números reais a1 , a 2 ,... define-se como:
1
a1 = 56 e a n +1 = a n − para cada inteiro n ≥ 1.
an
Demonstre que existe um inteiro k , 1 ≤ k ≤ 2002, tal que a k < 0.
19
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a2
1
(+) a k +1 2 = a k 2 + 2 − 2
ak
1 1 1
⇒ a k +1 2 = a1 2 + 2 + 2 + ... + 2 − 2 ⋅ k
a1 a2 ak
1) Suponha que ∃ i ≤ 1999 tal que ai < 2( ai > 0)
1 3 3 2 9−4 5
Isso implica: ai +1 < 2 − = . Caso a i + 1 > 0 , ai + 2 < − = = < 1.
2 2 2 3 6 6
1
Se ai + 2 > 0 ⇒ ai +3 < 1 − = 0; i + 3 ≤ 1999 + 3 = 2002
1
⇒ ∃k ,1 ≤ k ≤ 2002 tal que a k < 0.
20
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1 1 1
⇒ a 2000 2 = 56 2 + 2
+ ... + 2
− 2(1999) ≤ 56 2 + 1999 ⋅ − 2 ⋅ 1999
a1 a1999 4
1 7 7
⇒ a 2000 2 ≤ 56 2 − 1999 2 − = 3136 − (2000 − 1) = 3136 − 3500 + < 0
4 4 4
Absurdo!
Portanto ∃ i ≤ 1999 tal que ai < 2
⇒ temos que ai , ai +1 , a i + 2 ou ai + 3 é menor que zero (por 1)
∴ ∃k ,1 ≤ k ≤ 2002 tal que a k < 0.
PROBLEMA 6
Um polícia tenta capturar um ladrão num tabuleiro de 2001× 2001. Eles jogam
alternadamente. Cada jogador, na sua vez, deve mover-se uma casa num dos três
seguintes sentidos:
c
1001 b c a … c …
a
b
2001 c a b b
1 2 3… 2001
21
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c
Inicialmente o polícia começa numa casa c e o ladrão também.
(casas hachuradas na figura)
Assim teremos as seqüências
Polícia: c → a → b → c O polícia nunca poderia entrar numa
casa de mesma cor do ladrão.
Ladrão: c → a → b → c
Para sua sorte existe o túnel.
Se pensarmos um pouco, veremos que o polícia deve atravessar o túnel 2 vezes para
poder tornar compatível seu ciclo com o do ladrão, ou seja, jogar e cair numa casa de
mesma cor do ladrão (podendo pegá-lo).
Seja X = casa superior esquerda
Y = casa inferior direita.
Logo o polícia precisa de 2000 movimentos para chegar até Y, cruza o túnel (1
movimento), mais 4000 para chegar de novo até Y, cruza o túnel (1 movimento).
Neste momento o ladrão deve estar próximo de Y e o polícia precisará de mais 3999
movimentos (pelo menos) para capturar o ladrão (que ficará rodando no quadrado 2
× 2 inferior esquerdo, totalizando
2000 + 4000 + 3999 + 2 = 10001 movimentos do polícia, ou seja, 10000
movimentos do ladrão.
b) Vejamos agora uma estratégia para que o polícia prenda o ladrão.
Suponha que ele já tenha passado 2 vezes pelo túnel.
Numere as linhas do tabuleiro de 1 a 2001, de cima para baixo e as colunas de 1 a
2001, da esquerda para a direita.
Após sair do túnel, o polícia se encontra na casa da linha 1 e coluna 1.
A estratégia é a seguinte:
i) O polícia deve se mover para a direita até que o ladrão fique na mesma
diagonal (inferior direita) do polícia ou uma casa à direita.
ii) Em seguida, o polícia deve fazer o seguinte movimento:
22
Sociedade Brasileira de Matemática
iii) O polícia deve repetir os passos i) e ii) Note que a diferença entre os
números das linhas do polícia e do ladrão sempre diminui e o ladrão sempre
fica na região à direita da diagonal inferior direita do polícia.
Assim, após repetirmos i) e ii) um número finito de vezes, chegamos na situação (na
vez do ladrão)
Polícia
Ladrão
(note que não pode ocorrer outra situação na qual a diferença entre linhas é 1, pois,
na vez do ladrão, os dois devem estar em casas do mesmo tipo).
Seguindo o que é feito em ii), o ladrão, em algum momento, se move para a casa à
direita do polícia. Assim, na próxima jogada, o polícia prende o ladrão.
23
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado.
INTRODUÇÃO:
Motivado pela leitura do trabalho Equação do Terceiro Grau do Professor Alberto de
Azevedo [1], ocorreu-me a curiosidade de saber as fórmulas das raízes calculadas
por radicais de uma equação polinomial do 5º grau, solúvel, que não fosse a trivial
x 5 + a = 0 , que todos conhecem. Daí então, seguindo os mesmos passos da dedução
da fórmula de Cardano para as equações polinomiais cúbicas foi possível provar que
1
a x 5 − px 3 + p 2 x − r = 0 , já estudada por DE MOIVRE, tem raízes dadas por uma
5
fórmula análoga a de Cardano. Além desta, outras fórmulas semelhantes são
possíveis deduzir para graus maiores que o quinto.
Deixamos para o leitor essa generalização!.
A FÓRMULA DE CARDANO:
É fascinante toda a história da resolução das equações polinomiais do 3º grau. Em
resumo a referência [2] apresenta o seguinte:
"O descobridor do método foi Scipione del Ferro (1465 - ≈ 1562), matemático
italiano, que antes de morrer o revelou aos discípulos Antônio Maria Fior e Annibale
Della Nave".
"Houve uma disputa matemática entre Fior contra Niccolo Fontana (1500 – 1557),
conhecido pelo apelido de Tartaglia (gago, em italiano). A vitória deste último,
muito divulgada, foi do conhecimento do médico e professor Girolano Cardano
(1501 – 1576) que conseguiu lhe atrair para ensinar a regra de resolução sob o
juramento de jamais publicá-la. Cardano procurou a demonstração da regra - e achou
- e ainda motivou seu discípulo Ludovico Ferrari (1522 – 1565) a descobrir solução
para as equações do quarto grau."
"Cardano, numa visita a Della Nave, soube do manuscrito de Del Ferro contendo a
regra de Tartaglia que já existia há 30 anos. Motivo que o levou quebrar o juramento.
Publicou os métodos no seu famoso livro Ars Magna, em 1545, onde não deixou de
fazer referência aos descobridores, embora a contragosto de Tartaglia que se
considerou traído."
Podemos representar a equação geral do 3º grau na forma x 3 + a1 x 2 + a 2 x + a3 = 0 e
a
por uma mudança de variável x = y − 1 a equação fica mais simples na forma
3
EUREKA! N°15, 2002
24
Sociedade Brasileira de Matemática
DEMONSTRAÇÃO:
Considere x 5 − px 3 − qx − r = 0 . Calculemos polinômios do binômio:
(u + v ) 5 = u 5 + 5u 4 v + 10u 3 v 2 + 10u 2 v 3 + 5uv 4 + v 5
pondo em evidência obtemos:
(u + v ) 5 = 5uv(u 3 + v 3 ) + 10u 2 v 2 (u + v) + (u 5 + v 5 )
da igualdade (*) obtemos que:
(u 3 + v 3 ) = (u + v) 3 − 3uv(u + v)
para substituir no desenvolvimento donde obtemos que:
(u + v ) 5 = 5uv(u + v ) 3 − 15u 2 v 2 (u + v ) + 10u 2 v 2 (u + v) + (u 5 + v 5 ) ,
isto é,
25
Sociedade Brasileira de Matemática
(u + v ) 5 = 5uv(u + v ) 3 − 5u 2 v 2 (u + v ) + (u 5 + v 5 )
o que permite obter as igualdades: p = 5uv; q = –5u2v2 e r = u5 + v5.
p2
Estabelecemos p 2 = 25u 2 v 2 , logo temos que q = − faz com que a equação seja
5
1
da forma x 5 − px 3 + p 2 x − r = 0, se x = u + v for uma raiz.
5
r = u 5 + v 5
Verificar as relações nos leva ao já estudado na dedução da fórmula de
p = 5uv
5
p
Cardano r = u 5 + v 5 e = u 5 v 5 , da mesma forma as raízes são:
5
r r 2 p5 r r2 p5
u5 =
+ − 5 e v5 = − −
2 4 5 2 4 55
de onde concluímos que a raiz x = u + v é dada pela fórmula:
r r2 p5 r r2 p5 .
x = 5 + − + 5 − −
2 4 3125 2 4 3125
OBSERVAÇÕES FINAIS:
Esta fórmula torna mais fácil a determinação das raízes do que a indicada por De
Moivre estudada na referência [3], onde uma análise completa das raízes e o estudo
dos Grupos de Galois nos diversos casos é feito.
Como exercício estude a sétima x 7 + px 5 − qx 3 + rx + s = 0 e generalize.
Finalizando, seria interessante o leitor paciente calcular todas as raízes da equação
abaixo estudada por Adriaan van Roomen (1561 – 1615) por polinômios
trigonométricos.
x 45 − 45 x 43 + 945 x 41 − 12300 x 39 + 111150 x 37 − 740259 x 35 + 3764565x 33 −
− 14945040 x 31 + 46955700 x 29 − 117679100 x 27 + 236030652 x 25 − 378658800 x 23 +
+ 483841800 x 21 − 488494125 x19 + 384942375 x17 − 232676280 x15 + 105306075 x13 −
− 34512075x 11 + 7811375 x 9 − 1138500 x 7 + 95634 x 5 − 3795 x 3 + 45 x = 2 + 2
(Ver referência [4], pp 154).
REFERÊNCIAS:
[1] Alberto de Azevedo, Equação do 3º grau, Depto. Matemática, UNB, 2002.
[2] César Polcino Milies, A Resolução das equações de terceiro e quarto graus, Notas de aula, IME-
USP, 2000.
[3] R.L. Borger, On De Moivre' s Quintic, American Math. Monthly, pp. 171 - 174, vol. 15, 1908.
[4] Paulo A. Martin, Introdução à Teoria dos Grupos e a Teoria de Galois, IME-USP, 1996.
26
Sociedade Brasileira de Matemática
RECIPROCIDADE QUADRÁTICA
Carlos Gustavo T. de A. Moreira & Nicolau C. Saldanha, Rio de Janeiro - RJ
♦ Nível Avançado.
b 2 ≡ −1(mod p ).
27
Sociedade Brasileira de Matemática
p −1
−1
Corolário: Se p é primo ímpar então = (− 1) .
2
p
Vamos agora reinterpretar a proposição. Seja a ∈ (= / p=)* . Para cada
p −1 p − 1
j = 1, 2,...,escrevemos a ⋅ j como ε j m j com ε j ∈ {−1,1} e m j ∈ 1,2,..., .
2 2
Se mi = m j temos a ⋅ i = a ⋅ j ou a ⋅ i = −a ⋅ j; a primeira possibilidade implica
i = j e a segunda é impossível. Assim, se i ≠ j temos mi ≠ m j donde
p − 1
m1 ; m2 ;...; m p −1 = 1, 2,..., . Assim,
2 2
p −1 (a ⋅ 1)(a ⋅ 2)... a ⋅ p − 1
a 2
≡ a 2 = ≡
p p − 1
1 ⋅ 2 ⋅ ... ⋅
2
ε 1ε 2 ...ε p −1 m1 ⋅ m 2 ⋅ ... ⋅ m p −1
≡ 2 2
= ε 1ε 2 ...ε p−1 (mod p)
p −1
1 ⋅ 2 ⋅ ... ⋅ 2
2
a a
donde = ε 1ε 2 ...ε p −1 , pois ambos pertencem a { – 1, 1}. Assim, = (− 1) ,
m
p 2 p
p − 1
onde m é o número de elementos j de 1, 2,..., tais que ε j = −1. Como
2
primeira conseqüência deste fato temos o seguinte resultado.
28
Sociedade Brasileira de Matemática
p −1
Se p ≡ 3(mod 4) , digamos p = 4k + 3, temos = 2k + 1. Para 1 ≤ j ≤ k temos
2
p −1 p −1
1≤ 2 j ≤ e para k + 1 ≤ j ≤ 2k + 1 temos < 2 j ≤ p − 1 , donde
2 2
a − 1, se p ≡ 3 (mod 8),
= (− 1)k +1 =
p 1, se p ≡ 7 (mod 8).
Teorema: (Lei de reciprocidade quadrática) Sejam p e q primos ímpares.
p q
Então = (− 1)( p −1)( q −1) / 4 .
q p
Demonstração: Na notação acima, com a = q, para cada j ∈ P, onde
P = {1,2,..., ( p − 1) / 2},
temos que ε j = −1 se e só se existe y ∈ = tal que − ( p − 1) / 2 ≤ qj − py < 0. Tal y
deve pertencer a Q, onde Q = {1,2,..., (q − 1) / 2}.
q
Assim, temos que = (−1) m onde m = X e
p
X = {( x, y ) ∈ P × Q − ( p − 1) / 2 ≤ qx − py < 0};
p
note que qx – py nunca assume o valor 0. Analogamente, = (− 1)n , onde n = Y
q
e Y = {( x, y ) ∈ P × Q 0 < qx − py ≤ (q − 1) / 2}.
p q
Daí segue que = (−1) k onde k = m + n = Z onde
q p
Z = {( x, y ) ∈ P × Q − ( p − 1) / 2 ≤ qx − py ≤ ( q − 1) / 2}
pois qx – py nunca assume o valor 0. Temos k = C − A − B onde C = P × Q,
A = {( x, y ) ∈ C qx − py < −( p − 1) / 2},
B = {( x, y ) ∈ C qx − py > (q − 1) / 2}.
Como C = ( p − 1)(q − 1) / 4 , basta mostrar que A = B . Mas f : C → C definida
por f ( x, y ) = ((( p + 1) / 2) − x, (( q + 1) / 2) − y ) define uma bijeção entre A e B [
29
Sociedade Brasileira de Matemática
p 3
p 2
facilmente mostrado por indução, donde p = 2 2 + 1 ≡ 2(mod 3) , e = = −1.
n
3 3
REFERÊNCIAS:
[1] Carlos Gustavo T. de A. Moreira, Divisibilidade, Congruências e Aritmética módulo n, Eureka! No.
2, pp. 41-52, 1998.
[2] Guilherme Camarinha Fujiwara, Inteiros de Gauss e Inteiros de Eisenstein, Eureka! No. 14, pp. 23-
31, 2002.
[3] Carlos Gustavo T. de A. Moreira e Nicolau C. Saldanha, Primos de Mersenne (e outros primos
muito grandes), 22o. Colóquio Brasileiro de Matemática, IMPA, 1999.
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♦ Nível Avançado.
Exercícios
01. Um torneio de tênis é disputado entre duas equipes. Cada membro de uma
equipe joga com um ou mais membros da outra equipe, de modo que
(i) Dois membros de uma mesma equipe têm exatamente um oponente em
comum;
(ii) Não existem dois membros de uma equipe que enfrentam, juntos, todos os
membros da outra equipe.
Prove que cada jogador deve jogar um mesmo número de partidas.
31
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03. (Cone Sul 1998) O prefeito de uma cidade deseja estabelecer um sistema de
transportes com pelo menos uma linha de ônibus, no qual:
(i) cada linha passe exatamente por três paradas;
(ii) cada duas linhas distintas tenham exatamente uma parada em comum;
(iii) para cada duas paradas de ônibus distintas exista exatamente uma linha que
passe por ambas.
Determine o número de paradas de ônibus da cidade.
Dica: com o que parecem as condições (ii) e (iii)? Para encontrar os possíveis
valores, faça uma contagem dupla.
Demonstração
Basta mostrar que o conjunto dado tem as propriedades (i), (ii) e (iii).
(i) Sejam (x1, y1, z1) e (x2, y2, z2) pontos distintos, ou seja, tais que não existe
λ ∈ K tal que ( x1 , y1 , z1 ) = λ ( x2 , y2 , z2 ) . Temos que mostrar que existe
somente uma reta que contém ambos os pontos, ou seja, que existe uma
única terna (a, b, c) (que são os coeficientes da reta) tal que
ax1 + by1 + cz1 = 0
(*)
ax 2 + by 2 + cz 2 = 0
Vejamos (*) como um sistema em a, b e c.
Como ( x1 , y1 , z1 ) ≠ λ ( x 2 , y 2 , z 2 ) para todo λ ∈ K , a matriz completa
x1 y1 z1
C = do sistema (*) tem posto 2. Suponhamos, sem perda de
x2 y2 z 2
x1 y1
generalidade, que ≠ 0. Logo, resolvendo (*) em a e b, obtemos (verifique!)
x2 y2
a = mc e b = nc, onde m e n são constantes de K. Logo, as soluções de (*) são da
forma (mc, nc, c) = c(m, n, 1). Note que c ≠ 0 pois c = 0 implicaria a = b = c = 0.
Assim, no plano projetivo P2(K), todas as soluções são equivalentes, ou seja, é única.
Logo existe somente uma reta que passa por esses dois pontos.
32
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3. Dualidade
Observe que se r e s são retas duais dos pontos R = (a, b, c) e S = (d, e, f) de P2(K),
respectivamente, então
R ∈ s ⇔ da + eb + fc = 0 ⇔ ad + be + cf = 0 ⇔ S ∈ r
A propriedade R ∈ s ⇔ S ∈ r é a chave do princípio da dualidade. Por isso, pontos
e retas no plano projetivo se comportam de maneira semelhante quando se fala de
incidência.
4. O caso K = 5
Quando K = 5, temos o plano projetivo P2(5) visto na referência [2]. Vamos
entender a semelhança entre o plano definido aqui e o plano estudado em [2] (se
você não leu essa referência, você pode pular essa seção; mas leia o artigo, ele
realmente vale muito a pena!!).
Primeiro, vamos explicar a primeira "estranheza" do plano projetivo P2(5). Por que
ele tem três coordenadas, e não duas? A coordenada adicional é que faz aparecerem
pontos e retas no infinito. Podemos fazer a seguinte correspondência: o ponto (x, y)
do plano 52 corresponde ao ponto (x, y, 1) de P2(5). Sobraram os pontos do tipo
(x, y, 0) de P2(5), que são os pontos do infinito.
A reta ax + by + c = 0 de 52 pode ser transformada na reta ax + by + cz = 0 de P2(5)
substituindo-se x e y na reta de 52 por x/z e y/z. Aqui, nós homogeneizamos a
equação ax + by + c = 0.
Você pode visualizar a correspondência que fizemos da seguinte forma: se
imaginarmos as ternas (x, y, z) como pontos no espaço, percebemos que os pontos de
P2(5) correspondem a retas que passam pela origem. Se tomarmos o plano α : z = 1
de 53, por exemplo, fazemos corresponder um ponto de P2(5) com o traço da reta
correspondente nesse plano.
33
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A(a, b, 1) α
y λ ( a, b,1)
P O
Q
P*Q
P+Q
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Sociedade Brasileira de Matemática
que é bem mais simples. Esta é a forma de Weierstrass. Para isso, usamos a
geometria projetiva.
Vamos fazer um caso particular. Considere a curva u3 + 2v3 = 2uv + 1. Um de seus
pontos racionais é (1; 1).
Primeiro devemos homogeneizar a curva. Fazendo u = U/W, obtemos U3 + 2V3 =
2UVW + W3. Note que agora vamos trabalhar no plano projetivo P2(5).
Depois, escolhemos um ponto racional O na curva. Uma escolha é O = (1; 1; 1).
Agora, nós vamos mudar as coordenadas. A tangente à curva pelo ponto O é o nosso
eixo de equação Z = 0. Se a tangente encontra a curva novamente em P (isso sempre
ocorre se O não for ponto de inflexão), o eixo de equação X = 0 é a tangente à curva
que passa por P. O eixo de equação Y = 0 pode ser qualquer reta que passe por O. Se
O for ponto de inflexão, podemos escolher qualquer reta que não passa por O como
o eixo X = 0. Observe que como P2(5) tem três coordenadas, precisamos de três
eixos.
Y= 0
X=0
Z=0
Fazendo algumas contas (use um pouquinho de cálculo; para trabalhar só com duas
variáveis, "desomogenize" - essa palavra existe? - a equação), obtemos que a
tangente a O = (1; 1; 1) é a reta U + 4V – 5W = 0. Esta reta corta novamente a curva
em (–3; 2; 1). A tangente por esse ponto (use cálculo novamente) é 23U + 30V + 9W
= 0. Por fim, tomamos a reta U – V = 0 como o eixo Y = 0. Assim, queremos que
5 X + 3Y + 9Z
U =
U + 4V − 5W =Z 310
5 X − 2Y + 9Z
62U − 62V =Y ⇔ V =
310
23U + 30V + 9W =X
5 X − Y − 53Z
W =
310
(usamos Y = 62U – 62V para simplificar um pouco as contas).
Substituindo U, V e W (veja que o 310 dos denominadores vai cancelar), temos
35
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(5 X + 3Y + 9 Z ) 3 + 2(5 X − 2Y + 9 Z ) 3 = 2(5 X + 3Y + 9Z ) ⋅ (5 X − 2Y + 9 Z ) ⋅
(5 X − Y − 53Z ) + (5 X − Y − 53Z ) 3
A equação parece mais gigantesca que antes, mas após "desomogeneizar" (basta
substituir Z = 1) e abrir tudo (eu colocaria as contas, mas a margem neste artigo é
muito pequena para isso) obtemos
xy 2 − ( 4 x − 30) y = −25x 2 + 96 x − 515
Em geral, quando fazemos essa mudança de eixos (a transformação que fizemos ao
resolver o sistema é uma transformação projetiva) a equação se reduz à forma
xy 2 + ( ax + b) y = cx 2 + dx + e
Multiplicando por x nos dois membros, temos (xy )2 + ( ax + b) xy = cx 3 + dx 2 + ex
Agora substitua z = xy: z 2 + ( ax + b) z = cx 3 + dx 2 + ex
1
Completando quadrado no primeiro membro e substituindo z + ( ax + b) por t
2
chegamos finalmente em t 2 = cúbica em x
Para a cúbica ser mônica (ou seja, ter coeficiente dominante unitário e não ser
dentuça), como o coeficiente dominante é c, basta multiplicar ambos os membros
por c2 e fazer as substituições (são as últimas!) t = m/c e x = n/c. Vamos fazer isso no
nosso exemplo.
Multiplicando por x, fazendo z = xy e completando quadrado:
z 2 − ( 4 x − 30) z + ( 2 x − 15) 2 = −25 x 3 + 96 x 2 − 515x + (2 x − 15) 2
⇔ ( z − 2 x + 15) 2 = −25 x 3 + 100 x 2 − 575 x + 225
Agora, t = z – 2x + 15: t 2 = −25 x 3 + 100 x 2 − 575 x + 225
m n
Por fim, t = − e x=− e chegamos à forma de Weierstrass:
25 25
m 2 = n 3 + 100n 2 + 14375n + 140625
36
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e não é difícil ver que o ponto do infinito (0; 1; 0) pertence à curva (e além disso, é o
único!). Então podemos fazer O = (0; 1; 0). Isso facilita um pouco as contas para
adição de pontos. Se P * Q = (a; b)((a; b; 1) no plano projetivo), a reta que passa por
O e P * Q é Y = bZ, ou y = b. Conseqüentemente, como a curva é simétrica em
relação ao eixo Ox, temos P + Q = (a; –b).
P
Q
P*Q
x
P+Q
Exercícios
04. Prove que se P e Q são pontos racionais numa cúbica então P + Q também é
racional.
37
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5. O caso K = =/p=
Sendo K qualquer corpo, podemos tomar K = =/p= (os inteiros vistos mod p), em
que p é um primo. Nesse caso, sendo =/p= um corpo finito (com p elementos) o
plano projetivo P2(=/p=) é finito.
Por exemplo, fazendo p = 2, obtemos o plano de Fano (rimou!), como pode ser visto
na figura.
(0, 0, 1)
(0, 1, 1) (1, 1, 1)
(1, 0, 1)
6. Algumas contagens
38
Sociedade Brasileira de Matemática
7. Um problema
A seguir, o problema 3 da Olimpíada Iberoamericana de 1996, realizada na Costa
Rica.
Temos um tabuleiro quadriculado de k 2 − k + 1 linhas e k 2 − k + 1 colunas, onde
k = p + 1 e p é um número primo. Para cada primo p, dê um método para distribuir
números 0 e 1, um número em cada casa do tabuleiro, de modo que em cada linha
haja exatamente k números 0, em cada coluna haja exatamente k números 0 e, além
disso, não haja nenhum retângulo, de lados paralelos aos lados do tabuleiro, com
números 0 em seus quatro vértices.
Resolução
Para k = p + 1, k 2 − k + 1 = ( p + 1) 2 − ( p + 1) + 1 = p 2 + p + 1 (coincidência? destino?
ou puramente sorte?). Assim, devemos preencher um tabuleiro (p2 + p + 1) ×
(p2 + p + 1) com 0 e 1 de modo que haja p + 1 (que coisa…) 0 em cada linha e
coluna, e sem retângulos com 0 vértices.
Considere o plano projetivo P2(=/p=) (por que será?) e a cada linha associe um
ponto e a cada coluna associe uma reta. Coloque 0 na casa (i, j) se, e somente se, o
ponto i pertence à reta j. Nas demais casas, coloque 1.
Há claramente p + 1 zeros em cada coluna. Pelo princípio da dualidade, também há
p + 1 zeros em cada linha.
Agora, suponha que exista um retângulo de vértices (a, c), (a, d), (b, c) e (b, d), a ≠ b
e c ≠ d, todos com 0. Logo, pela nossa construção, os pontos a e b pertencem a
ambas as retas c e d. Absurdo, pois a interseção de duas retas é exatamente um
ponto.
É claro que na prova você teria que demonstrar todas as propriedades que
demonstramos antes.
39
Sociedade Brasileira de Matemática
Exercícios
08. (OPM 2001) No condado Heptaprojetivo havia 7 castelos, batizados segundo
grandes personagens: Arnold (A), Borcherds(B), Conway (C), Dilbert (D), Erdös (E),
Faltings (F), Gowers (G). Havia também 7 ruas, cada uma com 3 castelos, como
mostra o mapa a seguir (uma rua é circular):
A
B G
D F C
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Sociedade Brasileira de Matemática
Um belo dia, o conde Steiner decidiu retirar as placas que identificavam os castelos
para fazer uma limpeza. Na hora de recolocá-las, ninguém se lembrava do lugar
correto de cada uma, nem mesmo os moradores dos castelos! Os arquivos do
condado só indicavam os castelos que ficavam numa mesma rua, mas não a ordem
em que eles estavam. Assim, o conde sabia que havia uma rua com os castelos {A, B,
D}, outra com {B, C, E}, outra com {B, F, G}, etc.
Frente aos fatos, Steiner resolveu determinar todas as maneiras de recolocar as
placas respeitando os arquivos do condado, isto é, todas as maneiras nas quais placas
que estavam juntas em uma mesma rua continuassem juntas em uma rua,
possivelmente em outra ordem. Duas destas maneiras estão representadas a seguir:
A B
F C G A
B E
E D G F C D
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Sociedade Brasileira de Matemática
(
1 + 4n − 3
4
)
n −1
estradas. (para mostrar isto você vai precisar saber um pouco
de Álgebra Linear).
REFERÊNCIAS:
[1] D. Pedoe, Geometry: A Comprehensive Course. Este livro tem um bom texto não somente
introdutório sobre geometria projetiva e contém mais aplicações geométricas. O problema 1 e os
axiomas de planos projetivos foram retirados deste livro, assim como a construção de planos projetivos
com coordenadas.
[2] L. Castro, Introdução à Geometria Projetiva, Revista Eureka! 8. A melhor referência que conheço
para começar a estudar geometria projetiva aplicada a problemas de geometria.
[3] O problema 9 foi adaptado de um exemplo retirado do livro Graph Theory: An Introductory Course,
de B. Bollobás. Ele é um caso particular do problema de Zaranckiewsky: qual é o número máximo de
arestas de um grafo bipartido com m vértices em uma classe V1 e n vértices na outra classe V2, de modo
que não haja nenhum subgrafo bipartido completo com r vértices de V1 e s vértices de V2? Tal número é
normalmente representado por z(m; n; r; s).
[4] O problema 10 é uma extensão de um exemplo de meu artigo Grafos e Contagem Dupla, que está
na Revista Eureka! 12.
[5] A construção do exemplo do problema 10 pode ser encontrada no livro Proofs From The Book, de
Martin Aigner e Günter M. Ziegler. Mas tente você mesmo fazê-la antes!
[6] Curvas elípticas e a redução para a forma de Weierstrass podem ser encontradas em Rational Points
on Elliptic Curves, de Joseph H. Silverman e Jonh Tate.
[7] A história da demonstração de que não existe plano projetivo de ordem 10 está em
http://www.cecm.sfu.ca/organics/papers/lam/paper/html/paper.html
[8] Um glosário de termos da Matemática e principais fatos relacionados está em
http://mathworld.wolfram.com/
[9] Uma discussão muito interessante sobre o assunto está em
http://www.mathematik.uni-bielefeld.de/~sillke/PUZZLES/projective_plane
(o grande matemático John Conway inclusive participa desta discussão).
42
Sociedade Brasileira de Matemática
182.(Rússia-2002) Seja ABC um triângulo cujas medidas dos lados são distintas duas a
duas. Exteriormente ao triângulo, são construídos sobre os seus lados os triângulos
eqüiláteros ABC1, BCA1 e CAB1. Mostre que o triângulo A1B1C1 não é equilátero.
186.(Rússia-2002) Sobre o eixo x são escolhidos pontos x1, x2,.., xn com n ≥ 3 distintos
dois a dois. Traçam-se então todas as parábolas de coeficientes do segundo grau
igual a 1 e que cortam o eixo dos x somente nos pontos escolhidos. Sejam
EUREKA! N°15, 2002
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Sociedade Brasileira de Matemática
n−
188.(Rússia-2002) No intervalo (22n, 32n) são escolhidos 2 2 1 + 1 números ímpares.
Mostre que podemos encontrar entre estes números dois números tais que o
quadrado de cada um deles não é divisível pelo outro.
1
1+ x
f (x ) = 2 x
− 2x
3
Determine o valor da soma :
1 2 2002 2002 2002 2002
f + f + ⋅⋅⋅ + f +2f +2f + ⋅⋅ ⋅ + 2 f
2002 2002 2002 2001 2000 1
44
Sociedade Brasileira de Matemática
194.(Eslovênia-2002) 38 é o menor inteiro positivo tal que o seu quadrado termina com
três quatros (382 = 1444). Qual o próximo inteiro positivo com esta propriedade ?
197.(Eslovênia-2002) Determine o menor inteiro positivo que pode ser escrito como
uma soma de 9, 10 e 11 inteiros positivos consecutivos.
45
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9x
207.(Áustria-2002) Seja f (x ) =
9x + 3
k
Determine a soma de todas as expressões da forma f onde k é um número
2002
k
inteiro entre 0 e 2002 tal que a fração seja irredutível.
2002
208. (Bielorússia-2002) Determine o maior número possível de grupos que podem ser
extraídos do conjunto {1, 2, 3,…,19, 20}, de modo que o produto dos números de
cada um dos grupos seja um quadrado perfeito .
(O grupo pode conter apenas um número e, neste caso, o produto é igual a este número; além disso, cada número
deve fazer parte de apenas um grupo)
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Sociedade Brasileira de Matemática
4 + 6 + 8 + ⋅ ⋅ ⋅ + 2n =
(4 + 2n )(n − 1) . Daí,
2
47
Sociedade Brasileira de Matemática
− 2 = (n + 2)(n − 1) ⇔ = n(n + 1) ⇔ an =
1 1 1 1 1
= −
an an n(n + 1) n n + 1
Finalmente,
1998 1998
1 1
∑ ∑
1 1998
ai = − =1− =
i =1 n =1 n n + 1 1999 1999
39. (Irlanda-1999) Determine todos os inteiros positivos m tais que a quarta potência do
número de seus divisores positivos é igual a m.
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1º Caso : p1 = 5
Neste caso, β 1 = 1 e assim
5(4 2 + 1)⋅ ⋅ ⋅ (4 n + 1) = 5 × p 2 2 × ⋅ ⋅ ⋅ × p n n
Pela terceira desigualdade acima não podem existir outros fatores primos em m
distintos de 5 e portanto a única solução é m = 5 4 .
2º Caso : p1 = 3 . Claramente β 1 = 1 ou β 1 = 2 uma vez que 33 > 4(3) + 1 .
Se β 1 = 1 , então 5(4 2 + 1) ⋅ ⋅ ⋅ (4 n + 1) = 3 × p 2 2 × ⋅ ⋅ ⋅ × p nn . Assim p 2 = 5 . Se
β 2 > 2 então 52 > (4 2 + 1) o que nos leva a uma contradição. Deste modo,
5
3
β 2 = 1 ou β 2 = 2 .
Se β 2 = 1 então 25(4 3 + 1)⋅ ⋅ ⋅ (4 n + 1) = 15 × p33 × ⋅ ⋅ ⋅ × p n n o que é uma contradição
já que 25 não divide o lado direito.
Se β 2 = 2 , então 45(4 3 + 1)⋅ ⋅ ⋅ (4 n + 1) = 75 × p33 × ⋅ ⋅ ⋅ × p n n o que é uma
contradição já que 9 não divide o lado direito.
Se β1 = 2 então 9(4 2 + 1)⋅ ⋅ ⋅ (4 n + 1) = 9 × p 2 2 × ⋅ ⋅ ⋅ × pnn .
Não podemos ter p 2 ≥ 7 logo, n = 1 ou ( n = 2 e p 2 = 5 e β 2 = 1 ). O primeiro caso
nos dá m = 38 ; o último caso nos dá m = 38 × 5 4 . Concluindo existem quatro
soluções a saber,
1, 5 4 , 38 e 38 × 5 4
49
Sociedade Brasileira de Matemática
= e um subconjunto arbitrário A de =
(2n + 1)= (2n + 1)=
que, dado c em com n
elementos eles satisfazem a propriedade P(A, c): existem elementos distintos x e y de
A com f(x, y) = c.
A idéia é mostrar a existência de uma função f(x, y) como acima que seja
equivariante, isto é, que satisfaça f(x + c, y + c) = f(x, y) + c, para quaisquer x, y e c.
É fácil ver que para uma tal função f vale P(A, c) se e somente se vale P(A – c, 0),
onde A – c = {x – c | x ∈ A}. Assim, basta ver que todo A com n elementos satisfaz
P(A, 0). Agora, em vez de construir f, vamos construir a pré-imagem de 0 pela f (ou
um subconjunto conveniente dela).
Pela equivariância, se (x, y) e (u, v) são pares distintos com f(x, y) = f(u, v) = 0 então
y – x tem que ser diferente de v – u, senão, para c = u – x, temos (u, v) = (x+ c, y + c),
donde f(u, v) = c. Por outro lado, dado um conjunto de pares{(x1, y1),...,(xk, yk)} com
yj – xj distinto de yi – xi para todo i distinto de j, existe uma função equivariante f com
f(xi, yi) = 0 para todo i. Nosso problema agora se reduz a encontrar um conjunto de
pares {(x1, y1),...,(xk, yk)} com os yi – xi todos distintos (e distintos de 0) tal que para
todo A com n elementos exista i tal que xi e yi estejam em A. Fazemos com que esse
conjunto de pares contenha os pares (0, 1), (2, 1), (0, 2), (3, 6), (9, 6), (3, 9), (4, 8),
(12, 8) e (4, 12). Note que as diferenças yi – xi são 1, –1, 2, 3, – 3, 6, 4, – 4 e 8, e que
um A ruim só pode conter um elemento de cada uma das triplas {0, 1, 2}, {3, 6, 9} e
EUREKA! N°15, 2002
50
Sociedade Brasileira de Matemática
{4, 8, 12}. Vamos completar nosso conjunto de pares com n – 4 pares que formarão
=
(2n + 1)=
uma partição de \{0, 1, 2, 3, 6, 9, 4, 8, 12}. Um conjunto ruim só pode
ter um elemento de cada par, tendo pois no máximo n – 4 + 3 = n – 1 elementos,
como queríamos. Para isso considere alguns casos:
51
Sociedade Brasileira de Matemática
k
Vamos mostrar por indução que se n = ( ak ak −1 ...a0 ) 2 , i.e, n = ∑a
j =0
j ⋅ 2 j , com
k
a j ∈ {0,1}, ∀j , então u n = (a k a k −1 ...a0 ) 3 = ∑a
j =0
j ⋅ 3 j . Suponha que isso seja válido
não possui três elementos em progressão aritmética, pois se dois termos de uma
3k − 1
progressão aritmética estão entre 0 e , então o terceiro termo é menor ou igual
2
a 3 k − 1 < 3k , e se dois termos de uma progressão aritmética estão entre 3k e 3k +
3k − 1 3k − 1 3 k + 1 3 k − 1
então o termo anterior é maior ou igual a 3 k − = > .
2 2 2 2
Vamos ver que, de fato, u 2 k = 3 k , donde u 2 k + j ≥ 3 k + u j para 0 ≤ j ≤ 2 k − 1 , e logo,
pelo fato acima, u 2 k + j = 3k + u j , para 0 ≤ j ≤ 2 k − 1. Para isso, basta ver que se
3k − 1
< u < 3 k então {u 0 , u1 ,..., u 2 k −1 , u} contém uma progressão aritmética de três
2
k −1
termos. Seja u = ∑bj =0
j ⋅ 3 j , com b j ∈ {0,1,2}, ∀j. Então u = 2v 2 − v1 , onde
k −1 k −1
v2 = ∑d
j =0
j ⋅ 3 j , v1 = ∑c
j =0
j ⋅ 3 j , e, se b j = 0 , então (c j , d j ) = (0,0); se b j = 1 então
52
Sociedade Brasileira de Matemática
Anderson Torres São Paulo - SP Prob. 24, 32, 35, 37, 40, 43, 45, 51, 54, 56, 63, 88, 103, 114, 124,
143, 151, 154, 158, 160, 164, 168, 169, 170, 171, 172.
Carlos A. Gomes Natal - RN Prob. 151, 162, 174.
Erasmo de Souza Dias Goiânia - GO Prob. 151.
Fernando Carvalho Ramos Santa Maria - RS Prob. 151, 160, 163, 174.
Francisco B. de Lima Holanda Fortaleza - CE Prob. 36, 45, 47, 69, 87, 88, 102, 104, 109, 169, 170.
Geraldo Perlino Itapecerica da Serra - SP Prob. 151, 160, 161, 164, 167.
Geraldo Perlino Júnior Cotia - SP Prob. 151, 152, 153, 154, 158, 159, 160, 161, 162, 163, 165, 166,
167, 168, 170, 171, 172, 173, 174, 178, 179,
Gibran Medeiros de Souza Natal - RN Prob. 163, 166.
Helder Oliveira de Castro Mogi das Cruzes - SP Prob. 43, 45, 46, 54, 66, 63, 67, 70, 74, 86, 90, 99, 101, 102, 105,
115, 128, 133, 143.
Luiz Sérgio Carvalho de Mello Rio de Janeiro - RJ Prob. 138, 151, 166.
Marcelo Ribeiro de Souza Rio de Janeiro - RJ Prob. 151, 153, 154, 160, 162.
Marcelo Rufino de Oliveira Belém - PA Prob. 151, 152, 153, 154, 158, 160, 162, 163, 164, 165, 166, 170,
171, 172, 173, 174, 179, 180.
Okakama Matsubaxi São Paulo - Sp Prob. 130.
Renato F. L. Mello J. dos Guararapes - PE Prob. 154, 160, 162, 166, 173, 179.
Tertuliano C. de Souza Neto Salvador - BA Prob. 61, 62, 68, 69, 70, 72, 74, 76, 82, 83, 87, 88, 90.
53
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SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PROPOSTOS
Publicamos aqui algumas das respostas enviadas por nossos leitores.
∑
1
( A + {t}) ∩ X = X / n , donde o número médio de elementos de
n 2 t∈= / n 2 =
(A + {t}) ∩ X é X / n , o que claramente implica a nossa afirmação.
Agora, dado k ≥0 existem t1 , t 2 ,..., t k ∈ = / n 2 = tais que
1
n 2 − A + {t1 , t 2 ,..., t k } ≤ n 2 ⋅ (1 − ) k . De fato, por indução, dados tais t1 , t 2 ,..., t k ,
n
pela afirmação acima existe t k +1 ∈ = / n 2 = com
( ) ( )
(A + {t k +1}) ∩ (= / n 2 =) \ ( A + {t1 , t 2 ,..., t k }) ≥ 1 ⋅ = / n 2 = \ ( A + {t1 , t 2 ,...,t k }) ,
n
donde ( A + {t1 , t 2 ,..., t k +1 }) = (( A + {t1 , t 2 ,..., t k }) ∪ (A + {t k +1 }) ) C ≤
C
k k +1
1 1 2 1 2 1
1 − . ( A + {t1 , t 2 ,..., t k }) ≤ 1 − ⋅ n ⋅ 1 − = n 1 −
C
(aqui XC
n n n n
denota (= / n =)\ X ; temos
2
X C = n2 – X ).
n
1
Assim, existe B = {t1 , t 2 ,..., t n } tal que n 2 − A + B ≤ n 2 ⋅ 1 − < n 2 / 2 , donde
n
A + B > n 2 / 2.
54
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−1
1 n n
n
1
n
n 1
Obs. Para n ≥ 1, 1 − = > 1 + ≥ 1 + ⋅ = 2, donde
n n −1 n 1 n
n
n 1
< .
n −1 2
70)
P1
X1
X5
P5 P2
Q5 Q1
Q4 Q2
X4 X2
Q3
X3
P4 P3
55
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B
Y1
.
D
Y2 .
Y
F
.
Y3
A
.
E Y4 C
X1
X5
P5 P2
Q5 Q1
Q4 Q2
X4 X2
Q3
X3
P4 P3
56
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Q2 Xˆ 1 X 3 = Q3 Xˆ 4 X 3 ⇒ X 2 Xˆ 1 X 3 = X 2 Xˆ 4 X 3 ⇒ X1 X 2 X 3 X 4 é inscritível; analogamente
X 2 X 3 X 4 X 5 também é, logo X 1 X 2 X 3 X 4 X 5 é inscritível.
Lema: Todo x real pode ser escrito (de forma única) como x = u + v, onde f(u) = u e
f(v) = 0.
57
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Seguimos aguardando o envio de soluções dos problemas propostos Nº. 68, 69, 71 e 73
publicado na revista Eureka! Nº. 14
58
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PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
77) Prove que as distâncias entre um ponto sobre uma circunferência e os quatro
vértices de um quadrado nesta inscrita não podem ser todos números racionais.
79) Temos uma fileira infinita de copos, cada um deles associado a um inteiro k, e
um número finito de pedras distribuídas de alguma maneira por esses copos. Se
há pelo menos duas pedras no copo k podemos pular uma pedra para o copo
k – 1 e outra para o copo k + 1.
Prove que fazendo movimentos desse tipo um número suficientemente grande de
vezes, chega-se necessariamente a uma situação onde não é possível fazer
nenhum movimento desse tipo (i.e., onde há no máximo uma pedra em cada
copo), e que a configuração final não depende da escolha dos movimentos
durante o processo.
59
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80) Sejam α =
1+ 5
2
{ }
, A = {nα , n ∈ 1 *} e B = nα 2 , n ∈ 1 * . Prove que
A ∩ B = ∅ e A∪ B = 1*.
Problema 74 proposto por Gibran M. de Souza (Natal - RN); Problema 75 proposto por Carlos A.
Gomes (Natal - RN); Problema 76 proposto por Eduardo Casagrande Stabel (Porto Alegre - RS);
Problemas 77 e 78 propostos por Evandro Makiyama de Melo (São Paulo - SP).
60
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COORDENADORES REGIONAIS
61
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 62
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a
a a
a
a
a a
A) 1 B) 2 C) 3 D) 5 E) 6
A) 23 B) 22 C) 21 D) 20 E) 19
2
Sociedade Brasileira de Matemática
6. Toda a produção mensal de latas de refrigerante de uma certa fábrica foi vendida
a três lojas. Para a loja A, foi vendida metade da produção; para a loja B, foram
vendidos 2 da produção e para a loja C, foram vendidas 2500 unidades. Qual
5
foi a produção mensal dessa fábrica?
A) 4166 latas B) 10000 latas C) 20000 latas D) 25000 latas
E) 30000 latas
2
1
A B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 30 31
A) 31 B) 88 C) 90 D) 97 E) 105
3
Sociedade Brasileira de Matemática
10. Marcelo leva exatamente 20 minutos para ir de sua casa até a escola. Uma certa
vez, durante o caminho, percebeu que esquecera em casa a revista Eureka! que ia
mostrar para a classe; ele sabia que se continuasse a andar, chegaria à escola 8
minutos antes do sinal, mas se voltasse para pegar a revista, no mesmo passo,
chegaria atrasado 10 minutos. Que fração do caminho já tinha percorrido neste
ponto?
A) 2 B) 9 C) 1 D) 2 E) 9
5 20 2 3 10
2 00
m ilhões de rea is
1 80
1 60
1 40
1 20
1 00
ago
nov
jul
set
out
dez
Com base nesse gráfico, podemos afirmar que:
A) houve um mês em que o faturamento da empresa A foi o dobro do
faturamento da empresa B.
B) no mês de julho, a diferença de faturamentos foi maior que nos demais
meses.
C) a empresa B foi a que sofreu a maior queda de faturamento entre dois meses
consecutivos.
D) no semestre, o faturamento total de A foi maior que o de B.
E) a diferença entre os faturamentos totais do semestre excedeu os 20 milhões
de reais.
12. Patrícia mora em São Paulo e quer visitar o Rio de Janeiro num feriado
prolongado. A viagem de ida e volta, de ônibus, custa 80 reais, mas Patrícia está
querendo ir com seu carro, que faz, em média, 12 quilômetros com um litro de
gasolina. O litro da gasolina custa, em média, R$1,60 e Patrícia calcula que terá
de rodar cerca de 900 quilômetros com seu carro e pagar 48 reais de pedágio. Ela
irá de carro e para reduzir suas despesas, chama duas amigas, que irão repartir
com ela todos os gastos. Dessa forma, não levando em conta o desgaste do carro
e outras despesas inesperadas, Patrícia irá:
A) economizar R$20,00.
B) gastar apenas R$2,00 a mais.
4
Sociedade Brasileira de Matemática
C) economizar R$24,00.
D) gastar o mesmo que se fosse de ônibus.
E) gastar R$14,00 a mais.
15. Se você tiver uma mesa de bilhar retangular cuja razão entre a largura e o
comprimento seja 5/7 e bater em uma bola que está em um canto, de modo que
ela saia na direção da bissetriz do ângulo desse canto, quantas vezes ela baterá
nos lados antes de bater em um dos cantos?
A) 10 vezes B) 12 vezes C) 13 vezes D) 14 vezes E) 15 vezes
5
Sociedade Brasileira de Matemática
17. As figuras a seguir são construídas com palitos pretos e brancos. Para construir
as figuras, os palitos pretos foram colocados apenas nas bordas e os brancos
apenas no interior. A figura de número n corresponde a um retângulo 3 por n.
Continuando esse procedimento, quantos palitos brancos teremos na figura
2002?
1 2 3
Quantidade de garrafas
0 200 400 600
enchidas
Nível do tanque (cm) 210 170 130 90
19. Escrevendo todos os números inteiros de 100 a 999, quantas vezes escrevemos o
algarismo 5?
A) 250 B) 270 C) 271 D) 280 E) 292
20. Uma usina comprou 2000 litros de leite puro e então retirou certo volume V
desse leite para produção de iogurte e substituiu esse volume por água. Em
seguida, retirou novamente o mesmo volume V da mistura e novamente
substituiu por água. Na mistura final existem 1125 litros de leite. O volume V é:
A) 500 litros B) 600 litros C) 700 litros D) 800 litros E) 900 litros
6
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 2
3. Dizer que uma tela de televisão tem 20 polegadas significa que a diagonal da tela
mede 20 polegadas. Quantas telas de televisão de 20 polegadas cabem numa de
60 polegadas?
A) 9 B) 10 C) 18 D) 20 E) 30
4. Veja o problema No. 20 do Nível 1.
5. Dois irmãos, Pedro e João, decidiram brincar de pega-pega. Como Pedro é mais
velho, enquanto João dá 6 passos, Pedro dá apenas 5. No entanto, 2 passos de
Pedro equivalem à distância que João percorre com 3 passos. Para começar a
brincadeira, João dá 60 passos antes de Pedro começar a persegui-lo. Depois de
quantos passos Pedro alcança João?
A) 90 passos B) 120 passos C) 150 passos D) 180 passos
E) 200 passos
6. Veja o problema No. 9 do Nível 1.
7. Veja o problema No. 10 do Nível 1.
8. Veja o problema No. 4 do Nível 1.
9. Veja o problema No. 12 do Nível 1.
7
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A) 1 B) 2 C) 1 D) 1 E) 3
9 9 4 3 8
15. Quantos números inteiros positivos menores que 900 são múltiplos de 7 e
terminam em 7?
A) 10 B) 11 C) 12 D) 13 E) 14
16. Dado um triângulo ABC onde  = 80° e Ĉ = 40° , a medida do ângulo agudo
formado pelas bissetrizes dos ângulos  e B̂ é:
A) 40° B) 60° C) 70o D) 80° E) 110o
C
A
B
8
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2 2
20. Se xy = 2 e x2 + y2 = 5, então x 2 + y 2 + 2 vale:
y x
A) 5 B) 25 C) 5 D) 1 E) 1
2 4 4 2
22. Durante sua viagem ao país das Maravilhas a altura de Alice sofreu quatro
mudanças sucessivas da seguinte forma: primeiro ela tomou um gole de um
líquido que estava numa garrafa em cujo rótulo se lia: "beba-me e fique 25%
mais alta". A seguir, comeu um pedaço de uma torta onde estava escrito: "prove-
me e fique 10% mais baixa"; logo após tomou um gole do líquido de outra
garrafa cujo rótulo estampava a mensagem: "beba-me e fique 10% mais alta".
Finalmente, comeu um pedaço de outra torta na qual estava escrito:"prove-me e
fique 20% mais baixa". Após a viagem de Alice, podemos afirmar que ela:
A) ficou 1% mais baixa
B) ficou 1% mais alta
C) ficou 5% mais baixa
D) ficou 5% mais alta
E) ficou 10% mais alta
9
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6) Resolvemos a equação:
a–4=4–a
2a = 8
a=4
Como escolhemos a tal que a > 4, chegamos à inacreditável conclusão de que 4 > 4.
Onde está o erro no argumento acima?
A) Na passagem 2. B) Na passagem 3. C) Na passagem 4.
D) Na passagem 5. E) Na passagem 6.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
4. A seguir vemos quatro vasos, os quais Angela vai encher com água, numa
torneira cuja vazão é constante.
1 2 3 4
Os gráficos A e B a seguir representam o nível da água (eixo vertical), em dois
dos vasos, de acordo com o tempo (eixo horizontal).
A B
10
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1
12. Os valores de x, y e z que satisfazem às equações x + = 5 , y + =1 e
y z
1
z+ = 2 são tais que x + 3 y + 2 z é igual a:
x
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
A) somente i) é correta.
B) somente ii) é correta.
C) somente i) e ii) são corretas.
D) somente i) e iii) são corretas.
E) i), ii) e iii) são corretas.
11
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16. Seja f uma função real de variável real que satisfaz a condição:
2002
f ( x) + 2 f = 3x
x
para x > 0. O valor de f(2) é igual a:
A) 1000 B) 2000 C) 3000 D) 4000
E) 6000
9
A) 2 3 + 1 B) C) 3 2 D) 2 + 5 E) 4
5
21. Em um trapézio ABCD de área 1, a base BC mede a metade da base AD. Seja K
o ponto médio da diagonal AC. A reta DK corta o lado AB no ponto L. A área do
quadrilátero BCKL é igual a:
3 2 1 2 1
A) B) C) D) E)
4 3 3 9 9
12
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24. No triângulo ABC, o ângulo  mede 60° e o ângulo B mede 50°. Sejam M o
ponto médio do lado AB e P o ponto sobre o lado BC tal que AC + CP = BP.
Qual a medida do ângulo MPC?
A) 120° B) 125° C) 130° D) 135° E) 145°
25. Duas pessoas vão disputar uma partida de par ou ímpar. Elas não gostam do
zero e, assim, cada uma coloca 1, 2, 3, 4 ou 5 dedos com igual probabilidade.
A probabilidade de que a pessoa que escolheu par ganhe é:
A) 1/2 B) 2/5 C) 3/5 D) 12/25 E) 13/25
GABARITO
NÍVEL 1 (5a. e 6a. Séries)
1) C 6) D 11) D 16) C
2) C 7) B 12) C 17) D
3) B 8) D 13) B 18) B
4) B 9) C 14) D 19) D
5) D 10) B 15) A 20) A
13
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PROBLEMA 1
O ano 2002 é palíndromo, ou seja, continua o mesmo se lido da direita para a
esquerda.
PROBLEMA 2
Um fazendeiro resolveu repartir sua fazenda A
para seus cinco filhos. O desenho ao lado (fora
E
de escala) representa a fazenda e as partes dos
herdeiros, que são da forma triangular, de
BC AC DC G
modo que BD = , AE = , DF = e
4 3 2
EG = GC. O filho mais novo recebeu o terreno C
B F
representado pelo triângulo escuro, de 40 D
alqueires. Quantos alqueires tinha a
propriedade original?
PROBLEMA 3
Dado um número, pode-se escrever o seu dobro ou suprimir o seu algarismo das
unidades. Apresente uma seqüência que começa com 2002 e termina com 13,
usando somente essas duas operações.
PROBLEMA 4
Três amigas foram para uma festa com vestidos azul,
preto e branco, respectivamente. Seus pares de sapato
apresentavam essas mesmas três cores, mas somente Ana
usava vestido e sapatos de mesma cor. Nem o vestido
nem os sapatos de Júlia eram brancos. Marisa usava
sapatos azuis. Descreva a cor do vestido de cada uma das
moças.
14
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PROBLEMA 5
No jogo pega-varetas, as varetas verdes valem 5 pontos cada uma, as azuis valem 10
pontos, as amarelas valem 15, as vermelhas, 20 e a preta, 50. Existem 5 varetas
verdes, 5 azuis, 10 amarelas, 10 vermelhas e 1 preta. Carlinhos conseguiu fazer 40
pontos numa jogada. Levando em conta apenas a quantidade de varetas e suas cores,
de quantas maneiras diferentes ele poderia ter conseguido essa pontuação, supondo
que em cada caso fosse possível pegar as varetas necessárias?
PROBLEMA 6
Nas casas de um tabuleiro 8 × 8 foram escritos números inteiros positivos de forma
que a diferença entre números escritos em casas vizinhas (quadrados com um lado
comum) é 1. Sabe-se que numa das casas está escrito 17 e, em outra, está escrito 3.
Desenhe um tabuleiro 8 × 8, preencha-o segundo essas regras e calcule a soma dos
números escritos nas duas diagonais do tabuleiro.
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1
Geraldinho e Magrão saíram de suas casas no
mesmo instante com a intenção de um visitar o
outro, caminhando pelo mesmo percurso.
Geraldinho ia pensando num problema de
olimpíada e Magrão ia refletindo sobre
questões filosóficas e nem perceberam quando
se cruzaram. Dez minutos depois, Geraldinho
chegava à casa de Magrão e meia hora mais
tarde, Magrão chegava à casa de Geraldinho.
Quanto tempo cada um deles andou?
PROBLEMA 2
Um grande painel na forma de um quarto de círculo foi
YHUGH composto com 4 cores, conforme indicado na figura ao
D] X O lado, onde o segmento divide o setor em duas partes
4
3.
,
iguais e o arco interno é uma semicircunferência. Qual é
- 7 DPDUHOR a cor que cobre a maior área?
15
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PROBLEMA 3
Nas casas de um tabuleiro 8 × 8 foram escritos números inteiros positivos de forma
que a diferença entre números escritos em casas vizinhas (quadrados com um lado
comum) é 1. Sabe-se que numa das casas está escrito 17 e, em outra, está escrito 3.
Calcule a soma dos números escritos nas duas diagonais do tabuleiro.
PROBLEMA 4
O professor Pardal está estudando o comportamento
C familiar de uma espécie de pássaro. Os pontos A, B, C e
B D da figura ao lado, representam a disposição de quatro
ninhos desses pássaros. O professor construiu um posto
D de observação equidistante dos quatro ninhos.
A
Todos os ninhos e o posto de observação estão em um
mesmo nível de altura a partir do solo, a distância de B
a D é de 16 metros e BAˆ D = 45° . Determine a distância
que o posto guarda de cada ninho.
PROBLEMA 5
O primeiro número de uma seqüência é 7. O próximo é obtido da seguinte maneira:
Calculamos o quadrado do número anterior 72 = 49 e a seguir efetuamos a soma de
seus algarismos e adicionamos 1, isto é, o segundo número é 4 + 9 + 1 = 14.
Repetimos este processo, obtendo 142 = 196 e o terceiro número da seqüência é 1 + 9
+ 6 + 1 = 17 e assim sucessivamente. Qual o 2002o elemento desta seqüência?
PROBLEMA 6
O ano 2002 é palíndromo, ou seja, continua o mesmo se lido da direita para a
esquerda.
a) Depois de 2002, quais serão os próximos quatro anos palíndromos?
b) O último ano palíndromo, 1991, era ímpar. Quando será o próximo ano
palíndromo ímpar?
c) O último ano palíndromo primo aconteceu há mais de 1000 anos, em 929.
Determine qual será o próximo ano palíndromo primo.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1
Veja o problema No. 5 do Nível 2.
PROBLEMA 2
Para quais inteiros positivos n existe um polígono não regular de n lados, inscrito em
uma circunferência, e com todos os ângulos internos de mesma medida?
16
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PROBLEMA 3
Determine o maior natural k para o qual existe um inteiro n tal que 3k divide
n3 – 3n2 + 22.
PROBLEMA 4
Quantos dados devem ser lançados ao mesmo tempo para maximizar a probabilidade
de se obter exatamente um 2?
PROBLEMA 5
Em um quadrilátero convexo ABCD, os lados opostos AD e BC são congruentes e os
pontos médios das diagonais AC e BD são distintos.
Prove que a reta determinada pelos pontos médios das diagonais forma ângulos
iguais com AD e BC.
PROBLEMA 6
Colocamos vários palitos sobre uma mesa de modo a formar um retângulo m × n,
como mostra a figura.
Devemos pintar cada palito de azul, vermelho ou preto de modo que cada um dos
quadradinhos da figura seja delimitado por exatamente dois palitos de uma cor e dois
de outra cor. De quantas formas podemos realizar esta pintura?
...
...
m
...
17
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SOLUÇÕES – NÍVEL 1
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1
a) Os palíndromos entre 2000 e 3000 são da forma 2aa2, onde a é um algarismo.
Logo os próximos quatro serão 2112, 2222, 2332 e 2442.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2
Seja S a área do triângulo ABC.
BC
Se BD = , então ( ABD) = S .
4 4
S 3S
AC S−
Se AE = , então ( AED ) = ( ADC ) = 4 = 4 =S.
3 3 3 3 4
S S
S − +
DC 4 4 S.
Se DF = , então ( DEF ) = ( DEC ) = =
2 2 2 4
3S
S −
Se EG = EC, então (GFC ) = ( EFC )
= 4 = S.
2 2 8
S
Como (GFC) = 40 temos = 40 ⇔ S = 320 alqueires.
8
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3
Uma possível solução é:
2002, 200, 20, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 51, 102, 204, 408, 816, 1632, 163,
326, 652, 1304, 130, 13.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
Como os sapatos de Marisa eram azuis, e nem o vestido nem os sapatos de Júlia
eram brancos, conclui-se que os sapatos de Júlia eram pretos e portanto os sapatos de
Ana eram brancos.
O vestido de Ana era branco, pois era a única que usava vestido e sapatos da mesma
cor; conseqüentemente, o vestido de Júlia era azul e o de Marisa era preto.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5
A soma dos pontos é 40. Segundo as regras do jogo, as possibilidades são:
18
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20 20 + 20 (1)
20 15 – 5 20 + 15 + 5 (2)
10
20 + 10 + 10 (3)
10
5–5 20 + 10 + 5 + 5 (4)
5–5–5–5 20 + 5 + 5 + 5 + 5 (5)
15 10 15 + 15 + 10 (6)
5–5 15 + 15 + 5 + 5 (7)
15 10 10 5 15 + 10 + 10 + 5 (8)
5 5–5 15 + 10 + 5 + 5 + 5 (9)
5–5–5–5–5 15 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 (10)
10 10 + 10 + 10 + 10 (11)
10
10 5–5 10 + 10 + 10 + 5 + 5 (12)
5–5–5–5 10 + 10 + 5 + 5 + 5 + 5 (13)
10 – 5 – 5 – 5 – 5 – 5 – 5 não dá, pois há apenas 5 varetas verdes.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6
Como a diferença entre o 17 e o 3 é 14, esses números devem estar em posições
afastadas de 14 casas, contadas na horizontal ou vertical.
Portanto 17 e 3 devem ocupar as extremidades de uma das diagonais do tabuleiro.
A partir disso, o preenchimento das diagonais é feito de maneira única. E uma
maneira de se preencher o tabuleiro é a seguinte:
17 16 15 14 13 12 11 10
16 15 14 13 12 11 10 9
15 14 13 12 11 10 9 8
14 13 12 11 10 9 8 7
13 12 11 10 9 8 7 6
12 11 10 9 8 7 6 5
11 10 9 8 7 6 5 4
10 9 8 7 6 5 4 3
19
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SOLUÇÕES – NÍVEL 2
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1
Seja t > 0 o tempo, em minutos, decorrido desde a saída de Geraldinho e Magrão até
o instante do encontro.
Sejam g e m as distâncias entre o ponto de encontro e as casas de Geraldinho e
Magrão, respectivamente. Como Geraldino percorre a distância g em t minutos e a
distância m em 10 minutos, temos g = t .
m 10
g 40 t 40
Analogamente, = . Logo = ⇔ t 2 = 400 ⇔ t = 20 (pois t > 0). Logo
m t 10 t
Geraldinho andou 10 + 20 = 30 minutos e Magrão andou 40 + 20 = 60 minutos.
w 2
z 1 πR 2
x e y + z = x + w = π (2 R ) 2 =
8 2
y Assim, x + y = y + z = x + w, logo x = z e y = w.
Como se x é a área de um segmento circular de ângulo
πR 2 R 2 π − 2 2
90° e raio R, x= − = R e
4 2 4
π + 2 2 Assim x = z < y = w.
y = R .
4
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3
Como a diferença entre o 17 e o 3 é 14, esses números devem estar em posições
afastadas de 14 casas, contadas na horizontal ou vertical.
Portanto 17 e 3 devem ocupar as extremidades de uma das diagonais do tabuleiro.
A partir disso, o preenchimento das diagonais é feito de maneira única. E uma
maneira de se preencher o tabuleiro é a seguinte:
17 16 15 14 13 12 11 10
16 15 14 13 12 11 10 9
15 14 13 12 11 10 9 8
14 13 12 11 10 9 8 7
13 12 11 10 9 8 7 6
12 11 10 9 8 7 6 5
11 10 9 8 7 6 5 4
10 9 8 7 6 5 4 3
20
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
Observe que o posto do observador coincide com o centro do círculo circunscrito ao
quadrilátero ABCD. Como BD = 16 , sendo O o centro do círculo circunscrito, temos
ˆ = 90° e BO = OD = r , donde 16 2 = r 2 + r 2 , pelo teorema de
ˆ = 2 ⋅ BAD
BOD
Pitágoras, e logo r = 128 = 8 2 . Assim, a distância do posto (que deve ficar em O)
aos ninhos será de 8 2 metros.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5
Os primeiros números da seqüência são (7, 14, 17, 20, 5, 8, 11, 5...) donde vemos
que, exceto pelos 4 primeiros termos, a seqüência é periódica com período 3. Como
2002 deixa resto 1 quando dividido por 3, o número procurado coincide com aquele
que ocupa o 7o. lugar na seqüência, a saber, 11.
Observação:
Para qualquer termo inicial, a seqüência construída de acordo com método descrito
no enunciado do problema será eventualmente periódica, (isto é teremos an + k = ak
para todo k ≥ m, para certos valores positivos de m e n).
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6
a) Os palíndromos entre 2000 e 3000 são da forma 2aa2, onde a é um algarismo.
Logo os próximos quatro serão 2112, 2222, 2332 e 2442.
21
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SOLUÇÕES – NÍVEL 3
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1
Veja a solução do problema No. 5 do Nível 2.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2
Seja C a circunferência de centro O circunscrita ao polígono A1A2...An. Os triângulos
AiAi + 1 O (com An + 1 = A1) são isósceles. Seja α i = OAˆ i Ai +1 .
Então
(1) α 1 + α 2 = α 2 + α 3 = α 3 + α 4 = ... = α n + α 1 .
Portanto.
α 1 = α 3 = α 5 = ..., A2
α 2 = α 4 = α 6 = ... α1 α2
A1 A3
α1 α2
α = α α3
n 2 αn
αn α3
O
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3
Se n = 3r, então n 3 − 3n 2 + 22 = (3r ) 3 − 3 ⋅ (3r ) 2 + 22 é a soma de um múltiplo de 3
com 22, logo não é múltiplo de 3.
Se n = 3r + 1, então
22
Sociedade Brasileira de Matemática
n3 − 3n2 + 22= (3r +1)3 − 3(3r +1)2 + 22= (3r)3 + 3⋅ (3r)2 + 3⋅ (3r) +1− 3⋅ (3r)2 −
3 ⋅ 2 ⋅ (3r ) − 3 + 22 = (3r )3 − 3 ⋅ (3r ) + 20 , que também não é múltiplo de 3.
Finalmente, se n = 3r – 1, então n 3 − 3n 2 + 22 = (3r − 1) 3 − 3(3r − 1) 2 + 22 =
= (3r) 3 − 3 ⋅ (3r) 2 + 3 ⋅ (3r) − 1 − 3 ⋅ (3r) 2 + 3 ⋅ 2 ⋅ (3r) − 3 + 22 = (3r) 3 − 6 ⋅ (3r) 2 + 9 ⋅ 3r + 18,
que é a soma de um múltiplo de 27 com 18, e portanto é múltiplo de 9 mas não de
27, logo a maior potência de 3 que divide um número da forma n 3 − 3n 2 + 22 é 32 =
9. Assim, k é no máximo 2.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
Suponha que os dados estão numerados de 1 a n. A probabilidade de que somente o
dado No. 1 resulte em 2 é:
1 5 5 5 5 n−1
× × ... = .
6 6 6 6 6n
Analogamente, a probabilidade de que somente o dado k, (1 ≤ k ≤ n) resulte em 2 é
5 5 5 1 5 5 5 n−1
× ... × × × ... × = n .
6 6 6 6 6 6 6
Portanto, a probabilidade de obter exatamente um 2 é
5 n −1 5 n −1 5 n −1 5 n −1
Pn = n + n + ... + n = n ⋅ n .
6 6 6 6
n −1 n
5 5
Agora observe que Pn ≥ Pn +1 ⇔ n ⋅ n ≥ (n + 1) ⋅ n +1 ⇔ 6n ≥ 5( n + 1) ⇔ n ≥ 5.
6 6
Para n = 5, ocorre a igualdade (P5 = P6), P5 = P6 > P7 > P8 > P9 >... e
P1 < P2 < P3 < P4 < P5 = P6
E a probabilidade é máxima para n = 5 ou n = 6.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5
Sejam M e N os pontos médios de AC e BD e P o ponto médio do lado AB. Então
PM é base média do ∆ABC e PN base média do ∆ABD. Segue que
BC AD
PM = = = PN .
2 2
Sendo X e Y as interseções da reta MN com BC e AD, temos então
BXˆM = PMˆ N = PNˆ M = AYˆN ou BXˆM = π − PMˆ N = π − PNˆ M = AYˆN .
23
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B
P
A
X
Y M
N
C
D
SOLUÇÃO ALTERNATIVA:
A+C B+D
Provaremos que se, M = e N= então o vetor MN faz ângulos iguais
2 2
com AD e BC . Para isso, como AD = BC , basta ver que os produtos internos
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6
Há 3n maneiras de colorir a fileira horizontal superior de palitos. O palito vertical
mais à esquerda da primeira linha também pode ser colorido de 3 maneiras.
n
...
. . . . . . . . . . . . . . .
24
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PROBLEMA 1
No quadriculado ao lado estão escritos todos os
2 13 16 11 23
inteiros de 1 a 25. Considere todos os conjuntos
formados por cinco desses números, de modo que, 15 1 9 7 10
para cada conjunto, não existem dois números que
estão na mesma linha ou na mesma coluna. 14 12 21 24 8
a) Apresente um conjunto cujo maior elemento é o 3 25 22 18 4
23.
b) Apresente um conjunto cujo maior elemento é o 20 19 6 5 17
menor possível.
PROBLEMA 2
No desenho ao lado, a reta t é perpendicular ao
segmento AB e passa pelo seu ponto médio M. Q
Dizemos que A é o simétrico de B em relação à reta t A
(ou em relação ao segmento PQ ).
Seja XYZ um triângulo retângulo de área 1m2. P
Considere o triângulo X'Y'Z' tal que X' é o simétrico
de X em relação ao lado YZ , Y' é o simétrico de Y M
em relação ao lado XZ e Z' é o simétrico de Z em B
relação ao lado XY .
t
Calcule a área do triângulo X'Y'Z'.
PROBLEMA 3
Um parque tem a forma de um quadrilátero e possui
oito portões de entrada: um em cada vértice do
quadrilátero e um no meio de cada lado. Os portões
foram numerados de 1 a 8, de forma que a soma T dos
números em cada lado é a mesma para os quatro lados.
Apresente um exemplo de numeração dos pontos para
cada um dos possíveis valores de T.
25
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PROBLEMA 4
Sete moedas estão dispostas em círculo, com a coroa
visível.
PROBLEMA 5
São dados um tabuleiro de xadrez (8 × 8) e palitinhos do tamanho dos lados das
casas. Dois jogadores jogam alternadamente e, em cada jogada, um dos jogadores
coloca um palitinho sobre um lado de uma casa do tabuleiro, sendo proibido
sobrepor palitinhos.
Vence o jogador que conseguir completar primeiro um quadrado 1 × 1 de palitinhos.
Supondo que nenhum jogador cometa erros, qual dos dois jogadores tem a estratégia
vencedora, ou seja, consegue vencer independentemente de como jogue seu
adversário?
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1
Veja o problema No. 2 do Nível 1.
PROBLEMA 2
Mostre que, entre dezoito inteiros consecutivos de três algarismos, sempre existe
algum que é divisível pela soma de seus algarismos.
PROBLEMA 3
São dados um tabuleiro quadriculado m × n e palitinhos do tamanho dos lados das
casas. Dois jogadores jogam alternadamente e, em cada jogada, um dos jogadores
coloca um palitinho sobre um lado de uma casa do tabuleiro, sendo proibido
sobrepor palitinhos.
Vence o jogador que conseguir completar primeiro um quadrado 1 × 1 de palitinhos.
Supondo que nenhum jogador cometa erros, qual dos dois jogadores tem a estratégia
vencedora, ou seja, consegue vencer independentemente de como jogue seu
adversário?
26
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PROBLEMA 4
Uma mistura possui os componentes A e B na razão 3 : 5, uma segunda mistura
possui os componentes B e C na razão 1 : 2 e uma terceira mistura possui os
componentes A e C na razão 2 : 3. Em que razão devemos combinar a 1a, 2a e 3a
misturas para que os componentes A, B e C apareçam na razão 3 : 5 : 2?
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo inscrito em uma circunferência de centro O e P um ponto
sobre o arco AB que não contém C. A perpendicular traçada por P à reta BO
intersecta AB em S e BC em T. A perpendicular traçada por P a AO intersecta AB em
Q e AC em R.
Prove as duas afirmações a seguir:
PROBLEMA 6
1 1 1
Seja n um inteiro positivo. Definimos ϕ ( n) = 1 − ⋅ 1 − ⋅ ... ⋅ 1 −
⋅ n ,
p1 p2 p k
onde p1 , p 2 ,..., p k são os fatores primos distintos de n. Prove que para todo m ≥ 1,
existe n tal que ϕ ( n) = m! .
Obs: m! = 1 ⋅ 2 ⋅ ... ⋅ m .
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1
Mostre que existe um conjunto A formado por inteiros positivos tendo as seguintes
propriedades:
a) A tem 2002 elementos.
b) A soma de qualquer quantidade de elementos distintos de A (pelo menos um)
nunca é uma potência perfeita.
Obs: Uma potência perfeita é um número da forma ab, onde a e b são inteiros
positivos e b ≥ 2.
27
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PROBLEMA 2
ABCD é um quadrilátero convexo e inscritível e M é um ponto sobre o lado CD, tal
que o triângulo ADM e o quadrilátero ABCM têm a mesma área e o mesmo
perímetro. Prove que ABCD tem dois lados de comprimentos iguais.
PROBLEMA 3
Numeramos as casas de um tabuleiro quadriculado m × n, onde m, n ≥ 2, com os
inteiros 1, 2, 3,...,mn de modo que, para todo i ≤ mn – 1, as casas i e i + 1 tenham
um lado em comum.
Prove que existe i ≤ mn – 3 tal que as casas i e i + 3 têm um lado em comum.
PROBLEMA 4
Definimos o diâmetro de um subconjunto não vazio de {1, 2,..., n} como a diferença
entre seu maior elemento e seu menor elemento (em módulo).
Calcule a soma dos diâmetros de todos os subconjuntos não vazios de {1, 2,..., n}.
PROBLEMA 5
Temos um número finito de quadrados, de área total 4. Prove que é possível arranjá-
los de modo a cobrir um quadrado de lado 1.
Obs: É permitido sobrepor quadrados e parte deles pode ultrapassar os limites do
quadrado a ser coberto.
PROBLEMA 6
Arnaldo e Beatriz se comunicam durante um acampamento usando sinais de fumaça,
às vezes usando uma nuvem grande, às vezes uma pequena.
No tempo disponível antes do café da manhã, Arnaldo consegue enviar uma
seqüência de 24 nuvens. Como Beatriz nem sempre consegue distinguir uma nuvem
pequena de uma grande, ela e Arnaldo fizeram um dicionário antes de ir para o
acampamento. No dicionário aparecem N seqüências de 24 tamanhos de nuvem
(como por exemplo a seqüência PGPGPGPGPGPGGPGPGPGPGPGP, onde G
significa nuvem grande e P significa nuvem pequena). Para cada uma das N
seqüências, o dicionário indica seu significado. Para evitar interpretações erradas,
Arnaldo e Beatriz evitaram incluir no dicionário seqüências parecidas. Mais
precisamente, duas seqüências no dicionário sempre diferem em pelo menos 8 das 24
posições.
Demonstre que N ≤ 4096 .
28
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SOLUÇÕES – NÍVEL 1
A) A resolução mais simples para que dois números não se encontrem na mesma
linha ou na mesma coluna são as diagonais. Na diagonal do número 23, apenas o
número 25 é maior que este. Assim peguei todos os números da diagonal menos
o 25 que tive que substituir pelo 3 (que estava numa coluna que ainda não usara)
e assim não pude utilizar o 20 se não repetiria a coluna, dessa forma o último
número foi o 19 que estava em linha e coluna que não utilizei. Conjunto
A = {23, 7, 21, 3, 19}. O conjunto A é a solução para o item a).
B) O menor número que pode ser maior no conjunto de 5 números é o 5. Assim, fui
eliminando os números na seqüência. O número 5 pode ser descartado porque o
4 e o 3 estão na mesma linha e para fazer o conjunto sendo 5 o maior, os dois
teriam que ser utilizados. O número 6 pode ser descartado porque na 4a. coluna
da esquerda para a direita, o único número menor que 6 está na mesma linha que
ele. Se o número 7 for usado, o único número menor que ele na segunda coluna,
estará na mesma linha dele. Com o 8, na quarta coluna poderá ser escolhido o 7
ou 5, escolhendo qualquer um, outros números não poderão ser utilizados: O 1
(na segunda coluna) ou o 6 (na terceira coluna). Com o 9 e o 10, se forem
escolhidos, o número 1 não poderá ser utilizado por estar na mesma linha, não
restando outro número na segunda coluna a ser utilizado. E com o 11 pode se
fazer um conjunto obedecendo a propriedade. Conjunto B = {1, 3, 6, 8, 11}
sendo 11 o menor número possível.
PROBLEMA 2
Veja a solução do problema No. 1 do Nível 2.
29
Sociedade Brasileira de Matemática
e 1. Não pode, igualmente, ser 11 o valor de T pois 7 e 8 devem existir. O único jeito
de 7 chegar a 11 com mais dois números, é 7, 1, 3, pois não se pode repetir números.
O único jeito de somar dois números a 8 com o resultado 11 é 8, 1 e 2. Fazemos
então uma ilustração:
1 8 2
3 7 2 5 2 6
12 ⇒ 8 4 13 ⇒ 7 3
1 5 6 1 8 4
7 6 1 7 2 6
14 ⇒ 3 5 15 ⇒ 5 1
4 2 8 3 4 8
1 2 3 4
30
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5 6 7
PROBLEMA 5
Veja a solução do problema No. 3 do Nível 2.
SOLUÇÕES – NÍVEL 2
B
.A 1
Z' α ..
Y α
Z
. A2
X'
31
Sociedade Brasileira de Matemática
Agora, note que Y ' A2 é a altura do +Z ' Y ' X ' , em relação a Y ' .
Chame a medida de XZ de y ⇒ med( XZ ) = y = med( X ' Z ') .
Chame a medida de YA1 de h ⇒ med(YA1 ) = h
YA1 é a altura do +ZYX , em relação a Y; portanto h = YA1 = YA2 que é a altura
correspondente no +Z ' YX '.
Como Y é simétrico a Y' em relação a XZ , então YA1 = Y ' A1 = h
Assim Y ' A1 = YA1 = YA2 = h,
=
(
X Z ⋅ Y ' A1 + Y A1 + Y A 2 )= y ⋅ (h + h + h)
=
3 yh
2 2 2
De yh = 1 ⇒ 3 yh = 3
2 2
Área do + X ' Y ' Z ' = 3m 2 .
32
Sociedade Brasileira de Matemática
jogadas do adversário. Haverá uma hora em que todos os quadrados serão ocupados
com 2 palitos e será a vez do segundo jogador. Este por sua vez preenche um dos
quadradinhos com o terceiro palito e o primeiro jogador o completa em seguida,
vencendo o jogo.
A A
C C A C central
D
B central
B
D B D
33
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3 2 3
A⇒ x+ z = ∴
8 5 10 15 x + 16 z = 12
1 5 1
B ⇒ y + x = ∴ 15 x + 8 y = 12 y = 2z
3 8 2
10 y + 9 z = 3
2 3 1
C ⇒ y + z = ∴
3 5 5
6 3
y= z=
29 29
6 3 20
Teriamos que y = e z= , logo x =
29 29 29
x : y : z = 20 : 6 : 3.
C
γ
X
ˆ = 90° − α e sendo + ABO isósceles
ˆ de α, logo QAM
a) Chamemos PQS
ABOˆ = 90° − α , então PSQ
ˆ =α .
Logo + PSQ é isósceles.
b) Agora chamemos PAQ ˆ = γ e OBC
ˆ = β teremos então que, como
ˆ = BXP
BPS ˆ = γ , + APQ ≅+PSB , logo AQ = PQ ∴ PQ ⋅ PS = AQ ⋅ BS
ˆ = PAB
PS BS
34
Sociedade Brasileira de Matemática
2
Como queremos provar que PQ = QR ⋅ ST , e PQ = PS ,
AQ ST
Basta apenas provar AQ ⋅ BS = QR ⋅ ST ou =
QR BS
AM AM
Pelo + AQM , senα = ∴ AQ =
AQ senα
QR AR AR ⋅ cos β
Pelo + AQR, = ∴ QR =
sen(90 − β ) senα senα
AQ AM
Logo =
QR AR ⋅ cos β
AM
cos(α − β ) =
AR
ST BT BT cos(α − β )
Pelo + BST , = ∴ ST =
sen(90° − α + β ) senα senα
BN BN
Pelo + BSN , senα = ∴ BS =
BS senα
ST BT cos(α − β ) BN
Logo = ; cos β =
BS BN BT
AM BT cos(α − β ) AM BT cos β
= ⇔ = ⇔
AR ⋅ cos β BN AR cos(α − β ) BN
cos(α − β ) cos β
= ⇔ 1 = 1.
cos(α − β ) cos β
35
Sociedade Brasileira de Matemática
4! = 22 ⋅ 31 (2 − 1)(3 − 1) = ϕ (72)
Agora utilizarei indução. Seja pn ≥ 5 o n-ésimo primo. Suponha que para todo
k < pn , k ! possa ser escrito na forma acima utilizando apenas primos menores
que pn na fatoração. Então ( pn − 2)! = ϕ ( p1e1 ⋅ p2e2 ⋅ ... ⋅ pnen−−11 ) implica
pn ! = pn ( pn − 1)( pn − 2)! = ϕ ( pn2 ) ⋅ ( pn − 2)! = ϕ ( p1e1 ⋅ p2e2 ... ⋅ pnen−−11 ⋅ pn2 ). Para os m
com pn < m < pn +1 , m é um produto de primos menores ou iguais a pn , donde
m ! = m ⋅ (m − 1)! também é da forma acima. Conclusão: Para todo M existe um N tal
que M ! = ϕ ( N ).
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
C e M d D
θ
k
a
c
π–θ
A
B b
36
Sociedade Brasileira de Matemática
11 12 3 4
10 1 2 5
9 8 7 6
Malha 3 × 4
Fim
Início
37
Sociedade Brasileira de Matemática
i i+1
i+3 i+2 , , ,
na malha.
O problema torna-se, então, provar que é impossível preencher a tabela sem realizar
uma dessas figuras. A malha é formada por (m – 1)(n – 1) quadrados de 4 pontos
próximos, os quais terão alguns de seus lados preenchidos ao fim do preenchimento.
Se houver quadrado com 3 lados pintados, haverá
i i+3
Ou i ao lado de i + 3.
O total de lados dos quadrados (com multiplicidade) é 4(m – 1) ⋅ (n – 1) = t)
Para fazer a linha, efetuamos (mn – 1) riscos, que podem preencher lados de 1 ou de
2 quadrados.
• Se o risco for feito na lateral da malha, preencherá apenas 1 lado de quadrado.
Exemplo:
38
Sociedade Brasileira de Matemática
t)
No >
2
O número de lados preenchidos por p riscos laterais é ( p ⋅ 1) = p
O número de lados preenchidos por (mn – 1) – p riscos no meio é 2(mn – 1) – 2p
O número total de riscos é: [2(mn – 1) – 2p] + (p) = 2mn – p – 2 = No.
O número máximo de riscos laterais é:
Pmax = 2m + 2n – 5
n–1
riscos/lados
m – 1 riscos
t)
Se N o min > , fica provado que há (ou similar) e i ao lado de i + 3
2
4(m − 1)(n − 1)
2mn − 2m − 2n + 3 >
2
2mn − 2m − 2n + 3 > 2mn − 2m − 2n + 2
3>2
O número de lados preenchido é maior que a metade do total de lados.
39
Sociedade Brasileira de Matemática
∑ (n − k ) ⋅ 2
k =1
k −1
= 2 − n − 1 ⇔ 2∑ (n − k ) ⋅ 2
n
k =1
k −1
=2 n +1
− 2n − 2 ⇔ ∑ (n − k ) ⋅ 2k =
k =1
n −1
= 2n +1 − 2n − 2 ⇔ ∑ (n − k ) ⋅ 2k = 2n +1 − 2n − 2 + n = 2n +1 − n − 2
k =0
n +1
Logo m = 2 − n − 2.
Para calcular M, basta observar que podemos associar cada conjunto
A = {a1 ; a2 ;...; an } ao conjunto f ( A) = {n + 1 − a1; n + 1 − a2 ;...; n + 1 − an }, de
modo que se a = mín A então n + 1 − a = max f ( A). A função f é claramente uma
bijeção. Logo, 2n − 1
como subconjuntos
há não vazios,
M = (n + 1) ⋅ (2 − 1) − m ⇔ M − m = (n + 1) ⋅ 2 − n − 1 − 2m ⇔ M − m =
n n
= (n + 1) ⋅ 2n − n − 1 − 2 ⋅ (2n +1 − n − 2) = (n − 3) ⋅ 2n + n + 3.
40
Sociedade Brasileira de Matemática
Caso contrário os que sobraram devem ser divididos em 4 e preenchidos por quantos
Q2 tiverem. E assim sucessivamente até preencher o tabuleiro.
Exemplo:
Q2 Q2 Q2 Q2
Q1
Q3 Q1
Q3
Q2 Q2 Q2
Q3 Q3
Agora, para provar que isso sempre é possível basta provar que a área total dos
quadrados usados é menor que 4. Assim, já que o modo de preenchimento pede "use
tantos do Qk quanto existirem", se sobrar buraco ou esqueceu-se de usar um
quadrado em um passo anterior ou falta usar os quadrados menores.
Para isso vamos ver o desperdício de cada quadrado, ou seja, quanto do quadrado
não usamos para preencher a área de interesse (por exemplo, o desperdício de um
quadrado Q3 ao ser colocado sobre um tabuleiro de lado 1/8 é o quanto do quadrado
ficará de fora desse tabuleiro, mesmo que esse resto esteja sobre outra parte do
tabuleiro total ele vai ser contado como desperdício).
1
Vejamos, como sempre usamos Qk para cobrir um tabuleiro de lado , a área do
2k
1 1 1
Qk é 2k − 2
no máximo e 2k
no mínimo e a do tabuleiro é 2 k , logo o desperdício
2 2 2
1 1 3
é de 2k − 2
− 2k
= 2 k no máximo, isso prova que o desperdício não passa de
2 2 2
3
2 2 k = 3 vezes da área preenchida, ou seja, é desperdiçado no total no máximo 3/4
1
2 2k
da área dos quadrados utilizados, ou seja, 1/4 pelo menos é utilizado. Como o total
da área dos quadrados é 4, a área utilizada é pelo menos 1, o que termina o
problema.
41
Sociedade Brasileira de Matemática
42
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Teorema 4: p ∈ ε q ∩ ε r , q ≠ r ⇒ d ( p, q) = d ( p, r ) = 4.
Prova: Suponha que d ( p, q) = d ( p, r ) < 4 (a igualdade é obrigatória pela definição
de vizinhança). Então d (q, r ) ≤ d ( p, q) + d ( q, r ) < 4 + 4 = 8 , absurdo, pois as duas
palavras não poderiam pertencer simultaneamente ao dicionário.
Porquê isso valida nossa afirmação acima? Porque nenhum ponto que dista três ou
menos ao ponto mais próximo pertence a mais de uma vizinhança. Assim, o arranjo
descrito acima é o mais denso, pois todas as palavras que não pertencem ao
dicionário estão sempre cercadas por palavras do dicionário (pertencem sempre ao
número máximo de vizinhanças).
Nas circunstancias acima descritas #(ε p ) = #(ε q ) para todo p e q (pois
C240 + C24
1
+ C242 + C24
3
+ C244 é constante e igual a #(ε p ) por (1)). Além disso,
∑ #(ε
p∈D
p ) , onde D é o dicionário, seria 224 , mas não, é pois as palavras que distam
quatro de uma palavra no dicionário são contadas seis vezes. Vamos achar então n'p ,
com um fator de correção apropriado:
n 'p = C24
0
+ C24
1
+ C242 + C24
3
+ C24
4
d =4
6
d=0 d =1 d =2 d =3
(própria Vamos contar só uma vez!
palavra)
10626
n'p = 1 + 24 + 276 + 2024 + = 4096 (que coincidência!)
6
Mas até agora consideramos o melhor caso – há algum desperdício de palavras
envolvido. Logo algumas vizinhanças são maiores do que são no caso ideal. Por isso,
n'p ≥ 4096 em geral.
Assim 224 ≥ 4096 N = 212 N ⇒ N ≤ 212 = 4096.
43
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PROBLEMA 1
A função f : (−1,+∞) → # é contínua e derivável.
Sabe-se que f(0) = 0, f '(0) = a e que f(x + 1) = e f(x) para todo x > – 1.
Calcule f '(3).
PROBLEMA 2
Seja A a matriz real n × n
x + y x ... x
x x + y ... x
A=
.
x
x x + y
PROBLEMA 3
x2 +1 + x −1
∫
1
Calcule dx.
−1
x2 + 1 + x + 1
PROBLEMA 4
Determine todos os valores inteiros positivos de m para os quais o polinômio
(x + 1)m + xm + 1 é divisível por (x2 + x + 1)2.
PROBLEMA 5
Jogamos 10 dados comuns (com 6 faces equiprováveis numeradas de 1 a 6).
Calcule a probabilidade de que a soma dos 10 resultados seja igual a 20.
PROBLEMA 6
Considere a curva C = {( x, y ) ∈ # 2 y 2 = x 3 − 43x + 166}.
a) Seja Q = (a, b) um ponto de C. Suponha que a reta tangente a C no ponto Q
intersecte C num único outro ponto, Q'. Determine as coordenadas de Q'.
b) Seja P0 = (3, 8). Para cada inteiro não negativo n, definimos Pn +1 = P' n , o
ponto de interseção de C com a reta tangente a C em Pn. Determine P2002.
44
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1
Derivando a equação f ( x + 1) = e f ( x ) temos f ' ( x + 1) = f ' ( x) ⋅ e f ( x ) .
Assim f (1) = e 0 = 1, f ' (1) = f ' (0) ⋅ e f (0 ) = a
f (2) = e1 = e, f ' (2) = f ' (1) ⋅ e f (1) = ae
f '(3) = f '(2) ⋅ e f (2) = ae e+1 .
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2
Se y = 0 todas as linhas são iguais e a matriz não é inversível. Se nx + y = 0 a soma
das n linhas é 0 e portanto a matriz novamente é não inversível. Vamos mostrar que
se nenhuma destas duas condições ocorre a matriz é inversível.
1 1 ... 1
1 1 ... 1
Se B = temos B2 = nB e A = yI + xB.
1 1 1
1 x
Tome C = I− B.
y y ( nx + y )
1
AC = (yI + xB ) I −
x
B = I
y y (nx + y )
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Vamos resolver o sistema
( x + y )a1 + x ⋅ a 2 + ... + x ⋅ a n = b1
x a ( x y ) a ... x a b
⋅ 1+ + 2 + + ⋅ n= 2
#
x ⋅ a1 + x ⋅ a 2 + ... + ( x + y ) ⋅ a n = bn
45
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3
Seja f ( x) = x + 1 + x − 1 . Racionalizando, temos
2
x2 +1 + x +1
2
( x + 1 + x − 1) x + 1 − x − 1 x + 1 − 1 − x
2 2 2 2
=
f ( x) = , logo f (− x ) = − f ( x), para
( x + 1) − ( x + 1)
2 2
− 2x
∫
1
todo x, e portanto, f ( x) dx = 0.
−1
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
x 2 +1 + x −1
Vamos achar uma primitiva de f: Em ∫
x 2 +1 + x +1
dx fazemos x = tan θ, dx =
46
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1 + senθ − cos θ
∫ cos 2
θ (1 + senθ + cos θ )
dθ .
θ 2dz 2z 1− z 2
Fazendo tan = z, dθ = , senθ = , cos θ = , obtemos
2 1+ z 2 1+ z 2 1+ z 2
2
2 z 2 + 2 z 1 + z 2 2dz 2 z (1 + z 2 )dz
∫ 2 + 2 z ⋅ 1 − z 2 1 + z 2 = ∫ (1 − z 2 ) 2 .
A B C D 2 z (1 + z 2 )
Buscando A, B, C, D tais que + + + = , obtemos (A
1 + z (1 + z) 2 1 − z (1 − z ) 2 (1 − z 2 ) 2
+ B + Az)(1 – z)2 + (C + D – Cz)(1+z)2 = 2z(1 + z2), donde A – C = 2, B – A + D – C
= 0, –A –2B + C + 2D = 2, A + B + C + D = 0. Assim, D = –B, C = – A, logo A = 1,
C = –1, D = 1, B = –1.
2 z (1 + z 2 ) 1 1 2
Assim, ∫ (1 − z 2 2
)
dz = ln(1 + z) +
1+ z
+ ln(1 − z ) +
1− z
= ln(1 − z 2 ) +
1− z 2
.
−π π π
Quando x varia entre – 1 e 1, θ varia entre e , donde z varia entre − tan
4 4 8
π
π sen
e tan . Temos tan π = 4 = 2
= 2 − 1, donde z varia entre 1 − 2 e
8 1 + cos
8 π 2+ 2
4
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
−1 i 3
Seja ω = + uma raiz de x2 + x + 1. Para que (x2 + x + 1)2 divida
2 2
(x + 1)m + xm + 1 = P(x), devemos ter P(ω) = 0 e P'(ω) = 0.
Assim, (ω + 1) m + ω m = −1 e m((ω + 1) m−1 + ω m −1 ) = 0.
1 i 3
Temos que ω + 1 = + é tal que (ω + 1) 2 = ω e (ω + 1) 3 = −1 . Como ω e ω + 1
2 2
são raízes sextas da unidade, o comportamento se repetirá com período 6.
Assim, (ω + 1) m −1 + ω m −1 = 0 equivale a (ω + 1) m −1 = −ω m −1 = (ω + 1) 3+ 2 ( m −1) , ou seja
(ω + 1) m + 2 = 1, o que equivale a m ≡ –2 (mod 6). Nesse caso, temos
(ω + 1) m + ω m = (ω + 1) 4 + ω = ω 2 + ω = −1, donde as duas condições são
satisfeitas. Assim, os números que satisfazem o enunciado são os inteiros positivos
da forma 6k – 2.
47
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5
Devemos encontrar o número de soluções de a1 + a 2 + ... + a10 = 20, 1 ≤ a i ≤ 6.
19
O número de soluções de a1 + a 2 + ... + a10 = 20, ai ≥ 1 é claramente .
9
Devemos agora descontar as soluções para as quais apenas um dentre os ai é ≥ 7 pois
caso contrário tal soma seria ≥ 7 + 7 + 8 ⋅ 1 = 22. Assim, basta descontar 10 vezes o
número de soluções de a1 + a 2 + ... + a10 = 20, a1 ≥ 7 , ai ≥ 1 ,
ou de a~ + a + ... + a = 14, a , a ≥ 1, que é 13 . Assim 19 13 e a
1 2 10 1 i N = − 10
9 9 9
19 13
− 10
probabilidade pedida é p = 10 9 .
9
6
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6
dy
= 3x 2 − 43, donde dy = 3 x − 43 .
2
a) De y 2 = x 3 − 43x + 166, temos 2 y
dx dx 2y
A equação da reta tangente a C passando por (a, b) é
3a 2 − 43 3a 2 − 43
x + b − Substituindo em y = x − 43 x + 166 temos
2 3
y = 2b ⋅ a .
2b
2
3a 2 − 43 2b 2 − 3a 3 + 43a que terá uma raiz dupla em x = a,
x − 43 x + 166 =
3
x +
,
2b 2b
2
2
e cuja soma das raízes é 3a − 43 . Assim, o outro ponto terá primeira coordenada
2b
2
igual a 3a − 43 − 2a , e, substituindo na equação da reta, segunda coordenada
2
2b
3 3
2 2 2
igual a 3a − 43 − 2a 3a − 43 + 2b − 3a + 43a = 3a − 43 + 2b − 9a + 129a .
2 2 3 3
2b 2b
2b 2b 2b
b) Usando a fórmula acima, obtemos P1 = (–5, 16), P2 = (11, 32), P3 = (3, – 8), P4 =
(–5, – 16), P5 = (11, – 32) e P6 = (3, 8). Assim, a seqüência (Pn) é periódica de
período 6, logo P2002 = P4 = ( −5, −16) .
Observação: No item b), o fato de P3 diferir de P0 apenas por uma troca de sinal da
segunda coordenada já é suficiente para concluir que a seqüência é periódica de
período 6.
48
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PROBLEMA 2
n
A = (a ij ) uma matriz real simétrica n × n tal que aii = 1 e ∑a
j =1
ij < 2 , para todo
PROBLEMA 3
n n
Sejam A1 , A2 ,..., Ak ⊂ {1, 2,..., n} conjuntos com A i ≥ e Ai ∩ A j ≤ para
2 4
* A ≥ k k+ 1 ⋅ n.
k
todo i, j com i ≠ j . Prove que i
i =1
PROBLEMA 4
PROBLEMA 5
Dado x ∈ #, definimos ln 0 ( x) = x e, para cada k ∈ , se ln k ( x) > 0 , definimos
ln k +1 ( x) = ln(ln k ( x)), onde ln é o logaritmo natural.
Dado n inteiro positivo, definimos k(n) como o maior k tal que ln k ( n) ≥ 1 , e an como
k (n)
∏ ln
j =0
j (n) = n ⋅ ln(n) ⋅ ln ln(n) ⋅ ... ⋅ ln k ( n) (n).
∞
1
Diga se a série ∑a
n =1
converge ou diverge.
n
PROBLEMA 6
Considere duas elipses no plano #2 que se intersectam em 4 pontos. Nestes 4 pontos
trace as retas tangentes às duas elipses, obtendo assim 8 retas.
Prove que existe uma elipse (ou circunferência) tangente a estas 8 retas.
49
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50
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ou
−b
x=
4a
Finalmente mudar e' significa transladar o gráfico de S para cima ou para baixo.
Claramente podemos escolher um e tal que S tenha 4 raízes x1e , x2e , x3e , x4e .
s f para r ≤ e ≤ s
g (e) = x3e − x2 e ,
(ver gráfico)
r
h(e) = x4 e − x3 e
Pela escolha de d', S é simétrico e f(e) = h (e).
f (r ) = 0, g (r ) > 0
f ( s ) > 0, g (s ) = 0
Pelo T.V.I. existe e ' ∈ (r , s ) tal que f (e ') = g (e ').
Neste caso, f (e ') = g (e ') = h(e ') , e este é o nosso tão procurado e'.
51
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x1
AX = λ X
X = #
xn
multiplicidades) é = n.
(−1) n
Temos: λ1 + λ2 + ... + λn = n onde os λi's são os auto-valores de A, com λi ≥ 0 ∀i ;
1 ≤ i ≤ n. Pela desigualdade das médias, temos:
λ1 + λ2 + ... + λn n
1= ≥ λ1λ2 ...λn ⇒ λ1λ2 λ3 ...λn ≤ 1
n
Mas det D = λ1λ2 ...λn ≤ 1 ⇒ det A ≤ 1.
PROBLEMA 3: SOLUÇÃO DE CARLOS STEIN NAVES DE BRITO (S.J. DOS CAMPOS - SP)
*A =U
k
Seja i
i =1
k
Seja S = ∑ Ai ≥ k ⋅
n
(I)
i =1 2
k
Por absurdo, suponha que U < ⋅ n (II)
k +1
EUREKA! N°16, 2003
52
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k k
n
Logo ∑ ai = ∑ bt2 − bt = ∑ bt2 − ∑ bt (note que ∑ bt = ∑ Ai ≥ k ⋅ , pois
2
* * * *A
i =1 k k k k i =1
t∈ Ai t∈ Ai t∈ Ai t∈ i
i =1 i =1 i =1 i=1
(k +1)k ⋅ n
∑k (bt2 ) ≥ i=k1 = i=1U = U ≥ U4 > k4 = 4
2
i
S
t∈*Ai
i =1
i =1
Ai * k +1
⋅n
k
(k +1)kn kn kn k ⋅ n(k −1)
→ ∑ai = ∑bt2 − ∑bt > − = (k +1− 2) =
i =1 4 2 4 4
53
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k ⋅ n ⋅ (k − 1)
Pelo princípio das casas dos pombos, ∃a j , tal que a j > 4 (senão
k
kn(k − 1) , absurdo).
∑a i
≤
4
k
n(k − 1)
Logo ∃a j , a j >
4
. De novo pela casa dos pombos, como aj =
i=1
Aj ∩ Ai , ∑
i≠ j
n(k − 1)
4aj n n
existe um p tal que A j ∩ Ap ≥ > = ⇒ A j ∩ Ap > , absurdo.
k −1 k −1 4 4
k
Logo U ≥ ⋅n.
k +1
PROBLEMA 4: SOLUÇÃO DE MÁRCIO AFONSO ASSAD COHEN (RIO DE JANEIRO - RJ)
É, tá difícil…vamos tentar uma idéia:
Seja x = 2cos α , com α ∈ (0, π / 3) (Ok, pois já sei que 1 < 2≤ x ≤ 2 + 2 < 2).
Obs: cos 2θ = 2 cos 2 θ − 1 = 1 − 2sen 2θ
2 + x = 2(1 + cos α ) = 4 cos 2 (α / 2) → 2 + x = 2 cos(α / 2)
(pois α / 2 ∈ (0, π / 6) logo cos(α / 2) > 0 ).
2 + x = 2 cos(α / 2) → 2 − 2 + x = 2 − 2 cos(α / 2) = 2(1 − cos(α / 2)) =
= 2 ⋅ 2 sen 2 (α / 4) → 2 − 2 + x = 2 sen(α / 4)
(pois sen(α / 4) > 0 ).
Logo, x = 2 + 2sen(α / 4) → Obs.: sen(α / 4) = cos(π / 2 − α / 4)
2 + 2sen(α / 4) = 2 + 2cos(π / 2 −α / 4) = 2⋅ [1+ cos(π / 2 −α / 4)] = 2 2⋅ cos2 (π / 4 −α /8)
Portanto, tirando raiz: x = 2cos(π / 4 − α / 8), i.e.
2 cos α = 2 cos(π / 4 − α / 8) → cos α = cos(π / 4 − α / 8)
→ α = π / 4 − α / 8 → 9α / 8 = π / 4 → α = 2π / 9
Logo, x = 2cos 2π / 9 é a única solução real da equação.
54
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= ∑ g k (n ) ≥ ln k +1 ( bk +1 ) − ln k +1 ( bk ) .
1
Assim, ∑
bk ≤ n < bk +1 an bk ≤ n < bk +1
1 1
Como ln k +1 ( bk ) < ln k +1 (bk + 1) < ln k +1 (bk ) + = para todo k ≥ 1 e
2 2
ln k +1 ( bk +1 ) ≥ ln k +1 (bk +1 ) = 1 , temos ∑
1 1
> para todo k, donde
bk ≤ n < bk +1 a n 2
∞ ∞
1
∑
n =1
a n = ∑ ∑ diverge.
k = 0 bk ≤ n < bk +1 an
55
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Agora, temos duas elipses que passam pelos pontos de Q. Suponhamos que
suas tangentes no ponto (1, 1) sejam as retas (ax + by = 1) e (cx + dy = 1),
com a, b, c, d > 0, a + b = c + d = 1. Após aplicarmos uma mudança de
coordenadas afim do tipo T(x, y) = ( x / λ , y ) , com λ > 0, obtemos
duas outras elipses cujas retas tangentes em T (1, 1) = (1/ λ ,1) são
(aλ x + by = 1) e (cλ x + dy = 1). As distâncias dessas retas à origem são,
1 1
respectivamente, e .
a 2λ 2 + b 2 c2λ 2 + d 2
56
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d 2 − b2
Temos a λ + b = c λ + d ⇔ λ = 2 2 ,
2 2 2 2 2 2 2
que é positivo, pois
a −c
a + b = c + d ⇒ ( a − c > 0 ⇔ d − b > 0).
d 2 − b2
Assim, tomando λ = , e aplicando T ( x, y ) = ( x / λ , y ) às nossas duas
a2 − c2
elipses, obtemos duas elipses que se intersectam em quatro pontos de modo
que todas as 8 retas tangentes às duas elipses nesses pontos estão a uma
mesma distância da origem (por simetria), e logo existe uma círculo tangente
a todas elas, o qual está contido na união dos interiores dessas elipses, e
portanto não intersecta a imagem da reta do infinito pela mudança de
coordenadas projetivas que leva as elipses originais nestas, e logo é imagem
de uma elipse por essa mudança de coordenadas. Essa elipse é tangente às 8
retas do enunciado. Isso resolve o problema.
*A
n
saíram com alguns erros na prova: no problema 3, aparecia i em vez de
i =1
*
k k (n)
i =1
Ai , e , no problema 5, aparecia ∏ln (x) = x ⋅ ln(x) ⋅ lnln(x) ⋅...⋅ ln
j =0
j k (n) (x)
k ( n)
em vez de ∏ln (n) = n⋅ ln(n) ⋅ lnln(n) ⋅...⋅ ln
j =0
j k ( n) (n).
♦♦♦
♦♦♦
Errata: No artigo "Reciprocidade Quadrática", de Carlos Gustavo Moreira e Nicolau Saldanha
(publicado na Eureka! No. 15), onde está "símbolo de Lagrange" deveria ser "símbolo de
Legendre".
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61
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AGENDA OLÍMPICA
XXV OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 7 de junho de 2003
Segunda Fase – Sábado, 13 de setembro de 2003
Terceira Fase – Sábado, 18 de outubro de 2003 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 19 de outubro de 2003 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 13 de setembro de 2003
Segunda Fase – Sábado, 18 e Domingo, 19 de outubro de 2003
♦
IX OLIMPÍADA DE MAIO
10 de maio de 2003
♦
XIV OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
23 a 30 de maio de 2003
Ica – Peru
♦
XLIV OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
07 a 19 de julho de 2003
Tóquio – Japão
♦
X OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
25 a 31 de julho de 2003
Universidade Babes-Bolyai, Cluj-Napoca, Romênia
♦
XVIII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
13 a 20 de setembro de 2003
Argentina
♦
VI OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
8 de novembro de 2003
♦♦♦
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
IX OLIMPÍADA DE MAIO 3
Enunciados e Resultado Brasileiro
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
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AOS LEITORES
Caros leitores,
Os editores
2
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IX OLIMPÍADA DE MAIO
Enunciados e Resultado Brasileiro
PRIMEIRO NÍVEL
Duração da prova: 3 horas
PROBLEMA 1
Pedro escreve todos os números de quatro algarismos diferentes que podem ser
armados com dígitos a, b, c, d que cumprem as seguintes condições:
a ≠ 0 ; b = a + 2; c = b + 2 ; d = c + 2.
Calcule a soma de todos os números que Pedro escreveu.
PROBLEMA 2
O triângulo ABC é retângulo em A e R é o ponto médio da hipotenusa BC. Sobre
o cateto maior AB se marca o ponto P tal que CP = BP e sobre o segmento BP se
marca o ponto Q tal que o triângulo PQR é equilátero. Se a área do triângulo ABC
é 27, calcule a área do triângulo PQR.
PROBLEMA 3
Determine o menor número inteiro positivo que termina em 56, é múltiplo de 56 e
tem a soma de seus dígitos igual a 56.
PROBLEMA 4
Célia escolhe um número n e escreve a lista dos números naturais de 1 até n:
1, 2, 3, 4, …, n – 1, n.
Em cada passo, troca a lista: copia o primeiro número ao final e apaga os dois
primeiros.
Depois de n – 1 passos ficará escrito um único número.
Por exemplo, para n = 6 os cinco passos são:
1, 2, 3, 4, 5, 6 → 3, 4, 5, 6, 1 → 5, 6, 1, 3 → 1, 3, 5 → 5, 1 → 5
e ficará escrito o número 5.
Célia escolheu um número n entre 1000 e 3000 e depois de n – 1 passos ficou o
número 1.
3
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PROBLEMA 5
Temos um tabuleiro quadriculado 4 × 4. Definimos a separação entre duas casas
como o menor número de movimentos que deve empregar um cavalo de xadrez
para ir de uma casa a outra (utilizando movimentos do cavalo). Três casas A, B, C
formam um trio bom se as três separações entre A e B, entre A e C e entre B e C
são iguais. Determine um número de trios bons que se formam no tabuleiro.
OBSERVAÇÃO:
Em cada movimento o cavalo se desloca 2 casas em direção horizontal mais uma
casa em direção vertical ou se desloca 2 casas em direção vertical mais uma casa
em direção horizontal.
SEGUNDO NÍVEL
Duração da prova: 3 horas
PROBLEMA 1
São escolhidos quatro dígitos a, b, c, d diferentes entre si e diferentes de zero e se
escreve a lista de todos os números de quatro algarismos que se obtém trocando de
lugar os dígitos a, b, c, d.
Que dígitos deve-se escolher para que a lista tenha a maior quantidade possível de
números de quatro algarismos que sejam múltiplos de 36?
PROBLEMA 2
Seja ABCD um retângulo de lados AB = 4 e BC =3. A perpendicular à diagonal
BD traçada por A corta BD no ponto H. Chamamos de M o ponto médio de BH e
de N o ponto médio de CD. Calcule a medida do segmento MN.
PROBLEMA 3
Encontre todos os pares de números inteiros positivos (a, b) tais que 8b + 1 é
múltiplo de a e 8a + 1 é múltiplo de b.
4
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PROBLEMA 4
Beto marcou 2003 pontos verdes no plano, de maneira que todos os triângulos
com seus três vértices verdes têm área menor que 1.
Demonstre que os 2003 pontos verdes estão contidos num triângulo T de área
menor que 4.
PROBLEMA 5
Uma formiga, que está numa aresta de um cubo de lado 8, deve realizar um
percurso pela superfície do cubo e regressar ao ponto de partida. Seu caminho
deve conter pontos interiores das seis faces do cubo e deve visitar só uma vez cada
face do cubo. Encontre o comprimento do caminho mais curto que a formiga pode
realizar e justifique porque é o caminho mais curto.
RESULTADOS
PRIMEIRO NÍVEL
SEGUNDO NÍVEL
5
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PROBLEMA 1
Em um torneio de futebol entre quatro equipes, A, B, C e D, cada equipe joga com
cada uma das outras exatamente uma vez.
A B C D
Gols marcados 1 3 6 7
Gols sofridos 4 4 4 5
A B C D
Gols marcados 1 3 6 13
Gols sofridos 4 4 4 11
6
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PROBLEMA 2
Considere a seqüência {an} definida da seguinte maneira:
a1 = 1
a2 = 3
an+2 = 2an+1 an + 1, para todo inteiro n ≥ 1.
PROBLEMA 3
Seja ABC um triângulo acutângulo tal que o ângulo B mede 60o . A circunferência
de diâmetro AC intersecta as bissetrizes internas de A e C nos pontos M e N
respectivamente (M ≠ A, N ≠ C). A bissetriz interna do ângulo B intersecta MN e
AC nos pontos R e S, respectivamente. Demonstrar que BR ≤ RS.
PROBLEMA 4
No triângulo acutângulo ABC, os pontos H, G e M encontram-se sobre o lado BC,
de modo que AH, AG e AM são altura, bissetriz e mediana do triângulo,
respectivamente. Sabe-se que HG = GM, AB = 10 e AC = 14. Determinar a área do
triângulo ABC.
PROBLEMA 5
Seja n = 3k + 1 , onde k é um inteiro, k ≥ 1 . Constrói-se um arranjo triangular
de lado n formado por círculos de mesmo raio como o mostrado na figura para
n = 7.
7
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Determinar, para cada k, o maior número de círculos que podem ser coloridos de
vermelho de tal modo que não existam dois círculos vermelhos tangentes entre si.
PROBLEMA 6
Demonstrar que existe uma seqüência de inteiros positivos x1 , x2 ,..., xn ,... que
satisfaz as duas condições seguintes:
i) contém exatamente uma vez cada um dos inteiros positivos,
para cada n = 1,2,... a soma parcial x1 + x2 + ... + xn é divisível por n .
n
ii)
8
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PROBLEMA 1
Seja A um subconjunto do conjunto S = {1,2, ,1000000} com exatamente 101
!
elementos. Demonstre que existem números t1 , t 2 , , t100 em S tais que os
!
conjuntos
A j = {x + t j | x ∈ A} , para j = 1, 2, ,100,
são disjuntos dois a dois.
PROBLEMA 2
Determine todos os pares de inteiros positivos (a, b) tais que
a2
2ab − b3 + 1
2
é um inteiro positivo.
PROBLEMA 3
Considere um hexágono convexo tal que para cada quaisquer dois lados opostos
verifica-se a seguinte propriedade: a distância entre os seus pontos médios é igual
a 3 2 vezes a soma dos seus comprimentos. Demonstre que todos os ângulos do
hexágono são iguais.
9
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PROBLEMA 4
Seja ABCD um quadrilátero convexo cujos vértices estão sobre uma
circunferência. Sejam P , Q e R os pés das perpendiculares às retas BC , CA e
AB , respectivamente, passando por D . Demonstre que PQ = QR se e só se as
bissetrizes dos ângulos ∠ABC e ∠ADC se intersectam sobre a reta AC .
!, x
PROBLEMA 5
Sejam n um inteiro positivo e x1 , x2 , números reais tais que
n
x1 ≤ x2 ≤ ≤ xn .
2
n n 2(n 2 − 1) n n
∑∑ i x − x j ≤ ∑∑ ( xi − x j ) 2 .
i =1 j =1 3 i =1 j =1
(b) Demonstre que a igualdade é válida se e só se x1 , x2 , , xn formam uma
progressão aritmética.
PROBLEMA 6
Seja p um número primo. Demonstre que existe um número primo q tal que,
p
para todo inteiro n, o número n − p não é divisível por q.
10
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PRIMEIRO DIA
11
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PROBLEMA 2
Sejam a1 , a2 , , a51 elementos não nulos de um corpo. Simultaneamente
trocamos cada elemento pela soma dos outros 50. Desta forma a nova seqüência
b1 , b2 , , b51 é uma permutação da anterior. Quais são os possíveis valores da
característica do corpo?
PROBLEMA 3
Seja A uma matriz quadrada n × n tal que 3A3 = A2 + A + I. Prove que (Ak )k ∈
converge a uma matriz idempotente B (i.e., a uma matriz B tal que B2 = B).
PROBLEMA 4
Determine o conjunto de todos os pares (a, b) de inteiros positivos para os quais o
conjunto dos inteiros positivos pode ser decomposto em dois conjuntos A e B tais
que a ⋅ A = b ⋅ B.
PROBLEMA 5
Sejam g :[0,1] → # uma função contínua e f n : (0,1] → # a seqüência de
1 x
x ∫0
funções definida por f 0 ( x) = g ( x) e f n+1 ( x) = f n (t )dt, ∀x ∈ (0,1], n ≥ 0.
PROBLEMA 6
n −1
Seja f ( z ) = an z + an −1 z + ... + a1 z + a0 um polinômio com coeficientes
n
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 1
Sejam A e B matrizes reais n × n tais que AB + A + B = 0. Prove que AB = BA.
PROBLEMA 2
2x sen m t
Calcule o seguinte limite: lim+ ∫x dt (m, n naturais dados).
x →0 tn
PROBLEMA 3
Seja A um subconjunto fechado de 5n e seja B o conjunto de todos os pontos b de
5n tais que existe exatamente um ponto a0 em A tal que a0 − b = inf
a∈ A
a −b .
Prove que B é denso em 5n.
PROBLEMA 4
Encontre todos os inteiros positivos n para os quais existe uma família F de
subconjuntos de três elementos de S ={1, 2, …,n} que satisfaz as seguintes
condições:
(i) para quaisquer elementos distintos a, b ∈ S existe exatamente um A ∈ F
tal que a, b ∈ A.
(ii) Se a, b, c, x, y, z são tais que {a, b, x}, {a, c, y}, {b, c, z} ∈ F então
{x, y, z} ∈ F.
PROBLEMA 5
a) Mostre que para toda função f : " × " → # existe uma função g : " → # tal
"
que f ( x, y ) ≤ g ( x) + g ( y), ∀x, y ∈ .
b) Encontre uma função f : × → # # # para a qual não existe g : # → # tal
que f(x, y) ≤ g(x) + g(y), ∀x, y ∈ 5.
PROBLEMA 6
1 n ak
Seja a0 , a1 ,..., an ,... a seqüência definida por a0 = 1 , an+1 = ∑
n + 1 k =0 n − k + 2
.
∞
ak
Calcule ∑2
k =0
k (se existir).
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PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
………
………
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PROBLEMA 2
Sejam C e D dois pontos da semicircunferência de diâmetro AB tais que B e C
estão em semiplanos distintos em relação à reta AD. Denotemos por M, N e P os
pontos médios de AC, DB e CD, respectivamente. Sejam OA e OB os circuncentros
dos triângulos ACP e BDP. Demonstre que as retas OA OB e MN são paralelas.
PROBLEMA 3
Pablo copia o seguinte problema:
Considere todas as sucessões de 2004 números reais ( x0 , x1 , x2 ,..., x2003 ),
tais que
x0 = 1,
0 ≤ x1 ≤ 2 x0 ,
0 ≤ x2 ≤ 2 x1 ,
0 ≤ x2003 ≤ 2 x2002 .
Entre todas estas sucessões, determine aquela para a qual a expressão seguinte
assume o seu maior valor: S = … .
Quando Pablo ia copiar a expressão S, apagaram o quadro. Só conseguia lembrar-
se de que S era da forma
S = ± x1 ± x2 ± ... ± x2002 + x2003 ,
onde o último termo, x2003 , tinha coeficiente +1, e os anteriores tinham coeficiente
+1 ou –1. Demonstre que Pablo, apesar de não ter o enunciado completo, pode
determinar com certeza a solução do problema.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja M ={1, 2,…,49} o conjunto dos primeiros 49 inteiros positivos. Determine o
maior inteiro k tal que o conjunto M tenha um subconjunto de k elementos em que
não haja 6 números consecutivos. Para esse valor máximo de k, encontre a
quantidade de subconjuntos de m, de k elementos, que tenham a propriedade
mencionada.
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PROBLEMA 5
No quadrado ABCD, sejam P e Q pontos pertencentes aos lados BC e CD
respectivemante, distintos dos extremos, tais que BP = CQ. Consideram-se pontos
X e Y, X ≠ Y, pertencentes aos segmentos AP e AQ respectivamente. Demonstre
que, quaisquer que sejam X e Y, existe um triângulo cujos lados têm os
comprimentos dos segmentos BX, XY e DY.
PROBLEMA 6
Definen-se as sucessões (an )n ≥0 ,(bn ) n ≥0 por:
a0 = 1, b0 = 4 e
an+1 = an2001 + bn , bn+1 = bn2001 + a n para n ≥ 0.
Demonstre que 2003 não divide nenhum dos termos destas sucessões.
16
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♦ Nível Avançado
É claro que esses passos não são precisos e que, para dominá-los, é preciso muito
treino e, por que não, aprender algumas técnicas.
17
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TRIGONOMETRIA
Muitos problemas de geometria podem ser resolvidos com o auxílio da
trigonometria. As fórmulas que você deve saber são basicamente essas quatro:
A partir dessas você pode deduzir essas outras, que na verdade são as mais úteis
para nós e que tornam a trigonometria tão poderosa.
1 x+ y x− y
senasenb = (cos(a − b) − cos(a + b)) senx + seny = 2sen cos
2 2 2
1 x− y x+ y
cos a cos b = (cos(a − b) + cos(a + b)) senx − seny = 2sen cos
2 2 2
1 + −
sena cos b = (sen(a − b) + sen(a + b)) cos x + cos y = 2 cos x y cos x y
2 2 2
x+ y x− y
cos x − cos y = −2sen sen
2 2
Por fim, relembramos a lei dos senos e a lei dos co-senos. No triângulo ABC, seja
AB = c, AC = b, BC = a, ∠A = α, ∠ B = β e ∠C = γ. O circunraio de ABC é R.
a b c
= = = 2R
senα senβ senγ
a 2 = b 2 + c 2 − 2bc cos α
b 2 = a 2 + c 2 − 2 ac cos β
c 2 = a 2 + b 2 − 2ab cos γ
A lei dos senos, por envolver proporções (que são mais simples) e elementos
adicionais do triângulo (o circunraio), é particularmente útil.
Vamos resolver alguns problemas e mostrar algumas técnicas de cálculo.
18
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CONVENÇÃO
Sempre que houver um triângulo ABC, α, β e γ são as medidas dos ângulos
∠BAC, ∠ABC e ∠ACB, respectivamente.
Exemplo
(Prova de Seleção para a IMO) Seja Γ uma circunferência de centro O tangente
aos lados AB e AC do triângulo ABC nos pontos E e F. A reta perpendicular ao
lado BC por O intercepta EF no ponto D. Mostre que A, D e M (ponto médio de
BC) são colineares.
Resolução
Primeiro, um bom desenho, com todos os ângulos que pudermos marcar (a técnica
do arrastão é bastante útil - é por isso que você deve fazer um desenho grande!!).
Note que os ângulos do triângulo ABC já determinam os ângulos toda a figura
(para perceber isso, note que se construir ABC todos os outros ângulos da figura já
estão determinados).
A
π α
2 2
π α F
D
2 2 γ α
E β 2
α
2 O
β γ
B P M C
19
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π α
2 2 D
E α β
2
r
O
No triângulo ODE,
DE r rsenβ
= ⇔ DE =
senβ α α
sen β + sen β +
2 2
(note que ∠ODE = π − ( β + α / 2) - utilizamos o fato de que
senx = sen(π − x) para todo x real; utilizaremos bastante esse fato e o fato
sen(π / 2 − x) = cos x)
Sendo o triângulo AEO retângulo em E, obtemos AE = rcotg(α / 2).
20
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No triângulo ADE,
DE AE
= (*)
senφ α
cos φ +
2
Quando temos uma equação do tipo
a b
= ,
senx sen ( x + δ )
e queremos determinar x, utilizamos o truque da co-tangente:
a b sen( x + δ ) b senx cos δ + senδ cos x
= ⇔ = ⇔ =
senx sen( x + δ ) senx a senx
b b
= ⇔ cos δ + senδ cotgx =
a a
e podemos isolar cotg x.
Voltemos a (*). Substituindo DE e AE e utilizando o truque da co-tangente, temos
α α
cotg sen β +
α α 2 2
cos cotgφ + sen = ⇔
2 2 senβ
α α α
cos sen β + − sen 2 senβ
⇔ cotgφ = 2 2 2
α α
sen senβ cos
2 2
α α α
2sen β + cos − 2sen2 senβ
⇔ cotgφ = 2 2 2
senαsenβ
α
sen(α + β ) + senβ − 2sen2 senβ
⇔ cotgφ = 2
senαsenβ
α
sen(α + β ) + senβ 1 − 2sen 2
2
⇔ cotgφ =
senαsenβ
21
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sen γ
B sen α M
2
1
Nesse caso, façamos isso com ∆ABC. Temos BM = BC / 2 = senα e
2
AB = senγ = sen(α + β ). No triângulo ABM,
BM AB 2sen(α + β )
= ⇔ senβ cotgθ + cos β = ⇔ cotgθ =
senθ sen(θ + β ) senα
2sen(α + β ) − senα cos β
=
senαsenβ
Puxa, os resultados de cotgφ e cotgθ são diferentes! Na verdade, não são. Nunca
perca a fé!
22
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ALGUMAS IDENTIDADES
Suponha que o circunraio do triângulo ABC é R = 1/2. Então, c = AB = senγ, b =
AC = senβ e a = BC = senα.
Além disso, por exemplo,
α β γ
• O perímetro do triângulo é 2 p = 4cos cos cos ;
2
2 2
• A área do triângulo é S = senα senβ senγ / 2;
• O inraio do triângulo é r = 2sen α sen β sen γ ;
2 2 2
• cos α + cos β + cos γ = 1 + r / R;
• α β γ
p − a = 2cos sen sen .
2 2 2
Exemplo:
(IMO) Sejam AH1, BH2 e CH3 as alturas de um triângulo acutângulo ABC. A
circunferência inscrita no triângulo ABC é tangente aos lados BC, CA, AB em T1,
T2 e T3, respectivamente. Considere a reta simétrica da reta H1H2 relativamente à
reta T1T2, a reta simétrica da reta H2H3 relativamente à reta T2T3, a reta simétrica
da reta H1H3 relativamente à reta T1T3. Prove que estas retas simétricas
determinam um triângulo cujos vértices pertencem à circunferência inscrita no
triângulo ABC.
Resolução:
Esse é o problema 6 da IMO de 2001.
Primeiro, uma boa, e bem grande, figura. Vamos só desenhar a reta simétrica
relacionada a T2T3. H é o ortocentro de ABC.
23
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A
π
−β
2
π
−γ
2
β H2
γ π
−β π α
− T2
H3 2 2 2
π α
− −γ T3
2 2
)1
P
π α π–α – γ =β X3
− −γ
2 2 H
β β γ
B H1 C
24
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A
A
A'
C' B'
B' C'
B C B A' C
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26
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C' B'
α
r
I
r
α
B A' C
α β γ
r = 2sen sen sen
2 2 2
Logo
α β γ α
d ' = 2 ⋅ 2sen sen sen cos 2
2 2 2 2
α α β γ α
= 2 ⋅ 2sen cos ⋅ sen sen cos
2 2 2 2 2
α β γ
= 2cos sen sen senα = d
2 2 2
27
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Conseqüentemente, l1 contém B' C'. Analogamente (ou você acha que eu faria
todas as contas de novo?), l2 contém A' C' e l3 contém A'B'.
Exemplo
(IMO) Seja P um ponto interior ao triângulo ABC tal que
∠APC − ∠ABC = ∠APB − ∠ACB
Sejam D e E os incentros dos triângulos APB e APC, respectivamente. Prove que
as retas BD, CE e AP passam por um ponto em comum.
Resolução
Seja θ = ∠APC − ∠ABC = ∠APB − ∠ACB.
A
α1 α2
γ+θ
β+θ
P
B C
Veja que podemos "separar" θ de β e γ. Note que se θ ficar "para baixo" obtemos
um quadrilátero inscritível, então faremos isso.
28
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α1
α2
β γ
F G
α1 + γ γ β α1 + β
θ θ
P
B C
O quadrilátero AFPG é inscritível, logo ∠AFG = β , ou seja, FG // BC.
O problema pede, na verdade, para provarmos que as bissetrizes de ∠ACP e
∠ABP se encontram sobre AP. Sejam Q e R as interseções de BD e CE com AP.
Devemos ter Q = R. Do teorema das bissetrizes,
AQ AB AR AC
= e =
QP BP RP CP
Como
AQ AR AQ AR
Q = R ⇔ AQ = AR ⇔ = ⇔ = ,
AP − AQ AP − AR QP RP
é suficiente demonstrarmos que
AB AC
=
BP CP
29
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Analogamente,
AC senθ
=
CP ksen (α2 + β )
Como α1 + γ e α2 + β somam π , o resultado está demonstrado.
GEOMETRIA ANALÍTICA
Quando aparecem problemas com muitos ângulos retos e que envolvam só retas,
geometria analítica às vezes é indicada.
Exemplo
(IMO) No quadrilátero convexo ABCD, as diagonais AC e BD são perpendiculares
e os lados opostos AB e CD não são paralelos. Sabemos que o ponto P, onde se
intersectam as mediatrizes de AB e CD, está no interior de ABCD. Prove que
ABCD é um quadrilátero cíclico se, e somente se, os triângulos ABP e CDP têm
áreas iguais.
Resolução
Esse problema é perfeito para se resolver com geometria analítica: é muito fácil
colocar as coisas nos eixos (tome como eixos as diagonais); tudo é muito fácil de
calcular analiticamente (mediatrizes e áreas); e , por fim, a única condição que
poderia complicar, que é saber quando ABCD é cíclico, pode ser facilmente
transformada na potência da interseção das diagonais em relação ao seu
circuncírculo.
y
(0 ; b) B
C O A
(c ; 0) P (a ; 0) x
(0 ; d) D
30
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Sejam, então, A = (a; 0), B = (0, b), C = (c, 0) e D = (0; d). O quadrilátero ABCD é
inscritível se, e somente se, OA ⋅ OC = OB ⋅ OD ⇔ ac = bd. Fácil não?
(a2 − b2 )d − (c2 − d 2 )b
x=
2ax − 2by = a 2 − b2 2(ad − bc)
⇔
2cx − 2dy = c2 − d 2 ( a 2 − b2 ) c − ( c 2 − d 2 ) a
y=
2(ad − bc)
x y 1
D = a 0 1 = −ay − bx + ab
0 b 1
x y 1
D ' = c 0 1 = −cy − dx + cd
0 d 1
31
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−ay − bx + ab = −cy − dx + cd
Nada de abrir tudo com pressa! Queremos ac = bd, e isso significa que
provavelmente em algum momento fatoraremos a equação com ac – bd como um
dos fatores.
(**)
⇔ (a2 − b2 )(ac + bd − c2 − d 2 ) + (c2 − d 2 )(ac + bd − a2 − b2 ) = 2(ab − cd )(ad − bc)
⇔ (ac + bd )(a2 + c2 − b2 − d 2 ) − a2c 2 − a2 d 2 + b2c2 + b2 d 2 − a 2c2 − b2c2 + a2 d 2 + b2 d 2
= 2(a2bd − ab2c − acd 2 + bc2d )
⇔ ac = bd ou (a = c e b = d )
32
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PROBLEMAS
05. (Ibero) A circunferência inscrita no triângulo ABC é tangente aos lados BC,
CA e AB nos pontos D, E e F, respectivamente. AD corta a circunferência num
segundo ponto Q. Demonstrar que a reta EQ passa pelo ponto médio de AF se,
e somente se, AC = BC.
33
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07. (Vietnã) Seja ABC um triângulo e A', B', C' pontos médios dos arcos BC, AC e
AB do circuncírculo de ABC, respectivamente. As retas A'B' e A'C'
interceptam o lado BC em M e N, respectivamente. Defina os pares de pontos
P, Q e R, S analogamente. Prove que MN = PQ = RS se, e somente se, ABC é
equilátero.
08. (IMO) Seja ABC um triângulo acutângulo com circuncentro O. Seja PA uma
altura do triângulo com P no lado BC.
09. (IMO) Num triângulo ABC, seja AP a bissetriz de ∠BAC com P no lado BC, e
seja BQ a bissetriz de ∠ABC com Q no lado CA.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
2 [MNP] 1
< ≤
9 [ ABC ] 4
16. (São Petersburgo) Seja AL uma bissetriz interna do triângulo ABC, com L
sobre BC. As retas paralelas l1 e l2 passam por B e C, respectivamente, e são
equidistantes de A. Os postos M e N pertencem a l1 e l2 , respectivamente, e
são tais que os pontos médios de LM e LN pertencem a AB e AC,
respectivamente. Prove que LM = LN.
35
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A ENUMERABILIDADE DE × E O CHÃO TRIANGULAR
José Paulo Carneiro
♦ Nível Intermediário
(0; 0); (1; 0); (0; 1); (2; 0); (1; 1); (0; 2); (3; 0); (2; 1); (1; 2); (0; 3);… Ou seja,
colocamos, sucessivamente, os pares (a; b) tais que a soma a + b assuma os
valores 0; 1; 2; 3; …, e dentro da cada grupamento que tenha a + b constante
(correspondente, na figura, a uma das diagonais indicadas), ordenamos os pares
pela ordem natural de sua segunda componente.
Obtém-se então a bijeção:
f: `` `
× →
(0; 0) → 0
(1; 0) → 1
(0; 1) → 2
(2; 0) → 3
(1; 1) → 4
(0; 2) → 5
………….
Onde f(x; y) é o lugar que ocupa (x; y) nesta enumeração. (Como estamos
incluindo 0 em N, é preciso começar a contar a partir do 0-ésimo lugar).
Uma questão interessante é produzir uma fórmula explícita para esta função e
utilizar esta fórmula para provar que f é realmente uma bijeção.
36
Sociedade Brasileira de Matemática
``
Para isto, seja (x; y) ∈ × . Observando a figura, vê-se que se (x; y) for tal que
x + y = s > 0, então o par (x; y) é precedido, pelo menos, por todos os pares (u; v)
tais que u + v = 0; 1; 2;…;s – 1. Existe um par que tem soma 0, dois que têm soma
1, e assim por diante, até s pares que têm soma s – 1, de modo que esses pares são
s ( s + 1)
em número de 1 + ... + s = . Além disto, já na sua diagonal, o par (x; y) é
2
precedido por y pares.
( x + y )( x + y + 1) ( x + y )2 + x + 3 y
Portanto, f ( x; y ) = +y= . Finalmente,
2 2
constata-se diretamente que esta fórmula também é válida se (x; y) = (0; 0).
Podemos então concluir que f é dada pela fórmula:
f: `×` → `
( x + y) 2 + x + 3 y
f ( x; y ) =
2
Pode ser útil ao leitor testar esta fórmula para pares específicos.
Imaginemos agora que seja apresentado ao leitor, sem nenhuma menção a sua
origem, o seguinte problema: provar que a função definida por
f ( x; y ) =
( x + y) 2 + x + 3 y
2
é uma bijeção de ` × ` sobre ` .
Naturalmente, o leitor iniciará tentando provar que f é injetiva, mostrando que
f(a; b) = f(c; d) implica (a; b) = (c; d). Mas da equação
(a + b)2 + a + 3b (c + d )2 + c + 3d
= não é imediato concluir que (a; b) = (c; d), como
2 2
o leitor pode experimentar.
37
Sociedade Brasileira de Matemática
`
Provar a sobrejetividade de f, sem apelar para a forma pela qual criamos f, não
parece fácil. O que queremos provar é que, dado n ∈ , existe um par (x; y) tal
( x + y) + x + 3 y
2
que f ( x; y ) = = n. É aconselhável que o leitor primeiro tente
2
fazê-lo, para sentir a dificuldade de calcular x e y em função de n.
38
Sociedade Brasileira de Matemática
Uma vez então determinado Tk, o chão triangular de n, o par (x; y) = f – 1(n) estará
na diagonal de soma k, formada pelos pares (k; 0); (k – 1; 1);…;(0; k). Nesta
diagonal, f(k; 0) = Tk; f(k – 1; 1) = Tk + 1;…; f(0; k) = Tk + k = Tk + 1 – 1, ou seja, de
um modo geral: f(k – j; j) = Tk + j. Quando j = n – Tk, termos
f (k − n + Tk ; n − Tk ) = n . Logo: (x; y) = f −1 (n) = (k − n + Tk ; n − Tk ). Por exemplo:
−1
f (50) = (9 − 50 + 45;50 − 45) = (4;5).
Como conseqüência deste raciocínio, fica claro que f é injetiva e sobrejetiva e que
se pode determinar de modo único f – 1(n) para cada n pela fórmula:
0; se n=0
f −1 (n) =
(k − n + Tk ; n − Tk ); se n>0
39
Sociedade Brasileira de Matemática
Conclusão: uma expressão explícita para k tal que Tk seja o chão triangular de n
é:
8n +1 −1
k = .
2
401 −1
Por exemplo, para n = 50, temos: k = = 9,51... = 9.
2
Referências:
[1] Carneiro, J.P.; Contar de duas maneiras, para generalizar; Eureka! No. 6; pp. 15-17.
[2] Carneiro, J.P; O Princípio da Descida Infinita de Fermat; Revista do Professor de Matemática,
No. 32; 3o. quadrimestre de 1996; pp. 39-44.
40
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PROBLEMA 1
PROPOSTO POR ASDRUBAL SANTOS (BOTUCATU – SP)
Encontre todas as funções f : \ →\
+ + tais que:
i) f ( x) ≥ 0, ∀x ∈ \ +
41
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PROBLEMA 2
42
Sociedade Brasileira de Matemática
f(x) −1+ 5
f f Para x = , f ( f ( f ( f (x)))) = x.
2
Considere os possíveis valores de f(x): como
f ( f ( f ( f ( f (x))))) = f (x), f (x) pode ser
x
f(f (x)) −1− 5 −1+ 5
apenas 2, –1, , .
f 2 2
f f(f (f (x)) −1+ 5
De fato, se f (x) = , então f (x) = x ,
2
logo f ( f (x)) = f (x). Absurdo, pois temos
2
−1+ 5 −1+ 5 −1+ 5
f f
= − 2 ≠ .
2 2 2
−1 − 5 −1 + 5
Se f (f (x)) = , então x = f (f (x)), absurdo.
2 2
f
f
−1 − 5 −1− 5 −1− 5
2 = 2 ,
Se f (f (x)) = , então f
−1 + 5 2
2 f (f (x))
f f
f (f (f (x)))
43
Sociedade Brasileira de Matemática
−1 + 5 −1 − 5 −1 − 5
Logo = f(f(f )) = , absurdo.
2 2 2
−1 + 5
Se f ( f(x)) = 2, f ( f (f ( f (x)))) = 2 ⇒ 2 = , absurdo.
2
−1 + 5
Se f ( f(x)) = –1, f ( f ( f ( f (x)))) = –1 ⇒ –1 = , absurdo.
2
Como em qualquer caso f(f(x)) = x2 – 2 é um absurdo, não existe função f nessas
condições.
PROBLEMA 3
PROPOSTO POR DAVI MÁXIMO ALEXANDRINO NOGUEIRA (FORTALEZA - CE)
Prove que é possível decompor o conjunto {1, 2, 3,…,2n} em dois subconjuntos A
e B não contendo nenhuma progressão aritmética de tamanho 2n.
SOLUÇÃO:
Vamos escolher o conjunto A aleatoriamente:
Cada elemento de U = {1, 2,…,2n} é colocado em A (ou em B = U \ A) com
probabilidade 1/2, de forma independente. Agora, se fixarmos uma PA com 2n
1 1
termos, a probabilidade de ela estar contida em A ou em B é 2 ⋅ 2n
= 2n−1 . Por
2 2
outro lado, podemos estimar o número de progressões aritméticas de tamanho 2n
2n
em U da seguinte forma: temos no máximo possibilidades para a razão e
2n − 1
n 22 n
no máximo 2 possibilidades para o termo inicial, e logo temos no máximo
2n − 1
tais PA's.
Como, para cada uma dessas PA's, a probabilidade de ela estar contida em A ou
1
em B é 2 n−1
, a probabilidade de alguma dessas PA's estar contida em A ou em B
2
22 n 1 2
é, no máximo, ⋅ 2n −1 = < 1 , para todo n ≥ 2, donde há exemplos
2n − 1 2 2n − 1
(de fato a grande maioria, se n é grande) de decomposições U = A ∪ B onde nem
A nem B contêm progressões aritméticas de tamanho 2n (para n = 1 podemos
tomar o exemplo A ={1} e B ={2}).
44
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PROPOSTOS
Publicamos aqui algumas das respostas enviadas por nossos leitores.
68. Seja ABC um triângulo de lados inteiros e área racional. Prove que existem
pontos X, Y, Z com coordenadas inteiras no plano 52 tais que o triângulo XYZ é
congruente ao triângulo ABC.
45
Sociedade Brasileira de Matemática
69. Sejam a e b inteiros positivos tais que a n − 1 divide b n − 1 para todo inteiro
positivo n.
Prove que existe k ∈ 1 tal que b = a k .
46
Sociedade Brasileira de Matemática
∞ ∞ n n n
bn 1 b b b bn 1
xn = ∑ − ∑ = +
2 + ... k + − n . Note que
j =1 a
jn
j =1 a
jn
a a a a a
kn
( n
− 1) a −1
( b a k +1 )
n
bn 1
como kn n = e tendem a 0 quando n cresce, se definimos
a (a − 1) 1 − a− n a −1
n
n n n n
b b b k
b bn 1
yn = + 2 + ... + k = ∑ j , temos que xn − yn = kn n − n
a a a j =1 a a ( a − 1) a −1
tende a 0 quando n tende a infinito. Por outro lado, como yn é uma soma de k
progressões geométricas de razões b a j , 1 ≤ j ≤ k , yn satisfaz a equação de
recorrência C 0 y n + k + C 1 y n + k − 1 + ... + C k y n = 0, ∀ n ≥ 0 , onde
b b b
C0 x k + C1 x k −1 + ... + Ck −1 x + Ck = a k ( k +1) / 2 x − x − 2 ... x − k
a a a
(vejam o artigo "Equações de recorrência" na Eureka! No. 9).
Note que todos os Ci são inteiros. Note também que
+ + + = − + − + + −
C0 xn + k C1 xn + k −1 ... Ck xn C0 ( xn + k yn + k ) C1 ( xn + k −1 yn + k −1 ) ... Ck ( xn yn )
tende a 0 quando n tende a infinito, pois xn + j − yn + j tende a 0 para todo j com
0 ≤ j ≤ k (e k está fixo). Como os Ci e os xn são todos inteiros, isso mostra que
C0 xn + k + C1 xn + k −1 + ... + Ck xn = 0 para todo n grande.
n
b bn 1
Agora, como x n = y n + k +1 + ( k +1) n n − n , temos
a a ( a − 1) a − 1
b n+k − j
k
C 0 xn + k + C1 x n + k −1 + ... + C k xn = ∑ C j k +1 + z n + k − j , onde
j=0 a
bm 1
zm = (k +1)m m − m .
a ( a − 1) a − 1
n+k − j n
k
b b b
Note que ∑= 0 C k a k + 1 = P k + 1 ⋅ k + 1 , onde
a a
j
b b b
P( x) = C0 x k + C1 x k −1 + ... + Ck −1 x + Ck = a k ( k +1) / 2 x − x − 2 ... x − k , donde
a a a
b
P k +1 ≠ 0. Por outro lado, para todo j com
a
47
Sociedade Brasileira de Matemática
( b a k +1 ) −
k− j
n
b 1
0 ≤ j ≤ k , z n+ k − j k +1 = , que tende a 0
( )( )
n+ k − j
a a − 1 a k − j
− a − n
b a k n
k b
n
quando n tende a infinito, donde wn = ∑ C j xn + k − j k +1 tende a
j =0 a
b
P k +1 ≠ 0 , o que é um absurdo, pois, como vimos antes, wn é igual a 0 para
a
todo n grande.
71. Considere três circunferências, tangentes duas a duas. Prove que há apenas
duas circunferências tangentes às três simultaneamente, e mostre como construí-
las.
A
β
48
Sociedade Brasileira de Matemática
e compasso: elas são as tangentes a α que são perpendiculares à reta dos centros
de β e γ):
r
s
73. Prove que, dado um inteiro positivo n, existe uma progressão aritmética
crescente formada por n inteiros positivos cujas somas dos dígitos também
formam uma progressão aritmética crescente, mas não existe uma progressão
aritmética infinita de inteiros positivos cujas somas dos dígitos formem uma
progressão aritmética crescente.
49
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50
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4n 2
Solução: Sabemos que tg αn = . Portanto, sendo αn = 2βn temos
4n 4 − 1
2tgβ n 4n 2
= .
1 − tg 2 β n 4n 4 − 1
1
Resolvendo a equação acima para tg βn obtemos tg βn = para todo n ≥ 1.
2n 2
Assim, basta provar que β1 + β2 + β3 + .... = 45°. Sendo bn = tg (β1 + β2 + ... + βn)
para n ≥ 1, temos então de provar que bn → 1 quando n → + ∞.
51
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1
Temos b1 = tg β1 = e, pela fórmula para a tangente da soma,
2
bn + tg β n +1 bn + 2(n +1)2 2(n + 1) 2 bn + 1
1
bn +1 = = = .
1 − bn tg β n +1 1 − 2( nb+n 1)2 2( n + 1) 2 − bn
k
Provemos, por indução sobre k ≥ 1, que (*) bk = , o que terminará a
k +1
demonstração. A relação (*) é trivialmente verdadeira para k = 1. Suponha que já
provamos que ela é verdadeira para 1 ≤ k ≤ n, onde n ≥ 1 é um inteiro. Então
2(n + 1) 2 (nn+1 ) + 1 [2(n + 1)n + 1](n + 1)
bn+1 = =
2(n + 1) − (
2 n
n +1 ) 2(n + 1) 3 − n
(2n 2 + 2n + 1)(n + 1) n + 1
= = .
(2n 2 + 2n + 1)(n + 2) n + 2
1 K H N G
I
3
3'
2 2'
J
M
1'
A B E L F
52
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1) Faça com que as bases dos retângulos estejam alinhadas. Prolongue o lado HG
até cortar o outro retângulo no ponto I.
2) Trace DJ//IB. Seja KI //AB e K ∈ DJ. Agora é só deslizar o triângulo DCJ até
DC se alinhar com IK. E depois encaixa DIK no espaço abaixo, em MLF.
E acabou!
Esta construção só vale se 2.HE ≥ DI. Caso não seja possível, basta fatiar da
maneira mais primitiva: fatia em partes iguais até cair no caso anterior:
77. Prove que as distâncias entre um ponto sobre uma circunferência e os quatro
vértices de um quadrado nesta inscrita não podem ser todos números racionais.
53
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AP DQ AD
= =
PB QC BC
54
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P'
A
β O'β
D
55
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79. Temos uma fileira infinita de copos, cada um deles associado a um inteiro k, e
um número finito de pedras distribuídas de alguma maneira por esses copos. Se há
pelo menos duas pedras no copo k podemos pular uma pedra para o copo k – 1
e outra para o copo k + 1.
Prove que fazendo movimentos desse tipo um número suficientemente grande de
vezes, chega-se necessariamente a uma situação onde não é possível fazer nenhum
movimento desse tipo (i.e., onde há no máximo uma pedra em cada copo), e que a
configuração final não depende da escolha dos movimentos durante o processo.
SOLUÇÃO:
Sejam x1 ,..., xn ∈ ] as posições das n pedras. O número de pedras é sempre n, e em
um movimento trocamos duas pedras na posição k (digamos com xi = x j = k ) por
n
xi = k − 1 e x j = k + 1. Temos então que ∑x i permanece constante e
i =1
n
∑x i
2
aumenta a cada movimento, pois ( k + 1)2 + ( k − 1)2 = 2k 2 + 2 > 2k 2 . Seja
i =1
agora m o maior número de copos vazios entre dois copos ocupados. Então, se
m ≠ 0 , m não aumenta em nenhum movimento e, se m = 0, após um movimento m
passa a ser no máximo 1. Assim, a distância entre dois copos ocupados
1 n
consecutivos fica limitada, e como o centro de gravidade ∑ xi das pedras é
n i =1
n
constante, a "energia" ∑x i
2
também fica limitada, e como sempre aumenta, em
i =1
algum momento não será mais possível fazer nenhum movimento. O número de
n
movimentos é limitado por f ( x1 , ..., x n ) = A2 ∑ j 2 , onde A = m ax{2, r } e,
j =1
56
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Suponha agora que exista uma posição inicial a partir da qual seja possível chegar
a duas posições finais distintas. Seja x1 ,..., xn uma tal posição com
g ( x1 ,..., xn ) mínimo. Esses dois jeitos de chegar em posições finais diferentes não
podem começar com o mesmo movimento, pois senão, após esse movimento, o
valor de g diminui, e a posição final passa a ser única pela minimalidade de
g ( x1 ,..., xn ) , absurdo.
Agora, se os movimentos iniciais das duas seqüências de movimentos que levam a
posições finais diferentes são feitos nas posições k e A , após cada um desses
movimentos o valor de g diminui e as posições finais ficam determinadas.
Por outro lado, se nos dois primeiros lances mexemos primeiro no copo k e depois
no copo A chegamos à mesma configuração que se primeiro mexermos no copo A
e depois no copo k (de fato, se inicialmente xi = x j = k e xr = xs = A , chegaremos
após esses dois lances, em qualquer ordem, em xi = k − 1, x j = k + 1, xr = A − 1 e
xs = A + 1 ) , donde as posições finais são iguais, absurdo.
1+ 5
80. Sejam α =
2
, A = { nα , n ∈ *} e B = { nα 2
}
, n ∈ * . Prove que
A ∩ B = ∅ e A∪ B = *.
1ªparte: A ∩ B = ∅
Suponha o contrário, ou seja, que existem m e n naturais tais que
[αm] = [α 2 n] = k . Daí temos que k < αm < k + 1 e k < α²n < k + 1
(a desigualdade é estrita, pois α é irracional), portanto :
m+n 1 1 m+n
< + 2 =1< ⇒ k < m + n < k +1
k +1 α α k
57
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2ªparte: A ∪ B = 1*
Suponha que exista um natural h que não está nem em A nem em B. Então existem
naturais m e n tais que αm < h < h + 1 < α (m + 1) e α²n < h < h + 1< α²(n + 1).
Logo :
m+n 1 1 m+n+2
< + 2 =1< ⇒ m + n < h < h +1< m + n + 2
h α α h +1
58
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PROBLEMAS PROPOSTOS
81) Num triângulo isósceles ABC com AB = BC, temos AC = BH, onde BH é a
altura relativa ao lado AC. Traçamos uma reta BD que corta o prolongamento
da reta AC em D de tal forma que os raios dos círculos inscritos nos triângulos
ABC e CBD são iguais. Determine o ângulo ABD ˆ .
82)
a) Demonstre a identidade
n
sen(2n+1α)
cos(α) ⋅ cos(2α) ⋅ cos(4α)...cos(2nα) = ∑cos(2 j α ) =
j =0 2n+1 ⋅ sen(α)
∞
1 1 1 1 1 1 1 1 1 π 2
b) Prove que ⋅ + ⋅ + + ... = ∏cos j+2 = .
2 2 2 2 2 2 2 2 2 j =0 2 π
85) Mostre que todo triângulo pode ser dividido em 9 pentágonos convexos de
áreas iguais.
86) Encontre todas as triplas de inteiros positivos (a, m, n) tais que am +1 divide
(a +1)n .
59
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87) Seja a(1) = 1 e, para cada inteiro n ≥ 2, a(n) igual ao menor inteiro positivo
n
que não pertence a {a( j), j < n} tal que ∑a( j) seja múltiplo de n. Prove que
j =1
9RFr VDELD«
2 JUDQGH /HRQDUG (XOHU DILUPRX TXH QmR Ki VROXo}HV LQWHLUDV
SRVLWLYDV SDUD D HTXDomR
; \ ] Z 'XUDQWH DQRV QLQJXpP FRQVHJXLX
GHPRQVWUDU LVWR 3DUHFLD VHU XPD DILUPDomR YHUGDGHLUD XPD
YH] TXH WDPEpP QLQJXpP SRGH SURYDU TXH HUD IDOVD
(QWUHWDQWR 1RDP (ONLHV GD 8QLYHUVLGDGH GH +DUYDUG
WUDEDOKDQGR FRP XP SRWHQWH FRPSXWDGRU HQFRQWURX
$ DILUPDomR GH (XOHU p IDOVD
Problema 81 proposto por Geraldo Perlino (Itapecerica da Serra – SP); Problema 82 proposto
por Clodoaldo Lessa (Mogi das Cruzes – SP); Problema 83 adaptado de um problema
proposto por Gibran M. de Souza (Natal – RN); Problema 84 proposto por Anderson Torres
(São Paulo – SP); Problema 85 proposto por Gibran M. de Souza (Natal – RN); Problema 88
proposto por C.G. Moreira e José Paulo Carneiro (Rio de Janeiro – RJ).
60
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AGENDA OLÍMPICA
XXV OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 7 de junho de 2003
Segunda Fase – Sábado, 13 de setembro de 2003
Terceira Fase – Sábado, 18 de outubro de 2003 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 19 de outubro de 2003 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 13 de setembro de 2003
Segunda Fase – Sábado, 18 e Domingo, 19 de outubro de 2003
♦
IX OLIMPÍADA DE MAIO
10 de maio de 2003
♦
XIV OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
23 a 30 de maio de 2003
Ica – Peru
♦
XLIV OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
07 a 19 de julho de 2003
Tóquio – Japão
♦
X OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
25 a 31 de julho de 2003
Universidade Babes-Bolyai, Cluj-Napoca, Romênia
♦
XVIII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
13 a 20 de setembro de 2003
Argentina
♦
VI OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
8 de novembro de 2003
♦♦♦
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Ana Paula Bernardi da Silva (Universidade Católica de Brasília) Brasília – DF
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Gil Cunha Gomes Filho (Colégio ACAE) Volta Redonda – RJ
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Fabiola Rojas Arancibia (UFPB) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Carlos dos Santos Rodrigues (Unespar) Campo Mourão – PR
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos – SP
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Pablo Rodrigo Ganassim (Liceu Terras do Engenho) Piracicaba – SP
Ramón Mendoza (UFPE) Recife – PE
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (INPE) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
PROBLEMAS PROPOSTOS 58
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Em um torneio de futebol entre quatro equipes, A, B, C e D, cada equipe joga com
cada uma das outras exatamente uma vez.
A B C D
Gols marcados 1 3 6 7
Gols sofridos 4 4 4 5
A B C D
Gols marcados 1 3 6 13
Gols sofridos 4 4 4 11
A×B 1×1
A×C 0×0
A×D 0×3
B×C 0×3
B×D 2×0
C×D 3×4
3
Sociedade Brasileira de Matemática
b) Como D não joga contra si mesmo, todos os gols que marca são contra A, B e
C. Logo todo gol marcado por D aumenta em um a contagem de gols
marcados por D e aumenta em um a soma do número de gols sofridos por A, B
e C.
Mas como D marcou treze gols, A, B e C deveriam ter sofrido pelo menos
treze gols no total, mas sofreram apenas 12, absurdo! Logo a situação
apresentada é impossível.
PROBLEMA 2
Considere a seqüência {an} definida da seguinte maneira:
a1 = 1
a2 = 3
an+2 = 2an+1 an + 1, para todo inteiro n ≥ 1.
4
Sociedade Brasileira de Matemática
k +1
Seja A2 k = 2 ⋅ x2 k , x2 k ímpar (hipótese de indução) e A2 k +1 = 2 ⋅ x2 k +1 .
k
k +1
Temos: A2 k + 2 = 2 ⋅ a2 k (2 ⋅ x2 k +1 + 2 x2 k ) = 2 a2 k (2 ⋅ x2 k +1 + x2 k )
2k k
ímpar ímpar
k +1 k +2
Portanto 2 A2 k + 2 , mas 2 não divide A2 k + 2
A2 k + 3 = 2a2 k +1 ( A2 k + 2 + A2 k +1 ) = 2 ⋅ a2 k +1 (2k +1 ⋅ x2 k + 2 + 2k +1 ⋅ x2 k +1 )
= 2k + 2 a2 k +1 ( x2 k + 2 + x2 k +1 ) , portanto 2k +1+1 A2( k +1) +1
Para k = 2003, temos que 2
2003
A4006 = a4006 − a4005 , mas 22004 não divide A4006 .
PROBLEMA 3
Seja ABC um triângulo acutângulo tal que o ângulo B mede 60o . A circunferência
de diâmetro AC intersecta as bissetrizes internas de A e C nos pontos M e N
respectivamente (M ≠ A, N ≠ C). A bissetriz interna do ângulo B intersecta MN e
AC nos pontos R e S, respectivamente. Demonstrar que BR ≤ RS .
30° 30°
M
K
N R
W α
α – 30° I
30°
30° β
α β
A T S C
5
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
No triângulo acutângulo ABC, os pontos H, G e M encontram-se sobre o lado BC,
de modo que AH, AG e AM são altura, bissetriz e mediana do triângulo,
respectivamente. Sabe-se que HG = GM, AB = 10 e AC = 14. Determinar a área do
triângulo ABC.
6
Sociedade Brasileira de Matemática
B x H k G k M y C
Seja BH = x, HG = GM = k, MG = y e AH = z.
Como AM é mediana, BM = MC ⇒ BH + HG + GM = MC
⇔ x + 2k = y (I)
Apliquemos o teorema da bissetriz interna, considerando a bissetriz AG:
AB BG 10 x + k
= ⇔ = ⇔5( y + k) = 7(x + k)
AC GC 14 y + k
⇔5y = 7x + 2k (II)
3
(I) em (II): 5y = 6x + x + 2k = 6x + y ⇔ y = x (III)
2
3 1
(III) em (I): x + 2k = y = x ⇔ x = 2k ⇔ x = 4k
2 2
3 3
(III): y = x = (4k) ⇔ y = 6k.
2 2
Apliquemos o teorema de Pitágoras no ∆AHC :
AC2 = AH2 + HC2 ⇔ z2 + (8k)2 =142
Teorema de Pitágoras no ∆AHB :
AB2 = AH2 + HB2 ⇔ z2 + (4k)2 =102
z2 + 64k2 =196
Temos: ⇒ z2 + 64k2 − (z2 +16k2 ) =196 −100
z2 +16k2 =100
⇔ 48k2 = 96 ⇔ k2 = 2 ⇔ k = 2
68 ⋅12⋅ 2
z2 +16k2 =100 ⇔ z2 +16⋅ 2 =100 ⇔ z2 = 68 ⇔ z = 68; Área = =12 34 .
2
7
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Seja n = 3k + 1 , onde k é um inteiro, k ≥ 1 . Constrói-se um arranjo triangular
de lado n formado por círculos de mesmo raio como o mostrado na figura para
n = 7.
Determinar, para cada k, o maior número de círculos que podem ser coloridos de
vermelho de tal modo que não existam dois círculos vermelhos tangentes entre si.
3k +1
… 3k +2
… 3k +3
… 3(k+1)+1
8
Sociedade Brasileira de Matemática
3k +2
3k +3
… 3k + 4
1 2 3 4 3k + 2
2
3k + 2
Como cada peça tem no máximo 2 círculos pintados e nós temos
2
3k + 2
peças (note que ∈ pois k ≡ 0(mod 2)) e na peça podemos pintar
2
um círculo ⇒ ak +1 ≤ ak + 3(k + 1) nesse caso.
3k +2
3k +3
… 3k + 4
3k + 1
ak +1 ≤ ak + 2 + r onde r é o número de círculos pintados da peça .
2
Temos que r ≤ 3 .(*)
Se r = 2 temos de novo ak +1 ≤ ak + 3(k + 1) e um jeito de montarmos é o seguinte:
9
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Nos dois casos (k par ou k ímpar), as três últimas linhas podem ser pintadas
assim: Suponha pintado até a linha n e pinte as linhas
n + 1, n + 2, n + 3 da seguinte forma.
10
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… 3k – 1
… 3k
… 3k + 1
… 3k + 2
… 3k + 3
3k + 4
1 2 3 4 5 6 … i
PROBLEMA 6
Demonstrar que existe uma seqüência de inteiros positivos x1 , x2 ,..., xn ,... que
satisfaz as duas condições seguintes:
i) contém exatamente uma vez cada um dos inteiros positivos,
para cada n = 1, 2,..., a soma parcial x1 + x2 + ... + xn é divisível por n .
n
ii)
11
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x2 n +1 ≡ − x1 − x2 ... − x2 n (mod(2n + 1) 2 n +1 ) , e
x2 n +1 ≡ − x1 − x2 ... − x2 n − k (mod(2n + 2) 2 n + 2 )
12
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PROBLEMA 1
Seja A um subconjunto do conjunto S = {1,2, … ,1000000} com exatamente 101
elementos. Demonstre que existem números t1 , t 2 , … , t100 em S tais que os
conjuntos
A j = {x + t j | x ∈ A} , para j = 1, 2,… ,100,
são disjuntos dois a dois.
13
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PROBLEMA 2
Determine todos os pares de inteiros positivos (a, b) tais que
a2
2ab − b 3 + 1
2
é um inteiro positivo.
14
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PROBLEMA 3
Considere um hexágono convexo tal que para cada quaisquer dois lados opostos
verifica-se a seguinte propriedade: a distância entre os seus pontos médios é igual
a 3 2 vezes a soma dos seus comprimentos. Demonstre que todos os ângulos do
hexágono são iguais.
SOLUÇÃO OFICIAL
Primeira Solução:
Lema: Considere o triângulo PQR com ∠QPR ≥ 60°. Seja L o ponto médio de
QR.
Logo PL ≤ 3 QR 2 , com igualdade se e somente se o triângulo PQR é
equilátero.
Prova:
Q R
L
15
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B M A
F
C P
D N E
As diagonais principais do hexágono convexo formam um triângulo embora o
triângulo possa ser degenerado. Assim podemos escolher duas das três diagonais
que formam um ângulo maior ou igual a 60°. Sem perda de generalidade,
podemos assumir que as diagonais AD e BE do hexágono dado ABCDEF
satisfazem ∠APB ≥ 60° , onde P é a interseção dessas diagonais. Logo, usando o
lema, temos:
3
MN = ( AB + DE ) ≥ PM + PN ≥ MN ,
2
16
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Segunda Solução:
Seja ABCDEF o hexágono dado e seja a = AB, b = BC ,..., f = FA.
B a M A
b f
F
C
c e
d
D N E
Sejam M e N os pontos médios dos lados AB e DE, respectivamente. Temos
1 1 1 1
MN = a + b + c + d e MN = − a − f − e − d .
2 2 2 2
Assim temos
1
MN = (b + c − e − f ). (1)
2
Da propriedade dada temos
3 3
MN =
2
( a + d )≥
2
a−d . (2)
y−z ≥ 3 x. (3)
17
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2 2 2
(4) ⇔ z − 2 z ⋅ x + x ≥ 3 y ,
2 2 2
(5) ⇔ x − 2 x ⋅ y + y ≥ 3 z .
2 2 2
− x − y − z − 2 y ⋅ z − 2 z ⋅ x − 2 x ⋅ y ≥ 0,
2
ou − x + y + z ≥ 0. Assim x + y + z = 0 e valem as igualdades em todas as
inequações acima.
Daí, concluímos que:
x + y + z = 0,
y − z = 3 x , a // d // x,
z − x = 3 y , c // f // y,
x − y = 3 z , e // b // z.
PROBLEMA 4
Seja ABCD um quadrilátero convexo cujos vértices estão sobre uma
circunferência. Sejam P , Q e R os pés das perpendiculares às retas BC , CA e
AB , respectivamente, passando por D . Demonstre que PQ = QR se e só se as
bissetrizes dos ângulos ∠ABC e ∠ADC se intersectam sobre a reta AC .
18
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β Q α C
A
R P
D
Seja CAB = β e BCA = α.
Primeiro temos que as bisetrizes se intersectam sobreAC⇔
AB AD sen α AD PQ
= ⇔ = .Mas = DC pois DQCP é inscritível
BC DC sen β CD sen QCP
de diâmetro DC⇒ PQ = DC ⋅ senα e, analogamente,
AD senα
QR = AD ⋅ senβ ⇒ PQ = QR ⇔ DC ⋅ senα = AD ⋅ senβ ⇔ =
DC senβ
como queríamos.
PROBLEMA 5
Sejam n um inteiro positivo e x1 , x2 , … , xn números reais tais que
x1 ≤ x2 ≤ ≤ xn .
2
n n 2(n 2 − 1) n n
∑∑ xi − x j ≤ ∑∑ ( xi − x j ) 2 .
i =1 j =1 3 i =1 j =1
19
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SOLUÇÃO
Vamos provar (a) por indução em n. Para n = 1 os dois lados valem 0 e, para n =
2, valem 4( x2 − x1 ) . Façamos o passo da indução: Temos
2
n n
x1 ≤ x2 ≤ … ≤ xn ≤ xn +1 . Assim, sendo An = ∑∑ xi − x j e
i =1 j =1
n n n +1 n +1 n
Bn = ∑∑ ( xi − x j ) , temos An +1 = ∑∑ xi − x j = 2∑ ( xn +1 − x j ) + An
2
i =1 j =1 i =1 j =1 j =1
n
n
A = 2n ⋅ xn +1 − 2∑ x j + An ≤
2
(
2 ( n + 1) − 1
2 2
)
⋅ Bn +1 =
n +1
j =1 3
2n ( n + 2 ) n n
= − n +1 ∑ j + ∑ x 2j + Bn , ou equivalentemente, que
2
2 nxn +1 4 x x 2
3 j =1 j =1
4n2 ( n −1)
2
2(n −1) n 2n(n + 2) n
2
n
3
x − 4n
2
n+1 ∑ x j + A x
n n+1 + n ∑ j n ∑xj ≥ 0.
B + 2 x − A − 2
3 j=1 3 j =1 j =1
Olhando o lado esquerdo como uma função quadrática de xn +1 , concluímos que
n
2(n − 1)∑ x j + 3 An
j =1
ela atinge o seu mínimo para xn +1 = , quando temos
2n(n − 1)
2
n
n
2 2( n − 1) ∑ x j + 3 An n
An +1 = 2nxn +1 − 2∑ x j + An = − 2∑ x j + An =
2 j =1
j =1 n − 1 j =1
2 n n
n+2
⋅ An , enquanto Bn +1 = 2nxn +1 − 4 xn +1 ∑ x j + 2∑ x j + Bn =
2 2
n −1 j =1 j =1
20
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n n
= 2 xn +1 nxn +1 − 2∑ x j + 2∑ x 2j + Bn =
j =1 j =1
n n
2( n − 1)∑ x j + 3 An 3 An − 2(n − 1)∑ x j n
+ 2∑ x 2j + Bn =
j =1 j =1
= ⋅
n( n − 1) 2( n − 1) j =1
2
n
−2 ∑xj
1 n 2 n
2
9An2 n
9An2
∑ ∑j ∑
j =1
= + + 2 x2
+ B = B + 2 n x − x + ,
n j=1 2n(n −1)2
j n n j
n 2n(n −1)2
j =1
j =1
n n n n
2
2n(n + 2)
mas Bn = ∑∑ ( x j − xi ) = 2 n∑ x j − ∑ x j , donde An2+1 ≤
2 2
Bn +1 é
j =1 j =1 3
i =1 j =1
( n + 2)
2
2n( n + 2) n + 1 9 An2
equivalente a An2 ≤ Bn +
( n − 1) 2n(n − 1) 2
2
3 n
⇔ 3(n + 2) An2 ≤ 2( n + 1)(n − 1) 2 Bn + 9 An2
2(n 2 − 1)
⇔ 3(n − 1) An2 ≤ 2( n + 1)(n − 1) 2 Bn ⇔ An2 ≤ Bn , que é a hipótese de
3
indução. Assim, o valor mínimo de nossa função quadrática é maior ou igual a 0, o
que implica o resultado.
Para provar b), note que, se valem as igualdades nas desigualdades acima,
2( n 2 − 1)
devemos ter em particular An2 = Bn donde, por hipótese de indução,
3
x j = x1 + ( j − 1)r para um certo r ≥ 0 , ∀j ≤ n; além disso, devemos ter
n n
2(n − 1)∑ x j + 3 An 2( n − 1)∑ x j + 6 ∑ ( j − i )r
j =1 j =1 i ≤i < j ≤ n
xn +1 = = =
2n(n − 1) 2n(n − 1)
n −1
1 n 3
= ∑ 1
n j =1
( x + ( j − 1) r ) + ∑ (n − k )kr =
n(n − 1) k =1
(n − 1) 3 n( n − 1)(n + 1) r
x1 + r+ = x1 + nr , donde ( xi )1≤ i ≤ n +1 é uma
2 n( n − 1) 6
progressão aritmética, como queríamos provar.
21
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PROBLEMA 6
Seja p um número primo. Demonstre que existe um número primo q tal que,
p
para todo inteiro n, o número n − p não é divisível por q.
q −1 q −1
p⋅
= 1, donde n p
≡p p
(mod q ) mas pelo pequeno teorema de Fermat temos
q −1
n ≡ 1(mod q ) . Isso produz um absurdo por (1), logo devemos ter
n ≠ p (mod q ) .
p
Para encontrarmos o nosso tal primo q que satisfaz (1) consideremos o número
X = p p −1 + p p − 2 + ... + p + 1 . É claro que X p p − 1 (2).
Seja q um divisor primo de X e k = ord q p . De (2) temos que
k p ⇒ k = 1 ou k = p . Se k = 1 temos p ≡ 1(mod q ) ⇒ p j ≡ 1(mod q ) ; daí
X ≡ 1 + 1... + 1 = p (mod q ) mas q X e q ≠ p , absurdo, logo k = p, mas
p q −1 ≡ 1(mod q ) ⇒ p = k q − 1 ⇒ q = py + 1 para algum y inteiro. Existe algum
fator primo q de X tal que y não seja divisível por p, pois se para todo
fator primo q de X tivermos q ≡ 1(mod p 2 ) , teríamos X ≡ 1(mod p 2 ) , mas
X ≡ p + 1 ≠ 1(mod p 2 ) logo existe um primo q divisor de X tal que p q − 1 e
q ≠ 1(mod p 2 ) . Mostremos que tal primo q satisfaz (1). Como k = ord q p = p e
q −1
q −1
q ≠ 1(mod p ) ⇒ k = p não divide
2
⇒ p p
≠ 1(mod q) , donde o primo
p
q satisfaz (1).
22
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
a) Seja a1 , a2 ,… , an ,... uma seqüência de números reais tais que a1 = 1 e
3
an +1 > an , ∀n.
2
an
Prove que a seqüência n −1
tem um limite finito ou tende a infinito.
3
2
b) Prove que para todo α > 1 existe uma seqüência a1 , a2 ,… , an ,... com as
an
mesmas propriedades, tal que lim n −1
= α.
n →∞
3
2
SOLUÇÃO
an
(a) Considere a seqüência bn = n −1
.
3
2
bn +1 a
Temos bn > 0, ∀n e = n +1 > 1 , logo (bn) é uma seqüência crescente.
bn 3an
2
Mas toda seqüência monótona limitada é convergente. Logo, há duas opções
possíveis: ou (bn) é ilimitada e, como é crescente, tende a infinito ou então, se ela
for limitada, ela tem um limite finito (pois é crescente).
1
(b) Tome q = 1− e considere a seqüência bn = 1 + q + q 2 + ... + q n −1 .
α
α > 1 ⇒ 0 < q < 1 e portanto (bn) é uma seqüência convergente, com
1
lim bn = =α .
n →∞ 1− q
23
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n −1
3
Portanto, a seqüência a n = bn satisfaz as condições do enunciado.
2
Observação: A solução da letra (b) é bem mais natural do que parece. A letra (a)
induz você a pensar apenas na seqüência (bn). E na tentativa de encontrar uma
seqüência com determinadas condições, nada mais natural do que tentar uma
seqüência fácil como uma PG (e aí descobrir o valor de q necessário).
PROBLEMA 2
Sejam a1 , a2 ,… , a51 elementos não nulos de um corpo. Simultaneamente
trocamos cada elemento pela soma dos outros 50. Desta forma a nova seqüência
b1 , b2 ,… , b51 é uma permutação da anterior. Quais são os possíveis valores da
característica do corpo?
SOLUÇÃO
Seja p a característica do corpo.
51 51 51
S = ∑ bk = ∑ ( S − a k ) = 51S − ∑ a k = 51S − S , logo 49S = 0.
k =1 k =1 k =1
Se S ≠ 0 , temos que 49 = 0, logo p | 49 e como p é primo, p = 7. Um exemplo
( ) , com
*
de corpo que satisfaz essa propriedade é
7
a k = 1 , para k = 1,2,...,51.
Se S = 0, cada a k é igual a − bk = − a j , para algum j, donde a permutação σ tal
que a k = − aσ ( k ) possui um ponto fixo, pois os números 1,2,...,51 estão divididos
em pares (pela ação da σ ) e 51 é ímpar. Portanto existe um n tal que
a n = −aσ ( n ) = −a n , logo 2a n = 0 e como a n ≠ 0 , temos que 2 = 0 e o corpo
possui característica 2. Um exemplo de corpo que satisfaz essa propriedade é
GF(22), isto é, o corpo cujos elementos são polinômios, tomados módulo
x2 + x + 1, com coeficientes em 2 .
Basta tomar ( a1 , a 2 ,..., a 51 ) = (1, x,1 + x,1, x,1 + x,...,1, x,1 + x ) .
PROBLEMA 3
Seja A uma matriz quadrada n × n tal que 3A3 = A2 + A + I. Prove que (Ak )k ∈ N
converge a uma matriz idempotente B (i.e., a uma matriz B tal que B2 = B).
24
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO
Seja m(x) o polinômio minimal de A. Como 3 A 3 − A 2 − A − I = 0 , m(x) deve
−1± 2
ser divisor de 3 x 3 − x 2 − x − 1 = ( x − 1)( x − λ1 )( x − λ 2 ) , com λ1, 2 = .
3
Isso implica que m(x) tem raízes distintas, e portanto A é diagonalizável, isto é,
existe uma matriz P inversível tal que A = P −1 ⋅ Diag (1,...,1, λ1,..., λ1, λ 2 ,..., λ 2 ) ⋅ P ,
onde Diag(a,b,c,...) representa a matriz diagonal de entradas a,b,c,...
Segue que Ak = P −1 ⋅ Diag (1,...,1, λk1 ,..., λk1 , λk2 ,..., λk2 ) ⋅ P .
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Seja Ak = Ak . Então 3 Ak +3 = Ak + 2 + Ak +1 + Ak . Resolvendo a recorrência (veja o artigo
"Equações de recorrência", na Eureka! 9), obtemos Ak = C0 + C1 ⋅ λ1k + C2 ⋅ λ2k para
todo k, sendo C0 , C1 , C2 matrizes quadradas de ordem n. Como | λ1,2 |≤ 1, lim Ak = C0 .
k →∞
PROBLEMA 4
Determine o conjunto de todos os pares (a, b) de inteiros positivos para os quais o
conjunto dos inteiros positivos pode ser decomposto em dois conjuntos A e B tais
que a ⋅ A = b ⋅ B.
SOLUÇÃO
Note que o par (a, b) funciona se e somente se o par de coprimos
a b
, funciona. Vamos então analisar os casos com mdc(a, b)=1.
mdc (a, b) mdc (a, b)
Suponha 1 ∈ A (o outro caso é análogo). Então, a ⋅ A = b ⋅ B ⇒ a ∈ b ⋅ B , e
portanto a é múltiplo de b (pois os elementos de B são todos inteiros), e
mdc(a, b) = 1 implica b = 1.
Reciprocamente, dado qualquer par da forma (a, 1), com a > 1, é possível
construir conjuntos A e B satisfazendo o enunciado. De fato, dado n ∈ N , seja kn a
maior potência de a que divide n. Tomando A = {n | kn é par}, B = {n | kn é ímpar}
temos A ∪ B = N , A ∩ B = ∅, a ⋅ A = 1 ⋅ B .
25
Sociedade Brasileira de Matemática
Portanto, os pares possíveis são os pares (a, b) com a ≠ b tais que a é múltiplo de
b ou b é múltiplo de a.
PROBLEMA 5
SOLUÇÃO
~ ε
Pn ( x) − P(0) < .
3
~ ε
Além disso, temos que se Pn ( x ) − f n ( x) < , então:
3
EUREKA! N°18, 2003
26
Sociedade Brasileira de Matemática
∫[ ] 1 ε ε
x x x
~ 1 ~ 1 ~
Pn +1 ( x) − f n +1 ( x) = Pn (t ) − f n (t ) dt ≤ ∫ Pn (t ) − f n (t ) dt < ∫ dt =
x 0
x0 x03 3
~ ε
Segue por indução que Pn ( x ) − f n ( x) < , para todo n natural e todo x em (0,1]
3
~ ε
já que P0 ( x ) − f 0 ( x) < . Agora fica fácil:
3
~ ~ ε ε ε
f n ( x) − g (0) ≤ f n ( x) − Pn ( x) + Pn ( x) − P(0) + P(0) − g (0) < + + = ε ,
3 3 3
para n grande, o que prova que lim f n ( x) = g (0) .
n → +∞
SOLUÇÃO ALTERNATIVA
Vamos provar que lim f n ( x ) = g (0), ∀x ∈ (0,1]. Para isso, vamos mostrar que,
n →∞
=
1 δ
x ∫(
0
x
)
f n (t ) − g (0) dt + ∫ f n (t ) − g (0) dt , donde, se
δ
27
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
n −1
Seja f ( z ) = an z + an −1 z + ... + a1 z + a0 um polinômio com coeficientes
n
SOLUÇÃO
Podemos supor sem perda de generalidade que an = 1.
Nesse caso, f(z) pode ser fatorado como produto de monômios da forma z + a ou
z + a + bi com a > 0 (no segundo caso, se b ≠ 0, deve aparecer também o fator
z + a − bi ).
Como ( z + a + bi )( z + a − bi ) = z + 2az + a + b e
2 2 2
28
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 1
Sejam A e B matrizes reais n × n tais que AB + A + B = 0. Prove que AB = BA.
SOLUÇÃO
AB + A + B = 0 ⇒ AB + A + B + I = I ⇒ A( B + I ) + ( B + I ) = I ⇒ ( A + I )( B + I ) = I
Logo, A + I e B + I são inversas uma da outra, donde
( A + I )( B + I ) = ( B + I )( A + I ) = I .
Expandindo a última desigualdade vem BA + B + A + I = I e subtraindo esta da
igualdade dada no enunciado obtém-se AB = BA .
PROBLEMA 2
2x sen m t
Calcule o seguinte limite: lim+
x →0 ∫
x tn
dt (m, n naturais dados).
SOLUÇÃO
sen t
Como a função é decrescente em (0, π) , e tende a 1 quando t tende a 0+,
t
π sen(2 x) sen t
temos que, para x ∈ (0, ) e x < t < 2x: < < 1 e portanto:
2 2x t
m m 2 x sen m t 2x t m
sen(2 x) 2 x t
⋅ ∫ n dt < ∫ n
dt < ∫ n dt .
2x x t x t x t
m
sen(2 x)
Como lim x →0 = 1 , a desigualdade acima mostra que o limite
2x
procurado é igual a
29
Sociedade Brasileira de Matemática
t m − n +1 2 x
x →0
→ 0, se m − n + 1 > 0
m − n +1 x
2x
m − n +1 2 x
t
lim x →0 ∫ t dt =
m−n
x →0
→∞, se m − n + 1 < 0
x m − n +1 x
2x
ln t x x →0
→ ln 2, se m − n + 1 = 0
PROBLEMA 3
Seja A um subconjunto fechado de Rn e seja B o conjunto de todos os pontos b de
Rn tais que existe exatamente um ponto a0 em A tal que a0 − b = inf a − b .
a∈ A
Prove que B é denso em Rn.
SOLUÇÃO
Vamos mostrar que dado ε > 0 e x ∈ n , existe y ∈ B( x, ε) ∩ B .
Se x ∈ A , então basta tomar y = x.
Caso contrário, seja δ = inf a∈A | a − x | . Como A é fechado, existe um ponto
a ∈ A que realiza essa distância (basta observar por exemplo que B ( x, 2δ ) ∩ A é
compacto).
Se esse ponto a não for único, considere um ponto y = x + t ( a − x), t ∈ (0,1) do
segmento (x, a).
Seja a’ um outro ponto de A. Se a’ estiver no prolongamento desse segmento de
reta, então claramente | a '− y | > | a − y | .
Caso contrário, temos a desigualdade triangular estrita | a ' − x | < | a ' − y | + | y − x |
e portanto:
| a '− y | > | a'− x | − | x − y | ≥ | a − x | − | x − y |=| a − y | ,
a
onde a 2 desigualdade usa que a é um ponto de A tal que |a – x| é mínimo e a
igualdade final usa o fato que y está no segmento de reta (x, a).
Ou seja, todo ponto y escolhido dessa forma está em B. Escolhendo t
ε
suficientemente pequeno ( t = por exemplo) obtemos um ponto
2⋅ a − x
y ∈ B( x, ε) ∩ B como desejado.
PROBLEMA 4
30
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO
Vamos mostrar que uma tal família F existe se e somente se n = 2 k − 1 para algum
inteiro positivo k.
De fato, se G = ( 2 ) = 2 × 2 × ... × 2 , onde está definida a adição
k
conclui a solução.
* De fato, se a ∈ G , a ≠ 0, H = {0, a} é um subgrupo de G isomorfo a 2 , e, se
definimos em G a relação de equivalência x ~ y ⇔ y − x ∈ H , obtemos um
quociente, G/H, o conjunto das classes de equivalência x = { y ∈ G | y ~ x}, que é
um grupo com a operação x + y : = x + y , o qual têm as mesmas propriedades que
G. Além disso, G é naturalmente isomorfo a ( G H ) × H , e, por indução em #G ,
( ) ( )
r r +1
G H é isomorfo a 2 para algum r ∈ , donde G é isomorfo a 2 .
31
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
a) Mostre que para toda função f : Q × Q → R existe uma função g : Q → R tal
que f ( x, y ) ≤ g ( x) + g ( y ), ∀x, y ∈ Q .
b) Encontre uma função f : R × R → R para a qual não existe g : R → R tal
que f(x, y) ≤ g(x) + g(y), ∀x, y ∈ R.
SOLUÇÃO
a) Q é enumerável, digamos Q = {r1 , r2 , r3 ,...}.
Assim, podemos definir g : Q → R por g ( rn ) = max{ f ( ri , rj ) ,1 ≤ i , j ≤ n}.
Assim, f ( ri , rj ) ≤ f ( ri , rj ) ≤ g ( rmax( i , j ) ) ≤ g ( ri ) + g ( rj ), ∀i, j.
0, se x = y
b) Podemos definir f ( x, y ) = 1
x − y , se x ≠ y.
Se existisse g : → tal que f ( x, y ) ≤ g ( x ) + g ( y ), ∀x, y ∈ , se definirmos,
∞
para cada inteiro positivo n, X n = { x ∈ | g ( x ) ≤ n 2}, teremos ∪X
n =1
n = ,
32
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
1 n ak
Seja a0 , a1 ,..., an ,... a seqüência definida por a0 = 1 , an+1 = ∑
n + 1 k =0 n − k + 2
.
∞
ak
Calcule ∑2
k =0
k (se existir).
SOLUÇÃO
Os an são positivos e, por indução, tem-se an ≤ 1, ∀n (de fato, supondo válido até
n tem-se
1 n 1 1 n
an +1 ≤ ∑ ≤ ∑1 = 1 ).
n + 1 k =0 n − k + 2 n + 1 k =0
∞
Considere então a função geratriz f ( x) = ∑ an x n (ele é convergente para 0 < x <
n =0
1 pela observação acima). Derivando e usando a expressão dada obtemos:
∞ ∞ ∞ n ak n
f ' ( x) = ∑ n ⋅ an ⋅ x n −1 = ∑ (n + 1) ⋅ an +1 ⋅ x n = ∑ ∑ x
n =1 n =0 n =0 k =0 n − k + 2
Trocando a ordem do somatório obtém-se:
∞ ∞ ak x n ∞ ∞ x n − k ∞ xm
f ' ( x) = ∑ ∑ = ∑ ak x k ⋅ ∑ = f ( x) ⋅ ∑
k =0 n = k n − k + 2 k =0 n = k n − k + 2 m=0 m + 2
Portanto,
x f ' ∞ x m +1 ∞ x m +1 x m +1
ln( f ( x)) − ln( f (0)) = ∫ = ∑ = ∑ −
m = 0 ( m + 1)(m + 2) m = 0 ( m + 1) ( m + 2)
0 f
Como f (0) = 1:
xm+1 1 ∞ xm+2
∞ ∞ xm+1 1 ∞ xm+1 1 1 1
ln( f ( x)) = ∑ − ∑ = ∑ − ∑ = ln − ln − x
m=0 m + 1 x m=0 m + 2 m=0 m + 1 x m=1 m + 1 1 − x x 1 − x
1
Colocando x = obtemos
2
∞
1 an 1 e
ln f ( ) = ln 2 − 2 ln 2 + 1 = 1 − ln 2 , de modo que
2
∑2
n =0
n
= f ( ) = e ⋅ e − ln 2 = .
2 2
Estas soluções da International Mathematical Competition - 2003 foram redigidas por Márcio
Assad Cohen, Rodrigo Villard Milet e Carlos Gustavo Moreira do Rio de Janeiro – RJ.
33
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
a) Têm-se duas sucessões, cada uma de 2003 inteiros consecutivos, e um
tabuleiro de 2 linhas e 2003 colunas
………
………
SOLUÇÃO
Note que somar ou subtrair uma constante de uma sucessão de números
consecutivos a transforma em uma sucessão de números consecutivos.
Note também que somar ou subtrair uma constante de uma linha do tabuleiro
soma ou subtrai a mesma constante da sucessão formada pela soma das colunas,
logo esta operação não altera a "consecutividade" das linhas do tabuleiro.
Portanto, sem perda de generalidade, as sucessões escritas nas duas primeiras
linhas do tabuleiro são 1, 2, …,n onde n ∈ {2003, 2004}
a) Sim. Escreva na primeira linha 1, 2,…,2003 e na segunda linha 1002,
1003,…,2003, 1, 2, …, 1000, 1001, ou seja, o i-ésimo termo é i + 1001 se
i ≤ 1002. A seqüência final é 2i + 1001 se i ≤ 1002 e 2i − 1002 se
i ≥ 1003 , que é obviamente permutação de 1003, 1004, 1005,…,3003, 3004,
3005.
34
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2004 ⋅ 2005
2004k + = 2004k + 2004 ⋅ 1002 + 1002 ≡ 1002(mod 2004).
2
A soma dos números da primeira e da segunda linhas vale 1002 (mod 2004).
Como a terceira linha (formada pela soma das colunas) é formada pela soma das
duas primeiras linhas, a soma das números da terceira linha é
1002 + 1002 ≡ 0 (mod 2004). Mas se a terceira linha fosse composta por uma
sucessão de números consecutivos em alguma ordem, sua soma seria
1002 (mod 2004), absurdo! Logo a soma das colunas não pode formar uma
sucessão de números consecutivos.
PROBLEMA 2
Sejam C e D dois pontos da semicircunferência de diâmetro AB tais que B e C
estão em semiplanos distintos em relação à reta AD. Denotemos por M, N e P os
pontos médios de AC, DB e CD, respectivamente. Sejam OA e OB os circuncentros
dos triângulos ACP e BDP. Demonstre que as retas OAOB e MN são paralelas.
SOLUÇÃO
2α
D
T π
P . +γ
S . 2
C .
π 2β
−β π .N
2 −γ
M. π 2
2γ −β .Q .
2 .
R. γ O2
β
γ β
A O B
35
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π
Note que SCM = β + pois é ângulo inscrito. Note ainda que MOA ⊥ AC e
2
SOA ⊥ CP , pois são mediatrizes de AC e CP . Logo MCSOA é inscritível e
π
MOA S = −β .
2
Como SOA ⊥ OAQ (pois SOA ⊥ CP ⊥ PO , logo PO // SOA ), QOAO = β .
OAQ SP CD CD
Logo = = = cos β ⇔ OAO = .
OAO OAO 4OAO 4cos β
CD
Analogamente, OB O = . Olhando para o triângulo OMA, MOA = γ
4cos γ
(pois M é ponto médio da corda AC , logo MOA = AC 2 ), logo
OM OM
= = cos γ ⇔ OM = R cos γ . Analogamente, ON = R cos β . Mas
OA R
OM R cos γ ⋅ 4cos β R cos β ON
= = = . Logo existe uma homotetia de
OA O CD CD OB O
4cos γ
centro O que leva M em OA e N em OB . Como homotetias preservam
paralelismo, MN // OAOB .
PROBLEMA 3
Pablo copia o seguinte problema:
Considere todas as sucessões de 2004 números reais ( x0 , x1 , x2 ,..., x2003 ),
tais que
x0 = 1,
0 ≤ x1 ≤ 2 x0 ,
0 ≤ x2 ≤ 2 x1 ,
0 ≤ x2003 ≤ 2 x2002 .
Entre todas estas sucessões, determine aquela para a qual a expressão seguinte
assume o seu maior valor: S = … .
36
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SOLUÇÃO
Seja ci ∈ {−1,1} o coeficiente associado ao termo xi na expressão de S. Em
particular, c2003 = 1 . Dizemos que um termo xi é positivo se ci = 1 , ou que é
negativo se ci = −1 . Dizemos que xi está maximizado se xi = 2 xi −1 .
Lema: Se xi +1 ,..., x j estão maximizados, então:
k =i k =i
caso c j = −1 é análogo.
É obvio que maximizar os termos positivos aumenta a soma (já que
x ≤ y ⇒ [0, 2 x] ⊆ [0, 2 y ] , podemos aumentar um termo sem alterar nenhum
dos seguintes). Logo, sem perda de generalidade, na seqüência que maximiza S
todos os termos positivos são máximos.
Se houver algum termo negativo não maximizado, escolha o último deles,
digamos xi e maximize tanto ele quanto todos os termos que o seguem. Sejam a e
b os valores antigo e novo de xi e A e B os valores da soma
ci +1 xi +1 + ... + c2003 x2003 antes e depois da mudança na seqüência.
2003− i
Seja ainda C = 2 ci + 2 ci +1 + ... + 2
0 1
c2003 . Pelo lema, A = aC e B = bC.
EUREKA! N°18, 2003
37
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Logo B – A = C(b – a) > 0, pois, pelo corolário, C > 0, e como b > a, b – a > 0.
Logo, na seqüência de S máximo, todos os termos são máximos ou poderíamos
aumentar S maximizando algum termo.
Logo x1 = 2 x0 = 2, x2 = 2 x1 = 2 2 ,..., xi = 2 xi −1 = 21 ,..., x2003 = 22003 , e
0 1 2003
portanto a seqüência que maximiza S é (2 , 2 ,..., 2 ).
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja M ={1, 2,…,49} o conjunto dos primeiros 49 inteiros positivos. Determine o
maior inteiro k tal que o conjunto M tenha um subconjunto de k elementos em que
não haja 6 números consecutivos. Para esse valor máximo de k, encontre a
quantidade de subconjuntos de m, de k elementos, que tenham a propriedade
mencionada.
SOLUÇÃO
Definição: Um conjunto A ⊆ M é feliz se não contém seis inteiros
consecutivos.
Seja N ⊆ M feliz, | N |≥ 42. Então se P = M − N ,| P |≤ 7. Logo a
interseção de P com algum dos conjuntos
A1 = {1, 2,3, 4,5,6} , A2 = {7,8,9,10,11,12} , A3 = {13,14,15,16,17,18}
A7 = {37,38,39, 40, 41, 42} , A8 = {43, 44, 45, 46, 47, 48, 49}
é vazia. Chame de i algum inteiro tal que Ai ∩ P = ∅ . Então Ai ⊂ N , absurdo,
pois então N teria uma seqüência de seis inteiros consecutivos. Por outro lado, é
óbvio que N = M − {6,12,18, 24,30,36, 42, 48} é feliz.
Assim, o maior k tal que existe N ⊆ M feliz é 41 (como se | N |≥ 42 então N
não é feliz, | N |≤ 41; e acabamos de exibir um exemplo para 41).
Seja N ⊆ M feliz, | N |= 41, P = M − N = {n1 < n2 < ... < n8 }.
Os oito elementos de P separam naturalmente N em nove conjuntos
N1 ,..., N9 , Ni ∩ N j = ∅, ∪N i = N , N i ≤ 5 e cada N i composto apenas
de números consecutivos. É fácil ver que o número de possíveis conjuntos N é o
número de soluções de | N1 | + | N 2 | +...+ | N 9 |= 41 (pois estamos escolhendo o
38
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
No quadrado ABCD, sejam P e Q pontos pertencentes aos lados BC e CD
respectivamente, distintos dos extremos, tais que BP = CQ. Consideram-se pontos
X e Y, X ≠ Y, pertencentes aos segmentos AP e AQ respectivamente. Demonstre
que, quaisquer que sejam X e Y, existe um triângulo cujos lados têm os
comprimentos dos segmentos BX, XY e DY.
SOLUÇÃO
A 1 B
a
X
λ
1 b
y
1–λ
c
Y
D 1–λ Q λ C
Seja AB = BC = CD = DA = 1, BP = CQ = λ , BX = a, XY = b, YD = c.
39
Sociedade Brasileira de Matemática
( x − 1) 2 + α 2 x 2 + ( y − 1) 2 + β 2 y 2 ≥ x 2α 2 + y 2 β 2 + x 2 − 2 xy + y 2 ⇔
⇔ x 2 − 2 x + 1 + y 2 − 2 y + 1 − x 2 + 2 xy − y 2 ≥ 0 ⇔ (1 − x)(1 − y ) ≥ 0. Mas
x ∈ AP , logo X ∈ [0,1] ⇔ 1 − x ∈ [0,1]. Analogamente, 1 − y ∈ [0,1] e o
resultado segue trivialmente.
PROBLEMA 6
Definem-se as sucessões ( an ) n ≥ 0 ,(bn ) n ≥ 0 por:
a0 = 1, b0 = 4 e
an +1 = a 2001
n + bn , bn +1 = bn2001 + an para n ≥ 0.
Demonstre que 2003 não divide nenhum dos termos destas sucessões.
SOLUÇÃO
Observe que 2003 é primo; logo, se
x ≡/ 0 (mod 2003), x 2002 ≡ 1(mod 2003) ⇔ x 2001 ≡ x −1 (mod 2003).
40
Sociedade Brasileira de Matemática
2003) : de fato,
(2 x + 3)2 = 4( x 2 + 3x + 1) + 5 ≡ 5(mod 2003). Mas pela lei de Reciprocidade
2003−1 5−1
Quadrática,
5 2003 ⋅
= (−1) ⇔
2 2
2003 5
5 3 5 5
⋅ = (−1) ⇔ ⋅ (−1) =1⇔ =−1, logo 5 não é
2002
resíduo
2003 5 2003 2003
quadrático módulo 2003, absurdo! Assim, não é possível que
2003 | an +1bn +1 , logo {2003 x | x ∈ } ∩ ({ak }k∈ ∪ {bk }k∈ ) = ∅.
41
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A DESIGUALDADE DE ERDÖS-MORDELL
Anderson Torres, São Paulo - SP
♦ Nível Avançado
42
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AB AC
AP ≥ ⋅ PPB + ⋅ PPC
CB BC
CB BA
BP ≥ ⋅ PPC + ⋅ PPA
AC CA
CA CB
CP ≥ ⋅ PPA + ⋅ PPB
BA AB
Ao somá-las, obtemos:
CA BA CB AB AC BC
AB + BP + CP ≥ + ⋅ PPA + + ⋅ PPB + + ⋅ PPC
BA CA AB CB BC AC
e lembrando que a soma de um real positivo com seu inverso não pode ser menor
que 2, e esse valor só se iguala a dois se o número em questão for 1 (isto é
conseqüência da desigualdade das médias), a desigualdade segue, com igualdade
se e apenas se AB = BC = CA. Além disso, devemos ter PA PB // AB , PA PC // AC
e PB PC // BC , o que implica facilmente que P é o circuncentro do triângulo
ABC.
Demonstração 1: (trigonometria)
O quadrilátero APB PPC é cíclico, pois os ângulos retos são opostos e somam
180°. Assim, pela Sagrada Lei dos Senos Generalizada,
PB PC PB PC
AP = = ⇔
sen ∠PB PPC sen ∠BAC
AP ⋅ BC = 2R ⋅ PB PC
43
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PB
PC
B PA C
44
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PC PB
B C
Y X
Y1 X1 B1
C1
B'
C'
Por congruências, [ AB1C1 ] = [ PB ' C ' ] , em que [algo] significa área de algo.
Agora, veja:
[ AB1C1 ] − [PX1Y1 ] + [C ' C1Y ] + [B ' B1 X1 ] = [ APC ' C1 ] + [ APB ' B1 ] ⇔
[PB ' C '] − [ PX1Y1 ] + [C ' C1Y1 ] + [B ' B1 X1 ] = [ APC ' C1 ] + [ APB ' B1 ]
.
[C 'Y1 X1B '] + [C ' C1Y1 ] + [B ' B1 X1 ] = [ APC ' C1 ] + [ APB ' B1 ]
[ APC ' C1 ] + [ APB ' B1 ] = [B1B ' C ' C1 ]
Com isto vemos que
AC1 ⋅ PPC + AB1 ⋅ PPB ≤ B1C1 ⋅ C ' C1 = AP ⋅ B1C1 , com igualdade se, e apenas se,
C ' C1 ⊥ B1C1 , ou AP ⊥ B1C1 , ou seja, AP contém o circuncentro do triângulo
45
Sociedade Brasileira de Matemática
AB1C1 . Fazendo AC1 = AC, AB1 = AB , teremos por congruências (para variar...)
BC = C1 B1 , e (por paralelismo mesmo!☺) PB PC // BC , e pronto! Fim!
Observação: Veja que é possível modificar esta demonstração apenas usando uma
reflexão pela bissetriz do ângulo ∠ABC para obter os pontos
AC1 = AC, AB1 = AB , B1 ∈ AC, C1 ∈ AB . Esta observação será útil mais tarde.
B'
PC
PB
C'
P
B PA C
46
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C ' PB PC P
= ⇔ AP ⋅ C ' PB = PC P ⋅ PB C .
PB C AP
Analogamente,
B ' PC PB P
= ⇔ AP ⋅ B ' PC = PB P ⋅ PC B
PC B PA
AP ⋅ BC ≥ AP ⋅ ( B ' PC + PC PB + PB C ')
= PC P ⋅ PB C + PC P ⋅ APB + PB P ⋅ APC + PB P ⋅ PC B
= PPC ⋅ AC + PPB ⋅ AB
47
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b D
A α
e
a
γ
A EF F f E D EF
48
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BF ≥ b ⋅ sen γ + a ⋅ sen β
= AABC + AAEF = ABC AEF = DBC DEF = DDBC + DDEF
= d ⋅ sen β + e ⋅ sen γ
Somando tudo:
4 ⋅ ( RA + RC + RE )
senα sen β
≥ (a + d ) +
sen β sen α
senα senγ
+ (b + e) +
senγ senα
sen β senγ
+ (c + f ) +
senγ sen β
49
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B
F
M
N C
P
X D Z
50
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Analogamente,
XY XZ
XM ≥ ⋅ DM + ⋅ FM
YZ YZ
YX YZ
YN ≥ ⋅ BN + ⋅ FN
XZ XZ
ZX ZY
ZP ≥ ⋅ BP + ⋅ DP
XY XY
Somando tudo:
XM + YN + ZP
XY XZ
≥ ⋅ DM + ⋅ FM
YZ YZ
YZ YX
+ ⋅ FN + ⋅ BN
XZ XZ
ZX ZY
+ ⋅ BP + ⋅ DP
XY XY
ZX YX
⋅ BP + ⋅ BN
XY XZ
XZ XY BN + BP
= + +
XY XZ 2
XZ XY BN − BP
−
XY XZ 2
XZ ⋅ YZ XY ⋅ YZ
≥ ( BP + BN ) − k ⋅ −
XY XZ
Analogamente,
51
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XZ XY XZ ⋅ YZ XY ⋅ YZ
⋅ BP + ⋅ BN ≥ ( BP + BN ) − k ⋅ −
XY XZ XY XZ
YX ZY XY ⋅ XZ XZ ⋅ YZ
⋅ DM + ⋅ DP ≥ ( DM + DP ) − k ⋅ −
ZY YX YZ XY
XZ YZ YZ ⋅ XY XZ ⋅ XY
⋅ FM + ⋅ FN ≥ ( FM + FN ) − k ⋅ −
YZ XZ XZ YZ
REFERÊNCIAS :
[1]A demonstração de Hojoo Lee pode ser encontrada na famosa revista Forum Geometricorum, a
qual você pode ler no site http://forumgeom.fau.edu .Neste artigo você encontra as
referências de toda a história deste problema enquanto ele se passava na American Mathematical
Monthly.
[3]Na Internet tem uns livros do Kiran Kedlaya.Vá ao site abaixo e faça o download:
http://www.unl.edu/amc/a-activities/a4-for-students/problemtext/
Um deles trata sobre desigualdades, e outro sobre geometria euclidiana plana. Ainda tem uns dois
livros com provas de algumas olimpíadas de matemática de várias partes do mundo.
[4]Após uma longa caça achei este artigo,que trata de uma generalização interessante:
A weighted Erdös-Mordell Inequality for Polygons. Este livro pode ser encontrado no endereço:
www.math.technion.ac.il/~shafrir/pub_ps/m18.ps.gz
52
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
PROPOSTO POR DAVI MÁXIMO ALEXANDRINO NOGUEIRA (FORTALEZA – CE)
É possível escolher 102 subconjuntos com 17 elementos cada do conjunto
{1,2,3...102} tais que a interseção de quaisquer 2 deles tem no máximo 3
elementos?
SOLUÇÃO
A ideia é olhar para o plano projetivo P sobre Z/17Z, que é o quociente de
(Z/17Z)3\{(0,0,0)} pela relação de equivalência x ~ y ⇔ y = a ⋅ x,
2
∃a ∈ 17 \ {0}. P tem 17 + 17 + 1 = 307 pontos e as retas em P têm 18 pontos
cada (e duas delas sempre se intersectam num ponto). Vamos fazer uma espécie de
quociente de P. Para isso, considere o isomorfismo linear T de (Z/17Z)3 dado por
T(x, y, z) = (y, z, x). Note que T3 = Id. As retas em P são dadas por vetores não
nulos w de (Z/17Z)3 (de fato por elementos de P): uma reta Rw é o conjunto dos v
tais que < v, w > = 0. Note que T tem um único ponto fixo em P: o elemento v0 =
[1:1:1], correspondente ao vetor (1,1,1). Jogamos v0 fora e dividimos os outros
306 pontos de P em 102 classes de equivalência de 3 elementos (as orbitas de T): a
classe de equivalência de u é {u, Tu, T(Tu)}. Temos 307 retas em P. Jogamos fora
a Rv0 . O quociente de cada uma das outras retas tem 17 elementos. De fato, se Rw
contém pontos da forma u e Tu, devemos ter <u, w> = 0 e < u, T*w> = <Tu, w> =
0. Como w não é v0 então T*w = T–1(w) não é múltiplo de w, donde há apenas um
elemento de P satisfazendo essas duas igualdades, isto é, apenas dois pontos em
Rw são identificados pela nossa equivalência, donde as retas (projetadas pelo
quociente por essa relação de equivalência) têm agora 17 pontos cada. Para cada
reta na projeção, existem exatamente 3 retas (em P) que se projetam sobre ela: Rw,
RTw e RT (Tw) . Dadas duas retas na projeção, elas se intersectam em (no máximo) 3
pontos: se elas são as projeções de Rw e Rv, suas interseções serão as projeções das
interseções de Rw com Rv, de RTw com Rv e de RT(Tw) com Rv. Assim, na projeção
(ou, se você preferir, no quociente), temos 102 pontos e 102 retas, cada uma com
17 elementos, sendo que duas delas se intersectam em (no máximo) 3 pontos.
53
Sociedade Brasileira de Matemática
81) Num triângulo isósceles ABC com AB = BC, temos AC = BH, onde BH é a
altura relativa ao lado AC. Traçamos uma reta BD que corta o prolongamento
da reta AC em D de tal forma que os raios dos círculos inscritos nos triângulos
ABC e CBD são iguais. Determine o ângulo ABD ˆ .
X
O1 O2
A H C F E D
54
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82)
a) Demonstre a identidade
n
sen(2n+1α)
cos(α) ⋅ cos(2α) ⋅ cos(4α )...cos(2nα ) = ∑cos(2 j α) =
j =0 2n+1 ⋅ sen(α)
1 1 1 1 1 1 1 1 1 ∞
π 2
b) Prove que ⋅ + ⋅ + + ... = ∏cos j +2 = .
2 2 2 2 2 2 2 2 2 j =0 2 π
55
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1 1 1 π
mostrar que para todo k temos + + ... + = cos k + 2 . Considere
2 2 2 2 2 2
( k +1) Radicais
1 1 1 1 1 1 1 π π
x= + + ... + temos que x2 − = cos k +2 ⇔ cos k +2 = 2x2 −1.
2 2 2 2 2 2 2 2 2
( k +2) Radicais
π
k +2 π
Como sabemos cos(2α ) = 2 cos α − 1. Logo
2
x = cos 2 = cos k +3
2 2
1 1 1 1 1 π
satisfaz a equação. Logo x = + + ... + = cos (k +1)+2 . Portanto a
2 2 2 2 2 2
[( k +1)+1] Radicais
56
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85) Mostre que todo triângulo pode ser dividido em 9 pentágonos convexos de
áreas iguais.
86) Encontre todas as triplas de inteiros positivos (a, m, n) tais que am +1 divide
(a +1)n .
87) Seja a(1) = 1 e, para cada inteiro n ≥ 2, a(n) igual ao menor inteiro positivo
n
que não pertence a {a( j), j < n} tal que ∑a( j) seja múltiplo de n. Prove que
j =1
Seguimos aguardando as soluções dos problemas: 83, 84, 85, 86, 87 e 88…
57
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PROBLEMAS PROPOSTOS
89) Uma prova de múltipla escolha com n questões é feita por k alunos. Uma
resposta correta na i-ésima questão vale pi pontos, onde pi é um inteiro
positivo, para 1 ≤ i ≤ n. A nota de cada aluno é a soma dos pontos
correspondentes às questões que ele acertou. Após a realização a prova, foi
observado que, mudando os pesos pi, as notas dos alunos podem estar em
qualquer uma das k! possíveis ordens (em que não há duas notas iguais). Dado
n, qual é o maior valor possível de k?
90) Prove que, para todo inteiro positivo n e para todo inteiro não nulo a, o
polinômio xn + axn−1 + axn−2 + ... + ax −1 é irredutível, i.e., não pode ser escrito
como o produto de dois polinômios não constantes com coeficientes inteiros.
91) Um jardinero deve construir um canteiro com a forma de setor circular. Ele
dispõe de 100 metros de fio para cercá-lo.
Figura:
Qual deve ser o valor do raio do círculo para que o canteiro tenha área máxima?
Qual é a área máxima?
58
Sociedade Brasileira de Matemática
(esse movimento pode ser feito para a direita, para a esquerda, para cima ou
para baixo).
Agora imagine um tabuleiro que é um reticulado retangular infinito e uma reta
que contém uma linha do reticulado, dividindo-o em dois lados. Todas as casas
de um dos lados da linha estão vazias e cada casa do outro lado da linha
pode ou não ter uma peça.
59
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Quantas peças, no mínimo, precisamos para chegar a uma casa do lado vazio
do tabuleiro, a uma distância n da linha ? Abaixo indicamos uma casa a
distância n, para n = 1,2,3,4,5.
5
4
3
2
1
… …
… …
… …
… … … … … … …
Você sabia…
Que 2
20996011
−1 é primo? Este é o maior primo conhecido, tem
6320430 dígitos e foi descoberto por Michael Shafer, um
participante do GIMPS (um projeto distribuído para procurar
primos de Mersenne. Veja: http://www.mersenne.org para mais
informações). Agora são conhecidos 40 expoentes p para os
p −1
quais 2 − 1 é primo (e portanto 2 (2 p −1) é perfeito - veja o
p
problema proposto 93): 2, 3, 5, 7, 13, 17, 19, 31, 61, 89, 107,
127, 521, 607, 1279, 2203, 2281, 3217, 4253, 4423, 9689,
9941, 11213, 19937, 21701, 23209, 44497, 86243, 110503,
132049, 216091, 756839, 859433, 1257787, 1398269,
2976221, 3021377, 6972593, 13466217 e 20996011.
60
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Você sabia…
Que existem infinitos inteiros positivos ímpares k tais que
k ⋅ 2 + 1 é composto para todo n ∈ ? Tais inteiros k são
n
61
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COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Ana Paula Bernardi da Silva (Universidade Católica de Brasília) Brasília – DF
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Gil Cunha Gomes Filho (Colégio ACAE) Volta Redonda – RJ
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Fabiola Rojas Arancibia (UFPB) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Carlos dos Santos Rodrigues (Unespar) Campo Mourão – PR
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos – SP
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Pablo Rodrigo Ganassim (Liceu Terras do Engenho) Piracicaba – SP
Ramón Mendoza (UFPE) Recife – PE
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (INPE) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
AGENDA OLÍMPICA 67
COORDENADORES REGIONAIS 68
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Neste número apresentamos os problemas e soluções da XXV Olimpíada
Brasileira de Matemática, realizada durante o ano passado. A seguir o discurso do
Prof. Jacob Palis Jr. na premiação da XXV Olimpíada Brasileira de Matemática,
realizada na VII Semana Olímpica, na cidade de Belo Horizonte - MG em janeiro
de 2004.
Os editores.
2
Sociedade Brasileira de Matemática
com Gugu, Nicolau, Elon Lima, Eduardo Wagner, Augusto Morgado, Paulo Cézar
Pinto Carvalho, dentre outros. Daí, com minha convicção e paixão em níveis
elevados, parti para o convencimento da Diretoria do CNPq, sob a Presidência de
José Galizia Tundisi. A receptividade quanto à importância de um novo Programa
Nacional de Olimpíadas de Matemática foi excepcionalmente entusiástica. Nasceu
aí uma nova etapa da OBM, agora sim ampla e permanente de tão importante
atividade.
Os recursos multiplicaram-se consideravelmente, indo de muito pouco a cerca de
R$200.000 nesta transição e a R$400.000 agora. Com o entusiasmo renovado e até
ampliado de seus dirigentes, ouso dizer que o Programa Nacional de Olimpíadas
de Matemática tornou-se eternamente robusto. Não é mais possível pensar senão
em crescer, fortalecer-se técnica e administrativamente e contribuir decisivamente
para o formação de uma ampla e sólida competência nacional em matemática,
passando por uma almejada inclusão científica.
A OBM hoje é uma atividade da Sociedade Brasileira de Matemática,
compartilhada com o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada – IMPA e,
a partir de 2001, com o Instituto do Milênio Avanço Global e Integrado da
Matemática Brasileira, (IM-AGIMB).
Nesta nova etapa, a participação do Brasil em Olimpíadas Internacionais cresceu
exponencialmente incluindo além da Olimpíada Internacional, a Ibero-americana,
a Olimpíada de Maio, e a do Cone Sul, além de Olimpíadas Regionais. Foi criada
em 1998 a Eureka!, excelente publicação dedicada principalmente aos alunos e
professores da escola secundária e editada três vezes ao ano. Multiplicou-se o
incentivo à realização de Olimpíadas Regionais e ao fortalecimento das
coordenações regionais. O treinamento de alunos e professores em diversos níveis
passou a ser atividade permanente. A melhoria do ensino de matemática nas
escolas tornou-se um objetivo exequível e contínuo. Criou-se um Banco de
Questões e Biblioteca o um site interativo, assim como uma secretaria permanente
no IMPA. Estabeleceu-se a Semana Olímpica, como atividade anual, ocasião em
que há um intenso treinamento dos alunos premiados com medalhas de Ouro,
Prata, Bronze e Menções Honrosas.
Após cerca de sete anos, deixo a Presidência da Comissão de Olimpíadas da SBM,
muito feliz pelas conquistas que vocês obtiveram e com a certeza absoluta de que
muito mais será alcançado, de forma permanente. Lugares como Ribeirão Preto,
Uberaba e Uberlândia e tantos outros de Norte a Sul e de Leste a Oeste do país
devem fazer parte do mapa da OBM. Sonhem muito e partam para sua realização.
3
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
4
Sociedade Brasileira de Matemática
1 14 x
26 13
A) 20 B) 22 C) 23 D) 25 E) 27
A) 42 B) 44 C) 45 D) 48 E) 49
5
Sociedade Brasileira de Matemática
9. João disse para Maria: “Se eu lhe der um quarto do que tenho, você ficará com
metade do que vai me sobrar”. Maria acrescentou: “E eu lhe daria 5 reais, se
lhe desse a metade do que tenho”. Juntos, os dois possuem:
A) 80 reais B) 90 reais C) 100 reais D) 120 reais E)130 reais
10. Uma escola precisa comprar mesas e cadeiras novas para seu refeitório, cada
mesa com 4 cadeiras, que serão distribuídas nos 3 setores do refeitório. Em
cada setor do refeitório cabem 8 fileiras de mesas e, em cada fileira, cabem 14
mesas. Quantas mesas e cadeiras deverão ser compradas?
A) 112 mesas e 448 cadeiras
B) 112 mesas e 1344 cadeiras
C) 336 mesas e 448 cadeiras
D) 336 mesas e 896 cadeiras
E) 336 mesas e 1344 cadeiras
11. As 4 colorações a seguir são consideradas iguais por coincidirem por rotação.
12. Numa festa típica, cada prato de arroz foi servido para duas pessoas, cada
prato de maionese para três pessoas, cada prato de carne servia quatro pessoas
e cada prato de doces dava exatamente para cinco pessoas. Foram utilizados
77 pratos e todas as pessoas se serviram de todos os pratos oferecidos.
Quantas pessoas havia na festa?
A) 20 B) 30 C) 45 D) 60 E) 75
6
Sociedade Brasileira de Matemática
E B
7
Sociedade Brasileira de Matemática
16. Num certo aeroporto, Nelly caminhava calmamente à razão de um metro por
segundo; ao tomar uma esteira rolante de 210 metros, Nelly continuou
andando no mesmo passo e notou ter levado um minuto para chegar ao fim da
esteira. Se Gugu ficar parado nesta esteira, quanto tempo levará para ser
transportado?
A) 1min20s B) 1min24s C) 1min30s D) 1min40s E) 2min
17. Uma certa máquina tem um visor, onde aparece um número inteiro x, e duas
teclas A e B. Quando se aperta a tecla A o número do visor é substituído por
2x + 1. Quando se aperta a tecla B o número do visor é substituído por 3x – 1.
Se no visor está o número 5, apertando alguma seqüência das teclas A e B, o
maior número de dois algarismos que se pode obter é:
A) 85 B) 87 C) 92 D) 95 E) 96
18. A seqüência “22” descreve a si mesma, pois ela é formada por exatamente
dois 2. Analogamente, a seqüência “31 12 33 15” descreve a si mesma, pois é
formada por exatamente três 1, um 2, três 3 e um 5. Qual das seguintes
seqüências não descreve a si mesma?
A) 21 32 23 16 B) 31 12 33 18 C) 31 22 33 17 19
D) 21 32 33 24 15 E) 41 32 23 24 15 16 18
19. Camila e Lara estão disputando o seguinte jogo num tabuleiro 4 × 4: Camila
marca algumas casas do tabuleiro e informa à Lara o número de casas
marcadas na vizinhança de cada casa do tabuleiro. Neste jogo, duas casas
distintas são consideradas vizinhas se possuem um lado ou um canto (vértice)
em comum.
Lara deve descobrir quais casas foram marcadas por Camila. Após marcar
algumas casas, Camila passou para Lara o seguinte tabuleiro:
1 2 1 1
0 2 1 2
2 3 3 1
1 0 2 1
8
Sociedade Brasileira de Matemática
20. Imagine uma pilha com cem milhões de folhas de papel sulfite, cada uma com
0,1 milímetro de espessura. Assinale a alternativa mais próxima da altura da
pilha.
A) a sua altura.
B) o comprimento do maior animal do mundo, a baleia azul, que é cerca de
29 metros.
C) a altura do edifício mais alto do mundo, o Petronas Tower, que tem 88
andares.
D) a altura do pico mais alto do mundo, o Monte Everest, que é 8848 metros.
E) a distância do planeta Terra à Lua, que é muito maior que todas as
alternativas anteriores.
PROBLEMAS – NÍVEL 2
42
8
3 5 x 6
A) 7 B) 3 C) 5 D) 4 E) 6
9
Sociedade Brasileira de Matemática
10
Sociedade Brasileira de Matemática
D C
F
A B E
11
Sociedade Brasileira de Matemática
24. Carlinhos pensa num número ímpar positivo menor do que 100. Pedrinho
se dispõe a descobrir que número é esse fazendo a seguinte pergunta,
quantas vezes forem necessárias: “O número que você pensou é maior,
menor ou igual a x ? ”. Note que x é um número que Pedrinho escolhe.
Quantas perguntas desse tipo Pedrinho poderá ter que fazer até descobrir o
número pensado por Carlinhos?
A) 5 B) 7 C) 15 D) 25 E) 45
PROBLEMAS – NÍVEL 3
12
Sociedade Brasileira de Matemática
A) y = x2 + 5 x + 9 B) y = x2 − 5 x − 9 C) y = − x2 + 5 x − 9
D) y = − x2 − 5 x + 9 E) y = − x2 − 5 x − 9
13
Sociedade Brasileira de Matemática
s C1
C2
C3
11. A função f é definida para todos os pares ordenados (x; y) de inteiros positivos
e tem as seguintes propriedades:
f(x; x) = x, f(x; y) = f(y; x), (x + y)f(x; y) = (2x + y)f(x; x + y).
Qual é o valor de f(21; 12)?
7 4 11 6 1
A) B) C) D) E)
4 7 6 11 2003
14
Sociedade Brasileira de Matemática
19. Dois amigos, Augusto e Eduardo, atravessavam uma ponte onde passava uma
linha férrea.
Quando tinham percorrido dois quintos da ponte, ouviram o barulho de um
trem que se aproximava por trás deles. Apavorados, começaram a correr, cada
um para o seu lado. Tiveram sorte: Augusto, que tinha voltado, conseguiu sair
da ponte no exato instante em que o trem nela ia entrar. Por sua vez, Eduardo,
que continuou para a frente, conseguiu sair da ponte no instante em que o trem
também ia fazê-lo. Refeitos do susto, quando se encontraram, comentaram que
isto só foi possível porque correram a 15 km/h e o trem estava a x km/h. O
valor de x é:
A) 30 B) 45 C) 60 D) 75 E) 90
20. Seja N o menor inteiro positivo que pode ser escrito como a soma de 9, 10 e
11 inteiros positivos consecutivos. A soma dos algarismos de N é igual a:
A) 9 B) 18 C) 22 D) 27 E) 30
32003 + 22003
21. O maior inteiro que não supera é igual a:
32001 + 22001
A) 4 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
22. Seja T = (a, b, c) tal que existe um triângulo ABC cujas medidas dos lados
sejam BC = a, CA = b e AB = c satisfazendo c ≥ b ≥ a > 0 e a + b > c .
Definimos T 2 = (a 2 , b 2 , c 2 ) e T = ( a, b, c) como sendo,
respectivamente, o quadrado e a raiz quadrada do
"triângulo" T. Considere então as afirmativas:
1) O quadrado de um triângulo equilátero é equilátero.
2) O quadrado de um triângulo retângulo não é um triângulo.
3) T 2 é um triângulo se, e somente se, T é acutângulo.
4) T sempre é um triângulo para todo T.
5) Todos os ângulos de T são agudos.
O número de afirmativas verdadeiras é:
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
15
Sociedade Brasileira de Matemática
GABARITO
NÍVEL 1 (5a. e 6a. séries)
1) D 6) C 11) C 16) B
2) C 7) C 12) D 17) D
3) A 8) C 13) B 18) D
4) E 9) B 14) C 19) B
5) A 10) E 15) C 20) D
16
Sociedade Brasileira de Matemática
02. Quantos números inteiros maiores do que 20032 e menores do que 20042 são
múltiplos de 100?
04. Um estudante, com muito tempo livre e muita curiosidade, resolveu fazer o
seguinte: a cada minuto, ao mudar o horário em seu relógio digital, marcava em
seu caderno um X para cada algarismo que aparecia no visor. Assim, se seu
relógio mostrava ele marcava X e quando seu relógio mostrou ele
marcou XX. Começou a fazer isso quando seu relógio mostrava e parou
quase doze horas depois, quando o relógio mostrava .
Calcule a metade da quantidade de X que ele marcou em seu caderno.
05. A grande atração do OBM Parque é uma roda gigante (a figura mostra uma
roda gigante similar, porém com um número menor de cabines). As cabines são
numeradas com 1, 2, 3,…, no sentido horário. Quando a cabine 25 está na posição
mais baixa da roda-gigante, a de número 8 está na posição mais alta. Quantas
cabines tem a roda-gigante?
17
Sociedade Brasileira de Matemática
06. Anos bissextos são múltiplos de 4, exceto aqueles que são múltiplos de 100
mas não de 400. Quantos anos bissextos houve desde a Proclamação da República,
em 1889, até hoje?
07. Em um dado comum a soma dos pontos sobre faces opostas é sempre 7. Beatriz
construiu uma torre com 4 dados comuns iguais, colando as faces como mostrado
na figura. Qual é o menor número de pontos que Beatriz pode obter somando
todos os pontos das dezoito faces da superfície da torre?
45
× a3
3bcd
Calcule b + c + d.
09. A média de cinco inteiros positivos diferentes é 11. Determine o maior valor
possível para o maior dos cinco inteiros.
18
Sociedade Brasileira de Matemática
10. Nove peças diferentes de dominó estão sobre uma mesa, parcialmente cobertos
por um pedaço de papel. Os dominós se tocam de modo que 1 ponto é vizinho a 1
ponto, 2 pontos são vizinhos a 2 pontos, etc. Qual o total de pontos escondidos
pelo papel?
PROBLEMA 1
Quais números inteiros positivos menores que 120 podem ser escritos como soma
de duas ou mais potências distintas de base 3 e exponente positivo? Por exemplo,
12 = 32 +31 é um número deste tipo mas 18 = 32 + 32 não é.
PROBLEMA 2
No desenho ao lado, o quadrado
ABCD tem área de 64 cm2 e o
quadrado FHIJ tem área de 36 cm2.
Os vértices A, D, E, H e I dos três
quadrados pertencem a uma mesma
reta. Calcule a área do quadrado
BEFG.
19
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Considere o produto de todos os divisores positivos de um número inteiro
positivo, diferentes desse número. Dizemos que o número é poderoso se o produto
desses divisores for igual ao quadrado do número. Por exemplo, o número 12 é
poderoso, pois seus divisores positivos menores do que ele são 1, 2, 3, 4 e 6 e
1 ⋅ 2 ⋅ 3 ⋅ 4 ⋅ 6 = 144 = 122 . Apresente todos os números poderosos menores do que
100.
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1
No desenho ao lado, o quadrado
ABCD tem área de 30 cm2 e o
quadrado FHIJ tem área de 20 cm2.
Os vértices A, D, E, H e I dos três
quadrados pertencem a uma mesma
reta. Calcule a área do quadrado
BEFG.
PROBLEMA 2
Dados os números inteiros de 1 a 26, escolha 13 dentre eles de forma que:
1) O número 4 está entre os números escolhidos.
2) Nenhum número escolhido é divisor de outro número escolhido.
PROBLEMA 3
Uma folha retangular ABCD de área 1000 cm2
foi dobrada ao meio e em seguida desdobrada
(segmento MN); foi dobrada e desdobrada
novamente (segmento MC) e finalmente,
dobrada e desdobrada segundo a diagonal BD.
Calcule a área do pedaço de papel limitado
pelos três vincos (região escura no desenho).
20
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
Veja o problema No. 3 do Nível 1 – Parte B.
PROBLEMA 5
Seja f : #*+ → #*+ , uma função tal que f ( x ) f ( y ) − f ( xy ) = x + y , quaisquer
y x
que sejam os reais não nulos x e y .
(a) Calcule f(1)
(b) Encontre uma fórmula para f(x)
PROBLEMA 6
Dizemos que um número N de quatro algarismos é biquadrado quando é igual à
soma dos quadrados de dois números: um é formado pelos dois primeiros
algarismos de N, na ordem em que aparecem em N e o outro, pelos dois últimos
algarismos de N, também na ordem em que aparecem em N.
Por exemplo, 1233 é biquadrado pois 1233 = 122 + 332. Encontre um outro
número biquadrado.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1
No triângulo ABC, M é o ponto médio do lado AC, D é um ponto sobre o lado BC
tal que AD é bissetriz do ângulo BÂC e P é o ponto de interseção de AD e BM.
Sabendo que a área de ABC é 100, AB = 10 e AC = 30, calcule a área do triângulo
APB.
PROBLEMA 2
Veja o problema No. 6 do Nível 2
PROBLEMA 3
Entre 15 números reais distintos, o menor deles igual a 1, não há três que podem
ser lados de um triângulo. Quais valores o maior dos 15 números pode assumir?
PROBLEMA 4
O triângulo ABC é retângulo em A. Dentre os pontos P pertencentes ao perímetro
do triângulo, encontre aquele que minimiza a soma AP + BP + CP.
21
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Um quadrado de lado 3 é dividido em 9 quadrados de lado unitário, formando um
quadriculado. Cada quadrado unitário é pintado de azul ou vermelho. Cada cor
1
tem probabilidade de ser escolhida e a cor de cada quadrado é escolhida
2
independentemente das demais. Qual a probabilidade de obtermos, após
colorirmos todos os quadrados unitários, um quadrado de lado 2 pintado
inteiramente de uma mesma cor?
PROBLEMA 6
Calcule a soma
2k +1
" + 32 + 1
n +1
n
21 22 23 24
∑3 2k
+1
= + + +
31 + 1 32 + 1 34 + 1 38 + 1
+ 2n
k =0
Problema 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Resposta 98 40 17 66 34 27 58 15 45 22
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Os triângulos ABE e EHF são retângulos em A e H, respectivamente; a medida do
ângulo BÊF é de 90o; se a medida do ângulo HÊF é x, então a medida dos ângulos
ˆ e AÊB é 90o – x e, conseqüentemente, a medida do ângulo ABE
EFH ˆ é x; como
BE = EF (são lados do mesmo quadrado), então os triângulos mencionados são
congruentes (pelo caso ALA de congruência de triângulos). Utilizando o teorema
de Pitágoras, podemos escrever BE 2 = AB 2 + AE 2 , o que mostra que a área do
quadrado BEFG é a soma das áreas dos quadrados ABCD e FHIJ, ou seja, 64 + 36
= 100 cm2.
22
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Os divisores positivos de um número inteiro N são d 1 , d 2 , d 3 , , d k , tais que
1 = d1 ≤ d 2 ≤ d 3 ≤
≤ dk = N e podemos observar que
1 ⋅ N = d 2 ⋅ d k −1 = d 3 ⋅ d k − 2 etc. Por exemplo, os divisores positivos de 12 são
1, 2, 3, 4, 6 e 12, de forma que 1×12 = 2×6 = 3×4. Note que ao excluir os divisores
1 e 12, restam 2, 3, 4 e 6, cujo produto é 2×3×4×6 = (2×6)×(3×4) = 12×12 = 122.
2 5 = 32
2 2 ⋅ 3 = 12
3 2 ⋅ 2 = 18
2 2 ⋅ 5 = 20
3 2 ⋅ 5 = 45 52 ⋅ 2 = 50
2 2 ⋅ 7 = 28 7 2 ⋅ 2 = 98
3 2 ⋅ 7 = 63 52 ⋅ 3 = 75
2 ⋅ 11 = 44
2
3 2 ⋅ 11 = 99
2 2 ⋅ 13 = 52
2 2 ⋅ 17 = 68
2 2 ⋅ 19 = 76
2 2 ⋅ 23 = 92
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Os triângulos ABE e EHF são retângulos G
em A e H, respectivamente; a medida do
ângulo BEFˆ é de 90°; se a medida do C B
23
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Todo número inteiro positivo n pode ser escrito na forma 2a ⋅ b, a ≥ 0, b > 0 e b
ímpar (chamamos b de parte ímpar de n). Considere dois números com a mesma
parte ímpar: n1 = 2a1 ⋅ b e n2 = 2a2 ⋅ b . Supondo, sem perda da generalidade, que se
a1 < a2 , então teremos que n1 é divisor de n2 .
Assim, como de 1 a 26 temos 13 partes ímpares possíveis, a saber: 1, 3, 5, 7, 9, 11,
13, 15, 17, 19, 21, 23 e 25, cada um dos números deve ter uma parte ímpar
diferente. Mais ainda, considerando que 1 divide todos os números inteiros, o
número com parte ímpar 1 é o que deve ter maior a.
Porém 4 = 22 ⋅ 1 e está entre os números escolhidos, logo para os demais números
escolhidos devemos ter a = 0 ou a = 1. E podemos determinar todas as escolhas
possíveis:
• 3 é divisor de 9; 15 e 21. Logo 2 ⋅ 3 = 6,9,15 e 21 devem estar na nossa
escolha.
• 5 é divisor de 15 e 25. Logo 2 ⋅ 5 = 10 e 25 devem estar na nossa escolha.
• 7 é divisor de 21. Logo 2 ⋅ 7 = 14 deve estar na nossa escolha.
• Com parte ímpar 11 podemos escolher 11 ou 22 e com parte ímpar 13, 13 ou
26. As demais escolhas são 17, 19 e 23.
Portanto as escolhas possíveis são (ordenadas segundo a parte ímpar):
4; 6; 10; 14; 9; 11 ou 22; 13 ou 26; 15; 17; 19; 21; 23; 25.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Vamos usar a notação [X] para denotar a área do polígono X.
A M B
E F
P
D N C
Sejam E e F os pontos de interseção como mostrados na figura. Sejam AB = 2a e
BC = 2b. Então AM = MB = DN = NC = a e ME = EN = b. Trace AN e seja P o
24
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Veja a solução do problema No. 3 do Nível 1 – Parte B.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
(a) Fazendo x = y = 1, obtemos [ f (1)]2 − f (1) = 2, donde, resolvendo a
equação, obtemos
f(1) = 2 ou f(1) = – 1. Este último valor não serve, pois o contra-domínio da
função é o conjunto dos números reais estritamente positivos. Portanto, f(1) = 2.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Vamos separar o número de quatro dígitos em duas partes: os dois primeiros
dígitos, da esquerda para a direita, formam o número x e os dois restantes formam
o número y.
Então a propriedade significa que 100x + y = x 2 + y 2 . Esta igualdade pode ser
considerada uma equação do segundo grau em x: x2 −100x + y2 − y = 0. (3)
Resolvendo encontramos x = 50 ± 2500 − ( y 2 − y ). (4)
25
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
A
αα
B D C
As alturas que passam por B dos triângulos ABC e ABM são iguais a distância d
de B à reta AC, logo
AM ⋅ d
área ABM 2 AM 1 1 1
= = = ⇒ área ABM = área ABC = ⋅ 100 = 50.
área ABC AC ⋅ d AC 2 2 2
2
área ABP BP
Analogamente, = . Pelo Teorema das Bissetrizes,
área ABM BM
BP AB 10 2 3
= = = ⇒ PM = BP
PM AM 15 3 2
Logo
área ABP BP BP BP BP 2 2 2
= = = = = ⇒ área ABP = área ABM = ⋅ 50 = 20.
área ABM BM BP + PM BP + 3 BP 5 BP 5 5 5
2 2
26
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Veja a solução do problema No. 6 do Nível 2.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Sejam a, b, c reais positivos tais que a ≤ b ≤ c . Esses números são medidas dos
lados de um triângulo se, e somente se, c < a + b . Ou seja, não são se, e somente
se, c ≥ a + b.
Assim, sendo 1 = x1 < x2 < x3 < x4 < ... < x15 os números dados, devemos ter:
x3 ≥ x2 + x1
x4 ≥ x3 + x2
#
x15 ≥ x14 + x13
De fato, esse sistema de desigualdades equivale a não haver três que podem ser
lado de um triângulo. Observe que se, i < j < k , xk < x j + xi , então xk < xk −1 + xk − 2 .
Considere a seqüência de Fibonacci ( F0 = 0, F1 = 1 e Fn +2 = Fn +1 + Fn , n ≥ 0),
x3 ≥ x2 + x1 ;
x4 ≥ x3 + x2 ≥ x2 + x1 + x2 = 2 x2 + x1 ;
x5 ≥ x4 + x3 ≥ 2 x2 + x1 + x2 + x1 = 3 x2 + 2 x1 ;
x6 ≥ x5 + x4 ≥ 3x2 + 2 x1 + 2 x2 + x1 = 5 x2 + 3x1 ;
parece que xn ≥ Fn −1 x2 + Fn −2 x1 e, com efeito,
xk + 2 ≥ xk +1 + xk ≥ Fk ⋅ x2 + Fk −1 ⋅ x1 + Fk −1 ⋅ x2 + Fk −2 ⋅ x1 =
Fk +1 ⋅ x2 + Fk ⋅ x1
Portanto, sendo x2 = 1 + ξ , ξ > 0,
x15 ≥ F14 ⋅ x2 + F13 ⋅ x1 = 377 ⋅ (1 + ξ ) + 233 ⋅ 1 = 610 + 377ξ .
Como podemos tornar ξ tão pequeno quanto queiramos, o maior dos 15 números
pode assumir qualquer valor real maior do que 610.
27
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Sejam a, b, c as medidas dos segmentos BC, AC e AB, C
respectivamente.
Consideraremos separadamente os casos em que P está
em AC, em AB e em BC.
Se P está em AC, então AP + CP = b. Então, minimizar a
AP + BP + CP reduz-se a minimizar BP. Isso ocorre
b
quando P coincide com A, pois a menor distância entre
um ponto e uma reta é determinada pelo pé da
perpendicular traçada a partir desse ponto.
Nesse caso o valor mínimo de AP + BP + CP é b + c.
O caso em que P está em AB é inteiramente análogo. A c B
Suponha, agora, que P está em BC. Etão BP + CP = a,
ou seja, minimizar AP + BP + CP reduz-se a
minimizar AP.
28
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
O quadrado de lado 2 pode ser
ou ou ou
7
1
Probabilidade 2 ⋅
2
ou
ou ou
6
1
Probabilidade 2 ⋅
2
ou
29
Sociedade Brasileira de Matemática
ou ou
8
1
Probabilidade 2 ⋅
2
ou
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Analisando casos pequenos:
21 2 2 21
= = 1 − = 1 −
31 + 1 4 4 31 + 1
1 2
2 2 36 4 22
+ = = 1 − = 1 −
31 + 1 32 + 1 40 40 (31 + 1) ⋅ (32 + 1)
21 22 23 3272 8 23
+ + = = 1 − = 1 −
31 + 1 32 + 1 34 + 1 3280 3280 (31 + 1) ⋅ (32 + 1) ⋅ (34 + 1)
(Observe que não compensaria simplificar as frações. Isso é comum quando
queremos descobrir um padrão.)
Parece então, que podemos conjecturar que
n
2k +1 2n+1
∑k =0 3
2k
+1
= 1 − n
(31 + 1) ⋅ (32 + 1)(34 + 1)...(32 + 1)
Simplificando um pouco essa expressão antes de tentar demonstrá-la.
30
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31 − 1
n+1
(32 − 1)(32 + 1)(34 + 1)...(32 + 1) (34 − 1)(34 + 1)...(32 + 1) 32 − 1
n n
= = ... = .
2 2 2
n
2k +1 2n+1 2 n+ 2
Ou seja, ∑ 2 k = 1 − 2n+1 = 1 − 2n+1
k =0 3 +1 3 −1 3 −1
2
Podemos agora demonstrar nossa conjuectura pelo uso direto do Princípio da
Indução Finita ou considerando que, se descobrirmos f(k) tal que
2k +1
k
= f (k + 1) − f (k ),
32 + 1
n
2k +1 n
∑k =0 3
2k
= ∑[ f (k + 1) − f (k )] =
+ 1 k =0
f (k + 1) − f (k ) = − k +1
+ = = =
32 − 1 32 − 1 (32 + 1)(32 − 1) (32 + 1)(32 − 1) 32 + 1
k k k k k k
Portanto
n
2k +1 −2n + 2 −21 n
2k +1 2n +2
∑3
k =0
2 k
+1
= f (n + 1) − f (0) =
32
n+1
− 20
−1 3 −1
⇔ ∑ 2k
k =0 3 +1
=1 − 2n+1
3 −1
.
31
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
PROBLEMA 1:
Quantos inteiros positivos menores que 1000 têm a soma de seus algarismos igual
a 7?
PROBLEMA 2:
Considere as seqüências de inteiros positivos tais que cada termo mais a soma dos
seus algarismos é igual ao termo seguinte. Por exemplo: 6, 12, 15, 21, 24, 30, 33,
39 é uma seqüência nessas condições.
Escreva a maior seqüência cujo último termo é 103 e que satisfaz tais condições.
Observação: maior seqüência é aquela com o maior número de termos.
PROBLEMA 3:
Os números 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64,… são potências de 2.
Deseja-se dividir um quadrado de lado 2003 em outros quadrados cujos lados são
potências de 2. Mostre uma maneira de se fazer a divisão e obter 6364 quadrados
cujos lados são potências de 2.
PROBLEMA 4:
a) Dois quadrados estão posicionados de modo que o centro do primeiro é vértice
do segundo, como mostra a figura abaixo.
Se o lado do primeiro quadrado mede 12cm, quanto mede a área comum aos dois
quadrados?
32
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5:
Queremos construir o perímetro de um retângulo utilizando 2003 varetas cujas
medidas são inteiros positivos. Para isso às vezes teremos de quebrar algumas
delas, mas todas as varetas e pedaços de varetas devem ser utilizados na
construção do retângulo.
a) Mostre que com uma única quebra nem sempre é possível construir o
retângulo.
b) Mostre que com duas quebras sempre é possível construir o retângulo.
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1:
Num tabuleiro 2 × 2, como o mostrado a seguir, escreveremos números inteiros de
1 a 9 obedecendo à seguinte regra: A > B, C > D, A > C e B > D.
A B
C D
PROBLEMA 2:
Determine o menor número primo positivo que divide x2 + 5x + 23 para algum
inteiro x.
33
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PROBLEMA 3:
O triângulo ABC está inscrito na circunferência S e AB < AC. A reta que contém A
e é perpendicular a BC encontra S em P (P ≠ A). O ponto X situa-se sobre o
segmento AC e a reta BX intersecta S em Q (Q ≠ B).
Mostre que BX = CX se, e somente se, PQ é um diâmetro de S.
PROBLEMA 4:
Mostre que x 2 + 4 y 2 − 4 xy + 2 x − 4 y + 2 > 0, quaisquer que sejam os reais x e y.
PROBLEMA 5:
São dados: uma circunferência K e um ponto A interior, fixo, distinto do centro.
Determine os pontos B, C e D sobre a circunferência de forma que a área do
quadrilátero ABCD seja a maior possível.
PROBLEMA 6:
Há N cidades na Tumbólia. Cada duas cidades desse país são ligadas por uma
rodovia ou uma ferrovia, não existindo nenhum par de cidades ligadas por ambos
os meios.
Um turista deseja viajar por toda a Tumbólia, visitando cada cidade exatamente
uma vez, e retornar a cidade onde ele começou sua jornada.
Prove que é possível escolher a ordem na qual as cidades serão visitadas de modo
que o turista mude o meio de transporte no máximo uma vez.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 2:
Seja S um conjunto de n elementos. Determine o menor inteiro positivo k com a
seguinte propriedade: dados quaisquer k subconjuntos distintos A1 , A2 ,..., Ak de S,
existe uma escolha adequada dos sinais + e – de modo que
±
* * *
± ± + −
S = A1 A2 ... Ak , onde Ai = Ai e Ai = S − Ai é o complementar de Ai em
relação a S.
PROBLEMA 3:
Seja ABCD um losango. Sejam E, F, G e H pontos sobre os lados AB, BC, CD e
DA, respectivamente, e tais que as retas EF e GH são tangentes à circunferência
inscrita no losango.
Prove que as retas EH e FG são paralelas.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5:
Suponha que f : (0, +∞) → 5 satisfaz:
i) x < y ⇒ f ( x) < f ( y )
2 xy f ( x ) + f ( y )
ii) f ≥ , para todo x, y ∈ (0, +∞).
x+ y 2
Prove que existe x0 ∈ (0, +∞) tal que f ( x0 ) < 0.
PROBLEMA 6:
Um grafo cujo conjunto de vértices V tem n elementos é bacana se existir um
conjunto D ⊂ 1 e uma função injetiva f : V → 1, n 2 4 ∩ 1 tal que os vértices p
e q são ligados por uma aresta se e somente se f ( p ) − f ( q) ∈ D.
Mostre que existe n0 ∈ 1 tal que para todo n ≥ n0 existem grafos com n vértices
que não são bacanas.
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
35
Sociedade Brasileira de Matemática
Apenas de 601 a 700 que não ocorre isso, pois fica incluído o 700 também, sendo
portanto 3 números. (601, 610 e 700).
Resposta: Somando todos esses resultados 36 números até 1000 têm a soma de
seus algarismos igual a 7.
92 82 68 61 53
103
91 77 70 62 49 38 28 23 16 8 4 2 1
101
100
86
36
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A B
C
D
S
r
Pois se a reta S divide o quadrado em duas partes iguais, basta o triângulo ABO e o
triângulo CDO serem iguais.
Como os ângulos OCD l e OBA l são iguais, e AOBl e COD l são iguais, O lAB e
l também são iguais. Como OC = OB então os triângulos ABO e CDO, por
ODC
l = AOB
possuírem 3 ângulos iguais (COD l , OCD
l = OBA
l e ODC l = O lAB ) e o lado
igual (OC = OB ) são triângulos iguais.
37
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1
b) As áreas rabiscadas são conhecidas (cada uma tem da área do quadrado na
4
qual está, diferente de PQRS)
N
T
X W
P A Q
G C
B
M H
Z I
O Q
S
J K P
DE L
R
U F Y
1 1 1 1
⋅ 4 cm 2 + ⋅ 12 cm 2 + ⋅ 4 cm 2 + ⋅ 12 cm 2 + 40 cm 2 =
4 4 4 4
= 4 cm + 36 cm + 4 cm + 36 cm + 40 cm 2 = 120 cm 2 .
2 2 2 2
38
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SOLUÇÕES – NÍVEL 2
39
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9!
Finalmente concluímos que existem 84 = tabuleiros diferentes nos
(9 − 3)!⋅ 3!
quais A > B; C > D; A > C; B > D; B = C.
a) Como não podemos definir relação entre B e C, vamos analisar três casos:
1. B > C → A > B > C > D
2. B < C → A > C > B > D
3. B = C → A > B = C > D
Para o caso 1, temos que escolher 4 números distintos de 1 a 9 e pô-los em ordem
já descrita A é o maior, o segundo maior é B e D é o menor), seguindo o raciocínio
do quesito "a" temos 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 possibilidades de escolha sendo que os mesmos 4
números se repetem em 24 escolhas ou 4!.
Nós só utilizamos a; b; c; d uma vez, mas eles ocorrem 24 vezes, apenas alterando
a ordem, logo as possibilidades se reduzem:
9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 3024 9!
= = 126 =
24 24 (9 − 4)!⋅ 4!
O caso 2 terá tantas possibilidades quanto o caso 1, apenas trocando B por C e o
caso 3 já foi estudado no quesito "a". Assim, o total de tabuleiros é:
126 + 126 + 84 = 336.
40
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se x ≡ 1 → 1 − 2 + 2 ≡ 1 ; se x ≡ 2 → 4 − 4 + 2 ≡ 2 ;
se x ≡ 0 → 0 − 0 + 2 ≡ 2 ; se x ≡ 3 → 2 − 6 + 2 ≡ 5 ; se x ≡ 4 → 2 − 1 + 2 ≡ 3 ;
se x ≡ 5 → 4 − 3 + 2 ≡ 3 ; se x ≡ 6 → 1 − 5 + 2 ≡ 5 .
Logo p não é 7.
• Vamos analisar x 2 + 5 x + 23 módulo 11.
Temos: x 2 + 5 x + 1 ≡ 0 para ser divisível por 11.
se x ≡ 1 → 1 + 5 + 1 ≡ 7 ; se x ≡ 3 → 9 + 4 + 1 ≡ 3 ;
se x ≡ 5 → 3 + 3 + 1 ≡ 7 ; se x ≡ 2 → 4 + 10 + 1 ≡ 4 ; se x ≡ 4 → 5 + 9 + 1 ≡ 4 ;
se x ≡ 6 → 3 + 8 + 1 ≡ 11 ; se x ≡ 7 → 5 + 2 + 1 ≡ 8 ; se x ≡ 9 → 4 + 1 + 1 ≡ 6 ;
se x ≡ 0 → 0 + 0 + 1 ≡ 1 ; se x ≡ 8 → 9 + 7 + 1 ≡ 6 ; se x ≡ 10 → 1 + 6 + 1 ≡ 8 .
Logo p não é 11.
• Vamos analisar x 2 + 5 x + 23 módulo 13.
Temos: x 2 + 5 x − 3 ≡ 0 para ser divisível por 13.
se x ≡ 1 → 1 + 5 − 3 ≡ 3 ; se x ≡ 5 → 12 + 12 − 3 ≡ 8 ;
se x ≡ 9 → 3 + 6 − 3 ≡ 6 ; se x ≡ 2 → 4 + 10 − 3 ≡ 11 ; se x ≡ 6 → 10 + 4 − 3 ≡ 11 ;
se x ≡ 10 → 9 + 11 − 3 ≡ 4 ; se x ≡ 3 → 9 + 2 − 3 ≡ 8 ; se x ≡ 7 → 10 + 9 − 3 ≡ 3 ;
se x ≡ 11 → 4 + 3 − 3 ≡ 4 ; se x ≡ 4 → 3 + 7 − 3 ≡ 7 ; se x ≡ 8 → 12 + 1 − 3 ≡ 10 ;
se x ≡ 12 → 1 + 8 − 3 ≡ 6 , se x ≡ 0 → 0 + 0 − 3 ≡ 10
Logo p não é 13.
Chegamos até agora que p não é 2,3,5,7,11,13.
Então, p é no mínimo 17, e 17 divide x 2 + 5 x + 23 quando
x ≡ −2 : ( −2) 2 + 5( −2) + 23 = 17.
Logo o menor primo que divide x 2 + 5 x + 23 para algum x inteiro é 17.
41
Sociedade Brasileira de Matemática
A
Q
90 – α
X
B α
α
90 – α C
b) PQ é um diâmetro de S ⇒ BX = CX .
Se l = α , P lAC = PBC
ACB l = 90° − α . Mas PQ é diâmetro, donde
l l l
PBQ = 90° ⇒ 90° − α + QBC = 90° ⇒ QBC = α ⇒ ∆BXC é isósceles
⇒ BX = XC.
A figura poderia ser um pouco diferente:
A α
180° – 2α – β
P X
2α
180° – α – β 180° – 2α
β
α α
B C
42
Sociedade Brasileira de Matemática
= α ⇒ ∆BCX é isósceles ⇒ BX = CX .
A figura pode ainda ficar da seguinte forma:
A α
180°– β –α – γ
X
2α
β
α α=γ
T B
C
l = α e X BA
a) Seja X BC l = β . Seja T a interseção entre as retas BC e AP. Temos
x2 −2⋅x⋅2 y +(2 y )2
( x − 2 y ) 2 + (2 x − 4 y ) + 1 + 1 = ( x − 2 y ) 2 + 2( x − 2 y ) + 2 = [( x − 2 y ) + 1]2 + 1
43
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
PROBLEMA 2:
ADAPTADA DA SOLUÇÃO DE MURILO VASCONCELOS DE ANDRADE (MACEIÓ - AL)
Vamos mostrar que kn = log 2 n + 1 , ou seja, se 2k ≤ n < 2k +1 então kn = k + 1 ,
por indução em k. Primeiro vamos ver que kn ≤ k + 1. De fato, k1 = 1 e, dado n.
n n
Sejam dados conjuntos A1 , A2 ,..., Ak +1 ⊂ S . Como # Ak++1 ≥ ou # Ak−+1 ≥ ,
2 2
n n
pois Ak−+1 ∪ Ak++1 = S , segue que # ( S \ Ak++1 ) ≤ < 2k ou # ( S \ Ak−+1 ) ≤ < 2k .
2 2
Supondo sem perda de generalidade que # ( S \ Ak +1 ) < 2 , por hipótese de indução,
+ k
44
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S \ Ak +1 = i i 2± ∪ ... ∪ A
i k± , para alguma escolha dos sinais + e – , donde
±
A1 ∪ A
S = A1± ∪ A2± ∪ ... ∪ A2± ∪ Ak++1 , para a mesma escolha dos k primeiros sinais.
Por outro lado, se n ≥ 2k e, para 1 ≤ i ≤ k ,
k −1
Ai = ∑ σ j ⋅ 2 j σ j ∈ {0,1}, ∀j < k e σ i −1 = 1 ⊂ {0,1,..., n − 1} é o conjunto dos
j =0
k
naturais menores que 2 cujo (i – 1)-ésimo algarismo binário é igual a 1,
A1* ∩ A2* ∩ ... ∩ Ak* é não vazio para qualquer escolha dos sinais, donde
A1± ∪ A2± ∪ ... ∪ Ak± ≠ S = {0,1,..., n − 1} , para qualquer escolha dos sinais. Isso
mostra que kn > k , e portanto kn > k .
\
CF CG
ainda, AH ⋅ CG = CF ⋅ AE = K ∈ constante; o que implica o resultado, pois os
triângulos AEH e CGF são semelhantes, e logo EH é paralelo a FG.
A Sendo I, J, K, L, P, P' os pontos de encontro
da circunferência inscrita com AD, DC, CB,
θ θ
I L AB, EF e GH respectivamente temos:
E H
l
I l = EOP
OE l = I OP (pois EI e EP são
O
D
P θ θ P' B 2
tangentes comuns à circunferência)
l
F G J l = FOP
OF l = J OP
J
θ θ
K 2
l l l l + F OP
I OJ = J OP + I OP = 2( POE l )=
C
l = D lAB = 2θ ⇒
l ) = 180° − I DF
2( EOF
l =θ,
⇒ EOF
l =θ.
analogamente temos: H OG
Destacando o triângulo ABC temos:
45
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l = X , temos:
Fazendo BOG
A
l = 90° − X
AHO
θ l = 90° − θ + X
AOH
d OGC l
l = 90° − θ + X = AOH
2 90°– X
H
COG l
l = 90° − X = AHO
90°– θ + X l = O AH
OCG l
O θ–X
θ
X
B Logo ∆AOH ~ ∆CGO e
AH AO d2
⇒ AH ⋅ CG = AO ⋅ CO = ( AO ) =
2
90°– X = .
d CO CG 4
90°– θ + X
2 G Analogamente, temos
d2 AC
θ AE ⋅ CF = , constante pois d = é
4 2
C constante.
F
que maximizam a área de ABCD (obviamente, ABCD é convexo). Então C é
ponto médio de BD : caso não fosse, considere M, ponto médio de BD . Então F
F HJJG HJJG
S ( ABMD ) = S ( ABD ) + S ( BMD ) > S ( ABD ) + S ( BCD ) = S ( ABCD ), pois, como M
é médio de BD , d ( M , BD) > d (C , BD) . Como ∆BMD e ∆BCD têm a mesma
HJJG
base, S ( BMD ) > S ( BCD ). Considere agora { A '} = (Γ ∩ AC )\{C}. Pelo mesmo
HJJG
argumento, B e D são pontos médios dos seus respectivos arcos A ' C.
HJJJGG HJJG
Em particular, isso implica que BD é a mediatriz de A ' C ⇒ O ∈ BD
F (em
HJJG C é médio de BD , e O é
particular, O é ponto médio de BD ). Além disso, como
médio de BD , CO ⊥ BD. Mas A ' C ⊥ BD , pois BD é mediatriz de A ' C . Em
JJJG
particular, AC ⊥ BD . Mas OC ⊥ BD ⇒ O, A, C são colineares.
Construção: Trace a semi-reta AO : ela intersecta Γ em C (pois o polígono deve
ser convexo com A, O, C colineares, logo esta é a única possível posição de C).
Como BD é ortogonal a AC em O, a perpendicular a AC por O determina B e D
- estes B e D são os que maximizam a área do quadrilátero #ABCD.
46
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1 1
f + f
1 1 2 x y defina agora
Em (iii) troque x por e y por ⇒ f ≥
x y x+ y 2
1
g ( x) = f ⇒
x
i) x < y ⇒ g ( x) > g ( y )
x + y g ( x) + g ( y)
ii) g ≥
2 2
x+ y g (2 z − y ) + g ( y )
Fazendo z = ⇒ g ( z) ≥
2 2
47
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48
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PROBLEMA 1
Seja X ⊆ 5 3 o poliedro convexo cujos vértices são todos os pontos ( x, y , z) ∈ =3
com x 2 + y 2 + z 2 = 2. Calcule o volume de X.
PROBLEMA 2
O tenista Berrando Gemigemi tem 30 dias para preparar-se para um torneio. Se ele
treina 3 dias seguidos ele tem fadiga muscular. Ele, então, decide que, durante
esses 30 dias, irá treinar 20 dias, sem nunca treinar 3 dias seguidos, e descansar
nos outros 10 dias. De quantas maneiras diferentes ele pode escolher os 10 dias de
descanso?
PROBLEMA 3
Sejam A e B matrizes reais n × n inversíveis. Mostre que se vale a condição
( AB) k = Ak B k para três valores inteiros consecutivos de k então AB = BA.
PROBLEMA 4
1 1 1 π2
Sabemos que ∑k
k >0
2
=1+ +
22 32
+ ... =
6
. Defina
1 1 1
f (n) = ∑ 2 = 1 + 2 + ... + 2 .
0< k ≤ n k 2 n
Prove que existe um número real a > 0 tal que existe o limite:
π2 a 2
lim f (n ) − + ⋅n .
n →∞
6 n
Calcule a e este limite.
PROBLEMA 5
Sejam a e n inteiros, n > 1, mdc(a, n) = 1.
Prove que o polinômio (1 n ) (( X + a ) n − X n − a ) tem todos os coeficientes
inteiros se e somente se n é primo.
49
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PROBLEMA 6
Defina a1 = 3, an +1 = an2 − 2.
log log an
Prove que lim = log 2 e calcule lim ( log log an − n log 2).
n →∞ n n →∞
O volume do cubo é 23 = 8.
Cada pirâmide tem base de área 1/2 e altura 1 logo tem volume igual a 1/6.
8 20
Assim o volume do sólido é igual a 8 − =
6 3
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Podemos dividir os 30 dias em 10 blocos de três dias.
É claro que ele deverá descansar em exatamente um dia por bloco.
Se alguma vez ele descansa no dia central de um bloco depois disso ele não poderá
descansar no último dia de um bloco; analogamente, se alguma vez ele descansa
no primeiro dia de um bloco ele deverá descansar no primeiro dia de todos os
blocos que vierem depois. Assim, ele deve descansar no último dia nos primeiros
50
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Suponha que ( AB) k = Ak B k , ( AB) k +1 = Ak +1 B k +1 e ( AB) k +2 = Ak +2 B k +2 . Temos
então Ak +1 B k +1 = ( AB) k +1 = ( AB )( AB) k = AB Ak B k , e logo (multiplicando à
esquerda por A−1 e à direita por B − k ) obtemos Ak B = BAk .
Analogamente, usando a segunda e a terceira igualdades, obtemos Ak +1 B = BAk +1
Assim temos BAk +1 = Ak +1 B = A ⋅ Ak B = A ⋅ BAk , donde, multiplicando à direita por
A−k , obtemos BA = AB.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
π2 1 1 1
Temos − f (n ) = + + + ...
6 (n + 1) 2
(n + 2) 2
(n + 3) 2
Podemos obter uma boa estimativa para esta soma estimando a área sob o gráfico
1
de y = 2 , x ≥ n , pela regra dos trapézios:
x
y
51
Sociedade Brasileira de Matemática
1 ∞ 1
A área exata é
t∫
n2
dt = .
n
A área obtida pela aproximação, que é ligeiramente maior, é
1 1 1 1 1 1
2+ + + + ... =
2 n ( n + 1) 2 ( n + 1) (n + 2)
2 2 2
1 1 1 1 1 1 π2
= + + + + ... = + − f (n )
2 n 2 ( n + 1)2 ( n + 2 )2 ( n + 3)2 2n 2 6
π2 1 2 1
Donde f ( n) − + n <
6 n 2
Assim a = 1 e, se acreditarmos que esta aproximação é boa, teremos que o limite é
igual a 1/2.
Para demonstrarmos que o erro é realmente pequeno, devemos estimar a diferença
entre as áreas:
1 1 1 n +1 1 1 1 1 1 1 1
⋅ 2 + 2
−∫ = 2+ 2
− = 2 < 4
2 n (n + 1) n t 2
2 n ( n + 1) n(n + 1) 2n ( n + 1) 2
2n
Assim
π2 1 1 1 1 1
0< − f (n ) − + 2 < 4 + + ...
6 n 2n 2n ( n + 1) 4
1 ∞ 1 1 1
< ∫ 4 dt =
2 n −1 t 6 (n − 1)3
e com isso
1 1 n2 π2 1 2 1
− ⋅ < f ( n ) − + n < ,
2 6 ( n − 1) 3 6 n 2
o que confirma que o limite é igual a 1/2.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
n
n
Temos ( X + a)n = ∑ an−k X k . Assim
k =0 k
n −1 n
( X + a)n − X n − a = ∑ a n− k X k + (a n − a).
k =1 k
n n(n − 1)...(n − k + 1)
Se n é primo e 1 ≤ k ≤ n −1, = é múltiplo de n, pois o
k k!
numerador é múltiplo de n mas o denominador não, e, pelo pequeno Teorema de
52
Sociedade Brasileira de Matemática
n
Se n é composto, seja q um fator primo de n. Temos então que
n n(n − 1)...(n − q + 1)
= não é múltiplo de n. De fato, se q k é a maior potência de
q q !
n
q que divide n, a maior potência de q que divide é q k −1 , pois o único fator
q
múltiplo de q no numerador é n e o único fator múltiplo de q em q! = q(q – 1)… .
1
2 . 1 é q. Assim, nesse caso, o coeficiente de X q em (( X + a)n − X n − a ) não é
n
inteiro.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
A recursão é satisfeita por an = α 2 + α −2 para qualquer número real α , de fato,
n n
( ) −2
2 n+1 n+1 n+1 n+1
por indução an +1 = an2 − 2 = α 2 + α −2 = α 2 + 2 + α −2 − 2 = α 2 + α −2 .
n n
1+ 5
Para a seqüência do problema, basta resolver α 2 + α −2 = 3 que tem raiz α = .
2
2n 2n
1 + 5 −1 + 5
Assim an = + . Assim,
2 2
2n
1+ 5 1+ 5
an = + ε (n), onde lim ε ( n ) = 0 donde log an = 2 n ⋅ log + ε 1 (n ),
n→ ∞
2 2
1+ 5
lim ε 1 ( n ) = 0 e log log a n = n log 2 + log log
2 + ε 2 ( n ), n → ∞ ε 2
lim (n ) = 0
n→∞
loglog an 1+ 5
Assim lim = log2 e lim (log log an − n log 2 ) = log log .
n →∞ n →∞
2
n
53
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1:
São dados uma parábola e um ponto A fora dela. Para cada ponto P da parábola,
seja t a tangente à parábola por P e r a reta paralela ao eixo da parábola por P. A
reta perpendicular a t por A corta r em Q. Prove que, ao variar P, o ponto Q
percorre uma hipérbole equilátera.
PROBLEMA 2:
a) Sejam p e q ∈ &[ x ] polinômios primos entre si com coeficientes complexos.
Suponha que existam 4 vetores (a, b) ∈ &2 , dois a dois linearmente
independentes (sobre & ), tais que ap + bq é o quadrado de um polinômio em
&[ x] . Prove que p e q são constantes.
b) Prove que não existem polinômios não constantes r, s, t, u ∈ &[ x ] tais que
PROBLEMA 3:
Seja p > 2 um número primo.
Seja Xp o conjunto de todas as matrizes quadradas A com coeficientes em = ( p) e
{
de ordem 4 para as quais A2 = I : X p = A ∈ ( = ( p) )
4× 4
A2 = I }
Calcule o número de elementos de Xp.
PROBLEMA 4:
Temos um dado de 6 faces, não necessariamente honesto. Jogamos o dado três
vezes e obtemos resultados a, b e c. Prove que P( a = c | a = b) ≥ P( a = c | a ≠ b) e
que vale a igualdade se e somente se o dado é honesto.
54
Sociedade Brasileira de Matemática
1
Um dado é honesto se a probabilidade de cada face é .
6
PROBLEMA 5:
Uma função f : (−1,1) → 5 de classe C ∞ é bacana se existem um inteiro positivo
n e polinômios Pj ∈ 5[ t ], 0 ≤ j ≤ n, com Pn não identicamente nulo tais que
n
∑ P (t ) f
j =0
j
( j)
( t ) = 0, para todo t ∈ ( −1,1). Prove que se f e g são bacanas então
PROBLEMA 6:
Seja A = (aij )1≤i , j ≤n uma matriz tal que aij ∈{0,1}, para quaisquer i, j e
k
99 2 n
{(i, j ) | aij = 1} ≥ ⋅ n . Prove que tr ( Ak ) ≥ , para todo k ≥ 2.
100 2
n
Observação: Se B = (bij )1≤i, j ≤n é uma matriz quadrada então tr ( B) = ∑ bii denota
i =1
o traço de B.
55
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é indeterminado (já que (ai, bi) LVWR p p(a )q' (a) − q (a) p' (a) = 0 e as
soluções podem ser parametrizadas de modo que (a i , bi ) = t ⋅ (q(a),− p (a)) .
Como os (ai, bi) são 2 a 2 LI, os vi’s são 2 a 2 co-primos (porque se a fosse raiz de
vi e de vj, então (ai, bi) e (aj, bj) seriam ambos múltiplos de (q(a), – p(a)).
Além disso, toda raiz de vi é também raiz de h = pq'− qp' . Mais geralmente, se a
tem multiplicidade k como raiz de vi então a é raiz de h com multiplicidade
2k – 1 ≥ k. (pois, para cada n, a n-ésima derivada de n é uma soma de termos do
tipo p ( j ) q ( n − j ) − p ( n − j ) q ( j ) , que se anulam em a se n ≤ 2k − 1).
Vou mostrar agora que h é identicamente nulo, de modo que a derivada de p /q é
zero.
Seja m = grau (p), n = grau (q):
1o caso: m > n:
Cada vi tem grau m/2, exceto possivelmente um que pode ter grau n/2 (se existir
algum ai nulo) e portanto os vi’s contribuem com pelo menos 3m/2 + n/2 raízes de
h.
56
Sociedade Brasileira de Matemática
3m + n
Por outro lado, grau (h) = grau ( pq '− qp ' ) ≤ m + n − 1 < m + n < , onde a
2
última igualdade decorre de m > n. Logo, h )
2o caso: m = n:
Aqui pode ocorrer de algum polinômio aip + biq ter grau menor que n (como os
pares são 2 a 2 LI, isso ocorre no máximo uma vez).
Mas se ai p( x) + bi q ( x ) = Tl ( x ) , onde Tl é de grau l < n, então ai H
1 1
h = pq '− p ' q = [( −bi q + Tl ) q '− ( −bi q '+ T 'l ) q ] = (Tl q '− T 'l q)
ai ai
tem grau l + n – 1.
l n
Por outro lado, os polinômios ai p + bi q estão contribuindo com + 3 raízes de
2 2
l + 3n
h. Como grau (h) ≤ l + n − 1 < l + n ≤ (já que l ≤ n), h é identicamente
2
nulo.
'
p h p( x)
Portanto, = 2 ≡ 0 → = cte . Como p e q são primos entre si, ambos
q q q ( x )
são constantes.
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59
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( p 4 − 1)( p 4 − p 3 )
2 = 2(1 + p + p 2 + p 3 ) p 3 = 2 p 6 + 2 p 5 + 2 p 4 + 2 p3 (2)
( p − 1) 2
( p 4 − 1)( p3 − 1)
Caso (dim E = 2 = dim F ). Novamente pela proposição 3, existem
( p 2 − 1)( p − 1)
escolhas para E. Escolhido E, fazemos um procedimento análogo ao da
demonstração da proposição 3, escolhendo duas retas (r1 , r2 ) fora de E tal que r2
não está no subespaço gerado por r1 e E, para contar as possibilidades de F.
( p 4 − p 2 )( p 4 − p3 )
Resultam escolhas para (r1 , r2 ) de onde resultam para E e F:
( p − 1) 2
( p4 −1)( p3 −1) ( p4 − p2 )( p4 − p3 ) ( p2 −1)( p2 − p) ( p4 −1)( p3 −1) p2 ( p2 −1) p3 ( p −1)
⋅ = 2 ⋅
( p2 −1)( p − 1) ( p − 1)2 ( p −1)2 ( p −1)( p − 1) ( p2 − 1) p( p −1)
p4 ( p2 −1)( p2 +1)( p −1)( p2 + p +1) 4 4 3
= = p ( p + p + 2 p2 + p +1) = p8 + p7 + 2 p6 + p5 + p4 (3)
( p2 −1)( p −1)
Por fim, somando (1) + (2) + (3):
2 + (2 p6 + 2 p5 + 2 p4 + 2 p3 ) + ( p8 + p7 + 2 p6 + p5 + p4 ) = p8 + p7 + 4 p6 + 3p5 + 3p4 + 2 p3 + 2.
60
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Vamos mostrar então que se x1 ,..., xn são reais não-negativos tais que ∑x i = 1,
então
∑ x ≥ (∑ x ) .
3
i
2 2
i (*)
De fato, temos
∑ x = (∑ x ) ⋅ (∑ x ) = ( x
3
i
3
i i
3
1 + ... + xn3 )( x1 + ... + xn ) = ∑ xi4 + ∑ xi3 ⋅ x j ⇒
i≠ j
⇒ (*) ⇔ ∑ x + ∑ x x j ≥ ∑ x + 2∑ ( xi x j ) ⇔ ∑ x x j ≥ 2∑ ( xi x j )2
4
i
3
i
4
i
2 3
i
i< j i≠ j i< j
mas observe que por MA ≥ MG temos
xi3 xj + xi x3j ≥ 2 xi3 xj xi x3j = 2(xi xj )2 ⇒ ∑xi3 xj = ∑(xi3 xj + xi x3j ) ≥∑2(xi xj )2 = 2∑(xi x j )2 ,
i≠ j i< j i< j
como queríamos.
Para haver igualdade, devemos ter xi3 x j = xi x3j , ∀i ≠ j, ou seja,
xi2 = x 2j ⇒ xi = x j , ∀i, j, pois eles são positivos. Mas isso equivale a dizermos que
P( a = c | a = b) = P( a = c | a ≠ b) ⇔ o dado é honesto!
PROBLEMA 5:
SOLUÇÃO ADAPTADA DE CARLOS STEIN NAVES DE BRITO (S.J. DOS CAMPOS – SP)
n m
Suponha que ∑ P (t ) ⋅ f
j
( j)
(t ) = 0 e ∑ Q (t ) g j
( j)
(t ) = 0, para todo t ∈ ( −1,1).
j =0 j =0
n −1 m −1
Então f ( n ) (t ) = ∑ rj (t ) f ( j ) (t ), e g ( m ) (t ) = ∑ s j (t ) g ( j ) (t ), onde
j =0 j =0
61
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\
m ⋅n
combinação linear nula ∑ l (t )( f ⋅ g )
j =0
j
(f)
(t ), com l j (t ) ∈ (t ), ∀j ≤ mn.
( A )ij = ∑ ( A )ir ⋅ arj ≥ ∑ ( A )ir ⋅ arj ≥ 45n − 10n ⋅ 54 ⋅ 53 ⋅ nk −1 > 54 ⋅ 53 ⋅ nk ,
n
k +1 k k
r =1 r∈Z
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AGENDA OLÍMPICA
XXVI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 5 de junho de 2004
Segunda Fase – Sábado, 11 de setembro de 2004
Terceira Fase – Sábado, 16 de outubro de 2004 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 17 de outubro de 2004 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 11 de setembro de 2004
Segunda Fase – Sábado, 16 e Domingo, 17 de outubro de 2004
♦
X OLIMPÍADA DE MAIO
8 de maio de 2004
♦
XV OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
14 a 22 de maio de 2004
Assunção, Paraguai
♦
XLV OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
06 a 18 de julho de 2004
Atenas, Grécia
♦
X OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
23 a 29 de julho de 2004
Skopje, Macedônia
♦
XIX OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
17 a 26 de setembro de 2004
Castellón, Espanha
♦
VI OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
6 de novembro de 2004
♦♦♦
67
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COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Ana Paula Bernardi da Silva (Universidade Católica de Brasília) Brasília – DF
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Gil Cunha Gomes Filho (Colégio ACAE) Volta Redonda – RJ
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Fabiola Rojas Arancibia (UFPB) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Carlos dos Santos Rodrigues (Unespar) Campo Mourão – PR
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos – SP
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Pablo Rodrigo Ganassim (Liceu Terras do Engenho) Piracicaba – SP
Ramón Mendoza (UFPE) Recife – PE
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (INPE) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
68
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
X OLIMPÍADA DE MAIO 3
Enunciados e Resultado Brasileiro
ARTIGOS
PROBLEMAS PROPOSTOS 60
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Você ainda poderá ler três excelentes artigos de Geometria, com os quais
certamente você aprenderá muito. Não se esqueça de que, caso não consiga
entender algum agora (ou mesmo todos, não há problema), vale a pena retornar a
eles depois.
Os editores
2
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X OLIMPÍADA DE MAIO
Enunciados e Resultado Brasileiro
PRIMEIRO NÍVEL
Duração da Prova: 3 horas
PROBLEMA 1
Xavier multiplica quatro dígitos, não necessariamente distintos, e obtém um
número terminado em 7. Determine quanto pode valer a soma dos quatros dígitos
multiplicados por Xavier. Dê todas as possibilidades.
PROBLEMA 2
No interior de um quadrado 11 × 11, Pablo desenhou um
retângulo e prolongando seus lados dividiu o quadrado em
5 retângulos, como mostra a figura.
Sofia fez o mesmo, conseguindo, além disso, que os
comprimentos dos lados dos 5 retângulos fossem números
inteiros entre 1 e 10, todos distintos.
Mostre uma figura como a que Sofia fez.
PROBLEMA 3
Em cada casa de um tabuleiro 5 × 5 está escrito 1 ou 1 1 –1 1 1
– 1. Em cada passo troca-se o número de cada uma das
25 casas pelo resultado da multiplicação dos números 1 1 1 1 1
de todas as suas casas vizinhas. 1 1 1 1 1
Inicialmente se tem o tabuleiro da figura.
Mostre como fica o tabuleiro ao final de 2004 passos. 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1
Observação: Duas casas são vizinhas se tiverem um
lado em comum.
PROBLEMA 4
Em um quadrado ABCD de diagonais AC e BD, chamamos de O o centro do
quadrado. Constrói-se um quadrado PQRS de lados paralelos aos de ABCD com P
no segmento AO, Q no segmento BO, R no segmento CO, S no segmento DO.
Se área (ABCD) = 2·área(PQRS) e M é o ponto médio do lado AB, calcule a
m
medida do ângulo AM P . (Não vale medir.)
3
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Tem-se 90 cartões e em cada um estão escritos dois dígitos distintos: 01, 02, 03,
04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 12, e assim sucessivamente até 98.
Um conjunto de cartões é correto se não contém nenhum cartão que tenha o
primeiro dígito igual ao segundo dígito de outro cartão do conjunto.
Chamamos valor de um conjunto de cartões a soma dos números escritos em cada
cartão.
Por exemplo, os quatros cartões 04, 35, 78 e 98 formam um conjunto correto e seu
valor é 215, pois 04 + 35 + 78 + 98 = 215.
Encontre um conjunto correto que tenha o maior valor possível. Explique por que
é impossível obter um conjunto correto de maior valor.
SEGUNDO NÍVEL
Duração da Prova: 3 horas
PROBLEMA 1
Juliano escreveu cinco números inteiros positivos, não necessariamente distintos,
tais que seu produto seja igual à sua soma. Quais podem ser os números que
Juliano escreveu?
PROBLEMA 2
A mãe de Zezinho quer preparar n pacotes de 3 balas para dar de presente na festa
de aniversário, e para isto comprará balas sortidas de 3 sabores diferentes. Ela
pode comprar qualquer número de balas, mas não pode escolher quantas são de
cada sabor. Ela quer colocar em cada pacote uma bala de cada sabor, e se isto não
for possível usará somente balas de um sabor e todos os pacotes terão 3 balas
desse sabor. Determine o menor número de balas que ela deve comprar para
poder preparar os n pacotes. Explique por que se ela compra menos balas não terá
a certeza de poder preparar os pacotes como ela quer.
PROBLEMA 3
Temos uma mesa de bilhar de 8 metros de comprimento e 2 metros de largura,
com uma única bola no centro. Lançamos a bola em linha reta e, depois de
percorrer 29 metros, ela pára numa esquina da mesa. Quantas vezes a bola rebateu
nas bordas da mesa?
Nota: Quando a bola rebate na borda da mesa, os dois ângulos que formam sua
trajetória com a borda da mesa são iguais.
4
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
Ache todos os números naturais x, y, z que verificam simultaneamente
x ⋅ y ⋅ z = 4104 x + y + z = 77
PROBLEMA 5
Sobre um tabuleiro 9 × 9, dividido em casas 1 × 1, se colocam sem superposições
e sem sair do tabuleiro, peças da forma
5
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RESULTADOS
6
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PROBLEMA 1
Maxi escolheu 3 dígitos e, fazendo todas as permutações possíveis, obteve 6
números distintos, cada um com 3 dígitos. Se exatamente um dos números que
Maxi obteve é um quadrado perfeito e exatamente três são primos, encontrar os 3
dígitos que Maxi escolheu.
Dê todas as possibilidades para os 3 dígitos.
PROBLEMA 2
Dada uma circunferência C e um ponto P exterior a ela, traçam-se por P as duas
tangentes à circunferência, sendo A e B os pontos de tangência.
Toma-se um ponto Q sobre o menor arco AB de C. Seja M a interseção da reta AQ
com a perpendicular a AQ traçada por P, e seja N a interseção da reta BQ com a
perpendicular a BQ traçada por P.
Demonstre que, ao variar Q no arco AB, todas as retas MN passam por um mesmo
ponto.
PROBLEMA 3
Seja n um inteiro positivo. Chamamos Cn a quantidade de inteiros positivos x,
menores que 10n, tais que a soma dos dígitos de 2x é menor que a soma dos dígitos
de x.
Demonstre que Cn (10n − 1) .
4
9
7
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PROBLEMA 4
Arnaldo escolhe um inteiro a, a H %HUQDOGR HVFROKH XP LQWHLUR b, b
Ambos dizem, em segredo, o número que escolheram a Cernaldo, e este escreve
em um quadro os números 5, 8 e 15, sendo um desses a soma a + b.
Cernaldo toca uma campainha e Arnaldo e Bernaldo, individualmente, escrevem
em papéis distintos se sabem ou não qual dos números no quadro é a soma de a e
b, e entregam seus papéis para Cernaldo.
Se em ambos os papéis está escrito NÃO, Cernaldo toca novamente a campainha,
e o procedimento se repete.
Sabe-se que Arnaldo e Bernaldo são sinceros e inteligentes.
Qual é o número máximo de vezes que a campainha pode ser tocada até que um
deles escreva que sabe o valor da soma?
PROBLEMA 5
Utilizando triangulinhos eqüiláteros de papel, de lado 1, forma-se um triângulo
eqüilátero de lado 2 2004 . Desse triângulo retira-se o triangulinho de lado 1 cujo
centro coincide com o centro do triângulo maior.
Determine se é possível cobrir totalmente a superfície restante, sem superposições
nem buracos, dispondo-se somente de fichas em forma de trapézio isósceles, cada
uma formada por três triangulinhos eqüiláteros de lado 1.
PROBLEMA 6
Sejam m, n inteiros positivos. Em um tabuleiro m × n, quadriculado em
quadradinhos de lado 1, considere todos os caminhos que vão do vértice superior
direito ao inferior esquerdo, percorrendo as linhas do quadriculado exclusivamente
nas direções ← e ↓.
Define-se a área de um caminho como sendo a quantidade de quadradinhos do
tabuleiro que há abaixo desse caminho. Seja p um primo tal que rp(m) + rp(n) ≥ p,
onde rp(m) representa o resto da divisão de m por p e rp(n) representa o resto da
divisão de n por p.
Em quantos caminhos a área é um múltiplo de p?
8
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
n
Seja ABC um triângulo acutângulo com AB ≠ AC. A circunferência de diâmetro
n
BC intersecta os lados AB e AC nos pontos M e N, respectivamente. Seja O o
ponto médio do lado BC. As bissetrizes dos ângulos BAC e MON intersectam-se
em R. Prove que as circunferências circunscritas aos triângulos BMR e CNR têm
um ponto em comum que pertence ao lado BC.
PROBLEMA 2
Determine todos os polinômios P(x) de coeficientes reais que satisfazem a
igualdade
P( a − b) + P(b − c) + P(c − a ) = 2 P( a + b + c )
9
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Um gancho é uma figura formada por seis quadrados unitários como no seguinte
diagrama
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja n ≥ 3 um inteiro. Sejam t1 , t2 ,..., tn números reais positivos tais que
1 1 1
n 2 + 1 > (t1 + t2 + ... + tn ) + + ... + .
t1 t2 tn
Mostre que ti , t j e tk são as medidas dos lados de um triângulo para quaisquer i,
j, k com 1 ≤ i < j < k ≤ n.
PROBLEMA 5
n
Num quadrilátero convexo ABCD a diagonal BD não é bissetriz do ângulo ABC n
nem do ângulo CDA . Um ponto P no interior de ABCD satisfaz
PROBLEMA 6
Um inteiro positivo é dito alternante se, na sua representação decimal, quaisquer
dois dígitos consecutivos têm paridade diferente.
Determine todos os inteiros positivos n tais que n tem um múltiplo que é
alternante.
10
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Deve-se colorir as casas de um tabuleiro 1001 × 1001 de acordo com as seguintes
regras:
Se duas casas têm um lado comum, então pelo menos uma delas deve ser colorida.
De cada seis casas consecutivas de uma linha ou de uma coluna, devem colorir-se
sempre pelo menos duas delas que sejam adjacentes.
Determinar o número mínimo de casas que devem ser coloridas.
PROBLEMA 2
Considera-se no plano uma circunferência de centro O e raio r, e um ponto A
exterior a ela. Seja M um ponto da circunferência e N o ponto diametralmente
oposto a M. Determinar o lugar geométrico dos centros das circunferências que
passam por A, M e N quando M varia.
PROBLEMA 3
Sejam n e k números inteiros positivos tais que n é ímpar ou n e k são pares.
Provar que existem inteiros a e b tais que
11
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
Determinar todos os pares (a, b), onde a e b são números inteiros positivos de dois
dígitos cada um, tais que 100a + b e 201a + b são quadrados perfeitos de quatro
dígitos.
PROBLEMA 5
Dado um triângulo escaleno ABC, designam-se por A', B', C' os pontos de
interseção das bissetrizes interiores dos ângulos A, B e C com os lados opostos,
respectivamente.
PROBLEMA 6
Para um conjunto H de pontos no plano, diz-se que um ponto P do plano é um
ponto de corte de H, se existem quatro pontos distintos A, B, C e D em H tais que
as retas AB e CD são distintas e se cortam em P.
Dado um conjunto finito A0 de pontos no plano, constrói-se uma sucessão de
conjuntos A1 , A2 , A3 ,... da seguinte forma: para qualquer j ≥ 0, Aj +1 é a união de
Aj com o conjunto de todos os pontos de corte de Aj .
Demonstrar que se a união de todos os conjuntos da sucessão é um conjunto finito
então, para qualquer j ≥ 1, tem-se Aj = A1 .
12
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Seja S um conjunto infinito de números reais tal que x1 + x2 + ... + xn ≤ 1 para todo
subconjunto finito {x1 , x2 ,..., xn } ⊂ S . Demonstre que S é enumerável.
PROBLEMA 2
Seja f1 ( x) = x 2 − 1, e para cada inteiro positivo n ≥ 2 defina f n ( x ) = f n −1 ( f1 ( x )).
Quantas raízes reais distintas tem o polinômio f 2004 ?
13
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
n
Seja An o conjunto de todas as somas ∑ arcsin x ,
k =1
k onde n ≥ 2, xk ∈ [0,1], e
n
∑x
k =1
k = 1.
PROBLEMA 4
Suponha n ≥ 4 e seja S um conjunto finito de pontos no espaço \ , de maneira
3
que quaisquer quatro de seus pontos não sejam coplanares. Suponha que todos os
pontos de S podem ser coloridos de vermelho e azul de modo que qualquer esfera
que intersecte S em ao menos 4 pontos tenha a propriedade de que exatamente a
metade dos pontos na interseção de S com a esfera é azul. Prove que todos os
pontos de S encontram-se numa esfera.
PROBLEMA 5
2n
Seja S um conjunto de + 1 números reais, onde n é um inteiro positivo.
n
Prove que onde existe uma seqüência monótona {ai }1≤i ≤ n + 2 ⊂ S tal que
xi +1 − x1 ≥ 2 xi − x1 ,
para todo i = 2, 3,…, n.
PROBLEMA 6
Para cada número complexo z diferente de 0 e 1 definimos a seguinte função:
1
f ( z) = ∑
log 4 z
onde a soma é sobre todos os ramos do logaritmo complexo.
P( z )
i) Prove que há dois polinômios P e Q tais que f ( z ) = para todo
Q( z )
z ∈ ^ − {0,1}.
14
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 7
Seja A uma matriz real 4 × 2 e B uma matriz real 2 × 4 tal que
1 0 −1 0
0 1 0 −1
AB = .
−1 0 1 0
0 −1 0 1
Encontre BA.
PROBLEMA 8
Sejam f , g :[a, b] → [0, ∞) duas funções continuas não decrescentes tais que
para cada x ∈ [a, b] temos
x x b b
∫ a
f (t ) dt ≤ ∫
a
g (t ) dt e ∫ a
f (t ) dt = ∫
a
g (t ) dt.
Prove que
b b
∫ a
1 + f (t ) dt ≥ ∫
a
1 + g (t ) dt.
PROBLEMA 9
Seja D um disco unitário fechado, e sejam z1 , z2 ,..., z n pontos fixados em D.
Prove que existe um ponto z em D tal que a soma das distancias desde z a cada um
dos n pontos é maior ou igual que n.
15
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PROBLEMA 10
Para n ≥ 1 seja M uma matriz complexa n × n com autovalores λ1 , λ 2 ,..., λ k ,
distintos com respectivas multiplicidades m1 , m2 ,..., mk . Considere o operador
linear LM definido por LM X = MX + XM , para qualquer X matriz complexa
T
PROBLEMA 11
Prove que
1 1 dx dy
∫∫ 0 0 1
≤ 1.
+ log y − 1
x
PROBLEMA 12
Para n ≥ 0 defina as matrizes An e Bn como segue: A0 = B0 = (1), e, para cada
n > 0,
An − An −1 An −1 An −1
An = 1 e Bn = .
An −1 Bn −1 An −1 0
16
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Nível Iniciante
A circunferência inscrita
A circunferência inscrita tem centro I, incentro do triângulo, que é o ponto de
interseção das bissetrizes internas.
b
c
I
r
B a C
A área do triângulo ABC é a soma das áreas dos triângulos AIB, BIC e CIA, que
possuem altura igual a r, raio da circunferência inscrita. Portanto,
cr ar br a + b + c
S= + + = r = pr
2 2 2 2
A nossa primeira relação é:
S = pr
17
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A circunferência circunscrita
c b
h
2R
B H C
Os triângulos AHB e ACD são semelhantes uma vez que os ângulos AHB e ACD
são retos e os ângulos ABC e ADC são iguais pois subtendem o mesmo arco.
Logo,
AB AH
=
AD AC
c h
=
2R b
18
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As circunferências exinscritas
A circunferência exinscrita relativa ao vértice A do triângulo ABC é tangente ao
lado BC e às retas AB e AC. Seu raio será designado por ra e seu centro por IA ,
chamado de exincentro (ou excentro) relativo ao vértice A do triângulo ABC. O
ponto IA é a interseção da bissetriz interna de A e das bissetrizes externas de B e
C. As outras duas circunferências exinscritas e os dois outros exincentros são
definidas de forma análoga.
IA
b
a ra
A c B
A área do triângulo ABC é igual a área de ABIA mais a área de ACIA menos a área
de BCIA. Assim,
cra bra ara b + c − a
S= + − = ra .
2 2 2 2
Observe que b + c – a = a + b + c – 2a = 2p – 2a = 2(p – a). Logo, a nossa nova
relação é:
S = ra ( p − a)
e, analogamente, temos
S = rb ( p − b)
S = rc (p − c)
que permitem calcular os raios das circunferências exinscritas em função dos lados
do triângulo ABC.
19
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Duas relações
Primeira: S = r ⋅ ra ⋅ rb ⋅ rc
1 1 1 1
Segunda: = + +
r ra rb rc
Observe que
S S S S
+ + = p − a + p − b + p − c = 3p − (a + b + c) = p =
ra rb rc r
que demonstra a relação.
Os pontos de tangência
Vamos agora localizar os pontos de tangência das circunferências inscrita e
exinscrita em relação da cada um dos lados. Consideremos inicialmente a
circunferência inscrita tangenciando os lados AB, BC e CA nos pontos L, M e N,
respectivamente.
20
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N
L
B M C
B
C P
21
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I F ra
r
A
D C E
a
Na figura acima, I é o incentro de ABC e J é o exincentro relativo ao vértice A.
Sabemos pelo ítem anterior que CD = p – c e que AE = p. Logo, CE = p – b e
portanto,
DE = p – c + p – c = 2p – (b + c) = a.
r 1
Em qualquer triângulo, ≤ .
R 2
22
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a2
r ⋅ ra ≤
4
b2
r ⋅ rb ≤
4
c2
r ⋅ rc ≤
4
a2 b 2 c 2
r 2 ⋅ r ⋅ ra ⋅ rb ⋅ rc ≤
64
2
(4RS)
r 2S 2 ≤
64
r 1
≤
R 2
A pergunta natural que devemos fazer é quando vale a igualdade. Repare que na
a2
demonstração da desigualdade r ⋅ ra ≤ , a igualdade vale se, e somente se, AB =
4
AC, quando as circunferências inscrita e exinscrita relativa ao vértice A são
tangentes no ponto médio do lado BC. Utilizando o mesmo argumento para as
r 1
outras desigualdades, concluímos que = ocorre se, e somente se o triângulo
R 2
ABC é equilátero.
Problema 3
A ( p − b)( p − c )
Sabendo que em um triângulo ABC, sin = (isto você poderá
2 bc
A B C 1
demonstrar mais tarde), mostre que sin ⋅ sin ⋅sin ≤ .
2 2 2 8
A relação dos cinco raios
Os raios das circunferências inscrita, circunscrita e exinscritas estão ligados pela
relação:
23
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ra + rb + rc − r = 4R
S S
ra − r = −
p−a p
Somando,
1 1
ra + rb + rc − r = aS +
(p − b)(p − c) p(p − a)
p(p − a) + (p − b)(p − c)
= aS
p(p − a)(p − b)( p − c)
2p 2 − p(a + b + c) + bc
= aS
S2
abc
= = 4R
S
O assunto não tem fim. Há muitíssimas outras relações entre os elementos de um
triângulo e suas principais circunferências; algumas legais e outras
desinteressantes. Mas, nosso objetivo foi fornecer um material básico para que os
alunos iniciantes possam se desenvolver e, por isso, paramos aqui.
Para fixar as idéias, você poderá curtir uns probleminhas bacanas na lista abaixo.
Problemas suplementares
Problema 4
Em um triângulo ABC com incentro I, a bissetriz interna do ângulo A encontra a
circunferência circunscrita em E. Prove que EB = EC = EI.
24
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Problema 5
Dados um ângulo agudo XOY, um ponto P exterior e um número positivo k (como
sugerido na figura abaixo), mostre como se pode construir uma reta que passe por
P e que corte os lados do ângulo dado formando um triângulo de perímetro k.
O X
•P
Problema 6
Em um triângulo acutângulo, mostre que o simétrico do ortocentro em relação a
um lado pertence a circunferência circunscrita ao triângulo .
Problema 8
Em um quadrilátero convexo ABCD, as bissetrizes dos ângulos A e B cortam-se
em M, as bissetrizes dos ângulos C e D cortam-se em N e as retas AD e BC
cortam-se em P. Mostre que os pontos M, N e P são colineares.
Problema 9
Em um triângulo ABC com incentro I, e exincentros J, K, L, mostre que I é o
ortocentro do triângulo JKL.
Problema 10
Em um triângulo, mostre que a distância do ortocentro a um vértice é o dobro da
distância do circuncentro ao lado oposto. Mostre a seguir que o ortocentro, o
baricentro e o circuncentro são colineares.
25
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Nível Avançado
INTRODUÇÃO:
Para aqueles que nunca tiveram uma aula sobre esse assunto, depois de
consultarem [1] ou até alguns problemas em [2], podem ficar meio em dúvida
sobre como desenvolver essa poderosa ferramenta e apelarem para outros
métodos. É muito interessante quando, depois de horas e mais horas fazendo
centenas de cálculos intrincados de trigonometria e geometria analítica e gastando
algumas dúzias de folhas de almaço, desistimos de um problema de geometria sem
ter chegado a lugar algum. Motivado (na verdade irritado) por isso comecei a
estudar Geometria Projetiva, e é com esse intuito que gostaria de expor dois
problemas nos quais são exploradas técnicas de solução por polaridade,
fornecendo bases para que o leitor possa aplicá-las em outras situações. Mas para
começar é necessário retomar algumas definições de [1], que servem de alicerce
para a solução dos dois problemas que nos interessam.
O A A'
B'
26
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Prova: Tome B ∈ a, e seja B’ ∈ OB tal que AB’⊥OB. Temos que ∆OAB’≈ ∆OBA’
pelo critério AA, e logo OA/OB = OB’/OA’ ⇒ OB.OB’ = OA.OA’ = R2 ⇔ B’ é o
inverso de B em relação a S, e como AB’⊥OB temos que A ∈ b.
Resolução: Antes de mais nada vamos ter que enunciar e provar um lema, que
também encontra-se em [1], mas que certamente no dia da prova você teria de
demonstrar. É assim:
S B
Q C
A D M
27
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Há quem ache essa parte um pouco mais salgada, pois é justamente a parte mais
difícil do assunto o qual vamos tratar. Tome as retas polares de A, B, C e D como
a, b, c e d que, como vimos, são tangentes à S nos seus respectivos pólos. Defina
{R} = b ∩ c e {T} = a ∩ d. A reta polar de R será BC e a reta polar de T será AD,
pelo Corolário 2, e pelo Teorema 1 teremos que a polar de M será a reta RT. Basta
provar então que RT passa por P e Q, ou melhor, que R, P, Q e T são colineares.
Considere o hexágono ABB’CC’D, no qual B’ ≡ B e C’ ≡ C (vamos usar aqui a
estratégia proposta em [1]: fazer vértices de um hexágono coincidirem para
obtermos novas relações). Pelo Teorema de Pascal, P, R e Q são colineares (os 3
pontos de encontro dos 3 pares de lados opostos do hexágono devem ser
colineares). Analogamente no hexágono AA’BCDD’, com A’ ≡ A e D’ ≡ D,
teremos que P, Q e T são colineares. Segue que R, P, Q e T são colineares, como
queríamos demonstrar.
Bem, fim de Lema. O problema agora fica fácil: suponha que, no dia da prova,
você já conheça todas estas propriedades. Aí você as demonstra bem rápido na
folha de respostas, e para dar o Gran Finale, bem... vejamos:
C
B
Z
Y
W
S D
Note que podemos fazer uma certa analogia entre o problema e o Lema. O ponto
W corresponde ao ponto M do Lema, e o ponto X ao ponto P. Temos então que a
reta polar de W passa por X ⇒ a reta polar de X passa por W. Mas a reta polar de X
28
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Resolução:
H Q
B T O C
O
A idéia aqui é relativamente simples. Tome S ∈ TH tal que TS ⊥ AS. Sabemos que
∆HTO ≈ ∆HSA (AA) ⇒ HS/AH = HO/TH ⇒ HS = (AH.HO)/HT ⇒ HS.HT =
AH.HO. Como visto na figura, vamos usar Geometria Analítica:
COORDENADAS:
A (0, a)
B (– b, 0)
C (c, 0)
T((c – b)/2, 0) → T é ponto médio de BC.
29
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MEDIDAS:
Assim vem que TH.TS = TH.(TH + HS) = TH2 + TH.HS = TH2 + AH.HO = (bc/a)2
+ (b – c)2/4 + bc/a. (a2 – bc)/a = (bc/a)2 + (b – c)2/4 + bc – (bc/a)2 =
((b – c)2 + 4bc)/4 = ((b + c)/2)2 = r2 ⇒ de fato S ≡ H’, onde H’ é o inverso de H ⇒
A ∈ polar de H ⇒ H ∈ polar de A ⇒ H ∈ PQ.
Referências:
[1] Luciano G. M. Castro, Introdução à Geometria Projetiva, Eureka! N.º 8, pp. 16 – 27.
[2] http://www.kalva.demon.co.uk/. Site muito bom com um verdadeiro arsenal de problemas.
30
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Nível Intermediário
INTRODUÇÃO:
O fato de os números complexos terem nascido no contexto da resolução de
equações algébricas fez com que muitas vezes sua utilidade em Geometria não
seja suficientemente explorada (uma notável exceção a esta tendência pode ser
encontrada em Eureka, Vol 6, no artigo Aplicações dos Números Complexos à
Geometria, do Prof. Edmilson Motta). Aqui, vamos usar a álgebra dos números
complexos para mostrar um belo resultado de Geometria, o fato de que, em
qualquer triângulo, o circuncentro K, o baricentro G e o ortocentro H são
colineares. A reta que contém estes três pontos é chamada Reta de Euler, já que
JJJJG JJJG
foi Euler o primeiro a chamar a atenção para este fato. Mais que isto, vamos
provar que, vetorialmente: KH = 3KG , o que, além de implicar que os três
pontos estão alinhados, acarreta que a distância KH é o triplo da distância KG e
que G e H estão na mesma semi-reta de origem K (ver Figura 1).
B
K
G
H
A
C
Figura 1
31
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B–A
O
Figura 2
Baricentro
JJJG JJJJG
É bem sabido que AG = 2GM , onde M é o ponto médio de BC e G é o
baricentro do triângulo ABC, isto é, o ponto de encontro das medianas do triângulo
(Figura 3)
B M C
Figura 3
B+C
Logo: G − A = 2(M − G ) , ou seja: G = A + 2 − G = A + B + C − 2G ,
2
A+ B+C
de onde se conclui que G = .
3
EUREKA! N°20, 2004
32
Sociedade Brasileira de Matemática
Até aí, os complexos parecem não estar presentes. É que ainda não figura o
produto de complexos, que é a sua mais forte característica. Para efeito de soma e
de multiplicação por número real, os complexos funcionam apenas como vetores
do plano.
Um caso particular
Comecemos com um caso particular, a saber: vamos supor que os três vértices do
triângulo ABC estejam na circunferência unitária do plano, isto é, a circunferência
de centro na origem e raio 1, que é o conjunto dos complexos de módulo 1. Então,
o circuncentro de ABC coincide com a origem de coordenadas e
A = B = C = 1 . Mas para qualquer complexo z de módulo 1, temos:
zz =| z |2 = 1 (onde z é o conjugado de z). Conseqüentemente, A = 1/ A ,
B = 1/ B , C = 1/ C .
JJJJG JJJG
Para usar agora a condição AH ⊥ BC (onde H é o ortocentro de ABC), vamos
observar que o complexo v é perpendicular ao complexo w (considerados como
vetores não nulos) se e só se forem colineares com a origem os complexos v e
iw , ou seja, se e só se v iw for real (ver Figura 4).
y
w
v
x
iw
Figura 4
33
Sociedade Brasileira de Matemática
JJJJG JJJG
AH ⊥ BC ⇔ ( H − A)(C − B ) + ( H − A)(C − B) = 0
1 1 1
⇔ ( H − A) − + H − (C − B) = 0
C B A
(B − C ) 1
⇔ ( H − A) + H − (C − B ) = 0
BC A
⇔ A( H − A) + BC (1 − AH ) = 0
⇔ AH = A2 + ABCH − BC
Atenção! lembre que AH não é o comprimento do segmento do segmento AH , e
sim o produto dos complexos A e H! O mesmo vale para BC, etc.
Analogamente:
JJJG JJJG
BH ⊥ CA ⇔ BH = B 2 + ABCH − CA
Subtraindo:
( A − B ) H = A2 − B 2 + C ( A − B )
( A − B) H = ( A − B)( A + B) + C ( A − B)
H = A+ B +C
Este resultado significa que, dados três complexos de módulo 1, sua soma é o
ortocentro do triângulo por eles formado.
Primeira generalização
Suponha agora que os três vértices do triângulo ABC estejam em uma
circunferência Ω , de centro na origem e raio r qualquer, ou seja, o circuncentro
de ABC coincide com a origem de coordenadas e A = B = C = r > 0 . Neste
A B
caso, como ilustra a Figura 5, os complexos (ou pontos) A ' = , B'= e
r r
C
C'= estarão na circunferência Γ , de centro na origem e raio 1. De fato:
r
A A
= = 1 , etc.
r r
34
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B
A
B'
A'
O x
C'
C
Figura 5
Caso geral
Passemos agora ao caso geral: dado um triângulo ABC qualquer, sejam K o seu
JJJG
circuncentro e r o raio do seu círculo circunscrito. Transladando os pontos A, B e
C pelo vetor KO (onde O é a origem do plano complexo), obtemos os complexos
(ou pontos) A − K , B − K e C − K , que pertencem a uma circunferência Ω de
centro na origem e raio r, como ilustra a Figura 6.
35
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y
B
A
H
B–K K
A–K
H– K
C
O x
C–K
Figura 6
36
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todo inteiro A.
b) Defina a seqüência An por ∑A d |n
d = 2n. Prove que An é divisível por n, para
SOLUÇÃO:
a) Podemos supor A > 0, pois a afirmação só depende da classe de congruência
de A módulo m.
∑
Seja g(m) = µ(d) Am d .
d |n
37
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PROBLEMA 5
PROPOSTO POR WILSON CARLOS DA SILVA RAMOS (BELÉM - PA) (de uma olimpíada chinesa)
Seja ABC um triângulo acutângulo de incentro I, ortocentro H e tal que AB ≠ AC .
B1 e C1 são os pontos médios de AC e AB. B2 é o ponto de interseção de IB1 com
AB. C2 é definido analogamente. Sejam também k a interseção de B2C2 com BC
e O o circuncentro de BHC. Se a área dos triângulos BKB2 e CKC2 é igual, mostre
que A, I e O são colineares.
D C
B
M X
38
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Note que
AB ⋅ ACsenα AB2 ⋅ AC2 ⋅ senα
[BKB2 ] = [CKC2 ] ⇒ [ ABC] = [ AB2C2 ] ⇒ = ⇒
2 2
AB AC2
⇒ AB ⋅ AC = AB2 ⋅ AC2 ⇒ = ⇒ BC2 // B2C. (1)
AB2 AC
Sejam Y, Z os pontos de tangência dos ex-incírculos relativos a AC e AB com esses
lados, respectivamente. Então, pelo lema temos B1I // BY (2) e C1I // CZ (3).
Daí, as relações (2), (1) e (3) implicam, nessa ordem, em:
AY AB AC2 AC1
= = = ⇒
AB1 AB2 AC AZ
AY AC1
⇒ = ⇒ AY ⋅ AZ = AB1 ⋅ AC1 ⇒
AB1 AZ
b c
⇒ ( p − c)( p − b) = ⋅ ⇒ (a + b − c)(a − b + c) = bc ⇒
2 2
⇒ a − ab + ac + ab − b2 + bc − ac + bc − c2 = bc ⇒ a2 = b2 + c2 − bc ⇒
2
1
⇒ cosα = ⇒α = 60° .
2
Isso garante que BHCl = BIC = 120°⇒ B, H, I ,C são concíclicos.
A
H
I
B C
O
IA
39
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SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PROPOSTOS
Publicamos aqui algumas das respostas enviadas por nossos leitores.
40
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4 está em A, usando a propriedade (ii) k vezes, temos que m está em A; note que
x = x , ∀x ≥ 1 ). Suponha então que para todo k tenhamos um t tal que
4 t < m 2 < (m + 1)2 < 4 t +1 . Daí, segue que ( m + 1) < 4t +1 = 4.4t < 4m 2 , logo
k k 2k k
2k
1
1 + < 4 , para todo k natural, o que é uma contradição, pois
m
2k
1 2k
> 4 , para k = m + 2, pois 2 = 2 + 2 = 4 ⋅ 2m > 4m. Logo, m ∈ A ,
k m
1 + ≥ 1 +
m m
para todo m natural.
85) Mostre que todo triângulo pode ser dividido em 9 pentágonos convexos de
áreas iguais.
41
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X3 Y3
Z3 W3
T3 T2
O
Y1 X2
W1 Z2
T1
Z1 W2
A X1 Y2 B
1
Temos AX 1 = AY1 = a = − ε, (onde ε > 0 é pequeno)
3
l 1 A = W1 Yl 1 A = 90°, X1 Z1 = YW
Z1 X 1 1 = b
(assim, por exemplo, X1 = (a, 0) e Z1 = (a, b)) ,
a2 3 b 3b
onde b é escolhido de modo que a área + a − do pentágono
4 2 2
3 1
AX 1 Z1W1Y1 seja igual a , que é da área do triângulo, ou seja, temos
36 9
1 − 3ε
1 8ε
b= − − + ε 2 . Note que, se ε > 0 é pequeno então b > 0 é pequeno.
3 3 27 9
42
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3 3 3 3
h= − 2b = − 2b < (e h é próximo a se ε>0 é
18(1 − 2a) 1 6 36
18 + 2ε
3
pequeno).
Como os pentágonos AX 1 Z1W1Y1 , BX 2 Z 2W2Y2 e CX 3 Z 3W3Y3 são congruentes,
X 1Y2W2T1 Z1 , X 2Y3W3T2 Z 2 e X 3YW
1 1T3 Z 3
são congruentes, W1 Z1T1OT3 , W2 Z 2T2 OT1 e
1
W3 Z 3T3 OT2 são congruentes e os 6 primeiros têm da área do triângulo, todos têm
9
1
da área do triângulo.
9
86) Encontre todas as triplas de inteiros positivos (a, m, n) tais que am +1 divide
(a +1)n .
Lema 1: m é ímpar.
Demonstração: vamos dividir em casos:
Caso 1: 4 divide ( a + 1).
m
lema.
43
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Lema 2: f(a) = p.
Demonstração: Em dois casos:
2
Caso 1: p divide a + 1.
Então f ( a) = ( a + 1) g ( a ) + p ≡ p ≡ 0(mod p ) ⇒ p não divide f(a)
2 2
2
Caso 2: p não divide (a + 1).
a p + 1 ( hp − 1) p + 1
Então a + 1 = hp , onde p não divide h. Assim a = hp − 1, =
a +1 hp
p p p p p p
( hp − 1) = ( hp) ( −1) + hp (−1) −1 + h 2 p 2 ( −1) − 2 + ... + h p ,
p p p p p
0 1 2 p
p
p ⋅ hp − h2 p2 + ... + h p p p
(hp −1) +1
p
2 p p
= = p − hp + h2 p 2 + ... + h p − 2 p p −1 ,
hp hp 2 3
e assim,
(hp −1) p + 1 p p −1
≡ p − hp ≡ p − ⋅ p ⋅ hp ≡ p ≡ 0 (mod p ) .
2
hp 2 2
44
Sociedade Brasileira de Matemática
2
Em todo caso, p não divide f ( a ) mas p f ( a ). Logo, como f ( a ) é potência
de p, f ( a ) = p.
ap +1
Assim, = p.
a +1
Lema 3: p = 3
Demonstração: vamos por absurdo. Suponha p ≥ 5.
ap +1
Então é crescente. De fato,
a +1
ap +1 a p −a a p− −1
1
=1+ = 1 + a ( a − 1) 2 ⇔
a +1 a +1 a −1
ap +1
= 1 + a (a − 1)( a p − 3 + a p − 5 + ... + 1), uma composição de funções
a +1
crescentes.
a p +1 2 p +1
Assim, p = ≥ (pois a ≥ 2 ) ⇒ 3 p ≥ 2 + 1 > 2
p p
a + 1 3
Mas é fácil ver que p ≥ 5 ⇒ 3 p < 2 (é uma indução simples).
p
E = a 2 − a − 2 = 0 ⇔ a ∈ {2, −1}.
a +1
Como a > 0, temos a = 2.
Se m = pk, e 2m + 1 divide 3n, (2 ) + 1 divide (2 + 1) , pois k é ímpar, donde
k p k n
45
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87) Seja a(1) = 1 e, para cada inteiro n ≥ 2, a(n) igual ao menor inteiro positivo
n
que não pertence a {a( j), j < n} tal que ∑a( j) seja múltiplo de n. Prove que
j =1
Se K = Fi1 + Fi2 + ... + Fin com i1 > i2 > ... > in é a representação de K na F.
A) in par ⇒ Ak = Fi1 −1 + Fi2 −1 + ... + Fin −1 ∈ Sk = (Fi1 + Fi2 + ... + Fin )(Fi1 −1 + Fi2 −1 + ... + Fin −1)
B) in ímpar ⇒ Ak = Fi1−1 + Fi2 −1 + ... + Fin −1 ∈ Sk = Fi1+1 + Fi2 +1 + ... + Fin +1 ∈ Sk =
= ( Fi1 + Fi2 + ... + Fin )( Fi1 −1 + Fi2 −1 + ... + Fin −1 + 1)
Vamos provar a afirmação acima por indução:
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47
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1
88) Prove que se r ∈_ e cos(r ⋅π ) ∈_ então cos(r ⋅π ) ∈−1, − ,0, ,1.
1
2 2
SOLUÇÃO DE ANDRÉS SÁNCHEZ PÉREZ (LA HABANA, CUBA)
r ∈_ ⇒ r =
f
onde p, q ∈ ] , com mdc ( p; q ) = 1 . cos(r ⋅ π )∈ Q ⇒ cos(r ⋅ π ) =
p
q g
donde f , g ∈ Z , também com mdc ( f ; g ) = 1 . Aplicando Moivre, se
z = cisα = cos α + isenα então
n
n
z n = cis ( n ⋅ α ) = cos ( n ⋅ α ) + isen ( n ⋅ α ) = (cos α + isenα ) = ∑ (cos α ) (isenα )
n n− j j
j =0
j
n n −1
j n n
2 2
= ∑ ( −1) (cos α ) ( senα )2 j + i ∑ ( −1) j ( cos α )n− 2 j−1 ( senα )2 j+1
n− 2 j
j =0 2 j j =0 2 j + 1
j =0 2j
n
n
2 n
n n−2 j k j 2k
2 n k
j
2 j
= ∑ ( −1) (cos α ) ∑ ( −1) (cos α ) = ∑ ( −1) ∑ (cos α ) ,
j n−2 j
j =0 2 j k =0 k j =0 k = j
2k j
k k
lembrando que = .
k − j j
n
n
2
j n k
2
Logo temos que cos(n ⋅ α ) = (− 1) (cos α )n−2 j . Agora, veja que
∑ ∑
j =0 k = j 2k j
sempre que cos α ∈ _,cos ( n ⋅ α ) ∈ _, para todo n∈] (pois também
cos β = cos(− β ) ). Se a ∈ ] e a é par então cos(a ⋅ π + α ) = cos α , e se a ∈ ] e
a é ímpar então cos ( a ⋅ π + α ) = − cos α. .
48
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p π ( aq + bp )
∈_ .
p
Fazendo α= ⋅ π ⇒ cos a ⋅ π + b ⋅ ⋅ π = cos Como
q q q
mdc ( p; q ) = 1, ∃ a, b inteiros tais que aq + bp = 1 . Por conseguinte, se
π
cos ∈ _ com q = 2 h ⋅ (2c + 1) , onde h ∈ `, c ∈ ] , supondo sem perda de
q
generalidade que 2c + 1 > 0 (pois cos α = cos (− α ) ), temos
π π x
cos ∈ _ ⇒ ∃x, y ∈ ] tais que cos 2c + 1 = y , com mdc ( x; y ) = 1 .
2c + 1
2c +1
2 2c2+1 2 c +1− 2 j
2c + 1 k
π
j
π
cos ( 2c + 1)
2c
=
+1
∑ ( )∑
−1
2 k
j
cos
2c + 1
=
j =0 k = j
2c +1− 2 j
c c 2c + 1 k π c
j
c
2c + 1 k x 2c +1− 2 j
= ∑ ( −1) ∑ = ∑ ( −1) ∑
j
cos 2 c +1−2 j ⇒
j =0 k = j 2k j 2c + 1 j =0 k = j 2k j y
j 2c + 1 k x 2 c +1−2 j
c c
⇒ −1 = ∑ (−1) ∑ 2 c +1−2 j ⇒
j =0 k = j 2k j y
j 2c + 1 k 2 c +1−2 j 2 j
c c
⇒ − y 2 c +1 = ∑ ( −1) ∑ x ⋅y ⇒
j =0 k = j 2k j
c j
c
2c + 1 k 2 c −2 j 2 j
⇒ − y 2 c +1 = x ∑ ( −1) ∑ x ⋅y
j =0
k = j 2k j
⇒ x − y 2 c +1 , mas como (x; y ) = 1 ⇒ x = −1, x = 0 ou x = 1
c
2c + 1 k c
j
c
2c + 1 k 2 c +1−2 j 2 j −1
− y 2 c +1 = x ∑ + y ∑ ( −1) ∑ x ⋅y
k = 0 2 k 0 j =1 k = j 2k j
c
2c + 1 k c
2c + 1
⇒ y ∑ ⇒ y ∑
k = 0 2 k 0 k =0 2k
49
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2 c +1
2c + 1 c 2c + 1 c 2c + 1
Do Binômio de Newton (1 + 1)2c +1 = ∑ = ∑+ ∑ e
k =0 k k =0 2k k =0 2k + 1
2 c +1
2c + 1 c 2c + 1 c 2c + 1
(1 − 1)2c+1 = ∑ (− 1)k = ∑ − ∑
; somando e dividindo por
k =0 k k =0 2k k =0 2k + 1
2c + 1
= 2 , logo y = 2 ou y = −2 com t ∈ `, t ≤ 2c .
c
2, ∑
k =0
2c t t
2 k
π π π 2c − 1
cos = sen − = sen ⋅π .
2c + 1 2 2c + 1 2(2c + 1)
Se e > 0 , e 2c − 1 e e 2 (2c + 1), e 2 (2c − 1) − 2 ( 2c + 1) ⇒ e −4 porém como e é
ímpar ( e 2c − 1 ) então e = 1 ⇒ mdc ( 2c − 1; 4c + 2 ) = 1 .
j =0
n −1
2
n n −1
= ∑ (− 1) j
j =0
(cos α )2 2 − j (senα )2 j +1
2 j + 1
n −1
2
[ ]
n −1
n − j
= ∑ (− 1) j
j =0
1 − (senα )2
2 j + 1
2 (senα )2 j +1
n −1
2 n −1 − j n −1
(− 1) j
n 2 2k
= ∑ ∑ (− 1)k 2 − j ( ) (
senα senα
)2 j +1
j =0 2 j + 1 k = 0 k
n −1
2
n n − 1 − k
j
= ∑ (− 1) j ∑
j =0
k =0 2k + 1 2j − k
(senα )2 j +1
Agora, veja que sempre que senα ∈ _ e n é ímpar, sen ( n ⋅ α ) ∈ _ . Se u ∈ ] e u
é par então sen(u ⋅ π + α ) = senα , e se u ∈] e u é ímpar então
50
Sociedade Brasileira de Matemática
π 1 π 2t − 1
Se cos = , sen = ± . Como ambos (numerador e
2c + 1 2 2 ( 2c + 1) 2t +1
t
51
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π π π π
0< < ⇒ cos > 0 . Para t = 0, sen = ±1 . Então, nesse
2c + 1 2 2c + 1 2 ( 2c + 1)
π
caso, cos = −1 .
2c + 1
π 1 π π π
Finalmente cos ∈ , −1 ⇒ 2c + 1∈ {1,3}⇒ ∈ h , com
c+
2 1 2 q 2 3 ⋅ 2h
π π π π
h ∈ ` . Se para ∈ _ , o que é
2
∈ h , h ≥ 2 , cos h ⋅ 2h −2 = cos =
q 2 2 4 2
π π π π
∈ _ , o que
3
absurdo. Se ∈ , h ≥ 1 , , cos ⋅ 2h −1 = cos =
q 3⋅ 2 h
3⋅2
h
6 2
π π π p π π
também é absurdo. Assim, ∈ π , , , ⋅ π ∈ p ⋅ π , p ⋅ , p ⋅ e
q 2 3 q 2 3
p 1 1
cos ⋅ π ∈ − 1,− ,0, ,1 .
q 2 2
p p q2 − p2
Note que se cos( x) = , então z := + i é uma raiz da unidade (isto é,
q q q
z n = 1 para algum inteiro positivo n) se e só se x é um múltiplo racional de π .
Assim, se x = r π, com r ∈ _ então z n = 1 para um certo inteiro positivo n (e logo
também temos z 2 n = 1 ). Vamos mostrar que q ≤ 2 , o que resolve o problema. Para
isso, vamos supor por absurdo que q > 2 (e p é primo com q).
Temos então dois casos:
a) q é ímpar. Nesse caso, para cada m ∈ ` , seja
xm = (( p + i q 2 − p 2 ) m − ( p − i q 2 − p 2 ) m ) / 2i q 2 − p2 . Temos x0 = 0, x1 = 1 e,
como p + i q 2 − p 2 e p − i q 2 − p 2 são raízes da equação x 2 − 2 px + q 2 = 0 ,
( xm ) satisfaz a recorrência xm +2 = 2 pxm +1 − q 2 xm , ∀m ∈ `.
Assim, xm + 2 ≡ 2 pxm +1 (mod q), ∀m ∈ `, donde, por indução, para todo
m −1
m ≥ 1, xm ≡ (2 p) (mod q). Em particular, como mdc(2 p, q) = 1, temos
mdc( xm , q) = 1, para todo m ≥ 1, e logo xm ≠ 0 , ∀m ≥ 1, mas
52
Sociedade Brasileira de Matemática
2n
p + i q2 − p2
( ) =(p−i )
n n
z 2n
=1⇒ = 1 ⇒ p + i q 2 − p2 q2 − p2 (pois
q
2
p + i q2 − p2 p + i p2 − q2
= ) , e logo xn = 0 , absurdo.
p − i q 2 − p 2 q
91) Um jardinero deve construir um canteiro com a forma de setor circular. Ele
dispõe de 100 metros de fio para cercá-lo.
Figura:
53
Sociedade Brasileira de Matemática
Qual deve ser o valor do raio do círculo para que o canteiro tenha área máxima?
Qual é a área máxima?
54
Sociedade Brasileira de Matemática
Ou seja, a fórmula vale também para r, sempre que n > 1 . O segundo princípio de
indução nos garante então que vale para todo m≥ 1 e qualquer n > 1.
II) Dois números de Fibonacci consecutivos ( Fn e Fn+1 ) são primos entre si.
Prova: Seja d = mdc(Fn Fn+1 ). Como Fn e Fn+1 são maiores que zero, o mesmo
ocorre com d. O fato de d ser divisor de Fn e Fn+1 implica que d | Fn−1 pois
Fn−1 = Fn+1 − Fn .
Dividindo Fn e Fn−1 , então d divide Fn−2 . Prosseguindo nesse raciocínio
chegaremos a conclusão que d | F2. Então d = 1, pois F2 = 1
III) Se m | n , então Fm | Fn .
55
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Prova: Por hipótese n = mr, para algum r ∈` . Procedemos por indução sobre r.
Se r = 1, então m = n e é imediato que Fm | Fn .
Seja r ≥ 1 e admitamos que Fm | Fmr .
Então levado em conta a relação fornecida por I:
Fm(r+1) = Fmr+m = Fmr−1 ⋅ Fm + Fmr ⋅ Fm+1
Como Fm | Fmr −1 ⋅ Fm e Fm | Fmr ⋅ Fm+1 (pois, pela hipótese de indução, Fm divide
Fmr ), então Fm divide a soma desses dois produtos. Ou seja: Fm | Fm(r+1)
Com as três premissas em mão vamos à questão: Se d = mdc(m, n) , então prove
que mdc( Fm , Fn ) = Fd .
56
Sociedade Brasileira de Matemática
o uso repetido do resultado anterior a cada uma das igualdades anteriores nos
levará a concluir que:
mdc( Fm , Fn ) = mdc( Frn−1 , Fd )
Como d | rn −1 , em virtude da premissa III, Fd | Frn−1 , logo: mdc( Fm , Fn ) = Fd , cqd.
(3) Suponha S (n) = n (n par). Vamos mostrar que existe um primo (2 p − 1) tal
que n = 2 p −1 ⋅ (2 p − 1).
Prova: Já que n é par podemos escrever na forma n = 2t ⋅ m , onde m é um número
inteiro positivo ímpar.
(
Já que n é perfeiro, temos que 2n = 1 + 2 + 22 + ... + 2t ⋅ ) ( ∑ (m ) ) , onde
57
Sociedade Brasileira de Matemática
∑ (m) ≥ 1 + s + (2 − 1) ⋅ s > 2
t +1 t +1
⋅s e
(2 − 1) ⋅ ∑ (m) > (2 − 1) ⋅ 2
t +1 t +1 t +1
⋅ s = 2t +1 ⋅ m = 2n ,
o que é uma contradição, donde s = 1 e m = 2t +1 − 1 . Observe que
∑ (m ) = 2t +1 = 2
t +1
m
− 1 + 1 , ou seja, a soma dos divisores de m é a soma do
58
Sociedade Brasileira de Matemática
Supondo que na (n –1)-ésima noite ninguém morreu, uma mulher que soubesse de
apenas (n –1) traições mataria seu marido na n-ésima noite, pois, como não houve
morte na (n –1)-ésima noite, havia algo que ela não sabia. Mostramos assim, por
indução em n, que, se houver exatamente n traições (i.e., n maridos traidores) as
traídas matarão seus maridos na n-ésima noite.
Lembrando que cada traída sabe de 364 traições, cada uma mataria o seu marido
depois de uma ano, no 365° dia (isto é, no reveillon de 3334).
Continuamos aguardando soluções dos problemas 89, 90 e 95, propostos na Eureka! No. 18.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
98) Seja (an ) n∈< uma seqüência tal que a1 > 2 e an +1 = an2 − 2, ∀n ∈ `.
∞
1 a1 − a12 − 4
Mostre que ∑
n =1 a1 ⋅ a2 ⋅ ... ⋅ an
=
2
.
99) Num triângulo, a razão entre os raios das circunferências circunscrita e inscrita
5
é . Os lados do triângulo estão em progressão aritmética e sua área é
2
numericamente igual ao seu perímetro. Determine os lados do triângulo.
60
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 96 proposto por Miguel Cruz (Holguin, Cuba), problema 97 (Coréia 2001) proposto
por Samuel Barbosa Feitosa (Fortaleza - CE), problema 98 proposto por Gleydson Chaves
Ricarte (Fortaleza - CE), problema 99 proposto por Geraldo Perlino (Itapecerica da Serra -
SP), problema 100 proposto por Anderson Torres (São Paulo - SP), problema 101 proposto
por Okakamo Matsubashi (São Paulo - SP).
61
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COORDENADORES REGIONAIS
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
SEQÜÊNCIA DE FIBONACCI 38
Cícero Thiago B. Magalhães
PROBLEMAS PROPOSTOS 60
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores
2
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3
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PROBLEMA 2
Dada uma circunferência C e um ponto P exterior a ela, traçam-se por P as duas
tangentes à circunferência, sendo A e B os pontos de tangência.
Toma-se um ponto Q sobre o menor arco AB de C. Seja M a interseção da reta AQ
com a perpendicular a AQ traçada por P, e seja N a interseção da reta BQ com a
perpendicular a BQ traçada por P.
Demonstre que, ao variar Q no arco AB, todas as retas MN passam por um mesmo
ponto.
4
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αβ
N Q
α α
β β
A β α B
D
F
Logo, PMDN é paralelogramo, e então NM e PD se cruzam no ponto médio (*),
assim para qualquer "Q" e AB (menor), MN passará por um ponto fixo que é o
ponto médio da altura PD.
Prova de (*):
A B
α θ
β
β
θ α
D C
5
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PROBLEMA 3
Seja n um inteiro positivo. Chamamos Cn a quantidade de inteiros positivos x,
menores que 10n, tais que a soma dos dígitos de 2x é menor que a soma dos dígitos
de x.
Demonstre que Cn
9
(10 − 1) .
4 n
SOLUÇÃO:
k k
Se m = ∑ a j ⋅ 10 , com a j ∈{0,1, 2,...,9}, ∀j ≤ k , temos 2m = ∑ (2a j ) ⋅10 . Note
j j
j=0 j =0
(2a j ) ⋅10 têm dígitos não nulos na k-ésima, posição, com i < j, então k = j = i + 1,
j
sendo o dígito de (2ai ) ⋅10i igual a 1, nessa k-ésima posição, donde sua soma é
menor que 10 (pois o dígito corresponde de (2a j ) ⋅10 j é no máximo 8). Portanto, se
k k
s(m) denota a soma dos dígitos de m, s (m) = ∑ a j e s (2m) = ∑ s (2a j ). Agora, para
j =0 j =0
a ∈ {0,1, 2,3, 4}, s (2a ) = 2a, e, para a ∈ {5, 6, 7,8,9} , s (2a ) = 2a − 9. Portanto, para
0 ≤ a ≤ 9, s (2a ) + s (2 ⋅ (9 − a )) = 2a + 2(9 − a ) − 9 = 9 = a + (9 − a ). Assim, se
n −1
x = ∑ a j ⋅ 10 j , (com 0 ≤ a j ≤ 9, ∀j ) é um inteiro positivo menor que 10 n , temos
j=0
n −1
(10n − 1) − x = ∑ (9 − a j ) ⋅10 j , e logo, s (2 x ) + s (2(10n − 1 − x )) =
j =0
n −1 n −1 n −1 n −1
= ∑ s (2a j ) + ∑ s (2 ⋅ (9 − a j )) = ∑ ( s (2a j ) + s (2 ⋅ (9 − a j )) = ∑ (a j + (9 − a j )) =
j =0 j =0 j =0 j =0
6
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n −1 n −1
= ∑ a j + ∑ (9 − a j ) = s ( x ) + s ((10n − 1) − x ). Assim, s (2 x ) < s ( x ) se e somente se
j =0 j =0
10n − 1 − A
s (2(10n − 1 − x )) = s (10n − 1 − x ). Portanto, Cn = , onde
2
A = #{1 ≤ x < 10n | s(2 x) = s( x)}. Note agora que s ( x ) ≡ x (mod 9) e
s (2 x ) ≡ 2 x (mod 9) , donde, se s (2 x ) = s ( x ), então 2 x ≡ x (mod 9) , e logo
10n − 1
x ≡ 0(mod 9). Assim, A ≤ #{1 ≤ x < 10 n | x ≡ 0(mod 9)} = , donde
9
4 n
Cn ≥ (10 − 1).
9
PROBLEMA 4
Arnaldo escolhe um inteiro a, a H %HUQDOGR HVFROKH XP LQWHLUR b, b $PERV
dizem, em segredo, o número que escolheram a Cernaldo, e este escreve em um
quadro os números 5, 8 e 15, sendo um desses a soma a + b.
Cernaldo toca uma campainha e Arnaldo e Bernaldo, individualmente, escrevem em
papéis distintos se sabem ou não qual dos números no quadro é a soma de a e b, e
entregam seus papéis para Cernaldo.
Se em ambos os papéis está escrito NÃO, Cernaldo toca novamente a campainha, e
o procedimento se repete.
Sabe-se que Arnaldo e Bernaldo são sinceros e inteligentes.
Qual é o número máximo de vezes que a campainha pode ser tocada até que um
deles escreva que sabe o valor da soma?
7
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PROBLEMA 5
Utilizando triangulinhos eqüiláteros de papel, de lado 1, forma-se um triângulo
eqüilátero de lado 2 2004 . Desse triângulo retira-se o triangulinho de lado 1 cujo
centro coincide com o centro do triângulo maior.
Determine se é possível cobrir totalmente a superfície restante, sem superposições
nem buracos, dispondo-se somente de fichas em forma de trapézio isósceles, cada
uma formada por três triangulinhos eqüiláteros de lado 1.
8
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Vamos mostrar por indução que qualquer n ≡ 1 (mod 9) é possível cobrir o triângulo
dividido em n partes cada lado. Como 22004 ≡ (+1) (mod 9) já que 26 n ≡ 1 e 6 | 2004,
26 n ≡ 1 (mod 9) e 6 | 2004 para n = 22004 é possível.
Vamos mostrar que se para n ≡ 1 (mod 9) é possível, então para n + 9 também é.
Temos que n + 9 ≡ 1 (mod 9). Cobriremos os 3 lados do triângulo maior assim:
Comece por um vértice A e cubra um lado a que este pertença com peças até
restarem 2 espaços (como n ≡ 1 (mod 3), isto é possível). Agora preencha da mesma
forma a segunda linha, até restarem 4 espaços.
Na terceira linha, deixe um espaço à esquerda e preencha até onde foi a segunda
linha (como indicado na figura acima). E, acima das primeiras duas peças da terceira
linha, ponha mais uma (como na figura).
Faça isso para todos os vértices. Observe que não há nem espaços nem
superposições. Assim criamos uma "barba" e o meio é um triângulo de lado
(n + 9) – 9 (muito fácil de ver, já que a borda tem "largura" 3). O centro do triângulo
grande coincide com o do de lado n. Assim, por hipótese de indução, este triângulo
central pode ser preenchido, logo o triângulo grande também!. A base da indução é
n =1, caso em que não há nada a fazer. Assim, nossa afirmação está provada.
9
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PROBLEMA 6
Sejam m, n inteiros positivos. Em um tabuleiro m × n, quadriculado em
quadradinhos de lado 1, considere todos os caminhos que vão do vértice superior
direito ao inferior esquerdo, percorrendo as linhas do quadriculado exclusivamente
nas direções ← e ↓.
Define-se a área de um caminho como sendo a quantidade de quadradinhos do
tabuleiro que há abaixo desse caminho. Seja p um primo tal que rp(m) + rp(n) ≥ p,
onde rp(m) representa o resto da divisão de m por p e rp(n) representa o resto da
divisão de n por p.
Em quantos caminhos a área é um múltiplo de p?
SOLUÇÃO:
Para resolver este problema, usaremos técnicas de funções geratrizes descritas no
artigo "Séries formais", de Eduardo Tengan, da Eureka! No. 11, pp. 34 – 39.
Representaremos o tabuleiro por {1, 2,…,m} × {1, 2,…,n}.
Desta forma, os quadradinhos são representados por pares (i, j), com
1 ≤ i ≤ m,1 ≤ j ≤ n. Considere agora um caminho como no enunciado. Para
1 ≤ i ≤ m, seja bi o número de quadradinhos da forma (i, y) que estão abaixo do
caminho. Como o caminho só desce ou anda para a esquerda, temos
0 ≤ b1 ≤ b2 ≤ b3 ≤ ... ≤ bm (e, reciprocamente, tais bi determinam um caminho). A
m
área do caminho é ∑b .
i =1
i Definamos bm +1 = n e b0 = 0. Para 1 ≤ i ≤ m + 1, seja
m +1
yi = bi − bi −1 . Temos ∑y
i =1
i = bn +1 − b0 = n , e, em geral, para
k
k ≤ m + 1, ∑y
i =1
i = bk − b0 = bk . Portanto, a área do caminho é
m m m+1 m
A = ∑bi = ∑(m + 1− i) ⋅ yi = ∑(m + 1− i) ⋅ yi = ∑ j ⋅ ym+1− j .
i =1 i =1 i =1 j =0
m m
Assim, fazendo z j = ym +1− j , temos ∑ zj = n e
j =0
∑ j⋅z
j =0
j = A.
10
Sociedade Brasileira de Matemática
1
= 1 + x k y + ( x k y ) 2 + ..., F ( x, y ) = ∑ ar , s x r y s , onde ar , s é o número de
1− x y
k
r , s∈<
m
soluções de z0 + z1 + ... + zm = s com zi ≥ 0, ∀i ≥ 0 e zi + 2 z2 + 3 z3 + ... = ∑ jz j = r.
j =0
p −1
Para isso, consideremos a soma ∑ F (ξ
k =0
k
, y ), onde ξ = e 2π i p
é uma raiz p-ésima da
p −1
unidade (e logo ∑ξ
k =0
kr
= 0, sempre que r não é múltiplo de p). Temos
p −1 p −1
p −1
∑ F (ξ k
, y) = ∑ ∑< a r ,s ⋅ ξ kr ⋅ y s = ∑< a r ,s ⋅ ∑ ξ kr ⋅ y s = ∑ p ⋅ ar ,s ⋅ y s (pois, se
k =0 k =0 r , s∈ r , s∈ k =0 r , s∈<
p|r
p −1 p −1
p | r, ∑ξ kr = p ) . Em particular, o coeficiente de y n em ∑ F (ξ k
, y ) é p vezes o
k =0 k =0
número de caminhos como no enunciado cuja área é um múltiplo de p.
Para k = 0, F (ξ k , y ) = F (1, y ) =
1
m +1
= (1 + y + y 2 + ...)m +1 , e o coeficiente de y n
(1 − y )
em F (1, y ) é o número de soluções de k1 + k2 + ... + km +1 = n , ki ≥ 0, ∀i , que é
m+n m
1 m
. Por outro lado, para 1 ≤ k ≤ p − 1, F ( ξ k
, y ) = ∏
1
= m+1 ∏ −1
1
.
r =0 1 − ξ y y r =0 y − ξ kr
kr
m
Escrevendo m = qp + rp ( m) = ( q + 1) p − ( p − rp (m)), com 0 ≤ rp (m) < p, temos
( q +1) p −1 ( q +1) p −1 ( q +1) p −1
∏ (1 − ξ y ) kr
∏ (1 − ξ kr y ) ∏ (1 − ξ y ) kr
F (ξ , y ) =
1 1
k
⋅ ( q +r =1)mp+−11 = r =m +1
= r =m +1
.
y (q +1) p (1 − y )
−p
y (q + 1) p − 1) q +1 +
p q 1
∏ (y −ξ−1 kr
) (y
r =0
( q +1) p −1
Como o produto ∏ (1 − ξ y ) kr
tem p − rp (m) − 1 termos, ao desenvolver esse
r = m+1
11
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9RFr VDELD«
4XH 225964951 − 1 p SULPR" (VWH Q~PHUR GH GtJLWRV p R
PDLRU SULPR FRQKHFLGR H p XP SULPR GH 0HUVHQQH DVVLP FRPR R
VHJXQGR R WHUFHLUR H R TXDUWR PDLRUHV SULPRV FRQKHFLGRV TXH VmR
2 24036583 − 1, 220996011 − 1 H 213466917 − 1.
2 GHVFREULGRU GHVWH QRYR SULPR R SULPR GH 0HUVHQQH
4
12
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PROBLEMA 1
n
Seja ABC um triângulo acutângulo com AB ≠ AC. A circunferência de diâmetro BC
n
intersecta os lados AB e AC nos pontos M e N, respectivamente. Seja O o ponto
médio do lado BC. As bissetrizes dos ângulos BAC e MON intersectam-se em R.
Prove que as circunferências circunscritas aos triângulos BMR e CNR têm um ponto
em comum que pertence ao lado BC.
α/2 α/2
N ΓC
M
ϕ γ
ΓB ϕ R
β
π / 2– α
π / 2– α
β π – 2β π – 2γ
γ
B C
K O
13
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Aqui, Thiago nota (e prova) que o ponto comum às duas circunferências e o lado BC
só pode ser o pé da bissetriz:
Aqui está a formalização dele: se provarmos que ∠RNO = α/2, teríamos ∠RNC = γ
+ α/2 e ∠RNC + ∠RKC = γ + α/2 + β + α/2 = π, portanto K pertence a ΓC.
Analogamente (aqui você deve verificar que Thiago usa o fato que ele provou antes
de que ∠RNO = ∠RMO), vamos ter K pertencente a ΓB, portanto ΓB e ΓC têm um
ponto comum em BC.
Deste modo, só falta provar que ∠RNO = α/2. Isso é um problema que costuma ser
resolvido de duas maneiras: (1) com “arrastão” (isto é, calculando todos os ângulos
na figura) ou (2) “arrastão” seguido de contas (isto é, com trigonometria, geometria
analítica ou complexos). Thiago resolveu adotar a opção (2), com trigonometria
(quando o coordenador viu as contas, ele comentou, “estava indo tão bem até aqui,
por que ele teve que fazer essas contas??”)
14
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Mas por onde começar? Primeiro devemos procurar por triângulos que envolvam ϕ.
Um deles vem da própria definição de ϕ: RNO. Outro bem interessante é o ARN,
cujos ângulos envolvem tanto ϕ como α/2, além de ter RN em comum (um
segmento a menos para calcular, como você vai ver depois!). Então parece ser uma
boa estratégia utilizar esses dois triângulos.
Veja que se dividirmos (1) por (2), RN se cancela, então não precisamos calcular
BC senα
RN. Só precisamos de NO e AN. NO é fácil: é o raio = . Além disso,
2 2
AN = AC – NC = sen β – NC. Só falta NC!
15
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Eureka! 17). Agora sim, dividindo (1) por (2) e substituindo NO e AN, obtemos a
nossa conta final:
Parece loucura, mas Thiago abriu os senos e co-senos. Mas isso tinha um motivo:
ele queria achar cotg ϕ (lembre-se: o segredo do sucesso nas contas é sempre ter
uma meta em mente!).
(*) ⇔ cos ϕ cos αsenγ + senϕsen γsenα = senϕ cos ( γ − α2 ) cos α2 + cos ϕsen ( γ − α2 ) cos α2
( ) (
⇔ cos ϕ cos αsenγ − sen ( γ − α2 ) cos α2 = senϕ cos ( γ − α2 ) cos α2 − senγsenα )
⇔ cos ϕ( sen(α + γ ) + sen( γ − α) − senγ − sen( γ − α)) =
senϕ(cos γ + cos( γ − α) − cos( γ − α) + cos( γ + α))
cos γ − cos β 2 sen ( 2 ) sen ( 2 ) sen ( π−α
2 )
β+γ β−γ
α
⇔ cotg ϕ = = = = cotg
senβ − senγ 2sen ( 2 ) cos ( 2 ) cos ( 2 )
β−γ β+γ π−α
2
α α α
Como cotg ϕ = cotg eϕ e pertencem ao intervalo ]0; π[, temos ϕ = ,o
2 2 2
que precisávamos.
PROBLEMA 2
Determine todos os polinômios P(x) de coeficientes reais que satisfazem a igualdade
P( a − b) + P(b − c) + P(c − a ) = 2 P( a + b + c )
16
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Agora vem a parte da solução que usa análise. Ele provou um lema geral bem útil
para o problema.
Qx (λ)
Lema. lim = Cn x n , sendo Cn o coeficiente líder de P(x).
λ→+∞ λn
Demonstração:
Note que Qx(λ), Qx’(λ), …, Qx(n –1)(λ), λn, λn –1, …, λ são todos polinômios, logo são
deriváveis, e que para um desses polinômios qualquer, digamos R, temos
lim | R(λ) | = +∞ , pois todos eles têm grau maior ou igual a 1. Então, aplicando o
λ→∞
17
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Fábio não precisava estudar o caso P(x) = Ax2 + B, pois isso é um caso particular do
caso P(x) = Ax4 + Bx2 + C, mas ele estudou. Na hora de estudar o caso P(x) = Ax4 +
Bx2 + C, ele viu que a conta seria grande. Mas nesse momento ele lembrou as
palavras que o prof. Luciano sempre diz: “tem que ter garra para ser campeão!” e
não fraquejou, fazendo as contas:
18
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PROBLEMA 3
Um gancho é uma figura formada por seis quadrados unitários como no seguinte
diagrama
SOLUÇÃO OFICIAL
Considere um preenchimento do tabuleiro m × n. Para cada gancho A, existe um
único gancho B cobrindo o quadradinho “interno” de A com uma de suas
“extremidades”. Além disso, o quadradinho “interno” de B deve ser coberto por uma
das “extremidades” de A. Assim, num recobrimento, todos os ganchos formam
pares. Há apenas duas maneiras de formar tais pares. Em um caso, A e B formam um
retângulo 3 × 4; no outro, a sua união é um octógono, com lados 3, 2, 1, 2, 3, 2, 1, 2.
Então um tabuleiro m × n pode ser coberto por ganchos se e somente se pode ser
coberto com os pares de 12 quadradinhos acima. Suponha que tal recobrimento
exista. Então mn é divisível por 12. Provaremos que m ou n é divisível por 4.
Assuma por absurdo que isso não acontece; então m e n são ambos pares, pois mn é
divisível por 4. Imagine o tabuleiro dividido em quadradinhos unitários, com linhas
e colunas rotuladas 1, 2, …, m e 1, 2, …, n, respectivamente. Escreva 1 no
quadradinho (i, j) se exatamente um entre os números i e j é divisível por 4, e 2, se i
e j são ambos divisíveis por 4. Como o número de quadrados em cada linha e coluna
é par, a soma de todos os números escritos é par. Mas não é difícil verificar que um
retângulo 3 × 4 sempre cobre números com soma 3 ou 7; e o outro tipo de par
sempre cobre números com soma 5 ou 7. Conseqüentemente, o número de pares de
peças é par. Assim, mn é divisível por 24 e, portanto, por 8, absurdo, pois
supusemos que nem m nem n é múltiplo de 4.
19
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Note também que nem m nem n pode ser 1, 2 ou 5 (qualquer tentativa de colocar as
peças nesses casos falha). Concluímos então que se um recobrimento é possível
então m ou n é divisível por 3, m ou n é divisível por 4 e m, n ∉ {1; 2; 5}.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja n ≥ 3 um inteiro. Sejam t1 , t2 ,..., tn números reais positivos tais que
1 1 1
n 2 + 1 > (t1 + t2 + ... + tn ) + + ... + .
t1 t2 tn
Mostre que ti , t j e tk são as medidas dos lados de um triângulo para quaisquer i, j, k
com 1 ≤ i < j < k ≤ n.
Temos
1 1 1 t1 + t2 + "+ tn−1 1 1 1
n2 + 1 > (t1 + t2 + "+ tn−1 ) + + "+ + + tn + + " + +1
t1 t2 tn−1 tn t1 t2 tn−1
t
1 2t t n −1
Assim,
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t1 + t2 + " + tn −1 1 1 1
n2 + 1 > (n − 1)2 + 1 + + tn + + " +
tn t1 t2 tn −1
t +t t t t + " + tn −1 tn
+ +"+ n
t
⇔ 2n − 1 > 1 2 + n + n + 3
tn t1 t2 tn t3 tn −1
t t
Como k + n ≥ 2 , temos
tn tk
t +t t t t +t t t
2n − 1 > 2n − 6 + 1 2 + n + n ⇔ 5 > 1 2 + n + n
tn t1 t2 tn t1 t2
Sendo tn = t1 + t2 + k,
t +t t + t + k t1 + t2 + k k t k t k
5> 1 2 + 1 2 + ⇔ 5 > 1− +1+ 2 + + 1 +1+
+ +
t1 t2 k t1 t2 +
t1 t2 k + t1 t2 t2 t1
t1 t2 k k k
⇔2> + + + −
t2 t1 t2 t1 t1 + t2 + k
t t
Mas 1 + 2 ≥ 2 . Deste modo,
t2 t1
1 1 1 1 1 1
0> k + − ⇔ 0 > k + −
t1 t2 t1 + t2 + k t1 t2 tn
1 1 1
Veja que + > pois t1 ≤ t2 ≤ tn. Logo k < 0 e tn < t1 + t2.
t1 t2 tn
PROBLEMA 5
n
Num quadrilátero convexo ABCD a diagonal BD não é bissetriz do ângulo ABC n
nem do ângulo CDA . Um ponto P no interior de ABCD satisfaz
21
Sociedade Brasileira de Matemática
B
α1
α1 α 2
A C
P
β2
β1
β1
Veja que esses ângulos não dependem de P estar dentro do triângulo ABD (o que
implica ∠ABD > ∠DBC e ∠ADB > ∠BDC) ou P estar dentro do triângulo BCD (o
que implica ∠ABD < ∠DBC e ∠ADB < ∠BDC) pois se ∠ABD = ∠PBC então
∠ABD ± ∠DBP = ∠PBC ± ∠DBP (+ se P está dentro de BDC e – se P está dentro
de ABD) ⇒ ∠ABP = ∠DBC = α2. Para os ângulos com vértice D é análogo.
Usando lei dos senos nos triângulos ABP, BCP, ADP e DCP, temos
AP AB CP BC
= (1) = (2)
senα 2 sen∠APB senα1 sen∠BPC
AP AD CP DC
= (3) = (4)
senβ2 sen∠APD senβ1 sen∠DPC
22
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As equações (I) e (II) são fundamentais para a solução do problema, pois envolvem
AP e CP, lados do quadrilátero ABCD e, além disso, observando a figura e essas
equações, notamos algumas simetrias interessantes. Rafael começa a usá-las a partir
de agora.
Portanto senθ = 0 e então θ = 180º, pois θ = ∠APD + ∠BPC está entre 0 e 360º.
PC sen180,
Então = − cos180, = 1, ou seja, AP = PC.
AP tg ∠BPC
23
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Mas, fazendo as mesmas contas que fizemos em (V) e em (VI) (veja que as
igualdades à direita em (V) e (VI) não dependem de ABCD ser cíclico), vemos que
sen∠APD sen∠APB AD senβ2 AD BC
= = 1. E então × =1 ⇔ = . Sejam R1
sen∠BPC sen∠CPD BC senα1 senα1 senβ 2
e R2 os circunraios de ABD e BCD. Pela lei dos senos estendida,
AD BC
2 R1 = = = 2 R2 ⇒ R1 = R2.
senα1 senβ2
α1
α2
β1 β2 C
24
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Neste último caso vamos ter ∠BAD = ∠BCD. Como α1 + β1 + ∠BAD = 180º e α2 +
β2 + ∠BCD = 180º, α1 + β1 = α2 + β2.
Mas veja que (α1 > α2 e β1 > β2) ou (α1 < α2 e β1 < β2) pois caso contrário, como P
está no interior do quadrilátero ABCD, P deveria estar no interior de ABD e BCD ao
mesmo tempo, o que é impossível. Logo não é possível que α1 + β1 = α2 + β2, e o
problema acabou.
Enfim, uma solução muito parecida com uma trilogia grega, porém sem nenhuma
tragédia.
PROBLEMA 6
Um inteiro positivo é dito alternante se, na sua representação decimal, quaisquer
dois dígitos consecutivos têm paridade diferente.
Determine todos os inteiros positivos n tais que n tem um múltiplo que é alternante.
102 n − 1
+ 2k =
se a é ímpar, a = 101010...101
2 n−1 dígitos
99
+ 2k, k ∈ T, k com no máximo 2n
dígitos; (I)
102 n − 1
+ 2k =
se a é par, a = 101010...1010
2 n dígitos
99
⋅ 10 + 2k, k ∈ T, k com no máximo
2n + 1 dígitos; (II)
Caso 1: mdc(10; p) = 1.
Aqui, Marini toma sim um número particular. Não é muito difícil encontrar um
número alternante nesse caso, se você conhece o teorema de Euler-Fermat.
25
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Suponha que 0 ≤ t < 10k . Seja Xt = {t; t + 10k; …; t + (q – 1) ⋅ 10k}. Note que esse
conjunto está contido em T (pois q ≤ 5) e que Xt contém todos os possíveis restos
congruentes a t módulo qk+1 (qk+1 não divide 10k e q divide 10). Da hipótese de
indução, dado x natural existe t ∈ T com t ∈ T com t < 10k (se t ≥ 10k , trocamos t
pelo número formado pelos seus k últimos dígitos que é congruente a t módulo 10k,
e logo módulo qk) tal que x ≡ t (mod qk). Vendo módulo qk+1 temos que x é
congruente a um elemento de Xt. Considerando a união de todos os conjuntos Xt,
com t variando entre 0 e qk – 1, vemos que cobrimos todos os possíveis restos (de
fato, como Xt tem q elementos, a união tem qk+1 elementos) e portanto o lema está
demonstrado.
26
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Assim, aplicando o lema à congruência k ≡ 5 ⋅ 99–1 (mod 2e), vemos que podemos
escolher k0 ∈ T que satisfaz essa congruência. Seja m o número de dígitos de k0.
Tome s cópias de k0 (com alguns zeros à esquerda para que fique com m + e + 1
s −1 (10m +e +1 )s − 1
dígitos) e concatene-as, isto é, seja k = k0 ∑10 ( m + e +1) j
= k0 . Veja que
j =0
10m +e +1 − 1
k ainda é um elemento de T e que k ≡ 5 ⋅ 99–1 (mod 2e), pois 10m+e+1 ≡ 0 (mod 2e).
Vamos fazer com que k seja múltiplo de u. Para isso, basta tomar s = ϕ((10m+e+1 – 1)
⋅ u) que o resto segue de Euler-Fermat.
102 n − 1
Retomando: o número alternante que procuramos é a = ⋅ 10 + 2k. Já
99
encontramos k. Agora, basta escolher um n adequado par acertar o número de
algarismos de a. Tome n = ϕ(99u)v maior que a quantidade de dígitos de k. Pronto!
Temos
102 n − 1 102 n − 1
a= ⋅ 10 + 2k = 2( ⋅ 5 + k) ≡ 0 (mod 2e+1) (graças ao lema!)
99 99
102 n − 1
a= ⋅ 10 + 2k ≡ 0 + 0 ≡ 0 (mod u)
99
Logo a é múltiplo de p.
Novamente pelo lema, existe k0 ∈ T que satisfaz essa congruência. Assim como no
s −1 (10m +e +1 )s − 1
caso anterior, tomemos k = k0 ∑10
m + e +1
= k0 , com
j =0 10 m + e +1
− 1
s = ϕ((10 m+e+1
– 1) ⋅ u) e n = ϕ(99u)v maior que a quantidade de dígitos de k. De
modo análogo ao caso anterior, conseguimos um alternante múltiplo de p.
27
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102 n − 1
Neste caso, devemos tomar um alternante da forma (II), ou seja, a = ⋅ 10 +
99
102 n − 1
2k, k ∈ T. Seja p = 10u. Temos que 10u| ⋅ 10 + 2k ⇒ 5|k. Como k ∈ T, seu
99
último dígito só pode ser zero, de modo que 10|k. Seja k = 10w, w ∈ T. Temos então
102 n − 1 102 n − 1
que u| + 2w, w ∈ T. Como + 2w é ímpar, u deve ser ímpar, e
99 99
caímos no caso 1 ou 3. Logo existe um múltiplo alternante de u só quando u é ímpar,
ou seja, quando p não é múltiplo de 20.
Logo os inteiros positivos que não possuem múltiplo alternante são exatamente os
múltiplos de 20.
9RFr VDELD«
4XH H[LVWHP SURJUHVV}HV DULWPpWLFDV DUELWUDULDPHQWH
ORQJDV IRUPDGDV DSHQDV SRU Q~PHURV SULPRV" ,VWR IRL
SURYDGR UHFHQWHPHQWH SRU %HQ *UHHQ H 7HUHQFH 7DR
GRLV H[ROtPSLFRV H HUD DWp HQWmR XPD FRQMHFWXUD
EDVWDQWH DQWLJD R ~OWLPR SURJUHVVR LPSRUWDQWH HP VXD
GLUHomR KDYLD VLGR R UHVXOWDGR GH 9DQ GHU &RUSXW TXH
SURYRX HP TXH H[LVWHP LQILQLWDV SURJUHVV}HV
DULWPpWLFDV GH WUrV WHUPRV IRUPDGDV SRU SULPRV
9HMD R DUWLJR XP SUHSULQW DLQGD QmR SXEOLFDGR GH *UHHQ
H 7DR HP KWWSDU[LYRUJDEVPDWK17 H R
DUWLJR H[SRVLWyULR GH %U\QD .UD VREUH R DVVXQWR HP
KWWSPDWKQRUWKZHVWHUQHGXaNUDSDSHUVSULPHVSGI
28
Sociedade Brasileira de Matemática
Nível Avançado
1. INTRODUÇÃO
Chamaremos de sistema de massas um conjunto de n pontos P1 , P2 ,..., Pn no plano,
sendo que ao ponto Pk = ( xk , yk ) está associada uma massa mk ∈ \, de modo que
m1 + m2 + ... + mn ≠ 0. Definiremos o centro de massa desse sistema como sendo o
ponto ( x, y) tal que:
m1 x1 + m2 x2 + ... + mn xn m y + m2 y2 + ... + mn yn
x= ; y= 1 1 ,
M M
Onde M = m1 + m2 + ... + mn é a massa associada a ele.
Notação:
Quando ao ponto (x, y) estiver associada uma massa m escreveremos (x, y)[m].
Observações:
(i) Podemos interpretar fisicamente o centro de massa de um sistema como sendo o
ponto onde ele concentra toda sua massa. Em termos práticos, isso nos ajuda a
simplificar, por exemplo, problemas de Dinâmica onde há aplicações de forças sobre
o sistema.
2. PROPRIEDADES BÁSICAS
Proposição 1.
Seja (x, y)[m] o centro de massa do sistema
S1 = {( x1 , y1 )[m1 ], ( x2 , y 2 )[m2 ],..., ( xk , y k )[m k ]}, e seja (a, b)[N] o centro de
massa do sistema S 2 = {( a1 , b1 )[ n1 ], ( a2 , b2 )[n2 ],..., ( al , bl )[ nl ]}. Então, se
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Demonstração:
Por definição o centro de massa do sistema S = S1 ∪ S 2 é o ponto
( X , Y )[ M + N ], onde:
X =
∑ k
i =1 mi xi + ∑ lj =1 n j a j
=
M x + Na
M +N M +N
que é justamente a primeira coordenada do centro de massa do sistema
{( x , y )[ M ], (a , b )[ N ]}. Para a segunda coordenada é análogo.
30
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JJJG JJJG
m1 AG + m2 BG = 0
tal fato é deixado como exercício para o leitor.
Observação:
Pela equação acima distinguimos alguns casos:
• As duas massas têm o mesmo sinal. Nesse caso o ponto G está entre A e B e vale
que m1 AG = m2 BG .
• As duas massas têm sinais contrários. Nesse caso G está fora do segmento AB e
vale que m1 AG = m2 BG .
3. APLICAÇÕES À GEOMETRIA
Exemplo 1: Vamos tomar um triângulo ABC qualquer e pôr massas iguais em seus
três vértices, ou seja consideraremos o sistema A[ p ], B[ p ], C [ p ]. Chamaremos de
G o centro de massa desse sistema. Como encontrar o ponto G?
(hummm…) denotaremos C.M. = centro de massa.
A[p]
P N
G
31
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c K
b
L
I
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A[p – a]
p–b p–c
Z
Y
N
p–a p–a
BN b CN c
= ; =
NY p − b NZ p −c
O próximo resultado foi o que nos motivou a escrever este artigo. Ele mostra toda a
beleza desta teoria, enquanto outros métodos são ineficazes. Para uma demonstração
33
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I[p] x y O
2y G 2x
H N[2p]
34
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4. PROBLEMAS RELACIONADOS
Problema 1
a b c
(a) Verifique que o sistema A ,B ,C
cos A cos B cos C
tem como C.M. o
ortocentro do triângulo.
(b) Verifique que o sistema A[ sen 2 A], B[ sen 2 B ], C [ sen 2C ] tem como C.M. o
circuncentro.
Problema 2
Sejam A, B, C, D pontos concíclicos. Sejam G A , GB , GC , G D os baricentros dos
triângulos BCD, ACD, ABD e ABC. Prove que G A , GB , GC , G D são concíclicos.
Problema 3
Sejam ABCD um quadrilátero no espaço de forma que AB, BC, CD e DA sejam
tangentes a uma esfera γ nos pontos X, Y, Z, W. Prove que estes pontos são
coplanares.
Problema 4
Sejam X, Y e Z os pontos onde o incírculo do triângulo ABC toca os lados BC, AC e
AB, respectivamente. Mostre que o incentro de ∆ABC está sobre a reta que passa
pelos pontos médios de BC e AX. (veja uma solução em [5]).
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Problema 5
Considere 6 pontos em uma dada circunferência. Tomamos três destes pontos e
marcamos seu baricentro G1 . Em seguida, marcamos o ortocentro H 2 dos outros
três pontos e traçamos o segmento G1 H 2 . Mostre que todos os 6 possíveis
= 20
3
segmentos G1 H 2 passam por um ponto fixo.
Problema 6
Seja ABCD um quadrilátero convexo inscritível com os lados opostos AD e BC se
encontrando em P, e AB e CD em Q. Prove que o quadrilátero EFGH, determinado
l , é um losango.
l e CQB
em ABCD pelas bissetrizes de DPC
Problema 7
Seja PABC um tetraedro e sejam A1 , B1 , C1 os pontos médios das arestas BC, AC e
AB, respectivamente. Seja α um plano paralelo à face ABC que intercepta as arestas
PA, PB, PC nos pontos A2 , B2 , C 2 respectivamente.
(a) Prove que A1 A2 , B1 B2 , C1C 2 concorrem em um ponto D.
(b) Determine o lugar geométrico dos pontos D quando α varia.
Problema 8
(a) Considere 4 pontos que formam um sistema ortocêntrico (cada um é o ortocentro
do triângulo formado pelos outros três). Ponha massas iguais nesses 4 pontos. Prove
que o centro de massa é o centro do círculo dos nove pontos de cada um desses 4
triângulos (veja [1] e o problema proposto No. 107 na página 61).
(b) (Beltrami) Prove que o C.M. do sistema formado pelo incentro e pelos três
exincentros com massas iguais é o circuncentro.
Problema 9
Seja ABCD um quadrilátero convexo inscritível com os lados opostos AD e BC se
l e
encontrando em P, e AB e CD em Q. Prove que as bissetrizes dos ângulos DPC
l e a reta que une os pontos médios das diagonais do quadrilátero ABCD
CQB
(diagonal de Euler) concorrem.
36
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Problema 10
(Banco IMO/97) No ∆ABC acutângulo, sejam AD, BE alturas e AP, BQ bissetrizes
internas. Sejam I e O o incentro e o circuncentro do triângulo ABC, respectivamente.
Prove que os pontos D, E e I são colineares se e somente se P, Q e O são colineares.
Agradecimentos: A nosso amigo Carlos Shine pela primeira versão digitada deste
material, na Semana Olímpica de 2001, em Salvador - BA.
REFERÊNCIAS:
[1] Coxeter, H.S.M.; Greitzer, S.L., Geometry Revisited, MAA, 1967.
[2] Johnson, R.A., Advanced Euclidean Geometry, Dover Publications, 1960.
[3] Castro, L.G.M., Introdução à Geometria Projetiva, Eureka!, vol 8, pp 16-27, 2000.
[4] Honsberger, R., Mathematical Morsels, MAA, 1978.
[5] Moreira, C.G.T., Wagner, E., 10 Olimpíadas Iberoamericanas de Matemática, OEI,
1996.
9RFr VDELD«
4XH 28433 ⋅ 2 + 1 p SULPR"
7830457
37
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SEQÜÊNCIA DE FIBONACCI
Cícero Thiago B. Magalhães
Nível Avançado
INTRODUÇÃO
O nome seqüência de Fibonacci, foi dado pelo matemático francês Edouard Lucas no
século XIX. Porém, a seqüência surgiu de um problema que estava proposto na obra
"Liber Abaci" de Leonardo de Pisa (1180 – 1250), conhecido como Fibonacci. O
problema era o seguinte: "Um homem põe um casal de coelhos dentro de um cercado.
Quantos pares de coelhos serão produzidos em um ano, se a natureza desses coelhos é
tal que a cada mês um casal gera um novo casal, que se torna fértil a partir do segundo
mês?" Depois de séculos de trabalho, é possível hoje citar uma quantidade enorme de
propriedades da seqüência do número de coelhos existentes após n meses. O objetivo
deste trabalho é apresentar algumas propriedades básicas desta seqüência.
Definição
A seqüência de Fibonacci é definida da seguinte maneira:
f1 = f 2 = 1 e f n = f n −1 + f n − 2 , ∀n > 2.
Por conveniência, algumas vezes usaremos f 0 = 0.
Propriedades básicas
(I) Para todo n ≥ 1 : f1 + f 2 + ... + f n = f n + 2 − 1
Prova: n = 1: f1 = f 3 − 1
Vamos supor q ≥ 1 e f1 + f 2 + ... + f q = f q + 2 − 1
n = q + 1 : f1 + f 2 + ... + f q + f q +1 = f q + 2 − 1 + f q +1 = f q + 3 − 1
38
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f n + ( q − 2) = f n −1 f q − 2 + f n f q −1
f n + ( q −1) = f n −1 f q −1 + f n f q
Somando membro a membro essas igualdades e levando em consideração a fórmula
recursiva que define ( f n ) :
f n + q = f n −1 f q + f n f q +1
Ou seja, a fórmula vale também para q, sempre que n > 1. O princípio da indução
nos garante então que vale para todo m ≥ 1 e qualquer n > 1.
(III) Dois números de Fibonacci consecutivos f n e f n +1 são primos entre si.
A prova fica como exercício.
(IV) Se m | n, então f m | f n .
Prova: Por hipótese n = mq, para algum q ∈ `. Usaremos indução sobre r.
Se q = 1, então m = n e é fácil ver que f m | f n . Seja q ≥ 1 e admitamos que
fm | f mq .
Então, usando a propriedade (II):
f m ( q +1) = f mq + m = f mq −1 f m + f mq f m +1
Como f m | f mq −1 f m e f m | f mq f m +1 (pois, pela hipótese de indução, fm divide
f mq ), então f m divide a soma desses dois produtos. Ou seja: f m | f m ( q +1) .
(V) Seja d = mdc(m, n), então mdc ( f m , f n ) = f d .
Prova: Indução em m + n. Se m = 1, mdc(m, n) = 1 e mdc(fm, fn) = mdc(1, fn) = 1 = f1.
Se m + n = 2 é trivial. Se m = n não há o que provar.
Se 2 ≤ m < n, f n = f m + ( n − m ) = f m − 1 f n − m + f m f n − m + 1 ⇒ m dc ( f m , f n ) =
( III )
mdc ( f m , f m −1 f n − m ) = m dc ( f m , f n − m ), que é igual, por hipótese de indução a
f mdc ( m , n − m ) = f mdc ( m , n ) .
Veja também a solução do problema proposto No. 92 na Eureka! 20, pp 55 – 57.
(VI) Seja x = x + 1, então, para n = 2, 3, … nós temos que
2
x n = f n x + f n −1 .
Prova: É trivial o caso n = 2. E se x = f n x + f n −1 para algum n ≥ 2, então
n
x n +1 = x n ⋅ x = ( f n x + f n −1 ) x
= f n x 2 + f n −1 x
39
Sociedade Brasileira de Matemática
= f n ( x + 1) + f n −1 x
= ( f n + f n −1 ) x + f n
= f n +1 x + f n ,
como desejado!
1+ 5 1− 5
Vejamos que as raízes de x = x + 1 são os números α = eβ=
2
.
2 2
Então, para todo n = 2, 3, … nós temos
α n = f n α + f n −1
e
β n = f n β + f n −1 .
Subtraindo as duas últimas equações temos que α − β = f n (α − β ), e notando
n n
f1 = 1, f 2 = 1, f 3 = 2, f 4 = 3, f 5 = 5, f 6 = 8, f 7 = 13,
f 8 = 21, f 9 = 34, f10 = 55, f11 = 89, f12 = 144, f13 = 233, f14 = 377.
Assim, f12 = 12 2 e f13 > 13 2 , f14 > 14 2. Por outro lado, se f n > n2 e
f n +1 > (n + 1) 2 , então
f n + 2 = f n +1 + f n > n 2 + (n + 1) 2 > (n + 2) 2 , desde que n > 3,
40
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donde segue por indução que f n > n para n > 13. Assim, as únicas soluções são
2
n = 1 e n = 12.
Problema 2:
Sejam n e k dois inteiros positivos quaisquer. Então entre duas potências
k k +1
consecutivas n e n não podemos ter mais que n números de Finonacci.
Sugestão: use a propriedade (I)
Problema 3:
Seja f n a seqüência de Fibonacci ( f1 = 1, f 2 = 1, f n +1 = f n + f n −1 ). Calcule a série
∞
fn
∑
n=2 f n −1 ⋅ f n +1
.
Problema 4:
Ache a, se a e b são números inteiros tais que x − x − 1 é um fator de
2
ax17 + bx16 + 1.
Fortemente ligada à seqüência de Fibonacci, e tão interessante quanto, é a seqüência
de Lucas que é definida da seguinte maneira:
Ln = f n −1 + f n +1
L1 = 1, L2 = 3, L3 = 4,...
Obs: é fácil perceber que de acordo com a definição da seqüência de Lucas temos
que L0 = 2.
Usando a fórmula de Binet temos que:
α n −1 − β n −1 α n +1 − β n +1
Ln = f n −1 + f n +1 = +
α −β α −β
1 n1 n1
= α + α − β + β .
α −β α β
1+ 5 1− 5 1 1
Como α = e β= , então +α = 5 e + β = − 5. Portanto,
2 2 α β
Ln = α n + β n .
Problema 5:
Prove que f 2 n = f n Ln .
41
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Problema 6:
Sejam L0 = 2, L1 = 1, e Ln + 2 = Ln +1 + Ln , para n ≥ 0, a seqüência de Lucas.
Prove que, para todo m ≥ 1,
m
∏L
k =1
2k
= f 2m +1 ,
Problema 7:
Achar o termo geral pn se p0 = 1 e pn +1 = 5 pn − 3 pn , para n ≥ 0.
3
Problema 8:
Todo natural pode ser unicamente escrito como soma de números de Fibonacci
distintos, de índices não consecutivos e maiores que 1. (Teorema de Zeckendorff).
Problema 9:
93 19 93
Sejam a e b inteiros positivos tais que b é divisível por a e a é divisível por
b19 . Prove que ( a 4 + b 8 ) n+1 é divisível por ( ab ) n para todo n > 1.
f f
Problema 10:
Prove que nenhum número de Fibonacci é potência de 7.
Problema 11:
Sejam ( f n ) a seqüência de Fibonacci e, para todo inteiro positivo n,
Vn = f n2 + f n2+ 2 .
Prove que, para todo inteiro positivo n, Vn , Vn +1 , Vn + 2 são lados de um triângulo de
área 1 .
2
REFERÊNCIAS:
[1] Ross Honsberger, Mathematical Gems III, MAA, 1985.
[2] Hygino H. Domingues, Fundamentos da Aritmética, Atual, 1991.
42
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PROBLEMA 7
43
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Publicamos a seguir as soluções dos problemas 121 e 195 da seção "Olimpíadas ao redor do
mundo", por sugestão de Bruno, da Espanha.
44
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t 1
y= (caso t = , BC e ME são paralelas e não se intersectam, logo não
2t − 1 2
existiria o ponto F). Como H pertence a AB, H = (x, 0) para um certo x. Como H
t 1 t (1 − a )
pertence a DE, = , donde (1 − t ) x = t (1 − a ), ou seja, x = .
t−x a−x 1− t
Finalmente, como G pertence a AB, G = (z, 0) para um certo z, e como G pertence a
1 t (2t − 1) t −1 (2t − 1) − at at − (2t − 1)
FD, = , donde ⋅z = , ou seja, z = .
a−z 1− z 2t − 1 2t − 1 1− t
x + z 1 1− t 1 G+H
Assim, = ⋅ = , e logo M = , ou seja, M é o ponto médio do
2 2 1− t 2 2
segmento GH.
45
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SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PROPOSTOS
Publicamos aqui algumas das respostas enviadas por nossos leitores.
90) Prove que, para todo inteiro positivo n e para todo inteiro não nulo a, o
polinômio xn + axn−1 + axn−2 + ... + ax −1 é irredutível, i.e., não pode ser escrito como
o produto de dois polinômios não constantes com coeficientes inteiros.
46
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1 1 1
+ α n −2 (a + α − 1) ⋅1 = R(1) + = = , valendo a igualdade se, e somente se,
α α α
β = β = 1, mas Pa (1) ≠ 0, donde β ≠ 1, absurdo (na verdade, mostramos que
todas as raizes de R ( x ) têm módulo maior ou igual a 1; em particular, α é raiz
simples de Pa ( x ), caso contrário α ∈ (0,1) seria raiz de R ( x)).
Suponha agora que Pa ( x ) = f ( x ) ⋅ g ( x), onde f e g são polinômios não constantes
com coeficientes inteiros. Como o coeficiente constante de Pa ( x ) é –1, os
coeficientes constantes de f(x) e de g(x) pertencem a {–1, 1} (e podemos supor sem
perda de generalidade que seus coeficientes líderes são iguais a 1). Assim, o produto
das raízes de g(x) (e de f(x)) pertencem a {–1, 1}. Por outro lado, podemos supor
sem perda de generalidade que α é raiz de f ( x ). Como todas as raízes de g(x) são
raízes de Pa ( x ) distintas de α , elas têm todas módulo maior que 1, e logo seu
produto não pode pertencer a {–1, 1}, absurdo.
(esse movimento pode ser feito para a direita, para a esquerda, para cima ou
para baixo).
Agora imagine um tabuleiro que é um reticulado retangular infinito e uma reta
que contém uma linha do reticulado, dividindo-o em dois lados. Todas as casas
de um dos lados da linha estão vazias e cada casa do outro lado da linha pode
ou não ter uma peça.
Quantas peças, no mínimo, precisamos para chegar a uma casa do lado vazio
do tabuleiro, a uma distância n da linha ? Abaixo indicamos uma casa a
distância n, para n = 1,2,3,4,5.
47
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5
4
3
2
1
… …
… …
… …
… … … … … … …
"Fronteira"
Assim, a casa marcada com 9 é (0, 0), sua vizinha à esquerda é (1, 0) e acima é
(0, 1). Supomos, sem perda de generalidade, que a peça final termina na casa (0, n)
para n = 1, 2, 3, 4, 5. Usando isto, vemos que o movimento deveria "tender para o
centro e para cima".
Com esta idéia, vamos associar energias às peças nos quadrados do tabuleiro,
através da seguinte função:
ϕ 2 = ϕ + 1, ϕ > 1
E (a, b) = ϕ Φ onde 2
b a
48
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a –2 a –1 a a –2 a
,a≤0
ou um movimento
a a +1 a +2 a a +2
,a≥0
a +2 a+
na direção do centro, estaremos trocando uma energia ϕ b Φ + ϕ b Φ 1 por
ϕ b Φ a , que são iguais por construção.
Já se fizermos
a a +1 a +2 a a +2
,a>0
ou o contrário (com a < 0)
trocaremos energia com perdas, pois a ≤ a + 2 (para a > 0; se
a < 0 é a ≤ a − 2 ).
Para movimentos verticais, vemos que
49
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b+2
b+1
(
conserva energia ϕ b Φ + ϕ b +1Φ = ϕ b + 2 Φ
a a a
) e que
b+2
b+1
a =1 b =−∞
+∞ ∞ ∞
a
= ∑ ϕ −b + 2∑ Φ ∑ ϕ −b
b =0 a =1 b =0
1 ∞ 1 1 1 1 1
= + 2∑ Φ Mas ϕ 2 = ϕ + 1 ⇒ 1 = + 2 ⇒ 1 − = 2
a
1−
1 a =1 1− 1 ϕ ϕ ϕ ϕ
ϕ
ϕ
∞
1 1
= + 2∑ Φ a
1 2 a =1
1 2
ϕ ϕ
∞
2Φ
= ϕ 2 1 + 2∑ Φ a = ϕ 2 1 +
a =1 1− Φ
50
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Φ= 1
ϕ
ϕ = 1 + Φ → 2 peças:
1
"Fronteira"
OK
"Fronteira"
51
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"Fronteira"
"Fronteira"
Altura 3: ϕ 3 = ϕ 2 + ϕ = 2ϕ + 1 = 3 + 2Φ = 1 + 2Φ + (2)
= 1 + 2Φ + (2Φ + 2Φ 2 ) = 1 + 3Φ + 2Φ 2 + (Φ)
= 1 + 3Φ + 3Φ 2 + Φ 3 → 8 peças:
vai à (0, 2)
"Fronteira"
"Fronteira"
OK
"Fronteira"
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B A C B A
C B A C B A
A C B A C B A
B A C B A C B A "Fronteira"
C B A C B A C B A
C B A C B A C B
C B A C B A C
C B A C B A
C
Toda vez que realizarmos um movimento, tiramos uma peça de duas cores
adjacentes e a terceira cor recebe uma peça a mais.
Assim, invertemos a paridade dos 3 simultaneamente. Portanto, a paridade relativa
se mantém.
As casas dentro da região indicada estarão todas ocupadas (suas energias somam
1 + 3Φ + 5Φ 2 + 7Φ 3 ).
A soma das cores é 5A + 7B + 4C
Se a soma final é 1A + 0B + 0C, temos que a paridade de B e C é a mesma, e oposta
à paridade de A, logo das 3Φ 4 que restam, temos uma quantidade par da cor A, uma
quantidade ímpar de cor B e uma quantidade para da cor C.
Assim, temos as seguintes possibilidades:
2A + 1B + 0C
0A + 3B + 0C
0A + 1B + 2C
Mas só há 1 casa B valendo Φ 4 logo a possibilidade OA + 3B + 0C está excluída.
Assim, concluímos que há 1 peça numa casa B, a única do nível Φ 4 .
Por simetria (ou seja, pintando o tabuleiro na outra direção : /// ),
53
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temos que deve haver também uma peça na casa simétrica a essa casa B do nível
Φ 4 em relação à coluna central, a qual é uma casa C, e logo a solução é OA + 1B +
2C.
Assim, temos a seguinte configuração:
"Fronteira"
X X
? ?
X X
?
Ora, a peça : , para ser aproveitada, deve tomar uma peça que está a sua direita e ir
para a coluna – 1.
Entretanto, para terminarmos com peças apenas na coluna zero, as duas indicadas
pelas setas devem tomar as peças que estão à direita (pois senão não conseguiríamos
mandar todas as peças desse bloco para a coluna central usando apenas essas peças;
se usássemos outras peças para isso perderíamos energia). Nesse caso, as peças que
sobram do lado esquerdo ficam todas na altura 0, e a peça que estava originalmente
na coluna 0 e na coluna – 1 não conseguiría chegar na coluna central sem que haja
perda de energia. Assim, não conseguimos (agora por impedimento de movimento,
não de energia) chegar em (0, 4) com 19 peças.
Mas é possível com 20 (faço Φ 3 = Φ 4 + Φ 5 ):
54
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"Fronteira" "Fronteira"
"Fronteira" "Fronteira"
"Fronteira"
"Fronteira"
"Fronteira"
OK!!
55
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20° 80°
60° B
D 100°
60°
40°
AC sen100°
∆ACD (Lei dos Senos): =
DA sen60°
BC sen80°
∆ACB (Lei dos Senos): =
AC sen 60°
AC BC
⇒ = ⇒ AC 2 = BC ⋅ DA
DA AC
Assim,
56
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99) Num triângulo, a razão entre os raios das circunferências circunscrita e inscrita é
5
. Os lados do triângulo estão em progressão aritmética e sua área é
2
numericamente igual ao seu perímetro. Determine os lados do triângulo.
a+q r
B
a–q
3a
Perimetro de ABC ⇒ 2 p = a + (a + q) + (a − q) = 3a ⇒ p =
2
a( a + q)(a − q)
pr = A( ABC ) =
4R
57
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3a a (a 2 − q 2 ) a2 − q2 a2 − q2
r= ⇒ 3r = = ⇒ 15r 2 = a 2 − q 2 (1)
2 4R 2R 5r
Como a área é numericamente igual ao perímetro, temos:
pr = 2 p ⇒ r = 2
Por outro lado,
3a a a a
A( ABC ) = p( p − a )( p − a − q)( p − a + q ) = ⋅ ⋅ − q + q =
2 2 2 2
1 a2
= a 3 − q2
2 4
De (1), temos:
15r 2 = a 2 − q 2 ⇒ 15 ⋅ 2 2 = a 2 − q 2 ⇒ 60 = a 2 − q 2 ⇒ q 2 = a 2 − 60
a a2 a 3a 2
Logo A( ABC ) = 3 − a 2 + 60 = 3 60 −
2 4 2 4
Também podemos escrever:
3a
A( ABC ) = pr = ⋅ 2 = 3a
2
Igualando:
a 3a 2
3a = 3 60 −
2 4
3a 2 36 3a 2 3a 2
62 = 3 60 − ⇒ = 60 − ⇒ 12 = 60 − ⇒
4 3 4 4
3a 2
⇒ 48 = ⇒ a 2 = 16 ⋅ 4 ⇒ a = 8, pois a > 0.
4
De (1):
15r 2 = a 2 − q 2 ⇒ 60 = 64 − q 2 ⇒ q = ±2
Logo, os lados do triângulo ABC são 6, 8 e 10.
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a 3 b 3 c 3 ( a + b + c )3
+ + ≥ .
x 2 y 2 z 2 ( x + y + z)2
3 3 3
a b c 3 3 3 3 3 3
1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3
2 + 2 + 2 x + y + z x + y + z ≥
x 3 y 3 z 3
3
1 1 1 1 1 1
a ⋅ x3 ⋅ x3 + b ⋅ y3 ⋅ y3 + c ⋅ z3 ⋅ z 3
2 2 2
x
3 3
y z3
Portanto segue que
a 3 b3 c 3 ( a + b + c )
3
2 + 2 + 2 ≥ .
x y z ( x + y + z )2
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PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para os próximos números.
104) ABC é um triângulo. Mostre que existe um único ponto P de modo que:
( PA ) + ( PB ) + ( AB ) = ( PB ) + ( PC ) + ( BC ) = ( PC ) + ( PA ) + (CA)
2 2 2 2 2 2 2 2 2
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107) a) Dado um triângulo qualquer, prove que existe um círculo que passa pelos
pontos médios dos seus lados, pelos pés das suas alturas e pelos pontos médios
dos segmentos que unem o ortocentro aos vértices do triângulo (o chamado
"círculo dos nove pontos").
Problema 102 proposto por Sebastião Vieira do Nascimento (Campina Grande – PB); Problema
103 proposto por Carlos A. Gomes (Natal – RN); Problemas 104 e 106 propostos por Wílson
Carlos da Silva Ramos (Belém – PA); Problema 105 selecionado da XXXV Olimpíada
Matemática Espanhola, fase nacional, 1999 e enviado por Bruno Salgueiro Fanego (Espanha).
Seguimos aguardando o envio de soluções dos problemas propostos Nos. 89, 97, 98 e 100.
61
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COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Ana Paula Bernardi da Silva (Universidade Católica de Brasília) Brasília – DF
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Éder Luiz Pereira de Andrade (UNESPAR/FECILCAM) Campo Mourão – PR
Eudes Antonio da Costa (Univ. do Tocantins) Arraias – TO
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Fabiola Rojas Arancibia (UFPB) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Carlos dos Santos Rodrigues (Unespar) Campo Mourão – PR
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos – SP
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Marilane de Fraga Sant'Ana FACOS Osório – RS
Pablo Rodrigo Ganassim (Liceu Terras do Engenho) Piracicaba – SP
Ramón Mendoza (UFPE) Recife – PE
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIVAP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Guevara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
62
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
AGENDA OLÍMPICA 68
COORDENADORES REGIONAIS 69
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
3. Quanto é 26 + 26 + 26 + 26 – 44?
A) 0 B) 2 C) 4 D) 42 E) 44
4. O 20% de 40 é igual a
A) 5 B) 8 C) 10 D) 12 E) 20
2004 + 2004
5. Simplificando a fração , obtemos:
2004 + 2004 + 2004
113 1 2 2
A) 2004 B) C) D) E)
355 2004 3 7
6. Os alunos de uma escola participaram de uma excursão, para a qual dois ônibus
foram contratados. Quando os ônibus chegaram, 57 alunos entraram no primeiro
ônibus e apenas 31 no segundo. Quantos alunos devem passar do primeiro para o
segundo ônibus para que a mesma quantidade de alunos seja transportada nos
dois ônibus?
A) 8 B) 13 C) 16 D) 26 E) 31
7. Uma professora tem 237 balas para dar a seus 31 alunos. Qual é o número
mínimo de balas a mais que ela precisa conseguir para que todos os alunos
recebam a mesma quantidade de balas, sem sobrar nenhuma para ela?
A) 11 B) 20 C) 21 D) 31 E) 41
3
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7 4 1 5 1
A) B) C) D) E)
18 9 3 9 2
9. O preço de uma corrida de táxi é igual a R$2,50 ("bandeirada"), mais R$0,10 por
cada 100 metros rodados. Tenho apenas R$10,00 no bolso. Logo tenho dinheiro
para uma corrida de até:
A) 2,5 km B) 5,0 km C) 7,5 km D) 10,0 km E) 12,5 km
10. Um arquiteto apresenta ao seu cliente cinco plantas diferentes para o projeto de
ajardinamento de um terreno retangular, onde as linhas cheias representam a
cerca que deve ser construída para proteger as flores. As regiões claras são todas
retangulares e o tipo de cerca é o mesmo em todos os casos. Em qual dos
projetos o custo da construção da cerca será maior?
A) B) C) D) E)
11. 108 crianças da 5ª e 6ª séries vão fazer um passeio numa caverna. São formados
grupos iguais com mais de 5 porém menos de 20 alunos. Com relação ao número
de estudantes por grupo, de quantas formas diferentes eles podem ser feitos?
A) 2 B) 8 C) 5 D) 4 E) 3
4
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15. Dois quadrados, cada um com área 25cm2, são colocados lado a lado para formar
um retângulo. Qual é o perímetro do retângulo?
A) 30 cm B) 25 cm C) 50 cm D) 20 cm E) 15 cm
A) B) C) D) E)
17. Os resultados de uma pesquisa das cores de cabelo de 1200 pessoas são
mostrados no gráfico abaixo.
ruivo 16%
loiro
5
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18. Um cubo pode ser construído, a partir dos dois pedaços de papelão apresentados
em uma das alternativas a seguir, bastando apenas dobrar nas linhas tracejadas e
unir nas linhas contínuas. Esses dois pedaços são:
A) B)
C) D)
E)
20. Sobre uma mesa estão três caixas e três objetos, cada um em uma caixa
diferente: uma moeda, um grampo e uma borracha. Sabe-se que
• A caixa verde está à esquerda da caixa azul;
• A moeda está à esquerda da borracha;
• A caixa vermelha está à direita do grampo;
• A borracha está à direita da caixa vermelha.
6
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21. Um feirante vende batatas e, para pesar, utiliza uma balança de dois pratos, um
peso de 1 kg, um peso de 3 kg e um peso de 10 kg. Considere a seguinte
afirmação: “Este feirante consegue pesar (com uma pesagem) n quilogramas de
batatas”. Quantos valores positivos de n tornam essa afirmação verdadeira,
supondo que ele pode colocar pesos nos dois pratos?
A) 7 B) 10 C) 12 D)13 E)14
23. O arranjo a seguir, composto por 32 hexágonos, foi montado com varetas, todas
com comprimento igual ao lado do hexágono. Quantas varetas, no mínimo, são
necessárias para montar o arranjo?
…
…
…
Duas das figuras abaixo representam o objeto acima colocado em outras posições.
I) II)
7
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III) IV)
Elas são:
A) I e II B) I e IV C) II e IV D) I e III E) II e III
25. Entre 1986 e 1989, época em que vocês ainda não tinham nascido, a moeda do
país era o cruzado (Cz$). Com a imensa inflação que tivemos, a moeda foi
mudada algumas vezes: tivemos o cruzado novo, o cruzeiro, o cruzeiro real e,
finalmente, o real. A conversão entre o cruzado e o real é: 1 real = 2.750.000.000
cruzados
Imagine que a moeda não tivesse mudado e que João, que ganha hoje 640 reais
por mês, tivesse que receber seu salário em notas novas de 1 cruzado. Se uma
pilha de 100 notas novas tem 1,5 cm de altura, o salário em cruzados de João
faria uma pilha de altura:
A) 26,4 km B) 264 km C) 26 400 km D) 264 000 km
E) 2 640 000 km
PROBLEMAS – NÍVEL 2
22∇ 26
O valor numérico de é:
4∇6
A) 4 B) 6 C) 8 D) 10 E) 12
3. Entre 1986 e 1989, época em que vocês ainda não tinham nascido, a moeda do
país era o cruzado (Cz$). Com a imensa inflação que tivemos, a moeda foi
mudada algumas vezes: tivemos o cruzado novo, o cruzeiro, o cruzeiro real e,
finalmente, o real. A conversão entre o cruzado e o real é:
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Imagine que a moeda não tivesse mudado e que João, que ganha hoje 640 reais
por mês, tivesse que receber seu salário em notas novas de 1 cruzado. Se uma
pilha de 100 notas novas tem 1,5 cm de altura, o salário em cruzados de João
faria uma pilha de altura:
A) 26,4km
B) 264km
C) 26400km
D) 264000km
E) 2640000km
7. Há 1002 balas de banana e 1002 balas de maçã numa caixa. Lara tira, sem olhar
o sabor, duas balas da caixa. Seja p a probabilidade de as duas balas serem do
mesmo sabor e seja q a probabilidade de as duas balas serem de sabores
diferentes. Quanto vale a diferença entre p e q?
1 1 2 1
A) 0 B) C) D) E)
2004 2003 2003 1001
8. O perímetro de um retângulo é 100 e a diagonal mede x. Qual é a área do
retângulo?
x2 x2
A) 625 – x2 B) 625 – C) 1250 –
2 2
x2 x2
D) 250 – E) 2500 –
2 2
9. Veja o problema No. 19 do Nível 1.
2004
10. Para quantos inteiros positivos m o número é um inteiro positivo?
m2 − 2
A) um B) dois C) três D) quatro
E) mais do que quatro
9
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12. Dois espelhos formam um ângulo de 30o no ponto V. Um raio de luz, vindo de
uma fonte S, é emitido paralelamente a um dos espelhos e é refletido pelo outro
espelho no ponto A, como mostra a figura. Depois de uma certa quantidade de
reflexões, o raio retorna a S. Se AS e AV têm 1 metro de comprimento, a
distância percorrida pelo raio de luz, em metros, é
S A
30°
V
A) 2 B) 2 + 3 C) 1 + 2 + 3 D) (
2 1+ 3 )
E) 5 3
3x 2x
6x
4x
15. Qual é o maior valor da soma dos algarismos da soma dos algarismos de um
número de três algarismos?
A) 7 B) 8 C) 9 D) 10 E) 11
10
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22. Uma folha quadrada foi cortada em 42 quadrados menores, dos quais um tem
área maior do que 1 cm2 e os demais têm área de 1 cm2. Qual é a medida do
lado da folha?
A) 6 cm B) 12 cm C) 21 cm D) 19 cm E) 20 cm
23. Eu planejava fazer um curral quadrado, com uma certa área, usando uma certa
quantidade de cerca de arame farpado. Descobri, porém, que tenho 10% a
menos de cerca do que esperava. Por esta razão, a área cercada será:
A) 5% menor B) 10% menor C) 19% menor D) 20% menor
E) 25% menor
11
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PROBLEMAS – NÍVEL 3
1 2 3 4 5
f(x) 4 1 3 5 2
5. O produto dos números que aparecem nas alternativas incorretas dessa questão é
um cubo perfeito.
Assinale a alternativa correta.
A) 4 B) 8 C) 18 D) 54 E) 192
12
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7. Sejam
12 2 2 3 2
+ 1001
2
a= + + +
1 3 5 2001
e
12 2 2 3 2
+ 1001
2
b= + + + .
3 5 7 2003
11. Dois cubos têm faces pintadas de ocre ou magenta. O primeiro cubo tem cinco
faces ocres e uma face magenta. Quando os dois cubos são lançados, a
probabilidade de as faces viradas para cima dos dois cubos serem da mesma cor
(sim, ocre e magenta são cores!) é 1/2. Quantas faces ocres tem o segundo cubo?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
13
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19. O dono de uma loja empilhou vários blocos medindo 0,8m x 0,8m x 0,8m no
canto da loja e encostados numa parede de vidro que dá para a rua, conforme
mostra a figura abaixo.
Quantos blocos no máximo, uma pessoa de 1,80m de altura que está do lado de
fora da loja pode enxergar?
Obs. Consideramos que uma pessoa pode enxergar uma caixa se consegue ver
uma pequena região de área positiva de sua superfície.
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A) 13 B) 14 C) 15 D) 16 E) 17
21. Numa prova para uma sala com 30 alunos, a média aritmética das 10 piores
notas é 3 e a média aritmética das 10 melhores notas é 9. O menor valor possível
e o maior valor possível para a média da sala são, respectivamente:
A) 6 e 7 B) 5 e 7 C) 4 e 6 D) 3 e 9 E) 4 e 8
25. Um feirante vende batatas e, para pesar, utiliza uma balança de dois pratos, um
peso de 1 kg, um peso de 3 kg e um peso de 10 kg. Considere a seguinte
afirmação: “Este feirante consegue pesar (com uma pesagem) n quilogramas de
batatas”. Quantos valores positivos de n tornam essa afirmação verdadeira,
supondo que ele pode colocar pesos nos dois pratos?
A) 7 B) 10 C) 12 D)13 E)14
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GABARITO
NÍVEL 1 (5a. e 6a. séries)
16
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01. O número 1000…02 tem 20 zeros. Qual é a soma dos algarismos do número que
obtemos como quociente quando dividimos esse número por 3?
D C
04. Dizemos que um número natural é teimoso se, ao ser elevado a qualquer
expoente inteiro positivo, termina com o mesmo algarismo. Por exemplo, 10 é
teimoso, pois 102 ,103 ,104 ,..., são números que também terminam em zero. Quantos
números naturais teimosos de três algarismos existem?
05. Qual é o maior número natural menor que 100 cuja soma dos divisores positivos
é ímpar?
1 a b
b 3 ×
* * *
* * *
1c c 0 1
Calcule a + b + c.
17
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07. Esmeralda, de olhos vendados, retira cartões de uma urna contendo inicialmente
100 cartões numerados de 1 a 100, cada um com um número diferente. Qual é o
número mínimo de cartões que Esmeralda deve retirar para ter certeza de que o
número do cartão seja um múltiplo de 4?
09. Juntando cubinhos de mesmo volume mas feitos de materiais diferentes - cada
cubo branco pesando 1 grama e cada cubo cinza pesando 2 gramas - formou-se um
bloco retangular, conforme mostrado na figura abaixo. Qual é a massa, em gramas,
desse bloco?
10. Na população de uma espécie rara de 1000 aves da floresta amazônica, 98%
tinham cauda de cor verde. Após uma misteriosa epidemia que matou parte das aves
com cauda verde, esta porcentagem caiu para 95%. Quantas aves foram eliminadas
com a epidemia?
18
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PROBLEMA 1:
No desenho abaixo, o triângulo ABC é retângulo e os lados do polígono (região
escura) são paralelos ou coincidem com algum dos catetos do triângulo.
5 10
A
B C
Calcule x de modo que a área do polígono seja igual à do triângulo.
PROBLEMA 2:
Esmeralda, a digitadora, construiu uma tabela com 100 linhas e 100 colunas,
preenchendo uma casa com 1, se o número da linha da casa divide o número da
coluna e com 0, caso contrário. Assim, por exemplo, a casa da linha 2 e da coluna 4
foi preenchida com 1, porque 2 divide 4 e a casa na linha 3 e da coluna 7 foi
preenchida com 0.
1 2 3 4 5 6 … 99 100
1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 0 1 0 1 0 1 … 0 1
3 0 0 1 0 0 1 … 1 0
100 0 0 0 1
PROBLEMA 3:
a) É possível dividir o conjunto {12, 22,…,72} em dois grupos A e B de modo que a
soma dos elementos de A seja igual à soma dos elementos de B? Justifique.
19
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03. Qual é a soma dos algarismos do número 2004 × 2002 × 1998 × 1996 + 36 ?
05. Um polígono com 20 lados é chamado icoságono. Unindo-se três dos vértices de
um icoságono regular obtemos triângulos. Quantos são triângulos retângulos?
PROBLEMA 1:
(a) É possível dividir o conjunto {12, 22,…,72} em dois grupos A e B de modo que a
soma dos elementos de A seja igual à soma dos elementos de B? Justifique.
(b) É possível dividir o conjunto {12, 22, 32,…,92} em dois grupos C e D de modo
que a soma dos elementos de C seja igual à soma dos elementos de D?
Justifique.
PROBLEMA 2:
(a) Simplifique a expressão
20
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PROBLEMA 3:
Uma folha de papel retangular ABCD foi
dobrada de modo que o vértice B foi levado no
ponto B’ sobre o lado AD. A dobra é EF, com E
sobre AB e F sobre CD.
Sabe-se que AE = 8, BE = 17 e C F = 3.
PROBLEMA 4:
Um número de 4 algarismos a b c d é chamado de legal quando a soma dos números
formados pelos dois primeiros e pelos dois últimos algarismos é igual ao número
formado pelos algarismos centrais (ou seja, ab + cd = bc). Por exemplo, 2307 é um
número legal pois 23 + 07 = 30.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1:
Cada um dos números x1 , x 2 , ..., x 20 04 pode ser igual a 2 − 1 ou a 2 +1.
Quantos valores inteiros distintos a soma
2004
∑k =1
x 2 k − 1 x 2 k = x1 x 2 + x 3 x 4 + x 5 x 6 + ... + x 2003 x 2 004 pode assumir?
PROBLEMA 2
Seja ABCD um trapézio retângulo de bases AB e CD, com ângulos retos em A e D.
Dado que a diagonal menor BD é perpendicular ao lado BC, determine o menor valor
possível para a razão C D .
AD
21
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PROBLEMA 3:
Os doze alunos de uma turma de olimpíada saíam para jogar futebol todos os dias
após a aula de matemática, formando dois times de 6 jogadores cada e jogando entre
si. A cada dia eles formavam dois times diferentes dos times formados em dias
anteriores. Ao final do ano, eles verificaram que cada 5 alunos haviam jogado juntos
num mesmo time exatamente uma vez. Quantos times diferentes foram formados ao
longo do ano?
PROBLEMA 4:
Determine todas as soluções da equação n ⋅ 2 n −1 + 1 = m 2 , com n e m naturais.
PROBLEMA 5:
Dizemos que um número inteiro positivo é sinistro quando a soma de seus fatores
primos é igual à soma dos expoentes de sua decomposição em fatores primos.
Encontre todos os números sinistros de quatro algarismos.
PROBLEMA 6:
Sejam H, I e O o ortocentro, o incentro e o circuncentro do triângulo ABC,
respectivamente. A reta CI corta o circuncírculo de ABC no ponto L, distinto de C.
Sabe-se que AB = IL e AH = OH. Determine os ângulos do triângulo ABC.
22
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Problema 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Resposta 064 036 032 360 098 010 076 024 262 600
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
a) Cada linha apresenta 1 nas colunas cujos números são múltiplos do número da
linha. Assim, a linha 5 tem 1 nas colunas 5, 10, 15, etc. Até 100, existem 20
múltiplos de 5, logo a soma dos números na linha 5 é igual a 20.
b) Cada coluna apresenta 1 no cruzamento com as linhas cujos números são
divisores do número da coluna. Assim, a soma dos números da coluna 60 é igual ao
número de divisores de 60. Como 60 = 2 2 × 3 × 5 , concluímos que 60 tem 3.2.2 =
12 divisores. Logo, a soma dos números da coluna 60 é 12.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) A soma total dos elementos é
12 + 22 + 32 + 42 + 52 + 62 + 72 = 1 + 4 + 9 + 16 + 25 + 36 + 49 = 140 .
Logo, cada um dos grupos deve conter elementos que somem 70. Examinando as
parcelas, vemos que 49 + 1 + 4 +16 = 70. Assim podemos escrever, por exemplo, A
= {12, 22, 42, 72} e B = {32, 52, 62}.
b) Como
12 + 22 + 32 + 42 + 52 + 62 + 72 + 82 + 92 = 140 + 64 + 81 = 285
é ímpar, é impossível dividir em dois grupos de mesma soma.
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 010 024 048 006 180
23
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
1 1 1 1 x −1
a) 1 − = 1− = 1− = 1− = 1− =1+ x −1 = x
1 1 x x −1− x −1
1− 1− 1−
1 x −1 x −1 x −1
1−
x x
x −1 − x −1 2003
⇔ = 2004 ⇔ = 2004 ⇔ 2004 x − 2004 = −1 ⇔ x =
x −1 x −1 2004
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) A partir da dobra da folha podemos ver que B'E = BE = 17, e como AE = 8,
aplicando o teorema de Pitágoras temos AB´= B´E 2 − AE 2 = 172 − 82 = 15 .
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Como ab + cd = bc ⇔ 10a + b + 10c + d = 10b + c ⇔ 10a + d = 9(b − c ) , ou seja,
10a + d é o número de dois algarismo a d , e é um múltiplo de 9.
24
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Os possíveis produtos x2 k −1 x2 k são ( 2 − 1)( 2 − 1) = 3 − 2 2,
( 2 + 1)( 2 + 1) = 3 + 2 2 e ( 2 − 1)( 2 + 1) = 1. Suponha que a produtos são
iguais a 3 − 2 2, b produtos são iguais a 3 + 2 2 e 1002 − a − b produtos são iguais
a 1.
A soma é igual a
a(3 − 2 2) + b(3 + 2 2) + 1002 − a − b = 1002 + 2a + 2b + 2(b − a) 2.
Assim, para que a soma seja inteira, devemos ter a = b. Logo a soma é igual a
1002 + 4a.
Como a varia de 0 a 501 (pois a + b não pode ser maior que 1002), a soma pode
assumir 502 valores inteiros.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
l = BDC = α . Então DC = BD
Seja ABD e AD = BD sen α , donde
cos α
BD
= cos α =
DC 1 2
= ≥ 2.
AD BD sen α senα cos α sen2α
25
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DC DC m + n m + n
= = = .
AD BH h mn
Mas sabemos que ( m − n ) ≥ 0, donde m + n ≥ 2 mn . A igualdade ocorre
2
quando m = n.
Segue que
DC m + n
= ≥ 2.
AD mn
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Para cada grupo de 5 alunos, existe um único time formado que os contém. Logo,
12 12 ⋅11 ⋅10 ⋅ 9 ⋅ 8
contamos = = 792 times para cada 5 alunos escolhidos. Por
5 5!
6
outro lado, em cada time de 6 jogadores, temos = 6 modos de escolhermos
5
cinco jogadores, ou seja, existem 6 grupos de 5 jogadores que geram o mesmo time
792
na nossa primeira contagem. Logo, o total de times formados é igual a = 132 .
6
26
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
A equação é equivalente a n ⋅ 2n −1 = ( m − 1)( m + 1). Suponha n > 3. Temos m ímpar,
digamos m = 2k +1. A equação fica então n ⋅ 2n −3 = k ( k + 1). Portanto, 2n−3 divide k
ou k + 1, pois k ou k + 1 (o que for ímpar) divide n. Assim, k + 1 ≥ 2n −3 e
k ≤ n, donde n + 1 ≥ 2 n −3 .
Mostremos, por indução, que n + 1 < 2 n −3 para n > 5. Para n = 6 (base de indução),
temos 6 + 1 = 7 e 26 – 3 = 8. Supondo que a desigualdade é válida para n = k,
provemos que a mesma é válida para n = k + 1 (passo indutivo). De fato, temos k + 1
< 2k – 3 ⇔ 2(k + 1) < 2k – 2. Como k + 2 < 2(k + 1), temos k + 2 < 2k – 2, completando a
demonstração.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Seja n = p1α1 p2α2 ... pkαk , (com p1 < p2 < ... < pk primos) um número sinistro. Como
pi ≥ 2 para todo i, n ≥ 2α1 +α2 +...+αk .
Como n tem 4 algarismos, n < 10000, donde 2α1 +α2 +...+αk ≤ n < 10000 , e logo
α1 + α 2 + ... + α k ≤ 13.
Se um dos fatores primos fosse maior ou igual a 11, a soma dos fatores primos seria
≥ 11 , donde α1 + α 2 + ... + α k ≥ 11 e n ≥ 210 ⋅ 11 > 10000 , absurdo.
Assim, os únicos fatores primos possíveis são 2, 3, 5 e 7. Como 35 < 1000, se a soma
dos expoentes for ≤ 5, o número deve ser 55 = 3125 . A soma pode ser também igual
a 7, donde o número pode ser 24 ⋅ 53 = 2000, ou 23 ⋅ 54 = 5000 (note que
77 > 10000 ).
Não pode ser igual a 8 = 3 + 5 , pois 37 ⋅ 5 > 10000.
Pode ser igual a 9 = 7 + 2, podendo o número ser igual a 28 ⋅ 7 = 1792 ou
27 ⋅ 72 = 6272.
27
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Sendo α, β e γ as medidas dos ângulos internos nos vértices A, B e C,
α +β
respectivamente, temos m(∠IBL) = m(∠BIL) = . Logo BL = IL, e como BL
2
= ΑL e IL = AB, concluímos que o triângulo ABL é equilátero, logo o arco AB mede
60o e, portanto, m(∠ACB) = 120o.
A B
C
X
28
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PROBLEMA 1:
Encontre todos os números naturais n de três algarismos que possuem todas as
propriedades abaixo:
• n é ímpar;
• n é um quadrado perfeito;
• A soma dos quadrados dos algarismos de n é um quadrado perfeito.
PROBLEMA 2:
Com quatro triângulos eqüiláteros
de lado 1 é possível formar uma
peça, no formato de um triângulo
eqüilátero de lado 2, como mostra
a figura ao lado.
Imagine que você tenha muitos triângulos eqüiláteros de lado 1 de três tipos:
brancos, pretos e cinzas para formar peças como no exemplo acima. Duas peças
assim formadas são consideradas iguais quando podemos obter uma delas girando a
outra, conforme ilustrado abaixo, à esquerda.
PROBLEMA 3:
Dizemos que um número natural é composto quando pode ser escrito como produto
de dois números naturais maiores que 1. Assim, por exemplo, 91 é composto porque
podemos escrever 91 = 7 × 13.
Mostre que o número
29
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2 2004 + 2
2 +1
é composto.
PROBLEMA 4:
Arnaldo e Bernaldo disputam um jogo num tabuleiro 2 × n:
Qual dos dois jogadores tem uma estratégia vencedora, ou seja, uma estratégia que o
leva à vitória quaisquer que sejam as jogadas de seu adversário, para:
(a) n = 2004?
(b) n = 2005?
PROBLEMA 5:
Considere o polígono P de 6 lados.
30
Sociedade Brasileira de Matemática
Com cópias de P, podemos cobrir todo o plano, sem sobreposições, como mostrado
a seguir.
Existe um polígono de 13 lados com o qual é possível cobrir todo o plano com suas
cópias, sem sobreposições? Caso seja possível, apresente um polígono. Caso não
seja, diga o porquê.
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1:
Na figura, ABC e DAE são triângulos isósceles (AB = AC = AD = DE) e os ângulos
BAC e ADE medem 36°.
31
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2:
A seqüência de algarismos
1, 2, 3, 4, 0, 9, 6, 9, 4, 8, 7, …
PROBLEMA 3:
Esmeralda tem uma pilha com 100 pedras. Ela divide essa pilha em duas novas
pilhas e em seguida multiplica as quantidades de pedras nessas duas novas pilhas e
escreve o produto em um quadro. Ela então escolhe uma pilha com mais de uma
pedra e repete esse procedimento: a pilha é dividida em duas, as quantidades de
pedras nessas duas pilhas são multiplicadas e o produto escrito no quadro. Esta
operação é realizada até se obter apenas pilhas com 1 pedra cada.
Quais são os possíveis valores da soma de todos os produtos escritos no quadro?
PROBLEMA 4:
Em um jogo para dois participantes, Arnaldo e Bernaldo alternadamente escolhem
um número inteiro positivo. A cada jogada, deve-se escolher um número maior que o
último número escolhido e menor que o dobro do último número escolhido.
Nesse jogo, vence o jogador que conseguir escolher o número 2004. Arnaldo joga
primeiro e inicia com o número 2. Qual dos dois tem estratégia vencedora, ou seja,
consegue escolher o número 2004 independentemente das jogadas do adversário?
PROBLEMA 5:
Seja D o ponto médio da hipotenusa AB de um triângulo retângulo ABC. Sejam O1 e
O2 os circuncentros dos triângulos ADC e DBC, respectivamente.
ˆ
a) Mostre que O1 DO 2 é reto.
PROBLEMA 6:
Considere todas as maneiras de colocarmos nas casas de um tabuleiro 10 × 10
exatamente dez vezes cada um dos algarismos 0, 1, 2, …, 9.
Encontre o maior inteiro n com a propriedade de que, em cada tabuleiro, alguma
linha ou alguma coluna contenha pelo menos n algarismos diferentes.
32
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1:
Seja ABCD um quadrilátero convexo. Prove que os incírculos de ABC, BCD, CDA e
DAB têm um ponto em comum se, e somente se, ABCD é um losango.
PROBLEMA 2:
Determine todos os valores de n tais que é possível dividir um triângulo em n
triângulos de modo que não haja três vértices alinhados e em cada vértice incida o
mesmo número de segmentos.
Mostramos a seguir tal divisão para n = 7. Observe que em cada um dos seis vértices
incidem quatro segmentos.
!
PROBLEMA 3:
Seja x1 , x 2 , , x 2004 uma seqüência de números inteiros satisfazendo
x k +3 = x k + 2 + x k +1 x k , 1 ≤ k ≤ 2001 .
PROBLEMA 4:
Considere todas as maneiras de colocarmos nas casas de um tabuleiro 10 × 10
exatamente dez vezes cada um dos algarismos 0, 1, 2, …, 9.
33
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PROBLEMA 5:
Considere a seqüência (a n ) n∈N com a0 = a1 = a2 = a3 = 1 e an a n −4 = a n −1a n−3 + an2− 2 .
PROBLEMA 6:
Sejam a e b números reais. Considere a função f a ,b : R2 → R2 definida por
f a ,b ( x; y ) = (a − by − x 2 ; x) . Sendo P = ( x; y ) ∈ R 2 , definimos f a0,b ( P ) = P e
f ak,b+1 ( P ) = f a ,b ( f ak,b ( P)) , para k inteiro não negativo.
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
Números ímpares que são quadrados perfeitos Soma dos quadrados dos algarismos
121 1+4+1=6
169 1 + 36 + 81 = 118
225 4 + 4 + 25 = 33
289 4 + 64 +81 = 149
361 9 + 36 + 1 = 46
441 16 + 16 + 1 = 33
529 25 + 4 + 81 = 110
625 36 + 4 + 25 = 65
729 49 + 4 + 81 = 134
841 64 + 16 + 1 = 81
961 81 + 36 + 1 = 118
Resposta: 841
34
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z
z
z z
x x x
x z z
x z x z x x
z z
x y
y y y x
35
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PROBLEMA 5:
SOLUÇÕES DE WALLACE J. INOCÊNCIO e CAROLINE RIGOLON VEIGA (RIO DE JANEIRO - RJ)
36
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SOLUÇÕES – NÍVEL 2
36° 2
36°
C
2
72°
72°
2 F 2
72°
36°
36° 72° 72°
A B
E
c) I) Seja AC = AB = x.
AE FE 2 FE 4
Temos ∆AFE ~ ∆ACD = = ⇒ = ⇒ x ⋅ FE = 4 ⇒ FE =
AB CB x 2 x
4 x2 − 4
II) DE = x ⇒ DF = DE − FE ⇒ DF = x − ⇒ DF =
x x
x −4
2
III) DF = AF = 2 ⇒ = 2 ⇒ x2 − 2 x − 4 = 0 ⇒ x = 1 + 5
x
IV) AC = DE = x = 1 + 5.
37
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logo se a soma de quatro números da seqüência tiver certa paridade o quinto número
terá a mesma.
Seja agora: i = No. ímpar p = No. par
1, 2, 3, 4, 0, 9, 6, 9, 4, 8, 7, 8, 7, 0, 2…
i, p, i, p, p, i, p, i, p, p, i, p, i, p, p…
Por indução: 1, 2, 3, 4, 0, 9, 6, 9, 4, 8…
b) Veja que, para esta seqüência, a seqüência dos grupos de 4 termos consecutivos
dela não poderá ter infinitos termos diferentes, pois não temos infinitas
possibilidades para a, b, c, d: serão no máximo
NNNN
a , b , c , d = 104 possibilidades (aqui são contadas possibilidades que, assim
10 10 10 10
como vimos no item a), não podem aparecer, mas o que queremos com isso não é
achar um número exato mas sim um máximo e mostrar que as possibilidades são
finitas). Assim, num certo ponto começarão a se repetir os números formando um
período, assim:
38
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y
a, b, c, d
1, 2, 3, 4 …
x
Mas note que se: y é o último número antes de começar a repetição, x é o último
número do período e a, b, c, d são os 4 primeiros números do período, teremos y + a
+ b + c ≡ d (mod 10) e x + a + b + c ≡ d (mod 10)
logo y ≡ d – a – b – c ≡ x (mod 10), e x ≡ y (mod 10), 0 ≤ x ≤ 9 e 0 ≤ y ≤ 9 ⇒ x = y.
Se fizermos isso várias vezes veremos que na verdade o período é:
…1, 2, 3, 4 …
39
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veja só que se bt > 1 ele ainda será dividido em mais pilhas, ou seja quando ele
bx2 − bt2 − by2 bt2 − bz2 − bw2
aparecer será: mas se é bt > 1 aparecerá também . Assim, os
2 2
bt2 terão soma 0, a não ser quando bt = 1 e, como a pilha inicial tem 100 pedras, no
fim são 100 pilhas com 1 pedra cada, e teremos:
1002 − 12 − 12 − ... − 12
10000 − 100 ⋅ 12 9900
S= 100 vezes
= = .
2 2 2
9900
S= ⇒ S = 4950 e esta é a única possibilidade.
2
Agora que o raciocínio da questão já foi monstrado podemos continuar sem escrever
tanto.
40
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PS: Observe as jogadas de Bernaldo: 3, 7, 15, 31, 62, 125, 250, 501, 1002, 2004. Se
ele escolhe x na Rodada a escolhe 2x ou 2x + 1 na Rodada a + 2. Isso nos leva a
uma observação que se Bernaldo escolhe x na Rodada a, Arnaldo pode escolher
entre x + 1 e 2x – 1 na Rodada a + 1, o que implica que Bernaldo pode escolher 2x
ou 2x + 1 na Rodada a + 2, SEMPRE. Isso nos leva a pensar no sistema binário de
numeração. Ou seja, se na Rodada a o Jogador escolheu o número AnAn –1...A0,
na Rodada a + 2 pode escolher os números AnAn–1.....A00 ou AnAn–1...A01. Logo ele
pode ir “adicionando” algarismos à direita da representação binária do número. Veja
que os dois algarismos à esquerda de um número no sistema binário são 10 ou 11 e
que o 1º número do 1º jogador é 2 = (10)2 e o do 2º é 3 = (11)2. Logo se K é o
número a ser alcançado, se K começar com 10 no sistema binário o 1º ganha e se K
começar com 11, no sistema binário o 2º ganha. Como a representação binária de
2004 é 11111010100 que começa com 11 temos que o 2º ganha.
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42
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9 0 9 0 9 0 9 0 9 0
9 0 9 0 9 0 9 0 9 0
6 6 5 5 5 7 7 7 8 8
6 6 5 5 5 7 7 7 8 8
6 6 5 5 6 8 7 7 8 8
6 6 5 5 6 8 7 7 8 8
1 2 2 2 2 3 3 3 3 4
1 1 2 2 2 3 3 3 4 4
1 1 1 2 2 3 3 4 4 4
1 1 1 1 2 3 4 4 4 4
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
D C
Se ABCD é um losango, então AB = BC = CD = DA, ou seja, os triângulos ABC,
BCD, CDA, DAB são todos isósceles. Veja também que AC ⊥ BD. Seja
AC ∩ BD = O . Como em um triângulo isósceles a altura relativa à base é também
bissetriz. AO, OB, OC, OD possam pelos incentros de DAB, ABC, BCD e CDA
respectivamente.
Como ao traçarmos uma perpendicular ao lado pelo incentro obtemos o ponto de
toque do incírculo a esse lado, O está contido nos 4 incirculos, já que é o ponto de
toque do incírculo na base dos 4 triângulos.
43
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Parte 2)
A B
D C
Suponhamos agora que os 4 círculos têm um ponto em comum. Temos então que os
incírculos dos triângulos ABC e ACD tocam AC no mesmo ponto, pois do contrário
não teriam nenhum ponto em comum. Seja O esse ponto. Veja que se O estiver no
interior do triângulo ABC o incírculo do triângulo BDC não o conterá, e seguindo o
mesmo raciocínio vemos que O não está no interior do triângulo BDC. Logo O está
sobre BD ⇒ AC ∩ BD = O.
Sejam O1 , O2 , O3 e O4 Os incentros dos triângulos DAB, ABC, BCD e CDA,
respectivamente. Suponhamos que AC e BD não são perpendiculares. Suponhamos
l e DOC
agora, sem perda de generalidade, que AOB l são obtusos e BOC
l e AOD l
são agudos. Claramente O2 está no interior do triângulo AOB, pois já que
O2O ⊥ AC , temos O2 OC l > BOC l . Com o mesmo raciocínio encontramos que O e
1
44
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⇒ N = 2( M − 3) + 1 = 2M − 6 + 1 = 2M − 5
N +5
⇒M =
2
N
Contando o total de segmentos:
M ⋅k N ⋅ 3 + 3
= há N triângulos e cada segmento é lado de dois triângulos, exceto os três segmentos: AB, BC, CA.
2 2
há m vértices de
grau k cada
⇒ M ⋅ k = 3N + 3 ⇒ k =
3N + 3
M
=
3N + 3
=
6N + 6
( N + 5) / 2 N + 5
∈ ]
6( N + 5) 24 24
⇒k = − =6− .
N +5 N +5 N +5
como k é inteiro, N + 5 deve ser um divisor de 24.
Assim, N + 5 = 6,8,12 ou 24 (pois N é inteiro positivo)
⇒ N = 1,3,7 ou 19.
N = 1: N=3:
N = 7: N = 19:
45
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(+, −, +, −, −, −, +, +, −, +, −, −, −, +, +, −, +,...)
PROBLEMA 4:
Veja a solução do problema No. 6 do nível 2.
46
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47
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x0 = a − bxk −2 − xk2−1
x1 = a − bxk −1 − x02
Logo x2 = a − bx0 − x12 ⇒ Sendo S1 = ∑ xi , S2 = ∑ xi2 , temos S1 (b + 1) + S 2 = ka
#
xk −1 = a − bxk −3 − xk2−2
S2 ∑ xi S1 S2
≥ ≥ ⇒ S2 ≥ 1
k k k
MQ ≥ MA
k
48
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PROBLEMA 1:
1 0 i
Considere a matriz complexa A = 0 0 0 . Calcule A2004 .
i 0 1
PROBLEMA 2:
x 2004
∫−1 1 + e x dx
1
Calcule a integral:
PROBLEMA 3:
Determine a equação da reta que tangencia a curva de equação y = 3x 4 − 4 x 3 em
dois pontos distintos.
PROBLEMA 4:
Quantas triplas ordenadas (A, B, C) de subconjuntos de {1, 2,..., n} existem para as
quais A ∩ B ∩ C = ∅; A ∩ B ≠ ∅; A ∩ C ≠ ∅ ?
PROBLEMA 5:
Considere a matriz A n × n definida por aij = n(i − 1) + j , para todos 1 ≤ i, j ≤ n.
As interseções de k linhas e k colunas quaisquer de A determinam uma submatriz de
ordem k de A. Seja ϕ ( n) a soma dos determinantes de todas as submatrizes de A.
ϕ (n )
a) Determine λ real de forma que lim λ exista e seja não nulo.
n →+∞ n
PROBLEMA 6:
∞
1
Calcule ∑ (3k + 1)(3k + 2)(3k + 3) .
k =0
49
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
−4 0 0 (−4)k 0 0
Temos A 4= 0 0 0 , donde A 4k = 0 0 0 .
0 0 −4 0 0 (−4)k
−21002 0 0
Em particular, A 2004= 0 0 0 .
0 0 −21002
Soluções cujo único erro se refere aos sinais:
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
x 2004 1 x
2004
∫−1 1 + e x ∫−1 1 + e− x dx .
1
Por substituição, dx =
Assim
1 x
2004
1 1 x 2004 1 x
2004
1 1 1 1
∫−1 1 + e x dx = ∫−1
2 1+ e x
dx + ∫−1 1 + e − x
dx = ∫ x 2004
2 −1
+
1+ e 1+ e
x −x dx
1 1 1 1
= ∫ x 2004 dx = ∫ x 2004 dx = .
2 − 1 0 2005
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Queremos encontrar a e b tais que, P = 3 x 4 − 4 x3 − ax − b tenha duas raízes reais
duplas; em particular, P deve ser um quadrado perfeito.
50
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3 x 4 − 4 x3 − ax − b = ( cx 2 + dx + e) 2
= c 2 x 4 + 2cdx3 + (2ce + d 2 ) x 2 + 2 dex + e 2
c c −8 −4
implica em c = ± 3, d = −2 , e = −2 donde a = , b = .
3 9 9 27
8 4
Assim a reta tem equação y = − x − .
9 27
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Vamos contar inicialmente o número de escolhas tais que A ∩ B ∩ C = ∅ .
A B
S1 S1 S2
S5 S6
S3
51
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n n − k
Há modos de escolher esses k elementos, modos de escolher os j e 5
k j
regiões permitidas para cada um dos outros n – k – j elementos, de forma que a
resposta é:
n
n n − k n − k − j
n−k n n n−k n − k n−k − j
R= ∑ ∑
k =1 j =1 k j
5 = ∑ ⋅ ∑
k =1 k j =1
5
j
Utilizando o binômio de Newton, tem-se
n−k
n − k n−k − j
∑
j=0 j
5 = (1 + 5 ) n − k = 6 n − k .
Portanto,
n
n n−k n
n n−k
R= ∑
k
k =1
6 − ∑ 5 = 7 n − 6 n − (6 n − 5 n ) = 7 n − 2 ⋅ 6 n + 5 n .
k =1
k
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Se k ≥ 3 , qualquer submatriz de ordem k de A determinada por k linhas e k colunas
tem determinante O. De fato, se j1 < j2 < j3 são índices de 3 das k colunas da
submatriz, denotando essas colunas por C j1 , C j2 e C j3 , temos que todas as entradas de
C j2 − C j1 são iguais a j2 − j1 e todas as entradas de C j3 − C j2 são iguais a j3 − j2 ,
j3 − j2 j −j j −j
donde C j3 − C j2 = ⋅ (C j2 − C j1 ), e logo C j3 = 3 1 ⋅ C j2 − 3 2 ⋅ C j1 .
j2 − j1 j2 − j1 j2 − j1
52
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2 2 2
n j −1 n j ( j − 1)
n ∑ (a − b) ∑ (d − c) = −n ∑ ( j − i) = −n ∑∑ r = −n ∑ =
1≤a<b≤n 1≤c<d ≤n 1≤i< j ≤n j =1 r =1 j =1 2
2
n n3 g (n)
= − + g (n) , onde lim 3 = 0 (de fato, g (n) é um polinômio de grau 2).
4 3 →∞
n n
1 n (n + 1)
2 2
Assim, como lim 7 =0 e
n→∞ n
2
1 n n3 1 1 g(n) 2
2
1
lim 7 ⋅ − + g (n) = lim − ⋅ + 3 = − ,
n →∞ n 4 3 →∞
n 4 3 n 36
ϕ (n ) 1
Temos λ = 7 e lim 7
=− .
n →∞ n 36
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
( )
1 ∞ 1
1
Como = ∫ x 3k dx , tem-se 2S = ∑ ∫ x 3k − 2 x 3k +1 + x 3k + 2 dx .
3k + 1 0 k =0 0
53
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1− x 1 −(2 x + 1) + 3
1 1
2S = ∫ dx = ∫ 2 dx
0 x + x +1
2
2 0 x + x +1
1 1 2x + 1 31 dx
2 ∫0 x 2 + x + 1 2 ∫0
=− dx + 2
1 3
2
x+ 2 + 2
1
1
x+
1 3
= − ln( x 2 + x + 1) + ⋅
2
⋅ arctan 2 = − 1 ln 3 + 3 ⋅ (π − π )
2 2 3 3 2 3 6
2 0
π 3 − 3ln 3
Logo, S =
12
54
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PROBLEMA 1:
A função derivável f : \ → \ tem as seguintes propriedades:
a) f (0) = 0 e f (2) = 2.
\
b) Para todo a ∈ \ {0}, a reta tangente ao gráfico de f no ponto P = (a, f (a ))
corta o eixo x em um ponto A e o eixo y em um ponto B de tal forma que A é o
ponto médio do segmento BP.
Calcule f (3).
PROBLEMA 2:
Prove que não existe um conjunto A ⊆ \ tal que:
2
• \ , { y ∈ \ (x, y) ∈ A} é finito.
Para todo x ∈
• Para todo y ∈ \ , {x ∈ \ ( x, y ) ∉ A} é enumerável.
Obs: Um conjunto A é dito enumerável se A = ∅ ou existe uma função sobrejetiva
f : ` → A.
PROBLEMA 3:
Seja A uma matriz real inversível de ordem n e At a sua transposta. Sejam
λ1 ≥ λ2 ≥ ... ≥ λn > 0 os autovalores de At A. Definimos a norma de A por A = λ1 e
PROBLEMA 4:
Seja ] n
]
= {( x1 , x2 ,..., xn ); x1 , x2 ,..., xn ∈ }.
Seja p um primo, k um inteiro positivo e P1 , P2 ,..., Pk , Q ∈ ] n
tais que para todo j,
1 ≤ j ≤ k,
Pj − Q
p
∉ n. ]
EUREKA! N°22, 2005
55
Sociedade Brasileira de Matemática
para todo j, 1 ≤ j ≤ k , e
f (Q)
p
∉ .]
PROBLEMA 5:
Seja m ≥ 2 um inteiro.
Arnaldo e Bernaldo disputam o seguinte jogo: cada jogador recebe, alternadamente,
um número N k e devolve para o outro jogador ou N k +1 = N k − 1 ou N k +1 = k .
N
m
Arnaldo começa recebendo um número inteiro positivo N0 . Quem devolver zero
vence o jogo.
Seja An (resp. Bn ) o conjunto dos valores de N0 , N0 < n , tais que Arnaldo (resp.
Bernaldo) tem estratégia vencedora.
A
Calcule lim n em função de m.
n →∞ B
n
PROBLEMA 6:
Seja γ :[0,2π ] → \ 2
uma função derivável, com derivada contínua, com
γ '(t ) = 1 para todo t e cuja imagem é uma curva simples fechada, isto é,
56
Sociedade Brasileira de Matemática
f (x)
Reta tangente ao gráfico de f em (a, f(a))
P = (a, f(a))
α
A = (xA, 0) x
B = (0, yB)
B+P
Como A é ponto médio de BP, então: A =
2
a
Assim, x A = e yB = − f (a ) .
2
( f (a ) − yB ) 2 f (a )
Portanto, o coeficiente angular da reta é dado por tgα = =
(a − a / 2) a
Assim, f '( a) =
2 f (a )
a
\
, ∀a ∈ *.
1
Para x = 2, f ( x) = 2. Então f (2) = e k ⋅ 22 ⇒ ek = .
2
1 2
Assim, a função f obedece f ( x ) = x , para x ∈ *+ .
2
\
1 2 9
Então, f (3) = ⋅ 3 , e finalmente, f (3) = .
2 2
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x y é enumerável, ∀y ∈
Agora sejam y1 < y2 < y3 < ..., uma seqüência crescente infinita em \.
A = \ − * (\ − A ) ≠ ∅, pois, do contrário, teríamos
∞ ∞
Logo, yi yi
i =1 i =1
yi yi yi
⇒ \ enumerável, absurdo!
i =1 i =1
i 1 2 x x
i =1
não existe.
Temos então:
< ABx, ABx > < Bx, Bx > < ABx, ABx > < Bx, Bx >
λ 2 ≤ max ⋅ ≤ max ⋅ max ,
x∈S \{0}
< Bx, Bx > < x, x > x∈S \{0} < Bx, Bx > x∈S \{0} < x, x >
58
Sociedade Brasileira de Matemática
λ 2 = min max < Ax, x > , para toda A matriz simétrica, onde λ1 ≥ λ 2 ≥ ... ≥ λ n são
dim S = n −1 x∈S
x =1
seus autovalores.
Prova: Como A é simétrica existe base ortonormal x1 ,..., xn tal que Axi = λi xi logo,
se x = a1 x1 + ... + an xn , < Ax, x > = λ1a12 + λ 2 a22 + ... + λ n an2 ≤ λ1 (a12 + ... + an2 ) = λ1 ⇒
max < Ax, x > ≤ λ1 , mas, tomando x = x1 , < Ax1 , x1 > = λ1 . Para o λ 2 , seja L
subespaço gerado por x1 e x2 .
Assim, dim S = n − 1 ⇒ max < Ax, x > ≥ max < Ax, x > , mas se y = a1 x1 + a2 x2 ∈ L ∩ S ,
x∈S x∈L ∩S
x =1 x =1
a12 + a22 = 1 ⇒ max < Ax, x > ≥ < Ay, y > = λ1a12 + λ2 a22 ≥ λ2 (a12 + a22 ) = λ2 ⇒
x∈L∩S
x =1
min max < Ax, x > ≥ λ 2 . Agora, tomando S = ( x1 ) ⊥ temos que o mínimo é
dim S = n −1 x∈S
atingido.
] A
PROBLEMA 4: SOLUÇÃO DE YURI GOMES LIMA (FORTALEZA - CE)
Seja Q = (b1 ,..., bn ). Sejam também Pj = ( a j1 ,..., a jn ), a jA ∈ , 1 ≤ j ≤ k , 1 ≤ ≤ n.
Observe que
Pj − Q
∉ ] n a j 1 − b1
⇔
a −b
,..., jn n
∉ ] n
⇔ existe i j ∈{1,2,..., n} tal
p p p
a ji j − bi j
que
p
∉ ] ⇔ p | (a ji j
− bi j )
Tome então
k
f ( x1 ,..., xn ) = ∏ ( xi j − a ji j )
j =1
Note que:
59
Sociedade Brasileira de Matemática
k
f ( x1 ,..., xn ) = ( xi j − a ji j )∏ ( xi − a ji ) = ( xi j − a ji ) R j ( x1 ,..., xn ) ⇒
)
A=1
) j
A≠ j
⇒ f ( Pj ) = f (a j ,..., a jn ) = (a ji j − a ji j ) R j (a j1 ,..., a jn ) = 0 ⇒ f ( Pj ) = 0
k
Ademais, f (Q) = f (b1 ,..., bn ) = ∏ (bij − a ji j ). Como p | (bij − a ji j ), ∀j, e p é primo
j =1
60
Sociedade Brasileira de Matemática
1 m
donde, para 0 ≤ r ≤ m − 1, δ mn + r − δ mn < < , desde que n ≥ m − 1. Assim,
n + 1 mn + r
m 2m 1
se N ≥ m(m − 1), δ n ≤ + δ m ⋅ N / m ≤ + δ , de onde é fácil provar por
N N 2 N / m
indução em k que, se k ≥ 2 e mk ≤ n < mk +1 , temos δ n ≤ k / 2k − 2 , donde lim δ n = 0.
n→∞
Bn 1 A n − Bn B 2
Portanto, se m é par lim = , donde lim n = lim = 1 − lim n = , e
n →∞ n 3 n →∞ n n →∞ n n →∞ n 3
An A n 23
lim = lim n = = 2.
n →∞ Bn n →∞ Bn n 1 3
Suponha agora m ímpar. Para cada seqüência finita α de 0's e 1's denotaremos por
No que se segue, usaremos o termo bloco para denotar uma seqüência do tipo 1r 0 ,
com r ≥ 1. Veremos agora que (an )n ≥m +1 é obtida por uma concatenação de blocos
dos tipos 10, 1m 0 e 1m+10.
m ( m −1)
−1
A seqüência am +1 am +2 ...am( m +1) é (10) 2
⋅ 1m+10. Vamos mostrar por indução que,
mk − 1 m k +1 − m m k +1 − 1
para todo k ≥ 2, a seqüência β k = a j , ≤ j≤ = − 1 é obtida
m −1 m −1 m −1
m
por uma concatenação de blocos dos tipos 10 e 1 0 , seguida por um único bloco de
m2 − 1 m3 − m
tipo 1m+10 (note que = m +1 e = m(m + 1), e logo já verificamos o
m −1 m −1
caso k = 2).
Se a j −1 = 0, a j +t = 1 para 0 ≤ t ≤ r − 1 e a j +r = 0, temos am ( j +r ) +s = am ( j +1)+s = 1 para
1 − (−1) s 0, se s é par
0 ≤ s ≤ m − 1, e, para 0 ≤ s ≤ mr − 1, amj + s = = . Assim, se
2 1, se s é ímpar
r = 1 ou r = m, (amj + s ) 0≤ s ≤mr −1 começa e termina por 0, e, se r = m + 1, (amj + s ) 0≤ s ≤mr −1
começa por 0 e termina por 1. Logo, blocos dos tipos 10 e 1m 0 geram apenas blocos
desses mesmos tipos, e blocos do tipo 1m+1 só podem ser gerados por blocos do tipo
1m+10 (eles aparecem no fim da seqüência gerada por 1m+10 ). Essas observações
provam a nossa afirmação.
61
Sociedade Brasileira de Matemática
Como os únicos blocos diferentes desses que aparecem são os do tipo 1m+10 de
m k +1 − m
tamanho total m + 2, os quais só aparecem entre as posições −m e
m −1
m k +1 − m m k +1 − m
, k ≥ 2, e como > m k + m, temos
m 1 − m 1 −
log n ( m + 2) log n
2un + (m + 1)vn ≥ n − ( m + 1) − (m + 2) ⋅ − 1 ≥ n − , donde
log m log m
2u + (m + 1)vn
lim n = 1. Além disso, pela discussão acima, seqüências dos tipos 10 e
n →∞ n
De Vmn = un + vn + sn e de vN − v N
≤ 1 segue que vN = u N + v N + O(log N ),
m m m
m
1 log N 1 m + 1 1 log N
donde y N = x N + y N + O = 1 − ⋅ y N + y N + O =
m m N 2 m N
m m
m m
62
Sociedade Brasileira de Matemática
1 m −1 log N m
= − y N + O . Escrevendo yn = + ε (note que a solução de
2 2m m N 3m − 1 n
1 m −1 m m −1 log N
t= − ⋅t é t= ) , temos ε N = − ⋅εN + O , donde
2 2m 3m − 1 2m m N
m −1
0 ≤ limsup ε n ≤ 1 e limsup ε n ≤ ⋅ limsup ε n + 0, e logo limsup ε n = 0, ou
n→∞ n →∞ 2m n →∞ n→∞
m 1 m +1 log n
seja, lim ε n = 0 , donde lim yn = e, de xn = 1 − ⋅ yn + O ,
n→∞ n →∞ 3m − 1 2 m n
1 m + 1 m m −1 A log n
segue que lim xn = 1 − ⋅ = . De xn + yn = n + O ,
n →∞ 2 m 3m − 1 3m − 1 n n
An 2m − 1 B A m
segue que lim = lim ( xn + yn ) = , e lim n = 1 − lim n = .
n →∞ n n →∞ −
3m 1 n →∞ n n →∞ n 3m − 1
A A n (2m − 1) (3m − 1) 2m − 1
Portanto, se m é ímpar, lim n = lim n = = .
n →∞ B
n
n →∞ B
n n m (3m − 1) m
α(π) = – α (0)
63
Sociedade Brasileira de Matemática
64
Sociedade Brasileira de Matemática
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Sociedade Brasileira de Matemática
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Sociedade Brasileira de Matemática
67
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXVII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 11 de junho de 2005
Segunda Fase – Sábado, 03 de setembro de 2005
Terceira Fase – Sábado, 22 de outubro de 2005 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 23 de outubro de 2005 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 03 de setembro de 2005
Segunda Fase – Sábado, 22 e Domingo, 23 de outubro de 2005
♦
XI OLIMPÍADA DE MAIO
14 de maio de 2005
♦
XVI OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
23 a 28 de maio de 2005
Sucre, Bolívia
♦
XLVI OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
08 a 16 de julho de 2005
Yucatán, México
♦
XII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
22 a 28 de julho de 2005
Blagoevgrad, Bulgária
♦
XX OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
24 a 30 de setembro de 2005
Cartagena de Índias, Colômbia
♦
VIII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
19 de novembro de 2005
♦♦♦
68
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Ana Paula Bernardi da Silva (Universidade Católica de Brasília) Brasília – DF
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Éder Luiz Pereira de Andrade (UNESPAR/FECILCAM) Campo Mourão – PR
Eudes Antonio da Costa (Univ. do Tocantins) Arraias – TO
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Fabiola Rojas Arancibia (UFPB) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Carlos dos Santos Rodrigues (Unespar) Campo Mourão – PR
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos – SP
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Marilane de Fraga Sant'Ana FACOS Osório – RS
Pablo Rodrigo Ganassim (Liceu Terras do Engenho) Piracicaba – SP
Ramón Mendoza (UFPE) Recife – PE
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIVAP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Guevara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
69
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
PESSOAS CONFIÁVEIS E NÃO-CONFIÁVEIS 10
Svetoslav Savchev
O TEOREMA DE STOLZ 15
Diêgo Veloso Uchôa & Renato Purita Paes Leme
O PROBLEMA IMPOSSÍVEL 32
Cássio Neri
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores
2
Sociedade Brasileira de Matemática
1 200
3
Sociedade Brasileira de Matemática
Em cada um desses retângulos, pelo menos três quadrados estão coloridos, logo pelo
menos 601200 casas devem ser coloridos.
E, de fato, este mínimo pode ser atingido: numere as colunas e as linhas do tabuleiro
de 1 a 100. Pinte o quadrado (i, j) se somente se, i + j ≡ 1, 3 ou 4 (mód. 5). Cada um
dos retângulos 5 × 1 que criamos contém exatamente um quadrado de cada classe de
congruência, logo pintamos 601200 casas, pois o quadrado que não foi contado,
(1001, 1001), não é pintado (pois 1001 + 100 ≡ 2 (mód 5)).
Além disso é fácil ver que qualquer retângulo 6 × 1 contém duas casas adjacentes
pintadas.
PROBLEMA 2
Considera-se no plano uma circunferência de centro O e raio r, e um ponto A
exterior a ela. Seja M um ponto da circunferência e N o ponto diametralmente
oposto a M. Determinar o lugar geométrico dos centros das circunferências que
passam por A, M e N quando M varia.
P
O'
O
B
N
4
Sociedade Brasileira de Matemática
Mas para todo O '' tq O '' PO l = 90° ⇒ se traçarmos Γ '' circunferência com centro
em O'' que passa por A ele também irá passar por B logo a potência de O será r 2 ⇒
se {M '', N ''} = Γ ∩ Γ '' então OM '' ⋅ ON '' = r 2 e logo M'' e N'' são diametralmente
opostos.
Assim, o lugar geométrico dos centros é uma reta perpendicular a AO que passa pelo
OA2 − r 2
ponto P tal que OP = na direção de A. (cqd).
2OA
PROBLEMA 3
Sejam n e k números inteiros positivos tais que n é ímpar ou n e k são pares. Provar
que existem inteiros a e b tais que
5
Sociedade Brasileira de Matemática
Obs: Realmente, se n for par e k for ímpar não dá pois ou a ou b é par e então ou
2 | mdc (a, n) ou 2 | mdc (b, n).
PROBLEMA 4
Determinar todos os pares (a, b), onde a e b são números inteiros positivos de dois
dígitos cada um, tais que 100a + b e 201a + b são quadrados perfeitos de quatro
dígitos.
SOLUÇÃO:
Devemos ter 100a + b = m 2 e 201a + b = n 2 , onde m e n são inteiros tais que
0 < m < n < 100. Daí segue que n 2 − m 2 = 101a.
Como n 2 − m 2 = (n − m )(n + m ) é múltiplo de 101, 0 < n − m < 100 e
n + m < 200, devemos ter n + m = 101, pois 101 é primo, e 101 não divide n – m. Daí
101a 101 − a
segue que n − m = = a, logo (101 − m ) − m = a, donde m = . De
n+m 2
101 − a
2
2
Temos 0 ≤ 4b < 400. Como f ( a ) = a 2
− 602a + 10201 é uma função quadrática cujo
602
mínimo é atingido para a = = 301, f (a ) é decrescente para 0 ≤ a ≤ 100. Como
2
f (16) = 825 > 400, f (17) = 256 e f (18) = −311 < 0, devemos ter a = 17, donde
101 − 17 256
m= = 42, n = 101 − m = 59 e b= = 64 . Com efeito,
2 4
m 2 = 1764 = 100 ⋅ 17 + 64, e n 2 = 3481 = 201 ⋅17 + 64.
6
Sociedade Brasileira de Matemática
Assim, o único par (a, b) que satisfaz as condições do enunciado é (a, b) = (17, 64).
PROBLEMA 5
Dado um triângulo escaleno ABC, designam-se por A', B', C' os pontos de interseção
das bissetrizes interiores dos ângulos A, B e C com os lados opostos,
respectivamente.
Sejam: A'' a interseção de BC com a mediatriz de AA',
B'' a interseção de AC com a mediatriz de BB' e
C'' a interseção de AB com a mediatriz de CC'.
Provar que A'', B'' e C'' são colineares.
SOLUÇÃO:
Suponhamos a > b > c , sem perda de generalidade. A perpendicular a AA' passando
por A é a bissetriz externa do ângulo A no triângulo ABC. Sua interseção A E com a
E
A '+ A
reta BC é tal que A '' = , pelo teorema de Tales. Por outro lado, se
2
BC = a, AC = b e AB = c são os lados do triângulo ABC, pelo teorema das
BA ' CA ' bB + cC
bissetrizes temos = , donde A ' = , e, pelo teorema das bissetrizes
c b b+c
B EA C EA bB − cC
externas, = , donde EA= .
c b b−c
1 bB + cC bB − cC b 2 B − c 2 C
Assim, A '' = + = 2 2 .
2 b+c b −c b −c
A
EA A'' B A' C
a 2 A − c 2C a2 A − b2 B
Analogamente, B '' = e C '' = . Assim,
a2 − c2 a2 − b2
b2 − c2 a2 − b2
( b 2
− c 2
) (
A ''+ a 2
− b2
) (
C '' = a 2
− c 2
) B '', donde B '' =
a2 − c2
A''+
a2 − c2
C '' = tA''+ (1− t)C '',
7
Sociedade Brasileira de Matemática
b2 − c2
com t = , e logo B '' ∈ A '' C '', o que resolve o problema.
a2 − c2
PROBLEMA 6
Para um conjunto H de pontos no plano, diz-se que um ponto P do plano é um ponto
de corte de H, se existem quatro pontos distintos A, B, C e D em H tais que as retas
AB e CD são distintas e se cortam em P.
Dado um conjunto finito A0 de pontos no plano, constrói-se uma sucessão de
conjuntos A1 , A2 , A3 ,... da seguinte forma: para qualquer j ≥ 0, Aj +1 é a união de
Aj com o conjunto de todos os pontos de corte de Aj .
Demonstrar que se a união de todos os conjuntos da sucessão é um conjunto finito
então, para qualquer j ≥ 1, tem-se Aj = A1 .
SOLUÇÃO:
A
F
G
D
H
B E C
F
E
8
Sociedade Brasileira de Matemática
D E
B C
9
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado
10
Sociedade Brasileira de Matemática
Note que (i) ou (ii) irá necessariamente ocorrer devido à condição k < n / 2.
No caso (i), a pessoa 1 é confiável (ou então ele mais as k pessoas que
respoderam sim seriam não-confiáveis, absurdo). Suponha que m pessoas tenham
respondido não até aquele momento; todas elas são não confiáveis. Agora basta
perguntar a 1 sobre todas as pessoas no grupo, exceto ele mesmo e as m pessoas
mencionadas. Isto leva n – m – 1 questões, então (k + m) + (n – m + 1) = n + k – 1
questões são suficientes.
No caso (ii), existe um número m tal que as pessoas 2, 3,..., 2m são
perguntadas e temos m respostas não e m – 1 respostas sim. Observe que não
importa se 1 é confiável ou não, pelo menos m pessoas do grupo G1 ={1,2,...,2m}
são não confiáveis. Se 1 é confiável, então temos que as m que responderam não são
não-confiáveis. Se 1 não é confiável, então ele e as m – 1 pessoas que responderam
sim são não-confiáveis. Concluímos portanto que m ≤ k, já que existem apenas k
pessoas não-confiáveis, e assim temos que o grupo G 2 ao qual pertencem as n – 2m
pessoas restantes não é vazio, uma vez que k < n / 2. Além do mais, existem no
máximo k – m pessoas que não são confiáveis em G 2 , o que é menor que
(n – 2m)/2. Se m < k então 1 ≤ k – m < (n – 2m)/2, n – 2m ≥ n – 2(k – 1) ≥ 3, e
logo a hipótese de indução se aplica ao grupo G 2 . Então (n – 2m) + (k – m) – 1
questões são suficientes para saber quem é o que no grupo. A mesma conclusão é
trivial para m = k, caso em que G 2 consiste de n – 2k pessoas, todas confiáveis, e
portanto nenhuma pergunta é necessária.
Agora escolha uma pessoa confiável A em G 2 (existe sempre pelo menos
uma) e pergunte-a sobre 1. Dependendo da resposta, pergunte a A sobre que
disseram a verdade sobre 1. Para ser mais preciso, se 1 é confiável (não-confiável),
pergunte a aqueles que responderam sim (não). No máximo 1 + m questões são
necessárias nessa última etapa. Não há mais questões necessárias pois já sabemos
que aqueles que mentiram sobre 1 não são confiáveis. Um total de (2m – 1) +
(n –2m) + (k – m) – 1 + (1 + m) = n + k – 1 questões são suficientes novamente.
A cota superior está provada. A cota inferior é consideravelmente mais
difícil: mostrar que n + k – 1 perguntas são também necessárias. Considere uma
11
Sociedade Brasileira de Matemática
12
Sociedade Brasileira de Matemática
maneira: ache o menor i tal que V j está contido na seqüência q k ,..., qi ; então qi é
o (verdadeiro) representante de V j .
Se há pessoas em V j sobre as quais não foram feitas perguntas na segunda
etapa, escolha uma qualquer dentre elas e chame-a de falsa representante.
No momento em que a questão ( pi , qi ) é feita, está claro se qi é ou não um
representante verdadeiro de algum V j . Conseqüentemente as próximas questões na
segunda fase são tais que a resposta ri depende somente das questões ( p1 , q1 ),
( p 2 , q 2 ),...,( pi , qi ):
Para cada i = k,..., n + k – 2, definimos a resposta ri como sim se qi pertence a W
ou se qi é um verdadeiro representante de um grupo V j ; caso contrário defina ri
como não.
Agora considere uma configuração S de n pessoas onde a pessoa p é:
• confiável se p pertence a W ou se p é um representante de algum grupo V j
(verdadeiro ou falso);
• não-confiável em qualquer outra hipótese.
Vamos mostrar que S tem as seguintes propriedades:
i) S é consistente com todas as respostas r1 , r2 ,…, rn +k − 2 , i.e. todas as respostas
dadas por pessoas confiáveis em S são verdadeiras;
ii) Não há mais que k – 1 pessoas não-confiáveis em S.
Para provar (i), observe que todas as respostas da segunda etapa rk ,…, rn +k − 2 são
verdadeiras, pela sua definição e pela definição de pessoas confiáveis e não-
confiáveis (usando o fato de que não perguntamos sobre nenhum representante falso
na segunda parte). Então nós precisamos apenas garantir que todas as pessoas
confiáveis deram respostas verdadeiras na primeira etapa. Escolha uma pessoa
confiável p. Se p pertence a W então não houve perguntas a p nem sobre p no
primeiro estágio. Suponha que p é representante de algum grupo V j . Então as
possíveis perguntas que lhe podem ter sido feitas na primeira etapa são sobre as
pessoas de seu próprio grupo que não ele próprio. Todas essas pessoas são não-
confiáveis, e todas as respostas da primeira parte foram não, portanto p disse a
verdade.
Para verificar (ii), lembre-se que, por construção, as pessoas não-confiáveis estão
todas nos grupos V1 ,..., Vm . Exatamente uma pessoa em cada grupo é confiável –
seu representante. Uma vez que o número de pessoas não-confiáveis em V j é
13
Sociedade Brasileira de Matemática
∑( V )
m
De (2) temos que u = j
− 1 ≤ e1 + e2 + ... + em = k − 1 , e logo (ii) é verdade.
j =1
Ter no máximo k – 1 pessoas não-confiáveis em S será usado para obter uma outra
configuração S’ consistente com as respostas r1 , r2 ,…, rn +k − 2 e tendo no máximo k
pessoas não-confiáveis. Descreveremos agora esta construção.
Se algum grupo V j tem algum representante falso q, ele é confiável em S. Defina q
como um não-confiável em S’ e deixe todas as outras pessoas como eram em S.
Como q é não-confiável na nova configuração, suas respostas são irrelevantes para a
consistência com r1 , r2 ,…, rn +k − 2 . Portanto S’ é consistente com as respostas se, e
somente se, cada pessoa confiável de S disse a verdade quando perguntada sobre q.
Mas não há pessoa confiável que foi perguntada sobre q. De fato, não perguntaram
sobre sua confiabilidade na segunda etapa pela definição de falso representante. E se
alguma pessoa foi perguntada sobre q na primeira fase, ela pertence ao mesmo
grupo V j que q, e portanto não é representante do grupo, o que significa que não é
confiável em ambas as configurações. Assim, S’ satisfaz as condições.
Se não há representantes falsos em S então foram feitas perguntas sobre todas as
pessoas em V1 ,..., Vm na segunda etapa. Porém, n – 1 questões foram feitas no total
durante ela, logo não houve perguntas sobre pelo menos uma pessoa q dentre as n.
Claramente, q pertence a W. Defina q como não-confiável em S’ e deixe todos os
restantes da mesma maneira que em S. Ninguém perguntou sobre q (nem na
primeira nem na segunda etapa), e portanto a nova configuração S’ satisfaz
novamente todas as condições, e a prova está completa.
14
Sociedade Brasileira de Matemática
O TEOREMA DE STOLZ
Diêgo Veloso Uchôa & Renato Purita Paes Leme
♦ Nível Avançado
INTRODUÇÃO
Apresentaremos um pequeno resultado sobre limites com uma série de conseqüências
interessantes e, em seguida, alguns problemas que podem ser resolvidos usando-o.
Usando a demontração do teorema como pretexto, vamos mostrar como a intuição
geométrica pode nos dar boas indicações sobre o caminho a seguir. Isso pode ser
resumido na velha máxima: “Pense geometricamente, prove algebricamente”.
Teorema (Stolz)
Seja {xn} uma seqüência estritamente crescente com lim x n = +∞ , e {yn} uma
y n +1 − y n y
seqüência arbitrária. Se lim = a então: lim n = a .
x n +1 − x n xn
Prova
Podemos pensar em ( x n , y n ) como uma seqüência de pontos do plano pertencentes
y n +1 − y n
a uma curva da forma: y = f (x ) , já que xn é crescente. Assim,
x n +1 − x n
representa a razão incremental entre dois pontos consecutivos. À medida que n
aumenta, essa razão vai se tornando arbitrariamente próxima do valor constante a,
ou seja, para x grande (xn com n grande) a curva f é praticamente uma reta. Isto é, se
y = f (x ) tiver uma assíntota, ela deve ser uma reta da forma y = ax + b para
algum b. Como para n grande y n ≈ ax n + b , quando n → ∞ ,
y n ax n + b b
≈ =a+ →a
xn xn xn
Naturalmente, isso não constitui uma prova (ainda, veremos que nem sempre os
pontos ( x n , y n ) se aproximam de uma reta quando n → ∞ ) – mas isso serve como
uma boa orientação para uma prova formal. Vejamos:
15
Sociedade Brasileira de Matemática
(x7,y7)
(x6,y6)
(x5,y5)
(x4,y4)
(x3,y3)
(x2,y2)
(x1,y1)
y n +1 − y n
Pela definição de limite, como lim = a:
x n +1 − x n
y n +1 − y n
∀ε > 0, ∃n0 tal que n > n0 ⇒ −a <ε
x n +1 − x n
y n +1 − y n
ou seja, a razão incremental está entre a − ε e a + ε . Geometricamente:
x n +1 − x n
y y n0 (a )( x xn )
0
y y n0 (a )( x x n0 )
(xn0,yn0)
A geometria acima nos diz que para n > n0 , todo ( x n , y n ) está entre essas retas, ou
seja:
y n0 + k − y n0
− a < ε , ∀k > 0
x n0 + k − x n0
16
Sociedade Brasileira de Matemática
Precisamos provar algebricamente o que a geometria nos mostra. Mas isso é simples:
(a − ε ) ⋅ ( x n0 +1 − x n0 ) < y n0 +1 − y n0 < (a + ε ) ⋅ ( x n0 +1 − x n0 )
(a − ε ) ⋅ ( x n0 + 2 − x n0 +1 ) < y n0 + 2 − y n0 +1 < (a + ε ) ⋅ ( x n0 + 2 − x n0 +1 )
...
(a − ε ) ⋅ ( x n0 + k − x n0 + k −1 ) < y n0 + k − y n0 + k −1 < (a + ε ) ⋅ ( x n0 + k − x n0 + k −1 )
(a − ε ) ⋅ ( x n0 + k − x n0 ) < y n0 + k − y n0 < (a + ε ) ⋅ ( x n0 + k − x n0 )
y n0 + k − y n0
Ou seja, −a <ε .
x n0 + k − x n0
y n0 + k y n0
−
x n0 + k x n0 + k y n0 + k y n0 xn x
−a <ε ⇒ − − a1 − 0 < ε 1 − n0
x n0 x n0 + k x n0 + k xn +k x n0 + k
1− 0
x n0 + k
y n0 + k x n0 y n0 x n0
− a < ε 1− + + a⋅ < 2ε
x n0 + k x n0 + k x n0 + k x n0 + k
A prova desse teorema é composta de algumas poucas linhas. Demoramos mais, pois
perdemos tempo discutindo a sua essência geométrica.
Comentamos que nem sempre yn se aproxima de uma reta axn + b, ou seja, que nem
sempre a seqüência bn = yn – axn converge. Por exemplo:
xn = n e yn = 2n + log(n)
17
Sociedade Brasileira de Matemática
Corolário
Dada uma seqüência {an} tal que lim a n = a , o limite da média artimética dos n
primeiros termos da seqüência também é a. Ou seja:
a1 + ... + a n
lim = a.
n
Prova
n
Basta fazer y n = ∑a
i =1
n e x n = n . Como {xn} é estritamente crescente e tende ao
a1 + ... + a n a
infinito, podemos aplicar o Teorema de Stolz : lim = lim n +1 = a [
n 1
Problema Resolvido I
1 n ak
Mostre que se lim a n = a então lim ∑ = a.
ln n k =1 k
n
ak
Solução : Fazendo y n = ∑
k =1 k
e x n = ln n e aplicando o Teorema de Stolz
an +1
n +1
n
1 ak an +1
lim ∑ = lim
ln( n 1) − ln n
+
= lim
=a.
1
n +1
ln n k =1 k
ln 1 +
n + 1
Problema Resolvido II
1 p + 2 p + ... + n p
Dado um número real p > 0, calcule lim .
n →∞ n p +1
18
Sociedade Brasileira de Matemática
x (1 + x ) p 1 1
lim = =
(1 + x )
x →0 (1 + x) p +1 − 1 p +1
−1 p +1
lim
x →0 x
y n +1 − y n 1 y 1
Logo: lim = , assim: lim n = [
x n +1 − x n 1 + p xn 1 + p
Assumindo como hipótese de indução que: 0 < ai +1 < ai < 1 , temos que:
0 < ai + 2 = ai +1 (1 − ai +1 ) < ai +1 < 1 , pois 0 < ai +1 < 1
19
Sociedade Brasileira de Matemática
an +1 an
= lim(1 − an ) = 1.
a − an +1 nan
n n − 1
⋅ 1 − an
= n +1 n n +1 =
a a
→ 1 quando n → +∞ [
1 1
n +1
ln 1 + ln 1 +
n + 1 n + 1
20
Sociedade Brasileira de Matemática
a n +1
3 – Para uma seqüência de termos positivos {a n } mostre que se lim = a então
an
lim n a n = a .
nk
4 – Seja k um inteiro fixo arbitrário maior que 1. Determine lim n .
n
n
j
5 – Calcule lim n ∏ 1 + .
j =1 n
21
Sociedade Brasileira de Matemática
a
lim n1 − n +1
an
existe então o limite
−1
ln a n
lim
ln n
também existe e os dois são iguais. Ainda, se o primeiro limite é infinito, o segundo
também o é.
1 an
12 – Seja a1 = 1 e a n +1 = a n + para n ≥ 1 , prove que: lim =1
2 ⋅ ln n
n
∑a
k =1
k
Sugestão: Estude a n2 .
REFERÊNCIAS
[ 1 ] KACZOR, W.J e NOWAK, M.T – Problems in Mathematical Analysis I – Real
Numbers, Sequences and Series – American Mathematical Society
[ 2 ] LIMA, E. L. – Curso de Análise, Volume I – Projeto Euclides – IMPA
[ 3 ] APOSTOL, T – Calculus, Volume I – Addison-Weasley
Diêgo Veloso Uchôa e Renato Purita Paes Leme são alunos de Engenharia que gostam de
matemática. Cursam o 4º ano do INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA e estudam no INSTITUTO
DE MATEMÁTICA PURA E APLICADA. Os dois agradecem ao professor Carlos Gustavo T. A.
Moreira pela revisão desse artigo.
22
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado
Vamos discutir aqui uma notação prática para lidar com funções simétricas e
estudar a utilização de duas poderosas ferramentas, as desigualdades de Muirhead,
mais conhecida como bunching e a de Schur.
Por simplicidade de notação, os resultados serão mostrados para três variáveis. O
leitor não terá dificuldade em generalizar esses resultados para n variáveis (quando
necessário, serão fornecidas dicas para essa generalização).
1. EXPRESSÕES SIMÉTRICAS
∑x
sym
3
= 2 ⋅ (x3 + y3 + z 3 ) ; ∑ xyz = 6 xyz
sym
(reflita um pouco para entender os coeficientes 2 e 6 dos exemplos anteriores!).
1.1. Propriedades
1. ∑ f é uma função simétrica, i.e, ∑ f ( x, y, z ) = ∑ f ( x, z, y) = ...
sym sym sym
23
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução:
2s = ∑ x ⇒ 2 s 2 = ∑ x ⋅ ( x + y + z ) = ∑ ( x 2 + xy + xz ) = ∑ ( x 2 + 2 xy )
sym sym sym sym
sym sym
2s = ∑(x + 6x y + 2xyz)
3 3 2
sym
sym
2
Portanto, LE ≤ LD ⇔ ∑ (8x
sym
2
y + 4 xyz) ≤ ∑ (9 x y + 3xyz) ⇔ ∑ x 2 y ≥ ∑ xyz .
sym
2
sym sym
24
Sociedade Brasileira de Matemática
Demonstração:
Lema (smoothing): Se em ∑x
sym
u1
y u2 z u 3 substituirmos dois expoentes u i , u j (i < j)
Demonstração do Lema:
S.p.g, suponha u1 = m + R , u 2 = m − R, v1 = m + r , v 2 = m − r :
∑ (x
sym
u1
y 2z 3 − x1y 2z 3)=
u u v v u
1
= ⋅ ∑ ( x m + R y m − R z u3 − x m + r y m − r z u 3 + x m − R y m + R z u 3 − x m − r y m + r z u 3 ) =
2 sym
1
= ⋅ ∑ z u3 x m y m ⋅ ( x R y − R + x − R y R − x r y − r − x − r y r )
2 sym
A última expressão é não-negativa, pois para a positivo fixo (no caso a = x/y), a
função f (t ) = a t + a − t é crescente:
1 1 1
f (R) − f (r) = a R − ar + R
− r = (aR − ar ) − R r (a R − ar ) = a−R−r (a R − ar )(aR ar −1)
a a a a
Se a > 1 e R > r > 0, essa expressão é obviamente positiva. Se 0 < a < 1, também
(troque a por 1/a).
Demonstração do teorema:
Como [a1 , a 2 , a 3 ] ≥ [b1 , b2 , b3 ] , se as seqüências não forem iguais, adotamos o
seguinte procedimento:
Seja i o maior índice tal que ai > bi , e j o menor índice maior do que i tal que
a j < b j . (o qual existe, pois ∑ a = ∑ b e ∑ a ≥ ∑ b , donde ∑ a > ∑ b
k k
k <i
k
k <i
k
k ≤i
k
k ≤i
k ).
25
Sociedade Brasileira de Matemática
Exemplo 4. (Desigualdade das médias) Dados a1 , a 2 ,..., a n reais positivos, mostre que
a1 + a 2 + ... + a n n
≥ a1 a 2 ...a n
n
Solução: Vamos usar a versão de n variáveis de bunching:
1 1 1 1
[1,0,0,...,0] > , , ,... ⇒
n n n n
∑ a1 ≥ ∑ a11 n a21 n ... an1 n ⇒
sym sym
26
Sociedade Brasileira de Matemática
LE = ∑ (a x + 4 b x +1 c x +1 + 2a x + 3 b x c + a x + 2 + b x +1 c x +1 a 2 + 2a x bc + 1)
sym
LD = ∑ (a x + 2 b x + 2 c x + 2 + 3a x +1b x +1 c 2 + 3a x bc + 1)
sym
∑ xyz( y
sym
3
+ z 3 + xyz)(x3 + z 3 + xyz) ≤ 2(x 3 + y 3 + xyz)( y 3 + z 3 + xyz)(x 3 + z 3 + xyz)
Desenvolvendo,
(x3 + z 3 + xyz)(y3 + z 3 + xyz) = z 6 + x3 z 3 + y 3 z 3 + x3 y3 + x 4 yz + 2z 4 yx + y 4 xz + x2 y 2 z 2
(*)
Logo, LE = ∑ (x
sym
7
yz + 4 x 5 y 2 z 2 + 3x 4 y 4 z + x 3 y 3 z 3 )
27
Sociedade Brasileira de Matemática
sym
x r ( x − y )( x − z ) + y r ( y − x)( y − z ) = ( x − y )( x r ( x − z ) − y r ( y − z )) ≥ 0 ,
pois x − z ≥ y − z e x r ≥ y r .
Para completar a demonstração, basta somar essa desigualdade com
z ( z − x)( z − y ) ≥ 0 .
r
(Schur é muito útil quando o termo mais distribuído (ex: xyz) deve ser maior que
algum outro termo).
1 1 1 9
( xy + yz + xz ) ⋅ + + ≥ .
( x + y) ( y + z) ( x + z) 2
2 2
4
Solução:
Tirando mmc queremos provar que:
2 ⋅ ∑ ( xy + yz + xz )( y + z ) 2 ( x + z ) 2 ≥ 9 ⋅ [( x + y )( x + z )( y + z )]
2
sym
Fazendo as contas,
( x + y )( x + z )( y + z ) = ( x + y )( z 2 + xy + xz + yz ) =
x 2 y + x 2 z + y 2 x + y 2 z + z 2 x + z 2 y + 2 xyz = s
1
LD = 9 ⋅ [( x + y )( x + z )( y + z )] = 9 s 2 = 9s ⋅ ∑ x 2 y + 9 s ⋅ ⋅ ∑ xyz
2
sym 3 sym
EUREKA! N°23, 2006
28
Sociedade Brasileira de Matemática
LD = 9 ⋅ ∑ ( x 4 y 2 + x 3 y 3 + x 4 yz + x 2 y 3 z + x 3 yz 2 + x 2 y 2 z 2 + 2 x 3 y 2 z ) +
sym
+3 ⋅ ∑ (6 x 3 y 2 z + 2 x 2 y 2 z 2 )
sym
LD = ∑ (9 x 4 y 2 + 9 x 4 yz + 9 x 3 y 3 + 54 x 3 y 2 z + 15 x 2 y 2 z 2 )
sym
2σ = ∑ ( x 2 y 2 + 2 x 2 yz );
2
sym
2σ 2
∑x = ∑(x y
sym
2
sym
2 2
+ 2x2 yz) ⋅ 2 ⋅ (x2 + y2 + z 2 ) = 2⋅ ∑(2x4 y2 + x2 y2 z 2 + 2x4 yz + 4x2 y3z)
sym
σ ∑ x 4 = ∑ x 4 ⋅ ( xy + xz + yz ) = ∑ (2 x 5 y + x 4 yz )
sym sym sym
Juntando tudo,
LE = 2 ⋅ ∑ (2 x 5 y + 4 x 4 y 2 +5 x 4 yz + 3 x 3 y 3 + 26 x 3 y 2 z + 8 x 2 y 2 z 2 )
sym
= ∑ ( x 5 y − x 4 y 2 ) + 3 ⋅ ∑ ( x 5 y − x 3 y 3 ) + xyz ∑ ( x 3 + xyz − 2 x 2 y ) ≥ 0
sym sym sym
29
Sociedade Brasileira de Matemática
≥ ∑ x2 ⋅ (x4 + 2 y5 x2 + 2 y 2 x2 + 2 y7 + y5 z5 + z2 y 2 )
sym
∑ (x
sym
9
+ 2x 7 y 5 + 2x 7 y 2 + 2x 5 y 7 + x 5 y 5 z 5 + x 5 y 2 z 2 ) ≥
∑ (x
sym
6
+ 2 x 4 y 5 + 2x 4 y 2 + 2 x 2 y 7 + x 5 y 5 z 2 + x 2 y 2 z 2 )
Só bunching não vai resolver isso, pois o termo x5y5z5 fica sobrando do lado
esquerdo. Usando respectivamente a desigualdade das médias, bunching e xyz
porém temos:
∑ (x
sym
7
y 5 + x 7 y 5 + x 5 y 5 z 5 + x 5 y 2 z 2 ) ≥ ∑ 4 x 6 y 4, 25 z 1, 75 ≥
sym
∑ (2 x
sym
6
y 4 z 2 + x5 y5 z 2 + x4 y 4 z 4 ) ≥
∑ (2 x
sym
4
y 2 + x5 y 5 z 2 + x 2 y 2 z 2 )
4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
(Assuma as variáveis reais positivas nos exercícios abaixo)
a b c 3
1. + + ≥ .
b+c a+c a+b 2
2. ( x + y − z ) ⋅ ( x − y) + ( y + z − x )( y − z ) + ( z + x − y )(z − x) ≥ 0 .
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
7
3. (IMO) Se x + y + z = 1, mostre que 0 ≤ xy + yz + zx − 2 xyz ≤ .
27
4. (Banco IMO) Se xyz = 1, mostre que
x3 y3 z3 3
+ + ≥ .
(1 + y )(1 + z ) (1 + z )(1 + x) (1 + x )(1 + y ) 4
30
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1 3
5. (IMO) Sendo abc = 1, mostre que + 3 + 3 ≥ .
a (b + c ) b (a + c) c (a + b) 2
3
1 1 1
6. (IMO) Se abc = 1, mostre que a − 1 + ⋅ b − 1 + ⋅ c − 1 + ≤ 1 .
b c a
7. (Banco IMO)
(a + b − c) 2 ⋅ (a − b + c)2 ⋅ (−a + b + c)2 ≥ (a2 + b2 − c 2 ) ⋅ (a2 − b2 + c 2 ) ⋅ (−a2 + b2 + c 2 ) .
(b + c − a ) 2 (c + a − b ) 2 ( a + b − c) 2 3
8. (Japão) + + ≥ .
(b + c) + a2 2
(c + a ) + b
2 2
( a + b) + c
2 2
5
(2 x + y + z) 2 (2 y + x + z ) 2 ( 2 z + y + x) 2
9. (USA) + + ≤8.
2 x 2 + ( y + z ) 2 2 y 2 + ( x + z ) 2 2 z 2 + ( y + x) 2
10. (Bulgária) Se abc = 1, mostre que
1 1 1 1 1 1
+ + ≤ + + .
1+ a + b 1+ b + c 1+ a + c 2 + a 2 + b 2 + c
31
Sociedade Brasileira de Matemática
O PROBLEMA IMPOSSÍVEL
Cássio Neri
Instituto de Matemática, Universidade Federal do Rio de Janeiro
♦ Nível Avançado
INTRODUÇÃO:
No problema original, Freudenthal fixou uma cota superior de 100 (não para os
números, mas para a soma; não obstante, vamos considerar apenas variações do
problema com cotas para os números, embora a versão de Freudenthal possa ser
analisada de modo análogo). Para simplificar o problema, Gardner preferiu usar a
cota superior igual a 20. Fazendo isto, "o Problema Impossível se tornou
literalmente impossível" como disse o próprio Gardner [3]. Neste texto vamos
explicar este ponto.
É surpreendente que o problema original seja bem posto já que, como pode-se
pensar, a pequena conversa telefônica não acrescenta nenhuma informação relevante
sobre os números. Mas, como veremos, esta conversa é rica de informações
matemáticas.
1
O autor, além de traduzir o enunciado, tomou a liberdade de chamar os personagens de
Paulo e Sérgio em vez de P e S como na versão em inglês.
32
Sociedade Brasileira de Matemática
Nas duas primeiras seções consideraremos o problema como nos foi proposto.
Na última seção consideramos os problemas propostos a Paulo e a Sérgio.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA
33
Sociedade Brasileira de Matemática
34
Sociedade Brasileira de Matemática
S1 = {11,17,23,27, 29,35,37,41,47,53}
Em seguida, Paulo anuncia saber a soma. Segue daí que existe uma única fatoração
(i, j) de p tal que i + j ∈ S1. De fato, s ∈ S1 , logo, p tem fatoração cuja soma está em
S1 . Se existisse mais de uma fatoração nessa condição, então Paulo não poderia
saber qual delas seria correta. Assim, o conjunto dos produtos admissíveis é
reduzido a
Finalmente, Sérgio diz que também sabe o produto. Graças a um argumento análogo
ao do parágrafo anterior, concluímos que existe uma única decomposição (i, j) de s
tal que ij ∈ P2 . Portanto, o conjunto das somas admissíveis se reduz a
S 2 = {m ∈ S1 ; existe uma única decomposição (i, j) de m tal que ij ∈ P2 }.
Temos que s ∈ S2 . O programa informa que S 2 = {17}. Logo, s = 17.
Neste momento, Sérgio já anunciou ter encontrado o produto. Como está dizendo a
verdade, então nós também podemos encontrá-lo. Com efeito, sabemos que a soma
vale 17 e, portanto, podemos nos colocar no lugar de Sérgio.
Outra maneira de proceder é reiterar o argumento que define P2 a partir de S1 e
aquele que define S 2 a partir de P2 para, assim, construir Pn a partir de S n −1 e S n a
partir de Pn . Repetimos isto até encontrar n ∈ ` tal que Pn e S n sejam unitários.
Mais precisamente, para n = 3,…, definimos
Pn = {m ∈ Pn−1 ; existe uma única fatoração (i, j) de m tal que i + j ∈ S n −1},
S n = {m ∈ S n −1 ; existe uma única decomposição (i, j) de m tal que ij ∈ Pn }.
Obtemos assim, P3 = {52} e S3 = {17}, logo p = 52 e s = 17, de onde segue que os
números são 4 e 13.
O ERRO DO GARDNER
35
Sociedade Brasileira de Matemática
1. antes do diálogo: p ∈ P0 e s ∈ S0 ;
2. após a primeira frase de Sérgio: p ∈ P1 e s ∈ S1 ;
3. após a primeira frase de Paulo: p ∈ P2 ;
4. após a primeira frase de Sérgio: s ∈ S2 .
Mostramos apenas que (4, 13) não é solução para N ≤ 61. Talvez, outra solução
apareça quando N ≤ 61. Entretanto, o programa em [6] mostra que S 2 = ∅
e, portanto, o problema não tem solução.
36
Sociedade Brasileira de Matemática
3. Quando dizemos que o problema não tem solução, significa que o nosso problema
não tem solução. Por outro lado, o problema proposto a Paulo tem solução desde
que a ele seja fornecido um número adequado. A situação de Sérgio não é muito
diferente da nossa. Abordaremos estas questões na próxima seção.
2
O autor se pôs no lugar de Sérgio e após, aproximadamente, 15 minutos achou o produto.
Nos seus cálculos ele considerou em P0 \ P1 apenas os números que são produtos de dois
primos.
37
Sociedade Brasileira de Matemática
Vejamos agora uma solução do problema original, com N = 100, que não necessita
de assistência computacional.
Determinar P0 ou P1 manualmente seria muito trabalhoso (lembre-se que, segundo o
programa, esses conjuntos têm, respectivamente, 2880 e 1087 elementos). Vamos
procurar S1 sem computador mas com paciência.
Para concluir que S ∉ S1 basta existir uma decomposição (i, j) de S que seja a única
fatoração de ij. Vejamos alguns casos (cuja verificação deixamos para o leitor). Para
S = 200 temos a decomposição (100, 100). Para S = 199 e S = 198 temos (99, 100) e
(99, 99), respectivamente.
Se 99 ≤ S ≤ 197,(i, j ) = (97, S − 97) resolve pois 2 ≤ S − 97 ≤ 100 e ij tem fator
primo 97, logo, i, digamos, tem fator 97. Como 97 > 50, se i tivemos outro fator
primo, então teríamos i > 100, que é absurdo. Concluímos que i = 97 e j = S – 97.
Portanto, (S, S – 97) é a única fatoração de ij. Analogamente, se 55 ≤ S ≤ 153, então
(53, S − 53) é a única fatoração de 53(S – 53).
Resumindo, até aqui mostraremos que se S ≥ 55, então S ∉ S1 . Agora, se S ≤ 54 e S é
par, então pode-se verificar, caso a caso, que S tem decomposição (i, j) com i e j
primos (o caso geral, isto é, sem cota superior para S, é um problema em aberto
conhecido como Conjectura de Goldbach), logo, S ∉ S1 .
Analogamente, os ímpares 5, 7, 9, 13, 15, 19, 21, 25, 31, 33, 39, 43 e 45 são todos
da forma 2 + P com P primo e, portanto, nenhum deles está em S1 . Finalmente, (17,
34) é uma decomposição de 51 que é a única fatoração de 578 = 2 ⋅ 17 2 (pois
172 > 100), ou seja, 51∉ S1.
Concluímos que S1 ⊂ Si = {11,17,23,27, 29,35,37, 41, 47,53}. Quem quiser pode
mostrar que vale a inclusão contrária, mas isto não será necessário à nossa
demonstração.
38
Sociedade Brasileira de Matemática
Determinar P2 também exigiria muito esforço. Por isto, passaremos diretamente para
S 2 . Observaremos que se S ∈ S2 , então existe uma única decomposição (i, j) de S tal
que ij ∈ P e esta é a única fatoração de ij com soma em S ⊂ Si .
2 1
Referências
[1] HANS FREUDENTHAL, Nicuw Archief Voor Wiskunde, Ser 3, 17 (1969) 152
[2] MARTIN GARDNER, Mathematical Games, Scientific American, 241 (Dec. 1979) 22.
[3] MARTIN GARDNER, Mathematical Games, Scientific American, 242 (May 1980)
[4] LEE SALLOWS, The Impossible Problem, The Mathematical Intelligencer, 17:1 (1995)
27.
[5] ISAACS I. M. ISAACS, The Impossible Problem Revisited Again, Tha Mathematical
Intelligencer, 17:4 (1195) 4.
[6] URL: www.labma.ufrj.br/~cassio/f-impossivel.html
39
Sociedade Brasileira de Matemática
1) Seja α > 0 um número real. Sejam 0 < x1 < x2 < x3 < ... as soluções reais da
∞
1
equação x ⋅ sen( x α ) = ln x. Encontre os valores de α para os quais ∑ converge.
n =1 xn
(
(2k π)1 α ⋅ sen ( 2k π ) )
1α α
( )
= 0 < ln ( 2k π ) , enquanto
1α
1α α
1 1
1α 1α 1α
1 1
+ π
+ π = + π > + ,
π
2 k sen 2 k 2 k ln 2 k
2 2 2 2
pois x > ln x, para todo x > 0. Assim, para todo k ∈ `* , existe uma solução
1 α 1
1α
(
wk ∈ ( 2k π ) , (( 2k + 1) π )
1α 1α
) com f '( wk ) = 0; para ( 2k π )
1α
< x < wk temos
(((2k + 1) π) ) < 0.
1
1 α
2k + π , ((2k + 1) π ) α e f '
1
α
2
40
Sociedade Brasileira de Matemática
1
1α
1
1α
1
1α
Como f 2k + π = 2k + π > ln 2k + π , e
2 2 2
f (((2k + 1)π) ) = 0 < ln (((2k + 1) π) ),
1α 1α
existe uma solução yk de f ( x ) = ln x
1α
1
< x < (( 2k + 1) π ) . Para ((2k + 1) π ) ≤ x ≤ (( 2k + 2 ) π ) ,
1α 1α 1α
com 2k + π
2
x ∈ wk , (( 2k + 1) π ) , temos
1α
temos f ( x ) ≤ 0 < ln x. Para f '( x) ≤ 0 e
1
(ln x )' = > 0, donde a equação f ( x ) = x tem no máximo uma solução em
x
w , (( 2k + 1) π )1 α .
k
5
1α
5
1α
( )
Como f (( 2k + 2) π) = 0 < ln ((2k +1) π)
1α 1α
( )
e f 2k + π > ln 2k + π ,
2
2
existe uma menor solução uk de f ( x ) = ln x com
1α
5
( ( 2k + 2 ) π ) < uk < 2k + π . Como f (uk ) = uk sen (ukα ) = ln uk , donde
1α
2
f ( x ) ln x em (( 2k 2 ) ) , 2k
> + π + π
. Se 2k + ≤ y ≤ wk ,
π
2 2
1
1α 1α
2
1
2
(
f ( y ) ≥ f 2k + π = 2k + π > ln (( 2k + 1) π ) > ln wk ≥ ln y
1α
)
1
1α
( 1α 1
α
) 1 e
(de fato, ln (( 2k + 1) π) = ln 2k + π < ln (( 2k + 1) π) = e ln 2k + π ≤
2 α
2
41
Sociedade Brasileira de Matemática
1α
1 1 8 π π
≤ 2k + π ; ln (( 2k +1) π) < eln 2k + π segue de ln π < ln < eln .
2 2 3 2 2
Assim, yk e uk são as únicas soluções de f ( x ) = ln x em
1α
1 5
1α
42
Sociedade Brasileira de Matemática
m −1
kπ
Em particular, o coeficiente constante de Qm ( y ) é ( −2 ) ⋅ ∏cos .
m −1
k =1 m
0,se m é par
m−1
kπ
Assim, ∏ cos = ( −1)r .
k =1 m 2 r , se m = 2r + 1, r ∈ `
2
nπ
Como cos = cos π = −1, a série que queremos calcular vale
n
∞
( −1)r
−1 4
−∑ 2r
=
=− .
r =0 2
1 5
1+
4
_______________________________
O leitor João Alexandre Júnior enviou uma solução do problema No. 2 do artigo "Os
problemas do Visitante Matemático", que pedia para calcular 44 . Como 44 = 4256
4 4
( ) ( )
2 2
464 = 432 = 340282366920938463463374607431768211456, 4128 = 464 =
=115792089237316195423570985008687907853269984665640564039457584007
( )
2
913129639936 e, finalmente, 4256 = 4128 = 1340780792994259709957402499820
5846127479365820592393377723561443721764030073546976801874298166903
427690031858186486050853753882811946569946433649006084096.
43
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PROPOSTOS
Publicamos aqui algumas das respostas enviadas por nossos leitores.
89) Uma prova de múltipla escolha com n questões é feita por k alunos. Uma
resposta correta na i-ésima questão vale pi pontos, onde pi é um inteiro positivo, para
1 ≤ i ≤ n. A nota de cada aluno é a soma dos pontos correspondentes às questões que
ele acertou. Após a realização a prova, foi observado que, mudando os pesos pi, as
notas dos alunos podem estar em qualquer uma das k! possíveis ordens (em que não
há duas notas iguais). Dado n, qual é o maior valor possível de k?
44
Sociedade Brasileira de Matemática
s r
bi a
Sejam λ = ∑ bj ∑ a , b i i = s
e a i = r i .
j =1 i =1
∑b
j =1
j ∑a
i =1
i
s
s r
∑ b j n (v ( β j )) = n ∑ b j ⋅ v ( β j ) = n λ ∑ a i ⋅ v (α (i ) )
( ) ( )
j =1 j =1 i =1
r r
= λ∑ a i ⋅ n (v (α (i )) ≥ ∑ a i ⋅ n (v (α (i) )) ,
i =1 i =1
s r s r
mas como ∑ b j = ∑ a i = 1, temos que
j =1 i =1
∑ b j ⋅ n (v ( β ( j) )) e
j =1
∑ a ⋅ n (v (α (i) ))
i =1
i
45
Sociedade Brasileira de Matemática
ii) xn(i+)1 ≠ 0 para algum i. Podemos supor sem perda de generalidade que isso vale
para i = k.
x n( +j )1
Nesse caso temos v i = v j − ( k ) v k ∈ \ n para todo j com 1 ≤ j ≤ k − 1 e, como
x n +1
(n + 1)-ésima coordenada desses vetores se anula e k – 1 > n, por hipótese de
k −1
indução, existem c1 ,..., c k −1 ∈ \ não todos nulos tais que ∑ c
j =1
j ⋅ v j = 0, mas
k −1
v j = v j − a j ⋅ vk , onde a j = xn( +j )1 xn( k+)1 , e portanto ∑ c ( v
j =1
j j − a j vk ) = 0, donde
k k −1
46
Sociedade Brasileira de Matemática
98) Seja (an ) n∈< uma seqüência tal que a1 > 2 e an +1 = an2 − 2, ∀n ∈ `.
∞
1 a1 − a12 − 4
Mostre que ∑ = .
n =1 a1 ⋅ a2 ⋅ ... ⋅ an 2
SOLUÇÃO DE RODRIGO VILLARD MILET e MÁRCIO ASSAD COHEN (RIO DE JANEIRO – RJ)
1
Faça a1 = x + ( isso é possível pois a1 > 2 ). Podemos considerar, sem perda de
x
1
generalidade, que x > 1 (se não for, troque x por ). Temos, por indução, que
x
2
2n −1 1 n −1 1 1
+ n −1 , pois x 2 + n −1 − 2 = x 2 + n .
n
an = x
x2 x2 x2
Veja que é fácil calcular o produto dos “ai”, pois
1 1 2 1 4 1 2 − 1 1
x − x + x + 2 x + 4 ... x + n −1 = x 2 − n .
n 1 n
Então temos
x x x x x 2
x2
47
Sociedade Brasileira de Matemática
1
x−
1 ∞ x 2
n+1
2n n
que ∑
∞ 1
=∑
∞
x = x − 1 ∞ x
= x − ∑ −
x2 .
∑ 2n+1
n=1 a1 a 2 ...a n n =1
x2
n
−
1 x n=1 x −1 x n =1 2n
x −1 x
2n +1
− 1
n
x2
O legal é que chegamos em uma soma telescópica:
N x2
n n +1 N +1
x2 x2 x2
∑ − = − . Para ` → ∞ , a segunda parcela tende
n =1 x 2 − 1 2 n +1 x 2 − 1 x 2 N +1 − 1
n
x − 1
x2 1
a 1 (pois x > 1), logo este último somatório é igual a −1= 2 , portanto
x −1
2
x −1
∞ 1 1 1 1
∑ =x − 2 = . Isso finaliza o problema, pois
n =1 a1 a 2 ...a n x x −1 x
a ± a1 − 4
2
1
a1 = x + ⇒ x 2 − a1 x + 1 = 0 ⇒ x = 1 . Como x > 1, temos
x 2
a1 + a1 − 4 1 a1 − a1 − 4
2 2
x= . Isso dá = .
2 x 2
48
Sociedade Brasileira de Matemática
( )
E tem sempre o mesmo valor, o
um subconjunto infinito desses j para os quais f j m
( )
E , por definição.
qual será g m
+ +
B = {n ∈ ` 22k 1 ≤ n < 22k 2 , para algum inteiro k ≥ 0} .
Temos que [0, +∞) \ A e [0, +∞) \ B contêm intervalos arbitrariamente grandes,
donde nem A nem B podem conter progressões aritméticas infinitas. Por outro lado,
para cada q ∈ `, se k ∈ ` é tal que 22 k ≥ q, A contém a progressão aritmética da
razão 1 e q termos {22 k , 2 2 k + 1,..., 2 2 k + q − 1}, e B contém a progressão aritmética
da razão 1 e q termos {22 k +1 , 22 k +1 + 1,..., 22 k +1 + q − 1}.
49
Sociedade Brasileira de Matemática
a
b
24
50
Sociedade Brasileira de Matemática
Note que a área do triângulo é 12 ⋅ b , sendo assim, para que a área seja:
a) Máxima: Basta que b seja o maior possível, ou seja, a diferença x – y seja a maior
x+ y
possível. Devemos ter então x = 25 ⋅ 32 = 288 e y = 2, donde a = = 145 e
2
x− y
b= = 143, e logo o comprimento da corda deve ser a + b + 24 = 312m.
2
Assim, f (t ) = det( A + tB ) ∈ {−1,1}, para todo t ∈{0,1, 2,3, 4}, e logo um dos
valores 1 ou –1 é igual a f(t) para pelo menos três valores de t em {0, 1, 2, 3, 4}.
Como f(t) é um polinômio de grau no máximo 2, f(t) é necessariamente constante
igual a 1 ou –1, e logo, para todo t ∈ ] (e em particular para t = 5), A + tB tem
51
Sociedade Brasileira de Matemática
elementos inteiros e determinante pertencente a { –1, 1}, e logo tem uma inversa
com todos os elementos inteiros.
104) ABC é um triângulo. Mostre que existe um único ponto P de modo que:
( PA )2 + ( PB )2 + ( AB )2 = ( PB )2 + ( PC )2 + ( BC )2 = ( PC )2 + ( PA )2 + (CA)2
SOLUÇÃO DE FRANK DE CASTRO (SÃO PAULO – SP)
Considere o triângulo A ' B ' C ' cujos lados paralelos aos lados do triângulo ABC e
passam por A, B e C.
Considere também o ponto P, ortocentro do triângulo A'B'C' (figura abaixo)
A'
P
B
C
B' C'
A
Provaremos que:
( PA)2 + ( PB )2 + ( AB)2 = ( PB )2 + ( PC )2 + ( BC )2
P é ortocentro de A ' B ' C ' ⇔
= ( PC ) + ( PA) + (CA)
2 2 2
52
Sociedade Brasileira de Matemática
JJJG JJJG
Sendo C ⋅ B = B ⋅ C , Vem que PA ' ⊥ CB ⇔ B2 − P ⋅ B − A ⋅ B = C 2 − P ⋅ C − A ⋅ C.
Multiplicando a igualdade anterior por 2 e na seqüência somando P 2 + A2 a ambos
os membros, segue que:
JJJG JJJ
G
PA ' ⊥ CB ⇔ P2 + B2 − 2 P ⋅ B + A2 − 2 A ⋅ B + B2 = P 2 + C 2 − 2P ⋅ C + A2 − 2 A ⋅ C +
C2 ⇔ ( P − B) + ( A − B) = ( P − C ) + ( A − C ) .
2 2 2 2
JJJG JJJG
PC ' ⊥ BA ⇔ ( PB) + ( PC ) + ( BC) = ( PC) + ( PA) + (CA) , onde C ' = B + A − C.
2 2 2 2 2 2
Nota: Utilizamos:
JJJG JJJG
( X − Y ) ⋅ ( Z − W ) representando o produto escalar dos vetores YX e WZ .
JJJG JJJG
( X − Y ) ⋅ ( Z −W ) = 0 ⇔ YX ⊥ WZ.
JJJG JJJG
X ⋅ Y = ( X − O ) ⋅ (Y − O) = OX ⋅ OY onde o ponto O é a origem do nosso plano.
JJJG JJJG JJJG 2
X 2 = ( X − O) ⋅ ( X − O) = OX ⋅ OX = OX = (OX ) = ( XO ) .
2 2
53
Sociedade Brasileira de Matemática
G
ga ha
B C
Observe que ha = 3 g a
a ⋅ ha 1 a+b+c
s = p⋅r = ⇒ ga = ⋅ ⋅ r.
2 3 a
1 a+b+c 1 a +b+c
De forma análoga, temos: gb = ⋅ ⋅ r e gc = ⋅ ⋅ r.
3 b 3 c
a) como a < b + c ∴ a + b + c > 2a e
1 a +b+c 1 2a 2r
ga = ⋅ ⋅ r ⇒ g a > ⋅ ⋅ r = ; de forma análoga, temos:
3 a 3 a 3
2r 2r
gb > e gc > .
3 3
2r
Note que a igualdade g a = não ocorrerá, pois caso contrário, teríamos:
3
1 a+b+c 2r
⋅r = ⇒ a + b + c = 2a ⇒ b + c = a e o triângulo não existiria.
3 a 3
r a +b + c a +b + c a +b + c
g a + gb + gc = + +
3 a b c
NNN
r b a a c b c
g a + gb + gc = 3 + + + + + +
3 a b c a c b
≥2 ≥2 ≥2
r
logo g a + gb + gc ≥ (3 + 2 + 2 + 2 ) = 3r ou seja:
3
g a + gb + g c
≥ 3.
r
EUREKA! N°23, 2006
54
Sociedade Brasileira de Matemática
= − z (( z − y ) Pm ( x, y, z + 1) + ( x + y ) Pm ( x, y + 1, z ) − ( x + z ) Pm ( x, y, z + 1)) +
2
55
Sociedade Brasileira de Matemática
− ( x + z )( y + x ) Pm ( z, y, x + 1) − x2 Pm ( z, y, x ) =
= ( x + z ) ( y + z ) Pm ( x, y, z + 1) − ( y + x ) Pm ( z, y, x + 1) − ( z − x ) Pm ( z, y, x ) .
E, por hipótese de indução e (II) temos:
( y + z ) Pm ( x, y, z + 1) − ( y + x ) Pm ( x + 1, y, z ) − ( z − x ) Pm ( x, y, z ) =
( y + z ) Pm ( y, x, z + 1) − ( y + x ) Pm ( y, x + 1, z ) − ( z − x ) Pm ( y, x, z ) = 0 ⇒
Pm+1 ( x, y, z ) = Pm+1 ( z, y, x ).
A partir daí temos:
Pm+1 ( x, z, y) = Pm+1 ( z, x, y) = Pm+1 ( y, x, z) = Pm+1(x, y, z), c.q.d.
107) a) Dado um triângulo qualquer, prove que existe um círculo que passa pelos
pontos médios dos seus lados, pelos pés das suas alturas e pelos pontos médios dos
segmentos que unem o ortocentro aos vértices do triângulo (o chamado "círculo dos
nove pontos").
56
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DE ANDERSON TORRES e CARLOS ALBERTO DA SILVA VITOR (SÃO PAULO – SP,
NILÓPOLIS – RJ)
A
HB
TA
HC
H O
B MA
C
HA
M'
H'
57
Sociedade Brasileira de Matemática
JJJJG
JJJG JJJG JJJGOH
Assim HX = XO, e assim OX = . Pelo Lema abaixo,
2
JJJG JJJG
JJJG JJJG JJJG OH 3 ⋅ OG
OH = 3 ⋅ OG , e fim: OX = = , c.q.d.
2 2
Lema: O baricentro, o circuncentro e o ortocentro de qualquer triângulo estão
alinhados.
c H T
b
O S
R A
C
B M HA
58
B
Sociedade Brasileira de Matemática
x C
D PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos problemas
para os próximos números.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
112) a) Determine todos os inteiros positivos n tais que existe uma matriz n × n com
todas as entradas pertencentes a { –1, 0, 1} tal que os 2n números obtidos como
somas dos elementos de suas linhas e de suas colunas são todos distintos.
Problema 109 proposto por José do Nascimento Pantoja Júnior de Ananindeua – PA,
problemas 110 e 111 propostos por Anderson Torres de São Paulo – SP.
9RFr VDELD«
":0 ² p SULPR" (VWH Q~PHUR GH GtJLWRV p R
4
PDLRU SULPR FRQKHFLGR H p R 3ULPR GH 0HUVHQQH GHVFREHUWR
SHOR *,036 YHMD ZZZPHUVHQQHRUJ SDUD PDLV LQIRUPDo}HV
LQFOXVLYH VREUH FRPR DMXGDU D DFKDU RXWURV SULPRV GH 0HUVHQQH
(VWD GHVFREHUWD IRL IHLWD HP
60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 10 de junho de 2006
Segunda Fase – Sábado, 2 de setembro de 2006
Terceira Fase – Sábado, 28 de outubro de 2006 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 29 de outubro de 2006 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 2 de setembro de 2006
Segunda Fase – Sábado, 28 e Domingo, 29 de outubro de 2006
♦
XII OLIMPÍADA DE MAIO
13 de maio de 2006
♦
XVII OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
5 a 11 de maio de 2006
Escobar, Argentina
♦
XLVII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
8 a 19 de julho de 2006
Ljubljana - Eslovênia.
♦
XIII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
20 a 26 de julho de 2006
Odessa, Ucrânia
♦
XXI OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
22 de setembro a 01 de outubro de 2006
Equador
♦♦♦
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. De Paraná) pato Branco - PR
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Éder Luiz Pereira de Andrade (UNESPAR/FECILCAM) Campo Mourão – PR
Eudes Antonio da Costa (Univ. do Tocantins) Arraias – TO
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Jorge Costa Duarte Filho (UFPB) João Pessoa - PB
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (LAC - Laboratório Associado de Computação) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Guevara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Turíbio José Gomes dos Santos (UFPB) João Pessoa – PB
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
62
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 77
COORDENADORES REGIONAIS 78
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
1. Sabendo-se que 9 174 532 ×13 = 119 268 916 , pode-se concluir que é
divisível por 13 o número:
A) 119 268 903 B) 119 268 907 C) 119 268 911
D) 119 268 913 E) 119 268 923
5. Numa seqüência, cada termo, a partir do terceiro, é a soma dos dois termos
anteriores mais próximos. O segundo termo é igual a 1 e o quinto termo vale
2005. Qual é o sexto termo?
A) 3 002 B) 3 008 C) 3 010 D) 4 002 E) 5 004
2
Sociedade Brasileira de Matemática
6. Um galão de mel fornece energia suficiente para uma abelha voar 7 milhões
de quilômetros. Quantas abelhas iguais a ela conseguiriam voar mil
quilômetros se houvesse 10 galões de mel para serem compartilhados entre
elas?
A) 7 000 B) 70 000 C) 700 000 D) 7 000 000
E) 70 000 000
8. Um agricultor esperava receber cerca de 100 mil reais pela venda de sua safra.
Entretanto, a falta de chuva provocou uma perda da safra avaliada entre
1 1
e do total previsto. Qual dos valores a seguir pode representar a perda do
5 4
agricultor?
A) R$ 21.987,53 B) R$ 34.900,00 C) R$ 44.999,99
D) R$ 51.987,53 E) R$ 60.000,00
3
Sociedade Brasileira de Matemática
E E E E E
A) B) C) D) E)
75° 65°
4
Sociedade Brasileira de Matemática
A) B) C)
D) E)
17. Figuras com mesma forma representam objetos de mesma massa. Quantos
quadrados são necessários para que a última balança fique em equilíbrio?
A) 7 B) 8 C) 9 D) 10 E) 12
5
Sociedade Brasileira de Matemática
20. As nove casas de um tabuleiro 3 × 3 devem ser pintadas de foram que cada
coluna, cada linha e cada uma das duas diagonais não tenham duas casas de
mesma cor. Qual é o menor número de cores necessárias para isso?
A) 3 B) 4 C) 5 D) 6 E) 7
PROBLEMAS – NÍVEL 2
6. Platina é um metal muito raro, mais raro até do que ouro. Sua densidade é
21,45 g/cm3. Suponha que a produção mundial de platina foi de cerca de
110 toneladas em cada um dos últimos 50 anos e desprezível antes disso.
Assinale a alternativa com o objeto cujo volume é mais próximo do volume
de platina produzido no mundo em toda a história.
A) uma caixa de sapatos B) uma piscina
C) um edifício de dez andares D) o monte Pascoal E) a Lua
6
Sociedade Brasileira de Matemática
9. Entre treze reais não nulos há mais números positivos do que negativos.
13 × 12
Dentre os = 78 produtos de dois dos treze números, 22 são
2
negativos. Quantos números dentre os treze números dados são negativos?
A) 2 B) 7 C) 8 D) 9 E) 10
10. O desenho ao lado mostra um pedaço de papelão que será dobrado e colado
nas bordas para formar uma caixa retangular. Os ângulos nos cantos do
papelão são todos retos. Qual será o volume da caixa em cm3?
15 cm
40 cm
20 cm
A) 1 500 B) 3 000 C) 4 500 D) 6 000
E) 12 000
12. Em certa cidade, acontece um fato interessante. Dez por cento dos
Baianos dizem que são Paulistas e dez por cento dos Paulistas dizem
que são Baianos. Todos os outros Paulistas e Baianos assumem a sua
verdadeira origem. Dentre os Paulistas e Baianos, 20%
dizem que são Paulistas. Que percentual os realmente Paulistas representam
dentre os Paulistas e Baianos?
A) 12,5% B) 18% C) 20% D) 22%
E) 22,5%
7
Sociedade Brasileira de Matemática
17. Quantos números entre 10 e 13000, quando lidos da esquerda para a direita,
são formados por dígitos consecutivos e em ordem crescente?
Exemplificando, 456 é um desses números, mas 7890 não é:
A) 10 B) 13 C) 18 D) 22 E) 25
18. Um piloto percorreu três trechos de um rali, de extensões 240 km, 300 km e
400 km, respectivamente. As velocidades médias nos três trechos foram 40
km/h, 75 km/h e 80 km/h, mas não necessariamente nessa ordem. Podemos
garantir que o tempo total em horas gasto pelo piloto nos três trechos é:
A) menor ou igual a 13 horas
B) maior ou igual a 13 horas e menor ou igual a 16 horas
C) maior ou igual a 14 horas e menor ou igual a 17 horas
D) maior ou igual a 15 horas e menor ou igual a 18 horas
E) maior ou igual a 18 horas
b
a
A) 1 B) 2 C) 1 D) 3 E) 2
2 3 2
8
Sociedade Brasileira de Matemática
20. Um professor de Inglês dá aula particular para uma classe de 9 alunos, dos
quais pelo menos um é brasileiro. Se o professor escolher 4 alunos para fazer
uma apresentação, terá no grupo pelo menos dois alunos de mesma
nacionalidade; se escolher 5 alunos, terá no máximo três alunos de mesma
nacionalidade. Quantos brasileiros existem na classe?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
α
P N R Q
x + 12 y − x − 12 y = 1 .
Qual das alternativas apresenta um possível valor de y?
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
9
Sociedade Brasileira de Matemática
A) 18 B) 19 C) 20 D) 21 E)22
PROBLEMAS – NÍVEL 3
L
o o
A) 90 B) 105 C) 120o D) 135o E) 150o
10
Sociedade Brasileira de Matemática
A) 1 + 6 2 B) 4 + 2 2 C) 6 D) 8 + 6 2
E) 12 + 12 2
11
Sociedade Brasileira de Matemática
12
Sociedade Brasileira de Matemática
24. Um relógio, com ponteiros de horas, minutos e segundos, faz plim toda vez
que um ponteiro ultrapassa outro no mostrador. O número de plins registrados
em um certo dia no período entre as 12 horas e 1 segundo e as 23 horas, 59
minutos e 59 segundos é:
A) 732 B) 1438 C) 1440 D) 1446 E) 1452
GABARITO
NÍVEL 1 (5a. e 6a. séries)
1) A 6) B 11) A 16) B
2) E 7) E 12) C 17) D
3) A 8) A 13) B 18) D
4) E 9) D 14) B 19) C
5) B 10) E 15) B 20) C
13
Sociedade Brasileira de Matemática
2 3
4 5 6
7 8 9 10
05. Lara tem cubos iguais e quer pintá-los de maneiras diferentes, utilizando as
cores laranja ou azul para colorir cada uma de suas faces.
14
Sociedade Brasileira de Matemática
Para que dois cubos não se confundam, não deve ser possível girar um deles de
forma que fique idêntico ao outro. Por exemplo, há uma única maneira de pintar o
cubo com uma face laranja e cinco azuis.
Quantos cubos pintados de modos diferentes ela consegue obter?
PROBLEMA 1
Quatro peças iguais, em forma de triângulo retângulo, foram dispostas de dois
modos diferentes, como mostram as figuras.
H
I J M N
G
D
C
A
B
E
L K P O
F
Os quadrados ABCD e EFGH têm lados respectivamente iguais a 3 cm e 9 cm.
Calcule as áreas dos quadrados IJKL e MNOP.
15
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2
Considere três números inteiros positivos consecutivos de três algarismos tais que
o menor é múltiplo de 7, o seguinte é múltiplo de 9 e o maior é múltiplo de 11.
Escreva todas as seqüências de números que satisfazem essas propriedades.
PROBLEMA 3
Cada peça de um jogo de dominó possui duas casas numeradas. Considere as 6
peças formadas apenas pelos números 1, 2 e 3.
(a) De quantos modos é possível colocar todas estas peças alinhadas em
seqüência, de modo que o número da casa da direita de cada peça seja igual ao
número da casa da esquerda da peça imediatamente à direita?
A seguir, mostramos dois exemplos:
(b) Explique por que não é possível fazer o mesmo com todas as 10 peças
formadas apenas pelos números 1, 2, 3 e 4.
02. Quatro peças iguais, em forma de triângulo retângulo, foram dispostas de dois
modos diferentes, como mostram as figuras abaixo.
H
I J M N
G
D
C
A
B
E
L K P O
F
16
Sociedade Brasileira de Matemática
04. Um terreno quadrangular foi dividido em quatro lotes menores por duas cercas
retas unindo os pontos médios dos lados do terreno. As áreas de três dos lotes
estão indicadas em metros quadrados no mapa a seguir.
250
200 210
PROBLEMA 1
Gabriel resolveu uma prova de matemática com questões de álgebra, geometria e
lógica. Após checar o resultado da prova Gabriel observou que respondeu
corretamente 50% das questões de álgebra, 70% das questões de geometria e 80%
das questões de lógica. Gabriel observou, também, que respondeu corretamente
62% das questões de álgebra e lógica e 74% das questões de geometria e lógica.
Qual a porcentagem de questões corretas da prova de Gabriel?
PROBLEMA 2
O canto de um quadrado de cartolina foi cortado com uma tesoura. A soma dos
comprimentos dos catetos do triângulo recortado é igual ao comprimento do lado
do quadrado. Qual o valor da soma dos ângulos α e β marcados na figura abaixo?
17
Sociedade Brasileira de Matemática
27°
β
PROBLEMA 3
(a) Fatore a expressão x 2 − 9 xy + 8 y 2 .
(b) Determine todos os pares de inteiros (x; y) tais que 9 xy − x 2 − 8 y 2 = 2005 .
PROBLEMA 4
Veja o problema No. 3 do Nível 1 Parte B.
P
B E
C D
18
Sociedade Brasileira de Matemática
05. Você tem que determinar o polinômio p(x) de coeficientes inteiros positivos
fazendo perguntas da forma “Qual é o valor numérico de p(k)?”, sendo k um
inteiro positivo à sua escolha.
PROBLEMA 1
Determine todos os pares de inteiros (x; y) tais que 9 xy − x 2 − 8 y 2 = 2005 .
PROBLEMA 2
Um prisma é reto e tem como base um triângulo equilátero. Um plano corta o
prisma mas não corta nenhuma de suas bases, determinando uma secção triangular
de lados a, b e c. Calcule o lado da base do prisma em função de a, b e c.
PROBLEMA 3
No campeonato tumboliano de futebol, cada vitória vale três pontos, cada empate
vale um ponto e cada derrota vale zero ponto. Um resultado é uma vitória, empate
ou derrota. Sabe-se que o Flameiras não sofreu nenhuma derrota e tem 20 pontos,
mas não se sabe quantas partidas esse time jogou. Quantas seqüências ordenadas
de resultados o Flameiras pode ter obtido? Representando vitória por V, empate
por E e derrota por D, duas possibilidades, por exemplo, são (V, E, E, V, E, V, V,
V, E, E) e (E, V, V, V, V, V, E, V).
PROBLEMA 4
Determine o menor valor possível do maior termo de uma progressão aritmética
com todos os seus sete termos a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7 primos positivos distintos.
19
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05 06
Resposta 18 2 214 182 10 24
1+ a
02. Como 2 é a média aritmética de 1 e a, podemos escrever = 2 , logo
2
1+ 2 + 3 1+ 3 + 2 + 2
1+ a = 4 ⇔ a = 3; portanto, b= = 2; c= = 2;
3 4
1+ 3 + 2 + 2 + 2
d= = 2 . Esses exemplos sugerem que todos os termos, a
5
partir do terceiro, são iguais a 2. De fato, quando introduzimos em uma
seqüência um termo igual à média de todos os termos da seqüência, a média
da nova seqüência é a mesma que a da seqüência anterior. Assim, o último
termo da seqüência dada é 2.
03. Natasha pulou os números 13, 31, 113, 130,131, 132, ..., 139, num total de 13
números. Portanto, na última página do seu diário escreveu o número 200 + 13
+1 = 214.
04. Olhando para o último número da fila n, vemos que ele é a soma de todos os
números de 1 a n: por exemplo, na fila 4, o último número da fila é 1 + 2 + 3 +
4 = 10. Note que para obter a quantidade de números até uma certa fila, basta
somar o número da fila ao total de números que havia antes dessa fila. Assim,
temos, fila 5 : 15, fila 6: 21, fila 7: 28, fila 8: 36, fila 9: 45, fila 10: 55, fila 11:
66, fila 12: 78, fila 13: 91, fila 14: 105
20
Sociedade Brasileira de Matemática
O número de fitas adesivas horizontais entre uma fila n – 1 e uma fila n é igual
a n – 1 e o número de fitas adesivas verticais numa fila n é igual n – 1.
Portanto, até a fila número 14, o número de fitas é
(1 + 2 + + 13) + (1 + 2 + + 13 ) = 2 ⋅
13 ⋅14
= 182.
2
Como 1 litro é igual a 1000 cm3, concluímos que o volume da caixa é de 24 litros.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
1ª maneira: O quadrado IJKL e o quadrado MNOP têm como lados as hipotenusas
dos triângulos retângulos dados, logo têm a mesma área s. Fazendo os dois
quadrados coincidirem, concluímos que o dobro da soma t das áreas dos quatro
triângulos retângulos é a diferença entre as áreas dos quadrados IJKL e EFGH, ou
seja, 2t 92 32 2t 72 t 36 . Assim, s = 9 + 36 = 81 – 36 = 45 cm2.
21
Sociedade Brasileira de Matemática
IJKL, igual à soma das áreas dos quatro triângulos retângulos com a área do
2
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Seja n = abc múltiplo de 11; então n – 1 deve ser múltiplo de 9 e n – 2 deve ser
múltiplo de 7.
Seja c ≠ 0 :
Como abc é múltiplo de 11, podemos ter a b c 0 ou a b c 11 .
Como abc – 1 é múltiplo de 9, podemos ter
a b c 1 9 ou a b c 1 18 . No caso de a + b + c − 1 = 0 ,
teríamos n − 1 = 99 ⇔ n = 100 , que não é múltiplo de 11. Assim,
simultaneamente, somente podemos
a + b + c = 10 2b = 10 b=5
ter (i ) ⇔ ⇔ ou
a+c =b a+c=b a+c=5
a + b + c = 19 2b + 11 = 19 b=4
(ii ) ⇔ ⇔
a + c = b + 11 a + c = b + 11 a + c = 15
No caso (i) existem as seguintes possibilidades para n: 154, 253, 352, 451, que são
múltiplos de 11; para n – 1 temos os números 153, 252, 351, 450 e 549 são
múltiplos de 9. Para os números n – 2 temos 152, 251, 350, 449 e 548, dos quais
apenas 350 é múltiplo de 7.
No caso (ii) existem as seguintes possibilidades para n: 649, 748, 847 e 946, que
são múltiplos de 11; para n – 1 temos os números 648, 747, 846 e 945 são
múltiplos de 9. Para os números n – 2 temos 647, 746, 845 e 944, dos quais
nenhum é múltiplo de 7.
Seja c = 0:
Neste caso, n –1 tem os algarismos a, b –1 e 9. Assim,
a + b − 1 + 9 = 9 ou a + b − 1 + 9 = 18 ou seja, a + b = 1 ou a + b = 10 . Como
a b c a b 0 ou a b c a b 11 , concluímos que a = b.
Assim, a = b = 5, o que fornece os números n = 550, n –1 = 549 e n – 2 = 548, que
não é divisível por 7.
Portanto, a única seqüência de três números inteiros consecutivos nas condições
dadas é 350, 351 e 352.
22
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
1a maneira:
a) Podemos representar uma seqüência válida como uma seqüência de pares
ordenados. O primeiro exemplo é a seqüência [(1,1),(1,2),(2,2),(2,3),(3,3),(3,1)] e,
a partir dela, podemos criar outras seqüências válidas movendo o par da esquerda
para a direita (ou da direita para a esquerda). Assim, são válidas as seqüências
[(1,2),(2,2),(2,3),(3,3),(3,1),(1,1)], [(2,2),(2,3),(3,3),(3,1),(1,1), (1,2)],etc. num
total de 6 seqüências diferentes. Mudando a posição dos números dos pares
ordenados, podemos criar outras 6 seqüências: [(2,1), (1,1), (1,3),
(3,3),(3,2),(2,2)], [ (1,1), (1,3), (3,3),(3,2),(2,2), (2,1)], etc. Portanto, de acordo
com as regras dadas há 12 modos de colocar as peças em seqüência.
2a maneira:
a) As pontas devem ter o mesmo número, pois eles aparecem um número par de
vezes (se aparecer um número numa ponta e outro na outra, então há pelo
menos dois números que aparecem um número ímpar de vezes, o que não
ocorre). Alguma peça com dois números iguais deve aparecer em uma das
pontas, pois do contrário teríamos três das quatro peças centrais com duas
iguais, vizinhas, o que é impossível). Sendo assim, a seqüência pode ser
representada por XX-XY-YY-YZ-ZZ-ZX, onde para X temos três
possibilidades, para Y temos duas possibilidade e para Z, uma possibilidade,
num total de 3.2.1 = 6 possibilidades para a seqüência que começa com uma
dupla. Se a seqüência terminar com uma dupla, teremos novamente 6
possibilidades. Portanto, há 12 modos de colocar as seis peças em seqüência.
23
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 214 -------- 182 240 1735
01. Natasha pulou os números 13, 31, 113, 130,131, 132, ..., 139, num total de 13
números. Portanto, na última página do seu diário escreveu o número 200 + 13
+1 = 214.
03. Olhando para o último número da fila n, vemos que ele é a soma de todos os
números de 1 a n: por exemplo, na fila 4, o último número da fila é 1 + 2 + 3 +
4 = 10. Note que para obter a quantidade de números até uma certa fila, basta
somar o número da fila ao total de números que havia antes dessa fila. Assim,
temos, fila 5 : 15, fila 6: 21, fila 7: 28, fila 8: 36, fila 9: 45, fila 10: 55, fila 11:
66, fila 12: 78, fila 13: 91, fila 14: 105
O número de fitas adesivas horizontais entre uma fila n – 1 e uma fila n é igual
a n – 1 e o número de fitas adesivas verticais numa fila n é igual n – 1.
Portanto, até a fila número 14, o número de fitas é
(1 + 2 + + 13) + (1 + 2 + + 13) = 2 ⋅
13 ⋅14
= 182.
2
24
Sociedade Brasileira de Matemática
segmentos traçados dividem cada um dos quatro lotes em duas partes. Todas
as partes internas têm a mesma área s, igual a 1/4 da área do paralelogramo.
Cada uma das partes externas tem área igual a 1/4 do triângulo determinado
pela diagonal correspondente. Assim, a + c é igual à metade da área do
quadrilátero, o mesmo ocorrendo com b + c. Daí, a + s + c + s = b + s + d + s.
Portanto, a área S desconhecida satisfaz S + 210 = 200 + 250, ou seja, S = 240.
b
a s
s
s
s
d
c
M B
A
O N
Q
D P C
25
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Substituindo as relações expressas pelas três primeiras equações nas outras duas,
obtemos:
0,5 A + 0,8L 3L
= 0,62 ⇒ 0,12 A = 0,18L ⇒A =
A+L 2
0,7G + 0,8L 3L
= 0,74 ⇒ 0,04G = 0,06 L ⇒ G =
G+L 2
26
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A B
27o
β
M
α
D N C
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) x2 – 9xy + 8y2 = x2 – xy – 8xy + 8y2 = x(x – y) – 8y (x – y) = (x – 8y)(x – y).
Alternativamente, as raízes da equação do 2o grau x2 – 9xy + 8y2, de incógnita x,
são y e 8y. Logo, x2 – 9xy + 8y2 fatora em (x – 8y)(x – y).
x − y = 5 e 8 y − x = 401 x = 63 e y = 58
ou ou
x − y = 401 e 8 y − x = 5 x = 459 e y = 58
(*) ou ⇔ ou
x − y = −5 e 8 y − x = −401 x = −63 e y = −58
ou ou
x − y = −401 e 8 y − x = −5 x = −459 e y = −58
As soluções são, portanto, (63; 58), (459;58), (–63; –58) e (–459; –58).
OUTRA SOLUÇÃO:
Observando a equação dada como uma equação do segundo grau em x, obtemos
x2 – 9yx + 8y2 + 2005 = 0 (*),
cujo discriminante é
∆ = (9y)2 – 4(8y2 + 2005) = 49y2 – 8020
27
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Para que (*) admita soluções inteiras, seu discriminante deve ser um quadrado
perfeito; portanto
49y2 – 8020 = m2 ⇔ (7y – m)(7y + m) = 8020 = 22 ⋅ 5 ⋅ 401 (**)
9 y + m 9 ⋅ 58 + 396
Se y = 58, as soluções em x de (*) são = = 459 e
2 2
9 y − m 9 ⋅ 58 − 396
= = 63 .
2 2
9 y + m 9 ⋅ (−58) + 396
Se y = –58, as soluções em x de (*) são = = −63
2 2
9 y − m 9 ⋅ (−58) − 396
e = = −459 .
2 2
Logo as soluções são (63 ; 58), (459 ; 58), (– 63 ; – 58) e (– 459 ; – 58).
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Veja a solução do problema No. 3 do Nível 1 parte B
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 12 1735 240 2011 2
28
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SEGUNDA SOLUÇÃO:
As condições do problema equivalem a dizer que
2a − 5 = 2(a + 1) − 7 = 2(a + 2) − 9 = 2(a + 3) − 11 é múltiplo de 5, 7, 9 e 11, donde
é múltiplo de 5 ⋅ 7 ⋅ 9 ⋅ 11 = 3465. Assim, o menor valor de a é tal que
2a − 5 = 3465 , ou seja, a = 1735.
03. Ligando o ponto de interseção das retas que representam as duas cercas aos
vértices, obtemos:
29
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M B
A
O N
Q
D P C
30
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Temos 9 xy − x 2 − 8 y 2 = 2005 ⇔ xy − x 2 + 8 xy − 8 y 2 = 2005
⇔ x( y − x) + 8 y ( x − y ) = 2005 ⇔ ( x − y )(8 y − x) = 2005(*)
Observemos que a fatoração em primos de 2005 é 5 ⋅ 401.
Além disso, a soma dos fatores x – y e 8y – x é 7y, que é múltiplo de 7. Devemos
então escrever 2005 como produto de dois fatores, cuja soma é um múltiplo de 7.
Para isso, os fatores devem ser ± 5 e ± 401. A soma dos fatores é ± 406.
x − y = 5 e 8 y − x = 401 x = 63 e y = 58
ou ou
x − y = 401 e 8 y − x = 5 x = 459 e y = 58
(*) ou ⇔ ou
x − y = −5 e 8 y − x = −401 x = −63 e y = −58
ou ou
x − y = −401 e 8 y − x = −5 x = −459 e y = −58
As soluções são, portanto, (63; 58), (459;58), (–63; –58) e (–459; –58).
OUTRA SOLUÇÃO:
Observando a equação dada como uma equação do segundo grau em x, obtemos
x2 – 9yx + 8y2 + 2005 = 0 (*),
cujo discriminante é
∆ = (9y)2 – 4(8y2 + 2005) = 49y2 – 8020
Para que (*) admita soluções inteiras, seu discriminante deve ser um quadrado
perfeito; portanto
49y2 – 8020 = m2 ⇔ (7y – m)(7y + m) = 8020 = 22 ⋅ 5 ⋅ 401 (**)
31
Sociedade Brasileira de Matemática
9 y + m 9 ⋅ 58 + 396
Se y = 58, as soluções em x de (*) são = = 459 e
2 2
9 y − m 9 ⋅ 58 − 396
= = 63 .
2 2
9 y + m 9 ⋅ (−58) + 396
Se y = –58, as soluções em x de (*) são = = −63
2 2
9 y − m 9 ⋅ (−58) − 396
e = = −459 .
2 2
Logo as soluções são (63 ; 58), (459 ; 58), (– 63 ; – 58) e (– 459 ; – 58).
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
b 2 − )2
b a a2 − ) 2
) )
32
Sociedade Brasileira de Matemática
16(a 4 + b4 + c 4 − a 2 b 2 − a 2 c 2 − b 2 c 2 ).
2
+ b2 + c 2 ) ± 16( a 4 + b4 + c 4 − a 2 b2 − a 2 c 2 − b2 c 2 )
Logo A 2 = 2(a ⇔
2 ⋅3
+ b 2 + c 2 ) ± 2 a 4 + b 4 + c 4 − a 2b 2 − a 2 c 2 − b 2 c 2
2
A 2 = (a
3
De fato, observando que A é menor ou igual a min {a, b, c}, temos
A 2 ≤ a + b + c . Portanto
2 2 2
3
( a 2 + b 2 + c 2 ) − 2 a 4 + b 4 + c 4 − a 2b 2 − a 2c 2 − b 2c 2
A= .
3
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Primeira Solução:
Seja an o número de ordenadas de resultados (sem derrotas), cujo total de pontos
seja n. A pergunta do problema é: quanto vale a20?
Para responder a tal pergunta, iremos determinar uma relação recursiva entre os
termos dessa seqüência. Pensando no último resultado de uma ordenada de
resultados totalizando n pontos, ele pode ser E ou V. Se for E, então retirando o
último termo da ordenada, ela passa a totalizar n – 1 pontos. Se for V, então ao
retiramos o último resultado, a ordenada passa a totalizar n – 3 pontos. Disto,
concluímos que:
an = an – 1 + an – 3.
Calculando os valores da seqüência, temos: a1 = 1, a2 = 1, a3 = 2, a4 = 3, a5 = 4, a6
= 6, a7 = 9,
a8 = 13, a9 = 19, a10 = 28, a11 = 41, a12 = 60, a13 = 88, a14 = 129, a15 = 189, a16 =
277, a17 = 406, a18 = 595, a19 = 872 e a20 = 1278.
33
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Segunda Solução:
Sejam x e y o número de vitórias e empates do Flameiras, respectivamente. Temos
que: x ≥ 0,
y ≥
0 x + y = 20. Dividindo em 7 possíveis casos:
1º caso: x = 0 e y = 20: Temos exatamente uma seqüência ordenada de resultados.
2º caso: x = 1 e y = 17: Uma seqüência ordenada deverá conter exatamente um
“V” e 17 “E”, portanto o número de seqüências ordenadas é exatamente o número
de anagramas da palavra:
“VEEEEEEEEEEEEEEEEE”, que é: (17 + 1)! / (17! ⋅ 1!) = 18.
3º caso: x = 2 e y = 14: Analogamente ao 2º caso, o número de seqüências
ordenadas é igual ao número de anagramas da palavra “VVEEEEEEEEEEEEEE”,
que é: (14 + 2)! / (14! ⋅ 2!) = 120.
4º caso: x = 3 e y = 11: (11 + 3)! / (11! ⋅ 3!) = 364 seqüências ordenadas.
5º caso: x = 4 e y = 8: (8 + 4)! / (8! ⋅ 4!) = 495 seqüências ordenadas.
6º caso: x = 5 e y = 5: (5 + 5)! / (5! ⋅ 5!) = 252 seqüências ordenadas.
7º caso: x = 6 e y = 2: (2 + 6)! / (2! ⋅ 6!) = 28 seqüências ordenadas.
Temos um total de 1 + 18 + 120 + 364 + 495 + 252 + 28 = 1278 seqüências
ordenadas de resultados possíveis.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Seja p, p + d, p + 2d, p + 3d, p + 4d, p + 5d, p + 6d a progressão aritmética, que
podemos supor crescente sem perda de generalidade. Então:
1) p ≠ 2.
De fato, se p = 2, p + 2d é par e maior do que 2 e, portanto, não é primo.
2) d é múltiplo de 2.
Caso contrário, como p é ímpar, p + d seria par e maior do que 2.
3) p ≠ 3
Senão, teríamos p + 3d múltiplo de 3, maior do que 3.
4) d é múltiplo de 3
Caso contrário, p + d ou p + 2d seria múltiplo de 3 e maior do que 3.
5) p ≠ 5
Senão teríamos p + 5d múltiplo de 5, maior do que 5.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
6) d é múltiplo de 5.
Caso contrário, p + d , p + 2d, p + 3d ou p + 4d seria múltiplo de 5, maior do que
5.
De 1), 2), 3), 4), 5) e 6), p ≥ 7 e d é múltiplo de 30.
Se p = 7, observando que 187 = 11 ⋅ 17, então d ≥ 120.
Para d = 120, a seqüência é 7, 127, 247, 367, 487, 607, 727 a qual não serve, pois
247 = 13 ⋅ 19.
Para d = 150, a seqüência é 7, 157, 307, 457, 607, 757, 907 e satisfaz as condições
do problema.
Finalmente, se p ≠ 7, então d é múltiplo de 210 e o menor último termo possível
para tais seqüências é 11 + 6 ⋅ 210 = 1271.
Portanto a resposta é 907.
35
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Esmeraldinho tem alguns cubinhos de madeira de 2 cm de aresta. Ele quer
construir um grande cubo de aresta 10 cm, mas como não tem cubinhos
suficientes, ele cola os cubinhos de 2 cm de aresta de modo a formar apenas as
faces do cubo, que fica oco.
Qual é o número de cubinhos de que ele precisará?
PROBLEMA 2
Num tabuleiro quadrado 5 × 5 , serão colocados três botões idênticos, cada um no
centro de uma casa, determinando um triângulo.
De quantas maneiras podemos colocar os botões formando um triângulo retângulo
com catetos paralelos às bordas do tabuleiro?
Observação: Triângulo retângulo é todo triângulo que possui um ângulo de 90o.
Os lados que formam esse ângulo são chamados de catetos.
PROBLEMA 3
A partir da casa localizada na linha 1 e na coluna 50 de um tabuleiro 100 × 100 ,
serão escritos os números 1, 2, 3, 4, ..., n, como na figura a seguir, que apresenta
uma parte do tabuleiro e mostra como os números deverão ser colocados. O
número n ocupará a casa da linha 1, coluna 100.
Linha 100 ←
Linha 10 ← 46
45 47
44 29 48
43 28 30 49
42 27 16 31 50
41 26 15 17 32 51
40 25 14 7 18 33 52
39 24 13 6 8 19 34 53
38 23 12 5 2 9 20 35 54
Linha 1 ← ... 37 22 11 4 1 3 10 21 36 55 ... n
↓ ↓ ↓
Coluna 1 Coluna 50 Coluna 100
36
Sociedade Brasileira de Matemática
a) Determine n.
b) Em qual linha e coluna aparecerá o número 2005?
PROBLEMA 4
No retângulo ABCD, com diagonais AC e BD, os lados AB e BC medem,
respectivamente, 13 cm e 14 cm. Sendo M a intersecção das diagonais,
considere o triângulo BME, tal que
ME = MB e BE = BA, sendo E ≠ A .
a) Calcule a área do triângulo BME.
b) Mostre que o segmento BD é paralelo ao segmento EC.
PROBLEMA 5
Um número inteiro positivo n tem a propriedade P se a soma de seus divisores
positivos é igual a 2n . Por exemplo: 6 tem a propriedade P, pois
1 + 2 + 3 + 6 = 2 ⋅ 6 , porém 10 não tem a propriedade P, pois
1 + 2 + 5 + 10 ≠ 2 ⋅ 10 .
Mostre que nenhum quadrado perfeito tem a propriedade P.
Observação: Um número inteiro positivo é um quadrado perfeito se é igual ao
quadrado de um inteiro. Por exemplo, 1 = 12 , 4 = 2 2 e 9 = 3 2 são quadrados
perfeitos.
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1
Num tabuleiro quadrado 5 × 5 , serão colocados três botões idênticos, cada um no
centro de uma casa, determinando um triângulo.
De quantas maneiras podemos colocar os botões formando um triângulo retângulo
com catetos paralelos às bordas do tabuleiro?
PROBLEMA 2
No triângulo retângulo ABC, os catetos AB e BC medem, respectivamente, 3 cm e
4 cm. Seja M o ponto médio da hipotenusa AC e seja D um ponto, distinto de
A, tal que BM = MD e AB = BD.
a) Prove que BM é perpendicular a AD.
b) Calcule a área do quadrilátero ABDC.
37
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
(a − b)(b − c )(c − a) 1 a b c
Dado que = , qual é o valor de + + ?
(a + b)(b + c)(c + a ) 11 a+b b+c c+a
PROBLEMA 4
Em seu treino diário de natação, Esmeraldinho percorre várias vezes, com um
ritmo constante de braçadas, o trajeto entre dois pontos A e B situados na mesma
margem de um rio. O nado de A para B é a favor da corrente e o nado em sentido
contrário é contra a corrente. Um tronco arrastado pela corrente passa por A no
exato instante em que Esmeraldinho sai de A. Esmeraldinho chega a B e
imediatamente regressa a A. No trajeto de regresso, cruza com o tronco 6 minutos
depois de sair de A. A seguir, Esmeraldinho chega a A e imediatamente sai em
direção a B, alcançando o tronco 5 minutos depois da primeira vez que cruzou
com ele ao ir de B para A. Quantos minutos o tronco leva para ir de A até B?
PROBLEMA 5
Prove que o número 12005 + 22005 + 32005 + ... + 20052005 é múltiplo de 1 + 2 + 3 + ...
+ 2005.
PROBLEMA 6
A medida do ângulo B de um triângulo ABC é 120°. Sejam M um ponto sobre o
lado AC e K um ponto sobre o prolongamento do lado AB, tais que BM é a
bissetriz interna do ângulo ∠ABC e CK é a bissetriz externa correspondente ao
ângulo ∠ACB. O segmento MK intersecta BC no ponto P. Prove que ∠APM =
30°.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1:
Um número natural é palíndromo quando se obtém o mesmo número ao
escrevermos os seus dígitos na ordem inversa. Por exemplo, 481184, 131 e 2 são
palíndromos.
⋅111...1
Determine todos os pares de inteiros positivos (m, n) tais que 111...1
é
m uns n uns
palíndromo.
PROBLEMA 2:
Determine o menor número real C para o qual a desigualdade
38
Sociedade Brasileira de Matemática
( ) (
C x12005 + x 22005 + x 32005 + x 42005 + x 52005 ≥ x1 x 2 x3 x 4 x5 x1125 + x 125
2 + x 125
3 + x 125
4 + x 125
5 )
16
é válida para todos os números reais positivos x1, x2, x3, x4, x5.
PROBLEMA 3:
Dizemos que um quadrado está contido em um cubo quando todos os seus pontos
estão nas faces ou no interior do cubo. Determine o maior A > 0 tal que existe um
quadrado de lado A contido num cubo de aresta 1.
PROBLEMA 4:
Temos quatro baterias carregadas, quatro baterias descarregadas e um rádio que
necessita de duas baterias carregadas para funcionar.
Supondo que não sabemos quais baterias estão carregadas e quais estão
descarregadas, determine o menor número de tentativas suficiente para
garantirmos que o rádio funcione. Uma tentativa consiste em colocar duas das
baterias no rádio e verificar se ele, então, funciona.
PROBLEMA 5:
Sejam ABC um triângulo acutângulo e F o seu ponto de Fermat, isto é, o ponto
interior ao triângulo ABC tal que os três ângulos AFˆ B , BFˆ C e CFˆ A medem 120
graus. Para cada um dos triângulos ABF, ACF e BCF trace a sua reta de Euler, ou
seja, a reta que liga o seu circuncentro e o seu baricentro.
Prove que essas três retas concorrem em um ponto.
PROBLEMA 6:
Dados a, c inteiros positivos e b inteiro, prove que existe x inteiro positivo tal que
a x + x ≡ b (mod c ) ,
ou seja, existe x inteiro positivo tal que c é um divisor de ax + x – b.
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
PROBLEMA 1: SOLUÇÃO DE DANIEL LUCAS FILGUEIRA (FORTALEZA - CE)
Como cada cubinho tem 2 cm de aresta e o cubo tem 10 cm de aresta, então cabem
5 cubinhos no comprimento, na largura e na altura, então em todo o cubo cabem
125 cubinhos.
Se no lado do cubo coubessem n cubinhos, então o No. de cubinhos da parte de
dentro do cubo seria (n – 2) × (n – 2) × (n – 2). Como no lado do cubo cabem 5
cubinhos, então para sabermos o No. de cubinhos da parte de dentro, basta
substituir o n pelo 5, e ficaria o seguinte:
(5 – 2) × (5 – 2) × (5 – 2) = 3 × 3 × 3 = 27
39
Sociedade Brasileira de Matemática
Como em todo o cubo cabem 125 cubinhos, então para deixar o cubo oco, basta
tirar a parte de dentro, que tem 27 cubinhos.
Logo, Esmeraldinho precisaria de 125 – 27 = 98 cubinhos para formar o cubo oco.
B α C
α α
13
M
α
A 14 D
40
Sociedade Brasileira de Matemática
Os triângulos BEM e BAM são congruentes pelo critério LLL. Como a distância de
M ao lado AB é metade do lado AD, o triângulo BAM possui uma base de 13 cm e
13 × 7
uma altura de 7cm, e sua área é de = 45,5 cm2.
2
HJJG HJJG
b) O triângulo BEM é congruente ao triângulo CMD pelo critério LLL, logo a
distância de E à reta BD é idêntica à distância de C à reta BD , pois as alturas
HJJG HJJG
serão as mesmas.
Assim, EC // BD.
PROBLEMA 5:
BASEADA NA SOLUÇÃO DE GUSTAVO LISBÔA EMPINOTTI (FLORIANÓPOLIS - SC)
Um quadrado perfeito sempre tem um número ímpar de divisores, pois há pares de
números cujo produto é o quadrado perfeito dado e mais um número, a sua raiz.
Se o quadrado perfeito n for ímpar, então todos os seus divisores são ímpares, e
assim será sua soma. Logo a soma não pode ser 2n, pois 2n é par.
Se o quadrado perfeito n for par, então é igual a uma potência de 2 vezes o
quadrado de um ímpar. Os divisores ímpares de n são divisores desse quadrado e,
como já vimos, sua soma (de todos os divisores ímpares de n) é ímpar e logo a
soma de todos os divisores de n também é ímpar, não podendo ser igual a 2n, que
é par.
Portanto nenhum quadrado perfeito tem a propriedade P.
SOLUÇÕES – NÍVEL 2
PROBLEMA 1:
SOLUÇÃO DE HENRIQUE PONDÉ DE OLIVEIRA PINTO (SALVADOR – BA)
Ao invés de considerarmos um tabuleiro quadrado consideremos uma malha
pontilhada onde os pontos são centros de cada quadradinho.
Isto é:
41
Sociedade Brasileira de Matemática
Observe que para cada triângulo do enunciado existe um único conjunto dos 2
pontos extremos da hipotenusa. Ou seja, o conjunto de dois pontos extremos da
hipotenusa no triângulo abaixo é {8; 20}.
1 2 3 4 5
6 7 8 9 10
11 12 13 14 15
16 17 18 19 20
21 22 23 24 25
42
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2:
SOLUÇÃO DE RAFAEL TUPYNAMBÁ DUTRA (BELO HORIZONTE - MG)
B
90° – 2α
D
α
α
A M C
Chamemos BCAl = α.
AB 3
Temos senα = =
AC 5
BC 4
cos α = = .
AC 5
43
Sociedade Brasileira de Matemática
4 2 3 2 16 − 9 42 2
Área BCD = 6cm (cos α − sen α ) = 6cm − = 6cm2
2 2 2 2
= cm
5 5 25 25
Usamos aqui o fato de que cos 2α = cos 2 α − sen2 α.
AB ⋅ BC 3cm ⋅ 4cm
Área ABC = = = 6cm 2 ⇒
2 2
42 192 2
Área ABDC = Área ABC + Área BCD = 6 + cm2 = cm .
25 25
PROBLEMA 3:
SOLUÇÃO ADAPTADA DE MARCELO MATHEUS GAUY (SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP)
Inicialmente, podemos observar que
a+b b+c c+a b c a a b c
+ + =3⇔ + + = 3− + + ,
a+b b+c c+a a+b b+c c+a a +b b +c c +a
a b c
ou seja, obter o valor de α = + + é equivalente a obter o valor de
a+b b+c c+a
b c a
β= + + .
a+b b+c c +a
Como já sabemos que β = 3 − α, basta agora conseguir outra relação entre α e
β aproveitando a igualdade fornecida no enunciado a qual envolve
γ=
( a − b ) ⋅ (b − c ) ⋅ ( c − a )
( a + b ) ⋅ (b + c ) ⋅ ( c + a )
Após alguns testes, substituindo valores em a, b e c, somos levados a supor que
a−b b−c c−a a−b b−c c−a
α − β = −γ , isto é, + + =− ⋅ ⋅ .
a+b b+c c+a a +b b +c c +a
(Temos acima uma incrível identidade, ela fornece infinitas triplas de reais cuja
soma é igual ao oposto do produto!).
Vamos demonstrar tal identidade:
a − b b − c c − a ( a − b)(b + c)(c + a) + (b − c)( a + b)(c + a) + (c − a)( a + b)(b + c)
+ + = (*)
a+b b+ c c+ a ( a + b)(b + c)(c + a)
Porém,
1) (a − b)(b + c)(c + a ) = (a − b )(b − c + 2c)( a − c + 2c ) =
(a − b)(b − c )(a − c ) + 2c ( a − b)(b − c + a − c + 2c) =
(a − b)(b − c )(a − c ) + 2c ( a − b)(a + b)
44
Sociedade Brasileira de Matemática
(*) = −
( a − b)(b − c)(c − a) .
( a + b)(b + c)(c + a)
1 1 16
Assim, α −β = − ⇔ α − (3 − α ) = − ⇔ α = .
11 11 11
PROBLEMA 4:
SOLUÇÃO DE HENRIQUE WATANABE (SÃO PAULO - SP)
Vamos supor que a velocidade da corrente do rio é c e a velocidade de
Esmeraldinho é v (sem a corrente). Seja d o comprimento do rio.
Em 6 minutos os dois juntos percorreram 2d.
A velocidade no sentido A → B é (v + c ) e a velocidade no sentido B → A é
( v − c) .
O primeiro encontro foi à 6c do ponto A.
d
De A → B ele leva minutos.
v+c
O segundo encontro ocorreu à 11c do ponto A.
d d 2dv
Para ir e voltar Esmeraldinho leva: t = + =
v + c v − c v + c)(v − c)
(
11c 2dv + 11c (v − c)
e de A até 11c: . Logo = 11
v+c (v + c)(v − c)
⇔ 2dv + 11cv − 11c2 = 11v2 − 11c2 ⇔ v (11v − 11c − 2d ) = 0
45
Sociedade Brasileira de Matemática
17c
∴11v − 11c = 6v + 6c ⇔ v =
5
17c 51c + 15c 66c
Então: d = 3 ⋅ + 3c = =
5 5 5
d 66c 1 66
O tronco leva: t = = ⋅ = minutos
c 5 c 5
66
O tronco vai de A para B em minutos, ou seja, 13 minutos e 12 segundos.
5
2005 2005
como a2005 ≡ − (−a)2005 ⇒a2005 + (−a)2005 ≡0 ⇒ cada n-ésimo termo irá se anular com o
1003 1003
(2006 − n)° termo e o 1003o. já é múltiplo de 1003 pois é igual a 10032005 temos
que E ≡ 0(mod1003) ⇒ 1003 | E
com o 1003 | E e 2005 | E e (1003,2005 ) = 1 ⇒ 1003 ⋅ 2005 | E ⇒
1 + 2 + ... + 2005 |12005 + 22005 + ... + 20052005 c.q.d.
46
Sociedade Brasileira de Matemática
α α
60° Q M
60° 30°
B 30° θ C
30° P
30° β β
I
L
47
Sociedade Brasileira de Matemática
(II) No ∆ABC
AK AC
=
BK BC
Então, substituindo em (*):
AC BP BC AC BP AC CP
⋅ ⋅ =1⇒ ⋅ =1⇒ =
BC CP AB AB CP AB BP
Com este resultado, observe que AP é bissetriz do ângulo B l
AC .
Como Q é a intersecção de AP e BM , Q pertence a bissetriz do ângulo B l
AC , o
l .
que implica, que no ∆ABM , AQ é bissetriz de B AM
l .
Vamos provar que I pertence a bissetriz de BAM
Pelo teorema da bissetriz interna:
(III) No ∆BCK
CI BC
=
IK BK
Por (II), temos
AK BK IK IK CI
= = ⇒ =
AC BC CI AK AC
Observe que isto é nada mais nada menos do que a propriedade da bissetriz
l = BAM
interna. Logo AI é bissetriz do ângulo K AC l .
Assim, provamos que A, Q, P e I são colineares.
l = θ. No ∆ABC podemos observar que 2α + θ = 60°
Seja ACB
Só que:
l = 120° + 2α (teorema
BCL do ângulo externo). Sabemos, então, que
l = 2β ⇒ β = 60° + α
BCL
Observe que o ângulo AI K = α + θ + β = α + θ + 60° + α = 2α + θ + 60°
Logo, AI K = 120°
Olhando para o quadrilátero BPIK, observe que este é inscritível, pois:
l + PIK
PBK = 60° + 120° = 180°
l ≡ I PK
Assim, I BK l = 30°
l ≡ I PK
Agora, observe que APM l (o.p.v)
l
Portanto, APM = 30°
48
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
PROBLEMA 1:
N
SOLUÇÃO DE WILSON CAMARA MARRIEL (RIO DE JANEIRO - RJ)
10k − 1
Podemos escrever 11...1 como .
k 9
Então:
P
P P
NN
10m (10n − 1) 10n − 1 n m n n −1 m − n n −1
m
10 − 1 10 − 1
n − 11...100...0 − 11...1 11...1099...988...89
11...1 ⋅ 11...1 = = 9 9 = = ,
m n 9 9 9 9 9
se supusermos m > n (o que não nos faz perder a generalidade!). Esse número tem
m + n – 1 algarismos.
2
Então vejamos: (fazendo n > 9)
n −1 m− n n −1
11...1099...988...89 9
!
x
2
k 1234567901
n −2
2
n−1
m−n n −1
0099...988...89 9
!
x 011111
1234567901
n −2
!10987
m− n
49
Sociedade Brasileira de Matemática
m −n n −1
1099...988...89 9
19
19
1234567901 !
22098
!
x 122
%
n −2 m− n
18
088
mesmo caso anterior, ABSURDO!
2099...988...89 9
29
29
1234567901 !
32098
!
x 233
%
n −2 m− n
28
18
088
mesmo caso anterior, ABSURDO!
Ao tentarmos os 9 casos, vemos que um deles tem que ser ≤ 9. Basta conferir se é
verdade!
Vejamos:
n = 1 é verdade!
11...11
n = 2 111...1 é verdade!
122...21
11...11
111...1
n=3 é verdade! Obs. É fácil ver que sempre dará certo de 1 à 9.
1111...1
1233...321
50
Sociedade Brasileira de Matemática
11...111111111
$
$
11111111...111
n = 9 é verdade! Pois basta ir somando 1 aos
111111111...11
1111111111...1
1234567899...987654321
posteriores.
Então nossos pares são:
(1, k ), ( 2, k ), (3, k ), ( 4, k ), (5, k ), (6, k ), (7, k ), (8, k ) , (9, k )
( m, n) = tal que k ∈ < *.
(k ,1), (k ,2), (k ,3), (k ,4), (k ,5), (k ,6), (k ,7), (k ,8), (k ,9)
termos da forma xiα1 1 xiα2 2 xiα3 3 xiα4 4 xiα5 5 , sendo (i1 , i2 , i3 , i4 , i5 ) uma permutação de (1, 2, 3,
4, 5). Aqui, impomos também α1 ≥ α2 ≥ α3 ≥ α4 ≥ α5 e o mesmo para os β ' s.
Observando que a desigualdade dada é simétrica, se abrirmos
(
x1 x2 x3 x4 x5 x 125
1 +x
125
2 +x 125
3 +x 125
4 +x 5 )
125 16
obtemos um somatório simétrico no qual o
maior expoente de algum dos termos é 125 ⋅ 16 + 1 < 2005. Podemos, então, aplicar
bunching.
A desigualdade é, então, equivalente a
1 516 α α α α α
∑ x1 ≥ ∑ x1 1 x 2 2 x 3 3 x 4 4 x5 5
2005
C
4! sym 5! sym
51
Sociedade Brasileira de Matemática
Explicando: ∑x
sym
2005
1 possui 5! termos no desenvolvimento no qual temos 4!
1 516
Como por bunching ∑x
sym
2005
1 ≥ ∑ x1α1 x2α2 x3α3 x4α4 x5α5 , se C
sym
=
4! 5!
⇔ C = 515 a
desigualdade é válida.
Desse modo, concluímos que o menor número real C para o qual a desigualdade
( ) ( )
16
C x12005 + x22005 + x32005 + x42005 + x52005 ≥ x1 x2 x3 x4 x5 x1125 + x125
2 + x3 + x4 + x5
125 125 125
é válida
para todos os números reais positivos x1 , x2 , x3 , x4 , x5 é C = 515.
52
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2 2
1 1 3 2 3
Note que AB = CD = + 12 + = , AD = BC = ⋅ 2 e
4 4 4 4
2
1 3 3 2
AC = BD = + 12 + 12 = = ⋅ 2.
2 2 4
1 3
4 A 4 3
4
D 1
4
1
B
4
3
4 C
3 1
4 4
53
Sociedade Brasileira de Matemática
I IV
III VIII
VI
V
VII II
I
x
III
54
Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro, considere uma face do cubo e sua interseção com a esfera. A partir da
figura a seguir, podemos concluir que o raio da esfera é
2 2
1 1 1
y2 + + = y2 + . Como o raio da esfera é maior que
2 2 2
2
3 2 2 3 2 1 3 1 1 1
⋅ = , y + > ⇔ y > . Conseqüentemente, x = − y < .
4 2 4 2 4 4 2 4
y y
1
r
2
1 3 2
A diagonal do paralelepípedo mede x 2 + x 2 + 12 < 2 ⋅ +1 = e, portanto,
16 4
dois vértices do quadrado não podem estar contidos em I e III. Como um dos
vértices pertence a I, não pode existir vértice do quadrado em III e, analogamente,
em IV e V. Da mesma forma, lembrando que um dos vértices do quadrado está em
II, não pode haver vértices do quadrado em VI, VII e VIII. Mas então não
sobraram regiões para os outros dois vértices do quadrado, absurdo.
55
Sociedade Brasileira de Matemática
Suponha que seja possível com apenas 6 tentativas. Considere o grafo com 8
vértices representando as 8 baterias e as arestas {i, j} representando que a bateria i
8
e a j não foram testadas juntas. O grafo tem − 6 = 22 arestas.
2
Por Turán, ele tem um K4. De fato, o máximo de arestas sem K4 é
8 3 3 2
− − − = 21 .
2 2 2 2
Se as 4 baterias carregadas forem as respectivas aos vértices do K4, temos que
nunca duas delas foram testadas juntas, logo o algoritmo com 6 tentativas falha
nesta situação.
Resposta: Com 7 tentativas é possível.
56
Sociedade Brasileira de Matemática
O3
O2
F G
G1
B M C
FG1 AG
Sendo G1 o baricentro do ∆FBC temos: =2= ⇒ G1G // AF
G1M GM
⇒ G1G ⊥ O2O3 ⇒ como G é o ortocentro de ∆O1O2O3 , então G1 está na altura
relativa a O2O3 . Portanto, O1G1 , O2 G 2 e O3G3 são concorrentes em G (seu
ortocentro).
57
Sociedade Brasileira de Matemática
(a −b+r +l ⋅c)
a x + x ≡ ar ( a p−1 ) + ( p −1)( ar − b + r + l ⋅ c ) + r ≡ ar − ar + b − r − l ⋅ c + r ≡b.
r
p p p
α
Passo: Da hipótese, existe x0 tal que a x0
+ x0 = b + t ⋅ p e x0 ≡ r (mod p − 1) .
Tomando x1 = x0 + ( p − 1) p ⋅ t : x1 ≡ x 0 ≡ r e α
p −1 p −1
a x1 + x1 ≡α +1 a x0 ⋅ a ( p −1) p
p
( α
) +x
t
0 + ( p − 1) p α ⋅ t ≡α +1 a x0 + x 0 − p α ⋅ t = b
p
Seja c = p1α1 ⋅ p2α2 ⋅ ... ⋅ pnαn ; p1 < p2 < ... < pn a fatoração em primos de c.
Vamos mostrar por indução em n que ∃x tal que a x + x ≡ b (mod c n ) , onde
ci = p1α1 ⋅ p2α2 ⋅ ... ⋅ piαi .
(
Base: n = 1: a x + x ≡ b mod p1α1 . Caso especial do lema. )
Passo: Se ∃xi tal que a xi + xi ≡ b ( mod ci ) , pelo lema existe x tal que
x ≡ x i (mod pi +1 − 1)
α
a x + x ≡ b (mod p i +i1+1 )
Pelo teorema chinês dos restos ∃xi +1 tal que
xi +1 ≡ x i (mod mmc( pi +1 − 1; ci ; ϕ(c i )) )
α
xi +1 ≡ x (mod p i +i1+1 )
(
Observe que mdc p iα+i1+1 , mmc( p i +1 − 1; ci ; ϕ(c i )) = 1 pois pi + 1 é maior que todos )
os fatores primos de ci e, conseqüentemente, de ϕ(c i ) .
Logo xi +1 ≡ x i ≡ x (mod p i +1 − 1) e xi +1 ≡ x (mod p iα+i1+1 ) ⇒
α α
xi +1 ≡ x (mod ( p i +1 − 1) pi +i1+1 ) , ou seja, xi +1 = x + p i +i1+1 ( pi +1 − 1)l '
x+ p
αi +1
( pi+1 −1)⋅l '
Assim, a xi+1 + xi +1 ≡
α+
a i+1 +x ≡
α+
ax + x ≡
α+
be
pi+i1 1 pi+i1 1 pi+i1 1
Em especial, a xn + xn ≡ b ⇔ a xn + xn ≡ b .
cn c
58
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Seja f : →\ \ definida por f ( x) = x 3 + ax 2 + bx + c , sendo a, b e c inteiros.
Sabe-se que f(1) = f(–1) = 0.
As retas tangentes ao gráfico de f nos pontos A = (–1; 0) e B = (1; 0) cortam-se em
C. Calcule a área do triângulo ABC, sabendo-se que tal área é inteira.
PROBLEMA 2
π 4
Calcule a integral: ∫
0
ln(1 + tgx)dx
PROBLEMA 3
Determine o maior valor possível para o volume de um tetraedro inscrito no
x2 y2 z 2
elipsóide de equação + + =1.
9 16 25
PROBLEMA 4
Sejam A e B matrizes reais quadradas de mesma dimensão tais que, para todo
inteiro positivo k, ( A + B ) k = A k + B k . Prove que se A é invertível então B é a
matriz nula.
PROBLEMA 5
Determine todos os valores reais de α para os quais a matriz A = (a ij ) n×n definida
por aij = cos((i − 1) ⋅ jα), para 1 ≤ i, j ≤ n, tem determinante nulo.
PROBLEMA 6
Prove que existem pelo menos 2005 potências 27-ésimas distintas (isto é, números
da forma n27, com n inteiro positivo), todas com exatamente 2005 algarismos, tais
que qualquer uma pode ser obtida de qualquer outra a partir de uma permutação de
seus algarismos.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Pelo enunciado, temos
f(x) = (x – 1)(x + 1)(x – c) = x3 – cx2 – x + c, f'(x) = 3x2 – 2cx – 1, donde f '( –1) =
2(1 + c) e
f '(1) = 2(1 – c).
Assim, as equações das retas AC e BC são, respectivamente,
y = 2(1 + c)(x + 1) e y = 2(1– c)(x – 1).
Igualando para obter as coordenadas de C, temos
(1 + c)(x + 1) = (1– c)(x – 1)
x = –1/c
y = 2(c + 1)(c – 1)/c
Assim a área pedida é S = |2(c + 1)(c – 1)/c|, pois o triângulo ABC tem base AB =
2 e altura y = 2(c + 1)( c − 1) / c .
Como c e a área S são inteiros, temos c | 2(c + 1)(c – 1).
Mas (c + 1) e (c – 1) são primos com c, donde c | 2.
Assim c = ±1 ou c = ±2.
Os casos c = ±1 dão S = 0, um triângulo degenerado.
Os casos c = ±2 dão S = 3.
O valor da área é, portanto, igual a 3.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
senx senx + cos x
Temos ln(1 + tgx ) = ln 1 + = ln .
cos x cos x
π π π 2
Entretanto, sen x + = senx cos + sen cos x = (senx + cos x), e logo
4 4 4 2
π
senx + cos x = 2 sen x + .
4
π
2 sen x + 4 ln 2 π
=
Assim, ln(1 + tgx ) = ln + ln sen x + − ln cos x, donde
cos x 2 4
60
Sociedade Brasileira de Matemática
π π ⋅ ln 2 π 4 π π
∫
4
ln (1 + tgx ) dx = + ∫ ln sen x + dx −∫ 4 ln cos x dx.
0 8 0
4 0
π π π π
Agora, sen x + = cos − x + = cos − x , donde
4 2 4 4
π
π π
π π
∫0 + = ∫ − = ∫
4 4 4
ln sen x dx ln cos x dx ln cos y dy
4 0
4 0
π π π ⋅ ln 2
(fazendo a substituição y = − x ), donde ∫ 4 ln (1 + tgx ) dx = .
4 0 8
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
LEMA: O tetraedro de maior volume inscrito na esfera unitária x2 + y2 + z2 = 1 é o
tetraedro regular. Seus vértices podem ser tomados como (± c, ± c, ± c) com um
número par de sinais – onde c = 3 3 . Sua aresta é a = 2 6 3 e seu volume é V
= 8 3 27.
O elipsóide do problema é obtido a partir da esfera unitária aplicando a
transformação linear
3 0 0
T = diag (3,4,5) = 0 4 0 . Tetraedros inscritos na esfera são levados em
0 0 5
tetraedros inscritos no elipsóide multiplicando o volume por |det (T)| = 60. Assim
um tetraedro de volume máximo é (±3c, ±4c, ± 5c), com um número par de sinais
–, de volume160 3 9.
Demonstração do LEMA:
A única parte não trivial é a de provar que um tetraedro de volume máximo deve
ser regular. Vamos provar que todas as faces de um tetraedro de volume máximo
61
Sociedade Brasileira de Matemática
são triângulos equiláteros. Para isso vamos fixar o vértice V0 e variar os vértices
V1, V2, V3 restritos ao círculo definido por estes pontos. Ora, com este tipo de
mudança a altura do tetraedro não muda, donde maximizamos o volume
maximizando a área do triângulo V1, V2, V3. É um fato sabido e de fácil
demonstração que o triângulo de área máxima inscrito em um círculo dado é o
equilátero.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Temos, de A2 + B 2 = ( A + B) 2 = ( A + B)( A + B) = A2 + AB + BA + B 2 que AB + BA
= 0.
Agora,
A3 + B3 = ( A + B)3 = ( A + B)( A + B) 2 = ( A + B)( A2 + B 2 ) = A3 + AB 2 + BA2 + B3 ,
donde
AB 2 + BA2 = 0. Como BA = − AB, 0 = AB 2 + BA2 = AB 2 − ABA = A( B 2 − BA) e,
como A é invertível, B 2 − BA = 0.
Temos, também
A3 + B 3 = ( A + B )3 = ( A + B ) 2 ( A + B) = ( A2 + B 2 )( A + B ) = A3 + A2 B + B 2 A + B 3 ,
donde A2 B + B 2 A = 0. Como B 2 = BA, segue que A2 B + BA2 = 0, e, como
BA = − AB, obtemos 0 = A2 B + BA2 = A2 B − ABA = A( AB − BA), donde AB = BA,
pois A é invertível.
Finalmente, de AB + BA = 0, segue que 2 AB = 0, donde, como A é invertível,
devemos ter B = 0.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Sabemos que para todo natural k existe um polinômio
Pk (t ) = ck ,k t + ... + ck ,1t + ck ,0
k
Podemos agora, para i > 1, subtrair ci −1,0 vezes a primeira linha da i-ésima linha
sem alterar o determinante obtendo assim que, para i > 1,
a ij = ∑ ci −1, k ⋅ (cos( jα))k .
0< k < i
62
Sociedade Brasileira de Matemática
Para i > 2, subtraímos ci −1,1 vezes a segunda linha da i-ésima linha, ainda sem
alterar o determinante.
Repetindo o processo, vemos que det(A) = det(B) onde bij = ci −1,i −1 (cos( j α))i −1
Assim, a menos dos fatores ci −1,i −1 , B é uma matriz de Vandermonde, e seu
determinante é igual a
( j + j )α
∏ ci −1,i −1 ⋅ ∏ (cos( j1 ⋅α) − (cos( j0 ⋅ α)) =(−2)n(n−1)/ 2 ⋅ ∏ci −1,i −1 ⋅ ∏ sen 1 0 ⋅
i≤n j0 < j1 i≤ n 1< j 2
( j1 − j0 ) α
sen .
2
Assim det(A) = 0 se e somente se existem 1 ≤ j0 < j1 ≤ n tais que
( j + j )α ( j − j )α
sen 1 0 = 0 ou sen 1 0 .
2 2
Mas isto ocorre se e somente se ( j1 ± j0 )α = 2k π , k inteiro.
Ou seja, det(A) = 0 se e somente se α = 2k π /( j1 ± j0 ) para alguma escolha de
1 ≤ j0 < j1 ≤ n
Falta verificar quais os valores possíveis de j1 ± j0 .
Para n ≤ 1 o problema é trivial (det(A) = 1), donde não há nenhum α com essa
propriedade.
Para n = 2, os únicos valores possíveis de j1 ± j0 são 1 e 3,
2kπ
donde α deve ser da forma , com k inteiro
3
Para n > 2, j1 ± j0 assume todos os valores inteiros positivos m até 2n − 1 , donde
α deve ser da forma 2k π m , com m ≤ 2n − 1 e k inteiro.
Observação:
Temos ainda ck ,k = 2k −1 para k > 1
donde ∏c i −1,i −1
= 2( n −1)( n − 2) / 2 e
i≤ n
( j1 + j0 ) α ( j1 − j0 ) α
∏ sen ⋅ sen ⋅
j1 < j0 2 2
63
Sociedade Brasileira de Matemática
27
naturais n tais que n tem 2005 algarismos. Entretanto,
2005 2004 2004
1 2004
ln10 2004
ln10 ln10
10 27 −10 27 =10 27 1027 −1 =10 27 e 27 −1 >10 27 ⋅ >1074 ⋅ >1072 ≥ 2005⋅1036 ,
27 27
donde, pelo princípio da casa dos pombos, há pelo menos 2005 naturais n tais que
n 27 tem 2005 algarismos e esses números n 27 são todos do mesmo tipo (seus
algarismos são os mesmos a menos de uma permutação).
1
Nota: É possível estimar 10 27 − 1 sem usar a desigualdade e x − 1 ≥ x. Por
exemplo:
1
1 1
1 16 1 1 1 1
10 > 10 = 10 2 > 316 > (1,7 )8 > (1,3) 4 > (1,12) 2 > 1,05, donde
27 32
1
1
10 27 − 1 > 0,05 > (que foi o que usamos).
100
64
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1:
Determine, em função de n, o número de possíveis valores para o determinante de
A, dado que A é uma matriz real n × n tal que A3 − A2 − 3 A + 2I = 0 , onde I
representa a matriz identidade n × n, e 0 representa a matriz nula n × n.
PROBLEMA 2:
Sejam f e g funções contínuas distintas de [0, 1] em (0, + ∞) tais que
n +1
1 f ( x)
∫0 ∫0 ∫0 g ( x)n dx.
1 1
f ( x ) dx = g ( x ) dx. Para n ≥ 0 , seja y n =
PROBLEMA 3:
\
n
Sejam v1 , v2 ,..., vn vetores em 2
tais que vi ≤ 1 para 1 ≤ i ≤ n e ∑v
i =1
i = 0. Prove
k
que existe uma permutação σ de {1, 2,…, n} tal que ∑v
j =1
σ( j ) ≤ 5 para qualquer
k com 1 ≤ k ≤ n.
Obs. Se v = ( x, y ) ∈ \ ,v =
2
x 2 + y 2 denota a norma euclidiana de v.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4:
1
Considere a seqüência (an )n ≥1 dada por a1 = 1, an +1 = an + 2005
, ∀n ≥ 1.
a n
∞
1
Prove que a série ∑ n⋅a
n =1
converge.
n
65
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PROBLEMA 5:
∞
1
∑n = ∫ x − x dx.
1
Prove que n 0
n =1
PROBLEMA 6:
Prove que para quaisquer naturais 0 ≤ i1 < i2 < ... < ik e 0 ≤ j1 < j2 < ... < jk , a matriz
i + js (ir + js )!
A = (ars )1≤ r ,s ≤ k dada por ars = r = (1 ≤ r , s ≤ k ) é invertível.
ir ir ! js !
SOLUÇÕES
PROBLEMA 1:
SOLUÇÃO DE MOYSES AFONSO ASSAD COHEN (RIO DE JANEIRO – RJ)
Podemos escrever A3 − A2 − 3 A + 2I = 0 como ( A − 2 I ) ( A2 + A − I ) = 0.
Podemos concluir então que os possíveis autovalores de A são
−1 − 5 −1 + 5
λ1 = 2, λ 2 = e λ3 = . Seja di a multiplicidade do autovalor λ i .
2 2
Temos que o determinante de A é da forma: 2d1 ⋅ λ 2d2 ⋅ λ 3d3 , onde d1 + d2 + d3 = n.
Se provarmos que não existem duas combinações ( d1 , d2 , d3 ) e ( e1 , e2 , e3 ) tais que
2d1 ⋅ λ 2d2 ⋅ λ 3d3 = 2e1 ⋅ λ 2e2 ⋅ λ3e3 , então o número de possíveis valores para o
determinante, será o número de maneiras de escolher d1 , d 2 , d3 satisfazendo di > 0
e d1 + d2 + d3 = n. E o número de escolher esses di ' s
é
( n + 2 )! =
n! (n + 2)(n + 1) n 2 + 3n + 2
= .
n!2! n! 2 2
Vamos provar então que 2d1 ⋅ λ 2d2 ⋅ λ d33 = 2e1 ⋅ λ e22 ⋅ λ e33 se, e somente se, d1 = e1 ,
d 2 = e2 e d3 = e3 .
2d1 ⋅ λ 2d2 ⋅ λ 3d3 = 2e1 ⋅ λ 2e2 ⋅ λ e33 , d1 + d 2 + d3 = e1 + e2 + e3 = n
⇔ 2d1 ⋅ λ 2d2 ⋅ λ1n −d1 −d2 = 2e1 ⋅ λ 2e2 ⋅ λ 3n −e1 −e2 ,
Podemos usar também que λ 2 ⋅ λ3 = −1,
−1 + 5 −1 − 5 +1 + 5 − 5 − 5 −4
(pois ⋅ = = = −1.)
2 2 4 4
66
Sociedade Brasileira de Matemática
d e
1 2 n − d1 −d2 1 2 n −e1 −e2
⇔ 2 ⋅ − ⋅ λ3
d1
= 2 ⋅ − ⋅ λ3
e1
⇔
λ3 λ3
⇔ 2d1 ⋅ ( −1) 2 ⋅ λ3n− d1 − 2 d2 = 2e1 ⋅ ( −1) 2 ⋅ λ3n − e1 − 2 e2 ⇔ 2d1 − e1 = ( −1) e2 − d2 ⋅ λ(3d1 −e1 )+ 2(d 2 − e2 ) , e
d e
( )
I
como não podemos escrever −1 + 5 , onde I é um inteiro maior que 1, como
uma potência de 2, temos que a igualdade é verdadeira se, e somente se, os
expoentes são zero. Ou seja
d1 − e1 = 0 ⇒ d1 = e1
e portanto d3 = e3 .
e2 − d 2 = 0 ⇒ d 2 = e2
PROBLEMA 2:
SOLUÇÃO DE HUMBERTO SILVA NAVES (S.J. DOS CAMPOS – SP)
Sejam:
1
f ( x ) n +1
un = yn +1 − yn = ∫ [ f ( x) − g ( x)] dx
0 g ( x) n +1
e
1
f ( x) n +1
n+ 2 (
vn = un+1 − un = ∫ f ( x) − g ( x ) ) dx
2
0
(
g x )
Para x ∈ f g
[0;1] e como e são contínuas, temos:
f ( x ) n +1
`
1
n +2 (
vn = ∫ f ( x ) − g ( x ) ) dx > 0, ∀n ∈ , logo (un )n ≥0 é crescente.
2
0
g ( x)
Vamos agora provar que u0 > 0 :
1 1 1
∫ [ f ( x) − g ( x )]dx =
f ( x)
u0 = u0 − ∫ ( f ( x ) − g ( x ) ) dx = ∫ ( f ( x ) − g ( x ) ) dx −
0 0
g ( x) 0
( f ( x) − g ( x)) `
1 2
67
Sociedade Brasileira de Matemática
π2 (v j ) < 0, teríamos ∑
i∈X \{ j}
vi > ∑v
i∈X
i , absurdo. Podemos então obter (como na
∑∀
i =1
σ (i ) ≤ 22 + 12 = 5, ∀m ≤ n.
68
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PROBLEMA 4:
SOLUÇÃO DE DIÊGO VELOSO UCHÔA (RIO DE JANEIRO – RJ)
Primeiro recorde a expansão binomial de Newton:
n
n
( a + b ) = ∑ a n−k ⋅ b k .
n
k =0 k
( an ) ( an )
2005 2005
1
(pois an é sempre positivo)
Logo:
a22006 > a12006 + 2006
a32006 > a22006 + 2006
# #
( an +1 ) > ( an ) + 2006.
2006 2006
∞ ∞
1 1 1 1
<
( n + 1) an+1 ( n + 1)1+ 1
2006
⇒ ∑
n =1 n ⋅ an
< ∑
n =1 ( n )
1+ 1
2006
∞ ∞
1 1
Como ∑
n =1 n
α
com α > 1 converge segue que ∑ na
n =1
também converge.
n
PROBLEMA 5:
SOLUÇÃO DE LUÍS DANIEL BARBOSA COELHO (RIO DE JANEIRO - RJ)
( − x ) ⋅ ( ln x ) ( − x ) ⋅ ( ln x )
n n n n
∞ 1 ∞
=∑ → ∫ x ⋅ dx = ∫ ∑
1
−x ln( x − x ) ( − x ) ⋅ln x −x
x =e =e ⋅ dx
n=0 n! 0 0
n=0 n!
∞
yn
devido ao tipo de convergência monótona da série de potências e y = ∑ ,
n =0 n!
podemos fazer troca da integral com o somatório, obtendo:
( −1)
n
∞
∫ x − x ⋅ dx = ∑ ∫ x n ⋅ ( ln x ) ⋅ dx
1 1 n
0
n=0 n! 0
não negativo.
69
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n x p +1
Integrando por partes: u = (ln x ) → du = ⋅ ( ln x ) ⋅ dx; dv = x p ⋅ dx → v =
n n −1
x p +1
x p +1 n (1) p +1
⋅ (ln x ) ⋅ dx 10 − ∫ ⋅ x p ⋅ (ln x ) ⋅ dx = ⋅ (ln1) −
1 n −1
→ I n( p ) =
n n
p +1 0 ( p + 1) p +1
x p +1 n n
− lim+ ⋅ (ln x ) − ⋅ I n( −p1) = − ⋅ I n( −p1) , pois lim+ x p +1 ⋅ (ln x ) = 0.
n n
x→ 0 p +1 p +1 p +1 x → 0
−n ( p )
I n( p ) = I n −1
p +1
#
−1 ( p )
I1( p ) = I0
p +1
(−1) n ⋅ n! ( p ) (−1)n ⋅ n! 1 p (−1) n ⋅ n!
I n( p ) = ⋅ I0 = ⋅ ∫ x ⋅ dx = , tomando p = n temos:
( p + 1) n
( p + 1) n 0 ( p + 1)n+1
∞
(−1)n (−1)n ⋅ n ! ∞ 1 ∞
1
∫ x − x ⋅ dx = ∑ ∑ ∑
1
⋅ n +1
= = .
( n + 1) n =0 ( n + 1)
n +1 n
0
n=0 n! n =1 n
PROBLEMA 6:
SOLUÇÃO DE HUMBERTO SILVA NAVES (S.J. DOS CAMPOS – SP)
Considere os seguintes pontos no reticulado: An = ( −in ;0) e Bn = ( 0; jn ) , onde
1≤ n ≤ k .
y
B4
B3
B2
B1
A4 A3 A2 A1 x
70
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y y
Bm Bm
2 2
–4 –3 –2 –1 x
–4 –3 –2 –1 x
An
An
Não é caminho!
É caminho!
i + j
Um fato interessante é que existem n m caminhos ligando An com Bm .
in
Uma rota é uma coleção de k caminhos (de cada An parte exatamente um caminho
e em cada Bm chega exatamente um caminho) e dizemos que uma rota é bem feita
se os caminhos não se cruzam em nenhum ponto do reticulado.
Vamos provar que o número de rotas bem feitas é igual a det(A).
Pela definição de determinante, temos:
k
in + jσ ( n )
det( A) = ∑ (−1) I ( σ ) ⋅ ∏ .
σ∈S k n =1 in
k
i + j
Mas (−1) I ( σ ) ∏ n σ( n ) é exatamente o número de rotas ligando An com Bσ( n) ,
n =1 in
para 1 ≤ n ≤ k , multiplicando pela paridade I(σ) da permutação σ.
Vamos provar que as rotas mal feitas se cancelam neste somatório:
y
Considere uma rota mal feita R e
4 B4 seja Y o ponto de intersecção com
X
3 B3 maior coordenada x (se existir mais
2 B2 de um, tome Y cuja coordenada y
1 B1
seja a menor possível).
Y
–5 –4 –3 –2 –1 x
A4 A3 A2 A1
σ = {(4 ; 4) ; (3 ; 3) ; (2 ; 1) ; (2 ; 2)}
71
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B2
Y
B1
A4 A3 A2 A1 x
Errata: O item b) do problema No. 112 (Eureka! 23, p.60) foi proposto
equivocadamente: ao contrário do que pensávamos, parece não haver soluções
simples para ele.
Gostaríamos portanto de manter apenas o item a) do problema proposto No. 112.
Pedimos desculpas pelos inconvenientes causados.
72
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73
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Nível Universitário
NOME CIDADE – ESTADO PRÊMIO
Humberto Silva Naves S. J. dos Campos – SP Ouro
Bernardo Freitas Paulo da Costa Rio de Janeiro – RJ Ouro
Alex Corrêa Abreu Niterói – RJ Ouro
Rafael Daigo Hirama Campinas – SP Ouro
Diêgo Veloso Uchôa Teresina – PI Ouro
Fábio Dias Moreira Rio de Janeiro – RJ Ouro
Luís Daniel Barbosa Coelho Rio de Janeiro – RJ Prata
Carlos Stein Naves de Brito S.J. dos Campos – SP Prata
Yuri Gomes Lima Fortaleza – CE Prata
Rafael Marini Silva Vila Velha – ES Prata
Murilo Vasconcelos Andrade Maceió – AL Prata
Thiago Barros Rodrigues Costa Fortaleza – CE Prata
Felipe Rodrigues Nogueira de Souza São Paulo – SP Prata
Leonardo Augusto Zão Nilópolis – RJ Prata
Vitor Gabriel Kleine Mogi das Cruzes – SP Prata
Estillac Lins Maciel Borges Filho Belém – PA Bronze
Rodrigo Roque Dias São Paulo – SP Bronze
Eduardo de Moraes Rodrigues Poço São Paulo – SP Bronze
Gustavo Gomes de Araujo Ribeirão Preto – SP Bronze
Raphael Constant da Costa Rio de Janeiro – RJ Bronze
Davi Maximo Alexandrino Nogueira Fortaleza – CE Bronze
Jorge Peixoto de Morais Neto Goiânia – GO Bronze
Eduardo Ferraz Castelo Branco Ferreira Rio de Janeiro – RJ Bronze
Eduardo Famini Silva Rio de Janeiro – RJ Bronze
Moyses Afonso Assad Cohen Rio de Janeiro – RJ Bronze
Kellem Corrêa Santos Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Evandro Makiyama São Paulo – SP Menção Honrosa
Thiago da Silva Sobral S.J. dos Campos – SP Menção Honrosa
Pedro Paiva Zühlke Dioliveira Brasília – DF Menção Honrosa
Helder Oliveira de Castro Mogi das Cruzes – SP Menção Honrosa
Thiago Costa Leite Santos São Paulo – SP Menção Honrosa
Marcos Francisco Ferreira Martinelli Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Rogério de Assis Medeiros Franco da Rocha – SP Menção Honrosa
Samuel Barbosa Feitosa Fortaleza – CE Menção Honrosa
Elder Rodrigo Barbosa Campos Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Francisco Bruno de Lima Holanda Fortaleza – CE Menção Honrosa
Giovana Siracusa Gouveia Recife – PE Menção Honrosa
Henrique Roscoe de Oliveira Brasília – DF Menção Honrosa
76
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AGENDA OLÍMPICA
XXVIII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 10 de junho de 2006
Segunda Fase – Sábado, 2 de setembro de 2006
Terceira Fase – Sábado, 28 de outubro de 2006 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 29 de outubro de 2006 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 2 de setembro de 2006
Segunda Fase – Sábado, 28 e Domingo, 29 de outubro de 2006
♦
XII OLIMPÍADA DE MAIO
13 de maio de 2006
♦
XVII OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
5 a 11 de maio de 2006
Escobar, Argentina
♦
XLVII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
8 a 19 de julho de 2006
Ljubljana - Eslovênia.
♦
XIII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
20 a 26 de julho de 2006
Odessa, Ucrânia
♦
XXI OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
22 de setembro a 01 de outubro de 2006
Equador
♦
IX OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
18 de novembro de 2006
♦♦♦
77
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COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. De Paraná) pato Branco - PR
Carlos Frederico Borges Palmeira (PUC-Rio) Rio de Janeiro – RJ
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Éder Luiz Pereira de Andrade (UNESPAR/FECILCAM) Campo Mourão – PR
Eudes Antonio da Costa (Univ. do Tocantins) Arraias – TO
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Jorge Costa Duarte Filho (UFPB) João Pessoa - PB
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (LAC - Laboratório Associado de Computação) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Guevara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Turíbio José Gomes dos Santos (UFPB) João Pessoa – PB
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
78
CONTEÚDO
AOS LEITORES 3
XI OLIMPÍADA DE MAIO 4
Enunciados e Resultado Brasileiro
ARTIGOS
A FÓRMULA DE HERÃO 22
Fabiano Alberton de Alencar Nogueira
POLINÔMIOS SIMÉTRICOS 46
Carlos A. Gomes
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS 60
AGÊNDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
2
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores
3
Sociedade Brasileira de Matemática
XI OLIMPÍADA DE MAIO
PRIMEIRO NÍVEL
PROBLEMA 1
Num quadro negro havia seis figuras: um círculo, um triângulo, um quadrado, um
trapézio, um pentágono e um hexágono, pintados de seis cores: azul, branco,
vermelho, amarelo, verde e marrom. Cada figura tinha somente uma cor e todas as
figuras eram de cores diferentes.
No dia seguinte perguntou-se qual era a cor de cada figura.
Pablo respondeu: "O círculo era vermelho, o triângulo era azul, o quadrado era
branco, o trapézio era verde, o pentágono era marrom e o hexágono era amarelo."
Sofia respondeu: "O círculo era amarelo, o triângulo era verde, o quadrado era
vermelho, o trapézio era azul, o pentágono era marrom e o hexágono era branco."
Pablo errou três vezes e Sofia duas vezes, e sabe-se que o pentágono era marrom.
Determine se é possível saber com certeza qual era a cor de cada uma das figuras.
PROBLEMA 2
Um número inteiro chama-se autodivi se é divisível pelo número de dois
algarismos formado por seus dois últimos dígitos (dezenas e unidades). Por
exemplo, 78013 é autodivi pois é divisível por 13, 8517 é autodivi pois é divisível
por 17.
Encontre 6 números inteiros consecutivos que sejam autodivi e que tenham os
dígitos das unidades, das dezenas e das centenas distintos de 0.
PROBLEMA 3
Um segmento AB de largura 100 está dividido em 100 segmentos menores de
largura 1 mediante 99 pontos intermediários.
Ao extremo A designa-se o 0 e ao extremo B, o 1.
Gustavo designa a cada um dos 99 pontos intermediários um 0 ou um 1, a sua
escolha, e logo pinta cada segmento de largura 1 de azul ou de vermelho,
respeitando a seguinte regra:
São vermelhos todos os segmentos que têm o mesmo número em seus extremos e
são azuis os segmentos que têm números diferentes em seus extremos.
Determine se Gustavo pode designar os 0's e os 1's de modo a obter exatamente 30
segmentos azuis. E 35 segmentos azuis? (Em cada caso, se a resposta é sim,
mostre uma distribuição dos 0's e dos 1's, e se a resposta é não, explique o
porquê.)
PROBLEMA 4
Há duas figuras de papel: um triângulo equilátero e um retângulo. A altura do
retângulo é igual à altura do triângulo e a base do retângulo é igual à base do
4
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
a) Em cada casa de um tabuleiro 7 × 7 se escreve um dos números: 1, 2, 3, 4, 5, 6
ou 7 de forma que cada número esteja escrito em sete casas distintas. Será possível
que em nenhuma fila e em nenhuma coluna fiquem escritos números
consecutivos?
b) Em cada casa de um tabuleiro 5 × 5 se escreve um dos números: 1, 2, 3, 4 ou 5
de forma que cada número esteja escrito em cinco casas distintas. Será possível
que em nenhuma fila e nenhuma coluna fiquem escritos números consecutivos?
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Determine o menor número de três dígitos que seja o produto de dois números de
dois dígitos, de forma que os sete dígitos destes três números sejam todos
diferentes.
PROBLEMA 2
Gonçalo escreve num quadro negro quatro números escolhidos entre 0, 1, 2, 3 ou
4. Pode repetir números. Nicolás realiza repetidas vezes a seguinte operação: troca
um dos números, a sua escolha, pelo resto da divisão por 5 do produto de outros
dois números do quadro negro, a sua escolha.
O objetivo de Nicolás é conseguir que os quatro números sejam iguais. Determine
se Gonçalo pode escolher os números iniciais de forma que seja impossível a
Nicolás alcançar seu objetivo.
PROBLEMA 3
No triângulo isósceles ABC, com AB = AC, seja M o ponto médio de BC. O Ponto
D no lado BC é tal que BADˆ = 1 BAC
ˆ . A reta perpendicular a AD por C corta a
6
AD em N de modo que DN = DM. Calcule os ângulos do triângulo ABC.
PROBLEMA 4
Num baile há 12 homens, numerados de 1 a 12 e 12 mulheres, numeradas de 1 a
12. A cada homem se designa um "amigo oculto" entre os outros 11. Todos
dançaram todas as músicas. Na primeira música cada homem dançou com a
5
Sociedade Brasileira de Matemática
mulher que tem seu mesmo número. A partir daí, cada homem dançou uma nova
música com uma mulher que havia dançado a música anterior com seu amigo
oculto.
Na terceira música os casais foram:
Homens 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mulheres 5 11 2 12 8 10 9 4 6 3 7 1
Encontre o número do amigo oculto de cada homem.
PROBLEMA 5
Sobre o tabuleiro 9 × 9 aterrissou a nave inimiga que cobre exatamente 5 casas do
tabuleiro, assim:
A nave é invisível.
Cada míssil defensivo cobre exatamente uma casa, e destrói a nave se bater numa
das 5 casas que esta ocupa.
Determine o número mínimo de mísseis que são necessários para destruir com
certeza a nave inimiga.
RESULTADOS BRASILEIROS PRIMEIRO NÍVEL
Leonardo Pereira Stedile São Paulo - SP Medalha de Ouro
James Jun Hong São Paulo - SP Medalha de Prata
Thiago Gonçales Piracicaba - SP Medalha de Prata
César Ilharco Magalhães Juiz de Fora - MG Medalha de Bronze
Fernando Fonseca Andrade Oliveira Belo Horizonte - MG Medalha de Bronze
Erick Magno Costa Alonso Uberaba - MG Medalha de Bronze
Maíra Islena T. da Silva Belo Horizonte - MG Medalha de Bronze
Matheus Barros de Paula Taubaté - SP Menção Honrosa
Wagner Carlos Morêto Loyola Filho Vitória - ES Menção Honrosa
André Y. O. Bastos São Paulo - SP Menção Honrosa
6
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Um calendário digital exibe a data: dia, mês e ano, com 2 dígitos para o dia, 2
dígitos para o mês e 2 dígitos para o ano. Por exemplo, 01-01-01 corresponde a
primeiro de janeiro de 2001 e 25-05-23 corresponde a 25 de maio de 2023. Em
frente ao calendário há um espelho. Os dígitos do calendário são como os da
figura abaixo:
Se 0, 1, 2, 5 e 8 se refletem, respectivamente, em 0, 1, 5, 2 e 8, e os outros dígitos
perdem sentido ao se refletirem, determine quantos dias do século, ao se refletirem
no espelho, correspondem também a uma data.
PROBLEMA 2
Um retângulo de papel de 3cm × 9cm é dobrado ao longo de uma reta,
fazendo coincidir dois vértices opostos. Deste modo se forma um
pentágono. Calcular sua área.
PROBLEMA 3
Há 20 pontos alinhados, separados por uma mesma distância:
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Miguel tem que pintar de vermelho três ou mais destes pontos, de maneira que os
pontos vermelhos estejam separados por uma mesma distância e seja impossível
pintar de vermelho exatamente um ponto a mais sem desobedecer a condição
anterior. Determinar de quantas maneiras Miguel poderá fazer a tarefa.
PROBLEMA 4
Com 150 cubinhos brancos de 1 × 1 × 1 arma-se um paralelepípedo de 6 × 5 × 5,
pintam-se as seis faces de azul e logo se desarma o paralelepípedo. Lucrecia deve
armar um novo paralelepípedo, sem buracos, usando exclusivamente cubinhos que
tenham ao menos uma face azul e de modo que as faces do paralelepípedo de
Lucrécia sejam todas completamente azuis.
Determinar as dimensões do paralelepípedo de maior volume que Lucrecia pode
armar.
7
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Em algumas casas de um tabuleiro 10 × 10 coloca-se uma ficha de maneira que se
verifique a seguinte propriedade:
Para cada casa que tem uma ficha, a quantidade de fichas colocadas em sua
mesma linha deve ser maior ou igual que a quantidade de fichas colocadas em sua
mesma coluna.
Quantas fichas pode haver no tabuleiro?
Diga todas as possibilidades.
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
a +1 b +1
Determinar todos os pares de números naturais a e b tais que e são
b a
números naturais.
PROBLEMA 2
No quadro negro estão escritos vários números primos (alguns deles repetidos).
Mauro somou os números do quadro negro e Fernando multiplicou os números do
quadro negro. O resultado que obteve Fernando é igual a 40 vezes o resultado que
obteve Mauro. Determinar quais podem ser os números do quadro negro.
Diga todas as possibilidades.
PROBLEMA 3
Escrever um número inteiro positivo em cada casa de
modo que:
– Os seis números sejam distintos.
– A soma dos seis números seja 100.
Se cada número é multiplicado pelo seu vizinho
(no sentido dos ponteiros do relógio) e se somam
os seis resultados das seis multiplicações, obtém-
se o menor valor possível.
Explicar por que não é possível obter um valor
menor.
PROBLEMA 4
Seja ABCD um trapézio de bases AB e CD. Seja O o ponto de interseção de suas
diagonais AC e BD. Se a área do triângulo ABC é 150 e a área do triângulo ACD é
120, calcular a área do triângulo BCO.
8
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Com 28 pontos forma-se uma "grade triangular" de lados iguais, como se mostra
na figura abaixo.
Uma operação consiste em escolher três pontos que sejam os vértices de um
triângulo equilátero e retirar estes três pontos da grade. Se após realizar várias
destas operações resta somente um ponto, em quais posições pode ficar esse
ponto?
Determinar todas as possibilidades e indicar em cada caso as operações realizadas.
Justificar por que o ponto que restou não pode estar numa outra posição.
9
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Considere a seguinte seqüência:
a1 = último dígito da soma dos dígitos do número 2005
a2 = último dígito da soma dos dígitos do número 20052005
a3 = último dígito da soma dos dígitos do número 200520052005 ...
Calcule: a1 + a2 + a3 + · · · + a2005
PROBLEMA 2
Seja ABC um triângulo acutângulo e sejam AN, BM e CP as alturas relativas aos
lados BC, CA e AB, respectivamente. Sejam R, S as projeções de N sobre os lados
AB, CA, respectivamente, e Q, W as projeções de N sobre as alturas BM e CP,
respectivamente.
10
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
A unidade monetária de um certo país se chama reo, e todas as moedas que
circulam são de números inteiros de reos. Em um grupo de três pessoas, cada uma
tem 60 reos em moedas (mas não se sabe que tipo de moedas cada uma tem). Cada
uma das três pessoas pode pagar a cada uma das outras qualquer valor inteiro entre
1 e 15 reos, inclusive, talvez com troco. Mostre que as três pessoas em conjunto
podem pagar exatamente (sem troco) qualquer valor inteiro entre 45 e 135 reos,
inclusive.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja ABC um triângulo isósceles, com AB = AC. Uma reta r que passa pelo
incentro I de ABC intersecta os lados AB e AC nos pontos D e E, respectivamente.
F e G são pontos sobre o lado BC tais que BF = CE e CG = BD. Mostre que o
ângulo ∠FIG é constante ao variar r.
PROBLEMA 5
Diremos que um número de 20 dígitos é especial se é impossível representá-lo
como produto de um número de 10 dígitos por um número de 11 dígitos.
Determine qual é a máxima quantidade possível de números consecutivos que são
especiais.
PROBLEMA 6
No plano cartesiano traçamos circunferências de raio 1/20 com centros em cada
ponto de coordenadas inteiras. Mostre que qualquer circunferência de raio 100 que
se trace no plano intersecta pelo menos uma das circunferências pequenas.
11
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
No quadrilátero convexo ABCD, sejam E e F os pontos médios dos lados AD e
BC, respectivamente. Os segmentos CE e DF cortam-se em O. Demonstrar que se
as retas AO e BO dividem o lado CD em três partes iguais então ABCD é um
paralelogramo.
PROBLEMA 2
Duas pessoas, A e B, jogam o seguinte jogo: eles retiram moedas de uma pilha que
contém, inicialmente, 2006 moedas. Os jogadores jogam alternadamente retirando,
em cada jogada, 1 a 7 moedas; cada jogador guarda as moedas que retira. Se
quiser, um jogador pode passar (não retirar moedas em sua vez), mas para isso
deve pagar 7 moedas das que retirou da pilha em jogadas anteriores. Estas 7
moedas são colocadas em uma caixa separada e não interferem mais no jogo.
Ganha quem retira a última moeda, e A começa o jogo.
Determinar qual jogador pode assegurar a vitória, não importando como jogue o
outro. Mostrar uma estratégia vencedora e explicar por que é vencedora.
PROBLEMA 3
Seja n um número natural. A sucessão finita α de inteiros positivos tem, entre seus
termos, exatamente n números distintos (α pode ter números repetidos). Além
disso, se de um de seus termos qualquer subtraímos 1, obtemos uma sucessão que
tem, entre seus termos, pelo menos n números positivos distintos. Qual é o valor
mínimo que pode ter a soma de todos os termos da sucessão α?
12
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Daniel escreveu em uma lousa, de cima para baixo, uma lista de números inteiros
positivos menores ou iguais a 10. Ao lado de cada número da lista de Daniel,
Martín anotou a quantidade de vezes que esse número aparece na lista de Daniel e
obteve assim uma lista de mesmo tamanho.
Se lemos a lista de Martín de baixo para cima obtemos a mesma lista de números
que Daniel escreveu de cima para baixo. Encontre o maior tamanho que a lista de
Daniel pode ter.
PROBLEMA 5
Encontrar todos os inteiros positivos n tais que n − 2 divide n − 4 e n + 2
divide n + 4 .
( [r ] denota a parte inteira de r, ou seja, o maior inteiro que é menor ou igual a r.
Por exemplo: [2, 5] = 2 ; 3 = 1 ; [5] = 5 .)
PROBLEMA 6
Dividimos o plano em casinhas quadradas de lado 1, traçando retas paralelas aos
eixos coordenados. Cada casinha é pintada de branco ou preto. A cada segundo,
recolorimos simultaneamente todas as casinhas, de acordo com a seguinte regra:
cada casinha Q adota a cor que mais aparece na configuração de cinco casinhas
indicadas na figura
13
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
São escolhidos seis pontos nos lados de um triângulo equilátero ABC: A1 e A2 em
BC, B1 e B2 em CA, C1 e C2 em AB. Estes pontos são os vértices de um
hexágono convexo A1 A2 B1B2C1C 2 cujos lados são todos iguais. Demonstre que as
retas A1 B2 , B1C 2 e C1 A2 são concorrentes.
PROBLEMA 2
Seja a1 , a2 ,... uma seqüência de inteiros que tem infinitos termos positivos e
infinitos térmos negativos. Suponhamos que para cada inteiro positivo n, os
números a1 , a2 ,..., an tem n restos distintos ao ser divididos entre n. Demonstre
que cada inteiro se encontra exatamente uma vez na sucessão.
PROBLEMA 3
Sejam x, y, z números reais positivos tais que xy z ≥ 1 .
Demonstre que
x5 − x 2 y5 − y 2 z5 − z 2
+ + ≥ 0.
x5 + y 2 + z 2 y 5 + z 2 + x 2 z 5 + x 2 + y 2
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Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Consideremos a seqüência infinita a 1 , a 2 , ... definida por
an = 2 n + 3n + 6 n − 1 ( n = 1, 2 , ...)
Determine todos os inteiros positivos que são relativamente primos relativos
(coprimos) com todos os termos da seqüência.
PROBLEMA 5
Seja ABCD um quadrilátero convexo que tem os lados BC e AD iguais e não
paralelos. Sejam E e F pontos nos lados BC e AD, respectivamente, que são
distintos dos vértices e satisfazem BE = DF.
As retas AC e BD se cortam em P e a reta EF corta AC e BD respectivamente em
Q e R. Consideremos todos os triângulos PQR que se formam quando E e F
variam. Demonstre que as circunferências circunscritas a esses triângulos têm em
comum outro ponto além de P.
PROBLEMA 6
Numa competição de matemática foram propostos 6 problemas aos estudantes.
Cada par de problemas foi resolvido por mais de 2 5 dos estudantes. Ninguém
resolveu os 6 problemas. Demonstre que há pelo menos 2 estudantes tais que cada
um tem exatamente 5 problemas resolvidos.
15
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
nnnn
Seja ABC um triângulo com incentro I. Um ponto P no interior do triângulo
verifica
PBA + PCA = PBC + PCB.
Prove que AP ≥ AI , com igualdade se, e somente se, P = I.
PROBLEMA 2
Uma diagonal de um polígono regular P de 2006 lados é um segmento bom se
separa P em duas partes, cada uma tendo um número ímpar de lados de P. Os
lados de P também são segmentos bons.
Divide-se P em triângulos, traçando-se 2003 diagonais que, duas a duas, não se
cortam no interior de P. Determine o maior número de triângulos isósceles nos
quais dois lados são segmentos bons que podem aparecer numa divisão como essa.
PROBLEMA 3
Determine o menor número real M tal que a desigualdade
ab ( a 2 − b2 ) + bc (b2 − c 2 ) + ca ( c2 − a 2 ) ≤ M ( a 2 + b2 + c 2 )
2
16
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Determine todos os pares de inteiros (x, y) tais que
1 + 2 x + 22 x +1 = y 2 .
PROBLEMA 5
Seja P(x) um polinômio de grau n > 1 com coeficientes inteiros e seja k um inteiro
positivo. Considere o polinômio
Q ( x ) = P ( P(...P( P ( x))...)), onde P aparece k vezes. Prove que existem no
máximo n inteiros t tais que Q(t ) = t.
PROBLEMA 6
A cada lado b de um polígono convexo P associa-se a maior das áreas dos
triângulos contidos em P que têm b como um dos lados. Prove que a soma das
áreas associadas a todos os lados de P é pelo menos o dobro da área de P.
17
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Determine todas as triplas de números reais (x, y, z) que satisfazem o seguinte
sistema de equações:
xyz = 8,
x 2 y + y 2 z + z 2 x = 73,
x( y − z ) 2 + y ( z − x) 2 + z ( x − y ) 2 = 98.
PROBLEMA 2
Uma pulga salta sobre os pontos inteiros de uma reta numérica. Em seu primeiro
movimento salta desde o ponto 0 e cai no ponto 1. A partir daí, se num movimento
a pulga salta desde o ponto a e cai no ponto b, no seguinte movimento salta desde
o ponto b e cai num dos pontos b + (b – a) – 1, b + (b – a), b + (b – a) + 1.
Demonstre que se a pulga caiu duas vezes sobre o ponto n, para n inteiro positivo,
então deve ter feito ao menos t movimentos, onde t é o menor inteiro maior ou
igual a 2 n .
PROBLEMA 3
Seja p > 3 um número primo. Se
1 1 1 1 n
+ p + p + ... + =
p
1 2 3 ( p − 1) p
m
onde o máximo divisor comum de n e m é 1, demonstre que p 3 divide n.
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Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Dados os inteiros positivos a e b, denota-se por ( a ∇ b ) o resto que é obtido ao
dividir a por b. Este resto é um dos números 0, 1,…, b – 1. Encontre todos os
pares de números (a, p) tais que p é primo e vale:
( a ∇ p ) + ( a ∇ 2p ) + ( a ∇ 3p ) + ( a ∇ 4p ) = a + p.
PROBLEMA 5
Seja O o circuncentro de um triângulo acutângulo ABC e A1 um ponto no arco
menor BC da circunferência circunscrita ao triângulo ABC. Sejam A2 e A3 pontos
nos lados AB e AC respectivamente, tais que ∠BA1 A2 = ∠OAC e
∠CA1 A3 = ∠OAB. Demonstre que a reta A2 A3 passa pelo ortocentro do
triângulo ABC.
PROBLEMA 6
Dado um inteiro positivo n, num plano consideram-se 2n pontos alinhados
A1 , A2 ,..., A2n . Cada ponto é pintado de azul ou vermelho mediante o seguinte
procedimento:
No plano dado são traçadas n circunferências com diâmetros de extremos Ai e
Aj , disjuntas duas a duas. Cada Ak ,1 ≤ k ≤ 2n, pertence exatamente a uma
circunferência. Pintam-se os pontos de modo que os dois pontos de uma mesma
circunferência levem a mesma cor.
Determine quantas colorações distintas dos 2n pontos podem-se obter ao variar as
n circunferências e a distribuição das duas cores.
19
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
No triângulo escaleno ABC, com ∠BAC = 90° , consideram-se as circunferências
inscrita e circunscrita. A reta tangente em A à circunferência circunscrita corta a
reta BC em M. Sejam S e R os pontos de tangência da circunferência inscrita com
os catetos AC e AB, respectivamente. A reta RS corta a reta BC em N. As retas AM
e SR cortam-se em U. Demonstre que o triângulo UMN é isósceles.
PROBLEMA 2
Consideram-se n números reais a1, a2,..., an não necessariamente distintos. Seja d a
diferença entre o maior e o menor deles e seja
s = ∑ (ai − a j )
i< j
Demonstre que
n2d
(n − 1)d ≤ s ≤
4
e determine as condições que devem satisfazer estes n números para que se
verifique cada uma das igualdades.
PROBLEMA 3
Colocam-se os números 1,2,3,...,n2 nas casas de um tabuleiro n × n, em alguma
ordem, um número por casa. Uma ficha encontra-se inicialmente na casa com o
número n2. Em cada passo, a ficha pode mover-se para qualquer das casas que têm
20
Sociedade Brasileira de Matemática
um lado em comum com a casa onde se encontra. Primeiro, a ficha desloca-se para
a casa com o número 1, e para isso toma um dos caminhos mais curtos (com
menos passos) entre o n2 e o 1. Da casa com o número 1 desloca-se para a casa
com o número 2, a partir daí para a casa com o número 3, e assim sucessivamente,
até regressar à casa inicial, tomando em cada um desses deslocamentos o caminho
mais curto. A ficha dá N passos no percurso completo. Determine o menor valor e
o maior valor possíveis de N.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Determine todos os pares (a, b) de inteiros positivos tais que 2a + 1 e 2b − 1
sejam primos entre si e a + b divida 4ab + 1 .
PROBLEMA 5
Dada uma circunferência C , considere um quadrilátero ABCD com os seus quatro
lados tangentes a C, com AD tangente a C em P e CD tangente a C em Q. Sejam
X e Y os pontos em que BD corta C, e M o ponto médio de XY. Demonstre que
∠AMP = ∠CMQ .
PROBLEMA 6
Seja n > 1 um inteiro ímpar. Sejam P0 e P1 dois vértices consecutivos de um
polígono regular de n lados. Para cada k GHILQHVH Pk como o vértice do
polígono dado que se encontra na mediatriz de Pk-1 e Pk-2. Determine para que
valores de n a sucessão P0, P1, P2, … percorre todos os vértices do polígono
9RFr VDELD«
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21
Sociedade Brasileira de Matemática
A FÓRMULA DE HERÃO
Fabiano Alberton de Alencar Nogueira
♦ Nível Intermediário
Ĉ
a
22
Sociedade Brasileira de Matemática
z A
z
r
x r
y
r
C x y B
z A
z
x I
y
r
C x T y B
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Sociedade Brasileira de Matemática
( y + z)r (x + z )r
concluir que as áreas de ABI e ACI valem, respectivamente e ,
2 2
e que a área de ABC é a soma das áreas de CBI, ABI e ACI, temos:
( x + y ) r ( y + z ) r ( x + z ) r (2 x + 2 y + 2z ) r 2 pr
S= + + = = = pr
2 2 2 2 2
1 1
S = ab sin Cˆ = ( x + y )( x + z ) sin 2α ,
2 2
Cˆ
onde α = BCI
ˆ = . Ocorre que, no triângulo retângulo CTI, de catetos x e r,
2
Cˆ
podemos expressar o seno e o coseno de α = em função desses parâmetros,
2
lançando mão do Teorema de Pitágoras:
CI 2 = CT 2 + IT 2 = x 2 + r 2 ⇒ CI = x 2 + r 2 .
I
x2 + r2
r
Cˆ
2
C x T
24
Sociedade Brasileira de Matemática
Cˆ IT r Cˆ CT x
Logo sin = = e cos = = . Por outro lado,
2 CI x +r
2 2 2 CI x + r2
2
ˆ ˆ
sabendo que sin Cˆ = 2sin C cos C , temos sin Cˆ = 2 x r
2 2
2 xr
= 2 2 .
2 2 x + r x + r
2 2
x +r
S
2x
S p
Lembrando que S = pr ⇒ r = , substituímos sin Cˆ = 2
na fórmula
p S
x +
2
p
1
da área S = ( x + y )( x + z ) sin Cˆ . A manipulação abaixo encerra a dedução,
2
uma vez que se p = x + y + z , então x = p − c , y = p − b e z = p − a :
S
2 x
1 x ( x + z )( x + y )
S = ( x + z )( x + y )
p
⇒1= ⇒
2 S
2
S 2
+x
2 p 2 + x 2
p p
S2
p (
⇒ p 2 + x 2 = x x 2 + xy + xz + zy
x x + y + z = xp
)
×p
→ S 2 + p 2 x 2 = p 2 x 2 + pxyz ⇒
⇒S= pxyz = p ( p − a )( p − b )( p − c )
Observações:
É bem possível e provável que algum autor já tenha feito essa dedução em
essência, porém não a encontrei na minha (pobre) bibliografia.
A questão da OEM/RJ (creio ser do ano de 1988) que transcrevi pode ser resolvida
usando como lema uma desigualdade bem “manjada para os alunos olímpicos”:
a 2 + b2 + c 2 ≥ ab + ac + bc , válida para quaisquer reais a, b e c.
O fato S = pr pode e deve ser generalizado para todos os polígonos convexos
circunscritíveis. Curiosamente, o caso particular dos polígonos regulares, onde o
raio r é o apótema a p , é bem mais popular do que o caso geral. Mesmo que se
enfatize o caso particular S = pa p , vale a pena intuir a área do círculo a partir das
substituições a p = r e p = π r .
25
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado
A A
SC SB C’
B’
P P
SA
B C B A’ C
BP S A + SC CP S A + S B
Analogamente, = e = . Por outro lado, também temos
PB ' SB PC ' Sc
BA ' [ PBA '] [ ABA '] [ PAB ] SC
= = = = .
A ' C [ PCA '] [ ACA '] [ PAC ] S B
CB ' S A AC ' S B
Da mesma forma, = e = .
B ' A SC C ' B SA
26
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução: Primeiro, suponha que AX, BY, CZ sejam concorrentes. Pela teoria acima,
AZ S B BX SC CY S A AZ BX CY
temos = , = , = e, diretamente, ⋅ ⋅ =1.
ZB S A XC S B YA SC ZB XC YA
AZ BX CY
Reciprocamente, se ⋅ ⋅ = 1 e CZ não passasse pela interseção P de AX
ZB XC YA
e BY, então, sendo Z’ a interseção de CP e AB, teríamos pela primeira parte que
AZ ' BX CY AZ AZ '
⋅ ⋅ = 1 . Portanto = , um absurdo. Logo, CZ passa por P e
Z ' B XC YA ZB Z ' B
AX, BY e CZ são concorrentes.
A
Z
Z’
Y
P
B X C
Solução: Seja T a área dos triângulos ABS, BCS, CAS. Daí, sendo M, N e P as
BM CN AP T
interseções de AS, BS e CS com os lados opostos, temos = = = =1 ,
MC NA PB T
isto é, M, N e P são os pontos médios dos lados BC, CA e AB e, portanto, S é o
baricentro de ABC.
27
Sociedade Brasileira de Matemática
P T N
S T
T
B M C
Solução:
Sejam D, E e F as interseções de AO, BO e CO com BC, CA e AB,
respectivamente. É fácil ver que AO = BO = CO = R. Usando as relações provadas
acima temos que:
AO [ AOB ] + [ AOC ] BO [ AOB ] + [ BOC ]
= , =
OD [ BOC ] OE [ AOC ]
CO [ AOC ] + [ BOC ]
= .
OF [ AOB]
l = C BO
Faça [ AOB ] = x,[ AOC ] = y ,[ BOC ] = z . É fácil perceber que DCO l = C lAO
l C e ∆DCO , logo ∆OA C ∆OCD. Com isso,
l é comum a ∆OA
e que COD 1 1
R OA R2
= 1 ⇒ OA1 = e analogamente,
OD R OD
R2 R2
OB1 = e OC1 = . Então,
OE OF
R6 R R R OA BO C O
O A1 .O B1 .O C1 = = ⋅ ⋅ ⋅ R3 = ⋅ ⋅ ⋅ R3 =
O D .O E .O F OD OE OF OD OE OF
( x + y )( x + z )( y + z ) 3
= ⋅R
xyz
28
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2 xy 2 yz 2 zx 8 xyz 3
≥ R3 = R = 8R3 . A igualdade ocorre quando x = y = z .
xyz xyz
Pelo exemplo 2, O tem que ser baricentro para acontecer a igualdade.
B D C
A1
PROBLEMAS PROPOSTOS
1. (IME/1990;AIME/1985) Seja P um ponto no interior de um triângulo ABC,
dividindo-o em seis triângulos, quatro dos quais têm áreas 40, 30, 35 e 84, como
mostra a figura. Calcule a área do triângulo ABC.
84
P
35
40 30
B C
29
Sociedade Brasileira de Matemática
3. (AIME/1992) No triângulo ABC, A’, B’, C’ estão sobre os lados BC, AC e AB,
respectivamente. Dado que AA’, BB’, CC’ são concorrentes no ponto O e que
AO BO CO AO BO CO
+ + = 92 , encontre o valor de ⋅ ⋅ .
OA ' OB ' OC ' OA ' OB ' OC '
30
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado
Distribuir pontos num plano ou num espaço é uma tarefa que pode ser
realizada de forma muito arbitrária. Por isso, problemas sobre pontos podem ser
de diversas naturezas. Nesse artigo, trataremos as principais técnicas para resolver
esses tipos de problemas,
1. Fecho Convexo
Pense no seguinte: dados n pontos num plano, podemos escolher alguns
deles formando o único polígono convexo que contém, junto com seu bordo e seu
interior, todos os n pontos. Tal afirmação pode ser provada por indução (que alias,
é uma ferramenta que sempre deve ser lembrada em problemas de matemática
discreta em geral). Tal polígono é chamado o fecho convexo desses n pontos.
Vamos ver que tão pouco já nos ajuda bastante em alguns problemas sobre pontos.
PROBLEMA 1
Seja S um conjunto finito de pontos, não havendo três colineares, tal que dados
quaisquer 4 pontos de S eles formam um quadrilátero convexo. Mostre que S é um
conjunto de vértices de um polígono convexo.
SOLUÇÃO:
Seja H o fecho convexo de S.
Suponha um ponto P de S no interior de
C H. Escolha uma triangulação de H
(assim como o fecho convexo, é
simples provar que todo polígono
convexo pode ser dividido por
triângulos tendo como lados diagonais
ou lados do polígono, tente indução).
. Assim, P fica no interior de algum
P triângulo ABC. Logo, o quadrilátero
ABCP não é convexo, absurdo!
H Portanto, S não pode ter pontos no
B
interior do seu fecho convexo, donde S
A é convexo, já que S não contém três
pontos colineares.
Os próximos problemas são resolvidos similarmente.
31
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2
Mostre que dados 5 pontos, não três colineares, existe um quadrilátero convexo
com vértices nesses pontos.
PROBLEMA 3
Mostre que dado qualquer conjunto finito de pontos no plano existe uma reta por
dois destes pontos que divide o plano em dois semi-planos de modo que um desses
semi-planos não contém nenhum ponto do conjunto.
PROBLEMA 4
(Lista Cone Sul 2001) É possível que a reunião de um número finito de
quadriláteros não convexos seja um polígono convexo?
Podemos definir fecho convexo para um conjunto X qualquer do plano. Ele é o
“menor” conjunto convexo que contém X.
i-) H é convexo
32
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PROBLEMA 6
(OBM 96) Existe um conjunto A de n pontos ( n ≥ 3 ) em um plano tal que:
i) A não contém três pontos colineares;
ii) dados quaisquer três pontos pertencentes a A, o centro da circunferência que
contém estes pontos também pertence a A?
Os próximos dois problemas são de IMO e podem ser resolvidos usando só fecho
convexo (na realidade, muita raça também, que é algo imprescindível em qualquer
problema, principalmente de IMO).
PROBLEMA 7
(IMO 99/1) Determine todos os conjuntos finitos S de pontos do plano com pelo
menos três elementos que satisfazem a seguinte condição:
Para quaisquer dois pontos distintos A e B de S, a mediatriz do segmento AB é um
eixo de simetria de S.
(Veja a solução desse problema por Fabrício Siqueira Benevides na Eureka! N°.6)
PROBLEMA 8
(IMO 95/3) Determine todos os inteiros n > 3 para os quais existem n pontos
! !
A1 , A2 , , An no plano, e números reais r1 , r2 , rn satisfazendo as condições:
não há três pontos Ai , A j , Ak colineares;
para cada tripla i ,j, k (1 ≤ i < j < k ≤ n ) o triângulo Ai A j Ak tem área ri + rj + rk .
SOLUÇÃO:
Vamos fazer o caso n ≥ 5 . Considere, dentre os n pontos, cinco pontos
A1 , A2 , A3 , A4 , A5 e seu fecho convexo . Temos três casos:
1° Caso: O Fecho Convexo é um triângulo.
Podemos assumir que tal fecho é o triângulo A1 A2 A3 , A4 e A5 estão no interior
de A1 A2 A3 , com A5 fora de A1 A2 A4 e A4 fora de A1 A2 A4 (faça uma figura).
Podemos supor que os triângulos A1 A2 A4 e A2 A3 A5 têm interiores disjuntos.
Seguindo nossa notação para áreas, temos:
r1 + r2 + r3 = [ A1 A2 A3 ] > [ A1 A2 A4 ] + [ A2 A3 A5 ] = r1 + r2 + r4 + r2 + r3 + r5 , donde
0 > r4 + r2 + r5 = [ A2 A4 A5 ], absurdo!
33
Sociedade Brasileira de Matemática
e portanto,
(r1 + r2 + r3 ) + (r3 + r4 + r1 ) = (r1 + r2 + r4 ) + (r2 + r4 + r3 ) ⇒ r1 + r3 = r2 + r4 .
Logo, 2[ A1 A2 A3 A4 ] = 3(r1 + r2 + r3 + r4 ) . Também,
[ A1 A2 A3 A4 ] = [ A1 A2 A5 ] + [ A2 A3 A5 ] + [ A3 A4 A5 ] + [ A4 A1 A5 ]
Logo, temos r5 = − (r1 + r2 + r3 + r4 ) 8 = − [ A1 A2 A3 A4 ] 12 < 0 . Agora, observe
que como A1 , A3 , A5 não são colineares, podemos supor um dos lados de
∠A1 A3 A5 < 180° . Então, um dos quadriláteros A1 A5 A3 A4 , A1 A5 A3 A2 é
convexo. Digamos, A1 A5 A3 A4 convexo. Então, temos r1 + r3 = r4 + r5 e
portanto, ficamos com r2 = r5 . Analogamente, usando que A2 , A4 , A5 não são
colineares, temos r5 = r1 ou r3 . Assim, três dos números r1 , r2 , r3, r4 , r5 são
negativos, obtendo uma área negativa. Absurdo!
PROBLEMA 9
(USAMO 2005) Seja n um inteiro positivo maior que 1. Suponha que são dados
2n pontos no plano, não havendo três colineares. Suponha que n dos 2n são
pintados de azul e os outros n de vermelho. Uma reta no plano é dita balanceada
se passa por um ponto azul e um ponto vermelho, e o número de pontos azuis em
cada um de seus lados é igual ao número de pontos vermelhos. Prove que existem
pelo menos duas retas balanceadas.
DICA: Prove que cada ponto do fecho convexo dos pontos está em pelo menos uma
reta balanceada.
PROBLEMA 10
(Kömal 2002) Dado um conjunto qualquer de pontos no plano, não contendo três
colineares, prove que é possível colorir os pontos com duas cores (azul e
34
Sociedade Brasileira de Matemática
vermelho) tal que todo semiplano contendo pelo menos três pontos do conjunto
contenha pelo menos um ponto de cada cor.
O princípio da casas dos Pombos, PCP, é importante e deve ser lembrado sempre.
Ele é usado para provar existências (“...se n + 1 pombos estão em n casas, existe
pelo menos uma casa contendo pelo menos dois pombos...”). Nossos dois
primeiros problemas dessa sessão são apenas versões dificultadas daquele
exercício clássico do PCP. : dados cincos pontos num quadrado unitário, existem
dois cuja distância entre eles é menor que 2 .
2
PROBLEMA 11
(Japão 97) Prove que entre quaisquer dez pontos no interior de um círculo de
diâmetro 5, existem dois cuja distância entre eles é menor que 2.
PROBLEMA 12
(Coréia 97) Prove que entre quaisquer quatro pontos no interior de um círculo
unitário, existem dois deles cuja distância é menor que 2.
PROBLEMA 13
(Rioplatense 2002) Daniel escolhe um inteiro positivo n e diz a Ana. Com esta
informação, Ana escolhe um inteiro k e diz a Daniel. Daniel traça então n
circunferências em um papel e escolhe k pontos distintos com a condição de que
cada um deles pertença a alguma das circunferências que traçou. Em seguida,
apaga as circunferências que traçou, sobrando visíveis apenas os k pontos que
marcou. A partir desses pontos, Ana deve reconstruir pelo menos uma das
circunferências que Daniel traçou. Determinar qual o menor valor de k que
permite Ana alcançar seu objetivo independente de como Daniel escolha as n
circunferências e os k pontos.
SOLUÇÃO:
O valor mínimo é k = 2n 2 + 1 .
1° Passo: k = 2n 2 + 1 é suficiente.
Se são dados 2n 2 + 1 pontos marcados por Daniel, como estes pontos são
distribuídos em n circunferências, pelo Princípio das Casas dos Pombos, pelo
menos 2n+1 deles estão em uma mesma circunferência traçada por Daniel. Então,
se Ana traça todas as circunferências determinadas por estes 2n 2 + 1 , haverá uma
35
Sociedade Brasileira de Matemática
delas, digamos Γ , com pelo menos 2n+1 dos pontos. Como estes 2n+1 pontos
provém das n circunferências de Daniel, três deles estão numa mesma
circunferência traçada por ele, digamos ζ . Logo, ζ e Γ têm pelo menos três
pontos em comum, e portanto, são a mesma circunferência (abusando da
notação: ζ = Γ ). Assim, Ana consegue determinar umas das circunferências
traçadas por Daniel.
2° Passo: Se k < 2n 2 + 1 , Daniel pode traçar circunferências e escolher k pontos
de modo a tornar impossível para Ana determinar tais circunferências.
Basta considerar k = 2n 2 :
!
Traçamos n circunferências concêntricas
ζ 1 Γ1 , Γ2 , , Γn e outras n circunferências
,! , ζ
ζ 2
ζ 1 ,ζ 2 n duas a duas disjuntas, de
modo que ζ i corta Γ j em dois pontos
distintos, para i, j = 1,2,...,n. Há
Γn
Γ2 exatamente 2n 2 pontos de intersecção.
Se Daniel marca estes pontos e apagas
Γ1
suas circunferências, Ana não conseguirá
reconstruir com certeza nenhuma das
ζ
!
n circunferências, pois Daniel pode ter
traçado inicialmente tanto Γ1 , Γ2 , , Γn
quanto ζ 1 , ζ 2 , !, ζ n .
PROBLEMA 14
(Rioplatense 1999) Dois jogadores A e B disputam o seguinte jogo: A escolhe um
ponto de coordenadas inteiras do plano e o pinta de verde; em seguida B escolhe
10 pontos de coordenadas inteiras, ainda não coloridos e os pinta de amarelo. O
jogo continua assim com as mesmas regras: A e B escolhem um e dez pontos ainda
não coloridos e os pintam de verde e amarelo, respectivamente.
(a) O objetivo de A é obter 1112 pontos verdes que sejam as interseções de 111
retas horizontais e 111 retas verticais (i.e., paralelas aos eixos de coordenadas). O
objetivo de B é impedir-lhe. Determine qual dos jogadores tem uma estratégia
vencedora que lhe assegura seu objetivo.
(b) O objetivo de A é obter quatro pontos verdes que sejam vértices de um
quadrado de lados paralelos aos eixos coordenados. O objetivo de B é impedir-lhe.
Determine qual dos jogadores tem uma estratégia vencedora que lhe assegura seu
objetivo.
36
Sociedade Brasileira de Matemática
3. Idéias Extremais
Na matemática em geral, problemas de existência são muito comuns e
importantes. São aqueles problemas que nos pedem para provar que a existência
de alguma coisa. Na seção anterior, não explicitamente, nos deparamos com
problemas desse tipo. E não foi para vender o artigo que iniciamos ambas as
seções falando da importância dessas idéias, mas pelo o fato de que o PCP e o
Princípio Extremal juntos são as ferramentas mais indispensáveis para o ataque
desses problemas.
Mas afinal, que Princípio Extremal é esse? Digamos que temos um problema onde
nos é pedido para provar a existência de um elemento satisfazendo uma certa
propriedade P. Então, nós escolhemos um elemento que satisfaz maximalmente ou
minimalmente, ou seja, extremalmente (será que acabamos de inventar essas
palavras?) uma outra propriedade Q, não acidentalmente ligada com a desejada
propriedade P. O que será que isso nos dá? Vejamos alguns problemas.
PROBLEMA 15
(Austrália 91) São dados n ≥ 3 pontos no plano tais que a área de um triângulo
formado por quaisquer três deles é no máximo 1. Prove que os n pontos estão em
um triângulo de área no máximo 4.
!
SOLUÇÃO:
Sejam P1 , P2 , , Pn os n pontos. Dentre os triângulos considerados, seja ABC o
de maior área (o cara com a propriedade Q). Considere por A uma reta a paralela a
BC. Sendo assim, qualquer outro ponto Pi
deve estar no mesmo semiplano de B e C
definido por A, pois do contrário teríamos
Z
um absurdo [ PBC ] > [ ABC ] (aqui [X],
denota a área de X) . Analogamente,
considerando as retas b e c por B e C
A B paralelas a AC e AB, respectivamente,
concluímos que todos os pontos P devem
b
estar no triângulo XYZ (acompanhe a
figura ao lado). Como,
Y C c X [ XYZ ] = 4[ ABC ] < 4 ⋅ 1 = 4 , o resultado
segue. (isto é, XYZ satisfaz a propriedade
P).
37
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 16
(Putnam 1979) Sejam 2n pontos no plano escolhidos de modo que quaisquer 3
não são colineares, n deles são pintados de vermelho e n deles são pintados de
azul. Prove que é possível parear os pontos usando segmentos ligando cada ponto
vermelho a exatamente um ponto azul de modo que esses segmentos não se
cortem.
SOLUÇÃO:
Existem n 2 maneiras de parear esses pontos. É claro que alguns desses
pareamentos não cumprem a condição do enunciado. Olhemos em cada
pareamento a soma dos seus segmentos. Escolha o pareamento que tem soma
mínima. Suponha que nele existem dois segmentos AB e CD que se cortam
(com A e C vermelhos)
Pela desigualdade triangular temos:
A C
AO + OD > CD
⇒ AB + CD > AD + CB
OB + OC > CB
O
Logo se trocarmos AB e CD por AD e
D CB diminuiremos nossa soma. Assim
neste pareamento não temos dois
segmentos que se cortam.
B
PROBLEMA 17
(Teorema de Sylvester) Um conjunto S de pontos no plano tem a seguinte
propriedade: qualquer reta passando por 2 pontos passa também por um terceiro.
Mostre que todos os pontos estão sobre uma reta.
SOLUÇÃO:
Considere o conjunto L das retas que passam por dois pontos de S. Cada ponto de
S tem uma distância associada a cada reta de L. Como L e S são conjuntos finitos
então temos um número finito distâncias. Considere o par (l , s ) do ponto
s ∈ S e l ∈ L com a menor distância não nula associada. Como l passa por dois
pontos de S então deverá passar por um terceiro. Pelo menos dois pontos de S ,
digamos A e B, deverão estar em um “mesmo lado” de l determinado por P (pé
da perpendicular de s até l ).
38
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l B
P A
m
Assim todas as distâncias associadas têm que ser zero! Todos os pontos são
colineares!
PROBLEMA 18
São dados ( N ≥ 3) pontos no plano, nem todos colineares. Mostre que são
necessários pelo menos n retas para unir todos os possíveis pares de pontos.
SOLUÇÃO:
Vamos tentar usar indução. Se N = 3 os três pontos formarão um triângulo. As
retas suportes dos três lados desse triângulo satisfazem nossa afirmação. Suponha
que a afirmação seja válida para N = k . Considere um conjunto T de N = k + 1
pontos. Como nem todos esses pontos estão sobre uma mesma reta decorre do
teorema de Sylvester que existe uma reta que passa por apenas dois pontos (A e B)
do conjunto. Pelo menos um dos conjuntos T \ { A} ou T \ {B} não poderá ter
todos os seus k pontos colineares. Então pela hipótese teremos pelo menos k
retas, mas a reta AB não foi contada, assim a afirmação também é verdadeira
para N = k + 1 .
PROBLEMA 19
Dado um conjunto finito S de pontos no plano onde não existem quatro sobre um
mesmo círculo e nem todos estão sobre uma mesma reta. Mostre que existe um
círculo que passa por três desses pontos e não contém nenhum ponto de S em seu
interior.
PROBLEMA 20
(Ibero 93) Prove que para qualquer polígono convexo de área 1, existe um
paralelogramo de área dois que o contém.
39
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 21
(OBM 94) Considere todos os círculos cujas circunferências passam por três
vértices consecutivos de um polígono convexo. Prove que um destes círculos
contém todo o polígono.
PROBLEMA 22
(Rioplatense 97) Agustina e Santiago jogam o seguinte jogo sobre uma folha
retangular:
Agustina diz um número n. Santiago, então marca n pontos sobre a folha . Em
seguida, Agustina escolhe alguns dos pontos marcados por Santiago. Santiago
ganha o jogo se consegue desenhar um retângulo com lados paralelos aos da folha,
que contenha todos os escolhidos por Agustina e nenhum dos restantes. Do
contrário, Agustina ganha.
Qual o menor número que deve escolher Agustina para assegurar-se da vitória,
independente como jogue Santiago?
PROBLEMA 23
(Rússia 2000) São dados 2n+1 segmentos em uma linha reta. Cada segmento
intersecta pelo menos n outros. Prove que um desses segmentos intersecta todos os
outros.
PROBLEMA 24
(Japão 2002) É dado um conjunto S de 2002 pontos no plano xy, não havendo dois
deles com a mesma abscissa x ou ordenada y. Para quaisquer dois desses pontos P
e Q , considere o retângulo cuja diagonal é PQ e cujos lados são paralelos aos
eixos. Denotemos por WPQ o número de pontos de S no interior desse retângulo,
sem contar com P e Q. Determine o maior valor N possível que satisfaz: não
importa como os pontos de S estão arranjados, existe pelo menos um par P e Q
deles com WPQ ≥ N .
PROBLEMA 25
Dados 2n + 2 pontos no plano, não havendo três colineares, prove que existem
dois deles que determinam uma reta que, dos 2n pontos restantes, separa n em um
semi-plano e os outros n no outro semi-plano.
PROBLEMA 26
(Banco IMO 93) Dados 2n+3 pontos num plano, não havendo três colineares nem
quatro concíclicos, prove que podemos escolher três deles de modo o círculo
passando por estes tem n dos pontos restantes no seu interior e n no exterior.
40
Sociedade Brasileira de Matemática
A2 n +1
A2 n+ 2 = P
A2 n +3 = Q
A1
An +1
PROBLEMA 27
São dados n pontos num plano. Em cada ponto médio de um segmento ligando
dois desses pontos, colocamos um marcador. Prove que pelo menos 2n − 3
marcadores são utilizados.
4. Problemas de Coberturas
Nos problemas sobre pontos até agora, ficou claro que um pouco de geometria
(sintética, analítica, trigonométrica ou utilizando o plano complexo) pode ser útil.
Finalizaremos esse artigo com uma seção falando um pouco disso, em particular,
fazendo coberturas com círculos.
PROBLEMA 28
Seja C um círculo de raio 16 e A um anel tendo raio interno 2 e raio externo 3.
Agora suponha que um conjunto S de 650 pontos é selecionado dentro de C. Prove
que, não importa como os pontos de S são selecionados dentro de C, o anel A
pode ser colocado de modo a cobrir pelo menos 10 pontos de S.
SOLUÇÃO:
Queremos mostrar que existe um ponto X no plano que possui uma distância
maior que 2 e menor que 3 à pelo menos 10 pontos de S. Sobre cada ponto de S
coloque um anel A. Basta mostrarmos que existe um ponto X que está no interior
de pelo menos 10 desses anéis. As interseções desses anéis produzem pequenas
regiões (veja a figura).
41
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 29
(Teste de Seleção da Romênia para a IMO – 1978) M é um conjunto de 3n pontos
no plano tal que a maior distância entre quaisquer dois desses pontos é 1 unidade.
Prove que:
SOLUÇÃO:
a. Vamos tentar arranjar um triângulo não acutângulo em M. Considere o fecho
convexo de quatro pontos de M. Podemos ter um quadrilátero (degenerado quando
três pontos forem colineares) ou um triângulo com um ponto de M em seu interior.
No caso do quadrilátero como pelo menos um dos quatro ângulos internos é
≥ 90 , basta escolhermos o vértice com este ângulo e os adjacentes a ele. No caso
EUREKA! N°25, 2007
42
Sociedade Brasileira de Matemática
do triângulo vamos olhar para o ponto no interior. Esse ponto olha para os três
lados do triângulo com ângulos que somados resultam em 360 , . Pelo menos um
deles é ≥ 120 , . Seja XYZ um triângulo com ∠XYZ ≥ 90 , . Pela lei dos cossenos
1
temos: y 2 = x 2 + z 2 − 2 xz cos XYZ ≥ x 2 + z 2 . Como y ≤ 1 ⇒ x ou z ≤ .
2
b. Seja r = AB a maior distância entre dois pontos de M. Tracemos círculos de
raio r centrados em A e B. M deverá estar contido em cada um desse círculos.
Então M deverá estar contido na região de interseção entre eles. Tracemos um
3r 3
círculo de raio ≤ centrado no ponto médio C de AB. Veja que este novo
2 2
círculo cobre a região de interseção.
c. Vamos usar a mesma idéia do problema dos
Y anéis. Se dois ponto de M estão em um círculo
de raio r então a distância entre eles não pode
ser maior ou igual a 2r . Então nosso objetivo
é mostrar que existem dois pontos de M
A C B 2
dentro de um círculo de raio
(3 n − 3 )
M
X
3
Seja C um círculo de raio que cobre M. Centrado em cada ponto de M
2
tracemos um círculo de raio r . Suponha que Z é um ponto na interseção de dois
desses círculos. Então o círculo de centro Z e raio r cobre dois pontos de M(os
centros dos círculos que cobriam Z). Como mostrar pelo menos dois desses
2
círculos que traçamos irão se intersectar para r = ? Vamos aumentar
(3 n − 3 )
3
o raio de C e obter um círculo D de raio + r com mesmo centro. Todos esses
2
círculos estarão contidos em D. Se a área de D for menor que a soma das áreas de
cada círculo com certeza pelo menos dois deles terão interseção. Mas isso
2
3
acontece se 3n ⋅ π r 2 < π + r . Agora basta fazermos o estudo do sinal. Como
2
43
Sociedade Brasileira de Matemática
3+3 n
a maior raiz é e 3n − 1 > 0 se
2(3n − 1)
3 +3 n 3
r> OK! ⇔ r > . (Veja que podemos melhorar um pouco
2(3n − 1) 2(3 n − 3)
a cota do problema, pois 2 > 3 ).
2
PROBLEMA 30
(Ibero 97) Seja P = {P1 , P2 ,..., P1997 } um conjunto de 1997 pontos no interior de
um círculo de raio 1, com P1 sendo o centro do círculo. Para k = 1,2,...,1997 ,
seja x k a distância de Pk ao ponto de P mais próximo de Pk . Mostre que:
x1 + x 2 + ... + x1997 ≤ 9 .
2 2 2
SOLUÇÃO:
Note que x k ≤ 1 , para todo k.
Para cada ponto Pk , considere uma
xk
circunferência Γk de centro Pk e raio .
2
P1 Sendo assim, todos essas circunferências se
Pn tocam em no máximo 1 ponto e estão no
interior de uma circunferência de centro P1 e
donde:
PROBLEMA 31
(IMO 89) São dados n e k inteiros positivos e um conjunto S de n pontos no plano
tais que
(i) não há três pontos em S colineares,
(ii) Para qualquer ponto P de S existem pelo menos k pontos de S eqüidistantes de
P.
1
Prove que k < + 2n .
2
44
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 32
(Ibero 98) Encontre o maior inteiro n para o qual existem pontos P1 , P2 ,..., Pn no
plano e números reais r1 , r2 ,..., rn tais que a distância entre Pi e Pj é ri + r j .
Referências Bibliográficas:
45
Sociedade Brasileira de Matemática
POLINÔMIOS SIMÉTRICOS
Carlos A. Gomes, UFRN, Natal – RN.
♦ Nível Avançado
I. Polinômios Simétricos
Exemplos:
a) σ1 = x + y e σ2 = x · y, são evidentemente polinômios simétricos (chamados
polinômios simétricos elementares).
46
Sociedade Brasileira de Matemática
Agora para garantirmos a afirmação anterior que todo polinômio simétrico f(x, y)
pode ser representado como um polinômio em σ1 e σ2 observemos o seguinte fato:
b · xi · yk + b · xk · yi = b · xi · yi (xk - i + yk - i) = b · σ2i · Sk – i ,
Definido:
σ1 = x + y + z
σ2 = xy + xz + yz
σ3 = x · y · z
Sn = xn + yn + zn, com n ∈ (n ≥ 2)
Mostre que:
a) Sn = σ1 · Sn – 1 –σ2 · Sn – 2 + σ3 · Sn – 3 (n ≥ 3 , com n∈ )
b) S3 = σ13 – 3σ1σ2 + 3σ3
Resolução:
Observe inicialmente que:
xn + yn + zn = (x + y + z) (xn – 1 + yn –1 + zn – 1) – (xy + xz + yz) (xn – 2 + yn – 2 + zn – 2) +
xyz (xn – 3 + yn – 3 + zn – 3)
47
Sociedade Brasileira de Matemática
S0 = x0 + y0 + z0 = 1 + 1 + 1 = 3
S1 = x + y + z = σ1
S2 = x2 + y2 + z2 = (x + y + z)2 – 2 (xy + xz + yz) = σ12 – 2σ2
Agora fazendo n = 3 temos na lei de recorrência Sn = σ1 · Sn – 1 –σ2 · Sn – 2 + σ3 · Sn
– 3 temos que:
S3 = σ1 · S2 –σ2 · S1 + σ3 · S0 = σ1 (σ12 – 2σ2) –σ2 · σ1 + σ3 · 3
S3 = σ13 – 3σ1 · σ2 + 3σ3
Resolução:
Essa velha e manjada questão continua ainda hoje pegando alguns bons
professores e alunos. A sua solução pelos métodos tradicionais envolve uma boa
dose de atenção e de paciência para aplicar velhos “truques” de fatoração, por
outro lado ela é imediata usando os polinômios simétricos. Vejamos:
x3 + y3 + z3 – 3xyz = S3 – 3 · σ3
Mas de acordo com a questão anterior S3 = σ13 – 3σ1σ2 + 3σ3 e daí temos que
S3 – 3σ3 = σ13 – 3σ1σ2. Assim:
Obs. (para os mais curiosos): Na RPM 41, pág.38 existe uma bela resolução desse
problema usando um determinante.
48
Sociedade Brasileira de Matemática
(x + y + z) · (x2 + y2 + z2 – xy – xy – yz) ≥ 0
De fato,
1
x2 + y2 + z2 – xy – xz + yz = (2x2 + 2y2 + 2z2 – 2xy – 2xz – 2zy)
2
1
= (x2 – 2xy + y2 + x2 – 2xz + z2 + y2 – 2yz + z2)
2
1
= [(x – y)2 + (x – z)2 + (y – z)2] ≥ 0 (Soma de
2
quadrados)
Resolução:
(x + y + z)3 – (x3 + y3 + z3) = σ13 – S3
49
Sociedade Brasileira de Matemática
Resolução:
Fazendo Sn = x1n + x2n, n ∈ , queremos determinar S5 = x15 + x25
Temos que:
σ1 = x1 + x2 = 6
σ2 = x1 · x2 = 1
S0 = x10 + x20 = 1 + 1 = 2
S1 = x1 + x2 = 6
Sn = σ1 · Sn – 1 –σ2 · Sn – 2 = 6 Sn – 1 – Sn – 2
e daí
S2 = 6 · S1 – S0 = 6 · 6 – 2 = 34
S3 = 6 · S2 – S1 = 6 · 34 – 6 = 198
S4 = 6 · S3 – S2 = 6 · 198 – 34 = 1154
S5 = 6 · S4 – S3 = 6 · 1154 – 198 = 6726
Assim x15 + x25 = 6726
x + y + z =1
3
x + y + z + xyz = x + y + z + 1
3 3 4 4 4
50
Sociedade Brasileira de Matemática
σ1 = 1
, onde S n = x n + y n + z n , n ∈ <
3
S + σ 3 = S 4 + 1
Mas, S3 = σ13 – 3σ2σ1 + 3σ3 e S4 = σ14 – 4σ12σ2 + 2σ22 + 4σ1. σ3 (verifique isto!) e
daí
S3 + σ3 = S4 + 1 ⇒ σ13 – 3σ1σ2 + 3σ3 + σ3 = σ14 – 4σ12 σ2 + 2σ22 + 4σ1σ3 + 1
Como σ1 = 1 temos que:
1 – 3 σ2 + 4σ3 = 1 – 4σ2 + 2σ22 + 4σ3 + 1 ⇒ 2σ22 –σ2 + 1 = 0
Como, ∆ = (–1)2 – 4 · 2 · 1 = –7 < 0, concluímos que existem raízes reais.
Uma outra aplicação interessante dos polinômios simétricos pode ser encontrada
na resolução de algumas equações irracionais. Vejamos:
4
272 − x + 4 x = 6
Resolução:
Fazendo 4
x=y e 4
272 − x = z temos que
y+z=6
x = y4 e 272 – x = z4 ⇒ 4
y + z = 272
4
y + z = 6
Por outro lado, se σ2 = 8 ⇒ ⇒ y = 2 e z = 4 ou z = 2 e y = 4
y⋅ z = 8
Assim concluímos que:
y = 2 ⇒ x = 16
y = 4 ⇒ x = 256
51
Sociedade Brasileira de Matemática
III. Problemas:
Referências:
52
Sociedade Brasileira de Matemática
Antonio Caminha
Antonio Luiz Santos
Bruno Holanda
ÞÞÞ
Samuel Barbosa
211. (Baltic Way – 2004) Uma seqüência a1, a2, ... de números reais não-negativos
satisfaz, para n = 1, 2, ..., as seguintes condições:
212. (Baltic Way – 2004) Seja P um polinômio com coeficientes não-negativos. Prove
que se P(1/x)P(x) ≥ 1 para x = 1, então tal desigualdade se verifica para todo real
positivo x.
213. (Baltic Way – 2004) Ache todos os conjuntos X, consistindo de ao menos dois
inteiros positivos, tais que para todos m, n ∈ X, com n > m, exista um elemento k
de X tal que n = mk2.
214. (Rússia – 2004) São dados um natural n > 3 e reais positivos x1, x2, ..., xn cujo
produto é 1. Prove a desigualdade
1 1 1
+ + ... + > 1.
1 + x1 + x1 x 2 1 + x 2 + x 2 x3 1 + x n + x n x1
53
Sociedade Brasileira de Matemática
215. (Rússia – 2004) Uma seqüência a1, a2, ... de números racionais não-negativos é
tal que am + an = amn para todos m, n naturais. Prove que os termos da seqüência
não podem ser todos distintos.
1 ln( x + 1)
217. (Putnam – 2005) Calcule o valor da integral ∫0 x2 +1
dx .
218. (Putnam – 2005) Encontre todas as funções diferenciáveis f: (0, +∞) → (0, +∞)
a x
para as quais exista um real positivo a tal que f ' = para todo real
x f ( x)
positivo x.
σ (π ) n
∑ v (π ) + 1
= (–1)n +1 n + 1 .
π ∈S n
221. (Moldávia – 2006) Seja n > 1 um inteiro positivo e M = {0, 1, 2, ..., n – 1}. Para a
inteiro não-nulo, nós definimos a função fa: M → M tal que fa(x) é o resto da
divisão de ax por n. Encontre uma condição necessária e suficiente para que fa seja
uma bijeção. Se fa for uma bijeção e n for um número primo, prove que an(n – 1) – 1
é divisível por n2.
54
Sociedade Brasileira de Matemática
A A
223. (Bielorússia – 2005) Seja H o ponto de interseção das alturas BB1 e CC1 do
uma reta passando por A, tal que ⊥ AC.
A
triângulo acutângulo ABC. Seja
Prove que as retas BC, B1C1 e possuem um ponto em comum se e somente se H
for o ponto médio de BB1.
2 3 3 1 1
a + b + . b 2 + a + ≥ 2a + . 2b + ,
4 4 2 2
226. (Bulgária – 2005) Ache todos os naturais de quatro algarismos m, menores que
2005 e para os quais existe um natural n < m tal que m – n possui no máximo 3
divisores e mn seja um quadrado perfeito.
227. (Bulgária – 2005) Ivo escreve todos os inteiros de 1 a 100 (inclusive) em cartas e
dá algumas delas para Iana. Sabe-se que para quaisquer duas destas cartas, uma de
Ivo e outra de Iana, a soma dos números não está com Ivo e o produto não está
com Iana. Determine o número de cartas de Iana sabendo que a carta 13 está com
Ivo.
228. (Bulgária – 2005) Ache todas as triplas de inteiros positivos (x, y, z) tais que
55
Sociedade Brasileira de Matemática
229. (Eslovênia – 2005) Encontre todos os números primos p para os quais o número
p2 + 11 tem menos que 11 divisores.
230. (Eslovênia – 2005) Denote por I o incentro do triângulo ABC. Sabe-se que AC +
AI = BC. Encontre a razão entre as medidas do ângulos ∠BAC e ∠CBA.
ÞÞÞ
9RFr VDELD«
4XH ⋅ ⋅ H ⋅
VmR SULPRV" (VVHV IRUDP R RLWDYR R QRQR H R GpFLPR SULPRV
GHVFREHUWRV SHOR SURMHWR VHYHQWHHQ RU EXVW VHQGR VHXV
GHVFREULGRUHV 5LFKDUG +DVVOHU 'HUHN *RUGRQ H .RQVWDQWLQ
$JDIRQRY UHVSHFWLYDPHQWH ,VVR PRVWUD TXH H
QmR VmR Q~PHURV GH 6LHUSLQVNL LH tPSDUHV N WDLV
TXH N ⋅ p FRPSRVWR SDUD WRGR Q ∈
3
YHMD D (XUHND
56
Sociedade Brasileira de Matemática
∩ Ai − ∪
i∈ P j∈ I − P ( A ∩ ( ∩ A )) =
j
i∈ P
i
∩ Ai −
i∈ P ∑
K⊃P
∩ Ai +
i∈ K ∑
K⊃P
∩ Ai ... =
i∈ k ∑
K⊃P
( − 1) K − P ∩ Ai
i∈ K
K = r +1 K =r+ 2
∑ ∑ ( − 1) ∩ Ai = ∑ ∑ ( − 1)
K −P K −P
∩ Ai
i∈ K i∈ K
P =r K ⊃P K ⊂ I P⊂ K
K ≥r P =r
57
Sociedade Brasileira de Matemática
B
x C
D
58
Sociedade Brasileira de Matemática
A 40° + x
60°
100°
B 40° 60°
40°
x C
D
112) a) Determine todos os inteiros positivos n tais que existe uma matriz n × n
com todas as entradas pertencentes a { –1, 0, 1} tal que os 2n números obtidos
como somas dos elementos de suas linhas e de suas colunas são todos distintos.
Nota: Como explicado na página 72 da Eureka! No. 24, o item b) do problema 112
foi anulado.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para próximos números.
113) a1 , a2 , a3 ,... formam uma seqüência de inteiros positivos menores que 2007
am + an
tais que é inteiro, para quaisquer inteiros positivos m, n.
am + n
Prove que a seqüência (an) é periódica a partir de um certo ponto.
117) Sejam r e s duas retas reversas (i.e., não contidas num mesmo plano) e A, B,
C, D, E E,C
A, B E
E, D E, B
pontos tais que A, B , A E ∈ r , C , D, C E ∈ s, AB = AB
E, D EE e
ED
CD = C E. Prove que os tetraedros ABCD e EABC E têm o mesmo volume.
E ED
2 + 9an
118) Considere a seqüência (an )n ≥1 dada por a1 = 1 e an +1 = , ∀n ≥ 1.
3 + 9an
Prove que (an ) converge e calcule a seu limite.
Problema 113 proposto por Anderson Torres (São Carlos – SP); Problema 114 proposto por
Carlos A. Gomes (Natal – RN); Problema 115 proposto por Gabriel Ponce (enviado por e-
mail); Problema 116 e 117 propostos por Wilson Carlos da Silva Ramos (Belém – PA);
Problema 118 proposto por Sidnei Belcides Avelar (Macapá – AP)
60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXIX OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 16 de junho de 2007
Segunda Fase – Sábado, 15 de setembro de 2007
Terceira Fase – Sábado, 27 de outubro de 2007 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 28 de outubro de 2007 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 15 de setembro de 2007
Segunda Fase – Sábado, 27 e Domingo, 28 de outubro de 2007
♦
XIII OLIMPÍADA DE MAIO
12 de maio de 2007
♦
XVIII OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
Uruguai
12 a 17 de junho de 2007
♦
XLVIII OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
19 a 31 de julho de 2007
Vietnã
♦
XIV OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
3 a 9 de agosto de 2007
Blagoevgrad, Bulgária
♦
XXII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
6 a 16 de setembro de 2007
Portugal
♦
X OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
♦♦♦
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paraná) Pato Branco - PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Colégio Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis – MA
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Valdeni Soliani Franco (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
William Beline (UNESPAR/FECILCAM) Campo Mourão – PR
62
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 74
COORDENADORES REGIONAIS 75
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
1. Em um tanque há 4000 bolinhas de pingue-pongue. Um menino começou a
retirar as bolinhas, uma por uma, com velocidade constante, quando eram 10h.
Após 6 horas, havia no tanque 3520 bolinhas. Se o menino continuasse no mesmo
ritmo, quando o tanque ficaria com 2000 bolinhas?
A) às 11h do dia seguinte
B) às 23h do mesmo dia
C) às 4h do dia seguinte
D) às 7h do dia seguinte
E) às 9h do dia seguinte
2000
1500
1000
500
0
cana-de- soja milho eucalipto
açucar
água nutrientes
2
Sociedade Brasileira de Matemática
8. Dos números a seguir, qual é o único que pode ser escrito como produto de
quatro naturais consecutivos?
A) 712 B) 548 C) 1026 D) 1456 E) 1680
3
Sociedade Brasileira de Matemática
por hora aumenta para 25 km por hora e o que estava a 25 km por hora diminui
para 20 km por hora. Quanto tempo o amigo que chegar primeiro ao ponto de
partida deverá esperar pelo outro?
A) nada B) 10 min C) 12 min D) 15 min E) 18 min
10. Num relógio digital, as horas são exibidas por meio de quatro algarismos. Por
exemplo, ao mostrar 00:00 sabemos que é meia-noite e ao mostrar 23:59 sabemos
que falta um minuto para meia-noite. Quantas vezes por dia os quatro algarismos
mostrados são todos pares?
A) 60 B) 90 C) 105 D) 180 E) 240
A) 50 B) 60 C) 80 D) 1
E) 120
12. Seis amigos planejam viajar e decidem fazê-lo em duplas, cada uma
utilizando um meio de transporte diferente, dentre os seguintes: avião, trem e
carro. Alexandre acompanha Bento. André viaja de avião. Carlos não acompanha
Dário nem faz uso do avião. Tomás não anda de trem. Qual das afirmações a
seguir é correta?
A) Bento vai de carro e Carlos vai de avião.
B) Dário vai de trem e André vai de carro.
C) Tomás vai de trem e Bento vai de avião.
D) Alexandre vai de trem e Tomás vai de carro.
E) André vai de trem e Alexandre vai de carro.
4
Sociedade Brasileira de Matemática
4 8 12 16 20 … 376 380
760 756 752 748 744 … 388 384
764 → → → → … → →
← ← ← ← ← … ← ←
U
O número que Sara escreveu onde se encontra a letra U é:
A) 35192 B) 35196 C) 36100 D) 36104 E) 36108
17. No fim de 1994, Neto tinha a metade da idade de sua avó. A soma dos anos
de nascimento dos dois é 3844. Quantos anos Neto completa em 2006?
A) 55 B) 56 C) 60 D) 62 E) 108
5
Sociedade Brasileira de Matemática
20. No planeta POT o número de horas por dia é igual a número de dias por
semana, que é igual ao número de semanas por mês, que é igual ao número de
meses por ano. Sabendo que em POT há 4096 horas por ano, quantas semanas há
num mês?
A) 8 B) 12 C) 64 D) 128 E) 256
PROBLEMAS – NÍVEL 2
1. Veja o problema No. 4 do nível 1.
2. Veja o problema No. 11 do nível 1.
30°
x
B C
D
6
Sociedade Brasileira de Matemática
8. Três quadrados são colados pelos seus vértices entre si e a dois bastões
verticais, como mostra a figura.
x
75°
30° 126°
A medida do ângulo x é:
A) 39º B) 41º C) 43º D) 44º E) 46º
10. O número de quadrados que podem ser construídos com vértices nos pontos
da figura abaixo é:
A) 18 B) 14 C) 9 D) 20 E) 10
7
Sociedade Brasileira de Matemática
14. Samuel possui três irmãos a mais do que irmãs. O número de irmãos de
Samila, irmã de Samuel, é igual ao dobro do número de suas irmãs. O número de
filhos (homens e mulheres) que possui o pai de Samuel e Samila é:
A) 10 B) 13 C) 16 D) 17 E) 20
16. João escreveu todos os números com menos de 4 dígitos usando apenas os
algarismos 1 e 2 numa folha de papel e depois somou todos eles. O valor obtido
foi:
A) 2314 B) 3000 C) 1401 D) 2316 E) 1716
19. Um número com dois dígitos distintos e não nulos é chamado de bonito se o
dígito das dezenas é maior do que o dígito das unidades. A quantidade de
números bonitos é:
A) 72 B) 36 C) 35 D) 64 E) 56
20. O professor Piraldo aplicou uma prova para seus cinco alunos e, após corrigi-
las, digitou as notas em uma planilha eletrônica que calcula automaticamente a
média das notas à medida que elas são digitadas. Piraldo notou que após digitar
cada nota a média calculada pela planilha era um número inteiro. Se as notas dos
8
Sociedade Brasileira de Matemática
cinco estudantes são, em ordem crescente, 71, 76, 80, 82 e 91, a última nota que
Piraldo digitou foi:
A) 71 B) 76 C) 80 D) 82 E) 91
2+ 3 . 2+ 2+ 3 . 2+ 2+ 2+ 3 . 2− 2+ 2+ 3
obtemos:
A) 2 B) 3 C) 1 D) 2 + 2 E) 2 + 3
A 1
F
E A) B) 1
2
G
3
C) D) 2
2
B C
E) Depende das medidas dos lados de ABC.
9
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 3
1. Veja o problema No. 17 do nível 1.
3. Uma colônia de amebas tem inicialmente uma ameba amarela e uma ameba
vermelha. Todo dia, uma única ameba se divide em duas amebas idênticas. Cada
ameba na colônia tem a mesma probabilidade de se dividir, não importando sua
idade ou cor. Qual é a probabilidade de que, após 2006 dias, a colônia tenha
exatamente uma ameba amarela?
1 1 1 1 2006
A) 2006 B) C) D) E)
2 2006 2007 2006⋅ 2007 2007
10
Sociedade Brasileira de Matemática
10. Uma seqüência tem 9 números reais, sendo o primeiro 20 e o último 6. Cada
termo da seqüência, a partir do terceiro, é a média aritmética de todos os
anteriores. Qual é o segundo termo da seqüência?
A) –8 B) 0 C) 4 D) 14 E) 2006
16. O inteiro positivo x é múltiplo de 2006 e x está entre 2005 e 2007. Qual é o
número de possíveis valores de x?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
11
Sociedade Brasileira de Matemática
Q R
A) 2π – 2
B) 3π
C) π
D) 4
P S
E) 2π – 4
18. Iniciando com o par (2048, 1024), podemos aplicar quantas vezes quisermos a
3a + b a + 3b
operação que transforma o par (a, b) no par , , então, dentre os
4 4
seguintes pares:
1) (1664, 1408)
2) (1540, 1532)
3) (1792, 1282)
4) (1537, 1535)
5) (1546, 1526)
20. Altino está encostado num muro bem alto, durante a noite. A rua onde Altino
está é iluminada por uma lâmpada no topo de um poste de 4 metros de altura, a
10 metros de distância do muro. Altino, um rapaz de 2 metros de altura, anda em
direção ao muro. Seja f(x) a altura, em metros, da sombra de Altino produzida
12
Sociedade Brasileira de Matemática
pela lâmpada no muro quando Altino está a uma distância de x metros do muro.
Qual alternativa representa melhor o gráfico de f(x)?
f(x) f(x) f(x)
x x
A) B) x
C)
f(x) f(x)
D) x x
E)
21. O piso de um quarto tem forma de um quadrado de lado 4 m. De quantas
maneiras podemos cobrir totalmente o quarto com oito tapetes iguais de
dimensões 1 m e 2 m? Mostramos abaixo três maneiras de fazê-lo:
A) 27 B) 30 C) 34 D) 36 E) 52
23. Considere os 2161 produtos 0 ⋅ 2160 , 1 ⋅ 2159 , 2 ⋅ 2158 , ..., 2160 ⋅ 0 . Quantos
deles são múltiplos de 2160?
A) 2 B) 3 C) 12 D) 13 E) 2161
13
Sociedade Brasileira de Matemática
25. Um cubo de aresta 1 é cortado em quatro regiões por dois planos: um deles
contém as arestas AB e CD e o outro contém as arestas AE e DF. Qual é o volume
da(s) maior(es) das quatro regiões?
C D 1 1 2
A) B) C)
E 4 3 4
3 1
D) E)
F 8 2
A B
GABARITO
NÍVEL 1 (5ª. e 6ª. Séries)
1) A 6) D 11) C 16) B
2) A 7) B 12) D 17) C
3) B 8) E 13) E 18) D
4) D 9) A 14) C 19) E
5) B 10) C 15) C 20) A
14
Sociedade Brasileira de Matemática
02. A massa de gordura de uma certa pessoa corresponde a 20% de sua massa
total. Essa pessoa, pesando 100 kg, fez um regime e perdeu 40% de sua gordura,
mantendo os demais índices. Quantos quilogramas ela pesava ao final do regime?
03. Quantos os números de dois algarismos têm a soma desses algarismos igual a
um quadrado perfeito? Lembre-se que, por exemplo, 09 é um número de um
algarismo.
15
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Jade escreveu todos os números de 3 algarismos em cartões amarelos, um por
cartão e escreveu todos os números de 4 algarismos em cartões azuis, um por
cartão. Os cartões são todos do mesmo tamanho.
a) Ao todo, quantos cartões foram utilizados? Lembre-se que, por exemplo, 037 é
um número de dois algarismos, bem como 0853 é um número de três algarismos.
b) Todos os cartões são então colocados numa mesma urna e embaralhados.
Depois Jade retira os cartões, um a um, sem olhar o que está pegando. Quantos
cartões Jade deverá retirar para ter certeza de que há dois cartões azuis entre os
retirados?
PROBLEMA 2
No quadriculado a seguir, cada quadradinho tem 1 cm2 de área.
PROBLEMA 3
Esmeralda inventou uma brincadeira. Digitou alguns algarismos na primeira linha
de uma folha. Depois, na segunda linha, fez a descrição dos algarismos digitados
da seguinte maneira: ela apresentou as quantidades de cada um dos que
apareceram, em ordem crescente de algarismo. Por exemplo, após digitar
21035662112, ela digitou 103132131526, pois em 21035662112 existe um
algarismo 0, três algarismos 1, três algarismos 2, um algarismo 3, um algarismo 5
e dois algarismos 6.
a) Ela começou uma nova folha com 1. Fez, então, sua descrição, ou seja, digitou
11 na segunda linha. Depois, descreveu 11, ou seja, digitou 21 na terceira linha, e
assim continuou. O que ela digitou na 10a linha da folha?
16
Sociedade Brasileira de Matemática
b) Esmeralda gostou tanto de fazer isso que decidiu preencher várias folhas com
essa brincadeira, começando com 01 na primeira linha da primeira folha. Quais
são os dois primeiros algarismos da esquerda do que ela digitou na 2006a linha?
A B
17
Sociedade Brasileira de Matemática
05. A partir de uma terna ordenada (a, b, c), obtemos uma seqüência de ternas
através de sucessivas transformações do tipo:
(a, b, c) → (a2 ⋅ b, a – b + c, b – c).
Por exemplo, a partir da terna (1, 2, 3), obtemos a seguinte seqüência:
(1, 2, 3) → (2, 2, –1) → (8, –1, 3) → (–64, 12, –4) ...
Se começarmos com (1, 1, 1) como a primeira terna ordenada de uma seqüência,
qual será a soma dos três termos da terna que ocupará a 2006a posição nesta
seqüência?
A C
18
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Sejam a e b números reais distintos tais que a2 = 6b + 5ab e b2 = 6a + 5ab.
a) Determine o valor de a + b.
b) Determine o valor de ab.
PROBLEMA 4
Todos os inteiros de 1 a 2006 são escritos num quadro. Então, cada um destes
números é substituído pela soma de seus algarismos. Estas substituições são
realizadas repetidas vezes até que tenhamos 2006 números com 1 algarismo cada.
Dos números que restaram no quadro, qual aparece mais vezes: o 1 ou o 2?
A
G
α I
H
B E
M
F Co
C D
19
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05. Ao jogarmos uma certa quantidade de dados cúbicos com faces numeradas de
1 a 6, a probabilidade de obtermos soma dos pontos 2006 é igual à probabilidade
de obtermos soma dos pontos S. Qual é o menor valor possível de S?
PROBLEMA 1
Seja n inteiro positivo. De quantas maneiras podemos distribuir n + 1 brinquedos
distintos para n crianças de modo que toda criança receba pelo menos um
brinquedo?
PROBLEMA 2
Encontre todos os pares de inteiros positivos (a; b) tais que (a + 1)(b + 1) é
múltiplo de ab + 1.
PROBLEMA 3
No triângulo ABC tem-se AB = 4, AC = 3 e o ângulo BÂC mede 60o. Seja D o
ponto de intersecção entre a reta perpendicular a AB passando por B e a reta
perpendicular a AC passando por C. Determine a distância entre os ortocentros
dos triângulos ABC e BCD.
PROBLEMA 4
A seqüência Fn é definida por F1 = F2 = 1 e Fn = Fn – 1 + Fn – 2 para n ≥ 3. Encontre
todos os pares de inteiros positivos (m, n) tais que Fm ⋅ Fn = mn.
Problema 01 02 03 04 05 06
Resposta 5 92 17 6 125 60
2 2 23 2 4 22005 22006
01. + + + + + = 2 + 2 + 2 + + 2 + 2 = 2005 ⋅ 2 = 4010 .
2 2 2 23 22004 22005 2005 parcelas iguais
A soma dos algarismos desse número é 4 + 0 + 1 + 0 = 5 .
02. Como 20% da massa total dessa pessoa correspondem à massa de gordura, ela
tem 20% ⋅ 100 = 20 kg de gordura. Ela perdeu 40% da sua gordura, ou seja,
perdeu 40% ⋅ 20 = 8 kg de gordura, e como manteve os demais índices, ela pesava
ao final do regime 100 − 8 = 92 kg.
20
Sociedade Brasileira de Matemática
03. A soma dos algarismos dos números de dois algarismos varia de 1 a 18.
Dessas somas, as que são quadrados perfeitos são 1, 4, 9 e 16. Temos então
• Soma 1: número 10
• Soma 4: números 13, 22, 31 e 40
• Soma 9: números 18, 27, 36, 45, 54, 63, 72, 81 e 90
• Soma 16: números 79, 88 e 97
Portanto, nas condições propostas, há 17 números.
05. Como a área da folha é 300cm2, cada quadrado destacado tem área
300
= 25 cm2 e, portanto, lado medindo 5cm. Logo o volume desse cubo é
12
5 3 = 125 cm3.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
a) Há 999 − 100 + 1 = 900 números de três algarismos, escritos em cartões
amarelos, e 9999 − 1000 + 1 = 9000 números de quatro algarismos, escritos em
cartões azuis. Ao todo, foram utilizados 900 + 9000 = 9900 cartões.
b) Como existe a possibilidade de serem retirados todos os cartões amarelos antes
de aparecer algum azul, para Jade ter certeza de que há dois cartões azuis entre os
21
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Como cada quadradinho tem 1 cm2 de área, o lado de cada um mede 1 cm.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) Ela escreveu em cada uma das 9 primeiras linhas, na seguinte ordem, 1, 11, 21,
1112, 3112, 211213, 312213, 212223 e 114213. Logo na 10ª. linha ela escreveu
31121314.
b) Esmeralda escreveu em cada uma das primeiras linhas, na seguinte ordem, 01,
1011, 1031, 102113, 10311213, 10411223, 1031221314, 1041222314,
1031321324, 1031223314, 1031223314,..., e percebeu que, a partir da 10ª. linha,
o número 1031223314 começa a repetir.
Portanto os dois primeiros algarismos da esquerda do número que ela digitou na
2006a. linha serão 1e 0.
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 20 30 ou – 30 ou ± 30 32 07 00
22
Sociedade Brasileira de Matemática
03.
Observe que os triângulos AXY e ANM são congruentes, e <YXA = <AMN. Assim,
XY || MN e como XY = MN = MC = NB, segue que os quadriláteros XYCM e
XYNB são paralelogramos, como A é ponto médio de XM e NY temos que [AYC]
= [BAX] = (2/3).12 = 8. Logo, [XYCB] = (8/3).12 = 32.
04. Cada retângulo da decomposição possui um número par de casas, pois possui
a mesma quantidade de casas brancas e pretas. Veja que a maior quantidade de
números pares distintos tais que a soma não supera 64 é 2 + 4 + 6 + 8 + 10 + 12 +
23
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Vamos usar a notação:
S_par = soma de todas as casas de numeração par;
S_ímpar = soma de todas as casas de numeração ímpar.
24
Sociedade Brasileira de Matemática
– 2005) = 1003. Como 1003 é ímpar, uma única casa não é suficiente, mas retirar
as casas de numeração 1006 e 3 basta para que S_par = S_ímpar. Assim, o
número mínimo de casas que o prefeito deve derrubar é 2 casas.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
B
I
Q
H
A C
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) Subtraindo as duas equações dadas temos a 2 − b 2 = 6(b − a ) ou seja
(a − b)(a + b + 6) = 0 . Como a ≠ b , temos a + b = −6 .
b) Da parte a), elevando ao quadrado, a 2 + b 2 + 2ab = 36 . Mas, somando as
equações dadas, temos a 2 + b 2 = 6(a + b) + 10ab = −36 + 10ab . Portanto,
−36 + 2ab + 10 ab = 36 o que dá ab = 6.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Quando trocamos um inteiro positivo pela soma de seus algarismos, não
alteramos o resto da divisão por 9. Isto é explicado pela decomposição do inteiro
na forma:
abcd = 1000a + 100b + 10c + d = 999a + 99b + 9c + a + b + c + d
Daí, temos que:
abcd – ( a + b + c + d ) = 999a + 99b + 9c = 9(111a + 11b + c)
Logo, abcd e a + b + c + d deixam o mesmo resto na divisão por 9.
Como todos os números que restaram no quadro estão entre 0 e 9, inclusive,
todos os números 1 restantes no quadro são originados a partir de números que
deixam resto 1 na divisão por 9 (1, 10, 19, 28, 37, ..., 1999). Da mesma forma,
25
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 9 36 750 6 339
01. Sejam a, b, c e d algarismos tais que o par (ab, cd) é centenário. Então,
(10a + b) + (c + d ) = (10c + d ) + ( a + b) = 100
como b + c + d ≤ 27 , 10a ≥ 73 , e assim a ≥ 8 e, de modo análogo, c ≥ 8 . Ainda
mais,
(10a + b) + (c + d ) = (10c + d ) + (a + b) ⇔ 9a = 9c ⇔ a = c .
Temos então 2 casos:
I) a = c = 8 ⇒ 80 + b + 8 + d = 100 ⇔ b + d = 12 , sendo esta uma condição
necessária e suficiente para o par em questão ser centenário. Obtemos assim os 7
seguintes pares:
(83;89), (84;88), (85;87), (86;86), (87;85), (88;84) e (89;83).
II) a = c = 9 ⇒ 90 + b + 9 + d = 100 ⇔ b + d = 1 , obtendo outros 2 pares
centenários:
(90;91) e (91;90).
Há, assim, 9 pares centenários.
02. Seja J a interseção dos segmentos BC e FG. Como M é ponto médio do
segmento BC, oposto ao vértice E, conclui-se que EF é diâmetro, e
∠FGE = ∠BMF = 90° . Sendo ABCDE um pentágono regular, ∠ABC = 108° .
No ∆GHI : ∠GHI = α ⇒ ∠GIH = 90° − α .
No ∆BJH : ∠BHJ = α ⇒ ∠BJH = 72° − α .
No ∆FJM : ∠FJM = 72° − α ⇒ ∠JFM = 18° + α .
Para que os triângulos EFG e HIG sejam semelhantes, como α ≠ 18° + α , a única
possibilidade é termos 90° − α = 18° + α ⇔ α = 36° .
26
Sociedade Brasileira de Matemática
04. Considere os três planos que passam pelo centro do octaedro e contêm 4 das
12 arestas do octaedro, formando três quadrados. A secção corta no máximo dois
lados de cada quadrado. Portanto corta no máximo 6 arestas do octaedro. Assim,
a maior quantidade de lados que uma secção pode determinar no octaedro regular
é 6. Um exemplo de secção hexagonal é um plano paralelo a duas faces opostas.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Uma solução:
Observe que teremos 1 criança com 2 brinquedos, enquanto cada uma das n – 1
crianças restantes terá apenas 1 brinquedo. Assim, temos n possibilidades para a
27
Sociedade Brasileira de Matemática
n + 1
escolha da felizarda criança, e possibilidades para escolher os 2
2
brinquedos desta criança. Restando n – 1 brinquedos e n – 1 crianças, temos (n –
1)! modos de distribuir estes brinquedos entre estas crianças. Assim, temos um
n + 1 n + 1
total de n ( n − 1)! = n! modos de distribuir os n + 1 brinquedos entre
2 2
as n crianças.
Outra solução:
Observe que teremos 1 criança com 2 brinquedos, enquanto cada uma das n – 1
crianças restantes terá apenas 1 brinquedo. Temos n escolhas para a criança que
terá dois brinquedos. Escolhida tal criança, o número de maneiras de distribuir os
n + 1 brinquedos é igual ao número de anagramas da palavra A1A1A2A3…An, que é
(n + 1)! (n + 1)!
= . Assim, o total de maneiras de distribuir os n + 1 brinquedos
2! 2
(n + 1)!
entre as n crianças é n ⋅ .
2
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Uma solução:
ab + 1 (a + 1)(b + 1) ⇒ ab + 1 ab + a + b + 1 ⇒ ab + 1 (ab + a + b + 1) − (ab + 1) ⇒
⇒ ab + 1 a + b ⇒ ab + 1 ≤ a + b ⇒ a (b − 1) ≤ b − 1 . Desta última desigualdade,
observamos que, se b > 1 , então a ≤ 1 ⇒ a = 1 , ou seja, um dentre os inteiros a e
b vale 1. Suponha, então, sem perda de generalidade, que a = 1. Substituindo,
obtemos a = 1 ⇒ b + 1 2(b + 1) , o que é válido para todo inteiro positivo b. As
soluções são, então, (1, b) e (a, 1).
Outra solução:
Como (a + 1)(b + 1) é múltiplo de ab + 1, existe um inteiro positivo k tal que
(a + 1)(b + 1) = k (ab + 1) ⇔ a( kb − b − 1) = b − k + 1 . Se kb – b – 1 = 0, então
1
k = 1 + , que é inteiro se, e somente se, b = 1. Se kb − b − 1 ≠ 0 então
b
b − k +1
a= ≥ 1 ⇒ b − k + 1 ≥ kb − b − 1 ⇔ k ≤ 2 . Se k = 1, obtemos a = – (b + 1)
kb − b − 1
< 0. Logo k = 2 e a = 1. Verifica-se que (1, b) e (a, 1) são realmente as soluções.
28
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Uma solução:
Sejam A’ o ortocentro do triângulo BCD e D’ o ortocentro do triângulo ABC.
C A’
D’
D
60o
A B
3 D
60o
A 4 B
29
Sociedade Brasileira de Matemática
2 39
e, portanto, a distância entre os ortocentros é .
3
Outra solução:
Sejam A’ o ortocentro do triângulo BCD e D’ o ortocentro do triângulo ABC.
y C A’
D’
D
60o
x
A B
30
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Os primeiros valores da seqüência são:
F1 = 1, F2 = 1, F3 = 2, F 4 = 3, F 5 = 5, F 6 = 8, F 7 = 13, F 8 = 21, F 9 = 34
Nota-se que, para n > 7, Fn > 2n. De fato, indutivamente, se Fn > 2n e Fn + 1 > 2(n
+ 1) então Fn + 2 = Fn + 1 + Fn > 2(n + 1) + 2n > 2(n + 2).
3n 4n
Portanto Fn > 2n > > > n para n > 7, de modo que para resolver as
2 3
3n 4n
equações Fn = n, Fn = , Fn = , basta testar os valores de n menores ou
2 3
iguais a 7.
Se n > 5, de Fm ⋅ Fn = mn devemos ter Fm < m, donde m < 5. Logo pelo menos um
dos números m e n deve ser no máximo 5. Suponha, sem perda de generalidade, n
≤ 5. Observando os possíveis valores de n:
• n = 1 ⇒ Fm = m, cujas soluções são m = 1 e m = 5.
• n = 2 ⇒ Fm = 2m, que não possui solução.
• n = 3 ⇒ 2Fm = 3m, que não possui solução.
• n = 4 ⇒ 3Fm = 4m, que possui a única solução m = 6.
• n = 5 ⇒ Fm = m, cujas soluções são m = 1 e m = 5.
31
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PROBLEMAS – NÍVEL 1
PROBLEMA 1
Considere as seguintes seqüências:
PROBLEMA 2
Na adição abaixo, cada símbolo representa um único algarismo e símbolos
diferentes representam algarismos diferentes.
Determine o valor de cada símbolo, ou seja, descubra tais valores e mostre que
não existem outras possibilidades.
PROBLEMA 3
Um atirador lança flechas no alvo representado
ao lado. Os números indicam a pontuação
obtida em cada região atingida pela flecha (se a
flecha acertar exatamente uma linha, a
pontuação é a menor das duas regiões). Note
que a região fora do retângulo não rende
pontos.
32
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
Dentre os polígonos de 5 lados, o maior número possível de vértices
alinhados, isto é, pertencentes a uma única reta, é três, como mostrado a seguir.
PROBLEMA 5
A partir do tabuleiro mostrado nas figuras abaixo e quatro peças, duas circulares
cinzas e duas quadradas pretas, Esmeraldinho inventou o seguinte jogo:
• Inicialmente, as peças são colocadas no tabuleiro como mostra a figura 1.
Figura 1
33
Sociedade Brasileira de Matemática
Figura 2
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1
Escrevemos, em fila, os números 1, 2, 3, …, n. A cada passo, tomamos os dois
últimos números da fila anterior, escrevemos primeiramente o último, depois
o penúltimo e, enfim, os outros
n – 2, na ordem em que aparecem. Por exemplo, para n = 12 obtemos
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 → 12, 11, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
→ 10, 9, 12, 11, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 → ...
Qual a menor quantidade de passos necessários para escrevermos
novamente os números 1, 2, 3, …, n, nessa ordem, quando
(a) n = 2006?
(b) n = 2005?
34
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PROBLEMA 2
Veja o problema No. 4 do Nível 1
PROBLEMA 3
Encontre todos os pares ordenados (x; y) de inteiros tais que x3 – y3 = 3(x2 – y2).
PROBLEMA 4
Quantos subconjuntos {a, b, c} de três elementos distintos de {1, 2, 3, …, 100}
são tais que b é a média aritmética de a e c (a < b < c)?
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo acutângulo e H o seu ortocentro. Sejam M, N e R os
pontos médios de AB, BC e AH, respectivamente. Determine a medida do ângulo
MNˆ R se o ângulo ABˆ C mede 70o.
PROBLEMA 6
Em um torneio de tênis de mesa (no qual nenhum jogo termina empatado), cada
um dos n participantes jogou uma única vez contra cada um dos outros. Sabe-se
que, para todo k > 2, não existem k jogadores J1, J2, …, Jk tais que J1 ganhou de
J2, J2 ganhou de J3, J3 ganhou de J4, …, Jk – 1 ganhou de Jk, Jk ganhou de J1.
Prove que existe um jogador que ganhou de todos os outros e existe um jogador
que perdeu de todos os outros.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1
Seja ABC um triângulo, P o pé da bissetriz interna relativa ao lado AC e I
seu incentro. Se AP + AB = CB, prove que API é um triângulo isósceles.
PROBLEMA 2
Seja n um inteiro, n ≥ 3 . Definimos f(n) como a maior quantidade possível de
triângulos isósceles cujos vértices pertencem a algum conjunto de n pontos do
plano sem três pontos colineares. Prove que existem constantes positivas a e b
tais que an2 < f(n) < bn2, para todo n inteiro, n ≥ 3 .
PROBLEMA 3
Determine todas as funções f : R → R tais que
f ( xf ( y ) + f ( x) ) = 2 f ( x) + xy
para todos x, y reais.
35
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
Um número inteiro positivo é arrojado quando tem 8 divisores positivos cuja
soma é 3240. Por exemplo, o número 2006 é arrojado porque seus 8 divisores
positivos, 1, 2, 17, 34, 59, 118, 1003 e 2006, somam 3240. Encontre o menor
número inteiro positivo arrojado.
PROBLEMA 5
Seja P um polígono convexo de 2006 lados. As 1003 diagonais ligando vértices
opostos e os 1003 segmentos que ligam os pontos médios dos lados opostos são
concorrentes, ou seja, todos os 2006 segmentos possuem um ponto em comum.
Prove que os lados opostos de P são paralelos e congruentes.
PROBLEMA 6
O professor Piraldo participa de jogos de futebol em que saem muitos gols e tem
uma maneira peculiar de julgar um jogo. Um jogo com placar de m gols a n gols,
m ≥ n , é dito equilibrado quando m ≤ f (n) , sendo f(n) definido por f(0) = 0 e,
para n ≥ 1 , f (n) = 2n − f ( r ) + r , onde r é o maior inteiro tal que r < n e
f (r ) ≤ n .
1+ 5
Sendo φ = , prove que um jogo com placar de m gols a n, m ≥ n , está
2
equilibrado se m ≤ φn e não está equilibrado se m ≥ φn + 1 .
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
36
Sociedade Brasileira de Matemática
posição que ele anda três casas; assim, como há 13 algarismos andando 5
vezes duas casas, os algarismos pares andam 10 casas para a direita, mas, no
final da seqüência, andam três casas, então andando 6 × 7 vezes, eu repito a
sequência. Como começa no No.1, na seqüência há 6 × 7 + 1 termos igual a
43. (Pois a seqüência acaba quando o número se repete).
ab
bc
+ ca
abc
Como abc < 3 × 99 = 297 ⇒ a = 0, a = 1 ou a = 2.
Como a + b + c ≡ c (mod 10) ⇒ a + b ≡ 0 (mod 10) ⇒ b + 1 ≡ 0 (mod 10) ou
b + 2 ≡ 0 (mod 10), temos b = 8 ou b = 9 (não podemos ter a = b = 0).
Como a + b + c + 1 = 10 a + b, temos c + 1 = 9a.
Se a = 1, então c = 8
Se a = 2, c = 17 (não é possível!).
Logo, a única solução é a = 1, b = 9 e c = 8.
37
Sociedade Brasileira de Matemática
6⋅5
tanto {0, 1} quanto {1, 0}), obtendo: = 15 possibilidades. Assim são 6 +
2
15 = 21 pontuações possíveis.
b) Usaremos um raciocínio parecido com o do item (a). Veja quando a mesma
pontuação pode ser obtida de dois modos: ( a , b, c ) e ( d , e, f ), com
a ≥ b ≥ c, d ≥ e ≥ f e a + b + c = d + e + f
Se a = d recai no item (a): (b ; c); (e, f) com b ≥ c, e ≥ f e b + c = e + f já
vimos que nesse caso b = e e c = f.
Assim suponhamos a > d. Temos: a ≤ a + b + c = d + e + f ≤ 3d .
Se d = 0,1 ≤ a ≤ 0. Absurdo!
Assim tomemos d > 0. Se a > d já vimos que a ≥ 3d ; como
a ≤ a + b + c = d + e + f ≤ 3d ≤ a ocorrerão todas as igualdades: b = c = 0 e e =
f = d, e concluímos que as únicas pontuações obtidas de dois modos são:
( 3 x, 0, 0 ) e ( x, x, x ) com x > 0 e 3 x ≤ 81 ⇒ x ≤ 27 já que a é uma pontuação
de uma flecha. Temos agora três casos:
(i) a > b > c : Temos que tomar 3 números distintos, seguindo o raciocínio do
item (a), teremos: 6 ⋅ 5 ⋅ 4 mas dessa vez cada trio aparecerá 6 vezes:
{ x, y , z};{ x, z , y};{ y , x, z};{ y , z , x};{ z , x, y};{ z , y , x} que são tudo a mesma
6 ⋅5⋅4
coisa, assim temos = 20 possibilidades.
6
(ii) a > b = c ou a = b > c : Basta contar os pares e multiplicar por dois pois o
par (a, b) gera (a, a, b) e (a, b, b). Já vimos no item (a) que são 15 pares, assim
temos aqui 30 possibilidades.
(iii) a = b = c: Como deduzimos as somas obtidas por (x, x, x) com 0 < x ≤ 27 ,
que já foram contadas então devemos contar apenas: x = 0 e x = 81, isto é,
somente mais 2 possíveis somas.
Assim, como o número de participantes é igual ao número de somas possíveis
distintas, são: 20 + 30 + 2 = 52 participantes.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
Ver solução do problema 2 do nível 2.
38
Sociedade Brasileira de Matemática
1 2 3 4
5 6 7 8
Resultado final
SOLUÇÕES – NÍVEL 2
39
Sociedade Brasileira de Matemática
b) n = 2005
Para resolver esta questão, recorreremos a exemplos menores:
1, 2, 3 → 3, 2, 1 → 1, 2, 3 → 2 passos
1, 2, 3, 4, 5 → 5, 4, 1, 2, 3 → 3, 2, 5, 4, 1 → 1, 4, 3, 2, 5 → 5, 2, 1, 4, 3 → 3, 4, 5,
2, 1 → 1, 2, 3, 4, 5 → 6 passos
Com base nos exemplos, percebe-se que os números ímpares: 1, 3, 5... estarão
sempre nas posições ímpares: 1ª., 3ª., 5ª., ..., não necessariamente nesta ordem,
conseqüentemente, os pares estarão nas posições pares.
Nota-se também que para os x números ímpares reestabelecerem sua ordem
original, deverão ser feitos x passos, e para os (x – 1) números pares, serão
tomados (x – 1) passos.
Logo para achar o número mínimo de passos necessários, devemos calcular o
mínimo múltiplo comum entre x e (x – 1), que independente do valor de x, será
sempre x ⋅ ( x − 1).
Então, para calcular o valor mínimo de passos para n= 2005, devemos multiplicar
1003 (quantidade de ímpares) por 1002 (quantidade de pares), o que resulta em
1005006.
Mostrarei agora que não existe polígono de 12 lados com 9 vértices colineares.
Em um polígono 3 vértices consecutivos não podem ser colineares, escolhendo 9
pontos em 12, pelo menos haverá um trio de pontos consecutivos. Demostração:
Nomeie os vértices em ordem de V1 a V12 , sendo que V1 é consecutivo de V12 e
V2 ; V2 é consecutivo de V1 e V3 e assim por diante. Sejam:
G1 = {V1 ;V2 ;V3 }
40
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G2 = {V4 ;V5 ; V6 }
G3 = {V7 ; V8 ;V9 }
G4 = {V10 ;V11 ;V12 }
Pelo princípio da casa dos pombos, escolhendo-se 9 vértices, haverá pelo menos
um conjunto com 3 vértices escolhidos.
x = 2 ⇒ ( x, y ) = (2, −1).
(II) y = 0 ⇒ ∆ = 9 e a equação é: x − 3 x = 0 ⇒ x ( x − 3) = 0 , donde x = 0 ou
2
41
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Assim os pares ordenados são: ( x , y ) = (2, − 1), ( − 1, 2), (3, 0), (0, 3) e ( a , a ),
∀ a ∈ Z.
20° θ
R I
M α
20° + θ
H
K
α 20° β
70°– α 70° w w C
B J N
42
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Terna Conclusão
A1 , A2 , An +1 ( An +1 ♦ A1 ∧ A1 ♦ A2 ) ⇒ An +1 ♦ A2
A1 , A3 , An +1 ( An +1 ♦ A1 ∧ A1 ♦ A3 ) ⇒ An +1 ♦ A3
A1 , An , An +1 ( An +1 ♦ A1 ∧ A1 ♦ An ) ⇒ An +1 ♦ An
43
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Vamos supor que nenhum jogador perdeu todas as partidas. Assim, J1 ganhou,
pelo menos 1 partida.
O esquema dele será assim:
J1 ← J 2
Como J 2 também não perdeu todas, o esquema ficará assim:
J1 ← J 2 ← J 3 ← ...
Observe que nenhum jogador pode aparecer 2 vezes nessa seqüência.
Vejamos o porquê:
Supondo que J 2 apareça de novo no esquema:
J1 ← J 2 ← J 3 ← J 4 ← J 2
Observe que ocorre a seguinte situação:
J 2 ganhou de J 3 , J 3 ganhou de J 4 e J 4 ganhou de J 2 .
Como o enunciado da questão não permite essa situação, não podemos repetir
nenhum jogador na seqüência.
Como n não é infinito, essa seqüência é finita.
O único modo de terminar o esquema é se algum jogador não perder nenhuma
partida, pois, após um invicto, não poderemos colocar nenhum outro jogador.
Logo, há um jogador que ganhou de todos os outros.
Da mesma forma que a seqüência tem um fim à direita, ela deve ter um fim à
esquerda.
Pelas mesmas condições citadas acima, o último à esquerda do esquema será o
jogador que perder de todos os outros.
Há um jogador que perdeu de todos os outros.
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1: RENAN LIMA NOVAIS (RIO DE JANEIRO - RJ)
I) Desenhando a figura da questão, temos:
A C
P
II) Por ser o ponto I incentro, sabemos que este ponto eqüidista dos três lados do
∆ABC , podendo-se inscrever um círculo no ∆ABC . Além disso, por ser o
EUREKA! N°26, 2007
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A C
P
IV) Aplicando o teorema das bissetrizes internas no triângulo ∆ABP , de
bissetriz AI , temos:
BI PI AP AB AB AP + AB
= ⇒ = ⇒ =
AB AP PI BI BI PI + BI
Mas como é dito no enunciado da questão que AP + AB = BC , logo temos:
AB BC AB BI
= ⇒ =
BI PB BC PB
V) Assim, podemos notar que os triângulos ABI e CBP são semelhantes pelo
AB BI
caso LAL de semelhança (pois = e ABP ≡ P BC ).
BC PB
Logo BCP ≡ B AI .
VI) Observemos agora a figura novamente alterada:
A C
P
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D( N ) = 1, p, p 2 , p 3 , p 4 , p 5 , p 6 , p 7 ⇒ 1 + p + p 2 + p 3 + p 4 + p 5 + p 6 + p 7 = 3240.
p8 − 1
Note que: 1 + p + p 2 + p3 + p 4 + p5 + p6 + p7 = e que para
p −1
p8 − 1
p ≥3⇒ ≥ 3280 , já que 1 + p + p 2 + p 3 + p 4 + p 5 + p 6 + p 7 é
p −1
crescente. Daí, p ≥ 3 não serve. Para p = 2, temos:
1 + p + p 2 + p 3 + p 4 + p 5 + p 6 + p 7 = 255 ⇒ p = 2 não serve!
Logo N = p não serve.
7
II)
N = p ⋅ q 3 ⇒ D(n) = 1, p, q, pq, q 2 , p ⋅ q 2 , q 3 , p ⋅ q 3 ⇒ 1 + p + q + p ⋅ q + q 2 + pq 2 +
+ q 3 + pq 3 = 3240 ⇒ ( p + 1)(1 + q + q 2 + q 3 ) = 3240. Perceba que estamos atrás
do menor inteiro arrojado > 0 e já temos que 2006 é um inteiro arrojado. Daí,
N ≤ 2006 .
p≥2
⇒ p ⋅ q 3 ≤ 2006 ⇒ q 3 ≤ 1003 ⇒ q ≤ 3 1003 < 11 ⇒ q = 2 ou 3 ou 5 ou 7.
Para
q = 2 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 2 + 22 + 23 ) = 3240 ⇒ ( p +1) ⋅15 = 3240 ⇒ p + 1 = 816 ⇒ p = 215 ⇒
não serve.
Para
q = 3 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 3 + 32 + 33 ) = 3240 ⇒ ( p +1) ⋅ 40 = 3240 ⇒ p +1 = 81 ⇒ p = 80 ⇒
não serve.
Para q = 5 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 5 + 5 + 5 ) = 3240 ⇒ ( p + 1) ⋅156 = 3240 ⇒ p ∉ Z ⇒
2 3
não serve.
Para q = 7 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 7 + 7 + 7 ) = 3240 ⇒ ( p +1) ⋅ 400 = 3240 ⇒ p ∉ Z ⇒
2 3
não serve.
Logo Para N = p ⋅ q não serve.
3
III)
N = p ⋅ q ⋅ t ⇒ D( N ) = 1, p, q, t, pq, qt, tp, pqt ⇒1+ p + q + t + pq + qt + tp + pqt = 3240 ⇒
⇒ ( p +1)(q +1)(t +1) = 3240. Então temos que achar três números posteriores a três
49
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primos, tal que o produto desses números é 3240. Então esses primos são
divisores positivos de 3240 menos um. Então vamos ver quais são os D(3240)–1
que são primos:
1
3240 2 2
1620 2 4
810 2 8
405 3 3,6,12,24
135 3 9,18,36,72
45 3 27,54,108,216
15 3 81,162,324,648
5 5 5,10,20,40,15,30,60,120, 45, 90, 180, 360, 135, 270, 540, 1080, 405, 810, 1620, 3240.
1
D(3240) −1 = 0,1,2,3,4,5,7,8,9,11,14,17,19,23,26,29,35,39,44,53,59,71,80,89,107,
119,134,161,179,215,269,... Note que no mínimo (p + 1)(q + 1) é 12 (quando p =
2 e q = 3), então no máximo t + 1 é 270 ⇒ tmáx = 269.
Os primos possíveis são: 2, 3, 5, 7, 11, 17, 19, 23, 29, 53, 59, 71, 89, 107, 179,
269.
Para t = 269 ⇒ (p + 1)(q +1) = 12 ⇒ p = 2 e q = 3 ⇒ N = 1614
Para t = 179 ⇒ (p + 1)(q +1) = 18 ⇒ p = 2 e q = 5 ⇒ N = 1790
Para t = 107 ⇒ (p + 1)(q +1) = 30 ⇒ ∃ p, q primos
Para t = 89 ⇒ (p + 1)(q +1) = 36 ⇒ p = 2 e q = 11 ⇒ N = 1958
Para t = 71 ⇒ (p + 1)(q +1) = 45 ⇒ ∃ p, q primos
Para t = 59 ⇒ (p + 1)(q +1) = 54 ⇒ p = 2 e q = 17 ⇒ N = 2006
Para t = 53 ⇒ (p + 1)(q +1) = 60 ⇒ p = 2 e q = 19 ⇒ N = 2014
Para t = 29 ⇒ (p + 1)(q +1) = 108 ⇒ p = 5 e q = 17 ⇒ N = 2465
Para t = 23 ⇒ (p + 1)(q +1) = 135 ⇒ ∃ p, q primos
Para t = 19,17, 11, 7, 5, 3 ou 2 é análogo aos anteriores.
Daí, o menor N é 1614.
iii) Então o menor inteiro positivo arrojado é 1614.
50
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arrojado. Se existir um número arrojado menor que 1260, devem existir naturais
não nulas a, b, c, d, e, f, g, h tais que
1 1 1 1 1 1 1 1 3240 18
+ + + + + + + > = = 2, 571428.
a b c d e f g h 1260 7
Se existir um número arrojado menor que K, ele não poderia ser ímpar, senão os
menores valores para a, b, c, d, e, f, g, h seriam 1, 3, 5, 7, 11, 13, 15 e 17 e
1 1 1 1 1 1 1 3240
1 + + + + + + + < 2,3 < . Se existisse um número arrojado
3 5 7 9 11 13 15 1260
menor que K, ele teria que ser múltiplo de 3, senão as menores valores para a, b,
c, d, e, f, g, h seriam 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10, 11 e
1 1 1 1 1 1 1 3240
1 + + + + + + + < 2, 5 < . Então, se existisse um número
2 4 5 7 8 10 11 1260
arrojado menor que 1260, ele teria que ser múltiplo de 6.
O menor valor possível para K corresponde aos menores valores possíveis para a,
b, c, d, e, f, g, h, que são 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8. Então:
1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + + + + + K = 3240 ⇒
a b c d e f g h
1 1 1 1 1 1 1 1 2283
⇒ + + + + + + + K = 3240 ⇒ K = 3240 ⇒
1 2 3 4 5 6 7 8 840
3240 ⋅ 840
⇒ K = ⇒ K ≅ 1191,1.
2283
Se houver um número arrojado menor que 1260, ele deve ser maior que 1191, 1 e
múltiplo de 6. Então as únicas possibilidades para K são 1194, 1200, 1206, 1212,
1218, 1224, 1230, 1236, 1242, 1248 e 1254;
• Se K = 1194.
A soma dos oito maiores (e únicos) divisores de 1194 é 1194 + 597 + 398 + 199
+ 6 + 3 + 2 + 1 = 2400 < 3240. Portanto 1194 não é arrojado.
• Se K = 1200.
A soma dos oito maiores divisores de 1200 é 1200 + 600 + 400 + 300 + 240 +
200 + 150 + 120 = 3210 < 3240. Portanto 1200 não é arrojado.
• Se K = 1206.
A soma dos oito maiores divisores de 1206 é 1206 + 603 + 402 + 201 + 134 + 67
+ 18 + 9 = 2640 < 3240. Portanto 1206 não é arrojado.
• Se K = 1212.
A soma dos oito maiores divisores de 1212 é 1212 + 606 + 404 + 303 + 202 +
101 + 12 + 6 = 2846 < 3240. Portanto 1212 não é arrojado.
• Se K = 1218.
51
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A soma dos oito maiores divisores de 1218 é 1218 + 609 +406 + 203 + 174 + 87
+ 58 + 42 = 2797 < 3240. Portanto 1218 não é arrojado.
• Se K = 1224.
A soma dos oito maiores divisores de 1224 é 1224 + 612 + 408 + 306 + 204 +
153 + 136 + 102 = 3145 < 3240. Portanto 1224 não é arrojado.
• Se K = 1230.
A soma dos oito maiores divisores de 1230 é 1230 + 615 + 410 + 246 + 205 +
123 + 82 + 41 = 2952 < 3240. Portanto 1230 não é arrojado.
• Se K = 1236.
A soma dos oito maiores divisores de 1236 é 1236 + 618 + 412 + 309 + 206 +
103 + 12 + 6 = 2902 < 3240. Portanto 1236 não é arrojado.
• Se K = 1242.
A soma dos oito maiores divisores de 1242 é 1242 + 621 + 414 + 207 + 138 + 69
+ 54 + 46 = 2791 < 3240. Portanto 1242 não é arrojado.
• Se K = 1248.
A soma dos oito maiores divisores de 1248 é 1248 + 624 + 416 + 312 + 208 +
156 + 104 + 96 = 3164 < 3240. Portanto 1248 não é arrojado.
• Se K = 1254.
A soma dos oito maiores divisores de 1254 é 1254 + 627 + 418 + 209 + 114 + 66
+ 57 + 38 = 2783 < 3240. Portanto 1254 não é arrojado.
Como a soma dos oito maiores divisores é menor que 3240, em todas as
possibilidades, é evidente que a soma de quaisquer outros oito divisores também
será menor que 3240.
Portanto não há nenhum inteiro positivo menor que 1260 que seja arrojado. Logo
o menor número inteiro positivo arrojado é 1260.
52
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B´ X = XC
Mas veja que: ⇒ NX // CA´, absurdo ( NX ∩ CA´= T ).
B´N = NA´
Portanto, devemos ter: AB // A´B´.
Parte 2: A1 A2
A2006
AB = A´B´. A3
Numerando os vértices, temos que:
A1003 + i é oposto de Ai ,1 ≤ i ≤ 1003
Temos: T
A1 A2 // A1004 A1005 , A2 A3 // A1005 A1006 ,..., A1003 A1004 //
// A2006 A1 .
A1006 A1003
A1005 A1004
Logo:
A1T AT AT A T A T AT A T
= 2 = 3 = ... = 1003 = 1004 ⇒ 1 = 1004 ⇒ A1T = TA1004 .
TA1004 TA1005 TA1006 TA2006 TA1 TA1004 TA1
Portanto teremos:
AT AT AT A T
1 = 1 = 2 = 3 = ... = 1003
TA1004 TA1005 TA1006 TA2005
Ai T Ai Ai +1
Mas: = = 1 ⇒ Ai Ai +1 = A1003 + i A1004 + i , o que acaba, pois
TA1003 + i A1003 + i A1004 + i
Ai Ai +1 e A1004 + i são lados opostos.
n 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
f(n) 0 2 3 5 7 8 10 11 13 15 16 18
Lema: n = f (r ) ou n = f (r ) + 1.
Prova: é equivalente a f (r + 1) = ( f (r ) + 1 ou f (r ) + 2).
Suponha que isto aconteça para r < n – 1.
Então f ( n) = 2n − f ( r´) + r´, f (n − 1) = 2n − 2 − f (r ) + r ⇒
f (n) − f (n − 1) = 2 − f (r´) + r´+ f (r ) − r.
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PROBLEMA 1
1
ex − 1 − x
Calcule ∫ (e x − 1) ⋅ x dx
−1
PROBLEMA 2
Seja N um inteiro positivo. Calcule, em função de N, o volume do sólido definido
por:
x, y, z ∈ [0, +∞)
x + y + z ≤ N
PROBLEMA 3
Dada f: → [ 0, +∞ ) duas vezes diferenciável com f (0) = 0 , f '(0) = 1 ,
1 3
1 + f ( x) = , ∀x ∈ [0,1] , mostre que f (1) < .
f "( x) 2
PROBLEMA 4
Dada uma hipérbole e uma reta não paralela às assíntotas, determine o lugar
geométrico dos pontos médios das cordas da hipérbole paralelas à reta dada.
PROBLEMA 5
2 2 2
As funções y1 (t ) = (1 + t 2 ) ⋅ et , y2 (t ) = (t + t 2 ) ⋅ et e y3 (t ) = (−1 − t + t 2 ) ⋅ et são
soluções da equação diferencial y"(t ) + a(t ) ⋅ y '(t ) + b(t ) ⋅ y (t ) = c(t ) , onde
a (t ), b(t ), c(t ) são funções duas vezes diferenciáveis.
Determine uma função duas vezes diferenciável y (t ) tal que
y"(t ) + a(t ) ⋅ y '(t ) + b(t ) ⋅ y (t ) = c(t ) , y (0) = 0, y '(0) = 0 .
PROBLEMA 6
Escolha três pontos x1, x2, x3 aleatoriamente, independentemente e com
distribuição uniforme no intervalo [0, 1]. Determine, em função do número
positivo m, a probabilidade de que
min{| x1 − x2 |,| x1 − x3 |,| x2 − x3 |} > m .
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
ex − 1 − x e− x − 1 + x xe x − e x + 1
Seja f ( x) = . Temos f (− x) = = , logo
(e x − 1) ⋅ x (e − x − 1) ⋅ (− x) (e x − 1) ⋅ x
xe x − x
f ( x) + f (− x) = = 1.
(e x − 1) ⋅ x
1 1 1
Assim, ∫
−1
f ( x)dx = ∫ ( f ( x) + f (− x))dx = ∫ 1dx = 1 .
0 0
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
O sólido é a união dos cubos unitários [i, i +1) × [j, j + 1) × [k, k + 1) para i, j, k
inteiros não negativos, i + j + k ≤ N. Como cada cubinho tem volume 1, o volume
do sólido é igual ao número de triplas (i, j, k) como acima.
N + 3
O número de triplas (e portanto o volume) é igual a = (N + 1)(N + 2)(N +
3
3)/6.
Isto pode ser demonstrado de várias formas. Por exemplo, podemos pensar que
temos uma fileira de N + 3 quadrados e vamos escolher 3 posições e botar um
marcador em cada uma delas: i será o número de quadrados antes do primeiro
marcador, j o número de quadrados entre o primeiro e o segundo marcadores e k
o número de quadrados entre o segundo e o terceiro marcadores. Claramente, a
cada configuração corresponde uma tripla e vice-versa.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
1
Como f(x) ≥ 0 para todo x ∈ R, temos 0 < = f ´´(x) , logo f´ é crescente em
1+ f (x)
[0,1], o que implica que f´(x) > 1 para x > 0, ou seja f também é crescente em
[0,1].
1 1
Assim, para x > 0, temos 0 < = f ´´( x) = < 1 , logo
1 + f ( x) 1 + f ( x)
x x x
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Podemos tomar y1 como solução particular e y2 – y1 e y3 – y1 como soluções
linearmente independentes da equação homogênea associada
y ''(t ) + a (t ) ⋅ y '(t ) + b(t ) ⋅ y (t ) = 0 . Assim a solução geral da equação é
y = c1 y1 + c2 y2 + c3 y3, c1 + c2 + c3 = 1 ou, equivalentemente,
t2
y(t) = (c4 + c5 t + t2) ⋅ e .
Temos y(0) = c4 e y’(0) = c5, donde as condições do enunciado nos dão
2
y = t 2 ⋅ et .
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Seja X=[0, 1]3. Temos X = A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ A4 ∪ A5 ∪ A6 , onde
A1 = {( x, y , z ) ∈ X | x ≤ y ≤ z} , A2 = {( x, y, z ) ∈ X | x ≤ z ≤ y} ,
A3 = {( x, y, z ) ∈ X | y ≤ x ≤ z} , A4 = {( x, y, z ) ∈ X | y ≤ z ≤ x} ,
A5 = {( x, y, z ) ∈ X | z ≤ x ≤ y} e A6 = {( x, y, z ) ∈ X | z ≤ y ≤ x} .
Os conjuntos Ak ,1 ≤ k ≤ 6 têm todos volume 1/6.
Seja agora Y = {( x1 , x 2 , x3 ) ∈ X | min{| x1 − x 2 |, | x1 − x3 |, | x 2 − x3 |} > m} .
Temos
Y = B1 ∪ B2 ∪ B3 ∪ B4 ∪ B5 ∪ B6 , onde Bk = Y ∩ Ak ,1 ≤ k ≤ 6 .
Todos os conjuntos Bk ,1 ≤ k ≤ 6, têm o mesmo volume. Vamos então calcular o
volume do conjunto B1 . Como X tem volume 1, a probabilidade desejada será
6 ⋅ vol ( B1 ) .
Temos B1 = {( x, y , z ) ∈ X | y > x + m, z > y + m} . Claramente, se m ≥ 1 / 2 ,
B1 é vazio, e portanto a probabilidade desejada é 0 para todo m ≥ 1 / 2 .
Suponha agora 0 ≤ m ≤ 1 / 2 . Considere a translação f : B1 → X dada por
f ( x, y, z ) = ( x, y − m, z − 2m) .
Temos f ( B1 ) = {( x, y, z ) ∈ [0,1 − 2m]3 | x < y < z} , e portanto f ( B1 ) tem o
mesmo volume de {( x, y, z ) ∈ [0,1 − 2m]3 | x ≤ y ≤ z} = g ( A1 ) , onde g é a
homotetia dada por g ( p) = (1 − 2m) p . Assim, temos
vol ( B1 ) = vol ( f ( B 1 )) = vol ( g ( A1 )) = (1 − 2m) 3 ⋅ vol ( A1 ) = (1 − 2m) 3 / 6 , e
logo, para 0 ≤ m ≤ 1 / 2 , a probabilidade desejada é igual a
6 ⋅ vol ( B1 ) = (1 − 2m) 3 .
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PROBLEMA 1:
Seja f : → uma função integrável e crescente. Prove que
1 1
1
∫0 xf ( x)dx ≥ 2 ∫0 f ( x)dx
PROBLEMA 2:
Prove que, para todo inteiro n ≥ 2 , o número de matrizes quadradas 2 × 2 com
entradas inteiras e pertencentes ao conjunto {0, 1, 2, …, n – 1} que têm
1
determinante da forma kn + 1 para algum k inteiro é dado por n3 ⋅ ∏ (1 − 2 ) .
p primo p
p|n
PROBLEMA 3:
Uma mesa de bilhar tem o formato de elipse e não tem caçapas. Quando uma bola
bate em um ponto P na borda da mesa, ela segue uma direção simétrica em
relação à reta normal à elipse em P. Prove que se uma bola parte de um ponto A
da elipse e, após bater na mesa nos pontos B e C, retorna a A, então ela baterá
novamente em B.
PROBLEMA 4:
Seja p um polinômio irredutível em Q[x] de coeficientes racionais e grau maior
do que 1. Prove que se p admite duas raízes r e s cujo produto é 1 então o grau de
p é par.
PROBLEMA 5:
Seja f :[0, +∞) → [0, +∞) uma função crescente e bijetora. Prove que a série
∞ ∞ −1
1 f ( n)
∑
n =1 f ( n)
converge se, e somente se, a série ∑
n =1 n 2
converge, sendo f −1
a
função inversa de f.
PROBLEMA 6:
Considere as matrizes
1 2 1 0
A= e B=
0 1 2 1
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Prove que, para n > 1, não existem inteiros a1 , a2 , a3 ,…, an e b1 , b2 ,…, bn −1 , bn com
a2 , a3 ,..., an e b1 , b2 ,..., bn −1 não nulos tais que
A a1 ⋅ B b1 ⋅ A a2 ⋅ B b2 ⋅ … ⋅ A an ⋅ B bn = I ,
onde I é a matriz identidade de ordem 2.
∑ h(i) ⋅ h(i + 1)
i =0
(Onde cada h(i) representa o número de escolhas possíveis para b e c, tais que
bc ≡ i (mod n) e h(i + 1) representa o número de escolhas para a e d, tais
que ad ≡ i + 1(mod n).
Naturalmente h(0) = 2n − 1 (os possíveis pares são (0,0), (0, 1), ...,(0, n –1),
60
Sociedade Brasileira de Matemática
Seja k primo com n. Vamos provar que existe k´ tal que k ⋅ k´≡ i (mod n) : a
seqüência (k r
mod n ) assume um número finito de valores (entre 0 e n –1).
Existem então dois números iguais na seqüência digamos k 1 = k 2 com
n n
i. Assim, ∑ h(i) ⋅ h(i + 1) = (2n −1)(n −1) + ∑ (n −1) ⋅ (n −1) + (n − 1)(2n −1) =
r =0 i =1
1
= (n − 1) [ (n − 1)(n − 2) + 4n − 2] = n(n − 1)(n + 1) = n3 ∏ 1- 2
p primo p
pn
Vamos agora mostrar por indução que o resultado vale para n = p potência de
k
k −1
primo. Para k = 1 já foi provado. Suponha que k ≥ 2 e que vale para p .
a b pk −1 ⋅ n1 + a´ pk −1 ⋅ n2 + b´
Seja n = p e = k −1 , com ad − bc ≡ 1(mod p k ).
k
k −1
c d p ⋅ n3 + c´ p ⋅ n4 + d´
⇒ a´d´−b´c´≡ 1(mod pk −1 ).
2k −2
Assim, como p ≡ 0(mod pk ),
61
Sociedade Brasileira de Matemática
k −1
(aqui é tal que ⋅ p +1 = a´d´−b´c´ ).
3(k −1) 1
1−
k −1
Como a´⋅d´−b´⋅c ≡ 1(mod p ) existem (por hipótese de indução), p
p2
maneiras de escolhermos a´, d´, b´ e c´. Fixando-se estes valores (e portanto
também) temos que um deles é primo com n = p , pois, caso não fosse assim,
k
a´d´−b´c´ ≡ 1(mod p), absurdo! Seja (a, n) = 1, por exemplo. Existem então p
valores possíveis (módulo p) para cada um dos n1, n2 , n3 e para cada combinação
destes, apenas um valor para n4 tal que n1d´+n4a´−b´n3 − n2c´+ ≡ 0(mod p) .
1 1
Existem então ao todo p3(k −1) ⋅ 1− 2 ⋅ p ⋅ p ⋅ p = p3k 1− 2 maneiras de
p p
escolhermos a, b, c, d. Isto termina nossa prova por indução.
62
Sociedade Brasileira de Matemática
(
é 1 r = 1s . )
Temos p ( x ) = x n + an −1 x n −1 + ... + a1 x + a0 (podemos supor p mônico sem perda de
generalidade).
Como p é irredutível em [ x] , p deve ser igual ao polinômio minimal de r e s
sobre ⇒ se g ( x) ∈ [ x] é tal que g ( s ) = 0 ou g ( r ) = 0, então p( x) g ( x).
Seja g ( x) =
1 n 1
a0
⋅x p ( )
x
.
63
Sociedade Brasileira de Matemática
g (r ) =
1 n
a0
r p 1
r ( ( ))
1
= r n ⋅ p( s ) = 0 ⇒ g (r ) = 0 ⇒ p ( x) g ( x).
a0
Mas g é mônico e tem o mesmo grau de p ⇒
1
p( x) = g ( x) ⇒ p ( x) = x n ⋅ p 1
a0 x ( )
Se α é raiz de p( x) (obviamente α ≠ 0 pois p é irredutível e tem grau > 1),
então,
( α ) = a1 ⋅ α1 ⋅ p(α ) = 0.
p 1
n
n
∞ 1
somente se ∫1 f ( x)
dx converge. Por outro lado,
∞ f −1 ( x) ∞ n +1 f
−1
( x)
∫ 2
dx = ∑ ∫ 2
dx, e
1 x n =1
n x
n +1
f −1 (n) 4n 2 ≤ f −1 (n) (n + 1) 2 ≤ ∫ f −1 ( x) x 2 dx ≤ f −1 (n + 1) n 2 ≤ 4 f −1 (n + 1) (n + 1) 2 ,
n
donde
64
Sociedade Brasileira de Matemática
1 ∞ f −1 ( n ) ∞ f −1 ( x ) ∞ ∞
∑
4 n =1 n 2
≤ ∫ 1 x 2
dx ≤ 4 ∑ f
n =1
−1
( n + 1) ( n + 1) 2 = 4 ∑ f
n=2
−1
(m ) m 2 ≤
∞ −1
f ( x)
≤ 4∑ f −1 ∞
m =1
( m ) m 2 , e, em particular, ∫1 x 2
dx converge
∞
⇔ ∑f
n =1
−1
( n ) ( n ) 2 converge. Basta agora relacionar a convergência de
∞ ∞
1 f −1 ( x)
∫
1
f ( x)
dx e de
∫ 1
x2
dx , que são integráveis em intervalos finitos.
∫g
−1
( )
( x)dx = xg −1 ( x) − G g −1 ( x) , sendo G (x) uma primitiva de g (x)
1 1
Utilizando g −1 ( x) = , temos então g ( x) = f −1 , e assim:
f ( x) x
b
1 1 1 1 1
∫ f ( x) dx = b f (b) − 1 f (1) − G f (b) + G f (1)
1
1
b f (b )
1 b 1 1
∫ f ( x) dx = f (b) − f (1) − ∫
1 1
f −1 dx
x
f (1)
b f (b )
1 b 1 f −1 ( y )
∫
1
f ( x)
dx = −
f (b) f (1)
+
∫
f (1)
y2
dy (I).
65
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∞
1
Suponha agora que
∫ f ( x) dx converge. Logo:
1
x x ∞
x 1 1 1
lim
x → ∞ f ( x)
= 2 lim
x →∞ ∫
x/2
f ( x)
dt ≤ 2 lim
x →∞ ∫
x/2
f (t )
dt ≤ 2 lim
x →∞ ∫
x/2
f (t )
dt = 0
x
Então lim = 0 . Fazendo b → ∞ em (I), temos a integral à esquerda
x → ∞ f ( x)
b
convergindo e a parcela indo para zero, o que resulta num valor finito para
f (b)
∞
f −1 ( x)
∫
1
x2
dx , donde concluímos que essa integral converge.
∞
f −1 ( x) f −1 ( x)
Da mesma forma, se
∫
1
x2
dx converge, prova-se que lim
x →∞ x
=0,e
66
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67
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1
cn −1 +
cn
Então, nossa relação é s = {2a1 , 2b1 ,..., 2an , 2bn , s} = {m0 , m1 , m2 ,...mN , s} ,
em que os m j são inteiros pares. Precisamos uma regra para escrever frações
contínuas como uma simples fração, i.e.
Lema: Dado {c0 , c1 ,..., ck } , para cada inteiro 0 ≤ j ≤ k ,
pj
{c ,..., c } = q
0 j
j
onde
p j = c j p j −1 + p j − 2 , q j = c j q j −1 + q j − 2 (com p0 = c0 , p1 = c0 c1 + 1, q0 = 1, q1 = c1 ).
Esta é uma indução fácil: temos {c0 ,..., c j , c j +1} = {c0 ,..., c j −1 , c j + 1 c j +1} =
1
c j + p j −1 + p j − 2
c j +1 c j +1 (c j p j −1 + p j − 2 ) + p j −1 c j +1 p j + p j −1 p j +1
= = = = , cqd.
1 c j +1 (c j q j −1 + q j − 2 ) + q j −1 c j +1q j + q j −1 q j +1
c j + q j −1 + q j − 2
c j +1
Em particular, aplicando o lema para {m0 , m1 , m2 ,...mN , s} , obtemos, no caso em
que bn ≠ 0,
pN s + pN −1
s= (*)
qN s + qN −1
68
Sociedade Brasileira de Matemática
{
s = {2a1 , 2b1 ,..., 2an ,1/ s} = m0 , m1 ,..., mN −1 , 1
s } = pq N −1 / s + pN − 2 pN −1 + pN − 2 s
N −1 / s + qN − 2
=
qN −1 + qN − 2 s
,
2 − uv
u + v 2 ≠ 0, teríamos
3
2= ∈ , absurdo. Assim, u + v2 = 0 e
u + v2
uv = 2 ⇒ −v3 = 2 ⇒ 3 2 = −v ∈ , absurdo.
69
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70
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Nível Universitário
73
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AGENDA OLÍMPICA
XXIX OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 16 de junho de 2007
Segunda Fase – Sábado, 15 de setembro de 2007
Terceira Fase – Sábado, 27 de outubro de 2007 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 28 de outubro de 2007 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 15 de setembro de 2007
Segunda Fase – Sábado, 27 e Domingo, 28 de outubro de 2007
♦
74
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COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paraná) Pato Branco - PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Faculdade Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osvaldo Germano do Rocio (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
75
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
JOGOS E FEIJOADA NO SÃO PAULO´S 13
Emanuel Carneiro
INTEGRAIS DISCRETAS 25
Eduardo Poço
PRODUTOS NOTÁVEIS 32
Onofre Campos
PROBLEMAS PROPOSTOS 58
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Achar todos os pares de inteiros (x, y) que satisfazem
x 3 y + x + y = xy + 2 xy 2 .
3
Sociedade Brasileira de Matemática
Segundo caso: x = – y.
Substituindo temos − x 4 = − x 2 + 2 x 3 .
−2 ± 8
Como x ≠ 0 temos − x 4 = − x 2 + 2 x 3 ⇔ − x 2 = −1 + 2 x e daí x = que não
2
é inteiro, então não há solução para esse caso.
Assim as soluções são ( x, y ) = (−1, −1);(0,0);(1,1) e (2, 2).
PROBLEMA 2
Considere 100 inteiros positivos tais que sua soma é igual ao seu produto.
Determinar a quantidade mínima de números 1 que podem existir entre os 100
inteiros.
4
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Seja ABC um triângulo com todos os seus ângulos agudos, de alturas AD, BE e
CF (com D em BC, E em AC e F em AB). Seja M o ponto médio do segmento
BC. A circunferência circunscrita ao triângulo AEF corta a reta AM em A e X. A
reta AM corta a reta CF em Y. Seja Z o ponto de encontro entre as retas AD e BX.
Demonstrar que as retas YZ e BC são paralelas.
SOLUÇÃO DA BANCA
Observemos que AFHE é inscritível, pois ∠AEH = ∠AFH = 90°.
Daí que ∠AXH = 90°.
Seja A´ um ponto sobre a semireta AM tal que AM = MA´. O quadrilátero ABA´C
é um paralelogramo, onde
5
Sociedade Brasileira de Matemática
Das relações (1) e (2) segue-se que ∠XZ ´Y = ∠XBM , ou seja, que os pontos B, Z´
e X são colineares. Porém então Z ´∈ AD ∩ BX = Z e assim Z = Z ´ , como
queríamos.
F X
H
Y
Z
B D M C
PROBLEMA 4
Considere um tabuleiro 2007 × 2007. São pintadas algumas casas do tabuleiro.
Dizemos que o tabuleiro é charrua se nenhuma linha está totalmente pintada e
nenhuma coluna está totalmente pintada.
6
Sociedade Brasileira de Matemática
2007
2007
b) como para k no máximo iremos pintar 2006 casas em cada coluna, então temos
que escolher qual casa ficará sem ser pintada. E note que não podemos ter duas
casas sem serem pintadas em uma mesma linha, pois se não terá uma linha que
ficará toda preenchida. Logo para a primeira coluna poderemos escolher qualquer
uma das 2007 casas para não ser pintada, na segunda coluna podemos escolher
qualquer uma de 2006 casas, pois não podemos escolher uma casa que esteja na
mesma linha qua a que foi escolhida na primeira coluna, na terceira coluna temos
2005 escolhas, na quarta 2004 escolhas e assim sucessivamente, logo são
2007 × 2006 × 2005... = 2007! maneiras de escolher, logo são 2007! tabuleiros
charruas distintos, com o número k.
PROBLEMA 5
Seja ABCDE um pentágono convexo que satisfaz as seguintes condições:
• Existe uma circunferência Γ tangente a cada um de seus lados.
• As medidas de todos os seus lados são números inteiros.
• Ao menos um dos lados do pentágono mede 1.
• O lado AB mede 2.
Seja P o ponto de tangência de Γ com o lado AB.
7
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E
S T
D
A
R P
C Q B
Seja AP = x. Temos:
AB = 2 ⇒ BP = 2 – x
QB = BP ⇒ QB = 2 – x
QC = BC – QB = BC – 2 + x
CR = QC ⇒ CR = BC – 2 + x
DR = CD – CR = CD – BC + 2 – x
DS = DR ⇒ DS = CD – BC + 2 – x
ES = DE – DS = DE – C D + BC – 2 + x
ET = ES ⇒ ET = DE – CD + BC – 2 + x
AE = AT + TE = x + DE – CD + BC – 2 + x ⇒ 2x = AE – DE + CD – BC +2 ∈ *+
Como x < AB = 2 ⇒ 2 x < 4, pode-se ter 2 x = 3, 2 x = 2 ou 2 x = 1. O item b)
3 1
mostra uma configuração para x = e o caso x = é obviamente análogo
2 2
(troque A por B e C por E). Resta ver o que acontece se x = 1.
Temos AT = 1 ⇒ AE > 1. Então AE ≥ 2, porque AE ∈ . Como ET = AE − 1,
vale que ET ∈ e ET ≥ 1.
Assim, SE ≥ 1, pois SE = TE. Desse modo, DE > SE ⇒ DE ≥ 2. Como
DS = DE − SE tem-se DS ≥ 1, mas então DR ≥ 1 ⇒ DC > 1. Logo DC ≥ 2, uma
vez que DC ∈ . Mas então CR ≥ 1, já que CR = DC − DR = DC − DS ∈ . E
também CQ ≥ 1 e CQ ∈ , já que RC = QC. Deste modo, BC > CQ ⇒ BC > 1. E
AB > AP = 1. Então todos os lados são maiores que 1: absurdo.
8
Sociedade Brasileira de Matemática
3 w 1 3
Obs. No desenho do item b), de fato AP = , pois AP = x + = 1 + = (o
2 2 2 2
ponto P bissecta o segmento de medida w pois esse segmento é o lado de um
hexágono regular). Por outro lado, na verdade já provamos que só podíamos ter
3 1 3 1
AP = ou AP = . Isso mostra que AP = e BP = é uma possibilidade (e
2 2 2 2
3 1
que, analogamente, BP = e AP = também é).
2 2
b) Tome um hexágono regular de lado 1, seu incírculo Γ , dois de seus lados não
opostos e não adjacentes e os prolongue. Seja A a intersecção obtida. O
pentágono ABCDE é o fecho convexo da união dos pontos do hexágono e do
ponto A, como a seguir:
C D
B E
P
w 120° 120° z
x y
PROBLEMA 6
Demonstrar que, para cada inteiro positivo n, existe um inteiro positivo k tal que a
representação decimal de cada um dos números k, 2k,..., nk contém todos os
dígitos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9.
9
Sociedade Brasileira de Matemática
10
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Defina I(n) como o resultado de inverter os números de um algarismo. Por
exemplo, I (123) = 321, etc. Calcule todos os inteiros 1 ≤ n ≤ 10000 tais que
n
I (n) = .
2
PROBLEMA 2
Seja ABC um triângulo, P um ponto em seu interior e X, Y e Z pontos em BC, AC
e AB respectivamente tais que ∠PZB = ∠PXC = ∠PYA. Considere os pontos U,
W e V sobre BC, AC e AB (ou seus prolongamentos, se necessário) tais que PV =
2PY; PU = 2PX e PW = 2PZ. Sabendo que a área de XYZ é 1, calcule a área de
UVW.
PROBLEMA 3
Dois amigos A e B devem resolver a seguinte adivinha: cada um deles recebe um
número do conjunto {1, 2, ..., 250} mas não vê o número que o outro recebeu. O
objetivo é que cada amigo descubra o número do outro. O procedimento que
devem seguir é anunciar, por turnos, números inteiros positivos não
necessariamente distintos: primeiro A diz um número, em seguida B diz um
número, depois novamente A, etc., de modo que a soma de todos os números
11
Sociedade Brasileira de Matemática
anunciados seja 20. Demonstrar que existe uma estratégia de modo que, através
de um acordo prévio A e B possam atingir o objetivo, sem importar quais
números cada um receba no começo da adivinha.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Qual é o maior número de casas que se pode colorir num tabuleiro 7 × 7 de
maneira que todo subtabuleiro 2 × 2 tenha no máximo 2 casas coloridas?
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo isósceles de base AB. Uma semicircunferência C com
centro no segmento AB e tangente aos lados iguais AC e BC. Considera-se uma
reta tangente a C que corta os segmentos AC e BC em D e E, respectivamente.
Suponha que as retas perpendiculares a AC e BC, traçadas respectivamente por D
e E, se cortam em P interior ao triângulo ABC. Seja Q o pé da perpendicular à
PQ 1 AB
reta AB que passa por P. Demonstrar que = ⋅ .
CP 2 AC
PROBLEMA 6
Dizemos que um número é capicua se ao inverter a ordem de seus algarismos
obtivermos o mesmo número. Achar todos os números que tem pelo menos um
múltiplo não-nulo que seja capicua.
12
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Iniciante
13
Sociedade Brasileira de Matemática
– Sim, você está correto. Vamos jogar! Você começa, escolha o seu primeiro
número.
– Não sei exatamente o que é, mas algo me faz lembrar um quadrado mágico, e
como o 5 sempre está no meio, achei que tinha mais chances de ganhar...
– Sua intuição mais uma vez está correta. Muito bem. Naturalmente, você deve
saber qua a menos de rotações e reflexões a configuração do quadrado mágico é
única. Por que a gente não desenha um quadrado mágico 3 × 3 aqui e tenta jogar
olhando para ele?
6 7 2
1 5 9
8 3 4
15 = 9 + 1 + 5 = 9 + 2 + 4 = 8 + 1 + 6 = 8 + 2 + 5 =
= 8 + 3 + 4 = 7 + 2 + 6 = 7 + 3 + 5 = 6 + 5 + 4.
14
Sociedade Brasileira de Matemática
do milenar jogo da velha (em inglês “tic-tac-toe”). Fiquei pasmo, havia ganho o
meu dia. Por alguns momentos não consegui parar de pensar na beleza e no poder
da matemática, presente até nos mínimos detalhes da nossa vida. Senti-me
orgulhoso de poder ser um pesquisador que tenta compreender essa ciência e
pequenos fatos como esse me fazem, a cada dia, ter mais consciência de que ela é
muito maior do que nós.
15
Sociedade Brasileira de Matemática
analogia acima) inventadas pelo Dr. Rodríguez-Villegas. Ele ainda está buscando
a melhor formulação para seu jogo para poder patenteá-lo e disponibilizá-lo ao
público em geral. Isso então vai ficar para uma outra história.
REFERÊNCIAS:
[1] Para ver outras discussões sobre jogos e invariantes, há outras listas em minha página
pessoal: http://www.math.utexas.edu/users/ecarneiro na seção math olympiads.
[2] Para mais informações sobre os trabalhos e o curso (Math, Puzzles and Computers) do
Dr. Rodriguez-Villegas sua página pessoal é www.math.utexas.edu/users/villegas/S07.
Um dos jogos que ele criou está descrito no paper: Rodriguez Villegas, F.; Sadun, L.:
Voloch, J.F. Blet: a mathematical puzzle. Amer. Math. Monthly 109 (2002), no. 8, 729-
740.
16
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado
17
Sociedade Brasileira de Matemática
π 2π (n − 1)π nπ
Pn = cos cos ... cos cos , observe
n n
SOLUÇÃO: Seja
n n
k
de imediato que se n = 2k então P2 k = 0 pois cos π = 0 . Portanto
2k
considere n = 2k + 1 então
2
π 2π kπ k +1
P2 k +1 = cos cos ... cos ⋅ (−1) ,
2k + 1 2k + 1 2k + 1
Considere
~ π 2π (k − 1)π kπ
P 2 k +1 = cos cos ... cos cos
2 k + 1 2k + 1 2 k + 1 2k + 1
−j
w +w w2 j + 1
π j
i j
Fazendo w = e 2 k +1 então cos π= = portanto
2k + 1 2 2w j
~ w2 + 1 w4 + 1 w2 k + 1
P 2 k +1 = 2
... k
. Faça então a seguinte multiplicação no
2 w 2 w 2 w
numerador e no denominador
~ w2 + 1 w4 + 1 w2 k + 1 ( w + 1)( w3 + 1)...( w2 k −1 + 1)
P 2 k +1 = 2
... k 3 2 k −1 ,
2 w 2 w 2w ( w + 1)( w + 1)...( w + 1)
agrupando no numerador os termos tais que
18
Sociedade Brasileira de Matemática
~ 1 ( w2 + w2 k −1 )( w4 + w2 k −3 )...( w2 k + w)
P 2 k +1 = , e usando que w 2 k +1 = −1
2k ( w2 k + w)( w2 + w2 k −1 )...( wk +1 + wk )
podemos simplificar a expressão para
~ 1 ( w2 − w−2 )( w4 − w−4 )...( w2 k − w−2 k )
P 2 k +1 = . Agora, olhando para o
2k (− w−1 + w)( w2 − w−2 )...(− w− k + wk )
−2 j
numerador, podemos escolher os termos ( w − w ) tais que 2 j > k que são
2j
−x
Seja f ( x) = e ⋅ senx . Calcule f (2001) (0) . (Denotamos por f ( n ) ( x) a
derivada de ordem n no ponto x; assim, f (2) ( x) = f '' ( x) ).
e ix − e − ix e (i −1) x e − ( i +1) x
SOLUÇÃO: f ( x) = e − x ⋅ senx = e − x ⋅ = − ⇒ após n
2i 2i 2i
derivações teremos
19
Sociedade Brasileira de Matemática
1
f ( n ) ( x) = (i − 1) n ⋅ e x (i −1) − ( −1 − i ) n ⋅ e − ( i +1) x ; para n = 2001 e x = 0, temos
2i
1
que f (2001) (0) = (i − 1) 2001 − (−1 − i ) 2001 sendo que (i − 1) 4 = (−(i + 1)) 4 = −4.
2i
Assim
4500
1
( ) ( ) ⋅ ( −1 − i ) =
500 500
f (2001) (0) = (i − 1) 4 ⋅ (i − 1) − (−(i + 1)) 4 (2i ) = 21000. Ou
2i 2i
tro caminho possível para a solução desse problema seria: após 4 derivações de f
perceber um ciclo e assim calcular f (2001) (0) , método esse mais trabalhoso do que
o apresentado.
π 2π 3π 1
Prove que cos − cos + cos =
7 7 7 2
π
i
SOLUÇÃO: Fazendo w = e 7 o problema se torna equivalente a demonstrar que:
w + w −1 w 2 + w −2 w 3 + w −3 1 w2 + 1 w4 + 1 w6 + 1
− + = ⇔ − + =1⇔
2 2 2 2 w w2 w3
( w 4 + w 2 ) − ( w 5 + w) + ( w 6 + 1) = w 3 ⇔ w 6 − w 5 + w 4 − w 3 + w 2 − w + 1 = 0
.
Veja que isso é a soma dos termos de uma P.G cujo primeiro termo é 1 e a razão
é − w.
Somando a P.G:
π
(− w) 7 − 1 1−1 i
S PG = = = 0 . Lembre que w = e 7 ⇒ w7 = −1
− w −1 − w −1
e portanto a igualdade é realmente verdadeira.
20
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1 π2∞
PROBLEMA 4: Prove que ∑ 2 =
n =1 n 6
π
SOLUÇÃO: Sabemos que para 0 < x < a desigualdade senx < x < tan x é
2
1
verdadeira. De onde segue que cot x < < 1 + cot 2 x . Agora fazendo
2
x2
kπ
x= com k = 1,2,..., m e somando de k = 1 até k = m nós obtemos
2m + 1
m
kπ (2m + 1) 2 m
1 m
kπ
(i) ∑ cot ≤ ∑ ≤ + ∑
2
m cot 2
k =1 2m + 1 π2 k =1 k
2
k =1 2m + 1
Observe que essa inequação está próxima da desejada, a idéia agora é tentar
mostrar que quando m → ∞ o termo central fica “imprensado” entre dois limites
que convergem para um mesmo valor.
Para isso vamos usar um truque que usa números complexos. Pela lei de De
Moivre e usando binômio de Newton temos :
n
n
cos(nt ) + isen(nt ) = (cos t + sent )n = sennt (cot(t ) + i)n = sennt ∑ k ⋅ i
k =0
k
⋅ cot n−k (t )
sen((2m + 1)t ) 2m + 1 2 m 2m + 1 2 m −1 m
2 m +1
= (cot t ) − (cot t ) + ... + (−1) . (*)
sen t 1 3
Agora podemos tratar essa igualdade por meio de um polinômio
2m + 1 m 2m + 1 m −1 m
Pm ( x) = x − x + ... + (−1)
1 3
kπ kπ
Substituindo t = )=0,
2
em (*) para 1 ≤ k ≤ m nos dá Pm (cot
2m + 1 2m + 1
kπ kπ
pois sen (2m + 1) =0 e sen ≠ 0. Então,
2m + 1 2m + 1
21
Sociedade Brasileira de Matemática
kπ
x k = cot 2 , k = 1,..., m são as “m” raízes de Pm cuja soma é
2m + 1
2m + 1
m
kπ 3 m(2m − 1)
∑
k =1
cot 2
=
2m + 1 2m + 1
=
3
(ii)
1
De (i) e (ii) segue
m(2m − 1) (2m + 1) 2 m
1 m(2m − 1)
3
≤
π2
∑k
k =1
2
≤ m+
3
π2
Multiplicando essas desigualdades por e fazendo m → ∞ chegamos
(2m + 1) 2
ao resultado desejado.
kπ π
n
PROBLEMA 7: Prove que ∑ sen
k =1
= cot
n 2n
22
Sociedade Brasileira de Matemática
S 0 = C n0 + C n3 + C n6 + C n9 + ... + C n3[ n / 3]
S1 = C n1 + C n4 + C n7 + C n10 + ... + C n3[( n −1) / 3]+1
Calcule os valores de S 0 e S1 em função de n, sabendo que [r] representa o maior
inteiro menor ou igual ao número r.
∞
1
Calcule o valor de ∑ (3k + 1)(3k + 2)(3k + 3) .
k =0
n
2n + 1
PROBLEMA 13: (IMO 1974) Prove que o número ∑ 2k + 1 ⋅ 2
K =1
3k
não é divisível
PROBLEMA 15: (IMC 99) Atiramos um dado (com faces de número 1, 2,..., 6) n
vezes. Qual é a probabilidades de que a soma dos valores obtidos seja múltiplo de
5? Admita que as faces sejam igualmente prováveis.
Dica: Use a função
n
x + x 2 + x3 + x 4 + x5 + x 6
f ( x) = .
6
PROBLEMA 16: Mostre que dados n pontos no círculo unitário sempre existe um
outro ponto no círculo unitário tal que o produto de suas distâncias aos n pontos
dados é maior ou igual a 2.
23
Sociedade Brasileira de Matemática
Dados números reais a1 , a2 ,..., an não todos nulos, encontre o (menor) período da
função
n
f ( x) = ∑ ak cos(kx).
k =1
BIBLIOGRAFIA
[1] E. Lozansky. C. Rousseau, Wining Solutions, Springer Velrlag, New York, 1996.
[2] Contests in Higher Mathematics, Hungary 1949–1961: in memoriam Miklós
Schweitzer, eds.: G. Szász, L. Gehér, I. Kovács and L. Pintér, Akadémiai Kiadó,
Budapest, 1968.
24
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INTEGRAIS DISCRETAS
Eduardo Poço
♦ Nível Avançado
Integral discreta: dizemos que F (n) é integral discreta de f (n) se e somente se:
∑ f (k ) = F (b + 1) − F (a) , a e b inteiros
k =a
n n
∑ c = cn ∑ n.n! = n!
n
qn n
∑q n
=
q −1
∑ log a n = log a ( n − 1)!
25
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k k
n
− cos kn − n
sen kn −
2
∑ cos kn = k
2
∑ sen kn =
k
2sen 2sen
2 2
n
n sen ( 2n − 1)
∑ sen 2 n = 2 − 4sen1
n
n sen ( 2n − 1)
∑ cos2 n = 2 + 4sen1
n
n n
∑ k = k + 1
n
n + k +k
n
∑ n = n −1
Propriedades
n n n
A igualdade nos fornece uma integral discreta para a função do lado esquerdo,
lembre-se que podemos somar constantes do lado direito e continuar com uma
integral discreta.
n
3) Integral discreta do produto (por partes): sendo ∑ f ( n) = F ( n) e
n
26
Sociedade Brasileira de Matemática
n n
∫ x sen xdx e ∫ x
2
sen xdx
n
∂ ∂ n
∑ ∂x f ( x , n ) =
∂x
∑ f ( x, n )
n n
d d
∑ dn f (n) = dn ∑ f (n)
n
Exemplo: Calcule ∑ nx n
, com x uma constante em relação a n.
∑ ( ∫ f ( x, n)dx ) = ∫ ∑ f ( x, n) dx + Cn
n
n
(−1) k +1
0
n
xn
Exemplo: Prove que ∑
k =1 k
= ln 2 + ∫ x − 1 dx
−1
27
Sociedade Brasileira de Matemática
n
S m (n) = ∑ k m = 1m + 2m + ... + n m
k =1
m −1 m + 1
(m + 1) S m (n) = (n + 1) m +1 − 1 − ∑ S k ( n)
k =0 k
∑(∫ n )
n
n
m −1
dn = ∫ ∑ n m −1 dn + Cn
nmn
n
∑ m = ∫ ∑ nm−1 dn + Cn
n
n
∑n m
= m ∫ ∑ n m −1 dn + Cn
Essa constante pode ser encontrada pela diferença entre integrais discretas
quando n = 0 , fornecendo o oposto da soma dos outros coeficientes já obtidos
pela integração contínua. Resumindo:
28
Sociedade Brasileira de Matemática
n
Se ∑n m −1
= am n m + am −1n m −1 + ... + a2 n 2 + a1n , então:
∑n m
= bm +1n m +1 + bm n m + ... + b2 n 2 + b1n
m +1
m
Com bk = ak −1 , para k = 1, 2,..., m + 1 , e b0 = −∑ bk .
k k =1
Alguns valores:
∑1 = n
n
n2 n
∑n = 2 2
−
n
n3 n 2 n
∑ n 2
=
3
− +
2 6
4
n
n n3 n 2
∑ n 3
=
4
−
2
+
4
5 4
n
n n n3 n
∑ n4 = 5 − 2 + 3 − 30
d n m n n n n
dn
∑ n x = ∑ ( mn m −1 n
x + n m n
x ln x ) = m ∑ n m −1 n
x + ln x ∑ nm xn
n
Das formas iniciais de ∑n m
x n , encontramos uma função da forma:
n
29
Sociedade Brasileira de Matemática
∑n m
x n = x n ( bm n m + bm −1n m −1 + ... + b2 n 2 + b1n )
m
Essa forma pode ser encontrada, e os coeficientes satisfazem bk = ak −1 ,
k
x m
i = 1, 2,..., m e b0 = ∑ bk .
1 − x k =1
Alguns valores:
n
( n − 1) x n +1 − nx n xn
∑ nx =
n
= 2 (
x − 1) n − x , x ≠ 1
( x − 1) ( x − 1)
2
∑ n2 n
= 2n ( n − 2 )
n
∑n 2
2 n = 2 n ( n 2 − 4n + 6 )
n
∑n 2 3 n
= 2n ( n3 − 6n 2 + 18n − 26 )
n
∑n 4
2n = 2n ( n 4 − 8n3 + 36n 2 − 104n + 150 )
Problemas
n
n n
2n (n − 1)
a) ∑n 2
e) ∑ (n + 1)!
3
n
n n
1
b) ∑3 n
f) ∑n 2
+n
2
n n
1 1
c) ∑ (n + 2)n! g) ∑ n +1 + n
2
n
n n
1
d) ∑ h) ∑ cos n cos(n + 1)
2
30
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n
sen 2 k
2- Calcule: lim ∑
n →∞
k =1 n
k =1
∑k 4
.2k
3- Calcule lim
n →∞ n
∑ k .2
k =1
3 n
n
n m +1
∑k
k =1
m
−
m +1
4- Calcule lim , com m inteiro positivo.
n →∞ nm
∞
2n + 1 ∞
1 n
1
5- Prove que ∑ hn = ∑ , sendo hn = ∑ .
(n + n)
2 3
n =1 n k =1 k
2
n =1
REFERÊNCIAS:
31
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PRODUTOS NOTÁVEIS
Uma lista de problemas
Onofre Campos
♦ Nível Iniciante
1 1
1. Se x é um número real tal que tal que x +
= 5, determine o valor de x 2 + 2 .
x x
1
Solução: Elevando ambos os membros da equação x + = 5 ao quadrado,
x
obtemos:
1 1
x 2 + 2 x ⋅ + 2 = 25,
x x
1
e daí, x 2 + 2 = 23.
x
2. Fatore a expressão E = x3 − 5 x 2 − x + 5.
Solução: Temos
E = x3 − 5 x 2 − x + 5
= x 2 ( x − 5) − ( x − 5)
= ( x − 5)( x 2 − 1)
= ( x − 5)( x − 1)( x + 1).
3. Simplifique a expressão
x2 y2 z2
A= + + .
( x − y )( x − z ) ( y − z )( y − x) ( z − x)( z − y )
32
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Portanto:
x2 ( y − z) − y 2 ( x − z) + z 2 ( x − y)
A= 2 = 1.
x ( y − z) − y 2 ( x − z) + z 2 ( x − y)
33
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z x 1 z xz 1
= + + = + +
1 + z + xz 1 + x + xy 1 + z + xz 1 + z + xz 1 + z + xz 1 + z + xz
1 + z + xz
= = 1.
1 + z + xz
a2 b2
7. Se ab = 1 e a 2 + b 2 = 3, determine 2 + 2 + 2.
b a
Solução: Temos:
a2 b2 a 4 + 2a 2 b 2 + b 4 (a 2 + b 2 ) 2
+ + 2 = = = 9.
b2 a 2 a 2b2 ( ab) 2
x y z a b c x2 y 2 z 2
8. Prove que se + + =1 e + + = 0, então 2 + 2 + 2 = 1.
a b c x y z a b c
x y z
Solução: Elevando a equação + + = 1 ao quadrado, obtemos:
a b c
2 2
x y z2 x y y z x z
2
+ 2 + 2 + 2 + + = 1,
a b c a b b c a c
ou seja,
x2 y 2 z 2 xyc + xzb + yza
+ + + 2 = 1.
a2 b2 c2 abc
a b c
Por outro lado, da equação + + = 0, temos xyc + xzb + yza = 0. Logo,
x y z
x2 y 2 z 2
+ + = 1.
a 2 b2 c2
9. Se a, b e c são três números distintos e satisfazem as equações:
a 3 + pa + q = 0
3
b + pb + q = 0
3
c + pc + q = 0,
calcule a + b + c.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
(a − b)(a 2 + ab + b 2 ) + p (a − b) = 0,
(a − b)(a 2 + ab + b 2 + p) = 0.
Como a − b ≠ 0, pois os números são distintos, obtemos:
a 2 + ab + b 2 + p = 0. (*)
Analogamente, multiplicando a terceira equação por – 1 e somando com a
primeira equação, obtemos:
a 2 + ac + c 2 + p = 0. (**)
Agora, multiplicando (**) por –1 e somando com (*), obtemos:
ab − ac + b 2 − c 2 = 0,
a (b − c) + (b − c)(b + c) = 0,
(b − c)(a + b + c) = 0.
Daí, como b − c ≠ 0, segue que a + b + c = 0.
35
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Exercícios Propostos
1. Fatore a expressão S = x 4 + x 2 + 1.
2. Determine a expressão que deve ser multiplicada por x 3 2 + 2 3 x para
obtermos 2 x( x 2 + 4).
3. Calcule o valor da expressão
2 2
( x + 1) 2 ( x 2 − x + 1) 2 ( x + 1) 2 ( x 2 + x + 1) 2
S = ⋅ .
( x 3 − 1) 2 ( x 3 + 1) 2
x y
4. Se x 2 + y 2 = 3 xy, calcule 1 + 1 + .
y x
5. Simplifique
(x + y 2 + z 2 + xy + yz + xz ) − ( x + y + z ) ( x 2 + y 2 + z 2 ) .
2 2 2
7. Simplifique as expressões:
1 1 1 1 1
(a) − − − − ;
1 − x 1 + x 1 − x 1 − x 1 − x8
2 4
36
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1
(b) + + ;
( x − y )( x − z ) ( y − x)( y − z ) ( z − x)( z − y )
( x 2 − y 2 )3 + ( y 2 − z 2 )3 + ( z 2 − x 2 ) 3
(c) .
( x − y )3 + ( y − z )3 + ( z − x )3
x y z
8. Prove que se + + = 0, então
y−z z−x x− y
x y z
+ + = 0.
( y − z ) 2 ( z − x)2 ( x − y )2
9. Para que os valores de a ∈ a expressão a 4 + 4 é um número primo?
10. Prove que se a + b + c = 0 então
a 5 + b5 + c 5 a 3 + b3 + c3 a 2 + b 2 + c 2
= ⋅ .
5 3 2
11. Mostre que (a + b)7 − a 7 − b7 = 7 ab( a + b)( a 2 + ab + b 2 ) 2 .
12. Prove que se a + b + c = 0, então
a 7 + b 7 + c 7 a 5 + b5 + c 5 a 2 + b 2 + c 2
= ⋅ .
7 5 2
13. Se a, b e c são reais não nulos que satisfazem a + b + c = 0, calcule
(a 3 + b3 + c3 ) 2 (a 4 + b 4 + c 4 )
.
(a 5 + b5 + c5 ) 2
14. Prove que se x, y e z são racionais distintos então a expressão
1 1 1
+ +
( y − z) 2
( z − x) 2
( x − y )2
é um quadrado perfeito.
15. Fatore 8( x + y + z )3 − ( x + y )3 − ( y + z )3 − ( x + z )3 .
37
Sociedade Brasileira de Matemática
ÞÞÞ
224.(Balcânica Junior - 2007) Seja a um real positivo tal que a = 6( a + 1). Prove
3
227.(Austria - 2007) Sejam 0 < x0 , x1 ,..., x669 < 1 reais distintos. Mostre que
existem i, j ∈ {0,1,..., 669} para os quais
1
0 < xi x j ( x j − xi ) < .
2007
228.(Bulgária - 2008) Para cada inteiro positivo n, seja τ (n) a quantidade de
divisores de n maiores que 2008. Defina an = 0 se τ (n) é par e an = 1 caso
contrário. O número α = 0, a1a2 ...an ... é racional?
38
Sociedade Brasileira de Matemática
230.(Rússia - 2007) Sejam a, b, c números reais. Prove que pelo menos uma das três
equações
x 2 + (a − b) x + (b − c) = 0,
x 2 + (b − c) x + (c − a) = 0,
x 2 + (c − a) x + (a − b) = 0,
possui solução real.
39
Sociedade Brasileira de Matemática
211. (Baltic Way – 2004) Uma seqüência a1, a2, ... de números reais não-negativos
satisfaz, para n = 1, 2, ..., as seguintes condições:
212. (Baltic Way – 2004) Seja P um polinômio com coeficientes não-negativos. Prove
que se P(1/x)P(x) ≥ 1 para x = 1, então tal desigualdade se verifica para todo real
positivo x.
40
Sociedade Brasileira de Matemática
213. (Baltic Way – 2004) Ache todos os conjuntos X, consistindo de ao menos dois
inteiros positivos, tais que para todos m, n ∈ X, com n > m, exista um elemento k
de X tal que n = mk2.
41
Sociedade Brasileira de Matemática
generalidade, que p r > p r −1 > ... > p 3 > p 2 > p1 > 1 . Com um raciocínio
3
análogo ao parágrafo anterior, concluímos que p 2 = p1 . Seguindo o raciocínio,
temos que:
2
(1) p3 = p1 k1
3 2
(2) p3 = p1 k 2
onde k1 , k 2 ∈ X .
Obviamente, temos que k1 < p 3 , k 2 < p 3 e k1 ≠ k 2 . Portanto, como p3 é o
k1 = p1
terceiro menor elemento do conjunto, só restam as possibilidades 3
ou
k 2 = p1
k1 = p13 3
. Porém, no primeiro caso, temos que p3 = p1 = p 2 : absurdo! Já no
k 2 = p1
segundo caso, temos que:
3 7
(1) p3 = p1 ( p1 ) 2 = p1
3 2 5
(2) p3 = p1 p1 = p1
5 7
Portanto, temos que p1 = p1 ⇒ p1 = 0 ou p1 = 1 . Absurdo!
Logo, não é possível que o conjunto X possua mais de 2 elementos. E assim,
todos os conjuntos que satisfazem o enunciado são:
{ }
X = n, n 3 , com n ∈ e n > 1 .
223. (Bielorússia – 2005) Seja H o ponto de interseção das alturas BB1 e CC1 do
triângulo acutângulo ABC. Seja uma reta passando por A, tal que ⊥ AC.
Prove que as retas BC, B1C1 e possuem um ponto em comum se e somente se
H for o ponto médio de BB1.
42
Sociedade Brasileira de Matemática
B1
C1
M
B
P
CB1 AC1 BM
i) C , M , C1 colineares ⇒ por Menelaus no ∆BAB1 : ⋅ ⋅ = 1, (I)
AC C1 B MB1
BB1 ⊥ AC e
ii) ⊥ AC ⇒ // BB1 e daí ∆ACP ∼ ∆BCB1 , donde
PB AB1 PC CB
= (II) e = (III)
BC CB1 AC CB1
PC AB1 C1 B
iii) P, B1 e C1 são colineares ⇔ ⋅ ⋅ = 1 (IV)
PB CB1 AC1
Multiplicando (I) e (IV) membro a membro, temos que P, B1 e C1 são colineares
CB1 AC1 BM PC AB1 C1 B BM PC AB1
⇔ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ =1⇔ ⋅ = 1 (V)
AC C1 B MB1 PB CB1 AC1 MB1 AC PB
AB1 CB1
Mas de (II) : = e multiplicando este resultado por (III)
PB BC
PC AB1 CB CB1
⋅ = ⋅ = 1 (*)
AC PB CB1 CB
43
Sociedade Brasileira de Matemática
f ((t − j + 1) x + j − 1) = x + f ((t − j ) x + j )
f (2 x + t − 2) = x + f ( x + t − 1)
f ( x + t − 1) = x + f (t )
44
Sociedade Brasileira de Matemática
45
Sociedade Brasileira de Matemática
Notemos agora que a carta número 2 deve pertencer à Iana. De fato, se a carta
pertencesse a Ivo, teríamos pelo raciocínio anterior que Iana deveria possuir todas
as cartas ímpares, o que não é possível, já que Ivo possui a carta número 13 .
Como a carta 2 pertence a Iana e a carta 13 pertence a Ivo, temos que a carta
26 deve pertencer a Ivo e, conseqüentemente, a carta 52 também. Portanto, até
o momento, temos:
Ivo: 13, 26, 52
Iana: 1, 2, 12, 14, 25, 27, 38, 40, 51, 53, 64, 66, 77, 79, 90, 92
Novamente, temos que a carta 3 deve pertencer a Iana, pois caso pertencesse a
Ivo, a carta 6 = 3 × 2 também pertenceria a Ivo, assim como a carta 12 = 6 × 2 , o
que não é verdade. Analogamente, a carta 4 também pertence a Iana, pois se
pertencesse a Ivo, também pertenceria a Ivo a carta 12 = 4 × 3 . Isso implica que as
cartas 39 e 78 pertencem a Ivo. Portanto, até o momento:
Ivo: 13, 26, 39, 52, 78
Iana: 1, 2, 3, 4, 12, 14, 25, 27, 38, 40, 51, 53, 64, 66, 77, 79, 90, 92
Se Ivo possuísse o número 5 , também deveria possuir o número 10 = 5 × 2 e
assim, deveria possuir o número 40 = 10 × 4 , o que não é verdade. Logo Iana
possui o número 5.
Já os números 6 e 7 também não podem estar com Ivo, pois neste caso, os
números 12 = 6 × 2 e 14 = 7 × 2 não poderiam estar com Iana, o que não acontece.
Logo, Iana também possui os números 6 e 7 .
Assim, até o momento:
Ivo: 13, 26, 39, 52, 78
Iana: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 12, 14, 25, 27, 38, 40, 51, 53, 64, 66, 77, 79, 90, 92
Analogamente, temos que se 8, 9, 10 e 11 pertencessem a Ivo, 40 = 8 × 5 ,
27 = 9 × 3 , 40 = 10 × 4 e 77 = 11 × 7 também deveriam pertencer a Ivo, o que não
é verdade. Logo, 8, 9, 10 e 11 também pertencem a Iana.
Neste momento, temos que:
Ivo: 13, 26, 39, 52, 78
Iana: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 25, 27, 38, 40, 51, 53, 64, 66, 77, 79, 90, 92
Agora notamos que Ivo possui todos os múltiplos de 13 menores que 100 .
Todos os demais números menores que 100 devem então ter a forma 13k + t ,
com k , t ∈ e 0 < t < 13 . Como Iana possui todos os números t ∈ com
0 < t < 13 , temos que todos os número menores que 100 que não são múltiplos
de 13 devem pertencer a Iana, pois 13k pertence a Ivo e a soma não pode
pertencer a Ivo.
46
Sociedade Brasileira de Matemática
230. (Eslovênia – 2005) Denote por I o incentro do triângulo ABC. Sabe-se que AC +
AI = BC. Encontre a razão entre as medidas do ângulos ∠BAC e ∠CBA.
I´
A
α α
I
β θ
θ
B C
47
Sociedade Brasileira de Matemática
α/2 α/2
θ N
ε
I
φ
P
β/2 γ/2
β/2 γ/2
M
B C
AB PA + PB 1 1
Primeiro, note que = = + ,
PA ⋅ PB PA ⋅ PB PA PB
AC NA + NC 1 1 BC MC − MB 1 1
= = + e = = − , de
NA ⋅ NC NA ⋅ NC NA NC MB ⋅ MC MB ⋅ MC MB MC
modo que queremos provar que
1 1 1 1 1 1
+ + + − +
PA PB NA NC MB MC
não depende da reta l.
Isso é um trabalho para a lei dos senos! De fato, nos triângulos AIP e AIN, e
r
lembrando que, sendo r o inraio de ABC, AI = ,
sen α2
48
Sociedade Brasileira de Matemática
AP AI 1 sen α2 sen (θ + α2 )
= ⇔ = e
sen θ sen (θ + α2 ) PA r sen θ
NA AI 1 sen α2 sen (θ − α2 )
= ⇔ =
sen θ sen (θ − α2 ) NA r sen θ
1 1
Somando e , obtemos
PA NA
1 1 sen α2 (sen (θ + α2 ) + sen (θ − α2 ))
+ =
PA NA r sen θ
Utilizando a fórmula de Prostaférese sen x + sen y = 2 sen x +2 y cos ( ) ( ),
x− y
2
(θ + α2 ) + (θ − α2 ) (θ + α2 ) − (θ − α2 )
senα2 2sen cos
senα (2senθ cosα )
2 2
1 1 senα
+ = = 2 2
=
PA NA r senθ r senθ r
Sorte grande! Esse valor não depende da escolha de l, já que r e α só dependem
do triângulo ABC. Podemos concluir, analogamente, que
1 1 sen γ
+ =
NC MC r
também não depende de l.
1 1
Já o caso de − , como era de se esperar, é um pouquinho diferente, mas
PB MB
só um pouquinho: pela lei dos senos nos triângulos MIB e PIB,
MB
=
BI
⇔
1
=
(
sen β2 sen β2 − φ )
(
sen φ sen β2 − φ ) MB r sen φ
e
PB
=
BI
⇔
1
=
sen β2 sen β2 + φ ( )
sen φ sen β2 + φ ( PB )r sen φ
α β
Note a mudança de sinal de θ − para − φ : “destrocando” o sinal, obtemos
2 2
−
1
=
(
sen β2 sen φ − β
2
) e aí podemos trabalhar como nos demais casos, obtendo
MB r sen φ
1 1 sen β
+ − =
MB PB r
sen α + sen β + sen γ
A soma pedida é, então, igual a , que não depende de l.
r
49
Sociedade Brasileira de Matemática
(n +1)(n + 2)
= ⋅ Sn , pois a1 = 1.
2
Como S n é par, S n +1 é múltiplo de n + 1. Como S n é múltiplo de a j para todo j,
(n + 1)(n + 2) (n + 1)(n + 2)
S n +1 = ⋅ S n é múltiplo de ⋅ a j para todo j, e logo
2 2
X n +1 é um conjunto DS.
50
Sociedade Brasileira de Matemática
51
Sociedade Brasileira de Matemática
n(n + 1) n(n + 1)
= 1 + 2 + ... + n = ( x + y ) + ( x + z ) = 2 x + y + z , e − −c =
2 2
= ( z + w) + ( y + w) = 2w + y + z. Portanto, 2 x − 2 w = n(n + 1) + c ≥ n 2 , pois
c ≥ − n, e, como claramente temos x ≤ k (n − k ) e w ≥ −k (n − k ), 4k (n − k ) ≥
≥ 2 x − 2 w ≥ n 2 ⇒ 0 ≥ n 2 − 4kn + 4k 2 = (n − 2k ) 2 ,
donde n − 2k = 0, e
portanto n é par. Note que, nesse caso, o elemento c que falta deve ser
necessariamente igual a –n (ou n, se for positivo).
52
Sociedade Brasileira de Matemática
x+ y w+ z
y − x i 2 w − z i 2 y−x π
2 cos e = −2 cos e . Temos ainda 0 ≤ ≤ e
2 2 2 2
w− z π y−x w− z
0≤ ≤ , donde cos ≥ 0 e cos ≥ 0. Temos agora dois
2 2 2 2
casos:
y−x w− z
i) cos = 0. Nesse caso, devemos ter também cos = 0, e,
2 2
portanto y − x = w − z = π , seny = −senx e senw = −senz , donde segue
imediatamente o resultado.
y−x w− z y−x
ii) cos > 0. Nesse caso, devemos ter cos = cos >0e
2 2 2
x+ y w+ z
i w+ z x+ y
w− z y − x
e 2
= −e 2
=
, donde +π e = . Somando,
2 2 2 2
obtemos w = y + π e, substraindo, obtemos z = x + π . Assim, senw = − seny e
senz = − senx , donde segue o resultado, como antes.
53
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54
Sociedade Brasileira de Matemática
117) Sejam r e s duas retas reversas (i.e., não contidas num mesmo plano) e A,
B, C, D, A, B, C , D pontos tais que A, B, A, B ∈ r , C , D, C , D ∈ s, AB = AB e
CD = C D. Prove que os tetraedros ABCD e ABC D têm o mesmo volume.
Note que a área de ABC pode ser definida como AB · EC/2, pois como EC está no
mesmo plano de EF e EF é perpendicular a AB, EC também é (Teorema das 3
perpendiculares).
Logo HD = EF · CD/EC
55
Sociedade Brasileira de Matemática
C
A
G
H
E
2 + 9an
118) Considere a seqüência (an ) n ≥1 dada por a1 = 1 e an +1 = , ∀n ≥ 1.
3 + 9an
Prove que (an ) converge e calcule o seu limite.
56
Sociedade Brasileira de Matemática
Portanto,
2 + 9a n 3 − (3a n − 1) 2
a n +1 − a n = − an = <0
3 + 9a n 3 + 9a n
Logo, (a n ) é uma seqüência estritamente decrescente limitada inferiormente por
1+ 3
, o que garante sua convergência. Vamos mostrar agora que
3
1+ 3
lim a n = . Seja x = lim an = lim an +1. Temos então
3
2 + 9an 2 + 9 x
x = lim an +1 = lim = , donde 9 x 2 − 6 x − 2 = 0. Como x ≥ 0, devemos ter
3 + 9an 3 + 9 x
3 + 27 1 + 3
x= = .
9 3
113) a1 , a2 , a3 ,... formam uma seqüência de inteiros positivos menores que 2007
am + an
tais que é inteiro, para quaisquer inteiros positivos m, n.
am + n
Prove que a seqüência (an) é periódica a partir de um certo ponto.
57
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para próximos números.
119. Mostre que não existem inteiros positivos a e b tais que tais que
(36a + b)(36b + a) seja uma potência de 2.
121. Na figura abaixo o lado do quadrado vale 4, obter o valor da altura h para que
a área da região 1 seja igual a área da região 2.
2
4 4
h
58
Sociedade Brasileira de Matemática
127. Determine todos os inteiros positivos k tais que existem inteiros positivos x,
x2 + y2 + z 2
y, z com = k.
xyz
128. Barango Joe era um sapo de mútiplos talentos que habitava a Terra das
Chances Diminutas, localizada no alto de uma montanha.
Após sua maioridade, Barango Joe decidiu tentar a vida no Reino das Grandes
Oportunidades, localizado no cume da montanha vizinha.
Para isso, ele atravessaria a extensa ponte de madeira por cima do Desfiladeiro da
Morte. Entretanto, a ponte era guardada pela Esfinge Vegas, exímia jogadora que
sempre desafiava os viajantes para algum jogo. O viajante vitorioso tinha a
passagem franqueada; e o perdedor era lançado ao abismo.
Assim chegando à cabeceira da ponte, Barango Joe foi desafiado a uma partida de
“Pachang” jogo que lembra o “Black Jack” ou “Vinte e um”, mas é jogado por 2
oponentes da seguinte maneira:
Os jogadores, designados por “banca” e “apostador”, utilizam um dado gerador
de números aleatórios reais uniformemente distribuídos no intervalo [0,1]
Inicialmente, a banca sorteia um número X. Se não estiver satisfeita com o
número obtido, pode descartá-lo e então sortear um novo número. Este
procedimento pode ser executado 2 vezes, Isto é, pode haver até 3 sorteios na
definição do número X da banca.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
Então, o apostador sorteia quantos números forem necessários até que a soma de
seus números ultrapasse o número X da banca. Neste momento, se esta soma for
inferior a 1, o apostador ganha; caso contrário, perde.
Após explicar as regras do Pachang, a Esfinge Vegas deu uma opção ao sapo:
- Você prefere ser a banca ou o apostador?
O que o Barango Joe deveria responder?
129. Um coelho está numa rua infinita dividida em quadrados numerados pelos
inteiros, e começa no quadrado 0. Se num dado momento ele está no quadrado k,
1
ele escolhe, com probabilidade , pular para o quadrado k + 2 ou, também com
2
1
probabilidade , pular para o quadrado k – 1. Ele continua esse processo
2
indefinidamante. Dado m ∈ , determine a probabilidade de, em algum momento,
o coelho pisar no quadrado m.
Problema 119 proposto por Adriano Carneiro, problemas 120 e 121 proposto por Samuel
Liló Abdalla, de Sorocaba – SP, problema 122 proposto por Renan Lima Novais, do Rio de
Janeiro – RJ, problema 123 proposto por Wilson Carlos da Silva Ramos, de Belém – PA,
problemas 124, 125, 126 e 127 propostos por Anderson Torres, de São Paulo – SP, problema
128 proposto por Rogério Ponce da Silva, do Rio de Janeiro – RJ, problema 129 proposto
por Nicolau Corção Saldanha e Zoroastro Azambuja Neto, do Rio de Janeiro – RJ.
60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXX OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 14 de junho de 2008
Segunda Fase – Sábado, 13 de setembro de 2008
Terceira Fase – Sábado, 25 de outubro de 2007 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 26 de outubro de 2008 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 13 de setembro de 2008
Segunda Fase – Sábado, 25 e Domingo, 26 de outubro de 2008
♦
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paraná) Pato Branco - PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (Inst. de Tec. e Educ. Galileo da Amazônia) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Faculdade Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osvaldo Germano do Rocio (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
62
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 77
COORDENADORES REGIONAIS 78
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
02) Quantos números inteiros positivos de três algarismos têm a soma de seus
algarismos igual a 4?
Observação: lembre-se de que zeros à esquerda não devem ser contados como
algarismos; por exemplo, o número 031 tem dois algarismos.
A) 4 B) 6 C) 7 D) 10 E) 12
03) Juntando dois retângulos iguais lado a lado, sem sobreposição, podemos
formar dois tipos de figura: um quadrado de área igual a 144 cm2 ou um retângulo
de largura diferente do comprimento. Qual é o perímetro deste último retângulo,
em cm?
A) 12 B) 24 C) 48 D) 60 E) 72
2
Sociedade Brasileira de Matemática
05) A soma de todos os números positivos ímpares até 2007 menos a soma de
todos os números positivos pares até 2007 é igual a:
A) 1003 B) 1004 C) 2005 D) 2006 E) 2007
06) Sílvia pensou que seu relógio estava atrasado 10 min e o acertou, mas na
verdade o relógio estava adiantado 5 min. Cristina pensou que seu relógio estava
adiantado 10 min e o acertou, mas na verdade o relógio estava atrasado 5 min.
Logo depois, as duas se encontraram, quando o relógio de Sílvia marcava 10
horas. Neste momento, que horas o relógio de Cristina indicava?
A) 9h 30min B) 9h 50min C) 10h D) 10h 5min E) 10h 15min
a
07) A fração , onde a e b são inteiros 0 1
b
positivos, representa um número entre 0
e 1, na posição indicada no desenho ao a
lado. Qual é um possível valor para a b
soma a + b ?
A) 1 B) 2 C)3
D) 4 E) 5
08) Em uma prova de olimpíada, 15% dos estudantes não resolveram nenhum
problema, 25% resolveram pelo menos um problema, mas cometeram algum erro,
e os restantes, 156 estudantes, resolveram todos os problemas corretamente. O
número de estudantes que participaram da olimpíada foi:
A) 200 B) 260 C) 93 D) 223 E) 300
B C E
3
Sociedade Brasileira de Matemática
11) Uma loja de CD`s realizará uma liquidação e, para isso, o gerente pediu para
Anderlaine multiplicar todos os preços dos CD`s por 0,68. Nessa liquidação, a
loja está oferecendo um desconto de:
A) 68% B) 6,8% C) 0,68% D) 3,2% E) 32%
12) Esmeralda e Pérola estão numa fila. Faltam 7 pessoas para serem atendidas
antes de Pérola e há 6 pessoas
depois de Esmeralda. Duas outras pessoas estão entre Esmeralda e Pérola. Dos
números abaixo, qual pode ser o número de pessoas na fila?
A) 9 B) 11 C) 13 D) 14 E) 15
14) O conteúdo de uma garrafa de refrigerantes enche três copos grandes iguais e
mais meio copo pequeno ou 5 desses copos pequenos iguais mais a metade de um
daqueles grandes. Qual é a razão entre o volume de um copo pequeno e o de um
grande?
A) 2 B) 3 C) 7 D) 5 E) 3
5 7 10 9 5
4
Sociedade Brasileira de Matemática
18) Anita imaginou que levaria 12 minutos para terminar a sua viagem, enquanto
dirigia à velocidade constante de 80 km/h, numa certa rodovia. Para sua surpresa,
levou 15 minutos. Com qual velocidade constante essa previsão teria se
realizado?
A) 90 km/h B) 95 km/h C) 100 km/h D) 110 km/h E) 120 km/h
A B C D E F
20) Ao efetuar a soma 131 + 132 + 133 + L + 132006 + 132007 obtemos um número
inteiro. Qual é o algarismo das unidades desse número?
A) 1 B) 3 C) 5 D) 7 E) 9
5
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 2
07) O jardim da casa de Maria é formado por cinco quadrados de igual área e tem
a forma da figura abaixo. Se AB = 10 m, então a área do jardim em metros
quadrados é:
500 100
A) 200 B) 10 5 C) 100 D) E)
3 3
6
Sociedade Brasileira de Matemática
09) Doze pontos estão sobre um círculo. Quantos polígonos convexos podemos
formar com vértices nesses 12 pontos?
A) 4017 B) 220 C) 4095 D) 66 E) 3572
10) De quantas maneiras diferentes podemos escrever o número 2007 como soma
de dois ou mais números inteiros positivos e consecutivos?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
14) A figura abaixo é formada por três quadrados de lado 1 e um retângulo que os
contorna.
A área do retângulo é:
A) 3 2 B) 4 2 C) 6 D) 6 2 E) 8
7
Sociedade Brasileira de Matemática
A) 25 B) 36 C) 49 D) 64 E) 81
18) O desenho abaixo mostra um dado comum cujas somas das pontuações em
faces opostas é
sempre igual a 7. Ele é colocado em uma mesa horizontal com a face “1” voltada
para Leste. O dado é, então, movido quatro vezes.
Norte
Leste
8
Sociedade Brasileira de Matemática
19) Uma avenida possui 100 prédios numerados de 1 a 100, onde prédios com
numeração par se situam do lado direito da rua e prédios com numeração ímpar
se situam no lado esquerdo. A quantidade de andares de cada prédio é igual à
soma dos algarismos do número correspondente ao prédio. Assim, podemos
afirmar que:
A) A quantidade de prédios com mais de 10 andares é maior do lado direito da
rua.
B) A quantidade de prédios com menos de 5 andares é maior do lado direito da
rua.
C) Pelo menos metade dos prédios possui 10 ou mais andares.
D) Em ambos os lados da rua há a mesma quantidade de prédios com exatos 8
andares.
E) Pelo menos 25% dos prédios possui menos de 5 andares.
20) Qual o menor perímetro inteiro possível de um triângulo que possui um dos
5 3
lados com medida igual a ?
2
A) 8 B) 9 C) 10 D) 11 E)12
21) Determine em qual dos horários abaixo o ângulo determinado pelos ponteiros
de um relógio é o menor.
A) 02h30 B) 06h20 C) 05h40 D) 08h50 E) 09h55
22) O máximo divisor comum entre os números 1221, 2332, 3443, 4554,........,
8998 é:
A) 3 B) 33 C) 37 D) 11 E) 101
23) Uma mesa de bilhar tem dimensões de 3 metros por 6 metros e tem caçapas
nos seus quatro cantos P, Q, R e S. Quando uma bola bate na borda da mesa, sua
trajetória forma um ângulo igual ao que a trajetória anterior formava.
9
Sociedade Brasileira de Matemática
R Q
S P
Uma bola, inicialmente a 1 metro da caçapa P, é batida do lado SP em direção ao
lado PQ, como mostra a figura. A quantos metros de P a bola acerta o lado PQ se
a bola cai na caçapa S após duas batidas na borda da mesa?
6 3 2 3
A) 1 B) C) D) E)
7 4 3 5
25) Seja {an} uma seqüência na qual cada termo é definido como o dobro da
soma dos algarismos do termo anterior, mais uma unidade. Por exemplo, se an =
234, então an +1 = 2(2 + 3 + 4) +1.
Se, a1 = 1 o valor de a31 + a32 + a33 + a34 + a35 é igual a:
A) 44 B) 54 C) 64 D) 77 E) 84
PROBLEMAS – NÍVEL 3
y
A) 270 B) 300 C) 330 D) 360 E) 390
10
Sociedade Brasileira de Matemática
02) Um número de quatro dígitos é dito peroba se possui pelo menos dois dígitos
vizinhos com a mesma paridade. Quantos números perobas existem?
A) 8999 B) 8874 C) 7875 D) 8000 E) 7750
05) Os números 72, 8, 24, 10, 5, 45, 36, 15 são agrupados em duplas de modo que
o produto de cada dupla é o mesmo. Qual número fica com o 10?
A) 36 B) 45 C) 24 D) 15 E) 72
06) Tintas pretas opacas absorvem 97% da luz, refletindo o restante. Cientistas
desenvolveram uma nova cobertura superpreta que é “dez vezes mais preta” que
tintas pretas opacas, querendo dizer que ela reflete 1/10 da luz refletida pelas
tintas pretas opacas. Que porcentagem de luz a nova cobertura absorve?
A) 9,7 B) 90,3 C) 99,7 D) 99,9 E) 970
xo
11
Sociedade Brasileira de Matemática
3 π 2 π
A) 1 B) C) D) E)
2 3 π 2
12) As cidades Aópolis, Beópolis e Ceópolis são ligadas por estradas retas. Sabe-
se a estrada que liga Aópolis e Beópolis é perpendicular à estrada que liga
Aópolis e Ceópolis. Rubens mora em Beópolis e tem um compromisso em
Ceópolis. Todavia, a estrada que liga Beópolis a Ceópolis está interditada, de
modo que Rubens é obrigado a fazer o trajeto Beópolis-Aópolis-Ceópolis. Para
chegar ao compromisso na hora certa, Rubens trafega com uma velocidade 24%
maior do que trafegaria se utilizasse a estrada interditada.
12
Sociedade Brasileira de Matemática
13) Todo número real a pode ser escrito de forma única como a = a + {a} , em
que a é inteiro e 0 ≤ {a} < 1 . Chamamos a parte inteira de a e {a} parte
fracionária de a.
Se x + y + {z} = 4,2 , y + z + {x} = 3,6 e z + x + {y} = 2 , quanto vale x – y +
z?
A) –1 B) –0,5 C) 0 D) 0,5 E) 1
14) Dizemos que um natural X é um repunit quando os seus algarismos são todos
iguais a 1, ou seja, quando X é da forma 11…1.
Sejam p, q e r inteiros, p > 0 , tais que pX 2 + qX + r é um repunit sempre que X
é um repunit. Qual dos valores a seguir é um possível valor de q?
A) –2 B) –1 C) 0 D) 1 E) 2
13
Sociedade Brasileira de Matemática
22) O máximo divisor comum entre os números 1221, 2332, 3443, 4554,........,
8998 é:
A) 3 B) 33 C) 37 D) 11 E) 101
GABARITO
NÍVEL 1 (5ª. e 6ª. Séries)
1) E 6) A 11) E 16) D
2) D 7) E 12) B 17) B
3) D 8) B 13) C 18) C
4) E 9) D 14) D 19) D
5) B 10) E 15) C 20) E
14
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04. Uma folha retangular de cartolina foi cortada ao longo de sua diagonal. Num
dos pedaços restantes, na forma de um triângulo retângulo, foram feitos dois
cortes, paralelos aos lados menores, pelos meios desses lados. Ao final sobrou um
retângulo de perímetro 129 cm. O desenho abaixo indica a seqüência de cortes.
15
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05. Um reservatório cúbico internamente tem 2 metros de lado e contém água até
a sua metade. Foram colocados no reservatório 25 blocos retangulares de
madeira, que não absorvem água, de dimensões 20 × 30 ×160 centímetros.
Sabendo que 80% do volume de cada bloco permanece submerso na água,
calcule, em centímetros, a altura atingida pela água, no reservatório.
PARTE B
(Cada problema vale 10 pontos)
PROBLEMA 1
A área do quadrado ABCD é 300 cm2. Na figura, M é ponto
médio de CD e o ponto F pertence à reta BC.
PROBLEMA 2
Esmeralda comprou seis discos de ferro para usar num aparelho de ginástica.
Esses discos têm massas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 quilogramas, respectivamente.
Esmeralda pode combiná-los e obter outras massas, como por exemplo:
1 disco de 2 kg + 1 disco de 6 kg = 8 kg.
Qual a maior quantidade de massas diferentes que ela pode obter?
16
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PROBLEMA 3
Observe como o quadriculado ao lado
é preenchido.
3
a) Qual é a soma dos elementos da 3
diagonal 9? 3
3
b) Qual é o resto da divisão por 100 da
soma dos elementos da diagonal
2007?
01. Ludmilson descobriu que o produto da idade que tinha há 55 anos atrás pela
idade que terá daqui a 55 anos é igual ao cubo de um número primo. Qual é a
idade atual de Ludmilson?
f (10 −8 ) − f (103 )
02. Sendo f(x) = 100x + 3, calcule o valor de − f (−1) .
10 −8 − 103
S T A D
Determine a medida, em graus, do ângulo ∠QCE.
17
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quatro dígitos (não todos iguais), em seguida escreva a diferença entre o maior e
o menor número que podem ser formados a partir de uma permutação dos dígitos
do número inicial. Repetindo o processo com cada número assim obtido,
obtemos uma seqüência. Por exemplo, se o primeiro número for 2007, o segundo
será 7200 – 0027 = 7173. O terceiro será 7731 – 1377 = 6354.
Começando com o número 1998, qual será o 2007-ésimo termo da seqüência?
PROBLEMA 1
O triângulo ABC é retângulo em B. Sejam I o centro da circunferência inscrita em
ABC e O o ponto médio do lado AC. Se ∠AOI = 45°, quanto mede, em graus, o
ângulo ∠ACB?
PROBLEMA 2
Sejam α e β as raízes da equação quadrática (x – 2)(x – 3) + (x – 3)(x + 1) + (x +
1)(x – 2) = 0.
1 1 1
Determine o valor de + + .
(α + 1)( β + 1) (α − 2)( β − 2) (α − 3)( β − 3)
PROBLEMA 3
a) Determine a quantidade de divisores do número N = 235 – 23.
b) Mostre que para todo número natural n , n5 – n é múltiplo de 30.
PROBLEMA 4
Um quadrado 4 × 4 é dividido em 16 quadrados unitários. Cada um dos 25
vértices desses quadrados deve ser colorido de vermelho ou azul. Ache o número
de colorações diferentes tais que cada quadrado unitário possua exatamente dois
vértices vermelhos.
01. Quantos divisores positivos do número 123456 são menores que 2007?
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02. Considere o conjunto A dos pares ordenados (x;y) de reais não negativos tais
que x + y = 2. Se a probabilidade de um elemento de A escolhido aleatoriamente
estar a uma distância da origem menor ou igual a 5 3 é p, quanto vale 2535p2?
PROBLEMA 2
Encontre todos os números n de seis algarismos da forma AAABBB, em que A e B
são algarismos diferentes e não nulos e n + 1 é um quadrado perfeito.
PROBLEMA 3
No quadrilátero convexo ABCD, ∠A + ∠B = 120°, AD = BC = 5 e AB = 8.
Externamente ao lado CD, construímos o triângulo eqüilátero CDE. Calcule a
área do triângulo ABE.
PROBLEMA 4
Em um certo país há 21 cidades e o governo pretende construir n estradas (todas
de mão dupla), sendo que cada estrada liga exatamente duas das cidades do país.
Qual o menor valor de n para que, independente de como as estradas sejam
construídas, seja possível viajar entre quaisquer duas cidades (passando,
possivelmente, por cidades intermediárias)?
19
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2. [150] O desenho abaixo à esquerda mostra como fica a folha após a primeira
dobra. À direita, mostra como fica a folha após as duas dobras.
20
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223
2 2
223 223
4. [258] O retângulo que sobra após os cortes tem lados iguais às metades dos
lados da cartolina original, cujo perímetro, então, é o dobro do perímetro
desse retângulo. Logo, o perímetro da cartolina antes do corte é
129 × 2 = 258 cm.
1,92
Portanto 4h = 1,92 ⇔ h = = 0, 48 m = 48 cm . Como a altura inicial
4
do líquido era 100 cm, a nova altura será 148 cm.
21
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22
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23
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Problema 01 02 03 04 05
Resposta 66 197 174 8 6174
03. Note que os triângulos PTA, ABD, BCE, e PQC são todos isósceles. Como
∠ STP = 108°, ∠ PTA = ∠ PAT = 72°. Assim, temos que ∠ TPA = 36° e
∠ BAD = ∠ BDA = 18°. Além disso, ∠ ABD = 144° e ∠ CBE = 66°. Como
∠ QPC = 126°, temos que ∠ QCP = 27° e ∠ ECB = 57°. Logo, ∠ QCE = 174°.
24
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
É fácil ver que ( x − 2)( x − 3) + ( x − 3)( x + 1) + ( x + 1)( x − 2) = 3( x − α )( x − β ) .
Fazendo x = –1, 2 e 3, nesta igualdade, temos que,
4
(α + 1)( β + 1) = 4 , (α − 2)( β − 2) = −1 , (α − 3)( β − 3) = .
3
1 1 1 1 3
Com isso, + + = − 1 + = 0.
(α + 1)( β + 1) (α − 2)( β − 2) (α − 3)( β − 3) 4 4
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) N = 23 ⋅ (234 − 1) = 23 ⋅ (232 + 1)(232 − 1) = 23 ⋅ (232 + 1)(23 + 1)(23 − 1) =
25
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Vamos começar colorindo a primeira linha de vértices. Cada coloração dessa
linha é uma seqüência de letras “A” e “V”, por exemplo, A V V A V. Observe
que, uma vez colorida a primeira linha, se aparecerem duas letras consecutivas
iguais, o restante dos vértices do tabuleiro já estão determinados. De fato, ao
aparecer dois V’s consecutivos, os dois vértices imediatamente abaixo deles
deverão ser coloridos com dois A’s, os que estão mais abaixo deverão ter dois
V’s, e assim por diante. Isto completa a coloração dessas duas colunas. Dessa
forma, cada coluna vizinha também estará determinada, pois em cada retângulo
teremos três vértices previamente coloridos, o que obriga o quarto vértice a ter
sua cor determinada. Então, para cada seqüência de A’s e V’s na primeira linha
que contém pelo menos duas letras iguais consecutivas, há exatamente uma
maneira de colorir o tabuleiro. Como há 25 – 2 = 30 de tais seqüências, contamos
30 colorações possíveis.
A V V A V
A A
V V
A A
V V
26
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A V A V A
V
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 17 3024 1500 30 62
- d é múltiplo de 643: 1 ⋅ 643 = 643 , 2 ⋅ 643 = 1286 e 3 ⋅ 643 = 1929 são menores
que 2007, mas a partir de 4 ⋅ 643 = 2572 , eles são maiores que 2007. Portanto há
3 divisores neste caso.
02. Seja B o conjunto dos pontos de A cuja distância à origem é menor do que 5
3
e seja P = ( x; y ) um ponto de B. Sabe-se que P está sobre o segmento
27
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x2 + y2 ≤ 5( 3) 2 ⇔
x2 + 4 − 4x + x2 ≤
25 ⇔ 2
9
11
2x − 4x + ≤ 0
9
11
4 ± 16 − 8
11 9 = 1 ± 14 , que nos dá os
As raízes de 2 x 2 − 4 x + = 0 são x0 =
9 4 6
14 14 14 14
pontos extremos P1 = 1 − ;1 + e P2 = 1 + ;1 − de B. Pela
6 6 6 6
inequação, temos que os pontos de B estão na reta x + y = 2 , delimitados pelos
pontos P1 e P2 , logo B é o segmento de reta P1 P2 .
Queremos a probabilidade p de escolher um ponto do conjunto A estar contido no
segmento P1 P2 , que é a razão entre P1 P2 e o comprimento de A. Como A está
delimitado pelos pontos (0;2) e (2;0) , seu comprimento vale
(0 − 2) 2 + (2 − 0) 2 = 2 2 . O comprimento de B vale
2 2 2
1 + 14 − 1 + 14 + 1 − 14 − 1 − 14 = 2 14 = 2 7 , portanto
6 6 6 6 3 3
2 7
14 14
p= 3 = e 2 5 35 p 2 = 2 5 ⋅ 35 ⋅ = 2 4 ⋅ 33 ⋅ 7 = 3024 .
2 2 6 36
67
1000 8
noves
99 K 9 101000 − 1
03. Inicialmente, temos 12
11 K31 = 9 = . Portanto
1000 uns 9
101000 − 1
1
4 2K
11 31 =
4 9
.
1000 uns
Com isso, observando que
101000 − 1 (10 500 − 1)(10 500 + 1) (10 500 − 1)(10 500 − 1) 10 500 − 1
= > = e
9 9 9 3
28
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10 − 1 99K 9
500
inteiro mais próximo de 1 4 2K
11 431 é 3
=
3
= 33
{ K 3 , cuja soma dos
1000 uns 500 três
Outra solução:
Escrevendo a equação dada como uma equação do segundo grau em x, temos:
x2 – (y + 2)x + (y2 – 2y) = 0.
• Se y = 1, ficamos com ∆ = 13, que não é quadrado perfeito. Logo, este caso não
tem solução.
29
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4±4
• Se y = 2, obtemos ∆ = 16 e x = = 0 ou 4. Como x é inteiro positivo, a
2
única solução neste caso é (x, y) = (4, 2).
• Se y = 3, ficamos com ∆ = 13, absurdo!
6±2
• Se y = 4, obtemos ∆ = 4. Neste caso, x = = 2 ou 4. Logo, (x, y) = (2, 4) ou
2
(4, 4).
Portanto, o conjunto solução é {(2, 4), (4, 2), (4, 4)}.
Além disso, note que x2 – xy + y2 = 2(x + y) é par, e portanto ao menos uma das
parcelas do primeiro membro é par (se todos forem ímpares, x2 – xy + y2 é ímpar),
o que implica que x ou y é par. Suponha, sem perda de generalidade, que x é par.
Então y2 = 2(x + y) + xy – x2 é par e, assim, y também é par.
Logo, dos dois fatos acima, conclui-se que as únicas possibilidades para os pares
(x, y) são (2, 2), (2, 4), (2, 6), (4, 2), (4, 4) e (6, 2). Substituindo os pares, vemos
que as únicas soluções são (2, 4), (4, 2) e (4, 4).
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Seja k inteiro positivo tal que k2 = n + 1.
Primeiro, notemos que o algarismo das unidades dos quadrados perfeitos são 0, 1,
4, 5, 6 e 9, de modo que B é igual a 9, 3, 4, 5 ou 8.
30
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• k = 111x ± 1 :
Temos AAABBB = k 2 − 1 = 1112 x 2 ± 222 x ⇔ 1000 A + B = 111x 2 ± 2 x . O dígito
das unidades de 1000A + B é B. Note que 111x 2 ± 2 x = 2(55 x 2 ± x) + x 2 tem a
mesma paridade que x. Assim, se B = 5, x é ímpar, ou seja, é 3, 5, 7 ou 9. Se x =
3, 5, 7, 9, o algarismo das unidades de 111x 2 + 2 x é 5, 5, 3, 9, respectivamente,
de modo que x = 3 ou x = 5, para o qual 1000A + B iguala 111 ⋅ 9 + 6 = 1005 e
111 ⋅ 25 + 10 = 2785 , o que gera a solução x = 3, A = 1 e n = 111555. Além disso,
se x = 3, 5, 7, 9, o algarismo das unidades de 111x 2 − 2 x é 3, 5, 5, 3,
respectivamente, de modo que as únicas possibilidades são x = 5 ou x = 7, para os
quais 1000 A + B iguala 2765 e 111 ⋅ 49 − 14 = 5425 respectivamente, o que
também não é possível.
31
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Uma solução:
E
F
D C
A
Prolongue AD e BC até se encontrarem no ponto F. Veja que ∠AFB = 60° =
∠DEC. Com isso, o quadrilátero FECD é inscritível. Temos:
32
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Além disso, ∠DEA = ∠CEB, de onde concluímos que ∠AEB = ∠DEC = 60°.
Dessa forma, o triângulo ABE é eqüilátero de lado 8 e sua área é igual a
82 3
= 16 3 cm2.
4
Outra solução:
Considere os pontos no plano complexo. Representaremos o número complexo
correspondente ao ponto X com a letra correspondente minúscula x. Fixemos o
ponto médio de AB como origem e sejam a = –4 e b = 4. Assim, sendo
α = ∠BAD e β = ∠ABC , ambos no sentido anti-horário, podemos encontrar as
coordenadas de C e D:
5
c − b = (a − b) cis(− β ) ⇔ c = 4 − 5 cis(− β )
8
5
d − a = (b − a) cis α ⇔ d = −4 + 5 cis α
8
π
Sendo ω = cis a raiz sexta da unidade e raiz da equação x 2 − x + 1 = 0 ,
3
e − d = (c − d )ω ⇔ e = (1 − ω )d + cω = ωc − ω 2 d = 4ω − 5ω cis(− β ) + 4ω 2 − 5ω 2 cis α
π 2π
⇔ e = 4(ω + ω − 1) − 5 cis − β + cis + α
3 3
1+ i 3 π 2π 2π
⇔ e = 4 2 ⋅ − 1 − 5 cis − + α + cis + α
2 3 3 3
2π 2π
⇔ e = 4 3i − 5 cis + α + π + cis + α
3 3
2π 2π
⇔ e = 4 3i − 5 − cis + α + cis + α = 4 3i
3 3
33
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Escolha 20 das cidades do país. Ligando duas quaisquer delas por uma estrada,
20 20.19
utilizaremos = = 190 estradas, e a cidade restante não poderá ser
2 2
alcançada de automóvel. Logo se deve construir pelo menos 191 estradas. Vamos
mostrar que com essa quantidade é possível atingir nosso objetivo.
Suponha que n = 191, mas que seja possível dividir as cidades do país em dois
grupos A e B, digamos com a e b cidades, respectivamente, de tal sorte que
nenhuma cidade de A possa ser alcançada de automóvel a partir de qualquer
a b
cidade de B. Então o número de estradas no país é no máximo + , de
2 2
a b
modo que + ≥ 191, ou ainda, (a2 + b2) – (a + b) ≥ 2⋅191 = 382.
2 2
34
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PROBLEMAS – NÍVEL 1
PROBLEMA 1
Parte das casas de um quadriculado com o
mesmo número de linhas (fileiras
horizontais) e colunas (fileiras verticais) é
pintada de preto, obedecendo ao padrão
apresentado pelo desenho ao lado.
a) Quantas casas serão pintadas num
quadriculado com 14 linhas e 14 colunas, de
acordo com esse padrão?
b) Quantas linhas tem um quadriculado com
199 casas pintadas?
PROBLEMA 2
Uma sala quadrada com 81 m2 de área tem o seu piso inteiramente coberto por
dois tapetes retangulares A e B, que não se superpõem, conforme mostrado na
figura (1) abaixo. Em certo momento, o tapete B é deslocado, o tapete A é girado
de 90o e colocado sobre o tapete B, conforme indicado na figura (2).
PROBLEMA 3
Em uma face de cada um de três cartões foi escrito um número inteiro positivo.
Em seguida, os cartões foram colocados lado a lado sobre uma mesa, com a face
numerada para baixo.
35
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PROBLEMA 4
Considere a tabela a seguir com quatro linhas (fileiras horizontais) e quatro
colunas (fileiras verticais) a qual está preenchida com números naturais,
ocorrendo repetições de números:
1 0 0 3
5 1 2 4
1 1 2 3
6 1 4 0
Ao somarmos os números de cada uma de suas linhas (L1, L2, L3 e L4) e colunas
(C1, C2, C3 e C4) obtemos 8 números distintos: 3, 4, 7, 8, 10, 11, 12, 13. Veja:
Soma da
C1 C2 C3 C4
linha
L1 1 0 0 3 4
L2 5 1 2 4 12
L3 1 1 2 3 7
L4 6 1 4 0 11
Soma da
13 3 8 10
coluna
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Atenção: caso seja impossível montar alguma tabela, você deve explicar porque.
PROBLEMA 5
Sendo A = 555555
1424 L35 × 222222
1424 L
32 , calcule a soma dos algarismos de
2007 cincos 2007 dois
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1
Seja ABC um triângulo e O seu circuncentro. Seja ainda P a intersecção das
retas BO e AC e S a circunferência circunscrita a AOP. Suponha que BO = AP e
que a medida do arco OP em S que não contém A é 40°. Determine a medida do
ângulo ∠OBC.
Obs: A circunferência circunscrita de um triângulo é a circunferência que
passa pelos seus vértices e seu centro é chamado de circuncentro.
37
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PROBLEMA 2
Considere a tabela a seguir com quatro linhas (fileiras horizontais) e quatro
colunas (fileiras verticais) a qual está preenchida com números naturais,
ocorrendo repetições de números:
1 0 0 3
5 1 2 4
1 1 2 3
6 1 4 0
Ao somarmos cada uma de suas linhas (L1, L2, L3 e L4) e colunas (C1, C2, C3 e
C4) obtemos 8 números distintos: 3, 4, 7, 8, 10, 11, 12, 13. Veja:
C1 C2 C3 C4 Soma da
Linha
L1 1 0 0 3 4
L2 5 1 2 4 12
L3 1 1 2 3 7
L4 6 1 4 0 11
Soma da 13 3 8 10
Coluna
PROBLEMA 3
a 29 − 1
Mostre que existe um inteiro positivo a tal que tem pelo menos 2007
a −1
fatores primos distintos.
38
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Prove que não existem soluções inteiras e positivas para a equação
3m + 3n + 1 = t 2 .
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo retângulo isósceles. K e M são pontos sobre hipotenusa
AB, com K entre A e M, e o ângulo ∠ KCM = 45 o. Prove que AK2 + MB2 = KM2.
PROBLEMA 6
Quadradinhos iguais estão arrumados formando um tabuleiro n × n. Ludmilson e
Ednalva jogam o seguinte estranho jogo. Cada jogada de Ludmilson consiste em
retirar 4 quadradinhos que formem um quadrado 2 × 2. Cada jogada de Ednalva
consiste em retirar apenas 1 quadradinho. Ludmilson e Ednalva jogam
alternadamente, sendo Ludmilson o primeiro a jogar. Quando Ludmilson não
puder fazer sua jogada, então Ednalva fica com todas as peças restantes do
tabuleiro. Ganha o jogo aquele que possuir mais quadradinhos no final. Diga se é
possível que Ednalva ganhe o jogo, não importando como Ludmilson jogue, em
cada um dos seguintes casos:
a) n = 10.
b) Caso geral (n qualquer).
PROBLEMA 1
Seja f(x) = x2 + 2007x + 1. Prove que, para todo n inteiro positivo, a equação
f ( f (K ( f ( x)) K)) = 0 tem pelo menos uma solução real
14243
n vezes
PROBLEMA 2
Para quantos números inteiros c, − 2007 ≤ c ≤ 2007 , existe um inteiro x tal que x2
+ c é múltiplo de 22007
39
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PROBLEMA 3
São dados n pontos no plano, os quais são os vértices de um polígono convexo.
Prove que o conjunto das medidas dos lados e das diagonais do polígono tem pelo
menos n / 2 elementos distintos.
Observação: x denota o maior número inteiro que não excede x. Por exemplo,
2,5 = 2 , 3 = 3 e − 1,2 = −2 .
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Arrumam-se 20072 quadradinhos iguais, formando um tabuleiro 2007 × 2007 .
Arnaldo e Bernaldo disputam o seguinte jogo: cada jogada de Arnaldo consiste
em retirar 4 quadradinhos que formem um quadrado 2 × 2 . Cada jogada de
Bernaldo consiste em retirar apenas 1 quadradinho. Os jogadores jogam
alternadamente, sendo Arnaldo o primeiro a jogar. Quando Arnaldo não puder
fazer sua jogada, Bernaldo fica com todas as peças restantes do tabuleiro. Ganha
o jogo aquele que possuir mais quadradinhos no final.
É possível que Bernaldo ganhe o jogo, não importando como Arnaldo jogue?
PROBLEMA 5
Seja ABCD um quadrilátero convexo, P a interseção das retas AB e CD, Q a
interseção das retas AD e BC e O a interseção das diagonais AC e BD. Prove que
se ∠POQ é um ângulo reto então PO é bissetriz de ∠AOD e QO é bissetriz de
∠AOB.
PROBLEMA 6
Dados números reais x1 < x2 < … < xn, suponha que todo número real ocorre no
máximo duas vezes entre as diferenças xj – xi, com 1 ≤ i < j ≤ n . Prove que há
pelo menos n / 2 números reais que ocorrem exatamente uma vez entre tais
diferenças.
40
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1: LIARA GUINSBERG (SÃO PAULO – SP)
Considerando a figura, conseguimos ver um padrão (de cima para abaixo e da
esquerda para a direita).
Número de quadrados pintados:
2×2:2
3×3:7
4×4:8
5 × 5 : 17
6 × 6 : 18
7 × 7 : 31
8 × 8 : 32
Podemos perceber que, do 3 × 3 (7 pintados) para o 4 × 4 (8 pintados) que o
número aumentou 1 unidade pintada.
O fato se deve à seqüência de quadrados pintados, do 2 × 2 para o 3 × 3, o
número de quadrados pretos cresceu em 5 unidades enquanto o branco
permaneceu igual, mas do 3 × 3 para o 4 × 4, o número de brancos aumentou 6,
enquanto o preto somente 1. Em geral, se n é par, do n × n para o (n + 1) × (n + 1)
o número de quadrados pretos cresce em 2n + 1 unidades, mas se n é ímpar cresce
em apenas 1 unidade.
Para o caso do quadrado n × n, com n par, como a quantidade de casas pretas é
n2
igual à quantidade de casas brancas, a quantidade de casas pretas será . Para o
2
caso do quadrado n × n, com n ímpar, percebemos que, a quantidade de casas
(n + 1)2
pretas será − 1 (devido às descobertas anteriores). Com efeito, para n par,
2
( n + 2 ) − 1, e , para n ímpar, (n + 1)2 − 1 + 1 = n + 1 2 .
2
n2
+ 2n + 1 =
2 2 2 2
41
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n2
Usando o padrão para n par, temos: = 199 ⇔ n 2 = 398, mas e equação não tem
2
solução inteira.
Usando o padrão para n ímpar, vemos que:
(n + 1)2 (n + 1)2
− 1 = 199 ⇔ = 200, achamos (n + 1) = 20, donde n = 19, portanto
2 2
o número de linhas será igual a 19.
(2) (1)
A B
A
42
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a)
Soma da
C1 C2 C3 C4 linha
L1 0 0 0 1 1
L2 5 0 0 0 5
L3 2 4 1 1 8
L4 0 2 2 0 4
Soma da
coluna 7 6 3 2
b)
Soma da
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 linha
L1 0 0 0 1 0 0 0 0 1
L2 0 0 0 0 4 0 1 0 5
L3 0 3 0 1 0 0 0 0 4
L4 3 0 2 0 0 0 3 0 8
L5 3 0 3 0 2 1 0 0 9
L6 0 0 3 0 1 0 2 7 13
L7 1 0 2 0 3 3 0 7 16
L8 0 0 0 0 1 11 0 0 12
Soma da
coluna 7 3 10 2 11 15 6 14
c) Não é possível. Para que seja possível montar uma tabela, a soma das somas
das colunas e das somas das linhas deve ser igual ao dobro da soma dos números
”internos”(números preenchendo a tabela, exceto os de soma).
1 + 2 + 3 +...+ 16 + 17 + 18 = 171
43
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171
2n = 171 ⇒ n = , onde n é a soma dos números “internos” e estes devem ser
2
171
naturais, mas não é natural. Portanto não podemos montar a tabela pedida.
2
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5: SOLUÇÃO DA BANCA
Observamos inicialmente que
9 × 5 × 2 = 9 × 10 = 90
9 × 55 × 22 = 9 × 1210 = 10890
9 × 555 × 222 = 9 × 123210 = 1108890
9 × 5555 × 2222 = 9 × 12343210 = 111088890
9 × 55555 × 22222 = 9 × 1234543210 = 11110888890
9 × 555...555
1424 3 × 222...22
1424 3 = 9 × 555...55550
14243 + 5 × 222...220
1
424 3 + 2 =
n +1 cincos n +1 dois n cincos n dois
9 × 555...55550
14243 1 × 424 3
222...220 + 9 × 14243
555...55550 × 2 + 9 × 5 × 1424 3 +9 ×5 ×2 =
222...220
n cincos n dois n cincos n dois
9 × 555...5555
14243 × 222...2200
1
4243 + 9 × 111...111100
14243 + 9 × 111...111100
14243 + 90 =
n cincos n dois n uns n uns
1424 3 1 424 3
111...1110888...889000 + 2 × 999...9900
1424 3 + 90 =
n −1 uns n −1 oitos n noves
1424 3 1 424 3
111...1110888...889000 + 1999...9800
123 + 90 =
n −1 uns n −1 oitos n −1 noves
1424 3 1 424 3
111...1110888...8890
n uns n oitos
44
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SOLUÇÕES – NÍVEL 2
PROBLEMA 1: SOLUÇÃO DE HERMANO HENRIQUE DA SILVA (FORTALEZA – CE)
30°
O
120°
80° 60°
30°
20° 80° 100° 20° C
A P
Propriedade do circuncentro:
Está a igual distância dos vértices!
Como O é o circuncentro, AO = BO = AP, logo ∆APO é isósceles e como o
» = 40° ⇒ ∠OAP = 20°, ∠AOP = ∠APO = 80°.
OP
Daí, ∠OPC = 100°, ∠OCP = 20°, ∠POC = 60°. Logo ∠BOC = 120°, mas
∆BOC é isosceles, daí ∠OBC = ∠OCB = 30°.
45
Sociedade Brasileira de Matemática
a 29 + 1 a 29 − 1
Assim, mdc , = 1. Com isso, podemos concluir que, se a for
a + 1 a −1
(a 2 )29 − 1
maior que 1, possui pelo menos um divisor primo a mais do que
a2 − 1
a 29 − 1
. Portanto, o número a = 32 satisfaz às condições do problema.
2007
a −1
45°
K
a
45°
ß 45°
C a B ≡ A´
K´
46
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PROBLEMA 6:
BASEADA NA SOLUÇÃO DE JOÃO MENDES VASCONCELOS (FORTALEZA – CE)
n2
a) Se n é par, dividimos o tabuleiro em quadrados 2 × 2. Em cada jogada,
4
Ludmilson retira um quadrado 2 × 2 desses em que dividimos o tabuleiro. Nas
n2
primeiras jogadas, Ednalva retirou quadrados pertencentes a, no máximo,
8
n2 n2
desses quadrados 2 × 2. Assim, se k − 1 < , no momento de Ludmilson
8 8
n2 n 2 n 2 n 2
fazer a k-ésima jogada, foram tocados no máximo k − 1 + < + =
8 8 8 4
desses quadrados 2 × 2, e portanto sobra algum desses quadrados para Ludmilson
n2
retirar. Assim, Ludmilson consegue retirar pelo menos desses quadrados,
8
n2 n 2
que contêm 4 ≥ quadrados 1 × 1, ficando com pelo menos a metade dos
8 2
quadradinhos do tabuleiro.
47
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n2 102
Se n = 10, 4 = 4 ⋅ 13 = 52 > , e Ludmilson de fato ganha o jogo.
8 2
Obs.: x denota o menor inteiro que é maior ou igual a x
...
...
n
M M M
...
n
Como n é ímpar, as linhas pintadas terão um quadradinho pintado a menos que os
não pintados. Pelo mesmo motivo, o número de linhas pintadas será uma unidade
menor que o de não pintadas. Isso garante que o número de casas pintadas seja
mínimo e nós possamos ter ao mesmo tempo todos os quadrados 2 × 2 com uma
casa pintada. Agora vamos contar o número de quadrados pintados:
n −1
Em cada linha pintada, nós temos quadrados pintados.
2
n −1 (n − 1)2
Como são linhas pintadas, o total de quadradinhos pintados será .
2 4
EUREKA! N°28, 2008
48
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SOLUÇÕES – NÍVEL 3
PROBLEMA 1: BASEADA NA SOLUÇÃO DE LEANDRO FARIAS MAIA (FORTALEZA – CE)
Sejam f 1 ( x) = f ( x) e para cada n ≥ 1, f n +1 ( x) = f ( f n ( x)).
−2007 + ∆1
Sejam ∆1 = 2007 2 − 4, x1 = .
2
Temos f ( x1 ) = 0. Vamos mostrar por indução que existe uma seqüência de reais
−2007 + ∆n
positivos ( ∆ n ) tal que, definindo xn = , temos f ( xn +1 ) = xn , para
2
todo n , donde f n +1 ( xn +1 ) = f n ( xn ) = 0.
−2007 + ∆ n+1
Para isso, note que a maior raiz de x 2 + 2007 x + 1 = xn é , onde
2
∆ n +1 = 2007 2 − 4 + 4 xn = 2007 2 − 4018 + 2 ∆ n > 0, c.q.d.
49
Sociedade Brasileira de Matemática
Mostraremos, por indução que todo número da forma 8q + 1 é resíduo mod 2k,
para todo k ≥ 3.
Caso inicial k = 3: 8q +1 é resíduo mod 8 porque 1 é resíduo mod 8.
Passo: Todo número da forma 8q + 1 é resíduo mod 2k; tome x dessa forma.
Então, existe y ∈ ¢ com y 2 ≡ x(mod 2k ). Se y 2 ≡ x(mod 2k +1 ), acabou. Senão,
y2 ≡ x + 2k (mod 2k +1 ), e ( y + 2 k −1 ) = y 2 + 2 k y + 2 2 k − 2 ≡ y 2 + 2 k ≡ x (mod 2 k +1 ),
2
50
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An
Am
ß4
α4 Aq
Ap B
A
α
A1 Ak
Suponha que Ap Aq ≤ Am Aq . Então, no triângulo Am Ap Aq , α2 ≤ α3. Além disso, pelo
teorema do ângulo externo no triângulo AAp Am ,α3 < α4 . Ademais, α1 < α2 e, sendo
51
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Para terminar, basta fazer uma espécie de “zigue-zague”. Comece com A2 Ak −1,
que é menor do que A1 Ak (por quê?). Pelo que acabamos de provar, A2 Ak −2 ou
A3 Ak −1 é menor do que A2 Ak −1. Suponha, por exemplo, que A3 Ak −1 seja menor.
Então, aplicando o nosso fato de novo, A4 Ak −1 ou A3 Ak −2 é menor do que A3 Ak −1.
Continuamos assim, até acabar o polígono, e assim conseguimos k – 2 distâncias
diferentes.
No caso em que A1 Ak é a única distância máxima, fica para você provar (use o
poder do arrastrão novamente!) que, no quadrilátero A1 A2 Ak −1 Ak , uma das diagonais
(na verdade as duas) é menor do que A1 Ak (bem, isso é imediato) e maior do que
A2 Ak −1 , de modo que ganhamos mais uma distância, totalizando k– 1.
Agora, vamos terminar o problema. Lembre que cortamos o polígono original do
problema em dois por uma diagonal PQ com medida máxima. Suponha que os
polígonos obtidos tenham k + 1 e n – k + 1 lados, sendo que o de k + 1 lados tem
a distância máxima única. Nele, obtemos (k + 1) – 1 = k distâncias diferentes, e
no outro, (n – k + 1) – 2 = n – k – 1. Então conseguimos d = máx{k, n − k −1}
k + (n − k − 1) n − 1 n
distâncias. Mas d ≥ = ⇒ d ≥ .
2 2 2
52
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A B A B A B
C D C D C D
A B A B A B
C D C D C D
A B A B A B
C D C D C D
É fácil ver que cada quadrado 2 × 2 de Arnaldo ocupa exatamente uma casa de
cada tipo (A; B; C e D).
Agora uma contagem simples nos mostra a quantidade de casas de cada tipo.
Tipo Quantidade
A 10042
B 1004 ⋅ 1003
C 1003 ⋅ 1004
D 10032
53
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D
O
B
F P
Q E
PE CD QB
Pelo teorema de Ceva aplicado ao triângulo CPQ, ⋅ ⋅ =1.
QE PD CB
PF CD QB
Pelo teorema de Menelaus aplicado ao triângulo CPQ, ⋅ ⋅ = 1.
QF PD CB
PE PF
Assim, temos = e, portanto, P, Q, E, F formam uma quádrupla
QE QF
harmônica. Assim sendo, OP, OQ, OE, OF formam um feixe harmônico.
Portanto qualquer reta intersecta esse feixe em uma quádrupla harmônica.
Vamos criar uma reta r que passa por Q e é perpendicular a OQ.
O
P
P∞'
E
F’
Q E’ r
F
o
Supondo PÔQ = 90 , provaremos que OQ é bissetriz de FÔE, o que mostra que
OQ é bissetriz de AÔB. Analogamente, teremos OP bissetriz de AÔD (as duas
bissetrizes das retas AC e BD são perpendiculares).
Como PÔQ = 90o, temos OP // r. Assim, r intersecta o feixe harmônico na
quádrupla harmônica P∞' , Q, F’, E’, sendo P∞' o ponto do infinito
correspondente ao feixe de retas paralelas a r. Dessa forma, precisamos ter QE’ =
QF’, ou seja, Q é o ponto médio de E’F’. Assim, pelo teorema de Pitágoras,
temos OF’ = OE’ = OQ 2 + QE ' 2 e, como o triângulo OE’F’ é isósceles, a
altura OQ também é bissetriz de E’ÔF’, de EÔF e de AÔB, como queríamos
demonstrar.
54
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55
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Nota dos editores: Régis fez o estudo completo do caso n ímpar; porém, o
procedimento é totalmente análogo e foi decidido não colocá-lo aqui.
56
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PROBLEMA 1:
Joãozinho joga repetidamente uma moeda comum e honesta. Quando a moeda dá
cara ele ganha 1 ponto, quando dá coroa ele ganha 2 pontos.
Encontre a probabilidade (em função de n) de que Joãozinho em algum momento
tenha exatamente n pontos.
PROBLEMA 2:
Dados números reais a1 , a2 ,..., an não todos nulos, encontre o (menor) período
da função
n
f ( x) = ∑ ak cos(kx).
k =1
PROBLEMA 3:
Calcule o volume do sólido definido pelas desigualdades abaixo:
z ≥ 3x2 + 2 y 2 , 3x 2 + 2y 2 + 5 z 2 ≤ 1
PROBLEMA 4:
Seja a um inteiro não nulo.
Prove que se a é uma n-ésima potência modulo 4a2, ou seja, existe um inteiro b
tal que a − bn
é múltiplo de 4a2, então a é uma n-ésima potência.
PROBLEMA 5:
Calcule os autovalores da matriz (n + 1) × (n + 1) abaixo:
0 n
1 0 n −1
M = 2 0 O
O 0 1
n 0
Em outras palavras, M i ,i +1 = n + 1 − i, M i +1,i = i, M ij = 0 se i − j ≠ 1.
Obs: Os autovalores de M são as raízes da seguinte equação em x: det(M − xI) =
0.
57
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PROBLEMA 6:
Seja y(t) uma função real de variável real tal que
y´´(t ) + et y´(t ) + 3ty (t ) = 2sen(t ) + tg(t ), y (0) = 1, y´(0) = 0.
2
Calcule o limite:
ty´(t )
lim .
t →0 y (t ) − 1
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
{
Seja m = mdc k ak ≠ 0 . }
2π
Claramente é um período de f: afirmamos que este é o menor período.
m
n
ak k ak − k
Escreva f ( x ) = ∑ 2 z + 2 z , z = e
k =1
ix
58
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n
a w k k ak w − k − k
f ( x + p) = ∑ k z + z , w = eip
k =1 2 2
Duas funções racionais só são iguais (ou iguais para números complexos de
módulo 1) se seus coeficientes forem iguais. Assim, se p é um período, temos
kp
ak wk = ak para k = 1,..., n. Em outras palavras ou ak = 0 ou ∈ ¢. .
2π
2π
Equivalentemente, p deve ser um múltiplo inteiro de .
m
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Seja A( a ) a área da elipse 3x + 2 y ≤ a.
2 2
a a πa
Os semieixos da elipse são e donde A( a ) = .
2 3 6
O sólido do problema pode ser descrito como a união disjunta de
21 − 1
3 x 2 + 2 y 2 ≤ z , 0 ≤ z < b, b =
10
1
3z 2 + 2 y 2 ≤ 1 − 5 z 2 , b ≤ z ≤
5
donde
πz 1
π
(1 − 5z ) dz
1
A(1 − 5 z )dz = ∫0
b
v = ∫ A( z )dz + ∫ dz + ∫
b 2
5 2 5
b
0 b 6 6
π b 1 2
1 5 π 31 2 5 7 21
= + −b− + b3 = + −
6 2 5 3 5 3 6 300 15 100
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
2
Suponha a uma n-ésima potência mod 4a
Escreva a = 2 2 ⋅ 3 3 ... ⋅ p ⋅ ...
e e
p e
59
Sociedade Brasileira de Matemática
nd + 2
Assim a e – a são ambos n-ésimas potências módulo 2 :
c n ⋅ 2nd ≡ −b% ⋅ 2nd (mod 22 nd + 2 ) c n ≡ −b% (mod 2nd + 2 )
b% e −b% são
%c n ⋅ 2nd ≡ b% ⋅ 2nd (mod 22 nd + 2 ) ⇒ c% n ≡ b% (mod 2nd + 2 ) ⇒
quadrados módulo 4 ⇒ –1 é quadrado módulo 4 ⇒ Absurdo!
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Os autovalores são n, n − 2, n − 4,..., − n + 2, − n, ou seja, 2k − n para
k = 0,1,..., n.
t
Vamos exibir os autovetores de M .
Interprete o vetor ( a0 , a1 ,..., an ) ∈ ¡ n +1 como o polinômio
P = a0 x n + a1 x n −1 y + ... + an y n .
∂p ∂p
t
O polinômio correspondente a M ( a0 ,..., an ) é y + x . Se expandirmos
∂x ∂y
os polinômios em u = x+ y e v = x − y este operador passa a ser
∂p ∂p
u −v .
∂u ∂v
∂ ∂
Mas u − v ( u k v n − k ) = ( 2k − n ) u k v n − k .
∂u ∂v
Assim este é o autovetor associado ao autovalor (2k – n).
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Expanda as funções y, e e 2 sen(t ) + tg (t ) em series de potências:
2
t
y (t ) = a0 + a1t + a2 t 2 + ...
60
Sociedade Brasileira de Matemática
et = b0 + b1t + b2 t 2 + ...
2
1
an + 2 = ( cn − bn a1 − 2bn −1a2 − ... − (n + 1)b0 an +1 − 3an −1 )
(n + 1)(n + 2)
Segue facilmente que a1 = a2 = a3 = 0.
Se a1 = a2 = ... = an +1 = 0 e cn = 0 temos an + 2 = 0 e se
a1 = a2 = ... = an +1 = 0 e cn ≠ 0 temos an + 2 ≠ 0. Devemos portanto procurar
° tal que c ° ≠ 0 e c = 0 para 1 < m < N
N °.
N m
3
t t5
Temos sent = t − + + ...
6 120
t 3 2t 5
tan t = t + + + ...
3 15
3t 5
2 sent + tan t = 3t + + ...
20
ty´
Assim N° = 5 donde lim =7.
t →0 y − 1
61
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1:
Considere a função de R em R dada por f(x) = ax2 + bx + c, com a, b, c ∈ ¡ e ac
< 0. Prove que, para todo n inteiro positivo, a equação f ( f (K ( f ( x)) K)) = 0 tem
14243
n vezes
pelo menos uma solução real.
PROBLEMA 2:
Dado um inteiro positivo n, mostre que existe um inteiro positivo N com a
seguinte propriedade: se A é um subconjunto de {1,2, K , N } com pelo menos N/2
elementos, então existe um inteiro positivo m ≤ N − n tal que
k
A ∩ {m + 1, m + 2, K , m + k} ≥
2
para todo k = 1, 2, …, n.
PROBLEMA 3:
Considere o conjunto Pn dos polinômios mônicos de grau n > 0 e coeficientes
complexos p( x) = x n + a n−1 x n−1 + L + a 0 satisfazendo
+ L + a n −1
2 2 2
a0 + a1 =1.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4:
Seja f : ¡ → ¡ uma função contínua tal que f ( f ( x)) = e x para todo x ∈ ¡ .
Prove que, para todo n inteiro positivo,
62
Sociedade Brasileira de Matemática
f ( x)
lim = +∞ .
x →+∞ xn
PROBLEMA 5:
Seja A uma matriz real quadrada simétrica de ordem n, e λ1 ≤ λ2 ≤ ⋅⋅⋅ ≤ λn seus
autovalores (contados com multiplicidade). Determine, em função de
λ1 , λ2 , ⋅⋅⋅, λn :
a) O número de matrizes reais B simétricas de ordem n tais que B 2 = A .
b) O número de matrizes reais B de ordem n tais que B 2 = A .
PROBLEMA 6:
Para a, b ∈ ¤ , definimos o conjunto
S (a , b) = {ax 2 + by 2 | x, y ∈ ¤}
dos números racionais que podem ser escritos na forma ax 2 + by 2 com
x, y ∈ ¤ . Dados a, b, c, d racionais não nulos, mostre que S(a,b) = S(c,d) se, e
ab
somente se, é o quadrado de um racional e existe um racional não nulo
cd
q ∈ S ( a , b ) ∩ S (c , d ) ,
SOLUÇÕES
63
Sociedade Brasileira de Matemática
f ( f (...( f ( x))...))
1424 3
tem uma raiz r, por hipótese, e
n vezes
f ( f (...( f (r ))...)) = f (0) = c > 0 (resp. < 0). (Pois ac < 0). Assim, pelo
1424 3
n +1 vezes
Teorema do Valor Intermediário, como a função passa de um valor positivo (resp.
negativo) para um valor negativo (resp. positivo) e é contínua, ela tem raiz real:
PROBLEMA 2:
SOLUÇÃO ADAPTADA DA SOLUÇÃO DE RAFAEL DAIGO HIRAMA (S.J. DOS CAMPOS – SP)
Fixe N. Para cada 1 ≤ i ≤ N , defina ai = A ∩ {1,..., i} .
Temos
k m+k m
A ∩ {m + 1,..., m + k} = am + k − am ≥ ⇔ am + k − − am − ≥ 0.
2 2 2
i
Isso nos induz a definir bi = ai − , e portanto a desigualdade anterior equivale a
2
bm + k ≥ bm . Assim, queremos mostrar que, se N é suficientemente grande, então
existe m ≤ N − n tal que
bm ≤ bm +1 ,..., bm + n . (I)
É claro que
1 i +1 i +1 i +1 1
bi − = ai − ≤ ai +1 − ≤ (ai + 1) − = bi + , ou seja:
2 2 2 2 2
1 1
bi +1 ∈ bi − , bi , bi + .
2 2
Tome N > n(n + 2) e suponha que (I) não ocorra para cada m ≤ N − n. Em
1 1
particular, para m = 1, existe i1 ∈ {2,..., n + 1} tal que bi1 < b1 ⇒ bi1 ≤ b1 − < .
2 2
Por indução, construímos uma seqüência i1 ,..., in +1 de índices tal que
i j +1 ∈ {i j + 1,..., i j + n} e bi j +1 < bi j . Podemos fazer isso pois N − n > n(n + 1).
1
Daí, bin+1 < bin < ... < bi1 , e, como bi j +1 < bi j ⇒ bi j+1 ≤ bij − , para todo j ≤ n,
2
1 1 1 n
temos bin+1 ≤ bi1 − (n + 1) ≤ − (n + 1) ⋅ = − .
2 2 2 2
64
Sociedade Brasileira de Matemática
n
Assim, bin+1 ≤ − .
2
N N
Como A ∩ {1,..., N } = A, aN = A ≥ , donde bN = aN − ≥ 0, e a
2 2
desigualdade anterior garante que in +1 ≤ N − n. Assim, se bm = min{b1 ,..., bN },
n n 1
então bm ≤ − . (pois bN − bm ≥ e b j +1 − b j ≤ para todo j), o que garante
2 2 2
que m ≤ N − n e bm ≤ bm +1 ,..., bm + n .
∑ ai ⋅ ∑ p ≥ ∑ ai p .
i =0 i =0 i =0
2
α 2n − 1 n −1
Chame α = p ; então 2
α −1
≥ ∑a p
i =0
i
i
. Se p é raiz de p(x) e p > 1, então,
n−1
α 2n −1 2n
como ∑ai pi =−pn , temos
i=0 α −1
2
≥ α ⇔ α 2n −1 ≥ α 2n+2 −α 2n ⇔α 2n (2 −α 2 ) ≥ 1,
0 ≤ i ≤ n − 1.
∑
2
É fácil verificar que ai = 1. Ademais,
n −1
λ 2n − 1 1
p (λ ) = λ n − ∑ k ⋅ λ 2 i = λ n − k ⋅ = λ n − ≤ 0, já que
i=0 λ −1
2
k
65
Sociedade Brasileira de Matemática
1 λ 2n − 1
λ − ≤0⇔λ ≤ 2
n 2n
⇔ λ 2 n (2 − λ 2 ) ≥ 1, o que é verdadeiro pela
k λ −1
n −1
definição de λ (temos λ 2 = 1 + ε , com ε = ). Logo p ( x ) possui uma raiz
n
maior ou igual a λ (já que lim p ( x ) = +∞).
x →+∞
n −1 n −1
Assim, s (n) ≥ 1 + ⇒ lim inf s (n) ≥ lim 1 + = 2. Mas α < 2
n n →∞ n →∞ n
implica s (n) ≤ 2 ⇒ lim sup s( n) ≤ 2 e, finalmente, lim s (n) = 2.
n →∞ n →+∞
y →∞ z →∞ z →∞
(
lim ( f ( y ) − ny ) = lim ( e f ( z ) − ne z ) = lim e z e f ( z )− z − n . )
Logo basta provar que lim ( f ( z ) − z ) = +∞.
z →∞
Mas
z →∞ w→∞
(
lim ( f ( z ) − z ) = lim e w e f ( w )− w − 1 , ou )
seja, basta que
f ( w) ≥ w + c para c > 0 fixo e todo w suficientemente grande.
Como f ( x) = f ( y ) ⇒ f ( f ( x)) = f ( f ( y )) ⇒ e x = e y ⇒ x = y, f é injetora e,
em virtude de ser contínua, é monótona.
Se f fosse decrescente, como ]0, +∞[ ⊆ Im( f ), teríamos lim f ( x) = +∞ mas,
x →−∞
por outro lado, lim e = lim f ( f ( x)) = 0, logo lim f ( x) = 0. Isso implica
x
x →−∞ x →−∞ x →+∞
Im( f ) = ]0, +∞[ , mas então f ( f (¡)) = ]0, +∞[ = f ( ]0, +∞[ ) = ]0, f (0)[ ,
absurdo!
Logo f é crescente.
Se lim f ( x) = −∞, então lim f ( f ( x)) = −∞ mas lim e x = 0, logo
x →−∞ x →−∞ x →−∞
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67
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(
ax 2 + by 2 pode ser visto como x ⋅ a + y ⋅ −b )( x ⋅ )
a − y ⋅ −b , o que
funciona como uma espécie de "norma" de x ⋅ a + y ⋅ −b . Vamos usar o fato
de que o produto ou a razão de dois números dessa forma são da forma
z + w ⋅ − ab , e assim a raiz quadrada que aparece só depende do produto ab.
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2
z
= r 2 , com r ∈ ¤* , cz 2 + dw2 = c% + dw2 , onde c% = cr 2 , donde
ab
Se
cd r
% = r 2 cd = ab e S (c% , d ) = S (c , d ). Assim, se ab é o quadrado de um
cd
cd
racional, podemos supor sem perda de generalidade que ab = cd.
ab 2 ab
Se ax 2 + by 2 = tz 2 + w é não nulo (se é quadrado, podemos
t cd
juntar esse quadrado com uma variável e supor ab = cd), e queremos provar que
ab 2
qualquer número da forma tu 2 + v também é da forma ar 2 + bs 2 ,
t
escrevemos
2 ab 2 2 ab 2 ab
tz + w ⋅ tu + v ( ax 2 + by 2 ) ⋅ tu 2 + v 2
ab t t t
tu 2 + v 2 = = .
t 2 ab 2 2 ab 2
tz + t w tz + t w
Abusando de notação, isso é
Acontece que
−ab
( ax 2 ab
( )
+ by2 ) ⋅ tu2 + v2 N x ⋅ a + y ⋅ −b ⋅ N u ⋅ t + v ⋅
t t
= .
2 ab 2 −ab
tz + t w N z ⋅ t + w⋅
t
− ab
u ⋅ t + v⋅ uzt + vwab + (vz − uw) −ab
t = t , que, multiplicado por
−ab ab 2
z ⋅ t + w⋅ tz + w
2
t t
x ⋅ a + y ⋅ −b , dá um número da forma k ⋅ a + l ⋅ −b , a saber
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vwab vwab
x uzt + t − by ( vz − uw ) a + y uzt + t + ax ( vz − uw ) −b
,
2 ab 2
tz + t w
cuja "norma" ak + bl , ou seja,
2 2
2 2
vwab vwab
x uzt + t − by ( vz − uw ) y uzt + t + ax ( vz − uw )
a +b
2 2
2 ab 2 2 ab 2
tz + w tz + w
t t
ab 2
é igual a tu 2 + v , como queríamos (isso pode ser verificado diretamente,
t
mas chutar essa última expressão seria um pouco de sorte...).
(Note que a condição de que há um valor comum não nulo das formas ax 2 + by 2
e cu 2 + dv 2 é importante. Não é o caso, por exemplo, se a = 2, b = 3, c = 6 e
d = 1).
cd
Vamos agora mostrar a outra implicação. Queremos provar que se não é o
ab
quadrado de um racional então as imagens de ax 2 + by 2 e de cx 2 + dy 2
(quando x e y percorrem os racionais) são diferentes. A imagem de
ax 2 + by 2 com x e y racionais não muda se multiplicarmos a ou b pelo
quadrado de um racional não nulo. Assim, podemos supor que em ax 2 + by 2 e
cx 2 + dy 2 temos a, b, c, d inteiros livres de quadrados. É claro que, se os sinais
de ab e cd forem diferentes, as imagens não podem ser iguais. Assim, nos casos
ab
interessantes, > 0. Basta ver então que cada primo p divide um número par
cd
ab
de números dentre a, b, c, d para concluir que é o quadrado de um racional.
cd
Se p divide exatamente 3 deles, digamos a, b e c, ou seja, a = pk, b = pl, c = pm,
2 y
2
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ab (− ab)
Portanto, = também é um quadrado módulo q, mas, pelas
cd (−cd )
ab
considerações anteriores, = 2 ⋅ w2 , para algum racional w, e daí seguiria
cd
que 2 é quadrado módulo q, o que é um absurdo, pois q é congruente a 3 ou –3
módulo 8 (veja o artigo “ Reciprocidade quadrática”, de Carlos Gustavo Moreira
e Nicolau Saldanha, na Eureka! No. 15).
sen t 1 3
Agora podemos tratar essa igualdade por meio do polinômio
2m + 1 m 2m + 1 m −1
Pm ( x) = x − x + ... + (−1) .
m
1 3
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Nível Universitário
Nome Cidade – Estado Prêmio
Fábio Dias Moreira Rio de Janeiro – RJ Ouro
Rafael Marini Silva Vila Velha – ES Ouro
Guilherme Rodrigues Nogueira de Souza São Paulo – SP Ouro
José Marcos Andrade Ferraro São Paulo – SP Ouro
Rafael Daigo Hirama Campinas – SP Ouro
Eduardo de Moraes Rodrigues Poço São Paulo – SP Prata
Felipe Rodrigues Nogueira de Souza São Paulo – SP Prata
Murilo Vasconcelos Andrade Maceió – AL Prata
Leonardo Ribeiro de Castro Carvalho São Paulo – SP Prata
Luty Rodrigues Ribeiro S.J. dos Campos – SP Prata
André Linhares Rodrigues Campinas – SP Prata
Maurício de Lemos Rodrigues Collares Neto Aracaju – SE Prata
Henry Wei Cheng Hsu São Paulo – SP Prata
Kellem Correa Santos Rio de Janeiro – RJ Prata
Levi Maximo Viana Rio de Janeiro – RJ Bronze
Ronaldo Rodrigues Pelá São Carlos – SP Bronze
Luís Daniel Barbosa Coelho Rio de Janeiro – RJ Bronze
Thiago Costa Leite Santos São Paulo – SP Bronze
Helder Toshiro Suzuki São Paulo – SP Bronze
Raphael Constant da Costa Rio de Janeiro – RJ Bronze
Rafael Sabino Lima Rio de Janeiro – RJ Bronze
Erick Costa e Silva Talarico Rio de Janeiro – RJ Bronze
Rodrigo Aguiar Pinheiro S.J. dos Campos – SP Bronze
Renato Rebouças de Medeiros S.J. dos Campos – SP Bronze
José Armando Barbosa Filho S.J. dos Campos – SP Bronze
Evandro Makiyama de Melo São Paulo – SP Bronze
Tiago Barbin Batalhão São Carlos – SP Bronze
Gabriel Ponce São Carlos – SP Bronze
Vitor Gabriel Kleine S.J. dos Campos – SP Bronze
Alexandre Hideki Deguchi Martani São Paulo – SP Bronze
Vitor Humia Fontoura Rio de Janeiro – RJ Bronze
Ana Maria Menezes de Jesus Itabaiana – SE Bronze
Eduardo Fischer Encantado – RS Bronze
Anderson Hoshiko Aiziro São Paulo – SP Bronze
Daniel Lopes Alves de Medeiros S.J. dos Campos – SP M. Honrosa
Paulo André Carvalho de Melo Rio de Janeiro – RJ M. Honrosa
Pedro Meira de Vasconcellos Bezerra Recife – PE M. Honrosa
Willy George do Amaral Petrenko Rio de Janeiro – RJ M. Honrosa
Gustavo Antônio da Silva Amaro São Carlos – SP M. Honrosa
Ricardo Monteiro da Silva Lanna Belo Horizonte – MG M. Honrosa
Felipe Gonçalves Assis Campina Grande – PB M. Honrosa
Elder Rodrigo Barbosa Campos Rio de Janeiro – RJ M. Honrosa
Matheus Pimentel Rodrigues Rio de Janeiro – RJ M. Honrosa
Rafael Montezuma Pinheiro Cabral Fortaleza – CE M. Honrosa
Nivan Roberto Ferreira Júnior Olinda – PE M. Honrosa
Elton Gomes Coriolano Campinas – SP M. Honrosa
Thomás Yoiti Sasaki Hoshina Rio de Janeiro – RJ M. Honrosa
Samir Rodrigues Vieira Fortaleza – CE M. Honrosa
Frederico de Souza Frydman S.J. dos Campos – SP M. Honrosa
Jordan Freitas Piva Rio de Janeiro – RJ M. Honrosa
Rodrigo Viana Soares Fortaleza – CE M. Honrosa
Bruno Euzébio dos Santos Malhados – SE M. Honrosa
Antonia Taline de Souza Mendonça Rio de Janeiro – RJ M. Honrosa
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AGENDA OLÍMPICA
XXX OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 14 de junho de 2008
Segunda Fase – Sábado, 13 de setembro de 2008
Terceira Fase – Sábado, 25 de outubro de 2007 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 26 de outubro de 2008 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 13 de setembro de 2008
Segunda Fase – Sábado, 25 e Domingo, 26 de outubro de 2008
♦
77
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paraná) Pato Branco – PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (Inst. de Tec. e Educ. Galileo da Amazônia) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Faculdade Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Jose de Arimatéia Fernandes (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Osvaldo Germano do Rocio (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
78
CONTEÚDO
XIV OLIMPÍADA DE MAIO 2
ARTIGOS
0,999... OU “COMO COLOCAR UM BLOCO QUADRADO EM UM BURACO REDONDO” 14
Pablo Emanuel
PROBLEMAS PROPOSTOS 62
AGENDA OLÍMPICA 63
COORDENADORES REGIONAIS 64
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2
No colégio Olímpico as provas são avaliadas com números inteiros, a menor nota
possível é 0, e a maior é 10. Na aula de Matemática o professor aplica as provas.
Este ano a turma tem 15 alunos. Quando um dos alunos tira na primeira prova uma
nota menor que 3 e na segunda prova uma nota maior que 7, o aluno é chamado de
aluno superado. O professor, ao terminar de corrigir as provas, fez uma média com
as 30 notas e obteve 8. Qual é a maior quantidade de alunos superados que pode ter
tido a turma?
PROBLEMA 3
Num quadro negro estão escritos os números inteiros de 1 a 2008 inclusive.
Apagam-se dois números e escreve-se a diferença entre eles. Por exemplo, se
apagamos o número 5 e 241, escrevemos 236. Assim continuamos, apagando os
números e escrevendo a diferença, até que fica somente um número. Determine se
o número que ficou por último pode ser 2008. E 2007?
Em cada caso, se a resposta é afirmativa indique uma seqüência com esse número
final, e se é negativa, explique o porquê.
PROBLEMA 4
Sobre o lado AB de um quadrado ABCD é desenhado exteriormente o triângulo
retângulo ABF, de hipotenusa AB. Sabe-se que AF = 6, e que BF = 8. Chamamos
de E o centro do quadrado. Calcule o comprimento de EF.
PROBLEMA 5
Num tabuleiro de 16 × 16 colocamos 25 moedas, como na figura abaixo. É
permitido selecionar 8 linhas e 8 colunas e retirar do tabuleiro todas as moedas que
se encontram nessas linhas e colunas. Determine se é possível retirar todas as
moedas do tabuleiro.
Se a resposta é afirmativa, indique as 8 linhas e as 8 colunas selecionadas, e se é
negativa, explique o porquê.
2
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Num quadro negro está escrita a seguinte expressão:
1 − 2 − 22 − 23 − 24 − 25 − 26 − 27 − 28 − 29 − 210.
Juan distribui parêntesis de distintas maneiras e efetua o cálculo que fica. Por
exemplo:
1 − 2 − (22 − 23 ) − 24 − (25 − 26 − 27 ) − 28 − (29 − 210 ) = 403 ou
1 − (2 − 22 (−23 − 24 ) − (25 − 26 − 27 )) − (28 − 29 ) − 210 = −933.
Quantos resultados diferentes pode obter Juan?
PROBLEMA 2
No retângulo ABCD de lados AB, BC, CD e DA, seja P um ponto do lado AD tal
que BPCµ = 90° . A perpendicular a BP traçada por A corta BP em M e a
perpendicular a CP traçada por D corta CP em N.
Demonstre que o centro do retângulo está no segmento MN.
PROBLEMA 3
Nos números 1010...101 estão alternados uns e zeros; se há n uns, há n – 1 zeros
(n ≥ 2).
Determine os valores de n para os quais o número 1010...101, que tem n uns, é
primo.
PROBLEMA 4
No plano há 16 retas tais que não há duas paralelas nem três concorrentes.
Sebastián tem que pintar os 120 pontos que são interseção de duas retas de modo
que em cada reta todos os pontos pintados sejam de cor diferente.
Determine o número mínimo de cores que Sebastián precisa para concluir a tarefa.
E se as retas são 15 (neste caso, os pontos são 105)?
3
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Matias cobriu um tabuleiro quadrado de 7 × 7, dividido em casas de 1 × 1, com
peças dos três tipos a seguir
RESULTADO BRASILEIRO
4
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1:
Sejam a1 , a2 ,..., an números reais. Para cada i(1 ≤ i ≤ n) definimos
d i = max{a j :1 ≤ j ≤ i} − min{a j : i ≤ j ≤ n}
e
d = max{d i :1 ≤ i ≤ n}.
PROBLEMA 2:
São dados cinco pontos A, B, C D e E tais que ABCD é um paralelogramo e BCED
é um quadrilátero cíclico (e convexo). Seja l uma recta que passa por A.
5
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3:
Numa competição de Matemática alguns participantes são amigos. A amizade é
sempre recíproca. Dizemos que um grupo de participantes é um clique se dois
quaisquer deles são amigos (em particular, qualquer grupo com menos de dois
participantes é um clique). O tamanho de um clique é o número de seus elementos.
Sabe-se que nesta competição o tamanho máximo dos cliques é par.
Prove que os participantes podem ser distribuídos em duas salas, de modo que o
tamanho máximo dos cliques contidos numa sala é igual ao tamanho máximo dos
cliques contidos na outra sala.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4:
No triângulo ABC a bissectriz do ângulo BCA intersecta a circunferência
circunscrita em R ( R ≠ C ), a mediatriz de BC em P e a mediatriz de AC em Q.
O ponto médio de BC é K e o ponto médio de AC é L. Mostre que os triângulos
RPK e RQL têm áreas iguais.
PROBLEMA 5:
Sejam a e b inteiros positivos tais que 4ab – 1 divide (4a 2 − 1) 2 . Prove que a = b.
PROBLEMA 6:
Seja n um número inteiro positivo. Considere o conjunto
S = {( x, y , z ) : x, y , z ∈{0,1,..., n}, x + y + z > 0}
de (n + 1)3 − 1 pontos no espaço tridimencional. Determine o menor número
possível de planos cuja união contém todos os pontos de S mas não contém (0, 0,
0).
6
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1:
Seja ABC um triângulo acutângulo e seja H o seu ortocentro. A circunferência de
centro no ponto médio de BC e que passa por H intersecta a reta BC nos pontos
A1 e A2 .
Analogamente, a circunferência de centro no ponto médio de CA e que passa por H
intersecta a reta CA nos pontos B1 e B2 , e a circunferência de centro no ponto
médio de AB e que passa por H intersecta a reta AB nos pontos C1 e C2 . Mostre
que A1 , A2 , B1, B 2 ,C 1, C 2 estão sobre uma mesma circunferência.
PROBLEMA 2:
(a) Prove que
x2 y2 z2
+ + ≥1 (*)
( x − 1) 2
( y − 1) 2
( z − 1)2
para todos os números reais x, y, z, diferentes de 1, com xyz = 1.
7
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3:
Prove que existe um número infinito de inteiros positivos n tais que n 2 + 1 tem um
divisor primo maior que 2n + 2n .
PROBLEMA 4:
Determine todas as funções f ]0, ∞[ → ]0, ∞[ (ou seja, f é uma função dos reais
positivos para os reais positivos) tais que
( f ( w) ) + ( f ( x) )
2 2
w2 + x 2
=
f ( y2 ) + f (z2 ) y2 + z2
PROBLEMA 5:
Sejam n e k números inteiros positivos tais que k ≥ n e k − n é um número par.
São dadas 2n lâmpadas numeradas de 1 a 2n, cada uma das quais pode estar acesa
ou apagada.
Inicialmente todas as lâmpadas estão apagadas. Uma operação consiste em alterar
o estado de exatamente uma das lâmpadas (de acessa para apagada ou de apagada
para acesa). Consideremos seqüências de operações.
Seja n o número de seqüências com k operações após as quais as lâmpadas de 1 a n
estão todas acessas e as lâmpadas de n + 1 a 2n estão todas apagadas.
Seja M o número de seqüências com k operações após as quais as lâmpadas de 1 a
n estão todas acesas e as lâmpadas de n + 1 e 2n estão todas apagadas, e durante as
quais todas as lâmpadas de n + 1 a 2n permanecem sempre apagadas.
N
Determine a razão .
M
PROBLEMA 6:
Seja ABCD um quadrilátero convexo cujos lados BA e BC tam comprimentos
diferentes. Sejam w1 e w2 as circunferências inscritas nos triângulos ABC e ADC,
respectivamente.
Suponhamos que existe um circunferência w tangente à reta BA de forma que A
está entre B e o ponto de tangência, tangente à reta BC de forma que C está entre B
e o ponto de tangência, e que também seja tangente às retas AD e CD. Prove que as
tangentes comuns exteriores a w1 e w2 se intersectam sobre w.
8
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1:
Dado um inteiro positivo m, define-se a sucessão {an } da seguinte maneira:
m
a1 = , an +1 = an an , si n ≥ 1.
2
Determinar todos os valores de m para os quais a2007 é o primeiro inteiro que
aparece na sucessão.
Nota: Para um número real x se define x como o menor inteiro que é maior ou
igual a x.
Por exemplo, π = 4, 2007 = 2007.
PROBLEMA 2:
Sejam ABC um triângulo com incentro I e Γ uma circunferência de centro I, de
raio maior que o da circunferência inscrita e que não passa por nenhum dos
vértices. Sejam X 1 o ponto de intersecção de Γ com a reta AB mais perto de
B, X 2 e X 3 os pontos de intersecção de Γ com a recta BC sendo X 2 o mais perto
de B e X 4 o ponto de intersecção de Γ com a recta CA mais perto de C. Seja K o
ponto de intersecção das rectas X 1 X 2 e X 3 X 4 . Demonstre que AK corta o
segmento X 2 X 3 no seu ponto médio.
9
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3:
Duas equipes, A e B disputam o território limitado por uma circunferência.
A tem n bandeiras azuis e B tem n bandeiras brancas ( n ≥ 2, fixo). Jogam
alternadamente e A começa o jogo. Cada equipe, na sua vez, coloca uma das suas
bandeiras num ponto da circunferência que não se tenha usado numa jogada
anterior. Cada bandeira, uma vez colocada, não se pode mudar de lugar.
Uma vez colocadas as 2n bandeiras reparte-se o território entre as duas equipes.
Um ponto do território é da equipe A se a bandeira mais próxima dele é azul, e é da
equipe B se a bandeira mais próxima dele é branca. Se a bandeira azul mais
próxima de um ponto está à mesma distância que a bandeiras branca mais próxima
deste ponto, então o ponto é neutro (não é de A nem de B). Uma equipe ganha o
jogo se seus pontos cobrem uma área maior que a área coberta pelos pontos da
outra equipe. Há empate se ambos cobrem áreas iguais.
Demonstre que, para todo n a equipe B tem estratégia para ganhar o jogo.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4:
Em um tabuleiro quadriculado de tamanho 19 × 19, uma ficha chamada dragão dá
saltos da seguinte maneira: desloca-se 4 casas numa direcção paralela a um dos
lados do tabuleiro e 1 casa em direção perpendicular à anterior.
X X
X X
D
Sabe-se que, com este tipo de saltos, o dragão pode mover-se de qualquer casa a
qualquer outra.
A distancia dragoniana entre duas casas é o menor número de saltos que o dragão
deve dar para mover-se de uma casa a outra.
Seja C uma casa situada num canto do tabuleiro e seja V a casa vizinha a C que a
toca num único ponto.
10
Sociedade Brasileira de Matemática
Demonstre que existe alguma casa X do tabuleiro tal que a distância dragoniaana
de C a X é maior que a distãncia dragoniana de C a V.
PROBLEMA 5:
Um número natural n é atrevido se o conjunto dos seus divisores, incluindo 1 e n,
pode ser dividido em três subconjuntos tais que a soma dos elementos de cada
subconjunto é a mesma nos três. Qual é a menor quantidade de divisores que pode
ter um número atrevido?
PROBLEMA 6:
Seja F a família de todos os hexágonos convexos H que satisfazem as seguintes
condições:
Determine o menor número real l tal que cada um dos hexágonos da família F
pode ser coberto com uma faixa de largura l .
Nota: Uma faixa de largura l é a região do plano compreendida entre duas rectas
paralelas que estão à distancia l (incluídas ambas as rectas paralelas).
11
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1:
Os números 1, 2, 3,..., 20082 são distribuídos num tabuleiro 2008 × 2008, de modo
que em cada casa haja um número distinto. Para cada linha e cada coluna do
tabuleiro calcula-se a diferença entre o maior e o menor dos seus elementos. Seja S
a soma dos 4016 números obtidos.
Determine o maior valor possível para S.
PROBLEMA 2:
Sejam ABC um triângulo escaleno e r a bissectriz externa do ângulo ∠ABC. Sejam
P e Q os pés das perpendiculares à recta r que passam por A e C, respectivamente.
As rectas CP e AB intersectam-se em M e as rectas AQ e BC intersectam-se em N.
Demonstre que as rectas AC, MN e r têm um ponto em comum.
PROBLEMA 3:
Sejam m e n inteiros tais que o polinômio P ( x) = x 3 + mx + n tem a seguinte
propriedade: se x e y são inteiros e 107 divide P ( x) − P ( y ), então 107 divide x – y.
Demosntre que 107 divide m.
12
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4:
Demonstre que não existem inteiros positivos x e y tais que
x 2008 + 2008! = 21y.
PROBLEMA 5:
Seja ABC um triângulo e X, Y, Z pontos interiores dos lados BC, AC, AB
respectivamente. Sejam A´, B´, C´ os circuncentros dos triângulos AZY, BXZ, CYX,
respectivamente.
Demonstre que
( ABC )
( A´B´C´) ≥
4
e que a igualdade ocorre se, o somente se, as rectas AA´, BB´, CC´ têm um ponto
em comum.
Observação: Para um triângulo qualquer RST, denotamos a sua área por (RST).
PROBLEMA 6:
Numa partida de biribol enfrentam-se duas equipes de quatro jogadores cada uma.
Organiza-se um torneio de biribol em que participam n pessoas, que formam
equipes para cada partida (as equipes não são fixas). No final do torneio observou-
se que cada duas pessoas disputaram exactamente uma partida em equipes rivais.
Para que valores de n é possível organizar um torneio com tais características?
13
Sociedade Brasileira de Matemática
• Nível Intermediário
0,9999..... = 1,0000...
Como assim? No mundo dos números inteiros (com a exceção muito razoável de 0
= –0), qualquer número tem uma única representação decimal (os zeros à esquerda
não são um problema sério, ou definimos que nunca podemos começar com 0 – o
que deixa o próprio zero em uma situação meio desconfortável de ter uma
representação decimal vazia – ou definimos que sempre vamos completar com
infinitos zeros à esquerda), e esta se comporta bem – i.e. qualquer número da forma
8xxxxxxx é menor que qualquer número da forma 9yyyyyyy com o mesmo número
de dígitos. Como pode haver um número começado por 0,9 que não seja menor que
um número começado por 1,0 e, pior, que seja igual!? A resposta explica, mas não
convence: se definirmos as seqüências:
an = 0.999999...9 (n dígitos 9) e
bn = 1.000000...0 (n dígitos 0)
temos que an < 0.999... ⇐ 1.000... < bn. No entanto, como bn – an = 1/10n, que
converge para 0, a diferença entre 1.000... e 0.999..., que é menor que qualquer das
diferenças bn – an só pode ser 0, logo os números são iguais.
OK, entendido, mas ainda tem caroço neste angu. Por que a representação decimal,
que se comporta tão bem para números inteiros tem este tipo de esquisitice para
números reais? A verdade é que usar a representação decimal para números reais é
enfiar um bloco quadrado em um buraco redondo.
Em primeiro lugar, até agora estamos usando a representação decimal (base 10)
apenas porque é a representação com que estamos mais acostumados. Será que o
14
Sociedade Brasileira de Matemática
problema está com o número 10? Infelizmente não. Mesmo que usemos outras
bases, o problema continua:
N1 + 1
_________________
N2 + 1
___________
N3 + ...
15
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16
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0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
O primeiro dígito decimal diz em qual dos dez intervalos acima o número está.
Para descobrir o segundo dígito, basta subdividir cada intervalo novamente em 10
pedaços, ou, equivalentemente, multiplicar o número por 10 e ver em qual dos
intervalos a parte fracionária deste novo número (10x) cai, de acordo com o gráfico
abaixo:
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
Os pontos onde nasce o nosso problema são justamente estes pontos marcados na
nossa linha (0; 0,1; 0,2; ...; 1). Repare que o gráfico acima é descontínuo nestes
pontos – por exemplo, as imagens dos pontos se aproximando de 0,2 pela esquerda
tendem a 1, enquanto pela direita tendem a 0. Dito de outra forma, os números se
aproximando pela esquerda de 0,2 vão ter uma seqüência longa de 9’s depois do
0,1 e pela direita uma seqüência longa de 0’s depois do 0,2.
Antes de prosseguir com a análise, já vimos que não existe nada de especial no
número 10, portanto, por pura preguiça, a partir de agora vou mudar para base 2,
mas deixo ao leitor desconfiado a tarefa de reescrever tudo o que se segue em base
10.
Apenas para começar do ponto onde paramos, o gráfico acima para base 2 fica
assim:
17
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0,1
0,0
0,0 0,1
0,1
0,0
0,0 0,1
0,1
0,0
0,00 0,01 0,10 0,11
18
Sociedade Brasileira de Matemática
Neste ponto, já não é difícil imaginar o processo para o terceiro dígito – criar mais
um buraco no meio de cada um dos 4 intervalos restantes, e assim por diante.
O conjunto dos números que sobram depois de fazermos este processo infinitas
vezes é um conjunto em que podemos usar a nossa representação de base 2 (ou
base 10, se fizermos o processo no desenho original lá de cima) sem medo – cada
número tem apenas uma representação, e elas respeitam a ordem e as distâncias
que esperaríamos: por exemplo, se um número começa por 0,11010 ele é
estritamente menor que qualquer número que comece por 0,11011. O único
problema é que o conjunto que temos no final deste processo é tão esfarelado que
ele não contém nem um intervalinho que seja. Se escolhêssemos um número entre
0 e 1 aleatoriamente, ele teria 0% de chance de estar no nosso conjunto – repare
que eu disse 0% não uma em um quaquilhão elevado a um googleplex, não a
chance de ganhar na megasena todas as semanas pelo resto da vida, mas zero!
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20
Sociedade Brasileira de Matemática
• Nível Avançado
(2k + 1) 2
Claramente zk é hipergeométrica, uma vez que r (k ) = zk +1 / zk = é
4(k + 1)(k + 2)
uma função racional de k. Por (*), vale:
zn sn +1
zn = sn +1 − sn ⇔ = −1
sn sn
−1
s
A nossa fórmula fechada sn é hipergeométrica, logo n +1 − 1 é uma função
sn
racional y(n), portanto:
sn = y (n) ⋅ zn ⇔ y (n + 1) zn +1 − y ( n) zn = zn ⇔
21
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⇔ r ( n ) y (n + 1) − y ( n) = 1
(2n + 1)2
onde: r (n) =
4(n + 1)(n + 2)
Como y(n) é racional, existem polinômios P (n), Q( n) com mdc{P (n), Q (n)} = 1
P (n)
tais que y (n) = e substituindo na equação anterior, vale:
Q ( n)
Logo: (n + 1)(n + 2) P(n + 1) ⇔ n(n + 1) P (n) , daí P (n) = n( n + 1) P (n) , então vale:
22
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4dad n d +1 + ... = 4
onde A(n), B(n), C(n) são polinômios tais que: mdc{ A(n), B (n + h)} = 1, ∀h ∈ ¢ + .
Não vamos demonstrar esse fato aqui (pois é um dos exercícios deste artigo), mas
(n + 4)(n + 3)
vamos exibir um exemplo bem ilustrativo! Como escrever r (n) = da
n 2 (n + 1)
forma (**)?
Note que:
23
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1 n + 4 n + 3 1 n + 4 n + 3 n + 2 n + 1 n + 3 n + 2 A(n) C (n + 1)
r (n) = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ,
n n n + 1 n n + 3 n + 2 n + 1 n n + 2 n + 1 B ( n) C ( n)
n − (α − h) n − α + h n −α + h −1 n − α + 1 T (n + 1)
= ⋅ ⋅K ⋅ =
n −α n −α + h −1 n − α + h − 2 n −α T ( n)
Onde T (n) = (n − α + h − 1)(n − α + h − 2)L (n − α )
Vamos tentar usar a fórmula (**) em
r(n) y(n + 1) – y(n) = 1 ⇔
A(n) C ( n + 1)
⇔ y ( n + 1) ⋅ − y (n) = 1
B (n) C (n)
B (n − 1)
Como y(n) é racional em n, podemos fazer a substituição y (n) = y (n),
C ( n)
portanto:
A(n ) y (n + 1) − B (n − 1) y( n) = C (n) (***)
Agora o milagre acontece! Se y (n) é uma função racional que satisfaz (***), então
P ( n)
y (n) é um polinômio! Se y (n) = , com mdc{P (n), Q (n)} = 1, então:
Q( n)
1- Q(n) B (n − 1)Q (n + 1)
24
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25
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c) ∑ n −1
k =0 k 2ak
2) Prove que qualquer função racional r(n), pode ser escrita como:
A(n)C (n + 1)
r ( n) = com mdc{ A(n), B (n + h)} = 1, ∀h ∈ ¢ + e
B (n )C (n)
mdc{ A(n), C (n)} = mdc{B (n), C (n + 1)} = 1 (o leitor atento novamente notará que
adicionamos duas novas restrições).
3) Prove que a menos de multiplicações por constantes, A(n), B(n) e C(n) são
únicos no exercício anterior (a forma acima chama-se “forma canônica”).
4) Dizemos que duas seqüências hipergeométricas são similares, quando a razão
dos duas é uma função racional e neste caso, escrevemos sn : tn . Prove:
a) Se sn é não constante, então ∆sn : sn , onde ∆sn = sn +1 − sn .
b) Se sn e tn são hipergeométricas, e sn + tn ≠ 0 então sn + tn é hipergeométrica se
e somente se sn : tn . (Esse resultado pode levar o leitor a indagar sobre a nossa
suposição inicial do que seria uma “fórmula fechada” ser algo bem restritivo).
c) Se tn(1) , tn(2) ,..., tn( m ) são hipergeométricas e vale ∑ m (i )
t
i =1 n = 0, então tn( i ) : tn( j ) para
algum i, j com 1 ≤ i < j ≤ m.
d) Se vale ∑ n −1
k =0 zk = tn(1) +tn(2) + ... + tn( m ) , onde tn(1) , tn(2) ,..., tn( m ) e zn são
hipergeométricas, então ∑ n −1
k =0 zk é hipergeométrica! (Ufa! De fato nossa definição
de fórmula fechada não é tão restritiva assim).
26
Sociedade Brasileira de Matemática
Minha solução com o uso desta informação saiu; Ricardo sem esta
informação errou por um algarismo. Expliquei a Ricardo minha solução,
percebemos que a informação que eu havia usado era importante. A aula
continuou, mas ainda fiquei pensando como esta igualdade daria para resolver
belos problemas.
No dia seguinte tive uma conversa com meu amigo Secco, olímpico do Rio
de Janeiro. Perguntei-lhe se conhecia problemas que em sua solução usava esta
27
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igualdade; Secco falou que conhecia e mais ainda: estes números eram chamados
de Repunits e indicou [4]. Com a dica de Secco e o entusiasmo de Ricardo,
cataloguei cinco problemas da antiga coluna, os quais passaremos a resolver.
Também apresentei aos meus alunos do projeto OBMEP 2008, realizado no Cefet,
Uned de Cedro-Ce.
1. REPUNITS
Os Repunits são números que só têm algarismos 1, por exemplo:
11, 111, 1111, 11111, ...
Estes números podem ser escritos de outra forma, vejamos:
678
k
678
k
2. EXEMPLOS
Exemplo 1: O inteiro positivo n é formado de k algarismos 9. Mostre que a soma de
todos os algarismos de n2 é igual a 9k.
N = 999...98000...01
123 123
2
k −1 k −1
28
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Exemplo 2: Mostre que os números 49, 4489, 444889, ..., obtidos colocando o
número 48 no meio do número anterior, são quadrados de números inteiros.
Demonstração: Vejamos as igualdades:
49 = 4.1.101 + 8.1 + 1
4489 = 4.11.102 + 8.11 + 1
444889 = 4.111.103 + 8.111 + 1
De modo geral temos: N = 444...488...89
123 { = 4.111...1.10
123
n
+ 8.111...1
123 + 1.
n n −1 n n
10 − 1 n
123 = 9
Substituindo 11...11 na expressão acima ficamos:
n
4 8
N = (10n − 1).10n + (10n − 1) + 1
9 9
4 4 8 8
N = 102 n − 10n + 10n − + 1
9 9 9 9
2
2.10n + 1
N =
3
O número 2.10 + 1 é múltiplo de 3, portanto N é um quadrado perfeito.
n
Exemplo 3: Para cada inteiro positivo n, sejam A(n) e B(n) dois números inteiros
formados por 2n algarismos iguais a 1 e n algarismos iguais a 2 respectivamente.
Mostre que A(n) – B(n) é um quadrado perfeito.
Demonstração. Pelas hipóteses temos:
A(n) − B (n) = 111...1
123 − 222...2
123
2n n
10n − 1 102 n − 1
123
Como 222...2 = 2 e 123
111...1 = , substituindo teremos:
n 9 2n 9
102 n − 1 10n − 1
A(n) − B (n) = −2
9 9
(10n − 1)(10n + 1) 10n − 1
A(n) − B (n) = −2
9 9
(10 − 1)[(10 + 1) − 2]
n n
A(n) − B (n) =
9
(10n − 1) 2
A(n) − B (n) =
9
29
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(10n − 1)2
A(n) − B (n) = .
32
Assim A(n) − B (n) é quadrado perfeito.
AB = (222...2)(10666 − 1)
AB = (222...2).10666 − 222...2
AB = 222...2 123 − 222...2
123 000...0 123
666 666 666
AB = 222...21777...78
123 123
665 665
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3. PROBLEMAS PROPOSTOS
2. 123 = 222...2
123 + (333...3)
2
Prove que: 111...1 123 .
2n n n
REFERÊNCIAS
31
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C
w
K B
D w O2 O1
Z 2
w1
O L
32
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Isso é sinal de que esse problema deve ter algo novo para ser explorado. De fato,
uma transformação geométrica que esteve em voga nos anos 80 e desapareceu nos
anos 90 foi a homotetia. E ela voltou, discretamente em 2007 e com tudo em 2008!
Vamos definir homotetia, ver algumas de suas propriedades e expandir as adéias
envolvidas nessa transformação.
1. Homotetia: definição
Você vai ver que homotetia nada mais é do que “fazer sombrinha”. Aparecem
muitos paralelismos, mas o mais interessante são as colinearidades que irão
aparecer. No início parece mágica; mas um bom matemático sempre revela seus
truques!
Vamos começar com a definição de homotetia com razão positiva ou homotetia
direta:
Definição 1.1. Homotetia de uma figura F com centro O e razão k, um número real
positivo, é uma transformação geométrica que associa a cada ponto P de F o ponto
P´ sobre a semi-reta OP, de origem O, tal que OP´= k ⋅ OP.
A´
F F´
O
B
B´
Talvez com vetores seja mais interessante: sendo O o centro da homotetia, o ponto
uuur uuur
P é transformado no ponto P´ de modo que OP´ = k ⋅ OP. Note que a homotetia é
uma função σ que leva pontos do plano (ou do espaço, se você estiver trabalhando
em dimensões maiores) a pontos do plano (espaço). De fato, podemos fazer
P´= σ ( P ), tal que σ ( P) − O = k ⋅ ( P − O) ⇔ σ ( P) = O + k ⋅ ( P − O).
Com isso, podemos definir homotetias para k negativo também, obtendo as
chamadas homotetias de razão negativa ou homotetias inversas:
33
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A
C
O
B´
C´
A´
2. Propriedades da homotetia
As principais propriedades de homotetias têm a ver com colinearidade e
concorrência. Algumas têm a ver com paralelismo.
2.1. Colinearidade
• O centro de homotetia, o ponto e seu transformado são colineares. Em
outras palavras, O, P e P´= σ ( P ) são colineares. Isso decorre diretamente
da definição, mas homotetias não vêm de graça!
Normalmente as encontramos nos problemas e, com essa propriedade,
obtemos pontos colineares.
2.2. Concorrência
• O centro de homotetia pertence a todas as retas que ligam pontos a seus
transformados. Em outras palavras, O pertence a toda reta do tipo
PP´= Pσ ( P). Novamente, uma propriedade que decorre diretamente da
definição (na verdade, é a mesma da colinearidade!), mas que aparece
quando descobrimos alguma homotetia.
2.3. Paralelismo
• A reta que liga dois pontos é paralela à reta que liga os seus tranformados.
Em outras palavras, PQ e P´Q´= σ ( P )σ (Q ) são paralelas. A
demonstração desse fato vem da semelhança entre OPQ e OP´Q´ (pelo
caso LAL´) .
34
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2.4. Círculos
• Dois círculos são sempre homotéticos. Na maioria dos casos, eles admitem
duas homotetias, uma direta e uma inversa. No caso de círculos disjuntos,
os centros de homotetias são fáceis de encontrar: são as interseções das
tangentes comuns internas (inversa) e das tangentes comuns externas
(direta).
A O–
B O+
Com isso, podemos resolver alguns problemas. Homotetia esteve bastante na moda
na IMO durante o início dos anos 80, como você vai ver nos exemplos e nos
exercícios.
Exemplo 2.1.
Problema 5, IMO 1981. Três círculos congruentes têm um ponto comum O e estão
no interior de um triângulo. Cada círculo é tangente a dois lados do triângulo.
Prove que o incentro e o circuncentro do triângulo e o ponto O são colineares.
Resolução:
O nome do ponto dado não é O por acaso: sejam A, B e C os centros dos três
círculos congruentes e A´B´C´ o triângulo cujos lados tangenciam esses três
35
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C´
I O´
A O
B
A´ B´
As distâncias de A e B a A´B´ são iguais aos raios dos círculos congruentes a são,
portanto, iguais.
Então AB e A´B´ são paralelos. Analogamente, AC é paralelo a A´C´ e BC é
paralelo a B´C´, de modo que os triângulos ABC e A´B´C´ são homotéticos. O
centro de homotetia é I. Essa homotetia leva O ao circuncentro O´ de A´B´C´.
Assim, I, O e O´ são colineares.
Note que a dificuldade foi achar a homotetia; depois bastou aplicar a propriedade
de colinearidade.
Exercícios:
01. (Problema 2, IMO 1982) Seja A1 A2 A3 um triângulo escaleno com lados a1 , a2 e a3
( ai é o lado oposto a Ai ). Seja M i o ponto médio do lado ai e Ti o ponto onde o
incírculo do triângulo toca o lado ai , para i = 1, 2, 3. Seja Si o simétrico de Ti em
relação à bissetriz interna do ângulo Ai . Prove que as retas M 1S1 , M 2 S2 e M 3 S3 são
concorrentes.
36
Sociedade Brasileira de Matemática
02. (Problema 2, IMO 1983) Seja A um dos dois pontos de interseção dos círculos C1
e C2 , de centros O1 e O2 , respectivamente. Uma das tangentes comuns aos
círculos toca C1 em P1 e C2 em P2 , e a outra toca C1 em Q1 e C2 em Q2 . Seja
M 1 o ponto médio de PQ 1 1 e M2 o ponto médio de P2Q2 . Prove que
∠O1 AO2 = ∠M 1 AM 2 .
03. (Prova de seleção 2008, Banco da IMO 2007) As diagonais do trapézio ABCD
cortam-se no ponto P. O ponto Q está na região determinada pelas retas paralelas
BC e AD tal que ∠AQD = ∠CQB e a reta CD corta o segmento PQ. Prove que
∠BQP = ∠DAQ.
B´ C´
K´
I
B K L C
IA
Basta traçar a reta B´C´ paralela a BC que tangencia o incírculo de ABC em K´.
ABC e AB´C´ são homotéticos com centro em A. Para terminar, o incículo de ABC
é ex-incírculo de AB´C´, de modo que os pontos K´e L são correspondentes na
homotetia e estão, portanto, alinhados com A.
37
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Exercícios:
04 (Problema 4, IMO 1992) No plano, considere uma circunferência C, uma reta
L tangente à circunferência e M um ponto da reta L. Encontre o lugar geométrico
dos pontos P com a seguinte propriedade: existem dois pontos Q, R da reta L tais
que M é o ponto médio de QR e C é a circunferência inscrita no triângulo PQR.
4. Composição de Homotetias
A principal inovação na IMO 2008 no problema 6 foi explorar o seguinte fato:
Demonstração
Utilizaremos vetores para provar esse fato
Seja P um ponto qualquer e sejam k1 e k2 as razões de homotetia de σ 1 e σ 2 ,
respectivamente. Então σ 1 ( P ) = O1 + k1 ⋅ ( P − O1 ) e, portanto,
σ ( P ) = σ 2 o σ 1 ( P ) = σ 2 (σ 1 ( P )) = O2 + k 2 ⋅ (σ 1 ( P) − O2 )
= O2 + k 2 ⋅ (O1 + k1 ⋅ ( P − O1 ) − O2 )
= k2 (1 − k1 ) ⋅ O1 + (1 − k2 ) ⋅ O2 + k1k2 ⋅ P (*)
Primeiro, se σ é uma homotetia, então sua razão é k1k2 (as figuras são
“multiplicadas” por k1 e depois por k2 ; ou seja, são “multiplicadas” por k1k2 ).
Assim, para provarmos que σ é uma homotetia, temos que provar que existe um
ponto O tal que
σ ( P ) = O + k1k2 ⋅ ( P − O ) = (1 − k1k2 ) ⋅ O + k1k2 ⋅ P (**)
38
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O2 P1 P2
P
O
O1 Q Q1
Q2
Exemplo 4.1
Problema 6, IMO 2008. Seja ABCD um quadrilátero convexo cujos lados BA e
BC têm comprimentos diferentes. Sejam w1 e w2 as circunferências inscritas nos
triângulos ABC e ADC, respectivamente. Suponhamos que existe um
39
Sociedade Brasileira de Matemática
Resolução
Vamos começar trabalhando com segmentos tangentes.
E C
w G
Z O2 K B
D O1
w2
O L w1
A
H
F
AC + CD − AD AC + AB − BC
= ⇔ CK = AL.
2 2
Essa igualdade é simples, mas abre muitas portas para nós! De fato, ela quer dizer
que os ex-incírculos w3 e w4 relativos a AC dos triângulos ABC e ADC tocam AC
em K e L, respectivamente. Isso nos dá muitas, mas muitas homotetias, e pelo
menos duas oportunidades de utilizar o fenômeno hometético circular!
Desenhemos as circunferências:
40
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E C w3
w G
w4
Z B
D O2 K O1
w2 L
O w1
A
H
F
r s
E C w3
w G
w4
Z K B
T O O1
O D w2 2 L w1
A
H
F
41
Sociedade Brasileira de Matemática
Primeiro, note que a homotetia direta σ 4 que leva w4 a w tem centro B e, portanto,
leva K a W. Mais ainda: como AC é tangente a w4 em K, a reta r paralela a AC que
passa por W é tangente a w, pois a reta AC é levada a r por σ 4 .
Agora, considere a homotetia inversa σ 2 que leva w a w2 . Essa homotetia tem
centro em D, leva W a T e r a s, que é paralela a r e AC e é tangente a w2 . Assim,
D, W e T estão alinhados, ou seja, W pertence à reta DT.
Falta ainda identificar melhor o ponto T. Na verdade, ele é bem conhecido: como s
e AC são paralelos, T e K são diametralmente opostos. Podemos, assim, aplicar o
fenômeno homotético circular: D, T e L são colineares e L também pertence à reta
DT.
Portanto D, L e W são colineares, de modo que W pertence a DL. Como W
pertence, por definição, à reta BK, W é a interseção de BK e DL, e só pode ser igual
a Z.
Exercícios
42
Sociedade Brasileira de Matemática
Você sabia…
Que 33661⋅27031232 + 1 é primo? Esse foi o décimo primeiro
primo descoberto pelo projeto "seventeen or bust" e foi
encontrado por Sturle Sunde em 17 de outubro de 2007.
Isso mostra que 33661 não é um número de Sierpinski
(números de Sierpinski são naturais ímpares k tais que
k ⋅ 2n + 1 é composto para todo n ∈ N; veja a Eureka! 18, pág.
61 e a Eureka! 25 página 56), reduzindo para 6 o número de
naturais menores que 78557 (que é o menor número de
Sierpinski conhecido), sobre os quais não se sabe se são ou
não números de Sierpinski: 10223, 21181, 22699, 24737,
55459 e 67607. Veja www.seventeenorbust.com para
mais informações (inclusive sobre como participar do
projeto).
43
Sociedade Brasileira de Matemática
SOLUÇÃO:
Escrevemos P em coordenadas baricêntricas:
t1 A + t2 B
F=
t1 + t2 t1 A + t3C
E=
t1 + t3
P
B C
t B + t3C
D= 2
t 2 + t3
44
Sociedade Brasileira de Matemática
( )
= t1 AD = t1 AP + PD = t1 (a + 3), donde t1 =
a+3
3
. Analogamente, t2 =
3
b+3
e
3 3 3 3
t3 = . Como t1 + t 2 + t3 = 1, temos + + = 1, donde
c+3 a+3 b+3 c+3
3 ( ( b + 3 )( c + 3) + ( a + 3)( c + 3) + ( a + 3)( b + 3) ) = ( a + 3)( b + 3 )( c + 3) , e logo
3 ( 6 a + 6 b + 6 c + 27 ) = abc + 9 a + 9 b + 9 c + 27, e finalmente
abc = 9 ( a + b + c ) + 54 = 9 ⋅ 43 + 54 = 441.
SOLUÇÃO:
Fazendo y = x, obtemos F ( x 2 ) = 2 xF ( x), ∀x + (0, +∞).
Com x = 1 temos F (1) = 2 F (1), donde F (1) = 0. Vamos mostrar por indução que
2k −1
F ( x ) = 2 x F ( x), para todo inteiro positivo k e todo x ∈ (0, +∞). Para k = 1
2k k 2
2k −1
F(eh 2 ) − F(1)
h k
⋅h
Como lim 2 e k 2k +1 h 2k
F(e ) = e lim2 F (e
h2 k h 2k
) = e lim2 (e −1)lim
h2 k 2k
=
eh 2 −1
k
k →+∞ k →∞ k →∞ k →∞
45
Sociedade Brasileira de Matemática
47 (Irã – 1999)
Determine todas as funções f : ¡ → ¡ que satisfazem
f ( f ( x) + y ) = f ( x 2 − y ) + 4 f ( x) y para todos os números reais x e y.
SOLUÇÃO:
Fazendo x = y = 0, obtemos f ( f (0)) = f (0).
Fazendo x = 0, y = − f (0), obtemos f (0) = f ( f (0)) − 4 f (0)2 , donde −4 f (0) 2 = 0, e
logo f (0) = 0. Fazendo agora y = 0, obtemos f ( f ( x )) = f ( x 2 ), ∀x ∈ ¡. Se
f ( a ) = f (b ) com a ≠ b, teremos
f (b 2 − y ) = f ( f (b ) + y ) − 4 f (b ) y = f ( f ( a ) + y ) − 4 f ( a ) y = f ( a 2 − y ), ∀y ∈ ¡,
donde, se t = b 2 − a 2 , f ( z + t ) = f ( z ), ∀z ∈ ¡.
Note agora que, se t ≠ 0, fazendo y = t obtemos f ( f ( x )) = f ( f ( x ) + t ) =
= f ( x 2 − t ) + 4 f ( x )t = f ( x 2 ) + 4 f ( x )t = f ( f ( x )) + 4 f ( x )t , ∀x ∈ ¡ ,
donde
4 f ( x)t = 0, ∀x ∈ ¡, e logo f ( x) = 0, ∀x ∈ ¡, o que é uma solução (claramente).
Por outro lado, fazendo x = 0 na equação funcional, obtemos
f ( y ) = f ( − y ), ∀ y ∈ ¡ . Assim, se f não é identicamente nula,
f (a ) = f (b) ⇔ a = b ou a = −b. Em particular, como f ( f ( x)) = f ( x 2 ), ∀x ∈ ¡,
para todo x∈¡ devemos ter f ( x) = x 2 ou f (x) =−x2. Se para algum
x ≠ 0, f ( x) = − x2 , temos f (x2 − y) = f ( y − x2 ) = f ( f (x) + y) = f (x2 − y) + 4 f (x) y,∀y ∈¡,
donde −4x2 y = 4 f (x) y = 0,∀y ∈¡, absurdo. Assim, devemos ter f ( x ) = x2 , ∀ x ∈ ¡.
Isso é outra solução, pois, de fato, (x2 + y)2 = (x2 − y)2 + 4x2 y,∀x, y ∈¡.
71 (Belarus – 2000)
Determine todos os pares de inteiros positivos (m, n) que satisfazem a equação
(m − n)2 (n 2 − m) = 4m 2 n.
SOLUÇÃO:
Seja d = mdc(m, n). Temos m = da, n = db, com mdc(a , b) = 1, e a equação
equivale a (a − b) 2 (db 2 − a ) = 4a 2b. Como mdc(b, a − b) = 1, segue que b | db 2 − a,
donde b | a, e logo b = 1. Temos então (a − 1) 2 (d − a) = 4 a 2 . Como mdc(a, a −1) = 1
e (a − 1) 2 | 4a 2 , segue que (a − 1) 2 | 4, donde a – 1 = 1 ou a – 1 = 2. No primeiro
caso, temos a = 2, d – a = 16, donde d = 18, e no segundo a = 3, d – a = 9,
donde d = 12.
Assim, as duas soluções são (m, n) = (36, 18) e (m, n) = (36, 12).
46
Sociedade Brasileira de Matemática
89 (Balcânica – 2000)
Determinar todas as funções f :¡ → ¡ que possuem a propriedade:
f ( x f ( x) + f ( y )) = f ( x) + y, para todos os números reais x e y.
2
SOLUÇÃO:
Fazendo x = 0, obtemos f ( f ( y )) = f (0) 2 + y, ∀y ∈ ¡, donde f é uma bijeção, e logo
existe a tal que f(a) = 0. Fazendo x = a, obtemos f ( f ( y )) = y, ∀y ∈ ¡, e
logo f (0) = 0. Fazendo y = 0 obtemos então f ( xf ( x)) = f ( x)2 , ∀x ∈ ¡, donde
xf ( x) = f ( f ( x) 2 ), ou seja, f ( z 2 ) = zf ( z ), ∀z ∈ ¡ (basta fazer x = f(z), donde
f ( x) = z ). Aplicando f dos dois lados da equação obtemos
f ( f ( x) 2 + y ) = f ( f ( xf ( x) + f ( y ))) = xf ( x) + f ( y ) = f ( f ( x)2 ) + f ( y ), donde,
fazendo f ( x) = t ≥ 0, obtemos
2
f ( y + t ) = f ( y ) + f (t ), ∀y ∈ ¡, t ≥ 0 (lembramos
que f é sobrejetiva, donde t = f ( x) pode assumir qualquer valor não–negativo).
2
Você sabia…
Que 243112609-1 e 237156667-1 são primos? Eles têm 12978189 e
11185272 dígitos respectivamente e são os dois maiores primos
conhecidos no momento. Foram descobertos em 23 de agosto de
2008 e 6 de setembro de 2008 por Edson Smith e Hans –
Michael Elvenich respectivamente, dois participantes do GIMPS.
O GIMPS é um projeto cooperativo na internet que já encontrou
12 primos de Mersenne. Veja www.mersenne.org para mais
informações, inclusive como ajudar a achar outros primos de
Mersenne.
47
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Bruno Holanda
Carlos Augusto David Ribeiro
üüü
224. (Balcânica Júnior – 2007) Eureka! No. 27 Seja a um real positivo tal que
a 3 = 6 ( a + 1) . Prove que a equação x 2 + ax + a 2 − 6 = 0 não possui solução real.
1 − 12 − 4 ⋅ 1 ⋅ ( −6 ) 1 + 12 − 4 ⋅ 1 ⋅ ( −6 )
−2 = <a< = 3, e como já sabíamos que
2 ⋅1 2 ⋅1
a > 6 > −2, fica: 6 < a < 3.
Substituindo na equação em x, (a 2
− 6 ) por (6 / a ), teríamos como raízes
6
−a ± a 2 − 4 ⋅1 ⋅
a 24
x= , mas estas raízes não são reais, pois a 2 − < 0, devido ao
2 a
fato de a 3 = 6 ( a + 1) < 6 ( 3 + 1) = 24.
226. (Inglaterra – 2007) Eureka! No. 27 Seja ABC um triângulo acutângulo com
AB > AC e ∠BAC = 60°. Seja O o circuncentro e H o ortocentro. A reta OH
encontra AB em P e AC em Q. Prove que PO = HQ.
48
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H O P
Q
C M B
49
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30º
l
l
F
b
? l 60º
B D
? G a
b
l
l
H
30º 30º
b
C
µ ≡ H CG
Sendo AD // GH , pois DFGH é paralelogramo, temos CGH µ e o triângulo
HCG é isósceles, logo HC = GH = b. Mas FD = b, logo os triângulos BCH e
µ = 60°, já que ABCD é losango.
BDF são congruentes, pois BC = BD = l e F DB
Portanto BH ≡ BF e CBH µ ≡ DBFµ .
Observe que CBD µ ≡ CBH µ + H BD
µ ≡ H BD µ + DBFµ ≡ H BF µ = 60°. Desta forma
conclui-se que o triângulo BFH é equilátero, pois é isósceles e tem o ângulo do
vértice de 60°.
50
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üüü
51
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113. a1 , a2 , a3 ,... formam uma seqüência de inteiros positivos menores que 2007
a + an
tais que m é inteiro, para quaisquer inteiros positivos m, n.
am + n
Prove que a seqüência (an) é periódica a partir de um certo ponto.
q, s ∈ ¢ com ty = q ⋅ d° + s e 0 ≤ s < d° .
Temos então t ⋅ d = d° ⋅ (tx + q ⋅ bk +1 ) + bk +1 (ty − q ⋅ d° ) = d° ⋅ (tx + q ⋅ bk +1 ) + bk +1 ⋅ s.
Temos s ∈ ¥, e d° ⋅ (tx + q ⋅ b ) = td − b ⋅ s > m − b ⋅ s > m − b ⋅ d° = m
k +1 k +1 0 k +1 0
°0,
k +1
52
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53
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(porque d | c e mcd ( b, c ) = 1 ).
Como mcd ( 2c − 2a + b , 2c + 2a − b ) = 1 e seu produto é 3b 2 temos que:
2c − 2 a + b = 3 x 2
2c + 2 a − b = y 2
Ou também poderia ser:
2c − 2 a + b = y 2
2c + 2 a − b = 3 x 2
Os valores de x, y são ímpares porque b é ímpar.
Em qualquer caso temos que c = ( 3 x 2 + y 2 ) 4
3( x2 − y2 )
c− y = 2
⇒ c − y 2 ≡ 0(mod 3) ⇒ c ≡ y 2 (mod 3)
4
Logo c ≡ 1(mod3), porque c não é divisível por 3.
Como c ≡ 1(mod3) então c ≡ 1(mod 6) ou c ≡ 4(mod 6), porém c é ímpar, logo
c ≡ 1(mod 6).
54
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55
Sociedade Brasileira de Matemática
= − Sn2−1 − S n ( 2S n −1 − S n ) .
Como 2 S n −1 + S n − 2 = S n ,
2 S n −1 − Sn = − Sn − 2 .
Substituindo:
Sn2 − S n −1 ⋅ S n +1 = − S n2−1 + S n ⋅ S n − 2 .
Essa expressão tem o mesmo módulo do que a obtida se trocarmos todos seus
sinais, ou seja Sn2−1 − S n − 2 ⋅ S n . Mas pela hipótese de indução o módulo desta é 8.
Assim, o módulo de Sn2 − S n −1S n +1 é 8. Por indução provamos que essa sentença é
válida para todo n inteiro positivo.
121. Na figura abaixo o lado do quadrado vale 4, obter o valor da altura h para que a
área da região 1 seja igual a área da região 2.
2
4 4
3 h
56
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10°
B C
Tomando ∠BAC = θ e, usando que AD = BC e a lei dos senos nos triângulos ABD
θ
e BDC, encontramos: sen10° = 2 sen ⋅ sen (θ + 10° ) .
2
Observe que θ = 20° é solução. Vamos mostrar que ela é única para o triângulo em
questão.
Não é difícil de verificar que θ < 80°, pois não poderíamos ter AD = BC para
θ
θ ≥ 80° (BC será o maior lado); conseqüentemente, θ + 10 < 90°, e sen e
2
sen(θ + 10°) serão crescentes no primeiro quadrante.
θ
I) Suponha que θ > 20° ⇒ sen10° = 2sen ⋅ sen (θ + 10° ) > 2sen10° ⋅ sen30° = sen10°
2
(absurdo).
θ
II) Suponha que θ < 20° ⇒ sen10° = 2 sen ⋅ sen (θ + 10° ) < 2 sen10° ⋅ sen30° = sen10°
2
(absurdo).
127. Determine todos os inteiros positivos k tais que existem inteiros positivos x, y,
x2 + y 2 + z 2
z com = k.
xyz
57
Sociedade Brasileira de Matemática
x2 + y 2 + z 2
Seja S = {( x, y , z ) ∈ (¥*)3 : = k onde k é par}
xyz
Provemos que este conjunto é vazio.
Se não é vazio existem x0 , y0 , z0 ∈ S tais que x0 + y0 + z0 é mínimo.
Temos x02 + y02 + z02 = kx0 y0 z0 . Como o membro direito é par , há dois casos:
(1) Um dos números é par e os outros dois números são ímpares.
(2) Os três são pares.
No caso (1), se x0 é par, y0 , z0 ímpares, então x02 + y02 + z02 ≡ 2(mod 4) e no outro
membro temos que kx0 y0 z0 ≡ 0(mod 4) porque k e x0 são pares. Contradição.
No caso (2) x0 = 2 x1 , y0 = 2 y1 , z0 = 2 z1 facilmente comprovamos que:
x12 + y12 + z12
= 2k , logo ( x1 , y1 , z1 ) ∈ S .
x1 y1 z1
x1 + y1 + z1 = ( x0 + y0 + z0 ) 2 < x0 + y0 + z0 .
Isto é absurdo porque x0 + y0 + z0 é mínimo.
Logo o conjunto S é vazio.
Provemos que k ≤ 3, o que resolve o problema.
x2 + y 2 + z 2
Seja C = {( x, y , z ) ∈ (¥*)3 : = k ≥ 4}
xyz
Provemos que este conjunto em C é vazio.
Se não é vazio existem x0 , y0 , z0 tais que x0 + y0 + z0 é mínimo.
Podemos supor que x0 ≤ y0 ≤ z0 .
Então:
x0 y z
+ 0 + 0 ≥4
y0 z0 x0 z0 x0 y0
x0 y0 z
Mas ≤1 e ≤ 1, donde temos que 1 + 1 + 0 ≥ 4, o que implica que
y0 z0 x0 z0 x0 y0
z0 ≥ 2 x0 y0 .
Consideremos a equação t 2 − kx0 y0 t + x02 + y02 = 0 que tem a z0 como uma das suas
soluções. Seja z1 a outra solução da equação; então temos:
(1) z0 + z1 = kx0 y0
(2) z0 z1 = x02 + y02
De (1) deduzimos que z1 é inteiro, de (2) deduzimos que z1 é positivo. Logo
( x0 , y0 , z1 ) ∈ C mas x0 + y0 + z0 ≤ x0 + y0 + z1 porque x0 + y0 + z0 é mínimo.
58
Sociedade Brasileira de Matemática
Então 2 x0 y0 ≤ z0 ≤ z1 , e substituindo em (2) obtemos 4 z02 y02 ≤ x02 + y02 ≤ 2 y02 donde se
obtém que 4 x02 ≤ 2 , o que é absurdo. Portanto o conjunto C é vazio.
128. Barango Joe era um sapo de mútiplos talentos que habitava a Terra das
Chances Diminutas, localizada no alto de uma montanha.
Após sua maioridade, Barango Joe decidiu tentar a vida no Reino das Grandes
Oportunidades, localizado no cume da montanha vizinha.
Para isso, ele atravessaria a extensa ponte de madeira por cima do Desfiladeiro da
Morte. Entretanto, a ponte era guardada pela Esfinge Vegas, exímia jogadora que
sempre desafiava os viajantes para algum jogo. O viajante vitorioso tinha a
passagem franqueada; e o perdedor era lançado ao abismo.
Assim chegando à cabeceira da ponte, Barango Joe foi desafiado a uma partida de
“Pachang” jogo que lembra o “Black Jack” ou “Vinte e um”, mas é jogado por 2
oponentes da seguinte maneira:
Os jogadores, designados por “banca” e “apostador”, utilizam um dado gerador de
números aleatórios reais uniformemente distribuídos no intervalo [0,1].
Inicialmente, a banca sorteia um número X. Se não estiver satisfeita com o número
obtido, pode descartá-lo e então sortear um novo número. Este procedimento pode
ser executado 2 vezes, Isto é, pode haver até 3 sorteios na definição do número X
da banca.
Então, o apostador sorteia quantos números forem necessários até que a soma de
seus números ultrapasse o número X da banca. Neste momento, se esta soma for
inferior a 1, o apostador ganha; caso contrário, perde.
Ou seja, para ganhar, o apostador precisa “chegar mais próximo” de 1 que a banca,
sem no entanto “estourar o limite” de 1.
Após explicar as regras do Pachang, a Esfinge Vegas deu uma opção ao sapo:
- Você prefere ser a banca ou o apostador?
O que o Barango Joe deveria responder?
Obs. Utilize lápis, papel, e uma calculadora científica simples.
∫ p ( x)dx ). Definimos
a
n qn (x) igual a pn (x) para x ∈ [0, X ] e qn (x) igual a 0
59
Sociedade Brasileira de Matemática
1
caso contrário. Seja também g n = ∫ p ( x)dx
X
n a probabilidade de o apostador
t n −1
x x
xn
pn +1 ( x) = ∫ qn (t )dt = ∫
x −1 0
( n − 1 )!
dt =
n!
. E para x ∈ ( X ,1] ,
t n −1
x X
Xn
pn +1 ( x) = ∫ qn (t )dt = ∫
x −1 0
(n − 1)!
dt =
n!
, c.q.d.
X n −1
1
Pelo lema, temos g n = ∫ pn ( x)dx = (1 − X )
X
(n − 1)!
e a probabilidade de o
∞ ∞
X n −1
apostador ganhar é f ( X ) = ∑ g n = (1 − X )∑
n =1 n =1 ( n − 1)!
= (1 − X )e X .
60
Sociedade Brasileira de Matemática
Segunda situação: imagine agora que a banca tem até 2 sorteios para determinar
X . Se, no primeiro sorteio, ela obteve um número x , ela pode ficar com esse
número ou descartá-lo. A probabilidade de o apostador ganhar será
f ( x) = (1 − x)e x no 1º caso e será P1 ≅ 0,71828 no 2º caso. Assim, a banca deve
descartar x somente se (1 − x)e x > P1 . Seja a a raiz positiva da equação
transcendente (1 − a )e a = P1 . Temos a ≅ 0,60954 . Dessa forma, a banca deve
descartar o número x se x < a e mantê-lo se x > a . Se a banca usar essa
estratégia, a probabilidade de o apostador vencer será
1
P2 = P1a + ∫ f ( X )dX =P1a + e − (2 − a)e a ≅ 0,59823 .
a
Terceira situação: agora considere o problema original (a banca tem até 3 sorteios
para determinar X ). Se, no primeiro sorteio, ela obteve o número x , ela pode
mantê-lo ou descartá-lo. A probabilidade de o apostador ganhar será
f ( x) = (1 − x)e x no 1º caso e será P2 ≅ 0,59823 no 2º caso. Assim, a banca deve
descartar x somente se (1 − x)e x > P2 . Seja b a raiz positiva da equação
transcendente (1 − b)eb = P2 . Temos b ≅ 0,70416 . Dessa forma, a banca deve
descartar o número x se x < b e mantê-lo se x > b . Se a banca usar essa
estratégia, a probabilidade de o apostador vencer será
1
1
P3 = P2b + ∫ f ( X )dX =P2b + e − (2 − b)eb ≅ 0,51915 > . Assim, o apostador tem
b
2
probabilidade maior que 1 de ganhar, mesmo quando a banca usa a melhor
2
estratégia possível. Barango Joe deve responder que prefere ser o apostador.
Agradecemos o envio de soluções e a colaboração de:
Alexandre Salim Saud de Oliveira Niterói – RJ
Alixanzito R. S. Costa Fortaleza – CE
André Felipe M. da Silva Rio de Janeiro – RJ
Doraci Gabriel da Rosa Fartura – SP
Evandro Makiyama de Melo São Paulo – SP
Flávio Antonio Alves Amparo – SP
Glauber Moreno Barbosa Rio de Janeiro – RJ
Kellem Corrêa Santos Rio de Janeiro – RJ
Larissa Brito Sousa Fortaleza – CE
Marcel Menzes de Andrade Prado Brasília – DF
Oswaldo Mello Sponquiado São Paulo – SP
Renato Carneiro de Souza Belo Horizonte – MG
Samuel Liló Abdalla Sorocaba – SP
Wallace Alves Martins Rio de Janeiro – RJ
Continuamos aguardando soluções para os problemas 123, 124, 125, 126 e 129.
61
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
* Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para próximos números.
132) a) Considere uma família ℑ de 2000 círculos de raio 1 no plano tal que dois
círculos de ℑ nunca são tangentes e cada círculo de ℑ intersecta pelo menos dois
outros círculos de ℑ . Determine o número mínimo possível de pontos do plano
que pertencem a pelo menos dois círculos de ℑ .
Problema 130 proposto por Wílson Carlos da Silva Ramos (Belém – PA), problema 131
proposto por Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (Natal – RN), problema 132 proposto por
Juan Manuel Conde Calero (Alicante – Espanha).
62
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 06 de junho de 2009
Segunda Fase – Sábado, 12 de setembro de 2009
Terceira Fase – Sábado, 17 de outubro de 2009 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 18 de outubro de 2009 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 12 de setembro de 2009
Segunda Fase – Sábado, 17 e Domingo, 18 de outubro de 2008
♦
XV OLIMPÍADA DE MAIO
09 de maio de 2009
♦
XX OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
14 a 20 de abril de 2009
Mar del Plata – Argentina
♦
L OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
10 a 22 de julho de 2009
Bremen – Alemanha
♦
XVI OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
25 a 30 de julho de 2009
Budapeste, Hungria
♦
XXIV OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
Setembro de 2009
Mérida – México
♦
XII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
63
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paraná) Pato Branco – PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (EDETEC) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Eduardo Tengan (USP) São Carlos – SP
Élio Mega (Faculdade Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Jose de Arimatéia Fernandes (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Osvaldo Germano do Rocio (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
64
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 70
COORDENADORES REGIONAIS 71
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
02) Esmeralda compra cinco latas de azeite a quatro reais e setenta centavos a lata,
cinco latas de leite em pó a três reais e doze centavos cada e três caixas de iogurte
com seis iogurtes cada caixa ao preço de oitenta centavos por iogurte. Paga com
uma nota de cinqüenta reais e quer saber quanto irá receber de troco. Qual das
expressões aritméticas a seguir representa a solução para este problema?
A) 50 − 5 × (4,70 + 3,12) + 18 × 0,80
B) 5 × 4,70 + 5 × 3,12 + 3 × 6 × 0,80 − 50
C) − [5 × (4,70 + 3,12) + 3 × 6 × 0,80] + 50
D) 50 − [5 × (4,70 + 3,12) + 3 × 6 + 0,80]
E) 50 − [5 × (4,70 + 3,12) + 6 × 0,80]
03) Uma pesquisa foi feita entre pessoas de ambos os sexos, em igual número, com
a seguinte pergunta: Entre as cores azul, vermelho e amarelo, qual é a cor que
você prefere?
Cada pessoa apresentou a sua preferência por uma, e só uma, dessas cores. E o
resultado da pesquisa aparece nos gráficos abaixo:
2
Sociedade Brasileira de Matemática
05) Numa reunião da comunidade do bairro, cada uma das 125 pessoas presentes
recebeu um número diferente, a partir do número 1 até o 125. Em dado momento,
foi feita uma lista das pessoas com número par e das pessoas com número múltiplo
de 3, que deveriam participar de um projeto. Algumas pessoas reclamaram,
dizendo que o seu nome aparecia duas vezes na lista. Quantas pessoas apareceram
duas vezes na lista?
A) 2 B) 6 C) 20 D) 41 E) 62
3
Sociedade Brasileira de Matemática
07) Uma classe tem 22 alunos e 18 alunas. Durante as férias, 60% de todos os
alunos dessa classe foram prestar trabalho comunitário. No mínimo, quantas alunas
participaram desse trabalho?
A) 1 B) 2 C) 4 D) 6 E) 8
08) Uma urna contém 2008 cartões. Cada cartão recebeu um número diferente, a
partir do número 1 até o 2008. Retiram-se dois cartões ao acaso e somam-se os
números dos cartões. Quantos números ímpares diferentes podem ser obtidos dessa
maneira?
A) 1004 B) 1005 C) 2007 D) 2008 E) 4016
10) Quantos números pares de três algarismos têm dois algarismos ímpares?
A) 20 B) 48 C) 100 D) 125 E) 225
2 5
11) Sabe-se que do conteúdo de uma garrafa enchem de um copo. Para
9 6
encher 15 copos iguais a esse, quantas garrafas deverão ser usadas?
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 E) 6
A) 6 B) 7 C) 8 D) 9
E) 10
4
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3 4
A) B) C) 1
5 5
5 5
D) E)
4 3
A) 17 B) 27 C) 37 D) 47
E) 57
5
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A) 28 cm B) 35 cm C) 42 cm D) 43 cm E) 60 cm
18) Qual é o maior número de algarismos que devem ser apagados do número de
1000 algarismos 20082008…2008, de modo que a soma dos algarismos restantes
seja 2008?
A) 130 B) 260 C) 510 D) 746 E) 1020
19) Soninha tem muitos cartões, todos com o mesmo desenho em uma das faces.
Ela vai usar cinco cores diferentes (verde, amarelo, azul, vermelho e laranja) para
pintar cada uma das cinco partes do desenho, cada parte com uma cor diferente, de
modo que não haja dois cartões pintados da mesma forma. Na figura abaixo, por
exemplo, os cartões são iguais, pois um deles pode ser girado para se obter o outro.
Quantos cartões diferentes Soninha conseguirá produzir?
A) 16 B) 25 C) 30 D) 60 E) 120
6
Sociedade Brasileira de Matemática
20) Três carros com velocidades constantes cada um, na mesma estrada, passam no
mesmo momento por Brasilópolis. Ao viajar 100 quilômetros, o carro A passa por
Americanópolis, 20 quilômetros à frente do carro B e 50 quilômetros à frente do
carro C. Quando o carro B passar por Americanópolis, quantos quilômetros estará à
frente do carro C?
A) 20 B) 25,5 C) 30 D) 35 E) 37,5
PROBLEMAS – NÍVEL 2
04) Uma grande empresa possui 84 funcionários e sabe-se que cada funcionário
fala pelo menos uma das línguas entre Português e Inglês. Além disso, 20% dos
que falam Português também falam Inglês e 80% dos que falam Inglês também
falam Português. Quantos funcionários falam as duas línguas?
A) 12 B) 14 C) 15 D) 16 E) 18
06) Nove números são escritos em ordem crescente. O número do meio é a média
aritmética dos nove números. A média aritmética dos 5 maiores é 68 e a média
aritmética dos 5 menores é 44. A soma de todos os números é:
A) 560 B) 504 C) 112 D) 56 E) 70
7
Sociedade Brasileira de Matemática
11) Em um triângulo ABC foi traçada a altura AH. Sejam M e N pontos sobre os
lados AB e AC, respectivamente, tais que HM é perpendicular a AB e HN é
perpendicular a AC. Achar MN, sabendo que o perímetro do triângulo órtico do
triângulo ABC é igual a 10.
Observação: o triângulo órtico de um triângulo é aquele cujos vértices são as
interseções das alturas do triângulo com os respectivos lados. Pode-se demonstrar
que o incentro (encontro das bissetrizes) do triângulo órtico é sempre igual ao
ortocentro (encontro das alturas) do triângulo original.
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
12) Quantos números inteiros positivos menores que 500 têm exatamente 15
divisores inteiros positivos?
A) 0 B) 1 C) 2 D) 3 E) 4
13) Seja P (n) a soma dos algarismos pares do número n . Por exemplo,
P (1234) = 2 + 4 = 6. Qual o valor de P (1) + P (2) + P (3) + ... + P(100) ?
A) 200 B) 360 C) 400 D) 900 E) 2250
8
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16 3 2 13
5 10 11 8
9 6 7 12
4 15 14 1
18) Um número de três algarismos é 629 vezes menor que a soma de todos os
outros números de três algarismos. Este número é:
A) 450 B) 785 C) 630 D) 471 E) 525
9
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A1 A A3
2
D E F
Sendo A1, A2 e A3 as áreas das regiões destacadas na figura, podemos afirmar que:
A) A2 = 2A1 = 2A3 B) A2 = A1 + A3 C) A2 > A1 + A3
D) A2 < A1 + A3 E) A22 = A1.A3
Sabe-se que Áustria e Camarões levaram apenas 1 gol, cada um. Além disso, Brasil
e Dinamarca marcaram apenas 1 gol, cada um, enquanto que Áustria marcou 3
gols. Qual o resultado da partida Áustria × Dinamarca?
Observação: no grupo, cada seleção joga com as demais exatamente uma vez e, em
cada partida, o time vencedor ganha 3 pontos, o perdedor não ganha nem perde
pontos e, em caso de empate, cada time ganha 1 ponto.
A) 1 × 0 B) 2 × 1 C) 2 × 0 D) 0 × 0
E) Nada se pode afirmar.
10
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AC
C 24
A) 17 B) 18 C) 19 D) 20 E) 21
25) Tenho um cubo de madeira, com três faces vermelhas e três faces azuis. O
cubo é cortado em 3×3×3 = 27 cubos menores. Quantos destes cubos menores têm,
pelo menos, uma face vermelha e outra azul?
A) 6 B) 12 C) 14 D) 16
E) depende de quais faces do cubo são vermelhas e quais são azuis.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
11
Sociedade Brasileira de Matemática
05) Rafael tem 10 cartões. Cada um tem escrito um dos números 3, 8, 13, 18, 23,
28, 33, 48, 53, 68, e todos os dez números aparecem. Qual o menor número de
cartões que Rafael pode escolher de modo que a soma dos números nos cartões
escolhidos seja exatamente 100?
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5
E) não é possível obter soma 100 com esses cartões.
10) O inteiro n é tal que n⋅2n possui 2008 divisores a mais que n. A soma dos
algarismos de n é igual a:
A) 5 B) 7 C) 9 D) 11 E) 12
12
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16) Dado o quadrilátero ABCD tal que ∠CAD = 25°, ∠ACD = 45° e ∠BAC =
∠BCA = 20°, qual o valor do ângulo ∠DBC?
A) 40° B) 45° C) 50° D) 55° E) 60°
13
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3 cm
?
Figura 1 Figura 2
A) 1 B) 2 C) 5 − 3 98 D) 3
98
3
98
E) 1 −
5
24) Considere 10 pessoas, todas de alturas diferentes, as quais devem ficar em fila
de tal modo que, a partir da pessoa mais alta, as alturas devem decrescer para
ambos os lados da fila (se a pessoa mais alta for a primeira ou a última da fila,
14
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GABARITO
15
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e 2009 2 − 2007 2 = 8 ⋅ N,
16
Sociedade Brasileira de Matemática
Certo dia, ela nadou por esse trajeto 4 vezes, isto é, foi e voltou 2 vezes. Quantos
metros ela percorreu?
05. Com o dinheiro que Carlinhos tinha, poderia ter comprado 600 gramas de queijo
ou 400 gramas de presunto. Usando esse dinheiro, ele resolveu comprar
quantidades iguais de presunto e queijo. Quantos gramas de cada item ele
comprou?
06. Quantos números inteiros maiores que zero e menores que 100 possuem algum
divisor cuja soma dos dígitos seja 5?
PROBLEMA 1
Zezinho tem 37 cartões quadrados de lado 6 cm e 21 cartões quadrados de lado 9
cm. Ele quer colar esses cartões lado a lado, sem sobrepô-los nem deixar buracos,
formando quadrados maiores.
a) Apresente, através de desenhos, duas maneiras diferentes de Zezinho construir
um quadrado de lado 27 cm.
b) Quantos cartões são necessários para construir o quadrado com a maior área
possível?
PROBLEMA 2
Para construir o arranjo triangular de letras ao lado, que tem
2008 linhas, obedeceu-se a uma certa regra.
a) Quantas vezes a palavra OBM aparece completamente na
maior coluna desse arranjo?
b) Quantas vezes a letra O aparece no arranjo?
PROBLEMA 3
Em Ferius, os pontos do dominó vão de 0 a 7, ao contrário de um dominó comum,
em que os pontos vão de 0 a 6. Uma peça do dominó de Ferius é chamada
importante se a soma de seus pontos é par. Por exemplo, os seguintes dominós são
importantes:
17
Sociedade Brasileira de Matemática
02. Um viajante, que se encontrava perdido na floresta, andou 1 metro para o Leste,
2 metros para o Norte, 3 para o Oeste, 4 para o Sul, 5 para o Leste, 6 para o
Norte,..., 2006 metros para o Norte, 2007 para o Oeste e 2008 para o Sul. Calcule,
em metros, o valor inteiro mais próximo da distância entre as posições inicial e
final do viajante.
04. Em um triângulo ABC, seja D um ponto sobre o lado BC tal que DB = 14, DA =
13 e DC = 4. Sabendo que o círculo circunscrito ao triângulo ADB tem raio igual
ao do círculo circunscrito ao triângulo ADC, calcule a área do triângulo ABC.
18
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PROBLEMA 1
Encontre todos os triângulos retângulos, de lados com medidas inteiras, nos quais a
área tem valor numérico igual ao do perímetro.
PROBLEMA 2
No quadro negro são escritos os números 12 , 22 ,32 , 42 ,..., 20082. Pedro e Igor jogam
um jogo onde eles apagam alternadamente um número por vez até sobrarem apenas
dois números. Se a diferença entre estes dois números for múltiplo de 2009, Igor
vence. Caso contrário, quem vence é Pedro. Sabendo que Pedro é o primeiro a
jogar, diga quem possui a estratégia vencedora. Justifique sua resposta.
PROBLEMA 3
Seja ABC um triângulo acutângulo com BC = 5. Seja E o pé da altura relativa ao
lado AC e F o ponto médio do lado AB. Se BE = CF = 4, calcule a área do triângulo
ABC.
PROBLEMA 4
Um país tem 8 cidades, A1, A2, ..., A6, B, C, ligadas por rodovias de mão dupla
satisfazendo as seguintes condições: B e C são ambas ligadas às cidades A1, A2, ...,
A6, mas não são ligadas uma à outra; A1, A2, ..., A6 são ligadas duas a duas. Calcule
o número de maneiras distintas de viajar de carro de B a C, sem passar duas vezes
por uma mesma cidade.
01. Um trapézio isósceles ABCD, com lados paralelos AB e CD, é tal que a diagonal
BD mede 100 m e o ângulo BDC mede 30°. Seja S a área do trapézio em m2.
Determine S ⋅ 3.
19
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PROBLEMA 1
Determine todos os inteiros positivos m e n tais que
m 2 + 161 = 3n
PROBLEMA 2
Determine a quantidade de funções f :{1, 2,3, 4,5} → {1, 2,3, 4,5} tais que
f ( f ( x)) = f ( x) para todo x ∈ {1, 2,3, 4,5}.
PROBLEMA 3
Um trapézio ABCD, com lados paralelos AB e CD, está inscrito em uma
circunferência de raio 25. Sabe-se que CD é um diâmetro e a altura desse trapézio é
24. Seja E um ponto no arco menor determinado por A e B e sejam F e G os pontos
AF ⋅ BG
de interseção de ED e EC com AB, respectivamente. Calcule .
FG
PROBLEMA 4
Em uma matriz 2008 × 2008 o elemento na linha i e coluna j é o número i + j (as
20
Sociedade Brasileira de Matemática
Soluções alternativas:
1a solução
Cada linha pode ser associada a um número ímpar e a um múltiplo de 8 da seguinte
forma: na linha 1 temos o quadrado de 1 = 2 ⋅ 1 − 1 (no lado esquerdo da igualdade)
e 8 vezes 1 (no lado direito da igualdade), na linha 2 temos o quadrado de
3 = 2 ⋅ 2 − 1 e 8 vezes 2, na linha 3 temos o quadrado de 5 = 2 ⋅ 3 − 1 e 8 vezes 3 e
assim sucessivamente, até chegarmos à linha N onde temos o quadrado de
2007 = 2N − 1 e 8 vezes N.
Assim, 2N − 1 = 2007 ⇔ 2N = 2008 ⇔ N = 1004 .
2a solução
Cada linha pode ser associada um múltiplo de 8 da seguinte forma: na linha 1
temos 8 vezes 1 (no lado direito da igualdade), na linha 2 temos 8 vezes 2, na linha
3 temos 8 vezes 3 e assim sucessivamente, até chegarmos a última linha, onde
2009 − 1
temos 2009 2 − 2007 2 = 8 ⋅ N , que é a linha = 1004 , ou seja, N = 1004.
2
21
Sociedade Brasileira de Matemática
3a solução
Temos:
20092 − 20072 = 8 ⋅ N ⇔ (2009− 2007)(2009+ 2007) = 8 ⋅ N ⇔ 2 ⋅ 4016= 8 ⋅ N ⇔ N = 1004
03. [12] Seja x o lucro desse banco no primeiro semestre de 2007, em bilhões de
reais.
Logo x + 2 ,5% ⋅ x = 4 ,1082 ⇔ x + 0 ,025 x = 4 ,1082 ⇔ 1,025 x = 4 ,1082 ⇔ x = 4 ,008
bilhões de reais, ou seja, o lucro foi de R$ 4008000000,00, cuja soma dos dígitos é
12.
Q
05. [240] Supondo que Carlinhos tem Q reais, o preço do grama de queijo é e
600
Q
o preço do grama de presunto é . Seja m a quantidade, em gramas, de queijo e
400
de presunto que Carlinhos comprou. Dessa forma:
Q Q 1 1 1 400 × 600 240000
m⋅ + m⋅ = Q ⇔ m + =1⇔ m = 1 = = = 240
600 400 600 400 1 400 + 600 1000
+
600 400
Portanto ele comprou 240 gramas de cada item.
06. [34] São os múltiplos de 5, que nesse intervalo são 19; os múltiplos de 14, que
são 6 (pois o 70 já foi contado); os múltiplos de 23, que são 4; os múltiplos de 32,
que são 3 e, finalmente, os múltiplos de 41, que são 2. Note que o único múltiplo
de 50 no intervalo, que é o próprio 50, já foi contato nos múltiplos de 5. Portanto
ao todo são 19 + 6 + 4 + 3 + 2 = 34 números.
22
Sociedade Brasileira de Matemática
De fato, como os quadrados construídos com os cartões devem ter lados com
medidas inteiras, concluímos que o quadrado maior do que o construído deveria ter
lado de 60 cm, pelo menos, já que o cartão menor tem lado 6 cm. Como
602 − 542 = 684 cm 2 é maior do que 6 2 + 9 2 = 117 cm 2 , que é a soma das áreas
dos quadrados que sobraram, concluímos que realmente o quadrado de lado 54 cm
é o maior que se pode construir usando o maior número de cartões.
PROBLEMA 2
a) A maior coluna tem 2008 letras e OBM é um bloco de 3 letras. Como
2008 = 669 ⋅ 3 + 1 , o número de vezes em que a palavra OBM aparece
completamente na maior coluna é 669.
23
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(2008 + 1) ⋅ 670
2008 + 2005 + 2002 + 1999 + +1 = = 673015 .
2
PROBLEMA 3
8⋅7
a) Há = 28 peças com quantidades diferentes de pontos em cada lado e 8 com
2
quantidades iguais, ou seja, o dominó de Ferius tem 28 + 8 = 36 peças diferentes.
Outra solução:
O dominó comum possui 28 peças. Como existem mais 8 novas peças que possuem
alguma casa marcando 7 pontos, o dominó de Ferius tem 28 + 8 = 36 peças
diferentes.
b) Como a soma de um par e um ímpar é ímpar e há 4 quantidades ímpares de
pontos (1, 3, 5, 7) e 4 quantidades pares de pontos (0, 2, 4, 6), há 4 ⋅ 4 = 16 peças
que não são importantes. Logo existem 36 − 16 = 20 peças importantes.
01. De
17
= x 4 + y 4 = ( x 2 + y 2 ) − 2( xy ) 2 = 1 − 2( xy ) 2 ,
2
18
1 1
obtemos ( xy ) = , e daí
2
= 6.
36 xy
24
Sociedade Brasileira de Matemática
04. Como os dois círculos circunscritos são iguais, segue do teorema do ângulo
inscrito que ∠ACB = ∠ABC e, com isso, AB = AC.
M
D
C
Seja AM a altura relativa ao lado BC. Como ABC é isósceles de base BC, segue que
AM também é mediana, e daí MC = 9. Portanto, MD = 5 e, pelo teorema de
25
Sociedade Brasileira de Matemática
05. Para que o primitivo de um número seja ímpar, todos os seus algarismos
precisam ser ímpares, pois o produto de um número par por um número qualquer é
sempre um número par. Assim, só nos restam os algarismos 1, 3, 5, 7 e 9 para
construir o número pretendido. Por outro lado, como os algarismos precisam ser
todos diferentes, o número terá, no máximo, 5 algarismos. Contudo, qualquer
número com 5 algarismos ímpares e todos distintos tem primitivo 0. De fato, o
produto dos números 1, 3, 5, 7 e 9 é 945 e seu primitivo é 0. O maior número com
4 algarismos ímpares e todos diferentes é 9753, mas esse número tem primitivo 0.
O número que o antecede e tem seus 4 algarismos ímpares e distintos é 9751, e seu
primitivo é 5. Portanto, a soma de seus algarismos é 9 + 7 + 5 + 1 = 22.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Note que ( 2009 − x ) − x 2 = 2009 ( 2009 − 2 x ) , um múltiplo de 2009. Assim,
2
sempre que Pedro apagar um número, x2 digamos, basta Igor apagar o número
(2009 – x)2. Desse modo, no final restarão dois números cuja diferença é um
múltiplo de 2009.
26
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
A
F E
B C
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Há duas escolhas envolvidas e que determinam a maneira de viajar de B a C: por
quais dentre as cidades A1 ,..., A6 devemos passar, e em que ordem. Digamos que
escolhamos passar por exatamente k dentre as cidades A1 ,..., A6 , com 1 ≤ k ≤ 6; o
6
número de modos de escolher as k cidades é . Por outro lado, após
k
escolhermos as k cidades, devemos escolher em que ordem vamos visitá-las, o que
corresponde a k! possibilidades. Logo, o número de modos de viajar de B a C é
6
6 6
6! 6! 6! 6!
∑
k =1 k
k ! = ∑
k =1 ( 6 − k ) !
= + + ... + = 1956.
5! 4! 0!
27
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100
30°
D P C
CD − AB AB + CD
Temos que CP = logo PD = CP + AB = . Assim, a área do
2 2
trapézio é:
AB + CD
S = BP ⋅ = BP ⋅ PD = (100 sen30°) ⋅ (100 cos30°) = 2500 3 m 2 e portanto
2
S 3 = 7500.
• 2 4 | n e 54 | n
• 24 | ( n − 1) e 54 | ( n − 1)
• 24 | n e 54 | ( n − 1)
• 24 | ( n − 1) e 54 | n.
28
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( )
α 3 = −27 + 5 33 − 27 + 5 33 − 3 3 −27 + 5 33 ⋅ 3 27 + 5 33 ⋅ ( 3
−27 + 5 33 − 3 27 + 5 33 )
⇒ α 3 = −54 − 3 3 96 ⋅ α ⇒ (α 3 + 54 ) = −25 ⋅ 34 α 3
3
29
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(3 n0
)
− m é positivo e 161 = 7 ⋅ 23, então temos as opções:
•
3n0 − m = 1 e 3n0 + m = 161 ⇔ 3n0 = 81 e m = 80 ⇔ n0 = 4 e
m = 80 ⇔ n = 8 e m = 80
• 3n0 − m = 7 e 3n0 + m = 23 ⇔ 3n0 = 15 e m = 8. Não há solução inteira.
Logo m = 80 e n= 8 é a única solução.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Para que f ( f ( x ) ) = f ( x ) então a imagem de f deverá só conter pontos fixos.
Utilizando esse fato temos:
30
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
E
A B
F G
D C
O
Como ABE ≅ ADE (ambos enxergam o arco AE ) temos que ∆FBE ∼ ∆FDA e
portanto
FB BE
= (1)
FD DA
Analogamente, das semelhanças ∆EBG ∼ ∆ACG , ∆AEG ∼ ∆CBG e
∆AEF ∼ ∆DBF obtemos respectivamente
BG EB
= (2)
CG AC
AE AG
= (3)
CB CG
AE AF
= (4)
DB DF
Assim, utilizando o fato que ABCD é isósceles (de modo que AD = BC e BD = AC)
temos
AF ⋅ BG (2) e (4) 1 AE ⋅ DF CG ⋅ EB
= ⋅ ⋅
FG FG DB AC
1 ( AE ⋅ CG )( DF ⋅ EB ) (1) e (3) AD 2 AG ⋅ BF
= = ⋅
AC 2 FG AC 2 FG
2
AD ( AF + FG )( BG + FG )
=
AC FG
31
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2
AD FG ( AF + FG + BG ) + AF ⋅ BG
=
AC FG
2
AD AF ⋅ BG
= ⋅ AB +
AC FG
Em suma, temos
2
AF ⋅ BG AD AF ⋅ BG
= ⋅ AB +
FG AC FG
AF ⋅ BG AD 2 ⋅ AB
⇔ =
FG AC 2 − AD 2
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Vamos mostrar que o menor produto é obtido quando tomamos os elementos da
diagonal principal. Neste caso, o produto é dado por
(1 + 1)(2 + 2)(3 + 3)...(2008 + 2008) = 2 ⋅ 2008!
2008
Suponha que todos os elementos (1, 1), (2, 2),..., (i – 1, i – 1) tenham sido
escolhidos mas que os elementos nas i– ésimas linha e colunas sejam (i, j) e (k, i)
com j e k maiores ou iguais a i + 1. Vamos mostrar que trocando estes dois
elementos por (i, i) e (k, j) obtemos um produto menor. De fato, para isto devemos
mostrar que
(i + i )( j + k ) < (i + j )(i + k )
⇔ 2i ( j + k ) < i 2 + ( j + k )i + jk
⇔ i 2 − ( j + k )i + jk > 0
⇔ (i − j )(i − k ) > 0
O que é verdade, já que i − j < 0 e i − k < 0.
32
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Um quadrado de lado 12 foi dividido em sete regiões retangulares que não se
sobrepõem, conforme a figura. Uma delas é um quadrado de vértice C, cuja área é
metade da área de cada um dos dois retângulos vizinhos; outra é um quadrado de
vértice A, cuja área é metade da área de cada um dos dois retângulos vizinhos.
A B
D C
a) Mostre que o quadrilátero destacado é um quadrado.
b) Calcule a área do quadrado destacado.
PROBLEMA 2
Esmeralda escolhe um número inteiro positivo qualquer e realiza a seguinte
operação com ele: cada um de seus algarismos é trocado pelo seu sucessor, com
exceção do 9, que é trocado por 0. Em seguida, os eventuais zeros que aparecem à
esquerda são eliminados. Por exemplo, ao se realizar a operação no número
990003953 obtém-se 1114064 (note que os dois zeros à esquerda gerados pelos
dois primeiros algarismos 9 foram eliminados).
A operação é repetida até que se obtenha 0. Por exemplo, começando com 889,
obtemos a seqüência de números
889, 990, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0
33
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Jade tem n peças iguais 3× 1 e quer utilizá-las para cobrir um tabuleiro 3 × n ,
sendo n um inteiro positivo. Por exemplo, para n = 4 ela pode cobrir o tabuleiro da
seguinte maneira:
PROBLEMA 4
Considere o seguinte hexágono:
Com cópias desse polígono podemos cobrir todo o plano, sem sobreposições, como
mostra a figura a seguir.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Vamos chamar de garboso o número que possui um múltiplo cujas quatro
primeiras casas de sua representação decimal são 2008. Por exemplo, 7 é garboso
pois 200858 é múltiplo de 7 e começa com 2008. Observe que
200858 = 28694 × 7 .
a) Mostre que 17 é garboso.
b) Mostre que todos os inteiros positivos são garbosos.
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Em cada casa de um tabuleiro n × n , colocamos um dos números 1,2,3,4, de modo
que cada casa tem exatamente uma casa vizinha com o mesmo número. É possível
fazer isso quando
a) n = 2007 ?
b) n = 2008 ?
PROBLEMA 2
Seja P um pentágono convexo com todos os lados iguais. Prove que se dois dos
ângulos de P somam 180 graus, então é possível cobrir o plano com P, sem
sobreposições.
PROBLEMA 3
Prove que existem infinitos inteiros positivos n tais que
5 n−2 − 1
n
é um inteiro.
35
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
p2 + q2
Mostre que se p,q são inteiros positivos primos tais que r = é inteiro,
p+q
então r é primo.
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo acutângulo e O, H seu circuncentro e ortocentro,
respectivamente. Sabendo que
AB
= BH = OB,
2
calcule os ângulos do triângulo ABC.
PROBLEMA 6
Sendo A um conjunto de números inteiros, definimos S(A) como o conjunto
formado pelas somas de dois elementos, não necessariamente distintos e D(A)
como o conjunto formado pelas diferenças de dois elementos, não necessariamente
distintos. Por exemplo, se A = {1, 2, 3, 10} então S(A) = {2, 3, 4, 5, 6, 11, 12, 13,
20} e D(A) = {–9, –8, –7, –2, –1, 0, 1, 2, 7, 8, 9}.
Mostre que existe um conjunto finito A tal que S(A) tem no máximo 1097 elementos
e D(A) tem no mínimo 10100 elementos.
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Vamos chamar de garboso o número que possui um múltiplo cujas quatro
primeiras casas de sua representação decimal são 2008. Por exemplo, 7 é garboso
pois 200858 é múltiplo de 7 e começa com 2008. Observe que
200858 = 28694 × 7 .
Mostre que todos os inteiros positivos são garbosos.
PROBLEMA 2
Sobre uma reta há um conjunto S de 6n pontos. Destes, 4n são escolhidos ao acaso
e pintados de azul; os 2n demais são pintados de verde. Prove que existe um
segmento que contém exatamente 3n pontos de S, sendo 2n pintados de azul e n
pintados de verde.
36
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Sejam x, y, z reais quaisquer tais que x + y + z = xy + yz + zx. Encontre o valor
mínimo de
x y z
2
+ 2 + 2
x +1 y +1 z +1
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja ABCD um quadrilátero cíclico e r e s as retas simétricas à reta AB em relação
às bissetrizes internas dos ângulos ∠CAD e ∠CBD , respectivamente. Sendo P a
interseção de r e s e O o centro do círculo circunscrito a ABCD, prove que OP é
perpendicular a CD.
PROBLEMA 5
Prove que para quaisquer inteiros a > 1 e b > 1 existe uma função f dos inteiros
positivos nos inteiros positivos tal que f (a ⋅ f ( n)) = b ⋅ n para todo n inteiro
positivo.
PROBLEMA 6
O profeta venusiano Zabruberson enviou a seus discípulos uma palavra de 10000
letras, sendo cada uma delas A ou E: a Palavra Zabrúbica. Seus seguidores
passaram a considerar, para 1 ≤ k ≤ 10000 , cada palavra formada por k letras
consecutivas da Palavra Zabrúbica uma palavra profética de tamanho k. Sabe-se
que há no máximo 7 palavras proféticas de tamanho 3. Determine o número
máximo de palavras proféticas de tamanho 10.
PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE LUCAS CAWAI JULIÃO (CAUCAIA – CE)
a) Vamos chamar o lado do quadrado de vértice C de x, e o lado do quadrado de
vértice A de y.
Como os retângulos que estão vizinhos a esses quadrados têm o dobro da área
deles, então eles irão ter a largura com a mesma medida dos quadrados e
comprimento, igual ao dobro do lado do quadrado. Veja a figura:
37
Sociedade Brasileira de Matemática
A y 2y x B
y
2x
2y 2x – y
2x y
x x
D 2x x C
Podemos ver que um lado do quadrado maior mede 3x. Para calcularmos o lado do
quadrilátero central, basta retirarmos o que não pertence a ele. Logo, retiraremos
x + y . Mas isso ocorrerá dos dois lados, então os dois lados do quadrilátero
destacado são iguais a 2x – y. Assim temos que ele é um quadrado.
PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE LARA VIANA DE PAULA CABRAL e RAFAEL RODRIGUES ROCHA DE MELO
(FORTALEZA – CE)
a) A sequencia é 2008, 3119, 4220, 5331, 6442, 7553, 8664, 9775, 886, 997, 8, 9, 0
b) Independente do dígito que ocupa a 1ª posição do número, após uma certa
quantidade de operações, ele chegará a 9 e, basta mais uma operação para ele
chegar a 0, que “desaparecerá”, e o número ficará assim com um dígito a menos.
Em seguida, independente do dígito que agora ocupa a 2ª posição, após uma certa
quantidade de operações ele também chegará a 9 e, logo depois, a 0, que também
“desaparecerá”, e o número terá assim outro dígito a menos.
Continuando esse processo até o número ter um único dígito, esse dígito também
chegará a 9 e, depois, a 0, encerrando o processo.
38
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
SOLUÇÃO OFICIAL DA BANCA
Seja fn o número de maneiras possíveis de cobrir o tabuleiro 3 × n . Se a primeira
coluna é coberta por uma peça vertical, falta cobrir um tabuleiro 3 × ( n − 1) . Senão,
começamos com três peças na horizontal, e falta cobrir um tabuleiro 3 × ( n − 3) .
Assim, temos f n = f n-1 + f n- 3 , para todo n ≥ 4. Como claramente temos f1 = 1,
f 2 = 1 e f 3 = 2 , temos f4 = f3 + f1 = 3, f5 = f4 + f2 = 4, f6 = f5 + f3 = 6, f7 = f6 + f4 = 9,
f8 = f7 + f5 = 13, f9 = f8 + f6 = 19, f10 = f9 + f7 = 28, f11 = f10 + f8 = 41, f12 = f11 + f9 = 60,
f13 = f12 + f10 = 88, f14 = f13 + f11 = 129 e, finalmente, f15 = f14 + f12 = 189.
Assim, as respostas são:
a) 1, 1, 2, 3, 4, 6, 9, respectivamente.
b) De 189 maneiras.
PROBLEMA 4
SOLUÇÃO OFICIAL DA BANCA
a) Não é possível. Para que seja possível cobrir o plano com uma figura, em cada
vértice determinado pelas figuras que a cobrem a soma dos ângulos internos deve
ser 180º ou 360º:
39
Sociedade Brasileira de Matemática
Assim é possível cobrir o plano com o pentágono ABCDE, como mostra a figura a
seguir:
A B
E C
… …
PROBLEMA 5
SOLUÇÃO ADAPTADA DA SOLUÇÃO DE GABRIEL YASHIMI BARRÓN TOYAMA
(SÃO PAULO – SP)
a) Observe que 200800 dividido por 17 tem resto 13. Assim, 200804 é múltiplo de
17 e, portanto, 17 é garboso. Na verdade, 17 tem infinitos múltiplos começados por
2008.
PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE DANIEL DOS SANTOS BOSSLE (PORTO ALEGRE – RS)
Perceba que a distribuição dos números no tabuleiro forma dominós 2 × 1, pois a
cada casa está associada exatamente uma casa vizinha com o mesmo número.
Logo, para que todos os dominós se encaixem, deve haver um número par de casas
no tabuleiro.
Assim, é impossível cobrir um tabuleiro 2007 × 2007.
40
Sociedade Brasileira de Matemática
Por outro lado, é possível cobrir um 2008 × 2008. Uma solução é a seguinte,
bastando repetir o padrão até o fim:
1 1 2 2 3 3 4 4
2 2 3 3 4 4 1 1
3 3 4 4 1 1 2 2
4 4 1 1 2 2 3 3
PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE JOÃO LUCAS CAMELO SÁ (FORTALEZA – CE)
Suponha que os ângulos suplementares sejam adjacentes.
Vamos chamá-los de A e B e os outros de C , D e E .
Observe a montagem a seguir:
r
A B A B A
C E C E C
B D D
D D
E C E C E C
A B A B A B
s
41
Sociedade Brasileira de Matemática
B C A E B E
A
C
D B
E D D
D = D
B E
D
C
A
E A C B E B
Hexágono α
Faixas:
B E
D D
E B D D
B E D D
D D
E B D D
B E D D
D D
E B
42
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
SOLUÇÃO DE JOÃO LUCAS CAMELO SÁ (FORTALEZA – CE)
PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE JOÃO LUCAS CAMELO SÁ (FORTALEZA – CE)
p 2 + q 2 2q 2
Suponha p = q ⇒ = = q ⇒ r = q ⇒ r é primo.
p+q 2q
p 2 + q 2 p 2 − q 2 + 2q 2 2q 2
Caso contrário, = = p−q+ ∈ ⇒ p + q | 2q 2 .
p+q p+q p+q
Analogamente, p + q | 2 p 2 . Como p ≠ q,( p, q) = 1 ⇒ (2 p 2 , 2q 2 ) = 2( p 2 , q 2 ) = 2.
Logo p + q | (2 p 2 , 2q 2 ) ⇒ p + q | 2 ⇒ p + q ≤ 2. Mas p, q ≥ 2, absurdo. Logo,
p = q , e portanto r é primo.
Obs.: João Lucas utilizou a notação (a, b) = mdc(a, b).
PROBLEMA 5
SOLUÇÃO DE MARIA CLARA MENDES SILVA (PIRAJUBA – MG)
A
30°
45°
M H
120°
O
150°
30° 45°
α = 15° 15° = α
C B
43
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
SOLUÇÃO OFICIAL DA BANCA
Considere o conjunto C = {0,1,3}. Temos S (C ) = {0,1, 2,3, 4,6} e
D(C ) = {−3, −2, −1,0,1, 2,3}. Assim, S(C) tem 6 elementos, enquanto D(C) tem 7.
Vamos agora, para cada inteiro positivo n, considerar o conjunto An dos naturais
com no máximo n algarismos na base 7, todos pertencentes a C, isto é,
n −1 n −1 n −1
A( n ) = ∑ a j ⋅ 7 j ; a j ∈ C ,0 ≤ j ≤ n − 1 . Dados a = ∑ a j ⋅ 7 j e b = ∑ b j ⋅ 7 j em
j =0 j =0 j =0
n −1
An , com a j , bj ∈ C, para 0 ≤ j ≤ n − 1, temos a + b = ∑ ( a j + bj ) ⋅ 7 j e
j =0
n −1 n −1
a − b = ∑ ( a j − b j ) ⋅ 7 j. Assim, temos S ( An ) = ∑ u j ⋅ 7 j , u j ∈ S (C ),0 ≤ j ≤ n − 1
j =0 j =0
n −1
e D ( An ) = ∑ v j ⋅ 7 j , v j ∈ D (C ),0 ≤ j ≤ n − 1 .
j =0
Como S(C) tem 6 elementos entre 0 e 6, e a representação em base 7 é única, S( An )
7 n − 1 n −1
tem exatamente 6n elementos. Por outro lado, como = ∑ 3 ⋅ 7 j , temos
2 j =0
44
Sociedade Brasileira de Matemática
7n − 1 7n − 1
+ D ( An ) : = + m, m ∈ D ( An ) =
2 2
n−1 n−1
= ∑( 3 + v j ) ⋅ 7 j , v j ∈ D(C),0 ≤ j ≤ n − 1 = ∑ rj ⋅ 7 j , rj ∈{0,1,2,3,4,5,6},0 ≤ j ≤ n − 1 =
j =0 j =0
= {0,1, 2,...,7 − 1} ,
n
pois todo inteiro entre 0 e 7 −1
n
pode ser representado na base 7,
usando os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE CUSTÓDIO M. B. SILVA
Seja n um inteiro positivo. Como n é inteiro finito, n < 10k , para algum k.
Seja p = 10k ⋅ 2008 + n − q , onde q < n é o resto da divisão de 10k ⋅ 2008 por n.
Assim, n − q < 10k e portanto p começa com 2008 e é múltiplo de n.
PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE RAFAEL SUSSUMU YAMAGUTI MIADA (SÃO PAULO – SP)
Considere que os pontos são numerados de 1 a 6n. Sabe-se que, para 1 ≤ b ≤ 3n + 1,
um segmento de b até 3n + b − 1 contém exatamente 3n pontos e será representado
como b → 3n + b − 1. Como os pontos devem ser consecutivos, pode-se formar 3n
+ 1 segmentos (1 → 3n;2 → 3n + 1;3 → 3n + 2,...,3n + 1 → 6n) .
Vamos analisar a variação do número de pontos verdes de b → 3n + b − 1 até
b + 1 → 3n + b. Considere que em b → 3n + b − 1 há z pontos verdes. Pode
acontecer:
z pontos → z – 1 pontos: Sai um ponto verde e não entra outro ponto verde no
segmento.
z pontos → z pontos: Não sai um ponto verde e não entra outro ponto
45
Sociedade Brasileira de Matemática
verde no segmento.
z pontos → z + 1 pontos: Não sai um ponto verde e entra outro ponto verde
no segmento.
PROBLEMA 3
SOLUÇÃO DE RÉGIS PRADO BARBOSA (FORTALEZA – CE)
Para (x, y, z) = (–1, –1, 1), temos
x + y + z = –1 – 1 + 1 = –1
xy + yz + zx = (–1)(–1) + (–1)1 + (–1)1 = –1
e
x y z 1 1 1 1
+ 2 + 2 =− − + =− .
x +1 y +1 z +1
2
2 2 2 2
1
Provaremos que − é o mínimo, ou seja, sendo x + y + z = xy + yz + zx
2
x y z 1
mostraremos que 2 + 2 + 2 ≥− .
x +1 y +1 z +1 2
A desigualdade é equivalente a
46
Sociedade Brasileira de Matemática
2∑ x( y 2 + 1 )( z 2 + 1 ) ≥ −( x2 + 1 )( y 2 + 1 )( z 2 + 1 )
cic
⇔ 2∑( xy 2 z 2 + xy 2 + xz 2 + x ) ≥ −( x2 y 2 z 2 + x2 y 2 + y 2 z 2 + z 2 x2 + x2 + y 2 + z 2 + 1 )
cic
⇔ ∑( x2 y 2 + x2 + 2 xy 2 z 2 + 2 x ) + 2∑ x2 y + x2 y 2 z 2 + 1 ≥ 0
cic sim
(usamos as anotações ∑
cic
e ∑
sim
para denotar soma cíclica e soma simétrica
respectivamente).
Mas
∑ xy 2 z 2 = xyz( xy + yz + zx ) = xyz( x + y + z ) = ∑ x 2 yz e
cic cic
∑x
sim
2
y = x y + xy + x z + x z + y z + yz + 3 xyz − 3 xyz
2 2 2 2 2 2
= xy ( x + y + z ) + yz ( x + y + z ) + zx ( x + y + z ) − 3 xyz
= ( xy + yz + zx )( x + y + z ) − 3xyz = ( x + y + z ) − 3 xyz
2
cic
( x − yz ) 2 + ( y − zx) 2 + ( z − xy ) 2 + ( x + y + z + 1) 2 + ( x + y + z + xyz ) 2 ≥ 0 ,
que é verdadeira pois A 2 ≥ 0 para todo A real.
1
Logo o mínimo da soma dada é − .
2
PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE MARCO ANTONIO LOPES PEDROSO (SANTA ISABEL – SP)
Para termos as bissetriz de C AD e C BD determinados não precisa saber as
posições dos pontos C e D, basta a posição do ponto médio do arco DC , que
47
Sociedade Brasileira de Matemática
O
α β
α β
A B Provar que O,P,L
são colineares.
O
α β
α β
A 90° – α 90° – β B
90° – α I 90° – β
48
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
SOLUÇÃO DE GABRIEL LUIS MELLO DALALIO (S.J. DOS CAMPOS – SP)
Seja S n a sequência crescente dos inteiros positivos não múltiplos de a e Rn a
sequência crescente dos inteiros positivos não múltiplos de b.
Definindo f : * → *:
se a |n, f (n)=Rk , onde k é tal que S k = n
f (n)= se n = ak, com k ∈ *, b|k, f (n) = b ⋅ Si onde i é tal que Ri = k,
se n = abj, com j ∈ *, f ( n) = ab ⋅ f ( j )
Devemos provar que a recursão acaba, mas de fato, como ao passar pelo terceiro
caso precisamos do valor da função em um número j < n , já que n = abj, e
portanto alguma hora a recursão cai em algum dos dois primeiros casos.
Vamos provar que f (af (n)) = bn para todo n inteiro positivo.
Temos os seguintes casos:
1) a | n ⇒ f ( af (n)) = f ( a Rk ), onde S k = n, e temos
f (a Rk ) = b ⋅ S k =bn , donde f (a f (n)) = bn quando a | n .
2) a |n . Temos dois subcasos:
2.i) n = ak, b | k ⇒ f (a f (n)) = f ( af (ak)) = f (ab . Si), onde Ri = k, e temos
f (ab Si) = abf(Si) = abRi = bak = bn ⇒ f(af(n)) = bn quando n = ak e b | k .
2.ii) n = abj, j ∈ * ⇒ f (a f (n)) = f (af (abj)) = f (ab· a f( j)) = ab· f(af (j)).
Se ab | j, f (af ( j )) = bj ⇒ f (af (n)) = ab ⋅ bj = bn.
Se ab | j, j=abi,i ∈ *, i < j. Podemos supor, por indução, que f(a f(j)) = bj,
donde f ( af (n)) = ab ⋅ f (af ( j )) = ab ⋅ bj = bn, c.q.d.
PROBLEMA 6
SOLUÇÃO OFICIAL DA BANCA
Seja f(n) o número de palavras proféticas de tamanho n.
49
Sociedade Brasileira de Matemática
50
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Determine todos os valores inteiros de n para os quais a equação x 3 − 13 x + n = 0
possua três raízes inteiras.
PROBLEMA 2
Considere as retas de equações paramétricas
( x, y, z ) = (0,0,1) ⋅ t
( x, y, z ) = (1, 2,0) + (1,0,0) ⋅ t
( x, y, z ) = (1,1,1) + (0,1,0) ⋅ t
( x, y, z ) = (1,0,0) + (1,1,1) ⋅ t
Quantas retas intersectam simultaneamente as 4 retas acima?
PROBLEMA 3
Esmeralda passeia pelos pontos de coordenadas inteiras do plano. Se, num dado
momento, ela está no ponto (a, b), com um passo ela pode ir para um dos seguintes
pontos: (a +1, b), (a –1, b), (a,b + 1) ou (a, b – 1). De quantas maneiras Esmeralda
pode sair do (0, 0) e andar 2008 passos terminando no (0,0)?
PROBLEMA 4
Suponha que existem duas matrizes inversíveis n × n , A e B, diferentes da matriz
identidade I e satisfazendo as relações
A7 = I
−1
ABA = B
2
Mostre que existe um inteiro k > 0 tal que B k = I e determine o menor k com esta
propriedade.
PROBLEMA 5
Dizemos que uma hipérbole cobre um ponto se este pertence a uma das duas
regiões infinitas por ela determinada que contêm os focos.
Qual o menor número de hipérboles necessárias para cobrir todos os pontos do
plano?
51
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
πk
Seja Pn = ∑ sen
0≤ k ≤ n
n
.
n
Pn Pn +1
Calcule lim .
n →∞ n
PROBLEMA 1
Sejam α , β , γ as três raízes do polinômio. As relações de Girard implicam que
s = α + β + γ = 0 e p = αβ + βγ + γα = −13, logo α 2 + β 2 + γ 2 = s 2 − 2 p = 26.
As únicas possibilidades para {α , β , γ }:{+4, −3, −1} ou {−4, +3, +1}.
Logo n = −αβγ = ±12.
PROBLEMA 2
PRIMEIRA SOLUÇÃO
Sejam A = (0,0, a), B = (1 + b,2,0), C = (1,1 + c,1) e D = (1 + d , d , d ) pontos genéricos,
um sobre cada uma das 4 retas dadas. Esses pontos são colineares se, e somente se,
a matriz
0 0 a 1
1 + b 2 0 1
M =
1 1+ c 1 1
1 + d d d 1
tem posto 2. Subtraindo a primeira linha de M das demais obtemos a matriz
equivalente
0 0 a 1
1 + b 2 − a 0
M =
1 1 + c 1 − a 0
1 + d d d − a 0
que tem posto 2 se, e somente se
2 −a d d −a
1+ b = = e 1+ d = = .
1+ c 1− a 1+ c 1− a
52
Sociedade Brasileira de Matemática
1 a−2 1
b= ,c = , d = ; a quarta, então, equivale a 2a 2 − a − 2 = 0, equação que
a −1 a a
possui duas soluções reais. Logo há duas retas que intersectam simultaneamente as
4 retas dadas.
SEGUNDA SOLUÇÃO
As coordenadas de Plücker das quatro retas são:
r1 : 0,0,1 0,0,0
r2 : 1,0,0 0,0, −2
r3 : 0,1,0 −1,0,1
r4 : 1,1,1 0, −1,1
Qualquer solução r : d x , d y , d z px , p y , pz tem que ser ortogonal às quatro retas.
Resolvendo o sistema linear, temos que r : 2α , β − α ,0 β , 2α + β ,α ; finalmente,
como rd ⋅ rp = 0, temos que ter
β −3 ± 17
β 2 + 3αβ − 2α 2 = 0 ⇔ =
α 2
logo existem duas retas que intersectam as quatro retas dadas.
PROBLEMA 3
Cada movimento de subida (↑) deva ser compensado por um movimento de
descida ( ↓ ) , e cada movimento para a esquerda ( ← ) deve ser compensado por um
movimento para a direita ( → ) . Assim, se fizermos k movimentos ↑ , temos que
fazer também k movimentos ↓, 1004 − k movimentos ← e 1004 − k movimentos
→.
Para cada k, o número de caminhos é, portanto, igual ao número de anagramas
com 4 letras distintas, duas aparecendo k vezes e as outras duas, 1004 − k vezes
cada. Logo a resposta é
1004
2008!
R=∑
k =0 k ! k !(1004 − k )!(1004 − k )!
53
Sociedade Brasileira de Matemática
1004
2008! 1004!1004!
=∑ ⋅
k = 0 1004!1004! k !k !(1004 − k )!(1004 − k )!
2
2008 1004 1004
= ∑ .
1004 k = 0 k
PROBLEMA 4
Note que B 4 = ( B 2 ) = ( ABA−1 ) = AB 2 A−1 = A ( ABA−1 ) A−1 = A2 BA−2 .
2 2
De forma análoga,
54
Sociedade Brasileira de Matemática
Suponha agora que existe 0 < k < 127 tal que B k = I ; como 127 é primo, o m.d.c.
entre 127 e k vale 1. Pelo Teorema de Bézout, existem a, b inteiros tais que
127 a + kb = 1; então
B = B1 = B127 a + kb = ( B127 ) ⋅ ( B k ) = I .
a b
PROBLEMA 5
Como toda hipérbole tem duas assíntotas não paralelas, dadas duas hipérboles,
sempre existe pelo menos um ponto comum a uma assíntota de cada uma delas.
Esse ponto não é coberto por qualquer uma das duas hipérboles, logo é impossível
cobrir todo o plano com apenas duas hipérboles.
As seguintes três hipérboles cobrem todo o plano:
x2 − y 2 = 1
( y − 2) 2 − x 2 = 1
( y + 2) 2 − x 2 = 1
De fato, para qualquer ( x, y ) ∈ 2
, vale pelo menos das seguintes desigualdades:
x > y + 1,
2 2
x < ( y − 1) − 1
2 2
ou x 2 < ( y + 2) 2 − 1. Com efeito,
max {( y − 2) 2 2
}
− 1, ( y + 2 ) − 1 = ( y + 2 ) − 1 = y 2 + 4 y + 3 > y 2 + 1.
2
PROBLEMA 6
Observe inicialmente que
π π π
( Pn − 1) < ∫0 senn xdx < ( Pn + 1) .
n n
π
Defina I n = ∫ sen n xdx. Integrando por partes, temos que, para n > 2,
0
π
I n = ∫ sen n −1 xsenxdx =
0
55
Sociedade Brasileira de Matemática
π π
= − sen n −1 x cos x − ∫ (n − 1) sen n − 2 x cos x(− cos x)dx =
0 0
π
= ( n − 1) ∫ sen n−2
x(1 − sen 2 x) dx =
0
= ( n − 1) I n − 2 − (n − 1) I n
n −1 I
e portanto I n = I n − 2 ; daí segue que lim n = 1. Como, para todo n,
n n →∞ I
n−2
In
I n−2 ≥ I n −1 ≥ I n , temos lim = 1.
n →∞ I
n −1
π
Como I1 = 2 e I 2 = , temos que para todo k ≥ 0,
2
(2k )!! (2k + 1)!!
I 2 k +1 = ⋅ 2, I 2 k + 2 = ⋅π ,
(2k + 1)!! (2k + 2)!!
2π (2k + 1)
onde n !! = ∏ k > 0 ( n − 2k ). Assim, lim(2k + 1) I 2 k +1 I 2 k + 2 = lim = 2π , e
k →∞ k →∞ 2k + 2
2π (2k + 2)
lim(2k + 2) I 2 k + 2 I 2 k + 3 = lim = 2π , ou seja, lim k →∞ nI n I n +1 = 2π , donde
k →∞ k →∞ 2k + 3
PP nI I 2
lim n n +1 = lim n 2n +1 = .
k →∞ n k →∞ π π
56
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
x 2008
Seja f n : → dada por f ( x) =
+ x 2 − nx, para cada n ∈ , e seja mn o
2008
m
valor mínimo assumido por f n . Determine α ∈ tal que o limite lim αn existe e
n →∞ n
PROBLEMA 2
No 3
, considere a elipse ε1 definida pelas equações x=0 e
41 y + 41z − 80 yz + 36 y + 36 z − 81 = 0, e a elipse
2 2
ε2 definida pelas equações
y = 0 e 71x + 41z − 40 xz + 18 x + 36 z − 81 = 0. Prove que existe uma única
2 2
PROBLEMA 3
∞
Mostre que existem a1 , a2 ,...,∈ tais que a série ∑a x
n =1
n
n
converge para todo
∞
x∈ e, definindo f ( x) = ∑ an x n , temos:
n =1
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja Q = [0,1] × [0,1] ⊂ 2 um quadrado de lado 1 e f : Q → uma função
contínua e positiva. Prove que é possível dividir Q em duas regiões R1 e R2 de
57
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
∞
λ 1 ∞ 1
Prove que ∑ (λ + n
n =1
2 2
)
< ∑
2 n =1 λ + n 2
, ∀λ ≥ 0.
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE EDUARDO POÇO (SÃO PAULO – SP)
Seja xn = 2007 n. Como mn é o mínimo de f n , então:
1
mn ≤ f ( xn ) = − 1 n 2007 n + 2007 n 2 , ∀n ∈ .
2008
2008
x
Seja agora g n ( x) = − nx.
2008
Temos f n ( x ) ≥ g n ( x ) ,∀x ∈ , e sendo kn o valor mínimo de g n :
f n ( x ) ≥ g n ( x ) ≥ kn ,∀x ∈ ⇒ mn ≥ kn ,∀n ∈
Calculando kn : g n ( x ) mínimo ⇒ g´n ( x ) = 0 ⇒
1
⇒ x 2007 − n = 0 ⇒ x = 2007 n ⇒ kn = − 1 n 2007 n
2008
Assim:
1 1 2
1 1+ 2007 1 1+ 2007
− 1 n ≤ m n ≤ − 1 n + n 2007
2008 2008
2 1 1 2008
Como <1+ , devemos ter α = 1 + = , e o limite é
2007 2007 2007 2007
EUREKA! N°30, 2009
58
Sociedade Brasileira de Matemática
1 2007
−1 = − .
2008 2008
PROBLEMA 2
SOLUÇÃO OFICIAL DA BANCA
Sejam ( x0 , y0 ,z0 ) o vértice do cone e ( a,b,c ) um vetor não nulo na direção do eixo
do cone. Se ( x, y,z ) é um ponto do cone, existe um ângulo θ tal que o ângulo
entre os vetores ( x − x0 , y − y0 ,z − z0 ) e ( a,b,c ) é sempre θ ou π − θ , e em
particular o módulo de seu cosseno é igual a cos θ . Assim,
a( x − x0 ) + b( y − y0 ) + c( z − z0 ) ( a,b,c ) ⋅ ( x − x0 , y − y0 ,z − z0 ) = cosθ ,
=
a +b +c ⋅
2 2 2
( x − x0 ) + ( y − y0 ) + ( z − z0 )
2 2 2
( a,b,c ) ⋅ ( x − x0 , y − y0 ,z − z0 )
e podemos escrever a equação do cone como
( a ( x − x ) + b( y − y ) + c ( z − z ) )
0 0 0
2
−d 2
(( x − x ) + ( y − y ) + ( z − z ) ) = 0,
0
2
0
2
0
2
onde
uma equação da elipse ε1, podemos supor (ajustando o módulo de (a, b, c), e
trocando os sinais, se necessário) que B = 41, C = 41, F = –80, H = 36, I = 36 e
J = –81, e como, fazendo y = 0, obtemos uma equação da elipse ε2, teremos A =
71, E = –40 e G = 18 (note que os coeficientes de z2, z e o coeficiente constante são
os mesmos nas equações dadas de ε1 e ε2).
Assim, basta determinar D.
Comparando as equações, devemos ter a2 − d 2 = 71, b2 − d 2 = c2 − d 2 = 41,2ac = −40 e
2bc = −80 ou a2 − d 2 = −71, b2 − d 2 = c2 − d 2 = −41,2ac = 40 e 2bc = 80. Nos dois casos,
b = 2a, donde b2 − d 2 ≥ a2 − d 2 , o que não acontece no primeiro caso. Assim, ocorre
o segundo caso, e portanto D = −2ab = −b2 . Como b2 − d 2 = c2 − d 2 , b = c , e portanto
2 80 2bc
D = −b2 = − b = − bc = − =−
= −40. Em particular, a interseção do cone com o
2 2
plano z = 0 é dada pela equação 71x2 + 41y2 − 40xy +18x + 36y − 81 = 0, e logo é uma
elipse.
(
Obs.: Fazendo ( x0 ,y0 ,z0 ) = (1,2,2) ,( a,b,c) = 10, 2 10, 2 10 e d = 9 obtemos a )
equação desejada (após trocar os sinais).
59
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
SOLUÇÃO OFICIAL DA BANCA
Construiremos uma função que satisfaz as condições do enunciado da forma
∞
f (x) = x + ∑ cn ⋅ g n ( x ) , onde as funções g n têm derivada limitada na reta real e as
n =1
constantes cn
convergem a 0 muito rápido, de tal forma que
1 1 3
{ 2
}
g´n ≤ sup g´n ( x ) ,x ∈ < n+1 ,∀n ≥ 1, o que garantirá que < f´ ( x ) < ,∀x ∈ ,
2 2
e portanto f será uma bijeção crescente de em .
Os conjuntos e A são subconjuntos enumeráveis densos de . Podemos
enumerá-los como = { xn ,n ∈ } e A = { yn ,n ∈ } . Para cada n ≥ 1 construiremos
um conjunto Bn ⊂ com n elementos, com Bn ⊂ Bn +1 ,∀n ≥ 1 e tomaremos
g n ( x ) = ∏ sen ( x − b ) , que é limitada e tem derivada limitada em . Tomamos
b∈Bn
B1 = {0} e c1 = 0.
1 1 1 1
Como sen u ⋅ cos v = sen( u + v) + sen( u − v) , sen u ⋅ sen v = cos ( u − v) − cos ( u + v) ,
2 2 2 2
sen ( x + a ) = cos a ⋅ sen x + sen a ⋅ cos x, cos ( x + a ) = cos a cos x − sen a sen x,
sen ( −u ) = − sen u e cos ( −u ) = cos u, podemos escrever gn ( x ) como
( −1) x
k 2 k +1
∑ ( r ( ) sen ( kx ) + s( ) cos ( kx ) ) .
n ∞
Como, para todo x ∈ , sen x = ∑
n n
e
k = 0 ( 2k + 1)!
k k
k =0
( −1) x2k
k
∞ ∞
cos x = ∑ , temos que g n ( x ) = ∑ am( n) x m , onde os am( n) são tais que existe
k =0 ( 2k ) ! m=0
( n)
uma constante kn > 0 tal que a m ≤ kn nm m!,∀m ≥ 0.
2m
m 3
Como, para todo m ≥ 1, m ! ≥ ∏ k > , temos que
k>
m 3
3
2m 3 m
(n) m n ⋅ 32 3
am ⋅ m m 2
≤ kn ⋅ n ⋅ mm m 2
m! < k n ⋅ n ⋅ m
m m 2
= kn ⋅ 1 6 , donde
3 m
lim am( n) ⋅ mm 2 = 0. Em particular, existe jn ≥ 1 tal que am( n) < 1 mm 2 ,∀m ≥ jn .
m →∞
60
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1
Definimos tn = max am( ) + 1 e wn = min n +1
n
, n .
0≤ m< jn
2 ⋅ sup g´n ( x ) ,x ∈ 2 ⋅ tn ⋅ jnjn 2
{ }
1
Temos então wn ⋅ am( ) < n m 2 ,∀m ≥ 1,n ≥ 0. Escolheremos as constantes cn
n
2 ⋅m
satisfazendo sempre cn < wn (sempre escolhemos cn depois de já ter escolhido o
conjunto Bn , e logo já tendo determinado a função gn ). Teremos então
∞ ∞ ∞
f ( x ) = x + ∑ cn ⋅ gn ( x ) = ∑ am ⋅ x m , onde a1 = 1 + ∑ cn a1( n) satisfaz
n =1 m =1 n =1
∞ ∞
1
a1 < 1 + ∑ wn ⋅ a1( n ) < 1 + ∑ n
=2 e
n =1 n =1 2
∞ ∞ ∞ ∞
1 1
am ≤ ∑ cn ⋅ am( n) < ∑ wn ⋅ am( n) < ∑ = m 2 ,∀m ≥ 2. Em particular ∑a m ⋅ xm
n=1 2 ⋅ m
n m2
n=1 n =1 m m =1
convergirá para todo x ∈ .
Escolheremos agora os conjuntos Bn e as constantes cn −1 ,n ≥ 2, recursivamente.
Para n par, tomamos o menor k tal que xk ∉ Bn−1 , e definimos Bn = Bn−1 ∪ { xk } .
Como π é irracional, g n−1 ( xk ) ≠ 0. Assim, como A é denso em , podemos
escolher cn −1 ∈ ( −wn −1 ,wn −1 ) tal que xk + ∑
1≤ m< n −1
cm ⋅ g m ( xk ) + cn −1 ⋅ g n−1 ( xk ) ∈ A, e tal
61
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE RENATO REBOUÇAS DE MEDEIROS (S.J. DOS CAMPOS – SP)
Lema: Se um segmento de reta divide o retângulo em duas regiões R1 e R2 da
mesma área, então o segmento passa pelo centro do retângulo, que é (0,5, 0,5), no
caso.
Prova: De fato, se o segmento dividisse igualmente a área do retângulo e não
passasse pelo seu centro, aconteceria:
A´
A
M (0,5, 0,5) Segmento que
passa pelo centro ( AB )
B
Segmento que não
passa pelo centro ( AB )
1
Nessa situação cada metade limitada por AB teria área , enquanto cada metade
2
limitada por A´ B também teria essa mesma área (por semelhança de triângulos,
A´ B divide igualmente) e o triângulo AA´B teria área nula, absurdo. Assim, tais
segmentos passam pelo centro do retângulo.
y
1
M Ө
0 x
1
62
Sociedade Brasileira de Matemática
Como f :Q → *
+ é contínua, há indícios de que A1 (θ ) e, conseqüentemente,
A2 (θ ) são funções contínuas em θ em todo o intervalo [ 0,π ] em que as funções
A1 e A2 merecem análise. Provaremos este fato no final da solução.
Como as funções A1 (θ ) e A2 (θ ) têm soma constante e trocam de valor entre
θ = 0 e θ = π , além de serem contínuas, então as duas assumem o mesmo valor
para algum θ , com 0 ≤ θ < π .
De fato, basta ver que, se A1 ( 0 ) ≠ A2 ( 0 ) , então a função G (θ ) = A1 (θ ) − A2 (θ ) no
mesmo domínio de A1 e A2 tem um sinal em θ = 0 e o sinal contrário em θ = π ,
pois G ( 0 ) = A1 ( 0 ) − A2 ( 0 ) e G (π ) = A1 (π ) − A2 (π ) = − A1 ( 0 ) − A2 ( 0 ) = −G ( 0 ) .
Então G tem uma raiz entre 0 e π , por ser contínua e pelo Teorema do Valor
Intermediário. Nessa raiz, digamos θ´, têm-se as condições desejadas. Se
A1 ( 0 ) = A2 ( 0 ) , as condições já são satisfeitas para o segmento inicial.
Resta provar que A1 (θ ) é contínuo em θ .
Para isso, basta ver que, por f ser contínua em [ 0,1] × [ 0 ,1] , e ainda positiva, assume
um valor máximo M e um valor mínimo m. Sendo assim,
2
2 2
A1 (θ + ∆θ ) − A1 (θ ) ≤ ( M − m ) ⋅ ⋅ θ (pois e na figura são ≤ ).
2 2
63
Sociedade Brasileira de Matemática
∆Ө
2 ⋅ε
Assim, ∀ε > 0, para δ = > 0. Temos θ − θ 0 < δ ⇒ A1 (θ ) − A1 (θ 0 ) < ε
M − m +1
e assim A1 é contínua, permitindo aplicar o Teorema do Valor Intermediário para
G como feito acima.
PROBLEMA 5
SOLUÇÃO DE FABIO DIAS MOREIRA (RIO DE JANEIRO – RJ)
Se os autovalores de A são (6, – 5, –5, 1, 1, 1, 1), os autovalores de B = A3 são
(216, –125, – 125, 1, 1, 1, 1). Por outro lado, se X = ( xij ) e Y = ( yij ) são matrizes
com xij ≥ 0, yij ≥ 0, então a mesma propriedade vale para Z = XY : de fato,
7
zij = ∑ xij ykj ≥ 0. Logo bij ≥ 0 ∀ 1 ≤ i, j ≤ 7 e daí Tr B = b11 + ... + b77 ≥ 0.
k =1
Mas Tr B = 216 − 125 − 125 + 1 + 1 + 1 + 1 = −30, contradição.
Portanto não existe nenhuma matriz A com a propriedade pedida.
PROBLEMA 6
SOLUÇÃO OFICIAL DA BANCA
Começamos com a expressão de senx como produto infinito:
∞
x
2
senx = x∏ 1 − 2 2 .
n =1 n π
Sabendo que essa igualdade vale para todo x ∈ , como os dois lados definem
eix − e − ix
funções analíticas em (lembramos que senx = ), a igualdade vale para
2i
todo x ∈ .
Fazendo x = −π iy obtemos
64
Sociedade Brasileira de Matemática
senh (π y ) eπ y − e −π y ∞
x2 ∞
y
= = senx = x ∏ 1 − 2 2 = π iy ∏ 1 + donde
i 2i n =1 n π n =1 n
∞
y2
senh (π y ) = π y∏ 1 + 2 , para todo y ∈ , e, em particular, para todo y > 0.
n =1 n
∞
y2
Aplicando logaritmos, obtemos log senh (π y ) = logπ + log y + ∑log 1 + 2 , ∀y > 0.
n=1 n
Derivando, temos:
cos h (π y ) 1 ∞
2y
(*) π = +∑ 2 , ∀ y > 0.
senh (π y ) y n =1 y + n 2
Derivando novamente, obtemos, para todo y > 0,
π2 (
π 2 ( ( senh(π y) ) ) − ( cos h(π y) )
2 2
) =− 1 + ∞
2 4 y2
− = ∑ y −
+ n 2 ( y 2 + n2 ) 2
( senh (π y ) ) ( senh (π y ) )
2 2
y2 n =1
2
∞
1 ∞
y2 = 1 − π2
Portanto, 2 ∑ 2 − 2 ∑ , ∀y > 0.
n =1 y + n 2 n =1 ( y + n ) y 2 ( senh (π y ) )2
2 2 2
O lado direito dessa igualdade é positivo para todo y > 0, de fato, isso equivale a
senh (π y ) > π y , ∀ y > 0; os dois lados dessa última desigualdade coincidem para
eπ y + e − π y
y = 0, e a derivada do lado esquerdo, que é π cosh (π y ) = π é maior
2
que π , que é a derivada do lado direito, para todo y > 0.
∞
1 ∞
y2
Portanto temos, para todo y > 0, ∑ 2 > 2 ∑ .
n =1 y + n n =1 ( y + n )
2 2 2 2
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Sociedade Brasileira de Matemática
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Sociedade Brasileira de Matemática
Nível Universitário
Nome Cidade - Estado Prêmio
Fábio Dias Moreira Rio de Janeiro – RJ Ouro
Rafael Daigo Hirama S.J. dos Campos – SP Ouro
Guilherme Rodrigues Nogueira de Souza São Paulo – SP Ouro
Eduardo Poço São Paulo – SP Ouro
Ramón Moreira Nunes Fortaleza – CE Ouro
Renato Rebouças de Medeiros S.J. dos Campos – SP Prata
Thiago Costa Leite Santos São Paulo – SP Prata
Raphael Constant da Costa Rio de Janeiro – RJ Prata
André Linhares Rodrigues Campinas – SP Prata
Edson Augusto Bezerra Lopes Fortaleza – CE Prata
Marcelo de Araújo Barbosa S.J. dos Campos – SP Prata
Levi Máximo Viana Rio de Janeiro – RJ Prata
Thomás Yoiti Sasaki Hoshina Rio de Janeiro – RJ Prata
Felipe Gonçalves Assis Campina Grande – PB Prata
Fernando Nascimetno Coelho S.J. dos Campos – SP Prata
Marcos Victor Pereira Vieira S.J. dos Campos – SP Prata
Reinan Ribeiro Souza Santos Aracajú – SE Bronze
Mateus Oliveira de Figueiredo S.J. dos Campos – SP Bronze
Caio Ishizaka Costa S.J. dos Campos – SP Bronze
Paulo Sérgio de Castro Moreira S.J. dos Campos – SP Bronze
Pedro henrique Milet Pinheiro Pereira Rio de Janeiro – RJ Bronze
Willy George do Amaral Petrenko Rio de Janeiro – RJ Bronze
Jorge Henrique Craveiro de Andrade Rio de Janeiro – RJ Bronze
Leandro Farias Maia Fortaleza – CE Bronze
Alysson Espíndola de Sá Silveira S.J. dos Campos – SP Bronze
Leonardo Ribeiro de Castro Carvalho São Paulo – SP Bronze
Rafael Montezuma Pinheiro Cabral Fortaleza – CE Bronze
Rafael Sampaio de Rezende Fortaleza – CE Bronze
Luty Rodrigues Ribeiro S.J. dos Campos – SP Bronze
Leandro Augusto Lichtenfelz Florianópolis – SC Bronze
Sidney Cerqueira Bispo dos Santos Filho S.J. dos Campos – SP Bronze
André Jorge Carvalho São Paulo – SP Menção Honrosa
Jordan Freitas Piva Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Juan Raphael Diaz Simões São Paulo – SP Menção Honrosa
Eduardo Fischer Encantado – RS Menção Honrosa
Adenilson Arcanjo de Moura Júnior Fortaleza – CE Menção Honrosa
Kellem Correa Santos Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Roberto Akiba de Oliveira São Paulo – SP Menção Honrosa
José Armando Barbosa Filho S.J. dos Campos – SP Menção Honrosa
Daniel Lopes Alves de Medeiros S.J. dos Campos – SP Menção Honrosa
Vitor Humia Fontoura Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Bruno da Silva Santos Belford Roxo – RJ Menção Honrosa
Luca Mattos Möller S.J. dos Campos – SP Menção Honrosa
Marcelo Salhab Brogliato Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
José Marcos Andrade Ferraro São Paulo – SP Menção Honrosa
Evandro Makiyama São Paulo – SP Menção Honrosa
Antonia Taline de Souza Mendonça Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Diego Andrés de Barros Lima Barbosa Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Gabriel Ponce São Carlos – SP Menção Honrosa
Luiz Paulo Freire Moreira Fortaleza – CE Menção Honrosa
Felipe Rodrigues Nogueira de Souza São Paulo – SP Menção Honrosa
Igor Magalhães Oliveira Maceió – AL Menção Honrosa
Rafael Ghussn Cano Campinas – SP Menção Honrosa
69
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 06 de junho de 2009
Segunda Fase – Sábado, 12 de setembro de 2009
Terceira Fase – Sábado, 17 de outubro de 2009 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 18 de outubro de 2009 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 12 de setembro de 2009
Segunda Fase – Sábado, 17 e Domingo, 18 de outubro de 2008
♦
XV OLIMPÍADA DE MAIO
09 de maio de 2009
♦
XX OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DO CONE SUL
14 a 20 de abril de 2009
Mar del Plata – Argentina
♦
L OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA
10 a 22 de julho de 2009
Bremen – Alemanha
♦
XVI OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
25 a 30 de julho de 2009
Budapeste, Hungria
♦
XXIV OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA
17 a 27 de setembro de 2009
Querétaro, México
♦
XII OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA
70
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paraná) Pato Branco – PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (EDETEC) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Eduardo Tengan (USP) São Carlos – SP
Élio Mega (Grupo Educacional Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Jose de Arimatéia Fernandes (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Osvaldo Germano do Rocio (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
71
CONTEÚDO
AOS LEITORES 2
ARTIGOS
PAR OU ÍMPAR? EIS A QUESTÃO
Samuel Barbosa Feitosa e Einstein do Nascimento Júnior 13
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
AOS LEITORES
Os editores
2
Sociedade Brasileira de Matemática
XV OLIMPÍADA DE MAIO
PRIMEIRO NÍVEL
PROBLEMA 1
A cada número natural de dois algarismos associamos um dígito da seguinte forma:
Multiplicam-se seus algarismos. Se o resultado é um dígito, este é o dígito
associado. Se o resultado é um número de dois dígitos, multiplicam-se estes dois
algarismos, e se o resultado é um dígito, este é o dígito associado. Caso contrario,
repetimos a operação. Por exemplo, o dígito associado a 32 é o 6 pois 3 ⋅ 2 = 6; o
dígito associado a 93 é o 4 pois 9 ⋅ 3 = 27, 2 ⋅ 7 = 14, 1 ⋅ 4 = 4.
Encontre todos os números de dois algarismos aos que se associa o dígito 8.
PROBLEMA 2
Encontre números primos p, q, r para os quais p + q 2 + r 3 = 200 . Diga todas as
possibilidades.
Obs: Lembre-se que o número 1 não é primo.
PROBLEMA 3
Temos 26 cartões e cada um tem escrito um número. Há dois com o número 1, dois
com o número 2, dois com o 3, e assim por diante até dois com o 12 e dois com o
13. Deve-se distribuir os 26 cartões em pilhas de maneira que sejam cumpridas as
duas condições a seguir:
• Se dois cartões têm o mesmo número estão na mesma pilha.
• Nenhuma pilha contém um cartão cujo número é igual à soma dos números
de dois cartões dessa mesma pilha.
Determine qual é o número mínimo de pilhas que temos que formar. Dê um
exemplo com a distribuição dos cartões para esse número de pilhas e justifique por
quê é impossível ter menos pilhas.
PROBLEMA 4
3
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Pelas linhas de um tabuleiro quadriculado formado por 55 linhas horizontais e 45
linhas verticais caminha uma formiga. Queremos pintar alguns trechos de linhas
para que a formiga possa ir de qualquer cruzamento até outro cruzamento qualquer,
caminhando exclusivamente pelos trechos pintados. Se a distância entre linhas
consecutivas é de 10 cm, qual é a menor quantidade possível de centímetros que
deverão ser pintados?
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Inicialmente no quadro está escrito o número 1. Em cada passo, apaga-se o número
do quadro e se escreve outro, que é obtido aplicando alguma das seguintes
operações:
1
• Operação A: Multiplicar o número escrito no quadro por .
2
• Operação B: Trocar o número escrito no quadrado pela diferença entre 1 e
ele.
3
Por exemplo, se no quadro está escrito o número podemos substituí-lo por
8
1 3 3 3 5
⋅ = ou por 1 − = .
2 8 16 8 8
Encontre uma sequência de passos ao fim dos quais o número do quadro seja
2009
.
2 2009
PROBLEMA 2
Seja ABCD um quadrilátero convexo tal que o triângulo ABD é equilátero e o
µ = 90o . Se E é o ponto médio do lado AD,
triângulo BCD é isósceles, com C
µ .
determine a medida do ângulo CED
PROBLEMA 3
Na seguinte soma: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6, se suprimirmos os dois primeiros sinais de
“+” obtemos a nova soma 123 + 4 + 5 + 6 = 138. Suprimindo três sinais de “+”
podemos obter 1 + 23 + 456 = 480.
Consideremos agora a soma 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 + 11 + 12 + 13,
na qual serão suprimidos alguns sinais de “+”. Quais são os três menores múltiplos
de 100 que podemos obter desta forma?
4
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
Cada casa de um tabuleiro 5 × 5 é pintada de vermelho ou de azul, de tal forma que
seja cumprida a seguinte condição: “Para quaisquer duas filas e duas colunas, das 4
casas que estão em suas interseções, há 4, 2 ou 0 pintadas de vermelho.” De
quantas formas podemos pintar o tabuleiro?
PROBLEMA 5
Um jogo de paciência se inicia com 25 cartas em fila. Algumas estão viradas para
cima, e outras viradas para baixo.
Em cada movimento devemos escolher uma carta que esteja virada para cima,
retirá-la e virar as cartas vizinhas à que foi retirada (se houver).
Ganha-se o jogo de paciência quando conseguimos, repetindo este movimento,
retirar as 25 cartas da mesa.
Se inicialmente há n cartas viradas para cima, encontre todos os valores de n para
os quais se pode ganhar o jogo. Explique a estratégia vencedora,
independentemente da localização inicial das cartas viradas para cima, e justifique
por quê é impossível ganhar para os outros valores de n.
Duas cartas são vizinhas quando uma está imediatamente ao lado de outra, à direita
ou à esquerda.
Por exemplo: a carta marcada com A tem duas
cartas vizinhas e a marcada com B apenas uma.
Depois de retirar uma carta fica um espaço, de B A C D
modo que a marcada com C tem unicamente
uma carta vizinha, e a marcada com D não tem
nenhuma.
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RESULTADO BRASILEIRO
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PROBLEMA 1
Os quatro círculos da figura determinam 10 regiões
limitadas. Nessas regiões são escritos 10 números
inteiros positivos distintos cuja soma é 100, um
número em cada região. A soma dos números
contidos em cada círculo é igual a S (a mesma para
os quatro círculos). Determine o maior e o menor
valor possível de S.
PROBLEMA 2
Um corchete é composto por três segmentos de comprimento 1, que formam dois
ângulos retos como mostra a figura.
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PROBLEMA 3
Sejam A, B e C três pontos tais que B é ponto médio do segmento AC e seja P um
ponto tal que ∠PBC = 60º. São construídos o triângulo equilátero PCQ tal que B e
Q estão em semiplanos diferentes em relação a PC, e o triângulo equilátero APR tal
que B e R estão no mesmo semiplano em relação a AP. Seja X o ponto de
interseção das retas BQ e PC; seja Y o ponto de interseção das retas BR e AP.
Demonstre que XY e AC são paralelos.
PROBLEMA 4
Ana e Beto jogam em um tabuleiro de 11 linhas e 9 colunas. Primeiro Ana divide o
tabuleiro em 33 zonas. Cada zona é formada por 3 casas adjacentes alinhadas
vertical ou horizontalmente, como mostra a figura.
PROBLEMA 5
Dada uma sequência S de 1001 números reais positivos não necessariamente
distintos, e dado um conjunto A de números inteiros positivos distintos, a operação
permitida é: eleger um k ∈ A (k = 1001), selecionar k números de S, calcular a
média dos k números (média aritmética) e substituir cada um dos k números
selecionados por essa média.
Se A é um conjunto tal que para cada S pode-se conseguir, mediante uma sucessão
de operações permitidas, que os números sejam todos iguais, determine o menor
valor possível do maior elemento de A.
PROBLEMA 6
Pablo tem uma certa quantidade de retângulos cujas áreas somam 3 e cujos lados
são todos menores ou iguais a 1. Demonstre que com esses retângulos é possível
cobrir um quadrado de lado 1 de modo que os lados dos retângulos sejam paralelos
aos lados do quadrado.
Nota: Os retângulos podem estar sobrepostos e podem sair parcialmente do
quadrado.
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PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Seja n um inteiro positivo e sejam a1 ,...,ak ( k ≥ 2 ) inteiros distintos do conjunto
{1,...,n} tais que n divide ai ( ai +1 − 1) , para i = 1,...,k − 1. Demonstre que n não
divide ak ( a1 − 1) .
PROBLEMA 2
Seja ABC um triângulo cujo circuncentro é O. Sejam P e Q pontos interiores dos
lados CA e AB, respectivamente. Sejam K, L, e M os pontos médios dos segmentos
BP, CQ e PQ, respectivamente, e Γ a circunferência que passa por K, L, e M.
Suponha que a recta PQ é tangente à circunferência Γ . Demonstre que OP = OQ.
PROBLEMA 3
Seja s1 ,s2 ,s3 ,... uma sucessão estritamente crescente de inteiros positivos tal que as
subsucessões
ss1 ,ss2 ,ss3 ,... e ss1 +1 ,ss2 +1 ,ss3 +1 ,...
são ambas progressões aritméticas. Demonstre que a sucessão s1 ,s2 ,s3 ,... também é
uma progressão aritmética.
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja ABC um triângulo com AB = AC. As bissectrizes dos ângulos ∠CAB e
∠ABC intersectam os lados BC e CA em D e E, respectivamente. Seja K o incentro
do triângulo ADC.
Suponha que BEKµ = 45°. Determine todos os possíveis valores de C µ
AB.
PROBLEMA 5
Determine todas as funções f do conjunto dos inteiros positivos no conjunto dos
inteiros positivos tais que, para todos os inteiros positivos a e b, existe um triângulo
não degenerado cujos lados medem,
PROBLEMA 6
Sejam a1 ,a2 ,...,an inteiros positivos distintos e M um conjunto de n – 1 inteiros
positivos que não contém o número s = a1 + a2 + ... + an . Um gafanhoto pretende
saltar ao longo da recta real. Ele começa no ponto 0 e dá n saltos para a direita de
comprimentos a1 ,a2 ,...,an , em alguma ordem.
Prove que essa ordem pode ser escolhida de modo que o gafanhoto nunca caia num
ponto de M.
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PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Seja n um natural maior que 2. Suponhamos que n ilhas estejam localizadas ao
redor de um círculo e que entre cada duas ilhas vizinhas haja duas pontes, como na
figura:
x1 x2
xn x3
xn – 1 xj
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PROBLEMA 2
Para cada inteiro positivo n definimos an = n + m, onde m é o maior inteiro tal que
22 ≤ n 2n . Determinar quais inteiros positivos não aparecem na sequência an .
m
PROBLEMA 3
Sejam C1 e C2 duas circunferências de centros O1 e O2 , com o mesmo raio, que se
intersectam em A e B. Seja P um ponto sobre o arco AB de C2 que está dentro de
C1 . A reta AP intersecta C1 em C, a reta CB intersecta C2 em D e a bissetriz de
∠CAD intersecta C1 em E e C2 em L. Seja F o simétrico do ponto D em relação
ao ponto médio de PE. Demonstrar que existe um ponto X que satisfaz
∠XFL = ∠XDC = 30° e CX = O1O2 .
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja ABC um triângulo com AB ≠ AC. Sejam I o incentro de ABC e P o outro
ponto de interseção da bissetriz externa do ângulo A com o circuncírculo de ABC.
A reta PI intersecta o circuncírculo de ABC no ponto J. Demonstrar que os
circuncírculos dos triângulos JIB e JIC são tangentes às retas IC e IB,
respectivamente.
PROBLEMA 5
A sequência an está definida por
1
a1 = 1, a2 k = 1 + ak e a2 k +1 =
, para todo inteiro k ≥ 1.
a2 k
Demonstrar que todo número racional positivo aparece exatamente uma vez nesta
sequência.
PROBLEMA 6
Ao redor de uma circunferência marcam-se 6000 pontos, cada um dos quais se
pinta com uma de 10 cores dadas, de modo que entre quaisquer 100 pontos
consecutivos sempre figuram as 10 cores. Achar o menor inteiro k com a seguinte
propriedade: para toda coloração deste tipo existem k pontos consecutivos nos
quais se encontram as 10 cores.
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Paridade
Quando duas pessoas estão indecisas sobre uma escolha, muitas vezes elas
utilizam uma brincadeira chamada Par ou ímpar para se decidirem. Por trás desse
simples critério, podem se resolver problemas que parecem ser bastante
complicados. Dizemos que um númreo tem paridade par se ele for par, e paridade
ímpar, se ele for ímpar. Observar a paridade de um número é algo bem simples mas
com aplicações fantásticas em problemas de olimpíadas. Vejamos um exemplo:
Vamos começar com um problema bastante famoso que já foi utilizado até em
entrevistas para grandes empresas de computação.
Problema 1. 100 pessoas são postas em uma fila e cada uma delas recebe um
chapéu, que pode ser preto ou branco. Cada pessoa só consegue ver os chapéus das
pessoas que estão a sua frente. É pedido que cada uma delas tente adivinhar a cor
do seu chapéu. Qual o máximo número de acertos que se pode garantir, dado que
as pessoas podem combinar uma estratégia antes de recebê-los.
13
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quantidade de chapéus brancos à sua frente, incluindo ela mesma, que foi
informada pela 100ª. pessoa, ela acertará o seu chapéu. A 98ª., computando ambas
as informações pode acertar o dela, e assim sucessivamente.
1 1 –1 1 1
1 1 1 1 1
1 1 1 1 1
1 1 1 1 1
1 1 1 1 1
Dica: Muitas vezes, quando não se tem ideia de como será a solução de uma
questão, pode-se obter várias pistas fazendo alguns casos iniciais do enunciado,
esperando observar algum padrão. Meus números da sorte são 5 e 9. Ao achar um
padrão repetitivo, basta analisar em que caso cairá o número 2004.
Problema 3. Em cada um dos 10 degraus de uma escada existe uma rã. Cada rã
pode, de um pulo, colocar-se em outro degrau, mas quando uma rã faz isso, ao
mesmo tempo, uma outra rã pulará a mesma quantidade de degraus em sentido
contrário: uma sobe e outra desce. Conseguirão as rãs colocar-se todas juntas num
mesmo degrau?
Solução: Uma maneira muito utilizada para atacar problemas onde é dada uma
condição inicial e um conjunto de operações para manipulá-la é tentar procurar o
que não muda, independentemente dos movimentos que utilizamos. Note que se
uma rã vai de um degrau par para um ímpar (muda de paridade), a outra rã que se
movimenta com ela também pulará um número ímpar de degraus, mudando
também a paridade. Caso a primeira não mude, a sua parceira de movimento
também permanecerá num degrau de mesma paridade. UM INVARIANTE:
Paridade da quantidade de rãs em degraus de número par (comprove testando os
movimentos possíveis). Como na posição inicial há 5 rãs nos degraus de posição
par e na posição final há ou dez ou zero rãs nos degraus de posição par, a posição
final NÃO pode ser obtida da posição inicial apenas fazendo essas operações
permitidas.
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Sociedade Brasileira de Matemática
Definiremos uma peça príncipe (que não existe no jogo de xadrez) como uma que
só pode andar na horizontal e vertical, uma casa por vez. Um jeito comum de fazer
notações em um tabuleiro de xadrez é nomear as colunas da esquerda para a direita
de a a h e as linhas de baixo para cima de 1 a 8 tomando o referencial da pessoa
que joga com as casas brancas.
Solução: veja que em cada movimento, o príncipe muda para uma casa de cor
oposta. Como a casa a1 é preta, após um número ímpar de movimentos o príncipe
estará numa casa da cor branca. Para ele ter retornado até a casa preta do início, ele
deverá ter feito um número par de movimentos.
Problema 6. Uma linha poligonal fechada é composta por 11 segmentos. Pode uma
reta (não contendo um vértice da linha poligonal) intersectar cada um desses
segmentos?
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1
Y X
n 2
2
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n
se alternar sobre o círculo, concluímos que o cortesão + 1 é igual ao cortesão 1,
2
ou seja, n = 0. Esse absurdo mostra que n é ímpar.
Paridade e Contagens
Problema 11. Em Brasilândia existem apenas 9 casas muito distantes entre si. È
possível que cada casa esteja ligada a exatamente 7 outras casas através de
estradas?
Solução: Não é possível. Some a quantidade de estradas que saem de cada casa.
Bem, facilmente obtemos 9 × 7 estradas. Como cada estrada liga duas cidades, a
contagem que fizemos contou cada estrada duas vezes. Logo o número obtido teria
que ser par.
Você deve ter ficado com uma pulga atrás da orelha. Será que cada casa ligada a
exatamente 7 outras foi realmente crucial? É possível revolvermos o problema
anterior com um eneunciado mais geral:
Problema 12. Prove que numa festa com n pessoas, o número de pessoas que
conhecem um número ímpar de outras pessoas na festa á par.
17
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pois cada fio é contado duas vezes, um para cada ponta. Como o lado direito é par,
no lado esquerdo devemos ter uma quantidade par de números ímpares.
Problema 13. (Olimpíada de Maio 2000) O conjunto {1, 2, 3, 4} pode ser dividido
em dois subconjuntos A = {1,4} e B = {3, 2} sem elementos comuns e tais que a
soma dos elementos de A seja igual à soma dos elementos de B. Essa divisão é
impossível para o conjunto {1, 2,3, 4,5} e também para o conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6} .
Determine todos os valores de n para os quais o conjunto dos primeiros n números
naturais pode ser dividido em dois subconjuntos sem elementos comuns tais que a
soma dos elementos de cada subconjunto seja a mesma.
Solução. Como a soma dos elementos de A deve ser igual à soma dos elementos de
B, a soma dos números do conjunto {1, 2,3,...,n} deve ser o dobro da soma dos
elementos de A, ou seja, deve ser um número par. Você já deve saber que
n ( n + 1)
1 + 2 + 3 + ... + n = .
2
Você não sabia disso? Não fique aí parado! Tente descobrir porque isso é verdade!
n ( n + 1)
Veja que é par se n ( n + 1) é múltiplo de 4. Como estamos interessados no
2
resto na divisão por 4 de algum número, talvez seja interessante procurar quais os
possíveis restos de n na divisão por 4. Podemos escrever n na forma n = 4q + r
onde r = 0,1, 2 ou 3. Mãos à obra!
n ( n + 1)
1. Se n = 4q então = 2q ( 4q + 1) é par.
2
n ( n + 1)
2. Se n = 4q + 1 então = ( 2q + 1)( 4q + 1) é ímpar.
2
n ( n + 1)
3. Se n = 4q + 2 então = ( 2q + 1)( 4q + 1) é ímpar.
2
n ( n + 1)
4. Se n = 4q + 3 então = ( 2q + 2 )( 4q + 3) é par.
2
Podemos concluir que n deve ser da forma 4q ou 4q + 3. Acabou? Não! Precisamos
construir EXEMPLOS para cada uma dessas possibilidades mostrando que
realmente esses valores satisfazem as condições do problema.
Para n = 4q, considere os conjuntos
18
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 14. Podemos desenhar uma linha poligonal fechada feita por 9 segmentos
de reta, cada um deles intersectando exatamente outro segmento?
Problema 15. Todos os dominós são arranjados em uma cadeia de duas pontas (a
quantidade de pontos na extremidade de dois dominós consecutivos é a mesma). Se
em uma ponta existe o número 5, qual é o número de outra ponta?
Problema 17. (Eslovênia 1992) Prove que para quaisquer inteiros positivos
a1 ,a2 ,...,an o número:
a1 − a2 + a2 − a3 + ... + an − a1
é par.
Observação: x − y é chamado de valor absoluto da diferença entre x e y e denota o
máximo entre x – y e y – x. Na reta real, ele representa a distância entre os números
x e y.
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1. ± ai ± ai = + ai + ai = 2ai é par.
2. ± ai ± ai = − ai + ai = 0 é par.
3. ± ai ± ai = + ai − ai = 0 é par.
4. ± ai ± ai = − ai − ai = −2ai é par.
1.3 Miscelânia
Problema 18. Podemos trocar uma nota de 25 reais usando dez notas que podem
assumir os valores 1, 3, 5?
Solução. Não. Como a soma de um número par de números ímpares é par, a soma
dos valores dessas 10 notas só pode ser um número par. Mas 25 é ímpar.
1 1 1 1 1 1
Problema 20. Prove que a igualdade + + + + + = 1 não admite soluções
a b c d e f
com todos os números sendo ímpares.
Dica: Faça o produto dos denominadores.
Problema 21. O produto de 21 inteiros é igual a 1. Mostre que sua soma não pode
ser zero.
Dica: compare as quantidades de números positivos e negativos.
Problema 22. Três gafanhotos estão brincando ao longo da uma linha. Na sua vez,
cada gafanhoto pode pular sobre um outro gafanhoto, mas não sobre os outros dois.
Eles podem retornar para suas posições iniciais após 1991 movimentos?
20
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A B
C B C A
Problema 23. Os números de 1 até 10 são escritos em uma linha. Podemos colocar
os sinais + e – entre eles de modo que o resultado da expressão resultante seja 0?
Problema 24. Um gafanhoto pula ao longo de uma linha. No seu primeiro pulo, ele
anda 1cm, no segundo 2cm, e assim sucessivamente. Ele pode pular para a
esquerda ou para a direita. Mostre que após 1985 pulos, o gafanhoto não pode
retornar ao ponto em que começou.
Dica: Perceba que você pode associar aos pulos do gafanhoto um número com
21
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 26. Pode um tabuleiro 8 × 8 ser coberto com dominós 1 × 2 de modo que
somente os quadrados a1 e h8 não sejam cobertos?
Solução. Não é possível. Pinte o tabuleiro de preto e branco da maneira usual. Cada
dominó cobre exatamente um quadrado preto e outro branco (Invariante), portanto,
a quantidade de quadrados pretos cobertos é igual à quantidade de quadrados
brancos cobertos. Como a1 e h8 têm a mesma cor, sobrariam 30 quadrados de uma
cor e 32 de outra para serem cobertos. Absurdo!
Problema 27. 45 pontos são escolhidos sobre a reta AB, todos fora do segmento de
reta AB. Prove que a soma das distâncias desses pontos ao ponto A não pode ser
igual à soma das distâncias ao ponto B.
A B X
Problema 28. Um número de 17 dígitos é somado com o seu reverso (um número
com os mesmo dígitos mas escritos na ordem inversa). Mostre que sua soma
contém pelo menos um dígito par.
Problema 29. Existem 100 soldados em um quartel. Toda noite, três deles ficam de
guarda. Após um certo período de tempo, é possível que cada soldado tenha ficado
de guarda exatamente uma vez com cada outro soldado?
22
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Solução: Suponha, por absurdo, que seja possível. Tomemos o Soldado Ryan, ele
possui 99 companheiros. Suponha que ele em particular tenha conseguido ficar
exatamente uma vez de pernoite com cada um dos outros. A cada dia, Ryan
formava 2 duplas diferentes, que não poderiam se repetir nos dias posteriores. Caso
Ryan tivesse pernoitado x vezes, a quantidade de duplas que ele teria formado seria
2x, que por hipótese, deve ser igual a 99. Chegando à conclusão que 99 é par.
Absurdo!
Problema 30. 25 garotos e 25 garotas estão sentados ao redor de uma mesa. Prove
que é sempre possível encontrar uma pessoa tal que ambos os seus vizinhos são
garotas.
Solução: Suponha, por absurdo, que não necessariamente haja uma pessoa que
possua duas garotas como vizinhas. Denotemos h para garoto e m para garota.
Cada pessoa ou possui como vizinho 2h ou h+m. Somando todas as 50
possibilidades, devemos estar contando cada pessoa duas vezes (já que essa é
vizinho de duas pessoas). Assim: x ( 2h ) + y ( h + m ) = 50h + 50m onde x é o
número de pessoas que têm 2 garotos como vizinhos e y é o número de pessoas que
têm um garoto e uma garota. Notemos ainda que x + y = 50. Obtemos
xh = ( 50 − y ) m assim xh = xm. Mas x garotos só serão iguais a x garotas, se x for
nulo. Assim, todas as pessoas têm um garoto e uma garota como vizinhos.
Pintemos as 50 posições do círculo apenas de branco e preto. E analisemos apenas
as pretas. Todas as pretas terão que ter vizinhos sendo um garoto e uma garota.
Logo, as casas brancas serão alternadas: garoto, garota, garoto... Absurdo. Pois
com 25 casas brancas, na última e na primeira brancas haverá 2 garotos. Absurdo!
Segue o resultado.
23
Sociedade Brasileira de Matemática
nos quadrados pretos. Como a soma de quaisquer linhas e colunas é par, a soma
dos números nos quadrados pretos é par.
Solução: Vamos tentar fazer alguns casos pequenos. É fácil ver que não
conseguimos fazer o que o enunciado pede com os números 1, 1, 2, 2 mas com os
números 1, 1, 2, 2, 3, 3, 4, 4 temos um exemplo:
24
Sociedade Brasileira de Matemática
obtemos:
( a1 + a2 + ...an ) + ( b1 + b2 + ...bn ) = 1 + 2 + ... + 2n = n ( 2n + 1)
n ( n + 1)
( b1 − a1 ) + ( b2 − a2 ) + ...( bn − an ) = 1 + 2 + ...+ n = .
2
Somando as duas linhas,
n ( 5n + 3 )
2 ( b1 + b2 + ...bn ) =
2
n ( 5n + 3)
Como o lado esquerdo é sempre par, a fração deve ser um inteiro par.
2
Isso já restringe os possíveis valores de n.
Para n = 1986,
n ( 5n + 3 )
= 9863469
2
é ímpar e conseqüentemente não é possível dispormos esses números em linha.
Uma pergunta natural que você deve tentar responder é: para quais n tal
distribuição é possível?
Como 1111 é múltiplo de 101 é fácil ver que A é múltiplo de 101. Para todo
número de 64 dígitos a = a1a2 ...a63 a64 , sem zeros em sua representação decimal,
considere o seu conjugado b = b1b2 ...b63b64 = (10 − a1 )(10 − a2 ) ...(10 − a64 ). Nenhum
dígito de a é igual a zero, portanto, cada número 10 − ai pertence ao conjunto
{1,2,..,9} . Da equação a + b = A obtemos que a é divisível por 101 se e somente se
b é divisível por 101 (lembre-se que A é múltiplo de 101). Como o único número
que é igual ao seu conjugado é o número 55 123...55 (que é múltiplo de 101) e os
64 vezes
demais números que satisfazem o enunciado podem ser pareados, concluímos que a
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Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 38: Prove que numa festa com 2n pessoas existem duas com um número
par de amigos em comum.
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Sociedade Brasileira de Matemática
Solução: Suponha que quaisquer duas pessoas tenham um número ímpar de amigos
em comum e seja A um dos participantes da festa. Seja M = { F1 ,F2 ,...,Fk } o
conjunto dos amigos de A. Considere uma nova festa restrita apenas ao conjunto M.
Como cada Fi tem um número ímpar de amigos em comum com A, na nova festa,
cada Fi possui um número ímpar de amigos. Pelo problema 12, k deve ser par. O
mesmo argumento vale para qualquer pessoa na festa e conseqüentemente todos
têm um número par de amigos. Peça para cada um dos amigos de A fazerem uma
lista de seus amigos diferentes de A. A soma da quantidade de nomes listados é par,
pois é uma soma de uma quantidade par (igual a k) de números ímpares (cada Fi
possui um número ímpar de amigos diferentes de A). Agora comparemos o número
de aparições de cada uma das 2n − 1 pessoas diferentes de A nessas listas. Se cada
uma delas aparecer em um número ímpar de listas, a soma total de todos os nomes
em todas as listas seria ímpar. (Lembre-se que a soma de uma quantidade ímpar de
números ímpares é ímpar!). Mas isso é uma contradição. Logo, existe uma pessoa
diferente de A que aparece em um número par de listas, e portanto tem um número
par de amigos em comum com A.
Problema 39. Alex desenhou uma coleção de K retas no plano em posição geral
(quaisquer duas retas se intersectam em um ponto e quaisquer três definem um
triângulo não degenerado). Para quais valores de K é sempre possível (não importa
como as retas são desenhadas) colocar um elemento do conjunto {1, 2 ,...,K − 1} em
cada ponto de interseção das retas de modo que em toda reta não existam números
iguais.
REFERÊNCIAS
[1] D. Fomin, S. Genkin e I. Itenberg, Mathematical Circles, MAS (1996).
[2] C. Augusto, S. Feitosa, B. Holanda e Y. Lima, treinamento Cone Sul 2007, Fortaleza, Realce
(2007).
[3] P. J. Taylor, Tournament of the Towns 1980 to 1984, Australian Mathematical Trust (1993).
[4] D. Fomin e A. Kirichenko, Leningrand Mathematical Olympiadas 1987-1991, MathPro Press
(1994).
[5] E. Wagner, Paridade, Eureka! No. 2, pp. 32-38, (1998).
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Sociedade Brasileira de Matemática
1. O Teorema de Miquel
Começamos com o teorema em si, que é um dos vários pequenos milagres dos
chamados quadriláteros completos (veja um pouco mais desses “milagres” nos
exercícios!), que são os quadriláteros conhecidos unidos com as retas que contêm
os lados. Isto é, um quadrilátero completo é a união de quatro retas em vez de
quatro segmentos.
Demonstração:
Seja M a intersecção dos circuncírculos de CEF e BDF na figura acima. Então
∠MEA = ∠MEC = 180° − ∠MFC = ∠BFM = ∠BDM = 180° − ∠ADM , de modo
que ∠MEA + ∠ADM = 180° e, portanto, MDAE é inscritível. Isso quer dizer que M
pertence ao circuncírculo de ADE. Analogamente, prova-se que M pertence ao
28
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circuncírculo de ABC.
Vamos resolver, a título de exemplo, o problema 6 da olimpíada norteamericana de
2006.
Exemplo 1.1.
(USAMO 2006, Problema 6) Seja ABCD um quadrilátero e E e F os pontos sobre
os lados AD e BC, respectivamente, tal que AE / ED = BF / FC. A semirreta FE
corta as semirretas BA e CD em S e T, respectivamente. Prove que os
circuncírculos dos triângulos SAE, SBF, TCF e TDE passam por um mesmo ponto.
Resolução:
Ao fazer a figura, você provavelmente vai notar uma certa semelhança com a
figura anterior.
Queremos provar que os pontos de Miquel de ADTS e BCTS coincidem! Isso não é
difícil, na verdade: seja M a intersecção dos circuncírculos de SAE e SBF.
Mostraremos que os circuncírculos de TED e TFC também passam por M.
Um arrastão e uma semelhança dão conta do recado: primeiro, note que
∠AME = ∠ASE = ∠BSF = ∠BMF e ∠MEA = ∠MSA = ∠MSB = ∠MFB. Então os
triângulos AME e BMF são semelhantes, e da igualdade AE / ED = BF / FC os
triângulos MAD e MBC são semelhantes também. Uma rápida verificação mostra
que MAB e MDC também são semelhantes: de fato (pois como MAD e MBC são
29
Sociedade Brasileira de Matemática
AM DM
semelhantes então ∠DMA = ∠CMB ) e = (novamente da semelhança).
BM CM
Você pode imaginar que o triângulo MAD “gira” em torno de M e, após um “acerto
de escala”, é transformado no triângulo MBC. Isso é uma transformação
geométrica conhecida como roto-homotetia de centro M. Assim, A é levado em B e
D é elevado em C. Note que a semelhança obtida anteriormente envolve o centro
de roto-homotetia M, os pontos e suas imagens na transformação. Isso na verdade
sempre acontece (é uma das semelhanças automáticas).
Agora podemos terminar o problema: da semelhança entre MAB e MDC, os
ângulos externos ∠MDT e ∠MAS são congruentes. Como M pertence ao
circuncírculo de SAE, ∠MAS = ∠MES = ∠MET , ou seja, ∠MDT = ∠MET , o que
significa que MEDT é cíclico e, portanto, M pertence ao circuncírculo de TED.
Utilizando outra semelhança automática, entre MEF e MDC (pois E é levado em
F!), prova-se que M pertence também ao circuncírculo de TFC.
Note que se U é a interseção de AB e CD, então pelo teorema de Miquel M também
pertence ao circuncírculo de STU. Então na vaerdade cinco círculos passam pelo
ponto M!
A seguinte versão do teorema de Miquel também é útil:
Demonstração:
Seja M a segunda interseção dos circuncírculos de AEF e BFD. Então
∠CDM = ∠BFM = ∠AEM = 180° − ∠CEM .
30
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Exercícios:
01. Demonstre o teorema de Miquel para quadriláteros utilizando o teorema de
Miquel para triângulos.
03. Considere um quadrilátero completo. Seja M o seu ponto de Miquel. Prove que:
(a) os circuncentros dos quatro triângulos determinados pelo quadrilátero e M estão
sobre uma mesma circunferência.
(b) as projeções ortogonais de M sobre as quatro retas do quadrilátero pertencem a
uma mesma reta r; além disso, M é o único ponto do plano com essa propriedade.
(c) os ortocentros dos quatro triângulos pertencem a uma mesma reta s.
(d) as retas r e s são paralelas, e a distância de M e r é metade da distância de M a s.
Observação: a reta que passa pelos três pontos é a reta de Gauss do quadrilátero
completo.
2. Conjugados isogonais
31
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Demonstração
Por que as cevianas cinzas são concorrentes? Isso decorre de duas aplicações do
teorema de Ceva trigonométrico: primeiro com as cevianas concorrentes em T e
depois, com as cevianas concorrentes em T −1 , que formam os mesmos ângulos que
as outras cevianas, porém no sentido contrário.
Na verdade, pode ocorrer de as três cevianas serem paralelas. Isso ocorre se, e
somente se, T está sobre o circuncírculo de ABC; nesse caso, pensamos
projetivamente, ou seja, o conjugado isogonal é um ponto do infinito.
32
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Exemplos 2.1
No triângulo ABC, P e Q são pontos no interior de ABC tais que
∠CBP = ∠PBQ = ∠QBA = ∠ABC / 3 e ∠BCP = ∠PCQ = ∠QCA = ∠ACB / 3.
Sejam D e E as projeções ortogonais de P sobre AB e AC, respectivamente. Prove
que AQ é perpendicular a DE.
Resolução
Seja θ = ∠PAD. Então ∠APD = 90° − θ e, como ∠ADP e ∠AEP são retos, o
quadrilátero ADPE é inscritível. Logo ∠AED = ∠APD = 90° − θ.
Olhando a figura, note que basta provarmos que ∠QAC = θ. Aí é que entram os
conjugados isogonais.
Como ∠PBC = ∠QBA e ∠BCP = ∠QCA, os pares de retas BP;BQ e CP;CQ
são simétricos entre si em relação às bissetrizes de ∠ABC e ∠ACB,
respectivamente. Ou seja, P e Q são conjugados isogonais e, portanto, ∠PAB e
∠QAC também são iguais. Logo ∠QAC = θ e o ângulo entre as retas AQ e DE é
180° − θ − ( 90 − θ ) = 90°.
Note que para provar o resultado na conta, bastaria repetir a demonstração do
teorema fundamental dos conjugados isogonais. Mas o mais interessante é que,
sabendo da existência dos conjugados isogonais, é natural pensar nessa solução.
Em contraste, fazer a conta sem pensar em conjugados isogonais não parece ser tão
natural. Então dá para pensar que os conjugados isogonais nos economizaram não
só fazer a conta, mas mostraram onde fazer as contas relevantes.
33
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Incentro
As reflexões coincidem com as próprias bissetrizes. Logo o conjugado isogonal do
incentro, que é o encontro das bissetrizes internas, é ele mesmo.
Ortocentro e circuncentro
A figura a seguir deve convencê-lo de que o ortocentro e o circuncentro são
conjugados isogonais.
Baricentro
Os isogonais das medianas são as simedianas (SImétrico + MEDIANA). O ponto
de encontro das simedianas é o ponto de Lemoine, também conhecido como ponto
simediano. O ponto de Lemoine é costumeiramente denotado por K.
Primeiro, vamos aprender a traçá-las de modo mais prático.
34
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Demonstração
Exercícios
35
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07. (Prova de Seleção EUA, 2008) Seja ABC um triângulo e G o seu baricentro. O
ponto P varia sobre o segmento BC. Os pontos Q e R pertencem aos lados AC e AB
respectivamente, e são tais que PQ é paralelo a AB e PR é paralelo a AC. Prove
que, ao variar P sobre BC, o circuncírculo de AQR passa por um ponto fixado X tal
que ∠BAG = ∠CAX .
08. (IMO 2004, Problema 5) Num quadrilátero convexo ABCD a diagonal BD não
é bissetriz do ângulo ∠ABC nem do ângulo ∠CDA. Um ponto P no interior de
ABCD satisfaz
∠PBC = ∠DBA e ∠PDC = ∠BDA.
Prove que os vértices do quadrilátero ABCD pertencem a uma mesma
circunferência se, e somente se, AP = CP.
3. Triângulo Pedal
O que triângulos pedais têm de especial? Primeiro, aparecem muitos ângulos retos,
o que propicia o aparecimento de quadriláteros inscritíveis. Segundo, eles
normalmente minimizam áreas.
Demonstração
Não provaremos aqui a existência de um triângulo de área mínima (caso você
esteja curioso, estude topologia e depois volte!).
Seja DEF o triângulo de área mínima. Seja M o ponto de Miquel de ABC e DEF, e
sejam P, Q e R as projeções de M sobre os lados.
36
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Note que o quadrilátero CPMQ é inscritível (pois ∠MPC e ∠MQC são retos), de
modo que ∠DME = ∠PMQ = 180° − ∠C. Portanto, ∠PMD = ∠QME : imagine o
ângulo ∠DME girando em torno de M para coincidir com ∠PMQ;MD vira MP e
ME vira MQ. Analogamente, ∠RMF = ∠QME.
Portanto os triângulos PMD, QME e RMF são semelhantes e induzem uma roto-
homotetia (você se lembra o que é isso?) que leva DEF a PQR. A razão de
MP
homotetia é ≤ 1, de modo que a área de PQR é menor ou igual à área de DEF.
MD
Como DEF tem área mínima, os triângulos devem ser congruentes e deste modo
MP = MD, ou seja, P = D. Analogamente, Q = E e R = F, de modo que DEF é o
triângulo pedal de P.
Exemplo 3.1.
(Prova de seleção EUA, 2008) Sejam P, Q, R pontos sobre os lados BC, CA, AB de
um triângulo acutângulo ABC tais que PQR é equilátero e tem área mínima entre
todos tais triângulos equiláteros. Prove que a reta perpendicular a QR que passa por
A, a reta perpendicular a RP que passa por B e a reta perpendicular a PQ que passa
por C têm um ponto comum.
Resolução
Pelo teorema do mínimo, PQR é triângulo pedal de algum ponto T.
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38
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Demonstração
Por simplicidade, sejam BC = a, CA = b e AB = c e L o encontro de AA´,BB´,CC´.
Queremos provar que L = K.
Primeiro, como os pares de retas AB; A´ B´,BC;B´C´ e CA;C´ A´ são paralelos, os
triângulos ABC e A´ B´C´ são semelhantes. Seja k a razão de semelhança. Sejam
ka ,kb e kc as distâncias de L a BC, CA e AB, respectivamente. Das semelhanças
entre LAB; LA’B, LBC; LB’C’ e LCA; LC’A’, todas de razão k,
ka k k k k k k
= b = c =k ⇔ a = b = c =
ka + a kb + b kc + c a b c 1− k
Isto quer dizer que as distâncias de L a cada um dos lados é proporcional aos seus
comprimentos. Além disso, considerando uma semelhança prova-se que um ponto
X pertence a, digamos, AL se, e somente, as distâncias de X aos lados AB e AC são
proporcionais a seus comprimentos. Basta provar que a simediana por A tem a
mesma propriedade. Para isso, considere a construção anterior, sendo D o mesmo
ponto definido anteriormente.
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40
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= = = = = 2 =
CN área ACN área KCN área ACN − área KCN área KAC b AC
41
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Exemplo 3.2.
(IMO 1991, Problema 4) Sejam ABC um triângulo e M um ponto interior. Mostre
que pelo menos um dos ângulos ∠MAB,∠MBC e ∠MCA é menor ou igual a 30°.
Resolução:
Sejam P, Q e R as projeções de M sobre BC, CA, e AB, respectivamente.
42
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MR MP MQ 1
todas as razões, , são maiores do que , então
MA MB MC 2
MA < 2 MR,MB < 2 MP e MC < 2 MQ, e MA + MB + MC < 2 ( MP + MQ + MR ) ,
MR 1
contradição. Então uma das razões, digamos, , é menor ou igual a . Todavia,
MA 2
MR
= sen∠MAB, de modo que ∠MAB ≤ 30°.
MA
Exercícios
09. Dado um triângulo com perímetro L, seja P o perímetro de um triângulo pedal.
Prove que L ≥ 2 P.
Quando ocorre a igualdade?
10. Seja P um ponto interior ao triângulo ABC e T o seu triângulo pedal. Prove que
R 2 − OP 2
a área de T é igual a vezes a área de ABC.
4R2
13. Os pontos X, Y e Z estão sobre BC, CA, e AB, respectivamente, e são tais que
XYZ e ABC são semelhantes, nessa ordem. Prove que o circuncentro de XYZ é
equidistante aos ortocentros de ABC e XYZ.
14. (Ibero 2008, Problema 5) Seja ABC um triângulo e X, Y, Z pontos interiores dos
lados BC, AC, AB, respectivamente. Sejam A´, B´, C´ os circuncentros dos
triângulos AZY, BXZ, CYX, respectivamente.
Demonstre que
43
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( ABC )
( A´ B´C´ ) ≥
4
e que a igualdade ocorre se, e somente se, as retas AA´,BB´,CC´ têm um ponto em
comum.
Observação: Para um triângulo qualquer RST, denotamos a sua área por (RST).
uuur uuur
(a) Na figura acima, considere pontos B1 e C1 sobre as semirretas AB e AC,
respectivamente.
(i) Mostre que a soma das áreas dos paralelogramos com lados AB1 e AM e com
lados AC1 e AM é igual à área do paralelogramo tal que um de seus lados é B1C1 e
o outro é paralelo e igual a AM.
Referências Bibliográficas
44
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1. Série harmônica
Há séculos que se sabe que a soma dos recíprocos dos números inteiros
positivos
1 1 1 1
H n = 1 + + + + ... +
2 3 4 n
pode ultrapassar o valor de qualquer constante positiva pré-estabelecida, bastando,
para isso, somar determinada quantidade de parcelas, considerando o valor de n
suficientemente grande. Quando consideramos uma infinidade de parcelas desse
tipo, temos uma série infinita conhecida pelo nome de série harmônica, e, como a
soma H n vai aumentando à medida que n aumenta e ultrapassa qualquer valor pré-
estabelecido, temos que se trata de uma série divergente. Existem pelo menos 20
demonstrações diferentes desse fato (veja, por exemplo, a referência [3]) e algumas
demonstrações simples podem ser encontradas em [1] ou [2].*
Sabe-se que o crescimento das somas parciais H n da série harmônica é bastante
lento. Se somarmos 1000 termos da série, obtemos 7, 4855 como resultado. Se
somarmos 1000000 de termos, obtemos 14,3927. Para a soma ultrapassar 100,
estima-se que seja necessário somar-se aproximadamente 1,5 × 1043 parcelas – um
número de parcelas tão grande que nem os computadores mais modernos de hoje
em dia, trabalhando ininterruptamente ao longo de vários milênios, conseguiriam
efetuar todos os cálculos.
Se for escolhido um determinado algarismo, e retirados da série harmônica todos
os termos que contenham esse algarismo, então surpreendentemente, obtem-se uma
série infinita na qual a soma dos n primeiros termos é sempre inferior a 80, não
*
Nota do editor: Uma demonstração particularmente simples deste fato é a seguinte:
1 1 1 1 1 1 1 1 1
H 2k = 1 ++ + + + + + + ... + k −1 + ... + k ≥
2 3 4 5 6 7 8 2 +1 2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
≥ 1 + + + + + + + + ... + k + k + ... + k = 1 + + + + ... +
2 4 4 8 8 8 8 2 2 2 2 2 2 2
k
=1+ , que pode ultrapassar o valor de qualquer constante positiva pré-estabelecida.
2
EUREKA! N°31, 2010
45
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importando qual seja o valor de n**. Obtemos, portanto, o que chamamos de série
convergente.
3. Demonstração da divergência
Inicialmente, vamos mostrar que dado um n inteiro positivo temos que
k
1 k k2
1 + < 1 + + 2
n n n
para todo inteiro positivo k tal que k ≤ n. Em particular, fazendo k = n, obtemos
que
n
1 n n2
1 + < 1 + + 2 = 3. (1)
n n n
Para isso, vamos usar o método da indução matemática. Para k = 1, a desigualdade
1 1 1
reduz-se a 1 + < 1 + + 2 o que é verdadeiro. Suponho a desigualdade válida
n n n
para k, vamos verificar que vale para k + 1 também:
**
Veja o problema proposto no. 141, na página 60.
46
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k +1
1 1 k k 1
k
1
2
k k2 1
1 + = 1 + 1 + < 1 + + 2 1 + = 1 + + 2 +
n n n n n n n n n
k + 1 ( k + 1) k 2 − n ( k + 1) k + 1 ( k + 1)
2 2
k k2
+ 2 + 3 =1+ + 2
+ 3
<1+ + ,
n n n n 14 4244
n 3 n n2
<0
demonstrada.
Escolhido n, um inteiro positivo qualquer, consideremos r o inteiro tal que
2r ≤ n < 2r +1 , ou seja, r é o expoente da maior potência de 2 que não ultrapassa n.
Sejam p1 = 2 , p2 = 3 , p3 = 5 ,..., ps os primos positivos menores ou iguais a n. Se m
for um inteiro tal que 1 ≤ m ≤ n, então o Teorema Fundamental da Aritmética nos
garante que m pode ser escrito de modo único como um produto de potências dos
primos pk com expoentes inteiros não negativos t1 ,t2 ,...,ts :
m = p1t1 p2t2 p3t3 ...psts
Note que nenhum dos expoentes tk pode ser maior do que r , pois, se assim fosse,
teríamos m ≥ pktk ≥ 2tk ≥ 2r +1 > n, o que seria um absurdo. Assim, para todo k,
temos 0 ≤ tk ≤ r.
Temos, então, a seguinte desigualdade:
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1+ + + + ... + < 1 + + + ... + r × 1 + + + ... + r ×
2 3 4 n 2 4 2 3 9 3
1 1 1 1 1 1
1 + + + ... + r × ... × 1 + + 2 + ... + r (2)
5 25 5 ps ps ps
Sua demonstração consiste na observação de que cada parcela 1 m que aparece do
lado esquerdo da desigualdade pode ser escrita de modo único na forma
1 1 1 1
= t1 × t2 × ... × ts
m p1 p2 ps
1
e que cada fração da forma ocorre uma única vez como uma das parcelas do
pktk
1 1 1
fator 1 + + 2 + ... + r que aparece no segundo membro da desigualdade.
pk pk pk
47
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1 2
Supondo q ≥ 2 , temos 2q − q ≥ 2 , ou seja, 2 ( q − 1) ≥ q que equivale a ≤ e
q −1 q
calculando a seguinte soma de uma progressão geométrica de razão 1 q , obtemos:
1
1 − r +1
1 1 1
1 + + 2 + ... + r =
q
<
1
=
q
=
( q − 1) + 1 = 1 + 1
q q q 1−
1
1−
1 q −1 q −1 q −1
q q
Usando agora a desigualdade (1) obtida no início desta seção, obtemos
q −1
1
1
1
1 + < 3 que é equivalente a 1 + < 3 q −1 .
q − 1 q − 1
Aplicando-se logaritmos, obtemos:
1 q1−1
log 1 + < log 3 ,
q −1
ou seja,
1 log 3 2 log 3
log 1 + < ≤
q −1 q −1 q
de onde finalmente obtemos
1 1 1 1 2log3
log 1 + + 2 + ... + r < log 1 + < (3)
q q q q −1 q
48
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1 1 1
Se existisse uma constante L tal que + + ... + < L para todo inteiro positivo
2 3 ps
1 1 1 1
s, então teríamos log 1 + + + + ... + < 2 log 3 × L = log ( 32 L ) (5)
2 3 4 n
1 1 1 1
o que implicaria 1 + + + + ... + < 32 L , para todo n natural, (6)
2 3 4 n
o que seria um absurdo, pois a série harmônica não é limitada e, para algum n, a
1 1 1
soma 1 + + + ... + ultrapassaria a constante 32 L .
2 3 n
Referências Bibliográficas
[1] G. Ávila, “As séries infinitas”, RPM 30, 1996.
[2] G. Garbi, “A surprendente série harmônica”, RPM 42, 2000.
[3] S.J. Kifowit, T. A. Stamps, “The harmonic series diverges again and again”, The
AMATYC Review, Vol. 27, No. 2, 2006.
[4] D. O. Shkiyarsky, N. N. Chentsov, I. M. Yaglom, “Selected problemas and theorems in
elementary Mathematics – Arithmetic and Algebra”, Mir Publishers, Moscow, 1979.
49
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4 xy + 4 ( x + y ) +
3 85
2 2
=
( x + y) 3
2
1) Resolva o sistema
2 x + 1 = 13
x+ y 3
1
Solução: Da segunda equação, obtemos y = − x. Substituindo esse valor de
13
− 2x
3
2
4x 13 85
y na primeira equação, obtemos + 4 y 2 + 3 − 2 x = . Fazendo
13
− 2x 3 3
3
13 1 13 1 1 u 13
u = − 2 x, temos x = − u , e y = − x = + − ,
3 2 3 u u 2 6
2
26 2 13 85 26 68 26 4
donde − 2 + + u − + 3u 2 = , ou seja, 4u 2 − u − − + = 0.
3u u 3 3 3 9 3u u 2
1 1 26 140
Fazendo w = u + , temos u 2 + 2 = w2 − 2, donde 4 w2 − w − = 0, e logo
u u 3 9
10 7 1 10 1 −7
w= ou w = − . Assim, u + = ou u + = . A primeira dessas
3 6 u 3 u 6
1
equações tem soluções u = 3 e u = , que nos dão as duas soluções
3
1 13 2 1 1 1 13 1
reais x = − u = , y = − x = − e x = − u = 2, y = − x = 1 . A
2 3 3 u 3 2 3 u
segunda não tem soluções reais, mas tem as soluções complexas conjugadas
7 i 95
u=− ± , que nos dão as soluções complexas correspondentes
12 12
59 + i 95 −73 − i 95 59 − i 95 −73 + i 95
( x, y ) = , e ( x, y ) = , .
24 24 24 24
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⇒ f ( a ) < f (a 2 + b 2 ) < f ( b ) .
Isto nos diz que entre quaisquer dois valores distintos de f podemos encontrar um
outro valor de f mas isto não pode ocorer sempre uma vez que f assume valores em
¥*. Esta contradição mostra que tal função não existe. Assim as funções
constantes são as únicas soluções.
52
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an −1 a a + a =
an −1an − 3 + an2− 2 2 ( an −1an −3 + an2− 2 ) an2−3 + an3− 2 an − 4
an −3 + an − 2 =
2 3 3
n n −3 n−2 .
an − 4 an − 4
Como o lado direito é inteiro e mdc ( an −1 , an − 4 ) = 1, isso equivale a mostrar que
an −1 ( an −1an − 3 + an2− 2 ) an2−3 + an3− 2 an − 4 , o que equivale a
53
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• ak ak + m = 0, para todo k;
• Se ak ak +1 = 1 então m divide k
As seqüências de tipo n são definidas analogamente. Prove que existem tantas
seqüências do tipo m quanto do tipo n.
Temos que ( a0 ,..., amn ) é uma sequência de tipo m se e somente se B é uma matriz
m × n cujas entradas pertencem a {0, 1} sem dois termos vizinhos iguais a 1 numa
mesma linha ou numa mesma coluna, e tal que b1m = 1 ⇒ a0 = 0.
Considere agora a função f que leva uma matriz B m × n na matriz f ( B ) n × m
dada por ( f ( B )) i, j
= B( m +1− j ),( n +1−i ) . Temos que f é uma bijeção entre as matrizes
m × n cujas entradas pertencem a {0, 1} sem dois termos vizinhos iguais a 1 numa
mesma linha ou numa mesma coluna e as matrizes n × m cujas entradas pertencem
a {0, 1} sem dois termos vizinhos iguais a 1 numa mesma linha ou numa mesma
coluna, tal que ( f ( B ) )1,m = B1,n . Isso mostra que o número de seqüências do tipo
m é igual ao número de seqüências do tipo n.
54
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A0
A5 A1
A4 A2
A3
2ri ri +1
cos α i = 1 − ⇒
( r + ri )( r + ri +1 )
αi 2ri ri +1
1 − 2 sen 2 =1− ⇒
2 ( r + ri )( r + ri +1 )
αi ri ri +1
sen 2 = , donde
2 ( r + ri )( r + ri +1 )
α α α
sen 2 1 sen 2 3 sen 2 5
2 ⋅ 2 ⋅ 2 =1⇒
α α α
sen 2 2 sen 2 4 sen 2 6
2 2 2
α α α
sen 1 sen 3 sen 5
2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 1, pois sen α i > 0, ∀i ≤ 5,
α α α 2
sen 2 sen 4 sen 6
2 2 2
donde obtemos o desejado.
Isso conclui a prova!.
Obs.: Supusemos que as circunferências Γi estavam no exterior de Γ1 , mas se
55
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αi ri ri +1
fossem interiores, obteríamos sen2 = , o que também nos daria o
2 ( r − ri )( r − ri +1 )
desejado, com um argumento análogo.
129. Um coelho está numa rua infinita dividida em quadrados numerados pelos
inteiros, e começa no quadrado 0. Se num dado momento ele está no quadrado k,
1
ele escolhe, com probabilidade , pular para o quadrado k + 2 ou, também com
2
1
probabilidade , pular para o quadrado k – 1. Ele continua esse processo
2
indefinidamante. Dado m ∈ ¢ , determine a probabilidade de, em algum momento,
o coelho pisar no quadrado m.
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1 + 5 1− 5
recorrência acima é x3 − 2 x 2 + 1 = ( x − 1) x − x − .
2 2
Como ( am ) é limitada, devemos ter B = 0. Como a0 = 1, devemos ter A + C = 1.
De (*), também temos a− m −3 = 2a− m − a− m +1 , ∀m ≥ 1, ou seja, fazendo bk = a− k ,
temos bk + 3 = 2bk +1 − bk , ∀k ≥ 0, donde, como
−1 + 5 −1 − 5
x3 − 2 x + 1 = ( x − 1) x −
x − , existem ° °,C
A, B ° com
2 2
k k
bk = ° ° −1 + 5 + C
A+ B ° −1 − 5 , ∀k ≥ 0. Como b não só é limitado como
2
k
2
tende a 0 quando k tende a +∞ , devemos ter ° A=C° = 0, e como b = a = 1,
0 0
° = 1.
devemos ter B
m −m m
1− 5 −1+ 5 1+ 5
Assim, am = 1 − C + C , ∀m ≥ 0 e am = b−m = = , ∀m ≤ 0.
2 2 2
1 1
Fazendo n = 1 em (*), obtemos a1 = a−1 + a2 , donde
2 2
1 − 5 1 −1 + 5 1 3 − 5
1 − C + C = + 1 − C + C , e portanto
2 2 2 2 2
7−3 5
C= .
2
3 5 − 5 7 − 3 5 1 − 5 m
+ , ∀m ≥ 0
2 2 2
Assim, temos am = m
.
1 + 5
, ∀m ≤ 0
2
57
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⇒( a + b − c) < 2 a ⋅ b ( ) ⇒ −2 a ⋅ b < a + b − c ⇒
2 2
b + b ⇒( c ) <( a ) + 2 a ⋅ b +( b )
2 2 2
⇒ c < a +2 a ⋅ ⇒
( c ) <( b ) ⇒ c < a + b.
2 2
⇒ a +
De maneira análoga,
b < a + c e a < b + c . Assim, existe um triângulo de lados
a, b e c.
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PROBLEMAS PROPOSTOS
* Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para próximos números.
∏ (5 − d ) = F
j ≠i
2
j n
2
onde F1 = 0, F1 = 1 e Fn = Fn −1 , Fn − 2 se n ≥ 2.
j =0
( x, y , z ) ∈ ¡ 3 , ( x, y , z ) = ( x, y , z ) k > 1,
1
Obs.: Para qualquer e, para todo
( x, y , z ) = ( x , y , z ) ⋅ ( x, y , z ) .
k k −1
O1
R
O
R2
O2
O3
59
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colineares com a origem. Mostre que existe um triângulo com dois vértices em A e
1
um na origem cuja área é menor que .
4
140) Mostre que 2903n − 803n − 464n + 261n é divisível por 1897, para todo n ∈ ¥.
Problema 133 e 134 proposto por Evandro Makiyama de Melo (São Paulo – SP) (foram
propostos originalmente na IX e na II Olimpíada Iberoamericana de Matemática Universitária,
respectivamente); 135 e 136 propostos por Ramilson Medeiros Pitombeira (Rio de Janeiro –
RJ); 137 proposto por Ítalo Dowell Lira Melo (Teresina – PI); 138 proposto por Luiz Felipe
Silva; 139 proposto por Adriano Carneiro (Caucaia – CE); 140 proposto por Wilson Carlos da
Silva Ramos (Belém – PA).
60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXXII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 12 de junho de 2010
Segunda Fase – Sábado, 18 de setembro de 2010
Terceira Fase – Sábado, 16 de outubro de 2010 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 17 de outubro de 2010 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 18 de setembro de 2010
Segunda Fase – Sábado, 16 e Domingo, 17 de outubro de 2010
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Disney Douglas Lima de Oliveira (UFAM) Manaus – AM
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Edney Aparecido Santulo Jr. (UEM) Maringá – PR
Élio Mega (Grupo Educacional Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Graziela de Souza Sombrio (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
Gilson Tumelero (UTFPR) Pato Branco – PR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Jose de Arimatéia Fernandes (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Nivaldo de Góes Grulha Jr. (USP – São Carlos) São Carlos – SP
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Uberlândio Batista Severo (UFPB)) João Pessoa – PB
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
62
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 81
COORDENADORES REGIONAIS 82
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
1 1 5
1. Se de um número é , quanto vale desse número?
8 5 8
1 1 8
A) B) C) 1 D) E) 2
8 5 5
D
3. Numa festa, o número de pessoas que dançam é igual a 25% do número de
pessoas que não dançam. Qual é a porcentagem do total de pessoas na festa que
não dançam?
A) 50% B) 60% C) 75% D) 80% E) 84%
5. Eliana tem 27 cubos iguais em tamanho, mas 4 são brancos e os demais, pretos.
Com esses 27 cubos, ela monta um cubo maior. No máximo, quantas faces
inteiramente pretas ela poderá obter?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
2
Sociedade Brasileira de Matemática
D B
C
A) 0 B) 1 C) 2 D) 3 E) 4
8. Esmeralda lançou um dado dez vezes e obteve 57 como soma de todos os pontos
obtidos nesses lançamentos. No mínimo, quantas vezes saíram 6 pontos?
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
3
Sociedade Brasileira de Matemática
11. Uma barra de chocolate é dividida entre Nelly, Penha e Sônia. Sabendo que
2 1
Nelly ganha da barra, Penha ganha e Sônia ganha 70 gramas, o peso da
5 4
barra, em gramas, é:
A) 160 B) 200 C) 240 D) 280 E) 400
12. Numa fila para compra de ingressos para um jogo da seleção brasileira, havia
49 pessoas: 25 corintianos, 14 flamenguistas e 10 gremistas. Sabendo que cada
pessoa da fila torce para um único time, dois torcedores do mesmo time não estão
em posições consecutivas, podemos concluir que:
A) tal fila não existe.
B) algum dos torcedores das extremidades da fila é gremista.
C) algum dos torcedores das extremidades da fila é flamenguista.
D) algum flamenguista é vizinho de um gremista.
E) algum gremista é vizinho de dois corintianos.
4
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1 3 5 11 16
A) B) C) D) E)
17 13 16 13 17
17. Eduardo escreveu todos os números de 1 a 2009 numa folha de papel. Com os
amigos, combinou o seguinte: cada um deles poderia apagar quantos números
quisesse e escrever, no fim da lista, o algarismo das unidades da soma dos números
apagados. Por exemplo, se alguém apagasse os números 28, 3, 6, deveria escrever
no fim da lista o número 7, pois 28 + 3 + 6 = 37. Após algum tempo, sobraram
somente dois números. Se um deles era 2000, qual dos números a seguir poderia
ser o outro?
A) 0 B) 1 C) 3 D) 5 E) 6
18. Uma folha de caderno de Carlos é um retângulo com dois lados (bordas)
amarelos de 24 cm e dois lados (bordas) vermelhos de 36 cm. Carlos pinta cada
ponto do retângulo na mesma cor do lado mais próximo desse ponto. Qual é a área
da região pintada de amarelo?
A) 144 cm2 B) 288 cm2 C) 364 cm2 D) 442 cm2 E) 524 cm2
19. O professor Piraldo aplicou uma prova de 6 questões para 18 estudantes. Cada
questão vale 0 ou 1 ponto; não há pontuações parciais. Após a prova, Piraldo
elaborou uma tabela como a seguinte para organizar as notas, em que cada linha
representa um estudante e cada coluna representa uma questão.
5
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Questões→ 1 2 3 4 5 6
Estudantes
↓
Arnaldo 0 1 1 1 1 0
Bernaldo 1 1 1 0 0 1
Cernaldo 0 1 1 1 1 0
Piraldo constatou que cada estudante acertou exatamente 4 questões e que cada
questão teve a mesma quantidade m de acertos. Qual é o valor de m?
A) 8 B) 9 C) 10 D) 12 E) 14
esquerda
esquerda
esquerda
esquerda
A) B) C) D) E)
PROBLEMAS – NÍVEL 2
6
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A) 5 B) 10 C) 12 D) 15 E) 20
7. Veja o problema No. 15 do Nível 1.
8. Veja o Problema No. 11 do Nível 1.
9. Veja o Problema No. 8 do Nível 1.
ααα
B
β
C E
D
H F
β
G
D
E
C
A B
7
Sociedade Brasileira de Matemática
15. A famosa Conjectura de Goldbach diz que todo número inteiro par maior que 2
pode ser escrito como a soma de dois números primos. Por exemplo, 18 pode ser
representado por 5 + 13 ou, ainda, por 7 + 11. Considerando todas as possíveis
representações de 126, qual a maior diferença entre os dois primos que a formam?
A) 112 B) 100 C) 92 D) 88 E) 80
19. Entre os inteiros positivos n + 4018, n = 1, 2,..., 20092 , quantos são quadrados
perfeitos?
A) 1945 B) 1946 C) 1947 D) 1948 E) 1949
20. Para cada número natural n, seja S n a soma dos dez primeiros múltiplos
positivos de n. Por exemplo, S 2 = 2 + 4 + 6 + 8 + 10 + 12 + 14 + 16 + 18 + 20.
Quanto é S1 + S 2 + S 3 + + S10 ?
A) 2925 B) 3025 C) 3125 D) 3225 E) 3325
8
Sociedade Brasileira de Matemática
D) ( 10 − 2 ) cm
E) ( 10 − 3) cm
22. Quantos números naturais de 1 a 100, inclusive, podem ser escritos na forma de
potência a b , com a, b ∈ e a, b > 1?
A) 10 B) 12 C) 14 D) 16 E) 18
24. Os inteiros 0 < x < y < z < w < t são tais que w = z(x + y) e t = w(y + z). Sendo w
= 9, então t é igual a
A) 45 B) 54 C) 63 D) 72 E) 81
PROBLEMAS – NÍVEL 3
3. Se x2 = x + 3 então x3 é igual a:
A) x2 + 3 B) x + 4 C) 2x + 2 D) 4x + 3 E) x2 – 2
9
Sociedade Brasileira de Matemática
D’
D C
C’
A’
B
A
B’
A) 5 B) 25 C) 45 D) 65 E) 85
5. Um dos cinco números a seguir é divisor da soma dos outros quatro. Qual é esse
número?
A) 20 B) 24 C) 28 D) 38 E) 42
6. Sempre que Agilulfo volta para casa depois da escola com uma advertência, se
sua mãe está em casa, ela o coloca de castigo. Sabendo-se que ontem à tarde
Agilulfo não foi colocado de castigo, qual das seguintes afirmações é certamente
verdadeira?
A) Agilulfo recebeu advertência ontem.
B) Agilulfo não recebeu advertência ontem.
C) Ontem à tarde a sua mãe estava em casa.
D) Ontem à tarde a sua mãe não estava em casa.
E) Nenhuma das afirmações acima é certamente verdadeira.
7. Qual é o menor valor de n > 1 para o qual é possível colocar n peças sobre um
tabuleiro n × n de modo que não haja duas peças sobre a mesma linha, mesma
coluna ou mesma diagonal? As figuras a seguir mostram pares de peças na mesma
linha, na mesma coluna e na mesma diagonal em diversos tabuleiros.
• •
• •
•
•
A) 3 B) 4 C) 5 D) 6 E) 7
10
Sociedade Brasileira de Matemática
11. Considere o número inteiro positivo n tal que o número de divisores positivos
do dobro de n é igual ao dobro do número de divisores positivos de n. Podemos
concluir que n é
A) um número primo B) um número par C) um número ímpar
D) um quadrado perfeito E) potência inteira de 2
12. Esmeralda tem cinco livros sobre heráldica em uma estante. No final de
semana, ela limpou a estante e, ao recolocar os livros, colocou dois deles no lugar
onde estavam antes e os demais em lugares diferentes de onde estavam. De quantas
maneiras ela pode ter feito isso?
A) 20 B) 25 C) 30 D) 34 E) 45
14. Seja f : → uma função tal que f(0) = 0, f(1) = 1, f(2) = 2 e f(x + 12) = f(x
+ 21) = f(x) para todo x ∈ . Então f(2009) é:
A) 0 B) 1 C) 2 D) 3 E) 2009
11
Sociedade Brasileira de Matemática
16. Sabe-se que 2x2 – 12xy + ky2 ≥ 0 para todos x, y reais. O menor valor real de k
é
A) 9 B) 16 C) 18 D) 27 E) 36
12
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13
Sociedade Brasileira de Matemática
03. Num curso com duração de cinco dias, a frequência dos alunos foi registrada na
tabela abaixo:
Dia de aula
1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia
Quantidade de alunos presentes
271 296 325 380 168
Cada aluno faltou exatamente dois dias. No dia de menor frequência, de quantos
por cento foi o total de faltas?
14
Sociedade Brasileira de Matemática
06. Dizemos que dois ou mais números, com a mesma quantidade de algarismos,
são membros da mesma família, quando todos possuem pelo menos um algarismo
comum. Por exemplo, os números 72, 32, 25 e 22 pertencem à mesma família, pois
todos possuem o algarismo 2, enquanto que os números 123, 245 e 568 não
pertencem à mesma família, pois não há um algarismo que apareça nesses três
números. Qual é a maior quantidade de membros de uma família, cujos elementos
têm três algarismos?
PROBLEMA 1
Carlinhos tem folhas iguais na
forma de triângulos retângulos de
lados 6 cm, 8 cm e 10 cm. Em
cada triângulo, o ângulo
assinalado opõe-se ao menor lado.
Fazendo coincidir lados iguais
desses triângulos sobre uma mesa,
sem superpor as folhas, ele
desenha o contorno de cada figura
obtida (linha grossa), como nos
exemplos ao lado. O perímetro de
uma figura é o comprimento do
seu contorno.
PROBLEMA 2
Esmeralda ia multiplicar um número A de três algarismos por outro número B de
dois algarismos, mas na hora de multiplicar inverteu a ordem dos dígitos de B e
obteve um resultado 2034 unidades maior.
a) Qual era o número A, se os dígitos de B eram consecutivos?
b) Qual seria o número A, se os dígitos de B não fossem consecutivos?
15
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Um campeonato de xadrez de 7 rodadas, com 4 jogos por rodada, tem 8
participantes, cujas pontuações por jogo são as usuais: um ponto por vitória, meio
ponto por empate e nenhum ponto por derrota. Cada par de jogadores se enfrenta
exatamente uma vez.
01. Esmeralda tem uma garrafa com 9 litros de uma mistura que tem 50% de álcool
e 50% de água. Ela quer colocar água na garrafa de tal forma que apenas 30% da
mistura seja de álcool. Quantos litros de água ela irá colocar?
03. Dizemos que dois ou mais números, com a mesma quantidade de algarismos,
são membros da mesma família, quando todos possuem pelo menos um algarismo
em comum. Por exemplo, os números 32, 25 e 22 pertencem à mesma família,
enquanto que 123, 245 e 568 não pertencem à mesma família, pois 123 e 568 não
pertencem à mesma família. Qual é a maior quantidade de membros de uma
família, cujos elementos têm três algarismos?
04. Determine a quantidade de inteiros de dois algarismos que são divisíveis pelos
seus algarismos.
05. Na figura abaixo, ABCD e EFGH são quadrados de lado 48 cm. Sabendo que A
é o ponto médio de EF e G é o ponto médio de DC, determine a área destacada em
cm2.
16
Sociedade Brasileira de Matemática
A L B
H
F
K
D G C
PROBLEMA 1
Sejam m e n dois inteiros positivos primos entre si. O Teorema Chinês dos Restos
afirma que, dados inteiros i e j com 0 ≤ i < m e 0 ≤ j < n, existe exatamente um
inteiro a, com 0 ≤ a < m⋅n, tal que o resto da divisão de a por m é igual a i e o resto
da divisão de a por n é igual a j. Por exemplo, para m = 3 e n = 7, temos que 19 é o
único número que deixa restos 1 e 5 quando dividido por 3 e 7, respectivamente.
Assim, na tabela a seguir, cada número de 0 a 20 aparecerá exatamente uma vez.
Restos
por 7
0 1 2 3 4 5 6
Restos
por 3
0
1 19
2
PROBLEMA 2
Observe:
(x – r)(x – s) = x2 – (r + s)x + rs
17
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Seja N é o ponto do lado AC do triângulo ABC tal que AN = 2 NC e M o ponto
do lado AB tal que MN é perpendicular a AB . Sabendo que AC = 12 cm e que o
baricentro G do triângulo ABC pertence ao segmento MN, determine o
comprimento do segmento BG.
OBS: Baricentro é o ponto de interseção das medianas do triângulo.
PROBLEMA 4
Um campeonato de xadrez de 7 rodadas, com 4 jogos por rodada, tem 8
participantes, cujas pontuações por jogo são as usuais: um ponto por vitória, meio
ponto por empate e nenhum ponto por derrota. Cada par de jogadores se enfrenta
exatamente uma vez.
18
Sociedade Brasileira de Matemática
05. Determine o maior inteiro n menor que 10000 tal que 2n + n seja divisível por 5.
PROBLEMA 1
Determine a quantidade de números n = a1a2a3a4a5a6, de seis algarismos distintos,
que podemos formar utilizando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 de modo que as
seguintes condições sejam satisfeitas simultaneamente:
i) a1 + a6 = a2 + a5 = a3 + a4;
ii) n é divisível por 9.
PROBLEMA 2
Encontre todos os inteiros a > 0 e b > 0 tais que
4 ⋅ 3 a = 11 + 5 b
PROBLEMA 3
Para cada inteiro positivo n, seja An = {x ∈ R+ ; x ⋅ x = n} , em que R+ é o conjunto
dos reais positivos e x é o maior inteiro menor ou igual a x.
Determine a quantidade de elementos do conjunto
A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ ... ∪ A2009.
PROBLEMA 4
No triângulo ABC, temos ∠A = 120° e BC = 12 cm. A circunferência inscrita em
ABC tangencia os lados AB e AC, respectivamente, nos pontos D e E. Sejam K e L
os pontos onde a reta DE intersecta a circunferência de diâmetro BC. Determine a
distância entre os pontos médios dos segmentos BC e KL.
19
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05 06
Resposta 40 55 65 10 392 252
01. Para fazer um novo andar num castelo já construído, precisamos de três cartas
para cada andar anterior mais duas para o topo. Assim, a partir do castelo de 3
andares, para fazer o de 4 andares, precisamos de mais 3 × 3 + 2 = 11 cartas, num
total de 15 + 11 = 26 cartas. Portanto, para fazer o castelo de 5 andares, precisamos
de 26 + 4 × 3 + 2 = 40 cartas.
Solução alternativa:
Para acrescentarmos um quarto andar a um castelo de 3 andares, precisamos de 3
cartas para separar a base dos demais andares e 4 pares de cartas para a base,
totalizando 3 + 2.4 = 11 cartas a mais. Veja a figura a seguir:
20
Sociedade Brasileira de Matemática
03. Se cada aluno compareceu exatamente três dias, o número total de alunos do
271 + 296 + 325 + 380 + 168 1440
curso é = = 480 . A menor frequência foi de
3 3
168 alunos, num total de 480 – 168 = 312 faltas. Portanto, o percentual de faltas
312
nesse dia foi = 0, 65 = 65% .
480
05. No número existem 502 algarismos 2 e 502 algarismos 9. Para retirar a menor
quantidade possível de algarismos, devemos tentar deixar a maior quantidade
possível de algarismos 2. Porém, a soma de todos os algarismos 2 é 1004. Ainda
falta 1004 para completar a soma 2008. Como 1004 = 9 × 111 + 5 devemos deixar
pelo menos 111 algarismos 9. Porém, é impossível deixar exatamente 111
algarismos 9. Se deixarmos 112 algarismos 9, devemos deixar 500 algarismos 2.
Portanto, deve-se retirar no mínimo 2 + 390 = 392 algarismos.
06. Como todos os membros de uma família devem possuir pelo menos um
algarismo comum, a maior quantidade de membros de uma família cujos elementos
têm três algarismos é igual ao número de elementos de qualquer conjunto formado
21
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução alternativa:
Para simplificar o raciocínio, vamos contar quantos números de três algarismos não
contêm um algarismo a, não nulo, fixado. Assim, nessa situação, existem 8
escolhas para o algarismo das centenas (não pode ser 0 ou a), 9 escolhas para o
algarismo das dezenas (não pode ser a), e 9 escolhas para os algarismos das
unidades (não pode ser a). Logo, pelo Princípio Fundamental da Contagem, há
8.9.9 = 648 números que não possuem o algarismo a. Assim, como existem 900
números de 3 algarismos, há 900 – 648 = 252 números que possuem o algarismo a
( a ≠ 0 ). Essa é a maior quantidade de membros que uma família pode ter.
Observação:
Podemos verificar que a família formada por todos os números de três algarismos
que possuem o zero tem 900 − 9 ⋅ 9 ⋅ 9 = 171 membros.
22
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2
Seja A o número de três dígitos e B = 10 x + y o número de dois dígitos. Portanto,
ao trocar a ordem dos dígitos de B , obtemos o número 10 y + x . Montando a
equação segundo as condições do problema, temos:
A(10 x + y ) − A(10 y + x) = 9 A( x − y ) = 2034
Com isso,
A( x − y ) = 226 = 2 ⋅113
Daí, se x, y são consecutivos, A = 226 , caso contrário A = 113 .
PROBLEMA 3
a) Sim, é possível. Por exemplo (há outros), podem existir quatro jogadores com
pontuação 2 e outros quatro com pontuação 1. Fazendo A, B, C, D o primeiro
grupo e E, F, G, H o segundo grupo, temos:
1ª Rodada
A vence E
B vence F
C vence G
D vence H
2ª Rodada
A empata com B
E empata com F
C empata com D
G empata com H
3ª Rodada
A empata com F
B empata com E
C empata com H
D empata com G
23
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 06 25 252 14 1704
01. Inicialmente temos 4,5 litros de água e 4,5 litros de álcool. Colocados x litros de
30
água, para termos 30% de álcool na mistura, basta que (9 + x) = 4,5 , então
100
x = 6.
03. O algarismo das centenas não pode ser zero. Vamos contar então todos os
números que têm um determinado algarismo x, não nulo, pois há mais deles. Há
9 × 9 = 81 números em que x aparece uma única vez, como algarismo das
centenas. Há 8 × 9 = 72 números em que x aparece uma única vez, como algarismo
das dezenas (lembre-se que o das centenas não pode ser 0) e há 72 números em que
o x aparece uma única vez, como algarismo das unidades. Há 9 números com x na
centena e na dezena, menos na unidade, 9 números com x na centena e na unidade,
menos na dezena e 8 números com x na dezena e na unidade, menos na centena e
um único número formado inteiramente de x. A quantidade total de números em
que figura o algarismo não nulo x é 81 + 72 + 72 + 9 + 9 + 8 + 1 = 252
24
Sociedade Brasileira de Matemática
Listemos as possibilidades:
Que nos dá x = 18 .
Agora, veja que os triângulos AFK e ALE são semelhantes. Portanto,
AE EL
= .
FK AF
Assim, EL = 32 .
Para achar a área procurada, basta subtrair a área do quadrado EFGH das áreas
dos triângulos AFK e AEL . Portanto a área será 1704.
E
A L B
H
F
K
D G C
25
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PROBLEMA 1:
0 1 2 3 4 5 6
0 0 15 9 3 18 12 6
1 7 1 16 10 4 19 13
2 14 8 2 17 11 5 20
A resposta é 15 + 8 + 10 + 11 + 12 + 13 = 69.
PROBLEMA 2:
S 4 = (r + s ) S 3 − rsS 2 = (r + s ).5 − rs.2 = 5r + 5s − 2rs = 6
S 3 = (r + s ) S 2 − rsS1 = (r + s ).2 − rs.1 = 2r + 2 s − rs = 5
Com isso, encontramos que r + s = −4 e rs = −13 .
Daí, S5 = (r + s)S 4 − rsS3 = −24 + 65 = 41.
PROBLEMA 3:
26
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4:
a) Após três rodadas, um jogador pode acumular no máximo 3 pontos. Como as
pontuações são múltiplos inteiros de ½ , os possíveis valores de pontuação após a
terceira rodada são:
0,1/2, 1, 3/2, 2, 5/2, 3
Como existem 8 jogadores e apenas 7 possibilidades, dois jogadores terão
pontuações iguais.
1 3 5 7
k + k − + ( k − 1) + k − + ( k − 2 ) + k − + ( k − 3) + k − = 8k − 14
2 2 2 2
Como foram disputados exatamente 4 × 7 = 28 pontos, temos
8k − 14 ≥ 28
1 1
Logo, k ≥ 5 + pois as pontuações são múltiplos inteiros de . Basta mostrarmos
2 2
um exemplo onde este valor é atingido.
A2 0 x 1 1 1 1 1 0 5
A3 0 0 x 1 1 1 1 ½ 4+½
A4 0 0 0 X 1 1 1 1 4
A5 0 0 0 0 X 0 0 0 0
A6 0 0 0 0 1 X ½ 1 2+½
A7 ½ 0 0 0 1 ½ x 1 3
A8 1 1 ½ 0 1 0 0 x 3+½
27
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Problema 01 02 03 04 05
Resposta 0069 0006 1339 0033 9993
SOLUÇÃO:
0 1 2 3 4 5 6
0 0 15 9 3 18 12 6
1 7 1 16 10 4 19 13
2 14 8 2 17 11 5 20
A resposta é 15 + 8 + 10 + 11 + 12 + 13 = 69.
AC 2 = 9 2 − 5 2 = 56 ∴ AC = 2 14 .
5 I 2 14 − r
r r
A r C
2 14 − r
Como os comprimentos das tangentes ao círculo inscrito partindo de cada vértice
são iguais, ficamos com a equação
(5 – r) + (2 14 − r ) = 9,
de onde obtemos r = 14 − 2 . Novamente pelo teorema de Pitágoras, obtemos:
28
Sociedade Brasileira de Matemática
CI 2 = r 2 + ( 2 14 − r ) 2 = ( 14 − 2) 2 + ( 14 + 2) 2 = 36 ∴ CI = 6 .
t2 + 3 ≥ c⋅(t2 + t + 4).
Logo, devemos ter (c – 1)t2 + ct + (4c – 3) ≤ 0, para todo t real. Para isto, devemos
ter c – 1 < 0 e o discriminante ∆ = c2 − 4⋅(c – 1)⋅(4c – 3) ≤ 0.
2
Da última inequação, obtemos −15c2 + 28c – 12 ≤ 0, cuja solução é c ≤ ou
3
6
c≥ . Como c < 1, o maior valor possível de c é 2/3. Daí, 2009⋅c = 1339,333... .
5
1 a 1 10 − a
P ( a, b ) = ⋅ + ⋅ .
2 a + b 2 20 − a − b
Podemos supor, sem perda de generalidade, que a + b ≤ 10, já que as caixas são
idênticas. Suponha, ainda, que haja alguma bola VERMELHA na caixa 1. Vejamos
o que acontece com essa probabilidade se transferirmos uma bola VERDE da caixa
2 para a caixa 1 e uma bola VERMELHA da caixa 1 para a caixa 2. Ficamos com
1 a +1 1 9−a
P( a + 1, b − 1) = ⋅ + ⋅ .
2 a + b 2 20 − a − b
Dessa forma,
1 1 1
P( a + 1, b − 1) − P( a, b) = ⋅ − ≥0,
2 a + b 20 − a − b
pois a + b ≤ 10.
29
Sociedade Brasileira de Matemática
Assim, o voluntário sabe que, enquanto houver bola VERMELHA na caixa que
contém menos bolas, a probabilidade pode ser aumentada, bastando, para isto, que
ele troque uma das bolas VERMELHAS desta caixa com uma VERDE da outra.
Por isso, para maximizarmos a probabilidade, basta considerarmos o caso em que a
caixa 1 contém apenas bolas VERDES e a caixa 2 contém o restante das bolas.
Teremos
1 1 10 − a
P( a,0) = + ⋅
2 2 20 − a
.
1 10 − a 1 10 5
= 1 + = 2 − =1− ⋅
2 20 − a 2 20 − a 20 − a
Logo, a probabilidade será máxima quando a for mínimo. Como em cada caixa
deve haver pelo menos uma bola, devemos ter a = 1. Neste caso, a probabilidade é:
5 14
P(1,0) = 1 − = .
19 19
Segue que m = 14, n = 19 e m + n = 33.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
n 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0
2n 2 4 3 1 2 4 3 1 2 4 3 1 2 4 3 1 2 4 3 1
2n
3 1 1 0 2 0 0 4 1 4 4 3 0 3 3 2 4 2 2 1
+n
Veja que os restos das divisões de 2n por 5 formam uma seqüência de período 4,
enquanto que os restos das divisões de n por 5 formam uma seqüência de período
5. Logo, os restos das divisões de 2n + n formam uma seqüência de período 20,
dada pela última linha da tabela acima. Dessa forma, tomando os números de 1 a
10000 em intervalos de tamanho 20, o maior n tal que 2n + n deixa resto zero na
divisão por 5 é o 13o termo do ultimo intervalo, ou seja, o número 9980 + 13 =
9993.
30
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2o caso: k = 12. Neste caso, os dígitos a1, a2 e a3 devem ser escolhidos do conjunto
{3, 4, 5, 7, 8, 9} de modo que haja no máximo um dígito em cada um dos
conjuntos
{3, 9}, {4, 8} e {5, 7}. Esta escolha pode ser feita da seguinte maneira:
PROBLEMA 2:
Analisando a equação módulo 5, obtemos 4 ⋅ 3a ≡ 1( mod 5 ) ⇔ 3a ≡ 4 ( mod 5 ) .
Mas os valores de 3a mod 5 são periódicos de período 4:
a 0 1 2 3 4 5 6 7
3ª mod 5 1 3 4 2 1 3 4 2
31
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⇔ ( 2 ⋅ 3c − 5d )( 2 ⋅ 3c + 5d ) = 11
2 ⋅ 3c − 5d = 1
⇔
2 ⋅ 3c + 5d = 11
3c = 3 a = 2⋅c = 2
⇔ ⇔
5d = 5 b = 2⋅d = 2
Assim, a única solução é: ( A,B ) = ( 2 , 2 )
PROBLEMA 3:
Vamos fazer o gráfico da função
f ( x) = x ⋅ x . Para cada k natural, se
k ≤ x ≤ k + 1 , temos x = k . Logo, o gráfico
de f é formado por segmentos de reta y = k⋅x,
como mostra a figura ao lado: 6
Assim, para um n fixo, a equação f(x) = n tem
no máximo uma solução. Portanto, a quantidade
de elementos de 4
A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ ... ∪ A2009
é igual à quantidade de inteiros n, tais que 1 ≤ n 2
≤ 2009, para os quais f (x) = n admite solução, 1
isto é, os n tais que
f (k) = k2 ≤ n < k(k + 1) = k2 + k, 1 2 3
para algum k ∈ N.
PROBLEMA 4
Vamos mostrar inicialmente que BL e CK são as bissetrizes dos ângulos B e C do
∆ABC. Para isto, sejam K´ e L´ as intersecções das bissetrizes de C e B com a
circunferência de diâmetro BC , como na figura. Seja ainda I o incentro de ∆ABC
e β e γ as medidas de B e C , respectivamente, de modo que β + γ = 60°.
32
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L´
A γ /2
120º E´
D´ G
K´
F
I
β /2
γ /2
β /2 γ /2
B C
( ) ( ) ( ) ( )
Temos m GIC = m F IB = m AFC − m F BI = β + − =
γ β β+γ
2 2 2
= 30°. da
( ) ( ) β
mesma forma, temos m GE´L´ = m BGA − m ( GL´ E´ ) = + γ − =
2
γ β+γ
2 2
= 30°
mesmo arco BK´. Assim, m ( GE´L´ ) = m ( GIC ) , provando que IE´L´C é cíclico.
Sendo O o ponto médio de BC, temos
( ) ( ) ) (
m K OL = 180° − m LOC − m K OB = 180° − β − γ = 120°
m ( LOK ) BC
Assim a distância pedida é LO ⋅ cos = ⋅ cos 60° = 3cm.
2 2
33
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PROBLEMA 1
A sequência 121, 1221, 12221, ... contém todos os números da forma 122 … 21 . A
n dígitos 2
PROBLEMA 2
O hexágono regular ABCDEF tem área de 12 cm2.
a) Traçando segmentos a partir de um vértice, o hexágono ABCDEF foi repartido
em 4 triângulos, conforme figura. Calcule as áreas desses triângulos.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
As casas de um tabuleiro 4 × 4 devem ser numeradas
de 1 a 16, como mostrado parcialmente no desenho,
formando um Quadrado Mágico, ou seja, as somas
dos números de cada linha, de cada coluna e de cada
uma das duas diagonais são iguais.
PROBLEMA 4
Carlinhos tem várias peças formadas por quatro quadradinhos de lado unitário, na
forma de L:
Ele forma figuras maiores com essas peças, fazendo coincidir um ou mais lados
dos quadradinhos, como no exemplo, em que foram usadas duas dessas peças,
fazendo coincidir um lado unitário. Não é permitido formar buracos nas figuras.
PROBLEMA 5
Um dominó é formado por 28 peças diferentes. Cada peça tem duas metades, sendo
que cada metade tem de zero a seis pontos:
35
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36
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PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Veja o problema No. 5 do Nível 1.
PROBLEMA 2
Seja A um dos pontos de interseção de dois círculos com centros X e Y. As
tangentes aos círculos em A intersectam novamente os círculos em B e C. Seja P o
ponto de plano tal que PXAY é um paralelogramo. Prove que P é o circuncentro do
triângulo ABC.
PROBLEMA 3
Prove que não existem inteiros positivos x e y tais que x3 + y3 = 22009.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Resolva, em números reais, o sistema
1 1 1
x+ =y+ =z+
y z x
xyz = 1.
PROBLEMA 5
Uma formiga caminha no plano da seguinte maneira: inicialmente, ela anda 1cm
em qualquer direção. Após, em cada passo, ela muda a direção da trajetória em 60o
para a esquerda ou direita e anda 1cm nessa direção. É possível que ela retorne ao
ponto de onde partiu em
(a) 2008 passos?
(b) 2009 passos?
1 cm
1 cm
60°
60°
1 cm
37
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PROBLEMA 6
Seja ABC um triângulo e O seu circuncentro. As retas AB e AC cortam o
circuncírculo de OBC novamente em B1 ≠ B e C1 ≠ C , respectivamente, as retas
BA e BC cortam o circuncírculo de OAC em A2 ≠ A e C 2 ≠ C , respectivamente, e
as retas CA e CB cortam o circuncírculo de OAB em A3 ≠ A e B3 ≠ B ,
respectivamente. Prove que as retas A2A3, B1B3 e C1C2 passam por um mesmo
ponto.
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Esmeralda escreve 20092 números inteiros em uma tabela com 2009 linhas e 2009
colunas, colocando um número em cada casa da tabela. Ela soma corretamente os
números em cada linha e em cada coluna, obtendo 4018 resultados. Ela percebeu
que os resultados são todos distintos. É possível que esses resultados sejam todos
quadrados perfeitos?
PROBLEMA 2
Considere um primo q da forma 2p + 1, sendo p > 0 um primo. Prove que existe
um múltiplo de q cuja soma dos algarismos na base decimal é menor ou igual a 3.
PROBLEMA 3
São colocadas 2009 pedras em alguns pontos (x, y) de coordenadas inteiras do
plano cartesiano. Uma operação consiste em escolher um ponto (a, b) que tenha
quatro ou mais pedras, retirar quatro pedras de (a, b) e colocar uma pedra em cada
um dos pontos
Mostre que, após um número finito de operações, cada ponto terá no máximo três
pedras. Além disso, prove que a configuração final não depende da ordem das
operações.
38
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Mostre que existe um inteiro positivo n0 com a seguinte propriedade: para qualquer
inteiro n ≥ n0 é possível particionar um cubo em n cubos menores.
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo e O seu circuncentro. As retas AB e AC cortam o
circuncírculo de OBC novamente em B1 ≠ B e C1 ≠ C , respectivamente, as retas
BA e BC cortam o circuncírculo de OAC em A2 ≠ A e C 2 ≠ C , respectivamente, e
as retas CA e CB cortam o circuncírculo de OAB em A3 ≠ A e B3 ≠ B ,
respectivamente. Prove que as retas A2A3, B1B3 e C1C2 passam por um mesmo
ponto.
PROBLEMA 6
Seja n > 3 um inteiro fixado e x1, x2, …, xn reais positivos. Encontre, em função de
n, todos os possíveis valores reais de
x1 x2 x3 x n −1 xn
+ + + + +
x n + x1 + x 2 x1 + x 2 + x3 x 2 + x3 + x 4 xn−2 + x n −1 + x n x n −1 + x n + x1
39
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0080
0080
+
0080080
7 a lg arismos
A B
F G C
E D
AFE → 2cm 2
AED → AGE+ EGD → 2cm 2 + 2cm 2 → 4cm 2
ADC → AGC+ GCD → 2cm 2 + 2cm 2 → 4cm 2
ABC → 2cm 2
40
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Temos então a área dos dois triângulos iguais AFE e ABC como 2cm 2 (cada um) e
a área dos outros dois triângulos iguais AED e ADC como 4cm 2 (cada um),
totalizando 12cm 2 .
W
U
Q
S V
T
a1 a2 a3 a4 14 11 5 X
a5 a6 a7 a8 8
=
a9 a10 a11 a12 12 3
41
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linha a soma é a mesma, a soma de cada uma delas será 136 ÷ 4 = 34 . Como em
cada linha, coluna e diagonal a soma será 34 os valores de X e Y serão:
X = 34 − (14 + 11 + 5 ) = 34 − 30 = 4
Y = 34 − (14 + 8 + 3) = 34 − 25 = 9.
b) Vamos denominar os espaços vazios do quadrado de: b1 ,b2 , b3 ,b4 ,b5 ,b6 , b7 e b8
como mostra a figura:
D1 C1 C2 C3 C4
L1 14 11 5 4
L2 b1 8 b2 b3
L3 12 b4 3 b5
L4 b6 b7 b8 9
D2
Sabendo que em cada linha, coluna ou diagonal a soma é 34, temos as seguintes
equações:
b3 +b5 = 22 (as raízes só podem ser 15 e 6, pois alguns dos números dos outros
pares já aparecem).
b2 +b8 = 26 (as raízes só podem ser 16 e 10, pois alguns dos números dos outros
pares já aparecem).
b4 +b7 = 15 (as raízes só podem ser 13 e 2, pois alguns dos números dos outros
pares já aparecem).
b1+b6 = 8 (as raízes só podem ser 7 e 1, pois se fossem 6 e 2 não daria certo, pois o
2 já aparece em b4 ou b7 ).
Sendo assim, na linha 3 a única combinação qua dá certo é b4 = 13 e b5 = 6, caso
fossem valores diferentes a soma da linha não daria 34. Tendo descoberto esses
dois valores eu posso descobrir os outros:
Se b3 não é 6, só pode ser 15.
Se b7 não é 13, só pode ser 2.
Na linha 2 a única combinação que dá certo é b1 = 1 e b2 = 10, pois caso fossem
outros valores a soma não daria 34.
42
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Tendo descoberto esses outros dois valores posso descobrir mais outros: Se b1 = 1 ,
b6 só pode ser 7. Logo se b6 é 7 e b7 é 2, b8 só pode ser 16.
Sabendo todos os valores desconhecidos, o quadrado mágico completo é assim:
14 11 5 4
1 8 10 15
12 13 3 6
7 2 16 9
P =14
Esses dois lados estarão no meio da figura, e por isso, não serão contados, ou seja,
o perímetro que essa figura vai ocupar na “grande” figura será de apenas 10. Como
são duas desses figuras (nas ‘pontas”), já conseguimos 20 de perímetro dos 2010
que precisamos.
Agora colocamos figuras de perímetro 14 no “meio”
⋅⋅⋅
Como 4 lados de cada figura estarão no meio da grande figura, cada uma delas
ocupará 10, no perímetro 2010.
Teremos que usar 199 destas figuras de perímetro 14, no meio; e 2 figuras de
perímetro 12, nas pontas. Ao todo: 2 × 10 + 199 × 10 = 2010 .
43
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c) Não é possível formar uma figura de perímetro ímpar, porque uma simples peça
tem perímetro par e, toda vez que adicionamos outra peça, o perímetro
aumentou em 10 – 2. (número de lados usados na colagem), que é sempre par.
PROBLEMA 5
Veja a solução do problema 1 do nível 2.
a) Supondo o contrário, isto é, que seja possível um conjunto precioso com 2 peças
duplas, elas estariam intercaladas por uma peça, pois caso contrário, elas se
encaixariam e isto não é possível pois não tem números em comum e isto não seria
de acordo com a regra. Assim, as peças estariam arrumadas dessa forma:
X ? ?
X Y
? ? Y
X
Y
Mas isto é um absurdo, pois não existem peças iguais no jogo (c.q.d).
b) Se formarmos um conjunto precioso com uma peça dupla, ele seria organizado
dessa forma, seguindo as regras do jogo:
44
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X X Y
X Y
X Z Z
Logo, se nós escolhermos as peças duplas e as que não têm contato com ela, nós
formamos o conjunto: Apenas pegamos a peça com o número da peça dupla e um
dos números da que não é dupla e a outra com o número da peça dupla e o outro
número da que não é dupla e organizamos da maneira certa, que é única, como
6
podemos observar. Logo, a quantidade será 7 ⋅ = 105, pois são 7 peças duplas
2
e a outra peça deve ter números diferentes entre si e da peça dupla também, logo,
são 2 números para escolher em 6, já que uma não pode ser usada.
c) A quantidade total de conjuntos preciosos será a quantidade que inclui uma peça
dupla mais a que não tem esse tipo de peça. Já temos pelo item b) que com peça
dupla é 105. Basta contar os conjuntos sem peça dupla.
Esses conjuntos serão da forma
X X Y
W Y
W Z Z
com todos os números diferentes dois a dois. Repare que para cada conjunto de 4
números de 0 a 6 temos 3 conjuntos preciosos que seriam:
X X Y X X Z X X Z
W 1º. Y , W 2º. Z , Y 3º. Z
W Z Z W Y Y Y W W
45
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7
Logo os conjuntos preciosos sem peça dupla totalizam ⋅ 3, que são as maneiras
4
de escolher 4 números dentre 7 vezes 3. Assim,
7 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅1
105 + ⋅ 3 = 105 + ⋅ 3 = 105 + 7 ⋅ 5 ⋅ 3 = 105 + 105 = 210 é a
4 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅1 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅1
quantidade total de conjuntos preciosos.
X X1
α β
X 90° – β Y
180° – 2α
α P β
C
B
Se P é circuncentro de ABC , então ele deve ser a interseção entre as mediatrizes
dos segmentos AB e AC. Como AB e AC são tangentes às circunferências,
B AY = C AX = 90°. Esses dois ângulos têm B AC em comum e portanto
B AX = C AY , que chamarei de α :
B AX = C AY = α
B AC = 90° − α
X AY = 90° + α
46
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21 ≡ 2 ( mod 7 )
22 ≡ 4 ( mod 7 )
23 ≡ 1( mod 7 )
24 ≡ 2 ( mod 7 )
Encontramos o período, então dividimos 2009 por 3. Como o resto dessa divisão é
2, logo 22009 ≡ 4 ( mod 7 ) .
Daí encontramos um absurdo já que qualquer soma dos possíveis restos de dois
cubos jamais será 4. Logo x 3 + y 3 = 22009 não possui solução nos inteiros.
47
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1
y1 = 1 e y2 = − .
x +1
Separemos em dois casos:
1) Caso y = 1.
48
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Resposta:
a +1
(1,1,1) ; −2,1,− e todas as triplas da forma
1 1
a, − ,− , com
2 a +1 a
a ∈ − {0, −1} .
1 1 a +1
Obs. −2 ,1,− → esta solução é da forma a, − ,− .
2 a + 1 a
120° 120°
°
60 120°
60°
120° 120°
a) Resposta: Sim.
Para voltar à posição inicial em 2008 passos, basta seguir as instruções abaixo:
49
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Posição inicial
Posição
inicial
Dê 333 voltas no hexágono (isso dará 1998 passos e depois siga o trajeto abaixo,
em que são usados 10 passos e volta-se à posição inicial. No total, s formiga dará
2008 passos e voltará à posição inicial
b) Resposta: Não.
Pinte as posições da figura inicial de preto e branco alternadamente. A formiga
começa em uma bolinha preta e toda bolinha preta está cercada de bolinhas brancas
e toda bolinha branca está cercada de bolinhas pretas. Assim, quando a formiga
anda um númro par de passos, ela sempre termina em uma bolinha preta e quando
anda um número ímpar de passos, ela sempre terminará em uma bolinha branca.
Como 2009 é ímpar, a formiga, se começar em uma bolinha preta, sempre
terminará em uma bolinha branca; logo, será impossível voltar à posição inicial
depois de 2009 passos.
O1
O X
M
A C1 C
50
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12
32
22 42 ... d
Então já temos 4016 fileiras cujas somas são quadrados perfeitos e distintos. As
duas que faltam são a última linha e última coluna. Seja a2009 ,2009 = d .
Queremos que
12 + 32 + ... + 40152 + d = b 2
,
22 + 42 + ... + 40162 + d = c 2
onde b, c são distintos e maiores que 4016. Subtraindo as equações, temos:
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53
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n n
⇒ ∑ pi ( t ) = ∑ pi ( t −1) + 4.
2 2
i =1 i =1
n
4t t
Por indução, ∀t, ∑ pi ( t ) ≥ 4t ⇒∃i : pi ( t ) ≥ ⇒ pi ( t ) ≥ 2
2 2
i =1 n n
Vamos escolher t grande (veremos que t ≥ 9n3 A ( n − 1) basta).
2
t
Definimos p = pi ( t ) . Da invariância do centro de massa, ∃j , p j ( t ) ∉ C p, ,
n
onde C ( p,r ) = { x ∈ 2
: x − p ≤ r} é o círculo de centro p e raio r. Isso ocorre
t
porque, se todas as pedras estivessem em C p, , que é convexo, seu centro de
n
t t
massa também estaria, o que significa ( 0 ,0 ) ∈ C p, ⇔ p ≤ , absurdo.
n n
Agora vemos as regiões
R1 = C ( p,3 A ( n − 1) )
R2 = C ( p,6 A ( n − 1) )
R3 = C ( p,9 A ( n − 1) )
Rn = C ( p,3nA ( n − 1) ) .
2
Uma das n + 1 regiões R1 ,R2 \ R1 ,R3 \ R2 ,...Rn \ Rn −1 e \ Rn não contém nenhuma
t t
pedra. Como t ≥ 9n3 A ( n − 1) ⇔ ≥ 3nA ( n − 1) , teremos p j ∉ C p,
2
e
n n
t
Rn ⊂ C p, ⇒ p j ∉ Rn ⇒ \ Rn não está vazia. R1 não está vazia porque
2
n
p ∈ R1 . Logo, ∃k ,1 ≤ k ≤ n tal que Rk \ Rk −1 não tem pedras.
Assim temos até n – 1 pedras em Rk −1 e até n – 1 pedras em 2
− Rk .
A distância entre uma pedra de Rk −1 e uma fora de Rk é sempre pelo menos
3 A ( n − 1) (vide definição). As pedras em Rk −1 e as fora de Rk se moverão
independentemente até que duas delas ocupem a mesma posição. Para que isso
54
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∑ p (t ) = 4t + ∑ pi ( 0)
2 2
i
i =1 i =1
55
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aumentado o número de pedras nos centros de O1 ,... e Oγ−1 , e não diminuído, o que
faz com que toda essa sequência seja possível.
Em outras palavras, sem perda de generalidade, O1 = Oγ ⇒ O1 tem centro em X.
Analogamente, podemos supor que, O1' tem centro em X. Agora, após a realização
da operação com centro em X, min{α,β} diminui, e vemos que as seqüências
´
O2 ,...,Oα e O2´,...,O são iguais pela hipótese de indução.
β
56
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n
S ( x1 ,...xn ) pode assumir qualquer valor no intervalo 1, . Por outro lado, se n é
3
n 1 t n
par, g (1,t,1,t,...,1,t ) = + é contínua e tal que g (1) = , enquanto
2 2t + 1 t + 2 3
n n n
lim g ( t ) = . Portanto, S ( x1 ,...,xn ) assume todos os valores do intervalo , .
t →∞ 2 3 2
Se n for ímpar, definamos a função
2 n −1 t n−3 1 n
h ( t ) = S (1,t,1,t,...,1,t,1) = + ⋅ + ⋅ . Temos h (1) = e
t+2 2 t+2 2 2t + 1 3
n −1
h (t ) → quando t → ∞. Segue disso que n pode tomar qualquer valor em
2
n n − 1
3 , 2 . No caso em que n é par, não é difícil resolver o problema se notarmos
x x
que < ∀x, y,z ∈ *+ .
x+ y+z x+ y
De fato:
2k
xi k
x2i −1 x2i
∑i =1 xi −1 + xi + xi +1
= ∑
i =1 x2 i − 2 + x2 i −1 + x2 i
+
x2i −1 + x2i + x2i +1
k
x2i −1 x2i
<∑ + = k.
i =1 x2 i −1 + x2 i x2i −1 + x2i
57
Sociedade Brasileira de Matemática
O absurdo é que x0 ≥ x3 > x6 > x9 > ... > x3n = x0 . A suposição x1 ≤ x4 pode ser
tratada similarmente.
58
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
(a) Encontre o valor mínimo da função f : → dada por f ( x ) = e( x / e ) − x
(aqui e = 2,71828... é a base do logaritmo natural).
(b) Qual destes números é maior: e π ou πe ?
PROBLEMA 2
Seja ζ ∈ uma raiz de x 7 − 1, com ζ ≠ 1. Existe um polinômio Mônico p de grau 2
com coeficientes inteiros cujas raízes são os números z1 = ζ + ζ 2 + ζ 4 e
z2 = ζ + ζ + ζ . Calcule p ( 3) .
3 5 6
PROBLEMA 3
A rã Dõ descansa no vértice A de um triângulo equilátero ABC. A cada minuto a rã
salta do vértice em que está para um vértice adjacente, com probabilidade p de o
salto ser no sentido horário e 1 – p de ser no sentido anti-horário, onde p ∈ ( 0,1) é
uma constante. Seja Pn a probabilidade de, após n saltos, Dõ estar novamente no
vértice A.
(a) Prova que, qualquer que seja p ∈ ( 0 ,1) ,lim Pn = 1 / 3.
n →∞
(b) Prove que existe p ∈ ( 0 ,1 / 100 ) tal que, para algum n ∈ ,Pn = 1 / π.
PROBLEMA 4
Determine a quantidade de números inteiros positivos n menores ou iguais a 31!
Tais que 3n + n é divisível por 31.
PROBLEMA 5
Dados os números reais a, b, c, d, considere a matriz
a b c d
d a b c
A= .
c d a d
b c d a
Se f ( x ) = a + bx + cx 2 + dx3 , prove que
59
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
Considere a sequência a0 ,a1 ,a2 ,... definida por a0 = 0 ,a1 = π / 3 e, para n ≥ 1,
π ( a0 an + a1an −1 + a2 an − 2 + ... + an a0 )
an +1 = .
3 ( n + 1)
Calcule
∞
ak a1 a2 a3
∑2
k =0
k
= a0 + + + + ... .
2 4 8
PROBLEMA 1
1
a) A derivada da função f é f´ ( x ) = ⋅ e( x e) − 1, que se anula apenas para x = e,
e
sendo negativa para x < e e positiva para x > e. Assim, o valor mínimo de f é f (e) =
0.
b) Pelo resultado do item anterior, como π ≠ e temos que f ( π ) > 0 , logo e( π e) > π ,
ou seja, e( ) > πe .
π
PROBLEMA 2
Um polinômio que satisfaz as condições do enunciado é
p ( x ) = x − ( z1 + z2 ) x + z1 z2 .
2
ζ7 − 1
z1 + z2 = ζ + ζ 2 + ζ 3 + ζ 4 + ζ 5 + ζ 6 = −1 + = −1.
ζ −1
z1 z2 = ζ 4 + ζ 6 + ζ 7 + ζ 5 + ζ 7 + ζ 8 + ζ 7 + ζ 9 + ζ10 = 3 + ζ + ζ 2 + ζ 3 + ζ 4 + ζ 5 + ζ 6 = 2.
Logo p ( x ) = x 2 + x + 2 e p ( 3) = 14.
PROBLEMA 3
a) Sejam A, B, e C os vértices do triângulo no sentido anti-horário. Seja Qn (resp.
Rn ) a probabilidade de, após n saltos, Dõ estar no vértice B (resp. C).
Temos P0 = 1,Q0 = R0 = 0 e, para todo n ≥ 0 ,
60
Sociedade Brasileira de Matemática
Pn +1 = (1 − p ) Rn + pQn
(*) Qn +1 = (1 − p ) Pn + pRn
Rn +1 = (1 − p ) Qn + pPn
Dado n natural, seja Dn = max { Pn − Qn , Qn − Rn , Rn − Pn } . Vamos provar que,
para todo n, Dn +1 ≤ max { p,1 − p} . Dn . Dado n, há 6 possibilidades para a ordem
dos números Pn ,Qn ,Rn . Vamos analisar o caso Pn ≤ Qn ≤ Rn (os outros 5 casos são
análogos). Nesse caso, a maior distância Dn entre dois dos números Pn ,Qn e Rn é
Rn − Pn . De (*), obtemos:
Pn +1 − Qn +1 = (1 − p )( Rn − Pn ) + p ( Qn − Rn ) ≤ max {(1 − p )( Rn − Pn ) , p ( Rn − Qn )} ,
≤ max {1 − p, p} . Dn , pois Rn − Pn e Qn − Rn têm sinais contrários.
Qn +1 − Rn +1 = (1 − p )( Pn − Qn ) + p ( Rn − Pn ) ≤ max {(1 − p )( Qn − Pn ) , p ( Rn − Pn )}
≤ max { p,1 − p} ⋅ Dn , pois Pn − Qn e Rn − Pn têm sinais contrários.
Rn +1 − Pn +1 = (1 − p )( Qn − Rn ) + p ( Pn − Qn ) = (1 − p )( Rn − Qn ) + p ( Qn − Pn ) ≤
≤ max { p,1 − p} ⋅ ( Rn − Qn + Qn − Pn ) = max { p,1 − p} ⋅ ( Rn − Pn ) = max { p,1 − p} ⋅ Dn .
Assim, Dn +1 = max { Pn +1 − Qn +1 , Qn +1 − Rn +1 , Rn +1 − Pn +1 } ≤ max { p,1 − p} ⋅ Dn , para
Como Pn + Qn + Rn = 1,∀n ∈ ,
1 P + Qn + Rn ( Pn − Qn ) + ( Pn − Rn ) 2Dn 2
≤ ⋅ ( max { p,1 − p} ) ,∀n ≥ 0.
n
Pn − = Pn − n = ≤
3 3 3 3 3
1
Como 0 < max { p,1 − p} < 1, segue imediatamente que lim Pn − = 0 , e que
n →∞ 3
1
lim Pn = .
n →∞ 3
1 1 1
r∈ tal que P3r +1 > , pois < .
π π 3
EUREKA! N°32, 2010
61
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 4
Pelo pequeno teorema de Fermat, 330 ≡ 1( mod 31) , e logo ( 3 ( mod 31) )
n
é
periódico com período divisor de 30.
Por outro lado, obviamente ( n ( mod 31) ) é periódico com período 31.
Portanto, ( 3n + n ( mod 31) ) é periódico com período divisor de 31 ⋅ 30 = 930.
Pelo teorema chinês dos restos, para cada a com 0 ≤ a ≤ 29 e b com 0 ≤ b ≤ 30 ,
existe um único c ( a,b ) com 0 ≤ c ( a,b ) ≤ 929 tal que c ( a,b ) ≡ a ( mod 30 ) e
c ( a,b ) ≡ b ( mod 31) .
Temos 3c ( a ,b ) + c ( a,b ) ≡ 3a + b ( mod 31) .
62
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PROBLEMA 5
1ª. Solução
Se x é uma raiz quarta da unidade, temos
xf ( x ) = d + ax + bx 2 + cx 3 ,x 2 f ( x ) = c + dx + ax 2 + bx3 e
x 3 f ( x ) = b + cx + dx 2 + ax 3 , de modo que
1 f ( x) 1
xf x
x ( ) x
A 2 = 2 = f ( x) 2 .
x x f ( x) x
3 3 3
x x f ( x) x
Assim, o vetor (1,x,x 2 ,x3 ) é autovetor de A, com autovalor f(x), para x = 1, i, –1, –
i. deduzimos que A possui 4 autovetores independentes e, portanto, det A é o
produto dos respectivos autovalores, ou seja, det A = f (1) f ( i ) f ( −1) f ( −i ) .
2ª. Solução
Observamos que det A é um polinômio do quarto grau nas variáveis a, b, c, d,
enquanto f(1), f(i), f ( –1), f (– i) são polinômios irredutíveis distintos do primeiro
grau nessas mesmas variáveis. Podemos realizar operações lineares nas linhas de A
para provar que o polinômio det A é divisível por f(1), f(i), f (–1), f (–i). Isto fica
mais rápido utilizando a mesma ideia da primeira Solução: se x é raiz quarta da
unidade, multiplicando a segunda coluna por x, a terceira por x2 e a quarta por x3 e
somando tudo isso à primeira coluna, obtemos ( f ( x ) ,xf ( x ) ,x 2 f ( x ) ,x3 f ( x ) ) .
Assim, temos det A = kf (1) f ( i ) f ( −1) f ( −i ) , onde k é uma constante a ser
determinada. Fazendo a = 1 e b = c = d = 0, obtemos det A = 1 e
f (1) f ( i ) f ( −1) f ( −i ) = 1, logo k = 1, como queríamos demonstrar.
PROBLEMA 6
Defina
∞
f ( x ) = ∑ an x n = a0 + a1 x + a2 x 2 + ... + an x n + ...
n =0
Então
63
Sociedade Brasileira de Matemática
( f ( x ) ) = ∑ ∑ a a n
∞ n
2
l x
n −l
n =0 l =0
= ( a0 a0 ) + ( a0 a1 + a1a0 ) x + ...
+ ( a0 an + a1an −1 + a2 an − 2 + ... + an a0 ) x n + ...
e
∞
f´ ( x ) = ∑ ( n + 1) an +1 x n
n=0
3
π π
exceto pelo coeficiente constante. Temos portanto f´ ( x ) − ( f ( x ) ) = . Logo
2
3 3
temos
df π 2 df π
= ( f + 1) ⇔ ∫ 2 = ∫ dx ⇔
dx 3 f +1 3
π π
⇔ arctg f = ( x + C ) ⇒ f ( x ) = tg ( x + C )
3 3
Como f ( 0 ) = a0 = 0 , concluímos que C = 0, e portanto
∞
ak 1 π 1
∑2
k =0
k
= f = tg =
2 6 3
.
64
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Seja f :[0,1] → [0,1] crescente, derivável e inversível.
1 1
Se ∫
0
f ( x)dx = ∫ f −1 ( x)dx , prove que existem dois reais diferentes a e b,
0
PROBLEMA 2
Seja N = {0,1,2,3,...}. Dados conjuntos A, B ⊂ N , para cada inteiro positivo n
denote por r(A, B, n) o número de soluções da equação a + b = n, a ∈ A, b ∈ B .
Prove que existe n0 ∈ tal que r(A, B, n + 1)> r(A, B, n) para todo n > n0 se e
somente se N \ A e N \ B são finitos.
PROBLEMA 3
Dados n, a1 , a2 ,..., an inteiros positivos, definimos q0 = 1, q1 = a1 e
qk +1 = ak +1qk + qk −1 , para 1 ≤ k ≤ n − 1 .
Prove que, dado c > 1, existe K > 0 tal que, para todo M > K, existem n inteiro
positivo e a1 , a2 ,..., an pertencentes a {1,2} tais que M ≤ qn < c ⋅ M .
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja H o hiperboloide de equação 3x 2 + 3y 2 − z 2 − 1 = 0 .
i) Prove que todo ponto ( x, y, z ) ∈ H pertence a exatamente duas retas contidas
em H.
ii) Prove que todas as retas contidas em H formam o mesmo ângulo com o plano de
equação z = 0, e determine esse ângulo.
65
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Ache todas as funções f : Z → Z que satisfazem:
i) f (f (n)) = f (n + 1), para todo n ∈ Z .
ii) f(2009n + 2008) = 2009.f(n) para todo n ∈ Z .
PROBLEMA 6
Para n inteiro positivo seja f(n) o número de produtos de inteiros maiores que 1
cujo resultado é no máximo n, isto é, f(n) é o número de k-uplas ( a1 , a2 ,..., ak )
onde k é algum natural, ai ≥ 2 é inteiro para todo i e a1 ⋅ a2 ⋅ ... ⋅ ak ≤ n (contando a
0-upla vazia ( ), cujo produto dos termos é 1).
Assim, por exemplo, f(1) = 1, por causa da 0-upla ( ) e f(6) = 9, por causa da 0-upla
( ), das 1-uplas (2), (3), (4), (5) e (6) e das 2-uplas (2, 2), (2, 3) e (3, 2).
∞
1
Seja α > 1 tal que ∑ mα
m =1
= 2.
a) Prove que existe uma constante K > 0 tal que f ( n) ≤ K ⋅ nα para todo inteiro
positivo n.
b) Prove que existe uma constante c > 0 tal que f ( n) ≥ c ⋅ nα para todo inteiro
positivo n.
( )
Então, f −1 f ( x ) = x > f −1 ( x ) ∀x, pois f crescente ⇔ f −1 crescente.
Logo, seria f ( x ) > x > f −1 ( x ) , ∀x ∈ ( 0,1) ⇒
66
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1
∫ f ( x ) dx > ∫ xdx > ∫ f −1 ( x ) dx, um absurdo, pois
0 0 0
1 1
∫ f ( x ) dx = ∫
0 0
f −1 ( x ) dx.
Se supusermos f ( x ) < x, ∀x ∈ ( 0,1) temos um resultado análogo.
Suponha agora que existam x1 e x2 ∈ ( 0,1) tais que f ( x1 ) > x1 e f ( x2 ) < x2 .
Sendo f diferenciável, é também contínua, donde g : [ 0,1] → , g (t ) = f (t ) − t é
contínua.
Note que g ( x1 ) > 0 e g ( x2 ) < 0, logo, pelo teorema do valor intermediário,
existe c ∈ ( x1 , x2 ) tal que g ( x ) = 0 ⇒ f ( c ) = c, o que prova o resultado.
(III) Pelo teorema do valor médio, existem a ∈ ( 0, c ) e b ∈ ( c,1)
f (c)
f (c) − f ( 0 ) = f ´( a ) ⋅ ( c − 0 ) ⇒ f ´( a ) = =1
c
tais que .
f (1) − f c = f ´ b ⋅ 1 − c ⇒ f ´ b = 1 − f ( c ) = 1
( ) ( )( ) ( )
1− c
67
Sociedade Brasileira de Matemática
Fj = − =
5 2 2 5 2
é o j-ésimo termo da sequência de Fibonacci. Assim,
j
1+ 5 1+ 5
q j = (1 + o (1) ) c para j grande, onde c = . Por outro lado, temos
2 2 5
qk +1 = 2qk + qk −1 para r ≤ k ≤ m − 1, e logo qr + j = u j +1qr + u j qr −1 , onde ( u j )
j ≥0
68
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1 + o (1)
((1 + 2 ) q + q ) (1 + 2 )
j
qr + j = r r −1
2 2
1 + o (1)
r
5 −1 j 1+ 5
= 1 + 2 +
2
c 1 + 2 ( )
2 2 2
r
4 + 10 + 2 j 1+ 5
= (1 + o (1) )
8
c 1 + 2 , ( )
2
para j e r grandes.
1+ 5
Como log 1 + 2 ( ) log é irracional (pois não é possível termos
2
m
1+ 5
( )
n
1 + 2 = , com m e n inteiros positivos), a conclusão do problema
2
segue (tirando logaritmos) do seguinte fato, que é provado a seguir:
Dados α , β > 0 tais que α β é irracional, ε > 0 e r > 0, existe x0 > 0 tal que,
para qualquer x ∈ , x ≥ x0 , existem inteiros m, n ≥ r tais que
mα + nβ − x < ε .
69
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PROBLEMA 4: SOLUÇÃO DE GABRIEL LUIS MELLO DALALIO (S.J. DOS CAMPOS – SP)
Tomando um ponto ( x, y , z ) ∈ H , podemos representar uma reta que passa por
esse ponto como:
r : {( x + ka, y + kb, z + kc ) , ∀k ∈ }. Para ( a, b, c ) que façam r estar contida em
H teremos:
3 ( x + ka ) + 3 ( y + kb ) − ( z + kc ) − 1 = 0, ∀k ∈
2 2 2
⇒
⇒ 3 x 2 + 6 xka + 3k 2 a 2 + 3 y 2 + 6 ykb + 3k 2b 2 − z 2 − 2 zkc − k 2 c 2 − 1 = 0, ∀k ∈
Como 3 x 2 + 3 y 2 − z 2 − 1 = 0, pois ( x, y, z ) ∈ H tem-se:
3 xa + 3 yb − zc = 0 (I)
2
3a + 3b − c = 0 (II)
2 2
(I) (II)
Cone
Plano
Como o menor ângulo que a direção (a, b, c) forma com o plano z = 0 é igual a
c
arctg , por (II) tem-se:
a +b
2 2
70
Sociedade Brasileira de Matemática
c
( )
c
θ = arctg = arctg 2 = arctg 3 = 60°.
a +b
2 2
c
3
Assim está provado ii), qualquer reta contida em H terá ângulo igual a 60° com o
plano z = 0.
A solução do sistema é a interseção do plano com o cone, que pode ser apenas a
origem, o que indicaria que não haveria r possível, ou pode ser igual a duas retas,
indicando duas direções possíveis para (a, b, c), ou seja, duas retas r possíveis, ou
ainda uma reta apenas de interseção, que é o caso de ( 3 x,3 y , − z ) ter ângulo
menor de 30° com o plano z = 0.
Para que haja interseção de duas retas, o vetor normal do plano ( 3 x,3 y, − z ) deve
ter um ângulo formado com o plano z = 0 menor que o ângulo do cone, que é de
30° . Esse ângulo é dado por
z z 1
arctg < arctg = arctg = 30°
9x + 9 y
2 2 2
3z 3
( )
(pois 9 x 2 + 9 y 2 = 3 z 2 + 1 > 3 z 2 ).
z
Então, como arctg < 30°, fica provado o item i).
9x2 + 9 y2
PROBLEMA 5: SOLUÇÃO DE JOSIAS ELIAS DOS SANTOS ROCHA (MURIBECA - SE)
Se f é injetiva, teremos f (n) = n + 1, pois f ( f (n) ) = f ( n + 1) e além disso a
função f (n) = n + 1 satisfaz (ii) f (2009n + 2008) = 2009 f ( n ) . Suponhamos
então que f (n1 ) = f ( n2 ) com n1 < n2 ⇒ f ( n1 ) = f ( n2 ) ⇒ f ( n1 +1) = f ( n2 +1) ;
2 2
71
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⇒ 2009 a1 ≤ a1 ⇒ a1 = 0 ⇒ a1 = 0 ⇒ f ( ∩ [ n1 , +∞ ) ) = {0}.
(1) f ( n ) = n + 1, ∀n ∈ . (2) f ( n ) = 0, ∀n ∈ .
n + 1, se n ≤ −1
(3) f ( n ) = .
0, se n ≥ −1
PROBLEMA 6: SOLUÇÃO DA BANCA
72
Sociedade Brasileira de Matemática
∞
1
Note também que α < 2 , pois a função ζ (α ) = ∑ mα
m =1
é decrescente e
∞
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
∑m
m =1
2
= 1+ + + + + +
4 9 16 25 36 49
+...<1+ + + + + + +...
4 4 16 16 16 16
1 1
=1+ + +...= 2.
2 4
Vamos resolver o item a): Mostraremos que f ( x ) ≤ xα , ∀x ≥ 1, por indução em
x
x . Temos f ( x ) = 1 ≤ x , ∀x ∈ (1, 2] . Para x ≥ 2 temos < x , ∀m ≥ 2,
α
m
e portanto, por hipótese de indução,
α
x
x
x
x 1
f ( x ) = 1 + ∑ f ≤ 1 + ∑ = 1 + xα 1 − ∑ α
m m=2 m
m=2 m > x m
∞
1 ∞ 1
(pois ∑ mα
m=2
= ∑ α
m =1 m
− 1 = 1).
α α α α α
1 x x x x x
Como x ∑ α >
α
+ + + + ≥
m > x m x +1 x + 2 x + 3 x + 4 x + 5
α α α α α 2 2 2 2 2
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
≥ + + + + > + + + + > 1, para
3 4 5 6 7 3 4 5 6 7
todo x ≥ 2, segue que f ( x ) < xα , o que prova o resultado.
Vamos agora resolver o item b). Mostraremos inicialmente que 2α > 3. De fato,
1 1 1 1 1 1 1 2 4 1 1 1 1
1= α
+ α + α + ... > α + α + α + ... = α + α + α + ... = α −1 + α −1 + α −1 + ...
2 3 4 2 4 4 2 4 8 2 2 4 8
1 1
⋅ α −1
= 2 2 = 1 , donde 2α − 2 > 1 e logo 2α > 3. Vamos mostrar que, se
α
1
1 − α −1 2 − 2
2
3k 1
k ≥ 6 e x < 2k , então f ( x ) ≥ cxα ⋅ k ≥ cxα , onde c = o que
3 −9⋅2 k
20480
claramente implica o resultado. Note que essa desigualdade vale para k = 6 e
x < 26 , pois nesse caso
73
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3k α 81 xα x2 212
cx kα
= cx α
< 5⋅c ⋅ x = < < = 1 ≤ f ( x).
3 − 9 ⋅ 2k 17 4096 4096 4096
Vamos agora mostrar essa desigualdade por indução em k.
Suponhamos que ela vale para um certo k ≥ 6.
3k +1
Mostraremos que f ( x ) ≥ cxα ⋅ para todo x com 2k ≤ x < 2k +1. Para
3k +1 − 9 ⋅ 2k +1
x
um tal valor de x, temos 1 ≤ < 2k para 2 ≤ m ≤ x , e logo
m
α
x
x 2k
x 3 k 2k
x 3k 1
f ( x) =1+ ∑ f > ∑ f ≥ c ⋅ k k ∑
⋅ = c ⋅ ⋅xα ⋅ 1− ∑ α .
m=2 m m=2 m 3 − 9⋅ 2 m=2 m 3 − 9⋅ 2
k k
m>2k m
1 1 1 1 1 1 1
Temos ∑ α < ∑ α = + +... + + ( k+1)α +... + +... <
( 2 ) ( 2 +1) ( 2 −1) 2 ( 2 −1)
α α α α
m>2k m m≥2k m
k k k +1 k +2
k k +1
2k 2 k +1 1 1 2 2
< kα
+ ( k +1)α
+ ... = k (α −1) + ( k +1)(α −1) + ... < + + ...
2 2 2 2 3 3
k k +1 k
α −1 2α 3 2 2 2
pois 2 = > , e, como + + ... = 3 ⋅ , temos
2 2 3 3 3
3k 2
k
3 k +1
f (x) > c ⋅ k ⋅ x α
⋅ 1 − 3 > c ⋅ ⋅ xα , pois
3 − 9 ⋅ 2k 3 3 k +1
− 9 ⋅ 2 k +1
3k 2 3 − 3⋅ 2
k k k
3k +1
⋅ 1 − 3 ⋅ = > (de fato, essa última
3k − 9 ⋅ 2k 3 3 −9⋅2
k k
3k +1 − 9 ⋅ 2k +1
6 ⋅ 2k 9 ⋅ 2 k +1
desigualdade pode ser escrita como 1 + k > 1 + k +1 , que
3 − 9 ⋅ 2k 3 − 9 ⋅ 2 k +1
( ) ( )
equivale a 6 3k +1 − 9 ⋅ 2k +1 > 18 3k − 9 ⋅ 2k , que por sua vez equivale a
162 ⋅ 2k > 108 ⋅ 2k , que obviamente vale para todo k).
Obs: α é aproximadamente igual a 1,7286472389....
f ( x) −1
Kálmar provou que lim = = 0,3181736521...
x→∞ xα
αζ ´(α )
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Nível Universitário
NOME CIDADE – ESTADO PRÊMIO
Leonardo Ribeiro de Castro Carvalho São Paulo – SP Ouro
Régis Prado Barbosa Fortaleza – CE Ouro
Rafael Assato Ando Campinas – SP Ouro
Rafael Daigo Hirama Campinas – SP Ouro
Guilherme Rodrigues Nogueira de Souza São Paulo – SP Ouro
Adenilson Arcanjo de Moura Junior Fortaleza – CE Ouro
Felipe Rodrigues Nogueira de Souza São Paulo – SP Ouro
Ramon Moreira Nunes Fortaleza – CE Ouro
Thomás Yoiti Sasaki Hoshina Rio de Janeiro – RJ Prata
Rafael Tupynambá Dutra Belo Horizonte – MG Prata
Luís Fernando Schultz Xavier da Silveira Florianópolis – SC Prata
Thiago Costa Leite Santos São Paulo – SP Prata
Gabriel Ponce São Carlos – SP Prata
Carlos Henrique Melo Souza S.J. dos Campos – SP Prata
Marcelo Matheus Gauy São Paulo – SP Prata
Antônio Felipe Cavalcante Carvalho Fortaleza – CE Prata
Kellem Corrêa Santos Rio de Janeiro – RJ Prata
Rafael Montezuma Pinheiro Cabral Fortaleza – CE Prata
Ricardo Turolla Bortolotti Rio de Janeiro – RJ Bronze
Alexandre Hideki Deguchi Martani São Paulo – SP Bronze
Rafael Sampaio de Rezende Fortaleza – CE Bronze
Maurício de Lemos Rodrigues Collares Neto Aracajú – SE Bronze
Joas Elias dos Santos Rocha Muribeca – SE Bronze
Gabriel Luís Mello Dalalio S.J. dos Campos – SP Bronze
Carlos Coelho Lechner Rio de Janeiro – RJ Bronze
Enzo Haruo Hiraoka Moriyama São Paulo – SP Bronze
Paulo Sérgio de Castro Moreira Fortaleza – CE Bronze
Helder Toshiro Susuki São Paulo – SP Bronze
Mateus Oliveira de Figueiredo Fortaleza – CE Bronze
Gabriel Caser Brito Rio de Janeiro – RJ Bronze
Paulo André Carvalho de Melo S.J. dos Campos – SP Bronze
Caio Ishizara Costa S.J. dos Campos – SP Bronze
Willy George do Amaral Petrenko Rio de Janeiro – RJ Bronze
Sidney Cerqueira Bispo dos Santos Filho S.J. dos Campos – SP Bronze
Rafael Endlich Pimentel Vitória – ES Bronze
Guilherme Philippe Figueiredo São Paulo – SP Bronze
Bruno da Silva Santos Belford Roxo – RJ Bronze
Francisco Osman Pontes Neto Fortaleza – CE Bronze
Luty Rodrigues Ribeiro S.J. dos Campos – SP Bronze
79
Sociedade Brasileira de Matemática
80
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXXII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 12 de junho de 2010
Segunda Fase – Sábado, 18 de setembro de 2010
Terceira Fase – Sábado, 16 de outubro de 2010 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 17 de outubro de 2010 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 18 de setembro de 2010
Segunda Fase – Sábado, 16 e Domingo, 17 de outubro de 2010
81
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Disney Douglas Lima de Oliveira (UFAM) Manaus – AM
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Edney Aparecido Santulo Jr. (UEM) Maringá – PR
Élio Mega (Grupo Educacional Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Graziela de Souza Sombrio (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
Gilson Tumelero (UTFPR) Pato Branco – PR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Jose de Arimatéia Fernandes (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Nivaldo de Góes Grulha Jr. (USP – São Carlos) São Carlos – SP
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Uberlândio Batista Severo (UFPB)) João Pessoa – PB
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
82
CONTEÚDO
XVI OLIMPÍADA DE MAIO
Enunciados e resultado brasileiro 2
ARTIGOS
RAÍZES DA UNIDADE
Anderson Torres & Eduardo Tengan 33
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
Um recipiente fechado com formato de paralelepípedo retangular contém 1 litro de
água. Se o recipiente se apoia horizontalmente sobre três faces distintas, o nível da
água é de 2cm, 4cm e 5cm.
Calcule o volume do paralelepípedo.
PROBLEMA 2
Na etapa 0 escrevem-se os números 1, 1.
Na etapa 1 intercala-se a soma dos números 1, 2, 1.
Na etapa 2 entre cada par de números da etapa anterior intercala-se a soma deles:
1, 3, 2, 3, 1.
Uma etapa mais: 1, 4, 3, 5, 2, 5, 3, 4, 1.
Quantos números há na etapa 10?
Qual é a soma de todos os números que há na etapa 10?
PROBLEMA 3
É possível pintar os inteiros positivos com três cores de modo que, sempre que se
somam dois números de cores distintas, o resultado da soma seja da terceira cor?
(Há que usar as três cores.) Se a resposta é afirmativa, indique um possível modo
de pintar; se não é possível, explique o porquê.
PROBLEMA 4
Encontre todos os números naturais de 90 dígitos que são múltiplos de 13 e têm os
primeiros 43 dígitos iguais entre si e distintos de zero, os últimos 43 dígitos iguais
entre si, e os 4 dígitos do meio são 2, 0, 1, 0, nessa ordem.
PROBLEMA 5
Num tabuleiro de 2 × 7 quadriculado em casas de 1 × 1 se consideram os 24 pontos
que são vértices das casas. João e Matias jogam sobre este tabuleiro. João pinta de
vermelho uma quantidade igual de pontos em cada uma das três linhas horizontais.
Se Matias pode escolher três pontos vermelhos que sejam vértices de um triângulo
acutângulo, Matias vence o jogo. Qual é a máxima quantidade de pontos que João
pode pintar para ter certeza de que Matias não vencerá? (Para o número
encontrado, dê um exemplo de pintura que impeça que Matias vença e justifique
por quê Matias vence sempre se o número é maior.)
2
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SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Determine o menor inteiro positivo que tenha todos seus dígitos iguais a 4, e que
seja múltiplo de 169.
PROBLEMA 2
Consideramos o retângulo ABCD e a circunferência de centro D e raio DA, que
corta o prolongamento do lado AD no ponto P. A reta PC corta a circunferência no
ponto Q e o prolongamento do lado AB no ponto R. Demonstre que QB = BR.
PROBLEMA 3
Encontre o menor k > 2 para o qual existem k números inteiros consecutivos, tais
que a soma dos seus quadrados é um quadrado.
PROBLEMA 4
Seja n um inteiro tal que 1 < n < 2010. Dado um polígono regular de 2010 lados e
n moedas, devemos pintar os vértices do polígono utilizando n cores dadas, e logo
colocar as n moedas em n vértices do polígono. Em seguida, a cada segundo, todas
as moedas se deslocam para o vértice vizinho, girando no sentido dos ponteiros do
relógio.
Determine os valores de n para os quais é possível pintar e escolher as posições
iniciais das moedas, de forma que em todo momento as n moedas estejam todas em
vértices de cores distintas.
PROBLEMA 5
Temos as seguintes peças: um retângulo de 4 × 1, dois retângulos de 3 × 1, três
retângulos de 2 × 1 e quatro quadrados de 1 × 1. Ariel e Bernardo jogam o seguinte
jogo num tabuleiro de n × n , onde n é um número escolhido por Ariel. A cada
movimento, Bernardo recebe de Ariel uma peça R. Em seguida Bernardo analisa se
poderá colocar R no tabuleiro de modo que não tenha pontos em comum com
nenhuma das peças colocadas anteriormente (nem sequer um vértice em comum).
Se existe uma tal colocação para R, Bernardo deve escolher uma delas e colocar R.
3
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RESULTADO BRASILEIRO
4
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PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Pedro tem que escolher duas frações irrredutíveis, cada uma com numerador e
denominador positivos, tais que:
PROBLEMA 2
Marcam-se em uma reta 44 pontos, numerados 1, 2, 3, ..., 44 da esquerda para a
direita. Vários grilos saltam na reta. Cada grilo parte do ponto 1, salta por pontos
marcados e termina no ponto 44. Além disso, cada grilo sempre salta de um ponto
marcado a outro marcado com um número maior.
Quando todos os grilos terminaram da saltar, notou-se que para cada par i, j, com
1 ≤ i ≤ j ≤ 44, há um grilo que saltou diretamente do ponto i para o ponto j, sem
pousar em nenhum dos pontos entre eles.
Determine a menor quantidade de grilos para que isso seja possível.
5
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Recortar um polígono convexo de n lados significa escolher um par de lados
consecutivos AB, BC do polígono e substituí-los por três segmentos AM, MN, e
NC, sendo M o ponto médio de AB e N o ponto médio de BC. Em outras palavras,
corta-se o triângulo MBN e obtem-se um polígono convexo de n + 1 lados.
Seja P6 um hexágono regular de área 1. Recorta-se P6 e obtém-se o polígono P7.
Então recorta-se P7, de uma das sete maneiras possíveis, e obtém-se o polígono P8,
e assim sucessivamente. Prove que, independentemente de como sejam feitos os
recortes, a área de Pn é sempre maior do que 2 3.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Pablo e Sílvia jogam em um tabuleiro 2010 × 2010. Primeiro Pablo escreve um
número inteiro em cada casa. Feito isso, Sílvia repete tantas vezes quanto quiser a
seguinte operação: escolher três casas que formem um L, como uma figura, e
somar 1 a cada número dessas três casas. Sílvia ganha se fizer com que todos os
números do tabuleiro sejam múltiplos de 10.
Demonstre que Sílvia sempre pode escolher uma sequência de operações com as
quais ela ganha o jogo.
PROBLEMA 5
O incírculo do triângulo ABC toca os lados BC, CA, e AB em D, E e F,
respectivamente. Sejam ωa , ωb e ωc os circuncírculos dos triângulos EAF, DBF e
DCE, respectivamente. As retas DE e DF cortam ωa em Ea ≠ E e
Fa ≠ F , respectivamente. Seja rA a reta Ea Fa . Defina rB e rC de modo análogo.
Prove que as retas rA , rB e rC determinam um triângulo cujos vértices pertencem
aos lados do triângulo ABC.
PROBLEMA 6
Determine se existe uma sequência infinita a0 , a1 , a2 , a3 ,... de inteiros não negativos
que satisfaz as seguintes condiciones:
(i) Todos os números inteiros não negativos aparecem na sequência uma única vez;
(ii) A sequência bn = an + n, n ≥ 0, é formada por todos os números primos, cada
um aparecendo uma única vez.
6
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PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Determine todas as funções f : → tais que
f ( x y ) = f ( x ) f ( y )
para os números x, y ∈ . ( z designa o maior inteiro que é menor ou igual a z).
PROBLEMA 2
Seja ABC um triângulo, I o seu incentro e Γ a sua circunferência circunscrita. A
recta AI intersecta novamente Γ no ponto D. Sejam E um ponto do arco BDC e F
um ponto do lado BC tais que
1
B AF = C AE < B AC.
2
Seja G o ponto médio do segmento IF. Mostre que as rectas DG e EI se intersectam
sobre Γ .
PROBLEMA 3
Seja * o conjunto dos inteiros positivos. Determine todas as funções
g : * → * tais que
7
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( g ( m) + n ) ( m + g ( n))
é um quadrado perfeito para todos m, n ∈ *.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja Γ a circunferência circunscrita ao triângulo ABC e P um ponto no interior do
triângulo. As rectas AP, BP e CP intersectam novamente Γ nos pontos K, L, e M,
respectivamente.
A recta tangente a Γ em C intersecta a recta AB em S. Supondo que SC = SP,
mostre que MK = ML.
PROBLEMA 5
Em cada uma das seis caixas B1 , B2 , B3 , B4 , B5 , B6 há inicialmente só uma moeda.
Dois tipos de operações são possíveis:
Tipo 1: Escolher uma caixa não vazia B j , com 1 ≤ j ≤ 5. Retirar uma moeda da B j e
adicionar duas moedas a B j +1.
Tipo 2: Escolher uma caixa não vazia Bk , com 1 ≤ k ≤ 4. Retirar uma moeda da Bk e
trocar os conteúdos das caixas (possivelmente vazias) Bk +1 e Bk + 2 .
Determine se existe uma sucessão finita destas operações que deixa as caixas
2010
B1 , B2 , B3 , B4 , B5 vazias e a caixa B6 com exactamente 20102010 moedas. (Observe
c
que a b = a
(b ) . )
c
PROBLEMA 6
Seja a1 , a2 , a3 ,... uma sucessão de números reais positivos. Sabe-se que para algum
inteiro positivo s,
an = max {ak + an − k tal que 1 ≤ k ≤ n − 1}
para todo n > s. Mostre que existem inteiros positivos e N, com ≤ s, tais que
an = a + an − para todo n ≥ N .
8
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PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Numa fila de dez moedas indistinguíveis há duas delas que são falsas, ocupando
posições consecutivas. Para cada conjunto de posições, pode-se perguntar quantas
moedas falsas ele contém. É possível determinar quais são as moedas falsas
fazendo apenas duas destas perguntas? Não se sabe a resposta da primeira pergunta
antes de se formular a segunda.
PROBLEMA 2
Determinar se existem números inteiros positivos a e b tais que todos os termos da
sucesão definida por x1 = 2010, x2 = 2011,
xn + 2 = xn + xn +1 + a xn xn +1 + b , n ≥ 1,
sejam inteiros.
PROBLEMA 2
A circunferência Γ inscrita ao triângulo escaleno ABC é tangente aos lados BC,
CA e AB nos pontos D, E e F respectivamente. A recta EF corta a recta BC em G.
A circunferência de diâmetro GD corta Γ em R ( R ≠ D ) . Sejam P e Q
( P ≠ R, Q ≠ R ) as intersecções de BR e CR com Γ , respectivamente. As rectas BQ
9
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SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
As médias aritmética, geométrica e harmônica de dois números inteiros positivos
distintos são números inteiros. Encontrar o menor valor possível para a média
aritmética.
Nota: Se a e b são números positivos, suas médias aritméticas, geométrica e
a+b 2
harmônica são respectivamente: , a ⋅b e .
2 1 1
+
a b
PROBLEMA 5
Seja ABCD um quadrilátero cíclico sujas diagonais AC e BD são perpendiculares.
Sejam O o circuncentro de ABDC, K a intersecção das diagonais, L ≠ O a
intersecção das circunferências circunscritas a OAC e OBD, e G a intersecção das
diagonais do quadrilátero cujos vértices são os pontos médios dos lados de ABCD.
Provar que O, K, L e G são colineares.
PROBLEMA 6
Ao redor de uma mesa circular sentam-se 12 pessoas e sobre a mesa há 28 vasos de
flores. Duas pessoas podem ver-se uma à outra se, e somente se, não há nenhum
vaso alinhado com elas. Provar que existem pelo menos duas pessoas que podem
ver-se.
10
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♦ Nível Intermediário
O objetivo deste artigo é mostrar uma técnica que pode ser bastante útil na
hora de resolver problemas de olimpíadas de Matemática.Tal técnica consiste em
você associar um polinômio a uma determina expressão. Com isso você pode
calcular o valor de expressões trigonométricas, expressões algébricas e mostrar que
um determinado número é irracional.
I) EXPRESSÕES TRIGONOMÉTRICAS
SOLUÇÃO:
a) cos ( 4α ) = cos ( 3α ) ⇔ 4α = 3α + 2kπ ou 4α = −3α + 2kπ ⇔ α = 2kπ ou
2kπ 2π 4π 6π
α= , logo 1,cos ,cos , cos são as raízes dessa equação.
7 7 7 7
Por outro lado temos que cos ( 4α ) = 8 ⋅ cos 4 α − 8 ⋅ cos 2 α + 1 e
cos ( 3α ) = 4 ⋅ cos3 α − 3 ⋅ cos α . Faça cos α = t. Daí temos que
cos ( 4α ) = cos ( 3α ) ⇔ ( t − 1) ⋅ ( 8t 3 + 4t 2 − 4t − 1) = 8 ⋅ t 4 − 4 ⋅ t 3 − 8 ⋅ t 2 + 3 ⋅ t + 1 = 0.
Assim, a equação (8t 3
+ 4t 2 − 4t − 1) = 0 tem como
2π 4π 6π
soluções cos ,cos ,cos .
7 7 7
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π 2π 3π 1
EXERCÍCIO RESOLVIDO 3 (IMO 1963): Prove que cos − cos + cos = .
7 7 7 2
SOLUÇÃO: Note que
π π 3π 3π 5π 5π π 3π 5π
3⋅ + 4⋅ = π ,3 ⋅
+ 4⋅ = 3π e 3 ⋅ + 4⋅ = 5π , logo , , são
7 7 7 7 7 7 7 7 7
soluções da equação cos 4 x = − cos3x.
7x x 7x
Essa equação equivale a cos 4 x + cos3 x = 0 ⇔ 2 ⋅ cos ⋅ cos = 0 ⇔ cos = 0 ou
2 2 2
x
cos = 0.
2
7x
PARTE 1: Resolver a equação cos =0
2
7x π π 2 kπ π 3π 5π 9π 11π 13π
= + kπ ⇒ x = + ⇒ x = , , ,π , , , , mas
2 2 7 7 7 7 7 7 7 7
π 13π 3π 11π 5π 9π
cos = cos ,cos = cos ,cos = cos , logo há 4 soluções distintas
7 7 7 7 7 7
π 3π 5π
entre 0 e 2π : , , , π .
7 7 7
x
PARTE 2: Resolver a equação cos = 0
2
12
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x π
= + kπ ⇒ x = π + 2kπ , logo x = π é a única solução entre 0 e 2π .
2 2
Por outro lado temos que cos 4 x = 8cos 4 x − 8cos 2 x + 1 e cos3 x = 4cos3 x − 3cos x.
cos4 x = − cos3x ⇔ 8cos4 x + 4cos3 x − 8cos2 x − 3cos x + 1 = 0 ⇔ 8t 4 + 4t 3 − 8t 2 − 3t + 1 = 0,
onde t = cos x.
Claramente –1 é raiz desse polinômio, e temos 8t4 +4t3 – 8t2 – 3t + 1 =
(t +1) · (8t3 – 4t2 – 4t + 1), donde o polinômio 8t3 – 4t2 – 4t + 1 tem como raízes
π 3π 5π
cos ,cos ,cos . Logo temos pelas relações de Girard que:
7 7 7
π 3π 5π 4 1 π 2π 3π
cos + cos + cos = = = cos − cos − cos .
7 7 7 8 2 7 7 7
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14
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
π 2π 3π 7
1) (EUA) Prove que sen ⋅ sen
⋅ sen = .
7 7 7 8
2) (Vietnã 1982) Ache a, b, c inteiros tais que as raízes da equação ax2 + bx + c = 0
são cos 720 e cos 1440.
3) (Prova de Seleção da Romênia para a IMO 1970): Prove que para todo inteiro
positivo n:
tg
π
⋅ tg
2π
⋅ tg
3π
...tg
( n − 1) π ⋅ tg nπ = 2n + 1.
2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1
15
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1
11) Prove que cos 200. cos 400.cos 800 = .
8
12) Prove que:
π 2π 3π
a) tg ⋅ tg
⋅ tg = 7.
7 7 7
π 2π 3π 4π 5π 6π
b) tg ⋅ tg ⋅ tg ⋅ tg ⋅ tg ⋅ tg = 13 .
13 13 13 13 13 13
13) Prove que cossec 6° + cossec 78° − cossec 42° − cossec 66° = 8.
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SITES ACESSADOS
[1] The IMO Compendium, Disponível em
<http://www.imomath.com/index.php?options=oth|other&p=0>, Acesso em: 10/08/2009.
[2] Treinamento do Cone Sul. Disponível em: < http://treinamentoconesul.blogspot.com/>,
Acesso em: 12/08/2009.
[3]Notas de Aula de Kin Yin Li. Disponível em:
<http://www.math.ust.hk/~makyli/190_2003Fa/lect-notes_03fa.pdf>, Acesso em:
15/08/2009.
[4] Página de Olimpíada da Sociedade Canadense de Matemática. Disponível em:
< http://www.cms.math.ca/Olympiads/ >, Acesso em: 20/07/2009.
[5] Matemática Nick Puzzles. Disponível em: < http://www.qbyte.org/puzzles/>, Acesso
em : 15/11/2009.
[6] Olimpíada Brasileira de Matemática. Disponível em: <http://www.obm.org.br >, Acesso
em: 20 /11/2009.
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♦ Nível Intermediário
INTRODUÇÃO
18
Sociedade Brasileira de Matemática
α+β α −β
Fazendo a + b = α e a − b = β teremos que a = e b= , cujos
2 2
valores substituídos nas relações (e), (f), (g) e (h) fornecerão as seguintes relações
α + β α − β
sen α + sen β = 2 sen cos
2 2
α − β α + β
sen α − sen β = 2 sen cos
2 2
α + β α − β
cos α + cos β = 2 cos cos
2 2
α + β α − β
cos α − cos β = −2 sen sen , que são as conhecidas
2 2
Fórmulas de Transformação de soma em produto ou Fórmulas de Prostaférese.
A FÓRMULA DE EULER
x 2 x3 xn x 2 x3
e x = lim1 + x + + + … + = 1 + x + + + … (j)
n →∞
2 3! n! 2 3!
A expressão da direita pode ser usada para definir ex para x para x complexo.
Analogamente demonstra-se que
19
Sociedade Brasileira de Matemática
x3 x5
n −1
xn x3 x5
sen x = lim x − + − … + (−1) 2 = x− + −… (k)
n →∞
3! 5! n! 3! 5!
e que
x2 x4 n x
2n
x2 x4
cos x = lim1 − + + … + (−1) = 1− + −… (l)
n →∞
2 4! (2n)! 2! 4!
Y2 Y4 Y3 Y5
e iY = 1 − + − … + i Y − + − … = cos Y + i sen Y (m)
2 4! 3! 5!
( cosY cosY
1 2 − senY1senY2 + i ( senY1cosY2 + senY2 cosY1 ) = )
=e x1
( cosY1 + isen Y1 ) ⋅ e ( cosY2 + isen Y2 ) = e
x2 Z1
⋅ e Z2 .
PROBLEMAS DE APLICAÇÃO
20
Sociedade Brasileira de Matemática
3x x x
sen − sen = 2 sen cos x
2 2 2
5x 3x x
sen − sen = 2 sen cos 2 x
2 2 2
7x 5x x (3)
sen − sen = 2 sen cos 3 x
2 2 2
(2n − 1) x (2n − 3) x x
sen − sen = 2 sen cos(n − 1) x
2 2 2
(2n + 1) x (2n − 1) x x
sen − sen = 2 sen cos nx
2 2 2
(2n − 1) x (2n − 3) x x
cos − cos = −2 sen sen(n − 1) x
2 2 2
(2n + 1) x (2n − 1) x x
cos − cos = −2 sen sen nx
2 2 2
21
Sociedade Brasileira de Matemática
(2n + 1) x x x n
cos − cos = −2 sen ⋅ ∑ sen jx
2 2 2 j =1
nx (n + 1) x
n sen ⋅ sen
⇒ S1 = ∑ sen jx = 2 2 (6),
x
j =1
sen
2
que é a soma procurada.
Não obstante, este problema também pode ser resolvido utilizando-se a conhecida
ix
x x
Relação de Euler. Seja e 2 = C = cos + i sen , onde i 2 = −1 ; assim tem-se que
2 2
2
x x
C = cos + i sen = cos x + i sen x
2
2 2
4
x x
C 4 = cos + i sen = cos 2 x + i sen 2 x
2 2 (7)
2n
x x
C 2n
= cos + i sen = cos nx + i sen nx
2 2
C 2 (C 2 n − 1) (
C n C n − C −n n
) (cos jx + i sen jx )
⇒ C + C +…+ C =
2 4 2n
(C 2 − 1)
= C ⋅
C − C −1( =
)∑j =1
nx
sen
n
x x nx nx
⇒ ∑ (cos jx + i sen jx ) = cos + i sen cos + i sen 2 = S + iS
2 1
j =1 2 2 2 2 sen x
2
(n + 1) x nx (n + 1) x nx
cos ⋅ sen sen ⋅ sen
⇒ S 2 + iS1 = 2 2 +i 2 2 (8)
x x
sen sen
2 2
de onde tiramos os valores de interesse S1 e S 2 igualando-se as partes reais e
imaginárias da igualdade acima respectivamente.
22
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1 1
Trigonometria que sen 2 x = − cos 2 x e cos 2 x = + cos 2 x , assim pode-
2 2 2 2
se reescrever S1 e S 2 como sendo
n
1 1 1 1
S1 = ∑ sen 2 jx = + + …+ − (cos 2 x + cos 4 x + … + cos 2nx ) (9)
j =1 2 2 "n " 2 2
(
C n C n − C −n )n
(cos 2 jx + i sen 2 jx )
C 2 + C 4 + … + C 2 n = C.
(C − C −1 ) = ∑
j =1
n
cos(n +1)x.sennx sen(n +1)x.sennx
⇒ ∑(cos2 jx + i sen2 jx) = +i = S´+iS´´ (10)
j =1 senx sen x
n
n 1
onde S´´= ∑ sen 2 jx . Sendo S1 = − S´
j =1 2 2
1 cos(n + 1) x. sen nx
∴ S1 = n − (11)
2 sen x
23
Sociedade Brasileira de Matemática
sen 3 kx =
C −C
k −k
=
3
C −C ( −3 k
−3 C −C
3k
) ( k −k
)
2i − 8i
3 sen kx − sen 3kx
⇒ sen 3 kx = (16)
4
n
1 n n
∴ S1 = ∑ sen 3 kx = 3∑ sen kx − ∑ sen 3kx (17)
k =1 4 k =1 k =1
nx (n + 1) x
n sen ⋅ sen
Por (6) tem-se que ∑ sen kx = 2 2 e observando-se que se
k =1
x
sen
2
D = cos 3 x + i sen 3 x teremos que:
24
Sociedade Brasileira de Matemática
D 2 = cos 6 x + i sen 6 x
D 3 = cos 9 x + i sen 9 x
(3n + 1) x 3nx
sen ⋅ sen
2
n
∑ sen 3kx = 2
3x (19)
k =1 sen
2
Logo, por (6) e (19) teremos que
nx (n + 1) x (3n + 1) x 3nx
3 sen ⋅ sen sen ⋅ sen
2
n
1
S1 = ∑ sen 3 kx = 2 2 − 2
(20)
4 x 3x
k =1
sen sen
2 2
n
Vale lembrar que a soma S = ∑ sen 3kx
k =1
também poderá ser calculada
25
Sociedade Brasileira de Matemática
9x 3x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen 3x
2 2 2
15 x 9x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen 6 x
2 2 2
3(2n − 1) x 3(2n − 3) x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen(3n − 1) x
2 2 2
3(2n + 1) x 3(2n − 1) x 3x
cos − cos = −2 sen ⋅ sen 3nx
2 2 2
3(2n + 1) x 3x 3x n
cos − cos = −2 sen ⋅ ∑ sen 3kx .
2 2 2 k =1
3nx 3(n + 1) x
n sen ⋅ sen
∴ ∑ sen 3kx = 2 2 , que é exatamente a expressão (19).
3 x
k =1
sen
2
n
Para o cálculo de S 2 = ∑ cos
k =1
3
kx elevando-se a expressão (14) ao cubo teremos
C k + C −k
que cos kx =
3
=
3
( ) (
C 3 k + C −3 k + 3 C k + C − k )
2 8
3 cos kx + cos 3kx
⇒ cos 3 kx = (21)
4
n
1 n n
∴ S 2 = ∑ cos 3 kx = 3∑ cos kx + ∑ cos 3kx (22)
k =1 4 k =1 k =1
Utilizando-se a relação (4) e a parte real da relação (18) e substituindo-as em (22)
tem-se que
nx (n + 1) x (3n + 1) x 3nx
3 sen ⋅ cos cos ⋅ sen
n
1 2
S 2 = ∑ cos kx =
3 2 2 + 2
(23)
4 x 3x
k =1
sen sen
2 2
26
Sociedade Brasileira de Matemática
n
Ressaltamos que a soma ∑ cos 3kx
k =1
também pode ser calculada através das
3(2n − 1) x 3(2n − 3) x 3x
sen − sen = 2 sen ⋅ cos(3n − 1) x
2 2 2
3(2n + 1) x 3(2n − 1) x 3x
sen − sen = 2 sen ⋅ cos 3nx
2 2 2
e somando-se as linhas teremos uma “Soma Telescópica”, cujo valor será
3(2n + 1) x 3x 3x n
sen − sen = 2 sen ⋅ ∑ cos 3kx
2 2 2 k =1
3nx 3(n + 1) x
n sen ⋅ cos
∴ ∑ cos 3kx = 2 2 , que é exatamente a parte real da
3x
k =1
sen
2
expressão (18).
27
Sociedade Brasileira de Matemática
Z 2 ( Z 6 − 1) sen 3 x
⇒Z +Z +Z =
2 4 6
= (cos 4 x + i sen 4 x ) (B)
( Z − 1)
2
sen x
Tomando-se a parte real de (B) tem-se que
(cos 2 x + cos 4 x + cos 6 x ) = cos 4 x ⋅ sen 3x (C)
sen x
1
Como (sen 7 x − sen x) = sen 3x. cos 4 x , então teremos que a equação (A)
2
reduz-se a sen 7 x + sen x = 0 .
⇒ 2 sen 4 x. cos 3 x = 0
∴ sen 4 x = 0 ∨ cos 3 x = 0
kπ ( 2k + 1 )π ( 2k + 1 )π
S = x ∈ x= ∨x= ∨x= ,k ∈
2 4 6
28
Sociedade Brasileira de Matemática
Observando-se que a parte real de (1) nos dará o valor de S1 e que a parte
imaginária nos dará o valor de S 2 tem-se, após alguma manipulação algébrica que
n
S1 = ∑ jcosjx =
( n + 1) cosnx − ncos ( n + 1) x − 1 ,e
x
j =1
4sen 2
2
S2 = ∑
n
jsenjx =
( n + 1) sennx − nsen ( n + 1) x
x
j =1
4sen 2
2
PROBLEMAS PROPOSTOS:
sen
( n + 1) α sen ϕ + nα
2 2
a) senϕ + sen ( ϕ + α) + sen ( ϕ + 2α) + … + sen ( ϕ + nα) =
α
sen
2
sen
( n + 1) α cos ϕ+ nα
b) cosϕ + cos ( ϕ + α) + cos ( ϕ + 2α) + …+ cos ( ϕ+ nα) =
2 2
α
sen
2
π 2π nπ
cos cos cos
4) Calcule o valor da soma S = 4+ 4 +…+ 4 .
2 n
2 2 2
5) Mostre que
29
Sociedade Brasileira de Matemática
a2 − 2a cosϕ +1
senϕ + asen ( ϕ + h) + … + ak sen ( ϕ + kh) =
b) ak +2sen ( ϕ + kh) − ak +1sen ϕ + ( k + 1) h − asen ( ϕ − h) + senϕ
a2 − 2acos h+ 1
0
6) Mostre que 72 é o menor ângulo positivo que satisfaz simultaneamente às
equações:
1 + cosx + cos2 x + cos3 x + cos4 x = 0
senx + sen2 x + sen3 x + sen4 x = 0
sen
( 2n + 1) x
1 2
7) (IME-92) Mostre que + cosx + cos2 x + … + cosnx = .
2 x
2sen
2
REFERÊNCIAS
[1] FADDEEV, D.; SOMINSKY, I. Problems in Higher Algebra, Moscou: Ed. MIR, 1968.
[2] GREITZER, S.L. International Mathematical Olympiads 1959-1977, Fifth Printing,
Washington D.C.: The Mathematical Association of America, 1978.
[3] GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo – Vol. 1, 2a Edição, São Paulo: Ed. Livros
Técnicos e Científicos, 1987.
[4] IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar, Vol. 3 (Trigonometria), 6a Edição,
São Paulo: Editora Moderna, 1985.
[5] IEZZI, G. Fundamentos de Matemática Elementar, Vol. 6 (Complexos – Polinômios -
Equações), 4a Edição, São Paulo: Editora Moderna, 1983.
[6] LIDSKI, V. B.; OVSIANIKOV, L. V.; TULAIKOV, A. N.; SHABUNIN M. I.
Problemas de Matematicas Elementales, Moscou: Ed. MIR, 1972.
[7] MORGADO, A. C; WAGNER, E.; DO CARMO, M. P., Trigonometria e Números
Complexos, 4a Edição, Rio de Janeiro: Publicação da Sociedade Brasileira de Matemática,
2001.
[8] SHKLARSKY, D.O., CHENTZOV, N.N., YAGLOM, I.M. The USSR Olympiad
Problem Book, New York, Dover Publications, Inc., 1994.
30
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Intermediário
Nesta nota sugerimos uma dedução para a fascinante fórmula de Herão por meio
de aplicações dos números complexos à geometria.
Im
z2
Ө2 z1
Ө1
o Re
( z2 z1 − z1 z2 )
2
4 S 2 = Im { z2 z1} =
2
( 2i )
2
=
1
4
(2 z2
2 2
z1 − z22 z12 − z12 z22 )
31
Sociedade Brasileira de Matemática
=
1
4
[ 2 2 2
4
]
4 z2 z1 − (z2 z1 + z1 z2 ) = [2 z2 z1 − (z2 z1 + z1 z2 )] [2 z2 z1 + (z2 z1 + z1 z2 )]
1
=
1
4
[
z1 − z 2 − ( z1 − z 2
2
) ] [( z
2
1 + z2 ) 2
− z1 − z 2
2
].
Notemos que:
− ( z1 − z 2 ) = (z − z 2 + z 2 − z1 )( z1 − z 2 + z1 − z 2 ),
2 2
i) z1 − z 2 1
(
ii) z1 + z 2 )2
− z1 − z 2
2
= ( z1 + z 2 − z1 − z 2 )( z 1 + z 2 + z1 − z 2 ) .
Substituindo (i) e (ii) na expressão acima, vem:
1
= ( z1 − z2 + z2 − z1 )( z1 − z2 + z1 − z2 )( z1 + z2 − z1 − z2 )( z1 + z2 + z1 − z2 )
4
( z1 + z 2 + z1 − z 2 )
Nesse caso, pondo-se p = , onde p é o semi-perímetro,
2
concluímos que:
4S 2 =
1
(2 p − 2 z1 )(2 p − 2 z 2 )(2 p − 2 z 1 − z2 ) (2 p ) ⇒
4
4 S 2 = 4( p − z1 )( p − z 2 )( p − z 1 − z2 ) ( p) ⇒
S 2 = ( p − z1 )( p − z 2 )( p − z 1 − z2 ) ( p) ⇒
S= ( p ) ( p − z1 )( p − z 2 )( p − z1 − z 2 ) , que é a fórmula de Herão.
32
Sociedade Brasileira de Matemática
RAÍZES DA UNIDADE
Anderson Torres & Eduardo Tengan
♦ Nível Intermediário
zn −1 = ∏ (z − ζ ),
0≤ k < n
k
em que ζ = e 2k πi n .
e i θ + e − iθ e i θ − e − iθ
cosθ = ; senθ =
2 2i
kπ ζk − ζ−k 1 k
∑ sen = ∑ = ∑ ζ k − ∑ ( ζ −1 )
0≤ k < n n 0≤ k < n 2i 2i 0≤ k < n 0≤ k < n
33
Sociedade Brasileira de Matemática
kπ 1 ζn − 1 (ζ ) −1
−1 n
∑
0≤ k < n
sen =
n 2i ζ − 1
− −1
ζ −1
k π 1 −2 2 ζ1 2 + ζ −1 2 π
∑
0≤ k < n
sen = + −1 = i ⋅ 1 2
n 2i ζ − 1 ζ − 1 ζ +ζ −1 2
= cotg
2n
(
f n ( x )( x + 1) + g n ( x ) x 2 + 1 = 2
2r n
)
SOLUÇÃO: Primeiro, testar alguns casos pequenos: n = 1
f1 ( x )( x + 1) + g1 ( x ) ( x 2 + 1) = 2
2
2
f1 ( i )( i + 1) = 2 ⇔ f1 ( i ) =
2
= −i
(1 + i )
2
34
Sociedade Brasileira de Matemática
n
Para o caso geral, vamos considerar os zeros de x 2 + 1. Mas os zeros de
n +1
2n x2 − 1
x +1 = n
são justamente as raízes 2n +1 -ésimas da unidade que não são
x2 − 1
n +1
raízes 2n -ésimas da unidade. Logo, se escolhermos ζ = e 2 πi 2 uma raiz 2n+1 -ésima
primitiva da unidade (isto é, que não é raiz t-ésima da unidade para nenhum t
menor que 2n+1 ), temos
∏ (x − ζ )
n
x2 + 1 = k
1≤ k ≤ 2n +1
k ≡1 ( mod 2 )
Escrevendo x = –1,
( −1) ∏ ( −1 − ζ ) ⇔ 2 = ∏ ( −1 − ζ )
2n
+1 = k k
1≤ k ≤ 2n +1 1≤ k ≤ 2n +1
k ≡1 ( mod 2 ) k ≡1 ( mod 2 )
1 + ζ k = (1 + ζ ) (1 − ζ + ζ 2 − ζ 3 + ... − ζ k − 2 + ζ k −1 )
n
ímpar. Portanto, é divisível por x 2 + 1, o que acaba a demonstração.
Agora, um problema de Geometria:
35
Sociedade Brasileira de Matemática
z + pqz = p + q
Temos então:
AO : z =z
BD : z + bd z = b + d
CE : z + cez = c + e
que equivale a
AO : z =z
BD : z + ω14 z = ω4 + ω1ω10
CE : z + ω17 z = ω6 + ω11
ω4 + ω10 ω6 + ω11
Basta provar que AO ∩ BD : z = ; AO ∩ CE : z =
1 + ω14 1 + ω17
36
Sociedade Brasileira de Matemática
se demonstrar (mas não será necessário) que este último fator é irredutível. Então
ω6 − ω3 + 1 = 0, e de quebra ω9 = −1.
Depois dessa volta toda, vamos ao que interessa: comparar as duas expressões de z:
ω4 + ω10 ω6 + ω11
=
1 + ω14 1 + ω17
( ω + ω )(1 + ω ) = ( ω
4 10 17 6
+ ω11 )(1 + ω14 )
( ω − ω )(1 − ω ) = ( ω
4 1 8 6
− ω2 )(1 − ω5 )
ω4 − ω1 − ω12 + ω9 = ω6 − ω2 − ω11 + ω7
ω4 − ω1 + ω3 − 1 = ω6 − ω2 + ω2 + ω7
ω4 − ω1 + ω3 − 1 = ω3 −1 + ω7
ω4 − ω1 = ω7
ω3 −1 = ω6
0=0
E fim!
Outra aplicação interessante das raízes da unidade é como “marcadores”. Veja este
problema:
n
∑ k
3k
SOLUÇÃO: Bem, alguém aí conhece algo parecido? Que tal o Binômio de Newton?
n
∑ k z = (1 + z )
k n
3k
Agora, já tem alguma ideia do que se pode fazer? Temos que filtrar os múltiplos de
3 desta expansão, e nada melhor que usar uma raiz cúbica da unidade ω = e2 πi 3 .
Substituindo z por 1, ω e ω2 , temos
37
Sociedade Brasileira de Matemática
n
∑ k = (1 + 1)
n
k
n k n
∑ k ω = (1 + ω) ⇒ ∑ k (1 + ω + ω ) = 2 + (1 + ω) + (1 + ω )
n k 2k n n 2 n
k k
n
∑ ω2 k = (1 + ω2 )
n
k
k
n n ω +ω
n −n
3∑ = 2n + (1 + ω ) + (1 + ω2 ) = 2n + ( −ω2 ) + ( −ω ) = 2n + 2 ( −1)
n n n n
3k k 2
2 nπ
2n + 2 ( −1) cos
n
n
3
∑
3k k
=
3
• A = p;
• p ∑ x∈A x.
A solução aqui apresentada é uma pequena modificação daquela dada por Nikolai
Nikolov, ganhador de um Special Prize (prêmio especial, dado pela originalidade).
38
Sociedade Brasileira de Matemática
Vamos pensar em uma raiz p-ésima da unidade, primitiva por sinal: ε = e2 πi p . Veja
que ω = εk também é uma raiz p-ésima da unidade, para k ∈{1,2,3,..., p − 1} .
Excluímos o 1 propositalmente, pois ele não terá propriedades tão interessantes
quanto as outras raízes (logo verás o porquê).
Os complexos {ω ,ω ,ω ,...,ω } = {1,ε ,ε
0 1 2 p −1 k 2k
}
,...,εk ( p −1) são raízes p-ésimas da
unidade. Elas são distintas: de fato, se ε = ε para 0 ≤ i ≤ j < p, temos ik jk
( f ( z )) = ( z − 1) = ∏ (z −ω )⋅ ∏ (z −ω ) = ∏ (z −ω )⋅ ∏ (z −ω ) =
2 p 2 j j j j
0≤ j ≤ p −1 0≤ j ≤ p −1 1≤ j ≤ p p +1≤ j ≤ 2 p
= ∏ (z − ω )
1≤ j ≤ 2 p
j
ap = ∏ ( −ω )( −ω ) ...( −ω ) = − ∑
j1 j2 jp
cr ωr
1≤ j1 ≤ j2 <...< j p ≤2 p 0≤r ≤ p −1
39
Sociedade Brasileira de Matemática
g ( z ) = ( c0 − 2 ) + c1 z + c2 z 2 + ... + c p −1ω p −1
Lembre-se que todo o raciocínio usado até aqui foi puramente combinatório, e é
válido para qualquer ω que seja raiz p-ésima da unidade (exceto o 1). Logo, todas
as raízes p-ésimas primitivas da unidade são raízes de g. Mas g tem grau p – 1,
portanto:
f ( z)
g ( z ) = c p −1 ⋅ = c p −1 (1 + z + z 2 + ... + z p −1 )
z −1
1 2p
c0 = 2 + − 2
p p
E fim!
Bem, que tal uns exercícios?
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
40
Sociedade Brasileira de Matemática
2π 4π 8π
4) Calcule sen + sen + sen .
7 7 7
2 iπ
Dica: sejam ζ = e 7 , p = ζ + ζ 2 + ζ 4 ,q = ζ 3 + ζ 5 + ζ 6 . O que queremos é calcular a
parte real de p. Calcule p + q e p · q e seja feliz!
∑ ω−lk p ( ωk ) 2i π
com 0 ≤ l ≤ m, temos ∑
k ≡ l ( mod m )
ak = 0≤ k ≤ m
m
em que ω = e m
.
2
n θ nθ
7) Mostre que ∑ cos ( k θ ) = 2 cos cos
0≤ k ≤ n k 2 2
( )
496
9) Seja 1 + x + x 2 + x 3 + x 4 = a0 + a1 x + a2 x 2 + ... + a1984 x1984 .
2n + 1 3 k
12) Prove que o número ∑ 2 não é múltiplo de 5 para qualquer
2k + 1
0≤ k ≤ n
n ≥ 0.
41
Sociedade Brasileira de Matemática
1) (Problema 109 – Suíça, 2000, proposto na Eureka! 11) Seja q ( n ) a soma dos
((
algarismos de n. Calcule q q q ( 20002000 ) )) (Proposto por Cícero Soares Furtado,
de Reriutaba – CE).
((
Portanto, q q 20002000 ) ) ≤ 6 + 9 + 9 + 9 = 33, e logo q ( q ( q ( 2000 ) ) ) ≤ 3 + 9 = 12.
2000
Por outro lado, como n e q(n) sempre deixam o mesmo resto na divisão por 9, o
(( )) ( (
resto da divisão de q q q ( 20002000 ) = q q q ( 20002000 ) )) por 9 é igual ao resto
da divisão de 22000 por 9. Mas, como 26 = 64 deixa resto 1 quando dividido por 9,
22000 = 26⋅333+ 2 = ( 26 )
333
⋅ 22 = 4 quando dividido por 9. Como
(( ))
q q q ( 20002000 ) ≤ 12 e 4 + 9 = 13 > 12, concluímos que necessariamente
q ( q ( q ( 2000 ) ) ) = 4.
2000
42
Sociedade Brasileira de Matemática
n2 n 3
todo n > 3 (pois − − > 0 para todo n > 3). Por outro lado, para todo
4 2 4
2
n n2
n ∈ , n 2 + = n 4 + n3 + < n 4 + n3 + n 2 + n + 1.
4 4
n n +1
Como, para todo k ∈ , temos k ≤ n 2 + ou k ≥ n 2 + , se n > 3 temos
2 2
k 2 < n 4 + n3 + n 2 + n + 1 ou k 2 > n 4 + n 3 + n 2 + n + 1 Assim, basta olhar os
casos n ∈ {0,1, 2, 3} . Para n = 0, n 4 + n3 + n 2 + n + 1 = 1 = 12. Para n = 1,
n 4 + n3 + n 2 + n + 1 = 5, que não é quadrado perfeito. Para n = 2,
n + n + n + n + 1 = 31, que não é quadrado perfeito, e,
4 3 2
para n = 3,
n + n + n + n + 1 = 121 = 11 .
4 3 2 2
Assim, o único primo p tal que 1 + p + p 2 + p3 + p4
é quadrado perfeito é p = 3.
4) (Problema 113 – Polônia, 2000, proposto na Eureka! 11) Uma sequência p1 , p2,...
de números primos satisfaz à seguinte condição: para n ≥ 3, pn é o maior divisor
43
Sociedade Brasileira de Matemática
44
Sociedade Brasileira de Matemática
45
Sociedade Brasileira de Matemática
2 ⋅ 4n +1 + 1
Em geral, podemos argumentar por indução: se A entrega a B, com
3
2 ⋅ 4n+1 − 2 4n+1 − 1
n ≥ 1, B pode devolver a A, caso em que A pode devolver a B,
3 3
2 ⋅ 4n+1 + 4
ganhando o jogo, ou B pode devolver a A, caso em que A pode devolver
3
2 ⋅ 4n + 1 4n+ 2 − 1
a B, ganhando o jogo. De modo similar, se A entrega a B, com
3 3
4n+ 2 − 4 4n+1 − 1
n ≥ 1, B pode devolver a A, caso em que A pode devolver a B,
3 3
4n+ 2 + 2
ganhando o jogo, ou B pode devolver a A , caso em que A pode devolver
3
2 ⋅ 4n+1 + 1
a B, ganahndo o jogo.
3
Notemos que A sempre pode no mínimo empatar o jogo se k ≥ 3. De fato, se em
algum momento do jogo A entrega m ≥ 3 a B, B devolve no mínimo m – 1, e A
pode devolver o triplo, que é no mínimo 3 ( m − 1) > m.
Assim, A pode devolver números cada vez maiores, que em algum momento
ultrapassarão 1000k, empatando o jogo.
Veremos agora que B pode garantir o empate se A entrega um número que não é
das formas descritas anteriormente. Mais precisamente, veremos que, se A envia
um número que não pertence ao conjunto
2 ⋅ 4 +1
n
4 −1
n +1
X := , n ≥ 0 ∪ , n ≥ 1 , então B pode devolver um número a
3 3
partir do qual A não pode devolver nenhum número pertencente a X (note que
1∈ X ). Temos X = {1,3,5,11, 21,...} . Se A envia a B um número par m, B pode
devolver m – 1 ou m + 1, que são ímpares, a A, que deve devolver o triplo a B.
Como não é possível que 3 ( m − 1) e 3 ( m + 1) pertençam ambos a X, isso mostra
nossa afirmação no caso m par. Se A envia a B um número ímpar m, que não
pertence a X, não é difícil ver que m − 1∉ {2k , k ∈ X } ∪ {4k , k ∈ X } ou
m + 1∉ {2k , k ∈ X } ∪ {4k , k ∈ X } . Isso implica a afirmação no caso m par.
46
Sociedade Brasileira de Matemática
decrescer, e , nos casos que empatavam, B ganha o jogo. Por outro lado, A ganha o
jogo, com a mesma estratégia, nos mesmos casos que no item A, pois nesses casos
sempre devolve números ímpares.
132) a) Considere uma família ℑ de 2000 círculos de raio 1 no plano tal que dois
círculos de ℑ nunca são tangentes e cada círculo de ℑ intersecta pelo menos dois
outros círculos de ℑ . Determine o número mínimo possível de pontos do plano
que pertencem a pelo menos dois círculos de ℑ .
47
Sociedade Brasileira de Matemática
Para isso, note que se n = 2 isso é claramente verdadeiro. Suponha agora que
m ≥ 2 e que isso vale para todo n com 2 ≤ n ≤ m, e considere uma configuração
de m + 1 círculos como antes.
Suponha inicialmente que algum desses círculos, digamos C1 , intersecta só um dos
outros círculos, digamos C2 , seja C1 ∩ C2 = { p, q}.
Temos dois casos: no primeiro, C2 só intersecta C1. Então associamos p a C1 , q a
C2 e usamos a hipótese de indução para os m – 1 círculos restantes. No segundo
caso, C2 intersecta algum dos outros círculos. Então associamos P a C1 e usamos a
hipótese de indução para os m círculos C2 , C3 ,..., Cm +1.
Se, por outro lado, cada um desses m + 1 círculos intersecta pelo menos dois dos
outros, temos de novo dois casos:
Se há no total pelo menos m + 1 pontos que pertencem a pelo menos dois dos
círculos, podemos separar um dos círculos, digamos Cm +1 , e fixar uma injecção de
{C1 , C2 ,..., Cm } no conjunto dos pontos que pertencem a pelo menos dois dos
círculos C j , j ≤ m tal que a imagem de cada Ci , que chamaremos de Pi , pertence a
Ci .
Para cada X ⊂ {C1 ,..., Cm } , o conjunto dos pontos que pertencem a pelo menos
dois círculos de X ∪ {Cm +1} tem pelo menos X + 1 elementos. Se algum ponto
P ∉ { P1 ,..., Pm } pertence a Cm +1 e a algum dos outros círculos, simplesmente
estendemos a injeção associando P a Cm +1 . Senão, construímos uma sequência de
conjuntos A1 , A2 ,... do seguinte modo: A1 = {i ≤ m Pi ∈ Cm +1}. Se A1 , A2 ,..., Ar já
estão definidos, se o conjunto (de pelo menos Ar + 1 ) pontos que pertencem a pelo
menos dois círculos de {Cm +1} ∪ {C j , j ∈ Ar } está contido em {P1 ,..., Pm } ,
definimos {
Ar +1 = Ar ∪ j ≤ m Pj pertence a pelo menos dois círculos de
48
Sociedade Brasileira de Matemática
tal que Pjs pertence a C js−1 ; associamos então C js−1 a Pjs . Fazemos isso até associar
C j1 a Pj2 . Como j1 ∈ A1 , podemos associar Cm +1 a Pj1 , estendendo nossa injeção a
{C1 , C2 ,..., Cm , Cm+1} ,
o que prova nossa afirmação.
Finalmente, suponhamos que há apenas m pontos que pertencem a pelo menos dois
dos círculos. Observamos que, como os círculos têm raio 1, se um par de pontos
está contido em dois círculos de família, não estará contido em nenhum outro
círculo de família, e portanto, se um ponto pertence a r ≥ 2 círculos da família,
cada um desses r círculos intersecta os outros r – 1 em outros r – 1 pontos distintos,
e distintos do ponto comum aos r círculos. Assim, cada um desses r círculos
contém pelo menos r pontos que pertecem a pelo menos dois círculos da família.
Podemos considerar uma injeção que leva {C1 , C2 ,..., Cm } no conjunto desses
pontos, a qual será uma bijeção. Sendo Pi a imagem de Ci , podemos considerar a
matriz ( aij ) ,1 ≤ i ≤ m + 1,1 ≤ j ≤ m, onde aij = 1 se Pj pertence a Ci e aij = 0, caso
{ } {
i ≤ m + 1, si := j Pj ∈ Ci = j aij = 1 , temos, } pelo que observamos acima,
m +1
∑ s = ∑ n = {( i, j ) a }
m m m
si ≥ ni , ∀i ≤ m, donde ∑s ≥ ∑n ,
i =1
i
i =1
i mas
i =1
i
j =1
j ij = 1 , e sm +1 > 0,
∏ (5 − d ) = F
j ≠i
2
j n
2
onde F1 = 0, F1 = 1 e Fn = Fn −1 , Fn − 2 se n ≥ 2.
j =0
2 jπ
e 2 jπ i n − 1 = ( e 2 jπ i n − 1)( e − 2 jπ i n − 1) = 2 − e
2 2 jπ i n
Temos − e −2 jπ i n = 2 − 2cos ;
n
queremos provar portanto que
49
Sociedade Brasileira de Matemática
n −1
2 jπ
∏ 3 + 2cos
j =1 n
= Fn . Considere agora a sequência de polinômios
2
( f ( x ))
n n≥0
dada por f 0 ( x ) = 2, f1 ( x ) = x e f n +1 ( x ) = xf n ( x ) − f n −1 ( x ) , ∀n ≥ 1.
Temos, para todo n ≥ 0 e todo θ ∈ , f n ( 2cos θ ) = 2cos ( nθ ) . De fato isso vale
para n = 0 e n = 1 e, por indução,
f n+1 ( 2cosθ ) = 2cosθ f n ( 2cosθ ) − f n−1 ( 2cosθ ) = 4cosθ cos ( nθ ) − 2cos ( ( n − 1)θ ) =
= 2cos ( ( n + 1)θ ) . Além disso, para todo n ≥ 1, f n ( x ) é um polinômio mônico de
2 kπ
grau n. Como as solução de 2cos ( nθ ) = 2 são dadas por θ = , k ∈ , temos
n
n −1
2 kπ n −1
2 jπ f n ( x ) − 2
f n ( x ) − 2 = ∏ x − 2cos , ∀n ≥ 1, donde ∏ x − 2cos = .
k =0 n j =1 n x−2
O que queremos provar equivale a
n −1
2 jπ f n ( −3) − 2
( −1) Fn2 = ∏ −3 − 2cos
1
= − ( f n ( −3) − 2 ) , o que é
n −1
=
j =1 n − 3 − 2 5
equivalente a f n ( −3) = 2 + ( −1) ⋅ 5 Fn2 . Como
n
1 1 + 5 1 − 5
n n
Fn = − , ∀n ≥ 0, temos
5 2 2
n n
−3 + 5 −3 − 5
2 + ( −1) ⋅ 5F =
n
+
2
. Por outro lado, a sequência
2 2
n
xn = f n ( −3) satisfaz x0 = 2, x1 = −3 e xn +1 = −3xn − xn −1 , ∀n ≥ 1, e logo (usando o
n n
−3± 5 −3+ 5 −3− 5
fato de as raízes de x 2 + 3 x + 1 = 0 serem ), xn = + ,∀n ≥ 0,
2 2 2
o que prova a igualdade desejada.
50
Sociedade Brasileira de Matemática
O1
R
O
R2
O2
O3
X
OA
ra
TA
Y
r
O
TB OC
OB
B C
Como sempre, ∠A = α , ∠B = β e ∠C = γ , α +β +γ =π .
Vamos calcular ra , para começar:
AOA + OATA + TAO = AO ⇔ AOA + OATA = AO − OTA
r r
∆AOA X : AOA = a ; ∆AOY ; AO = . Substituindo:
α α
sen sen
2 2
51
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α α
ra r 1 − sen 2 ra
1 − sen
2
+r = − r ⇔ ra = r ⋅ , ou =
α a α α
1 + sen r α
sen sen 1 + sen
2 2 2 2
Como precisaremos de um “quadrado”, vamos aplicar um truque: a tangente do
meio arco.
α
2 tan
1− 4 2
α α α α α
1 − sen 1 + tan 2
1 − 2 tan 1 − tan + tan 2
2 = 4 = 4 4 = 4 .
α α α α α
1 + sen 2 tan 1 + 2 tan + tan 2 1 + tan
2 1+ 4 4 4 4
2α
1 + tan
4
Com isto, já podemos substituir na igualdade que queremos demonstrar:
α β α γ β γ
1 − tan 1 − tan 1 − tan 1 − tan 1 − tan 1 − tan
4⋅ 4 + 4⋅ 4+ 4⋅ 4 =1
α β α γ β γ
1 + tan 1 + tan 1 + tan 1 + tan 1 + tan 1 + tan
4 4 4 4 4 4
α β γ
Para escrever menos, seja a = tan , b = tan , c = tan . Abrindo os
4 4 4
denominadores,
(1 − a )(1 − b )(1 + c ) + (1 − a )(1 + b )(1 − c ) + (1 + a )(1 − b )(1 − c ) = (1 + a )(1 + b )(1 + c )
3 − ( a + b + c ) − ( ab + ac + bc ) + 3 ( abc ) = 1 + ( a + b + c ) + ( ab + ac + bc ) + ( abc )
1 − ( a + b + c ) − ( ab + ac + bc ) + ( abc ) = 0 .
Mas isto é fácil?
β γ α
+ tan + tan
π α β γ 4 4 4 =
1 = tan = tan + + =
4 4 4 4 1 − tan tan β + γ
α
4 4 4
52
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β γ
tan + tan
α 4 4
tan +
4 β γ α β γ α β γ
1 − tan tan tan + tan + tan − tan tan tan
= 4 4 = 4 4 4 4 4 4
β γ α β α γ β γ
α tan 4 + tan 4 1 − tan
4
tan
2
− tan
4
tan
4
− tan
4
tan
4
1 − tan
4 β γ
1 − tan tan
4 4
137) Seja A um conjunto de quinze pontos de 2 tal que a distância de cada ponto
à origem é positiva e menor do que 1 e que quaisquer dois deles nunca sejam
colineares com a origem. Mostre que existe um triângulo com dois vértices em A e
1
um na origem cuja área é menor que .
4
y
α3
α2
α1
0 α15 1
–1
–1
53
Sociedade Brasileira de Matemática
Pelo fato de não existerem dois colineares com o centro, temos os 15 ângulos
representados na figura (α1 ,α 2 ,...,α15 ) . Obviamente:
α1 ,α 2 ,...,α15 = 360°.
Vamos provar que existe pelo menos um ângulo menor do que ou igual a 24° . Para
isso, suponha o contrário, ou seja, α n > 24, para todo n Então:
α1 + α 2 + ... + α15 > 15 × 24° = 360° → absurdo.
Então realmente existe pelo menos um ângulo α ≤ 24°. Suponha α i = ∠XOY .
Olhando para o triângulo XOY:
1
Área XOY = ⋅ OX ⋅ OY ⋅ senα1 . Contudo, OX e OY são menores do que 1 e
2
senα i ≤ sen24° < sen30°, substituindo:
1 1 1 1
A < ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ sen30° → A < ⋅ → A < .
2 2 2 4
1
Então existe um triângulo como no enunciado cuja área é menor do que .
4
54
Sociedade Brasileira de Matemática
inteiros positivos m e n.
Temos 4n 2 = 4 x 2 + 4 xy + 4 y 2 = (2 x + y ) 2 + 3 y 2 .
Então 3 y 2 = (2n + 2 x + y )(2n − 2 x − y ). Sendo y um primo, então existem três
possibilidades:
a) 2n + 2 x + y = 3 y 2 , 2n − 2 x − y = 1
55
Sociedade Brasileira de Matemática
b) 2n + 2 x + y = 3 y, 2n − 2 x − y = y
c) 2n + 2 x + y = y 2 , 2n − 2 x − y = 3
Em (a), após a subtração das equações temos:
3 y 2 − 1 = 2(2 x + y ) = 2(2m 2 + 3 y ).
Daí, m 2 + 1 = 3 y 2 − 6 y − 3m 2 ≡ 0 (mod 3).
Por outro lado, temos sempre m 2 + 1 ≡ 1 ou 2 (mod 3). Nós chegamos a uma
contradição.
Em (b), subtraindo as equações chegamos x = 0, o que é absurdo!
Subtraindo as equações em (c), chegamos em y 2 − 3 = 2(2 x + y ) = 2(2m 2 + 3 y ),
que pode ser escrito assim:
( y − 3) 2 − 4m 2 = 12, ou seja, ( y − 3 + 2m)( y − 3 − 2m) = 12.
Da equação chegamos a y = 7 e m = 1, pois devemos ter y − 3 + 2m = 6 e
y − 3 − 2m = 2 . Segue que x = y + m2 = 8 e z = 13 mn = m x + xy + y 2 .
Veja que de fato 83 − 73 = 132. Esta é a única solução.
140) Mostre que 2903n − 803n − 464n + 261n é divisível por 1897, para todo n ∈ .
Assim, temos, pelo Lema, que 2903n − 464n − 803n + 261n ≡ 0 ( mod1897 ) , ∀n ∈ ,
como se quis demonstrar.
56
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1
S (T ) = ∑
n∈T n
1 1 1 1 d 8 ⋅ 9k −1
∑ n < (8 ⋅ 9 ) ⋅ 10
1−1
1−1
+
( 8 ⋅ 9 2 −1
) ⋅
102−1
+ ... +
( 8 ⋅ 9 d −1
) ⋅ =∑
10d −1 k =1 10k −1
n∈ X
9k −1
( )
d
∴ S ( X ) ≤ S X < 8∑ k −1
k =1 10
1 − ( 9 /10 )
d
S ( X ) < 8⋅ = 80 ⋅ 1 − ( 9 10 ) < 80
d
1 − ( 9 10 )
57
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9 k −1 9k −1 9 k −1
( )
d d d
S ( X ) ≤ S X < 4∑ k −1
+ 5∑ k −1
= 5∑ k −1
k =1 10 k =1 5 ⋅ 10 k =1 10
1 − ( 9 10 )
d
1 − ( 9 10 )
58
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PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para próximos números.
142) Seja A = {4,8,9,16, 25, 27,36,64,...} o conjunto das potências não triviais
(números da forma a b , com a ≥ 2, b ≥ 2 naturais). Prove que, para todo natural
n ≥ 1, existe um natural k tal que todos os termos da progressão aritmética
k , 2k ,3k ,..., nk pertencem a A.
144) Seja x ≥ 1 um número racional tal que existe uma constante c ≠ 0 e uma
sequência ( an )n≥1 de inteiros tal que lim ( cx n − an ) = 0. Prove que x é inteiro.
n →∞
a) A ∩ B = B ∩ C = C ∩ A = ∅.
b) A ∪ B ∪ C = .
c) para quaisquer a ∈ A, b ∈ B e c ∈ C , temos: a + c ∈ A, b + c ∈ B e a + b ∈ C.
( −1) ( −1)
k n
n−2 −1
147) Demonstre que ∑
k =0 ( 2k + 1) π
=n+
2
, para todo inteiro n ≥ 2.
sen
4n − 2
n −1
n − k
148) Sejam m e n inteiros positivos. Calcule ∑
k =0 m
.
59
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1 1 1
Prove que + + ≥ 3 3.
(a − b) ( a − b) (c − a)
2 2 2
Problema 142 adaptado de um problema proposto por Anderson Torres (Santana de Parnaíba
– SP); 143 proposto por Anderson Torres (Santana de Parnaíba – SP); 144, 145 e 146
propostos por Carlos da Silva Ramos (Belém – PA); 147 e 148 propostos por Marcos
Martinelli; 149 adapatado de um problema proposto por Anderson Torres (Santana de
Parnaíba – SP); 150 adaptado de um problema proposto por Adriano Carneiro (Caucaia – CE).
60
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AGENDA OLÍMPICA
XXXIII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – sábado, 18 de junho de 2011
Segunda Fase – sábado, 3 de setembro de 2011
Terceira Fase – sábado, 15 de outubro de 2011 (níveis 1, 2 e 3)
domingo, 16 de outubro de 2011 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova)
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – sábado, 3 de setembro de 2011
Segunda Fase – sábado, 15 e domingo, 16 de outubro de 2011
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Bruno Holanda (CAEN – UFC) Fortaleza – CE
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Disney Douglas Lima de Oliveira (UFAM) Manaus – AM
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Edney Aparecido Santulo Jr. (UEM) Maringá – PR
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Herivelto Martins (USP – São Carlos) São Carlos – SP
Gilson Tumelero (UTFPR) Pato Branco – PR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Diogo Diniz (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcelo Dias (Grupo Educacional Etapa) São Paulo – SP
Marcelo Antonio dos Santos FACOS Osório – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Uberlândio Batista Severo (UFPB) João Pessoa – PB
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Rosangela Ramon (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristóvão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
Wanderson Breder (CEFET – RJ) Nova Friburgo – RJ
William Serafim dos Reis (UFT – TO) Arraias – TO
62
CONTEÚDO
AGENDA OLÍMPICA 85
COORDENADORES REGIONAIS 86
Sociedade Brasileira de Matemática
Os editores
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
2. Ana, Esmeralda e Lúcia têm, juntas, 33 reais. Ana e Esmeralda, juntas, têm 19
reais e Esmeralda e Lúcia, juntas, têm 21 reais. Quantos reais tem Esmeralda?
A) 6 B) 7 C) 10 D) 12 E) 14
A) 43 B) 53 C) 97 D) 101 E) 115
A) 7 B) 7,5 C) 8 D) 8,5 E) 9
(4 )
2
3
Sociedade Brasileira de Matemática
1cm
4
Sociedade Brasileira de Matemática
Sabe-se que o time Esmeralda FC sofreu dois gols a mais que o time EC Boleiros.
Quantos gols sofreu o time Esmeralda FC?
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 E) 6
14. Ana começou a descer uma escada no mesmo instante em que Beatriz começou
3
a subi-la. Ana tinha descido da escada quando cruzou com Beatriz. No
4
momento em que Ana terminar de descer, que fração da escada Beatriz ainda terá
que subir?
1 1 1 5 2
A) B) C) D) E)
4 3 12 12 3
15. Alguns números inteiros positivos, não necessariamente distintos, estão escritos
na lousa. A soma deles é 83 e o produto é 1024. O menor número é igual a:
A) 1 B) 2 C) 4 D) 8 E) 16
16. Numa sala do 6º ano, todos gostam de pelo menos uma das duas matérias:
3 5
Matemática ou Português. Sabe-se que dos alunos gostam de Matemática e
4 7
dos alunos gostam de Português. A sala tem 56 alunos. Quantos alunos gostam
dessas duas matérias ao mesmo tempo?
A) 4 B) 8 C) 13 D) 24 E) 26
5
Sociedade Brasileira de Matemática
A) 29 B) 34 C) 35 D) 40
E) 150
19. Quatro amigos, Arnaldo, Bernaldo, Cernaldo e Dernaldo estão jogando cartas.
São 20 cartas diferentes, cada carta tem uma entre 4 cores (azul, amarelo, verde,
vermelho) e um número de 1 a 5. Cada amigo recebe cinco cartas, de modo que
todas as cartas são distribuídas. Eles fazem as seguintes afirmações:
Arnaldo: “Eu tenho quatro cartas com o mesmo número.”
Bernaldo: “Eu tenho as cinco cartas vermelhas.”
Cernaldo: “As minhas cinco cartas são de cores que começam com a letra V.”
Dernaldo: “Eu tenho três cartas de um número e duas cartas de outro número.”
Sabe-se que somente uma das afirmações é falsa. Quem fez essa afirmação?
A) Arnaldo B) Bernaldo C) Cernaldo D) Dernaldo
E) Não é possível definir.
6
Sociedade Brasileira de Matemática
20. A figura a seguir foi recortada em cartolina e depois dobrada para formar um
icosaedro. As faces em branco foram numeradas de modo que ao redor de cada
vértice (pontas do sólido) apareçam os números de 1 a 5. Qual número está na face
com a interrogação?
ICOSAEDRO
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
PROBLEMAS – NÍVEL 2
1 1
5. Os números x e y são distintos e satisfazem x − = y − . Então xy é igual a
x y
A) 4 B) 1 C) –1 D) –4
E) é preciso de mais dados.
7
Sociedade Brasileira de Matemática
8. Quantos inteiros da lista 100, 101, 102, ..., 999 não possuem algarismos iguais a
2, 5, 7 ou 8?
A) 160 B) 170 C) 180 D) 190 E) 200
n
11. Para quantos inteiros n o número é também inteiro?
100 − n
A) 1 B) 6 C) 10 D) 18 E) 100
12. Ana começou a descer uma escada de 24 degraus no mesmo instante em que
3
Beatriz começou a subi-la. Ana tinha descido da escada quando cruzou com
4
Beatriz. No momento em que Ana terminar de descer, quantos degraus Beatriz
ainda terá que subir?
A) 2 B) 6 C) 8 D) 10 E) 16
14. No desenho, o retângulo cinza tem seus vértices sobre os lados do triângulo
equilátero de área 40 cm2. O menor lado do retângulo é um quarto do lado do
triângulo. A área do retângulo em cm2 é:
8
Sociedade Brasileira de Matemática
A) 5 B) 10 C) 15 D) 18 E) 22
16. De quantas maneiras é possível desenhar a figura a seguir sem tirar o lápis do
papel (ou qualquer outro utensílio, se você preferir!) começando de P e sem passar
sobre o mesmo ponto mais de uma vez, com exceção do ponto comum aos três
triângulos?
A) 48 B) 24 C) 16 D) 108 E) 27
A) 9 B) 18 C) 24 D) 27 E) 40
19. O professor Piraldo tem dois relógios, ambos digitais de 24 horas. Nenhum dos
dois funciona: um muda de horário com o dobro da velocidade normal e o outro vai
9
Sociedade Brasileira de Matemática
20. Uma figura no formato de cruz, formada por quadrados de lado 1, está inscrita
em um quadrado maior, cujos lados são paralelos aos lados do quadrado tracejado,
cujos vértices são vértices da cruz. Qual é a área do quadrado maior?
49 81 32
A) 9 B) C) 10 D) E)
5 8 3
21. Quantos são os pares (x, y) de inteiros positivos tais que x2 – y2 = 22010?
A) 1000 B) 1001 C) 1002 D) 1003 E) 1004
22. Quatro números inteiros positivos a < b < c < d são tais que o mdc entre
quaisquer dois deles é maior do que 1, mas mdc(a, b, c, d) = 1. Qual é o menor
valor possível para d?
A) 10 B) 12 C) 15 D) 30 E) 105
x
80o
H
30o
A C
10
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25. Os números a e b são reais não negativos tais que a3 + a < b – b3. Então
A) b < a < 1 B) a = b = 1 C) a < 1 < b
D) a < b < 1 E) 1 < a < b
PROBLEMAS – NÍVEL 3
1. Dividindo-se o número 4
( 4 ) por 44 obtemos o número:
2
A) 2 B) 43 C) 44 D) 48 E) 412
x x x x x
A) B) C) D) E)
2 3 2 2 2 4
1 1
6. Os números x e y são distintos e satisfazem x − = y − . Então xy é igual a
x y
A) 4 B) 1 C) –1 D) –4
E) é preciso de mais dados
11
Sociedade Brasileira de Matemática
13. No triângulo ABC, m(BÂC) = 140º. Sendo M o ponto médio de BC, N o ponto
médio de AB e P o ponto sobre o lado AC tal que MP é perpendicular a AC, qual é
a medida do ângulo NMP ˆ ?
A) 40º B) 50º C) 70º D) 90º E) 100º
16. Os números a e b são reais não negativos tais que a3 + a < b – b3. Então
A) b < a < 1 B) a = b = 1 C) a < 1 < b
D) a < b < 1 E) 1 < a < b
17. Quantos são os pares (x, y) de inteiros positivos tais que x2 – y2 = 22010?
A) 1000 B) 1001 C) 1002 D) 1003 E) 1004
12
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19. Seja ABC um triângulo e X, Y e Z pontos sobre os lados BC, CA, AB tais que
CX AY BZ
= = =2.
XB YC ZA
A
Z
Y
B X C
A razão entre as áreas do triângulo XYZ e do triângulo cujos lados são congruentes
às medianas de ABC é:
Obs.: as medianas de um triângulo são os segmentos que ligam os vértices do
triângulo aos pontos médios dos lados opostos.
2 1 4 1 1
A) B) C) D) E)
3 2 9 3 4
21. Sendo n = 20102010 e log n é igual ao número m tal que 10m = n, então
A) n! < nlog n < (log n)n
B) nlog n < n! < (log n)n
C) (log n)n < nlog n < n!
D) (log n)n < n! < nlog n
E) nlog n < (log n)n < n!
22. Quatro números inteiros positivos a < b < c < d são tais que o mdc entre
quaisquer dois deles é maior do que 1, mas mdc(a, b, c, d) = 1. Qual é o menor
valor possível para d?
A) 10 B) 12 C) 15 D) 30 E) 105
23. Qual é o maior valor de xy2 se x e y são reais positivos cuja soma é 3?
A) 3 B) 4 C) 5 D) 6 E) 7
13
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3 1 π π
A) B) 2 −1 C) D) E) 1 −
4 2 4 8
GABARITO
NÍVEL 1 (6º. ou 7º. Anos do Ensino Fundamental)
1) D 6) B 11) D 16) E
2) B 7) E 12) B 17) C
3) D 8) E 13) D 18) A
4) D 9) C 14) E 19) B
5) B 10) D 15) A 20) D
14
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02. Joãozinho tem que fazer uma multiplicação como lição de casa, mas a chuva
molhou o caderno dele, borrando alguns algarismos, que estão representados por
(cada algarismo borrado pode ser diferente dos outros).
1
× 2 3
4
4 2 +
0
1 0 0 2
15
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05. Carlinhos escreve números inteiros positivos diferentes e menores do que 1000
em várias bolas e coloca-as numa caixa, de modo que Mariazinha possa pegar ao
acaso duas dessas bolas. Quantas bolas no máximo Carlinhos irá colocar na caixa
se os números das duas bolas deverão ter um divisor comum maior do que 1?
06. Num concurso com 10 questões, cada resposta correta valia 3 pontos, cada
resposta errada valia 1 ponto negativo e cada questão não respondida valia 0 ponto.
Não houve dois candidatos que apresentassem a mesma nota, feitas as correções.
Quantos candidatos no máximo fizeram essa prova?
PROBLEMA 1
Com cinco quadrados com lados de 27 cm, formamos uma sequência de figuras,
das quais as quatro primeiras são:
PROBLEMA 2
Maria tem 90 cartões. Ela numerou os cartões de 10 a 99 numa das faces e, para
cada número escrito, escreveu a soma dos seus algarismos na outra face. Por
exemplo, o cartão de número 43 tem o número 7 escrito no verso. Em quais cartões
um número de uma face é o dobro do número escrito na outra face?
16
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Fazendo três cortes num quadrado 3 × 3 e
juntando as quatro partes resultantes a um
quadrado 4 × 4 , obtemos um quadrado
5 × 5 , conforme indicado na figura. Os
cortes devem ser paralelos aos lados dos
quadrados e não pode haver sobreposição
de figuras para a realização dos cortes.
a) Transforme um quadrado de lado 8 cm e um quadrado de lado 15 cm num único
quadrado de lado 17 cm, fazendo quatro cortes apenas no quadrado de 8 cm.
01. Seja N o menor número inteiro positivo que multiplicado por 33 resulta em um
número cujos algarismos são todos iguais a 7. Determine a soma dos algarismos de
N.
D
E
A B
03. Sejam p, q números reais satisfazendo as relações 2p – 3p – 1 = 0, q2 + 3q – 2 =
2
pq + p + 1
0 e pq ≠ 1. Ache o valor de .
q
17
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04. Em uma cidade arbitrária o prefeito organizou uma rifa com bilhetes numerados
de 100 a 999. O prêmio de cada bilhete é determinado pela soma dos algarismos do
número do bilhete. Para que ninguém leve três prêmios iguais, estabeleceu-se que
quem retirar três bilhetes com as três somas iguais tem direito a um superprêmio.
Qual é o menor número de bilhetes que um cidadão deve comprar para ter a certeza
de que vai receber um superprêmio?
x2 – (r + s)x + rs + 2010 = 0
PROBLEMA 1
Joãozinho deseja colorir um tabuleiro 2 × 2010 com duas cores A e B. Uma
coloração é dita legal se não é possível encontrar um L-triminó, como na figura
abaixo, com todos os seus quadradinhos de mesma cor. Determine o número de
colorações legais.
L – Triminó
PROBLEMA 2
Determine todos os números primos m e n tais que 0 < m < n e os três números
2m + n, m + 2n e m + n – 18
sejam também primos.]
PROBLEMA 3
Chamaremos de imagem de um número natural de dois algarismos o número que se
18
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PROBLEMA 4
As bissetrizes internas dos ângulos  e Ĉ do triângulo ABC cortam-se no ponto I.
Sabe-se que AI = BC e que m( ICˆ A) = 2m( IAˆ C ) . Determine a medida do ângulo
ABˆ C .
01. Seja N o menor número inteiro positivo que multiplicado por 33 resulta em um
número cujos algarismos são todos iguais a 7. Determine a soma dos algarismos de
N.
x2 – (r + s)x + rs + 2010 = 0
r
B
A 18
8 R
D
C s
19
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04. Cada uma das oito casas de um retângulo de duas linhas e quatro colunas é
pintada de uma entre três cores. Uma coluna é chamada de corte se as suas duas
casas são da mesma cor. De quantas maneiras é possível pintar o retângulo de
modo que haja exatamente um corte?
05. Calcule
(2 4
)( )( ) (
+ 2 2 + 1 4 4 + 4 2 + 1 6 4 + 6 2 + 1 … 32 4 + 32 2 + 1 )
(1 4
)( )( ) (
+ 12 + 1 3 4 + 3 2 + 1 5 4 + 5 2 + 1 … 314 + 312 + 1 )
PROBLEMA 1
As bissetrizes internas dos ângulos  e Ĉ do triângulo ABC cortam-se no ponto I.
Sabe-se que AI = BC e que m( ICˆ A) = 2m( IAˆ C ) . Determine a medida do ângulo
ABˆ C .
PROBLEMA 2
Diamantino gosta de jogar futebol, mas se jogar dois dias seguidos ele fica com
dores musculares. De quantas maneiras Diamantino pode escolher em quais de dez
dias seguidos ele vai jogar bola sem ter dores musculares? Uma maneira é não
jogar futebol em nenhum dos dias.
PROBLEMA 3
Resolva o sistema
x + y + z = 77
xy + yz + zx + xyz = 946
PROBLEMA 4
Uma mesa de bilhar tem o formato de um quadrado ABCD. SuperPablo tem uma
missão especial: ele deve dar uma tacada em uma bola de bilhar, inicialmente
colocada no vértice A, de modo que, após bater exatamente 2010 vezes nos lados
do quadrado, a bola chegue, pela primeira vez, a um vértice do quadrado.
20
Sociedade Brasileira de Matemática
Quantos são os possíveis valores do ângulo formado pelo lado AB com a trajetória
inicial da bola?
Observação: ao bater nos lados do quadrado, a bola sofre reflexão perfeita, ou seja,
o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Suponha também que a bola
seja um ponto.
α α
Problema 01 02 03 04 05 06
Resposta 8 60 8 9 499 38
1 1 4−3 1
01. Volume de um copo de água é igual a − = = do volume da jarra.
3 4 12 12
2
1 2 2
Falta encher 1 − = da jarra. Para isso são necessários 3 = × 12 = 8 copos.
3 3 1 3
12
21
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04. Os números 12, 22, 32 possuem um algarismo. Os números 42, 52, ..., 92 possuem
dois algarismos. Os números 102, 112, ..., 312 possuem três algarismos. Assim, ao
escrever o quadrado do número 31, o número de algarismos escritos é
1 × 3 + 2 × 6 + 3 × 22 = 81 , faltando escrever 19 algarismos. Com os quadrados de
32, 33, 34 e 35, temos mais 4 × 4 = 16 algarismos, faltando ainda escrever apenas
três algarismos. Como o quadrado de 36 é 1296, concluímos que o último
algarismo escrito foi o 9, o centésimo algarismo escrito por Esmeralda.
05. Não podemos colocar o número 1 em nenhuma bola, pois o MDC entre 1 e
qualquer outro número é 1, assim temos 998 números disponíveis. Além disso, se
forem usadas 500 bolas ou mais, haverá duas com números consecutivos, sempre
primos entre si, então não podemos colocar mais que 499 bolas. Mas existe uma
forma de colocar 499 bolas, usando os números pares de 2 a 998.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Em cada figura, a área do quadrado cinza é uma fração da área do quadrado
original. Nas figuras apresentadas, a partir da segunda, as áreas são iguais,
22
Sociedade Brasileira de Matemática
4
× 27 × 27
9
4 4
respectivamente, a × × 27 × 27
9 9
4 4 4
× × × 27 × 27 = 64
9 9 9
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Para um número cujo algarismo das dezenas é a e cujo algarismo das unidades é b,
temos 10a + b = 2 ( a + b ) ou a + b = 2 (10a + b ) . A segunda equação não tem
soluções positivas, e na primeira equação temos
10a + b = 2 ( a + b ) ⇔ 10a + b = 2a + 2b ⇔ 8a = b . Necessariamente temos a = 1 e b
= 8. De fato, no cartão de número 18 a soma dos algarismos é 9.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) Bastam 4 cortes no quadrado de lado 8
cm, conforme ilustrado nos desenhos à
direita.
4ºcorte
1º, 2º e 3º
cortes
23
Sociedade Brasileira de Matemática
4ºcorte
1º, 2º e 3º
cortes
(exemplo 1)
Outras maneiras (exemplos 2 e 3) demontar o quadrado também com três cortes
são apresentadas ao lado.
(exemplo 2)
(exemplo 3)
24
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 25 75 1 53 8
01. O critério de divisibilidade por 11 nos diz que se o número 33N possui todos os
seus algarismos iguais e é divisível por 11, então ele deve possuir um número par
da algarismos. O critério de divisibilidade por 3 também nos diz que a soma dos
algarismos deve ser múltipla de 3 e isso obriga que a quantidade de algarismos 7
seja divisível por 3. O menor número que cumpre essas condições é 777777, ou
seja, N = 777777/33 = 23569.
03. Como p não pode ser zero, podemos dividir a primeira equação por − p 2 e
1 1
obter 2
+ 3 − 2. Isto nos diz que as raízes da primeira equação são os inversos
p p
das raízes da segunda equação. Como pq ≠ 1. , p é igual ao inverso da outra raíz da
1
segunda equação que é diferente de q, ou seja, p = pois a soma das raízes
−3 − q
da segunda equação é igual a –3. Substituindo na expressão procurada:
pq + p + 1 − q − 1 + 3 + q 2 2
= = = =1
q 3q + q 2
3q + q 2
2
04. A soma dos dígitos dos bilhetes é no mínimo 1 e no máximo 27. Para as somas
1 e 27 existem apenas dois bilhetes, enquanto que para qualquer outro valor
existem pelo menos três bilhetes. Então retirando 1 + 1 + 2 × ( 27 − 2 ) + 1 = 53 iremos
escolher pelo menos três números com mesma soma.
25
Sociedade Brasileira de Matemática
( r − s ) − t 2 = 4 × 2010
2
(( r − s ) + t ) (( r − s ) − t )
× = 2010
2 2
Como os números ( ( r − s ) + t ) e ( ( r + s ) + t ) possuem a mesma paridade e 2010 é
inteiro, concluímos que os termos no produto anterior são inteiros. A cada para de
2010
divisores do tipo d , do número 2010, temos uma solução para t e r − s
d
na última equação. Como 2010 possui 16 divisores, o número de soluções é 8.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
A pintura da primeira coluna 2 x 1 do tabuleiro limita o número de maneiras de
pintarmos o restante do tabuleiro. Temos dois casos a considerar:
Primeiro caso: As casas desta coluna são pintadas com a mesma cor.
Necessariamente a próxima coluna terá ambas casa da cor oposta à aquela da
primeira coluna e. Pela mesma razão, teremos que as cores das colunas do tabuleiro
devem ser alternadas. Assim, neste caso, temos apenas 2 pinturas diferentes.
Figura 1
…
Segundo caso: As casas desta coluna são pintadas com cores diferentes.
Necessariamente a próxima coluna é igual à primeira ou tem as cores opostas. O
mesmo se passará com as próximas colunas. Como para cada coluna sempre
2010
teremos duas escolhas a fazer, incluindo a coluna inicial, temos 2 pinturas
diferentes.
26
Sociedade Brasileira de Matemática
Figura 2
…
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Como os primos 2m + n e , m + 2n são maiores que dois, temos que ambos são
ímpares e consequentemente 2m + n + m + 2n = 3m + 3n é um número par. Assim
m + n é par e m + n − 18 é um primo par, ou seja, dois. O único par de primos
(m, n) que cumpre m + n = 20 e satisfaz o enunciado é (m, n) = (3,17)
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
A soma de um número de dois algarismos com a sua imagem é da forma
(10a + b) + (10b + a) = 11( a + b ) , onde a e b são seus algarismos. Se 11( a + b ) é
um quadrado perfeito, devemos ter outro fator primo 11 na soma a + b. Além
disso, como a e b são menores que 10, concluímos que a + b é um múltiplo de 11
menor que 20 e maior que 0, ou seja, é igual à 11. Os pares de dígitos ( a, b ) que
verificam a + b = 11 são: ( 2,9 ) , ( 3,8 ) , ( 4, 7 ) , ( 5, 6 ) , ( 6,5 ) , ( 7, 4 ) , ( 8,3) e ( 9, 2 ) .
27
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 25 8 12 2592 1057
Para ser múltiplo de 33, deve ser múltiplo de 11 e de 3. Assim, k deve ser par (pelo
critério de divisibilidade por 11) e, também, k deve ser múltiplo de 3, pois a soma
dos algarismos de 33N é 7k. Logo, o menor N procurado satisfaz 33⋅N = 777.777, o
que nos dá N = 23.569. A soma dos algarismos de N é 2 + 3 + 5 + 6 + 9 = 25.
02. A expressão x2 – (r + s)x + rs pode ser escrita como (x – r)(x – s). Logo,
devemos ter (r – x)(x – s) = 2010.
28
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03. Seja O o ponto de interseção entre as retas AB e CD. Veja que os triângulos
ODA e OBC são semelhantes, pois ∠OAD = 180° − ∠DAB = ∠BCA. Logo,
podemos igualar a razão de semelhança à razão entre os raios das circunferências
inscritas, bem como das ex-inscritas, obtendo:
8 R
= ⇔ R 2 = 144 ⇔ R = 12.
R 18
04. Em primeiro lugar, escolhemos a coluna que conterá o corte. Isso pode ser feito
de 4 modos. Em seguida, escolhemos a cor das casas do corte, o que pode ser feito
de 3 modos. Ficamos, então, com três colunas restantes para preencher.
Preencheremos primeiramente as casas da primeira linha. Temos 3 modos de
colorirmos cada casa da primeira linha, ou seja, 33 modos. Finalmente, resta-nos
colorir as casas da segunda linha, o que pode ser feito de 23 modos, já que as cores
das casas dessas colunas devem ser diferentes das cores das casas imediatamente
superiores. O total de colorações é 4⋅3⋅33⋅23 = 2592.
29
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1:
α
α 2α
α
α
A B
E D
Outra solução: Considere a mesma figura acima. Aplicando a lei dos senos nos
triângulos ACI e ABC, obtemos
AC AI AC sen 3α
= ⇔ =
sen(180 − α − 2α ) sen 2α AI sen 2α
AC BC AC sen 6α
e = ⇔ =
sen(180 − 2α − 4α ) sen 2α BC sen 2α
30
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 2:
Note que Diamantino pode jogar futebol no máximo 5 vezes; caso contrário ele
necessariamente joga dois dias seguidos. Suponha que ele joga k dias. Então os k
dias em que ele joga devem ser imediatamente seguidos por dias em que ele não
joga. Assim, acrescentando um dia ao período, podemos dividir os 11 dias em k
blocos de dois dias e 11 – 2k blocos de um dia. Podemos permutar os k + 11 – 2k =
(11 − k )! 11 − k
11 – k blocos de = maneiras.
k!(11 − 2k )! k
Assim, an = an–1 + an–2, com a0 = 1 (a única opção é não jogar) e a1 = 2 (ele joga ou
não no único dia). Dessa forma, podemos encontrar os valores de an a partir dos
anteriores:
n 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
an 1 2 3 5 8 13 21 34 55 89 144
Comentários:
• Temos que an = Fn+2, em que Fn é a famosa sequência de Fibonacci (clique
no link para saber algumas de suas muitas propriedades!)
• Comparando e generalizando as duas soluções você pode obter a
identidade
n n − 1 n − 2 n − 3
Fn +1 = + + + +
0 1 2 3
que soma as outras diagonais do triângulo de Pascal.
31
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PROBLEMA 3:
Observando que (1 + x)(1 + y)(1 + z) = 1 + x + y + z + xy + yz + zx + xyz,
x + y + z = 77 x + y + z = 77
⇔
xy + yz + zx + xyz = 946 1 + x + y + z + xy + yz + zx + xyz = 1024
(1 + x) + (1 + y ) + (1 + z ) = 80
⇔ 10
(1 + x)(1 + y )(1 + z ) = 1024 = 2
Como x, y e z são inteiros não negativos, 1 + x, 1 + y e 1 + z são potências de 2.
PROBLEMA 4:
Como a bola sofre reflexão perfeita, ao refletir a mesa em relação a cada lado em
que a bola bate obtém-se uma linha reta. Repetindo as reflexões obtemos a seguinte
figura, em que a trajetória da bola é reta:
A
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33
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PROBLEMA 1
Esmeralda tem muitos triângulos retângulos iguais aos da figura.
5 cm
3 cm
4 cm
a) Fazendo coincidir partes dos lados, sem sobrepor triângulos, Esmeralda montou
a figura a seguir. Qual é a área e qual é o perímetro dessa figura?
PROBLEMA 2
As casas de um tabuleiro 3 × 3 são numeradas de 1 a 9, cada número sendo
utilizado exatamente uma vez. Em cada linha horizontal, pintamos de vermelho a
casa com o maior número e, de verde, a casa com o menor número. Seja A o menor
dos números das casas vermelhas e B o maior dos números das casas verdes.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Dado um sólido formado por cubos de 1 cm de aresta, como mostra a figura 1,
podemos indicar a quantidade de cubos em cada direção, como mostra a figura 2.
3
3 2
2 1 1
1 0
2 1
1
0 1
3 0 0 2
1 1
3 0 1 3
3 2
2 3
Encontre os valores de a, b, c, d, e, f, x e m.
PROBLEMA 4
Dizemos que um número inteiro positivo n é abestado se ao lermos da direita para
esquerda obtivermos um inteiro maior que n. Por exemplo, 2009 é abestado porque
9002 é maior que 2009, por outro lado, 2010 não é abestado pois 0102, que é o
35
Sociedade Brasileira de Matemática
número 102, é menor que 2010 e 3443 não é abestado pois quando lido da direita
para esquerda é exatamente igual ao original. Quantos inteiros positivos de quatro
algarismos são abestados?
PROBLEMA 5
a) Exiba um número inteiro positivo menor ou igual a 1000 com pelo menos 20
divisores positivos.
b) Existe um número inteiro positivo menor ou igual a 11000 com pelo menos 200
divisores positivos? Não se esqueça de justificar a sua resposta.
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Dizemos que um número inteiro positivo n é abestado se ao lermos da direita para
esquerda obtivermos um inteiro maior que n. Por exemplo, 2009 é abestado porque
9002 é maior que 2009, por outro lado, 2010 não é abestado pois 0102, que é o
número 102, é menor que 2010 e 3443 não é abestado pois quando lido da direita
para esquerda é exatamente igual ao original. Quantos inteiros positivos de quatro
algarismos são abestados?
PROBLEMA 2
Seja ABCD um paralelogramo e Γ a circunferência circunscrita ao triângulo ABD.
Se E e F são as interseções de Γ com as retas BC e CD respectivamente, prove que
o circuncentro do triângulo CEF está sobre Γ.
PROBLEMA 3
Arnaldo e Bernaldo participam do seguinte jogo em um tabuleiro m × n, m, n ≥ 2.
Arnaldo começa escolhendo uma casinha e colocando um cavalo na casinha
escolhida; em seguida, Bernaldo e Arnaldo movem alternadamente o cavalo,
começando por Bernaldo, com a restrição de que o cavalo não pode cair em
casinhas que já foram visitadas. Perde quem não poder mover o cavalo.
Determinar, em função de m e n, qual jogador tem uma estratégia para ganhar o
jogo, não importando os movimentos do outro jogador e mostrar como ele deve
jogar para ganhar.
Observação: Cada movimento de um cavalo consiste em ir duas casas na vertical
ou na horizontal e, em seguida, uma casa na direção perpendicular.
36
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Sejam a, b e c reais tais que a ≠ b e a2(b + c) = b2(c + a) = 2010. Calcule c2(a + b).
PROBLEMA 5
As diagonais de um quadrilátero inscritível ABCD se intersectam em O. Os
círculos circunscritos aos triângulos AOB e COD intersectam as retas BC e AD,
pela segunda vez, nos pontos M, N, P e Q. Prove que o quadrilátero MNPQ está
inscrito em um círculo de centro O.
PROBLEMA 6
Os três lados e a área de um triângulo são números inteiros. Qual é o menor valor
da área desse triângulo?
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Encontre todas as funções f do conjunto dos reais nos conjuntos dos reais tais que
f(a + b) = f(ab)
PROBLEMA 2
Seja P(x) um polinômio com coeficientes reais. Prove que existem inteiros
positivos n e k tais que k tem n dígitos e mais de P(n) divisores positivos.
PROBLEMA 3
Qual é a maior sombra que um cubo sólido de aresta 1 pode ter, no sol a pino?
Observação: Entende-se “maior sombra de uma figura no sol a pino” como a maior
área possível para a projeção ortogonal da figura sobre um plano.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja ABCD um quadrilátero convexo e M e N os pontos médios dos lados CD e
AD, respectivamente. As retas perpendiculares a AB passando por M e a BC
37
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Determine todos os valores de n para os quais existe um conjunto S de n pontos,
sem que haja três deles colineares, com a seguinte propriedade: é possível pintar
todos os pontos de S de modo que todos os ângulos determinados por três pontos
de S, todos da mesma cor ou de três cores diferentes, não sejam obtusos. A
quantidade de cores disponíveis é ilimitada.
PROBLEMA 6
Encontre todos os pares (a, b) de inteiros positivos tais que 3a = 2b2 + 1.
3 + 3 + 4 + 4 + 5 + 5 + ( 4 − 3) + ( 4 − 3) = 26.
O perímetro da figura é 26cm.
Área de um triângulo:
b⋅h 4 ⋅ 3 12
→ = = 6cm 2
2 2 2
Cada triângulo tem 6cm2 de área.
Se na figura temos 4 desses triângulos, a área da figura é 4 ⋅ 6, ou seja, 24cm2.
38
Sociedade Brasileira de Matemática
49cm 2 − lado 7 ,
64cm 2 − lado 8 ,
81cm 2 − lado 9 ,
100cm 2 − lado 10 ,
121cm 2 − lado 11 ,
144cm 2 − lado 12 ; 49, 64, 81, 100 e 121 não são divisíveis por 6 (área do
triângulo). 144 é divisível por 6 ( 6 ⋅ 24 = 144 ) .
a)
A=7
Verde
5
Vermelho B=3
1 7 A–B=4
Verde Vermelho
2 4 8
Verde Vermelho
3 6 9
39
Sociedade Brasileira de Matemática
b)
A=3
Verde
2
Vermelho B=6
1 3 A – B = –3
Verde Vermelho
4 5 7
Verde Vermelho
6 8 9
c) Para a ser igual a 4 os dois números que estarão juntos com ele na fileira devem
ser (1, 2 ) ; ( 2 ,3) ou (1,3) . Porém o 3 não pode estar junto com ele na fileira, senão
ele não seria pintado de verde. Então uma fileira horizontal é: 1, 2, 4. Porém, para
que o 3 seja o B, as outras duas casas verdes teriam que ser 1 e 2. Porém, 1 e 2
estão na mesma fileira, então casas verdes são (1,3) , já que o 2 não é verde, a
terceira casa verde é um número ≥ 4, ocasionando o fato de B ≠ 3. Portanto, não é
possível.
1 c
3 a+3+1=2+2+1 b 1+b+c =2+x+2
a 1
2 a=5–4 2 1+b+c =2+3+2
a=1 b + c = 7– 1
2 x
b+c=6
1 2
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3
1+2+1=m+2+2 b 3+b+e =3+3+2
e
m=4–4 3+3+e =3+3+2
m=0 3
1 2 e =8–6
2 2 3 e=2
1 m
2
a 1
1 a+1+d=1+3+m c 1+c+f =2+1+2
d f
1+1+d=1+3+0 1+3+f =5
1 d=4–2 2
f =5–4
3 d=2 1 f =1
m 2
41
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b) Não, não existe. Seja n um número com pelo menos 200 divisores. Se o i-ésimo
n
menor divisor é d, então o i-ésimo maior divisor é . Seja m o centésimo menor
d
n
divisor. Temos m ≥ 100 e > m, donde n > m 2 ≥ 10000. Chegamos perto, mas
m
isso ainda não resolve o problema. Consideremos o 98º., o 99º. e o 100º. menores
divisores de n, que chamaremos de k, l, e m. Note que, se m ≥ 105, teremos como
n
antes > m, donde n > m 2 ≥ 1052 = 11025 > 11000.
m
Podemos supor então que 98 ≤ k < l < m ≤ 104. Como para quaisquer inteiros
positivos distintos a, b temos mdc ( a,b ) ≤ b − a , e
a ⋅b
mmc ( a,b ) = , concluímos que n ≥ mmc ( k ,l,m ) = mmc ( k ,mmc ( l,m ) ) =
mdc ( a,b )
k ⋅ mmc ( l,m ) k ⋅ mmc ( l,m )
= ≥ =
mdc ( k ,mmc ( l,m ) ) mdc ( k ,l ) ⋅ mdc ( k ,m )
klm klm 98 ⋅ 99 ⋅ 100
= ≥ ≥ .
mdc ( l,m ) mdc ( k ,l ) mdc ( k ,m ) ( m − l )( l − k )( m − k ) ( m − l )( l − k )( m − k )
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2β
A B
α 180° – α – β
360° – 2α – 2β
E
β 2α
α
D F C
BAD − EF
Note que BCD = ⇒ 2α = 360° − 2α − EF ⇒ EF = 360° − 4α
2
Com isso EBAF = 4α .
Seja O o circuncentro do ∆FCE. Sabemos que FOE = 2 FCE ⇒ FOE = 2α .
EBAF EBAF
Como = 2α ⇒ FOE = ⇒ O ∈ Γ , pois FOE é ângulo inscrito.
2 2
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1 2 3 4
3 4 1 2
Como todo o tabuleiro está dividido em pares, B consegue jogar, não importando
onde A coloque o cavalo: basta mover o cavalo para a outra casa do par. Quando A
jogar, colocará o cavalo numa casa de outro par, e B repete a estratégia. Deste
modo, se n = 4k o jogador B tem estratégia ganadora.
1 2 3 4 1 2 3 4 5 6 1 2 3 1 2 3 4 5
3 6 1 5 3 4 1 7 8 9 4 A 1 3 4 6 A 7
2 5 4 6 2 7 8 9 6 5 2 3 4 2 1 7 5 6
Juntando esses tabuleiros se prova que B tem estratégia vencedora para tabuleiros 3
× n, n par e A tem estratégia vencedora para tabuleiros 3 × n, n ímpar: divida o
tabuleiro num 3 × 3 ou 3 × 5 e tabuleiros 3 × 4; basta colocar o cavalo na casa
marcada com A e seguir a mesma estratégia de B.
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5
3 4 1 7 8 9 3 4 5 6 7
2 10 11 9 6 5 2 1 10 8 9
12 13 14 15 7 8 11 A 12 7 6
10 11 12 13 14 15 12 10 11 9 8
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A
B
D
θ
N
M
N
M
O
P Q
α α
θ
D
B C
Observe que como ABCD é um quadrilátero inscritível temos que os ângulos ACB
e BDA são iguais. Temos também que OQCDP é inscritível, logo, como ACB ˆ e
BDA são iguais, segue que os arcos OQ e OP são iguais. Podemos concluir que
os segmentos OQ e OP são iguais também. Analogamente, fazendo tudo com o
quadrilátero ANOMB, chegamos à conclusão que OM e ON são iguais. Agora
para provar que O é o centro da circunferência que passa pelos vértices do
quadrilátero MNQP (não sabemos ainda se ela existe), basta provarmos que
OP = ON , pois assim teremos OM = ON = OP = OQ, concluindo assim que existe
uma circunferência de centro O que passa pelos vértices do quadrilátero MNQP.
Para provarmos isto façamos o seguinte: chamemos o ângulo ACD de θ . Como o
quadrilátero ABCD é inscritível segue que DBA = θ . Temos também que
OPN = θ , pois OPD = 180° − θ (pois o quadrilátero OPDC é inscritível).
Temos também que PNO = θ , pois NOBA é inscritível. Logo os ângulos O NP e
OPN são iguais, donde segue que OM = OP , c.q.d.
47
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a+b+c
p=
2
a + b + c a + b + c a + b + c a + b + c
S= − a − b − c
2 2 2 2
a + b + c b + c − a a + c − b a + b − c
S=
2 2 2 2
16S 2 = ( a + b + c )( b + c − a )( a + c − b )( a + b − c )
sabemos que a,b,c , S ∈ + e a,b e c são lados de um triângulo.
Podemos ver que a+b+c é par. Caso contrário
a + b + c,( a + b + c ) − 2a,( a + b + c ) − 2c e ( a + b + c ) − 2b seriam ímpares e
teriam o produto par, o que é claramente um absurdo.
O valor mínimo para essa soma é 4, mas no caso a única tripla de interiros
positivos que têm essa soma é (1,1, 2 ) . Mas desobedecem a desigualdade triangular:
1 + 1 não é maior que 2.
Essa soma também não pode ser 6. Porque nesse caso o produto teria um fator 3,
mas como é um quadrado perfeito teria que ter dois ou mais fatores 3, Assim,
( b + c − a ) ,( a + c − b ) ou ( a + b − c ) teriam esse fator 3. Mas eles são pares e
menores que 6, logo não há como isso acontecer (absurdo!).
Se a + b + c = 8, nenhum dos outros fatores poderia ser 6, caso contrário teria que
haver dois fatores iguais a 6. Sem perda de generalidade supomos que
b+c−a=6
a+c−b = 6
2c = 12 ⇒ c = 6 → a + b = 2 → c > a + b. Absurdo.
Assim, temos alguns casos a analisar, pois cada fator só pode ser 2 ou 4.
a+b−c = 4
I) a+c−b = 4 a + b + c = 12 . Absurdo!
b+c−a =4
a+b−c = 4
II) a +c−b = 4 a + b + c = 10 . Absurdo!
b+c−a =2
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a+b+c =8
a+b−c = 4
III) ( a + b + c )( a + b − c )( a + c − b )( b + c − a ) = 128 .
a +c−b = 2
b+c−a =2
+
128 não é da forma 16S2 com S ∈ , Absurdo!
a+b−c = 2
IV) a +c−b = 2 a + b + c = 6 . Absurdo!
b+c−a =2
Podemos ver que a soma não pode ser 10, por um argumento análogo ao do 6. Pois
teria que haver outro fator 5, o que faria com que um dos fatores fosse 10, o que é
um absurdo!
Já que para a + b + c = 12 é possível, basta tornar a= 5, b= 4, c = 3.
Vale a desigualdade triangular e a área é dada por
S= p ( p − a )( p − b )( p − c )
p = 6 , a = 5, b = 4 , c = 3
S = 6 ⋅1 ⋅ 2 ⋅ 3
S = 62 = 6.
Vamos provar que o valor mínimo de ( p − a )( p − b )( p − c ) é 6, caso o produto
p ( p − a )( p − b )( p − c ) fosse menor que 36.
Supondo que não fosse, teríamos as seguintes possibilidades:
b+c−a a+b−c a+c−b
( p − a )( p − b )( p − c ) = 5 ⇒ = 5, = 1, =1⇒
2 2 2
p = 5 + 1 + 1 = 7 e p ( p − a )( p − b )( p − c ) = 7 ⋅ 5 = 35, que não é quadrado perfeito.
Absurdo!
( p − a )( p − b )( p − c ) = 4 . Para o produto disso com p ser menor que 36 e
quadrado perfeito, p seria 4 e já vimos anteriormente que isso é um absurdo.
( p − a )( p − b )( p − c ) = 3 . Nesse caso p seria 3, para o produto ser menor que 36 e
quadrado perfeito, mas nesse caso a + b + c = 6 e já analisamos esse caso.
a+b−c a+c−b b+c−a
( p − a )( p − b )( p − c ) = 2 =1 =1 =2
2 2 2
p = 1 + 1 + 2 = 4 , S = 8 . Absurdo!
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⇒
( y + θ )( −θ ) = r − yθ − θ2 = r , onde p,q,r,s ∈
s s
p r
2 yθ = −
q s
t
Como y∈ ⇒ y∈ ⇒ y=
, onde t,u ∈
u
2t ps − rq psu − rqu
⇒ ⋅θ = ⇒θ= ⇒ θ é racional. Absurdo!
u qs 2qst
Com isso, provamos que f ( x ) = k ,∀x ∈ , onde k é uma constante qualquer. Para
qualquer k, essa função serve, de acordo com a questão, pois
f ( a + b ) = f ( a ⋅ b ) ⇔ k = k . OK!
(
10b −1 < P2 d + 2 < 10b . Vamos definir k como sendo k = P1a ⋅ P2a ...P2ad + 2 < (10b ) ).
2d +2 a
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x = ab ⋅ ( 2d + 2 ) com “a” variável então nosso “x” pode ser tão grande quanto
quisermos. Então basta provar que:
> ( ab ⋅ ( 2d + 2 ) )
d +1
( a + 1) > p ( n ) ↔ ( a + 1) > ab ( 2d + 2 ) . Como b, d são
2d +2 2
constantes então a única variável é “a” e como no lado direito ”a” tem menor grau,
então para “a” suficientemente grande a desigualdade é válida, mostrando que
existem k, n que satisfazem a condição do enunciado.
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( 2)
2
⋅ 3
2⋅ = 3 . Uma projeção ortogonal num plano paralelo ao plano BDG
4
realiza a igualdade.
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→ ( ya + d )( yc − b) = ( yc + d )( ya − b) ↔ ya ⋅ yc − b ⋅ ya + d ⋅ yc − bd = ya ⋅ yc − byc + d ⋅ ya − bd
↔ ya ( b + d ) = yc ( b + d ) ↔ ya = yc ou b + d = 0.
Se ya = yc , AC é paralelo ao eixo x e, portanto, perpendicular a BD, que é o eixo y.
y − b ya − b yc − b
Se b + d = 0, (*) vira c ⋅ = −1, o que implica BC ⊥ AB (pois
xc xa xc
ya − b
e são, respectivamente, os coeficientes angulares de BC e AB), ou seja,
xa
∠ABC = 90°. Isso caracteriza todos os contra exemplos:
P´= B
N´= A P M´= C
N M
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Então, como 4 pontos de cores diferentes têm que formar um retângulo, não temos
mais como ter 5 pontos de 5 cores diferentes nesse conjunto. Sendo assim,
podemos ter 1, 2, 3 ou 4 cores:
1 cor: só podemos ter até 4 pontos, pois 3 deles só definem a posição do próximo,
só que os 4 têm que formar um retângulo:
ex:
A A
A A
V V
A A
V V
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3 cores: conseguimos uma configuração com até 12 pontos, basta eles ficarem
muito afastados, cada retângulo acutângulo, pois assim, ao escolhermos 3 cores
diferentes, os ângulos do triângulo vão ser aproximadamente os do triângulo
acutângulo:
ex:
A A
A A
60°
V V 60° 60° L L
V V L L
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α 3+β 2
⇔ 3+ 2< < 9 3 + 11 2
(5 + 2 6 ) k −1
2 < (α 3 + β 2 )(5 − 2 6 )
k −1
⇔ 3+ < 9 3 + 11 2
( )
2 k +1
Para k = 0 temos 3+ 2 = 3 + 2 , o que nos dá a solução ( c,b ) = (1,1) de
( )
2 k +1
(*), e, para k = 1, temos 3+ 2 = 9 3 + 11 2 , o que nos dá a solução
Suponha que c > 9, ou seja, k > 1. Por (**) e pelo teorema do binômio temos
k
2k + 1 m k − m 2k + 1
∑
c =
m=0 2 m + 1
⋅ 3 ⋅ 2
= ( 2k + 1) ⋅ 2 k +
3
⋅ 3 ⋅ 2 k −1 +
(***)
57
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Então, como k > 1, todos os termos a partir do terceiro tem pelo menos t + 2 fatores
3, e
c = (2k + 1) ⋅ 2 k + (2k + 1) ⋅ k ⋅ (2k − 1) ⋅ 2 k −1 + 3t + 2 ⋅ N
⇔ 3( a −1) / 2 = (2k + 1) ⋅ 2 k −1 ⋅ [(2k + 1)(k − 1) + 3] + 3t + 2 ⋅ N
Note que como 3 divide 2k + 1 então também divide (2k + 1)(k – 1) + 3; além
disso, 9 divide (2k + 1)(k – 1), e portanto a maior potência de 3 que divide
(2k + 1)(k – 1) + 3 é 3. Portanto a maior potência de 3 que divide
( 2 k + 1) ⋅ 2 k −1 ⋅ [( 2 k + 1)( k − 1) + 3 ] é 3t+1 (t fatores de 2k + 1 e 1 de
(2k + 1)(k – 1) + 3). Finalmente, 3(a–1)/2 = c = 3t+1 (1 + 3N), que não é possível pois
N > 0.
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PROBLEMA 1:
Há muito tempo em uma galáxia muito distante, utilizavam-se como referência
para viagens espaciais os pontos A, B, C, D, E, F, G, H, vértices de um cubo de
ares igual a um ano-luz tendo os quadrados ABCD e EFGH como faces e tendo os
segmentos AE, BF, CG e DH como arestas. Uma nave espacial viaja com
velocidade constante em trajetória retilínea de B para C. Outra nave viaja com
velocidade constante igual ao triplo da velocidade da primeira, em trajetória
retilínea de A para G. Sabendo que a primeira atinge o ponto C no mesmo instante
em que a segunda atinge o ponto G, determine a menor distãncia entre as naves
durante esse deslocamento.
PROBLEMA 2:
Quantos são os pares ordenados (x, y) com x, y ∈ {0 ,1,2 ,...,142} tais que
5 x 2 + 7 y 2 − 1 é múltiplo de 143?
PROBLEMA 3:
Dados os polinômios com coeficientes complexos em uma variável f ( x ) e h ( x ) ,
prove que existe um polinômio g ( x ) tal que f ( x ) = g ( h ( x ) ) se, e somente se,
existe um polinômio com coeficientes complexos em duas variáveis q ( x, y ) tal
que f ( x ) − f ( y ) = q ( x, y ) ( h ( x ) − h ( y ) ) .
PROBLEMA 4:
Seja n um inteiro positivo.
Seja An o subconjunto do plano definido por 1 ≤ x ≤ n,0 ≤ y ≤ ln ( x ) . Seja Bn o
polígono convexo de vértices (1,0) = (1,ln (1) ) ,( 2,ln ( 2) ) ,( 3,ln ( 3) ) ,...,( n,ln ( n) ) ,( n,0) .
Seja Cn = An − Bn , o complemento de Bn em relação a An .
59
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PROBLEMA 5:
Suponha que temos um grafo com n + 1 ≥ 4 vértices e queremos pintar suas arestas
com duas cores de forma que não haja duas arestas disjuntas da mesma cor. Mostre
que há no máximo 2n tais colorações.
PROBLEMA 6:
Cada um dos itens a seguir apresenta um valor diferente para a matriz B. Para cada
um desses valores, determine quantas matrizes reais A existem tais que
A3 − 3 A = B.
0 1
a) B =
1 0
4 0
b) B =
0 4
4 1
c) B =
0 4
PROBLEMA 1
Dando coordenadas, suponha sem perda de generalidade que
A = ( 0 ,0 ,0 ) , B = (1,0 ,0 ) , C = (1,1,0 ) , D = ( 0 ,1,0 ) ,
E = ( 0,0 ,1) , F = (1,0,1) , G = (1,1,1) , H = ( 0 ,1,1) .
Se as posições (em função do tempo) das duas naves são α (t ) e
β ( t ) , respectivamente, se t = 0 é o instante em que α ( t ) = C e β ( t ) = G e t = −1 é
o instante em que α ( t ) = B temos
α ( t ) = (1,1,0 ) + t ( 0,1,0 ) ,β ( t ) = (1,1,1) + 3 t (1,1,1) .
Assim o quadrado da distância em função do tempo é
( ( )) + ((1 + t ) − (1 + 3t )) + ( 0 − (1 + 3t ))
2 2 2
h ( t ) = (1) − 1 + 3t
= 3t + ( 3 − 1) t + 1 + 2 3t + 3t = (10 − 2 3 ) t + 2 3t + 1.
2
2 2 2 2
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Temos
( )
h´ ( t ) = 20 − 4 3 t + 2 3 .
Para ( ) ( )
t0 = −2 3 20 − 4 3 = − 3 + 5 3 44 ≈ −0 , 265 temos h´ ( t0 ) = 0; para
t < t0 temos h´ ( t ) < 0 e para t > t0 temos h´ ( t ) > 0.
Assim o mínimo do quadrado da distância é
(
h ( t0 ) = 29 − 3 3 ) 44 ≈ 0 ,541
e a distância mínima é
( 29 − 3 3 ) 44 ≈ 0,7355
PROBLEMA 2
Note que 143 = 11× 13. Se N p é o número de pares ordenados (x, y) com
x, y ∈ {0 ,1,..., p − 1} tais que 5 x 2 + 7 y 2 − 1 é múltiplo de p, então a resposta do
problema será N11 ⋅ N13 . de fato, 5 x 2 + 7 y 2 − 1 é múltiplo de 143 se, e somente se, é
múltiplo de 11 e 13. Por outro lado, pelo teorema chinês dos restos, dados pares
ordenados ( x´, y´ ) com x´, y´∈ {` 0,1,...,10} e ( x´´, y´´ ) com
x´´, y´´∈ {0,1,...,12} , existe um único par ordenado ( x, y ) com x, y ∈ {` 0,1,...,142} tal
que x ≡ x´ ( mod 11) ,x ≡ x" ( mod 13) , y ≡ y´ ( mod 11) e y ≡ y" ( mod 13) .
Vamos agora calcular N11 e N13 . Os possíveis valores de x 2 ( mod 11) são 0, 1, 4,
9, 5, 3, sendo cada valor não nulo atingido para duas classes de congruência
módulo 11. Assim, 5 é quadrado módulo 11 mas 7 não é, e portanto 5 x 2 ( mod 11)
assume os valores 0, 1, 3, 4, 5, 9, enquanto 7 x 2 ( mod 11) assume os valores 0,
2,6,7,8,10 (nos dois casos os valores não nulos são assumidos duas vezes). Temos
que 1 é o resultado módulo 11 da soma de números dessas duas listas nas formas 1
+ 0,4 + 8 e 5 + 7, o que dá 2 + 4 + 4 = 10 soluções módulo 11 de 5 x 2 + 7 y 2 = 1, e
portanto N11 = 10. Analogamente, os possíveis valores de x 2 ( mod 13) são 0, 1, 4,
9, 3, 12, 10, sendo cada valor não nulo atingido para duas classes de congruência
módulo 13. Assim, 5 e 7 não são quadrados módulo 13, e portanto 5 x 2 ( mod 13) e
7 x 2 ( mod 13) assumen os valores 0, 2, 5, 6, 7, 8, 11 (os valores não nulos são
assumidos duas vezes). Temos que 1 é o resultado módulo 13 da soma de dois
números dessa lista nas formas 6 + 8,8 + 6 e 7 + 7, o que dá 4 + 4 + 4 = 12
soluções módulo 13 de 5 x 2 + 7 y 2 = 1, e portanto N13 = 12.
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PROBLEMA 3
Note que, se g ( x ) = an x n + ... + a1x + a0 , então
g ( u ) − g ( v ) = an ( u n − v n ) + ... + a1 ( u − v ) = ( u − v ) ( an u n −1 + u n − 2 v + ... + v n −1 ) + ... + a1 )
= R ( u,v ) ⋅ ( u − v ) , para um certo polinômio em duas variáveis R ( x, y ) , e logo, se
f ( x ) = g ( h ( x ) ) , então
( )
f ( x ) − f ( y ) = g ( h ( x ) ) − g ( h ( y ) ) = R ( h ( x ) ,h ( y ) ) ⋅ h ( x ) − h ( y ) = q ( x, y ) ( h ( x ) − h ( y ) ) ,
com q ( x, y ) : = R ( h ( x ) ,h ( y ) ) , o que mostra a primeira implicação.
Vamos provar a volta por indução no grau de f. Se o grau de f for 0, as duas
afirmações são verdadeiras. Suponha agora que f não é constante e que
f ( x ) − f ( y ) = q ( x, y ) ( h ( x ) − h ( y ) ) (daí segue que h não é constante). Fazendo y
= 0, obtemos f ( x ) − f ( 0 ) = q ( x,0 ) ( h ( x ) − h ( 0 ) ) , para todo x, e portanto,
f ( y ) − f ( 0 ) = q ( y,0 ) ( h ( y ) − h ( 0 ) ) , para todo y. Substraindo, obtemos
q ( x, y ) ( h ( x ) − h ( y ) ) = f ( x ) − f ( y ) = q ( x,0 ) ( h ( x ) − h ( 0 ) ) − q ( y,0 ) ( h ( y ) − h ( 0 ) ) =
Assim, h ( x ) − h ( y ) divide o polinômio ( q ( x,0 ) − q ( y,0 ) ) ( h ( y ) − h ( 0 ) ) . Como
h não é constante e h ( y ) − h ( 0 ) é um polinômio só na variável y, segue que
h ( x ) − h ( y ) não tem nenhum fator comum (não constante) com h ( y ) − h ( 0 ) , e
portanto h( x) − h( y) divide o polinômio q ( x,0 ) − q ( y,0 ) . Seja
q ( x ) : = q ( x ) − q ( 0) . Temos f ( x ) − f ( 0) = q ( x,0) ( h ( x ) − h ( 0) ) = q ( x ) ( h ( x ) − h ( 0) ) ,
donde o grau de q é menor que o grau de f. Por outro lado, h ( x ) − h ( y ) divide o
polinômio q ( x,0 ) − q ( y,0 ) = q ( x ) − q ( y ) , e portanto, por hipótese de indução,
existe um polinômio g ( x) tal que q ( x ) = g ( h ( x )) , donde
f ( x ) = f ( 0) + q ( x ) ( h ( x ) − h ( 0)) = f ( 0) + g ( h ( x )) ( h ( x ) − h ( 0)) = g ( h ( x )) ,
onde g ( x ) : = f ( 0 ) + g ( x ) ( x − h ( 0 ) ) , o que completa a demonstração.
62
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PROBLEMA 4
Temos
n
Área ( An ) = ∫ ln ( t ) dt = nln ( n ) − n + 1 ;
1
1 1
Área ( Bn ) = ln ( 2 ) + ln ( 3) + ... + ln ( n − 1) + ln ( n ) = ln ( n! ) − ln ( n ) ;
2 2
1
Área ( Cn ) = nln ( n ) − n + ln ( n ) + 1 − ln ( n! ) .
2
Para estimar Área Área ( Cn ) escreva
ln ( t ) − ln ( k ) − ( t − k ) ( ln ( k + 1) − ln ( k ) ) dt ;
k +1
ak = ∫
k
k +1 1 '
= −∫ t − k − uk ( t ) dt
k
2
63
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k +1
1 1
2
k +1 1
2
1 "
= − t − k − u'k ( t ) + ∫ t − k − uk ( t ) dt
2 2 k 2 2
k
1 1 1
2
− t − k − ( −uk ( t ) ) dt
k +1
=∫ "
k
8 2 2
Para k ≤ t ≤ k + 1 temos ( −u"k ( t ) ) dt donde
1 1
k +1 1
2
1
ak ≤ k −2 ∫ − t − k − dt = 2
.
k
8 2 2 12 k
Temos portanto
1
S ≤ (1 + 1 22 + ... + 1 k 2 + ...)
12
≤
1
12 ( +∞
1 + ∫ t −2 dt ≤ ;
1 ) 1
6
Completando a demonstração.
PROBLEMA 5
Suponha que algum vértice do grafo esteja contido em todas as arestas do grafo.
Então o grafo é uma estrela com n pontas, e o resultado segue (há exatamente 2n
colorações para este exemplo).
Suponha que o grafo tenha um vértice x de grau ≥ 3 (i.e., que pertença a pelo
menos 3 arestas) e que exista uma aresta disjunta de x, digamos e. Devido à
hipótese sobre o grau de x, para aqualquer aresta e, há uma aresta f = f ( e ) que
incide em x que é disjunta de e. Então, em qualquer coloração das arestas que
64
Sociedade Brasileira de Matemática
Se o grafo tem um vértice x de grau 2, ligado a dois outros vértices y e z, então para
toda aresta e disjunta de x que não seja a (possível) aresta yz, há uma aresta
f = f ( e ) que incide em x que é disjunta de e, cuja cor determina a cor de e.
Assim, as cores de xy, xz e de yz (se existir) determinam todas as outras. Assim, há
no máximo 23 ≤ 2n colorações.
Finalmente, se todo vértice tem grau no máximo 1, todas as arestas são disjuntas, e
nesse caso, pelas hipótese do problema, o grafo pode máximo duas arestas e há no
máximo 22 < 2 n colorações.
PROBLEMA 6
Antes de mais nada vamos esboçar o gráfico de f ( x ) = x 3 − 3 x.
Vemos que para −2 < y < 2 a equação f ( x ) = y admite três soluções reais
enquanto para y < −2 ou y > 2 ela admite uma solução real e duas complexas
conjugadas.
65
Sociedade Brasileira de Matemática
1 0
D= .
0 −1
Sejam c1 ,c2 ,c3 (resp. d1 ,d 2 ,d3 ) as soluções reais de f ( x ) = 1( resp. f ( x ) = −1) . Se
f ( A) = B temos f ( X −1 AX ) = D donde X −1 AX é da forma
c1 0
X −1 AX =
0 dj
Para i, j escolhidos independentemente. Há portanto 9 matrizes reais A que
satisfazem f ( A ) = B.
( )
linearmente independente com v = w1 ,w2 e considere A unicamente definida por
Av = zv, Av = zv. Em outras palavras,
−1
w w1 z 0 w1 w1
A= 1 .
w w2 0 z w w2
2 2
Para qualquer tal A temos f ( A ) = 4 I = B. Temos além disso A real: há portanto
infinitas matrizes reais A que satisfazem f ( A ) = B.
66
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1:
π/ 4
x
Calcule ∫ ( sen x + cos x ) cos x dx.
0
PROBLEMA 2:
Qual a maior área possível para a sombra de um cubo de aresta 1?
(Obs.: supomos que o sol está a pino, isto é, a sombra é uma projeção ortogonal; o
cubo pode estar em qualquer posição).
PROBLEMA 3:
Sejam n1 e n2 inteiros positivos e n = n1n2 .
Considere a matriz real simétrica n × n, A = ai , j ( ) 1≤ i , j ≤ n
, tal que para todo i,
ai ,i = 4,
ai ,i +1 = ai +1,i = −1 para 1 ≤ i ≤ n − 1 tal que ( i + 1) não é múltiplo de n1 ,
ai ,i + n1 = ai + n1 ,i = −1,
67
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4:
x x ( x − 1)( x − 2 ) ...( x − j + 1)
Definimos os polinômios = para todo j natural,
j j!
x
com = 1.
0
a) Prove que todo polinômio não identicamente nulo pode ser escrito como uma
x
combinação linear desses de forma única;
j
n x
b) Seja o coeficiente de no desenvolvimento de x n (como no item a)).
k k
Calcule
n n
+
k k +1
.
n +1
k +1
PROBLEMA 5:
Se F é um subconjunto finito de 3 , denotamos por Vr ( F ) a vizinhança de raio r
de F (i.e., a união das bolas abertas de raio r com centros pertencentes a F).
Prove que, se 0 < r < R, vol (VR ( F ) ) ≤ ( R / r ) . vol (Vr ( F ) ) .
3
PROBLEMA 6:
Prove que se 102 n + 8.10n + 1 tem um fator primo da forma 60k + 7 então n e k são
pares.
68
Sociedade Brasileira de Matemática
π4
Seja I 2 = ∫ ln (1 + tgx ) dx. Fazendo u = π 4 − x e du = − dx :
0
1 − tgu
ln (1 + tg ( π 4 − u ) ) du = ∫
π4 π4
I2 = ∫ ln 1 + du
0 0
1 + tgu
π π
I2 = ln2 − I 2 → I 2 = ln2.
4 8
π π4 π π π
Portanto I = ln2 − ∫ ln (1 + tgx ) dx = ln2 − ln2 = ln2.
4 0 4 8 8
π
I = ln2.
4
Projetando as faces escuras do cubo sobre o plano horizontal, vemos que a área da
sombra do cubo é igual à soma das áreas das projeções das três faces escuras. Mas
a área da projeção de uma face é igual à área da face original (que é 1) multiplicada
pelo módulo do produto escalar entre o vetor normal à face e o vetor normal ao
69
Sociedade Brasileira de Matemática
Nx + Ny + Nz N x2 + N y2 + N z2 1
≤ =
3 3 3
Nx + N y + Nz ≤ 3 .
Logo, a maior área possível é 3 , que ocorre quando a direção N dos raios solares
é paralela à reta HA que liga dois vértices opostos do cubo.
70
Sociedade Brasileira de Matemática
x
iii) Se escrevermos os nessa base temos:
j
71
Sociedade Brasileira de Matemática
x 1 j j −1 j −2
= x + b j −1 x + b j − 2 x + ... + b0 x
0
j
j!
x
Assim, note que para escrever só precisamos dos vetores { x 0 ,x1 ,x 2 ,...,x j }
j
1
pois por i) ele possui grau j e o coeficiente de x j é .
j!
Escrevendo matricialmente
x
n
1 n! b j −1 b j −2 … xn x
0 c j −3 n −1 n − 1
x
1
( n −1)! c j −2
0 0 1 d j −3 x n − 2 = x
n − 2!
n − 2
0 1 x0
x
M
0
Como abaixo da diagonal principal só temos zeros, utilizando Laplace é fácil ver
que o determinante da matriz é:
1 1 1 1
det M = ⋅ ⋅ ... ≠ 0
n! ( n − 1)! ( n − 2 )! 1!
Como Det M ≠ 0 a matriz possui inversa, ou seja, os x j podem ser escritos como
x x x x
combinação linear dos . Logo o conjunto S = , ,..., gera Pn e
j 0 1 n
como possui n + 1 elementos é base. Portanto, todo polinômio de Pn pode ser
escrito como combinação linear dos elementos de S.
x
Podemos estender a propriedade para S' = j ≥ 0 já que, para j > n,
j
x
deg > n e portanto não aparecerá na combinação linear para escrever um
j
polinômio de Pn .
72
Sociedade Brasileira de Matemática
Mas como n foi pego genérico, qualquer polinômio pode ser escrito de manera
x
única como combinação dos .
j
b)
x
i) Vamos escrever x na base S´.
i
x x ⋅ x ( x − 1)( x − 2 ) ...( x − i − 1) ( x − i + i ) x ( x − 1)( x − 2 ) ...( x − i + 1)
x = = =
i i! i!
(ix )
x ( x − 1)( x − 2 )( x − 3) ...( x − i + 1)( x − i ) x ( x − 1)( x − 2 ) ...( x − i + 1)
= +i =
i! i!
x ( x − 1)( x − 2 ) ...( x − i + 1)( i + 1) x x x
= + i = ( i + 1) + i
( i + 1)! i i + 1 i
(i +x1)
x x x
⇒ x = ( i + 1) + i .
i i + 1 i
n n x ¨n n x x
x n +1 = ∑ x = ∑ ( i + 1) + i (I)
i =0 i i i = 0 i i + 1 i
n +1 n + 1
x
Por outro lado, x n +1 = ∑ (II)
i =0 i i
Como todo polinômio não nulo pode ser escrito de maneira única por S´, (I) e (II)
devem ter os mesmos coeficientes.
x n n
Olhando para o coeficiente de em (I) temos ( k + 1) + .
k + 1 k k +i
n +1
E em II o coeficiente é .
k +1
73
Sociedade Brasileira de Matemática
n n
+
n n n +1 k k +1 1
Logo ( k + 1) + = ⇒ = .
k k +1 k +1 n +1 k +1
k +1
( ( )) é função decrescente de r.
Vol Vr F
r3
Como
Vol (Vr ( F ) )
=
( ( )) + Vol ( B ( x
Vol Vr F r k +1 ))
−
( )
Vol (Vr F ∩ Br ( xk +1 )
3 3 3
r r r r3
decrescente constante
4
E a primeira função é decrescente, a segunda é constante igual a π , basta provar
3
Vol V F ∩ B ( x )
que a última é crescente
r r ( ( )
k +1
. Para fazer isso suponha sem)
r 3
perda de generalidade que xk +1 é a origem de 3 i.e. xk +1 = ( 0,0 ,0 ) = 0.
1
Considere a homotetia Tr de centro O e razão . Temos
r
x
r
( ( )) ( )
Tr ( Br ( x ) ) = B1 ,Tr Vr F = V1 F r , onde
x x
F r = 1 ,..., k .
r r
Como
1
Vol (Tr A ) = 3 Vol ( A ) para qualquer A pois
r
EUREKA! N°34, 2011
74
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1
Vol (Tr ( A ) ) = ∫ dx = ∫ det Tr dx = ∫ 3
dx = 3 Vol ( A ) , temos
Tr A A A r r
( ( )
Vol Vr F ∩ Br ( 0 ) ) = Vol V F ∩ B ( 0) . Portanto,
r 3 ( ( ) ) 1 r 1 basta mostrar que
( ) ( )
V1 F r ∩ B1 ( 0 ) ⊂ V1 F R ∩ B1 ( 0 ) se r < R. Para isso, usaremos o seguinte lema:
Lema: Dado y ∈ 3
fixado, a função x → x − y é convexa, isto é,
( tx + (1 − t ) x ) − y ≤ t x − y + (1 − t ) x
1 2 2 − y ,t ∈ [ 0,1] .
Prova: Dados x1 ,x2 ∈ 3
, temos
( tx + (1 − t ) x ) − y = tx + (1 − t ) x
1 2 1 2 − ty − (1 − t ) y = t ( x1 − y ) + (1 − t )( x2 − y ) .
Pela desigualdade triangular, isso é menor ou igual a t ( x1 − y ) + (1 − t )( x2 − y ) .
Como a norma é homogênea, ( tx + (1 + t ) x ) − y ≤ t x
1 2 1 − y + (1 − t ) x2 − y .
xi x
Como R > r, está no intervalo 0 , i . Vamos usar a convexidade de
R r
r x x
x → x − a ; escolha t = ∈ [ 0 ,1] tal que i = t i + (1 − t ) ⋅ 0. Temos
R R r
x
xi xi
a − ≤ t a − + (1 − t ) a − 0 < t ⋅ 1 + (1 − t ) ⋅ 1 = 1. Ou seja, a ∈ B1 i ⊂ V1 F R .
R r R
( )
( )
Como a ∈ B1 ( 0 ) ,a ∈V1 F R ∩ B1 ( 0 ) .
( )
Ou seja, acabamos de provar que V1 F r ∩ B1 ( 0 ) ⊂ V1 FR ∩ B1 ( 0 ) . Como já ( )
Vol (V ( F ) ∩ B ( x ) ) r r k +1
vimos, isso implica que r → 3
é crescente, e como também
r
Vol (Vr ( F ) )
já vimos isso implica que r → é decrescente. Concluímos.
r3
75
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−6 ⋅ 10n
≡ −6 ⋅ 10n ( mod p ) ⇒ = 1 onde
p
0 , se p a
a
= 1, se a é resíduo quadrático módulo p.
p −1, se a não é resíduo quadrático módulo p.
Veja que claramente p \/ −6 ⋅ 10n = −2n +1 ⋅ 3 ⋅ 5n pois p = 60k + 7 → 2 60 ,3 60 ,5 60
e 2 \/ 7 ,3 \/ 7 ,5 \/ 7 → p ≠ 2,3 e 5.
Sabemos que o símbolo de Legendre possui a seguinte propriedade:
a ⋅b a b
= ⋅ .
p p p
n +1 n
−6 ⋅ 10n −1 2 3 5
Logo: = ⋅ = 1 (simplesmente separei os fatores).
p p p p p
Calculemos cada um deles:
−1 p −1 60 k + 7 −1
−1 −1
→ = ( −1) 2 = ( −1) 2 → = ( −1) = ( −1) ⇒ = ( −1) (I)
30 k + 3
p p p
2
2
p −1
→ = ( −1) 8 . Temos p = 60k + 7 ⇒ p 2 = 3600k 2 + 2 ⋅ 60k ⋅ 7 + 49 ⇒
p
p − 1 3600k 2 + 840k + 48
2
= .
8 8
p2 − 1
⇒ = 450k 2 + 105k + 6 = 450k 2 + 104k + 6 + k. Assim,
8
par
p 2 −1 p2 −1 2
( −1) 8 = ( −1)(
450 k +104 k + 6 ) + k
⇒ ( −1) 8 = ( −1)(
450 k +104 k + 6)
⋅ ( −1) ⇒ = ( −1) (II)
2 2
k k
p
76
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3 5
Para calcular e precisaremos da lei da Reciprocidade Quadrática: dados
p p
p q p −1 q −1
p, q primos ímpares: = ( −1) 2 2
⋅
q p
3 p 3 −1 p −1
3 p 1⋅( 30 k + 3)
Assim: com q = 3, ⋅ = ( −1) 2 2 ⇒ ⋅ = ( −1) = ( −1) .
⋅
p 3 p 3
p 60k + 7 1 p
Assim precisamos de calcular = = = 1 → = 1 (usando que
3 3 3 3
60k + 7 ≡ 1 ≡ 1 ( mod 3) ).
2
3 3
Substituindo acima tem-se: ⋅1 = ( −1) ⇒ = ( −1) (III)
p p
5 p 5 −1 p −1
5 p 2⋅( 30 k + 3)
Com q = 5, ⋅ = ( −1) 2 2 ⇒ ⋅ = ( −1)
⋅
= 1. Assim
p 5 p 5
p 60k + 7 2 p
precisamos calcular o valor de = = = ( −1) → = ( −1) (pois
5 5 5 5
60k + 7 ≡ 2 ( mod 5 ) e os resíduos quadráticos módulo 5 são 0, 1, 4 já que
x ≡ 0,1,2,3,4 ( mod 5 ) → x 2 ≡ 0 ,1,4 ,4,1( mod 5 ) ).
5 p 5 5
Substituindo acima ⋅ = 1 → ⋅ ( −1) = 1 → = ( −1) (IV)
p 5 p p
Juntam-se (I), (II), (III) e (IV) em (*):
n +1 n
−1 2 3 5 k ( n +1) k ( n +1) + n
⋅ ⋅ = 1 ⇒ ( −1) ⋅ ( −1) ⋅ ( −1) ⋅ ( −1) = 1 ⇒ ( −1)
n
=1
p p p p
⇒ k ( n + 1) + n é par.
⇒ se n é ímpar → ( n + 1) par → k ( n + 1) par ⇒ k ( n + 1) + n ímpar. Absurdo!
Logo n é par → ( n + 1) ímpar.
⇒ se k é ímpar → k ( n + 1) ímpar → k ( n + 1) + n ímpar. Absurdo!
Logo k é par .
Assim, dados n,k ∈ + com p = 60k + 7 primo tal que p 102 n + 8 ⋅ 10n + 1 então n e
k são pares.
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Nível Universitário
NOME CIDADE – ESTADO PREMIO
Rafael Tupynambá Dutra Belo Horizonte - MG Ouro
Renan Henrique Finder Rio de Janeiro - RJ Ouro
Regis Prado Barbosa Fortaleza - CE Ouro
Ramon Moreira Nunes Fortaleza - CE Ouro
Thomás Yoiti Sasaki Hoshina Rio de Janeiro - RJ Ouro
Guilherme Rodrigues N. de Souza S.J. dos Campos - SP Prata
Jorge Henrique Craveiro de Andrade Rio de Janeiro - RJ Prata
Rafael Assato Ando Campinas - SP Prata
Gabriel Luís Mello Dalalio S.J. dos Campos - SP Prata
Charles Barbosa de Macedo Brito Rio de Janeiro - RJ Prata
Leonardo Ribeiro de Castro Carvalho S.J. dos Campos - SP Prata
Marcelo Matheus Gauy São José do Rio Preto-SP Prata
Leandro Farias Maia Rio de Janeiro - RJ Prata
Adenilson Arcajo de Moura Júnior Fortaleza - CE Bronze
Paulo André Carvalho de Melo Piedade - RJ Bronze
Joas Elias dos Santos Rocha Muribeca - SE Bronze
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AGENDA OLÍMPICA
XXXIII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – sábado, 18 de junho de 2011
Segunda Fase – sábado, 3 de setembro de 2011
Terceira Fase – sábado, 15 de outubro de 2011 (níveis 1, 2 e 3)
domingo, 16 de outubro de 2011 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova)
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – sábado, 3 de setembro de 2011
Segunda Fase – sábado, 15 e domingo, 16 de outubro de 2011
85
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COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Bruno Holanda (CAEN – UFC) Fortaleza – CE
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Disney Douglas Lima de Oliveira (UFAM) Manaus – AM
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Edney Aparecido Santulo Jr. (UEM) Maringá – PR
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Herivelto Martins (USP – São Carlos) São Carlos – SP
Gilson Tumelero (UTFPR) Pato Branco – PR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Diogo Diniz (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcelo Dias (Grupo Educacional Etapa) São Paulo – SP
Marcelo Antonio dos Santos FACOS Osório – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Uberlândio Batista Severo (UFPB) João Pessoa – PB
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Rosangela Ramon (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristóvão – SE
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
Wanderson Breder (CEFET – RJ) Nova Friburgo – RJ
William Serafim dos Reis (UFT – TO) Arraias – TO
86
CONTEÚDO
XVII OLIMPÍADA DE MAIO
Enunciados e resultado brasileiro 03
CAMPEONATOS 36
José Armando Barbosa Filho
PROBLEMAS PROPOSTOS 59
AGENDA OLÍMPICA 61
COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática
Esta edição da Revista Eureka! é dedicada à memoria do professor Sérgio Cláudio Ramos
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que colaborou como coordenador
regional da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) desde 1998, e que nos deixou neste
ano de 2012.
2
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
As quatro palavras codificadas
*⊗ ⊕#• * • ⊗♦⊕
são em alguma ordem
AMO SUR REO MAS
PROBLEMA 2
Utilizando apenas uma vez cada um dos dígitos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 se escrevem o
quadrado e o cubo de um número inteiro positivo. Determine quanto pode valer
este número.
PROBLEMA 3
1
No retângulo ABCD, BC = 5, EC = CD e F é o ponto onde se cortam AE e BD.
3
O triângulo DFE tem área 12 e o triângulo ABF tem área 27. Encontre a área do
quadrilátero BCEF.
D E C
A B
PROBLEMA 4
Utilizando vários cubinhos brancos de aresta 1, Guille monta um cubo grande. Em
seguida, escolhe quatro faces do cubo grande e as pinta de vermelho. Finalmente
desmonta o cubo grande e observa que os cubinhos com pelo menos uma face
pintada de vermelho são 431. Encontre a quantidade de cubinhos que Guille
utilizou para montar o cubo grande.
3
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO NÍVEL
PROBLEMA 1
Encontre um número inteiro positivo x tal que a soma dos dígitos de x seja maior
que 2011 vezes a soma dos dígitos do número 3x (3 vezes x).
PROBLEMA 2
Dizemos que um número de quatro dígitos abcd (a ≠ 0) é porá se valem as
seguintes condições:
a ≥ b;
ab − cd = cd − ba.
por exemplo, 2011 é porá porque 20 – 11 = 11 – 02.
PROBLEMA 3
Num triângulo retângulo ABC tal que AB = AC, M é o ponto médio de BC. Seja P
um ponto da mediatriz de AC que pertence ao semiplano determinado por BC que
não contém A. As retas CP e AM se cortam em Q. Calcule o ângulo que formam
AP e BQ.
PROBLEMA 4
Dados n pontos em uma circunferência se escreve ao lado de um deles um 1 e ao
lado de cada um dos outros um 0. A operação permitida consiste em escolher um
ponto que tenha um 1 e trocar o número desse ponto e também os números dos
seus dois vizinhos, o da esquerda e o da direita (onde há 1 se escreve 0 e onde há 0
se escreve 1).
PROBLEMA 5
Determine para quais números naturais n é possível cobrir completamente um
tabuleiro de n × n dividido em casas de 1 × 1 com peças como a da figura, sem
4
Sociedade Brasileira de Matemática
buracos nem superposições e sem sair do tabuleiro. Cada uma das peças cobre
exatamente seis casas.
Nota: As peças podem girar.
RESULTADO BRASILEIRO
5
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Encontrar todas as ternas de inteiros positivos (x, y, z) tais que
x 2 + y 2 + z 2 = 2011
PROBLEMA 2
Em uma lousa estão escritos os números inteiros positivos de 1 até 4n inclusive.
Em cada momento, Pedro apaga dois números da lousa, a e b, e escreve o número
ab
. Pedro repete o procedimento até que sobre apenas um número.
2a 2 + 2b 2
1
Demostrar que este número será menor que , sem importar quais números Pedro
n
escolha em cada momento.
PROBLEMA 3
Seja ABC um triângulo equilátero. P é um ponto interior tal que a raiz quadrada da
distancia de P até um dos lados seja igual à soma das raízes quadradas das
distancias de P até os outros dois lados. Encontre o lugar geométrico do ponto P.
6
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Dizemos que um número de 4 dígitos abcd é equilibrado se a + b = c + d.
Encontre todos os números equilibrados de quatro dígitos que podem ser expresos
como a soma de dois números palíndromos.
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo e D um ponto sobre o lado AC. Se ∠CBD − ∠ABD = 60° ,
∠BDC = 30° e, além disso AB· BC = BD 2 , encontre as medidas dos ângulos do
triângulo ABC.
PROBLEMA 6
Algumas casas de um tabuleiro Q (2n + 1) × (2n + 1) são pintadas de preto, de
modo que qualquer quadrado 2 × 2 de Q contenha, no máximo, 2 casas pretas.
Achar o número máximo de casas pretas que o tabuleiro pode ter.
7
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Para qualquer conjunto A = {a1 , a2 , a3 , a4 } de quatro inteiros positivos distintos, a
soma a1 + a2 + a3 + a4 é denotada por s A . Seja nA o número de pares de índices
( i, j ) , com 1 ≤ i < j ≤ 4, para os quais ai + a j divide s A .
Encontre todos os conjuntos A de quatro inteiros positivos para os quais nA alcança
o seu valor máximo.
PROBLEMA 2
Seja S um conjunto finito de dois ou mais pontos do plano. Em S não há três pontos
colineares. Um moinho de vento é um processo que começa com uma reta que
passa por um único ponto P ∈ S . Roda-se no sentido dos ponteiros do relógio ao
redor do pivot P até que a reta encontre pela primeira vez um outro ponto de S, que
denotaremos por Q. Com Q como novo pivot, a reta continua sem parar, sendo
sempre o pivot algum ponto de S.
Demonstre que se pode escolher um ponto P ∈ S e uma reta que passa por P
tais que o moinho de vento resultante usa cada ponto de S como pivot infinitas
vezes.
8
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Seja f : → uma função real definida no conjunto dos números reais que
satisfaz
f ( x + y ) ≤ yf ( x ) + f ( f ( x ) )
para quaisquer números reais x e y.
Demonstre que f ( x ) = 0 para todo x ≤ 0.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja n um inteiro positivo. Temos uma balança de dois pratos e n pesos cujas
massas são 20 , 21 ,..., 2n−1. Devemos colocar os pesos na balança, um por um, de tal
forma que o prato direito nunca seja mais pesado do que o prato esquerdo. A cada
passo, devemos escolher um dos pesos que ainda não estejam na balança e colocá-
lo sobre o prato esquerdo ou sobre o prato direito, procedendo assim até que todos
os pesos tenham sido colocados nela.
Determine o número de maneiras em que isso pode ser feito.
PROBLEMA 5
Seja f : → * uma função do conjunto dos inteiros para o conjunto dos inteiros
positivos. Supomos que para quaisquer inteiros m e n, a diferença f ( m ) − f ( n ) é
divisível por f ( m − n ) .
Demonstre que, para todos os inteiros m e n com f ( m ) ≤ f ( n ) , o número f ( n )
é divisível por f ( m ) .
PROBLEMA 6
Seja ABC um triângulo acutângulo cuja circunferência circunscrita é Γ . Seja
uma reta tangente a Γ e sejam a , b e c as retas obtidas ao refletir em relação
às retas BC, CA e AB, respectivamente.
Demonstre que a circunferência circunscrita ao triângulo determinado pelas retas
a , b e c é tangente à circunferência Γ .
9
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Dado um triângulo ABC, o ponto J é o centro da circunferência ex-inscrita oposta
ao vértice A. Esta circunferência ex-inscrita é tangente ao lado BC em M, e às retas
AB e AC em K e L, respectivamente. As retas LM e BJ intersectam-se em F, e as
retas KM e CJ intersectam-se em G. Seja S o ponto de intersecção das retas AF e
BC, e seja T o ponto de intersecção das retas AG e BC.
Prove que M é o ponto médio de ST.
(A circunsferência ex-inscrita de ABC oposta ao vértice A é a circunferência
tangente ao segmento BC, ao prolongamento do segmento AB no sentido de A para
B e ao prolongamento do segmento AC no sentido de A para C.)
PROBLEMA 2
Seja n ≥ 3 um inteiro e sejam a2 , a3 ,..., an números reais positivos tais que
a2 a3 ...an = 1. Prove que
10
Sociedade Brasileira de Matemática
2 3 n
(1 + a2 ) (1 + a3 ) ...(1 + an ) > nn .
PROBLEMA 3
O desafio do mentiroso é um jogo para dois jogadores A e B. As regras do jogo
dependem de dois inteiros positivos k e n conhecidos por ambos os jogadores.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Determine todas funções f : → tais que, para todos os inteiros a, b, c que
satisfazem a + b + c = 0, a seguinte igualdade é verdadeira:
2 2 2
f ( a ) + f (b ) + f (c ) = 2 f ( a ) f (b ) + 2 f (b ) f ( c ) + 2 f (c ) f ( a ).
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo tal que ∠BCA = 90° , e seja D o pé da altura relativa a C.
Seja X um ponto no interior do segmento CD. Seja K o ponto do segmento AX tal
11
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 6
Determine todos os inteiros positivos n para os quais existem inteiros não negativos
a1 , a2 ,..., an tais que
1 1 1 1 2 n
+ a2 + ... + an = a1 + a2 + ... + an = 1.
2 a1
2 2 3 3 2
12
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
Arnaldo e Bernaldo treinam para uma maratona ao longo de uma pista circular, a
qual possui em seu centro um mastro com uma bandeira hasteada. Arnaldo corre
mais rápido que Bernaldo, de modo que a cada 30 minutos de corrida, enquanto
Arnaldo dá 15 voltas na pista, Bernaldo só consegue dar 10 voltas completas.
Arnaldo e Bernaldo partiram no mesmo instante da linha e correram com
velocidades constantes, ambos no mesmo sentido. Entre o minuto 1 o o minuto 61
da corrida, quantas vezes Arnaldo, Bernaldo e o mastro ficaram colineares?
PROBLEMA 2
Maria dispõe de um tabuleiro de tamanho n × n , inicialmente com todas as casas
pintadas de cor branca. Maria decide pintar algumas casas do tabuleiro de preto,
formando um mosaico, como mostra a figura abaixo, da seguinte maneira: ela pinta
todas as casas do bordo do tabuleiro de preto, e em seguida deixa pintadas de
branco as casas do bordo do tabuleiro que ainda não foi pintado. Então, pinta
novamente de preto as casas do bordo do próximo tabuleiro restante, e assim
sucessivamente.
13
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 3
Seja n um inteiro positivo. Abigail e Berenice disputam o seguinte jogo, que utiliza
n bolas numeradas de 1 até n. Elas dispõem de duas caixas, rotuladas com os
símbolos ∏ e ∑ , respectivamente.
Na sua vez, cada jogador escolhe uma bola e a coloca em uma das caixas. Ao final,
os números das bolas que estão na caixa ∏ são multiplicados, obtendo-se um
valor P e os números das bolas que estão na caixa ∑ são somados, obtendo-se um
valor S (se a caixa ∏ estiver vazia, então adotamos P = 1; se a caixa
∑ estiver vazia, adotamos S = 0). Elas jogam alternadamente, iniciando por
Abigail, até que não haja mais bolas fora das caixas.
Se o valor de P + S for par, Abigail ganha. Caso contrário, Berenice ganha.
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Uma formiga decide passear sobre o perímetro de um triângulo ABC. A formiga
pode começar em qualquer vértice. Sempre que a formiga está num vertice, ela
escolhe um dos vértices adjacentes e caminha diretamente (em linha reta) até o
vértice escolhido.
14
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 5
Arnaldo e Bernaldo estão brincando no quadro da sala de aula da seguinte maneira:
eles escrevem inicialmente no quadro um número inteiro positivo n. Então,
alternadamente, começando com Arnaldo, apagam o número que está no quadro e
escrevem um novo número que pode ser:
PROBLEMA 6
Um quadrilátero ABCD está inscrito numa circunferência de centro O. Sabe-se que
as diagonais AC e BD são perpendiculares. Sobre cada um dos lados construímos
semicírculos, externamente, como mostra a figura.
15
Sociedade Brasileira de Matemática
PRIMEIRO DIA
PROBLEMA 1
No quadro está escrito o número 2. Ana e Bruno jogam alternadamente,
começando por Ana, da seguinte maneira: cada um na sua vez substitui o número
escrito pelo que se obtém multiplicando-o por 2, ou por 3, ou somando-lhe 1. O
primeiro que obtenha um resultado maior ou igual a 2011 ganha. Mostre que um
dos dois tem uma estratégia vencedora e descreva-a.
PROBLEMA 2
Encontrar todos os inteiros positivos n para os quais existem três números inteiros
não nulos x, y, z tais que
1 1 1 1
x+ y+z =0 e + + = .
x y z n
PROBLEMA 3
Seja ABC um triângulo acutângulo e X, Y, Z os pontos da tangência de sua
circunferência inscrita com os lados BC, CA, AB, respectivamente. Sejam
C1 , C2 , C3 circunferências com cordas YZ, ZX, XY, respectivamente, de maneira que
C1 e C2 se intersectem sobre a reta CZ e que C1 e C3 se intersectem sobre a reta
BY. Suponha que C1 intersecta XY em J e intersecta ZX em M; que C2 intersecta YZ
16
Sociedade Brasileira de Matemática
SEGUNDO DIA
PROBLEMA 4
Seja ABC um triângulo acutângulo e O o seu circuncentro. Sejam P e Q pontos tais
que BOAP e COPQ são paralelogramos. Demonstrar que Q é o ortocentro de ABC.
PROBLEMA 5
Sejam x1 ,..., xn números reais positivos. Demonstrar que existem a1 ,..., an ∈ {−1,1}
tais que
2
a1 x12 + ... + an xn2 ≥ ( a1 x1 + ... + an xn ) .
PROBLEMA 6
Sejam k ≥ 2 e n inteiros positivos. Temos kn caixas em linha reta e em cada caixa
coloca-se uma pedra de uma de k cores diferentes de tal forma que haja n pedras de
cada cor. Uma troca consiste em trocar de caixa duas pedras que se encontrem em
caixas adjacentes. Encontrar o menor inteiro positivo m para o qual sempre é
possível conseguir mediante m trocas que as n pedras de cada cor fiquem em caixas
consecutivas se:
a) n é par.
b) n é ímpar e k = 3.
17
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Avançado
1. INTRODUÇÃO
2. SOLUÇÃO ARITMÉTICA
Note que
18
Sociedade Brasileira de Matemática
2n 2 n n
= ∏ ( 2i − 1) . (2)
n n! i =1
Pois,
n !n ! n !n !
2n 2n n
( 2n − 1)( 2n − 3) ...1 = ∏ ( 2i − 1) .
n! n! i =1
Seja k ∈ o máximo expoente de 2 tal que 2k ≤ n, isto é, 2k ≤ n < 2k +1.
Assim,
k ≤ log 2 n < k + 1, isto é, k = log 2 n .
n
Note que em n! há k = j fatores que são múltiplos de 2 j , para todo
2
j ∈ {1,..., k } . Logo o expoente do fator 2 em n! é dado por,
log n
n n k n 2 n
2 + ... + 2k ∑ 2 j ∑ 2 j . (3)
= =
j =1 j =1
Portanto, da definição dada em (1) e das equações (2) e (3) temos:
log 2 n
n
f ( n ) = n − ∑ j (4)
j =1 2
e podemos escrever
2n f (n)
= 2 c, em que 2 | c. (5)
n
Agora,
log 2 n log n
2
n ∞ n n
∑ j =1
2j ∑ 2j
<
j =1
= n ⇒ ∑ j ≤ n − 1,
j =1 2
19
Sociedade Brasileira de Matemática
2n
Teorema 1 Para todo n ∈ * ,2 .
n
Prova: Para todo n ∈ * , o número de partições não-ordenadas de um conjunto de 2n
2n n
elementos em dois subconjuntos de n elementos cada, é dado por .
n n
2!
Claramente, o referido número de partições é um inteiro positivo, donde segue que
2n n
n n ∈ * , e portanto, 2 2n .
2! n
4. COMENTÁRIOS
A solução por argumento combinatório é claramente mais objetiva; por outro lado,
da solução aritmética podem ser obtidos os seguintes resultados:
O expoente da maior potência de um primo p que divide n! é
log p n
n ∞ n
∑ p j = ∑ p j , (6)
j =1 j =1
pois o argumento do qual se obtém a equação (3) pode ser repetido para um primo
p qualquer. Este resultado foi provado por Legendre em 1808.
k
O expoente r da maior potência, de um número não nulo m = ∏ piαi que divide n!,
i =1
20
Sociedade Brasileira de Matemática
n + m n m n m n m
a) = + + ... +
r 0 r 1 r − 1 r 0
n n
b) =
p n − p
2
2n n n
c) = ∑ (Fórmula de Lagrange)
n k =0 k
21
Sociedade Brasileira de Matemática
n + n n n n n n n
= + + ... +
n 0 n 1 n − 1 n 0
2
n n n n n n n n
= + + ... + = ∑
0 0 1 1 n n k =0 k
n n n − 1
d) k = ( n − k + 1) = n
k k − 1 k − 1
n n i −1
e) = ∑ (Identidade Combinatória de Fermat)
k i = k k − 1
n
n
f) ∑ k k = n2 n −1
k =1
22
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução: Considere uma empresa formada por n funcionários dentre os quais será
formada uma diretoria de no máximo n pessoas, a qual é constituída de um único
diretor-presidente escolhido entre os membros pertencentes à diretoria.
O lado esquerdo da igualdade representa o total de configurações das diretorias
possíveis, obtidas primeiramente a partir da determinação dos k membros
pertencentes à diretoria, seguindo-se da determinação de seu diretor-presidente
entre os k membros da diretoria.
O lado direito da igualdade representa o total de configurações das diretorias
possíveis, obtidas primeiramente escolhendo-se o diretor-presidente e em seguida
determinando-se para cada um dos demais n – 1 membros se pertencerão ou não à
diretoria.
n
n
g) ∑k 2 n −2
= 2 n ( n + 1)
k =1
k
n
n
h) ∑ k 3 = 2n −3 n 2 ( n + 3)
k =1 k
n
n j n
i) ∑ j i = i 2 n −i
j =i
P1 =
( mn )! ∈ + , P = ( mn )! ∈ + e, portanto,
n 2 m
( m!) n! ( n!) m!
2
P1 ⋅ P2 =
{( mn )!} n +1 m +1
∈ + , isto é, ( m!) ( n !) {( mn )!}
2
n +1 m +1
( m!) ( n!)
k) (XIV Olimpíada Internacional de Matemática – [5]) Quaisquer que sejam os
inteiros naturais m e n, temos:
( 2m )!( 2n )!
∈ .
m!n!( m + n )!
23
Sociedade Brasileira de Matemática
∞
1
l) Dada a série S = ∑ :
k =1 2k
k
l.1) mostre que a série é convergente, isto é, S < ∞;
24
Sociedade Brasileira de Matemática
j =0
n j 1
n 2 2
n n
Portanto
∞
1 ∞
1
∑n =1 2n
< ∑
n =1 2
n
= 1.
n
2 8
l.2) prove também que <S< ;
3 9
Solução: A partir da equação (2) tem-se que
n 2n
∏ ( 2i − 1) n
i =1
= n , logo, para n > 1,
n! 2
2n
2 n −1
1.2.4... ( 2n − 2 ) n 1.4.6... ( 2n )
= < n < = 2n −1. (11)
n 1.2.3...n 2 1.2.3...n
25
Sociedade Brasileira de Matemática
∞
1 ∞
1 n ∞
n =1
2 n −1 ∑2
n =1 2n
< ∑
n =1 2
2 n −1
<∑
. (12)
n
Os limitantes são obtidos a partir do cálculo das somas dadas em (12).
∞
1 ∞
1 14 2
∑2 2 n −1
= 2∑
n =1 2
2n
= 2 1
= e
n =1 1− 4 3
∞
n ∞
n 1 1 1 1 1 1
∑2 2 n −1
= 2∑
n =1 2
2n
= 2 2 + 4 + 4 + 6 + 6 + 6 + ... =
n =1 2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1
2 2 + 4 + 6 + ... + 4 + 6 + ... + 6 + 8 + ... =
2 2 2 2 2 2 2
2 8 1
1 1 1
4 6 1 1
2 2 1 + 2 1 + 2 1 + ... = 2 + 4 + 6 + ... =
1
22− 1 − 22
1 − 22 3 2 2 2
8 22 8
1
= .
3 1 − 212 9
∞
1 1 1 1 1
∑
n = k +1 2 2 n −1
=
2 2 k +1
+
2 2 k +3
+ ... = 2 k −1 (14)
3 2
e também
∞
n k 4 1
∑
n = k +1 2 2 n −1
= + 2 k −1 . (15)
3 9 2
Pois,
26
Sociedade Brasileira de Matemática
∞
n k +1 k + 2 k + 3
∑
n = k +1 2 2 n −1
= + +
22 k +1 22 k + 3 22 k + 5
... =
1 1 1 1 1 1
( k + 1) 2 k +1
+ 2 k +3
+ ... + 2 k + 3 + 2 k + 5 + ... + 2 k + 5 + 2 k + 7 + ... + ... =
2 2 2 2 2 2
1 1 1
2 k +1 2 k +3 2 k +5
( k + 1) 2 1 + 2 1 + 2 1 + ... =
1− 1− 1−
4 4 4
4 1 4 1 1
( k + 1) 2k +1 + 2 k +3 + 2 k +5 + ... =
3 2 3 2 2
1
1 1 4 22 k + 3
( k + 1) 2 k −1 + 1 =
3 2 3 1−
4
1 1 1 1
( k + 1) 2 k −1 + 2k −1 =
3 2 9 2
k 4 1
+ 2 k −1 .
3 9 2
De (14) e (15) resulta que
k
1 1 1 ∞ 1 k
1 k 4 1
∑
n =1 2 n
+ 2 k −1 < ∑
3 2 n =1 2 n
<∑
n =1 2 n
+ + 2 k −1 . (16)
3 9 2
n n n
Para estabelecermos o resultado no item l.3, é suficiente tomarmos k = 10 em (16).
∞
1
Observação: A série ∑ 2n
n =1
pode ser estimada por
n
k
1 3k + 7 1 3k + 1 1
∑n =1 2n
+
9 2
2k
com um erro de no máximo 2 k .
9 2
n
Assim, se quisermos um erro não superior a e em nossa estimativa da série, é
3m + 1 1
suficiente escolhermos k = min m ∈ : 2 m ≤ ε .
9 2
27
Sociedade Brasileira de Matemática
Sabe-se que
( 3m )!( 3n )! ( 4m )!( 4n )!
, e
( 5m )!( 5n )!
m!n!( m + n )!( n + m )! m!n!( 2m + n )!( 2n + m )! m!n!( 3m + n )!( 3n + m )!
são todos inteiros para quaisquer inteiros positivos m, n.
Referências
[1] Berend, D.; Harmse, J.E. On some arithmetical properties of middle binomial coefficients. Acta
arith. 84 (1998), no. 1, 31-41.
[2] Bloom, D. M.; Swanson, C.N; Schilling, K. A. Convolution of Middle Binomial Coefficients;
10921 The American Mathematical Monthly Vol 110 (Dec., 2003), no. 10, 958-959.
[3] Ross, S. M. A first course in probability.8th. ed. Upper Saddle River, N.J.: Prentice Hall, 2008.
[4] British Mathematical Olympiad -16/02/2005 – Exercice 4 – item b-
http://www.bmoc.maths.org/home/bmolot.pdf
[5] XIV Olimpíada Internacional de Matemática. Cracóvia, Polônia, 1972 – Exercice 3 –
http://imo.math.ca/Exams/1972imo.html
[6] Gardiner, A. Four Problems on Prime Power Divisibility. The American Mathematical Monthly
Vol 95 (Dec., 1998), no. 10, 926-931.
[7] Knuth D. E.; Vardi I.; Richberg R. The asymptotic expansion of the middle binomial coefficient.
The Amer. Math. Monthly Vol 97 (1990), 626-630.
[8] Morgado, A. C. O.; Carvalho, J. B. P.; Carvalho, P. C. P.; Fernandez, P. Análise combinatória e
probabilidade. 9. ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006. (Coleção do
Professor de Matemática).
28
Sociedade Brasileira de Matemática
♦ Nível Iniciante
A D
B C
Prova
Seja D o ponto sobre o prolongamento da mediana BM tal que BM = MD. Os
triângulos AMB e CMD são congruentes, pelo caso LAL. Daí, AB = CD e
∠BAM = ∠DCM , ou seja, AB e CD são segmentos iguais e paralelos e portanto
Assim, os triângulos ABC e DCB são congruentes, pelo caso LAL, e portanto
AC
BD = AC ⇒ 2 ⋅ BM = AC ⇒ BM = .
2
Definição 1 Uma base média de um triângulo é um segmento que une os pontos
médios de dois de seus lados.
Propriedade 2 Sejam ABC um triângulo e M, N os pontos médios dos lados AB, AC,
respectivamente. Então
BC
MN BC e MN = .
2
29
Sociedade Brasileira de Matemática
M N P
B C
Prova
Inicialmente, prolonguemos a base média MN até um ponto P tal que MN = NP.
Em seguida, construímos o triângulo CNP. Note que os triângulos ANM e CNP são
congruentes, pelo caso LAL. Daí, CP = AM e ∠MAN = ∠PCN e portanto
CP AM ⇒ CP BM .
Assim, MBCP é um paralelogramo, pois CP e BM são segmentos paralelos e
iguais. Mas então MP BC e
BC
MP = BC ⇒ 2 MN = BC ⇒ MN = .
2
Definição 2 A base média de um trapézio é o segmento que une os pontos médios de
seus lados não paralelos.
AB + CD
MN AB, MN CD e MN = .
2
Prova
Inicialmente, prolonguemos AM até encontrar DC no ponto E. É fácil ver que
∆ABM ≡ ∆CME ( ALA) ⇒ AM = ME.
Portanto, MN é base média do triângulo ADE. Assim,
30
Sociedade Brasileira de Matemática
DE
MN DE ⇒ MN DC , e MN = .
2
DC + CE DC + AB
Finalmente, MN = = .
2 2
Problema 1 (OBM)
Considere um triângulo acutângulo ABC com ∠BAC = 30°. Sejam B1 , C1 os pés
das alturas relativas aos lados AC, AB, respectivamente, e B2 , C2 os pontos médios
dos lados AC, AB, respectivamente. Mostre que os segmentos B1C2 e B2 C1 são
perpendiculares.
Solução
Seja O a interseção entre B1C2 e B2 C1 . O segmento B1C2 é uma mediana do
triângulo retângulo AB1 B e portanto
31
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução
ME = BM = CM
e, analogamente,
MD = BM = CM .
Assim, ME = MD.
Solução
Temos
• Triângulo ABC : MN AC e MN = AC 2.
• Triângulo DAC : PQ AC e PQ = AC 2.
Assim, MN PQ e MN = PQ, isto é, MNPQ é paralelogramo.
32
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 8 Seja ABCD um quadrilátero convexo tal que ∠ABC = ∠CDA = 90° e
∠BCD > ∠BAD. Prove que AC > BD.
33
Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 19 (OBM) Num quadrilátero convexo, a reta que passa pelos pontos
médios de dois lados opostos forma ângulos iguais com ambas as diagonais.
Mostre que as duas diagonais têm o mesmo comprimento.
34
Sociedade Brasileira de Matemática
Bibliografia
35
Sociedade Brasileira de Matemática
CAMPEONATOS
José Armando Barbosa Filho
♦ Nível Iniciante
Em cada caso, expressões diferentes podem ser obtidas. Por exemplo, no caso 2,
pode-se deduzir que, em qualquer momento:
No entanto, essa relação não é válida para o caso 1. Porém, nem tudo é tão
específico. Existem conclusões que podem ser facilmente deduzidas. Por exemplo,
em qualquer instante:
36
Sociedade Brasileira de Matemática
Muito mais pode ser comentado sobre o assunto. No entanto, a abordagem por
meio de exemplos pode ser bem mais interessante.
Time Ptos V GF GC
Ceará 10 3 4 0
Palmeiras 8 2 7 1
Boca Juniors 5 1 2 ?
América 3 1 1 4
Alianza Lima ? ? 0 6
Solução:
a) Para saber o número de pontos do time Alianza Lima, precisamos saber quantas
vitórias e quantos empates ele teve. Desse modo, o nosso ponto de partida será
encontrar quantas vitórias e quantos empates ele teve.
Se soubermos quantos jogos aconteceram, poderemos aplicar as equações (1), (2) e
37
Sociedade Brasileira de Matemática
(3) do começo.
5× 4
número de jogos = = 10.
2
Agora, busquemos tentar descobrir quantos empates os outros times tiveram. Como
cada vitória vale 3 pontos e cada empate vale 1 ponto, descobrir a quantidade de
empates fica fácil. Veja por que:
Daí, aplicando a equação (6) para os times, exceto o Alianza Lima, temos que:
Ceará: 10 – 3 × 3 = 1 empate
Palmeiras: 8 – 3 × 2 = 2 empates
Boca Juniors: 5 – 3 × 1 = 2 empates
America = 3 – 3 × 1 = 0 empates.
Para saber quantos gols o Boca Juniors fez, basta aplicar a equação (4) do começo.
38
Sociedade Brasileira de Matemática
b) Para começar, calculemos o número de derrotas de cada time, sabendo que cada
um jogou 4 jogos. Para facilitar, façamos a tabela abaixo, sabendo que já
calculamos o número de empates de cada time no item anterior:
Ceará 10 4 3 1 4 – 3 –-1 = 0 4 0
Palmeiras 8 4 2 2 4–2–2=0 7 1
América 3 4 1 0 4–1–0=3 1 4
Daí, como Ceará e Palmeiras não perderam e, além disso, o Ceará não tomou gol,
logo teremos que o jogo entre Ceará e Palmeiras terminou empate e, além disso:
Ceará 0 × 0 Palmeiras
Além do empate com o Ceará, o Palmeiras empatou outra partida. Além desse
empate, houve mais 2 empates em jogos do Boca Juniors e outro empate do
Alianza Lima. Se Palmeiras e Alianza Lima empataram, o Boca Juniors terá
empatado 2 vezes contra não se sabe quem, o que é absurdo. Logo, houve empates
entre Palmeiras e Boca Juniors e entre Boca Juniors e Alianza Lima. Como o
Alianza Lima não fez gol, logo temos que:
Além do empate com o Boca Juniors, o Alianza Lima perdeu todas as outras
partidas. Inclusive o jogo contra o América. O América só fez um gol, logo só há
um resultado possível para o jogo entre América e Alianza Lima:
39
Sociedade Brasileira de Matemática
Logo, nos jogos entre Alianza Lima ou América contra Ceará, Palmeiras ou Boca
Juniros, os times Alianza Lima e América não fizeram gol. Portanto, o gol que o
Palmeiras levou foi contra o Boca Juniors em jogo que terminou empate. Logo,
temos mais um resultado:
O Boca Juniors fez 2 gols e levou 3. Considerando que o Boca Juniors teve 1 gol a
favor e 1 gol contra, no jogo contra o Palmeiras e um empate de 0 a 0 contra o
Alianza Lima, falta considerar a derrota contra o Ceará e a vitória contra o
América. A única forma disso acontecer é:
O Ceará fez 4 gols e levou 0. Sendo que ele venceu Alianza Lima e América e fez
2 gols contra o Boca Juniors, logo só há uma possibilidade:
40
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução:
a) Sim, basta na primeira rodada 4 jogadores vencerem e nas seguintes rodadas ser
tudo empate.
Na questão acima, vemos que uma forma interessante é pensar nos casos de todos
empatarem todas as vezes ou, pelo menos, em uma determinada rodada. Isso pode
nos ajudar a entender ou resolver uma questão.
Na próxima questão, note que não importa a pontuação atribuída a uma vitória.
Importa apenas que não há empates, ou seja, há apenas vitórias e derrotas.
Prove que existe um jogador que ganhou de todos os outros e existe um jogador
que perdeu de todos os outros.
41
Sociedade Brasileira de Matemática
Solução: Seja Jv o jogador que mais venceu. Suponhamos que o jogador Jv não
venceu todas. Então, existe um jogador Jx que o venceu. Note que se existe um
jogador Ji que perdeu para Jv e venceu Jx, logo teremos que Jv ganhou de Ji que
ganhou de Jx que ganha de Jv, fato que não é permitido pelo enunciado.
Logo todos os jogadores que Jv venceu, Jx venceu também. Mas, Jx venceu todos
os jogadores vencidos por Jv e o Jv, ou seja, ele venceu mais jogadores do que o
Jv. Absurdo! Portanto, se Jv é o jogador que mais venceu, ele venceu todas.
A idéia para mostrar que o jogador que mais perdeu, perdeu todas é totalmente
análoga e fica como exercício para o leitor.
Na questão acima, a ideia crucial para resolução do problema é olhar para os casos
de máximo e mínimo. Em questões além desse assunto, essa idéia, também, pode
fazer sentido e, por isso, ela é de extrema importância.
Solução:
Lembre-se que todo estudante fez, ao menos, 1 ponto.
Seja x o número de estudantes que conseguiram 1 ponto.
Seja y o número de estudantes que conseguiram 2 pontos.
Seja z o número de estudantes que conseguiram 3 pontos.
Seja w o número de estudantes que conseguiram 4 pontos.
y=z
x + 2y + 3z + 4w = x + y + z + w + 30
42
Sociedade Brasileira de Matemática
x + 2z + 3z + 4w = x + z + z + w + 30 ⇒ 5z + 4w = 2z + w + 30 ⇒ 3z + 3w =
30 ⇒ z + w = 10
Logo, foram, pelo menos, 10 estudantes que conseguiram, pelo menos, 3 pontos.
Por último, façamos mais uma questão que envolve achar relações e equações.
Note que na questão abaixo o resultado em gols de cada equipe não importa.
Encontre todas as possíveis pontuações finais das 4 equipes. Para cada uma dessas
possibilidades, construa uma tabela com os resultados dos jogos e justifique porque
estas são as únicas possíveis pontuações.
6 × 2 = 12 ≤ a + b + c + d ≤ 18 = 6 × 3 (7)
a – b = b – c ⇒ a = 2b – c
b – c = c – d ⇒ d = 2c – b
43
Sociedade Brasileira de Matemática
12 < 2 × (b + c) < 18
6<b+c<9
2.2) b=5, c=2. Nesse caso, d= -1. Absurdo. Logo, não temos mais casos.
44
Sociedade Brasileira de Matemática
Mais problemas:
45
Sociedade Brasileira de Matemática
obteve a nota 8 de média. Qual é a maior quantidade de alunos superados que pode
ter havido nessa classe?
46
Sociedade Brasileira de Matemática
2 y 3 y2
2
− ( x − y ) − ( 2 x + y )( x + 2 y ) = −3 ( x + xy + y ) = −3 x + +
2 2
, que só se
2 4
anula quando x = y = 0. Assim, se ( x, y ) ≠ ( 0,0 ) , temos det T ≠ 0 e logo
47
Sociedade Brasileira de Matemática
k −1
det ( T k −1 ) = ( det T ) ≠ 0, para todo k ≥ 1, donde T k −1 ( x, y ) ≠ ( 0,0 ) (pois
k
( x, y ) ≠ ( 0,0 ) ), e logo ( x, y, − x − y ) ≠ ( 0,0,0 ) , o que resolve o problema.
2 jπ 2 jπ 2 jπ 2 jπ
cos , sen ,0 , e (logo) a C2 em cos α cos ,cos α sen , senα .
n n n n
48
Sociedade Brasileira de Matemática
142) Seja A = {4,8,9,16, 25, 27,32,36, 49,64,...} o conjunto das potências não
triviais (números da forma a b , com a ≥ 2, b ≥ 2 naturais). Prove que, para todo
natural n ≥ 1, existe um natural k tal que todos os termos da progressão aritmética
k , 2k ,3k ,..., nk pertencem a A.
49
Sociedade Brasileira de Matemática
Tomemos, para isso, p1 , p2 ,..., pn números primos, distintos. Basta, agora, mostrar
que o sistema de equações
α1 ≡ α 2 ≡ ... ≡ α n −1 ≡ 0 ( mod p1 )
α1 + 1 ≡ α 2 ≡ ... ≡ α n −1 ≡ 0 ( mod p2 )
α ≡ α ≡ ... ≡ α + 1 ≡ 0 ( mod p )
1 2 n −1 n
50
Sociedade Brasileira de Matemática
(II) α é irracional;
π 2π 3π
(III) 2cos − 2cos + 2cos = 1.
7 7 7
Prova das afirmações:
3π 4π 3π 4π
(I) =π − ⇒ cos + cos = 0 ⇒ P3 (α ) + P4 (α ) = 0
7 7 7 7
⇒ (α 3 − 3α ) + (α 4 − 4α 2 + 2 ) = 0 ⇒ α 4 + α 3 − 4α 2 − 3α + 2 = 0
⇒ (α + 2 ) ⋅ (α 3 − α 2 − 2α + 1) = 0 ⇒ α 3 − α 2 − 2α + 1 = 0.
(II) Pelo Teorema da Raiz Racional, as possíveis raízes racionais não nulas de
x3 − x 2 − 2 x + 1 = 0 são ±1. No entanto, nenhum desses dois valores é, de fato, raiz.
51
Sociedade Brasileira de Matemática
• Se p´− r´= 0, então 2q´− r´= 0 ⇒ p´= q´= r´= 0 e obtemos a solução trivial de
(1).
(ii ) r´− q´≠ 0.
{
Resolvendo a equação de segundo grau temos que α ∈ s + t , s − t com s, t ∈ . }
• Se t < 0, α é complexo, absurdo.
• Se t = 0 ou t > 0 e t ∈ , α é racional, absurdo.
Portanto, t > 0 e t ∉ . Mas
3 2
(s ± t ) − (s ± t ) ( )
− 2 s ± t +1=
(s 3
− s 2 + 3st − 2s − t + 1) ± t ( 3s 2 − 2s − 2 + t )
Como α 3 − α 2 − 2α + 1 = 0 e t ∉ * ,
3s 2 − 2s − 2 + t = 0 (2) e s 3 − s 2 + 3st − 2s − t + 1 = 0 (3).
( 2 ) ⇒ t = −3s 2 + 2s + 2. Substituindo em (3),
s 3 − s 2 + 3s ( −3s 2 + 2 s + 2 ) − 2s − ( −3s 2 + 2 s + 2 ) + 1 = 0
3 2
⇔ ( 2 s ) − 2 ( 2 s ) − ( 2s ) + 1 = 0.
Pelo Teorema da Raiz Racional, 2s = ±1 são as únicas possibilidades de raiz
racional não nula, mas nenhum desses dois valores é, de fato, raiz.
Portanto, p´= q´= r´= 0 é a única solução racional de (1).
π 2π 3π
Voltando ao problema original, se p cos + q cos + r cos = 1 então, de (III),
7 7 7
obtemos
π 2π 3π
( p − 2 ) cos + ( q + 2 ) cos + ( r − 2 ) cos = 0.
7 7 7
Pelo Lema, p − 2 = q + 2 = r − 2 = 0 ⇔ p = 2, q = −2 e r = 2.
Portanto, a equação dada tem uma única solução racional: ( p, q, r ) = ( 2, −2, 2 ) .
a) A ∩ B = B ∩ C = C ∩ A = ∅.
b) A ∪ B ∪ C = .
c) para quaisquer a ∈ A, b ∈ B e c ∈ C , temos: a + c ∈ A, b + c ∈ B e a + b ∈ C.
52
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53
Sociedade Brasileira de Matemática
k n
n−2
( −1) ( −1) −1
147) Demonstre que ∑
k =0 ( 2k + 1) π
=n+
2
, para todo inteiro n ≥ 2.
sen
4n − 2
Seja Sn = ∑
n−2
( −1) , n ≥ 2. Então,
k =0 ( 2k + 1) π
sen
4n − 2
k 0 n−3 n−2
2 n −2
( −1) =
( −1) ( −1) ( −1) +
∑k =0 ( 2k + 1) π π
+ ... +
( 2n − 5 ) π
+
( 2n − 3 ) π
sen sen 4n − 2 sen sen
4n − 2 4n − 2 4n − 2
n −1 n n +1
2 n−2
+
( −1) +
( −1) +
( −1) + ... +
( −1)
( 2n − 1) π ( 2n + 1) π ( 2n + 3) π ( 4n − 3) π
sen sen sen sen
4n − 2 4n − 2 4n − 2 4n − 2
k
⇒∑
2n−2
( −1) n −1
= 2 ⋅ Sn + ( −1) .
k =0 ( 2k + 1) π
sen
4n − 2
pois
( 2n + 1) π + ( 2n − 3) π = π , ( 2n + 3) π + ( 2n − 5) = π ,..., ( 4n − 3) π +
π
=
4n − 2 4n − 2 4n − 2 4n − 2 4n − 2 4n − 2
n+a n−2−a
= π , ( −1) = ( −1) para 0 ≤ a ≤ n − 2, e sen (π − θ ) = sen (θ ) .
Façamos m = 4n – 2. Então,
1 1 1 1
− + ... − +
π 3π ( m − 3) π ( m − 1) π
sen sen sen sen
m m m m
1 1 1 1
=− + − ... + −
( m + 1) π ( m + 3) π ( 2m − 3 ) π ( 2m − 1) π
sen sen sen sen
m m m m
54
Sociedade Brasileira de Matemática
k k
⇒∑
m −1
( −1) 2 n−2
= 2⋅ ∑
( −1) n −1
= 4 Sn + 2 ( −1) .
k =0 ( 2k + 1) π k =0 ( 2k + 1) π
sen sen
m 4n − 2
Já que
∑ ( 2k + 1) π
= 2i ⋅ ∑ 2
k =0 ε 2k +1 −1
∑
k =0 ε 2k +1 −1 ε 2k +1 + 1
k =0
sen
m
( 2k +1+m)π ( 2k +1)π
i i +π i
= −ε2k +1 ⇒ ε 2k +1 = −ε
m m
Mas, ε 2k +1+m = e
=e m
.
2⋅ +k +1
2
ε2⋅0+1 = −ε m
2⋅ +0 +1
2
ε2⋅1+1 = −ε m
2⋅ +1+1
Assim, 2
ε m
= −ε m m
2⋅ −1+1 2⋅ + −1+1
2 2 2
m m
−1 k k +1 k −1 k +1
2 ( −1) m−1
( −1) m−1
( −1) 2 ( −1)
⇒∑ =∑ e ∑ε =∑ .
k =0 ε 2k +1 −1 k=
m −ε 2k +1 −1 k=
m 2k +1 −1 k =0 −ε 2k +1 −1
2 2
m
Como = 2n −1 é ímpar, o expoente k teve de ser trocado por k + 1 em ambas as
2
igualdades, pois os índices dos somatórios começam em paridades diferentes.
Logo,
55
Sociedade Brasileira de Matemática
k k k
m−1
( −1) m−1
( −1) m−1
( −1)
∑ε =∑ = 2i∑
n−1
⇒ 4Sn + 2( −1)
k =0 2k +1 −1 k =0 ε 2k +1 + 1 k =0 ε2k +1 −1
π
k k −i k +1
π
m−1
( −1) m−1
( −1) ⋅e m −i m−1 ( −1)
e ∑ε
k =0 −1
=∑
k =0
2kπ
i
π
−i
=e ∑
m
k =0
π
−i
2kπ
i
2k +1 m m m m
e −e e −e
k +1 2kπ
Sejam S + ( x ) = ∑
1 m −1
e S− ( x ) = ∑
( −1) , m −1
onde
i
ωk = e m
com
k = 0 x − ωk k = 0 x − ωk
m
−1
− iπ 2
m⋅e m
n −1 −
iπ
− iπ − iπ
⇒ 4 ⋅ Sn + 2 ( −1) = 2i ⋅ e m
⋅ S− e m = 2i ⋅ e m ⋅ = m = 4n − 2.
iπ m
−m
1− e
56
Sociedade Brasileira de Matemática
Portanto, S n = n +
( −1) −1
para todo n ≥ 2.
2
n −1
n − k
148) Sejam m e n inteiros positivos. Calcule ∑
k =0 m
.
i) Seja n ≤ m
n n − 1 1
s= + + ...
m m m
s = r ( q + 1) + m ⋅ q ⋅
( q + 1)
2
m⋅q
s = ( q + 1) + r .
2
Se quisermos escrever esta expressão em termos apenas de m e n, obtemos
n m n n n m n
s = + 1 ⋅ + n − m = + 1 n − . Note que essa
m 2
m
m m 2 m
fórmula também vale se n ≤ m.
3 3 3
150) Sejam a, b e c números reais tais que ( a − b ) + ( b − c ) + ( c − a ) = 9.
57
Sociedade Brasileira de Matemática
1 1 1
Prove que 2
+ 2
+ 2
≥ 3 3.
(a − b) (a − b) (c − a)
SOLUÇÃO DE RENATO CARNEIRO (BELO HORIZONTE – MG)
Fazendo a − b = x, b − c = y e z = c − a, então teremos que provar que
1 1 1
2
+ 2 + 2 ≥ 3 3.
x y z
x3 + y 3 + z 3 = 9
Para isso, temos que , então vamos lá:
x + y + z = 0
Fazendo z = − ( x + y ) , teremos
3
x3 + y 3 + z 3 = x3 + y 3 − ( x + y ) = −3x 2 y − 3xy 2 = −3xy ( x + y ) = 3 xyz = 9 ⇒ xyz = 3.
58
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS PROPOSTOS
Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos
problemas para próximos números.
12 1
151) Encontre todas as soluções reais positivas de x x = .
2
152) Sejam a, b, c números reais positivos tais que a + b + c = 1.
a − bc b − ca c − ab 3
Prove que + + ≤ .
a + bc b + ca c + ab 2
153) Quatro pontos P, Q, R, S pertencem a um círculo de tal forma que o ângulo
PSR é reto. Sejam H e K as projeções de Q nos segmentos PR e PS,
respectivamente. Prove que a reta HK divide o segmento QS ao meio.
59
Sociedade Brasileira de Matemática
17 78 19 23 29 77 95 77 1 11 13 15 15
, , , , , , , , , , , , ,55
91 85 51 38 33 29 23 19 17 13 11 14 2
Problema 151 proposto por Douglas Oliveira de Lima, de Brasília (DF). Problemas 152 e 153
propostos por Adriano Carneiro Tavares, de Caucaia (CE). Problema 156 proposto em uma
prova de seleção para a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) de 1996.
60
Sociedade Brasileira de Matemática
AGENDA OLÍMPICA
XXXIV OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – sábado, 16 de junho de 2012
Segunda Fase – sábado, 22 de setembro de 2012
Terceira Fase – sábado, 27 de outubro de 2011 (níveis 1, 2 e 3)
domingo, 28 de outubro de 2012 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova)
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – sábado, 22 de setembro de 2012
Segunda Fase – sábado, 27 e domingo, 28 de outubro de 2012
61
Sociedade Brasileira de Matemática
COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Bruno Holanda (CAEN – UFC) Fortaleza – CE
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Disney Douglas Lima de Oliveira (UFAM) Manaus – AM
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Edney Aparecido Santulo Jr. (UEM) Maringá – PR
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Herivelto Martins (USP – São Carlos) São Carlos – SP
Gilson Tumelero (UTFPR) Pato Branco – PR
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande – MS
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Diogo Diniz (UFPB) Campina Grande – PB
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Marcelo Dias (Grupo Educacional Etapa) São Paulo – SP
Marcelo Antonio dos Santos FACOS Osório – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osnel Broche Cristo (UFLA) Lavras – MG
Uberlândio Batista Severo (UFPB) João Pessoa – PB
Raul Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Rosangela Ramon (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristóvão – SE
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
Wanderson Breder (CEFET – RJ) Nova Friburgo – RJ
William Serafim dos Reis (UFT – TO) Arraias – TO
62
CONTEÚDO
COORDENADORES REGIONAIS 87
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
2
Sociedade Brasileira de Matemática
4. Uma data curiosa neste ano é o dia 11/11/11, pois o dia, mês e dois últimos
dígitos do ano são iguais. No ano passado, esse padrão aconteceu em 10/10/10.
Quantos dias há desde 10/10/10 até 11/11/11, incluindo o dia 10 e o dia 11?
A) 396 B) 398 C) 400 D) 402 E) 404
Se ela trocar 3 triângulos por 2 quadrados e 1 pentágono regular, todos com lado de
mesmo tamanho do lado do hexágono, ela vai obter um polígono com quantos
lados?
A) 14 B) 16 C) 17 D) 18 E) 25
6. Por conta de uma erupção de um vulcão, 10% dos voos de um aeroporto foram
cancelados. Dos voos restantes, 20% foram cancelados pela chuva. Que
porcentagem do total de voos deste aeroporto foram cancelados?
A) 28% B) 30% C) 35% D) 38% E) 70%
7. O produto de três números naturais é 105 e a sua soma é a maior possível. Qual é
essa soma?
A) 15 B) 23 C) 27 D) 39 E) 107
3
Sociedade Brasileira de Matemática
9. Numa classe de 36 alunos, todos têm alturas diferentes. O mais baixo dos
meninos é mais alto do que cinco meninas, o segundo menino mais baixo é mais
alto do que seis meninas, o terceiro menino mais baixo é mais alto do que sete
meninas e assim por diante, observando-se que o mais alto dos meninos é mais alto
do que todas as meninas. Quantas meninas há nessa classe?
A) 12 B) 14 C) 16 D) 18 E) 20
11. Luca comprou uma revista por R$9,63 e deu uma nota de R$10,00 para pagar.
De quantas maneiras ele pode receber o troco de 37 centavos em moedas, se as
moedas disponíveis no caixa são as de 1, 5, 10 e 25 centavos? Suponha que há
muitas moedas de cada tipo.
A) 10 B) 12 C) 15 D) 24 E) 30
13. Numa corrida com 2011 participantes, Dido chegou à frente do quádruplo do
número de pessoas que chegaram à sua frente. Em que lugar chegou o Dido?
A) 20º B) 42º C) 105º D) 403º E) 1005º
14. Quantos números inteiros positivos menores do que 30 têm exatamente quatro
divisores positivos?
A) 9 B) 10 C) 11 D) 12 E) 13
4
Sociedade Brasileira de Matemática
16. Esmeralda rasgou uma folha de papel em n pedaços e, em seguida, pegou uma
dessas partes e rasgou-a também em n pedaços. Não satisfeita, pegou uma destas
últimas partes e também a rasgou em n partes. Qual dos números a seguir poderia
ser a quantidade total de pedaços obtida por Esmeralda?
A) 15 B) 18 C) 24 D) 26 E) 28
20. Esmeralda tem 11 notas de dois reais, Rosa tem 7 notas de cinco reais e Nelly
tem 3 notas de dez reais. Qual é o menor número possível do total de notas que
devem mudar de mãos de forma que todas as moças fiquem com a mesma quantia?
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
5
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 2
A) 11 B) 14 C) 12 D) 10 E) 15
6
Sociedade Brasileira de Matemática
8. Luca comprou um gibi por R$4,63 e pagou com uma nota de R$5,00. De
quantas maneiras ele pode receber seu troco de 37 centavos, com moedas de 1, 5,
10 e 25 centavos? Suponha que há muitas moedas de cada tipo.
A) 10 B) 12 C) 15 D) 24 E) 25
13
11. Subtraindo um mesmo número do numerador e do denominador da fração ,
14
14
obtemos a fração . A soma dos algarismos desse número é:
13
A) 1 B) 3 C) 5 D) 7 E) 9
12. Se multiplicarmos todos os inteiros positivos menores que 2011 que não são
múltiplos de 5, qual será o algarismo das unidades do número obtido?
A) 2 B) 4 C) 6 D) 7 E) 8
13. Seja XOY um triângulo retângulo com XOˆ Y 90 . Sejam M e N os pontos
médios de OX e OY, respectivamente. Dado que XN = 19 e YM = 22, determine a
medida do segmento XY.
A) 24 B) 26 C) 28 D) 30 E) 32
7
Sociedade Brasileira de Matemática
14. Safira rasgou uma folha de papel em n pedaços e, em seguida, pegou um desses
pedaços e rasgou também em n pedaços. Não satisfeita, ela pegou um desses
últimos pedaços e também rasgou em n pedaços. Qual dos números a seguir pode
representar a quantidade final de pedaços em que Safira rasgou a folha?
A) 15 B) 26 C) 28 D) 33 E) 36
16. Topázio desenhou cada figura a seguir, exceto uma, tirando o lápis do papel
exatamente uma vez e nunca passando pela mesma linha duas vezes. Qual das
figuras abaixo ela não desenhou?
A) B) C) D) E)
18. Em um teste de múltipla escolha com 24 problemas, cada um pode receber uma
das seguintes pontuações: 4 pontos se a resposta é correta, menos 1 ponto se a
resposta é incorreta e 0 ponto se a resposta está em branco. Sabendo que um
estudante recebeu exatamente 52 pontos, qual o número máximo de respostas
corretas que ele pode ter obtido?
A) 14 B) 15 C) 16 D) 17 E) 18
8
Sociedade Brasileira de Matemática
22. Qual é o primeiro dígito não nulo após a vírgula na representação decimal da
1
fração 12 ?
5
A) 1 B) 2 C) 4 D) 5 E) 7
23. Esmeralda tem 2011 balas e quer colocá-las em fileiras, cada fileira com a
mesma quantidade de balas. Ela estabelece que tanto a quantidade de fileiras como
a quantidade de balas em cada fileira devem ser maiores do que 32. Ela sabe que
não consegue fazer isso com 2011 balas, pois 2011 é primo, então faz isso com a
maior quantidade de balas que puder usar e dá as balas que sobrarem para Jade.
Quantas balas Jade ganhou?
A) 1 B) 2 C) 5 D) 7 E) 11
9
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PROBLEMAS – NÍVEL 3
10
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5. Numa classe de 36 alunos, todos têm alturas diferentes. O mais baixo dos
meninos é mais alto do que cinco meninas, o segundo menino mais baixo é mais
alto do que seis meninas, o terceiro menino mais baixo é mais alto do que sete
meninas e assim por diante, observando-se que o mais alto dos meninos é mais alto
do que todas as meninas. Quantas meninas há nessa classe?
A) 12 B) 14 C) 16 D) 18 E) 20
ab
7. Sendo a e b reais tais que 0 < a 1 e 0 < b 1, o maior valor que pode
ab
assumir é:
1 1 1
A) 0 B) C) D) E) 1
4 3 2
8. Por conta de uma erupção de um vulcão, 10% dos voos de um aeroporto foram
cancelados. Dos voos restantes, 20% foram cancelados pela chuva. Que
porcentagem do total de voos deste aeroporto foram cancelados?
A) 28% B) 30% C) 35% D) 38% E) 70%
10. Luca comprou uma revista por R$9,63 e deu uma nota de R$10,00 para pagar.
De quantas maneiras ele pode receber o troco de 37 centavos em moedas, se as
moedas disponíveis no caixa são as de 1, 5, 10 e 25 centavos? Suponha que há
muitas moedas de cada tipo.
A) 10 B) 12 C) 15 D) 24 E) 30
11. Quantos números inteiros positivos menores que 30 têm exatamente quatro
divisores positivos?
A) 6 B) 7 C) 8 D) 9 E) 10
11
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13. Esmeralda tem 11 notas de dois reais, Rosa tem 7 notas de cinco reais e Nelly
tem 3 notas de dez reais. Qual é o menor número possível do total de notas que
devem mudar de mãos de forma que todas as moças fiquem com a mesma quantia?
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
14. Qual é o primeiro dígito não nulo após a vírgula na representação decimal da
1
fração 12 ?
5
A) 1 B) 2 C) 4 D) 5 E) 7
17. O maior inteiro positivo n tal que (2011!)! é divisível por ((n!)!)! é:
A) 3 B) 4 C) 5 D) 6 E) 7
12
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19. Existem 3 valores inteiros positivos de n > 1 tais que 10 pode ser escrito como
soma de n inteiros positivos e distintos:
n = 2: 10 = 3 + 7
n = 3: 10 = 2 + 3 + 5
n = 4: 10 = 1 + 2 + 3 + 4
Quantos valores inteiros e positivos de n > 1 existem para os quais é possível
expressar 2011 como soma de n inteiros positivos e distintos?
A) 59 B) 60 C) 61 D) 62 E) 63
22. Sendo a e b inteiros tais que 1 2
2011
a b 2 , 1 2
2010
é igual a
A) a 2b (a b) 2 B) a 2b (a b) 2
C) a 2b (b a) 2 D) 2b a (b a) 2
E) a 2b (a b) 2
13
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1 1 1 1
23. Se a, b e c são inteiros positivos tais que a b c e , qual é
a b c 2011
o menor valor possível de a?
A) 2011 B) 2012 C) 2013 D) 2014 E) 2011 2012
25. Seja ABCD um quadrilátero inscritível (ou seja, cujos vértices pertencem a uma
circunferência) com AB = 4, BC = 8 3 , AC = 4 13 e AD = 2 13 . Sendo E a
interseção das diagonais AC e BD, o comprimento do segmento BE é:
12 3 13 3 15 3 16 3
A) B) C) 2 3 D) E)
7 7 7 7
GABARITO
NÍVEL 1 (6º ou 7º anos do Ensino Fundamental)
1) A 6) A 11) D 16) E
2) B 7) E 12) D 17) C
3) E 8) C 13) D 18) D
4) B 9) E 14) A 19) B
5) B 10) D 15) A 20) C
14
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02. Em cada vértice de um cubo foi escrito um número. Esmeralda calcula a soma
dos números escritos nos vértices de cada face e encontra os números 8, 10, 11, 12,
13 e x. Se a face de soma 8 é oposta à face de soma x, qual é o valor de x?
03. Duas tribos vivem numa ilha. Os da tribo azul só dizem a verdade e os da
vermelha, só mentira. Um dia, 100 pessoas da ilha se reuniram num círculo e um
repórter se dirigiu a cada uma delas, com a pergunta: “O seu vizinho à direita é um
mentiroso?”. Terminada a pesquisa, verificou-se que 48 pessoas responderam
“sim”. No máximo, quantas pessoas da tribo vermelha poderiam estar no círculo?
05. Quantos números de três algarismos diferentes de zero têm pelo menos dois
algarismos iguais?
06. Dizemos que dois ou mais números são irmãos quando têm exatamente os
mesmos fatores primos. Por exemplo, os números 10 2 5 e 20 22 5 são
irmãos, pois têm 2 e 5 como seus únicos fatores primos. O número 60 tem quantos
irmãos menores do que 1000?
15
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PROBLEMA 1
A sequência 1, 5, 4, 0, 5, ... é formada pelos algarismos das unidades das somas a
seguir
12 1
12 22 5
12 22 32 14
12 22 32 42 30
12 22 32 42 52 45
12 22 32 42 52 ??
a) Escreva a sequência formada pelos algarismos das unidades das dez primeiras
somas obtidas da forma descrita acima.
b) Qual é o algarismo das unidades da soma 12 22 20112 ?
PROBLEMA 2
Vamos chamar de selo de um número inteiro positivo o par x; y no qual x é o
número de divisores positivos desse número menores do que ele e y é a soma
desses divisores. Por exemplo, o selo do número 10 é 3;8 pois o número 10 tem
como divisores menores do que ele os números 1, 2 e 5, cuja soma é 8. Já o selo do
número primo 13 é 1;1 .
a) Qual é o selo do número 9?
b) Qual número tem o selo 2;3 ?
c) Há números cujo selo é 6;m . Qual é o menor valor possível para m?
PROBLEMA 3
Amarrando um pedaço de barbante em um dos
pregos do seu geoplano, Diamantino consegue
formar quadrados, sem passar o barbante duas
vezes pelo mesmo lado desses quadrados. A figura
ao lado mostra um quadrado obtido desta maneira.
16
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b) Diamantino garante que pode obter 11 quadrados no seu geoplano. Mostre que
você também pode obter a mesma quantidade na figura abaixo. Não se esqueça
das flechinhas no desenho.
2
01. Sejam a e b números reais não nulos tais que a equação x + ax + b = 0 possui
soluções a e b. Determine a – b.
02. Quantos números compostos de dois algarismos distintos podem ser formados
usando os algarismos 2, 3, 4, 5 e 6?
17
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ˆ C mede 30º e o
05. Na figura a seguir, o triângulo ABC é equilátero, o ângulo BD
ângulo ACˆ D mede 70º. Determine, em graus, a medida do ângulo BÂD.
A
D
30º
70º
B C
PROBLEMA 1
Inicialmente o número 5 está escrito na tela de um computador. Em qualquer
momento, o número n escrito na tela do computador pode ser trocado por qualquer
número da forma a b sendo a e b inteiros positivos tais que a + b = n.
PROBLEMA 2
Sejam a, b e c números reais positivos tais que a(b + c) = 152, b(c + a) = 162 e c(a
+ b) = 170. Determine o valor de abc.
18
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PROBLEMA 3
Quantos são os pares ordenados (a,b), com a, b inteiros positivos, tais que
a b mdc(a, b) 33 ?
PROBLEMA 4
No quadrilátero convexo ABCD, os pontos X e Y dividem o lado AB em três
segmentos iguais enquanto que os pontos Z e T dividem o lado DC em três
segmentos iguais (veja a figura abaixo). Se a área do quadrilátero ABCD é 60,
mostre que a área do quadrilátero XYZT não depende do formato do quadrilátero
ABCD e calcule tal área.
B
Y
X
A
D T Z C
01. A equação do segundo grau x – 5x + m = 2011 tem pelo menos uma solução
2
02. Uma sequência de letras, com ou sem sentido, é dita alternada quando é
formada alternadamente por consoantes e vogais. Por exemplo, EZEQAF,
MATEMÁTICA, LEGAL e ANIMADA são palavras alternadas, mas DSOIUF,
DINHEIRO e ORDINÁRIO não são. Quantos anagramas da palavra
FELICIDADE (incluindo a palavra FELICIDADE) são sequências alternadas?
19
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04. Qual é o maior valor possível do mdc de dois números distintos pertencentes ao
conjunto {1,2,3,…,2011}?
05. Seja f uma função dos reais não nulos nos reais não nulos tal que
( f ( x) f ( y) f ( z)) 2 ( f ( x)) 2 ( f ( y)) 2 ( f ( z)) 2 para todos x, y, z
reais não nulos tais que x + y + z = 0;
f ( x) f ( x) para todo x real não nulo;
f(2011) = 1.
Encontre o inteiro mais próximo de f(33).
PROBLEMA 1
No triângulo ABC, o ângulo BÂC mede 45º. O círculo de diâmetro BC corta os
lados AB e AC em D e E, respectivamente. Dado que DE = 10, encontre a distância
do ponto médio M de BC à reta DE.
PROBLEMA 2
Encontre todas as soluções reais (x, y, z) do sistema
1
2y x
x
1
2z y
y
1
2x z
z
PROBLEMA 3
Seja P(x) um polinômio de coeficientes inteiros. Sabe-se que P(x) = 2011 tem pelo
menos duas raízes inteiras distintas iguais a 1 e t, e que P(x) = 0 tem pelo menos
uma raiz inteira. Determine todos os possíveis valores de t.
PROBLEMA 4
Esmeralda tem um círculo de cartolina dividido em n setores circulares, numerados
de 1 a n, no sentido horário. De quantas maneiras Esmeralda pode pintar a
cartolina, pintando cada setor com uma cor, tendo disponíveis k cores e de modo
que quaisquer dois setores circulares vizinhos (isto é, que têm um segmento em
20
Sociedade Brasileira de Matemática
comum como fronteira) tenham cores diferentes? Note que isso implica que os
setores de números 1 e n devem ter cores diferentes.
Problema 01 02 03 04 05 06
Resposta 0050 0015 0076 0448 0225 0018
01. Por simetria, os triângulos APS e DRQ são congruentes, assim como os
triângulos SCR e QBP. Assim, os lados do retângulo ABDC são AS + SC = 4 + 6 =
10 cm e CR + RD = CR + AP = 8 + 3 = 11 cm. Deste modo, a área do retângulo
PQRS é obtida subtraindo as áreas dos triângulos APS, DRQ, SCR e QBP da área
3 4 68
do retângulo ABDC, ou seja, é 8 11 2 2 50 cm2.
2 2
02. Se em cada face estiver escrita a soma dos números dos vértices
correspondentes a face, então a soma dos números em duas faces opostas é igual a
soma dos números de todos os vértices do cubo. Logo se 8 e x é um par de faces
opostas, então outro par de faces opostas é 10 e 13 e o terceiro par é 11 e 12, para
que 10 + 13 = 11 + 12 = soma dos números em todos os vértices. Portanto
8 x 23 x 15 .
03. Observe que se uma pessoa responde “sim”, então esta pessoa e a da direita não
são da mesma tribo, mas se responder “não”, então ela e a pessoa à sua direita são
da mesma tribo. Assim, se 48 pessoas responderam “sim”, então ao percorrer o
círculo no sentido horário, observaremos 48 trocas de cor da tribo. Para que haja 48
trocas, devem haver pelo menos 24 pessoas da tribo azul e 24 da tribo vermelha
dispostas alternadamente. Como queremos o máximo de pessoas da tribo vermelha,
então podemos colocar as 100 – 24 – 24 = 52 pessoas restantes juntas num mesmo
bloco vermelho, como indicado a seguir:
AVAVA VAV
VV VV
24 AV 's 52V 's
21
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMA 1
a) Para calcular os termos, basta considerar os dígitos das unidades na soma e no
resultado. Assim, como os dígitos das unidades de 12 ,2 2 ,,102 são 1, 4, 9, 6, 5, 6,
9, 4, 1 e 0, então começando por 1, temos: 1, 1 + 4 = 5, 5 + 9 = 14, 4 + 6 = 10, 0 +
5 = 5, 5 + 6 = 11, 1 + 9 = 0, 0 + 4 = 4, 4 + 1 = 5 e 5 + 0 = 5, logo os 10 primeiros
termos da seqüência são 1, 5, 4, 0, 5, 1, 0, 4, 5 e 5.
b) Observe que a partir do 11º termo, vamos começar a somar novamente os dígitos
1, 4, 9, 6, 5, 6, 9, 4, 1 e 0, já que os dígitos das unidades de 112 ,122 ,,202 , são os
mesmos dígitos das unidades de 12 ,22 , ,102 . Assim, na soma
12 2 2 20112 , faremos as somas dos dígitos das unidades de 12 a 102
2011
10 201vezes e adicionaremos 1 de 2011 . Assim, o algarismo das unidades
2
da soma 12 2 2 20112 é o mesmo algarismo das unidades de
201 1 4 9 6 5 6 9 4 1 0 1 201 25 1 5026, que é 6.
PROBLEMA 2
a) Os divisores positivos de 9 menores que 9 são 1 e 3, logo o selo do número 9 é o
par (2, 4).
b) Observe que todo número inteiro positivo tem 1 como divisor. Como o número
que estamos procurando tem apenas dois divisores menores que ele, 1 terá que ser
um desses divisores e como a soma dos dois divisores é 3, então o outro divisor
deve ser 2. Como não há outros divisores, então o número que procuramos é uma
22
Sociedade Brasileira de Matemática
potência de 2, e para ter apenas dois divisores menores que ele próprio, então o
número deve ser 4.
c) Seja n um número com selo (6, m). n possui 7 divisores contando com ele
próprio, logo a única possibilidade é que ele seja da forma p6, com p primo, e m é
igual a 1 p p 2 p 5 . Para que m seja mínimo, p terá que ser mínimo, logo p
= 2 e m 1 2 2 2 25 63 .
PROBLEMA 3
a) Observe que para cada prego do geoplano deve entrar e sair o mesmo número de
flechas (o barbante ao passar por um prego deve entrar em uma direção e sair em
outra), com exceção de onde começa e termina o barbante. Logo nos pregos onde
não começa ou termina o barbante temos um número par de flechas, metade
entrando e metade saindo. Mas no geoplano 4 4 , há 8 pregos com 3 arestas cada
(os da borda do geoplano), logo em 6 deles haverá pelo menos uma aresta por onde
o barbante não pode passar. No melhor caso, conseguimos fazer com que um
quadrado contenha 2 dessas arestas, assim não poderemos completar 3 quadrados.
Na figura abaixo temos um exemplo onde 9 – 3 = 6 quadrados são formados, em
que o barbante começa no vértice S e termina no vértice T:
23
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Problema 01 02 03 04 05 06
Resposta 3 17 ou 20 288 6 0225 100
03.
A
90 –
90 –
E B y D C
16
x 288
24
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04. Um número de dois dígitos (ab) elevado à quarta potência possui a seguinte
forma:
10a b 104 a 4 4 103 a3b 6 102 a 2b2 4 10ab3 b4
4
05. Como BDC mede 30 e B AC é 60, o ponto D está no círculo de centro A e
raio AB. Como o triângulo ACD é isósceles com ângulo da base igual a 70, temos
C AD 40 e BAD 100
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1
a) Uma possível sequência de operações é:
23 3 3 4 5 19 1
5 6 9 20 19
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2
Somando as três equações obtemos: 2ab 2bc 2ca 484
Daí,
ab 242 c a b 72,
bc 242 a b c 90,
ca 242 b a c 80.
25
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3
Seja d mdc a, b . Podemos reescrever a equação como:
a b 33
1 .
d d d
O lado esquerdo é uma soma de números inteiros logo, divide 33. Agora
temos que mdc a / d , b / d mdc a / d ,33 / d 1 mdc b / d ,33 / d 1 1.
Fixado d , é suficiente encontrarmos os pares de inteiros positivos x, y
com mdc x,33 / d 1 1 tais que x y 33 / d 1 pois daí obteremos
também que mdc y,33 / d 1 1 e que a, b dx, dy é solução. Vejamos
então as possibilidades para d :
a b 33
Para d 1 e 1 , temos 16 soluções, pois basta escolhermos x
d d d
ímpar.
Para d 3 e x y 10, temos 4 soluções pois x não pode ser par nem
múltiplo de 5.
Para d 11 e x y 2, temos 1 solução apenas.
Não podemos ter d 33 , pois a e b são positivos.
Logo, existem 21 pares de soluções.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
B
Y
X
A
D T Z C
26
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Segunda Solução
Sejam P a interseção de AB e DC, a PA, b PD, x AX e y DT .
Temos:
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 0037 3600 0237 1005 0061
01. Como m é inteiro positivo, temos x – 5x < 2011. Sendo x inteiro e 47 – 5 47 <
2 2
2011 < 482 – 5 48, devemos ter x2 – 5x < 2011 x ≤ 47. Assim, o menor valor de
m é 2011 – (472 – 5 47) = 37.
27
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B D C
04. O mdc de dois números é divisor de cada um dos dois números, ou seja, cada
um dos dois números é múltiplo de seu mdc. Logo queremos o maior valor de d
que tem dois múltiplos positivos menores ou iguais a 2011. O maior dos dois
múltiplos de d é maior ou igual a 2d, logo 2d ≤ 2011 d ≤ 1005. Como 1005 e 2
1005 = 2010 são ambos menores do que 2011, o valor procurado é 1005.
28
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1 33 1 2011
n = 33, temos g (33) 33 g (1) 33 . Logo f (33) .
2011 2011 g (33) 33
Como 2011 = 3360 + 31, o inteiro mais próximo de f(33) é 61.
45º
E
D
d
B C
M
m(CB ) m( DE )
Temos m( BAˆ C ) 2 45 180 m( DMˆ E ) m( DMˆ E ) 90 .
2
Logo o triângulo DME é retângulo e, sendo M o centro do círculo, isósceles. Então,
sendo a projeção de M sobre DE o ponto médio de DE e, portanto, circuncentro de
DME. Logo DE 2d 10 2d d 5 .
PROBLEMA 2
Somando as três equações, obtemos
1 1 1 1 1 1
2x 2 y 2z x y z x y z .
x y z x y z
1 1
Note que x, y e z têm o mesmo sinal. De fato, se x > 0 então y x 0 e
2 x
1 1
z y 0 . Analogamente, se x < 0 então y < 0 e z < 0.
2 y
29
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1 1
x 1 1 e,
Agora, veja que, pela desigualdade das médias, y x
2 x x
1 1 1
analogamente, x 1 e z 1 . Mas isso implicaria 1, 1 e 1,
x y z
1 1 1 1 1 1
x y z x y z 3 e 3.
x y z x y z
1 1 1
Mas x y z , logo todas as desigualdades anteriores são igualdades,
x y z
ou seja, x y z 1 . Lembrando que x, y e z têm o mesmo sinal, as únicas
possibilidades são x = y = z = 1 e x = y = z = –1. Verifica-se facilmente que as duas
possibilidades são realmente soluções.
PROBLEMA 3
Seja Q(x) = P(x) – 2011. Então Q(x) = 0 tem coeficientes inteiros e duas de suas
raízes são 1 e r. Logo Q(x) = (x – 1)(x – r)R(x), sendo R(x) um polinômio de
coeficientes inteiros e, portanto, P(x) = (x – 1)(x – r)R(x) + 2011.
Como P(x) = 0 (x – 1)(x – r)R(x) = –2011 tem soluções inteiras, e R(x) é inteiro
para x inteiro, x – 1 e x – r são dois divisores distintos (não necessariamente
positivos) de 2011. Sendo 2011 primo, cada um desses dois fatores pode ser –2011,
–1, 1 ou 2011, com a única restrição sendo que eles não podem ser –2011 e 2011
simultaneamente. Assim, (x – 1) – (x – r) = r – 1 pode ser igual a 2010, –2010,
2012, –2012, 2 ou –2, ou seja, r pode ser igual a 2011, –2009, 2013, –2011, 3 ou –
1.
PROBLEMA 4
Para n = 1, temos k possibilidades (basta escolher a cor da região 1); para n = 2, há
k(k – 1) possibilidades (k escolhas para a região 1 e k – 1 para a região 2, que deve
ter cor diferente da região 1). Suponha n ≥ 3 e seja an a quantidade desejada de
maneiras de pintar um círculo dividido em n setores, sem que haja setores vizinhos
de mesma cor.
Pintemos a região de qualquer uma das k cores e cada uma das regiões 2, 3, …, n
de qualquer uma das k – 1 cores diferentes da cor da região anterior. Observe a cor
da região n: se a cor é diferente da cor da região 1, obtemos uma pintura válida
com n setores; se a cor é igual à cor da região 1, se juntarmos a região 1 e a região
n obtemos uma pintura válida com n – 1 setores. Note que qualquer pintura com n
30
Sociedade Brasileira de Matemática
setores e qualquer pintura com n – 1 setores é obtida de maneira única com esse
procedimento. Assim, an + an–1 = k(k – 1)n–1 para n ≥ 3.
Logo, co