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A raposa e a perdiz

Que a raposa era astuta e a perdiz era vaidosa,


já todos sabiam no prado. Mas o que ninguém
imaginava era que se orgulhavam das suas
características até ao ponto que esta história
demonstra.
A raposa sonhava apanhar a perdiz, mas sabia
que não valia o esforço de tentar, pois logo ela
levantava voo ao vê-la aproximar-se. Mudou, então,
a sua tática.
- Perdiz, perdigota, tu és mesmo janota! As tuas
penas parecem de tinta fresca, de tão coloridas e
brilhantes. O teu bico e as tuas patas são cor
carmesim como as flores. E as tuas pálpebras são
vermelhas como as maçãs.
A perdiz, ao ouvir os elogios ficou tão vaidosa
que fechou as pálpebras para as mostrar. E logo a
raposa, veloz e ágil, a abocanhou e segurou entre os
dentes. A avezinha, aflita, tentou fugir, sem sucesso.
E decidiu usar a mesma artimanha.
- Raposa, raposita, desisto de tentar fugir. A tua
esperteza merece que eu te sirva de jantar. És o
animal mais astuto que alguma vez conheci. Dou-te
os meus parabéns…
Ainda mal a perdiz acabara de pronunciar as
palavras, a raposa abriu a boca e disse: “Obrigada!”
E a assustada avezita esvoaçou, soltando
algumas penas pelo ar.

Frase fabulosa: Quem só elogios quer ter, vai


certamente sofrer!
“Nosso Amiguinho”
Rosa-Dos-Ventos, Janeiro, 2022, Ano 54, Nº 587,
Santa Casa da Misericórdia do Porto, CPAC,
Edições Braille.

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